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AULA 6 GESTÃO DA DIVERSIDADE Profª Lucimara do Nascimento Numata 2 INTRODUÇÃO As práticas atuais e as tendências de gestão da diversidade Olá! Seja muito bem-vindo(a). Esperamos concluir a abordagem dos nossos assuntos de forma abrangente, diversificada e que alcance um significado para você. Nesta aula, nossa proposta é trazer ao seu conhecimento os seguintes cinco temas, para conduzi-lo(a) ao conhecimento das práticas de gestão em seu processo e das tendências acerca da diversidade: 1. Engajamento das lideranças na criação de organizações inclusivas 2. Práticas de gestão da diversidade nas organizações 3. Implantação de um programa de diversidade 4. Monitoramento de um programa de diversidade 5. Tendências da gestão da diversidade nas organizações Desde a primeira aula, aprendemos, refletimos, tensionamos e avançamos em nosso pensamento crítico sobre os desafios da diversidade, em especial nas organizações. Essa proposta continua mesmo com a conclusão das aulas, pois a sua jornada não acaba aqui. É preciso sempre rever os conceitos e amadurecer os debates sobre o tema, pois tornar inclusiva a sua organização certamente vai demandar bastante esforço. No entanto, as conquistas na atração de talentos plurais para compor uma equipe diversa levará a sua organização à obtenção de ganhos diferenciados. Ademais, isso fará parte da construção de uma sociedade mais igualitária, justa e democrática. TEMA 1 – ENGAJAMENTO DAS LIDERANÇAS NA CRIAÇÃO DE ORGANIZAÇÕES INCLUSIVAS É neste momento que todo o conhecimento acumulado em aulas anteriores, como sobre a gestão da diversidade, se concretiza, revelando os atores essenciais que possibilitarão que a diversidade seja uma realidade em sua organização. Como já estudamos, o tema da diversidade passou a fazer parte da agenda organizacional a partir dos anos 2000. No entanto, ainda são poucas as práticas reais que se diferenciam apenas do cumprimento da necessidade legal de inclusão, compondo um compromisso ético e genuíno de inclusão da 3 diversidade, nas organizações. Tampouco existem soluções prontas para isso, apesar do avanço dos estudos sobre a diversidade no contexto organizacional, pois ainda restam dúvidas de como a convivência entre pessoas de diferentes gêneros, raças, crenças religiosas, gerações, entre outras questões, podem gerar benefícios aos negócios. As lideranças, aqui consideradas, a saber, como c-levels, diretores, gerentes e supervisores de empresas, devem estar engajadas na pauta da diversidade, pois, sem o apoio desses níveis decisores de uma organização, não haverá o alcance necessário das ações concretas de inclusão. Corroboram com essa premissa, em seus estudos, Santa Rita (2020) e Freitas (2021), evidenciando a emergência de se acelerar a ocorrência de mudanças que construam empresas inclusivas. Segundo matéria publicada no site da Amcham Brasil, o “Comprometimento real da alta liderança com D&I é literalmente onde se faz a diferença” (Moreira, [S.d.], citada por Diversidade, 2021). Ressalta-se ainda, na mesma matéria, que o debate sobre diversidade, “para o core business [negócio principal, em tradução livre] é papel da alta liderança” (Diversidade, 2021). Ferreira (2018, p. 53-74), em sua dissertação de mestrado sobre o posicionamento comunicacional da inclusão das diversidades sociais naquelas consideradas como as melhores empresas para se trabalhar em 2018, revela o engajamento da liderança em quatro dessas empresas, todas com 1 mil ou mais funcionários (Figura 1). O objetivo da pesquisa era entender como tais empresas se posicionavam na questão da diversidade social, por meio de análise de informações disseminadas em dois de seus canais de comunicação externa – o site institucional e a rede social Facebook. Os dados consultados pelo autor se encontravam em ranking elaborado pelo Great Place to Work (Sobre, [S.d.]), empresa global de pesquisa, consultoria e treinamento que estimula as organizações a identificar, criar e manter ambientes de trabalho positivos, por meio do desenvolvimento de culturas de alta confiança, dando ênfase ao modelo diferenciado e abrangente de evidências e percepções dos funcionários das organizações. Fundada nos Estados Unidos, a entidade desenvolve pesquisas sobre melhores empresas para se trabalhar em mais de 50 países, tendo por objetivo construir uma sociedade melhor, ajudando empresas a transformarem seu ambiente de trabalho (Sobre, [S.d.]). O ranking é publicado anualmente e tem como objetivo de 4 [...] reconhecer as empresas que são referência em um ambiente de trabalho, em seus estados, setores de atuação e no Brasil. A certificação GPTW foi criada para reconhecer organizações que valorizam pessoas. Porém, como o foco deste trabalho é apenas ter, como objeto de estudo, o ranking das cinco melhores empresas, o presente estudo não tem como propósito detalhar sobre como é a metodologia para que uma empresa seja GPTW, bem como os critérios, regras, valores, processos de avaliação e premiação, mas sim, o ranking é referenciado como parâmetro de seleção das organizações analisadas. (Ferreira, 2018, p. 47-48) A unidade de análise intitulada liderança, na pesquisa de Ferreira (2018), faz parte de um conjunto de dados das empresas pesquisadas e podemos identificá-la como fonte essencial para entendimento do fenômeno da gestão da diversidade nas organizações. Figura 1 – Empresas e o engajamento da liderança em matéria de diversidade e inclusão Fonte: Elaborado com base em Ferreira, 2018, p. 53-74. Caterpillar: empresa líder mundial em fabricação de equipamentos de construção e mineração, motores a gás natural e diesel, turbinas industriais e locomotivas elétricas a diesel. Todos os seus líderes sabem da importância e são parte da estratégia da empresa em relação à diversidade e inclusão. Magazine Luiza: empresa de varejo brasileira com sede na cidade de Franca, em São Paulo. Em 2018, a empresa completou 61 anos e possui mais de 800 lojas em 16 estados do Brasil. Seus líderes têm muito conhecimento e integram a perspectiva da diversidade e da inclusão em todas as suas atividades. Líderes específicos da empresa atuam em grupos com foco na cultura da diversidade. SAP Labs Latin America – SAP Brasil: com mais de 3,7 mil clientes, a companhia atua em todo o território nacional apoiada por uma rede de mais de 200 parceiros de negócios. Presente há 23 anos no país, a SAP desenvolve soluções para simplificar os processos das empresas. As suas lideranças têm muito conhecimento e integram a perspectiva da diversidade e da inclusão em todas as suas atividades, o que é considerado imprescindível para a criação de uma cultura da diversidade. Tokio Marine Insurance: seguradora mais antiga do Japão, atua desde 1959 no mercado brasileiro. Em 2018, a Tokio Marine no Brasil possuía em torno de 1,8 mil colaboradores, distribuídos em 72 unidades de negócios. As suas lideranças integram a perspectiva da diversidade e da inclusão em todas as suas atividades e buscam inovar, por meio de um olhar diverso e inclusivo. 5 Com sua pesquisa, Ferreira (2018) tornou possível a compreensão da atual situação das empresas pesquisadas quanto ao engajamento das lideranças na efetivação de políticas e práticas de gestão da diversidade. Nessa mesma perspectiva, Santa Rita (2020, p. 82-83) argumenta que, para o incentivo à diversidade, uma das estratégias é que a alta liderança empresarial, num modelo conhecido como top-dow – em tradução livre, significa de cima para baixo –, demande ações em prol da diversidade. Outra estratégia consiste na sensibilização de todas as lideranças da empresa, num modelo conhecido como bottom-up – em livre tradução, de baixo para cima –, tendo como alcance todos os níveis hierárquicos da organização. Santa Rita (2020, p. 83) revela que palestras e treinamentos sobre o temasão necessários, para que haja essa sensibilização, com adoção de um posicionamento e a transmissão de conteúdos de natureza positiva, demonstrando-se os benefícios e ganhos econômicos desse engajamento, ilustrando casos de sucesso de empresas inclusivas (Santa Rita, 2020, p. 83). Essa sensibilização deve ser mantida por meio de recorrente diálogo e avaliação dos programas e ações de promoção da diversidade em que as lideranças empresariais estejam envolvidas. Ainda no contexto das lideranças, encontramos, na comunidade voltada às ações de diversidade e inclusão, a referência da Gestão Kairós (Rocha, 2020). A instituição propõe uma espécie de carta de compromissos com a diversidade e a inclusão, que tem por meta delinear os principais objetivos que uma organização deve buscar quando lida com a temática da diversidade e inclusão, assim como orienta às organizações a darem visibilidade às ações que porventura desenvolvam a esse respeito. Esta carta foi construída de modo a incorporar em um único documento os compromissos com os quais uma empresa deve estar alinhada para que, de fato, seja capaz de abraçar a Diversidade e Inclusão de forma abrangente em seu cotidiano. A carta é composta por seis compromissos norteadores gerais e cinco compromissos específicos para cada grupo de diversidade (negros, mulheres, LGBT+, PcD, geração e religião). (Rocha, 2020, p. 9) O documento elenca seis compromissos norteadores gerais e cinco compromissos específicos a cada grupo de diversidade, com o intuito de auxiliar a construção de ambientes de trabalho que respeitem seus funcionários e que valorizem a diversidade e a inclusão (Figura 2). 6 Figura 2 – Seis compromissos gerais com a diversidade e a inclusão Fonte: Elaborado com base em Rocha, 2020, p. 12-17. Os seis compromissos elencados na Figura 2 revelam a importância dos conteúdos trabalhados nas nossas aulas iniciais e que agora se consolidam na abordagem de questões norteadoras e ações práticas. Saiba mais Ouça o podcast do Fórum de Diversidade e Inclusão 2021 intitulado A importância do top-down: por que diversidade e inclusão devem estar no topo da agenda empresarial. Leia o livro Como ser um líder inclusivo (Rocha, 2017). TEMA 2 – PRÁTICAS DE GESTÃO DA DIVERSIDADE NAS ORGANIZAÇÕES Ao se discutir a implementação de práticas relacionadas à gestão da diversidade por meio da gestão de pessoas, é fundamental considerar os aspectos da cultura organizacional. Nesse sentido, o papel das lideranças, como já estudamos, é fundamental para a criação e manutenção de uma cultura e um clima organizacionais que valorizem a diversidade. Ferreira (2021, p. 55) chama a atenção para a consonância que deve haver entre discurso e prática. Mesmo com políticas bem disseminadas, não há garantia de fato de que a sua efetividade ocorra, ou seja: os funcionários percebem quando há inconsistência entre discurso e ações práticas. O resultado disso é a descrença nas políticas organizacionais propostas ou em curso. Assim, alinhar o discurso à Carta de compromissos com a diversidade e a inclusão 1. Valorização da diversidade e da inclusão 2. Valorização da diversidade e da inclusão das mulheres 3. Valorização da diversidade e da inclusão de negros e pardos 4. Valorização da diversidade e da inclusão de pessoas LGBTI+ 5. Valorização da diversidade e da inclusão de pessoas com deficiência 6. Valorização da diversidade e da inclusão de todas as gerações 7 prática é fundamental. Ainda devemos ter a consciência de que a elaboração de uma política e sua implementação, acompanhamento, manutenção e obtenção de resultados levam tempo. Segundo Cox Jr. (1993), uma organização multicultural deve prezar por uma gestão da diversidade cujas normas e políticas visem garantir às minorias e a grupos sociais distintos o direito de trabalharem, nas organizações, em pé de igualdade com os demais grupos, gozando dos mesmos direitos e obrigações que aqueles. Além disso, a importância de uma cultura diversa e inclusiva deve ser evidenciada pelas pessoas envolvidas, permanecendo em frequente aprimoramento organizacional por meio de realização de palestras, treinamentos, workshops e outras formas de sensibilização (Regina et al., 2015, p. 32). Maccali (2015, p. 168) corrobora com isso afirmando que, para uma gestão efetiva da diversidade, é preciso ocorrer um alinhamento das políticas de gestão de pessoas, com enfoque no recrutamento e seleção, treinamento, remuneração, cultura da empresa, visto que a diversidade deve ser uma filosofia partilhada por todos. A mesma autora alerta que, nas práticas de recursos humanos para a gestão da diversidade, a organização precisa divulgar a política organizacional da empresa e, com isso, revelar seus valores culturais, para tornar as relações com os indivíduos mais produtivas (Maccali, 2015, p. 164). Segundo a Pearson Corporate Solutions (2021, p. 11), empresa multinacional britânica de educação e editoração com sede em Londres, no Reino Unido, as razões para que uma organização acredite na promoção da diversidade em suas práticas são que ela: a. agrega valor à organização: as organizações socialmente responsáveis são mais bem-vistas pela sociedade e possuem melhor aceitação no mercado; b. incentiva a criatividade e inovação: as diferentes realidades vivenciadas por cada colaborador abrem espaço para o surgimento de novas ideais e convivência de diversos pontos de vista; c. melhora o nível de desempenho organizacional e os resultados: a inclusão também contribui para que a empresa alcance resultados ainda mais positivos – estudos mostram que há uma relação direta entre a diversidade e o melhor desempenho organizacional; d. reduz a rotatividade: em uma equipe diversificada em sua força de trabalho e que acolha as diferenças, os colaboradores se sentem mais 8 seguros e motivados para o trabalho, havendo assim maior retenção de talentos; e. torna mais positivo o clima organizacional: empresas que estimulam a diversidade e a inclusão incentivam também a cooperação, o respeito e a ética e, com isso, é possível notar uma melhora consistente na qualidade da convivência entre os colaboradores. Alguns temas, situações e segmentos que perpassam a gestão que as empresas brasileiras têm feito da diversidade encontram-se contemplados na Figura 3. Figura 3 – Temas, situações e segmentos que perpassam a gestão da diversidade em empresas brasileiras Fonte: Elaborado com base em Diversidade, 2021. É importante que as empresas tenham foco em segmentos que se encontram ausentes, em situação de desvantagem ou vulnerabilidade no contexto do trabalho. Dessa forma, se assume uma postura para além dos sistemas de cotas impostos pela legislação, com adoção de estratégias mais efetivas para se atingir a gestão da diversidade de forma mais positiva e eficiente para a organização (Diversidade, 2021). Com foco na área de gestão de pessoas, as ações práticas recomendadas estão permeadas em vários dos subsistemas de recursos humanos, segundo Ferreira (2020, p. 45), a saber: a. provisão: planejamento, recrutamento e seleção; Naturalidade/ Nacionalidade Mulheres Urbano/Rural Classe Social Pessoas com Deficiência Pluralidade de Arranjos Familiares Comunidade LGBTI+ Refugiados Religião Gerações Saúde, HIV/Aids, Câncer Aparência Estética 9 b. aplicação: cargos e salários, avaliação de desempenho; c. desenvolvimento: treinamento, educação corporativa e planejamento de carreira; d. recompensa: salário fixo, remuneração variável e benefícios; e. manutenção: qualidade de vida no trabalho, saúde e segurança, clima organizacional e comunicação. No planejamento estratégico de alocação de pessoas para a composição adequada e necessária da força de trabalho da organização, deve-se contemplar a condição multicultural. Dada essa definição,o processo de recrutamento e seleção deverá ser focado em diversidade e inclusão, prática bastante incomum no mercado de trabalho atual. A área de recrutamento e seleção (também denominada atração de talentos, entre outros nomes) deve ser a porta de entrada para as minorias, possibilitando o acesso de pessoas de todos os gêneros, etnias, faixas etárias, pessoas deficientes, entre outras demandas. Tendo o quadro de funcionários adequado à realidade da organização, o subsistema de aplicação, com as suas características e critérios, deve estar embasado na equidade e acesso igualitário para todos os funcionários. Cox Jr. (1993) indica que três tipos de programas de treinamento são os mais comuns, no tratamento da diversidade: 1. treinamento de conscientização, de forma que os grupos formem suas opiniões sobre a diversidade; 2. treinamento de construção de habilidades relativas ao comportamento, no trabalho, em função das normas culturais existentes na organização; 3. ensino de idiomas, visando à promoção do pluralismo. Ademais, o desenvolvimento das lideranças é outro ponto fundamental desse subsistema, voltando-se para a conscientização das diferenças culturais necessárias à organização, diante de sua atuação no mundo globalizado. Os programas de planejamento de carreira devem contemplar a ascensão principalmente dos grupos historicamente considerados sem acesso aos cargos de gestão, no contexto organizacional. No subsistema de recompensa, deve-se tomar cuidado para que não haja práticas discriminatórias de salários, em relação aos cargos; e, nas práticas de remuneração e desempenho, para que não haja nenhum tratamento “especial”, pois a condição igualitária possibilitará a existência de um clima organizacional 10 favorável. Uma sugestão é a criação de grupos de representantes das minorias para o acesso à alta liderança, na busca de melhorias nas práticas da diversidade e inclusão. Isso posto, o subsistema de manutenção terá as condições favoráveis para proporcionar às pessoas um ambiente físico e psicológico adequado, onde exista um relacionamento saudável para a manifestação e o respeito à opinião de todos. Ferreira (2021, p. 55-58) nos revela que existem indicadores para que se possa averiguar a existência de práticas de gestão da diversidade. Conheceremos quatro deles, com foco na gestão de pessoas: 1. Políticas e ações afirmativas adotadas pela empresa: constituídas, por exemplo, por código de conduta, boas práticas internas de gestão, promoção dos direitos humanos com o envolvimento das lideranças, disponibilidade de canais de reclamação como ouvidoria, entre outras iniciativas. 2. Ações de diagnóstico e monitoramento: o levantamento e tratamento de dados do público interno considerando fatores como gênero, raça, escolaridade, deficiência, entre outros, para elaboração de propostas de promoção da equidade. Medidas de combate à discriminação, por exemplo, são ações de monitoramento necessárias nas práticas em questão. 3. Recrutamento e seleção: processo adequado à diversidade, projeto com a comunidade, capacitação dos profissionais da área em questão para a constante atualização no tema. 4. Promoção e carreira: programas devem valorizar os potenciais talentos internos, com base em princípios de igualdade de oportunidades. As práticas de gestão de pessoas para a promoção de políticas de diversidade e inclusão nas organizações ainda precisam ganhar espaço no contexto brasileiro do trabalho. E é somente com práticas constantes em prol da diversidade é que ela passará a fazer parte da nossa cultura organizacional. Saiba mais Leia a matéria O que aprendi sobre diversidade em Portugal e na Índia, de Liliane Rocha (2019), fundadora e chief executive officer (CEO) da Gestão Kairós, disponível em: <https://gestaokairos.com.br/o-que-aprendi-sobre-diversidade-em- portugal-e-na-india/>. 11 TEMA 3 – IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE DIVERSIDADE Como ponto de partida, analise como a diversidade já se faz presente na sua empresa. Ou seja, preste atenção em todos os setores e cargos, observando quais deles possuem colaboradores que fazem parte de alguma minoria. Afinal, compreender o que já existe é fundamental para se dar passos em direção a novas estratégias. Segundo Camillo, Fortin e Aguerre (2020, p. 48), a implantação de um programa de diversidade nas organizações, por iniciativa dos gestores de recursos humanos, torna-se essencial para o auxílio dos líderes empresariais no efetivo e consciente desenvolvimento e manutenção da gestão da diversidade. Isso posto, cabe lembrar que um programa dessa natureza deve ter como objetivo oferecer oportunidades reais a todo o público da organização e não a “partes” ou “tipos” específicos de diversidade. E, para tanto, não existe um padrão de projeto que possa ser aplicado em toda e qualquer organização. A realidade de cada organização e seus funcionários é que fundamentará as bases das políticas nos programas orientados para as práticas de diversidade. O início de qualquer programa requer um planejamento com base em metodologias e ferramentas que demonstrem como vai se efetivar a ação. Vale destacar que o que funcionou bem em uma empresa pode não funcionar bem em uma outra, pelo simples fato de elas terem culturas diferentes. Segundo Rocha (2020, p. 6), um programa de diversidade bem-sucedido é aquele capaz de incorporar à cultura de uma organização os conceitos mais importantes da diversidade e da inclusão de modo que se crie um ambiente em que todos os funcionários possam conviver de forma harmônica e no qual todas as pessoas tenham oportunidades iguais de desenvolvimento profissional. Ao criar um Programa de Diversidade, deve-se levar em conta um cenário de curto prazo (1 ano), médio prazo (cerca de 3 anos) e de longo prazo (cerca de 5 anos) e definir quais ações serão realizadas ao longo desse período e como serão realizadas. Esse planejamento deve ter flexibilidade para ser modificado caso haja necessidade. Além disso, é essencial que ele seja comunicado a 100% dos colaboradores da organização e que todas as ações propostas sejam executadas. É ao longo desse período em que as ações para a Diversidade e Inclusão passarão a ser incorporadas à estrutura e à cultura da organização de modo que passe a ser natural e normal falar de diversidade no dia a dia profissional. (Rocha, 2020, p. 17) Um programa de diversidade é composto por diversos aspectos como: 12 a. posicionamento de como a organização irá lidar com as questões relacionadas à diversidade e à inclusão; b. criação de diretrizes e objetivos a serem seguidos por todos os líderes e pelos funcionários da organização; c. definição dos temas de diversidade que serão trabalhados; d. definição de indicadores e de metas estratégicas para a diversidade e a inclusão; e. criação ou não de grupos ou comitês de diversidade; f. criação de um plano de ação de sensibilização de todos para a temática; g. criação de um programa de capacitação para líderes e funcionários. Santa Rita (2020, p. 85-87) chama a atenção para a necessidade de realização de um diagnóstico de diversidade, também conhecido como censo interno, com: a. levantamento de indicadores de gestão, sobre os grupos minoritários; b. análise de recortes e cruzamentos para a identificação de diferenças salariais, por exemplo, assim como de outras questões pertinentes; c. identificação dos pontos fortes e fragilidades, riscos, oportunidades e benefícios, com base na equidade; d. manutenção de um canal de diálogo com os funcionários; e. realização de pesquisas sobre clima organizacional. Camillo, Fortin e Aguerre (2020, p. 53) ressaltam a importância da pesquisa de clima, uma vez que, por meio dela, é possível medir o relacionamento entre os funcionários e a empresa; e sugerem que as perguntas sejam abertas, para evitarum viés determinado, com formulações do tipo: a. Você observa haver diversidade na distribuição de cargos na organização? b. Existem atividades que promovam a inclusão de todos os funcionários? c. Você acredita que a diversidade é promovida em todas as áreas da empresa? Exemplifique. Tais questões são apenas exemplos para a composição da pesquisa; outros aspectos deverão ser contemplados, de acordo com a necessidade e a realidade da organização. Realizado o diagnóstico, têm-se os insumos necessários para a elaboração do plano de ação, que, segundo o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social (2008, p. 19), deve contemplar o que se apresenta na Figura 4. 13 Figura 4 – Elementos do plano de ação para implantação de um programa de diversidade, numa organização Fonte: Elaborado com base em Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, 2008, p. 19. Finalizada a elaboração do plano de ação, deve-se ter a sua validação pela alta liderança empresarial, de maneira que o plano seja disseminado no grupo gestor. Em seus estudos sobre o tema, Camillo, Fortin e Aguerre (2020, p. 49) sugerem a aplicação da metodologia conhecida como 5W2H, uma “[...] ferramenta que consiste na elaboração de um plano estruturado para a execução e o controle de tarefas atribuindo responsabilidades, o método para a execução, o motivo, os custos e os prazos para a conclusão”. Tal ferramenta visa responder às questões relativas ao programa de diversidade, como mostra a Figura 5. Plano de Ação Posicionamento da empresa sobre o tema Situação atual, com dados, análises e comentários Situação desejada, com definição do cenário, em determinado período Metas qualitativas e quantitativas para alcançar a situação desejada Atividades, ações e operações para alcançar as metas traçadas Cronograma para um período de um a dois anos Definição dos responsáveis pelas atividades Previsão dos recursos financeiros e outros necessários 14 Figura 5 – Elementos do plano de ação para implantação de um programa de diversidade: 5W2H Fonte: Elaborado com base em Gonçalves, 2008, p. 19. Ao se definir os aspectos demonstrados na Figura 5, será possível iniciar o projeto de forma mais concreta e coordenada, minimizando assim as dúvidas e/ou incertezas por parte dos atores envolvidos na implantação, desenvolvimento e manutenção do programa de diversidade. Saiba mais Leia o livro Diversidade e equidade: metodologia para censo nas empresas (Gonçalves, 2008), disponível em: <https://www.ethos.org.br/wp- content/uploads/2012/12/03_1.pdf>. TEMA 4 – MONITORAMENTO DE UM PROGRAMA DE DIVERSIDADE O monitoramento da implantação de um programa de diversidade pode ser feito por um comitê ou grupo de trabalho dedicado ao tema, em conjunto com as lideranças, conforme definição da governança do programa. Segundo Rocha (2020, p. 13), Antes de tudo, é importante compreender que os grupos ou comitês de diversidade, também conhecidos por grupos de afinidades, são um conjunto de funcionários que irão contribuir para pensar questões e propor ações que estejam vinculados à temática da D&I. Os grupos de diversidade podem ser multidisciplinares, ou seja, variadas temáticas de diversidade serão trabalhadas pelo mesmo grupo. Além disso, os grupos podem ser temáticos, isso quer dizer que cada grupo de diversidade irá trabalhar uma temática específica da diversidade, por exemplo: gênero, 5W2H O quê (What)? Por quê (Why)? Por quem (Who)? Onde (Where)? Como (How)? Por quanto (How much)? 15 raça e etnia, PcD, LGBTQI+ entre outras. A decisão pela implantação de um comitê multidisciplinar ou grupos temáticos dependerá do estágio de amadurecimento do tema de diversidade em cada empresa. O amadurecimento do tema da diversidade na organização, segundo Ferreira (2021, p. 33), passa por estágios, como demonstrado na Figura 6. Figura 6 – Estágios de maturidade do tema da diversidade, nas empresas Fonte: Elaborado com base em Ferreira, 2021, p. 33. O conhecimento dos referidos estágios de amadurecimento em que se encontram as organizações é essencial para que se possa avançar rumo ao alcance do estágio 5, um momento ideal, no qual a temática da diversidade e inclusão já está incorporada à estratégia de negócio de uma organização. As empresas de grande porte e que atingiram o estágio 5 de maturidade optam, segundo Santa Rita (2020, p. 84), pela criação de uma área especializada no tema ou pela contratação de um gestor da diversidade responsável pela articulação de toda a organização, acerca do tema. Já os comitês multiáreas, também presentes nesse contexto, são responsáveis pelos espaços de diálogo, avaliações de situações e de indicadores do programa de diversidade organizacional. Outro ponto muito relevante nesse estágio é a integração da cadeia de valor, ou seja, que vai desde os fornecedores aos consumidores, passando pela comunidade, entre outros envolvidos que fazem parte do cotidiano dos negócios da organização. O estímulo para que a diversidade passe a ser uma premissa para a sustentabilidade dos negócios na cadeia de valor pode ser viabilizado com certas ações, como nos revela Santa Rita (2020, p. 89): Estágio 1 • Inserção das minorias por exigências externas: pressões sociopolíticas Estágio 2 • Diversidade admitida por imposição legal: cumprimento das leis de cotas Estágio 3 • Mobilização da organização para proporcionar um tratamento igualitário Estágio 4 • Valorização da diferença como benefício para a organização Estágio 5 • Gestão da diversidade 16 a. inclusão de critérios de diversidade nos contratos com fornecedores e prestadores de serviço; b. existência de relatórios de sustentabilidade com comunicação para fornecedores e prestadores de serviço; c. apoio a projetos sociais com foco em grupos minoritários; d. expansão das relações comerciais e priorização da contratação de serviços liderados por grupos considerados minoritários; e. divulgação das práticas de sucesso na empresa; f. promoção e participação em eventos e espaços destinados ao diálogo e debate sobre o tema, buscando a troca de experiências. Tais ações de disseminação, multiplicação, com parcerias e envolvimento com a comunidade empresarial e civil, possibilitarão o aumento do impacto da cultura da diversidade na área e setor de atuação da organização. Isso posto, partimos então para o acompanhamento do progresso de um programa de diversidade, que, na ordem prática, deve se ancorar em metodologias propostas por organizações de referência. O Global Reporting Initiative (GRI), nesse sentido, é um relatório de sustentabilidade aplicável a todas as organizações, que oferece princípios e conteúdos para que as empresas que o utilizam registrem e apresentem suas práticas e resultados, nesse caso, sobre o tema da diversidade. É considerado como uma ferramenta para desenvolver estratégias de gestão voltadas para os indicadores socioambientais e econômicos. Os Indicadores Ethos são outra ferramenta importante de gestão, criada em 2000 pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social (2019) e que estão em sua terceira geração. Têm como objetivo apoiar as empresas na incorporação da sustentabilidade e da responsabilidade social empresarial (RSE) em suas estratégias de negócio, de modo que esse se torne sustentável e responsável. De maneira geral, indicadores como os citados buscam avaliar as melhores práticas em diversidade e inclusão, considerando aspectos quantitativos e qualitativos, com comparativos de desempenho por setor e por categoria, considerando grupos étnico-raciais, mulheres, LGBTI+ e pessoas com deficiência. De forma específica, os indicadores devem contemplar dados quantitativos e qualitativos confiáveis, para que se possa medir de modo acurado o desempenho de um programa de diversidade, entre os quaistemos, segundo Santa Rita (2020, p. 90): 17 a. balanço do quadro funcional e executivo com recortes de gênero, raça, categoria funcional, idade, entre outros; b. número de projetos implementados e beneficiários por projeto, nesses recortes; c. dados de aumento de lucros obtidos com investimentos em programas de diversidade; d. resultados de pesquisas de satisfação com o programa de diversidade; e. número de reclamações de colaboradores registradas nos canais oficiais da organização ou pelos seus gestores; f. percentual de rotatividade e absenteísmo de trabalhadores, com recortes de gênero, raça, categoria funcional, idade, entre outros. Tais indicadores quantitativos devem ser fortalecidos com espaços de escuta e diálogo sobre questões que se relacionem à diversidade. Podemos, assim, encontrar o suporte necessário para o monitoramento interno de um programa de diversidade, bem como para a sua comparação com o mercado e com a área e o segmento de atuação da empresa. A saber, os Indicadores Ethos para negócios sustentáveis e responsáveis promovem um olhar para fora da organização e não substituem os indicadores internos definidos para um programa (Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, 2019). Logo, a gestão integrada dos indicadores contribuirá efetivamente para a consolidação das ações em favor da diversidade, no contexto organizacional. TEMA 5 – TENDÊNCIAS DA GESTÃO DA DIVERSIDADE, NAS ORGANIZAÇÕES Precisam ser pensadas e debatidas no presente, no meio organizacional, tendências importantes sobre os novos contornos da diversidade e inclusão nos cenários empresariais futuros. Nesse contexto, as organizações devem se atentar para as grandes mudanças sociais introduzidas no ano de 2020, principalmente pela influência da pandemia do novo coronavírus, que impulsionou novas formas de trabalho e exercício profissional, por exemplo. Os efeitos da Covid-19 vieram pra ficar e uma dessas grandes mudanças se refere ao processo de diversidade e inclusão nas organizações, que deverá estar cada vez mais alinhado às tendências do mundo e ao core business, para garantir a existência a longo prazo dessas organizações, ou seja, sua presença em mercados futuros. O Institute for the Future (IFTF), uma das principais referências mundiais em prospecção, é uma organização sem fins lucrativos e, apesar do que sugere 18 o nome, o instituto não prevê o futuro – e nem acredita que isso é possível! Mas, a lógica de sua atenção é analisar tendências e, principalmente, disrupções que estão por vir e ameacem quebrar os padrões já estabelecidos na sociedade, o que pode ser aplicado à maneira como pensamos a gestão da diversidade. O IFTF destaca, em seu estudo Future Work Skills 2020 (University of Phoenix Research Institute, 2020, p. 8), algumas habilidades que se relacionam diretamente com a diversidade, conforme a Figura 7. Figura 7 – Diversidade: habilidades para um cenário futuro Fonte: Elaborado com base em University of Phoenix Research Institute, 2020, p. 8. Podemos observar que a diversidade irá, portanto, se tornar uma competência core para as organizações, ao longo das próximas décadas. Por sua vez, Sales (2018) lista algumas tendências no tocante à diversidade e inclusão (Figura 8). Future Work Skills 2020 Competência cross-cultural: nossa habilidade de operar e trabalhar em diferentes contextos culturais (seja em uma mesma cidade, região, país ou continente) Transdisciplinaridade: habilidade de compreender conceitos que perpassam múltiplas disciplinas Curadoria (gerenciamento cognitivo): habilidade de selecionar e filtrar as informações de acordo com seu grau de importância, maximizando a capacidade cognitiva com uso de diferentes ferramentas e técnicas Colaboração virtual: habilidade de trabalhar de forma produtiva, estimular engajamento e estar ativo como membro de uma comunidade/time virtual Todos os pontos anteriores podem (e devem) estar intimamente relacionados com a forma com que desenhamos ações e soluções para os problemas de diversidade 19 Figura 8 – Diversidade e inclusão: tendências Fonte: Elaborado com base em Sales, 2018. Tais estudos sobre as tendências na área da diversidade, no contexto organizacional, corroboram com todo o conhecimento que obtivemos ao longo de nossas aulas e evidenciam a pluralidade de ideias, pensamentos e visões de mundo como um caminho sem volta para as organizações, que devem ser protagonistas de mudanças sociais em favor de uma sociedade mais justa e igualitária. Você já está pronto(a) para promover essa revolução em sua empresa? Saiba mais Assista ao vídeo do Fórum de Diversidade e Inclusão 2021: diversidade e inclusão – direcionando o olhar para o futuro (2021), disponível no link: <https://www.amcham.com.br/connect/conteudo/tv/forum-de-diversidade-e- inclusao-2021-diversidade-e-inclusao-direcionando-o-olhar-para-o-futuro>. Surgimento de novos atores • Aumento do número de empresas brasileiras interessadas no tema Intenso debate sobre as interseccionalidades • Um olhar cruzado considerará de forma mais ampla as necessidades de alguns sujeitos Comunicação que rompe os silos tradicionais • A comunição inclusiva deve contemplar a diversidade atual, inclusive em datas consideradas tradicionais Formalização de uma carreira em diversidade e inclusão • Funções como a de chief inclusion officer, gerentes e analistas de diversidade e inclusão passam a ser uma nova realidade e também uma oportunidade de carreira De networks a business resource groups • Grupos de afinidade passarão a colaborar com a estratégia de atração e retenção de talentos das companhias. São chamados de employee resource groups (ERGs) 20 REFERÊNCIAS CAMILLO, J., FORTIN, I., AGUERRE, P. Gestão de pessoas: práticas de gestão da diversidade nas organizações. São Paulo: Editora Senac, 2020. COX JR., T. The multicultural organization. Academy of Management Executive, v. 5, n. 2, 1991. DIVERSIDADE e inclusão: os pilares para as empresas do futuro. Amcham Brasil, 17 set. 2021. Disponível em: <https://www.amcham.com.br/noticias/gestao/diversidade-e-inclusao-nas- empresas>. Acesso em: 10 dez. 2021. FERREIRA, M. F. Melhores para quais públicos?: uma análise sobre o posicionamento comunicacional da inclusão das diversidades sociais nas cinco melhores empresas para trabalhar em 2018, no Brasil, da Great Place to Work. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018. FERREIRA, P. I. Gestão da diversidade e da interculturalidade nas organizações. Curitiba: InterSaberes, 2021. FÓRUM de Diversidade e Inclusão 2021: diversidade e inclusão – direcionando o olhar para o futuro. Amcham Brasil, 17 set. 2021. Disponível em: <https://www.amcham.com.br/connect/conteudo/tv/forum-de-diversidade-e- inclusao-2021-diversidade-e-inclusao-direcionando-o-olhar-para-o-futuro>. Acesso em: 10 dez. 2021 GONÇALVES, B. S. (Coord.). Diversidade e equidade: metodologia para censo nas empresas. São Paulo: Instituto Ethos, 2008. INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL. Indicadores Ethos. São Paulo, 2019. MACCALI, N. As práticas de recursos humanos para a gestão da diversidade: a inclusão de deficientes intelectuais em uma federação pública do Brasil. RAM: Revista de Administração Mackenzie, v. 16, n. 2, p. 157-187, mar./abr. 2015. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/ram/a/58kgmyHMQw96QtTVjZJBGQB/abstract/?lang=pt >. Acesso em: 10 dez. 2021. 21 PEARSON CORPORATE SOLUTIONS. Diversidade nas organizações: razões para a sua empresa ser inclusiva. São Paulo, 2021. REGINA, A. S. et al. Guia de profissionais que atuam na inclusão de pessoas com deficiência (PcDs). [S.l.]: Reis, 2015. ROCHA, L. 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