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2 2
SUMÁRIO
1. DIREITO DE AÇÃO PENAL........................................................................................................ 3
2. CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL ................................................................................................. 4
2.1 Condições genéricas da ação penal .................................................................................... 5
2.2 Condições específicas ou de procedibilidade da ação penal........................................... 11
2.3 Condições de prosseguibilidade ....................................................................................... 12
2.4 Condições objetivas de punibilidade e escusas absolutórias.......................................... 13
3. CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES PENAIS.................................................................................... 14
4. PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL................................................................................................ 17
4.1 Princípio do ne procedat iudex ex officio ........................................................................... 17
4.2 Princípio do ne bis in idem ................................................................................................. 17
4.3 Princípio da intranscendência........................................................................................... 18
4.4 Princípio da oficialidade .................................................................................................... 19
4.5 Princípio da oficiosidade ................................................................................................... 19
5. PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PÚBLICA ................................................................................ 19
5.1 Princípio da obrigatoriedade ou legalidade processual .................................................. 19
5.2 Princípio da indisponibilidade ou indesistibilidade......................................................... 21
5.3 Princípio da divisibilidade ................................................................................................. 22
6. PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PRIVADA ................................................................................ 22
6.1 Princípio da oportunidade ou conveniência .................................................................... 23
6.2 Princípio da disponibilidade.............................................................................................. 23
6.3 Princípio da indivisibilidade .............................................................................................. 23
7. QUADRO RESUMO DOS PRINCÍPIOS.................................................................................... 25
8. AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA ........................................................................... 25
9. AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA............................................................................... 27
9.1 Representação.................................................................................................................... 28
9.2 Requisição do Ministro da Justiça ..................................................................................... 32
10. AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA................................................................................. 33
10.1 Ação penal exclusivamente privada ................................................................................ 33
10.2 Ação penal privada personalíssima................................................................................. 35
11. AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA ............................................................. 35
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA ........................................................................................................ 38
32
SUMÁRIO
1. DIREITO DE AÇÃO PENAL........................................................................................................ 3
2. CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL ................................................................................................. 4
2.1 Condições genéricas da ação penal .................................................................................... 5
2.2 Condições específicas ou de procedibilidade da ação penal........................................... 11
2.3 Condições de prosseguibilidade ....................................................................................... 12
2.4 Condições objetivas de punibilidade e escusas absolutórias.......................................... 13
3. CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES PENAIS.................................................................................... 14
4. PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL................................................................................................ 17
4.1 Princípio do ne procedat iudex ex officio ........................................................................... 17
4.2 Princípio do ne bis in idem ................................................................................................. 17
4.3 Princípio da intranscendência........................................................................................... 18
4.4 Princípio da oficialidade .................................................................................................... 19
4.5 Princípio da oficiosidade ................................................................................................... 19
5. PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PÚBLICA ................................................................................ 19
5.1 Princípio da obrigatoriedade ou legalidade processual .................................................. 19
5.2 Princípio da indisponibilidade ou indesistibilidade......................................................... 21
5.3 Princípio da divisibilidade ................................................................................................. 22
6. PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PRIVADA ................................................................................ 22
6.1 Princípio da oportunidade ou conveniência .................................................................... 23
6.2 Princípio da disponibilidade.............................................................................................. 23
6.3 Princípio da indivisibilidade .............................................................................................. 23
7. QUADRO RESUMO DOS PRINCÍPIOS.................................................................................... 25
8. AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA ........................................................................... 25
9. AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA............................................................................... 27
9.1 Representação.................................................................................................................... 28
9.2 Requisição do Ministro da Justiça ..................................................................................... 32
10. AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA................................................................................. 33
10.1 Ação penal exclusivamente privada ................................................................................ 33
10.2 Ação penal privada personalíssima................................................................................. 35
11. AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA ............................................................. 35
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA ........................................................................................................ 38
3
1. DIREITO DE AÇÃO PENAL
O direito de ação pode ser conceituado como o direito público subjetivo de pe-
dir ao Estado-Juiz a aplicação do direito penal objetivo ao caso concreto. Assim, segundo 
Renato Brasileiro (p. 199), “funciona como o direito que a parte acusadora - Ministério Públi-
co ou ofendido (querelante) – tem de, mediante o devido processolegal, provocar o Estado 
a dizer o direito objetivo no caso concreto”.
Vale ressaltar que há corrente minoritária que sustenta que a ação penal não se-
ria um direito, mas sim um poder, porque a contrapartida seria uma sujeição do Estado-
-Juiz, que está obrigado a se manifestar.
O direito de ação encontra respaldo constitucional no princípio da inafastabilida-
de da jurisdição:
Art. 5º (...)
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito;
Por outro lado, ação é o ato jurídico, a iniciativa de se ir à justiça em busca da 
efetiva prestação da tutela jurisdicional.
A doutrina aponta como características do direito de ação penal as seguintes:
I) Direito público: a atividade jurisdicional que se pretende provocar é de nature-
za pública, sendo a ação exercida contra o próprio Estado. Mesmo se tratando de ação penal 
de iniciativa privada, a ação continua sendo um direito público.
II) Direito subjetivo: o titular do direito de ação penal é quem pode exigir do Es-
tado-juiz a prestação jurisdicional.
III) Direito autônomo: o direito de ação penal não se confunde com o direito 
material violado.
IV) Direito abstrato: o direito de ação penal considera-se exercido, ainda que não 
seja julgado procedente o pedido do autor. Portanto, independe da procedência ou impro-
cedência da ação.
V) Direito determinado: o direito de ação é um instrumento conexo a um fato 
concreto, pretendendo solucionar uma pretensão de direito material.
4 4
VI) Direito específico: o conteúdo do direito de ação é o objeto da imputação, ou 
seja, o fato delituoso.
2. CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL
As condições da ação consistem nos requisitos necessários e condicionantes ao 
exercício regular do direito de ação. Vale registrar que, não obstante o CPC/2015 tenha su-
primido a expressão “condição da ação”, essas alterações não causam tanto impacto na es-
fera processual penal, uma vez que o art. 395, II, do CPP, assevera que a denúncia ou queixa 
será rejeitada quando faltar condições para o exercício da ação penal.
TEORIAS SOBRE AS CONDIÇÕES DA AÇÃO
	Teoria eclética: defende que a existência do direito de ação é independente 
da existência do direito material, porém é necessário o preenchimento de certos requisi-
tos formais, chamados de condições da ação. 
Assim, as condições da ação não se confundem com o mérito, de forma que, 
a qualquer tempo no processo e em qualquer grau de jurisdição, verificada a ausência de 
alguma condição da ação, deverá o juiz extinguir o processo sem resolução do mérito 
por carência da ação.
	Teoria da asserção (in status assertionis ou teoria dela prospettazione): as 
condições da ação são analisadas pelo juiz com base nos elementos apresentados pelo 
próprio autor da ação na petição inicial, sem nenhum aprofundamento cognitivo.
Portanto, se, nessa fase, o juiz constata a ausência de alguma condição da 
ação, deverá extinguir o processo sem resolução do mérito por carência da ação. To-
davia, se há necessidade de uma cognição mais aprofundada para analisar a presença 
das condições da ação, elas passam a ser analisadas como mérito, gerando, pois, uma 
sentença de rejeição do pedido com formação de coisa julgada formal e material.
Essa foi a teoria adotada pelo STJ:
As condições da ação, dentre elas o interesse processual e a le-
gitimidade ativa, definem-se da narrativa formulada inicial, não 
da análise do mérito da demanda (teoria da asserção), razão pela 
qual não se recomenda ao julgador, na fase postulatória, se apro-
fundar no exame de tais preliminares.
STJ. 3ª Turma. REsp 1561498/RJ, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado 
em 01/03/2016.
54
VI) Direito específico: o conteúdo do direito de ação é o objeto da imputação, ou 
seja, o fato delituoso.
2. CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL
As condições da ação consistem nos requisitos necessários e condicionantes ao 
exercício regular do direito de ação. Vale registrar que, não obstante o CPC/2015 tenha su-
primido a expressão “condição da ação”, essas alterações não causam tanto impacto na es-
fera processual penal, uma vez que o art. 395, II, do CPP, assevera que a denúncia ou queixa 
será rejeitada quando faltar condições para o exercício da ação penal.
TEORIAS SOBRE AS CONDIÇÕES DA AÇÃO
	Teoria eclética: defende que a existência do direito de ação é independente 
da existência do direito material, porém é necessário o preenchimento de certos requisi-
tos formais, chamados de condições da ação. 
Assim, as condições da ação não se confundem com o mérito, de forma que, 
a qualquer tempo no processo e em qualquer grau de jurisdição, verificada a ausência de 
alguma condição da ação, deverá o juiz extinguir o processo sem resolução do mérito 
por carência da ação.
	Teoria da asserção (in status assertionis ou teoria dela prospettazione): as 
condições da ação são analisadas pelo juiz com base nos elementos apresentados pelo 
próprio autor da ação na petição inicial, sem nenhum aprofundamento cognitivo.
Portanto, se, nessa fase, o juiz constata a ausência de alguma condição da 
ação, deverá extinguir o processo sem resolução do mérito por carência da ação. To-
davia, se há necessidade de uma cognição mais aprofundada para analisar a presença 
das condições da ação, elas passam a ser analisadas como mérito, gerando, pois, uma 
sentença de rejeição do pedido com formação de coisa julgada formal e material.
Essa foi a teoria adotada pelo STJ:
As condições da ação, dentre elas o interesse processual e a le-
gitimidade ativa, definem-se da narrativa formulada inicial, não 
da análise do mérito da demanda (teoria da asserção), razão pela 
qual não se recomenda ao julgador, na fase postulatória, se apro-
fundar no exame de tais preliminares.
STJ. 3ª Turma. REsp 1561498/RJ, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado 
em 01/03/2016.
5
Tem prevalecido na jurisprudência do STJ o entendimento de que 
a aferição das condições da ação deve ocorrer in status assertionis, 
ou seja, à luz das afirmações do demandante (Teoria da Asserção).
STJ. 2ª Turma. REsp 1395875/PE, Rel. Min. Herman Benjamin, jul-
gado em 20/02/2014.
Portanto, no processo penal, a presença das condições da ação deve ser ana-
lisada durante o juízo de admissibilidade da peça acusatória, de maneira que a denúncia 
ou a queixa deverá ser rejeitada quando faltar alguma condição da ação, nos termos do 
CPP:
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da 
ação penal; ou
No processo penal, as condições da ação subdividem-se em genéricas e específi-
cas ou de procedibilidade.
2.1 Condições genéricas da ação penal
As condições genéricas da ação penal são aquelas que devem estar presentes em 
todas as ações. Aqui, são aplicadas as mesmas condições da ação do processo civil: possibi-
lidade jurídica do pedido, legitimidade e interesse de agir. Vejamos cada uma delas:
I) Possibilidade jurídica do pedido: o pedido formulado pela parte deve ser uma 
providência que encontre respaldo no ordenamento jurídico. No processo penal, trata-se de 
previsão expressa de pedido condenatório.
Assim, para que o pedido seja juridicamente possível no processo penal e tendo 
em vista o princípio da legalidade (art. 5º, XXXIV, da CF/88 e art. 1º do CP), é necessária a exis-
tência de norma jurídica definindo a conduta imputada ao acusado como infração penal, 
cominando uma respectiva sanção. Explica, pois, Renato Brasileiro (p. 204):
De modo a não se confundir a análise dessa condição da ação com o 
mérito, a apreciação da possibilidade jurídica do pedido deve ser fei-
ta sobre a causa de pedir (causa petendi), considerada em tese, des-
vinculada de qualquer prova porventura existente. Analisa-se o fato 
tal qual narrado na inicial, sem se discutir se é ou não verdadeira, a 
fim de concluir se o ordenamento material lhe comina, em abstrato, 
uma sanção.
6 6
Dessa forma, pode-se citar como exemplo de impossibilidade jurídica do pedido 
a atipicidade da conduta e o oferecimento de denúncia contra menorde 18 (dezoito) anos.
Atenção! A doutrina critica a transposição simplista dos conceitos do direito processual 
civil para o processo penal.
Assim, defende-se que a possibilidade jurídica do pedido, à semelhança do 
tratamento recebido pelo CPC/15, deve ser enfrentada como decisão de mérito, e não de 
inadmissibilidade da inicial acusatória.
Isso porque essa utilização da possibilidade jurídica do pedido como condição 
da ação penal olvida uma das premissas básicas do processo penal: o pedido é irrelevan-
te, pois o acusado defende-se dos fatos que lhes são imputados.
Portanto, a possibilidade jurídica do pedido é analisada à luz da própria causa 
de pedir. Se o fato é típico, ilícito e culpável, é inviável sustentar que não está, na realida-
de, relacionada ao mérito, apta a produzir, pois, coisa julgada formal e material.
II) Legitimidade para agir ou legitimatio ad causam: trata-se da pertinência sub-
jetiva da ação, tanto em relação ao sujeito ativo quanto ao sujeito passivo. Assim, há legiti-
midade quando o autor é titular do direito subjetivo material que se pretende proteger, bem 
como quando o demandado é o titular da obrigação corresponde ao seu direito.
No processo penal, a legitimidade ativa pertence privativamente ao Ministério 
Público quanto à ação penal pública, nos termos do art. 129, I, da CF/88. Essa é a legitimi-
dade ordinária do processo penal. O parquet age em nome próprio para a defesa de inte-
resse próprio.
 Já na ação penal de iniciativa privada, o legitimado ativo é o ofendido, sendo 
possível a sua representação e sucessão, em caso de falecimento:
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo 
caberá intentar a ação privada.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente 
por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na 
ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Ressalta-se que a doutrina já interpretava o art. 31 à luz da Constituição Federal, 
entendendo que a legitimidade pertence também a(o) companheiro(a), tendo em vista a 
equiparação da união estável ao casamento. Em 2019, o STJ se manifestou no mesmo sen-
tido:
76
Dessa forma, pode-se citar como exemplo de impossibilidade jurídica do pedido 
a atipicidade da conduta e o oferecimento de denúncia contra menor de 18 (dezoito) anos.
Atenção! A doutrina critica a transposição simplista dos conceitos do direito processual 
civil para o processo penal.
Assim, defende-se que a possibilidade jurídica do pedido, à semelhança do 
tratamento recebido pelo CPC/15, deve ser enfrentada como decisão de mérito, e não de 
inadmissibilidade da inicial acusatória.
Isso porque essa utilização da possibilidade jurídica do pedido como condição 
da ação penal olvida uma das premissas básicas do processo penal: o pedido é irrelevan-
te, pois o acusado defende-se dos fatos que lhes são imputados.
Portanto, a possibilidade jurídica do pedido é analisada à luz da própria causa 
de pedir. Se o fato é típico, ilícito e culpável, é inviável sustentar que não está, na realida-
de, relacionada ao mérito, apta a produzir, pois, coisa julgada formal e material.
II) Legitimidade para agir ou legitimatio ad causam: trata-se da pertinência sub-
jetiva da ação, tanto em relação ao sujeito ativo quanto ao sujeito passivo. Assim, há legiti-
midade quando o autor é titular do direito subjetivo material que se pretende proteger, bem 
como quando o demandado é o titular da obrigação corresponde ao seu direito.
No processo penal, a legitimidade ativa pertence privativamente ao Ministério 
Público quanto à ação penal pública, nos termos do art. 129, I, da CF/88. Essa é a legitimi-
dade ordinária do processo penal. O parquet age em nome próprio para a defesa de inte-
resse próprio.
 Já na ação penal de iniciativa privada, o legitimado ativo é o ofendido, sendo 
possível a sua representação e sucessão, em caso de falecimento:
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo 
caberá intentar a ação privada.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente 
por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na 
ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Ressalta-se que a doutrina já interpretava o art. 31 à luz da Constituição Federal, 
entendendo que a legitimidade pertence também a(o) companheiro(a), tendo em vista a 
equiparação da união estável ao casamento. Em 2019, o STJ se manifestou no mesmo sen-
tido:
7
A companheira, em união estável homoafetiva reconhecida, goza do 
mesmo status de cônjuge para o processo penal, possuindo legitimi-
dade para ajuizar a ação penal privada.
STJ. Corte Especial. APn 912-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 
07/08/2019 (Info 654).
A legitimidade do ofendido consiste em legitimidade extraordinária ou substi-
tuição processual, tendo em vista que ele age em nome próprio para defender direito alheio, 
e o Estado é o titular exclusivo do direito de punir, apenas concedendo o ius persequendi in 
judicio ao ofendido.
A ilegitimidade ad causam consiste em nulidade absoluta do processo penal, 
nos termos do art. 564, II, do CPP.
Por sua vez, a legitimidade passiva recairá sobre o provável autor do fato, que 
deverá ser maior de 18 (dezoito) anos, tendo em vista que os menores são penalmente ini-
mputáveis (art. 228 da CF/88).
LEGITIMIDADE DA PESSOA JURÍDICA
É pacífico o entendimento doutrinário e jurisprudencial no sentido de que a 
pessoa jurídica pode figurar no polo ativo do processo penal, até porque há previsão
expressa nesse sentido no CPP:
Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente cons-
tituídas poderão exercer a ação penal, devendo ser representadas 
por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem ou, no 
silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes.
Um exemplo dessa possibilidade consiste no crime de difamação, tendo em 
vista que a pessoa jurídica é dotada de honra objetiva.
Quanto à legitimidade passiva da pessoa jurídica no processo penal, o STF e 
o STJ têm admitido o oferecimento da denúncia em face dela pela prática de crimes am-
bientais, com fundamento no art. 225, § 3º, da CF/88.
Sobre o assunto, inclusive, a jurisprudência deixou de adotar a teoria da du-
pla imputação, não sendo mais necessária a imputação simultânea da conduta à pessoa 
física e à pessoa jurídica:
8 8
É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por 
delitos ambientais independentemente da responsabilização 
concomitante da pessoa física que agia em seu nome.
A jurisprudência não mais adota a chamada teoria da “dupla im-
putação”.
STJ. 6ª Turma. RMS 39173-BA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonse-
ca, julgado em 6/8/2015 (Info 566).
STF. 1ª Turma. RE 548181/PR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 
6/8/2013 (Info 714).
Importa ressaltar que a legitimidade ad causam não se confunde com a legiti-
midade ad processum ou capacidade processual, a qual está relacionada à capacidade de 
estar em juízo, pressuposto processual de validade. Essa legitimidade se refere à capaci-
dade de praticar validamente atos processuais. Quem não tem legitimidade processual 
necessita ser representado.
A capacidade processual, por sua vez, não se confunde com a capacidade postu-
latória, que consiste na aptidão de postular perante o Poder Judiciário, o que é reservado 
aos membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e aos advogados regularmente 
inscritos nos quadros da OAB.
Por fim, também não se confundem com a legitimidade ad causam a capacidade 
de ser parte, pressuposto processual de existência. Decorrente da própria personalidade, 
consiste na capacidade de contrair direitos e obrigações.
Legitimidade para 
agir ou ad causam
É condição da ação.
Legitimado ativo é o titular do direito subjetivo material deman-
dado.
Legitimado passivo é o titular da obrigação exigida pelo legitima-
do ativo.
Legitimidade 
ad processum
ou capacidade 
processual
É pressuposto de validade do processo.
Consiste na capacidade de estar em juízo,capacidade de praticar 
validamente os atos processuais.
Ausente, é necessária representação.
Capacidade 
postulatória Consiste na aptidão de postular perante o Poder Judiciário.
Capacidade de ser 
parte
É pressuposto de existência do processo.
Consiste na capacidade de contrair direitos e obrigações, decor-
rendo da personalidade.
98
É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por 
delitos ambientais independentemente da responsabilização 
concomitante da pessoa física que agia em seu nome.
A jurisprudência não mais adota a chamada teoria da “dupla im-
putação”.
STJ. 6ª Turma. RMS 39173-BA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonse-
ca, julgado em 6/8/2015 (Info 566).
STF. 1ª Turma. RE 548181/PR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 
6/8/2013 (Info 714).
Importa ressaltar que a legitimidade ad causam não se confunde com a legiti-
midade ad processum ou capacidade processual, a qual está relacionada à capacidade de 
estar em juízo, pressuposto processual de validade. Essa legitimidade se refere à capaci-
dade de praticar validamente atos processuais. Quem não tem legitimidade processual 
necessita ser representado.
A capacidade processual, por sua vez, não se confunde com a capacidade postu-
latória, que consiste na aptidão de postular perante o Poder Judiciário, o que é reservado 
aos membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e aos advogados regularmente 
inscritos nos quadros da OAB.
Por fim, também não se confundem com a legitimidade ad causam a capacidade 
de ser parte, pressuposto processual de existência. Decorrente da própria personalidade, 
consiste na capacidade de contrair direitos e obrigações.
Legitimidade para 
agir ou ad causam
É condição da ação.
Legitimado ativo é o titular do direito subjetivo material deman-
dado.
Legitimado passivo é o titular da obrigação exigida pelo legitima-
do ativo.
Legitimidade 
ad processum
ou capacidade 
processual
É pressuposto de validade do processo.
Consiste na capacidade de estar em juízo, capacidade de praticar 
validamente os atos processuais.
Ausente, é necessária representação.
Capacidade 
postulatória Consiste na aptidão de postular perante o Poder Judiciário.
Capacidade de ser 
parte
É pressuposto de existência do processo.
Consiste na capacidade de contrair direitos e obrigações, decor-
rendo da personalidade.
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III) Interesse de agir: analisado sob os aspectos da necessidade, adequação e 
utilidade.
A necessidade de obtenção da tutela jurisdicional pretendida é implícita na ação 
penal condenatória, tendo em vista que nulla poena sine judicio (não há pena sem proces-
so), de forma que nenhuma sanção penal será imposta sem a observância do devido pro-
cesso legal.
Atenção! A transação penal (art. 76 da Lei nº 9.099/95) é apontada pela doutrina como 
uma exceção à necessidade, tendo em vista que se trata de instituto por meio do qual há 
a aplicação imediata de pena restritiva de direito ou de multa sem haver processo.
A adequação consiste na compatibilidade da providência judicial requerida com 
o direito que se pretende proteger. No processo penal, não deslancha maior relevância, ten-
do em vista que não há diferentes espécies de ações penais condenatórias.
Porém, quando se fala em ação penal não condenatória, é mais fácil visualizar a 
importância da adequação, a exemplo do habeas corpus:
Súmula 693-STF: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a 
pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a 
pena pecuniária seja a única cominada.
Por sua vez, a utilidade consiste na eficácia do processo em satisfazer o direito do 
autor, de modo que haverá utilidade quando houver possibilidade de aplicação de sanção 
penal.
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PRESCRIÇÃO VIRTUAL
Um dos argumentos da doutrina quanto à utilidade na ação penal relaciona-se 
com a prescrição em perspectiva, por prognose, projetada, antecipada, prescrição vir-
tual, prescrição da pena em perspectiva, que consiste no reconhecimento antecipado da 
prescrição pela pena que hipoteticamente seria aplicada no caso de possível condenação.
O juiz, verificando que já se passaram muitos anos desde o dia em que o prazo 
prescricional começou ou voltou a correr, entende que, mesmo que o inquérito ou proces-
so continue, ele não terá utilidade porque provavelmente haverá a prescrição pela pena 
em concreto.
Nesse caso, não haveria interesse em movimentar a máquina judiciária, tendo 
em vista que o processo estaria fadado à prescrição.
Entretanto, a prescrição virtual não é admitida pela jurisprudência, sob o 
argumento de que ela não tem amparo legal, bem como viola o princípio da presunção de 
não culpabilidade:
Súmula 438-STJ: É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da 
pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente 
da existência ou sorte do processo penal.
IV) Justa causa: consiste no suporte probatório mínimo que deve lastrear a ação 
penal, consistente na demonstração da materialidade do fato e indícios de autoria. Em 
regra, é fornecido pelo inquérito policial, mas também pode ser fornecido por outros meios 
de investigação. Naquele caso, o inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, 
sempre que servir de base a uma ou outra (art. 12 do CPP).
1110
PRESCRIÇÃO VIRTUAL
Um dos argumentos da doutrina quanto à utilidade na ação penal relaciona-se 
com a prescrição em perspectiva, por prognose, projetada, antecipada, prescrição vir-
tual, prescrição da pena em perspectiva, que consiste no reconhecimento antecipado da 
prescrição pela pena que hipoteticamente seria aplicada no caso de possível condenação.
O juiz, verificando que já se passaram muitos anos desde o dia em que o prazo 
prescricional começou ou voltou a correr, entende que, mesmo que o inquérito ou proces-
so continue, ele não terá utilidade porque provavelmente haverá a prescrição pela pena 
em concreto.
Nesse caso, não haveria interesse em movimentar a máquina judiciária, tendo 
em vista que o processo estaria fadado à prescrição.
Entretanto, a prescrição virtual não é admitida pela jurisprudência, sob o 
argumento de que ela não tem amparo legal, bem como viola o princípio da presunção de 
não culpabilidade:
Súmula 438-STJ: É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da 
pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente 
da existência ou sorte do processo penal.
IV) Justa causa: consiste no suporte probatório mínimo que deve lastrear a ação 
penal, consistente na demonstração da materialidade do fato e indícios de autoria. Em 
regra, é fornecido pelo inquérito policial, mas também pode ser fornecido por outros meios 
de investigação. Naquele caso, o inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, 
sempre que servir de base a uma ou outra (art. 12 do CPP).
11
ATENÇÃO! Com a reforma do CPP pela Lei nº 13.964/19 (Pacote Anticrime), o inquérito 
não poderá mais acompanhar a denúncia quando do seu encaminhamento do juiz das 
garantias ao juiz da instrução e julgamento. Nos termos do art. 3º-C, § 3º:
§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz 
das garantias ficarão acautelados na secretaria desse juízo, à 
disposição do Ministério Público e da defesa, e não serão apensa-
dos aos autos do processo enviados ao juiz da instrução e julga-
mento, ressalvados os documentos relativos às provas irrepetí-
veis, medidas de obtenção de provas ou de antecipação de provas, 
que deverão ser remetidos para apensamento em apartado.
A exceção são as provas irrepetíveis, medidas de obtenção ou de antecipação de provas, 
as quais serão apensadas em apartado.
Na realidade, não há consenso na doutrina sobre a natureza jurídica da justa 
causa: se elemento do interesse de agir, se condição autônoma da ação penal ou instituto 
distinto das condições da ação. Fato é que a ausência de justa causa é fundamento para a 
rejeição da peça acusatória (art. 395, III, do CPP).
JUSTA CAUSA DUPLICADA
No caso de crimes de lavagem de dinheiro, além das condições da ação acima 
apresentadas,é necessário que a denúncia demonstre também o suporte probatório 
mínimo da infração penal antecedente (art. 2º, § 1º, da Lei nº 9.613/98).
Ou seja, o autor da ação penal deverá apresentar lastro probatório mínimo 
da lavagem de capitais e da infração antecedente. A doutrina denominou essa situação 
como justa causa duplicada.
2.2 Condições específicas ou de procedibilidade da ação penal
Além das condições genéricas da ação, que devem estar presentes em toda e 
qualquer ação penal, há situações em que a lei condiciona o exercício do direito de ação ao 
preenchimento de condições especificas. Assim, são exemplos dessa situação os seguintes:
	Representação do ofendido em crimes de ação penal pública condicionada à 
representação;
	Requisição do Ministro da Justiça nos crimes de ação penal pública condicio-
nada à requisição;
12 12
	Presença de provas novas quando o inquérito policial tiver sido arquivado com 
base na ausência de elementos probatórios:
Súmula 524-STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento 
do promotor de justiça1, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
1
	Presença de provas novas após a preclusão da decisão de impronúncia em 
crimes dolosos contra a vida:
Art. 414 (...)
Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, 
poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova 
nova.
	Presença de laudo pericial nos crimes contra a propriedade imaterial:
Art. 525. No caso de haver o crime deixado vestígio, a queixa ou a 
denúncia não será recebida se não for instruída com o exame pericial 
dos objetos que constituam o corpo de delito.
	Autorização por 2/3 dos membros da Câmara dos Deputados para instauração 
de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Minis-
tros de Estado (art. 51, I, da CF/88);
	Trânsito em julgado da sentença que anule o casamento por motivo de erro 
ou impedimento nos crimes de induzimento a erro essencial e de ocultação de 
impedimento de casamento (art. 236, parágrafo único, do CP).
2.3 Condições de prosseguibilidade
As condições da ação diferenciam-se das condições de prosseguibilidade. Aque-
las são necessárias para o próprio início da ação penal, enquanto estas, para o seu pros-
seguimento, sua continuação. Ou seja, o processo já está em andamento e uma condição 
deverá ser implementada para que ele siga seu curso normal.
É o caso dos crimes de lesão corporal leve e culposa, os quais, antes da Lei nº 
9.099/95 eram de ação pública incondicionada e passaram a ser de ação pública condicio-
nada à representação (art. 88). Nesses casos, nos processos já em andamento, foi neces-
sária a intimação do ofendido ou representante legal para oferecerem a representação no 
prazo de trinta dias.
1 Essa parte da súmula ficou superada com a nova redação do art. 28 do CPP.
1312
	Presença de provas novas quando o inquérito policial tiver sido arquivado com 
base na ausência de elementos probatórios:
Súmula 524-STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento 
do promotor de justiça1, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
1
	Presença de provas novas após a preclusão da decisão de impronúncia em 
crimes dolosos contra a vida:
Art. 414 (...)
Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, 
poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova 
nova.
	Presença de laudo pericial nos crimes contra a propriedade imaterial:
Art. 525. No caso de haver o crime deixado vestígio, a queixa ou a 
denúncia não será recebida se não for instruída com o exame pericial 
dos objetos que constituam o corpo de delito.
	Autorização por 2/3 dos membros da Câmara dos Deputados para instauração 
de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Minis-
tros de Estado (art. 51, I, da CF/88);
	Trânsito em julgado da sentença que anule o casamento por motivo de erro 
ou impedimento nos crimes de induzimento a erro essencial e de ocultação de 
impedimento de casamento (art. 236, parágrafo único, do CP).
2.3 Condições de prosseguibilidade
As condições da ação diferenciam-se das condições de prosseguibilidade. Aque-
las são necessárias para o próprio início da ação penal, enquanto estas, para o seu pros-
seguimento, sua continuação. Ou seja, o processo já está em andamento e uma condição 
deverá ser implementada para que ele siga seu curso normal.
É o caso dos crimes de lesão corporal leve e culposa, os quais, antes da Lei nº 
9.099/95 eram de ação pública incondicionada e passaram a ser de ação pública condicio-
nada à representação (art. 88). Nesses casos, nos processos já em andamento, foi neces-
sária a intimação do ofendido ou representante legal para oferecerem a representação no 
prazo de trinta dias.
1 Essa parte da súmula ficou superada com a nova redação do art. 28 do CPP.
13
AÇÃO PENAL NO CRIME DE ESTELIONATO
Já quanto à mudança de ação penal pública incondicionada para ação penal 
pública condicionada à representação efetuada pela Lei nº 13.964/19 (Pacote Anticrime) 
no crime de estelionato (art. 171, § 5º, do CP), o STJ encontra-se em divergência entre as 
5ª e 6ª Turmas sobre sua retroatividade quanto aos processos penais que já estavam em 
curso:
• 1ª corrente: A exigência de representação no crime de estelionato, trazida 
pelo Pacote Anticrime, não afeta os processos que já estavam em curso quando entrou 
em vigor a Lei nº 13.964/2019. Assim, se já havia denúncia oferecida quando entrou em vi-
gor a nova Lei, não será necessária representação do ofendido. (STJ. 5ª Turma. HC 573093-
SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 09/06/2020. Info 674). É a mesma 
posição da 2ª Turma do STF (ARE 1230095 AgR).
• 2ª corrente: A exigência de representação no crime de estelionato, trazida 
pelo Pacote Anticrime, afeta não apenas os inquéritos, mas também os processos em cur-
so, desde que ainda não tenham transitado em julgado. Assim, mesmo que já houvesse 
denúncia oferecida quando a Lei entrou em vigor, o juiz deverá intimar a vítima para ma-
nifestar interesse na continuidade da persecução penal, no prazo de 30 dias, sob pena de 
decadência. (STJ. 6ª Turma. HC 583837/SC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 
04/08/2020).
2.4 Condições objetivas de punibilidade e escusas absolutórias
As condições objetivas de punibilidade consistem em circunstâncias nas quais a 
punibilidade do crime depende do aperfeiçoamento de certos elementos, os quais não são 
elementos normativos do tipo penal. São chamadas objetivas porque não dependem do 
dolo ou culpa do agente, tratando-se de acontecimento futuro e incerto.
A ausência de condição objetiva de punibilidade impede o próprio início da 
persecução penal e, caso proposta a ação penal quando ausente, dará ensejo a uma decisão 
de mérito, que fará coisa julgada formal e material.
São exemplos de condições objetivas de punibilidade:
	Sentença declaratória de falência (Lei nº 11.101/05):
Art. 180. A sentença que decreta a falência, concede a recuperação 
judicial ou concede a recuperação extrajudicial de que trata o art. 
163 desta Lei é condição objetiva de punibilidade das infrações pe-
nais descritas nesta Lei.
14 14
	Circunstância de o fato ser punível no país em que foi praticado e estar incluído 
entre aqueles que a lei brasileira permite a extradição nos crimes praticados 
fora do território nacional (art. 7º, § 2º, “b” e “c”, do CP);
	Decisão final do procedimento administrativo nos crimes materiais contra a 
ordem tributária:
Súmula Vinculante nº 24: Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, pre-
visto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.
Atenção! Na hipótese de crime formal contra a ordem tributária, não há que se falar em 
lançamento definitivo do tributo, sendo a conclusão do procedimento administrativo 
totalmente desnecessária para a persecução penal.
Da mesma forma, no delito de descaminho, apesar de ser crime contra a ordemtributá-
ria, não há necessidade de lançamento definitivo do crédito tributário, pois se trata de 
crime formal.
Havendo a instauração de inquérito policial relativo a crime que comine pena 
privativa de liberdade, haverá constrangimento ilegal à liberdade de locomoção, o que au-
toriza o seu trancamento por habeas corpus.
As escusas absolutórias, por sua vez, são condições de punibilidade negativa-
mente formuladas, de fora que excluem a punibilidade do crime em relação a determina-
das pessoas quando presentes. Um exemplo é a isenção de pena prevista nos arts. 181, I e 
II, e 348, § 2º, do CP.
3. CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES PENAIS
Analisando-se do ponto de vista do direito processual civil as classificações das 
ações como de conhecimento, cautelar e de execução, vejamos como funciona no direito 
processual penal.
I) Ação penal de conhecimento: pode ser dividida em condenatória, constitutiva 
e declaratória.
	Ação penal de conhecimento condenatória: é aquela em que é deduzida 
em juízo a pretensão punitiva, imputando-se ao acusado a prática de um 
fato típico, ilícito e culpável, cuja finalidade é a aplicação de uma sanção 
penal. Elas são classificadas em ação penal pública incondicionada, ação 
penal pública condicionada e ação penal privada.
1514
	Circunstância de o fato ser punível no país em que foi praticado e estar incluído 
entre aqueles que a lei brasileira permite a extradição nos crimes praticados 
fora do território nacional (art. 7º, § 2º, “b” e “c”, do CP);
	Decisão final do procedimento administrativo nos crimes materiais contra a 
ordem tributária:
Súmula Vinculante nº 24: Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, pre-
visto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.
Atenção! Na hipótese de crime formal contra a ordem tributária, não há que se falar em 
lançamento definitivo do tributo, sendo a conclusão do procedimento administrativo 
totalmente desnecessária para a persecução penal.
Da mesma forma, no delito de descaminho, apesar de ser crime contra a ordem tributá-
ria, não há necessidade de lançamento definitivo do crédito tributário, pois se trata de 
crime formal.
Havendo a instauração de inquérito policial relativo a crime que comine pena 
privativa de liberdade, haverá constrangimento ilegal à liberdade de locomoção, o que au-
toriza o seu trancamento por habeas corpus.
As escusas absolutórias, por sua vez, são condições de punibilidade negativa-
mente formuladas, de fora que excluem a punibilidade do crime em relação a determina-
das pessoas quando presentes. Um exemplo é a isenção de pena prevista nos arts. 181, I e 
II, e 348, § 2º, do CP.
3. CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES PENAIS
Analisando-se do ponto de vista do direito processual civil as classificações das 
ações como de conhecimento, cautelar e de execução, vejamos como funciona no direito 
processual penal.
I) Ação penal de conhecimento: pode ser dividida em condenatória, constitutiva 
e declaratória.
	Ação penal de conhecimento condenatória: é aquela em que é deduzida 
em juízo a pretensão punitiva, imputando-se ao acusado a prática de um 
fato típico, ilícito e culpável, cuja finalidade é a aplicação de uma sanção 
penal. Elas são classificadas em ação penal pública incondicionada, ação 
penal pública condicionada e ação penal privada.
15
A ação penal privada, por sua vez, é dividida em ação penal exclusivamente 
privada (é a regra), ação penal privada personalíssima, quando somente a própria vítima 
pode apresentar a queixa, não havendo possibilidade de sucessão, e ação penal privada 
subsidiária da pública, prevista no art. 5º, LIX, da CF/88:
Art. 5º (...)
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta 
não for intentada no prazo legal;
AÇÃO PENAL PÚBLICA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA?
Seria a ação penal pública intentada pelo Ministério Público Federal quando 
não ajuizada pelo Ministério Público Estadual responsável. Trata-se de tema controverti-
do na doutrina sobre ser espécie de ação penal pública. Os doutrinadores que são a favor 
apontam as seguintes hipóteses:
	Previsão do art. 2º, § 2º, do Decreto-Lei nº 201/67, em que se pode requerer 
ao PGR as providências para a persecução penal quando não atendidas por 
autoridade policial ou Ministério Público estadual. A maioria da doutrina 
defende que esse dispositivo não foi recepcionado pela Constituição.
	Previsão do art. 357, §§ 3º e 4º, do Código Eleitoral, em que, se o membro 
Ministério Público não oferecer a denúncia, a autoridade judiciária repre-
sentará contra ele e solicitará ao Procurador Regional a designação de outro 
promotor.
	Previsão do incidente de deslocamento da competência da Justiça Estadual 
para a Justiça Federal em casos de grave violação de direitos humanos pro-
tegidos por tratados internacionais em que o Brasil é parte (art. 109, V-A e § 
5º, da CF/88).
	Ação penal de conhecimento constitutiva: visa a criar, modificar ou extin-
guir uma situação jurídica. São exemplos a revisão criminal, a homologa-
ção de sentença penal estrangeira e o pedido de extradição.
	Ação penal de conhecimento declaratória: objetiva a declaração da exis-
tência ou não de uma relação jurídica. Exemplo é o habeas corpus cuja 
impugnação é relativa à declaração da extinção de punibilidade (art. 648, 
VII, do CPP).
16 16
II) Ação penal cautelar: não é admitida como um processo autônomo na esfera 
penal. A tutela cautelar é exercida por meio de medidas cautelares previstas ao longo do 
CPP e da legislação especial.
III) Ação de execução no processo penal: diferentemente do processo civil, pode 
ser iniciada de ofício quando se tratar de execução de penas privativas de liberdade, me-
didas de segurança (arts. 105 e 171 da LEP) e penas restritivas de direitos (art. 147 da LEP). 
Esta última também pode ser requerida pelo Ministério Público.
Quanto à legitimidade para a execução da pena de multa, o entendimento sumu-
lado do STJ no enunciado 5212 era no sentido de que pertencia exclusivamente à Procura-
doria da Fazendo Pública.
Entretanto, o STF (Info 927) entendeu que a legitimidade para a execução da 
pena de multa fixada em sentenças penais condenatórias pertence ao Ministério Público.
Ao ser considerada como dívida de valor, a pena de multa não perde seu cará-
ter de sanção criminal. Não há como retirar a legitimidade do MP para sua execução, pois 
decorre da sua função institucional de promover privativamente a ação penal prevista no 
art. 129, I, da CF/88. Ademais, a legitimidade do MP é reconhecida no art. 164 da LEP. Dessa 
forma, o Ministério Público deve executar a pena de multa na vara de execuções penais, 
aplicando-se o disposto na LEP.
No entanto, o STF entendeu que essa legitimidade do MP é prioritária, restando 
legitimidade subsidiária à Fazenda Pública. Ou seja, se o titular da ação penal, após inti-
mado, manter-se inerte e não propuser a execução da pena de multa no prazo de 90 dias, o 
juiz deve dar ciência à Fazenda Pública para que promova a cobrança na vara de execução 
fiscal, sob os trâmites da Lei nº 6.830/80.
Esse entendimento foi positivado na nova redação do art. 51 do CP, dada pela Lei 
nº 13.964/19 (Lei Anticrime):
Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será 
executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívi-
da de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda 
Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspen-
sivas da prescrição.
A nova redação não falou na legitimidade prioritária do Ministério Público e da 
subsidiária da Fazenda Pública, mas permanecem intactas, tendo em vista a mens legis e o 
2 Súmula 521-STJ: A legitimidade para a execução fiscal de multa pendente de pagamento imposta em sentença 
condenatória é exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública.
1716
II) Ação penal cautelar: não é admitida como um processo autônomo na esfera 
penal. A tutela cautelar é exercida por meio de medidas cautelares previstas ao longodo 
CPP e da legislação especial.
III) Ação de execução no processo penal: diferentemente do processo civil, pode 
ser iniciada de ofício quando se tratar de execução de penas privativas de liberdade, me-
didas de segurança (arts. 105 e 171 da LEP) e penas restritivas de direitos (art. 147 da LEP). 
Esta última também pode ser requerida pelo Ministério Público.
Quanto à legitimidade para a execução da pena de multa, o entendimento sumu-
lado do STJ no enunciado 5212 era no sentido de que pertencia exclusivamente à Procura-
doria da Fazendo Pública.
Entretanto, o STF (Info 927) entendeu que a legitimidade para a execução da 
pena de multa fixada em sentenças penais condenatórias pertence ao Ministério Público.
Ao ser considerada como dívida de valor, a pena de multa não perde seu cará-
ter de sanção criminal. Não há como retirar a legitimidade do MP para sua execução, pois 
decorre da sua função institucional de promover privativamente a ação penal prevista no 
art. 129, I, da CF/88. Ademais, a legitimidade do MP é reconhecida no art. 164 da LEP. Dessa 
forma, o Ministério Público deve executar a pena de multa na vara de execuções penais, 
aplicando-se o disposto na LEP.
No entanto, o STF entendeu que essa legitimidade do MP é prioritária, restando 
legitimidade subsidiária à Fazenda Pública. Ou seja, se o titular da ação penal, após inti-
mado, manter-se inerte e não propuser a execução da pena de multa no prazo de 90 dias, o 
juiz deve dar ciência à Fazenda Pública para que promova a cobrança na vara de execução 
fiscal, sob os trâmites da Lei nº 6.830/80.
Esse entendimento foi positivado na nova redação do art. 51 do CP, dada pela Lei 
nº 13.964/19 (Lei Anticrime):
Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será 
executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívi-
da de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda 
Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspen-
sivas da prescrição.
A nova redação não falou na legitimidade prioritária do Ministério Público e da 
subsidiária da Fazenda Pública, mas permanecem intactas, tendo em vista a mens legis e o 
2 Súmula 521-STJ: A legitimidade para a execução fiscal de multa pendente de pagamento imposta em sentença 
condenatória é exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública.
17
fato de que se trata de decisão tomada em ADI, a qual possui eficácia erga omnes e efeito 
vinculante.
O entendimento sumulado do STJ, por fim, restou superado, e o tribunal deverá 
em breve cancelar a súmula.
4. PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL
Há determinados princípios que são exclusivos da ação penal pública e outros 
exclusivos da ação penal privada. Entretanto, há também aqueles que são comuns a ambas, 
que estudaremos a seguir.
4.1 Princípio do ne procedat iudex ex officio
Antes da Constituição de 1988, era possível que o órgão jurisdicional desse início 
a um processo condenatório de ofício, chamado de processo judicialiforme.
Com a adoção do sistema acusatório pela Constituição (art. 129, I), essa prática 
passou a ser vedada, sendo adotado o princípio em questão, também chamado de princí-
pio da iniciativa das partes. Trata-se de consectário do direito de ação.
Ressalta-se que a Lei nº 13.964/19 (Lei Anticrime) positivou expressamente a ado-
ção do princípio acusatório no processo penal brasileiro (art. 3º-A), bem como criou a figura 
do juiz das garantias para assegurar a imparcialidade do órgão julgador.
Desse princípio, deriva o princípio da correlação entre acusação e sentença, o 
qual consiste na proibição de que o juiz profira provimento sobre matéria que não tenha 
sido trazida ao processo por uma das partes.
Atenção! Apesar da existência do princípio acima, há no processo penal a previsão de que 
o magistrado pode conceder ordem de habeas corpus de ofício (art. 624, § 2º, do CPP), 
bem como iniciar de ofício a execução de sentença penal condenatória.
4.2 Princípio do ne bis in idem
O princípio em questão significa que ninguém poderá ser processado duas ve-
zes pelo mesmo fato penal. Assim, entende-se que duas ações penais são idênticas quando 
elas possuem as mesmas partes e o mesmo fato delituoso como causa de pedir. Ou seja, o 
fato delituoso deverá ser idêntico.
18 18
É um princípio que não consta expressamente na Constituição Federal, mas 
encontra respaldo no art. 8.4, da Convenção Americana de Direitos Humanos (Decreto nº 
678/92).
Observa-se que a presente vedação não se limita apenas ao processo com sen-
tença transitada em julgado, mas também abrange a litispendência, ou seja, ninguém pode 
ser processado pela mesma imputação simultaneamente em processos diferentes.
A consequência mais relevante em relação ao princípio do ne bis in idem é que, 
ainda que a sentença absolutória ou extintiva de punibilidade seja prolatada por juízo 
incompetente, o acusado não poderá ser novamente processado. Isso se dá porque o vício 
de incompetência é um vício de nulidade e não de inexistência da decisão, bem como o pro-
cesso penal não admite revisão criminal pro societate.
4.3 Princípio da intranscendência
Por força desse princípio, a denúncia ou a queixa somente podem ser oferecidas 
contra o provável autor do delito, não podendo incluir familiares ou demais pessoas que 
não tiveram participação na infração penal. Trata-se de um desdobramento do princípio da 
intranscendência da pena (art. 5º, XLV, da CF/88).
Atenção! O presente princípio somente se aplica quanto às consequências penais do fato 
típico, de modo que, diante de uma responsabilidade não penal, a exemplo do dever de 
reparar o dano, é perfeitamente possível que haja sua transferência aos sucessores na 
hipótese de morte do condenado, respondendo eles até as forças da herança.
COMO ISSO TEM SIDO COBRADO EM PROVAS
Ano: 2013 / Banca: VUNESP / Órgão: TJ-SP / Prova: Juiz
A ação penal somente pode ser proposta contra quem se imputa a prática da infração 
penal. Outra pessoa, ainda que tenha obrigações de caráter civil decorrentes do delito, 
não pode ser incluída na ação, isto em função do princípio da
a) obrigatoriedade.
b) indisponibilidade.
c) intranscendência.
d) oficialidade.
R – C.
1918
É um princípio que não consta expressamente na Constituição Federal, mas 
encontra respaldo no art. 8.4, da Convenção Americana de Direitos Humanos (Decreto nº 
678/92).
Observa-se que a presente vedação não se limita apenas ao processo com sen-
tença transitada em julgado, mas também abrange a litispendência, ou seja, ninguém pode 
ser processado pela mesma imputação simultaneamente em processos diferentes.
A consequência mais relevante em relação ao princípio do ne bis in idem é que, 
ainda que a sentença absolutória ou extintiva de punibilidade seja prolatada por juízo 
incompetente, o acusado não poderá ser novamente processado. Isso se dá porque o vício 
de incompetência é um vício de nulidade e não de inexistência da decisão, bem como o pro-
cesso penal não admite revisão criminal pro societate.
4.3 Princípio da intranscendência
Por força desse princípio, a denúncia ou a queixa somente podem ser oferecidas 
contra o provável autor do delito, não podendo incluir familiares ou demais pessoas que 
não tiveram participação na infração penal. Trata-se de um desdobramento do princípio da 
intranscendência da pena (art. 5º, XLV, da CF/88).
Atenção! O presente princípio somente se aplica quanto às consequências penais do fato 
típico, de modo que, diante de uma responsabilidade não penal, a exemplo do dever de 
reparar o dano, é perfeitamente possível que haja sua transferência aos sucessores na 
hipótese de morte do condenado, respondendo eles até as forças da herança.
COMO ISSO TEM SIDO COBRADO EM PROVAS
Ano: 2013 / Banca: VUNESP / Órgão: TJ-SP / Prova: Juiz
A ação penal somente pode ser proposta contra quem se imputa a prática da infração 
penal. Outra pessoa, ainda que tenha obrigações de caráter civil decorrentes do delito, 
não pode ser incluída na ação, isto em função do princípio da
a) obrigatoriedade.b) indisponibilidade.
c) intranscendência.
d) oficialidade.
R – C.
19
4.4 Princípio da oficialidade
Consiste na atribuição da legitimidade para a persecução penal a órgãos ofi-
ciais do Estado. Assim, a apuração da infração fica a cargo da polícia judiciária, e a ação 
penal, do Ministério Público.
Esse princípio aplica-se à ação penal pública tanto na fase pré-processual quan-
to na fase processual. Já quanto à ação penal de iniciativa privada, aplica-se apenas na 
fase pré-processual, tendo em vista que é o particular que move a ação.
4.5 Princípio da oficiosidade
Os órgãos oficiais incumbidos da persecução penal deverão agir de ofício, inde-
pendentemente da provocação do ofendido.
Na ação penal pública incondicionada, ele é aplicável sem limitações. Entretan-
to, na ação penal pública condicionada, esse princípio somente pode vigorar quando há 
representação do ofendido. Da mesma forma, na ação penal de iniciativa privada, somente 
vigora quando o ofendido requer a instauração do inquérito policial.
5. PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PÚBLICA
Nesse tópico, estudaremos os princípios exclusivos da ação penal pública.
5.1 Princípio da obrigatoriedade ou legalidade processual
Esse princípio preconiza que os órgãos responsáveis pela persecução penal es-
tão obrigados a procedê-la, de modo que não há nenhuma discricionariedade para decidir 
se irão ou não atuar.
Dessa forma, a autoridade policial está obrigada a apurar o delito, bem como o 
Ministério Público possui o dever de oferecer a denúncia no caso de haver elementos de 
informação suficientes para a formação da sua opinio delicti quanto à materialidade do fato 
e estarem presentes as condições da ação.
Esse princípio é extraído da redação do art. 24 do CPP:
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denún-
cia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de 
requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido 
ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
20 20
Ademais, o ordenamento jurídico prevê como mecanismo de fiscalização do prin-
cípio da obrigatoriedade a ação penal privada subsidiária da pública, intentada pela vítima 
quando o Ministério Público não oferece denúncia dentro do prazo.
Atenção! A obrigatoriedade de oferecer a denúncia não significa que, ao final 
da instrução criminal, em sede de alegações finais, o Ministério Público está obrigado 
a pedir a condenação do acusado, tendo em vista que a ele também interessa salvaguar-
dar a liberdade de pessoas inocentes e punir o real autor do fato.
Ademais, são exceções ao princípio da obrigatoriedade previstas no nosso 
ordenamento jurídico:
	Acordo de não persecução penal (art. 28-A do CPP e art. 1º, § 3º, da Lei nº 8.038/90):
preenchidos os requisitos, aceitos os termos do acordo e homologado pelo juiz das 
garantias, o Ministério Público deixa de oferecer denúncia. Trata-se do princípio da 
discricionariedade regrada ou princípio da obrigatoriedade mitigada.
	Transação penal (art. 76 da Lei nº 9.099/95): preenchidos os requisitos e aceitos os 
termos da transação, haverá a imediata aplicação de penas restritivas de direito ou 
multa. Também se trata do chamado princípio da discricionariedade regrada ou prin-
cípio da obrigatoriedade mitigada.
	Termo de ajustamento de conduta (art. 5º, § 6º, da Lei nº 7.347/85): é comum que 
o TAC já resulte na solução de controvérsias, tratando-se de instrumento de solução 
extrajudicial dos conflitos, não sendo razoável a instauração de um processo penal. 
Enquanto houver o cumprimento do TAC, o Ministério Público não pode oferecer de-
núncia.
	Parcelamento do crédito tributário (art. 83, § 2º, da Lei nº 9.430/96): é previsto na 
legislação como causa de suspensão da pretensão punitiva, desde que o parcelamen-
to tenha sido formalizado antes do recebimento da denúncia. A prescrição criminal 
também será suspensa, extinguindo-se a punibilidade dos crimes quando houver o 
pagamento integral dos débitos tributários.
	Acordo de leniência, de brandura ou de doçura (arts. 86 e 87 da Lei nº 12.529/11):
celebrado pelo CADE com pessoas físicas ou jurídicas autoras de crime contra a ordem 
econômica, o acordo de leniência impede o oferecimento da denúncia e, cumprido, 
extingue-se a punibilidade.
	Colaboração premiada (art. 4º, § 4º, da Lei nº 12.850/13): celebrado o acordo de cola-
boração premiada, o Ministério Público pode deixar de oferecer a denúncia caso cum-
prido os requisitos exigidos em lei.
2120
Ademais, o ordenamento jurídico prevê como mecanismo de fiscalização do prin-
cípio da obrigatoriedade a ação penal privada subsidiária da pública, intentada pela vítima 
quando o Ministério Público não oferece denúncia dentro do prazo.
Atenção! A obrigatoriedade de oferecer a denúncia não significa que, ao final 
da instrução criminal, em sede de alegações finais, o Ministério Público está obrigado 
a pedir a condenação do acusado, tendo em vista que a ele também interessa salvaguar-
dar a liberdade de pessoas inocentes e punir o real autor do fato.
Ademais, são exceções ao princípio da obrigatoriedade previstas no nosso 
ordenamento jurídico:
	Acordo de não persecução penal (art. 28-A do CPP e art. 1º, § 3º, da Lei nº 8.038/90):
preenchidos os requisitos, aceitos os termos do acordo e homologado pelo juiz das 
garantias, o Ministério Público deixa de oferecer denúncia. Trata-se do princípio da 
discricionariedade regrada ou princípio da obrigatoriedade mitigada.
	Transação penal (art. 76 da Lei nº 9.099/95): preenchidos os requisitos e aceitos os 
termos da transação, haverá a imediata aplicação de penas restritivas de direito ou 
multa. Também se trata do chamado princípio da discricionariedade regrada ou prin-
cípio da obrigatoriedade mitigada.
	Termo de ajustamento de conduta (art. 5º, § 6º, da Lei nº 7.347/85): é comum que 
o TAC já resulte na solução de controvérsias, tratando-se de instrumento de solução 
extrajudicial dos conflitos, não sendo razoável a instauração de um processo penal. 
Enquanto houver o cumprimento do TAC, o Ministério Público não pode oferecer de-
núncia.
	Parcelamento do crédito tributário (art. 83, § 2º, da Lei nº 9.430/96): é previsto na 
legislação como causa de suspensão da pretensão punitiva, desde que o parcelamen-
to tenha sido formalizado antes do recebimento da denúncia. A prescrição criminal 
também será suspensa, extinguindo-se a punibilidade dos crimes quando houver o 
pagamento integral dos débitos tributários.
	Acordo de leniência, de brandura ou de doçura (arts. 86 e 87 da Lei nº 12.529/11):
celebrado pelo CADE com pessoas físicas ou jurídicas autoras de crime contra a ordem 
econômica, o acordo de leniência impede o oferecimento da denúncia e, cumprido, 
extingue-se a punibilidade.
	Colaboração premiada (art. 4º, § 4º, da Lei nº 12.850/13): celebrado o acordo de cola-
boração premiada, o Ministério Público pode deixar de oferecer a denúncia caso cum-
prido os requisitos exigidos em lei.
21
Na ação penal privada, o princípio que se contrapõe a esse é o princípio da opor-
tunidade ou conveniência.
COMO ISSO TEM SIDO COBRADO EM PROVAS
Ano: 2014 / Banca: MPE-MA / Órgão: MPE-MA / Prova: Promotor de Justiça
Um dos princípios abaixo não se aplica à ação penal privada:
a) Legalidade processual;
b) Conveniência; 
c) Intranscendência; 
d) Inadmissibilidade da persecução penal múltipla; 
e) Indivisibilidade.
R – A.
5.2 Princípio da indisponibilidade ou indesistibilidade
A indisponibilidade decorre do princípio da obrigatoriedade: do mesmo modo 
que o Ministério Público é obrigado a iniciar a ação penal quando há justa causa, ele não 
pode dela dispor ou desistir. A obrigatoriedade é aplicável na fase pré-processual, enquan-
to que a indisponibilidade é aplicada no processo.
Decorre do princípio da indisponibilidade também a impossibilidade de o Mi-
nistério Público desistir de um recurso já apresentado. Ressalta-se que ele não é obrigado 
a recorrer, pois os recursos são voluntários, mas uma vez tendo recorrido, nãoé possível 
desistir.
Esse princípio está expresso em dois dispositivos do CPP:
Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja 
interposto.
22 22
Atenção! O princípio da indisponibilidade também se aplica à ação penal privada subsi-
diária da pública, tendo em vista que cabe ao Ministério Público, no caso de negligência 
do querelante, retomar a ação como parte principal (art. 29 do CPP).
Por outro lado, a suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei nº 9.099/95) é uma 
exceção ao princípio da indisponibilidade, uma vez que o processo ficará suspenso quan-
do aceita.
A contraposição desse princípio na ação penal privada é o princípio da disponi-
bilidade.
5.3 Princípio da divisibilidade
A posição majoritária é no sentido que o Ministério Público pode oferecer de-
núncia contra apenas alguns autores e partícipes, sem prejuízo do prosseguimento das 
investigações quanto aos demais.
Dessa forma, se o parquet considerar que há justa causa para um ou alguns dos 
investigados, mas não para outros, poderá iniciar a ação penal apenas em relação àqueles, 
deixando estes de fora.
Esse é o entendimento da jurisprudência, inclusive:
Na ação penal pública não vigora o princípio da indivisibilidade. As-
sim, o MP não está obrigado a denunciar todos os envolvidos no fato 
tido por delituoso, não se podendo falar em arquivamento implícito 
em relação a quem não foi denunciado. Isso porque o Parquet é livre 
para formar sua convicção, incluindo na denúncia as pessoas que ele 
entenda terem praticado o crime, mediante a constatação de indí-
cios de autoria e materialidade.
STJ. 6ª Turma. RHC 34233-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 
julgado em 6/5/2014 (Info 540).
Assim, o Parquet é livre para formar sua convicção, incluindo na denúncia as pes-
soas que ele entenda que praticaram os crimes, não se podendo falar em arquivamento 
implícito em relação a quem não foi denunciado.
Na ação penal privada, vigora o princípio da indivisibilidade.
6. PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PRIVADA
São princípios exclusivos da ação penal privada os seguintes.
2322
Atenção! O princípio da indisponibilidade também se aplica à ação penal privada subsi-
diária da pública, tendo em vista que cabe ao Ministério Público, no caso de negligência 
do querelante, retomar a ação como parte principal (art. 29 do CPP).
Por outro lado, a suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei nº 9.099/95) é uma 
exceção ao princípio da indisponibilidade, uma vez que o processo ficará suspenso quan-
do aceita.
A contraposição desse princípio na ação penal privada é o princípio da disponi-
bilidade.
5.3 Princípio da divisibilidade
A posição majoritária é no sentido que o Ministério Público pode oferecer de-
núncia contra apenas alguns autores e partícipes, sem prejuízo do prosseguimento das 
investigações quanto aos demais.
Dessa forma, se o parquet considerar que há justa causa para um ou alguns dos 
investigados, mas não para outros, poderá iniciar a ação penal apenas em relação àqueles, 
deixando estes de fora.
Esse é o entendimento da jurisprudência, inclusive:
Na ação penal pública não vigora o princípio da indivisibilidade. As-
sim, o MP não está obrigado a denunciar todos os envolvidos no fato 
tido por delituoso, não se podendo falar em arquivamento implícito 
em relação a quem não foi denunciado. Isso porque o Parquet é livre 
para formar sua convicção, incluindo na denúncia as pessoas que ele 
entenda terem praticado o crime, mediante a constatação de indí-
cios de autoria e materialidade.
STJ. 6ª Turma. RHC 34233-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 
julgado em 6/5/2014 (Info 540).
Assim, o Parquet é livre para formar sua convicção, incluindo na denúncia as pes-
soas que ele entenda que praticaram os crimes, não se podendo falar em arquivamento 
implícito em relação a quem não foi denunciado.
Na ação penal privada, vigora o princípio da indivisibilidade.
6. PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PRIVADA
São princípios exclusivos da ação penal privada os seguintes.
23
6.1 Princípio da oportunidade ou conveniência
Em contraposição ao princípio da obrigatoriedade da ação penal pública, cabe 
ao ofendido ou seu representante legal realizar um juízo de oportunidade e conveniência 
sobre o oferecimento da queixa. Dessa forma, é outorgada ao titular da ação penal uma 
faculdade, de forma que ele pode dela dispor.
Assim, não existe nenhum mecanismo de controle sobre o direito de ação penal 
de iniciativa privada, como existe em relação à ação penal pública.
Esse princípio também se aplica à representação e à requisição do Ministro da 
Justiça quanto à ação penal pública condicionada, na qual o legitimado pode deixar de 
apresentá-la também por motivos de conveniência e oportunidade.
Dessa forma, caso o ofendido não exerça seu direito de queixa, configurar-se-á a 
decadência ou renúncia.
6.2 Princípio da disponibilidade
O presente princípio decorre do princípio da oportunidade e conveniência da 
ação penal privada. Enquanto que a oportunidade e conveniência aplicam-se antes do ofe-
recimento da queixa-crime, a disponibilidade aplica-se durante o processo.
Dessa forma, é possível que o querelante desista do processo penal em anda-
mento. Ele pode fazer isso de três formas, melhor estudadas à frente:
	Concessão do perdão: é causa extintiva de punibilidade, porém deve ser acei-
to pelo querelado (art. 51).
	Perempção: consiste na desídia do querelante com o processo (art. 60).
	Conciliação e termo de desistência no procedimento dos crimes contra a 
honra: no processo por crime de calúnia ou injúria, antes de receber a quei-
xa, o juiz oferecerá às partes oportunidade para se reconciliarem (art. 520). No 
caso de reconciliação, depois de assinado pelo querelante o termo da desis-
tência, a queixa será arquivada (art. 522).
6.3 Princípio da indivisibilidade
A indivisibilidade significa que o querelante não pode escolher quem vai proces-
sar, estando obrigado a oferecer a queixa contra todos os autores do delito. Esse princípio 
encontra respaldo legal:
24 24
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao 
processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibili-
dade.
Dessa forma, caso assim não o faça, o querelante terá reconhecidos contra si a 
renúncia ou o perdão, com a respectiva extinção da ação:
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um 
dos autores do crime, a todos se estenderá.
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a 
todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar.
Porém, se a ação penal não for proposta contra todos, haverá uma diferenciação 
no caso de omissão voluntária ou involuntária:
OMISSÃO VOLUNTÁRIA (DELIBERADA) OMISSÃO
INVOLUNTÁRIA
Deve-se entender que houve renúncia táci-
ta quanto àquele que foi excluído, a qual se 
estende a todos os coautores e partícipes. 
O juiz deverá rejeitar a queixa e declarar a 
extinção da punibilidade para todos (arts. 
104 e 109, V, do CP). Todos ficarão livres do 
processo.
Não oferecida a queixa-crime contra todos 
os supostos autores ou partícipes da prá-
tica delituosa, há afronta ao princípio da 
indivisibilidade da ação penal, a implicar 
renúncia tácita ao direito de querela, cuja 
eficácia extintiva da punibilidade estende-
-se a todos quantos alegadamente hajam 
intervindo no cometimento da infração pe-
nal.
STF. 1ª Turma. Inq 3526/DF, Rel. Min. Rober-
to Barroso, julgado em 2/2/2016 (Info 813).
O Ministério Público deverá requerer a in-
timação do querelante para que ele faça o 
aditamento da queixa-crime e inclua os de-
mais coautores ou partícipes que ficaram 
de fora.
	Se o querelante fizer o aditamento: o 
processo continuará normalmente.
	Se o querelante se recusar expressa-
mente ou permanecer inerte: o juiz de-
verá entender que houve renúncia (art. 
49 do CPP). Assim, deverá extinguir a 
punibilidade em relação a todos os en-
volvidos.Assim, conclui-se que a não inclusão de eventuais suspeitos na queixa-crime não 
configura, por si só, renúncia tácita ao direito de queixa. Para seu reconhecimento, exige-se 
2524
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao 
processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibili-
dade.
Dessa forma, caso assim não o faça, o querelante terá reconhecidos contra si a 
renúncia ou o perdão, com a respectiva extinção da ação:
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um 
dos autores do crime, a todos se estenderá.
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a 
todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar.
Porém, se a ação penal não for proposta contra todos, haverá uma diferenciação 
no caso de omissão voluntária ou involuntária:
OMISSÃO VOLUNTÁRIA (DELIBERADA) OMISSÃO
INVOLUNTÁRIA
Deve-se entender que houve renúncia táci-
ta quanto àquele que foi excluído, a qual se 
estende a todos os coautores e partícipes. 
O juiz deverá rejeitar a queixa e declarar a 
extinção da punibilidade para todos (arts. 
104 e 109, V, do CP). Todos ficarão livres do 
processo.
Não oferecida a queixa-crime contra todos 
os supostos autores ou partícipes da prá-
tica delituosa, há afronta ao princípio da 
indivisibilidade da ação penal, a implicar 
renúncia tácita ao direito de querela, cuja 
eficácia extintiva da punibilidade estende-
-se a todos quantos alegadamente hajam 
intervindo no cometimento da infração pe-
nal.
STF. 1ª Turma. Inq 3526/DF, Rel. Min. Rober-
to Barroso, julgado em 2/2/2016 (Info 813).
O Ministério Público deverá requerer a in-
timação do querelante para que ele faça o 
aditamento da queixa-crime e inclua os de-
mais coautores ou partícipes que ficaram 
de fora.
	Se o querelante fizer o aditamento: o 
processo continuará normalmente.
	Se o querelante se recusar expressa-
mente ou permanecer inerte: o juiz de-
verá entender que houve renúncia (art. 
49 do CPP). Assim, deverá extinguir a 
punibilidade em relação a todos os en-
volvidos.
Assim, conclui-se que a não inclusão de eventuais suspeitos na queixa-crime não 
configura, por si só, renúncia tácita ao direito de queixa. Para seu reconhecimento, exige-se 
25
a demonstração de que a não inclusão de determinados autores ou partícipes na queixa-cri-
me se deu de forma deliberada pelo querelante.
COMO ISSO TEM SIDO COBRADO EM PROVAS
Ano: 2016 / Banca: UFMT / Órgão: DPE-MT / Prova: Defensor Público
São princípios que regem a ação penal privada:
a) obrigatoriedade e intranscendência. 
b) indivisibilidade e obrigatoriedade. 
c) oportunidade e indisponibilidade. 
d) instranscendência e indisponibilidade. 
e) disponibilidade e indivisibilidade.
R – E.
7. QUADRO RESUMO DOS PRINCÍPIOS
PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PÚBLICA PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PRIVADA
Princípio do ne procedat iudex ex officio
Princípio do ne bis in idem
Princípio da intranscendência
Princípio da obrigatoriedade Princípio da oportunidade e conveniência
Princípio da indisponibilidade Princípio da disponibilidade
Princípio da divisibilidade Princípio da indivisibilidade
Princípio da oficialidade Princípio da oficialidade: apenas na fase 
pré-processual
Princípio da oficiosidade Princípio da oficiosidade: apenas na fase 
pré-processual
8. AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
A ação penal pública incondicionada é a regra no nosso ordenamento jurídico, 
nos termos do art. 100, caput, do CP. De acordo com o art. 129, I, da CF/88, seu titular é o 
Ministério Público, bem como sua peça inicial é denominada denúncia.
26 26
A exceção quanto a essa titularidade configura-se na ação penal de iniciativa pri-
vada subsidiária da pública, a qual será estudada adiante, mas que não perde seu caráter 
de ação penal pública.
É chamada incondicionada porquanto a iniciativa do Ministério Público não de-
pende de nenhuma manifestação da vítima ou de terceiros. Assim, para saber se a ação 
penal será incondicionada, basta procurar se a lei penal dispõe em sentido diverso. Não 
dispondo, é ação pública incondicionada.
Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violên-
cia doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
Em regra, as lesões corporais leves e culposas são crimes de ação penal pública 
condicionada à representação, nos termos do art. 88 da Lei nº 9.099/95. Entretanto, não o 
será no caso de lesões corporais praticadas contra mulher no âmbito das relações domés-
ticas, sendo, pois, de ação penal pública incondicionada, pois a Lei dos Juizados Especiais 
não se aplica aos casos de violência doméstica (art. 41 da Lei nº 11.340/06).
Ressalta-se que a ação pode ser proposta a qualquer momento pelo Ministério 
Público enquanto não ocorrida a extinção de punibilidade.
LEI Nº 13.718/18 E AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Em 2018, foi publicada a Lei nº 13.718, modificando o art. 225 do CP e a nature-
za da ação penal dos crimes contra a dignidade sexual para ação penal pública incondi-
cionada. Recorda-se que anteriormente, em 2009, a natureza da ação penal relativa aos 
Capítulos I e II do Título VI do CP já havia sido modificada. Tendo em vista a novidade le-
gislativa, é importante estudá-la sob o ponto de vista do direito processual intertemporal. 
As mudanças quanto à espécie de ação penal estão sujeitas ao princípio da 
irretroatividade da lex gravior, de modo que não podem retroagir, exceto se mais benéfi-
cas ao acusado. Isso porque as normas que tratam sobre ação penal possuem natureza 
híbrida, tendo em vista que, na ação penal privada, há quatro causas extintivas de puni-
bilidade; na ação penal pública condicionada, a única causa extintiva de punibilidade é a 
decadência; e na ação penal pública incondicionada, não se admite sequer a decadência.
Conhecendo-se esse panorama, vamos analisar as mudanças ocorridas no art. 
225 do CP ao longo dos anos.
2726
A exceção quanto a essa titularidade configura-se na ação penal de iniciativa pri-
vada subsidiária da pública, a qual será estudada adiante, mas que não perde seu caráter 
de ação penal pública.
É chamada incondicionada porquanto a iniciativa do Ministério Público não de-
pende de nenhuma manifestação da vítima ou de terceiros. Assim, para saber se a ação 
penal será incondicionada, basta procurar se a lei penal dispõe em sentido diverso. Não 
dispondo, é ação pública incondicionada.
Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violên-
cia doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
Em regra, as lesões corporais leves e culposas são crimes de ação penal pública 
condicionada à representação, nos termos do art. 88 da Lei nº 9.099/95. Entretanto, não o 
será no caso de lesões corporais praticadas contra mulher no âmbito das relações domés-
ticas, sendo, pois, de ação penal pública incondicionada, pois a Lei dos Juizados Especiais 
não se aplica aos casos de violência doméstica (art. 41 da Lei nº 11.340/06).
Ressalta-se que a ação pode ser proposta a qualquer momento pelo Ministério 
Público enquanto não ocorrida a extinção de punibilidade.
LEI Nº 13.718/18 E AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Em 2018, foi publicada a Lei nº 13.718, modificando o art. 225 do CP e a nature-
za da ação penal dos crimes contra a dignidade sexual para ação penal pública incondi-
cionada. Recorda-se que anteriormente, em 2009, a natureza da ação penal relativa aos 
Capítulos I e II do Título VI do CP já havia sido modificada. Tendo em vista a novidade le-
gislativa, é importante estudá-la sob o ponto de vista do direito processual intertemporal. 
As mudanças quanto à espécie de ação penal estão sujeitas ao princípio da 
irretroatividade da lex gravior, de modo que não podem retroagir, exceto se mais benéfi-
cas ao acusado. Isso porque as normas que tratam sobre ação penal possuem natureza 
híbrida, tendo em vista que, na ação penal privada, há quatro causas extintivas de puni-
bilidade; na ação penal pública condicionada,a única causa extintiva de punibilidade é a 
decadência; e na ação penal pública incondicionada, não se admite sequer a decadência.
Conhecendo-se esse panorama, vamos analisar as mudanças ocorridas no art. 
225 do CP ao longo dos anos.
27
	Redação original do art. 225 do CP: em regra, a ação penal era de iniciativa 
privada. Era de ação pública condicionada à representação quando a vítima 
ou seus pais não podiam arcar com as despesas do processo sem privar-se 
dos recursos indispensáveis à manutenção própria ou da família. Por fim, 
era de ação penal pública incondicionada quando o crime era praticado 
com abuso do poder familiar, qualificado pela lesão grave ou morte ou pra-
ticado com violência real, segundo o entendimento do STF (Súmula 608).
	Redação do art. 225 do CP, dada pela Lei nº 12.015, de 10/08/2009: a ação 
penal passou a ser, em regra, pública condicionada à representação. Se-
riam de ação penal pública incondicionada se a vítima fosse menor de 18 
anos ou vulnerável permanente e os delitos qualificados pela lesão grave 
ou morte. Por último, a ação penal seria pública condicionada à represen-
tação quando a vulnerabilidade fosse temporária, conforme entendimento 
da jurisprudência.
Dessa forma, quando a ação era pública incondicionada e passou a ser condi-
cionada, tratando-se de modificação benéfica aos autores do fato, era necessária a imple-
mentação da representação no prazo de 6 (seis) meses, mesmo nas ações já iniciadas, sob 
pena de extinção da punibilidade pela decadência.
Em sentido oposto, quando a ação era privada e passou a ser pública condicio-
nada, não se permitiria mais o perdão, a renúncia e a perempção como causas extintivas 
de punibilidade.
	Redação atual do art. 225 do CP, dada pela Lei nº 13.718/18, de 24/09/18: a 
ação passou a ser pública incondicionada em qualquer caso.
Assim, trata-se de novatio legis in pejus, uma vez que não se permite mais a 
decadência do direito de representação como causa extintiva de punibilidade. Por isso, a 
nova redação somente poderá ser aplicada aos crimes ocorridos após a vigência da nova 
lei, qual seja, 25/09/18.
Portanto, em questões envolvendo os crimes sexuais, atentem à data do fato 
que foi apresentado, pois a resposta correta depende disso!
9. AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA
Há determinadas situações em que a persecução do delito penal pode causar 
maiores danos à vítima, de ordem moral, social ou psicológico, do que a própria impuni-
dade do crime, o que a doutrina chama de escândalo do processo ou strepitus iudicii e 
28 28
vitimização secundária. Por outro lado, há crimes que afetam diretamente interesses par-
ticulares. Nesses casos, a lei figura ao ofendido a decisão sobre iniciar o processo ou não. 
Nesse caso, a promoção da ação penal pública pelo Ministério Público depende 
de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. A ação será pública 
condicionada quando a lei penal assim dispuser.
9.1 Representação
A representação consiste na manifestação do ofendido ou de seu representante 
legal de que tem interesse na persecução penal do delito praticado.
Tal ato processual é regido pelo princípio da oportunidade e conveniência, em 
que cabe ao ofendido ou seu representante legal decidir sobre o exercício ou não do direito 
de representação.
Atenção! Doutrina e jurisprudência entendem que, em regra, não é possível haver a 
renúncia ao direito de representação, tendo em vista que o CPP apenas trata sobre a 
renúncia do direito de queixa.
Entretanto, a Lei dos Juizados Especiais (Lei nº 9.099/95) prevê que haverá 
renúncia ao direito de representação se houver composição civil dos danos:
Art. 74 (...)
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada 
ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo 
homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou represen-
tação.
Por outro lado, o art. 16 da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06) dispõe que 
será admitida a renúncia à representação antes do recebimento da denúncia. Nesse caso, 
houve uma atecnia do legislador, tendo em vista que a representação é exercida em mo-
mento anterior à denúncia. Portanto, deve-se entender que o dispositivo tratou da possi-
bilidade de retratação da representação.
A representação possui natureza jurídica de condição específica de procedibili-
dade, cuja ausência enseja a rejeição da peça acusatória, nos termos do art. 395, II, do CPP. 
Entretanto, no caso de crimes de ação penal incondicionada passarem a ser de ação penal 
condicionada quando o processo já estiver iniciado, a representação será condição de pros-
seguibilidade. Foi o que ocorreu com os crimes de lesão corporal leve e culposa.
2928
vitimização secundária. Por outro lado, há crimes que afetam diretamente interesses par-
ticulares. Nesses casos, a lei figura ao ofendido a decisão sobre iniciar o processo ou não. 
Nesse caso, a promoção da ação penal pública pelo Ministério Público depende 
de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. A ação será pública 
condicionada quando a lei penal assim dispuser.
9.1 Representação
A representação consiste na manifestação do ofendido ou de seu representante 
legal de que tem interesse na persecução penal do delito praticado.
Tal ato processual é regido pelo princípio da oportunidade e conveniência, em 
que cabe ao ofendido ou seu representante legal decidir sobre o exercício ou não do direito 
de representação.
Atenção! Doutrina e jurisprudência entendem que, em regra, não é possível haver a 
renúncia ao direito de representação, tendo em vista que o CPP apenas trata sobre a 
renúncia do direito de queixa.
Entretanto, a Lei dos Juizados Especiais (Lei nº 9.099/95) prevê que haverá 
renúncia ao direito de representação se houver composição civil dos danos:
Art. 74 (...)
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada 
ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo 
homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou represen-
tação.
Por outro lado, o art. 16 da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06) dispõe que 
será admitida a renúncia à representação antes do recebimento da denúncia. Nesse caso, 
houve uma atecnia do legislador, tendo em vista que a representação é exercida em mo-
mento anterior à denúncia. Portanto, deve-se entender que o dispositivo tratou da possi-
bilidade de retratação da representação.
A representação possui natureza jurídica de condição específica de procedibili-
dade, cuja ausência enseja a rejeição da peça acusatória, nos termos do art. 395, II, do CPP. 
Entretanto, no caso de crimes de ação penal incondicionada passarem a ser de ação penal 
condicionada quando o processo já estiver iniciado, a representação será condição de pros-
seguibilidade. Foi o que ocorreu com os crimes de lesão corporal leve e culposa.
29
Para o exercício do direito de representação, não é exigido nenhum formalismo, 
bastando que haja manifestação de vontade da vítima ou de seu representante legal, po-
dendo ser escrita ou oral:
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmen-
te ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, 
escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à au-
toridade policial.
§ 1º A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura 
devidamente autenticada do ofendido, de seu representante legal 
ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade 
policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este hou-
ver sido dirigida.
§ 2º A representação conterá todas as informações que possam ser-
vir à apuração do fato e da autoria.
§ 3º Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade po-
licial procederá a inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á 
à autoridade que o for.
§ 4º A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida 
a termo, será remetida à autoridade policial para que esta proceda a 
inquérito.
§ 5º O órgão do Ministério Público dispensaráo inquérito, se com a 
representação forem oferecidos elementos que o habilitem a pro-
mover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de 
quinze dias.
A despeito do que diz o caput do dispositivo acima, entende-se que a represen-
tação não deve ser realizada ao juiz, de modo a preservar sua imparcialidade, devendo ele 
encaminhá-la ao Parquet.
Ressalta-se que a representação não vincula o Ministério Público, cabendo ao 
órgão formar sua opinio delicti com os elementos de informação colhidos.
Como se vê acima, a legitimidade para a representação é do ofendido, que pode-
rá fazê-la pessoalmente ou por procurador com poderes especiais. Ressalta-se que consis-
te no mesmo regime jurídico para o oferecimento da queixa-crime, de modo que tudo que 
for estudado aqui valerá para a ação penal de iniciativa privada.
No caso de pessoa jurídica, a representação é exercida por quem os respectivos 
contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-ge-
rentes (art. 37).
30 30
COMO ISSO TEM SIDO COBRADO EM PROVAS
(Ano: 2013 / Banca: FCC / Órgão: AL-PB / Prova: Procurador)
Em relação à ação penal de iniciativa privada, é correto afirmar que 
a) o perdão não poderá ser aceito por procurador, ainda que este tenha poderes especiais.
b) salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá do di-
reito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de 6 (seis) meses, 
contado do dia do fato tido como criminoso.
c) o querelante não poderá desistir da ação penal.
d) não se admite a renúncia tácita.
e) as fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas poderão exercer a 
ação penal, devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos 
designarem ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes.
R – E.
Atenção! Há certos casos em que o ofendido não poderá exercer o direito de representa-
ção. Vamos analisá-los:
	Ofendido menor de 18 (dezoito) anos, mentalmente enfermo ou retardado mental: o 
direito de representação será exercido por seu representante legal.
	Ofendido menor de 18 (dezoito) anos, mentalmente enfermo ou retardado mental 
que não tenha representante legal ou que haja conflito de interesses: a representa-
ção será exercida por curador especial, por interpretação extensiva do art. 33 do CPP:
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 (dezoito) anos, ou mental-
mente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante 
legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de 
queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofí-
cio ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente 
para o processo penal.
Ressalta-se que o curador não é obrigado a oferecer a representação (ou a 
queixa-crime), devendo analisar sua conveniência e oportunidade. Trata-se de hipótese 
de substituição processual ou legitimação extraordinária, uma vez que ele estará exer-
cendo em nome próprio defesa de direito alheio.
3130
COMO ISSO TEM SIDO COBRADO EM PROVAS
(Ano: 2013 / Banca: FCC / Órgão: AL-PB / Prova: Procurador)
Em relação à ação penal de iniciativa privada, é correto afirmar que 
a) o perdão não poderá ser aceito por procurador, ainda que este tenha poderes especiais.
b) salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá do di-
reito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de 6 (seis) meses, 
contado do dia do fato tido como criminoso.
c) o querelante não poderá desistir da ação penal.
d) não se admite a renúncia tácita.
e) as fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas poderão exercer a 
ação penal, devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos 
designarem ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes.
R – E.
Atenção! Há certos casos em que o ofendido não poderá exercer o direito de representa-
ção. Vamos analisá-los:
	Ofendido menor de 18 (dezoito) anos, mentalmente enfermo ou retardado mental: o 
direito de representação será exercido por seu representante legal.
	Ofendido menor de 18 (dezoito) anos, mentalmente enfermo ou retardado mental 
que não tenha representante legal ou que haja conflito de interesses: a representa-
ção será exercida por curador especial, por interpretação extensiva do art. 33 do CPP:
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 (dezoito) anos, ou mental-
mente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante 
legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de 
queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofí-
cio ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente 
para o processo penal.
Ressalta-se que o curador não é obrigado a oferecer a representação (ou a 
queixa-crime), devendo analisar sua conveniência e oportunidade. Trata-se de hipótese 
de substituição processual ou legitimação extraordinária, uma vez que ele estará exer-
cendo em nome próprio defesa de direito alheio.
31
Essa hipótese aplica-se, inclusive, aos maiores de 16 (dezesseis) anos e meno-
res de 18 (dezoito) anos casados ou emancipados, entendendo-se que, apesar da obten-
ção da capacidade civil plena, não possuem capacidade para oferecer representação ou 
queixa-crime.
	Morte da vítima: é hipótese de legitimação anômala, uma vez que ocorrerá sucessão 
processual:
Art. 24 (...)
§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente 
por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônju-
ge, ascendente, descendente ou irmão.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausen-
te por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir 
na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, 
terá preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente mais próximo 
na ordem de enumeração constante do art. 31, podendo, entre-
tanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante desis-
ta da instância ou a abandone.
Ressalta-se que o art. 36 impõe uma ordem de preferência entre os legitima-
dos. Assim, o ascendente somente poderá exercer o direito de representação quando o 
cônjuge assim não o fez, e assim vai. Havendo divergência entre eles, prevalece a vontade 
de quem deseja a persecução penal. Da mesma forma, qualquer um dos sucessores po-
derá prosseguir no processo já instaurado no caso de outro desistir ou abandoná-lo.
A maioria da doutrina defende que, por força do art. 226, § 3º, da CF/88, o com-
panheiro também está incluído no rol de sucessores. A doutrina minoritária, por sua vez, 
defende ser hipótese de analogia in malam partem, vedada no Direito Penal.
O prazo para exercer o direito de representação é decadencial de 6 (seis) meses, 
contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime (art. 38 do CPP). Trata-se de 
prazo de natureza material, ou seja, fatal e improrrogável, não sujeito a suspensão e in-
terrupções, devendo ser contado na forma do art. 10 do CP: o dia do começo inclui-se no 
cômputo do prazo.
No caso de sucessão processual, o prazo é o mesmo (art. 38, parágrafo único), 
porém, tendo em vista que ele é uno, os sucessores apenas disporão do restante do prazo. 
Ex.: passados três meses do conhecimento da autoria, o ofendido falece. Seus sucessores 
32 32
disporão de apenas três meses a partir de sua morte, caso também tenham conhecimento 
da autoria do crime. Não tendo, o prazo de três meses se inicia em tal momento.
Atenção! No caso do crime de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento, 
o prazo para o exercício da representação conta-se a partir do trânsito em julgado da 
sentença que anule o casamento (art. 236, parágrafo único, do CP). Trata-se de exceção 
à regra do art. 38 do CPP.
Importa ressaltar que a representação goza de eficácia objetiva, a qual consiste 
no fato de que, exercido o direito de representação contra um dos coautores ou partícipes 
de determinado fato delituoso,ela se estende aos demais. Dessa forma, o Ministério Público 
poderá apresentar denúncia contra todos os envolvidos no crime.
Porém, importa ressaltar que essa eficácia objetiva é somente quanto aos sujei-
tos do crime, não permitindo que o Ministério Público ofereça denúncia quanto a outros 
fatos, ou seja, fatos delituosos distintos daquele em que houve a representação.
Por fim, é possível que o ofendido se retrate da representação, desde que o faça 
até o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público:
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a de-
núncia.
ATENÇÃO! A retratação acontece até o oferecimento da denúncia, não até o recebimen-
to. Essa é uma pegadinha comum em provas, esteja atento! Ressalva-se a possibilidade 
de retratação até o recebimento da denúncia admitida no art. 16 da Lei Maria da Penha 
(Lei nº 11.340/06), já tratada acima.
RETRATAÇAO DA RETRATAÇÃO?
Parcela majoritária da doutrina defende que é possível a retratação da retra-
tação da representação, bastando que o ofendido ou seu representante legal apresente 
nova representação e desde que o faça dentro do prazo decadencial de 6 (seis) meses, 
contado a partir do conhecimento da autoria.
9.2 Requisição do Ministro da Justiça
A requisição, dirigida ao chefe do Ministério Público, consiste em manifestação 
da vontade do Ministro da Justiça no sentido de que há interesse na persecução penal do 
autor do fato delituoso. Nesse caso, vigora o princípio da oportunidade e conveniência.
3332
disporão de apenas três meses a partir de sua morte, caso também tenham conhecimento 
da autoria do crime. Não tendo, o prazo de três meses se inicia em tal momento.
Atenção! No caso do crime de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento, 
o prazo para o exercício da representação conta-se a partir do trânsito em julgado da 
sentença que anule o casamento (art. 236, parágrafo único, do CP). Trata-se de exceção 
à regra do art. 38 do CPP.
Importa ressaltar que a representação goza de eficácia objetiva, a qual consiste 
no fato de que, exercido o direito de representação contra um dos coautores ou partícipes 
de determinado fato delituoso, ela se estende aos demais. Dessa forma, o Ministério Público 
poderá apresentar denúncia contra todos os envolvidos no crime.
Porém, importa ressaltar que essa eficácia objetiva é somente quanto aos sujei-
tos do crime, não permitindo que o Ministério Público ofereça denúncia quanto a outros 
fatos, ou seja, fatos delituosos distintos daquele em que houve a representação.
Por fim, é possível que o ofendido se retrate da representação, desde que o faça 
até o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público:
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a de-
núncia.
ATENÇÃO! A retratação acontece até o oferecimento da denúncia, não até o recebimen-
to. Essa é uma pegadinha comum em provas, esteja atento! Ressalva-se a possibilidade 
de retratação até o recebimento da denúncia admitida no art. 16 da Lei Maria da Penha 
(Lei nº 11.340/06), já tratada acima.
RETRATAÇAO DA RETRATAÇÃO?
Parcela majoritária da doutrina defende que é possível a retratação da retra-
tação da representação, bastando que o ofendido ou seu representante legal apresente 
nova representação e desde que o faça dentro do prazo decadencial de 6 (seis) meses, 
contado a partir do conhecimento da autoria.
9.2 Requisição do Ministro da Justiça
A requisição, dirigida ao chefe do Ministério Público, consiste em manifestação 
da vontade do Ministro da Justiça no sentido de que há interesse na persecução penal do 
autor do fato delituoso. Nesse caso, vigora o princípio da oportunidade e conveniência.
33
Da mesma forma que a representação, a requisição é condição de procedibilida-
de para o oferecimento da denúncia, devendo ser apresentada em relação a crime come-
tido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (art. 7º, § 3º, “b”, do CP) e crimes contra 
a honra cometidos contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro (arts. 
141, I, e 145, parágrafo único, do CP).
Apesar de denominada “requisição”, o Ministério Público não está a ela vincula-
do, não sendo obrigado a oferecer a denúncia, cabendo ao órgão formar sua opinio delicti.
O CPP não trata de qual o prazo para o exercício da requisição, de modo que se 
entende que ela não está sujeita à decadência, como a representação, podendo ser ofere-
cida a qualquer tempo enquanto não extinta a punibilidade.
A doutrina majoritária defende que também é cabível a retratação da requisição, 
nos mesmos moldes da representação, ou seja, enquanto não oferecida a denúncia. Da 
mesma forma, a requisição é dotada de eficácia objetiva, estendendo-se aos demais auto-
res e partícipes do fato.
10. AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA
Da mesma forma que na ação penal pública condicionada à representação, há 
crimes em que o trâmite do processo causa maiores danos à vítima do que a impunidade, 
configurando-se o escândalo do processo (strepitus iudicii) e a vitimização secundária, e 
crimes que afetam diretamente interesses particulares. Ademais, a produção de prova de-
pende quase que unicamente do ofendido.
Assim, a lei determinou que nesses delitos a ação penal deverá ser iniciada pelo 
ofendido, e não pelo Ministério Público. Nesses casos, a lei é expressa nessa determinação.
10.1 Ação penal exclusivamente privada
Essa é a regra quanto às ações penais privadas, sendo possível a sucessão 
processual em caso de morte do ofendido, pois permite a transmissão do direito de queixa:
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente 
por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na 
ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Ressalta-se que a doutrina majoritária já interpretava o art. 31 à luz da Consti-
tuição Federal, entendendo que a legitimidade pertence também a(o) companheiro(a), 
tendo em vista a equiparação da união estável ao casamento. Em 2019, o STJ se manifestou 
no mesmo sentido:
34 34
A companheira, em união estável homoafetiva reconhecida, goza do 
mesmo status de cônjuge para o processo penal, possuindo legitimi-
dade para ajuizar a ação penal privada.
STJ. Corte Especial. APn 912-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 
07/08/2019 (Info 654).
Sobre o assunto, importante estudar o entendimento sumulado do STF sobre os 
crimes contra a honra de funcionário público no exercício das funções:
Súmula 714-STF: É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do mi-
nistério público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por cri-
me contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções.
A súmula trará como hipótese de legitimidade concorrente, mas, na realidade, 
trata-se de legitimação alternativa: uma vez havida representação pelo ofendido, a ação 
penal será pública condicionada, não havendo mais a possibilidade de se apresentar quei-
xa-crime, e vice-versa. Cabe, pois, ao ofendido, a opção entre fazer a representação ou apre-
sentar queixa-crime.
Apesar disso, em provas objetivas, é recomendável seguir a literalidade da súmu-
la, como demonstrado a seguir:
COMO ISSO TEM SIDO COBRADO EM PROVAS
(Ano: 2017 / Banca: VUNESP / Órgão: TJ-SP / Prova: Juiz Substituto)
A legitimidade para a propositura de ação penal por crime contra a honra de servidor 
público em razão do exercício de suas funções é
a) exclusiva do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido.
b) concorrente do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à 
representação do ofendido.
c) concorrente do ofendido, mediante representação, e do Ministério Público, mediante 
ação pública incondicionada.
d) exclusiva do ofendido, mediante queixa.
R – B.
3534
A companheira, em união estável homoafetiva reconhecida, goza do 
mesmo status de cônjuge para o processo penal, possuindo legitimi-
dade para ajuizar a ação penal privada.
STJ. Corte Especial. APn 912-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em07/08/2019 (Info 654).
Sobre o assunto, importante estudar o entendimento sumulado do STF sobre os 
crimes contra a honra de funcionário público no exercício das funções:
Súmula 714-STF: É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do mi-
nistério público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por cri-
me contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções.
A súmula trará como hipótese de legitimidade concorrente, mas, na realidade, 
trata-se de legitimação alternativa: uma vez havida representação pelo ofendido, a ação 
penal será pública condicionada, não havendo mais a possibilidade de se apresentar quei-
xa-crime, e vice-versa. Cabe, pois, ao ofendido, a opção entre fazer a representação ou apre-
sentar queixa-crime.
Apesar disso, em provas objetivas, é recomendável seguir a literalidade da súmu-
la, como demonstrado a seguir:
COMO ISSO TEM SIDO COBRADO EM PROVAS
(Ano: 2017 / Banca: VUNESP / Órgão: TJ-SP / Prova: Juiz Substituto)
A legitimidade para a propositura de ação penal por crime contra a honra de servidor 
público em razão do exercício de suas funções é
a) exclusiva do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido.
b) concorrente do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à 
representação do ofendido.
c) concorrente do ofendido, mediante representação, e do Ministério Público, mediante 
ação pública incondicionada.
d) exclusiva do ofendido, mediante queixa.
R – B.
35
10.2 Ação penal privada personalíssima
Nesse caso, o direito de queixa somente pode ser exercido pelo ofendido pes-
soalmente, não cabendo sucessão processual, ainda que em caso de morte ou ausência. 
Da mesma forma, não caberá atuação de representante legal ou de curador especial.
Assim, havendo a morte da vítima, configurada está a extinção de punibilidade. 
Na hipótese de a vítima ser menor de 18 (dezoito) anos, deve-se aguardar que atinja a maio-
ridade para poder exercer seu direito, estando suspenso o prazo de decadência.
Atenção! No direito brasileiro, apenas o crime de induzimento a erro essencial e oculta-
ção de impedimento ao casamento (art. 236 do CP) é de ação penal privada personalís-
sima.
11. AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA
A ação penal privada subsidiária da pública possui previsão constitucional e legal 
no Código Penal e no Código de Processo Penal, respectivamente:
Art. 5º (...)
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta 
não for intentada no prazo legal;
Art. 100 (...)
§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação 
pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal.
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se 
esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público 
aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir 
em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, inter-
por recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, 
retomar a ação como parte principal.
Ela encontra fundamento no princípio da inafastabilidade da jurisdição (art. 5º, 
XXXV, da CF/88) e consiste em instrumento de fiscalização do princípio da obrigatoriedade
que rege o Ministério Público. Trata-se de verdadeiro direito fundamental, cláusula pétrea.
Porém, importa ressaltar que a ação penal privada subsidiária da pública somen-
te é cabível quando há um ofendido determinado. Dessa forma, nos crimes de perigo, não 
se afigura possível esse tipo de ação.
36 36
Atenção! O legitimado para a queixa-crime pode ser pessoa jurídica e entes não ligados 
diretamente ao ofendido. É o caso de crimes e contravenções que envolvam a relação 
de consumo (arts. 80 e 82, III e IV, do CDC) e dos crimes falimentares (art. 184, parágrafo 
único, da Lei nº 11.101/05).
Como se percebe, só se pode falar em ação penal privada subsidiária quando há
inércia do Ministério Público, não sendo possível levá-la a cabo quando o órgão arquiva o 
inquérito policial, uma vez que não houve omissão do Parquet.
Por outro lado, enquanto não oferecida a queixa-crime pelo ofendido, continua 
possível ao Ministério Público apresentar denúncia, configurando-se legitimidade concor-
rente.
Aqui também vigora o princípio da oportunidade e conveniência, pois cabe ao 
ofendido ou seu representante decidir se apresentará ou não queixa-crime. Quanto ao pra-
zo, importa estudar o dispositivo legal:
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu represen-
tante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não 
o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier 
a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em 
que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
O prazo é decadencial, mas, ao contrário da ação penal privada, seu escoamento 
não provoca a extinção da punibilidade. Por isso, a doutrina denomina de decadência im-
própria. Entretanto, ele não se prorroga nem se interrompe.
Na ação penal privada subsidiária da pública, o Ministério Público exerce um pa-
pel de interveniente adesivo obrigatório ou parte adjunta, uma vez que a lei exige que 
intervenha em todos os atos do processo, sob pena de nulidade (art. 564, III, “d”, do CPP). 
Assim, ele pode tomar as seguintes providências:
	Opinar pela rejeição da queixa-crime se presentes alguma das hipóteses que 
autorizam sua rejeição (art. 395 do CPP);
	Aditar a queixa-crime, tanto quanto aos aspectos acidentais quanto aos aspec-
tos essenciais, podendo incluir novos fatos delituosos ou coautores ou partí-
cipes;
	Repudiar a queixa-crime, desde que até o seu recebimento. Nesse caso, o Mi-
nistério Público deverá obrigatoriamente apresentar denúncia substitutiva.
3736
Atenção! O legitimado para a queixa-crime pode ser pessoa jurídica e entes não ligados 
diretamente ao ofendido. É o caso de crimes e contravenções que envolvam a relação 
de consumo (arts. 80 e 82, III e IV, do CDC) e dos crimes falimentares (art. 184, parágrafo 
único, da Lei nº 11.101/05).
Como se percebe, só se pode falar em ação penal privada subsidiária quando há
inércia do Ministério Público, não sendo possível levá-la a cabo quando o órgão arquiva o 
inquérito policial, uma vez que não houve omissão do Parquet.
Por outro lado, enquanto não oferecida a queixa-crime pelo ofendido, continua 
possível ao Ministério Público apresentar denúncia, configurando-se legitimidade concor-
rente.
Aqui também vigora o princípio da oportunidade e conveniência, pois cabe ao 
ofendido ou seu representante decidir se apresentará ou não queixa-crime. Quanto ao pra-
zo, importa estudar o dispositivo legal:
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu represen-
tante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não 
o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier 
a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em 
que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
O prazo é decadencial, mas, ao contrário da ação penal privada, seu escoamento 
não provoca a extinção da punibilidade. Por isso, a doutrina denomina de decadência im-
própria. Entretanto, ele não se prorroga nem se interrompe.
Na ação penal privada subsidiária da pública, o Ministério Público exerce um pa-
pel de interveniente adesivo obrigatório ou parte adjunta, uma vez que a lei exige que 
intervenha em todos os atos do processo, sob pena de nulidade (art. 564, III, “d”, do CPP). 
Assim, ele pode tomar as seguintes providências:
	Opinar pela rejeição da queixa-crime se presentes alguma das hipóteses que 
autorizam sua rejeição (art. 395 do CPP);
	Aditar a queixa-crime, tanto quanto aos aspectos acidentais quanto aos aspec-
tos essenciais, podendo incluir novos fatos delituosos ou coautores ou partí-
cipes;
	Repudiar a queixa-crime, desde que até o seu recebimento. Nesse caso, o Mi-
nistério Público deverá obrigatoriamente apresentar denúncia substitutiva.
37
	Retomar aação penal como parte principal, no caso de inércia ou negligência 
do querelante, o que a doutrina chama de ação penal indireta.
38 38
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
CAVALCANTE, Márcio André Lopes.  Princípio da indivisibilidade da ação pe-
nal privada: omissão voluntária e involuntária. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Dispo-
nível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/23d2e-
1578544b172cca332ff74bddf5f>. Acesso em: 28/08/2018.
LIMA, Renato Brasileiro. Manual de processo penal: volume único. 5ª ed., rev., 
ampl. e atual., Salvador: Editora Juspodivm, 2017.
COMO TEM SIDO COBRADO EM PROVAS DE MAGISTRATURA ESTADUAL 
MAGISTRATURA ESTADUAL – TJPR – 2017 – BANCA: CESPE
Diferencie as condições da ação penal sob a ótica da concepção eclética e sob a teoria da 
asserção, considerando a justa causa como espécie de condição da ação, discorrendo sobre 
os efeitos da absolvição sumária, bem como da rejeição da peça acusatória.
RESPOSTA
As condições da ação consistem nos requisitos necessários e condicionantes ao 
exercício regular do direito de ação, existindo duas teorias sobre elas.
A teoria eclética defende que a existência do direito de ação é independente da 
existência do direito material, sendo, no entanto, necessário o preenchimento de certos re-
quisitos formais, chamados de condições da ação. Dessa forma, as condições da ação não 
se confundem com o seu mérito. 
Assim, a qualquer tempo no processo e em qualquer grau de jurisdição, uma vez 
que consiste em matéria de ordem pública, verificada a ausência de alguma condição da 
ação, deverá o juiz extinguir o processo por uma sentença terminativa, ou seja, sem reso-
lução do mérito, por carência da ação. Assim, não haverá a formação da coisa julgada e a 
demanda pode ser renovada, bastando haver a correção do vício.
Por outro lado, a teoria da asserção prega que as condições da ação devem ser 
analisadas pelo juiz com base nos elementos apresentados pelo próprio autor da ação na 
sua petição inicial, os quais são tomados como verdadeiros, sem nenhum aprofundamento 
cognitivo. Assim, se, nessa fase, o juiz constata a ausência de alguma condição da ação me-
diante cognição sumária, deverá extinguir o processo sem resolução do mérito por carência 
da ação, havendo coisa julgada formal. 
Todavia, se há necessidade de uma cognição mais aprofundada para averiguar a 
presença das condições da ação, elas passam a ser analisadas como mérito, gerando, pois, 
uma sentença de rejeição do pedido com formação de coisa julgada formal e material, a 
qual impossibilita a renovação do pedido.
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BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
CAVALCANTE, Márcio André Lopes.  Princípio da indivisibilidade da ação pe-
nal privada: omissão voluntária e involuntária. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Dispo-
nível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/23d2e-
1578544b172cca332ff74bddf5f>. Acesso em: 28/08/2018.
LIMA, Renato Brasileiro. Manual de processo penal: volume único. 5ª ed., rev., 
ampl. e atual., Salvador: Editora Juspodivm, 2017.
COMO TEM SIDO COBRADO EM PROVAS DE MAGISTRATURA ESTADUAL 
MAGISTRATURA ESTADUAL – TJPR – 2017 – BANCA: CESPE
Diferencie as condições da ação penal sob a ótica da concepção eclética e sob a teoria da 
asserção, considerando a justa causa como espécie de condição da ação, discorrendo sobre 
os efeitos da absolvição sumária, bem como da rejeição da peça acusatória.
RESPOSTA
As condições da ação consistem nos requisitos necessários e condicionantes ao 
exercício regular do direito de ação, existindo duas teorias sobre elas.
A teoria eclética defende que a existência do direito de ação é independente da 
existência do direito material, sendo, no entanto, necessário o preenchimento de certos re-
quisitos formais, chamados de condições da ação. Dessa forma, as condições da ação não 
se confundem com o seu mérito. 
Assim, a qualquer tempo no processo e em qualquer grau de jurisdição, uma vez 
que consiste em matéria de ordem pública, verificada a ausência de alguma condição da 
ação, deverá o juiz extinguir o processo por uma sentença terminativa, ou seja, sem reso-
lução do mérito, por carência da ação. Assim, não haverá a formação da coisa julgada e a 
demanda pode ser renovada, bastando haver a correção do vício.
Por outro lado, a teoria da asserção prega que as condições da ação devem ser 
analisadas pelo juiz com base nos elementos apresentados pelo próprio autor da ação na 
sua petição inicial, os quais são tomados como verdadeiros, sem nenhum aprofundamento 
cognitivo. Assim, se, nessa fase, o juiz constata a ausência de alguma condição da ação me-
diante cognição sumária, deverá extinguir o processo sem resolução do mérito por carência 
da ação, havendo coisa julgada formal. 
Todavia, se há necessidade de uma cognição mais aprofundada para averiguar a 
presença das condições da ação, elas passam a ser analisadas como mérito, gerando, pois, 
uma sentença de rejeição do pedido com formação de coisa julgada formal e material, a 
qual impossibilita a renovação do pedido.
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A teoria da asserção é a adotada pelo STJ, bem como pelo legislador no art. 395, 
II, do CPP, quando aduz que a ausência de condição da ação penal é causa de rejeição da 
denúncia ou queixa. Portanto, as condições da ação serão analisadas durante o juízo de ad-
missibilidade da peça acusatória e, caso ausentes, darão ensejo a uma sentença penal sem 
resolução do mérito.
O art. 395, III, do CPP traz também a justa causa como causa de rejeição da peça 
acusatória. Assim, exige-se que a acusação apresente na denúncia ou queixa o suporte pro-
batório mínimo que deve lastrear a ação penal, demonstrando a materialidade do fato e 
indícios de autoria.
Adotada a concepção eclética, a ausência de justa causa poderia ser reconhecida 
em qualquer grau de jurisdição, por se tratar de matéria de ordem pública, não havendo 
preclusão, devendo o juiz rejeitar a peça acusatória por meio de sentença terminativa, que 
não fará coisa julgada material, mas apenas formal.
Pela teoria da asserção, a análise da presença de justa causa ocorrerá com base 
no que foi narrado na denúncia ou queixa e por meio de cognição sumária. Se ausente, a 
inicial será rejeitada com base no art. 395, III, do CPP, fazendo coisa julgada formal apenas. 
Após a apresentação da resposta à acusação, no entanto, a cognição é aprofundada e a au-
sência de justa causa implicará na absolvição sumária do acusado, com base no art. 397, III, 
do CPP, com julgamento de mérito e fazendo coisa julgada formal e material.

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