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CapÍtULo 8 – avaLIaÇão do deseMpenHo HUMano 215 autoavaliação do desempenho O ideal seria que cada pessoa avaliasse o seu pró- prio desempenho tomando por base alguns referenciais como critérios, a fim de evitar a subjetividade implíci- ta no processo. Nas organizações mais abertas e demo- cráticas, é o próprio indivíduo o responsável pelo seu desempenho e pela monitoração com a ajuda do seu superior. Nessas organizações, utiliza-se intensamente a autoavaliação, em que cada pessoa se avalia constante- mente quanto à performance, eficiência e eficácia, tendo em vista determinados parâmetros fornecidos pelo seu superior ou pela tarefa. Na verdade, cada pessoa pode e deve avaliar seu desempenho como um meio de alcan- çar metas e resultados fixados e superar expectativas. Avaliar quais são as necessidades e carências pessoais para melhorar o desempenho, quais os pontos fortes e os fracos, as potencialidades e fragilidades e, com isso, o que reforçar e como melhorar os seus resultados pessoais. Muitas organizações estão tentando desenvolver esque- mas de autoavaliação para suas equipes. Essa autoavalia- ção coletiva tem proporcionado excelentes resultados. gerente ou líder Em boa parte das organizações, cabe ao gerente ou ao executivo – como gestor de pessoas – a responsabi- lidade de linha pelo desempenho de seus subordina- dos e pela sua constante avaliação e comunicação de resultados. Quem avalia o desempenho do pessoal é o próprio gerente, com a assessoria da área de gestão de pessoas (GP) que estabelece os meios e os critérios para que a avaliação possa acontecer. Como o gerente não tem conhecimento especializado para projetar, man- ter e desenvolver um plano sistemático de avaliação das pessoas, a área de GP entra com a função de staff de montar, acompanhar e controlar o sistema, enquanto cada gerente mantém sua autoridade de linha avaliando o trabalho. Essa linha de trabalho tem proporcionado maior liberdade e flexibilidade para que cada gerente seja realmente o gestor do seu pessoal. avaliação interativa Se a avaliação do desempenho é uma responsabili- dade de linha e se o maior interessado nela é o próprio colaborador, uma alternativa interessante é a aproxi- mação das duas partes. O envolvimento do indivíduo e do gerente na avaliação é uma tendência muito forte. Nessa alternativa, o gerente funciona como o elemen- to de guia e orientação, enquanto o colaborador avalia o seu desempenho em função da retroação fornecida pelo gerente. O gerente fornece todos os recursos ao colaborador – informação, metas e objetivos a alcan- çar, orientação, treinamento, aconselhamento – e cobra resultados, enquanto o colaborador entrega o desem- penho e os resultados e cobra recursos do gerente. Um intercâmbio no qual ambos contribuem para a obtenção de resultados. A avaliação interativa é não estruturada e flexível, realizada pelo gerente por meio do contato direto e co- tidiano com o subordinado. A avaliação resulta de um entendimento entre gerente e colaborador, e não mais um ato de julgamento definitivo e superior a respeito do comportamento da pessoa. Quase uma negociação, no sentido de que ambos trocam ideias e informações, resultando daí um compromisso conjunto: o executivo proporciona todas as condições possíveis para o cresci- mento profissional do funcionário e, por outro lado, este busca alcançar os objetivos ou os resultados desejados por ambos. equipe de trabalho A própria equipe de trabalho avalia o seu desempe- nho como um todo e o de cada um de seus membros e programa com cada um deles as providências necessá- rias para sua melhoria. A equipe se torna responsável pela avaliação do desempenho de seus participantes e define os objetivos e as metas a alcançar. avaliação 360o A avaliação do desempenho é feita de modo circular por todos os elementos que mantêm alguma interação com o avaliado. Participam da avaliação, o gerente, os colegas e pares, subordinados, clientes internos e ex- ternos, fornecedores, enfim, todas as pessoas ao redor do avaliado em uma abrangência de 360o. A avaliação feita pelo entorno é mais rica por produzir diferentes informações vindas de todos os lados e funciona no sentido de assegurar adaptabilidade e ajustamento do funcionário às várias demandas que ele recebe de seu ambiente de trabalho ou de seus parceiros. Todavia, ficar na berlinda ou na passarela recebendo um verda- deiro tiroteio de todos os lados não é nada fácil para o avaliado. Este se torna muito vulnerável se não tiver a mente educada, aberta e receptiva para o sistema. 216 parte III – apLICando pessoas avaliação para cima É uma faceta específica da avaliação do gerente ou executivo. Ao contrário da avaliação do subordinado pelo superior, a avaliação para cima é o outro lado da moeda e permite que a equipe avalie o seu geren- te, como ele proporcionou os meios e recursos para a equipe alcançar seus objetivos e como ele poderia incrementar a eficácia da equipe e ajudar a melhorar resultados. A avaliação para cima permite que o grupo promova negociações e intercâmbios com o gerente exigindo novas abordagens em termos de liderança, motivação e comunicação que tornem as relações de trabalho mais livres e eficazes. O comando arbitrário do superior passa a ser substituído por uma nova forma de atuação democrática, sugestiva, consultiva e parti- cipativa. Algumas empresas vão mais além, ao propor a avaliação da própria companhia pelos colaboradores para obter retroação dos resultados alcançados e das medidas corretivas necessárias para ajustar o ambiente de trabalho às expectativas das pessoas. comissão de avaliação do desempenho Em algumas organizações, a avaliação do desempe- nho é atribuída a uma comissão designada para essa fi- nalidade. Trata-se de uma avaliação coletiva feita por um grupo de pessoas direta ou indiretamente interessadas no desempenho dos colaboradores. A comissão pode ser constituída de pessoas de diversas unidades organi- zacionais e formada por membros permanentes e tran- sitórios. Os membros permanentes (como o presidente da organização ou seu representante, o executivo maior de GP e o especialista em avaliação do desempenho) par- ticipam de todas as avaliações e o seu papel é moderar e assegurar a manutenção do equilíbrio dos julgamentos, do atendimento aos padrões organizacionais e da cons- tância do sistema. Os membros transitórios são o gerente de cada funcionário avaliado e o seu respectivo superior. Apesar da evidente distribuição de forças, esta al- ternativa é bastante criticada pelo aspecto fortemente centralizador e pelo espírito de julgamento quanto ao passado. Por essa razão, dificilmente a comissão central consegue focalizar a orientação e a melhoria contínua do desempenho. A comissão representa uma terceira parte, isto é, um elemento externo e estranho ao rela- cionamento entre o colaborador e seu entorno. Não deixa de ser uma opção onerosa, trabalhosa e demo- rada, já que todos os colaboradores devem passar pelo crivo da comissão. Além disso, as pessoas avaliadas se sentem inferiorizadas, como se o seu desempenho dependesse de uma comissão central que a todos julga, aprova ou desaprova, como em um tribunal. órgão de gestão de pessoas Trata-se da alternativa de avaliação de desempenho muito comum em organizações conservadoras, mas que está sendo abandonada pelo seu caráter extremamente centralizador, monopolizador e burocrático. Nessa al- ternativa, o órgão de RH assume totalmente a respon- sabilidade pela avaliação do desempenho das pessoas da organização. Quase sempre, as informações sobre o desempenho passado das pessoas são obtidas com cada gerente, processadas e interpretadas para gerar relatórios ou programas de providências que são coordenados pelo órgão de RH. Como todo processo centralizador, as regras e as normas burocráticas sempre tiram a liberdade e a flexibilidade das pessoas envolvidas no sistema. Além do mais, apresenta a desvantagemde trabalhar com médias e medianas, e não com o desempenho individualizado e singular de cada pessoa. Trabalha no genérico, não no particular. E provoca uma forte tendência à padroniza- ção do desempenho das pessoas na tentativa de eliminar suas diferenças individuais. avalIaçãO CrítICa: o que leva à excelência organizacional? Uma organização de elevado desempenho começa com pessoas de elevado desempenho. E pessoas com elevado desempenho dependem de uma função de GP de alto desempenho. Como alcançar isso tudo? vOltandO aO CasO IntrOdutórIO: as Indústrias reunidas Ômega Após consultar a opinião dos gerentes sobre o sis- tema de avaliação do desempenho, Rubens Alcântara pediu a Camila Câmara, gerente de RH, que estudasse o assunto e lhe oferecesse alternativas. Camila não perdeu tempo e ofereceu a Rubens uma visão dos métodos tradi- cionais de avaliação do desempenho. Ela queria mostrar que esses métodos, embora se baseassem no desem- penho passado, também ofereciam perspectivas para o futuro. Se estivesse no lugar de Camila, o que faria? CapÍtULo 8 – avaLIaÇão do deseMpenHo HUMano 217 go como um fator de avaliação, ela está sinalizando a todos os funcionários a importância e o realce que dá a esse aspecto. O número de fatores de avaliação varia conforme os interesses de cada organização, indo de 5 a 10, em geral. O método das escalas gráficas avalia o desempenho das pessoas por meio de fatores de avaliação previamen- te definidos e graduados. Para tanto, utiliza um formu- lário de dupla entrada, no qual as linhas horizontais representam os fatores de avaliação do desempenho, enquanto as colunas verticais representam os graus de variação daqueles fatores. Os fatores são previamente selecionados e escolhi- dos para definir em cada pessoa as qualidades que se pretende avaliar. Cada fator é definido com uma des- crição sumária, simples e objetiva. Quanto melhor essa descrição, maior a precisão do fator. Cada fator é dimen- sionado para retratar uma gama ampla de desempenho: desde o desempenho fraco ou insatisfatório até um de- sempenho ótimo ou excelente. Entre esses extremos, existem várias opções intermediárias. Definidos os fatores de avaliação, o segundo passo é a descrição dos graus de avaliação para definir as escalas de variação do desempenho em cada fator de avaliação. Geralmente, utilizam-se três, quatro ou cinco graus de variação (ótimo, bom, regular, sofrível e fraco) para cada fator. Com os fatores de avaliação e os respectivos graus, monta-se a escala gráfica de avaliação, conforme mostra a Figura 5. O método das escalas gráficas reduz as opções aos graus de variação dos fatores de avaliação, o que limita as possibilidades do avaliador. É também muito criti- cado quando reduz os resultados da avaliação a expres- sões numéricas por meio de tratamentos estatísticos mÉtodos tRadIcIonaIs de aValIação do desemPenHo Há uma variedade de métodos para avaliar o de- sempenho humano. Avaliar o desempenho de um grande número de pessoas nas organizações utilizan- do critérios de equidade e justiça e, ao mesmo tempo, estimulando-as não é tarefa fácil. Por essa razão, mui- tas organizações constroem seus próprios sistemas de avaliação ajustados às suas características peculiares e os desdobram em pessoal de direção e gerência (com foco na visão estratégica), mensalistas (foco na visão tática) e horistas (com foco na visão operacional). Os métodos tradicionais de avaliação do desempe- nho mais utilizados são: escalas gráficas, escolha for- çada, pesquisa de campo, incidentes críticos e listas de verificação (Figura 4). Escalas gráficas É um método baseado em uma tabela de dupla entra- da: nas linhas estão os fatores de avaliação e nas colunas estão os graus de avaliação do desempenho. Os fatores de avaliação são os critérios relevantes ou parâmetros básicos para avaliar o desempenho dos funcionários. O primeiro passo é a escolha e a definição dos fatores de avaliação do desempenho que servirão como o ins- trumento de aferição e comparação dos funcionários envolvidos. Os fatores de avaliação são comportamentos e atitudes selecionados e valorizados pela organização. Assim, os funcionários que mais os ostentam são aque- les que desempenham melhor as suas atividades, não importando exatamente qual cargo ocupem. Assim, se uma organização escolhe o conhecimento do car- fIgura 4 Critérios mais comuns de avaliação do desempenho. Habilidades/capacidades/necessidades/traços Comportamentos metas e resultados • Conhecimento do cargo • Conhecimento do negócio • Pontualidade • Assiduidade • Lealdade • Honestidade • Apresentação pessoal • Bom senso • Capacidade de realização • Compreensão de situações • Facilidade de aprender • Atitude pessoal • Desempenho da tarefa • Espírito de equipe • Relacionamento humano • Cooperação • Criatividade • Liderança • Hábitos de segurança • Responsabilidade • Atitude e iniciativa • Personalidade • Desembaraço • Prontidão • Quantidade de trabalho • Qualidade do trabalho • Atendimento ao cliente • Satisfação do cliente • Redução de custos • Rapidez nas soluções • Redução de refugos • Ausência de acidentes • Manutenção do equipamento • Atendimento a prazos • Foco em resultados • Aprimoramento técnico 218 parte III – apLICando pessoas fIgura 5 Escala gráfica de avaliação do desempenho. fatores ótimo bom regular Sofrível Fraco Produção (quantidade de trabalho realizada) Sempre ultrapassa os padrões Às vezes ultrapassa os padrões Satisfaz os padrões Às vezes abaixo dos padrões Sempre abaixo dos padrões Qualidade (esmero no trabalho) Excepcional qualidade no trabalho Superior qualidade no trabalho Qualidade satisfatória Qualidade insatisfatória Péssima qualidade no trabalho Conhecimento do trabalho (perícia no trabalho) Conhece todo o trabalho Conhecimento mais do que necessário Conhecimento suficiente Conhecimento de parte do trabalho Conhece pouco o trabalho Cooperação (relacionamento interpessoal) Excelente espírito de colaboração Bom espírito de colaboração Colaboração normal Pouca colaboração Nenhuma colaboração Compreensão de situações (capacidade de resolver problemas) Excelente capacidade de intuição Boa capacidade de intuição Satisfatória capacidade de intuição Pouca capacidade de intuição Nenhuma capacidade de intuição Criatividade (capacidade de inovar) Tem sempre excelentes ideias Quase sempre tem excelentes ideias Algumas vezes apresenta ideias Raramente apresenta ideias Nunca apresenta ideias Realização (capacidade de fazer) Excelente capacidade de realizar Boa capacidade de realizar Razoável capacidade de realizar Dificuldade em realizar Incapacidade de realizar ou matemáticos para proporcionar valores objetivos à avaliação das pessoas. É o caso em que os graus recebem valores numéricos, como ótimo = 5, bom = 4, regular = 3, sofrível = 2 e fraco = 1. prós e COntras: avaliação do desempenho por escalas gráficas prós •» Facilidade de planejamento e construção do instru- mento de avaliação. •» Simplicidade e facilidade de compreensão e utiliza- ção. •» Visão gráfica e global dos fatores de avaliação envol- vidos. •» Facilidade na comparação dos resultados de vários funcionários. •» Proporciona fácil retroação de dados ao avaliado. Contras •» Superficialidade e subjetividade na avaliação do de- sempenho. •» Produz efeito de generalização (hallo efect): se o avaliado recebe "bom" em um fator, provavelmente receberá "bom" em todos os demais fatores. •» Categorização e homogeneização das características individuais. •» Limitação dos fatores de avaliação: funciona como um sistema fechado. •» Rigidez e reducionismo no processo de avaliação. •» Nenhuma participação ativa do funcionário avaliado. •» Avalia apenas o desempenho passado. escolha forçada Para eliminar a superficialidade, a generalização e a subjetividade – aspectos característicos da escala gráfi-ca – surgiu o método da escolha forçada. Consiste em avaliar o desempenho das pessoas por meio de blocos de frases descritivas que focalizam certos aspectos do comportamento. Cada bloco é composto de duas, quatro ou mais frases. O avaliador escolhe forçosamente apenas uma ou duas frases em cada bloco que mais se aplicam ao desempenho do avaliado. Ou então, escolhe a frase que mais representa o desempenho do funcionário e a frase que mais se distancia dele. Daí, a denominação escolha forçada (Figura 6). CapÍtULo 8 – avaLIaÇão do deseMpenHo HUMano 219 prós e COntras: avaliação do desempenho por escolha forçada prós •» Evita o efeito de generalização (hallo efect) na ava- liação. •» Tira a influência pessoal do avaliador, isto é, tira a subjetividade. •» Não requer treinamento dos avaliadores para a apli- cação. Contras •» Complexidade no planejamento e na construção do instrumento. •» Não proporciona uma visão global dos resultados da avaliação. •» Não provoca retroação de dados, nem permite com- parações. •» Técnica pouco conclusiva a respeito dos resultados. •» Nenhuma participação ativa do avaliado. Pesquisa de campo É um dos métodos tradicionais mais completos de avaliação do desempenho. Baseia-se no princípio da res- ponsabilidade de linha e da função de staff no processo de avaliação do desempenho. Requer entrevistas entre o especialista em avaliação (staff) com os gerentes (linha) para, em conjunto, avaliar o desempenho dos funcioná- rios. Daí o nome pesquisa de campo. A partir da entrevista com cada gerente, o especialista preenche um formulário (Figura 7) para cada funcionário avaliado. O método se desenvolve em quatro etapas: entrevista de avaliação ini- cial, entrevista de análise complementar, planejamento das providências e acompanhamento dos resultados. prós e COntras: avaliação do desempenho por pesquisa de campo prós •» Envolve responsabilidade de linha (o gerente avalia) e função de staff (o DRH assessora) na avaliação do desempenho. avaliação de desempenho Nome: __________________________________ Cargo: _______ Departamento: __________________________________________________ Abaixo você encontrará blocos de frases. Marcar com um “x” na coluna ao lado: o sinal “+” para indicar a frase que melhor define o desempenho do funcionário e o sinal “-” para a frase que menos define o seu desempenho. Não deixar nenhum bloco sem preencher duas vezes. nº + – nº + – Apresenta produção elevada Dificuldade em lidar com pessoas Comportamento dinâmico Tem bastante iniciativa Tem dificuldade com números Gosta de reclamar É muito sociável Tem medo de pedir ajuda Tem espírito de equipe Tem potencial de desenvolvimento Gosta de ordem Toma decisões com critério Não suporta pressão É lento e demorado Aceita críticas construtivas Conhece o trabalho Tem boa aparência pessoal Nunca se mostra desagradável Comete muitos erros Produção razoável Oferece boas sugestões Tem boa memória Decide com dificuldade Expressa-se com dificuldade fIgura 6 Avaliação por escolha forçada. 220 parte III – apLICando pessoas método dos incidentes críticos É um método tradicional de avaliação do desempe- nho simples e que se baseia nas características extremas (incidentes críticos) que representam desempenhos altamente positivos (sucesso) ou altamente negativos (fracasso) (Figura 8). O método não se preocupa com o desempenho normal, mas com desempenhos excepcionais, sejam positivos ou negativos. Aproxima-se da técnica de ad- ministração por exceções utilizada por Taylor, no início do século XX. Cada fator de avaliação do desempenho é transformado em incidentes críticos ou excepcionais, para avaliar pontos fortes e pontos fracos de cada co- laborador. •» Permite planejamento de ações para o futuro (como programas de treinamento, orientação, aconselha- mento, etc.). •» Enfatiza a melhora do desempenho e o alcance de resultados. •» Proporciona profundidade na avaliação do desem- penho. •» Permite relação proveitosa entre gerente de linha e especialista de staff. Contras •» Custo operacional elevado por exigir a assessoria de especialista. •» Processo de avaliação lento e demorado. •» Pouca participação do avaliado, tanto na avaliação quanto nas providências. avaliação de desempenho Nome: __________________________________ Cargo: _______ Departamento: __________________________________________________ 1. O que poderia ser dito a respeito do funcionário? 2. O desempenho foi: Mais do que satisfatório? Satisfatório? Insatisfatório? Avaliação inicial 3. Por que o desempenho foi insatisfatório/satisfatório? 4. Que motivos poderiam justificar esse desempenho? 5. Foram atribuídas responsabilidades ao funcionário? 6. Por que o funcionário teve de assumir essas responsabilidades? 7. Ele tem qualidades e deficiências? Quais? Análise complementar 8. Que tipo de ajuda o funcionário recebeu? 9. Quais foram os resultados? 10. Ele precisa de treinamento? Já recebeu treinamento? Como? planejamento 11. Quais outros aspectos de desempenho são notáveis? 12. Qual plano de ação futuro recomenda ao funcionário? 13. Indicar, em ordem prioritária, dois substitutos para o funcionário. 14. Houve mudanças de substitutos em relação à avaliação anterior? Acompanhamento 15. Que avaliação se pode dar ao funcionário? Acima ou abaixo do padrão? 16. Este desempenho é característico do funcionário? 17. O funcionário foi avisado de suas deficiências? 18. O funcionário recebeu novas oportunidades para melhorar? fIgura 7 Método de avaliação do desempenho pela pesquisa de campo. CapÍtULo 8 – avaLIaÇão do deseMpenHo HUMano 221 prós e COntras: avaliação do desempenho por incidentes críticos prós •» Avalia o desempenho excepcionalmente bom e o excepcionalmente ruim. •» Enfatiza os aspectos excepcionais do desempenho. As exceções positivas devem ser realçadas e mais bem aplicadas, enquanto as exceções negativas devem ser eliminadas ou corrigidas. •» Método de fácil montagem e fácil utilização. Contras •» Não se preocupa com aspectos normais do desempenho. •» Fixa-se em poucos aspectos do desempenho. Daí, sua tendenciosidade e parcialidade. Listas de verificação É um método tradicional de avaliação de desempe- nho baseado em uma relação de fatores de avaliação (checklists) a respeito de cada funcionário (Figura 9). fIgura 8 Método de avaliação do desempenho por incidentes críticos. avaliação de desempenho Nome: __________________________________ Cargo: _______ Departamento: __________________________________________________ Aspectos excepcionalmente positivos Aspectos excepcionalmente negativos Sabe lidar com as pessoas Apresenta muitos erros Tem facilidade para trabalhar em equipe Tem falta de visão ampla do assunto Apresenta ideias inovadoras Demora a tomar decisões Tem características de liderança Tem espírito conservador e bitolado Tem facilidade de argumentação Tem dificuldade para lidar com números Tem espírito altamente empreendedor Tem comunicação deficiente avaliação de desempenho Nome: __________________________________ Cargo: _______ Departamento: __________________________________________________ áreas de desempenho 1 2 3 4 5 áreas de desempenho 1 2 3 4 5 Habilidade de decidir Iniciativa pessoal Aceita mudanças Suporta tensão e pressão Aceita direção Conhecimento do trabalho Aceita responsabilidades Liderança Atitude Qualidade do trabalho Atendimento às regras Quantidade de produção Cooperação Práticas de segurança Autonomia Planejamento e organização Atenção a custos Cuidado com o patrimônio fIgura 9 Método de avaliação do desempenho por listas de verificação. 222 parte III – apLICando pessoas Cada um desses fatores de desempenho recebe uma avaliação quantitativa. A lista de verificação funciona como uma espécie de lembrete para o gerente avaliar todas as características principais de um funcionário. Na prática, é uma simplificação do método das escalas gráficas. críticas aos métodos tradicionaisde avaliação do desempenho Os métodos tradicionais de avaliação do desempe- nho apresentam aspectos ultrapassados e negativos. Geralmente são burocratizados, rotineiros e repetitivos. Tratam as pessoas como sendo homogêneas e padro- nizadas. Além do mais, são autocontidos pelo fato de a avaliação funcionar como fim, e não como meio. Falta- -lhes liberdade de forma e conteúdo. As organizações estão buscando novos métodos mais participativos e impulsionadores de avaliação. A preocupação atual é desenvolver métodos capazes de dirigir os esforços das pessoas para objetivos e metas que sirvam ao negócio da empresa e aos interesses individuais das pessoas, na melhor forma possível de integrar objetivos organiza- cionais e objetivos individuais, sem conflitos e reforçan- do a colocação de que a avaliação do desempenho não é um fim em si mesma, mas um importante meio para melhorar e impulsionar o comportamento das pessoas. A tendência à desburocratização nos processos de avaliação das pessoas se mostra principalmente na re- dução radical do papelório e dos formulários, que antes eram a dor de cabeça dos executivos. A avaliação está se tornando simples e descontraída, isenta de formalis- mos exagerados e de critérios complicados e genéricos impostos por algum órgão centralizador e burocrático. Nesse sentido, a internet e a intranet têm ajudado muito. noVas aboRdagens na aValIação do desemPenHo As limitações dos métodos tradicionais de avaliação do desempenho têm levado as organizações à busca de soluções criativas e inovadoras. Estão surgindo novos métodos de avaliação do desempenho que se carac- terizam pela colocação totalmente nova do assunto: autoavaliação e autodireção das pessoas, maior partici- pação do funcionário em seu próprio planejamento de desenvolvimento pessoal, foco no futuro e na melhora do desempenho. avalIaçãO CrítICa: o sistema de medição e indicadores Os rumos da avaliação do desempenho são marcados por dois fatores importantes. O primeiro: as organizações estão substituindo a estrutura funcional e departamen- talizada pela organização por processos ou equipes, alterando profundamente os sistemas de indicadores e medições nelas. O segundo fator é a participação dos colaboradores nos resultados das organizações, o que re- quer um sistema de medições e indicadores que permita negociações francas e objetivas entre elas e seus funcio- nários. Contudo, existe ainda a ausência de indicadores de desempenho em muitas empresas ou a utilização de- sordenada de vários indicadores dispersos e desconexos que não proporcionam uma visão global adequada. As tendências que estão ocorrendo na avaliação do desempenho humano são as seguintes:11 •» Os indicadores devem ser sistêmicos: visuali- zando a empresa como um todo em um conjunto homogêneo e integrado que privilegie aspectos re- levantes. Os indicadores decorrem do planejamento estratégico que define o que, como e quando medir. Como efeito de cascata, identifica metas e objetivos dos departamentos e níveis hierárquicos envolvidos. Os indicadores devem estar ligados aos processos empresariais e focalizados no cliente interno ou ex- terno. Devem ser escolhidos como critérios específi- cos de avaliação, seja para premiações, remuneração variável, participação nos resultados, promoções, etc. Raramente um único indicador pode ser flexível e universal para servir a tantos critérios diferentes, daí a necessidade de vários indicadores. •» Os indicadores devem ser escolhidos em um conjunto: para evitar distorções e não desalinhar outros critérios de avaliação. Há quatro tipos gené- ricos de indicadores: »– Indicadores financeiros: relacionados com itens financeiros, como fluxo de caixa, lucrati- vidade, retorno sobre o investimento, relação entre custo e benefício, etc. »– Indicadores ligados ao cliente: como satisfação do cliente interno ou externo, tempo de entrega de pedidos, competitividade em preço ou quali- dade, fatia de mercado, etc. CapÍtULo 8 – avaLIaÇão do deseMpenHo HUMano 223 »– Indicadores internos: como tempos de proces- so, índices de segurança, índices de retrabalho, ciclo do processo, etc. »– Indicadores de inovação: como novos proces- sos, novos produtos, projetos de melhoria, me- lhoria contínua, qualidade total, P&D, etc. •» A avaliação do desempenho deve se basear em índices objetivos de referência: que possam balizar o processo, como indicadores de: »– Desempenho global (de toda a empresa). »– Desempenho departamental (de cada unidade). »– Desempenho grupal (de cada equipe). »– Desempenho individual (de cada pessoa). •» A avaliação do desempenho deve levar em conta o contexto geral: o ambiente externo também deve ser considerado pela evolução dos índices internos em confronto com indicadores externos amplos e genéricos, tais como: »– Índices de ordem econômica: relacionados com a conjuntura econômica da região, do país e do mundo em geral. »– Aspectos importantes de outras empresas: do mesmo ramo de negócio ou que apresentem similaridade com o negócio da empresa (bench- marking) como comparativo. •» A avaliação do desempenho como elemento in- tegrador das práticas de GP: a avaliação constitui a chave integradora dos processos de GP, provisão, aplicação, recompensas, desenvolvimento, manu- tenção e monitoramento de pessoas. Trata-se de um meio de lincagem para integrar todos os processos de GP. •» A avaliação do desempenho se baseia em pro- cessos não estruturados: sem os antigos rituais burocráticos no preenchimento de formulários e na comparação com fatores de avaliação genéricos. Uma desburocratização e desregulamentação. É uma avaliação interativa e não estruturada entre executi- vo e a pessoa em constante interação e negociação. Está havendo mudanças na forma e no conteúdo do processo. Os velhos métodos de escalas gráficas, es- colha forçada, pesquisa de campo, incidentes críticos e listagens de verificação estão sendo reformulados para chegar a uma nova configuração que atenda às novas imposições. •» A avaliação do desempenho como forma de re- troação às pessoas: a avaliação constitui um ins- trumento de realimentação da informação, ou seja, de retroinformação para proporcionar às pessoas orientação, autoavaliação, autodireção e autocontro- le. Nesse contexto, adquire um sentido mais amplo e abrangente com novos aspectos, tais como: »– Competências pessoais: envolvendo a capa- cidade de aprendizagem e a criação de novos e diferentes conhecimentos, habilidades e com- petências. »– Competências tecnológicas: envolvendo a ca- pacidade de assimilação do conhecimento de di- ferentes técnicas necessárias ao desempenho que envolva generalidade e multifuncionalidade. »– Competências metodológicas: envolvendo a capacidade de iniciativa e espírito empreende- dor para resolução espontânea de problemas e situações. »– Competências sociais: envolvendo a capacidade de relacionamento humano com pessoas e gru- pos, bem como em trabalho em equipe. As pessoas precisam conseguir reunir doses de cada uma dessas diferentes competências. Para tanto, devem receber retroação suficiente para autodiagnosticar a presença/ausência no desempenho. •» A avaliação do desempenho está enfatizando cada vez mais os resultados: as metas e os objetivos a atingir são mais importantes do que o comportamen- to em si. Os meios estão cedendo lugar aos fins alcan- çados ou que se pretende alcançar. Os meios devem fi- car por conta das pessoas que os escolhem livremente, segundo suas preferências ou competências pessoais. Os fins passam a ser o parâmetro da avaliação para premiar ou recompensar o trabalho excelente. É o desempenho eficaz e não apenas o desempenho efi- ciente que interessa. As organizações de alto desem- penho procuram criar as condições ideais para obter e manter o alto desempenho de seus funcionários. •» A avaliação do desempenho está sendo relacio- nada com a noção de expectância: a expectância é a relação entre as expectativaspessoais e as recom- pensas decorrentes do nível de produtividade do indivíduo. Trata-se de uma teoria contingencial da motivação na qual a produtividade é vista como um resultado intermediário em uma cadeia que conduz a determinados resultados desejados pelo funcionário, como dinheiro, promoção, apoio do gerente, aceita- ção grupal, reconhecimento, etc. Trata-se de elevar o nível de valência positiva da produtividade e da qua- lidade no trabalho. Em outros termos, elevar o grau de instrumentalidade da excelência no comporta- mento de trabalho. Isso significa botar na cabeça das