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Gislane Azevedo Leandro Calbente Reinaldo Seriacopi Historia ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA 8 8 MANUAL DO PROFESSOR D2-PNLD24-2108-CAPA-Conquista-HIST-V8-MP.indd 13 8/10/22 2:59 PM 1a edição São Paulo • 2022 GISLANE CAMPOS AZEVEDO SERIACOPI (Gislane Azevedo) Mestra em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Foi professora universitária, pesquisadora e professora de História dos ensinos Fundamental e Médio nas redes pública e privada. LEANDRO CALBENTE CÂMARA (Leandro Calbente) Bacharel em História e Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em Ciências (História Econômica) pela Universidade de São Paulo (USP) e doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Foi professor de História dos ensinos Fundamental e Médio na rede pública. Editor e autor de materiais didáticos. REINALDO SERIACOPI Bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e Comunicação Social pelo Instituto Metodista de Ensino Superior. Editor especializado na área de História. Historia COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA 8 MANUAL DO PROFESSOR D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 1D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 1 31/08/22 13:5331/08/22 13:53 Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada. Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33 Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375 Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à EDITORA FTD. Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br A conquista – História – 8o ano (Ensino Fundamental – Anos Finais) Copyright © Gislane Campos Azevedo Seriacopi, Leandro Calbente Câmara, Reinaldo Seriacopi, 2022 Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira Direção de conteúdo e negócios Cayube Galas Direção editorial adjunta Luiz Tonolli Gerência editorial Roberto Henrique Lopes da Silva Edição Deborah D’ Almeida Leanza (coord.), Solange Mingorance, Rui C. Dias, Thamirys Gênova da Silva Lemos Preparação e revisão de textos Maria Clara Paes (coord.), Carolina Machado, Veridiana Maenaka Gerência de produção e arte Ricardo Borges Design Andréa Dellamagna (coord.) Projeto de capa Sergio Cândido Imagem de capa 1001nights/Getty Images Arte e produção Vinicius Fernandes (coord.), Camila Ferreira Leite, Jacqueline Nataly Ortolan (assist.) Diagramação Estúdio Diagrami Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno Koga Licenciamento de textos Amandha Rossette Baptista Iconografia Jonathan Santos, Emerson de Lima (trat. imagens) Ilustrações Alex Silva, Bentinho, Carlos Caminha, Estúdio Diagrami, Sonia Vaz Cartografia Allmaps, Sonia Vaz Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Seriacopi, Gislane Campos Azevedo A conquista história : 8o ano : ensino fundamental : anos finais / Gislane Campos Azevedo Seriacopi, Leandro Calbente Câmara, Reinaldo Seriacopi. – 1. ed. – São Paulo : FTD, 2022. Componente curricular: História. ISBN 978-85-96-03505-7 (aluno) ISBN 978-85-96-03506-4 (professor) 1. História (Ensino fundamental) I. Câmara, Leandro Calbente. II. Seriacopi, Reinaldo. III. Título. 22-114756 CDD-372.89 Índices para catálogo sistemático: 1. História : Ensino fundamental 372.89 Eliete Marques da Silva – Bibliotecária – CRB-8/9380 D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 2D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 2 31/08/22 13:5331/08/22 13:53 Caro professor, O trabalho docente é prazeroso e realizador, mas, por vezes, solitário e desafiador. Há inúmeras questões para solucionar: planejamento das aulas, elaboração de atividades e de instrumentos de avaliação, análises e devolutivas desses instrumentos, entre tantas outras. Por meio deste Manual do professor, buscamos estabelecer um canal de diálogo com você. Nele, expressamos valores, crenças, propostas e sugestões, bem como indicamos os caminhos percorridos na elaboração desta coleção. Além disso, refletimos tanto sobre os marcos legais que regem a educação brasileira como sobre as mudanças no ensino de História, especialmente as advindas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Neste manual, você também encontrará reflexões sobre a importância de a escola e a educação serem cada vez mais democráticas e inclusivas, e sobre como esses princípios podem nos ajudar a construir e a viver em uma sociedade mais justa e acolhedora. Portanto, acreditamos que este manual é uma ferramenta que pode auxiliá-lo a melhor explorar esta coleção didática e a atuar em defesa da democracia e da cidadania em seu cotidiano escolar. Boa leitura! Os autores APRESENTAÇÃO D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 3D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 3 31/08/22 13:5331/08/22 13:53 CONHEÇA O MANUAL DO PROFESSOR ........................................VI INTRODUÇÃO ..........................................................................................................X ORGANIZAÇÃO DA COLEÇÃO ...............................................................XI ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A COLEÇÃO ................................XX 1 Pressupostos teóricos ................................................................................ XX 1.1 A História como disciplina escolar no Brasil .................................... XX 1.2 As mudanças na década de 1990: a LDB e os PCNs ..................... XX 1.3 A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ...................................XXI 1.4 O processo de ensino-aprendizagem em que acreditamos ... XXX 1.5 Livro didático: crenças e caminhos trilhados nesta coleção ...XXXVIII 1.6 A história da África, dos africanos e dos afrodescendentes ......XL 1.7 A história dos povos indígenas ............................................................XLI 2 Metodologia da coleção ........................................................................XLII 2.1 O autoconhecimento e o protagonismo .........................................XLII 2.2 A contextualização e a relação entre presente e passado ......XLIII 2.3 O trabalho com documentos ............................................................XLVII 2.4. As unidades conceituais ......................................................................XLIX 3 Reflexões sobre tipos de avaliação ........................................................L 3.1 Práticas avaliativas .......................................................................................LI 4 Referências bibliográficas consultadas e recomendadas .... LVI 5 Objetivos e justificativas do volume ...............................................LXII 5.1 Unidade 1 ....................................................................................................LXII 5.2 Unidade 2 ....................................................................................................LXII 5.3 Unidade 3 .................................................................................................. LXIII 5.4 Unidade 4 ..................................................................................................LXIV 6 Habilidades da BNCC para o 8o ano ...............................................LXV SUMÁRIO D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 4D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 4 31/08/22 13:5331/08/22 13:53 7 Quadro de conteúdos, objetos de conhecimento, competências/habilidades da BNCC e planejamento do volume .................................................................................................... LXVI 8Avaliações do volume 8 .....................................................................LXVIII 8.1 Avaliação da unidade 1 .................................................................... LXVIII 8.2 Avaliação da unidade 2 .......................................................................LXIX 8.3 Avaliação da unidade 3 .......................................................................LXXI 8.4 Avaliação da unidade 4 ..................................................................... LXXII 8.5 Gabaritos das avaliações...................................................................LXXIV ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS ESPECÍFICAS DO VOLUME 8 ..LXXX UNIDADE 1 Igualdade ....................................................................................10 CAPÍTULO 1 Iluminismo e monarquia constitucional na Europa .........14 CAPÍTULO 2 A Revolução Industrial ............................................................ 38 UNIDADE 2 Liberdade ......................................................................................66 CAPÍTULO 3 Revoluções iluministas: Estados Unidos e França .............70 CAPÍTULO 4 Rebeliões na colônia: a Conjuração Mineira e a Conjuração Baiana ....................................................................................104 CAPÍTULO 5 Os processos de independência da América espanhola e da América portuguesa ....................................................... 124 UNIDADE 3 Nação e nacionalismo ........................................................ 150 CAPÍTULO 6 O Primeiro Reinado e o período regencial ......................154 CAPÍTULO 7 O neocolonialismo ....................................................................180 UNIDADE 4 Terra e meio ambiente ......................................................206 CAPÍTULO 8 O governo de D. Pedro II ........................................................ 210 CAPÍTULO 9 A Guerra do Paraguai e o fim da escravidão ..................238 COMO SE FAZ... ...............................................................................................266 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................284 D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 5D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 5 01/09/22 20:3001/09/22 20:30 8 Avaliações do volume 8 8.1 • Avaliação da unidade 1 1. O século XVIII foi um momento de profundas transformações sociais, políticas, econômicas e cultu- rais, principalmente pelo que o historiador Eric Hobsbawm chamou de “dupla revolução”: a Revolução Francesa e a Revolução Industrial. Pensando nisso, responda às questões a seguir: a) Como podemos definir o conceito de “revolução”? b) Por que o conceito de “revolução” pode ser usado tanto para se referir às transformações ocorridas na França a partir de 1789 quanto às mudanças provocadas pelas transformações técnicas ocorridas na Inglaterra do século XVIII? 2. O Iluminismo foi um movimento de ideias que influenciou profundamente as mudanças que ocorreram na Europa e nas Américas no século XVIII. Podemos afirmar que o pensamento iluminista: a) teve como opositores pensadores como o inglês John Locke e o francês René Descartes. b) recusava a separação entre a Igreja e o Estado e defendia que era papel do rei definir a religião de sua população. c) tinha como princípio o uso da razão como instrumento fundamental do conhecimento humano. d) propunha que a educação deveria ter como função impedir a divulgação do conhecimento científico. e) defendeu o fim da liberdade política e de expressão, servindo para a afirmação das ideias absolutistas. 3. Relacione as ideias apresentadas a seguir com os pensadores iluministas que foram seus formuladores. a) Defendia a liberdade de expressão e julgava essencial combater o clero e os nobres que fizessem oposição aos monarcas. b) Um crítico fervoroso do Absolutismo, defendia a divisão do poder em três: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário. c) Republicano, para ele o verdadeiro soberano era o povo, de quem o governante era apenas um funcionário. I. Montesquieu II. Voltaire III. Rousseau a) I. a - II. b - III. c b) I. a - II. c - III. b c) I. b - II. c - III. a d) I. b - II. a - III. c e) I. c - II. b - III. a 4. Um dos elementos centrais que marcaram o Iluminismo foi a defesa da razão como instrumento para conquistar a liberdade e da capacidade de o ser humano pensar por si próprio. A ciência passou a ser valorizada como caminho para conhecer a natureza, afastando-se do entendimento da religião sobre o mundo físico. Pensando nisso, reúna-se com um colega e façam uma pesquisa sobre alguma invenção ou descoberta que mostre a importância da ciência e do conhecimento científico no Brasil. Durante a pesquisa, procurem responder às seguintes perguntas: • Qual é a invenção ou descoberta científica pesquisada? • Que contribuições essa invenção ou descoberta trouxe para a sociedade? • Essa invenção ou descoberta ainda hoje tem impacto na sociedade? • Quem foi o(a) cientista ou pesquisador(a) responsável por essa descoberta? Escreva uma pequena biografia sobre ele(a). Depois, compartilhem as conclusões do grupo com o restante da turma. Ouça, anote e discuta também as informações compartilhadas pelos colegas dos outros grupos. 5. A Revolução Industrial provocou profundas mudanças na maneira de fabricar produtos e nas relações de trabalho, iniciando uma nova fase do capitalismo. Escreva um pequeno texto explicando os principais elementos que permitiram à Inglaterra ser o centro inicial dessas transformações. 6. Leia com atenção o texto a seguir, que trata das consequências da Revolução Industrial, e depois responda às questões. NÃO ESCREVA NO LIVRO. LXVIII D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 68D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 68 31/08/2022 12:0831/08/2022 12:08 CONHEÇA O MANUAL DO PROFESSOR Introdução Apresenta a composição da coleção e sua estrutura geral, explicando como são articuladas as propostas de trabalho da obra com a metodologia e com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Organização da coleção Detalha as seções e os boxes da coleção, explicitando sua forma de apresentação nos volumes, suas respectivas localizações e suas funções para o processo de ensino-aprendizagem. Orientações gerais para a coleção Nas Orientações gerais para a coleção, são expostos os referenciais teóricos que norteiam a obra como um todo, algumas reflexões sobre ensino-aprendizagem de História e as conexões entre a obra e a BNCC. Agrega, ainda, o detalhamento dos eixos de trabalho deste manual, contendo os Pressupostos teóricos; a Metodologia da coleção; as Reflexões sobre tipos de avaliação; as Referências bibliográficas consultadas e recomendadas (com comen- tários); os Objetivos e justificativas do volume; as Habilidades da BNCC para o 8o ano; o Quadro de conteúdos, objetos de conhecimento, competências/habilidades da BNCC e planejamento do volume; e as Avaliações do volume 8 (sugeridas). Avaliações do volume 8 Sugerimos, em cada volume, algumas estratégias avaliativas (propostas) que podem ser utilizadas em diferentes etapas do processo de ensino-aprendizagem. Referências bibliográficas consultadas e recomendadas A lista de obras comentadas, que serviram de referência para a elaboração deste manual, constitui-se em valiosas recomendações para o aprimoramento do professor. 4 Referências bibliográficas consultadas e recomendadas ALBERTI, Verena. Algumas estratégias para o ensino de história e cultura afro-brasileira. In: PEREIRA, Amilcar Araújo; MONTEIRO, Ana Maria (org.). Ensino de História e culturas afro-brasileiras e indígenas. Rio de Janeiro: Pallas, 2013. p. 53. O capítulo escrito por Verena Alberti provoca a reflexão sobre o ensino da história das relações raciais com base na literatura sobre o tema. A autora afirma a importância de mostrar que a história da população negra vai além da escravidão,da pobreza ou da submissão. ALEGRO, Regina Célia. Conhecimento prévio e aprendizagem significativa de conceitos históricos no Ensino Médio. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Marília: 2008. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/102251/alegro_rc_dr_mar.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 12 jul. 2022. Embora a pesquisa seja com estudantes do Ensino Médio, as reflexões sobre aprendizagem significativa e sobre conhecimentos prévios para novas aprendizagens são pertinentes à educação como um todo. BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico- -prática. Campinas: Papirus, 2012. Diversos autores analisam práticas pedagógicas, tanto na educação básica como no ensino superior, relacionadas à aplicação das metodologias ativas. BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico- -prática. Porto Alegre: Penso, 2018. (Série Desafios da Educação). Disponível em: https://curitiba.ifpr.edu.br/wp-content/ uploads/2020/08/Metodologias-Ativas-para-uma-Educacao-Inovadora-Bacich-e-Moran.pdf. Acesso em: 23 jun. 2022. Versão digital da coletânea publicada em 2012. BERGMANN, Jonathan; SAMS, Aaron. A sala de aula invertida: uma metodologia ativa de aprendizagem. Tradução: Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: LTC, 2016. Os autores apresentam a metodologia da sala de aula invertida como espaço de esclarecer dúvidas, realizar atividades, trocar conhecimentos e fixar a aprendizagem. BEZERRA, Holien Gonçalves. Ensino de História: conteúdos e conceitos básicos. In: KARNAL, Leandro (org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2008. p. 37-48. O capítulo escrito por Holien Gonçalves Bezerra aborda o que os professores devem selecionar e quais conceitos enfatizar na elaboração das suas aulas de História. BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008. Obra cujo eixo é o programa do curso de Metodologia de Ensino de História na Faculdade de Educação da USP, acrescido de questões relativas ao ensino de História para as séries iniciais. BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício de historiador. Tradução: André Telles. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. Obra clássica da historiografia escrita pelo historiador francês Marc Bloch (1886-1944), esse livro de metodologia da História foi publicado postumamente, em 1949, com a organização de Lucien Febvre. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 25 jun. 2022. A Carta Magna serve de parâmetro para as demais legislações do país. BRASIL. Decreto-lei no 869, de 12 de setembro de 1969. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto- lei/1965-1988/del0869.htm. Acesso em: 18 nov. 2019. Decreto-lei (atualmente revogado) que criou as disciplinas de Educação Moral e Cívica (EMC) e Organização Social e Política do Brasil (OSPB). BRASIL. Lei no 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1o e 2o graus, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 ago. 1971. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/l5692.htm. Acesso em: 25 jun. 2022. Lei que, durante a ditadura civil-militar, regulou o ensino de 1o e 2o graus, atuais ensinos Fundamental e Médio. LVI D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd 56D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd 56 13/08/22 15:4313/08/22 15:43 VI D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 6D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 6 01/09/22 20:3001/09/22 20:30 Orientações didáticas específicas do volume 8 As orientações específicas, correspondentes ao Livro do Estudante, são sugestões de estratégias didático-pedagógicas que buscam auxiliar o trabalho do professor dentro e fora da sala de aula. São compostas de sugestões de abordagens, textos e atividades complementares, propostas de bibliografia etc. referentes a cada capítulo. A BNCC NA UNIDADE Competências • Gerais (CG): 1, 2, 4, 6, 7, 9 e 10: trabalhadas com os estudantes à me- dida que valorizam a construção e a utilização do conhecimento histórico acerca das revoluções ocorridas na Europa e na América, exercitando a problematização de suas particulari- dades, como no caso da guerra de independência dos Estados Unidos ao abordar assuntos como a criação da Constituição e seus efeitos na socie- dade da época; a Revolução Francesa, ao trabalhar com as causas e conse- quências do processo revolucionário na França e no mundo; os processos de independência das colônias espa- nholas e portuguesas e as rebeliões do período. • Específicas de Ciências Humanas (CECH): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. • Específicas de História (CEH): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Habilidades • EF08HI04 • EF08HI05 • EF08HI06 • EF08HI07 • EF08HI08 • EF08HI09 • EF08HI10 • EF08HI11 • EF08HI12 • EF08HI13 • EF08HI14 Temas Contemporâneos Transversais na Unidade • Cidadania e civismo: Temá- tica abordada ao refletir sobre as desigualdades sociais brasi- leiras na página 81; ao discutir a divisão do estado em três poderes na página 100; a no- ção de cidadania no passado e no presente e a importância da participação popular nas mudanças da sociedade na página 100; ao discutir o sen- tido dos feriados nacionais na página 104; As razões que le- vam à criação de heróis nas páginas 113 e 124; valoriza- ção da história das mulheres no presente na página 132; o desenvolvimento da empa- tia na página 149. Aborda-se ainda o conceito de liberdade em toda a unidade, especial- mente nas páginas 66, 67, 68, 69, 78, 123; a liberdade como direito humano fundamental na página 103; reflexão sobre a imparcialidade da justiça na página 117; a situação dos in- dígenas na página 136; o direito à felicidade na página 74; aborda-se a Declaração dos Di- reitos do Homem e do Cidadão ao solicitar que os estudantes elaborem uma Declaração dos Direitos das Crianças e Adolescentes na página 102. • Ciência e Tecnologia: A identificação de os- sadas dos inconfidentes é pano de fundo para discutir a importância da tecnologia e ciência no presente na página 112. • Economia: Ao abordar cobrança de tributos na página 110. • Saúde: Ao discutir a covid-19 na página 69; e ao refletir sobre capacitismo nas páginas 148 e 149. 66 LIBERDADE A liberdade se manifesta nas ações individuais e coletivas, nas relações entre o governo de um país e seu povo, assim como nas relações dos países entre si. Nesta unidade, estudaremos, entre outros assuntos, de que modo o ideal de liberdade impulsionou os movimentos anti- coloniais ocorridos no continente americano entre os séculos XVIII e XIX e a Revolução Francesa de 1789. UNIDADE 66 2 Grafite do artista inglês Banksy chamado Ballon debate, em Ramala, na Palestina, em 2005. Esse grafite foi feito no chamado Muro da Cisjordânia, uma barreira erguida pelo Estado de Israel que separa parte de seu território do território da Palestina, o que é um desrespeito a diversas liberdades dos palestinos. D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-CAP3-LA-G24.indd 66D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-CAP3-LA-G24.indd 66 09/08/22 15:5009/08/22 15:50 D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-C03-MPU-G24-AV.indd 66D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-C03-MPU-G24.indd 66 30/08/2022 11:5130/08/2022 11:51 Texto complementar O uso de rodas de conversa como estratégia pedagógica As rodas de conver- sas possibilitam encontros dialógicos, criando pos- sibilidades de produção e ressignificação de sentido – sa- beres – sobre as experiências dos partícipes. Sua escolha se baseia na horizontaliza- ção das relações de poder. Os sujeitos que as compõem se implicam, dialeticamen- te, como atoreshistóricos e sociais críticos e reflexivos diante da realidade. [...] [...] As rodas são mais do que disposição física (circular) dos participantes e bem mais que uma relação custo-be- nefício para o trabalho com grupos. Elas são uma postu- ra ético-política em relação à produção do conhecimen- to e à transformação social, efetivando-se a partir das ne- gociações entre sujeitos. SAMPAIO, Juliana et al. Limites e potencialidades das rodas de conversa no cuidado em saúde: uma experiência com jovens no sertão pernambucano. Interface, Botucatu, v. 18, supl. 2, p. 1299- 1311, 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/icse/ v18s2/1807-5762-icse-18-s2-1299. pdf. Acesso em: 14 ago. 2022. 67 67 M AR CO D I L AU RO /G ET TY IM AG ES D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-CAP3-LA-G24.indd 67D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-CAP3-LA-G24.indd 67 09/08/22 15:5009/08/22 15:50 D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-C03-MPU-G24-AV.indd 67D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-C03-MPU-G24.indd 67 30/08/2022 11:5130/08/2022 11:51 A BNCC na unidade, no capítulo e nas duplas de páginas Indicamos as competências e as habilidades da BNCC trabalhadas em cada unidade, em cada capítulo e em cada dupla de páginas. Temas Contemporâneos Transversais na unidade Seção presente na abertura de todas as unidades, que articula o trabalho didático da unidade aos Temas Contemporâneos Transversais. Texto complementar Nessa seção, são apresentados textos variados, cujos conteúdos auxiliam o professor em sua prática pedagógica e complementam informações sobre o conteúdo abordado no Livro do Estudante. VII D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 7D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 7 01/09/22 20:3001/09/22 20:30 A BNCC NESTA DUPLA • CECH 2, 3, 4, 5, 6: trabalhadas com os estudantes ao identificarem os for matos de punição aos rebelados; as diferenças nas punições baseadas nas classes sociais dos envolvidos nas re beliões; e ao discutir a questão do racismo e das diferenças socioeco nômicas na sociedade brasileira do passado e do presente. • CEH: 1, 2, 3, 4 e 6: abordadas na discussão das relações de poder intrín secas às diferentes punições aplicadas aos grupos sociais rebelados e que perduram ainda hoje na sociedade brasileira; e na análise historiográfica. • Habilidades EF08HI05, EF08HI06, EF08HI07, EF08HI11 e EF08HI14: enfocadas com na descrição e carac terização das punições aplicadas aos rebeldes das Conjurações Mineira e Baiana; no papel do governo nesse processo; e ao se trabalhar a parti cipação dos negros na Conjuração Baiana. PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS Sobre a identificação de Luís Gonzaga das Neves, pergunte aos estudantes como essa infor- mação auxilia a compreensão de aspectos da sociedade baiana do século XVIII. Incentive os estudantes a refletir sobre o papel da alfa- betização na vida em sociedade como identificar o transporte público ou ler um bilhete; até os mais elaborados, como a capa- cidade de construir argumentos de forma autônoma. Ao mesmo tempo, destaque o respeito que se deve a povos e pessoas que não fazem uso da escrita. Destaque que os castigos foram determinados de acordo com o grupo social ao qual o indivíduo condenado perten- cia. Se considerar interessante, mencione o dito popular “Aos amigos tudo; aos inimigos, a lei”. Explique que ditos populares expressam condutas e práti- cas comuns numa sociedade. Estimule-os então a citar e ana- lisar outros ditos que conhecem e que revelam elementos da história e cultura da sociedade brasileira. Esse trabalho pode ser interdisciplinar em parceria com o professor de Língua Portuguesa. • VALIM, Patrícia. Da sedição dos mulatos à Conjuração Baiana de 1789: a construção de uma memória histórica. Dissertação (Mestrado em História Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Uni versidade de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/ tde12022008111026/publico/DISSERTACAO_PATRICIA_VALIM.pdf. Acesso em: 15 ago. 2022. O texto explora revisões historiográficas sobre a Conjuração Baiana. AMPLIAR HORIZONTES 116 Punição rigorosa aos mais pobres Os conspiradores defendiam o fim da escravidão, a liberdade de comércio, a inde- pendência da capitania da Bahia e a formação de uma república inspirada nos princípios franceses de igualdade, liberdade e fraternidade. Pregavam ainda a construção de uma sociedade sem discriminações étnica e social. Em 1798, eles passaram a divulgar seus ideais revolucionários em cartazes manuscritos afi- xados pela cidade. Os textos falavam de igualdade e denunciavam os altos impostos e os preços dos produtos alimentícios. Alguns chegavam a propor o não pagamento dos impostos cobrados pelo governo. Em um primeiro momento, a reação do governo foi prender o soldado Luís Gonzaga das Virgens, identificado pela caligrafia como autor de alguns dos panfletos. A resposta de grupos de apoio foi planejar uma revolta popular e, em meio à agitação, resgatar o soldado da prisão. O governo agiu mais rapidamente e prendeu 48 integrantes do movimento. Como no caso da Conjuração Mineira, alguns deles se livraram da prisão por pertencerem à elite ou por falta de provas. Duras penas atingiram os conspiradores mais pobres. Os que eram escravizados foram açoita- dos. Quatro dos acusados receberam pena de morte: os alfaiates João de Deus e Manuel Faustino e os soldados Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas. Eles foram enforcados em novembro de 1799, e seus corpos, esquartejados e expostos para que todos os vissem. Fac-símile de um dos avisos públicos criados pelos envolvidos na Conjuração Baiana, 1798. Igreja e Convento de Nossa Senhora da Piedade, em Salvador (BA), 2020. Os participantes da Conjuração Baiana condenados à morte foram executados nesse local, em 1799. AR QU IV O PÚ BL IC O DO E ST AD O DA B AH IA , S AL VA DO R- BA JO A SO UZ A/ SH UT TE RS TO CK .C OM 116 D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd 116D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd 116 01/08/22 11:5101/08/22 11:51 D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-C04-MPU-G24_AV.indd 116D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-C04-MPU-G24.indd 116 30/08/2022 13:1330/08/2022 13:13 PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS Destaque a composição populacional de Salvador em 1789. Comente que as capitais do período colonial tinham um número maior de negros e mestiços pobres, uma vez que a demanda por mão de obra era maior. Relembre-os da multiplicidade de atividades desenvolvidas por essa população (tanto a livre como a escravizada), determinando a dependência do colonizador em relação a ela. Reafirme que a resistência à opressão se deu de diversas maneiras e em diferentes espaços, sendo a Conjuração Baiana e a Revolta dos Malês exemplos dessas manifestações. Incentive-os a buscar outras informações que os ajudem a com- preender a persistência da discriminação no Brasil contemporâneo. Observe que durante muito tempo, na his- toriografia, negros e negras foram silenciados, estereotipados e estigmatizados. Movimentos internacionais como o de luta por direitos nos Estados Unidos, a criação das ideias pan-africanistas e os movimentos de independência dos países africanos denuncia- ram esse silenciamento e deram condições para novas chaves inter- pretativas, tanto no campo da História como em outras áreas. Como resultado de toda a mobi- lização do movimento negro e do reconhecimento da importância da história africana e afro-brasileira para a compreensão do Brasil con- temporâneo, a Lei no 10.639/2003 introduziu a obrigatoriedade dos conteúdos de História e Cultura da África e dos afro-brasilei- ros nos currículos escolares. A lei deve ser compreendida como fer- ramenta fundamental na difusão de conhecimentos e na constru- ção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva. Assim, buscamos fornecer na coleção ele- mentos variados para o trabalho coma História e Cultura da África e dos afro-brasileiros em sala de aula. Atividade 1. Dados mostram que a popu- lação carcerária brasileira é, em sua maioria, composta de pessoas negras, jovens e com pouca escolaridade. Enquanto 53,6% da popula- ção brasileira é composta de negros e pardos, estes repre- sentam 61% da população carcerária. Ao mesmo tempo, cerca de 80% dos presos estudaram, no máximo, até o Ensino Fundamental. A média nacional de pessoas que não cursaram ou não concluíram o Ensino Fundamental é de cerca de 50%. O texto “Perfil da população carcerária brasi- leira”, do site Politize!, traz mais informações sobre o perfil da população carcerária brasileira e pode contribuir para embasar as discussões em sala de aula. Disponível em: https://www. politize.com.br/populacao- carceraria-brasileira-perfil/. Acesso em: 15 ago. 2022. 117 A atuação dos negros na Conjuração Baiana Os negros – escravizados ou libertos – estiveram presentes nos movimentos emancipacionistas ocorridos no final do século XVIII, na colônia portuguesa na América. Na Conjuração Mineira, a participação deles foi mais restrita porque os próprios líderes do movimento não eram defensores do fim da escravidão. Porém, na Conjuração Baiana, a atuação dessas pessoas foi marcante, com um significado social e político mais profundo. Representantes das camadas mais baixas da população aderiram à conspiração e acabaram se tornando as principais lideranças do movimento. Segundo algumas estimativas, em 1798, viviam, no município de Salvador e em suas imediações, cerca de 110 mil pessoas, e dois terços desse total eram negros e mestiços pobres. Eram pessoas que, por causa de suas origens étnicas e condições econômicas, não tinham prestígio social e enfrentavam constantemente o precon- ceito, a discriminação e diferentes formas de violência. Era principalmente a elas que os líderes da Conjuração Baiana se dirigiam. Mesmo liberta, uma pessoa negra via-se muitas vezes obrigada a demonstrar subserviência aos brancos. Os ex-senhores chegavam a exigir que seus antigos trabalhadores escravizados lhes devessem obediência e lealdade sob a ameaça, inclusive, de revogar as cartas de alforria. Estes, por sua vez, tanto nos espaços urbanos como nas zonas rurais, eram obrigados a realizar trabalhos estafantes e sofriam constante violência física. Como forma de resistência a essa opressão, foram diversas as revoltas escravas em Salvador. Uma das mais significativas aconteceu em 1835, a Revolta dos Malês, que será estudada no capítulo 6. 1. Na Conjuração Baiana, a Justiça agiu com maior rigor em relação às pessoas das camadas mais baixas da população. Em seu entendimento, na atualidade, a Justiça age com o mesmo rigor, independentemente do perfil étnico e das condições socio- econômicas de quem está sob julgamento? Explique. Resposta pessoal. Consulte comentários adicionais nas Orientações didáticas. Busto de João de Deus Nascimento, mártir da Conjuração Baiana, na praça da Piedade, em Salvador (BA), 2021. JO Á SO UZ A/ FU TU RA P RE SS 117 D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd 117D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd 117 01/08/22 11:5101/08/22 11:51 D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-C04-MPU-G24_AV.indd 117D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-C04-MPU-G24.indd 117 30/08/2022 13:1330/08/2022 13:13 Atividades Respostas de atividades e/ou complementos referentes ao Livro do Estudante, que contribuem para o detalhamento ou a assimilação de algum tema. Procedimentos didáticos Nas aberturas de unidade, os procedimentos abrangem orientações sobre o conceito da unidade e algumas indicações de como as imagens e o texto de abertura podem ser trabalhados em sala de aula, além de orientações de como mobilizar o conhecimento prévio dos estudantes. Há procedimentos didáticos indicados para cada página do Livro do Estudante, com orientações sobre abordagens possíveis para os conteúdos e os conceitos trabalhados na respectiva página. Ampliar horizontes Boxe que apresenta sugestões de sites, livros, jogos digitais e vídeos, indicadas para os estudantes e o professor, que contextualizam um tema ou um conceito estudado. VIII D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 8D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 8 01/09/22 20:3001/09/22 20:30 A BNCC NESTA DUPLA • CECH 2, 3, 4, 5, 6 e 7: trabalhadas no estudo iconográfico; na análise sobre os desdobramentos da Conjuração Mi neira e suas particularidades (como os castigos aos rebeldes); e nas reflexões sobre o presente. • CEH: 1, 2, 3, 4, 5 e 6: abordadas na problematização dos grupos sociais envolvidos na rebelião; nas formas de repressão do Estado naquele período; na discussão sobre as relações entre presente e passado, que possibilitam o posicionamento do estudante a res peito do mundo contemporâneo; e na interpretação historiográfica. • Habilidades EF08HI05, EF08HI06 e EF08HI11: enfocadas na análise dos grupos envolvidos; nas consequências da Conjuração Mineira para rebeldes; e na reflexão sobre a atuação repres siva do Estado. PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS Peça aos estudantes que identifiquem o termo lesa-ma- jestade. Explique a eles que uma colônia era considerada, naquele contexto, propriedade do rei, bem como toda a riqueza ali produzida. Retome alguns elementos sobre a forma de governo monárquico, indicando que nesse modelo não há, para o monarca, um limite entre o que é público e privado, pois tudo pertence e ele. Joaquim José da Silva Xavier foi o único, entre os inconfidentes, condenado à morte. Integrante mais pobre do grupo, acredita- -se que ele não teria conseguido mobilizar forças a seu favor. Sua punição “exemplar” era uma forma de garantir que o recado seria compreendido pelas camadas populares. Parte dos inconfiden- tes, por outro lado, teve sua pena reduzida, assim, alguns foram exi- lados em colônias portuguesas na África, mas lá puderam desenvol- ver novas atividades comerciais e reconstruir suas vidas. Atividade 1. a) Recursos tecnológicos são atualmente utilizados para verificar a datação de vestígios e até mesmo identificar áreas onde há remanescentes de antigas civilizações. Entre os exemplos, os estudantes poderão mencionar tecnologias de processamento de dados, que permi- tem analisar e guardar grande quantidade de informações acerca de determinado processo histórico, por exemplo, e até mesmo tecnologias de acondicionamento e preservação de fontes materiais. PROPOSTA DE AVALIAÇÃO Peça aos estudantes que procurem na internet uma reprodução do quadro Resposta de Tiradentes à comutação da pena de morte dos inconfidentes, de autoria de Leopoldino de Faria. Eles deverão, previamente, buscar informações sobre a pintura, o autor e a época de produção da obra. De posse dessas informações, devem analisar a imagem representada. 112 O plano fracassa Alguns imprevistos alteraram os planos dos rebeldes. A derrama, que seria anunciada em fevereiro de 1789, foi mais uma vez adiada. Isso punha fim à expectativa de juntar forças e mobilizar a população. Em março, o governador da capitania convocou vários devedores para quitar suas dívidas com o reino. Alguns deles eram conjurados e revelaram a conspiração ao governador em troca do perdão de suas dívidas. Com a delação, todos os conspiradores foram detidos. O alferes Tiradentes, como era conhecido Joaquim José da Silva Xavier, estava fora da capitania e foi preso no Rio de Janeiro. Às prisões, seguiu-se um inquérito conhecido como devassa. Eram ao todo 34 presos, acusados de crime de lesa-majestade, ou seja, de traição ao rei. Esse crime era geralmente punido com a pena de morte. O processo durou dois anos, e os acusados foram transferidos para o Rio de Janeiro até que se decretasse a sentença final. O poeta Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) morreu na prisão, ainda em Vila Rica. Alguns historiadores afirmam que teria sido assassinado, pois tinha informações que comprometiam pessoasinfluentes aliadas ao movimento. Em abril de 1792, a sentença foi anunciada, e 11 réus, entre eles Tiradentes, foram condena- dos à morte. Mais tarde, todas as sentenças foram alteradas porque os réus obtiveram o perdão da rainha de Portugal, Maria I, com exceção de Tiradentes, que foi executado por enforcamento. Alferes: militar de baixa patente. Devassa: investigação para apurar um crime, com pesquisa de provas e interrogatório de testemunhas, com a finalidade de definir se houve ou não ato criminoso para a posterior abertura de processo criminal. Tomografia computadorizada: exame feito com computadores capazes de produzir imagens de altíssima qualidade. Bandeira de Minas Gerais, que é idêntica à bandeira usada pelos conjurados, mudando apenas a cor do triângulo, de verde para vermelho. DOVLA982/SHUTTERSTOCK.COM DI VU LG AÇ ÃO /U NI CA M P 1. Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) identificaram em 2011 as ossadas de três pessoas envolvidas na Conjuração Mineira e que foram punidas com degredo na África. Para a identificação das ossadas, utilizaram-se tecnologias de análise, como raio X e tomografia computadorizada. Sobre isso, responda às questões. 1. a) Consulte resposta e comentários nas Orientações didáticas. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes identifiquem que o trabalho de reconhecimento das ossadas envolve profissionais de áreas distintas, como cientistas e profissionais da área da Medicina, cujos resultados contribuem para ampliar as informações que os historiadores têm a respeito da Conjuração Mineira. Crânio de José Resende de Costa, um dos inconfidentes, morto no continente africano, identificado por pesquisadores em 2011. a) Como a tecnologia pode contribuir para pesquisas históricas? Dê exemplos. b) Esse trabalho demonstra como é a multidisciplinaridade científica na prática. Em seu enten- dimento, que contribuições outros componentes curriculares podem dar ao conhecimento histórico? Por que a multidisciplinaridade é importante na ciência? 112 D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd 112D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd 112 01/08/22 11:5101/08/22 11:51 D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-C04-MPU-G24_AV.indd 112D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-C04-MPU-G24.indd 112 30/08/2022 13:1330/08/2022 13:13 A BNCC NESTA DUPLA • CECH 1, 3, 5 e 7: trabalhadas com os estudantes ao estabelecerem uma aná- lise sobre o impacto da vinda da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro; e compreenderem as principais caracte- rísticas da administração joanina. • CEH: 1, 2 e 5: abordadas no estudo das transformações na colônia decor- rentes da chegada e da instalação da Corte portuguesa no Rio de Janeiro. • Habilidades EF08HI05, EF08HI06, EF08HI08, EF08HI12 e EF08HI14: enfocadas na explicação e caracteri- zação da organização política e social da América portuguesa; e na identifi- cação das revoltas do período. PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS Ao introduzir o processo que levou à independência da América portuguesa, ressalte a importância de um aconte- cimento anterior, ocorrido em 1807: a saída da Família Real de Portugal e sua chegada ao Brasil, em 1808, em decorrência da ameaça napoleônica sobre a Europa. Um aspecto a ser des- tacado é a organização social de Portugal no período, que previa a divisão da sociedade em nobreza, clero, burguesia e plebe. Essa realidade, muito distante da vida na América portuguesa, provocou grande impacto quando a Corte se ins- talou no Rio de Janeiro. Organize a turma em grupos de três ou quatro integrantes. Em seguida, solicite-lhes que respondam: • Qual a distância, em quilômetros, de Portugal a Salvador e de Portugal ao Rio de Janeiro? • Qual é o tempo médio que essas viagens duram hoje, por meio dos transportes ma- rítimo e aéreo? • Quanto tempo a Família Real levou para rea- lizar a viagem entre 1807 e 1808? • Qual tipo de navio os portugueses utilizaram para essa viagem? Outras questões podem ser incluídas, a depender de sua avaliação. Por fim, após os grupos obterem as respostas, organize uma dis- cussão sobre essas espacialidades e promova um debate sobre como eram longas as viagens de navio naquele período. O resultado também pode ser consolidado em materiais de divulga- ção impressos ou digitais. Atividade complementar Refletir sobre as espacialidades As distâncias e o tempo para percorrê-las são, em geral, difí- ceis para os estudantes dessa faixa etária mensurarem. Isso se torna ainda mais complexo quando se trata de viagens em períodos muito distantes da atua- lidade, como a realizada pela Família Real portuguesa. Diante disso, proponha uma atividade de pesquisa em interdiscipli- naridade com Matemática. 134 NA AMÉRICA PORTUGUESA Os ideais de emancipação também chegaram à América portuguesa; porém, diferentemente do que aconteceu na América espanhola, o processo de independência não ocorreu por meio de guerras contra a dominação metropolitana. No território português, houve um gradual afrouxa- mento dos laços coloniais e uma costura de acordos entre as elites brasileiras. No final de 1807, D. João, príncipe regente de Portugal, membros da família real portuguesa e da corte lusa transferiram-se para o Brasil fugindo das tropas napoleônicas que invadiram Portugal. Ao desembarcar na colônia, uma das primeiras medidas do príncipe regente foi decretar a abertura dos portos do Brasil às nações amigas. Com essa medida, a família real e sua corte poderiam ter acesso a artigos de luxo vindos do exterior, preservando o padrão de vida com o qual estavam acostumados na Europa. Ao mesmo tempo, a medida beneficiava os ingleses, pois as taxas alfandegárias cobradas sobre os produtos trazidos por navios vindos do Reino Unido eram menores do que aquelas cobradas sobre produtos trazidos por navios de outras nações. Essa medida colocava fim ao chamado pacto colonial, implantado desde os primeiros tempos coloniais e que tinha por objetivo garantir aos portugueses o monopólio comercial do Brasil. Ainda em 1808, o governo fundou, no Rio de Janeiro, o Banco do Brasil, que passou a emitir papel-moeda e a liberar créditos, e autorizou a criação de indústrias manufatureiras, algo proibido pela metrópole até então. Outra mudança importante ocorreu em 1815, quando o Brasil foi elevado à condição de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (região localizada no sul de Portugal), o que não alterou o status político da colônia, mas pode ter sido o marco inicial de emancipação política e administrativa do Brasil. Leque comemorativo da chegada da família real à América, de autoria desconhecida, século XIX. MUS EU IM PERI AL. P ETRÓ POLI S, RJ 134 D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 134D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 134 09/08/22 11:3609/08/22 11:36 D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-C05-MPU-G24.indd 134D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-C05-MPU-G24.indd 134 30/08/22 16:3830/08/22 16:38 PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS Projete ou distribua cópias de pinturas e fotografias das construções realizadas durante o período joanino. Trata-se de prédios, praças e instituições que adequavam a capital para a administração e a morada da Família Real, como a Casa da Moeda do Rio de Janeiro, o Palácio da Quinta da Boa Vista etc. Incentive a turma a levan- tar hipóteses sobre os motivos de cada um deles ter sido criado nesse período. Comente os projetos desen- volvidos para a Corte. A cons - trução de espaços aprazíveis ao primeiro grupo recaía sobre o bolso dos moradores, e essa situação acabou por provocar revoltas e movimentos como a Revolução Pernambucana. Questione os estudantes sobre como eles acham que o dinheiro público deve ser gasto. Discuta sobre a preservação e a defesa do patrimônio his- tórico brasileiro. Por razões que perpassam o descaso dos governos com a história, o Brasil tem perdido boa parte dos seus acervos históricos e arqueoló- gicos. Uma das situações maisgraves aconteceu em 2018, quando um incêndio consumiu o Museu Nacional. O prédio, situado no parque da Quinta da Boa Vista, foi fundado em 1818 por D. João VI para ser a resi- dência da Família Real no Brasil. • A VIDA na corte e as transformações na cidade do Rio de Janeiro. MultiRio, Rio de Janeiro, c1995-2022. Disponível em: http://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/historia-do-brasil/brasil-monarquico/88-a-corte-no- rio-de-janeiro/8854-a-vida-na-corte-e-as-transforma%C3%A7%C3%B5es-na-cidade-do-rio-de-janeiro. Acesso em: 26 jul 2022. Imagens e textos conduzem a um passeio pelas ruas e edificações do Rio de Janeiro na época em que a cida- de recebeu a Família Real. AMPLIAR HORIZONTES 135 A administração joanina Em 1808, o Rio de Janeiro era uma cidade pequena, com cerca de 60 mil pessoas e com habitações precárias. A chegada da família real demandou a realização de diversas reformas. Ruas e estradas foram pavimentadas e alargadas, praças ganharam chafarizes e residências, e prédios públicos foram construídos. Salvador e Rio de Janeiro receberam escolas médico-cirúrgicas, e a capital passou a sediar o Jardim Botânico, a Biblioteca Real e a Imprensa Régia, instituição que trouxe consigo o fim da proibição de se publicar jornais, livros e panfletos na colônia. Em 1808, foi fundado o jornal Gazeta do Rio de Janeiro, publicação com notícias e artigos a serviço do governo. A manutenção das despesas reais e o luxo da corte eram pagos pela população por meio de impostos. A população pobre sofria com o aumento dos preços e com a falta de emprego, e tudo isso agravava a insatisfação não só dos habitantes do Rio de Janeiro mas também de outras regiões do Brasil. Em Pernambuco, por exemplo, a população se armou e organizou um movimento emanci- pacionista, a Revolução Pernambucana (1817). Os revoltosos constituíram um governo próprio e redigiram uma constituição inspirada em princípios iluministas. Ainda que as forças portuguesas tenham reprimido o movimento, ele evidenciou o rápido crescimento das tensões sociais na colônia. A vinda da família real para o Brasil também impactou a população indígena. Em maio de 1808, D. João assinou uma carta régia que decretava a Guerra Justa contra os botocudos, nome genérico dado a alguns grupos indígenas do interior dos atuais estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. O objetivo era liberar as terras em que esses indígenas viviam para promover a colonização da região, o que acabou acontecendo, apesar da forte resistência indígena. Guerra Justa: artifício usado desde 1570 para justificar o combate contra os indígenas que resistiam ao domínio português, transformando os vencidos em escravizados legalizados pelo poder. • Nos bastidores da realeza, de Giselda Laporta Nicolelis. São Paulo: FTD, 2014. No livro, os leitores são convidados a acompanhar uma visita escolar ao Museu de História, em que D. Carlota Joaquina narra a chegada da família real ao Brasil colonial, em 1808. FICA A DICA Representação da cerimônia de beija-mão na corte de D. João, gravura extraída do livro A. P. D. G. Rascunhos sobre a vida portuguesa, hábitos, costumes e características, publicado em Londres (Inglaterra), 1826. A cerimônia do beija-mão colocava o monarca em contato direto com seus súditos. Estes, depois da reve- rência, podiam aproveitar a ocasião para solicitar-lhe algum favor. CO LE ÇÃ O BR AS IL IA NA /F UN DA ÇÃ O BI BL IO TE CA N AC IO NA L, R IO D E JA NE IR O, R J 135 D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 135D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 135 09/08/22 11:3609/08/22 11:36 D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-C05-MPU-G24-AV1.indd 135D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-C05-MPU-G24-AV1.indd 135 01/09/22 16:2601/09/22 16:26 Proposta de avaliação Nessa seção, apresentamos sugestões de avaliações (simples e breves) que podem contribuir para o processo de análise dos estudantes para as práticas pedagógicas. Atividade complementar Seção com propostas de atividades extras, como jogos, pesquisas, entrevistas e sugestões de trabalhos interdisciplinares. IX D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 9D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 9 01/09/22 20:3001/09/22 20:30 A BNCC NA UNIDADE Competências • Gerais (CG): 1, 3, 4, 6, 7 e 9: traba- lhadas com os estudantes à medida que valorizam a construção e a utiliza- ção do conhecimento histórico acerca dos modelos políticos e econômicos vi- gentes no século XIX e analisam suas causas e consequências entre os di- ferentes grupos e indivíduos nos territórios independentes. • Específicas de Ciências Humanas (CECH): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. • Específicas de História (CEH): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Habilidades • EF08HI06 • EF08HI15 • EF08HI16 • EF08HI17 • EF08HI19 • EF08HI20 • EF08HI22 • EF08HI23 • EF08HI24 • EF08HI25 • EF08HI26 • EF08HI27 Temas Contemporâneos Transversais na unidade • Cidadania e Civismo: o tema é abordado por meio de discus- sões a respeito dos conceitos de nação e nacionalismo na unida- de e trazem diversas reflexões a respeito da vida em sociedade, principalmente nas páginas 152 e 153; exemplos de expressão da nacionalidade brasileira no presente na página 162; refle- xão a respeito de soberania na página 203; discussões a respei- to do racismo na página 185; combate à xenofobia no pre- sente na página 185 e, por fim, eurocentrismo na página 191. • Multiculturalismo: o tema é abordado por meio da dis- cussão sobre a arte africana, como forma de combate ao preconceito, página 186; na página 153, ao abordar aspec- tos dos povos indígenas e, nas páginas 177 e 178, ao resga- tar para o presente a história da poeta negra Luísa Mahin. • Ciência e Tecnologia: o te- ma é abordado ao discutir os papéis da ciência e da tecno- logia no combate ao racismo na página 185. • Saúde: o tema é abordado por meio da discussão sobre a mortalidade infantil na página 157 e por reflexões antidrogas na página 194. 150 Para chegar ao modelo de bicicleta que conhecemos atualmente, ela passou por diversas mudanças e aperfeiçoamentos. Na composição de fotos: aplicação de imagem do primeiro modelo de bicicleta, feito de madeira e sem pedais, criado por Karl Drais von Sauerbronn, em 1817, sobre imagem de ciclistas em parque em XXXXX, 20XX. NAÇÃO E NACIONALISMO Nesta unidade, estudaremos como, no final do século XIX, algumas nações europeias subjugaram outros povos por motivações econômicas, aliadas a interes- ses nacionalistas. Também vamos entender como o pro- jeto de nação brasileira, desenvolvido a par- tir do Primeiro Reinado, excluía grande parte da população do país. UNIDADE 150 Sede das Nações Unidas, em Nova York, Estados Unidos, 2021. 3 D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 150D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 150 09/08/22 16:3409/08/22 16:34 D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-C06-MPU-G24.indd 150D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-C06-MPU-G24.indd 150 30/08/2022 16:1330/08/2022 16:13 INTRODUÇÃO A coleção é composta de quatro volumes destinados ao 6o, 7o, 8o e 9o ano do Ensino Fundamental, e está funda- mentada nos princípios da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), de modo que cada volume se organiza em quatro unidades conceituais, dedicadas a um ou mais conceitos-chave: • 6o ano: Técnicas e tecnologias • Civilizações • Política • Diversidade. • 7o ano: Território e governo • Tolerância • Trabalho • Deslocamentos populacionais. • 8o ano: Igualdade • Liberdade • Nação e nacionalismo • Terra e meio ambiente. • 9o ano: Cidadania • Violência • Meios de comunicação de massa • Equidade. Esses conceitos-chave foram definidos considerando sua relevância e pertinência, de modo a possibilitar aos estudan- tes a compreensão do mundo em que vivem com base nos diferentes contextos trabalhados nos capítulos que compõem cada volume. Assim, a perspectiva cronológica adotada nesta coleção se relaciona de maneiraintegrada tanto com os conceitos-chave de cada unidade quanto com as competências e habilidades estabelecidas pela BNCC. Para tanto, os conteúdos e as atividades propostos na coleção têm por base processos de ensino-aprendizagem que valorizam, entre outros elementos, o protagonismo do estudante e a associação entre a História estudada no livro e o cotidiano vivido na prática. Dessa forma, consideramos o desenvolvimento das competências e habilidades (tanto cognitivas como socioemocionais) dos educandos voltadas para a educação integral. Assinalamos ao professor, em todos os volumes e em todas as suas respectivas unidades e capítulos, de que forma conteúdos e atividades se entrelaçam com as premissas da BNCC. Essa articulação se mostra presente nas seções A BNCC na unidade, A BNCC neste capítulo e A BNCC nesta dupla. Desse modo, o professor terá à disposição um mapeamento completo das formas pelas quais a BNCC está presente e articulada em todos os conteúdos da coleção. De maneira a sintetizar a nomenclatura, na parte específica deste manual, as Competências Gerais recebem a sigla CG; as Competências Específicas de Ciências Humanas levaram a sigla CECH; as Competências Específicas de História, CEH; já as habilidades permaneceram como estão na BNCC. Como exemplos, verifique a seguir de que modo citamos e detalhamos a articulação entre conteúdo e BNCC neste manual: Volume 8, parte específica, unidade 3, página 150. Volume 8, parte específica, unidade 3, capítulo 7, página 180. Volume 8, parte específica, unidade 3, capítulo 7, página 186. A BNCC NESTE CAPÍTULO Competências • CECH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. • CEH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Habilidades • EF08HI23 • EF08HI24 • EF08HI26 • EF08HI27 A BNCC NESTA DUPLA • CECH 2, 6 e 7: são trabalhadas com os estudantes ao analisar o conceito de neocolonialismo e suas principais características. • CEH 1, 2 e 4: são abordadas com a turma à medida que os estudantes constroem argumentos críticos sobre políticas e práticas neocoloniais, a par- tir do contexto histórico da Segunda Revolução Industrial. • Habilidade EF08HI24: é enfocada com os estudantes ao relacionar o neocolonialis- mo com a Segunda Revolução Industrial. PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS Caso considere interessante, este conteúdo pode ser trabalhado utilizando-se de metodologias ativas (veja mais detalhes no item 1.4 • O processo de ensi- no-aprendizagem em que acreditamos, no manual geral). O tema central pode ser:“Existe racismo em relação à África e aos africanos? Existem estereótipos?”. Esses são temas mais globalizan- tes, mas que requerem pesquisas pontuais por parte dos estudantes. Não deixe de reforçar com eles a necessidade de trabalhar com evi- dências, formulação de hipóteses, registro das etapas e bibliografia. Caso queira seguir a organiza- ção do livro didático, no entanto, pode-se-se perguntar aos estu- dantes: que imagem vocês têm do continente africano? Examine as considerações levantadas e inicie um debate sobre os estereótipos que dizem respeito à ausência de paisagem urbana, à pobreza e à violência. Apresente imagens de cidades como Joanesburgo, na África do Sul, ou Lagos, na Nigéria, a fim de debater aspectos da situ- ação atual do continente. Aponte de que forma esses estereótipos também estão presentes na maneira como a América Latina ainda é vista em outros lugares do mundo. A proposta é que eles reconheçam como os estere- ótipos que nutrimos de outros povos e localidades recaem, diversas vezes, sobre realidades que nos são mais familiares. 180 O NEOCOLONIALISMO • Entender o processo de neocolonialismo na África e na Ásia e seu impacto sobre as populações locais. • Relacionar o neocolonialismo e as mudanças advindas da Segunda Revolução Industrial. • Conhecer as ideologias raciais que embasaram o neocolonialismo na Ásia e na África. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 7CAPÍ TULO Você já assistiu a algum filme do Tarzan? Sabia que esse personagem já existe há mais de 100 anos? Ele aparece no livro Tarzan of the apes (Tarzan dos macacos), uma história escrita em 1912 por Edgar Rice Burroughs (1875-1950). As aventuras de Tarzan foram contadas em mais de duas dezenas de livros, além de terem sido adaptadas para o cinema e para os quadrinhos. A história criada por Burroughs começa com o naufrágio de um navio inglês na costa da África. Apenas duas pessoas se salvam: lorde Greystoke e sua esposa. Eles constroem uma cabana na praia, onde a mulher dá à luz um menino, porém os pais morrem e o bebê é “adotado” por um grupo de grandes macacos, que dão a ele o nome de Tarzan. No livro, “Tarzan” quer dizer “pele branca” na linguagem dos grandes macacos. Edgar Rice Burroughs nunca pôs os pés na África. Tudo em seu livro e nos outros que ele escreveu sobre as aventuras de Tarzan é fruto de sua imaginação. As histórias de Tarzan foram produzidas em um período no qual alguns países europeus invadiram e dominaram territórios intei- ros da África, transformando essas regiões em colônias. Neste capítulo, estudaremos esse processo que ocorreu na África e na Ásia. Cartaz do filme A lenda de Tarzan, produzido em 2016. W AR NE R BR OS . P IC TU RE S 180 D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 180D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 180 09/08/22 16:2909/08/22 16:29 D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-C07-MPU-G24.indd 180D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-C07-MPU-G24.indd 180 30/08/2022 16:3430/08/2022 16:34 A BNCC NESTA DUPLA • CECH 1, 2 e 3: são trabalhadas com os estudantes a partir da contextuali- zação das particularidades culturais e sociais dos países africanos. • CEH 1, 2 e 5: são abordadas com a turma por meio da análise de caracte- rísticas sociais e culturais de sociedades africanas no período abordado. • Habilidade EF08HI24: é enfocada com os estudantes ao compreender as par- ticularidades dos países africanos no período abordado, tendo como ponto de partida as práticas culturais. PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS O poema “Hidrografia” chama a atenção para a terra africana, suas peculiaridades, suas riquezas e sua história. Por meio dele, somos estimulados a refletir sobre outras realidades, percepções e epistemologias em vez de focar na Europa como centro do mundo e referên- cia a ser seguida. Ao abordá-lo com os estudantes, lembre-os que a Literatura faz parte do repertório de fontes utilizadas com regularidade em diversas obras historiográficas, contri- buindo para o estabelecimento da interdisciplinaridade com a História. O trecho da palestra “O perigo de uma única histó- ria”, de Chimamanda Ngozi Adichie, reproduzido na seção Texto complementar, pode ser também discutido em sala de aula, complementando a ati- vidade de análise de narrativas literárias sobre a África. Atividade 1. c) A intenção da atividade é aproximar a reflexão pro- posta no poema ao cotidiano dos estudantes. Caso eles respondam negativamente, é possível lembrar que existem muitas comunida- des brasileiras que vivem em grande proximidade de rios, aproveitando os recursos naturais desses espaços para a sobrevivência. Texto complementar O perigo de uma única história Eu acho que essa única história da Áfri- ca vem da literatura ocidental. Então, aqui temos uma citação de um mercador lon- drino chamado John Locke, que navegou até o oeste da África em 1561 e mante- ve um fascinante relato de sua viagem. Após referir-se aos negros africanos como “bestas que não têm casas”, ele escreve: “Eles também são pessoas sem cabeças, que têm sua boca e olhos em seus seios”. [...] Mas o que é importante sobre sua escrita é que ela representa o início de uma tradição de contar histórias africa- nas no Ocidente. Uma tradição da África subsaariana como um lugar negativo, de diferenças, de escuridão, de pessoas que, nas palavras do maravilhoso poeta Rudyard Kipling, são “metade demônio, metade criança”. 186 A ARTE AFRICANA COMO AFIRMAÇÃO Até a realização da Conferênciade Berlim, a dominação europeia sobre o continente africano tinha ocorrido de maneira mais consistente somente nas regiões litorâneas. A presença portu- guesa na África era das mais antigas, vinha desde o tempo das Grandes Navegações, quando o governo de Portugal começou a construir feitorias em diversas regiões do continente. Em 1498, os portugueses chegaram em Moçambique, transformando o local em importante entreposto comercial e ponto de apoio para suas embarcações rumo ao Oriente. O domínio colonial – que se intensificou após a Conferência de Berlim – foi marcado por guerras, corrupção e desigualdade. Além dos problemas enfrentados pelas colônias, que muito dificultaram a construção de Estados nacionais livres, restaram também a incompreensão e o preconceito. A arte foi uma das formas encontradas por muitos africanos para refletir sobre a experiência colonial e a situação vivida por seus povos nos séculos XIX e XX. 1. Rui Knopfli (1932-1997), um dos principais poetas de Moçambique, soube como poucos representar as amarguras da população de seu país e o orgulho de ser africano e livre. Leia a seguir um trecho de um de seus poemas e responda às questões propostas. Hidrografia São belos os nomes dos rios na velha Europa. Sena, Danúbio, Reno são palavras cheias de suaves inflexões, lembrando em tardes de ouro fino, frutos e folhas caindo, a tristeza outoniça dos chorões. [...] Todo o mistério reside nos rios da minha terra. Toda a beleza secreta e virgem que resta está nos rios da minha terra. Toda a poesia oculta é a dos rios da minha terra. Os que, cansados, sabem todas as histórias do Sena e do Guadalquivir, do Reno e do Volga ignoram a poesia corográfica dos rios da minha terra. Vinde acordar as grossas veias da água grande! Vinde aprender os nomes de Uanéteze, Mazimechopes, Massintonto e Sábiè. Vinde escutar a música latejante das ignoradas veias que mergulham no vasto, coleante corpo do Incomáti, o nome melodioso dos rios da minha terra, a estranha beleza das suas histórias e das suas gentes altivas sofrendo e lutando nas margens do pão e da fome. [...] KNOPFLI, Rui. Hidrografia. In: SAÚTE, Nelson. Nunca mais é sábado: antologia de poesia moçambicana. Lisboa: Dom Quixote, 2004. p. 278-281. a) O que significa, para o poeta, desvendar todo o mistério dos rios da terra dele? b) Como é possível relacionar a experiência do neocolonialismo com o apelo que o poeta faz para que conheçamos os rios da África? c) Em sua comunidade, existem rios que são importantes para a vida das pessoas? Cite o(s) rio(s) e explique a importância dele(s) para a região em que você vive. Respostas pessoais. Consulte comentários nas Orientações didáticas. 1. a) Significa trazer o olhar para a África, em vez de ficar voltado para a Europa, e conhecer a história de seu povo. O poeta ressalta o desconhecimento da história da África e o cansaço de estudar os rios da Europa e suas histórias. 1. b) É um apelo para que as pessoas deixem de lado os preconceitos e se interessem pela história da África, que vai além da escravidão e do neocolonialismo. 186 D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 186D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 186 09/08/22 16:2909/08/22 16:29 D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-C07-MPU-G24.indd 186D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-C07-MPU-G24.indd 186 30/08/2022 16:3430/08/2022 16:34 X D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 10D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd 10 01/09/22 20:3001/09/22 20:30 Compartilhando identidades Se você já assistiu alguma vez à cerimônia de entrega de medalhas nos Jogos Olímpicos ou nos Jogos Pan-Americanos, deve ter notado que a premia- ção é acompanhada pelo hino do país do atleta vencedor. Nesse momento, toda uma nação se vê representada pelo atleta que ocupa o lugar mais alto do pódio. Abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, na China, 2022. O conceito de nação é definido por certos aspectos culturais de um povo, que os diferenciam de todos os outros povos. NI MINZHE/CHINASPORTS/GETTY IMAGES 152 D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 152 D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 152 09/08/22 16:3409/08/22 16:34 A língua, a comida, os costumes, as crenças, a cultura, o modo de ser e as tradições são alguns dos aspectos que fazem uma população se reconhecer como pertencente a uma mesma nação. Converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir. 1. Em seu entendimento, quais são as principais manifestações culturais que caracte- rizam a identidade brasileira? 2. Você acha importante conhecer a cultura de outras nações? Por quê? Resposta pessoal. O estudante pode citar as festas, a culinária, o futebol, a língua, a música etc. Resposta pessoal. Procure mostrar a importância de conhecer e respeitar as expressões culturais variadas, evitando-se, assim, a xenofobia e o etnocentrismo. Esse sentimento de pertencimento a uma nação, cha- mamos de nacionalismo. O nacionalismo pode contribuir para a autoestima dos povos e para ajudar a desenvolver nas pessoas a vontade de melhorar o país.Porém, se exacerbado, esse sentimento torna-se peri- goso, uma vez que pode resultar em xenofobia e também em racismo. Mulheres da etnia kamaiurá, da aldeia Ipavu, dançam na Festa do Uluri, em um ritual de preparação para a liderança feminina. Gaúcha do Norte (MT), 2018. Xenofobia: aversão a coisas e pessoas de fora do país.Racismo: preconceito e atitude de hostilidade contra indivíduos pertencentes a uma etnia diferente, geralmente considerada inferior. O conceito de nação também pode se estender a povos sem fronteiras definidas, como as diferentes nações indígenas existentes no Brasil. Nesse ritual, as mulheres preparam uma jovem de 13 anos que passou por um período de reclusão e será liberada para participar da vida na comunidade. LU CI OL A ZV AR IC K/ PU LS AR IM AG EN S 153 D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 153 D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 153 09/08/22 16:3409/08/22 16:34 ORGANIZAÇÃO DA COLEÇÃO Abertura da unidade Quatro páginas compostas de textos e imagens introduzem o conceito a ser estu- dado por meio de estratégias de antecipação, de sensibilização e de problematização do eixo conceitual, com linguagem atrativa e compreensível, mas com rigor histórico. Apresentam também atividades direcionadas para a valorização do conhecimento prévio dos estudantes. NAÇÃO E NACIONALISMO Nesta unidade, estudaremos c omo, no final do séc ulo XIX, algum as nações europeias subju garam outros p ovos por motivações eco nômicas, aliada s a interes- ses nacionalista s. Também vamos entender como o pro- jeto de nação br asileira, desenvo lvido a par- tir do Primeiro Re inado, excluía gr ande parte da população do país. UNIDADE 150 Sede das Naçõ es Unidas, em Nova York, Esta dos Unidos, 2021. 3 D3-HIST-F2-2108- V8-150-179-U3-CA P6-LA-G24.indd 1 50 D3-HIST-F2-2108- V8-150-179-U3-CA P6-LA-G24.indd 1 50 09/08/22 16:3409/08/22 16:34 SE RG I R EB OR ED O/ AL AM Y ST OC K PH OT O/ FO TO AR EN A 151 D3-HIST-F2-2108- V8-150-179-U3-CA P6-LA-G24.indd 1 51 D3-HIST-F2-2108- V8-150-179-U3-CA P6-LA-G24.indd 1 51 09/08/22 16:3409/08/22 16:34 Na segunda dupla da abertura de cada unidade, sempre há questões propostas aos estudantes que buscam dialogar com situações do cotidiano ou do mundo contemporâneo (contextualização), nas quais os estudantes podem verificar a presença do conceito apresentado e, com isso, discutir algumas características dessas situações, evidenciar conhecimentos prévios e construir uma experiência escolar significativa. XI D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV2.indd 11D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV2.indd 11 02/09/22 18:2302/09/22 18:23 Texto principal e imagem condutora Com linguagem clara e adequada à faixa etária dos estu- dantes, o conteúdoé organizado de maneira cronológica, mas em permanente diálogo com outras temporalidades, por meio de seções, boxes, atividades e imagens que buscam entrelaçar as múltiplas esferas das sociedades, como a política, a econo- mia, o cotidiano e a produção cultural. Além disso, são traçadas relações entre a História e as outras áreas do saber, envolvendo questões relacionadas à pluralidade cultural, à formação cidadã, ao meio ambiente, à saúde e ao combate a todo tipo de violên- cia. Com essa abordagem, acreditamos que, gradualmente, o estudante pode compreender que, embora cada área tenha sua especificidade, o conhecimento não é algo compartimentado. O fio condutor de alguns capítulos é a imagem condutora, que serve de ponto de partida para a estrutura do capítulo. Nessa perspectiva, a imagem deixa de ser somente um com- plemento do texto. Por meio dessas imagens, apresentamos elementos da organização e do modo de viver, pensar e sentir das sociedades abordadas. Ao final da leitura de um capítulo, o estudante poderá compreender a importância do assunto ou do processo demonstrado, adquirir novos conceitos e desenvolver a própria visão sobre a realidade, assim como se tornar crítico às imagens do passado e também do mundo contemporâneo. O NEOCOLONIALISMO • Entender o processo de neocolonialismo na África e na Ásia e seu impacto sobre as populações locais.• Relacionar o neocolonialismo e as mudanças advindas da Segunda Revolução Industrial. • Conhecer as ideologias raciais que embasaram o neocolonialismo na Ásia e na África. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 7CAP ÍTULO Você já assistiu a algum filme do Tarzan? Sabia que esse personagem já existe há mais de 100 anos? Ele aparece no livro Tarzan of the apes (Tarzan dos macacos), uma história escrita em 1912 por Edgar Rice Burroughs (1875-1950). As aventuras de Tarzan foram contadas em mais de duas dezenas de livros, além de terem sido adaptadas para o cinema e para os quadrinhos. A história criada por Burroughs começa com o naufrágio de um navio inglês na costa da África. Apenas duas pessoas se salvam: lorde Greystoke e sua esposa. Eles constroem uma cabana na praia, onde a mulher dá à luz um menino, porém os pais morrem e o bebê é “adotado” por um grupo de grandes macacos, que dão a ele o nome de Tarzan. No livro, “Tarzan” quer dizer “pele branca” na linguagem dos grandes macacos. Edgar Rice Burroughs nunca pôs os pés na África. Tudo em seu livro e nos outros que ele escreveu sobre as aventuras de Tarzan é fruto de sua imaginação. As histórias de Tarzan foram produzidas em um período no qual alguns países europeus invadiram e dominaram territórios intei- ros da África, transformando essas regiões em colônias. Neste capítulo, estudaremos esse processo que ocorreu na África e na Ásia. Cartaz do filme A lenda de Tarzan, produzido em 2016. W AR NE R BR OS . P IC TU RE S 180 D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 180 D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 180 09/08/22 16:2909/08/22 16:29 Capítulos As aberturas dos capítulos problematizam o conteúdo que será estudado, relacionando-o a algum fato ou acon- tecimento da atualidade (contextualização). O objetivo é mobilizar e sistematizar o conhecimento prévio dos estu- dantes, motivá-los para o estudo e auxiliá-los a identificar diferenças e semelhanças, bem como mudanças e perma- nências no presente e no passado. Objetivos de aprendizagem O boxe Objetivos de aprendizagem, presente em todas as aberturas de capítulo, expõe os conteúdos a serem desenvolvidos naquela etapa, como uma maneira de engajar os estudantes no próprio pro- cesso de aprendizagem. O panteão dos heróis Muitos anos depois das guerras pela independência, o governo da Venezuela encomendou ao artista Arturo Michelena (1863-1898) um quadro para celebrar a independência do país. O artista começou a produzir a obra, mas faleceu antes de finalizá-la. Mesmo inconclusa, a obra ajuda a refletir sobre o processo que culminou na formação dos países latino-americanos. Analise-a com atenção. A obra se chama O panteão dos heróis. Em grego, panteão designa o conjunto de deuses. Com o tempo, a palavra passou a significar também mausoléu (túmulo imponente), onde se encontram depositados os restos mortais de pessoas notáveis. Se o quadro tem esse título, quem são os heróis a que se refere o artista? No quadro, está representada uma grande quantidade de pessoas. Há um religioso, pessoas em trajes civis, mas a maior parte são homens em trajes militares. Esses homens representam diversos chefes militares que enfrentaram as tropas espanholas nas lutas pela independência da América. Apoiado no pedestal da estátua está José Antonio Páez (1790- 1873), que, posteriormente, seria presidente da Venezuela. O panteão dos heróis, Arturo Michelena. Óleo sobre tela, 135 cm x 168 cm, 1898. José Antonio Páez, futuro presidente da Venezuela, encostado no pedestal da estátua. Detalhe da obra O panteão dos heróis. Entre os antigos gregos e romanos, panteão era um templo dedicado aos deuses. Mas, nesse caso, é um monumento cons- truído para abrigar os restos mortais de figuras ilustres consideradas heróis nacionais. IMAGEM CONDUTORA M US EO A RT UR O M IC HE LE NA , C AR AC AS , V EN EZ UE LA M US EO A RT UR O M IC HE LE NA , C AR AC AS , V EN EZ UE LA 128 D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 128D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 128 09/08/22 11:3509/08/22 11:35 XII D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 12D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 12 31/08/22 13:5431/08/22 13:54 Olho vivo A seção promove a leitura e a análise de imagens, com ênfase no contexto histórico em que foram produzidas e nos significados que lhes são atribuídos. Mostra, por exemplo, o caráter ideológico da produção de obras imagéticas – isto é, como uma imagem aparentemente “neutra” pode ter sido pro- duzida com o objetivo de transmitir valores, ideologias, convencer pessoas ou consolidar estereótipos. Em geral, esse modelo de trabalho com recursos visuais: • desenvolve o exercício de observação e descrição minuciosa da imagem, além de contribuir para a identificação de personagens, objetos, cenário, iluminação, planos, enquadramento, entre outros elementos; • apresenta uma pesquisa sobre a obra, com as informações sobre o autor e as características da produção (técnicas e materiais usados), do consumo e da preservação, ajudando os estudantes a compreender melhor a imagem e inseri-la em seu contexto histórico; • mostra uma interpretação do objeto analisado, considerando seu valor como testemunho de uma época; • incentiva os estudantes a emitir comentários e a expressar suas opiniões; • habilita os estudantes a ver com criticidade as imagens do tempo presente. Essa seção evidencia ainda como as imagens são resultado de seu tempo, sendo condicionadas tanto à evolução técnica e científica das sociedades que as produziram como aos propósitos dos seus autores, entre outros elementos determinantes do seu contexto histórico de produção. OLHO VIVO Proclamação da Independência, François-R ené Moreaux. Óleo sobre tela, 2,44 m x 3,83 m, 1844. A cena é uma representação idealizada d a Proclamação de Independência do Brasil em obr a executada anos depois de o fato ter acontecido . 1 4 3 9 5 8 2 A PROCLAMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA Não foi apenas o governo da Venezuela que e ncomendou representações artísticas para ce - lebrar seu processo de independência, essa ati tude também ocorreu no Brasil. Em 1844, o Se nado brasileiro encomendou ao pintor francês Fran çois-René Moreaux (1807-1860) – que chega ra ao Brasil em 1838 – uma obra sobre a Proclamaçã o da Independência pelo príncipe regente D. P edro. Vinte e dois anos haviam se passado desde o 7 de setembro de 1822. Moreaux representou no quadro uma cena que nunca existiu: D. Ped ro a cavalo, em São Paulo,em meio a uma mu ltidão de pessoas agitadas e felizes com o acontecim ento. A tela Proclamação da Independência foi colocada na sala do Senado, local em que pe rmaneceu por muitos anos. Hoje, a obra pert ence ao acervo do Museu Imperial, na cidade de P etrópolis, no estado do Rio de Janeiro. 138 D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 138 D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 138 09/08/22 11:3609/08/22 11:36 M US EU IM PE RI AL , P ET RÓ PO LI S, R J 1 No centro do quadro, cercado por soldados e pessoas comuns, D. Pedro acena com o chapéu para o povo, transmitindo uma mensagem de união e harmonia entre o príncipe e seus súditos . Ele olha para o céu, como a mostrar que seu ato é realizado segundo a vontade divina. 2 A primeira estátua equestre de que se tem notícia é a do imperador romano Marco Aurélio, no século II d.C. Com base nela, foi criada uma tradição de heróis a cavalo, tanto em escultura quanto em pintura. Nessas duas artes, o cavalo é um símbolo ligado à masculinidade, à guerra e ao poder. 3 Assim como D. Pedro, os soldados parecem estátuas imóveis. Ao representá-los assim, o pintor talvez tivesse a intenção de conferir imortalidade ao acontecimento. 4 Esse soldado, voltado para trás, dá a impres- são de saudar pessoas que se aproximam, sugerindo que uma multidão ainda maior esteja vindo aclamar D. Pedro. 5 Ao contrário de D. Pedro e seus soldados, as pessoas que assistem ao ato estão em movimento: elas acenam, tiram o chapéu, caminham ou se abraçam, demonstrando feli- cidade pela Proclamação da Independência e por ser D. Pedro o novo governante do Brasil. 6 Enquanto grande parte das pessoas dirige seus olhares para o céu, esta senhora ajoe- lha-se em sinal de respeito a D. Pedro. 7 Nem D. Pedro nem os soldados seguram suas espadas. A cena representada não tem um caráter guerreiro. O pintor procurou dar a ela uma conotação de manifestação popular na qual o líder, D. Pedro, é representado como um herói do povo. 8 Não há negros nem indígenas na cena. No lugar deles, o artista pintou homens, mulhe- res e crianças que mais se parecem com camponeses europeus. 9 Essas seriam as árvores que margeavam o riacho do Ipiranga, que não é visto no quadro. 10 Para situar o acontecimento em terras brasi- leiras, François-René Moreaux inseriu alguns coqueiros ao fundo. Cometeu um erro, pois os coqueiros são típicos do Nordeste, não da paisagem de São Paulo. 11 O olhar dessa menina está voltado para o espectador, como se sua intenção fosse a de atraí-lo para o momento representado. 7 10 11 6 139 D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 139 D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 139 09/08/22 11:3609/08/22 11:36 XIII D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 13D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 13 31/08/22 13:5431/08/22 13:54 Pesquisa & Ação Ao longo de seus quatro volumes, a coleção procura oferecer opor- tunidades para o estudante ser capaz de compreender, interpretar e formular ideias científicas, de maneira contextualizada e, sempre que possível, ligadas ao seu cotidiano. Nesse sentido, apresenta, ainda que de modo introdutório, um apoio ao processo de literacia cientí- fica dos estudantes, ensinando as diferentes etapas do método científico, tais como definir um problema, propor e testar hipóteses, e formular conclusões. Também envolve aprender procedimentos e atitudes de investigação, comunicação e debate de fatos e ideias. A abordagem investigativa deve proporcionar oportunidades para o uso social do que se aprende, isto é, levá-los a implementar soluções para resolver problemas de sua comunidade. Por isso, em cada um dos livros, desenvolvemos práticas de pesquisa, criando, assim, possibilidades para o exercício da investigação científica de fenômenos sociais e problematizando a aplicação de diferentes técnicas e métodos de coleta, organização e análise de dados. Esse trabalho é feito principalmente na seção Pesquisa & Ação, cujo conteúdo, muitas vezes, é complementado com a seção Como se faz.... ES TÚ DI O DI AG RA M I STOCKSYLE /SHUTTERS TOCK.COM PESQUISA AÇÃO& DE ONDE VÊM MEUS ALIM ENTOS? Você já pensou de onde v êm as frutas, as verduras e os legumes que chegam à sua mesa nas refeições? São cultivad os em grandes fazendas o u vêm de pequenos ou mé dios produtores rurais? E como esses alimen tos são cultivados? A pesso a que os vende é a mesma que os cultiva? Conhecer as características do alimento que consumi mos nos ajuda a pensar (e até a repensar) nossos hábitos alimentares e a fazer melhores escolha s. Em grupo, façam uma pesq uisa em sua comunidade a respeito dessas questões. P ara isso, com o auxílio do professor e do s responsáveis, organizem uma visita a uma feira livre próxima à escola ou outra conhecida. Lá, vo cê e os colegas do grupo v ão coletar informações com os feirantes. 1O passo Para o melhor aproveitamen to desta atividade, é fundam ental elaborar previamente um qu estionário a ser aplicado entr e o público- alvo. Elaborar um question ário é uma tarefa que deve s er feita com atenção, seguindo critér ios e métodos específicos. Co nfiram no gráfico a seguir alguns do s cuidados que vocês precisa m ter em mente durante a elaboração de um questionário de pesq uisa. Consulte comentários nas Orientações didáticas. 2O passo Depois de fazer ajustes e finalizar o questionário, imprimam cópias dele, de acordo com o número estimado de pessoas que participarão da pesquisa. 252 D3-HIST-F2-2108-V8-238-265- U4-CAP9-LA-G24.indd 252 D3-HIST-F2-2108-V8-238-265- U4-CAP9-LA-G24.indd 252 11/08/22 10:4111/08/22 10:41 Consulte comentários nas Orie ntações didáticas. Definam o objetivo da p esquisa As perguntas devem estar em sintonia com o objetiv o da pesquisa. Afinal, as r espostas do questionário ajudarão a embasar as informações d o trabalho. Identifiquem o público-a lvo É muito importante saber qual é o perfil das pessoas que serão entrevistadas. P rocurem fazer as perguntas de mane ira direta, utilizando termos que o entrevistado deve co nhecer. Dessa maneira, serão maio res as chances de vocês ob terem respostas verdadeira s. Elaborem um rascunho Não tenham pressa na ela boração do questionário. Pensem no tipo de inform ação que pretendem reunir e qual o melhor tipo de pergunta a ser feita para se obter a inf ormação desejada. Inicialmente, escre vam um rascunho. Ao concl uí-lo, vocês perceberão que algumas perguntas são dispensáveis e outras necessitam ser re elaboradas. Aproveitem pa ra decidir a ordem em que as pergun tas aparecerão no question ário. Façam um teste Antes de começar a entre vistar seu público-alvo, pe çam a opinião de outras p essoas a respeito das perguntas ela boradas, procurando desc obrir se o questionário es tá claro, isento de erros e com perg untas coerentes. Se houve r necessidade, façam novo s ajustes. Melhor corrigir o question ário nesse momento do q ue depois, quando a pesq uisa já estiver sendo aplicada. Estabeleçam o tipo de p ergunta que desejam fa zer O tipo de pergunta de um questionário pode variar de acordo com as intençõ es dos entrevistadores. Vocês pod em fazer perguntas de mú ltipla escolha, permitindo que o entrevistado indique uma ou mais alternativas. Por e xemplo: “que tipo de mús ica você gosta de ouvir”: a) rap; b) r ock; c) MPB; d) samba; e) fu nk”. Se quiserem, é possíve l limitar, pedindo para que, dessa li sta, o entrevistado selecion e apenas os três gêneros f avoritos, mesmo que ele ouça todo s. Vocês também podem fa zer perguntas abertas, p ara que o entrevistado re sponda livremente a respeito de u m assunto. Por exemplo: “ em quais momentos você gosta de ouvir música?”. Perguntas abertas são boas de serem usadas quando se desejaconhecer melhor as ideias do entrev istado. Outra possibilidade são os questionários cujas respost as são escolhidas com base em uma escala. Esse tipo de pergun ta permite que vocês agru pem as respostas em “pos itivas” e “negativas”. Eis um exemp lo: “Em uma escala de 1 a 10 , em que 1 significa ‘não g osto de jeito nenhum’ e 10 significa ‘gosto muito’, responda: qu al o seu entendimento a re speito das músicas da canto ra X?”. 4O passo Depois de realizadas as entrevistas, façam uma tabulação das respostas, apresentem aos colegas e comparem os resultados ob tidos. 3O passo Apliquem os questionários conforme as orientações do professor, seguindo o n úmero de participantes pré-estipulado e observand o a boa comunicação com os interlocutores. Importan te: vocês só devem ir à feira livre acompanhados d e um responsável. Elaborado com base em: CARMO, Vera. O uso de questionários em trabal hos científicos. Universid ade Federal de Santa Catarina. Floria nópolis, [2013]. Disponív el em: http://www.inf.uf sc.br/~vera.carmo/Ensino _2013_2/O_ uso_de_questionarios_em _trabalhos_cient%EDfico s.pdf. Acesso em: 29 jun . 2022. 253 D3-HIST-F2-2108-V8-238-265- U4-CAP9-LA-G24-AV1.indd 2 53 D3-HIST-F2-2108-V8-238-265- U4-CAP9-LA-G24-AV1.indd 2 53 13/08/22 18:3713/08/22 18:37 RAIO X VILA RICA NO SÉCULO XVIII Que documento é esse? Trata-se de uma imagem feita entre 1785 e 1790 representando o morro de Santa Quitéria, no centro da antiga Vila Rica (atual Ouro Preto). É possível identificar o Palácio do Governador (no centro, ao fundo), o pelourinho (em primeiro plano), o chafariz e a igreja de Santa Quitéria, entre outros prédios. No final do século XIX, foi instalado um monumento em homenagem a Tiradentes, então o local passou a se chamar Praça Tiradentes.Que informações sobre Ouro Preto esse documento pode fornecer?As construções indicam que, no final do século XVIII, Vila Rica era um centro urbano com edificações imponentes, e, por causa do pelourinho, sabemos que o local tinha autonomia política. O chafariz confirma o abastecimento de água pública, e a presença de soldados de forma perfi- lada (alinhada) indica um sistema organizado de proteção e/ou repressão. A localização da igreja (próxima ao palácio) sugere que a religião tinha grande importância para a sociedade da época. Comparando essa imagem com a fotografia da Praça Tiradentes, da página 104, quais observações podem ser feitas? Podemos afirmar que o local passou por reformas. O Palácio do Governador (atual Museu de Ciência e Técnica) foi expandido, e não existem mais a igreja de Santa Quitéria nem o chafariz. A praça foi expandida, e o desnível no terreno próximo ao chafariz foi aterrado. As casas ao redor da praça também foram reformadas ou substituídas. O pelourinho foi extinto, e há um monumento, com uma estátua, em homenagem a Tiradentes. Ilustração de 1785-1790, de autoria desconhecida, que representa a Praça Tiradentes e, ao fundo, o Palácio do Governador, em Vila Rica. IN ST IT UT O DE E ST UD OS B RA SI LE IR OS D A US P, S ÃO P AU LO -S P 114 D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd 114 D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd 114 01/08/22 11:5101/08/22 11:51 Raio X A seção desenvolve no estudante a percepção de como o historiador busca informações a respeito do passado, ques- tiona evidências e desenvolve uma postura crítica sobre as produções materiais. Auxilia, assim, no desenvolvimento de noções sobre os métodos de interpretação documental e de produção historiográfica. XIV D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 14D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 14 31/08/22 13:5431/08/22 13:54 Enquanto isso... Seção que apresenta acontecimentos históricos contemporâneos àqueles estudados ao longo de cada capítulo, trabalhando as noções de simultaneidade e ampliando a compreensão sobre o tempo histórico estudado. São abordados povos, processos, invenções e descobertas geralmente excluídos do cotidiano escolar, mas nem por isso menos importantes. Oferecemos, assim, elementos para o professor trabalhar a percepção de que não existe uma história linear e única para a humanidade. ENQUANTO I SSO... IDEAIS ILUMINI STAS REVOLUC IONAM O HAITI Os princípios ilu ministas de libe rdade e igualda de espalharam- se para outros lugares do mundo. Um dos exemplos mais s ignificativos foi o de São Doming os, parte de uma ilha localizada no Mar do Carib e, e que, desde 1697, encontrav a-se sob o domí nio da França. São Domingos e ra a principal co lônia francesa, r esponsável por uma grande pro dução de açúcar. Em mead os do século XV III, uma elite bra nca, de cerca de 5 mil pessoas, c ontrolava uma população de ap roximadamente 465 mil pessoas escravizadas qu e trabalhavam, p rincipalmente, nas plantações d e cana e café e na produção do açúcar. Na segunda me tade do século XVIII, escravizad os e libertos co meçaram a difu ndir ideias iluministas pela ilha. Com o iníc io da Revolução Francesa, essas ideias se fortale ceram, e muitos passaram a defe nder também o fim da escravidã o. Em 1791, começo u uma rebelião li derada pelo ex-e scravizado Toussa int L’Ouverture (1 743-1803) contra a escraviza ção dos negros e o colonialismo fr ancês. Nos prime iros meses de com bate, mais de mil colonos bran cos foram morto s e muitos enge- nhos de açúcar e plantações de c afé, destruídos. Em 1801, L’Ouve rture foi levado à França e preso, após uma oferta de perdã o não cumprida pelo governo fr ancês pela parti cipação dele na revolução; assim , o movimento passou para o comando de Jean -Jacques Dessalin es (1758-1806), outro ex-escraviz ado. A revolução pro sseguiu até 180 3, ano em que os franceses foram derrotado s e expulsos da ilha. Em 1º de ja neiro de 1804, foi proclamada a independência da ilha e, em h omenagem aos indígenas que ha viam sido mortos pelos franceses, os escravizados decidiram adota r o antigo nome indígena: Haiti. Dessalines se co roou imperador com o nome de Jacques I e man dou executar os 3 mil brancos qu e ainda viviam n o Haiti. A Revolução Ha itiana promoveu a instau- ração de uma r epública livre, q ue passou a ser vista como uma ameaça às elite s escravistas da América, desper tando uma ond a de medo que ficou conhecida como “haitianism o”. As nações europ eias bloquearam as relações econômicas com o Haiti, o que le vou a economia do país ao colap so. Além disso, o país precisou assumir uma elev ada dívida extern a para ter reco- nhecida a sua so berania. Gravura de aut oria desconhec ida que representa o le vante de haitian os contra a escravidão e o domínio francê s do Haiti, em 1791. Esse movimento foi o único no qual grupos de pessoas escr avizadas promo veram o fim da escravidão, acabando com o poder das antigas elites co loniais. Além di sso, o novo governo que se instaurou no paí s foi formado pelos ex-escravi zados, que cons olidaram sua influência no ter ritório haitiano. GR AN GE R/ FO TO AR EN A 97 D3-HIST-F2-2108- V8-066-103-U2-CA P3-LA-G24.indd 9 7 D3-HIST-F2-2108- V8-066-103-U2-CA P3-LA-G24.indd 9 7 09/08/22 15:5209/08/22 15:52 ESQUEMA-RESUMO Explique, com base na leitura do capítulo e do esquema-resumo, por que muitos historiadores afirmam que, ao se tornar independente, o Brasil não podia ser considerado uma nação, no sentido pleno do termo. Consulte resposta esperada nas Orientações didáticas. Manutenção da escravidão D. Pedro II torna-se imperador Divisão de poderes: criação do Poder Moderador Golpe da Maioridade (1840) Constituição de 1824 Revoltas nas províncias Cabanagem (Grão-Pará, 1835-1840)Revolta dos Malês (BA, 1835) Sabinada (BA, 1837-1838) Balaiada (MA, 1838-1842) Revolução Farroupilha (RS, 1835-1845) Críticas ao excessode poder do imperador Criação da Guarda Nacional e o coronelismo PERÍODO REGENCIAL (1831-1840) Confederação do Equador (1824)Abdicação do imperador (1831) O PRIMEIRO REINADO E O PERÍODO REGENCIAL CAPÍTULO 6 175 D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 175 D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 175 09/08/22 16:3509/08/22 16:35 Esquema-resumo Localizados sempre antes da seção Atividades, os esquemas orga- nizam visual mente as principais ideias trabalhadas no capítulo e são uma ferramenta que possibilita a rápida retomada e revisão dos assuntos abordados. Com isso, espera-se auxiliar os estudantes a refletir sobre os conteúdos históricos e fornecer-lhes um recurso pedagógico adicional de estudo e organização das ideias do capítulo. Além disso, a seção é sempre acompanhada de uma atividade própria. Glossário Esse boxe apresenta o signifi- cado contextualizado das palavras que necessitam de definição, con- forme a faixa etária. Sua ocorrência no volume é variável. A Revolta dos Malês e a S abinada em Salvador O município de Salvador a brigava, no começo do séc ulo XIX, cerca de 65 mil pe ssoas. Mais de dois terços dessa popu lação era composta de ne gros e pardos livres e esc ravizados, que sofriam com o preconceito e a opressão. A desiguald ade social era muito grand e: cerca de 90% da população livre vivia na pobreza. A injustiça e a des igualdade contribuíram par a que ocorresse, em 1835, a Revolta dos M alês. A revolta irrompeu em jane iro de 1835, quando cerca d e 600 escravizados e liberto s, armados de espadas, saíram às rua s e ocuparam diversos qu artéis. Queriam o fim da escravidão e da propriedade privada da te rra. O movimento, contud o, fracassou: tropas do go verno, portando armas de fogo, contiveram a rebelião e mataram uma grande quantidade de reb eldes. Dois anos depois, uma nov a rebelião foi deflagrada em Salvador. Tratava-se da Sab inada. O nome deriva de seu princip al líder, o jornalista Sabino Barroso. O movimento def endia a emanci- pação da Bahia, que seria transformada em uma repú blica até a maioridade de D . Pedro II. Os revoltosos – que contava m com o apoio de amplos s etores da sociedade, como as ca madas média e baixa da p opulação, militares, comerciantes e e scravizados – tomaram o c ontrole de Salvador e proclamaram a República Bahiense. A repressão ao moviment o foi intensa e a repúblic a não sobreviveu por mais de qua tro meses. Cerca de mil reb eldes mor- reram nos combates e out ros 3 mil acabaram presos . Por cinco anos, a província viveu sob intervenção militar. Revolta dos Malês: movime nto liderado por escravizados de diferentes etnias, seguidores d o islamismo (os malês na língua iorubá), cujo objetivo era dominar a população branca e decretar uma monarquia islâmica na Bahia. Fotografia do Forte de Sã o Pedro, que foi tomado p elos revoltosos e se trans formou em quartel- -general durante a Sabina da, em 1837. Salvador (BA ), 2014. SE RG IO P ED RE IR A/ PU LS AR IM AG EN S 168 D3-HIST-F2-2108-V8-150-179- U3-CAP6-LA-G24.indd 168 D3-HIST-F2-2108-V8-150-179- U3-CAP6-LA-G24.indd 168 09/08/22 16:3409/08/22 16:34XV D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 15D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 15 31/08/22 13:5431/08/22 13:54 Atividades A coleção apresenta atividades contextualizadas, com objetivos e dinâmicas peda- gógicas variadas. São um instrumento de sistematização e assimilação do conteúdo, estabelecendo debates, incentivando o trabalho coletivo, a aprendizagem comparti- lhada e a pesquisa. Contribuem, assim, para a formação do estudante como sujeito ativo e consciente na construção do próprio conhecimento e na participação no mundo contemporâneo. O grau de dificuldade é progressivo, acompanhando o desenvolvimento do estu- dante. Entre os exemplos dessa premissa, estão as atividades de múltiplas escolhas que vão aumentando de quantidade e complexidade à medida que o estudante se aproxima do Ensino Médio. Além disso, são trabalhadas diversas habilidades necessárias à formação do estudante, como ler, inferir, interpretar e comparar documentos; elaborar hipóteses; identificar e discutir conceitos; compreender diferentes interpretações sobre um mesmo fato; com- parar e identificar diferenças e semelhanças, mudanças e permanências; entre outras. Em diferentes ocasiões, as atividades promovem o diálogo entre diversas situações e realidades, e entre áreas de conhecimento, incentivando a interdisciplinaridade. Há ainda as desenvolvidas para análise e interpretação de variados tipos de documentos – tanto do presente como do passado – com destaque para a variedade de fontes utilizadas na escrita da História, cujo objetivo é incentivar a reflexão sobre o trabalho do historiador. ATIVIDADES NÃO ESCREVA NO LIVRO. 1. Analise a representação de Tiradentes feita pelo artista Décio Villares em cerca de 1928. Depois, responda ao que se pede. Tiradentes, Décio Villares. Óleo sobre tela, c. 1928. a) Essa pintura foi concebida de modo a transformar Tiradentes em um símbolo de heroísmo e sofrimento. Aponte elementos que justifiquem essa ideia. b) A repressão do governo à Conjuração Mineira e à Conjuração Baiana foi severa, mas a punição não foi igual para todos os participantes. O que teria motivado punições diferentes?Consulte resposta esperada e comentários nas Orientações didáticas. CO LE ÇÃ O PA RT IC UL AR 1. a) A imagem representa Tiradentes como um mártir que estava disposto a se sacrificar pela liberdade da nação. Além da clara associação com representações de Jesus Cristo, o olhar de Tiradentes simboliza bondade e entrega. Os ramalhetes complementam essa ideia. 120 D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd 120D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd 120 01/08/22 11:5201/08/22 11:52 2. Copie o quadro a seguir no caderno e preencha as colunas com os principais aspectos da Conjuração Mineira e da Conjuração Baiana. Movimento Participantes Ideias defendidas Desfecho Conjuração Mineira Conjuração Baiana 3. Leia os documentos a seguir e responda às questões propostas. Documento 1: Declaração dos Direitos do Homem e do CidadãoArt. 1o Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem ter como fundamento a utilidade comum. Art. 2o A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a prosperiedade, a segurança e a resistência à opressão. […] Art. 4o A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo: assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direi-tos. Estes limites só podem ser determinados pela lei. […] A DECLARAÇÃO de Direitos do Homem e do Cidadão. Embaixada da França no Brasil. [S. l.], 13 jan. 2017. Disponível em: https://br.ambafrance.org/A-Declaracao-dos-Direitos-do-Homem-e-do-Cidadao. Acesso em: 12 maio 2022. Documento 2: Aviso ao Povo Bahiense […] Ó vós Homens cidadãos; ó vós Povos curvados, e abandonados pelo Rei, pelos seus despotismos, pelos seus Ministros. Ó vós Povo que nascestes para sereis livres e para gozares dos bons efeitos da Liberdade, ó vós Povos que viveis flagelados com o pleno poder do indigno coroado, esse mesmo rei que vós criastes; esse mesmo rei tirano é quem se firma no trono para vos veixar, para vos roubar e para vos maltratar. Homens, o tempo é chegado para a vossa ressurreição, sim para ressuscitares do abismo da escravidão, para levan- tares a sagrada Bandeira da Liberdade. […] as nações do mundo todas têm seus olhos fixos na França, a liberdade é agradável para todos; […] o dia da nossa revolução, da nossa Liberdade e de nossa felicidade está para chegar, animai-vos que sereis felizes. […] PRIORE, Mary Del et al. Documentosde história do Brasil: de Cabral aos anos 90. São Paulo: Scipione, 1997. p. 38. a) Relacione as reivindicações feitas no panfleto dos revolucionários de Salvador com os artigos da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. b) As propostas defendidas no panfleto Aviso ao Povo Bahiense eram as mesmas defendidas pelos membros da Conjuração Mineira? Explique a principal diferença entre elas. Consulte resposta esperada e comentários nas Orientações didáticas. Despotismo: tirania, sistema de governo com base em um poder sem limites. Veixar: maltratar, humilhar. Consulte resposta nas Orientações didáticas. A ideia de se opor ao governo português é comum aos dois movimentos, mas, no panfleto, seus autores defendem o fim da escravidão, algo que os conjurados mineiros não propunham. 121 D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd 121D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd 121 01/08/22 11:5201/08/22 11:52 XVI D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 16D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 16 31/08/22 13:5431/08/22 13:54 UNIDADEFECHANDO A IGUALDADE JURÍDICA Você estudou, no começo desta unidad e, o que se entende por igualdade juríd ica. Confira agora os quatro documentos a seguir. O primeiro deles são artigos da Constit uição Federal do Brasil, promulgada em 1988. O segund o é uma fotografia de uma estátua, sím bolo da Justiça, instalada na Praça dos Três Poderes, em B rasília (DF), o terceiro é uma charge de 20 18 do cartunista Evandro Alves e o quarto é um gráfico sobre a população carcerária no Brasil. Após analisar os documentos com atenção, responda ao que se pede. Documento 1: Legislação Art. 5º Todos são iguais perante a lei , sem distinção de qualquer naturez a, garan- tindo-se aos brasileiros e aos estrang eiros residentes no País a inviolabilid ade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à se gurança e à propriedade, nos termo s seguintes: I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos term os desta Constituição; […] III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desum ano ou degradante; IV – é livre a manifestação do pens amento, sendo vedado o anonimato ; […] VI – é inviolável a liberdade de cons ciência e de crença, sendo assegura do o livre exercício dos cultos religiosos e gar antida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; […] BRASIL. [Constituição (1988)]. Consti tuição da República Federativa do B rasil de 1988. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: https:/ /www.senado.leg.br/atividade/const/c on1988/con1988_atual/art_5_.asp. Acesso em: 12 jun. 2022. Documento 2: Fotografia TO N M OL IN A/ FO TO AR EN A Fachada do prédio do Supremo Tribun al Federal (STF), com a escultura que representa a Justiça, Brasília (DF), 202 2. 64 D3-HIST-F2-2108-V8-038-065-U1-CAP2-LA-G 24.indd 64 D3-HIST-F2-2108-V8-038-065-U1-CAP2-LA-G 24.indd 64 09/08/22 15:5409/08/22 15:54 Documento 3: Charge Documento 4: Gráfico ALVES, Evandro. [Sobre a Justiça]. Jornalistas Livres. [S. l.], 23 maio 2018 . Disponível em: https://jornalistaslivres . org/as-maos-ensanguentadas-da-just ica/. Acesso em: 1 ago. 2022. AL VE S 1. De acordo com o trecho da Constitu ição Federal, quais são os direitos as segurados a todos os cidadãos brasileiros? 2. Com base no que você viu nesta unida de, pode-se dizer que o artigo 5 o da Constituição Federal do Brasil tem influência do p ensamento iluminista? Justifique sua resposta. 3. Como a estátua da Justiça foi represe ntada? 4. Em seu entendimento, por que a Just iça está de olhos vendados? 5. E qual significado tem a espada que a Justiça carrega? 6. O que representam os diferentes per sonagens da charge? Que elementos do desenho ajudam a explicar essa representação ? 7. O que o gráfico revela a respeito do p erfil da população carcerária brasileir a? Pesquise sobre o perfil étnico da população brasileira e verifique se esse perfil e o perfil da população brasileira são equivalente s. Escreve uma parágrafo com suas o bservações a esse respeito. 8. Explique a relação existente entre a c harge e o gráfico do documento 4. 9. Com base nessa crítica, explique a rela ção existente entre os três primeiros d ocumentos. 10. Tomando o trecho selecionado da Con stituição como ponto de partida, faça uma charge que tenha como tema a igualdade d e direitos entre os cidadãos brasileiro s. Consulte comentários nas Orientações didá ticas. Consulte comentários nas Orientações didá ticas. Foi representada como uma mulher com os o lhos vendados e com uma espada pousada so bre o colo. A ideia é a de que a Justiça, de modo equâni me, age sem distinguir as pessoas. A espada é símbolo da força e do poder. Pod e ser entendida como uma arma contra o ma l. Consulte comentários nas Orientações didá ticas. Consulte resposta esperada nas Orientações didáticas. Tanto a charge como o gráfico evidenciam aspe ctos relacionados à desigualdade jurídica no Bra sil. Ao fazer a crítica, o chargista sugere que a Justi ça não pratica a igualdade jurídica prevista pela Constituição brasileira. Produção pessoal. Essa atividade pode ser re alizada em parceria com o professor de Arte. Fonte: BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Composição da População por Cor/R aça no Sistema Prisional. Brasília, DF: Ministério da Justiça, 20 20. Disponível em: https://app.powerbi.com/view?r=eyJr IjoiN2ZlZWFmNzktNjRlZ i00MjNiLWFhYmYtNjExNmMyNmYxM jRkIiwidCI6ImViMDkwN DIwLTQ0NGMtNDNmNy05MWYyLTR iOGRhNmJmZThlMSJ9. Acesso em: 24 jul. 2022. 0 10 20 30 40 50 60 70 80(%) Indígena Amarela B ranca Pardos e Negros SO NI A VA Z Perfil étnico da população carcerá ria brasileira em 2019 65 D3-HIST-F2-2108-V8-038-065-U1-CAP2-LA-G 24.indd 65 D3-HIST-F2-2108-V8-038-065-U1-CAP2-LA-G 24.indd 65 09/08/22 15:5409/08/22 15:54 VAMOS FALAR SOBRE… LIBERDADE A Conjuração Mineira e a Conjuração Baiana defendiam o princípio da liberdade. O sig- nificado dessa liberdade variou nos dois movimentos, mas em ambos envolvia a criação de um governo livre que poderia promover o bem dos cidadãos e garantir a construção de uma sociedade mais justa. Os conjurados mineiros defendiam a liberdade política de parte da América e o fim da opres- são colonial. Já no caso da Conjuração Baiana, a ideia de liberdade era mais ampla e radical. Como explicam as historiadoras Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling na obra Brasil: uma biografia (2015, p. 150), “a Conjuração Baiana era radicalmente inovadora: propunha a inclusão de indivíduos desiguais em termos sociais e econômicos, com interesses opostos e, eventualmente, muito distintos uns dos outros”. Assim, o movimento baiano defendeu a liberdade de todos, inclusive propondo o fim da escravidão. À parte as comparações, os dois movimentos foram importantes para a história do Brasil porque ajudaram a incentivar a luta pela liberdade em outros períodos e momentos históricos. 1. Levando isso em consideração, leia as questões a seguir. Em dupla, discutam-nas e apresentem, de forma oral, o resultado da conversa para o restante da turma. Ao final, elaborem um texto sintetizando as ideias discutidas.a) Em sua opinião, a busca pela liberdade era uma luta exclusiva do passado ou ainda é uma luta importante em nossa sociedade? b) Você acredita que todos vivem em liberdade no presente? Por quê?c) Por que a luta pela liberdade é importante?Respostas pessoais. A atividade oferece um ponto de partida para a discussão não apenas do conceito de liberdade em si mas também de toda a sua abrangência: liberdade de ir e vir, liberdade de expressão, liberdade individual e interesse coletivo, entre outros temas correlatos. Cartaz em homenagem aos mártires da Conjuração Baiana. Salvador (BA), 2016. GO VE RN O DO E ST AD O DA B AH IA 123 D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd123 D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd 123 01/08/22 11:5201/08/22 11:52 Fechando a unidade Trabalho de enfoque quase sempre interdisciplinar que visa sistematizar o aprendizado do conceito da unidade. As atividades dessa seção possibi- litam que o professor avalie a turma na assimilação dos conteúdos, no grau de apropriação e no tipo de elaboração em relação aos conceitos estudados, além de proporcionar a articulação entre diferentes campos do conhecimento. É um momento excelente para verificar o processo de aprendizagem dos estudantes, assim como as dinâmicas utilizadas pelo professor. Vamos falar sobre... Na seção Vamos falar sobre..., as atividades traba- lham os vínculos entre o conceito da unidade e o texto do capítulo. Em geral, relacionam-se com questões do pre- sente, como formação cidadã e direitos humanos. Também têm como objetivo levar o estudante a questionar valores e a rever posições de maneira responsável, ética e coerente. XVII D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 17D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 17 31/08/22 13:5431/08/22 13:54 DEBATE O debate é uma forma de discussão amig ável entre duas ou mais pessoas que tenh am pontos de vista diferentes sobre determinado te ma. Os participantes do debate são os deba tedores, o moderador e o público. COMO FAZ...SE 1O passo Escolha do tema e d os participantes, e definição das regras Apresentação do tema pelo professor e indicação de uma bibliografia básica que permita a troca de ideias e a reflexã o a respeito do assunto. Escolha dos debatedores e do mediador de acordo c om os interesses e as habilidades dos participantes. Deve ser definido um tempo para argumentação, contra- argumentação e participação do público . 3O passo O debate O mediador deve cumprimentar o públi co e apresentar os debatedores, o tema e as normas. • 1a fase: O mediador passa a palavra ao p rimeiro debatedor, que cumprimenta o pú blico e expõe seu ponto de vista. Em seguida, o mediador passa a palavra para o segundo debatedor. • 2a fase: O mediador retoma a palavra e a repassa para o primeiro debatedor, pedin do a ele que comente a exposição do oponen te. Nesse momento, pode ocorrer a réplica (resposta do segundo debatedor). • 3a fase: Depois de esgotado o tempo pr evisto para as falas dos debatedores, o púb lico poderá fazer perguntas a eles, que deverã o responder no tempo estipulado. Após e sse momento, cada debatedor deverá fazer um breve comentário sobre suas opiniões. 2O passo Preparação para o d ebate Todos os participantes (inclusive o públic o) devem se preparar para o debate, realizando as leituras indicadas, a fim de que obtenham mais conhecimentos sobre o tema e tenham condições de ap resentar bons argumentos durante a discussão. É importante resumir e expor as principais ideias e justificativas a sere m apresentadas, mas não é necessário dec orar as falas. O discurso deve ser claro. 4O passo Conclusão feita pel o mediador A síntese do debate é feita pelo mediad or, que também agradece aos debatedo res e ao público. No decurso do debate, um dos interlocu tores pode ser convencido pelo outro, o u, ainda, é possível que ambas as partes aceitem os argumentos do outro lado (mesmo que parcialmente) e repensem suas opiniões. 266 D3-HIST-F2-2108-V8-266-288-FINAIS-LA-G24 .indd 266 D3-HIST-F2-2108-V8-266-288-FINAIS-LA-G24 .indd 266 12/08/22 11:3912/08/22 11:39 ENTREVISTA Entrevista é uma conversa na qual uma p essoa (o entrevistador) pede informaçõe s e opiniões a outra (o entrevistado) sobre um assun to escolhido ou sobre a vida do entrevis tado. 1O passo Elaboração do plan o da entrevista Uma vez definido o tema, é preciso pen sar nas informações que se pretende ob ter, escolher qual pessoa será entrevistada e o meio de re gistro: anotação, filme ou áudio. 2O passo Elaboração das perg untas Elabore questões mais abertas, às quais não se pode responder apenas “sim” o u “não”. Faça um número limitado de perguntas, que dev em ser simples, claras e corretas. 3O passo Preparação da entre vista Marque a entrevista com antecedência, comunique ao entrevistado quais assunt os serão abordados e peça autorização para film ar ou gravar. O local deve ser calmo e si lencioso para que não haja interferência na conversa. Prepare os equipamentos e leve papel e caneta para anotações. 4O passo Entrevista Anote a data e o local da entrevista. Faç a uma pergunta de cada vez e ouça ate ntamente as respostas enquanto faz os registros (ano tando ou gravando). Se durante a conve rsa surgir um fato novo e interessante não previsto na s perguntas, explore a questão. Ao final da entrevista, agradeça ao entrevistado e se despeça. 5O passo Redação da entrevista Depois da entrevista, é preciso organiza r as respostas colhidas e transcrevê-las para o computador ou para o papel. A entrevista deve ter uma abertura, na qual o entrevistado é apresentado, isto é, são informados nome, idade, profissão e tema principal da entrevista. O entrevistador não deve descaracteriza r o pensamento do entrevistado. Se alguma ideia não estiver clara, procure esclarecê-la consultando novamente o entrevistado. Se não for possível fazê-lo , melhor não publicar essa ideia. Estudantes usam computadores para realização de trabalho escolar, em Sorocaba (SP) , 2020. DE LF IM M AR TI NS /P UL SA R IM AG EN S 267 D3-HIST-F2-2108-V8-266-288-FINAIS-LA-G24 .indd 267 D3-HIST-F2-2108-V8-266-288-FINAIS-LA-G24 .indd 267 12/08/22 11:4012/08/22 11:40 Como se faz... Conjunto de práticas pedagógicas que envolvem orientações técnicas que permitem ao estudante desenvolver habilidades relacionadas a atividades variadas, como dramatização, produção de podcast, história em quadrinhos, linha do tempo, leitura de mapa histórico, entre outras. Cada volume tem um conjunto próprio de práticas pedagógicas. ÍCONES Algumas atividades são caracterizadas com os seguintes ícones: TECNOLOGIA TR ABALHO SOCIOEMOCIONAL INTERPRETAÇÃO D E D O C U M E N T O SCOMUNIDADE DIVERSIDADE IMAGENS FORA DE PROPORÇÃO. AS CORES NÃO SÃO REAIS. NÃO ESCREVA NO LIVRO. SELOS Este livro é reutilizável. Faça as atividades no caderno ou em folhas avulsas. LINHA DO TEMPO SEM ESCALA. OS SEGMENTOS ENTRE AS DATAS NÃO CORRESPONDEM AO TEMPO DECORRIDO. MAPA ILUSTRATIVO SEM ESCALA. Para representar melhor certos conceitos, algumas ilustrações podem alterar a proporção de tamanho entre os elementos ou empregar cores que não são as reais. Quando isso acontecer, a ilustração apresentará estes selos. XVIII D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 18D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 18 31/08/22 13:5431/08/22 13:54 #Fica a dica Indicações que visam ampliar e reforçar o conhecimento construído em sala de aula por meio da utiliza- ção de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e de fontes de pesquisa como jogos, livros, vídeos etc. A divulgação do conhecimentoDurante o Iluminismo, muitos cientistas, escritores e filósofos passaram a buscar respostas racionais para diferentes aspectos da sociedade, da natu-reza e do Universo. Esses pensadores desenvolveram novas ideias sobre a política e a sociedade, além de abrirem caminho para descobertas científicas e inventos tecnológicos. Os pensadores iluministas, espalhados pela Europa, produziram diversos livros com o objetivo de organizar e divulgar os saberes adquiridos com as novas descobertas da ciência moderna, para que o público leigo tivesse con- dições de acompanhar os avanços. Esse esforço tomou forma especialmente por meio de obras conhecidas como enciclopédias.A Enciclopédia foi publicada em Paris, entre 1751 e 1772. Os organiza-dores da obra convidaram outros iluministas para participar do projeto, entre eles Montesquieu, Rousseau e Voltaire.A partir daí, muitas outrasenciclopé-dias foram publicadas no mundo, todas inspiradas na de Diderot e D’Alembert. Um exemplo contemporâneo é a Wikipédia, na qual podem ser encontradas informações sobre uma grande variedade de assuntos. • BBC Ciência. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/topics/cr50y580rjxt. Acesso em: 19 jun. 2022. A seção do portal do jornal britânico BBC contém artigos de divulgação científica em linguagem acessível, contribuindo para levar conhecimentos em diversas áreas para um público amplo. FICA A DICA 1. A escrita de um verbete da Wikipédia segue algumas normas e padrões. Em grupo, selecionem três verbetes da Wikipédia (por exemplo, os verbetes com as biografias de Montesquieu, Rousseau e Voltaire) e procurem identificar aspectos em comum desses textos. Analisem principalmente o formato, a linguagem utilizada e o uso de recursos não textuais. Em seguida, elaborem um verbete novo, com tema à sua escolha, tomando como parâmetro as características observadas. Produção pessoal. Consulte comentários nas Orientações didáticas. Barra de ferramentas da enciclopédia virtual Wikipédia, em língua portuguesa. Junho de 2022. Gravura da Enciclopédia, feita por Benoit-Louis Prevost, que representa um estudo anatômico de esqueleto, c. 1770. A versão francesa da Enciclopédia seguia a ordem alfabética e trazia textos que desenvolviam temas relacionados às ciências e aos conheci-mentos humanos, dando especial importância para a explicação de termos técnicos e científicos. BR ID GE M AN /F OT OA RE NA RE PR OD UÇ ÃO /W IK IP ÉD IA 27 D3-HIST-F2-2108-V8-010-037-U1-CAP1-LA-G24-AV3.indd 27 D3-HIST-F2-2108-V8-010-037-U1-CAP1-LA-G24-AV3.indd 27 16/08/22 10:1116/08/22 10:11 Boxe complementar Informações complementares que ampliam o estudo de uma imagem ou de um tema. Cafés e clubes de le itura Até o século XVII, a circulação e a difusã o do conhecimento n a Europa estavam co ncentradas quase exclusivament e nas universidades. Entre os séculos XV II e XVIII, como alte rnativa ao ensino d as universidades, su rgiram as academias científic as, onde estudavam os jovens da nobreza e da burguesia. Além de disciplinas como Matemática, L ínguas e Filosofia, o s acadêmicos estuda vam também as novas id eias, como as de Joh n Locke sobre o Esta do. A esse respeito, Loc ke defendia que o p oder político advém do povo, que os poder es Legislativo e Ex ecutivo não poderia m ficar nas mãos de u ma mesma pessoa, e que os representa ntes do Legislativo deveri am ser renovados p eriodicamente. Aos poucos, o intere sse pelas novas ideia s ultrapassou as fron teiras das universida des e das academias. Isso oco rreu, em parte, por que muitos dos ilum inistas eram também profissionais liberais (como profe ssores, médicos e a dvogados), artistas, nobres, comerciant es, funcionários do Estado, clérigos etc. Essas pessoas se encontravam em lugares onde podi am conversar livremente, como no s cafés, nos clubes d e leitura e em casas de particulares. No século XVII, so bretudo na Inglate rra, na França e n a Península Itálica, os cafés se tornaram ponto de encontro, onde as pessoas se reu niam para discutir novas ideias e acontecimentos rece ntes. Poder Legislativo: responsável por criar a s leis. Poder Executivo: res ponsável por executar as leis, ou seja, colocá-las em prática. Café Procope, em Paris, França. Fotografia de 2020. Placa em francês q ue informa aos visitantes um pouco da história do Café Procope e sua importância duran te o período da Revolu ção Francesa. DU KA S/ UN IV ER SA L IM AG ES G RO UP /G ET TY IM AG ES Esse estabelecimen to foi originalmente fun dado no final do século X VII e é considerado o café mais antigo de Paris aind a em funcionamento. Ele c hegou a ser fechado em 1872, mas foi reinaugura do na década de 1920. Foi ponto de encontro da comun idade artística e literária de Paris dos séculos XVIII e X IX. HEMIS/ALAMY/FOTOARENA 20 D3-HIST-F2-2108-V8-0 10-037-U1-CAP1-LA-G 24.indd 20 D3-HIST-F2-2108-V8-0 10-037-U1-CAP1-LA-G 24.indd 20 05/08/22 16:1005/08/22 16:10 XIX D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 19D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24.indd 19 31/08/22 13:5431/08/22 13:54 ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A COLEÇÃO 1 Pressupostos teóricos 1.1 • A História como disciplina escolar no Brasil Todos nós, hoje professores, na época em que ocupávamos os bancos escolares, vivenciamos algumas etapas que compõem a trajetória do ensino de História nas salas de aula Brasil afora. As pessoas que frequentaram a escola nos anos 1960 e 1970, em pleno período da ditadura civil-militar, vivenciaram a implantação de reformas na Educação Básica, sobretudo a instaurada pela lei no 5.692, de 1971 (BRASIL, 1971), que criou o 1o grau, com oito séries (antes Primário e Ginásio, com quatro anos cada um); e o 2o grau, com três séries (antes Colegial, com três anos). No 1o grau, “História e Geografia transformaram-se em Estudos Sociais” (BITTENCOURT, 2008). Os estudos de História dividiam-se, na grade curricular, em três disciplinas: Estudos Sociais, Educação Moral e Cívica (EMC) e Organização Social e Política do Brasil (OSPB), as duas últimas criadas em 1969 (BRASIL, 1969). No 2o grau, a disciplina de História continuou a existir. Tanto a disciplina de História como as de Estudos Sociais, EMC e OSPB tinham como principal objetivo preservar a ordem autoritária, garantindo, entre outros aspectos, “o culto da obediência à Lei, da fidelidade ao trabalho e da integração na comunidade” (BRASIL, 1969). A História escolar distanciou-se dos estudos acadêmicos da disciplina, concen- trando-se na memorização de aspectos políticos, personagens históricos, datas e batalhas – em uma perspectiva factual, evolucionista e linear. As comemorações cívicas eram realizadas com o intuito de exaltar símbolos e heróis nacionais. Por isso, os docentes que lecionaram na Educação Básica nos anos 1980 trabalharam em meio a um processo de redemocratização e reorganização da sociedade brasileira. A abertura política e a vitória da oposição em alguns estado, nas eleições de 1982, permitiram que novas propostas, e principalmente questionamentos, renovassem o ensino de História. As concepções de ensino da disciplina voltavam-se para a necessidade de desenvolvimento da consciência crítica dos estudantes e tinham como objetivo a formação de cidadãos para construir e defender uma sociedade democrática. Foi uma época de reformulação dos currículos na maioria dos estados. Alguns se propunham a superar a concepção de educação que atribui ao estudante um papel meramente passivo diante do conhecimento. Criticavam o modelo de educação no qual o professor deve transmitir informações, cabendo aos estudantes memorizá-las, para depois reprodu- zi-las fielmente nas situações de avaliação. 1.2 • As mudanças na década de 1990: a LDB e os PCNs Ao longo dos anos 1990, o processo de renovação da educação brasileira e do ensino de História foi aprofundado com a aprovação de uma Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em 1996. A LDB estabeleceu, entre outras medidas, novas nomenclaturas para os níveis escolares: o 1o grau passou a ser denominado Ensino Fundamental, com oito séries, e o 2o grau tornou-se Ensino Médio, mantendo os três anos. A LDB (BRASIL, 1996), em seu artigo 22, aponta o caminho a ser almejado pela educação brasileira: Art. 22. [...] desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exer- cício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. Assim, ganhou importância a capacidade de aprender, de adquirir habilidades e de formar valores. Em um entendimento da lei que partilhamos com o historiador Holien Gonçalves Bezerra (2008, p. 37), os objetivos da escola deixam de promover a assimilação para tornarem-se um compromisso de: [...] articularconhecimento, competências e valores, com a finalidade de capacitar os estudantes a utilizarem-se das informações para a transformação de sua própria personalidade, assim como para atuar de maneira efetiva na transformação da sociedade. XX D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 20D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 20 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 Em 1997, o então Ministério da Educação e do Desporto lançou os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (BRASIL, 1998), referentes às quatro primeiras séries do Ensino Fundamental, e, no ano seguinte, o documento das séries finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Os PCNs centravam-se sobretudo nas disciplinas e trouxeram à tona o debate sobre os chamados temas transversais. Os PCNs de História representaram um grande esforço para sistematizar o conhecimento histórico de um novo mundo, que exigia uma nova escola. Definiram, como objetivos gerais do ensino de História na educação fundamental, que os estudantes ampliassem “a compreensão de sua realidade, especialmente confrontando-a e relacionando-a com outras realidades históricas”. (BRASIL, 1998, p. 43). Esses objetivos foram pautados no desenvolvimento de habilidades, no domínio de procedimentos e na construção de atitudes de respeito, tolerância e valorização da diversidade cultural, da cidadania etc. 1.3 • A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2018) é o mais recente e importante marco na busca de melhoria da educação escolar brasileira. Nesse documento, foi definido o conjunto de aprendizagens essenciais ao qual todos os estudantes do país têm direito, independentemente de onde moram, estudam ou da condição econômica e social de suas famílias. A BNCC atrelou os mecanismos que visam garantir a qualidade da educação ao conceito de equidade, ou seja, à igualdade de direitos de aprender. Isso significa reconhecer que as necessidades dos estudantes são diferentes e é responsabilidade de todos os envolvidos na Educação Básica garantir formas eficientes de atender todos, a fim de que ninguém fique para trás. 1.3.1 • Equidade Elaborado com base em: FARIA, Regina. Quem precisa de equidade? Serpro. Porto Alegre, [20--]. Disponível em: http://intra.serpro.gov.br/tema/artigos-opinioes/quem-precisa-de-equidade. Acesso em: 22 jun. 2022. Igualdade CURRÍCULO É DIFERENTE DE BASE Todos os estados e municípios devem ter um currículo de acordo com as características próprias da região, considerando as identidades linguísticas, étnicas e culturais. No entanto, as competências e diretrizes que regem esses currículos, e que estão explícitas na BNCC, devem ser comuns em todo o território nacional, pois se trata da aprendizagem essencial a que todos os estudantes brasileiros têm direito. CA RL OS C AM IN HA Equidade XXI D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 21D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 21 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 A BNCC apresenta a organização do Ensino Fundamental em cinco áreas de conhecimento (Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Ensino Religioso) que abrangem os componentes curriculares Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, Língua Inglesa, Matemática, Ciências, Geografia, História e Ensino Religioso. A elaboração de uma Base Nacional Comum Curricular estava prevista desde a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, [2016]), assim como no Plano Nacional de Educação1 (BRASIL, 2014). A elaboração da BNCC ocorreu entre 2015 e 2017, contando com a participação de especialistas em políticas educacionais, educadores, secretários de educação e membros de organizações da sociedade civil, e estava aberta, inclusive, à participação popular. O conjunto de aprendizagens essenciais a ser implantado tanto pelas escolas públicas quanto pelas particulares é o que norteia as equipes pedagógicas na elaboração dos currículos locais (estados e municípios) e orienta, também, a produção de obras didáticas como esta. 1.3.2 • Educação integral = protagonismo + habilidades cognitivas e socioemocionais Vivemos em uma época de acelerado processo de mudanças tecnológicas e de forte desenvolvimento da ciência e da comunicação. Para além dos aspectos positivos – avanços da medicina, aumento da produção de alimentos, sistemas rápidos de comunicação e transporte –, existem também os problemas, muitas vezes associados a essas realidades ou derivados delas. É o caso do consumo desenfreado, que coloca em risco a própria sobrevivência do planeta e que leva à concentração de benefícios, de tecnologia e de renda nas mãos de poucos. Além disso, o período é marcado pela xenofobia e pela intolerância, que se traduzem em outros tipos de violência: de rua e doméstica, no bullying escolar2 e em conflitos armados entre nações. Por isso, é necessário pensar a educação como um processo integral. A BNCC (BRASIL, 2018, p. 14) reforça a importância da educação integral: [...] Educação Básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global, o que implica compreender a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões redu- cionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva. Significa, ainda, assumir uma visão plural, singular e integral da criança, do adolescente, do jovem e do adulto – con- siderando-os como sujeitos de aprendizagem – e promover uma educação voltada ao seu acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas suas singularidades e diversidades. [...] Espera-se de todos os envolvidos no processo educacional a busca por garantir uma educação integral aos estu- dantes e a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. A chamada educação integral é a que leva em conta a educação em variados aspectos (disciplinar, cognitiva, emocional, tecnológica, ecológica etc.). Em síntese, uma educação integral precisa se amparar em algumas premissas: • Eleger o estudante como foco central e protagonista de seus processos de ensino e aprendizagem. • Respeitar a diversidade e a singularidade do estudante no que tange ao sexo, à etnia, à identidade de gênero, à orientação sexual, à religião ou à deficiência, por exemplo. • Incentivar a participação reflexiva, ativa, propositiva e colaborativa dos estudantes no cotidiano de suas escolas e na relação com seus pares. 1 “[...] Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pela presidente Dilma Rousseff em 2014. No PNE, a Base está representada em quatro estratégias das 20 metas do Plano. São elas: a estratégia 1.9 da meta 1; a estratégia 2.1 da meta 2; a estratégia 3.2 da meta 3; e a estratégia 7.1 da meta 7.” (PRINCÍPIOS que nortearam a Base Curricular estão na Constituição. Correio Braziliense, Brasília, DF, 22 fev. 2016. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/ensino_educacaobasica/2016/02/22/interna- educacaobasica-2019,518886/principios-que-nortearam-a-base-curricular-estao-na-constituicao.shtml. Acesso em: 11 fev. 2020.) 2 Conceituamos bullying, de acordo com especialistas, como caracterizado por três aspectos principais. O primeiro deles é o comportamento agressivo e negativo, praticado por um ou mais agressores contra uma vítima. Esse comportamento pode ser: a ridicularização da vítima, tomando-se por base aspectos físicos, modo de se vestir, características da personalidade etc.; a intimidação ou até a agressão física. O segundo aspecto necessário para caracterizar bullying é a repetição das agressões, seja dentro do espaço escolar, seja em outros lugares de convívio do grupo ou mesmo em meios digitais, como e-mails e redes sociais. O terceiro aspecto é o comportamento agressivo e negativo que se estabelece dentro de uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes, decorrente da força física, do prestígio, da popularidade, do poder aquisitivo do agressor, entre outros exemplos. XXII D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd22D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd 22 13/08/22 15:4213/08/22 15:42 – Protagonismo dos estudantes O protagonismo pode ser entendido como a capacidade dos estudantes de enxergarem-se como agentes principais da própria vida, responsabilizando-se por suas atitudes, distinguindo suas ações das dos outros e expressando iniciativa e autoconfiança. Os estudantes protagonistas acreditam que podem encontrar os melhores caminhos para o próprio aprendizado, não apenas individualmente, mas atuando de maneira colaborativa e participativa no contexto escolar. Ou seja, a BNCC orienta que os estudantes deixem de desempenhar um papel passivo, de meros expectadores, para se tornarem sujeitos ativos do seu processo de aprendizagem e de desenvolvimento pessoal. Para que isso ocorra de modo efetivo, o documento orienta que as situações de ensino e aprendizagem sejam organizadas para incentivar, nos estudantes, um papel autoral, criativo e de (re)construção e invenção de saberes que precisam ser dominantes a fim de criar autonomia nos estudos e nos desafios da vida. Reconhecer essa complexa realidade nos leva a repensar os modelos educacionais utilizados e aponta para a neces- sidade de instrumentalizar os indivíduos das novas gerações para que sejam capazes de se apropriar da tecnologia, ao mesmo tempo que demonstram interesse e empatia pelo outro e conseguem resolver conflitos. – Habilidades cognitivas e socioemocionais Para auxiliar o trabalho da formação integral dos estudantes, a BNCC foi organizada de acordo com fundamentos pedagógicos que atendam não somente aos conteúdos curriculares das disciplinas, mas também que, por meio deles, desen- volvam as habilidades cognitivas (como interpretar, refletir e pensar abstratamente) e as habilidades socioemocionais (como a busca pela autonomia, a responsabilidade e o desenvolvimento da empatia). (KALENA; ROCHA; OLIVEIRA, [2014]). Socioemocionais Capacidades individuais que: (a) são manifestadas em padrões consistentes de pensamentos, sentimentos e comportamentos; (b) podem ser desenvolvidas mediante experiências de aprendizagem formal e informal; (c) influenciam importantes resultados socioeconômicos ao longo da vida da pessoa. Cognitivas • Capacidade mental para adquirir conhecimentos, ideias e experiências. • Interpretar, refletir e extrapolar, com base no conhecimento adquirido. Capacidades cognitivas e socioemocionais Fonte: ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. Estudos da OCDE sobre competências: competências para o progresso social: o poder das competências socioemocionais. Tradução: Maria Carbajal. São Paulo: Fundação Santillana, 2015. p. 34. Disponível em: https://www.opee.com.br/competencias-para-o-progresso-social. Acesso em: 6 jun. 2022. Capacidade cognitiva básica • Reconhecimento de padrões • Velocidade de processamento • Memória Conhecimento adquirido • Acessar • Extrair • Interpretar Conhecimento extrapolado • Reflexão • Raciocínio • Conceitualização Trabalhar em grupo • Sociabilidade • Respeito • Atenção Lidar com as emoções • Autoestima • Otimismo • Confiança Alcançar objetivos • Perseverança • Autocontrole • Paixão pelos objetivos As habilidades socioemocionais são definidas como: [...] processo de entendimento e manejo das emoções, com empatia e pela tomada de decisão responsável. Para que isso ocorra, é fundamental a promoção da educação socioemocional nas mais diferentes situações, dentro e fora da escola [...]. Existem diferentes estudos e práticas internacionais e nacionais voltadas ao trabalho com com- petências socioemocionais (por exemplo: OCDE, Casel, Wida, Center for Curriculum Redesign, MEC). Além do estudo e disseminação do conhecimento, diferentes avaliações de grande escala contemplam as competências socioemocionais, como o PISA (Programme for International Student Assessment) e o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). (BRASIL, [20--]a). XXIII D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd 23D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd 23 13/08/22 15:4213/08/22 15:42 Na BNCC, as habilidades socioemocionais se entrelaçam, de forma transversal, às dez competências gerais da Educação Básica (listadas mais adiante neste Manual do Professor), mas estudos da Educação, da Psicologia, da Neurociência, entre outras áreas, mapeiam e explicam outras habilidades importantes para o desenvolvimento integral do ser humano.3 Em termos práticos, é necessário construirmos uma escola na qual o conhecimento dos conteúdos dos componentes curriculares seja tão importante quanto o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como a resiliência, o respeito ao coletivo e às diferenças, em um ambiente que valorize também as práticas voltadas para a saúde física e emocional dos estudantes.4 Os direitos de aprendizagem e desenvolvimento dos estudantes explicitam-se na BNCC por meio de dez competên- cias gerais. O conceito de competência é associado à mobilização de conhecimentos e habilidades indispensáveis para a vida em sociedade. De acordo com o documento, essas competências [...] inter-relacionam-se e desdobram-se no tratamento didático proposto para as três etapas da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio), articulando-se na constru- ção de conhecimentos, no desenvolvimento de habilidades e na formação de atitudes e valores, nos termos da LDB. (BRASIL, 2018, p. 8-9). As habilidades, por sua vez, dizem respeito às aprendizagens essenciais esperadas para cada área, componente curricular e ano. São sempre iniciadas por um verbo que, segundo o texto da BNCC, explicita o processo cognitivo envolvido. Exemplo de habilidade do 6o ano em História: (EF06HI01) Identificar diferentes formas de compreensão da noção de tempo e de periodização dos processos históricos (continuidades e rupturas). (BRASIL, 2018, p. 421, grifo nosso). 1.3.3 • Culturas juvenis Foi-se o tempo em que se usava o singular e universalizante: “o homem”, “a mulher”, “o jovem”, “a criança”. Vive-se o tempo dos plurais que, ao mesmo tempo, apontam para a diversidade e pressupõem a inclusão. Assim como estamos em um momento de transformações tecnológicas intensas, as mudanças comportamentais da adolescência e da juventude também são profundas. Por isso, não nos expressamos mais no singular, mas sim no plural: “adolescentes”, “juventudes”. Os jovens, para lidar com suas realidades, desenvolvem diferentes culturas, ou seja, formas de lidar, de enfrentar, de resistir, de mudar suas perspectivas de vida. Para eles, as novas mídias são recursos importantes de expressão e de inclusão. Como são nativos digitais, usam com grande habilidade as linguagens que se abrem a eles não só na internet mas também fora dela. A cultura digital perpassa os mais diversos aspectos de suas vidas. Por isso, a escola tradicional, que aposta no “ensino bancário”, como dizia Paulo Freire (1996, p. 13), em que o professor ali deposita seu conhecimento e o estudante se mantém na submissa “postura de aluno” (apenas recolhe o conhecimento que lhe é muitas vezes imposto), não encontra eco nem atrai essa nova geração. Para acolher esses jovens e suas culturas, escolas e docentes precisam entender que o ensino tradicional afasta os estu- dantes, pois eles são cada vez mais protagonistas das próprias vidas. Instituições de ensino e todas as pessoas envolvidas na formação dos jovens devem ser igualmente plurais e saber criar laços de afetividade com seus estudantes, além de proporcionar espaços de escuta e de expressão em permanente diálogo, aprendendo com eles a usar as mais diferentes linguagens. 3 Na coleção, existe um trabalho com as habilidades socioemocionais tanto no texto central como nas atividades. No Manual do Professor assinalamos situações que podem servir de suporte para o trabalho com as habilidades socioemocionais. Tanto no Livro do Estudante quanto no Manual do Professoro trabalho com as habilidades socioemocionais está sinalizado com este ícone: 4 Como preconiza a BNCC: “No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, comunicar-se, ser criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente, produtivo e responsável requer muito mais do que o acúmulo de informações” (BRASIL, 2018, p. 14). XXIV D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 24D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 24 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 – Respeito às diferenças A escola, como espaço de aprendizagem e de democracia inclusiva, não pode discriminar, ter preconceitos. Deve respeitar as diferenças e as diversidades: [...] A criança nessa fase tem maior interação nos espaços públicos, entre os quais se destaca a escola. Esse é, pois, um período em que se deve intensificar a aprendizagem das normas da conduta social, com ênfase no desenvolvimento de habilidades que facilitem os processos de ensino e de aprendizagem. Mas é também durante a etapa da escolarização obrigatória que os alunos entram na puberdade e se tornam adolescentes. Eles passam por grandes transformações biológicas, psicológicas, sociais e emocionais. Os adolescentes nesse estágio da vida modificam as relações sociais e os laços afetivos, intensificando suas relações com os pares de idade e as aprendizagens referentes aos papéis sexuais e às relações de gênero, iniciando o processo de ruptura com a infância na tentativa de construir valores próprios. Ampliam-se as suas possibilidades intelectuais, o que resulta na capacidade de realização de raciocínios mais abstratos. Os alunos se tornam crescentemente capazes de ver as coisas a partir do ponto de vista dos outros, superando, dessa maneira, o egocentrismo próprio da infância. Essa capaci- dade de descentração é importante na construção da autonomia e na aquisição de valores morais e éticos. (BRASIL, 2009, p. 17). As mudanças próprias dessa fase da vida implicam a compreensão do adolescente como sujeito em desenvolvimento, com singularidades e formações identitárias e culturais próprias, que deman- dam práticas escolares diferenciadas, capazes de contemplar suas necessidades e diferentes modos de inserção social. Conforme reconhecem as DCN, é frequente, nessa etapa, observar forte adesão aos padrões de comportamento dos jovens da mesma idade, o que é evidenciado pela forma de se vestir e também pela linguagem utilizada por eles. Isso requer dos educadores maior disposição para entender e dialogar com as formas próprias de expressão das culturas juvenis, cujos traços são mais visíveis, sobretudo, nas áreas urbanas mais densamente povoadas (BRASIL, 2010). (BRASIL, 2018, p. 60). – Acolhimento e inclusão O desafio com que nos deparamos no século XXI é o de criar novos modos de nos relacionar de maneira mais integrada, rompendo com os binarismos: não mais intelecto versus corpo, razão versus afetividade. Mas sim: intelecto e corpo, razão e afetividade. Acolhimento, e não mais exclusão. Sobretudo dos grupos historicamente esquecidos: negros, indígenas, periféricos, imigrantes, população LGBTQIA+; buscando sempre a equidade. São distintos os horizontes de futuro para um rapaz negro, morador da favela e/ou comunidades, e para um jovem branco, mesmo que viva em bairro periférico. As impossibilidades de emprego, o medo constante, até mesmo de não saber se conseguirá voltar para sua moradia com vida, fazem parte do cotidiano de jovens negros. Algo similar ocorre com as jovens negras e brancas, muitas vezes vítimas de violências inúmeras, mas que temem, antes, a violência sexual, expressão de poder numa sociedade de tradição patriarcal, como a brasileira. A Pesquisa Nacional sobre Estudantes LGBT e Ambiente Escolar em 2016 revelou que 73% dos estudantes identifi- cados como lésbicas, gays, bissexuais ou transexuais disseram já ter sofrido, na escola, alguma agressão verbal por causa de sua orientação sexual (BRASIL, [20--]b). E o número desses jovens que cometem suicídio chega a ser até três vezes maior do que o de adolescentes e jovens que se identificam como heterossexuais. Por isso, trabalhar e acolhê-los vai muito além de usar uma linguagem característica ou gíria dos dias de hoje. A escola precisa dar espaço para manifestações artísticas, produções culturais, intervenções urbanas e práticas próprias das culturas juvenis. Pensar atividades que permitam expor problemáticas, pensar soluções, diversificar o modo de apresentação de trabalhos, promover conversas que tenham significado para a vida de adolescentes e jovens, trazer para falar pessoas que possam ser referências positivas para suas vidas, entre outros.5 5 As habilidades de Língua Portuguesa, presentes na BNCC (em EF69LP46), apontam algumas sugestões pedagógicas mais atrativas aos jovens e adolescentes, muitas também presentes neste Manual do Professor: “Participar de práticas de compartilhamento de leitura/recepção de obras literárias/manifestações artísticas, como rodas de leitura, clubes de leitura, eventos de contação de histórias, de leituras dramáticas, de apresentações teatrais, musicais e de filmes, cineclubes, festivais de vídeo, saraus, slams, canais de booktubers, redes sociais temáticas (de leitores, de cinéfilos, de música etc.), dentre outros, tecendo, quando possível, comentários de ordem estética e afetiva e justificando suas apreciações, escrevendo comentários e resenhas para jornais, blogs e redes sociais e utilizando formas de expressão das culturas juvenis, tais como, vlogs e podcasts culturais (literatura, cinema, teatro, música), playlists comentadas, fanfics, fanzines, e-zines, fanvídeos, fanclipes, posts em fanpages, trailer honesto, vídeo-minuto, dentre outras possibilidades de práticas de apreciação e de manifestação da cultura de fãs” (BRASIL, 2018, p. 157). XXV D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd 25D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd 25 13/08/22 15:4213/08/22 15:42 A tarefa é desafiadora e requer abertura e compromisso de professores e gestores. Este Manual do Professor pretende ser uma ferramenta de auxílio nesse sentido. 1.3.4 • Pensamento computacional Outra importante aquisição da educação brasileira que veio por meio da BNCC é o trabalho com pensamento computacional. Esse conceito se relaciona não somente com a necessidade de fazer com que os estudantes não somente usem e criem tecnologias, evitando que sejam excluídos digitais, mas que também compreendam linguagens de programação, mesmo que de modo desplugado, ou seja, sem o uso de computadores. Para aplicar o pensamento computacional não necessitamos utilizar um computador ou saber programar. O que importa, nessa concepção, é entender a lógica da programação dos computadores para aplicá-la em situações variadas do dia a dia, tanto na escola como fora dela. Esse conceito envolve resolução de situações-problema e de habilidades críticas, estratégicas e abstratas, além da criatividade. Por meio dessa lógica, somos capazes de pensar racionalmente, dividindo o problema em partes menores, identificando padrões, abstraindo para focar o que mais importa a fim de encontrar uma solução e criando formas de resolver mais facilmente problemas semelhantes sempre que surgirem. Verifique no boxe a seguir alguns dos princípios que regem o pensamento computacional. PENSAMENTO COMPUTACIONAL O pensamento computacional tem muitos princípios, mas quatro são fundamentais e podem ser aplicados ao longo do Ensino Fundamental – Anos Finais de maneira gradual. Eles poderão, caso a caso, ser utilizados juntos ou apenas um ou outro, dependendo do tipo de problema em questão: • Decomposição: relacionada à capacidade de, com a identificação de um problema, dividi-lo em diversas partes menores para resolver cada uma delas. Ao tornar o problema menor, trabalhando com uma parte por vez, a resolução é facilitada, pois as partes menores terão menos complexidade que o problema como um todo.Além disso, quando é possível fazer essa subdivisão, pode-se entender melhor a visão do todo. Por exemplo, vamos pensar em uma situação do dia a dia, como uma sala de aula com a qual estamos tendo dificuldades. Ao fazer essa decomposição dos problemas, pode-se chegar, por exemplo, a algumas situações que deixam a sala de aula em situação crítica, como: muitos estudantes com desemprego familiar; bullying na turma; falta de professor na aula anterior (o que os deixa agitados); estudantes em etapas diferentes de aprendizagem; turma muito numerosa; metodologia utilizada não atrativa etc. • Reconhecimento de padrões: relacionado à capacidade de reconhecer características que se repetem ou tendem a se repetir no problema. Ao reconhecer os padrões, fica mais fácil entender por que acontecem e, em consequência, as soluções que poderão ser apresentadas utilizando criatividade e inovação, partes do pensamento computacional. Ao dominar a capacidade de reconhecer padrões, os estudantes poderão facilmente apontar situações similares em problemas distintos, sendo aptos para empregar a solução de um problema já solucionado e assim resolver problemas semelhantes. Continuando no exemplo da sala de aula, pode-se chegar à conclusão de que os problemas da turma são semelhantes aos de outras classes da escola, ou seja, seguem um mesmo padrão. É possível concluir também que algumas questões são comuns e outras diferentes. Ou, ao constatar um problema semelhante ao observado em outro local, tentar aplicar a mesma solução. Por exemplo: se uma escola “X” conseguiu diminuir ocorrências de bullying promovendo um trabalho pontual com os estudantes, que inclui rodas de conversa, dramatização sobre a violência etc., pode-se aplicar a mesma estratégia na escola “Y”. • Abstração: relacionada ao foco em processos importantes para a resolução dos problemas, sem necessariamente pensar nos detalhes. Com essa capacidade, os estudantes aprenderão a filtrar e classificar mais rapidamente os dados que têm à disposição, deixando em segundo plano o que, no momento, não tem muita importância para a solução do problema. No caso do nosso exemplo: por meio da “decomposição”, o professor constatou que existem vários problemas a serem enfrentados. Mas não dá conta de tudo sozinho e de uma vez só. Em um processo de abstração, o professor chega à conclusão de que, embora todos os problemas sejam importantes, impedir que o estudante sofra violência é prioritário. Nesses casos, ele pode acolher os estudantes vulneráveis, conversar com a turma e compartilhar os demais problemas com a coordenação, a fim de se chegar a um resultado que atenda às necessidades de todos os envolvidos. • Pensamento algorítmico: relacionado à capacidade de elaborar estratégias ou planos com instruções que ajudarão a solucionar o problema ou alcançar determinado objetivo. Seguindo nosso exemplo, vamos pensar que a escola conseguiu mudar completamente a realidade daquela turma e, por isso, resolveu criar um manual com instruções e etapas bem claras para auxiliar outras escolas ou turmas a solucionar problemas semelhantes. Outros exemplos de algoritmos são as receitas, os manuais de funcionamento de um eletrodoméstico etc. XXVI D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 26D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 26 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 Agora, imagine um estudante com boa compreensão do pensamento computacional: se ele tiver como tarefa fazer uma entrevista, será capaz de pensar as várias etapas do trabalho, como elaborar um planejamento adequado, aplicar processos de experiência anterior na nova tarefa etc. Já um que ainda não tenha assimilado de maneira completa os conceitos e as aplicabilidades desse tipo de pensamento provavelmente terá dificuldades de priorizar suas necessidades. Portanto, desenvolver o pensamento computacional significa ampliar a capacidade do estudante de resolver problemas diversos, o que contribuirá para o enfrentamento dos desafios escolares e da vida como um todo. Já a experiência computacional plugada precisa ser igualmente bem desenvolvida na escola. Os estudantes do século XXI vivem em uma cultura digital muito forte. São nativos digitais, que precisam tanto saber utilizar como desenvolver tecnologias digitais, tudo isso de maneira crítica. Basta dizer que ao fazermos pesquisa em um buscador on-line com a palavra “bebê”, seremos bombardeados com informações e propagandas variadas de produtos infantis; sabemos que são os algoritmos das redes funcionando, uma vez que rastreiam e identificam o resultado da pesquisa do usuário por relevância e, ao mesmo tempo, oferecem produtos e informações relacionados à nossa pesquisa. 6055 5 50 10 45 15 40 20 35 2530 30 15 25 5 20 10 1 2 4 5 3 As páginas são ordenadas por um algoritmo que usa milhares de variáveis. Com a informação obtida, se produz a página de resultados. Finalmente, se devolve o resultado pronto para o usuário. Você faz uma busca Todo o processo é completado em menos de 1 segundo. A busca é enviada ao servidor web do buscador on-line. A solicitação então “viaja” até os servidores de dados que contêm as informações solicitadas. Sua solicitação é enviada aos servidores de índice (ou servidores de indexação). O servidor do buscador on-line é formado por uma rede de milhares de computadores interligados mundialmente. Os servidores de índice apontam em quais servidores de dados estão as páginas com os conteúdos que contêm as expressões de sua busca. BE NT IN HO Elaborado com base em: HISTÓRIA SOBRE OS SITES DE BUSCA. História do site de busca Google. [S. l.], [20--]. Disponível em: https://sites.google.com/site/historiasobreossitesdebusca/historia-dos-principais-sites-de-busca/Historia-do-site-de-busca-google. Acesso em: 13 jun. 2022. XXVII D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 27D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 27 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 Elaborado com base em: CAMPELLO, Ricardo J. G. B. Introdução à ciência da computação: algoritmos. [S. l.], [20--]. Disponível em: http://wiki.icmc.usp.br/images/a/ab/Algoritmos_SCC0120.pdf. Acesso em: 25 jun. 2022. Fluxograma de um algoritmo (sequência de passos) para a troca de uma lâmpada Colocar lâmpada nova Retirar a lâmpada queimada Subir na escada Acionar o interruptor Buscar lâmpada nova Posicionar escada Pegar escada INÍCIO FIM Acendeu? F V Início ou fim do fluxogramaLegenda: Decisão Atribuição de valores, processamento, cálculos etc. Portanto, o estudante precisa compreender o imenso poder das grandes empresas de tecnologia que dominam o mercado (também conhecidas como big techs), bem como a capacidade que elas têm de controlar ou influenciar diversos aspectos da vida das sociedades em geral. Assim, além de aprender a usar e produzir tecnologia (programação, vídeos, podcasts, sites), o estudante também precisa conhecer os riscos da internet, como a exposição excessiva, o ciberbullying, a deep web, os perigos de sites de pornografia infantil, entre outros. 1.3.5 • Competências Gerais da Educação Básica De acordo com a BNCC, a mobilização das dez competências gerais visa garantir a formação humana e integral dos estudantes, contribuindo para a transformação da nossa sociedade. 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a cons- trução de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, ela- borar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participarde práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. ED IT OR IA D E AR TE XXVIII D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 28D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 28 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posi- cionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diver- sidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diver- sidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentá- veis e solidários. (BRASIL, 2018, p. 9-10). 1.3.6 • Competências Específicas de Ciências Humanas para o Ensino Fundamental Para todos os anos do Ensino Fundamental, a BNCC apresenta as competências específicas de área. Elas expressam como as competências gerais se apresentam nas áreas. Segundo o documento, “a área de Ciências Humanas deve propi- ciar aos alunos a capacidade de interpretar o mundo [...]”. (BRASIL, 2018, p. 356). Esses pressupostos foram articulados em sete Competências Específicas de Ciências Humanas para o Ensino Fundamental (a seguir). 1. Compreender a si e ao outro como identidades diferentes, de forma a exercitar o respeito à diferença em uma sociedade plural e promover os direitos humanos. 2. Analisar o mundo social, cultural e digital e o meio técnico-científico-informacional com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, considerando suas variações de significado no tempo e no espaço, para intervir em situações do cotidiano e se posicionar diante de problemas do mundo contemporâneo. 3. Identificar, comparar e explicar a intervenção do ser humano na natureza e na sociedade, exercitando a curiosidade e propondo ideias e ações que contribuam para a transformação espacial, social e cultural, de modo a participar efetivamente das dinâmicas da vida social. 4. Interpretar e expressar sentimentos, crenças e dúvidas com relação a si mesmo, aos outros e às diferentes culturas, com base nos instrumentos de investigação das Ciências Humanas, promo- vendo o acolhimento e a valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 5. Comparar eventos ocorridos simultaneamente no mesmo espaço e em espaços variados, e eventos ocorridos em tempos diferentes no mesmo espaço e em espaços variados. 6. Construir argumentos, com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, para negociar e defender ideias e opiniões que respeitem e promovam os direitos humanos e a consciência socioam- biental, exercitando a responsabilidade e o protagonismo voltados para o bem comum e a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 7. Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e diferentes gêneros textuais e tec- nologias digitais de informação e comunicação no desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal relacionado a localização, distância, direção, duração, simultaneidade, sucessão, ritmo e conexão. (BRASIL, 2018, p. 357). XXIX D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 29D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 29 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 1.3.7 • Competências Específicas de História para o Ensino Fundamental Em relação ao ensino de História, a BNCC apresenta os aspectos de renovação historiográfica mais relevantes dis- cutidos nas últimas décadas e a necessidade de incorporação desses saberes em sala de aula. Esses pressupostos se encontram articulados às competências gerais e às competências específicas da área de Ciências Humanas, e expressam-se nas Competências Específicas de História para o Ensino Fundamental (a seguir). 1. Compreender acontecimentos históricos, relações de poder e processos e mecanismos de trans- formação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais ao longo do tempo e em diferentes espaços para analisar, posicionar-se e intervir no mundo contemporâneo. 2. Compreender a historicidade no tempo e no espaço, relacionando acontecimentos e processos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais, bem como problematizar os significados das lógicas de organização cronológica. 3. Elaborar questionamentos, hipóteses, argumentos e proposições em relação a documentos, interpretações e contextos históricos específicos, recorrendo a diferentes linguagens e mídias, exer- citando a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos, a cooperação e o respeito. 4. Identificar interpretações que expressem visões de diferentes sujeitos, culturas e povos com relação a um mesmo contexto histórico, e posicionar-se criticamente com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. 5. Analisar e compreender o movimento de populações e mercadorias no tempo e no espaço e seus significados históricos, levando em conta o respeito e a solidariedade com as diferentes populações. 6. Compreender e problematizar os conceitos e procedimentos norteadores da produção historiográfica. 7. Produzir, avaliar e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de modo crítico, ético e responsável, compreendendo seus significados para os diferentes grupos ou estratos sociais. (BRASIL, 2018, p. 402). 1.4 • O processo de ensino-aprendizagem em que acreditamos A escola é um lugar onde se produz um saber próprio, e a produção desse saber é marcada pela ação e interação de diversos sujeitos – professores, estudantes, livros didáticos, pesquisadores da educação e da área de História, entre outros –, bem como por necessidades e finalidades específicas.6 O professor seleciona conteúdos para fazer recortes na história produzida e ensinada; escolhe material didático; proble- matiza temas; discute conceitos; planeja intervenções e estratégias de ensino. Cabe também ao docente analisar sua prática e refletir sobre ela, para tomar decisões que promovam a aprendizagem e a participação de todos os estudantes. Acima de tudo, ele é um mediador entre os estudantes e os conteúdos/as habilidades, e deve facilitar o processo de construção de conhecimento. Leia o boxe a seguir sobre os lugares de fala dos professoresnuma educação transformadora. QUAL É O ALCANCE DA FALA DO PROFESSOR? As inúmeras transformações que ocorreram no mundo nas últimas décadas têm levado a uma grande pressão na figura do professor. Segundo alguns estudiosos da educação, exige-se dos docentes e da escola de hoje que façam tudo o que a sociedade, os Estados e a família não estão fazendo. Afinal, qual é o papel do professor? De onde ele fala? Qual é o alcance da sua fala? Na concepção tradicional de educação, seu papel está associado principalmente à transmissão de informações e à memorização. Examine a seguir outros papéis e formas de atuação do professor. 6 Os PCNs de História trazem uma elucidativa definição do saber histórico escolar: “No espaço escolar, o conhecimento é uma reelaboração de muitos saberes, constituindo o que se chama de saber histórico escolar. Esse saber é proveniente do diálogo entre muitos interlocutores e muitas fontes e é permanentemente reconstruído a partir de objetivos sociais, didáticos e pedagógicos. Dele fazem parte as tradições de ensino da área; as vivências sociais de professores e alunos; as representações do que e como estudar; as produções escolares de docentes e discentes; o conhecimento, fruto das pesquisas dos historiadores, educadores e especialistas das Ciências Humanas; as formas e conteúdos provenientes dos mais diferentes materiais utilizados; as informações organizadas nos manuais e as informações difundidas pelos meios de comunicação” (BRASIL, 1998, p. 38-39). XXX D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 30D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 30 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 [...] O desempenho docente, a partir de uma visão renovada e integral, pode ser entendido como “o processo de mobilização de suas capacidades profissionais, sua disposição pessoal e sua responsabilidade social para articular relações significativas entre os componentes que impactam a formação dos alunos; participar na gestão educacional; fortalecer uma cultura institucional demo- crática e intervir no projeto, implementação e avaliação de políticas educacionais locais e nacionais, para promover nos estudantes aprendizagens e desenvolvimento de competências e habilidades para a vida”. [...] (CAMPOS, 2005, p. 11). AS DIMENSÕES DOS PAPÉIS DOCENTES Considera-se que os docentes integram papéis em três dimensões: (1) aprendizagens dos estudantes, (2) gestão educacional e (3) políticas educacionais. A primeira, a dimensão das aprendizagens [...] é facilitar a aprendizagem de seus estudantes; não se pode entender seu trabalho à margem do que seus alunos aprendem. [...] A dimensão da gestão educacional, sob os novos conceitos de participação, pertença, tomada de decisões e liderança compartilhada nas escolas, refere-se a docentes que tornam sua a reali- dade da escola e da comunidade onde ela está, que traduzem as demandas de seu ambiente e das políticas educacionais no projeto estratégico para sua escola, ao mesmo tempo em que o fazem em sua prática pedagógica. Esta dimensão refere-se a professores que planejam, monitoram e avaliam juntos seu trabalho; que revisam suas práticas e sistematizam seus avanços; que se sentem fortalecidos na equipe docente e se relacionam com outros colegas e outras escolas em redes de aprendizagem docente; que têm uma atitude crítica, fazem propostas e processam as orientações centrais à luz de sua realidade e de seus saberes. A dimensão das políticas educacionais refere-se à participação dos docentes em sua for- mulação, execução e avaliação. Os sistemas educacionais tipicamente operam com equipes de “planejadores”, que definem, com seu conhecimento técnico, de que a sociedade, as comunidades e as escolas necessitam. Há experiências interessantes, que mostram como se pode gerar processos participativos horizontais para articular políticas nacionais de consenso, que se convertam em políticas locais e orientações assumidas por todos os envolvidos em educação. [...] Com essa visão dos papéis dos docentes, a re-significação de seu trabalho e a recuperação da posição central dele pressupõem um reconhecimento de que há um conjunto de fatores que determinam o desempenho, e de que esses fatores interagem e influenciam uns aos outros. Entre eles: formação inicial, desenvolvimento profissional em serviço, condições de trabalho, saúde, autoestima, compromisso profissional, clima institucional, valorização social, capital cultural, salários, estímulos, incentivos, carreira profissional, avaliação do desempenho. (CAMPOS, 2005, p. 12). 1.4.1 • Conhecimentos prévios O estudante já traz consigo informações e noções históricas, aprendidas tanto no espaço escolar como em outros espaços e meios, entre eles livros, televisão, cinema, rádio, jornais, monumentos, museus, círculo familiar etc. Os conhe- cimentos prévios, ainda que fragmentados, permitirão que eles se relacionem com os novos saberes difundidos na escola. Sem considerar isso, o professor pode não perceber por que, apesar de seus esforços, determinados estudantes sentem dificuldade em aprender um conteúdo específico. XXXI D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 31D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 31 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 O biólogo, psicólogo e filósofo suíço Jean Piaget (1896-1980) foi um dos pioneiros a estudar o processo de aquisição de aprendizado e o desenvolvimento cognitivo e intelectual das crianças. Em seus estudos, demonstrou que as crianças não nascem como invólucros vazios, nos quais o conhecimento é depositado e aprendido tal qual foi transmitido. Segundo o estudioso, o crescimento biológico – responsável pela complexificação do sistema nervoso – e a exposição a determinados estímulos e interações seriam fatores importantes no processo de desenvolvimento das crianças. Embora o foco das pesquisas de Piaget não fosse a educação formal, elas serviram de base para que outros estudiosos entendessem que o caminho para a construção de um novo conhecimento é aquilo que o estudante já sabe. Amparado nas pesquisas de Piaget, David Ausubel (1918-2008), psicólogo da área educacional, foi um dos primeiros a usar o termo “conhecimento prévio”. Para Ausubel (apud MOREIRA; MASINI, 2001, p. 6), o conjunto de saberes que uma criança traz é extremamente importante para a elaboração de novos conhecimentos: “o fator isolado mais impor- tante que influencia a aprendizagem é aquilo que o aprendiz já sabe. Averigue isso e ensine-o de acordo”. Mas não se trata simplesmente de “sondar” o conhecimento do estudante; é preciso realmente utilizar o que ele tem para planejar a abordagem do conteúdo, alcançar objetivos maiores, intervir no processo de ensino-aprendizagem e buscar novas estratégias de interação entre os estudantes e os assuntos apresentados. Utilizamos como um dos referenciais teóricos sobre a importância do conhecimento prévio nas aulas de História as ideias da historiadora Regina Célia Alegro (2008, p. 23-24): [...] Assim, para o ensino de História, mais do que para qualquer outra disciplina ensinada na escola básica, é necessário considerar os “diferentes discursos”, os diferentes conteúdos que circulam na sala de aula. Para além do conhecimento veiculado no livro didático, na fala do pro- fessor, na tradição oral e nos meios de comunicação de massa, é possível reconhecer, também, o conhecimento elaborado pelo aprendiz. E mais: como estabelece a teoria da aprendizagem signi- ficativa de Ausubel e colaboradores, pode-se facilitar o processo de aprendizagem ao organizar-se o ensino – de História – a partir do conhecimento prévio manifesto pelos estudantes. O que o aluno já sabe, o conhecimento prévio (conceitos, proposições, princípios, fatos, ideias, imagens, símbolos), é fundamental para a teoria da aprendizagem significativa, uma vez que constitui-se como determinante do processo de aprendizagem [...]. – Saberes já adquiridos e novos saberes É importante que o professor busque identificar e analisar as relações estabelecidaspelos estudantes entre os saberes que já adquiriram e os novos saberes, com o objetivo de planejar as intervenções adequadas. Para contribuir com esse trabalho, uma das estratégias utilizadas na coleção são as aberturas de unidade. Nelas, algumas questões disparadoras7 foram elaboradas com a intenção de mobilizar os conhecimentos provenientes do coti- diano e do universo cultural dos estudantes. Também ajuda, nesse processo, o próprio texto de abertura da unidade, uma vez que a abordagem é bastante compreensível e adequada à faixa etária, com exemplos para facilitar o entendimento do conteúdo. Em diversos momentos deste Manual do Professor, nas orientações específicas sobre capítulos, também apontamos sugestões de mobilização dos conhecimentos prévios dos estudantes.8 A concepção de ensino-aprendizagem exige revisões de procedimentos de toda a cadeia educacional – professores, estudantes, livros didáticos –, uma vez que é preciso abertura e disposição para lidar com novas tecnologias, práticas e modos de abordagem. As antigas aulas estáticas, centradas prioritariamente na transmissão de informação, por exemplo, devem dar lugar a novas estratégias. 7 Presentes na segunda dupla da abertura das unidades. 8 Exemplos: 6o ano = abertura do capítulo 4; capítulo 8, na discussão sobre monarquia e sobre o cristianismo em Roma; 7o ano = na abertura da unidade 1 e nos estudos sobre feudalismo; 9o ano = abertura da unidade 4. XXXII D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 32D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 32 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 1.4.2 • Metodologias ativas Assim como os conhecimentos prévios, as metodologias ativas também podem ser grandes aliadas do trabalho do professor no processo de ensino-aprendizagem. Ancoradas em novos estudos da didática e da neurociência, e valorizadas pela BNCC, elas se baseiam na aprendizagem pela experiência e no desenvolvimento da autonomia do estudante. Um dos primeiros expoentes dessa proposta de ensino-aprendizagem foi o filósofo estadunidense John Dewey (1859-1952),9 que defendia que os estudantes aprendem melhor realizando tarefas associadas aos conteúdos ensinados por meio de atividades manuais e criativas.10 As metodologias ativas, portanto, são estratégias de ensino centradas na participação efetiva dos estudantes, com ênfase na observação de evidências, na formulação de hipóteses, na experimentação prática, entre outras atividades que promovam uma aprendizagem ativa, diferenciando-se da aprendizagem passiva. Neste Manual do Professor, explicamos alguns usos que fazemos das metodologias ativas na coleção. Sobre as diferenças entre a aprendizagem passiva e ativa, examine o quadro a seguir. Diferença esquemática entre estratégias de aprendizagem passiva e ativa Atividades de aprendizagem passiva Atividades de aprendizagem ativa Memorização Observação de evidências no contexto Reprodução de informações Formulação de hipóteses Estudo teórico Experimentação prática Reprodução de protocolos ou tutoriais Tentativa e erro Imitação de métodos Comparação de estratégias Ausência de registro Registro (inicial, processual e final de aprendizagens) Foco atencional mais repetitivo, estático e individual Favorecimento de foco atencional dinâmico e mediado por colaboração entre pares Fonte: BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Campinas: Papirus, 2012. p. 180. 9 John Dewey escreveu inúmeras obras em que defendeu o aprendizado por meio da realização de tarefas manuais e criativas associadas aos conteúdos ensinados. Por isso, é considerado um dos precursores da renovação educacional. 10 “Para Dewey só se poderia preparar a criança para a vida social se ela mesma se formasse em um ambiente de intercâmbio e de cooperação, aprendendo e compartilhando seus conhecimentos. Para tanto, se procurou superar a separação entre conhecimento teórico e atividade prática, levando a que o conhecimento escolar e a vida social estivessem articulados na elaboração dos problemas a partir dos quais a escola deveria planejar a seleção de conteúdos a serem ensinados, bem como definir as atividades didáticas a serem desenvolvidas em cooperação, pelos adultos e pelas crianças. Em resumo, ele propugnava o uso criativo da cultura dos indivíduos com o empenho por encontrar respostas racionais –poderíamos dizer de caráter científico –, alcançando, progressivamente, o aprendizado a respeito de seus próprios poderes e propósitos em relação e interação com a vida social.” (XAVIER; PINHEIRO, 2016. p. 181). Estudantes da Escola Família Agrícola Antônia Suzete de Olivindo Silva realizando uma atividade na aula de educação ambiental, em Tianguá (CE), 2018. Estudantes da etnia kalapalo, da aldeia Aiha, apresentam desenho que representa a aldeia em que vivem, em Querência (MT), 2018. DE LF IM M AR TI NS /P UL SA R IM AG EN S LU IS S AL VA TO RE /P UL SA R IM AG EN S XXXIII D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd 33D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd 33 13/08/22 15:4313/08/22 15:43 Elaborado com base em: BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. (Série Desafios da Educação). Disponível em: https://curitiba.ifpr.edu.br/ wp-content/uploads/2020/08/Metodologias-Ativas-para-uma-Educacao-Inovadora-Bacich-e-Moran.pdf. Acesso em: 23 jun. 2022. * FILATRO, Andrea; CAVALCANTI, Carolina Costa. Metodologias inovativas na educação presencial, a distância e corporativa. São Paulo: Saraiva Educação, 2018 apud LUCIANO, Patrícia Turazzi et al. Aplicação de metodologias ativas no ensino síncrono por meio da abordagem do Design Thinking. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 7., 2020, [s. l.]. Anais eletrônicos [...]. 2020. Não paginado. Disponível em: https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2021/TRABALHO_EV150_MD1_SA_ ID8379_23112021155855.pdf. Acesso em: 24 jun. 2022. ESTUDANTES Estão no centro do processo. PROTAGONISMO DO ESTUDANTE Estudantes participam efetivamente da construção do processo de aprendizagem. PROFESSORA OU PROFESSOR Tem papel de orientador e mediador de caminhos e experiências de aprendizagem. COLABORAÇÃO Estudantes aprendem conteúdos e desenvolvem habilidades na interação com o outro, seja com a professora, ou o professor, seja com seus pares. PROCESSOS INDUTIVOS Baseiam-se na investigação e na criação de hipóteses para depois haver o desenvolvimento da teoria. AÇÃO OU EXPERIÊNCIA É parte essencial do processo de aprendizagem; possibilita a investigação, o desenvolvimento e a aplicação de habilidades e competências. REFLEXÃO É baseada na experiência (ação) para levar à sistematização do conhecimento, à identif icação de pontos de melhoria e aos próximos passos da aprendizagem. COM BASE NESSAS PREMISSAS, É COMUM OBSERVAR OS SEGUINTES ELEMENTOS NAS METODOLOGIAS ATIVAS: • Trabalho com projetos. • Trabalho em duplas ou grupos. • Atividades Mão na Massa. • Diversif icação dos espaços de aprendizagem. • Diversif icação dos processos avaliativos. METODOLOGIAS ATIVAS “As metodologias ativas envolvem e engajam os educandos, individual ou colaborativamente, no desenvolvimento de projetos e/ou atividades práticas de aprendizagem” (FILATRO; CAVALCANTI, 2018).* BE NT IN HO XXXIV D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 34D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 34 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 https://curitiba.ifpr.edu.br/wp-content/uploads/2020/08/Metodologias-Ativas-para-uma-Educacao-Inovadora-Bacich-e-Moran.pdf https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2021/TRABALHO_EV150_MD1_SA_ID8379_23112021155855.pdf EXEMPLOS DE METODOLOGIAS ATIVAS A seguir, examine alguns exemplos de metodologias ativas. Sala de aula invertida A metodologia da sala de aula invertida baseia-se no ensino híbrido. Segundo Bergmann e Sams (2016, p. 11), “basicamente,o conceito de sala de aula invertida é o seguinte: o que tradicionalmente é feito em sala de aula, agora é executado em casa, e o que tradicionalmente é feito como trabalho de casa, agora é realizado em sala de aula”. Observe o esquema a seguir sobre o funcionamento dessa metodologia. Elaborado com base em: PANTOJA, Ana Maria Silva; LIMA, Maria Francisca Morais de. Proposta de ensino: sala de aula invertida – uma metodologia ativa de aprendizagem. Manaus: Instituto Federal do Amazonas, [2019]. Disponível em: http://repositorio.ifam.edu.br/jspui/bitstream/4321/318/1/Proposta%20de%20ensino%20-%20sala%20de%20 aula%20invertida%20uma%20metodologia%20ativa%20de%20aprendizagem.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022. ANTES DA AULA 1. Organizar os conteúdos a serem trabalhados previamente e disponibilizar em um ambiente virtual, possibilitando ao educando liberdade de tempo e de acesso. Esses conteúdos podem ser em forma de videoaulas, slides, textos, resumos, mapas conceituais, entre outros. 2. A disponibilização dos conteúdos pode ser feita por aplicativos de mensagens instantâneas, redes sociais ou outros. Nessa fase, o estudante tem a oportunidade de assistir aos vídeos inúmeras vezes, transcrevendo suas dúvidas para serem sanadas em sala de aula. DURANTE A AULA 3. Em sala de aula, haverá a discussão das percepções dos vídeos. O professor será o mediador que esclarecerá as dúvidas expostas. Após esse momento, será proposta a atividade do dia, podendo se efetivar como uma atividade de pesquisa, solução de problemas ou testes. 4. Na etapa de desenvolvimento das atividades, o professor poderá circular na sala, propor debates e sanar as dúvidas, permitindo, assim, um espaço conjunto de exploração de ideias. DEPOIS DA AULA Depois da aula, há um processo de avaliação do tópico estudado, revisão do conteúdo e definição do novo tema de trabalho. Benefícios da sala de aula invertida • Incentiva a construção do conhecimento. • Fomenta a autonomia do estudante. • Contribui para desenvolver habilidades socioemocionais e cognitivas, como organização, colaboração e automotivação. ES TÚ DI O DI AG RA M I XXXV D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 35D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 35 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 http://repositorio.ifam.edu.br/jspui/bitstream/4321/318/1/Proposta%20de%20ensino%20-%20sala%20de%20aula%20invertida%20uma%20metodologia%20ativa%20de%20aprendizagem.pdf Aprendizagem por pares ou grupos (Peer instruction) O método de instrução por colegas (Peer Instruction – PI) foi criado pelo físico Eric Mazur, professor da Universidade de Harvard (MAZUR; SOMERS, 1997). Essa metodologia objetiva tornar as aulas mais interativas, de modo que os estudantes interajam entre si, procurando elaborar hipóte- ses, explicar (ensinar) uns aos outros os conceitos estudados e aplicar os conteúdos nas soluções das questões apresen- tadas pelo professor. APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS Problema ou questão desaf iadora Espírito de exploração Originalidade Ref lexão Voz do estudante Crítica e revisão Apresentação de um produto Principais conhecimentos e habilidades para o século XXI Ciclo de vida do projeto Criação e planejamento • Def ina um problema central. • Formule uma questão orientadora. • Planeje atividades a serem desenvolvidas. • Elabore um cronograma. Desenvolvimento • Incentive os estudantes. • Envolva a turma durante o processo. • Mantenha o diálogo. • Estimule que os estudantes façam pesquisas. Monitoramento e avaliação • Acompanhe e registre o desenvolvimento dos estudantes. • Observe a motivação e o interesse pelas atividades. • Veja se as atividades contribuem para a construção de conhecimentos. • Avalie a necessidade de fazer ajustes no projeto. Encerramento • Reflita com os estudantes sobre as aprendizagens adquiridas. • Avalie se os objetivos foram atingidos. • Divulgue os resultados objetivos. Elementos essenciais do projeto Elaborado com base em: MÃO na massa. Aprendizagem baseada em projetos. Porvir. São Paulo, [20--]. Disponível em: https://maonamassa.porvir.org/aprendizagem-baseada-em- projetos. Acesso em: 15 jun. 2022. 4 APRENDIZAGEM POR PARES OU GRUPOS (PEER INSTRUCTION) 1 2 3 Professor expõe um conceito específ ico e organiza as duplas (ou os grupos). Formam-se duplas ou grupos. Professor aplica um teste conceitual, que pode ser respondido por meio de plaquinhas, mãos levantadas, quiz etc. Professor avalia as respostas, e se houver... até 30% de acertos: o professor revisa o conteúdo. entre 30% e 70% de acertos: o professor incentiva uma nova rodada de discussão entre as duplas ou os grupos. mais de 70% de acertos: o professor explana o conteúdo e passa para a próxima questão. Importante: as duplas (ou grupos) não devem ser unidas aleatoriamente, mas sim considerando que os estudantes agrupados tenham habilidades/conhecimentos complementares para que ensinem uns aos outros. Aquele que explica se beneficia tanto quanto o que recebe a explicação, já que a repetição e a prática garantem o aprendizado no longo prazo. Aprendizagem por projetos Benefícios da aprendizagem por projetos • Torna o ensino mais agradável e gratificante para os estudantes. • Melhora a aprendizagem. • Constrói habilidades para a vida. • Ajuda a alcançar metas do currículo. • Oferece oportunidades para o estudantes usarem tecnologias. • Conecta os estudantes com a comunidade e com o mundo. Elaborado com base em: CHICON, Patricia Mariotto Mozzaquatro; QUARESMA, Cindia Rosa Toniazzo; GARCÊS, Solange Beatriz Billig. Aplicação do método de ensino Peer Instruction para o ensino de lógica de programação com acadêmicos do curso de Ciência da Computação. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE INCLUSÃO DIGITAL, 5., 2018, Passo Fundo. Anais [...]. Passo Fundo: UPF, 2018. Disponível em: https://www.upf.br/_uploads/Conteudo/senid/2018-artigos- completos/179081.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022. Benefícios da aprendizagem por pares ou grupos • Duplas ou grupos com habilidades e conhecimentos dife- rentes se complementam, de modo a contribuírem uns com os outros. • Ao auxiliar um colega que apresente dificuldade, o estu- dante desenvolve a comunicação e a autoconfiança, consolidando o próprio aprendizado por meio da prática. • O trabalho em conjunto favorece a ampliação do senso crítico, melhora as relações interpessoais e fomenta a cooperação entre os colegas. AL EX S IL VA AL EX S IL VA XXXVI D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 36D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 36 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 https://maonamassa.porvir.org/aprendizagem-baseada-em-projetos Aprendizagem baseada em problemas O método de aprendizagem baseada em problemas originou uma rica prática, o estudo de caso. Estudar casos permite aos estudantes direcionar a própria aprendizagem, ao mesmo tempo que podem colocar em prática seus conhecimentos em situações do mundo real. Essas situações (também chamadas de situações-problema) são expostas aos educandos visando prepará-los para a solução de conflitos e/ou problemas reais, ou seja, para os desafios da vida. A aprendizagem baseada em problemas é representada no Brasil pela sigla ABP, mas também é comumente conhecida como PBL (Problem Based Learning). A ABP (ou PBL) é uma abordagem pedagógica na qual os estudantes iniciam sua atividade com base em um problema, que pode ser real ou uma situação simulada, de qualquer área do conhecimento, desde que atenda aos objetivos da aprendizagem do curso ou da disciplina. O professor seleciona um problema, caso, cenário ou situação com base nas necessidades do conteúdo trabalhado. Os estudantes, individualmente ou em grupo, realizam pesquisas ou coleta de informações sobre o problema. Para que os estudantes consigam solucionar o problema elencado, o professor pode indicar as fontes ou os autores de base para ainvestigação. O professor deve indicar a forma de apresentação da resolução do problema. 1 3 2 4 APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS Sequência didática de aplicação Elaborado com base em: FERREIRA, Tatiane Carvalho; OTA, Marcos Andrei; ARAUJO JÚNIOR, Carlos Fernando de. Framework para o planejamento de aulas ativas nos espaços de aprendizagem online e presencial. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v. 7, n. 1, p. 2969-2979, jan. 2021. Disponível em: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/22857. Acesso em: 15 jun. 2022. AL EX S IL VA Benefícios da aprendizagem baseada em problemas • Incentiva as habilidades de solução de problemas e desenvolve o pensamento crítico dos estudantes. • Oportuniza trabalho e soluções em equipe. • Amplia a capacidade de conexão entre o estudo de sala de aula e a realidade vivida (articulação teoria-prática). • Fomenta o raciocínio lógico e aplicado e a capacidade de análise. XXXVII D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 37D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 37 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 1.5 • Livro didático: crenças e caminhos trilhados nesta coleção O conhecimento histórico é um poderoso instrumento para a compreensão das experiências sociais, culturais, tecnoló- gicas, políticas e econômicas da humanidade ao longo do tempo. Permite entender como nossa sociedade foi construída, modificada e/ou consolidada. O ensino de História, no entanto, não se destina ao mero acúmulo de informações de natureza enciclopédica ou à glorificação dos grandes fatos e personagens do passado. Por meio da História, entendemos a natureza de nosso presente – cotidiano, crenças, valores e grupos sociais. “O entendimento do presente escapa a quem tudo ignora do passado. Só é possível ser contemporâneo do seu tempo conhecendo e tomando consciência das heranças, sejam elas consentidas ou contestadas”, complementa o historiador francês René Rémond (1994, p. 11). Percebendo-se como integrante da sociedade (com a qual compartilha um passado e tem um presente em comum) e fazendo as reflexões adequadas, o estudante também assumirá, gradativamente, o seu papel na construção de um mundo melhor, mais fraterno e tolerante. [...] é importante o desenvolvimento da percepção de que a história de vida não é algo puramente indi- vidual, mas que nossas vivências estão entrelaçadas na vida de outras pessoas, que somos influenciados pelos discursos circulantes na sociedade. Os alunos precisam perceber como sua vida está relacionada à dos pais, dos avós, dos colegas, por exemplo. Ao incentivá-los a partilhar suas vivências, os professores contribuem para promover uma aproximação do conceito de alteridade, o interesse pelo “outro”, ou seja, favorecem uma espécie de descentramento. Desse modo, constrói-se a ideia de que a história não é feita exclusivamente pelos chamados “grandes homens”, ela deixa de ser apenas “a história dos outros”. (GIL; ALMEIDA, 2012, p. 71). É nesse contexto dinâmico, de suporte ao trabalho do professor e do processo de aprendizagem dos estudantes, que, acreditamos, o livro didático se insere. Ele deve fornecer instrumentos e estratégias pedagógicas que possibilitem ao professor despertar em suas turmas interesses e motivações para compreender, questionar e agir como cidadãos plenos do mundo onde vivem, propiciando, dessa forma, uma educação verdadeiramente integral. Amparados nas orientações da BNCC que vimos anteriormente e na historiografia renovada das últimas décadas, buscamos elaborar uma coleção que auxilie o professor de História a formar cidadãos aptos a ler a realidade e capazes de interferir no mundo e mudá-lo, tendo como pressupostos os valores democráticos balizados na Constituição Federal de 1988 (BRASIL, [2016]). Para que isso seja possível, lançamos mão de diversas estratégias historiográficas e pedagógicas. Entre elas está, por exemplo, a abordagem de vertentes de culturas e sociedades variadas, não restringindo a obra apenas à matriz europeia. A seção Enquanto isso..., por exemplo, visa trabalhar a simultaneidade com os estudantes, apresentando civilizações diversas. Acreditamos, portanto, que conhecer sociedades diferentes das do mundo ocidental, além de ser importante para o exercício de comparação, construção da noção de temporalidade e espacialidade, conforme orienta a BNCC,11 também contribui para incentivar a reflexão sobre diversidade e pluralidade étnica, cultural e religiosa, valorizando o respeito às diferenças.12 1.5.1 • Pluralidade de ideias e multiplicidade de sujeitos Igualmente valorizamos, nesta coleção, a história de uma multiplicidade de sujeitos, como minorias étnicas, mulheres, trabalhadores, pessoas com deficiência – enfim, todos que constroem a história no seu cotidiano. Ao realizar esse trabalho, procuramos evitar os grandes modelos explicativos que se pautam apenas nos conceitos rígidos, como os de formação econômica. Em contrapartida, buscamos abordar, de modo integrado, as estruturas sociais, políticas, econômicas e ideológicas das sociedades, nas quais se inserem as situações do cotidiano.13 Destaca-se a abordagem das várias culturas da África e dos afrodescendentes ao longo de toda a obra, tanto em capítulos exclusivos como em atividades, imagens, sugestões de leitura, entre outros recursos. Procuramos, com isso, ressaltar a diversidade de povos que o continente africano abriga e sua pluralidade de histórias. 11 Ver página 354 da BNCC (BRASIL, 2018). 12 A seção Enquanto isso... situa-se em quase todos os capítulos antes da seção Esquema-resumo. 13 Esse trabalho se encontra em algumas atividades, seções e boxes da coleção, especialmente nos fechamentos das unidades. XXXVIII D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 38D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 38 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 Dedicamos ainda atenção especial à história e à cultura dos povos indígenas, realçando sua diversidade cultural, sua importante participação na formação do Brasil e da América, e também questões atuais relativas aos seus direitos à terra e à preservação da cultura (mais adiante, retomaremos a discussão sobre as sociedades africanas e indígenas).14 Foi nossa intenção oferecer uma diversidade de gêneros textuais (literários, jornalísticos, documentos históricos, entre outros) e imagens como ferramentas para a construção de conhecimentos. Esses recursos compõem, com o texto principal, um projeto articulado e sistematizado de ensino-aprendizagem. Nesse sentido, retirando a ênfase exclusiva dos documentos escritos, utilizamos uma grande variedade de fontes (visuais, materiais, orais) e linguagens15 (gráficos, tabelas, músicas, mapas, símbolos), que constituem indícios da história dos seres humanos e expressam formas de pensar e viver de indivíduos, grupos e povos do presente e do passado.16 Em vez de apresentar os fatos “como eles realmente aconteceram”, como preconiza uma história canônica,17 procura- mos evidenciar que o historiador não tem o poder de retratar o passado exatamente como foi vivido pelos antepassados, e sim oferecer interpretações dos fatos históricos. A história não emerge como um dado ou um acidente que tudo explica: ela é a correlação de forças, de enfrentamentos e da batalha para a produção de sentidos e significados, que são constan- temente reinterpretados por diferentes grupos sociais e suas demandas [...]. (BRASIL, 2018, p. 397). 1.5.2 • Conceitos e contextualização O uso da metodologia conceitual (ver explicação no item As unidades conceituais deste Manual do Professor), aliado ao esforço de contextualização constante e à utilização de documentos e atividades de natureza variada, se consti- tui em importante estratégia que articula as relações entre presente e passado e mobiliza os saberes prévios dos estudantes. Esses subsídios permitem, igualmente, a compreensão dos conceitos próprios da História, como simultaneidade, rupturas, mudanças, permanências, periodização, sucessão,ritmos de tempo, principalmente quando os estudantes são chamados a comparar, analisar, perceber, diferenciar e expor suas ideias, contribuindo para a condição de protagonistas na história. À luz da BNCC (BRASIL, 2018, p. 356), também foi nossa preocupação auxiliar os estudantes a compreender o “conceito de Estado e dos mecanismos institucionais dos quais as diferentes sociedades dispõem para fazer justiça e criar um novo campo republicano de direitos”. Em diversos momentos, aproveitamos a abordagem do passado para evidenciar o funcionamento do Estado e dos canais institucionais a que as crianças, os adolescentes, suas famílias e todos os brasileiros hoje têm direito e aos quais nem sempre conhecem ou têm acesso.18 Ao apresentar as experiências do passado, buscamos propiciar aos estudantes momentos voltados à reflexão sobre aspectos como emoções, situações do presente, objetivos futuros e potencialidades de ação no mundo. Tais situações os tornam aptos a avaliar as consequências de suas ações, comportamentos e modos de se relacionar. Esse tipo de aborda- gem está em consonância com os pressupostos da BNCC e, além de contribuir para a formação pessoal do educando, ajuda a estabelecer boas relações em sala de aula e pode apoiar a assimilação de conteúdos disciplinares, como indicam estudos sobre a cognição humana produzidos nas áreas de Neurociências, Psicologia e Pedagogia (GATTI, 1997). Na coleção, a contextualização busca aproximar os temas propostos do cotidiano do estudante. Segundo o professor José Moran, “cada pessoa aprende de forma ativa, a partir do contexto em que se encontra, do que lhe é significativo, relevante e próximo ao nível de competências que possui” (MORAN, 2018, p. 3). 14 Ver capítulo 6 do 7o ano. Ali, trazemos, de maneira compreensível para a faixa etária, diversos aspectos importantes dos povos indígenas, inclusive a existência de múltiplas culturas indígenas, reforçada, por exemplo, pela ilustração de diferentes moradias. 15 Com o uso de “diferentes linguagens (oral, escrita, cartográfica, estética, técnica etc.). [...] torna-se possível o diálogo, a comunicação e a socialização dos indivíduos, condição necessária tanto para a resolução de conflitos quanto para um convívio equilibrado entre diferentes povos e culturas” (BRASIL, 2018, p. 356). 16 A variedade de fontes é apresentada principalmente nas seções Olho vivo, Atividades, Raio X e nos fechamentos de unidade. Sobre essas seções, ver o item Organização da coleção deste Manual do Professor. 17 De acordo com essa concepção, “a história era o que havia sido registrado pela escrita dos ‘homens’ (seres humanos) sobre a vida pública. Com isso, os sujeitos eram somente os que tinham acesso às formas de manifestação escrita ou os que deviam, em razão de sua importância pública, ter seus atos registrados pelos seus pares, detentores das formas da escrita” (CARVALHO, 2010, p. XI). 18 Verificar, por exemplo, atividade sobre impostos na atualidade, na unidade 4 do 7o ano. XXXIX D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 39D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 39 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 Assim, o “contato com entornos reais, com problemas concretos da comunidade, não somente para conhecê-los, mas para procurar contribuir com soluções reais, a partir de processos de empatia, de aproximação, de escuta e de compartilhamento [seria uma] aprendizagem-serviço, em que os professores, os estudantes e a instituição aprendem interagindo com diversos contextos reais, abrindo-se para o mundo e ajudando a modificá-lo” (MORAN, 2018, p. 8). Ao contrário do ensino tradicional, em que é mero espectador, o estudante entende e intervém em sua realidade, passando a ter um papel central, tornando-se, portando, protagonista do conhecimento. Esse conjunto de ideias, proposições e encaminhamentos tem como objetivo ajudar o estudante a conhecer a si mesmo, a compreender o mundo onde vive e a se conscientizar da importância de se posicionar contra preconceitos de qualquer natureza, exercendo assim o respeito às diferenças e contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e acolhedora. Como reforça a BNCC (BRASIL, 2018, p. 353-354), “estimular os alunos a desenvolver uma melhor compreensão do mundo não só favorece o desenvolvimento autônomo de cada indivíduo, como também os torna aptos a uma intervenção mais responsável no mundo em que vivem”. 1.6 • A história da África, dos africanos e dos afrodescendentes Durante muito tempo, a historiografia privilegiou a narrativa linear dos acontecimentos políticos e da formação dos Estados nacionais. Outro aspecto dessa historiografia tradicional é seu caráter extremamente eurocêntrico: os marcos e as referências históricas eram quase sempre vinculados às experiências do continente europeu.19 Dessa forma, refletindo os debates historiográficos, a África e o papel dos africanos e seus descendentes na construção da sociedade e da cultura brasileiras eram relegados a um segundo plano no ensino escolar. Africanos e afrodescendentes eram apresentados aos estudantes quase sempre em posição subalterna, submetidos ao poder econômico e político das populações não africanas, especialmente as europeias. Nas escolas, de modo geral, não se discutiam as origens históricas do preconceito contra os negros, tampouco se abordava a luta dos afrodescendentes contra o racismo e a discriminação social. O próprio fim da escravidão era histo- ricamente ensinado como resultado da benevolência da monarquia. Novas perspectivas sobre fontes e sujeitos históricos, bem como sobre a própria função social do historiador, mudaram esse paradigma. Nesse contexto, uma das importantes conquistas dos movimentos sociais afro-brasileiros foi a lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003 (BRASIL, 2003), que alterou a LDB e instituiu nas redes de ensino a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira. Essa lei foi substituída pela lei no 11.645, de 10 de março de 2008 (BRASIL, 2008), que acrescentou o ensino da história indígena aos currículos das redes, tornando obrigatório o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena no Ensino Básico. Essas conquistas foram tributárias de um movimento de revisão e ressignificação da participação de africanos e afrodescendentes no presente e no passado do Brasil. Com elas, conseguimos criar ou recriar o ensino dessa temática e, enfim, transformar as representações sociais desses povos nos materiais didáticos. Os livros didáticos – que nós, autores brasileiros, produzimos – passaram, assim como outros setores da sociedade,20 a refletir essa preocupação e a representar os afrodescendentes em situações diversificadas. Hoje, como afirma Ana Célia da Silva (2003, p. 151), esse grupo aparece com [...] status econômico de classe média, com constelação familiar, crianças praticando atividade de lazer, em interação com crianças de outras [...] etnias, com nome próprio, sem aspecto caricatural, frequentando escola, adultos negros exercendo funções e papéis diversificados, descritos como cida- dãos, interagindo com pessoas de outras etnias sem subalternalidade etc. 19 Poucos docentes formados antes de 2005 tiveram nos seus currículos disciplinas que abordassem as sociedades africanas ou as orientais, por exemplo. Com exceção da história da África (implantada como temática por força da lei), boa parte dos cursos de História das universidades brasileiras ainda não contempla culturas como a chinesa ou a indiana, entre tantas outras, e o foco da formação continua bastante voltado para a história europeia. 20 A lei no 12.232, de 29 de abril de 2010 (BRASIL, 2010), por exemplo, estabelece que toda publicidade governamental deve ter a representação de afrodescendentes. XL D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 40D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 40 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 1.6.1 • Visibilidade positiva dos afrodescendentes Dessa maneira, esta coleção busca contribuir para avisibilidade positiva da população afrodescendente, resgatando, em vários momentos e de diversas formas, a história e a cultura dos afro-brasileiros e da África. Para que isso se efetive, procuramos mostrar aos estudantes que esses grupos têm uma história que vai além da escravidão, da pobreza ou da submissão. Buscamos inspiração nessa historiografia renovada, como as reflexões de Verena Alberti (2013, p. 53), sobre como pode ser feita a abordagem das histórias e culturas afro-brasileiras em sala de aula: “voltar a atenção para a diversidade de experiências e identidades, trazer experiências em que africanos e seus descendentes são atores sociais e políticos, integrar essas experiências à história ‘nacional’ evitando a criação de um ‘nicho’ de ensino ‘afro-brasileiro’ e fazer o uso de fontes efetivas e expressivas”. Amparados nessas reflexões, buscamos dedicar atenção especial aos fatos e processos históricos que apresentam os povos africanos e seus descendentes em situações políticas, econômicas e sociais diversas. Mesmo assim, consideramos importante o professor reforçar, sempre que possível, aspectos que muitas vezes passam despercebidos, como o fato de os primeiros seres humanos terem surgido no continente africano. Ainda na Antiguidade, o Egito, um dos reinos mais poderosos, criativos e opulentos, desenvolveu-se na África. E existiram também várias outras sociedades africanas ricas e poderosas, como a cidade-Estado de Cartago, a civilização nok, o Reino de Cuxe e o de Axum. Assim, destaca-se na coleção a diversidade de povos presentes na África e suas experiências históricas e culturais variadas, distintas e ricas. Buscamos enfatizar, por meio de textos, imagens e atividades, a participação dos africanos e afrodescendentes na construção da sociedade brasileira e, então, apresentá-los como sujeitos históricos que, ao longo dos séculos, ocuparam espaços variados na economia, na política e na cultura brasileiras. Capítulos exclusivos, com informações, textos e imagens variadas, foram elaborados de modo a demonstrar quanto a cultura e a identidade brasileira são marcadas pela cultura africana. Discutimos, também, a importância de refletirmos sobre esse legado e, paralelamente, sobre as formas de preconceito e exclusão social que ainda persistem em nossa sociedade. Esperamos, assim, ajudar a acabar com preconceitos e práticas racistas, e contribuir para a formação de uma sociedade mais justa e plural, que conceba um novo lugar social e político para os afrodescendentes. Em nosso entendi- mento, esses são elementos fundamentais na construção da verdadeira democracia, fundada no respeito à diversidade étnica e cultural da sociedade brasileira. 1.7 • A história dos povos indígenas As questões que envolvem os povos indígenas dizem respeito a todos. Seu estudo nos permite pensar e discutir temas essenciais ao mundo contemporâneo e novas perspectivas para o Brasil. Um dos aspectos que podem ser abordados, tomando-se por base a história e a cultura dos povos indígenas, é o da pluralidade cultural do nosso país. A esse respeito, o antropólogo Mércio Pereira Gomes (2017, p. 200, 216) ressalta: O ser índio e o viver índio, no Brasil, não são constantes históricas de um passado pré-colombiano. [...] [os povos indígenas] constituem pluralidades culturais variadas, determinadas por tempos de lutas e derrotas, por extinções e sobrevivências, condicionadas pelo presente que se constrói em meio a uma complexidade sociopolítica que deixa pouco espaço de manobra e opção existencial para eles. [...] A nova Constituição brasileira definiu o índio como parte essencial da nação brasileira, cidadão com direitos plenos, povos específicos com direitos legitimados pela sua historicidade, coletividades com formas próprias de conduta social e cultural. O Estado lhes garante sua proteção contra seus inimigos, os usurpadores de terras, os esbulhadores de suas riquezas, as doenças e o preconceito ainda existente. 1.7.1 • Valorização da diversidade indígena De fato, em período relativamente recente, era comum nos livros didáticos a representação dos povos indígenas apenas sob o ponto de vista do colonizador. Os indígenas apareciam em capítulos relacionados à colonização, apre- sentados de maneira genérica, sugerindo um grupo coeso e homogêneo do ponto de vista étnico e cultural. Após os primeiros capítulos de História do Brasil, tornavam-se praticamente ausentes de outros momentos históricos e da sociedade brasileira contemporânea. XLI D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 41D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 41 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 Contribuindo decisivamente para superar essa lacuna no ensino de História no Brasil, a lei no 11.645, de 10 de março de 2008 (BRASIL, 2008), tornou obrigatória a incorporação da história dos povos indígenas ao conteúdo programático da Educação Básica, pela temática História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. Pautados em tais questões, buscamos nesta coleção ressaltar a diversidade de povos indígenas, em suas problemáticas históricas e atuais. Dessa maneira, esperamos auxiliar o professor a resgatar a figura dos indígenas como sujeitos históricos e como importante matriz para a formação da sociedade brasileira. Tomamos como referencial teórico, para orientar a elaboração desta coleção, a ideia de que o termo “sociedades indí- genas” corresponde a “um conjunto grande e diverso de culturas e modos de vida”, entre outros conceitos apresentados no livro organizado por Silva e Grupioni (TASSINARI, 1995). Procuramos, assim, realizar um trabalho que representasse a história dos povos indígenas e seu presente, com o objetivo de reforçar sua historicidade. Outro ponto que pode ser destacado em sala de aula é a diversidade cultural existente entre os grupos indígenas. É importante mostrar que há diferentes troncos linguísticos, distintas formas de morar, de se relacionar com outras sociedades, indígenas ou não, entre outros aspectos. Destacar essa diversidade ajuda o estudante a construir uma nova representação sobre os povos. Ao longo dos quatro volumes, apresentamos a história dos povos indígenas brasileiros desde o povoamento da América até contextos históricos contemporâneos, sempre procurando ressaltar os vários aspectos da sua cultura, com ênfase na diversidade de concepções dessas sociedades sobre temas como a origem do Universo, a tecnologia, o con- ceito de civilizações etc. Além disso, apresentamos aspectos dos modos de viver, morar, produzir e ver o mundo desses grupos, assim como suas técnicas e tecnologias; suas histórias, seus mitos e suas crenças. Procuramos, ainda, por meio de imagens, textos e atividades, mostrar as transformações sofridas por essas culturas. Nesta coleção, buscamos mostrar outra possibilidade de conceber o país: não como uma unidade homogênea, porém como “o todo social heterogêneo que é, mas que venha a se manter articulado por relações de solidariedade democraticamente construídas” (LIMA, 1995, p. 415). 2 Metodologia da coleção O componente curricular História aborda as experiências sociais, culturais, tecnológicas, políticas e econômicas da humanidade. Contudo, não se destina a um acúmulo de erudição ou mera especulação sobre o passado, pois são o conhecimento e a reflexão sobre esses processos que contribuirão para a formação de pessoas com habilidades de ler a realidade e promover transformações, tanto no seu entorno como em âmbito global. O desenvolvimento dessas habilidades e competências está atrelado ao reconhecimento dos estudantes como sujeitos históricos, indivíduos que se relacionam com outras pessoas e grupos, capazes de interferir no mundo e modificá-lo a fim de torná-lo mais justo e solidário. Para alcançar esse objetivo, é preciso criar estratégias pedagógicas e historiográficas capazes de levá-los a dar significado à herança material e imaterial construída pelos seres humanos ao longo do tempo, assim como identificar as mudanças, rupturas e permanênciasnos espaços onde vivem. 2.1 • O autoconhecimento e o protagonismo Diferentemente de uma metodologia tradicional, baseada na memorização e no acúmulo de informações com um fim em si mesmo, a educação integral, como mencionado anteriormente, é ancorada em abordagens que contemplam diversas práticas de aprendizagem e diferentes aspectos dos estudantes. Em termos históricos, por exemplo, mais do que uma sucessão de governos e datas, ele deverá compreender relações de poder, processos de transformação e manutenção de estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais, além de outros conceitos e procedimentos, próprios da História e das Ciências Humanas, que lhe fornecerão repertório para se posicionar e intervir no mundo. Em termos cognitivos, o estudante deverá ser capaz de fazer uso de diferentes linguagens, utilizar argumentação para defender seu ponto de vista, criar e utilizar tecnologias para a construção de um mundo mais diverso, tolerante e com justiça social etc. Ao se reconhecer como portador de uma identidade própria, mas com vínculos com uma comunidade, a criança e o adolescente têm sua estrutura cognitiva e socioemocional ampliada, podendo atuar de modo mais consciente na sociedade em que vivem, incluindo práticas de valorização das diferenças e da diversidade. XLII D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 42D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 42 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 Conhecer as próprias potencialidades e limitações é um processo de autoconhecimento no qual o estudante poderá se sustentar para explorar diferentes dimensões do mundo, se posicionar diante de situações injustas e construir, mesmo que de modo ainda elementar, projetos futuros. Todo esse conjunto de pressupostos tem como objetivo central auxiliar o professor a promover uma educação voltada para o protagonismo do estudante, ou seja, para o desenvolvimento de capacidades como se enxergar no papel de agente principal da própria vida; responsabilizar-se por suas atitudes e escolhas; ter iniciativa para a resolução de problemas etc. Assim, o estudante poderá acreditar em si, em sua comunidade e na própria capacidade de aprender e buscar novos caminhos e soluções de maneira colaborativa. Para que esse processo se consolide, a coleção faz uso de diversas abordagens metodológicas, que envolvem aspectos historiográficos, cognitivos e socioemocionais e que se entrelaçam formando um todo. A contextualização e a relação entre presente e passado Atividades variadas As práticas de pesquisa As práticas pedagógicas O trabalho com documentos Diversidade de fontes Imagens: uma alfabetização necessária As unidades conceituais 2.2 • A contextualização e a relação entre presente e passado Como citado anteriormente, a contextualização é uma perspectiva fundamental para que o estudante adquira um conhecimento com significado. Conforme explica a BNCC (BRASIL, 2018, p. 399): Com base em níveis variados de exigência, das operações mais simples às mais elaboradas, os alunos devem ser instigados a aprender a contextualizar. Saber localizar momentos e lugares específicos de um evento, de um discurso ou de um registro das atividades humanas é tarefa fun- damental para evitar atribuição de sentidos e significados não condizentes com uma determinada época, grupo social, comunidade ou território. Portanto, os estudantes devem identificar, em um contexto, o momento em que uma circunstância histórica é analisada e as condições específicas daquele momento, inserindo o evento em um quadro mais amplo de referências sociais, culturais e econômicas. Fazer conexões A ideia de contextualização significa fazer conexões. Assim, a vida do estudante, seu entorno e o mundo em que vive são o ponto de partida para a contextualização. A escolha das abordagens da obra, os conceitos a serem trabalhados, bem como a valorização do conhecimento prévio do estudante, são pontos de destaque dessa contextualização. Os contextos reais, tomados como base para a elaboração dos capítulos21 e das seções, são analisados na sua complexidade, procurando-se expressar as múltiplas faces da realidade.22 21 Exemplos: 6o ano = capítulo 5, onde são encontradas várias conexões que ligam presente e passado; e 7o ano = capítulo 2, cuja abertura relaciona os atuais livros digitais com os livros escritos à mão. 22 Sobre o conceito de complexidade ver Paviani (2014, p. 47-48). XLIII D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 43D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 43 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 Segundo o historiador francês Marc Bloch (1886-1944), “a incompreensão do presente nasce fatalmente da igno- rância do passado” (BLOCH, 2001, p. 65). Acreditamos, assim como Bloch, que são as problemáticas do tempo presente que atribuem sentido ao estudo da História, tanto na academia quanto em sala de aula. Desse modo, os conteúdos disciplinares tornam-se mais significativos, já que estabelecem uma “relação necessária com o mundo cultural do aluno”. (BEZERRA, 2008, p. 41). Além disso, a comparação entre o presente e o passado favorece o desenvolvimento das noções de permanência, ruptura, continuidade e mudança. Essas categorias históricas contribuem para o reconhecimento de alguns elementos do passado na realidade dos estudantes, ajudando-os a identificar a participação de sujeitos e as estruturas sociais, econômicas e políticas na dinâmica da vida atual. Assim, gradualmente, eles adquirem condições para analisar e criticar sua realidade. Procuramos estabelecer relações entre o presente e o passado em diversos momentos ao longo da coleção: nas aberturas de unidade e de capítulo, nas Atividades e na seção Fechando a unidade. Também trabalhamos o relacionamento entre o presente e o passado em questões contemporâneas complexas, como intolerância, consumismo, violência etc., e para abordar os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs). Esses assuntos estão presentes de diversas maneiras na coleção: nos eixos conceituais das unidades; no texto central dos capítulos; nas seções; e nas atividades. Outro importante aspecto do mundo contemporâneo destacado por meio da relação entre presente e passado é o da diversidade cultural. Utilizamos, para isso, diferentes estratégias a fim de enfatizar e valorizar a convivência das múltiplas culturas entre si. 2.2.1 • Atividades variadas As atividades, organizadas sob diversos prismas e objetivos, são momentos privilegiados dessas contextualizações. As questões propostas nas aberturas de unidade, por exemplo, jogam luz nos conhecimentos prévios dos estudantes. Há também aquelas com objetivos diversos, como: desenvolver habilidades socioemocionais; aprimorar leitura e interpretação de documentos variados; valorizar a história e a compreensão dos conceitos históricos; reconhecer dificuldades e direitos de grupos minoritários socialmente (idosos, negros, indígenas, mulheres e população LGBTQIA+); contribuir para a saúde mental dos estudantes e para o combate a todo tipo de violência; ampliar a compreensão da literacia digital (pensamento computacional); promover o pluralismo de ideias, a defesa da cultura da paz e a democracia.23 2.2.2 • As práticas de pesquisa As práticas de pesquisa, além de contextualizar diversos assuntos, temas e conceitos, permitem atitudes voltadas ao protagonismo dos estudantes e à literacia científica. Entender, mesmo que de modo ainda elementar, que o trabalho de pesquisa tem métodos (como a definição de um problema, a proposição de hipóteses etc.), que devem ser apresentados também por meio de técnicas específicas (relatório, gráficos, tabelas, bibliografia, oralmente), partindo de situações reais de sua comunidade ou mundo, permite a aquisição de inúmeros conceitos e experiências sensoriais, corporais, emocionais, de linguagens e formas de expressão, entre outras. Segundo este trecho de artigo do site da BNCC: é preciso que o ato de pesquisar seja compreendido também como uma aprendizagem a serdesenvolvida. Isso demanda, dos professores, investimento e planejamento de situações de apren- dizagem que fomentem nos estudantes o desenvolvimento, entre muitas outras, das habilidades de: • localizar; • selecionar e compartilhar informações; • ler, compreender e interpretar textos com maior grau de complexidade; • consultar, de forma crítica, fontes de informação diferentes e confiáveis; • formar e defender opiniões; • argumentar de forma respeitosa; 23 Exemplos: 6o ano = combate a todo tipo de violência: atividades do capítulo 3 e fechamento da unidade 1; pluralidade de ideias: estudo e atividades sobre povoamento da América do capítulo 2; valorização da democracia: diversas atividades da unidade 3; literacia digital: na seção Como se faz..., item Podcast; e 7o ano = pluralidade de ideias: na seção Vamos falar sobre..., do capítulo 3; combate a todo tipo de violência + saúde mental dos estudantes: no fechamento da unidade 3; cultura da paz e contra o preconceito: atividades do capítulo 7, sobre a escravização dos africanos. XLIV D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 44D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 44 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 • sintetizar; • expor oralmente o que aprendeu apoiando-se em diferentes recursos; • generalizar conhecimentos; • produzir gêneros acadêmicos. Todas essas habilidades favorecerão o avanço no processo de aprendizagem de diferentes nature- zas e em diferentes campos do conhecimento. O mais importante é que os estudantes se reconheçam não como meros consumidores de conhecimento, mas como sujeitos capazes de produzi-los também. (BRASIL, [20--]c). Na seção Pesquisa & Ação, abordamos, de modo acessível à faixa etária, algumas práticas de pesquisa. Ao mesmo tempo que apreende como proceder, o estudante se debruça sobre temas ligados à sua comunidade, à realidade do planeta ou ao seu papel de indivíduo na sociedade, como recomendam os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs). São, portanto, atividades que visam desenvolver o espírito investigativo e autoral do estudante. Prática de pesquisa24 O que é Características Revisão bibliográfica (estado da arte) A revisão bibliográfica é um levantamento prévio de re- ferências bibliográficas para identificar o estado da arte do tema a ser investigado, ou seja, se há pesquisas se- melhantes ou complementa- res que possam contribuir para o avanço da pesquisa a ser realizada. • Promove revisões de publicações científicas em periódicos, livros, anais de congressos etc. • Não realiza coleta de dados em campo. Análise documental (princípios de análise de discurso) O termo “documento” inclui uma diversidade de materiais escritos, iconográficos e esta- tísticos, cuja análise possa fornecer dados sobre o fenô- meno pesquisado. Na análi- se do documento, buscam- -se a intenção do autor, os temas destacados, a coerên- cia interna e a estratégia do discurso. • Os documentos são considerados fontes primárias se fo- ram elaborados por pessoas que participaram diretamente do evento que está sendo pesquisado. • Algumas dificuldades desse tipo de pesquisa: muitos docu- mentos não foram produzidos para fornecer informações a uma investigação social; representam pontos de vista dos seus autores; em sua maioria, são relatos verbais e não revelam comportamentos não verbais, que podem ser relevantes para a pesquisa. Construção e uso de questionários O questionário consiste em uma série de perguntas para a coleta de dados qualitati- vos ou quantitativos. • As perguntas que compõem o questionário devem ser ade- quadas ao propósito da pesquisa. • Perguntas abertas permitem respostas elaboradas a partir das opiniões dos entrevistados, direcionadas de acordo com o tema da investigação. Seu uso é interessante quando se pretende al- cançar maior profundidade acerca do tema investigado. • Perguntas fechadas são, em geral, usadas quando o pesqui- sador já tem um amplo conhecimento do contexto investiga- do. Nesse caso, as respostas são facilmente quantificadas. Há questionários desse tipo em que as perguntas têm como úni- cas respostas possíveis “sim” ou “não”. 24 As práticas de pesquisa presentes na coleção são: 6o ano = capítulo 7: observação, tomada de nota e construção de relatórios; 7o ano = capítulo 2: entrevistas; capítulo 3: estudo de recepção (de obras de arte e de produtos da indústria cultural); 8o ano = capítulo 2: análise de mídias sociais (análise das métricas das mídias e princípios de análise de discurso multimodal); capítulo 9: construção e uso de questionários; e 9o ano = capítulo 1: revisão bibliográfica (estado da arte); capítulo 9: análise documental (princípios de análise de discurso). XLV D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 45D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 45 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 Prática de pesquisa24 O que é Características Estudo de recepção (de obras de arte e de produtos da indústria cultural) Trata-se de uma investigação das mediações presentes no processo de recepção e con- sumo de obras de arte e de produtos da indústria cultural. • Problematiza a relação entre emissor onipotente em contra- posição ao receptor passivo. • Considera que a relação dos receptores com os meios de comunicação é necessariamente mediada e a recepção é um processo. • A análise da recepção de bens culturais deve levar em con- sideração a experiência pessoal e social dos indivíduos e gru- pos humanos. Observação participante (incluindo tomada de notas, relatórios e etnografia) Consiste em uma técnica de pesquisa que pressupõe a in- serção do pesquisador no grupo estudado, visando ob- ter determinadas informa- ções sobre os fenômenos in- vestigados. • O pesquisador vivencia, com os sujeitos pesquisados, situa- ções do cotidiano do contexto sociocultural estudado. • O registro das informações coletadas pode ser feito por meio de um diário de campo. • No processo de investigação, devem-se distinguir os resultados da observação direta e das declarações dos sujeitos estudados das inferências do pesquisador. • O pesquisador deve vencer limitações de ordem etnocêntri- ca e estar aberto a modos de vida diferentes das suas referên- cias pessoais. Entrevistas (com destaque para a semiestruturada) São constituídas de um con- junto de questões preestabe- lecidas e de questões formu- ladas durante a entrevista. • As questões da entrevista devem atender aos objetivos da pesquisa. • As questões predeterminadas podem ser simplesmente tó- picos, como dados de identificação do entrevistado. • Nas questões abertas, o pesquisador deve ter cuidado para não fugir do objetivo da pesquisa e sempre ser ético com o entrevistado. • O pesquisador deve conhecer com certa profundidade o contexto a ser investigado para ajudá-lo na elaboração da entrevista. Análise de mídias sociais (análise das métricas das mídias e princípios de análise de discurso multimodal) Trata-se de uma estratégia de estudo das mídias sociais por meio de formas de men- suração (métricas) do de- sempenho de um site, uma publicação, um aplicativo, das redes sociais etc. • Algumas métricas das mídias sociais são de engajamento, rankings, demografias, fontes de tráfego, sites de referência, curtidas, fanpages, posts, seguidores, mapeamento de influen- ciadores, entre outros25. • O objetivo das métricas é aferir o desempenho das estraté- gias de comunicação das mídias sociais. Fonte: elaborado para esta obra. 2.2.3 • As práticas pedagógicas Há, ainda, as atividades ancoradas em práticas pedagógicas específicas. Esse conceito é bastante fluido, mas se caracteriza, principalmente, por envolver ações pedagógicas intencionais que buscam estimular o aprendizado, visando ao desenvolvimento integral do estudante. “As práticas educativas se tornam pedagógicas quando passam a ser objeto de ação e reflexão no âmbito da pedagogia. Em termos homônimos, a ação e a reflexão pedagógica concretizam os objetivos educacionais mediante práticasorganizadas sistematicamente desde sua concepção até seu estágio avaliativo” (SEVERO, 2015, p. 572). Foi com esse objetivo que desenvolvemos, ao longo dos capítulos, determinadas atividades relacionadas à seção Como se faz... (localizada no final de cada volume do Livro do Estudante), na qual o estudante encontrará orientações pedagógicas pontuais. Por exemplo, no capítulo 9 do 6o ano, que aborda as invasões dos povos germanos na Europa, ao problematizar o preconceito em relação aos estrangeiros, tanto no passado como no presente, 25 A respeito das métricas das mídias sociais, sugerimos a leitura do artigo de Liotti (2017). XLVI D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd 46D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd 46 13/08/22 15:4313/08/22 15:43 solicitamos aos estudantes que produzam uma pequena dramatização (uma cena) que reflita alguma situação vivenciada ou imaginada por eles, em relação a esse tema. Na seção Como se faz..., a turma encontra orientações para elaborar e apresentar essa cena. A seção explicita também os ganhos pedagógicos, sociais e históricos de cada atividade (criação de uma cena dra- mática, produção de mural, vídeo, fichamento, podcast, leitura de mapas etc.) na formação do estudante.26 DRAMATIZAÇÃO Dramatização é uma apresentação teatral que pode ser feita na escola ou em qualquer outro lugar, desde que nele seja possível delimitar o espaço cênico e a plateia. A dramatização pode ser individual ou envolver um número reduzido de estudantes, mas pode ser também uma representação coletiva, da qual todos os estudantes da turma participam. Ela tem como base um tema ou um texto. O texto pode ser improvisado ou previa- mente elaborado, ou mesmo ser adaptado de acordo com os objetivos a serem alcançados. Durante a dramatização, os estudantes devem utilizar a linguagem oral e corporal. Confira a seguir algumas etapas que podem auxiliar na realização de uma dramatização. COMO FAZ...SE 1O passo Escolha do tema e definição dos objetivos Com base nas discussões em sala de aula e nas orientações do professor, o grupo deve escolher o tema da dramatização. Para isso, deve-se levar em conta: a) se há condições para que ela seja encenada; b) se ela é coerente com o objetivo do trabalho. Nesta etapa, é importante pensar sobre: • que mensagem o grupo pretende transmitir; • quais são os recursos materiais e humanos disponíveis; • quanto tempo se tem para realizar a dramatização; • onde ela será encenada. 2O passo Distribuição de funções Depois de estabelecer um objetivo a ser alcançado com a dramatização, é preciso definir que função cada integrante do grupo desempenhará de acordo com suas habilidades (diretor, roteirista, ator, cenógrafo) e o tipo de texto que servirá de base para a apresentação. O texto pode ser: • previamente elaborado; nesse caso, ele pode sofrer cortes ou acréscimos; • um texto dramático criado pelos estudantes com base em conteúdos já estudados; • uma adaptação de texto narrativo transformado em texto dramático. 250 D3-HIST-F2-2108-V6-250-272-FINAIS-LA-G24.indd 250D3-HIST-F2-2108-V6-250-272-FINAIS-LA-G24.indd 250 08/06/22 18:4008/06/22 18:40 3O passo Elaboração do roteiro O roteiro deve conter todas as informações sobre a dramatização: resumo da história, descrição dos cenários e das personagens (suas falas e cenas). Na elaboração de um roteiro de texto dramático, deve-se considerar: • a definição dos momentos mais representativos da ação; • as personagens (protagonistas e coadjuvantes); • as caracterizações físicas e psicológicas das personagens, que devem ser bem perceptíveis; • a utilização de trajes, adereços, modos de falar e andar que possam ajudar na caracterização das personagens. A adaptação de um texto narrativo a um texto dramático deve levar em conta os seguintes aspectos: • a existência ou não de um narrador; • a distinção entre personagens principais e secundárias; • a necessidade de transformar texto narrativo em falas das personagens. 4O passo Preparação Esta etapa envolve: • a distribuição de papéis; • a escolha e a preparação de adereços para as personagens e para o espaço cênico; • a construção do cenário, a confecção das roupas e a instalação de som e luz, entre outros recursos audiovisuais; • a organização do espaço onde vai ser feita a representação cênica. 6O passo Encenação Antes da encenação, é importante que você e os colegas fiquem tranquilos e tenham clareza de que se trata de teatro amador, ou seja, todos estão aprendendo e, nesse processo, é natural que cometam algumas falhas. Após a exibição, organizem uma roda de conversa para ouvir sugestões e críticas do público. O grupo pode avaliar se os resultados alcançados estão de acordo com o objetivo inicial do trabalho e falar sobre a experiência de representar as personagens. 5O passo Ensaio Antes da apresentação oficial, é necessário ensaiar a dramatização, exercitando as falas e as ações das personagens, e testando os cenários e os equipamentos. Os estudantes envolvidos com a direção e o roteiro devem aproveitar esse momento para fazer os ajustes necessários. A troca de opiniões e as sugestões de todos são importantes nesta etapa de montagem da dramatização, e o ambiente dos ensaios e da apresentação deve ser calmo e organizado. Espetáculo Quem roubou o branco do mundo?, de Luciano Luppi, encenado pelo Projeto Identidade, grupo de teatro da Escola Municipal de Teatro de Três Lagoas (MG), 2013. ES PE TÁ CU LO "Q UE M R OU BO U O BR AN CO D O M UN DO ?" D O AU TO R LU CI AN O LU PP I. PR OJ ET O ID EN TI DA DE - GR UP O DE T EA TR O / E SC OL A M UN IC IP AL D E TE AT RO (U FM S/ TR ÊS L AG OA S/ M S) N ÚC LE O DE C RI AN ÇA S E AD OL ES CE NT ES - 2a T UR M A, 2 01 3 (D IR EÇ ÃO : K AR OL IN E FE RR EI RA E FE LI PE C IT RO ) 251 D3-HIST-F2-2108-V6-250-272-FINAIS-LA-G24.indd 251D3-HIST-F2-2108-V6-250-272-FINAIS-LA-G24.indd 251 08/06/22 18:4008/06/22 18:40 2.3 • O trabalho com documentos 2.3.1 • Diversidade de fontes Ao longo de toda a coleção, procuramos desenvolver um trabalho consistente com diversos tipos de documentos. Como apresentado na BNCC, eles são fundamentais para o entendimento da História. Entre outros aspectos são capazes de facilitar a compreensão da relação tempo e espaço e das relações sociais que os geraram. Os registros e vestígios das mais diversas naturezas (mobiliário, instrumentos de trabalho, música etc.) deixados pelos indivíduos carregam em si mesmos a experiência humana, as formas específicas de produção, consumo e circulação, tanto de objetos quanto de saberes. Nessa dimensão, o objeto histórico transforma-se em exercício, em laboratório da memória voltado para a produção de um saber próprio da história. (BRASIL, 2018, p. 398). 26 No volume 6, a seção Como se faz... abrange dez atividades procedimentais. XLVII D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 47D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 47 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 Para a realização de uma efetiva análise documental em sala de aula, é necessário criar oportunidades para que essas fontes sejam contextualizadas e problematizadas, de modo que a turma reflita sobre a constituição e a natureza desses documentos, bem como seja capaz de questioná-los e de perceber quais respostas e informações eles podem ou não fornecer. Um dos momentos privilegiados para evidenciar ao estudante a natureza dos documentos é a seção Raio X. Presente em alguns capítulos, ela explora o desenvolvimento do pensamento histórico, destacando as particularidades do trabalho do historiador e a forma como esse profissional utiliza os registros para construir suas reflexões e análises. Em diversos momentos da coleção, o estudante é convidado a exercitar a leitura interpretativa. É o caso das atividades que se encontram no meio27 e no final de capítulos,28 assimcomo as do fechamento das unidades,29 onde são apre- sentados documentos de diferentes naturezas para que ele faça leituras, comparações e inferências. Ou seja, a coleção desenvolve um trabalho bastante consistente com variados tipos de documentos. 2.3.2 • Imagens: uma alfabetização necessária A coleção promove estudos e atividades pedagógicas sistematizadas com imagens, por acreditarmos que sua leitura e análise são habilidades extremamente importantes no mundo atual e que, em geral, são relegadas a segundo plano no saber escolar. Nesse aspecto, sempre que possível, reforçamos o papel das imagens como fontes históricas, auxiliando o estudante a reconhecê-las como representações do passado (ou do presente), e não como cópia fiel da realidade conforme costumam ser vistas. Também foi nossa preocupação selecionar imagens que refletissem a produção iconográfica de diferentes regiões do mundo, em tempos distintos, e que representassem técnicas variadas, como pinturas, desenhos, gravuras, fotografias, murais, charges, entre outros. A iconografia da coleção é, portanto, mais um recurso para a leitura e a compreensão de temas, fatos, processos, conceitos e realidades estudados ao longo de todas as unidades. A imagem foi uma das primeiras formas encontradas pelo ser humano para registrar informações. Nas cavernas, foram desenhados sonhos, desejos, medos, magias e conceitos. Desde então, seu poder intensificou-se, e hoje vivemos em um mundo saturado das mais diversas imagens. Elas são veiculadas na TV, no cinema, em propagandas impressas ou ao ar livre; nas histórias em quadrinhos; nos videogames; na internet etc. As selfies, fotografias tiradas de si próprio, podem, por exemplo, ser compartilhadas em redes sociais e gerar a divulgação instantânea do acontecimento em milhões de outros aparelhos. Esse fenômeno, inclusive, é estudado como manifestação de novas relações identitárias. Embora vivamos em um mundo cada vez mais imagético, é fato que boa parte das crianças e dos jovens encontra difi- culdades para compreender essas imagens e, principalmente, para refletir sobre sua relevância e seu significado. É necessário prepará-los, por exemplo, para identificar e reagir adequadamente a situações como o ciberbullying – um tipo de bullying virtual caracterizado pela rápida propagação de imagens associadas a injúrias e outros insultos em redes sociais.30 Entre essas e outras questões importantes e urgentes, torna-se essencial ainda instrumentalizar os estudantes para reconhecer a objetificação dos corpos femininos nos espaços de mídias como uma expressão de violência contra a mulher, que se agrava por estimular outras práticas violentas e discriminatórias. Para auxiliar no enfrentamento dessas questões desafiadoras do tempo presente, adotamos o trabalho sistemático de análise de imagens como uma das premissas metodológicas desta coleção. Assim, esperamos contribuir com a reflexão sobre a produção imagética do passado e para a promoção de uma postura proativa e saudável em relação à produção e ao consumo de imagens na atualidade. Na seção Olho vivo, a leitura de imagens reflete não apenas sobre o tema representado mas também sobre a com- posição da obra, seu estilo e as relações das condições de produção e de consumo com o contexto histórico no qual as imagens foram criadas. Destacam-se os propósitos dos autores dessas obras e procura-se desvendar o caráter arbitrário e ideológico presente nessas produções iconográficas. 27 Exemplos: 6o ano = capítulo 2: na atividade sobre pinturas rupestres; capítulo 7: na análise de vestígios históricos gregos; 7o ano = capítulo 1, no trecho da Carta Magna. 28 Exemplos: 6o ano = final do capítulo 7: atividade de leitura de mapas e texto contemporâneo sobre a Antiguidade Clássica e novas possíveis abordagens; 7o ano = final do capítulo 4, no trecho extraído do livro de Ricardo da Costa. 29 Exemplos: 6o ano = fechamento da unidade 3; 7o ano = fechamento da unidade 1. 30 O site brasileiro da associação civil sem fins lucrativos Safernet ([2005]), criada para promover a defesa dos Direitos Humanos na internet, tem uma série de orientações e relatos sobre situações que envolvem imagens de crianças e adolescentes na rede mundial. XLVIII D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 48D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 48 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 – Imagem condutora Outro trabalho desenvolvido na coleção é o que chamamos de imagem condutora. Trata-se do uso de imagens como “espinha dorsal” para a construção de alguns capítulos (ou parte deles). Para isso, as imagens se configuram em instrumento pedagógico para a construção do conhecimento. Nesses casos, inicialmente, apresentamos a imagem completa, com informações sobre origem, produção, técnica, autoria, objetivo e ausências, por exemplo. Dessa forma, reforçamos o papel do documento histórico, assim como o caráter parcial de sua construção. O trabalho com a imagem condutora prossegue nas páginas seguintes, nas quais são reproduzidos detalhes da imagem original com o objetivo de contribuir para as reflexões do capítulo. Mais do que mera ilustração do texto, a imagem condutora é protagonista do conhecimento, pois evidencia informações e detalhes que, além de atraentes à faixa etária, são capazes de “traduzir”, de modo simples, mas eloquente, muitos acontecimentos históricos. Essa abordagem aprimora a acuracidade do olhar e do senso crítico dos estudantes, que podem assim compreender o papel das imagens como fontes de investigação do passado e instrumentalizar-se para desvendá-las na coleção e em seu cotidiano. 2.4 • As unidades conceituais Os conceitos são o fio condutor que articula todos os capí- tulos de cada unidade. No sentido aqui utilizado, são entendidos como uma formulação abstrata e geral, que tem como finalidade tornar algo ou uma ideia inteligível. Os conceitos são dinâmicos, têm historicidades, sendo, portanto, repertórios vivos. Nesta coleção, a intenção é usá-los de acordo com a capacidade de compreensão/apreensão da faixa etária. Eles foram escolhidos considerando-se dois critérios principais: o primeiro é sua relevância para a compreensão do mundo contemporâneo; o segundo é a pertinência, isto é, a relação que tal conceito guarda com os contextos históricos tratados nos capítulos, por ter surgido neles ou porque neles passaram por importante difusão e utilização. A coleção adota a perspectiva da história cronológica e inte- grada, mais familiar às salas de aula brasileiras e balizada também na BNCC. No entanto, a organização das unidades por eixos conceituais abre possibilidades para um processo de significação pedagógica e histórica bastante fecundo, que permite ir além da abordagem linear e sequencial dos conteúdos com os estudantes.31 Em termos práticos, o vínculo entre os capítulos e os concei- tos-chave da unidade (ou seja, entre a apresentação da história cronológica e os conceitos) é estabelecido por meio de recursos que envolvem diversos processos cognitivos. Um deles é o texto de abertura de unidade, que se apresenta em duas duplas de páginas: em geral, começamos com uma imagem que represente o conceito a ser trabalhado na unidade, seguida de exemplos ou situações do cotidiano, sugerindo aos estudantes que o assunto abordado também diz respeito a eles e à sociedade na qual vivemos (contextualização). Na sequência, apresentamos o conceito-chave e o problematizamos para relacioná-lo ao conteúdo dos capítulos presentes naquela unidade. A abertura de unidade conta ainda com perguntas que mobilizam o conhecimento prévio 31 A forma como esse trabalho conceitual está desenvolvido não se confunde com a perspectiva da história temática, uma vez que esta, em geral, busca criar relações entre várias temporalidades em um mesmo momento ou análise (no caso do livro didático, quase sempre no capítulo). Em vez disso, esta coleção mantém a cronologia e a perspectiva integrada (que permeia a história de várias regiõesdo planeta), inserindo, nessa relação, a reflexão de alguns conceitos centrais das Ciências Humanas, que são caros ao nosso presente. Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) Os Temas Contemporâneos Transversais têm uma estrutura muita parecida com as unidades conceituais, pois atravessam diversos conteúdos, temáticas etc. Muitas vezes, são utilizados como eixos integradores, para dar significado e relevância aos conteúdos escolares, visando à construção da cidadania e à formação de atitudes e valores. A coleção apresenta múltiplas possibilidades didático- -pedagógicas para abordagem dos TCTs (cujos temas são Meio Ambiente; Multiculturalismo; Ciência e Tecnologia; Economia; Saúde; e Cidadania e Civismo), como em atividades, aberturas de capítulos1 etc. Assinalamos ainda que, nas orientações específicas deste Manual do Professor, todas as aberturas de unidade referentes ao Livro do Estudante contêm uma seção na qual são destacados os TCTs abordados e seus respectivos conteúdos. 1Alguns exemplos de trabalho com os TCTs na coleção: Meio Ambiente = 6o ano: capítulos 2, 3, 6 e 8; 7o ano: capítulos 4 e 5; Multiculturalismo = 6o ano: capítulos 1 e 2 e toda a unidade 4; 7o ano: capítulos 1, 2 e 3; Ciência e Tecnologia = 6o ano: unidade 1; 7o ano: capítulos 2 e 3; Economia = 6o ano: capítulo 10; Saúde = 6o ano: capítulo 10; Cidadania e Civismo = 6o ano: capítulos 4 e 8; 7o ano: capítulo 2. XLIX D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd 49D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd 49 13/08/22 15:4313/08/22 15:43 dos estudantes, auxiliando o trabalho diagnóstico do professor. Essa discussão dos conceitos-chave de cada unidade continua no interior dos capítulos, podendo aparecer tanto no texto principal, em boxes e seções, quanto nas atividades. Na seção Vamos falar sobre..., situada no final de alguns capítulos, retomamos os conceitos propondo ligações mais diretas com o que acabou de ser estudado. Na seção Fechando a unidade, por meio da análise de documentos diversificados (depoimentos, reportagens, imagens, textos literários etc.), o estudante é convidado a sistematizar seus conhecimentos sobre os conceitos-chave e ampliá-los sob uma perspectiva, quase sempre, interdisciplinar. Um exemplo dessa proposta é a unidade 3, do volume 6, cujo conceito central é política. Os capítulos dessa unidade tratam das civilizações grega e romana, nas quais a concepção de política teve origem. A abertura dessa unidade, o texto e as imagens despertam a atenção para um sentido mais amplo da palavra “política”, que não se restringe apenas ao ato de votar. Ao longo dos dois capítulos da unidade e em seu fechamento, o conceito é abordado e problematizado de diversas formas. 3 Reflexões sobre tipos de avaliação As questões relacionadas à avaliação, embora inerentes ao cotidiano dos professores, por vezes, tornam-se preocu- pantes: avaliar o que, como, para que, em que momento? Para os estudantes, o assunto é igualmente tenso e, não raro, desencadeador de crises e inseguranças diversas que podem extrapolar até mesmo a sala de aula. Segundo o educador Cipriano Luckesi (2018), em uma educação mais tradicional, o exercício pedagógico tem se constituído como “pedagogia do exame”, e não como pedagogia do ensino-aprendizagem. Isso porque, muitas vezes, a avaliação se traduz em ações com uma finalidade única: aprovação ou retenção do estudante. Para romper essa visão utilitária da avaliação e transformá-la em uma ferramenta efetiva do processo de ensino- -aprendizagem, é preciso rever esse processo e adotar novas práticas. O que acreditamos é que ela é uma etapa fundamental no percurso da aprendizagem, considerando que, por meio de diversos recursos e modalidades de avaliação, os estudantes compreendem melhor seu desenvolvimento intelectual e o professor é capaz de identificar a eficácia de seus métodos, dos materiais utilizados e das dinâmicas empregadas. Também é por meio dos processos avaliativos que os sistemas de ensino dos municípios, dos estados e dos países conseguem identificar e traçar políticas educacionais. São as chamadas avaliações de larga escala, como a do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). Os indicadores de qualidade produzidos pelas análises dessas avaliações32 permitem compreen- der o desempenho do aluno, associado às contingências sociais, à estrutura e às condições da escola que definem o bom desempenho. Revelam também como a formação do professor está relacionada com o rendimento do aluno e como o nível socioeconômico da clientela escolar é decisivo no desem- penho acadêmico individual. (SOUSA; FERREIRA 2019, p. 16). Sob esse olhar, podemos dizer que tanto avaliações externas como internas são importantes para a melhoria da educação. No entanto, nenhuma delas pode ter um fim em si mesma. As avaliações praticadas na escola, sobre as quais estamos nos debruçando aqui, devem ser uma ferramenta de análise para o professor, um ponto de partida e de chegada do processo pedagógico, indo muito além de provas, trabalhos e outras atividades formais. Como reforça a BNCC: [...] no cotidiano escolar, as provas são as atividades de avaliação mais comuns, sob a justificativa de que os estudantes precisam ser preparados para enfrentar o mundo, do qual as provas fazem parte. [...] Os estudantes se deparam, em suas vidas presentes, com desafios diferentes [...] Os desafios enfrentados por nós, nas diferentes esferas da vida (cotidiana, escolar, mundo do trabalho etc.), exigem a mobilização de diferentes conhecimentos. Por isso, os processos de avaliação da aprendizagem também podem e devem se orientar pela lógica de atenção à natureza dos conteúdos ensinados por meio de diferentes tipos de atividade. (BRASIL, [20--]d). 32 Conforme apontado por Sousa e Ferreira (2019), a esse respeito, consultar a revista Estudos em Avaliação Educacional, São Paulo, v. 27, n. 66, set./dez. 2016. Disponível em: https://publicacoes.fcc.org.br/eae/issue/view/334. Acesso em: 14 jun. 2022. L D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 50D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 50 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 3.1 • Práticas avaliativas A seguir, vamos apontar algumas possibilidades de um processo avaliativo para a sala de aula. São propostas teóricas e metodológicas que têm como objetivos atualizar a prática docente e auxiliar reflexões. Independentemente do tipo de avaliação, o importante é coletar informações sobre o que o estudante já conhece e domina, bem como sobre suas necessidades para avançar na aprendizagem não apenas de conteúdos mas também de competências. Sobre esse tema, o sociólogo Philippe Perrenoud aponta alguns aspectos que precisam ser considerados: [...] a avaliação das competências não descartará uma observação qualitativa dos fatos e gestos, palavras, raciocínios, hesitações, estratégias, decisões, caminhos do sujeito frente a um problema. [...] Tal observação passa necessariamente por um diálogo, solicita uma parte importante de autoa- valiação ou, pelo menos, de explicitação. Faz o aluno e o professor entrarem na complexidade e afasta definitivamente da busca e da discriminação dos erros. Trata-se [...] de tentar compreender como se é envol- vido, em quais momentos poder-se-ia ter considerado outras hipóteses ou adotado outros procedimentos. Em resumo, algumas características da avaliação de competências são a observação qualitativa, o diálogo constante entre estudante e professor ou entre pares, a autoavaliação (que trataremos a seguir), a compreensão do erro e a análise crítica de uma prática de identificação e resolução de problemas. [...]. (PERRENOUD, 1999, p. 166-167). Em termos práticos, existem avaliações de diversas naturezas, que podem acontecer de variadas formas, como: avaliação diagnóstica, formativa, mediadora; a avaliação da produção (do percurso – portfólios digitais, narrativas, relatórios, observação); avaliação por rubricas (competências pessoais, cogniti-vas, relacionais, produtivas); avaliação dialógica; avaliação por pares; autoavaliação; avaliação on-line; avaliação integradora, entre outras. Os alunos precisam demonstrar na prática o que aprenderam, com produções criativas e socialmente relevantes que mostrem a evolução e o percurso realizado. (MORAN, 2018, p. 10). A seguir, há um diagrama com algumas sugestões de avaliações que podem se adequar às necessidades e às práticas de sala de aula; mais adiante, encontra-se um detalhamento de cada uma. Elaborado com base em: RAYMUNDO, Gislene Miotto Catolino. A avaliação na EaD. [Florianópolis]: IFSC, [20--]. 1.1 Discussões teóricas. Disponível em: moodle.ifsc.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=324567. Acesso em: 11 jul. 2022. AVALIAÇÃO Antes e durante o ensino Durante o ensino Depois do ensino Diagnóstica Formativa Somativa Tipos de avaliação ED IT OR IA D E AR TE LI D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd 51D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd 51 13/08/22 15:4313/08/22 15:43 https://moodle.ifsc.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=324567 3.1.1 • Avaliação diagnóstica A avaliação diagnóstica é usada para identificar o que um estudante sabe e em quais aspectos está defasado. Normalmente, acontece no início de um novo segmento da Educação Básica ou no início de uma nova sequência didática do professor e abrange tópicos que serão ensinados aos estudantes nas próximas aulas. Os professores utilizam as informações das avaliações diagnósticas para nortear o que e como ensinar. Com a aplicação dessa técnica, eles passarão mais tempo ensinando as habilidades nas quais seus estudantes enfrentam mais dificuldades de acordo com os resultados obtidos. Ela também pode ser uma ferramenta útil para os pais/cuidadores. O feedback recebido pelos estudantes nessas avaliações aponta que tipo de conteúdo eles trabalharão em aula e permite aos pais/cuidadores (no caso de menores de 18 anos) prever quais as habilidades ou as áreas em que as crianças/adolescentes poderão enfrentar dificuldades. Mapear os conhecimentos prévios dos estudantes é uma tarefa que deve ir além da pergunta clássica: você conhece ou já ouviu falar? É preciso criar estratégias para que eles tenham condições de se expressar livremente, com respeito e segurança, e de fato consigam demonstrar o entendimento, as competências e as habilidades sobre determinado assunto. Para avaliar, uma das melhores estratégias é propor situações-problema. Outras opções que podem ser solicitadas aos estudantes: • desenhos e esquemas representativos; • rodas de conversa; • produções iniciais de texto; • análises de casos e situações; • encenações e dramatizações; • desafios de lógica. (BRASIL, [20--]d). Na coleção, no início de cada unidade existe um boxe com questões de análise de aprendizagens prévias, pelo qual é possível fazer uma avaliação diagnóstica de conhecimentos, interesses e habilidades da turma. Também em cada capítulo, ao contextualizarmos dada situação ou realidade, pode ser solicitado que os estudantes explicitem seus conhecimentos sobre o tema tratado, tendo em vista os objetivos a serem alcançados.33 Nesse momento, podem-se registrar as conclusões iniciais de cada um, a fim de retomá-las ao final do estudo com o objetivo de que os estudantes façam correções e complementações necessárias. 3.1.2 • Avaliação formativa A avaliação formativa é um dos pressupostos teóricos e metodológicos que definem um tipo de avaliação no qual o mais relevante não é mensurar, atribuir nota ou conceito, mas obter informações sobre a aprendizagem de cada estudante, com a finalidade de ajudá-lo a avançar e aprender. Uma avaliação como essa deve balizar todo o trabalho desenvolvido em sala de aula, desde a adequação do planejamento até a análise do desempenho dos estudantes e das situações de ensino. Esse tipo de avaliação é visto como um processo, ou seja, como um conjunto de instrumentos capazes de avaliar diferentes aspectos e momentos da aprendizagem. É importante, para isso, incentivar a participação do estudante, explicitando os critérios nos quais se baseia a avaliação, os meios utilizados para isso e, sobretudo, os objetivos a serem alcançados. Como afirma a pedagoga Leonor Santos (2016, p. 641): “a avaliação formativa é sobretudo interativa, desenvolvendo- -se a par e passo com as atividades de aprendizagem e a reflexão sobre essas, isto é, no quotidiano da sala de aula. Usando uma expressão frequentemente usada por Wiliam (2013), é uma avaliação que ocorre ‘dia-a-dia, minuto-a-minuto’”. 33 Exemplos: 6o ano = abertura da unidade 2: quando estudante é convidado a refletir sobre a importância das regras para a vida em sociedade e relacionar com suas experiências prévias; na abertura da unidade 3: ao instigar o estudante a associar o tema em estudo com as práticas da comunidade onde ele vive. 7o ano = capítulo 7: em vários momentos, quando o estudante é convidado a expor seus conhecimentos prévios sobre mitologia grega, escravidão, cidadania e democracia. LII D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 52D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 52 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 – Características e propostas de avaliação formativa O professor Charles Hadji (2001) é um dos autores que tratam da avaliação formativa. Ele aponta três características principais do modelo. • Primeira: o fato de ser uma avaliação informativa, que oferece dados sobre a condução do processo de ensino-aprendizagem. • Segunda: característica decorrente da primeira, é a possibilidade de permitir ao professor uma reflexão sobre seu trabalho com base nos dados fornecidos pelos estudantes. Da mesma forma, os estudantes também podem tomar consciência de suas dificuldades, possibilitando a ambos o reconhecimento e a correção dos seus erros. • Terceira: é a função “corretiva” desse tipo de avaliação, que é resultado da existência da variabilidade didática, sobre a qual Hadji (2001, p. 48) afirma que: [...] o professor, assim como o aluno, deve poder “corrigir” sua ação, modificando, se necessário, seu dispositivo pedagógico, com o objetivo de obter melhores efeitos por meio de uma maior “varia- bilidade didática”. A avaliação formativa implica, por parte do professor, flexibilidade e vontade de adaptação, de ajuste. Este é sem dúvida um dos únicos indicativos capazes de fazer com que se reco- nheça de fora uma avaliação formativa: o aumento da “variabilidade didática”. Uma avaliação que não é seguida por uma modificação das práticas do professor tem poucas chances de ser formativa! [...] As correções a serem feitas com o objetivo de melhorar o desempenho do aluno, e que con- cernem, portanto, tanto à ação de ensino do professor quanto à atividade de aprendizagem do aluno, são escolhidas em função da análise da situação, tornada possível pela avaliação formativa. O remédio baseia-se no diagnóstico, o que permite aos atores retificar as modalidades da ação em andamento. A avaliação formativa, portanto, insere-se em um processo de ensino-aprendizagem. E, como vimos, esse processo não é uniforme e depende dos conhecimentos e competências desenvolvidos anteriormente pelos estudantes. Por isso, para Hadji (2001), o que de fato atesta a prática de uma avaliação formativa é a existência da variabilidade didática, que decorre da obtenção de informação sobre o que e como o estudante aprende. Em outras palavras, em um processo de avaliação formativa, obtemos informações que auxiliarão no aprendizado de diferentes estudantes. Consequentemente, é necessário pensar em propostas diferenciadas, porque quando a variabilidade didática não acon- tece, o processo pode ter sido presidido por uma intenção formativa, mas que não se concretizou de fato. A seguir, apresentamos algumas propostas de avaliação contínua que podem servir como ferramenta para uma avaliação formativa e ponto de partida para o professor. Essas propostas se baseiam nas unidades conceituais nas quais a obraestá organizada. Podem ser provas orais ou escritas, testes, seminários, produção de textos, análise de filmes, produção de mapas, práticas de pesquisa, visitas etc. a) Avaliação no início da unidade: busca fornecer informações sobre o nível de conhecimento dos estudantes em relação ao conceito discutido na unidade. Sugerimos que, por meio das questões propostas na abertura, o professor faça uma análise das aptidões, dos conhecimentos e dos interesses da turma, tendo em mente os objetivos que pretende alcançar. b) Avaliação no decorrer da unidade: possibilita verificar o processo de aquisição de conhecimentos, o desenvolvimento da capacidade de observar e interpretar criticamente a realidade, bem como a validade das estratégias pedagógicas utilizadas. Pode ser feita cotidianamente, pela participação e pelo empenho da turma em trabalhos individuais ou coletivos, orais ou escritos, em pesquisas, debates, provas etc. c) Avaliação ao final da unidade: tem como objetivo diagnosticar a capacidade de assimilar os conhecimentos traba- lhados ao longo da unidade e a compreensão do conceito estudado. Muitas das atividades que constam no Livro do Estudante, assim como as atividades complementares e propostas de avaliação que estão no Manual do Professor podem ser usadas como avaliação. Além dessas, há avaliações por unidade de estudo de cada ano escolar, que se encontram neste manual, no tópico Avaliações do volume. LIII D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 53D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 53 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 3.1.3 • Avaliação somativa A avaliação somativa é normalmente realizada ao final de um programa de estudos. Pode ser mensal, bimestral, trimestral ou semestral. Seu objetivo é mensurar quanto os estudantes aprenderam por meio da aplicação de provas escritas ou orais, testes, seminários, relatórios, produção de textos, entre outros instrumentos. Com os resultados desses diferentes instrumentos, o professor pode estabelecer uma nota ou um conceito para cada estudante. Ou seja, seu objetivo primordial é registrar ou reportar. Na coleção, as atividades apresentadas no decorrer ou no final das unidades e dos capítulos, bem como as “provas” que estão a seguir, podem ser utilizadas para a aplicação de avaliações somativas. Cabe lembrar que as avaliações formativa e somativa podem ser complementares. A somativa classifica os estudantes pela quantidade de conhecimentos que eles dominam e é usada também fora da escola (com estudantes mais velhos, por exemplo, em concursos, exames ou vestibulares); enquanto a formativa se preocupa mais com os aspectos qualitativos do processo de ensino-aprendizagem, sendo muito adequada no dia a dia da sala de aula. Para todos os exemplos de avaliação aqui citados é importante reforçar que: “Cada atividade precisa estar acompanhada de um registro reflexivo do professor, com comentários sobre a interação do estudante com a atividade, seus avanços e dificuldades” (BRASIL, [20--]d). Assim, o desenvolvimento do processo avaliativo exige respostas às questões apresentadas no diagrama a seguir. Elaborado com base em: NOGUEIRA, Danielle Xabregas Pamplona; JESUS, Girlene Ribeiro de. Avaliação: definições iniciais. [S. l.], [20--]. Disponível em: http://forumeja.org.br/sites/forumeja.org.br/files/tipos%20e%20etapas.pdf. Acesso em: 23 jun. 2022. O que avaliar? - Grau de desenvolvimento das capacidades. - Aquisição de conhecimentos, procedimentos e atividades. - Agentes, processos e resultados. Quem avalia? - Professores e estudantes: - Autoavaliação - Heteroavaliação - Coavaliação - Administração educacional. Quando avaliar? - Inicial: diagnóstica - Formativa: reguladora - Final: somativa Como avaliar? - Grau de consecução dos conteúdos manifestado nos critérios, no planejamento da avaliação. - Conforme critérios profissionais. - Segundo configuração e planejamento prévios. Por que avaliar? - Adequar a atuação didática às necessidades dos estudantes. - Tomada de decisões, promoção, graduação etc. - Classificação e certificação. Com que avaliar? - Utilizando técnicas de observação, prova objetiva, pesquisas, entrevistas, evocação etc. - Com o suporte de instrumentos adequados. CIRCUNSTÂNCIAS DA AVALIAÇÃO LIV D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 54D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 54 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 3.1.4 • Autoavaliação No fechamento de cada etapa do processo avaliativo, seja ela feita por blocos de conteúdos, seja associada a períodos escolares, incentivamos a prática de uma autoavaliação, momento em que o estudante pode fazer um balanço do próprio aproveitamento, contando com o acompanhamento do professor. Para viabilizar a autoavaliação, deve-se explicar, no início do trabalho com a turma, os objetivos mínimos a serem alcançados. Durante esse processo, retome os temas estudados naquele período, assim como as atividades realizadas, e relembre os objetivos preestabelecidos. Esses dados servirão de parâmetro para a autoavaliação, que pode ser oral ou escrita. É importante lembrar que nem todos os estudantes se sentem suficientemente à vontade ou seguros para se expor diante do grupo, característica que deve ser respeitada. Existem muitos modelos de autoavaliação; verifique uma possibilidade no quadro a seguir. Sugestão de autoavaliação para os estudantes Elementos do processo de pensamento Penso e faço conexões de maneira independente Penso de maneira independente Começo a pensar de maneira independente com a ajuda de outras pessoas Frequentemente preciso de alguém para me ajudar Preciso de alguém para me ajudar o tempo todo Imaginação Penso em novas ideias ou coisas. Uso minhas ideias para criar algo que se conecte com ou- tras ideias. Compar- tilho minhas ideias. Uso minhas ideias para criar algo e compartilho isso. Com uma pequena ajuda, uso minhas ideias e as de ou- tras pessoas para criar algo e com- partilho isso. Com alguma ajuda, copio partes das ideias de outros e as altero um pouco para criar algo e compartilho isso. Copio as ideias de outras pessoas com ajuda para criar algo. Questionamento Faço perguntas. Faço perguntas du- rante todo o pro- cesso e estabeleço conexões entre di- ferentes ideias ou com partes do que estou aprendendo. Faço perguntas re- lacionadas ao tópi- co. Descubro per- guntas e respostas para orientar meus próximos passos. Adiciono ou altero as perguntas do professor para des- cobrir e aplicar no- vas informações. Altero partes dos questionamentos do professor para me ajudar a desco- brir informações. Uso os mesmos questionamentos do professor para des- cobrir informações. Elaborado com base em: VINCENT-LANCRIN, Stéphan et al. Desenvolvimento da criatividade e do pensamento crítico dos estudantes: o que significa na escola. Tradução: Carbajal Traduções. São Paulo: Fundação Santillana, 2020. Disponível em: https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/documentos/instituto-ayrton-senna-documento-ocde- traduzido.pdf. Acesso em: 14 jun. 2022. É fundamental apoiar-se nos resultados do processo avaliativo para discutir conquistas e dificuldades, a fim de decidir posteriores mudanças. A respeito dessa função autorreguladora da avaliação, César Coll e Elena Martín (2009, p. 214) afirmam: As atividades de avaliação deveriam atender mais a essa possível e desejável função autorre- guladora por meio de uma apresentação prévia clara e explícita daquilo que se pretende avaliar, das finalidades perseguidas e da análise posterior dos resultados obtidos. [...] Se “aprender a aprender” implica desenvolver a capacidade de utilizar os conhecimentos adquiridos em toda sua capacidade ins- trumental para adquirir novos conhecimentos, não há dúvida de que o desenvolvimento e a aquisição de procedimentos de autorregulação do processo de construção de significados são um componente essencial dessa meta educacional.LV D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 55D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 55 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 4 Referências bibliográficas consultadas e recomendadas ALBERTI, Verena. Algumas estratégias para o ensino de história e cultura afro-brasileira. In: PEREIRA, Amilcar Araújo; MONTEIRO, Ana Maria (org.). Ensino de História e culturas afro-brasileiras e indígenas. Rio de Janeiro: Pallas, 2013. p. 53. O capítulo escrito por Verena Alberti provoca a reflexão sobre o ensino da história das relações raciais com base na literatura sobre o tema. A autora afirma a importância de mostrar que a história da população negra vai além da escravidão, da pobreza ou da submissão. ALEGRO, Regina Célia. Conhecimento prévio e aprendizagem significativa de conceitos históricos no Ensino Médio. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Marília: 2008. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/102251/alegro_rc_dr_mar.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 12 jul. 2022. Embora a pesquisa seja com estudantes do Ensino Médio, as reflexões sobre aprendizagem significativa e sobre conhecimentos prévios para novas aprendizagens são pertinentes à educação como um todo. BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico- -prática. Campinas: Papirus, 2012. Diversos autores analisam práticas pedagógicas, tanto na educação básica como no ensino superior, relacionadas à aplicação das metodologias ativas. BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico- -prática. Porto Alegre: Penso, 2018. (Série Desafios da Educação). Disponível em: https://curitiba.ifpr.edu.br/wp-content/ uploads/2020/08/Metodologias-Ativas-para-uma-Educacao-Inovadora-Bacich-e-Moran.pdf. Acesso em: 23 jun. 2022. Versão digital da coletânea publicada em 2012. BERGMANN, Jonathan; SAMS, Aaron. A sala de aula invertida: uma metodologia ativa de aprendizagem. Tradução: Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: LTC, 2016. Os autores apresentam a metodologia da sala de aula invertida como espaço de esclarecer dúvidas, realizar atividades, trocar conhecimentos e fixar a aprendizagem. BEZERRA, Holien Gonçalves. Ensino de História: conteúdos e conceitos básicos. In: KARNAL, Leandro (org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2008. p. 37-48. O capítulo escrito por Holien Gonçalves Bezerra aborda o que os professores devem selecionar e quais conceitos enfatizar na elaboração das suas aulas de História. BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008. Obra cujo eixo é o programa do curso de Metodologia de Ensino de História na Faculdade de Educação da USP, acrescido de questões relativas ao ensino de História para as séries iniciais. BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício de historiador. Tradução: André Telles. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. Obra clássica da historiografia escrita pelo historiador francês Marc Bloch (1886-1944), esse livro de metodologia da História foi publicado postumamente, em 1949, com a organização de Lucien Febvre. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 25 jun. 2022. A Carta Magna serve de parâmetro para as demais legislações do país. BRASIL. Decreto-lei no 869, de 12 de setembro de 1969. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto- lei/1965-1988/del0869.htm. Acesso em: 18 nov. 2019. Decreto-lei (atualmente revogado) que criou as disciplinas de Educação Moral e Cívica (EMC) e Organização Social e Política do Brasil (OSPB). BRASIL. Lei no 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1o e 2o graus, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 ago. 1971. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/l5692.htm. Acesso em: 25 jun. 2022. Lei que, durante a ditadura civil-militar, regulou o ensino de 1o e 2o graus, atuais ensinos Fundamental e Médio. LVI D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd 56D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd 56 13/08/22 15:4313/08/22 15:43 https://curitiba.ifpr.edu.br/wp-content/uploads/2020/08/Metodologias-Ativas-para-uma-Educacao-Inovadora-Bacich-e-Moran.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5692.htm BRASIL. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, ano 134, n. 248, p. 1-9, 23 dez. 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/ L9394.htm. Acesso em: 25 jun. 2022. Lei que regula e organiza a educação no Brasil e está pautada no que determina a Constituição Federal. BRASIL. Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, ano 140, n. 8, p. 1, 10 jan. 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm. Acesso em: 24 jun. 2022. Lei que determinou a inclusão no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática história e cultura afro-brasileira. BRASIL. Lei no 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Diário Oficial da União, Brasília, DF, ano 145, n. 48, p. 1, 11 mar. 2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso em: 24 jun. 2022. Lei que determinou a inclusão, no currículo oficial da rede de ensino, da obrigatoriedade da temática cultura afro-brasileira e indígena. BRASIL. Lei no 12.232, de 29 de abril de 2010. Dispõe sobre as normas gerais para licitação e contratação pela adminis- tração pública de serviços de publicidade prestados por intermédio de agências de propaganda e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, ano 147, n. 81, p. 1-3, 30 abr. 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12232.htm. Acesso em: 25 jun. 2022. Lei que estabelece que toda publicidade governamental deve ter a representação de afrodescendentes. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 5 jul. 2022. Elaborada por especialistas de todas as áreas do conhecimento, a BNCC é um documento que visa estabelecer uma base comum para toda a Educação Básica brasileira. BRASIL. Ministério da Educação. Competências socioemocionais como fator de proteção à saúde mental e ao bullying. Brasília, DF: MEC, [20--]a. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/ caderno-de-praticas/aprofundamentos/195-competencias-socioemocionais-como-fator-de-protecao-a-saude-mental-e- ao-bullying. Acesso em: 6 jun. 2022. Aborda como o manejo das emoções, por meio da educação socioemocional, pode ajudar a combater a prática do bullying. BRASIL. Ministério da Educação. Dia do Orgulho LGBT ganha espaço para debate em programa da TV Escola. Brasília, DF: MEC, [20--]b. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/homofobia. Acesso em: 22 jun. 2022. Artigo do Portal MEC com alguns dados e informações sobre o papel da escola no combate à homofobia.BRASIL. Ministério da Educação. Metodologia de pesquisa na escola. Brasília, DF: MEC, [20--]c. 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Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/ contextualizacao_temas_contemporaneos.pdf. Acesso em: 25 jun. 2022. Documento com temas e contextualização relevantes que devem transpassar toda a grade escolar para formação de todos os estudantes. CAMPELLO, Ricardo J. G. B. Introdução à ciência da computação: algoritmos. [S. l.], [20--]. Disponível em: http://wiki. icmc.usp.br/images/a/ab/Algoritmos_SCC0120.pdf. Acesso em: 25 jun. 2022. Série de slides sobre “Introdução à ciência da computação”. CAMPOS, Magaly Robalino. Ator ou protagonista: dilemas e responsabilidades sociais da profissão docente. Revista Prelac (Projeto Regional de Educação para a América Latina e o Caribe), Santiago, n. 1, p. 7-23, jun. 2005. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000144746_por. Acesso em: 22 jun. 2022. O artigo trata da questão docente, defendendo o fortalecimento do papel de protagonista dos docentes, para atender às necessidades de aprendizagem de seus estudantes, participar das mudanças e contribuir para transformar os sistemas educacionais no século XXI. CARVALHO, Anna Maria Pessoa de (coord.). O ensino de História. São Paulo: Cengage Learning, 2010. A obra discute as principais abordagens do ensino de História com base em formulações teóricas. CHICON, Patricia Mariotto Mozzaquatro; QUARESMA, Cindia Rosa Toniazzo; GARCÊS, Solange Beatriz Billig. Aplicação do método de ensino Peer Instruction para o ensino de lógica de programação com acadêmicos do curso de Ciência da Computação. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE INCLUSÃO DIGITAL, 5., 2018, Passo Fundo. Anais [...]. Passo Fundo: UPF, 2018. Disponível em: https://www.upf.br/_uploads/Conteudo/senid/2018-artigos-completos/179081.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022. Relata atividades de pesquisa realizadas com base na metodologia ativa de ensino Peer Instruction, ou “aprendizagem por pares”. COLL, César; MARTÍN, Elena. A avaliação da aprendizagem no currículo escolar: uma perspectiva construtivista. In: COLL, César et al. O construtivismo na sala de aula. 6. ed. São Paulo: Ática, 2009. (Série Fundamentos). Nesse livro, que aborda aspectos que diferenciam o construtivismo dos outros métodos de aprendizagem, os autores do capítulo em desta- que discutem o papel da avaliação no processo de aprendizagem e como esta pode desempenhar, por exemplo, uma função autorreguladora. DHEIN, Jonas Alberto; AHLERT, Edson Moacir. Aplicação do método de Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) no ensino de programação em curso técnico em Informática. Artigo (Especialização em Docência na Educação Profissional) – Universidade do Vale do Taquari, Lajeado, 12 set. 2017. Disponível em: https://www.univates.br/bdu/ bitstream/10737/2137/1/2017JonasDhein.pdf. Acesso em: 24 jul. 2022. Demonstra o uso da metodologia ativa de ensino com base em problemas com estudantes da educação profissional do curso técnico em Informática. ESTUDOS em Avaliação Educacional. São Paulo, v. 27, n. 66, set./dez. 2016. Disponível em: https://publicacoes.fcc.org. br/eae/issue/view/334/140. Acesso em: 12 jul. 2022. Edição que trata de um conjunto de indicadores que analisam a educação no Brasil. FARIA, Regina. Quem precisa de equidade? Serpro. Porto Alegre, [20--]. Disponível em: http://intra.serpro.gov.br/tema/ artigos-opinioes/quem-precisa-de-equidade. Acesso em: 22 jun. 2022. Artigo explicando que equidade e igualdade são coisas diferentes no contexto social. LVIII D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 58D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 58 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 http://pne.mec.gov.br/ http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=2850-subsidios-ensinofundamental&Itemid=30192 http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/contextualizacao_temas_contemporaneos.pdf http://wiki.icmc.usp.br/images/a/ab/Algoritmos_SCC0120.pdf https://www.univates.br/bdu/bitstream/10737/2137/1/2017JonasDhein.pdf https://publicacoes.fcc.org.br/eae/issue/view/334/140 http://intra.serpro.gov.br/tema/artigos-opinioes/quem-precisa-de-equidade FERREIRA, Tatiane Carvalho; OTA, Marcos Andrei; ARAUJO JÚNIOR, Carlos Fernando de. Framework para o planejamento de aulas ativas nos espaços de aprendizagem online e presencial. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v. 7, n. 1, p. 2969-2979, jan. 2021. Disponível em: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/22857. Acesso em: 15 jun. 2022. Artigo que busca facilitar o planejamento e aplicação da aprendizagem ativa, relatando as etapas utilizadas num curso de formação continuada docente. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura). Aborda a relação entre educadores e educandos, e apresenta propostas de práticas pedagógicas que estimulam a autonomia, a capacidade crítica e a valorização da cultura e dos conhecimentos empíricos. GATTI, Bernadette Angelina. Habilidades cognitivas e competências sociais. Santiago, Chile: OREALC, 1997.Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001836/183655por.pdf. Acesso em: 12 jul. 2022. A autora aborda as habilidades cognitivas, ou seja, aquelas que fazem o indivíduo competente e capaz de interagir simbolicamente com seu meio ambiente. GIL, Carmem Zeli de Vargas; ALMEIDA, Dóris Bittencourt. A docência em História: reflexões e proposta para ações. Erechim: Edelbra, 2012. v. 5. (Entre Nós – Anos Finais do Ensino Fundamental). Com base em práticas pedagógicas, as autoras instigam outros olhares, desnaturalizando estereótipos e provocando questiona- mentos sobre histórias silenciadas. GOMES, Mércio Pereira. Os índios e o Brasil: passado, presente e futuro. São Paulo: Contexto, 2017. Em livro completo e atualizado, o autor explica quais são os povos indígenas e como eles vivem, bem como as políticas indigenistas desde a colonização e os interesses de terceiros nas riquezas indígenas. HADJI, Charles. A avaliação desmistificada. Tradução: Patrícia C. Ramos. Porto Alegre: Artmed, 2001. Na obra, o autor expõe como colocar a avaliação a serviço das aprendizagens de maneira concreta. É um dos principais estudiosos do assunto. HISTÓRIA sobre os sites de busca. História do site de busca Google. [S. l.], [20--]. Disponível em: https://sites.google. com/site/historiasobreossitesdebusca/historia-dos-principais-sites-de-busca/Historia-do-site-de-busca-google. Acesso em: 13 jun. 2022. Página que conta a história do maior site de busca da atualidade. KALENA, Fernanda; ROCHA, Marília; OLIVEIRA, Vinícius de. Especial socioemocionais. Porvir. São Paulo, [2014]. Disponível em: http://porvir.org/especiais/socioemocionais/#prettyPhoto. Acesso em: 22 jun. 2022. A reportagem apresenta reflexões essenciais sobre habilidades socioemocionais. LIMA, Antonio Carlos de Souza. Um olhar sobre a presença das populações nativas na invenção do Brasil. In: SILVA, Aracy Lopes da; GRUPIONI, Luís Donisete Benzi (org.). A temática indígena na escola: novos subsídios para professores de 1o e 2o graus. Brasília: MEC: Mari: Unesco, 1995. p. 407-424. Lima discute as estruturas cognitivas enraizadas que de certa maneira mantêm os indígenas como povos ausentes, imutáveis, dotados de essências a-históricas e objeto de preconceito. LIOTTI, Lyanna Peixoto Silva et al. Monitoramento aplicado a mídias sociais de agências de comunicação. In: SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS INTERDISCIPLINARES DA COMUNICAÇÃO – CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 40., 2017, Curitiba. Anais [...]. Curitiba: Universidade Positivo, 2017. Disponível em: http://portalintercom. org.br/anais/nacional2017/resumos/R12-0417-1.pdf. Acesso em: 22 jun. 2022. Discute metodologias de monitoramento de mídias sociais de agências de comunicação. LUCIANO, Patrícia Turazzi et al. Aplicação de metodologias ativas no ensino síncrono por meio da abordagem do Design Thinking. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 7., 2020, [s. l.]. Anais eletrônicos [...]. 2020. Não paginado. Disponível em: https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2021/TRABALHO_EV150_MD1_SA_ID8379_23112021155855.pdf. Acesso em: 24 jun. 2022. Artigo que apresenta um experimento didático com estudantes de pós-graduação que buscou compreender o papel das meto- dologias ativas na educação síncrona por meio do aprender fazendo (learning by doing). LIX D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 59D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24.indd 59 11/08/22 16:5811/08/22 16:58 https://sites.google.com/site/historiasobreossitesdebusca/historia-dos-principais-sites-de-busca/Historia-do-site-de-busca-google http://portalintercom.org.br/anais/nacional2017/resumos/R12-0417-1.pdf LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2018. Nesse livro, o autor discute como transformar a avaliação em um processo viável e construtivo. MÃO na massa. Aprendizagem baseada em projetos. Porvir. São Paulo, [20--]. Disponível em: https://maonamassa.porvir. org/aprendizagem-baseada-em-projetos. Acesso em: 15 jun. 2022. Página de site mantido pelo grupo Porvir Inovações em Educação, que oferece diversas ferramentas para preparar aulas de maneira prática e criativa com base nas metodologias ativas de aprendizagem. MAZUR, Eric; SOMERS, Mark D. Peer instruction: a user’s manual. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall, 1997. Aborda a metodologia dos pares (em inglês). O método incentiva os estudantes a interagir entre si ao longo das aulas, procurando explicar uns aos outros os conceitos estudados, elaborar hipóteses e aplicar os conteúdos na solução das questões conceituais apresentadas. Neste artigo, podem-se obter mais informações: https://www.upf.br/_uploads/Conteudo/senid/2018-artigos- completos/179081.pdf. Acesso em: 25 jun. 2022. METODOLOGIAS ativas de aprendizagem: o que são e como aplicá-las. Lyceum. São Paulo, 27 set. 2021. Blogue. Disponível em: https://blog.lyceum.com.br/metodologias-ativas-de-aprendizagem/#:~:text=O%20Estudo%20de%20Caso%20oferece, a%20resolu%C3%A7%C3%A3o%20de%20problemas%20reais. Acesso em: 18 jun. 2022. O artigo explica a importância das metodologias ativas e como elas funcionam, no contexto em que a informatização provocou diversas mudanças na maneira como interagimos com o mundo MORAN, José. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. In: BACICH, Lilian; MORAN, José. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. p. 3. Artigo de Moran detalhando o significado e os processos ligados às metodologias ativas. MOREIRA, Marco Antonio; MASINI, Elcie F. Salzano. Aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Centauro, 2001. Este livro oferece visão geral e acessível ao pensamento de David Ausubel. NOGUEIRA, Danielle Xabregas Pamplona; JESUS, Girlene Ribeiro de. Avaliação: definições iniciais. [S. l.], [20--]. Disponível em: http://forumeja.org.br/sites/forumeja.org.br/files/tipos%20e%20etapas.pdf. Acesso em: 23 jun. 2022. As autoras abordam as formas de avaliação diagnóstica, formativa e somativa. ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. Estudos da OCDE sobre competências: competências para o progresso social: o poder das competências socioemocionais. Tradução: Maria Carbajal. São Paulo: Fundação Santillana, 2015. Disponível em: https://www.opee.com.br/competencias-para-o-progresso-social. Acesso em: 6 jun. 2022. O relatório sintetiza o trabalho analítico da OCDE sobre como legisladores, escolas e famílias podem facilitar o desenvolvimento de competências socioemocionais mediante programas de intervenção. PANTOJA, Ana Maria Silva; LIMA, Maria Francisca Morais de. Proposta de ensino: sala de aula invertida – uma meto- dologia ativa de aprendizagem. Manaus: Instituto Federal do Amazonas, [2019]. Disponível em: http://repositorio.ifam. edu.br/jspui/bitstream/4321/318/1/Proposta%20de%20ensino%20-%20sala%20de%20aula%20invertida%20uma%20 metodologia%20ativa%20de%20aprendizagem.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022. Instrumento pedagógico para subsidiar a prática docente nos cursos superiores de tecnologia por meio da sala de aula invertida. PAVIANI, Jayme. Interdisciplinaridade: conceitos e distinções. Caxias do Sul: Educs, 2014. Analisa a experiência interdisciplinar, considerando a investigação científica, o ensino e o exercício profissional. PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999. O autor propõe a noção de que a avaliação deve estipular hierarquias de excelência, pois avaliar é privilegiar um modo de estar em sala de aula e no mundo e, também, de prevenir o fracasso escolar. PRINCÍPIOS que nortearam a Base Curricular estão na Constituição. Correio Braziliense, Brasília, DF, 22 fev. 2016. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/ensino_educacaobasica/2016/02/22/ interna-educacaobasica-2019,518886/principios-que-nortearam-a-base-curricular-estao-na-constituicao.shtml.Acesso em: 11 fev. 2020. Reportagem com informações sobre a trajetória e os princípios que conduziram a produção da BNCC. LX D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd 60D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd 60 13/08/22 15:4313/08/22 15:43 https://maonamassa.porvir.org/aprendizagem-baseada-em-projetos https://blog.lyceum.com.br/metodologias-ativas-de-aprendizagem/#:~:text=O%20Estudo%20de%20Caso%20oferece,a%20resolu%C3%A7%C3%A3o%20de%20problemas%20reais http://repositorio.ifam.edu.br/jspui/bitstream/4321/318/1/Proposta%20de%20ensino%20-%20sala%20de%20aula%20invertida%20uma%20metodologia%20ativa%20de%20aprendizagem.pdf https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/ensino_educacaobasica/2016/02/22/interna-educacaobasica-2019,518886/principios-que-nortearam-a-base-curricular-estao-na-constituicao.shtml RAYMUNDO, Gislene Miotto Catolino. A avaliação na EaD. [Florianópolis]: IFSC, [20--]. 1.1 Discussões teóricas. Disponível em: moodle.ifsc.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=324567. Acesso em: 11 jul. 2022. Curso sobre tipos de avaliação do Instituto Federal de Santa Catarina. RÉMOND, René. Introdução à história de nosso tempo. Lisboa: Gradiva, 1994. Considerado o “historiador do contemporâneo”, o autor responde nessa obra algumas das questões mais importantes de nosso tempo, como o que é liberalismo, nacionalismo, entre outras. SAFERNET. [S. l.], [2005]. Site. Disponível em: https://new.safernet.org.br. Acesso em: 7 jun. 2022. O site pretende promover a defesa dos Direitos Humanos na internet brasileira. Reúne uma série de orientações e relatos sobre situações que envolvem imagens de crianças e adolescentes na rede mundial. SANTOS, Leonor. A articulação entre a avaliação somativa e a formativa, na prática pedagógica: uma impossibilidade ou um desafio? Ensaio: aval. pol. públ. educ., Rio de Janeiro, v. 24, n. 92, p. 637-669, jul./set. 2016. Disponível em: https:// www.scielo.br/j/ensaio/a/ZyzxQhwSHR8FQTSxy8JNczk/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 14 jun. 2022. Discute a articulação entre a avaliação somativa e a formativa. SEVERO, José Leonardo Rolim de Lima. Educação não escolar como campo de práticas pedagógicas. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, v. 96, n. 244, p. 561-576, set./dez. 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbeped/a/ SgHzCz9mYprkCV6RtTR368v/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 7 jun. 2022. Apresenta o conceito de educação não escolar (ENE) e estabelece contribuições críticas ao debate que envolve o reconhecimento e o fortalecimento dos processos educativos dessa natureza. SILVA, Ana Célia da. Por uma representação social do negro mais próxima e familiar. In: BARBOSA, Lucia Maria de Assunção et al. (org.). De preto a afrodescendente: trajetos de pesquisa sobre o negro, cultura negra e relações étnico-raciais no Brasil. São Paulo: EdUFSC, 2003. p. 151-207. A autora discute a agenda dos movimentos negros brasileiros, suas reivindicações e ações concretas na luta antirracista no Brasil. SOUSA, Clarilza Prado de; FERREIRA, Sandra Lúcia. Avaliação de larga escala e da aprendizagem na escola: um diálogo necessário. Psicologia da Educação, São Paulo, n. 48, p. 13-23, jan./jun. 2019. Disponível em: http://pepsic.bvsalud. org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-69752019000100003. Acesso em: 14 jun. 2022. Debate teórico acerca de aproximações e afastamentos das avaliações de larga escala e da aprendizagem na escola. TASSINARI, Antonella Maria Imperatriz. Sociedades indígenas: introdução ao tema da diversidade cultural. In: SILVA, Aracy Lopes da; GRUPIONI, Luís Donisete Benzi (org.). A temática indígena na escola: novos subsídios para professores de 1o e 2o graus. Brasília: MEC: Mari: Unesco, 1995. p. 447-448. A autora apresenta os resultados de suas pesquisas sobre educação indígena (escolar e não escolar) e oferece subsídios para o tratamento adequado sobre populações indígenas no ensino regular. VINCENT-LANCRIN, Stéphan et al. Desenvolvimento da criatividade e do pensamento crítico dos estudantes: o que significa na escola. São Paulo: Santillana, 2020. Disponível em: https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/ institutoayrtonsenna/documentos/instituto-ayrton-senna-documento-ocde-traduzido.pdf. Acesso em: 14 jun. 2022. Apresenta os resultados de uma pesquisa realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com o objetivo de desenvolver uma linguagem e um entendimento comum sobre o que significa a promoção das competências de criatividade e pensamento crítico nos ensinos fundamental e médio. XAVIER, Libânia Nacif; PINHEIRO, José Gledison Rocha. Da Lab School de Chicago às escolas experimentais do Rio de Janeiro dos anos 1930. História da Educação, Porto Alegre, v. 20, n. 50, p. 177-191, set./dez. 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/heduc/a/TpjsgHZzgQ78FyG8Z588CHh/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 24 jun. 2022. Abordam-se as relações do processo de expansão escolar e de difusão do conhecimento científico com as modernas formas de socialização. LXI D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd 61D3-HIST-F2-2108-V6-MPG-020-061-miolo-G24-AV1.indd 61 13/08/22 15:4313/08/22 15:43 https://moodle.ifsc.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=324567 https://www.scielo.br/j/rbeped/a/SgHzCz9mYprkCV6RtTR368v/?lang=pt&format=pdf http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-69752019000100003 https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/documentos/instituto-ayrton-senna-documento-ocde-traduzido.pdf 5 Objetivos e justificativas do volume 5.1 • Unidade 1 Objetivos • Compreender os conceitos de igualdade jurídica e de igualdade social, reconhecendo-as como conquistas históricas. • Conhecer as características das Revoluções Inglesas do século XVII e sua influência no pensamento iluminista. • Identificar aspectos do Iluminismo e reconhecer suas permanências históricas. • Reconhecer a importância do método científico e do uso da razão na ciência moderna. • Conhecer aspectos da Revolução Industrial e seus impactos. • Identificar elementos que contribuíram para o pioneirismo inglês na Revolução Industrial. • Refletir sobre as relações trabalhistas no passado e no presente. • Analisar criticamente o emprego do trabalho infantil e seus efeitos. • Identificar os diferentes grupos sociais decorrentes da Revolução Industrial. • Conhecer formas de organização dos trabalhadores e instrumentos de reivindicação por eles utilizados. • Contextualizar a origem do movimento socialista e identificar as críticas ao modelo de produção capitalista. Justificativas • A compreensão dos conceitos de igualdade jurídica e igualdade social é importante para o entendimento das transformações ocorridas nas sociedades europeias entre os séculos XVII e XVIII, bem como para a reflexão sobre o exercício da cidadania no presente. • A análise das transformações ocorridas na Europa com as Revoluções Inglesas e o Iluminismo ajuda a valorizar a cidadania e o pensamento científico e crítico no presente. • A reflexão em torno do método científico e do uso da razão possibilita a valorização das práticas de pesquisa cientí- fica no presente e permite o desenvolvimento de uma análise crítica das implicações do desenvolvimento científico. • O estudo da Revolução Industrial e suas contradições é fundamental para a compreensão de diversos aspectos do mundo contemporâneo, como as relações de trabalho, as relações entre os indivíduos e também com o meio ambiente. • A compreensão das formas de organização dos trabalhadores ajuda a entender as mudanças no mundo do trabalho e possibilita o fortalecimento de práticas de cidadania no presente. • A análise das ideias socialistas ajuda a entender diferentes formas de organização da sociedade, possibilitando uma reflexão crítica sobre o mundo contemporâneo. 5.2 • Unidade 2 Objetivos • Refletir sobre o ideal de liberdade no passado e no presente. • Reconhecer a influência do Iluminismo na independênciados Estados Unidos e na Revolução Francesa. • Identificar as razões que levaram à guerra de independência dos Estados Unidos. • Caracterizar a Constituição dos Estados Unidos e a configuração da sociedade estadunidense. • Conhecer as divisões da sociedade francesa e as razões para a revolta popular. • Compreender as etapas da Revolução Francesa, que levaram à queda da monarquia. • Reconhecer a importância da Revolução Francesa para o Ocidente. • Entender as causas e os efeitos do Congresso de Viena na Europa. • Contextualizar a Revolução Haitiana e o seu impacto. • Caracterizar a sociedade e a administração colonial na América portuguesa do século XVIII. • Compreender as causas, as consequências e as personagens envolvidas na Conjuração Mineira e na Conjuração Baiana. • Reconhecer a revolta de Tupac Amaru como uma resistência indígena sobre o domínio colonial. • Identificar aspectos da crise do sistema colonial na América espanhola. • Conhecer Simón Bolívar e sua importância para as independências na América espanhola e os ideais do pan-americanismo. • Relacionar a transferência da família real para o Rio de Janeiro ao desgaste do modelo colonial. • Conhecer e comparar os processos de independência da América espanhola e da América portuguesa. • Entender o impacto das revoluções liberais do século XIX. LXII D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 62D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 62 31/08/2022 12:0831/08/2022 12:08 Justificativas • A compreensão da influência do Iluminismo nos processos revolucionários do século XVIII é fundamental para estimular a reflexão sobre a influência de novas ideias em processos de transformação das sociedades humanas. • A análise do processo de independência dos Estados Unidos e da característica de sua Constituição fornece elemen- tos para refletir sobre as tensões e desigualdades sociais do país até o presente. • O estudo do processo revolucionário francês, bem como do período napoleônico e do Congresso de Viena, pode ajudar a refletir sobre o papel da organização de grupos sociais na transformação da ordem social estabelecida. • A contextualização da Revolução Haitiana é fundamental para a reflexão sobre desigualdades raciais ao longo do tempo e sobre a luta contra a exclusão de populações afrodescendentes. • As análises das revoltas na América portuguesa e espanhola fornecem elementos para a reflexão crítica em torno de levantes populares contra ordens sociais consideradas injustas ou excludentes. • A análise das ideias socialistas ajuda a entender diferentes formas de organização da sociedade, possibilitando uma reflexão crítica sobre o mundo contemporâneo. • A compreensão do processo de independência da América espanhola e da América portuguesa pode ajudar a refletir sobre tensões e desigualdades sociais da América Latina no presente, além da importância da luta por autonomia política e econômica. 5.3 • Unidade 3 Objetivos • Discutir e distinguir os conceitos de nação, nacionalismo, Estado, país, governo e território. • Conhecer aspectos do Primeiro Reinado e da Regência no Brasil. • Analisar a situação social no Brasil após a independência, reconhecendo rupturas e permanências em relação ao presente. • Caracterizar a primeira Constituição do Brasil e o sistema político por ela implementado. • Compreender elementos que levaram à crise e ao fim do Primeiro Reinado. • Reconhecer as origens do coronelismo no Brasil. • Identificar as revoltas regenciais, suas reivindicações e lideranças. • Reconhecer as circunstâncias e interesses que levaram ao Golpe da Maioridade. • Conhecer o que foi a Doutrina Monroe e seus efeitos na política internacional dos Estados Unidos. • Relacionar o neocolonialismo à Segunda Revolução Industrial e ao imperialismo das potências europeias. • Diferenciar o colonialismo dos séculos XVI e XVII do exercido entre os séculos XIX e XX. • Identificar os motivos que levaram os europeus à exploração da África e suas justificativas. • Problematizar as teorias racistas derivadas do darwinismo social e a ideia de missão civilizatória. • Compreender consequências da ocupação colonial europeia no continente africano. • Reconhecer formas de resistência praticadas pelos povos colonizados. • Identificar formas de exploração e dominação exercidas pelos europeus na Ásia nos séculos XIX e XX. • Conhecer aspectos dos processos de unificação da Alemanha e da Itália. Justificativas • Os conceitos de nação, nacionalismo, Estado, país, governo e território são fundamentais para compreender a estrutura política das sociedades modernas e contemporâneas. A apropriação desses conceitos pelos estudantes permite a análise de diferentes temas e problemáticas do mundo atual. • O processo de consolidação do Estado nacional após a independência do Brasil, que ocorreu entre o Primeiro Reinado e o Segundo Reinado, foi marcado por intensas disputas entre os diferentes grupos sociais. Conhecer o intrincado equilíbrio de forças, os projetos políticos e os conflitos que estiveram em discussão nesse período contribui para a reflexão sobre a formação da sociedade brasileira, levando os estudantes a identificarem aspectos históricos relevantes, assim como rupturas e permanências do presente em relação ao passado. • A primeira Constituição do Brasil foi elaborada um pouco depois da independência e procurou estabilizar as bases sociais preexistentes, isto é, manter os privilégios de alguns grupos sociais e a exclusão de outros do direito à cidadania plena. Para refletir sobre as raízes das desigualdades no Brasil é importante que os estudantes analisem o processo de transição do período colonial para o imperial, observando a atuação de diferentes grupos sociais e suas reivindicações. LXIII D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 63D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 63 31/08/2022 12:0831/08/2022 12:08 • Investigar as causas e o desenvolvimento das revoltas populares que eclodiram no período regencial fornece vastos elementos para a discussão sobre os conflitos e as contradições históricas no Brasil do século XIX. A apropriação desses conhecimentos pelos estudantes favorece a construção do pensamento crítico, assim como a percepção da existência de diferentes sujeitos históricos e de como suas lutas são capazes de influir na dinâmica social. • A Segunda Revolução Industrial impactou irreversivelmente a vida dos diferentes povos do mundo. Reconhecer como seu desenvolvimento esteve atrelado ao neocolonialismo na África e na Ásia permite aos estudantes a análise crítica desse contexto. • O neocolonialismo praticado pelos europeus entre os séculos XIX e XX na África e na Ásia foi impulsionado pela busca de matérias-primas, exploração de territórios e ampliação dos mercados consumidores. Identificar esses motivos e interesses contribui para a compreensão de um amplo contexto histórico pelos estudantes e das relações contraditórias que se estabeleceram entre diferentes regiões do mundo. • As teorias racistas que se difundiram a partir da prática do neocolonialismo forneceram as justificativas para a exploração do continente africano e asiático pelos europeus e sustentaram uma visão eurocêntrica do mundo. Problematizar as origens das teorias racistas permite aos estudantes avaliar criticamente seu papel histórico e sua relação com o desenvolvimento do capitalismo moderno e das sociedades contemporâneas. • As lutas contra o neocolonialismo organizadas por povos africanos e asiáticos tiveram importante papel histórico na resistência ao domínio europeu imposto nesses territórios. Reconhecer as formas de luta e resistência praticadas pelos povos africanos e asiáticos contra o processo neocolonial, buscando garantir a sua autonomia, permite aos estudantes compreender o papel dos diferentes sujeitos históricos e as dinâmicas das transformações ao longo do tempo. 5.4 • Unidade 4 Objetivos • Conhecer aspectos sociais, econômicos e políticos do Segundo Reinado. • Entender o projetode nação executado por D. Pedro II. • Compreender aspectos da configuração política e eleitoral no Brasil durante o Segundo Reinado. • Reconhecer a importância econômica do café, relacionando-o à industrialização ocorrida no século XIX. • Entender o processo de imigração europeia para o Brasil no período de transição para a mão de obra assalariada. • Refletir sobre o impacto da Lei de Terras no passado e seus reflexos no presente. • Caracterizar as medidas tomadas pelo governo imperial quanto à população indígena. • Identificar as causas e as consequências da Guerra do Paraguai. • Conhecer como se deu o processo de Abolição da Escravatura. • Reconhecer as lutas históricas do movimento negro tanto pela Abolição da Escravatura como por equidade social no Brasil. • Refletir sobre a presença negra na sociedade brasileira, permanências históricas e rupturas. Justificativas • O Brasil é um país privilegiado pela grande quantidade de terras e água em seu território, mas essa riqueza está se exaurindo diante de uma destruição sem precedentes. Refletir sobre as escolhas econômicas ao longo do tempo e agir em defesa da consciência ambiental é um aspecto que deve ser trabalhado com todos os estudantes. • Mesmo sendo um país de dimensões continentais, o Brasil mantém uma estrutura fundiária de grandes desigualda- des, permeada, por um lado, pela concentração fundiária e, por outro, por famílias sem acesso à terra. Parte desse problema está relacionado a políticas públicas implantadas em 1850 conhecidas como Lei de Terras. Ter consciência da historicidade desses fatos, assim como da violência que atinge o campo no presente (afetando principalmente famílias sem terra, quilombolas e indígenas), é fundamental para a construção de um país mais justo e fraterno. • A situação de exclusão econômica e social que a população negra vive em nosso país está relacionada, entre outros fatores, à falta de políticas reparatórias no final da escravidão, assim como às teorias racistas do período. Entender como se deu esse processo é um passo importante para superarmos a violência e o racismo que têm marcado nossa sociedade. • Muito do que somos como “nação” foi gestado durante o governo de D. Pedro II. Amparando-se em modelos de cidades e nações europeias, o imperador fez diversas intervenções e ações buscando desvincular o Brasil da ideia de “atraso”. Entender essa realidade é importante para o estudante saber da importância das políticas públicas e como são feitas escolhas (e exclusões), assim como pensar o presente e o futuro do país. • A Guerra do Paraguai é uma das responsáveis pela derrocada do império e implantação da república posteriormente. Compreender a violência e devastação da guerra é um dos caminhos para se trabalhar a cultura da paz com os adolescentes. LXIV D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 64D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 64 31/08/2022 12:0831/08/2022 12:08 6 Habilidades da BNCC para o 8o ano Habilidades (EF08HI01) Identificar os principais aspectos conceituais do iluminismo e do liberalismo e discutir a relação entre eles e a organização do mundo contemporâneo. (EF08HI02) Identificar as particularidades político-sociais da Inglaterra do século XVII e analisar os desdobramentos posteriores à Revolução Gloriosa. (EF08HI03) Analisar os impactos da Revolução Industrial na produção e circulação de povos, produtos e culturas. (EF08HI04) Identificar e relacionar os processos da Revolução Francesa e seus desdobramentos na Europa e no mundo. (EF08HI05) Explicar os movimentos e as rebeliões da América portuguesa, articulando as temáticas locais e suas interfaces com processos ocorridos na Europa e nas Américas. (EF08HI06) Aplicar os conceitos de Estado, nação, território, governo e país para o entendimento de conflitos e tensões. (EF08HI07) Identificar e contextualizar as especificidades dos diversos processos de independência nas Américas, seus aspectos populacionais e suas conformações territoriais. (EF08HI08) Conhecer o ideário dos líderes dos movimentos independentistas e seu papel nas revoluções que levaram à independência das colônias hispano-americanas. (EF08HI09) Conhecer as características e os principais pensadores do Pan-americanismo. (EF08HI10) Identificar a Revolução de São Domingo como evento singular e desdobramento da Revolução Francesa e avaliar suas implicações. (EF08HI11) Identificar e explicar os protagonismos e a atuação de diferentes grupos sociais e étnicos nas lutas de independência no Brasil, na América espanhola e no Haiti. (EF08HI12) Caracterizar a organização política e social no Brasil desde a chegada da Corte portuguesa, em 1808, até 1822 e seus desdobramentos para a história política brasileira. (EF08HI13) Analisar o processo de independência em diferentes países latino-americanos e comparar as formas de governo neles adotadas. (EF08HI14) Discutir a noção da tutela dos grupos indígenas e a participação dos negros na sociedade brasileira do final do período colonial, identificando permanências na forma de preconceitos, estereótipos e violências sobre as populações indígenas e negras no Brasil e nas Américas. (EF08HI15) Identificar e analisar o equilíbrio das forças e os sujeitos envolvidos nas disputas políticas durante o Primeiro e o Segundo Reinado. (EF08HI16) Identificar, comparar e analisar a diversidade política, social e regional nas rebeliões e nos movimentos contestatórios ao poder centralizado. (EF08HI17) Relacionar as transformações territoriais, em razão de questões de fronteiras, com as tensões e conflitos durante o Império. (EF08HI18) Identificar as questões internas e externas sobre a atuação do Brasil na Guerra do Paraguai e discutir diferentes versões sobre o conflito. (EF08HI19) Formular questionamentos sobre o legado da escravidão nas Américas, com base na seleção e consulta de fontes de diferentes naturezas. (EF08HI20) Identificar e relacionar aspectos das estruturas sociais da atualidade com os legados da escravidão no Brasil e discutir a importância de ações afirmativas. (EF08HI21) Identificar e analisar as políticas oficiais com relação ao indígena durante o Império. (EF08HI22) Discutir o papel das culturas letradas, não letradas e das artes na produção das identidades no Brasil do século XIX. (EF08HI23) Estabelecer relações causais entre as ideologias raciais e o determinismo no contexto do imperialismo europeu e seus impactos na África e na Ásia. (EF08HI24) Reconhecer os principais produtos, utilizados pelos europeus, procedentes do continente africano durante o imperialismo e analisar os impactos sobre as comunidades locais na forma de organização e exploração econômica. (EF08HI25) Caracterizar e contextualizar aspectos das relações entre os Estados Unidos da América e a América Latina no século XIX. (EF08HI26) Identificar e contextualizar o protagonismo das populações locais na resistência ao imperialismo na África e Ásia. (EF08HI27) Identificar as tensões e os significados dos discursos civilizatórios, avaliando seus impactos negativos para os povos indígenas originários e as populações negras nas Américas. LXV D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 65D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 65 31/08/2022 12:0831/08/2022 12:08 7 Quadro de conteúdos, objetos de conhecimento, competências/habilidades da BNCC e planejamento do volume No quadro a seguir, são apresentados os principais conteúdos trabalhados no volume, os objetos de conhecimento e as competências/habilidades da BNCC que a eles estão relacionados. Além disso, há sugestões de planejamento para o ano letivo. 8o ano Unidade Conteúdos Competências Objetos de conhecimento e habilidades 1. Igualdade 1. Iluminismo e monarquia constitucional na Europa Gerais: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9 e 10. Específicas de Ciências Humanas: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Específicas de História: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. A questão do Iluminismo e da ilustração EF08HI01 As revoluçõesinglesas e os princípios do liberalismo EF08HI02 Revolução Industrial e seus impactos na produção e circulação de povos, produtos e culturas EF08HI03 1º B IM ES TR E 1º T R IM ES TR E 1º S EM ES TR E 2. A Revolução Industrial 2. Liberdade 3. Revoluções iluministas: Estados Unidos e França Gerais: 1, 2, 4, 6, 7, 9 e 10. Específicas de Ciências Humanas: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Específicas de História: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Revolução Francesa e seus desdobramentos EF08HI04 Rebeliões na América portuguesa: as conjurações mineira e baiana EF08HI05 Independência dos Estados Unidos da América Independências na América espanhola • A revolução dos escravizados em São Domingo e seus múltiplos significados e desdobramentos: o caso do Haiti Os caminhos até a independência do Brasil EF08HI06 EF08HI07 EF08HI08 EF08HI09 EF08HI10 EF08HI11 EF08HI12 EF08HI13 A tutela da população indígena, a escravidão dos negros e a tutela dos egressos da escravidão EF08HI14 2º B IM ES TR E 4. Rebeliões na colônia: a Conjuração Mineira e a Conjuração Baiana 2º T R IM ES TR E 5. Os processos de independência da América espanhola e da América portuguesa LXVI D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 66D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 66 31/08/2022 12:0831/08/2022 12:08 8o ano Unidade Conteúdos Competências Objetos de conhecimento e habilidades 3. Nação e nacionalismo 6. O Primeiro Reinado e o período regencial Gerais: 1, 3, 4, 6, 7 e 9. Específicas de Ciências Humanas: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Específicas de História: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Os caminhos até a independência do Brasil EF08HI06 Brasil: Primeiro Reinado EF08HI15 O Período Regencial e as contestações ao poder central EF08HI16, EF08HI17 O escravismo no Brasil do século XIX: plantations e revoltas de escravizados, abolicionismo e políticas migratórias no Brasil Imperial EF08HI19, EF08HI20 A produção do imaginário nacional brasileiro: cultura popular, representações visuais, letras e o Romantismo no Brasil EF08HI22 Nacionalismo, revoluções e as novas nações europeias EF08HI23 Uma nova ordem econômica: as demandas do capitalismo industrial e o lugar das economias africanas e asiáticas nas dinâmicas globais EF08HI24 Os Estados Unidos da América e a América Latina no século XIX EF08HI25 O imperialismo europeu e a partilha da África e da Ásia EF08HI26 Pensamento e cultura no século XIX: darwinismo e racismo EF08HI27 3º B IM ES TR E 2º 2º S EM ES TR E 7. O neocolonialismo 3º T R IM ES TR E 4. Terra e meio ambiente 8. O governo de D. Pedro II Gerais: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10. Específicas de Ciências Humanas: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Específicas de História: 1, 2, 3, 4, 5 e 6. O Brasil do Segundo Reinado: política e economia • A Lei de Terras e seus desdobramentos na política do Segundo Reinado • Territórios e fronteiras: a Guerra do Paraguai EF08HI15, EF08HI16, EF08HI17, EF08HI18 O escravismo no Brasil do século XIX: plantations e revoltas de escravizados, abolicionismo e políticas migratórias no Brasil Imperial EF08HI19, EF08HI20 Políticas de extermínio do indígena durante o Império EF08HI21 Pensamento e cultura no século XIX: darwinismo e racismo O discurso civilizatório nas Américas, o silenciamento dos saberes indígenas e as formas de integração e destruição de comunidades e povos indígenas A resistência dos povos e comunidades indígenas diante da ofensiva civilizatória EF08HI27 4º B IM ES TR E 9. A Guerra do Paraguai e o fim da escravidão LXVII D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 67D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 67 31/08/2022 12:0831/08/2022 12:08 8 Avaliações do volume 8 8.1 • Avaliação da unidade 1 1. O século XVIII foi um momento de profundas transformações sociais, políticas, econômicas e cultu- rais, principalmente pelo que o historiador Eric Hobsbawm chamou de “dupla revolução”: a Revolução Francesa e a Revolução Industrial. Pensando nisso, responda às questões a seguir: a) Como podemos definir o conceito de “revolução”? b) Por que o conceito de “revolução” pode ser usado tanto para se referir às transformações ocorridas na França a partir de 1789 quanto às mudanças provocadas pelas transformações técnicas ocorridas na Inglaterra do século XVIII? 2. O Iluminismo foi um movimento de ideias que influenciou profundamente as mudanças que ocorreram na Europa e nas Américas no século XVIII. Podemos afirmar que o pensamento iluminista: a) teve como opositores pensadores como o inglês John Locke e o francês René Descartes. b) recusava a separação entre a Igreja e o Estado e defendia que era papel do rei definir a religião de sua população. c) tinha como princípio o uso da razão como instrumento fundamental do conhecimento humano. d) propunha que a educação deveria ter como função impedir a divulgação do conhecimento científico. e) defendeu o fim da liberdade política e de expressão, servindo para a afirmação das ideias absolutistas. 3. Relacione as ideias apresentadas a seguir com os pensadores iluministas que foram seus formuladores. a) Defendia a liberdade de expressão e julgava essencial combater o clero e os nobres que fizessem oposição aos monarcas. b) Um crítico fervoroso do Absolutismo, defendia a divisão do poder em três: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário. c) Republicano, para ele o verdadeiro soberano era o povo, de quem o governante era apenas um funcionário. I. Montesquieu II. Voltaire III. Rousseau a) I. a - II. b - III. c b) I. a - II. c - III. b c) I. b - II. c - III. a d) I. b - II. a - III. c e) I. c - II. b - III. a 4. Um dos elementos centrais que marcaram o Iluminismo foi a defesa da razão como instrumento para conquistar a liberdade e da capacidade de o ser humano pensar por si próprio. A ciência passou a ser valorizada como caminho para conhecer a natureza, afastando-se do entendimento da religião sobre o mundo físico. Pensando nisso, reúna-se com um colega e façam uma pesquisa sobre alguma invenção ou descoberta que mostre a importância da ciência e do conhecimento científico no Brasil. Durante a pesquisa, procurem responder às seguintes perguntas: • Qual é a invenção ou descoberta científica pesquisada? • Que contribuições essa invenção ou descoberta trouxe para a sociedade? • Essa invenção ou descoberta ainda hoje tem impacto na sociedade? • Quem foi o(a) cientista ou pesquisador(a) responsável por essa descoberta? Escreva uma pequena biografia sobre ele(a). Depois, compartilhem as conclusões do grupo com o restante da turma. Ouça, anote e discuta também as informações compartilhadas pelos colegas dos outros grupos. 5. A Revolução Industrial provocou profundas mudanças na maneira de fabricar produtos e nas relações de trabalho, iniciando uma nova fase do capitalismo. Escreva um pequeno texto explicando os principais elementos que permitiram à Inglaterra ser o centro inicial dessas transformações. 6. Leia com atenção o texto a seguir, que trata das consequências da Revolução Industrial, e depois responda às questões. NÃO ESCREVA NO LIVRO. LXVIII D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 68D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 68 31/08/2022 12:0831/08/2022 12:08 Esperava-se que a industrialização diminuísse os custos de produção e o esforço humano e melhorasse as condições de vida. Contudo, as cidades ofereciam condições deploráveis aos seus habitantes, transformando-se em locais propícios à difusão de doenças. As fábricas exploravam os trabalhadores, numa tentativa obsessiva de produzir a maior quantidade de produtos possível ao menor preço, recorrendo à mão de obra mais barata: mulheres e crianças. Estes seres, tentando equilibrar o orçamento familiar, sujeitavam-se, em conjunto com os homens, às longas horas de trabalho, à rotina, aos baixos salários, à falta de segurança e de condições de higiene. Efetivamente, os resultados humanos destarevolução foram catastróficos. MARTINS, Olga Guimarães. Condições de vida e de trabalho na Inglaterra da Revolução Industrial. Dissertação de Mestrado (Estudos Ingleses). Universidade Aberta, Lisboa, 2008. p. VII. Disponível em: https://repositorioaberto.uab.pt/ bitstream/10400.2/446/1/LC456.pdf. Acesso em: 10 ago. 2022. a) Por que o texto afirma que “os resultados humanos desta revolução foram catastróficos”? b) O texto fala, ao caracterizar o quadro da Revolução Industrial do século XVIII, em exploração do trabalho feminino e infantil, longas jornadas de trabalho, baixos salários, falta de segurança e péssimas condições de higiene. Na sua opinião, essas condições precárias deixaram de existir no mundo do trabalho atual? 7. A Revolução Industrial estabeleceu novas relações de trabalho e permitiu que os donos das fábricas enriquecessem explorando a mão de obra dos trabalhadores. Como podemos relacionar o surgimento das ideias socialistas com as tensões que se estabeleceram nas relações entre burgueses e proletários a partir da Revolução Industrial? Autoavaliação Agora, para finalizar essa etapa de estudos, faça uma autoavaliação do seu processo de aprendizagem. Analise como foi o seu envolvimento com a realização das atividades propostas, dando especial atenção às suas potencialidades e dificuldades. 8.2 • Avaliação da unidade 2 1. Entre o fim do século XVIII e o início do século XIX, profundas transformações políticas, econômicas, sociais e culturais impactaram a Europa e as Américas. Um dos elementos essenciais para essas mudanças foi a circulação das ideias do Iluminismo, que defendiam princípios como a igualdade e a liberdade. Pensando nisso, escreva um parágrafo mostrando a influência das novas ideias: a) na Independência das treze colônias inglesas na América; b) na Revolução Francesa; c) na Conjuração Mineira e na Conjuração Baiana; d) nas Independências na América espanhola. 2. Os territórios coloniais pertencentes à Inglaterra na América do Norte tinham diferenças entre si, o que foi um importante elemento no processo de formação dos Estados Unidos da América a partir da independência. Explique as principais características: a) das colônias do Norte. b) das colônias do Centro. c) das colônias do Sul. 3. Pensando sobre as principais características da Revolução Francesa, analise as alternativas a seguir, iden- tificando as corretas com um C e corrigindo as alternativas incorretas. I. A sociedade francesa anterior à Revolução era dividida em estados, sendo que o primeiro e o segundo estado eram explorados e sustentavam os luxos do terceiro estado. II. Em 14 de julho de 1789 ocorreu o famoso ataque da população francesa à Bastilha, prisão que era um símbolo da violência e da repressão do governo absolutista. III. Após a tentativa de fuga da família real, ocorreu a formação da Convenção Nacional, processo que acabou resultando na instalação da República. LXIX D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 69D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 69 31/08/2022 12:0831/08/2022 12:08 https://repositorioaberto.uab.pt/bitstream/10400.2/446/1/LC456.pdf https://repositorioaberto.uab.pt/bitstream/10400.2/446/1/LC456.pdf IV) A Convenção Nacional foi marcada pelas disputas entre jacobinos, representantes da alta burguesia mais conservadora, e os girondinos, radicais defensores de mudanças profundas. V) A Revolução Francesa termina com a chegada ao poder de Napoleão Bonaparte, que vai dar um golpe e concentrar todo o poder em sua figura, se tornando imperador da França. 4. Leia o texto a seguir, que trata da Revolução Haitiana, e responda às questões propostas: De todos os territórios ocupados pela França nenhum alcançou tanta prosperidade quanto a ilha de São Domingos (atual Haiti), que era um dos maiores produtores mundiais de açúcar e café e contava com uma população majoritariamente composta por escravos e negros. A rebelião ocorrida na parte oeste da ilha foi a única feita por africanos (e seus descendentes) na história americana que culminou em uma revolução, destruiu o sistema escravista de plantação e transformou o Haiti no primeiro país fundado por ex-escravos e seus descendentes fora da África. Os seus impactos foram múltiplos: influiu sobre os preços do açúcar e gerou um grande medo de que uma insurreição daquela escala acontecesse em outros lugares da América escravista. [...] NASCIMENTO, Washington Santos. Além do medo: a construção de imagens sobre a revolução haitiana no Brasil escravista (1791 – 1840). Cadernos de Ciências Humanas - Especiaria, v. 10, n. 18, p. 469-488, jul.-dez. 2007. p. 470. Disponível em: http://periodicos.uesc.br/index.php/especiaria/article/view/771. Acesso em: 10 ago. 2022. a) De acordo com o texto, quais eram as principais características da ilha de São Domingos durante a ocupação francesa? b) Explique por que o texto afirma que a Revolução Haitiana “gerou um grande medo de que uma insurreição daquela escala acontecesse em outros lugares”. 5. A Conjuração Mineira e a Conjuração Baiana foram dois dos mais importantes movimentos ocorridos na colônia que questionaram as relações de dominação de Portugal. Compare os dois movimentos e registre: a) as suas principais semelhanças. b) as suas principais diferenças. 6. Os lugares guardam as marcas dos processos históricos, elementos que registram as memórias de acon- tecimentos do passado. Pensando nisso, organizem pequenos grupos, façam uma pesquisa e montem um cartaz (que pode ser físico ou um material digital) apresentando um lugar de memória sobre a Conjuração Mineira e um lugar de memória sobre a Conjuração Baiana. 7. No século XIX, um conjunto de fatores levou os colonos na América espanhola e na América portuguesa a se revoltar contra a metrópole e a organizar movimentos pela independência. Levante ao menos dois elementos que podem ser apontados como causas para a crise do sistema colonial americano. 8. Nos territórios portugueses na América, o processo de independência se caracterizou por um gradual afrouxamento dos laços coloniais e pela articulação de acordos entre as elites brasileiras. Pensando nisso, é correto afirmar: a) Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, em 1808, teve início um processo de aumento do controle sobre a colônia. b) Quando se instalou no Rio de Janeiro, D. João VI iniciou reformas que acabaram por incentivar os colonos a lutarem por sua independência. c) Em 1820, com a Revolução Liberal do Porto, D. João VI se viu pressionado e decidiu ficar no Brasil e se aliar às elites brasileiras. d) D. Pedro I apoiou as decisões das Cortes, que desagradaram parte da elite que defendia que o príncipe não se submetesse mais a Portugal. e) Após a Proclamação da Independência, lutas armadas irromperam em diferentes partes do território brasileiro. Autoavaliação Agora, para finalizar essa etapa de estudos, faça uma autoavaliação do seu processo de aprendizagem. Analise como foi o seu envolvimento com a realização das atividades propostas, dando especial atenção às suas potencialidades e dificuldades. LXX D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 70D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 70 31/08/2022 12:0831/08/2022 12:08 8.3 • Avaliação da unidade 3 1. A ideia de nação é central para a compreensão da história a partir do século XIX e dela derivam alguns dos conceitos-chave para entender as relações históricas até os dias de hoje. Pensando nisso, escreva uma definição para cada um dos seguintes conceitos: a) nação. b) nacionalismo. c) xenofobia. 2. A Constituição é o conjunto máximo de leis de um país. A partir do momento em que o Brasil se tornou um país independente, fez-se necessário criar uma Constituição, o que se concretizou em 1824. Já a Constituição atual do Brasil foi feita em 1988, no contexto de retomada da democracia após o fim da ditadura civil-militar. Pensando nisso, reúna-se com um colega, faça uma pesquisa e aponte: a) duascaracterísticas centrais da Constituição de 1824. b) duas características marcantes da Constituição de 1988. 3. Sobre o período das regências no Brasil (1831-1840), assinale a alternativa correta: a) A Constituição previa que, em um cenário em que o herdeiro do trono não atingia a maioridade, o país deveria ser governado por regentes nomeados pela Assembleia Geral. b) Durante todo o período de sua existência, de 1831 a 1840, a regência foi trina, ou seja, três representantes dividiram entre si as atribuições de governar o país. c) A regência criou uma força armada que respondia diretamente ao Ministério da Justiça, chamada de Guarda Nacional e que foi pensada para proteger o país diante de invasões externas. d) O período regencial foi marcado pela implantação de medidas que puseram fim às guerras civis, que marcaram o governo de D. Pedro I e deixaram de existir nas regências. e) Durante as regências esteve garantida a integridade do território brasileiro, já que cessaram as disputas políticas internas das províncias e se combateram as desigualdades sociais. 4. Pensando nas principais características das revoltas ocorridas no Período Regencial no Brasil (1831-1840), analise as alternativas a seguir, identificando as corretas com um C e corrigindo as alternativas incorretas. I. As guerras civis que marcaram o período regencial por pouco não puseram em risco a integridade do território brasileiro. II. Contribuíram para as rebeliões durante as regências as disputas políticas internas das províncias, as desigual- dades sociais e a continuidade da escravidão. III. A Cabanagem, revolta que ocorreu no Grão-Pará entre 1835 e 1840, foi um movimento elitista que não contou com a participação das camadas pobres da população. IV. Durante a Balaiada, em 1839, os revoltosos chegaram a dominar Caxias, a segunda maior cidade maranhense, onde constituíram uma Junta Provisória. V. Em 1835, a chamada Revolta dos Malês, um movimento liderado por escravizados de diferentes etnias segui- dores do islamismo (os malês), tinha como objetivo decretar uma monarquia islâmica na Bahia. VI. Sabinada, revolta que contou com o apoio de amplos setores da sociedade, defendia a emancipação da Bahia, que seria transformada em uma monarquia constitucional. VII. A Guerra dos Farrapos foi um movimento que, embora tivesse grande participação de fazendeiros gaúchos, foi liderado por representantes do clero e por magistrados. 5. Na segunda metade do século XIX, os Estados Unidos, a Inglaterra e alguns países da Europa atravessaram um período de grandes inovações tecnológicas que ficou conhecido como Segunda Revolução Industrial. Explique como esse processo teve consequências também em territórios da África e da Ásia, que passaram a ser alvo da cobiça das grandes potências econômicas. 6. Na segunda metade do século XIX ocorreu o processo que ficou conhecido como a “partilha da África”. As grandes potências capitalistas promoveram uma divisão arbitrária do continente para atender sua LXXI D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 71D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 71 31/08/2022 12:0831/08/2022 12:08 busca por matérias-primas e mercados consumidores, sem considerar as diferenças étnicas e culturais dos povos que ali viviam. a) Apresente as principais características do discurso ideológico construído pelos europeus para justificar a partilha. b) Explique algumas das estratégias adotadas pelos povos africanos para resistir a essa dominação. 7. A África é um continente complexo, marcado pela diversidade. Muitas são as “Áfricas” e suas histórias estão atravessadas pelas marcas da colonização e da resistência. Pensando nisso, organize-se em grupo para fazer uma pesquisa sobre a diversidade na África atual. Cada grupo deve selecionar um país africano e ficar responsável pela pesquisa dos seguintes temas: • História dos primeiros povos que habitaram a região, destacando suas culturas, costumes e tradições. • Os impactos da colonização europeia e as marcas da dominação e exploração. • As lutas de resistência ocorridas na região e o processo de independência e formação da nação atual. • Características econômicas, sociais, políticas e culturais do país atualmente. Depois de finalizada a pesquisa, cada grupo deve produzir um material para apresentar os elementos levantados. Pode ser um cartaz informativo, composto por textos e imagens, ou pode ser desenvolvido no formato digital, utilizando recursos visuais para destacar os principais elementos pesquisados. Autoavaliação Agora, para finalizar essa etapa de estudos, faça uma autoavaliação do seu processo de aprendizagem. Analise como foi o seu envolvimento com a realização das atividades propostas, dando especial atenção às suas potencialidades e dificuldades. 8.4 • Avaliação da unidade 4 1. A política no Segundo Reinado (1840-1889) foi marcada pela alternância na base de apoio de D. Pedro II entre o Partido Conservador e o Partido Liberal. Explique as características desses dois grupos políticos. 2. Sobre as características econômicas do Segundo Reinado (1840-1889), assinale a(s) alternativa(s) correta(s): a) O principal produto agrícola cultivado no Brasil naquela época era o café, embora não fosse o único. b) Boa parte da produção cafeeira era para consumo interno, já que no período o Brasil representava menos de 10% da produção mundial. c) A expansão das fazendas de café significou a derrubada das matas nativas, impactando principalmente áreas de floresta amazônica. d) Inicialmente, as plantações de café avançaram pelo Vale do Paraíba, chegando, mais tarde, até o Oeste Paulista. e) Muitos donos de fazenda foram agraciados com títulos de nobreza pelo imperador, passando a ser chamados de coronéis do café. f) A cafeicultura provocou mudanças importantes, levando à diminuição e enfraquecimento das cidades e vilas na região Sudeste. 3. Durante o Segundo Reinado, promoveu-se uma série de reformas que pretendiam transformar o Rio de Janeiro em uma vitrine do progresso tanto em plano internacional quanto nacional. Pensando nisso, explique: a) como as reformas buscavam modificar a imagem de “atraso” associada ao Brasil na Europa. b) por que essa modernização não favorecia por igual a população da cidade. 4. Diante da possibilidade do fim da escravidão, alguns fazendeiros começaram a pensar em trazer traba- lhadores da Europa para cultivar suas terras. Pensando sobre essa questão, explique: a) como essa ideia era estimulada por teorias raciais vigentes na época. b) como a vinda dos imigrantes pretendia promover o branqueamento da população do país. LXXII D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 72D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 72 31/08/2022 12:0831/08/2022 12:08 5. Até recentemente, o fim da escravidão no Brasil era celebrado no dia 13 de maio, data de assinatura da Lei Áurea. Em janeiro de 2003, no entanto, foi estabelecida uma data específica para celebrar a resistência dos negros contra o trabalho escravo: 20 de novembro, data da morte de Zumbi. Pensando nisso, explique: a) Por que grande parte do movimento negro rejeitava a data do 13 de maio como celebração do fim da escravidão no Brasil? b) Qual é a importância da existência do Dia da Consciência Negra no Brasil? • Reúna-se com um colega e faça uma pesquisa sobre alguma figura que pode ser considerada um símbolo da resistência negra no Brasil. A partir dos dados pesquisados, escreva um pequeno texto com a biografia da personagem selecionada. 6. Leia com atenção o texto a seguir, que trata da chamada “Guerra do Paraguai”: A Guerra do Paraguai foi um marco para os países que dela participaram. Guerra do Paraguai se diz no Brasil; Guerra da Tríplice Aliança se fala no Rio da Prata e, no Paraguai, é conhecida como Guerra Grande; na busca de uma designação comum se poderia dizer Guerra de 1865-1870. Dessas designações a que mais se aproxima da realidade é, de fato, Guerra Grande:grande foi sua duração; grande foi o sofrimento humano que desencadeou nas nações envolvidas e grandes foram as con- sequências políticas e econômicas para os países que a lutaram. No entanto, ela também pode ser chamada de Guerra do Paraguai porque, no plano militar, começou com o ataque paraguaio a Mato Grosso – o que na perspectiva paraguaia significava recuperar a posse de um território litigioso –, ampliou-se com a invasão de Corrientes e Rio Grande do Sul e foi travada a maior parte do tempo – por quase 4 anos – no território do Paraguai. Também foi a Guerra da Tríplice Aliança pois nela se assistiu à cooperação argentino-brasileira-uruguaia, pois ao conflito militar antecederam: as disputas entre partidos políticos na Argentina e no Uruguai; o interesse do Império do Brasil de evitar mudanças no status quo uruguaio e a demanda do governo de Francisco Solano López de ser parte no processo político platino. [...] DORATIOTO, Francisco. História e Ideologia: a produção brasileira sobre a Guerra do Paraguai. Nuevo Mundo Mundos Nuevos, [s .l.], 13 jan. 2009. Disponível em: http://journals.openedition.org/nuevomundo/49012. Acesso em: 10 ago. 2022. O texto discute as diferentes designações possíveis para o conflito ocorrido na América do Sul entre 1865 e 1870. A partir da leitura do texto, apresente os argumentos que permitem nomear o conflito de: a) Guerra Grande. b) Guerra do Paraguai. c) Guerra da Tríplice Aliança. 7. A fase final do governo de D. Pedro II foi marcada, por um lado, pelo envolvimento do Brasil em uma grande guerra com os países vizinhos e, de outro, pelas tensões internas em torno da questão da escra- vidão, com grupos em conflito em defesa de sua manutenção ou de sua extinção. Pensando nisso, como é possível relacionar a participação do Brasil na Guerra do Paraguai com as disputas internas pelo fim da escravidão? 8. Na sua opinião, o fim da escravidão significou a solução dos problemas de inserção dos negros na socie- dade e a conquista de direitos por parte dessas populações? Discuta o tema com um colega e escreva um pequeno texto sobre a questão do preconceito e da discriminação das populações negras no Brasil. Autoavaliação Agora, para finalizar essa etapa de estudos, faça uma autoavaliação do seu processo de aprendizagem. Analise como foi o seu envolvimento com a realização das atividades propostas, dando especial atenção às suas potencialidades e dificuldades. LXXIII D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 73D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 73 31/08/2022 12:0831/08/2022 12:08 8.5 • Gabaritos das avaliações Unidade 1 1. A atividade pretende que os estudantes reflitam sobre o conceito de “revolução” e analisem as trans- formações ocorridas no final do século XVIII. a) O termo “revolução” é utilizado para tratar de mudanças profundas que provocam alterações estruturais em uma sociedade. b) Mesmo que os estudantes não apresentem definições muito elaboradas, espera-se que expliquem que o termo revolução pode ser utilizado para tratar das mudanças ocorridas na França e na Inglaterra no século XVIII, pois a Revolução Francesa significou uma profunda mudança na estrutura social e política, com o fim da sociedade do Antigo Regime, enquanto a Revolução Industrial reorganizou todo o processo produtivo com a implantação das máquinas e significou o início de uma nova fase do capitalismo. (CG1, CECH3, CECH5, CEH1, CEH2, EF08HI01, EF08HI03) 2. Resposta: C. A atividade pretende que os estudantes reflitam sobre as características do Iluminismo, identificando os principais aspectos conceituais do movimento. (CG1, CECH3, CEH1, CEH2, EF08HI01) 3. Resposta: D. A atividade pretende que os estudantes consigam identificar aspectos conceituais do Iluminismo a partir do reconhecimento das ideias de alguns dos principais pensadores do movimento. (CG1, CECH3, CEH1, EF08HI01) 4. A atividade procura ampliar a reflexão dos estudantes em relação à importância da ciência e do conhe- cimento científico no desenvolvimento das sociedades, fazendo-os perceber como esse debate, que foi central na reflexão dos pensadores iluministas, segue sendo essencial nas discussões sobre o desenvol- vimento nas sociedades contemporâneas. Busque avaliar a organização da dupla, o comprometimento, a apresentação do trabalho e a capacidade de interação com o restante da classe. (CG1, CG2, CECH2, CECH3, CECH6, CEH1, CEH2, CEH3, EF08HI01) Algumas referências para auxiliar a orientação dos estudantes na pesquisa podem ser encontradas em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quais-foram-as-maiores-descobertas-cientificas-brasileiras/; https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/07/8-invencoes-que-voce-provavelmente-nao-sabia- que-eram-de-brasileiros.html. Acesso em: 10 ago. 2022. 5. A atividade permite aos estudantes identificar as particularidades político-sociais da Inglaterra antes da Revolução Industrial e analisar os impactos da revolução na produção e circulação de povos, produtos e culturas. (CG1, CECH3, CEH1, CEH2, EF08HI02, EF08HI03) No começo do século XVIII, a Inglaterra era uma das nações mais influentes do mundo. Seu território era rico em jazidas de ferro e de carvão, elementos utilizados na produção e funcionamento das máquinas. A burguesia inglesa havia se fortalecido com as revoluções inglesas do século XVII e tinha grande força econômica e política. Ao mesmo tempo, nas cidades havia uma grande quantidade de pessoas em busca de emprego que se tornaram mão de obra das fábricas. 6. A atividade pretende fazer com que os estudantes analisem os impactos da Revolução Industrial sobre as classes trabalhadoras, reconhecendo a relação entre esses processos e a organização do mundo contemporâneo. a) O texto afirma que as cidades ofereciam condições deploráveis aos seus habitantes e que as fábricas exploravam os trabalhadores, sujeitando-os a longas horas de trabalho, a baixos salários, à falta de segurança e de condições de higiene, além de recorrer à mão de obra mais barata de mulheres e crianças. b) Espera-se que os estudantes reflitam sobre como ainda hoje a exploração do trabalho feminino e infantil, as longas jornadas de trabalho, os baixos salários, a falta de segurança e péssimas condições de higiene seguem LXXIV D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 74D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 74 31/08/2022 12:0831/08/2022 12:08 https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/07/8-invencoes-que-voce-provavelmente-nao-sabia-que-eram-de-brasileiros.html https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/07/8-invencoes-que-voce-provavelmente-nao-sabia-que-eram-de-brasileiros.html sendo a realidade de milhares de pessoas em todo o mundo, apesar dos avanços conquistados no sentido da garantia de direitos aos trabalhadores. (CG1, CECH3, CECH7, CEH1, CEH2, CEH3, EF08HI03) 7. A atividade tem como objetivo fazer com que os estudantes analisem as consequências da Revolução Industrial. A situação de extrema exploração dos proletários a partir da Revolução Industrial e as enormes desigual- dades em relação aos burgueses provocaram o surgimento no século XIX de questionamentos sobre a ordem capitalista, que propunham novos caminhos para diminuir a exploração dos trabalhadores. (CG1, CECH3, CECH6, CEH1, CEH2, EF08HI03) Unidade 2 1. O objetivo da atividade é fazer com que os estudantes percebam os impactos do Iluminismo e do libe- ralismo na organização do mundo contemporâneo, analisando a influência do movimento na Europa e também nas Américas. a) As ideias do Iluminismo se propagaram rapidamente e em pouco tempo chegaram também às colônias inglesas na América, por meio da circulação das pessoas, livros e panfletos. Ao chegarem ao continente americano, os princípios iluministas provocaram grande efervescência de ideias, e seus princípios foram uma das bases da independência dos Estados Unidos. b) A França foi um dos principais centros de debate das ideiasiluministas, que inicialmente eram discutidas entre filósofos e pensadores, mas foram alcançando a população por meio de panfletos e jornais, estimulando a luta por liberdade, igualdade e participação política. c) Uma parte das elites da América portuguesa estudava na Europa, e lá teve contato com as novas ideias do Iluminismo. Esse processo, aliado à circulação de livros e panfletos, contribuiu para que em diferentes regiões do Brasil grupos passassem a se articular para questionar o domínio colonial e lutar por liberdade e igualdade, como aconteceu nas conjurações mineira e baiana. d) As elites criollas, os descendentes de espanhóis nascidos na América, não tinham os mesmos privilégios dos nascidos na Espanha e, animadas pelo contato com as ideias do Iluminismo que circulavam intensamente, passaram a se organizar para lutar contra o domínio colonial. (CG1, CECH3, CECH5, CEH1, CEH2, CEH5, EF08HI01) 2. Ao abordar as especificidades que caracterizavam as colônias inglesas, a atividade permite aos estudantes identificar e contextualizar os diversos processos de independência nas Américas. Os processos de ocupação e exploração das 13 colônias inglesas da América do Norte foram bastante distintos. As colônias do Norte foram colonizadas principalmente por pessoas que fugiam de perseguições religiosas e passaram a cultivar produtos agrícolas em pequenas propriedades familiares. As colônias do Centro eram muito parecidas com as do Norte, com pequenas e médias propriedades em que se praticavam agricultura e criação de animais. Já as colônias do Sul se caracterizavam por grandes propriedades agrícolas, onde eram cultivados principalmente algodão e tabaco com a exploração da mão de obra de africanos escravizados. (CG1, CECH3, CEH1, EF08HI06, EF08HI07) 3. Ao tratar de algumas das características das diferentes fases da Revolução Francesa, a atividade permite aos estudantes identificar e relacionar os processos da Revolução e seus desdobramentos na Europa e no mundo. Os itens II, III e V estão corretos. No item I, o correto seria afirmar que o terceiro estado era explorado e sustentava os luxos do primeiro e do segundo estado. No item IV, o correto seria afirmar que os girondinos eram representantes da alta burguesia mais conservadora e que os jacobinos eram radicais defensores de mudanças profundas. (CG1, CECH3, CEH1, EF08HI04) LXXV D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 75D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 75 31/08/2022 12:0831/08/2022 12:08 4. A atividade permite aos estudantes identificar a Revolução de São Domingos como evento singular e avaliar suas implicações, percebendo a repercussão do processo em outros territórios nas Américas. a) De acordo com o texto, a ilha de São Domingos era um dos maiores produtores mundiais de açúcar e café e contava com uma população majoritariamente composta por escravos e negros. b) A rebelião ocorrida no Haiti foi a única feita por africanos e seus descendentes na história americana e culminou em uma revolução que destruiu o sistema escravista, o que gerou um grande medo entre as elites de outras regiões. (CG1, CECH3, CECH5, CECH7, CEH1, CEH2, CEH3, EF08HI10) 5. A atividade propõe que os estudantes comparem a Conjuração Mineira e a Conjuração Baiana, impor- tantes movimentos anticoloniais da América portuguesa. a) os dois movimentos eram resultado da insatisfação dos colonos com as políticas da metrópole portuguesa e propunham a separação de uma região do restante do império português e a criação de uma república. Além disso, os dois movimentos tinham influências das ideias iluministas e de outros movimentos de independência ocorridos nas Américas. b) a Conjuração Mineira era um movimento predominantemente elitista, enquanto a Conjuração Baiana acabou envolvendo a participação de diversos setores sociais, inclusive de pessoas das classes mais baixas. Se no mo- vimento mineiro a maioria dos participantes negociou suas penas, na revolta baiana duras punições atingiram principalmente os conspiradores mais pobres. (CG1, CECH3, CECH5, CEH1, CEH2, EF08HI05) 6. A proposta dessa atividade é refletir sobre os movimentos e as rebeliões da América portuguesa a partir de um ponto de vista da memória e do patrimônio. Para a realização da atividade, é importante orientar os grupos na escolha dos marcos históricos. Para a Conjuração Mineira, é possível pensar em pontos da cidade de Ouro Preto, como a Casa dos Contos. No caso da Conjuração Baiana, podem ser escolhidos pontos localizados em Salvador como a Praça da Piedade e a Igreja e Convento de Nossa Senhora da Piedade. (CG1, CG2, CECH3, CECH4, CECH5, CEH1, CEH2, CEH3, CEH6, EF08HI05) 7. Essa atividade permite aos estudantes identificar, contextualizar e comparar os diversos processos de independência nas Américas. A crise do sistema colonial americano está relacionada, entre outros elementos, com a circulação das ideias do Iluminismo, que levaram a questionar o sistema colonial. Também o quadro europeu de ex- pansão napoleônica, com as disputas entre Inglaterra e França e as invasões na Península Ibérica, tem importantes desdobramentos no cenário americano. (CG1, CECH3, CEH1, CEH2, EF08HI07, EF08HI08, EF08HI13) 8. Resposta: E. A atividade permite aos estudantes caracterizar a organização política e social no Brasil desde a chegada da Corte portuguesa, em 1808, até 1822, e seus desdobramentos para a história política brasileira. (CG1, CECH3, CEH1, EF08HI12) Unidade 3 1. A atividade permite que os estudantes reflitam sobre os conceitos de nação, nacionalismo e xenofobia e sua aplicação para o entendimento de conflitos e tensões. a) nação: definida por certos aspectos culturais de um povo, que os diferenciam em relação a todos os outros povos, como a língua, a comida, os costumes, as crenças, a cultura, o modo de ser e as tradições. b) nacionalismo: termo usado para definir o sentimento de pertencimento a uma nação. c) xenofobia: nacionalismo radical que resulta na aversão a coisas e pessoas de fora do país. (CG1, CG9, CECH1, CECH2, CECH4, CECH6, CEH1, CEH4, CEH6, EF08HI06) LXXVI D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 76D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 76 31/08/2022 12:0831/08/2022 12:08 2. A atividade estimula os estudantes a refletirem sobre o processo de formação política da nação brasileira, enxergando continuidades e rupturas. Além disso, ao analisar a Constituição de 1824 os estudantes são levados a identificar e analisar o equilíbrio das forças e os sujeitos envolvidos nas disputas políticas durante o Primeiro Reinado. a) A Constituição de 1824 foi outorgada por D. Pedro I e marcada pela instituição do Poder Moderador, que centralizava as decisões na mão do imperador. Além disso, a Constituição instituía o voto censitário, excluindo grande parte da população das decisões políticas. b) A Constituição de 1988, conhecida como “Constituição cidadã”, trouxe importantes avanços, garantindo am- plamente os direitos fundamentais, ampliando os direitos dos trabalhadores, autorizando o voto dos analfabetos e reconhecendo os direitos de povos indígenas e populações quilombolas. (CG1, CG7, CG9, CECH1, CECH2, CECH4, CECH6, CEH1, CEH3, EF08HI15) 3. Resposta: A. Nessa atividade os estudantes devem identificar as principais características do período regencial, reflexão que permite identificar e analisar o equilíbrio das forças e os sujeitos envolvidos nas disputas políticas do período e também analisar o papel das rebeliões e movimentos contestatórios ao poder centralizado. (CG1, CECH3, CECH5, CEH1, CEH2, EF08HI15, EF08HI16) 4. Ao tratar de algumas das características das principais revoltas ocorridas durante o período regencial no Brasil, a atividade permite aos estudantes identificar, comparar e analisar a diversidade política, social e regional nas rebeliões e nos movimentos contestatórios ao poder centralizado. Os itens I, II, IV e V estão corretos. No item III, o corretoseria afirmar que a Cabanagem foi um movimento que contou com ampla participação das camadas pobres da população. No item VI, o correto seria afirmar que a Sabinada defendia a emancipação da Bahia, que seria transformada em uma república. No item VII o correto seria afirmar que a Guerra dos Farrapos foi um movimento liderado pelos fazendeiros gaúchos. (CG1, CECH2, CECH5, CEH1, CEH2, EF08HI16) 5. Nessa atividade os estudantes devem refletir sobre as características da Segunda Revolução Industrial, reconhecendo e analisando seus impactos sobre a forma de organização e exploração econômica. Com a Segunda Revolução Industrial, surgiram grandes empresas que, fazendo uso das novidades tecno- lógicas, conseguiram produzir a preços cada vez menores, ampliando seus lucros. Para funcionar, essas empresas necessitavam de matérias-primas e mercado consumidor para as mercadorias que estavam produzindo, o que fez com que as potências buscassem dominar territórios em outros continentes (par- ticularmente na Ásia e na África) que pudessem oferecer essas condições. (CG1, CECH2, CECH3, CEH1, CEH2, CEH5, EF08HI24) 6. A atividade tem como objetivo fazer com que os estudantes consigam refletir sobre as ideologias raciais e o determinismo no contexto do imperialismo europeu, identificando e contextualizando o protagonismo das populações locais na resistência ao imperialismo na África e Ásia. a) Para justificar a partilha dos territórios do continente africano, os europeus construíram um discurso baseado no darwinismo social e na ideia da superioridade dos brancos em relação aos negros. Nesse discurso, os europeus estariam cumprindo o “fardo” de salvar a África e os africanos da barbárie e da selvageria, levando o progresso e a civilização. b) As populações africanas manifestaram sua resistência ao neocolonialismo na forma de fugas, protestos, boicotes e revoltas. Em alguns casos, houve também resistência armada contra o colonizador. (CG1, CG6, CECH3, CECH4, CECH5, CEH1, CEH2, CEH4, CEH5, EF08HI23, EF08HI27) 7. A proposta da atividade é estimular os estudantes a refletir sobre as relações entre presente e passado, per- cebendo as marcas dos processos históricos de dominação e resistência na formação das sociedades africanas atuais. É importante incentivar os estudantes a irem além dos estereótipos sobre o continente africano, enxergando a diversidade e complexidade que marcam a história do continente. (CG1, CG2, CG4, CG6, CG7, CG9, CECH1, CECH2, CECH3, CECH4, CECH6, CEH1, CEH2, CEH3, CEH5, EF08HI23, EF08HI24, EF08HI26) LXXVII D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 77D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 77 31/08/2022 12:0831/08/2022 12:08 Unidade 4 1. A atividade procura contribuir para que os estudantes identifiquem e analisem o equilíbrio das forças e os sujeitos envolvidos nas disputas políticas durante o Segundo Reinado. As diferenças entre liberais e conservadores não eram muito grandes, já que defendiam grupos das elites. Os liberais estavam ligados aos grandes comerciantes, enquanto os conservadores defendiam os interesses dos grandes fazendeiros. (CG1, CECH2, CEH1, EF08HI15) 2. Resposta: A e D. A análise das questões econômicas no Segundo Reinado permite identificar e analisar as forças e os sujeitos envolvidos nas disputas do período. (CG1, CECH2, CEH1, EF08HI15) 3. Nessa atividade, a partir da questão das reformas urbanas os estudantes são levados a identificar as tensões e os significados dos discursos civilizatórios, avaliando seus impactos negativos. a) Nessa época muitas pessoas consideravam a Europa o modelo de “civilização” e acreditavam que as outras regiões do mundo deveriam seguir seu exemplo. O governo brasileiro tinha grande preocupação em modificar a imagem de “atraso” associada principalmente às péssimas condições sanitárias e urbanísticas das cidades brasileiras. b) Essa modernização não favorecia por igual a população da cidade, pois, enquanto os bairros mais ricos eram beneficiados com as reformas, as zonas mais pobres tornavam-se cada vez mais precárias. (CG1, CG2, CECH2, CECH3, CEH1, CEH2, EF08HI27) 4. A atividade leva os estudantes, a partir das ideias por trás das políticas de imigração europeia, a identi- ficar as tensões e os significados dos discursos civilizatórios, avaliando seus impactos negativos. a) Segundo algumas teorias raciais da época, os negros e mestiços seriam “inferiores” aos europeus. Para os fazendeiros terem uma mão de obra qualificada, acreditavam que seria necessário ter trabalhadores brancos. b) Na época, a partir das teorias racistas que circulavam, acreditava-se que, com a chegada do imigrante branco, em algumas gerações a população brasileira seria de maioria branca, o que ajudaria a comprovar ao mundo que o Brasil era “um país civilizado”. (CG1, CG2, CECH2, CECH3, CEH1, CEH2, EF08HI27) 5. Com a atividade os estudantes são estimulados a refletir sobre o legado da escravidão nas Américas e a relacionar aspectos das estruturas sociais da atualidade com os legados da escravidão no Brasil. a) A comemoração dessa data levava a pensar que a Abolição da Escravatura no Brasil tinha sido um presente da princesa Isabel e do governo de D. Pedro II aos homens e mulheres escravizados, apagando toda a história de luta e resistência da população escravizada. b) O Dia da Consciência Negra lembra a luta de milhares de pessoas para acabar com a violência da escravização e conquistar o reconhecimento das culturas, tradições e dos direitos das populações negras no Brasil. c) Os estudantes devem ser estimulados a conhecer de maneira mais profunda a história de figuras que lutaram contra a violência e a exploração das populações negras no Brasil, em busca de dar voz às suas demandas populações e conquistar reconhecimento e direitos. (CG1, CG2, CG6, CG9, CECH2, CECH3, CECH4, CECH6, CEH1, CEH2, CEH3, EF08HI19, EF08HI20) 6. A atividade permite aos estudantes relacionar as transformações territoriais com as tensões e conflitos durante o Império e também identificar as questões internas e externas sobre a atuação do Brasil na Guerra do Paraguai e discutir diferentes versões sobre o conflito. a) Segundo o texto, das designações possíveis, a que mais se aproxima da realidade é Guerra Grande, por conta de sua duração, do tamanho do sofrimento humano nas nações envolvidas e das grandes consequências políticas e econômicas para os países que lutaram. LXXVIII D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 78D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 78 31/08/2022 12:0831/08/2022 12:08 b) Segundo o texto, o conflito pode ser chamado de Guerra do Paraguai porque começou com o ataque paraguaio a Mato Grosso, ampliou-se com a invasão de Corrientes e do Rio Grande do Sul e foi travado a maior parte do tempo no território do Paraguai. c) Segundo o texto, a denominação Guerra da Tríplice Aliança também é válida, pois no conflito se assistiu à cooperação argentino-brasileira-uruguaia. (CG1, CG4, CG7, CECH2, CECH3, CEH1, CEH2, CEH3, CEH4, EF08HI17, EF08HI18) 7. A atividade propõe que os estudantes relacionem a discussão sobre as questões internas ligadas à atuação do Brasil na Guerra do Paraguai com a discussão sobre a escravidão no Brasil. Durante a Guerra do Paraguai, soldados brancos e negros lutaram lado a lado. Quando o conflito acabou, muitos militares começaram a questionar a manutenção da escravidão, o que criava questões com os grandes proprietários, já que os escravizados eram ainda a principal mão de obra nas lavouras de café. Tentando não desagradar nenhum dos lados e procurando encontrar uma saída para o impasse, o governo brasileiro ora sinalizava para o fim da escravatura, ora tentava prolongá-la o máximo possível. (CG1, CG7, CECH2, CECH3, CECH5, CEH1, CEH2, EF08HI18, EF08HI20) 8. Nesta atividade, o objetivo é que os estudantes reflitam sobre aspectos das estruturas sociais da atuali- dade e os relacionem com os legados da escravidão no Brasil. Como fim da escravidão, os recém-libertos foram abandonados à própria sorte. Nenhum projeto que promovesse a integração social da população negra foi aprovado ou sequer discutido pelo governo. Assim, permaneceram a desigualdade social e o preconceito étnico numa sociedade que se esforçava por excluir e marginalizar os negros. (CG1, CG2, CG6, CG9, CECH2, CECH3, CECH4, CECH6, CEH1, CEH2, CEH3, EF08HI20) Gabarito – Autoavaliações Verifique se na autoavaliação os estudantes demonstraram domínio dos temas abordados em cada unidade, se eles se consideraram autônomos na construção do processo de ensino-aprendizagem, e como percebem suas potencialidades e dificuldades, identificando-as para que as devidas intervenções pedagógicas possam ser feitas, auxiliando os estudantes no seu desenvolvimento. Autoavaliação Sim Parcialmente Não Consegui me organizar para realizar todas as atividades propostas? Colaborei com os colegas nas atividades em grupo? Eu me dispus a tirar dúvidas e a superar dificuldades durante a realização das atividades? Consegui compreender e utilizar os principais conceitos estudados? LXXIX D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 79D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 79 31/08/2022 12:0831/08/2022 12:08 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS ESPECÍFICAS DO VOLUM E 8 D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 80D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-062-080-FINAIS-G24.indd 80 31/08/2022 12:0831/08/2022 12:08 1 GISLANE CAMPOS AZEVEDO SERIACOPI (Gislane Azevedo) Mestra em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Foi professora universitária, pesquisadora e professora de História dos ensinos Fundamental e Médio nas redes pública e privada. LEANDRO CALBENTE CÂMARA (Leandro Calbente) Bacharel em História e Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em Ciências (História Econômica) pela Universidade de São Paulo (USP) e doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Foi professor de História dos ensinos Fundamental e Médio na rede pública. Editor e autor de materiais didáticos. REINALDO SERIACOPI Bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e Comunicação Social pelo Instituto Metodista de Ensino Superior. Editor especializado na área de História. 1a edição São Paulo • 2022 Historia COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA 8 D3-HIST-F2-2108-V8-001-009-INICIAIS-LA-G24.indd 1D3-HIST-F2-2108-V8-001-009-INICIAIS-LA-G24.indd 1 12/08/22 12:0612/08/22 12:06 D2-HIST-F2-2108-V8-001-009-INICIAIS-MPU-G24.indd 1D2-HIST-F2-2108-V8-001-009-INICIAIS-MPU-G24.indd 1 29/08/22 15:3929/08/22 15:39 2 Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada. Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33 Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375 Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à EDITORA FTD. Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br A conquista – História – 8o ano (Ensino Fundamental – Anos Finais) Copyright © Gislane Campos Azevedo Seriacopi, Leandro Calbente Câmara, Reinaldo Seriacopi, 2022 Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira Direção de conteúdo e negócios Cayube Galas Direção editorial adjunta Luiz Tonolli Gerência editorial Roberto Henrique Lopes da Silva Edição Deborah D’ Almeida Leanza (coord.), Solange Mingorance, Rui C. Dias Preparação e revisão de textos Maria Clara Paes (coord.), Carolina Machado, Veridiana Maenaka Gerência de produção e arte Ricardo Borges Design Andréa Dellamagna (coord.) Projeto de capa Sergio Cândido Imagem de capa Diana Robinson Photography/Getty Images Arte e produção Vinicius Fernandes (coord.), Camila Ferreira Leite, Jacqueline Nataly Ortolan (assist.) Diagramação Estúdio Diagrami Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno Koga Licenciamento de textos Amandha Rossette Baptista Iconografia Jonathan Santos, Emerson de Lima (trat. imagens) Ilustrações Estúdio Diagrami, Sonia Vaz Cartografia Allmaps, Sonia Vaz Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Seriacopi, Gislane Campos Azevedo A conquista história : 8o ano : ensino fundamental : anos finais / Gislane Campos Azevedo Seriacopi, Leandro Calbente Câmara, Reinaldo Seriacopi. – 1. ed. – São Paulo : FTD, 2022. Componente curricular: História. ISBN 978-85-96-03505-7 (aluno) ISBN 978-85-96-03506-4 (professor) 1. História (Ensino fundamental) I. Câmara, Leandro Calbente. II. Seriacopi, Reinaldo. III. Título. 22-114756 CDD-372.89 Índices para catálogo sistemático: 1. História : Ensino fundamental 372.89 Eliete Marques da Silva – Bibliotecária – CRB-8/9380 D3-HIST-F2-2108-V8-001-009-INICIAIS-LA-G24.indd 2D3-HIST-F2-2108-V8-001-009-INICIAIS-LA-G24.indd 2 12/08/22 12:0612/08/22 12:06 D2-HIST-F2-2108-V8-001-009-INICIAIS-MPU-G24.indd 2D2-HIST-F2-2108-V8-001-009-INICIAIS-MPU-G24.indd 2 29/08/22 15:3929/08/22 15:39 3 APRESENTAÇÃO Repare em seus amigos na sala de aula. Provavelmente, você vai notar a presença de pessoas com variados gostos, estilos, características e crenças. Alguns, por exemplo, têm olhos escuros, outros, claros; uns têm cabelos lisos, outros, encaracolados. Há pessoas com diferentes crenças religiosas e aquelas que não professam nenhuma religião. Tem gente que adora rock e outros que gostam de rap, música sertaneja ou regio- nal. Há, ainda, os que curtem futebol e os que nem querem ouvir falar do esporte. É muita diferença, não é mesmo? Se pensar bem, não é só na sala de aula que você encontra tanta diversidade de gostos, crenças etc. Nossa cidade, nosso país e o próprio mundo são formados por pessoas e povos bastante variados. Mas como será que surgiram tantas diferenças? De modo geral, essa diversidade é resultado da vivência que as pessoas ou os povos tiveram nos variados lugares do planeta ao longo do tempo. Ou seja, a diversidade está relacionada à história dos povos e grupos humanos. Como você pode perceber, o estudo de História é fundamental para entendermos o mundo em que vivemos. Esta coleção tem entre seus objetivos ajudar você a conhecer a história dos grupos humanos que compõem nosso país, assim como a história de sociedades e povos que viveram em outras épocas, nas mais diversas regiões do planeta. Acreditamos que o conhecimento sobre as diferenças é o primeiro passo para cultivarmos o respeito pelos outros e, dessa maneira, trans- formarmos nosso mundo em um lugar onde todos possam viver em harmonia. Viver felizes com nossas diferenças! Um grande abraço. Os autores D3-HIST-F2-2108-V8-001-009-INICIAIS-LA-G24.indd 3D3-HIST-F2-2108-V8-001-009-INICIAIS-LA-G24.indd 3 12/08/22 12:0712/08/22 12:07 D2-HIST-F2-2108-V8-001-009-INICIAIS-MPU-G24.indd 3D2-HIST-F2-2108-V8-001-009-INICIAIS-MPU-G24.indd 3 29/08/22 15:3929/08/22 15:39 4 CONHEÇA SEU LIVRO Esta coleção traz aspectos da história do Brasil e do mundo narrados em linguagem atraente, sempre relacionando o passado com o presente. Imagens diversas servem de ponto de partida para a apresentação dos assuntos. As atividades auxiliam você a revisar o conteúdo estudado e estimulam a reflexão sobre seu cotidiano. IGUALDADE UNIDADE 1 10 Hoje, a noção de que somos todos juridicamente iguais é reconhecida na Constituição Federal do Brasil e nas de outros países. No passado, porém, houve muita resistência a essa ideia, particular-mente de grupos sociais privilegiados. A igualdade foi conquistada pela ação de muitas pessoas que, ao longo da história, lutaram contra formas de governo e siste-mas de poder pautados na discriminação e na desvalorizaçãodas diferenças. Nesta unidade, vamos estudar alguns dos processos históricos que fizeram da igual-dade um valor fundamental da democracia. Visões de resistências, sonhos de liberdade, mural do artista Acme que representa líderes da luta por igualdade racial, com destaque para Martin Luther King Jr. (1929-1968). Rio de Janeiro (RJ), 2022. Martin Luther King Jr. se tornou um dos principais nomes do movi- mento por direitos civis nos Estados Unidos na década de 1960, quando as leis de segregação racial ainda separavam negros e brancos em estados do sul do país. D3-HIST-F2-2108-V8-010-037-U1-CAP1-LA-G24.indd 10 D3-HIST-F2-2108-V8-010-037-U1-CAP1-LA-G24.indd 10 05/08/22 16:1005/08/22 16:10 IS M AR IN GB ER /P UL SA R IM AG EN S 1111 D3-HIST-F2-2108-V8-010-037-U1-CAP1-LA-G24.indd 11 D3-HIST-F2-2108-V8-010-037-U1-CAP1-LA-G24.indd 11 05/08/22 16:1005/08/22 16:10 ABERTURA DE UNIDADE Em duas páginas duplas, as aberturas trazem imagens e textos apresentando o conceito trabalhado na unidade. Cada volume tem quatro unidades e, em cada uma delas, há conceitos importantes para a compreensão do mundo em que vivemos. Igualdade jurídica e igualdade social O artigo 5o da Constituição da República Federativa do Brasil afirma que somos todos iguais perante a lei. Mas o que isso quer dizer? Como podemos alcançar a igualdade se somos diferentes? A igualdade pressupõe o fim das diferenças? Não, ela não pressupõe o fim das dife-renças. O conceito de igualdade jurídica estabelece que as pessoas, mesmo com todas as suas diferenças, devem ter os mesmos direi-tos e deveres. Todos têm o direito de receber do Estado e da sociedade um tratamento idêntico, independentemente de sexo, idade, etnia, crença religiosa ou posição social. Para entender melhor esse conceito, acompanhe este exemplo: todas as crianças que vivem no território brasileiro têm direito à educação. Mas e se uma criança com deficiência física ou intelectual tiver dificuldades para acompa- nhar o conteúdo escolar? E se o mesmo ocorrer às crianças indígenas que falam apenas a língua de seu povo? Como garantir o direito universal à educação mesmo diante de tantas diferenças? Capa da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 1988. Esse é o documento mais importante do país: todas as leis são feitas de acordo com as regras e os princípios estabelecidos nele. Intérpretes de Libras traduzem uma apresentação aos estudantes de Pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Nossa Senhora do Livramento (MT), 2020. SE NA DO F ED ER AL , S EC RE TA RI A DE E DI TO RA ÇÃ O E PU BL IC AÇ ÕE S, CO OR DE NA ÇÃ O DE E DI ÇÕ ES T ÉC NI CA S CE SA R DI NI Z/ PU LS AR IM AG EN S 12 D3-HIST-F2-2108-V8-010-037-U1-CAP1-LA-G24.indd 12 D3-HIST-F2-2108-V8-010-037-U1-CAP1-LA-G24.indd 12 05/08/22 16:1005/08/22 16:10 1. Cite exemplos de situações nas quais percebemos que há igualdade em nossa sociedade. 2. Você já presenciou ou soube de situações nas quais o princípio da igualdade foi desrespeitado? Em caso afirmativo, que situações foram essas?Respostas pessoais. São exemplos as proibições de alguém frequentar um lugar por questões étnicas, sociais, religiosas etc. Consulte comentários adicionais nas Orientações didáticas. Sonia Guimarães é cientista e doutora em Física. Foi a primeira mulher negra a lecionar no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). São José dos Campos (SP), 2019. AC ER VO P ES SO AL É por isso que o governo (federal, estadual e municipal), assim como as escolas onde essas crianças estão matriculadas, deve buscar soluções de acordo com cada caso. Tudo para garantir aos estudantes o direito à educação. Quando todos conseguem se beneficiar dos mesmos direitos jurídicos (a lei) e oportunidades, dizemos que existe igualdade social.Contudo, a igualdade social ainda não é realidade em nosso país. Muitas crianças, por exemplo, continuam sem acesso à escola, principalmente as mais pobres.A população negra também não tem as mesmas oportunidades que a população branca. Em geral, os negros recebem salários mais baixos e não têm as mesmas perspectivas de emprego e educação, por exemplo. Em outros países, também há grupos que, por causa de suas características étnicas, culturais, religiosas, econômicas, de gênero e orientação sexual, estão privados de direitos.Defender a igualdade significa, portanto, contribuir para a construção de uma sociedade demo-crática, na qual as pessoas possam fazer livremente suas escolhas e sejam respeitadas em suas particularidades. Hoje, a noção de que somos todos juridicamente iguais é reconhecida. No passado, porém, houve muita resistência contra essa ideia, particularmente de grupos sociais que não estavam dispostos a perder seus privilégios. Dessa forma, a igualdade que hoje encontramos na Constituição brasileira e na de outros países só pôde ser obtida por meio de lutas contra os grupos que resistiam a ela. Assim como a liberdade, a igualdade foi conquistada pela ação de muitas pessoas ao longo da História.Nesta unidade, vamos estudar alguns dos processos históricos que levaram à conquista da igualdade como valor fundamental da democracia. Resposta pessoal. Importante é esclarecer que existe igualdade quando as pessoas têm os mesmos direitos e deveres. São exemplos: direito ao voto e à liberdade de culto. Consulte comentários adicionais nas Orientações didáticas. 13 D3-HIST-F2-2108-V8-010-037-U1-CAP1-LA-G24.indd 13 D3-HIST-F2-2108-V8-010-037-U1-CAP1-LA-G24.indd 13 05/08/22 16:1005/08/22 16:10 D3-HIST-F2-2108-V8-001-009-INICIAIS-LA-G24.indd 4D3-HIST-F2-2108-V8-001-009-INICIAIS-LA-G24.indd 4 12/08/22 12:0712/08/22 12:07 D2-HIST-F2-2108-V8-001-009-INICIAIS-MPU-G24.indd 4D2-HIST-F2-2108-V8-001-009-INICIAIS-MPU-G24.indd 4 29/08/22 15:3929/08/22 15:39 5 O panteão dos heróis Muitos anos depois das guerras pela independência, o governo da Venezuela encomendou ao artista Arturo Michelena (1863-1898) um quadro para celebrar a independência do país. O artista começou a produzir a obra, mas faleceu antes de finalizá-la. Mesmo inconclusa, a obra ajuda a refletir sobre o processo que culminou na formação dos países latino-americanos. Analise-a com atenção. A obra se chama O panteão dos heróis. Em grego, panteão designa o conjunto de deuses. Com o tempo, a palavra passou a significar também mausoléu (túmulo imponente), onde se encontram depositados os restos mortais de pessoas notáveis. Se o quadro tem esse título, quem são os heróis a que se refere o artista? No quadro, está representada uma grande quantidade de pessoas. Há um religioso, pessoas em trajes civis, mas a maior parte são homens em trajes militares. Esses homens representam diversos chefes militares que enfrentaram as tropas espanholas nas lutas pela independência da América. Apoiado no pedestal da estátua está José Antonio Páez (1790- 1873), que, posteriormente, seria presidente da Venezuela. O panteão dos heróis, Arturo Michelena. Óleo sobre tela, 135 cm x 168 cm, 1898. José Antonio Páez, futuro presidente da Venezuela, encostado no pedestal da estátua. Detalhe da obra O panteão dos heróis. Entre os antigos gregos e romanos, panteão era um templo dedicado aos deuses. Mas, nesse caso, é um monumento cons- truído para abrigar os restos mortais de figuras ilustres consideradas heróis nacionais. IMAGEM CONDUTORA M US EO A RT UR O M IC HE LE NA , C AR AC AS , V EN EZ UE LA M US EO A RT UR O M IC HE LE NA , C AR AC AS , V EN EZ UE LA 128 D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 128D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 128 09/08/22 11:3509/08/22 11:35 ES TÚ DI O DI AG RA M I STOCKSYLE/SHUTTERSTOC K.COM PESQUISA AÇÃO& DE ONDE VÊM MEUS ALIMENTOS? Você já pensou de onde vêm as frutas, as verduras e os legumes que chegam à sua mesa nas refeições? São cultivados em grandes fazendas ou vêm de pequenos oumédios produtores rurais? E como esses alimentos são cultivados? A pessoa que os vende é a mesma que os cultiva? Conhecer as características do alimento que consumimos nos ajuda a pensar (e até a repensar) nossos hábitos alimentares e a fazer melhores escolhas. Em grupo, façam uma pesquisa em sua comunidade a respeito dessas questões. Para isso, com o auxílio do professor e dos responsáveis, organizem uma visita a uma feira livre próxima à escola ou outra conhecida. Lá, você e os colegas do grupo vão coletar informações com os feirantes. 1O passo Para o melhor aproveitamento desta atividade, é fundamental elaborar previamente um questionário a ser aplicado entre o público- alvo. Elaborar um questionário é uma tarefa que deve ser feita com atenção, seguindo critérios e métodos específicos. Confiram no gráfico a seguir alguns dos cuidados que vocês precisam ter em mente durante a elaboração de um questionário de pesquisa. Consulte comentários nas Orientações didáticas. 2O passo Depois de fazer ajustes e finalizar o questionário, imprimam cópias dele, de acordo com o número estimado de pessoas que participarão da pesquisa. 252 D3-HIST-F2-2108-V8-238-265-U4-CAP9-LA-G24.indd 252D3-HIST-F2-2108-V8-238-265-U4-CAP9-LA-G24.indd 252 11/08/22 10:4111/08/22 10:41 Consulte comentários nas Orientações didáticas. Definam o objetivo da pesquisa As perguntas devem estar em sintonia com o objetivo da pesquisa. Afinal, as respostas do questionário ajudarão a embasar as informações do trabalho. Identifiquem o público-alvo É muito importante saber qual é o perfil das pessoas que serão entrevistadas. Procurem fazer as perguntas de maneira direta, utilizando termos que o entrevistado deve conhecer. Dessa maneira, serão maiores as chances de vocês obterem respostas verdadeiras. Elaborem um rascunho Não tenham pressa na elaboração do questionário. Pensem no tipo de informação que pretendem reunir e qual o melhor tipo de pergunta a ser feita para se obter a informação desejada. Inicialmente, escrevam um rascunho. Ao concluí-lo, muitas vezes vocês perceberão que algumas perguntas são dispensáveis e outras necessitam ser reelaboradas. Aproveitem para decidir a ordem em que as perguntas aparecerão no questionário. Façam um teste Antes de começar a entrevistar seu público-alvo, peçam a opinião de outras pessoas a respeito das perguntas elaboradas, procurando descobrir se o questionário está claro, isento de erros e com perguntas coerentes. Se houver necessidade, façam novos ajustes. Melhor corrigir o questionário nesse momento do que depois, quando a pesquisa já estiver sendo aplicada. Estabeleçam o tipo de pergunta que desejam fazerO tipo de pergunta de um questionário pode variar de acordo com as intenções dos entrevistadores. Vocês podem fazer perguntas de múltipla escolha, permitindo que o entrevistado indique uma ou mais alternativas. Por exemplo: “que tipo de música você gosta de ouvir”: a) rap; b) rock; c) MPB; d) samba; e) funk”. Se quiserem, é possível limitar, pedindo para que, dessa lista, o entrevistado selecione apenas os três gêneros favoritos, mesmo que ele ouça todos. Vocês também podem fazer perguntas abertas, para que o entrevistado responda livremente a respeito de um assunto. Por exemplo: “em quais momentos você gosta de ouvir música?”. Perguntas abertas são boas de serem usadas quando se deseja conhecer melhor as ideias do entrevistado. Outra possibilidade são os questionários cujas respostas são escolhidas com base em uma escala. Esse tipo de pergunta permite que vocês agrupem as respostas em “positivas” e “negativas”. Eis um exemplo: “Em uma escala de 1 a 10, em que 1 significa ‘não gosto de jeito nenhum’ e 10 significa ‘gosto muito’, responda: qual o seu entendimento a respeito das músicas da cantora X?”. 4O passo Depois de realizadas as entrevistas, façam uma tabulação das respostas, apresentem aos colegas e comparem os resultados obtidos. 3O passo Apliquem os questionários conforme as orientações do professor, seguindo o número de participantes pré-estipulado e observando a boa comunicação com os interlocutores. Importante: vocês só devem ir à feira livre acompanhados de um responsável. Elaborado com base em: CARMO, Vera. O uso de questionários em trabalhos científicos. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, [2013]. Disponível em: http://www.inf.ufsc.br/~vera.carmo/Ensino_2013_2/O_uso_de_questionarios_em_trabalhos_cient%EDficos.pdf. Acesso em: 29 jun. 2022. 253 D3-HIST-F2-2108-V8-238-265-U4-CAP9-LA-G24.indd 253D3-HIST-F2-2108-V8-238-265-U4-CAP9-LA-G24.indd 253 11/08/22 10:4111/08/22 10:41 PESQUISA & AÇÃO A seção Pesquisa & Ação tem como objetivo desenvolver diferentes práticas de pesquisa ao longo da coleção, tais como entrevistas, observação e tomada de notas, entre outras. A maquinofatura Uma mudança importante na forma de produção dos objetos foi o uso de máquinas para transformar a matéria-prima (confira a seção Raio X na página seguinte). No começo, as máquinas funcionavam com a força humana ou de animais, mas logo passaram a ser empregadas outras fontes de energia, como a queima do carvão e o vapor de água. O nome dessa forma de produção é maquinofatura, e as unidades de trabalho são as fábricas. Com máquinas cada vez melhores, as fábricas passaram a produzir maior quantidade de mercadorias com custo de produção menor: um trabalhador com uma máquina produzia a mesma quantidade que muitos trabalhadores produziam manualmente. O aumento de produção e a redução de custos proporcionaram um lucro muito grande para os donos das indústrias. Os industriais mandavam construir os locais onde eram instaladas as máquinas e contratavam os empregados para trabalhar na produção. Interessados em ter ainda mais lucro, foram aumen- tando o investimento na mecanização do trabalho, incentivando a invenção de novas máquinas. Todo esse processo de mecanização da produção começou na segunda metade do século XVIII, na Inglaterra. Ao longo do século seguinte, a maquinofatura se espalhou pelo restante da Europa e também para outras regiões do mundo. Mas por que a Revolução Industrial começou na Inglaterra? Para responder a essa pergunta, vamos conhecer a sociedade inglesa daquele período. • A Revolução Industrial. Disponível em: https://artsandculture.google.com/story/ xQXx4Z7cSUF-qA. Acesso em: 27 jun. 2022. Página interativa sobre a Revolução Industrial, com diversos textos e imagens. Originalmente em inglês, mas com possibilidade de tradução para o português. FICA A DICA Indústria: pode ser uma fábrica ou conjunto de fábricas com muitas máquinas e vários processos mecanizados reunidos em um local. Um martelo a vapor trabalhando, James Nasmyth. Óleo sobre tela, 1871. PH OT O1 2/ UN IV ER SA L IM AG ES G RO UP /G ET TY IM AG ES Na imagem, operários trabalham em um martelo a vapor, máquina usada para forjar com rapidez metais como ferro e aço. Essa máquina foi criada pelo mesmo autor da pintura. 40 D3-HIST-F2-2108-V8-038-065-U1-CAP2-LA-G24.indd 40D3-HIST-F2-2108-V8-038-065-U1-CAP2-LA-G24.indd 40 09/08/22 15:5409/08/22 15:54 GLOSSÁRIO Os termos e conceitos destacados no texto em lilás remetem ao glossário disponível na mesma página, que apresenta suas definições. IMAGEM CONDUTORA Sempre que aparecer esse título e uma imagem com moldura laranja, fique atento. A imagem será analisada em detalhes nas páginas seguintes e ajudará na compreensão do capítulo. #FICA A DICA Com o objetivo de enriquecer ou ampliar os assuntos estudados, há sugestões de diferentes conteúdos, como livros, revistas, sites, documentários e filmes. BOXE COMPLEMENTAR Informações complementares que ampliam o estudo de uma imagem ou um tema. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Nesse boxe, você ficará sabendo o que será aprendido com o estudo do capítulo. REBELIÕES NA COLÔNIA: A CONJURAÇÃO MINEIRA E A CONJURAÇÃO BAIANA • Identificar as causas, as consequências e as personagens envolvidas na ConjuraçãoMineira e na Conjuração Baiana. • Reconhecer aspectos do ideal de liberdade no passado e no presente. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 4CAP ÍTULO Alguns dias são feriados nacionais no Brasil. Certamente você conhece alguns deles: 1o de maio, Dia do Trabalho; 7 de setembro, come- moração da Proclamação da Independência do Brasil. Outro feriado nacional é o dia 21 de abril, data escolhida para celebrar Tiradentes. Tiradentes (1746-1792) foi um militar de baixa patente que, em 1789, com outras pessoas, participou de um movimento conhe- cido como Conjuração Mineira. Esse movimento pretendia libertar a capitania de Minas Gerais da dominação portuguesa. Em 1798, outra rebelião ocorreu na colônia portuguesa. Foi a Conjuração Baiana, que teve lugar em Salvador, na Bahia. Os dois movimentos tinham uma característica em comum: seus integrantes agiam influenciados pelas ideias de liberdade e igualdade difundidas pelo pensamento iluminista. Busto de Manuel Faustino dos Santos Lira, um dos líderes da Conjuração Baiana, na Praça da Piedade, no centro de Salvador (BA), 2020. Praça Tiradentes, no centro histórico de Ouro Preto. Nessa cidade, reuniam-se os líderes da Conjuração Mineira, ocorrida em 1789. Ouro Preto (MG), 2021. JO ÃO P RU DE NT E/ PU LS AR IM AG EN S SERGIO PEDREIRA/PULSAR IMAGENS 104104 D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd 104D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd 104 01/08/22 11:5101/08/22 11:51 ABERTURA DE CAPÍTULO Todos os capítulos começam com uma ou duas imagens e textos que tratam de assuntos do presente. Assim, você perceberá que a História tem tudo a ver com o dia a dia de todos nós. D3-HIST-F2-2108-V8-001-009-INICIAIS-LA-G24.indd 5D3-HIST-F2-2108-V8-001-009-INICIAIS-LA-G24.indd 5 12/08/22 12:0712/08/22 12:07 D2-HIST-F2-2108-V8-001-009-INICIAIS-MPU-G24.indd 5D2-HIST-F2-2108-V8-001-009-INICIAIS-MPU-G24.indd 5 29/08/22 15:3929/08/22 15:39 6 ÍCONES Algumas atividades são caracterizadas com os seguintes ícones: TECNOLOGIA TR ABALHO SOCIOEMOCIONAL INTERPRETAÇÃO D E D O C U M E N T O SCOMUNIDADE DIVERSIDADE IMAGENS FORA DE PROPORÇÃO. AS CORES NÃO SÃO REAIS. NÃO ESCREVA NO LIVRO. SELOS Este livro é reutilizável. Faça as atividades no caderno ou em folhas avulsas. LINHA DO TEMPO SEM ESCALA. OS SEGMENTOS ENTRE AS DATAS NÃO CORRESPONDEM AO TEMPO DECORRIDO. MAPA ILUSTRATIVO SEM ESCALA. Para representar melhor certos conceitos, algumas ilustrações podem alterar a proporção de tamanho entre os elementos ou empregar cores que não são as reais. Quando isso acontecer, a ilustração apresentará estes selos. RAIO X VILA RICA NO SÉCULO XVIII Que documento é esse? Trata-se de uma imagem feita entre 178 5 e 1790 representando o morro de San ta Quitéria, no centro da antiga Vila Rica (atual Ou ro Preto). É possível identificar o Palácio do Governador (no centro, ao fundo), o pelourinho (em primeiro plano), o chafariz e a igreja de Santa Quitéria, entre outros prédios. No final do sécul o XIX, foi instalado um monumento em homenagem a Tiradentes, então o local passou a se ch amar Praça Tiradentes. Que informações sobre Ouro Preto e sse documento pode fornecer? As construções indicam que, no final d o século XVIII, Vila Rica era um centro urbano com edificações imponentes, e, por causa do pelourinho, sabemos que o local tinha au tonomia política. O chafariz confirma o abastecimento de água pública, e a presença de soldados de forma perfi- lada (alinhada) indica um sistema organi zado de proteção e/ou repressão. A loca lização da igreja (próxima ao palácio) sugere que a religiã o tinha grande importância para a socie dade da época. Comparando essa imagem com a fot ografia da Praça Tiradentes, da pági na 104, quais observações podem ser feitas? Podemos afirmar que o local passou por reformas. O Palácio do Governador (atu al Museu de Ciência e Técnica) foi expandido, e não existem mais a igreja de Santa Quitéria nem o chafariz. A praça foi expandida, e o desnível no terreno próximo ao chafariz foi aterra do. As casas ao redor da praça também foram reforma das ou substituídas. O pelourinho foi e xtinto, e há um monumento, com uma estátua, em hom enagem a Tiradentes. Ilustração de 1785-1790, de autoria desconhecida, que representa a Praça Tiradentes e, ao fundo, o Palácio do Governador, em Vila Rica. IN ST IT UT O DE E ST UD OS B RA SI LE IR OS D A US P, S ÃO P AU LO -S P 114 D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G 24.indd 114 D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G 24.indd 114 01/08/22 11:5101/08/22 11:51 OLHO VIVO O POVO É O HERÓI Em 1872, Pedro Américo (1843-1905), por encomenda do governo brasileiro, pintou um quadro representando um conflito ocorrido no arroio do Avaí (no Paraguai), durante a Guerra do Paraguai. Com 11 metros de largura por 6 metros de altura, a cena envolve mais de 400 figurantes e sua representação conta com um alto grau de realismo. Ao tratar de maneira épica um acontecimento como esse, Pedro Américo promoveu, como desejava o governo, uma glorificação do Império Brasileiro. Porém, diferentemente do que era comum em pinturas do gênero, o pintor preferiu transferir o papel de herói para o povo, representado pelos soldados e oficiais de patentes mais baixas. A batalha do Avaí, Pedro Américo. Óleo sobre tela, 1872. 1 2 3 4 5 9 8 6 10 Detalhe de Oficial dos caçadores a cavalo, Théodore Géricault. Óleo sobre tela, 1812. MUSEU DO LOUVRE, PARIS, FRANÇA 1 244 D3-HIST-F2-2108-V8-238-265-U4-CAP9-LA-G24.indd 244D3-HIST-F2-2108-V8-238-265-U4-CAP9-LA-G24.indd 244 11/08/22 10:4111/08/22 10:41 1 A figura do militar a cavalo foi inspirada no quadro Oficial dos caçadores a cavalo, do pintor francês Théodore Géricault (1791- 1824), reproduzida a seguir. 2 Os membros do estado-maior do Exército brasileiro são represen-tados de maneira neutra e distante, como simples observadores. Assim, o artista “esvazia” a figura dos heróis, que em quadros épicos são geralmente representados no centro da ação. São eles: montado no cavalo branco, o comandante das tropas brasileiras, Duque de Caxias; à direita, de binóculos, o capitão de mar e guerra Luís Pereira da Cunha, e, à esquerda, o brigadeiro Barão da Penha. 3 Os soldados brasileiros, ao contrário dos paraguaios (consulte o item 4, a seguir), são representados com traços europeus, com pele e cabelos claros, transmitindo a ideia de que os brasileiros eram “civilizados”. Além disso, na cena representada, os soldados brasileiros assumem uma posição heroica diante do inimigo. 5 No centro da ação, estão soldados e oficiais de patentes mais baixas, como o comandante da cava- laria, tenente Alves Pereira. Na imagem, ele “rouba” a bandeira paraguaia e é ameaçado por três inimi- gos, que o atacam com lança, sabre e pistola. 4 Os paraguaios são representados com corpos atar racados e os rostos com traços rústicos, transmitindo, assim, a ideia de que eram “bárbaros”. Além disso, estão em atitudes de ferocidade e covardia. 6 Ao fugir, o soldado paraguaio recolhe moedas caídas no chão. Ao mostrá-lo preocupado em rapinar os despojos de guerra, o pintor procura passar a ideia de que os paraguaios são mesquinhos. 7 A cortina de fumaça e o fogo ao fundo suprimem toda a referência espacial, tra-zendo as atenções para a energia do combate em primeiro plano. 8 O general Manuel Luís Osório, coman- dante do I Corpo do Exército Imperial, é um dos poucos comandantes que aparecem no centro das ações. Foi representado momentos antes de receber um tiro no maxilar que o tiraria da guerra. 9 Pedro Américo representou-se como um soldado raso, portando uma baioneta retorcida, manchada de sangue. Em seu quepe está o número 33, sua idade na época em que executou a obra. Naturalmente, ele não participou da batalha. 10 Apesar de a maior parte do Exército brasileiro na Guerra do Paraguai ser composta