Prévia do material em texto
AULA 01 – EXERCÍCIOS 1. A organização da Justiça do Trabalho é operada em três estratos, os quais incluem as Varas do Trabalho, os Tribunais Regionais do Trabalho e, em última instância, o Tribunal Superior do Trabalho. Acerca dessa estruturação, é correto afirmar que: A) a circunscrição da Vara do Trabalho é definida por lei federal e costuma abarcar alguns Municípios próximos. Elas são geridas por juízes ou juízas do trabalho, após aprovação em concurso de provas e de títulos, os quais são agentes políticos considerados órgãos da estrutura do Poder Judiciário Federal. B) mesmo após a edição da Emenda Constitucional nº 24/99, ainda existe a representação classista (ou paritária) na Justiça do Trabalho, uma vez que tanto empregadores quanto empregados precisam estar representados em juízo. Sem uma representação paritária. C) os chamados Tribunais Regionais do Trabalho (TRT) correspondem a uma "região" trabalhista, a qual coincide com um Estado da Federação brasileira, sendo obrigatório ter ao menos um TRT por Estado. No entanto, é possível que haja mais de um TRT por Estado, como é o caso do TRT 2 e do TRT 15, ambos cobrindo o Estado de São Paulo. D) os desembargadores dos Tribunais Regionais do Trabalho são nomeados pelo Presidente da República e seu quantitativo final depende do volume processual do Regional aos quais eles se encontram vinculados. No entanto, o número mínimo é de 10 desembargadores, não havendo quantitativo máximo para que haja a fixação da quantidade de desembargadores a serem designados. E) após a Emenda Constitucional nº 45, foram criados dois órgãos auxiliares ao TST: a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho e o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT). A Escola tem a função de regulamentar cursos oficiais de ingresso na magistratura. 2. Diferentemente das Varas do Trabalho e dos Tribunais Regionais do Trabalho, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) possui sua organização funcional descrita de forma mais pormenorizada no seu regimento interno, especificamente em seu art. 59. Considerando as disposições legais dessa norma de organização interna, é correto afirmar que: A) o TST se divide em: Pleno, Órgão Especial, Seção Especializada em Dissídios Coletivos, duas Seções Especializadas em Dissídios Individuais e suas 10 Turmas. B) o Pleno é a composição total do órgão judicante máximo da seara trabalhista. Para que ele inicie as sessões, é necessária a presença de pelo menos 14 ministros, sendo exigida a maioria simples quando se tratar de aprovação. C) o Órgão Especial é composto de 17 ministros, sendo eles o Presidente e o Vice, o Corregedor- Geral, os 7 mais antigos e mais 7 indicados pelo Pleno. Seu quórum de funcionamento é de 8 ministros. D) as seções especializadas se dividem em duas categorias: as dos dissídios coletivos e as de dissídios individuais. Existem duas seções de dissídios individuais e ambas possuem o mesmo quantitativo de ministros. E) o TST é composto por 8 Turmas, e cada uma delas é composta por 4 ministros, e a presidência recai sobre o ministro mais antigo que a integre. As turmas podem funcionar com quórum mínimo de 3 ministros. Narthagnam Realce Narthagnam Realce 3. A questão da competência, em termos processuais, diz respeito à forma como a jurisdição é repartida segundo os vários órgãos jurisdicionais integrantes do Poder Judiciário, e serve para organizar melhor a distribuição dos feitos e para ordenar o fluxo procedimental nas instâncias processuais. Uma das maneiras de se repartir e fixar a competência é a material e, na seara laboral, ela se encontra disposta no art. 114 do texto constitucional. Acerca desse tema, é correto afirmar que: A) para fins de competência material da Justiça do Trabalho, a relação de emprego e a relação de trabalho não possuem o mesmo significado. Relação de emprego corresponde a contrato de trabalho. Por mais que o Poder Judiciário do Trabalho seja competente para julgar algumas relações de trabalho, materialmente, não se aplica para elas o regramento legal (CLT). B) a competência da Justiça do Trabalho abarca as relações sociais advindas da interação entre empregados e empregadores, em um contrato expresso ou tácito, e que tenham sido convencionadas individual ou coletivamente, por meio de autocomposição (sentenças normativas) ou de heterocomposição (acordos coletivos). C) a respeito da competência material da Justiça do Trabalho e das questões que envolvem servidores públicos, a ADI nº 3.395 pacificou o entendimento de que o art. 114, I, da CF/88 não comporta nenhuma interpretação que inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a apreciação de causas que sejam instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. D) após a Emenda Constitucional nº 45/04, foi incluída a competência material para a Justiça do Trabalho julgar questões de ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores. Essa competência foi incluída em razão de o Brasil ter ratificado a Convenção da OIT nº 87, que trata da pluralidade sindical a qual se encontra prestigiada no art. 8º, II, da CF/88. E) as ações que discutem representação sindical são da alçada da Justiça Comum, uma vez que não se admitem ações entre pessoas jurídicas distintas e que não se debata especificamente uma relação material de vínculo empregatício entre os litigantes na seara laboral. Assim, a Justiça do Trabalho materialmente possui competência para julgar ações entre pessoas físicas (trabalhadores) e pessoas físicas ou jurídicas (empregadores). 4. A competência territorial é uma das formas mais práticas de definição e de fixação de competência na Justiça do Trabalho, e seus parâmetros se encontram estabelecidos no art. 651 da CLT. Quando se fala de ação civil pública na Justiça do Trabalho, alguns critérios de fixação devem ser observados. A respeito desse tema, é correto afirmar que: A) a SDI-2 do TST editou uma orientação jurisprudencial, a OJ nº 130, que estabelece que, para as ações civis públicas, deve-se seguir o disposto no art. 93 do Código de Defesa do Consumidor, fixando a competência territorial pela extensão do dano causado. Assim, se o dano é de âmbito regional, a competência é de uma das Varas do Trabalho da capital do Regional; se for um dano de maior escala, de extensão que englobe várias regiões ou nacional, o foro é o Distrito Federal. B) o pleno do TRT-10, do Distrito Federal, editou a Súmula nº 130, que estabelece que, para as ações civis públicas, deve-se seguir o disposto no art. 93 do Código de Defesa do Consumidor, fixando a competência territorial pela qualidade do dano causado. Assim, se o dano é baixa gravidade, a competência é de uma das Varas do Trabalho da capital do Regional; se for um dano de maior gravidade, o foro é o Tribunal Superior do Trabalho. C) o Pleno do TST editou a Súmula nº 130, que estabelece que, para as ações civis públicas, deve- se seguir o disposto no art. 93 do Código de Defesa do Consumidor, fixando a competência territorial pela extensão do dano causado. Assim, se o dano é baixa gravidade, a competência é de uma das Varas do Trabalho da capital do Regional; se for um dano de maior gravidade, o foro é o Distrito Federal. Narthagnam Realce Narthagnam Realce D) a SDI-2 do TST editou uma orientação jurisprudencial, a OJ nº 130, que estabelece que, para as ações civis públicas, deve-se seguir o disposto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), fixando a competência territorial pela gravidade do dano causado. Assim, se o dano é de âmbito regional, a competência é de uma das Varas do Trabalho da capital do Regional; se for um dano de maior escala,de extensão que englobe várias regiões ou nacional, o foro é o Distrito Federal. E) a SDC do TST editou uma orientação jurisprudencial, a OJ nº 130, que estabelece que, para as ações civis públicas, deve-se seguir o disposto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), fixando a competência territorial pela gravidade do dano causado. Assim, se o dano é de baixo grau de lesão, a competência é de uma das Varas do Trabalho da capital do Regional; se for um dano de alto grau de lesão a direitos fundamentais, o foro competente é o Distrito Federal. 5. A competência territorial do processo do trabalho possui como regra geral a propositura e o processamento da lide trabalhista no local da última prestação do serviço. Todavia, o parágrafo 2º do art. 651 da CLT traz a possibilidade da "competência internacional da Justiça do Trabalho". Sobre esse tema, marque a alternativa correta. A) A competência internacional da Justiça do Trabalho se estende aos brasileiros e aos estrangeiros domiciliados no Brasil, desde que não haja convenção internacional dispondo o contrário, devendo a ação ser proposta no atual domicílio do empregado. B) A competência internacional da Justiça do Trabalho independe de convenção internacional, podendo ser proposta a qualquer tempo em que o empregado vier a residir no Brasil, devendo ser proposta no local em que o empregador possua filial ou agência em território nacional. C) A competência internacional da Justiça do Trabalho se estende aos brasileiros e aos estrangeiros domiciliados no Brasil, desde que não haja convenção internacional dispondo o contrário, devendo a ação ser proposta diretamente no TST, que é o responsável por lides que abrangem mais de um Estado ou entes estrangeiros. D) A competência internacional da Justiça do Trabalho se estende aos brasileiros, natos ou naturalizados, independentemente de haver convenção internacional tratando do tema, devendo a ação ser proposta diretamente no domicílio do empregado. A doutrina não admite que seja feita a citação da empresa que não tenha filial no Brasil por carta rogatória, em virtude de o Brasil não ter jurisdição. E) A competência internacional da Justiça do Trabalho se estende aos brasileiros, desde que não haja convenção internacional dispondo o contrário, devendo a ação ser proposta onde a empresa possua agência ou filial. Parte da doutrina admite que a ação seja proposta no domicílio do empregado e que a empresa seja notificada por carta rogatória, caso não tenha filial no Brasil. Narthagnam Realce