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Elaboração e Análise de Projetos v vi QUÉSIA POSTIGO KAMIMURA ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS 1ª Edição - revista e atualizada - 2017 vii Copyright©2017. Universidade de Taubaté. Todos os direitos dessa edição reservados à Universidade de Taubaté. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio, sem a prévia autorização desta Universidade. Administração Superior Reitor Prof. Dr. José Rui Camargo Vice-reitor Prof. Dr. Isnard de Albuquerque Câmara Neto Pró-reitor de Administração Prof. Dr. Isnard de Albuquerque Câmara Neto (interino) Pró-reitor de Economia e Finanças Prof. Dr. Mario Celso Peloggia (interino) Pró-reitora Estudantil Profa. Ma. Angela Popovici Berbare Pró-reitor de Extensão e Relações Comunitárias Prof. Dr. Mario Celso Peloggia Pró-reitora de Graduação Profa. Dra. Nara Lucia Perondi Fortes Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação Prof. Dr. Francisco José Grandinetti Coordenação Geral EaD Profa.Dra.Patrícia Ortiz Monteiro Coordenação Acadêmica Profa.Ma. Rosana Giovanni Pires Coordenação Pedagógica Profa.Dra.Ana Maria dos Reis Taino Coordenação de Tecnologias de Informação e Comunicação Wagner Barboza Bertini Coordenação de Mídias Impressas e Digitais Profa.Ma.Isabel Rosângela dos Santos Amaral Coord. de Área: Ciências da Nat. e Matemática Profa. Ma. Maria Cristina Prado Vasques Coord. de Área: Ciências Humanas Profa. Dra. Suzana Lopes Salgado Ribeiro Coord. de Área: Linguagens e Códigos Profa. Dra. Juliana Marcondes Bussolotti Coord. de Curso de Pedagogia Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Gestão e Negócios Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Recursos Naturais Revisão ortográfica-textual Projeto Gráfico Diagramação Autor Revisão Técnica Profa. Ma. Ely Soares do Nascimento Profa. Ma. Márcia Regina de Oliveira Profa. Ma. Márcia Regina de Oliveira Profa. Ma. Isabel Rosângela dos Santos Amaral Me. Benedito Fulvio Manfredini Bruna Paula de Oliveira Silva Quésia Postigo Kamimura Prof. Me. Evandro Luiz de Oliveira Unitau-Reitoria Rua Quatro de Março,432-Centro Taubaté – São Paulo CEP:12.020-270 Central de Atendimento:0800557255 Polo Taubaté Polo Ubatuba Polo São José dos Campos Polo São Bento do Sapucaí Avenida Marechal Deodoro, 605–Jardim Santa Clara Taubaté–São Paulo CEP:12.080-000 Telefones: Coordenação Geral: (12)3621-1530 Secretaria: (12) 3622-6050 Av. Castro Alves, 392 – Itaguá – CEP: 11680-000 Tel.: 0800 883 0697 e-mail: nead@unitau.br Horário de atendimento: 13h às 17h / 18h às 22h Av Alfredo Ignácio Nogueira Penido, 678 Parque Residencial Jardim Aquarius Tel.: 0800 883 0697 e-mail: nead@unitau.br Horário de atendimento: 8h às 22h EMEF Cel. Ribeiro da Luz. Av. Dr. Rubião Júnior, 416 – São Bento do Sapucaí – CEP: 12490-000 Tel.:(12) 3971-1230 e-mail: polosaobento@ead.unitau.com.br Horário de atendimento: das 18h às 21h (de segunda a sexta-feira) / das 8h às 12h (aos sábados). Ficha Catalográfica elaborada pelo SiBi K154e Kamimura, Quésia Postigo Elaboração e análise de projetos / Quésia Postigo Kamimura. Taubaté: UNITAU, 2011. 97p. : il. ISBN: 978-85-65687-54-6 Bibliografia 1. Projetos. 2. Gerenciamento de projetos. 3. Projetos nas organizações. I. Universidade de Taubaté. II. Título mailto:polosaobento@ead.unitau.com.br viii PALAVRA DO REITOR Palavra do Reitor Toda forma de estudo, para que possa dar certo, carece de relações saudáveis, tanto de ordem afetiva quanto produtiva. Também, de estímulos e valorização. Por essa razão, devemos tirar o máximo proveito das práticas educativas, visto se apresentarem como máxima referência frente às mais diversificadas atividades humanas. Afinal, a obtenção de conhecimentos é o nosso diferencial de conquista frente a universo tão competitivo. Pensando nisso, idealizamos o presente livro- texto, que aborda conteúdo significativo e coerente à sua formação acadêmica e ao seu desenvolvimento social. Cuidadosamente redigido e ilustrado, sob a supervisão de doutores e mestres, o resultado aqui apresentado visa, essencialmente, a orientações de ordem prático-formativa. Cientes de que pretendemos construir conhecimentos que se intercalem na tríade Graduação, Pesquisa e Extensão, sempre de forma responsável, porque planejados com seriedade e pautados no respeito, temos a certeza de que o presente estudo lhe será de grande valia. Portanto, desejamos a você, aluno, proveitosa leitura. Bons estudos! Prof. Dr. José Rui Camargo Reitor ix x Apresentação Uma das abordagens gerenciais que nos últimos anos tem-se demonstrado bastante atraente como alternativa para os executivos das organizações é o gerenciamento de projetos. Desde os primórdios da nossa civilização, pessoas criam e gerenciam projetos, seja para a construção de obras públicas, a implantação de serviços de cunho social ou elaboração de legislação, entre outras razões ou motivações. Mesmo sem conhecer metodologias e tecnologias, a grande preocupação é atingir objetivos, com a otimização de tempo, orçamento, pessoas, materiais, energia, sempre com qualidade; com ponderação e avaliação dos riscos envolvidos nestes projetos. Por que será que inventaram projetos? Não bastava existirem atividades e processos? Em busca de respostas podemos nos remeter primeiramente à nossa vida pessoal – cada um de nós sabe distinguir nossos projetos das demais atividades. Não é mesmo? Mahatma Ghandi já disse: “Sou um sonhador prático. Meus sonhos não são meramente fantasias vazias. Eu quero converter meus sonhos em realidade”. Ao pensarmos nos conceitos de projeto, podemos até afirmar que a vida é um projeto, é temporária, única, tem objetivos elevados, escopo progressivamente elaborado, recursos escassos, riscos e a incerteza maior – o próprio mistério da existência. No projeto de vida parece que ninguém quer terminar antes do prazo; a equipe de projeto é cada um de nós, qualidade de vida é fundamental. Podemos dizer que o benefício maior do projeto é fomentar outros “projetos de vida”. Este livro-texto é dedicado ao estudo sobre elaboração e gerenciamento de projetos no âmbito organizacional e lembramos que as organizações são geridas por pessoas que buscam conciliar os seus projetos de vida com os projetos da organização. xi A área de gestão de projetos tem assumido importância nas empresas e nos estudos da academia, entre outras razões, devido aos processos de transformação em curso no mundo, a necessidade de organizar-se para o enfrentamento dos desafios impostos pela globalização e competitividade oriundos da nova estrutura no mundo atual dos negócios. Para responder de maneira satisfatória às novas exigências do mercado, o gerenciamento de projetos tem ocupado espaço de destaque, ficando clara a necessidade de aprofundamento nos estudos e de aprimoramento das práticas. xii Sobre a autora Quésia Postigo Kamimura é graduada em Ciências Econômicas, especialista em Saúde Pública, mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional (UNITAU) e doutora em Saúde Pública (FSP USP). Atua como professora assistente doutora no departamento de Economia, Contabilidade e Administração, é membro permanente do corpo docente do Mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional (UNITAU) e autora de vários artigos científicos na área de gestão, logística e serviços de saúde. xiii xiv Caros(as) alunos(as), Caros( as) alunos( as) O Programa de Educação a Distância (EAD) da Universidade de Taubaté apresenta-se como espaço acadêmicode encontros virtuais e presenciais direcionados aos mais diversos saberes. Além de avançada tecnologia de informação e comunicação, conta com profissionais capacitados e se apoia em base sólida, que advém da grande experiência adquirida no campo acadêmico, tanto na graduação como na pós-graduação, ao longo de mais de 35 anos de História e Tradição. Nossa proposta se pauta na fusão do ensino a distância e do contato humano-presencial. Para tanto, apresenta-se em três momentos de formação: presenciais, livros-texto e Web interativa. Conduzem esta proposta professores/orientadores qualificados em educação a distância, apoiados por livros-texto produzidos por uma equipe de profissionais preparada especificamente para este fim, e por conteúdo presente em salas virtuais. A estrutura interna dos livros-texto é formada por unidades que desenvolvem os temas e subtemas definidos nas ementas disciplinares aprovadas para os diversos cursos. Como subsidio ao aluno, durante todo o processo ensino-aprendizagem, além de textos e atividades aplicadas, cada livro-texto apresenta sínteses das unidades, dicas de leituras e indicação de filmes, programas televisivos e sites, todos complementares ao conteúdo estudado. Os momentos virtuais ocorrem sob a orientação de professores específicos da Web. Para a resolução dos exercícios, como para as comunicações diversas, os alunos dispõem de blog, fórum, diários e outras ferramentas tecnológicas. Em curso, poderão ser criados ainda outros recursos que facilitem a comunicação e a aprendizagem. Esperamos, caros alunos, que o presente material e outros recursos colocados à sua disposição possam conduzi-los a novos conhecimentos, porque vocês são os principais atores desta formação. Para todos, os nossos desejos de sucesso! Equipe EAD-UNITAU xv xvi Sumário Palavra do Reitor ........................................................................................................... viii Apresentação .................................................................................................................... x Caros(as) alunos(as) ...................................................................................................... xiv Ementa .............................................................................................................................. 1 Objetivos ........................................................................................................................... 2 Introdução ......................................................................................................................... 3 Unidade 1. Fundamentos de Gerenciamento de Projetos ........................................... 5 1.1 Introdução à Gestão de Projetos ................................................................................. 5 1.2 Estrutura de Projeto .................................................................................................. 17 1.3 Ciclo de vida e organização do Projeto .................................................................... 24 1.4 Integração ................................................................................................................. 29 1.5 Síntese da Unidade ................................................................................................... 33 1.6 Para saber mais ......................................................................................................... 34 1.7 Atividades ................................................................................................................. 37 Unidade 2. Gerenciamento de Escopo, Cronograma e Custo do Projeto ............... 38 2.1 Gerenciamento do Escopo do Projeto ...................................................................... 42 2.2 Gerenciamento do Cronograma do Projeto .............................................................. 53 2.3 Gerenciamento dos Custos do Projeto ..................................................................... 58 2.4 Síntese da Unidade ................................................................................................... 69 2.5 Para saber mais ......................................................................................................... 69 2.6 Atividades ................................................................................................................. 71 Unidade 3. Gerenciamento da Qualidade, Recursos e Comunicação do Projeto .. 72 3.1 Gerenciamento da Qualidade do Projeto .................................................................. 72 xvii 3.2 Gerenciamento dos Recursos do Projeto .................................................................. 81 3.3 Gerenciamento da Comunicação do Projeto ............................................................ 89 3.4 Síntese da Unidade ................................................................................................... 94 3.5 Para saber mais ......................................................................................................... 94 3.6 Atividades ................................................................................................................. 96 Unidade 4. Gerenciamento da Riscos, Aquisições e Partes Interessadas do Projeto............................................................................................................................ 98 4.1 Gerenciamento dos Riscos do Projeto ...................................................................... 98 4.2 Gerenciamento das Aquisições do Projeto ............................................................. 105 4.3 As partes interessadas do Projeto e influência organizacional ............................... 110 4.4 Síntese da Unidade ................................................................................................. 113 4.5 Para saber mais ....................................................................................................... 114 4.6 Atividades .......................................................................................................... 115 Referências ................................................................................................................... 116 11 ORGANIZE-SE!!! Você deverá dispor de 3 a 4 horas para realizar cada Unidade. Elaboração e análise de projetos Ementa EMENTA Fundamentos de gerenciamento de projetos. Gerenciamento de escopo, prazo, custo, qualidade, recursos, pessoas, e equipe de projetos. Gerenciamento de comunicação, riscos. 22 Objetivo Geral Revisar e propiciar os conhecimentos sobre a evolução da abordagem de gerenciamento de projetos e dos seus conceitos-chave. Promover a capacitação técnica nos fundamentos do gerenciamento de projetos buscando maximizar as possibilidades de alcance da eficácia dos projetos, uma vez que são observados problemas quanto ao prazo e à sua qualidade final a partir de escopos mal definidos. Obj eti vos Objetivos Específicos Compreender o significado, a importância e os fatores críticos de sucesso do gerenciamento de projetos nas organizações; Identificar o perfil dos gerentes de projetos: suas características; habilidades e atribuições; Compreender o processo de formação de equipes para gestão de projetos. Conhecer as metodologias e as ferramentas de planejamento e controle de projetos; Compreender o papel e as inter-relações do gerente de projetos nas organizações. 33 Introdução A partir deste momento vamos entender que a institucionalização de gerenciamento de projetos nas organizações, sejam elas privadas ou públicas, é um esforço contínuo que precisade apoio não só dos executivos, mas de todos aqueles que estão envolvidos direta ou indiretamente. Neste livro-texto, subdividido em quatro Unidades, entenderemos, na primeira Unidade, os fundamentos do gerenciamento de projetos iniciando pelos conceitos de projeto, principais características e categorias de projeto e aprenderemos que projetos diferenciam-se de trabalho operacional, embora ocasionalmente se sobreponham. Abordaremos, também, o processo de estruturação da atividade de projetos nas organizações quanto à estrutura organizacional, os tipos de estruturas e as vantagens e desvantagens de cada tipo de estrutura. Estudaremos ainda sobre o ciclo de vida e organização do projeto, buscamos entender as fases e as características das fases dos ciclos de vida do projeto, compreendendo as diferenças entre ciclo de vida do projeto e ciclo de vida do produto. Aprenderemos como o PMI estruturou os conhecimentos e processos recomendados para gerenciamento de projetos em dez áreas de conhecimento e cinco grupos de processo. Na Unidade II, aprenderemos o que é gerenciamento de projetos e realizaremos uma breve revisão da evolução dessa área de conhecimento; aprofundamos o conceito de grupo de processo apresentado na Unidade I. Em seguida estudamos os processos para realizar o gerenciamento de escopo, do cronograma e do custo do projeto. 44 Na Unidade III, aprenderemos sobre o processo de gerenciamento da qualidade do projeto. Conheceremos algumas técnicas e ferramentas uteis para resolver problemas de qualidade, entre elas: diagrama de Ishikawa; fluxograma e diagrama de Pareto. Em seguida, revisaremos como se realiza o gerenciamento dos recursos do projeto, tanto a alocação de profissionais quanto dos produtos, equipamentos, materiais e serviços necessários para a execução do projeto. Conheceremos ferramentas e técnicas como Organograma e Gráfico RACI. Finalizaremos a Unidade III aprendendo sobre os elementos fundamentais do processo de comunicação e os processos recomendados pelo PMI para realizar o gerenciamento das comunicações do projeto. Na Unidade IV, aprenderemos o que é risco, seus componentes fundamentais: impacto e probabilidade, além do processo de gerenciamento de risco do projeto. Em seguida, estudaremos os processos para realizar o gerenciamento das aquisições do projeto, ou seja, como adquirir serviços, produtos, materiais e outros componentes necessários à execução dos projetos mais externos à equipe do projeto. Conheceremos os tipos de contrato, e a diferença na partilha de riscos entre comprador e vendedor. Finalizaremos aprendendo o que é um Claim e o que são partes interessadas do projeto, além do impacto e da importância de se compreender a influência organizacional para se atingir o sucesso em projetos. 55 Unidade 1 Unidade 1 . Fundamentos de Gerenciamento de Projetos Nesta Unidade, vamos estudar os fundamentos do gerenciamento de projetos iniciando pelos conceitos de projeto, suas principais características. Em seguida, vamos abordar os tipos de estruturas em projetos, o ciclo de vida e organização necessária para a elaboração e gerenciamento de projeto e a gestão da sua integração. 1.1 Introdução à Gestão de Projetos O que é um Projeto? Vamos às definições: O conceito de projeto foi pioneiramente divulgado por Gaddis (1959); um projeto é uma unidade da organização dedicada a atingir uma meta – geralmente a conclusão bem-sucedida do desenvolvimento de um produto no prazo, dentro do orçamento e em conformidade com especificações de desempenho pré-determinadas (GADDIS, 1959, p. 145). Mantendo-se o conceito original, o Project Management Institute (PMI) define projeto como “um empreendimento de esforço temporário feito para criar um produto, serviço ou resultado único” (PMI, 2017, p.4). Dessa definição, segundo Sabbag (2009), um projeto: Envolve desejo e vontade empreendedora; 66 É ambicioso e desafiador, embora viável; É temporário; É marcado por objetivos; É único, não se confunde com a rotina; Sempre contém riscos e incertezas. Para Tuman (1983 apud CARVALHO e RABECHINI JR, 2009): Um projeto é uma organização de pessoas dedicadas visando atingir um propósito e objetivo específico. Projetos geralmente envolvem gastos, ações únicas ou empreendimentos de altos riscos o qual tem que ser completado numa certa data por um montante de dinheiro, dentro de alguma expectativa de desempenho. No mínimo todos projetos necessitam de terem seus objetivos bem definidos e recursos suficientes para poderem desenvolver as tarefas requeridas (TUMAN, 1983 apud CARVALHO e RABECHINI JR, 2009, p. 12). Vargas (2003) define projeto como: um empreendimento não repetitivo (único), caracterizado por uma sequência clara e lógica de eventos, com início, meio e fim, que se destina a atingir um objetivo claro e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros predefinidos de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade (VARGAS, 2003, p.5). Segundo Slack et al. (2002), quanto mais complexo for o projeto em relação à quantidade de atividades, pessoal envolvido, e recursos alocados, maior será a possibilidade de erro no projeto. Podemos, de maneira introdutória, apresentar alguns exemplos de projeto: instalação de uma nova planta industrial; casamento; realizar curso universitário; redação de um livro; reestruturação de um determinado setor ou departamento da empresa; elaboração de um plano de marketing e publicidade; lançamento de um novo produto ou serviço; 77 Figura 1.1 – Projeto Temporário, Único ou Exclusivo Fonte: Elaborado pela autora Um empreendimento de esforço temporário feito para criar um produto, serviço ou resultado único (PMI, 2017 p.4) informatização de um determinado setor da empresa; construção de uma casa; realização de uma viagem; execução de campanha política. Numa empresa, um projeto consiste em uma iniciativa em que o objetivo é alterar uma situação vigente ou introduzir uma inovação, tal como construir novas instalações para o funcionamento da empresa, implantar uma nova linha de produtos, conquistar novos mercados, fazer uma campanha publicitária ou promover um trabalho educativo entre seus empregados. Resumindo, um projeto implica um prazo limitado, uma data estipulada para conclusão e um resultado diferente daquele produzido no curso da rotina operacional. Características do Projeto Um projeto é um empreendimento temporário e único em algum aspecto ou dimensão. De acordo com PMI (2017), a seguir, expomos as duas características principais dos projetos: ser temporário, e exclusivo ou único. Também revisamos o conceito de elaboração progressiva, incluindo exemplos. Temporário: significa que todos os projetos possuem um início e um final definidos. O final é alcançado quando os objetivos do projeto tiverem sido atingidos, quando se 88 tornar claro que os objetivos do projeto não serão ou não poderão ser atingidos ou quando não existir mais a necessidade do projeto e ele for encerrado. Temporário não significa necessariamente de curta duração; muitos projetos duram vários anos. Em todos os casos, no entanto, a duração de um projeto é finita. Projetos não são esforços contínuos. Além disso, geralmente o termo temporário não se aplica ao produto, serviço ou resultado criado pelo projeto. A maioria dos projetos é realizada para criar um resultado duradouro. Por exemplo, um projeto para erguer um monumento nacional criará um resultado que deve ter validade por séculos. Os projetos também podem com frequência ter impactos sociais, econômicos e ambientais, intencionais ou não, com duração muito mais longa que a dos próprios projetos. A naturezatemporária dos projetos pode também ser aplicada a outros aspectos do esforço: A oportunidade ou janela do mercado geralmente é temporária – alguns projetos têm um prazo limitado durante o qual seu produto ou serviço deve ser gerado. A equipe do projeto, como uma unidade de trabalho, raramente sobrevive ao projeto – uma equipe criada com o único objetivo de realizar o projeto realizará esse projeto e, em seguida, será desfeita, e seus membros serão realocados quando o projeto for concluído. Produto, serviço ou resultado único: um projeto cria entregas exclusivas, que são produtos, serviços ou resultados os quais possuem pelo menos uma característica singular. Os projetos podem criar: Um produto ou objeto produzido, quantificável e que pode ser um item final ou um item componente; Uma capacidade de realizar um serviço, como funções de negócios que dão suporte à produção ou à distribuição; Um resultado, como resultados finais ou documentos. Por exemplo, um projeto de pesquisa desenvolve um conhecimento que pode ser usado para determinar se 99 uma tendência está presente ou não ou se um novo processo irá beneficiar a sociedade. A singularidade é uma característica importante das entregas do projeto. Por exemplo, muitos milhares de prédios de escritórios foram construídos, mas cada prédio em particular é único – tem proprietário diferente, projeto diferente, local diferente, construtora diferente, etc. A presença de elementos repetitivos não muda a singularidade fundamental do trabalho do projeto. Resumidamente, a definição temporária significa que cada projeto terá um começo, meio e fim definidos e não sobreviverá por tempo indeterminado. Único ou exclusivo indica que não se trata de uma atividade repetitiva ou de produção em série. Elaboração progressiva: é uma característica de projetos que integra os conceitos de temporário e único. Elaboração progressiva significa desenvolver em etapas e continuar por incrementos. Podemos citar, como exemplo, o escopo do projeto será descrito de maneira geral no início do projeto e se tornará mais explícito e detalhado conforme a equipe do projeto desenvolve um entendimento mais completo dos objetivos e das entregas. Os exemplos a seguir demonstram a elaboração progressiva em duas áreas de aplicação diferentes: O desenvolvimento de uma fábrica para processamento de produtos químicos começa com a engenharia de processos que define as características do processo. Essas características são usadas para projetar as principais unidades de processamento. Essas informações tornam-se a base do projeto de engenharia, que define tanto o layout detalhado da fábrica quanto as características mecânicas das unidades do processo e das instalações auxiliares. Tudo isso resulta em desenhos de projeto elaborados para produzir desenhos de fabricação e construção. Durante a construção, são feitas interpretações e adaptações conforme o necessário, que estão sujeitas à devida aprovação. Essa elaboração adicional das entregas é capturada na forma de desenhos “as built” (conforme construído) e são feitos ajustes operacionais finais durante os testes e a entrega. 1100 O produto de um projeto de desenvolvimento econômico pode inicialmente ser definido como: “Melhorar a qualidade de vida dos residentes de menor renda da comunidade X.” Conforme o projeto continua, os produtos podem ser descritos de forma mais específica como, por exemplo: “Oferecer acesso á alimentação e água a 500 residentes de baixa renda da comunidade X.” A próxima etapa da elaboração progressiva poderia enfocar exclusivamente o aumento da produção agrícola e da comercialização, com o fornecimento de água tratada como uma prioridade secundária a ser iniciada quando o componente agrícola estivesse em estágio avançado (PMI, 2004, p. 6). Categorias de Projeto Ao tratarmos das características dos projetos, Carvalho e Rabechini Jr (2009) lembram que existem outros aspectos que caracterizam os projetos: a incerteza e a complexidade. Os autores trazem que Maximiano (1997) afirma que os projetos podem ser subdivididos em quatro grandes categorias segundo a incerteza e a complexidade, conforme demonstra a Figura 1.2. Categoria 2 Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento. Categoria 4 Grandes projetos de Pesquisa e Desenvolvimento. Categoria 1 Pequenos projetos de engenharia. Organização de um evento. Categoria 3 Organização de eventos especiais: visita do Papa, Jogos Olímpicos, Jogos da Copa. Figura 1.2 - Categorias de Projeto Fonte: Carvalho e Rabechini Jr., 2009 Quanto maior for o grau de desconhecimento, maior a incerteza e maior o risco associado. A complexidade pode ser avaliada pela multidisciplinaridade necessária para a execução do projeto, pela diversidade e volume de informações a serem processadas, Incerteza Complexidade 1111 pelo número de organizações envolvidas, entre outros aspectos (MAXIMIANO, 1997, 2010). A incerteza está relacionada à “diferença entre a quantidade de informação necessária para se realizar a tarefa e quantidade de informação da não se dispõem (GALBRAITH, 1977 apud MAXIMIANO, 2010, p.10). Carvalho e Rabechi Jr. (2009) afirmam que quanto maior a complexidade e incerteza do projeto, maior será a dificuldade de gerar uma boa compreensão dos objetivos no processo de inicialização do projeto, deixando evidente o caráter de elaboração progressiva. “Quando o grau de incerteza é muito alto, porque o produto é totalmente novo, nem o tempo, nem o custo podem ser calculados com precisão, e o risco aumenta proporcionalmente” (SCRANTON, 2008 apud MAXIMIANO, 2010, p. 11). Essa situação acontece me muitos projetos de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) Pautando-se no PMI (2017), lembramos que projetos se diferenciam de trabalho operacional, embora ocasionalmente se sobreponham. Uma diferenciação importante entre projeto e trabalho operacional é que as operações são contínuas e repetitivas enquanto que, conforme já observamos acima, os projetos são temporários e únicos ou exclusivos. Além disso, os objetivos dos projetos e de outros tipos de operação também são diferentes – de um lado, o objetivo dos diversos tipos de operações é sustentar o negócio; de outro lado, os projetos são concluídos quando atingem seus objetivos específicos, embora estejam alinhados às estratégias do negócio (PMI, 2017). Projeto Atividades contínuas Estabelecer um novo projeto. Administrar um negócio consolidado. Instalar um sistema de plataforma de micro- ondas. Fornecer instalações de controle de tráfego aéreo. Construir um novo porto marítimo. Operar um terminal oceânico. Introdução de controle de estoques computadorizados. Administração rotineira de estoque 1122 Em outras palavras, Kelling (2002) corrobora que o trabalho em um projeto permanece separado das operações rotineiras, embora seu resultado possa ser uma contribuição direta ao plano de longo prazo. A perspectiva do projeto é rigidamente definida, limitada por tempo e recursos, e os objetivos do projeto são mais específicos. A maioria das operações em curso é atrelada a objetivos em função do retorno sobre o investimento e a sobrevivência de longo prazo. O gerenciamento de projetos inclui planejamento, organização, supervisão e controle de todos os aspectos do projeto, em um processo contínuo, para alcançar seus objetivos. O PMI (2001) traz a aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas como aspectos fundamentais para a gestão de projetos, tendo como objetivo atender ou superar as expectativas dos interessados (CARVALHO; RABECHI JR., 2009; SABBAG, 2009). Resumidamente, introduzimos, segundo os autores citados, que gerenciar projetos envolve: Cuidar da concepção, execução e aceitação do projeto; Otimizar e racionalizar o conjunto de objetivos; Harmonizar interessados do projeto; Enfrentar proativamente a incerteza e os riscos. Já no início desta introdução, ao tratarmos sobre o gerenciamento de projetos, o PMI e o Guia PMBOK foram utilizados como referência, pois são reconhecidos e utilizados em vários países como fonte de orientação e apoio para planejar e gerenciar projetos. • O que é PMI? É a abreviatura de Project Management Institute, uma associação, sem fins lucrativos criada em 1969 nos EUA, composta de profissionais de gerência de projetos. É um fórum de excelência na área de gerência de projetos, Desenvolver uma concessão para exploração de minério. Produção lucrativa de minério. Construir uma usina nuclear. Fornecer suprimento constante de energia elétrica Quadro 1.1 – Projeto e Atividades contínuas Fonte: Kelling 2002. 1133 promovendo seu crescimento, divulgação, educação e valor nas organizações e praticantes. O site da entidade é: www.pmi.org O que significa PMBOK Guide? É abreviatura de Project Management Body of Knowledge Guide. Documento contendo técnicas, métodos e processos relativos à Gerência de Projetos considerados como um conjunto das melhores práticas em gerenciamento de projetos. Foi traduzido para 12 idiomas, inclusive o português brasileiro, e é revisado a cada quatro anos; a última versão foi publicada pelo PMI em 2017 e é denominada em português como Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos 6º ed. ou Guia PMBOK 6ª ed. 2017. Breve Revisão Histórica da Evolução do Gerenciamento de Projetos Projetos vêm sendo realizados desde os primórdios da civilização. A construção das pirâmides do Egito, depois de 2780 a.C (VICENTINO, 1997), por exemplo, foi um grande projeto. Projetos têm sido planejados e executados pelas organizações para criar novos produtos/serviços e introduzir mudanças e inovações em seus processos. Na última metade do século XIX, o crescente aumento na complexidade dos novos negócios em escala mundial favoreceu a adoção dos princípios da gerência de projetos. Na Europa, a metodologia de projetos foi determinada pela guerra, principalmente para a reconstrução da infraestrutura dos países devastados pela Segunda Guerra Mundial, ganhando importância a gestão voltada para a economia de prazos e de recursos, em condições de difícil realização. No Brasil, segundo Biezus et al. (1986), a metodologia de projetos surge no início da década de 1960, no campo da construção pesada. A empresa estatal Furnas lançava um desafio aos brasileiros: conquistar autonomia no projeto, na execução e no http://www.pmi.org/ 1144 gerenciamento de barragens para geração de energia hidrelétrica. Essa obra determinou a criação das pioneiras empresas de consultoria em gestão de projetos (SABBAG, 2009). A evolução histórica da abordagem por projetos subdivide-se em três fases (KERZNER, 2000): Gerenciamento de projetos tradicional (1960 a 1985) – predominando os setores de defesa, aeroespacial e de construção, com equipes exclusivas, com foco na meta de custo; Período renascença (1985 a 1993) – a metodologia passa a ser aplicada a pequenos projetos, estes gerenciados por equipes multidisciplinares sem dedicação exclusiva, enfatizando decisões coletivas, e passa a adotar o usado de microcomputadores com software específico para gerenciamento de projetos; Gerenciamento de projetos moderno (1993 a 1999) – organizações passam a reconhecer que tanto os aspectos quantitativos quanto os comportamentais mudaram de tal forma que tornam necessário diferenciar a nova da antiga metodologia de gerenciamento. Gerenciamento de Projetos e Gerente de Projetos Segundo PMI (2017, p. 10) “gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de atender aos seus requisitos”. O gerenciamento de projetos é realizado por meio da aplicação e da integração dos seguintes processos de gerenciamento de projetos: iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle, e encerramento. O gerente de projetos é a pessoa responsável pela realização dos objetivos do projeto (PMI, 2017). Gerenciar um projeto inclui: Identificação das necessidades; 1155 Estabelecimento de objetivos claros e alcançáveis; Balanceamento das demandas conflitantes de qualidade, escopo, tempo e custo; Adaptação das especificações, dos planos e da abordagem às diferentes preocupações e expectativas das diversas partes interessadas. Competências em Gerenciamento de projetos Conforme Carvalho e Rabechinni Jr. (2015), as competências para se realizar o gerenciamento de projetos ocorre em três dimensões: profissionais, equipe e organização. Somente quando as três dimensões citadas (profissionais ou indivíduos, equipes, e organização) apresentam adequado preparo para executar projetos, aliados ao alinhamento dos projetos com a estratégia organizacional, processos bem definidos e capacidade de lidar com as mudanças (internas ou externas), tem-se uma organização com alto nível de competência na realização de projeto (CARVALHO; RABECHINNI JR, 2015). A Figura 1.3 apresenta o modelo de competência em gerenciamento de projetos proposta por Carvalho e Rabechinni Jr. (2015). 1166 Figura 1.3 – Modelo de competências em gerenciamento de projetos Fonte: Carvalho e Rabechinni Jr. (2015). Sobre as competências em linhas gerais temos: Para os indivíduos se espera o domínio das ferramentas e técnicas de gerenciamento de projetos, sendo capazes de lidar com as restrições de recursos, prazo e custos, além das demandas de singularidade e empenho (CARVALHO; RABECHINNI JR, 2015). Para as equipes, se espera pro-atividade na busca dos resultados, alcançada com uma orientação com foco nas tarefas e atividades (CARVALHO; RABECHINNI JR, 2015). Para a organização, com vista a se institucionalizar o gerenciamento de projetos como uma abordagem para realizar a gestão de suas atividades não rotineiras, espera-se o comprometimento com o gerenciamento de projetos com investimento e disponibilização de recursos, adequação da estratégia onde e quando necessário para conciliar o gerenciamento de projetos com o gerenciamento das operações e outras funções e rotinas. Realizar a divulgação dos resultados dos projetos de forma a contribuir para a construção de uma cultura que valorize e apoie o gerenciamento de projetos (CARVALHO; RABECHINNI JR, 2015). 1177 Além das três camadas citadas (indivíduos, equipes e organização), o modelo também apresenta três pilares que são: processos, estratégia e efetivação das mudanças. Sob a perspectiva dos projetos, esses pilares compreendem: Primeiro pilar - Estratégia: sua relevância e contribuição fazem com que ela seja um dos objetivos da organização a institucionalização do gerenciamento de projetos, considerando e integrando os indivíduos, as equipes e as organização (capacidades, recursos e estruturas), além de estabelecer orientações e apoiar o desenvolvimento das competências em gerenciamento de projetos em toda a organização (CARVALHO; RABECHINNI JR, 2015). Segundo pilar – Processo: abarca o desenvolvimento de procedimentos e abordagens adequadas nas diversas funções que compõem a organização de maneira a permitir a integração e desenvolvimento do gerenciamento de projetos nas três camadas (indivíduos, equipes e organização) (CARVALHO; RABECHINNI JR, 2015). O terceiro pilar, se refere à Efetivação da Mudança: considera os elementos necessários para a organização compreender, desenvolver e sustentar as mudanças necessárias para se implementar e se desenvolver o gerenciamento de projetos, tornando-se capaz de lidar de forma construtiva com os impacto e desafios causados pelas mudançasinternas e externas. Neste pilar também se incluem a definição e o monitoramento dos indicadores de desempenho dos projetos e das competências nas três camadas citadas (indivíduos, equipes e organização) (CARVALHO; RABECHINNI JR, 2015). 1.2 Estrutura de Projeto O processo de estruturação da atividade de projetos nas organizações envolve aspectos relacionados à estrutura organizacional e ao desenvolvimento de competências em gerenciamento de projetos. 1188 Para o gerenciamento de um projeto, a equipe que irá executá-lo deve estar organizada segundo uma estrutura. A partir dessa estrutura é que será definida a sistemática de trabalho do grupo com o objetivo de entregar os resultados do projeto ao cliente, de acordo com o prazo previsto, sem estourar o custo programado e em conformidade com as características técnicas definidas no início. Tipos de estruturas Carvalho e Rabechi Jr. (2009): Organização tradicional ou funcional – marcada pela divisão através de departamentos. Os gerentes funcionais mantêm controle absoluto sobre o projeto. Eles estabelecem o próprio orçamento com a aprovação dos superiores. A estrutura organizacional coloca o projeto a ser executado dentro de um dos departamentos técnicos da empresa e o responsável pelo projeto passa a ser o gerente funcional deste departamento. Tal estrutura de gerenciamento sobreviveu por mais de dois séculos, porém o desenvolvimento de negócios recentes, a rapidez nas mudanças tecnológicas e posição no mercado, além do aumento de stakeholders, vem demandando outros tipos de estruturas organizacionais. A Figura 1.3 apresenta de forma esquemática o conceito de Estrutura Organizacional Funcional. 1199 Figura 1.3 – Estrutura funcional Fonte: Adaptado de PMI, 2004 A estrutura organizacional tradicional ou funcional apresenta vantagens e desvantagens: Vantagens Desvantagens - Uso de recursos humanos; - Alocação de especialistas; - O departamento armazena o conhecimento do projeto; - Crescimento técnico; - Controle sobre os recursos humanos; - Canais de comunicação vertical; - Rápida resposta às reações necessárias. - O cliente não é o foco do projeto; - Ações e decisões favorecem mais o departamento do que o projeto; - As responsabilidades ficam, em geral, com o gerente funcional; - Tendência de subestimar o projeto; - Não há sistema de gerenciamento focado em projetos. Quadro 1.2 – Vantagens e desvantagens da estrutura funcional Fonte: Carvalho e Rabechi Jr., 2009. 2200 Organização projetizada – a estrutura é dividida em projetos. As equipes participam de empreendimentos e só de empreendimentos. O projeto é coordenado pelos gerentes de projeto. As exigências para obtenção de sucesso no mundo atual dos negócios, como a velocidade de resposta e orientação ao mercado, o desenvolvimento de novos produtos, processos ou serviços que requerem informações das diferentes áreas de conhecimento, rápida expansão de novidades tecnológicas nas mais diversas áreas, impôs mudanças nas empresas, dentre elas a diversificação de seus produtos e integração das tecnologias. Conforme a complexidade das organizações aumentava, os gerentes foram compreendendo que as atividades de projeto não estavam sendo integradas de maneira efetiva. Na busca por novas estruturas organizacionais que iriam permitir maior integração e resolver os problemas, surge a estrutura projetizada. A Figura 1.4 apresenta de forma esquemática o conceito de Estrutura Organizacional Projetizada. Figura 1.4 - Estrutura projetizada Fonte: Adaptado de PMI, 2004. 2211 A estrutura organizacional projetizada apresenta vantagens e desvantagens: Vantagens Desvantagens - Gerente dos projetos tem controle; - A comunicação no projeto flui melhor; - Canais de comunicação mais fortes; -A equipe de projetos está sob responsabilidade do gerente; - Possibilidade de tomar decisões rápidas é maior; - Rápida resposta ao cliente; - Alinhamento com a alta administração é maior. - O cliente não é o foco do projeto; - Ações e decisões favorecem mais o departamento do que o projeto; - As responsabilidades ficam, em geral, com o gerente funcional; - Tendência de subestimar o projeto; - Não há sistema de gerenciamento focado em projetos. Quadro 1.3 – Vantagens e desvantagens da estrutura projetizada Fonte: Carvalho e Rabechi Jr., 2009. Organização matricial – combina os elementos da estrutura funcional e da estrutura projetizada para formar uma singular, híbrida, com características das “estruturas-mãe”. Em paralelo à estrutura funcional, sob a responsabilidade dos gerentes funcionais são criados grupos de projeto, sob a responsabilidade de gerentes de projetos. Os grupos de projeto utilizam as mesmas pessoas que pertencem aos setores funcionais. Elas passam a ter dois tipos de trabalho, um relativo ao seu setor funcional e outro relativo ao projeto do qual estão participando, e passam também a reportarem-se a duas chefias diferentes, ao gerente funcional e ao gerente do projeto. Na estrutura matricial, um gerente é alocado para supervisionar o projeto, dividindo responsabilidades e autoridade para completá-lo com os gerentes funcionais; gerentes de projeto e gerentes funcionais dirigem e tomam decisões juntos sobre vários segmentos e fluxos de trabalho. A estrutura matricial pode se apresentar sob diversas formas: 2222 – estrutura matricial fraca - um gerente com autoridade limitada é designado para coordenar o projeto ao longo de diferentes áreas ou grupos funcionais. Este retém as responsabilidades e a autoridade sobre seus segmentos específicos de trabalho. Figura 1.5 - Estrutura matricial fraca Fonte: Adaptado de PMI, 2004 – estrutura matricial forte - um gerente é designado para supervisionar o projeto tendo responsabilidades e autoridade primárias para completá-lo. O gerente funcional aloca o pessoal necessário e provê competências técnicas. 2233 Figura 1.6 - Estrutura matricial forte Fonte: Adaptado de PMI, 2004 A estrutura organizacional matricial apresenta vantagens e desvantagens: Vantagens Desvantagens - Gerente de projetos responsável pelo projeto; - Uso das competências técnicas dos departamentos; - Respostas rápidas aos clientes; - Existe mais flexibilidade; - O projeto tem mais representatividade; - Maior controle dos vários projetos; - Criação de políticas e procedimentos para vários projetos. - Dúvidas quanto a responsabilidades; - Membros de equipe com mais de um chefe; - Conflito entre gerentes de projetos e funcionais; - Prioridades alteradas continuamente; - Habilidade de negociação do gerente de projetos nem sempre ocorre. Quadro 1.4 – Vantagens e desvantagens da estrutura matricial Fonte: Carvalho e Rabechi Jr., 2009. Os autores apontam que os organogramas podem não refletir adequadamente as formas como as pessoas se organizam atualmente no trabalho e apresentam estudos que introduzem novos componentes, conforme apresentado na Figura 1.7. 2244 Figura 1.7 - Forma de organização Fonte: Carvalho e Rabechini Jr., 2009 Hub serve como um centro de coordenação. É qualquer ponto físico ou conceitual para o qual pessoas, coisas e informações se movem. Webs são conexões sem um centro: elas permitem comunicação aberta e movimentação contínua de pessoas e ideias. Na estrutura organizacional, quando não selecionada de forma apropriada, vários problemas podem ser identificados; dentre eles: os projetos não conseguem atender aos requisitos de tempo e custo, os especialistas se sentem subutilizados, não se assumem responsabilidades quando o projeto tende a fracassar, etc. É importante salientar que os estudos apontam que não existe uma estrutura organizacionalúnica para todos os casos. Para cada projeto existe uma estrutura mais adequada. No início de cada projeto deve ser feita uma análise individual de vários fatores para se identificar e definir qual é a estrutura mais adequada para a execução do projeto. 1.3 Ciclo de vida e organização do Projeto Ciclo de vida do Projeto (PMI, 2017): O ciclo de vida do projeto fornece uma estrutura e guia conceitual para o gerenciamento de projetos e é composto por uma série de fases, as quais orientam o início, a execução e o fim de um projeto. Cada organização constrói seu ciclo de vida de acordo com suas 2255 características e dos projetos que executa. Os projetos e o gerenciamento de projetos são executados em um ambiente mais amplo que o do projeto propriamente dito. A equipe de gerenciamento de projetos precisa entender esse contexto mais amplo para que possa selecionar em cada fase do ciclo de vida, os processos, as ferramentas e técnicas adequadas ao projeto. O ciclo de vida do projeto define as fases que conectam o início de um projeto ao seu final. Por exemplo, quando uma organização identifica uma oportunidade que deseja aproveitar, em geral irá autorizar um estudo de viabilidade para decidir se deve realizar o projeto. A definição do ciclo de vida do projeto pode ajudar o gerente de projetos a esclarecer se deve tratar o estudo de viabilidade como a primeira fase do projeto ou como um projeto autônomo separado. Quando o resultado desse esforço preliminar não é claramente identificável, é sugerido como melhor alternativa considerar esse estudo como um projeto separado. Os ciclos de vida do projeto geralmente definem: que trabalho técnico deve ser realizado em cada fase (por exemplo, em qual fase deve ser realizado o trabalho do arquiteto?); quando as entregas devem ser geradas em cada fase e como cada entrega é revisada, verificada e validada; quem está envolvido em cada fase (por exemplo, a engenharia simultânea exige que os implementadores estejam envolvidos com os requisitos e o projeto); como controlar e aprovar cada fase. A maioria dos ciclos de vida do projeto compartilha algumas características comuns: fases sequenciais e que normalmente são definidas por algum formulário de transferência de informações técnicas ou de entrega de componentes técnicos; níveis de custos e de pessoal são baixos no início, atingem o valor máximo durante as fases intermediárias e caem rapidamente conforme o projeto é finalizado; 2266 Figura 1.8 - Nível típico de custos e de pessoal do projeto ao longo do seu ciclo de vida Fonte: PMI, 2004 nível de incertezas alto e o risco de não atingir os objetivos é maior no início do projeto. A certeza de término geralmente se torna cada vez maior conforme o projeto continua; capacidade das partes interessadas de influenciar as características finais do produto do projeto e o custo final do projeto é mais alto no início e torna-se cada vez menor conforme o projeto continua. Contribui muito para esse fenômeno o fato de que o custo das mudanças e da correção de erros geralmente aumenta conforme o projeto continua; Segundo PMI (2004), muitos ciclos de vida do projeto possuem nomes de fases semelhantes e entregas semelhantes, porém poucos ciclos de vida são idênticos. Alguns podem ter quatro ou cinco fases, mas outros podem ter nove ou mais. Áreas de aplicação isoladas reconhecidamente apresentam variações significativas. O ciclo de vida de desenvolvimento de software de uma organização pode ter uma única fase de projeto, enquanto outro pode ter fases diferentes para projeto arquitetural e detalhado. Características das fases do ciclo de vida do Projeto – O término e a aprovação de um ou mais produtos caracteriza uma fase do projeto. De maneira genérica, é considerado produto o resultado mensurável e verificável do trabalho, como uma especificação, um relatório de estudo de viabilidade, um documento de projeto detalhado ou um protótipo. Alguns produtos podem corresponder ao processo 2277 Figura 1.9 – Exemplo de ciclo de vida de projeto com principais atividades ou entregas Fonte: PMI, 2004. de gerenciamento de projetos, enquanto outros são os produtos finais ou componentes dos produtos finais para os quais o projeto foi concebido. Os produtos e, portanto, as fases, fazem parte de um processo geralmente sequencial criado para garantir o controle adequado do projeto e para conseguir o produto ou serviço desejado, que é o objetivo do projeto (PMI, 2004). – Em outras palavras, podemos dizer que cada fase é marcada pela entrega de um ou mais produtos desta fase (deliverables). Esses produtos devem ser tangíveis e verificáveis. Exemplos: levantamento de requisitos, um protótipo ou um design detalhado do produto (PMI, 2004). – Tanto as fases como os seus subprodutos devem ter um sequenciamento lógico, assegurando uma definição adequada do produto do projeto como um todo (PMI, 2004). – Uma fase do projeto em geral é concluída com uma revisão do trabalho realizado e dos produtos para definir a aceitação. Uma revisão de gerenciamento muitas vezes é realizada para se chegar a uma decisão de iniciar as atividades da próxima fase sem encerrar a fase atual; por exemplo, quando uma empresa de tecnologia da informação escolhe um ciclo de vida iterativo em que mais de uma fase do projeto pode avançar simultaneamente. Vamos considerar, também, que uma fase pode ser encerrada sem a decisão de iniciar outras fases. Por exemplo, o projeto terminou ou o risco é considerado muito elevado para que sua continuação seja permitida (PMI, 2004). 2288 Conforme PMI (2004, 2017), a conclusão de uma fase é marcada: Pela revisão dos produtos gerados; Pela avaliação de desempenho do projeto. Na conclusão de uma fase, objetiva-se: Determinar se o projeto deve continuar na sua próxima fase; Detectar e corrigir erros/riscos; Essas revisões de fim de fase são comumente denominadas saídas de fase ou pontos de término. Cada fase inclui um conjunto de resultados específicos, estabelecidos com o propósito de se obter um controle gerencial desejado. Assim, o ciclo de vida define o início e o fim de um projeto; e o ciclo de vida dos projetos determina quais são as suas fases constituintes. Ciclo de vida de projeto x Ciclo de vida de produto Ao tratarmos sobre o ciclo de projetos, é importante entendermos que ciclo de vida de um projeto é diferente de ciclo de vida de um produto. Um projeto é apenas uma fase do ciclo de vida de um produto. Exemplo, um projeto realizado para apresentar ao mercado um novo computador de mesa é apenas um aspecto do ciclo de vida do produto. A Figura 1.10 mostra o ciclo de vida do produto começando com o plano de negócios, passando pela ideia e terminando no produto, nas operações em andamento e na venda do produto. Ou seja, o ciclo de vida do projeto passa por uma série de fases até criar o produto. Projetos adicionais podem incluir uma atualização de desempenho do produto. Em algumas áreas de aplicação, como desenvolvimento de novos produtos ou desenvolvimento de software, as organizações consideram o ciclo de vida do projeto parte do ciclo de vida do produto (PMI, 2004). 2299 Figura 1.10 - Relação entre o produto e os ciclos de vida do projeto Fonte: PMI, 2004 1.4 Integração O PMI (2017) estruturou e organizou o conhecimento relacionado ao gerenciamento de projetos em torno de dois conceitos-chave: grupo de processo e área de conhecimento. O PMI no Guia PMBOK 6ª ed. (2017) que é a publicação realizada pelo PMI e revisada a cada quatro anos, publicada em inglês e traduzida para mais de doze idiomas (inclusive o português do Brasil), definiu que o conhecimento em gerenciamento de projetos é estrutura da seguinte forma (PMI, 2017): Área de conhecimento:comporta um conjunto de conhecimentos descrita em termos de processos compostos por: práticas, entradas, saídas, ferramentas e técnicas, tendo sido definidas no Guia PMBOK 6ª ed. (PMI, 2017) as seguintes: 1. Gerenciamento da integração do projeto; 2. Gerenciamento do escopo do projeto; 3. Gerenciamento do cronograma do projeto; 4. Gerenciamento dos custos do projeto; 5. Gerenciamento da qualidade do projeto; 6. Gerenciamento dos recursos do projeto; 7. Gerenciamento das comunicações do projeto; 8. Gerenciamento dos riscos do projeto; 9. Gerenciamento das aquisições do projeto e 10. Gerenciamento das partes interessadas do projeto. Grupo de processo: constituiu um agrupamento dos processos necessários para se gerenciar um projeto, sendo independente do conceito de ciclo de vida do projeto. O 3300 PMI (2017) definiu cinco grupos de processo: iniciação; planejamento; execução; monitoramento e controle; e encerramento. De acordo com o PMI (2017), a área de conhecimento gerenciamento da integração é composta por sete processos (que se distribuem pelos cinco grupos de processo do gerenciamento do projeto), os quais são: Desenvolver o termo de abertura do projeto: consiste em criar um documento inicial. O documento de abertura do projeto (Project charter ou termo de abertura do projeto também conhecido como TAP) é o documento que descreve o projeto a realizar e, depois de formalmente aprovado pela organização responsável pelo projeto, confere autoridade ao gestor de projeto para utilizar os recursos da organização. Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto: o plano de gerenciamento do projeto é outro dos documentos fundamentais de qualquer projeto na medida em que é nele que se define a forma como todo o projeto vai ser gerido, tendo influência em todas as áreas de conhecimento relacionadas com a gestão de projeto. Orientar e gerenciar o trabalho do projeto: este processo consiste na liderança e execução do projeto conforme planejado e na incorporação das mudanças aprovadas. É durante a execução que a qualidade do planejamento se revela e que os diversos planos criados para cada uma das áreas de conhecimento da gestão de projetos são executados de forma integrada. Gerenciar o conhecimento do projeto: contempla a utilização e criação de conhecimentos para atingir os objetivos do projeto e contribuir para o avanço do aprendizado da organização. Monitorar e Controlar o Trabalho do Projeto: este processo se refere ao acompanhamento, análise e elaboração de relatos sobre o desempenho e avanço do projeto em relação ao plano para alcançar os objetivos do projeto. Um bom gestor de projeto é aquele que monitora continuamente todas as variáveis que são determinantes para a correta execução do projeto. Quanto mais tarde descobrimos os problemas, mais difícil serão e maior impacto negativo terão as necessárias ações corretivas. 3311 Realizar o Controle Integrado de Mudança: processo de revisar, controlar e comunicar as decisões sobre as solicitações de mudança no projeto bem como seus impactos. Dessa forma, é importante que se tenha capacidade de detectar antecipadamente os potenciais focos de problema. E, quanto mais cedo os problemas forem detectados e corrigidos, mais satisfeitos estarão os elementos da equipe de projeto e as partes interessadas. Uma vez descoberto um problema, concreto ou em potencial, é necessário que o gestor de projeto em conjunto com a sua equipe, estudem as possíveis alternativas de forma a apresentar ao promotor ou ao comitê de análise de alterações a melhor solução. A aceitação de determinada solução implica a necessidade de atualizar o plano de projeto para que este contemple as eventuais novas atividades necessárias para a conclusão do projeto. A atualização do plano do projeto garante ainda que todos aqueles que estão envolvidos na execução do projeto passam a guiar-se pelo novo plano não havendo dissonâncias entre eles. Encerrar Fase ou Projeto: processo de finalizar as atividades de uma fase ou do projeto como um todo. No decurso deste processo é fundamental garantir que tudo o que é relevante para o projeto esteja adequadamente documentado, em especial as lições aprendidas pelo gestor de projeto e pela sua equipe ao longo da execução de cada fase e no final do projeto. Lições aprendidas são essencialmente situações e soluções com as quais o gestor de projeto e a equipe se defrontaram ao longo das diversas fases de um determinado projeto e que têm potencial de vir a ser úteis para outros projetos da organização. Esta questão da potencialidade para ser útil em outros projetos é essencial para distinguir o que é algo que o projeto nos ensinou e que deve ser transmitido a terceiros, dos restantes acontecimentos do projeto. A Figura 1.11 representa a Gestão da Integração de Projeto conforme desenvolvido pelo PMI (2004). 3322 Figura 1.11 – Gestão da Integração Fonte: Carvalho e Rabechini Jr., 2009 – Adaptado de PMI, 2004. Conforme visto até aqui, o projeto é entendido como um sistema integrado. Essa ideia é apresentada de forma esquemática na Figura 1.12. 3333 Figura 1.12- Representação esquemática do papel da Integração em Projetos Fonte: http://projeteideias.blogspot.com.br/2012/07/o-que-e-gerenciamento-de-projetos.html Como pudemos observar, o PMI no Guia PMBOK, o conhecimento sobre gerenciamento de projetos é estruturado em torno de dois conceitos chaves, área de conhecimento e grupo de processo. As áreas de conhecimento são dez: Integração, Escopo, Cronograma, Custo, Recursos, Comunicações, Riscos, Qualidade e Partes Interessada (Stakeholders). Propõe, também, um conjunto de cinco grupos de processos denominados: iniciação; planejamento; execução; monitoramento e controle; e encerramento. 1.5 Síntese da Unidade Nesta Unidade, estudamos fundamentos do gerenciamento de projetos, iniciando pelos conceitos de projeto, principais características e as categorias de projeto e aprendemos que projetos se diferenciam de trabalho operacional, embora ocasionalmente se sobreponham. Revisamos o que é gerenciamento de projetos, o papel do gerente de projetos e estudamos um modelo de competência em gerenciamento de projetos, o qual é abrangente, e estrutura as competências em três camadas: indivíduos, equipe e organização. Estas são suportados por três pilares: processo, estratégia e efetivação da mudança. Abordamos o processo de estruturação da atividade de projetos nas http://projeteideias.blogspot.com.br/2012/07/o-que-e-gerenciamento-de-projetos.html 3344 organizações quanto à estrutura organizacional, os tipos de estruturas e as vantagens e desvantagens de cada tipo de estrutura. Estudamos sobre o ciclo de vida e organização do projeto, buscamos entender as fases e as características das fases dos ciclos de vida do projeto, compreendendo as diferenças entre ciclo de vida do projeto e ciclo de vida do produto. Aprendemos como o PMI estrutura o conhecimento em gerenciamento de projetos em dez áreas de conhecimento e sete grupos de processos de gerenciamento (conceitos que serão aprofundados nas Unidades 2 a 4). Esses dois conceitos são independentes do ciclo de vida, do projeto e do produto. Os dois primeiros se referem a como PMI organiza o conhecimento sobre gerenciamento de projetos e os dois seguintes se referem a como as organizações estruturam sua gestão de projetos e do ciclo de vida dos seus produtos. 1.6 Para saber mais Filmes O Voo da Fênix (2004) Frank Towns (Dennis Quaid) é um piloto de aviões de carga que, juntamente com seu copiloto A.J. (Tyrese), é enviado para a Mongólia. A dupla tem a missão de retirar do local uma equipe de exploração petrolífera, já que o projeto fora interrompido. Pouco após a decolagem do voo de volta,quando sobrevoam o deserto de Góbi, o avião enfrenta uma forte tempestade de areia, que arranca suas antenas e destrói o motor esquerdo. O avião sofre uma pane geral e Frank é obrigado a realizar uma aterrissagem forçada em pleno deserto. Com o avião avariado e sem chances de conserto, os 11 tripulantes se veem presos no deserto e, para piorar, com pouca água e comida. Até que um dos sobreviventes, Elliott (Giovanni Ribisi), propõe uma ideia louca: construir um novo avião com os destroços do primeiro. A proposta é rechaçada por todos de imediato 3355 mas, com a situação se tornando cada vez mais crítica, eles decidem arriscar e levar o plano adiante. Um sonho possível (2009) O filme conta a história de Michael Oher (Quinton Aaron), um jovem negro vindo de um lar destruído, que é ajudado por uma família branca, liderada por Leigh Anne (Sandra Bullock) que acredita em seu potencial. Com a ajuda do treinador de futebol, de sua escola e de sua nova família, Oher terá de superar diversos desafios a sua frente, o que também mudará a vida de todos a sua volta. Ano/País: 2009/EUA Direção: John Lee Hancock Duração: 120 min Gênero: Drama Desafiando os limites (2005) O filme fala sobre um homem que trabalha em sua moto com o sonho de um dia se tornar o homem mais rápido do mundo; com Anthony Hopkins e Diane Ladd no elenco. Transmite determinação, persistência e objetivo. País/Ano: EUA – 2005 Direção: Roger Donaldson Elenco: Anthony Hopkins, Lana Antonova, Juliana Bellinger, Jim Bowman, Alison Bruce Duração: 127 min 3366 Livros Gerenciamento de Projetos e Empreendedorismo. Autor: Paulo Yazigi Sabbag. Editora Saraiva, 2009. O autor apresenta as melhores práticas de gestão, tendo como referência as normas do PMI – Project Management Institute. Além disso, o livro mostra que podemos empreender em qualquer situação: gerenciando nossa vida pessoal, abrindo um negócio próprio ou dentro das organizações, já que cada novo projeto é uma ação empreendedora. Fundamentos em Gestão de Projetos: Autores: Marly Monteiro de Carvalho e Roque Rabechinni Jr. Editora Atlas, 2015 Os autores apresentam uma visão completa da gestão de projetos. Iniciam com uma introdução histórica ao gerenciamento de projetos, apresentação dos conceitos básicos e das boas práticas em gestão de projetos. A seguir apresentam uma as recomendações do Guia PMBOK 5ª ed. 2012 com muitas ideias e comentários enriquecedores. Na segunda parte, os autores tratam de temas não cobertos no Guia PMBOK, mas relevantes para os profissionais e estudiosos da área, entre os quais se destacam: competências, maturidade e indicadores em gerenciamento de projetos. A Guide to the Project Management Body of Knowledge – PMBOK, 2004. 3377 Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos – Guia PMBOK – Sexta Edição – PMI (2107). 1.7 Atividades 1) O que é um projeto. Cite exemplos. 2) Explique o ciclo de vida do projeto e a diferença em relação ao ciclo de vida de um produto. 3) Explique o ciclo de vida do projeto e a diferença em relação ao ciclo de vida de um produto. 4) O que são as organizações por projeto? O que as caracteriza? 5) Quais são os tipos de estrutura matricial. Quais são as desvantagens da organização matricial? 3388 Unidade 2 Unidade 2 . Gerenciamento de Escopo, Cronograma e Custo do Projeto Nesta Unidade vamos aprofundar os conhecimentos sobre gerenciamento de projetos, gerenciamento de Escopo, de Cronograma e de Custos, além de alguns conceitos apresentados sucintamente na Unidade I. Processos de gerenciamento de projetos Para que um projeto seja bem-sucedido, a equipe do projeto deve (PMI, 2004): Selecionar os processos adequados dentro dos grupos de processos de gerenciamento de projetos (também conhecidos como grupos de processos) necessários para atender aos objetivos do projeto; Usar uma abordagem definida para adaptar os planos e as especificações do produto de forma a atender aos requisitos do produto e do projeto; Atender aos requisitos para satisfazer as necessidades, desejos e expectativas das partes interessadas; Balancear as demandas conflitantes de escopo, tempo, custo, qualidade, recursos e risco para produzir um produto de qualidade. Conforme apresentado na Unidade I, o PMI (2017) estrutura e organiza os conhecimentos e os processos de gerenciamento de projetos em cinco grupos de processos: processos de iniciação; processos de planejamento; processos de execução; processos de monitoramento e controle; processos de encerramento ou fechamento. A Figura 2.1 apresenta os cinco grupos de processo que são inter-relacionados entre si. 3399 Figura 2.1 – Grupos de processos Fonte: Carvalho; Rabechini Jr, 2005 Conforme PMI (2017, p.23), os grupos de processos de gerenciamento incluem: - o grupo de processos de iniciação, que inclui os processos necessários para se definir e autorizar o projeto ou uma fase do projeto. - o grupo de processos de planejamento, que inclui os processos necessários para se definir e refinar os objetivos e realizar planejamento das ações necessárias para se alcançar os objetivos e o escopo do projeto. - o grupo de processos de execução, que inclui os processos necessários para se integrar pessoas e outros recursos para realizar o trabalho definido no plano de gerenciamento do projeto. - o grupo de processos de monitoramento e controle, que inclui os processos necessários para se medir e monitorar regularmente o progresso para identificar variações em relação ao plano de gerenciamento do projeto, de forma que possam ser tomadas ações ou iniciar mudanças que sejam necessárias, para atender aos objetivos do projeto. - grupo de processos de encerramento, que inclui os processos necessários para se formalizar a aceitação do produto, serviço ou resultado e conduz o projeto ou uma fase do projeto a um final ordenado. 4400 A Figura 2.2 apresenta os cinco grupos de processo de gerenciamento de projetos e a indicação da relação do volume de atividades com o passar do tempo (avanço do projeto). Figura 2.2 – Grupos de processos de gerenciamento de projeto – nível de atividade Fonte: PMI, 2004 O gerenciamento de um projeto é um esforço finito, o grupo de processos de iniciação inicia esses ciclos e o Grupo de processos de encerramento os finaliza. A natureza integradora do gerenciamento de projetos exige a interação do Grupo de processos de monitoramento e controle com todos os aspectos dos outros grupos de processos. A Figura 2.3 apresenta de forma esquemática a sobreposição dos cinco grupos de processos de gerenciamento de projetos. 4411 Figura 2.4 – Trinômio do gerenciamento de projetos Fonte: Gasnier, 2000 Figura 2.3 – Grupos de gerenciamento de projetos - sobreposição Fonte: <http://www.diegomacedo.com.br/grupos-de-processos-de-gerenciamento-de- projetos/> Acesso em: 4 jan. 2018. Dinsmore (2004) entende que todo projeto está focado em alguns indicadores, estruturados em uma pirâmide, denominada de trinômio de gerenciamento de projetos, e ressalta custo, prazo e qualidade. Na visão de Gasnier (2000), o bom gerenciamento do tempo nos projetos, garante a pontualidade na sua conclusão, pela especificação das atividades a serem executadas. De acordo com Pfeiffer (2005), o gerenciamento dos custos em um projeto tem início antes mesmo do próprio projeto, pois é feita uma análise de viabilidade financeira da ideia, para assim realizar estimativas de recursos e controle do orçamento. O gerenciamento da qualidade visa assegurar todas as necessidades dos clientes; senecessário, o próprio gerenciamento proporciona correções do projeto de acordo com http://www.diegomacedo.com.br/grupos-de-processos-de-gerenciamento-de-projetos/ http://www.diegomacedo.com.br/grupos-de-processos-de-gerenciamento-de-projetos/ 4422 seu andamento. O gerenciamento da integração consiste em fazer com que todas as áreas envolvidas no projeto tenham uma interação contínua, fazendo com que tudo funcione bem ao mesmo tempo (DINSMORE, 2004). 2.1 Gerenciamento do Escopo do Projeto O gerenciamento do escopo do projeto trata principalmente da definição e do controle do que está e do que não está incluído no projeto. No contexto do projeto, o termo escopo pode se referir a (PMI, 2017, p.131): – Escopo do produto. As características e funções que descrevem um produto, serviço ou resultado. – Escopo do projeto. O trabalho que precisa ser realizado para entregar um produto, serviço ou resultado com as características e funções especificadas. Neste item vamos estudar os processos usados para gerenciar o escopo do projeto. Esses processos de gerenciamento do escopo do projeto, e suas ferramentas e técnicas associadas, variam por área de aplicação; são normalmente definidos como parte do ciclo de vida do projeto e documentados no plano de gerenciamento do escopo do projeto. A declaração do escopo detalhada do projeto aprovada, a EAP e o dicionário da EAP associados a ela constituem a linha de base do escopo do projeto (PMI, 2107). Processos de gestão do escopo (CARVALHO E RABECHINI JR., 2009, PMI, 2107): Planejamento do Escopo: criação do plano de gerenciamento de escopo do projeto que visa explicar como será definido, verificado e controlado o escopo do projeto e como a Estrutura Analítica do Projeto - EAP (Work Breakdown Structure – WBS) será criada e definida. Definição do Escopo: desenvolve uma declaração detalhada do escopo do projeto, como base para as futuras decisões do projeto. 4433 Criação da WBS: subdivisão das principais entregas (deliverables) do trabalho do projeto em componentes menores, com possibilidades de melhor gerenciamento. Verificação do Escopo: aceitação formal das entregas (deliverables) concluídas do projeto. Controle do Escopo: controle das alterações no escopo do projeto. Planejamento do Escopo O gerenciamento do escopo é um processo para elaborar o planejamento que descreve como a equipe irá definir o escopo do projeto, desenvolver a declaração do escopo detalhada do projeto, definir e desenvolver a estrutura analítica do projeto, verificar o escopo do projeto e controlar o escopo do projeto. O desenvolvimento do plano de gerenciamento do escopo do projeto e o detalhamento desse escopo do projeto se iniciam pela análise das informações contidas no termo de abertura do projeto, pela declaração do escopo preliminar do projeto, pela última versão aprovada do plano de gerenciamento do projeto, pelas informações históricas contidas nos ativos de processos organizacionais e por quaisquer fatores ambientais relevantes para a empresa (PMI, 2017). Figura 2.5 – Componentes do processo de definição do escopo Fonte: Xavier, 2008 4444 No processo de definição do escopo, segundo Xavier (2008), há de se considerar: – os objetivos do processo de definição do escopo do projeto; – o anteprojeto como esboço preliminar de um projeto; – o processo de definição do escopo como responsável pela elaboração e validação do anteprojeto. Termo de Abertura – durante o desenvolvimento do termo de abertura do projeto, devem ser considerados todos e quaisquer sistemas e fatores ambientais da empresa que cercam e influenciam o sucesso do projeto. Isso inclui, mas não se limita, a itens como: – Cultura e estrutura organizacional; – Normas governamentais ou do setor; – Infraestrutura (por exemplo, equipamentos e instalações existentes); – Recursos humanos existentes; – Administração de pessoal; – Sistema de autorização do trabalho da empresa; – Condições do mercado; – Tolerância a risco das partes interessadas; – Bancos de dados comerciais; – Sistemas de informações do gerenciamento de projetos. Em relação às ferramentas e técnicas para o processo de definição de escopo, Xavier (2008) aponta: análise de produtos: necessidade do bom entendimento dos produtos e serviços que serão entregues pelo projeto. Identificação de alternativas: brainstorming ou “tempestade de ideias”: estruturado e não-estruturado. Pensamento lateral: geração de novas ideias e abandono das obsoletas. 4455 Opinião especializada. Planejamento de Escopo: os componentes de um plano de gerenciamento do escopo do projeto incluem (PMI, 2017): – Um processo para preparar uma declaração do escopo detalhada do projeto, com base na declaração do escopo preliminar do projeto; – Um processo que permite a criação da EAP a partir da declaração do escopo detalhada do projeto e que determina como a EAP será mantida e aprovada; – Um processo que especifica como serão obtidas a verificação e a aceitação formais das entregas do projeto terminadas; – Um processo para controlar como serão processadas as solicitações de mudanças da declaração do escopo detalhada do projeto. Este processo está diretamente ligado ao processo de controle integrado de mudanças; – Um plano de gerenciamento do escopo do projeto, que está contido no plano de gerenciamento do projeto ou é um plano auxiliar dele. O plano de gerenciamento do escopo do projeto pode ser informal e genérico ou formal e bem detalhado, com base nas necessidades do projeto. Após a aprovação do projeto, faz-se necessário estruturar o escopo do projeto para que possa ser gerenciado adequadamente. Definição do Escopo A declaração de escopo é um processo que visa elaborar e documentar, progressivamente, todo o escopo do projeto para atingir seus resultados. No gerenciamento, a Declaração de Escopos do Projeto será referência de controle. Esse documento relata o que pertence e o que não pertence ao escopo do projeto. 4466 Delimita suas fronteiras, portanto, esclarece dúvidas. Nesse plano, também é necessário indicar como serão gerenciadas as mudanças de escopo (SABBAG, 2009). Se houver um sistema de Controle de Mudanças, é útil indicar os procedimentos formais. Caso contrário, algumas regras precisam ser definidas e acordadas posteriormente com os interessados. Note que escopos mutantes são usuais em projetos, daí a importância desse plano, e que é raro um projeto iniciar tendo uma definição detalhada do que fazer: o escopo é progressivamente elaborado (SABBAG, 2009). Mas sem o escopo definido, não há como planejar o projeto, dimensionar recursos, etc. Em outras palavras, o Escopo do Projeto é uma lista completa do escopo do projeto e do produto ou serviço a ser entregue, mas que em muitos projetos é ajustada e aprimorada durante a execução do projeto (PMI, 2017). Informações essenciais que devem ser apresentadas na declaração de escopo: (CARVALHO; RABECHINI JR., 2009): justificativa de sua criação – ajuda o gerente de projetos a negociar recursos para o projeto. objetivos do projeto – estabelecidas as justificativas, devem estar claras as intenções do projeto, incluindo quais são as suas metas quantitativas e quais são os resultados esperados, explicitando custo, qualidade e prazo. Produto do projeto – deve estar claro aquilo que se espera entregar no final para que o projeto tenha sucesso. Resumidamente, a declaração do escopo do projeto deve conter (CARVALHO; RABECHINI JR., 2009): – Objetivos do projeto – Descrição do escopo do produto – Requisitos do projeto – Limites do projeto – Entregas do projeto – Organização inicial do projeto 4477 – Riscos iniciais definidos – Marcos do cronograma – Limitação de fundos – Estimativade custos – Requisitos do gerenciamento de configuração do projeto – Especificações do projeto – Requisitos de aprovação Após a declaração do escopo, o próximo passo é iniciar o processo de detalhamento do escopo; o que vai envolver a decomposição das entregas do projeto de tal forma que os componentes menores gerados possam ser administrados adequadamente. A decomposição é um processo que pode se expresso numa ferramenta conhecida como EAP (Estrutura Analítica do Projeto), ou originalmente do inglês WBS (Work Breakdown Struture), que consiste na representação hierárquica de todo o trabalho do projeto em relação à decomposição de seus resultados principais (CARVALHO; RABECHINI JR., 2009). Criação da WBS Estrutura analítica do projeto (EAP) (CARVALHO; RABECHINI Jr., 2009): O processo de criação da Estrutura Analítica do projeto consiste na subdivisão das principais entregas (deliverables) do projeto em componentes menores e mais fáceis de gerenciar, até que todo o escopo tenha sido identificado. A WBS é um agrupamento dos elementos do projeto orientado pelos produtos, que organiza e define o escopo total do projeto. O trabalho não incluso na WBS está fora do escopo do projeto. A WBS é representativa do trabalho, com resultados tangíveis. Esses 4488 Figura 2.6 – Exemplo de WBS – Casa de Eduardo e Mônica Fonte: Carvalho; Rabechini, 2005 resultados tangíveis se referem aos deliverables e são apresentados em uma estrutura hierárquica. Outros nomes para a EAP (XAVIER, 2008): Estrutura de Decomposição do Trabalho (EDT); Estrutura da Divisão do Trabalho (EDT); Estrutura da Decomposição em Tarefas (EDT); Estrutura da Divisão em Tarefas (EDT); Plano Estruturado do Projeto (PEP). Vamos ver o exemplo da casa de Eduardo e Mônica: Vamos agora ver o exemplo de um Projeto de uma festa de quinze anos 4499 1. Festa de 15 anos 1.1 Preparação do evento Reunião para seleção de tema, data e local Lista de convidados Definição do limite de orçamento Contratação de materiais e serviços Ensaio da valsa Roupa para a família e damas Divulgação Convites Entrega de convites Nota na imprensa 1.2 Festa 1.2.1Local Salão Toldos Iluminação Decoração Decoração do salão Decoração das mesas 1.2.2 Bufê 1.2.3 Música 1.2.4 Cerimonial 1.2.5 Serviços de apoio Orador Fotografia Filmagem Segurança Transporte 5500 Limpeza 1.3 Finalização do evento Pagamento de contas Cartões de agradecimento Entrega de cartões de agradecimento Relatório do evento Ao término do planejamento do projeto, todas as entregas (deliverables) estarão representadas na Estrutura Analítica do Projeto (EAP). A geração de produtos e serviços se faz a partir do trabalho da equipe do projeto. Assim, passa-se à verificação do escopo como processo de obtenção da aprovação formal por parte dos envolvidos. Verificação do Escopo Uma das partes mais importantes do gerenciamento de projetos é a verificação e controle de escopo por meio de revisões. É o processo de formalizar a aceitação do escopo do projeto pelos diferentes interessados (stakeholders - patrocinador, cliente, etc.). A Figura 2.7 representa, segundo Xavier (2008), os componentes do processo de verificação do escopo. Figura 2.7 – Componentes do processo de verificação do escopo Fonte: Xavier, 2008 5511 Verificação do Escopo - Entradas Entregas válidas: os resultados do trabalho do projeto; Dicionário da EAP: as entregas do projeto são geradas com base no dicionário; Estrutura Analítica do Projeto (EAP): o principal resultado do processo de criação de EAP; Matriz de Requisitos: tabela que associa cada necessidade de produto, serviço ou resultado; Documentação do escopo do cliente: descreve os produtos, serviços e resultados; Plano do projeto: documento, forma que consolida todo o planejamento; Verificação do Escopo - Técnicas e ferramentas: Inspeção: realizada por meio de inspeções ou auditorias. Verificação do Escopo - Saídas Entregas aceitas: a obtenção da aprovação por parte dos interessados (stakeholders); Principais objetivos da aceitação: – Cuidado na aceitação; – Documentação. As solicitações de mudanças podem ser: oral ou escrita, direta ou indireta, iniciada externa ou internamente, e legalmente imposta ou opcional provenientes de: – um evento externo; – erros no planejamento / definição do escopo; – implementação de plano de contingência (Work Around Plan). 5522 <Nome da Empresa> Solicitação de Mudança de Escopo n° ... Projeto: Solicitado: Ramal: Descrição da mudança solicitada: Justificativa: Data: Nome: Assinatura: PARECER DO GERENTE DO PROJETO Impactos identificados: No cronograma - No custo - Na qualidade - Em outros projetos - Data: Nome: Assinatura: PARECER DO DIRETOR EXECUTIVO Aprovação () Rejeição () Observações: Data: Assinatura: Figura 2.8 – Modelo de Formulário Fonte: Adaptado, PMI, 2008 É importante o registro das mudanças para documentar as modificações que ocorrem durante o projeto. Essas mudanças podem desencadear impactos no projeto em relação às variáveis tempo, custo e risco, que devem ser comunicadas às partes envolvidas no projeto. Controle do Escopo Após a aceitação das mudanças, deve-se monitorar o andamento do escopo do projeto/produto e o gerenciamento das mudanças feitas na linha de base do escopo. O controle do escopo do projeto deve assegurar que todas as mudanças solicitadas e ações corretivas ou preventivas são processadas por meio do processo Controle Integrado de Mudanças. 5533 Figura 2.9 – Gestão de prazos Fonte: Carvalho; Rabechini Jr., 2009 2.2 Gerenciamento do Cronograma do Projeto Um dos maiores desafios no gerenciamento de projetos é planejar e controlar os prazos, uma vez que são muitas as variáveis que podem impactar nos prazos, tanto no planejamento quanto na execução do projeto. Gestão do Cronograma O gerenciamento de tempo do projeto inclui os processos necessários para realizar a execução e entrega dos produtos ou serviços, ou seja, a finalização do projeto no prazo definido. Processos de Gestão do Cronograma (PMI, 2017; CARVALHO; RABECHINI JR., 2009): Planejar o Gerenciamento do Cronograma: processo de estabelecer como será elaborado, atualizado, controlado o cronograma do projeto. Definir as Atividades: identificação das atividades específicas que devem ser elaboradas para se produzir os produtos/serviços do projeto, bem como suas várias entregas (deliverables) identificadas na WBS. Sequênciar as Atividades: identificação e documentação das relações de dependência entre as atividades do projeto. Estimar a Duração das Atividades: estimar a quantidade de períodos de trabalho que serão necessárias para a implementação de cada atividade. 5544 Desenvolver o Cronograma: analisa a sequência das atividades e respectiva duração, considerando os recursos necessários para elaborar o cronograma do projeto. Controlar o Cronograma: controla as mudanças no cronograma do projeto. No gerenciamento do tempo, deve-se considerar: Atividades que serão realizadas no projeto devem se basear no escopo do projeto, de forma a assegurar que se realizem as atividades necessárias e se evitem esforços que não sejam requeridos. O processo de definição das atividades é o último nível do processo de decomposição do projeto. Para isso, é necessário buscar nas áreas de escopo e de integração as informações necessárias para a definição dessas atividades. Ao completar a lista das atividades necessárias para a conclusão do projeto, descritas de forma clara de maneira a garantir que os membros da equipeentendam como o trabalho será executado, mantendo-se a codificação do WBS, vamos obter a lista de marcos, que identifica todos os marcos temporais associados às atividades do projeto e indica se eles são demandas contratuais mandatórias ou se são opcionais. Sequência das atividades, pois o processo de sequenciamento de atividades “permite identificar e documentar as relações de dependência entre as atividades” (PMI, 2004, 2017). Neste item, destacam-se: Identificação e documentação dos relacionamentos lógicos entre as atividades do cronograma. Estudo das precedências: – Precedências mandatárias (lógica rígida, representando limitações inerentes ao trabalho a ser realizado. Exemplo: na construção civil é mandatório que o alicerce seja feito antes de levantar paredes); 5555 – Precedências arbitradas (lógica preferencial ou lógica fina, baseada nas melhores práticas ou na experiência de projetos anteriores); – Precedências externas (depende de uma terceira parte). Representação Gráfica do Projeto: – Diagrama de Precedência (PDM – Preceding Diagramming Method) – Figura 2. 10 – Diagrama de Precedência – Fonte: http://www.tiprovas.com.br/concurso/prova/cesgranrio-petrobras-2010-analista-de- sistemas-junior-processos-de-negocios?page=3 – Acesso em: 30 set. 2011. – Diagrama de Flexas ou Arcos (ADM – Arrow Diagramming Method) Figura 2.11 – Diagrama de Flecha Fonte: PMI, 2004 5566 – Diagrama Condicional (CDM – Conditional Diagramming Method) Figura 2.12 – Diagrama Condicional Fonte: <http://jkolb.com.br/17859/> acesso 21 Jan 2018 – Diagrama de Gantt Figura 2.13 – Gráfico de Gantt Fonte: Adaptado de Carvalho; Rabechini Jr, 2009. http://jkolb.com.br/17859/ 5577 – Diagrama de Marcos Figura 2.14 – Exemplo de cronograma ou gráfico de marcos (milestone chart) para a competição esportiva Fonte: Adaptado de Carvalho; Rabechini, 2009 Estimativa de recursos: trata-se da estimativa do tipo e da quantidade de recursos necessários à realização do cronograma: – Know-how de estimativas: dados publicados com padrões de estimativas para tarefas; – Estimativa bottom-up: se a tarefa não pode ser estimada de forma top-down, decompõe-se a tarefa até que se consiga estimar os prazos de execução. Estimativa dos períodos de trabalho necessários para realização de cada atividade do cronograma: os processos de estimativa devem considerar: – recursos, calendários, disponibilidades, competências (CHA) dos recursos, know-how da empresa e externos; – duração = função (esforço, recursos, unidades). Desenvolvimento do Cronograma determina as datas planejadas de início e término das atividades do projeto. 5588 O desenvolvimento do cronograma pode exigir que as estimativas de duração e as estimativas de recursos sejam revisadas para criar um cronograma do projeto aprovado, que possa servir como uma linha de base de maneira que o projeto possa ser acompanhado. O desenvolvimento do cronograma continua durante todo o curso do projeto; conforme o trabalho vai se desenvolvendo, o plano de gerenciamento do projeto vai se modificando. Além disso, os eventos de risco esperados ocorrem ou desaparecem à medida que novos riscos são identificados (PMI, 2004). Ferramentas e técnicas utilizadas para o controlar o cronograma (PMI, 2017): Análise de dados – várias abordagens podem ser utilizadas para se realizar a análise do avanço do projeto em relação ao planejado, entre elas se destacam: análise de valor agregado; análise de desempenho; análise de tendências; análise de variação e análise “E-Se”. Sistema de Informação de Gerenciamento de Projetos (SIGP): em geral possuem relatório de progresso - traz a situação atual do cronograma, inclui informações como as datas de início e de término reais e a duração das atividades do cronograma não terminadas. Otimização de recursos: técnicas utilizadas para se otimizar a utilização dos recursos na execução das atividades dos projetos. Antecipações e esperas: utilização das folgas existentes para antecipar ou postergar a execução de atividades sem impactar o prazo final. Compressão de cronograma: são técnicas utilizadas para buscar reduzir o atraso através do uso de paralelismo ou compressão do cronograma para atividades restantes. 2.3 Gerenciamento dos Custos do Projeto Neste item vamos estudar os processos necessários para a gestão do custo visando garantir a conclusão do projeto dentro do orçamento estimado e de um fluxo de caixa positivo para o projeto. 5599 Gerência do custo: visa assegurar que o projeto será concluído dentro do orçamento aprovado (PMI, 2017). O gerenciamento de custos do projeto inclui os processos envolvidos em planejamento, estimativa, orçamentação e controle de custos, de modo que seja possível terminar o projeto dentro do orçamento aprovado (PMI, 2017). Os processos considerados pelo PMI, 2017, no gerenciamento de custos são: Planejar o gerenciamento de custos: processo de estabelecer como será elabora, atualizado, controlado o orçamento e os custos do projeto. Estimar custos: desenvolvimento de uma estimativa dos custos dos recursos necessários para terminar as atividades do projeto. Determinar o Orçamento: agregação dos custos estimados de atividades individuais ou pacotes de trabalho para estabelecer uma linha de base dos custos. Controlar custos: controle dos fatores que criam as variações de custos e controle das mudanças no orçamento do projeto. A Figura 2.15 apresenta de forma esquemática o Gerenciamento de Custos do Projeto, conforme Carvalho e Rabechinni (2009). 6600 Figura 2.15 – Gerenciamento de Custos do Projeto de forma esquemática Fonte: Carvalho; Rabechini Jr, 2009 O esforço de planejamento do gerenciamento de custos ocorre no início do planejamento do projeto e define a estrutura de cada um dos processos de 6611 gerenciamento de custos, de forma que o desempenho dos processos seja eficiente e coordenado (PMI, 2004 e 2017). A Figura 2.16 apresenta de forma esquemática os processos de Gerenciamento de Custo do Projeto conforme PMI (2017). Figura 2.16 Representação esquemática dos processos de Gerenciamento de Custo do Projeto conforme PMI (2017). Fonte: Elaborada pelo revisor técnico. O Planejamento de Custos do Projeto, composto pelos processos necessários para se realizar elaborar, atualizar, controlar o orçamento e os custos do projeto, é apresentado de forma esquemática na Figura 2.17, conforme definido pelo PMI (2017). Figura 2.17 - Planejar o Gerenciamento de Custos: entradas, ferramentas e técnicas, e saídas Fonte: PMI (2017, p. 235) 6622 Estimativa de custo (PMI, 2004 e 2017): • Atividade que visa desenvolver uma aproximação dos custos e dos recursos necessários para terminar as atividades. • Nessas estimativas são consideradas possíveis causas de variação das estimativas (incluindo os riscos). • Os custos são expressos em unidades de moeda para facilitar as comparações dentro de projetos e entre eles. Estimar os Custos – Entradas: 1) Plano de Gerenciamento do Projeto: os planos que compõem o plano de gerenciamento do projeto são entradas para o processo de estimar custos. 2) Documentos do projeto: vários documentos do projeto são utilizados com entradas para este processo, entre eles: registro de lições aprendidas, cronogramas, registros de riscos e requisitos de recursos. 3) Fatores Ambientais da Empresa: condições de mercado e bancos de dados comerciais. 4) Ativos de Processos Organizacionais: políticas de estimativa de custos, modelos de estimativa de custos, informações históricas, arquivos doprojeto, conhecimento da equipe do projeto, lições aprendidas. 5) Declaração do Escopo do Projeto: necessidade de negócios, justificativa, requisitos e limites atuais do projeto, lista de entregas e critérios de aceitação para o projeto, seus produtos, serviços e resultados. 6) Estrutura Analítica do Projeto (EAP): relação entre todos os componentes e entregas do projeto. 7) Dicionário da EAP: identificação e descrição de cada componente da EAP necessário para fazer cada entrega. Estimar os Custos – Ferramentas e técnicas: 1) Estimativa Análoga: custo real dos projetos anteriores semelhantes para estimar os do projeto atual (custa menos, menos precisa). 2) Determinar os valores de custo de recursos: equipe precisa conhecer valores de custo unitário, obtidos por coleta de cotações, bancos de dados comerciais e listas de preços de fornecedores publicadas. 6633 3) Estimativa bottom-up: estimativa de custos de pacotes de trabalhos individuais e com o nível mais baixo de detalhes. 4) Estimativa Paramétrica: relação estatística entre dados históricos e outras variáveis para um recurso de uma atividade do cronograma. 5) Softwares de Gerenciamento de Projetos: simplificam o uso de estimativa de custos. 6) Análise de Proposta de Fornecedor. 7) Análise das Reservas: custos estimados de eventos conhecidos, mas não garantidos. 8) Custo da Qualidade: usado para preparar a estimativa de custos da atividade do cronograma. 9) Tomadas de Decisão: as técnicas para tomada de decisão são utilizadas no processo de estimar custos. Estimar os Custos – Saída: 1) Estimativa de Custos da Atividade: custos prováveis dos recursos necessários para terminar as atividades do cronograma. 2) Bases da estimativa: descrição do escopo do trabalho do projeto da atividade do cronograma, documentação da base para a estimativa, documentação de quaisquer premissas feitas, documentação de quaisquer restrições, indicação do intervalo de estimativas possíveis. 3) Mudanças Solicitadas. 4) Atualizações dos documentos do projeto: os documentos do projeto são atualizados conforme necessário. Determinar orçamento (PMI, 2004 e 2017): Envolve a agregação dos custos estimados de atividades do cronograma individuais ou pacotes de trabalho para estabelecer uma linha de base dos custos totais para a medição do desempenho do projeto. As estimativas de custos da atividade do cronograma ou do pacote de trabalho são preparadas antes das solicitações de orçamento detalhado e da autorização do trabalho. 6644 Determinar Orçamento – Entradas: 1) Plano de Gerenciamento do Projeto 2) Declaração do Escopo do Projeto. 3) Estrutura Analítica do Projeto. 4) Dicionário da EAP. 5) Estimativas de Custos da Atividade 6) Bases da Estimativa 7) Cronograma do projeto: datas iniciais e finais planejadas para as atividades do cronograma. 8) Calendários de Recursos: identificam os períodos em que o trabalho é permitido. 9) Contrato: produtos, serviços, resultados comprados e seus custos são usados 10) Documentos do negócio: são utilizados como entrada nestes processo. Determinar Orçamento – Ferramentas e técnicas: 1) Opinião Especializada: contribuição de especialistas individuais ou grupos para compreensão das técnicas e conceitos envolvidos no processo. 2) Agregação de Custos: agregação dos pacotes de trabalhos para os níveis mais altos da EAP e finalmente para todo o projeto. 3) Análise de Dados: utilização de técnicas de análise de dados para elaborar o orçamento. Comum se utilizar, entre outras técnicas, a análise de reserva e a estimativa paramétrica, a qual envolve o uso de características do projeto (parâmetros) em um modelo matemático para prever os custos totais do projeto. 4) Revisão de Informações Históricas 5) Reconciliação dos Limites de Financiamento: ajuste dos gastos aos limites de financiamento (com restrição de data). 6) Financiamento: se relaciona as possibilidades de se obter recursos para financiar a execução do projeto. 6655 Determinar Orçamento – Saídas: 1) Linha de Base dos Custos: soma dos custos estimados, dividido em fases, geralmente exibido na forma de uma curva S. 2) Requisitos de Recursos Financeiros do Projeto: previsão e estimativa dos recursos financeiros do projeto periódicos e totais. 3) Atualização dos Documentos do Projeto A Figura 2.18 apresenta o fluxo de caixa, linha de base dos custos e financiamento para projeto, considerando o impacto do tempo nos valores e no comportamento. Figura 2.18 – Exibição do fluxo de caixa, linha de base dos custos e financiamento Fonte: PMI, 2004 Controlar os Custos (PMI, 2004 e 2017): O controle de custos inclui: Controlar os fatores que criam mudanças na linha de base dos custos; Garantir que houve um acordo em relação às mudanças solicitadas; Monitorar as mudanças reais quando e conforme ocorrem; Garantir que os possíveis estouros nos custos não ultrapassem o financiamento autorizado periodicamente e no total para o projeto; 6666 Monitorar o desempenho de custos para detectar e compreender as variações em relação à linha de base dos custos; Registrar exatamente todas as mudanças adequadas em relação à linha de base dos custos; Evitar que mudanças incorretas, inadequadas ou não aprovadas, sejam incluídas nos custos relatados ou na utilização de recursos; Informar as partes interessadas adequadas sobre as mudanças aprovadas; Agir para manter os estouros nos custos esperados dentro dos limites aceitáveis. Controlar Custos - Entradas: 1) Requisitos de Recursos Financeiros do Projeto 2) do Desempenho do Trabalho: entregas terminadas e ainda não terminadas, custos autorizados e incorridos, estimativas para terminar as atividades do cronograma e percentual fisicamente terminado das atividades do cronograma. 3) Solicitações de mudanças aprovadas 4) Plano de Gerenciamento do Projeto 5) Documentos do Projeto 6) Ativos de Processos Organizacionais Controlar Custos - Ferramentas e técnicas 1) Opinião Especializada: contribuição de especialistas individuais ou grupos para compreensão das técnicas e conceitos envolvido no processo. 2) Sistema de Controle de Mudanças nos Custos: define os procedimentos através dos quais é possível realizar mudanças na linha de base dos custos. Inclui formulários, documentação, sistemas de acompanhamento e níveis de aprovação necessários para autorizar mudança. 3) Análise de Dados: uma das técnicas mais utilizadas é Valor Agregado (AVA): 6677 Valor planejado (VP) é o custo orçado do trabalho agendado a ser terminado em uma atividade ou o componente da EAP até um determinado momento. Valor agregado (VA) é uma quantia orçada para o trabalho realmente terminado na atividade do cronograma ou no componente da EAP durante um determinado período de tempo. Custo real (CR) é o custo total incorrido na realização do trabalho na atividade do cronograma ou no componente da EAP durante um determinado período de tempo. Estimativa para terminar (EPT) e estimativa no término (ENT). Variação de custos (VC). A VC é igual ao valor agregado (VA) menos o custo real (CR). Variação de prazos (VP). A VC é igual ao valor agregado (VA) menos o valor planejado (VP). Índice de desempenho de custos (IDC). Um valor de IDC menor que 1.0 indica um estouro nos custos estimados. Um valor de IDC maior que 1.0 indica custos estimados não atingidos. O IDC é igual à relação entre VA e CR. O IDC é o indicador de eficiência de custos mais comumente usado. IDC cumulativo (IDCC). O IDC cumulativo é amplamente usado para prever os custos do projeto no término. O IDCC é igual à soma dos valores agregados periódicos (VAC) dividida pela soma dos custos reais individuais (CRC). Índice de desempenhode prazos (IDP). O IDP é usado para prever a data de término e às vezes é usado junto com o IDC para prever as estimativas de término do projeto. O IDP é igual à relação entre VA e VP. 4) Previsão: realização de estimativas ou prognósticos de condições futuras do projeto com base nas informações e no conhecimento disponíveis no momento da previsão: EPT baseada em nova estimativa. A EPT é igual à estimativa revisada para o trabalho restante, conforme determinado pela organização executora. Alternativamente, para calcular a EPT usando dados de valor agregado, normalmente é usada uma destas duas fórmulas. EPT baseada em variações atípicas. Esta abordagem é mais frequentemente usada quando as variações atuais são consideradas atípicas e as expectativas da equipe de gerenciamento de projetos são de que variações semelhantes não irão ocorrer no futuro. A EPT é igual ao ONT menos o valor agregado cumulativo até a data atual (VAC). 6688 EPT baseada em variações típicas. Esta abordagem é mais frequentemente usada quando as variações atuais são consideradas típicas de variações futuras. A EPT é igual ao ONT menos o VAC cumulativo (o VP restante) dividido pelo índice de desempenho de custos cumulativo (IDCC). ENT usando uma nova estimativa. A ENT é igual aos custos reais até a data atual (CRC) mais uma nova EPT fornecida pela organização executora. ENT usando o orçamento restante. A ENT é igual ao CRC mais o orçamento necessário para terminar o trabalho restante, que é o orçamento no término (ONT) menos o valor agregado (VA). ENT usando IDCC. A ENT é igual aos custos reais até a data atual (CRC) mais o orçamento necessário para terminar o trabalho do projeto restante, que é o ONT menos o VA, modificado por um fator de desempenho (frequentemente o IDCC). 5) Análises de Desempenho do projeto: comparam o desempenho de custos ao longo do tempo, as atividades do cronograma ou os pacotes de trabalho que estouram ou estão abaixo do orçamento (valor planejado), os marcos esperados e marcos atingidos. 6) Sistemas de Informação de Gerenciamento de Projetos. Controlar Custos - Saída: 1) Atualização das Estimativas de Custos 2) Atualização da Linha de Base dos Custos 3) Informações sobre Desempenho do trabalho: os valores calculados de VC, VP, IDC e IDP de componentes da EAP, em particular os pacotes de trabalho e as contas de controle, são documentados e comunicados às partes interessadas. 4) Previsão de Custos 5) Mudanças solicitadas 6) Ações Corretivas Recomendadas. 7) Atualização dos Documentos do Projeto 8) Atualização do Plano de Gerenciamento do Projeto. 6699 2.4 Síntese da Unidade Nesta Unidade, estudamos a evolução do gerenciamento de projeto e o que é gerenciamento de projetos. Aprofundamos o conceito de grupos de processo, os quais são um dos parâmetros que o PMI utiliza para estrutura o conhecimento em gerenciamento de projetos, o outro é área de conhecimento que revisamos na U1. Conhecemos o trinômio do gerenciamento de projetos, utilizado para avaliar de um projeto: se foi bem-sucedido, qualidade, prazo e custo. Aprendemos que o gerenciamento de escopo se preocupa em definir o que está dentro e o que está fora do projeto. Conhecemos uma ferramenta poderosa para representar o escopo de um projeto Estrutura analítica do projeto (EAP) ou WBS e revisamos dois exemplos para termos uma ideia de como elaborar a EAP para um projeto. Revisamos os processos recomendados pelo PMI para realizar o gerenciamento do cronograma do projeto. Aprendemos a identificar, sequenciar e representar graficamente as atividades de um projeto. Finalizamos com estudo sobre o gerenciamento dos custos dos projetos; revisamos as técnicas utilizadas para estimar o custo dos recursos necessários, elaborar o orçamento e controlar o mesmo durante a execução do projeto. 2.5 Para saber mais Filmes e telenovelas Apollo 13 Data de lançamento 14 de setembro de 1995 (2h 20min) Direção: Ron Howard Elenco: Tom Hanks, Bill Paxton, Gary Sinise mais 7700 Gêneros Drama, Aventura Nacionalidade EUA Três astronautas americanos a caminho de uma missão na Lua sobrevivem à uma explosão, mas precisam retornar rapidamente à Terra para poderem sobreviver, pois correm o risco de ficarem sem oxigênio. Além disto existe o risco de, mesmo retornando, a nave ficar seriamente danificada, por não suportar o imenso calor na reentrada da órbita terrestre. Livros A Guide to the Project Management Body of Knowledge – PMBOK, 2004. Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos – Guia PMBOK – Sexta Edição, 2017. Gerenciamento de Projetos - Como definir e controlar o escopo do Projeto. O autor propõe, nesta obra, que o leitor defina conceitos que o levarão a atingir seus objetivos ao gerenciar seus projetos. Além disso, o livro oferece exercícios, estudo de casos, e exemplos do ciclo de vida de projetos e, principalmente, de WBS para vários tipos de projetos. Carlos Magno da Silva Xavier javascript:PesquisaAutor(); 7711 Sites Escritório de Projetos https://escritoriodeprojetos.com.br/gerenciamento-do-escopo-do-projeto 2.6 Atividades Para aprofundar seu conhecimento sobre o conteúdo desta Unidade, reflita sobre as seguintes questões: 1) Elabore a definição de escopo para um projeto pessoal algo como: uma festa de aniversário, casamento, formatura ou outro evento. 2) Prepare um cronograma de projeto de preparação do jantar. Mostre o cronograma em forma de gráfico de Gantt. Tarefas para se Preparar um Jantar: Lavar e cortar vegetais para salada (15 minutos) Misturar salada (2 minutos) Arrumar a mesa (8 minutos) Começar a cozinhar arroz (2 minutos) Colocar arroz na travessa de servir (1 minuto) Misturar ingredientes do souflé (10 minutos) Assar o souflé (25 minutos) Levar comida para mesa (2 minutos) Chamar a família para jantar (1 minuto) 3) Elabore a EAP do projeto que você elaborou. 4) Construa um cronograma para o projeto que você elaborou. 5) Prepare o orçamento do projeto que você elaborou. https://escritoriodeprojetos.com.br/gerenciamento-do-escopo-do-projeto 7722 Figura 3.1 – Gestão da Qualidade Fonte: Adaptado Carvalho; Rabechini Jr, 2009 Gerência de qualidade: garantir que o projeto irá satisfazer todas as necessidades para as quais ele foi empreendido. Unidade 3 Unidade 2 . Gerenciamento da Qualidade, Recursos e Comunicação do Projeto 3.1 Gerenciamento da Qualidade do Projeto Os processos de gerenciamento da qualidade do projeto incluem todas as atividades da organização executora que determinam as responsabilidades, os objetivos e as políticas de qualidade, de modo que o projeto atenda às necessidades que motivaram sua realização. Eles implementam o sistema de gerenciamento da qualidade através da política, dos procedimentos e dos processos de planejamento da qualidade, garantia da qualidade e controle da qualidade, com atividades de melhoria contínua dos processos conduzidas do início ao fim, conforme adequado (PMI, 2004 e 2017). O jogo se dá entre uma pessoa (quem encomenda), que tem todo o interesse em obter o produto o mais rápido possível, e uma outra pessoa (o criativo), que tem todo o interesse em produzir a coisa mais genial possível. (DE MASI, 2000, p.220) 7733 Os processos de gerenciamento da qualidade do projeto incluem os seguintes processos (PMI, 2017): Planejar o Gerenciamento da Qualidade – identificação dos padrões de qualidade relevantes para o projeto e determinação de como satisfazê-los. Gerenciar a Qualidade – aplicação das atividades de qualidade planejadas e sistemáticas para garantir que o projeto emprega todos os processos necessários para atenderaos requisitos. Controlar a Qualidade – monitoramento de resultados específicos do projeto a fim de determinar se eles estão de acordo com os padrões relevantes de qualidade e identificação de maneiras de eliminar as causas de um desempenho insatisfatório. Planejar o Gerenciamento da Qualidade (PMI, 2004 e 2017): Importante compreender que Qualidade e Grau são dois conceitos complementares, porém, distintos. Qualidade como um parâmetro de desempenho na entrega ou resultado é o “grau que um conjunto de características inerentes atendem aos requisitos” (ISSO 9000). Grau, por outro lado, está relacionado às entregas que têm a mesma utilidade funcional apesar de possuírem diferentes características técnicas (PMI, 2017). Em razão desta distinção, uma baixa qualidade é sempre um problema; uma baixa funcionalidade pode não ser. Por exemplo, um software pode ser de alta qualidade (sem defeitos aparentes, manual legível) e baixa funcionalidade (uma quantidade limitada de características), ou de baixa qualidade (muitos defeitos, documentação do usuário desorganizada) e alta funcionalidade (muitas características). Determinar e entregar os níveis requeridos de ambas, qualidade e funcionalidade, são responsabilidades do gerente e da equipe de gerenciamento do projeto. Planejar o Gerenciamento da Qualidade - Entradas: 1) Termo de Abertura do Projeto (TAP) 2) Plano de Gerenciamento do Projeto 3) Documentos do Projeto 4) Fatores Ambientais da Empresa 7744 5) Ativos de Processos Organizacionais Planejar o Gerenciamento da Qualidade - Ferramentas e técnicas: 1) Opinião Especializada: contribuição de especialistas individuais ou grupos que contribuem para compreensão das técnicas e conceitos envolvido no processo. 2) Coleta de Dados: entre as técnicas mais utilizadas se destacam – benchmarking, brainstorming e entrevistas. 3) Análise de Dados: entre as técnicas mais utilizadas se destacam – análise de custo e benefício e custo da qualidade (CDQ): os custos da qualidade são os custos totais incorridos pelo investimento em prevenção de não conformidade com os requisitos; 4) Tomadas de Decisão: as técnicas para tomada de decisão são utilizadas no processo de planejar o gerenciamento da qualidade. 5) Representação dos Dados: entre as técnicas utilizadas se destacam – fluxograma; modelos lógicos de dados; diagramas matriciais; modelo mental. 6) Planejamento de Testes e Inspeções 7) Reuniões Planejar o Gerenciamento da Qualidade - Saídas: 1) Plano de gerenciamento da qualidade 2) Métricas de qualidade 3) Plano de gerenciamento do projeto (atualizações) 4) Atualização dos documentos do projeto Gerenciar a Qualidade (PMI, 2004 e 2017): Gerenciar a Qualidade tem como objetivo principal traduzir o plano da qualidade e o projeto em ações que incorporam as práticas da organização sobre o tema no projeto. Também fornece uma base para outra importante atividade de qualidade; trata-se da 7755 melhoria contínua dos processos, um meio iterativo para melhorar a qualidade de todos os processos. A melhoria contínua dos processos reduz os desperdícios e as atividades sem nenhum valor agregado, o que permite que os processos operem em níveis maiores de eficiência e eficácia. Gerenciar a Qualidade - Entradas: 1) Plano de gerenciamento do projeto 2) Documentos do projeto 3) Ativos e processos organizacionais Gerenciar a Qualidade - Ferramentas e técnicas: 1) Coleta de dados 2) Análise de dados 3) Tomada de decisão 4) Representação dos dados: entre as técnicas mais utilizadas se destacam – diagrama de afinidades; diagrama de causa e efeito; fluxograma; histograma; diagramas matriciais e diagramas de dispersão. 5) Auditorias 6) Design for X: consiste num conjunto de diretrizes que pode ser aplicado durante o design de um produto para otimização de aspectos específicos. 7) Solução de problemas 8) Métodos para a melhoria da qualidade Gerenciar a Qualidade - Saídas: 1) Relatórios de qualidade 2) Documentos de testes e avaliação 3) Solicitação de Mudanças 4) Plano de gerenciamento do projeto (atualizações). 5) Atualização nos documentos do projeto 7766 Controlar a Qualidade (PMI, 2004 e 2107): A realização do controle da qualidade (CQ) envolve o monitoramento de resultados específicos do projeto, a fim de determinar se eles estão de acordo com os padrões relevantes de qualidade, e a identificação de maneiras de eliminar as causas de resultados insatisfatórios. Ele deve ser realizado durante todo o projeto. Os padrões de qualidade incluem metas de produtos e processos do projeto. Controlar da Qualidade - Entradas: 1) Plano de gerenciamento do projeto 2) Documentos do projeto: registros das lições aprendidas, métricas da qualidade e documentos de testes e avaliação 3) Solicitações de mudança aprovadas 4) Entregas 5) Dados sobre o desempenho do trabalho 6) Fatores ambientais da empresa 7) Ativos e processos organizacionais Controlar da Qualidade - Ferramentas e técnicas: 1) Coleta de dados: entre as técnicas mais utilizadas se destacam: lista de verificação; folhas de verificação; amostragem estatística; questionários de pesquisa 2) Análise de dados: entre as técnicas mais utilizadas se destacam: análise de desempenho e análise de causa raiz (RCA) 3) Inspeção 4) Teste/Avaliação de produtos 5) Representação de dados: algumas das técnicas mais utilizadas são apresentadas a seguir: 1) Diagrama de causa e efeito (diagrama de Ishikawa ou espinha de peixe): procura relacionar as possíveis causas de um efeito, agrupadas em famílias ou categorias (títulos começados por m – há versões com 6 a 8 itens): 7777 Figura 3.2 – Espinha de Peixe Fonte: PMI, 2004 2) Gráfico de controle - O objetivo de um gráfico de controle é determinar se um processo é ou não estável ou tem desempenho previsível. Serve como uma ferramenta de coleta de dados para mostrar quando um processo está sujeito a uma variação de causa especial, que cria uma condição fora de controle. Os gráficos de controle também ilustram como um processo se comporta ao longo do tempo para manter as variáveis do processo dentro dos limites aceitáveis. Figura 3.3 – Gráfico de Controle Fonte: <http://sembugs.blogspot.com.br/2009/05/ferramenta-qualidade-grafico-controle.html> Acesso em: 21 jan. 2018 http://sembugs.blogspot.com.br/2009/05/ferramenta-qualidade-grafico-controle.html 7788 3) Elaboração do fluxograma. Figura 3.4 – Modelo de fluxograma Fonte: PMI, 2004 4) Histograma: é um gráfico de barras que mostra a distribuição de variáveis. Cada coluna representa um atributo ou uma característica de um problema ou situação. A altura de cada coluna representa a frequência relativa da característica. Esta ferramenta ajuda a identificar a causa de problemas em um processo pela forma e amplitude da distribuição. 5) Diagrama de Pareto: é um tipo específico de histograma, ordenado por frequência de ocorrência, que mostra quantos defeitos foram gerados por tipo ou categoria de causa identificada. Lei de Pareto - um número relativamente pequeno de causas produzirá a grande maioria dos problemas ou defeitos. Chamado de princípio 80/20, em que 80% dos problemas se devem a 20% das causas. 7799 Figura 3.5 – Diagrama de Pareto Fonte: <http://www.blogdaqualidade.com.br/diagrama-de-pareto/> Acesso em: 21 jan. 2018. 6) Gráficos de execução: mostram tendências em um processo, variações, degradações ou melhorias ao longo do tempo. Desempenho técnico. Quantos erros ou defeitos foram identificados e quantos permanecem sem correção? Desempenho de custos e de prazos. Quantas atividades por período foram terminadas com variações significativas? 7) Diagramade dispersão: mostra o padrão da relação entre duas variáveis. Esta ferramenta permite que a equipe de qualidade estude e identifique a possível relação entre as mudanças observadas em duas variáveis: Amostragem Estatística: escolha de uma parte de uma população de interesse para inspeção (por exemplo, selecionar 10 desenhos de engenharia aleatoriamente de uma lista de 75). Inspeção: é o exame de um produto do trabalho para determinar se ele está de acordo com as normas (conforme). Em geral, os resultados de uma inspeção incluem medições. As inspeções também são chamadas de revisões, avaliações por pares, auditorias e homologações. Em algumas áreas de aplicação, esses termos possuem significados http://www.blogdaqualidade.com.br/diagrama-de-pareto/ 8800 específicos e restritos. As inspeções também são usadas para validar reparos de defeitos. Revisão de reparo de defeito: é uma ação tomada pelo departamento de controle da qualidade ou por uma organização com nome semelhante para garantir que os defeitos do produto foram reparados e estão em conformidade com os requisitos ou especificações. São elas: 1) Medições de controle da qualidade 2) Reparo de defeito validado 3) Linha de base da qualidade (atualizações) 4) Ações corretivas recomendadas 5) Ações preventivas recomendadas 6) Mudanças solicitadas 7) Reparo de defeito recomendado 8) Ativos de processos organizacionais (atualizações) - Listas de verificação terminadas; Documentação das lições aprendidas 9) Entregas validadas 10) Plano de gerenciamento do projeto (atualizações) Controlar da Qualidade - Saídas: 1) Medições de controle da qualidade 2) Entregas verificadas 3) Informações sobre o desempenho do trabalho 4) Solicitações de mudança 5) Atualizações do plano de gerenciamento do projeto 6) Atualizações do documento do projeto 8811 3.2 Gerenciamento dos Recursos do Projeto Os processos considerados pelo PMI (2004 e 2017) no gerenciamento dos recursos do projeto são: Planejar o gerenciamento de recursos – identificação e documentação de funções, responsabilidades e relações hierárquicas do projeto, além da criação do plano de gerenciamento de pessoal, bem como dos recursos físicos necessários. Estimar os recursos das atividades: compreende os processos utilizados para estimar os recursos de equipe, equipamentos e materiais com suas respectivas quantidades necessárias para a realização do projeto. Adquirir recursos: compreende os processos utilizados para adquirir os recursos de equipe, equipamentos e materiais necessários para a realização do projeto. Desenvolver a equipe – melhoria de competências e interação de membros da equipe para aprimorar o desempenho do projeto. Gerenciar a equipe– acompanhamento do desempenho de membros da equipe, fornecimento de feedback, resolução de problemas e coordenação de mudanças para melhorar o desempenho do projeto. Controlar os recursos: compreende os processos utilizados para garantir que os recursos necessários a realização do projeto estarão disponíveis no momento. Planejar o gerenciamento de recursos (PMI, 2004 e 2017): O planejamento de recursos determina funções, responsabilidades e relações hierárquicas do projeto e cria o plano de gerenciamento de pessoal, bem como estima, adquire e controla os recursos físicos do projeto. As funções do projeto podem ser designadas para pessoas ou grupos. Essas pessoas ou grupos podem ser internos ou externos à organização que executa o projeto. Tem como objetivos a identificação e documentação de funções, as responsabilidades e relações hierárquicas do projeto, além da criação do plano de gerenciamento de pessoal e dos recursos físicos que serão utilizados no projeto. 8822 Figura 3.5 – Formatos de definição de funções e responsabilidade Fonte: PMI, 2004 Planejar o Gerenciamento de Recursos - Entradas: 1) Fatores ambientais da empresa: organizacional, técnico, interpessoal, logístico e político; – Restritivos: estrutura organizacional, acordos de negociação coletiva e condições econômicas. 2) Ativos de processos organizacionais: lições aprendidas, experiências passadas; 3) Plano de gerenciamento do projeto: recursos necessários para a atividade. 4) Documentos do projeto 5) Termo de Abertura do Projeto (TAP) 6) Ativos e processos organizacionais Planejar o Gerenciamento de Recursos - Ferramentas e técnicas: 1) Opinião especializada 2) Representação de dados: algumas das técnicas mais utilizadas são apresentadas a seguir: a) Organogramas e descrições de cargos: existem diversos formatos para documentar funções e responsabilidades de membros da equipe. A maioria dos formatos se enquadra em um destes três tipos apresentados abaixo. b) Gráficos de hierarquia: A estrutura do organograma tradicional pode ser usada para mostrar posições e relacionamentos em um formato gráfico de 8833 Figura 3.6 – Formatos de definição de funções e responsabilidade Fonte: PMI, 2004 cima para baixo. As estruturas analíticas do projeto (EAPs), criadas principalmente para mostrar como as entregas do projeto são decompostas em pacotes de trabalho, tornam-se uma maneira de mostrar as áreas de responsabilidade de alto nível. c) Gráficos matriciais: Uma matriz de responsabilidades (MR) é usada para ilustrar as conexões entre um trabalho que precisa ser realizado e membros da equipe do projeto. Em projetos maiores, é possível desenvolver as MRs em vários níveis. d) Networking: interação informal com outras pessoas para entender fatores políticos e interpessoais que irão afetar a eficácia das diversas opções de gerenciamento de pessoal. 3) Teoria organizacional: informações relativas aos modos de comportamento das pessoas, equipes e unidades organizacionais. 4) Reuniões Planejar o Gerenciamento de Recursos - Saídas: 1) Plano de gerenciamento dos recursos: o qual, além de contemplar o organograma do projeto, responde questões como: quando e como os requisitos de RH serão atendidos? Recrutamento, horários, critérios de liberação, treinamentos, reconhecimento e premiações, conformidade e segurança, relacionados a gestão das pessoas envolvidas na execução do 8844 projeto. Também contempla orientações sobre como os recursos dos projetos, serão classificados, alocados e liberados, tantos os referentes a pessoal quanto os físicos necessários para a execução do projeto. 2) Termo de nomeação da equipe: um documento no qual são contemplados os valores, orientações operacionais e acordos, e demais informações necessárias para o adequado funcionamento da equipe. 3) Atualizações nos documentos do projeto. Estimar os recursos das atividades: (PMI, 2004 e 2017): O objetivo principal é a obtenção da estimativa dos recursos humanos e físicos necessários para a realização do projeto. Estimar os recursos das atividades - Entradas: 1) Plano de gerenciamento do projeto 2) Documentos do projeto 3) Fatores ambientais da empresa: disponibilidade; capacidade; experiência; interesses; custos, entre outros 4) Ativos de processos organizacionais Estimar os recursos das atividades - Ferramentas e técnicas: 1) Opinião Especializada: contribuição de especialistas individuais ou grupos para compreensão das técnicas e conceitos envolvido no processo 2) Estimativa Bottom-Up 3) Estimativa análoga: utilizar estimativas de um projeto anterior com referência para elaborar as estimativas 4) Estimativa paramétrica: utiliza fórmulas ou outros relacionamentos de dados e/ou técnicas estatísticas para estimar os recursos 5) Análise de dados 6) Sistema de informações de gerenciamento de projeto 7) Reuniões 8855 Estimar os recursos das atividades - Saídas: 1) Requisitos de recurso: identificao tipo e quantidade de recurso necessário para cada pacote de trabalho 2) Base das estimativas 3) Estrutura analítica dos recursos: representação hierárquica da necessidade de recursos 4) Atualização nos documentos do projeto Adquirir Recursos (PMI, 2017) Adquirir Recursos – Entradas 1) Plano de gerenciamento do projeto 2) Documentos do projeto 3) Fatores ambientais da empresa 4) Ativos de processos organizacionais Adquirir Recursos – Ferramentas e Técnicas 1) Tomadas de decisão 2) Habilidades interpessoais e de equipe 3) Pré-designação 4) Equipes virtuais Adquirir Recursos – Saídas 1) Designação de recursos físicos 2) Designação da equipe de projeto 3) Calendários dos recursos 4) Solicitações de mudança 5) Atualizações no plano de gerenciamento de projetos 6) Atualizações nos documentos do projeto 7) Atualizações nos fatores ambientais da empresa 8) Atualização nos ativos e processos organizacionais 8866 Desenvolver a equipe (PMI, 2004 e 2017): Os objetivos incluem: Aprimorar habilidades de membros da equipe para aumentar sua capacidade de terminar atividades do projeto; Aprimorar sentimentos de confiança e coesão entre os membros da equipe para aumentar a produtividade através de um trabalho em equipe de melhor qualidade. Desenvolver a Equipe - Entrada: 1) Plano de gerenciamento do projeto 2) Documentos do projeto 3) Fatores ambientais da empresa 4) Ativos e processos organizacionais Desenvolver a Equipe - Ferramentas e técnicas: 1) Agrupamento: colocar alguns ou todos os membros da equipe de projeto num mesmo local. 2) Equipes virtuais 3) Tecnologias de comunicação: entre as mais utilizadas se destacam: portal compartilhado; videoconferência, e-mail/mensagens instantâneas. 4) Habilidades interpessoais e de equipe: algumas das mais relevantes são: gerenciamento de conflito; influência; motivação; negociação; construção de equipe 5) Reconhecimento e recompensas 6) Treinamento 8877 7) Avaliações individuais e de equipe 8) Reuniões Desenvolver a Equipe – Saídas: 1) Avaliação de desempenho da equipe 2) Solicitações de mudança 3) Atualização no plano de gerenciamento do projeto 4) Atualização de documentos do projeto 5) Atualização nos fatores ambientais da empresa 6) Atualização nos ativos e processos organizacionais Gerenciar a Equipe (PMI, 2014 e 2017): O objetivo principal é: Acompanhamento do desempenho de membros da equipe; Fornecimento de feedback; Resolução de problemas; Coordenação de mudanças para melhorar o desempenho do projeto. Gerenciar a Equipe - Entradas: 1) Plano de gerenciamento de projeto; 2) Documentos do projeto; 3) Relatórios de desempenho do trabalho; 4) Avaliação do desempenho da equipe; 5) Fatores ambientais da empresa; 6) Ativos de processos organizacionais Gerenciar a Equipe - Ferramentas e técnicas: 1) Habilidades interpessoais e de equipe; 2) Sistemas de informação de gerenciamento de projetos; 8888 Gerenciar a Equipe - Saídas: 1) Solicitação de mudanças 2) Atualização no plano de gerenciamento do projeto 3) Atualização no documento do projeto 4) Atualização nos fatores ambientais da empresa Controlar os Recursos (PMI, 2017): esse processo tem como objetivo garantir que os recursos serão disponibilizados no momento necessário, além de acompanhar a utilização e comparar o planejado com o realizado e implementar ações corretivas quando necessário. A Figura 3.7 apresenta o processo Controlar Recursos, com suas entradas, ferramentas e técnicas; e suas saídas. Figura 3.7 - Processo Controlar Recursos: entradas, ferramentas e técnicas; saídas Fonte: PMI (2017, p. 352). 8899 Figura 3.8 - Processo de comunicação Fonte: PMI, 2004 3.3 Gerenciamento da Comunicação do Projeto Para que haja comunicação é necessário que um emissor envie uma mensagem por meio de um canal apropriado para um receptor. Dessa forma, os principais componentes do modelo apresentado na Figura 3.8 são: Codificar - Traduzir pensamentos ou ideias para uma linguagem que seja entendida pelas outras pessoas. Mensagem - A saída da codificação. Meio físico - O método usado para transmitir a mensagem. Ruído - Tudo o que interfere na transmissão e no entendimento da mensagem (por exemplo, a distância). Decodificar - Traduzir a mensagem de volta para pensamentos ou ideias significativas. Os processos de gerenciamento das comunicações do projeto incluem os seguintes processos (PMI, 2014 e 2017): Planejar o gerenciamento das comunicações – determinação das necessidades de informações e comunicações das partes interessadas no projeto. Gerenciar as comunicações – colocação das informações necessárias à disposição das partes interessadas no projeto no momento adequado. Monitorar as comunicações – coleta e distribuição das informações sobre o desempenho. Isso inclui o relatório de andamento, medição do progresso e previsão. 9900 Planejar o gerenciamento das comunicações - Entradas: 1) Fatores ambientais da organização (cultura, infraestrutura, recursos humanos...); 2) Ativos organizacionais de processos (lições aprendidas, informações históricas...); 3) Termo de Abertura do Projeto (TAP) 4) Documentos do projeto 5) Plano de Gerenciamento do Projeto. Restrições: fatores que limitam as opções da gestão da equipe. Suposições: que afetam a comunicação do projeto. Planejar o gerenciamento das comunicações - Ferramentas e técnicas: 1) Opinião especializada 2) Análise de requisitos das comunicações 3) Tecnologias de comunicações 4) Modelos de comunicações 5) Habilidades interpessoais e de equipe 6) Métodos de comunicação: abordagens utilizadas para compartilhar informações com as partes interessadas; Metodologias utilizadas para compartilhar informação entre os stakeholders (partes interessadas). Pode ser afetada pelas seguintes características do projeto: – Urgência na disponibilização das informações; – Disponibilidade da tecnologia; – Recursos humanos esperados para o projeto. 7) Representação de dados 8) Reuniões Planejar o gerenciamento das comunicações - Saídas: 1) Plano de Gerência da Comunicação. 9911 Requisitos de comunicação dos stakeholders. Informação a ser comunicada (formato, conteúdo e detalhamento). Responsável pela comunicação da informação. Pessoas ou grupos que irão receber a informação. Métodos ou tecnologias utilizadas para comunicação. Frequência da comunicação. Escalonamento (níveis hierárquicos). Métodos para atualizar e refinar o plano de gerência da comunicação. Glossário. – Duração do projeto. – Ambiente do projeto. 2) Atualizações no plano de gerenciamento do projeto 3) Atualização de documentos do projeto Gerenciar as comunicações (PMI, 2004 e 2017): O foco está em tornar a informação disponível aos stakeholders de forma temporal e implementar o plano definido no Planejamento da Comunicação. Gerenciar as comunicações - Entrada: 1) Plano de gerenciamento do projeto 2) Documentos do projeto 3) Relatórios de desempenho no trabalho 4) Fatores ambientais da empresa 5) Ativos e processos organizacionais Gerenciar as comunicações - Ferramentas e técnicas: 1) Tecnologia de comunicações; 2) Métodos de comunicação; 3) Habilidades de Comunicação; 9922 – Certificar que a informação seja entregue corretamente ao destinatário correto; – Clareza e completude da informação. 4) Sistemas de informação de gerenciamento de projetos 5) Relatórios de projeto 6) Reuniões Gerenciar as comunicações - Saídas: 1) Comunicações do projeto 2) Atualizações no plano de gerenciamento do projeto 3) Atualização de documentos do projeto4) Atualização dos ativos do processo organizacional; Documentação das lições aprendidas Causas de problemas, razões para ações corretivas... Registros do Projeto Correspondências, memorandos e documentos. Relatórios do Projeto Relatórios formais e informais sobre a situação do projeto. Apresentações do Projeto Equipe do projeto provê informações sobre o projeto. Feedback dos Stakeholders Informações recebidas relacionadas à operação do projeto. Notificações dos Stakeholders Informações sobre problemas resolvidos, mudanças realizadas. Monitorar as comunicações (PMI, 2017): o foco deste processo é garantir que as necessidades de informação das partes interessadas sejam adequadamente atendidas. 9933 Monitorar as comunicações (PMI, 2017) – Entradas 1) Plano de gerenciamento do projeto 2) Documentos do projeto 3) Dados do desempenho do trabalho 4) Fatores ambientais da empresa 5) Ativos de processos organizacionais Monitorar as comunicações (PMI, 2017) – Ferramentas e Técnicas 1) Opinião especializada 2) Sistema de informação de gerenciamento de projetos 3) Representação de dados 4) Habilidades interpessoais e de equipes 5) Reuniões Monitorar as comunicações (PMI, 2017) – Saídas 1) Informações sobre o desempenho do trabalho 2) Solicitações de mudança 3) Atualização no plano de gerenciamento do projeto 4) Atualização de documento do projeto Podemos concluir que a comunicação é chave para o sucesso/fracasso de projetos (não só em TI). A gestão da comunicação visa controlar e definir meios para que a comunicação seja usada de maneira correta e eficiente para o projeto. O processo definido pelo PMI é bastante extenso e normalmente não é totalmente utilizado nas empresas. 9944 Um processo documentado não garante que o processo será seguido. 3.4 Síntese da Unidade Nesta Unidade revisamos o conceito de qualidade e o processo para gerenciar a qualidade conforme proposto pelo PMI. Conhecemos algumas ferramentas e técnicas para realizar a gestão da qualidade, analisar dados, identificar causa de problemas e elaborar palnos de ações para corrigilas, entre elas: diagrama de causa e efeito; fluxograma; diagrama de pareto e diagrama de dispersão. Aprendemos que o PMI criou uma área de conhecimento chamada Gerenciamento dos Recursos do Projeto, na qual são apresentados os processos recomendados para se realizar o gerenciamento dos profissionais necessários a realização do projeto e insumos fisicos e serviços. Também conhecemos algumas ferramentas e técnicas úteis para esse objetivo entre elas: organograma e gráfico ou matriz RACI. Estudamos o processo de comunicação e identificamos os três elementos chaves: emissor, canal e receptor. Estudamos e revisamos os processos recomendados pelo PMI para realizar o gerenciamento da comunicação do projeto. 3.5 Para saber mais Filmes e telenovelas Data de lançamento desconhecida (2h 07min) Direção: James L. Brooks Elenco: William Hurt, Albert Brooks, Holly Hunter mais Gêneros Romance, Comédia Nacionalidade EUA Em Washington D.C. Jane Craig (Holly Hunter), produtora do telejornal de uma grande rede, tenta manter o alto padrão de qualidade, mas precisa lidar com a promoção do charmoso 9955 novo talento da emissora, Tom Grunick (William Hurt), que representa tudo o que ela mais odeia. O desprezo e a desconfiança, porém, logo transformam-se em outra coisa, destruindo a autoestima de Aaron Altman (Albert Brooks), competente e dedicado profissional que nutre uma paixão secreta pela melhor amiga Jane. Data de lançamento 7 de janeiro de 2011 (1h 35min) Direção: Tony Scott Elenco: Denzel Washington, Chris Pine, Rosario Dawson mais Gêneros Ação, Suspense Nacionalidade EUA Uma composição carregada de produtos altamente tóxicos está desgovernada e o perigo é iminente. Um condutor (Chris Pine) e um maquinista experiente (Denzel Washington) precisam evitar que uma pequena cidade em seu caminho seja destruída. A única saída é botar em prática uma operação muito arriscada, mas o tempo corre contra eles. Livros A Guide to the Project Management Body of Knowledge – PMBOK, 2004. 9966 Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos – Guia PMBOK – Sexta Edição Sites Escritório de Projeto https://escritoriodeprojetos.com.br/gerenciamento-da-qualidade-do-projeto 3.6 Atividades Para aprofundar seu conhecimento sobre o conteúdo desta Unidade, reflita sobre as seguintes questões: 1) Explique com suas palavras por que uma baixa qualidade é sempre um problema e uma baixa funcionalidade nem sempre. 2) Escolha uma dificuldade ou problema que esteja enfrentando ou já tenha superado e elabore um diagrama de Espinha de Peixe. 3) Elabore um fluxograma do seu curso EAD (todo o processo), da perspectiva de aluno. 4) Elabore o organograma de uma organização que você conheça, pode ser onde você trabalha ou alguma outra com que tenha contato (escola, igreja, etc.). 5) Elabore uma matriz RACI para o projeto desenvolvido por você para a atividade da Unidade 2. https://escritoriodeprojetos.com.br/gerenciamento-da-qualidade-do-projeto 9977 9988 Unidade 4 Unidade 2 . Gerenciamento da Riscos, Aquisições e Partes Interessadas do Projeto 4.1 Gerenciamento dos Riscos do Projeto O que é risco? Risco do projeto é um evento incerto ou condição que, se vier a ocorrer, tem um efeito positivo ou negativo sobre um objetivo do projeto (PMI, 2000). Para Carvalho, Rabechini Jr. (2009), todo risco tem uma causa e, se ela ocorrer, uma consequência; e tem duas componentes primárias: Probabilidade de que a causa venha a ocorrer, ou seja, um evento que possa afetar os objetivos do projeto; Impacto: consequências desta ocorrência nos objetivos do projeto. O gerenciamento de riscos do projeto, busca identificar e gerenciar os riscos não identificados pelos demais processos de gerenciamento de projetos (PMI, 2017). Os processos de gerenciamento de riscos do projeto incluem os seguintes processos conforme PMI (2004 e 2017): Planejar o gerenciamento de riscos – decisão de como abordar, planejar e executar as atividades de gerenciamento de riscos de um projeto. Identificar os riscos – determinação dos riscos que podem afetar o projeto e documentação de suas características. 9999 Figura 4.1 – Gestão de riscos Fonte: Carvalho; Rabechini Jr., 2009 Realizar a análise qualitativa de riscos – priorização dos riscos para análise ou ação adicional subsequente pela avaliação e combinação de sua probabilidade de ocorrência e impacto. Realizar a análise quantitativa de riscos – análise numérica do efeito dos riscos identificados nos objetivos gerais do projeto. Planejar respostas aos riscos – desenvolvimento de opções e ações para aumentar as oportunidades e reduzir as ameaças aos objetivos do projeto. Implementar respostas aos riscos – implementar as ações definidas para responder aos riscos. Monitorar os riscos – acompanhamento dos riscos identificados, monitoramento dos riscos residuais, identificação dos novos riscos, execução de planos de respostas a riscos e avaliação da sua eficácia durante todo o ciclo de vida do projeto. 110000 Planejar gerenciamento de riscos (PMI, 2004 e 2017): Este item indica como conduzir as atividades de gerenciamento dos riscos de um projeto. Os riscos mais comuns têm consequências que impactam o escopo, cronograma, custo, e/ou qualidade. A causa pode ser um requisito, premissa, restrição, ambiente e/ou condição que tenha efeito sobre um dos itens anteriores. Planejar o gerenciamento de riscos - Entrada: 1) Termo deabertura do projeto 2) Plano de gerenciamento do projeto 3) Documentos do projeto 4) Fatores ambientais da empresa; 5) Ativos de processos organizacionais. Planejar o gerenciamento de riscos - Ferramentas e técnicas: 1) Opinião especializada 2) Análise de dados 3) Reuniões Os participantes dessas reuniões podem incluir o gerente de projetos, membros da equipe do projeto selecionados e partes interessadas, qualquer pessoa da organização que tenha responsabilidade no gerenciamento das atividades de execução e planejamento de riscos. Planejar o gerenciamento de riscos - Saídas: 1) Plano de gerenciamento de riscos: que contem entre outras informações as listadas a seguir. Metodologia; Funções e responsabilidades; 110011 Orçamentação. Tempos. Categorias de risco; Definições de probabilidade e impacto de riscos; Matriz de probabilidade e impacto; Revisão das tolerâncias das partes interessadas; Formatos de relatório. Acompanhamento. Identificar os riscos - Entradas: 1) Plano de gerenciamento do projeto; 2) Documentos do projeto 3) Acordos 4) Documentos de aquisições 5) Fatores ambientais da empresa 6) Ativos de processos organizacionais. Identificar os riscos - Ferramentas e técnicas: 1) Opinião especializada 2) Coleta de dados; 3) Análise de dados 4) Habilidades interpessoais e de equipe 5) Lista de alertas 6) Reuniões Identificar os riscos - Saídas: 1) Registro dos riscos: Lista de riscos identificados; Lista de respostas possíveis; Causas-raiz do risco; Categorias de risco atualizadas. 2) Relatórios de riscos 3) Atualização de documentos do projeto 110022 Realizar a análise qualitativa de riscos (PMI, 2004 e 2017): Realizar a análise qualitativa de riscos - Entradas: 1) Plano de gerenciamento do projeto; 2) Documentos do projeto 3) Fatores ambientais da empresa 4) Ativos e processos organizacionais. Realizar a análise qualitativa de riscos - Ferramentas e técnicas: 1) Opinião especializada. 2) Coleta de dados 3) Análise de dados 4) Habilidades interpessoais e de equipe 5) Categorização de riscos; 6) Representação de dados; 7) Reuniões Realizar a análise qualitativa de riscos - Saídas: 1) Atualização de documentos do projeto Realizar a análise quantitativa de riscos (PMI, 2004 e 2017): É realizada nos riscos que foram priorizados pelo processo de Realizar Análise Qualitativa dos riscos; por afetarem potencial e significativamente as demandas conflitantes do projeto, analisa o efeito desses eventos de risco e lhes atribui uma classificação numérica. Além disso, apresenta uma abordagem quantitativa para a tomada de decisões na presença da incerteza e usa técnicas como a simulação de Monte Carlo e a análise da árvore de decisão. Realizar a análise quantitativa de riscos - Entradas: 1) Plano de gerenciamento do projeto; 110033 2) Documentos do projeto 3) Fatores ambientais da empresa 4) Ativos e processos organizacionais Realizar a análise quantitativa de riscos - Ferramentas e técnicas: 1) Opinião especializada. 2) Coleta de dados 3) Análise de dados 4) Habilidades interpessoais e de equipe; 5) Representação da incerteza; Realizar a análise quantitativa de riscos - Saídas: 1) Atualização de documentos do projeto Planejar respostas aos riscos (PMI, 2004 e 2017): O processo de planejar respostas aos riscos tem como foco desenvolver opções e determinar ações para aumentar as oportunidades e reduzir as ameaças aos objetivos do projeto. As respostas a riscos, planejadas, precisam ser adequadas à importância do risco, econômicas ao enfrentar o desafio, rápidas, realistas dentro do contexto do projeto, acordadas por todas as partes envolvidas e ser de propriedade de uma pessoa específica. É frequentemente necessário selecionar a melhor resposta a riscos a partir de diversas opções. Planejar respostas aos riscos - Entradas: 1) Plano de gerenciamento do projeto 2) Documentos do projeto 3) Fatores ambientais da empresa 4) Ativos e processos organizacionais 110044 Planejar respostas aos riscos - Ferramentas e técnicas: 1) Opinião especializada 2) Coleta de dados 3) Habilidades interpessoais e de equipe 4) Estratégias para riscos negativos ou ameaças: evitar, aceitar (assumir), controlar (mitigar) ou transferir 5) Estratégias para riscos positivos ou oportunidades: buscar (criar), explorar, compartilhar ou melhorar 6) Estratégia de respostas de contingências 7) Estratégias para o risco geral do projeto 8) Análise de dados 9) Tomadas de decisões Planejar respostas aos riscos - Saídas: 1) Solicitação de mudanças 2) Atualizações do plano de gerenciamento do projeto 3) Atualizações dos documentos do projeto Implementar respostas aos riscos – Entradas 1) Plano de gerenciamento do projeto; 2) Documentos do projeto; 3) Ativos e processos organizacionais. Implementar respostas aos riscos – Ferramentas e Técnicas 1) Opinião especializada; 2) Habilidades interpessoais e de equipe; 3) Sistema de gerenciamento de projetos Implementar respostas aos riscos –Saídas 1) Solicitação de mudanças; 2) Atualização de documentos do projeto. 110055 Monitorar os Risco - Entradas: 1) Plano de gerenciamento do projeto 2) Documentos do projeto 3) Dados do desempenho do trabalho 4) Relatórios de desempenho do trabalho Monitorar os Risco - Ferramentas e técnicas: 1) Análise de dados 2) Auditorias 3) Reuniões Monitorar os Risco - Saídas: 1) Informações sobre desempenho do trabalho 2) Solicitações de mudanças 3) Atualização do plano de gerenciamento do projeto 4) Atualização dos documentos do projeto 5) Atualização de ativos e processos organizacionais É muito importante na gestão dos riscos contar com bons processos de monitoramento e controle dos riscos, os quais geram informações que ajudam na tomada de decisões eficazes antes que o risco ocorra. Além disso, a comunicação para todos os stakeholders é necessária e importante para avaliar periodicamente a aceitabilidade do nível de risco do projeto. 4.2 Gerenciamento das Aquisições do Projeto O gerenciamento de aquisições do projeto contempla os processos necessários para se realizar a aquisição de produtos, serviços ou resultados externos a equipe de projeto (PMI, 2017). 110066 O PMI (2017) definiu três processos para o gerenciamento das aquisições dos projetos: Planejar o gerenciamento das aquisições: no qual se estabelece um plano (políticas, procedimentos e documentação) para a gestão das aquisições e respectivo registro das decisões, bem como dos documentos referentes aos processos de aquisição (PMI, 2017; CARVALHO e RABECHINNI, 2015). Conduzir as aquisições: contempla a obtenção de resposta de potenciais fornecedores, a escolha e formalização da contratação para fornecimento de produto, serviço ou resultados necessários para a execução do projeto (PMI, 2017; CARVALHO e RABECHINNI, 2015). Controlar as aquisições: contempla os processos para realizar a gestão do relacionamento com os fornecedores; atuar no caso de se identificar desvios e formalizar o encerramento dos contratos conforme as entregas e as obrigações são atendidas (PMI, 2017; CARVALHO e RABECHINNI, 2015). Tipos de Contrato: As aquisições no âmbito da administração pública, são regidas pela lei nª 8.666 de 21 junho 2003 (critérios - XAVIER et al. 2010, p.32): Menor preço Melhor técnica Melhor técnica e melhor preço Maior lance ou oferta No âmbito da sociedade civil ou iniciativa privada, existem vários tipos de contratos, entre eles se destacam: 1. Contrato de preço fixo ou preço fechado (Lump-Sum): FFP – Firm Fixed Price – contrato de preço fixo ou preço global; 110077 FPIF –Fixed Price Incentive Fee – preço fixo com incentivo. Nesta modalidade o preço do contrato é definido para um determinado escopo acordado; a diferença é que o modelo com incentivo, concede uma porcentagem a mais do valor, caso o produto ou serviço seja entregue antes do prazo acordado ou outro parâmetro. 2. Contratos de custos reembolsáveis: neste tipo de contrato o comprador paga ao vendedor os custos incorridos no fornecimento ou prestação de serviços mais uma margem que incorpora o lucro do vendedor; a seguir os principais tipos de contratos reembolsáveis: Preço = custo diretos + custos indiretos + lucro; Preço = custos indiretos * (1 + % de overhead) + lucro. CR – Cost Reimbursable (denominação genérica); CPFF – Cost Plus Fixed Fee – lucro é fixo (pré-definido); CPIF – Cost Plus Incentive Fee - existe um fator variável em função do custo do projeto; CPPC – Cost Plus Percentage of Cost – lucro da contratada em função do custo (quanto maior o custo, maior o lucro). 3. Contratos por tempo e material (T&M): alguns custos são definidos como taxas dos recursos disponíveis (ex. R$/h do engenheiro sênior), quanto maior o tempo de utilização maior o custo. Importante observar que o risco nos diversos tipos de contratos apresentados não é distribuído igualmente entre o comprador e o vendedor, conforme se pode observar na Figura 4.2. Ao se negociar, é importante considerar as vantagens e desvantagens de cada tipo de contrato para o comprador e o vendedor, de acordo com o escopo, duração e outros parâmetros relevantes no processo de aquisição de produtos ou serviços. 110088 Figura 4.2 – Relação tipo de contrato x risco para comprador e vendedor Fonte: adaptado de Vargas (2009) Outros tipos de contrato são: Contrato EPC (Engineer; Procurement and Construction) ou seja, Engenharia, Aquisições e Construção, que são realizadas pelo vendedor. Contrato Turn Key (Chave na Mão): o vendedor entrega o equipamento ou serviço funcionando para o comprador ou cliente, ou seja, assume 100% de toda a responsabilidade pelo fornecimento. Contrato de nível de serviço (SLA Service Level Agreement): são contratos muito comuns na área de prestação de serviços de informática, pelo qual é definido entre o comprador e o vendedor um nível mínimo de serviço que deverá ser observado pelo vendedor na prestação dos serviços ao comprador. O não atendimento do padrão de desempenho pelo vendedor o sujeita a punições definidas em contrato, que pode contemplar inclusive a finalização antecipadas do contrato. Parcerias Público Privada (PPP) nova modalidade de contratação utilizada pelo governo brasileiro para execução de grandes obras. Consórcio: regime de contrato no qual duas ou mais organizações se associam com objetivo de fornecer produtos ou serviços para um projeto especifico. 110099 Essa associação cria uma pessoa jurídica independente das organizações principais com alto grau de autonomia para tomar decisões referentes ao projeto para o qual foi criada. Melhores práticas na administração de contratos: a seguir algumas recomendações consideradas melhores práticas na gestão de contrato (XAVIER et al. 2010, p.131-132): Ler e analisar o contrato Desenvolver um plano para administrar o contrato Desenvolver e implementar políticas específicas Atender os termos e condições do contrato Manter efetiva comunicação e controle Controlar mudanças nos contratos Resolver claims e disputas prontamente Desenvolver uma EAP para auxiliar o planejamento Realizar reuniões de início de fases ou atividades críticas Medir e acompanhar desempenho com relatórios Administrar processo de faturamento e pagamento Identificar e atuar sobre variações planejado x real Indicar responsável por negociar mudanças no contrato Compreender impacto das mudanças Medir e acompanhar desempenho com relatórios Administrar processo de faturamento e pagamento Identificar e atuar sobre variações planejado x real Indicar responsável por negociar mudanças no contrato Compreender impacto das mudanças 111100 4.3 As partes interessadas do Projeto e influência organizacional Segundo PMI (2017, p. 550), parte interessadas “é um indivíduo, grupo ou organização que pode afetar, ser afetada ou sentir-se afetada por uma decisão, atividade ou resultado de um projeto”. As principais partes interessadas em todos os projetos incluem (PMI, 2004 e 2017): Gerente de projetos - pessoa responsável pelo gerenciamento do projeto. Cliente/usuário - pessoa ou organização que utilizará o produto do projeto. Podem existir várias camadas de clientes. Por exemplo, os clientes de um novo produto farmacêutico podem incluir os médicos que o receitam, os pacientes que o utilizam e as empresas de saúde que pagam por ele. Em algumas áreas de aplicação os termos cliente e usuário são sinônimos, enquanto, em outras, cliente se refere à entidade que adquire o produto do projeto e usuários são os que utilizarão diretamente o produto do projeto. Organização executora - empresa cujos funcionários estão mais diretamente envolvidos na execução do trabalho do projeto. Membros da equipe do projeto - grupo que está executando o trabalho do projeto. Equipe de gerenciamento de projetos - membros da equipe do projeto que estão diretamente envolvidos nas atividades de gerenciamento de projetos. Patrocinador - pessoa ou o grupo que fornece os recursos financeiros, em dinheiro ou em espécie, para o projeto. Influenciadores - pessoas ou grupos que não estão diretamente relacionados à aquisição ou ao uso do produto do projeto; entretanto, devido à posição de uma pessoa na organização do cliente ou na organização executora, podem influenciar, positiva ou negativamente, no andamento do projeto. 111111 Figura 4.3 - Relação entre as partes interessadas e o projeto Fonte: PMI, 2004 PMO: se existir na organização executora, o PMO poderá ser uma parte interessada se tiver responsabilidade direta ou indireta pelo resultado do projeto. Além das principais partes interessadas, expostas, existem outras partes interessadas no projeto, inclusive internas e externas. São elas: proprietários e investidores, fornecedores e contratadas, membros da equipe e suas famílias, agências governamentais e meios de comunicação, cidadãos comuns, grupos temporários ou permanentes de pressão e a sociedade em geral. Nomear ou agrupar as partes interessadas ajuda principalmente a identificar quais pessoas e organizações são consideradas como partes interessadas. As funções e responsabilidades das partes interessadas podem se sobrepor, como no caso em que uma firma de engenharia financia uma fábrica que está projetando (PMI, 2004). Cabe aos gerentes de projetos o desafio de gerenciar as expectativas das partes interessadas, o que nem sempre é fácil, uma vez que em geral os objetivos dessas partes são diferentes e/ou conflitantes. As partes interessadas possuem diversos níveis de responsabilidade e de autoridade quando participam de um projeto e eles podem mudar durante o ciclo de vida do projeto. A responsabilidade e a autoridade variam desde contribuições eventuais em 111122 estudos até o patrocínio total do projeto, que inclui o fornecimento de apoio financeiro e político. As partes interessadas que ignoram essa responsabilidade podem ter um impacto prejudicial nos objetivos do projeto. Da mesma forma, os gerentes de projetos que ignoram as partes interessadas podem esperar um impacto prejudicial nos resultados do projeto. Influência organizacional Os projetos normalmente fazem parte de uma organização que é maior do que o projeto. Entendemos que organizações incluem empresas, agências governamentais, instituiçõesde saúde, organismos internacionais, associações profissionais, entre outros. A maturidade da organização em relação ao seu sistema de gerenciamento de projetos, sua cultura, seu estilo, sua estrutura organizacional e seu escritório de projetos também pode influenciar o projeto (PMI 2004; CARVALHO; RABECHINI JR, 2005). Sistemas organizacionais: organizações baseadas em projetos. organizações não baseadas em projetos. As organizações baseadas em projetos são aquelas cujas operações consistem basicamente de projetos. Essas organizações estão incluídas em duas categorias: Organizações em que a receita é obtida da realização de projetos para terceiros sob contrato – empresas de arquitetura, firmas de engenharia, consultores, empreiteiras e contratadas do governo. Organizações que adotaram o gerenciamento por projetos. Essas organizações normalmente possuem sistemas de gerenciamento instalados para facilitar o gerenciamento de projetos. Por exemplo, seus sistemas financeiros em geral são especificamente projetados para contabilizar, acompanhar e emitir relatórios de diversos projetos simultâneos. 111133 As organizações não baseadas em projetos não necessariamente terão sistemas de gerenciamento projetados para dar suporte às necessidades dos projetos de modo eficiente e eficaz. A ausência de sistemas orientados a projetos normalmente dificulta o gerenciamento de projetos. Essas empresas poderão ter departamentos ou subunidades que operam como organizações baseadas em projetos com sistemas para dar suporte a eles. A equipe de gerenciamento de projetos deve estar ciente de como a estrutura e os sistemas da sua organização afetam o projeto. 4.4 Síntese da Unidade Nesta Unidade aprendemos que Risco do projeto é um evento incerto ou condição que, se vier a ocorrer, tem um efeito positivo ou negativo sobre um objetivo do projeto (PMI, 2000). Também aprendemos que os riscos têm dois componentes: probabilidade e impacto. Estudamos os processos para realizar o gerenciamento de riscos do projeto conforme recomendações do PMI. Aprendemos que o gerenciamento de aquisições do projeto, contempla os processos necessários para se realizar a aquisição de produtos, serviços ou resultados externos a equipe de projeto (PMI, 2017). Estudamos os tipos de contrato, e aprendemos que cada tipo traz vantagens e desvantagens para o comprador e o vendedor, mas principalmente diferente distribuição desigual da responsabilidade pelo risco entre os dois envolvidos no processo. Aprendemos que claim é uma reivindicação e conhecemos as melhores práticas em administração de contratos. Conhecemos quais são as partes interessadas no projeto, e administrar as diferentes expectativas e interesses é um desafio para os gerentes de projetos. Revisamos o tema influência organizacional. 111144 4.5 Para saber mais Livro Gestão de Projetos – Uma abordagem global. A obra aborda de forma fácil e aplicada todos os principais fundamentos e etapas envolvidas em um projeto, desde sua concepção, análise de viabilidade, risco e recursos, até seu controle e avaliação final. A Guide to the Project Management Body of Knowledge – PMBOK, 2004. Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos – Guia PMBOK – Sexta Edição, 2017. Site Escritório de Projetos https://escritoriodeprojetos.com.br/gerenciamento-da-qualidade-do-projeto https://escritoriodeprojetos.com.br/gerenciamento-da-qualidade-do-projeto 111155 4.6 Atividades 1) Identifique os riscos para o projeto que você desenvolveu para a atividade da Unidade 2. 2) Explique as duas componentes primárias dos riscos. 3) Identifique quais são os produtos e/ou serviços e suas quantidades, necessários para a realização do projeto que você desenvolveu para a atividade de Unidade 2. 4) Qual tipo de contrato você gostaria de adotar para realizar a aquisição de produtos e/ou serviços para seu projeto (desenvolvido para atividade da Unidade 2)? Explique por quê. 5) Identifique e liste as partes interessadas que você identificou para seu projeto (desenvolvido para atividade da Unidade 2). 6) Quais são as principais partes interessadas no projeto? Quais são os principais desafios a serem enfrentados pelos gerentes de projeto? 111166 Referências CARVALHO, Marly Monteiro de; RABECHINNI JR, Roque. Fundamentos de Gerenciamento de Projetos: construindo competências para gerenciar projetos 4. ed. São Paulo: Atlas, 2015. DINSMORE, P. C. Gerenciamento de Projetos: como gerenciar seu projeto com qualidade, dentro do prazo e custos previstos. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. GASNIER, D. G. Guia Prático para Gerenciamento de Projetos: manual de sobrevivência para os profissionais de projetos. São Paulo: IMAM, 2000. KELLING, R. Gestão de Projetos: uma abordagem global. São Paulo: Saraiva, 2002. MAXIMIANO, A. C. Administração de Projetos. São Paulo: Atlas, 1997. ______. Administração de Projetos: como transformar ideias em resultados. São Paulo: Atlas, 2010. PMI - Project Manager Institute. Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK). 4.ed. PMI: Pensilvania – EUA, 2004. ______. Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK). 6. ed. PMI: Pensilvania – EUA, 2017. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. 2 ed. São Paulo: Atlas S.A., 2002. VARGAS, R. Manual prático do plano de projeto. Rio de Janeiro: Brasport, 2003. XAVIER, Carlos Magno da Silva, at. A l. Série Gerenciamento de Projetos: Gerenciamento de aquisições em projetos. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010. 111177