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ORIENTAÇÕES PARA PAIS, MÃES E FAMILIARES SELETIVIDADE ALIMENTAR Cartilha de Orientações para Pais, Mães e Familiares SELETIVIDADE ALIMENTAR Elaboração: Elen da Rocha Ferreira João Paulo Viana Diniz Raquel Baumgratz Marques Material elaborado para a Coordenação de NASF-AB e Academias da Cidade da Gerência de Atenção Primária à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, apresentado à disciplina de Estágio Supervisionado em Nutrição em Saúde Pública do curso de Nutrição da UFMG, em setembro de 2023. Profa. Orientadora: Aline Cristine Souza Lopes Estagiária docente: Roberta Brandão da Cunha 01 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ENTENDENDO A SELETIVIDADE ALIMENTAR A SELETIVIDADE NAS DIFERENTES FASES DA VIDA O que é? Quando a recusa de alimentos se torna preocupante? Atente aos sinais! Efeitos na saúde e no desenvolvimento Primeira infância Importância da introdução alimentar Criança Adolescência MATERIAL PARA SE ORIENTAR ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM A SELETIVIDADE LIDANDO COM DESAFIOS ESPECÍFICOS Transtorno do Espectro Autista 01 02 02 03 04 05 07 07 08 11 13 15 15 18 REFERÊNCIAS 22 23 A repulsa a certos alimentos e/ou texturas, pode criar obstáculos para a construção de uma alimentação equilibrada e diversificada. Essa situação pode desencadear deficiências nutricionais, dificuldades de crescimento e problemas emocionais, impactando a saúde da criança e do adolescente. INTRODUÇÃO A alimentação saudável possui papel importante no crescimento, desenvolvimento e bem-estar da criança e do adolescente. Além disso, muito dos nossos hábitos alimentares são moldados na infância, com impacto em toda a vida. Mas, às vezes, a jornada da alimentação pode ser complicada e desafiadora! Este material foi construído para ajudar vocês, pais, mães e familiares, a compreenderem e lidarem melhor com a seletividade alimentar. Aqui, você irá encontrar informações, orientações e apoio! 01 A seletividade alimentar é definida pela recusa de alimentos, específicos ou não. Em geral, acompanhada do consumo alimentar limitado a pequenas variedades de alimentos ou até rejeição de grupos alimentares. A pessoa evita consistentemente certos alimentos ou grupos de alimentos. Pode ocorrer tanto em crianças e adolescentes, quanto em adultos, e pode ser mais prevalente em indivíduos com deficiências intelectuais e de desenvolvimento. É um comportamento exigente e altamente seletivo sobre o que comer. Isso significa que a pessoa pode não aceitar os alimentos por causa de seu sabor, textura, cor, cheiro, temperatura ou até mesmo por causa da marca. ENTENDENDO A SELETIVIDADE ALIMENTAR O QUE É? Assim, a pessoa se torna altamente seletiva ou restritiva sobre os tipos de alimentos que está disposto a comer. BANDINI, Linda et.al, 2010 02 QUANDO A RECUSA DE UM ALIMENTO SE TORNA PREOCUPANTE? Pode ser uma fase de estranhamento inicial ao alimento/textura quando se está conhecendo um novo alimento. Pode também ser um reflexo de gostos e preferências particulares, mas não causar problemas de saúde. Afinal, é normal não gostar de todos os alimentos. Mas, se a criança recusar muitos alimentos frequentemente e/ ou se recusar a comer qualquer coisa além de alguns alimentos específicos, isso pode ser um sinal de seletividade alimentar. A recusa alimentar torna-se seletividade alimentar quando a pessoa não consegue ingerir quantidade e/ou variedade de alimentos suficientes para manter o seu peso e altura saudáveis, e o estado nutricional pode estar comprometido. Em algumas situações, principalmente quando as crianças ainda são pequenas, é normal haver a recusa de alguns alimentos. 03 Evita consistentemente certos alimentos ou grupos de alimentos Aceita variedade limitada de alimentos Alimentação é restrita e desequilibrada Sensibilidade sensorial é extrema: texturas, cheiros, cores ou temperatura Há alteração significativa do peso e do crescimento, no caso de crianças e adolescentes; gripes e resfriados constantes; desânimo; dentro outros Mais comum em pessoas com deficiências intelectuais e de desenvolvimento ATENTE AOS SINAIS! COMO IDENTIFICAR ESSES SINAIS? Esteja atento aos sinais de comunicação que a criança ou adolescente demonstra, como: chorar, náuseas, vômito, engasgo, afasta os utensílios, joga a comida no chão, não quer tocar os alimentos, etc. 04 EFEITOS NA SAÚDE E NO DESENVOLVIMENTO As consequências da seletividade alimentar são bastante variadas e pode afetar de diferentes formas a vida da criança e do adolescente. A redução na quantidade e variedade de alimentos gera um consumo alimentar inadequado. Quanto menor a variedade e a quantidade de alimentos, menos nutrientes e calorias serão ingeridos, E as quantidades podem ser menores do que o corpo precisa para se desenvolver de forma saudável. EFEITOS NA SAÚDE: POUCA VARIEDADE POUCA QUANTIDADE POUCAS FRUTAS, LEGUMES E VERDURAS POUCA CARNE, OVOS E LÁCTEOS Baixa ingestão de nutrientes Calorias insuficientes Funcionamento intestinal prejudicado Baixa ingestão de vitaminas e minerais Baixa ingestão de nutrientes importantes para o crescimento ALIMENTOS CONSEQUÊNCIA NA SAÚDE Em longo prazo, risco de desnutriçãoEm longo prazo, risco de desnutrição 05 Pessoas que enfrentam a seletividade alimentar podem desenvolver transtornos alimentares. Algumas crianças podem manter ou mesmo piorar a seletividade alimentar na adolescência. O que era um comportamento exigente e de recusa pode se tornar excessivo e restritivo. EFEITOS PSICOLÓGICOS E NO COMPORTAMENTO A alimentação, além de ser uma necessidade do corpo, é uma forma de socializar e compartilhar. As dificuldades e desafios impostos pela seletividade alimentar podem ser barreiras para que a pessoa tenha momentos de socialização e de descontração que envolvam o ato de comer, seja com amigos ou familiares. O comer envolve também uma relação afetiva com a comida. 06 PRIMEIRA INFÂNCIA | SELETIVIDADE ALIMENTAR: DIFERENTES FASES DA VIDA Essa fase caracteriza-se pelo rápido desenvolvimento da criança, e refere-se aos primeiros anos de vida. É marcada pelo desenvolvimento das habilidades físicas, motoras, cognitivas, linguísticas, emocionais e sociais da criança, e por isso, características e vivências neste período podem afetar toda a vida. É marcada pelo desenvolvimento das habilidades físicas, motoras, cognitivas, linguísticas, emocionais e sociais da criança, e por isso, características e vivências neste período podem afetar toda a vida. A alimentação é instintiva apenas nas primeiras semanas de vida. Depois disso, o comer se torna um ato aprendido por meio de interações sociais e sensoriais da criança. 0 à 6 anos 07 Por isso, nessa fase, é esperado um certo grau de neofobia alimentar. Isso acontece pois é o período em que a criança ainda está descobrindo os sabores e texturas dos alimentos. Dos 2 aos 5 anos de idade, ocorre uma diminuição da velocidade de crescimento, sendo também a fase em que a criança passa a ter maior autonomia em relação ao mundo, incluindo na alimentação. Grande parte das crianças, com orientação precoce e correta, superarão a neofobia. Porém, em 35% delas será mantida. IMPORTÂNCIA DA INTRODUÇÃO ALIMENTAR A exposição a uma variedade de sabores e texturas é fundamental para a formação dos hábitos alimentares saudáveis. As habilidades motoras sensoriais e orais desenvolvidas nessa fase também são determinantes importantes da escolha alimentar em bebês. NEOFOBIA ALIMENTAR é a tendência de evitar ou recusar alimentos novos ou desconhecidos 08 A jornada da alimentação tem início na primeira infância, quando o bebê, por volta dos 6 meses de idade, deixa de necessitar exclusivamente do leite materno. Nessa fase, o bebê passa a consumir alimentos junto com o leite materno e/ou fórmulas infantis, caso precise. A introdução de novos alimentos precisa ser feita de forma lenta e gradual. É comum e esperado que o bebêrejeite as primeiras ofertas dos alimentos, pois tudo é novo: os utensílios, os alimentos, sua consistência e sabores Não é o momento de se preocupar com a quantidade de alimentos ingeridos, uma vez que o leite materno (e/ou a fórmula infantil, se necessário) ainda é ofertado para nutrir a criança. Nessa fase, o importante é a qualidade dos alimentos, a variedade e o prazer ao comer! A oferta de uma alimentação saudável, desde a introdução alimentar, é essencial para a qualidade de vida da criança no presente e no futuro! 09 O momento de realizar a introdução alimentar é muito importante, pois caso atrase pode ocasionar dificuldades na aceitação dos alimentos. Cuidado, a pressão para comer, a insistência e a falta de paciência dos adultos podem prejudicar a aceitação da criança e favorecer a seletividade alimentar. É importante compreender que esta fase é de descobertas, a criança está explorando os novos alimentos. É importante compreender que esta fase é de descobertas, a criança está explorando os novos alimentos. Evite preparações e misturas, como papinhas prontas. Dê preferência aos alimentos separados! Evite preparações e misturas, como papinhas prontas. Dê preferência aos alimentos separados! É importante evitar preparações feitas no liquidificador, mixer ou peneira, para que futuramente a criança tenha dificuldades em aceitar alimentos sólidos. É importante evitar preparações feitas no liquidificador, mixer ou peneira, para que futuramente a criança tenha dificuldades em aceitar alimentos sólidos. Lembre-se, oferecer o alimento na sua forma mais natural possível é importante para que a criança consiga identificar e diferenciar esse alimento. A introdução alimentar é um momento muito importante, pois a forma como os alimentos são ofertados na primeira infância pode ajudar ou prejudicar o processo de aprendizagem do ato de comer. COMO FAZER A INTRODUÇÃO ALIMENTAR? A introdução de uma variedade de alimentos durante essa fase pode ajudar a reduzir a seletividade alimentar e estimular o paladar da crianças. 10 CRIANÇA | Esse comportamento varia entre as crianças, e é visto como um traço da sua personalidade. Está relacionado a outros aspectos do temperamento infantil, como timidez, emotividade e sensibilidade sensorial. Na grande maioria das vezes, é algo natural, mas que precisa ser acompanhado com atenção! A neofobia alimentar, que é o receio em experimentar novos alimentos, tem início na primeira infância, e atinge seu pico na fase pré-escolar, por volta dos 4 a 5 anos de idade. Nessa fase, a criança já possui relações fora do seu núcleo familiar, convivendo com outras crianças no ambiente escolar. INFLUÊNCIAS FORA DE CASA Esse novo ambiente também influencia sua alimentação, o que pode favorecer positivamente ou negativamente o seu comportamento e hábitos alimentares. 6 à 12 anos 11 Muitas vezes, a escola dispõe de uma variedade limitada de alimentos saudáveis, o que pode dificultar a melhoria dos seus hábitos. Nesses casos, é essencial que a família ofereça lanches de casa e auxilie essa criança nas suas escolhas alimentares. Mas, o ambiente escolar pode também ser um aliado à família: A influência dos colegas e o hábito de comer em companhia pode ser um estímulo positivo para que a criança tenha uma maior aceitação dos alimentos. Boas políticas de alimentar escolar combinadas com atividades de educação alimentar nutricional podem criar um ambiente positivo que influencia as atitudes e os comportamentos alimentares dos alunos, levando a escolhas alimentares mais saudáveis. Além disso, muitos ambientes escolares, em especial da rede pública, participam do Programa Municipal de Alimentação Escolar (PMAE), que oferece a criança um ambiente de alimentação saudável, ofertando refeições com qualidade, em quantidade suficiente, planejadas e preparadas com base em práticas alimentares saudáveis. Além disso, muitos ambientes escolares, em especial da rede pública, participam do Programa Municipal de Alimentação Escolar (PMAE), que oferece a criança um ambiente de alimentação saudável, ofertando refeições com qualidade, em quantidade suficiente, planejadas e preparadas com base em práticas alimentares saudáveis. O lanche escolar, em muitos casos, pode ser um desafio: 12 A adolescência é uma fase relevante para a seletividade alimentar, pois é um momento de mudança física, emocional, social e cognitiva. Nessa fase da vida, o adolescente possui autonomia para suas escolhas alimentares, e possui hábitos mais próximos aos de amigos e ambientes externos, do que os da família. ADOLESCÊNCIA | A seletividade alimentar pode ser ainda mais desafiadora, pois os adolescentes estão buscando sua identidade e valores, e isso pode incluir também suas preferências alimentares. Os adolescentes tendem a ser mais seletivos nas escolhas alimentares por serem responsáveis por escolher seus próprios alimentos, diferente das crianças que ainda sofrem influência dos familiares. Assim, algumas crianças que apresentavam seletividade alimentar podem manter ou mesmo piorar este comportamento na adolescência. 12 à 18 anos 13 Os adolescentes sofrem também a influência da preocupação com o corpo e a aparência, que muitas vezes, afetam seu comportamento alimentar e reforçam hábitos restritivos. Enquanto na infância a seletividade alimentar está mais relacionada à neofobia alimentar, na adolescência se relaciona com questões sociais, seja a preocupação estética, além da influência dos ambientes alimentares. Fatores psicológicos, comportamentais e o convívio social na adolescência podem afetar a alimentação! 14 LIDANDO COM DESAFIOS ESPECÍFICOS Todos nós podemos enfrentar dificuldades com a alimentação em alguma fase da vida. As dificuldades alimentares são mais comuns do que pensamos. Dados indicam que cerca de 30% das crianças sofrem com alguma dificuldade alimentar. Porém, em algumas crianças que possuem questões particulares de saúde, esse problema pode ser ainda mais comum, chegando a 80%. TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades na comunicação, interação social e comportamentos repetitivos. O TEA pode afetar muitas áreas da vida diária, inclusive a alimentação. 15 A seletividade alimentar é um problema bastante presente em crianças e adolescentes com TEA, podendo afetar todas as idades. É considerado o problema alimentar mais comum vivenciado por jovens autistas. A hipersensibilidade aos sons, luzes, texturas e sabores, por exemplo, é uma característica prevalente no autismo, caracterizada por respostas aumentadas aos estímulos sensoriais. Sensibilidade aos estímulos Pode se manifestar de várias maneiras, incluindo hipersensibilidade auditiva (sensibilidade a ruídos altos), hipersensibilidade tátil (sensibilidade ao toque ou a certas texturas), sobrecarga sensorial (sobrecarga causada por várias entradas sensoriais), dentre outras. Isso explica como os fatores sensoriais como cheiros, texturas, cores e temperaturas podem contribuir para o desenvolvimento da seletividade alimentar em pessoas com TEA. 16 ABORDAGEM COLABORATIVA A colaboração entre nutricionistas, terapeutas ocupacionais e psicólogos pode aumentar a efetividade do cuidado nutricional ofertado para pessoas com TEA, identificando alimentos apropriados, modificando as características sensoriais dos alimentos, fornecendo utensílios adequados para comer, modificando o ambiente e realizando intervenções comportamentais de apoio. ABORDANDO QUESTÕES SENSORIAIS A sensibilidade sensorial foi sugerida como um possível mecanismo que contribui para a seletividade alimentar em pessoas com TEA. Modificar as características sensoriais dos alimentos, como textura, pode ser útil. INTERVENÇÕES VOLTADAS PARA CADA PESSOA O tratamento nutricional deve considerar as necessidades específicas de alimentação e nutrição, e as particularidades de vida cada indivíduo, visando promover a saúde e bem-estarda criança ou adolescente. Examinar os fatores associados à seletividade alimentar, incluindo questões sensoriais, problemas de comportamento, preferências dos pais e horários das refeições em família, pode fornecer informações sobre intervenções efetivas. 17 Esse é um momento que deve ser harmônico e tranquilo. Forçar a criança a comer pode contribuir para que ela associe o ADICIONE GRADATIVAMENTE OS ALIMENTOS Introduza alimentos saudáveis aos poucos, iniciando com pequenas quantidades. Tente substituir a fritura pelo alimento assado no forno; coloque menos açúcar no suco; troque o suco artificial pelo natural. No inicio, foque na qualidade e não quantidade. ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM A SELETIVIDADE ALIMENTAR ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM A SELETIVIDADE ALIMENTAR A criança deve estar focada no comer. Para isso, é importante evitar as distrações durante as refeições. Celulares, televisão, brinquedos e outras distrações contribuem para que a criança perca o interesse mais facilmente na refeição. momento da refeição com algo desgastante e ruim. “ só vai sair da mesa se comer tudo” “ se você comer a salada, pode comer sobremesa” EVITE DISTRAÇÕES NÃO FORCE A CRIANÇA A SE ALIMENTAR 18 Mesmo que a criança recuse um alimento, não deixe de ofertá-lo novamente. EVITE GULOSEIMAS E APERITIVO NA ROTINA ESTABELEÇA UMA ROTINA É importante que ela tenha novas chances de provar esse mesmo alimento. De tempos em tempos, oferte o alimento a criança novamente, pois ao logo da vida o paladar muda, e com isso os gostos e preferências também. As crianças se sentem mais seguras e confiantes quando sabem o que esperar. Assim, criar rotinas e definir horários pode ajudar a reduzir a ansiedade ou o Algumas crianças podem precisar de mais de 10 tentativas para aceitar um alimento. estresse, tornando as refeições mais agradáveis, aumentando as chances da criança experimentar novos alimentos. É necessário diminuir gradualmente a oferta dos alimentos preferidos, e aumentar a oferta dos alimentos não preferidos. Além disso, aperitivos e guloseimas fora dos horários das refeições vão contribuir para que essa criança perca o apetite facilmente. OFEREÇA O ALIMENTO OUTRAS VEZES 19 INCLUA A CRIANÇA NO PROCESSO SEJA CRIATIVO! DIVERSIFIQUE O PREPARO DOS ALIMENTOS Varie as formas de apresentação dos alimentos. Isso pode despertar o interesse, além de ser uma estratégia de mudança de comportamento. Modifique texturas e consistências, possibilite a criança e o adolescente experimentar diferentes versões de um mesmo alimento. É importante que a criança e o adolescente com seletividade alimentar participe do preparo das refeições, ajude na organização da mesa e na limpeza da cozinha. Isso ajuda a reduzir a seletividade alimentar. 20 TENHA ALIMENTOS SAUDÁVEIS DISPONÍVEIS DEIXE A CRIANÇA ESCOLHER Além disso, as crianças tendem a aceitar mais alimentos saudáveis se presenciarem os outros consumindo e expressando reações positivas com esses alimentos. REALIZE REFEIÇÕES EM FAMÍLIA Compartilhar esse momento de forma tranquila ajuda a criança a realizar as refeições e aceitar os alimentos. Lembre-se: a alimentação da família é um reflexo para a criança e ela irá reproduzir os hábitos alimentares que observar. Seja o exemplo para seu filho! Com o aumento da disponibilidade de frutas e legumes em casa, causando maior exposição, as crianças tornam-se mais propensas e dispostas a aceitar estes alimentos quando lhe são oferecidos. É importante fazer com que a criança tenha autonomia e liberdade de escolha. Oferte opções saude permita com que ela escolha o que comer, deixando que ela opine na escolha do cardápio e exponha seus gostos e preferências. 21 GUIA ALIMENTAR PARA CRIANÇAS BRASILEIRAS MENORES DE 2 ANOS MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019 GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014 PARA SE ORIENTARPARA SE ORIENTAR 22 REFERÊNCIASREFERÊNCIAS AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5 (5ª ed.). Porto Alegre: Artmed, 2014. BANDINI, L. G. et al. Food selectivity in children with autism spectrum disorders and typically developing children. The Journal of pediatrics, 2010. Brasil, Ministério da Saúde. 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