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Inovação
 Prof. Giovani Mendonça Lunardi
 CrIatIvIdade e
Indaial – 2022
1a Edição
Impresso por:
Elaboração:
 Prof. Giovani Mendonça Lunardi
Copyright © UNIASSELVI 2022
 Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
L961c
Lunardi, Giovani Mendonça
Criatividade e inovação. / Giovani Mendonça Lunardi. – Indaial: 
UNIASSELVI, 2020.
219 p.; il. 
ISBN 978-65-5663-055-7
1. Inovação tecnológica. – Brasil. 2. Criatividade. – Brasil. Centro 
Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 658.56
Prezado acadêmico! Este livro didático foi elaborado para a construção de novos 
conhecimentos que servirão de base para ideias, projetos e entendimentos em relação 
ao processo criativo e sua inovação. A geração de novas ideias possibilitou a evolução e 
desenvolvimento do ser humano desde a pré-história até os dias atuais. 
Em nosso atual cenário, a criatividade e inovação são cada vez mais 
essenciais em diversos contextos, principalmente, nas organizações, garantindo maior 
competitividade. Assim, é imprescindível compreendermos a definição e evolução de 
tais conceitos, como alguns fatores podem influenciá-los, as principais características 
das pessoas criativas e as estratégias para inovação e criação.
Para isso, o livro foi dividido em três unidades: 
A primeira trata de aspectos relacionados ao funcionamento da mente, como 
questões relacionadas ao conhecimento humano, compreender como nossa mente 
funciona. Além disso, iremos identificar algumas características e influências sociais no 
processo criativo, e compreender a relação da inovação no design.
A segunda unidade abordará a criatividade e inovação tecnológica, sendo 
externalizados os principais conceitos de criatividade e inovação, como as principais 
teorias sobre o processo criativo. Iremos conhecer, também, algumas ferramentas que 
podem aprimorar a criatividade e as principais características, classificações e tipos de 
inovação.
Já a terceira unidade trará a criatividade e inovação nas organizações, 
dissertando sobre as revoluções industriais e sua relação com as inovações tecnológicas, 
os campos de aplicação da inovação nas organizações e como gerir tais processos 
criativos e inovadores nas empresas.
Esperamos que com este conteúdo você consiga perceber a importância da 
criatividade e inovação para o desenvolvimento econômico de nossa sociedade. 
Bons estudos!
 
Prof. Giovani Mendonça Lunardi
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – 
e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR 
Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite 
que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, 
é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE ..................................................................... 1
TÓPICO 1 — O CONHECIMENTO HUMANO E SUA EPISTEMOLOGIA ....................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 O CONHECIMENTO HUMANO .............................................................................................3
3 DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO ........................................................................6
4 A EPISTEMOLOGIA OU TEORIA DO CONHECIMENTO .......................................................9
4.1 MITOLOGIA.............................................................................................................................................. 11
4.1.1 Mitologia grega ............................................................................................................................ 13
4.2 SENSO COMUM ................................................................................................................................... 16
4.3 FILOSOFIA .............................................................................................................................................17
4.3.1 O Mito da Caverna ....................................................................................................................20
4.3.2 Conceitos de Platão e Aristóteles para a construção do conhecimento ...................22
4.4 TEOLOGIA .............................................................................................................................................25
4.5 CIÊNCIA E TECNOLOGIA – SUAS COMPLEXIDADES .................................................................. 27
RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................... 31
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 32
TÓPICO 2 — DINÂMICAS DO PENSAMENTO: COMO A MENTE FUNCIONA ....................... 33
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................33
2 RACIONALISMO VERSUS EMPIRISMO ............................................................................ 33
3 A PSICOLOGIA .................................................................................................................. 36
4 PERCEPÇÃO DA MENTE .................................................................................................. 38
5 A INTELIGÊNCIA HUMANA E AS TECNOLOGIAS ............................................................ 40
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 43
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 44
TÓPICO 3 — A MENTE HUMANA: CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS E INFLUÊNCIAS 
SOCIAIS ........................................................................................................... 45
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 45
2 CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS E INFLUÊNCIAS SOCIAIS ........................................ 45
3 TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS ..................................................................... 46
4 INTELIGÊNCIA COGNITIVA X INTELIGÊNCIA EMOCIONAL ........................................... 48
5 HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS NA EDUCAÇÃO ...................................................... 50
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 53
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 54
TÓPICO 4 — INTRODUÇÃO DA INOVAÇÃO NO DESIGN ......................................................57
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................57
2 O PROCESSO CRIATIVO NA PRÁTICA ..............................................................................57
3 IMITAÇÃO, INVENÇÃO E INOVAÇÃO ............................................................................... 60
4 INOVAÇÃO NA CIÊNCIA ................................................................................................... 60
5 INTRODUÇÃO DA INOVAÇÃO EM DESIGN ...................................................................... 63
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 66
RESUMO DO TÓPICO 4 .........................................................................................................70
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 71
 
UNIDADE 2 — CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA ...............................................73
TÓPICO 1 — MODELOS E FERRAMENTAS DA CRIATIVIDADE ............................................75
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................75
2 EM BUSCA DO CONCEITO DE CRIATIVIDADE .................................................................75
3 MODELOS DE CRIATIVIDADE .......................................................................................... 80
3.1 TEORIA DE INVESTIMENTO EM CRIATIVIDADE DE STERNBERG .............................................83
3.2 MODELO COMPONENCIAL DE CRIATIVIDADE DE AMABILE .....................................................86
4 FERRAMENTAS DA CRIATIVIDADE ................................................................................. 89
4.1 SCAMPER: TÉCNICA PARA GERAÇÃO DE IDEIAS .................................................... 89
4.2 MAPA MENTAL ............................................................................................................ 91
4.3 BUSINESS MODEL CANVAS .............................................................................................................93
4.4 BRAINWRITING ....................................................................................................................................94
4.5 DESIGN THINKING ..............................................................................................................................95
4.6 BENCHMARKING .................................................................................................................................98
4.7 BRAINSTORMING ................................................................................................................................98
RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................99
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................100
TÓPICO 2 — CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO DA INOVAÇÃO ..............................103
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................103
2 O QUE É INOVAÇÃO .........................................................................................................103
3 TIPOS DE INOVAÇÃO ......................................................................................................107
3.1 INOVAÇÃO EM PRODUTO ................................................................................................................. 107
3.2 INOVAÇÃO EM SERVIÇO ..................................................................................................................108
3.3 MODELO DE NEGÓCIO .....................................................................................................................108
3.4 INOVAÇÃO EM PROCESSO .............................................................................................................109
3.5 INOVAÇÃO ORGANIZACIONAL .......................................................................................................109
3.6 INOVAÇÃO NA COMUNICAÇÃO ......................................................................................................109
3.7 INOVAÇÃO EM MARKETING .............................................................................................................110
4 CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DA INOVAÇÃO ............................................... 110
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................... 114
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 115
TÓPICO 3 — CARACTERÍSTICAS DA CRIATIVIDADE E A IMPORTÂNCIA DA 
MOTIVAÇÃO ....................................................................................................117
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................117
2 CARACTERÍSTICAS DA PESSOA CRIATIVA E INOVADORA .......................................... 118
3 TEORIAS DE PESSOAS CRIATIVAS ................................................................................120
3.1 TEORIA DAS QUATRO DIMENSÕES DA CRIATIVIDADE ..............................................................121
3.2 TEORIA DA ADAPTAÇÃO-INOVAÇÃO ........................................................................................... 122
3.3 FERRAMENTA AVALIATIVA – TESTE TORRANCE DE PENSAMENTO CRIATIVO OU 
TORRANCE TEST OF CREATIVE THINKING .................................................................................. 125
4 A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO PARA A CRIATIVIDADE ........................................... 127
4.1 PIRÂMIDE DAS NECESSIDADES DE ABRAHAM H. MASLOW .................................................. 127
4.2 TEORIA DOS DOIS FATORES ...........................................................................................................128
4.3 TEORIA X E Y ......................................................................................................................................129
4.4 CAMINHOS PARA GERAR MOTIVAÇÃO .........................................................................................131
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................132
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................136
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 137
UNIDADE 3 — CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES..................................139
TÓPICO 1 — AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS E AS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS .......... 141
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 141
2 AS MUDANÇAS TECNOLÓGICAS E OS CICLOS ECONÔMICOS ..................................... 141
3 FATORES INDUTORES DA MUDANÇA TECNOLÓGICA ..................................................155
3.1 INDICADORES DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA ............................................................................ 159
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................163
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................164
TÓPICO 2 — CAMPOS DE APLICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES ..........................................165
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................165
2 AS FONTES DA CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO ................................................................165
3 AS FONTES DE CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES ............................168
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................171
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 172
TÓPICO 3 — O PROCESSO DE GESTÃO CRIATIVA E DE INOVAÇÃO NAS EMPRESAS..... 173
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 173
2 A IMPORTÂNCIA DA CRIATIVIDADE NO PROCESSO DE INOVAÇÃO (PI) ..................... 173
3 PROCESSO CRIATIVO E DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS ............................... 177
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................186
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................187
TÓPICO 4 — BARREIRAS DA CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO ..............................................189
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................189
2 BARREIRAS À MANIFESTAÇÃO CRIATIVA E INOVADORA ............................................189
3 COMO EXERCITAR A CRIATIVIDADE ..............................................................................192
4 IMPORTÂNCIA DA CRIATIVIDADE NAS EMPRESAS ..................................................... 197
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................201
RESUMO DO TÓPICO 4 ...................................................................................................... 203
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 204
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 205
1
UNIDADE 1 — 
O FUNCIONAMENTO DA 
MENTE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
•	 compreender	os	significados	e	a	evolução	dos	conceitos	de	conhecimento	a	partir	
dos	momentos	históricos	mais	relevantes;
•	 analisar	as	categorias	de	conhecimento	e	as	 influências	culturais	que	 impactaram	na	
definição	destes	conceitos;
•	 refletir	 sobre	 o	 processo	 de	 construção	 do	 conhecimento	 (ideias,	 pensamento)	 a	
partir	do	olhar	da	ciência;
•	 examinar	a	relação	entre	a	inteligência	humana	e	as	tecnologias;
•	 investigar	as	influências	sociais	no	desenvolvimento	do	conhecimento	humano	e	os	
tipos	de	inteligências.
	 Esta	unidade	está	dividida	em	quatro	tópicos.	No	decorrer	dela,	você	encontrará	
autoatividades	com	o	objetivo	de	reforçar	o	conteúdo	apresentado.
TÓPICO	1	–	O	CONHECIMENTO	HUMANO	E	SUA	EPISTEMOLOGIA
TÓPICO	2	–	DINÂMICAS	DO	PENSAMENTO:	COMO	A	MENTE	FUNCIONA
TÓPICO	3	–	A	MENTE	HUMANA:	CARACTERÍSTICAS	INDIVIDUAIS	E	INFLUÊNCIAS	SOCIAIS
TÓPICO	4	–	INTRODUÇÃO	DA	INOVAÇÃO	NO	DESIGN
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
O CONHECIMENTO HUMANO E SUA 
EPISTEMOLOGIA
TÓPICO 1 — UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A	 fim	 de	 compreendermos	 a	 relação	 existente	 entre	 criatividade	 e	 inovação	
tecnológica,	 precisamos,	 primeiramente,	 olhar	 para	 traz	 para	 poder	 compreender	 o	
processo	de	construção	do	conhecimento.	Para	isso,	além	de	conceitualizá-la,	iremos	
compreender	 a	 diferença	 entre	 dados,	 informação	 e	 conhecimento,	 e	 investigar	 as	
teorias	do	conhecimento.	Nesse	sentido,	no	decorrer	deste	tópico	 iremos	abordar	as	
principais	definições	e	conceitos	evidenciados	na	literatura	sobre	o	termo	conhecimento	
para	contribuir	na	sua	concepção	de	criatividade	e	inovação.	
Além	disso,	também	 iremos	examinar	de	forma	mais	detalhada	as	crenças	e	
principais	características	das	seguintes	categorias	do	conhecimento	humano:	mitologia,	
senso	comum,	filosofia,	teologia,	ciência	e	tecnologia.	Vamos	analisar	a	evolução	desses	
conhecimentos,	sendo,	em	um	primeiro	momento,	baseado,	principalmente,	em	crenças	e	
fantasias,	e,	posteriormente,	uma	visão	científica	e	tecnológica.
2 O CONHECIMENTO HUMANO
Quando	nos	deparamos	em	pensar	no	significado	da	palavra	“conhecimento”,	
chegamos	à	conclusão	de	que	a	vida	é	um	processo	cíclico	e	contínuo.	Mas	o	que	é	
conhecimento?	Como	ocorre	seu	processo	de	construção,	essencial	para	a	vida,	e	que	
permitiu	nossa	evolução	desde	os	primórdios?	
Diversas	são	as	teorias	que	visam	explicar	como	construímos	e	nos	apropriamos	 
do	 conhecimento.	 Tais	 teorias	 se	 embasam	 em	 diferentes	 aportes	 teóricos,	 que	
abrangem	visões	 das	 áreas	 de	 filosofia,	 sociologia,	 biologia,	 tecnologia,	 entre	 outras	
(MATURANA;	VARELA,	2011).
4
FIGURA 1- APORTES TEÓRICOS PARA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
FONTE: Adaptado de Maturana e Varela (2011)
Filosofia Sociologia
Tecnologia Biologia
Conhecimento
O	conhecimento	é	um	tema	que	sempre	desperta	interesse,	é	estudado	desde	
a	antiguidade,	gerando,	assim,	diversos	conceitos	na	 literatura.	Para	compreendermos	
o	conceito	de	conhecimento,	 inicialmente,	 listamos,	no	quadro	a	seguir,	algumas	das	
principais	definições	de	sua	evolução.
Autor Abordagem
Confúcio	(séc.	IV	a.C.) O	"saber"	é	saber	que	nada	se	sabe.
Platão	(428	a.C.)	 É	uma	“crença	verdadeira	justificada”.
Locke	(1689)	 É	o	resultado	da	experiência.
Polanyi	(1966)	 O	indivíduo	pode	conhecer	mais	do	que	é	capaz	de	expressar.
Pears	(1972)	 É	o	estado	da	mente.
Nonaka	e	Takeuchi	
(1997)
É	composto	por	processo	dinâmico	de	um	sistema	de	crenças	pessoais	
justificadas.	É	o	resultado	da	interação	entre	o	conhecimento	explícito	
e	o	tácito.
Sveiby	(1998)
É	 capacidade	 humana	 de	 caráter	 tácito,	 que	 orienta	 para	 a	 ação.	
Baseado	em	regras,	é	individual	e	está	em	constante	transformação.	
O	conteúdo	 revela-se	em	ações	de	competência	 individual,	pois,	na	
prática,	 se	 expressa	 através	do	 conhecimento	 explícito,	 habilidades,	
experiências,	julgamentos	de	valor	e	rede	social.Não	há	como	definir	
conhecimento	de	forma	completa	com	apenas	uma	palavra.
Davenport	e	Prusak	
(1998)
O	conjunto	de	informações	combinado	com	experiências,	vivências	e	
intuição,	que	possibilitam	ao	indivíduo	interpretar,	avaliar	e	decidir.
Choo	(1998)	
É	a	informação	modificada	através	da	razão	e	da	reflexão	em	crenças,	
e	é	composto	pelo	acúmulo	de	experiências.
Maturana	e	Varela	
(2001)
É	construído	a	partir	de	 relações	sociais	sucessivas,	é	fruto	de	uma	
interação	 do	 homem	 com	 o	 mundo,	 estruturando	 se	 pelo	 viés	 da	
interpretação	individual.
Spender	(2001)	
Diferencia	 o	 conhecimento	 produzido	 pela	 ação	 (implícito)	 e	 o	
produzido	pela	comunicação	(explícito).
Schreiber	et.	al.,	
(2002)
São	os	dados	e	 informações	que	os	 indivíduos	utilizam	na	ação,	na	
prática	 diária,	 para	 a	 realização	 de	 tarefas	 e	 produção	 de	 novas	
informações.
QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DAS DEFINIÇÕES DO TERMO CONHECIMENTO
5
Probst,	Raub	e 
Romhardt	(2002)
É	 a	 junção	 de	 cognição	 com	 habilidades,	 uso	 da	 teoria,	 da	 prática,	
das	regras	diárias,	do	modo	de	agir	do	ser	humano,	para	resolver	seus	
problemas.
Siqueira	(2005)	
É	a	combinação	de	fatores	como	contexto,	interpretação,	experiência	
pessoal,	 aplicabilidade	 e	 processo	 cognitivo,	 que	 se	 somam	 à	
informação.
Servin	(2005)	
Deriva	 da	 informação,	 mas	 é	 mais	 rico	 e	 significativo	 do	 que	 esta,	
pois	 inclui	 consciência,	 familiaridade	 e	 compreensão	 adquiridas	
pela	 experiência,	 possibilitando	 comparações,	 identificação	 das	
consequências	e	novas	conexões.
Morin	(2005)	
É,	portanto,	um	fenômeno	multidimensional,	de	maneira	 inseparável,	
simultaneamente	 físico,	 biológico,	 cerebral,	 mental,	 psicológico,	
cultural,	social.
Angeloni	(2008)	
É	 um	conjunto	 de	 informações,	 elaborado	 crítica	 e	valorativamente,	
por	meio	da	legitimação	empírica,	cognitiva	e	emocional.
Fialho	et.	al.	(2010)	
É	 o	 conjunto	 completo	 de	 informações,	 dados,	 relações	 que	 levam	
os	 indivíduos	 a	 tomar	 decisões,	 a	 desempenhar	 atividades	 e	 a	 criar	
novas	 informações	ou	conhecimentos.	Um	conjunto	de	 informações	
contextualizadas	e	dotadas	de	semânticas	inerentes	ao	agente	que	o	
detém.
Dalkir	(2011)	
Informações	subjetivas	e	valiosas	que	foram	validadas	e	organizadas	
em	 um	 modelo	 mental.	 Normalmente	 é	 originário	 da	 experiência	
acumulada,	e	incorpora	percepções,	crenças	e	valores.
FONTE: Adaptado de Freire (2012, p. 83-86)
A	partir	da	leitura	da	evolução	das	definições	do	termo	“conhecimento”	podemos	
constatar	 o	 seu	 devido	 potencial,	 o	 que	 pode	 alterar	 comportamentos	 e	 fornecer	
habilidades	a	fim	de	transformar	informação	em	ação	efetiva.	
O	 conhecimento	 é	 uma	 relação	 (interação)	 entre	 o	 sujeito	 e	 o	 objeto.	 Na	
visão	epistemológica,	os	termos	sujeito	e	objeto	se	referem	aos	dois	polos	envolvidos	
na	produção	do	conhecimento:	o	homem,	que	tem	por	finalidade	conhecer	algo,	e	o	 
aspecto	da	realidade	a	ser	conhecido.	Assim,	a	discussão	do	papel	do	sujeito	torna-se	
central	para	se	compreender	a	ciência,	uma	vez	que	se	refere	à	forma	como	o	cientista	
(o	sujeito)	deve	se	comportar	para	produzir	conhecimento,	e,	assim,	revela	pressupostos	
subjacentes	a	toda	pesquisa	(ABRANTES;	MARTINS,	2007).	
Para Piaget (1988, p. 17), o conhecimento vem sempre associado a 
compreender, que por sua vez: “[...] é inventar, ou reconstruir através 
da reinvenção, e será preciso curvar-se ante tais necessidades se 
o que se pretende, para o futuro, é moldar indivíduos capazes de 
produzir ou de criar, e não apenas de repetir”.
ATENÇÃO
6
Ainda	 nesse	 viés,	 para	 a	 transformação	 dos	 dados	 (informações)	 em	
conhecimento	há	uma	 importante	variável:	 a	criatividade.	A	criatividade	é	o	primeiro	
passo	na	direção	da	mobilização	e	aplicação	do	conhecimento,	definindo	criatividade	
como	 o	 princípio	 de	 uma	 nova	 ideia	 ou	 perspectiva	 derivada	 de	 uma	 dada	 base	 de	
conhecimento.
A	partir	da	definição	da	palavra	“conhecimento”,	é	possível	perceber	sua	relação	
com	os	dados	e	 informação.	Dados,	 informação	e	conhecimento	possuem	o	mesmo	
significado?	Qual	é	a	relação	entre	esses	termos?	Vamos	investigar	essas	variáveis	a	seguir.
Se você gostou desse assunto, seguem algumas dicas de sites:
• http://eliana-rezende.com.br/dados-informacao-e-conhecimento-o-que-sao/;
• https://blog.pandora.com.br/dado-informacao-e-conhecimento-voce-sabe-
diferenca/.
DICA
3 DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO
Antes	de	continuarmos	nossa	discussão	sobre	o	conhecimento	e	suas	teorias	
(tema	 da	 próxima	 seção),	 é	 primordial	 distinguir	 o	 significado	 de	 três	 termos	 muito	
importantes:	dados,	informação	e	conhecimento.	
Essas	palavras,	muitas	vezes,	são	utilizadas	de	forma	errada,	como	sinônimas,	
sendo	necessário	entendermos	os	principais	pontos	de	sua	diferenciação	 (DAVENPORT;	
PRUSAK,	2003).
QUADRO 2 - DIFERENCIAÇÃO ENTRE DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO
FONTE: Vieira (2014, p. 537)
DADOS INFORMAÇÃO CONHECIMENTO
Simples	observações	sobre	o	
estado	do	mundo:	
• facilmente	estruturado;
• facilmente	obtido	por 
máquinas;
• frequentemente 
quantificado;
• facilmente	transferível.
Dados	dotados	de 
relevância	e	propósito:
• requer	unidade	de	análise;
• exige	consenso	em	relação	
ao	significado;
• exige	necessariamente	a	
mediação	humana.
Informação	valiosa	da 
mente	humana.	
Inclui	reflexão,	síntese,	
contexto:
• de	difícil	estruturação;
• de	difícil	captura	em 
máquinas;
• frequentemente	tácito;
• de	difícil	transferência.
7
Conforme	observamos	no	Quadro	2,	os	dados	são	os	fatos	brutos,	são	os	números,	
as	palavras,	os	símbolos,	as	figuras,	entre	outros,	sendo	que	não	há	 interpretação	de	
um	dado,	não	é	 considerado	 seu	contexto.	Angeloni	 (2008,	p.	 1)	 define	dados	como	
“elementos	descritivos	de	um	evento”	sem	tratamento	lógico	ou	contextualização.	
Já	a	 informação	refere-se	à	 interpretação	dos	dados	sendo	considerado	seu	
contexto,	ou	seja,	a	informação	pode	modelar	os	dados.	Para	isso	é	necessária	a	análise	
dos	dados,	proporcionando	um	novo	ponto	de	vista	para	a	interpretação	de	eventos	ou	
objetos,	que	tornam	visíveis	os	significados	previamente.	
A	 informação	 é	 entendida	 por	 Angeloni	 (2008,	 p.	 1)	 como	 “um	 conjunto	 de	
dados	 selecionados	 e	 agrupados	 segundo	 um	 critério	 lógico	 para	 a	 consecução	 de	
um	determinado	objetivo”.	Nesse	viés	podemos	perceber	que	a	 informação	depende	
de	 um	 conjunto	 de	 dados,	 isto	 é,	 sem	 dados	 para	 interpretação	 não	 há	 informação	 
(CARVALHO,	2012).
A	partir	 da	 informação	é	que	podemos	construir	 conhecimento,	 desse	modo,	 o	
conhecimento	 é	 a	 compreensão	 da	 informação	 (DAVENPORT;	 PRUSAK,	 1998;	MARTINS	
FILHO,	 2016).	 Quando	 a	 informação	 é	 trabalhada	 na	 mente	 humana,	 ela	 possibilita	
a	 realização	de	 comparação	 e	 análise	 da	 consequência	 de	 tal	 informação,	 podendo,	
assim,	gerar	o	conhecimento.
FIGURA 2 - RELAÇÃO ENTRE DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO
FONTE: Adaptado de Davenport e Prusak (1998)
Conforme	 podemos	 perceber	 na	 Figura	 2,	 temos	 inicialmente	 os	 dados	 que,	
quando	 agrupados	 e	 interpretados,	 geram	 informação.	 Essa	 informação,	 por	 sua	 vez,	
quando	passa	a	ser	compreendida,	guardada	em	nossa	mente	torna-se	conhecimento.	
8
Primeiro, o conhecimento, ao contrário da informação, diz 
respeito a crenças e compromissos. O conhecimento é uma 
função de uma atitude, perspectiva ou intenção específica. 
Segunda, o conhecimento, ao contrário da informação, está 
relacionado à ação. É sempre o conhecimento “com algum 
fim”. E terceira, tanto o conhecimento como a informação, 
dizem respeito ao significado. É específico ao contexto e 
relacional (NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p. 63, grifos nossos).
IMPORTANTE
Assim,	constatamos	que	o	conhecimento	 resulta	de	misturas	que	abrangem	
crenças	e	verdades,	sendo	que	a	interação	entre	essas	variáveis	possibilita	a	identificação	
de	novas	informações	e	criação	de	novos	conhecimentos	(DAVENPORT;	PRUSAK,	1998).FIGURA 3 – CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
FONTE: Adaptado de Davenport e Prusak (1998)
Crenças Conhecimento Verdades
Percebemos,	 no	 decorrer	 desta	 seção,	 que	 o	 estudo	 sobre	 o	 conhecimento	
humano	é	extremante	complexo	e	gera	uma	nova	área	de	 investigação	denominada	de	
Epistemologia	ou	Teoria	do	Conhecimento	(do	grego	episteme	ciência,	conhecimento;	
logos,	 discurso),	 que	 é	 um	 ramo	 da	 filosofia	 dedicado	 aos	 problemas	 filosóficos	
relacionados	ao	conhecimento.	
Até	 aqui	 abordamos	 as	 principais	 definições	 da	 palavra	 conhecimento	 e	
compreendemos	melhor	 seu	 significado,	 agora	vamos	aprofundar	nossos	estudos.	Para	
isso,	 será	 necessário	 investigar	 sobre	 a	 “Epistemologia”	 ou	 também	 denominada	 de	
“Teoria	do	Conhecimento”	(TESSER,1995).
9
Veja alguns sites interessantes sobre Teoria do Conhecimento: 
• http://www.criticanarede.com/fil_conhecimento.html; 
• https://descomplica.com.br/artigo/teoria-do-conhecimento/4nS/;
• https://www.todamateria.com.br/teoria-conhecimento/.
DICA
4 A EPISTEMOLOGIA OU TEORIA DO CONHECIMENTO 
Você	deve	pensar,	o	que	é	epistemologia?	Etimologicamente,	de	acordo	com	
Tesser	 (1995)	 "Epistemologia"	 significa	 discurso	 (logos)	 sobre	 a	 ciência	 (episteme).	
Assim,	epistemologia:	é	a	Ciência	da	Ciência	ou	Filosofia	da	Ciência,	em	outros	termos,	
é	o	estudo	crítico	dos	princípios,	das	hipóteses	e	dos	resultados	das	diversas	ciências.	
É	a	teoria	do	conhecimento.
De	acordo	com	Mário	Bunge	(1980,	p.	17	apud TESSER,	1995,	p.	92):	
Uma	epistemologia	é	útil	se	satisfaz	às	seguintes	condições:
•	 refere-se	à	ciência	propriamente	dita;
•	 ocupa-se	de	problemas	filosóficos	que	se	apresentam	no	curso	da	
investigação	científica	ou	na	reflexão	sobre	os	problemas,	métodos	
e	teorias	da	ciência;
•	 propõe	soluções	claras	para	tais	problemas,	soluções	consistentes	
em	teorias	rigorosas	e	inteligíveis,	adequados	à	realidade	da	inves-
tigação	científica;
•	 é	capaz	de	distinguir	a	ciência	autêntica	da	pseudociência;
•	 é	capaz	de	criticar	programas	e	mesmo	resultados	errôneos,	como	
conseguir	novos	enfoques	promissores.
Para	Silvano,	Silva	e	Silva	(2018,	p.	141),	a	epistemologia	trata	de	quatro	áreas	
fundamentais:
•	 análise	filosófica	da	natureza	do	conhecimento	e	como	o	conheci-
mento	se	relaciona	com	a	verdade,	crença	e	justificação;
•	 problemas	relativos	ao	ceticismo	ou	questões	derivadas	deste;
•	 critérios	para	se	afirmar	que	algo	é	conhecido	e	justificado;
•	 o	alcance	do	conhecimento	e	as	fontes	da	crença	justificada.
Como	 podemos	 compreender,	 a	 Epistemologia,	 ou	 Teoria	 do	 Conhecimento,	
investiga,	ao	longo	da	história	humana,	os	diversos	tipos	de	“conhecimentos”	utilizados	
para	explicar,	entender	e	compreender	o	mundo	a	sua	volta	e,	também,	a	sua	relação	
com	 a	 natureza.	 Os	 principais	 tipos	 de	 conhecimento	 desenvolvidos	 pelo	 homem	
de	acordo	com	essa	teoria	 são:	mitologia,	 senso	comum,	filosofia,	 teologia,	 ciência	e	
tecnologia	(SCHMAELTER,	2018).	
10
FIGURA 4 – PRINCIPAIS TIPOS DE CONHECIMENTO
FONTE: Adaptado de Schmaelter (2018)
EPISTEMOLOGIA
Senso
Comum
Filosofia
Teologia
Ciência
Tecnologia
Mitologia
A	partir	da	 ilustração	apresentada	na	Figura	4,	observamos	que	os	principais	
tipos	de	conhecimentos	são	formas	de	compreender	o	mundo	a	partir	de	diferentes	
abordagens.	 Cada	 um,	 a	 seu	 modo,	 tem	 como	 objetivo	 desvendar	 os	 segredos	 do	
mundo,	explicando-o	e/ou	atribuindo-lhe	um	sentido.	
Veja mais sobre os tipos de conhecimento em: 
• https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/conhecer-o-mundo-
mitologia-religiao-ciencia-filosofia-senso-comum.htm?cmpid=copiaecola.
DICA
Agora	 que	 você	 já	 sabe	 quais	 são	 os	 principais	 tipos	 de	 conhecimento	
identificados	na	literatura,	vamos	examinar	mais	de	perto	cada	um	deles.	
11
QUADRO 3 - TIPOS DE CONHECIMENTO
FONTE: Adaptado de Schmaelter (2018) e Tesser (1995)
MODOS DE 
COMPREENDER 
O MUNDO
CRITÉRIOS DE 
VERDADE
MÉTODOS IDEIA BÁSICA
Mitologia Crenças Tradição	oral Natureza
Senso	comum Costumes	e	hábitos
Experiência	pessoal	
e	cultural
Natureza	e	cultura
Filosofia Reflexão	racional
Razão	discursiva	e	
dialética
Natureza	e	Pólis	
(comunidade)
Teologia Fé	e	Razão
Conciliação	entre	a	
razão	discursiva	e	a	
revelação	divina
Deus
Ciência	e	Tecnologia
Razão	crítica	e	
sistematizada
Observação	e	
experimentação
Homem
Analisando	o	Quadro	3,	percebemos	que	cada	tipo	de	conhecimento	é	baseado	
em	 critérios	 que	 são	 considerados	 verdadeiros	 a	 partir	 de	 um	 fundamento	 distinto	
(filosofia,	mitologia,	 ciência,	 tecnologia),	 mas	 você	 deve	 questionar:	 por	 que	 estudar	
os	tipos	de	conhecimento?	Compreender	como	ocorre	o	processo	de	construção	do	
conhecimento	e	suas	abordagens,	seus	diferentes	tipos,	 irá	nos	permitir,	no	percurso	
desta	unidade,	entender	os	conceitos	de	criatividade	e	inovação	que	serão	abordados	
mais	à	frente.
Para	 auxiliar	 sua	 compreensão	 sobre	 os	 tipos	 de	 conhecimentos,	 vamos	
brevemente	conceituar	e	exemplificar	cada	um	deles.	
4.1 MITOLOGIA
A	 palavra	 “mitologia”	 não	 é	 um	 termo	 incomum	 na	 nossa	 vida,	 geralmente,	
vários	filmes	ou	livros	são	baseados	ou	abordam	algum	tipo	de	mitologia.	Mas	você	sabe	
qual	é	o	significado	da	palavra	mitologia?	A	palavra	mito	vem	do	grego	mythos	e	deriva	
de	dois	verbos:	do	verbo	mytheyo (contar,	narrar,	falar	alguma	coisa	para	outros)	e	do	
verbo	mytheo (conversar,	contar,	anunciar,	nomear,	designar).
No	 princípio	 dos	 tempos,	 quando	 o	 homem	 começou	 a	 refletir,	 surgiu-lhe	
automaticamente	a	necessidade	de	explicar	o	mundo.	As	explicações	que	o	homem	
primitivo	 dava	 aos	 fatos	 eram	 repletas	 de	 fantasias	 e	 crenças,	 sem	 bases	 racionais	
(ilusões).	 Foram	 essas	 explicações	 fantásticas	 da	 realidade	 que	 deram	 origem	 aos	
mitos.	Os	mitos	explicavam	o	desconhecido	com	base	na	experiência	particular	de	cada	
comunidade	(CHAUÍ,	2005).	
12
Na	 sua	 acepção	original,	mito	 é	 a	 narrativa	 tradicional,	 integrante	da	 cultura	
de	um	povo,	que	utiliza	elementos	simbólicos	e	sobrenaturais	para	explicar	o	mundo	
e	dar	sentido	à	vida	humana.	Conforme	Eliade	(1972,	p.	11)	“O	mito	conta	uma	história	
sagrada:	ele	relata	um	acontecimento	ocorrido	no	tempo	primordial	 [...].	O	mito	narra	
como,	graças	às	façanhas	dos	entes	sobre	naturais,	uma	realidade	passou	a	existir	[...]”.
Percebemos	que	os	seres	humanos,	desde	os	seus	primórdios,	utilizaram	muita	
“criatividade”	para	explicar	os	seus	acontecimentos	diários,	como,	por	exemplo,	suas	
caçadas;	a	queda	de	um	raio;	o	nascimento	de	uma	criação;	a	morte	de	um	familiar	etc.
Aprenda mais sobre mitologia em:
• https://www.infoescola.com/mitologia/o-que-e-mitologia/.
DICA
Os	mitos	assumem	em	praticamente	todos	os	povos	da	antiguidade	—	assírios,	
babilônicos,	 chineses,	 indianos,	 persas,	 egípcios	 e	 hebreus	—	o	 importante	papel	 de	
tornar	a	realidade	inteligível	ao	homem.	
O	 recurso	 às	 explicações	 mitológicas,	 portanto,	 não	 aparece	 como	 uma	
opção,	mas	sim	como	uma	necessidade	de	povos	que	se	deparam	todos	os	dias	com	
acontecimentos	para	os	quais	não	encontram	outras	explicações	se	não	as	forças	de	
criaturas	com	poderes	sobrenaturais.
Esta	criatividade	já	estava	registrada	desde	a	Pré-História	(antes	do	surgimento	
da	escrita)	na	chamada	Arte	Rupestre	—	nome	da	mais	antiga	representação	artística	
da	história	do	homem.	
Os	mais	antigos	 indícios	dessa	arte	 são	datados	no	período	Paleolítico	Superior	
(40.000	 a.C.),	 e	 consistiam	 em	 pinturas	 e	 desenhos	 gravados	 em	 paredes	 e	 tetos	
das	cavernas.	Isso	demonstra	que	o	homem	pré-histórico	já	sentia	a	necessidade	de	
expressão	através	das	artes,	algo	inerente	ao	ser	humano.	
As	representações	feitas	nas	cavernas	eram	de	grandes	animais	selvagens,	na	
tentativa	de	tentar	reproduzir	as	caçadas	da	forma	mais	real	possível.	
O	 homem	 pré-histórico	 usava	 ossos	 de	 animais,	 cerâmicas	 e	 pedras	 como	
pincéis,	além	de	fabricar	suas	próprias	tinturas	por	meio	de	folhas	de	árvores,sangue	
de	animais	e	excrementos	humanos	(PINTO,	2018).
13
FIGURA 5 - PINTURA EXISTENTE NO COMPLEXO DE CAVERNAS LASCAUX – FRANÇA
FONTE: <https://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/pinturas-de-lascaux-4/Pinturas-de-
Lascaux-11.jpg>. Acesso em: 22 jun. 2020.
Já	 no	 período	 denominado	 História	 Antiga,	 após	 o	 surgimento	 da	 escrita,	
podemos	identificar	diferentes	tipos	de	mitologias,	como	a	mitologia	grega	que	iremos	
estudar	na	próxima	seção.
4.1.1 Mitologia grega
Ao	escutarmos	a	palavra	"mitologia"	quase	automaticamente	a	associamos	à	
palavra	"grega".	De	fato,	a	mitologia	grega	ganhou	destaque	sobre	a	mitologia	de	vários	
outros	povos	pela	própria	influência	que	a	civilização	e	o	pensamento	grego	exerceram	
sobre	o	mundo,	em	particular	sobre	o	Ocidente	(PESQUISAR	ESCOLA,	2019).
Três	 obras	 podem	 ser	 consideradas	 fontes	 básicas	 para	 o	 conhecimento	 da	
mitologia	grega:	a	"Teogonia",	de	Hesíodo	(século	IX	a.C.)	e	"Ilíada"	e	"Odisseia",	de	Homero	
(Século	VIII	a.C.).	No	quadro	4,	a	seguir,	temos	algumas	informações	dessas	obras.
O	 homem	 pré-histórico	 usava	 ossos	 de	 animais,	 cerâmicas	 e	 pedras	 como	
pincéis,	além	de	fabricar	suas	próprias	tinturas	por	meio	de	folhas	de	árvores,	sangue	
de	animais	e	excrementos	humanos	(PINTO,	2018).
14
QUADRO 4 – TEOGONIA, ILÍADA E ODISSEIA
FONTE: <http://estudosliterariosculturaafinsppgl.blogspot.com/2012/10/teogonia-iliada-e- 
odisseia.html>. Acesso em: 21 nov. 2019.
Teogonia
"Teogonia",	 de	 Hesíodo,	 narra	 a	 origem	 dos	
deuses	 (theos,	 em	 grego,	 significa	 deus),	 no	
qual	 o	narrador	 é	 o	próprio	poeta.	 É	um	poema	
mitológico	em	1022	versos	hexâmetros	(seis	pés	
métricos	iguais	por	verso).	O	poema	se	constitui	
da	 descrição	 da	 origem	do	mundo,	 a	 partir	 dos	
mitos	dos	gregos,	que	se	desenvolve	com	geração	
sucessiva	 dos	 deuses	 e	 na	 parte	 final,	 com	 o	
envolvimento	destes	com	os	homens	originando	
assim	os	heróis.	
Ilíada
líada,	 assim	 como	 Odisseia	 foi	 escrita	 por	
Homero,	poeta	épico	grego.	Essas	duas	obras	
são	decorrentes	do	contexto	de	evolução	da	
Grécia	Antiga.	Em	Ilíada	é	descrito	um	estágio	
mais	primitivo	da	sociedade.	Homero	conta	a	
Guerra	de	Troia,	mostrando	sua	tomada	pelos	
gregos.	 O	 poema	 concentra-se	 na	 figura	 do	
herói	 “Aquiles”,	 que	 se	 negou	 a	 combater	 os	
troianos	devido	a	sua	cólera	contra	Agamenon	
que	lhe	roubou	a	escrava	Briseida.	
Odisseia
Odisseia	 descreve	 um	momento	mais	 estável	 e	
pacífico	 repleto	de	 sucessos	 legendários.	Nessa	
obra,	 Homero	 ilustra	 o	 retorno	 do	 guerreiro	
Odisseu	 (Ulisses)	 ao	 seu	 reino	 na	 ilha	 grega	
de	 Ítaca.	 Ela	 pode	 ser	 dividida	 em	 três	 temas	
fundamentais:	a	viagem	de	Telêmaco;	as	viagens	
de	 Ulisses;	 e	 o	 massacre	 dos	 pretendentes	 da	
esposa	de	Ulisses,	Penélope.
FONTE: <http://twixar.me/qWFm>.
Acesso em: 21 nov. 2019.
FONTE: <http://twixar.me/TZFm>.
Acesso em: 21 nov. 2019.
FONTE: <http://twixar.me/nZFm>.
Acesso em: 21 nov. 2019.
15
Sugestões de filmes que apresentam contextos mitológicos:
• Troia, 2004. Direção: Wolfgang Petersen.
• Helena de Troia, 2004. Direção: John Kent Harrison.
DICA
Além	de	Teogonia,	Ilíada	e	Odisseia,	temos	outra	importante	obra	da	mitologia	
grega:	o	Mito	de	Prometeu.	Há	várias	versões	sobre	o	Mito	de	Prometeu,	herói	da	mitologia	
grega,	 nelas	 ele	 era	 considerado	 um	Titã,	 que,	 em	defesa	 da	 humanidade,	 enganou	
Zeus	roubando-lhe	o	fogo	e	a	esperança.	Assim,	Prometeu	cria	um	novo	destino	para	a	
humanidade.	A	partir	do	roubo	do	fogo	divino,	ele	permite	que	a	existência	dos	homens	
seja	inteligente	e	proativa,	e	deu	o	pensamento	aos	homens,	uma	vez	que	faziam	tudo	
sem	razão,	revelando,	assim,	como	surgiu	a	sabedoria	humana	(SANTOS,	2015).	
FIGURA 6 - PROMETEU COM O FOGO DIVINO. PINTURA DE HEINRICH FUEGER (1817)
FONTE: <http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/08/prometeu-245x350.jpg>. 
Acesso em: 17 jun. 2020.
Quer conhecer outras mitologias? Acesse:
• https://brasilescola.uol.com.br/mitologia/.
DICA
16
4.2 SENSO COMUM
O	senso	comum	é	o	modo	de	pensar,	noções	admitidas	no	cotidiano,	soma	de	
saberes	formado	a	partir	de	hábitos,	 costumes,	crenças	criadas	pelos	 indivíduos.	Na	
epistemologia,	o	termo	senso	comum	é	utilizado	para	explicar	as	interpretações	feitas	
pelos	indivíduos	a	partir	de	experiências	e	vivências	da	realidade	que	os	circundam	sem	
provas	científicas,	ou	estudos	anteriores	(BEZERRA,	2019).
Ele	 é	 transmitido	 de	 geração	 em	 geração,	 sendo	 considerado	 como	 uma	
herança	cultural.	Em	termos	gerais	é	um	saber	que	não	possui	como	base	os	métodos	
científicos,	nos	quais	o	homem	tem	como	alicerce	ações	do	cotidiano	para	explicar	a	
realidade	em	que	vive.	Sua	principal	característica	é	a	subjetividade,	individualidade	que	
reflete	sentimentos	e	opiniões	construídos	por	um	grupo	de	indivíduos	que	interagem	
entre	si,	podendo	variar	de	pessoa	para	pessoa	e	de	grupo	para	grupo	(BEZERRA,	2019).
O	filósofo	norte-americano,	John	Dewey,	procura	refletir	sobre	o	que	é	senso	
comum	afirmando:	
[...]	visto	que	os	problemas	e	as	indagações	em	torno	do	senso	comum	
dizem	respeito	às	interações	entre	os	seres	vivos	e	o	ambiente,	com	o	
fim	 de	 realizar	 objetos	 de	 uso	 e	 de	 fruição,	 os	 símbolos	 empregados	
são	 determinados	 pela	 cultura	 corrente	 de	 um	 grupo	 social.	 Eles	
formam	um	sistema,	mas	 trata-se	de	um	sistema	de	caráter	mais	
prático	 que	 intelectual.	 Esse	 sistema	 é	 constituído	 por	 tradições,	
profissões,	técnicas,	 interesses	e	 instituições	estabelecidas	no	grupo.	
As	significações	que	o	compõem	são	efeito	da	linguagem	cotidiana	
comum,	 com	 a	 qual	 os	 membros	 do	 grupo	 se	 intercomunicam	
(DEWEY,	1949,	p.	170	apud	MENEGHETTI,	2007,	p.	5).
 
A	exemplificação	que	ajuda	a	definir	o	senso	comum	são	os	ditados	populares	
descritos	por	Olivieri	(2010,	s.p.):
"Cada	cabeça,	uma	sentença."
	"Quem	desdenha	quer	comprar."	
"Quem	ri	por	último	ri	melhor."
	"A	pressa	é	a	inimiga	da	perfeição."
	"Se	conselho	fosse	bom,	não	era	dado	de	graça."
O senso comum é o conhecimento adquirido com base 
em experiências vividas e crenças, que, muitas vezes, não 
são verdadeiras.
ATENÇÃO
17
 4.3 FILOSOFIA
Philos	significa	amizade,	Sophia	sabedoria,	logo,	filosofia	é	definida	como	amiga	
da	sabedoria.	Ela	é	um	tipo	de	conhecimento	que	está	em	constante	transformação.	
Surge	da	relação	do	homem	com	seu	dia	a	dia,	porém	está	relacionada	ao	estudo	de	
problemas	relacionados	à	existência,	ao	conhecimento,	à	verdade,	aos	valores	morais	 
e	à	mente	humana	(SCHMAELTER,	2018).
O	 conhecimento	 filosófico	 é	 um	 conhecimento	 que	 tem	 como	 objetivo	 a	
identificação	e	elaboração	de	problemas.	Em	outras	palavras,	ela	utiliza	o	questionamento	
e	o	pensamento	como	base.	
É	um	conhecimento	do	dia	a	dia,	mas	se	preocupa	em	questionar	o	relacionamento	
do	 indivíduo	 com	 o	 meio	 em	 que	 está	 inserido,	 fornecendo	 respostas	 para	 questões	 já	
identificadas	e	criando	novos	questionamentos	(PORTAL	EDUCAÇÃO,	2019).
A	cada	período	da	história,	Porfírio	(2019)	identificou	definições	distintas,	mas	
que	se	complementam,	cada	qual	ao	seu	modo.	Vamos	ver,	a	seguir,	algumas	definições	
de	acordo	com	Porfírio	(2019).
QUADRO 5 - DEFINIÇÕES
FONTE: Adaptado de Porfírio (2019)
Período da história Definição
Gregos 
pré-socráticos
Uma	maneira	racional	de	se	investigar	a	origem	do	universo	por	meio	
da	formulação	de	teorias	contrárias,	muitas	vezes,	às	afirmações	dos	
mitos.	Para	Sócrates,	a	filosofia	seria	um	olhar	para	dentro	de	si	e	uma	
forma	de	extrair	as	ideias	verdadeiras	sobre	aquilo	que	o	próprio	ser	
humano	desenvolveu	mediante	a	criação	das	sociedades.
Helenistas
A	filosofia	era	uma	espécie	de	prática	de	vida	para	alcançar	a	plenitude	
e	a	felicidade.
Medievais
Estaria	submetida	à	teologia	e	a	sabedoria	infinita	de	Deus	teria	dado	
ao	ser	humano	a	possibilidade	do	conhecimento	racional.
Modernos
Voltaram-se	para	a	questão	do	conhecimento	e	da	ciência,	além	da	
política	 e	 da	 ética,	 desenvolvendoum	 pensamento	 que	 resgatava	
certas	características	dos	gregos,	mas	as	aprimorava.
Contemporaneidade
A	Filosofia	abraçou	novos	problemas,	característicos	de	nossa	época,	
para	desenvolver	novos problemas e novos conceitos	sobre	eles.
Platão,	 enfatiza	 que	 a	 filosofia	 possibilita	 o	 uso	 do	 saber	 a	 favor	 do	 homem,	
implicando	a	construção	de	um	conhecimento	válido	e	amplo	a	seu	favor	(PASSEIWEB,	
2010).	Assim,	Platão	(427-348	a.C.)	constrói	a	primeira	grande	teoria	filosófica	de	que	se	
tem	notícia.	Sua	obra	mais	famosa	é	A República,	na	qual	podemos	encontrar	discutidas	
questões	acerca	da	 justiça,	da	educação,	da	organização	da	sociedade,	do	governo,	da	
ciência,	da	verdade	e	do	método	adequado	à	filosofia	(GOMES,	2010).
18
FIGURA 7 – ESCOLA DE ATENAS, ACADEMIA DE PLATÃO. PINTURA DE RAFAEL SANZIO (1510)
FONTE: <https://www.infoescola.com/educacao/academia-de-platao/>. Acesso em: 17 jun. 2020.
Em	sua	obra	A República,	Platão	faz	a	relação	entre	o	conhecimento	válido	e	
a	política.	De	acordo	com	Platão,	 teremos	uma	sociedade	mais	 justa	se	os	cidadãos	
tiverem	acesso	ao	conhecimento	por	meio	da	educação.	Tal	afirmação	está	escrita	no	
capítulo	VII	de	A República	no	qual	está	descrito	o	“Mito da Caverna”.	No	texto	do	Mito	
da	Caverna,	há	um	diálogo	realizado	entre	Sócrates	e	Glauco.	O	texto	visa	apresentar	ao	
leitor	a	teoria	platônica	sobre	o	conhecimento	da,	até	então,	 “verdade”	e	a	necessidade	 
de	que	o	governante	da	cidade	tenha	acesso	a	esse	conhecimento	(PORFÍRIO,	2015).
Filmes para compreender a filosofia de Platão:
• Edward mãos de tesoura,1990. Diretor: Tim Burton.
• O dia da besta, 1995. Diretor: Alex de la Iglesia.
• O show de Truman – o show da vida, 1998. Direção: Peter Weir.
• Matrix, 1999. Direção: Lana e Lilly Wachowsky.
DICA
Com	 base	 na	 importância	 da	 obra	 de	 Platão	 (Mito	 da	 Caverna),	
iremos	estudá-la	na	próxima	 seção.	Mas,	 antes,	vamos	complementar	nosso	
conhecimento	adquirido	até	 aqui,	 e	 analisar	 o	que	alguns	filósofos	dizem	sobre	
filosofia.	
19
O que alguns filósofos dizem sobre o que é a Filosofia
Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.): “A	admiração	sempre	foi,	antes	como	agora,	a	
causa	pela	qual	os	homens	começaram	a	filosofar:	a	princípio,	surpreendiam-se	com	
as	dificuldades	mais	comuns;	depois,	avançando	passo	a	passo,	tentavam	explicar	
fenômenos	maiores,	como,	por	exemplo,	as	fases	da	lua,	o	curso	do	sol	e	dos	astros	
e,	 finalmente,	 a	 formação	 do	 universo.	 Procurar	 uma	 explicação	 e	 admirar-se	 é	
reconhecer-se	ignorante”.
Epicuro (341 a.C. – 270 a.C.): “Nunca	 se	 protele	 o	 filosofar	 quando	 se	 é	 jovem,	
nem	o	canse	fazê-lo	quando	se	é	velho,	pois	que	ninguém	é	jamais	pouco	maduro	
nem	demasiado	maduro	para	conquistar	a	saúde	da	alma.	E	quem	diz	que	a	hora	
de	filosofar	ainda	não	chegou	ou	já	passou	assemelha-se	ao	que	diz	que	ainda	não	
chegou	ou	já	passou	a	hora	de	ser	feliz”.
Edmund Husserl (1859-1938): “O	que	pretendo	sob	o	título	de	filosofia,	como	fim	
e	campo	de	minhas	elaborações,	sei-o	naturalmente.	E,	contudo,	não	o	sei...	Qual	o	
pensador	para	quem,	na	sua	vida	de	filósofo,	a	filosofia	deixou	de	ser	um	enigma?”
Friedrich Nietzsche (1844-1900): “Um	filósofo:	é	um	homem	que	experimenta,	
vê,	 ouve,	 suspeita,	 espera	 e	 sonha	 constantemente	 coisas	 extraordinárias;	 que	 é	
atingido	pelos	próprios	pensamentos	como	se	eles	viessem	de	fora,	de	cima	e	de	
baixo,	como	por	uma	espécie	de	acontecimentos	e	de	faíscas	de	que	só	ele	pode	
ser	alvo;	que	é	talvez,	ele	próprio,	uma	trovoada	prenhe	de	relâmpagos	novos;	um	
homem	fatal,	em	torno	do	qual	sempre	tomba	e	rola	e	rebenta	e	se	passam	coisas	
inquietantes”	(Para	além	do	bem	e	do	mal,	p.	207).
Kant (1724-1804): “Não	se	ensina	filosofia,	ensina-se	a	filosofar”.
Ludwig Wittgenstein (1889-1951): “Qual	o	seu	objetivo	em	filosofia?	–	Mostrar	à	
mosca	a	saída	do	vidro”.
Maurice Merleau-Ponty (1908-1961): “A	verdadeira	filosofia	é	reaprender	a	ver	o	
mundo”.
Gilles Deleuze (1925-1996) e Félix Guattari (1930-1993): “A	filosofia	é	a	arte	de	
formar,	de	 inventar,	de	fabricar	conceitos...	O	filósofo	é	o	amigo	do	conceito,	ele	é	
conceito	em	potência...	Criar	conceitos	sempre	novos	é	o	objeto	da	filosofia”.
Karl Jaspers (1883-1969): “As	 perguntas	 em	 filosofia	 são	 mais	 essenciais	 que	
as	 respostas	e	cada	resposta	transforma-se	numa	nova	pergunta”	 (Introdução	ao	
pensamento	filosófico,	p.	140).
20
García Morente (1886-1942): “Para	 abordar	 a	 filosofia,	 para	 entrar	 no	 território	
da	 filosofia,	 é	 absolutamente	 indispensável	 uma	 primeira	 disposição	 de	 ânimo.	 É	
absolutamente	indispensável	que	o	aspirante	a	filósofo	sinta	a	necessidade	de	levar	
seu	estudo	com	uma	disposição	 infantil.	 […]	Aquele	para	quem	tudo	resulta	muito	
natural,	 para	 quem	 tudo	 resulta	muito	 fácil	 de	 entender,	 para	 quem	 tudo	 resulta	
muito	óbvio,	nunca	poderá	ser	filósofo”	(Fundamentos	de	filosofia,	p.	33-34).
FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/>. Acesso em: 15 dez. 2019.
4.3.1 O Mito da Caverna 
O	Mito	da	Caverna,	ou	Alegoria	da	Caverna,	é	uma	história	narrada	por	Platão.	
A	história	relata	um	diálogo	entre	o	personagem	principal	Sócrates	e	o	interlocutor	Glauco.	
Ela	 consiste	 em	 comparações	 entre	 uma	 caverna	 com	 prisioneiros	 presos	 desde	 a	
infância,	que	nunca	conheceram	o	mundo	real,	e	a	“verdade”	que	havia	fora	da	caverna	
(PORFÍRIO,	2015).	
Em	seu	resumo,	Sócrates	fala	para	Glauco	 imaginar	a	existência	de	uma	caverna	
onde	 prisioneiros	 vivessem	 desde	 a	 infância,	 acorrentados	 na	 parede.	 Na	 caverna	
havia	a	 interação	apenas	entre	os	prisioneiros,	que	viviam	à	 luz	de	uma	fogueira,	e	à	
existência	de	algumas	sombras.	Um	dia	um	prisioneiro	conseguiu	sair	da	caverna.	Ao	
sair,	ele	percebe	que	as	sombras	eram	apenas	 ilusão	de	ótica,	cópias	 imperfeitas	do	
que,	para	ele,	era	a	realidade	(PORFÍRIO,	2015).
FIGURA 8 – REPRESENTAÇÃO MITO DA CAVERNA
FONTE: <https://bit.ly/3sYY9yZ>. Acesso em: 22 jun. 2020.
21
Quando	sai	da	caverna	ele	tem	um	susto	ao	deparar-se	com	o	mundo	exterior.	
Com	 dificuldade	 de	 enxergar,	 aos	 poucos,	 sua	 visão	 acostuma-se	 com	 a	 luz	 e	 ele	
começa	 a	 perceber	 o	mundo	 que	 existe	 fora	 da	 caverna.	 O	 prisioneiro	 liberto,	 após	 
conhecer	o	mundo	real,	volta	para	avisar	seus	companheiros,	quando	sofre	ataques	e	é	
julgado	como	louco,	em	que	seus	companheiros	preferem	ficar	presos	à	caverna	do	que	
conhecer	a	realidade	(PORFÍRIO,	2015).
O	antro	subterrâneo	é	o	mundo	visível.	O	fogo	que	o	ilumina	é	a	luz	
do	sol.	O	cativo	que	sobe	à	região	superior	e	a	contempla	é	a	alma	
que	se	eleva	ao	mundo	inteligível.	Ou,	antes,	já	que	o	queres	saber,	
é	este,	pelo	menos,	 o	meu	modo	de	pensar,	 que	só	Deus	sabe	se	
é	verdadeiro.	Quanto	a	mim,	a	coisa	é	como	passo	a	dizer-te.	Nos	
extremos	limites	do	mundo	inteligível	está	a	ideia	do	bem,	a	qual	só	
com	muito	esforço	se	pode	conhecer,	mas	que,	conhecida,	se	impõe	
à	razão	como	causa	universal	de	tudo	o	que	é	belo	e	bom,	criadora	da	
luz	e	do	sol	no	mundo	visível,	autora	da	inteligência	e	da	verdade	no	
mundo	invisível,	e	sobre	a	qual,	por	isso	mesmo,	cumpre	ter	os	olhos	
fixos	para	agir	com	sabedoria	nos	negócios	particulares	e	públicos	
(CHAUÍ,	2005,	p.	9).	
Assim,	nessa	narrativa,	Platão	aborda	os	graus	de	conhecimento,	em	que	há	
modos	de	conhecer,	de	saber,	mais	adequado	para	se	pensar	em	um	governante	capaz	
de	fazer	política	com	sabedoria	e	justiça	(PORFÍRIO,	2015).	Mas,	e	nos	dias	atuais?	Ainda	
vivemos	em	cavernas	sem	enxergar	a	realidade?
O MITO DA CAVERNA NOS DIAS ATUAIS
A	 atualidade	 deste	 texto	 de	 Platão,	 escrito	 há	 mais	 de	 2.500,	 pode	 ser	
comprovada	através	do	filme	Matrix	de	1999.	No	filme,	o	personagem	Neo	Anderson,	
um	 hacker	 de	 computador	 que,	 por	 meio	 de	 invasões	 pela	 internet,	 descobre	 a	
existência	de	um	estranho	programa	na	rede,	a	Matrix.	Após	suas	descobertas,	Neo	
é	procurado	por	um	grupo	de	pessoas	que	se	dizem	hackers	e	afirmam	saber	de	
uma	verdade	que	a	maioria	não	sabe,deixando	a	critério	do	protagonista:	optar	por	
conhecer	a	verdade	e	mudar	sua	vida	para	sempre	ou	continuar	sendo	enganado	
pela	Matrix	e	esquecer	todas	as	suas	descobertas.	
FONTE: <https://bit.ly/35iSo6V>. Acesso em: 17 jun. 2020.
22
Neo	Anderson	decide	então	conhecer	a	verdade.
Realizando	 uma	 comparação,	 Neo	 Anderson	 é	 a	 figura	 do	 escravo	 que	
consegue	se	libertar	da	caverna.	Esse	escravo	liberto	da	caverna	representa	o	filósofo.	
O	filósofo	é	quem	consegue	se	livrar	da	prisão	que	mantém	os	homens	escravos	da	
percepção,	dos	sentidos,	e	que	por	eles	são	enganados.	
Libertar-se	 da	 caverna	 significa,	 em	 uma	 linguagem	 platônica,	 acessar	 o	
famoso	mundo	das	ideias,	que	seria	um	lugar	onde	os	homens	estariam	livres	dos	
enganos,	mantendo-se	 em	 contato,	 por	meio	 do	 pensamento,	 com	 as	 essências	
puras	das	coisas	do	mundo.
Para	Platão,	o	conhecimento	verdadeiro	advém	das	ideias	puras	e	do	intelecto.	
Todo	conhecimento	advindo	das	sensações	do	corpo	é	enganoso.	Neo,	assim	como	o	
escravo	liberto,	descobre	haver	uma	realidade	totalmente	diferente	daquela	em	que	
acreditamos.	No	filme,	o	responsável	pelo	nosso	engano	é	o	software	Matrix.	
FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/mito-caverna-matrix.htm>. Acesso em: 4 jan. 2020.
A professora Marilene Chauí, do departamento de Filosofia da 
USP, escreveu um excelente texto didático explorando as relações 
do filme Matrix com o diálogo de Platão. Este texto está publicado 
no início do livro Convite à Filosofia (CHAUÍ, Marilena.  Convite à 
filosofia. São Paulo: Ática, 1995).
DICA
4.3.2 Conceitos de Platão e Aristóteles para a construção 
do conhecimento
Após	a	morte	de	Platão,	 seu	discípulo	Aristóteles	continuou	o	desenvolvimento	
do	pensamento	filosófico	através	da	Lógica.	Aristóteles	(384-322	a.C.)	foi	aluno	de	Platão	
na	Academia.	Apesar	de	ter	passado	quase	20	anos	próximo	ao	mestre,	 sentiu-se	à	
vontade	para	criticá-lo	em	muitos	pontos	de	sua	doutrina,	iniciando	uma	nova	tradição.	
O	principal	ponto	de	discordância,	a	partir	do	qual	todos	os	outros	passaram	a	surgir,	
é	 em	 relação	à	postulação	do	mundo	das	 ideias.	Segundo	Aristóteles,	não	existe	 tal	
mundo	separado	do	mundo	material.	As	ideias	inatas,	que	seriam	as	únicas	verdadeiras,	
são	também	combatidas,	e	Aristóteles	afirma	a	experiência	como	base	da	formação	de	
nossas	ideias	(LOBO,	2013).
23
FIGURA 9 – PLATÃO E ARISTÓTELES – PINTURA DE RAFAEL
FONTE: <https://i.em.com.br/HbkC82RceglnU-Dn09wOE7eIzbw=/675x0/smart/imgsapp.em.com.br/ 
app/noticia_127983242361/2016/08/12/793593/20160812171928660506o.jpg>. 
Acesso em: 22 jun. 2020.
	A	preocupação	de	Aristóteles	estava	em	como	obter	o	conhecimento	válido	
a	partir	da	experiência	(empirismo)	da	realidade.	A	importância	de	Platão	e	Aristóteles	
para	o	desenvolvimento	do	conhecimento	na	sociedade	ocidental	é	inquestionável.	Por	
exemplo,	na	tradição	filosófica	iniciada	por	Platão	e	Aristóteles,	introduziu-se	o	conceito	
substância	entendido	como	o	gênero	supremo	de	todas	as	coisas	(LOBO,	2013).
	No	século	III	d.C.,	o	filósofo	neoplatônico	Porfírio	(233-305	d.C.)	apresentou	seu	
próprio	modelo	explicativo.	Nele	é	detalhada	uma	classificação	sobre	as	substâncias,	
ficando	 tal	modelo	 conhecido	 como	 a	Árvore de Porfírio. Fica	 conhecida	 por	 esse	
nome	devido	sua	estrutura	se	assemelhar	a	forma	de	árvore	onde	tudo	o	que	existe	é	
concebido	de	maneira	gradual,	ou	seja,	da	substância	mais	geral	para	a	mais	particular	
(CONCEITOS,	2019).
Esse	modelo	 irá	 servir	 como	método	de	classificação	para	 as	 ciências	naturais,	 
na	forma	que	chamamos	hoje	de	Mapas Mentais.
24
FIGURA 10 – ÁRVORE DE PORFÍRIO
FONTE: Adaptado de Conceitos (2019)
Depois	de	Aristóteles,	teremos	a	expansão	da	filosofia	grega	para	todo	o	mundo	
antigo	graças	às	conquistas	de	Alexandre	Magno.	Este	período	histórico	é	denominado	
de	Helenismo.	Com	a	conquista	da	Grécia	pelo	exército	de	Filipe,	e	o	posterior	domínio	
de	seu	filho,	Alexandre,	a	antiga	unidade	política	das	cidades-estados	deixou	de	existir	
(LOBO,	2013).	
A	autonomia,	que	antes	caracterizava	a	vida	de	cada	uma	das	comunidades	
políticas	cedeu	espaço	para	o	império	de	Alexandre.	O	efeito	disso	foi	o	surgimento	de	
várias	escolas	que	tentaram	teorizar	a	vida	dos	homens	a	partir	dessa	nova	realidade.	
25
Na	 sequência,	 teremos	 o	 surgimento	 do	 Império	 Romano	 que	 irá	 absorver	 a	
filosofia	grega	e	incorporar	ao	que	chamamos	de	filosofia	latina.
Algumas sugestões de filmes e séries interessantes sobre esse período:
• Filmes: Gladiador, 2000. Direção de Ridley Scott; e Alexandre, 2005. 
Direção de Oliver Stone.
• Série: ROMA, 2005 – 2 temporadas.
DICA
O	pensamento	filosófico	greco-latino	perdurou	até	o	fim	do	Império	Romano	em	
476	d.C.,	com	o	surgimento	de	uma	nova	forma	de	conhecimento:	a	Teologia. 
4.4 TEOLOGIA
Vida após a morte, a ideia do perdão, a adesão a não violência, 
a ideia de igualdade – “todos somos filhos de Deus”.
O	nascimento	de	Jesus	Cristo,	durante	o	Império	Romano,	aponta	o	 início	de	
uma	transformação	social,	política,	religiosa	e	epistemológica	na	sociedade	ocidental.	
A	mensagem	cristã,	 transmitida	 pelos	 seus	 discípulos,	 após	 sua	morte,	 e	 espalhada	
pelo	mundo	greco-latino,	traz	novidades	na	forma	de	compreensão	do	mundo	e	da	vida	 
em	sociedade:	
Todas	 essas	 ideias	 produziram	 uma	 revolução	 dentro	 do	 Império	 Romano.	 No	
entanto,	do	ponto	de	vista	da	epistemologia,	os	pensadores	cristãos	enfrentaram	um	
outro	 problema	 fundamental:	 os	 filósofos	 já	 tinham	 provado	 que	 um	 conhecimento	
somente	 baseado	 em	 crenças	 não	 era	 válido.	 Dessa	 forma,	 os	 pensadores	 cristãos	
tiveram	 que	 desenvolver	 uma	 nova	 forma	 de	 pensar	 que	 pode	 validar	 a	 fé	 cristã:	 a	
Teologia.	Com	isso	temos	um	novo	período	histórico,	a	Idade	Média,	que	será	marcada	
pelo	 poder	 da	 Igreja	 com	 um	 conhecimento	 que	 tem	 como	 ideia	 central	 “Deus”	
(Teocentrismo)	(CHAUÍ,	2005).
26
FIGURA 11 - A ASCENSÃO DE CRISTO – PINTURA DE JOHN SINGLETON COPLEY
FONTE: <https://images.freeart.com/comp/art-print/fan16225811/ascension.
jpg?units=cm&pw=20.3&ph=20.3&fit=True>. Acesso em: 22 jun. 2020.
O	 conhecimento	 teológico	 cristão	 teve	 como	 base	 a	 tentativa	 da	 conciliação	
entre	Fé	e	Razão	–	Fides et Ratio.	Provar	as	verdades	da	fé	com	as	certezas	da	razão,	ou	
seja,	a	teologia	cristã	não	enfrentou	a	filosofia	greco-latina,	mas	sim	procurou	trazê-la	 
para	o	seu	interior	(CHAUÍ,	2005).	
Os	 principais	 filósofos	 cristãos	 que	 fundamentaram	 o	 conhecimento	 teológico	
são:	 Santo	 Agostinho	 (354-430	 d.C.)	 e	 São	 Tomás	 de	 Aquino	 (1225-1274).	 Ambos,	 por	
meio	da	difusão	das	obras	de	Platão	e	Aristóteles	cristianizaram	a	filosofia	greco-latina.	 
A	 frase	 de	 Santo	 Agostinho	 —	 “Crer	 para	 compreender,	 compreender	 para	 crer”	 —	
representa	este	período,	quanto	mais	tenho	fé,	mais	posso	compreender	o	mundo	e	
vice-versa.
O	período	histórico	da	Idade	Média,	que	abrange	desde	476	a.C.	até	1453	d.C.	
com	a	queda	de	Constantinopla,	representa	também	o	fim	do	poder	da	Igreja.	Com	o	
Renascimento,	o	Mercantilismo,	as	Grandes	Navegações,	a	Reforma	Protestante,	e	a	
expansão	do	Islamismo,	consolida-se	um	processo	de	separação	do	que	a	Idade	Média	
unira:	a	Razão	separa-se	da	Fé;	a	Natureza	e	o	Homem,	de	Deus;	o	Estado,	da	Igreja.	
Temos	 o	 advento	 do	Antropocentrismo	 como	 filosofia	 dominante,	 ou	 seja,	 o	
homem	como	centro	das	discussões	filosóficas	e	políticas	em	oposição	ao	Teocentrismo.	
Configura-se,	assim,	o	período	da	 Idade	Moderna,	ou	Modernidade	com	um	novo	tipo	de	
conhecimento:	a	CIÊNCIA	MODERNA	(CHAUÍ,	2005).	
27
Dica de filmes: 
• Período da Reforma protestante: Lutero, 2003. Direção: Eric Till.
• Sobre a expansão do Islamismo: Cruzada, 2005. Direção: Ridley Scott.
DICA
4.5 CIÊNCIA E TECNOLOGIA – SUAS COMPLEXIDADES
Augusto	 Comte,	 filósofo	 francês	 do	 século	 XIX,	 fundador	 de	 uma	 corrente	
filosófica	chamada	Positivismo,	defende	que	a	evolução	da	espéciehumana	se	deu	em	
três	fases:	a	mítica	(religiosa),	a	filosófica	(metafísica)	e	a	científica	(PORFÍRIO,	2012).
FIGURA 12 – FASES DA EVOLUÇÃO DA ESPÉCIE HUMANA
FONTE: Adaptado de Porfírio (2012)
Científica
Mítica Filosófica
Evolução
espécie
humana
A	fase	científica	foi	o	ápice	do	desenvolvimento	humano.	Essa	etapa	não	só	
é	considerada	 superior	 às	outras,	 como	também	seria	 a	única	válida	para	 se	chegar	
à	 verdade.	 Segundo	 os	 positivistas,	 a	 ciência	 é	 o	 único	 conhecimento	 válido	 para	
compreender	o	sujeito,	a	natureza	e	a	sociedade.	Em	suma,	só	a	ciência	pode	nos	ajudar	
a	entender	a	nossa	realidade.	
Mas,	então,	o	que	seria	o	conhecimento	científico?	
28
A	palavra	scire	significa,	em	latim,	saber	[...].	O	conceito	de	scientia,	
portanto,	 apenas	 podia	 ser	 atribuível	 a	 um	 determinado	 tipo	 de	
conhecimento:	ao	que	possuía	o	saber	correto,	diferente	de	outros	
pretensos	conhecimentos	que	não	o	possuíam,	que	não	podiam	ser	
scientia.	Como	havia	vários	conhecimentos,	um	poderia	ser	o	correto	
e	os	outros	não.	Havia	assim,	a	necessidade	de	se	descobrir	algum	
meio	ou	algum	critério	que	distinguisse	o	correto	do	não	correto,	isto	
é	a	ciência	da	não	ciência	(KÖCHE,	1997,	p.	67).
Segundo	Chauí	(2000,	p.	220),	“a	ciência	é	o	conhecimento	que	resulta	de	um	
trabalho	racional,	baseado	em	pesquisas,	investigações	metódicas	e	sistemáticas	e	na	
exigência	de	que	as	teorias	sejam	internamente	coerentes	e	digam	a	verdade	sobre	a	
realidade”.	
	Por	sua	vez,	para	Cupani	(2014,	p.	1):
a	 “Ciência”	 é,	 como	 muitas	 palavras,	 uma	 expressão	 ambígua,	
podendo	 significar	 conforme	 os	 contextos,	 uma	 atividade	 social,	
endereçada	à	produção	de	certo	 tipo	de	conhecimento,	 ou	bem	o	
conhecimento	 por	 ela	 produzido.	 “Ciência”	 designa	 também	 uma	
entidade	 que	 muda,	 como	 tudo	 quanto	 existe,	 evoluindo	 de	 uma	
maneira	específica	decorrente	do	objetivo	que	lhe	é	próprio,	porém	
não	apenas	dele,	pois	está	sujeita	às	condições	em	que	existe	(uma	
das	quais	é	hoje,	precisamente,	a	tecnologia).	
Além	disso,	o	autor	enfatiza	que:
“Ciência”	é,	além	do	mais,	o	nome	de	uma	instituição	social	(análoga	
ao	Direito,	a	Religião,	a	Educação),	que	é	muito	prestigiada	em	nossa	
época	 e	 cultura,	 mas	 não	 em	 todas	 (povos	 e	 épocas	 houve	 e	 há	
em	que	a	sociedade	é	indiferente	à	ciência	ou	hostil	a	ela).	Por	fim,	
“ciência”	pode	referir-se	a	determinada	atitude	perante	a	realidade,	
diferente	de	outras	atitudes,	como	a	técnica,	a	religiosa	ou	a	artística	
(o	cientista	busca	conhecer,	não	modificar	a	realidade,	reverenciá-la	
ou	exprimir	as	vivências	que	ela	lhe	suscita).	Essas	diversas	acepções	
de	“ciência”	estão	obviamente	intervinculadas	(CUPANI,	2014,	p.	2).	
Se você se interessou e quer saber mais sobre Positivismo, acesse:
• https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/positivismo.
DICA
29
A	história	da	ciência	está	atrelada	à	tecnologia,	portanto,	o	avanço	tecnológico	
marcou	 e	 interferiu	 no	 avanço	 do	 conhecimento	 científico.	 No	 Quadro	 6,	 a	 seguir,	
poderemos	evidenciar	a	evolução	do	conhecimento	até	chegarmos	à	Idade	Moderna,	
em	 que	 a	 ciência	 e	 tecnologia	 se	 tornam	 as	 únicas	 bases	 para	 a	 construção	 do	
conhecimento.
QUADRO 6 - PERÍODOS HISTÓRICOS DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
FONTE: Asmann (2008, p. 53)
Conforme	evidenciado	no	Quadro	6,	 na	 Idade	Moderna,	 o	 saber	mais	 importante	
torna-se	 a	 Ciência	 e	 Tecnologia,	 frutos	 do	 trabalho	 e	 produção	 humana.	 Com	 o	
desenvolvimento	 científico	 e	 tecnológico	 ocorre	 a	 Revolução	 Industrial	 e	 o	 homem	
deixa	de	depender	dos	caprichos	da	natureza.	Antes,	a	produção	 rural	dependia	das	
estações	do	ano,	das	tempestades,	suas	estiagens,	seu	tempo	cíclico.	Com	a	indústria,	
ao	contrário,	o	homem	introduz	uma	jornada	linear	de	produção,	em	processo	executado	
pelos	 trabalhadores	 e	 completado	 com	 o	 produto	 vendido	 aos	 consumidores.	 	 Neste	
PERÍODOS 
HISTÓRICOS
IDADE ANTIGA 
(SÉCULO V a.C. – IV 
d.C.)
IDADE MÉDIA (SÉCULO 
V d.C. – XVI d.C.)
IDADE MODERNA 
(SÉCULO XVI d.C. – XX 
d.C.)
Ideia	Básica	
(razão	última)
PHYSIS	(razão	da	
natureza).
Agir	é	contemplação.
Valem	princípios.
DEUS	(razão	de	Deus).
Agir	é	contemplação.
Valem	princípios.
HOMEM	(razão	do	
homem).
Natureza	a	dominar.
Agir	é	fabricação.
Prevalecem	resultados.
Ser	humano
Servo	da	natureza.
Livre	e	escravo.
Servo	de	Deus.
Igualdade	entre	si	e	
irmãos	da	natureza.
Senhor	de	si	(eu	sou),	da	
natureza	e	de	Deus.
Livres	e	iguais	pela	
razão.
Verdade
Adequação	do	sujeito	
ao	objeto.	
Objetivismo.
Adequação	do	sujeito	
ao	objeto.
	Objetivismo.
Construção	(Kant)	
ou	representação.	
Subjetivismo.
Saber	mais	
importante
Mito	e	Filosofia.	
Contemplação	da	
natureza	–	Ócio.
Teologia.	Contemplação	
de	Deus	–	Fé.
Ciência	e	tecnologia.
Produção	humana.
Fruto	do	trabalho.
Trabalho
Atividade	de	escravos	
(negativo).
Castigo	devido	ao	
pecado	(negativo).
Ação	autocriadora,	
homem	–	senhor	de	si	e	
da	natureza	(positivo).
Política	e	ética
Atividade	natural	–	só	na	
Pólis	se	realiza	a	ética.
Cidade	dos	homens,	
separação	entre	política	
e	moral.
Política	=	mal.
Atividade	artificial,	
mal	necessário	(e	
passageiro).
Separação	entre	ética	
e	política.
História
Fisiológica.
Eterno	retorno	do	
mesmo.
Teológica.
Início	e	fim	em/com	
Deus.
Antropológica.
Início	com	homem.
Progresso	(processo).
30
período,	que	marca	a	transição	da	Idade	Média	para	a	Idade	Moderna,	há	uma	migração	
da	área	rural	para	a	área	urbana,	impondo	o	crescimento	das	cidades.	Na	Modernidade,	
o	 trabalhador	 rural	 transforma-se	 em	 trabalhador	 urbano,	 com	 um	 novo	 processo	 de	
socialização	do	trabalho	dado	pelo	desenvolvimento	industrial	(CUNHA,	2005).
O	trabalhador	 recebe	não	mais	na	forma	de	produtos	de	sobrevivência,	mas	na	
forma	de	salário.	Ampliam-se	as	opções	de	trabalho	e	a	 liberdade	de	ação	do	 indivíduo.	
Assim,	 com	 a	 Revolução	 Industrial	 e	 o	 surgimento	 da	 burguesia,	 e,	 posteriormente,	
amparado	nos	ideais	da	Revolução	Francesa	que,	entre	outros,	pressupunham	a	liberdade	
individual	 e	 inclusive	 o	 direito	 à	 propriedade,	 consolida-se	 o	 sistema	 capitalista,	 o	 qual	
dissolve	 os	 laços	 que	 prendiam	 os	 trabalhadores	 aos	 limites	 previamente	 definidos	 pela	 
ordem	feudal	(CUNHA,	2005).
31
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
•	 Os	 termos	 “dados,	 informação	 e	 conhecimento”,	 muitas	 vezes,	 são	 utilizados	
erroneamente	como	sinônimos.	
•	 O	estudo	do	termo	conhecimento	além	de	complexo,	desencadeia	uma	nova	área	 
de	estudos:	a	Epistemologia	ou	Teoria	do	Conhecimento.	
•	 A	Teoria	do	Conhecimento	aborda	os	diversos	tipos	do	conhecimento,	decorrentes	da	
evolução	humana,	 sendo	eles:	mitologia,	 senso	comum,	filosofia,	 teologia,	 ciência	 e	
tecnologia	e	que	esses	tipos	de	conhecimento	visam	explicar	o	mundo	a	nossa	volta,	 
e	desvendar	alguns	segredos.	
•	 Os	tipos	de	conhecimentos	surgiram	da	necessidade	de	explicar	o	mundo,	por	meio	
de	fantasias	e	crenças	sem	bases	racionais,	dando	origem	assim,	aos	mitos.	
•	 A	mitologia	grega	e	suas	principais	obras	(Teogonia,	Ilíada	e	Odisseia),	onde	cada	uma	
conta	a	história	e	cultura	de	seu	povo.
•	 O	senso	comum	é	considerado	a	soma	dos	saberes	do	cotidiano,	formado	a	partir	de	
hábitos,	costumes,	crenças,	preconceitos	e	tradições.	
•	 A	filosofia	surge	da	relação	do	homem	com	seu	dia-a-dia,	mas	que	usa	o	questionamento	
e	o	pensamento	como	base.	É	um	conhecimento	do	dia	a	dia,	que	se	preocupa	em	
questionar	o	relacionamento	do	indivíduo	com	o	meio	em	que	está	inserido.
•	 Na	teologia,	a	partir	da	Igreja,	surgiu	uma	nova	percepção	de	mundo	visando	conciliar	
a	Fé	e	Razão.	Nessa	categoria	enfatiza-se	que	Deus	é	o	centro	do	mundo.	
•	 No	 decorrer	 das	 categorias	 do	 conhecimento,	 nós	 podemos	 compreender	 as	
mudanças	culturais,	influenciadas	pelas	formas	de	entender	o	mundo	a	nossa	volta.
RESUMO DO TÓPICO 1
32
AUTOATIVIDADE
1	 O	 conhecimento	 é	 uma	 relação	 (interação)	 entreo	 sujeito	 e	 o	 objeto.	 Ele	 é	 um	
conjunto	de	informações	adquirida	por	meio	da	experiência	em	vivência.	Mas,	para	
interpretação	 da	 informação	 é	 necessário	 em	 um	 primeiro	 momento	 converter	
dados	em	 informação,	para	que,	assim,	possa	gerar	um	novo	conhecimento.	Com	
base	na	 importância	dos	termos:	dados,	 informação	e	conhecimento,	selecione	as	
características	a	seguir	de	cada	variável.	Para	isso,	informe	com	a	letra	D,	para	dados,	
I	para	Informação	e	C	para	conhecimento.
(			)	 Facilmente	obtido	por	máquinas.
(			)	De	difícil	estruturação.
(			)	De	difícil	captura	em	máquinas.
(			)	 Frequentemente	quantificado.
(			)	Exige	consenso	em	relação	ao	significado.
(			)	Exige	necessariamente	a	mediação	humana.
(			)	 Frequentemente	tácito.
(			)	Exige	necessariamente	a	mediação	humana.
(			)	De	difícil	transferência.
2	 A	 Epistemologia,	 ou	Teoria	 do	Conhecimento,	 investiga	 ao	 longo	 da	 história	 humana	
os	diversos	tipos	de	“conhecimentos”	utilizados	para	explicar,	entender	e	compreender	
o	mundo	a	sua	volta	e,	 também,	a	sua	 relação	com	a	natureza.	Cada	conhecimento	
representa	uma	forma	de	compreender	o	mundo	e	tem	uma	ideia	básica	central.	Com	
base	nisso	relacione	as	colunas:
3	 Assista	ao	filme	Matrix,	e	verifique	a	relação	do	filme	com	o	Mito	da	Caverna	de	Platão.	
Em	seguida,	reflita	sobre	essa	metáfora	e	sua	relação	com	os	dias	atuais.
MODOS DE COMPREENDER O MUNDO IDEIA BÁSICA
(1)	Mitologia.
(2)	Senso	comum.
(3)	Filosofia.
(4)	Teologia.
(5)	Ciência	e	Tecnologia.
(			)	Natureza	e	Pólis	(comunidade).
(			)	Natureza	e	cultura.
(			)	Deus.
(			)	Homem.
(			)	Natureza.
33
DINÂMICAS DO PENSAMENTO: 
COMO A MENTE FUNCIONA
UNIDADE 1 TÓPICO 2 — 
1 INTRODUÇÃO
Estudamos,	 no	 Tópico	 1,	 o	 desenvolvimento	 do	 conhecimento	 humano	 ao	
longo	da	sua	história,	com	seus	vários	tipos	até	chegarmos	aos	dias	atuais,	marcados	
pelo	 exponencial	 avanço	 do	 conhecimento	 científico	 com	 alto	 grau	 de	 sofisticação	
tecnológica.	Este	avanço	da	ciência	e	da	tecnologia	permitiu	o	surgimento	de	novas	
áreas	 na	 fronteira	 do	 conhecimento,	 tais	 como	 a	 neurociência,	 a	 psicologia	 e	 a	
inteligência	artificial,	 que	desta	 forma,	nos	possibilitaram	adentrar	 ao	cérebro	humano	
para	compreendermos	o	seu	funcionamento,	assunto	que	nos	interessa	para	o	tema	de	
nossa	disciplina	de	Criatividade	e	Inovação.
2 RACIONALISMO VERSUS EMPIRISMO
De	 acordo	 com	 Descartes	 (1596-1650),	 no	 início	 da	 Idade	 Moderna,	 o	
conhecimento	humano	 teve	origem	na	própria	mente,	 através	de	 ideias	 inatas.	 Esta	
corrente	 de	 pensamento	 é	 denominada	 de	 Racionalista,	 Idealista	 ou	 Inatista.	 Seguindo	
Platão	(428/27-347	a.C.)	e	Santo	Agostinho	(354-430),	Descartes	acreditava	na	doutrina	
das	 ideias	 inatas,	 ou	 inatismo,	a	qual	 sustenta	que	o	homem	nasce	com	determinadas	
crenças	verdadeiras,	 ou	seja,	 o	conhecimento	nasce	na	mente	humana	—	é	 inato	—	
através	da	razão	e	das	ideias.	
A	 famosa	 frase	 de	 Descartes	 —	 “Penso, logo existo”	 —	 marca	 o	 início	 da	
modernidade,	 o	 período	 em	 que	 o	 ser	 humano,	 dotado	 da	 sua	 racionalidade,	 pode	
determinar	 a	 sua	própria	 existência	e	dominar	 a	natureza	para	a	 sua	 sobrevivência.	A	
modernidade	 é	marcada,	 então,	 pelo	Antropocentrismo	 —	 o	 homem	 é	 o	 centro	 do	
conhecimento	—	iluminado	pelas	luzes	da	razão	humana	—	Iluminismo	(SALATIEL,	2012).
34
O iluminismo tornou-se intenso na Europa, ainda mais na França e atingiu o 
seu apogeu no século XVIII, sendo chamado de Século das Luzes. Essas ideias 
trouxeram seguidores e foram as principais motivações para o surgimento da 
Revolução Francesa, cujo lema era liberdade, igualdade e fraternidade. 
FONTE: <http://idade-moderna.info/iluminismo.html>. Acesso em: 22 jun. 2020.
NOTA
De	forma	contrária,	na	mesma	época,	empiristas,	como	John	Locke	(1632-1704),	
consideravam	que	o	conhecimento	humano	surge	da	experiência,	dos	sentidos,	e	que	a	
mente	humana	é	vazia.	Somente	após	termos	a	experiência	dos	sentidos	é	que	a	nossa	
mente	é	preenchida	com	o	conhecimento	do	que	nos	cerca.	John	Locke	pregou	a	teoria	
da	tábula rasa,	cuja	mente	humana	era	como	uma	folha	em	branco,	que	se	preenchia	
apenas	com	a	experiência.	
Locke detalhou a tese da tábula rasa em seu livro Ensaio Acerca do 
Entendimento Humano, de 1690. Para ele, todas as pessoas nascem 
sem conhecimento algum, comparando a mente a uma "folha em 
branco". O conhecer, é aprendido por meio da experiência. 
FONTE: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/john-locke-e-o-
empirismo-britanico-todo-conhecimento-provem-da-experiencia.htm>. 
Acesso em: 22 jun. 2020.
ATENÇÃO
Essa	teoria	é	uma	crítica	à	doutrina	das	 ideias	 inatas,	segundo	a	qual	princípios	
e	 noções	 são	 inerentes	 ao	 conhecimento	 humano	 e	 existem	 independentemente	
da	 experiência.	 Basicamente	 é	 isso	 que	 o	 empirismo	 sustenta:	 contrapondo-se	 ao	
racionalismo,	que	privilegia	a	razão	como	fonte	segura	do	conhecimento,	esta	escola	
enfatiza	o	papel	da	experiência.	
Junto	 com	 Locke,	 fazem	 parte	 do	 empirismo	 britânico	 os	 filósofos	 George	
Berkeley	(1685-1753),	David	Hume	(1711-1776)	e	John	Stuart	Mill	(1806-1873).
Contrariando	o	inatismo,	Locke	(1978)	afirma	que,	ao	nascermos,	somos	como	
uma	folha	em	branco	—	"tábula	rasa",	diziam	os	empiristas	—	que	é	escrita	na	medida	em	
que	vivemos	e	temos	experiência	de	mundo	(LOCKE,	1978,	p.	1-2):	
35
Suponhamos,	 pois,	 que	 a	mente	 é,	 como	 dissemos,	 um	 papel	 em	
branco,	 desprovida	 de	 todos	 os	 caracteres,	 sem	 quaisquer	 ideias;	
como	ela	 é	 suprida?	De	onde	 lhe	provém	este	vasto	estoque,	que	
a	ativa	e	que	a	 ilimitada	fantasia	do	homem	pintou	nela	com	uma	
variedade	 quase	 infinita?	 De	 onde	 apreende	 todos	 os	 materiais	
da	 razão	 e	 do	 conhecimento?	 A	 isso	 respondo,	 numa	 palavra,	 da	
experiência.	Todo	o	nosso	conhecimento	está	nela	fundado,	e	dela	
deriva	fundamentalmente	o	próprio	conhecimento.	
FIGURA 13 – FILÓSOFOS EMPIRISTAS DO SÉCULO XVII E XVIII
FONTE: <https://www.profwilliam.com/2018/07/empiristas-dos-seculos-xvii-e-xviii.html>. 
Acesso em: 24 jun. 2020.
Na	continuação	da	modernidade,	o	filósofo	Immanuel	Kant	(1724-1804)	realizou	
uma	 síntese	 entre	 o	 racionalismo	 e	 o	 empirismo.	 Kant	 afirmou	 que	 a	 nossa	 mente	
precisa	tanto	da	 razão	quanto	da	experiência.	Em	Kant,	há	duas	principais	fontes	de	
conhecimento	no	 sujeito:	 a	 sensibilidade,	por	meio	da	qual	 os	objetos	 são	dados	na	
intuição	(empirismo)	e	o	entendimento	(racionalismo),	por	meio	do	qual	os	objetos	são	
pensados	 nos	 conceitos.	 “Pensamentos	 (razão)	 sem	 conteúdo	 são	 vazios;	 intuições	
(experiência)	sem	conceitos	são	cegas”	(CAIMI,	1974,	p.	177).	“Todo	nosso	conhecimento	
nasce	no	sentido,	passa	pelo	entendimento	e	termina	na	razão”	(PIZZINGA,	2020,	s.p.).
A	partir	do	pensamento	de	Kant,	a	ciência	avançou	para	explicar	o	funcionamento	
da	mente	para	a	construção	do	conhecimento.	Teremos,	a	seguir,	o	surgimento	de	uma	
nova	área	da	ciência:	A	PSICOLOGIA.
Leia mais sobre racionalismo e empirismo em:
• http://www.acervofilosofico.com/racionalismo-x-empirismo.
DICA
36
3 A PSICOLOGIA
A	palavra	“psicologia”	vem	do	grego	antigo	psyque,	que	significa	“mente”,	e	logos,	
que	significa	“conhecimento	ou	estudo”.	Psiquê	ou	psique	(em	grego	antigo:	ΨΨΨΨ,	transl.:	
Psychē),	na	mitologia	grega,	é	uma	divindade	que	representa	a	personificação	da	alma.
Como	a	Psicologia	é	uma	ciência,	ela	tenta	 investigar	as	causas,	motivação	que	
desencadeiam	um	determinado	comportamento.	Para	isso,	utiliza	além	de	procedimentos	
de	forma	sistemática	e	objetivos	de	observação,	medição	e	análise,	apoiados	esses	por	
interpretações	teóricas,	explicações	e	previsões	(BATTISTELLI,	2018).
A psicologia tem como objetivo imediato a compreensão de 
grupos e indivíduos tanto pelo estabelecimento de princípios 
universais como pelo estudo de casos específicos, e tem, segundo 
alguns autores, como objetivo final o benefício geral da sociedade.
IMPORTANTE
A	psicologia	éo	estudo	científico	da	mente	e	do	comportamento.	Seu	estudo	
inclui	 subcampos,	 como	 áreas	 de	 desenvolvimento	 humano,	 esportes,	 saúde,	
comportamento	clínico,	 social	 e	processos	cognitivos.	Assim,	qualquer	 tentativa	que	
vise	 explicar	 por	 que	 os	 seres	 humanos	 pensam,	 o	 desenvolvimento	 do	 pensamento,	
e	seu	comportamento	sempre	estará	 ligada	a	um	dos	 ramos	da	psicologia,	que	podem	 
ser	(BATTISTELLI,	2018):	
•	 Psicologia	 clínica:	 relaciona	 ciência,	 teoria	 e	 prática	 para	 promover	 a	 adaptação	 e	
desenvolvimento	 pessoal.	 Em	 outras	 palavras	 tem	 como	 objetivo	 compreender	
e	 prever	 problemas	 atrelados	 à	 adaptação	 para	 contribuir	 com	 o	 bem-estar	 e	 o	
desenvolvimento	pessoal	do	indivíduo.
•	 Psicologia	 cognitiva:	 área	 de	 estudos	 sobre	 os	 processos	 mentais	 internos,	
relacionados	à	resolução	de	problemas,	memória,	aprendizagem,	entre	outros.	Visa	
analisar	 como	um	 indivíduo	 capta,	 processa	 e	 armazena	 as	 informações,	 e	 aplica	
ações	para	estimular	os	processos	mentais	internos.
•	 Psicologia	 do	 desenvolvimento:	 investiga	 como	 ocorre	 as	mudanças	 psicológicas	
vivenciadas	 na	 vida	 das	 pessoas	 que	 afetam	 fatores	 como	 habilidade	 motora,	
personalidade,	 desenvolvimento	 da	 linguagem,	 entre	 outros.	 Essas	 mudanças	
ocorrem	deste	a	infância	(bebê,	criança),	adolescência,	adultos	e	idosos.	
•	 Psicologia	evolucionária:	está	atrelada	a	como	as	transformações,	evoluções	humanas	
interferem	no	comportamento	humano.	Em	outras	palavras,	 investiga	como	ocorrem	
as	adaptações	dos	traços	psicológicos	na	evolução	da	espécie	humana,	desde	a	pré-
história	até	os	dias	atuais.
37
•	 Psicologia	 forense:	 analisa	 os	 fatores	 psicológicos	 que	 influenciam	no	 comportamento	
humano.	É	aplicada	em	investigações	criminais	e	a	lei.
•	 Psicologia	 da	 saúde:	 nessa	 psicologia,	 ao	 invés	 de	 analisar	 as	 causas	 biológicas	
de	uma	doença,	é	observado	o	contexto	social,	comportamento,	que	muitas	vezes	
influenciam	o	desenvolvimento	ou	agrava	doenças.
•	 Neuropsicologia:	 estuda	 a	 estrutura	 do	 cérebro	 de	 acordo	 com	 comportamentos.	
Pode	estar	 relacionada	avaliações	de	registro	de	atividades	elétricas	celebrais,	e	a	
condições	para	desenvolvimento	de	lesões	celebrais.
•	 Psicologia	 ocupacional:	 investiga	 ações	 relacionadas	 a	 maior	 produtividade	 no	
trabalho.	 Contribuem	 na	 avaliação	 e	 desenvolvimento	 de	 ações	 para	 melhorar	 o	
desempenho	da	equipe	e	em	treinamentos,	e	auxiliam	as	organizações	a	compreender	 
o	comportamento	das	pessoas	no	trabalho.
•	 Psicologia	social:	analisa	como	as	influências	sociais	podem	interferir	no	comporta-
mento	humano.
	Além	dos	tipos	de	Psicologia,	temos	os	seguintes	estados	mentais:
FIGURA 14 – ESTADOS MENTAIS
FONTE: Adaptado Battistelli (2018)
38
4 PERCEPÇÃO DA MENTE
A	 percepção	mental,	 de	 acordo	 com	 Predebon	 (2008),	 é	 decorrente	 do	 ato	
de	observar	determinada	 realidade,	 tornando	essa	 realidade,	 não	considerada	antes,	
evidente	 para	 as	 pessoas.	 Ela	 possibilita	 a	 manifestação	 de	 um	 novo	 aspecto	 da	
realidade	que	as	pessoas	não	perceberam	antes.	
FIGURA 15 – MÃOS QUE DESENHAM. – M. C. ESCHER (1948)
FONTE: <https://image.cleveland.com/home/cleve-media/width960/img/plain-dealer/photo/2011/02/-
ee28c90adf631557.JPG>. Acesso em: 22 jun. 2020. 
Um	 exemplo	 importante	 de	 percepção	 mental	 foi	 a	 utilização	 de	 objetos	
cilíndricos	para	auxiliar	na	 locomoção	de	cargas	pesadas	pelo	homem	nômade.	A	partir	
dessa	percepção,	surgiu	a	ideia	de	eixo	e	roda.	Seus	primeiros	registros	são	de	3000	a	
2000	a.C.	na	Mesopotâmia.	Os	eixos	eram	compostos	de	três	tábuas	presas	por	suportes	
em	forma	de	cruz	e	a	tábua	central	possuía	um	furo	natural	no	nó	da	madeira.	 Isso	
tornou	o	transporte	mais	rápido	e	fácil,	além	de	contribuir	para	transformar	as	primeiras	
aglomerações	humanas	em	cidades	maiores	(SANTIAGO,	2010).
39
FIGURA 16 - PERCEPÇÃO DA MENTE
FONTE: <http://twixar.me/cbFm>. Acesso em: 22 jun. 2020.
Assim,	Steven	Pinker	(2000	apud TIMM,	2004),	no	livro	Como a mente funciona, 
relata	 como	nos	deparamos	com	diversos	 aspectos	 relacionados	 ao	processamento	da	
mente	 humana,	 e	 enfatiza	 suas	 principais	 características	 e	 causas	 nesse	 processo.	 De	
acordo	como	Timm	(2004),	Steven	Pinker	considera	as	características	genéticas	que	são	
moldadas	pela	seleção	natural,	e	relata	suas	consequências	na	formação	das	relações	
humanas,	sendo	elas	na	sociedade,	cultura,	religião,	arte,	entre	outras.
Segundo	 Pinker	 (2000),	 a	 mente	 humana	 processa	 informações	 seguindo	
um	 padrão	 já	 existente	 há	 séculos,	 destinado	 a	 viabilizar	 a	 sobrevivência	 dos	 seres	
humanos	 ao	 longo	 da	 competição	 darwinista	 (competição	 pela	 sobrevivência	 entre	
os	 seres	humanos).	De	acordo	com	Steven	Pinker	 (2000),	 esse	padrão	está	gravado	
em	nossa	mente,	onde	o	autor	compara	o	cérebro	humano	a	um	 “software”	mental,	
transmitido	geneticamente	e	adaptado	a	partir	de	nossas	transformações	e	evoluções	
na	vida	contemporânea.	
No livro Como a mente funciona, Pinker (2000) utiliza a teoria computa-
cional da mente e a teoria da evolução. O objetivo principal de sua obra 
é sugerir e até mesmo explicar nossa capacidade de amar, manter — ou 
não — relações sociais, criar, julgar, ver figuras em 3D, assistir à televisão 
e se emocionar com música.
INTERESSANTE
Como eu não
percebi isso 
antes?
40
Assim,	 um	 dos	 primeiros	 passos	 realizados	 pela	 nossa	mente	 é,	 a	 partir	 da	
necessidade	de	sobrevivência,	identificar	ações	que	contribuam	para	ela.	Segundo	Pinker	
(2000),	a	operação	básica	de	nosso	cérebro,	consiste	no	desenvolvimento	de	estratégias	
para	realizar	tais	ações,	visando	eliminar	ou	sanar	as	necessidades	encontradas.	Segundo	
o	 autor,	 esse	 impulso	 por	 sobrevivência,	 possibilitou	 o	 enfrentamento	 de	 obstáculos,	 e	
aprimorando	a	capacidade	de	processar	informações	de	forma	inteligente	(TIMM,	2004).
A	partir	desse	processo,	o	ser	humano	aprendeu	a	desenvolver	práticas	baseadas	
na	 colaboração	mútua.	 Aprendeu	 também	 a	 desenvolver	 suas	 habilidades	 naturais	 para	
transformar	 o	mundo	 a	 sua	 volta,	 chegando	 ao	 Século	 XXI	 com	várias	 informações	
estruturadas	 aplicáveis	 ao	 mesmo	 objetivo	 inicial	 de	 tudo	 —	 a	 sobrevivência.	 Esse	
repertório	cresceu,	vem	crescendo	consideravelmente,	e	diversificando-se	nas	formas	
da	 Física,	 da	 Matemática,	 da	 Biologia,	 Psicologia	 e	 da	 Engenharia	 contemporâneas	
(TIMM,	2004).	
Um resumo dos principais pontos do modelo adotado por Pinker 
é descrito pelo próprio autor. Acesse: http://www.cinted.ufrgs.br/
renoteold/mar2004/artigos/05-computador_neural.pdf.
DICA
[...]	 a	 mente	 é	 um	 sistema	 de	 órgãos	 de	 computação,	 projetados	
pela	seleção	natural	para	 resolver	os	tipos	de	problemas	que	nossos	
ancestrais	 enfrentavam	 em	 sua	 vida	 de	 coletores	 de	 alimentos,	 em	
especial	 entender	 e	 superar	 em	 estratégias	 os	 objetos,	 animais,	
plantas	 e	 outras	 pessoas.	 [...]	 A	 mente	 é	 o	 que	 o	 cérebro	 faz;	
especificamente,	 o	 cérebro	 processa	 informações,	 e	 pensar	 é	 um	
tipo	de	computação	(PINKER,	2000,	p.	32).
5 A INTELIGÊNCIA HUMANA E AS TECNOLOGIAS
Para	Steven	Pinker	(2000)	a	inteligência	humana	é	decorrente	da	capacidade	do	
cérebro	humano	de	interpretar	e	processar	dados	e	informações.	Assim,	Pinker	em	suas	
pesquisas	compara	o	cérebro	como	um	computador	neural,	que	processa	informações	
que	estão	na	forma	de	símbolos,	e	por	sua	vez	o	conteúdo	é	transmitido	na	forma	de	
padrões	de	conexão	e	de	padrão	de	atividade	dos	neurônios	(TIMM,	2004).
Os	 símbolos	 formados	 por	 esse	mesmo	 cérebro-mente	 podem	 conter,	 além	
da	 informação	 representacional,	 propriedades	 causais.	 Isso	 significa	 que	 contêm	
informações	e	que	simultaneamente	tais	 informações	fazem	parte	de	uma	cadeia	de	
eventos	físicos,	podendo	assim	gerar	novas	informações	ou	resultar	em	ações.	Nesse	
viés	essas	informações	interpretadas	e	processadas	pelocérebro-mente	humano	podem	
41
ser	 combinadas	a	outros	dados,	 símbolos,	 já	 armazenados	no	cérebro,	produzindo	a	
validação	ou	não	de	informações,	ou	por	sua	vez	podem	acionar	redes	conectados	aos	
músculos,	resultando	em	movimento	(TIMM,	2004).
Assim,	 percebemos	 como	 é	 complexa	 a	 computação	 mental.	 Ela	 viabiliza	 a	
combinação	de	processamentos,	para	 isso,	possibilita,	por	exemplo,	que	um	símbolo	
processado,	sob	determinado	conjunto	de	regras,	inicie	um	evento	mecânico.	De	acordo	
com	Timm	(2004),	 isso	também	é	o	que	ocorre	com	um	computador.	Como	pensava	
Alan	Turing,	em	1937,	um	processador	seria	capaz	de	ler	símbolos,	e	operar	ações	a	partir	
de	um	conjunto	fixo	de	regras	(TIMM,	2004).
Nossa	máquina	 racional	 deve	 sua	 racionalidade	 a	 duas	 propriedades	
unidas	 uma	 à	 outra	 na	 entidade	 que	 denominamos	 símbolo:	 um	
símbolo	 transmite	 informação	 e	 faz	 com	 que	 coisas	 aconteçam.	
Quando	 as	 próprias	 coisas	 causadas	 transmitem	 informação,	
chamamos	 todo	 o	 sistema	 de	 processador	 de	 informações	 ou	
computador	(PINKER,	2000,	p.	78	apud	TIMM,	2004,	p.	2).
Alan	Turing,	considerado	o	pai	da	computação,	na	década	de	1930,	elaborou	um	
modelo	teórico	que	seria	responsável	pela	criação	de	conceitos	como	o	algoritmo	e	o	
desenvolvimento	dos	computadores	modernos.	Esse	modelo	ficou	conhecido	como	a	
Máquina	de	Turing,	e	escrevia	e	interpretava	símbolos	limitados	em	0,	1	e	conjunto	vazio.	
Esses	símbolos	ainda	compõem	basicamente	a	mesma	estrutura	das	linhas	de	códigos	
dos	dias	atuais	(GALILEU,	2018).	
De	acordo	com	Timm	(2004),	a	Máquina de Turing	é	uma	espécie	de	computador	
universal.	Ela	foi	composta	a	partir	da	 ideia	de	que	qualquer	cálculo	poderia	ser	 realizado	 
por	uma	máquina	que	siga	 instruções	(programação,	algoritmos),	se	assemelhando	a	
ideia	de	processamento	neural	de	símbolos	de	Pinker.
FIGURA 17 - MÁQUINA DE TURING
FONTE: <https://s2.glbimg.com/TN-UfMlb4a_pVWXQMQaxaif9MFQ=/e.glbimg.com/og/ed/f/
original/2018/03/13/dx4mp8cw0aavtuz.jpg>.Acesso em: 17 jun. 2020.
42
Inspirado pelo filme O Jogo da Imitação, 2015, direção de Morten 
Tyldum, o entusiasta por tecnologia, Richard J. Ridel passou seis 
meses desenvolvendo uma Máquina de Turing em madeira, em 
um processo que envolveu tentativa e erro até o funcionamento 
do dispositivo.
INTERESSANTE
A	partir	de	Alan Turing,	vamos	ter	o	surgimento	dos	computadores	e	da	ciência	
da	computação	e	a	discussão	se	uma	máquina	pode	pensar,	originando	posteriormente	 
uma	nova	área	do	conhecimento	denominada	de	Inteligência	Artificial.
Para saber mais sobre inteligência artificial assista ao filme: 
• Ex Machina: instituto artificial, 2014. Direção: Alex Garland.
DICA
43
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Racionalismo	e	Empirismo	visam	explicar	a	forma	como	os	seres	humanos	adquirem	 
o	conhecimento,	porém	elas	têm	filosofias	fundamentalmente	opostas.	
• O	racionalismo	afirma	que	a	fonte	do	conhecimento	é	a	razão	e	o	Empirismo	alega	
que	é	a	experiência	sensorial.
• A	 psicologia	 visa	 explicar	 o	 funcionamento	 da	 mente	 para	 construção	 do	
conhecimento,	estudo	científico	da	mente	e	do	comportamento	humano.	
• A	 partir	 da	 Psicologia	 alguns	 estudiosos	 objetivaram	 compreender	 a	 percepção	
mental,	 como	Predebon	 (2008)	e	Pinker	 (2000).	No	 livro	Como a mente funciona,	
Pinker	relaciona	a	evolução	da	mente	humana	com	a	teoria	computacional,	realizando	
uma	comparação	com	a	combinação	de	processamento	idealizado	por	Alan	Turing.
RESUMO DO TÓPICO 2
44
1	 Nesta	 unidade	 estudamos	 alguns	 aspectos	 relacionados	 ao	 funcionamento	 da	
mente.	Constatamos	que	 a	 evolução	 tecnológica	 possibilitou	 o	 surgimento	de	novas	
áreas	na	fronteira	do	conhecimento,	possibilitando	adentrar	ao	cérebro	humano	para	
compreendermos	 o	 seu	 funcionamento,	 como	 a	 psicologia.	 A	 partir	 desse	 contexto	
defina	psicologia,	e	identifique	seus	principais	ramos:
2	 Pinker	 (2000)	 compara	 o	 funcionamento	 do	 cérebro	 humano	 a	 um	 computador	
neural,	 processando	 informação.	 Nesse	 viés,	 reflita	 sobre	 o	 nosso	 atual	 contexto	
tecnológico,	em	que	a	inteligência	artificial	se	faz	cada	vez	mais	presente,	e	identifique	
suas	vantagens	e	desvantagens.
3	 Conforme	descrito	nesta	unidade,	o	estudo	da	psicologia	inclui	subcampos.	Assim,	
a	partir	dos	distintos	 ramos	da	psicologia	 listados	a	seguir,	 relacione	as	colunas	e	
selecione	a	alternativa	correta.	
a)	 (			)	 2	–	3	–	4	–	5	–	1.
b)	 (			)	 3	–	2	–	4	–	5	–	1.
c)	 (			)	 3	–	2	–	4	–	1	–	5.
d)	 (			)	 5	–	2	–	4	–	3	–	1.
e)	 (			)	 3	–	2	–	1	–	5	–	4.
AUTOATIVIDADE
Ramos da 
Psicologia
Descrição/Características
(			)	 Estuda	a	estrutura	do	cérebro	de	acordo	com	com-
portamentos.	 Pode	 estar	 relacionada	 avaliações	 de	
registro	 de	 atividades	 elétricas	 celebrais,	 e	 a	 condi-
ções	para	desenvolvimento	de	lesões	celebrais.
(			)	 Área	de	estudos	sobre	os	processos	mentais	internos,	
relacionados	 a	 resolução	 de	 problemas,	 memória,	
aprendizagem,	entre	outros.
(			)	 Está	atrelada	a	como	as	transformações,	evoluções	
humanas	interferem	no	comportamento	humano.
(			)	 Analisa	como	as	influências	sociais	podem	interferir	no	
comportamento	humano.
(			)	 Relaciona	 ciência,	 teoria	 e	 prática	 para	 promover	 a	
adaptação	e	desenvolvimento	pessoal.
(1)	 Psicologia	 
clínica
(2)	 Psicologia	
cognitiva
(3)	Neuropsicologia
(4)	 Psicologia	
evolucionária
(5)	 Psicologia	 
social
45
TÓPICO 3 — 
A MENTE HUMANA: CARACTERÍSTICAS 
INDIVIDUAIS E INFLUÊNCIAS SOCIAIS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Nesta	unidade	iniciamos	nossa	trilha	de	aprendizagem	abordando	inicialmente	
a	 definição	 e	 a	 evolução	 do	 termo	 conhecimento.	 Estudamos	 também	 os	 tipos	 de	
conhecimento	 e	 suas	visões	 distintas	 a	 cada	momento	 da	 história.	 Nos	 dias	 atuais,	
identificamos	algumas	teorias	relacionando	o	conhecimento	a	sistemas	computacionais.	
Neste	tópico,	vamos	estudar	as	características	 individuais	e	 influências	sociais	
da	mente	humana,	propulsoras	de	nossas	ações,	comportamentos	e	emoções.	Vamos	
também	 identificar	 os	 tipos	 de	 inteligências	 relacionados	 pelo	 psicólogo	 americano	
Howard	 Gardner,	 sendo	 elas:	 Lógico-matemática,	 Linguística,	 Musical,	 Espacial,	
Corporal-cinestésica,	Intrapessoal,	Interpessoal,	Naturalista	e	Existencial.
Além	 das	 inteligências	 múltiplas,	 também	 vamos	 investigar	 os	 tipos	 de	
inteligência	 cognitiva	 e	 emocional,	 suas	habilidades,	 e	 relataremos	 a	 importância	 do	
desenvolvimento	das	habilidades	socioemocionais	no	contexto	acadêmico.
Vamos	começar	este	novo	tópico?	Bons	estudos!
2 CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS E INFLUÊNCIAS 
SOCIAIS
Em	1994,	o	neurologista	António	Damásio	publicou	o	livro	O erro de Descartes, 
emoção, razão e cérebro humano.	Essa	obra,	de	acordo	com	Tomaz	e	Giugliano	(1997,	
p.	 407)	 demonstra	 que	 “as	 emoções	 são	 indispensáveis	 para	 a	 nossa	vida	 racional”.	As	
emoções	—	sentimentos	—	tornam	cada	ser	humano	único,	sendo	elas	(as	emoções)	as	
principais	 responsáveis	 por	 cada	 comportamento	 emocional,	 nos	 diferenciado	 uns	 dos	
outros	(TOMÁZ;	GIUGLIANO,	1997).
Assim,	 nossas	 ações,	 comportamentos	 e	 emoções	 são	 resultado	 não	 somente	
do	nosso	cérebro,	mas	da	 interação	entre	o	corpo,	e	a	mente.	Como	diz	Damásio	 (1994	
apud	TOMÁZ;	GIUGLIANO,	1997,	p.	407):	“o	corpo	representado	no	cérebro	constitui-se	num	
quadro	 de	 referência	 indispensável	 para	 os	 processos	 neurais	 que	 nós	 experienciamos	
como	sendo	a	mente”.	
46
O livro O erro de Descartes, emoção, razão e cérebro humano 
lida com a teoria do dualismo mente/corpo proposto por René 
Descartes. O erro de Descartes, segundo Damásio (1994), foi não 
considerar que o cérebro não foi apenas criado por cima do corpo, 
mas também a partir dele e junto com ele.
IMPORTANTE
De	acordo	com	Tomaz	e	Giugliano	(1997,	p.	408)
[...]	 através	 da	 análise	 sistemática	 de	 casos	 clínicos	 e	 da	
experimentação	 neuropsicológica	 com	 animais	 delaboratório,	
António	 e	 sua	 esposa	Hanna	nos	mostram	como	as	 emoções	 são	
indispensáveis	 na	 gênese	 e	 na	 expressão	 do	 comportamento.	
De	 acordo	 com	 Damásio,	 a	 inter-relação	 entre	 as	 emoções	 e	 a	
razão	 remontam	 à	 história	 evolutiva	 dos	 seres	 vivos.	 Durante	 a	
evolução	 natural	 o	 estabelecimento	 de	 respostas	 comportamentais	
adaptativas	 é	 moldado	 por	 processos	 emocionais	 e	 a	 escolha	 de	
respostas	em	determinadas	situações	reflete	o	uso	da	razão.	Ou	seja,	
o	 estabelecimento	 de	 repertórios	 adaptativos	 seria	 moldado	 pelas	
emoções	 e	 a	 seleção	 de	 comportamentos	 no	 futuro	 determinados	
pela	razão.	
Então,	 a	 partir	 do	 desenvolvimento	 da	 neurociência,	 descrita	 na	 obra	 de	
Damásio	 (1994),	 percebemos	 que	 o	 conhecimento	 depende	 também	 dos	 aspectos	
socioemocionais.
3 TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
Na	 teoria	 das	 inteligências	 múltiplas,	 Howard	 Gardner	 (1994),	 psicólogo	
americano,	 enfatiza	 que	 podemos	 encontrar	 nove	 tipos	 diferentes	 de	 inteligência	
humana	e	 que	grande	parte	 das	pessoas	possuem	um	ou	dois	 tipos	de	 inteligência	 
mais	aguçada.	
Os	tipos	de	inteligência	são:
47
QUADRO 7 – TIPOS DE INTELIGÊNCIA MÚLTIPLAS
FONTE: Adaptado de W-pós (2017)
TIPOS DE 
INTELIGÊNCIA
DESCRIÇÃO
Lógico-
matemática
A	capacidade	de	 confrontar	 e	 avaliar	 objetos	 e	 abstrações,	 discernindo	
as	 suas	 relações	 e	 princípios	 subjacentes.	 Habilidade	 para	 raciocínio	
dedutivo	e	para	solucionar	problemas	matemáticos.	Cientistas	possuem	
esta	característica.
Linguística
Caracteriza-se	 por	 um	 domínio	 e	 gosto	 especial	 pelos	 idiomas	 e	 pelas	
palavras	 e	 por	 um	 desejo	 em	 os	 explorar.	 É	 predominante	 em	 poetas,	
escritores	e	linguistas.
Musical
Identificável	 pela	 habilidade	 para	 compor	 e	 executar	 padrões	musicais,	
executando	 pedaços	 de	 ouvido,	 em	 termos	 de	 ritmo	 e	 timbre,	 mas	
também	os	escutando	e	discernindo-os.	Pode	estar	associada	a	outras	
inteligências	 como	 a	 linguística,	 espacial	 ou	 corporal-cinestésica.	 É	
predominante	em	compositores,	maestros,	músicos	e	críticos	de	música.
Espacial
Expressa-se	 pela	 capacidade	 de	 compreender	 o	 mundo	 visual	 com	
precisão,	 permitindo	 transformar,	 modificar	 percepções	 e	 recriar	
experiências	visuais	 até	mesmo	 sem	estímulos	 físicos.	 É	 predominante	
em	arquitetos,	artistas,	escultores,	cartógrafos,	geógrafos,	navegadores	e	
jogadores	de	xadrez,	por	exemplo.
Corporal-
cinestésica
Traduz-se	na	maior	capacidade	de	controlar	e	orquestrar	movimentos	do	
corpo.	É	predominante	entre	atores	e	aqueles	que	praticam	a	dança	ou	os	
esportes.
Intrapessoal
Expressa	na	capacidade	de	 se	conhecer,	 é	 a	mais	 rara	 inteligência	 sob	
domínio	do	ser	humano	pois	está	 ligada	a	capacidade	de	neutralização	
dos	vícios,	entendimento	de	crenças,	limites,	preocupações,	estilo	de	vida	
profissional,	autocontrole	e	domínio	dos	causadores	de	estresse.
Interpessoal
Expressada	 pela	 habilidade	 de	 entender	 as	 intenções,	 motivações	 e	
desejos	dos	outros.	Encontra-se	mais	desenvolvida	em	políticos,	religiosos 
e professores,	 como	por	 exemplo	Mahatma	Gandhi,	 John	F.	 Kennedy e 
Silvio	Santos.
Naturalista
Traduz-se	 na	 sensibilidade	 para	 compreender	 e	 organizar	 os	 objetos,	
fenômenos	e	padrões	da	natureza,	como	reconhecer	e	classificar	plantas,	
animais,	minerais.	É	característica	de	biólogos	e	geólogos,	por	exemplo.
Existencial
Investigada	no	terreno	ainda	do	“possível”,	carece	de	maiores	evidências.	
Abrange	a	capacidade	de	refletir	e	ponderar	sobre	questões	fundamentais	
da	existência.	Seria	característica	de	 líderes	espirituais	e	de	pensadores	
filosóficos.
Além	da	classificação	das	inteligências	múltiplas,	temos	também	a	identificação	
de	dois	grandes	aspectos	da	inteligência:	emocional	e	cognitiva.
48
4 INTELIGÊNCIA COGNITIVA X INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Os	estudos	sobre	inteligência	cognitiva	e	inteligência	emocional	sempre	foram	
realizados,	mas	com	o	 lançamento	do	 livro	de	Daniel	Goleman,	em	1995	denominado	
“Inteligência	 emocional”,	 tal	 temática	 ganhou	 maior	 destaque.	 Daniel	 Goleman	 é	
psicólogo	e	jornalista	do	The New York Times,	e,	em	2011	a	partir	de	suas	pesquisas	sobre	
ciência	do	cérebro,	defendeu	que	existe	uma	grande	 limitação	no	nosso	conhecimento	
sobre	como	ocorre	a	maneira	de	pensar	(EDUCADOR	360,	2018).
De	acordo	com	EDUCADOR	360	(2018),	esse	livro,	que	foi	um	paradigma	para	
estudos	sobre	emoções,	identifica	dois	tipos	de	inteligência.
QUADRO 8 – TIPOS DE INTELIGÊNCIA
FONTE: Adaptado de Goleman (2011) 
Inteligência Cognitiva
Avaliada	pelo	Q.I	(quociente	de	inteligência),	
representa	o	nosso	lado	intelectual	e	de	
raciocínio	lógico.
Inteligência Emocional
Medida	pelo	Q.E.	(quociente	emocional),	 
diz	respeito	a	capacidade	de	compreender	e	
lidar	com	as	emoções	tanto	a	nível	pessoal,	
quanto	exterior.
Conforme	especificado	no	Quadro	8,	a	inteligência	cognitiva	representa	o	lado	
intelectual	e	de	raciocínio	lógico.	Já	a	inteligência	emocional	corresponde	à	capacidade	
de	compreender	e	 lidar	com	as	emoções.	A	inteligência	emocional	ainda	é	dividida	por	
Goleman	(2011)	em	uma	estrutura	de	cinco	pilares:
FIGURA 18 – PILARES DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
FONTE: Adaptado de Goleman (2011)
Autoconhecimento
emocional
Reconhecimento	de	
emoções	de	outras
pessoas
Automotivação
Habilidades	em
relacionamentos
interpessoais
Controle
emocial
49
Goleman	(2011)	também	cita	que	essas	duas	 inteligências	são	bem	diferentes,	
não	existe	correlação	entre	QI	e	empatia	emocional.	Eles	são	controlados	por	diferentes	
partes	 do	 cérebro.	 Porém,	 de	 acordo	 com	 EDUCADOR	 360	 (2018),	 mesmo	 que	 tais	
inteligências	atuem	em	campos	diferentes,	eles	se	afetam	entre	si.	Uma	pessoa	com	
baixo	nível	de	inteligência	emocional	enfrentara	maior	dificuldade	de	desenvolvimento	
intelectual	de	forma	plena.	EDUCADOR	360	(2018)	relata	que	“um	exemplo	comum	é	
quando	alguém	está	tão	nervoso	para	 realizar	uma	prova,	que	não	consegue	pensar	
com	clareza	e	por	 isso	se	sai	mal.	 Isso	pode	acontecer	mesmo	que	haja	alto	nível	de	
conhecimento	sobre	o	tema	da	avaliação”	(EDUCADOR	360,	2018,	s.p.).
Além	disso,	estudos	indicam	que	alunos	submetidos	a	um	programa	de	ensino	
baseado	em	habilidades	socioemocionais,	apresentam	melhor	desempenho	nas	áreas	
de	matemática,	português	e	ciências	naturais	 (EDUCADOR	360,	2018).	A	 Inteligência	
Emocional	 é	 considerada	por	muitas	 pessoas	mais	 importante	 do	 que	 a	 Inteligência	
Cognitiva,	uma	vez	que	além	de	envolver	o	indivíduo	como	um	todo	e	pode	ser	aplicada	
tanto	na	esfera	profissional	quanto	pessoal	(EDUCADOR	360,	2018).
Mas,	quais	são	essas	habilidades?
A	 partir	 da	 importância	 da	 Inteligência	 Emocional,	 EDUCADOR	 360	 (2018)	
a	 identifica	 como	 um	 conjunto	 de	 habilidades	 socioemocionais,	 dividindo	 essas	
habilidades	em	três	grandes	pilares:
FIGURA 19 - HABILIDADES DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
FONTE: Adaptado de EDUCADOR 360 (2018)
50
• Habilidades emocionais: referem-se	a	como	lidar	com	as	próprias	emoções	a	partir	
das	 situações	 a	 que	 somos	 expostos	 no	 cotidiano.	 Representa	 habilidades	 como:	
aprender	 a	ganhar	 e	 a	perder,	 aprender	 com	os	erros,	 desenvolver	 autoconfiança,	
senso	de	autoavaliação	e	de	responsabilidade.
• Habilidades sociais: englobam	 aspectos	 de	 como	 se	 relacionar	 com	 o	 mundo	
externo	e	com	as	pessoas	ao	redor.	Dizem	respeito	às	capacidades	de	saber	cooperar	
e	 colaborar,	 lidar	 com	 regras,	 comunicar-se	 bem,	 resolver	 conflitos	 e	 atuar	 em	
ambientes	de	competição	saudáveis.
• Habilidades éticas: envolvem	 ações	 de como	 agir	 positivamente	 para	 o	 bem	
comum.	Respeito,	tolerância	e	aceitação	das	diferenças	são	qualidades	importantes	
nessa	área.
Leia mais sobre inteligência emocional em:
• https://www.sbcoaching.com.br/blog/inteligencia-emocional/.
DICA
Compreender	sobre	esses	três	pilares	é	fundamental	para	maior	aperfeiçoamento	
de	tal	 inteligência,	e	para	entender	deque	forma	esses	 itens	se	 influenciam	entre	si.	
EDUCADOR	360	(2018)	ressalta	que	muitas	vezes	pode	acontecer	de	um	lado	ser	mais	
ressaltado	que	outro,	 por	 exemplo,	 alguém	que	 tenha	a	habilidade	da	 comunicação,	
que	 diz	 respeito	 às	 habilidades	 sociais,	 pode	 expressar-se	 com	 coerência	 e	 clareza,	
no	entanto,	se	essa	mesma	pessoa	não	possuir	habilidades	éticas,	sua	comunicação	
pode	se	tornar	tendenciosa	e	manipuladora,	a	ponto	inclusive	de	prejudicar	as	outras	
pessoas.
Por	 isso,	EDUCADOR	360	(2018)	ressalta	a	 importância	em	desenvolver	todas	
as	 áreas	 de	 habilidades	 socioemocionais	 de	 forma	 simultânea	 e	 equilibrada.	 Tais	
habilidades,	além	do	desenvolvimento	pessoal,	também	dizem	respeito	sobre	o	impacto	
que	cada	um	pode	gerar	no	mundo.
5 HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS NA EDUCAÇÃO
Nas	últimas	décadas,	pesquisas	em	torno	das	competências	socioemocionais	
ganharam	 importância	 e	 destaque	 no	mundo	 inteiro.	 O	 surgimento	 do	 Paradigma	 do	
Desenvolvimento	Humano,	 proposto	 pelo	PNUD	—	Programa	das	Nações	Unidas	 para	
o	Desenvolvimento	—,	na	década	de	1990,	e	a	publicação	do	Relatório	Jacques	Delors,	
organizado	pela	Unesco,	 foram	primordiais	 para	 a	 necessidade	 e	 importância	 de	 uma	
educação	plena,	considerando	o	ser	humano	em	sua	integralidade	(MAMONE,	2018).
51
Você pode ter acesso ao relatório Jacques Delors, organizado 
pela UNESCO, pelo link:
• https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000109590_por.
DICA
De	 acordo	 com	 Saarni	 (1999,	 p.	 57	 apud	 MAMONE,	 2018,	 p.	 2)	 competência	
emocional	 é	 a	 “demonstração	 da	 eficácia	 pessoal	 nos	 relacionamentos	 sociais	 que	
evocam	emoção”.	De	acordo	com	Porvir	(2014),	essas	habilidades	podem	ser	praticadas	
e	 ensinadas.	 Assim,	 PNUD	 identifica	 a	 educação	 como	 oportunidade	 central	 para	
preparação	e	transformação	de	tais	competências.	O	relatório	da	UNESCO,	de	acordo	
com DELORS (2012),	por	sua	vez,	sugere	um	sistema	de	ensino	fundado	nos	seguintes	
pilares:	(i)	aprender	a	conhecer;	(ii)	aprender	a	fazer;	(iii)	aprender	a	ser;	e	(iv)	aprender	
a	conviver.	
FIGURA 20 – QUATRO PILARES PARA UM SISTEMA DE ENSINO
FONTE: Adaptado de Delors (2012)
Aprender	a	fazer
Sistema de ensino
Aprender	a	ser
Aprender	a	conhecer
Aprender	a	conviver
Assim,	 diversos	 especialistas	 começaram	 a	 analisar	 e	 definir	 quais	 são	 as	
competências	necessárias	para	aprender	a	conhecer,	aprender	a	fazer,	aprender	a	ser,	e	
aprender	a	conviver.	Para	isso,	os	estudos	investigaram	a	relação	entre	desenvolvimento	
socioemocional	 e	desenvolvimento	cognitivo.	Além	disso,	 investigaram	também	qual	
é	 a	 relação	 entre	 ambos	 em	 diversos	 contextos	 de	 aprendizagem,	 como	 na	 escola,	
família,	comunidade,	ambiente	de	trabalho,	entre	outros,	e	os	diversos	indicadores	de	
bem-estar	ao	longo	da	vida	(PORVIR,	2014).
Recentemente,	 diversos	 autores	 investigam	 em	 como	 desenvolver	 as	
competências	 socioemocionais	 nas	 escolas.	 A	 partir	 da	 importância	 do	 aprimoramento	
de	tais	competências	algumas	organizações	como	a	Organização	para	a	Cooperação	
52
e	o	Desenvolvimento	Econômico	—	OCDE	—	passaram	a	 realizar	pesquisas	para	criar	
conhecimento	 visando	 apoiar	 a	 elaboração	 de	 políticas	 e	 práticas	 para	 a	 promoção	
dessas	competências	(PORVIR,	2014).
De	 acordo	 com	 Educador,	 o	 nosso	 sistema	 educacional	 prioriza	 ações	 para	 o	
aprimoramento	 das	 habilidades	 cognitivas,	 relacionadas	 ao	 raciocínio	 intelectual.	 Desde	
cedo,	é	incentivado	o	ensino	de	conhecimentos	específicos,	mas	que	não	incluem	áreas	
de	 conhecimentos	 relacionadas	 a	 habilidades	 emocionais	 (EDUCADOR	 360,	 2018).	 Tais	
habilidades	são	mais	difíceis	de	mensurar,	uma	vez	que	atuam	em	campos	subjetivos	do	
cérebro	(EDUCADOR	360,	2018).	
A	metodologia	vigente,	no	entanto,	não	acompanha	as	necessidades	individuais	e	
do	atual	mercado	de	trabalho,	relacionadas	a	esse	outro	pilar	da	 inteligência	que	é	tão	ou	
mais	 importante	quanto	 as	 outras	habilidades	 (EDUCADOR	360,	 2018).	As	 escolas	 e	 pais	 
têm	grande	responsabilidade	visto	que	devem	enxergar	seus	alunos	e	filhos	como	seres	
humanos	 completos,	 e	 não	 capazes	 de	 assimilar	 apenas	 conhecimentos	 específicos.	
Todavia,	 isso	só	será	possível	a	partir	do	momento	em	que	houver	abertura	para	uma	
aprendizagem	 inovadora,	 capaz	 de	 expandir	 a	 experiência	 do	 ensino	 em	 níveis	 mais	
profundos	e	para	além	da	sala	de	aula	(EDUCADOR	360,	2018).
Você pode encontrar mais sobre as competências Gerais da BNCC em:
• http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base.
DICA
53
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
•	 As	 emoções	 são	 indispensáveis	 para	 a	 nossa	vida	 racional.	 São	 as	 emoções	 que	
nos	 fazem	 únicos,	 é	 o	 nosso	 comportamento	 emocional	 que	 nos	 diferencia	 dos	
outros.	 Assim,	 percebemos	 que	 o	 conhecimento	 depende	 também	 dos	 aspectos	
socioemocionais,	 surgindo	 estudos	 sobre	 inteligência	 cognitiva	 e	 inteligência	
emocional	e	suas	subdivisões.	
•	 As	 competências	 socioemocionais	 na	 educação,	 segundo	 especialistas,	 estão	
intimamente	conectadas	com	as	chamadas	soft skills	(habilidades	maleáveis,	em	livre	
tradução),	 que	 compreendem	 um	 conjunto	 de	 características	 sociais,	 reguladoras	 e	
comportamentais.	
•	 A	maior	parte	do	sistema	educacional	foca	nas	habilidades	cognitivas	relacionadas	
apenas	ao	raciocínio	intelectual,	uma	vez	que,	diferente	das	métricas	cognitivas	que	
podem	ser	medidas	pelo	Q.I	(quociente	de	inteligência),	as	habilidades	emocionais,	
que	são	medidas	pelo	Q.E	(quociente	emocional),	são	mais	difíceis	de	mensurar.	
•	 A	 necessidade	 de	 inovação	 no	 processo	 de	 ensino	 e	 aprendizagem	 serve	 para	
desenvolvimento	e	mensuração	das	habilidades	emocionais.
RESUMO DO TÓPICO 3
54
1	 A	 Inteligência	 Emocional	 é	 considerada	 por	 muitas	 pessoas	 mais	 importante	 do	
que	a	 Inteligência	Cognitiva,	visto	vez	que,	além	de	envolver	o	 indivíduo	como	um	
todo,	pode	ser	aplicada	tanto	na	esfera	profissional	quanto	pessoal	(EDUCADOR	360,	
2018).	Assim,	EDUCADOR	360	 (2018),	 classifica	essas	habilidades	em	três	grupos:	
habilidades	 emocionais,	 habilidades	 sociais,	 e	 habilidades	 éticas.	 Com	 base	 na	
importância	de	tais	habilidades,	relacione	as	colunas	a	seguir:	
2	 Na	teoria	das	inteligências	múltiplas,	Howard	Gardner,	psicólogo	americano,	enfatiza	
que	podemos	encontrar	alguns	tipos	diferentes	de	inteligência	humana	e	que	grande	
parte	das	pessoas	possuem	um	ou	dois	tipos	de	inteligência	mais	aguçada.	Assim,	
identifique	as	sentenças	falsas	(F),	e	as	verdadeiras	(V):
(			)	 Linguística	traduz-se	na	maior	capacidade	de	controlar	e	orquestrar	movimentos	do	
corpo.	É	predominante	entre	atores	e	aqueles	que	praticam	a	dança	ou	os	esportes.
(			)	 Lógico-matemática	é	a	capacidade	de	confrontar	e	avaliar	objetos	e	abstrações,	
discernindo	as	suas	 relações	e	princípios	subjacentes.	Habilidade	para	 raciocínio	
dedutivo	e	para	solucionar	problemas	matemáticos.
(			)	Musical	é	 identificável	pela	habilidade	para	compor	e	executar	padrões	musicais,	
executando	 pedaços	 de	 ouvido,	 em	 termos	 de	 ritmo	 e	 timbre,	 mas	 também	 os	
escutando	e	os	discernindo.	
(			)	 Intrapessoal	 expressa	 na	 capacidade	 de	 se	 conhecer,	 é	 a	mais	 rara	 inteligência	
sob	domínio	do	ser	humano,	pois	está	 ligada	à	capacidade	de	neutralização	dos	
vícios,	entendimento	de	crenças,	limites,	preocupações,	estilo	de	vida	profissional,	
autocontrole	e	domínio	dos	causadores	de	estresse.
(			)	 Interpessoal	 expressa	 na	 capacidade	 de	 se	 conhecer,	 é	 a	 mais	 rara	 inteligência	
sob	domínio	do	ser	humano,	pois	está	 ligada	à	capacidade	de	neutralização	dos	
vícios,	entendimento	de	crenças,	limites,	preocupações,	estilo	de	vida	profissional,	
autocontrole	e	domínio	dos	causadores	de	estresse.
AUTOATIVIDADE
(1)	Habilidades	emocionais.
(2)	Habilidades	sociais.
(3)	Habilidades	éticas.
(			)	 Dizem	 respeito	 às	 capacidades	 de	 saber	 cooperar	 e	
colaborar,lidar	com	regras,	comunicar-se	bem,	resolver	
conflitos	e	atuar	em	ambientes	de	competição	saudáveis.
(			)	 Envolvem	 ações	 de	 como	 agir	 positivamente	 para	 o	
bem	comum.
(			)	 Referem-se	a	como	 lidar	com	as	próprias	emoções	a	
partir	das	situações	a	que	somos	expostos	no	cotidiano.	 
Representa	habilidades	como:	aprender	a	ganhar	e	a	
perder,	aprender	com	os	erros,	desenvolver	autocon-
fiança,	senso	de	autoavaliação	e	de	responsabilidade.
55
3	 De	 acordo	 com	Daniel	Goleman	 (1995),	 existem	dois	 tipos	de	 inteligência.	 Identifique	
quais	são	esses	tipos	de	inteligências	elencadas	pelo	autor,	e	descreva	suas	principais	
características.
56
57
TÓPICO 4 — 
INTRODUÇÃO DA INOVAÇÃO NO DESIGN
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Agora	que	já	compreendemos	algumas	questões	relacionadas	à	construção	dos	
conhecimentos,	 suas	teorias	com	base	em	períodos	e	culturas	distintas,	 inteligência	
e	 habilidades	 diversas,	 vamos	 continuar	 nossa	 trilha	 do	 conhecimento,	 inicialmente,	
abordando	criatividade,	inovação	e	a	relação	entre	design	e	inovação.
Para	 isso,	 iremos	estudar	como	ocorre	o	processo	de	criatividade	na	prática,	
suas	perspectivas,	e	as	etapas	para	o	processo	de	criatividade.	
Além	disso,	também	investigaremos	os	termos:	imitação,	invenção	e	inovação,	
e	 a	 transformação	 (modificação)	 do	 sentido	 desses	 termos	 a	 partir	 da	 evolução	
tecnológica.	
Também	vamos	abordar	a	inovação	na	ciência,	o	processo	de	evolução	humana,	
para	então	podermos	relatar	sobre	a	importância	da	inovação	no	design.
Vamos	iniciar?	Bons	estudos!
2 O PROCESSO CRIATIVO NA PRÁTICA
Criatividade,	em	termos	gerais,	é	caracterizada	em	 indivíduos	que	têm	 ideias	
úteis,	expressam	comportamentos	diferentes	dos	demais,	visando	sempre	à	resolução	
de	problemas	a	partir	de	um	novo	olhar.	
Na	teoria,	como	vamos	perceber,	sua	definição	está	vinculada,	de	acordo	com	
Pinheiro	(2016),	à	originalidade	e	flexibilidade.	
Na	 literatura,	 os	modelos	 de	 criatividade	 abordam	 diferentes	 focos,	 como	 o	
incentivo	da	criatividade	nas	pessoas;	outros	autores	já	dizem	o	contrário	e	enfatizam	
a	 importância	 no	 processo	 de	 criação	 e,	 ainda,	 outros	 no	 produto,	 no	 ambiente	 de	
trabalho,	enfim,	várias	perspectivas	distintas,	com	um	ponto	em	comum	a	“criatividade”.
58
QUADRO 9 - PERSPECTIVAS SOBRE CRIATIVIDADE
FONTE: Adaptado de Pinheiro (2016)
Autores Perspectivas sobre criatividade
Dean	Simonton	
(1975)
Propôs	 que	 a	 mensuração	 e,	 por	 conseguinte,	 compreensão,	 desse	
fenômeno	deve	basear-se	em	produtos	e	não	em	pessoas.
Mihaly	
Csikszentmihalyi	
(1999)
Acredita	 que	 mais	 importante	 que	 a	 pessoa	 criativa	 ou	 que	 o	 produto	
criativo,	é	o	processo	de	criação,	cerne	da	terceira	linha	teórica	abordada	
nesta	revisão,	a	perspectiva	sistêmica.
Teresa	Amabile	
(1982)
Retoma	 as	 definições	 operacionais	 baseadas	 no	 produto	 criativo,	
inaugurando	 o	 quarto	 grande	 viés	 teórico	 da	 criatividade,	 a	 perspectiva	
componencial.	 Para	 essa	 linha,	 considera-se	 um	 produto	 como	 criativo	 na	
medida	em	que	observadores	apropriados	concordam,	 independentemente,	
quanto	 à	 sua	 criatividade,	 o	 que	 caracteriza	 a	 sua	 definição	 consensual	
(AMABILE,	1983;	PLUCKER;	RENZULLI,	1999;	RUNCO;	SAKAMOTO,	1999).
Robert	Sternberg	
(2006)
Dá	 sequência	 à	 empreitada	 de	 Amabile	 conceituando	 igualmente,	 em	
sua	teoria	 integrativa	da	criatividade,	 esse	fenômeno	como	um	conjunto	
de	 fatores,	 porém,	 dá	 ênfase	 ao	 ambiente	 criativo.	 Sternberg	 (2006)	
compreende	 as	 pessoas	 criativas	 como	 aquelas	 capazes	 e	 dispostas	 a	
“comprar	barato	e	vender	caro”	novas	ideias.
Pinheiro	(2009)
Uma	 nova	 proposta	 teórica	 voltada	 para	 a	 compreensão	 da	 problemática	
criativa	é	o	modelo	geral	da	criatividade	de	Pinheiro	(2009),	que	se	fundamenta	
nas	 teorias	 de	 processamento	 de	 distribuição	 paralela.	 Conforme	 esse	
modelo,	a	criatividade	é	o	resultado	da	integração	matricial	em	rede	de	nós	
semânticos,	os	quais	podem	assumir,	complementarmente,	configurações	
retilíneas,	dispersas,	elípticas	e	paralelas,	as	quais	caracterizam	os	padrões	
de	pensamento	lógico,	intuitivo,	reflexivo	e	extrovertido,	respectivamente.
Quando	nos	 referimos	à	novidade,	 já	a	 relacionamos	ao	termo	“ineditismo”,	algo	
que	não	é	frequente	em	nosso	cotidiano.	A	criatividade,	de	acordo	com	Pinheiro	(2016,	
p.	51),	 “refere-se	à	percepção	subjetiva	de	que	há	disparidade	entre	a	realidade	 ideal	
de	alguém	e	a	sua	realidade	factual,	e	que	tal	tensão	requer	ação	corretiva	por	meio	
alterações	ambientais,	ao	invés	de	adaptações	pessoais”.
FIGURA 21 – MODELO GERAL DA CRIATIVIDADE
FONTE: Pinheiro (2016, p. 50)
59
De	 acordo	 com	 Pinheiro	 (2016),	 existem	 duas	 dinâmicas	 divulgadas	 para	 o	
processo	criativo.	Uma	dinâmica	ocorre	em	duas	etapas,	proposta	por	Campbell	(1960	
apud	PINHEIRO,	2016,	p.	51),	sendo	elas:	a)	variação	cega,	na	qual	se	gera	ou	se	encontra	
alguma	novidade	 e	 b)	 retenção	 seletiva,	 na	 qual	 se	filtra	 a	 novidade	de	 acordo	 com	
algum	parâmetro	de	utilidade.	
A	outra	dinâmica	é	composta	por	quatro	etapas,	proposta	por	Wallas	(1926	apud 
PINHEIRO,	2016,	p.	51)	é	descrita	a	seguir:
•	 preparação,	na	qual	se	obtém	as	informações	necessárias	para	se	
trabalhar	com	algum	problema;	
•	 incubação,	 na	 qual	 se	 opera	 o	 processamento	 paralelo	 dessas	
informações	pela	retirada	do	foco	de	atenção	do	problema;	
•	 iluminação,	na	qual	se	realiza	a	associação	por	fusão	das	informações	
pertinentes;	
•	 verificação,	na	qual	se	testa	e	se	refina	os	produtos	da	etapa	anterior.
FIGURA 22 – DINÂMICA PROPOSTA POR WALLAS (1926)
FONTE: Adaptado Pinheiro (2016)
De	acordo	com	Pinheiro	(2016,	p.	51),	“na	prática	do	design,	Clinton	e	Hokanson	
(2012)	apontam	que	esse	mesmo	processo	de	quatro	etapas	é	sempre	desencadeado	
pela	detecção	de	algum	problema	a	ser	resolvido	e	que	ele	é	recorrente	nos	estágios	de	
análise,	desenvolvimento,	implementação	e	avaliação	de	projetos”.	
Após	a	etapa	de	avaliação,	os	designers	decidem	entre	avançar	o	projeto,	ou	
iterar	um	novo	ciclo	do	processo	criativo,	sendo	que	para	aumentar	a	fluidez,	é	comum	a	
criação	de	ambientes	que	valorizam	a	 inovação,	com	várias	referências	visuais	expostas	
pelo	espaço	(PINHEIRO,	2016).	
Com	 base	 na	 importância	 de	 processos	 colaborativos	 para	 a	 criatividade,	 é	
essencial	 uma	 estrutura	 e	 ambiente	 de	 trabalho	 que	 favoreça	 a	 diversidade,	 e	 práticas	
de	 comunicação	 aberta,	 competição	 igualitária	 e	 da	 independência	 de	 julgamento	
(PINHEIRO,	2016).
60
O processo criativo se configura como um passo a passo que algumas 
pessoas seguem e que todos nós podemos elaborar o nosso próprio e 
segui-lo, com o objetivo de estimular a criatividade em nossa mente e 
aplicá-la nos mais diversos âmbitos da vida.
FONTE: https://www.ibccoaching.com.br/portal/comportamento/
processo-criativo-entendendo-conceito-importancia-desenvolvimento/.
NOTA
3 IMITAÇÃO, INVENÇÃO E INOVAÇÃO
Quando	 falamos	 em	 inovação,	 um	 nome	 surge	 em	 nossa	 mente:	 Joseph	
Schumpeter,	 considerado	 pai	 da	 inovação.	 De	 acordo	 com	 Pinheiro	 (2016),	 ele	
revolucionou	o	campo	da	economia,	mudando	a	dinâmica	dos	mercados.	Mas	quando	
falamos	em	inovação,	surgem	dúvidas	sobre	invenção	e	imitação.	
Assim,	Godin	(2008	apud	Pinheiro	2016,	p.	54)	visa	compreender	tais	conceitos,	
voltando-se	 inicialmente	 para	 o	 entendimento	 da	 imitação	 e	 da	 invenção	 e	 a	 própria	
existência	da	inovação.
Enquanto	 para	 o	 dualista	Platão	 a	 imitação	 consistia	 das	 imagens	
ou	 das	 demais	 sensações	 imperfeitas	 que	 os	 seres	 humanos	 são	
capazes	 de	 apreender	 sobre	 a	 verdade	 ou	 a	 realidade	 ideal	 dos	
deuses,	para	o	monista	Aristóteles	a	imitação	referia-se	às	práticas	
que,	de	alguma	forma,	buscavam	copiar	ou	reproduzir	a	natureza.	Tais	
concepções,	apesar	de	fundamentalmente	distintas,	atribuem	valor	
ético	e	estético	similar	ao	ato	da	imitação,	especialmente	a	artística,	
o	 qual	 era	 engrandecidoconforme	 a	 qualidade	 da	 interpretação	
individual	e	dos	artifícios	empregados	para	a	imposição	da	verdade	
ou	da	natureza	ao	meio	artificial.
Pinheiro	 (2016)	também	enfatiza	que	a	 inovação	valoriza	o	empreendedor	como	
indivíduo	e	o	termo	invenção,	refere-se	à	articulação	de	uma	ideia,	de	um	argumento	
ou	de	um	fato	para	convencer	ou	persuadir	os	outros.	A	 inovação	é	vista	como	uma	
força	 propulsora	 da	 sociedade,	 a	 capacidade	 de	 combinar	 ou	 interpretar,	 diferentes	
elementos	da	natureza.
4 INOVAÇÃO NA CIÊNCIA
Desde	 os	 primórdios,	 na	 evolução	 da	 espécie	 humana,	 nós	 identificamos	 o	
desenvolvimento	da	observação,	criatividade	e	inovação,	possibilitando	a	diferenciação	
da	 espécie	 humana	 do	 seus	 ancestrais	 primatas.	 Assim,	 o	 ser	 humano	 começou	 a	
aprimorar	a	capacidade	de	compreensão	do	mundo	ao	seu	redor,	e	criar	ferramentas	e	
estratégias	para	sobrevivência	(OLIVA;	SILVA,	2012).
61
FIGURA 23 – EVOLUÇÃO HUMANA
FONTE: <https://veja.abril.com.br/saude/o-papel-da-carne-na-evolucao-humana/>. Acesso em: 25 jun. 2020.
Conhecer	 e	 aplicar	 criatividade,	 e	 o	 conhecimento	 até	 então	 adquirido	 pela	
vivência	e	observação	contribuíram	para	evolução	da	nossa	espécie	humana.	Podemos	
citar,	como	exemplo,	a	criação	e	domínio	de	tecnologias	agrícolas,	e	de	produção	de	
metais,	que	possibilitam	a	colonização	humana	(OLIVA;	SILVA,	2012).	O	avanço	social	
e	 a	 divisão	 de	 trabalho	 proporcionaram	 o	 desenvolvimento	 de	 grupos	 e	 indivíduos	
dedicados	 à	 criação	 de	 conhecimento,	 dando	 início	 à	 ciência	 moderna,	 vital	 para	
o	 desenvolvimento,	 econômico,	 social	 e	 tecnológico	 (OLIVA;	 SILVA,	 2012).	 Assim,	 a	
busca	constante	por	novos	conhecimentos	científicos,	promoveu,	e	ainda	promove,	o	
desenvolvimento	tecnológico,	social	e	econômico	(OLIVA;	SILVA,	2012).
QUADRO 10 – LINHA DO TEMPO DAS INOVAÇÕES 
FONTE: Adaptado de <http://s3.amazonaws.com/cdn.infografiaepoca.com.br/768inovacoesTimeline/
images/inovacoesBase.jpg>. Acesso em: 17 jun. 2020.
Período Inovação
1,6	milhão Pedra	Lascada	como	instrumento
Aproximadamente	70	mil	a.C. Fogo
500	a.C. Aquedutos
1769 Motor	a	vapor
1879 Lâmpada	elétrica
1886 Carro
1906 Avião
1928 Penicilina
1969 Arpanet
1976 Microcomputador	Apple
2012 iPhone	5
Constamos,	então,	que	ciência	e	 inovação	são	as	duas	faces	de	uma	mesma	
moeda	e	constituem	a	força	propulsora	maior	do	avanço	da	humanidade	ao	longo	de	
toda	a	sua	história	(OLIVA;	SILVA,	2012).	
62
Conheça a linha do tempo das inovações, acessando o 
endereço: http://s3.amazonaws.com/cdn.infografiaepoca.
com.br/768inovacoesTimeline/images/inovacoesBase.jpg.
DICA
A	partir	da	área	de	ciências,	Benz	(2014)	considera	área	de	humanas	e	áreas	de	
design	como	outras	duas	culturas.	O	design	tem	um	modo	particular	de	ver,	de	conhecer	
e,	principalmente,	de	descobrir	coisas,	sendo,	de	certo	modo,	distinto	das	diferentes	das	
disciplinas	 ligadas	 à	 área	das	 ciências	 ou	 as	 ligadas	 à	 área	das	humanas,	 conforme	
descrito	no	Quadro	11.
QUADRO 11 – AS TRÊS CULTURAS DO CONHECIMENTO
FONTE: Cross (1982, p.221-222 apud BENZ, 2014, p. 57)
Ciências Humanas Design
O	fenômeno	
de	estudo
O	mundo	natural Experiência	humana
Mundo	feito	pelo	
homem
Os	métodos	
apropriados
Controle,	
experimentação,	
classificação,	análise
Analogia,	metáfora	
crítica,	avaliação
Modelagem,	criação	
de	pattern,	síntese
Os	valores
Objetividade,	
racionalidade,	
neutralidade	e	uma	
preocupação	com	a	
“verdade”
Subjetividade,	
imaginação,	
compromisso	e	uma	
preocupação	com	a	
“justiça”
Praticidade,	
engenhosidade,	
empatia,	e	uma	
preocupação	com	a	
“adequação
O	 design	 tem	 como	 foco	 de	 estudo	 o	 mundo	 criado	 e	 transformado	 pelo	
homem,	 utilizando	 como	 métodos	 a	 modelagem,	 planejamento	 e	 a	 síntese.	 Além	
disso,	seus	principais	valores	são	a	praticidade,	engenhosidade,	empatia	e	adequação.	
Todavia,	devido	não	conseguir	dividir	o	sujeito	do	objeto,	uma	vez	que	seu	foco	está	
nas	 transformações	 realizadas	 pelo	 ser	 humano	 no	mundo,	 o	 design	 acaba	 não	 se	
enquadrando	na	área	de	conhecimento	puramente	científico	(BENZ,	2014).
63
Dica de filmes e séries sobre design:
• A invenção de Hugo Cabret, 2012, direção de Martin Scorsese.
• Abstract: the art of design, 2017, documentário exibido pelo Netflix.
• Logorama, 2010, curta-metragem dirigido por Ludovic Houplain, François 
Alaux, Hervé de Crécy.
DICA
5 INTRODUÇÃO DA INOVAÇÃO EM DESIGN 
Além	 desses	 termos	 e	 de	 acordo	 com	 a	 importância	 da	 inovação	 para	 esta	
área,	nos	perguntamos	o	que	é	design	e	qual	sua	relação	com	inovação?	Designer	é	
definido	por		Moura	(2019,	p.	25	)	“como	uma	atividade	de	planejamento	e	concepção	de	
estratégias	com	o	intuito	de	atender	demandas	e	oportunidades”.	
De	 acordo	 com	 Mota	 (2008),	 o	 design	 envolve	 o	 planejamento,	 seleção	 de	
pensamentos	e	valores,	e	é	responsável	pelas	relações	entre	as	pessoas	e	a	sociedade.	
O	 termo	design	 foi	 potencializado	na	 era	 industrial,	 e,	 a	 partir	 das	 transformações	 e	
avanços	tecnológicos,	ganha	cada	vez	maior	destaque.	
Mota	(2008,	s.p.)	enfatiza	que	a	conceituação	de	design	é	complexa,	na	qual	vários	
fatores	influenciam:	“as	condições	de	produção,	as	ideias	do	designer,	as	determinantes	
tecnológicas,	 contexto	 cultural,	 e	 até	 a	 situação	 política	 do	 país	 pode	 influenciar	
diretamente	o	modo	como	este	será	produzido”.	Assim,	Pinheiro	 (2016)	constata	que	
a	 capacidade	 de	 inovação	 é	 um	 dos	 aspectos	mais	 exaltados	 e	 fundamentais	 para	
diversas	áreas	incluindo	o	design.	O	design	comporta	um	“amplo	conjunto	de	atividades	
que	são	voltadas	para	o	planejamento	e	o	desenho	de	procedimentos,	as	especificações	
técnicas	e	outras	características	funcionais	de	uso	para	novos	produtos	e	processos”	
(OCDE,	2006,	p.	108	apud	MOURA,	2019,	p.	30).	
		 Em	 consonância	 entendemos,	 então,	 que	 o	 design	 e	 a	 inovação	
caminham	lado	a	lado,	uma	vez	que,	em	termos	gerais,	o	sucesso	do	design	depende	
primordialmente	 de	 inovação,	 transformando	 também	 a	 sociedade,	 e	 possibilitando	
o	 progresso	 das	 organizações	 (MOURA,	 2019).	 Além	 disso,	 no	 design,	 a	 inovação	 é	
essencial,	uma	vez	que	contribui	para	enfrentar	as	 incertezas	de	projetos	elaborados	
com	 problemas	 estruturais,	 e	 torna-se,	 também,	 um	 diferencial,	 garantindo	 maior	
competitividade	aproximando	a	tecnologia	dos	usuários	finais.
64
FIGURA 24- RELAÇÃO DESIGN E INOVAÇÃO
FONTE: O autor
Design Inovação
Podemos	confirmar	que	inovar	é	uma	necessidade	constante	na	profissão	do	
design,	 uma	 vez	 que	 é	 considerado	 responsável	 pela	 ligação	 do	 produto	 (indústria)	
até	 o	 consumidor.	 Todavia,	 de	 acordo	 com	 Pinheiro	 (2016),	 o	 profissional	 de	 design	
enfrenta	comportamentos	de	resistência	da	sociedade,	e	também	hábitos	conflitantes,	
prioridades,	 orientações	 entre	 outros	 obstáculos.	 Responsável	 entre	 a	 ligação	 do	
produto	(indústria)	até	o	consumidor,	o	designer	contribui	para	a	diferenciação	entre	os	
concorrentes,	tornando-se	fundamental	para:
Inovação	 em	 processos,	 produtos	 ou	 em	 comunicação	 com	 o	
cliente,	 e	 posicionamento	 da	 imagem,	 o	 resultado	 esperado	 será	
sempre	orientado	para	a	diferenciação	perante	os	concorrentes	para	
a	distinção	entre	vários;	 e	 a	 participação	de	um	designer	 se	 torna	
fundamental	em	todos	esses	cenários	(MOTA,	2008,	s.p.).
QUADRO 12 – ENTRADAS NO PROCESSO DE INOVAÇÃO NO SEGMENTO DE DESIGN
Entrada Conceitos Autores
Clientes	
(Usuários)
A	inovação	relaciona-se	com	o	conhecimento	contido	
na	interação	entre	os	indivíduos	e	produtos,	as	rotinas	
e	práticas	formalizadas	por	indivíduos	e	grupos.
Bertola	e	Teixeira	
(2002).
O	trabalho	desenvolvido	com	os	usuários	 reduz	tempo,	
custos	e	riscos.
Ravasi	e	Stigliani	
(2012).
Bons	 resultados	 do	 design	 são	 decorrentes	 da	
combinação	entre	 a	 funcionalidade	do	produto	 e	 as	
necessidades	e	as	expectativas	dos	usuários.	
Sunley	et al.,	(2008)	
Best,	K.	(2010).
OrganizaçãoOs	gerentes	desempenham	um	papel	fundamental	no	
processo	de	design.
Ravasi	e	Lojacono	
(2005).	
Práticas	 deliberativas	 e	 sistemáticas	 na	 empresa	
promovem	a	inovação	tais	como	conversas	face-a-face	
com	outros	designers,	trabalhar	com	outras	pessoas	e	a	
experiência	anterior.
Petre	(2004)	Salter	e	
Gann	(2003),	Sunley	
et	al.,	(2008).
Um	ambiente	virtual	e	um	baixo	nível	de	comunicação	
centralizada	 influenciam	na	criatividade	das	equipes	de	
desenvolvimento	de	produtos.
Leenders,	Van	
Engelen	e	Kratzer	
(2003).
65
FONTE: López (2015, p. 44)
Assim,	 López	 (2015)	 cita	 como	 características	 para	 influenciar	 na	 inovação:	
empatia	 com	 os	 usuários;	 a	 multiplicidade	 possibilitando	 a	 mistura	 de	 diferentes	
disciplinas	e	culturas;	a	intuição,	palpite;	a	implementação	de	prototipagem;	tentativas	
e	erros;	inovar,	apostar	em	novas	ideias;	trabalhar	com	pessoas	com	idades	e	culturas	
distintas.	López	 (2015)	enfatiza	que	essas	fontes	podem	gerar	 inovação	no	processo	 
de	design.
Rede	do	
cliente
A	principal	contribuição	do	conhecimento	da	 rede	é	a	
troca	contínua	de	descobertas,	um	dos	componentes	
fundamentais	 para	 fomentar	 a	 inovação.	 Envolver	
os	 fornecedores	 dentro	 do	 processo	 ajuda	 no	
desenvolvimento	eficaz	do	design.
Bertola	e	Teixeira	
(2002),	Sunley	et 
al.,	(2008),	Ravasi	e	
Stigliani	(2012).
Rede	do	
escritório	
(designers	
externos)
A	 inovação	 depende	 da	 diversidade	 trazida	 pelos	
designers.	Envolver	outros	designers	dentro	do	processo	
ajuda	no	seu	desenvolvimento	eficaz.
Verganti	e	Dell’era	
(2010),	Ravasi	e	
Stigliani	(2012),	Salter	
e	Gann	(2003)	Sunley	
et al.,	(2008).
66
LEITURA
COMPLEMENTAR
IMITAÇÃO INVENÇÃO E INOVAÇÃO
Igor	Reszka	Pinheiro
Eugênio	Nadrés	Díaz	Merino
Leila	Amaral	Gontijo
É	costume	referir-se	a	J.	Schumpeter	como	o	pai	da	inovação	e,	destarte,	como	
o	primeiro	expoente	desse	fenômeno	 (GODIN,	2008-	2012;	HOSPERS,	2005).	Apesar	de	
ser	verdade	que	em	uma	série	de	 trabalhos	 (Schumpeter,	 1912-1928-1947)	 ele,	 sozinho,	
revolucionou	o	campo	da	economia,	mudando	o	seu	foco	do	equilíbrio	para	a	dinâmica	
dos	mercados,	não	é	sensato	deixar	de	reconhecer	aqueles	que	o	precederam,	sobretudo	
porque	isso	enviesaria	a	compreensão	ontológica	e	epistemológica	da	própria	inovação.	
Sendo	assim,	conforme	sugere	Godin	(2008),	esta	revisão	volta-se	inicialmente	
para	 o	 entendimento	 da	 imitação	 e	 da	 invenção,	 conceitos	 que	 fundamentam	 a	
genealogia	e,	por	conseguinte,	a	própria	existência	da	inovação.	
Uma	vez	 que	 a	 tradição	filosófica	 oriental	 concebe	 a	 própria	 realidade	 como	
uma	 entidade	 cíclica	 e	 harmônica,	 sem	 início	 e	 sem	 fim,	 as	 primeiras	 contribuições	
ontológicas	no	que	diz	respeito	ao	conceito	de	imitação,	até	onde	os	registros	escritos	
permitem	saber,	estão	presentes	na	cultura	grega	(Albert	&	Runco,	1999).	
Enquanto	 para	 o	 dualista	 Platão	 a	 imitação	 consistia	 das	 imagens	 ou	 das 
demais	sensações	imperfeitas	que	os	seres	humanos	são	capazes	de	apreender	sobre	
a	verdade	ou	a	realidade	ideal	dos	deuses,	para	o	monista	Aristóteles	a	imitação	referia-
se	às	práticas	que,	de	alguma	forma,	buscavam	copiar	ou	reproduzir	a	natureza.	Tais	
concepções,	 apesar	 de	 fundamentalmente	 distintas,	 atribuem	 valor	 ético	 e	 estético	
bastante	similar	ao	ato	da	imitação,	especialmente	a	artística,	o	qual	era	engrandecido	
conforme	a	qualidade	da	 interpretação	 individual	e	dos	artifícios	empregados	para	a	
imposição	da	verdade	ou	da	natureza	ao	meio	artificial	(GODIN,	2008).	
Neste	período,	a	imitação,	então,	em	nada	era	considera	pejorativa,	uma	vez	que	
ela	possibilitava	não	somente	o	próprio	aprendizado	a	respeito	do	mundo	físico	por	meio	
da	 experimentação,	 mas	 também	 o	 barateamento	 dos	 bens	 de	 consumo,	 a	 aquisição	
de	novas	tecnologia	alheias	e,	em	geral,	a	difusão	de	boas	práticas	(GODIN,	2008).	Nisso,	
percebe-se	que	os	critérios	utilizados	para	se	avaliar	as	imitações	no	decorrer	da	história	
não	necessariamente	dizem	respeito	à	proximidade	entre	os	objetos	verdadeiros	e	seus	
representantes	 (fidedignidade),	mas	sim	à	capacidade	que	a	mímica	tem	de	sensibilizar	
67
um	ou	mais	 indivíduos,	cujas	opiniões	passam	a	 incentivar	tal	 reprodução	(utilidade).	
Destarte,	 a	 imitação,	 em	 certos	 aspectos,	 até	 hoje	 é	 indistinguível	 da	 inovação,	 já	
que	 ambas	 consistem	 da	 adoção	 e	 da	 posterior	 multiplicação	 de	 novas	 tendências	
sociais,	sejam	elas	hábitos	de	consumo,	técnicas	expressivas,	concepções	políticas	ou	
científicas,	práticas	culturais	ou	estratégias	empresariais.
 
A	 diferença	 essencial	 que	 resta	 entre	 a	 inovação	 e	 a	 imitação,	 todavia,	 é	 a	
valorização	do	elemento	individual	que	deu	início	à	referida	dinâmica	social.	Enquanto	
no	conceito	de	inovação	reconhece-se	e	valoriza-se	o	empreendedor	como	indivíduo	
essencial	e,	portanto,	central	no	sistema	social,	no	conceito	de	imitação	relega-se	ao	
reprodutor	o	papel	de	artífice	geral,	o	qual	é	passível	de	substituição	estrutural	(GODIN,	
2008;	MEHEUS;	NICKLES,	 1999).	Surge,	então,	daqueles	envolvidos	em	qualquer	tipo	
de	tarefa	voltada	para	a	mudança	social	(arte,	ciência,	política,	comércio,	guerra	etc.),	a	
necessidade	de	se	proteger	da	indiferença	cultural	por	meio	da	exaltação	do	elemento	
individual,	 o	 que	 ocorre,	 no	 século	 XIV,	 pela	 difusão	 do	 antigo	 termo	 invenção	 para	
designar	 as	 mesmas	 práticas	 interpretativas	 das	 até	 então	 chamadas	 de	 imitação	
(GODIN,	2008-2012).	
O	termo	 invenção,	originário	da	clássica	arte	da	retórica,	não	pôde,	porém,	ser	
considerado	um	mero	 substituto	da	palavra	 imitação,	pois,	 ao	conferir	 identidade	às	
forças	motrizes	da	sociedade,	ele	adentrou	no	domínio	do	deus	criador	cristão.	A	palavra	
invenção,	então,	apesar	de	primordialmente	referir-se	à	articulação	de	uma	ideia,	de	um	
argumento	 ou	 de	 um	 fato	 para	 convencer	 ou	 persuadir	 os	 outros,	 enviesou-se	 para	 o	
simples	ato	de	criação	ex nihilo (DE	MASI,	2003).	Nisso,	a	vertente	monista	predominante	
no	contexto	da	 imitação,	este	estruturado	em	um	sistema	social	fechado,	perdeu	o	seu	
lugar	para	a	vertente	dualista	no	contexto	da	invenção,	uma	vez	que	a	própria	concepção	
da	absoluta	novidade	requer	o	acesso	a	outra	dimensão	da	realidade.	Tal	perspectiva	
romântica	da	invenção	perdura	até	os	dias	de	hoje	em	algumas	concepções	a	respeito	
da	criatividade,	as	quais	se	sustentam	em	explicações	de	genialidade,	inspiração,	sorte	
ou	dotação	(PINHEIRO;	CRUZ,	2009).	Com	o	advento	do	empirismo	de	Francis	Bacon	
no	século	XVII,	a	ciência,	contudo,	ganhou	força	por	seu	caráter	utilitário	e,	finalmente,	
a	 prática	 de	 explicitar	 um	 determinado	 uso	 ou	 interpretação	 da	 natureza,	 inclusive	
nas	artes	e	nas	humanidades,	passou	a	ser	compreendida	prioritariamente	como	uma	
questão	de	reconhecimento	social	(ALBERT;	RUNCO,	1999).	Conforme	Godin	(2008),	o	
marco	que	melhor	sinaliza	a	transformação	da	 ideia	de	 invenção,	da	noção	de	divina	
criação	para	o	 reconhecimento	de	uma	descoberta	em	um	dado	campo	de	atuação,	
é	 o	 início	 da	 concessão	 de	 patentes	 nominais	 aos	 novos	 produtores	 de	 tecnologias	
funcionais.	 Neste	 momento	 histórico,	 o	 termo	 invenção,	 mesmo	 afastado	 de	 suas	
concepções	exotéricas,	não	se	aproxima,	porém,	novamente	da	 imitação,	pois	esta	é	
tomada	arbitrariamente	como	sua	antítese	no	processo	de	registro	legal.
A	diferenciação	entre	 invenções	e	 imitações	pode	 ser	 considerada	arbitrária,	 não	
somente	no	sistema	jurídico,	mas	também	em	qualquer	outra	área	do	conhecimento,	
sobretudo	 nas	mais	 complexas,	 pois	 o	 critério	 último	 para	 a	 atestar	 a	 originalidade	
68
de	um	produto	ou	de	uma	 ideia	é	o	 reconhecimento	subjetivo	de	profissionais	pares	
(AMABILE,	 1982;	 CSIKSZENTMIHALYI,	 1996).	 Tal	 procedimento,	 mesmo	 obedecendo	
à	 rigorosa	 metodologia	 científica,	 ainda	 é	 limitado	 à	 expertise	 dos	 avaliadores,	 ao	
limiar	 de	 descontinuidade	 adotado	 por	 eles	 e,	 principalmente,	 aosseus	 interesses	
individuais	(NAGEL,	2001;	SIMONTON,	1991).	Desse	modo,	em	última	instância,	o	termo	
invenção	caracteriza-se	apenas	como	o	objeto	físico	ou	conceitual	capaz	de	oferecer	
reconhecimento	formal	a	um	indivíduo	que	promove,	de	alguma	forma,	a	descontinuidade	
em	seu	sistema	social.	Isso	é	coerente	com	o	modelo	de	propulsão	de	Sternberg	(1999),	
no	 qual	 um	 organismo	 individual	 ou	 coletivo	 qualquer	 pode	 alterar	 a	 inércia	 de	 seu	
sistema,	basicamente,	de	sete	diferentes	maneiras:	replicação;	redefinição;	incremento;	
incremento	progressivo;	redirecionamento;	reconstrução	e;	reinicialização.
Tais	 mudanças	 sociais,	 mesmo	 sem	 possuírem	 igual	 formalização,	 foram	
justamente	 o	 objeto	 de	 estudo	 das	 primeiras	 teorias	 sociológicas	 e	 antropológicas	
de	cunho	evolucionista,	 incluindo	a	primeira	teoria	sobre	a	 inovação,	que	é	atribuída	
a	Gabriel	Tarde	 (MOLDASCHL,	2010).	Tarde,	como	a	maioria	dos	outros	sociólogos	do	
século	XIX,	não	estava,	porém,	interessado	no	processo	de	inovação	propriamente	dito,	
mas	 sim	 no	 de	 difusão	 ou	mudança	 cultural.	 Em	 seu	 trabalho,	 a	 inovação	 consistia	
apenas	da	proposição	de	novidades,	as	quais	obtinham	sucesso	cultural	na	medida	em	
que	eram	 imitadas	em	detrimento	de	outras	 invenções	concorrentes	 (GODIN,	 2008).	
Desde	o	 seu	primeiro	 tratado,	 a	 inovação,	 então,	 é	vista	como	uma	força	propulsora	
da	sociedade,	a	qual	emerge	da	capacidade	individual	de	combinar	ou	interpretar,	em	
tempo	certo,	diferentes	elementos	da	natureza	que	passam	a	ser	adotados,	em	função	
de	sua	utilidade,	por	todo	um	grupo	de	pessoas.	Tal	conceituação,	apesar	de	bastante	
abrange,	difere-se	da	imitação,	cuja	essência	é	a	difusão	social,	e	da	invenção,	cujo	foco	
é	a	propulsão	social,	ao	posicionar-se	de	maneira	clara	como	a	dialética	existente	entre	
o	processo	de	invenção	e	o	processo	de	imitação.	Este	terceiro	processo,	o	de	inovação,	
caracteriza-se,	portanto,	como	o	mediador	entre	a	oferta	 individual	e	a	demanda	social,	
especialmente	pelo	recurso	à	eficiência	empresarial	(GILBERT;	BIRNBAUM-MORE,	1996).	
Sobre	esta	base	conceitual,	iniciam-se	os	modelos	da	inovação	desenvolvidos	
pelas	 ciências	 econômicas,	 de	 onde	 finalmente	 emerge	 a	 figura	 de	 J.	 Schumpeter.	
Segundo	 esse	 autor	 (1928),	 as	 invenções	 tecnológicas	 levavam	 às	 inovações	
empresariais,	as	quais,	por	sua	vez,	eram	difundidas	e	geravam	lucros	reais.	Ao	contínuo	
e	múltiplo	processo	de	invenções,	inovações	e	difusões	foi	dado	o	nome	de	“destruição	
criativa”,	 uma	 vez	 que	 as	 novidades	 mais	 eficientes	 sempre	 ganham	 espaço	 no	
mercado	pela	queda	de	seus	concorrentes	(FOSTER;	KAPLAN,	2002).	Outros	modelos	
posteriores	ao	seu,	porém,	propõem	que	a	força	motriz	da	inovação	é	a	demanda	social,	
o	barateamento	dos	custos	de	produção,	as	tendências	sociais	amplas,	a	quantidade	
de	 informação	 dos	 consumidores,	 as	 alianças	 estratégicas	 ou,	mesmo,	 a	 integração	
extensiva	 dos	 sistemas	 hierarquicamente	 superiores	 e	 inferiores	 de	 uma	 empresa	
(GREENACRE,	GROSS;	SPEIRS,	2011;	TIDD,	2006).	
69
A	visão	 conjunta	 de	 todos	 os	modelos	 da	 inovação	 permite	 a	 compreensão	
desse	 processo	 como	 a	 profunda	 integração	 de	 inúmeros	 atores,	 tanto	 internos	
quanto	externos	às	empresas,	com	a	 intenção	de	gerar	desenvolvimento	econômico	
sustentável	por	toda	a	rede	de	relações	(TIDD,	2006).	O	processo	de	inovação,	então,	
por	fim,	torna-se	conceitualmente	um	mecanismo	de	homeostase	social	que	equilibra	
os	 interesses	e	as	necessidades	 individuais	 através	da	 sua	 reorganização	estrutural,	
sempre	que	houver	a	percepção	de	mudanças	ambientais.	Para	promover	a	integração	
entre	a	miríade	de	conceitos	apresentados,	a	seguir	descreve-se	o	método	empregado	
para	estruturar	uma	definição	única	e	compreensiva	da	inovação	no	campo	do	design.
FONTE: PINHEIRO, I. R.; MERINO, E. A.; GONTIJO, L. A. Sobre a definição de inovação em design: o uso da 
análise de redes para explorer conceitos complexos. Revista Brasileira de Design da Informação, 
São Paulo, v. 12, n. 3, p. 357-375, 2015. p. 359 à 362. Disponível em: https://www.infodesign.org.br/
infodesign/article/download/362/251. Acesso em: 17 jun. 2020.
70
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
•	 A	criatividade	é	caracterizada	em	indivíduos	que	têm	ideias	úteis,	e	que	sempre	visam	
à	 resolução	de	problemas	 a	 partir	 de	um	novo	olhar,	 sendo	 identificado	por	 alguns	
autores	como	Campbell	(1960)	e		Wallas	(1926)		algumas	dinâmicas	e	etapas	para	o	
processo	criativo	como:		variação	cega	e	retenção	seletiva;	preparação,	incubação,	
iluminação	e	verificação.
•	 Os	 conceitos	 imitação,	 invenção	 e	 inovação	 possuem	 significados	 distintos,	 mas	
que	de	certa	forma	interagem	entre	si,	uma	vez	que	uma	imitação	com	alterações	
positivas	gera	uma	invenção,	e	tornar	essa	invenção	em	algo	novo	gera	a	inovação.	
•	 A	relação	entre	inovação	e	a	ciência	são	importantes	para	o	processo	de	evolução	
humana,	possibilitando	a	criação	do	conhecimento,	e	seu	aprimoramento.
•	 A	inovação	no	design	é	essencial,	e	que	as	principais	características	para	influenciar	na	
inovação	no	processo	de	design	de	acordo	com	López	(2015)	são:	a	empatia	com	os	
usuários;	a	multiplicidade	possibilitando	a	mistura	de	diferentes	disciplinas	e	culturas;	
a	 intuição,	 palpite;	 a	 implementação	 de	 prototipagem;	 tentativas	 e	 erros;	 inovar,	
apostar	em	novas	ideias;	trabalhar	com	pessoas	com	idades	e	culturas	distintas.
RESUMO DO TÓPICO 4
71
1	 De	 acordo	 com	Pinheiro	 (2016),	 existem	duas	dinâmicas	 para	 o	 processo	 criativo.	
Uma	é	dividida	em	duas	etapas:	variação	cega,	e	 retenção	seletiva	 (CAMPBELL,	 1960),	
e	outra	composta	por	quatro	etapas,	proposta	por	Wallas	(1962):	preparação,	incubação,	
iluminação	e	verificação.	A	partir	de	tais	etapas	relacione	as	colunas	a	seguir:
2	 Neste	 tópico,	 identificamos	 qual	 é	 a	 importância	 da	 inovação	 em	 nosso	 contexto	
histórico,	e	podemos	verificar	que	existe	uma	relação	direta	entre	inovação	e	design.	
Com	base	nessa	afirmação,	descreva	qual	é	a	relação	entre	design	e	inovação?
3	 De	acordo	com	Moura	(2005),	o	design	e	a	inovação	caminham	lado	a	lado,	sendo	
a	 inovação	uma	constante	necessidade	do	profissional	 de	design.	A	partir	 do	que	
aprendemos	 até	 aqui,	 cite	 as	 principais	 características	 que	 podem	 influenciar	 o	
processo	criativo:
AUTOATIVIDADE
(1)	Variação	cega.
(2)	Retenção	
						seletiva.
(3)	Reparação.
(4)	Incubação.
(5)	Iluminação.
(6)	Verificação.
(			)	Obtém	 as	 informações	 necessárias	 para	 se	 trabalhar	 com	
algum	problema.
(			)	Realiza	a	associação	por	fusão	das	informações	pertinentes.
(			)	Gera	ou	se	encontra	alguma	novidade.
(			)	 Testa	e	se	refina	os	produtos	da	etapa	anterior.
(			)	Opera	 o	 processamento	 paralelo	 dessas	 informações	 pela	
retirada	do	foco	de	atenção	do	problema.
(			)	 Filtra	a	novidade	de	acordo	com	algum	parâmetro	de	utilidade.
72
73
CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO 
TECNOLÓGICA
UNIDADE 2 — 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
•	 analisar	os	significados	e	definições	dos	termos	criatividade	e	inovação;
•	 compreender	as	principais	teorias	da	criatividade;
•	 conhecer	as	principais	classificações	da	inovação;
•	 refletir	sobre	as	principais	características	das	pessoas	criativas	e	a	importância	da	
motivação	nesse	processo.
	 Esta	unidade	está	dividida	em	três	tópicos.	No	decorrer	dela,	você	encontrará	
autoatividades	com	o	objetivo	de	reforçar	o	conteúdo	apresentado.
TÓPICO	1	–	MODELOS	E	FERRAMENTAS	DA	CRIATIVIDADE
TÓPICO	2	–	CARACTERÍSTICAS	E	CLASSIFICAÇÃO	DA	INOVAÇÃO
TÓPICO	3	–	CARACTERÍSTICAS	DA	CRIATIVIDADE	E	A	IMPORTÂNCIA	DA	MOTIVAÇÃO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
74
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 2!
Acesse o 
QR Code abaixo:
75
TÓPICO1 — 
MODELOS E FERRAMENTAS 
DA CRIATIVIDADE
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO 
Os	termos	Criatividade	e	Inovação	estão	cada	vez	mais	frequentes	e	presentes	
em	 nosso	 cotidiano.	 Com	 base	 na	 importância	 desses	 termos,	 vamos	 abordar	 seus	
conceitos	e	suas	relações	com	a	criação	de	novos	conhecimentos.	Vamos	investigar,	
também,	como	ocorre	o	processo	de	criatividade	na	nossa	mente	por	meio	do	modelo	
de	pensamento	vertical	e	lateral	identificado	por	Bono	(1995).	
A	partir	dessa	percepção	mental,	entenderemos	qual	é	a	 importância	dos	fatores	
externos	no	processo	de	 criação	de	novas	 ideias	das	principais	 teorias	 identificadas	na	
literatura:	Teoria	de	Investimento	em	Criatividade	de	Sternberg	e	a	Teoria	Componencial	
de	Criatividade	de	Amabile.	
Trataremos	 do	 processo	 de	 criatividade,	 analisando	 algumas	 ferramentas	
elaboradas	para	 incentivar	a	criação	de	novas	 ideias	como:	Brainstorming, Benchmarking, 
Design Thinking, Brainwriting, Business Model Canvas, Mapa	mental	e	SCAMPER.	
Vamos	lá?	
Bons	estudos!
2 EM BUSCA DO CONCEITO DE CRIATIVIDADE 
Para	dar	continuidade	aos	nossos	estudos,	primeiramente,	é	necessário	ter	bem	
definido	o	conceito,	o	significado	de	criatividade.	Se	analisarmos	a	literatura,	nós	vamos	
encontrar	inúmeras	pesquisas	que	conceituam	este	termo.	Na	visão	de	Baer	(2012),	a	
criatividade	pode	ser	considerada	como	a	primeira	etapa	do	processo	de	inovação,	pois	
está	relacionada	ao	desenvolvimento	de	 ideias	que	são	novas	e	úteis.	Uma	 inovação	
pode	ser	considerada	o	resultado	de	uma	ideia	criativa	após	sua	implementação.	Devido	
a	essa	possível	relação	entre	“criatividade”	e	“inovação”,	muitas	vezes	os	dois	termos	são	
utilizados	erroneamente	como	sinônimos.
Coconete	et al.	 (2003)	por	 sua	vez,	 afirma	que	a	criatividade	é	um	processo	
que	 consiste	 de	 quatro	 estágios	 principais:	 (1)	 preparação;	 (2)	 imaginação;	 (3)	
desenvolvimento;	e	(4)	ação.	
76
FIGURA 1 – QUATRO ESTÁGIOS DO PROCESSO DE CRIATIVIDADE
FONTE: Coconete et al. (2003)
Já	na	visão	de	Datta	(2007),	é	necessário	agregar	ao	conceito	de	criatividade	
uma	variável	considerada	importante,	o	conhecimento.	Para	este	autor,	a	criatividade	
é	o	primeiro	passo	na	direção	da	mobilização	e	aplicação	do	conhecimento,	definindo	
criatividade	como	sendo	o	princípio	de	uma	nova	ideia	ou	perspectiva	derivada	de	uma	
dada	base	de	conhecimento.
FIGURA 2 – MODELO PROPOSTO POR DATTA 
FONTE: Adaptado de Datta (2007)
Dados
Informação
ConhecimentoCriatividade
Inovação
Neste	modelo,	os	agentes	identificados	contribuem	para	otimizar	o	conhecimento,	
transformações,	 isto	 é,	 dados	 em	 informação,	 informação	 em	 conhecimento,	
conhecimento	 em	 criatividade,	 criatividade	 em	 inovação	 e,	 finalmente,	 a	 difusão	 da	
inovação	em	dados.	É	um	ciclo	de	conhecimento	dirigido	por	agentes	criação,	uso	e	
reutilização	 (DATTA,	 2007).	 Os	 agentes	 de	 criatividade	 estimulam	 a	 criatividade	 a	 partir	
do	conhecimento	e	sintetizam	 ideias	criativas.	Já	os	agentes	de	 inovação	transformam	
ideias	 criativas	em	 inovação,	 empurrando	conceitos	viáveis	 		para	o	pipeline	 de	 inovação	 
à	medida	que	o	produto	ou	processo	avança	(DATTA,	2007).
77
Jessop	(2002)	acrescenta	que	a	criatividade	não	é	um	conceito	mágico,	é	apenas,	
o	 exercício	 de	 habilidades	 de	 alto	 nível	 já	 classificadas	 pela	 literatura	 científica:	 análise,	
síntese	 e	 avaliação.	Assim,	 tem-se	que	 a	 criatividade	 é	um	processo	de	 transformação	
de	 conhecimento	 e	 ideias	 prévias	 em	 uma	 ideia	 inovadora	 que,	 em	 si,	 constitui	 um	
novo	conhecimento.	O	autor	enfatiza	que	o	pensamento	é	o	processo	 intelectualmente	
disciplinado	de	conceituar,	 aplicar,	 analisar,	 sintetizar	e/ou	avaliar	 informações	ativamente	 
e	habilmente	coletadas	de	—	ou	geradas	por	—	observação,	experiência,	reflexão,	raciocínio	
ou	comunicação,	como	um	guia	para	crença	e	ação.	Nesse	viés,	Jessop	(2002)	infere	que	 
o	pensamento	crítico	abre	o	caminho	do	processo	criativo.
FIGURA 3 - FATORES PARA CONSTRUÇÃO DE UM NOVO CONHECIMENTO
FONTE: Adaptado de Jessop (2002)
Avaliação
Análise
Síntese
Jessop (2002)
Cabe destacar que criatividade e inovação podem estar relacionadas como 
vimos no decorrer desta unidade, mas possuem conceitos distintos! Vamos 
ver essa questão de forma mais detalhada no Tópico 2.
ATENÇÃO
A	 criatividade	 pode	 ser	 aprimorada	 com	 o	 tempo,	 sendo	 necessária	 muita	
dedicação	e	trabalho	duro.	Claro	que	em	cada	pessoa	o	desenvolvimento	é	diferente,	
uma	vez	que	algumas	habilidades	são	mais	aguçadas	que	outras.	Quando	ouvimos	a	
palavra	criatividade,	muitas	vezes,	nossa	 imaginação	a	 relaciona	com	pessoas	tendo	
insights,	ou	algo	parecido.	
78
FIGURA 4 – INSIGHT
FONTE: <https://definicao.net/wp-content/uploads/2019/05/insight-3.jpg>. Acesso em: 18 jun. 2020.
Os	 insights	 surgem	 da	 chamada	 habilidade	 sintética	 produzida	 por	meio	 da	
inteligência,	um	dos	fatores	da	Teoria	do	Investimento	de	Sternbeg,	que	será	descrita	
mais	à	frente.	
Por	traz	de	uma	grande	ideia	existem	várias	outras,	assim,	Jessop	(2002)	enfatiza	
que	o	novo	conhecimento	decorre	da	combinação	do	conhecimento	 já	existente	(ideias	
prévias),	com	novas	ideias.	Para	isso,	em	um	primeiro	momento,	é	necessário	identificar	
e	esclarecer	um	problema	(JESSOP,	2002).	
FIGURA 5 – NOVO CONHECIMENTO
FONTE: Adaptado de Jessop (2002)
A	seguir,	listamos	as	principais	definições	encontras	na	literatura	sobre	criatividade.	
79
QUADRO 1 – DEFINIÇÕES DO TERMO “CRIATIVIDADE”
FONTE: Adaptado de <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/principais-conceitos-
de-criatividade/60845>. Acesso em: 18 jun. 2020.
AUTORES CONCEITO – DEFINIÇÃO
Alencar	e	Fleith	
(2009,	p.	13)
A	 criatividade	 é	 um	 conceito	 relativo,	 os	 produtos	 são	
considerados	criativos	somente	em	relação	a	outros	em	um	
determinado	momento	da	história.
Alencar	e	Fleith	
(2009,	p.	13,	14)
A	 criatividade	 implica	 a	 emergência	 de	 um	 produto	 novo,	
seja	uma	 ideia,	uma	 invenção	original,	seja	a	 reelaboração	e	
aperfeiçoamento	de	produtos	ou	ideias	já	existentes.
Richard	Snow	(1947)
Criatividade	 não	 é	 uma	 lâmpada	 na	 cabeça,	 como	 muitos	
desenhos	animados	a	representam.	É	uma	conquista	nascida	
de	intenso	estudo,	longa	reflexão,	persistência	e	interesse.
Joy	Guilford	(1986)
Criatividade	é	a	capacidade	de	encontrar	respostas	 inusitadas,	
as	quais	se	chega	por	associações	muito	amplas.
M.	Csikzentmihalyi	
(1996)
Criatividade	 é	 qualquer	 ato,	 ideia	 ou	 produto	 que	muda	 um	
campo	já	existente,	ou	que	transforma	um	campo	já	existente	
em	outro	novo.
Ghiselin	(1952)
É	o	processo	de	mudança,	de	desenvolvimento,	de	evolução,	
na	organização	da	vida	subjetiva.
Fliegler	(1959)
Criatividade	ocorre	quando	manipulamos	símbolos	ou	objetos	
externos	para	produzir	um	evento	incomum	para	nós	ou	para	
nosso	meio.
Suchman	(1981)
O	 termo	 pensamento	 criativo	 tem	 duas	 características	
fundamentais:	 é	 autônomo	 e	 é	 dirigido	 para	 a	 produção	 de	
uma	nova	forma.
Stein	(1974)
Criatividade	é	 o	processo	que	 resulta	 em	um	produto	novo,	
que	 é	 aceito	 como	 útil,	 e/ou	 satisfatório	 por	 um	 número	
significativo	de	pessoas	em	algum	ponto	no	tempo.
Anderson	(1965) Criatividade	representa	a	emergência	de	algo	único	e	original.
Torrance	(1965)
Criatividade	é	o	processo	de	tornar-se	sensível	a	problemas,	
deficiências,	 lacunas	 no	 conhecimento	 e	 desarmonia.	
Identificar	 a	 dificuldade,	 buscar	 soluções,	 formulando	
hipóteses	a	 respeito	das	deficiências.	Testar	e	 retestar	estas	
hipóteses;	e,	finalmente,	comunicar	os	resultados.
Amabile	(1983)
Um	 produto	 ou	 resposta	 serão	 julgados	 como	 criativos	 na	
extensão	em	que:	a)	São	novos	e	apropriados,	úteis	ou	de	valor	
para	uma	tarefa	e,	b)	A	tarefa	é	heurística	 (arte	ou	a	ciência	do	
descobrimento)	e	não	algorística.
80
Com	 a	 descoberta	 do	 potencial	 da	 criatividade,	 modelos	 de	 processos	
criativos	 foram	 introduzidos	 nas	 mais	 diversas	 áreas	 do	 conhecimento,incentivando	
o	desenvolvimento	de	novos	produtos,	e	a	transformação	de	algo	que	já	existe	em	algo	
inovador.		
Dicas de livros sobre criatividade:
• A coragem de criar, do psicólogo Rollo May, 1982. Editora: Nova Fronteira.
• Criatividade: abrindo o lado inovador da mente, de José Predebon, 2013. 
Editora: Atlas.
DICA
3 MODELOS DE CRIATIVIDADE
O	conceito	criatividade	é	principalmente	alvo	de	estudos	da	área	de	psicologia	e	
sociologia,	dando	origens	a	várias	teorias	que	objetivam	explicar	tal	processo.	
Elas	podem	ser	decorrentes	de	quatros	aspectos:	“do	ponto	de	vista	da	pessoa	
criativa,	do	ponto	de	vista	dos	processos	mentais	envolvidos	no	acontecimento	criador,	
do	ponto	de	vista	da	influência	ambiental	e	cultural	na	emergência	do	potencial	criativo	e	
do	ponto	de	vista	do	produto	criativo”	(SAKAMOTO,	2000,	p.	51).
O	modelo	do	pensamento	 lateral	e	vertical	 são	exemplos	de	teorias	que	têm	
como	base	os	aspectos	de	processo	mentais.	Bono	(1995)	enfatiza	que	o	pensamento	
vertical	 é	 responsável	 pelo	 desenvolvimento	 do	 raciocínio	 lógico,	 já	 o	 lateral	 está	
relacionado	à	utilização	criativa	da	mente	humana.
Como	acompanhamos	na	Unidade	1,	o	conhecimento	humano,	a	partir	de	sua	
racionalidade,	sempre	teve	como	fundamento	diversas	crenças	e	mitologias	de	acordo	
com	sua	cultura.	A	razão	era	uma	verdade	absoluta,	em	que	só	existe	uma	resposta	real,	
ou	verdadeira,	para	 isso	qualquer	problema	pode	ser	 resolvido	se	seguirmos	até	o	fim	 
uma	habilidade	lógica	para	resolvê-lo	(BONO,	1995).
	Assim,	o	modelo	do	pensamento	vertical,	 também	conhecido	como	 racional	
ou	lógico	segue	uma	linha	de	raciocínio	linear,	que	tem	uma	trajetória	pré-definida	por	
meio	de	conhecimentos	existentes,	como	por	exemplo,	a	 resolução	de	um	problema	de	
matemática	por	meio	de	fórmulas	já	estabelecidas.	Em	outras	palavras	são	pensamentos	
que	partem	de	conhecimentos	validados	(BASTARDAS,	2019).
81
O	pensamento	 lateral,	todavia,	é	 responsável	pelo	desenvolvimento	da	nossa	
criatividade,	pelo	surgimento	de	novas	ideias.	De	acordo	com	Alencar	(1996),	também	
é	conhecido	como	pensamento	criativo,	divergente	ou	ampliativo.	Essa	modalidade	de	
pensamento	que	se	caracteriza	pela	produção	de	muitas	 ideias,	em	especial	novas	e	
originais,	não	lembradas	anteriormente	pela	pessoa	ou	pelo	seu	grupo	(ALENCAR,	1996).
No	 modelo	 de	 pensamento	 lateral,	 a	 criatividade	 é	 um	 fator	 de	 mudança	
constante,	que	reestrutura	os	modelos	já	estabelecidos.	Assim,	visa	mudança,	inovação	
em	ideias	deliberadas	há	muito	tempo.	Tal	modelo	procura	criar	novos	focos	e	explorar	
todas	as	possibilidades	possíveis	(ALENCAR,	1996).
FIGURA 6 – PENSAMENTO VERTICAL X PENSAMENTO LATERAL
FONTE: Parolin (2003 apud ARANDA, 2009, p. 23)
PENSAMENTO VERTICAL PENSAMENTO LATERAL
Modo	óbvio	de	encarar	as	situações;	necessita	
de	uma	estrutura	conceitual	básica	aceita.
Modo	 específico	 de	 pensar	 estimulado	 pela	
atitude	 e	 pelo	 hábito	 mental	 (pensamento	
criativo).
Direciona	 o	 pensamento	 de	 acordo	 com	 o	
processo	convencional	de	resolver	problemas,	
obtendo	alta	probabilidade	de	acertos.
Estimula	a	flexibilidade	da	mente	para	modos	
alternativos	de	resolver	problemas,	com	baixa	
probabilidade	 de	 acertos	 se	 comparando	 ao	
convencional.
A	lógica	assume	o	controle	da	mente.
Ideias	dominantes,	adequadas	e	polarizantes.
Classifica	as	coisas	para	controlar	a	imprecisão.
Contexto	 rigidamente	 definido	 (estar	 certo	 a	
cada	passo).
A	lógica	está	a	serviço	da	mente.
Ideias	novas,	promovidas	pelo	aguçamento	da	
percepção	e	dos	sentidos.
Fluidez	dinâmica	que	se	alimenta	do	potencial	
ilimitado	do	caos.
Exige	talento	e	originalidade.
De	acordo	com	a	Figura	6,	podemos	constatar	que	o	pensamento	vertical	limita	 
a	criação	de	novas	ideias,	devido	consistir	em	conhecimento	prévio.	Vale	ressaltar	que	
os	dois	se	complementam	(BONO,	1995).
82
FIGURA – DIFERENÇAS ENTRE PENSAMENTO LATERAL E VERTICAL
FONTE: <http://gestor.pt/imagens/pensamento-vertical-lateral-150x150.png>. 
Acesso em: 18 jun. 2020.
• A importância do processo a seguir. No	pensamento	lateral,	o	que	importa	é	a	
eficácia	da	conclusão,	sem	dar	importância	aos	caminhos	seguidos	para	alcançar	
esta	 conclusão	ou	 sem	ter	 em	conta	 se	os	mesmos	 são	corretos,	 uma	vez	que	
todos	são	contemplados.	Ao	invés,	para	alcançar	a	solução	correta	no	pensamento	
vertical,	o	mais	é	importante,	é	a	corrente	de	ideias	para	chegar	a	essa	conclusão.	
• O objetivo do processo. Como	consequência	da	diferença	anterior,	o	pensamento	
vertical	 busca	 alcançar	 uma	 solução	 através	 de	 uma	 única	 direção	 previamente	
definida.	Por	sua	vez,	o	pensamento	 lateral	não	busca	seguir	uma	direção	para	
alcançar	 uma	 solução,	 se	 move	 para	 elaborar	 uma	 nova	 direção,	 busca	 uma	
restruturação	das	ideias,	a	mudança.	
• O respeito pelos passos estabelecidos.	 O	 correto	 funcionamento	 do	
pensamento	 vertical	 implica	 uma	 sequência	 de	 ideias,	 os	 passos	 previamente	
estabelecidos	 para	 alcançar	 a	 solução	 correta	 devem	 ser	 seguidos	 e	 pular	 os	
passos	altera	a	resposta,	cada	passo	depende	do	anterior.	O	pensamento	lateral	
permite	 saltar	 passos,	 efetuar	 saltos	 de	 um	 passo	 a	 outro,	 não	 importando	 a	
sequência	dos	mesmos.	Assim,	a	validez	da	solução	não	depende	do	fato	de	o	
caminho	ser	o	correto,	se	atribui	importância	a	criação	da	nova	conclusão.
• Relação com outros temas. No	 pensamento	 vertical,	 não	 se	 têm	 em	 conta	
as	considerações	que	não	parecem	estar	relacionadas	com	o	tema	que	se	está	
trabalhando,	 no	 pensamento	 lateral	 todas	 as	 opções	 são	 baralhadas,	 embora	
estas	possam	parecer	alheias	ao	contexto	sobre	o	qual	se	trabalha,	uma	vez	que	
quanto	menor	for	a	relação	com	a	ideia	estabelecida,	mais	possibilidades	existem	
de	estabelecer	novos	conceitos.	
• A missão. O	pensamento	vertical	é	regido	pela	evidência,	enquanto	que	o	lateral	
procura	encontrar	o	foco	menos	óbvio.	
• A solução. O	objetivo	do	pensamento	vertical	é	alcançar	uma	solução,	existindo	
sempre	uma	solução	mínima.	Por	outro	 lado,	o	pensamento	 lateral	não	garante	
sempre	que	se	possa	encontrar	uma	solução,	mas	incrementa	a	oportunidade	de	
encontrar	uma	solução	melhor.
FONTE: <https://br.psicologia-on-line.com/pensamento-lateral-o-que-e-caracteristicas-e-
exemplos-211.html>. Acesso em: 18 jun. 2020.
83
Além	desse	modelo,	iremos	abordar,	na	seção	a	seguir,	a	Teoria	de	Investimento	
em	Criatividade	de	Sternberg	e	Lubart	(1996),	e	o	Modelo	Componencial	da	Criatividade,	
de	Amabile	 (1997).	Ambas	partem	da	percepção	de	criatividade	como	um	fenômeno	
sociocultural,	considerando	como	principais	variáveis	as	interações	do	indivíduo	com	a	
da	sociedade,	possibilitando	o	desenvolvimento	do	potencial	criativo,	independente	de	
idade,	sexo	ou	condição	social	(OLIVEIRA,	2010).
Quer saber mais sobre o modelo de pensamento vertical e lateral? 
Acesse: https://www.hellerdepaula.com.br/pensamento-lateral/
DICA
3.1 TEORIA DE INVESTIMENTO EM CRIATIVIDADE DE 
STERNBERG
Na	 Teoria	 de	 Investimento	 em	 Criatividade	 de	 Sternberg,	 o	 autor	 enfatiza	 a	
necessidade	 da	 interação	 de	 um	 conjunto	 de	 fatores,	 entre	 eles,	 variáveis	 culturais,	
sociais	e	históricas.	Além	disso,	nesse	modelo	é	 integrado	o	fator	ambiente,	e	alguns	
atributos	 internos	 que	 contribuem	 para	 o	 funcionamento	 criativo,	 destacando-se	 a	
inteligência,	estilo	cognitivo	e	personalidade/motivação	(ALENCAR;	FLEITH,	2003).	
Oliveira	(2010)	enfatiza	que	a	Teoria	do	Investimento	em	Criatividade,	defende	
que	a	criatividade	é	decorrente	de	seis	fatores	distintos	que	se	inter-relacionam	e	não	
podem	ser	vistos	isoladamente:	
84
FIGURA 7 - FATORES DA TEORIA DE STERNBEG
FONTE: Adaptado de Oliveira (2010)
De	acordo	com	Sternberg	e	Lubart	(1996),	a	criatividade	requer	uma confluência de	
seis	 recursos	distintos,	mas	 inter-relacionados:	habilidades	 intelectuais	 (inteligência),	
conhecimento,	estilos	Intelectuais,	personalidade,	motivação	e	ambiente:	
• Habilidades Intelectuais(Inteligência):	 na	 inteligência	 são	 três	 as	 habilidades	
cognitivas	 essenciais:	 (1)	 a	habilidade sintética	 para	 enxergar	 um	 problema	 de	
novas	maneiras;	 (2)	a	habilidade analítica	de	reconhecer	quais	 ideias	de	alguém	
são	viáveis	 e	 não	viáveis;	 (3)	 a	habilidade prática-contextual	 para	 convencer/
persuadir	outras	pessoas.	Essas	três	habilidades	devem	ser	usadas	em	conjunto.
• Estilos Intelectuais:	nos	estilos	 intelectuais,	Sternberg	divide	em	estilo legislativo 
(formula	 problemas,	 preferência	 por	 pensar	 em	 novas	 maneiras	 de	 sua	 própria	
escolha);	estilo executivo (gosto	pela	implementação	de	ideias,	prefere	problemas	
com	 estrutura	 clara	 e	 bem	 definida);	 e	 estilo judiciário	 (avalia	 constantemente	
pessoas,	tarefas	e	regras,	tem	prazer	em	dar	opiniões	e	analisar	as	dos	demais).
• Conhecimento:	é preciso	saber	o	suficiente	sobre	um	campo	para	avançar. Não	se	
pode	ir	além	de	onde	está	um	campo	se	não	se	sabe	onde	está	o	campo.	É	fundamental	
para	 se	 entender	 o	 problema,	 sendo	 distintos	 em	conhecimento formal	 (adquirido	 
por	meio	da	educação	formal,	 racional);	e	conhecimento informal	 (adquirido	por	
meio	de	autodedicação/autodidatismo,	é	intuitivo).
85
• Personalidade:	 predisposição	 a	 correr	 riscos,	 autoconfiança,	 tolerância	 à	
ambiguidade,	 coragem	de	 expressar	 as	 próprias	 ideias,	 perseverança,	 autoestima,	
fatores	 nem	 sempre	 presentes	 juntos.	 Esses	 traços	 podem	 ser	 influenciados	 por	
condições	ambientais	e,	portanto,	também	podem	ser	adquiridos.
• Motivação:	 tanto	 intrínseca	 (que	 vem	 do	 interior	 da	 pessoa)	 como	 extrínseca	
(influenciada	por	fatores	externos),	juntam-se	para	fortalecer	a	criatividade.
• Ambiente:	 pode-se	 ter	 todos	 os	 recursos	 internos	 necessários	 para	 pensar	
criativamente,	mas	sem	algum	apoio	ambiental	(por	exemplo,	um	fórum	para	propor	
essas	ideias),	a	criatividade	que	uma	pessoa	tem	dentro	dela	pode	nunca	ser	exibida.	
Ele	facilita	a	expressão	da	criatividade	e	interage	com	variáveis	pessoais	e	situacionais	 
de	uma	forma	complexa.	
A	 partir	 da	 habilidade	 de	 enxergar	 um	 problema	 (inteligência), Sternberg	 e	
Lubart	(1996)	evidenciam	três	tipos	de	insights:
FIGURA 8 - TIPOS DE INSIGHTS
FONTE: Adaptado Sternberg e Lubart (1996)
De	acordo	com	Sternberg	e	Lubart	(1996),	no	insight	de	codificação seletiva a 
pessoa	consegue	na	resolução	de	um	problema,	distinguir	a	importância	de	dados	que	
podem	ou	não	ser	prontamente	óbvios.	No	 insight	de	comparação seletiva	utiliza-se	
a	história	para	resolver	problemas	atuais.	E	no	 insight	de	combinação seletiva	ocorre	
o	 agrupamento	 de	 informações	 que	 não	 se	 inter-relacionam	 entre	 si	 (STERNBERG;	 
LUBART,	1996).
86
Assim,	 a	 teoria	 de	 Sternberg	 inclui	 distintos	 elementos	 identificados	 em	
pesquisas	 anteriores	 considerados	 importantes	 na	 produção	 criativa,	 por	 exemplo,	
aspectos	 presentes	 no	 modelo	 componencial,	 proposto	 por	 Amabile	 (1997),	 que	 
descreve	a	criatividade	como	resultado	da	motivação,	habilidades	relevantes	de	domínio	e	
processos	criativos	relevantes.	
Engloba	também	estudos	sobre	os	traços	de	personalidade,	sendo	altamente	
enfatizados	nas	contribuições	de	MacKinnon	(1965)	e	Barron	(1969).	Tais	autores	que	
investigaram	 atributos	 de	 personalidade	 de	 profissionais	 de	 diversas	 áreas	 que	 se	
destacaram	por	sua	produção	criativa	(ALENCAR;	FLEITH,	2003).
	 Na	 teoria	 de	 Sternberg	 também	 evidenciamos	 elementos	 comuns	 com	 a	
abordagem	 sistêmica	 de	 Csikszentmihalyi	 (1988a,	 1988b,	 1988c,	 apud	 ALENCAR;	
FLEITH,	2003),	que	considera	a	criatividade	como	resultado	de	elementos	da	pessoa,	
do	domínio	(área	do	conhecimento)	e	do	campo	(especialistas	de	uma	área	específica	
que	têm	o	poder	de	determinar	a	estrutura	do	domínio).
Mesmo	 descrevendo	 esses	 fatores,	 Sternberg	 e	 Lubart	 (1996)	 ressaltam	 que	
nem	todos	são	 relevantes	para	a	criatividade.	Cada	um	deles	deve	ser	visto	de	forma	
interativa	 com	 os	 demais	 e	 jamais	 de	 forma	 isolada,	 salientando:	 alta	 inteligência	 na	
ausência	de	motivação,	ou	conhecimento	amplo	na	ausência	de	habilidade	 intelectual	
para	compreender	e	utilizar	tal	conhecimento,	levará	no	máximo	a	níveis	moderados	de	
performance	criativa	(ALENCAR;	FLEITH,	2003)
Na Teoria do Investimento, os fatores que se inter-relacionam 
estão atrelados à habilidade cognitiva sintética de redefinir 
problemas, ver o mesmo sob um novo ângulo.
Além disso, utiliza sua inteligência por gosto, prazer em criar 
suas próprias regras de trabalho e maneiras de resolver 
problemas (estilo legislativo).
IMPORTANTE
3.2 MODELO COMPONENCIAL DE CRIATIVIDADE DE AMABILE
O	 Modelo	 Componencial	 da	 Criatividade	 explica	 de	 que	 forma	 os	 fatores	
cognitivos,	motivacionais,	 sociais	e	de	personalidade	 influenciam	o	processo	criativo	
(OLIVEIRA,	2010).
87
Conforme	 já	abordamos	no	 início	desta	unidade,	a	criatividade	é	considerada	o	
primeiro	passo	da	 inovação.	Assim,	o	Modelo	Componencial	da	Criatividade	visa	explicar	
como	fatores	cognitivos,	motivacionais	e	sociais	podem	 influenciar	no	processo	criativo	
(OLIVEIRA,	2010).	Nesse	modelo,	sugerido	por	Teresa	Amabile,	é	necessário	um	conjunto	
de	componentes	considerados	necessários	e	suficientes	para	a	produção	criativa	em	
qualquer	domínio	(ARANDA,	2009).
Esse	modelo	possui	três	componentes	essenciais:
•	 capacidades	relevantes	num	determinado	domínio;
•	 capacidades	relevantes	de	criatividade;
•	 motivação	para	uma	determinada	tarefa. 
Após	 várias	 tentativas,	 Amabile	 (1997)	 elabora	 um	 Modelo	 Componencial	 de	
Criatividade	descrito	na	figura	a	seguir:
FIGURA 9 - MODELO PROPOSTO POR AMABILE
Fonte: Adaptado de ARANDA (2009)
O	modelo	visa	explicar	de	que	maneira	os	fatores	cognitivos,	a	motivação	do	
indivíduo,	os	fatores	sociais	e	a	personalidade	influenciam	no	processo	criativo. Afirmando	
que	estes	três	componentes	têm,	obrigatoriamente,	que	estar	em	interação,	Amabile	
(1997)	aponta	que	se	isso	não	acontecer,	não	haverá	processo	criativo.
Motivação
Expertise Habilidadescriativas
Criatividade
88
De	 acordo	 com	Amabile	 (1997),	 a	 expertise	 é	 fundamental	 para	 criatividade,	
sendo	como	um	conjunto	de	percursos	cognitivos	seguido	para	resolver	um	determinado	
problema.	 A	 habilidade	 criativa	 é	 um	 estilo	 cognitivo	 favorável	 para	 tomar	 novas	
perspectivas	sobre	problemas.	Já	a	motivação	contribui	para	adquirir	competências	de	
outras	áreas.
Além	de	tais	componentes	o	modelo	elaborado	por	Amabile	(1997)	é	dividido	em	
cinco	estágios:
FIGURA 10 – ESTÁGIOS DA CRIATIVIDADE
FIGURA 10 – ESTÁGIOS DA CRIATIVIDADE
I. Identificação do problema
II. Preparação
III. Geração de resposta
V. Resultado
IV. Comunicação e
validação da resposta
Sendo	a	base	do	modelo	de	criatividade,	o	 item	identificação	do	problema	(i)	
está	 relacionado	 ao	momento	 em	que	o	 indivíduo	 identifica	um	problema	específico	
como	tendo	valor	para	ser	solucionado.	Na	preparação	(ii)	são	armazenadas	informações	
relevantes	para	solução	do	problema.	
Após	 a	 preparação	 ocorre	 a	 fase	 de	 geração	 de	 resposta	 (iii),	 em	 que	 são	
geradas	várias	possibilidades	de	respostas	relativas	ao	problema,	em	que	é	necessário	a	
comunicação	da	ideia	—	comunicação	e	validação	da	resposta	—	(iv).	Por	fim,	temos	o	
resultado	(v),	em	que	é	realizada	a	tomada	de	decisão	(CONCEPT	BOARD,	2013).
89
Segundo Amabile (1997, p. 35), “um produto, ou resposta, será 
julgado como criativo na medida em que é novo e apropriado, 
útil, correto ou de valor para a tarefa em questão, e a tarefa é 
heurística e não algorística”.
ATENÇÃO
4 FERRAMENTAS DA CRIATIVIDADE
Além	dos	modelos	e	teorias	apresentados	até	aqui,	existem	diversas	ferramentas	
que	visam	incentivar	o	processo	de	criatividade,	tanto	de	forma	individual	ou	como	coletiva.	
Esses	são	potenciais	 recursos,	que	cada	vez	mais	 são	utilizados	pelas	empresas	visando	 
inovações	em	processos	e	produtos.	
Vamos	 conhecer	 alguns	 desses	 instrumentose	 suas	 principais	 características	 
no	decorrer	desta	seção.
4.1 SCAMPER: TÉCNICA PARA GERAÇÃO DE IDEIAS
O	método	Scamper	foi	criada	por	Bob	Eberle	(1971),	e	é	uma	técnica	que	visa	
estimular	a	criatividade.	Ele	visa	incentivar	a	geração	de	ideias	sobre	uma	determinada	
problemática,	estimulando	a	inovação	em	um	produto	já	existente	ou	novo.	Essa	técnica	
também	é	conhecida	como	instrumento	de	aprendizagem	que	possibilita	a	flexibilidade	
e	originalidade	(SANTOS,	2012).	Seu	nome	é	composto	pelas	iniciais	de	sete	ações	da	
técnica	(SANTOS,	2012,	p.	102):	
Substituir.
Combinar.
Adaptar.
Modificar.
Procurar	outros	usos.
Eliminar.
Rearrumar.	
Essa	ferramenta	pode	ser	aplicada	para	uso	geral,	 sendo	poderosa	na	medida	
em	 que	 recorre	 a	 um	 conjunto	 estruturado	 e	 completo	 de	 questões	 que	 objetivam	
potencializar	o	nascimento	de	novas	soluções,	fácil	de	usar	e	que	recorre	a	uma	checklist	
de	questões	para	 estimular	 o	 aparecimento	de	 ideias.	Também	é	 adequado	 seu	uso	
para	redefinição	de	processo	ou	produto,	possibilitando	um	olhar	distinto	do	habitual	
(SANTOS,	2012).	O	método	SCAMPER	é	composto	pelas	etapas	descritas	na	Figura	11:	
90
FIGURA 11 – SCAMPER
FONTE: <http://aprendeai.com/wp-content/uploads/2018/07/scamper.png>. Acesso em: 20 jun. 2020.
De acordo com Ruggieri	(2013) cada etapa deve:
• Substituir:	 visa	 à	 intenção	 de	 determinar	 o	 que	 é	 que	 pode	 ser	 utilizado	 como	
substituto	 daquele	 pensamento.	 Nessa	 etapa	 é	 primordial	 analisar	 qual	 produto	
ou	serviço	existente	pode	ser	substituído.	Em	termos	gerais	essa	fase	consiste	na	
substituição.
• Combinar:	nessa	etapa,	o	objetivo	é	 investigar	como	combinar	 ideias	e	objetos	para	
desenvolver	novos	produtos	ou	serviços.	
• Adaptar:	consiste	em	saber	como	se	pode	adaptar	uma	ideia	existente	ou	a	 ideia	 
de	outra	pessoa.	
91
• Modificar:	neste	processo,	a	partir	de	uma	 ideia	 já	existente,	tenta-se	atribuir-lhe	
uma	nova	utilização,	uma	modificação	no	produto	ou	serviço	a	qualquer	nível	 (forma,	
dimensão,	 peso,	 tempo,	 frequência,	 velocidade,	 entre	 outros).	 Nessa	 fase,	 a	 questão	
a	ser	colocada	é	a	seguinte:	“de	que	forma	o	produto	ou	serviço	pode	ser	modificado,	
aumentado	e/ou	reduzindo”?
• Procurar outros usos:	o	objetivo	nesta	fase	é	encontrar	utilizações	alternativas	para	
ideias	existentes,	isto	é,	identificar	se	a	ideia	elaborada	também	pode	ser	utilizada	em	
outros	mercados.
• Eliminar:	este	é	o	processo	da	eliminação,	redução	ou	adição	de	novos	ingredientes,	
componentes,	 partes	 de	 produção	 ou	 serviços,	 de	 modo	 a	 alterar	 uma	 ideia	 ou	
pensamento	na	eliminação	de	várias	partes	ou	características	do	produto	ou	serviço,	
de	forma	a	solucionar	alguns	problemas.
• Rearrumar:	reverter	o	produto	ou	o	serviço	de	modo	a	criar	outra	ideia.	A	inversão	da	
sequência	em	que	as	tarefas	estão	sendo	executadas	ou	a	conversão	do	espaço	na	
possibilidade	de	criação	de	um	novo	conceito	ou	a	chamada	de	exploração	de	novas	
possibilidades	no	tempo	e	no	espaço.
4.2 MAPA MENTAL
O	mapa	mental	é	uma	técnica	que	auxilia	na	organização	das	 informações	e	
memorização	de	conteúdo,	contribuindo,	assim,	para	a	sua	compreensão	e	assimilação.	
Essa	ferramenta	foi	elaborada	por	Tony	Buzan	e	objetiva	organizar	as	informações	de	
forma	sistemática	e	harmônica,	auxiliando,	também,	na	identificação	de	oportunidades	
e	planejamento	de	projetos.	
Geralmente	é	elaborada	no	papel,	inserindo	imagens	ou	palavras,	relacionadas	
a	uma	lembrança,	e	desencadeando	novas	ideias	(BUZAN, 2009).
Ele	deve	ser	construído	no	formato	de	um	neurônio,	e	contribui	na	organização	do	
pensamento	de	forma	visual,	em	um	tipo	de	diagrama	que	visa,	por	meio	da	visualização	
da	informação	e	organização	das	mesmas,	explicar,	relacionar	conceitos	complexos	de	
forma	simples	e	objetiva	(SBCOACHING, 2018b).
92
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A
cesso em
: 18 jun. 2020.
93
Nas	organizações,	essa	técnica	vem	sendo	amplamente	utilizada,	uma	vez	que	
auxilia	na	identificação	de	oportunidades	e	no	planejamento	de	negócio.	Ela	serve	para	
organizar	ideias	ordenadamente,	sendo	extremante	útil	nos	cenários	corporativos.	De	
acordo	com	Buzan	(2009),	podemos	utilizá-los	em	diversas	áreas,	como	no	trabalho,	na	
escola,	 entre	 outros,	 podendo	 ser	 empregados	 para	 leitura,	 desenvolvimento	 de	 novas	
ideias,	revisão	de	conteúdo.
As	vantagens	da	elaboração	de	mapas	mentais	são:	definição	nítida	da	 ideia	
principal;	 reconhecimento	 imediato	 das	 ideias	mais	 importantes;	 torna	 a	 revisão	 de	
informações	é	mais	efetiva;	e	permite	inserção	de	conceitos	adicionais	a	cada	tópico	 
do	mapa	mental	(BUZAN,	2009).
4.3 BUSINESS MODEL CANVAS
Criada	 por	 Alexander	 Osterwalder	 (2010),	 o	 Business Model Canvas	 é	 uma	
ferramenta	 que	 auxilia	 na	 criação	 de	 modelo	 de	 negócio,	 e	 reúne	 as	 informações	
importantes	 de	 forma	 rápida	 e	 sistêmica.	 Ele	 permite	 a	 identificação	 de	 todas	 as	
estratégias	do	negócio	de	forma	visual,	e	objetiva	auxiliar	as	empresas	a	visualizarem	o	
futuro	de	forma	sistêmica.
Consiste	em	um	quadro	composto	por	quatro	blocos	divididos	por	nove	etapas	
no	total.	Recomenda-se	que	seja	elaborado	em	tamanho	grande	para	que	a	equipe	tenha	
uma	 boa	 visualização,	 contribuindo	 para	 constantes	 alterações	 com	 uso	 de	 post-its	 
ou	marcadores.
FIGURA 13 – MODELO CANVAS
FONTE: <https://bit.ly/3JKQg76>. Acesso em: 18 jun. 2020.
parcerias
principais
atividades-chave
proposta de valor relacionamento com clientes
segmentos de clientes
estrutura de custos
recursos principais
canais
fonte de 
receitas
94
As	nove	etapas	são	descritas	a	seguir	(ANDRADE,	2018):
• Seguimento de clientes:	 neste	 item	 é	 identificado	 para	 quem	 estamos	 criando	
valor,	os	consumidores	 importantes.	Esse	componente	define	grupos	de	pessoas/
organizações	que	a	empresa	tem	como	público-alvo,	divisão	desses	grupos	e	suas	
necessidades.
• Proposta de valor:	para	identificar	a	proposta	de	valor,	deve-se	mensurar	qual	é	o	
valor	que	será	entregue	aos	clientes,	e	qual	problema	se	objetiva	ajudar	a	resolver. 
Esse	componente	é	 relativo	ao	motivo	dos	clientes	escolherem	uma	determinada	
empresa.	A	proposta	de	valor	no	Canvas	deve	 resolver	um	problema	ou	satisfazer	
alguma	necessidade	do	cliente.
• Canais:	os	canais	referem-se	à	forma	que	a	empresa	se	comunica	com	os	clientes,	
desde	o	momento	da	aquisição	do	produto	até	o	suporte	após	a	compra.	
• Relacionamento com os clientes:	no	relacionamento	precisa-se	definir	o	cliente	
de	acordo	com	as	motivações	da	empresa	em	relação	à	sua	conquista,	retenção	e	
ampliação	das	vendas.	
• Fontes de receita:	as	fontes	de	receita	da	empresa	representam	o	dinheiro	gerado	
a	partir	de	cada	segmento	de	clientes.	
• Recursos principais:	 esses	 são	 os	 recursos	 que	 a	 empresa	 necessita	 para	 criar	
sua	proposta	de	valor.	Eles	podem	ser	recursos	físicos,	como	fábricas,	máquinas	e	
veículos.	
• Atividades-chave:	 as	 atividades-chave	 são	 as	 atividades	que	não	podem	deixar	
de	acontecer	para	a	empresa	funcionar	bem.	Elas	são	as	ações	mais	importantes	a	
serem	executadas.	
• Parcerias principais:	 são	 os	 fornecedores	 e	 os	 parceiros	 que	 permitem	 que	 o	
negócio	desenvolva	de	forma	otimizada	e	mais	econômica.	Com	essas	alianças,	fica	
mais	fácil	conseguir	recursos	e	reduzir	a	competitividade.
• Estrutura de custo:	 essa	estrutura	pode	envolver	custos	fixos	e	variáveis.	Algumas	
empresas	focam	em	modelos	de	negócios	direcionados	pelo	custo,	portanto,	tendem	 
a	minimizá-lo	em	suas	atividades	ao	máximo.	
4.4 BRAINWRITING
O Brainwriting	 criado	 por	 Rohrbach	 (1969)	 foi	 desenvolvido	 com	 base	 no	
brainstorming,	a	partir	da	percepção	que	algumas	ideias	iniciais	são	desenvolvidas	de	
maneira	intensiva,	os	resultados,	soluções	podem	ser	melhores.	Para	criação	de	novas	
ideias	 por	 esse	 método,	 primeiramente	 é	 necessárioa	 análise	 e	 conhecimento	 do	
problema	(DE	CARVALHO;	BACK,2000).	
Em	 termos	 gerais,	 essa	 técnica	 permite	 criar	 108	 ideias	 em	 30	 minutos	
(BALTAZAR,	2019).	
95
FIGURA 14 – BRAINWRITING
FONTE: <https://cms-assets.tutsplus.com/uploads/users/23/posts/26451/image/brainwriting-
idea-generation-process.jpg>. Acesso em: 18 jun. 2020.
O Brainwriting	é	uma	excelente	ferramenta	para	criação	de	ideias,	na	qual	os	
envolvidos	devem	se	reunir	em	círculo,	com	uma	folha	em	branco	ou	um	formulário.	A	
dinâmica	consiste	na	criação	de	ideias	a	partir	de	um	determinado	tempo.	
Ao	 encerrar	 o	 tempo,	 o	 participante	 deve	 repassar	 sua	 folha	 ao	 colega	 da	
esquerda	e	pegar	a	folha	do	colega	da	direita	complementando	suas	 ideias,	também	
em	tempo	pré-estabelecido.	No	final,	quando	cada	folha	de	ideias	retornar	à	pessoa	que	
iniciou	escrevendo,	terá	mais	de	108	ideias	criadas.	Por	fim,	as	ideias	são	analisadas	e	
debatidas	em	grupo.	É	muito	utilizada	para	criação	de	campanhas	ou	novos	produtos,	
bem	como,	novas	metodologias	(BALTAZAR,	2019).
4.5 DESIGN THINKING
O Design Thinking,	de	acordo	com	Vianna	et al.	(2012,	p.	13),	“se	refere	à	maneira	
do	designer	de	pensar,	que	utiliza	um	tipo	de	raciocínio	pouco	convencional	no	meio	
empresarial,	 o	 pensamento	 abdutivo”.	 Ele	 contribui	 na	 resolução	 de	 problemas	 e	 no	
desenvolvimento	 de	 produtos	 e/ou	 projetos,	 colocando	 as	 pessoas	 no	 centro	 das	
decisões.	Para	isso,	visa	ao	mapeamento	e	à	integração	da	experiência	cultural,	a	visão	
de	mundo	e	os	processos	inseridos	na	vida	dos	indivíduos,	no	intuito	de	obter	uma	visão	
mais	completa	na	solução	de	problemas	e,	dessa	forma,	melhor	identificar	as	barreiras	e	 
gerar	alternativas	viáveis	para	transpô-las	(ENDEAVOR	BRASIL,	2018).
96
FIGURA 15 - DESIGN THINKING
FONTE: <https://aprendeai.com/wp-content/uploads/2018/07/Design-Thinking-03-2.png>.
Acesso em: 18 jun. 2020.
Entendimento Observação Ponto de Vista Ideação Prototipagem Teste Iteração
As	etapas	do	Design Thinking,	de	acordo	com	Endeavor	Brasil	 (2018),	 são	as	
seguintes:
• Identificar onde encontrar oportunidades de inovação:	nesta	etapa	é	necessário	
conhecimento	 próprio	 e	 do	 ambiente	 externo	 para	 poder	 descobrir	 onde	 encontrar	
caminhos	para	inovar.	“Conhecer	os	pontos	fortes,	as	fragilidades	da	concorrência,	
as	 condições	 macroeconômicas	 etc.  Análise	 SWOT,  Benchmarking,	 pesquisas	 de	
mercado	 e	 reuniões	 multidisciplinares	 conduzirão	 às	 respostas	 para	 esse	 ponto”	
(ENDEAVOR	BRASIL,	2018,	s.p.).
Criada por Kenneth Andrews e Roland Cristensen, professores 
da Harvard Business School, e posteriormente aplicadas por 
inúmeros acadêmicos, a análise SWOT estuda a competitividade 
de uma organização segundo quatro variáveis: Strengths (Forças), 
Weaknesses (Fraquezas), Oportunities (Oportunidades) e Threats 
(Ameaças) (SILVA et al., 2011, p. 2). 
ATENÇÃO
• Descobrir a Oportunidade de Inovação:	 etapa	 resultante	 do	 item	 anterior.	
“Pesquisas	qualitativas	e	trabalho	com	soluções	de	Big Social Data	podem	indicar,	
muito	além	do	setor,	qual	é,	de	fato,	a	oportunidade	que	o	mercado	desenha	ao	seu	
negócio”	(ENDEAVOR	BRASIL,	2018,	s.p.).
97
“Big Data é o grande volume de dados produzidos por diferentes fontes 
autônomas, distribuídas e descentralizadas. A análise de Big Data em 
redes sociais on-line é denominada de Big Social Data” (FRANÇA et al., 
2014, p. 23).
NOTA
• Desenvolver a Oportunidade de Inovação (Produto ou Serviço): o Design 
Thinking	 começa	a	tomar	corpo	nesta	etapa.	 “O	produto	ou	serviço	começa	a	ser	
desenvolvido,	 partindo,	 não	 de	 pressuposições	 ou	 análises	 estatísticas	 frias	 (algo	
comum	no	mercado),	mas	a	partir	das	necessidades	e	percepção	de	valor	do	cliente”	
(ENDEAVOR	BRASIL,	2018).
• Testar as ideias – protótipos:	uma	boa	opção	nessa	etapa	são	as	startups,	para	
lançar	“uma	versão	mais	simples	de	um	produto,	que	pode	ser	lançada	em	período	de	
testes,	para	verificar,	sem	grandes	gastos,	se	a	ideia	realmente	atinge	as	necessidades	
do	consumidor	final”	(ENDEAVOR	BRASIL,	2018,	s.p.).
O termo startup surgiu nos Estados Unidos, e se popularizou no Brasil 
entre os anos de 1996 e 2001. Define-se como um grupo de pessoas 
à procura de um modelo de negócio inovador, repetível e escalável, 
trabalhando em condições de extrema incerteza e com soluções a 
serem desenvolvidas.
FONTE: <https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-que-
e-uma-startup,6979b2a178c83410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. 
Acesso em: 18 jun. 2020.
NOTA
• Implementar a solução: após	testes	com	respostas	positivas	acerca	do	produto,	
ele	 já	 está	 pronto	 para	 ser	 lançado.	 “É	 importante	 entender	 que	 o	 processo	 de	
desenvolvimento	 do	 produto	 é	 contínuo	 e	 incremental,	 ou	 seja,	 a	 ideia	 será	
melhorada	permanentemente	através	um	processo	de	copartipação	entre	todos	os	
seus	stakeholders	(clientes,	fornecedores,	colaboradores	internos	etc.)”	(ENDEAVOR	
BRASIL,	2018,	s.p.).
98
4.6 BENCHMARKING
O Benchmarking	 consiste	 na	 análise	 das	 melhores	 práticas	 utilizadas	 pelas	
empresas	de	mesmo	setor.	Benchmarking	vem	da	palavra	de	origem	inglesa	benchmark,	
que	significa	“referência”.	É	essencial	para	o	aprimoramento	de	processos,	produtos	e	
serviços,	 possibilitando	 inovação	 e	maior	 competitividade	 entre	 as	 organizações.	 De	
acordo	com	Costa	 (1999,	p.	 22),	 “é	uma	poderosa	 ferramenta	de	gestão	empresarial,	
mundialmente	difundida	e	utilizada	para	 transformar	as	organizações	e	 introduzir	 as	
mudanças	necessárias	à	melhoria	de	seus	processos,	práticas	e	resultados”.
4.7 BRAINSTORMING
O Brainstorming,	 também	 chamado	 de	 “tempestade	 de	 ideias”,	 é	 uma	
ferramenta	que	visa	 incentivar	a	criatividade	de	um	determinado	grupo.	Consiste	em	
reuniões	realizadas	para	identificar	possíveis	soluções	de	um	problema.	Os	participantes	
devem	 expor	 sugestões	 e	 discutir	 sobre	 elas.	 Após	 a	 chuva	 de	 ideias	 ocorre	 uma	
seleção,	e,	posteriormente,	uma	definição	de	quais	descartar	e	quais	sugestões	devem	
ser	aprofundadas	(MEIRELES,	2001).
99
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
•	 A	partir	de	aspectos	relacionados	ao	desenvolvimento	da	mente	humana	conhecemos	 
o	 modelo	 de	 pensamento	 lateral	 responsável	 pela	 utilização	 criativa	 da	 mente	
humana,	e	o	modelo	de	pensamento	vertical	relacionado	ao	raciocínio	lógico.
•	 As	principais	teorias	de	criação	do	conhecimento	são:	a	Teoria	de	Investimento	em	
Criatividade	de	Sternberg	e	a	Teoria	Componencial	de	Criatividade	de	Amabile.
 
•	 Na	 Teoria	 de	 Investimento	 em	 Criatividade	 de	 Sternberg	 é	 enfatizado	 que	 nosso	
comportamento	 criativo	 é	 resultado	 da	 interação	 entre	 estilos	 intelectuais,	
conhecimentos,	personalidade,	motivação,	contexto	ambiental	e	inteligência.
•	 Na	 Teoria	 Componencial	 de	 Criatividade	 de	 Amabile,	 existe	 um	 conjunto	 de	
componentes	 considerados	 necessários	 e	 suficientes	 para	 a	 produção	 criativa	
em	 qualquer	 domínio.	 Nesse	 modelo	 distinguimos	 três	 componentes	 essenciais:	
capacidades	 relevantes	 num	 determinado	 domínio;	 capacidades	 relevantes	 de	
criatividade;	motivação	para	uma	determinada	tarefa.	Essa	teoria	objetiva	explicar	
de	que	maneira	os	fatores	cognitivos,	a	motivação	do	indivíduo,	os	fatores	sociais	e	a	
personalidade	influenciam	no	processo	criativo.
•	 Além	 dos	 modelos	 e	 teorias,	 há	 funcionalidades	 de	 algumas	 ferramentas	 que	
podem	aprimorar	 e	 incentivar	 a	 criatividade,	 sendo	 algumas	delas:	Brainstorming, 
Benchmarking, Design Thinking, Brainwriting, Business Model Canvas, Mapa	mental	
e	SCAMPER.	
RESUMO DO TÓPICO 1
100
1	 Bono	 (1995)	 identificou	 em	 suas	 investigações	 o	modelo	 do	pensamento	 lateral	 e	
vertical.	Para	 isso,	 ele	dividiu	o	processo	de	criatividade	em	dois	modelos	a	partir	
do	funcionamento	do	cérebro	humano:	pensamento	lateral	e	o	pensamento	vertical.	
Identifique	quais	das	características	listadasa	seguir	são	do	Pensamento	Lateral	(PL)	
e	do	Pensamento	Vertical	(PV):
(			)	Modo	óbvio	de	encarar	as	situações;	necessita	de	uma	estrutura	conceitual	básica	
aceita.
(			)	Direciona	 o	 pensamento	 de	 acordo	 com	 o	 processo	 convencional	 de	 resolver	
problemas,	obtendo	alta	probabilidade	de	acertos.
(			)	Modo	específico	de	pensar	estimulado	pela	atitude	e	pelo	hábito	mental	(pensamento	
criativo).
(			)	Estimula	a	flexibilidade	da	mente	para	modos	alternativos	de	resolver	problemas,	
com	baixa	probabilidade	de	acertos	se	comparando	ao	convencional.
(			)	 Lógica	assume	o	controle	da	mente.
(			)	 Ideias	novas,	promovidas	pelo	aguçamento	da	percepção	e	dos	sentidos.
(			)	Exige	talento	e	originalidade.
(			)	Classifica	as	coisas	para	controlar	a	imprecisão.
Assinale	a	alternativa	correta:
a)	 (			)	 PV,	PV,	PL,	PL,	PL,	PL,	PL,	PV.
b)	 (			)	 PV,	PL,	PL,	PL,	PV,	PL,	PL,	PV.
c)	 (			)	 PV,	PV,	PL,	PV,	PV,	PL,	PL,	PV.
d)	 (			)	 PV,	PV,	PL,	PL,	PV,	PL,	PL,	PV.
e)	 (			)	 PL,	PV,	PL,	PL,	PV,	PL,	PL,	PV.
2	 Conforme	descrito,	existem	diversas	ferramentas	que	visam	 incentivar	o	processo	de	
criatividade,	 tanto	 de	 forma	 individual	 ou	 coletiva.	 Essas	 são	 potenciais	 ferramentas,	
que	 cada	 vez	mais,	 são	 utilizadas	 pelas	 empresas	 visando	 inovações	 em	 processos	
e	 produtos.	 Com	 base	 na	 importância	 de	 tais	 ferramentas,	 escolha	 três	 delas	 e	
identifique	suas	principias	características:
3	 Com	base	nas	ferramentas	estudadas	para	incentivar	a	criatividade,	tanto	de	forma	
individual	ou	como	coletiva,	assinale	V	para	as	afirmativas	verdadeiras	e	F	para	as	
falsas,	e,	em	seguida,	assinale	a	resposta	correta.	
AUTOATIVIDADE
101
(			)	O	Brainwriting	foi	desenvolvido	com	base	no	brainstorming,	a	partir	da	percepção	
que	algumas	ideias	iniciais	são	desenvolvidas	de	maneira	intensiva,	os	resultados,	
soluções	podem	ser	melhores.
(			)	O	Brainwriting,	também	chamado	de	“tempestade	de	ideias”,	é	uma	ferramenta	que	
visa	incentivar	a	criatividade	de	um	determinado	grupo.
(			)	O	Benchmarking	consiste	na	análise	das	melhores	práticas	utilizadas	pelas	empresas	
de	mesmo	setor.
(			)	O	Benchmarking	é	uma	ferramenta	que	auxilia	na	criação	de	modelo	de	negócio,	e	
reúne	as	informações	importantes	de	forma	rápida	e	sistêmica.
(			)	O	 mapa	 mental	 é	 uma	 técnica	 que	 auxilia	 na	 organização	 das	 informações	 e	
memorização	 de	 conteúdo,	 contribuindo,	 assim,	 para	 a	 sua	 compreensão	 e	
assimilação.
a)	 (			)	 V	–	F	–	V	–	F	–	V.
b)	 (			)	 V	–	F	–	V	–	F	–	F.
c)	 (			)	 V	–	V	–	V	–	F	–	V.
d)	 (			)	 V	–	F	–	F	–	F	–	V.
e)	 (			)	 V	–	V	–	V	–	V	– V.
102
103
CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO 
DA INOVAÇÃO
UNIDADE 2 TÓPICO 2 — 
1 INTRODUÇÃO
Agora	que	 já	compreendemos	os	modelos	e	ferramentas	da	criatividade,	vamos	
estudar	a	inovação.	A	inovação	e	a	criatividade	estão	relacionadas,	uma	vez	que	para	
inovar	precisamos	criar	novas	ideias,	sermos	criativos.	
Vamos	 diferenciar	 os	 termos:	 descoberta,	 invenção	 e	 inovação,	 que	 muitas	
vezes	 são	 utilizados	 como	 sinônimos,	 mas	 iremos	 detectar	 que	 esses	 termos	 têm	
significados	distintos.	
Após	 essa	 contextualização,	 conheceremos	 os	 principais	 tipos	 de	 inovação,	
sendo	eles:	inovação	de	produto,	serviço,	modelo	de	negócio,	processo,	organizacional,	
comunicação	e	marketing.	Iremos	analisar	suas	principais	características.	
Estudaremos	a	classificação	da	inovação:	inovação	radical,	inovação	realmente	
nova,	inovação	incremental	e	inovação	imitativa.	Finalizando	este	tópico,	aprofundaremos	
nossos	 estudos,	 abordando	 a	história	 e	 evolução	do	processo	de	 inovação,	 também	
falaremos	a	respeito	de	uma	grande	tendência	atual:	a	inovação	aberta.
Ansioso	para	iniciar	os	estudos?	
Vamos	lá?
2 O QUE É INOVAÇÃO
Agora	que	já	estudamos	a	criatividade,	é	essencial	conhecermos	os	conceitos	sobre	
a	inovação	e	quais	são	as	suas	características,	uma	vez	que	criatividade	e	inovação	podem	
estar	diretamente	relacionadas.	
Na	 literatura,	 quando	 pesquisamos	 sobre	 o	 termo	 “inovação”,	 encontramos	
diversas	definições	conforme	ilustrado	no	Quadro	2.
104
QUADRO 2 – DEFINIÇÕES DE INOVAÇÃO
AUTORES DEFINIÇÃO
SCHUMPETER	
(2003,	p.	82-83)
O	impulso	fundamental	que	estabelece	e	mantém	a	máquina capitalista	
em	movimento	 vem	 de	 novos	 bens	 de	 consumo,	 de novos	métodos	
de	produção	ou	transporte,	de	novos	mercados	e de	novas	formas	de	
organização	industrial	que	a	empresa capitalista	cria.	
[...]	 A	 abertura	 de	 novos	 mercados,	 estrangeiros	 ou	 nacionais	 e	 o 
desenvolvimento	organizacional	a	partir	da	manufatura	e	da indústria	
[...]	 ilustram	 o	 mesmo	 processo	 de	 mutação	 industrial	 [...]	 que	
incessantemente	revoluciona	a	estrutura	econômica	a	partir	de	dentro,	
incessantemente	destruindo	uma	velha, incessantemente	criando	uma	
nova.	Esse	processo	de	Destruição	Criativa	é	o	fato	essencial	acerca	do	
capitalismo.
THOMPSON	
(1965,	p.	2)
Inovação	 é	 a	 geração,	 aceitação	 e	 implantação	 de	 novas	 ideias, 
processos,	produtos	e	serviços.
BECKER	e	WHISLER	
(1967,	p.463)
[Inovação	 é]	 o	 primeiro	 ou	 inicial	 uso	 de	 uma	 ideia	 por	 parte	 de	 um	
conjunto	de	organizações	com	objetivos	similares.
ROGERS 
(1983,	p.	12)
Uma	 inovação	 é	 uma	 ideia,	 prática	 ou	 objeto	 que	 é	 percebido 
como	novo	por	um	indivíduo	ou	outra	unidade	de	adoção.
ROTHWELL	e	
GARDINER	
(1985,	3	apud TIDD 
et	al.,	2008,	p.	86)
A	inovação	não	implica,	necessariamente,	apenas	a comercialização	de	
grandes	avanços	tecnológicos	(inovação radical),	mas	também	inclui	a	
utilização	de	mudanças	de	know-how	tecnológico	em	pequena	escala	
(melhoria	ou	inovação	por incremento).
DRUCKER	
(1985,	p.	19)
Inovação	 é	 a	 ferramenta	 específica	 dos	 empreendedores,	 o	 meio 
através	do	qual	exploram	a	mudança	como	uma	oportunidade para	um	
negócio	ou	 serviço	diferente.	É	 capaz	de	 ser	 apresentada como	uma	
disciplina,	de	ser	aprendida	e	de	ser	praticada.
VAN	De	VEN	
(1986,	p.	592)
Contanto	 que	 a	 ideia	 seja	 percebida	 como	 nova	 para	 as	 pessoas 
envolvidas,	é	uma	“inovação”,	mesmo	que	possa	parecer	ser	para outros	
uma	“imitação”	de	algo	que	já	existe	em	outro	lugar.
PORTER	(1990,	p.	74)
Companhias	 alcançam	 vantagem	 competitiva	 através	 de	 atos	 de 
inovação.	Elas	abordam	a	inovação	em	seu	sentido	mais	amplo, incluindo	
tanto	novas	tecnologias	quanto	novas	formas	de	fazer as	coisas.
DOSI 
(1990,	p.	299	apud 
BAREGHEH	et al.,	
2009,	p.	1329)
Inovação	diz	respeito	a	processos	de	aprendizado	e	descoberta sobre	
novos	 produtos,	 novos	 processos	 de	 produção	 e	 novas formas	 de	
organização	econômica,	sobre	os	quais,	ex	ante,	os atores	econômicos,	
muitas	 vezes,	 possuem	 apenas	 crenças	 não estruturadas	 sobre	
algumas	 oportunidades	 não	 exploradas,	 e	 que, ex	 post,	 geralmente	
são	verificadas	e	selecionadas,	em	economias descentralizadas	e	não	
planejadas,	por	algumas	interações competitivas,	de	alguma	forma,	no	
mercado	de	produtos.
MEZIAS	e	GLYNN	
(1993,	p.	78)
Inovação	 é	 uma	mudança	 organizacional	 não	 rotineira, significante	 e	
descontínua	que	incorpora	uma	nova	ideia	que	não é	consistente	com	o	
atual	conceito	de	negócio	da	organização.
DAMANPOUR	
(1996,	p.	694)
Inovação	 é	 concebida	 como	 um	 meio	 de	 mudar	 uma	 organização 
seja	como	resposta	às	mudanças	no	ambiente	externo	ou	como uma	
ação	preventiva	para	 influenciar	o	ambiente.	Assim,	a inovação	é	aqui	
amplamente	 definida	 de	 forma	 a	 abranger	 uma variedade	 de	 tipos,	
incluindo	 novos	 produtos	 ou	 serviços,	 novas tecnologias	 de	 processo,	
novas	estruturas	organizacionais	ou sistemas	administrativos,	ou	novos	
planos	ou	programas pertencentes	aos	membros	da	organização.
105
TUOMI	
(2002,	p.	423)
Inovação	é	tanto	a	criação	de	novos	significados	quanto	a	criação de	
novos	artefatos	materiais.	Ou	–	mais	exatamente	–	é	muito mais	a	criação	
de	significado	que	apenas	a	criação	de	artefatos.	Devemos,	portanto,	
entender	a	inovação	como	um	processo multifocal	de	desenvolvimento,	
no	 qualuma	 ecologia	 de comunidades	 desenvolve	 novos	 usos	
para	 artefatos	 tecnológicos existentes,	 ao	 mesmo	 tempo	 mudando	
ambas	as	características dessas	tecnologias	e	suas	próprias	práticas. 
A	inovação	é	um	fenômeno	social.	É	gerada	em	interações complexas	
entre	várias	 comunidades,	 cada	uma	com	seus próprios	 estoques	de	
conhecimento	 e	 significado.	 Projetos tecnológicos	 e	 práticas	 sociais	
coevoluem.	 Portanto,	 toda	 a inovação	 é	 fundamentalmente	 uma	
inovação	social.
SMITH	(2005,	p.	149)
Inovação	é,	por	definição,	novidade.	É	a	criação	de	algo qualitativamente	
novo,	 através	 de	 processos	 de	 aprendizagem	 e	 construção	 de	
conhecimento.	 Envolve	 mudanças	 de	 competências	 e	 capacidades,	
produzindo	resultados	de	desempenho qualitativamente	novos.	[...]	De	
forma	 mais	 genérica,	 inovação envolve	 novidades	 multidimensionais	
em	aspectos	de	aprendizado	e	organização	do	conhecimento	que	são	
difíceis	de medir	ou	intrinsecamente	imensuráveis.
OECD	(2005,	p.	46)
Uma	 inovação	 é	 a	 implantação	 de	 um	 novo	 ou	 significantemente 
melhorado	produto	(bem	ou	serviço)	ou	processo,	um	novo método	de	
marketing	ou	um	novo	método	organizacional	nas práticas	de	negócio,	
na	organização	do	ambiente	de	trabalho	ou nas	relações	externas.
SAWHNEY	et	al.	
(2006,	p.	76)
Inovação	é	a	substancial	criação	de	novo	valor	para	clientes	e para	a	
empresa	através	da	mudança	criativa	de	uma	ou	mais dimensões	do	
sistema	do	negócio.
A	inovação	é	relevante	apenas	se	cria	valor	para	clientes	–	e, portanto,	
para	a	empresa.
FAGERBERG	
(2006,	p.	4)
Uma	 distinção	 é	 normalmente	 feita	 entre	 invenção	 e	 inovação. 
Invenção	é	a	primeira	ocorrência	de	uma	 ideia	para	um	novo produto	
ou	processo,	enquanto	inovação	é	a	primeira	tentativa	de realizá-la	na	
prática.	
[...]	 Para	 ser	 capaz	 de	 converter	 uma invenção	 em	 uma	 inovação,	
a	 empresa	 precisa	 combinar diferentes	 tipos	 de	 conhecimentos,	
capacidades,	habilidades	e recursos.
DU	PLESSIS	
(2007,	p.	21)
[Inovação	é]	 a	criação	de	novos	conhecimentos	e	 ideias	para facilitar	
os	 resultados	 de	 novos	 negócios,	 visando	 a	 melhoria	 dos processos	
internos	e	das	estruturas	do	negócio	e	a	criação	de produtos	e	serviços	
orientados	para	o	mercado.	Inovação	abrange tanto	a	inovação	radical	
quanto	a	incremental.
BESSANT	e	TIDD	
(2009,	p.	47)
Inovação	é	o	processo	de	tradução	de	ideias	em	produtos, processos	ou	
serviços	úteis	–	e	utilizáveis.
FONTE: Narcizo et al. (2012, p. 3790-3792).
106
Conforme	 evidenciado	 no	 Quadro	 2,	 são	 várias	 as	 definições	 encontradas	 na	
literatura,	contudo	todas	estão	 relacionadas	à	criação,	 implementação	de	um	produto,	
processo	ou	serviço.	
Quando	 falamos	 em	 inovação,	 esse	 termo	 nos	 remete	 à	 ideia	 de	 algo	 novo,	
uma	novidade.	Ela	sempre	esteve	relacionada	à	evolução	da	humanidade	e	aplicação	
gradativa	da	 informação	e	conhecimento,	 resultando	na	criação	de	novos	processos	 
e	produtos.
Mas,	a	partir	dessas	definições,	você	deve	pensar:	uma	descoberta	ou	 invenção	
é	considerada	uma	 inovação?	Para	responder	à	sua	pergunta	elaboramos	o	seguinte	
quadro:	
QUADRO 3 – DEFINIÇÃO DE DESCOBERTA, INVENÇÃO E INOVAÇÃO
FONTE: Adaptado de CODEMEC (2014)
DESCOBERTA INVENÇÃO INOVAÇÃO
Revelação	ou	
identificação	de	
algo	existente	na	
natureza,	alcançada	
através	da	capacidade	
de	observação	do	
homem.
Criação	de	algo	
anteriormente	
inexistente,	como	
resultado	da	
capacidade	inventiva	
do	homem.
Implementação	de	um	produto	
(bem	ou	serviço)	novo	ou	
significativamente	melhorado,	ou	
um	processo,	ou	um	novo	método	
de	marketing,	ou	um	novo	método	
organizacional	nas	práticas	de	
negócios,	na	organização	do	
local	de	trabalho	ou	nas	relações	
externas	(OECD,	2005).
A	partir	do	Quadro	2,	podemos	concluir	que	as	palavras	“Descoberta”,	“Invenção”	
e	 “Inovação”	 possuem	 conceitos	 distintos,	mas	 de	 certa	 forma	 estão	 relacionadas.	 Em	
uma	definição	mais	ampla,	Schumpeter	 (1982)	enfatiza	que	a	 inovação	é	o	processo	de	
descoberta	das	aplicações	econômicas	para	as	 invenções.	Assim,	percebemos	que	uma	
invenção	poderá	ser	uma	inovação	apenas	se	for	levada	ao	mercado.
No	mercado	atual,	é	quase	uma	obrigação	pensar	em	 inovação	no	dia	a	dia,	 
seja	qual	for	a	área	de	atuação.
107
FIGURA 16 – PROCESSO PARA INOVAÇÃO
FONTE: O autor
InvençãoConcepção teórica
Exploração
comercial Inovação
A	 inovação	 não	 está	 relacionada	 somente	 aos	 produtos,	 mas	 também	 a	
ideias,	processos,	ferramentas	e/ou	serviços.	Seu	contexto	é	amplamente	utilizado	no	
contexto	 empresarial,	 sendo	 considerado	 um	 dos	 principais	 diferenciais,	 garantindo	
maior	competitividade	na	atual	sociedade	do	conhecimento,	mas	quando	a	 inovação	
passou	a	ser	uma	estratégia	em	potencial	para	as	organizações?
Para	responder	a	essa	questão,	primeiramente,	é	necessário	conhecer	os	tipos	
de	inovações,	e	poder	assimilar	seus	impactos	nas	organizações.
Dicas de filmes e uma série sobre inovação que irão lhe inspirar:
• Steve Jobs (2016), direção de Danny Boyle; e O Jogo da Imitação 
(2014), dirigido por Morten Tyldum.
• Silicon Valley (2014 – atualmente), com seis temporadas exibidas 
pelo canal HBO.
DICA
3 TIPOS DE INOVAÇÃO
A	 inovação	pode	ser	classificada	de	acordo	com	algumas	características,	sendo	
dividida	em	diversos	modelos.	A	seguir	 iremos	conhecer	os	principais	tipos	de	 inovação	
identificados	na	literatura.
3.1 INOVAÇÃO EM PRODUTO
É	a	introdução	de	um	bem,	em	que	a	inovação	é	decorrente	do	lançamento	de	
um	novo	produto,	uma	alteração,	ou	uma	nova	versão.	Ela	é	essencial	no	ciclo	de	vida	
do	produto,	uma	vez	que	incluem	melhorias	significativas	em	especificações	técnicas,	
componentes,	matérias,	podendo	substituir	um	produto	 (alteração,	ou	nova	versão)	que	
está	na	fase	de	declínio	iniciando	assim,	um	novo	ciclo	(OCDE,	1997).
108
FIGURA 17 - CICLO DE VIDA DO PRODUTO
FONTE: <https://lirp-cdn.multiscreensite.com/87c8e234/dms3rep/multi/opt/ciclo-de-vida-do-produto-
1080x494-960w.png>. Acesso em: 18 jun. 2020.
Saiba mais sobre o ciclo de vida do produto em: https://administradores.
com.br/artigos/ciclo-de-vida-do-produto-e-a-necessidade-da-inovacao-
sustentavel-como-cultura.
DICA
3.2 INOVAÇÃO EM SERVIÇO
A	 inovação	em	serviço	consiste	na	mesma	visão	da	 inovação	em	produto,	uma	
vez	que	objetiva	oferecer	um	serviço	novo,	ou	novas	funcionalidades,	melhorar	o	serviço	
já	existente	em	seu	segmento.	Nesse	tipo	de	inovação,	o	 intuito	é	agregar	mais	valor	ao	
cliente.	Lembramos	que	o	setor	de	serviço	é	 responsável	pela	comercialização	de	bens	 
não	tangíveis	(SBCOACHING,	2018c).
3.3 MODELO DE NEGÓCIO
Esse	tipo	de	inovação	refere-se	à	forma	de	fazer	negócio	na	empresa	atuando	
sobre	 dois	 componentes	 fundamentais	 da	 oferta:	 a	 proposta	 de	valor	 oferecida	 aos	
clientes	(inovando	no	segmento-alvo	de	clientes,	na	oferta	em	si	e	no	modelo	de	gerar	
receita)	 e	 o	modelo	de	operação	 (incluindo	aí	mudanças	em	toda	a	 cadeia	de	valor)	
(SBCOACHING,	2018c).
Destaca-se	que	o	modelo	de	negócio	abrange	as	principais	informações	sobre:	
parcerias,	atividades,	 recursos,	 relação	com	clientes,	canais,	segmentos	de	mercado,	
custos,	fontes	de	rendimento	e,	claro,	proposta	de	valor.	Em	outras	palavras	é	promover	
mudanças	no	modelo	de	operação.	Este	tipo	de	inovação	está	atrelada	à	forma	que	a	
empresa	conduz	o	próprio	negócio	(SBCOACHING,	2018c).	
109
Inovar	o	modelo	de	negócio	é	promover	mudanças	no	modo	de	gerar	receita	
para	a	empresa	e	também	no	modelo	de	operação.	
De	acordo	com	SBCoaching	 (2018c), ocorre	 inovação	em	um	modelo	de	negócio	
quando	a	empresa	cria	uma	lógica	de	funcionamento	que	nunca	foi	usada.	
3.4 INOVAÇÃO EM PROCESSO
A	 inovação	em	processo	é	caracterizada	pela	 implementação	de	um	método	
de	produção	ou	distribuição	melhorado	ou	novo.	Ela	ocorre	quando	a	empresa	cria	um	
método	novo	relativo	a	algum	processo	operacional	da	empresa.	
Geralmente	 essa	 inovação	visa	 à	 redução	de	 custos,	 diminuir	 o	 impacto	das	
atividades	no	 ambiente,gestão	de	 tempo	e	qualidade	do	produto	ou	 serviço.	Nesse	
sentido,	 também	 se	 inova	 em	processos	 ligados	 a	 funções	 como	finanças,	 recursos	
humanos	e	vendas.	“Incluem-se,	nesse	tipo	de	inovação,	mudanças	significativas	em	
técnicas,	equipamentos	e/ou	softwares”	(OCDE,	1997,	p.	58).
3.5 INOVAÇÃO ORGANIZACIONAL
A	inovação	organizacional	aborda	mudanças	na	organização	da	empresa,	seja	no	
organograma,	 nos	métodos	 de	 gestão,	 adaptação	 de	 uma	 nova	 cultura	 organizacional,	
nas	práticas	de	negócios	da	empresa,	na	organização	do	seu	local	de	trabalho	ou	em	suas	
relações	externa,	entre	outros.	
É	quando	a	empresa	adota	novas	maneiras	de	organizar	as	pessoas	e	o	próprio	
trabalho	para	sustentar	e	ampliar	a	capacidade	competitiva,	utilizando	novos	métodos	
de	 recrutamento,	 treinamento	 e	 desenvolvimento	 de	 colaboradores,	 introduzindo	
sistemas	de	gestão	de	qualidade,	 produção	e	 logística,	mudanças	em	ambientes	de	
trabalho,	 novas	 estratégias	 de	 comunicação	 interna,	 descentralização	 de	 atividades,	
entre	outros	(OCDE,	1997).
3.6 INOVAÇÃO NA COMUNICAÇÃO
A	inovação	ocorre	principalmente	na	forma	de	comunicação	com	o	público	alvo.	
Com	as	tecnologias,	esse	tipo	de	inovação	tornou-se	uma	estratégia	em	potencial	para	
as	 organizações,	 uma	vez	 que	 surgiram	 diversos	 novos	 canais	 de	 comunicação	 por	
meio	das	tecnologias	digitais	(SBCOACHING,	2018c).
110
3.7 INOVAÇÃO EM MARKETING
A	 inovação	 em	 marketing	 está	 relacionada	 ao	 preço	 do	 produto	 ou	 serviço,	
posicionamento	no	mercado,	distribuição,	embalagem,	designer	do	produto,	segmentação	 
de	clientes,	entre	outras	(OCDE,	1997).
Para saber mais sobre inovação, acesse o manual de Oslo em: https://
www.finep.gov.br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf. Esse 
documento é composto de Proposta de diretrizes para a coleta e 
interpretação de dados sobre inovação tecnológica e está editado 
conjuntamente pela OCDE, dentro da denominada “Família Frascati” e 
EUROSTAT.
DICA
4 CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DA INOVAÇÃO
Além	dos	tipos,	a	inovação	pode	ser	classificada	a	partir	do	impacto	que	pode	
causar.	Para	isso,	inicialmente,	iremos	diferenciar	os	termos:	inovação	e	inovatividade.
Assim:
inovação	é	um	processo	iterativo	iniciado	pela	percepção	de	um	novo	
mercado	 e/ou	 nova	 oportunidade	 de	 serviço	 para	 uma	 invenção	
baseada	em	tecnologia	que	leva	a	tarefas	de	desenvolvimento,	produção	
e	 comercialização	 que	 buscam	 o	 sucesso	 comercial	 da	 invenção.	
Para	Garcia	e	Calantone	(2002)	a	inovação	deve	envolver	tecnologia	e	
mercado.	Assim,	uma	inovação	efetiva	deve	desenvolver	uma	tecnologia	
e	 ser	 disponibilizada	 no	mercado	 para	 usuários	 finais.  Uma	 invenção	
não	 se	 torna	 uma	 inovação	 até	 que	 seja	 processada	 por	 meio	 de	
tarefas	de	produção,	comercializada	e	difundida	no	mercado	(GARCIA;	
CALANTONE,	2002	apud	KIANE,	2019,	s.p.).
E	a	inovatividade?	Você	sabe	o	que	é?
A	inovatividade	é	o	grau	de	“novidade”	de	uma	inovação.	Assim,	uma	
inovação	pode	possuir	uma	alta	ou	baixa	inovatividade.	Quanto	mais	
alta	for	a	inovatividade	maior	será	o	grau	de	novidade	da	inovação.	
Porém	os	 autores	 ressaltam	que	 o	 conceito	 de	 novo	 é	 relativo	 na	
literatura.	 Uma	 inovação	 pode	 ser	 nova	 para	 o	mercado,	 para	 um	
grupo	de	usuários	ou	para	uma	organização	(GARCIA;	CALANTONE,	
2002	apud	KIANE,	2019,	s.p.).	
111
Além	 dos	 tipos	 de	 inovação,	 conforme	 descrito	 na	 seção	 anterior,	 ela	 ainda	 
pode	 ser	 caracterizada	 como	 inovação	 radical,	 realmente	 nova,	 incremental	 e	 imitativa	
(KIANE,	2019).
De	acordo	com	Kiane	(2019,	s.p.):
• Inovação radical:	 são	 inovações	 que	 incorporam	 uma	 nova	
tecnologia	e	que	resulta	em	uma	nova	infraestrutura	de	mercado.	
Também	resulta	em	descontinuidades	tanto	no	nível	macro	(para	
mundo,	 ou	 todo	 um	 setor	 industrial)	 quanto	 no	micro	 (para	 um	
grupo	de	usuários	específicos	ou	uma	organização).
• Inovação realmente nova:  um	produto	 realmente	novo	 resultará	
em	uma	descontinuidade	de	mercado	ou	em	uma	descontinuidade	
tecnológica,	mas	não	incorporará	ambos.
• Inovação incremental:  produtos	 que	 fornecem	 novos	 recursos,	
benefícios	ou	melhorias	à	tecnologia	existente	no	mercado	atual.
• Inovação imitativa:	 a  inovação	 ocorre	 apenas	 na	 primeira	
empresa	 a	 concluir	 a	 Pesquisa	 e	 Desenvolvimento	 —	 P&D	 —	
industrial,	 que	 culmina	 no	 lançamento	 do	 primeiro	 produto	 nos	
mercados.	Produtos	imitativos	são	frequentemente	novos	para	a	
empresa,	mas	não	são	novos	no	mercado.
Um exemplo de inovação radical é a Uber. Nessa inovação, eles 
mudaram a lógica do mercado de transporte, baratearam o 
serviço e criaram uma força de trabalho informal gigantesca!
IMPORTANTE
A	 inovação	também	pode	ser	classificada	de	acordo	com	o	nível	de	colaboração,	 
e	entre	as	interações	de	grupos,	podendo	ser	aberta	ou	fechada.	
A	inovação	colaborativa	é	a	união	entre	as	empresas	para	buscar	soluções,	 ideias	
inovadoras	 quanto	 ao	 desenvolvimento	 de	 produtos	 ou	 serviços	 para	 um	 determinado	
problema,	 visando	 à	 satisfação	 do	 cliente.	 Também	 conhecida	 como	 inovação	 aberta,	
segundo	Magalhães	(2018),	ela	pode	ocorrer	na	interação	entre	a	empresa	e	fornecedores,	
Instituição	Científica	e	Tecnológica	(ICT),	consumidores,	competidores	e	intermediários.
112
FIGURA 19 - PRINCIPAIS COLABORADORES DA INOVAÇÃO COLABORATIVA
FONTE: Adaptado de Magalhães (2018)
EMPRESA
ConsumidoresIntermediários
ICTCompetidores
Fornecedores
Visando	 contribuir	 com	 a	 prática	 de	 inovação	 colaborativa,	 foram	 criadas	
plataformas	 abertas	 que	 possibilitam	parcerias	 pelo	mundo,	voltadas	 principalmente	
para	 a	 inovação.	De	acordo	com	SODA	 (2011),	 ela	não	é	gerada	apenas	por	meio	de	
recursos	 internos,	mas	também	através	do	acesso	de	 recursos	e	de	capacidades	de	
organizações	externas,	podendo	ser	integrados	por	meio	de	alianças	e	de	acordos	de	
cooperação.	
Exemplos de empresas que utilizam práticas de inovação 
colaborativa são: Nestlé, Embraer, 3M e Procter&Gamble.
ATENÇÃO
A	inovação	aberta	possibilita,	além	de	maior	rapidez	no	processo	de	 inovação,	a	
expansão	dos	mercados,	uma	vez	que	é	caracterizada	pela	absorção	de	conhecimento	
externo	à	organização.	Ela	é	um	processo	que	envolve	parceiros	externos,	entrada	de	
clientes,	projetos	de	fontes	abertas	e	solicitações	de	ideias	externas.	Para	isso,	adota	
práticas	 para	 construção	 de	 vínculos	 com	 agentes	 externos	 à	 organização	 visando	
identificar,	prover	e	implementar	inovações	(TIDD;	BESSANT,	2015).
113
De	acordo	com	Tidd	e	Bessant	(2015),	os	princípios	da	inovação	aberta	são:
•	 aproveitamento	de	conhecimentos	externos;
•	 pesquisa	e	desenvolvimento	têm	valor	significativo;
•	 pesquisa	não	é	essencial	para	obter	lucro;
•	 melhor	uso	de	ideias	internas	e	externas,	não	a	sua	geração.
A	abordagem	de	inovação	aberta	possibilita	(TIDD;	BESSANT,	2015):	
•	 aumento	da	base	de	conhecimento;
•	 redução	de	dependência	de	conhecimento	interno	limitado;
•	 redução	de	custos	relacionados	a	pesquisa	e	desenvolvimento	internos;
•	 ênfase	na	captura,	e	não	na	criação	de	valor;
•	 equilíbrio	de	recursos	para	buscar	e	identificar	ideias.
Todavia,	 na	 abordagem	 de	 inovação	 aberta	 ainda	 existem	 alguns	 desafios	
encontrados	 como	 a	 identificação	 de	 fontes	 relevantes	 de	 conhecimentos,	 e	 seu	
compartilhamento.	 Outro	 obstáculo	 está	 relacionado	 a	 conflitos	 de	 interesses	
comerciais,	e	negociações	dos	termos	de	licenças	e	o	uso	da	propriedade	intelectual	
(TIDD;	 BESSANT,	 2015).	 Na	 inovação	 fechada,	 o	 gerenciamento	 das	 atividades	 de	
inovação,	a	pesquisa	e	desenvolvimento	ocorre	de	forma	isolada	e	interna	na	empresa,	
por	meio	de	laboratórios	próprios	de	pesquisa.	Nesse	modelo,	a	fonte	de	conhecimento	
é	da	própria	organização,	que	tem	controle	absoluto	e	único	em	todas	as	etapas	do	
processo,	 sendo	 eles:	 desenvolvimento	 de	 ideias,	 protótipo,	 manufatura,	 mercado,	
distribuição	 e	 serviço	 (THOMAS,	 2009).	 Assim,a	 principal	 diferença	 entre	 inovação	
aberta	 e	 inovação	 fechada,	 é	 que,	 de	 acordo	 com	Thomas	 (2009),	 a	 construção	 do	
conhecimento	as	ideias,	invenções,	pesquisas	e	os	desenvolvimentos	necessários	para	
colocar	um	produto	no	mercado	são	gerados	dentro	da	própria	organização.	Contudo,	
no	sistema	aberto,	a	empresa	utiliza,	também,	recursos	externos,	como	a	tecnologia,	e	
ao	mesmo	tempo	disponibiliza	suas	próprias	inovações	para	outras	organizações.
Características	da	Inovação	Fechada	(DINO,	2017):	
•	 Todas	as	pessoas	 inteligentes	do	mercado	trabalham	para	o	desenvolvimento	de	um	
produto	em	comum.
•	 Para	ter	lucro	através	de	P&D,	as	empresas	precisam	fazer	descobertas,	desenvolvê-las	
e	comercializá-las.
•	 Controle	da	PI	(Propriedade	Intelectual),	de	modo	que	os	competidores	não	lucrem	
com	as	ideias	desenvolvidas	pela	organização.
•	 Desconfiança	de	toda	contribuição,	informação	que	vem	de	fora	da	empresa.
114
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
•	 A	inovação	acontece	não	somente	nos	produtos,	mas	também	nos	serviços.
•	 A	descoberta,	invenção	e	inovação	possuem	significados	distintos,	sendo	a	descoberta	
a	identificação,	por	meio	da	observação,	de	algo	existente	na	natureza.		A	invenção	é	a	
criação	de	algo	anteriormente	inexistente.	E	a	 inovação	é	a	 implementação	de	um	
produto,	bem	ou	serviço	novo	ou	melhorado.
•	 A	 inovação	 é	 considerada	 um	 processo	 de	 descoberta	 das	 aplicações	 econômicas	
para	as	invenções,	e	que	uma	invenção	só	poderá	ser	uma	inovação	se	for	 levada	ao	 
mercado.
•	 Os	principais	tipos	de	 inovação	são:	de	produto,	de	serviço	de	modelo	de	negócio,	 
de	comunicação,	de	marketing,	de	processo	e	organizacional.
•	 A	 inovação	 é	 classificada	 como:	 inovação radical; inovação realmente nova;	
inovação incremental;	e	inovação imitativa.
•	 Na	história	do	processo	de	inovação,	destacou-se	o	fordismo,	uma	vez	que	inovou	no	
processo	de	fabricação	de	carros,	e	a	Xerox	interface	gráfica.
•	 O	avanço	tecnológico	impulsionou	ainda	mais	as	inovações	e	possibilitou	a	colaboração	
da	 troca	 de	 ideias	 por	meio	 de	 plataformas	 digitais.	 Essas	 plataformas	 incentivaram	a	
inovação	aberta,	ou	seja,	a	troca	de	ideias	entre	as	empresas,	e	também	a	inovação	
fechada,	caracterizada	pela	criação	de	ideias	dentro	da	mesma	organização.
RESUMO DO TÓPICO 2
115
1	 Conforme	 evidenciado	 no	 decorrer	 do	 conteúdo	 deste	 tópico,	 os	 termos	 invenção,	
descoberta	e	 inovação	muitas	vezes	são	utilizados	de	forma	errônea,	como	sinônimas.	
Com	base	no	significado	desses	termos,	diferencie	descoberta,	invenção	e	inovação.
2	 Relacione	as	colunas	a	seguir:
Assinale	a	sequência	CORRETA:
a)	 (			)	 4,	1,	2,	3.
b)	 (			)	 3,	1,	2,	4.
c)	 (			)	 1,	4,	2,	3.
d)	 (			)	 4,	1,	3,	2.
3	 Neste	 tópico	 estudamos	 também	 sobre	 os	 tipos	 de	 inovação	 aberta	 e	 fechada.	 No	
sistema	 aberto,	 uma	 das	 principais	 características	 é	 utilização	 de	 recursos	 externos	
pela	empresa,	como	a	tecnologia,	e,	ao	mesmo	tempo,	ela	disponibiliza	suas	próprias	
inovações	para	 outras	 organizações.	 E	 na	 Inovação	Fechada?	Descreva	 as	 principais	
características.
AUTOATIVIDADE
(			)	A inovação	ocorre	apenas	na	primeira	empresa	a	concluir	a	P&D	
industrial,	 que	 culmina	 no	 lançamento	 do	 primeiro	 produto	 nos	
mercados.	Produtos	imitativos	são	frequentemente	novos	para	a	
empresa,	mas	não	são	novos	no	mercado.
(			)	 Inovações	 que	 incorporam	 uma	 nova	 tecnologia	 que	 resulta	
em	uma	nova	infraestrutura	de	mercado.	Também	resultam	em	
descontinuidades	tanto	no	nível	macro	 (para	mundo,	ou	todo	
um	setor	industrial)	quanto	no	micro	(para	um	grupo	de	usuários	
específicos	ou	uma	organização).
(			)	Um	produto	 realmente	novo	 resultará	em	uma	descontinuidade	 
de	 mercado	 ou	 em	 uma	 descontinuidade	 tecnológica,	 mas	 
não	incorporará	ambos.
(			)	Produtos	que	fornecem	novos	recursos,	benefícios	ou	melhorias	 
à	tecnologia	existente	no	mercado	atual.
(1)	 Inovação	
radical.
(2)	Inovação	
realmente	
nova.
(3)	Inovação	
incremental.
(4)	Inovação	
imitativa.
116
117
TÓPICO 3 — 
CARACTERÍSTICAS DA CRIATIVIDADE E A 
IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Neste	 tópico,	 vamos	 identificar	 as	 principais	 características	 e	 comportamentos	
de	 uma	 pessoa	 criativa	 que,	 segundo	 Predebon	 (2008),	 poderá	 ser	 circunstancial	 e	
compulsivo.	
Para	 isso,	 iremos	 compreender	 como	 ocorre	 o	 processo	 de	 criatividade,	 e	
a	 imaginação	 nas	mentes	 humanas	 por	meio	 das	 principais	 teorias	 evidenciadas	 na	
literatura:	Teoria	das	Quatro	Dimensões	da	Criatividade;	Teoria	da	Adaptação	–	Inovação,	
e	a	ferramenta	avaliativa	Teste	Torrance	de	Pensamento	Criativo	ou	Torrance Test of 
Creative Thinking. Essas	teorias	têm	como	objetivo	explicar	e	aprimorar	o	comportamento	
criativo.
A	partir	 desses	 estudos	perceberemos	 a	 importância	 da	motivação	 como	 fonte	
para	a	criatividade,	 abordaremos	algumas	teorias	que	tiveram	o	 intuito	de	 identificar	
os	 principais	 fatores	 que	motivaram	 as	 pessoas	 no	 sentido	 da	 inventividade,	 sendo	
elas:	Teoria	X	e	Y;	Teoria	dos	Dois	Fatores;	e	Pirâmide	das	Necessidades	de	Abraham	H.	
Maslow.	
Também	trataremos	das	possibilidades	para	gerar	motivações	nas	pessoas	a	
partir	dos	estudos	de	José	Predebon	(2008).	
Finalizando	este	tópico,	vamos	conhecer	algumas	das	mentes	mais	brilhantes	
da	humanidade	para	inspirá-lo	ainda	mais	a	ser	criativo	e	a	inovar.
Bons	estudos!
118
2 CARACTERÍSTICAS DA PESSOA CRIATIVA E 
INOVADORA
Uma	pessoa	 criativa	 possui	várias	 características	 específicas	que	 a	 difere	 das	
pessoas	que	não	possuem	essas	qualidades	tão	desenvolvidas.	Claro	que	a	criatividade	
em	cada	indivíduo	é	diferente,	e	cada	um	possui	atributos	em	níveis	distintos.	
De	acordo	com	Predebon	(2008),	a	criatividade	é	produto	de	uma	visão	de	vida,	
de	uma	opção	quanto	ao	seu	papel	no	planeta.	Esses	itens	incentivam	o	desenvolvimento	
mais	aguçado	em	algumas	competências	no	que	diz	respeito	à	criatividade.
Alguns	 cientistas	 enfatizam	que	 a	 linguagem	oral	 humana	 já	 é	 um	exercício	
para	 a	 criatividade,	 e	 o	 que	 chamamos	 de	 comportamento	 criativo	 é	 o	 exercício	 da	
imaginação	acima	da	média,	sendo	uma	das	principais	características	humanas,	nos	
diferenciando	 das	 demais	 espécies	 (PREDEBON,	 2008).	 Nas	 pesquisas	 de	 Predebon	
(2008),	o	autor	evidencia	dois	tipos	de	comportamento	criativo:	o	criativo	compulsivo	 
e	o	criativo	circunstancial.
QUADRO 4 - CARACTERÍSTICAS CRIATIVO COMPULSIVO E CRIATIVO CIRCUNSTANCIAL
FONTE: Predebon (2008, p. 20)
Criativo compulsivo Criativo circunstancial
Se	caracteriza	principalmente	pela	
compulsividade.	O	indivíduo	que	nasce	com	
o	comportamento	criativo	como	que	fazendo	
parte	de	sua	personalidade	tem	uma	postura	
de	"viciado	pelo	novo"	diante	do	mundo.	Claro	
que	o	exercício	de	sua	compulsão	inclui	o	
prazer,	mas	este	sequer	é	procurado	como	
um	fim.	Ao	acabar	cada	tarefa	de	criação,	
a	pessoa	relaxa	com	a	sensação	de	dever	
cumprido,	perante	si	própria.	Quando	não	tem	
obrigações	de	criar,	ele	descobre	desafios	no	
cotidiano,	imaginando	modificações	em	tudo,	
ou	até	mesmo	fica	"treinando",	como	no	caso	
de	um	diretor	de	arte	meu	conhecido,	que	
começa	a	criar	layouts	em	guardanapos	de	
papel,	já	na	segunda	semana	de	férias.
Com	o	indivíduo	que	as	circunstâncias	
tornaram	criativo	acontece	algo	diferente:	
ele	passa	a	deslumbrar-se	com	o	prazer	
que	advém	de	sua	criatividade	e	torna-se	
também	um	fã	dessa	condição	nova	para	si,	
adquirindo	o	"vício"	não	pela	via	compulsiva,	
mas	pelo	caminho	hedonístico.	Busca	o	
prazer	de	criar,	pelo	prazer	da	conquista	do	
"novo".	Descobre,	sem	analisar	por	que,	que	o	
novo	é	irmão	do	diferente	e	que	o	diferente,	
quando	relevante,	é	chamado	de	criativo.	O	
conceito	de	relevância	é	muito	mais	aplicado	
à	criatividade	no	dia	a	dia	ou	no	campo	
profissional	do	que	nas	artes,	que	têm	outro	
compromisso	com	a	realidade.	O	funcionário	
criativo	percebe	quesuas	ideias	são	
chamadas	de	devaneios	e	rejeitadas	quando	
não	se	articulam	com	a	realidade,	isto	é,	
quando	não	apresentam	evidentes	vantagens	
que	compensem	o	risco	que	as	mudanças	
sempre	apresentam,	em	algum	grau.
119
Assim,	podemos	perceber	algumas	diferenças	nesses	tipos	de	comportamentos	
criativos.	Outro	 item	que	 incentiva	o	aprimoramento	da	criatividade	é	a	necessidade	de	
solução,	e	está	 relacionado,	principalmente,	ao	campo	de	atuação	profissional,	uma	vez	 
que	cada	vez	mais	as	empresas	prezam	por	profissionais	qualificados	e	criativos,	em	
razão	de	a	inovação	possibilitar	mais	competitividade	no	mercado.
Em	outras	palavras,	podemos	destacar,	então,	que	uma	pessoa	criativa	possui	a	
mente	aberta	para	o	novo,	e	sempre	pergunta	o	“por	quê”?	Além	disso,	Predebon	(2008)	 
cita	a	capacidade	de	visualizar	as	coisas	sob	um	ângulo	diferente,	a	partir	de	um	outro	
ponto	de	vista,	é	fundamental	para	o	processo	de	criatividade.
Conforme	mencionamos,	a	criatividade	é	um	diferencial	no	acirrado	mercado	
de	trabalho,	mas	não	é	porque	não	nascemos	com	características	de	pessoas	criativas,	 
que	 não	 podemos	 desenvolvê-las.	 Para	 isso,	 Baxter	 (1998),	 implementou	 um	 dos	
primeiros	modelos	do	pensamento	criativo	 identificando	a	partir	da	 inspiração	outras	
quatro	etapas	nesse	processo:
FIGURA 20 – ETAPAS DO PENSAMENTO CRIATIVO
FONTE: Adaptado de Baxter (1998)
120
A Inspiração	 é	 considerada	 como	 um	 primeiro	 sinal	 para	 a	 descoberta.	
Já	 na	 fase	 de	 Preparação,	 ocorre	 a	 coleta	 de	 informações	 necessárias	 sobre	 o	
problema	em	questão,	envolvendo	associações,	combinações	e	contextualizações	do	 
problema;	em	seguida,	na	 Incubação,	 ocorre	o	afastamento	temporário	do	problema,	
o	armazenamento	das	informações,	para	descanso	mental;	na	fase	de	Iluminação,	a	
pessoa	tem	uma	ideia	(momento	eureca)	e	chega	a	uma	solução	criativa;	e	por	fim,	na	
Verificação,	ocorre	o	ajuste	e	implementação	da	solução	idealizada	(BAXTER,	1998).
A partir desse modelo, percebemos que a criatividade	 é	 a	 união	 de	esforço 
e	 de	 imaginação,	 uma	 vez	 que	 as	 pessoas	 devem	 estar	 preparadas	 para	 tal	 objetivo.	
Assim,	 foram	 surgindo	 várias	 técnicas	 para	 incentivar	 a	 criatividade	 nas	 organizações,	 
e	 novas	 teorias	 que	 passaram	 a	 considerar	 um	 grupo	 de	 fatores	 aos	 quis	 estão	
relacionados	e	o	ambiente	em	que	vivem.	
Em 1961, Rhodes desenvolveu o modelo das Quatro Dimensões 
da Criatividade: pessoa, produto, processo e ambiente (pressão). 
Rhodes concluiu que somente haveria criatividade se todos esses 
fatores fossem estudados e entendidos em conjunto.
IMPORTANTE
3 TEORIAS DE PESSOAS CRIATIVAS
A	partir	da	importância	de	características	de	criatividade	nas	pessoas,	diversos	
estudos	 foram	 realizados	visando	aprimorar	 tal	 comportamento.	De	acordo	com	Alves	
e	Castro	(2015,	p.	55)	“o	desenvolvimento	humano	é	um	processo	contínuo	e	dinâmico	
que	 envolve	 a	 personalidade,	 por	 isso,	 a	 criatividade	 está	 ligada	 às	 características	
psicológicas	das	etapas	evolutivas	do	ser	[...]”.	
Assim,	o	estudo	de	traços	de	personalidade,	aptidões,	 interesses	e	motivações	
contribui	 para	 o	 desenvolvimento	 da	 capacidade	 criativa.	 Diversas	 técnicas	 que	
incentivam	 o	 autoconhecimento	 possibilitam	 o	 aprimoramento	 de	 criatividade,	
apresentando	também	a	percepção	de	que	o	mundo	pode	ser	transformado	(ALVES;	
CASTRO,	 2015).	 Dessa	maneira,	 em	 nossos	 estudos,	 abordaremos	 as	 principais	 teorias	
da	criatividade:	Teoria	das	Quatro	Dimensões	da	Criatividade;	e	Teoria	da	Adaptação-
Inovação	ou	Kirton Adaptation-Innovation Theory (KAI).
121
3.1 TEORIA DAS QUATRO DIMENSÕES DA CRIATIVIDADE
Essa	teoria	foi	criada	pelo	cientista	educacional	norte-americano	James	Melvin	
Rhodes	em	1961.	Em	suas	pesquisas	ele	visou	identificar	uma	definição	universal	para	
criatividade.	
Todavia,	 em	 suas	 investigações,	 principalmente	 nas	 décadas	 de	 1950	 e	 1960,	
ele	não	obteve	sucesso,	uma	vez	que	eram	inúmeras	conceituações.	Mas,	a	partir	delas,	
ele	 identificou	 convergências,	 possibilitando	 agrupá-las	 em	 quatro	 grandes	 aspectos	
essenciais	 para	 a	 criatividade,	 também	 conhecido	 como	 4Ps: pessoas	 (person),	
processo	 (process),	produto	 (product)	e	ambiente	 (press).	O	autor	enfatiza	que	só	
há	criatividade	se	esses	quatro	fatores	são	estudados	e	entendidos	em	conjunto	e	não	
como	itens	separados	sem	relação	(RHODES,	1961).
Rhodes	(1961,	p.	305)	conceituou	a	criatividade	como	“o	substantivo	que	nomeia	
o	 fenômeno	em	que	uma	pessoa	comunica	um	novo	conceito,	 este	novo	conceito	é	o	
produto.	O	processo	 é	 a	 atividade	ou	processo	mental	 e,	 como	não	 se	 concebe	um	
indivíduo	operando	em	um	vácuo,	o	termo	ambiente	(Press)	está	implícito”.
Nesse	 viés,	 Fox	 (2012)	 e	 Rhodes	 (1961)	 destacam	 que	 no	 item	 pessoa	 são	
identificadas	 informações	 de	 personalidade,	 intelecto,	 temperamento,	 físico,	 traços,	
hábitos,	 atitudes,	 autoconceito,	 crenças,	mecanismos	de	defesa	e	 comportamentos;	
em	processo,	 engloba	 estudos	 sobre	 questões	 relacionadas	 às	 etapas	 da	 experiência	
criativa	 como	 estratégias,	 métodos	 e	 técnicas	 para	 gerar	 e	 analisar	 ideias,	 resolver	
problemas,	 tomar	 decisões	 e	 gerenciar	 seu	pensamento	durante	 o	 processo	 criativo	
com	a	 promoção	do	 seu	desenvolvimento	 e	 de	 elementos	 cognitivos	 como	motivação,	
percepção,	 aprendizagem,	 pensamento	 e	 comunicação;	 no	 ambiente,	 atrela-se	 a	
relação	entre	os	indivíduos	e	o	seu	ambiente,	é	o	lugar	onde	os	outros	“Ps”	convivem	
e	 integram-se,	exerce	uma	pressão	sobre	o	 indivíduo	e	esta	tanto	pode	ajudar	como	
dificultar	a	expressão	criativa;	e,	por	fim,	o	produto	refere-se	ao	pensamento	que	foi	
comunicado	a	outros	sujeitos	na	forma	de	palavras,	quadros,	metal,	pedra,	tecido	ou	
outro	material.
122
FIGURA 21 – 4Ps
FONTE: Adaptado de Fox (2012)
Pessoa
Processo Produto
Ambiente
3.2 TEORIA DA ADAPTAÇÃO-INOVAÇÃO
A	 Teoria	 da	 Adaptação-Inovação,	 ou	 Kirton Adaptation-Innovation Theory 
(KAI).	Kirton	(1976)	analisa	e	classifica	pessoas	em	termos	de	padrões	da	criatividade,	
tomada	de	decisões	e	resolução	de	problemas.	A	partir	de	tal	análise,	o	indivíduo	pode	
ser	classificado	em	adaptadores	e/ou	inovadores.	Os	adaptados,	para	Kirton	(1976),	são	
as	pessoas	que	preferem	resolver	um	problema	sem	ter	que	modificar	uma	estrutura,	
ou	 paradigma	 existente,	 e	 que	 possuem	 como	 características	 a	 precisão,	 eficiência,	
disciplina	e	atenção	às	normas.	Já	os	inovadores	resolvem	problemas	revolucionando	
paradigmas,	e	são	caracterizados	por	propor	soluções	 inovadoras,	 indisciplina	e	desafiar	
regras.	A	partir	desses	dois	polos	de	tomada	de	decisão	e	solução	de	problemas,	Kirton	
(1976)	indica	as	seguintes	percepções	por	“fazer	as	coisas	melhor”	ou	“fazer	as	coisas	
diferentemente”.
FIGURA 24 – TEORIA DA ADAPTAÇÃO-INOVAÇÃO
FONTE: Adaptado de Vasconcelos, Guedes e Cândido (2007)
"Fazer as coisas melhor"
Adaptação
"Fazer as coisas 
diferentemente"
Inovação
123
Tal	teoria	visa	contribuir	para	que	as	pessoas	compreendam	suas	preferências	
e	de	outras	pessoas	e	comportamentos,	auxiliando	na	tomada	de	decisão	e	solução	
de	 problemas	 (KIRTON,	 1976)	 Características	 existentes	 entre	 as	 pessoas	 consideradas	
adaptadoras	e	inovadores	(PUCCIO,	1999):
Adaptadores:
•	 São	 precisos,	 confiáveis,	 eficientes,	 metódicos,	 prudentes,	 disciplinados	 e	
conformistas.
•	 Preocupam-se	mais	em	resolver	problemas	do	que	em	edificá-los.
•	 Preferem	resolver	problemas	por	métodos	já	conhecidos	e	testados.
•	 Amenizam	 problemas	 investindo	 no	 aperfeiçoamento	 da	 eficiência;	 tentam	
preservar	ao	máximo	a	continuidade	e	a	estabilidade.
•	 São	vistos	como	sensatos,	bem	ajustados	e	confiáveis.
•	 Tendem	a	transformar	meio	em	objetivos.
•	 Parece	que	o	tédio	nunca	os	atinge.	São	capazes	de	manter	alta	precisão	mesmo	
em	longas	jornadas	de	trabalho	minucioso.
•	 Assume	a	liderança	dentro	de	estruturas	predefinidas.
•	 Desafiam	regrasraramente,	cautelosamente	e	apenas	quando	contam	com	forte	
apoio.
•	 Tendem	 a	 ser	 bastante	 autocríticos;	 reagem	 a	 críticas	 aderindo	 ainda	mais	 ao	
sistema.
•	 São	vulneráveis	à	autoridade	e	à	pressão	social;	tendem	a	seguir	regras.
•	 São	essenciais	ao	funcionamento	rotineiro	da	organização,	mas	de	vez	em	quando	
precisam	ser	“arrancados”	de	seus	paradigmas.	
Inovadores:
•	 São	vistos	como	pessoas	 indisciplinadas,	que	pesam	tangencialmente	e	abordam	 
os	problemas	por	ângulos	diferentes.
•	 Descobrem	problemas	quanto	soluções.	 Lidam	com	os	problemas	questionando	 
os	paradigmas	preexistentes.
•	 “Ateiam	 fogo”	 em	 equipes	mornas;	 tratam	os	 consensos	 com	 irreverência;	 são	
tidos	como	cáusticos,	criadores	de	dissonância.
•	 São	vistos	como	insensatos	e	pouco	práticos;	muitas	vezes	entram	em	choque	
com	seus	opositores.
•	 Ao	perseguir	seus	objetivos,	dão	pouca	atenção	aos	meios	tradicionais.
•	 Suportam	uma	rotina	de	trabalho	minucioso	 (manutenção	de	sistemas)	apenas	
por	períodos	curtos;	rapidamente	delegam	tarefas	rotineiras.
•	 Em	situações	não	estruturadas,	tendem	a	assumir	o	controle.
•	 Desafiam	 regras	 com	 frequência;	 têm	 pouco	 respeito	 por	 tradições. 
Parecem	não	duvidar	 de	 suas	novas	 ideias;	 não	precisam	da	 aprovação	 alheia	
para	manter	a	autoconfiança.
•	 Saem-se	muito	bem	em	momentos	de	crise;	podem	até	mesmo	evitá-las,	caso	
consigam	canalizar	seus	esforços	para	isso.	
124
Adaptadores ao colaborar com inovadores:
•	 São	 precisos,	 confiáveis,	 eficientes,	 metódicos,	 prudentes,	 disciplinados	 e	
conformistas.
•	 São	fontes	de	estabilidade,	ordem	e	continuidade.
•	 Mantêm	 a	 coesão	 e	 a	 cooperação	 da	 equipe	 –	 são	 sensíveis	 a	 questões	
interpessoais.
•	 Fornecem	uma	base	segura	para	operações	mais	arriscadas.	
Inovadores ao colaborar com adaptadores:
•	 São	vistos	como	pessoas	 indisciplinadas,	que	pesam	tangencialmente	e	abordam	 
os	problemas	por	ângulos	diferentes.
•	 Estabelecem	 orientação	 para	 tarefas,	 rompendo	 com	 as	 teorias	 aceitas	 do	
passado.
•	 Muitas	vezes	ameaçam	a	coesão	e	a	cooperação	da	equipe	–	são	 insensíveis	a	
questões	interpessoais.
•	 Fornecem	 a	 dinâmica	 para	 que	 mudanças	 radicais	 periódicas	 sejam	
desencadeadas.
A	princípio	pode	parecer	que	somente	os	 inovadores	são	os	criativos,	porém	
os	 adaptadores	 também	 o	 são,	 mas	 dentro	 do	 seu	 ambiente.	 Já	 os	 inovadores	
procuram	 romper	 o	 ambiente	 em	 busca	 da	 criatividade.	 Por	 exemplo,	 a	 criatividade	
inovadora	proporcionou	a	criação	do	automóvel,	e	a	adaptadora	permitiu	a	utilização	
de	diversos	tipos	de	combustíveis.	Portanto,	há	uma	sinergia	entre	aqueles	que	são	 
adaptadores	e	os	inovadores.	Os	dois	tipos	se	complementam.
FONTE: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/administracao/criatividade-nas-
organizacoes-a-pessoa-criativa-e-suas-dimensoes/43648>. Acesso em: 23 jun. 2020.
Sabia que o conceito da Barbie foi rejeitado em diversos Focus Group 
(discussão em grupo)? Um insight de uma mãe que falou que gostou 
da boneca, pois a ajudaria a ensinar a filha a se vestir, fez com que a 
empresa pensasse que não só essa poderia ser a abordagem correta 
para o mercado, como uma nova fonte de receita.
ESTUDOS FUTUROS
125
3.3 FERRAMENTA AVALIATIVA – TESTE TORRANCE DE 
PENSAMENTO CRIATIVO OU TORRANCE TEST OF 
CREATIVE THINKING
Além	 da	 definição,	 a	 avaliação	 da	 criatividade	 vem	 sendo	 alvo	 de	 diversos	
estudos,	resultando	em	algumas	ferramentas	que	visam	mensurar	o	nível	de	criatividade.	
Em	 nossos	 estudos,	 tendo	 como	 base	 a	multiplicidade	 de	métodos	 e	 de	 instrumentos	
que	 têm	 surgido	 ao	 longo	 de	meio	 século,	 iremos	 investigar	 sobre	 o	 Torrance Tests of 
Creative Thinking	 (TTCT),	devido	a	ser	o	teste	de	criatividade	mais	divulgado	e	estudado	 
internacionalmente	(AZEVEDO;	MORAIS,	2012).
Desenvolvido	 pelo	 psicólogo	 americano	 Ellis	 Paul	 Torrance,	 em	 1996,	 é	 o	 teste	
mais	 utilizado	 para	 tentar	 mensurar	 o	 nível	 de	 criatividade	 de	 uma	 pessoa.	 No	 Teste	
Torrance	de	Pensamento	Criativo	ou	Torrance Test of Creative Thinking	(TTCT),	as	pessoas	
são	submetidas	a	um	esforço	com	o	 intuito	de	descobrir	uma	solução	criativa	para	um	 
determinado	 problema	 ou	mesmo	 finalizar	 o	 que	 está	 incompleto.	 Ele	 é	 constituído	
por	 provas	verbais	 e	 figurativas	 compostas	 por	 tarefas	 diversas	 como	questões,	 e	 a	
descoberta	 de	 causa	 e	 consequência,	 aperfeiçoamento	 e	 complemento	 de	 figuras,	
entre	outros	(AZEVEDO;	MORAIS,	2012).
FIGURA 22 – EXEMPLO DE TESTE DE TTCT
FONTE: <https://criatividade.files.wordpress.com/2007/12/torrance.jpg>. Acesso em: 18 jun. 2020.
É	 um	processo	 de	 autoavaliação	 e	 desenvolvimento	 que	 tem	 como	 objetivo	
identificar	alguns	indicativos	da	pessoa	criativa,	como	(PORTAL	EDUCAÇÃO,	2012,	s.p.):
126
• Fluência:	 refere-se	 à	 quantidade	 de	 respostas.	 Quanto	 mais	
possibilidades	a	pessoa	levantar,	mais	fluente	é.
• Flexibilidade:	 refere-se	 ao	 número	 de	 categorias	 em	 que	 as	
respostas	se	encaixam.	Por	exemplo,	uma	pessoa	poderia	sugerir	
pouco	uso	para	o	celular,	porém	em	categorias	diferentes,	como:	
falar,	mandar	uma	mensagem,	fotografar,	utilizar	na	função	GPS,	
pagar	conta,	ler	e-mail,	entre	outros.
• Originalidade:	 refere-se	 à	 raridade	 da	 resposta.	 Os	 resultados	
do	participante	são	comparados	com	os	de	outros	e	as	respostas	
mais	raras	são	consideradas	as	mais	originais.
• Elaboração:	refere-se	ao	detalhamento	da	resposta.	Quanto	mais	
pormenorizada	e	precisa,	mais	elaborada	ela	é.
Portal	 Educação	 (2012,	 s.p.)	 também	 evidencia	 outras habilidades como 
características da pessoa criativa:
• Análise:	 capacidade	de	 decompor	 um	elemento	 em	 fragmentos	
menores.	Está	ligada	à	habilidade	de	isolar	problemas.
• Síntese:	capacidade	de	compilar	fragmentos	e	formar	um	todo.	
Essa	característica	também	está	 relacionada	à	habilidade	de	extrair	
os	elementos	mais	importantes	de	diferentes	ideias,	fazendo	um	
resumo	dos	“principais	pontos”.
• Abertura:	 capacidade	de	 se	 desvincular	 de	 esquemas	mentais	
rígidos	e	preconcebidos.
• Comunicação: capacidade	 de	 verbalizar	 seus	 pensamentos	 e	
emoções	e	de	explicar	aos	outros	as	suas	ideias.
• Sensibilidade para problemas:	capacidade	de	perceber	pontos	
que	podem	ser	melhorados.
• Redefinição: capacidade	de	encontrar	novas	aplicações	para	um	
objeto.	
• Nível de inventividade: capacidade	de	criar	elementos	novos	e,	
ao	mesmo	tempo,	valiosos,	úteis.
FIGURA 23 - HABILIDADES COMO CARACTERÍSTICAS DA PESSOA CRIATIVA
FONTE: Adaptado de Azevedo e Morais (2012)
127
4 A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO PARA A 
CRIATIVIDADE
A	motivação	é	essencial	para	o	processo	de	criatividade.	Ela	é	responsável	pelo	
impulso	no	comportamento	do	ser	humano	para	uma	determinada	ação,	estimulando	a	
realização	de	tarefas	para	que	o	objetivo	esperado	seja	alcançado	de	forma	satisfatória.	
Possui	três	pilares,	sendo	eles:	foco,	intensidade	e	permanência	(GOIS,	2011).
"A	motivação	é	específica.	Uma	pessoa	motivada	para	trabalhar	pode	não	ter	
motivação	para	estudar	ou	vice-versa.	Não	há	um	estado	geral	de	motivação,	que	leve	
uma	pessoa	a	sempre	ter	disposição	para	tudo"	(MAXIMIANO,	2007,	p.	250).
	 Precisamos	 conseguir	 desenvolver	 motivações	 para	 desbloquear	 e	 ativar	
nossa	 ação	 inovadora.	Achar	 esse	 tipo	 de	 estímulo,	 por	 um	 lado,	 é	 essencial,	 e	 por	
outro	lado,	simplesmente,	tem	efeitos	mágicos.	O	pensamento	criativo	contraria	o	fluxo	
normal	do	 raciocínio	 lógico,	e	por	 isso	só	tem	 lugar	quando	existe	uma	força	específica	
motivadora.	 Precisamos	 encontrá-la	 se	 quisermos	 ser	 criativos.	 Onde	 a	 procuraremos?	 
(PREDEBON,	2008).
Com	 base	 na	 importância	 da	 criatividade	 e	 motivação	 nas	 empresas,	 uma	
vez	 que	 estão	 diretamente	 relacionadas,	 diversos	 estudos	 foram	 realizados	 visando	
compreender	a	motivação	humana	(GOIS,	2011).	
Entre	diversas	investigações	podemos	destacar:	
4.1 PIRÂMIDE DAS NECESSIDADES DE ABRAHAMH. 
MASLOW
A Pirâmide das	Necessidades	de Maslow,	também	chamada	de hierarquia	das	
necessidades de Maslow,	é	um	conceito	criado	na	década	de	1950	pelo	psicólogo	norte-
americano  Abraham	H.  Maslow.	 Seu	 objetivo	 é	 determinar	 o	 conjunto	 de	 condições	
necessárias	para	que	um	indivíduo	alcance	a	satisfação,	seja	ela	pessoal	ou	profissional.
Essa	 teoria	 apresenta	 uma	 hierarquia	 para	 as	 necessidades	 humanas.	 Ele	
identificou	que	 algumas	necessidades	 são	 qualitativamente	 diferentes,	 por	 exemplo,	
a	 necessidade	 de	 comer	 é	 diferente	 da	 necessidade	 de	 tornar-se	 presidente	 de	
um	país.	Assim,	 ele	 descreve	 quais	 são	 as	mais	 básicas,	 sendo	 a	 base	 da	 pirâmide,	
e	as	mais	elaboradas	que	estão	evidenciadas	no	topo	da	pirâmide.	As	necessidades	
base	 são	 aquelas	 consideradas	 necessárias	 para	 a	 sobrevivência,	 enquanto	 as	mais	
complexas	são	necessárias	para	alcançar	a	satisfação	pessoal	e	realização	profissional	 
(BUENO, 2002).
128
FIGURA 25 – PIRÂMIDE DAS NECESSIDADES
FONTE: BUENO ( 2002)
Autorrealização
Estima
Sociais
Segurança
Fisiológicas
A teoria de Maslow enfatiza que apenas quando uma necessidade 
for satisfeita o ser humano terá necessidade da próxima.
ATENÇÃO
Em	 termos	 gerais,	 e	 como	 citado	 por	 Abraham	Maslow	 na	 década	 de	 1960,	
destaca-se	a	relação	de	sua	teoria	com	a	necessidade	a	partir	da	seguinte	afirmação:	“o	
homem	criativo	não	é	o	homem	comum	ao	qual	se	acrescentou	algo;	o	homem	criativo	 
é	o	homem	comum	do	qual	nada	se	tirou”.	
A	partir	dessa	frase	percebemos	que	para	a	criatividade	é	necessário	o	estímulo,	
a	necessidade	de	autorrealização,	sendo	esse	o	topo	da	pirâmide.	Logo,	se	todas	as	
necessidades	anteriores	forem	supridas,	o	indivíduo	não	terá	dificuldade	em	ser	criativo	
(PREDEBON,	2008).
4.2 TEORIA DOS DOIS FATORES
A Teoria dos Dois Fatores,	desenvolvida	pelo	americano	Frederick Herzberg,  
foi	elaborada	a	partir	de	entrevistas	realizadas	com	diversos	profissionais	da	área	industrial.	
O	objetivo	de Herzberg	era	identificar	quais	fatores	causavam	a	satisfação	e	a	insatisfação	 
dos	 empregados	 no	 ambiente	 de	 trabalho.	 Para	 isso,	 nas	 entrevistas	 realizadas	 ele	
questionava	sobre	o	que	atraia	e	não	atraia	os	entrevistados	nas	empresas	que	trabalhavam	
(PERIARD,	2011a).
129
A	partir	da	identificação	desses	itens	Herzberg, dividiu os entrevistados em 
dois grupos: motivacionais e higiênicos. 
QUADRO 5 – FATORES HIGIÊNICOS E MOTIVADORES, SEGUNDO HERZBERG
FONTE: Bueno (2002, p. 14)
Fatores que previnem a insatisfação 
(higiênicos)
Fatores que geram satisfação 
(motivadores)
Salário Realização
Condições	de	trabalho	 Reconhecimento
Relação	com	pares,	com	supervisor	e	com	
subordinados
Responsabilidade
Segurança	
política	e	administração	da	companhia
Progresso	
Desenvolvimento
Os	 fatores	 higiênicos	 referem-se	 às condições	 físicas	 do	 ambiente	 de	 trabalho,	
salário,	 benefícios	 sociais,	 políticas	 da	 organização,	 clima	 organizacional,	 oportunidades	
de	 crescimento	 etc.	 Esses	 fatores	 são	 suficientes	 apenas	 para	 evitar	 que	 as	 pessoas	
fiquem	desmotivadas,	mas	não	é	o	 elemento	motivador.	Já	os	fatores motivacionais 
estão	 relacionados	 ao	 do	 conteúdo	 do	 cargo,	 às	 tarefas	 e	 às	 atividades	 relacionadas	
com	o	cargo	em	si,	 incluem	liberdade	de	decidir	como	executar	o	trabalho,	uso	pleno	
de  habilidades	 pessoais,	 responsabilidade	 total	 pelo	 trabalho,	 definição	 de	 metas	 e	
objetivos	 relacionados	 ao	 trabalho	 e	 autoavaliação	 de	 desempenho.	 São	 chamados	
fatores	satisfacientes.	A	presença	produz	motivação,	enquanto	a	ausência	não	produz	
satisfação.	Também	chamados	de	intrínsecos	(BUENO,	2002).
A	 partir	 de	 tal	 teoria	 percebemos	 que	 os	 fatores	 motivacionais	 permitem	
a	 autorrealização	 (topo	 da	 pirâmide	 de	 Maslow),	 contribuindo	 também	 para	 o	
desenvolvimento	do	potencial	intelectual	e	criativo.	
4.3 TEORIA X E Y
A	Teoria	 X	 e	Y	 foi	 criada	 por	McGregor.	 Ela	 parte	 do	 pressuposto	 de	 que	 os	
trabalhadores	 não	 gostam	 de	 obter	 responsabilidades	 e	 não	 gostam	 das	 tarefas	 do	
trabalho,	 sendo	 necessárias	 ordens	 superiores	 para	 realizar	 as	 atividades.	 “Estas	
ordens	vêm	sempre	acompanhadas	de	punição,	elogios,	dinheiro,	coação	etc.;	artifícios	
utilizados	pelos	gestores	para	tentar	gerar	um	empenho	maior	do	colaborador”	(PERIARD,	
2011b,	s.p.).
130
Os	princípios	básicos	da	Teoria X	são:
•	 Um	indivíduo	comum,	em	situações	comuns,	evitará	sempre	que	
possível	o	trabalho;
•	 Alguns	 indivíduos	só	trabalham	sob	forte	pressão.	Eles	precisam	ser	
forçados,	controlados	e	às	vezes	ameaçados	com	punições	severas	
para	que	se	esforcem	em	cumprir	os	objetivos	estabelecidos	pela	
organização.
•	 O	ser	humano	ordinário	é	preguiçoso	e	prefere	ser	dirigido,	evita	
as	responsabilidades,	tem	ambições	e,	acima	de	tudo,	deseja	sua	
própria	segurança.
[...]
Os	princípios	básicos	da	Teoria Y	são:
•	 O	 esforço	 físico	 e	 mental	 empregado	 no	 trabalho	 é	 tão	 natural	
quanto	o	empregado	em	momentos	de	lazer;
•	 O	 atingimento	 dos	 objetivos	 da	 organização	 está	 ligado	 às	
recompensas	associadas	e	não	ao	controle	rígido	e	às	punições;
•	 O	indivíduo	comum	não	só	aceita	a	responsabilidade	do	trabalho,	
como	também	a	procura.
•	 Os	 indivíduos	são	criativos	e	 inventivos,	buscam	sempre	a	solução	
para	os	problemas	da	empresa;
•	 Os	 trabalhadores	 têm	a	 capacidade	de	 se	 autogerirem	nas	 tarefas	
que	visam	atingir	objetivos	pessoais	e	estratégicos	da	organização.	 
Sem	a	necessidade	de	ameaças	ou	punições;
•	 O	trabalhador	normalmente	não	faz	aquilo	que	não	acredita.	Por	
isso	exige	cada	vez	mais	benefícios	para	compensar	o	incômodo	
de	desempenhar	uma	função	desagradável	(PERIARD,	2011b,	s.p.).
Assim,	Periard	 (2011b,	 s.p.)	 cita	que	 “na	 teoria	X	o	 indivíduo	é	motivado	pelo	
menor	esforço,	demandando	um	acompanhamento	por	parte	do	líder.	Já	na	Teoria	Y,	as	
pessoas	são	motivadas	pelo	máximo	esforço,	demandando	uma	participação	maior	nas	
decisões	e	negociações	inerentes	ao	seu	trabalho”.
• Na Teoria X: o trabalho é, em si mesmo, desagradável 
para a maioria das pessoas.
• Na Teoria Y: o trabalho é tão natural como o lazer, se as 
condições forem favoráveis.
IMPORTANTE
131
4.4 CAMINHOS PARA GERAR MOTIVAÇÃO
Manter	 uma	 equipe	 motivada	 é	 um	 constante	 desafio	 enfrentado	 pelas	
empresas.	 Para	manter	 o	 grupo	 de	 trabalho	motivado	 é	 essencial	 manter	 uma	 boa	
energia	no	ambiente,	o	incentivo	por	meio	de	metas	atingidas,	bom	clima	organizacional,	
e	 possibilitar	 a	 realização	 pessoal	 do	 empregado.	 De	 acordo	 com	 Predebon	 (2008),	
quando	 conseguimos	 transformar	 nossas	 tarefas	 em	 meios	 de	 afirmação	 e	 nossos	
obstáculos	em	desafios,	passamos	a	colher	muitas	oportunidades	de	aprimoramento	
em	nosso	dia	a	dia	e,	também,	mobilizamos	a	motivação	necessária	para	a	ação	criativa.
Não	 há	 uma	 receita	 para	 a	 motivação,	 mas	 manter	 uma	 visão	 mais	 leve,	
pensamento	 positivo,	 esperança,	 ânimo	 e	 fé	 contribuem	 para	 maior	 entusiasmo	 e	
motivação.	No	entanto,	além	de	tais	aspectos,	existem	também	alguns	recursos	que	
podem	contribuir,	portanto	muito	cuidado,	muitas	vezes	as	pessoas	acabam	se	tornando	
refém	do	materialismo.	O	ideal,	de	acordo	com	Predebon	(2008),	é	balancear	o	idealismo	 
e	o	materialismo,	e	sempre	ter	um	objetivo,	um	caminho	para	o	crescimento	pessoal.	
Para	 adotar	 um	novo	posicionamento	no	 trabalho	 é	 necessário	 organização	 e	
disciplina.	Neste	 sentido,	 temos	que	 realizar	 um	balanço	 sincero,	 de	 como	estamos,	
evidenciar	o	ponto	de	partida	e	para	onde	queremos	chegar.	Esse	pode	ser	um	momento	
delicado,	 é	 importante	 que	 não	 ocorra	 sentimento	 de	 culpa	 ou	 arrependimento.	
Predebon	(2008)	enfatiza	que	somos	imperfeitos,	e	que	não	temos	muito	orgulho	dos	
nossos	erros,	mas	saber	que	estamos	tentando	melhorar,	faz	toda	a	diferença.	
Dica de filmes sobre o assunto abordado neste tópico:
• O Lobo de Wall Street (2013), dirigidopor Martin Scorsese.
• Um sonho possível (2009), direção de John Lee Hancock.
• Capitão Phillips (2013), direção de Paul Greengrass.
DICA
132
LEITURA
COMPLEMENTAR
MENTES MAIS BRILHANTES DA HISTÓRIA DA CIÊNCIA
Ruan	Bitencourt	Silva
[...]
Nicolau Copérnico (1473-1543)
A	partir	de	suas	observações	do	céu	a	olho	nu,	
pois	a	luneta	ainda	não	havia	sido	inventada,	o	polonês	
Nicolau	 Copérnico	 fez	 uma	 descoberta	 que	 causou	
a	 primeira	 grande	 revolução	 em	 nossa	 concepção	
do	 universo.	 Estudioso	 de	 astronomia,	 matemática	
e	 medicina,	 ele	 escreveu	 “Sobre	 as	 Revoluções	 das	
Esferas	Celestes”,	na	qual	afirmou	que	a	Terra	gira	em	
torno	de	seu	próprio	eixo	uma	vez	por	dia	e	em	torno	do	
Sol	uma	vez	por	ano.	
Numa	época	em	que	os	dogmas	da	então	poderosa	Igreja	Católica	afirmavam	que	
a	Terra	ficava	parada	no	espaço	e	era	o	centro	do	universo,	a	descoberta	de	Copérnico	
era	 fantástica	 e	 ousada.	 Sua	 concepção	 de	 heliocentrismo,	 ainda	 que	 imperfeita,	 pois	 
previa	 órbitas	 circulares	 dos	 planetas	 em	 torno	 do	 Sol,	 quando	na	verdade	 elas	 são	
elípticas,	 iniciou	 um	 fabuloso	 processo	 de	 descobertas	 astronômicas	 e	 físicas	 nas	
décadas	a	seguir.	
Galileu Galilei (1564-1642)
O	italiano	Galileu	Galilei	foi	um	dos	primeiros	a	
perceber	como	a	matemática	aplicada	aos	fenômenos	
naturais	 nos	 propicia	 um	 poder	 extraordinário	 para	
compreender	 o	 que	 acontece	 no	 cosmo.	 Algumas	
décadas	depois	de	Copérnico	ter	concebido	o	sistema	
heliocêntrico,	Galilei	o	confirmou	após	dedicar	sua	vida	
à	 pesquisa,	 à	 observação	 dos	 planetas,	 aos	 cálculos	 
e	ao	aperfeiçoamento	do	telescópio.	
Além	 da	 concepção	 heliocêntrica,	 Galilei	 cometeria	 outra	 heresia	 ao	 contestar	
os	pensamentos	inquestionáveis	de	Aristóteles	sobre	o	movimento.	Mas	foi	sua	afirmação	
de	que	a	Terra,	assim	como	os	outros	planetas	conhecidos,	girava	em	torno	do	Sol,	o	que	
o	levou	ao	tribunal	da	Santa	Inquisição.	Para	escapar	da	morte	na	fogueira,	Galilei	assinou	 
uma	declaração	na	qual	 se	 considerava	um	pecador	 por	 tal	 afirmação.	No	 entanto,	 após	 
tê-la	assinado,	ele	teria	murmurado:	“Contudo,	ela	se	move”.
133
Johannes Kepler (1571-1628)
Contemporâneo	de	Galileu	Galilei,	Kepler	foi	responsável	
por	descobrir	que	a	volta	que	os	planetas	dão	em	torno	do	Sol	
é	 elíptica	 e	 não	 circular	 como	 acreditavam	 Copérnico	 e	 Galilei.	
Sua	 dedicação	 à	matemática	 euclidiana	 era	 tal	 que	 acreditava	
que	a	geometria	em	si	era	a	manifestação	de	Deus	no	mundo.	O	
talento	matemático	do	alemão	Kepler	o	levou	a	trabalhar	ao	lado	 
do	nobre	dinamarquês	e	matemático	imperial	Tycho	Brahe.	
O	 dinamarquês	 possuía	 observações	 astronômicas	
muito	 mais	 precisas	 do	 que	 qualquer	 um	 naquela	 época	
e	 elas	 foram	 fundamentais	 para	 as	 conclusões	 de	 Kepler.	 O	
movimento	orbital	de	Marte,	observado	por	Brahe,	levou	Kepler	
a	descobrir	que	as	órbitas	dos	planetas	em	torno	do	Sol	eram	elípticas.	E	ele	foi	além.	O	
alemão	 desenvolveu	 as	 três	 leis	 fundamentais	 dos	movimentos	 planetários	 e	 com	 isso	
fundou	a	astronomia	moderna.	
Isaac Newton (1642-1727)
O	 legado	 de	 Copérnico,	 Galilei	 e	 Kepler	 foi	
fundamental	para	que	o	inglês	Isaac	Newton	desenvolvesse	
suas	 ideias	 sobre	 gravitação	 universal,	 uma	 audaciosa	
suposição	 que	mudou	o	 destino	 da	 ciência.	Ainda	 jovem,	
Newton	desenvolveu	o	cálculo,	uma	das	mais	importantes	
áreas	 da	 matemática	 moderna,	 além	 de	 ter	 elaborado	 o	
conceito	de	força	e	a	teoria	mecânica.	O	cálculo	possibilitou	
a	Newton	ter	as	técnicas	necessárias	para	suas	descobertas	 
a	respeito	da	gravidade.	
A	primeira	de	suas	três	famosas	 leis	diz	que	um	corpo	permanece	em	repouso	
ou	 em	movimento	 uniforme	 ao	 longo	 de	 uma	 linha	 reta,	 a	 menos	 que	 sofra	 ação	 de	
uma	força	externa	(lei	da	 inércia).	A	segunda	afirma	que	o	efeito	de	uma	força	contínua	
sobre	um	corpo	inicialmente	em	repouso	ou	em	movimento	uniforme	é	fazê-lo	acelerar.	 
E	a	terceira	diz	que	se	um	corpo	exerce	uma	força	sobre	o	outro,	o	segundo	exercerá	
ao	mesmo	tempo	força	oposta	e	da	mesma	 intensidade	sobre	o	primeiro.	Newton,	ao	
combinar	teoria	mecânica	e	matemática,	explicou	como	o	mundo	funciona	e	como	é	
possível	calcular	o	que	acontece	nele.	
[...]
Charles Darwin (1809-1882)
Antes	 dele,	 a	 ciência	 já	 havia	 mostrado	 que	 a	
Terra	não	era	o	centro	do	universo.	Com	as	descobertas	
de	Charles	Darwin	um	novo	e	definitivo	golpe	foi	desferido	
nos	dogmas	 religiosos	e	nos	mitos	de	criação	divina	do	
cosmo	 e	 do	 ser	 humano.	 Se	 dependesse	 de	 seu	 pai,	
Darwin	teria	concluído	os	cursos	de	medicina	ou	teologia,	
mas	 o	 interesse	 do	 inglês	 por	 botânica	 o	 fez	 embarcar	 
na	expedição	que	o	navio	HSM	Beagle	fez	para	a	América	
do	Sul,	numa	missão	de	pesquisa	científica.	
134
Foi	durante	essa	viagem	que	ele	fez	as	observações	que	o	levariam	a	desenvolver	
a	 revolucionaria	 teoria	 da	 evolução	 das	 espécies.	 Suas	 conclusões	 mostravam	 que	 a	
humanidade	era	somente	um	passo	a	mais	num	processo	evolutivo	de	sobrevivência	e	
de	 seleção	natural.	A	 revolução	que	 colocava	 o	 ser	 humano	no	 seu	devido	 lugar	 no	
universo,	 iniciada	por	Copérnico,	estava	concluída	com	a	publicação	de	“Sobre	a	origem	 
das	espécies	por	meio	da	seleção	natural”,	de	Charles	Darwin.	
[...]
James Clerk Maxwell (1831-1879)
As	 teorias	de	Faraday	 acerca	das	 linhas	de	 força	
movendo-se	entre	corpos	com	propriedades	elétricas	ou	
magnéticas	 fizeram	 James	 Clerk	 Maxwell	 formular	 um	
modelo	 matemático	 exato	 para	 a	 teoria	 de	 propagação	
de	 ondas	 eletromagnéticas.	 Em	 1865,	 Maxwell	 provou	
matematicamente	 que	 os	 fenômenos	 eletromagnéticos	
são	propagados	em	ondas	pelo	espaço	com	a	velocidade	
da	 luz,	 lançando	as	bases	para	a	 rádio	comunicação	que	
foi	 confirmada	 experimentalmente	 por	 Hertz	 em	 1888	 e	
desenvolvida	com	Guglielmo	Marconi	na	virada	do	século.	
O	 seu	 trabalho	 em	 electromagnetismo	 foi	 a	 base	 da	
relatividade	restrita	de	Einstein	e	o	seu	trabalho	em	teoria	
cinética	de	gases	foi	fundamental	para	o	desenvolvimento	
posterior	da	mecânica	quântica.	
[...]
Albert Einstein (1879-1955)
Quando	 Albert	 Einstein	 nasceu	 fazia	 quase	 dois	 séculos	 que	 Isaac	 Newton	 
havia	provado	que	tempo	e	espaço	eram	absolutos	e	não	tinham	nenhuma	relação	com	
coisas	exteriores.	Desde	então	acreditava-se	que	o	tempo	fluía	de	modo	equitativo	e	o	
espaço	 permanecia	 sempre	 semelhante	 e	 inamovível.	 Essas	 certezas	 cairiam	 por	 terra	 
com	as	ideias	de	Einstein.	O	cientista	alemão	supôs	que	não	
há	nada	que	se	possa	chamar	de	movimento	absoluto.	
Segundo	 Einstein,	 toda	 velocidade	 é	 relativa	 ao	
referencial	específico	que	a	define.	Assim,	se	há	movimento	
relativo,	o	tempo	e	o	espaço	se	tornam	relativos	e	o	tempo	
é	tão	 intrinsecamente	 ligado	ao	espaço	que	se	torna	uma	
quarta	 dimensão	 dele.	 Com	 sua	 Teoria	 da	 Relatividade,	
Einstein	 provocou	 uma	 revolução	 na	 nossa	visão	 sobre	 o	
universo.	Suas	ideias	anunciaram	o	fim	da	física	clássica	e	 
o	início	da	era	da	física	quântica	e	da	energia	nuclear.	
135
Leonardo da Vinci (1452 – 1519)
Pintor,	 inventor,	 cientista,	 arquiteto,	 músico,	
escritor…	 conhecido	 também	 como	 o	 “homem do 
Renascimento”.	 Sempre	 que	 ouvimos	 seu	 nome,	
imediatamente,	nos	vêm	à	mente	obras	como A Última 
Ceia, Dama com Arminho	 ou	 Homem Vitruviano. 
No	 entanto,	 por	 vezes	 negligenciamos	 as	 inúmeras	
contribuições	 de	 da	 Vinci	 à	 área	 da	 engenharia.	 Sua	
máquina	 voadora,	 seu	 anemômetro,	 seu	 paraquedas,	
seus	 equipamentos	 de	mergulho	 ou	 suas	máquinas	 de	
guerra	 foram	 alguns	 esboços.	 Foi,	 acima	 de	 tudo,	 um	 
pioneiro	no	método	experimental,	e	conseguiu	estar	à	
frente,	 sem	 saber,	 de	 figuras	 tão	 importantes	 quanto	
Descartes	ou	Francis	Galton.	
O	que	sempre	o	guiou	foi	 sua	ávida	curiosidade,	a	qual	fez	dele	um	autodidata	
apaixonado	 pela	 natureza,	 pela	 ciência	 e	 pela	 pesquisa.	 Ele	 preencheu	 seus	 cadernoscom	 cada	 uma	 de	 suas	 nervosas	 ideias,	 projetos,	 esboços	 e	 teorias	 que,	 hoje	 em	 dia,	
continuam	sendo	 tão	 difíceis	 de	 interpretar.	Um	dos	mais	 interessantes	 é,	 sem	dúvida,	
O Codex Atlânticus.	Nele,	vemos	a	famosa	máquina	voadora,	a	qual	 já	indicava	as	bases	 
precoces	da	aeronáutica	e	da	física.
FONTE: <https://universoracionalista.org/as-doze-mentes-mais-brilhantes-da-historia-da-ciencia/>. Acesso 
em: 15 dez. 2019.
136
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
•	 Os	comportamentos	de	uma	pessoa	criativa,	identificados	por	Predebon	(2008),	são:	
circunstancial	e	compulsivo.
•	 As	 principais	 teorias	 da	 criatividade	 são:	Teoria	 das	Quatro	Dimensões	 da	Criatividade;	
Teoria	da	Adaptação-Inovação;	e	a	ferramenta	avaliativa	Teste	Torrance	de	Pensamento	
Criativo	ou	Torrance Test of Creative Thinking.	
•	 A	“motivação”	influência	diretamente	na	criatividade,	
•	 As	principais	teorias	da	motivação	são:	Teoria	X	e	Y;	Teoria	dos	Dois	Fatores;	e	Pirâmide	
das	Necessidades	de	Abraham	H.	Maslow.	
•	 A	pirâmide	de	Maslow	 identifica	as	necessidades	consideradas essenciais para a 
sobrevivência,	as	mais	básicas,	estando	na	base	da	pirâmide,	enquanto	as	do	topo	
da	pirâmide,	 referentes	à	 satisfação	pessoal	 e	 realização	profissional,	 são	as	mais	
complexas.
•	 A	teoria	do	dos	fatores	de	Herzberg	 identificou	quais	fatores	causam	a	satisfação	
e	a	 insatisfação	dos	empregados	no	ambiente	de	trabalho, dividindo-os em dois 
grupos: Motivacionais e Higiênicos.
•	 Na	teoria	X	e	Y,	McGregor	criou	duas	dimensões:	a	teoria	X,	em	que	o	 indivíduo	é	
motivado	pelo	menor	esforço,	demandando	um	acompanhamento	por	parte	do	líder;	
e	na	Teoria	Y,	cujas	pessoas	são	motivadas	pelo	máximo	esforço,	demandando	uma	
participação	maior	nas	decisões	e	negociações	inerentes	ao	seu	trabalho.
•	 As	possibilidades	para	gerar	motivações	nas	pessoas	a	partir	dos	estudos	de	Predebon	
(2008),	sendo	algumas	delas:	uma	boa	energia	no	ambiente,	o	 incentivo	por	meio	
de	metas	atingidas,	bom	clima	organizacional,	e	possibilitar	a	realização	pessoal	do	
empregado.
RESUMO DO TÓPICO 3
137
1	 Nas	pesquisas	de	Predebon	(2008),	o	autor	evidencia	dois	tipos	de	comportamento	
criativo:	 o	 criativo	 compulsivo	 e	 o	 criativo	 circunstancial.	 Assim,	 identifique,	 nas	
características	 listadas	a	 seguir,	 quais	 são	do	comportamento	criativo	compulsivo	
(CO),	e	quais	são	do	comportamento	criativo	circunstancial	(CI):	
(			)	Se	caracteriza	principalmente	pela	compulsividade.
(			)	Busca	o	prazer	de	criar,	pelo	prazer	da	conquista	do	"novo".
(			)	Ao	 acabar	 cada	 tarefa	 de	 criação,	 a	 pessoa	 relaxa	 com	 a	 sensação	 de	 dever	
cumprido,	perante	si	própria.
(			)	O	conceito	de	 relevância	é	muito	mais	aplicado	à	criatividade	no	dia	a	dia	ou	no	
campo	profissional	do	que	nas	artes,	que	têm	outro	compromisso	com	a	realidade.
(			)	Adquire	o	"vício"	não	pela	via	compulsiva,	mas	pelo	caminho	hedonístico.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	 (			)	 CO,	CI,	CO,	CI,	CI.
b)	 (			)	 CI,	CO,	CI,	CI,	CO.
c)	 (			)	 CO,	CO,	CI,	CI,	CO.
d)	 (			)	 CI,	CO,	CI,	CO,	CI.
e)	 (			)	 CI,	CO,	CI,	CI,	CI.
2	 A	motivação	é	essencial	para	o	processo	de	criatividade.	Com	base	na	importância	da	
criatividade	e	motivação	nas	empresas,	uma	vez	que	estão	diretamente	relacionadas,	
diversos	 estudos	 foram	 realizados	visando	compreender	 a	motivação	humana.	As	
principais	teorias	da	motivação	são	Teoria	X	e	Y,	Teoria	dos	Dois	Fatores,	e	Pirâmide	
das	Necessidades	de	Maslow.	Com	base	em	tais	teorias	relacione	as	colunas	a	seguir:
AUTOATIVIDADE
(1)	Teoria	X	e	Y.
(2)	Teoria	dos	dois	fatores.
(3)	Pirâmide	de	Maslow.
(			)	 Identifica	 as	 necessidades	 consideradas	 essenciais	
para	a	sobrevivência,	e	as	mais	complexas	referentes	
à	satisfação	pessoal	e	realização	profissional.
(			)	 Cria	 duas	 dimensões,	 uma	 em	 que	 o	 indivíduo	 é	
motivado	 pelo	 menor	 esforço,	 demandando	 um	
acompanhamento	por	parte	do	líder,	e	outra	em	que	
as	 pessoas	 são	 motivadas	 pelo	 máximo	 esforço,	
demandando	 uma	 participação	 maior	 nas	 decisões	 
e	negociações	inerentes	ao	seu	trabalho.
(			)	 Identificou	 quais	 fatores	 causavam	 a	 satisfação	
e	 a	 insatisfação	 dos	 empregados	 no	 ambiente	 de	
trabalho,	dividindo-os	em	dois	grupos:	motivacionais	
e	higiênicos.
138
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	 (			)	 3,	1,	2.
b)	 (			)	 3,	2,	1.
c)	 (			)	 2,	1,	3.
d)	 (			)	 2,	3,	1.
e)	 (			)	 1,	3,	2.
3	 De	 acordo	 com	 o	 conteúdo	 estudado,	 a	motivação	 é	muito	 importante	 no	 processo	
de	 criatividade.	Com	base	nisso,	 abordamos	algumas	 teorias	que	 têm	como	objetivo	 
estudar	 as	 variáveis	 que	 motivam	 as	 pessoas,	 sendo	 uma	 delas	 a	 pirâmide	 de	
necessidades	de	Maslow.	Essa	teoria	apresenta	uma	hierarquia	para	as	necessidades	
humanas,	sendo	que	as	mais	básicas	ficam	na	base,	e	as	mais	elaboradas	no	topo	da	
pirâmide.	À	medida	 que	 o	 ser	 humano	 alcança	 uma	 das	 necessidades	 evidenciadas	
por	Maslow,	ele	tem	motivação	para	alcançar	a	próxima.	Com	base	nesse	contexto,	
identifique	quais	são	essas	necessidades.
139
CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO 
NAS ORGANIZAÇÕES
UNIDADE 3 — 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender as principais mudanças tecnológicas que impactaram no desenvolvimento 
da sociedade e das organizações;
• analisar os principais aspectos que estimulam a criatividade e a inovação no âmbito 
das organizações;
•	 refletir	sobre	o	processo	de	gestão	criativo	de	inovação	nas	empresas;
• investigar a importância da criatividade e inovação nas organizações contemporâneas.
 Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer dela, você encontrará 
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS E AS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS 
TÓPICO 2 – CAMPOS DE APLICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
TÓPICO 3 – O PROCESSO DE GESTÃO CRIATIVA E DE INOVAÇÃO NAS EMPRESAS
TÓPICO 4 – BARREIRAS DA CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
140
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 3!
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141
TÓPICO 1 — 
AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS E AS 
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, nós vamos iniciar nossos estudos abordando as revoluções 
industriais e suas principais características nos respectivos períodos. 
Além de compreender o papel da evolução tecnológica em cada período 
industrial, vamos analisar os principais aspectos relacionados às mudanças tecnológicas 
e os seus impactos nos ciclos econômicos para uma melhor compreensão das suas 
implicações no âmbito das organizações. Já vimos que a criatividade possui um papel 
relevante no desenvolvimento de inovações tecnológicas sendo, desta forma, cada vez 
mais uma competência requerida pelas instituições em geral. 
2 AS MUDANÇAS TECNOLÓGICAS E OS CICLOS 
ECONÔMICOS
Para compreendermos a evolução e as mudanças tecnológicas, vamos dar um 
salto histórico para o século XVIII. Nesse período, na Europa, predominavam as atividades 
rurais e os portos eram a única alternativa para ir de uma região à outra. Nessa época, 
as mercadorias existentes eram produzidas de forma artesanal, ou seja, todas as etapas 
para construção do produto eram realizadas por uma única pessoa.
Com o passar do tempo, e devido ao crescimento da população, a relação 
de compra e venda aumentou e o método de produção, até então utilizado, tinha 
dificuldades	em	atender	à	demanda.	A	partir	disso,	surgiu	um	novo	sistema	caracterizado	
principalmente pela divisão do trabalho artesanal, a manufatura.
Esse modelo predominou no período da Idade Moderna, foi o responsável pelo 
aumento de produção e, consequentemente do mercado consumidor, impulsionando o 
desenvolvimento do comércio monetário. Assim, os efeitos de novas formas de trabalho 
e de novas tecnologiasaplicadas à agricultura, proporcionaram maior produção com mão 
de obra reduzida, ocasionando o deslocamento de grandes massas populacionais de 
regiões rurais em direção às grandes cidades da época. 
142
Logo, o deslocamento dessas massas provocaram a concentração e o excesso 
de	 mão	 de	 obra	 disponível	 que,	 junto	 com	 o	 desenvolvimento	 científico	 —	 neste	 
momento ressalta-se a invenção da máquina a vapor, além de outras novas tecnologias 
—	 desencadeou	 o	 fenômeno	 da	 industrialização	 mundial	 (MARCOVITCH,	 1983	 apud 
KILIAN, 2005).
A Revolução Industrial provocou uma profunda mudança histórica nos meios 
de produção até então conhecidos, alterando os modelos econômicos e sociais de 
sobrevivência. O modelo feudal entrou em decadência cedendo espaço para o modelo 
industrial,	dando	início	à	Revolução	Industrial	de	produção	em	larga	escala	(KILIAN,	2005).
FIGURA 1 – ESTÁGIOS DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL
FONTE: <https://3.bp.blogspot.com/-S9oKLQf1NmA/V9630CRHQGI/AAAAAAAAADU/XXXxpc-nFAkVkX-
XPHLDRZoM9miCpMZkACLcB/s640/daarteaindustria.png>. Acesso em: 19 jun. 2020.
A	 Revolução	 Industrial	 significou	 a	 substituição	 da	 ferramenta	 manual	 pelo	
uso da máquina e contribuiu para consolidar o capitalismo como modo de produção 
predominante. Esse fenômeno deu origem à produção em larga escala dos mais variados 
artefatos, de forma quase ilimitada. Neste primeiro período, existia ainda uma demanda 
muito grande por todos os tipos de produtos, desta forma, os novos consumidores 
aceitavam	os	bens	produzidos	 sem	ter	uma	consciência	das	filosofias	de	melhoria	 e	
qualidade que na atualidade são de importância relevante para os clientes.
143
Sugestão de filme sobre a Revolução industrial:
• Tempos Modernos, de Charles Chaplin. Duração: 87 min. Warner, 1936.
DICA
O avanço tecnológico possibilitou, e ainda interfere, diretamente na evolução 
da indústria. Por meio dele surgiram novos processos e métodos, conforme podemos 
analisar a seguir:
QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DA INDÚSTRIA
A Primeira Revolução Industrial começou no século XVIII e teve como 
base	o	uso	da	água,	do	vapor	(início	dos	combustíveis	fósseis)	e	a	mecanização	de	
equipamentos para a produção de bens de consumo.
Segundo	Bastos	Tigre	(2006),	“por	volta	de	1820,	um	garoto	operando	dois	
teares mecânicos era capaz de produzi até 15 vezes mais do que o artesão doméstico, 
resultando na perda de empregos e drásticas reduções de salários”. Surgiu, assim, 
o primeiro confronto homem-máquina, simbolizado pelo movimento liderado por 
Martin Ludd	—	o	Movimento Ludita. A cada dia, novas máquinas facilitavam os 
processos de produção, reduziam custos e ampliavam a quantidade de riqueza 
fabricada. De fato, podemos ver nessa experiência histórica um momento nunca 
antes vivido no desenvolvimento da economia.
Contudo, em meio a tanta riqueza, vemos que essa nova situação se 
contrastava com a situação miserável dos vários operários que trabalhavam nos 
centros fabris. Essa situação contraditória, em pouco tempo passou a ser percebida 
por vários trabalhadores que trocavam o extensivo uso de sua força de trabalho por 
salários que não supriam suas necessidades materiais elementares. 
Em muitos casos, essa situação era explicada pelo fato de as fábricas 
reduzirem sensivelmente a demanda por mão de obra, graças ao uso das máquinas. 
Nesse contexto, se organizava uma grande massa de desempregados que se sujeitava 
a um pagamento baixo mediante a falta de empregos e a grande disponibilidade 
de mão de obra. Aos poucos, alguns trabalhadores responderam a essa deplorável 
realidade. 
144
No	fim	do	século	XVIII,	corria	o	boato	de	que	um	enfurecido	operário	britânico	
chamado Ned Ludd havia quebrado as máquinas de seu patrão. Mesmo não tendo 
comprovação, a história serviu de inspiração para vários operários que viam nas 
máquinas a razão de sua condição de miséria. Nascia assim, na Inglaterra, o Ludismo 
ou Movimento Ludita. 
Os luditas geralmente agiam de forma secreta, endereçando cartas anônimas 
aos	seus	patrões	exigindo	o	fim	do	uso	das	máquinas	que	restringiam	a	oferta	de	
emprego. Muitas vezes, organizavam grupos que invadiam fábricas e depredavam 
todas as máquinas presentes. Enquanto a destruição acontecia, uma massa de 
operários e desempregados aprovava a ação com gritos de apoio e calorosas palmas.
FONTE: <https://beduka.com/blog/wp-content/uploads/2019/06/revolucao-industrial.jpg>. 
Acesso em: 19 jun. 2020.
 A reação das autoridades inglesas contra esses levantes foi marcada por 
vários	conflitos	entre	os	policiais	 e	os	 trabalhadores.	Finalmente,	no	ano	de	 1812,	
o Parlamento Britânico aprovou a Frame Braking Act, lei que punia a quebra de 
máquinas com a pena de morte. Dessa forma, observamos que a rebelião ludita 
causou	 impacto	 significativo	 e	 determinou	 uma	 experiência	 de	 oposição	 entre	 o	
homem e a tecnologia. 
Apesar de não carregar um conteúdo ideológico, os luditas foram de suma 
importância para que o molde de desenvolvimento do capitalismo fosse questionado. 
Afinal	de	contas,	qual	relação	garantia	que	o	surgimento	de	tantas	máquinas	traria	
reais benefícios à coletividade? 
A Segunda Revolução ampliou a divisão do trabalho e iniciou o uso da 
energia elétrica para criar a produção em massa. 
145
FONTE <https://www.trabalhosescolares.net/wp-content/uploads/2008/07/revolucao_industrial_
fabricas_automobilisticas.jpg>. Acesso em: 19 jun. 2020.
Dessa forma foi um marco para o início da industrialização mundial, vivida, 
primeiramente, pela Inglaterra. 
Nesse sentido, todo o processo envolvendo a Revolução Industrial servia para 
que novas formas de produção fossem desenvolvidas. Além disso, foram processos 
não interrompidos que auxiliaram nos avanços de tecnologias. Assim também, novas 
indústrias	e	a	forma	de	produção	foram	fortemente	beneficiadas	pelas	novas	formas	 
de realização.
A Terceira Revolução utilizou a tecnologia da informação para automatizar 
a produção e ampliar a informação. Também é chamada de Revolução Informacional, 
se iniciou em meados do século XX.
FONTE: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/mages?q=tbn%3AANd9GcTTvBNTheXlxSkX6QxXNTuqF_
RPOTKvS8ubW5-spYFid5YmpOYC&usqp=CAU>. Acesso em: 19 jun. 2020.
146
FONTE: Adaptado de <https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/ludismo.htm>; 
<https://conhecimentocientifico.r7.com/segunda-revolucao-industrial/>; 
<https://conhecimentocientifi co.r7.com/como-a-terceira-revolucao-industrial-mudou-o-mundo-e-as-
relacoes-humanas/>; e <http://www.industria40.gov.br/>. Acesso em: 19 jun. 2020.
Assim, podemos destacar como principais características tecnológicas das 
revoluções industriais:
Nessa época, a eletrônica surge como verdadeira modernização da indústria. 
Destacou-se	pelos	avanços	 tecnológicos	e	 científicos	na	 indústria,	 bem	como	na	
agricultura, na pecuária, no comércio e na prestação de serviços.
Agora, a Quarta Revolução Industrial deve ampliar a revolução digital que 
vinha ocorrendo desde meados do século passado, com um grande potencial devido 
a sua natureza hiperconectada, em tempo real, por causa da internet. 
FONTE: <https://bit.ly/36LYOfN>. Acesso em: 19 jun. 2020.
Com a chegada da Quarta Revolução Industrial, também chamada de 
Revolução 4.0, temos hoje o que se denomina de Industria 4.0.	Há	três	vetores	
propulsores: fatores físicos, digitais e biológicos. 
As três primeiras Revoluções Industriais trouxeram a produção em massa, as 
linhas de montagem, a eletricidade e a tecnologia da informação, elevando a renda 
dos trabalhadores e fazendo da competição tecnológica o cerne do desenvolvimento 
econômico. A Quarta Revolução Industrial, que terá um impacto mais profundo e 
exponencial, se caracteriza, por um conjunto de tecnologias que permitem a fusão 
do mundo físico, digital e biológico.
147
QUADRO 2 – CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS DAS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS
FONTE: Aires, Moreira e Freire (2017, p. 4)
Revolução 
Industrial
Período Características Tecnológicas
Primeira 
RevoluçãoIndustrial
Iniciou da segunda metade 
do século XVIII e avançou até 
meados do século XIX. 
Ocorreu entre as décadas 
de	1760	e	1840.
• Máquina a vapor.
• Substituição da produção artesanal pela 
 produção fabril.
• Tear mecânico.
Segunda 
Revolução 
Industrial
Iniciou do século XIX e avançou até 
a primeira metade do século XX.
Ocorreu entre as décadas 
de	1860	e	1900.
• Energia elétrica.
• Petróleo.
• Sistema de produção taylorista – fordista 
 – divisão do trabalho manual e intelectual.
• Automação e produção em massa.
• Linha de Montagem móvel.
Terceira 
Revolução 
Industrial
Iniciou na segunda metade do 
século	XX	e	avançou	até	o	final	
deste século.
Ocorreu entre as décadas 
de	1960	e	1990.
• Surgimento da informática e avanço das 
 comunicações.
• Surge a sociedade do conhecimento.
•		Sistema	de	produção	flexível.
•		Tecnologia	da	informação	(TI).
• Computação.
Quarta 
Revolução 
Industrial
Iniciou na primeira década do 
século XXI, na década de 2000.
• Internet mais ubíqua e móvel, sensores 
 menores e mais poderosos.
•		Fusão	das	tecnologias	e	a	interação	entre	 
 domínios físicos, digitais e biológicos.
• Sistemas e máquinas inteligentes 
 conectados possibilitando um modelo de 
 produção de personalização em massa.
• Robótica avançada.
A	constante	busca	por	“inovações”	tecnológicas	que	desencadeiam	as	revoluções	
são decorrentes do sistema capitalista, que geram,	 de	 acordo	 com	Schumpeter	 (1961), a 
denominada	 “destruição	 criativa”.	 A	 inovação	 é	 considerada	 um	 fator	 intrínseco	 que	 cria	
constantemente: novos bens de consumo, novos métodos e processos de produção e 
transportes,	 novos	 mercados	 e	 novas	 formas	 de	 organização	 industrial	 (SCHUMPETER,	
1961).	Esse	movimento	constante	vai	gerar	os	ciclos econômicos a partir das inovações 
tecnológicas	como	podemos	perceber	na	figura	a	seguir	sobre	a	revolução	industrial.
148
FIGURA 2 - BREVE HISTÓRIA DAS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS
FONTE: <https://netscandigital.com/wp-content/uploads/2019/02/industria4.0-1024x768.jpg>. 
Acesso em: 19 jun. 2020.
INDÚSTRIA 1.0
Mecanização, tear
e força à vapor
INDÚSTRIA 2.0
Produção em escala,
linha de montagem,
eletricidade e 
combustão
INDÚSTRIA 3.0
Automação, 
robótica, 
computadores, 
internet e
 eletrônicos
INDÚSTRIA 4.0
Sistemas 
cibernéticos, 
internet das coisas, 
redes e inteligência 
artificial
Da	indústria	1.0	até	os	dias	atuais	(indústria	4.0),	percebemos	que	a	sociedade	
se diferencia das anteriores, pela importância dada ao trabalho intelectual e à 
criatividade dentro das empresas. Além disso, o comportamento do consumidor 
muda, e os clientes passam a ser mais exigentes, causando, nas organizações, 
mudança no pensamento estratégico em função da busca pela satisfação dos clientes, 
provocando a aceleração no ciclo de vida dos produtos. Por consequência, dois fatores-
chave para a produção de novos produtos foram estimulados com o objetivo de se 
manter competitivos no mercado: inovação e criatividade.
Na indústria 4.0, a inovação tecnológica possibilita maior segurança, 
planejamento	 e	 eficiência	 nas	 organizações	 por	 meio	 de	 novas	 abordagens	 como:	
segurança da informação; realidade aumentada; big data; robôs autônomos; simulações; 
manufatura aditiva; sistemas integrados; computação em nuvem; e internet das coisas. 
149
FIGURA 3 - INDÚSTRIA 4.0
FONTE: <https://russellbedford.com.br/wp-content/uploads/2018/06/industria-4-0.jpg>. 
Acesso em: 19 jun. 2020.
Vamos falar um pouco mais sobre a quarta revolução industrial a seguir.
Quarta Revolução Industrial ou estagnação secular?
José Eustáquio Diniz Alves
 
No	mês	de	janeiro	de	2016	foram	lançados,	de	forma	independente,	dois	livros	
que discutem as possibilidades e as limitações que a tecnologia teve no passado 
e terá no futuro no sentido de avançar com as forças produtivas rumo à estagnação 
ou ao progresso e a melhoria das condições de vida da humanidade. Um é otimista 
e o outro é pessimista.
O livro The fourth industrial revolution, de Klaus Schwab, foi lançado durante 
o	Fórum	Econômico	Mundial,	de	Davos	e	serviu	de	tema	central	para	o	encontro	que	
reúne a elite da economia mundial. Numa visão otimista, o livro diz que estamos à 
beira de uma revolução tecnológica que alterará fundamentalmente a maneira como 
vivemos,	 trabalhamos	 e	 nos	 relacionamos	 uns	 com	 os	 outros.	 A	 “Quarta	 Revolução	
Industrial, em sua escala, escopo e complexidade, será diferente de tudo que a 
humanidade já experimentou antes”, como diz o autor. A Primeira Revolução Industrial 
começou no último quartel do século XVIII e teve como base o uso da água, do vapor 
(início	dos	combustíveis	fósseis)	e	a	mecanização	de	equipamentos	para	a	produção	 
150
de bens de consumo. A Segunda Revolução ampliou a divisão do trabalho e iniciou o 
uso da energia elétrica para criar a produção em massa. A Terceira Revolução utilizou 
a tecnologia da informação para automatizar a produção e ampliar a informação.
Agora, a Quarta Revolução Industrial deve ampliar a revolução digital que 
vinha ocorrendo desde meados do século passado, mas, segundo Klaus, ela traz 
um grande potencial devido a sua natureza hiperconectada, em tempo real, por 
causa da internet. O livro aponta três vetores propulsores: fatores físicos, digitais e 
biológicos. Dentre os físicos, como o desenvolvimento de novos materiais, destaca-se o 
aperfeiçoamento do grafeno, que é 200 vezes mais resistente que o aço e milhares 
de	vezes	mais	fino	que	um	fio	de	cabelo,	tendo	potencial	de	mudar	a	 indústria	e	a	
infraestrutura. Os celulares conectados à internet provocaram uma reorganização 
de diversos aspectos da vida, como na educação, saúde e no transporte urbano. A 
biotecnologia, poderá erradicar doenças e até mesmo retardar o envelhecimento das 
pessoas. Além das mudanças nos sistemas de produção e consumo e amplo uso de 
inteligência	artificial,	ela	também	traria	o	desenvolvimento	de	energias	verdes.
Portanto, Klaus considera que as transformações de hoje não representam 
apenas um prolongamento da Terceira Revolução Industrial, mas sim a chegada de 
um	quarto	e	distinto	período,	em	função:	 “da	velocidade,	do	alcance	e	dos	sistemas	
de impacto, pois a velocidade dos avanços atuais não tem precedente histórico, 
quando comparado com as revoluções industriais anteriores”. A Quarta Revolução 
avança em ritmo exponencial em vez de linear. Além disso, está envolvendo quase 
todos os setores em todos os países. A amplitude e a profundidade dessas mudanças 
anunciam a transformação dos sistemas inteiros de produção, gestão e governança. 
Assim, para o autor, bilhões de pessoas conectadas por dispositivos móveis, com um 
poder sem precedentes de processamento, capacidade de armazenamento e acesso 
ao conhecimento, oferecem possibilidades ilimitadas. Essas possibilidades poderão 
ser multiplicadas por avanços tecnológicos emergentes em áreas como inteligência 
artificial,	 robótica,	 a	 Internet	 das	 Coisas,	 veículos	 autônomos,	 a	 impressão	 3-D,	
nanotecnologia, biotecnologia, ciência de materiais, armazenamento de energia e 
computação quântica.
Ainda no raciocínio do autor, a Quarta Revolução Industrial, assim com as 
revoluções anteriores, tem o potencial de elevar os níveis de renda global e melhorar 
a qualidade de vida das populações em todo o mundo. A inovação tecnológica 
também pode levar a um milagre do lado da oferta, com ganhos a longo prazo em 
termos	 de	 eficiência	 e	 produtividade.	 Transporte	 e	 comunicação	 a	 custos	 baixos	
tornariam	as	cadeias	de	fornecimento	globais	e	a	 logística	mais	eficazes,	 abrindo	
novos mercados, impulsionando o crescimento econômico. Não menos importante, 
a Quarta Revolução Industrial, segundo o autor, pode aperfeiçoar a democracia. 
Como os mundos físico, digital e biológicos continuam a convergir, novas tecnologias 
e plataformas vão permitir que os cidadãos participem da gestão governamental, 
151
exprimindo suas opiniões, juntandoesforços na implementação de políticas públicas 
e supervisionando as autoridades constituídas. Simultaneamente, os governos 
ganharão novos poderes tecnológicos, com base em sistemas de vigilância e 
capacidade de controlar a infraestrutura digital, aumentando a concorrência, a 
redistribuição das funções e a descentralização do poder.
Para	 não	 dizer	 que	 tudo	 são	 flores,	 o	 autor	 reconhece	 que	 a	 Quarta	
Revolução Industrial poderia aumentar a desigualdade social, especialmente 
afetando os mercados de trabalho. Como a automação substitui o trabalho em toda 
a economia, o deslocamento líquido de trabalhadores por máquinas poderá agravar 
o	fosso	entre	os	retornos	de	capital	e	os	retornos	do	trabalho	(gerando	uma	crise	de	
desemprego).	O	pior	cenário	seria	aquele	vislumbrado	por	Martin	Ford	(Rise of Robots) 
em que a ascensão dos robôs levaria a um futuro sem emprego. Mas Klaus aposta 
no efeito positivo, pois a tecnologia, em termos macroeconômicos, poderá não só 
trazer aumento líquido nos postos de trabalho, como também pode transformar as 
ocupações	em	atividades	seguras	e	gratificantes.
Evidentemente, toda esta visão cornucopiana e de redenção tecnológica 
soa	como	música	aos	ouvidos	da	elite	econômica	que	frequenta	o	Fórum	Econômico	
Mundial. Para Klaus, a Quarta Revolução Industrial seria a prova de que o capitalismo é 
um	sistema	não	só	eficiente,	mas	que	pode	ser	também	justo	e	democrático.	Em	sua	
quarta reedição, a revolução capitalista universalizaria o progresso econômico, social 
e ambiental. Seria o triunfo da abundância do paraíso na Terra. Contudo, esse tipo 
de delírio tecnológico é contestado no livro The Rise and Fall of American Growth: The 
U.S. Standard of Living since the Civil War do professor da Universidade Northwestern, 
Robert	 J.	 Gordon.	 Há	muito	 tempo	 o	 autor	 tem	 criticado	 o	 tecno-otimismo	 e	 as	
afirmações,	de	forte	cunho	 ideológico,	de	que	estamos	em	meio	a	uma	mudança	
tecnológica revolucionária. Por exemplo, em relação à apologia feita às TICs 
(Tecnologia	de	Informação	e	Comunicação),	Gordon	argumenta	que	elas	são	menos	
importantes do que qualquer uma das cinco grandes invenções que alimentou o c 
rescimento	 econômico	 entre	 1870-1970:	 eletricidade,	 saneamento	 urbano,	 químicos	 e	
farmacêuticos, o motor de combustão interna e a comunicação moderna.
Gordon não discorda do papel histórico desempenhado pela tecnologia no 
passado. Ele recapitula os vínculos entre períodos de rápida expansão econômica 
e	as	 inovações	das	três	Revoluções	 Industriais	 (RI)	precedentes:	 1ª)	a	das	ferrovias,	
energia	a	vapor	(carvão	mineral)	e	indústria	têxtil,	de	1750	a	1830;	2ª)	a	da	eletricidade,	
motor de explosão, água encanada, banheiros e aquecimento dentro de casa, petróleo 
e	gás,	 farmacêuticos,	plásticos,	 telefone,	de	 1870	a	 1900;	3ª)	 a	dos	computadores,	
internet,	celulares,	de	1960	até	hoje.	Segundo	Gordon,	a	segunda	RI	teria	sido	mais	
importante em termos de acelerar o crescimento econômico, garantindo 100 anos 
de acelerado avanço na produtividade. Ele argumenta que este evento excepcional 
é único no tempo e não vai se repetir.
152
Ele	dá	exemplo	da	velocidade	do	transporte	(que	é	confirmada	pelo	fracasso	
do Boeing 787 Dreamliner):	 “Até	 1830,	 a	 velocidade	 de	 tráfego	 de	 passageiros	 e	 de	
mercadorias era limitado pelo ‘casco e vela’, mas aumentou de forma constante até a 
introdução	do	Boeing	707,	em	1958.	Desde	então,	não	houve	nenhuma	mudança	na	
velocidade	e,	de	fato,	os	aviões	voam	mais	lento	agora	do	que	em	1958	por	causa	da	
necessidade de economizar combustível e normas de segurança”.
Outro exemplo se dá pelo engarrafamento das grandes cidades e a crise da 
mobilidade	urbana.	Uma	 carroça	 puxada	por	 dois	 cavalos	 trafegava	 a	 26	 km/hora,	
mas	nossos	potentes	carros	atuais	não	trafegam	a	20	km/hora	no	horário	de	pico	
das metrópoles. Nas estradas é grande o número de acidentes e mortes. Desastres 
e	restrições	à	mobilidade	urbana	significam	perda	de	eficiência	econômica	e	pressão	
sobre a qualidade de vida. Nas grandes cidades brasileiras é comum os moradores da 
periferia gastarem duas horas da casa para o serviço e mais duas horas de volta.
A soma do aumento do custo da extração dos combustíveis fósseis e 
a perda dos ganhos de produtividade pode funcionar como freio ao crescimento 
econômico.	 Considerando	 a	 economia	 dos	 Estados	 Unidos	 da	 América	 (EUA),	
Gordon	 argumenta	 que	 existem	 seis	 “ventos	 contrários”	 (headwinds) que devem 
desacelerar o crescimento americano: 1) aumento das desigualdades sociais, 2) 
educação deteriorada; 3) degradação ambiental; 4) maior competição provocada 
pela	 globalização;	 5)	 envelhecimento	 populacional;	 e	 6)	 o	 peso	 dos	 déficits	 e	 do	
endividamento privado e público.
O	autor	sugere	que	estes	 “ventos	contrários”	não	estão	atingindo	apenas	os	
EUA, mas todas as economias avançadas, o que deve provocar taxas de crescimento 
econômico abaixo de 1% nas próximas décadas. Para as sociedades emergentes, 
os	“ventos	contrários”	também	existem,	mas	sopram	com	menos	 intensidade,	por	
enquanto. Mas, numa economia cada vez mais internacionalizada, é difícil imaginar 
que os países em desenvolvimento possam manter altas taxas de crescimento 
econômico sem contar com uma dinâmica parecida nos países desenvolvidos.
Evidentemente, a tecnologia contribui para o progresso e o bem-estar da 
população. O avanço das tecnologias de higiene e de saneamento básico reduziram 
a mortalidade infantil e aumentaram a esperança de vida, contribuindo para tornar 
as pessoas mais longevas, mais educadas e mais produtivas. Aliás, a revista britânica 
The	Economist,	com	base	nos	estudos	de	Robert	Gordon,	fez	uma	capa	(12/01/2013)	
mostrando que toda a força do pensamento tecnológico recente foi incapaz de 
inventar uma coisa mais útil e de maior impacto na saúde dos povos do que o vaso 
sanitário.	Os	efeitos	positivos	de	uma	 invenção	tão	simples	desmistificam	a	apologia	 
das tecnologias mirabolantes.
153
A tecnologia pode ser aliada do desenvolvimento humano e ambiental, mas 
também pode ser fonte de dominação, exploração e de autoengano. O livro de Robert 
Gordon, portanto, não rejeita a tecnologia, mas apresenta um forte argumento sobre 
seus	 limites.	Também	reforça	a	tese	da	“estagnação	secular”	e	do	baixo	crescimento	
econômico	no	restante	do	atual	século.	Neste	início	de	ano,	enquanto	o	FMI	prevê	um	
crescimento	de	2,4%	para	o	PIB	dos	EUA	em	2016,	diversos	outros	estudos	apontam	
um crescimento abaixo de 2% ou mesmo uma recessão. Tudo indica que a Era do alto 
crescimento econômico é coisa do passado. A América Latina, por exemplo, vai ter 
dois anos de recessão e sem uma recuperação forte a vista.
A ideia de hiperprogresso e de avanço sem limite das forças produtivas é 
alimentada tanto por pensadores neoliberais, quanto marxistas, que acreditam na 
revolução	científica	e	tecnológica.	Por	exemplo,	a	Singularidade	tecnológica	seria	um	
evento histórico previsto para o futuro próximo no qual a humanidade atravessaria 
um estágio de colossal avanço tecnológico em um curtíssimo espaço de tempo. Os 
aceleracionistas,	seguindo	utopias	de	esquerda,	sonham	com	um	“tecnocapitalismo	
desterritorializado”	 e	 uma	 “infiltração	 tecnológica	 da	 agenda	 humana”.	 Mas	 como	
mostraram	 Danowski	 e	 Castro	 (2014),	 os	 chamados	 “tecnófilos	 cornucopianos”	
acreditam	 em	 um	 “capitalismo	 pós-industrial	 e	 vibrante”,	 mas	 desconsideram	 os	
limites colocados pelo Sistema Terra para viabilizar o grande salto adiante. O Paradoxo 
de	Jevons	mostra	que	os	ganhos	de	eficiência	provocados	pela	 tecnologia	podem	
reduzir o consumo de recursos naturais em termos microeconômicos, mas não em 
termos macroeconômicos. O próprio Painel Internacional de Recursos da ONU, que 
busca estabelecer políticas que possibilitem dissociar os efeitos do crescimento 
econômico	do	uso	dos	recursos	naturais	e	dos	seus	impactos	ambientais	(decoupling), 
reconhece que, a despeito de todo avanço tecnológico,o uso global per capita de 
materiais	continua	crescendo,	pois	era	de	seis	toneladas,	em	1970,	passou	para	oito	
toneladas,	entre	1970	e	2000,	chegando	a	dez	toneladas,	em	2010.	Houve,	portanto,	
aumento absoluto no uso dos materiais extraídos do meio ambiente. Mas também 
ocorreu	crescimento	 relativo,	pois	a	quantidade	de	material	 (kg)	para	produzir	uma	
unidade	de	PIB	(US$)	passou	de	1,2	kg,	em	2000,	para	1,4	kg,	em	2010	(UNEP,	2015).
 Além disto, o nível de reciclagem é muito baixo e os ganhos microeconômicos 
são minimizados pela ampliação da demanda agregada. Desta forma, não custa lembrar 
o	recado	deixado	por	Mary	Shelley,	no	livro	Frankenstein,	que	já	tinha	alertado,	em	1818,	
sobre os efeitos indesejados da tecnologia e da racionalidade, que em vez de gerar o 
progresso prometeico, pode gerar um monstro que assusta a raça humana.
Para quem faz apologia da tecnologia e acha que a ideia de desenvolvimento 
sustentável é o caminho para conciliar os avanços materiais e o meio ambiente, seria 
bom ler o livro de Ted Trainer: Renewable Energy Cannot Sustain a Consumer Society. 
154
Ele diz que a sociedade atual, assentada no triângulo indústria-riqueza-consumismo, é 
insustentável e injusta, envolvendo taxas de utilização de recursos per capita que 
são impossíveis de atingir e universalizar para toda a população. Ao contrário de um 
mundo	de	riquezas	infinitas,	ele	propõe	a	simplicidade	voluntária	e	o	decrescimento.	
O sonho do desenvolvimento economicamente inclusivo, socialmente justo e 
ambientalmente sustentável virou um oxímoro e o tripé da sustentabilidade virou um 
trilema	(Martine	e	Alves,	2015	e	Alves,	2015).
Ninguém sabe, com certeza, como será o futuro. Neste segundo quindênio 
(2015-2030)	do	século	XXI,	quando	a	agenda	global	da	ONU	está	centrada	nos	Objetivos	
de	Desenvolvimento	Sustentável	 (ODS)	e	no	Acordo	de	Paris,	aprovado	na	COP-21,	o	
monitoramento mundial da agenda pós-2015 deveria contrabalançar a atenção entre o 
oba-oba da Quarta Revolução Industrial, de Klaus Schwab e a crítica realista dos limites 
tecnológicos	feitas	por	Robert	Gordon.	A	sociedade	afluente	ainda	é	um	sonho	distante	
para a maioria da população mundial.
FONTE: <https://www.ecodebate.com.br/2016/02/17/quarta-revolucao-industrial-ou-estagnacao-
secular-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/>. Acesso em: 19 jun. 2020.
A partir das Revoluções Industriais podemos perceber sua relação com os 
ciclos econômicos, ou seja, as mudanças tecnológicas propiciadas pelas inovações 
provocaram, também, transformações na economia. Como vimos no capítulo anterior 
deste livro de estudos, um dos primeiros autores a destacar o papel da inovação para 
as organizações	foi	Schumpeter	(1961),	que	a	apresenta	como	um	fator	de	vantagem	
competitiva.	 Tal	 vantagem	 surge	 a	 partir	 da	 destruição	 criativa	 (destruir	 as	 velhas	
ideias para criar novas ideias), podendo ser originada a partir de uma invenção ou 
uma tecnologia já existente. A invenção se encontra associada com o conceito de 
insight, que corresponde ao momento do processo criativo no qual uma ideia ou 
uma	solução	para	um	problema	surge	de	forma	repentina	 (ALENCAR;	FLEITH,	2003).	
Dessa forma, vão surgir diversas teorias e tipos para analisar o fenômeno da inovação 
no âmbito dos países e das organizações, como veremos a seguir.
Assista ao filme A Revolução Industrial, disponível no endereço: 
https://www.youtube.com/watch?v=DmvL6vy_6Qg.
DICA
155
Revolução Industrial foi a transição para novos processos de manufatura no período 
entre 1760 a algum momento entre 1820 e 1840. Esta transformação incluiu a transição 
de métodos de produção artesanais para a produção por máquinas, a fabricação de 
novos produtos químicos, novos processos de produção de ferro, 
maior eficiência da energia da água, o uso crescente da energia a vapor 
e o desenvolvimento das máquinas-ferramentas, além da substituição 
da madeira e de outros biocombustíveis pelo carvão. A revolução teve 
início na Inglaterra e em poucas décadas se espalhou para a Europa 
Ocidental e os Estados Unidos.
FONTE: <http://pt.dbpedia.org/resource/Revolu%C3%A7%C3%A3o_
Industrial>. Acesso em: 24 jun. 2020.
NOTA
3 FATORES INDUTORES DA MUDANÇA TECNOLÓGICA
Baseado	no	pensamento	de	Schumpeter	(1961),	a	Organização	para	Cooperação	
e	Desenvolvimento	Econômico	 (OCDE)	elaborou	o	Manual de Frascati	que	 “consolidou	
conceitos	e	definições	sobre	atividades	de	pesquisa	e	desenvolvimento	(P&D)	e	permitiu	
a criação de sistemas de indicadores de inovação tecnológica para empresas e países” 
(BASTOS	TIGRE,	2006,	p.	71).	
FIGURA 4 - MANUAL DE FRASCATI
FONTE: <http://www.ipdeletron.org.br/wwwroot/pdf-publicacoes/14/Manual_de_Frascati.pdf>. 
Acesso em: 19 jun. 2020.
156
Em seguida, a OCDE, com uma abrangência muito maior, lançou o Manual de 
Oslo	(1992,	1997,	2005),	já	em	sua	terceira	versão,	que	colocam	o	monitoramento	das	
inovações tecnológicas como ponto crucial para o desenvolvimento econômico da 
sociedade ocidental.
FIGURA 5 - MANUAL DE OSLO
FONTE: <https://www.finep.gov.br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf>. Acesso em: 19 jun. 2020.
De acordo com o Manual de OSLO, a inovação torna-se um valor tangível 
mensurável que determina o grau de evolução tecnológica de uma empresa ou país do 
ponto de vista econômico.
Os fatores indutores de mudança tecnológica, segundo o Manual de Oslo 
(OCDE,	 2005,	 p.	 26),	 “podem	 surgir	 em	 virtude	 de	 inúmeras	 razões”.	 No	 caso	 de	
empresas, os fatores que levam à inovação envolvem, muitas vezes, objetivos com 
relação	aos	produtos,	mercados,	eficiência,	qualidade	ou	capacidade	de	aprendizado	 
e de implementação de mudanças. 
Procurar	identificar	os	motivos	que	levam	as	empresas	a	inovar	e	sua	importância	
auxiliam no exame das forças que conduzem as atividades de inovação, tais como a 
competição e as oportunidades de ingresso em novos mercados.
Mais	especificamente,	Bastos	Tigre	 (2006)	 identifica	duas	forças	básicas	que	
induzem as mudanças tecnológicas:
•	 demanda	(demand-pull): explicitadas pelas necessidades de usuários e consumidores;
•	 oferta	 (technology push): derivadas dos avanços da ciência que ofertam, a todo o 
momento, novas aplicações tecnológicas de forma independente do mercado. 
157
	 Bastos	 Tigre	 (2006,	 p.	 77)	 também	 aponta	 que	 os	 custos	 dos	 fatores	 de	 
produção podem induzir mudanças tecnológicas, apresentando como exemplo que no 
início	do	século	XX,	“o	salário	semanal	de	um	trabalhador	rural	é	suficiente	para	comprar	
um acre de terra”. Ou seja, o alto custo da mão de obra impulsionou o investimento em 
desenvolvimento tecnológico de máquinas que diminuíam este custo, tornando a 
operação mais lucrativa. 
Por	sua	vez,	Castells	 (2006,	p.	73)	considera	que	“os	fatores	que	 induzem	as	
inovações	tecnológicas	não	ocorrem	de	maneira	isolada”.	Estes	fatores	refletem:
• um determinado estágio de conhecimento; 
•	 um	ambiente	institucional	e	industrial	específico;
•	 uma	certa	disponibilidade	de	talentos	para	definir	um	problema	técnico	e	resolvê-lo;
• uma mentalidade econômica que avalie a relação custo benefício da nova tecnologia;
• redes de fabricantes e usuários capazes de comunicar suas experiências de modo 
cumulativo e aprender usando e fazendo.
Com	esses	 fatores,	 segundo	Castells	 (2006,	 73),	 “quanto	mais	 próxima	 for	 a	
relação entre os locais de inovação, produção e utilização das novas tecnologias, 
mais rápida será a transformação das sociedades e maior será o retorno positivo das 
condições sociais sobre as condições gerias para favorecer futuras inovações”. 
De	acordo	com	a	Academia	Pearson	(2011),	os	fatores	 indutores	de	mudança	
tecnológica se resumem em três aspectos:
• fontes de tecnologias;
• natureza das necessidades dos usuários;
•	 relação	custo/benefício	de	o	investimento	na	inovação	justificar	os	recursos	gastos.
158
Estratégia tecnológica e competitiva das empresas industriais de Londrina
Marcos Antônio Marques
Marcia Regina Gabardo da Camara
[...]
Tecnologiae Competitividade
Na ótica neoschumpeteriana, o motor da luta competitiva, que condiciona 
a	capacidade	de	sobrevivência	das	firmas	é	a	perspectiva	de	obter-se	um	diferencial	 
de lucratividade a partir de incorporação de inovações. 
A disputa por novos mercados consumidores e a manutenção dos já 
existentes, acirra a competitividade e tem induzido as empresas líderes internacionais 
a acelerarem o ritmo de inovação ou introdução de novos atributos aos produtos 
antigos,	 levando	à	 redução	do	ciclo	de	vida	dos	produtos,	à	 “descommoditização”	
dos	básicos	e	ao	aprofundamento	da	segmentação	dos	mercados	(KUPFER,	1994,	
p. 47). 
Em setores de elevada intensidade de capital tem crescido o porte empresarial 
e o grau de integração produtiva dos grandes grupos, visando expandir ainda mais a 
capacitação	tecnológica	e	financeira.	
Em setores de menor intensidade de capital, os aumentos dos gastos com 
P&D	 (pesquisa	 e	 desenvolvimento),	 formação	 de	 mão	 de	 obra,	 aperfeiçoamento	
gerencial tem induzido a formação de redes cooperativas horizontais que propiciem, 
via melhor divisão de trabalho, maior especialização e compartilhamento dos 
recursos produtivos.
Para compreender a dinâmica do processo de inovação tecnológica é 
necessário estudar os fatores estruturais que desencadeiam a transformação dos 
setores	industriais	envolvidos.	Pavitt	introduz	uma	taxonomia	que	identifica	quatro	
grandes grupos de setores, cada um deles associados a uma dinâmica tecnológica 
genericamente	similar	(BRITTO,	1996):
1. Setores dominados por fornecedores: as inovações normalmente associam-se as 
tecnologias de processo, incorporadas em equipamentos e insumos intermediários 
adquiridos.	Incluem	as	indústrias	têxteis,	de	confecções	e	indústrias	gráficas.	
2. Setores intensivos em escala: as inovações podem estar relacionadas a produtos 
e a processos; a atividade produtiva normalmente envolve o domínio de sistemas 
complexos;	as	empresas	tendem	a	ser	grandes	e	empregam	parcelas	significativas	
de	 seus	 recursos	 em	 atividade	 de	 P&D.	 Incluem-se,	 as	 indústrias	 químicas,	
siderúrgicas, eletrônicas de consumo e de bens de consumo duráveis. 
159
3. Setores de fornecedores especializados: a inovação relaciona-se à introdução de 
produtos a serem utilizados por outros setores, principalmente como equipamentos 
de capital. Exemplo são as indústrias de bens de capital e instrumentação. 
4. Setores baseados na ciência: as inovações estão relacionadas diretamente ao 
avanço	do	conhecimento	científico;	as	firmas	têm	de	ser	ágeis	e	oportunistas	em	
suas estratégias, baseadas em atividades inovativas formalizadas em laboratórios 
de	P&D	e	 investimentos	na	área	de	ciência	básica.	 Incluem-se	as	 indústrias	de	
eletroeletrônica, mecânica de precisão, farmacêutica e química de especialidades.
[...]
FONTE: <http://www.abphe.org.br/arquivos/marcos-antonio-marques_marcia-regina-gabardo-da-
camara.pdf>. Acesso em: 19 jun. 2020.
Para saber mais leia: OCDE – ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO 
E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. Manual de Oslo: diretrizes 
para coleta e interpretação de dados sobre inovação. 3. ed. Paris: 
OECD, 2015.
DICA
Então, como vimos, a inovação é crucial para a sobrevivência das empresas, 
mas é preciso assinalar que sua importância é maior ainda, pois, nos dias atuais, a 
inovação é crucial para o desenvolvimento de um país. Inovação e mudança tecnológica 
estão bastante interligadas sendo fator-chave para o crescimento econômico, mas, 
de nada adianta, se não forem incorporadas ao sistema produtivo com indicadores de 
mensuração como veremos a seguir.
3.1 INDICADORES DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA 
O	Manual	de	Oslo,	segundo	Bastos	Tigre	(2006,	p.	87),	“além	de	incorporar	as	
definições	e	parâmetros	do	Manual	Frascati,	aumentou	sua	abrangência	identificando	
outros indicadores quantitativos e qualitativos dos esforços e impactos das inovações”. 
Baseado	no	Manual	de	OSLO	(2006,	p.	112),	Bastos	Tigre	(2006,	p.	88)	lista,	a	seguir,	os	
indicadores utilizados pelo IBGE no Brasil para monitorar as atividades de inovação das 
empresas:
1.	 Atividades	internas	de	P&D.
2.	 Aquisição	externa	de	P&D.	
3. Aquisição de outros conhecimentos externos: Aquisição de 
máquinas e equipamentos. 
160
4. Treinamento: Introdução das inovações tecnológicas no mercado. 
5. Projeto industrial e outras preparações técnicas para a produção e 
distribuição.
Estes	 indicadores	 utilizados	 pelo	 IBGE/BRASIL	 fazem	 parte	 da	 Pesquisa	 de	
Inovação	(PINTEC)	que	é	uma	pesquisa	realizada	a	cada	três	anos,	cobrindo	os	setores	
da indústria, serviços, eletricidade e gás. Ela faz um levantamento de informações para 
a construção de indicadores nacionais sobre as atividades de inovação empreendidas 
pelas	 empresas	 brasileiras.	A	 importância	 da	Pintec	 para	 o	 país	 se	 reflete	 em	vários	
aspectos. Seus resultados têm sido amplamente utilizados pela comunidade acadêmica, 
associações de classe, empresas e órgãos governamentais de diversas esferas e regiões. 
Eles pautam, por exemplo, uma série de políticas, especialmente de Ciência, Tecnologia 
e	Inovação	(CT&I)	(IBGE,	2020).
Propostas de indicadores sistêmicos de inovação para avaliação do 
programa de pesquisa e desenvolvimento regulado pela Aneel
Antônio Pedro Lima
Renata Lèbre La Rovere
Guilherme Santos
[...]
Indicadores tradicionais de inovação
Indicadores são necessários para aferir se uma política pública está atingindo 
seus objetivos. São fundamentos que permitem elaborar e avaliar programas e 
projetos, além de acompanhar seu desempenho, seus resultados, efeitos e impactos 
(LINS,	2003).	Durante	décadas,	indicadores	tradicionais	de	inovação	contemplavam	
dimensões	de	input,	como	gastos	em	P&D.	Durante	os	anos	1980	e	1990,	abordagens	
evolucionárias se tornaram populares na agenda de pesquisa da Economia e das 
Ciências Sociais. 
O aumento do interesse no estudo do processo de inovação e da mudança 
tecnológica, contudo, não foi acompanhado pela disseminação de dados estatísticos 
adequados. Tem havido, no entanto, esforços em diversos países no sentido 
de	 estender	 a	 série	 de	 dados	 para,	 além	 de	 atividades	 de	 P&D,	 investimentos	
intangíveis,	como	softwares,	design	e	marketing.	(KLEINKNECHT,	2000).	Pesquisas	
como o Community Innovation Survey	 (CIS),	elaborado	para	países	da	União	Europeia,	
e	 a	 Pesquisa	 de	 Inovação	Tecnológica	 (Pintec),	 para	 o	 Brasil,	 são	 casos	 de	 iniciativas	
que buscam explorar o conhecimento relacionado aos aspectos microeconômicos 
das inovações. 
161
Os indicadores tradicionais são basicamente de input, de output ou de 
impacto. Nas análises tradicionais sobre processos de inovação, geralmente há 
pelo	menos	um	desses.	Primeiro,	uma	mensuração	de	input	mede	gastos	com	P&D.	
Uma	outra,	de	produção	intermediária,	verifica	o	número	de	invenções	patenteadas,	
por	exemplo.	Finalmente,	uma	mensuração	direta	de	produção	avalia	o	impacto	de	
determinado	número	de	inovações	comercializadas	(LINS,	2003).
Kelinknecht	 (2000)	destacou	forças	e	 fraquezas	destes	três	 indicadores	de	
inovação	tradicionais:	P&D,	patentes	e	vendas	de	produtos	 inovativos.	Com	relação	
ao primeiro, os pontos positivos se devem ao fato de que dados de despesas de 
P&D	têm	sido	coletados	há	décadas,	o	que	possibilita	uma	análise	detalhada.	Além	
disso,	a	partir	desses	dados,	é	possível	realizar	uma	subdivisão	de	P&D	por	produto	
versus esforços de processos. Essa subdivisão é importante para a análise empírica 
do impacto sobre o desempenho da empresa, pois esforços de inovação de produtos 
e de outros processos são cruciais para o crescimento do empreendimento e para a 
geração	de	empregos	(KELINKNECHT,	2000).	
As	fraquezas,	no	entanto,	se	devem	ao	fato	de	que	o	indicador	de	P&D	é	só	o	
input do processo e, além disso, é apenas um entre vários. Outros incluem: design de 
produto, produção experimental, análise de mercado, treinamentos de funcionários e 
investimento	em	ativos	fixos	relacionados	à	 inovação	de	produtos.	Há	uma	sériede	
estudos	que	confirmam	que	os	dados	de	P&D	tendem	a	subestimar	a	 inovação	em	
serviços, pois a metodologia da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento 
Econômico	 (OCDE)	 está	 mais	 enviesada	 para	 capturar	 inovação	 em	 indústrias	
manufaturadas.	Outro	problema	com	dados	de	P&D	refere-se	à	medição.	Evidências	
de	 levantamentos	 apontam	 para	 o	 fato	 de	 que	 questionários	 tradicionais	 de	 P&D	
tendem	a	subestimar	atividades	informais	e	de	menor	escala	de	P&D	em	empresas	
pequenas	(KELINKNECHT,	2000).	
O	 segundo	 indicador	 apresentado	 por	 Kelinknecht	 (2000)	 diz	 respeito	 às	
patentes, utilizadas como output para mensurar inovação. Os pontos positivos 
referem-se às bases de dados de registros: diversas séries históricas e consolidadas 
são disponibilizadas. Contudo, esses indicadores não captam diversas invenções não 
patenteáveis.	Além	disso,	uma	patente	pode	servir	para	refletir	pequenas	melhorias	
de baixo valor agregado, enquanto outras são muito valiosas. Ou seja, comparar 
patentes é uma tarefa complexa, pois são muito diferentes entre si e seus valores 
econômicos são, portanto, altamente heterogêneos. 
O terceiro indicador tradicional de inovação é o de vendas de produtos 
inovativos, que se baseia na avaliação de uma empresa em pesquisas do tipo survey 
sobre introdução de novos produtos. O ponto positivo é que esse indicador mede 
162
inovações	 introduzidas	no	mercado	 e	 que	 resultaram	em	fluxo	de	 caixa	positivo.	As	
fraquezas estão ligadas ao fato de que muitas empresas dão estimativas brutas das 
participações das vendas de produtos inovadores. Não obstante, tais participações 
podem ser sensíveis ao ciclo de negócios. 
Em	vista	do	que	foi	apresentado,	é	possível	afirmar	que	a	análise	tradicional	
do	 processo	 inovativo	 se	 restringe	 à	 P&D,	 patentes	 e	 quantidade	 de	 inovações	
comercializadas. A visão sistêmica, tratada a seguir, valoriza aspectos para além de 
input e output da empresa, como fatores organizacionais, institucionais e econômicos, 
não contemplados nas métricas tradicionais. A análise de um setor e das empresas 
do	 SEB,	 a	 partir	 de	 indicadores	mais	 sofisticados,	 permite	 avaliar,	 de	 forma	mais	
acurada, a caracterização do processo de inovação, em um cenário no qual há cada 
vez mais empresas de serviços intensivos em conhecimento e tecnologia.
[...]
FONTE: <http://seer.cgee.org.br/index.php/parcerias_estrategicas/article/viewFile/904/822>. Acesso 
em: 19 jun. 2020.
Consulte o site do IBGE sobre a PINTEC: ibge.gov.br/pintec. 
A Pintec segue a metodologia do Manual de Oslo da OCDE 
(2005) e é estruturada a partir de dados coletados das próprias 
empresas por meio de entrevista pautada por um questionário.
DICA
Dessa forma, percebemos que a inovação tecnológica é um fator importante 
para as organizações. A seguir, vamos estudar as diferentes formas de aplicação dentro 
das empresas.
163
 Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Os principais fatores indutores da mudança tecnológica, por meio, principalmente, de 
duas	forças	básicas	identificadas	por	Bastos	Tigre	(2006),	são	a	Demanda	e	a	Oferta.
• Os principais indicadores de inovação tecnológica do manual de Oslo são: atividades 
internas	 de	 P&D;	 aquisição	 externa	 de	 P&D;	 aquisição	 de	 outros	 conhecimentos	
externos: aquisição de máquinas e equipamentos; treinamento: introdução das 
inovações tecnológicas no mercado; projeto industrial e outras preparações técnicas 
para a produção e distribuição.
RESUMO DO TÓPICO 1
164
1 A Quarta Revolução Industrial possibilitou ampliar a revolução digital que vinha 
ocorrendo desde meados do século XX. Ela traz um grande potencial devido a sua 
natureza hiperconectada, em tempo real, por causa da internet. Nesse contexto, 
identifique	quais	são	as	principais	características	tecnológicas	da	Quarta	Revolução	
Industrial.
2 A partir da Primeira Revolução Industrial, caracterizada pelo trabalho artesanal, 
iniciaram-se novas percepções, entre elas, o primeiro confronto entre homem-máquina 
liderado	por	Martin	Ludd	—	o	Movimento	Ludita.	Defina	o	que	foi	o	Movimento	Ludita.
3 Cada revolução industrial teve algumas características tecnológicas como marco, 
em	 tais	 períodos.	 Dessa	 forma,	 relacione	 as	 colunas	 identificando	 características	
correspondentes a cada revolução, e selecione a alternativa CORRETA:
a)	 (			)	 4	–	2	–	1	–	3.
b)	 (			)	 3	–	4	–	2	–	1.
c)	 (			)	 3	–	4	–	1	–	2.
d)	 (			)	 3	–	1	–	4	–	2.
e)	 (			)	 1	–	4	–	2	–	3.
AUTOATIVIDADE
Revolução Industrial Características Tecnológicas
(1)	Primeira	Revolução	Industrial.
(2)	Segunda	Revolução	Industrial.
(3)	Terceira	Revolução	Industrial.
(4)	Quarta	Revolução	Industrial.
(			)	 Surgimento	da	informática	e	avanço	das	
comunicações.
(			)	 Internet	mais	ubíqua	e	móvel,	sensores	
menores e mais poderosos.
(			)	 Energia	elétrica.	
(			)	 Máquina	a	vapor.
165
CAMPOS DE APLICAÇÃO NAS 
ORGANIZAÇÕES
UNIDADE 3 TÓPICO 2 — 
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, nós vamos estudar as fontes da criatividade e inovação, e sobre 
seus processos e padrões para desenvolvimento, transformação de uma ideia inovadora, 
em algo novo para o indivíduo, o mercado ou a empresa. 
Iremos compreender também as principais fontes internas e externas de 
criatividade	e	inovação	nas	empresas	destacados	no	Manual	de	OSLO	(OCDE,	2006).	
2 AS FONTES DA CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO 
Segundo	Aranda	(2009,	p.	51),	diversos	autores	afirmam	que,	“até	finais	do	século	
XIX, a inovação era associada à invenção, sendo essa considerada um mistério para 
as	pessoas	e,	por	volta	de	1914,	à	 invenção	denominada	‘pesquisa’	transformou-se	em	
uma atividade sistematizada, orientada para busca de resultados concretos”. Da mesma 
forma,	Aranda	(2009)	cita	que	não	basta	se	ter	uma	grande	ideia	inovadora.	Ela	precisa,	
desde o seu processo de desenvolvimento, incorporar o mercado e as necessidades do 
cliente	para	atingir	o	estágio	final	de	produto	comercializado	e,	finalmente,	ser	percebida	
como algo novo para o indivíduo, o mercado ou a empresa. 
Mas, de onde vêm as boas ideias? 
FIGURA 6 – DE ONDE VÊM BOAS IDEIAS?
FONTE: <https://1.bp.blogspot.com/-TLFeBHUTkvU/WOsMkrW5rZI/AAAAAAAAAeI/ftogtx-hzcAJsanDs-
uo0y5iuhTh27G5wCLcB/s640/grandes-ideias.jpg>. Acesso em: 19 jun. 2020.
166
Para responder a essa pergunta, durante cinco anos, Steven Johnson, um dos 
mais importantes pensadores da internet, investigou a questão sobre de onde vêm as 
boas ideias sob a perspectiva do meio em que vivemos. 
Em seu livro De onde vêm as boas ideias – uma história natural da inovação 
(2011),	ele	investiga	o	surgimento	de	mais	de	200	descobertas	e	invenções	científicas	
para descobrir as condições ideais de geração de criatividade e inovação. Johnson 
(2011)	encontrou	os	seguintes	padrões	comuns	para	se	gerar	níveis	extraordinários	de	
criatividade e inovação:
• Não há um gênio especial: contrariando a crença comum de que grandes 
acontecimentos	 dependem	 de	 indivíduos	 especiais,	 Johnson	 (2011)	 afirma	 que	 ideias	
revolucionárias quase nunca surgem num surto repentino de inspiração.
• Dar tempo ao tempo: as invenções levam muito tempo para evoluir e passam um 
bom tempo hibernadas. Isso ocorre em parte porque as boas ideias normalmente 
surgem da colisão entre dois palpites menores, que formam, portanto, algo maior que 
eles próprios. 
•	 Facilitar	o	fluxo	de	informações: é por isso que os cafés, durante o Iluminismo, e 
os salões parisienses do Modernismo eram motores de criatividade, pois criavam um 
espaço onde as ideias pudessem se misturar e gerar novas formas. 
• Errar é importante: muitas descobertas somente surgiram após muitos fracassos.
• Invenções dependem de outras invenções: muitas vezes uma ideia inovadora irá 
depender do surgimento de outra invenção para dar certo.
Genialidade	é	um	conceito	ridículo,	diz	professor	do	MIT
Claudia Gasparini 
A História Secreta da Criatividade (Kevin Ashton)
Para o pesquisador britânico Kevin Ashton, gênios não existem: acriatividade 
exigida para grandes feitos e descobertas é acessível a qualquer pessoa. 
Inventar algo incrível não tem nada a ver com uma inspiração "celestial" ou 
um	cérebro	excepcionalmente	poderoso.	O	processo	criativo	—	mesmo	aquele	que	
dá	origem	a	monumentais	obras	de	arte	ou	descobertas	científicas	—	é	acessível	a	
qualquer mortal. 
Essa é a tese do pesquisador britânico Kevin Ashton, professor do MIT 
(Massachusetts Institute of Technology),	 em	seu	novo	 livro	 “A	história	 secreta	da	
criatividade”	(Editora	Sextante,	2016).	Para	ele,	gênios	não	existem.	
167
“Todo	o	conceito	de	genialidade	é	ridículo	e	totalmente	sem	evidências”,	diz	o	
pesquisador.	 “Algumas	pessoas	são	melhores	do	que	outras	em	algumas	atividades,	
mas isso não as torna diferentes ou especiais, apenas melhores”. 
Ashton	começou	sua	carreira	na	Procter	&	Gamble,	empresa	em	que	liderou	
um	trabalho	pioneiro	sobre	identificação	de	produtos	por	radiofrequência.	Também	
fundou três startups de tecnologia, uma das quais foi vendida menos de um ano 
após sua criação. 
Ele	foi	a	primeira	pessoa	a	usar	o	termo	IoT	(“Internet of Things”,	ou	“Internet	das	
Coisas”),	em	1999,	no	título	de	uma	apresentação	sobre	seu	projeto	de	radiofrequência	
na	P&G.	A	expressão	se	popularizou	e	descreve	hoje	a	conexão	de	objetos	do	dia	a	dia,	 
como eletrodomésticos ou carros, à internet. 
Considerado um visionário em sua área, o professor do MIT decidiu se 
debruçar sobre a história da criatividade para escrever seu novo livro. Da revolução 
no cultivo da baunilha no século XIX por um escravo de 12 anos à criação da icônica 
latinha da Coca-Cola, seu estudo disseca os mecanismos da inovação desde 
registros mais remotos até a atualidade. 
Sua conclusão é categórica: criar não tem nada a ver com genialidade, 
inspiração ou qualquer outra forma de excepcionalidade. Na verdade, o processo é 
banal,	ainda	que	o	resultado	não	o	seja	—	e	pode	ser	empreendido	por	qualquer	ser	
humano. 
“Os	criadores	passam	quase	todo	o	tempo	perseverando,	apesar	da	dúvida,	
do fracasso, do ridículo e da rejeição, até conseguirem algo novo e útil”, escreve ele 
no	livro.	“Não	existem	truques,	atalhos	ou	esquemas	para	se	tornar	criativo	de	uma	
hora para outra”.
FONTE: <https://exame.abril.com.br/carreira/genialidade-e-um-conceito-ridiculo-diz-professor-do-mit/>. 
Acesso em: 19 jun. 2020.
Para aprofundar o tema estudado neste tópico sobre a origem da 
criatividade sugerimos a seguinte leitura: 
• JOHNSON, Steven. De onde vêm as boas ideias: uma história 
natural da inovação. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.
DICA
Por sua vez, qual seriam as fontes de criatividade e inovação dentro de uma 
empresa?
168
3 AS FONTES DE CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO NAS 
ORGANIZAÇÕES
Segundo	o	Manual	de	Oslo	(OCDE,	2006,	p.	27),	“as	atividades	de	inovação	de	
uma empresa dependem parcialmente da variedade e da estrutura de suas relações 
com as fontes de informação, conhecimento, tecnologias, práticas e recursos humanos 
e	financeiros”.	Basicamente,	 identificam-se	três	tipos	de	fontes	externas	de	 inovação	
para as empresas:
•	 fontes	abertas	de	informação: informações disponíveis que não exigem a compra 
de tecnologia ou de direitos de propriedade intelectual, ou interação com a fonte;
• aquisição de conhecimentos e tecnologia: compras de conhecimento externo 
e/ou	 conhecimentos	 e	 tecnologias	 incorporados	 em	 bens	 de	 capital	 (máquinas,	
equipamentos, softwares) e serviços, que não envolvem interação com a fonte; 
• inovação cooperativa: cooperação ativa com outras empresas ou instituições 
públicas	de	pesquisa	para	 atividades	de	 inovação	 (que	podem	 incluir	 compras	de	
conhecimento e de tecnologia).
							 Por	sua	vez,	Bastos	Tigre	(2006,	p.	93)	identifica	que:	
[...] fontes de inovação na empresa podem ser de origem interna 
quanto externa:
• fontes	 internas de inovação envolvem tanto as atividades 
explicitamente voltadas para o desenvolvimento de produtos e 
processos quanto a obtenção de melhorias incrementais por meio 
de programas de qualidade, treinamento de recursos humanos e 
aprendizado organizacional.
• fontes	externas, por sua vez, envolvem: 
◦	 A	aquisição	de	 informações	codificadas,	a	exemplo	de	 livros	e	
revistas técnicas, manuais, software, vídeos etc.; 
◦ Consultorias especializadas; 
◦ Obtenção de licenças de fabricação de produtos; 
◦ Tecnologias embutidas em máquinas e equipamentos.
Bastos	Tigre	 (2006,	p.	94)	 resume	da	seguinte	forma	as	principais	 fontes	de	
inovação utilizadas pelas empresas: 
• Desenvolvimento tecnológico próprio: Atividades de Pesquisa 
e	Desenvolvimento	(P&D),	Cooperação	Em	P&D.
•	 Contratos	de	transferência	de	tecnologia: licenças e patentes, 
contratos com universidades e centros de pesquisas.
• Tecnologia incorporada: máquinas, equipamentos e softwares 
embutidos.
•	 Conhecimento	 codificado: livros, manuais, revistas técnicas, 
Internet, feiras e exposições, software aplicativo, cursos e programas 
educacionais.
• Conhecimento tácito:	consultoria,	contratação	de	RH	experiente,	
informações de clientes, estágios e treinamento prático. 
• Aprendizado cumulativo: processo de aprender fazendo, usando, 
interagindo etc. 
169
Gestão da inovação: a economia da tecnologia no Brasil
Paulo Bastos Tigre
[...]
Fontes de inovação na indústria brasileira
O estudo do comportamento inovador da empresa brasileira nos ajuda a 
entender o processo de desenvolvimento industrial do país. A literatura internacional 
está focada na experiência dos países avançados, onde a principal fonte de 
aquisição	de	tecnologia	 são	as	atividades	de	P&D.	Já	no	Brasil,	 existem	algumas	
ilhas de excelência tecnológica, formadas por poucas empresas de classe universal. 
A maior parte da indústria, entretanto, adota estratégias imitativas ou dependentes 
para inovar. 
Segundo os dados da Pintec, a principal fonte de tecnologia na indústria 
brasileira é a aquisição de máquinas e equipamentos, responsável por mais de 50% 
do total dos gastos com inovação na indústria como um todo. A importância da 
compra de máquinas e equipamentos no total dos gastos em inovação decresce 
à medida que aumenta o porte das empresas, indicando que as maiores empresas 
diversificam	mais	suas	fontes	de	tecnologia.	A	maioria	das	empresas	entrevistadas	
pela	Pintec	reconhece	que	seus	gastos	com	P&D	são	baixos.	Elas	geralmente	não	
introduzem	 inovações	tecnológicas	no	mercado,	não	compram	P&D	externo	nem	
fazem projetos industriais. Suas principais motivações para inovar são aumentar 
a qualidade do produto e manter a participação no mercado. Assim, a difusão de 
inovações é condicionada por uma postura reativa das empresas, que buscam 
apenas não perder mercado para a concorrência. 
O esforço moderado de inovação desenvolvido pela indústria brasileira é 
confirmado	por	uma	pesquisa	realizada	para	o	Senai	(Régnier,	Caruso	e	Tigre,	2001)	
junto a empresas clientes de projetos de assistência técnica e tecnológica. Assim 
como a Pintec, a pesquisa do Senai mostrou que a principal fonte externa utilizada 
por empresas brasileiras é a tecnologia incorporada em equipamentos e insumos 
críticos. As informações repassadas pelos fornecedores sobre o funcionamento 
das máquinas, componentes e insumos constituem a principal forma de absorver 
conhecimentos e aperfeiçoar sua utilização. Outras fontes de tecnologia muito 
utilizadas pelas empresas revelam estratégias de buscar informações já disponíveis 
no mercado e de priorizar soluções internas aos problemas tecnológicos. Isso inclui 
participações em feiras, congressos e exposições; cursos e treinamento gerencial; 
desenvolvimento interno; e consultas à Internet e a publicações especializadas. As 
universidades e centros de pesquisa também são utilizados, em diferentes graus, 
pelas empresas. Esta fonte geralmente tem um custo relativamente mais baixo 
170
quando comparada a outras formas externas de transferência de tecnologia. As 
consultorias externas são adotadas, sobretudo, por empresas de grande porte.Outras 
fontes externas utilizadas no Brasil são as consultas a informações disponibilizadas 
por associações de classe e compra de tecnologia de outras empresas através 
de contratos de licenciamento. Outra forma de adquirir tecnologia é participar de 
redes globais. 
O principal objetivo dos esforços tecnológicos das empresas brasileiras, 
segundo a pesquisa do Senai, é o acompanhamento da dinâmica competitiva por 
meio do lançamento de novos produtos, assim como a adaptação de produtos 
existentes às necessidades do mercado, aos padrões mais rígidos de qualidade e 
a maior aderência a normas técnicas internacionais. Já a demanda por tecnologia 
de	processos	e	mudanças	organizacionais	reflete	a	necessidade	de	reduzir	custos	
de	 produção	 por	meio	 do	 desenvolvimento	 e/ou	 aperfeiçoamento	 dos	 processos	
produtivos; da busca de soluções para problemas ambientais; de desenvolvimento e 
análise	de	indicadores	de	desempenho	(benchmarking);	e	do	treinamento	em	uso	de	
equipamentos e controle de processos. 
Do ponto de vista das inovações organizacionais, as empresas buscam 
informações externas para introduzir novas formas de gestão; implantação de 
comércio	 eletrônico	 e/ou	 soluções	 de	 informática;	 soluções	 de	 logística	 para	
suprimentos e distribuição; e treinamento em novas práticas organizacionais. Na 
área	 de	 qualidade,	 o	 maior	 interesse	 recai	 na	 certificação	 ISO	 9000,	 seguida	 da	
introdução	 de	 controle	 de	 qualidade	 total	 e	 certificação	 de	 produto.	 Finalmente,	
na área de relações com o mercado, predominam os fatores relativos à introdução 
de sistemas de assistência técnica e atendimento a clientes; análise e prospecção 
de mercados.
[...]
FONTE: BASTOS TIGRE, P. Gestão da inovação: a economia da tecnologia do Brasil. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2006. Disponível em: https://adm2016sjcampos.files.wordpress.com/2017/03/gestao-da-
inovacao-paulo-tigre.pdf. Acesso em: 19 jun. 2020.
Para perceber a importância da gestão da inovação dentro das 
organizações, leia na íntegra: BASTOS TIGRE, PAULO. Gestão da 
Inovação: a economia da tecnologia do Brasil. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2006. Disponível em: https://adm2016sjcampos.files.
wordpress.com/2017/03/gestao-da-inovacao-paulo-tigre.pdf. 
Acesso em: 19 jun. 2020.
DICA
171
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
•	 As	fontes	de	criatividade	e	inovação,	e	os	níveis	identificados	por	Johnson	(2011)	são:	 
não	há	um	gênio	especial;	dar	tempo	ao	tempo;	facilitar	o	fluxo	de	informações;	errar	
é importante; e invenções dependem de outras invenções.
• As principais fontes de criatividade e inovação nas organizações são: fontes abertas 
de informação; aquisição de conhecimentos e tecnologia; e inovação cooperativa.
• As fontes de criatividade e inovação podem ser divididas em internas e externas. As 
fontes internas envolvem atividades voltadas para o desenvolvimento de produtos 
e processos, e melhorias incrementais na organização. Já as fontes externas 
englobam	aquisição	de	 informações	codificadas,	consultoria	especializada,	 licença	
de fabricação de produtos, e tecnologias embutidas em máquinas e equipamentos.
• O desenvolvimento tecnológico, contratos de transferência, tecnologia incorporada, 
conhecimento	 codificado,	 conhecimento	 tácito,	 e	 aprendizado	 cumulativo	 são	 as	
principais fontes de inovação utilizados pelas empresas.
RESUMO DO TÓPICO 2
172
1	 Bastos	 Tigre	 (2006)	 evidencia	 que	 as	 fontes	 de	 inovação	 nas	 empresas	 são	 de	
origem	interna	e	externa.	Com	base	nessa	afirmação	identifique	as	fontes	externas	
de	inovação	listadas	por	Bastos	Tigre	(2006):	
2	 Johnson	 (2011)	 investiga	 o	 surgimento	 de	mais	 de	 200	 descobertas	 e	 invenções	
científicas	para	descobrir	as	condições	ideais	de	geração	de	criatividade	e	inovação.	
Ele encontrou alguns padrões comuns para gerar níveis de criatividade e inovação. 
Com base nesse contexto, relacione as colunas a seguir, e assinale a alternativa 
CORRETA:
a)	 (			)	 1	–	2	–	3	–	4.
b)	 (			)	 4	–	3	–	2	–	1.
c)	 (			)	 4	–	3	–	1	–	2.
d)	 (			)	 1	–	3	–	1	–	2.
e)	 (			)	 4	–	2	–	1	–	3.
3 Quais as principais fontes de inovação utilizadas pelas empresas elencadas por 
Tigre	(2006)?
AUTOATIVIDADE
(			)	 Muitas	 vezes	 uma	 ideia	 inovadora	 irá	 depender	 do	
surgimento de outra invenção para dar certo.
(			)	 É	 por	 isso	 que	 os	 cafés,	 durante	 o	 Iluminismo,	 e	 os	
salões parisienses do Modernismo eram motores de 
criatividade, pois criavam um espaço onde as ideias 
pudessem se misturar e gerar novas formas.
(			)	 Contrariando	 a	 crença	 comum	 de	 que	 grandes	
acontecimentos dependem de indivíduos especiais, 
Johnson	 afirma	que	 ideias	 revolucionárias	 quase	nunca	
surgem num surto repentino de inspiração.
(			)	 Isso	ocorre	em	parte	porque	as	boas	ideias	normalmente	
surgem da colisão entre dois palpites menores, que 
formam, portanto, algo maior que eles próprios. 
(1)	 Não	há	um	gênio	
especial.
(2)	 Dar	tempo	ao	
tempo.
(3)	 Facilitar	o	fluxo	 
de informações.
(4)	 Invenções	
dependem de 
outras invenções.
173
TÓPICO 3 — 
O PROCESSO DE GESTÃO CRIATIVA E DE 
INOVAÇÃO NAS EMPRESAS
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Para inovação nas organizações é primordial incentivar a criatividade, assim 
vamos compreender, neste tópico, a relação entre criatividade e inovação e sua 
importância em estratégias coorporativas, liderança, estrutura organizacional, cultura 
e	 recursos.	 Para	 isso	 iremos	 estudar	 as	 dez	 habilidades	 esperadas	 dos	 profissionais	 
do	futuro	identificadas	pelo	Fórum	Econômico	Mundial	(2016).
Iremos	 identificar	 escalas	 criadas	 para	 medir	 a	 criatividade	 e	 inovação	 no	
ambiente	de	trabalho	como	CQQ	 (Creative Climate Questionnaire)	e	 ICC	 (Indicadores	de	
Clima para Criatividade).
Também iremos analisar o processo criativo e de desenvolvimento de produtos 
tendo como base o Manual de Oslo.
2 A IMPORTÂNCIA DA CRIATIVIDADE NO PROCESSO DE 
INOVAÇÃO (PI)
Como você estudou até o presente momento, a inovação e a criatividade são 
conceitos que se encontram vinculados à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico, 
sendo considerado o motor do próprio crescimento econômico das empresas. Segundo 
Aranda	 (2009),	 a	 criatividade	 se	 tornou	 um	 tema	 importante	 de	 estudos	 sendo	 que	
pesquisas	contemporâneas	de	diferentes	áreas	do	conhecimento	 identificaram	relações	
entre	a	criatividade	e	a	 inovação	em	determinadas	configurações	organizacionais	como	
estratégias corporativas, liderança, estrutura organizacional, cultura e recursos. 
A criatividade pode ser considerada, hoje, a mola propulsora do processo de 
inovação, tornando-a uma condição necessária para adicionar valor e alto grau de 
novidade	 ao	 produto/processo/serviço	 dentro	 das	 organizações.	 Da	 mesma	 forma,	
Aranda	(2009,	p.	72)	acrescenta	que	“a	criatividade	é	um	dos	fatores	críticos	por	trás	
da inovação, sendo importante, para geração de ideias, a resolução de problemas, 
realização de invenções e novas descobertas, bem como para manter a vantagem 
competitiva da organização”. Ou seja, a inovação é vital para o sucesso das empresas a 
longo	prazo,	devido	ao	dinamismo	do	mercado	(AMABILE,	1997).	
174
A	 importância	 da	 criatividade	 para	 as	 organizações	 pode	 ser	 verificada	 no	
documento	do	Fórum	Econômico	Mundial	(2016),	que	a	coloca	dentro	das	dez habilidades 
esperadas	dos	profissionais	do	futuro:	
• Criatividade:	segundo	Pati	(2016,	s.p.):
[...]	 profissionais	 criativos	 terão	 a	 oportunidade	 de	 se	 beneficiar	
desde cenários de rápidas transformações em produtos, tecnologias 
e modos de trabalho. Lembre-se: os robôs perdem para nós em 
criatividade. Ainda não conseguem ter ideias inusitadas e inteligentes 
ou desenvolver alternativas criativas para resolver problemas. Por 
isso,	a	habilidade	que	era	a	10ª	da	lista	de	previsões	das	demandas	
de mercado para 2015, agora faz parte das três habilidades mais 
destacadas para 2020. 
As	demais	habilidades	listadas	pelo	documento	do	FórumEconômico	Mundial	
(2016)	são	as	seguintes:
• gestão de pessoas;
• pensamento crítico;
• resolução de problemas complexos;
• empatia-trabalho em equipe;
• inteligência emocional;
• capacidade de julgamento e tomada de decisões;
• orientação para serviços;
• negociação;
•	 flexibilidade	cognitiva.
FIGURA 7 - TOP 10 HABILIDADES
FONTE: <https://www.oficinadanet.com.br/imagens/post/24077/top10skills.png>. Acesso em: 19 jun. 2020.
175
 A criatividade como processo de geração de ideias potencialmente inovadoras 
envolve	 o	 pensamento	 divergente	 e	 convergente,	 flexibilidade,	 originalidade	 e	
desenvolvimento e, para o pleno desempenho do processo criativo, é necessário que 
as	 empresas	 procurem,	 estimulem	 e	mantenham	profissionais	 criativos.	 No	 entanto,	
segundo	 Aranda	 (2009),	 tanto	 o	 processo	 de	 inovação	 quanto	 o	 processo	 criativo,	
devido as suas complexidades, necessitam de um clima organizacional apropriado 
para se desenvolverem. Ou seja, é necessário um ambiente de inovação para que a 
criatividade possa prosperar. 
O ambiente de trabalho faz parte da estratégia da inovação sendo a base para 
a criatividade, que é dependente da equipe de trabalho. Ou seja, é necessário um clima 
que estimule a criatividade, promovendo a geração de ideias direcionadas para utilização 
de	produtos,	serviços	e	fluxo	de	trabalho	(ARANDA,	2009).
De	acordo	com	Figueiredo	(2017,	p.	79),	“depois	de	mais	de	50	anos	de	pesquisas,	
Ekvall	 (1996)	criou	a	escala	denominada	CQQ (Creative Climate Questionnaire)”, utilizada 
para medir o ambiente de trabalho sob a perspectiva da criatividade e inovação. Os 
fatores	de	medição	são:	desafio	e	motivação;	discussão	e	debates;	ausência	de	conflitos,	
tempo	para	ideias;	 ludismo	e	humor;	suporte	às	ideias;	alegria	e	dinamismo;	confiança	e	 
abertura; e correr risco e liberdade.
Da	mesma	 forma,	 conforme	 Figueiredo	 (2017),	 também	 no	 estudo	 de	 Bruno-
Faria	 e	Alencar	 (1998),	 as	 autoras	desenvolveram	o	 ICC (Indicadores de Clima para 
Criatividade).	Foram	encontrados	oito	fatores	que	são	estímulos	à	criatividade:
• ambiente físico adequado;
• clima social favorável entre colegas de trabalho;
• incentivo a novas ideias;
•	 liberdade	de	ação,	atividades	desafiantes;
• salários e benefícios adequados;
•	 ações	da	chefia	e	da	organização	em	apoio	a	ideias	novas;
• disponibilidades de recursos materiais. 
E quatro fatores que são obstáculos à criatividade: 
• bloqueio a ideias novas;
• excesso de serviços e escassez de tempo;
• resistência a ideias novas;
• problemas organizacionais.
176
• CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e 
Terra, 2006. Com esta leitura, você irá perceber os desafios do 
trabalho em sociedade conectada.
DICA
O	futuro	do	trabalho	e	o	trabalhador	do	futuro 
Robson Braga
A vertiginosa revolução tecnológica que o mundo experimenta, em que 
ambientes virtuais disputam a proeminência com a realidade física, impõe uma 
nova forma de enxergar o mundo do trabalho. Diante desse cenário, são muitas as 
adaptações necessárias para que empresas e trabalhadores sejam bem-sucedidos. 
Independentemente do que vier a acontecer no futuro próximo, um aspecto parece 
inquestionável: é preciso se preparar para um aprendizado contínuo.
Duas	grandes	tendências	nos	alertam	para	os	desafios	que	teremos	no	Brasil	
nesse	campo.	A	primeira	diz	respeito	ao	fim	do	bônus	demográfico,	com	a	redução	
do número de trabalhadores que entram no mercado em relação aos que o deixam. 
A segunda está na crescente automatização e na digitalização do sistema produtivo, 
que	 aumenta	 a	 busca	 por	 profissionais	 capazes	 de	 lidar	 com	a	 dinâmica	 de	 uma	
economia cada vez mais atrelada à tecnologia.
Trabalhadores	 mais	 qualificados	 são	 capazes	 de	 utilizar	 e	 interpretar	 as	
novas tecnologias, antecipar tendências, e propor produtos inovadores e processos 
mais	eficientes.	O	problema	é	que	as	mudanças	ocorrem	a	uma	velocidade	superior	à	
capacidade	de	preparar	profissionais	para	os	desafios	atuais.	Na	prática,	 isso	significa	
que	as	novas	tecnologias	demandam	habilidades	específicas	que	não	são	ensinadas	
no sistema de ensino tradicional. Por isso, mais do que nunca, tornou-se necessário 
investir	em	cursos	de	qualificação	técnica.
Estudo	do	Fórum	Econômico	Mundial	mostra	que,	 em	grandes	empresas,	
quase metade dos empregados precisa passar por algum treinamento todos os anos, 
seja no próprio ambiente de trabalho, seja em instituições privadas que oferecem 
serviços	de	educação	profissional.	No	Brasil,	apesar	do	alto	desemprego,	34%	dos	
empregadores	 reportam	 dificuldades	 em	 selecionar	 pessoas	 adequadas	 para	 as	
vagas abertas. Eles dizem não encontrar candidatos com as habilidades requeridas 
para os cargos, segundo dados do Manpower Group. De acordo com projeções do 
Mapa do Trabalho Industrial, lançado no mês passado pelo Serviço Nacional de 
Aprendizagem	 Industrial	 (SENAI),	 somente	no	setor	 industrial	brasileiro,	 1,6	milhão	
177
de	empregados	precisarão	passar	 por	 aperfeiçoamento	profissional,	 anualmente,	 até	
2023. Essa necessidade se dá em virtude das mudanças provocadas pela chamada 
Indústria 4.0 e da pressão pelo aumento da produtividade e da competitividade.
O	 cenário	 é	 desafiador,	 mas	 repleto	 de	 oportunidades.	 A	 demanda	 por	
trabalho	 mais	 qualificado	 tende	 a	 aumentar,	 com	 profissões	 mais	 analíticas,	
interativas	e	não	 rotineiras	ficando	em	evidência.	Com	máquinas	assumindo	cada	 
vez mais funções humanas, o diferencial do trabalhador talhado para o futuro incidirá 
sobre competências como pesquisar, avaliar, planejar, elaborar regras e prescrições, 
interpretar, negociar, coordenar, organizar e ensinar.
Com objetivo de jogar luz sobre esse tema, a Confederação Nacional da 
Indústria	 (CNI)	 realiza,	nesta	quinta-feira	—	no	Museu	do	Amanhã,	no	Rio	de	Janeiro	
—,	 o	 Seminário	Pelo Futuro do Trabalho, em parceria com as principais centrais de 
trabalhadores do país. Especialistas e líderes vão debater as abruptas transformações 
ocorridas nos sistemas produtivos e analisar suas implicações. Uma coisa é certa: em 
um mundo cada vez mais disruptivo, governo, empresários e trabalhadores precisam 
se	unir	 para	 fazer	 frente	 ao	desafio	de	promover	uma	contínua	e	 eficaz	qualificação	 
da mão de obra, fator indispensável para o crescimento sustentado da economia.
Como ensina Richard Branson, fundador do Virgin Group e um dos mais 
visionários	 empreendedores	 do	 nosso	 tempo:	 “Capacite	 bem	 os	 seus	 colaboradores	
para	que	eles	possam	partir.	Trate-os	bem	para	que	eles	prefiram	ficar”.	É	basicamente	 
o	mesmo	ensinamento	proclamado,	no	século	passado,	pelo	 lendário	Henry	Ford:	
“Só	há	uma	coisa	pior	do	que	formar	colaboradores	e	eles	partirem.	É	não	os	formar	
e eles permanecerem”.
FONTE: <https://noticias.portaldaindustria.com.br/artigos/robson-braga-de-andrade/o-futuro-do-
trabalho-e-o-trabalhador-do-futuro/>. Acesso em: 19 jun. 2020.
3 PROCESSO CRIATIVO E DE DESENVOLVIMENTO DE 
PRODUTOS 
 Como já vimos nos tópicos anteriores, a inovação tecnológica impacta na 
competividade das empresas, exigindo das mesmas o desenvolvimento de novos 
produtos	(DNP)	de	forma	constante.	O	desenvolvimento	de	novos	produtos	faz	parte	
da inovação, que, sem isto, não passariam de boas ideias. A empresa pode ganhar uma 
vantagem competitiva por meio da introdução de um novo produto, o que lhe confere a 
possibilidade de maior demanda e maiores margem sobre custos.
178
Segundo	o	Manual	de	Oslo	(OCDE,	2006,	p.	57):
Uma inovação de produto é a introdução de um bem ou serviço 
novo	 ou	 significativamente	 melhorado	 no	 que	 concerne	 a	 suas	
características ou usos previstos. Incluem-se melhoramentos 
significativos	em	especificações	técnicas,	componentes	e	materiais,	
softwares incorporados, facilidade de uso ou outras características 
funcionais. 
Ou seja, as inovações de produto podem utilizar novos conhecimentos ou 
tecnologias, ou podem basear-se em novos usos ou combinaçõespara conhecimentos 
ou tecnologias existentes. 
O	termo	“produto”	abrange	tanto	bens	como	serviços.	As	inovações	de	produto	
incluem	 a	 introdução	 de	 novos	 bens	 e	 serviços	 e	melhoramentos	 significativos	 nas	
características funcionais ou de uso dos bens e serviços existentes. Novos produtos 
são	 bens	 ou	 serviços	 que	 diferem	 significativamente	 em	 suas	 características	 ou	 usos	
previstos dos produtos previamente produzidos pela empresa. Como exemplo, podemos 
citar os primeiros microprocessadores e câmeras digitais que foram novos produtos 
usando novas tecnologias. 
FIGURA 8 - EVOLUÇÃO DA FOTOGRAFIA
FONTE: <http://one2up.com.br/img/blog/ONE2UP---Dia-do-fot%C3%B3grafo---
Janeiro-2014_1389206640.png>. Acesso em: 19 jun. 2020.
Por sua vez, o primeiro tocador de MP3 portátil que combinou padrões de 
softwares existentes com a tecnologia de disco rígido miniaturizado, foi uma nova 
combinação	de	tecnologias	existentes	(OCDE,	2006).	
179
FIGURA 9 - EVOLUÇÃO DOS APARELHOS SONOROS
FONTE: <http://4.bp.blogspot.com/-7nfFzUkyu4Y/T15f2P3XcII/AAAAAAAAAKo/0FYdnNe3_zE/s320/
IMAGEM%2B1.jpg>. Acesso em: 19 jun. 2020.
Da mesma forma, segundo o Manual de Oslo: 
O desenvolvimento de um novo uso para um produto com apenas 
algumas	pequenas	modificações	para	suas	especificações	técnicas	
é uma inovação de produto. Um exemplo é a introdução de um 
novo detergente com uma composição química que já tinha sido 
previamente utilizada como um insumo apenas para a produção de 
revestimentos	(OCDE,	2006,	p.	58).	
Concordando	 com	 o	 Manual	 de	 Oslo,	 Kotler	 e	 Keller	 (2012),	 afirmam	 que	 as	
empresas para inovarem em produtos tem as seguintes alternativas:
• criação de produtos novos: criam um novo mercado;
• linhas de produtos novos: permitem a empresa entrar em mercados existentes, mas 
ainda novos para ela;
• acréscimos a linhas de produtos já existentes;
• aperfeiçoamento e revisão de produtos existentes;
• reposicionamentos: redirecionam produtos para novos mercados ou segmentos;
• reduções de custo: criação de novos produtos, semelhantes aos existentes, mas com 
custos menores.
Em seu livro Produtos que dão certo, Robert G. Cooper, professor da McMaster 
University e da Pennsylvania State University, apresenta os sete principais pontos para 
desenvolver um produto: 
180
QUADRO 3 – 7 PASSOS PARA CRIAR UM PRODUTO QUE TODOS VÃO QUERER
1) Ter um produto de ponta exclusivo
Para Cooper, "um produto diferenciado que fornece vantagens únicas e uma 
proposta de valor atraente é a conduta número para gerar rentabilidade em novos 
produtos".
2) Incorpore a voz do cliente
O sucesso do projeto depende de ter um processo bem orientado para o 
mercado e com foco no cliente, incorporando as suas necessidades e desejo. Para 
"incorporar a voz do cliente" é necessário:
• compreenda as reais necessidades de quem o compra;
• busque satisfazer as necessidades do mercado;
• entre em contato de forma frequente com o seu cliente;
• faça bom uso de pesquisas de mercado;
•	 qualidade	na	execução	das	atividades	de	marketing	é	essencial;
• invista em atividades relacionadas ao front-ed.
Exemplo: A Apple - O iPhone de maior tela só foi possível graças ao apelo dos 
clientes	e	entusiastas	nas	redes	sociais	e	no	feedback	mantido	pela	empresa.
3) Ter um projeto básico e bem montado (front-end)
De acordo com Cooper, diversos estudos mostram que os passos que 
precedem o desenho e o desenvolvimento do produto fazem a diferença entre o 
ganhar e o perder. Para isso fazer um front-end de qualidade é preciso seguir algumas 
regras:
•	 análise	inicial:	a	primeira	decisão	de	entrar	no	projeto	(triagem	ou	análise	da	ideia);
• avaliação do mercado: este é o primeiro estudo para avaliar a dimensão de 
mercado e a possível probabilidade de aceitação do produto;
•	 avaliação	técnica:	aqui,	a	apreciação	técnica	do	projeto	é	essencial	para	verificar	
os riscos tecnológicos do produto;
• avaliação das operações: promover uma avaliação de operações é útil para quem 
deve	verificar	as	fontes	de	suprimentos	e	questões	de	operações	e	manufatura	
que tanto serão essenciais no futuro lançamento;
• estudo detalhado de mercado: aqui vale elaborar uma pesquisa completa de 
mercado baseada apenas nos clientes;
• teste de conceito: testar o produto com o cliente para garantir que o projeto é 
apropriado e desejado;
181
•	 avaliação	do	valor:	esta	etapa	visa	definir	o	valor	e	a	 importância	econômica	do	
produto para o possível cliente;
•	 análise	 financeira	 e	 comercial:	 essa	 última	 etapa	 deve	 ser	 elaborada	 antes	 da	
criação do plano de negócio, pois os números lá citados serão obtidos aqui. 
Outras questões que envolvem o seu possível projeto: ele é economicamente 
atraente?	Suas	vendas	serão	suficientes	e	gerarão	margens	suficientes	para	justificar	
os investimentos no desenvolvimento e na comercialização? Quem é o cliente-alvo? 
Que aspectos e características de desempenho devem ser adicionados ao produto 
para que ele seja superior ao concorrente e único? A fonte de suprimentos é própria? 
Se não for, os custos e investimentos serão possíveis e uma segunda alternativa de 
fonte já foi pensada?
4)	Tenha	uma	definição	precisa	do	seu	projeto	e	produto
Conforme	 Cooper,	 "quanto	 antes	 o	 projeto	 for	 definido	 na	 etapa	 de	
desenvolvimento, maior é o fator de sucesso, com impacto positivo tanto sobre a 
rentabilidade como sobre o time-to-market, que será mais rápido".
5) Atue através do desenvolvimento em espiral
Os processos de trabalho em espiral costumam ser seis vezes mais 
inovadores que o processo tradicional, pois elas fazem uso de loops interativos, nos 
quais várias versões de um mesmo produto são mostradas aos clientes visando um 
retorno	(feedback)	do	público-alvo.	
De acordo com Cooper, muitas empresas usam processos lineares e muitos 
rígidos no desenvolvimento de produtos e isso é uma falha grave. "A etapa da de 
desenvolvimento está encaminhada, mas prossegue de maneira linear e rígida. 
A equipe de projetos se entrega e segue em frente, em uma abordagem mais de 
'cabeça baixa' do que de 'cabeça erguida'. 
6) Tenha um sólido plano de marketing
Conforme Cooper, é preciso entender que bons produtos não são vendidos 
por conta própria e o lançamento do seu projeto não deve ser tardio, pois outras 
empresas podem entrar na frente e roubar a cena. Nunca subestime a importância 
do	marketing	no	lançamento	de	um	produto.
Cooper propõe quatro pontos para um bom lançamento de produto:
• Desenvolver um plano de mercado é tão central para o processo quanto 
desenvolver o produto físico.
182
•	 O	plano	de	lançamento	deve	ser	elaborado	já	no	início	do	projeto	e	não	em	seu	final.
• Estudos de mercado projetados para produzir informações essenciais para ações de 
marketing	devem	estar	embutidos	no	projeto	durante	todo	o	seu	desenvolvimento.
• A força de vendas e demais pessoas da linha de frente devem ter engajamento do 
marketing	e,	portanto,	podem	fazer	parte	da	equipe	de	planejamento	do	projeto.
7) Seja rápido
Segundo Cooper, a rapidez produz maior visibilidade, fazendo com que a 
marca	ganhe	no	marketing	e,	 se	 tiver	 um	plano	de	 ações	publicitárias	bem	feito,	
ganhe também na conquista de clientes e lucro. o essencial é ser rápido, mas ter um 
bom produto em mãos.
FONTE: Adaptado de <https://administradores.com.br/noticias/7-passos-para-criar-um-produto-que-todos-
vao-querer>. Acesso em: 24 jun. 2020.
Por	 sua	vez,	 segundo	 Kloter	 e	 Keller	 (2006),	 a	 inovação	 em	produtos	 é	 uma	
necessidade para a sobrevivência das empresas, pois todo produto tem um ciclo de 
vida composto por quatro fundamentos:
• Todo produto tem vida limitada.
• As vendas dos produtos atravessam diferentes estágios, necessitando de estratégias 
ao longo do tempo por parte das empresas.
• Os lucros variam nos diferentes estágios do ciclo de vida do produto.
• Para cada estágio do ciclo de vida do produto é necessário desenvolver estratégias 
diferenciadas.
Da mesma forma, os estágios do ciclode vida de um produto também são 
quatro: introdução, crescimento, maturidade e declínio.
FIGURA 10 - FASES DE UM PRODUTO
FONTE: <https://lirp-cdn.multiscreensite.com/87c8e234/dms3rep/multi/opt/ciclo-de-vida-do-produto-
1080x494-960w.png>. Acesso em: 19 jun. 2020.
183
Conforme	Aranda	(2009),	a inovação de produtos pode ser compreendida em 
função do grau das mudanças provocadas em aspectos como: vantagem do produto; 
capacidades	tecnológicas	e	padrões	de	utilização	do	consumidor.	Por	fim,	Kotler	e	Keller	
(2012,	p.	619),	baseados	em	Cooper	(1998), sugerem dez maneiras de ter grandes ideias 
para novos produtos:
1.	 Faça	 reuniões	 informais	 em	que	 grupos	 de	 clientes	 se	 reúnam	
com engenheiros e projetistas da empresa para discutir problemas 
e necessidades e, por meio de brainstorming, tentem encontrar 
soluções potenciais. 
2. Permita que a equipe de técnicos tenha algum tempo livre para 
desenvolver projetos próprios. O Google libera 20 por cento do 
tempo;	a	3M,	15	por	cento	do	tempo;	e	a	Rohm	&	Haas,	10	por	cento.	
3. Transforme uma sessão de brainstorming com clientes em uma 
rotina durante as visitas às fábricas. 
4. Pesquise seus clientes: descubra o que lhes agrada ou não em 
seus produtos e nos dos concorrentes. 
5.	 Faça	pesquisas	de	observação	com	seus	clientes	ou	convide-os	
para alguma atividade em que você possa obter dados, a exemplo 
da	Fluke	e	da	Hewlett-Packard.
6.	 Utilize	 sessões	 iterativas:	 um	 grupo	 de	 clientes,	 em	 uma	 sala,	
procura	 identificar	problemas;	um	grupo	de	funcionários	de	sua	
equipe técnica, na sala ao lado, ouve e gera soluções por meio 
de brainstorming. As soluções propostas são então testadas 
imediatamente no grupo de clientes. 
7.	 Faça	uma	pesquisa	que	analise	rotineiramente	publicações	seto-
riais de vários países, procurando anúncios de novos produtos.
8.	 Trate	feiras	comerciais	como	missões	de	inteligência	em	que	você	
verá, reunido em um único local, tudo o que é novo em seu setor. 
9.	 Faça	sua	equipe	de	técnicos	e	de	marketing	visitar	os	laboratórios	
de seus fornecedores e reservar um tempo para conversar com a 
equipe	de	técnicos	deles	—	descubra	as	novidades.	
10. Crie uma urna para depositar ideias. Deixe-a aberta e facilmente 
acessível. Permita que os funcionários analisem as ideias e façam 
críticas construtivas a elas. 
Veja também a tese de doutorado de, Mariela Haidée Aranda 
intitulada A importância da criatividade no processo de inovação (PI). 
Com essa leitura, você vai aprofundar os fatores que tornam a 
criatividade um elemento fundamental para o a inovação.
E como exemplo de inovações em produtos, o grupo Open Source 
Ecology, que reúne engenheiros e tecnólogos do mundo inteiro, 
fez uma lista das 30 inovações tecnológicas essenciais para o 
mundo moderno que pode ser verificada no link a seguir: https://
super.abril.com.br/historia/as-30-maquinas-mais-importantes-
do-mundo/.
DICA
184
Pode-se perceber, também a importância das inovações tecnológicas do ponto 
de	vista	dos	valores	de	mercado	ao	identificarmos	quais	seriam	as	marcas	mais	valiosas	
do mundo hoje. 
Veja a lista das 10 marcas mais valiosas do mundo, segundo a Brand Finance:
1. Amazon: US$ 221bilhões (varejo).
2. Google: US$ 160 bilhões (tecnologia).
3. Apple: US$ 141 bilhões (tecnologia).
4. Microsoft: US$ 117 bilhões (tecnologia).
5. Samsung: US$ 94 bilhões (tecnologia).
6. ICBC: US$ 81 bilhões (financeiro).
7. Facebook: US$ 80 bilhões (mídia).
8. Walmart: US$ 78 bilhões (varejo).
9. Ping An: US$ 69 bilhões (seguros).
10. Huawei: US$ 65 bilhões (tecnologia).
FONTE: <https://www.infomoney.com.br/consumo/este-grafico-
mostra-as-100-marcas-mais -valiosas-do-mundo-em-2020/>. 
Acesso em: 19 jun. 2020.
IMPORTANTE
Com estes exemplos das invenções mais importantes da humanidade, das 
marcas e das empresas mais valiosas atualmente em nossa sociedade, podemos 
perceber como as inovações tecnológicas e o desenvolvimento de novos produtos 
transformaram nosso mundo e o sistema econômico ao longo de nossa história. Mas, 
podemos fazer um questionamento crítico: será que o desenvolvimento tecnológico 
propiciado pela criatividade e inovação contribuíram para a redução das desigualdades 
sociais e melhoria da qualidade de vida da sociedade em geral? 
O	pesquisador	francês	Thomas	Piketty	em	seu	livro,	O Capital no século XXI (2014),	
mostra que o sistema capitalista permite mais concentração de renda e desigualdade 
social do que crescimento econômico. Ou seja, o incentivo à inovação tecnológica para 
incremento do sistema capitalista apenas produz mais desigualdade social. 
Piketty	 (2014)	 sugere	que	para	 redução	da	desigualdade	 inerente	ao	capitalismo,	
além da tributação da riqueza, o incentivo à	difusão	do	conhecimento sem barreiras e 
investimentos em educação. Para ele, "no longo prazo, a força que de fato impulsiona 
o aumento da igualdade é a difusão do conhecimento e a disseminação da educação de 
qualidade"	 (PIKETTY,	2014,	p.	29).	Desde	1840	os	críticos	do	capitalismo	 já	apontavam	o	
seguinte questionamento:
185
De que serve o desenvolvimento industrial, de que servem 
todas as inovações tecnológicas, todo esse esforço, todos esses 
deslocamentos populacionais, se ao cabo de meio século de 
crescimento da indústria, a situação das massas continua tão 
miserável	quanto	antes	[...]	(PIKETTY,	2014,	p.	16).		
 
Nos Estados Unidos, matriz das maiores empresas de tecnologias do Mundo 
(Apple,	 Amazon,	 Google,	 Microsoft,	 Facebook,	 IBM	 etc.),	 a	 desigualdade social 
“aumentou	nas	últimas	décadas	atingindo	níveis	que	não	eram	vistos	desde	a	década	
de	1930”	(SANDEL,	2011,	p.	327).	
Da mesma forma, destacamos contribuições de David Dicson, em seu livro, 
Tecnologia Alternativa	 (1978),	que	apresenta	críticas	à	visão	determinista	e	neutra	da	
tecnologia:
A partir da Revolução Industrial, e particularmente durante os últimos 
cinquenta anos, passou a ser geralmente aceito o fato de que uma 
tecnologia em contínuo desenvolvimento é a única que oferece 
possibilidades realistas de progresso humano. O desenvolvimento 
tecnológico inicialmente consistiu na melhora das técnicas 
artesanais tradicionais e posteriormente se estendeu à aplicação do 
conhecimento abstrato aos problemas sociais, prometeu conduzir a 
sociedade pelo caminho que leva a um próspero e brilhante futuro. 
As	 revoluções	 tecnológicas	 reorganizaram	 de	 forma	 significativa	
o sistema econômico na contemporaneidade. O desenvolvimento da 
tecnologia tem servido inclusive como indicador do progresso geral 
do desenvolvimento social, fazendo com que se tenda a julgar as 
sociedades como avançadas ou atrasadas segundo seu nível de 
sofisticação tecnológica (DICSON	1978	apud	FBB,	2004,	p.	26).
A alternativa que podemos considerar enquanto política pública, é que a inovação 
tecnológica, em essência, é um processo de difusão e partilha de conhecimento e deve 
ser	 tratado	 como	 “um bem público e não somente como mecanismo de mercado” 
(PIKETTY,	 2014,	 p.	 28).	 O	 ponto	 chave	 é	 que	 investir	 em	 inovação	 tecnológica	 apenas	
para	garantir	crescimento	econômico,	como	mostra	Piketty,	é	insuficiente	para	"satisfazer	
as esperanças democráticas e meritocráticas, que devem se apoiar em instituições 
específicas,	 e	não	apenas	nas	forças	do	progresso	tecnológico	e	do	mercado"	 (2014,	p.	
100). Estudos mostram que, para o futuro, ondas de inovação amparadas principalmente 
nas tecnologias da informação e comunicação, possuem um potencial de crescimento 
sensivelmente	 inferior	 (comparadas	com	as	mudanças	provocadas,	 por	 exemplo,	 desde	 
as	máquinas	a	vapor	e	o	advento	da	eletricidade),	“alteram	os	modos	de	produção	de	
forma	 menos	 radical	 e	 trazem	 melhorias	 menos	 significativas	 para	 a	 produtividade	
do	conjunto	da	economia”	(PIKETTY,	2014,	p.	98).	É	esta	reflexão	crítica	que	também	
devemos ter ao se estudar sobre criatividade e inovação.
A	seguir,	 no	próximo	tópico,	vamos	verificar	que	existem	diversas	barreiras	que	
podem comprometer o desenvolvimentoda cultura da criatividade e inovação dentro 
das organizações.
186
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A importância da criatividade, considerada potencializadora da inovação nas 
organizações, permite competitividade no mercado.
•	 As	dez	habilidades	esperadas	pelos	profissionais	do	futuro	pelo	Fórum	Econômico	
Mundial	(2016)	são:	criatividade;	gestão	de	pessoas;	pensamento	crítico;	resolução	
de	 problemas	 complexos;	 empatia/trabalho	 em	 equipe;	 inteligência	 emocional;	
capacidade de julgamento e tomada de decisões; orientações para serviços; 
negociação;	e	flexibilidade	cognitiva.
• A partir de indicadores CQQ e ICC os fatores que estimulam a criatividade são: ambiente 
físico adequado; clima social favorável entre colegas de trabalho; incentivo a novas 
ideias;	 liberdade	 de	 ação,	 atividades	 desafiantes;	 salários	 e	 benefícios	 adequados;	
ações	da	chefia	e	da	organização	em	apoio	a	ideias	novas;	disponibilidades	de	recursos	
materiais. E os obstáculos à criatividade são: bloqueio a ideias novas; excesso de 
serviço e escassez de tempo; resistência a ideias novas; problemas organizacionais.
•	 As	opções,	de	acordo	com	o	Manual	de	Oslo	(OCDE,	2005),	para	inovação	em	produto	
são: 
◦ criação de produtos novos: criam um novo mercado; 
◦ linhas de produtos novos: permitem a empresa entrar em mercados existentes, 
mas ainda novos para ela; 
◦ acréscimos a linhas de produtos já existentes; 
◦ aperfeiçoamento e revisão de produtos existentes; 
◦ reposicionamentos: redirecionam produtos para novos mercados ou segmentos; 
◦ reduções de custo: criação de novos produtos, semelhantes aos existentes, mas 
com custos menores.
• Os fundamentos de ciclo de vida dos produtos, e algumas maneira de ter ideias 
inovadoras para produtos em que podemos destacar são: realização de reuniões 
informais entre clientes e funcionários da empresa; tempo livre para elaboração 
de projetos; realização de brainstorming com clientes; pesquisar os clientes; visitar 
laboratórios dos fornecedores, entre outros.
RESUMO DO TÓPICO 3
187
1	 O	Fórum	Econômico	Mundial	 (2016)	enfatiza	a	 importância	da	criatividade	para	as	
organizações,	para	tal	ele	 lista	dez	habilidades	esperadas	para	profissionais	do	futuro.	
Com base em tais competências, assinale a alternativa correta:
(			)	Gestão	de	pessoas.
(			)	Pensamento	crítico.
(			)	Resolução	de	problemas	complexos.
(			)	Apatia-Trabalho	em	equipe.
(			)	 Inteligência	emocional.
a)	 (			)	 V	–	V	–	F	–	F	–	V.
b)	 (			)	 V	–	V	–	V	–	F	–	V.
c)	 (			)	 V	–	F	–	V	–	F	–	V.
d)	 (			)	 V	–	V	–	V	–	V	–	F.
e)	 (			)	 F	–	V	–	F	–	V	–	V.
2	 Conforme	 descrito	 por	 Figueiredo	 (2017),	 Ekvall	 (1996)	 criou	 uma	 escala	 visando	
medir	no	ambiente	de	trabalho	alguns	fatores	que	podem	 influenciar	no	processo	
de	criatividade	e	inovação,	denominada	CQQ	(Creative Climate Questionnaire). Quais 
são esses fatores?
3	 Nos	 estudos	 de	 Bruno-Faria	 e	 Alencar	 (1998),	 as	 autoras	 desenvolveram	 o	 ICC	
(Indicadores	 de	 Clima	 para	 Criatividade).	 Foram	 encontrados	 fatores	 que	 são	
estímulos	à	criatividade	(E)	e	fatores	considerados	obstáculos	à	criatividade	(O).	Com	
base em tais fatores, assinale a alternativa CORRETA:
(			)	Ambiente	físico	adequado.
(			)	Bloqueio	a	ideias	novas.
(			)	Excesso	de	serviços	e	escassez	de	tempo.
(			)	Clima	social	favorável	entre	colegas	de	trabalho.
(			)	 Incentivo	a	novas	ideias.
a)	 (			)	 E	–	E	–	O	–	O	–	E.
b)	 (			)	 E	–	O	–	O	–	O	–	E.
c)	 (			)	 E	–	O	–	O	–	E	–	E.
d)	 (			)	 O	–	E	–	O	–	O	–	E.
e)	 (			)	 E	–	O	–	E	–	O	–	E.
AUTOATIVIDADE
188
189
TÓPICO 4 — 
BARREIRAS DA CRIATIVIDADE 
E INOVAÇÃO
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Compreendemos, no decorrer desta unidade, como o processo criativo é 
desenvolvido em cada pessoa. Contudo é necessário termos em mente que existem 
algumas barreiras que impedem tal processo. 
Neste tópico, vamos estudar as barreiras de criatividade no ambiente 
organizacional, as quais podem ser agrupadas em: barreiras de percepção, emocionais, 
culturais,	 ambientais	 e	 intelectuais.	 Vamos	 identificar	 ações	 que	 podem	 amenizar	 o	
efeito destas barreiras e até mesmo como superá-las.
Outro fator importante que iremos abordar são as atividades que podemos 
realizar para exercitar a criatividade, sendo alguns deles: leitura, escrita, jogos, ouvir 
música, pesquisa fonte de dados, entre outros exemplos que serão descritos no decorrer 
deste tópico.
Encerrando esta unidade iremos abordar a importância da criatividade e 
inovação, sendo um diferencial para maior competitividade no mercado.
2 BARREIRAS À MANIFESTAÇÃO CRIATIVA E 
INOVADORA
Como enfatizamos, no decorrer desta unidade, a criatividade é muito importante 
em todos os aspectos da nossa vida. Cada vez mais, práticas colaborativas são 
elaboradas para aprimoramento, desenvolvimento dessa capacidade, principalmente 
nas	organizações,	uma	vez	que	profissionais	criativos	possibilitam	a	 inovação,	sendo	
um grande diferencial para maior competitividade no cenário econômico.
Contudo, ainda encontramos algumas barreiras, uma vez que, ao contrário 
das crianças, tememos as críticas, nas quais a não aprovação do próximo, ou opinião, 
tornam-se uma grande barreira à criatividade e consequentemente à inovação. De 
acordo	com	Guerra	e	Joly	(2005),	além	de	estimulada,	a	criatividade	também	pode	ser	
bloqueada por diversos fatores, sendo eles de natureza social ou pessoal, diminuindo 
assim o potencial criativo. 
190
Nos estudos iniciais sobre criatividade, a abordagem sobre as barreiras era 
apenas individualista, uma vez que o processo criativo era entendido como individual, 
deduzia-se que suas barreiras também eram internas, restringindo os estudos a uma 
visão unidimensional. Todavia, passou-se a perceber que o bloqueio aconteceria por 
estar	ligado	a	aspectos	sociais,	culturais,	momentos	históricos,	entre	outros	(GUERRA;	
JOLY,	2005).
Em	função	do	tipo	de	barreira	foram	organizadas	várias	classificações,	como	
a divisão em internas e externas, culturais e emocionais, estratégicas, de valores, 
de autoimagem, perceptuais, sociodinâmicas, de percepção, emocionais, culturais, 
ambientais,	intelectuais,	entre	outras	(GUERRA;	JOLY,	2005;	HICKS,	1991).
FIGURA 11 – GRUPOS DE BARREIRAS DE CRIATIVIDADES
FONTE: Adaptado de Dias (2017)
191
Vamos conhecer um pouquinho mais sobre alguns tipos de barreira de acordo 
com	Dias	(2017)	e	Guerra	e	Joly	(2005).
• Barreiras de percepção: essa barreira está relacionada à forma como percebemos 
os acontecimentos, à forma como a mente processa os dados recebidos. Nesta 
classificação	 encontram-se:	 estereótipos;	 dificuldade	 de	 isolar	 problemas;	 visão	
restrita	 (visão	 tipo	 túnel);	 inabilidade	de	 se	 perceber	 os	 acontecimentos	 de	vários	
pontos	de	vista;	e	falha	na	utilização	eficiente	de	todos	os	sentidos.
• Barreiras emocionais: estão atreladas à interferência dos sentimentos na forma 
de pensar, e, consequentemente, na criatividade. As emoções que podem agir de 
forma negativa são: desejo exagerado por segurança e ordem; medo de cometer 
erros;	 despreparo	para	 assumir	 riscos;	 falta	de	motivação;	dificuldade	de	 reflexão;	
incapacidade de uso da imaginação; e pressa em resolver os problemas.
• Barreiras culturais: essas barreiras são relativas a interferências da cultura tanto 
da	empresa,	como	da	sociedade	em	si,	que	influenciam	nosso	modo	de	pensar	e	agir.	
De	acordo	com	Dias	(2017),	essa	barreira	pode	ser	cumulativa,	restringindo	ainda	mais	
a criatividade. Alguns exemplos de barreiras culturais são: crença que a melhoria não é 
praticamente	impossível;	dizer	que	reflexão	é	pura	perda	de	tempo;	crença	de	que	
pensar de um modo descompromissado é restrito a crianças; achar que a lógica é 
sempre melhor que a intuição; acreditar que tradição é melhor que mudança; tabus 
organizacionais; estilo de gerência e da liderança da organização; falta de suporte ao 
trabalho em grupo; e relutância da organização em implementar as ideias geradas.
• Barreiras ambientais:diz respeito às manifestações de teor físico no ambiente 
de trabalho. Essas manifestações interferem o desenvolvimento do pensar criativo. 
Alguns	 exemplos	 dessas	 barreiras:	 distrações	 do	 ambiente	 (ruídos,	 chamadas	
telefônicas constantes etc.); monotonia; desconforto físico e mental; e restrição de 
acesso aos meios adequados de comunicação. 
• Barreiras intelectuais:	 já	as	barreiras	intelectuais	estão	atreladas	às	dificuldades	
encontradas no relacionamento dos membros de uma equipe de trabalho. Algumas 
formas de barreiras intelectuais são: escolha incorreta da linguagem de solução de 
problemas;	inflexível	ou	inadequado	de	estratégias	e	métodos;	falta	de	informações	
corretas;	e	dificuldade	de	comunicação	entre	pessoas.
• Barreiras internas e externas: barreiras internas estão relacionadas às características 
pessoais	do	indivíduo,	como	“insegurança,	falta	de	motivação,	medo,	dificuldade	em	
ver um problema por ângulos diferentes, timidez, acrescidos à falta de conhecimento 
ou informação. As barreiras externas são as sociais que se relacionam aos elementos 
culturais, institucionais, grupais, ideológicos, presentes no contexto do indivíduo” 
(GUERRA;	JOLY,	2005,	p.	107).	Alguns	exemplos	são:	autoritarismo,	falta	de	estímulo,	
entre outros.
Agora	que	já	identificamos	algumas	barreiras	você	deve	estar	se	perguntando,	
o que devemos fazer para superá-las?
Dias	(2017) sugere as seguintes ações:
192
QUADRO 4 – AÇÕES PARA ENFRENTAR AS BARREIRAS DE CRIATIVIDADE
FONTE: Adaptado de Dias (2017)
BARREIRAS AÇÕES
Barreiras de 
percepção
Podem ser trabalhadas com atividades em grupo, focadas em solução 
de problemas, com foco no uso do conceito de empatia. As pessoas 
devem ser estimuladas a registrar suas percepções e não apenas fatos 
e dados.
Barreiras emocionais
Deixar claro os objetivos da organização, reconhecer o erro como 
oportunidade de aprendizado e dar autonomia para as pessoas para 
que	se	sintam	desafiadas,	com	o	consequente	reconhecimento,	não	
só de resultados, mas também de esforços.
Barreiras culturais
É	 importante	 ter	 as	 lideranças	como	exemplo,	 sendo	essencial	 para	
combater as barreiras culturais. Os tabus organizacionais devem 
ser debatidos, até que se chegue as reais causas destes modelos 
mentais, e o uso dos 5 Porquês. Os	 “5	porquês”	 é	uma	técnica	que	
objetiva encontrar a causa de um defeito ou problema. Ela parte da 
premissa inicial, que após perguntar 5 vezes o porquê um problema 
está acontecendo, será determinada a causa raiz do problema ao invés 
da fonte de problemas. Ela costuma dar bons resultados. O modelo 
de	gestão	não	deve	ser	uma	camisa	de	força,	e	sim	um	fio	condutor,	
resistente,	mas	flexível.
Barreiras ambientais
Fugir	 de	 ações	 que	 isolam	 as	 pessoas,	 de	 atividades	 altamente	
especializadas e não conectadas na forma de processos, de ilhas 
de conhecimento. Criar um ambiente de trabalho que não cause 
sofrimento.
Barreiras intelectuais
São	combatidas	com	comunicação	confiável,	atualizada	e	acessível	a	
todos. A linguagem usada deve ser tão simples quanto possível, do 
jeito que as pessoas entendam, sem eufemismos.
Outras barreiras da criatividade são: falta de tempo; falta de 
referência; conformismo; insegurança; medo do ridículo; tradição; 
autoridade; e ciúme.
ESTUDOS FUTUROS
3 COMO EXERCITAR A CRIATIVIDADE
Continuando nossos estudos, veremos como podemos exercitar a criatividade. 
Ela pode ser aprimorada por meio de exercícios simples, de forma divertida e prazerosa. 
Ela permite que você encontre novas formas de realizar tarefas, novos produtos e 
serviços,	ou	alterações	(ABRANTES,	2017).	Vamos	descobrir	algumas	ações	para	estimular	 
a criatividade e inovação?
193
FIGURA 12 – FATORES QUE CONTRIBUEM PARA EXERCÍCIO DA CRIATIVIDADE
FONTE: Adaptado de Abrantes (2017)
Ações	para	estimular	a	criatividade	segundo	Abrantes	(2017):
• Aprenda a observar: observar as coisas a sua volta pode ajudar a melhorar a 
criatividade.	 Por	 meio	 da	 observação  você	 pode	 identificar	 novas	 demandas,	
encontrar	 possíveis	 soluções	 para	 problemas	 existentes	 e  registrar	 fatos	 que	 podem	
servir futuramente em outra situação. A partir da observação você pode aprender muito. 
• Analisar características de produtos e situações diversas: em nosso cotidiano, 
quando nos deparamos com algum problema, geralmente pensamos em diversas 
possíveis soluções. Analisar as características do que gerou o problema é fundamental 
para incentivar a criatividade, impulsionando uma visão crítica. Então, estimule sua 
criatividade, analise situações e também as características dos produtos que você 
visualiza	em	seu	dia	a	dia.	Após,	reflita	em	como	você	poderia	fazer	de	uma	forma	
nova, isso contribuirá para inovar.
194
• Escutar músicas: estudos demonstram que ouvir músicas incentiva a criatividade. 
Assim, você pode encontrar novos sentidos e até mesmo achar uma solução ou uma 
nova ideia de produto.
•	 Assistir	a	filmes:	os	filmes	são	obras	que	incentivam	o	processo	criativo,	assista	aos	
filmes,	observe	todos	os	detalhes,	como	os	efeitos	especiais	utilizados,	a	trilha	sonora	
escolhida,	 recursos	de	 iluminação,	movimentação	das	câmeras,	a	fotografia,	entre	
outros.
• Dormir bem: uma boa noite de sono tem inúmeros benefícios, para a criatividade 
não é diferente. Dormir bem contribui para melhor funcionamento do cérebro, 
conseguindo, assim, analisar melhor as situações com mais assertividade. Outro fator 
que pode auxiliar é tentar lembrar do sonho, a partir da lembrança dele você pode ter 
uma inspiração.
• Hábito da leitura e escrita: a leitura e escrita contribuem para a criatividade. Durante 
a	leitura,	o	cérebro	consegue	recriar	cenários	e situações.	Nesse	viés,	recomenda-se	
ler pelo menos um livro por mês. Todavia desenvolver o hábito da escrita é mais difícil, 
mas que ajuda você a sair da zona de conforto.
• Aproveitar o tempo de lazer: aproveitar o tempo de ócio pode contribuir para 
aprimoramento de uma mente criativa. Para isso, aproveite o tempo vago para realizar 
pesquisa na internet, uma ótima propulsora da criatividade. 
• Organizar: a organização incentiva a criatividade, o surgimento de ideias novas. 
Sabendo onde as coisas estão, além de otimizar seu tempo, contribui para exercício 
do cérebro.
•	 Desafiar	a	si	mesmo:	impor	limites	desafiadores	é	uma	maneira	de	aprender	coisas	
novas	e	não	permanecer	sempre	parado	no	quesito	profissional.	Então	sempre	aprenda	
novas	coisas,	tanto	na	área	pessoal	ou	profissional,	 isso	contribui	significativamente	
para novos conhecimentos e consequentemente para maior criatividade e inovação. 
• Gostar das atividades que realiza: quanto mais você gosta de uma atividade, você 
sente mais prazer ao realizá-la e o resultado é melhor. Goste do que faz e, se estiver 
em um trabalho que não o agrade, procure uma alternativa. 
•	 Informação: estar informado sobre os diversos assuntos contribui na maneira de 
conversar, e interagir com as pessoas, auxiliando para obter novas ideias.
• Buscar novas experiências: novas experiências são uma poderosa fonte para 
inovação. Contribui para novos conhecimentos e habilidades, e consequentemente 
novas ideias, e soluções. 
• Relaxar: para estimular a criatividade, manter um estado de espírito de tranquilidade 
é fundamental. Por isso, mesmo com a estressante rotina que a maiorias das pessoas 
estão acumulando, tente relaxar, ver o lado bom das coisas, aprender com os erros e 
passar	pelas	dificuldades	tentando	encontrar	o	ponto	de	vista	positivo.	
• Ser curioso:	a	vontade	de	sempre	tentar	saber	o	“por	que”	das	coisas	é	essencial.	
Isso gera mais conhecimento, mais exercício para o cérebro e novas fontes para ser 
uma pessoa mais criativa e inovadora.
• Resolver palavras cruzadas: as palavras cruzadas contribuem para exercitar o 
pensamento criativo. 
195
• Jogar: os jogos auxiliam para exercitar o cérebro, e assim impulsionam o surgimento 
de novas ideias.
• Conhecer o mundo: conheça o mundo em que vive e explore-o, issoé essencial. 
Aproveite para viajar, conhecer diferentes culturas e situações. 
Além dessas ações, seguem algumas dicas para estimular a criatividade 
segundo oito líderes de inovação:
QUADRO 5 – SEGREDOS DA CRIATIVIDADE PARA INOVAÇÃO
Líder Segredo da criatividade
Richard Chaves
Diretor de inovação e 
novas tecnologias da 
Microsoft Brasil.
Segundo	o	executivo,	profissionais	da	inovação	precisam	enxergar	o	
propósito	do	que	fazem,	ou	não	vão	muito	longe.	“Se	você	visualiza	
claramente o impacto do seu trabalho para a sociedade, você conta 
com	uma	fonte	de	energia	inigualável”,	afirma.	Outro	ingrediente	
básico da criatividade para Chaves é o contato humano: interagir 
e trocar ideias com pessoas muito diferentes, como estudantes 
e empreendedores, é o que permite enxergar oportunidades até 
então invisíveis.
Carlos Tadeu da Silva
Diretor de tecnologia 
para refrigeração e ar 
condicionado da Whirlpool 
Latin America.
Organização e método são fatores essenciais para um bom 
profissional	de	inovação,	segundo	Silva.	“Ao	contrário	do	que	muita	
gente pensa, criar não é um processo caótico, é muito racional”, 
explica.	Contudo,	a	disciplina	não	pode	endurecer	o	processo.	“Você	
não pode ter medo de errar, ou só colocar na mesa de discussão 
as ideias que ‘fazem sentido’”, diz ele.
Rony Sato
Gerente de tecnologia e 
inovação	da	BASF	para	a	
América do Sul.
Como	mediador	de	workshops	de	inovação,	o	executivo	acredita	
na importância da diversidade como um dos grandes combustíveis 
para	novas	ideias.	“É	preciso	dar	abertura	para	que	todos	participem	
da discussão e tragam pontos de vista muitas vezes antagônicos 
sobre o assunto”, explica. Além disso, ele menciona o papel do 
envolvimento	emocional	para	o	processo	criativo.	 “Você	precisa	
acreditar na missão do projeto, enxergar um propósito importante 
por	 trás	de	tudo	aquilo”,	 diz	Sato.	 “Inovação	depende	muito	de	
motivação”.
Camila Durlacher
Diretora	de	P&D	da	3M	 
do Brasil.
Na	visão	de	Durlacher,	formular	soluções	originais	—	e	viáveis	—	é	
sempre	um	trabalho	coletivo.	“Somos	mais	criativos	quando	temos	
outras pessoas ao nosso redor, que nos dão respostas para o que 
não sabemos, e nos fazem perguntas sobre o que achamos que 
sabemos”,	 explica.	 “Sem	colaboração,	fica	muito	difícil	 ter	uma	
ideia realmente boa”.
Eduardo Conejo
Gerente sênior de inovação 
da Samsung América 
Latina.
Estar bem informado é uma condição essencial para promover a 
inovação,	segundo	o	executivo.	“Você	precisa	ter	um	amplo	leque	
de informações e referências para fazer associações de ideias”, 
afirma.	“Quanto	maior	o	seu	repertório,	mais	facilmente	você	poderá	
cruzar áreas do conhecimento e chegar a novas conclusões”. 
Para alimentar sua criatividade, Conejo cultiva leituras ecléticas, 
de artigos acadêmicos a notícias sobre assuntos aparentemente 
desconexos da sua área. Para ele, informação nunca é demais: 
quando menos se espera, ela pode ser a chave de um problema.
196
Daniel Rosa
Gerente de 
desenvolvimento para 
TV e mídia da Ericsson.
Para	gerar	inovação,	um	profissional	precisa	se	sentir	bem	no	seu	
ambiente de trabalho, isto é, ter a certeza de que suas contribuições 
serão	ouvidas	e	apreciadas”,	afirma	o	executivo.	Ter	autonomia	para	
agir	—	sem	precisar	pedir	“licença”	—	é	outro	ponto	fundamental.	
Rosa também destaca a importância de não ter medo do fracasso. 
“Se	você	só	aposta	em	projetos	seguros,	não	rompe	com	nenhum	
paradigma”,	 explica.	 “A	 inovação	 começa	 com	 ideias	 loucas,	
absurdas”.
Caito Maia
Presidente da Chilli Beans.
Ex-líder	de	uma	banda	de	rock,	o	executivo	acredita	que	a	rebeldia	
e a polêmica são ingredientes importantes para a inovação. 
“Apresento	as	ideias	mais	extravagantes	para	a	minha	mãe”,	conta.	
“Se	ela	fica	espantada,	 sinto	que	é	um	caminho	que	devemos	
perseguir”. Ele também diz que gosta de estar perto de pessoas 
criativas.	 “Para	alimentar	o	meu	espírito	 inovador,	 eu	me	cerco	
de gente que respira criatividade, como publicitários, arquitetos 
e designers".
Graciela Tanaka
Diretora de operações do 
Grupo Netshoes.
Tanaka	acredita	que	a	criatividade	para	criar	novos	produtos	e	
serviços	se	alimenta	da	empatia.	“Para	ter	boas	ideias,	você	precisa	
se	colocar	no	lugar	do	consumidor”,	afirma.	Ela	também	destaca	
a	 importância	da	 insatisfação	com	o	 status	quo.	 “É	 importante	
olhar para as tecnologias já empregadas e acreditar que sempre é 
possível melhorá-las”, diz a diretora.
FONTE: Adaptado de Gasparini (2016) 
FIGURA 13 – FRASE DE ALBERT EINSTEIN
FONTE: <https://kdfrases.com/frases-imagens/frase-o-segredo-da-criatividade-esta-em-dormir-bem-e-
abrir-a-mente-para-as-possibilidades-infinitas-o-albert-einstein-91259.jpg>. Acesso em: 24 jun. 2020.
197
4 IMPORTÂNCIA DA CRIATIVIDADE NAS EMPRESAS
Como já enfatizamos, a criatividade possui grande valor universal, uma vez que 
possibilita a ocorrência de mudanças, de transformações, e que visam sempre solucionar 
problemas e otimizar processos. Essa capacidade pode ser mais desenvolvida em 
algumas pessoas do que em outras, todavia, existem alguns exercícios que incentivam 
seu aprimoramento. 
No	mercado	de	trabalho,	é	cada	vez	mais	constante	a	busca	por	profissionais	
capacitados e que tem como característica ser uma pessoa criativa. Além disso, várias 
práticas são realizadas na empresa visando impulsionar a criatividade e inovação 
principalmente de forma colaborativa.
Para ter sucesso no atual mercado de trabalho, ter uma equipe criativa e 
inovadora faz toda a diferença, contudo, é essencial que os líderes realmente conheçam 
as pessoas que fazem parte da equipe, e que dê chances para que elas possam 
desenvolver	a	criatividade.	Outro	item	importante	destacado	por	Pires	(2018),	é	estimular	
a criatividade em reuniões com o intuito de ouvir novas ideias e sugestões da equipe.
É	importante	ao	gestor	elogiar	as	novas	ideias,	esse	tipo	de	estímulo	é	essencial	
para que as pessoas não tenham vergonha de expor sua opinião e criatividade outro 
fator que merece maior atenção é criar um ambiente e clima organizacionais propícios 
a	incentivar	a	criatividade	(PIRES,	2018).
Além	disso,	Pires	(2018)	destaca	os	pilares	da	inovação	e	criatividade.	O	autor	
enfatiza que o primeiro passo é entender quais são os principais objetivos da organização 
e	de	qual forma	ela	pode	adotar	boas	práticas	dentro	da	sua	realidade,	uma	vez	que	
cada organização tem características e objetivos distintos. Assim, as organizações 
precisam ter em mente que a gestão da criatividade e inovação deve forçar no incentivo 
dos processos criativos, e não apenas registrar ações no papel, e não por em práticas 
as mesmas.
Nesse viés, os pilares para inovação e criatividade nas empresas são uma 
comunicação	 eficiente	 e	 efetiva	 entre	 todos	 os	 setores,	 uma	 boa	 organização	 das	
estratégias para assim poder pôr em prática as boas ideias, o constante controle das 
atividades, a análise dos resultados e o justo reconhecimento dos colaboradores 
responsáveis	pela	inovação	(LAFS,	2019).
198
FIGURA 14 - PILARES DE INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE
FONTE: Adaptado de Lafs (2019)
Outro fator que as organizações devem estar atentas são as exigências de 
mercado e a necessidade de investir em inovação. As empresas devem ter em mente 
qual a importância para elas em de investir em inovação. 
 
O	 avanço	 tecnológico	modificou	 quase	 todos,	 senão	 todos	 os	 processos	 em	
nosso cotidiano. A forma de comunicação, pesquisa, interação, entre outros, foram 
impactadas pelas tecnologias digitais, não sendo diferente nas organizações. Todas 
essas	mudanças	 são	 reflexos	da	 inovação	 e	 da	 tecnologia,	mas	 sobre	 essa	 questão	
vamos estudar mais no próximo tópico, e só sobrevivem nesse mercado as que 
têm capacidade e condições de entender e se relacionar de forma ativa com ações 
inovadoras	(LAFS,	2019).
Assim,	nesse	cenário	de	constante	alteração	influenciado	pelas	Tecnologias	da	
Informação	e	Comunicação	(TICs)	o	empresário	precisa	estar	em	constante	busca	porum	diferencial,	 tornando	 seu	produto,	 ou	 serviço,	 interessante	para	 atrair	 clientes. A	
inovação e a criatividade são dois mecanismos muito interessantes que possibilitam 
maior competitividade, e contribuem para maior conquista de clientes.
199
FIGURA 15 - RELAÇÃO CRIAÇÃO, INOVAÇÃO E SUCESSO COMERCIAL
FONTE: <https://www.folhavitoria.com.br/economia/blogs/gestaoeresultados/wp-content/
uploads/2012/11/digitalizar0011.jpg>. Acesso em: 19 jun. 2020.
Ações de inovação e criatividade permitem compreender as necessidades 
futuras de clientes, preparando soluções de forma antecipada e criativa, e se destacando 
da concorrência. Pôr em prática técnicas de incentivo à inovação não é uma tarefa 
simples, exige comprometimento e interesse na mudança, sendo que o primeiro passo 
é	a	adaptação	das	políticas	internas	da	organização	(LAFS,	2019).
Para isso é essencial manter um diálogo aberto, incentivar as novas ideias 
e demonstrar que a cultura da empresa está alinhada com o desejo e interesse pela 
inovação. Outro fator interessante é investir em palestras, treinamentos, e-mails de 
incentivo	e	demais	ações	focadas	no	desenvolvimento	da	criatividade	(LAFS,	2019).
Além disso, organizar o tempo dos colaboradores para que eles tenham 
condições de pensar em soluções inovadoras, faz toda a diferença. Mas não adianta 
mudar	 toda	 a	 cultura	 da  empresa  se,	 na	 prática,	 o	 gestor	 não	 aceita	mudanças	 e	 a	
implementação	de	soluções	criativas	e	o	time	possui	resistência	(LAFS,	2019).	
200
Na cultura da empresa podemos estimular a criatividade e inovação aplicando 
as	seguintes	ações	(SITEWARE,	2018,	s.p.):	
• conhecimento: estudando outras ações;
• curiosidade: para encontrar caminhos e resoluções únicas;
• imaginação: para desenvolver ideias diferenciadas;
• avaliação das opções: para escolher qual pode trazer os melhores 
resultados.
 Mas para conseguir estimular ainda mais rápido, novas abordagens 
podem	oferecer	um	ambiente	de	trabalho	diferenciado.	As	novas	abordagens	
possibilitam a elaboração de novas saídas, encorajam os colegas a construírem os 
pensamentos que sempre quiseram expor e que antes não tinham tanto espaço nem 
se sentiam à vontade para isso. O ambiente de trabalho pode ser diferenciado por meio 
de ações como: oferecendo refeições gratuitas; organizando excursões de equipe; 
criando	novos	 incentivos	financeiros;	gerando	oportunidades	para	a	equipe	participar	
de eventos; oferecendo descontos para academias; permitindo animais no local de 
trabalho	(SITEWARE,	2018).
Por	fim,	também	é	importante	oferecer	um	bom	equilíbrio	entre	a	vida	profissional	
e pessoal. Essa ação não só ajuda a eliminar o estresse como desenvolve o ambiente 
propício	para	ser	mais	criativo	e	inovador	(SITEWARE,	2018).
Finalizando	 a	 Unidade	 3,	 e	 também	 este	 Livro	 Didático,	 estudamos	 que	 a	
Criatividade e a Inovação são fundamentais para o desenvolvimento de novas ideias, 
propiciando a competitividade e a geração de riquezas. Um país, uma empresa ou 
qualquer outra organização que almeje manter-se à frente de seus competidores 
precisará de sistemas inovadores e criativos. Ao longo das unidades estudadas, foi 
possível compreender como os processos de inovação e criatividade no âmbito das 
organizações são gerenciados, conhecendo as mudanças tecnológicas que ocorreram 
ao longo da história e quais foram os seus impactos para este ambiente, bem como 
analisar	os	principais	aspectos	que	influenciam	o	desenvolvimento	da	criatividade	e	da	
inovação no contexto empresarial. Esperamos que tenha aproveitado o material estudado.
A criatividade tem a ver com o ato de criar algo e a inovação tem a 
ver com o que se faz com aquilo que se criou. Nicolau Copérnico 
teve um pensamento criativo e, através de seus estudos, construiu 
a ideia de que a terra gira em torno do sol, contudo, a inovação só 
aconteceu quando sua pesquisa foi publicada 26 anos mais tarde, 
por Johann Abrecht Widmanstadt.
IMPORTANTE
201
LEITURA
COMPLEMENTAR
Principal tipo de inovação
OCDE
[...]
Uma inovação de produto é a introdução de um bem ou serviço novo ou 
significativamente	melhorado	no	que	concerne	a	suas	características	ou	usos	previstos.	
Incluem-se	melhoramentos	 significativos	 em	 especificações	 técnicas,	 componentes	 e	
materiais, softwares incorporados, facilidade de uso ou outras características funcionais.
As inovações de produto podem utilizar novos conhecimentos ou tecnologias, ou 
podem basear-se em novos usos ou combinações para conhecimentos ou tecnologias 
existentes.	 O	 termo	 “produto”	 abrange	 tanto	 bens	 como	 serviços.	 As	 inovações	 de	
produto	incluem	a	introdução	de	novos	bens	e	serviços,	e	melhoramentos	significativos	
nas características funcionais ou de uso dos bens e serviços existentes.
Novos	produtos	são	bens	ou	serviços	que	diferem	significativamente	em	suas	
características ou usos previstos dos produtos previamente produzidos pela empresa. 
Os primeiros microprocessadores e câmeras digitais foram exemplos de novos produtos 
usando novas tecnologias. O primeiro tocador de MP3 portátil, que combinou padrões 
de softwares existentes com a tecnologia de disco rígido miniaturizado, foi uma nova 
combinação de tecnologias existentes.
O desenvolvimento de um novo uso para um produto com apenas algumas 
pequenas	modificações	para	suas	especificações	técnicas	é	uma	inovação	de	produto.	
Um exemplo é a introdução de um novo detergente com uma composição química 
que já tinha sido previamente utilizada como um insumo apenas para a produção de 
revestimentos.
Melhoramentos	significativos	para	produtos	existentes	podem	ocorrer	por	meio	
de mudanças em materiais, componentes e outras características que aprimoram seu 
desempenho.	 A	 introdução	 dos	 freios	 ABS,	 dos	 sistemas	 de	 navegação	 GPS	 (Global 
Positioning System), ou outras melhorias em subsistemas de automóveis são exemplos 
de inovações de produto baseadas em mudanças parciais ou na adição de um subsistema 
em vários subsistemas técnicos integrados. O uso de tecidos respiráveis em vestuário 
é um exemplo de uma inovação de produto que utiliza novos materiais, capazes de 
melhorar o desempenho do produto.
202
As inovações de produtos no setor de serviços podem incluir melhoramentos 
importantes	no	que	diz	respeito	a	como	elas	são	oferecidas	(por	exemplo,	em	termos	de	
eficiência	ou	de	velocidade),	a	adição	de	novas	funções	ou	características	em	serviços	
existentes, ou a introdução de serviços inteiramente novos. São exemplos as melhorias 
significativas	 em	 serviços	 bancários	 via	 internet,	 tais	 como	 um	 grande	 aumento	 na	
velocidade e na facilidade de uso, ou a introdução de serviços de retirada e devolução 
em casa que melhoram o acesso de clientes a carros de aluguel.
A concepção é parte integrante do desenvolvimento e da implementação de 
inovações de produto. Entretanto, mudanças na concepção que não implicam em 
uma	mudança	significativa	nas	características	funcionais	do	produto	ou	em	seus	usos	
previstos não são inovações de produto. Ainda assim, elas podem ser inovações de 
marketing,	como	será	discutido	a	seguir.	Atualizações	de	rotina9ou	mudanças	sazonais	
também	não	configuram	inovações	de	produto.
[...]
FONTE: OCDE – ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. Manual de 
Oslo: diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação. 3. ed. Paris: OECD, 2015. p. 57-58. 
Disponível em: https://www.finep.gov.br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf. Acesso em: 27 
out. 2019.
203
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• As principais barreiras da criatividade são percepções emocionais, culturais, 
ambientais, internas e externas e intelectuais, investigando, assim, sobre suas 
principais características e exemplos.
• Além de compreender sobre as barreiras, estudamos algumas ações que podem 
amenizar o efeito das mesmas e até mesmo as superar.
• A criatividade pode ser aperfeiçoada nos indivíduos, assim, conhecemos algumas 
práticas queauxiliam para maior criatividade, como: leitura, escrita, ouvir música, 
viajar, entre outros diversos exercícios que podemos realizar em nosso dia a dia.
• Existem segredos de líderes de sucesso para incentivar a criatividade.
• O estímulo à criatividade e à inovação nas organizações é um diferencial para maior 
competitividade no mercado.
RESUMO DO TÓPICO 4
204
1 Neste tópico, algumas barreiras da criatividade, principalmente no ambiente 
organizacional,	 foram	 encontradas.	 Identifique	 e	 descreva	 as	 principais	 barreiras	
mensuradas	por	Hicks	(1991).
2 A partir da importância da criatividade no contexto organizacional, as empresas vêm 
realizando algumas ações para estimular a criatividade e inovação. Qual das ações a 
seguir não é uma ação utilizada pelas empresas para incentivar a criatividade?
a)	 (			)	 Conhecimento,	estudando	outras	ações.
b)	 (			)	 Restrições	de	acesso	aos	meios	de	comunicação.
c)	 (			)	 Curiosidade,	para	encontrar	caminhos	e	resoluções	únicas.
d)	 (			)	 Avaliação	das	opções,	para	escolher	qual	pode	trazer	os	melhores	resultados.
e)	 (			)	 Imaginação,	para	desenvolver	ideias	diferenciadas.
3 Neste tópico estudamos sobre a criatividade, suas principais barreiras, formas de 
aperfeiçoá-las e algumas dicas de líderes de sucesso para aprimoramento e incentivo 
do processo criativo. Mas, porque a criatividade é importante para as empresas?
AUTOATIVIDADE
205
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