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Aula 10
CNU (Bloco Temático 8 - Nível
Intermediário) Língua Portuguesa - 2024
(Pós-Edital)
Autor:
Equipe Português Estratégia
Concursos, Felipe Luccas
03 de Fevereiro de 2024
14964078655 - Matheus C C Riani
Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas
Aula 10
Índice
..............................................................................................................................................................................................1) Noções Iniciais de Coesão e Coerência 3
..............................................................................................................................................................................................2) Coesão Textual 4
..............................................................................................................................................................................................3) Coerência 20
..............................................................................................................................................................................................4) Reescritura 22
..............................................................................................................................................................................................5) QUESTÕES COMENTADAS - COESÃO - CESGRANRIO 24
..............................................................................................................................................................................................6) QUESTÕES COMENTADAS - REESCRITURA - CESGRANRIO 55
..............................................................................................................................................................................................7) LISTA DE QUESTÕES - COESÃO - CESGRANRIO 61
..............................................................................................................................................................................................8) LISTA DE QUESTÕES - REESCRITURA - CESGRANRIO 85
..............................................................................................................................................................................................9) Questões Comentadas - Coesão - FCC 90
..............................................................................................................................................................................................10) Questões Comentadas - Reescritura - FCC 104
..............................................................................................................................................................................................11) Lista de Questões - Coesão - FCC 116
..............................................................................................................................................................................................12) Lista de Questões - Reescritura - FCC 127
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Fala, meus jovens! Aqui é o professor Luiz Felipe. Você certamente já percorreu um longo caminho 
até chegar neste ponto do conteúdo... ENTÃO VAMOS COM TUDO!!! Neste livro, vamos trabalhar 
questões de coesão e coerência, ou seja, questões que envolvem valor semântico de conectivos, 
referenciação (anáfora e catáfora) e progressão textual. 
Além disso, abordaremos um assunto de extrema relevância para a sua prova: a reescritura de 
frases. Na prática, a maioria das questões de gramática são de "análise de redação de trechos e 
reescrita", ou seja, são de transformação e equivalência de estruturas. Quando se pede a troca de 
uma expressão por outra, inserção ou supressão de um acento, de uma vírgula, de uma palavra, 
tudo isso é questão de reescritura. O que varia é apenas o objeto da análise: ortografia, 
vocabulário, verbo, concordância, regência, conjunção, sintaxe, pontuação... 
Não é possível abordar em uma única aula toda a teoria de reescritura, pois, em uma questão 
assim, qualquer conteúdo de Língua Portuguesa pode aparecer. No entanto, precisamos estar 
atentos a alguns pontos, e são esses pontos que vamos destacar nesta aula. 
 
@luizfelipedurval 
 
 
 
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COESÃO TEXTUAL 
Quando ler a palavra coesão, pense essencialmente na “ligação” entre palavras e partes do texto. 
A coesão também se refere à retomada e adiantamentos de elementos e informações do texto 
por meio de palavras coesivas ou artifícios textuais. 
Portanto, há dois tipos de coesão: 
Coesão referencial é aquela em que os recursos são utilizados para evitar repetições dentro do 
texto. Ela trabalha na base da retomada ou da antecipação de informações. São utilizadas 
inúmeras estratégias, como a reescritura (paráfrase), os pronomes, os advérbios e outras palavras 
remissivas. 
Coesão sequencial é responsável por estabelecer nexos (conexões) entre palavras, frases e 
parágrafos, com a finalidade de dar continuidade e lógica à estrutura de um texto. São utilizados 
as conjunções, as preposições e os pronome relativos, que dão sequência ao texto e estabelecem 
relações de “antes e depois”, “causa e consequência”. 
Embora os elementos utilizados para a coesão sejam geralmente palavras, até mesmo a omissão 
de termos pode ser utilizada como artifício de coesão. 
Coesão Anafórica x Coesão Catafórica 
A coesão estabelece relação entre partes do texto. Quando o mecanismo de coesão retoma um 
termo ou informação que veio antes dele, diz-se que há coesão anafórica. 
Quando “anuncia” um termo ou informação que aparecerá depois, diz-se que há coesão 
catafórica. 
 
Isso tudo está detalhado na função referencial dos pronomes demonstrativos. 
 
Ex: Estudo todo dia. Isso faz a diferença. (anafórico) 
Anáfora
Informação vem 
antes
Catáfora
Informação vem 
depois
 
 
 
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Ex: Desejo isto diariamente: ser aprovado logo. (catafórico) 
Referências Fora do Texto: Exofórica/Dêitica 
Quando os elementos coesivos se referem a elementos fora do texto, como tempo e espaço, a 
gramática diz que eles têm função dêitica, ou exofórica (fora). 
Ex: Esse texto foi escrito aqui (aqui onde? Esse sentido dependerá de onde foi escrito. Essa 
localização é um elemento externo ao texto, fora dele.) 
 
Esse texto foi escrito aqui. 
Aqui onde? Esse sentido dependerá de onde foi escrito. 
 
Vamos almoçar amanhã. 
Que dia é amanhã? Depende de que dia é tomado como referência no 
momento da escrita. 
 
O Rio de Janeiro anda muito violento, quem poderá nos ajudar? 
“nos” se refere a “nós”, mas quem é esse “nós”? 
 
Perceba que as três referências (“aqui”, “amanhã” e “nós”) estão fora do texto. 
Coesão Referencial 
Parafraseando Agostinho Dias Carneiro1, um bom texto se articula fundamentalmente com 
repetição de ideias (coesão) e com apresentação de informação nova (progressão). Um texto que 
só repete é redundante; um texto que só apresenta novidade, sem dialogar com o que já foi dito, 
é incoerente. 
A repetição de ideias é muitas vezes necessária para o desenvolvimento linear de um texto. Porém, 
a repetição excessiva de palavras pode tornar um texto problemático. Nesse sentido, os 
mecanismos de coesão vão oferecer alternativas para a retomada de ideias sem a repetição viciosa 
das mesmas palavras. 
Veremos aqui algumas estratégias para evitar repetição viciosa. 
 
1 In “Redação emconstrução: a escritura do texto”. São Paulo: Moderna, 1997. 
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Essas técnicas são fundamentais para: 
✓ identificar paráfrases em questões de interpretação e reescrituras. 
✓ Desenvolver o texto em eventual prova discursiva. 
Uso de Pronomes 
O pronome serve exatamente para isto: retomar e substituir um nome. Então, essa deve ser uma 
das técnicas mais intuitivas para evitar repetição. 
Ex: Meu pai era um gênio, mas nunca o reconheceram. 
Ex: O leão foi sacrificado. Ele não teve a menor chance. 
Ex: Ninguém vencia Silvério na sinuca quando ele estava inspirado. 
Ex: O livro que comprei é esse. 
Ex: Ninguém tem uma força de vontade maior que a sua. 
Ex: Ela deve seu sucesso ao estudo. 
Ex: Isto é o atalho para ser aprovado: estudar, revisar, fazer questões. 
Ex: Entre as camisas, comprei a que era mais cara. 
Ex: O menino, que era estrábico, tinha excelente pontaria. 
Ex: A vida de concurseiro é difícil. Muitos desistem, alguns logo no início. 
 
O artigo definido também pode ser usado como referência a termo citado. 
 
Nesse caso, o artigo definido vai indicar que o termo mencionado já é conhecido, por ter já 
aparecido antes no texto: 
 
Lá na praça, havia vários policiais. Os assaltantes, quando chegaram, não viram os policiais 
ali (“policiais” já foi citado no texto e já é um termo conhecido pelo leitor). 
 
(MP-CE / 2020) 
Desde os alvores da democracia ateniense, são sobejamente conhecidas as suas relações com a 
argumentação e a retórica. Porém, tal como a retórica e a argumentação podem ser postas ao 
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serviço da mentira e da manipulação, também em relação à liberdade de expressão se coloca a 
questão dos seus limites. 
A expressão “suas relações” refere-se às relações da “democracia ateniense”. 
Comentários: 
“suas” é pronome possessivo e sugere a pergunta: “relação de quem”? “relação do que com a 
argumentação”? 
Aqui temos a relação “da democracia ateniense” com a retórica e a argumentação. 
Desde os alvores da democracia ateniense, são sobejamente conhecidas as suas relações com a 
argumentação e a retórica... Questão correta. 
(PGE-PE / 2019) 
Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza, o poder e o saber mudaram 
simultaneamente. Quando isso ocorre, sobrevêm verdadeiras descontinuidades que marcam 
época, pedras miliares no caminho da humanidade. A invenção das técnicas para controlar o fogo, 
o início da agricultura e do pastoreio na Mesopotâmia, a organização da democracia na Grécia, as 
grandes descobertas científicas e geográficas entre os séculos XII e XVI, o advento da sociedade 
industrial no século XIX, tudo isso representa saltos de época, que desorientaram gerações 
inteiras. 
Na linha 6, o vocábulo “que” retoma o termo “saltos de época”. 
Comentários: 
Sim, pois são os “saltos de época” que desorietaram gerações inteiras: 
o advento da sociedade industrial no século XIX, tudo isso representa saltos de época, que 
desorientaram gerações inteiras. O pronome relativo é usado justamente para evitar a repetição. 
o advento da sociedade industrial no século XIX, tudo isso representa saltos de época, saltos de 
época desorientaram gerações inteiras. Questão correta. 
Coesão com pronomes demonstrativos 
Por serem importantíssimos macanismos de coesão, relembramos aqui os aspectos semânticos do 
uso referencial dos pronomes demonstrativos. 
Pronomes demonstrativos apontam, isto é, demonstram a posição dos elementos a que se referem 
no tempo, no espaço e no texto. 
Tempo: 
✓ este(s), esta (s), isto: indicam tempo presente, período corrente 
Ex: Este domingo vai ter jogo do Barcelona. 
Ex: Neste verão viajarei para o Caribe. 
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✓ esse(s), essa (s), isso: indicam passado recente ou futuro próximo 
Ex: Esse domingo haverá jogo do Barcelona. 
Ex: Nesse verão sofri demais com o calor. 
 
✓ aquele(s), aquela (s), aquilo: indicam passado ou futuro distante 
Ex: Aquela década de 70 foi completamente perdida. 
Ex: Aquele intercâmbio que faremos em 10 anos será caríssimo. 
 
Espaço: 
✓ este(s), esta (s), isto: apontam para referente perto do falante 
Ex: Este violão aqui na minha mão é de madeira maçiça. 
Ex: Estes meus cabelos estão uma verdadeira palha. 
✓ esse(s), essa (s), isso: apontam para perto do ouvinte 
Ex: Esse violão aí na sua mão é de madeira maciça. 
Ex: Isso é roupa que se vista num casamento? Troque-a já! 
✓ aquele(s), aquela (s), aquilo: apontam para longe do falante/ouvinte 
Ex: Aquela pintura lá em cima é um afresco. 
Ex: Aquilo não é um pássaro, nem um avião; é só um balão caindo. 
 
Quando apontam para o espaço, o referente está fora do texto, então dizemos que o pronome 
tem uso “dêitico”. 
 
Texto: 
✓ este(s), esta (s), isto: apontam ao que será mencionado (anuncia) 
Ex: Esta é sua nova senha: ynot.xp$%; memorize-a. 
Ex: Isto era importante para ela: dinheiro, sucesso, prestígio. 
✓ esse(s), essa (s), isso: apontam para o que já foi mencionado 
Ex: João passou em primeiro lugar, esse cara é bom. 
Ex: Dinheiro, sucesso, prestígio, isso tudo é sim importante (resumitivo). 
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✓ aquele(s), aquela (s), aquilo: apontam para o antecedente mais distante, enquanto este aponta 
para o mais próximo: 
Ex: João e Maria são concursados, esta do Bacen, aquele do TCU. 
Ex: Aquilo não é um pássaro, nem um avião; é só um balão caindo. 
 
Entre três seres mencionados no texto, este se refere ao mais próximo, ao último; 
aquele se refere ao mais distante, ao primeiro. 
Nesse caso, recomenda-se o uso de numerais: o primeiro, o segundo, o terceiro. Fique 
atento. 
Xuxa, Pelé e Senna são famosos. A primeira é a rainha dos baixinhos, o segundo é o 
rei do futebol e o terceiro foi o maior piloto brasileiro. 
 
 
(PRF / 2019) 
As atividades pertinentes ao trabalho relacionam-se intrinsecamente com a satisfação das 
necessidades dos seres humanos — alimentar-se, proteger-se do frio e do calor, ter o que calçar 
etc. Estas colocam os homens em uma relação de dependência com a natureza, pois no mundo 
natural estão os elementos que serão utilizados para atendê-las. 
As formas pronominais “Estas” (ℓ.2) e “las” (ℓ.4) referem-se a “necessidades dos seres humanos” 
(ℓ.1-2). 
Comentários: 
Sim, “estas” foi usado anaforicamente para retomar “necessidades dos seres humanos”, pois são 
as necessidades que colocamos homens.... 
“atende-las” = atender as necessidades dos seres humanos 
Antes que alguém pergunte: “estas pode ser anafórico?”. Pode sim! Basta que esteja retomando 
algo que apareceu antes. Ser anafórico quer dizer essencialmente “retomar informação anterior”. 
Questão correta. 
(STM / 2018) 
Aqui, neste escritório onde a verdade não pode ser mais do que uma cara sobreposta às infinitas 
máscaras variantes, estão os costumados dicionários da língua e vocabulários, os Morais e Aurélios, 
os Morenos e Torrinhas, algumas gramáticas, o Manual do Perfeito Revisor, vademeco de ofício 
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[...]. 
Na linha 1, o emprego de “neste” decorre da presença do vocábulo “Aqui”, de modo que sua 
substituição por nesse resultaria em incorreção gramatical. 
Comentários: 
Aqui, temos o pronome demonstrativo fazendo referência espacial, um tipo de referência 
exofórica, a elemento exterior ao texto. 
O autor fala em primeira pessoa, em referência ao próprio escritório em que está, o escritório 
próximo. Então, a forma correta é “neste”. O pronome “nesse” faria referência a um escritório 
próximo de quem ouve. Correto. 
Uso de numerais 
Vamos relembrar o uso dos numerais como recurso coesivo por meio de exemplos. 
Ex: Eu e minha esposa fomos lá. Nós dois detestamos a comida. 
"Nós dois” retoma “eu e minha esposa”. 
 
Ex: João e José foram ao shopping. O primeiro foi comprar charutos; o segundo foi comprar 
discos de vinil. 
O numeral “primeiro” se refere ao termo mais distante “João”; “segundo” se refere a quem 
apareceu por último, “José”. 
 
Ex: Comprei um fogão e uma geladeira. Ambos deram defeito. 
Ambos é considerado numeral e retoma “fogão” e “geladeira”. 
Uso de advérbios 
Da mesma forma que fizemos com os numerais, vamos relembrar o uso dos advérbios como 
recurso coesivo por meio de exemplos. 
Ex: Estamos no Brasil; muita gente considera fraude esperteza aqui. 
“Aqui” faz coesão anafórica com lugar que apareceu antes: “Brasil”. 
 
Ex: Sinto saudades de lá; a Califórnia é muito bela! 
“Lá” faz coesão catafórica com o lugar que aparecerá depois: “Califórnia”. 
Termos resumitivos e sintéticos 
Algumas palavras, como pronomes indefinidos, tem o poder de sintetizar e resumir um grupo de 
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elementos. 
Ex: Estudar, revisar, fazer questões: tudo isso é indispensável. 
“Tudo isso” retoma “Estudar, revisar, fazer questões”. 
 
Ex: João, Jose, Manoel e Joaquim vieram. Os outros faltaram. 
“Os outros” de refere a quem não veio, pessoas não mencionadas por nome. 
 
Ex: Acordo às 6h, vou para a faculdade, depois para a natação. Ao final do dia, pego as 
crianças no colégio, antes de ir para o curso de inglês. No dia seguinte, repito a rotina. 
O termo “a rotina” sintetiza toda a sequência de ações habituais mencionada. 
 
(PGE-PE / 2019) 
Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza, o poder e o saber mudaram 
simultaneamente. Quando isso ocorre, sobrevêm verdadeiras descontinuidades que marcam 
época, pedras miliares no caminho da humanidade. A invenção das técnicas para controlar o fogo, 
o início da agricultura e do pastoreio na Mesopotâmia, a organização da democracia na Grécia, as 
grandes descobertas científicas e geográficas entre os séculos XII e XVI, o advento da sociedade 
industrial no século XIX, tudo isso representa saltos de época, que desorientaram gerações 
inteiras. 
A expressão “tudo isso” (L.5) retoma, por coesão, todos os termos que a precedem no período. 
Comentários: 
Sim. Esse é um termo “resumitivo”, sintetiza toda a lista anterior: A invenção das técnicas para 
controlar o fogo, o início da agricultura e do pastoreio na Mesopotâmia, a organização da 
democracia na Grécia, as grandes descobertas científicas e geográficas entre os séculos XII e XVI, 
o advento da sociedade industrial no século XIX. Questão correta. 
(PREF. SÃO LUÍS (MA) / 2017) 
 Canção do exílio 
 Minha terra tem palmeiras, 
 Onde canta o Sabiá; 
 As aves, que aqui gorjeiam, 
 Não gorjeiam como lá. 
 Nosso céu tem mais estrelas, 
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==2537cb==
 
 
 Nossas várzeas têm mais flores, 
 Nossos bosques têm mais vida, 
 Nossa vida mais amores. 
 
 Em cismar, sozinho, à noite, 
 Mais prazer encontro eu lá; 
 Minha terra tem palmeiras, 
 Onde canta o Sabiá. 
 
 
 Minha terra tem primores, 
 Que tais não encontro eu cá; 
 Em cismar, sozinho, à noite, 
 Mais prazer encontro eu lá; 
 Minha terra tem palmeiras, 
 Onde canta o Sabiá. 
 
 Não permita Deus que eu morra, 
 Sem que volte para lá; 
 Sem que desfrute os primores 
 Que não encontro por cá; 
 Sem qu’inda aviste as palmeiras, 
 Onde canta o Sabiá. 
Gonçalves Dias. Poesia. Coleção “Nossos Clássicos”. São Paulo, Agir, 1969 
Na terceira estrofe do texto 10A1BBB, os vocábulos “cá” e “lá” são elementos anafóricos. 
Comentários: 
Pela leitura do texto, sabemos que “Cá” se refere ao local onde o poeta está, um lugar longe de 
sua terra natal (minha terra). O advérbio “Lá”, portanto, indica a terra natal do poeta. Todo texto 
se constroi nesse parelelo entre seu local atual e sua terra natal, da qual sente saudades. 
Em termos técnicos, “Cá” e “Lá” referem-se a elementos espaciais externos ao texto, então temos 
referência exofórica, dêitica. Questão incorreta. 
Sinônimos, Hiperônimos e Hipônimos 
São palavras de sentido amplo que indicam, em termos semânticos, um conjunto abrangente de 
elementos, um “gênero”. Esse “gênero” tem unidades menores, “espécies” (hipônimos), que 
fazem parte daquele conjunto maior. 
O conceito de hipônimo decorre da explicação acima. Trata-se de um elemento com sentido mais 
específico, contido em um grupo maior, ou seja, de uma espécie contida em um gênero. 
 
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Ex: Meu cão era bipolar. O animal às vezes atacava sem razão. 
“Animal” é hiperônimo de “cão”, pois o “cão” pertence ao conjunto “animais”. 
 
 
 
Ex: Tive um carro a diesel e achava barato o combustível. 
“Combustível” é hiperônimo de “diesel”, pois “diesel” pertence ao conjunto 
“combustíveis”. 
 
Uma outra técnica muito utilizada é a substituição de um nome próprio por um comum ou vice-
versa. Geralmente consiste em aludir uma pessoa por uma característica que a distinga. Esta 
técnica se chama substituição por antonomásia. Calma, o nome é feio, mas é simples. 
 
Bono Vox e Ivete Sangalo estão namorando. O roqueiro foi visto saindo de um 
restaurante com a beldade. Indagada, a baiana negou estar em um relacionamento 
com o Irlandês. No entanto, os artistas foram vistos juntos muitas outras vezes. 
 
“Bono Vox” é um nome próprio e foi retomado várias vezes por nomes comuns, como 
“roqueiro”, “irlandês”, “artista”. 
Já “Ivete” foi aludida como “beldade”, “baiana”, “artista”. 
Hiperônimo: 
Animais
Hipônimo: 
Quadrúpedes
Hipônimo: 
Canídeos
Hipônimo: 
Cão
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Não precisa gravar o nome, mas a técnica é fundamental!!! 
 
 
(PGE-PE / 2019) 
É como se você tivesse baixado algum software e ele te solicitasse assinar um contrato com 
dezenas de páginas em “juridiquês”; você dá uma olhada nele, passa imediatamente para a última 
página, tica em “concordo”e esquece o assunto. 
No trecho “tica em ‘concordo’” (L.2-3), o verbo ticar é sinônimo de clicar, mas difere deste por ser 
de uso informal. 
Comentários: 
Sim, “ticar” vem do inglês “to tick”, que significa justamente clicar numa caixinha virtual para 
aceitar, ou marcar um sinal de concordância, um “tique”, um x, um visto ou algo assim. No caso, 
“ticar” é clicar para aceitar o contrato. Ticar é uma palavra oficial, não é considerada de uso 
informal. Questão incorreta. 
(MPU / 2018) 
A impossibilidade de manter silêncio sobre um assunto é uma observação que pode ser feita a 
respeito de muitos casos de patente injustiça que nos enfurecem de um modo até difícil de ser 
capturado por nossa linguagem. 
Na linha 2, o adjetivo patente tem um significado de impressionante. 
Comentários: 
Tem um significado de evidente, óbvio, flagrante. Questão incorreta. 
Simbolização 
Consiste em substituir uma entidade por um símbolo que a represente. 
Ex: O Rei era autoridade máxima. A verdade da Coroa sempre prevalecia. 
Ex: A Cruz de Malta cobriu as arquibancadas. Torcedores vascaínos ocuparam 80% dos 
assentos. 
Nominalização 
Basicamente, é substituir um adjetivo ou verbo por substantivo ou uma forma nominal. 
Ex: Recolheram os impostos. Esse recolhimento foi menor que o ano passado. 
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Ex: As provas são difíceis hoje em dia. Essa dificuldade também envolve o fator tempo. 
Ex: Muito se discutiu sobre a polêmica. Esse constante debater do tema é cansativo para 
os envolvidos. 
Redução e Ampliação 
Uma técnica muito utilizada é a redução, ou seja, usar uma forma mais longa do termo e alternar 
com formas mais curtas. 
Ex: O compositor Paul McCartney virá ao Brasil em 2017. 
 Paul McCartney já esteve no país em outras ocasiões. 
 O compositor ama o público Brasileiro. 
 McCartney tem inclusive diversos amigos aqui. 
 Paul ainda não informou a data de sua passagem. 
Também poderia ser chamado de “o ex-Beatle”, “o músico”, “o artista”, “o cantor”... 
Sigla 
Técnica muito importante em discursivas. 
Primeiro se usa o nome por extenso, seguido pela sigla entre parênteses. A partir daí, pode-se 
usar a sigla no lugar do nome completo. 
Não se deve usar a sigla antes de o nome completo aparecer no texto. 
 
Ex: A Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC) divulgou hoje o resultado provisório da 
prova discursiva. Milhares visitaram o site da ANAC hoje. 
Coesão por justaposição de orações 
Como vimos, pode haver “coesão” mesmo sem palavra ou conector “explícito”: quando há uma 
relação clara entre partes do texto, ainda que não tenham sido “materializadas” por uma palavra. 
Essa ligação coesa também opera por simples justaposição (inserção de unidades juntas, uma do 
lado da outra) de sentenças. 
Então, no lugar de um conector poderá vir apenas um sinal de pontuação (: ; , .) 
Ex: Tenho que sair agora: estou atrasado. 
Ex: tenho que sair agora, porque estou atrasado 
Poderíamos trocar os dois-pontos por uma conjunção que retomasse a relação de explicação que 
existe entre as sentenças. 
 
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Ex: Estudou tanto; não passou. 
Ex: Estudou tanto, mas não passou. 
Novamente, como a relação lógica entre as orações justapostas é de oposição, podemos substituir 
o ponto e vírgula por um elemento coesivo “adversativo”. 
 
Nesses casos, cabe ao leitor interpretar a relação de sentido e pensar na conjunção adequada ao 
contexto. 
 
(SEFAZ-RS / 2019 - Adaptada) 
Pixis foi um músico medíocre, mas teve o seu dia de glória no distante ano de 1837. 
Em um concerto em Paris, Franz Liszt tocou uma peça do (hoje) desconhecido compositor, junto 
com outra, do admirável, maravilhoso e extraordinário Beethoven (os adjetivos aqui podem ser 
verdadeiros, mas — como se verá — relativos). A plateia, formada por um público refinado, culto 
e um pouco bovino, como são, sempre, os homens em ajuntamentos, esperava com impaciência. 
No segundo parágrafo do texto 1A11-I, o termo “adjetivos” remete às palavras “admirável”, 
“maravilhoso” e “extraordinário”. 
Comentários: 
Questão direta. O termo geral “adjetivos” inclui todas as qualidades atribuídas a Beethoven. 
Temos um termo geral “adjetivos”, que inclui: admirável, maravilhoso, extraordinário... 
Esses adjetivos atribuídos a ele são chamados de “relativos” justamente porque a peça tocada, na 
verdade, era de um outro compositor, considerado “medíocre”. Questão correta 
Em um concerto em Paris, Franz Liszt tocou uma peça do (hoje) desconhecido compositor, junto 
com outra, do admirável, maravilhoso e extraordinário Beethoven (os adjetivos aqui podem ser 
verdadeiros, mas — como se verá — relativos). A plateia, formada por um público refinado, culto 
e um pouco bovino, como são, sempre, os homens em ajuntamentos, esperava com impaciência. 
(PREF. SÃO CRISTÓVÃO (SE) / 2019) 
De tanto pegadio com o neto, até nos menores que fazeres fora de hora meu avô me queria com 
a cara metida nas coisas que as suas mãos manejavam. Era o seu jeito mais congruente de me 
passar o afeto calado de sua companhia, e ao mesmo tempo me adestrar na sabedoria que 
apanhara dos antepassados rurais: pequenos conhecimentos cristalizados em hábitos recorrentes 
que eram exercidos todos os dias no amanho da terra e no cultivo dos animais, com a entranhada 
naturalidade de quem já nasceu posseiro de seus segredos e de sua magia. Além de lavrar no 
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Engenho Murituba os bens de consumo que abasteciam a sua gente, meu avô ainda tinha o 
domínio razoável de todos os pequenos ofícios necessários ao bom andamento de sua produção. 
Francisco J. C. Dantas. Coivara da memória. São Paulo: Estação Liberdade, 1991, p. 174 
As formas pronominais presentes em “seu jeito” (L.3) e “sua companhia” (L.4) têm como 
referente “meu avô” (L.2). 
Comentários: 
Retomando o trecho do texto, temos que 
"De tanto pegadio com o neto, até nos menores que fazeres fora de hora meu avô me queria com 
a cara metida nas coisas que as suas mãos manejavam. Era o seu jeito mais congruente de me 
passar o afeto calado de sua companhia, (...)". 
Perceba que os pronomes possessivos “seu” e “sua” indicam posse, retomando “avô”: "seu jeito" 
= jeito do avô; "sua companhia" = companhia do avô. Questão correta. 
Coesão sequencial 
Conforme estudamos, a coesão estabelece o fluxo de leitura do texto. Vamos ver nesse momento 
as estratégias utilizadas para dar “sequência” a um texto, adicionando novas orações, novos 
trechos, ordenando logicamente a estrutura de suas partes, de modo que haja “continuidade” 
coesa e coerente, isto é, de modo que haja progressão textual. 
 
O maior instrumento desse tipo de coesão são os “conectivos”, especialmente a conjunção. 
Por exemplo, se uma oração se inicia por “mas”, já se subentende uma continuidade de algo que 
foi dito antes, em outra oração, e que vai sofrer uma oposição agora. 
Ex: Eu gosto de esportes, mas não pratico nenhum. 
Esse, “mas” tanto dá sequência ao texto quanto retoma uma informação anterior para quebrar a 
expectativa gerada por ela. Esse “movimento” do texto é que dá continuidade coesa a ele. 
Se iniciarmos uma oração por “portanto”, vamos dar continuidade ao texto anunciando que o que 
será dito decorre das informações anteriores, isto é, é conclusão do que foi apresentado. 
Se um parágrafo se inicia com “por outro lado”, sabemos que há outrocom “o primeiro lado”. 
Se a oração se inicia com um pronome anafórico como “esse”, “desse”, “isso”, sabemos que há 
informação anterior. 
Pessoal, o que eu quero dizer aqui é que certas palavras, especialmente as conjunções, fazem o 
texto avançar em relação ao que foi dito. 
Esse conhecimento é essencial para a interpretação de texto, pois essas relações de “progressão” 
e “retomada” não são gratuitas: elas são propositais e servem para que o autor transmita sua 
mensagem, sua tese, sua informação. 
 
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A melhor maneira de entender isso é vendo na prática, em uma questão que cobra essa percepção 
de “continuidade” e “sequência coesa”. Nem todas as Bancas cobram diretamente dessa forma, 
com essa nomenclatura, mas esse tipo de exercício é perfeito para aprender a identificar a 
progressão de um texto. 
 
(PGE-PE / 2019) 
Ela fazia um para cada dia da semana, assim, eu podia me esbaldar e me sujar à vontade, porque 
sempre teria um macacão limpo para usar no dia seguinte. 
A substituição do conectivo “porque” por pois manteria os sentidos originais do texto. 
Comentários: 
Sim, o “pois” assume valor causal, sendo equivalente a “porque”. Questão correta. Então, saber 
os conectivos equivalentes é também uma questão de semântica. 
(SEFAZ-RS / 2019 - Adaptada) 
O direito tributário brasileiro depara-se com grandes desafios, principalmente em tempos de 
globalização e interdependência dos sistemas econômicos. Entre esses pontos de atenção, 
destacam-se três. O primeiro é a guerra fiscal ocasionada pelo ICMS. O principal tributo em vigor, 
atualmente, é estadual, o que faz contribuintes e advogados se debruçarem sobre vinte e sete 
diferentes legislações no país para entendê-lo. Isso se tornou um atentado contra o princípio de 
simplificação, contribuindo para o incremento de uma guerra fiscal entre os estados, que buscam 
alterar regras para conceder benefícios e isenções, a fim de atrair e facilitar a instalação de novas 
empresas. 
No texto 1A1-I, o pronome que inicia o trecho “Isso se tornou um atentado contra o princípio de 
simplificação” (L. 5) remete à crítica do autor à recorrência das mesmas regras tributárias em “vinte 
e sete diferentes legislações no país” (L. 4). 
 
Comentários: 
O pronome “isso” geralmente não retoma um termo específico, mas sim todo um grupo de ideias: 
o conteúdo de uma oração, de um período, um parágrafo... 
No caso, recupera a ideia contida em: 
O principal tributo em vigor, atualmente, é estadual, o que faz contribuintes e advogados se 
debruçarem sobre vinte e sete diferentes legislações (26 estados mais o DF) no país para entendê-
lo. 
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Em suma, “isso” é a coexistência de muitas legislações, fato que dificulta a simplificação, ou seja, 
retoma as informações, e não uma crítica do autor. Questão incorreta. 
 
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COERÊNCIA 
A coerência observa as relações de sentido e lógica que um texto oferece. O texto tem uma lógica 
própria, arquitetada pelo autor. 
Quando se fala em sequência lógica das ideias, refere-se a um tipo específico de coerência, que 
é a coerência interna. A coerência interna está ligada ao conjunto de ideias e à articulação dos 
argumentos utilizados pelo autor para a construção do texto. Diz respeito às partes do texto. 
O outro tipo de coerência é a coerência externa. A coerência externa consiste na ligação do texto 
ao contexto, ou seja, as ideias expostas não podem contrariar a realidade que se apresenta, a 
história, os dados da realidade. 
 
Você não tem que necessariamente concordar com aquele sentido, mas deve ser capaz de ver a 
relação de lógica que se tenta construir ali. 
A coerência se constrói pela manutenção da expectativa que o uso de certas palavras traz ao leitor. 
Nesse sentido, a contradição gera incoerência. 
Vejamos alguns exemplos: 
Ex: Nós temos que tomar medidas urgentes, imediatas e drásticas para resolver o problema 
da educação. Portanto, é fundamental que paremos para pensar, sem pressa, e formemos 
comissões para estudos e estratégias de longo prazo. 
Observe que o texto se inicia com tom de “urgência” e “imediatismo” e prossegue com 
um tom de “calma”. Há visível contradição entre “urgente” e “sem pressa” e “longo prazo”. 
Esse é um texto incoerente, contraditório. 
 
Ex: Aquela menina sempre foi a mais dedicada da classe. Estudou com muito afinco e 
disciplina para o concurso e, mesmo assim, foi aprovada. 
Observe que a conjunção concessiva “mesmo assim” quebra a expectativa criada antes, 
pois, após a conjunção, cria-se a expectativa de que ela não passou. 
É incoerente usar um sentido de concessão para algo que seguiu o efeito esperado sem 
obstáculos. A conjunção coerente aqui seria uma conclusiva (“logo”, “portanto”). 
 
Ex: Todos me odeiam, mas ninguém gosta de mim. 
 
 
 
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Novamente, há incoerência, pois foi usada uma conjunção adversativa (“mas”), que indica 
contraste e oposição, para relacionar partes que tem o mesmo sentido. Se não há oposição, 
não é lógico usar uma conjunção adversativa. 
 
Qualquer tipo de contradição gera incoerência, seja temporal, argumentativa, espacial, de nível 
de formalidade... Fique atento! 
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==2537cb==
 
 
REESCRITURA 
Muitos de vocês têm dificuldade em analisar apenas o que está sendo pedido no comando de 
questão em que há propostas de reescritura de trechos. Há questões que pedem para que seja 
analisada a manutenção da correção gramatical; outras pedem para que se analise a manutenção 
do sentido original do texto; e há ainda aquelas que pedem para analisar a coerência. 
Na maior parte das questões, o que encontramos é um conjugado de dois desses tópicos: 
gramática e sentido, sentido e coerência, gramática e coerência. Nessa hora, surgem muitas 
dúvidas: o que a Banca quer de mim? O que eu preciso analisar em uma questão como essa? Erro 
gramatical implica incoerência? Mudança de sentido implica erro gramatical? Fiquem calmos! 
Vamos esclarecer todos esses pontos para vocês. 
Antes de qualquer coisa, ‘sentido’ e ‘coerência’ NÃO são palavras sinônimas! Portanto, cada uma 
te orientará para um tipo de análise. 
Mudança de sentido não resulta necessariamente em um texto incoerente; pode haver mudança 
de sentido e o texto continuar coerente. Então, o que seria mudança de sentido? 
Se no texto original há uma relação lógica de adição (ex.: Os alunos estudaram e não jogaram 
bola), e na proposta a relação estabelecida é de oposição (ex.: Os alunos estudaram, mas não 
jogaram bola), podemos dizer que aí houve mudança de sentido. A reescritura está incoerente? 
Não! 
Em questões que pedem a análise de sentido, você precisa ficar atento a quatro pontos: 
• uso de palavras sinônimas 
• relação de sentido estabelecida pelos conectivos (preposições e conjunções) 
• tempo e modo verbais (mudança de tempo e modo geralmente altera o sentido original) 
• orações adjetivas: mudança de uma restritivapara uma explicativa (ou vice-versa) altera o 
sentido, mas normalmente mantém a correção gramatical. 
Mas, professor, quando haverá então quebra de coerência? 
Lembre-se de que a coerência é a relação lógica entre as ideias veiculadas no texto e também 
entre essas ideias e a realidade. Logo, se eu afirmo “Comprei um carro caro porque estava com 
pouco dinheiro”, a frase estaria incoerente. O que se espera na realidade é que alguém com pouco 
dinheiro não compre um carro caro ou, ainda, que ande de transporte coletivo. 
Por fim, quando a questão cobrar a manutenção da correção gramatical, atente-se principalmente 
aos seguintes pontos: 
• Ortografia: dígrafos, acentuação gráfica, palavras com ‘x’, ‘ch’, ‘z’, ‘s’, ‘g’ e ‘j’. 
 
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• Correlação entre tempos verbais 
• Concordância verbal e nominal: entre sujeito e verbo, verbos impessoais, casos especiais... 
• Regência verbal e nominal 
• Ocorrência de crase 
• Pontuação (separação de sujeito e predicado, substituições de sinais...) 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS - COESÃO - CESGRANRIO
1. (CESGRANRIO / TRANSPETRO / 2023)
À moda brasileira
1 Estou me vendo debaixo de uma árvore, lendo a pequena história da literatura
brasileira.
2 Olavo Bilac! – eu disse em voz alta e de repente parei quase num susto depois que li
os primeiros versos do soneto à língua portuguesa: Última flor do Lácio, inculta e bela / És, a um
tempo, esplendor e sepultura.
3 Fiquei pensando, mas o poeta disse sepultura?! O tal de Lácio eu não sabia onde
ficava, mas de sepultura eu entendia bem, disso eu entendia, repensei baixando o olhar para a
terra. Se escrevia (e já escrevia) pequenos contos nessa língua, quer dizer que era a sepultura que
esperava por esses meus escritos?
4 Fui falar com meu pai. Comecei por aquelas minhas sondagens antes de chegar até
onde queria, os tais rodeios que ele ia ouvindo com paciência enquanto enrolava o cigarro de
palha, fumava nessa época esses cigarros. Comecei por perguntar se minha mãe e ele não tinham
viajado para o exterior.
5 Meu pai fixou em mim o olhar verde. Viagens, só pelo Brasil, meus avós é que tinham
feito aquelas longas viagens de navio, Portugal, França, Itália... Não esquecer que a minha avó,
Pedrina Perucchi, era italiana, ele acrescentou. Mas por que essa curiosidade?
6 Sentei-me ao lado dele, respirei fundo e comecei a gaguejar, é que seria tão bom se
ambos tivessem nascido lá longe e assim eu estaria hoje escrevendo em italiano, italiano! – fiquei
repetindo e abri o livro que trazia na mão: Olha aí, pai, o poeta escreveu com todas as letras,
nossa língua é sepultura mesmo, tudo o que a gente fizer vai para debaixo da terra, desaparece!
7 Calmamente ele pousou o cigarro no cinzeiro ao lado. Pegou os óculos. O soneto é
muito bonito, disse me encarando com severidade. Feio é isso, filha, isso de querer renegar a
própria língua. Se você chegar a escrever bem, não precisa ser em italiano ou espanhol ou alemão,
você ficará na nossa língua mesmo, está me compreendendo? E as traduções? Renegar a língua é
renegar o país, guarde isso nessa cabecinha. E depois (ele voltou a abrir o livro), olha que beleza o
que o poeta escreveu em seguida, Amo-te assim, desconhecida e obscura, veja que confissão de
amor ele fez à nossa língua! Tem mais, ele precisava da rima para sepultura e calhou tão bem essa
obscura, entendeu agora? – acrescentou e levantou-se. Deu alguns passos e ficou olhando a
borboleta que entrou na varanda: Já fez a sua lição de casa?
8 Fechei o livro e recuei. Sempre que meu pai queria mudar de assunto ele mudava de
lugar: saía da poltrona e ia para a cadeira de vime. Saía da cadeira de vime e ia para a rede ou
simplesmente começava a andar. Era o sinal, Não quero falar nisso, chega. Então a gente falava
noutra coisa ou ficava quieta.
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9 Tantos anos depois, quando me avisaram lá do pequeno hotel em Jacareí que ele
tinha morrido, fiquei pensando nisso, ah! se quando a morte entrou, se nesse instante ele tivesse
mudado de lugar. Mudar depressa de lugar e de assunto. Depressa, pai, saia da cama e fique na
cadeira ou vá pra rua e feche a porta!
(TELLES, Lygia Fagundes. Durante aquele estranho chá: perdidos e achados. Rio de Janeiro: Rocco, 2002,
p.109-111. Fragmento adaptado).
A palavra que funciona como um mecanismo de coesão textual, retomando um antecedente,
em:
A) “parei quase num susto depois que li os primeiros ver- sos”. (parágrafo 2)
B) “Não esquecer que a minha avó, Pedrina Perucchi, era italiana”. (parágrafo 5)
C) “ficou olhando a borboleta que entrou na varanda” (parágrafo 7)
D) “Sempre que meu pai queria mudar de assunto ele mudava de lugar”. (parágrafo 8)
E) “quando me avisaram lá do pequeno hotel em Jacareí que ele tinha morrido”. (parágrafo 9)
Comentário:
Ao dizer "retomando um antecedente", a banca está sinalizando que o candidato deve procurar
um "pronome", já que a função básica geral dos pronomes é retomar um antecedente.
Temos "que" pronome relativo em:
(C) “ficou olhando a borboleta que entrou na varanda” (parágrafo 7)
O pronome retoma o antecedente "borboleta", já que é a borboleta que entrou na varanda.
Nas demais alternativas, o "que" é conjunção, então não pode retomar nenhum antecedente.
Em A e D, é conjunção temporal. Em D e E, é conjunção integrante.
Gabarito: Letra C.
2. (CESGRANRIO - Esc (BANRISUL)/BANRISUL/2023)
Implantação do código de ética nas empresas
Desde a infância, estamos sujeitos à influência de nosso meio social, por intermédio da família,
da escola, dos amigos, dos meios de comunicação de massa. Ao nascer, o homem já se defronta
com um conjunto de regras, normas e valores aceitos em seu grupo sociala. As palavras “ética” e
“moral” indicam costumes acumulados — conjunto de normas e valores dos grupos sociais em
um contexto.
A ética é um conjunto de princípios e disposições cujo objetivo é balizar as ações humanas. A
ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de modo tal que a
sociedade possa se tornar cada vez mais humana. Ela pode e deve ser incorporada pelos
indivíduos, sob a forma de uma atitude diante da vida cotidianab. Mas ela não é um conjunto de
verdades fixas, imutáveis. A ética se move historicamente, se amplia e se adensa. Para
entendermos como isso acontece na história da humanidadec, basta lembrarmos que, um dia, a
escravidão foi considerada "natural".
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Ética é o que diz respeito à ação quando ela é refletida, pensada. A ética preocupa-se com o
certo e com o errado, mas não é um conjunto simples de normas de conduta como a moral. Ela
promove um estilo de ação que procura refletir sobre o melhor modo de agir que não abale a
vida em sociedade e não desrespeite a individualidade dos outros.
As empresas precisam desenvolver-se de tal forma que a conduta ética de seus integrantes, bem
como os valores e convicções primários da organização, se tornem parte de sua cultura. Assim, a
ética vem sendo vista como uma espécie de requisito para a sobrevivência das empresas no
mundo moderno e pode ser definida como a transparência nas relações e a preocupação com o
impacto das suas atividades na sociedade.
Muitos exemplos poderiam ser citadosde empresas que estão começando a valorizar e a alertar
seus funcionários sobre a ética. Algumas empresas já implantaram, inclusive, um comitê de ética,
o qual se destina à proteção da imagem da companhiad. É preciso, portanto, que haja uma
conscientização da importância de uma conduta ética ou mesmo a implantação de um código de
ética nas organizações, pois a cada dia que passa a ética tem mostrado ser um dos caminhos
para o sucesso e para o bem comum, agregando valor moral ao patrimônio da organização.
O Código de Ética é um instrumento de realização dos princípios, da visão e da missão da
empresa. Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a postura social da
empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage.e É da máxima importância que
seu conteúdo seja refletido nas atitudes das pessoas a que se dirige e encontre respaldo na alta
administração da empresa, que, tanto quanto o último empregado contratado, tem a
responsabilidade de vivenciá-lo.
As relações com os funcionários, desde o processo de contratação, desenvolvimento
profissional, lealdade mútua, respeito entre chefes e subordinados, saúde e segurança,
propriedade da informação, assédio profissional e sexual, alcoolismo, uso de drogas, entre
outros, são aspectos que costumam ser abordados em um Código de Ética. Cumprir horários,
entregar o trabalho no prazo, dar o seu melhor ao executar uma tarefa e manter a palavra dada
são exemplos de atitudes que mostram aos superiores e aos colegas que o funcionário valoriza
os princípios éticos da empresa ou da instituição.
O Código também pode envolver situações de relacionamento com clientes, fornecedores,
acionistas, investidores, comunidade vizinha, concorrentes e mídia. O Código de Ética pode
estabelecer ações de responsabilidade social dirigidas ao desenvolvimento social de
comunidades vizinhas, bem como apoio a projetos de educação voltados ao crescimento pessoal
e profissional de jovens carentes. Também pode fazer referência à participação da empresa na
comunidade, dando diretrizes sobre as relações com os sindicatos, outros órgãos da esfera
pública, relações com o governo, entre outras.
Portanto, conclui-se que o Código de Ética se fundamenta em deveres para com os colegas,
clientes, profissão, sociedade e para consigo próprio.
(MARTINS,Rosemir. UFPR, 2003. Disponível em: https://acervodigital. ufpr.br. Acesso em: 16 nov. 2022. Adaptado).
No texto, o referente do termo ou expressão em destaque está corretamente explicitado, entre
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colchetes, no trecho do
A) parágrafo 1 — “Ao nascer, o homem já se defronta com um conjunto de regras, normas e
valores aceitos em seu grupo social.” [conjunto de regras]
B) parágrafo 2 — “Ela pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a forma de uma
atitude diante da vida cotidiana.” [sociedade]
C) parágrafo 2 — “Para entendermos como isso acontece na história da humanidade” [conjunto
de verdades fixas]
D) parágrafo 5 — “Algumas empresas já implantaram, inclusive, um comitê de ética, o qual se
destina à proteção da imagem da companhia.” [comitê de ética]
E) parágrafo 6 — “Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a postura
social da empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage.” [colaboradores]
Comentário:
Modelo clássico de questão de coesão Cesgranrio.
Vejamos a referência correta:
a) parágrafo 1 — “Ao nascer, o homem já se defronta com um conjunto de regras, normas e
valores aceitos em seu grupo social.” [o homem]
b) parágrafo 2 — “Ela pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a forma de uma
atitude diante da vida cotidiana.” [a ética]
c) parágrafo 2 — “Para entendermos como isso acontece na história da humanidade” [a ética se
move, se amplia e se adensa]
d) parágrafo 5 — “Algumas empresas já implantaram, inclusive, um comitê de ética, o qual se
destina à proteção da imagem da companhia.” [comitê de ética]
e) parágrafo 6 — “Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a postura
social da empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage.” [a empresa]
Gabarito: D.
3. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023)
Entenda o que é deep fake e saiba como se proteger
Vídeos que viralizam nas redes sociais mostrando figuras públicas em situações quase
inacreditáveis são verdadeiros? Afinal de contas tudo parece tão real... A resposta é não, pois se
trata de uma “deep fake”, “falsificação profunda” em português, que, como a tradução indica, é
tão bem feita que pode enganar até os mais atentos. Segundo estudo de uma empresa de
segurança, 65% dos brasileiros ignoram a sua existência e 71% não reconhecem quando um
vídeo foi editado(a) digitalmente usando essa técnica.
O que muita gente não sabe, porém, é que esse tipo de golpe, além de manipular vídeos com
celebridades e políticos famosos, também prejudica empresas e cidadãos comuns, que podem
ser envolvidos em fraudes de identidade e extorsões.
“Deep fake pode ser definida como a criação de vídeos e áudios falsos por meio de inteligência
artificial”, explica um especialista de segurança cibernética e fraude. A prática costuma utilizar um
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vídeo de referência e a face (ou corpo) de outra pessoa, que não fazia parte do vídeo original.
Criam-se áudios falsos, fazendo a inteligência artificial aprender como uma pessoa fala e, a partir
daí, obter uma montagem com outras falas, inclusive alterando os lábios para acompanhar as
palavras que são ditas.
Esse processo vem evoluindo rapidamente, tornando cada vez mais difícil a sua identificação.(b)
Isso ocorre porque as novas redes neurais(d) (sistemas de computação que funcionam como
neurônios do cérebro humano), a evolução da capacidade de processamento e a redução de
custos da computação em nuvem têm facilitado o acesso a essa tecnologia,(c) contribuindo para
aumentar a qualidade dos vídeos.
No entanto, os criminosos não precisam de tanto conhecimento e tecnologia para aplicar seus
golpes.(e)
Isso porque deep fakes criadas para serem distribuídas por apps de mensagens não exigem
tanta qualidade. O perigo é que, para o cidadão comum, a deep fake pode ser o ponto de
partida para uma fraude financeira, entre outros problemas.
A recomendação para pessoas físicas se protegerem é diminuir a exposição de fotos com rostos
e vídeos pessoais na internet. “As redes sociais devem se manter configuradas como privadas, já
que fotos, áudios ou vídeos disponíveis publicamente podem ser utilizados para alimentar a
inteligência artificial e engendrar deep fakes.”
Além disso, ao receber um vídeo suspeito, observe se o rosto e os lábios da pessoa se movem
em conjunto com o que ela diz. Preste atenção se a fala parece contínua ou se em algum
momento apresenta cortes entre uma palavra e outra. E considere o contexto — ainda que
tecnicamente o vídeo esteja muito bem manipulado, avalie se faz sentido que aquela pessoa
diga o que parece dizer naquele momento.
(Disponível em: https://estudio.folha.uol.com.br/unico. Acesso em: 20 out. 2022. Adaptado).
No texto, o referente da palavra em destaque está corretamente explicitado, entre colchetes, no
trecho do
A) – “65% dos brasileiros ignoram a sua existência e 71% não reconhecem quando um vídeo foi
editado” [empresa de segurança]
B) – “tornando cada vez mais difícil a sua identificação.” [palavras]
C) – “têm facilitado o acesso a essa tecnologia” [computação em nuvem]
D) – “Isso ocorre porque as novas redes neurais” [esse processo]
E) – “não precisam de tanto conhecimento e tecnologia para aplicar seus golpes.” [criminosos].
Comentário:
Indiquemos aqui a referênciatextual correta:
e) – “não precisam de tanto conhecimento e tecnologia para aplicar seus golpes.” [criminosos].
São os criminosos que aplicam os golpes mencionados no texto.
a) – “65% dos brasileiros ignoram a sua existência e 71% não reconhecem quando um vídeo foi
editado” [deep fake]
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==2537cb==
b) – “tornando cada vez mais difícil a sua identificação.” [fraude com deep fake]
c) – “têm facilitado o acesso a essa tecnologia” [deep fake]
d) – “Isso ocorre porque as novas redes neurais” [a evolução dos processos de fraude usando IA]
Gabarito: E.
4. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023)
Pix: é o fim do dinheiro em espécie?
O Pix muda a forma como realizamos transações financeiras. Representará realmente o fim do
DOC e da TED?(a) O boleto bancário está ainda mais ameaçado de extinção?(b) E o velho cheque
vai resistir a esses novos tempos?(c)
Abrangente como é, o Pix pode reduzir ou acabar com a circulação das notas de real?(d) Essa é
uma pergunta sem resposta fácil. O fato é que o avanço das transações financeiras eletrônicas,
em detrimento do uso do dinheiro em papel, pode ser benéfico para o Brasil, em vários sentidos.
O Pix tem tudo para ser o empurrãozinho que nos falta para chegarmos a esse cenário.
E por que o dinheiro em espécie resiste?(e) Talvez você esteja entre aqueles que compram no
supermercado com cartão de crédito ou usam QR Code para pagar a farmácia. Mas a feira da
semana e os churros na esquina você paga com “dinheiro vivo”, certo? Um dos fatores que
escoram a circulação de papel-moeda no Brasil é a informalidade.
Atrelada a isso está a situação dos desbancarizados. A dificuldade que muita gente teve para
receber o auxílio emergencial, durante a pandemia, jogou luz sobre um problema notado há
tempos: a enorme quantidade de brasileiros que não têm acesso a serviços bancários. O pouco
de dinheiro que entra no orçamento dessas pessoas precisa ser gasto rapidamente para
subsistência.
Não há base financeira suficiente para justificar movimentações bancárias. Também pesa para o
time dos “sem-banco” o baixo nível de educação ou a falta de familiaridade com a tecnologia.
O fator cultural também favorece a circulação do dinheiro em espécie. É provável que você
conheça alguém que, mesmo tendo boa renda, prefere pagar boletos ou receber pagamentos
com cédulas simplesmente por estar acostumado a elas. Para muita gente que faz parte dessa
turma, dinheiro vivo é dinheiro recebido ou pago na hora. Não é preciso esperar a TED cair ou o
dia virar para o boleto ser compensado. Isso pesa mais do que a conveniência de se livrar da fila
da lotérica.
Embora o Brasil tenha um sistema bancário que suporta vários tipos de transações, o país estava
ficando para trás no que diz respeito a pagamentos instantâneos. O Pix veio para preencher essa
lacuna.
A modalidade permite transações em qualquer horário e dia, incluindo finais de semana e
feriados.
Essa característica, por si só, já é capaz de mudar a forma como lidamos com o dinheiro, pois
implica envio ou recebimento imediato: as transações via Pix são concluídas rapidamente.
É o fim do papel-moeda? Não é tão simples assim. O Pix não foi idealizado com o propósito
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exclusivo de acabar com os meios de pagamento e transferência atuais, muito menos com o
papelmoeda, mas para fazer o sistema financeiro do Brasil evoluir e ficar mais competitivo.
Apesar disso, não é exagero esperar que, à medida que a população incorpore o sistema à sua
rotina, o uso de DOC, TED, boletos e cartões caia. Eventualmente, algum desses meios poderá
ser descontinuado, mas isso não acontecerá tão cedo — vide o exemplo do cheque, que não
“morreu” com a chegada do cartão.
No caso das cédulas, especialistas do mercado financeiro apontam para uma diminuição de
circulação, mas não para um futuro próximo em que o papel-moeda deixará de existir. Para que
esse cenário se torne realidade, é necessário, sobretudo, atacar a desbancarização. O medo ou a
pouca familiaridade com a tecnologia podem ser obstáculos, mas o Pix é tão interessante para o
país que o próprio comércio incentiva o público mais resistente a aderir a ele.
(ALECRIM, E. Disponível em: https://tecnoblog.net/especiais/ pix-fim-dinheiro-especie-
brasil/. Publicado em novembro de 2020. Acesso em: 2 dez. 2022. Adaptado).
No parágrafo, o trecho “Essa é uma pergunta sem resposta fácil” refere-se ao seguinte
questionamento:
A) “É o fim do DOC e da TED?”
B) “O boleto bancário está ainda mais ameaçado de extinção?”
C) “E o velho cheque vai resistir a esses novos tempos?”
D) “o Pix pode reduzir ou acabar com a circulação das notas de real?”
E) “E por que o dinheiro em espécie resiste?”
Comentário:
Observe como o pronome demonstrativo anafórico "esse" revela nosso gabarito.
A pergunta é: o Pix pode reduzir ou acabar com a circulação das notas de real?
Abrangente como é, o Pix pode reduzir ou acabar com a circulação das notas de real?Essa é uma
pergunta sem resposta fácil.
Gabarito: D
5. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023)
Pix: é o fim do dinheiro em espécie?
O Pix muda a forma como realizamos transações financeiras. Representará realmente o fim do
DOC e da TED? O boleto bancário está ainda mais ameaçado de extinção? E o velho cheque vai
resistir a esses novos tempos?
Abrangente como é, o Pix pode reduzir ou acabar com a circulação das notas de real? Essa é
uma pergunta sem resposta fácil. O fato é que o avanço das transações financeiras eletrônicas,
em detrimento do uso do dinheiro em papel, pode ser benéfico para o Brasil, em vários sentidos.
O Pix tem tudo para ser o empurrãozinho que nos falta para chegarmos a esse cenário.
E por que o dinheiro em espécie resiste? Talvez você esteja entre aqueles que compram no
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supermercado com cartão de crédito ou usam QR Code para pagar a farmácia. Mas a feira da
semana e os churros na esquina você paga com “dinheiro vivo”, certo? Um dos fatores que
escoram a circulação de papel-moeda no Brasil é a informalidade.
Atrelada a isso está a situação dos desbancarizados. A dificuldade que muita gente teve para
receber o auxílio emergencial, durante a pandemia, jogou luz sobre um problema notado há
tempos: a enorme quantidade de brasileiros que não têm acesso a serviços bancários. O pouco
de dinheiro que entra no orçamento dessas pessoas precisa ser gasto rapidamente para
subsistência.
Não há base financeira suficiente para justificar movimentações bancárias. Também pesa para o
time dos “sem-banco” o baixo nível de educação ou a falta de familiaridade com a tecnologia.
O fator cultural também favorece a circulação do dinheiro em espécie. É provável que você
conheça alguém que, mesmo tendo boa renda, prefere pagar boletos ou receber pagamentos
com cédulas simplesmente por estar acostumado a elas.(a) Para muita gente que faz parte dessa
turma, dinheiro vivo é dinheiro recebido ou pago na hora. Não é preciso esperar a TED cair ou o
dia virar para o boleto ser compensado. Isso pesa mais do que a conveniência de se livrar da fila
da lotérica.
Embora o Brasil tenha um sistema bancário que suporta vários tipos de transações, o país estava
ficando para trás no que diz respeito a pagamentos instantâneos. O Pix veio para preencher essa
lacuna.
A modalidade permite transações em qualquer horário e dia, incluindo finais de semana e
feriados.
Essa característica, por si só, já é capaz de mudar a formacomo lidamos com o dinheiro,(b) pois
implica envio ou recebimento imediato: as transações via Pix são concluídas rapidamente.
É o fim do papel-moeda? Não é tão simples assim. O Pix não foi idealizado com o propósito
exclusivo de acabar com os meios de pagamento e transferência atuais, muito menos com o
papelmoeda, mas para fazer o sistema financeiro do Brasil evoluir e ficar mais competitivo.
Apesar disso, não é exagero esperar que, à medida que a população incorpore o sistema à sua
rotina,(c) o uso de DOC, TED, boletos e cartões caia. Eventualmente, algum desses meios poderá
ser descontinuado, mas isso não acontecerá tão cedo(d) — vide o exemplo do cheque, que não
“morreu” com a chegada do cartão.
No caso das cédulas, especialistas do mercado financeiro apontam para uma diminuição de
circulação, mas não para um futuro próximo em que o papel-moeda deixará de existir. Para que
esse cenário se torne realidade, é necessário, sobretudo, atacar a desbancarização.(e)O medo ou
a pouca familiaridade com a tecnologia podem ser obstáculos, mas o Pix é tão interessante para
o país que o próprio comércio incentiva o público mais resistente a aderir a ele.
(ALECRIM, E. Disponível em: https://tecnoblog.net/especiais/ pix-fim-dinheiro-especie-brasil/. Publicado em
novembro de 2020. Acesso em: 2 dez. 2022. Adaptado.)
No texto, o referente da palavra ou expressão em destaque está corretamente explicitado, entre
colchetes, no trecho do
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A) – “É provável que você conheça alguém que, mesmo tendo boa renda, prefere pagar boletos
ou receber pagamentos com cédulas simplesmente por estar acostumado a elas.” [cédulas]
B) – “Essa característica, por si só, já é capaz de mudar a forma como lidamos com o dinheiro”
[modalidade]
C) – “Apesar disso, não é exagero esperar que, à medida que a população incorpore o sistema à
sua rotina” [papel-moeda]
D) – “Eventualmente, algum desses meios poderá ser descontinuado, mas isso não acontecerá
tão cedo” [cheque]
E) – “Para que esse cenário se torne realidade, é necessário, sobretudo, atacar a
desbancarização.” [diminuição de circulação]
Comentário:
Vejamos as referências corretas:
a) – “É provável que você conheça alguém que, mesmo tendo boa renda, prefere pagar boletos
ou receber pagamentos com cédulas simplesmente por estar acostumado a elas.” [cédulas]
b) – “Essa característica, por si só, já é capaz de mudar a forma como lidamos com o dinheiro”
[transações em qualquer horário e dia]
c) – “Apesar disso, não é exagero esperar que, à medida que a população incorpore o sistema à
sua rotina” [a população]
d) – “Eventualmente, algum desses meios poderá ser descontinuado, mas isso não acontecerá
tão cedo” [ted, docs, transferências]
e) – “Para que esse cenário se torne realidade, é necessário, sobretudo, atacar a
desbancarização.” [circulação de dinheiro em espécie] . Gabarito: A.
6. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente de Tecnologia/2023)
Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo
Ainda que não exista uma concepção única sobre o empreendedorismo social, de forma geral, o
conceito está relacionado ao ato de empreender ou inovar com o objetivo de alavancar causas
sociais e ambientais. A meta é transformar uma realidade, promover o bem-estar da sociedade e
agregar valor com cunho social.
Um empreendedor social produz bens e serviços que irão impactar positivamente a comunidade
em que ele está inserido e solucionar algum problema ou necessidade daquele grupo. Apesar de
poder ter retorno financeiro, os empreendimentos sociais analisam seu desempenho a partir do
impacto social gerado por sua atuação.
Vale ressaltar que, apesar de apresentarem muitas similaridades, empreendedorismo social e
negócio social não são sinônimos. O empreendedorismo social cria valor por meio da inovação,
que gera uma transformação social. O foco não é o retorno financeiro, mas a resolução de
problemas sociais e o impacto positivo. Enquanto isso, os negócios sociais seguem a lógica
tradicional do mercado, porém com a ambição de gerar valor social.
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Cinco características também são essenciais para a iniciativa: ser inovadora; realizável;
autossustentável; contar com a participação de diversos segmentos da sociedade, incluindo as
pessoas impactadas; e promover impacto social com resultados mensuráveis.
Quem tem interesse de atuar nessa área precisa trabalhar em grupo e formar parcerias, saber
lidar bem com as pessoas e buscar formas de trazer resultados de impacto social.
Além disso, o profissional precisa ter flexibilidade e vontade de explorar, pois é possível que ele
acabe exercendo um papel que não seja necessariamente na sua área de formação, ou que sua
atuação se transforme rapidamente, por conta do dinamismo e das necessidades do negócio.
(MENDES, T. Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo. Na prática, 7 jul. 2022.
Disponível em: https://www.napratica.org.br/empreendedorismo-social/. Acesso em: 2 set. 2022. Adaptado.)
No trecho “os empreendimentos sociais analisam seu desempenho”, a palavra destacada se
refere a
A) problema
B) comunidade
C) daquele grupo
D) retorno financeiro
E) empreendimentos sociais
Comentário:
O desempenho é do próprio "empreendimento social". Vejam no texto:
Um empreendedor social produz bens e serviços que irão impactar positivamente a comunidade
em que ele está inserido e solucionar algum problema ou necessidade daquele grupo. Apesar de
poder ter retorno financeiro, os empreendimentos sociais analisam seu (próprio) desempenho a
partir do impacto social gerado por sua atuação.
Gabarito: E
7. (CESGRANRIO - ATA (AgeRIO)/AgeRIO/2023)
Floresta amazônica vai virar savana
Pesquisadores afirmam que mudança no ecossistema da Amazônia é iminente
Se a Amazônia perder mais de 20% de sua área para o desmatamento, ela pode se
descaracterizar de tal forma que deixaria de ser uma floresta e se transformaria em área de
savana, alertam dois conceituados pesquisadores da área, em um artigo publicado recentemente.
Hoje, o desmatamento acumulado está em 17%.
Os cientistas acreditam que as sinergias negativas entre desmatamento, mudanças climáticas e
uso indiscriminado de incêndios florestais indicam um tipping point (ponto crítico), um ponto sem
volta, para transformar as partes Sul, Leste e central da Amazônia em um ecossistema não
florestal se o desmatamento chegar a entre 20% e 25%.
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Os pesquisadores partiram do conceito da “savanização” da Amazônia, que surgiu após a
descoberta de que as florestas interferem no regime de chuvas. Na Amazônia, por exemplo,
estima-se que metade das chuvas na região é resultado da umidade produzida pela
evapotranspiração (a transpiração das árvores), que “recicla” as correntes de ar úmido
provenientes do Oceano Atlântico.
Caso perca uma quantidade grande de árvores, a floresta recicla menos chuva, ficando mais
suscetível a incêndios. O fogo altera a vegetação, favorecendo o avanço de gramíneas onde
antes havia espécies florestais. O resultado desse processo ecológico é que grandes fragmentos
de florestas se transformam em savanas ou cerrados, descaracterizando a Amazônia como a
conhecemos hoje.
A primeira estimativa de qual seria o tipping point para a Amazônia virar savana foi feita em um
estudo em 2007, e chegou à conclusão de que esse valor era de 40% de florestas derrubadas. Só
que esse estudo avaliou apenas uma variável, o desmatamento.Segundo um dos autores,
quando se consideram outros fatores, como os incêndios florestais e o aquecimento global, essa
margem diminui consideravelmente. Os focos de incêndio têm aumentado. O aquecimento
global já está acontecendo, com um aumento de 1 grau Celsius na temperatura média da
Amazônia.
De acordo com uma especialista em ciência e Amazônia, a hipótese de savanização precisa ser
encarada com seriedade, porque a floresta amazônica tem resiliência, ela consegue resistir a
algum desmatamento. Mas essa possibilidade não é infinita, chega a um ponto que não tem
retorno. Além disso, é preciso considerar a população da região, investindo na produção com
sustentabilidade.
Uma das propostas para que se possa evitar o tipping point é o reflorestamento. Com esse
objetivo, o Brasil se comprometeu, na Conferência da ONU sobre Clima em Paris, em 2015, a
reflorestar 12 milhões de hectares até 2030.
(CALIXTO, B. O Globo. Sociedade. Rio de Janeiro, 22 fev. 2018. Adaptado.)
No texto, a palavra ou expressão a que se refere o termo destacado está explicitada entre
colchetes em:
A) “O resultado desse processo ecológico é que grandes fragmentos de florestas se
transformam em savanas ou cerrados” (parágrafo [fogo]
B) “Segundo um dos autores, quando se consideram outros fatores, como os incêndios florestais
e o aquecimento global, essa margem diminui consideravelmente.” (parágrafo [40% de florestas
derrubadas]
A primeira estimativa de qual seria o tipping point para a Amazônia virar savana foi feita em um
estudo em 2007, e chegou à conclusão de que esse valor era de 40% de florestas derrubadas. Só
que esse estudo avaliou apenas uma variável, o desmatamento. Segundo um dos autores,
quando se consideram outros fatores, como os incêndios florestais e o aquecimento global, essa
margem diminui consideravelmente.
C) “a hipótese de savanização precisa ser encarada com seriedade, porque a floresta amazônica
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tem resiliência, ela consegue resistir a algum desmatamento.” (parágrafo [a floresta]
D) “Mas essa possibilidade não é infinita, chega a um ponto que não tem retorno.” (parágrafo
[resistir a algum desmatamento]
E) “Com esse objetivo, o Brasil se comprometeu, na Conferência da ONU sobre Clima em Paris,
em 2015, a reflorestar 12 milhões de hectares até 2030.” (parágrafo [reflorestamento]
Comentário:
Vejamos as referências adequadas.
a) “O resultado desse processo ecológico é que grandes fragmentos de florestas se transformam
em savanas ou cerrados” [perda de árvores]
b) “Segundo um dos autores, quando se consideram outros fatores, como os incêndios florestais
e o aquecimento global, essa margem diminui consideravelmente.” (parágrafo [40% de florestas
derrubadas]
c) “a hipótese de savanização precisa ser encarada com seriedade, porque a floresta amazônica
tem resiliência, ela consegue resistir a algum desmatamento.” (parágrafo [resiliência]
d) “Mas essa possibilidade não é infinita, chega a um ponto que não tem retorno.” (parágrafo
[savanização]
e) “Com esse objetivo, o Brasil se comprometeu, na Conferência da ONU sobre Clima em Paris,
em 2015, a reflorestar 12 milhões de hectares até 2030.” (parágrafo [tipping point]
Gabarito: B.
8. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023)
A história do método braile
Ler no escuro. Quem já tentou sabe que é impossível. Mas foi exatamente a isso que um francês
chamado Louis Braille dedicou a vida. Nascido em Coupvray, uma pequena aldeia nos arredores
de Paris, em 1809, desde cedo ele mostrou muito interesse pelo trabalho do pai. Seus olhos azuis
brilhavam da admiração de vê-lo cortar, com extrema perícia, selas e arreios. Pouco depois de
completar 3 anos, o menino começou a brincar na selaria do pai, cortando pequenas tiras de
couro. Uma tarde, uma sovela, instrumento usado para perfurar o couro, escapou-lhe da mão e
atingiu o seu olho esquerdo. O resultado foi uma infecção que, seis meses depois, afetaria
também o olho direito. Aos 5 anos, o garoto estava completamente cego.
A tragédia não o impediu, porém, de frequentar a escola por dois anos e de se tornar ainda um
aluno brilhante. Por essa razão, ele ganhou uma bolsa de estudos no Instituto Nacional para
Jovens Cegos, em Paris, um colégio interno fundado por Valentin Haüy (1745-182. Além do
currículo normal, Haüy introduzira um sistema especial de alfabetização, no qual letras de forma
impressas em relevo, em papelão, eram reconhecidas pelos contornos. Desde o início do curso,
Braille destacou-se como o melhor aluno da turma e logo começou a ajudar os colegas. Em
1821, aos 12 anos, conheceu um método inventado pouco antes por Charles Barbier de La Serre,
oficial do Exército francês.
O método Barbier, também chamado escrita noturna, era um código de pontos e traços em
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relevo impressos também em papelão. Destinava-se a enviar ordens cifradas a sentinelas em
postos avançados. Estes decodificariam a mensagem até no escuro. Mas, como a ideia não
pegou na tropa, Barbier adaptou o método para a leitura de cegos, com o nome de grafia
sonora. O sistema permitia a comunicação entre os cegos, pois com ele era possível escrever,
algo que o método de Haüy não possibilitava. O de Barbier era fonético: registrava sons e não
letras. Dessa forma, as palavras não podiam ser soletradas. Além disso, o fato de um grande
número de sinais ser usado para uma única palavra tornava o sistema muito complicado. Apesar
dos inconvenientes, foi adotado como método auxiliar por Haüy.
Pesquisando a fundo a grafia sonora, Braille percebeu suas limitações e pôs-se a aperfeiçoá-la.
Em 1824, seu método estava pronto. Primeiro, eliminou os traços, para evitar erros de leitura: em
seguida, criou uma célula de seis pontos, divididos em duas colunas de três pontos cada, que
podem ser combinados de 63 maneiras diferentes. A posição dos pontos na célula está ao lado.
Em 1826, aos 17 anos, ainda estudante, Braille começou a dar aulas. Embora seu método fizesse
sucesso entre os alunos, não podia ensiná-lo na sala de aula, pois ainda não era reconhecido
oficialmente. Por isso, Braille dava aulas do revolucionário sistema escondido no quarto, que logo
se transformou numa segunda sala de aula.
O braile é lido passando-se a ponta dos dedos sobre os sinais de relevo. Normalmente se usa a
mão direita com um ou mais dedos, conforme a habilidade do leitor, enquanto a mão esquerda
procura o início da outra linha. Aplica-se a qualquer língua, sem exceção, e também à
estenografia, à música – Braille, por sinal, era ainda exímio pianista – e às notações científicas em
geral. A escrita é feita mediante o uso da reglete, também idealizada por Braille: trata-se de uma
régua especial, de duas linhas, com uma série de janelas de seis furos cada, correspondentes às
células braile.
Louis Braille morreu de tuberculose em 1852, com apenas 43 anos. Temia que seu método
desaparecesse com ele, mas, finalmente, em 1854 foi oficializado pelo governo francês. No ano
seguinte, foi apresentado ao mundo, na Exposição Internacional de Paris, por ordem do
imperador Napoleão III (1808-187, que programou ainda uma série de concertos de piano com
ex-alunos de Braille. O sucesso foi imediato, e o sistema se espalhou pelo mundo. Em 1952, o
governo francês transferiu os restos mortais de Braille para o Panthéon, em Paris, onde estão
sepultados os heróis nacionais.
(ATANES, Silvio. Super Interessante. Disponível em: https://super.abril.]com.br/historia/. Acesso em: 23 out. 2022.
Adaptado.)
Considere a expressão em destaque da seguinte passagem do parágrafo 3:
O método Barbier, também chamado escrita noturna, era um código de pontos e traçosem
relevo impressos também em papelão. Destinava-se a enviar ordens cifradas a sentinelas em
postos avançados. Estes decodificariam a mensagem até no escuro. Mas como a ideia não pegou
na tropa, Barbier adaptou o método para a leitura de cegos, com o nome de grafia sonora. O
sistema permitia a comunicação entre os cegos.
No trecho, por meio do processo de coesão textual, a expressão destacada retoma
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A) “um código de pontos e traços em relevo impressos também em papelão”
B) “ordens cifradas”
C) “a mensagem”
D) “a ideia”
E) “grafia sonora”
Comentário:
O "sistema" se refere ao método Barbier:
O método Barbier, também chamado escrita noturna, era um código de pontos e traços em
relevo impressos também em papelão. Destinava-se a enviar ordens cifradas a sentinelas em
postos avançados. Estes decodificariam a mensagem até no escuro. Mas, como a ideia não
pegou na tropa, Barbier adaptou o método para a leitura de cegos, com o nome de grafia
sonora. O sistema permitia a comunicação entre os cegos, pois com ele era possível escrever,
algo que o método de Haüy não possibilitava.
Depois temos a informação de que o método Barbier era o fonético:
O (método) de Barbier era fonético: registrava sons e não letras. Dessa forma, as palavras não
podiam ser soletradas.
Portanto, o sistema se refere à grafia sonora.
Gabarito: E
9. (CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Administrador/2022)
Texto
Entulho eletrônico: risco iminente para a saúde e o ambiente
Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (lixo eletroeletrônico) são, por definição,
produtos que têm componentes elétricos e eletrônicos e que, por razões de obsolescência
(perspectiva ou programadA) e impossibilidade de conserto, são descartados pelos
consumidores. Os exemplos mais comuns são televisores e equipamentos de informática e
telefonia, mas a lista inclui eletrodomésticos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de
alarme, automação e controle.
Obsolescência programada é a decisão intencional de fabricar um produto que se torne
obsoleto ou não funcional após certo tempo, para forçar o consumidor a comprar uma nova
geração desse produto. Já a obsolescência perspectiva é uma forma de reduzir a vida útil de
produtos ainda funcionais. Nesse caso, são lançadas novas gerações com aparência inovadora e
pequenas mudanças funcionais, dando à geração em uso aspecto de ultrapassada, o que induz o
consumidor à troca.
O lixo eletroeletrônico é mais um desafio que se soma aos problemas ambientais da atualidade.
O consumidor raramente reflete sobre as consequências do consumo crescente desses produtos,
preocupando- se em satisfazer suas necessidades. Afinal, eletroeletrônicos são tidos como
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sinônimos de melhor qualidade de vida, e a explosão da indústria da informação é uma força
motriz da sociedade, oferecendo ferramentas para rápidos avanços na economia e no
desenvolvimento social. O mundo globalizado impõe uma constante busca de informações em
tempo real, e a sua interação com novas tecnologias traz maiores oportunidades e benefícios,
segundo estudo da Organização das Nações Unidas (ONU). Tudo isso exerce um fascínio
irresistível para os jovens.
Dois aspectos justificam a inclusão dos eletroeletrônicos entre as preocupações da ONU: as
vendas crescentes, em especial nos mercados emergentes (inclusive o Brasil), e a presença de
metais e substâncias tóxicas em muitos componentes, trazendo risco à saúde e ao meio
ambiente. Segundo a ONU, são gerados hoje 150 milhões de toneladas de lixo eletroeletrônico
por ano, e esse tipo de resíduo cresce a uma velocidade três a cinco vezes maior que a do lixo
urbano.
AFONSO, J. C. Revista Ciência Hoje, n. 314, maio 2014. São Paulo: SBPC. Disponível em:
https://cienciahoje.periodicos.capes. gov.br/storage/acervo/ch/ch_314.pdf. Adaptado.
No texto, o referente do termo ou expressão em destaque está corretamente explicitado, entre
colchetes, no trecho:
A) “Nesse caso, são lançadas novas gerações com aparência inovadora e pequenas mudanças
funcionais.” [obsolescência programada] - parágrafo 2
B) “O consumidor raramente reflete sobre as consequências do consumo crescente desses
produtos”. [lixo eletroeletrônico] - parágrafo 3
C) “preocupando-se em satisfazer suas necessidades.” [consumidor] - parágrafo 3
D) “e sua interação com novas tecnologias traz maiores oportunidades e benefícios”. [constante
busca] - parágrafo 3
E) “e esse tipo de resíduo cresce a uma velocidade” [substâncias tóxicas] - parágrafo 4
Comentários:
Vejamos aqui a referência correta.
A) “Nesse caso, são lançadas novas gerações com aparência inovadora e pequenas mudanças
funcionais.” [obsolescência perspectiva] - parágrafo 2
B) “O consumidor raramente reflete sobre as consequências do consumo crescente desses
produtos”. [produtos eletroeletrônico] - parágrafo 3
O lixo é o resíduo desses produtos!
C) “preocupando-se em satisfazer suas necessidades.” [consumidor] - parágrafo 3
O lixo eletroeletrônico é mais um desafio que se soma aos problemas ambientais da atualidade.
O consumidor raramente reflete sobre as consequências do consumo crescente desses produtos,
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preocupando- se em satisfazer suas (deles, dos consumidores) necessidades.
D) “e sua interação com novas tecnologias traz maiores oportunidades e benefícios”. [mundo
globalizado] - parágrafo 3
E) “e esse tipo de resíduo cresce a uma velocidade” [lixo eletroeletrônico] - parágrafo 4
Gabarito: C.
10. (CESGRANRIO/UNIRIO/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO /2019)
Considere a seguinte passagem do Texto II: “O líquido resultante é coado com uma peneira de
palha e recolocado no aparelho, onde é batido com açúcar e leite condensado”(l. 2-4).
Analisando-se valores contextuais do pronome relativo onde e do substantivo aparelho,
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conclui-se que ambos têm, entre si, o mesmo valor semântico, já que
A) retomam a informação do substantivo líquido.
B) confirmam o sentido do adjetivo coado.
C) retomam o significado do substantivo liquidificador.
D) preveem o emprego do substantivo açúcar.
E) reiteram o valor do particípio batido.
Comentários:
Perceba que o "aparelho" citado é o liquidificador, onde o líquido é batido. Gabarito: Letra C.
11. (CESGRANRIO/UNIRIO/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/2019)
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Nos seguintes trechos, o adjetivo destacado apresenta valor discursivo de avaliação subjetiva, em
relação ao substantivo a que se liga, em:
A) “um produto tem vida útil”.
B) “exemplos evidentes dessa prática.”
C) “uso de reconhecimento facial”
D) “geração do lixo eletrônico”
E) “moram em países diferentes”
Comentários:
A expressão "avaliação subjetiva" traz consigo a ideia de opinião do autor, ou seja, um teor
subjetivo no que se refere a um determinado aspecto/objeto.
A) Não há subjetividade aqui, pois "vida ÚTIL" seria o tempo de duração do produto, ou seja, é
uma avalição objetiva e não uma "opinião". Incorreta.
B) Aqui temos uma "avaliação subjetiva", pois os exemplos podem ser "evidentes" para o autor,mas não para outras pessoas. Logo, o termo "evidentes" depende da pessoa e, portanto, é algo
subjetivo. Alternativa correta.
C) "Reconhecimento facial" é um processo, ou seja, algo concreto, pois não depende de um teor
subjetivo/opinião. Incorreta.
D) "Lixo eletrônico" também não é um termo concebido a partir de uma opinião (teor subjetivo),
uma vez que esse termo traz consigo a ideia de "mensagens/e-mails indesejáveis". Incorreta.
E) Por fim, também não podemos falar em teor subjetivo aqui, pois "países diferentes" é algo
concreto (Ex. posso morar no Brasil ou na Argentina ---> sentido real/objetivo, pois temos países
diferentes). Incorreta
Gabarito letra B.
12. (CESGRANRIO / PETROBRAS / TÉC. DE ENFERMAGEM / 2017)
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o pronome que faz referência à palavra ou
expressão entre colchetes em:
a) “Energia, derivada de energia, que em grego significa ‘em ação’, é a propriedade de um
sistema que lhe permite existir” - [propriedade de um sistema]
b) “Existem fontes de energia alternativas que, adequadamente utilizadas, podem substituir os
combustíveis fósseis” - [alternativas]
c) “reservando-os para aquelas situações em que a substituição ainda não é possível” (l. 18-20)
[combustíveis fósseis]
d) “...usinas eólicas não promovem queima de combustível, nem geram dejetos que poluem o ar,
o solo ou a água” - [usinas eólicas]
e) “o impacto visual causado pelas imensas hélices que provocam certas sombras e reflexos
desagradáveis em áreas residenciais” - [impacto visual]
Comentários:
Os termos destacados em vermelho são os antecedentes e o pronome relativo “que” refere-se a
eles.
a) “Energia, derivada de energeia, que em grego significa ‘em ação’, é a propriedade de um
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sistema que lhe permite existir”. Alternativa correta.
b) “Existem fontes de energia alternativas que, adequadamente utilizadas, podem substituir os
combustíveis fósseis”. Incorreta.
c) “reservando-os para aquelas situações em que a substituição ainda não é possível”. Incorreta.
d) “...usinas eólicas não promovem queima de combustível, nem geram dejetos que poluem o ar,
o solo ou a água”. Incorreta.
e) “o impacto visual causado pelas imensas hélices que provocam certas sombras e reflexos
desagradáveis em áreas residenciais”. Incorreta. Gabarito letra A.
13. (CESGRANRIO / IBGE / AGENTE DE PESQUISAS / 2016)
Biodiversidade queimada
A Mata Atlântica tornou-se o ecossistema mais ameaçado do Brasil. O desmatamento tem-se
ampliado excessivamente, principalmente no trecho mais ao norte dessa floresta, em áreas
costeiras dos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, onde restam
apenas cerca de 10% da vegetação nativa original. O risco é maior nessa parcela da mata porque
a região apresenta uma das maiores densidades populacionais do Brasil.
O censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou pouco mais
de 12 milhões de pessoas nos 271 municípios na área de ocorrência da Mata Atlântica ao norte
do rio São Francisco. Desse total, cerca de 2 milhões foram classificados como população rural.
Na região, portanto, a Mata Atlântica está cercada de gente por todos os lados e, infelizmente,
uma parcela importante dessas pessoas está em situação de pobreza. Imersas nessa combinação
indesejável de pobreza e degradação ambiental estão dezenas de espécies de aves, anfíbios,
répteis e plantas, muitas já criticamente ameaçadas de extinção.
É nesse cenário que, ao longo de mais de uma década, pesquisadores têm feito estudos para
entender como a perturbação extrema da paisagem altera a dinâmica vital dos remanescentes da
Mata Atlântica, causando perda de espécies, colapso da estrutura florestal e redução de serviços
ambientais importantes para o bem-estar humano.
Esses são os efeitos em grande escala, resultantes de modificações severas na estrutura da
paisagem. Há, porém, outras perturbações de origem humana e de menor escala, mas contínuas
e generalizadas, que podem ser descritas como crônicas: a caça, a retirada ocasional de madeira
(a maior parte da madeira nobre já desapareceu) e a coleta de lenha, entre outros. Um desses
estudos, recentemente concluído, buscou quantificar esse ‘efeito formiguinha’ e trouxe dados
inéditos sobre o impacto da retirada de lenha para consumo doméstico sobre a Mata Atlântica
nordestina [...].
O trecho do texto “perda de espécies, colapso da estrutura florestal e redução de serviços
ambientais importantes para o bem-estar humano” (l. 20-21) é retomado pela expressão
A) “Um desses estudos” (l. 19)
B) “nessa parcela da mata” (l. 4)
C) “outras perturbações” (l. 17)
D) “nesse cenário” (l. 12)
E) “Esses são os efeitos” (l. 16)
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Comentários:
a) A expressão “Um desses estudos” retoma o trecho no início do 2º parágrafo “[...]
pesquisadores têm feito estudos para entender [...]”. Incorreta.
b) A expressão “nessa parcela da mata” retoma o trecho anterior “no trecho mais ao norte dessa
floresta, em áreas costeiras dos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do
Norte, onde restam apenas cerca de 10% da vegetação nativa original”. Incorreta.
c) A expressão “outras perturbações” retoma o que foi dito no 3º parágrafo “como a perturbação
extrema da paisagem altera a dinâmica vital dos remanescentes da Mata Atlântica”. Incorreta.
d) A expressão “nesse cenário” parte do o trecho final do 2º parágrafo “Imersas nessa
combinação indesejável de pobreza e degradação ambiental estão dezenas de espécies de aves,
anfíbios, répteis e plantas, muitas já criticamente ameaçadas de extinção”.
e) A expressão “Esses são os efeitos” retoma todo o trecho “perda de espécies, colapso da
estrutura florestal e redução de serviços ambientais importantes para o bem-estar humano”.
Perceba que a expressão aparece logo no início do 4º parágrafo, ou seja, muito próxima da
informação que ela retoma. Alternativa correta. Gabarito letra E.
14. (CESGRANRIO / IBGE / AGENTE DE PESQUISAS / 2016)
No trecho “Pegou aquele paninho que dá brilho final nos sapatos e com ele enxugou o próprio
suor, que era abundante”, o pronome destacado faz referência ao termo
A) paninho
B) brilho
C) sapatos
D) ele
E) suor
Comentários:
a) O substantivo masculino “paninho” é retomado pelo primeiro “que” e, posteriormente, pelo
pronome pessoal “ele”. Incorreta.
b) No trecho, o substantivo masculino “brilho” não está sendo retomado por nenhum termo.
Incorreta.
c) O substantivo masculino “sapatos” também não está sendo retomado por nenhum termo.
Incorreta.
d) Como foi exposto no item A, o pronome pessoal “ele” retoma o substantivo “paninho”.
Incorreta.
e) O segundo “que” retoma a palavra “suor”. Novamente, a proximidade entre o substantivo
masculino e o pronome relativo ajuda na resolução da questão. Alternativa correta. OBS: Não se
preocupe, pois muitas questões que trabalham o aspecto anafórico não exigem a leitura
completa do texto. Talvez seja melhor analisar o trecho fornecido ou buscar os termos no próprio
texto. Gabarito letra E.
15. (CESGRANRIO / BASA /TÉC. CIENTÍFICO / 2015)
No trecho “deveriam ser serviços dirigidos por pessoas de inteira confiança do empresário e que
se dispusessem a defendê-lo”, o pronome oblíquo “o” exerce uma função coesiva, ao retomar,
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como seu referente, a expressão
a) fundador b) serviço médico c) trabalho d) capital e) empresário
Comentários:
Essa questão também pode causar certo desconforto no aluno, afinalele pode pensar que é
necessário ler todo o texto para marcar a alternativa correta.
DICA: Preste atenção no trecho fornecido e busque analisar os termos e as relações
estabelecidas por eles. Nessa questão o texto não é necessário.
a) Perceba que no trecho fornecido não aparece a palavra “fundador”. Incorreta. b) O termo
“serviço médico” não aparece no trecho. Incorreta.
c) O substantivo “trabalho” também não aparece no trecho. Incorreta.
d) Novamente, outra palavra “capital” que não está no trecho. Incorreta.
e) Por fim, observa-se que o pronome oblíquo “o” retoma o substantivo masculino “empresário”,
ou seja, exerce um papel anafórico. Nesse caso, a proximidade entre substantivo e pronome
oblíquo também ajuda na resolução. Alternativa correta.
OBS: Em muitos casos, a leitura integral do texto não é necessária. Primeiro, analise qual
expressão a banca destacou e, posteriormente, busque o referente no próprio trecho. Caso não
encontre ou a banca não forneça um determinado trecho, oriente-se pelo texto. Gabarito letra E.
16. (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL / NÍVEL SUPERIOR / 2014)
TINGA, DO CRUZEIRO, É ALVO DE RACISMO NA LIBERTADORES
Jogador entrou no segundo tempo da derrota para o Real Garcilaso, do Peru. A cada vez que
tocava na bola, gritos da torcida local imitavam o som de macacos
O Cruzeiro estreou com derrota na Libertadores. Atuando em Huancayo, no Peru, o atual
campeão brasileiro perdeu para o Real Garcilaso por 2 a 1 na noite desta quarta-feira, em uma
partida considerada difícil pelos jogadores celestes. Os atletas apontaram a altitude, o gramado
ruim e as péssimas condições do estádio como fatores que os prejudicaram. Mas nenhum dos
adversários dentro ou fora do gramado chateou mais os cruzeirenses do que uma demonstração
de racismo por parte da torcida peruana, que teve como alvo o meio-campista Tinga.
O jogador entrou na segunda etapa e, a cada vez que recebia a bola e a dominava, uma sonora
vaia formada por gritos que imitavam o som de macacos vinha das arquibancadas, cessando em
seguida, assim que outro jogador pegava na bola. “A gente fica muito chateado, a gente tenta
competir, mas fica chateado de acontecer isso em 2014, próximo da gente. Infelizmente
aconteceu. Já joguei alguns anos da minha vida na Alemanha e nunca aconteceu isso lá. Aqui,
em um país tão próximo, tão cheio de mistura, acontece (isso)”, lamentou o jogador em
entrevista após a partida.
Hostilizado, Tinga foi além. O meio-campista declarou que preferia não ter conquistado nenhum
título em sua carreira se pudesse viver sem o preconceito. “Eu queria, se pudesse, não ganhar
nada e ganhar esse título contra o preconceito. Trocava todos os meus títulos pela igualdade em
todas as áreas”.
O episódio despertou a solidariedade até do presidente do arquirrival Atlético-MG. “Racismo na
Libertadores? Me tiraram o prazer da derrota do Cruzeiro. Lamentável!”, postou o dirigente
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Alexandre Kalil no Twitter.
(Disponível em:
<http://veja.abril.com.br/noticia/esporte/tinga-do-cruzeiro-e-alvo-de-racismo-na-libertadores>.Acesso em: 25 fev.
2014. )
No trecho “como fatores que os prejudicaram." (l .4), o pronome destacado apresenta como
referente que termo?
A) “atletas" (l. 3)
B) “fatores" (l. 4)
C) “adversários" (l. 4)
D) “cruzeirenses" (l. 5)
E) “macacos" (l. 8)
Comentários:
Nessa questão, analise apenas o trecho no qual está o pronome destacado, ou seja, o referente,
possivelmente, estará no primeiro parágrafo. Muitas questões que trabalham aspectos anafóricos
focalizam essa ideia da proximidade dos termos. Observe o 1º parágrafo:
“O Cruzeiro estreou com derrota na Libertadores. Atuando em Huancayo, no Peru, o atual
campeão brasileiro perdeu para o Real Garcilaso por 2 a 1 na noite desta quarta-feira, em uma
partida considerada difícil pelos jogadores celestes. Os atletas apontaram a altitude, o gramado
ruim e as péssimas condições do estádio como fatores que os prejudicaram. Mas nenhum dos
adversários dentro ou fora do gramado chateou mais os cruzeirenses do que uma demonstração
de racismo por parte da torcida peruana, que teve como alvo o meio-campista Tinga”.
a) De fato, o termo “atleta” é retomado pelo pronome “os”, basta atentar para sua posição
anterior ao pronome. “Os atletas apontaram a altitude, o gramado ruim e as péssimas condições
do estádio como fatores que os prejudicaram”.
Outra possibilidade é substituir “os” por “atletas”, movendo o substantivo para depois do verbo
“fatores que prejudicaram os atletas”. Alternativa correta.
b) O substantivo “fatores” é retomado pela partícula “que” que está ao lado. “como fatores
que”. Incorreta.
c) O pronome “os” aparece antes do termo “adversários”. Logo, não exerce papel anafórico.
Incorreta.
d) Observa-se, novamente, uma palavra que está após o pronome “os”, ou seja, ele não exerce
papel anafórico. Incorreta.
e) O termo “macacos” também aparece após o pronome “os” e, não menos importante, os dois
termos estão muitos distantes. Gabarito letra A.
17. (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL / NÍVEL SUPERIOR / 2014) Utilize o texto da questão
anterior
No trecho “Aqui, em um país tão próximo, tão cheio de mistura, acontece (isso)” (l. 11), o
pronome destacado faz referência
A) às atitudes racistas da torcida peruana
B) à tristeza do jogador frente ao racismo
C) à inexistência de atos racistas na Alemanha
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D) ao espanto acerca da origem do racismo
E) ao descaso da torcida do Cruzeiro
Comentários:
a) De fato, as atitudes racistas da torcida peruana são retomadas pelo pronome “isso”. Observe
o trecho:
O jogador entrou na segunda etapa e, a cada vez que recebia a bola e a dominava, uma sonora
vaia formada por gritos que imitavam o som de macacos vinha das arquibancadas, cessando em
seguida, assim que outro jogador pegava na bola. “A gente fica muito chateado, a gente tenta
competir, mas fica chateado de acontecer isso em 2014, próximo da gente. Infelizmente
aconteceu. Já joguei alguns anos da minha vida na Alemanha e nunca aconteceu isso lá. Aqui,
em um país tão próximo, tão cheio de mistura, acontece (isso)”. Alternativa correta.
b) A tristeza do jogador está exposta nas suas falas e, analisando o texto, não há nenhuma
expressão que retome esse sentimento. Incorreta.
c) Alternativa que pode ser eliminada, afinal é muito difícil afirmar que atos racistas não existem
em um determinado país. Incorreta
d) Novamente, outra alternativa que pode ser eliminada, uma vez que o racismo não teve a sua
origem em 2014. Incorreta.
e) Não houve descaso da torcida cruzeirense, basta atentar para o seguinte trecho “Mas nenhum
dos adversários dentro ou fora do gramado chateou mais os cruzeirenses do que uma
demonstração de racismo por parte da torcida peruana, que teve como alvo o meio-campista
Tinga”. Incorreta. Gabarito letra A.
18. (CESGRANRIO / CEFET-RJ / AUX. EM ADM. / 2014)
Febre de liquidação
Passo em frente da vitrine. Observo um paletó quadriculado, uma calça preta e duas camisas
polo, devidamente acompanhados de um cartaz discreto anunciando a “remarcação”. Fujo
apressadamente pelos labirintos do shopping. Tarde demais, fui fisgado. Mal atinjo as escadas
rolantes, inicio o caminho de volta. O coração badala como um sino. A respiração ofegante. São
os primeiros sintomas da febre por liquidação, que me ataca cada vez que vejo uma vitrine com
promessas sedutoras.
Atravesso as portas da loja, farejo em torno, com o mesmo entusiasmo de um leão vendo
criancinhas em um safári. No primeiro momento, tenho a impressão de que entrei numa estação
de metrô. A febre já atingiu a multidão. Os vendedores, cercados, parecem astros da Globo
envoltos pelos fãs. Dou duas cotoveladasem um dos rapazes com ar de executivos e peço o tal
paletó. O funcionário explica que só tem determinado número. Minto:
— Acho que é o meu.
Ele me observa, incrédulo. É dois algarismos menor, mas quem sabe? Acho que emagreci 100
gramas na última semana. Experimento. Não fecha. Respiro fundo e abotoo. Assim devem ter se
sentido as mulheres com espartilho. Gemo, quase sem voz:
— Está um pouquinho apertado.
— É o maior que temos — diz, cruel.
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Decido. Vou levar, apesar da barriga encolhida. O vendedor arregala os olhos. Explico: — Estou
fazendo regime. No ano que vem vai caber direitinho.
De qualquer maneira, só poderia usá-lo no próximo inverno. É de lã pesada, e está fazendo o
maior calor. Só de experimentar fiquei suando. [...]
Concordo que fui precipitado em comprar uma roupa para quando estiver magro, só para
aproveitar o preço. Meu regime dura oito anos, sem resultados visíveis.
Desabafo com uma amiga naturalista, que vive apregoando um modo de vida mais simples, sem
muitas posses. Ela me aconselha: Não compre mais nada. Resista. Aprendi muito quando passei
a viver apenas com o necessário. Revela, com ar culpado:
— Sabe, na minha fase consumista, juntei roupa para 150 anos.
Sorrio, solidário. Ela pergunta, por mera curiosidade, os preços da loja. Também pede o
endereço. Mais tarde a descubro no shopping, mergulhada na arara das blusas de lã. Febre de
liquidação é pior que gripe, dá até recaída. Com um detalhe: a gente gasta, gasta, e ainda acha
que levou vantagem.
(CARRASCO, W. O golpe do aniversariante e outras crônicas. In: Para Gostar de Ler. São Paulo: Ática, 2005. v.20, p.
60-63).
Em “só poderia usá-lo no próximo inverno” (l. 19), no texto, o pronome em destaque refere-se à
(ao)
A) blusa B) paletó C) calça D) febre E) loja
Comentários:
O autor, ao utilizar a forma pronominal “-lo”, deixa explicito que o referente é uma palavra
masculina, ou seja, a única alternativa possível é a letra B. Todavia, vamos analisar todas as
opções.
a) O substantivo feminino “blusa” aparece após a forma pronominal “-lo”. Tal palavra não pode
ser o referente. Incorreta.
b) Essa narrativa tem como base a febre por liquidação e o diálogo entre vendedor e narrador
sobre o paletó. Sendo assim, fica bem claro que a forma pronominal “-lo” retoma um substantivo
masculino que foi citado nas linhas anteriores, ou seja, o paletó, objeto principal do texto.
Alternativa correta.
c) O substantivo feminino “calça” aparece logo no início do texto e, posteriormente, não é
retomado por nenhum termo. Incorreta.
d) Essa alternativa apresenta uma incoerência semântica, pois uma pessoa não consegue “usar” a
“febre” no inverno. Incorreta.
e) Novamente, trata-se de um substantivo feminino, o qual não pode ser “usado” pela pessoa,
ou seja, a pessoa não pode vestir a “loja” no inverno. Há um erro semântico nessa alternativa.
Incorreta.
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19. (CESGRANRIO / FINEP / NÍVEL SUPERIOR / 2014)
A polêmica das biografias
A liberdade de expressão está sujeita aos limites impostos pelas demais prerrogativas dos
cidadãos: honra, privacidade etc.
A jornalista Hildegard Angel fulminou no Twitter: “Num país em que a Justiça é caolha, não dá
para liberar geral as biografias de bandeja pros grupos editoriais argentários”. A controvérsia em
torno das biografias é a prova da desditosa barafunda institucional que atormenta o Brasil. Nos
códigos das sociedades modernas, aquelas que acolheram os princípios do Estado Democrático
de Direito, a liberdade de expressão está sujeita aos limites impostos pelas demais prerrogativas
dos cidadãos: a privacidade, a honra, o direito de resposta a ofensas e desqualificações lançadas
publicamente contra a integridade moral dos indivíduos. Em 17 de dezembro de 1948, a
Declaração Universal dos Direitos Humanos afirmava: “O desprezo e o desrespeito pelos direitos
humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a
consciência da Humanidade e o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade
de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi
proclamado como a mais alta aspiração do homem comum”.
Em 2008, escrevi um artigo para celebrar os 60 anos da declaração. Naquela ocasião, percebi
claramente que os fantasmas dos traumas nascidos das experiências totalitárias dos anos 1930
ainda assombram os homens, seus direitos e liberdades.
Segundo a declaração, são consideradas intoleráveis as interferências na sua vida privada, na sua
família, no seu lar ou na sua correspondência – atenção! –, tampouco são toleráveis ataques à sua
honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou
ataques. O cidadão (note o leitor, o cidadão) tem direito à liberdade de opinião e de expressão.
Esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e
transmitir informações por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
É proibido proibir, assim como é garantido o direito de retrucar e processar. O presidente do
Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, sugeriu a imposição de pesadas penas pecuniárias
aos detratores “argentários” que se valem das inaceitáveis demoras da Justiça. [...]
O artigo definido em destaque tem papel de estabelecer retomada de expressão já citada
anteriormente no texto em:
A) “‘Num país em que a Justiça é caolha, não dá para liberar geral’” (l. 1-2)
B) “‘O desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros’” (l. 8-9)
C) “Naquela ocasião, percebi claramente que os fantasmas dos traumas” (l. 13-14)
D) “Segundo a declaração, são consideradas intoleráveis as interferências” (l. 16)
E) “O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, sugeriu” (l. 22-23)
Comentários:
a) Nessa alternativa, o artigo “a” não desempenha nenhum papel anafórico, ou seja, não retoma
nenhum antecedente. Incorreta.
b) Da mesma forma, o artigo “o” não desempenha nenhum papel anafórico. Incorreta.
c) Mais uma vez, observa-se um artigo definido “os” cuja função anafórica é inexistente, ou seja,
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ele não retoma nenhuma informação anterior. Incorreta.
d) Nesse caso, o artigo “a” não apenas especifica a declaração como também retoma uma
informação já exposta no texto. Observe:
“Em 17 de dezembro de 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos afirmava [...]”.
Alternativa correta.
e) Por fim, pode-se falar que o artigo “o” também especifica o Presidente do Supremo, no
entanto, ele não foi citado anteriormente. Logo, o artigo não desempenha um papel anafórico.
Incorreta. Gabarito letra D.
20. (CESGRANRIO / BNDES / TÉCNICO ADMINISTRATIVO / 2013)
As orações abaixo, separadas por vírgula, podem ter a relação entre elas explicitada por meio de
uma expressão.
“Algumas precisam beber mais água, outras precisam de isotônico.”
A expressão que mantém o sentido original está empregada em:
A) Algumas precisam beber mais água, a fim de que outras precisem de isotônico.
B) Algumas precisam beber mais água, ao passo que outras precisam de isotônico.
C) Já que algumas precisam beber mais água, outras precisam de isotônico.
D) Por mais que algumas precisem beber mais água, outras precisam de isotônico.
E) Contanto que algumas precisem beber mais água, outras precisam de isotônico.
Comentários:
O objetivo dessa questão é encontrar qual locução conjuntiva melhor une as duas orações.
Perceba que o período estabelece uma comparação, mais precisamenteuma proporção entre as
pessoas que bebem água e as pessoas que bebem isotônico. Sendo assim, a melhor opção é a
locução que expresse uma ideia de proporcionalidade.
a) “Algumas precisam beber mais água, a fim de que outras precisem de isotônico”. A expressão
destacada é uma locução conjuntiva final, a qual exprime um objetivo/propósito/fim. Incorreta.
b) “Algumas precisam beber mais água, ao passo que outras precisam de isotônico”. A
expressão destacada é uma locução conjuntiva proporcional, a qual exprime
proporcionalidade/simultaneidade/concomitância. Alternativa correta.
c) “Já que algumas precisam beber mais água, outras precisam de isotônico”. A expressão
destacada é uma locução conjuntiva causal, a qual exprime uma causa/a razão de um efeito.
Incorreta.
d) “Por mais que algumas precisem beber mais água, outras precisam de isotônico”. A expressão
destacada é uma locução conjuntiva concessiva, a qual exprime uma
contrariedade/ressalva/oposição a uma ideia sem invalidá-la. Incorreta.
e) “Contanto que algumas precisem beber mais água, outras precisam de isotônico”. A
expressão destacada é uma locução conjuntiva condicional, a qual exprime uma
condição/hipótese. Incorreta. Gabarito letra B.
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21. (CESGRANRIO / BNDES / BIBLIOTECONOMIA / 2013)
Cidade: desejo e rejeição
A cidade da modernidade se configurou a partir da Revolução Industrial e se tornou complexa
pelo tamanho territorial e demográfico, antes jamais alcançado, e pelas exigências de
infraestrutura e de serviços públicos. No início do século XX, se generalizou a ideia da cidade
como instância pública. Até então, esta seria uma construção que resultava de interesses
específicos, de setores ou estratos sociais.
A mudança do milênio vê, contraditoriamente, a expansão de modelos urbanísticos e a ocupação
territorial que se opõem à “condição urbana” – de certo modo fazendo retornar a cidade à
instância privada. Tal ambiguidade estabelece um patamar para o debate sobre os rumos da
cidade.
O sistema urbano brasileiro estava em processo de consolidação como instância pública, quando,
a partir dos anos 1960, sofre inflexão importante. Razões externas ao urbanismo influenciam no
redesenho de nossas cidades.
A opção pelo transporte urbano no modo rodoviário, em detrimento do transporte sobre trilhos,
então estruturador das principais cidades, é uma delas.
Outros elementos adentram o cenário brasileiro nas últimas décadas e dispõem a cidade como
instância privada: os condomínios fechados e os shopping centers. Ambos associados ao
automóvel, exaltam a segmentação de funções urbanas. A multiplicidade e a variedade, valores
do urbano, ali não são consideradas. O importante para os promotores imobiliários e para os que
aderem a tais propostas é a sensação de que o modelo é algo à parte do conjunto. Há uma
explícita “rejeição à cidade”.
Além disso, com o crescimento demográfico e a expansão do sistema urbano, as áreas informais
adquirem relevo e, em alguns casos, passam a compor a maior parte das cidades. Isto é,
enquanto por um século e meio se concebe e se desenvolve a ideia da cidade como instância
pública, uma parte maiúscula dessa mesma cidade é construída em esforço individual como
instância privada.
(MAGALHÃES, Sérgio Ferraz. Cidade: desejo e rejeição.
Revista Ciência Hoje. Rio de Janeiro: ICH. n. 290, mar. 2012, p. 75.)
De acordo com o texto, a palavra destacada tem sua referência explicitada em:
A) “Até então, esta seria uma construção que resultava de interesses específicos, de setores ou
estratos sociais.” (l. 3-4) – Nesse trecho, a palavra destacada refere-se ao período inicial da
industrialização europeia.
B) “Tal ambiguidade estabelece um patamar para o debate sobre os rumos da cidade.” (l. 6-7) –
Nesse trecho, a palavra destacada refere-se ao conflito entre as duas concepções de cidade, a
pública e a privada.
C) “A opção pelo transporte urbano no modo rodoviário, em detrimento do transporte sobre
trilhos, então estruturador das principais cidades, é uma delas”. (l. 11-12) – Nesse trecho, a
palavra destacada refere-se às cidades brasileiras.
D) “A multiplicidade e a variedade, valores do urbano, ali não são consideradas.” (l. 15-16) –
Nesse trecho, a palavra destacada refere-se às regiões não urbanizadas.
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E) “Além disso, com o crescimento demográfico e a expansão do sistema urbano, as áreas
informais adquirem relevo” (l. 18-19) – Nesse trecho, a palavra destacada refere-se à valorização
do automóvel no transporte urbano.
Comentários:
Observe as referências corretas em cada trecho:
a) “Até então, esta seria uma construção que resultava de interesses específicos, de setores ou
estratos sociais”. A expressão destacada “até então” refere-se a um tempo já mencionado, mais
precisamente até o momento em que aquele texto foi produzido. Incorreta.
b) “[...] a expansão de modelos urbanísticos e a ocupação territorial que se opõem à “condição
urbana” – de certo modo fazendo retornar a cidade à instância privada. Tal ambiguidade
estabelece um patamar para o debate sobre os rumos da cidade”. A palavra “ambiguidade”
retoma todo o trecho destacado, o qual expõe uma reflexão sobre as concepções de cidade.
Alternativa correta.
c) “[...] Razões externas ao urbanismo influenciam no redesenho de nossas cidades. A opção pelo
transporte urbano no modo rodoviário, em detrimento do transporte sobre trilhos, então
estruturador das principais cidades, é uma delas”. A palavra “delas” retoma a expressão “razões
externas”. Incorreta.
d) “Outros elementos adentram o cenário brasileiro nas últimas décadas e dispõem a cidade
como instância privada: os condomínios fechados e os shopping centers. Ambos associados ao
automóvel, exaltam a segmentação de funções urbanas. A multiplicidade e a variedade, valores
do urbano, ali não são consideradas”. O termo “ali” retoma as expressões “condomínios
fechados” e “shopping centers”. Incorreta.
e) “O importante para os promotores imobiliários e para os que aderem a tais propostas é a
sensação de que o modelo é algo à parte do conjunto. Há uma explícita “rejeição à cidade”.
Além disso, com o crescimento demográfico e a expansão do sistema urbano, as áreas informais
adquirem relevo”. Nessa alternativa, pode-se dizer que a palavra “disso” tem como referente o
trecho “Há uma explícita “rejeição à cidade”. Incorreta. Gabarito letra B.
22. (CESGRANRIO / CMB / ASS. TÉC. ADMINISTRATIVO / 2012)
Em um texto, as frases relacionam-se umas com as outras, estabelecendo entre si relações que
contribuem para a construção do sentido do texto. Essas relações podem não ser explicitadas
por meio do uso de um conectivo, como é o caso das duas frases do fragmento abaixo. “Fui logo
dizendo que não tinha, certa de que ele estava pedindo dinheiro. Não estava.” A relação
construída entre essas duas frases pode ser expressa, sem alteração de sentido, pelo seguinte
conectivo:
A) onde B) como C) contudo D) portanto E) conforme.
Comentários:
Analisando as duas frases, percebe-se que há uma “quebra de expectativa”, ou seja, um teor de
“contraste”. Desse modo, a melhor opção para relacionar as duas frases é uma conjunção
adversativa.
a) A palavra “onde” não resolve nosso problema, pois ela assume dois papéis básicos: pronome
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relativo e advérbio. Precisa-se de uma conjunção para unir as frases. Incorreta.
b) A partícula “como” não atua como conjunção adversativa. Incorreta.
c) O conectivo “contudo” é amelhor opção disponível, pois se trata de uma conjunção
adversativa. Alternativa correta.
d) “Portanto” é uma conjunção conclusiva, ou seja, ela introduz uma conclusão. Ela também não
resolve o nosso problema. Incorreta.
e) Outra opção que não possibilita a união das frases, uma vez que “conforme” é uma conjunção
conformativa. Incorreta.
OBS: Uma outra forma de resolver questões que envolvem conjunções/conectivos é testar todas
as opções na frase dada. Gabarito letra C
23. (CESGRANRIO / CMB / ANALISTA / 2012)
[...] A coerência de um texto depende majoritariamente da troca de informações entre os
interlocutores, muito mais do que a construção sintática que possui, assim como a atribuição de
coerência está ligada diretamente aos nossos conhecimentos sobre o assunto. No entanto, o
puro conhecimento sociocognitivo não é suficiente se não apreendemos os aspectos
estritamente linguísticos. Caso o leitor não compreenda o código ali colocado, a coerência não
se constituirá. Isso pode ocorrer quando há alguma expressão no texto de uma língua diferente
daquela usada pelo leitor, como o latim (ad hoc), o francês (déjà vu), ou o inglês (mainstream).
Ou, ainda, quando o registro é extremamente específico de uma área, como os famosos jargões
técnicos: vocabulários jurídico, médico etc. [...]
O elemento coesivo Isso (l. 5) tem como referente a ideia de que
A) a coerência independe da compreensão de certos aspectos linguísticos.
B) o conhecimento sobre o assunto é fundamental à construção da coerência.
C) o puro conhecimento sociocognitivo constitui os sentidos do texto.
D) os sentidos de um texto são construídos por um processo de troca.
E) os sentidos não se constroem caso não se compreenda o código linguístico.
Comentários:
Observe o trecho:
“[...] Caso o leitor não compreenda o código ali colocado, a coerência não se constituirá. Isso
pode ocorrer quando há alguma expressão no texto de uma língua diferente daquela usada pelo
leitor [...]”.
Lendo esse fragmento, nota-se que o elemento “Isso” tem como antecedente todo o trecho
sublinhado, ou seja, “para o leitor entender o sentido de um determinado texto ele precisa
relacionar as informações e os códigos ali expostos”. Interpretando essa pequena parte e
lembrando do termo “isso” com papel anafórico, pode-se chegar ao item correto.
a) Em nenhum momento, o autor afirma isso. Ele apenas fala que a coerência depende da nossa
familiaridade com o assunto do texto. Incorreta.
b) O autor realmente afirma isso ([...] assim como a atribuição de coerência está ligada
diretamente aos nossos conhecimentos sobre o assunto), no entanto, esse trecho não é retomado
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pelo elemento “Isso”. Incorreta.
c) Outra afirmativa errada. O autor diz que “No entanto, o puro conhecimento sociocognitivo não
é suficiente se não apreendemos os aspectos estritamente linguísticos [...]”. Esse trecho também
não é retomado pelo elemento “Isso”. Incorreta.
d) Aqui, há uma afirmação correta. O autor diz “A coerência de um texto depende
majoritariamente da troca de informações entre os interlocutores [...]”, porém esse trecho é
retomado pelo termo “Isso”. Incorreta.
e) O autor, de fato, afirma isso “para o leitor entender o sentido de um determinado texto ele
precisa relacionar as informações e os códigos ali expostos. Isso pode ocorrer quando há alguma
expressão no texto de uma língua diferente daquela usada pelo leitor [...]”. Posteriormente,
analisando o fragmento, fica evidente que o termo “Isso” retoma todo o trecho destacado.
Alternativa correta. Gabarito letra E.
24. (CESGRANRIO / LIQUIGÁS / AJUDANTE DE CARGA / 2012)
[...] No Parque Indígena do Xingu, há quase 50 anos, médicos e pajés vêm conciliando essas duas
visões do corpo humano. Desde que começaram a prestar assistência à saúde dos índios do
parque, em 1965, os médicos da Universidade Federal de São Paulo construíram um convívio de
respeito às práticas tradicionais de cura dos pajés, rezadores e raizeiros. O resultado dessa
colaboração pode ser medido por bons dados de saúde que atestam o aumento da população
das aldeias e o controle das doenças. [...]
No trecho “O resultado dessa colaboração pode ser medido por bons dados de saúde” (l. 4-5), a
expressão destacada refere-se à colaboração entre
A) médicos da universidade
B) médicos e pajés
C) doentes e médicos
D) pajés de várias aldeias
E) rezadores e pajés
Comentários:
No início do fragmento, o autor cita que “médicos” e “pajés” estão conciliando duas visões do
corpo humano. Nesse sentido, infere-se que há uma união (colaboração) de esforços entre
“médicos” e “pajés”.
a) “médicos da universidade” não é retomada por “dessa colaboração”, no entanto, ela
especifica qual o grupo de médicos está trabalhando no parque indígena (médicos da
Universidade Federal de São Paulo). Incorreta.
b) A expressão “dessa colaboração” retoma todo o trecho “médicos e pajés vêm conciliando
essas duas visões do corpo humano”, o qual é composto pelos médicos e pajés. Alternativa
correta.
c) A palavra “doentes” não aparece no trecho e também não há qualquer colaboração entre
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esses grupos de pessoas. Incorreta.
d) A união é entre médicos e pajés, não somente entre os pajés. Incorreta. e) Novamente, nota-se
um erro, pois a união é entre médicos e pajés. Os “rezadores" são citados para dizer que as
práticas tradicionais de cura estão sendo respeitadas. Não há colaboração entre esses grupos.
Incorreta. Gabarito letra B.
25. (CESGRANRIO / PETROBRÁS / ARQUITETO / 2011)
Considere o trecho abaixo.
“[...] colocaram lenha na polêmica sobre a construção de uma estação de metrô na região, onde
se concentra parte da elite paulistana.”
O emprego do pronome relativo onde está correto.
PORQUE
Retoma o termo na região, que tem valor de lugar físico na oração antecedente. Analisando-se
as afirmações acima, conclui-se que
A) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
B) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.
C) a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.
D) a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.
E) as duas afirmações são falsas.
Comentários:
a) As duas afirmações, de fato, são verdadeiras, pois a palavra “onde” retoma o termo “na
região” e, consequentemente, exerce papel anafórico. Se ambas são verdadeiras, pode-se dizer
que a segunda justifica a primeira pelo fato de estarem conectadas pela conjunção explicativa
“porque”, ou seja, a segunda afirmação explica a primeira. Alternativa correta.
b) As duas afirmações são verdadeiras, porém a segunda justifica a primeira, afinal ela explica o
motivo pelo qual o termo “onde” foi usado como pronome relativo. Outra forma de ver isso é
observar a conjunção explicativa “porque”, a qual exprime uma explicação.
c) A segunda afirmação é verdadeira, pois o termo “na região” realmente tem valor de lugar
físico e, não menos importante, é retomado pelo pronome relativo “onde”.
d) A palavra “onde” exerce a função de pronome relativo, retomando a expressão “na região”.
Logo, não se pode falar que a primeira afirmação é falsa.
e) As duas afirmações são verdadeiras. Observe as explicações nos itens C e D. Gabarito letra A.
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QUESTÕES COMENTADAS - REESCRITURA - CESGRANRIO
1. (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL / ESCRITURÁRIO - PROVA B / 2021)
O que é o QA e por que ele pode ser mais importante que o QI no mercado de trabalho
Há algum tempo, se você quisesseavaliar as perspectivas de alguém crescer na carreira,
poderia considerar pedir um teste de QI, o quociente de inteligência, que mede indicadores
como memória e habilidade matemática.
Mais recentemente, passaram a ser avaliadas outras letrinhas: o quociente de inteligência
emocional (QE), uma combinação de habilidades interpessoais, autocontrole e comunicação. Não
só no mundo do trabalho, o QE é visto como um kit de habilidades que pode nos ajudar a ter
sucesso em vários aspectos da vida.
Tanto o QI quanto o QE são considerados importantes para o sucesso na carreira. Hoje,
porém, à medida que a tecnologia redefine como trabalhamos, as habilidades necessárias para
prosperar no mercado de trabalho também estão mudando. Entra em cena então um novo
quociente, o de adaptabilidade (QA), que considera a capacidade de se posicionar e prosperar
em um ambiente de mudanças rápidas e frequentes.
O QA não é apenas a capacidade de absorver novas informações, mas de descobrir o que
é relevante, deixar para trás noções obsoletas, superar desafios e fazer um esforço consciente
para mudar. Esse quociente envolve também características como flexibilidade, curiosidade,
coragem e resiliência.
Amy Edmondson, professora de Administração da Harvard Business School, diz que é a
velocidade vertiginosa das mudanças no mercado de trabalho que fará o QA vencer o QI.
Automatiza-se facilmente qualquer função que envolva detectar padrões nos dados (advogados
revisando documentos legais ou médicos buscando o histórico de um paciente, por exemplo), diz
Dave Coplin, diretor da The Envisioners, consultoria de tecnologia sediada no Reino Unido. A
tecnologia mudou bastante a forma como alguns trabalhos são feitos, e a tendência continuará.
Isso ocorre porque um algoritmo pode executar essas tarefas com mais rapidez e precisão do que
um humano.
Para evitar a obsolescência, os trabalhadores que cumprem essas funções precisam
desenvolver novas habilidades, como a criatividade para resolver novos problemas, empatia para
se comunicar melhor e responsabilidade.
Edmondson diz que toda profissão vai exigir adaptabilidade e flexibilidade, do setor
bancário às artes. Digamos que você é um contador. Seu QI o ajuda nas provas pelas quais
precisa passar para se qualificar; seu QE contribui na conexão com um recrutador e depois no
relacionamento com colegas e clientes no emprego. Então, quando os sistemas mudam ou os
aspectos do trabalho são automatizados, você precisa do QA para se acomodar a novos cenários.
Ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habilidades existentes diante de
novas maneiras de trabalhar. No mundo corporativo, o QA está sendo cada vez mais buscado na
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hora da contratação. Uma coisa boa do QA é que, mesmo que seja difícil mensurá-lo,
especialistas dizem que ele pode ser desenvolvido.
Como diz Edmondson: “Aprender a aprender é uma missão crítica. A capacidade de
aprender, mudar, crescer, experimentar se tornará muito mais importante do que o domínio de
um assunto.”
Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/vert-cap-50429043>. Acesso em: 9 jul. 2021. (Adaptado)
Respeitando-se o ponto de vista sustentado pelo texto e adequando-se a seu sentido, a reunião
dos trechos “as habilidades necessárias para prosperar no mercado de trabalho também estão
mudando” (parágrafo 3) e “ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habilidades
existentes diante de novas maneiras de trabalhar” (parágrafo 8) resulta no seguinte período:
A) As habilidades necessárias para prosperar no mercado de trabalho também estão mudando,
embora ter QI, mas nenhum QA, possa ser um bloqueio para as habilidades existentes diante de
novas maneiras de trabalhar.
B) Como as habilidades necessárias para prosperar no mercado de trabalho também estão
mudando, ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habilidades existentes diante
de novas maneiras de trabalhar.
C) Mesmo que as habilidades necessárias para prosperar no mercado de trabalho também
estejam mudando, ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habilidades existentes
diante de novas maneiras de trabalhar.
D) As habilidades necessárias para prosperar no mercado de trabalho também estão mudando,
desde que ter QI, mas nenhum QA, possa ser um bloqueio para as habilidades existentes diante
de novas maneiras de trabalhar.
E) As habilidades necessárias para prosperar no mercado de trabalho também estão mudando,
no entanto, ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habilidades existentes diante
de novas maneiras de trabalhar.
Comentários:
Temos uma relação de causa e efeito. Em suma: não ter QA pode ser um bloqueio, porque as
habilidades exigidas estão mudando (não basta QI ou QA)
Isso está representado em:
Como as habilidades necessárias para prosperar no mercado de trabalho também estão
mudando, ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habilidades existentes diante
de novas maneiras de trabalhar.
Embora, mesmo que, no entanto todos indicam oposição.
Desde que indica condição.
Gabarito: Letra B.
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==2537cb==
2. (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL / ESCRITURÁRIO - PROVA C / 2021)
O período que corresponde, sem alteração de sentido, à reescritura de “Mesmo com o advento
do papel-moeda, o escambo, ou troca de mercadorias, persistiu em diversas comunidades” é:
A) O escambo, ou troca de mercadorias, persistiu em diversas comunidades, apesar do advento
do papel--moeda.
B) O escambo, ou troca de mercadorias, persistiu em diversas comunidades, haja vista o advento
do papel--moeda.
C) Quando do advento do papel-moeda, o escambo, ou troca de mercadorias, persistiu em
diversas comunidades.
D) Com o advento do papel-moeda, no entanto, o escambo, ou troca de mercadorias, persistiu
em diversas comunidades.
E) Tanto quanto o advento do papel-moeda, o escambo, ou troca de mercadorias, persistiu em
diversas comunidades.
Comentários:
As questões de reescritura da CESGRANRIO normalmente focam no conectivo, e esta questão
não é diferente.
Na redação original, temos "mesmo", indicando concessão. Apenas temos sentido de concessão
na letra A, com a locução concessiva "apesar de":
O escambo, ou troca de mercadorias, persistiu em diversas comunidades, apesar do advento do
papel-moeda.
B) Incorreto; "haja vista" tem sentido de causa.
C) Incorreto; "quando" tem sentido de tempo.
D) Incorreto; "no entanto" tem sentido de adversidade.
E) Incorreto; "tanto quanto" tem sentido de comparação.
Gabarito: Letra A.
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3. (CESGRANRIO / CAIXA ECONÔMICA / TÉCNICO / 2021)
A frase que, ao ser reescrita, guarda o mesmo sentido do trecho do parágrafo 3 “Enfim, embora
todos lidem diariamente com dinheiro, poucos se dedicam a gerir melhor seus recursos.” é:
A) Enfim, quando todos lidam diariamente com dinheiro, poucos se dedicam a gerir melhor seus
recursos.
B) Enfim, por todos lidarem diariamente com dinheiro, poucos se dedicam a gerir melhor seus
recursos.
C) Enfim, como todos lidam diariamente com dinheiro, poucos se dedicam a gerir melhor seus
recursos.
D) Enfim, apesar de todos lidarem diariamente com dinheiro, poucos se dedicam a gerir melhor
seus recursos.
E) Enfim, desde que todos lidem diariamente com dinheiro, poucos se dedicam a gerir melhor
seus recursos.
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Comentários:
"embora" é conectivo concessivo, para manter o sentido, é necessário reescrever com outro
conectivo concessivo. Somente na letra D temos conectivo concessivo (apesar de), numa oração
reduzida:
“Enfim, embora todos lidem diariamente com dinheiro, poucos se dedicam a gerir melhor seus
recursos.”
Enfim, apesar de todos lidarem diariamente com dinheiro, poucos se dedicam a gerir melhor
seus recursos.
Em a), temos sentido de tempo.
Em b), temos sentido de causa.
Em c), temos sentido de causa.
Em e), temos sentido de condição.
Gabarito: Letra D.
4. (CESGRANRIO / BASA /TÉC. CIENTÍFICO / 2015)
Uma reescritura possível do período “A resposta do empregador foi a de contratar Baker para
trabalhar na sua fábrica, surgindo, assim, em 1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho.”,
preservando-se as relações semânticas e a coesão textual, é:
A) A resposta do empregador foi a de contratar Baker para trabalhar na sua fábrica, porque
surgiu, em 1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho.
B) A resposta do empregador foi a de contratar Baker para trabalhar na sua fábrica; desse modo,
surgiu, em 1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho.
C) A resposta do empregador foi a de contratar Baker para trabalhar na sua fábrica, o que surgiu,
em 1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho.
D) A resposta do empregador foi a de contratar Baker para trabalhar na sua fábrica, surgindo,
contudo, em 1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho.
E) A resposta do empregador foi a de contratar Baker, para trabalhar na sua fábrica surgindo,
consoante, em 1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho.
Comentários:
Essa é uma questão clássica que trabalha a equivalência de termos e expressões na reescrita de
um determinado trecho. Aqui, o objetivo é observar o trecho original, detectar os conectivos
mais importantes e, posteriormente, escolher a melhor alternativa.
Perceba que a primeira metade do trecho (sublinhada) se repete em todas as alternativas, ou
seja, o nosso trabalho, como foi exposto nas linhas anteriores, reside no valor semântico de
determinados termos e expressões.
Trecho original: “A resposta do empregador foi a de contratar Baker para trabalhar na sua fábrica,
surgindo, assim, em 1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho”.
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Neste contexto, o termo “assim” pode ser definido com uma conjunção conclusiva, ou seja, ela
exprime uma ideia de conclusão ou consequência. Buscaremos uma conjunção ou expressão que
carregue esses traços.
a) “A resposta do empregador foi a de contratar Baker para trabalhar na sua fábrica, porque
surgiu, em 1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho”. Normalmente, a palavra “porque”
pode ser definida como conjunção explicativa ou causal. Logo, esse conectivo não possui o
mesmo valor semântico do conectivo “assim”. Incorreta.
b) “A resposta do empregador foi a de contratar Baker para trabalhar na sua fábrica; desse
modo, surgiu, em 1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho”. Observa-se que a
expressão “desse modo” apresenta o mesmo valor semântico da conjunção “assim”, ou seja,
elas apresentam valor conclusivo e, portanto, são equivalentes. Alternativa correta.
c) “A resposta do empregador foi a de contratar Baker para trabalhar na sua fábrica, o que surgiu,
em 1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho”. Nesse contexto, a partícula “que” assume
um papel de conjunção causal, a qual produz um sentido muito estranho na frase. Incorreta.
d) “A resposta do empregador foi a de contratar Baker para trabalhar na sua fábrica, surgindo,
contudo, em 1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho”. “Contudo” é uma conjunção
adversativa e exprime uma ideia de oposição/contraste. No processo de reescrita, esse conectivo
não funcionaria. Incorreta.
e) “A resposta do empregador foi a de contratar Baker, para trabalhar na sua fábrica surgindo,
consoante, em 1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho”. “Consoante” é uma
conjunção conformativa muito pouco utilizada e que transmite uma ideia de
conformidade/acordo. Incorreta.
Gabarito letra B.
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LISTA DE QUESTÕES - COESÃO - CESGRANRIO
1. (CESGRANRIO / TRANSPETRO / 2023)
À moda brasileira
1 Estou me vendo debaixo de uma árvore, lendo a pequena história da literatura
brasileira.
2 Olavo Bilac! – eu disse em voz alta e de repente parei quase num susto depois que li
os primeiros versos do soneto à língua portuguesa: Última flor do Lácio, inculta e bela / És, a um
tempo, esplendor e sepultura.
3 Fiquei pensando, mas o poeta disse sepultura?! O tal de Lácio eu não sabia onde
ficava, mas de sepultura eu entendia bem, disso eu entendia, repensei baixando o olhar para a
terra. Se escrevia (e já escrevia) pequenos contos nessa língua, quer dizer que era a sepultura que
esperava por esses meus escritos?
4 Fui falar com meu pai. Comecei por aquelas minhas sondagens antes de chegar até
onde queria, os tais rodeios que ele ia ouvindo com paciência enquanto enrolava o cigarro de
palha, fumava nessa época esses cigarros. Comecei por perguntar se minha mãe e ele não tinham
viajado para o exterior.
5 Meu pai fixou em mim o olhar verde. Viagens, só pelo Brasil, meus avós é que tinham
feito aquelas longas viagens de navio, Portugal, França, Itália... Não esquecer que a minha avó,
Pedrina Perucchi, era italiana, ele acrescentou. Mas por que essa curiosidade?
6 Sentei-me ao lado dele, respirei fundo e comecei a gaguejar, é que seria tão bom se
ambos tivessem nascido lá longe e assim eu estaria hoje escrevendo em italiano, italiano! – fiquei
repetindo e abri o livro que trazia na mão: Olha aí, pai, o poeta escreveu com todas as letras,
nossa língua é sepultura mesmo, tudo o que a gente fizer vai para debaixo da terra, desaparece!
7 Calmamente ele pousou o cigarro no cinzeiro ao lado. Pegou os óculos. O soneto é
muito bonito, disse me encarando com severidade. Feio é isso, filha, isso de querer renegar a
própria língua. Se você chegar a escrever bem, não precisa ser em italiano ou espanhol ou alemão,
você ficará na nossa língua mesmo, está me compreendendo? E as traduções? Renegar a língua é
renegar o país, guarde isso nessa cabecinha. E depois (ele voltou a abrir o livro), olha que beleza o
que o poeta escreveu em seguida, Amo-te assim, desconhecida e obscura, veja que confissão de
amor ele fez à nossa língua! Tem mais, ele precisava da rima para sepultura e calhou tão bem essa
obscura, entendeu agora? – acrescentou e levantou-se. Deu alguns passos e ficou olhando a
borboleta que entrou na varanda: Já fez a sua lição de casa?
8 Fechei o livro e recuei. Sempre que meu pai queria mudar de assunto ele mudava de
lugar: saía da poltrona e ia para a cadeira de vime. Saía da cadeira de vime e ia para a rede ou
simplesmente começava a andar. Era o sinal, Não quero falar nisso, chega. Então a gente falava
noutra coisa ou ficava quieta.
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9 Tantos anos depois, quando me avisaram lá do pequeno hotel em Jacareí que ele
tinha morrido, fiquei pensando nisso, ah! se quando a morte entrou, se nesse instante ele tivesse
mudado de lugar. Mudar depressa de lugar e de assunto. Depressa, pai, saia da cama e fique na
cadeira ou vá pra rua e feche a porta!
(TELLES, Lygia Fagundes. Durante aquele estranho chá: perdidos e achados. Rio de Janeiro: Rocco, 2002,
p.109-111. Fragmento adaptado).A palavra que funciona como um mecanismo de coesão textual, retomando um antecedente,
em:
A) “parei quase num susto depois que li os primeiros ver- sos”. (parágrafo 2)
B) “Não esquecer que a minha avó, Pedrina Perucchi, era italiana”. (parágrafo 5)
C) “ficou olhando a borboleta que entrou na varanda” (parágrafo 7)
D) “Sempre que meu pai queria mudar de assunto ele mudava de lugar”. (parágrafo 8)
E) “quando me avisaram lá do pequeno hotel em Jacareí que ele tinha morrido”. (parágrafo 9)
2. (CESGRANRIO - Esc (BANRISUL)/BANRISUL/2023)
Implantação do código de ética nas empresas
Desde a infância, estamos sujeitos à influência de nosso meio social, por intermédio da família,
da escola, dos amigos, dos meios de comunicação de massa. Ao nascer, o homem já se defronta
com um conjunto de regras, normas e valores aceitos em seu grupo sociala. As palavras “ética” e
“moral” indicam costumes acumulados — conjunto de normas e valores dos grupos sociais em
um contexto.
A ética é um conjunto de princípios e disposições cujo objetivo é balizar as ações humanas. A
ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de modo tal que a
sociedade possa se tornar cada vez mais humana. Ela pode e deve ser incorporada pelos
indivíduos, sob a forma de uma atitude diante da vida cotidianab. Mas ela não é um conjunto de
verdades fixas, imutáveis. A ética se move historicamente, se amplia e se adensa. Para
entendermos como isso acontece na história da humanidadec, basta lembrarmos que, um dia, a
escravidão foi considerada "natural".
Ética é o que diz respeito à ação quando ela é refletida, pensada. A ética preocupa-se com o
certo e com o errado, mas não é um conjunto simples de normas de conduta como a moral. Ela
promove um estilo de ação que procura refletir sobre o melhor modo de agir que não abale a
vida em sociedade e não desrespeite a individualidade dos outros.
As empresas precisam desenvolver-se de tal forma que a conduta ética de seus integrantes, bem
como os valores e convicções primários da organização, se tornem parte de sua cultura. Assim, a
ética vem sendo vista como uma espécie de requisito para a sobrevivência das empresas no
mundo moderno e pode ser definida como a transparência nas relações e a preocupação com o
impacto das suas atividades na sociedade.
Muitos exemplos poderiam ser citados de empresas que estão começando a valorizar e a alertar
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seus funcionários sobre a ética. Algumas empresas já implantaram, inclusive, um comitê de ética,
o qual se destina à proteção da imagem da companhiad. É preciso, portanto, que haja uma
conscientização da importância de uma conduta ética ou mesmo a implantação de um código de
ética nas organizações, pois a cada dia que passa a ética tem mostrado ser um dos caminhos
para o sucesso e para o bem comum, agregando valor moral ao patrimônio da organização.
O Código de Ética é um instrumento de realização dos princípios, da visão e da missão da
empresa. Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a postura social da
empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage.e É da máxima importância que
seu conteúdo seja refletido nas atitudes das pessoas a que se dirige e encontre respaldo na alta
administração da empresa, que, tanto quanto o último empregado contratado, tem a
responsabilidade de vivenciá-lo.
As relações com os funcionários, desde o processo de contratação, desenvolvimento
profissional, lealdade mútua, respeito entre chefes e subordinados, saúde e segurança,
propriedade da informação, assédio profissional e sexual, alcoolismo, uso de drogas, entre
outros, são aspectos que costumam ser abordados em um Código de Ética. Cumprir horários,
entregar o trabalho no prazo, dar o seu melhor ao executar uma tarefa e manter a palavra dada
são exemplos de atitudes que mostram aos superiores e aos colegas que o funcionário valoriza
os princípios éticos da empresa ou da instituição.
O Código também pode envolver situações de relacionamento com clientes, fornecedores,
acionistas, investidores, comunidade vizinha, concorrentes e mídia. O Código de Ética pode
estabelecer ações de responsabilidade social dirigidas ao desenvolvimento social de
comunidades vizinhas, bem como apoio a projetos de educação voltados ao crescimento pessoal
e profissional de jovens carentes. Também pode fazer referência à participação da empresa na
comunidade, dando diretrizes sobre as relações com os sindicatos, outros órgãos da esfera
pública, relações com o governo, entre outras.
Portanto, conclui-se que o Código de Ética se fundamenta em deveres para com os colegas,
clientes, profissão, sociedade e para consigo próprio.
(MARTINS,Rosemir. UFPR, 2003. Disponível em: https://acervodigital. ufpr.br. Acesso em: 16 nov. 2022. Adaptado).
No texto, o referente do termo ou expressão em destaque está corretamente explicitado, entre
colchetes, no trecho do
A) parágrafo 1 — “Ao nascer, o homem já se defronta com um conjunto de regras, normas e
valores aceitos em seu grupo social.” [conjunto de regras]
B) parágrafo 2 — “Ela pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a forma de uma
atitude diante da vida cotidiana.” [sociedade]
C) parágrafo 2 — “Para entendermos como isso acontece na história da humanidade” [conjunto
de verdades fixas]
D) parágrafo 5 — “Algumas empresas já implantaram, inclusive, um comitê de ética, o qual se
destina à proteção da imagem da companhia.” [comitê de ética]
E) parágrafo 6 — “Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a postura
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social da empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage.” [colaboradores]
3. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023)
Entenda o que é deep fake e saiba como se proteger
Vídeos que viralizam nas redes sociais mostrando figuras públicas em situações quase
inacreditáveis são verdadeiros? Afinal de contas tudo parece tão real... A resposta é não, pois se
trata de uma “deep fake”, “falsificação profunda” em português, que, como a tradução indica, é
tão bem feita que pode enganar até os mais atentos. Segundo estudo de uma empresa de
segurança, 65% dos brasileiros ignoram a sua existência e 71% não reconhecem quando um
vídeo foi editado(a) digitalmente usando essa técnica.
O que muita gente não sabe, porém, é que esse tipo de golpe, além de manipular vídeos com
celebridades e políticos famosos, também prejudica empresas e cidadãos comuns, que podem
ser envolvidos em fraudes de identidade e extorsões.
“Deep fake pode ser definida como a criação de vídeos e áudios falsos por meio de inteligência
artificial”, explica um especialista de segurança cibernética e fraude. A prática costuma utilizar um
vídeo de referência e a face (ou corpo) de outra pessoa, que não fazia parte do vídeo original.
Criam-se áudios falsos, fazendo a inteligência artificial aprender como uma pessoa fala e, a partir
daí, obter uma montagem com outras falas, inclusive alterando os lábios para acompanhar as
palavras que são ditas.
Esse processo vem evoluindo rapidamente, tornando cada vez mais difícil a sua identificação.(b)
Isso ocorre porque as novas redes neurais(d) (sistemas de computação que funcionam como
neurônios do cérebro humano), a evolução da capacidade de processamento e a redução de
custos da computação em nuvem têm facilitado o acesso a essa tecnologia,(c) contribuindo para
aumentar a qualidade dos vídeos.
No entanto, os criminosos não precisam de tanto conhecimento e tecnologia para aplicar seus
golpes.(e)
Isso porque deep fakes criadas para serem distribuídas por apps de mensagens não exigem
tanta qualidade. O perigo é que,para o cidadão comum, a deep fake pode ser o ponto de
partida para uma fraude financeira, entre outros problemas.
A recomendação para pessoas físicas se protegerem é diminuir a exposição de fotos com rostos
e vídeos pessoais na internet. “As redes sociais devem se manter configuradas como privadas, já
que fotos, áudios ou vídeos disponíveis publicamente podem ser utilizados para alimentar a
inteligência artificial e engendrar deep fakes.”
Além disso, ao receber um vídeo suspeito, observe se o rosto e os lábios da pessoa se movem
em conjunto com o que ela diz. Preste atenção se a fala parece contínua ou se em algum
momento apresenta cortes entre uma palavra e outra. E considere o contexto — ainda que
tecnicamente o vídeo esteja muito bem manipulado, avalie se faz sentido que aquela pessoa
diga o que parece dizer naquele momento.
(Disponível em: https://estudio.folha.uol.com.br/unico. Acesso em: 20 out. 2022. Adaptado).
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No texto, o referente da palavra em destaque está corretamente explicitado, entre colchetes, no
trecho do
A) – “65% dos brasileiros ignoram a sua existência e 71% não reconhecem quando um vídeo foi
editado” [empresa de segurança]
B) – “tornando cada vez mais difícil a sua identificação.” [palavras]
C) – “têm facilitado o acesso a essa tecnologia” [computação em nuvem]
D) – “Isso ocorre porque as novas redes neurais” [esse processo]
E) – “não precisam de tanto conhecimento e tecnologia para aplicar seus golpes.” [criminosos].
4. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023)
Pix: é o fim do dinheiro em espécie?
O Pix muda a forma como realizamos transações financeiras. Representará realmente o fim do
DOC e da TED?(a) O boleto bancário está ainda mais ameaçado de extinção?(b) E o velho cheque
vai resistir a esses novos tempos?(c)
Abrangente como é, o Pix pode reduzir ou acabar com a circulação das notas de real?(d) Essa é
uma pergunta sem resposta fácil. O fato é que o avanço das transações financeiras eletrônicas,
em detrimento do uso do dinheiro em papel, pode ser benéfico para o Brasil, em vários sentidos.
O Pix tem tudo para ser o empurrãozinho que nos falta para chegarmos a esse cenário.
E por que o dinheiro em espécie resiste?(e) Talvez você esteja entre aqueles que compram no
supermercado com cartão de crédito ou usam QR Code para pagar a farmácia. Mas a feira da
semana e os churros na esquina você paga com “dinheiro vivo”, certo? Um dos fatores que
escoram a circulação de papel-moeda no Brasil é a informalidade.
Atrelada a isso está a situação dos desbancarizados. A dificuldade que muita gente teve para
receber o auxílio emergencial, durante a pandemia, jogou luz sobre um problema notado há
tempos: a enorme quantidade de brasileiros que não têm acesso a serviços bancários. O pouco
de dinheiro que entra no orçamento dessas pessoas precisa ser gasto rapidamente para
subsistência.
Não há base financeira suficiente para justificar movimentações bancárias. Também pesa para o
time dos “sem-banco” o baixo nível de educação ou a falta de familiaridade com a tecnologia.
O fator cultural também favorece a circulação do dinheiro em espécie. É provável que você
conheça alguém que, mesmo tendo boa renda, prefere pagar boletos ou receber pagamentos
com cédulas simplesmente por estar acostumado a elas. Para muita gente que faz parte dessa
turma, dinheiro vivo é dinheiro recebido ou pago na hora. Não é preciso esperar a TED cair ou o
dia virar para o boleto ser compensado. Isso pesa mais do que a conveniência de se livrar da fila
da lotérica.
Embora o Brasil tenha um sistema bancário que suporta vários tipos de transações, o país estava
ficando para trás no que diz respeito a pagamentos instantâneos. O Pix veio para preencher essa
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lacuna.
A modalidade permite transações em qualquer horário e dia, incluindo finais de semana e
feriados.
Essa característica, por si só, já é capaz de mudar a forma como lidamos com o dinheiro, pois
implica envio ou recebimento imediato: as transações via Pix são concluídas rapidamente.
É o fim do papel-moeda? Não é tão simples assim. O Pix não foi idealizado com o propósito
exclusivo de acabar com os meios de pagamento e transferência atuais, muito menos com o
papelmoeda, mas para fazer o sistema financeiro do Brasil evoluir e ficar mais competitivo.
Apesar disso, não é exagero esperar que, à medida que a população incorpore o sistema à sua
rotina, o uso de DOC, TED, boletos e cartões caia. Eventualmente, algum desses meios poderá
ser descontinuado, mas isso não acontecerá tão cedo — vide o exemplo do cheque, que não
“morreu” com a chegada do cartão.
No caso das cédulas, especialistas do mercado financeiro apontam para uma diminuição de
circulação, mas não para um futuro próximo em que o papel-moeda deixará de existir. Para que
esse cenário se torne realidade, é necessário, sobretudo, atacar a desbancarização. O medo ou a
pouca familiaridade com a tecnologia podem ser obstáculos, mas o Pix é tão interessante para o
país que o próprio comércio incentiva o público mais resistente a aderir a ele.
(ALECRIM, E. Disponível em: https://tecnoblog.net/especiais/ pix-fim-dinheiro-especie-
brasil/. Publicado em novembro de 2020. Acesso em: 2 dez. 2022. Adaptado).
No parágrafo, o trecho “Essa é uma pergunta sem resposta fácil” refere-se ao seguinte
questionamento:
A) “É o fim do DOC e da TED?”
B) “O boleto bancário está ainda mais ameaçado de extinção?”
C) “E o velho cheque vai resistir a esses novos tempos?”
D) “o Pix pode reduzir ou acabar com a circulação das notas de real?”
E) “E por que o dinheiro em espécie resiste?”
5. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023)
Pix: é o fim do dinheiro em espécie?
O Pix muda a forma como realizamos transações financeiras. Representará realmente o fim do
DOC e da TED? O boleto bancário está ainda mais ameaçado de extinção? E o velho cheque vai
resistir a esses novos tempos?
Abrangente como é, o Pix pode reduzir ou acabar com a circulação das notas de real? Essa é
uma pergunta sem resposta fácil. O fato é que o avanço das transações financeiras eletrônicas,
em detrimento do uso do dinheiro em papel, pode ser benéfico para o Brasil, em vários sentidos.
O Pix tem tudo para ser o empurrãozinho que nos falta para chegarmos a esse cenário.
E por que o dinheiro em espécie resiste? Talvez você esteja entre aqueles que compram no
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supermercado com cartão de crédito ou usam QR Code para pagar a farmácia. Mas a feira da
semana e os churros na esquina você paga com “dinheiro vivo”, certo? Um dos fatores que
escoram a circulação de papel-moeda no Brasil é a informalidade.
Atrelada a isso está a situação dos desbancarizados. A dificuldade que muita gente teve para
receber o auxílio emergencial, durante a pandemia, jogou luz sobre um problema notado há
tempos: a enorme quantidade de brasileiros que não têm acesso a serviços bancários. O pouco
de dinheiro que entra no orçamento dessas pessoas precisa ser gasto rapidamente para
subsistência.
Não há base financeira suficiente para justificar movimentações bancárias. Também pesa para o
time dos “sem-banco” o baixo nível de educação ou a falta de familiaridade com a tecnologia.
O fator cultural também favorece a circulação do dinheiro em espécie. É provável que você
conheça alguém que, mesmo tendo boa renda, prefere pagar boletos ou receber pagamentos
com cédulas simplesmente por estar acostumado a elas.(a)Para muita gente que faz parte dessa
turma, dinheiro vivo é dinheiro recebido ou pago na hora. Não é preciso esperar a TED cair ou o
dia virar para o boleto ser compensado. Isso pesa mais do que a conveniência de se livrar da fila
da lotérica.
Embora o Brasil tenha um sistema bancário que suporta vários tipos de transações, o país estava
ficando para trás no que diz respeito a pagamentos instantâneos. O Pix veio para preencher essa
lacuna.
A modalidade permite transações em qualquer horário e dia, incluindo finais de semana e
feriados.
Essa característica, por si só, já é capaz de mudar a forma como lidamos com o dinheiro,(b) pois
implica envio ou recebimento imediato: as transações via Pix são concluídas rapidamente.
É o fim do papel-moeda? Não é tão simples assim. O Pix não foi idealizado com o propósito
exclusivo de acabar com os meios de pagamento e transferência atuais, muito menos com o
papelmoeda, mas para fazer o sistema financeiro do Brasil evoluir e ficar mais competitivo.
Apesar disso, não é exagero esperar que, à medida que a população incorpore o sistema à sua
rotina,(c) o uso de DOC, TED, boletos e cartões caia. Eventualmente, algum desses meios poderá
ser descontinuado, mas isso não acontecerá tão cedo(d) — vide o exemplo do cheque, que não
“morreu” com a chegada do cartão.
No caso das cédulas, especialistas do mercado financeiro apontam para uma diminuição de
circulação, mas não para um futuro próximo em que o papel-moeda deixará de existir. Para que
esse cenário se torne realidade, é necessário, sobretudo, atacar a desbancarização.(e)O medo ou
a pouca familiaridade com a tecnologia podem ser obstáculos, mas o Pix é tão interessante para
o país que o próprio comércio incentiva o público mais resistente a aderir a ele.
(ALECRIM, E. Disponível em: https://tecnoblog.net/especiais/ pix-fim-dinheiro-especie-brasil/. Publicado em
novembro de 2020. Acesso em: 2 dez. 2022. Adaptado.)
No texto, o referente da palavra ou expressão em destaque está corretamente explicitado, entre
colchetes, no trecho do
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==2537cb==
A) – “É provável que você conheça alguém que, mesmo tendo boa renda, prefere pagar boletos
ou receber pagamentos com cédulas simplesmente por estar acostumado a elas.” [cédulas]
B) – “Essa característica, por si só, já é capaz de mudar a forma como lidamos com o dinheiro”
[modalidade]
C) – “Apesar disso, não é exagero esperar que, à medida que a população incorpore o sistema à
sua rotina” [papel-moeda]
D) – “Eventualmente, algum desses meios poderá ser descontinuado, mas isso não acontecerá
tão cedo” [cheque]
E) – “Para que esse cenário se torne realidade, é necessário, sobretudo, atacar a
desbancarização.” [diminuição de circulação]
6. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente de Tecnologia/2023)
Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo
Ainda que não exista uma concepção única sobre o empreendedorismo social, de forma geral, o
conceito está relacionado ao ato de empreender ou inovar com o objetivo de alavancar causas
sociais e ambientais. A meta é transformar uma realidade, promover o bem-estar da sociedade e
agregar valor com cunho social.
Um empreendedor social produz bens e serviços que irão impactar positivamente a comunidade
em que ele está inserido e solucionar algum problema ou necessidade daquele grupo. Apesar de
poder ter retorno financeiro, os empreendimentos sociais analisam seu desempenho a partir do
impacto social gerado por sua atuação.
Vale ressaltar que, apesar de apresentarem muitas similaridades, empreendedorismo social e
negócio social não são sinônimos. O empreendedorismo social cria valor por meio da inovação,
que gera uma transformação social. O foco não é o retorno financeiro, mas a resolução de
problemas sociais e o impacto positivo. Enquanto isso, os negócios sociais seguem a lógica
tradicional do mercado, porém com a ambição de gerar valor social.
Cinco características também são essenciais para a iniciativa: ser inovadora; realizável;
autossustentável; contar com a participação de diversos segmentos da sociedade, incluindo as
pessoas impactadas; e promover impacto social com resultados mensuráveis.
Quem tem interesse de atuar nessa área precisa trabalhar em grupo e formar parcerias, saber
lidar bem com as pessoas e buscar formas de trazer resultados de impacto social.
Além disso, o profissional precisa ter flexibilidade e vontade de explorar, pois é possível que ele
acabe exercendo um papel que não seja necessariamente na sua área de formação, ou que sua
atuação se transforme rapidamente, por conta do dinamismo e das necessidades do negócio.
(MENDES, T. Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo. Na prática, 7 jul. 2022.
Disponível em: https://www.napratica.org.br/empreendedorismo-social/. Acesso em: 2 set. 2022. Adaptado.)
No trecho “os empreendimentos sociais analisam seu desempenho”, a palavra destacada se
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refere a
A) problema
B) comunidade
C) daquele grupo
D) retorno financeiro
E) empreendimentos sociais
7. (CESGRANRIO - ATA (AgeRIO)/AgeRIO/2023)
Floresta amazônica vai virar savana
Pesquisadores afirmam que mudança no ecossistema da Amazônia é iminente
Se a Amazônia perder mais de 20% de sua área para o desmatamento, ela pode se
descaracterizar de tal forma que deixaria de ser uma floresta e se transformaria em área de
savana, alertam dois conceituados pesquisadores da área, em um artigo publicado recentemente.
Hoje, o desmatamento acumulado está em 17%.
Os cientistas acreditam que as sinergias negativas entre desmatamento, mudanças climáticas e
uso indiscriminado de incêndios florestais indicam um tipping point (ponto crítico), um ponto sem
volta, para transformar as partes Sul, Leste e central da Amazônia em um ecossistema não
florestal se o desmatamento chegar a entre 20% e 25%.
Os pesquisadores partiram do conceito da “savanização” da Amazônia, que surgiu após a
descoberta de que as florestas interferem no regime de chuvas. Na Amazônia, por exemplo,
estima-se que metade das chuvas na região é resultado da umidade produzida pela
evapotranspiração (a transpiração das árvores), que “recicla” as correntes de ar úmido
provenientes do Oceano Atlântico.
Caso perca uma quantidade grande de árvores, a floresta recicla menos chuva, ficando mais
suscetível a incêndios. O fogo altera a vegetação, favorecendo o avanço de gramíneas onde
antes havia espécies florestais. O resultado desse processo ecológico é que grandes fragmentos
de florestas se transformam em savanas ou cerrados, descaracterizando a Amazônia como a
conhecemos hoje.
A primeira estimativa de qual seria o tipping point para a Amazônia virar savana foi feita em um
estudo em 2007, e chegou à conclusão de que esse valor era de 40% de florestas derrubadas. Só
que esse estudo avaliou apenas uma variável, o desmatamento. Segundo um dos autores,
quando se consideram outros fatores, como os incêndios florestais e o aquecimento global, essa
margem diminui consideravelmente. Os focos de incêndio têm aumentado. O aquecimento
global já está acontecendo, com um aumento de 1 grau Celsius na temperatura média da
Amazônia.
De acordo com uma especialista em ciência e Amazônia, a hipótese de savanização precisa ser
encarada com seriedade, porque a floresta amazônica tem resiliência, ela consegue resistir a
algum desmatamento. Mas essa possibilidade não é infinita, chega a um ponto que não tem
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retorno. Além disso, é preciso considerar a população da região, investindo na produção com
sustentabilidade.
Uma das propostas para que se possa evitar o tipping point é o reflorestamento. Com esse
objetivo, o Brasil se comprometeu, na Conferência da ONU sobre Clima em Paris, em 2015, a
reflorestar 12 milhões de hectares até 2030.
(CALIXTO, B. O Globo. Sociedade. Rio de Janeiro, 22 fev. 2018. Adaptado.)
No texto, a palavra ou expressão a que se refere o termo destacado está explicitada entre
colchetes em:
A) “O resultado desse processo ecológico é que grandes fragmentos de florestas se
transformam em savanas ou cerrados” (parágrafo [fogo]
B) “Segundo um dos autores, quando se consideram outros fatores, como os incêndios florestais
e o aquecimento global, essa margem diminui consideravelmente.” (parágrafo [40% de florestas
derrubadas]
A primeira estimativa de qual seria o tipping point para a Amazônia virar savana foi feita em um
estudo em 2007, e chegou à conclusão de que esse valor era de 40% de florestas derrubadas. Só
que esse estudo avaliou apenas uma variável, o desmatamento. Segundo um dos autores,
quando se consideram outros fatores, como os incêndios florestais e o aquecimento global, essa
margem diminui consideravelmente.
C) “a hipótese de savanização precisa ser encarada com seriedade, porque a floresta amazônica
tem resiliência, ela consegue resistir a algum desmatamento.” (parágrafo [a floresta]
D) “Mas essa possibilidade não é infinita, chega a um ponto que não tem retorno.” (parágrafo
[resistir a algum desmatamento]
E) “Com esse objetivo, o Brasil se comprometeu, na Conferência da ONU sobre Clima em Paris,
em 2015, a reflorestar 12 milhões de hectares até 2030.” (parágrafo [reflorestamento]
8. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023)
A história do método braile
Ler no escuro. Quem já tentou sabe que é impossível. Mas foi exatamente a isso que um francês
chamado Louis Braille dedicou a vida. Nascido em Coupvray, uma pequena aldeia nos arredores
de Paris, em 1809, desde cedo ele mostrou muito interesse pelo trabalho do pai. Seus olhos azuis
brilhavam da admiração de vê-lo cortar, com extrema perícia, selas e arreios. Pouco depois de
completar 3 anos, o menino começou a brincar na selaria do pai, cortando pequenas tiras de
couro. Uma tarde, uma sovela, instrumento usado para perfurar o couro, escapou-lhe da mão e
atingiu o seu olho esquerdo. O resultado foi uma infecção que, seis meses depois, afetaria
também o olho direito. Aos 5 anos, o garoto estava completamente cego.
A tragédia não o impediu, porém, de frequentar a escola por dois anos e de se tornar ainda um
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aluno brilhante. Por essa razão, ele ganhou uma bolsa de estudos no Instituto Nacional para
Jovens Cegos, em Paris, um colégio interno fundado por Valentin Haüy (1745-182. Além do
currículo normal, Haüy introduzira um sistema especial de alfabetização, no qual letras de forma
impressas em relevo, em papelão, eram reconhecidas pelos contornos. Desde o início do curso,
Braille destacou-se como o melhor aluno da turma e logo começou a ajudar os colegas. Em
1821, aos 12 anos, conheceu um método inventado pouco antes por Charles Barbier de La Serre,
oficial do Exército francês.
O método Barbier, também chamado escrita noturna, era um código de pontos e traços em
relevo impressos também em papelão. Destinava-se a enviar ordens cifradas a sentinelas em
postos avançados. Estes decodificariam a mensagem até no escuro. Mas, como a ideia não
pegou na tropa, Barbier adaptou o método para a leitura de cegos, com o nome de grafia
sonora. O sistema permitia a comunicação entre os cegos, pois com ele era possível escrever,
algo que o método de Haüy não possibilitava. O de Barbier era fonético: registrava sons e não
letras. Dessa forma, as palavras não podiam ser soletradas. Além disso, o fato de um grande
número de sinais ser usado para uma única palavra tornava o sistema muito complicado. Apesar
dos inconvenientes, foi adotado como método auxiliar por Haüy.
Pesquisando a fundo a grafia sonora, Braille percebeu suas limitações e pôs-se a aperfeiçoá-la.
Em 1824, seu método estava pronto. Primeiro, eliminou os traços, para evitar erros de leitura: em
seguida, criou uma célula de seis pontos, divididos em duas colunas de três pontos cada, que
podem ser combinados de 63 maneiras diferentes. A posição dos pontos na célula está ao lado.
Em 1826, aos 17 anos, ainda estudante, Braille começou a dar aulas. Embora seu método fizesse
sucesso entre os alunos, não podia ensiná-lo na sala de aula, pois ainda não era reconhecido
oficialmente. Por isso, Braille dava aulas do revolucionário sistema escondido no quarto, que logo
se transformou numa segunda sala de aula.
O braile é lido passando-se a ponta dos dedos sobre os sinais de relevo. Normalmente se usa a
mão direita com um ou mais dedos, conforme a habilidade do leitor, enquanto a mão esquerda
procura o início da outra linha. Aplica-se a qualquer língua, sem exceção, e também à
estenografia, à música – Braille, por sinal, era ainda exímio pianista – e às notações científicas em
geral. A escrita é feita mediante o uso da reglete, também idealizada por Braille: trata-se de uma
régua especial, de duas linhas, com uma série de janelas de seis furos cada, correspondentes às
células braile.
Louis Braille morreu de tuberculose em 1852, com apenas 43 anos. Temia que seu método
desaparecesse com ele, mas, finalmente, em 1854 foi oficializado pelo governo francês. No ano
seguinte, foi apresentado ao mundo, na Exposição Internacional de Paris, por ordem do
imperador Napoleão III (1808-187, que programou ainda uma série de concertos de piano com
ex-alunos de Braille. O sucesso foi imediato, e o sistema se espalhou pelo mundo. Em 1952, o
governo francês transferiu os restos mortais de Braille para o Panthéon, em Paris, onde estão
sepultados os heróis nacionais.
(ATANES, Silvio. Super Interessante. Disponível em: https://super.abril.]com.br/historia/. Acesso em: 23 out. 2022.
Adaptado.)
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Considere a expressão em destaque da seguinte passagem do parágrafo 3:
O método Barbier, também chamado escrita noturna, era um código de pontos e traços em
relevo impressos também em papelão. Destinava-se a enviar ordens cifradas a sentinelas em
postos avançados. Estes decodificariam a mensagem até no escuro. Mas como a ideia não pegou
na tropa, Barbier adaptou o método para a leitura de cegos, com o nome de grafia sonora. O
sistema permitia a comunicação entre os cegos.
No trecho, por meio do processo de coesão textual, a expressão destacada retoma
A) “um código de pontos e traços em relevo impressos também em papelão”
B) “ordens cifradas”
C) “a mensagem”
D) “a ideia”
E) “grafia sonora”
9. (CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Administrador/2022)
Texto
Entulho eletrônico: risco iminente para a saúde e o ambiente
Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (lixo eletroeletrônico) são, por definição,
produtos que têm componentes elétricos e eletrônicos e que, por razões de obsolescência
(perspectiva ou programadA) e impossibilidade de conserto, são descartados pelos
consumidores. Os exemplos mais comuns são televisores e equipamentos de informática e
telefonia, mas a lista inclui eletrodomésticos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de
alarme, automação e controle.
Obsolescência programada é a decisão intencional de fabricar um produto que se torne
obsoleto ou não funcional após certo tempo, para forçar o consumidor a comprar uma nova
geração desse produto. Já a obsolescência perspectiva é uma forma de reduzir a vida útil deprodutos ainda funcionais. Nesse caso, são lançadas novas gerações com aparência inovadora e
pequenas mudanças funcionais, dando à geração em uso aspecto de ultrapassada, o que induz o
consumidor à troca.
O lixo eletroeletrônico é mais um desafio que se soma aos problemas ambientais da atualidade.
O consumidor raramente reflete sobre as consequências do consumo crescente desses produtos,
preocupando- se em satisfazer suas necessidades. Afinal, eletroeletrônicos são tidos como
sinônimos de melhor qualidade de vida, e a explosão da indústria da informação é uma força
motriz da sociedade, oferecendo ferramentas para rápidos avanços na economia e no
desenvolvimento social. O mundo globalizado impõe uma constante busca de informações em
tempo real, e a sua interação com novas tecnologias traz maiores oportunidades e benefícios,
segundo estudo da Organização das Nações Unidas (ONU). Tudo isso exerce um fascínio
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irresistível para os jovens.
Dois aspectos justificam a inclusão dos eletroeletrônicos entre as preocupações da ONU: as
vendas crescentes, em especial nos mercados emergentes (inclusive o Brasil), e a presença de
metais e substâncias tóxicas em muitos componentes, trazendo risco à saúde e ao meio
ambiente. Segundo a ONU, são gerados hoje 150 milhões de toneladas de lixo eletroeletrônico
por ano, e esse tipo de resíduo cresce a uma velocidade três a cinco vezes maior que a do lixo
urbano.
AFONSO, J. C. Revista Ciência Hoje, n. 314, maio 2014. São Paulo: SBPC. Disponível em:
https://cienciahoje.periodicos.capes. gov.br/storage/acervo/ch/ch_314.pdf. Adaptado.
No texto, o referente do termo ou expressão em destaque está corretamente explicitado, entre
colchetes, no trecho:
A) “Nesse caso, são lançadas novas gerações com aparência inovadora e pequenas mudanças
funcionais.” [obsolescência programada] - parágrafo 2
B) “O consumidor raramente reflete sobre as consequências do consumo crescente desses
produtos”. [lixo eletroeletrônico] - parágrafo 3
C) “preocupando-se em satisfazer suas necessidades.” [consumidor] - parágrafo 3
D) “e sua interação com novas tecnologias traz maiores oportunidades e benefícios”. [constante
busca] - parágrafo 3
E) “e esse tipo de resíduo cresce a uma velocidade” [substâncias tóxicas] - parágrafo 4
10. (CESGRANRIO/UNIRIO/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO /2019)
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Considere a seguinte passagem do Texto II: “O líquido resultante é coado com uma peneira de
palha e recolocado no aparelho, onde é batido com açúcar e leite condensado”(l. 2-4).
Analisando-se valores contextuais do pronome relativo onde e do substantivo aparelho,
conclui-se que ambos têm, entre si, o mesmo valor semântico, já que
A) retomam a informação do substantivo líquido.
B) confirmam o sentido do adjetivo coado.
C) retomam o significado do substantivo liquidificador.
D) preveem o emprego do substantivo açúcar.
E) reiteram o valor do particípio batido.
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11. (CESGRANRIO/UNIRIO/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/2019)
Nos seguintes trechos, o adjetivo destacado apresenta valor discursivo de avaliação subjetiva, em
relação ao substantivo a que se liga, em:
A) “um produto tem vida útil”.
B) “exemplos evidentes dessa prática.”
C) “uso de reconhecimento facial”
D) “geração do lixo eletrônico”
E) “moram em países diferentes”
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12. (CESGRANRIO / PETROBRAS / TÉC. DE ENFERMAGEM / 2017)
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o pronome que faz referência à palavra ou
expressão entre colchetes em:
A) “Energia, derivada de energia, que em grego significa ‘em ação’, é a propriedade de um
sistema que lhe permite existir” - [propriedade de um sistema]
B) “Existem fontes de energia alternativas que, adequadamente utilizadas, podem substituir os
combustíveis fósseis” - [alternativas]
C) “reservando-os para aquelas situações em que a substituição ainda não é possível” (l. 18-20)
[combustíveis fósseis]
D) “...usinas eólicas não promovem queima de combustível, nem geram dejetos que poluem o ar,
o solo ou a água” - [usinas eólicas]
E) “o impacto visual causado pelas imensas hélices que provocam certas sombras e reflexos
desagradáveis em áreas residenciais” - [impacto visual]
13. (CESGRANRIO / IBGE / AGENTE DE PESQUISAS / 2016)
Biodiversidade queimada
A Mata Atlântica tornou-se o ecossistema mais ameaçado do Brasil. O desmatamento tem-se
ampliado excessivamente, principalmente no trecho mais ao norte dessa floresta, em áreas
costeiras dos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, onde restam
apenas cerca de 10% da vegetação nativa original. O risco é maior nessa parcela da mata porque
a região apresenta uma das maiores densidades populacionais do Brasil.
O censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou pouco mais
de 12 milhões de pessoas nos 271 municípios na área de ocorrência da Mata Atlântica ao norte
do rio São Francisco. Desse total, cerca de 2 milhões foram classificados como população rural.
Na região, portanto, a Mata Atlântica está cercada de gente por todos os lados e, infelizmente,
uma parcela importante dessas pessoas está em situação de pobreza. Imersas nessa combinação
indesejável de pobreza e degradação ambiental estão dezenas de espécies de aves, anfíbios,
répteis e plantas, muitas já criticamente ameaçadas de extinção.
É nesse cenário que, ao longo de mais de uma década, pesquisadores têm feito estudos para
entender como a perturbação extrema da paisagem altera a dinâmica vital dos remanescentes da
Mata Atlântica, causando perda de espécies, colapso da estrutura florestal e redução de serviços
ambientais importantes para o bem-estar humano.
Esses são os efeitos em grande escala, resultantes de modificações severas na estrutura da
paisagem. Há, porém, outras perturbações de origem humana e de menor escala, mas contínuas
e generalizadas, que podem ser descritas como crônicas: a caça, a retirada ocasional de madeira
(a maior parte da madeira nobre já desapareceu) e a coleta de lenha, entre outros. Um desses
estudos, recentemente concluído, buscou quantificar esse ‘efeito formiguinha’ e trouxe dados
inéditos sobre o impacto da retirada de lenha para consumo doméstico sobre a Mata Atlântica
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nordestina [...].
O trecho do texto “perda de espécies, colapso da estrutura florestal e redução de serviços
ambientais importantes para o bem-estar humano” (l. 20-21) é retomado pela expressão
A) “Um desses estudos” (l. 19)
B) “nessa parcela da mata” (l. 4)
C) “outras perturbações” (l. 17)
D) “nesse cenário” (l. 12)
E) “Esses são os efeitos” (l. 16)
14. (CESGRANRIO / IBGE / AGENTE DE PESQUISAS / 2016)
No trecho “Pegou aquele paninho que dá brilho final nos sapatos e com ele enxugou o próprio
suor, que era abundante”, o pronome destacado faz referência ao termo
A) paninho
B) brilho
C) sapatos
D) ele
E) suor
15. (CESGRANRIO / BASA /TÉC. CIENTÍFICO / 2015)
No trecho “deveriam ser serviços dirigidos por pessoas de inteira confiança do empresário e que
se dispusessem a defendê-lo”,o pronome oblíquo “o” exerce uma função coesiva, ao retomar,
como seu referente, a expressão
A) fundador
B) serviço médico
C) trabalho
D) capital
E) empresário
16. (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL / NÍVEL SUPERIOR / 2014)
TINGA, DO CRUZEIRO, É ALVO DE RACISMO NA LIBERTADORES
Jogador entrou no segundo tempo da derrota para o Real Garcilaso, do Peru. A cada vez que
tocava na bola, gritos da torcida local imitavam o som de macacos
O Cruzeiro estreou com derrota na Libertadores. Atuando em Huancayo, no Peru, o atual
campeão brasileiro perdeu para o Real Garcilaso por 2 a 1 na noite desta quarta-feira, em uma
partida considerada difícil pelos jogadores celestes. Os atletas apontaram a altitude, o gramado
ruim e as péssimas condições do estádio como fatores que os prejudicaram. Mas nenhum dos
adversários dentro ou fora do gramado chateou mais os cruzeirenses do que uma demonstração
de racismo por parte da torcida peruana, que teve como alvo o meio-campista Tinga.
O jogador entrou na segunda etapa e, a cada vez que recebia a bola e a dominava, uma sonora
vaia formada por gritos que imitavam o som de macacos vinha das arquibancadas, cessando em
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seguida, assim que outro jogador pegava na bola. “A gente fica muito chateado, a gente tenta
competir, mas fica chateado de acontecer isso em 2014, próximo da gente. Infelizmente
aconteceu. Já joguei alguns anos da minha vida na Alemanha e nunca aconteceu isso lá. Aqui,
em um país tão próximo, tão cheio de mistura, acontece (isso)”, lamentou o jogador em
entrevista após a partida.
Hostilizado, Tinga foi além. O meio-campista declarou que preferia não ter conquistado nenhum
título em sua carreira se pudesse viver sem o preconceito. “Eu queria, se pudesse, não ganhar
nada e ganhar esse título contra o preconceito. Trocava todos os meus títulos pela igualdade em
todas as áreas”.
O episódio despertou a solidariedade até do presidente do arquirrival Atlético-MG. “Racismo na
Libertadores? Me tiraram o prazer da derrota do Cruzeiro. Lamentável!”, postou o dirigente
Alexandre Kalil no Twitter.
(Disponível em:
<http://veja.abril.com.br/noticia/esporte/tinga-do-cruzeiro-e-alvo-de-racismo-na-libertadores>.Acesso em: 25 fev.
2014. )
No trecho “como fatores que os prejudicaram." (l .4), o pronome destacado apresenta como
referente que termo?
A) “atletas" (l. 3)
B) “fatores" (l. 4)
C) “adversários" (l. 4)
D) “cruzeirenses" (l. 5)
E) “macacos" (l. 8)
17. (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL / NÍVEL SUPERIOR / 2014) Utilize o texto da questão
anterior
No trecho “Aqui, em um país tão próximo, tão cheio de mistura, acontece (isso)” (l. 11), o
pronome destacado faz referência
A) às atitudes racistas da torcida peruana
B) à tristeza do jogador frente ao racismo
C) à inexistência de atos racistas na Alemanha
D) ao espanto acerca da origem do racismo
E) ao descaso da torcida do Cruzeiro
18. (CESGRANRIO / CEFET-RJ / AUX. EM ADM. / 2014)
Febre de liquidação
Passo em frente da vitrine. Observo um paletó quadriculado, uma calça preta e duas camisas
polo, devidamente acompanhados de um cartaz discreto anunciando a “remarcação”. Fujo
apressadamente pelos labirintos do shopping. Tarde demais, fui fisgado. Mal atinjo as escadas
rolantes, inicio o caminho de volta. O coração badala como um sino. A respiração ofegante. São
os primeiros sintomas da febre por liquidação, que me ataca cada vez que vejo uma vitrine com
promessas sedutoras.
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Atravesso as portas da loja, farejo em torno, com o mesmo entusiasmo de um leão vendo
criancinhas em um safári. No primeiro momento, tenho a impressão de que entrei numa estação
de metrô. A febre já atingiu a multidão. Os vendedores, cercados, parecem astros da Globo
envoltos pelos fãs. Dou duas cotoveladas em um dos rapazes com ar de executivos e peço o tal
paletó. O funcionário explica que só tem determinado número. Minto:
— Acho que é o meu.
Ele me observa, incrédulo. É dois algarismos menor, mas quem sabe? Acho que emagreci 100
gramas na última semana. Experimento. Não fecha. Respiro fundo e abotoo. Assim devem ter se
sentido as mulheres com espartilho. Gemo, quase sem voz:
— Está um pouquinho apertado.
— É o maior que temos — diz, cruel.
Decido. Vou levar, apesar da barriga encolhida. O vendedor arregala os olhos. Explico: — Estou
fazendo regime. No ano que vem vai caber direitinho.
De qualquer maneira, só poderia usá-lo no próximo inverno. É de lã pesada, e está fazendo o
maior calor. Só de experimentar fiquei suando. [...]
Concordo que fui precipitado em comprar uma roupa para quando estiver magro, só para
aproveitar o preço. Meu regime dura oito anos, sem resultados visíveis.
Desabafo com uma amiga naturalista, que vive apregoando um modo de vida mais simples, sem
muitas posses. Ela me aconselha: Não compre mais nada. Resista. Aprendi muito quando passei
a viver apenas com o necessário. Revela, com ar culpado:
— Sabe, na minha fase consumista, juntei roupa para 150 anos.
Sorrio, solidário. Ela pergunta, por mera curiosidade, os preços da loja. Também pede o
endereço. Mais tarde a descubro no shopping, mergulhada na arara das blusas de lã. Febre de
liquidação é pior que gripe, dá até recaída. Com um detalhe: a gente gasta, gasta, e ainda acha
que levou vantagem.
(CARRASCO, W. O golpe do aniversariante e outras crônicas. In: Para Gostar de Ler. São Paulo: Ática, 2005. v.20, p.
60-63).
Em “só poderia usá-lo no próximo inverno” (l. 19), no texto, o pronome em destaque refere-se à
(ao)
A) blusa B) paletó C) calça D) febre E) loja
19. (CESGRANRIO / FINEP / NÍVEL SUPERIOR / 2014)
A polêmica das biografias
A liberdade de expressão está sujeita aos limites impostos pelas demais prerrogativas dos
cidadãos: honra, privacidade etc.
A jornalista Hildegard Angel fulminou no Twitter: “Num país em que a Justiça é caolha, não dá
para liberar geral as biografias de bandeja pros grupos editoriais argentários”. A controvérsia em
torno das biografias é a prova da desditosa barafunda institucional que atormenta o Brasil. Nos
códigos das sociedades modernas, aquelas que acolheram os princípios do Estado Democrático
de Direito, a liberdade de expressão está sujeita aos limites impostos pelas demais prerrogativas
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dos cidadãos: a privacidade, a honra, o direito de resposta a ofensas e desqualificações lançadas
publicamente contra a integridade moral dos indivíduos. Em 17 de dezembro de 1948, a
Declaração Universal dos Direitos Humanos afirmava: “O desprezo e o desrespeito pelos direitos
humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a
consciência da Humanidade e o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade
de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi
proclamado como a mais alta aspiração do homem comum”.
Em 2008, escrevi um artigo para celebrar os 60 anos da declaração. Naquela ocasião, percebi
claramente que os fantasmas dos traumas nascidos das experiências totalitárias dos anos 1930
ainda assombram os homens, seus direitos e liberdades.
Segundo a declaração, são consideradas intoleráveis as interferências na sua vida privada, na sua
família, no seu lar ou na sua correspondência – atenção! –, tampouco são toleráveis ataques à sua
honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou
ataques. O cidadão (note o leitor, o cidadão) tem direito à liberdade de opinião e de expressão.
Esse direito inclui a liberdade de, sem interferência,ter opiniões e de procurar, receber e
transmitir informações por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
É proibido proibir, assim como é garantido o direito de retrucar e processar. O presidente do
Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, sugeriu a imposição de pesadas penas pecuniárias
aos detratores “argentários” que se valem das inaceitáveis demoras da Justiça. [...]
O artigo definido em destaque tem papel de estabelecer retomada de expressão já citada
anteriormente no texto em:
A) “‘Num país em que a Justiça é caolha, não dá para liberar geral’” (l. 1-2)
B) “‘O desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros’” (l. 8-9)
C) “Naquela ocasião, percebi claramente que os fantasmas dos traumas” (l. 13-14)
D) “Segundo a declaração, são consideradas intoleráveis as interferências” (l. 16)
E) “O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, sugeriu” (l. 22-23)
20. (CESGRANRIO / BNDES / TÉCNICO ADMINISTRATIVO / 2013)
As orações abaixo, separadas por vírgula, podem ter a relação entre elas explicitada por meio de
uma expressão.
“Algumas precisam beber mais água, outras precisam de isotônico.”
A expressão que mantém o sentido original está empregada em:
A) Algumas precisam beber mais água, a fim de que outras precisem de isotônico.
B) Algumas precisam beber mais água, ao passo que outras precisam de isotônico.
C) Já que algumas precisam beber mais água, outras precisam de isotônico.
D) Por mais que algumas precisem beber mais água, outras precisam de isotônico.
E) Contanto que algumas precisem beber mais água, outras precisam de isotônico.
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21. (CESGRANRIO / BNDES / BIBLIOTECONOMIA / 2013)
Cidade: desejo e rejeição
A cidade da modernidade se configurou a partir da Revolução Industrial e se tornou complexa
pelo tamanho territorial e demográfico, antes jamais alcançado, e pelas exigências de
infraestrutura e de serviços públicos. No início do século XX, se generalizou a ideia da cidade
como instância pública. Até então, esta seria uma construção que resultava de interesses
específicos, de setores ou estratos sociais.
A mudança do milênio vê, contraditoriamente, a expansão de modelos urbanísticos e a ocupação
territorial que se opõem à “condição urbana” – de certo modo fazendo retornar a cidade à
instância privada. Tal ambiguidade estabelece um patamar para o debate sobre os rumos da
cidade.
O sistema urbano brasileiro estava em processo de consolidação como instância pública, quando,
a partir dos anos 1960, sofre inflexão importante. Razões externas ao urbanismo influenciam no
redesenho de nossas cidades.
A opção pelo transporte urbano no modo rodoviário, em detrimento do transporte sobre trilhos,
então estruturador das principais cidades, é uma delas.
Outros elementos adentram o cenário brasileiro nas últimas décadas e dispõem a cidade como
instância privada: os condomínios fechados e os shopping centers. Ambos associados ao
automóvel, exaltam a segmentação de funções urbanas. A multiplicidade e a variedade, valores
do urbano, ali não são consideradas. O importante para os promotores imobiliários e para os que
aderem a tais propostas é a sensação de que o modelo é algo à parte do conjunto. Há uma
explícita “rejeição à cidade”.
Além disso, com o crescimento demográfico e a expansão do sistema urbano, as áreas informais
adquirem relevo e, em alguns casos, passam a compor a maior parte das cidades. Isto é,
enquanto por um século e meio se concebe e se desenvolve a ideia da cidade como instância
pública, uma parte maiúscula dessa mesma cidade é construída em esforço individual como
instância privada.
(MAGALHÃES, Sérgio Ferraz. Cidade: desejo e rejeição.
Revista Ciência Hoje. Rio de Janeiro: ICH. n. 290, mar. 2012, p. 75.)
De acordo com o texto, a palavra destacada tem sua referência explicitada em:
A) “Até então, esta seria uma construção que resultava de interesses específicos, de setores ou
estratos sociais.” (l. 3-4) – Nesse trecho, a palavra destacada refere-se ao período inicial da
industrialização europeia.
B) “Tal ambiguidade estabelece um patamar para o debate sobre os rumos da cidade.” (l. 6-7) –
Nesse trecho, a palavra destacada refere-se ao conflito entre as duas concepções de cidade, a
pública e a privada.
C) “A opção pelo transporte urbano no modo rodoviário, em detrimento do transporte sobre
trilhos, então estruturador das principais cidades, é uma delas”. (l. 11-12) – Nesse trecho, a
palavra destacada refere-se às cidades brasileiras.
D) “A multiplicidade e a variedade, valores do urbano, ali não são consideradas.” (l. 15-16) –
Nesse trecho, a palavra destacada refere-se às regiões não urbanizadas.
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E) “Além disso, com o crescimento demográfico e a expansão do sistema urbano, as áreas
informais adquirem relevo” (l. 18-19) – Nesse trecho, a palavra destacada refere-se à valorização
do automóvel no transporte urbano.
22. (CESGRANRIO / CMB / ASS. TÉC. ADMINISTRATIVO / 2012)
Em um texto, as frases relacionam-se umas com as outras, estabelecendo entre si relações que
contribuem para a construção do sentido do texto. Essas relações podem não ser explicitadas
por meio do uso de um conectivo, como é o caso das duas frases do fragmento abaixo. “Fui logo
dizendo que não tinha, certa de que ele estava pedindo dinheiro. Não estava.” A relação
construída entre essas duas frases pode ser expressa, sem alteração de sentido, pelo seguinte
conectivo:
A) onde B) como C) contudo D) portanto E) conforme.
23. (CESGRANRIO / CMB / ANALISTA / 2012)
[...] A coerência de um texto depende majoritariamente da troca de informações entre os
interlocutores, muito mais do que a construção sintática que possui, assim como a atribuição de
coerência está ligada diretamente aos nossos conhecimentos sobre o assunto. No entanto, o
puro conhecimento sociocognitivo não é suficiente se não apreendemos os aspectos
estritamente linguísticos. Caso o leitor não compreenda o código ali colocado, a coerência não
se constituirá. Isso pode ocorrer quando há alguma expressão no texto de uma língua diferente
daquela usada pelo leitor, como o latim (ad hoc), o francês (déjà vu), ou o inglês (mainstream).
Ou, ainda, quando o registro é extremamente específico de uma área, como os famosos jargões
técnicos: vocabulários jurídico, médico etc. [...]
O elemento coesivo Isso (l. 5) tem como referente a ideia de que
A) a coerência independe da compreensão de certos aspectos linguísticos.
B) o conhecimento sobre o assunto é fundamental à construção da coerência.
C) o puro conhecimento sociocognitivo constitui os sentidos do texto.
D) os sentidos de um texto são construídos por um processo de troca.
E) os sentidos não se constroem caso não se compreenda o código linguístico.
24. (CESGRANRIO / LIQUIGÁS / AJUDANTE DE CARGA / 2012)
[...] No Parque Indígena do Xingu, há quase 50 anos, médicos e pajés vêm conciliando essas duas
visões do corpo humano. Desde que começaram a prestar assistência à saúde dos índios do
parque, em 1965, os médicos da Universidade Federal de São Paulo construíram um convívio de
respeito às práticas tradicionais de cura dos pajés, rezadores e raizeiros. O resultado dessa
colaboração pode ser medido por bons dados de saúde que atestam o aumento da população
das aldeias e o controle das doenças. [...]
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No trecho “O resultado dessa colaboração pode ser medido por bons dados de saúde” (l. 4-5), a
expressão destacada refere-seà colaboração entre
A) médicos da universidade
B) médicos e pajés
C) doentes e médicos
D) pajés de várias aldeias
E) rezadores e pajés
25. (CESGRANRIO / PETROBRÁS / ARQUITETO / 2011)
Considere o trecho abaixo.
“[...] colocaram lenha na polêmica sobre a construção de uma estação de metrô na região, onde
se concentra parte da elite paulistana.”
O emprego do pronome relativo onde está correto.
PORQUE
Retoma o termo na região, que tem valor de lugar físico na oração antecedente. Analisando-se
as afirmações acima, conclui-se que
A) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
B) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.
C) a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.
D) a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.
E) as duas afirmações são falsas.
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GABARITO
1. LETRA C
2. LETRA D
3. LETRA E
4. LETRA D
5. LETRA A
6. LETRA E
7. LETRA B
8. LETRA E
9. LETRA C
10. LETRA C
11. LETRA B
12. LETRA A
13. LETRA E
14. LETRA E
15. LETRA E
16. LETRA A
17. LETRA A
18. LETRA B
19. LETRA D
20. LETRA B
21. LETRA B
22. LETRA C
23. LETRA E
24. LETRA B
25. LETRA A
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LISTA DE QUESTÕES - REESCRITURA - CESGRANRIO
1. (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL / ESCRITURÁRIO - PROVA B / 2021)
O que é o QA e por que ele pode ser mais importante que o QI no mercado de trabalho
Há algum tempo, se você quisesse avaliar as perspectivas de alguém crescer na carreira,
poderia considerar pedir um teste de QI, o quociente de inteligência, que mede indicadores
como memória e habilidade matemática.
Mais recentemente, passaram a ser avaliadas outras letrinhas: o quociente de inteligência
emocional (QE), uma combinação de habilidades interpessoais, autocontrole e comunicação. Não
só no mundo do trabalho, o QE é visto como um kit de habilidades que pode nos ajudar a ter
sucesso em vários aspectos da vida.
Tanto o QI quanto o QE são considerados importantes para o sucesso na carreira. Hoje,
porém, à medida que a tecnologia redefine como trabalhamos, as habilidades necessárias para
prosperar no mercado de trabalho também estão mudando. Entra em cena então um novo
quociente, o de adaptabilidade (QA), que considera a capacidade de se posicionar e prosperar
em um ambiente de mudanças rápidas e frequentes.
O QA não é apenas a capacidade de absorver novas informações, mas de descobrir o que
é relevante, deixar para trás noções obsoletas, superar desafios e fazer um esforço consciente
para mudar. Esse quociente envolve também características como flexibilidade, curiosidade,
coragem e resiliência.
Amy Edmondson, professora de Administração da Harvard Business School, diz que é a
velocidade vertiginosa das mudanças no mercado de trabalho que fará o QA vencer o QI.
Automatiza-se facilmente qualquer função que envolva detectar padrões nos dados (advogados
revisando documentos legais ou médicos buscando o histórico de um paciente, por exemplo), diz
Dave Coplin, diretor da The Envisioners, consultoria de tecnologia sediada no Reino Unido. A
tecnologia mudou bastante a forma como alguns trabalhos são feitos, e a tendência continuará.
Isso ocorre porque um algoritmo pode executar essas tarefas com mais rapidez e precisão do que
um humano.
Para evitar a obsolescência, os trabalhadores que cumprem essas funções precisam
desenvolver novas habilidades, como a criatividade para resolver novos problemas, empatia para
se comunicar melhor e responsabilidade.
Edmondson diz que toda profissão vai exigir adaptabilidade e flexibilidade, do setor
bancário às artes. Digamos que você é um contador. Seu QI o ajuda nas provas pelas quais
precisa passar para se qualificar; seu QE contribui na conexão com um recrutador e depois no
relacionamento com colegas e clientes no emprego. Então, quando os sistemas mudam ou os
aspectos do trabalho são automatizados, você precisa do QA para se acomodar a novos cenários.
Ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habilidades existentes diante de
novas maneiras de trabalhar. No mundo corporativo, o QA está sendo cada vez mais buscado na
hora da contratação. Uma coisa boa do QA é que, mesmo que seja difícil mensurá-lo,
especialistas dizem que ele pode ser desenvolvido.
Como diz Edmondson: “Aprender a aprender é uma missão crítica. A capacidade de
aprender, mudar, crescer, experimentar se tornará muito mais importante do que o domínio de
um assunto.”
(Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/vert-cap-50429043>. Acesso em: 9 jul. 2021. Adaptado)
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Respeitando-se o ponto de vista sustentado pelo texto e adequando-se a seu sentido, a reunião
dos trechos “as habilidades necessárias para prosperar no mercado de trabalho também estão
mudando” (parágrafo 3) e “ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habilidades
existentes diante de novas maneiras de trabalhar” (parágrafo 8) resulta no seguinte período:
A) As habilidades necessárias para prosperar no mercado de trabalho também estão mudando,
embora ter QI, mas nenhum QA, possa ser um bloqueio para as habilidades existentes diante de
novas maneiras de trabalhar.
B) Como as habilidades necessárias para prosperar no mercado de trabalho também estão
mudando, ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habilidades existentes diante
de novas maneiras de trabalhar.
C) Mesmo que as habilidades necessárias para prosperar no mercado de trabalho também
estejam mudando, ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habilidades existentes
diante de novas maneiras de trabalhar.
D) As habilidades necessárias para prosperar no mercado de trabalho também estão mudando,
desde que ter QI, mas nenhum QA, possa ser um bloqueio para as habilidades existentes diante
de novas maneiras de trabalhar.
E) As habilidades necessárias para prosperar no mercado de trabalho também estão mudando,
no entanto, ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habilidades existentes diante
de novas maneiras de trabalhar.
2. (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL / ESCRITURÁRIO - PROVA C / 2021)
O período que corresponde, sem alteração de sentido, à reescritura de “Mesmo com o advento
do papel-moeda, o escambo, ou troca de mercadorias, persistiu em diversas comunidades” é:
A) O escambo, ou troca de mercadorias, persistiu em diversas comunidades, apesar do advento
do papel--moeda.
B) O escambo, ou troca de mercadorias, persistiu em diversas comunidades, haja vista o advento
do papel--moeda.
C) Quando do advento do papel-moeda, o escambo, ou troca de mercadorias, persistiu em
diversas comunidades.
D) Com o advento do papel-moeda, no entanto, o escambo, ou troca de mercadorias, persistiu
em diversas comunidades.
E) Tanto quanto o advento do papel-moeda, o escambo, ou troca de mercadorias, persistiu em
diversas comunidades.
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==2537cb==
3. (CESGRANRIO / CAIXA ECONÔMICA / TÉCNICO / 2021)
A frase que, ao ser reescrita, guarda o mesmo sentido do trecho do parágrafo 3 “Enfim, embora
todos lidem diariamente com dinheiro, poucos se dedicam a gerir melhor seus recursos.” é:
A) Enfim, quando todos lidam diariamente com dinheiro, poucos se dedicam a gerir melhor seus
recursos.
B) Enfim, por todos lidarem diariamente com dinheiro, poucos se dedicama gerir melhor seus
recursos.
C) Enfim, como todos lidam diariamente com dinheiro, poucos se dedicam a gerir melhor seus
recursos.
D) Enfim, apesar de todos lidarem diariamente com dinheiro, poucos se dedicam a gerir melhor
seus recursos.
E) Enfim, desde que todos lidem diariamente com dinheiro, poucos se dedicam a gerir melhor
seus recursos.
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4. (CESGRANRIO / BASA /TÉC. CIENTÍFICO / 2015)
Uma reescritura possível do período “A resposta do empregador foi a de contratar Baker para
trabalhar na sua fábrica, surgindo, assim, em 1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho.”,
preservando-se as relações semânticas e a coesão textual, é:
A) A resposta do empregador foi a de contratar Baker para trabalhar na sua fábrica, porque
surgiu, em 1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho.
B) A resposta do empregador foi a de contratar Baker para trabalhar na sua fábrica; desse modo,
surgiu, em 1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho.
C) A resposta do empregador foi a de contratar Baker para trabalhar na sua fábrica, o que surgiu,
em 1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho.
D) A resposta do empregador foi a de contratar Baker para trabalhar na sua fábrica, surgindo,
contudo, em 1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho.
E) A resposta do empregador foi a de contratar Baker, para trabalhar na sua fábrica surgindo,
consoante, em 1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho.
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GABARITO
1. LETRA B
2. LETRA A
3. LETRA D
4. LETRA B
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QUESTÕES COMENTADAS - COESÃO - FCC
1. (FCC /MPE PB/2023)
Leia o texto “Liberdade e necessidade ao revés”, de Eduardo Giannetti.
“Por meios honestos se você conseguir, mas por quaisquer meios faça dinheiro”, preconiza –
prenhe de sarcasmo – o verso de Horácio. Desespero, precisão ou cobiça, dentro ou fora da lei: o
dinheiro nos incita a fazer o que de outro modo não faríamos. Suponha, entretanto, um súbito e
imprevisto bafejo da fortuna – um prêmio lotérico, uma indenização milionária, uma inesperada
herança. Quem continuaria a fazer o que faz para ganhar a vida caso não fosse mais necessário
fazê-lo? Estamos acostumados a considerar o trabalho como algo a que nos sujeitamos, mais ou
menos a contragosto, para obter uma renda – como um sacrifício ou necessidade imposta de
fora; ao passo que o consumo é tomado como a esfera por excelência da livre escolha: o
território sagrado para o exercício da nossa liberdade individual. A possibilidade de satisfazer,
ainda que parcialmente, nossos desejos e fantasias de consumo se afigura como a merecida
recompensa – ou suborno, diriam outros – capaz de atenuar a frustração e aliviar o aborrecimento
de ocupações que de outro modo não teríamos e não nos dizem respeito.
Daí que, na feliz expressão do jovem Marx, “o trabalhador só se sente ele mesmo quando não
está trabalhando; quando ele está trabalhando, ele não se sente ele mesmo”. – Mas, se o mundo
do trabalho está vedado às minhas escolhas e modo de ser; onde poderei expressar a minha
individualidade? Impedido de ser quem sou no trabalho – escritório, chão de fábrica, call center,
guichê, balcão –, extravaso a minha identidade no consumo – shopping, butique, salão,
restaurante, showroom. Fonte de elã vital, o ritual da compra energiza e a posse ilumina a alma
do consumidor. A compra de bens externos molda a identidade e acena com a promessa de
distinção: ser notado, ser ouvido, ser tratado com simpatia, respeito e admiração pelos demais.
Não o que faço, mas o que possuo – e, sobretudo, o que sonho algum dia ter – diz ao mundo
quem sou. Servo impessoal no ganho, livre e soberano no gasto.
(Adaptado de: GIANNETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016)
O termo sublinhado em “Estamos acostumados a considerar o trabalho como algo a que nos
sujeitamos, mais ou menos a contragosto, para obter uma renda” (1o parágrafo) refere-se a
A) nos [pronome].
B) nós [sujeito oculto de “sujeitamos”].
C) algo.
D) renda.
E) contragosto.
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Comentário:
Estamos acostumados a considerar o trabalho como algo a que nos sujeitamos, mais ou menos a
contragosto, para obter uma renda
O verbo é “sujeitar-se A”, transitivo indireto, então a preposição é obrigatória e
obrigatoriamente vai ficar antes do pronome relativo, o qual retoma “algo”. nos sujeitamos a
algo
Gabarito: C
2. (FCC / PREF. RECIFE / 2022)
O dono do pequeno restaurante é amável, sem derrame, e a fregueses mais antigos
oferece, antes do menu, o jornal do dia “facilitado”, isto é, com traços vermelhos cercando as
notícias importantes. Vez por outra, indaga se a comida está boa, oferece cigarrinho, queixa-se
do resfriado crônico e pergunta pelo nosso, se o temos; se não temos, por aquele regime
começado em janeiro, e de que desistimos. Também pelos filmes de espionagem, que mexem
com ele na alma.
Espetar a despesa não tem problema, em dia de barra pesada. Chega a descontar o
cheque a ser recebido no mês que vem (“Falta só uma semana, seu Adelino”).
Além dessas delícias raras, seu Adelino faculta ao cliente dar palpites ao cozinheiro e
beneficiar-se com o filé mais fresquinho, o palmito de primeira, a batata feita na hora,
especialmente para os eleitos. Enfim, autêntico papo-firme.
Uma noite dessas, o movimento era pequeno, seu Adelino veio sentar-se ao lado da antiga
freguesa. Era hora do jantar dele, também. O garçom estendeu-lhe o menu e esperou. Seu
Adelino, calado, olhava para a lista inexpressiva dos pratos do dia. A inspiração não vinha. O
garçom já tinha ido e voltado duas vezes, e nada. A freguesa resolveu colaborar:
− Que tal um fígado acebolado?
− Acabou, madame − atalhou o garçom.
− Deixe ver… Assada com coradas, está bem?
− Não, não tenho vontade disso − e seu Adelino sacudiu a cabeça.
− Bem, estou vendo aqui umas costeletas de porco com feijão-branco, farofa e arroz…
− Não é mau, mas acontece que ainda ontem comi uma carnezita de porco, e há dois dias
que me servem feijão ao almoço − ponderou.
A freguesa de boa vontade virou-se para o garçom:
− Aqui no menu não tem, mas quem sabe se há um bacalhau a qualquer coisa? − pois seu
Adelino (refletiu ela) é português, e como todo lusíada que se preza, há de achar isso a pedida.
Da cozinha veio a informação:
− Tem bacalhau à Gomes de Sá. Quer?
− Pode ser isso − concordou seu Adelino, sem entusiasmo.
Ao cabo de dez minutos, veio o garçom brandindo o Gomes de Sá. A freguesa olhou o
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prato, invejando-o, e, para estimular o apetite de seu Adelino:
− Está uma beleza!
− Não acho muito não − retorquiu, inapetente.
O prato foi servido, o azeite adicionado, e seu Adelino traçou o bacalhau, depois de lhe
ser desejado bom apetite. Em silêncio. Vendo que ele não se manifestava, sua leal conviva
interpelou-o:
− Como é, está bom?
Com um risinho meio de banda, fez a crítica:
− Bom nada, madame. Isso não é bacalhau à Gomes de Sá nem aqui nem em Macau. É
bacalhau com batatas. E vou lhe dizer: está mais para sem gosto do que com ele. A batatame
sabe a insossa, e o bacalhau salgado em demasia, ai!
A cliente se lembrou, com saudade vera, daquele maravilhoso Gomes de Sá que se come
em casa de d. Concessa. E foi detalhando:
− Lá em casa é que se prepara um legal, sabe? Muito tomate, pimentão, azeite de
verdade, para fazer um molho pra lá de bom, e ainda acrescentam um ovo…
Seu Adelino emergiu da apatia, comoveu-se, os olhos brilhando, desta vez em sorriso
aberto:
− Isso mesmo! Ovo cozido e ralado, azeitonas portuguesas, daquelas… Um santo,
santíssimo prato!
Mas, encarando o concreto:
− Essa gente aqui não tem a ciência, não tem a ciência!
− Espera aí, seu Adelino, vamos ver no jornal se tem um bom filme de espionagem para o
senhor se consolar. Não tinha, infelizmente.
(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. 70 histórias. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 110-111)
e pergunta pelo nosso, se o temos (1º parágrafo)
O garçom estendeu-lhe o menu (4º parágrafo)
Os termos sublinhados acima referem-se, respectivamente, a
A) resfriado − seu Adelino
B) resfriado − garçom
C) cigarrinho − seu Adelino
D) resfriado − freguesa
E) cigarrinho − freguesa
Comentários:
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Questão de coesão com pronomes, temos que identificar o antecedente/referente. Vejamos:
Vez por outra, indaga se a comida está boa, oferece cigarrinho, queixa-se do resfriado crônico e
pergunta pelo nosso, se o temos (o resfriado); se não temos,
Uma noite dessas, o movimento era pequeno, seu Adelino veio sentar-se ao lado da antiga
freguesa. Era hora do jantar dele, também. O garçom estendeu-lhe (a ele, seu Adelino) o menu e
esperou. Seu Adelino, calado, olhava para a lista inexpressiva dos pratos do dia. A inspiração não
vinha. O garçom já tinha ido e voltado duas vezes, e nada. A freguesa resolveu colaborar:
− Que tal um fígado acebolado?
Gabarito letra A.
3. (FCC / ALAP / ASS. LEGISLATIVO / 2020)
O avanço ainda se restringe a âmbitos estritamente técnicos, sem utilidade cotidiana, mas já é
apelidado de “o Santo Graal da computação”. Isso porque o feito, se comprovado, atingiu o que
se conhece como “supremacia quântica”. A nomenclatura indica um momento da civilização em
que os computadores talvez sejam tão (ou mais) competentes quanto os seres humanos.
A nomenclatura indica aquele momento da civilização em que os computadores seriam tão (ou
mais) competentes quanto os seres humanos. (5º parágrafo)
No contexto, o termo “nomenclatura” refere-se a
A) momento da civilização.
B) supremacia quântica.
C) seres humanos.
D) feito.
E) computadores.
Comentários:
A nomenclatura é o nome, o título, a expressão "supremacia quântica", cujo sentido está no
próprio enunciado. Gabarito letra B.
4. (FCC / ISS-MANAUS / ASS. TÉCNICO DE TI - PROGRAMADOR / 2019)
Hoje as forças da criação de riqueza já não favorecem a expansão da privacidade, mas trabalham
para solapá-la.
Encaramos um futuro no qual a vigilância ativa é uma parte tão rotineira das transações...
A conexão histórica entre a privacidade e a riqueza ajuda a explicar por que a privacidade está
sob ataque hoje. A situação nos faz recordar que ela não é um traço básico da existência
humana...
No contexto, os elementos sublinhados acima referem-se, respectivamente, a:
A) riqueza − vigilância − existência humana.
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B) privacidade − futuro − privacidade.
C) privacidade − futuro − existência humana.
D) riqueza − futuro − privacidade.
E) privacidade − vigilância − privacidade.
Comentários:
Questão clássica de coesão utilizando pronomes pessoais. Vejamos:
Solapar “a privacidade”, trocando o complemento por pronome feminino e singular, teremos
“a”, como o verbo “solapar” está no infinitivo, terminado em “r”, corta-se o R e adiciona-se L:
solapá-la.
“no qual” substitui “no futuro”, é nesse futuro que a vigilância ativa é parte tão rotineira das
ações.
O que não é traço básico da existência humana? A privacidade não é. Gabarito letra B.
5. (FCC / ISS-MANAUS / ASS. TÉCNICO FAZENDÁRIO / 2019)
− Não me refiro apenas àquelas empresas ligadas à tecnologia que notoriamente possuem
inovação em seu DNA...
− ...uma nova maneira de compor que se tornou conhecida como dodecafonismo...
− ...as composições de Schoenberg possam a princípio parecer difíceis de apreciar, a história da
música reservou-lhe um lugar de destaque...
Os elementos sublinhados nas frases acima remetem, respectivamente, a:
A) empresas – dodecafonismo − Schoenberg
B) tecnologia – dodecafonismo − composições
C) empresas − uma nova maneira de compor − Schoenberg
D) tecnologia − uma nova maneira de compor − Schoenberg
E) empresas − dodecafonismo − composições
Comentários:
O que possui inovação no DNA? As empresas de tecnologia possuem. Então, o pronome relativo
“que” tem como referente “empresas”.
O que se tornou conhecido como decafonismo...? uma nova maneira de compor... Então, o
antecedente do pronome relativo “que” é: uma nova maneira de compor
a história da música reservou-A ELE/A SCHOENBERG um lugar de destaque
Por que não poderia ser “composições” o referente? Porque isso levaria o pronome ao plural:
LHES (a elas). Gabarito letra C.
6. (FCC / BANRISUL / ESCRITURÁRIO / 2019)
Considere as seguintes orações:
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I. O universo é infinito.
II. A infinitude do universo atemoriza o homem.
III. O homem deplora sua condição de mortal.
Essas três orações constituem um período de redação clara, coerente e correta no seguinte caso:
A) Ainda que seja infinito e atemorize o homem, o universo faz o homem deplorar sua condição
de mortal.
B) Ao deplorar sua condição de mortal, o homem considera infinito o universo em que se
atemoriza.
C) Atemorizado pela infinitude do universo, deplora o homem a sua mortalidade.
D) Sendo infinito o universo, eis por que o homem se atemoriza, quando deplora sua condição
de mortal.
E) O universo infinito atemoriza o homem, cuja condição é assim mortalmente deplorável.
Comentários:
A relação que existe é de causa-efeito: o homem deplora sua condição de mortal porque o
universo é infinito. A única alternativa que reproduz, ainda que discretamente, essa relação, é:
(porque é) Atemorizado pela infinitude do universo, deplora o homem a sua mortalidade.
As duas primeiras frases foram unidas na expressão “infinitude do universo”. Gabarito letra C.
7. (FCC / SEPLAG RECIFE / ANA. DE PLAN. ORÇ. E GESTÃO / 2019)
Um juramento expõe a beleza da vontade humana, como afirmação nossa, mas sua quebra
mostra também nossos limites.
Numa nova e igualmente correta redação da frase acima, iniciada agora pelo segmento A quebra
de um juramento mostra nossos limites, pode-se seguir esta coerente complementação:
A) embora não deixe de expor a beleza que está em afirmarmos nossa vontade.
B) uma vez que nossa vontade, com sua beleza, afirma nosso acordo com a Natureza.
C) à medida em que nossa vontade acaba expondo toda a sua beleza.
D) até por que também se expõem o que há de belo na afirmação de nossa vontade.
E) não fosse a beleza que também têm na quebra mesma da nossa vontade.
Comentários:
Na redação original, há uma relação de oposição, expressa pela conjunção “mas”; somente na
letra A havia um outro conectivo capaz de fornecer sentido oposição, quebra de expectativa: a
conjunção concessiva “embora”. Para manter o sentido original, observem que a oração que era
iniciada por “mas” virou a oração principal do outro período, isso porque a oração adversativa é
umoperador argumentativo forte, então não é possível simplesmente trocar “mas” por
“embora”; é preciso inverter a ordem, o conteúdo que estava na oração adversativa (sua quebra
mostra também nossos limites) vira a oração principal.
b) Uma vez que expressa causa/explicação, não oposição.
c) “à medida que” expressa proporção, não oposição.
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d) “porque” (junto) expressa causa/explicação, não oposição.
e) além da redação confusa, não há nada que justifique esse “têm” no plural; o verbo “ter”, na
linguagem culta, não deve ser usado no lugar de “existir”. Gabarito letra A.
8. (FCC / TRT 6ª REGIÃO / ANA. JUDICIÁRIO – ADM. / 2018)
Vou falar da palavra pessoa, que persona lembra. Acho que aprendi o que vou contar com meu
pai. Quando elogiavam demais alguém, ele resumia sóbrio e calmo: é, ele é uma pessoa. Até
hoje digo, como se fosse o máximo que se pode dizer de alguém que venceu numa luta, e digo
com o coração orgulhoso de pertencer à humanidade: ele, ele é um homem.
Persona. Tenho pouca memória, por isso já não sei se era no antigo teatro grego que os atores,
antes de entrar em cena, pregavam ao rosto uma máscara que representava pela expressão o
que o papel de cada um deles iria exprimir.
Bem sei que uma das qualidades de um ator está nas mutações sensíveis de seu rosto, e que a
máscara as esconde. Por que então me agrada tanto a ideia de atores entrarem no palco sem
rosto próprio? Quem sabe, eu acho que a máscara é um dar-se tão importante quanto o dar-se
pela dor do rosto. Inclusive os adolescentes, estes que são puro rosto, à medida que vão vivendo
fabricam a própria máscara. E com muita dor. Porque saber que de então em diante se vai passar
a representar um papel é uma surpresa amedrontadora. É a liberdade horrível de não ser. É a
hora da escolha.
Mesmo sem ser atriz nem ter pertencido ao teatro grego – uso uma máscara. Aquela mesma que
nos partos de adolescência se escolhe para não se ficar desnudo para o resto da luta. Não, não é
que se faça mal em deixar o próprio rosto exposto à sensibilidade. Mas é que esse rosto que
estava nu poderia, ao ferir-se, fechar-se sozinho em súbita máscara involuntária e terrível. É, pois,
menos perigoso escolher sozinho ser uma pessoa. Escolher a própria máscara é o primeiro gesto
involuntário humano. E solitário. Mas quando enfim se afivela a máscara daquilo que se escolheu
para representar o mundo, o corpo ganha uma nova firmeza, a cabeça ergue-se altiva como a de
quem superou um obstáculo. A pessoa é.
Se bem que pode acontecer uma coisa que me humilha contar.
É que depois de anos de verdadeiro sucesso com a máscara, de repente – ah, menos que de
repente, por causa de um olhar passageiro ou uma palavra ouvida – de repente a máscara de
guerra de vida cresta-se toda no rosto como lama seca, e os pedaços irregulares caem com um
ruído oco no chão. Eis o rosto agora nu, maduro, sensível quando já não era mais para ser. E ele
chora em silêncio para não morrer. Pois nessa certeza sou implacável: este ser morrerá. A menos
que renasça até que dele se possa dizer “esta é uma pessoa”.
(Adaptado de: LISPECTOR, Clarice. “Persona”, em Clarice na cabeceira: crônicas. Rio de Janeiro, Rocco Digital,
2015)
Nos segmentos que representava (2º parágrafo), as esconde (3º parágrafo) e como a de quem
superou um obstáculo (4º parágrafo), os termos sublinhados se referem, respectivamente, a:
A) rosto − mutações sensíveis − máscara
B) máscara − mutações sensíveis − cabeça
C) rosto − qualidades − firmeza
D) máscara − qualidades − cabeça
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==2537cb==
E) máscara − mutações sensíveis − firmeza
Comentários:
Questão direta de coesão:
Nos segmentos que representava (a máscara representava), as esconde (a máscara esconde as
mutações sensíveis) e como a de quem superou um obstáculo (a cabeça ergue-se altiva como a
cabeça de quem superou um obstáculo) Gabarito letra B.
9. (FCC / DPE-AM / ANALISTA DE BANCO DE DADOS / 2018)
Todos nós, em algum grau, fazemos empréstimos de terceiros, da cultura à nossa volta. As ideias
estão no ar, e nos apropriamos, muitas vezes sem perceber, de frases e da linguagem da época.
A própria língua é emprestada: não a inventamos. Nós a descobrimos, ainda que possamos
usá-la e interpretá-la de modos muito individuais.
Julgue o item a seguir:
O elemento “a” retoma “cultura” no segmento Nós a descobrimos
Comentários:
Incorreto. O pronome oblíquo “a” é um elemento coesivo anafórico que retoma “língua”.
10. (FCC / TRT 24ª REGIÃO / Técnico / 2017)
Um estudo revela que o índice de fraudes on-line acompanha o aumento do número de
transações on-line, e 50% das organizações de serviços financeiros pesquisadas acreditam que há
um crescimento das fraudes financeiras eletrônicas. Esse avanço, juntamente com o crescimento
massivo dos pagamentos eletrônicos combinado aos novos avanços tecnológicos e às mudanças
nas demandas corporativas, tem forçado, nos últimos anos, muitas delas a melhorar a eficiência
de seus processos de negócios.
No segundo parágrafo do texto, o termo “delas” refere-se a
A) fraudes financeiras eletrônicas.
B) organizações de serviços financeiros.
C) demandas corporativas.
D) transações on-line.
E) mudanças.
Comentários:
Quem vai melhorar a eficiência dos processos de negócios? O pronome “elas”, em “muitas
delas”, retoma organizações de serviços financeiros, justamente quem precisa evitar as fraudes
mencionadas.
Gabarito letra B.
11. (FCC / TRT 24ª REGIÃO / ANALISTA / 2017)
Considere este segmento do texto:
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Submetermo-nos à visada do jornalista que compôs a notícia [...] é desfazermo-nos da nossa
própria capacidade de análise [...]
Está inteiramente clara, coerente e correta esta nova redação dada ao segmento acima:
A) Caso não nos desfazermos da nossa capacidade de analisar, nos inclinaremos diante do olhar
próprio do jornalista que deu a notícia.
B) Se aceitarmos inteiramente a perspectiva de quem redigiu a notícia, não nos valeremos de
nossa própria faculdade de interpretá-la.
C) Quem se compraz a ver uma reportagem do ângulo jornalístico, acaba por renunciar à
possibilidade de compreendê-lo a partir de si mesmo.
D) À medida em que nos curvamos pelo poder de quem noticia, deixamo-nos de avaliar por nós
mesmos nossa capacidade de análise.
E) Estaremos divergindo da nossa possibilidade de interpretar, caso nos deixássemos levar pelo
ângulo das notícias com que nos submetemos.
Comentários:
Essa é uma questão de coerência, mas a falta de clareza ou lógica muitas vezes decorre de
problemas gramaticais. Então a banca cobra os dois assuntos misturados nos itens. Vejamos:
O sentido geral da sentença destacada é:
Se nos submetemos ao olhar do jornalista, perdemos nossa própria capacidade de análise.
Esse entendimento está parafraseado na alternativa B:
b) Se aceitarmos inteiramente a perspectiva de quem redigiu a notícia, não nos valeremos de
nossa própria faculdade de interpretá-la.
A letra A não faz sentido, pois o verbo deveria ser “desfaçamos”. Além disso, não se deve iniciar
a oração pelo pronome “nos”. Incorreta.
A letra C também é incoerente, pois não mantém o sentido original e traz algumas
impropriedades. O verbo “comprazer-se” pede preposição “de” ou “em”, não “a”.
A letra D traz uma conjunção que não existe “à medida em que”. Podemos ter a conjunção
proporcional “à medida que” ou a conjunção causal “na medida em que”.
A letra E, além de confusa, trazum erro de regência: submeter pede preposição “a”, não pede
preposição “com”. Gabarito letra B.
12. (FCC / TRT 11ª REGIÃO / TÉCNICO / 2017)
Freud uma vez recebeu carta de um conhecido pedindo conselhos diante de uma escolha
importante da vida. A resposta é surpreendente: para as decisões pouco importantes, disse ele,
vale a pena pensar bem. Quanto às grandes escolhas da vida, você terá menos chance de errar
se escolher por impulso.
A sugestão parece imprudente, mas Freud sabia que as razões que mais pesam nas grandes
escolhas são inconscientes, e o impulso obedece a essas razões. Claro que Freud não se referia
às vontades impulsivas proibidas. Falava das decisões tomadas de “cabeça fria”, mas que
determinam o rumo de nossas vidas. No caso das escolhas profissionais, as motivações
inconscientes são decisivas. Elas determinam não só a escolha mais “acertada”, do ponto de
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vista da compatibilidade com a profissão, como são também responsáveis por aquilo que
chamamos de talento. Isso se decide na infância, por mecanismos que chamamos de
identificações. Toda criança leva na bagagem alguns traços da personalidade dos pais. Parece um
processo de imitação, mas não é: os caminhos das identificações acompanham muito mais os
desejos não realizados dos pais do que aqueles que eles seguiram na vida.
Junto com as identificações formam-se os ideais. A escolha profissional tem muito a ver com
o campo de ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém consegue se entregar
profissionalmente a uma prática que não represente os valores em que ela acredita.
Está correto o que se afirma em:
A) O segmento sublinhado em ... que não represente os valores em que ela acredita... (3°
parágrafo) pode ser substituído por “no qual”.
B) Ambos os elementos sublinhados em ... Freud sabia que as razões que mais pesam... (2°
parágrafo) são pronomes.
C) A frase ... você terá menos chance de errar se escolher por impulso... (1° parágrafo) pode ser
redigida do seguinte modo: “devem haver menos chances de errar na escolha impulsiva”.
D) O elemento sublinhado em ... aqueles que eles seguiram na vida... (2° parágrafo) refere-se a
“ideais”.
E) Na frase Parece um processo de imitação, mas não é:... (2° parágrafo), o sinal de dois-pontos
pode ser substituído por “pois”, precedido de vírgula.
Comentários:
a) Incorreta. O segmento sublinhado em ... que não represente os valores em que ela acredita...
(3° parágrafo) pode ser substituído por “nos quais”, porque se refere a “valores”.
b) Incorreta. Os elementos sublinhados em ... Freud sabia que as razões que mais pesam... (2°
parágrafo) são, respectivamente, conjunção integrante e pronome.
c) Incorreta. Na locução com ‘haver” impessoal, o verbo auxiliar também não se flexiona.
d) Incorreta. O elemento sublinhado em ... aqueles que eles seguiram na vida... (2° parágrafo)
refere-se a “desejos”.
e) Correta. Na frase Parece um processo de imitação, mas não é:... (2° parágrafo), o sinal de
dois-pontos pode ser substituído por “pois”, precedido de vírgula, já que tanto a conjunção
‘pois’ quando o sinal de dois pontos podem introduzir uma explicação. Gabarito letra E.
13. (FCC / TRT 23ª REGIÃO / ANALISTA / 2016)
Nasci na Rua Faro, a poucos metros do Bar Joia, e, muito antes de ir morar no Leblon, o
Jardim Botânico foi meu quintal. Era ali, por suas aleias de areia cor de creme, que eu caminhava
todas as manhãs de mãos dadas com minha avó. Entrávamos pelo portão principal e seguíamos
primeiro pela aleia imponente que vai dar no chafariz. Depois, íamos passear à beira do lago, ver
as vitórias-régias, subir as escadarias de pedra, observar o relógio de sol. Mas íamos, sobretudo,
catar mulungu.
Mulungu é uma semente vermelha com a pontinha preta, bem pequena, menor do que um
grão de ervilha. Tem a casca lisa, encerada, e em contraste com a pontinha preta seu vermelho é
um vermelho vivo, tão vivo que parece quase estranho à natureza. É bonita. Era um verdadeiro
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prêmio conseguir encontrar um mulungu em meio à vegetação, descobrir de repente a casca
vermelha e viva cintilando por entre as lâminas de grama ou no seio úmido de uma bromélia.
Lembro bem com que alegria eu me abaixava e estendia a mão para tocar o pequeno grão, que
por causa da ponta preta tinha uma aparência que a mim lembrava vagamente um olho.
Disse isso à minha avó e ela riu, comentando que eu era como meu pai, sempre prestava
atenção nos detalhes das coisas. Acho que já nessa época eu olhava em torno com olhos
mínimos. Mas a grandeza das manhãs se media pela quantidade de mulungus que me restava na
palma da mão na hora de ir para casa. Conseguia às vezes juntar um punhado, outras vezes
apenas dois ou três. E é curioso que nunca tenha sabido ao certo de onde eles vinham, de que
árvore ou arbusto caíam aquelas sementes vermelhas. Apenas sabíamos que surgiam no chão ou
por entre as folhas e sempre numa determinada região do Jardim Botânico.
Mas eu jamais seria capaz de reconhecer uma árvore de mulungu. Um dia, procurei no
dicionário e descobri que mulungu é o mesmo que corticeira e que também é conhecido pelo
nome de flor-de-coral. ''Árvore regular, ornamental, da família das leguminosas, originária da
Amazônia e de Mato Grosso, de flores vermelhas, dispostas em racimos multifloros, sendo as
sementes do fruto do tamanho de um feijão (mentira!), e vermelhas com mácula preta (isto, sim)'',
dizia.
Mas há ainda um outro detalhe estranho – é que não me lembro de jamais ter visto uma
dessas sementes lá em casa. De algum modo, depois de catadas elas desapareciam e hoje me
pergunto se não era minha avó que as guardava e tornava a despejá-las nas folhagens todas as
manhãs, sempre que não estávamos olhando, só para que tivéssemos o prazer de encontrá-las. O
fato é que não me sobrou nenhuma e elas ganharam, talvez por isso, uma aura de magia, uma
natureza impalpável. Dos mulungus, só me ficou a memória − essa memória mínima.
... que a mim lembrava vagamente um olho. (2° parágrafo)
... que me restava na palma da mão... (3° parágrafo)
... o prazer de encontrá-las. (5° parágrafo)
Os elementos sublinhados acima referem-se, na ordem dada, a:
A) grão – quantidade – sementes
B) grão – grandeza – folhagens
C) ponta preta – mulungus – sementes
D) aparência – quantidade – sementes
E) aparência – mulungus – folhagens-
Comentários:
...tinha uma aparência que a mim lembrava vagamente um olho. (“que” é pronome relativo e
retoma “aparência”)
.a grandeza das manhãs se media pela quantidade de mulungus que me restava na palma da
mão... (“que” é pronome relativo e retoma “quantidade”. O verbo está no singular —restava—,
para confirmar que o referente é também um termo no singular)
não me lembro de jamais ter visto uma dessas sementes lá em casa. De algum modo, depois de
catadas elas desapareciam e hoje me pergunto se não era minha avó que as guardava e tornava
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a despejá-las nas folhagens todas as manhãs, sempre que não estávamos olhando, só para que
tivéssemos o prazer de encontrá-las. (o pronome oblíquo “as” retoma “sementes”) Gabarito letra
D.
14. (FCC / SEFAZ-PE / Julgador Tributário / 2015) Adaptada
O universo político deixa de reduzir-se ao concerto das grandes potências, a saber, quatro ou
cinco grandes Estados europeus, mais os Estados Unidos e o Japão. O número dos Estados
multiplicou-se: é um aspecto e uma decorrência da descolonização.
Em O universo político deixade reduzir-se ao concerto das grandes potências, a saber, quatro ou
cinco grandes Estados europeus, mais os Estados Unidos e o Japão, o segmento destacado
introduz correção do conteúdo do enunciado anterior.
Comentários:
Expressões como “a saber”, “por exemplo”, “isto é”, “ou seja”, “qual seja”, “quais sejam” são
todas “explicativas”. Elas também são mecanismos de coesão e anunciam um desenvolvimento,
um esclarecimento, um detalhamento maior do que foi dito antes. Não houve correção, apenas
uma “listagem detalhada” de quais eram as grandes potências. Questão incorreta.
Fique ligado nas expressões retificativas, que são da mesma “família”: “digo”, “ou melhor”, “ou
antes”, “quer dizer”, “isto é”, “ou”.
15. (FCC / PROFESSOR ADJUNTO I / 2015)
Vamos supor que toda palavra tenha uma vocação primeira. A palavra mudança, por exemplo,
nasceu filha da transformação e da troca, e desde pequena servia para descrever o processo de
mutação de uma coisa em outra coisa que não deixou de ser, na essência, a mesma coisa –
quando a coisa é trocada por outra coisa, não é mudança, é substituição. A palavra justiça, por
exemplo, brotou do casamento dos direitos com a igualdade: servia para tornar igual aquilo que
tinha o direito de ser igual, mas não estava sendo tratado como tal.
No entanto as palavras cresceram. E, assim como as pessoas, foram sendo contaminadas pelo
mundo à sua volta. As palavras, coitadas, não sabem escolher amizade, não sabem dizer não. A
liberdade, por exemplo, é dessas palavras que só dizem sim. Não nasceu de ninguém. Nasceu
contra tudo: a prisão, a dependência, o poder, o dinheiro – mas não se espante se você vir a
liberdade vendendo absorvente, desodorante, cartão de crédito, empréstimo de banco.
De acordo com o texto, a frase que contém sentido figurado é:
A) Vamos supor que toda palavra tenha uma vocação primeira.
B) ... servia para descrever o processo de mutação de uma coisa em outra coisa.
C) ... quando a coisa é trocada por outra coisa, não é mudança, é substituição.
D) A palavra justiça, por exemplo, brotou do casamento dos direitos com a igualdade.
E) ... servia para tornar igual aquilo que tinha o direito de ser igual.
Comentários:
Pessoal, não precisamos ler o texto. Veja o verbo “brotar”, que pertence ao vocabulário da
botânica. Quem brota literalmente é vegetal! Palavra não brota. Além disso, o direito e a
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liberdade não são noivos para se “casar”. “Casar” aqui tem sentido de unir. Temos sentido
figurado, metafórico. Gabarito letra D.
16. (FCC / SEFAZ-PE / Julgador Tributário / 2015)
Análise da coesão textual evidencia que a alternativa em que estão corretamente indicados, em I,
o segmento que reporta a outro do texto e, em II, o segmento reportado, é:
A) I. (linha 4) que;
II. (linhas 3 e 4) a constituição de um terceiro mundo.
B) I. (linha 5) o enfrentamento dos dois blocos;
II. (linha 2) a Segunda Guerra Mundial.
C) I. (linhas 11 a 13) quatro ou cinco grandes Estados europeus, mais os Estados Unidos e o
Japão;
II. (linha 11) o concerto das grandes potências.
D) I. (linhas 8 e 9) a condição dos países que se tornam atores da diplomacia;
II. (linha 7) a entrada.
E) I. (linha 30) que;
II. (linhas 29 e 30) esses três grandes fatos.
Comentários:
A banca nos trouxe um enunciado confuso, mas o que ela quer saber mesmo é qual elemento
coesivo retoma outro parte do texto. Questão pura de técnicas de coesão.
Na letra a, o “que” retoma apenas “terceiro mundo”, termo que designa os países que ficaram
neutros; não retoma constituição. Até, porque a constituição não poderia permanecer neutra,
apenas os países.
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Na letra b, o autor usou a técnica coesiva da substituição. Trocou “segunda guerra” por
“enfrentamento dos dois blocos”, em referência aos dois polos que lutaram: os aliados e o eixo.
Essa coesão aponta para uma informação implícita no termo “segunda guerra”, que são as partes
que estavam em guerra. Isso não aparece explicitamente no texto, mas se presume por ser um
fato notório da história.
Na letra c,a lista de países é desenvolvimento, explicação do termo “grandes potências”, como
se depreende do uso de “a saber”. Em outras palavras, “quatro ou cinco grandes Estados
europeus, mais os Estados Unidos e o Japão” se remete apenas ao termo “grandes potências”,
não retoma “concerto”.
Na letra d, “entrada” retoma “um dos fenômenos mais importantes”. Na letra e, o “que” retoma
“sucessão dos três fatos” e não somente os “três fatos”. Gabarito letra B.
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QUESTÕES COMENTADAS - REESCRITURA - FCC
1. (FCC / SEDU-ES / 2022)
Considere as afirmações abaixo.
I. O colégio da Tia Gracinha preservava os valores tradicionais da época.
II. Os valores tradicionais do colégio se refletiriam no futuro das alunas.
III. As alunas do colégio acolhiam valores úteis para seu futuro.
Essas três afirmações integram-se com correção, clareza e coerência neste período único:
A) Apesar de serem tradicionais, os valores úteis que as alunas do colégio da Tia Gracinha
preservavam eram acolhidos em seu futuro.
B) Sendo tradicionais, as alunas do colégio da Tia Gracinha haviam preservado seu futuro graças
aos valores úteis que se refletiam.
C) A acolhida dos valores tradicionais da época traziam às alunas do colégio da Tia Gracinha uma
utilidade para sua vida futura.
D) O futuro das alunas do colégio da Tia Gracinha, aonde imperava valores tradicionais, estariam
assim mesmo garantidos para as mesmas.
E) Preservavam-se àquela época, no colégio da Tia Gracinha, valores tradicionais que viriam a ser
úteis no futuro das alunas.
Comentários:
Percebam que há repetição viciosa do termo "valores", a banca quer organizar em um período
único e correto. Isso foi feito na letra E. Observem como as informações foram mantidas, com
outras estruturas equivalentes:
I. O colégio da Tia Gracinha preservava os valores tradicionais da época.
II. Os valores tradicionais do colégio se refletiriam no futuro das alunas.
III. As alunas do colégio acolhiam valores úteis para seu futuro.
(E) Preservavam-se àquela época, no colégio da Tia Gracinha, valores tradicionais que viriam a
ser úteis no futuro das alunas.
Marquemos erros nas demais:
A) Apesar de serem tradicionais, os valores úteis que as alunas do colégio da Tia Gracinha
preservavam eram acolhidos em seu futuro.
Futuro de quem? Das alunas? Da Tia Gracinha? O pronome "seu" causa falta de clareza,
ambiguidade.
B) Sendo tradicionais, as alunas do colégio da Tia Gracinha haviam preservado seu futuro graças
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aos valores úteis que se refletiam.
Se refletiam onde? Deveriam ser refletir "em algo". Faltou com completar o verbo, o que
prejudica também a clareza.
C) A ACOLHIDA dos valores tradicionais da época TRAZIA às alunas do colégio da Tia Gracinha
uma utilidade para sua vida futura.
Erro de concordância.
D) O futuro das alunas do colégio da Tia Gracinha, ONDE imperava valores tradicionais, estariam
assim mesmo garantidos para ELAS.
"Aonde" só deve aparecer se algum termo seguinte pedir preposição "a". Não se usa
"mesmo(a)(s)" para retomar termos diretamente, no lugar de um pronome pessoal. O único caso
em que podemos ter "o mesmo" para retomar o que foi dito antesé quando significa "a mesma
coisa, o mesmo fato":
Ex: Estudei muito e reprovei várias vezes. O mesmo (a mesma coisa) aconteceu com muitos
colegas.
Gabarito letra E.
2. (FCC / TRT 4ª REGIÃO / 2022)
As calçadas
As calçadas O inglês tem um verbo curioso, to loiter, que quer dizer, mais ou menos, andar
devagar ou a esmo, ficar à toa, zanzar (grande palavra), vagabundear, ou simplesmente não
transitar. E nos Estados Unidos (não sei se na Inglaterra também), loitering é uma contravenção.
Você pode ser preso por loitering, por estar parado em vez de transitando, numa calçada. O que
diferencia um abusivo loitering de uma apenas inocente ausência de movimento ou de direção
depende, imagino, da interpretação do guarda, ou também daquela sutil subjetividade que
também define o que é uma “atitude suspeita”.
Mas é difícil pensar em outra coisa que divida mais claramente o mundo anglo-saxão do
mundo latino do que o loitering, que não tem nem tradução exata em língua românica, que eu
saiba. Se loitering fosse contravenção na Itália, onde ficar parado na rua para conversar ou
apenas para ver os que transitam transitarem é uma tradição tão antiga quanto a sesta, metade
da população viveria na cadeia. Na Espanha, toda a população viveria na cadeia.
Talvez a diferença entre a América e a Europa, e a vantagem econômica da América sobre
os povos que zanzam, se explique pelos conceitos diferentes de calçada: um lugar utilitário por
onde se ir (e, claro, voltar) ou um lugar para se estar, de preferência com outros. Os franceses,
apesar de latinos, não costumam usar tanto a calçada como sala, não porque tenham se
americanizado para aumentar a produção, mas porque preferem usá-la como café, e estar com
outros sentados. Desperdiça-se tempo, mas ganham-se anos de vida, parados numa calçada.
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(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008, p. 69-70)
Considere esta frase:
O que diferencia um abusivo loitering de uma apenas inocente ausência de movimento depende
da interpretação do guarda.
Uma nova, correta e coerente redação dessa frase poderia assim se constituir: A depender da
interpretação do guarda,
A) se estabelece a distinção entre o abuso do loitering e a mera falta de movimento.
B) o abusivo loitering e a ingênua falta de movimentação seriam indiferentes.
C) tanto seria inocente o loitering como abusiva a simples falta de movimentação.
D) diferenciariam-se tanto uma prática inocente como uma ação abusiva do loitering.
E) ainda que fosse inocente a ausência de movimento, poderia ser abusivo o loitering.
Comentários:
Aqui, a banca trabalha a reescritura: o que diferencia X de Y (loitering abusivo de ficar parado
inocentemente)> se estabelece a distinção (diferença) entre abuso do loitering e mera falta de
movimento.
Vejamos erros nas demais:
(B) o abusivo loitering e a ingênua falta de movimentação seriam indiferentes.
Não são "indiferentes", fala-se da distinção entre uma atitude e outra.
(C) tanto seria inocente o loitering como abusiva a simples falta de movimentação.
Aqui há sentido de adição, dizendo que o loitering é inocente e a falta de movimentação é
abusiva. É o contrário, a reescritura é incoerente.
(D) diferenciariam-se tanto uma prática inocente como uma ação abusiva do loitering.
Não pode haver ênclise com futuro do pretérito.
(E) ainda que fosse inocente a ausência de movimento, poderia ser abusivo o loitering.
Incoerente de novo: se for ausência inocente de movimento, não seria loitering, por definição.
Gabarito letra A.
3. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL / 2020)
A frase em que a substituição do segmento sublinhado por um particípio de valor equivalente foi
feita de forma adequada é:
A) O terreno que está sob as águas do rio / submetido às;
B) Um edifício que está sobre duas rochas / construído;
C) Os restos que estão na lata do lixo / acolhidos;
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D) O estado que está entre Amazonas e Maranhão / posto;
E) Um carro que está na garagem / paralisado.
Comentários:
A - Note que se o terreno está embaixo das águas do rio, um particípio equivalente para o trecho
seria SUBMERSO.
B - Pessoal, o termo "que está" possui sentido de localizado, situado. Nesse contexto, podemos
considerar que temos o mesmo sentido de construído.
Percebam: se o edifício está localizado sobre duas rochas, ele foi construído sobre as duas
rochas.
C - Ao dizer que os restos estão na lata de lixo, não temos sentido de proteção. Repare que um
particípio equivalente para o trecho seria LOCALIZADOS.
D - Note que dizer que o estado foi "colocado" é incoerente. Um particípio equivalente para o
trecho seria SITUADO.
E - Pessoal, "paralisado" tem sentido de interrupção, dessa forma, não é a melhor opção de
substituição para o trecho. Um particípio adequado seria ESTACIONADO.
Gabarito: letra B.
4. (FCC / ISS-MANAUS / TÉCNICO DE TI / 2019)
Darwin nos trópicos
Ao desembarcar no litoral brasileiro em 1832, na baía de Todos os Santos, o grande cientista
Darwin deslumbrou-se com a natureza nos trópicos e registrou em seu diário: “Creio, depois do
que vi, que as descrições gloriosas de Humboldt* são e sempre serão inigualáveis: mas mesmo
ele ficou aquém da realidade”. Mas a paisagem humana, ao contrário, causou-lhe asco e
perplexidade: “Hospedei-me numa casa onde um jovem escravo era diariamente xingado,
surrado e perseguido de um modo que seria suficiente para quebrar o espírito do mais reles
animal.”
O mais surpreendente, contudo, é que a revolta não o impediu de olhar ao redor de si com
olhos capazes de ver e constatar que, não obstante a opressão a que estavam submetidos, a
vitalidade e a alegria de viver dos africanos no Brasil traziam em si a chama de uma irrefreável
afirmação da vida. Darwin chegou mesmo a desejar que o Brasil seguisse o exemplo da rebelião
escrava do Haiti. Frustrou-se esse desejo de uma rebelião ao estilo haitiano, mas confirmou-se
sua impressão: a África salva o Brasil.
Respeitando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:
A) descrições gloriosas (1º parágrafo) = impressões empenhadas.
B) causou-lhe asco e perplexidade (1º parágrafo) = submeteu-o a relutantes sentimentos.
C) suficiente para quebrar o espírito (1º paragrafo) = disponível para aquebrantar o humor.
D) olhos capazes de ver e constatar (2º parágrafo) = olhos dispostos a analisar e discorrer.
E) chama de uma irrefreável afirmação (2º parágrafo) = ardor de uma incontida positivação.
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Comentários:
Vejamos:
A) Incorreto. Glória e Empenho são noções bem diferentes. Além disso, nem toda impressão é
uma descrição. A descrição serve normalmente para transmitir as impressões.
B) Incorreto. “Asco” é nojo; “perplexidade” é extrema surpresa; são sentimentos bem
específicos.
C) Incorreto. “Disponível” é aquilo que você tem, algo de que pode dispor; “suficiente” é
sinônimo de “o bastante”.
D) Incorreto. Ser capaz não é necessariamente estar disposto. Somos capazes de acordar 5 horas
da manhã para correr no sol quente, mas poucos estão dispostos a fazê-lo rs...
E) Correto. Ardor é sentimento que arde, que queima, daí a associação com “chama”.
“Irrefreável” é algo que não e pode parar, não se pode conter. Gabarito letra E.
5. (FCC / AFAP / ADVOGADO / 2019)
[Vocação de professor]
Escritor nas horas vagas, sou professor por vocação e destino. “A quem os deuses odeiam,
fazem-nopedagogo”, diz o antigo provérbio; assim, pois, dando minhas aulas há tantos anos,
talvez esteja expiando algum crime que ignoro, cometido porventura nalguma existência anterior.
Apesar disso, não tenho maiores queixas de um ofício que, mantendo-me sempre no meio dos
moços, me dá a ilusão de envelhecer menos rapidamente do que aqueles que passam a vida
inteira entre adultos solenes e estereotipados.
Outra vantagem da minha profissão principal é fornecer material copioso para a profissão
acessória. Se fosse ficcionista, que mina não teria à mão no mundo da adolescência, mina ainda
insuficientemente explorada e cheia de tesouros! Mas, como não sou ficcionista, utilizo-me desse
cabedal apenas para observação e reflexão; às vezes o aproveito nalgum monólogo inócuo,
como este.
(Adaptado de: RÓNAI, Paulo. Como aprendi o Português e outras aventuras. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro,
2014, p. 109)
Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:
A) fazem-no pedagogo (1º parágrafo) = incentivam-no a ser um educador.
B) expiando algum crime que ignoro (1º parágrafo) = focalizando algum deslize insuspeito.
C) cometido porventura (1º parágrafo) = desempenhado afortunadamente.
D) fornecer material copioso (2º parágrafo) = implementar objetiva medida.
E) utilizo-me desse cabedal (2º parágrafo) = lanço mão dessa riqueza.
Comentários:
Não tem jeito, pessoal. Algumas questões dependem estritamente de seu vocabulário, algo que
só se adquire com leitura regular e conhecimento de mundo. Apliquemos análises semânticas
diretas. Vejamos:
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A) Incorreto. Nem todo educador é pedagogo, não são sinônimos.
B) Incorreto. O verbo “expiar” significa redimir-se de uma culpa, não tem relação com foco.
C) Incorreto; “porventura” é um advérbio que equivale a “talvez”; “afortunadamente” significa
“que ocorre por/com sorte”.
D) Incorreto; “copioso” significa “abundante”, “farto”; não é sinônimo de “objetivo”.
E) Correto; “cabedal” significa justamente: Conjunto de bens e riquezas materiais... Gabarito
letra E.
6. (FCC / BANRISUL / ESCRITURÁRIO / 2019)
A chave do tamanho
O antes de nascer e o depois de morrer: duas eternidades no espaço infinito circunscrevem o
nosso breve espasmo de vida. A imensidão do universo visível com suas centenas de bilhões de
estrelas costuma provocar um misto de assombro, reverência e opressão nas pessoas. “O silêncio
eterno desses espaços infinitos me abate de terror”, afligia-se o pensador francês Pascal. Mas
será esse necessariamente o caso?
O filósofo e economista inglês Frank Ramsey responde à questão com lucidez e bom humor:
“Discordo de alguns amigos que atribuem grande importância ao tamanho físico do universo.
Não me sinto absolutamente humilde diante da vastidão do espaço. As estrelas podem ser
grandes, mas não pensam nem amam – qualidades que impressionam bem mais do que o
tamanho. Não acho vantajoso pesar quase cento e vinte quilos”.
Com o tempo não é diferente. E se vivêssemos, cada um de nós, não apenas um punhado de
décadas, mas centenas de milhares ou milhões de anos? O valor da vida e o enigma da
existência renderiam, por conta disso, os seus segredos? E se nos fosse concedida a
imortalidade, isso teria o dom de aplacar de uma vez por todas o nosso desamparo cósmico e as
nossas inquietações? Não creio. Mas o enfado, para muitos, seria difícil de suportar.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 35)
Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:
A) circunscrevem o nosso breve espasmo (1º parágrafo) = retificam nosso rápido incômodo
B) misto de assombro, reverência e opressão (1º parágrafo) = contrição de susto, desassombro e
restrição
C) responde à questão com lucidez e bom humor (2º parágrafo) = elucida a pergunta com
irreverência imaginosa
D) renderiam (...) os seus segredos? (3º parágrafo) = revelariam os seus mistérios?
E) teria o dom de aplacar de uma vez (3º parágrafo) = traria o mérito de retribuir no ato
Comentários:
“render” é entregar, então “render os seus segredos” equivale a “revelar os seus mistérios”.
Nas demais alternativas, vamos perceber que há palavras tão diversas que não há qualquer
equivalência semântica.
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a) Circunscrever= delimitar x retificar=corrigir
b) misto= mistura, combinação x contrição=sentimento de culpa
c) lucidez=bom senso x irreverência= ausência de respeito a alguma coisa
e) aplacar=acalmar, tornar mais brando x retribuir=devolver Gabarito letra D.
7. (FCC / BANRISUL / ESCRITURÁRIO / 2019)
Demonstra-se boa compreensão de um segmento do texto no seguinte caso:
A) Se, para contrabalançar minhas lacunas, me houvesse Deus concedido o (...) dom = caso Deus
tivesse compensado minhas falhas agraciando-me com o talento
B) o próprio retratado com todos seus pés-de-galinha minuciosamente contadinhos = o fotógrafo
mesmo, que não poupa detalhes, perde-se ao contar minúcias
C) com a qual jamais poderemos competir em matéria de objetividade = com cuja materialidade
nem mesmo sendo objetivos havemos de tratar
D) Não sei por que motivo há de a gente desenhar tão objetivamente as coisas = Não vejo razão
para renunciarmos à objetividade quando desenhamos
E) O restante eu transfiguraria em conformidade com meu desejo de fantasia = O que sobrasse
eu dispensaria para poder fazer jus ao meu critério de artista
Comentários:
Contrabalançar lacunas tem sentido de “compensar uma falta”, equilibrar uma ausência. Como
“tivesse” e “houvesse” são verbos auxiliares equivalentes na formação do pretérito
mais-que-perfeito, a letra A traz uma perfeita equivalência.
b) essa passagem fala do pintor, não do fotógrafo.
c) matéria (assunto) é diferente de materialidade (característica do que é concreto).
d) as redações têm sentido contrário: renunciar à objetividade é justamente não desenhar
objetivamente.
e) transfigurar é transformar, diferente de dispensar (abrir mão) Gabarito letra A.
8. (FCC / SEPLAG RECIFE / ANALISTA DE GESTÃO ADM. / 2019)
E alguém duvida de que ela tenha suas próprias razões de planejamento?
Está clara e correta, guardando sentido equivalente ao da frase acima, esta nova redação:
A) Não se duvidem de que tenha suas razões apropriadas para seu julgamento.
B) Ninguém duvida que o planejamento dela se aproprie de suas razões.
C) É próprio dela não nos deixar duvidar de que hajam razões em seu planejamento.
D) Razões próprias de planejamento: duvidará alguém de que ela as tenha?
E) Ela tem, com toda a propriedade, razões próprias para se deixar planejar.
Comentários:
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Nesse tipo de questão, embora haja foco na semântica, é sempre extremamente eficiente
eliminar as opções por erros gramaticais.
Vejamos o problema das opções:
A) Incorreto. Duvidar é VTI, não admite voz passiva, então a forma correta seria: não se duvide.
B) Incorreto. Duvidar pede preposição “DE”, que não pode ser omitida. Além disso, esse
“verbo” apropriar afetou o sentido. Ter suas próprias razões não é sinônimo de apropriar-se de
razões.
C) Incorreto. Haver no sentido de existir não vai ao plural: haja razões...
D) Incorreto. A redação está correta e é equivalente, apenas está invertida, com um objeto direto
pleonástico, repetido.
E) Incorreto. Além da redundância, razões próprias para se deixar planejar não é sinônimo de
“razões de planejamento”.Gabarito letra D.
9. (FCC / SEPLAG RECIFE / ANA. DE GESTÃO CONTÁBIL / 2019)
Tempo é dinheiro
O primeiro relógio mecânico de que se tem registro − um artefato movido pelo escoamento
da água sobre uma roda – foi inventado no século VIII por um matemático e monge budista
chinês chamado Yi Xing. Mas, quando os missionários jesuítas portugueses introduziram na
China, no século XVI, o relógio mecânico acionado por pesos e cordas, a novidade provocou
sensação e assombro na corte imperial. Mais do que qualquer outra novidade tecnológica
europeia, o aparelho deslumbrou os até então reticentes chineses não só pelo engenho e
precisão, mas como fonte de enlevo e contemplação.
Os relógios europeus foram recebidos pelos chineses como um convite, um estímulo à
meditação sobre o fluxo da existência, e foram tratados como verdadeiros brinquedos
metafísicos. Jamais lhes ocorreu, porém, a ideia de tirar proveito daquele dispositivo visando
disciplinar a jornada de trabalho, impor o ritmo dos negócios ou pautar a circulação das riquezas
entre os consumidores.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 154)
Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:
A) um artefato movido pelo escoamento da água (1º parágrafo) = um engenho apto a refluir a
água.
B) a novidade provocou sensação e assombro (1º parágrafo) = a originalidade impactou e
atemorizou.
C) os até então reticentes chineses (1º parágrafo) = os chineses àquela altura exultantes.
D) estímulo à meditação sobre o fluxo da existência (2º parágrafo) = motivo para apreender os
impactos da vida.
E) pautar a circulação das riquezas (2º parágrafo) = regular o fluxo dos bens econômicos.
Comentários:
Vejamos:
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A) Incorreto. Ser movido por água significa que a água é que alimenta o artefato; é diferente de
ser “apto a refluir” água, que indica uma capacidade do aparelho, não sua fonte de movimento.
B) Incorreto. Cuidado: novidade é diferente de originalidade. Todo dia se cria coisa nova, mas
raramente são originais.
C) Incorreto. “Reticente” é “hesitante”, “vacilante”, “incerto”; “exultante” é o um estado de
grande alegria, de euforia.
D) Incorreto. “meditar” é pensar detidamente em algo; “apreender” é entender, compreender.
Não são sinônimos, você pode meditar a vida toda sobre uma questão e nunca compreendê-la.
E) Correto. No contexto, as “riquezas” de um país foi utilizado no sentido de “a produção”
daquele país, seus produtos econômicos. Então, há equivalência de sentido. Gabarito letra E.
10. (FCC / SEPLAG RECIFE / ANA. DE GESTÃO CONTÁBIL / 2019)
A correção do segmento dado é preservada caso se substitua o elemento sublinhado pelo que
está entre parênteses no seguinte caso:
A) Os chineses inventaram o primeiro relógio mecânico de que se tem notícia (de cujo se sabe).
B) Os missionários portugueses introduziram na China seu relógio mecânico (deram origem à
China).
C) Os relógios europeus foram um estímulo à meditação dos chineses (impulso da).
D) Jamais lhes ocorreu a ideia de tirar outro proveito daquele artefato (se apresentou a eles).
E) O ritmo que o relógio impôs aos negócios mantém-se até hoje. (subordinou dos).
Comentários:
Vejamos:
A) Incorreto. Aqui temos problema de “cujo solto”: “cujo” o quê? O pronome não está ligando
dois substantivos, está “perdido” na oração.
B) Incorreto. “Introduzir na China” é apresentar na china, como novidade; não é fazer/criar/dar
origem ao país.
C) Incorreto. Os sentidos até são parecidos, mas há erro de regência: o impulso é A alguma
coisa, se essa coisa vai ser impulsionada.
D) Correto.
E) Incorreto. Além da redação confusa, há erro de regência, “subordinar” não pede preposição
“de”.
Gabarito letra D.
11. (FCC / SEPLAG RECIFE / ASS. DE GESTÃO PÚBLICA / 2019)
Há quem fale sobre uma futura desurbanização. Mas os especialistas [...] descartam essa
possibilidade. (2º parágrafo)
Esse trecho está reescrito com o sentido preservado, em linhas gerais, em:
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==2537cb==
A) Há quem cogite uma futura desurbanização; hipótese que os especialistas [...], contudo,
rejeitam.
B) Há quem refute uma futura desurbanização; os especialistas [...] a concebem como irrefreável,
no entanto.
C) Há quem defenda uma futura desurbanização, mesmo quando os especialistas [...] contestem
sua eficácia.
D) Há quem antecipe uma futura desurbanização, em contrapartida, os especialistas [...]
corroboram essa possibilidade.
E) Há quem espera uma futura desurbanização, os especialistas [...] não a consideram
conveniente.
Comentários:
Explicitando a relação de oposição existente entre os períodos, temos:
Uns falam de desurbanização, MAS os especialistas descartam/refutam tal ideia
Os especialistas não acreditam que vá haver desurbanização.
Esta relação está prevista na letra A, que apenas trocou a conjunção adversativa “mas” por
“contudo”, outra conjunção adversativa.
Na letra B, a palavra “irrefreável” altera os sentidos originais.
Na letra C, essa expressão “contestam sua eficácia” também não consta nas informações
originais.
Na letra D, não há nada disso de “corroborar”, pois os especialistas pensam de modo contrário,
e corroborar significa “confirmar”.
Na letra E, essa ideia de “conveniência” também é invenção da banca. Gabarito letra A.
12. (FCC / ICMS-SC / AUDITOR / 2018)
Sem prejuízo do sentido original e da correção, e sem que nenhuma outra modificação seja feita
na frase, o segmento sublinhado pode ser corretamente substituído pelo que se encontra entre
parênteses em:
A) Esses animais, mesmo (consoante) convivendo com outros animais...
B) Apesar de agora conhecermos uma molécula que (cuja) provoca os sintomas da solidão...
C) Suscetibilidade (Reação) ao estresse e aumento da agressividade.
D) ... um composto químico capaz de debelar (extinguir) os efeitos da solidão.
E) Que a solidão causa mudanças comportamentais ninguém duvida (não se questionam)...
Comentários:
(A) Incorreto. “Mesmo” indica concessão, “consoante” indica conformidade.
(B) Incorreto. “Cujo” não pode ser diretamente substituído por nenhum outro pronome relativo, o
que vale também para o caminho inverso.
(C) Incorreto. Suscetibilidade indica vulnerabilidade, estar sujeito a algo. Reação é o ato de reagir.
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(D) Correto. Debelar significa exatamente isto: vencer, extinguir.
(E) Incorreto. Duvidar é não acreditar. Questionar-se é refletir sobre algo, fazer perguntas a si
mesmo. Não são exatamente sinônimos. Gabarito letra D.
13. (FCC / SEFAZ-GO / AUDITOR / 2018)
Um seguimento do texto tem seu sentido adequadamente expresso em outras palavras em:
Esta visão é colocada sob a proteção de Apolo / Esta interpretação é mantida sob a égide de
Apolo.
Comentários:
Correta. Linguagem jurídica típica. Estar sob a égide de = estar sob a proteção de…
14. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUD. FISCAL DE TRIBUTOS / 2018)
A vida privada não é uma realidade natural, dada desde a origem dos tempos: é uma
realidade histórica. A história da vida privada é, em primeiro lugar, a história de sua definição:
como evoluiu sua distinção na sociedade francesa do século XX? Como o domínio da vida
privada variou em seu conteúdo e abrangência?
A questão é tanto mais importante na medida em que não é certo que seu contorno tenha o
mesmo sentido em todos os meios sociais. Para a burguesia da Belle Époque1, não há nenhumadúvida: o “muro da vida privada” separa claramente os domínios. Por trás desse muro protetor, a
vida privada e a família coincidem com bastante exatidão. Esse domínio abrange as fortunas, a
saúde, os costumes, a religião: se os pais que querem casar os filhos consultam o notário ou o
pároco para “tomar informações” sobre a família de um eventual pretendente, é porque a família
oculta cuidadosamente ao público o tio fracassado, o irmão de costumes dissolutos e o montante
das rendas. E Jaurès2, respondendo a um deputado socialista que lhe censurava a comunhão
solene da filha: “Meu caro colega, você sem dúvida faz o que quer de sua mulher, eu não”,
marcava com grande precisão a fronteira entre sua existência de político e sua vida privada.
Essa separação era organizada por uma densa teia de prescrições. A baronesa Staffe3, por
exemplo, cita: “Quanto menos relações mantemos com a vizinhança, mais merecemos a estima e
consideração dos que nos cercam”, “não devemos falar de assuntos íntimos com os parentes ou
amigos que viajam conosco na presença de desconhecidos”. O apartamento ou a casa burguesa,
aliás, se caracterizam por uma nítida diferença entre as salas para as visitas e os demais
aposentos. O lugar da família propriamente dita não é o salão: as crianças não entram no
aposento quando há visitas e, como explica a baronesa, as fotos de família ficariam deslocadas
nesse recinto. Ademais, as salas de visitas não são abertas a todos. Se toda dama da boa
sociedade tem seu “dia” de receber − em 1907, são 178 em Nevers4 −, a visita à esposa de um
figurão supõe uma apresentação prévia. As salas de recepção estabelecem, portanto, um espaço
de transição para a vida privada propriamente dita.
(Adaptado de: PROST, Antoine. Fronteiras e espaços do privado. In: PROST, Antoine; VINCENT, Gérard (orgs.).
História da vida privada 5: Da Primeira Guerra a nossos dias. Trad. Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das
Letras, 2009, p. 14 e 15.)
Obs.:
1 Período de cultura cosmopolita na história da Europa que vai de fins do século XIX até a eclosão da Primeira Guerra Mundial.
2 Jean Léon Jaurès (1859-1914): político socialista francês.
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3 Pseudônimo de Blanche-Augustine-Angèle Soyer (1843-1911), autora francesa, célebre em seu tempo pela obra Uso do mundo,
sobre como saber viver na sociedade moderna.
4 Região da França, ao sul-sudeste
Formulação alternativa à do segmento transcrito que não prejudica o sentido original é:
A) para “tomar informações” sobre a família de um eventual pretendente (2º parágrafo) / para
discretamente examinar a vida familiar do então candidato à mão da jovem em idade de casar.
B) era organizada por uma densa teia de prescrições (3º parágrafo) / era assentada em cerrada
estrutura de explícitas proibições.
C) Ademais, as salas de visitas não são abertas a todos (3º parágrafo) / O mais relevante é que as
salas de visitas não são facultadas a todos.
D) a visita à esposa de um figurão supõe uma apresentação prévia (3º parágrafo) / quem queira
visitar o cônjuge de uma pessoa de grande influência social tem de submeter-se a uma avaliação
impreterível.
E) As salas de recepção estabelecem, portanto, um espaço de transição para a vida privada
propriamente dita. (3º parágrafo) / As salas de recepção são, assim, compatíveis com um espaço
em que se transita pela vida privada dos moradores, tomada a expressão “vida privada” em seu
sentido exato.
Comentários:
Em questões desse tipo, busque sempre a palavra que tem sentido evidentemente diferente e
avance. A banca sempre deixa uma palavra marcantemente diferente para o candidato perceber.
Vejamos:
a) Incorreto. “Tomar informações” não tem em si mesmo o sentido de “examinar discretamente”.
Além disso, “pretendente” não implica necessariamente a idade da pessoa pretendida.
b) Incorreto. Prescrição é orientação, indicação, recomendação, não é sinônimo de algo
explicitamente proibido.
c) Incorreto. “Ademais” tem sentido de soma, mas não indica que a informação adicionada é a
“mais relevante”.
d) Correto. O grande desafio da questão era aceitar que “supõe uma avaliação prévia” era
equivalente a “tem de submeter-se a uma avaliação impreterível”. Não se esqueçam de que as
relações de sinonímia são feitas no contexto, pois isoladamente as expressões podem soar muito
distintas. Vejam que “supõe” dá uma ideia de “requisito”, algo que é uma condição
indispensável, algo que “deve ser feito” previamente. Então, essa “apresentação” mencionada
no texto é justamente uma avaliação a que a visita se submete antes de visitar a “esposa do
figurão”, no sentido de que a pessoa deveria ser conhecida, avaliada, aprovada para então ter
acesso ao espaço mais próximo à vida privada da família. Então, foi nessa linha que a banca
embasou seu entendimento. Não é um gabarito “perfeito”, mas a questão não foi anulada.
Então, vale o esforço de acertar, não de recorrer.
e) Incorreto. A sala de recepção não é um espaço onde se transita pela vida privada dos
moradores, é apenas um “espaço de transição”, uma espécie de “entrada”, de onde já se
poderia vislumbrar, apenas um pouco, a vida privada daquelas famílias. Além disso, não há no
texto um “sentido exato” para “vida privada”. Gabarito letra D.
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LISTA DE QUESTÕES - COESÃO - FCC
1. (FCC /MPE PB/2023)
Leia o texto “Liberdade e necessidade ao revés”, de Eduardo Giannetti.
“Por meios honestos se você conseguir, mas por quaisquer meios faça dinheiro”, preconiza –
prenhe de sarcasmo – o verso de Horácio. Desespero, precisão ou cobiça, dentro ou fora da lei: o
dinheiro nos incita a fazer o que de outro modo não faríamos. Suponha, entretanto, um súbito e
imprevisto bafejo da fortuna – um prêmio lotérico, uma indenização milionária, uma inesperada
herança. Quem continuaria a fazer o que faz para ganhar a vida caso não fosse mais necessário
fazê-lo? Estamos acostumados a considerar o trabalho como algo a que nos sujeitamos, mais ou
menos a contragosto, para obter uma renda – como um sacrifício ou necessidade imposta de
fora; ao passo que o consumo é tomado como a esfera por excelência da livre escolha: o
território sagrado para o exercício da nossa liberdade individual. A possibilidade de satisfazer,
ainda que parcialmente, nossos desejos e fantasias de consumo se afigura como a merecida
recompensa – ou suborno, diriam outros – capaz de atenuar a frustração e aliviar o aborrecimento
de ocupações que de outro modo não teríamos e não nos dizem respeito.
Daí que, na feliz expressão do jovem Marx, “o trabalhador só se sente ele mesmo quando não
está trabalhando; quando ele está trabalhando, ele não se sente ele mesmo”. – Mas, se o mundo
do trabalho está vedado às minhas escolhas e modo de ser; onde poderei expressar a minha
individualidade? Impedido de ser quem sou no trabalho – escritório, chão de fábrica, call center,
guichê, balcão –, extravaso a minha identidade no consumo – shopping, butique, salão,
restaurante, showroom. Fonte de elã vital, o ritual da compra energiza e a posse ilumina a alma
do consumidor. A compra de bens externos molda a identidade e acena com a promessa de
distinção: ser notado, ser ouvido, ser tratado com simpatia, respeito e admiração pelos demais.
Não o que faço, mas o que possuo – e, sobretudo, o que sonho algum dia ter – diz ao mundo
quem sou. Servo impessoal no ganho, livre e soberano no gasto.
(Adaptado de: GIANNETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016)
O termo sublinhado em “Estamos acostumados a considerar o trabalho como algo a que nos
sujeitamos, mais ou menos a contragosto, para obter uma renda” (1o parágrafo) refere-se aA) nos [pronome].
B) nós [sujeito oculto de “sujeitamos”].
C) algo.
D) renda.
E) contragosto.
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2. (FCC / PREF. RECIFE / 2022)
O dono do pequeno restaurante é amável, sem derrame, e a fregueses mais antigos
oferece, antes do menu, o jornal do dia “facilitado”, isto é, com traços vermelhos cercando as
notícias importantes. Vez por outra, indaga se a comida está boa, oferece cigarrinho, queixa-se
do resfriado crônico e pergunta pelo nosso, se o temos; se não temos, por aquele regime
começado em janeiro, e de que desistimos. Também pelos filmes de espionagem, que mexem
com ele na alma.
Espetar a despesa não tem problema, em dia de barra pesada. Chega a descontar o
cheque a ser recebido no mês que vem (“Falta só uma semana, seu Adelino”).
Além dessas delícias raras, seu Adelino faculta ao cliente dar palpites ao cozinheiro e
beneficiar-se com o filé mais fresquinho, o palmito de primeira, a batata feita na hora,
especialmente para os eleitos. Enfim, autêntico papo-firme.
Uma noite dessas, o movimento era pequeno, seu Adelino veio sentar-se ao lado da antiga
freguesa. Era hora do jantar dele, também. O garçom estendeu-lhe o menu e esperou. Seu
Adelino, calado, olhava para a lista inexpressiva dos pratos do dia. A inspiração não vinha. O
garçom já tinha ido e voltado duas vezes, e nada. A freguesa resolveu colaborar:
− Que tal um fígado acebolado?
− Acabou, madame − atalhou o garçom.
− Deixe ver… Assada com coradas, está bem?
− Não, não tenho vontade disso − e seu Adelino sacudiu a cabeça.
− Bem, estou vendo aqui umas costeletas de porco com feijão-branco, farofa e arroz…
− Não é mau, mas acontece que ainda ontem comi uma carnezita de porco, e há dois dias
que me servem feijão ao almoço − ponderou.
A freguesa de boa vontade virou-se para o garçom:
− Aqui no menu não tem, mas quem sabe se há um bacalhau a qualquer coisa? − pois seu
Adelino (refletiu ela) é português, e como todo lusíada que se preza, há de achar isso a pedida.
Da cozinha veio a informação:
− Tem bacalhau à Gomes de Sá. Quer?
− Pode ser isso − concordou seu Adelino, sem entusiasmo.
Ao cabo de dez minutos, veio o garçom brandindo o Gomes de Sá. A freguesa olhou o
prato, invejando-o, e, para estimular o apetite de seu Adelino:
− Está uma beleza!
− Não acho muito não − retorquiu, inapetente.
O prato foi servido, o azeite adicionado, e seu Adelino traçou o bacalhau, depois de lhe
ser desejado bom apetite. Em silêncio. Vendo que ele não se manifestava, sua leal conviva
interpelou-o:
− Como é, está bom?
Com um risinho meio de banda, fez a crítica:
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− Bom nada, madame. Isso não é bacalhau à Gomes de Sá nem aqui nem em Macau. É
bacalhau com batatas. E vou lhe dizer: está mais para sem gosto do que com ele. A batata me
sabe a insossa, e o bacalhau salgado em demasia, ai!
A cliente se lembrou, com saudade vera, daquele maravilhoso Gomes de Sá que se come
em casa de d. Concessa. E foi detalhando:
− Lá em casa é que se prepara um legal, sabe? Muito tomate, pimentão, azeite de
verdade, para fazer um molho pra lá de bom, e ainda acrescentam um ovo…
Seu Adelino emergiu da apatia, comoveu-se, os olhos brilhando, desta vez em sorriso
aberto:
− Isso mesmo! Ovo cozido e ralado, azeitonas portuguesas, daquelas… Um santo,
santíssimo prato!
Mas, encarando o concreto:
− Essa gente aqui não tem a ciência, não tem a ciência!
− Espera aí, seu Adelino, vamos ver no jornal se tem um bom filme de espionagem para o
senhor se consolar. Não tinha, infelizmente.
(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. 70 histórias. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 110-111)
e pergunta pelo nosso, se o temos (1º parágrafo)
O garçom estendeu-lhe o menu (4º parágrafo)
Os termos sublinhados acima referem-se, respectivamente, a
A) resfriado − seu Adelino
B) resfriado − garçom
C) cigarrinho − seu Adelino
D) resfriado − freguesa
E) cigarrinho − freguesa
3. (FCC / ALAP / ASS. LEGISLATIVO / 2020)
O avanço ainda se restringe a âmbitos estritamente técnicos, sem utilidade cotidiana, mas já é
apelidado de “o Santo Graal da computação”. Isso porque o feito, se comprovado, atingiu o que
se conhece como “supremacia quântica”. A nomenclatura indica um momento da civilização em
que os computadores talvez sejam tão (ou mais) competentes quanto os seres humanos.
A nomenclatura indica aquele momento da civilização em que os computadores seriam tão (ou
mais) competentes quanto os seres humanos. (5º parágrafo)
No contexto, o termo “nomenclatura” refere-se a
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A) momento da civilização.
B) supremacia quântica.
C) seres humanos.
D) feito.
E) computadores.
4. (FCC / ISS-MANAUS / ASS. TÉCNICO DE TI - PROGRAMADOR / 2019)
Hoje as forças da criação de riqueza já não favorecem a expansão da privacidade, mas trabalham
para solapá-la.
Encaramos um futuro no qual a vigilância ativa é uma parte tão rotineira das transações...
A conexão histórica entre a privacidade e a riqueza ajuda a explicar por que a privacidade está
sob ataque hoje. A situação nos faz recordar que ela não é um traço básico da existência
humana...
No contexto, os elementos sublinhados acima referem-se, respectivamente, a:
A) riqueza − vigilância − existência humana.
B) privacidade − futuro − privacidade.
C) privacidade − futuro − existência humana.
D) riqueza − futuro − privacidade.
E) privacidade − vigilância − privacidade.
5. (FCC / ISS-MANAUS / ASS. TÉCNICO FAZENDÁRIO / 2019)
− Não me refiro apenas àquelas empresas ligadas à tecnologia que notoriamente possuem
inovação em seu DNA...
− ...uma nova maneira de compor que se tornou conhecida como dodecafonismo...
− ...as composições de Schoenberg possam a princípio parecer difíceis de apreciar, a história da
música reservou-lhe um lugar de destaque...
Os elementos sublinhados nas frases acima remetem, respectivamente, a:
A) empresas – dodecafonismo − Schoenberg
B) tecnologia – dodecafonismo − composições
C) empresas − uma nova maneira de compor − Schoenberg
D) tecnologia − uma nova maneira de compor − Schoenberg
E) empresas − dodecafonismo − composições
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6. (FCC / BANRISUL / ESCRITURÁRIO / 2019)
Considere as seguintes orações:
I. O universo é infinito.
II. A infinitude do universo atemoriza o homem.
III. O homem deplora sua condição de mortal.
Essas três orações constituem um período de redação clara, coerente e correta no seguinte caso:
A) Ainda que seja infinito e atemorize o homem, o universo faz o homem deplorar sua condição
de mortal.
B) Ao deplorar sua condição de mortal, o homem considera infinito o universo em que se
atemoriza.
C) Atemorizado pela infinitude do universo, deplora o homem a sua mortalidade.
D) Sendo infinito o universo, eis por que o homem se atemoriza, quando deplora sua condição
de mortal.
E) O universo infinito atemoriza o homem, cuja condição é assim mortalmente deplorável.
7. (FCC / SEPLAG RECIFE / ANA. DE PLAN. ORÇ. E GESTÃO / 2019)
Um juramento expõe a beleza da vontade humana, como afirmação nossa, mas sua quebra
mostra também nossos limites.
Numa nova e igualmente correta redação da frase acima, iniciada agora pelo segmento A quebra
de um juramento mostra nossos limites, pode-se seguir esta coerentecomplementação:
A) embora não deixe de expor a beleza que está em afirmarmos nossa vontade.
B) uma vez que nossa vontade, com sua beleza, afirma nosso acordo com a Natureza.
C) à medida em que nossa vontade acaba expondo toda a sua beleza.
D) até por que também se expõem o que há de belo na afirmação de nossa vontade.
E) não fosse a beleza que também têm na quebra mesma da nossa vontade.
8. (FCC / TRT 6ª REGIÃO / ANA. JUDICIÁRIO – ADM. / 2018)
Vou falar da palavra pessoa, que persona lembra. Acho que aprendi o que vou contar com meu
pai. Quando elogiavam demais alguém, ele resumia sóbrio e calmo: é, ele é uma pessoa. Até
hoje digo, como se fosse o máximo que se pode dizer de alguém que venceu numa luta, e digo
com o coração orgulhoso de pertencer à humanidade: ele, ele é um homem.
Persona. Tenho pouca memória, por isso já não sei se era no antigo teatro grego que os atores,
antes de entrar em cena, pregavam ao rosto uma máscara que representava pela expressão o
que o papel de cada um deles iria exprimir.
Bem sei que uma das qualidades de um ator está nas mutações sensíveis de seu rosto, e que a
máscara as esconde. Por que então me agrada tanto a ideia de atores entrarem no palco sem
rosto próprio? Quem sabe, eu acho que a máscara é um dar-se tão importante quanto o dar-se
pela dor do rosto. Inclusive os adolescentes, estes que são puro rosto, à medida que vão vivendo
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==2537cb==
fabricam a própria máscara. E com muita dor. Porque saber que de então em diante se vai passar
a representar um papel é uma surpresa amedrontadora. É a liberdade horrível de não ser. É a
hora da escolha.
Mesmo sem ser atriz nem ter pertencido ao teatro grego – uso uma máscara. Aquela mesma que
nos partos de adolescência se escolhe para não se ficar desnudo para o resto da luta. Não, não é
que se faça mal em deixar o próprio rosto exposto à sensibilidade. Mas é que esse rosto que
estava nu poderia, ao ferir-se, fechar-se sozinho em súbita máscara involuntária e terrível. É, pois,
menos perigoso escolher sozinho ser uma pessoa. Escolher a própria máscara é o primeiro gesto
involuntário humano. E solitário. Mas quando enfim se afivela a máscara daquilo que se escolheu
para representar o mundo, o corpo ganha uma nova firmeza, a cabeça ergue-se altiva como a de
quem superou um obstáculo. A pessoa é.
Se bem que pode acontecer uma coisa que me humilha contar.
É que depois de anos de verdadeiro sucesso com a máscara, de repente – ah, menos que de
repente, por causa de um olhar passageiro ou uma palavra ouvida – de repente a máscara de
guerra de vida cresta-se toda no rosto como lama seca, e os pedaços irregulares caem com um
ruído oco no chão. Eis o rosto agora nu, maduro, sensível quando já não era mais para ser. E ele
chora em silêncio para não morrer. Pois nessa certeza sou implacável: este ser morrerá. A menos
que renasça até que dele se possa dizer “esta é uma pessoa”.
(Adaptado de: LISPECTOR, Clarice. “Persona”, em Clarice na cabeceira: crônicas. Rio de Janeiro, Rocco Digital,
2015)
Nos segmentos que representava (2º parágrafo), as esconde (3º parágrafo) e como a de quem
superou um obstáculo (4º parágrafo), os termos sublinhados se referem, respectivamente, a:
A) rosto − mutações sensíveis − máscara
B) máscara − mutações sensíveis − cabeça
C) rosto − qualidades − firmeza
D) máscara − qualidades − cabeça
E) máscara − mutações sensíveis − firmeza
9. (FCC / DPE-AM / ANALISTA DE BANCO DE DADOS / 2018)
Todos nós, em algum grau, fazemos empréstimos de terceiros, da cultura à nossa volta. As ideias
estão no ar, e nos apropriamos, muitas vezes sem perceber, de frases e da linguagem da época.
A própria língua é emprestada: não a inventamos. Nós a descobrimos, ainda que possamos
usá-la e interpretá-la de modos muito individuais.
Julgue o item a seguir:
O elemento “a” retoma “cultura” no segmento Nós a descobrimos
10. (FCC / TRT 24ª REGIÃO / Técnico / 2017)
Um estudo revela que o índice de fraudes on-line acompanha o aumento do número de
transações on-line, e 50% das organizações de serviços financeiros pesquisadas acreditam que há
um crescimento das fraudes financeiras eletrônicas. Esse avanço, juntamente com o crescimento
massivo dos pagamentos eletrônicos combinado aos novos avanços tecnológicos e às mudanças
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nas demandas corporativas, tem forçado, nos últimos anos, muitas delas a melhorar a eficiência
de seus processos de negócios.
No segundo parágrafo do texto, o termo “delas” refere-se a
A) fraudes financeiras eletrônicas.
B) organizações de serviços financeiros.
C) demandas corporativas.
D) transações on-line.
E) mudanças.
11. (FCC / TRT 24ª REGIÃO / ANALISTA / 2017)
Considere este segmento do texto:
Submetermo-nos à visada do jornalista que compôs a notícia [...] é desfazermo-nos da nossa
própria capacidade de análise [...]
Está inteiramente clara, coerente e correta esta nova redação dada ao segmento acima:
A) Caso não nos desfazermos da nossa capacidade de analisar, nos inclinaremos diante do olhar
próprio do jornalista que deu a notícia.
B) Se aceitarmos inteiramente a perspectiva de quem redigiu a notícia, não nos valeremos de
nossa própria faculdade de interpretá-la.
C) Quem se compraz a ver uma reportagem do ângulo jornalístico, acaba por renunciar à
possibilidade de compreendê-lo a partir de si mesmo.
D) À medida em que nos curvamos pelo poder de quem noticia, deixamo-nos de avaliar por nós
mesmos nossa capacidade de análise.
E) Estaremos divergindo da nossa possibilidade de interpretar, caso nos deixássemos levar pelo
ângulo das notícias com que nos submetemos.
12. (FCC / TRT 11ª REGIÃO / TÉCNICO / 2017)
Freud uma vez recebeu carta de um conhecido pedindo conselhos diante de uma escolha
importante da vida. A resposta é surpreendente: para as decisões pouco importantes, disse ele,
vale a pena pensar bem. Quanto às grandes escolhas da vida, você terá menos chance de errar
se escolher por impulso.
A sugestão parece imprudente, mas Freud sabia que as razões que mais pesam nas grandes
escolhas são inconscientes, e o impulso obedece a essas razões. Claro que Freud não se referia
às vontades impulsivas proibidas. Falava das decisões tomadas de “cabeça fria”, mas que
determinam o rumo de nossas vidas. No caso das escolhas profissionais, as motivações
inconscientes são decisivas. Elas determinam não só a escolha mais “acertada”, do ponto de
vista da compatibilidade com a profissão, como são também responsáveis por aquilo que
chamamos de talento. Isso se decide na infância, por mecanismos que chamamos de
identificações. Toda criança leva na bagagem alguns traços da personalidade dos pais. Parece um
processo de imitação, mas não é: os caminhos das identificações acompanham muito mais os
desejos não realizados dos pais do que aqueles que eles seguiram na vida.
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Junto com as identificações formam-se os ideais. A escolha profissional tem muito a ver com
o campo de ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém consegue se entregar
profissionalmente a uma prática que não represente os valores em que ela acredita.
Está correto o que se afirma em:
A) O segmento sublinhado em ... que não represente os valores em que ela acredita... (3°
parágrafo) pode ser substituído por “no qual”.
B) Ambos os elementos sublinhados em ... Freud sabia que as razões que mais pesam... (2°
parágrafo) são pronomes.
C) A frase ... você terá menoschance de errar se escolher por impulso... (1° parágrafo) pode ser
redigida do seguinte modo: “devem haver menos chances de errar na escolha impulsiva”.
D) O elemento sublinhado em ... aqueles que eles seguiram na vida... (2° parágrafo) refere-se a
“ideais”.
E) Na frase Parece um processo de imitação, mas não é:... (2° parágrafo), o sinal de dois-pontos
pode ser substituído por “pois”, precedido de vírgula.
13. (FCC / TRT 23ª REGIÃO / ANALISTA / 2016)
Nasci na Rua Faro, a poucos metros do Bar Joia, e, muito antes de ir morar no Leblon, o
Jardim Botânico foi meu quintal. Era ali, por suas aleias de areia cor de creme, que eu caminhava
todas as manhãs de mãos dadas com minha avó. Entrávamos pelo portão principal e seguíamos
primeiro pela aleia imponente que vai dar no chafariz. Depois, íamos passear à beira do lago, ver
as vitórias-régias, subir as escadarias de pedra, observar o relógio de sol. Mas íamos, sobretudo,
catar mulungu.
Mulungu é uma semente vermelha com a pontinha preta, bem pequena, menor do que um
grão de ervilha. Tem a casca lisa, encerada, e em contraste com a pontinha preta seu vermelho é
um vermelho vivo, tão vivo que parece quase estranho à natureza. É bonita. Era um verdadeiro
prêmio conseguir encontrar um mulungu em meio à vegetação, descobrir de repente a casca
vermelha e viva cintilando por entre as lâminas de grama ou no seio úmido de uma bromélia.
Lembro bem com que alegria eu me abaixava e estendia a mão para tocar o pequeno grão, que
por causa da ponta preta tinha uma aparência que a mim lembrava vagamente um olho.
Disse isso à minha avó e ela riu, comentando que eu era como meu pai, sempre prestava
atenção nos detalhes das coisas. Acho que já nessa época eu olhava em torno com olhos
mínimos. Mas a grandeza das manhãs se media pela quantidade de mulungus que me restava na
palma da mão na hora de ir para casa. Conseguia às vezes juntar um punhado, outras vezes
apenas dois ou três. E é curioso que nunca tenha sabido ao certo de onde eles vinham, de que
árvore ou arbusto caíam aquelas sementes vermelhas. Apenas sabíamos que surgiam no chão ou
por entre as folhas e sempre numa determinada região do Jardim Botânico.
Mas eu jamais seria capaz de reconhecer uma árvore de mulungu. Um dia, procurei no
dicionário e descobri que mulungu é o mesmo que corticeira e que também é conhecido pelo
nome de flor-de-coral. ''Árvore regular, ornamental, da família das leguminosas, originária da
Amazônia e de Mato Grosso, de flores vermelhas, dispostas em racimos multifloros, sendo as
sementes do fruto do tamanho de um feijão (mentira!), e vermelhas com mácula preta (isto, sim)'',
dizia.
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Mas há ainda um outro detalhe estranho – é que não me lembro de jamais ter visto uma
dessas sementes lá em casa. De algum modo, depois de catadas elas desapareciam e hoje me
pergunto se não era minha avó que as guardava e tornava a despejá-las nas folhagens todas as
manhãs, sempre que não estávamos olhando, só para que tivéssemos o prazer de encontrá-las. O
fato é que não me sobrou nenhuma e elas ganharam, talvez por isso, uma aura de magia, uma
natureza impalpável. Dos mulungus, só me ficou a memória − essa memória mínima.
... que a mim lembrava vagamente um olho. (2° parágrafo)
... que me restava na palma da mão... (3° parágrafo)
... o prazer de encontrá-las. (5° parágrafo)
Os elementos sublinhados acima referem-se, na ordem dada, a:
A) grão – quantidade – sementes
B) grão – grandeza – folhagens
C) ponta preta – mulungus – sementes
D) aparência – quantidade – sementes
E) aparência – mulungus – folhagens-
14. (FCC / SEFAZ-PE / Julgador Tributário / 2015) Adaptada
O universo político deixa de reduzir-se ao concerto das grandes potências, a saber, quatro ou
cinco grandes Estados europeus, mais os Estados Unidos e o Japão. O número dos Estados
multiplicou-se: é um aspecto e uma decorrência da descolonização.
Em O universo político deixa de reduzir-se ao concerto das grandes potências, a saber, quatro ou
cinco grandes Estados europeus, mais os Estados Unidos e o Japão, o segmento destacado
introduz correção do conteúdo do enunciado anterior.
15. (FCC / PROFESSOR ADJUNTO I / 2015)
Vamos supor que toda palavra tenha uma vocação primeira. A palavra mudança, por exemplo,
nasceu filha da transformação e da troca, e desde pequena servia para descrever o processo de
mutação de uma coisa em outra coisa que não deixou de ser, na essência, a mesma coisa –
quando a coisa é trocada por outra coisa, não é mudança, é substituição. A palavra justiça, por
exemplo, brotou do casamento dos direitos com a igualdade: servia para tornar igual aquilo que
tinha o direito de ser igual, mas não estava sendo tratado como tal.
No entanto as palavras cresceram. E, assim como as pessoas, foram sendo contaminadas pelo
mundo à sua volta. As palavras, coitadas, não sabem escolher amizade, não sabem dizer não. A
liberdade, por exemplo, é dessas palavras que só dizem sim. Não nasceu de ninguém. Nasceu
contra tudo: a prisão, a dependência, o poder, o dinheiro – mas não se espante se você vir a
liberdade vendendo absorvente, desodorante, cartão de crédito, empréstimo de banco.
De acordo com o texto, a frase que contém sentido figurado é:
A) Vamos supor que toda palavra tenha uma vocação primeira.
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B) ... servia para descrever o processo de mutação de uma coisa em outra coisa.
C) ... quando a coisa é trocada por outra coisa, não é mudança, é substituição.
D) A palavra justiça, por exemplo, brotou do casamento dos direitos com a igualdade.
E) ... servia para tornar igual aquilo que tinha o direito de ser igual.
16. (FCC / SEFAZ-PE / Julgador Tributário / 2015)
Análise da coesão textual evidencia que a alternativa em que estão corretamente indicados, em I,
o segmento que reporta a outro do texto e, em II, o segmento reportado, é:
A) I. (linha 4) que;
II. (linhas 3 e 4) a constituição de um terceiro mundo.
B) I. (linha 5) o enfrentamento dos dois blocos;
II. (linha 2) a Segunda Guerra Mundial.
C) I. (linhas 11 a 13) quatro ou cinco grandes Estados europeus, mais os Estados Unidos e o
Japão;
II. (linha 11) o concerto das grandes potências.
D) I. (linhas 8 e 9) a condição dos países que se tornam atores da diplomacia;
II. (linha 7) a entrada.
E) I. (linha 30) que;
II. (linhas 29 e 30) esses três grandes fatos.
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GABARITO
1. LETRA C
2. LETRA A
3. LETRA B
4. LETRA B
5. LETRA C
6. LETRA C
7. LETRA A
8. LETRA B
9. INCORRETA
10.LETRA B
11.LETRA B
12.LETRA E
13.LETRA D
14. INCORRETA
15.LETRA D
16.LETRA B
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LISTA DE QUESTÕES - REESCRITURA - FCC
1. (FCC / SEDU-ES / 2022)
Considere as afirmações abaixo.
I. O colégio da Tia Gracinha preservava os valores tradicionais da época.
II. Os valores tradicionais do colégio se refletiriam no futuro das alunas.
III. As alunas do colégio acolhiam valores úteis para seu futuro.
Essas três afirmações integram-se com correção, clareza e coerência neste período único:
A) Apesar de serem tradicionais, os valores úteis que as alunas do colégio da Tia Gracinha
preservavam eram acolhidos em seu futuro.
B) Sendo tradicionais, as alunas do colégio da Tia Gracinha haviam preservado seu futuro graças
aos valoresúteis que se refletiam.
C) A acolhida dos valores tradicionais da época traziam às alunas do colégio da Tia Gracinha uma
utilidade para sua vida futura.
D) O futuro das alunas do colégio da Tia Gracinha, aonde imperava valores tradicionais, estariam
assim mesmo garantidos para as mesmas.
E) Preservavam-se àquela época, no colégio da Tia Gracinha, valores tradicionais que viriam a ser
úteis no futuro das alunas.
2. (FCC / TRT 4ª REGIÃO / 2022)
As calçadas
As calçadas O inglês tem um verbo curioso, to loiter, que quer dizer, mais ou menos, andar
devagar ou a esmo, ficar à toa, zanzar (grande palavra), vagabundear, ou simplesmente não
transitar. E nos Estados Unidos (não sei se na Inglaterra também), loitering é uma contravenção.
Você pode ser preso por loitering, por estar parado em vez de transitando, numa calçada. O que
diferencia um abusivo loitering de uma apenas inocente ausência de movimento ou de direção
depende, imagino, da interpretação do guarda, ou também daquela sutil subjetividade que
também define o que é uma “atitude suspeita”.
Mas é difícil pensar em outra coisa que divida mais claramente o mundo anglo-saxão do
mundo latino do que o loitering, que não tem nem tradução exata em língua românica, que eu
saiba. Se loitering fosse contravenção na Itália, onde ficar parado na rua para conversar ou
apenas para ver os que transitam transitarem é uma tradição tão antiga quanto a sesta, metade
da população viveria na cadeia. Na Espanha, toda a população viveria na cadeia.
Talvez a diferença entre a América e a Europa, e a vantagem econômica da América sobre
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os povos que zanzam, se explique pelos conceitos diferentes de calçada: um lugar utilitário por
onde se ir (e, claro, voltar) ou um lugar para se estar, de preferência com outros. Os franceses,
apesar de latinos, não costumam usar tanto a calçada como sala, não porque tenham se
americanizado para aumentar a produção, mas porque preferem usá-la como café, e estar com
outros sentados. Desperdiça-se tempo, mas ganham-se anos de vida, parados numa calçada.
(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008, p. 69-70)
Considere esta frase:
O que diferencia um abusivo loitering de uma apenas inocente ausência de movimento depende
da interpretação do guarda.
Uma nova, correta e coerente redação dessa frase poderia assim se constituir: A depender da
interpretação do guarda,
A) se estabelece a distinção entre o abuso do loitering e a mera falta de movimento.
B) o abusivo loitering e a ingênua falta de movimentação seriam indiferentes.
C) tanto seria inocente o loitering como abusiva a simples falta de movimentação.
D) diferenciariam-se tanto uma prática inocente como uma ação abusiva do loitering.
E) ainda que fosse inocente a ausência de movimento, poderia ser abusivo o loitering.
3. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL / 2020)
A frase em que a substituição do segmento sublinhado por um particípio de valor equivalente foi
feita de forma adequada é:
A) O terreno que está sob as águas do rio / submetido às;
B) Um edifício que está sobre duas rochas / construído;
C) Os restos que estão na lata do lixo / acolhidos;
D) O estado que está entre Amazonas e Maranhão / posto;
E) Um carro que está na garagem / paralisado.
4. (FCC / ISS-MANAUS / TÉCNICO DE TI / 2019)
Darwin nos trópicos
Ao desembarcar no litoral brasileiro em 1832, na baía de Todos os Santos, o grande cientista
Darwin deslumbrou-se com a natureza nos trópicos e registrou em seu diário: “Creio, depois do
que vi, que as descrições gloriosas de Humboldt* são e sempre serão inigualáveis: mas mesmo
ele ficou aquém da realidade”. Mas a paisagem humana, ao contrário, causou-lhe asco e
perplexidade: “Hospedei-me numa casa onde um jovem escravo era diariamente xingado,
surrado e perseguido de um modo que seria suficiente para quebrar o espírito do mais reles
animal.”
O mais surpreendente, contudo, é que a revolta não o impediu de olhar ao redor de si com
olhos capazes de ver e constatar que, não obstante a opressão a que estavam submetidos, a
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vitalidade e a alegria de viver dos africanos no Brasil traziam em si a chama de uma irrefreável
afirmação da vida. Darwin chegou mesmo a desejar que o Brasil seguisse o exemplo da rebelião
escrava do Haiti. Frustrou-se esse desejo de uma rebelião ao estilo haitiano, mas confirmou-se
sua impressão: a África salva o Brasil.
Respeitando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:
A) descrições gloriosas (1º parágrafo) = impressões empenhadas.
B) causou-lhe asco e perplexidade (1º parágrafo) = submeteu-o a relutantes sentimentos.
C) suficiente para quebrar o espírito (1º paragrafo) = disponível para aquebrantar o humor.
D) olhos capazes de ver e constatar (2º parágrafo) = olhos dispostos a analisar e discorrer.
E) chama de uma irrefreável afirmação (2º parágrafo) = ardor de uma incontida positivação.
5. (FCC / AFAP / ADVOGADO / 2019)
[Vocação de professor]
Escritor nas horas vagas, sou professor por vocação e destino. “A quem os deuses odeiam,
fazem-no pedagogo”, diz o antigo provérbio; assim, pois, dando minhas aulas há tantos anos,
talvez esteja expiando algum crime que ignoro, cometido porventura nalguma existência anterior.
Apesar disso, não tenho maiores queixas de um ofício que, mantendo-me sempre no meio dos
moços, me dá a ilusão de envelhecer menos rapidamente do que aqueles que passam a vida
inteira entre adultos solenes e estereotipados.
Outra vantagem da minha profissão principal é fornecer material copioso para a profissão
acessória. Se fosse ficcionista, que mina não teria à mão no mundo da adolescência, mina ainda
insuficientemente explorada e cheia de tesouros! Mas, como não sou ficcionista, utilizo-me desse
cabedal apenas para observação e reflexão; às vezes o aproveito nalgum monólogo inócuo,
como este.
(Adaptado de: RÓNAI, Paulo. Como aprendi o Português e outras aventuras. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro,
2014, p. 109)
Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:
A) fazem-no pedagogo (1º parágrafo) = incentivam-no a ser um educador.
B) expiando algum crime que ignoro (1º parágrafo) = focalizando algum deslize insuspeito.
C) cometido porventura (1º parágrafo) = desempenhado afortunadamente.
D) fornecer material copioso (2º parágrafo) = implementar objetiva medida.
E) utilizo-me desse cabedal (2º parágrafo) = lanço mão dessa riqueza.
6. (FCC / BANRISUL / ESCRITURÁRIO / 2019)
A chave do tamanho
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O antes de nascer e o depois de morrer: duas eternidades no espaço infinito circunscrevem o
nosso breve espasmo de vida. A imensidão do universo visível com suas centenas de bilhões de
estrelas costuma provocar um misto de assombro, reverência e opressão nas pessoas. “O silêncio
eterno desses espaços infinitos me abate de terror”, afligia-se o pensador francês Pascal. Mas
será esse necessariamente o caso?
O filósofo e economista inglês Frank Ramsey responde à questão com lucidez e bom humor:
“Discordo de alguns amigos que atribuem grande importância ao tamanho físico do universo.
Não me sinto absolutamente humilde diante da vastidão do espaço. As estrelas podem ser
grandes, mas não pensam nem amam – qualidades que impressionam bem mais do que o
tamanho. Não acho vantajoso pesar quase cento e vinte quilos”.
Com o tempo não é diferente.E se vivêssemos, cada um de nós, não apenas um punhado de
décadas, mas centenas de milhares ou milhões de anos? O valor da vida e o enigma da
existência renderiam, por conta disso, os seus segredos? E se nos fosse concedida a
imortalidade, isso teria o dom de aplacar de uma vez por todas o nosso desamparo cósmico e as
nossas inquietações? Não creio. Mas o enfado, para muitos, seria difícil de suportar.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 35)
Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:
A) circunscrevem o nosso breve espasmo (1º parágrafo) = retificam nosso rápido incômodo
B) misto de assombro, reverência e opressão (1º parágrafo) = contrição de susto, desassombro e
restrição
C) responde à questão com lucidez e bom humor (2º parágrafo) = elucida a pergunta com
irreverência imaginosa
D) renderiam (...) os seus segredos? (3º parágrafo) = revelariam os seus mistérios?
E) teria o dom de aplacar de uma vez (3º parágrafo) = traria o mérito de retribuir no ato
7. (FCC / BANRISUL / ESCRITURÁRIO / 2019)
Demonstra-se boa compreensão de um segmento do texto no seguinte caso:
A) Se, para contrabalançar minhas lacunas, me houvesse Deus concedido o (...) dom = caso Deus
tivesse compensado minhas falhas agraciando-me com o talento
B) o próprio retratado com todos seus pés-de-galinha minuciosamente contadinhos = o fotógrafo
mesmo, que não poupa detalhes, perde-se ao contar minúcias
C) com a qual jamais poderemos competir em matéria de objetividade = com cuja materialidade
nem mesmo sendo objetivos havemos de tratar
D) Não sei por que motivo há de a gente desenhar tão objetivamente as coisas = Não vejo razão
para renunciarmos à objetividade quando desenhamos
E) O restante eu transfiguraria em conformidade com meu desejo de fantasia = O que sobrasse
eu dispensaria para poder fazer jus ao meu critério de artista
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8. (FCC / SEPLAG RECIFE / ANALISTA DE GESTÃO ADM. / 2019)
E alguém duvida de que ela tenha suas próprias razões de planejamento?
Está clara e correta, guardando sentido equivalente ao da frase acima, esta nova redação:
A) Não se duvidem de que tenha suas razões apropriadas para seu julgamento.
B) Ninguém duvida que o planejamento dela se aproprie de suas razões.
C) É próprio dela não nos deixar duvidar de que hajam razões em seu planejamento.
D) Razões próprias de planejamento: duvidará alguém de que ela as tenha?
E) Ela tem, com toda a propriedade, razões próprias para se deixar planejar.
9. (FCC / SEPLAG RECIFE / ANA. DE GESTÃO CONTÁBIL / 2019)
Tempo é dinheiro
O primeiro relógio mecânico de que se tem registro − um artefato movido pelo escoamento
da água sobre uma roda – foi inventado no século VIII por um matemático e monge budista
chinês chamado Yi Xing. Mas, quando os missionários jesuítas portugueses introduziram na
China, no século XVI, o relógio mecânico acionado por pesos e cordas, a novidade provocou
sensação e assombro na corte imperial. Mais do que qualquer outra novidade tecnológica
europeia, o aparelho deslumbrou os até então reticentes chineses não só pelo engenho e
precisão, mas como fonte de enlevo e contemplação.
Os relógios europeus foram recebidos pelos chineses como um convite, um estímulo à
meditação sobre o fluxo da existência, e foram tratados como verdadeiros brinquedos
metafísicos. Jamais lhes ocorreu, porém, a ideia de tirar proveito daquele dispositivo visando
disciplinar a jornada de trabalho, impor o ritmo dos negócios ou pautar a circulação das riquezas
entre os consumidores.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 154)
Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:
A) um artefato movido pelo escoamento da água (1º parágrafo) = um engenho apto a refluir a
água.
B) a novidade provocou sensação e assombro (1º parágrafo) = a originalidade impactou e
atemorizou.
C) os até então reticentes chineses (1º parágrafo) = os chineses àquela altura exultantes.
D) estímulo à meditação sobre o fluxo da existência (2º parágrafo) = motivo para apreender os
impactos da vida.
E) pautar a circulação das riquezas (2º parágrafo) = regular o fluxo dos bens econômicos.
10. (FCC / SEPLAG RECIFE / ANA. DE GESTÃO CONTÁBIL / 2019)
A correção do segmento dado é preservada caso se substitua o elemento sublinhado pelo que
está entre parênteses no seguinte caso:
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==2537cb==
A) Os chineses inventaram o primeiro relógio mecânico de que se tem notícia (de cujo se sabe).
B) Os missionários portugueses introduziram na China seu relógio mecânico (deram origem à
China).
C) Os relógios europeus foram um estímulo à meditação dos chineses (impulso da).
D) Jamais lhes ocorreu a ideia de tirar outro proveito daquele artefato (se apresentou a eles).
E) O ritmo que o relógio impôs aos negócios mantém-se até hoje. (subordinou dos).
11. (FCC / SEPLAG RECIFE / ASS. DE GESTÃO PÚBLICA / 2019)
Há quem fale sobre uma futura desurbanização. Mas os especialistas [...] descartam essa
possibilidade. (2º parágrafo)
Esse trecho está reescrito com o sentido preservado, em linhas gerais, em:
A) Há quem cogite uma futura desurbanização; hipótese que os especialistas [...], contudo,
rejeitam.
B) Há quem refute uma futura desurbanização; os especialistas [...] a concebem como irrefreável,
no entanto.
C) Há quem defenda uma futura desurbanização, mesmo quando os especialistas [...] contestem
sua eficácia.
D) Há quem antecipe uma futura desurbanização, em contrapartida, os especialistas [...]
corroboram essa possibilidade.
E) Há quem espera uma futura desurbanização, os especialistas [...] não a consideram
conveniente.
12. (FCC / ICMS-SC / AUDITOR / 2018)
Sem prejuízo do sentido original e da correção, e sem que nenhuma outra modificação seja feita
na frase, o segmento sublinhado pode ser corretamente substituído pelo que se encontra entre
parênteses em:
A) Esses animais, mesmo (consoante) convivendo com outros animais...
B) Apesar de agora conhecermos uma molécula que (cuja) provoca os sintomas da solidão...
C) Suscetibilidade (Reação) ao estresse e aumento da agressividade.
D) ... um composto químico capaz de debelar (extinguir) os efeitos da solidão.
E) Que a solidão causa mudanças comportamentais ninguém duvida (não se questionam)...
13. (FCC / SEFAZ-GO / AUDITOR / 2018)
Um seguimento do texto tem seu sentido adequadamente expresso em outras palavras em:
Esta visão é colocada sob a proteção de Apolo / Esta interpretação é mantida sob a égide de
Apolo.
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14. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUD. FISCAL DE TRIBUTOS / 2018)
A vida privada não é uma realidade natural, dada desde a origem dos tempos: é uma
realidade histórica. A história da vida privada é, em primeiro lugar, a história de sua definição:
como evoluiu sua distinção na sociedade francesa do século XX? Como o domínio da vida
privada variou em seu conteúdo e abrangência?
A questão é tanto mais importante na medida em que não é certo que seu contorno tenha o
mesmo sentido em todos os meios sociais. Para a burguesia da Belle Époque1, não há nenhuma
dúvida: o “muro da vida privada” separa claramente os domínios. Por trás desse muro protetor, a
vida privada e a família coincidem com bastante exatidão. Esse domínio abrange as fortunas, a
saúde, os costumes, a religião: se os pais quequerem casar os filhos consultam o notário ou o
pároco para “tomar informações” sobre a família de um eventual pretendente, é porque a família
oculta cuidadosamente ao público o tio fracassado, o irmão de costumes dissolutos e o montante
das rendas. E Jaurès2, respondendo a um deputado socialista que lhe censurava a comunhão
solene da filha: “Meu caro colega, você sem dúvida faz o que quer de sua mulher, eu não”,
marcava com grande precisão a fronteira entre sua existência de político e sua vida privada.
Essa separação era organizada por uma densa teia de prescrições. A baronesa Staffe3, por
exemplo, cita: “Quanto menos relações mantemos com a vizinhança, mais merecemos a estima e
consideração dos que nos cercam”, “não devemos falar de assuntos íntimos com os parentes ou
amigos que viajam conosco na presença de desconhecidos”. O apartamento ou a casa burguesa,
aliás, se caracterizam por uma nítida diferença entre as salas para as visitas e os demais
aposentos. O lugar da família propriamente dita não é o salão: as crianças não entram no
aposento quando há visitas e, como explica a baronesa, as fotos de família ficariam deslocadas
nesse recinto. Ademais, as salas de visitas não são abertas a todos. Se toda dama da boa
sociedade tem seu “dia” de receber − em 1907, são 178 em Nevers4 −, a visita à esposa de um
figurão supõe uma apresentação prévia. As salas de recepção estabelecem, portanto, um espaço
de transição para a vida privada propriamente dita.
(Adaptado de: PROST, Antoine. Fronteiras e espaços do privado. In: PROST, Antoine; VINCENT, Gérard (orgs.).
História da vida privada 5: Da Primeira Guerra a nossos dias. Trad. Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das
Letras, 2009, p. 14 e 15.)
Obs.:
1 Período de cultura cosmopolita na história da Europa que vai de fins do século XIX até a eclosão da Primeira Guerra Mundial.
2 Jean Léon Jaurès (1859-1914): político socialista francês.
3 Pseudônimo de Blanche-Augustine-Angèle Soyer (1843-1911), autora francesa, célebre em seu tempo pela obra Uso do mundo,
sobre como saber viver na sociedade moderna.
4 Região da França, ao sul-sudeste
Formulação alternativa à do segmento transcrito que não prejudica o sentido original é:
A) para “tomar informações” sobre a família de um eventual pretendente (2º parágrafo) / para
discretamente examinar a vida familiar do então candidato à mão da jovem em idade de casar.
B) era organizada por uma densa teia de prescrições (3º parágrafo) / era assentada em cerrada
estrutura de explícitas proibições.
C) Ademais, as salas de visitas não são abertas a todos (3º parágrafo) / O mais relevante é que as
salas de visitas não são facultadas a todos.
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D) a visita à esposa de um figurão supõe uma apresentação prévia (3º parágrafo) / quem queira
visitar o cônjuge de uma pessoa de grande influência social tem de submeter-se a uma avaliação
impreterível.
E) As salas de recepção estabelecem, portanto, um espaço de transição para a vida privada
propriamente dita. (3º parágrafo) / As salas de recepção são, assim, compatíveis com um espaço
em que se transita pela vida privada dos moradores, tomada a expressão “vida privada” em seu
sentido exato.
GABARITO
1. LETRA E
2. LETRA A
3. LETRA B
4. LETRA E
5. LETRA E
6. LETRA D
7. LETRA A
8. LETRA D
9. LETRA E
10.LETRA D
11.LETRA A
12.LETRA D
13.CORRETA
14.LETRA D
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