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CONHEÇA SEU LIVRO
P
P leia	sumários	e	resumos,	que	são	importantes	auxiliares	para	perceber	como	o	
texto	está	organizado	e	quais	são	as	relações	entre	suas	partes.	Procure	o	objetivo	
da	unidade	e	a	relevância	do	tema	na	seção	Discutindo a História.	Examine	o	Sumário	
e	o	Esquema-resumo	(seção	Para recordar)	antes	de	começar	o	estudo	da	unidade	
para	ter	uma	ideia	geral	do	assunto.	Após	a	leitura,	retome	o	Esquema-resumo	e	
realize	a	atividade	sugerida.	
P procure	pistas	sobre	a	organização	do	texto	e	o	tratamento	do	
assunto.	Observar	o	que	se	destaca	na	página	também	é	importante	
para	perceber	a	estrutura	geral	do	capítulo	ou	da	unidade:	títulos	
e	subtítulos	em	letras	coloridas,	grandes	ou	pequenas	são	pistas	
sobre	o	que	é	considerado	importante.	Uma	diferença	de	tamanho	
indica	relação:	o	item	menor	está	ligado	ao	item	maior	—	ou	está	
incluído	nele	ou	é	um	exemplo	dele.	
As	imagens,	mapas,	esquemas	e	
boxes	ilustram	aspectos	importantes	
ou	complementam	informações.	Por	
isso,	também	podem	dar	boas	pistas	
sobre	a	organização	do	todo	e	a	
importância	das	informações.
P pergunte!	Inicie	a	leitura	com	
alguma	questão	em	mente,	algo	que	
você	queira	saber	e	que	acha	que	o	
texto	responderá.	Olhe	as	imagens	
e	mapas,	pois	eles	podem	despertar	
sua	curiosidade	e	sugerir	perguntas.	
Pense	no	que	já	sabe	sobre	o	assunto	
e	no	que	mais	gostaria	de	conhecer.	
Caso	nenhuma	pergunta	lhe	venha	à	
cabeça,	comece	a	ler	refletindo	sobre	
aquelas	propostas	na	seção	Para 
pensar historicamente.	Logo	você	estará	
formulando	as	próprias	questões,	que	
lhe	servirão	de	guia	na	sua	leitura.	
150	 PARA	ENT
ENDER	NOSSO
	TEMPO:	O	SÉC
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Para aumentar
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50 EUROPA, O CENTRO DO MUNDO
Arte e tecnologia4
CAPÍTULO
p Desenho de Leonardo da Vinci, de 
cerca de 1508.
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Cultura, arte e tecnologia
Você já parou para pensar no que é arte? E tecnologia?
Se usarmos um conceito amplo de cultura, tanto a arte quanto a 
tecnologia expressam a cultura de um povo ou de um conjunto de povos.
Antes do processo de integração do mundo pelas navegações e pelo 
comércio mundial europeu, as sociedades mais ou menos isoladas entre 
si desenvolveram arte e tecnologia de forma paralela.
De maneira simplificada, tecnologia é o conjunto de conhecimentos 
práticos sobre como utilizar os ambientes físicos e seus recursos mate-
riais (plantar, colher, fabricar ferramentas, da pedra lascada ao aço, da 
canoa à estação orbital). Para se adaptar ao meio ambiente, o ser humano 
busca tecnologias específicas e necessárias em diferentes regiões e dife-
rentes épocas.
Além de produzir bens de utilidade evidente, o ser humano também 
busca expressar no que produz seus sentimentos diante da vida. E aí se 
destaca a arte, que, como já se disse, é a tradução da beleza, ou o que vai 
além dela. Temos a arte que busca reproduzir a aparência do visível (a 
grega, por exemplo) e a arte que interpreta e representa o que se capta 
do mundo como sua essência (alguns grupos étnicos africanos e nativos 
americanos, por exemplo).
Todas as culturas possuem tecnologia e arte, e expressam caracte-
rísticas próprias de sua época e sociedade. Pense em alguns exemplos de 
arte e tecnologia de diferentes povos, em diferentes épocas.
PARA PENSAR HISTORICAMENTE
Discutindo a História
10 EUROPA, O CENTRO DO MUNDO
p Escultura encontrada na cidade maia de Copán, localizada no atual territó-rio de Honduras.
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Anjo com cálice de fel, es-cultura atribuída a Aleijadi-nho, presente na Igreja do Bom Jesus de Matozinhos, em Congonhas do Campo, Minas Gerais.
P
HISTÓRIA DO BRASIL E HISTÓRIA GERAL: DUAS HISTÓRIAS?
A partir desta unidade, você estudará a história do Brasil mesclada 
à de outras partes do mundo, principalmente Europa e Américas. Não se 
trata de dois níveis de uma mesma história, mas de construções sobre 
vários povos e até civilizações diferentes.O estudioso apropria-se do passado, escolhendo o que e como nar-
rar. Assim, a história universal (ou mundial, ou geral) com que temos con-
tato hoje é umaconstrução baseada no trabalho intelectual de centenas 
de historiadores, filósofos e outros pesquisadores, principalmente euro-
peus, durante a Idade Moderna e Contemporânea. A história do Brasil, 
da mesma forma, é uma construção feita por intelectuais brasileiros e 
estrangeiros que se dedicaram a esse estudo, principalmente nos séculos 
XIX e XX.
A periodização e a “regionalização” da história (ou seja, história da 
América, da Inglaterra, de Ouro Preto, por exemplo; a divisão e o enfo-
que em séculos, décadas passadas ou ontem...) constituem técnicas de 
estudo, formas de organizar e abordar um assunto. São recortes que evi-
denciam escolhas, e não uma constatação de que os eventos, na prática, organizaram-se dentro daquela periodização ou tiveram efeito apenas na regionalização cria-da ou escolhida.
Por isso, ao fazer uma história do Brasil, é impossível trabalhar com todos os assuntos referentes a essa regiona-lização. Ao optar por certo ponto de vista histórico, os estudiosos selecio-nam eventos e processos que conside-ram fundamentais, e, desse modo, muitos outros ficam excluídos, principalmente no que se re-fere aos grupos ou projetos dominados, derrotados ou abandonados.Nesse ponto, são necessários alguns cuidados. A 
história universal é uma construção que advém do con-
texto de afirmação da Europa como centro do mundo, 
e a história do Brasil também nasce, inicialmente, para a 
afirmação da nação que se constituía no começo do século 
XIX. Por isso, denominar a região que viria a ser o Brasil como 
“Brasil colônia” é impróprio e vem dessa necessidade de afirmação 
nacional.
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cervo do fotógrafo
Europa, o 
centro do mundo
CAPÍTULO 1
A expansão europeia
CAPÍTULO 2
A colônia portuguesa na América
CAPÍTULO 3
A diáspora africana
CAPÍTULO 4
Arte e tecnologia
CAPÍTULO 5
O cristianismo em transformação
CAPÍTULO 6 
O caminho das monarquias 
europeias
CAPÍTULO 7
América portuguesa: expansão e 
diversidade econômica
CAPÍTULO 8
A América espanhola e a América 
inglesa 
CAPÍTULO 9
Apogeu e desagregação do 
sistema colonial
CAPÍTULO 10
O Iluminismo e a independência 
das colônias inglesas da 
América do Norte 
p	 Torre	de	Belém,	localizada	junto	ao	Porto	de	Lisboa,	na	margem	direita	do	Rio	Tejo.	Foto	de	2011.	
No	detalhe,	réplica	da	nau	Santa	Maria,	que	fez	parte	da	esquadra	de	Cristóvão	Colombo	em	1492.
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UNIDADE
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98	
96	 EUROPA,	O	CENTRO	DO	MUNDO
•	litoral
•	França	Antártica	(RJ)
•	França	Equinocial	(MA)
saques
Salvador
Insurreição 
Pernambucana
1750:	Tratado	de	
Madri
presença estrangeira 
no Brasil
1621: Companhia das 
Índias Ocidentais
drogas do 
sertão
pecuária expedições
holandeses	nas	Antilhas:	
crise	e	declínio	nordestino
domínio	holandês	
força	busca	por	mão	de	
obra	indígena
vínculos	com	a	
empresa	açucareira
presença portuguesa 
a oeste do limite de 
Tordesilhas
bandeiras
ouro
ocupação do interior e 
ampliação das fronteiras
PARA RECORDAR: As disputas europeias pela colônia portuguesa na América
ATIVIDADE
• Com	base	no	esquema-resumo	e	nas	questões	trabalhadas	ao	longo	do	capítulo,	responda:
 a)	Aponte	o	contexto	(local,	período	e	motivações)	das	incursões	estrangeiras	na	colônia.
 b)	Quais	as	principais	atividades	econômicas	desenvolvidas	durante	o	período	colonial?
escravos	
indígenas
Pernambuco
França Inglaterra
Países Baixos 
(Holanda)
222	 PARA	ENTENDER	NOSSO	TEMPO:	O	SÉCULO	XIX
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∏	 Abraham	Lincoln,	em	foto	de	1865.	Cinco	dias	após	a	rendição	dos	con-
federados,	em	14	de	abril	de	1865,	Lincoln	foi	assassinado	por	um	fa-
nático	sulista.
p	 As	acentuadas	desigualdades	entre	os	estados	do	norte	e	os	do	sul	desencadearam	a	Guerra	de	Secessão	norte-
-americana.	O	mapa	mostra,	com	a	divisão	política	atual,	a	posição	que	os	estados	adotaram	no	conflito.	
110º OGuerra de Secessão
A VISÃO DOS CONFEDERADOS
De família aristocrática do sul, Jefferson Davis (1808-1889) era 
escravagista e separatista. O trecho abaixo fez parte do seu discurso 
no congresso Confederado, em 1861, que o elegeu presidente dos 
Estados Confederados da América. Mesmo com o fim da guerra e a 
derrota do sul, continuou defendendo a secessão sulista.
Sentimos que a nossa causa é justa e sagrada; solene-
mente proclamamos, para todo o gênero humano, que deseja-
mos a paz ao preço de qualquer sacrifício, menos o da honra 
e da independência. Não procuramos conquista alguma, nem 
enaltecimento, nem concessão alguma de qualquer espécie 
dos Estados dos quais faz pouco tempo éramos confederados. 
Tudo o que pedimos é sermos deixados em paz; que aqueles 
que nunca mandaram em nós agora não tentem subjugar-nos 
pela força das armas.
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Em meio à guerra, Lincoln assinou um decreto que determinava a liberta-
ção dos escravos apenas nas áreas rebeldes. Somente em 1865, com a completa 
vitória militar nortista, foi aprovada uma emenda à Constituição proibindo a 
escravidão em todo o país. Outras duas emendas (de 1868 e 1870) determinaram 
importantes conquistas legais: a garantia de igual proteção das leis e dos proces-
sos judiciais para todos os cidadãos dos Estados Unidos e o direito de voto para 
todos, sem exceções motivadas por “raça, cor ou prévio estado de servidão”. 
(Emenda XIV, Constituição dos Estados Unidos da América, 1870).
Na prática, porém, os 4,5 milhões de libertos não alcançaram plena-
mente os mesmos direitos que o restante da população americana. Man-
teve-se a segregação social e política que motivaria constantes lutas e 
radicalismos.
Jefferson Davis, primeira fala ao Congresso dos Estados Confederados da América, 1861. Apud EISENBERG, P. L. 
A guerra civil americana. São Paulo: Brasiliense, 1982. p. 7.
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HGB_v2_PNLD2015_001a007_Iniciais.indd 6 3/21/13 2:46 PM
P Aprenda	a	conviver	com	o	desconhecido.	Não	deixe	que	o	vocabulário	
atrapalhe	sua	leitura.	Ao	encontrar	uma	palavra	cujo	significado	você	
ignora,	continue	lendo,	porque	se	ela	for	fundamental	ao	entendimento	do	
texto	provavelmente	será	definida	ou	estará	no	glossário.	Por	exemplo,	
você	está	lendo	sobre	a	crise	do	feudalismo,	e	encontra	a	palavra	
“cruzadista”:	“[...] movimento cruzadista, que contou com a participação de 
inúmeros cavaleiros de quase toda a Europa.”
Se	você	já	tiver	examinado	a	organização	do	capítulo,	terá	visto	que	há	
uma	seção	com	o	subtítulo	o	movimento	cruzadista.	Assim,	continue	
lendo	e	encontrará	a	explicação	de	“cruzada”,	que	o	ajudará	a	entender	a	
palavra	“cruzadista”:	
As cruzadas foram expedições principalmente militares, organizadas pela Igreja, 
com o objetivo de reconquistar a região da Palestina... 
P preste	atenção	aos	textos	da	seção	Exercícios de História,	
escritos	por	historiadores,	jornalistas,	cronistas,	romancistas,	
filósofos	e	pessoas	comuns,	que	escreveram	cartas,	
registraram	listas	de	compras,	só	que	há	séculos,	razão	pela	
qual	seus	textos	adquirem	valor	histórico	e	são	considerados	
documentos.	Por	isso,	é	importante	começar	a	leitura	
buscando	quem	é	o	autor,	quem	está	escrevendo.	Isso	ajudará	
a	determinar	de	quando	é	o	texto,	se	apresenta	fatos	ou	
opiniões,	se	apresenta	situações	imaginárias.	
	
O	CRISTIANISMO	EM	TRANSFORMAÇÃO	 71
2	 Leitura	de	texto	e	análise	de	imagem	 O	texto	a	seguir	destaca	algumas	das	conclusões	de	um	estudo	sobre	o	processo	de	conversão	dos	indíge-
nas	ao	cristianismo.	Leia-o,	analise	a	imagem	e	responda	às	questões	propostas.O processo de evangelização dos índios brasileiros não se deu de 
forma efetiva, como fora planejado pelas ordens religiosas que 
aqui se instalaram no período colonial. O fracassoparcial do pro-
jeto de conversão dos gentios ao cristianismo deveu-se menos à 
resistência imposta pelas diversas etnias presentes nos estados 
do Brasil e Grão-Pará e Maranhão e mais a fatores culturais. [...]
[...] Os religiosos demonstravam desconforto com a repetição de 
rituais pagãos entre homens e mulheres que já se consideravam 
cristãos. “Já havia três gerações de índios cristãos, mas os ri-
tuais baseados no universo cosmológico continuavam, conforme 
relatado nos documentos a que tive acesso”, diz Carvalho Júnior. 
[...] Para o historiador, uma leitura atenta desses relatos revela 
a diferença entre a projeção feita pelos inquisidores e a articu-
lação que as populações indígenas faziam entre as simbologias 
cristã e cosmológica. “As atividades eram descritas como demo-
níacas, mas quando olhadas com mais cuidado, elas lembram 
rituais indígenas anteriores”, sustenta. Carvalho Júnior também 
localizou acusações contra a índia Sabina, personagem histórico 
relativamente conhecido. Segundo as descrições dos comissá-
rios, a despeito de fazer orações cristãs e frequentar a Igreja, 
ela reproduzia rituais indígenas, como sugar a doença pela boca, 
defumar a moradia ou administrar plantas medicinais. “Sabina 
não chegou a ser presa, pois gozava de certo prestígio junto às 
autoridades portuguesas, algumas delas suas clientes. Elas jus-
tificavam a condescendência dizendo que a índia não fazia feitiço, 
mas sim o retirava”, esclarece o especialista.A preservação dos costumes originais, no entender do historia-
dor, foi a principal responsável pelo insucesso parcial do projeto 
evangelizador das ordens religiosas. [...] Na verdade, esses índios 
não resistiam propriamente ao processo de evangelização. Eles 
apenas buscavam nos rituais cosmológicos referências para po-
der traduzir o que estavam aprendendo. Eles se sentiam efetiva-
mente cristãos, mas esse cristianismo tinha que fazer sentido. E 
para conferir sentido ao cristianismo, eles o articulavam com a 
simbologia anterior”, argumenta Carvalho Júnior.ALVES	FILHO,	Manuel.	Tese mostra como os índios recriaram padrões 
religiosos da catequização.	Disponível	em:	<www.unicamp.br/unicamp/
unicamp_hoje/jornalPDF/ju288pag05.pdf>.	Acesso	em:	4	set.	2012.
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a)	 De	acordo	com	o	estudioso	Almir	Carvalho	Júnior,	por	que	as	práticas	 indígenas	que	poderiam	ser	
consideradas	um	exemplo	de	resistência	ao	processo	de	evangelização	revelam	adaptações	e	perma-
nências	culturais?
b)	Por	que	podemos	dizer	que	a	aceitação	das	práticas	da	nativa	Sabina	pelas	autoridades	metropolitanas	
e	eclesiásticas	revelava	uma	flexibilidade	na	aplicação	dos	modelos	europeus	na	colônia?
c)	 Observe	as	duas	imagens	de	Albert	Eckhout	e	descreva	os	sinais	de	europeização	e	os	de	permanência	
de	traços	culturais	nativos.
O	pintor	neerlandês	Albert	Eckhout	fez	parte	da	comitiva	de	Maurício	
de	Nassau	e	retratou	as	populações	e	a	paisagem	da	região	nordeste	
do	atual	território	brasileiro,	durante	o	século	XVII.	Em	cima,	Mamelu-
ca,	de	1641;	à	direita,	Homem Tapuia,	de	cerca	de	1641.
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.
	
O	CRISTIANISM
O	EM	TRANSFO
RMAÇÃO	
65
Suíça: a Refo
rma calvinist
a
A Suíça separ
ou-se do Sacro
 Império em 1
499, 
e a Reforma p
rotestante inic
iou-se em seu
 território 
com Ulrich Zw
inglio (1489-1
531), que levou
 as ideias 
de Lutero ao p
aís em 1529. As
 reações à nova
 doutrina 
provocaram u
ma violenta g
uerra civil, na
 qual o 
próprio Zwing
lio foi morto. 
Pouco depois,
 chegou a 
Genebra o fran
cês João Calvi
no (1509-1564
), que logo 
passou a divu
lgar suas ideia
s, fundando u
ma nova 
corrente religio
sa.
As ideias de Ca
lvino fundame
ntavam-se no p
rin-
cípio da prede
stinação abs
oluta, segundo
 o qual to-
dos os homens
 estavam sujei
tos à vontade 
de Deus, e 
apenas alguns
 estariam dest
inados à salvaç
ão eterna. 
O sinal da graç
a divina estari
a em uma vida
 plena de 
virtudes, como
 o trabalho di
ligente, a sobr
iedade, a 
ordem e a parc
imônia. Dessa
 forma, a dout
rina calvi-
nista exaltava 
características
 individuais ne
cessárias 
às práticas com
erciais. Suas id
eias, portanto,
 estavam 
mais próximas
 dos valores bu
rgueses.
Inspirado em L
utero, Calvino 
considerava a B
íblia 
a base da relig
ião, não sendo
 necessária seq
uer a exis-
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tência de um cl
ero regular. Crit
icava o culto às
 imagens e 
admitia apenas
 os sacramento
s da eucaristia 
e batismo.
O calvinismo e
xpandiu-se rap
idamente por 
toda 
a Europa, mai
s do que o lut
eranismo, na m
edida em 
que atendia às
 expectativas e
spirituais da b
urguesia. 
Assim, chegou
 aos Países Bai
xos e à Dinam
arca, além 
da Escócia (lev
ado por John K
nox), cujos seg
uidores fo-
ram chamado
s de pres-
biterianos, d
a França 
(huguenotes)
 e da In-
glaterra (purit
anos).
diligente:	dedi
cado,	ativo.
parcimônia:	con
tenção	nos		
gastos.
Da mão de Deus 
tens tu o que pos
suis. Tu, porém, d
everias 
usar de humanida
de para com aque
les que padecem n
ecessidades. 
És rico? Isso não 
é para teu bel pra
zer. Deve a carida
de faltar por 
isso? Deve ela dim
inuir? Não está el
a acima de todas 
as questões 
do mundo? Não é 
ela o vínculo da pe
rfeição?
CALVINO, João. Se
rmão CXLI sobre D
t 24.19-22. Opera 
Calvini, tomo XXVI
II, p. 204.
O PENSAMEN
TO DE CALVIN
O
p	 Xilogravura	
feita	por	Crana
ch	e	Giovante	(c
erca	de	1545).	C
ranach	era	don
o	de	uma	prens
a,	e	distribuiu	1
	milhão	de	cópi
as	
das	95 teses	de
	Lutero.	A	figur
a	representa,	à
	esquerda,	a	Igr
eja	de	Lutero	e
,	à	direita,	a	Igr
eja	católica.	A	I
greja	protestan
-
te	tem	Lutero	a
pontando	o	sac
rifício	de	Cristo
	inspirado	no	E
spírito	Santo	(p
omba).	Quase	n
o	centro,	abaix
o,	está	a	pia	de
	
batismo	e,	mai
s	abaixo,	dois	fi
éis	que	comung
am,	ressaltand
o	os	dois	sacra
mentos	conser
vados	pelos	lut
eranos.	No	lado
	
católico	do	púl
pito,	um	sacerd
ote	faz	suas	pr
egações	tendo	
atrás	de	si,	am
parando-o,	um
	demônio.	Emb
aixo,	à	direita,	
o	
papa	recolhe	s
acos	de	dinheir
o.	No	alto,	São
	Francisco	imp
lora	a	Deus,	e	o
	“Pai	Eterno”,	d
esprezando	tan
ta	superstição	
e	atuações	inde
vidas,	lança	rai
os	fulminantes
	de	punição	sob
re	clérigos.
P relacione	o	que	você	lê	ao	que	você	já	sabe,	ao	que	está	aprendendo	
em	outras	disciplinas,	à	sua	experiência	cotidiana.	Para	isso,	dê	especial	
atenção	aos	boxes	sinalizados	com	o	ícone	interdisciplinar.
Eles	permitem	que	você	utilize	o	livro	como	fonte	preciosa	de	documentos	
e	informações	que	podem	ser	usados	para	refletir	sobre	o	mundo	que	você	
conhece	e	sobre	o	conteúdo	de	outras	disciplinas.	Como	seria	a	vida	do	físico	
Newton,	cujas	leis	você	está	estudando	em	Física?	Sem	os	conhecimentos	
que	possuímos	hoje	em	Biologia,	seria	possível	deter	epidemias	como	a	da	
peste	negra?
P
	 7
	 ARTE	E	TECNOLOGIA	 59
1	 Observação	de	imagem	e	elaboração	de	texto
	 Examine	as	imagens	ao	lado	e	a	seguir,		
e	depois	faça	o	que	se	pede.
EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA
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A Anunciação,	 iluminura	
de	um	manuscrito	francês	
do	século	XIV.
P
∏	 A Anunciação,	afresco	do	mosteiro	do-
minicano	de	São	Marcos,	Florença	(Itá-
lia).	Essa	pintura	foi	feita	por	Fra	Ange-
lico,	em	cerca	de	1450.
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A Anunciação,	 pintura	
de	 Leonardo	 da	 Vinci,	
de	 1472-1475,	 restau-
rada	recentemente.P
a)	 As	três	imagens,	pintadas	em	mo-
mentos	diferentes,	representam	a	
mesma	cena	bíblica:	a	Anunciação	
da	Virgem	Maria.	Faça	uma	com-
paração	 entre	 elas,	 identificando	
suas	semelhanças	e	diferenças.
b)	Busque	 nos	 quadros	 de	 Fra	 An-
gelico	e	Leonardo	da	Vinci	carac-
terísticas	 típicas	 da	 arte	 renas-
centista	 que	 os	 diferenciam	 da	
arte	medieval.
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relacionados aos conteúdos do livro.
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p	 torre	de	Belém,	localizada	junto	ao	Porto	de	Lisboa,	na	margem	direita	do	rio	tejo.	Foto	de	2011.	
no	detalhe,	réplica	da	nau	santa	maria,	que	fez	parte	da	esquadra	de	cristóvão	colombo	em	1492.
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europa, o 
centro do mundo
capÍtulO 1
a expansão europeia
capÍtulO 2
a colônia portuguesa na américa
capÍtulO 3
a diáspora africana
capÍtulO 4
arte e tecnologia
capÍtulO 5
O cristianismo em transformação
capÍtulO 6 
O caminho das monarquias 
europeias
capÍtulO 7
américa portuguesa: expansão e 
diversidade econômica
capÍtulO 8
a américa espanhola e a américa 
inglesa 
capÍtulO 9
apogeu e desagregação do 
sistema colonial
capÍtulO 10
O iluminismo e a independência 
das colônias inglesas da 
américa do norte 
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Discutindo	a	história
10	 EuroPa,	o	cEntro	Do	munDo
p	 Escultura	encontrada	na	cidade	maia	
de	copán,	localizada	no	atual	territó-
rio	de	honduras.
Z
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anjo	 com	 cálice	 de	 fel,	 es-
cultura	atribuída	a	aleijadi-
nho,	 presente	 na	 igreja	 do	
Bom	 Jesus	 de	 matozinhos,	
em	 congonhas	 do	 campo,	
minas	Gerais.
P
hIstórIa do brasIL e hIstórIa geraL: 
duas hIstórIas?
A partir desta unidade, você estudará a história do Brasil mesclada 
à de outras partes do mundo, principalmente Europa e Américas. Não se 
trata de dois níveis de uma mesma história, mas de construções sobre 
vários povos e até civilizações diferentes.
O estudioso apropria-se do passado, escolhendo o que e como nar-
rar. Assim, a história universal (ou mundial, ou geral) com que temos con-
tato hoje é uma construção baseada no trabalho intelectual de centenas 
de historiadores, fi lósofos e outros pesquisadores, principalmente euro-
peus, durante a Idade Moderna e Contemporânea. A história do Brasil, 
da mesma forma, é uma construção feita por intelectuais brasileiros e 
estrangeiros que se dedicaram a esse estudo, principalmente nos séculos 
XIX e XX.
A periodização e a “regionalização” da história (ou seja, história da 
América, da Inglaterra, de Ouro Preto, por exemplo; a divisão e o enfo-
que em séculos, décadas passadas ou ontem...) constituem técnicas de 
estudo, formas de organizar e abordar um assunto. São recortes que evi-
denciam escolhas, e não uma constatação de que os eventos, na prática, 
organizaram-se dentro daquela periodização ou 
tiveram efeito apenas na regionalização cria-
da ou escolhida.
Por isso, ao fazer uma história do 
Brasil, é impossível trabalhar com todos 
os assuntos referentes a essa regiona-
lização. Ao optar por certo ponto de 
vista histórico, os estudiosos selecio-
nam eventos e processos que conside-
ram fundamentais, e, desse modo, 
muitos outros fi cam excluídos, 
principalmente no que se re-
fere aos grupos ou projetos 
dominados, derrotados ou 
abandonados.
Nesse ponto, são necessários alguns cuidados. A 
história universal é uma construção que advém do con-
texto de afi rmação da Europa como centro do mundo, 
e a história do Brasil também nasce, inicialmente, para a 
afi rmação da nação que se constituía no começo do século 
XIX. Por isso, denominar a região que viria a ser o Brasil como 
“Brasil colônia” é impróprio e vem dessa necessidade de afi rmação 
nacional.
H
e
n
ry Yu/Acervo do fotógrafo
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