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GESTÃO DA INFORMAÇÃO E TECNOLOGIA Prof. Me. Marcel Santos Silva TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Reitor Márcio Mesquita Serva Vice-reitora Profª. Regina Lúcia Ottaiano Losasso Serva Pró-Reitor Acadêmico Prof. José Roberto Marques de Castro Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Ação Comunitária Profª. Drª. Fernanda Mesquita Serva Pró-reitor Administrativo Marco Antonio Teixeira Direção do Núcleo de Educação a Distância Paulo Pardo Coordenação Pedagógica do Curso Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico B42 Design *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Universidade de Marília Avenida Hygino Muzzy Filho, 1001 CEP 17.525–902- Marília-SP Imagens, ícones e capa: ©freepik, ©envato, ©pexels, ©pixabay, ©Twenty20 e ©wikimedia F385m sobrenome, nome nome livro / nome autor. nome /coordenador (coord.) - Marília: Unimar, 2021. PDF (00p.) : il. color. ISBN xxxxxxxxxxxxx 1. tag 2. tag 3. tag 4. tag – Graduação I. Título. CDD – 00000 BOAS-VINDAS Ao iniciar a leitura deste material, que é parte do apoio pedagógico dos nossos queridos discentes, convido o leitor a conhecer a UNIMAR – Universidade de Marília. Na UNIMAR, a educação sempre foi sinônimo de transformação, e não conseguimos enxergar um melhor caminho senão por meio de um ensino superior bem feito. A história da UNIMAR, iniciada há mais de 60 anos, foi construída com base na excelência do ensino superior para transformar vidas, com a missão de formar profissionais éticos e competentes, inseridos na comunidade, capazes de constituir o conhecimento e promover a cultura e o intercâmbio, a fim de desenvolver a consciência coletiva na busca contínua da valorização e da solidariedade humanas. A história da UNIMAR é bela e de sucesso, e já projeta para o futuro novos sonhos, conquistas e desafios. A beleza e o sucesso, porém, não vêm somente do seu campus de mais de 350 alqueires e de suas construções funcionais e conectadas; vêm também do seu corpo docente altamente qualificado e dos seus egressos: mais de 100 mil pessoas, espalhados por todo o Brasil e o mundo, que tiveram suas vidas impactadas e transformadas pelo ensino superior da UNIMAR. Assim, é com orgulho que apresentamos a Educação a Distância da UNIMAR com o mesmo propósito: promover transformação de forma democrática e acessível em todos os cantos do nosso país. Se há alguma expectativa de progresso e mudança de realidade do nosso povo, essa expectativa está ligada de forma indissociável à educação. Nós nos comprometemos com essa educação transformadora, investimos nela, trabalhamos noite e dia para que ela seja ofertada e esteja acessível a todos. Muito obrigado por confiar uma parte importante do seu futuro a nós, à UNIMAR e, tenha a certeza de que seremos parceiros neste momento e não mediremos esforços para o seu sucesso! Não vamos parar, vamos continuar com investimentos importantes na educação superior, sonhando sempre. Afinal, não é possível nunca parar de sonhar! Bons estudos! Dr. Márcio Mesquita Serva Reitor da UNIMAR Que alegria poder fazer parte deste momento tão especial da sua vida! Sempre trabalhei com jovens e sei o quanto estar matriculado em um curso de ensino superior em uma Universidade de excelência deve ser valorizado. Por isso, aproveite cada minuto do seu tempo aqui na UNIMAR, vivenciando o ensino, a pesquisa e a extensão universitária. Fique atento aos comunicados institucionais, aproveite as oportunidades, faça amizades e viva as experiências que somente um ensino superior consegue proporcionar. Acompanhe a UNIMAR pelas redes sociais, visite a sede do campus universitário localizado na cidade de Marília, navegue pelo nosso site unimar.br, comente no nosso blog e compartilhe suas experiências. Viva a UNIMAR! Muito obrigada por escolher esta Universidade para a realização do seu sonho profissional. Seguiremos, juntos, com nossa missão e com nossos valores, sempre com muita dedicação. Bem-vindo(a) à Família UNIMAR. Educar para transformar: esse é o foco da Universidade de Marília no seu projeto de Educação a Distância. Como dizia um grande educador, são as pessoas que transformam o mundo, e elas só o transformam se estiverem capacitadas para isso. Esse é o nosso propósito: contribuir para sua transformação pessoal, oferecendo um ensino de qualidade, interativo, inovador, e buscando nos superar a cada dia para que você tenha a melhor experiência educacional. E, mais do que isso, que você possa desenvolver as competências e habilidades necessárias não somente para o seu futuro, mas para o seu presente, neste momento mágico em que vivemos. A UNIMAR será sua parceira em todos os momentos de sua educação superior. Conte conosco! Estamos aqui para apoiá-lo! Sabemos que você é o principal responsável pelo seu crescimento pessoal e profissional, mas agora você tem a gente para seguir junto com você. Sucesso sempre! Profa. Fernanda Mesquita Serva Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Ação Comunitária da UNIMAR Prof. Me. Paulo Pardo Coordenador do Núcleo EAD da UNIMAR 006 Aula 01: 023 Aula 02: 032 Aula 03: 039 Aula 04: 048 Aula 05: 054 Aula 06: 059 Aula 07: 066 Aula 08: 070 Aula 09: 081 Aula 10: 088 Aula 11: 094 Aula 12: 102 Aula 13: 112 Aula 14: 121 Aula 15: 128 Aula 16: título aula 1 título aula 2 título aula 3 título aula 4 título aula 5 título aula 6 título aula 7 título aula 8 título aula 9 título aula 10 título aula 11 título aula 12 título aula 13 título aula 14 título aula 15 título aula 16 01 Introdução à gestão da informação e do conhecimento 02 Princípios da Governança de TI � ����� ��� 03 A TI como diferencial estratégico nas organizações Imagem 3 - Processo de planejamento estratégico corporativo PROCESSO DE; . 10 ESTRATEGICO 1 _ PRESAIFUAL Fonte: Fernandes e Abreu (2074). O plano de tecnologia da informação é o mecanismo de suporte para toda a operação da organização, desde a implementação de novas soluções para atendimento às necessidades do negócio, passando pela manutenção de aplicativos, soluções e demais ativos de TI, até a implantação e manutenção de serviços que estão vinculados ao uso de ativos tecnológicos e infraestrutura de TI. 04 Planejamento estratégico de tecnologia da informação 05 Implementação e avaliação de estratégias na área de Sistemas de informação Olá, estudantes! Um princípio básico que deve ser lembrado pelos gestores é que, ao se alterarem as estratégias organizacionais, consequentemente, as estratégias de TI deverão mudar com elas, pois são dinâmicas. Outro ponto importante é o fato de as pessoas serem resistentes a mudanças e com isso elas geram riscos, pois o fator de sucesso de sistemas de informação depende das habilidades e cooperação entre as pessoas, além dos recursos de TI e do projeto de processos do negócio. De acordo com Turban e Volonino (2013), a estratégia de TI direciona as decisões de investimentos e como os sistemas de informação serão desenvolvidos, implementados ou adquiridos. Ainda, segundo os autores, as estratégias de TI são organizadas em duas categorias: Desenvolvimento interno: como o próprio nome diz, ocorre quando o desenvolvimento dos sistemas é realizado por equipe interna, em algumas situações, com auxílio de uma consultoria externa. Essa prática é utilizada quando as empresas possuem informações con�denciais e competitivas e o objetivo é manter isso pela própria equipe de TI; Desenvolvimento terceirizado: ocorre quando o desenvolvimento dos sistemas é realizadopor empresas terceirizadas. Há diversas formas de terceirização, podendo ser por empresas de consultoria ou fornecedores, no mesmo país, conhecido como terceirização onshore, e para outros países offshore. Vale destacar que a computação em nuvem e as soluções como SaaS (Software as a Service) também têm se tornado opções de terceirização. ATENÇÃO A estratégia de negócio estabelece os rumos gerais do negócio. Já a estratégia de TI compreende quais informações, sistemas e arquiteturas de TI são necessários para que o negócio seja suportado, além de como a infraestrutura e os serviços serão entregues O alinhamento de TI e negócio está relacionado diretamente ao grau em que a área de TI compreende as prioridades dos negócios e investe os seus recursos, desenvolve seus projetos e disponibiliza informações conforme tais prioridades. Esse alinhamento possui duas partes: a primeira consiste no alinhamento da estratégia, da estrutura, da tecnologia e dos processos da área de TI para àqueles das áreas funcionais da organização. Já a segunda parte é de�nida como alinhamento estratégico de TI, que consiste no alinhamento da estratégia de TI à estratégia organizacional. Nesta etapa, o foco está em garantir que as decisões, prioridades e os projetos de sistemas de informação estejam em conformidade com as necessidades de toda a organização (TURBAN; VOLONINO, 2013). De acordo com Audy, Becker e Freitas (1998), o modelo demonstrado na �gura 2 consiste na incorporação dos novos conhecimentos provenientes de áreas de tomada de decisão e de aprendizagem organizacional, objetivando o desenvolvimento de estratégias implementáveis de Sistemas de Informação, con�rmando que os conhecimentos, capacidades e habilidades dos envolvidos afetam diretamente a maneira como o setor de SI é demandado e gerenciado. SAIBA MAIS Não há dois planejamentos estratégicos iguais, pois cada organização possui seus propósitos e objetivos. Portanto, o planejamento estratégico de SI deve re�etir as demandas especí�cas da organização, porém, há um conjunto de passos que pode auxiliar esse processo, independentemente da empresa, que são: de�nir a estratégia de TI, de�nir os objetivos, avaliar a situação atual de sistemas, propor a situação mais adequada, levando em conta as oportunidades emergentes de TI, apresentar o impacto no negócio, desenvolver um roteiro de estratégia de SI e utilizar metodologias ágeis de desenvolvimento. Imagem 2 – Planejamento Estratégico de Sistemas de informação Fonte: Adaptado de Audy, Becker e Freitas (1998). Ainda, de acordo com Audy, Becker e Freitas (1998), a estratégia de SI pode ser considerada um produto composto dos processos de aprendizagem e planejamento, adicionados aos processos de planejamento estratégico de Sistema de Informação. Enxergar as empresas como ambientes de aprendizagem implica admitir que cada empresa possui características que a torna diferenciada perante as concorrentes, contexto histórico que corrobora com sua cultura e estão alicerçados em capacidades de aprendizagem acumuladas ao longo do tempo. No que se refere à de�nição das estratégias de TI, o processo de retroalimentação ocorrida por meio do processo decisório oportunístico, entre a fase de implantação e as fases de avaliação e estratégica, possibilita a realização de ajustes das estratégias, entre a originalmente estabelecida e a efetivamente realizada. Os sistemas de informação têm a capacidade de contribuir com três tipos de recursos para uma organização, são eles: recursos tecnológicos, recursos gerenciais de TI e capacidades técnicas. Recursos tecnológicos: incluem infraestrutura, tecnologia proprietária, hardware e software. Capacidades técnicas de TI: incluem conhecimento técnico, habilidades operacionais e conhecimento de desenvolvimento. Recursos gerenciais de TI: compostos de habilidades de relacionamento entre terceirizado e fornecedor, parcerias entre negócio e sistema de informação, resposta de mercado, planejamento e habilidades de gestão. CONECTE-SE O artigo com o título “Alinhamento entre Planejamento Estratégico e Sistema de Informação Gerencial: Estudo em Empresas do Terceiro Setor com Atividade Hoteleira” traz um conjunto de elementos que evidenciam a existência de alinhamento estratégico entre os sistemas de informação e o planejamento estratégico nas organizações. Se aprofunde no assunto, acessando o artigo no link a seguir. https://go.eadstock.com.br/cIs 06 O alinhamento estratégico entre TI e negócios A tecnologia da informação não é mais algo que necessite de uma escolha para cada caso, obrigando uma análise completa do custo/benefício para cada implementação. Na verdade, no mundo digitalizado como o vivido atualmente, não há possibilidade de uma empresa sobreviver sem o uso da tecnologia. O que acontece, geralmente, é que os processos de negócios são construídos em torno dos seus aplicativos de negócios e não o contrário, como deveria ser. A tecnologia da informação evolui no sentido de deixar de realizar apenas uma função burocrática e de suporte para o desenvolvimento de soluções bem mais estratégicas, visto que as aplicações e modelos avançam no sentido de melhor quali�car a tomada de decisão dos gestores da alta administração, principalmente. Conforme de�ne Luftman (2000), o nível de alinhamento de uma organização pode ser medido por meio de seis critérios básicos. O primeiro deles é a Comunicação, que consiste no compartilhamento compreensível e coerente de ideias entre negócios e TI, e vice-versa, buscando o entendimento e a troca de conhecimento que assegure a execução da estratégia. Em algumas situações, as organizações buscam pessoas que sejam capazes de mediar esta interação, porém, isso pode restringir mais do que fomentar a comunicação. O segundo critério consiste em Medidas de Valor e Competência, relacionadas às práticas e indicadores cujo objetivo é atestar o valor e a competência de TI, de modo que o negócio as compreenda. Vale ressaltar que não é simplesmente mensurar fatores de desempenho, mas aplicar os recursos necessários para a evolução contínua. O terceiro critério é a Participação, que busca garantir que os participantes adequados de TI e negócio estejam envolvidos diretamente na discussão e revisão de prioridades e alocação de recursos, assim como da interação entre estratégias, defendidos por Weill e Ross (2006). O quarto critério é a Parceria, que tem como foco o relacionamento entre negócios e TI, com o envolvimento da segunda, na de�nição de estratégias, construindo con�ança entre as partes e partilhando os riscos e resultados. O quinto critério é o Escopo e Arquitetura, que busca analisar o quão capaz é a TI de assumir um papel de suporte para uma infraestrutura �exível e transparente, avaliar e aplicar tecnologias emergentes, viabilizar padrões integrados e soluções customizáveis para as demandas do negócio. O sexto e último critério são as Habilidades que incluem todas as características dos recursos humanos, muito além das responsabilidades convencionais, como salários, desempenho, carreira etc. SAIBA MAIS Há um conceito mais abrangente que de�ne o alinhamento estratégico em duas dimensões, sendo a primeira que considera o foco externo, direcionado para o ambiente de negócios e o foco interno, apontando para as estruturas administrativas. A segunda dimensão separa a TI dos negócios. Implementação do Alinhamento estratégico É óbvio que a aplicabilidade desse processo de implementação do alinhamento estratégico entre o negócio e a TI não é simples e rápido. De acordo com Chan e Reich (2017), há di�culdades para que isso efetivamente ocorra, di�culdades estas que estão diretamente concentradas no lado da tecnologia da informação, com ênfase nas suas carências em relação ao negócio, ou seja, a falta de conhecimento da estratégia corporativa, ausência de consciência ou crença na importância do alinhamento, desconhecimento do ambiente e das especi�cidadesdo negócio. Um aspecto importante que deve ser considerado para avaliar o nível de alinhamento estratégico de TI está relacionado à maturidade em que a TI se encontra dentro da organização. Basicamente, são quatro categorias sequenciais e cumulativas: Artesanal: não há processos de�nidos nem indicadores para mensuração de desempenho. Não há nenhum tipo de controle ou qualquer tipo de alinhamento estratégico; E�ciente: neste nível já existem alguns processos estabelecidos e uma comunicação com a área de negócios. É o início de um caminho longo rumo ao desejável para toda organização; Efetiva: no terceiro nível, a TI já é capaz de reconhecer e priorizar aquilo que é melhor para o negócio. A TI já tem alguns indicadores de performance estabelecidos e implementou um modelo de governança de TI, e padronizou os serviços com catálogos, de acordos de níveis de serviços. Estratégica: neste nível a TI atinge o ápice da estratégia. Ou seja, além das ações e controles anteriores ela propicia vantagens sobre os concorrentes por meio de inovações e soluções tecnológicas. Alinhar a TI e negócio contribui para uma melhor experiência do cliente ou até maior resultado �nanceiro. Podemos citar alguns benefícios, como: Aumento da colaboração entre os funcionários; Redução de despesas; Ganho de visibilidade nas áreas problemáticas; Aprimoramento dos setores e conhecimento dos funcionários; Alcance da estratégia; Tomada de decisão mais inteligente em todos os níveis de gerenciamento da organização. CONECTE-SE Sem dúvida, o mundo está mudando. Nesta era da transformação digital, a tecnologia já deixou de ser apenas um setor de apoio para se tornar o centro de vários novos modelos de negócio que invadiram o mercado. O artigo a seguir apresenta com mais detalhes os conceitos e características que contribuem para a realização do alinhamento entre o negócio e a TI. https://go.eadstock.com.br/cIu A governança corporativa e de TI deve possibilitar a comunicação e o direcionamento das ações da organização e da TI, na forma de controle de desempenho, resultados, e garantir que os objetivos estão sendo alcançados. Uma ferramenta que pode auxiliar nesse processo é o BSC (Balanced Scorecard), que possui como objetivo o alinhamento do planejamento estratégico com ações operacionais da organização. Por meio dele, pode-se mapear os objetivos estratégicos da empresa, relacionando-os a indicadores de desempenho categorizados em perspectivas: �nanceira, aprendizado e crescimento, clientes e processos internos. Por meio do uso do BSC, é possível avaliar os ativos intelectuais e intangíveis da organização, como, por exemplo, qualidade dos serviços, motivação dos funcionários, e�ciência dos processos e satisfação dos clientes. Já o BSC IT (Balanced Scorecard Information Technology) busca entender como as aplicações e serviços de TI, as tecnologias poderão contribuir para os objetivos do negócio atual e no longo prazo. A �gura 2 apresenta um comparativo entre os dois tipos de BSCs. O alinhamento entre a TI e o negócio objetiva aprimorar a comunicação entre a alta administração que toma as decisões de negócios e os executivos de TI que gerenciam as operações técnicas. Com isso, é possível implementar planos mais adaptáveis de negócios e arquiteturas de TI, além de uma alocação de recursos mais efetiva Imagem 2 – Comparativo entre BSC e BSC TI Fonte: acesse o link disponível aqui https://pmkb.com.br/artigos/o-grande-desafio-do-alinhamento-estrategico-entre-negocio-e-ti/ 07 Uso dos Sistemas de Suporte à Decisão Na década de 1970, começaram a surgir sistemas de informação diferentes dos construídos até então. Eram sistemas menores, interativos e desenvolvidos para colaborar com os usuários no uso de modelos e dados na discussão de problemas. Já na década seguinte, esse esforço de contribuição para a tomada de decisão individual foi expandido para a organização como um todo. A importância da informação dentro das organizações mudou nos últimos anos por conta da evolução da gestão da informação, que deixou de apenas gerir documentos e dados e passou a administrar recursos informacionais, construindo resultados focados em e�ciência operacional, mitigação de desperdício e automatização de processos. Claro que toda essa evolução se deve ao aprimoramento da tecnologia na implementação de sistemas de informações mais robustos, inteligentes e integrados, mais especi�camente, aos sistemas de suporte à decisão (SSD). Porém, para o melhor uso das informações gerenciais disponíveis nas organizações, é preciso compreender como se estrutura um SSD. Os SSDs são sistemas de computador de nível gerencial que combinam dados e modelos analíticos so�sticados, além de possuírem uma interface amigável para contribuir com uma melhor tomada de decisão. Esses sistemas estão sob o controle do usuário desde o início até a implementação �nal e uso frequente. Os sistemas de informações podem ser classi�cados em dois grupos: Sistemas de Apoio à Operação e Sistemas de Apoio à Gestão. O Sistemas de Apoio à Operação são responsáveis pela produção de diversos tipos de dados para uso interno e externo da organização. Dentro desse grupo estão os sistemas de processamento de transações, sistemas colaborativos e os sistemas de controle SAIBA MAIS Os sistemas de suporte à decisão têm alterado a forma como as organizações competem, além de contribuir com elementos e resultados que resultam em uma vantagem competitiva. Portanto, os SSDs devem ser vistos estrategicamente, como uma oportunidade de renovação organizacional, além de um investimento imprescindível para que as organizações atinjam seus objetivos estratégicos. de processos, conforme exibido pela �gura 2. Os Sistemas de Apoio à Gestão disponibilizam informações para que o nível gerencial tome a decisão de forma mais e�ciente e e�caz. Aqui podemos citar os sistemas de informação gerencial, sistemas de suporte à decisão e os sistemas de informação executiva (O’BRIEN, 2013 apud ARAÚJO, FILHO (2017). Imagem 2 – Classi�cação dos Sistemas de Informação Fonte: adaptado de O’Brien (2003). Modelos de decisão Há diversos modelos que descrevem como os indivíduos tomam suas decisões: Modelo racional – estabelece os objetivos, examina todas as opções e de�ne qual a melhor alternativa. Ele é baseado no conceito de que as pessoas e empresas tomam parte em cálculos ou adaptações que contribuem para a maximização de valor. Esse conceito tem se tornado o foco das teorias comportamentais do consumidor, das �loso�as políticas e microeconômicas. Modelo que de�ne os objetivos – examina algumas poucas opções e seleciona a primeira alternativa que atenda aos objetivos. Ele propõe a racionalidade limitada, pois o processo de procura para soluções é limitado e ordenado sequencialmente. Uma característica desse modelo é que, havendo possibilidade, evitam opções novas e incertas, con�ando em processos operacionais padrão (POP). Modelos de tomada de decisão organizacional – são bem diferentes do modelo individual, pois levam em consideração características políticas e culturais de uma empresa. São exemplos desse tipo de modelo: Ator Racional, Burocrático, Político e Lata de Lixo. Modelo Ator Racional – a organização seleciona os objetivos, examina as opções e possíveis consequências, escolhe a alternativa que maximiza os objetivos. O modelo Burocrático se baseia no conceito de que tudo que uma empresa realiza é resultado de procedimentos operacionais padrão coesos pelo uso ativo ao longo dos anos. De acordo com essa metodologia, os problemas pertencentes a uma organização são divididos em componentes e organizados em grupos especí�cos, que possuem POPs para a resolução desses problemas. Modelo político – é resultado de acordos políticos entre líderes e grupos de interesse. As ações não são necessariamente racionais, com exceção no caso político. Neste modelo, as empresas não criam soluções para a efetiva resolução de algum problema, pois elas re�etemos con�itos, os interesses distintos, o poder desigual e a confusão que constitui a política. Modelo “Lata de lixo” – estabelece que a organização não é racional, que a tomada de decisão é acidental e é resultado de soluções, problemas e situações que são aleatoriamente relacionadas. Por �m, a conclusão desse modelo é que as soluções se relacionam aos problemas pelo acaso, considerando que as empresas possuem soluções que estão em busca de problemas e os tomadores de decisão estão em busca de trabalho. Capacidade do SSD Um sistema de suporte à decisão deve fornecer capacidades para responder às questões e alcançar decisões mais assertivas. Tais capacidades que caracterizam esse tipo de sistema são: representações, operações, ajuda de memória e ajuda de controle. A representação consiste na conceitualização de informações utilizadas para a tomada de decisão, que podem ser: grá�cos, listas, tabelas, relatórios e simbologia para operações de controle. A operação consiste na manipulação de dados matemáticos e lógicos, como coletar informações, preparar relatórios, construir listas, atribuir valores e riscos, além de gerar estatísticas e simular alternativas. As ajudas de memória são visões em banco de dados, relacionamentos entre visões e base de dados, bibliotecas e demais capacidades de refazer e atualizar a memória. As ajudas de controle são capacidades que possibilitam ao usuário controle das atividades do SSD. Elas incluem funcionalidades, como multiplicidade de menus e help, que garantem que o usuário controle as representações, operações e memórias. Há basicamente três tipos de pessoas envolvidas com os sistemas de suporte à decisão, que são: Desenvolvedores: são imprescindíveis para a construção das bases de dados, modelos e linguagens de controle. Usuários �nais (gestores): o SSD deve disponibilizar formas para que os usuários �nais controlem a sessão. Estes devem ter a capacidade de localizar dados relevantes, selecionar e executar modelos relevantes, além de controle de operações sem a necessidade de intervenção dos desenvolvedores. Especialistas: precisa estar à disposição para consulta, treinamento, conselhos e apoio, porém, as sessões devem ser coordenadas pelos usuários �nais. A �gura 3 apresenta uma visão geral de um sistema de suporte à decisão, composto pelos seguintes elementos: Base de dados SSD: conjunto de dados históricos ou atuais, coletado por meio de diversas aplicações, organizado para acesso fácil. Esses dados são extraídos de fontes internas e externas, armazenados especi�camente para uso do SSD; Imagem 3 – visão geral de um SSD Fonte: elaborada pelo autor (2022). Base de modelos: conjunto de modelos analíticos e matemáticos com fácil acesso aos usuários de SSD. Um modelo pode ser de�nido como uma representação abstrata que ilustra os componentes ou relacionamentos de um determinado fenômeno. Ele pode ser físico, matemático ou verbal. Cada SSD é criado para um conjunto especí�co de propósitos que, dependendo deste, terá disponível diferentes coleções de modelos. Há outros modelos que podem ser inseridos neste contexto: Modelos estatísticos: que contribuem para o estabelecimento de relacionamentos, como, por exemplo, venda de produto por faixa etária. Modelos de otimização: podem determinar alocação de recursos, ótima para a minimizar ou maximizar variáveis especí�cas, por meio do uso de programação linear, por exemplo. Modelos de previsão: por meio de um conjunto de séries históricas é possível projetar condições futuras. O tomador de decisão pode variar essas condições avaliando o quanto elas podem impactar no negócio. Software SSD: propicia uma fácil interação do usuário com a base de dados e de modelos. Ele administra a criação, armazenamento e recuperação dos modelos na base de modelos, integrando-os aos dados disponíveis na base de dados SSD. Interface do usuário: dispõe de uma interface amigável, �exível, fácil de usar, além de apoiar a interação com o SSD. Usuários: em geral, são executivos com estilos de trabalho e preferências individuais muito bem de�nidas. São usuários que possuem pouca aptidão para lidar com tecnologia, o que demanda uma interface intuitiva. CONECTE-SE O artigo sob o título “Os Sistemas de Informação como suporte à tomada de decisão estratégica” busca estabelecer uma relação entre a TI, os sistemas de informação e o planejamento estratégico das organizações com a tomada de decisão. Para se aprofundar nesse assunto, acesse o link a seguir. https://go.eadstock.com.br/cIx 08 Sistemas de Informação de apoio ao processo decisório Os sistemas de informações possuem dados de vital importância para a organização, bem como sobre o ambiente que o cerca. No início, a tomada de decisão pertencia somente ao diretor/dono da organização. Porém, atualmente, com a evolução dos Sistemas de informações também nos níveis táticos e operacionais, os gestores desses níveis passaram a disponibilizar informações que contribuem para o a tomada de decisão, aumentando assim a importância dos SIs dentro do processo decisório (LAUDON, LAUDON; 2010). Quando bem estruturados, os Sistemas de Informações possibilitam que as empresas enfrentem as mudanças do mercado e estejam amparadas por um processo decisório forte o su�ciente para garantir a resolução dos problemas (BAZZOTTI; GARCIA, 2012). De acordo com Turban (2017), o Sistema de Apoio a Decisão (SAD) pode ser de�nido com um sistema de informação computadorizado que une dados e modelos com objetivo da resolução de problemas não estruturados ou semiestruturados, com considerável participação do usuário. Há basicamente dois tipos de Sistemas de Apoio a Decisão: o SAD orientado a dados, que disponibiliza ferramentas para a manipulação e análise de dados e no qual podem ser realizados diversos tipos de testes estatísticos, além da possibilidade da combinação dos dados em distintas formas para exibição; e o SAD baseado em modelos, que possui algum topo de modelo matemático ou estatístico da decisão suportado. O SAD está diretamente relacionado a um conjunto de tecnologias e ferramentas, tais como: Data Warehouse, ferramentas OLAP, Data Mining, Business Intelligence, Modelagem Analítica e de previsões, e sistemas CRM. O uso das ferramentas supracitadas, realiza a integração dos dados existentes em sistemas CRM e ERP, proporcionando a �delização de clientes, além de otimizar a alocação de recursos e melhorar a qualidade de produtos e serviços prestados. Vale aqui buscar algumas de�nições de sistemas de informação, de forma a entender que o papel da tecnologia da informação, por meio de SIs tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. Os sistemas de informação podem ser de�nidos como mecanismos que apoiam à gestão, implementados por meio da TI para conduzir as informações que objetivam facilitar, agilizar e otimizar o processo decisório nas organizações (PEREIRA; FONSECA, 1997). Imagem 2 – Integração entre ERP e CRM Fonte: Elaborado pelo autor (2022). O CRM Operacional, conforme ilustrado pela �gura 2, são aplicações direcionadas ao cliente, tais como ferramentas para automação de vendas e marketing, suporte de atendimento ao cliente. Já o CRM Analítico são ferramentas de análise de dados dos clientes construídos pelo CRM Operacional. Ele se baseia em Data Warehouses que consolidam os dados dos CRMs operacionais e demais formas de contato com o cliente. Qualidade da informação Para que os Sistemas de Informações propiciem um suporte adequado às tomadas de decisão da organização, vários fatores devem ser considerados. Dentre eles, a qualidade da informação produzida por estes sistemas (ASSIS et.al, 2018). De acordo com Laudon e Laudon (1996) apud Assis et. al (2018), alguns fatores que interferem na qualidade da informação disponibilizada pelos sistemas de informação são os seguintes: Ruído: para que não ocorram ruídos, a informação deve ser adequada ao nível hierárquico a que se destina. Desta forma, asinformações mais analíticas são direcionais para os níveis de hierarquia mais baixa e as mais sintéticas para níveis ais altos. Precisa versus correta: depende do uso da informação, pois há situações em que a informação correta já é su�ciente. Existem outros casos em que ela deve ser precisa e correta, ou seja, as informações devem estar disponíveis no maior grau de detalhe possível. Padronizada: informações repetitivas devem ser padronizadas para fundamentar seus custos de produção, bem como facilitar a sua compreensão de quem a recebe. Previsão: em algumas situações há necessidade de se projetar o comportamento atual no longo prazo, pois a comparação baseada em dados históricos somente não atende. Relevância: consiste no grau de signi�cância que a informação possui. Importante destacar, que ela deve ser unicamente necessária e su�ciente para a tomada de decisão. Con�abilidade: é o grau de con�ança que o tomador de decisão atribui à informação. Estatisticamente falando, essa con�abilidade é a porcentagem de vezes que a informação se mostra nos limites considerados precisos. Frequência: se refere a quantidade de oferecimento desta informação em determinado período. Redundância: é o excesso de informação que se possui por unidade de elemento de dado. Consiste em uma forma de segurança contra erros no processo de comunicação. Custo/Benefício: o custo da produção da informação deve ser, no mínimo, equivalente ao resultado proporcionado. Esse resultado pode ser medido pela agregação de valor a um determinado processo. Disponibilidade: consiste no local e momento em que a informação deve estar disponível. Transmissão: é garantir que os dados sejam transmitidos de forma e�ciente, reduzindo os pontos de transmissão, para que a entrega ocorra sem distorção, omissão ou excesso e no tempo desejado. 09 Abordagens e processos para a gestão da informação nas organizações Olá, alunos! Os conceitos de governança de dados podem ser aplicados nas mais distintas situações. De acordo com o Data Governance Institute (2022), a Governança de Dados é um sistema de direitos de decisão e responsabilidades para processos relacionados a informações, executado de acordo com modelos acordados que descrevem quem pode realizar quais ações, com quais informações e quando, sob que circunstâncias e com quais métodos. A Governança de Dados é uma disciplina que deve tratar do planejamento, supervisão e controle sobre a gestão de dados, bem como do seu uso. É a organização e implementação de políticas, procedimentos, comitês, papéis e responsabilidades que con�rmam as regras de comprometimento, direitos decisórios e prestação de contas sobre o uso apropriado do dado (DAMA, 2022). Para Fernandes, Diniz e Abreu (2019), qualquer que seja o foco estabelecido pela organização, alguns objetivos são considerados comuns para implementação de um programa de governança de dados, tais como: Para o Data Governance Institute (2022), de forma geral, a governança de dados possui seis áreas centrais: 1. Políticas, Normas e Estratégias; 2. Qualidade dos dados; 3. Privacidade, Compliance, Security; 4. Arquitetura e Integração; 5. Data Warehouse e BI; e 6. Alinhamento entre a Governança de Dados e as estratégias de Tecnologia da Informação e negócio. Propiciar uma tomada de decisão mais assertiva; Mitigar o atrito operacional; Proteger as necessidades dos stakeholders; Institucionalizar um gerenciamento comum no tratamento de dados; Criar padrões, processo e metodologias que possam ser divulgadas na organização; Mitigar custos e aumentar e�ciência por meio da coordenação de esforços conjuntos; e Garantir a transparência dos processos. Modelos de maturidade e frameworks Há diversos modelos de maturidade e frameworks que auxiliam na implantação da governança de dados, contribuindo com as organizações no cumprimento desse objetivo, porém, trataremos aqui de apenas três, conforme a seguir (FERNANDES; DINIZ; ABREU, 2019). O modelo DMM (Data Management Maturity) consiste em uma estrutura de maturidade que possibilita a melhoria e maior capacidade de gerenciamento do processo, contendo práticas para o estabelecimento, sustentação e otimização do gerenciamento de dados, acompanhando todo o seu ciclo de vida (MUHSINZODA, 2016; CMMI INSTITUTE, 2014). Esse modelo foi criado pelo CMMI Institute, mas atualmente pertence à ISACA (Information Systems Audit and Control Association). Ele apresenta uma metodologia para execução de avaliações do programa de gestão de dados, com o objetivo de ser o guia para avaliação de maturidade das organizações no que se refere a este tema. Conforme Fernandes, Diniz e Abreu (2019), o DMM é composto por 06 categorias, subdivididas em 25 áreas de processos, conforme tabela 1. Tabela 1 – categorias do DMM CATEGORIA ÁREAS DE PROCESSOS Estratégia de gestão de dados Estratégia de gestão de dados Comunicações Função de gestão de dados Caso de negócio Financiamento do programa Governança de dados Gestão da governança Glossário do negócio Gestão de metadados Qualidade de dados Estratégia de qualidade de dados Per�l de dados Avaliação da qualidade de dados Limpeza de dados Operações de dados De�nição de requisitos de dados Ciclo de vida da gestão de dados Gestão do fornecedor Plataforma e arquitetura Abordagem arquitetural Padrões arquiteturais Plataforma de gestão de dados Integração de dados Dados históricos, arquivamento e retenção Processos de suporte Medição e análise Gerência de processos Garantia da qualidade de processo Gestão de risco Gestão de con�guração Fonte: Fernandes, Diniz e Abreu (2019, p. 245). O DAMA-DMBOK (Data Management Body Of Knowledge) tem como objetivo ser um guia de�nitivo para a gestão de dados, pois possui as seguintes metas (FERNANDES; DINIZ; ABREU, 2019): Criar consenso e fornecer de�nições para áreas do conhecimento de gestão de dados. Tais de�nições envolvem produtos, funções e demais terminologias; Identi�car princípios que direcionam a gestão de dados; Observar as boas práticas aceitas, métodos e técnicas adotados e abordagens alternativas, sem referenciar fornecedores de tecnologia especí�cos; Identi�car questões organizacionais e culturais que in�uenciam a gestão de dados; e Esclarecer o escopo e os limites da gestão de dados. SAIBA MAIS O gerenciamento de dados envolve um conjunto de funções interdependentes, cada uma com seus próprios objetivos, atividades e responsabilidades. Os pro�ssionais de gerenciamento de dados precisam levar em conta os desa�os inerentes à tentativa de obter valor de um ativo corporativo abstrato enquanto equilibram objetivos estratégicos e operacionais, requisitos técnicos e de negócios especí�cos, demandas de risco e conformidade e entendimentos con�itantes do que os dados representam e se são de alta qualidade. O modelo DAMA-DMBOK está em sua versão 2 e possui as seguintes áreas do conhecimento relacionadas diretamente com a gestão de dados: 11 Governança de dados; 22 Arquitetura de dados; 33 Modelagem e design de dados; 44 Armazenamento e operações de dados; 55 Segurança de dados; 66 Referência e dados mestres; 77 Armazenamento de dados e BI; 88 Integração e interoperabilidade de dados; 99 Documentos e conteúdos; 1010 Metadados; e 1111 Qualidade de dados. O DGI Framework foi construído pelo DGI (Data Governance Institute) com o objetivo de auxiliar as organizações a empreenderem as iniciativas de governança de dados. Ele busca apoiar as organizações a absorver informações importantes para a implementação da governança de dados, como: missão da governança de dados, o trabalho que deverá ser realizado, os papéis funcionais envolvidos, a interação dos papéis para gerar valor à organização e quando os processos serão executados. De acordo com Tanaka (2015) apud Fernandes, Diniz e Abreu (2019), a governança de dados possui os seguintes componentes, de�nidos pelo DGI: Missão: a governança de dados possui, como missão,três partes: de�nição e alinhamento das regras de forma proativa, fornecimento de serviços de dados para todos os stakeholders e, resolução de problemas decursivos da não conformidade com as regras. Objetivos: métricas e medidas de sucesso, �nanciamento. Regras e de�nições de dados: estão diretamente relacionadas às políticas de dados, normas, requisitos de conformidade e regras de negócio. Direitos de decisão: estabelecimento do processo de tomada de decisão no que se refere aos dados, bem como quem e quando as decisões devem ser tomadas. Responsabilidades: de�nição de papéis e responsabilidades. Mecanismos de controle: de�nição de controle de riscos da gestão de dados, principalmente no que se refere à violação de dados sensíveis. Stakeholders de dados: de�nição de todos os pro�ssionais envolvidos no processo. Escritório de governança de dados: responsável por facilitar e corroborar com as atividades de gestão de dados, além de coletar as métricas e consolidar os resultados para compartilhamento entre os envolvidos. Stewardship de dados: responsável pela de�nição de políticas, normas e recomendações para uso de níveis mais altos, como, por exemplo, o comitê de governança. Processos: consiste em todas as atividades de governança de dados, contempladas por: Alinhamento de políticas, requisitos e controles; Estabelecimento do processo e poder de decisão; Estabelecimento de papéis e responsabilidades; Execução da administração; Gerenciamento de mudanças; De�nição dos dados; Resolução de problemas; Especi�cação de requisitos de qualidade dos dados; Integração de governança de dados e governança de TI; Gerenciamento das partes interessadas; Realização das devidas comunicações; e Medição de valor dos resultados. A governança de conteúdo envolve um conjunto de ações relacionadas diretamente com relação aos conteúdos não estruturados e semiestruturados, tais como: imagens, vídeos, áudios e demais textos pertencentes à organização. Com isso, podemos destacar os seguintes pontos, ao se tratar a governança e a gestão de conteúdo: Estabelecimento de política de conteúdo corporativo; Criação de padrões de coleta, preservação e descarte ou destruição de conteúdos digitais e físicos; Estabelecimento de padrão de classi�cação de compressão de arquivos para digitalização; Estabelecimento de padrão de classi�cação e indexação do conteúdo, objetivando a sua recuperação; De�nição de regras de controle de tempo retenção; De�nição de regras para gerenciamento da gestão documental; Procedimentos para digitalização de documentos, segurança da informação, continuidade dos serviços de gestão de conteúdo; ATENÇÃO Ainda, com relação a abordagens e processos para a gestão da informação nas organizações, devem-se acrescentar três outros tipos de governança que são: governança de conteúdo, de processos e de projetos. Criação de normas que garantam a autenticidade de documentos digitais e físicos; De�nição de regras para reutilização e transferência de conteúdo; e Criação de padrão de indicadores operacionais, gerenciais e estratégicos da gestão de conteúdo. A governança de processos compreende a avaliação da situação atual de processos especí�cos, o direcionamento de gestão e governança e o monitoramento dessa aplicação de direcionamento. Seu principal foco é estabelecer e aprimorar o processo ao longo do tempo, objetivando maximizar o retorno dos produtos ou serviços pertencentes à organização (FERNANDES; DINIZ; ABREU, 2019). Ao se tratar de governança de processos, é importante considerar: a arquitetura do processo, o nível de maturidade e conformidade do processo, a qualidade dos entregáveis, a resolução de não conformidades e pontos de auditoria e, por �m, a avaliação dos resultados. Conforme de�nido por Fernandes, Diniz e Abreu (2019), a governança de projeto compreende a análise da situação atual dos processos e das práticas de gestão de projetos podendo, ainda, avaliar a maturidade, o estabelecimento de direcionamento para o processo, monitoramento, medição dos benefícios esperados e a melhoria contínua. Ainda, segundo os autores, os aspectos que são envolvidos neste tipo de gestão são: política corporativa e processos de gerenciamento de projetos, métodos e práticas de gestão de projetos, papéis e responsabilidades em projetos, medições relacionadas aos resultados do processo de gestão de projetos, organização e papéis do escritório de projetos, política de desenvolvimento de pessoal em gestão de projetos, entre outros. CONECTE-SE Devido à importância dos dados nas decisões estratégicas das empresas, há a necessidade de aplicar processos maduros de gestão de dados. Este artigo mostra o cenário de Uberlândia e região em Governança de Dados, no ano de 2013. Para o estudo, foi utilizado como referência o guia DMBOK, através de uma pesquisa de campo envolvendo pro�ssionais da área da tecnologia da informação. Para ter acesso ao artigo completo, acesse o link a seguir. https://go.eadstock.com.br/cLY 10 Ferramentas de tecnologia para a gestão da informação É sabido que, atualmente, se uma empresa não possui sistemas de tecnologia da informação, consequentemente, não conseguirá permanecer no mercado, pois há a necessidade de ao menos um sistema simples para gerenciar as informações básicas e atender às obrigações legais. Para que uma empresa consiga sobreviver e crescer no mercado atual é preciso focar em produtividade e competitividade, por isso, algumas ferramentas estratégicas de gestão da informação são essenciais para alcance dos níveis de exigência do mercado, principalmente se diferenciar em relação à concorrência. Evolução das ferramentas Na década de 1960, surgiu o primeiro sistema de controle de materiais na indústria, chamado de BOM (Bill Of Materials), ou lista de materiais, em que possui a única responsabilidade de geração de uma lista dos materiais necessários para a fabricação de determinado produto. Na década seguinte, surgiram os sistemas MRP (Manufacturing Resources Planning), que em português signi�ca Planejamento de Recursos de Manufatura, conforme mostrado na �gura 2, e possuía a responsabilidade de realizar cálculos para automatização do planejamento dos materiais, programação da produção, pedidos, previsão de vendas, ordens de compra e estoque. A evolução desses sistemas foi chamada de MRP II, ocorrida nos anos 1980, cujo principal objetivo consistia em integrar mais funcionalidades na gestão de produção, além de controle de vendas e estoque. Imagem 2 – Componentes do MRP Fonte: elaborada pelo autor (2022). Já na década de 1990, surge o ERP (Enterprise Resource Management) utilizado até hoje pelas organizações e em constante evolução. Os ERPs são sistemas desenvolvidos para controle de diversas áreas e processos de uma organização, eles possuem uma grande complexidade, tanto no seu desenvolvimento quanto na sua utilização em geral. Nos anos 2000, foram agregados aos sistemas ERP os sistemas CRM e SCM (Supply Chain Management). Para este último, pressupõe, fundamentalmente, que as empresas devem de�nir suas estratégias competitivas e funcionais por meio de seus posicionamentos, tanto como fornecedores quanto como clientes, dentro das cadeias produtivas nas quais estão inseridas. O SCM tem representado uma nova e promissora fronteira para empresas interessadas na obtenção de vantagens competitivas de forma efetiva e pode ser considerada uma visão expandida, atualizada e, sobretudo, holística da administração de materiais tradicional, abrangendo a gestão de toda a cadeia produtiva de uma forma estratégica e integrada. Já os sistemas CRM visam auxiliar no contato e relacionamento com o cliente, atividades relacionadas ao marketing e vendas e aos serviços de pós-venda. Eles ainda dão apoio a processos tipicamente transacionais, como recepção de pedidos e atendimento a clientes. Vale destacar que, conforme ilustrado pela �gura 3, as evoluções das ferramentas são cumulativas,ou seja, elas foram evoluindo por meio da agregação de funcionalidades e ferramentais ao longo dos anos, tornando-se uma ferramenta robusta para a gestão da informação. Imagem 3 – Evolução das ferramentas de TI Fonte: elaborada pelo autor (2022). SAIBA MAIS O ERP integra várias funções, como: controles �nanceiros, contabilidade, folha de pagamento, faturamento, compras, produção, estoque e logística. Possibilita um �uxo de informações único, contínuo e consistente por toda a empresa, o que permite administrar os negócios em uma única base de dados, diferentemente do que ocorre com a maioria dos sistemas que possuem um banco de dados especí�co para cada aplicação. Novas ferramentas Uma ferramenta de grande relevância que ganhou espaço dentro das organizações é o BI (Business Intelligence), pois devido à qualidade dos resultados que podem ser obtidos e usados para a tomada de decisão tornou- se um diferencial competitivo. De acordo com Cortez et al. (2021), apesar de o BI trabalhar com coleta de dados, é incontestável sua existência sem um ERP suportando a estrutura de gestão e armazenamento de dados. O Big Data é outra ferramenta estratégica de gestão da informação, pois consegue processar um grande volume de dados com alto desempenho, o que geralmente não é possível ser realizado por banco de dados convencional. Russom (2011) descreve que a maioria das ferramentas projetadas para mineração de dados ou análise estatística tende a ser otimizada para grandes conjuntos de dados. Na verdade, a regra geral é que quanto maior a amostra de dados, mais precisas são as estatísticas e outros produtos da análise. Em vez de usar ferramentas de mineração e estatísticas, muitos usuários geram ou codi�cam manualmente SQL complexo, que analisa big data em busca do segmento de cliente certo, per�l de rotatividade ou custo operacional excessivo. A mais nova geração de ferramentas de visualização de dados e funções analíticas no banco de dados também opera em big data. Outra ferramenta que pode ser incorporada à gestão da informação é o uso do aprendizado de máquina, como, por exemplo, ao se possuir os processos mapeados dentro de uma ferramenta de gestão, é possível controlar e extrair diversas informações, como: dados, prazos, valores, tempo gasto, quantidade de tarefas, entre outras, que passam a estar armazenadas de forma estruturada em uma base de dados. A gestão e�ciente de uma empresa necessita da percepção objetiva e precisa do valor da informação e de uma melhor compreensão do uso dos sistemas de informação. A evolução dos sistemas computacionais e a redução dos custos de hardware, nas últimas décadas, impulsionaram o armazenamento de dados e, proporcionalmente ao desenvolvimento de novas e mais complexas estruturas de armazenamento. As diferentes técnicas de gerenciamento de dados disponíveis possibilitaram a implementação de algoritmos para identi�cação de padrões ou associações (CUNHA; RIBEIRO; PEREIRA, 2014; SOUZA, 2015). A Ciência de Dados se apresenta como uma importante ferramenta de TI com a capacidade de gerenciar um volume crescente e variado de dados, já que é capaz de identi�car padrões válidos, podendo revelar informações relevantes, que podem ajudar na tomada de decisão estratégica das organizações, como, por exemplo, no direcionamento das ações em redução de custos, estratégias de marketing e gestão de clientes, melhorando aspectos gerenciais e aumentando a competitividade das organizações (SANTOS, 2017). ATENÇÃO Portanto, com o aprendizado, entende-se que a agregação aos processos de gestão da informação seja considerável, pois além da análise humana realizada em relatórios de processos e indicadores de BI, podem ser desenvolvidos algoritmos para analisar as informações, tanto de maneira generalista como de uma forma mais focada nos processos de negócio da empresa. CONECTE-SE Esse artigo objetiva indicar lições aprendidas em casos de fracasso na implantação de sistemas ERP no Brasil. Para tanto, é feita uma pesquisa bibliográ�ca em artigos que relatam casos brasileiros, com identi�cação das lições aprendidas em cada caso nesse contexto cultural especí�co. Para ler o artigo completo, acesse o link a seguir. https://go.eadstock.com.br/cLZ 11 Governança Empresarial de Tecnologia e Informação - Cobit 2019 Não há como tratar de governança empresarial de tecnologia da informação e não relacionar ao COBIT (Control Objectives for Information and related Technology), que é baseado em uma visão corporativa e alinhada às boas práticas de governança corporativa. Sua estrutura única e abrangente com orientação consistente e integrada é expressa em linguagem não técnica e independente de tecnologia. Trabalhar em uma estrutura e alavancar boas práticas possibilita o desenvolvimento e a otimização de processos de governança apropriados, além de outros componentes do sistema de governança. A estrutura COBIT estabelece a abordagem geral, além de orientar, por meio de normas e boas práticas especí�cas, que podem ser aplicadas a processos, práticas, políticas e procedimentos especí�cos, à medida que a empresa adapta sua implementação. Nos aprofundaremos aqui na versão do COBIT 2019. Princípio para uma estrutura de governança O COBIT 2019 é composto por um conjunto em aberto, projetado para ser customizável. As publicações disponíveis atualmente para esta versão são: Estrutura do COBIT 2019: Introdução e Metodologia, apresenta os conceitos-chave do COBIT; Estrutura do COBIT 2019: Objetivos de Governança e de Gestão, descreve, de forma completa, os 40 objetivos de governança e gestão, os processos ali contidos e outros componentes relacionados, conforme ilustrado pela �gura 3. O guia também faz referência a outros padrões e estruturas; Guia de Planejamento do COBIT 2019: Projetar uma Solução de Governança de Informação e Tecnologia. O guia explora os fatores envolvidos nos projetos que podem in�uenciar a governança, incluindo um �uxo para planejar um sistema de governança adaptado à organização; e Guia de Implementação do COBIT 2019: Implementar e Otimizar uma Solução de Governança de Informação e Tecnologia. Este guia representa uma evolução do Guia de Implementação do COBIT 5 e desenvolve um roteiro para a melhoria contínua da governança. Pode ser utilizado em conjunto com o Guia de Planejamento do COBIT 2019. Os objetivos de governança e gestão no COBIT 2019 estão agrupados em cinco domínios, conforme mostrado na �gura 2. Os domínios são denominados por verbos que expressam a �nalidade-chave e as áreas de atuação dos objetivos neles contidos. Domínios do Cobit 2019 Objetivos de Governança Objetivos de Gestão EDM Avaliar, Dirigir e Monitorar APO Alinhar, Planejar e Organizar BAI Construir, Adquirir e Implementar DSS Entregar, Prestar Serviços e Suportar Serviços MEA Monitorar, Avaliar e Analisar EDM Evaluate, Direct and Monitor APO Align, Plan and Organize BAI Build, Acquire and Implement DSS Deliver, Service and Support MEA Monitor, Evaluate and Assess Fonte: adaptado de COBIT 2019 Framework: Introduction and Methodology. Os objetivos de governança estão agrupados no domínio EDM. Neste domínio, os órgãos de governança avaliam, direcionam o corpo gerencial na execução das opções estratégicas e monitoram o cumprimento da estratégia. Os objetivos de gestão estão organizados em quatro domínios, que são: APO: aborda a organização como um todo, a estratégia e as atividades de gestão de TI; BAI: aborda a de�nição, aquisição e implementação das soluções de TI e suas integrações nos processos de negócio; DSS: focado na prestação e suporte dos serviços de TI, inclusive de serviços de segurança; e MEA: seus objetivos focam no monitoramento do desempenho e na conformidade da TI com os objetivos de controles internos e os requisitos externos. De acordo com Neto e Macedo (2021), para atender aos objetivos de governança e de gestão, a organização deve estabelecer, customizare sustentar um sistema de governança, composto por diversos componentes, que podem ser de�nidos como fatores que, isoladamente, ou em conjunto, contribuem para a boa operação do sistema de governança de TI da organização. Eles interagem entre si, resultando em um sistema holístico de governança para a TI. SAIBA MAIS O COBIT 2019 foi construído baseado em dois conjuntos de princípios, os Princípios que descrevem os principais requisitos de um Sistema de Governança para informações e tecnologia; e os Princípios para uma estrutura de Governança que pode ser utilizada para construir um Sistema de Governança para a toda a organização. Imagem 4 – Componentes do Sistema de Governança Fonte: adaptado de COBIT 2019, Framework. Os componentes podem ser de tipos diferentes, sendo o mais familiar o componente processos. No entanto, os componentes de um sistema de governança, conforme mostrado pela �gura 4, também incluem estruturas organizacionais, políticas e normas, itens de informação, cultura e comportamento, habilidades e competências, assim como serviços, infraestrutura e aplicativos. Uma área de foco no COBIT descreve um determinado tópico de governança, domínio ou assunto que pode ser trabalhado por um conjunto de objetivos de gestão e governança e seus componentes. Exemplos de áreas de foco incluem pequenas e médias organizações, segurança cibernética, transformação digital, computação em nuvem, privacidade e DevOps. A quantidade de áreas de foco é virtualmente ilimitada. Isto é o que faz o COBIT aberto e dinâmico. Novas Processos descrevem um conjunto organizado de práticas e atividades para alcançar alguns objetivos, resultando em produtos que darão suporte ao atingimento dos objetivos gerais relacionados à TI; Estruturas Organizacionais são entidades-chave no processo decisório em uma organização; Princípios, políticas e procedimentos traduzem o comportamento esperado em guias práticos para a gestão do dia a dia; Informação inclui todas as informações produzidas e utilizadas pela organização. O COBIT 2019 concentra seu foco nas informações necessárias para o efetivo funcionamento do sistema de governança de TI; Cultura, ética e comportamento dos indivíduos e da organização são, frequentemente, fatores subestimados para o sucesso das atividades de governança e gestão; Pessoas, habilidades e competências são requisitos para boas decisões, execução de ações corretivas e a conclusão bem- sucedida de todas as atividades; e Serviços, infraestrutura e aplicativos que fornecem à empresa o sistema de governança para processamento de TI. áreas de foco podem ser acrescentadas quando necessário ou quando especialistas ou pro�ssionais de um determinado assunto �zerem uma contribuição ao modelo aberto do COBIT (NETO; MACEDO, 2021). CONECTE-SE O COBIT é um framework globalmente reconhecido e utilizado para Governança de TI. De forma simples, o COBIT está para a Governança de TI assim como o ITIL está para o Gerenciamento de TI. O guia completo para governança de TI pode ser acessado no link a seguir. https://go.eadstock.com.br/cL0 12 Gestão e Governança Digital 4.0 O mundo atual passa por um processo de transformação digital em todas as áreas do conhecimento. Para compreendermos o impacto que essa transformação pode causar sobre a gestão e governança de TI, é preciso analisarmos a situação atual das atividades de TI, tanto no que se refere à tecnologia em si, como no que se refere às novas maneiras e arranjos organizacionais que in�uenciam como os serviços e projetos são desenvolvidos, não deixando de incluir os princípios aplicados às organizações exponenciais e startups focados em organizações que já nascem digitais. Desta forma, Silva et al. (2019) apontam os movimentos no mercado no que se refere a processos de negócios, como: Já no que se refere à tecnologia, projetos e serviços, Silva et al. (2019) apontam os movimentos: Forte automação de processos de backof�ce objetivando uma organização sem papel; Transações digitais entre as organizações; Cadeia de valor totalmente integrada, objetivando a automação completa e autonomia; Processo de negócio e de operações autônomos; Manufatura integrada e automatizada por completo; Abundante utilização dos dados para aprendizagem e apoio à tomada de decisão; Negócios baseados em plataformas digitais; e Criação de ecossistemas de organizações em torno de plataformas digitais. No que se refere ao contexto organizacional, Silva et al. (2019) apontam que o mindset de inovação, lean, agilidade, arranjos organizacionais ágeis e princípios de organizações exponenciais estão em destaque. Alguns aspectos apontados pelos autores são: Foco em agilidade com a utilização de métodos ágeis, como Scrum, XP e TDD para o desenvolvimento de software; Enorme busca por certi�cados relacionados a métodos ágeis, técnicas e metodologias de inovação pelos pro�ssionais de TI; Muitas iniciativas de implementação de DevOps; Uso intensivo de chatbots; Implementação de RPA (Robotic Process Automation); Uso intenso de big data e analytics na aprimoração de processos, serviços e produtos objetivando melhorar a experiência do cliente; Projetos de desenvolvimento de plataformas digitais, contribuindo para novos modelos de negócio; Forte utilização de serviços de nuvem privada e híbrida de alto desempenho; Implementação das primeiras aplicações de IA; Reforço dos aspectos de segurança da informação, além da preocupação no atendimento à Lei Geral de Proteção aos dados; Variedade de aplicativos com acesso por dispositivos móveis, propiciando canais de interação com as empresas e diversos serviços; Acesso à streaming de qualidade pelos dispositivos móveis; e Utilização de modelos preditivos e de implantação de tecnologias habilitadoras nas mais diversas áreas, como manufatura, logística, comércio e serviços. Criação de espaços de inovação por parte de grandes corporações para atração de startups; Novos arranjos organizacionais ágeis, por meio de squads e tribos, para o desenvolvimento de projetos e disponibilização de serviços; Os squads e tribos devem ser formados por equipes autogerenciadas com poderes para de�nição de melhor forma de trabalhar, inclusive alteração de processos de forma autônoma; Surgimento de novos princípios para a gestão das organizações, como: A organização deve possuir um propósito que não seja somente o lucro; Líderes devem estar conscientes do propósito da empresa e com per�l de mentor; Foco direto na experiência do cliente e não mais em produtos ou serviços; Ambiente de trabalho motivador focado em resultados e estrutura voltada para inovação e colaboração; Equipes autônomas e dinâmicas; Empreendedorismo e inovação aberta; Processos adaptáveis e �exíveis; Uso inteligente da informação disponível; Pouca ênfase na posse de ativos; Negócios sustentáveis. Uso do processo de construção de produtos mínimos viáveis; e Utilização dos princípios de organizações exponenciais: Trabalhar com pessoa sob demanda, pelo uso de freelancer ou temporário; Construir uma comunidade engajada; Utilização extensiva de algoritmos; Alugar ao invés de imobilizar; Interfaces com os usuários e clientes fortemente automatizadas; Utilização de dashboards com os objetivos de performance; Incentivo à experimentação; e Equipe autogerenciadas; Utilização de tecnologia para o trabalho colaborativo. Modelo de Governança Digital 4.0 O modelo de governança 4.0 proposto por Silva et al. (2019), demonstrado na �gura 2, de�ne que: A organização deve desenvolver e implementar seu modelo de governança digital a partir de modelos de referência; O modelo de referência pode ser rede�nido, de acordo com fatores de design, objetivando o modelo objetivo da organização ou o que seja mais adequado à realidade; A implementação dos processos de gestão e governança adotam a abordagem Lean; O projeto do processo é realizado usando métodos de inovação ágeis, comoSprint da Google ou o Lean Inception; O produto criado do projeto de um processo é um MVP; De�nido o processo, ele é automatizado usando ferramentas, como Jira, Trello, Pipefy, entre outros, ferramentas de ITSM ou de work�ow. A governança e a gestão são ágeis pela utilização de meios e ferramentas de colaboração na execução de processo ou de monitoramento de conformidade; Utilizando ferramentas ágeis, as mudanças nos processos podem ser ligeiras, atribuindo poder aos times auto-organizados e autônomos; entretanto, mantendo o conhecimento disponível para todos os times; A transformação de inovações em projetos ou desenvolvimento/aquisição de novas soluções utiliza métodos ágeis, com foco no Lean. Os projetos são implementados utilizando métodos ágeis e o DevOps é utilizado para a integração contínua e o deployment contínuo; A infraestrutura de TI é ágil, baseada em infraestrutura como código e serviços em nuvem, oferecendo disponibilidade para as necessidades da empresa; Os serviços de TI ou de TA são executados conforme o modelo de serviços implementado, incluindo operações, incidentes, problemas, serviços de segurança, requisições de serviços, gerenciamento de capacidade, disponibilidade, mudança, aceitação, con�guração etc.; A melhoria contínua é realizada por meio dos resultados das entregas dos serviços e níveis de serviços; Dois grandes blocos do modelo são fundamentais: Novas formas de trabalho por meio da disponibilização do digital workplace para o pessoal envolvido na implementação dos produtos e serviços de TI, realizar mudança organizacional, desenvolver pessoas, desenhar e implantar novos arranjos organizacionais da TI etc.; Gestão do conhecimento que é um dos principais pilares do modelo, pois refere-se ao conhecimento construído desde o desenvolvimento do modelo objetivo até a execução dos serviços de TI. Isso engloba toda a documentação gerada, registro de lições aprendidas, wikis, blogs, vlogs, podcasts, cursos da modalidade em educação a distância, ou seja, tudo o que uma equipe necessita para o desenvolvimento dos trabalhos dentro de processos previamente de�nidos. A gestão do conhecimento exige a criação de uma base de conhecimento que seja compartilhada por todos os envolvidos em projetos de TI. SAIBA MAIS O MVP ou Produto Mínimo Viável é um conceito que surgiu no contexto do mercado de inovação e startups, ganhando o mundo, por ser versátil e prático, ele rapidamente passou a ser aplicado por empreendedores das mais variadas áreas, até mesmo em grandes companhias. O uso do MVP possibilita realizar testes dos principais pontos da ideia de um negócio, tendo como vantagens agilidade e redução de custos. Imagem 2 – Modelo de Governança Digital 4.0 Fonte: Adaptado de Silva et al. (2019). CONECTE-SE O artigo em formato de estudo de caso descreve um método de Implementação de Governança de TI baseado na formação de um Comitê Ágil para reestruturar processos burocráticos inadequados, visando atender às demandas de melhoria na e�ciência do uso de recursos públicos por empresas e sociedades de economia mista. Para ler o artigo completo, acesse o link a seguir. https://go.eadstock.com.br/cL1 título aula 1 título aula 2 título aula 3 título aula 4 título aula 5 título aula 6 título aula 7 título aula 8 título aula 9 título aula 10 título aula 11 título aula 12