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Autor: Prof. Antônio Palmeira de Araújo Neto Colaboradores: Prof. Flávio Celso Müller Martin Prof. Fábio Gomes da Silva Profa. Cláudia Palladino Elaboração e Análise de Projetos AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Professor conteudista: Antônio Palmeira de Araújo Neto Especialista em Gestão da Tecnologia da Informação pelo Centro Universitário Maurício de Nassau (Uninassau), Pernambuco (2010), engenheiro de telecomunicações pela Universidade de Pernambuco (2008) e Mestrando em Engenharia de Produção na Universidade Paulista. Profissional certificado em ITIL v3 Foundation e COBIT v4.1 Foundation. Professor de disciplinas de tecnologia da informação dos cursos de graduação em Gestão de TI e Logística do Centro Universitário Senac, de disciplinas de tecnologia da informação e redes de computadores na Universidade Paulista (UNIP) e de disciplinas técnicas de telecomunicações do Instituto Técnico de Barueri. Tem experiência de mais de dez anos em Gestão e Governança de TI e na prestação de serviços de TI a empresas do segmento financeiro e concessionárias de serviços de telecomunicações. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) A663e Araújo Junior, Antonio Palmeira. Elaboração e análise de projetos. / Antonio Palmeira Araújo Junior. – São Paulo: Editora Sol, 2014. 140 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XIX, n. 2-011/14, ISSN 1517-9230. 1. Projetos. 2. Recursos humanos. 3. Custos. I. Título. CDU 658 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 CENTRO UNIVERSITÁRIO PLANALTO DO DISTRITO FEDERAL – UNIPLAN Reitoria Reitor: Prof. Yugo Okida Vice-Reitor: Prof. Fábio Nogueira Carlucci Pró-Reitor Acadêmico: Prof. Humberto Venderlino Richter Pró-Reitor Adminstrativo: Prof. Robson do Nascimento AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Sumário Elaboração e Análise de Projetos APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9 Unidade I 1 PROJETOS ........................................................................................................................................................... 11 1.1 Conceitos ................................................................................................................................................. 11 1.1.1 Projeto ..........................................................................................................................................................11 1.1.2 Programa .................................................................................................................................................... 12 1.1.3 Portfólio ...................................................................................................................................................... 13 1.1.4 Operações ................................................................................................................................................... 14 1.1.5 Ciclo de vida do projeto ....................................................................................................................... 14 1.1.6 Premissa e restrição ............................................................................................................................... 15 1.1.7 Sucesso em projetos e restrição tripla ........................................................................................... 15 1.1.8 Motivações para projetos .................................................................................................................... 17 1.2 Gerenciamento de projetos .............................................................................................................. 17 1.2.1 Conceito de gerenciamento de projetos ....................................................................................... 17 1.2.2 Gerente de projetos ............................................................................................................................... 18 1.2.3 Gerenciamento de portfólio e gerenciamento de programas ............................................. 19 1.2.4 Maturidade na gestão de projetos .................................................................................................. 21 1.3 Estruturas organizacionais ............................................................................................................... 22 1.3.1 Conceitos .................................................................................................................................................... 22 1.3.2 Cultura organizacional ........................................................................................................................ 23 1.3.3 Estrutura organizacional funcional ................................................................................................. 24 1.3.4 Estrutura organizacional projetizada ............................................................................................. 25 1.3.5 Estrutura organizacional matricial .................................................................................................. 26 1.4 Escritório de projetos .......................................................................................................................... 29 1.4.1 Conceitos .................................................................................................................................................... 29 1.4.2 Implantação de um escritório de projetos ................................................................................... 30 1.5 Principais modelos e práticas de gerenciamento de projetos ........................................... 32 1.5.1 A Tomada de decisão na gestão de projetos ............................................................................... 33 1.5.2 Qualidade na tomada de decisões .................................................................................................. 34 2 MODELOS TRADICIONAIS DE GESTÃO DE PROJETOS ........................................................................ 36 2.1 PMBOK ...................................................................................................................................................... 36 2.1.1 Introdução ................................................................................................................................................. 36 2.1.2 Aplicabilidade do modelo .................................................................................................................... 36 2.1.3 Ciclo de vida do gerenciamento do projeto ................................................................................. 37 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 2.1.4 Áreas de conhecimento do gerenciamento de projetos ......................................................... 39 2.1.5 Certificação ............................................................................................................................................... 43 2.2 PRINCE2 ................................................................................................................................................... 44 2.2.1 Conceitos ....................................................................................................................................................44 2.2.2 Estrutura da metodologia ................................................................................................................... 44 3 MÉTODOS ÁGEIS .............................................................................................................................................. 48 3.1 Manifesto Ágil ....................................................................................................................................... 48 3.2 Métodos ágeis ........................................................................................................................................ 49 3.2.1 Conceitos .................................................................................................................................................... 49 3.2.2 O Scrum ...................................................................................................................................................... 51 4 INTEGRAÇÃO EM PROJETOS ....................................................................................................................... 52 4.1 Gerenciamento da Integração em Projetos ............................................................................... 52 4.1.1 Conceitos .................................................................................................................................................... 52 4.1.2 Desenvolver o Termo de Abertura do Projeto (TAP) ................................................................. 53 4.1.3 Métodos de seleção dos projetos ..................................................................................................... 55 4.1.4 Desenvolver o Plano de Gerenciamento de Projeto (PGP) .................................................... 56 4.1.5 Realizar o controle integrado de mudanças ................................................................................ 57 4.1.6 Orientar e gerenciar a execução do projeto ................................................................................ 58 4.1.7 Monitorar e controlar o trabalho do projeto .............................................................................. 58 4.1.8 Encerrar o projeto ou a fase ............................................................................................................... 58 Unidade II 5 ESCOPO E TEMPO EM PROJETOS .............................................................................................................. 63 5.1 Gerenciamento do Escopo em Projetos ...................................................................................... 63 5.1.1 Conceitos .................................................................................................................................................... 63 5.1.2 Coletar os requisitos .............................................................................................................................. 63 5.1.3 Definir o escopo ...................................................................................................................................... 64 5.1.4 Criar a Estrutura Analítica de Projeto (EAP) ............................................................................... 65 5.1.5 Verificar o escopo ................................................................................................................................... 67 5.1.6 Controlar o escopo ................................................................................................................................. 68 5.2 Gerenciamento do tempo em projetos ....................................................................................... 69 5.2.1 Conceitos .................................................................................................................................................... 69 5.2.2 Definir as atividades .............................................................................................................................. 70 5.2.3 Sequenciar as atividades ..................................................................................................................... 71 5.2.4 Estimar os recursos das atividades .................................................................................................. 75 5.2.5 Estimar a duração das atividades ..................................................................................................... 75 5.2.6 Desenvolver o cronograma ................................................................................................................. 75 5.2.7 Controlar o cronograma ...................................................................................................................... 76 6 QUALIDADE E CUSTOS EM PROJETOS .................................................................................................. 76 6.1 Gerenciamento da qualidade em projetos ................................................................................. 76 6.1.1 Conceitos .................................................................................................................................................... 76 6.1.2 O que é gestão de qualidade.............................................................................................................. 77 6.1.3 Processos do Gerenciamento de Qualidade em Projetos ....................................................... 80 6.1.4 O custo da qualidade (CDQ) ............................................................................................................... 83 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 6.1.5 Planejar a qualidade ............................................................................................................................. 83 6.1.6 Realizar a garantia da qualidade ...................................................................................................... 85 6.1.7 Realizar o controle da qualidade ...................................................................................................... 86 6.1.8 Ferramentas e técnicas utilizadas pelo Gerenciamento da Qualidade ............................. 88 6.2 Gerenciamento de custos ................................................................................................................. 88 6.2.1 Introdução ................................................................................................................................................. 88 6.2.2 Estimar os custos .................................................................................................................................... 90 6.2.3 Determinar o orçamento ..................................................................................................................... 90 6.2.4 Controlar os custos ................................................................................................................................ 92 Unidade III 7 RECURSOS HUMANOS E COMUNICAÇÕES EM PROJETOS ............................................................ 96 7.1 Gerenciamento de recursos humanos em projetos ................................................................ 96 7.1.1 Introdução ................................................................................................................................................ 96 7.1.2 Desenvolver o plano dos recursos humanos ............................................................................... 97 7.1.3 Mobilizar a equipe do projeto ........................................................................................................... 98 7.1.4 Desenvolver a equipe de projeto ...................................................................................................... 99 7.1.5 Gerenciar a equipe do projeto .......................................................................................................100 7.1.6 Gerenciamento de Conflitos emProjetos ...................................................................................101 7.1.7 Liderança ..................................................................................................................................................102 7.1.8 Motivação ................................................................................................................................................109 7.2 Gerenciamento de Comunicação ................................................................................................110 7.2.1 Conceito.................................................................................................................................................... 110 7.2.2 Gerenciamento de Processos Comunicacionais ........................................................................111 7.2.3 Identificação das partes interessadas ........................................................................................... 113 7.2.4 Planejamento das Comunicações .................................................................................................114 7.2.5 Distribuição das informações ..........................................................................................................115 8 RISCOS E AQUISIÇÕES EM PROJETOS ..................................................................................................116 8.1 Gerenciamento de Riscos ................................................................................................................116 8.1.1 Conceitos de riscos ...............................................................................................................................116 8.1.2 Área de conhecimento de Gerenciamento de Riscos ............................................................ 116 8.1.3 Processos do Gerenciamento de Riscos ....................................................................................... 117 8.1.4 Planejar o gerenciamento dos riscos ............................................................................................ 118 8.1.5 Identificar os riscos ..............................................................................................................................119 8.2 Gerenciamento de Aquisições .......................................................................................................120 8.2.1 Conceitos ................................................................................................................................................. 120 8.2.2 Processos de Gerenciamento de Aquisições .............................................................................121 8.2.3 Planejar as aquisições .........................................................................................................................121 8.2.4 Análise de fazer ou comprar ........................................................................................................... 123 9 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 APRESENTAÇÃO O objetivo desta disciplina é fazer com que o aluno entenda os principais conceitos acerca de projetos e gestão de projetos, destacando os principais modelos, seus métodos, técnicas e ferramentas. A ideia é que eles possam adquirir, produzir e aplicar os conhecimentos necessários para analisar projetos a fim de decidir sobre sua viabilidade, planejamento, execução e controle. Ao ler este livro-texto, espera-se uma compreensão do significado, da relevância e dos fatores críticos de sucesso do gerenciamento de projetos nas organizações, bem como sua importância prática no contexto empresarial. Outro objetivo tem a ver com o conhecimento da metodologia e das ferramentas de planejamento e controle de projetos, tendo em vista pré-requisitos como tempo, custo e qualidade. Por fim, um último objetivo relaciona-se à compreensão do papel e das inter-relações do gerente de projetos nas organizações. Boa leitura! INTRODUÇÃO As organizações, de modo geral, encontram-se em constantes evoluções e mudanças. Muitos são os fatores que influenciam nos negócios, gerando novas situações que requerem rápidas adaptações. Nesse contexto, os projetos são instrumentos fundamentais para o sucesso e a mudança organizacional. Uma eficiente gestão desses projetos é fator crítico de sucesso não somente para a empresa como um todo, mas para todas as áreas da corporação. A elaboração e a análise desses projetos exige, cada vez mais, administradores que carregam um conjunto de conhecimentos em gestão de projetos capazes de compreender as particularidades dos custos, comunicações, recursos humanos, integração, aquisições, riscos, qualidade e tempo em projetos. Há, também, a necessidade de visão multidisciplinar, além das distinções entre projetos e operações, em todas as suas características. Neste livro-texto, serão abordados conceitos gerais em projetos, mostrando as principais estruturas organizacionais em projetos, além do próprio escritório de gerenciamento de projetos. Ainda conheceremos os dois principais modelos de gestão de projetos: PMBOK e PRINCE2. E veremos, com maior profundidade, os grupos de processos das áreas de conhecimento em gestão de projeto, abordando inicialmente o gerenciamento da integração em projetos. Estudaremos algumas áreas de conhecimento, incluindo o gerenciamento do escopo, do tempo, da qualidade e dos custos em projetos. Por fim, as áreas de conhecimento serão complementadas com o estudo do gerenciamento dos recursos humanos, das comunicações, das aquisições e dos riscos em projetos. 11 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS Unidade I 1 PROJETOS 1.1 Conceitos 1.1.1 Projeto As realidades que envolvem os projetos fazem parte do cotidiano das corporações, do poder público, das pessoas, das famílias; enfim, de toda a sociedade. Eles envolvem pessoas, processos, ferramentas e práticas sem os quais não é possível atingir os objetivos ligados a eles. Marques Junior e Plonsky (2011) afirmam que os projetos têm papel preponderante na estratégia organizacional, comportando-se como vetores de mudanças e inovações e trazendo vantagens competitivas para as empresas. Mas, afinal, o que é um projeto? Dinsmore e Barbosa (2009) afirmam que um projeto é um empreendimento único temporário, ou seja, com início e fim determinados, utilizando recursos e conduzido por pessoas, com a finalidade de criar um produto ou serviço único. Monteiro (2008) menciona a definição de projeto dada pelo Conjunto de Conhecimento para Gestão de Projetos (Project Management Body of Knowledge – PMBOK), segundo o qual o projeto é visto como empreendimento de caráter temporário com atividades relacionadas e executadas progressivamente para atingir uma meta definida, com um produto ou serviço único. Rabechini Junior et al. (2002) citam, a partir de uma vasta bibliografia, que projeto é um processo único consistindo de um grupo de atividades coordenadas e controladas com datas para início e término, composto por pessoas dedicadas, visando atingir um propósito e objetivo específico. Na menção de todos os autores apresentados, encontram-se pelo menos três características inerentes à definição de projeto. São elas: • Temporal — Esta característica denota a limitação de tempo inerente a um projeto, ou seja, ele tem “dia e hora” para iniciar e para acabar. 12 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I • Exclusividade — O entregável, seja produto ou serviço, produzido por um projeto é algo único, exclusivo, diferente de qualquer outro produto ou serviço já visto. • Objetivo — Um projeto sempre tem uma meta ou objetivo definidos. Entre exemplos de projetos, é possível citar: a construção de um prédio, a elaboração de um livro, o desenvolvimento de um software, mudanças organizacionais,a construção de um estádio de futebol, entre outros. No projeto de desenvolvimento de um novo software, percebem-se as três características do projeto. Primeiro, a temporal, porque o software precisa ser desenvolvido dentro do prazo solicitado pelo cliente. Segundo, a exclusividade, porque o software é novo, é único. Terceiro, o objetivo, porque há uma meta claramente definida para desenvolver um software. Um projeto pode criar: um produto que pode ser um item final ou um item componente de outro item; uma capacidade de realizar um serviço, como funções de negócios que são suporte à produção ou à distribuição, ou um resultado, como um produto ou um documento (por exemplo, um projeto de pesquisa desenvolve um conhecimento que pode ser usado para determinar se uma tendência está presente ou se um novo processo beneficiará a sociedade) (PMI, 2008, p. 1). Exemplo de aplicação Um projeto sempre remete à criação de algo nunca visto. Esta é até uma de suas características. Pense em quatro projetos que uma empresa pode executar e reflita sobre qual é o entregável desse projeto. Atente para o detalhe de que esse entregável pode ser um produto ou um serviço. 1.1.2 Programa Programa é um grupo relacionado e coordenado de projetos para a obtenção de uma meta que não seria possível de se alcançar caso os projetos ocorressem de modo individual e independentes (HELDMAN, 2009; FERNANDES; ABREU, 2012). Pode-se citar como exemplo um programa para o desenvolvimento de um país. Esse programa deve ser composto de uma série de projetos, que, juntos, corroboram a meta do programa. Alguns que poderiam compor esse programa seriam, por exemplo: • projeto para a adequação da infraestrutura de estradas; 13 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS • projeto de modernização de aeroportos; • projeto de melhoria no sistema educacional profissionalizante. Cada um desses projetos que compõem o programa, embora criando produtos ou serviços únicos, colaboram com a mesma meta. Por exemplo, no caso do projeto para adequação da infraestrutura de estradas, temos um produto único a ser gerado, que é a estrada, mas a meta principal é definida pelo programa, que é o desenvolvimento de um país. 1.1.3 Portfólio Segundo Heldman (2009), portfólios são conjuntos de programas e projetos que sustentam metas e objetivos das organizações. Os projetos e os programas que integram esse portfólio não estão necessariamente interligados ou relacionados, gerando uma relação de independência. Por exemplo: uma mesma corporação pode ter em seu portfólio alguns projetos e programas voltados para a área de recursos humanos e desenvolvimento de competências, assim como um projeto de mudança de sede do escritório central. Esses projetos e programas não têm necessariamente uma relação direta e de dependência. Fernandes e Abreu (2012) mencionam que portfólio é um conjunto de projetos e/ou programas agrupados com o intuito de facilitar a gestão efetiva do trabalho no atendimento aos objetivos estratégicos. Afirmam também que as características de um portfólio são: • abrangência de ações atuais e futuras; • características temporárias diferentes dos projetos e programas; • uma mesma organização pode possuir diversos portfólios agrupados por áreas, por exemplo; • deve refletir objetivos estratégicos; • é composto por trabalhos que têm de ser feitos, e não os que devem ser feitos. A relação entre portfólio, programas e projetos está esboçada na figura a seguir. Programas Projetos Projetos Outros trabalhos Portfólio Figura 1 – Relação entre portfólio, programas e projetos 14 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I 1.1.4 Operações Diferente dos projetos, as operações são contínuas e repetitivas. Elas não têm uma data de término, além de produzirem sempre os mesmos resultados. Um bom exemplo dessa diferenciação é a definição do design e a construção de um novo modelo de carro, que é um projeto, e a fabricação em série desse mesmo modelo, que é uma operação. Lembrete Programa é um conjunto de projetos. Portfólio é um conjunto de projetos e programas. Os projetos integrantes de um programa colaboram para que uma meta seja atingida. 1.1.5 Ciclo de vida do projeto Os ciclos de vida do projeto são semelhantes aos ciclos experimentados pelos pais ao acompanhar o crescimento de seus filhos até a fase adulta. Os filhos começam como bebês e dão muitas alegrias aonde quer que vão. Entretanto, a princípio não os conhecemos muito bem. Assim, nós os acompanhamos em seu crescimento e avaliamos suas necessidades. Com o passar do tempo, eles amadurecem e crescem, até o dia em que a responsabilidade dos pais em relação a eles termina. Os projetos começam exatamente do mesmo modo e percorrem uma trajetória semelhante. Alguém apresenta uma excelente ideia para um projeto e solicita apoio para tal. Depois de aprovado, o projeto passa pelas fases intermediárias até a fase final, quando é concluído e encerrado (HELDMAN, 2009, p. 24). Dinsmore e Barbosa (2009) afirmam que o ciclo de vida do projeto é composto por fases, que são determinadas por características e necessidades específicas de cada projeto. A quantidade de fases de um projeto depende de sua complexidade e da área à qual ele está relacionado; mas, de modo geral, elas são quatro: concepção e início do projeto; planejamento e organização do trabalho do projeto; execução do trabalho do projeto; encerramento e conclusão do projeto. A figura a seguir mostra as etapas do ciclo de vida de um projeto. Concepção/iniciação Planejamento Execução Conclusão 1 2 3 4 Figura 2 – Etapas do ciclo de vida do projeto 15 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS A primeira etapa engloba a identificação de necessidades, problemas ou oportunidades que podem resultar num projeto. A segunda etapa envolve o desenvolvimento e planejamento da solução proposta para a necessidade e o problema outrora apresentados. A terceira etapa é a execução do projeto, ou seja, a implementação da solução proposta. A quarta etapa é a final, na qual ele é encerrado. Para melhor exemplificar, vamos pensar no projeto da construção de um carro. A primeira fase desse projeto envolve a concepção de qual necessidade ele atenderia (necessidade de criação de carro elétrico). A segunda etapa trata do planejamento, ou seja, o detalhamento de como será esse carro. A terceira envolve a execução ou construção do protótipo do carro. A quarta trata da validação e do encerramento desse projeto com a entrega do carro. 1.1.6 Premissa e restrição Premissas são suposições consideradas verdadeiras, certas e reais para propósitos de planejamento, afetando diversos aspectos do projeto. As premissas precisam ser validadas e analisadas, no intuito de descobrir os impactos que podem causar nos projetos. Elas têm um profundo envolvimento com a gestão de riscos de um projeto. Por exemplo, se um determinado analista “Y” encontra-se de férias até o final deste mês e ele é fundamental para o início de um novo projeto, todo o planejamento será feito tendo como premissa que o analista “Y” estará disponível no início do próximo mês. Outros exemplos de premissas seriam: • A logística de transporte da nossa empresa deve ser executada por meio do modal terrestre (apenas por estradas). • As novas tecnologias adquiridas por nossa corporação valorizam a sustentabilidade ambiental. Restrições são fatores limitantes para a equipe de projeto e do gerente de projetos. Por exemplo, se em um determinado condomínio as obras cíveis nos apartamentos só podem acontecer das 8 às 18 horas, devemos considerar essa restrição em qualquer projeto de mudança interna nos apartamentos. Outros exemplos de restrição seriam: • Não desenvolvemos software, porque não temos mão de obra capacitada. •Nenhum analista de sistemas pode trabalhar após as 18h. 1.1.7 Sucesso em projetos e restrição tripla Um projeto é considerado um sucesso quando atende a, pelo menos, três condições fundamentais: • execução dentro do prazo estipulado; • execução dentro do custo desenhado; • execução com a qualidade planejada, de acordo com os requisitos de negócios; 16 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I • resultado dentro das expectativas dos clientes. Esses fatores de sucesso são descritos por meio da restrição tripla, representada por um triângulo que indica um perfeito equilíbrio entre três itens: • prazo; • custo; • escopo. Seja qual for a combinação das três restrições, sempre se deverá levar em conta o adequado equilíbrio, no intuito de alcançar a satisfação do cliente dentro da qualidade almejada por ele. Estas três restrições podem impactar os objetivos e o sucesso dos projetos, e também cada uma delas pode influenciar nas outras: • Diminuindo-se o prazo do projeto, haverá um aumento de custo ou uma redução do escopo. • Diminuindo-se o custo, haverá um aumento do prazo ou redução no escopo. • Aumentando-se o escopo, haverá um aumento de prazo ou aumento de custo do projeto. A figura a seguir mostra a restrição tripla. Qualidade e satisfação do cliente Es co po Custo Prazo Figura 3 – Restrição tripla Para melhor entendermos, consideremos que um projeto para instalação de 200 computadores numa faculdade é executado por uma empresa de tecnologia, sob o custo de R$ 100,00 por computador, totalizando R$ 20.000,00. Na faculdade, só há disponibilidade para execução do serviço no sábado e no domingo. A faculdade e a empresa de tecnologia combinaram de efetuar essa instalação em um final de semana, envolvendo nesse projeto dez técnicos de informática. Consideremos, agora, que a faculdade deseja que sejam instalados 100 computadores a mais no mesmo final semana, ou seja, 300 computadores. Não é difícil perceber que, com o aumento de 50% de serviço, haverá também um aumento nos custos e possivelmente no prazo. Esse exemplo demonstra a relação entre o custo, o prazo e o escopo em projetos. 17 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS 1.1.8 Motivações para projetos As organizações existem para gerar lucros ou atender ao público. Para permanecerem competitivas, as organizações estão sempre examinando novas maneiras de gerar negócios, novas formas de ganhar eficiência ou novos métodos de atender aos clientes. Às vezes, são aprovadas leis que as obrigam a tornar seus produtos mais seguros ou proteger o ambiente. Projetos poderiam resultar de qualquer uma dessas necessidades, bem como dos requisitos de negócio, oportunidades ou problemas (HELDMAN, 2009, p. 56). Heldman (2009) afirma que os projetos podem ser demandados pelos seguintes itens: • demanda do mercado; • oportunidade estratégica ou necessidade de negócio; • solicitação do cliente; • avanço tecnológico; • exigência legal; • impactos ecológicos; • necessidade social. 1.2 Gerenciamento de projetos 1.2.1 Conceito de gerenciamento de projetos O gerenciamento de projetos é a aplicação de técnicas, habilidades, ferramentas e conhecimento das atividades do projeto, com o objetivo de promover resultados satisfatórios e bem-sucedidos e de atender aos requisitos do projeto (PMI, 2008). Rabechine Junior e Pessoa (2005) mencionam três competências no gerenciamento de projetos: • Individuais — Habilidades individuais na resolução de problemas envolvendo projetos. • Equipe — Habilidades das equipes na resolução de problemas multidisciplinares envolvendo projetos. 18 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I • Empresa — Capacidade de criação de um ambiente em que exista um envolvimento entre equipes e indivíduos. O benefício maior da implementação de técnicas de gestão de projetos é ter um cliente satisfeito – seja você o cliente de seu projeto, como para remodelar sua casa, seja uma empresa (fornecedor) paga por um cliente para realizá-lo. A conclusão do escopo total do projeto com qualidade, dentro do prazo e sem superar o orçamento, traz um grande sentimento de satisfação. Para um fornecedor, isso poderia levar a mais negócios com o mesmo cliente no futuro ou com novos clientes indicados pelo cliente previamente satisfeito (GIDO; CLEMENTS, 2011, p. 17). 1.2.2 Gerente de projetos O gerente de projetos é a pessoa designada pela organização executora para atingir os objetivos do projeto. O papel do gerente de projetos é diferente de um gerente funcional ou gerente de operações. Normalmente, o gerente funcional está concentrado em proporcionar a supervisão de gerenciamento de uma área administrativa e os gerentes de operações são responsáveis por um aspecto do negócio principal. Dependendo da estrutura organizacional, um gerente de projetos pode se reportar a um gerente funcional. Em outros casos, um gerente de projetos pode ser um dos vários gerentes de projetos que se reporta a um gerente de portfólios ou de programas, que é, em última instância, o responsável pelos projetos no âmbito da empresa. Nesse tipo de estrutura, o gerente de projetos trabalha estreitamente com o gerente de portfólios ou de programas para atingir os objetivos do projeto e garantir que o plano do mesmo esteja alinhado com o plano do programa central (PMI, 2008, p. 13). Para que o gerenciamento de projetos seja eficaz, é necessário que haja uma ação efetiva de um gerente de projetos que zele pelos níveis de qualidade desejados pelo cliente, bem como por prazos, custo e cumprimento de especificações. Brusamolin e Moresi (2008) mencionam que o gerente de projetos precisa das seguintes habilidades interpessoais: • liderança; • comunicação; • negociação; 19 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS • solução de problemas; • influência. A liderança envolve o estabelecimento de direção, alinhamento entre as pessoas e a capacidade de inspirar e motivar as pessoas, superando as resistências à mudança. Heldman (2009) considera que liderança e gerenciamento são praticamente sinônimos. A comunicação é uma das principais habilidades. Um bom gerente tem que ser um bom comunicador e extremamente hábil em trocar informações, na comunicação oral, escrita, interna, externa, formal, informal ou vertical. O objetivo primordial do gerente de projetos é zelar para que haja sucesso no projeto e que os produtos ou serviços sejam desenvolvidos dentro do prazo, custo e qualidade desejados. Um gerente de projeto precisa conhecer e considerar todos os envolvidos em um projeto. A esses indivíduos e/ou organizações que são afetados positivamente ou negativamente pelo resultado final do projeto, chama-se de stakeholders ou partes interessadas. 1.2.3 Gerenciamento de portfólio e gerenciamento de programas Em organizações de gerenciamento de projetos maduras, o gerenciamento de projetos existe em um contexto mais amplo pelo gerenciamento de programas e gerenciamento de portfólios. As estratégias e prioridades organizacionais estão vinculadas e possuem relações entre portfólios e programas, bem como entre programas e projetos individuais. O planejamento organizacional impacta o projeto através de uma priorização de projetos baseada em risco, financiamento e no plano estratégico da organização. O planejamento organizacional pode orientar o financiamento e dar suporte aos projetos componentes com base nas categorias de risco, linhas específicas de negócios ou tipos gerais de projetos, como infraestrutura e melhoria de processos internos (PMI, 2008, p. 7). Gerenciamento de portfólio é a gestão coordenada dos componentes do portfólio com o intuito de atingir metas organizacionais específicas (CARVALHO et al., 2013). SegundoFernandes e Abreu (2012), gerenciamento de um programa é a gestão coordenada e centralizada de um programa visando atingir seus benefícios e metas estratégicas. O gerenciamento do portfólio, juntamente com o gerenciamento das operações, trabalha para que as metas organizacionais sejam alcançadas a partir dos recursos organizacionais utilizados nas atividades recorrentes (operações) e nas atividades projetizadas (projetos). A figura a seguir demonstra essa relação e o contexto organizacional: 20 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I Visão Missão Estratégia e objetivos organizacionais Recursos organizacionais Planejamento e gerenciamento das operações Gerenciamento das operações (atividades recorrentes) Planejamento e gerenciamento do portfólio de projetos Gerenciamento de programas e projetos (atividades projetizadas) Figura 4 – Contexto organizacional do gerenciamento de portfólio O PMI (2008) mostra uma comparação entre o gerenciamento de projetos, de programas e de portfólios no que diz respeito às características de escopo, mudança, planejamento, gerenciamento, sucesso e monitoramento. O quadro a seguir descreve essa comparação. Quadro 1 – Comparação entre gerenciamento de projeto, programa e portfólios Projetos Programas Portfólios Escopo Progressivamente elaborado durante ciclo de vida do projeto. Maior e fornecendo benefícios mais significantes. Muda com os objetivos estratégicos da organização. Mudança Gerentes de projeto esperam mudanças e implementam processos para manter as mudanças gerenciadas e controladas. Gerentes de programas devem esperar mudanças tanto de dentro como de fora do programa e estar preparados para gerenciá-las. Gerentes de portfólios monitoram continuamente as mudanças ocorridas no ambiente mais amplo da organização. Planejamento Gerentes de projetos elaboram progressivamente planos detalhados no decorrer do ciclo de vida do projeto. Gerentes de programas desenvolvem o plano geral do programa e criam planos de alto nível para orientar o planejamento detalhado. Gerentes de portfólios criam e mantêm comunicação e processos necessários ao portfólio global. Sucesso Medido pela qualidade do produto e do projeto, pontualidade, conformidade orçamentária e grau de satisfação do cliente. Medido pelo grau em que o programa atende às necessidades e aos benefícios para os quais foi executado. Medido em termos do desempenho agregado dos componentes do portfólio. Monitoramento Gerentes de projetos monitoram e controlam o trabalho de elaboração dos produtos, serviços ou resultados para os quais o projeto foi realizado. Gerentes de programa monitoram o progresso dos componentes do programa para garantir que os objetivos, cronogramas, orçamento e benefícios globais do mesmo sejam atendidos. Gerentes de portfólios monitoram o desempenho e os indicadores de valor agregado da carteira. Adaptado de: PMI (2008, p. 9). 21 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS 1.2.4 Maturidade na gestão de projetos Jucá Junior, Conforto e Amaral (2010) mencionam que maturidade na gestão de projetos é o desenvolvimento de sistemas e processos, conjunto de atividades, de ordem repetitiva, que garantem a alta probabilidade de sucesso nos projetos. Essa maturidade, ainda segundo os autores, pode ser expressa por meio de um modelo que tem a função de medir o estágio da corporação na gestão de seus projetos, demonstrando caminhos de melhoria. Berssaneti, Carvalho e Muscat (2012) mencionam que muitos modelos de maturidade em gerenciamento de projetos foram surgindo ao longo de pelo menos duas décadas. Os mais conhecidos são: • Project Management Maturity Model (PMMM). • Organization Project Management Maturity Model (OPM3). • Project Management – Competence (PM-competence). O Project Management Maturity Model (PMMM) é composto por cinco níveis, de modo semelhante ao modelo proposto pelo Software Engineering Institute, em que cada nível se relaciona a um grau diferente de maturidade em gerenciamento de projetos. Os níveis do PMMM podem ser vistos na figura a seguir: Nível 1 - Linguagem comum Nível 2 - Processos comuns Nível 3 - Metodologia singular Nível 4 - Benchmarking Nível 5 - Melhoria contínua Conhecimento básico Definição dos processos Controle dos processos Melhoria dos processos Figura 5 – Níveis de maturidade do PMMM O Organization Project Management Maturity Model (OPM3) foi criado pelo Project Management Institute (PMI), sendo utilizado conjuntamente com o Project Management Body of Knowledge (PMBOK). Esse modelo estabelece um checklist para verificar o estágio de competência das organizações (JUCÁ JUNIOR; CONFORTO; AMARAL, 2010). A figura a seguir mostra o modelo OPM3. 22 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I Práticas Portfólio Programa Projeto Controle Medição Padronização Estágio de melhoria Melhoria contínua Figura 6 – Modelo OPM3 O Project Management – Competence (PM-competence) é um modelo que determina uma maturidade em cinco estágios pelos quais uma corporação deve passar para se tornar madura e gerenciada por projetos: • nível 1: compra da ideia; • nível 2: planejamento; • nível 3: implementação; • nível 4: testes; • nível 5: operação da gerência de projetos. 1.3 Estruturas organizacionais 1.3.1 Conceitos Cada organização tem a sua própria maneira de conduzir projetos, possuindo estruturas as mais variadas possíveis, de acordo com a regra de cultura organizacional. Não obstante, as estruturas organizacionais que gerenciam os projetos, normalmente, são enquadradas em uma das três modalidades: • Funcional. • Projetizada. • Matricial. 23 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS Segundo Heldman (2009), um gerente de projeto tem seu nível de autoridade dentro da corporação totalmente dependente da estrutura organizacional existente. A cultura, o estilo e a estrutura organizacionais influenciam a maneira como os projetos são executados. Os projetos também podem ser influenciados pelo grau de maturidade da organização em relação ao gerenciamento de projetos e seus sistemas de gerenciamento dos mesmos. Quando um projeto envolve entidades externas como parte de parcerias, ele será influenciado por mais de uma empresa. As culturas e os estilos podem ter uma forte influência na capacidade de um projeto atingir seus objetivos. Culturas e estilos são normalmente conhecidos como “normas culturais”. As normas incluem um conhecimento comum com relação a abordar a execução do trabalho, quais meios são considerados aceitáveis para tal e quem tem influência na facilitação da execução do trabalho (PMI, 2008, p. 27). 1.3.2 Cultura organizacional Cultura organizacional é um sistema sociocultural que revela a identidade da organização por meio de padrões de comportamento. Sobre cultura organizacional, Souza (1978, p. 75) menciona que ela “é o conjunto de fenômenos resultantes da ação humana, visualizada dentro de fronteiras de um sistema”. Essa definição revela para nós a ação humana como algo determinante na cultura das empresas. Freitas (2005, p. 97) afirma que: Cultura organizacional é um instrumento de poder ou conjunto de representações imaginárias sociais que se constroem e reconstroem nas relações cotidianas dentro da organização e que se expressam em termos de valores, normas, significados e interpretações, visando um sentido de direção e unidade, tornando a organização fonte de identidade e de reconhecimento para seus membros. Ainda sobre a ação humana relacionada à cultura organizacional, Schein (1992, p.12) menciona: Um conjunto de pressupostos básicos compartilhados que um grupo aprendeu ao lidar comseus problemas de adaptação externa e de integração interna, e que funcionam suficientemente bem para serem considerados válidos e, por isso, ensinados a novos membros como a forma correta de perceber, pensar e sentir, em relação a esses problemas. Schein (1992) afirma que a cultura organizacional é dividida em três níveis: • artefatos – compreende as estruturas e os processos organizacionais existentes na corporação; 24 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I • valores – compreende as estratégias, os objetivos e as filosofias adotadas no dia a dia das corporações; • pressupostos – compreende as crenças, as percepções, os pensamentos, muitas vezes até inconscientes. Barreto et al. (2013) mencionam quatro tipos de culturas organizacionais: • Cultura clã ou grupal – nesse tipo de cultura é enfatizada a participação das pessoas na tomada de decisão. Valores morais e trabalho em grupo são incentivados. Há um alto comprometimento dos colaboradores; • Cultura inovativa ou adhocracia – nesse tipo de cultura há uma grande abertura à flexibilidade e à mudança organizacional. O ambiente de trabalho é marcado pelo dinamismo, em que há o incentivo às iniciativas individuais e à liberdade. • Cultura de mercado ou racional – nesse tipo de cultura, há uma orientação a partir de tendências de mercado e bases seguras de clientes. O resultado é o objetivo principal para que o negócio melhore a sua posição competitiva. • Cultura hierárquica – nesse tipo de cultura, a maior importância é dada à estabilidade, aos valores e às normas associados à burocracia. Regras e políticas mantêm a organização integrada. 1.3.3 Estrutura organizacional funcional Esse é o tipo de estrutura mais comum e mais antigo nas corporações, conhecido também como método tradicional de organização. É centrado em especializações e agrupado por função. Tem uma configuração hierárquica, possuindo relação de subordinação, em que um funcionário responde a outro acima dele, que responde a outro e assim por diante, até que se chegue à última instância. Cada departamento é administrado de forma independente do outro e com controle limitado. Os recursos humanos alocados em cada um dos departamentos possuem elementos comuns e experiências semelhantes. A figura a seguir mostra o organograma de uma estrutura organizacional funcional. 25 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS Direção Compras Pessoal Comercial Pessoal TI Pessoal Produção Pessoal Marketing Pessoal Figura 7 – Estrutura organizacional funcional As principais vantagens desse tipo de organização são: • quando existem projetos, eles são planejados e implementados dentro da própria área; • membros da equipe se reportam ao gerente funcional; • organização funcional duradoura com centralização de recursos similares; • a definição de carreiras por especializações é muito clara. As principais desvantagens desse tipo de organização são: • o gerente de projeto tem pouca ou nenhuma autoridade, principalmente em projetos multifuncionais; • os funcionários dão maior ênfase ao trabalho técnico de sua área do que aos projetos da organização; • não existem carreiras de gerente de projetos. 1.3.4 Estrutura organizacional projetizada Essa é a estrutura mais simpática para os projetos. Diferentemente da estrutura funcional, o gerente de projetos tem grande autoridade, quase que absoluta, sendo, na maioria das situações, subordinado diretamente à direção. O foco da organização é no próprio projeto, em vez de especialidades de cada área funcional. Os recursos organizacionais são dedicados aos projetos e a seus objetivos, respondendo diretamente aos gerentes de projetos. Nessa estrutura, as outras funções (recursos humanos, financeira, contabilidade, entre outras) são enxergadas como apoio e, algumas vezes, respondem direto aos gerentes de projeto. Patah e Carvalho (2009) mencionam que a popularização da estrutura projetizada se dá devido a quatro razões principais. São elas: 26 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I • velocidade de resposta e orientação ao mercado; • desenvolvimento crescente de novos bens, produtos e serviços; • rápida expansão de novidades tecnológicas; • determinação da alta direção, que não se sente confortável nas estruturas mais antigas. As principais vantagens dessa estrutura são: • gerente de projetos dotado de poder decisório e com recursos sob sua gerência; • maior eficiência nos projetos; • lealdade de recursos de projeto ao gerente de projetos; • comunicação mais eficaz entre a equipe de projeto. As principais desvantagens desse tipo de estrutura são: • ociosidade indesejada, porque os recursos podem não ter outro trabalho (projeto) quando o projeto acaba; • problemas como alocação e manutenção de recursos nas etapas finais do projeto; • instalações, estruturas e funções duplicadas, porque cada projeto vai naturalmente exigindo seus próprios recursos e estruturas. A figura a seguir mostra a estrutura organizacional projetizada. Direção Gerente de projeto Gerente de projeto Gerente de projeto Gerente de projeto Equipe Equipe Equipe Equipe Figura 8 – Estrutura organizacional projetizada 1.3.5 Estrutura organizacional matricial Essa estrutura organizacional é considerada uma estrutura híbrida, porque combina características da estrutura organizacional funcional e da estrutura organizacional projetizada, minimizando as diferenças entre os pontos fortes e fracos das duas estruturas citadas anteriormente. 27 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS A estrutura hierárquica da corporação é mantida, ao mesmo tempo em que se mantêm técnicas de gerenciamento de projetos eficientes. As personagens do gerente de projetos e do gerente funcional coexistem na corporação com suas responsabilidades. O gerente funcional responsabiliza-se por questões administrativas, alocação de funcionários para projetos e das áreas de apoio em geral. O gerente de projeto responsabiliza-se pelo planejamento e execução do projeto. A análise do desempenho dos recursos do projeto é conjuntamente executada pelos dois. Enfim, deve haver certo equilíbrio de poder entre os gerentes funcional e de projeto. Existem três categorias na estrutura organizacional matricial. São elas: matricial fraca; matricial balanceada; matricial forte. Na matricial fraca, os gerentes funcionais têm um pouco mais de poder que os gerentes de projeto, que são “reduzidos” a apenas coordenadores de projeto, sendo responsáveis apenas pela sua execução. A seguir, um organograma da estrutura organizacional matricial fraca. Direção Recursos humanos Comercial TI Produção Marketing Coordenador de projeto Pessoal Pessoal Pessoal Pessoal Figura 9 – Estrutura organizacional matricial fraca Na matricial forte, os gerentes de projeto têm um pouco mais de poder que os gerentes funcionais, conseguindo convencê-los das necessidades corriqueiras de um projeto. A seguir, um organograma da estrutura organizacional matricial forte. Direção Projetos Comercial TI Produção Marketing Gerente de projeto Pessoal Pessoal Pessoal Pessoal Figura 10 – Estrutura organizacional matricial forte Das estruturas matriciais, a balanceada é aquela que se encontra numa posição intermediária, com o equilíbrio de poder dos gerentes de projeto e funcional. 28 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I A seguir, um organograma da estrutura organizacional matricial balanceada. Direção Recursos humanos Comercial TI Produção Marketing Coordenador de projeto Pessoal Pessoal Pessoal Pessoal Figura 11 – Estrutura organizacional matricial balanceada As principais vantagens dessas estruturas matriciais são: •controle maior por parte do gerente de projetos sobre um projeto; • melhor utilização de recursos dentro de uma organização; • melhora na comunicação entre os membros das equipes; As principais desvantagens são: • existência de dois “chefes” para os recursos; • problemas na alocação de recursos, devido ao constante conflito entre os gerentes funcional e de projeto. No quadro a seguir, uma comparação das estruturas matriciais. Quadro 2 – Comparação das estruturas matriciais Matricial fraca Matricial balanceada Matricial forte Cargo do gerente de projeto Coordenador ou líder de projeto Gerente de projeto Gerente de projeto Enfoque do gerente de projeto Divide o enfoque do projeto entre responsabilidades funcionais Projetos e sua execução Projetos e sua execução Poder do gerente de projeto Autoridade e poder mínimos Equilíbrio entre autoridade e poder Autoridade e poder significativos Tempo do gerente de projeto Parcial nos projetos Integral nos projetos Integral nos projetos Estilo de organização Muito semelhante à organização funcional Combinação da matricial fraca e forte Muito semelhante à organização projetizada A quem o gerente de projetos se reporta Gerente funcional Um gerente funcional, mas divide a autoridade e o poder Gerente dos gerentes de projeto Fonte: Heldman (2009, p. 23). 29 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS Se a corporação quiser dar maior ênfase em projetos e uma crescente autoridade ao gerente de projetos, estabelece-se uma escala de importância das estruturas organizacionais, conforme a figura a seguir: Funcional Matriz fraca Matriz balanceada Matriz forte Projetizada Ênfase no projeto + Autoridade do gerente de prjeto Figura 12 – Estrutura organizacional e a escala de importância Saiba mais Para conhecer um pouco mais sobre as estruturas organizacionais, leia o artigo: PATAH, L. A.; CARVALHO, M. M. Alinhamento entre estrutura organizacional de projetos e estratégia de manufatura: uma análise comparativa de múltiplos casos. Gest. Prod., São Carlos, v. 16, n. 2, p. 301- 312, abr.- jun. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/gp/v16n2/ v16n2a12.pdf>. 1.4 Escritório de projetos 1.4.1 Conceitos O escritório de projetos é o departamento da organização responsável por gerenciar os projetos sob sua competência. É também conhecido como escritório de gerenciamento de projetos ou pela sua sigla em inglês PMO, que significa Project Management Office. Seu uso é mais comum nas estruturas organizacionais projetizadas. Um escritório de projetos (PMO) é um corpo ou entidade organizacional à qual são atribuídas várias responsabilidades relacionadas ao gerenciamento centralizado e coordenado dos projetos sob seu domínio. As responsabilidades de um PMO podem variar desde fornecer funções de suporte ao gerenciamento de projetos até ser responsável pelo gerenciamento direto de um projeto. Os projetos apoiados ou administrados pelo PMO podem não estar relacionados de outra forma que não seja por serem gerenciados conjuntamente. A forma, função e estrutura específicas de um PMO dependem das necessidades da organização à qual ele dá o suporte (PMI, 2008, p. 11). 30 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I Segundo Monteiro (2008), os principais papéis do escritório de projetos são: • determinar quais padrões, políticas e procedimentos serão utilizados no gerenciamento de projetos; • desenvolver e fornecer os documentos inerentes à gestão do projeto; • fornecer ferramentas, suporte e treinamento aos gerentes e equipes de projeto; • responsabilizar-se por auditorias nos projetos da corporação; • responsabilizar-se pela salvaguarda dos documentos e registros dos projetos. Dinsmore e Barbosa (2009) desmembram as funções de um escritório de gerenciamento de projetos em cinco: • Suporte e administração: responsável pela manutenção de cronogramas, relatórios, manutenção de salas de reunião da equipe, manutenção do histórico do projeto e operação de ferramentas computacionais. • Métodos e padrões: responsável pelo planejamento do projeto, preparação de propostas, construção de estruturas analíticas de projetos, elaboração de cronogramas, gerenciamento de contratos/suprimentos e fechamento do projeto. • Consultoria e aconselhamento: suporte ao desenvolvimento de propostas, condução de avaliação de riscos, resposta imediata a necessidades da organização e aconselhamento com a alta administração. • Treinamento: responsável pelo treinamento das equipes de projeto em geral. • Acompanhamento de profissionais: apoio na contratação de profissionais, avaliação das capacidades dos gerentes de projeto e identificação de níveis salariais. 1.4.2 Implantação de um escritório de projetos Spelta e Albertin (2010) apresentam algumas razões para se implementar um escritório de gerenciamento de projetos numa corporação: • aperfeiçoamento das práticas de gestão de projetos e redução de projetos que apresentam problemas; • melhoria da satisfação dos clientes com relação aos projetos da organização; • uso eficiente e eficaz dos recursos de projeto; 31 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS • melhor gestão do conhecimento no ambiente de gestão de projetos, favorecendo a criação do conhecimento explícito; • necessidade de transformar o gerenciamento de projetos num gerenciamento estratégico de projetos. Alves et al. (2012) mencionam um roteiro básico de implantação de um escritório de gerenciamento de projetos: • passo 1: estabelecimento da missão e da estratégia do escritório; • passo 2: preparação do plano executivo; • passo 3: estabelecimento de prioridades; • passo 4: facilitação do trabalho colaborativo entre stakeholders; • passo 5: apoio aos projetos da empresa; • passo 6: operação e manutenção do escritório de gerenciamento de projetos. Ainda em sua pesquisa, Alves et al. (2012) fazem a descrição de quinze melhores práticas para a implantação de um escritório de gerenciamento de projetos. São elas: • procurar o patrocínio do Board (alta direção); • metodologia desenvolvida sendo utilizada em projetos-piloto; • formar um escritório de gerenciamento de projetos com profissionais seniores e experientes; • ser o mais eficiente possível na geração do valor; • total integração entre sistemas de informação e processos organizacionais; • promover a mudança da cultura organizacional; • gerenciar bem as diferentes partes interessadas, no entendimento, necessidades e expectativas; • elaborar e controlar o plano de implantação do escritório de gerenciamento de projetos; • simplificar a implementação do escritório de gerenciamento de projetos; • segmentar objetivos de acordo com fases ao longo da implementação; 32 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I • fornecer apoio especializado aos projetos, e não somente recursos; • não demandar serviços antes de prover estrutura necessária; • não postergar o início da implantação; • utilizar as lições aprendidas, conhecimento e procedimentos existentes; • não esquecer as partes interessadas (stakeholders). Saiba mais Para conhecer um pouco mais sobre escritórios de gerenciamento de projetos, leia o artigo: ALVES, R. O. et al. Melhores práticas em implantação de escritório de gerenciamento de projeto: desenvolvimento de referenciais de sucesso. Prod. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/prod/2012nahead/aop_ t6_0007_0421.pdf>. 1.5 Principais modelos e práticas de gerenciamento de projetos As organizações de modo geral desejam que seus projetos sejam executados com sucesso. De fato, é fator crítico de sucesso que exista um escritório de gerenciamento de projetos e que haja uma conscientização de todos, desde a alta direção até as equipes de projeto,da necessidade de uma metodologia adequada para a gestão de projetos. Berssaneti, Carvalho e Muscat (2012) mencionam a existência de diversas metodologias e ferramentas utilizadas na gestão de projetos, conhecidas como modelos de referência. Esses modelos se sustentam na aplicação de processos estruturados, sequenciados, repetidos e contínuos utilizados de modo gradual e seguro na corporação. No entanto, os autores citados também comentam que, antes da implantação de qualquer método ou modelo de gerenciamento de projetos, as corporações devem analisar quais são os conceitos que melhor se aplicam à sua estratégia. Os métodos mais conhecidos para gerenciamento de projetos são: • Project Management Body of Knowledge (PMBOK); • Project In Controlled Environments 2 (PRINCE2); 33 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS • Association of Project Management Body of Knowledge (APMBOK); • Guidebook of Project and Program Management for Enterprise Innovation (P2M / PMCC). Entre esses métodos, o mais utilizado é o PMBOK, seguido pelo PRINCE2. Na área de TI, especificamente, existem algumas outras metodologias, como as que utilizam métodos ágeis. Entre os métodos ágeis, o mais conhecido é o Scrum. 1.5.1 A Tomada de decisão na gestão de projetos 1.5.1.1 Conceitos A tomada de decisão não é algo fácil. Mesmo fazendo parte do dia a dia dos administradores e empreendedores, ela tem que ser um processo efetuado de modo racional, em que devem ser utilizadas técnicas por meio das quais os objetivos organizacionais são atingidos. Decidir é uma ação à qual pessoas e entidades estão permanentemente submetidas. As decisões podem variar das mais simples, como “que camisa usarei hoje”, às mais complexas, como a de uma grande organização que deve optar se compra ou não os ativos de uma outra empresa, com todas as vantagens e dificuldades que isso pode representar. A este respeito, dois pontos devem ser comentados desde já. O primeiro diz respeito à tendência que muitos executivos têm de confiar cegamente na sua capacidade de decidir com base na experiência ou na intuição, sem levar em conta informações e metodologias que lhes permitam ter muito mais clareza e eficácia naquilo sobre o que decidem. É evidente que, em muitos desses casos, o resultado pode ser adverso, para desagradável surpresa dessas sumidades. O segundo ponto a deixar claro é que nem sempre a melhor decisão conduz ao melhor resultado. Isto decorre de que, muitas vezes, há informações e realidades que não estão disponíveis ao decisor no momento em que faz a sua opção. Ou seja, em geral influi no resultado de uma decisão o famoso “fator sorte”, que pode agir positiva ou negativamente, e que, em última análise, embute os efeitos de diversos fatores desconhecidos, devido às causas ditas aleatórias, impedindo uma tomada de decisão perfeita e isenta de erros. Não se deve, portanto, avaliar a qualidade de uma decisão e do método em que foi baseada apenas em consequência dos seus resultados. Uma coisa, entretanto, se pode afirmar: é muito mais provável que se colham melhores resultados com decisões tomadas com o amparo de técnicas adequadas, em condições favoráveis, do que através daquelas feitas sem esses devidos cuidados (COSTA NETO, 2007, p. 1). 34 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I 1.5.2 Qualidade na tomada de decisões Alguns fatores devem ser considerados para que as decisões sejam tomadas com alto grau de qualidade. Costa Neto (2007) estabelece alguns desses fatores: • Decisões tomadas racionalmente — São consequência de um cuidadoso processo de reflexão e do uso de metodologias apropriadas. No processo de tomada de decisão, as fortes emoções têm de ser extintas e desconsideradas, dando espaço a um processo racional. • Decisões baseadas em fatos e dados — Prezam pela tomada de decisão com base em fatos e dados, ao invés de palpites ou opiniões subjetivas sem qualquer embasamento técnico. No processo de tomada de decisão, é importante transformar os dados em informações, bem como as informações em conhecimento. • Decisões baseadas economicamente pesadas — Consideram que é de suma importância pesar os aspectos econômicos na tomada de decisão. • Decisões baseadas na experiência — Retratam a importância da experiência adquirida sobre determinados assuntos como fator de sucesso para a tomada de boas decisões. • Decisões visando ao futuro — Consideram que se deve sempre pensar estrategicamente no longo prazo. Numa corporação a visão como norteador estratégico é importantíssima nesse processo de tomada de decisão. • Decisões consensuais — Quando há uma enorme complexidade no processo, em que diversos envolvidos enxergam ângulos distintos da problemática, o melhor é obter o consenso. • Decisões baseadas na consolidação de indicadores — Consideram que as decisões precisam ter base em indicadores que surgem por meio de métodos quantitativos adequadamente escolhidos. • Decisões justas e legais — Estabelecem que as decisões precisam ser pautadas em critérios éticos, justos e que observam disposições legais. 35 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS • Decisões criativas e inovadoras — No processo de tomada de decisão, é necessário a capacidade de fugir dos moldes comuns, das soluções batidas, das determinações padronizadas, das decisões conhecidas de antemão. • Decisões corajosas X prudentes — É necessário balancear a coragem e a prudência no processo de tomada de decisões. • Decisões inspiradas em paradigmas — Consideram a prática do benchmarking para adoção de melhores práticas de mercado. A presteza na tomada de decisão é fundamental na gestão de projetos, que normalmente compreende os seguintes itens: • Estudo de viabilidade — Composto pela viabilidade comercial, técnica e econômica de um projeto. • Qualidade — Para se certificar de que o produto está de acordo com as necessidades apresentadas inicialmente pelo cliente. • Suprimentos — Projetos sempre usam suprimentos fornecidos por terceiros ou da própria corporação. • Riscos — A gestão dos riscos e as decisões que o envolvem são sempre importantes. • Comunicações — Decisões sobre os planos de comunicação são importantíssimas para o bom andamento de qualquer projeto. • Controles — Sem controles estabelecidos, não há garantias do sucesso no projeto. 36 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I 2 MODELOS TRADICIONAIS DE GESTÃO DE PROJETOS 2.1 PMBOK 2.1.1 Introdução O Guia Project Management Body of Knowledge (PMBOK) foi elaborado pelo Project Management Institute (PMI) em conjunto com diversos profissionais e especialistas filiados. A primeira versão publicada em 1996, a segunda em 2000, a terceira, em 2004 e a quarta, em 2008. Segundo o PMI (2008), o principal objetivo desse método é delimitar um conjunto de conhecimentos em gestão de projetos amplamente reconhecido como boa prática. O PMBOK fornece vocabulário comum aos gerentes de projetos, assim como um guia de processos, ferramentas e técnicas extremamente uteis na condução dos projetos de uma organização. O Guia PMBOK é o padrão para gerenciar a maioria dos projetos na maior parte das vezes em vários tipos de setores econômicos. Descreve os processos, ferramentas e técnicas de gerenciamento de projetos usados até a obtenção de um resultado bem-sucedido. Esse padrão é exclusivo ao campo de gerenciamento de projetos e tem relacionamento com outras disciplinas de gerenciamento de projetos, como gerenciamento de programas e gerenciamento de portfólios. Os padrões de gerenciamento de projetos não abordam todos os detalhes de todos os tópicos. Esse padrão limita-se a projetos individuais e aos processos de gerenciamento de projetos amplamente reconhecidoscomo boa prática (PMI, 2008, p. 14). 2.1.2 Aplicabilidade do modelo Segundo Fernandes e Abreu (2012), o método do PMBOK pode ser utilizado nos mais variados projetos, incluindo os de tecnologia da informação (TI). A ênfase do modelo é sobre a gestão de projetos e não sobre a engenharia do produto resultante do projeto. Por exemplo, podemos utilizar o modelo para a gestão de projetos de software e sistemas, mas não para o processo metodológico do desenvolvimento do software. O PMBOK, para ser utilizado de forma consistente em uma organização de TI, necessita de adaptações em função dos tipos, portes e riscos dos projetos. Além do mais, deve ser estabelecido um processo de gerenciamento de projetos que interligue, de forma lógica e coerente, as boas práticas entre si. Adicionalmente, formulários específicos devem ser elaborados para o uso do processo. O modelo também pode ser aplicado em ferramentas de gerenciamento de projetos existentes no mercado, sendo que algumas ferramentas podem 37 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS apoiar total ou parcialmente as boas práticas do modelo. Como toda inovação, a implantação do gerenciamento de projetos na organização também não é uma tarefa fácil. Necessita de forte comprometimento das lideranças da organização e dos executivos e gerentes (FERNANDES; ABREU, 2012, p. 365). 2.1.3 Ciclo de vida do gerenciamento do projeto O gerenciamento de projetos é um empreendimento integrado e requer que cada processo de projeto ou produto seja alinhado e conectado de forma apropriada com os outros processos para facilitar a coordenação. As ações adotadas durante um processo em geral afetam esse e outros processos relacionados. Por exemplo, uma mudança no escopo costuma afetar o custo do projeto, mas talvez não afete o plano de comunicações ou a qualidade do produto. Com frequência, essas interações entre processos requerem compensações entre os requisitos e os objetivos do projeto, e as compensações de desempenho específicas vão variar de um projeto para outro e de uma organização para outra. O gerenciamento de projetos bem-sucedido inclui gerenciar ativamente essas interações para cumprir os requisitos do patrocinador, do cliente e de outras partes interessadas. Em algumas circunstâncias, um processo ou conjunto deles deverá ser iterado várias vezes para alcançar o resultado desejado (PIM, 2008, p. 38). O ciclo de vida do gerenciamento do projeto é o conjunto de processos que necessitam ser seguidos para o bom gerenciamento do projeto. Ele se divide em cinco grandes grupos de processos de gerenciamento, que são compostos por processos individuais e relacionados. Esses grupos são: • Grupo de processos de iniciação. • Grupo de processos de planejamento. • Grupo de processos de execução. • Grupo de processos de monitoramento e controle. • Grupo de processos de encerramento. O mapeamento dos grupos de processos do gerenciamento de projetos pode ser visto na figura a seguir. 38 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I Monitoramento e controle Planejamento Execução Iniciação Encerramento Figura 13 – Mapeamento dos grupos de processos do gerenciamento de projetos Observação Não confundir: o ciclo de vida do projeto descreve como o projeto será executado. O ciclo de vida do gerenciamento do projeto são os grupos de processo. O grupo de processos de iniciação reúne os processos de definição de um novo projeto ou a nova fase do projeto, incluindo as aprovações para comprometimento dos recursos organizacionais necessários ao início de um projeto ou de uma fase específica. O grupo de processos de planejamento inclui os processos que estabelecem o escopo total do esforço, determinando um planejamento, bem como revisitando e refinando as metas e os objetivos do projeto. Esta é uma das fases mais importantes de um ciclo de vida de gerenciamento de projetos. O grupo de processos de execução é composto por processos que concretizam os planos de projeto. Assegura, também, que a execução do processo permaneça sincronizada com os objetivos e as metas definidos. O grupo de processos de monitoramento e controle efetua as avaliações de desempenho e as analisa, visando regular, rever e controlar o progresso do desempenho do projeto. O grupo de processos de encerramento tem a responsabilidade de terminar formalmente e ordenadamente as atividades de uma fase ou do projeto propriamente dito. Em muitas situações, a esse grupo de processo é dispensada pouca atenção, o que prejudica o alinhamento final do projeto. A progressão pelos grupos de processos do gerenciamento de projetos tem as mesmas características que a progressão pelas fases do projeto. Isto 39 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS é, os custos são mais baixos durante os processos de iniciação e poucos membros da equipe estão envolvidos. No grupo de processo de execução, o custo e o número de pessoas participantes aumentam e voltam a diminuir conforme o projeto se aproxima do encerramento. As chances de sucesso são mínimas durante a iniciação e muito grandes durante o encerramento. As chances de risco são maiores durante os processos de iniciação, planejamento e execução, mas o impacto dos riscos é maior durante os últimos processos. As partes interessadas têm maior influência durante os processos de iniciação e planejamento e veem essa influência diminuir ao longo dos processos de execução, monitoramento e controle e encerramento (HELDMAN, 2009, p. 30). Os processos dos grupos de processos interagem e se sobrepõem uns aos outros de formas, muitas vezes, iterativas, devendo ser revisitados várias vezes ao longo do ciclo de vida. Esses processos produzem saídas que são entradas em outros processos, inclusive de grupos diferentes, conforme pode ser verificado na figura a seguir. Iniciação Execução Planejamento Monitoramento e controle Encerramento Figura 14 – Relacionamento dos grupos de processos do gerenciamento de projetos 2.1.4 Áreas de conhecimento do gerenciamento de projetos Além dos grupos de processos, o modelo PMBOK é constituído por nove áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos. São elas: Gerenciamento da Integração do Projeto; Gerenciamento do Escopo do Projeto; Gerenciamento do Tempo do Projeto; Gerenciamento dos Custos do Projeto; Gerenciamento da Qualidade do Projeto; Gerenciamento dos Recursos Humanos do Projeto; Gerenciamento das Comunicações do Projeto; Gerenciamento dos Riscos do Projeto; e Gerenciamento das Aquisições do Projeto. Do relacionamento entre as áreas de conhecimento e os grupos de processos, encontram-se os processos de gerenciamento de projetos, conforme visto a seguir: 40 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I • Área de conhecimento: Gerenciamento da Integração do Projeto — Processo de iniciação: - desenvolver o termo de abertura do projeto. — Processo de planejamento: - desenvolver o plano de gerenciamento do projeto. — Processo de execução: - orientar e gerenciar a execução do projeto. — Processos de monitoramento e controle: - monitorar e controlar o trabalho do projeto; - realizar o controle integrado do projeto. — Processo de encerramento: - encerrar o projeto ou a fase. • Área de conhecimento: Gerenciamento do Escopo do Projeto — Processos de planejamento: - coletar requisitos; - definir escopo; - criar Estrutura Analítica de Projeto (EAP). — Processos de monitoramento e controle: - verificar escopo; - controlar escopo. • Área de conhecimento: Gerenciamento do Tempo do Projeto — Processos de planejamento: - definir atividades; 41 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS - sequenciaratividades; - estimar os recursos das atividades; - estimar a duração das atividades; - desenvolver o cronograma. — Processo de monitoramento e controle: - controlar o cronograma. • Área de conhecimento: Gerenciamento dos Custos do Projeto — Processos de planejamento: - estimar os custos; - determinar o orçamento. — Processo de monitoramento e controle: - controlar os custos. • Área de conhecimento: Gerenciamento da Qualidade do Projeto — Processo de planejamento: - planejar a qualidade. — Processo de execução: - realizar a garantia da qualidade. — Processo de monitoramento e controle: - realizar o controle da qualidade. • Área de conhecimento: Gerenciamento de Recursos Humanos do Projeto — Processo de planejamento: - desenvolver o plano de recursos humanos. — Processos de execução: 42 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I - mobilizar a equipe do projeto; - desenvolver a equipe do projeto; - gerenciar a equipe do projeto. • Área de conhecimento: Gerenciamento das Comunicações do Projeto — Processo de iniciação: - identificar as partes interessadas. — Processo de planejamento: - planejar as comunicações. — Processos de execução: - distribuir informações; - gerenciar as expectativas das partes interessadas. — Processos de monitoramento e controle: - reportar o desempenho. • Área de conhecimento: Gerenciamento dos Riscos do Projeto — Processos de planejamento: - planejar o gerenciamento de riscos; - identificar os riscos; - realizar a análise qualitativa dos riscos; - realizar a análise quantitativa dos riscos; - planejar a resposta aos riscos. — Processo de monitoramento e controle: - monitorar e controlar os riscos. 43 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS • Área de conhecimento: Gerenciamento de Aquisições do Projeto — Processo de planejamento: - planejar as aquisições. — Processo de execução: - conduzir as aquisições. — Processo de monitoramento e controle: - administrar as aquisições. — Processo de encerramento: - encerrar as aquisições. 2.1.5 Certificação O PMI possui duas certificações voltadas para profissionais que trabalham no gerenciamento de projetos. São elas: • Project Management Professional (PMP): voltado para gerentes de projetos, em que os mesmos precisam comprovar um número de horas de projeto (4.500 horas para profissionais de nível superior e 7.500 horas para profissionais de nível médio) e ter um número de 143 acertos numa prova de 200 questões. • Certified Associate in Project Management (CAPM): voltado para gerentes de projetos iniciantes, em que estes precisam comprovar um número de horas de projeto (2.500 horas), mínimo de 23 horas em um curso de gerenciamento de projetos, além de ter nível médio e um número de 88 acertos numa prova de 150 questões. Observação Nessas provas de certificação, existem questões válidas e inválidas para pontuação. Mesmo assim, o candidato deve responder a todas as perguntas, porque não tem conhecimento de quais são as válidas. 44 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I 2.2 PRINCE2 2.2.1 Conceitos A metodologia Project In Controlled Environments (PRINCE) foi desenvolvida em 1989 pelo Central Computer and Telecommunications Agency (CCTA), ligado ao governo britânico, a partir de uma metodologia mais antiga em gerenciamento de projetos, chamada PROMPTII, criada em 1975 pela empresa Simpact Systems Ltda. Em 1996, após o CCTA ser integrado ao Office of Government Commerce (OGC), foi lançada uma melhoria dessa metodologia, denominada PRINCE2, que atualmente encontra-se em sua quinta edição, publicada em 2009, e é o padrão utilizado no governo britânico, além de ser bastante difundida e reconhecida na Europa. Fernandes e Abreu (2012) afirmam que o PRINCE2, de modo similar ao PMBOK, tem como base a experiência de gerentes e equipes de projetos, nos seus erros, acertos e sucesso. Os autores afirmam que a ideia do PRINCE2 é fornecer um método que: • tenha repetibilidade em todos os projetos; • possa ser difundido por meio de treinamentos; • deixe claro o que se espera de membros de uma equipe de projetos; • gere proatividade na gestão de projetos, mas que não deixe de considerar mudanças repentinas em consequência de eventos inesperados; • facilite o planejamento, o controle e a comunicação em um projeto. 2.2.2 Estrutura da metodologia O PRINCE2 é composto por dois livros que orientam o uso da metodologia, o modelo de processos e a lista de atividades por processo. Os livros são: • Managing Successful Projects Using PRINCE2; • Directing Sucessful Projects Using PRINCE2. Ambos os livros são de autoria da Office of Governament Commerce (OGC) e foram publicados pela editora The Stationery Office Books. O PRINCE2 é constituído por oito processos, que são divididos em atividades. Os processos da metodologia são: 45 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS • Processo DP – dirigindo um projeto; • Processo SU – instalando um projeto; • Processo IP – iniciando um projeto; • Processo SB – gerenciando os limites de um projeto; • Processo CS – controlando um estágio; • Processo MP – gerenciando a entrega do produto; • Processo CP – encerrando um projeto; • Processo PL – planejamento. A figura a seguir mostra a relação existente na estrutura do PRINCE2. Corporate or programme management Gerenciamento do programa Directing a project Conduzindo um projeto Directing a project Conduzindo um projeto Starting up a project Managing product delivery Managing stage boundaries Closing a project Controlling a stage Initiating a project Começando um projeto Gernciando entrega de resultado Mandato do projeto Gerenciando limites dos estágios Finalizando um projeto Controlando um estágio Inicializando um projeto Project mandate Figura 15 – Estrutura do PRINCE2 O processo DP (dirigindo um projeto) é executado do início ao fim do projeto, sendo de responsabilidade do comitê de projeto. É composto pelas seguintes atividades: • autorizar iniciação; 46 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I • autorizar projeto; • autorizar estágio ou plano de exceção; • fornecer direção; • autorizar encerramento do projeto. O processo SU (instalando um projeto) é o primeiro a ser executado na metodologia, sendo considerado algumas vezes como pré-projeto, porque assegura requisitos de iniciação estabelecidos. Suas atividades são: • apontar o executivo ou gerente de projeto; • capturar lições aprendidas previamente; • apontar time do projeto; • preparar o caso de negócio; • selecionar a abordagem do projeto; • planejar o estágio de iniciação. O processo IP (iniciando um projeto) trabalha com a base fornecida pelo processo SU, aceitando-a, obtendo acordo sobre uso de recursos, encorajando o comitê de projetos e assegurando investimentos a serem feitos. Suas atividades são: • preparar a estratégia de risco; • preparar a estratégia da gestão de configuração; • preparar a estratégia da gestão de qualidade; • implantar os controles do projeto; • criar o plano de projeto; • refinar o caso de negócios; • montar a documentação de iniciação. O processo SB (gerenciando os limites de um estágio) assegura que os produtos planejados do plano de estágio atual foram completados, provendo ao comitê de projeto informações para 47 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS avaliação de viabilidade, aprovação de estágio e autorização de estágio seguinte. As atividades desse processo são: • planejar o próximo estágio; • atualizar o plano de projeto; • atualizar o caso de negócio; • comunicar o fim do estágio; • produzirum plano de exceção. O processo CS (controlando um estágio) assegura o desempenho do estágio conforme plano do estágio, sendo composto pelas seguintes atividades: • autorizar um pacote de trabalho; • rever o status do pacote de trabalho; • receber pacotes de trabalhos completados; • rever o status do estágio; • comunicar pontos de atenção; • capturar e examinar problemas e riscos; • escalar problemas e riscos; • realizar ações corretivas. O processo CP (encerrando um projeto) tem o propósito de executar um encerramento controlado do projeto e dos seus objetivos, tendo como atividades: • preparar o encerramento do projeto; • preparar o encerramento prematuro; • transferir produtos; • avaliar o projeto; • recomendar encerramento. 48 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I O processo PL (planejamento) é composto das seguintes atividades: • elaborar o plano; • definir e analisar os produtos; • identificar e analisar as atividades e dependências. • preparar estimativas; • preparar cronograma; • analisar os riscos; • documentar o plano. Lembrete É possível encontrar semelhanças entre os processos e atividades do PRINCE2 e o grupo de processos e área de conhecimento do PMBOK. Por exemplo, as atividades do processo PL do PRINCE2 guardam muitas semelhanças com o grupo de processos de planejamento do PMBOK, principalmente no que tange a questões de escopo. 3 MÉTODOS ÁGEIS 3.1 Manifesto Ágil Entre os métodos ágeis, o mais importante e também o mais utilizado é o Scrum, principalmente em projetos da área de tecnologia da informação (TI). Os métodos ágeis surgiram após o “Manifesto Ágil”, que teve início na década de 1990; entre os principais fatores que causaram esse manifesto, estão: • O então modelo utilizado nessa época para projetos de TI, mais especificamente de softwares, conhecido como “modelo cascata” ou “modelo clássico”, era considerado muito burocrático. • O modelo usado apresentava algumas contradições com relação à forma convencional utilizada pelos engenheiros de software. Com os problemas do cenário apresentado anteriormente, os membros que integravam uma comunidade preocupada com questões voltadas para projetos de TI da época reuniram-se e criaram o Manifesto Ágil, um documento que reúne as principais práticas e técnicas desse modelo de desenvolvimento de projetos 49 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS de software. A partir da criação desse manifesto, começaram a aparecer várias outras propostas referentes a métodos ou metodologias ágeis, entre elas está o Scrum, método ágil mais usado na área de TI. O Manifesto Ágil é uma espécie de declaração de todos os princípios que servem de base para o desenvolvimento ágil de software e possui três aspectos fundamentais: • As pessoas mais do que as ferramentas e procedimentos. • O correto funcionamento do software mais do que a documentação bastante abrangente. • A colaboração com as necessidades do cliente mais do que a negociação com os contratos. • A capacidade de adaptação às mudanças mais do que o seguir o plano que foi estabelecido. Em sua essência, a maioria dos métodos ágeis procura mitigar o risco inerente ao desenvolvimento de software sob alguns aspectos: • usar ciclos de tempos relativamente curtos, chamados de iteração ou sprints; • ter curta duração, no máximo trinta dias. Todas as iterações são como projetos de software miniaturizados, incluem as tarefas e os procedimentos essenciais para a implementação de mini-incrementos de cada nova funcionalidade: • planejamento, análise de requisitos, modelo, arquitetura, códigos, testes e documentação; • nem todos os processos são totalmente documentados. 3.2 Métodos ágeis 3.2.1 Conceitos É importante saber que os métodos ágeis são bem diferentes dos métodos de gerenciamento tradicionais, quando consideramos a forma de fazer a gestão. Alguns métodos podem ser complementados por meio do uso de guias para que possam ter uma direção mais específica sobre os rumos do projeto. Na visão de Conforto (2009): • Devemos reconhecer que o Manifesto Ágil foi um marco dentro do mundo da gestão de projetos. • O gerenciamento ágil de projetos é uma abordagem fundamentada em uma série de princípios, cujo principal objetivo é fazer da arte de gestão de projetos algo mais simples, com mais flexibilidade e interatividade. 50 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I • O método ágil tem como meta realizar a adaptação de práticas típicas da gestão de projetos tradicional para a aplicação em ambientes dinâmicos de projetos, com especificidades regidas para a inovação, elevando níveis de incerteza e complexidade. Na visão de dois autores da área de métodos ágeis, Conforto (2009) e Conforto e Amaral (2010), podemos compilar alguns princípios sobre métodos ágeis: • Tentar simplificar ao máximo os processos de gestão, fazendo a aplicação de técnicas simples de gestão. • Realizar o desenvolvimento de processos que tenham flexibilidade e que sejam capazes de absorver mudanças no projeto. • Realizar inspeções e adaptações frequentemente. • Trabalhar em busca da excelência técnica sempre. • Tentar agregar valor ao cliente e também para a equipe que está desenvolvendo o projeto. • Criar uma relação com o cliente, de maneira a apoiar o desenvolvimento do projeto. • Fazer uso do conceito de iterações e também de entregas parciais, que devem ser realizadas em curtos períodos de tempo. • Trabalhar com equipes reduzidas. • Ter como principal foco as prioridades do negócio. • Incentivar sempre a autogestão e a autodisciplina de todos os membros da equipe. • Incentivar a tomada de decisão participativa, para que todos os membros da equipe sintam-se como parte do processo. • Incentivar a inovação e a criatividade como formas de criar soluções que agreguem valor. Saiba mais Estão disponíveis no site <http://agilemanifesto.org/iso/ptbr/> textos sobre os signatários e autores do Manifesto Ágil e um texto sobre os doze princípios do software ágil. 51 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS 3.2.2 O Scrum O Scrum foi apresentado por Jeff Sutherland, John Scumniotales e Jeff McKenna, que conceberam, documentaram e implementaram o processo na empresa Easel Corporation, em 1993, incorporando os estilos de gerenciamento observados por Takeuchi e Nonaka (1986). Em 1995, Ken Schwaber formalizou a definição de Scrum como um processo de desenvolvimento ágil de software, funcionando de modo iterativo e incremental, e ajudou a implantá-lo em todo o mundo (SCHWABER, 2004). Em 2000, ele implantou a metodologia na empresa Patient Keeper e, nos anos seguintes, lançou três livros, sendo o primeiro deles o Agile Software Development with Scrum (SCHWABER; BEEDLE, 2001). Uma característica importante do Scrum é forçar as pessoas a seguir uma sequência de passos predefinida, com pouca flexibilidade para mudança. Sua abordagem visa ao oposto do modelo em cascata, iniciando-se na análise, assim que alguns requisitos estiverem disponíveis. O projeto Scrum começa com uma visão, composta por requisitos e funcionalidades que concretizam uma lista de tarefas, denominada product backlog. As prioridades dos itens desse documento determinam o quanto de valor cada item gera para o negócio. Depois de priorizados os itens, antes de cada iteração (sprint), a equipe se reúne para dizer quantos itens é possível entregar em um sprint, que, segundo Schwaber, deve durar cerca de trinta dias, como boa prática. Quando cada iteração termina, o que foi desenvolvido é apresentado ao cliente (Product Owner) em uma reunião e, antes do início da próxima iteração, é feita uma reunião de retrospectiva, em que é possível extrair lições aprendidas. Esse método mostra um conjuntode papéis que devem ser representados pelos participantes nos projetos denominados Scrum: • Product Owner – pode ser definido como o patrocinador do projeto, é o responsável por determinar e priorizar as funcionalidades do produto; • Scrum Master – é o responsável por garantir os valores e as práticas do Scrum; • Scrum Team – equipe responsável por desenvolver o produto. E também contém diversas fases que formam o ciclo de desenvolvimento do projeto Scrum: • Sprint Planning – é uma reunião antes do início de um sprint, para alinhar com o Product Owner o que será feito dentro do próximo sprint; 52 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I • Sprint – é o tempo estimado pelo time para produzir, testar e homologar determinadas funcionalidades, que serão priorizadas pelo Product Owner no sprint; • Planning – de acordo com as práticas adotadas por Schwaber, um sprint deve durar trinta dias; • Daily Scrum – são reuniões diárias em que cada membro do time coloca em um quadro o que fez no dia anterior e o que fará para o dia seguinte; • Retrospective ou Sprint Review – é uma reunião sobre lições aprendidas que ocorre após a entrega de um sprint. Tem como objetivo analisar se o que foi feito está bom e o que pode ser melhorado. As tarefas de uma fase do projeto Scrum devem ser colocadas em um quadro que fique visível para o time, em forma de post-its. Para o próximo sprint começar, o anterior tem de estar finalizado e aprovado pelo Product Owner em uma reunião de validação denominada de Post Sprint Demonstration and Meeting. A adoção do método ágil Scrum, de acordo com Schwaber (2004), além de uma mudança de cultura no gerenciamento de projetos, ainda necessita de uma automação muito consistente. 4 INTEGRAÇÃO EM PROJETOS 4.1 Gerenciamento da Integração em Projetos 4.1.1 Conceitos A área de Gerenciamento da Integração em Projetos é responsável por coordenar todos os aspectos do plano do projeto, envolvendo um alto nível de interação entre as partes interessadas. É nessa área de conhecimento que se identifica e se define o trabalho do projeto e a interação entre os processos adequados. Dinsmore e Barbosa (2009) afirmam que é nessa área que montamos um quebra-cabeça, em que cada peça precisa ser colocada em sua devida posição, de modo coerente e consistente, com o objetivo de se obter o resultado final desejado. Os processos dessa área compreendem tomada de decisão e escolhas fortemente relacionadas às metas do projeto. São eles: • Desenvolver o termo de abertura do projeto: — integra o grupo de processos de iniciação; • Desenvolver o plano de gerenciamento de projeto: — integra o grupo de processos de planejamento; 53 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS • Orientar e gerenciar a execução do projeto: — integra o grupo de processos de execução; • Monitorar e controlar o trabalho do projeto: — integra o grupo de processos de monitoramento e controle; • Realizar o controle integrado de mudanças: — integra o grupo de processos de monitoramento e controle; • Encerrar o projeto ou fase: — integra o grupo de processos de encerramento. Lembrete Os processos de cada área de conhecimento estão distribuídos no ciclo de vida do gerenciamento de projetos, que compreende cinco grupos de processos: iniciação, planejamento, execução, encerramento e monitoramento e controle. A necessidade do Gerenciamento da Integração do Projeto fica evidente em situações onde processos distintos interagem. Por exemplo, uma estimativa de custos necessária para um plano de contingência envolve a integração dos processos nas áreas de conhecimento de custos, tempo e risco. Quando riscos adicionais associados às várias alternativas de preenchimento de vagas são identificados, então um ou mais desses processos podem ser reconsiderados. As entregas do projeto também podem precisar ser integradas às operações em progresso da organização executora ou da organização cliente, ou ao planejamento estratégico de longo prazo que considera problemas ou oportunidades futuras. O Gerenciamento da Integração do Projeto também inclui as atividades necessárias para gerenciar documentos e assegurar consistência no plano de gerenciamento do projeto e entregas (PMI, 2008, p. 72). 4.1.2 Desenvolver o Termo de Abertura do Projeto (TAP) Este é um dos principais processos de integração e do grupo de iniciação, porque tem como principal resultado o Termo de Abertura do Projeto, também conhecido, na língua inglesa, como Project Charter. O TAP é um documento formal de autorização para início de um projeto que informa o escopo aprovado, estabelecendo responsabilidades e papéis no projeto. 54 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I Em geral, o responsável pela emissão desse documento é o patrocinador, que nada mais é do que o “facilitador” junto à gerência e à equipe de projeto, o qual garante a consistência do projeto aos objetivos organizacionais da empresa. Como entradas nesse processo de desenvolvimento do termo de abertura do projeto, têm-se: • Declaração do trabalho do projeto: é composta pela descrição do que será produzido no projeto, as necessidades de negócios e o plano estratégico empresarial. • Caso de negócio: descreve a análise de custo-benefício de um projeto. • Contrato: documento formal entre a corporação e o cliente externo, que deseja o produto. • Fatores ambientais da empresa: fatores que podem influenciar o desenvolvimento do projeto. Podem ser de ordem cultural, de infraestrutura, de recursos humanos, clima político, entre outros. • Ativos de processos organizacionais: são procedimentos, políticas, instruções e abordagens na condução do trabalho. Observação O item contrato aplica-se como uma entrada apenas se o projeto for executado para produzir um entregável para um cliente externo. Segundo o PMI (2008), o TAP é composto pelos seguintes itens: • objetivos e justificativas do projeto; • necessidade e requerimentos de negócio ao qual o projeto foi endereçado; • requisitos que satisfazem as necessidades dos stakeholders; • determinação do gerente de projeto; • cronograma de marcos; • premissa e restrições; • orçamento sumarizado do projeto. Em algumas corporações, o TAP é ainda mais detalhado, incluindo uma declaração base do escopo e um plano de gerenciamento de projeto. 55 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS 4.1.3 Métodos de seleção dos projetos As organizações, em sua maioria, não podem se dar ao luxo de executarem todos os projetos propostos. Até as consultorias, que vendem seus serviços de gerenciamento de projetos, precisam selecionar e escolher os projetos em que desejam trabalhar. Métodos de seleção ajudam as organizações a decidir entre projetos alternativos e determinar os benefícios tangíveis para que a empresa escolha ou não o projeto. As metodologias de seleção variam de acordo com a empresa, os membros da comissão de seleção, os critérios empregados e o projeto. Às vezes, os critérios e métodos de seleção serão estritamente financeiros; em outras, terão por base o mercado e, ocasionalmente, vão partir do ponto de vista público ou político. Na maioria das vezes, a decisão baseia-se numa combinação qualquer dos aspectos acima, entre outros (HELDMAN, 2009, p. 59). Como as organizações têm uma capacidade limitada de conduzir vários projetos ao mesmo tempo, é necessário, em muitas situações, escolher ou priorizar os projetos. O PMI (2008) estabelece duas principais categorias de métodos de seleção de projetos. São elas: • Método de otimização restrita – utiliza abordagens matemáticas. • Método de medida de benefícios – utiliza abordagens comparativas. Entre os principais exemplos de métodos de otimização restrita, citamos: algoritmosde programação linear; algoritmos de programação não linear; algoritmos de programação dinâmicos e multiobjetivos. As organizações utilizam muito os métodos de medida de benefícios. Entre os principais exemplos, temos: Valor Presente (VP); Valor Presente Líquido (VPL); Taxa de Retorno Interna (TIR); Período de Payback; Taxa de Custo-Benefício (TCB). No intuito de demonstrar um desses métodos, é possível observar a equação a seguir, que demonstra como é calculado o valor presente. PV = FV (1 + r)n (3.1) Onde: PV = Valor Presente FV = Valor Futuro r = taxa de juros n = número de períodos 56 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I Para Costa Neto (2007), a tomada de decisões em gestão de projetos sempre deve levar em consideração critérios qualitativos e quantitativos que podem ser expressos por meio de estudos de viabilidade, análise da qualidade, análise de recursos e suprimentos necessários, além de uma boa análise de riscos. Saiba mais Para conhecer um pouco mais sobre tomada de decisão na disciplina de projetos e em diversas outras, leia o capítulo 7 da obra: COSTA NETO, O. P. L. (Coord.). Qualidade e competência nas decisões. São Paulo: Blucher, 2007. 4.1.4 Desenvolver o Plano de Gerenciamento de Projeto (PGP) Esse processo integra o grupo de processos de planejamento e tem como função primordial gerar o Plano de Gerenciamento de Projeto. O PGP é um documento formal, desenvolvido pelo gerente de projeto com a colaboração de toda a equipe, que deve ser aprovado e utilizado em toda a execução do projeto. Para esse processo, são necessárias as seguintes entradas: • termo de abertura de projeto; • saídas dos processos que integram o grupo de planejamento; • fatores ambientais da empresa; • ativos de processos organizacionais. O PGP é composto pelos seguintes itens: • declaração de escopo; • estrutura analítica de projeto; • diagrama de rede; • plano de gerenciamento de custos; • plano de gerenciamento de cronograma; 57 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS • matriz de responsabilidades; • principais marcos; • sistema de controle de mudanças; • plano de gerenciamento de aquisições; • plano de gerenciamento da qualidade; • plano de gerenciamento das comunicações; • plano de gerenciamento de riscos; • plano de recursos humanos; • linha base de medição de desempenho. 4.1.5 Realizar o controle integrado de mudanças É um importantíssimo processo que integra o grupo de monitoramento e controle, porque tem o foco nas mudanças que ocorrem nos projetos. As mudanças podem ocorrer por diversas razões, por exemplo: • alterações legais; • mudanças tecnológicas; • mudanças de valor agregado no produto do projeto; • ações corretivas e preventivas necessárias; • omissões ou erros da equipe de projetos; • solicitação do cliente; • riscos desconhecidos; • estimativas imprecisas. O processo de controle integrado de mudanças tem como função evitar mudanças desnecessárias, identificar proativamente mudanças, verificando suas origens, e distribuir informações sobre elas. Pode ter como entrada: 58 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I • requisições de mudanças; • ações corretivas recomendadas; • ações preventivas recomendadas; • reparo de defeitos recomendados. 4.1.6 Orientar e gerenciar a execução do projeto O processo de orientar e gerenciar a execução do projeto integra o grupo de processos de execução e consiste na execução das atividades necessárias para atingir as metas, devendo seguir o plano de gerenciamento do projeto. As principais entradas desse processo são: • ações corretivas e preventivas; • reparos de defeitos validados e aprovados; • mudanças aprovadas pelo controle integrado de mudanças. As principais saídas são as entregas previstas no planejamento. 4.1.7 Monitorar e controlar o trabalho do projeto Monitorar e controlar o trabalho do projeto integra o grupo de processos de monitoramento e controle, tendo o papel de comparar o desempenho obtido com o plano do projeto. Esse processo gera ações corretivas e preventivas em suas saídas e tem como entradas o plano de gerenciamento de projetos e as informações de desempenho do projeto. 4.1.8 Encerrar o projeto ou a fase Encerrar o projeto ou a fase integra o grupo de processos de encerramento e tem o papel de finalizar todas as atividades do cronograma, bem como de entregar o produto do projeto de acordo com as especificações. Esse processo é frequentemente ignorado pelos gerentes de projeto, que atribuem pouca importância a ele. No entanto, é nele que é considerada a aceitação formal do cliente e no qual ocorre o encerramento administrativo. O PMI (2008) recomenda que os processos sejam encerrados de modo que as informações úteis não se percam. Estas são as chamadas lições aprendidas, fundamentais para a geração de uma base de 59 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS dados que irá compor um conjunto de informações históricas sobre os projetos, contribuindo para o gerenciamento do conhecimento. Observação As lições aprendidas geram na organização, seja ela estruturada em projetos ou não, subsídios para futuras tomadas de decisão corretas no andamento de outros projetos. Resumo Esta unidade iniciou-se com uma série de conceitos gerais e importantes sobre projetos e gerenciamento de projetos. Foram mencionados os conceitos de projetos, programas, portfólio e operações, bem como suas diferenças e semelhanças, enfatizando quem engloba o que, ou seja, um programa é um conjunto de projetos, um portfólio é um conjunto de programas e projetos. Foram discutidas as características fundamentais de um projeto, que são: temporal, de exclusividade, de objetividade. Com esse intuito, foi fundamental diferir operação e projeto. Na primeira, o produto não é único, não há fim, e nem sempre há uma meta única, diferentemente dos projetos. Trouxemos ainda os conceitos de gerenciamento de projetos, de programa e de portfólio, bem como suas diferenças, com uma ênfase especial no gerenciamento de projetos, explicando a sua maturidade e como pode ser medida por meio de modelos. Vimos as estruturas organizacionais de uma corporação. Foi demonstrada uma escala de maior importância atribuída aos projetos quando se utilizam as estruturas funcionais, matricial e projetizada. Foi apresentada a definição de escritório de projetos, com informações sobre sua implementação, maturidade dentro das corporações e uma menção sobre os principais modelos e métodos de gerenciamento de projetos. Também foi realizada uma abordagem sobre os métodos tradicionais de gestão de projetos difundidos no mundo inteiro, com ênfase no PMBOK, mas sem se esquecer da metodologia PRINCE2. Comentamos sobre o Manifesto Ágil e os métodos ágeis, com ênfase no Scrum, lembrando de seu uso na área de tecnologia da informação. 60 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I Esta unidade foi concluída ressaltando-se a importância da integração na gestão de projetos como uma área que permeia todo o ciclo de vida do gerenciamento de projetos, tendo processos no grupo de iniciação, planejamento, execução, encerramento e monitoramento e controle. Vimos a importância de dois documentos fundamentais gerados pela integração. O termo de abertura de projeto na fase de iniciação e o plano de gerenciamento do projeto na fase de planejamento. Exercícios Questão 1. Leia o texto a seguir: O Guia PMBOK® é um manual de boas práticas aplicadas ao gerenciamento de projetos, e é mantido pelo Project Management Institute, o PMI®. PMBOK® é uma abreviação do inglês Project Management Body of Knowledge, quepodemos traduzir para o português como “O Corpo de Conhecimento em Gerenciamento de Projetos”, ou como o próprio PMBOK® em português se intitula: “O Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos”. Fonte: NOVA... (2013). Sobre o PMBOK®, podemos afirmar que: I – É a única forma de gerenciar projetos. II – Abrange processos pertinentes a projetos desde o início até o encerramento. III – Fornece um vocabulário comum aos gerentes de projetos, o que facilita seu entendimento. Assinale a alternativa correta: A) Somente a afirmativa I é falsa. B) Somente a afirmativa II é verdadeira. C) Somente a afirmativa III é verdadeira. D) Todas as afirmativas são verdadeiras. E) Todas as afirmativas são falsas. Resposta correta: alternativa A. 61 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS Análise das afirmativas I – Afirmativa falsa. Justificativa: segundo o PMI®, o PMBOK® é um guia de boas práticas que, comprovadamente, funciona na maioria dos projetos, na maior parte do tempo. Isso significa não que este seja o modelo mais correto ou que somente as práticas que recomenda funcionem no gerenciamento eficaz e eficiente de projetos, mas que pode ajudar, e muito, na diminuição dos problemas do dia a dia e aumentar as chances de sucesso dos projetos. II – Afirmativa verdadeira. Justificativa: o Guia PMBOK® apresenta grupos de processos que abrangem diversas áreas de conhecimento. A partir da combinação entre grupos de processos e áreas de conhecimento, o Guia PMBOK® apresenta processos que são sugeridos como necessários e aplicáveis para gerenciar um projeto, desde o seu início até a sua entrega. III – Afirmativa verdadeira. Justificativa: o Guia PMBOK® é padronizado com um vocabulário e com expressões comuns que facilitam o entendimento dos profissionais que o utilizam, independentemente das empresas nas quais eles atuem. Questão 2. Leia o texto a seguir: A Certificação de Profissional de Gerenciamento de Projetos (PMP)® do PMI é a certificação para gerentes de projeto reconhecida como a mais importante para a indústria. Reconhecida e exigida mundialmente, a certificação PMP® atesta que você tem formação, experiência e competência para conduzir e dirigir projetos. Este reconhecimento é verificado através da crescente exigência, por meio dos empregadores, para que seus gerentes de projetos sejam certificados. Ainda, de acordo com a Pesquisa sobre Salários do PMI – Sétima Edição, os profissionais certificados PMP possuem um diferencial no seu salário, ficando acima dos seus colegas e pares não certificados. Fonte: PMI, [sd]. Sobre a certificação PMP, podemos afirmar que: I – Somente gerentes de projetos com nível de formação superior podem se candidatar para o teste. II – O nível de acerto nas questões deve ser superior a 75% para obter a certificação. III – Gerentes de projetos iniciantes precisam comprovar 2.500 horas de projeto para se candidatar ao teste. 62 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade I Assinale a alternativa correta: A) Somente a afirmativa I é falsa. B) Somente a afirmativa II é verdadeira. C) Somente a afirmativa III é verdadeira. D) Todas as afirmativas são verdadeiras. E) Todas as afirmativas são falsas. Resolução desta questão na plataforma. 63 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS Unidade II 5 ESCOPO E TEMPO EM PROJETOS 5.1 Gerenciamento do Escopo em Projetos 5.1.1 Conceitos O Gerenciamento do Escopo do Projeto preocupa-se com a definição de todo o trabalho do projeto e apenas com o trabalho necessário para atingir com sucesso as metas e os objetivos do projeto. Essa área de conhecimento compreende processos que possam garantir que o projeto seja bem- sucedido. Esses processos são cinco, segundo o PMI (2008): • Coletar os requisitos: — integra o grupo de processos de planejamento; • Definir o escopo: — integra o grupo de processos de planejamento; • Criar a Estrutura Analítica de Projetos (EAP): — integra o grupo de processos de planejamento; • Verificar o escopo: — integra o grupo de processos de monitoramento e controle; • Controlar o escopo: — integra o grupo de processos de monitoramento e controle. 5.1.2 Coletar os requisitos Integra o grupo de processos de planejamento e tem o objetivo de coletar os requisitos das partes interessadas a fim de gerar subsídios para a criação da estrutura analítica de projetos. A responsabilidade sobre esse processo é do gerente de projeto. 64 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade II As entradas para ele são: • Termo de Abertura do Projeto; • coleta das expectativas dos stakeholders, por meio de workshops, entrevistas e outros eventos. As saídas são: • documento de requisitos; • plano de gerenciamento de requisitos; • matriz de requisitos. 5.1.3 Definir o escopo Antes de definir esse processo, é necessário diferenciar o que é escopo de projeto e escopo de produto. Escopo de projeto é o conjunto das tarefas necessárias para atingir os objetivos do projeto, e escopo do produto é o conjunto de características do produto ou serviço do projeto final que é entregue. Por exemplo, certa faculdade contrata uma empresa para desenvolver um software para controle acadêmico dos alunos. O escopo do produto é constituído de diversos itens; na sequência, estabeleceram-se alguns: • o sistema deve utilizar o CPF como identificador principal do aluno; • deve existir uma tela de consulta de matrícula; • as informações do aluno devem ser alteradas apenas por usuários privilegiados; • é feito o registro de todo o histórico escolar do aluno. Nesse mesmo exemplo, iria compor o escopo do projeto: • desenvolvimento das telas principais; • treinamento dos usuários; • elaboração de documentação de todo o sistema. Conceituado, então, devidamente escopos de projeto e de produto, é possível agora afirmar que o processo de definir o escopo tem o papel de descrever claramente o escopo do projeto em função de entregáveis ou resultados concretos do trabalho realizado. A principal saída desse processo é a declaração de escopo. Esse documento serve de referência para decisões futuras do projeto e descreve o escopo do projeto detalhado em entregáveis. 65 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS A declaração de escopo deve possuir os seguintes itens: • características do produto ou serviço do projeto; • uma lista dos principais resultados do projeto; • os objetivos do projeto. 5.1.4 Criar a Estrutura Analítica de Projeto (EAP) Esse processo é responsável por gerar a EAP, também conhecido pelo termo em inglês Work Breakdown Structure (WBS). Trata-se de um agrupamento dos componentes do projeto orientado aos entregáveis, que organiza e define o escopo total do projeto. Para a criação da EAP, utiliza-se a técnica de decomposição, em que os principais produtos do projeto são divididos em nível de detalhe suficiente para auxiliar a equipe na definição e na divisão de tarefas do projeto. A decomposição envolve os seguintes passos: • identificação dos principais resultados do projeto, incluindo o próprio gerenciamento; • decisão sobre a adequação do detalhamento de cada resultado principal, definição das estimativas de custo e duração; • identificação dos componentes de cada um dos resultados principais; • verificação se a decomposição está precisa. Segundo Monteiro (2008), uma EAP com riqueza de detalhamento contribui com a prevenção das alterações de escopo, devido ao fato de ser claro para os stakeholders sobre o que integra ou não o projeto. Para elaborar uma EAP, é necessário seguir ao menos seis passos: • passo 1: estabelecer o primeiro nível (nível 0) da eap, como o nome do projeto; • passo 2: estabelecerno segundo nível (nível 1) as fases que estabelecem o ciclo de vida do projeto; • passo 3: acrescentar mais um elemento no nível 1, no intuito de conter os entregáveis do gerenciamento do projeto; • passo 4: identificar os subprodutos necessários para que seja alcançado o sucesso do projeto em cada fase; 66 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade II • passo 5: para cada subproduto, verificar estimativas de custos e tempo, possibilitando a identificação de riscos e atribuição de responsabilidades; • passo 6: revisitar e refinar a EAP. Como exemplo, será utilizado o simples projeto de pintura de uma casa. O primeiro passo, criação do nível 0, está descrito na figura a seguir. Projeto de pintura da casa Figura 16 – Nível 0 da EAP Para o segundo passo, criação do nível 1, a descrição encontra-se a seguir. Projeto de pintura da casa Pesquisa HomologaçãoConcepção Aquisições Figura 17 – Construção do nível 1 da EAP Para o terceiro passo, criação do elemento gerenciamento do projeto, a descrição encontra-se na figura que segue. Projeto de pintura da casa Concepção Pesquisa HomologaçãoGerenciamento do projeto Aquisições Figura 18 – Criação do elemento de gerenciamento de projeto Para o quarto passo, identificação dos subprodutos, a descrição encontra-se na figura a seguir. 67 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS Projeto de pintura da casa Concepção Premissas e restrições Estudo de viabilidade Pesquisa Pesquisa de fornecedores Homologação Verificação de pintura Gerenciamento do projeto Plano de projeto Controle Fechamento Aquisições Aquisição de recursos Figura 19 – Identificação de subprodutos A EAP deve ser acompanhada de seu dicionário, que descreve o trabalho a ser realizado em cada um de seus elementos. Essas descrições são os pacotes de trabalho, que estão nos elementos mais inferiores da EAP. Exemplo de aplicação Tente construir uma WBS de um projeto de construção de uma casa. 5.1.5 Verificar o escopo Esse processo integra o grupo de monitoramento e controle, sendo responsável por obter a aprovação formal do escopo do projeto por parte de seus stakeholders, devendo acontecer ao término de cada fase do ciclo de vida do projeto, revisando todos os entregáveis. Embora em certas situações pareça confuso, a verificação de escopo não é o mesmo que controle de qualidade. Verificar escopo é aceite de resultados; e controle de qualidade é verificação de resultados. As entradas desse processo são: • declaração de escopo; • EAP; • entregáveis. 68 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade II As saídas desse processo são: • formulário de aceite; • solicitação de mudanças; • ações corretivas. 5.1.6 Controlar o escopo Esse processo é responsável por garantir que as mudanças sejam acordadas por todos, identificando quando ocorreram. O controle de escopo é fundamental para o sucesso do projeto, devido à sua eficiente gestão sobre as mudanças. A frequente mudança no escopo é uma das principais causas de fracasso nos projetos. As principais origens na alteração do escopo são: • diversos erros na avaliação inicial das metas do projeto; • novas informações sobre o produto desejado; • mudanças no negócio ou no ambiente organizacional; • novas expectativas do cliente. As principais entradas desse processo são: • declaração de escopo; • EAP; • dicionário da EAP; • plano de gerenciamento do escopo; • relatórios de desempenho do projeto; • aprovação de requisições de mudanças. As principais saídas desse processo são: • solicitação de mudanças aprovadas; • ações corretivas; • plano de projeto atualizado; • novo baseline de escopo do projeto. 69 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS Lembrete Escopo do produto são características e funcionalidades do produto. Escopo do projeto é todo o trabalho que precisa ser realizado no projeto para produzir o produto. 5.2 Gerenciamento do tempo em projetos 5.2.1 Conceitos De todos os recursos com os quais a humanidade tem que se debater em suas atividades cotidianas, o “tempo” é um dos principais e apresenta uma característica única: inexorabilidade. Por certo, tempo gasto é tempo perdido, não é possível recuperar. Dessa forma, o correto Gerenciamento de Tempo assume uma importância vital na implantação dos empreendimentos (DINSMORE; BARBOSA, 2009, p. 83). O gerenciamento do tempo tem a responsabilidade de estimar a duração das atividades do plano do projeto, elaborar o cronograma, além de monitorar e controlar desvios do cronograma. Em linhas gerais, seria seu objetivo conseguir a conclusão do projeto em tempo hábil. Essa área de conhecimento possui seis processos, sendo em sua grande maioria processos de planejamento. São eles: • Definir as atividades: — integra o grupo de processos de planejamento; • Sequenciar as atividades: — integra o grupo de processos de planejamento; • Estimar os recursos da atividade: — integra o grupo de processos de planejamento; • Estimar a duração das atividades: — integra o grupo de processos de planejamento; • Desenvolver o cronograma: — integra o grupo de processos de planejamento; 70 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade II • Controlar o cronograma: — integra o grupo de processos de monitoramento e controle. 5.2.2 Definir as atividades Definir as atividades é o processo de identificação e documentação das atividades específicas que devem ser realizadas com a finalidade de produzir os entregáveis, perfeitamente identificados na EAP. Para esse processo são utilizadas as tarefas de decomposição, planejamento de ondas sucessivas, criação de listagens de atividades e criação de atributos de atividades. A decomposição dos entregáveis vai servir de base para a elaboração do cronograma. A lista de atividades relaciona aquilo que deve ser executado no projeto. Atributos das atividades é a documentação completa sobre a atividade, podendo ser constituídos, ao máximo, pelos seguintes componentes: • código da atividade; • fase em que a atividade será executada; • responsável pela execução da atividade; • restrições e premissas de cada atividade; • as atividades predecessoras e sucessoras, bem como suas dependências; • as estimativas de esforços e custos e a documentação de como chegarmos a essas estimativas; • relatórios dos especialistas na definição das atividades. As principais entradas desse processo são: • fatores organizacionais; • ativos de processos organizacionais; • Termo de Abertura do Projeto; • declaração de escopo do projeto; • EAP. As saídas desse processo são: 71 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS • lista de atividades; • atributos das atividades; • lista de marcos; • solicitação de mudanças. 5.2.3 Sequenciar as atividades Esse processo é responsável por identificar e documentar as relações entre as atividades por meio de um sequenciamento lógico, de modo a obter um trabalho executável. É nesse processo que se utiliza o Diagrama de Redes, que nada mais é do que uma ferramenta gráfica para o desenvolvimento lógico do projeto, mostrando como as atividades serão executadas do início ao fim. Os principais métodos utilizados nesse processo são: • Método de Diagrama de Setas (Arrow Diagramming Method – ADM); • Método de Diagrama de Nós (Precedence Diagramming Method – PDM). O ADM é um método americano em que as setas indicam as atividades e os círculos ou caixas, os eventos entre as atividades. Esse método utiliza apenas relações de dependência término-início. Para exemplificar melhor seu uso, tem-se o exemplo das atividades representadas no quadro a seguir.Quadro 3 – Tarefas com suas precedências, sucessões e duração Tarefa Precedente Sucessora Duração (dias) A - D 1 B - E 2 C - F 3 D A - 7 E B H 5 F C G 1 G F H 2 H E, G - 6 Adaptado de: Monteiro (2008, p. 71). 72 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade II O diagrama construído a partir da relação de tarefas pode ser encontrado na figura a seguir. 10 30 40 20 60 50 70 A 1 B 2 C 3 D 7 E 5 G 2 6 F 1 H Figura 20 – Diagrama ADM As observações sobre esse exemplo são as seguintes: • O evento 10 é o de partida e tem a data 0. • A tarefa A tem duração de um dia; portanto, o evento 40 ocorre no final da data 1. • A tarefa B tem duração de dois dias; portanto, o evento 30 ocorre no final da data 2. • A tarefa C tem duração de três dias; portanto, o evento 20 ocorre no final da data 3. • Considerando que a tarefa F tem duração de um dia, o evento 50 só ocorre na data 4, porque ele depende do término da tarefa C. • A data mais cedo do evento 60 depende do término das tarefas E, com duração de cinco dias (que depende de B, com duração de dois dias), e G, com duração de dois dias (que depende de F e C, com duração total de quatro dias). Portanto, a data mais cedo para o evento 60 é a data do caminho com maior duração, ou seja, a data 7. • De modo análogo, o evento 70 terá a data mais cedo de 13 dias. A rede calculada com a data de início mais cedo pode ser vista na figura a seguir: 73 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS 10 30 40 20 60 50 70 A 1 1 20 7 13 3 4 B 2 C 3 D 7 E 5 G 2 6 F 1 H Figura 21 – Diagrama de Rede calculado com data de início mais cedo Para o cálculo da data de início mais tarde do projeto, consideram-se as tarefas e os eventos a partir dos últimos. Segue a sequência: • Evento 70 tem como data mais tarde 13. • Para não prejudicar o evento 70, a data mais tarde do evento 60 será 7, considerando a tarefa H com seis dias. • Para não prejudicar a data mais tarde do evento 70, a data mais tarde do evento 40 será a data 6, considerando a tarefa D com sete dias. • Para não prejudicar a data mais tarde do evento 60, a data mais tarde do evento 50 será a data 5, considerando a tarefa G com dois dias. • Do mesmo modo, calcula-se a data mais tarde do evento 30 como sendo 2. • Para o evento 20, a data mais tarde será 4. • Para o evento 10 é a data 0. O Diagrama de Rede calculado com as datas mais cedo (na porção inferior) e mais tarde (na porção superior) pode ser visto a seguir. 74 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade II 10 30 40 20 60 50 70 A 1 1 6 2 2 0 0 7 7 13 13 3 4 4 5 B 2 C 3 D 7 E 5 G 2 6 F 1 H Figura 22 – Diagrama de Rede completo Saiba mais Para conhecer outros métodos de cálculos de redes, sugere-se a leitura do capítulo 4 da seguinte obra: DINSMORE, P. C.; BARBOSA, A. M. C. Como se tornar um profissional em gerenciamento de projetos: livro-base de “Preparação para certificação PMP – Project Management Professional”. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2009. O PDM é um método francês em que os nós ou as caixas indicam as atividades e as setas, as ligações entre elas. A dependência entre as tarefas pode ser de três tipos: • obrigatória: deve obedecer a uma ordem de execução que não pode ser mudada; • arbitrária: a decisão sobre qual atividade será executada em primeiro lugar é baseada na experiência ou preferência de quem a executa; • externa: determinada por fatores externos ao projeto. 75 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS 5.2.4 Estimar os recursos das atividades É o processo responsável por efetuar as estimativas do tipo e quantidades de material, pessoas, equipamentos e suprimentos exigidos para o desempenho das atividades. As principais entradas desse processo são: • informações sobre a infraestrutura da organização; • lista de atividades; • atributos das atividades; • avaliação dos recursos; • plano do projeto. E as principais saídas são: • quantidade necessária de recursos para execução de cada atividade do projeto; • atributos das atividades atualizadas; • solicitação de mudanças; • disponibilidade de recursos atualizada. 5.2.5 Estimar a duração das atividades É o processo de aproximação do número de períodos de trabalho que serão necessários para que se concluam as atividades individuais com os recursos estimados. Essas estimativas podem ser feitas a partir das seguintes técnicas: • estimativa por analogia: baseia-se nas informações históricas, ou seja, em resultados anteriores; • estimativa paramétrica: aplica um modelo quantitativo de produtividade; • estimativa bottom-up: decompõe as atividades até chegar ao máximo de detalhamento; • modelos PERT e CPM: são modelos matemáticos para análise de caminhos críticos. 5.2.6 Desenvolver o cronograma É o processo responsável por determinar as datas de início e fim de todas as tarefas do projeto. 76 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade II 5.2.7 Controlar o cronograma É o processo responsável por identificar e garantir a concordância com as mudanças no cronograma. 6 QUALIDADE E CUSTOS EM PROJETOS 6.1 Gerenciamento da qualidade em projetos 6.1.1 Conceitos Os conceitos básicos relacionados ao gerenciamento da qualidade adotados pelo PMI são compatíveis com a abordagem adotada pela International Organization for Standardization (ISO), bem como as definidas por Deming, Juran, Crosby etc. O gerenciamento da qualidade do projeto deve ser direcionado tanto para o gerenciamento do projeto como para o produto ou serviço resultante do mesmo. Segundo a quarta edição do PMBOK, um projeto com qualidade é aquele concluído em conformidade aos requisitos, especificações (o projeto deve produzir o que foi definido) e adequação ao uso (deve satisfazer às reais necessidades dos clientes). Essa abordagem é baseada na premissa de que o gerente do projeto deve levantar com detalhes as necessidades e expectativas dos usuários em relação ao projeto, especificado – nada mais que isso. Nesse contexto, o gerenciamento da qualidade envolve os processos cujo objetivo é assegurar que o projeto será concluído dentro da qualidade desejada e, dessa forma, garantir a satisfação dos clientes (DINSMORE; BARBOSA, 2009, p. 139). O gerenciamento de qualidade é composto por processos necessários para garantir que as necessidades dos clientes que deram origem ao projeto sejam plenamente satisfeitas. Uma das maneiras de verificar a qualidade de um projeto é observando o nível de conformidade que ele tem em relação aos requisitos e a correta adequação ao uso. Ao mencionar sobre qualidade de projetos em uma empresa, referimo-nos a toda e qualquer atividade que determine a política de qualidade, bem como as metas e responsabilidades para que o projeto consiga atingir os requisitos previamente identificados. A todas essas características dá-se o nome de gestão da qualidade em um projeto. É importante lembrar que a qualidade do projeto envolve todas as políticas, procedimentos e processos que estão envolvidos no desenvolvimento do projeto. Deve-se sempre ter em pauta que a gestão do produto é também a gestão do processo e, consequentemente, do projeto. Pode-se afirmar que os processos referentes à gestão da qualidade foram os que exerceram maior impacto no dia a dia das empresas, em todos os setores da corporação, pois, quando se almeja um produto com qualidade, mudam-se políticas e procedimentos de toda a empresa, e não apenas de determinado setor. 77 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS 6.1.2 O que é gestão de qualidade Na visão de Sashkin e Kiser (1994),a qualidade possui três aspectos fundamentais. O primeiro são as ferramentas e as técnicas que os colaboradores da empresa utilizarão para desenvolver o projeto. Está incluído nesse item o fator treinamento, que os colaboradores devem ter para que possam extrair o máximo das ferramentas disponíveis. O segundo ponto fundamental é ter sempre o cliente como o foco principal. Não se pode esquecer de que ele idealizou o projeto, e é necessário criar condições para que esse ideal se torne real. O terceiro ponto fundamental quando falamos de qualidade é a cultura organizacional. As regras e normas das empresas têm grande impacto no resultado final que apresentaremos ao cliente. A cultura organizacional pode ter impacto positivo sobre o projeto, quando a empresa incentiva os treinamentos e a constante busca pelo aperfeiçoamento de produtos e serviços, ou negativo, quando a empresa não tem essas características. É impossível falar de qualidade sem citar alguns dos grandes autores da área, que tiveram seus conceitos utilizados em todas as teorias de gestão de qualidade, Rossato (1996) fez um levantamento dessas definições, conforme verificaremos a seguir. Qualidade é ausência de deficiências, ou seja, quanto menos defeitos, melhor a qualidade (JURAN, 1992, apud ROSSATO 1996, p. 9). Qualidade é a correção dos problemas e de suas causas ao longo de toda a série de fatores relacionados com marketing, projetos, engenharia, produção e manutenção que exercem influência sobre a satisfação do usuário (FEIGENBAUM, 1994, apud ROSSATO 1996, p. 8). Qualidade é a conformidade do produto às suas especificações. As necessidades devem ser especificadas, e a qualidade é possível quando essas especificações são obedecidas sem ocorrência de defeito (CROSBY, 1986, apud ROSSATO 1996, p. 31). Qualidade é tudo aquilo que melhora o produto do ponto de vista do cliente. Deming associa qualidade à impressão do cliente, portanto não é estática. A dificuldade em definir qualidade está na renovação das necessidades futuras do usuário em características mensuráveis, de forma que o produto possa ser projetado e modificado para dar satisfação por um preço que o usuário possa pagar (DEMING, 1993, apud ROSSATO 1996, p. 56). Qualidade é desenvolver, projetar, produzir e comercializar um produto de qualidade que é mais econômico, mais útil e sempre satisfatório para o consumidor (ISHIKAWA, 1993, apud ROSSATO 1996, p. 43). 78 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade II Lembrete Sem qualidade uma empresa não consegue crescer e expandir seus produtos e serviços. Nos últimos tempos, com a crescente globalização dos produtos, a qualidade ganhou destaque no cenário empresarial, sendo item fundamental para qualquer bom gestor. Paladini (1994) diz que qualidade pode ser definida como capacidade de adequação ao uso em três estruturas básicas: • Qualidade in-line: trata-se do modelo mais clássico, que tem ênfase na qualidade que podemos obter por meio do nível de produção, considerando as linhas de produção. • Qualidade off-line: trata-se do esforço empreendido pelas áreas que não têm ligação direta com as linhas de produção, ou seja, são caracterizadas pelas áreas que dão suporte à linha de produção, mas não participam do processo produtivo. • Qualidade on-line: trata-se de todo o esforço que a empresa gasta para realizar a captação, com a maior agilidade possível. Também estão ligadas a essa estrutura as alterações realizadas tendo como base a preferência do cliente, os hábitos e fatores comportamentais do consumidor e a forma como a empresa adapta-se aos novos tempos e ao surgimento de produtos e concorrentes no mercado. Sashkin e Kiser (1994) destacam a importância das ferramentas sociais dentro do processo de produção do desenvolvimento dos valores fundamentais para que a empresa possa disseminar a cultura e a sustentação de todo o processo de gestão da qualidade de produtos e serviços. Para esses autores, uma das principais características quando se menciona o processo de disseminação da qualidade pela empresa é o aspecto da liderança; dessa forma, é essencial que os executivos ajam como líderes com visão de qualidade. As principais ferramentas sociais são: • Delegar poderes aos colaboradores: levando em consideração as adequadas configurações de cargos. Quando configuramos um cargo, temos como principal meta determinar quais são as atividades adequadas, fazendo com que os colaboradores sintam a agradável sensação de estarem se realizando profissionalmente e tendo pleno controle sobre suas atitudes e decisões corporativas. • Desenho total de cargos: as tarefas que serão desempenhadas pelos colaboradores precisam ser desenhadas de maneira a formar um cargo que tenha completeza e coerência, pois a busca do ser humano, não apenas no ambiente corporativo, mas na vida em geral, é a sensação de estar completo. 79 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS • Desenho de trabalho de equipe: sabemos que, nos dias atuais, as tarefas que executamos durante o processo de realização do nosso trabalho possuem alto grau de complexidade. Assim, só quando formamos equipes de trabalho e executamos o trabalho em conjunto, temos a possibilidade de solucionar problemas complexos de forma eficiente e rápida. • Estimular os colaboradores a participar do capital empresarial: esse ponto não é fundamental quando falamos de ferramentas sociais da qualidade, mas deve ser estimulado. Uma empresa nunca pode negligenciá-lo, pois quando estimula seus colaboradores a participar de seu capital, está estimulando sua participação na empresa. No entanto, é fundamental que esse colaborador possua algum tipo de participação no processo decisório da empresa. • Garantir a justa remuneração do colaborador: essa ferramenta está ligada ao processo de participação do colaborador no capital da empresa e tem impacto direto sobre três pontos importantes: remuneração feita a partir dos resultados obtidos, sensação de justiça e recompensa, esses são os fatores estimulantes que a empresa deve oferecer. • Garantir que o colaborador tenha certa estabilidade no emprego: quando se sente seguro dentro do ambiente corporativo, ele tende a desempenhar suas tarefas de maneira mais efetiva. Esse fator, em longo prazo, tende a gerar maior produtividade. • Criar um clima de igualdade e decisões justas: quando os gestores de uma empresa adotam essa postura, criam um clima de igualdade e coerência entre todos os funcionários, fazendo com que se relacionem com o fator da justiça em suas mais diferentes dimensões. Saiba mais Sobre a adoção de normas, especificamente para a qualidade ISO 9001, sugere-se a leitura do seguinte artigo: FELTRACO, E. J. et al. Análise da adoção de normas para a qualidade ISO 9001: um estudo de caso com base no ciclo PDCA na visão dos envolvidos no processo. Revista Educação e Pesquisa, 2012, São Paulo, v. 2, n.1, p. 43-56. Disponível em: <http://logus.sc.senac.br/index.php/navus/article/view/55>. Alexandre e Ferreira (2000) listam alguns fatores que podem se tornar verdadeiros obstáculos para o sucesso da implementação dos modelos de gestão da qualidade. Um dos principais é a ausência de liderança e de comprometimento por parte da alta administração, tanto no que tange às metas que nortearão a gestão da qualidade como aos recursos que serão alocados para que a gestão da qualidade possa ser efetiva. Durante o processo de implementação da gestão da qualidade, segundo Alexandre e Ferreira (2000), devemos observar alguns aspectos: 80 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade II • Cultura empresarial: devemos sempre observar os aspectos culturais, especialmente no que se refere a fatores como liderança e gerenciamento, bem como a delegação de atividades e responsabilidades, resultadose metas, treinamentos e metodologia utilizada pela empresa. • Tecnologia utilizada pela empresa: quando falamos em processos de gestão de qualidade, estamos falando também das tecnologias que empregamos para executar esse processo. Dentro desse item devemos destacar elementos como formas de verificação da qualidade, inspeção, armazenamento, distribuição, compilação e reprodução das informações, e isso deve ocorrer durante todo o processo de produção dos produtos e serviços. • Aspectos de mercado: quando falamos de mercado, estamos nos referindo, especialmente, a nossos clientes, bem como aos impactos que nossos produtos e serviços causam no sistema de gestão idealizado. 6.1.3 Processos do Gerenciamento de Qualidade em Projetos Segundo o PMI (2008), o processo de gestão da qualidade de um projeto inclui todas as fases e atividades da empresa que executa as tarefas, bem como as devidas determinações de políticas de qualidade, objetivos e responsabilidades, de forma que o projeto consiga satisfazer as necessidades que deram origem a ele. Os processos que envolvem o gerenciamento da qualidade, segundo o Guia PMBOK, são: • Planejar a qualidade: integra o grupo de processos de planejamento, sendo responsável pela identificação dos requisitos ou padrões de qualidade do projeto ou produto, bem como pela documentação da maneira como o projeto demonstrará conformidade. • Realizar a garantia de qualidade: integra o grupo de processos de execução, sendo responsável pelo processo de auditoria da qualidade e dos resultados das medições de controle de qualidade para garantir que sejam usados os padrões de qualidade e as definições operacionais apropriadas. • Realizar o controle de qualidade: integra o grupo de processos de monitoramento e controle, sendo responsável pelo monitoramento e registro dos resultados da execução das atividades de qualidade para avaliar o desempenho e recomendar as mudanças necessárias. Lembrete O PMI é um dos mais importantes guias para gestão de projetos, e é o mais usado no mundo todo, inclusive no Brasil. A gestão da qualidade inclui o gerenciamento do projeto e do produto e pode ser aplicada a todos os tipos de projetos, independentemente de sua origem. 81 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS As métricas e técnicas de qualidade de determinado produto são particulares dele e têm características próprias que estão ligadas à finalidade que o produto ou o projeto terá. Ao usar como exemplo um produto de software, utilizaremos abordagens e medidas específicas para esse projeto bem diferentes do projeto da construção de um prédio, por exemplo! Mas a gestão da qualidade é essencial em ambos. Nos dois casos que apresentamos, devemos cumprir integralmente os requisitos da qualidade, pois, caso isso não aconteça, podemos ter consequências graves para uma ou mais partes interessadas no projeto que está sendo desenvolvido. O PMI mostra alguns exemplos: Cumprir os requisitos do cliente sobrecarregando a equipe do projeto pode resultar em aumento dos atritos entre os funcionários, erros ou mesmo retrabalho. Cumprir os objetivos do cronograma do projeto apressando as inspeções de qualidade planejadas pode resultar em erros não detectados (PMI, 2008, p. 160). Alguns fatores são fundamentais para a realização do gerenciamento da qualidade. São eles: • saber a forma como os itens de qualidade serão gerenciados; • saber, antecipadamente, quais são as ferramentas, técnicas e tecnologias que utilizaremos para garantir a qualidade (Seis Sigma, TQM, entre outras); • determinar com qual frequência os itens e os requisitos do projeto serão inspecionados; • como serão administradas as mudanças referentes à não qualidade, à não conformidade e ao não cumprimento dos requisitos; • quem será o responsável pela gestão da qualidade, bem como pelo controle do plano. Assim como qualquer outro item de gerenciamento, a qualidade tem custos, sendo, inclusive, bem maiores e mais danosos que os da não qualidade. Entre eles, ressaltam-se os relacionados a treinamentos, controle, testes, auditorias e homologação. Da mesma forma, é possível listar alguns custos relativos a não qualidade de produtos e serviços: retrabalho, reparos, atrasos, diminuição da credibilidade da marca, perda de clientes e custos com manutenção e assistência técnica. Observação De acordo com o PMI (2008), precisão e exatidão não são iguais! Precisão quer dizer que os valores que foram medidos apresentam pouca ou nenhuma variação. Exatidão quer dizer que o valor que foi medido e verificado está bem próximo ao valor considerado ideal. Uma medida pode ser exata sem ser precisa! 82 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade II Conforme já mencionado no início desta unidade, a abordagem que o PMI faz sobre qualidade está em total conformidade com as normas da ISO. Ambas as regras para que as empresas alcancem a qualidade são compatíveis e podem ser usadas conjuntamente. O item de gestão da qualidade do PMI também tem total conformidade com os grandes pensadores da área. Outros tipos de abordagem, que são consideradas como não proprietárias, são: a Gestão da Qualidade Total, a metodologia Seis Sigma, o FMEA (Análise de Modos e Efeitos da Falha – Failure Mode and Effect Analyses) e o método de melhoria contínua, os quais também têm conformidade com o guia de gerenciamento mais usado no mundo. A gestão da qualidade, com uma visão moderna, completa o bom gerenciamento de projetos. Tanto a ISO como o PMBOK destacam a relevância das seguintes características: Satisfação do cliente: entender, avaliar, definir e gerenciar as expectativas para que os requisitos dos clientes sejam atendidos. Para que isso aconteça, é necessário que façamos a combinação de conformidade com os requisitos (para que o cliente tenha a garantia de que seu projeto produzirá o que foi idealizado para produzir) e que o produto tenha adequação ao uso, ou seja, o produto ou serviço devem satisfazer as reais necessidades dos clientes. Prevenção ao invés de inspeção: um dos princípios fundamentais do moderno gerenciamento da qualidade determina que a qualidade precisa ser planejada, projetada e incorporada, em vez de inspecionada. O custo de prevenir os erros geralmente é muito menor do que o custo que a empresa terá quando necessita corrigir os erros, erros esses que, geralmente, são encontrados no processo de inspeção. Melhoria contínua: o ciclo PDCA (Plan, Do, Check Act, ou planejar, fazer, verificar, agir) é a base para a melhoria contínua da qualidade, conforme definido por Shewhart e modificada por Deming. Além disso, as iniciativas da melhoria contínua da qualidade empreendidas pela organização executora, tais como a Gestão da Qualidade Total e o Seis Sigma, devem aprimorar a qualidade do gerenciamento do projeto e também a qualidade do produto do projeto. Os modelos de melhoria do projeto incluem Malcolm Baldrige, o Modelo Organizacional de Maturidade em Gerenciamento de projetos (Organizational Project Management Maturity Model – OPM3) e o Modelo Integrado de Maturidade e Capacidade (Capability Maturity Model Integrated – CMMI). Responsabilidade da gerência: o sucesso exige a participação de todos os membros da equipe do projeto, mas continua sendo responsabilidade da gerência fornecer os recursos necessários ao êxito (PMI, 2008, p. 190). 83 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS 6.1.4 O custo da qualidade (CDQ) Muitas empresas utilizam o termo “custo da qualidade”, mas sabe-se que essa expressão poderia ser substituída pelo termo “investimento na qualidade”, pois, sem dúvida, as empresas têm grande prejuízo quando não investem em qualidade. Em termos gerais, o CDQ diz respeito aos esforços gastos com a qualidade no decorrer de todo o ciclo de vidado produto. Todas as decisões tomadas durante a execução de um projeto podem causar impactos nos custos operacionais relativos à qualidade. Esses impactos podem resultar em produtos devolvidos, em consequência de reclamações e de defeitos apresentados por eles. As campanhas de devolução de produtos são chamadas de recall. Dessa forma, em consequência do caráter temporário empregado em um projeto, a corporação que o patrocina pode fazer a opção pelo investimento na constante melhoria da qualidade de seus produtos, especialmente na avaliação e prevenção de defeitos, visando reduzir o custo externo da qualidade (PMI, 2008). Os custos envolvidos na área de conhecimento de gerenciamento da qualidade são os seguintes: • Custo de conformidade (durante o projeto, para evitar as falhas): — prevenção de custos: treinamentos, equipamentos, documentação de processos; — custos de avaliação: testes, perda de teste destrutivo, inspeções. • Custo de não conformidade (durante e após o projeto, devido a falhas): — custos de falhas internas: retrabalho e descarte; — custos de falhas externas: responsabilidades, trabalho de garantia e perda de negócios. 6.1.5 Planejar a qualidade No passado, a ideia de controlar a qualidade era baseada na inspeção total dos produtos, ao final da sua linha de montagem. Este conceito evoluiu com a introdução do Controle Estatístico do Processo (CEP) e, posteriormente, com a introdução dos conceitos de Controle de Qualidade Total (CQT) e Gerenciamento da Qualidade Total (GQT). Atualmente, o foco da qualidade está voltado para o planejamento, possibilitando a prevenção da ocorrência de falhas, bem como a ação sobre as causas dos problemas, no sentido não somente de corrigir, mas também de proporcionar a melhoria dos processos. Esta abordagem baseia-se principalmente na premissa de que o custo da prevenção de erros é sempre muito menor do que o custo para corrigi-lo, 84 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade II uma vez que a prevenção proporciona a identificação de um problema em um instante mais cedo (DINSMORE; BARBOSA, 2009, p. 142). O processo de planejamento da qualidade começa ao se identificarem os requisitos necessários, ou os padrões de qualidade necessários para construir o produto ou o projeto. É importante lembrar que o produto ou o projeto desenvolvido precisará demonstrar conformidade com todos os outros projetos já existentes na empresa. Ao contrário do que alguns gestores consideram, o processo de planejamento da qualidade não deve ser feito separadamente do restante do projeto; mas, sim, ao mesmo tempo em que outros planejamentos são realizados. O plano de gerenciamento da qualidade do projeto estabelece quais as políticas de qualidade serão adotadas no projeto e como serão implementadas e gerenciadas. Caso a empresa já possua um sistema de qualidade definido, o plano de gerenciamento da qualidade deve estar alinhado com as diretrizes básicas deste sistema, podendo extrair os itens relevantes do mesmo e/ou adaptá-los às necessidades do projeto. Na prática, este plano pode ser formal ou informal, muito detalhado ou resumido, dependendo do projeto em evidência. O plano de qualidade deve ser criado pelo gerente de projeto e pela equipe de projeto, e a sua concepção deve tomar por base a decomposição da EAP em atividades de mais baixo nível que permitam a identificação de ações específicas de qualidade. Dessa forma, o gerente de projeto pode garantir que todo o projeto será contemplado, de forma a produzir um resultado de qualidade e atender as necessidades dos clientes (DINSMORE; BARBOSA, 2009, p. 143). As entradas desse processo são as seguintes: • linha base de escopo – composta pela declaração de escopo do projeto, EAP, dicionário da EAP; • registro das partes interessadas – identifica as partes que têm um determinado interesse no impacto da qualidade; • linha de base do desempenho de custos – documenta a fase de tempo aceita usada na medição do desempenho dos custos; • linha de base do cronograma – documenta todas as medidas de desempenho de prazos aceitas, incluindo as datas de início e término; • registro dos riscos – contém as informações sobre as ameaças e as oportunidades que podem interferir nos requisitos da qualidade; 85 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS • fatores ambientais da empresa – fatores endógenos e exógenos da organização que influenciam no processo de planejamento da qualidade; • ativos de processos organizacionais – impactam no processo do planejamento da qualidade, incluem elementos como: — políticas, procedimentos e diretrizes organizacionais relativos à qualidade; — banco de dados histórico; — lições aprendidas em projetos anteriormente realizados; — políticas de qualidade. As principais ferramentas utilizadas no processo de planejar a qualidade são: • análise do custo-benefício; • análise do custo da qualidade (CDQ); • gráficos de controle; • benchmarking. As saídas desse processo são: • plano de gerenciamento da qualidade; • métricas da qualidade; • listas de verificação da qualidade; • plano de melhorias do processo. 6.1.6 Realizar a garantia da qualidade O conceito de garantia de qualidade está relacionado ao risco potencial de não qualidade, ou seja, um produto ou serviço possui garantia de qualidade quando o seu fornecedor estabelece um processo para o fornecimento do mesmo, de maneira que não existam probabilidades de ocorrência de falhas (DINSMORE; BARBOSA, 2009, p.143). O processo de realizar a garantia da qualidade engloba as atividades sistemáticas e planejadas, por meio do sistema de qualidade, que geram confiança na satisfação a todos os padrões relevantes da 86 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade II qualidade dentro de um projeto. Esse processo deve ser executado ao longo de todo o projeto, no intuito de fornecer a garantia a todos os stakeholders. As entradas desse processo são: • plano de gerenciamento do projeto; • métricas de qualidade; • informações sobre o desempenho do trabalho; • medições do controle da qualidade. As ferramentas e técnicas utilizadas nesse processo são as seguintes: • auditorias de qualidade; • análise de processos; • ferramentas utilizadas no planejamento e no controle da qualidade. As saídas desse processo são: • atualização dos ativos de processos organizacionais; • solicitações de mudança; • atualizações do plano de gerenciamento do projeto; • atualizações dos documentos do projeto. 6.1.7 Realizar o controle da qualidade O controle da qualidade abrange um conjunto de métodos e atividades adotados com o objetivo de melhoria e manutenção da qualidade. No ambiente de projetos, controlar a qualidade significa, na prática, o monitoramento dos resultados específicos do projeto, a fim de determinar se eles satisfazem os padrões relevantes de qualidade. Isso significa manter os processos sob controle, atuando-se na eliminação e bloqueio das causas fundamentais de eventuais problemas que possam ocorrer. Os resultados do projeto referem-se tanto ao produto como ao gerenciamento do projeto (DINSMORE; BARBOSA, 2009, p. 144). 87 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS O processo de realizar o controle da qualidade é composto por um conjunto de métodos e atividades com a finalidade de prover a melhoria e a manutenção da qualidade. As entradas desse processo são: • plano de gerenciamento do projeto; • métricas da qualidade; • listas de verificação da qualidade; • medições de desempenho do trabalho; • solicitações de mudança aprovadas; • entregas; • ativos de processos organizacionais. As ferramentas e técnicas utilizadas nesse processo são: • diagrama de causa e efeito; • gráficos de controle;• fluxogramas; • histogramas; • diagrama de Pareto; • gráfico de execução; • diagrama de dispersão; • amostragem estatística; • inspeção; • revisão das solicitações de mudanças aprovadas. As saídas desse processo são: • medições do controle da qualidade; • mudanças validadas; 88 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade II • entregas validadas; • atualizações de ativos de processos organizacionais; • solicitações de mudança. 6.1.8 Ferramentas e técnicas utilizadas pelo Gerenciamento da Qualidade As principais ferramentas e técnicas utilizadas pelo Gerenciamento da Qualidade são: • Gráfico de controle: é uma disposição gráfica dos resultados de um processo ao longo de determinado período. É utilizada para verificar se ele está dentro de determinadas faixas de referência. Esses gráficos tentam determinar a estabilidade de um processo. • Diagrama de Pareto: é um tipo especial de histograma, organizado por frequência de ocorrência, que mostra quantos defeitos foram gerados por tipo ou categoria de causa identificada. Esse diagrama está diretamente relacionado à Lei de Pareto, que aponta 80% dos problemas causados por 20% das falhas. • Diagrama de Ishikawa (espinha de peixe): é um diagrama utilizado para analisar causas e efeitos. • Fluxogramas: são representações gráficas que mostram as etapas de um processo. • Auditoria de qualidade: é uma revisão estruturada no processo de implantação do controle de qualidade, no intuito de verificar se ele está em conformidade com o que foi desenhado. 6.2 Gerenciamento de custos 6.2.1 Introdução Dentro do ciclo de vida dos projetos, todas as atividades afetam os custos do projeto. Sendo assim, o planejamento e o controle dos custos são fundamentais. O desempenho dos custos do projeto deve ser monitorado e medido regularmente para identificar as variações do plano. Estes desvios são analisados, dentro dos processos de controle, nas diversas áreas de conhecimento. À medida que são identificados desvios significativos (aqueles que colocam em riscos os objetivos do projeto), realizam-se ajustes ao plano através da repetição dos processos de planejamento que sejam adequados àquele caso. Por exemplo, ultrapassar a previsão de custo em uma determinada atividade pode requerer ajustes nos recursos humanos, na necessidade ou não de horas extras, ou no balanceamento entre o orçamento e os objetivos de prazo do projeto. Controlar também inclui tomar ações corretivas, antencipando-se aos problemas. 89 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS É muito importante também, no encerramento do projeto, reunir e disseminar informações de custos previstos e custos realizados, com comparações analisadas, como lições aprendidas, listar e disseminar ações corretivas, que consistem no verdadeiro aprendizado para elaborar planejamentos mais precisos em futuros projetos ou fases (DINSMORE; BARBOSA, 2009, p.108). Essa área de conhecimento é composta por processos que asseguram a obediência do projeto aos custos orçados. Os processos de gerenciamento de custos são: • Estimar custos — Integra o grupo de processos de planejamento. — Refere-se ao desenvolvimento da estimativa de custos que são essenciais para terminar as atividades do projeto. • Determinar o orçamento — Integra o grupo de processos de planejamento. — Refere-se a agregar os custos previstos com atividades individuais ou pacotes de trabalho que determinam a linha de base autorizada dos custos. • Controlar os custos — Integra o grupo de processos de monitoramento e controle. — Diz respeito ao monitoramento do andamento do projeto para atualizar o orçamento e gerenciamento das mudanças feitas nas linhas de base dos custos. Saiba mais Sobre gestão de desenvolvimento de produtos, sugere-se a leitura do artigo: CHENG, L. C. Caracterização da gestão de desenvolvimento do produto: delineando o seu contorno e dimensões básicas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GESTÃO DO DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO. 2., Anais..., São Carlos, SP. UFSCar. p.1-9., 2000. Disponível em: <http://www.dep.ufmg. br/old/disciplinas/epd836/artigo2.pdf>. O artigo apresenta uma visão bastante ampla sobre gestão de custos. 90 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade II 6.2.2 Estimar os custos Esse processo tem o papel de desenvolver uma estimativa dos recursos monetários necessários para a execução das atividades do projeto. Essas estimativas são um prognóstico baseado na informação conhecida em um determinado momento. A estimativa dos custos envolve desenvolver uma aproximação dos custos dos recursos necessários para completar as atividades do projeto. Podem ser apresentadas de forma detalhada ou sumarizadas. Os custos devem ser estimados para todos os recursos que serão contabilizados no projeto. Isto inclui, mas não está limitado, a mão de obra, materiais, suprimentos e categorias especiais, tais como efeitos inflacionários ou reserva de custo. As estimativas de custo são geralmente expressas em unidades monetárias com a finalidade de facilitar comparações tanto internamente no projeto quanto entre projetos. Em alguns casos, as estimativas poderão ser obtidas usando outras unidades de medida, tais como homens-hora ou homens-dia, com os seus custos estimados, para facilitar o apropriado controle gerencial. Geralmente também levam em conta aspectos do plano de respostas aos riscos, tais como planos de contingência (DINSMORE; BARBOSA, 2009, p. 108). Entre as tarefas previstas para esse processo, temos: • identificação e consideração das alternativas de custo para iniciar e terminar o projeto; • compensação de custos e riscos, bem como uma comparação entre comprar e fazer; • compartilhamento de recursos para alcançar custos otimizados para o projeto. Para fazer a estimativa de custos, esse processo utiliza-se de diversas informações. São elas: • arquivos de projetos – as organizações envolvidas no projeto podem conter em seus arquivos resultados de projetos anteriores, os quais, sendo suficientemente detalhados, auxiliarão na elaboração da estimativa dos custos; • base de dados comerciais – informações históricas usualmente estão disponíveis comercialmente; • conhecimento da equipe de projeto – os membros individuais da equipe. 6.2.3 Determinar o orçamento A orçamentação de um projeto ocorre após a estimativa de custos e quando já se encontra preparada a Estrutura Analítica do Projeto, em que serão alocados os valores nos diversos níveis da estrutura, 91 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS começando pelos entregáveis e depois sumarizando à medida que sobe de nível na estrutura até atingir o nível 1. Neste nível, encontramos o valor planejado total do projeto com os parâmetros inicialmente definidos (DINSMORE; BARBOSA, 2009, p. 122). Nesse processo, agregam-se os custos que foram estimados das atividades individuais, com uma linha de base que inclui todos os orçamentos autorizados, excluindo reversas de gerenciamento. Observação Os orçamentos devem ser feitos tomando como base moedas fortes, de modo que as variações monetárias não afetem o processo. As entradas utilizadas nesse processo são: • estimativa de custos das atividades – feitas para cada pacote de atividades; • base de estimativas – detalhes de suporte das estimativas de custo; • linha de base do escopo – composta por declaração do escopo, estrutura analítica de projeto e dicionário da estrutura analítica de projeto; • cronograma do projeto – relata o início e o término das atividades planejadas; • calendários dos recursos – relatam as informações sobre o uso dos recursos na linha do tempo; • contratos – contêm as informações importantes e os custos relacionados a produtos e serviços comprados e incluídosna determinação do orçamento; • ativos e processos organizacionais. As saídas desse processo são: • linha de base do desempenho de custos – orçamento no término autorizado em sincronia com o tempo, que mede, monitora e controla o desempenho dos custos gerais do projeto; • requisitos de recursos financeiros do projeto – relatam os gastos com projetos mais responsabilidades antecipadas; • atualizações dos documentos do projeto – atualizam os registros de riscos, estimativa de custos e cronograma do projeto. As principais ferramentas utilizadas nesse processo são: • agregação dos custos; • análise de reservas; 92 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade II • opinião especializada; • relações históricas. 6.2.4 Controlar os custos Esse processo se ocupa do controle e monitoramento do progresso do projeto para atualização do seu orçamento e gerenciamento das mudanças feitas na linha base dos custos. O segredo para um controle de custos eficaz é analisar o desempenho de custo de forma regular e pontual. É crucial que as ineficiências e variações de custo sejam identificadas a tempo, de modo que uma ação corretiva possa ser tomada antes que a situação piore. Uma vez que os custos do projeto estejam fora do controle, pode ser muito difícil concluir o projeto dentro do orçamento (GIDO; CLEMENTS, 2011, p. 257). Nesse processo, estão incluídas algumas etapas importantes para a eficácia do gerenciamento financeiro. São elas: • análises do desempenho de custo, de modo a determinar quais pacotes de trabalho necessitam de ação corretiva; • decisão sobre a ação corretiva a ser tomada; • revisão do plano do projeto, composto por estimativas de custos e tempo. As entradas desse processo são: • plano de gerenciamento do projeto – contém as informações da linha base do desempenho de custos e do plano de gerenciamento de custos; • requisitos de recursos financeiros do projeto; • informações sobre o desempenho do trabalho; • ativos de processos organizacionais. As saídas desse processo são: • medições de desempenho do trabalho; • previsões do orçamento; • atualizações dos ativos de processo organizacionais; 93 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS • solicitações de mudança; • atualizações do plano de gerenciamento do projeto; • atualizações dos documentos do projeto. Resumo Nesta unidade, estudou-se com certo grau de profundidade algumas das áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos do PMBOK. Tratamos de duas grandes áreas de conhecimento em gestão de projetos: gerenciamento do escopo e gerenciamento do tempo. No gerenciamento do escopo, primou-se pela diferenciação do escopo do projeto e do escopo do produto, enfatizando que o primeiro refere-se a tarefas dos projetos, e o segundo, a características do produto que é entregue. Também se discutiu o processo de criação da EAP, sendo feita a construção de uma EAP simplificada de um projeto que foi tomado como exemplo. No gerenciamento do tempo, enfatizou-se a importância da estimativa de tempo, dos recursos, bem como a criação de um cronograma do projeto. Comentou-se sobre a importância do diagrama de redes e os métodos mais comuns de construção de um diagrama. Falamos também sobre o gerenciamento da qualidade e o gerenciamento dos custos. O gerenciamento de qualidade mostra-nos que o custo da não qualidade é muito alto, pois a empresa não perde apenas com a reposição dos produtos, com o retrabalho, reposição de peças, deslocamento de profissionais; mas, especialmente, com o desgaste de sua marca no mercado após alguns escândalos em relação à falta de qualidade. Temos, no mercado de hoje, vários concorrentes, por isso a única forma que as empresas têm de se manterem vivas é sempre prezar pela qualidade e pelas necessidades do cliente. Para que essa prática dê certo, é fundamental um gerenciamento de qualidade eficiente, proativo, e que envolva todas as áreas da empresa. 94 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 Unidade II Diretamente ligado ao gerenciamento da qualidade, está o gerenciamento de custos. Sabemos que as empresas sempre procuram cortá-los de seus processos, mas, para obter sucesso, elas precisam de um gerenciamento de custos adequado, de forma a não cortar investimentos vitais para sua saúde financeira. O gerenciamento de custos está diretamente ligado ao gerenciamento de qualidade, pois o corte nos custos não pode afetar, jamais, a qualidade dos produtos, processos ou serviços oferecidos pela empresa. Exercícios Questão 1. Leia o texto a seguir: Kerzner (2006) define escopo do projeto como “soma de todas as entregas necessárias como parte do projeto. Isso inclui todos os produtos, serviços e resultados”. O Guia PMBOK define o escopo do projeto como “o trabalho que deve ser realizado para entregar um produto, serviço ou resultado com as características e funções especificadas”. Com essas duas definições, observamos que o escopo do projeto inclui todo o trabalho e as entregas necessárias para completar o projeto. Fonte: PORTILLO (2010). O processo de definir o escopo tem o papel de descrever claramente o escopo do projeto em função de entregáveis ou os resultados concretos do trabalho realizado. Sobre esse processo, podemos afirmar que: I – É necessário diferenciar o que é escopo de projeto e escopo de produto. II – A principal saída desse processo é a Declaração de Escopo. III – Escopo de produto é o conjunto das tarefas necessárias para atingir os objetivos do projeto. Assinale a alternativa correta: A) Somente a afirmativa III é falsa. B) Somente a afirmativa II é verdadeira. C) Somente a afirmativa I é verdadeira. D) Todas as afirmativas são verdadeiras. E) Todas as afirmativas são falsas. Resposta correta: alternativa A. 95 AD M - R os e/ An dr éi a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 12 /1 3 ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS Análise das afirmativas I – Afirmativa verdadeira. Justificativa: nesse processo, é preciso diferenciar o escopo de projeto do escopo de produto. Escopo de projeto é o conjunto das tarefas necessárias para atingir os objetivos do projeto. Escopo de produto é o conjunto de características do produto ou do serviço do projeto final que é entregue. II – Afirmativa verdadeira. Justificativa: a Declaração de Escopo serve como referência para tomadas de decisões futuras sobre o projeto e descreve o escopo desse projeto detalhando seus entregáveis. III – Afirmativa falsa. Justificativa: a definição de escopo dada nessa afirmativa não é de projeto, e sim de produto. O escopo de produto é o conjunto de características do produto ou do serviço do projeto final que é entregue. Questão 2. A estimativa de recursos das atividades é o processo responsável por efetuar as estimativas dos tipos e das quantidades de materiais, pessoas, equipamentos e suprimentos exigidos para o desempenho dessas atividades. Sobre as entradas e as saídas desse processo, podemos afirmar que: I – A lista de atividades é uma das principais saídas do processo. II – A avaliação dos recursos é uma das principais saídas do processo. III – A quantidade de recursos necessária para a execução de cada atividade do projeto é uma das principais entradas do processo. Assinale a alternativa correta: A) Somente a afirmativa III é falsa. B) Somente a afirmativa II é verdadeira. C) Somente a afirmativa I é verdadeira. D) Todas as afirmativas são verdadeiras. E) Todas as afirmativas são falsas. Resolução desta questão na plataforma. 96 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III Unidade III 7 RECURSOS HUMANOS E COMUNICAÇÕES EM PROJETOS 7.1 Gerenciamento de recursos humanos em projetos 7.1.1 Introdução Essa área de conhecimento, na maioria dasvezes, é considerada complexa e subjetiva e, diga-se de passagem, realmente é! A arte de lidar com recursos humanos e criar estratégias aderentes às organizações e às necessidades dos empregados não é uma tarefa simples ou que possa ser assimilada com um breve treinamento. Exige constante pesquisa, sensibilidade a toda prova, muita vivência do dia a dia e, acima de tudo, a utilização do bom senso (DINSMORE; BARBOSA, 2009, p.169). As pessoas são as peças-chave em um projeto. Apesar de toda a tecnologia disponível nos dias de hoje, nada substitui a inteligência e a iniciativa das pessoas. Nenhuma tecnologia tem o poder absoluto de resolver problemas ou tomar decisões, isso será sempre tarefa das pessoas. De modo geral, o gerenciamento dos recursos humanos inclui todos os processos que organizam e gerenciam a equipe responsável pela execução do projeto. Essa equipe, responsável pelo projeto, é formada por profissionais com papéis e responsabilidades que podem se alterar no decorrer do projeto. As habilidades necessárias dos profissionais, bem como o número de profissionais que farão parte da equipe, poderão sofrer alterações durante o ciclo de vida do projeto (PMI, 2008). As responsabilidades e os papéis dos membros que compõem a equipe do projeto são designados, mas, apesar disso, pode ser importante a participação de todos os profissionais que fazem parte da equipe no processo de decisão. Quando os profissionais que fazem parte da equipe são envolvidos e participam do projeto, agregando seus conhecimentos desde o começo, fortalece-se a relação que eles terão com o compromisso do projeto (PMI 2008). Em grandes projetos ou em empresas que não são totalmente voltadas para projetos, o gerente de projetos, de modo geral, tem pouco a gerenciar em termos de recursos humanos. Porém, embora a tarefa possa ser facilitada, ele precisa ter o cuidado de fazer com que exista uma grande integração entre os membros da equipe, dando ênfase ao trabalho em equipe e procurando evitar possíveis desentendimentos. É função do gerente de projetos, também, realizar a definição de responsabilidades que cada membro da equipe deve ter, desde o início de um projeto, pois sabemos que um profissional só consegue fazer seu trabalho de maneira eficiente se tiver conhecimento de qual papel deve exercer. 97 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS Os processos, segundo o Guia PMBOK, que envolvem o gerenciamento de recursos humanos são: • Desenvolver o plano de recursos humanos — Integra o grupo de processos de planejamento. — Responsável pela identificação e documentação das funções, responsabilidades, habilidades necessárias, registro inter-relações e criação do plano de gerenciamento da equipe. • Contratar ou mobilizar a equipe do projeto — Integra o grupo de processos de execução. — Responsável pela confirmação da disponibilidade dos recursos humanos e formação da equipe necessária para completar as designações do projeto. • Desenvolver a equipe do projeto — Integra o grupo de processos de execução. — Responsável pelo processo de melhoria das competências individuais, da interação entre os membros da equipe e do ambiente da equipe, de modo a aumentar o desempenho do projeto. • Gerenciar a equipe do projeto — Integra o grupo de processos de execução. — Responsável pelo acompanhamento do desempenho dos membros da equipe, provimento de feedback, resolução de questões e gerenciamento das mudanças para otimizar o desempenho do projeto. 7.1.2 Desenvolver o plano dos recursos humanos O planejamento de recursos humanos recorre aos requisitos de recursos das atividades (gerenciamento do tempo) com o objetivo de determinar as pessoas necessárias para finalizar o projeto, ou seja, identificar e descrever os tipos e quantidades de recursos exigidos por cada atividade do pacote de trabalho, de maneira a criar a entrega (DINSMORE; BARBOSA, 2009, p.170). É o processo de identificação e documentação das funções que cada um deve exercer, bem como das responsabilidades, das habilidades necessárias para a execução das tarefas e dos relacionamentos hierárquicos do projeto, além, é claro, da criação de um planejamento de gestão dos profissionais. 98 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III As entradas desse processo são: • requisitos de recursos das atividades; • fatores ambientais da empresa; • ativos de processos organizacionais. A saída desse processo é o plano de recursos humanos. Este fornece as orientações sobre como definir, mobilizar, gerenciar, controlar e liberar os recursos humanos de um projeto. Compõem esse plano: • Papéis e responsabilidades: — papel: designação que descreve a parte de um projeto sob responsabilidade de um recurso humano específico; — autoridade: direito de tomada de decisões relativas ao projeto; — responsabilidade: trabalho que se espera que um membro da equipe execute; — competência: habilidade e capacidade necessária para concluir uma atividade do projeto. • Organograma do projeto: exibição gráfica dos membros da equipe do projeto e suas relações hierárquicas, podendo ser formal ou informal, altamente detalhado ou amplamente estruturado. • Plano de gerenciamento pessoal: descreve como e quando os requisitos de recursos humanos serão atendidos. 7.1.3 Mobilizar a equipe do projeto É o processo que confirma a disponibilidade dos recursos humanos e a obtenção da equipe essencial para que as designações do projeto sejam concluídas. Esse processo considera os seguintes fatores: • o gerente de projetos, ou sua equipe, deve negociar com eficácia e conseguir influenciar outras pessoas em posição de fornecedor de recursos humanos necessários para o projeto; • a falta de mobilização de recursos humanos pode resultar em alteração de cronogramas, orçamentos, satisfação do cliente e até em cancelamento de projeto; • o gerente de projetos, ou sua equipe, deve designar recursos alternativos em projetos. 99 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS As entradas desse processo são: • plano de gerenciamento do projeto; • fatores ambientais da empresa; • ativos de processos organizacionais. As saídas desse processo são: • designação do pessoal do projeto; • calendário dos recursos; • atualizações do plano de gerenciamento do projeto. As principais ferramentas e técnicas utilizadas nesse processo são: • pré-designação; • negociação; • contratação; • equipes virtuais. 7.1.4 Desenvolver a equipe de projeto É o processo responsável pela melhora das competências dos profissionais que compõem a equipe, bem como pela integração dos profissionais e do ambiente global da equipe, com vistas a melhorar o desempenho do projeto. Segundo o PMI (2008), o trabalho em equipe é considerado fator crítico de sucesso para um projeto. O gerente de projetos precisa identificar, construir, manter, motivar, liderar e inspirar as equipes de projeto, de modo a alcançar um alto desempenho. As entradas desse processo são: • designação do pessoal do projeto; • plano de gerenciamento do projeto; • calendário de recursos. 100 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III As saídas desse processo são: • avaliação do desempenho da equipe; • atualizações dos fatores ambientais da empresa. 7.1.5 Gerenciar a equipe do projeto É processo de acompanhamento do desempenho dos profissionais que compõem a equipe: fornecer feedback, resolver questões e gerenciar mudanças para melhorar o desempenho do projeto. Fazem parte do processo de gerenciar e liderar pessoas atividades como: • influenciar a equipe do projeto: conhecer e influenciar os profissionais do projeto. Isso incluio ambiente da equipe, a localização geográfica, membros que fazem parte da equipe etc.; • comportamento profissional e ético: a equipe do gerenciamento do projeto deve assumir a responsabilidade de garantir que todos os profissionais que a compõem tenham comportamento ético. As entradas desse processo são: • designação do pessoal do projeto; • plano de gerenciamento do projeto; • avaliações do desempenho da equipe; • relatórios de desempenho; • ativos de processo organizacionais. As saídas desse processo são: • atualizações dos fatores ambientais da empresa; • atualizações dos ativos de processos organizacionais; • solicitações de mudança; • atualizações do plano de gerenciamento do projeto. Uma equipe de projeto é mais que um grupo de pessoas designadas para trabalhar em um projeto. Uma equipe de projeto é um grupo de pessoas 101 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS interdependentes que trabalham em cooperação para alcançar o objetivo do projeto. Ajudá-las a se desenvolver e crescer em uma equipe eficaz e coesa faz parte do esforço do gestor do projeto e de cada membro da equipe (GIDO; CLEMENTS, 2011, p. 318). Lembrete Os gerenciamentos de um projeto devem sempre ser feitos de forma paralela. Não devemos gerenciar apenas uma etapa do projeto e, sim, o projeto como um todo. 7.1.6 Gerenciamento de Conflitos em Projetos Os conflitos são inevitáveis em um ambiente de projeto. As origens de conflitos incluem recursos escassos, prioridades de cronograma e estilos de trabalho pessoais. As regras básicas da equipe, as normas do grupo e práticas rigorosas de gerenciamento de projetos, como planejamento das comunicações e definição de papéis, reduzem a quantidade de conflitos. Um gerenciamento de conflitos bem-sucedido resulta em maior produtividade e em relacionamentos de trabalho positivos. Quando o gerenciamento é adequado, as diferenças de opinião podem resultar em aumento da criatividade e melhoria no processo decisório. Se as diferenças se tornam um fator negativo, os membros da equipe do projeto são os responsáveis primários pela resolução. Se o conflito se ampliar, o gerente de projetos deve ajudar a facilitar uma resolução satisfatória. O conflito deve ser abordado o mais cedo possível e, em geral, com privacidade, usando uma abordagem direta e colaborativa. Se o conflito perturbador continuar, procedimentos formais podem ser usados, incluindo ações disciplinares (PMI, 2008, p. 239). Durante um bom tempo, achava-se que os conflitos não deveriam existir nas corporações e, quando de sua ocorrência, a intervenção direta da gerência era inevitável. Segundo teorias mais modernas, os conflitos são inevitáveis consequências da interação entre as pessoas, podendo ser até benéficos ao ambiente organizacional, mais especificamente em projetos. As principais fontes de conflitos em projetos são: prazos, prioridades do projeto, recursos, questões técnicas, procedimentos administrativos, choques de personalidade e custos. 102 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III Para resolvê-los, os gerentes de projetos podem adotar uma das seguintes técnicas: • força: quando uma das partes envolvidas força a outra a concordar com sua ideia; • panos quentes: corresponde à busca de uma solução para o problema, priorizando as necessidades das partes envolvidas em prol de um acordo; • compromisso ou negociação: envolve buscar uma solução que satisfaça um pouco a cada uma das partes envolvidas; • confronto: envolve colocar os envolvidos no conflito frente a frente, ou influenciar para que isso ocorra; • retirada: envolve conviver com o problema sem, aparentemente, tomar conhecimento deste, ou seja, evitar ou postergar indefinidamente a sua resolução. A partir das técnicas de resolução de conflitos, encontra-se uma matriz, descrita a seguir: Quadro 4 – Matriz de resolução de conflitos Técnica Estilo de solução Resultado Importância para metas/pessoas Importância no relacionamento Retirada Temporária Perde-perde Baixa Baixa Panos quentes Temporária Perde-perde Baixa Alta Compromisso Permanente Perde-perde Média Média Solução de problemas Permanente Ganha-ganha Alta Alta Força Permanente Ganha-perde Alta Baixa Fonte: Dinsmore; Barbosa (2009, p. 177). 7.1.7 Liderança Quando pensamos em líderes e na liderança, uma multidão de imagens vem à cabeça, muitas vezes coloridas em reações emotivas. Alguns líderes fazem nascer um sentimento de força, de poder e de responsabilidade. Outros evocam as forças do terror, a perseguição e a destruição. Nossas percepções da “bondade” ou da “maldade” de um líder são refletidas nos epítetos que lhe damos: Akbar, O Grande; ou Ivan, o Terrível (VRIES; MILLER, 1990, p. 5). Sobral e Gimba (2012) mencionam liderança como um processo de influência em um grupo que desempenha atividades com vistas a um objetivo, envolvendo construção e desconstrução de percepções, situações e expectativas. 103 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS Segundo Costa Neto e Canuto (2010), o conceito de liderança é relacionado a características que determinadas pessoas possuem de tomar decisões aceitas com entusiasmo pelos seus colaboradores. Barreto et al. (2013) destacam que a liderança tem um caráter inspiracional, fortalecida pela dinâmica motivacional entre líderes, liderados e o sistema organizacional em que atua. De acordo com Sobral e Gimba (2012), as teorias mais modernas sobre liderança tendem a uma ênfase num tipo de líder carismático, visionário e transformacional, com comportamentos apelativos e simbólicos, visando obter alto grau de comprometimento dos liderados. O gestor de projetos alcança resultados por meio da equipe. A liderança de um projeto implica inspirar as pessoas designadas para o projeto a trabalhar como uma equipe a fim de implementar o plano e alcançar o objetivo do projeto com sucesso. O gestor precisa criar para a equipe uma visão do resultado e dos benefícios do projeto. Por exemplo, o gestor de um projeto industrial pode descrever o novo layout da produção de modo a demonstrar os benefícios desse projeto, como eliminação de pontos de estrangulamento na linha de produção, aumento da produtividade e simplificação do controle de estoques. Quando os membros da equipe do projeto podem prever os resultados, eles ficam mais motivados para trabalhar como equipe que executa com êxito um projeto (GIDO; CLEMENTS, 2011, p. 282). Barreto et al. (2013) afirmam que estas três lideranças (carismática, visionária e transformacional) têm muitas semelhanças. Na liderança carismática, a ênfase é no comportamento simbólico do líder, bem como em suas habilidades visionárias, na comunicação não verbal e no apelo a valores ideológicos. Os autores ainda destacam que na liderança visionária tem-se o foco no futuro, assumindo riscos e influenciando a direção da organização. A liderança transformacional preza por estabelecer uma relação de influência bidirecional entre líder e liderados. Barreto et al. (2013) mencionam também quatro características principais da liderança transformacional: • influência idealizada; • motivação inspiracional; • estímulo intelectual; • consideração individualizada. 104 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III Sobral e Gimba (2012) também mencionam o surgimento de um novo tipo de liderança, conhecida como liderança autêntica. Ela está ligada ao conceito de autenticidade e sua principal característica é a elevada transparência entre líder e liderado, bem como uma conduta consistente com o sistema de valores pessoais e convicções. Essa liderança autêntica pode ser concebida a partirde quatro dimensões, conforme Sobral e Gimba (2012): • autoconsciência – relaciona-se à consciência que há, por parte da liderança, sobre fraquezas e potencialidades; • transparência – relaciona-se ao grau de profundidade de conhecimento dos desejos do líder, por parte dos liderados; • perspectiva moral e ética – relaciona-se à consideração dada, por parte da liderança, a valores morais e éticos; • processamento balanceado – relaciona-se à consideração dada à opinião dos liderados. De modo geral, os autores são praticamente unânimes ao afirmar que a liderança refere-se a características e atributos de um indivíduo, chamado líder, que inspira e influencia as pessoas a terem aderência a suas ideias. Um líder é aquele que exerce o papel de agregador numa organização, obtendo a concordância por meio de suas ideias e propósitos pelo grupo que lidera. O líder é capaz de obter concordância com suas ideias e propósitos pelo grupo do qual está à frente. Esta é, evidentemente, uma característica altamente desejável aos que comandam os empreendimentos, desde que as ideias que postulam sejam as mais adequadas ao sucesso. Quando um chefe consciente do que deve ser adequadamente feito tem também a condição de liderança dos seus subordinados, os efeitos desse binômio costumam ser plenamente satisfatórios. São competências reconhecidas dos líderes: iniciativa, autoconfiança, honestidade, disciplina, inteligência, capacidade de relacionamento e conhecimento do assunto envolvido no processo de liderança. As fontes de autoridade valem também para o exercício da liderança. A capacidade de relacionamento, fundamental para o exercício da liderança, também o é para a existência de confiança mútua, desenvolvendo nas pessoas entusiasmo, criatividade e, sobretudo, o desejo de realização pessoal. A importância do relacionamento é corroborada por Peter Drucker, segundo quem “os relacionamentos serão a maior fonte de riqueza no século XXI”. 105 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS Entretanto, Hitler e Churchill foram líderes incontestes durante a Segunda Guerra Mundial. Este simples exemplo ilustra a importância de estar o líder comprometido com as causas certas, e não obedecendo a propósitos pessoais, neste caso certamente iludindo seus liderados com conclamações ilusórias. Outro exemplo real ilustrativo da importância de um líder é o de um time de futebol, esporte coletivo em que, frequentemente, a presença de um líder, com sua experiência e capacidade de motivação dos companheiros de equipe, pode ser decisiva para a vitória (COSTA NETO; CANUTO, 2010, p. 83). Segundo Costa Neto e Canuto (2010), um líder precisa satisfazer as seguintes expectativas: • atuar como um agente de transformação na organização; • possuir uma visão nítida sobre em qual lugar a organização deve estar; • ser dotado de coragem na proposição das mudanças, bem como na sua implementação; • criar definição coletiva e solidária sobre o que é sucesso; • trabalhar de modo claro com indicadores; • ser um incentivador de participantes no processo de transformação; • ter um bom conhecimento dos componentes de sua equipe; • ter uma boa comunicação com os seus liderados, favorecendo sempre o diálogo; • não desconsiderar a cultura herdada, tendo os olhos também nela; • infundir segurança nos liderados, mostrando o máximo possível de transparência; • ter sempre em vista e nas suas ações: competência, ambição e integridade. Sant’anna, Campos e Lotfi (2012), em sua pesquisa com os executivos brasileiros, agruparam os principais desafios e questões relativos à liderança em três dimensões: • Dimensão 1 – sentidos, competências, estilos e desafios; • Dimensão 2 – desenvolvimento de lideranças para o contexto atual; • Dimensão 3 – liderança e contexto capacitante. 106 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III Conforme Sant’anna, Campos e Lotfi (2012), a primeira dimensão envolve atributos, desafios, competências e funções associados ao exercício da liderança. Para essa dimensão, os relatos de atributos de competências estão descritos no quadro a seguir. Quadro 5 – Atributos de competências associadas à figura do líder no contexto atual Atributos de competência Relatos associados Capacidade de assumir responsabilidades “O líder tem a tendência de chamar a responsabilidade para si, ser um pouco mais autocrático e tal, essa coisa toda. Isso é perfil, nasce.” Curiosidade “Ele (o líder) tem que ter como característica a curiosidade. Você pode ter uma pessoa extremamente inteligente, extremamente racional, mas, se ele não tem curiosidade para entender, nunca vai ser um líder.” Capacidade de lidar com o erro “Ou seja, eu acho que isto é a melhor escola de líderes que pode existir. E eu me tornei, vendo lideranças fortíssimas, e vendo as formas tranquilas com que as pessoas lidam com o erro.” Capacidade de inspirar e criar uma visão compartilhada “Visão de longo prazo, prever o futuro, interpretar um cenário, perceber a importância estratégica de uma decisão para a empresa.” “Acho que a capacidade de você, a partir das informações que tem, conseguir tomar decisões que motivem – não sei se aqui precisa motivar alguém – que consiga dar norte para as pessoas agirem. De fato, não acredito que exista como característica de liderança, ou o que seja a liderança, a ação em si. Mas, sim, a mobilização para levar o grupo.” Credibilidade “É um cara que transmite energia, que motiva, que chora junto, que ri junto, que seja coerente e que não esconda as coisas. O cara não pode ver no líder um cara que enganou de alguma forma, o discurso dele não é bem o que ele pratica.” Capacidade de alinhar interesses “Ele verifica quais são os atores que estão em torno, e busca construir esse objetivo, essa causa comum, de tal forma que, ao final, todos concordem de que aquela solução é a melhor que foi apresentada até o momento.” Otimismo e bom humor “Bom, outra coisa que eu vejo na liderança, que é fundamental, é ter alegria. É contagiar as pessoas. É trazer uma energia positiva para dentro. Porque, por mais que você não reconheça, se você está com aquela carga pesada, você contagia muito as pessoas. Um ambiente mais leve é muito mais fácil de trabalhar do que um ambiente contaminado.” Pioneirismo “Eu acho que para você ser líder, você tem que passar por aí também, você tem que desbravar, você tem que acreditar, você tem que ser pioneiro, você tem que ser vanguarda.” Postura firme “E o desenvolvimento da liderança requer que você tenha coragem de se posicionar e de dizer coisas que as pessoas eventualmente não querem ouvir, ou prefeririam não ouvir.” 107 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS Disciplina e equilíbrio “Então, ela tem que se reconhecer enquanto líder, em uma dessas categorias, e buscar o seu aprimoramento individual mediante disciplina. Porque, às vezes, a gente começa muito bem, mas chega uma hora que aflora o seu rompante natural. Então, isso, a disciplina também é uma questão que é necessária.” Visão sistêmica “Então, a visão holística, ou seja, você tentar ter uma visão 360° de todas as questões, leva-o a fazer um tipo de liderança talvez mais efetiva. Muitas vezes, alguns líderes nossos insistem em fazer mais do mesmo, quando na verdade a gente precisa, às vezes, fazer uma ruptura, fazer diferente.” Capacidade de delegar funções “Uma coisa é o seguinte, no momento em que a equipe está preparada, ser líder é delegar, para que as pessoas tenham o poder de decisão e pratiquem isso.” Capacidade de negociação “É a capacidade de buscar o entendimento. Então, ele é um negociador nato e, para isso, você precisa exercitar a liderança na plenitude,organizar todos esses aspectos.” Capacidade de agregação “As qualidades do líder, eu diria assim, são exatamente de agregar pessoas em torno de si, essa é talvez a maior.” Capacidade de lidar com pessoas “O mais importante para mim, o fundamental é: às vezes, as pessoas querem lidar com pessoas e nem sempre elas sabem lidar com pessoas. O perfil dos líderes não é o mesmo, você tem pessoas que já nascem, aí sim, talvez com um perfil mais de ouvinte, mais de ponderação, menos arroubo, são pessoas mais ponderadas e tudo mais.” Fonte: Sant’anna; Campos; Lotfi (2012, p. 60). Saiba mais Para conhecer um pouco mais sobre o que pensam os executivos brasileiros sobre liderança, sugere-se a leitura do artigo: SANT’ANNA, A. S.; CAMPOS, M. S.; LOTFI, S. Liderança: o que pensam executivos brasileiros sobre o tema? RAM, Rev. Adm. Mackenzie, São Paulo, v. 13, n. 6, Dez. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S1678-69712012000600004&lng=en&nrm =iso>. Acesso em: 13 nov. 2013. Costa Neto e Canuto (2010) mencionam que o tipo psicológico do indivíduo influencia na capacidade que ele tem de exercer uma liderança. Há uma teoria que classifica as pessoas em quatro grandes tipos psicológicos. Ainda segundo esses autores, os tipos derivam-se dos perfis estudados pelos psicólogos Carl Gustav Jung (1875-1961), Katharine Briggs (1875-1968) e Isabel Myers (1897-1980), conforme você confere a seguir. 108 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III Quadro 6 – Perfis psicológicos segundo Jung e Myers-Briggs Escala Refere-se a Atividade-chave Extroversão- introversão Como uma pessoa é motivada Motivação Sensação-intuição Aquilo que a pessoa presta atenção Observação Pensamento- sentimento Como uma pessoa toma decisões Decisões Julgamento- percepção Tipo de vida que uma pessoa adota Modo de vida Fonte: Costa Neto; Canuto (2010, p. 91). Ainda segundo Costa Neto e Canuto (2010), as atividades-chave com suas escalas podem ter detalhamento em suas características, conforme quadro a seguir. Quadro 7 – Características das escalas Atividade-chave Escala Motivação Extroversão (E) Introversão (I) Preferência por tirar energia do mundo exterior das pessoas, atividades ou coisas Preferência por tirar energia do mundo interior das ideias, emoções ou impressões pessoais Observação Sensação (S) Intuição (N) Preferência por obter informações por meio de cinco sentidos e observar aquilo que é real Preferência por obter informações por meio do “sexto sentido”, observando o que pode ser Decisões Pensamento (T) Sentimento (F) Preferência por organizar e estruturar as informações para tomar decisões de maneira lógica e objetiva Preferência por organizar e estruturar as informações para tomar decisões de maneira pessoal e orientada para os valores Modo de vida Julgamento (J) Percepção (P) Preferência por ter uma vida organizada e planejada Preferência por ter uma vida espontânea e flexível Fonte: Costa Neto; Canuto (2010, p. 91). Costa Neto & Canuto (2010), por fim, apresentam os tipos psicológicos com base na combinação de temperamentos: • Tipo sensação/percepção: formado por cerca de 40% da população e composto por indivíduos voltados à liberdade de agir, avessos à rotina, metas de longo prazo, treinamento, esperas, planejamento e atribuições. Essa pessoa normalmente é impulsiva, mas útil em crises e emergências. Sendo realista e solidária com o grupo, encontra prazer em atividades desafiantes. • Tipo sensação/julgamento: formado por cerca de 40% da população e composto por indivíduos movidos pelo dever, compromisso, senso de utilidade, doação, apegado a tradições, à burocracia 109 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS e à hierarquia. Essa pessoa precisa de reconhecimento social, sendo avessa a mudanças, mas com postura séria e ética. • Tipo intuição/sentimento: formado por cerca de 10% da população e composto por indivíduos que buscam identidade pessoal, gostando de se manifestar verbalmente. Essas pessoas têm senso de liderança e missão, prezando os fatores humanos e sociais. • Tipo intuição/pensamento: formado por cerca de 10% da população e composto por indivíduos que apreciam o poder autocrítico, prezando sua própria competência e capacidade de realização. Essas pessoas têm foco no futuro, admitem mudanças, são comedidas e normalmente interessadas em tecnologia. 7.1.8 Motivação Faz parte indissociável das atribuições dos líderes incutir em seus liderados efetiva motivação, para que se desincumbam o contento das atividades que lhes competem. Para tanto, o processo de distribuição de responsabilidades, de provimento dos recursos necessários e a participação do líder devem ser executados de maneira satisfatória. Tudo isso, entretanto, pode não ser suficiente para conseguir a necessária motivação e o desejável comprometimento com os fins a alcançar. Há algumas considerações de natureza humana que os administradores e os líderes, para o exercício das suas atribuições, devem conhecer (COSTA NETO; CANUTO, 2010, p. 88). Costa Neto e Canuto (2010) mencionam as seguintes considerações de natureza humana: possuem necessidades que precisam ser satisfeitas no alcance da motivação, conforme uma determinada hierarquia desenvolvida pelo renomado psicólogo Abraham Maslow, descrita a seguir: Autorealização Subsistência Segurança Sociedade Necessidades secundárias Necessidades primárias Autoestíma Figura 23 – Pirâmide de Maslow 110 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III Nessa hierarquia de necessidades, que influencia na motivação, têm-se: • necessidades primárias – composta pelas necessidades básicas de subsistência (casa, comida etc.) e segurança (física, estabilidade no trabalho, seguro saúde etc.); • necessidades secundárias – composta por questões de cunho um pouco mais íntimo, como a vida na sociedade (amigos, diversões etc.), autoestima (status, poder etc.) e autorrealização (sensação de paz, de dever cumprido etc.). Costa Neto e Canuto (2010) mencionam também a abordagem de Frederick Herzberg sobre a influência de fatores que geram ou não motivação. São eles: • Fatores extrínsecos (externos ao indivíduo) – geram satisfação física, mas não a motivação propriamente dita, como: boas condições físicas de trabalho, ar-condicionado, transporte etc. • Fatores intrínsecos – ligados a tarefas do indivíduo, que geram desafios e um sentimento de satisfação interior pelo sucesso alcançado. Estes levam à motivação. 7.2 Gerenciamento de Comunicação 7.2.1 Conceito Segundo Silva e Santos (2003), o Gerenciamento da Comunicação envolve o envio e o recebimento de informações que possuam significado relevante e útil. Ou seja, segundo os autores, as informações precisam fazer sentido para as pessoas que as recebem, para serem consideradas significativas. Segundo Davis (1999), é possível classificar o processo de comunicação como sendo composto pela emissão, pelo conteúdo da mensagem, pelo código que apresenta, pelo canal de comunicação, pelo receptor, pelo ruído e pelo feedback ou realimentação. Para que possamos entender esses elementos de forma mais ampla e completa, vamos especificar a seguir cada um deles: Emissor: trata-se do componente que emite a mensagem para um determinado receptor. Quem emite (emissor) é considerado o autor da mensagem. Mensagem (canal): a mensagem é o conteúdo, tudo o que é dito, escrito ou transmitido por símbolos ou mesmo sinais, podendo assumir a forma verbal, escrita, entre outras. Codificação: podemos dizer que a codificação é a tradução da mensagem para uma forma de linguagem que possa ser compreendida por outras pessoas. Canal de comunicação: podemos dizer que é umaforma de suporte que propaga a informação, ou seja, um meio intermediário de expressão que pode transmitir mensagens, esses canais podem ser formais ou não. 111 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS Receptor: é o destinatário da mensagem, aquele que recebe e interpreta a informação. Ruído: são os fatores que podem afetar ou interferir na transmissão de uma mensagem. Feedback ou realimentação: é a informação que o emissor obtém da reação do receptor. Sem a realimentação, o emissor não consegue saber se sua mensagem foi entendida pelo receptor ou não. Fonte: Davis (1999, p. 165). 7.2.2 Gerenciamento de Processos Comunicacionais Segundo o Guia PMI (2008, p. 204): O gerenciamento das comunicações do projeto inclui todos os processos e procedimentos essenciais que sejam capazes de assegurar que as informações do projeto sejam geradas, coletadas, distribuídas, armazenadas, recuperadas e organizadas de maneira correta e apropriada. Os gerentes de projeto gastam grande parte de seu tempo se comunicando com os membros da equipe e outras partes interessadas do projeto, quer sejam internas (em todos os níveis da organização) como externas à organização. Uma comunicação eficaz cria uma ponte entre as diversas partes interessadas envolvidas no projeto, conectando vários ambientes culturais e organizacionais, diferentes níveis de conhecimento, e diversas perspectivas e interesses na execução ou nos resultados diferentes. Os processos que integram a área de conhecimento de gerenciamento de comunicação são os seguintes: • Identificar as partes interessadas — Integra o grupo de processo de iniciação. — Responsável pela identificação das partes que têm interesse no projeto, sejam pessoas ou organizações, e que por isso mesmo podem ser afetadas por ele, também pela documentação das informações que sejam importantes, os possíveis interessados por essa informação, bem como o impacto que essas informações podem causar no projeto. • Planejamento das comunicações — Integra o grupo de processo de planejamento. — É o processo que mostra as necessidades de informação e as partes que têm interesse nessas informações, esse processo mostra também a abordagem que será feita no processo de comunicação. 112 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III • Distribuição das informações — Integra o grupo de processo de execução. — É o processo que deixa as informações necessárias ao alcance de todas as partes interessadas no projeto, de acordo com o que foi previamente planejado. • Gerenciamento das expectativas das partes interessadas — Integra o grupo de processo de execução. — Trata-se do processo de comunicação e de interação com todos os interessados no projeto. — Esse processo visa ao atendimento das necessidades das partes interessadas, coloca as questões e as possíveis soluções na medida em que acontecem. • Reporte do desempenho — Integra o grupo de processo de monitoramento e controle. — Esse processo trata da coleta e distribuição de informações sobre o desempenho, incluindo relatórios em andamento, medições de progresso e previsões. As habilidades de comunicação não são iguais as das comunicações de gerenciamento de projetos, mas estão relacionadas a elas. A comunicação é um assunto amplo e envolve um conjunto de conhecimentos significativos, incluindo: • Modelos emissor-receptor: loops de feedback e barreiras à comunicação. • Escolha dos meios de comunicação: quando se comunicar por escrito ou verbalmente, quando escrever um memorando informal ou um relatório formal e quando se comunicar pessoalmente ou por e-mail. O meio de comunicação escolhido para as atividades de comunicação dependerá da situação. • Estilo de redação: voz ativa ou passiva, estrutura da frase e escolha das palavras. • Técnicas de apresentação: linguagem corporal e design de recursos visuais. • Técnicas de gerenciamento de reuniões: preparação de uma pauta e tratamento de conflitos. 113 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS Saiba mais A respeito das principais competências no gerenciamento de projetos, entre elas a comunicação como uma das mais importantes, vale a leitura do seguinte artigo: RABECHINE JUNIOR, R.; PESSOA, M. S. P. Um modelo estruturado de competências e maturidade em gerenciamento de projetos. Prod., São Paulo, v. 15, n. 1, abr. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0103-65132005000100004&lng=en&nrm=iso>. 7.2.3 Identificação das partes interessadas É fundamental para o sucesso do projeto a identificação das partes interessadas no projeto o mais cedo possível no processo de planejamento e análise de seus níveis de interesse, importância e influência. Uma estratégia deve ser elaborada de forma a aumentar a influência positiva e minimizar a influência negativa ao projeto. Essa estratégia permitirá ao gerente de projeto focalizar no relacionamento com essas partes interessadas de tal maneira a assegurar o sucesso do projeto. Para identificar de forma mais precisa os objetivos e expectativas sobre o projeto é necessário que o gerente de projetos se reúna com os principais interessados e documente as ideias que eles têm do projeto. Esta tarefa é similar à que o pessoal técnico normalmente faz para identificar os requisitos de negócio, um nível mais executivo, gerencial. Um erro bastante comum é quando o gerente de projetos resolve tratar este processo como algo técnico, detalhado (DINSMORE; BARBOSA, 2009, p. 205). Esse processo visa identificar os stakeholders (partes interessadas) do projeto, ou seja, o modo como as pessoas ou organizações podem ser afetadas por ele. Como grande parte dos projetos tem diversas partes interessadas, é fundamental que os gerentes de projetos, que já têm um tempo bem limitado, identifiquem, classifiquem e agrupem de acordo com influência, interesse e envolvimento do projeto. As entradas desse processo são: • termo de abertura do projeto; • documentos de aquisição; • fatores ambientais da empresa; • ativos de processo organizacionais. 114 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III As saídas desse processo são: • registro das partes interessadas; • estratégia para gerenciamento das partes interessadas. 7.2.4 Planejamento das Comunicações Este processo visa determinar quais serão as necessidades de comunicação do projeto, no que tange às partes interessadas. Embora todos os projetos compartilhem a necessidade de comunicar as informações, as necessidades em si e os métodos de distribuição variam muito. A identificação das necessidades de informações das partes interessadas e a determinação dos meios adequados para atender a essas necessidades são fatores importantes para o sucesso do projeto (PMI, 2008, p. 251). As entradas desse processo são: • registro das partes interessadas; • estratégia para gerenciamento das partes interessadas; • fatores ambientais da empresa; • ativos de processos organizacionais. As saídas desse processo são: • plano de gerenciamento das comunicações; • atualização dos documentos do projeto. O plano de gerenciamento das comunicações é a principal saída desse processo, sendo um item importantíssimo do plano de gerenciamento do projeto. Esse plano deve conter: • descrição de como os dados serão coletados, organizados e arquivados; • métodos utilizados para distribuir as informações; • tipo de informação a ser distribuído; • métodos de acessar informações entre as comunicações programadas; • método usado para atualizar e refinar o plano durante o projeto. 115 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e dod ia gr am ad or - d at a ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS Observação O plano de gerenciamento das comunicações é um item muito importante no plano de gerenciamento do projeto. 7.2.5 Distribuição das informações Esse processo é responsável pela captura, organização e disponibilização da informação para os interessados no projeto, descritos no plano de comunicação. As entradas desse processo são: • plano de gerenciamento do projeto; • relatórios de desempenho; • ativos de processos organizacionais. A única saída desse processo é uma atualização dos ativos de processos organizacionais. Observação O PMI (2008) estimula um tipo de reunião conhecido como Kick-off para o lançamento do projeto, como um método de distribuição de informações. Essa reunião não marca o início do projeto, mas inicia sua fase de execução. Os gestores de projetos devem ser bons comunicadores. Eles precisam comunicar-se regularmente com a equipe do projeto, como também com qualquer empresa terceirizada, com o cliente e com a alta direção da própria empresa. É crucial uma comunicação eficaz e frequente para manter o projeto em progresso, identificar problemas em potencial, solicitar sugestões para melhorar o desempenho do projeto, manter a satisfação do cliente e evitar surpresas. Um alto nível de comunicação é importante, principalmente no início do projeto para construir uma boa relação de trabalho com a equipe do projeto e estabelecer expectativas claras com o cliente. Os gestores de projetos eficazes comunicam e compartilham informações de diferentes maneiras. Eles fazem reuniões e conversas informais com a equipe de projeto, com o cliente e com a alta direção da empresa. Também providenciam relatórios por escrito para o cliente e para a alta direção. 116 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III Todas essas tarefas exigem que o gestor de projetos tenha boas habilidades de comunicações oral e escrita. Aprendemos mais escutando do que falando. Por isso, os bons gestores de projetos passam mais tempo escutando do que falando. Eles não dominam a conversa, e sim ouvem as expectativas e necessidades expressas pelo cliente e as ideias e preocupações da equipe de projeto (GIDO; CLEMENTS, 2011, p. 289). Exemplo de aplicação Digamos que você seja agora um gerente de projetos e será responsável pelo projeto de criação de uma nova avenida em uma grande cidade. Quais seriam as partes interessadas nesse projeto? 8 RISCOS E AQUISIÇÕES EM PROJETOS 8.1 Gerenciamento de Riscos 8.1.1 Conceitos de riscos Na visão de Icold (1998, p. 102), não existe uma única definição para risco. De forma geral, podemos considerá-lo como: [...] a medida da probabilidade ou da severidade de um dado efeito contrário para a execução das nossas atividades diárias, para nossa saúde, para bens materiais, profissionais ou mesmo para o ambiente externo. Na maioria das vezes, o risco é identificado através da conjunção de três elementos básicos: 1 o cenário, 2 a probabilidade que existe de o evento acontecer, 3 as consequências que esse risco provoca. Já para outro autor, Kerzner (1998, p. 67-69), é possível considerar risco como: [...] a combinação da probabilidade e também das consequências do não atingimento dos objetivos propostos ou que foram previstos dentro de um determinado projeto que está sendo executado. O risco sempre incluirá o fato de não termos certeza dos eventos que podem acontecer no decorrer do projeto. O risco possui três componentes básicos: 1 o evento, 2 a probabilidade que existe de esse evento se tornar um fato, 3 o impacto que esse fato terá no projeto e também as consequências que esse fato provocará... 8.1.2 Área de conhecimento de Gerenciamento de Riscos Segundo o Guia PMI (2008, p. 226), o Gerenciamento de Riscos tem como base os processos de planejamento, identificação, análise, planejamento de respostas e monitoramento e controle de riscos 117 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS do projeto. O foco principal quando falamos de gerenciamento dos riscos é aumentar os impactos positivos no projeto, bem como reduzir, o máximo possível, a probabilidade de impactos negativos ocorrerem no projeto. Lembrete O Gerenciamento de Riscos deve ser feito sempre com base em dois fatores: impacto e probabilidade, ou seja, qual a probabilidade de o evento ocorrer e qual o impacto que esse evento terá no projeto. 8.1.3 Processos do Gerenciamento de Riscos Os projetos que integram essa área de conhecimentos são: • Planejamento do gerenciamento dos riscos — Integra o grupo de processos de planejamento. — Preocupa-se com a definição de como guiar as atividades que fazem parte da gestão de riscos de um projeto. • Identificação dos riscos — Integra o grupo de processos de planejamento. — Responsável por mostrar quais são os riscos e a forma como esses riscos podem afetar o projeto, além de procurar fazer a documentação das características desses riscos. • Realização da análise qualitativa dos riscos — Integra o grupo de processos de planejamento. — Trata-se do processo que tem como foco dar prioridade aos riscos para que possamos fazer a análise, ou mesmo realizar ações adicionais por meio da avaliação e da combinação do item impacto X probabilidade. • Realização da análise quantitativa dos riscos — Integra o grupo de processos de planejamento. — Considera-se análise quantitativa o processo que tem como foco a análise numérica, bem como o efeito que os riscos que já foram identificados podem causar ao projeto. 118 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III • Planejamento das respostas aos riscos — Integra o grupo de processos de planejamento. — Trata-se dos processos de desenvolvimento de opções e ações que visam ao aumento das oportunidades relevantes e à diminuição significativa dos riscos que podem prejudicar o projeto. • Monitoramento e controle dos riscos — Integra o grupo de processos de monitoramento e controle. — Considera-se como processo de monitoramento e controle de riscos o processo de implementação de um determinado plano que ofereça respostas aos possíveis riscos, além de acompanhar riscos previamente identificados, monitorar os que persistem no projeto, identificar novos riscos e realizar a avaliação da eficiência dos processos de tratamento dos riscos durante todo o ciclo de vida do projeto. Saiba mais Para conhecer um pouco mais sobre gestão de riscos em projetos, consulte o artigo: RABECHINE JUNIOR, R.; CARVALHO, M. M. Relacionamento entre gerenciamento de risco e sucesso de projetos. Prod., São Paulo, v. 23, n. 3, 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0103-65132013000300011&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 21 nov. 2013. 8.1.4 Planejar o gerenciamento dos riscos Risco é um aspecto inerente a projetos. Independentemente da complexidade do projeto, as considerações a respeito de seus riscos específicos e como gerenciá-los devem fazer parte do esforço inicial de planejamento. À medida que o planejamento do projeto avança no domínio do escopo de trabalho e de entregas, requisitos de qualidade, prazos, custos e benefícios esperados, os possíveis riscos vão se tornando mais visíveis, assim como o seu peso para o projeto. É necessário definir estratégias e planejar a forma de gerenciá-los. O plano de gerenciamento de riscos é parte integrante e essencial do plano de 119 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS gerenciamento do projeto em todos os projetos. Descreve como os riscos serão gerenciados ao longo da vida do projeto e estabelece um orçamento para isto (DINSMORE; BARBOSA, 2009,p. 232). De acordo com o Guia PMI (2008), o planejamento da gestão de riscos pode ser considerado como o processo que define as atividades da gestão de riscos do projeto. É necessário fazer com bastante cuidado e atenção o planejamento dos riscos, pois isso aumenta consideravelmente as chances de êxito para os outros processos presentes no gerenciamento de riscos. O correto planejamento é fundamental para assegurar que o grau, o tipo e a visibilidade da gestão de riscos seja relativa tanto aos fatores de risco como à importância que o projeto tem para a corporação. Também é fundamental para mostrar quais são os recursos necessários e o tempo que a equipe do projeto gastará para gerenciar os riscos. O processo de planejamento de riscos deve começar na origem do projeto e ser finalizado nas fases iniciais. As entradas desse processo são: • declaração do escopo do projeto; • plano de gerenciamento dos custos; • plano de gerenciamento do cronograma; • plano de gerenciamento da comunicação; • fatores ambientais da empresa; • ativos de processos organizacionais. A única saída desse processo é o plano de gerenciamento de riscos. 8.1.5 Identificar os riscos Esse processo trata da determinação dos riscos que podem afetar o projeto e de documentação de suas características. Participam dessas atividades: gerente do projeto, membros da equipe do projeto, equipe de gerenciamento dos riscos, clientes, especialistas no assunto, usuários finais, partes interessadas e especialistas em riscos. A identificação de riscos deve ter como foco os objetivos do projeto. Escopo, qualidade, prazos e custos são as dimensões essenciais no projeto. Objetivos maiores são traçados e progressivamente detalhados, transformados em compromissos durante todo o projeto. Objetivos parciais e intermediários são estabelecidos e marcarão o progresso do projeto em direção aos objetivos e resultados globais (DINSMORE; BARBOSA, 2009, p. 233). 120 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III As principais entradas desse processo são: • plano de gerenciamento dos riscos; • estimativa de custos das atividades; • estimativas de duração das atividades; • linha de base do escopo; • registro das partes interessadas; • plano de gerenciamento dos custos; • plano de gerenciamento do cronograma; • plano de gerenciamento da qualidade; • documentos do projeto; • fatores ambientais da empresa; • ativos de processos organizacionais. A única saída desse processo é o registro de riscos. 8.2 Gerenciamento de Aquisições 8.2.1 Conceitos De acordo com o Guia PMI 2008 (p. 313): [...] o processo de Gerenciamento de Aquisições do projeto inclui os processos fundamentais para comprar ou adquirir produtos, serviços ou resultados de um projeto. A organização pode ser tanto o comprador como o vendedor dos produtos, serviços ou resultados do projeto. O Gerenciamento de Aquisições do projeto inclui todos os processos de gerenciamento de contratos e controle de mudanças que são essenciais para o desenvolvimento e administração de contratos ou pedidos de compra emitidos por membros da equipe de gestão de projetos que tenham autorização para isso. O Gerenciamento de Aquisições do projeto também inclui a administração de todos os contratos que foram emitidos por uma organização externa 121 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS (o comprador) que está adquirindo o projeto da organização que executa (o fornecedor) e a administração das obrigações contratuais atribuídas à equipe do projeto pelo contrato. 8.2.2 Processos de Gerenciamento de Aquisições De acordo com o Guia PMI 2008 (p. 259), os processos que fazem parte do Gerenciamento de Aquisições são: • Planejar as aquisições — Integra o grupo de processos de planejamento. — É o processo responsável pela determinação do que comprar ou adquirir e de quando e como fazer isso. — Também se ocupa com as abordagens e identificação dos fornecedores em potencial. • Conduzir as aquisições — Integra o grupo de processos de execução. — Processo que se preocupa com a obtenção de respostas dos fornecedores, além da seleção de um fornecedor. • Administrar as aquisições — Integra o grupo de processos de monitoramento e controle. — Processo responsável pelas relações de aquisição, monitorando o desempenho do contrato e a realização de mudanças e correções conforme necessário. • Encerramento das aquisições — Integra o grupo de processos de encerramento. — Processo responsável pela finalização de todas as aquisições que foram feitas pelo projeto. 8.2.3 Planejar as aquisições Esse processo orientará a execução do contrato, porque fornece uma descrição de como os processos de aquisição serão gerados, desde o desenvolvimento da documentação até o encerramento do contrato. 122 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III O plano de gerenciamento de aquisições funciona como uma espécie de plano de gerenciamento do projeto específico para este serviço e, como tal, nele deve ficar muito bem definido como serão gerenciadas as propostas de mudança; quais os tipos de contrato que serão utilizados; como ficará a interface entre o trabalho previsto nesse contrato e o projeto como um todo; qual o tipo de documento que circulará entre as empresas em cada área; enfim, todas as possíveis “perturbações” do processo deverão estar previstas (DINSMORE; BARBOSA, 2009, p. 256). As entradas desse processo são: • linha base do escopo; • documentação dos requisitos; • acordos de cooperação; • registros dos riscos; • decisões contratuais relacionadas a riscos; • requisitos de recursos das atividades; • cronograma do projeto; • estimativa de custos das atividades; • linha base do desempenho de custos; • fatores ambientais da empresa; • ativos de processos organizacionais. As saídas desse processo são: • plano de gerenciamento das aquisições; • declarações do trabalho das aquisições; • decisões de fazer ou comprar; • documentos de aquisição; • critérios para seleção de fontes; • solicitações de mudança. 123 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS 8.2.4 Análise de fazer ou comprar Análise de fazer ou comprar é uma técnica geral de gerenciamento usada para determinar se um trabalho específico pode ser mais bem realizado pela equipe do projeto ou se deve ser comprado de fontes externas. Às vezes o recurso existe na organização do projeto, mas pode estar alocado em outros projetos; nesse caso, pode ser necessário obter esse esforço fora da organização a fim de cumprir os compromissos do cronograma. As restrições de orçamento podem influenciar as decisões de fazer ou comprar. Se for tomada a decisão de comprar, também deverá ser feita uma opção posterior entre comprar ou arrendar. A análise de fazer ou comprar deve considerar todos os custos relacionados; tanto os custos diretos como os custos indiretos de suporte (PMI, 2008, p. 321). A análise de fazer ou comprar, também conhecida como make or buy, é o ponto básico de todo o processo de planejar aquisições. Essa decisão deve ser fundamentada numa relação custo/benefício positiva, considerando um grande número de fatores. Consideram-se também a capacitação dos fornecedores, pressões no gerenciamento do tempo, análise de riscos, entre outros. Resumo Aprendemos sobre quatro importantes áreas de conhecimentos em gerenciamentos de projeto que estão no Guia PMBOK. A primeira área a ser abordada foi o gerenciamento de recursos humanos, ligada ao relacionamento dos indivíduos em um projeto. Lidar com pessoas nem sempre é tarefa simples, mas pode ficar muito mais fácil quando usamos os processos sugeridospelo Guia PMBOK, que nos mostram as formas mais eficientes de lidar com várias pessoas, conseguindo sempre extrair o melhor de cada uma delas. Falamos também sobre o gerenciamento de comunicações, outro item importante e que muitas vezes é negligenciado pelas empresas. É importante que os gestores assegurem-se de que a informação que passaram para a sua equipe foi compreendida da forma correta, ou seja, que não existem ruídos nela. Quando uma informação não é compreendida adequadamente, pode causar falha na qualidade, aumento de custos e estresse desnecessário na equipe de recursos humanos do projeto. 124 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III Em seguida, aprendemos sobre o gerenciamento de riscos, os impactos que podem representar, como identificá-los e gerenciá-los e os prejuízos que a ausência de gestão de riscos pode ocasionar em um projeto. Depois, estudamos o gerenciamento de aquisições de acordo com o PMI. Nesse gerenciamento, pudemos aprender cada fase que compõe o gerenciamento de requisições, a importância que essa gerência tem para o projeto e para o cliente e as melhores formas de gerenciar todos os processos que fazem parte desse gerenciamento. Exercícios Questão 1. Um dos processos que envolvem o Gerenciamento de Recursos Humanos é o desenvolvimento do plano de recursos humanos. Uma das principais responsabilidades do plano de RH está na definição dos papéis e das responsabilidades, ponto que pode causar muita confusão entre os membros do projeto, incluindo a área de Administração de Projetos e o próprio patrocinador dos trabalhos. Há responsabilidades que muitas vezes são atribuídas ao gerente do projeto, mas que não deveriam estar com ele. Adaptado de: GERENCIAMENTO... (2010). Sobre o desenvolvimento do plano de recursos humanos, podemos afirmar que: I – Por integrar o grupo de processos de execução, é responsável pela formação da equipe necessária para completar as designações do projeto. II – Duas das suas responsabilidades são a identificação e a documentação das funções da equipe. III – Uma das suas responsabilidades é a formação da equipe necessária para completar as designações do projeto. Assinale a alternativa correta: A) Somente a afirmativa III é falsa. B) Somente a afirmativa II é verdadeira. C) Somente a afirmativa I é verdadeira. D) Todas as afirmativas são verdadeiras. E) Todas as afirmativas são falsas. Resposta correta: alternativa B. 125 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS Análise das afirmativas I – Afirmativa falsa. Justificativa: desenvolver o plano de recursos humanos é, como o próprio nome diz, um processo de planejamento, e não de execução. II – Afirmativa verdadeira. Justificativa: desenvolver o plano de recursos humanos integra o grupo de processos de planejamento e é o processo responsável pela identificação e pela documentação de funções, responsabilidades, habilidades necessárias, registro de inter-relações e criação do plano de gerenciamento da equipe. III – Afirmativa falsa. Justificativa: formar a equipe é de responsabilidade do processo de contratar ou mobilizar a equipe do projeto, e não do processo de desenvolver o plano de recursos humanos. Questão 2. A figura a seguir mostra um organograma de projeto: Integração Gerente Gerente Calos Eduardo Calos Eduardo Márcio Márcio Comunicação Elton Pedro Escopo Tatiane Tempo Juliana Riscos Jaime R.H. Carolina Aquisição Hernani Custo Eduarda Leonardo Qualidade Jeferson Figura 24 – Organograma de projeto Esse organograma de projeto: I – Apresenta graficamente a hierarquia dos membros da equipe do projeto. II – Integra os processos de desenvolvimento do plano de recursos humanos. III – Descreve como e quando os requisitos de recursos humanos serão atendidos. 126 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III Assinale a alternativa correta: A) Somente a afirmativa III é falsa. B) Somente a afirmativa II é verdadeira. C) Somente a afirmativa I é verdadeira. D) Todas as afirmativas são verdadeiras. E) Todas as afirmativas são falsas. Resolução desta questão na plataforma. 127 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 2 GIDO, J.; CLEMENTS, J. P. Gestão de projetos. São Paulo: Cengage Learning, 2011. p. 8. Figura 3 MONTEIRO, A. Certificação PMP. Rio de Janeiro: Brasport, 2008. p. 8. Figura 4 FERNANDES, A. A.; ABREU, V. F. Implantando a governança de TI: da estratégia à gestão dos processos e serviços. Rio de Janeiro: Brasport, 2012. p. 369. Adaptada. Figura 5 BERSSANETI, F. T.; CARVALHO, M. M.; MUSCAT, A. R. N. Impacto dos modelos de referência e maturidade no gerenciamento de projetos: estudo exploratório em projetos de tecnologia da informação. Prod., São Paulo, v. 22, n. 3, ago. 2012. p. 410. Adaptada. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0103-65132012000300005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 14 nov. 2013. Figura 6 JUCÁ JUNIOR, A. S.; CONFORTO, E. C.; AMARAL, D. C. Maturidade em gestão de projetos em pequenas empresas desenvolvedoras de software do Polo de Alta Tecnologia de São Carlos. Gest. Prod., São Carlos, v. 17, n. 1, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0104-530X2010000100014&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 14 nov. 2013. p. 185. Figura 7 HELDMAN, K. Gerência de projetos. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. p. 16. Adaptada. Figura 8 HELDMAN, K. Gerência de projetos. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. p. 17. Adaptada. Figura 9 HELDMAN, K. Gerência de projetos. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. p. 20. Adaptada. Figura 10 HELDMAN, K. Gerência de projetos. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. p. 21. Adaptada. 128 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Figura 11 HELDMAN, K. Gerência de projetos. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. p. 22. Adaptada. Figura 12 MONTEIRO, A. Certificação PMP. Rio de Janeiro: Brasport, 2008. p. 14. Figura 13 DINSMORE, P. C.; BARBOSA, A. M. C. Como se tornar um profissional em gerenciamento de projetos: livro-base de “Preparação para certificação PMP – Project Management Professional”. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2009. p. 3. Figura 14 HELDMAN, K. Gerência de projetos. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. p. 31. Adaptada. Figura 15 FERNANDES, A. A.; ABREU, V. F. Implantando a governança de TI: da estratégia à gestão dos processos e serviços. Rio de Janeiro: Brasport, 2012. p. 394. Adaptada. Figura 20 MONTEIRO, A. Certificação PMP. Rio de Janeiro: Brasport, 2008. p. 71. Figura 21 MONTEIRO, A. Certificação PMP. Rio de Janeiro: Brasport, 2008. p. 74. Figura 22 MONTEIRO, A. Certificação PMP. Rio de Janeiro: Brasport, 2008. p. 74. Figura 23 COSTA NETO, P. L. O.; CANUTO, S. A. Administração com qualidade: conhecimentos necessários para a gestão moderna. São Paulo: Blucher, 2010. p. 88. Figura 24 ORGANOGRAMA de Projeto. Grupo UNIP-Objetivo. 129 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a REFERÊNCIAS ALEXANDRE, J. W. C.; FERREIRA, J. J. A. Fatores críticos da qualidade: uma análise do setor industrial do Estado do Ceará. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 2000, Santa Catarina. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2000_E0202.PDF>. Acesso em: 14 nov. 2013. ALVES, R. O. et al. Melhores práticas em implantação de escritório de gerenciamento de projeto: desenvolvimento de referenciais de sucesso. Prod., São Paulo, v. 23, n. 3, set. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65132013000300012&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 14 nov. 2013. BARRETO, L. M. T. S. et al. Cultura organizacional e liderança: uma relação possível? Rev. Adm., São Paulo, v. 48, n. 1, mar. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0080-21072013000100004&lng=en&nrm=iso>. 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