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******ebook converter DEMO Watermarks******* ******ebook converter DEMO Watermarks******* ******ebook converter DEMO Watermarks******* Nota do editor O livro Alimentos e Bebidas – Uma visão gerencial foi elaborado a partir de uma forte demanda por informações relacionadas a um dos mais estratégicos setores da hotelaria e da gastronomia. É o resultado de mais uma parceria do Senac com o autor Francisco Tommy Freund e visa de modo especial ao incremento da linha de livros didáticos voltados para a formação de profissionais que atuam em hotéis e restaurantes. A linguagem objetiva e a abordagem atual do tema Alimentos e Bebidas fazem desta publicação uma contribuição importante à formação de gente especializada e bem preparada para o mercado. Tommy Freund empresta sua experiência de mais de três décadas como gerente de A&B de alguns dos mais importantes hotéis do País para apresentar dados relacionados a formação de equipes, definição de funções, compra de equipamentos e utensílios, gerenciamento de compras, administração de estoques, formação de preços, dentre outros assuntos. Tudo tratado com extrema riqueza de informações e com exemplos práticos que facilitam o entendimento das questões abordadas. Alguns chefs, como o francês Roland Villard, hoje no quadro executivo da rede Sofitel e baseado no Rio de Janeiro, enriquecem o conteúdo do livro, garantindo-lhe atualidade e relevância nos meios de formação profissional. Tommy Freund é consultor do Senac em diversas outras publicações didáticas especialmente desenvolvidas para o segmento de hotelaria. Entre elas, os livros O Mundo da Cozinha, Garçom e, mais recentemente, Festas e Recepções, lançado por ele há dois anos. Ao comentar essa nova empreitada, Freund explica que seu foco principal é o setor de Alimentos e Bebidas como motivador de serviços mais modernos e da abertura de novas frentes de negócios. O livro foi preparado ao longo de pouco mais de dez meses e sua realização se deu graças ao empenho do autor em reunir material informativo e atual, e também à colaboração de chefs, de outros profissionais e, em especial, do jornalista Armando Freitas Filho, que realizou as entrevistas e finalizou o texto. O autor e o Senac São Paulo agradecem aos chefs entrevistados que, com seus depoimentos, ajudaram a enriquecer este livro, e ao Sheraton Barra Hotel & Suítes, no Rio de Janeiro, que, gentilmente, cedeu suas modernas instalações para a produção das fotos que ilustram esta publicação. Um agradecimento especial é dedicado à equipe de cozinha do ******ebook converter DEMO Watermarks******* Sheraton, em especial ao subchef executivo Rogério Siqueira, ex-aluno do hotel-escola do Senac São Paulo, em Águas de São Pedro, que foi incansável nos esclarecimentos e no acompanhamento da sessão de fotos. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Sumário Introdução CAPÍTULO um Primeiras Definições Potencial dos negócios e perfil profissional Equipe e motivação Manual do departamento de A&B CAPÍTULO dois A Cozinha Montagem, operação e equipe Utensílios A alma da cozinha Muito mais gente CAPÍTULO três Mão na Massa Produção culinária e definição de pratos Tendências da cozinha Cozinha clássica e moderna Produção de alimentos Pré-preparo Almoço e jantar Congelar e descongelar ******ebook converter DEMO Watermarks******* CAPÍTULO quatro O Serviço no Restaurante O espaço, os profissionais e suas funções Rotina e operação Utensílios e equipamentos Tipos de serviços A importância de um bom ambiente Mobiliário Iluminação Som e temperatura Princípios de excelência Princípios gerais de higiene Talento para gerenciar a qualidade Em busca da fidelização Cultura alimentar Mais algumas informações sobre restaurantes CAPÍTULO cinco O Bar Cartão de visita Os profissionais e suas funções CAPÍTULO seis Eventos e Cia. A responsabilidade de receber bem Porte e opções gastronômicas Outside catering ******ebook converter DEMO Watermarks******* CAPÍTULO sete Custos e Formação de Preços Cálculos de compra e venda Preços ao consumidor No bar Os Finalmentes Referências ******ebook converter DEMO Watermarks******* ******ebook converter DEMO Watermarks******* kindle:embed:0009?mime=image/jpg N Introdução o lobby, a circulação é intensa. O inglês é o idioma predominante, mas pode-se ouvir, aqui e ali, uma expressão ou frase em francês, em italiano, em árabe, em japonês. Junto à entrada principal, um grupo pequeno de americanos conversa animadamente enquanto aguarda o amigo que voltou ao quarto para buscar a máquina fotográfica. Na recepção, um homem de traços finos, bem-vestido e educado, faz o checkout e paga,por cinco dias de hospedagem com a mulher, o equivalente ao salário anual de muitos brasileiros. Perto dele, ******ebook converter DEMO Watermarks******* um repórter tenta inutilmente descobrir em que quarto está hospedado um famoso artista pop. No bar da piscina, o hóspede holandês do quarto 608, em solitária viagem de negócios, pede a quarta caipirinha em menos de uma hora e meia. Do quarto 516 chega pelo telefone um pedido exótico: um empresário chinês deseja experimentar um pato ao tucupi. No restaurante, o problema do maître é satisfazer o cliente alemão que quer impressionar a namorada com um Chateau Haut-Brion, um dos mais renomados e caros vinhos tintos do planeta. Toca o telefone na gerência: a secretária de um executivo de multinacional quer orçar a reserva de salão e coquetel para 300 convidados. Essas situações variam de um estabelecimento para outro, de país para país. Há sempre histórias novas para ouvir e contar, pessoas novas a conhecer. Mas, com suas diferentes rotinas e personagens, sejam funcionários ou hóspedes, um hotel de luxo é sempre um hotel de luxo – e é com esse universo fascinante que tenho convivido nas últimas três décadas, nos bastidores de um espetáculo que não pode parar. Sete dias por semana, 24 horas por dia. No organograma de um grande hotel, ocupei as mais variadas funções em diferentes países. Comecei como assistente steward e escalei a hierarquia até me tornar gerente-geral. Mas foi como gerente de Alimentos e Bebidas (A&B) que encontrei a minha vocação e acumulei larga experiência. Gosto do que faço e estou sempre querendo aprender mais, sempre à procura de um professor. Mas acredito já ter uma boa bagagem de conhecimentos acumulados e que está na hora de dividi-los. Neste livro, gostaria de ter os leitores como parceiros. Seu conteúdo pode se transformar num guia para os interessados na área,mas será também um relato de boa parte da minha história de vida profissional. Nas linhas e entrelinhas se perceberá sempre a minha vivência, nunca a verdade absoluta – não é por acaso que o livro está escrito na primeira pessoa. Sem falsa modéstia, acredito que esta publicação pode se transformar num precioso instrumento de aperfeiçoamento para os que pretendem se profissionalizar em hotelaria e, mais especificamente, no setor de A&B. Trato aqui, essencialmente, da estrutura de hotéis de médio e grande porte, mas o texto vale como referência também para empresários de pequenos hotéis e pousadas e de restaurantes, que acumulam muitas vezes a função de gerente de A&B. Como outras publicações, inclusive do Senac, já abordaram as práticas relacionadas aos serviços de bar e restaurante, o meu foco será no aspecto gerencial e comercial da atividade. Eventualmente, trarei assuntos ligados a serviços,mas sempre como ponto de partida para uma abordagem que passe por lucratividade.E por falar em ponto de partida,pensei que seria interessante voltarmos um pouco no tempo para relembrar a forma como começou e se desenvolveu a ******ebook converter DEMO Watermarks******* história de amor que me une aos hotéis. No Copa dos Anos Dourados, o início de tudo ©CHRISTINA BOCAYUVA/AGÊNCIA O GLOBO No final dos anos 60, eu era um garoto como tantos outros: amava os Beatles e os Rolling Stones e não tinha a menor ideia do que queria fazer da vida. Meu pai, pensando em meu futuro, sepreocupava em abrir caminhos e portas. Como conhecia uma pessoa ligada à administração do Copacabana Palace e eu tinha um bom domínio do inglês, sondou a possibilidade de conseguir um estágio naquele que era o mais tradicional e famoso hotel brasileiro. Logo na primeira vez em que pisei naquele lobby, senti imediatamente que minha profissão estava escolhida. Fui muito bem-recebido pela equipe e passei a conviver com pessoas interessantes, tanto do staff do hotel quanto hóspedes. O hotel era cercado por um glamour que ultrapassava fronteiras e atraía gente de todo o mundo. Comecei estagiando na recepção e depois fui passando por vários outros setores até conhecer todos os cantos e entranhas daquele magnífico e mágico prédio branco que se debruça sobre a praia de Copacabana. Percebendo o entusiasmo, meu pai decidiu investir na minha carreira. Conseguiu me inscrever na melhor escola de hotelaria: a École Hotelière, em Lausanne, na Suíça. Eram dois anos de curso. No primeiro, aprendi administração hoteleira. No segundo, os segredos da cozinha e dos serviços. Com tão respeitado diploma nas mãos e um círculo de amizades cada vez maior, as portas da Europa se abriram para mim: consegui empregos em Portugal, Alemanha, Inglaterra, Espanha e na própria Suíça. Fora da escola, minha primeira experiência profissional foi um estágio na recepção do Hotel du Rhône, em Genebra. O Rhône foi um dos primeiros hotéis a utilizar energia solar (isso na primeira metade da década ******ebook converter DEMO Watermarks******* de 1970). Também me impressionavam a lavanderia, onde todas as operações eram comandadas eletronicamente, e o restaurante Neptune, na época um dos melhores do mundo especializados em frutos do mar. Os convites surgiam e lá ia eu, sempre em busca de novos ambientes e mais conhecimentos. De Genebra fui para a Basileia, onde trabalhei na recepção de um grande hotel, o Euler. O restaurante era fabuloso e a carta de vinhos idem. Mas o mais interessante é que todos os apartamentos eram diferentes entre si, com decorações variadas. No Euler, comecei a perceber que dentro de um hotel havia áreas mais interessantes do que a recepção. E em pouco tempo estaria mudando de setor. Fui convidado para trabalhar no Mainz Hilton, na Alemanha, e fiquei uma curtíssima temporada na recepção, assumindo em seguida a função de steward. Como veremos adiante, o steward é responsável por todo o material utilizado na cozinha (louças, vidros, pratarias etc.) e cuida da higiene do setor de forma geral. A essa altura, eu já sabia que queria ser gerente de A&B, pelas possibilidades que a área oferecia. Sabia também que, em hotelaria, é importante começar de baixo. Dei sorte: logo no primeiro emprego como steward descobri o significado da marca Hilton no ramo da hotelaria. Poucos meses depois de deixar uma escola exemplar, estava eu em outra onde continuava aprendendo, mas agora ganhando por isso. No Hilton, os conceitos de disciplina e treinamento são muito rígidos. Há uma grande preocupação com a carreira dos funcionários, que são avaliados detalhadamente e aproveitados da melhor forma, no lugar certo. Mas a minha sede de novidades ainda não estava saciada. De volta à Suíça, vivi uma experiência inédita: participar, já promovido a chefe-steward, da abertura de um hotel, o monumental e moderníssimo Penta Nova Park, em Zurique, pioneiro no uso de computadores, no início dos anos 70. Tudo era muito moderno para a época. As compras eram todas feitas eletronicamente e os hóspedes, com um simples toque, podiam escolher do quarto os filmes que queriam ver na TV. A mesma tecnologia permitia que participantes de congressos ou seminários tivessem a opção de assistir às palestras do quarto. Um dia antes da abertura do hotel, o dono fez um grande jantar para todos os funcionários e ofereceu a cada um deles uma moeda de ouro. Uma noite inesquecível. De Zurique, fui chamado para trabalhar num hotel em Palma de Mallorca, na Espanha, como maître – uma novidade na minha escalada profissional. De lá, voei para a Ilha da Madeira, território português, onde me foi oferecida uma vaga de assistente de A&B, na rede Holliday Inn. Alguns meses depois lá estava eu num hotel da mesma rede em Londres, ainda na mesma função. Estava finalmente na área que escolhera para o meu futuro profissional. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Já tinham se passado mais de quatro anos desde o dia em que deixei a escola de hotelaria em Lausanne e comecei a pensar na ideia de retornar ao Brasil. Corria o ano de 1975, quando desembarquei novamente no Rio de Janeiro, seis anos mais velho, seis anos mais experiente, com um ótimo conhecimento de idiomas na bagagem e ainda cheio de disposição para avançar na carreira. O destino logo me ajudou: esbarrei com alguns professores da escola da Suíça e fui convidado para trabalhar na abertura do hotel Meridién, na praia do Leme, no Rio de Janeiro. Estava contratado formalmente, pela primeira vez em meu próprio país, na área em que queria realmente trabalhar. Assumi o cargo de assistente do gerente de A&B seis meses antes de o hotel abrir as portas e ajudei no processo de contratações e na organização da infraestrutura do hotel. É muito rica a experiência de participar dessa “construção”. A pré-abertura é o momento em que equipamentos, móveis e utensílios são comprados, em que se definem as funções, os roteiros e as rotinas de toda a equipe. É a hora em que tudo deve ser testado e ensaiado para que nada dê errado na hora do espetáculo – que começa quando as portas se abrem pela primeira vez para os hóspedes e não tem hora para acabar. Esse dia especial, em que as portas se abrem, é para mim como um parto. É uma felicidade muito grande acompanhar o primeiro dia de funcionamento de um hotel. Nesses momentos, para quem participou de todo o processo de pré-abertura, a impressão é a de que o hotel é um filho. Trabalhei três anos no Meridién como assistente de A&B, responsável por eventos, tanto sociais (casamentos, aniversários etc.) quanto corporativos (seminários, congressos etc.). Foi uma experiência muito interessante, pois a rotina de trabalho nessa área, diferentemente de outras, permite que se feche um círculo completo de atividades. O círculo se inicia com o planejamento do evento, passa pela produção (do salão, das comidas e bebidas), pelo serviço e acaba quando se fecha a conta do cliente. É um trabalho de grande responsabilidade, pois os eventos podem representar 50% de toda a receita do setor de A&B, mas também muito estimulante, porque permite grandes voos de criatividade. A experiência acumulada na abertura de dois hotéis e com eventos certamente pesou para que eu fosse convidado a mudar de emprego mais uma vez. Gostaria de ter voltado para a Europa, mas a oportunidade que surgiu foi no outro extremo da praia de Copacabana, onde havia subido um espigão ao qual deram o nome de Rio Palace. Mais uma abertura, mais uma vez no setor de A&B, agora contratado como gerente de eventos. Imagino que muitos leitores devam estar agora se perguntando: por que diabos esse homem muda tanto de emprego? Será que isso é normal na área de hotelaria? Eu respondo sim. E explico: em hotelaria a rotatividade profissional é proporcional ao desgaste, ******ebook converter DEMO Watermarks******* especialmente em aberturas. As equipes responsáveis pela organização e inauguração de um hotel dificilmente ficam juntas mais de um ano. É como um caminhão que precisa de força máxima para subir uma ladeira. Quando ele chega ao alto, muitos sentem que a missão foi cumprida e vão embora. Eu, particularmente, adoro desafios. Quando a coisa vai bem demais, acho que está na hora de procurar um outro caminhão e outra ladeira para subir. A ladeira agora era o Rio Palace. Sob o comando de competentíssimo gerente-geral, o austríaco Hans Oppacher, linha-dura mas com incrível capacidade de montar e manter unida uma grande equipe, preparamos uma abertura magnífica. Em três anos, já com um novo gerente-geral, o hotel funcionava perfeitamente,mas o desgaste era grande. Era hora de mudar novamente. O gerente do hotel foi convidado a assumir o Copacabana Palace, que deixava de pertencer à tradicional família Guinle, e me levou com ele. Doze anos depois do estágio que me deu a certeza da profissão a escolher, lá estava eu de volta. Uma grande emoção. Quando um hotel muda de dono, operação que chamamos de take over, quase tudo muda. Implanta-se uma nova filosofia e com ela uma nova rotina. É uma fase de demissões e contratações, de grande estresse, em que se torna complicado manter uma equipe unida. Mas conseguimos administrar bem a passagem de bastão e melhorar ainda mais o padrão de qualidade que faz do Copacabana Palace uma referência em hotelaria no Brasil. Depois de dois anos comandando a área de eventos no tradicionalíssimo Copa, eu continuava seduzido pela ideia de correr o mundo. O Sheraton acenou com a proposta de me levar para o México e decidi tirar mais uma vez a carteira de trabalho do armário. Até que o novo hotel do grupo no México fosse concluído, eu ficaria no Brasil. Pouco depois de eu assumir, resolveram me transferir para um take over nas Antilhas Holandesas. Passei um mês no Caribe. O México, mergulhado numa grave crise, fez com que o grupo Sheraton desistisse de abrir seus hotéis por lá. E eu tive que desistir de meus planos de voltar para o exterior. Voltei para o Rio Palace, ocupando pela primeira vez o cargo de gerente de A&B, em torno do qual se desenvolve toda a estrutura deste livro. Aqui o relato de minha trajetória profissional vai se aproximando do fim, para que não se torne repetitivo. Entre o dia em que retornei ao Rio Palace e o lançamento desta publicação, alguns verões se passaram, algumas novas trocas de emprego aconteceram (uma delas para assumir, pela primeira vez, o cargo de gerente-geral), mas o que talvez valha mesmo a pena ressaltar é a realização, há dois anos, de um antigo projeto: trabalhar com consultoria e treinamento no segmento de A&B. Essa atividade me dá a possibilidade de estar em muitos lugares, conhecer gente nova e me faz sentir independente. É estimulante ver um ******ebook converter DEMO Watermarks******* estabelecimento sair do resultado negativo para o positivo com a melhora de qualidade do atendimento. Hoje tenho mais tempo para a família, para mim e até para me dedicar a outros projetos, como este livro, que tem por principal objetivo transmitir informações relacionadas às três décadas de experiência na carreira que abracei. Mas nem eu nem os leitores devemos nos enganar: talvez no momento em que estiverem lendo estas linhas eu já tenha sido convidado novamente para entrar num caminhão carregado que se prepara para subir uma nova ladeira. Lembra do que escrevi lá atrás? Adoro desafios. Tommy Freund, verão de 2005 ******ebook converter DEMO Watermarks******* Potencial dos negócios e perfil profissional Equipe e motivação Manual do departamento de A&B ******ebook converter DEMO Watermarks******* Potencial dos negócios e perfil profissional O setor de Alimentos e Bebidas é um grande laboratório. Um laboratório onde se trabalha 24 horas por dia em busca de fórmulas de alegria. Comer e beber bem é uma celebração. É quase sempre em torno de uma mesa que pessoas se reúnem para comemorar datas especiais, ou simplesmente se divertir, conversar, exercitar a amizade, namorar. Os bares e restaurantes proporcionam essa possibilidade – a de simplesmente estar alegre, ao lado das pessoas queridas e diante de bons pratos e boa bebida. O gerente de A&B é um dos principais responsáveis por esses momentos tão especiais. Ao longo deste livro, você vai entender por quê. O segmento de Alimentos e Bebidas responde hoje, em hotéis de grande porte, por cerca de 35% da receita total do estabelecimento. Esse percentual pode variar de acordo com a ênfase que se dá ao setor. Havendo investimento, tudo vai depender da capacidade e da criatividade do gerente. Ao contrário do que acontece no setor de hospedagem, em que não é possível crescer mais do que 100%, em A&B, o percentual pode ser bem mais elástico. É possível, por exemplo, ocupar o salão três vezes por dia. Como? Simples: botando a cabeça para funcionar, experimentando e, principalmente, vendendo os espaços com inteligência. A ******ebook converter DEMO Watermarks******* maior preocupação é gerar receita com qualidade, e não apenas lotar os espaços – você pode vender todos os salões e ter prejuízo, se as vendas forem malrealizadas. Isto é, se o evento não for bem dimensionado, se houver algum tipo de inadequação de espaço e horário, se o cliente não ficar satisfeito e resolver não pagar pelo serviço contratado. É importante criar um diferencial para atrair hóspedes e clientes externos. Assim, o gerente de A&B deve estar sempre sintonizado com as tendências e novidades que surgem em todo o mundo e também de olho nos concorrentes, para avaliar o que estão fazendo. Seu principal objetivo é garantir o lucro. Para isso, ele terá que diminuir custos operacionais e de pessoal e buscar, através de técnicas de relações públicas e marketing, atrair o maior número possível de clientes. É arriscado definir com exatidão um perfil para o cargo de gerente de A&B. Com base em sua personalidade, cada um tem seu estilo próprio de trabalhar e lidar com funcionários e clientes. Mas acredito que algumas características são fundamentais para os que querem crescer nessa área. Confira os pré-requisitos para o cargo de gerente de A&B: Conhecimento seguro de técnicas e recursos de cozinha, prestação de serviços em hotelaria e funcionamento de bares. Fluência em dados relacionados à realização de eventos e vendas. Informações precisas sobre os setores de custos e almoxarifado. Idade igual ou superior a 30 anos, para aproveitar tudo de bom que vem com a experiência adquirida com a idade e a vivência profissional. Sólidos conhecimentos de pelo menos duas línguas estrangeiras, preferencialmente inglês e francês. Conhecimento amplo sobre todo o processo de funcionamento do hotel, para prestar qualquer esclarecimento necessário sobre as facilidades oferecidas pelo estabelecimento aos clientes. Informação atualizada sobre o mercado concorrente para delimitar metas e definir características do público-alvo. Aparência física sempre saudável e impecável. Além de todos esses pré-requisitos, há um outro fundamental: a criatividade. Durante minha vida profissional, sempre tive em mente uma questão:o que posso apresentar de novo para o meu público? A pergunta inevitavelmente leva a um estudo detalhado das tendências, possibilidades de implementação e do perfil do público-alvo. Só então chega-se a uma ação ******ebook converter DEMO Watermarks******* concreta. Vou dar um exemplo: feijoada aos sábados. A ideia surgiu e logo veio a pergunta: será que isso é moderno? Será que gera receita? Será que o público vai gostar? Uma vez decidida a aposta nessa novidade, o sucesso foi tão grande que essa história de feijoada virou tendência. Muitos hotéis copiaram. Novas ideias estão sempre surgindo. As boas se mantêm por anos. Mas como criar é sempre melhor que copiar, não devemos ter medo de errar, de sermos pioneiros. O gerente de A&B, subordinado diretamente ao gerente-geral do hotel, é um homem de vendas, o que significa que deve se preocupar sempre com custos. Como adiantamos acima, ele tem como missão básica oferecer aos clientes serviços e produtos de qualidade capazes de levar ao pleno cumprimento das metas de rentabilidade nas operações do setor. Mas não é tão simples assim atingir esses objetivos. São tantas as responsabilidades e tarefas nessa complexa rotina de trabalho que optei por listar em tópicos, de forma objetiva, todos os itens relacionados com a atividade. Posteriormente, em comentários pessoais e ao longo de todos os capítulos do livro, vou destacando os mais importantes. Para começar, é importante registrar o raio de alcance, digamos assim, do gerente de A&B na estrutura de um hotel: cabe a ele supervisionar todos os funcionários dos restaurantese bares, serviço de quarto (room service) e eventos. Em grandes estabelecimentos, isso equivale a comandar uma equipe de 80 a 100 funcionários ou até mais. Objetivos principais do gerente de A&B Administração do departamento de Alimentos e Bebidas segundo as normas acordadas com o gerente-geral e conforme o conceito de exploração do hotel. Manutenção e supervisão das condições de higiene e limpeza das áreas sob sua responsabilidade, proporcionando sempre um ambiente convidativo e limpo aos clientes do estabelecimento. Administração econômica dos setores subordinados, através da utilização racional de produtos/materiais, mercadorias, suprimentos e também do aproveitamento ideal do quadro de funcionários. Coordenação das atividades dos setores subordinados com os demais departamentos do hotel, objetivando um trabalho de equipe eficiente e um serviço aos hóspedes/clientes impecável. Seleção, formação e treinamento contínuo dos funcionários, com base na descrição de cargo, nos fluxogramas, normas e procedimentos estabelecidos ******ebook converter DEMO Watermarks******* no manual do departamento de Alimentos e Bebidas (ver página 29). Responsabilidades essenciais do gerente de A&B Supervisionar sua equipe, delegando responsabilidades e tarefas segundo as competências dos funcionários e as metas de qualidade determinadas pela empresa. Elaborar com o gerente-geral e com o chefe executivo todas as ofertas de venda dos restaurantes e bares do hotel, assegurando poder de competitividade em relação à concorrência. Participar ativamente da programação e do planejamento das promoções de marketing do hotel. Representar o hotel em encontros com terceiros. Colaborar com os colegas gerentes, apostando no bom relacionamento de seu departamento com os demais setores do hotel. Elaborar os relatórios de estatísticas, analisar os resultados departamentais, financeiros e contábeis mensais, elaborados pelo departamento financeiro. Decidir conjuntamente com o gerente-geral as medidas corretivas que se façam necessárias, assegurar a implantação e manutenção dessas medidas no seu departamento. Promover a política de pessoal da empresa dentro do seu departamento. Tarefas do gerente de A&B Organizar e supervisionar o sistema de vendas do departamento, conforme o conceito desenvolvido e praticado pela equipe. Controlar juntamente com o chefe executivo a qualidade da produção na cozinha central e nas cozinhas satélites (se houver), conforme o conceito e os programas desenvolvidos. Coordenar junto ao gerente de compras e chefe executivo a organização logística e periódica das compras e o armazenamento de artigos sob sua responsabilidade: – Definição das compras de mercadorias em grande volume, isto é, produtos não perecíveis. – Definição das compras diárias das mercadorias perecíveis. – Determinação de estoques mínimo e máximo (em função do número de clientes, ocupação do ******ebook converter DEMO Watermarks******* estabelecimento, agendamento de eventos) para produtos perecíveis. – Recebimento desses produtos e controle de quantidade e qualidade. Controlar as condições de limpeza e de armazenamento da mercadoria estocada nas dependências do seu departamento, com garantia de sanitização dos hortifrutigranjeiros e higienização dos demais produtos. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Verificar os resultados operacionais atingidos pelo departamento de Alimentos e Bebidas, compará-los com as previsões, efetuar análises e comentários, propor soluções quando necessário e fazer as devidas correções. Efetuar periodicamente análises referentes à concorrência e ao posicionamento dos seus restaurantes e bares em relação ao mercado. Para isso, é preciso frequentar a concorrência. Conscientizar os funcionários, monitorar ambientes de trabalho e de armazenamento do seu departamento, levando em consideração aspectos higiênicos e sanitários, tais como: – Higiene pessoal. – Limpeza e arrumação dos ambientes de trabalho. – Limpeza e arrumação dos locais de armazenamento de alimentos e utensílios. Organizar e dirigir as reuniões periódicas do seu departamento. Participar das reuniões périódicas da gerência-geral e opinar no âmbito de suas responsabilidades e competências. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Equipe e motivação omo se viu, não é pouca coisa. Minha longa experiência no ramo de hotelaria não deixa margem para dúvidas: o padrão de qualidade dos serviços prestados pela gerência de Alimentos e Bebidas é decisivo na definição do nível de satisfação da clientela. E a busca dessa satisfação começa logo na montagem da equipe. Muitas vezes, o restaurante é julgado pelo tipo de contato que o cliente tem com seus funcionários. Se eles forem maltreinados ou supervisionados incorretamente, dificilmente o cliente volta. Cabe aos gerentes de A&B a responsabilidade de recrutar, selecionar, orientar, treinar e avaliar periodicamente os funcionários. Embora as listas dos pré-requisitos para as diferentes funções ligadas ao setor de A&B sejam diferentes em cada estabelecimento, elas incluem algumas exigências em comum: experiência, conhecimento da função, higiene pessoal e boa condição física. Uma qualidade fundamental para o gerente de A&B é o espírito de liderança. Ele deve ter noções de técnicas de chefia e princípios de gerenciamento de pessoal, que ajudam a ******ebook converter DEMO Watermarks******* indicar caminhos aos funcionários. Para encorajar e influenciar seus subordinados a agirem de acordo com normas preestabelecidas e em busca de resultados, o gerente deve identificar os fatores de motivação dos funcionários e criar formas de mantê-los estimulados. É claro que cada um tem as suas fórmulas para conseguir esse comprometimento. A minha é muito simples: como amo o que faço, sempre passei naturalmente para os meus funcionários a importância de se fazer algo bonito, significativo, que, além de garantir nossa sobrevivência, nos dê satisfação. O ofício deve ser fonte de alegria. Se os funcionários não vão para o trabalho felizes, motivados a atingir suas metas pessoais, a organização também não atinge seus objetivos. Tudo vai por água abaixo se não houver uma conciliação das metas dos funcionários com os objetivos da empresa. O gerente tem também o papel de ensinar e implementar a filosofia do trabalho em equipe. Ninguém vai a lugar algum sozinho. Costumo usar, como parâmetro, um desfile de escola de samba. Cada ala tem suas alegorias e fantasias, mas todos estão lá, sem receber um tostão, com um objetivo comum: o de fazer um belo desfile. No mundo ideal, deveria ser essa a nossa relação com o trabalho. Todos felizes em busca de uma meta, sentindo o prazer de integrar um grupo, o orgulho de fazer parte de uma equipe vitoriosa. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Bonificação Certamente não é fácil atingir essa harmonia. Mas é possível. Quando as coisas não andam bem, há sempre um motivo. E esse motivo deve ser identificado. Muitas vezes, um único funcionário insatisfeito contagia a equipe, faz a liga se romper. Numa metáfora com a rotina culinária, é quando se diz que desandou a maionese. Eu explico: a maionese é uma mistura que às vezes não dá certo. Quando isso acontece, o motivo quase sempre é um detalhe. Um detalhe que faz com que toda a maionese seja jogada fora. O funcionário insatisfeito pode ser esse detalhe. Ele certamente traz prejuízo para a empresa, seja através de desvios (de alimentos), de desperdício ou apenas pela energia negativa, por remar contra. Por isso, é fundamental que o gerente saiba montar as equipes de forma que cada um se sinta bem realizando o seu trabalho. Há casos em que a insatisfação pode ser resolvida com uma conversa ou uma mudança de atividade. Há outros em que a demissão é inevitável. Só assim é possível manter a equipe unida, em busca do objetivo comum – que é a prestação de um serviço de qualidade, com lucro. Vários hotéis adotam um sistema de bonificação quando as metas de lucratividade são atingidas. Éum grande estímulo para os funcionários. O valor e a forma de dividir os bônus variam bastante, mas o que se vê mais comumente é a adoção de um percentual único sobre o total obtido a mais com a venda de produtos e serviços. A partir do que se ganha a mais fixa- se um percentual de bonificação. Todos costumam receber o mesmo valor. As metas de lucratividade, que podem se traduzir em valores e em taxas de ocupação, são determinadas no momento em que se faz o orçamento para o ano seguinte. É nesse momento que, em reuniões com a gerência-geral, o controller do hotel (que cuida da gestão financeira), o gerente de A&B e o chef, são planejadas as estratégias que possibilitarão um aumento de receita em relação ao ano anterior. Quando não se gera receita, é preciso reduzir os custos, para que haja lucro operacional. E quando se fala em atingir metas, uma coisa deve ficar clara: não se chega a objetivos sem disciplina. A palavra muitas vezes está associada a castigo. Mas uma visão mais positiva pode relacionar disciplina com a preocupação de corrigir, fortalecer e melhorar o desempenho dos funcionários. A disciplina exige que as pessoas sigam regras, políticas e procedimentos. Muitos gerentes têm uma habilidade especial para lidar com as pessoas e sabem como fazer para obter uma melhor cooperação dos seus funcionários. Outros recorrem sempre ao castigo (disciplina negativa) como a única maneira de obter cooperação. Não é o melhor caminho. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Marca pessoal e comunicação Além da criatividade, liderança e capacidade de comunicação com subalternos, colegas gerentes de outros setores e superiores, os bons gerentes têm em comum outras características: são honestos, acessíveis, têm consciência de qualidade, fluência em idiomas, coerência, diplomacia, energia e lealdade ao estabelecimento e boa aparência. Mas talvez nenhum desses itens seja tão importante quanto a marca pessoal, aquela que dá personalidade a um estabelecimento. Todos os bons gerentes de A&B têm a sua marca. E eu também sempre tive a minha, que se baseia em alguns preceitos com os quais sou comprometido. São eles: O cliente deve ser tratado como rei. Escute seu consumidor. Utilize produtos regionais. Avalie a sazonalidade dos ingredientes. Sirva alimentos saudáveis. Utilize equipamentos modernos. Não abuse dos preços. Avalie positivamente seu concorrente. Treine e valorize seus funcionários. Esteja sempre atualizado. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Relacionados os dez mandamentos que considero fundamentais para uma boa gestão, acho importante ressaltar que marca pessoal não tem nada a ver com individualidade. Muito pelo contrário. Um gerente só poderá implementar e conseguir bons resultados com sua marca pessoal se tiver a colaboração de toda a equipe. E o primeiro elo dessa corrente é o assistente da gerência de A&B. Ele é o responsável direto pela execução e coordenação dos planejamentos. Faz a ponte entre a gerência e os demais setores. Nos grandes hotéis, muitas vezes são dois os assistentes do gerente. Quando isso acontece, normalmente um cuida da parte burocrática e o outro da operacional. Além do assistente, o gerente de A&B também precisa de uma secretária eficiente, que execute todos os serviços de uma secretária executiva. Uma espécie de anjo da guarda, que se responsabilize pelas seguintes tarefas: ******ebook converter DEMO Watermarks******* Controlar a agenda do gerente. Montar e manter um sistema de follow up (retorno ao cliente) eficiente e sempre atualizado. Elaborar um relatório centralizado de todas as pendências dos vários setores da gerência, atualizando-o quando necessário. Organizar um arquivo de clientes habituais dos restaurantes, bares e salões para envio de mala-direta. Colaborar com funcionários dos outros departamentos, viabilizando um fluxo de informações constante. Coordenar o recebimento e entrega de relatórios e documentos aos responsáveis dos diversos setores do departamento de Alimentos e Bebidas. Preparar correspondências e outros documentos por iniciativa própria. Elaborar relatórios, atas e outros documentos, segundo instruções da gerência de Alimentos e Bebidas. Preparar requisições de material usado no escritório da gerência de Alimentos e Bebidas, de modo a mantê-lo sempre abastecido. Participar das reuniões periódicas do departamento de A&B, preparar e distribuir as atas. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Além da secretária e do assistente do gerente de A&B, participam das reuniões o chefe executivo, o chefe steward, o chefe de bares, o maître executivo e o gerente de eventos. Eu sempre tive o hábito de convidar chefes de departamentos de outros setores (como governanta executiva, chefe da manutenção, chefe de custos) para participar dessas reuniões, trazendo assuntos relativos às suas respectivas áreas. A constante comunicação interna é fundamental para o bom andamento dos serviços no segmento de A&B. Nas reuniões, cada um expõe os problemas e conquistas de seus respectivos setores, possibilitando a todos opinar e contribuir para melhorias. Nesses encontros também são planejados os eventos futuros e o impacto deles em cada um dos setores envolvidos, para que eventuais obstáculos e contratempos sejam antecipados e os custos possam ser calculados. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Os principais temas abordados nessas reuniões são repassados pelo gerente de A&B nas reuniões com o gerente-operacional do hotel e gerentes de outros departamentos. Qualquer que seja a estratégia montada pelo departamento, é fundamental contar com a colaboração das equipes de manutenção, governança, recepção e vendas, principalmente. Um exemplo: ao criar uma semana gastronômica, o gerente de A&B vai precisar divulgá-la com a ajuda da equipe de vendas, dos funcionários da recepção e até das telefonistas. O ideal é que o trânsito de informações entre setores aconteça todos os dias, informalmente. Todos devem estar bem informados sobre tudo o que acontece no hotel. Parceria com o chef Entre todas as relações que fazem a rotina de trabalho no departamento de A&B, talvez a mais importante – e certamente a mais delicada – seja a que é estabelecida entre o gerente e o chef, cujas atividades detalharei no capítulo seguinte. Responsáveis pela criação dos cardápios, os dois são a alma do setor e devem ter excelente entrosamento. Na minha longa carreira, conheci chefs maravilhosos e criamos coisas fantásticas juntos. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Nesses casos, o segredo da harmonia era a livre troca de ideias, a predisposição para ouvir a opinião do outro, para não fazer valer uma ideia a todo custo. Nem sempre é assim. O ego inflado de alguns chefs, que se julgam mais brilhantes que o sol, muitas vezes exige muito jogo de cintura. Explica-se: de uns tempos para cá, o grande crescimento do espaço para a culinária na mídia impressa e eletrônica transformou os chefs em celebridades. Hoje, é comum ouvirmos relatos de pessoas que escolhem onde comer muito mais orientadas pelo “critério” chef do que propriamente pelo restaurante. Numa comparação com o teatro, eles são os protagonistas de peças dirigidas pelos gerentes. Sobre esses protagonistas e sua fantástica arte de fazer pessoas felizes falaremos com maior detalhamento nos capítulos seguintes. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Manual do departamento de Alimentos e Bebidas m qualquer dicionário, manual é sempre uma palavra derivada de mão. E de uma mãozinha todo mundo gosta. O manual do departamento de Alimentos e Bebidas de um estabelecimento hoteleiro ou restaurante não foge à regra: tudo o que é necessário para a boa gestão do negócio está lá. Embora a estrutura do manual varie de hotel para hotel, o conteúdo muda pouco. Na essência, ele deve funcionar como um guia preciso de indicações sobre quem faz o que, como, quando e onde. Um dos primeiros pontos que devem ser abordados por um bom manual é a qualidade do atendimento. Em todosesses anos de profissão, nunca passei por um lugar que tivesse dado certo ou obtido sucesso sem dar a devida atenção ao quesito atendimento. Mas atender bem é ser simplesmente cordial? Também é. Atender bem é entender o seu negócio e se perceber como parte de algo que está em constante mutação. Como numa peça de teatro: o texto é o mesmo, mas a plateia muda, e, com a mudança, tudo se transforma, ganha novas cores, tons e ritmos. Todos os detalhes são importantes. De que adianta um cabelo limpo, curto e penteado, se o uniforme está em desacordo com as normas da casa? E será que mãos e uniforme limpos e bem-cuidados podem compensar um hálito desagradável? Lembre-se: a imagem do hotel é responsabilidade de todos. Sempre que penso no funcionamento dos restaurantes, vem à minha cabeça a ideia de orquestra, de técnica e arte em harmonia. Em uma orquestra, todos têm seus postos. O violoncelo não fica à frente dos metais. Nem os instrumentos de percussão abafam os de sopro. No bom manual, esta perspectiva deve ser proposta: qual é o seu posto? Está tudo em ordem nele? Você tem tudo o que precisa para o seu trabalho? Imagine os pratos como músicas: quais serão as mais tocadas? Quais as mais pedidas? Está tudo ensaiado? Você conhece as letras? Sabe ler as partituras musicais? Com maior ou menor liberdade poética, um guia eficaz deve sempre mobilizar quem dele faz uso. E quando tudo o que antecede a chegada dos clientes estiver em ordem, quando as cortinas forem abertas ao público, mais uma vez, os detalhes podem fazer a diferença. É preciso zelar pelo cliente, antecipar-se aos problemas, ser preciso e leve nas intervenções, jamais ausente; concentrado, porém tranquilo. Conforme ensinam os bons manuais, essas são algumas das posturas que devem ser incentivadas. Mas há orientações menos subjetivas – e igualmente importantes: como transferir ******ebook converter DEMO Watermarks******* mercadorias da cozinha central para os pontos de venda e de volta à cozinha? Como controlar as requisições do almoxarifado? Como fazer o controle das chaves e dos serviços de manutenção etc.? São tarefas aparentemente menores, mas que podem comprometer de forma irremediável o produto final. Para evitar ou minimizar erros, existem vários procedimentos que facilitam muito a rotina do que acontece bem longe dos olhos dos clientes, nos bastidores. Um bom monitoramento desses procedimentos é fundamental à boa imagem e saúde financeira de um restaurante, esteja ele dentro de um hotel ou não. É essa a função maior dos manuais de alimentos e bebidas. Foco Um atributo inquestionável a quem busca a excelência é o foco. Uma excelente oportunidade para exercitar a concentração e mensurar o nível de comprometimento da equipe com a qualidade é a mise-en-place, isto é, a organização e arrumação do ambiente para início do serviço. A obediência à ordem correta de montagem de mesas, por exemplo, revela muito mais do que conhecimento – indica o nível de atenção e zelo, como também a capacidade da equipe de apreender os parâmetros de padronização do ambiente. Da mesma forma, a cobrança das despesas (como a de pênaltis, no futebol!) pode ser algo tão simples quanto potencialmente desastroso. Para cada modalidade de pagamento de conta existe um roteiro específico a ser seguido. Seja qual for o roteiro, o importante a se perceber é que na balança estão o bom gerenciamento das despesas e receitas do restaurante e a satisfação do cliente, que, saciado e satisfeito, não só retornará como pode trazer amigos da ******ebook converter DEMO Watermarks******* próxima vez. Falando em hospitalidade, nunca é demais lembrar que a despedida, assim como a recepção dos clientes, é uma oportunidade que não pode ser desperdiçada. A última impressão também fica. E já que estamos falando em impressões, nada é mais ilusório do que imaginar que a descontração que marca o comportamento dos clientes que frequentam o bar de um hotel influencia a rotina dos funcionários. Por detrás da tranquilidade, da cordialidade e do bom humor, visíveis quando o chefe do bar, sempre que possível, cumprimenta os clientes pelo nome, há o preciosismo invisível do acompanhamento do desempenho da equipe na preparação da mise-en-place das mesas e do balcão do bar, na atenção discreta e precisa aos clientes já servidos, no atendimento, na cordialidade na hora de apresentar a conta. Administrar bem um bar de hotel é quase como andar de bicicleta: parece ser simples, quase orgânico, mas, sob as aparências, há músculos e neurônios trabalhando em sintonia fina. Aos clientes, o prazer de pedalar. Aos funcionários, quando convidados, o de compartilhar, sem nunca, é claro, esquecer: o tombo pode estar na próxima curva. É bom ficar atento ao traçado. Um restaurante, como o próprio nome indica, é um lugar para restaurar as energias, se alimentar, sentir prazer. E não há cordialidade e simpatia no mundo que possam minimizar a ira de um cliente insatisfeito com o que lhe é servido. É a cozinha, esse lugar mágico, alquímico, cheio de ritos particulares, que garante que os esforços do atendimento não sejam em vão. A seguir, como referência, apresento a estrutura básica de um manual-padrão do departamento de Alimentos e Bebidas de restaurantes e bares, com os capítulos principais e respectivos tópicos abordados: Normas e diretrizes para os funcionários de serviço – Recepção e transferências de mercadorias da cozinha para pontos de venda – Sistema de requisições do almoxarifado – Requisições do almoxarifado – Requisições fora do horário do almoxarifado – Serviços de manutenção – Solicitação de serviços de manutenção – Controle de chaves Procedimentos de serviço do restaurante – Mise-en-place ******ebook converter DEMO Watermarks******* – Pedidos de reserva de mesa – Recepção dos clientes – Venda: sugestões, anotação do pedido etc. – Como servir diferentes pratos – Preenchimento e distribuição das comandas – Procedimentos de cobrança de despesas – Despedida Procedimentos de serviço do bar – Mise-en-place – Recepção dos clientes – Preenchimento e distribuição das comandas – Procedimentos de cobrança de despesas – Despedida Procedimentos de room service (serviço de quarto) – Mise-en-place – Pedidos de room service – Como realizar o serviço Procedimentos de serviço da piscina – Mise-en-place – Atendimento na mesa – Procedimentos de cobrança de despesas Descrição de cargos (responsabilidades e funções) – Maître executivo – Hostess – Supervisor / chefe de fila – Garçom / garçonete – Cumim – Chefe de bar – Barman Um capítulo à parte Você deve estar aí pensando que essa história de manual não pode terminar aqui e certamente deve também estar se perguntando por que não se falou até agora, justamente nesta parte em que proponho o uso de um guia de orientação de tarefas, em segurança na manipulação de alimentos e bebidas ou na questão da higiene na prestação de serviços e venda de produtos em restaurantes. Pois bem, esse tema é da maior seriedade e merece um destaque especial aqui. Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), através da Resolução RDC 216, de 15/9/2004, determinou que todos os estabelecimentos que vendem alimentos e bebidas tenham um manual de Boas Práticas e implementem medidas específicas para ******ebook converter DEMO Watermarks******* O garantir o cumprimento dessas práticas. Caso contrário, estarão sujeitos a multa e às penalidades previstas em legislação, com o risco de serem até fechados ao público. A Anvisa define por manual de Boas Práticas “o documento que descreve as operações realizadas pelo estabelecimento, incluindo, no mínimo, os requisitos higiênico-sanitários dos edifícios, a manutenção e higienização das instalações, dos equipamentos e dos utensílios, o controle da água de abastecimento, o controle integrado de vetores e pragas urbanas, a capacitação profissional, o controle da higiene e da saúde dos manipuladores, o manejo de resíduos e o controle e garantiado alimento preparado”. Não caberia aqui reproduzir todo o normativo e suas especificidades, mas não há como deixar de falar sobre a necessidade de os gerentes estarem amplamente envolvidos com o assunto e empenhados na aplicação do que determina a legislação, isto é, não só na elaboração do manual como na fixação do que a Anvisa chama de procedimentos operacionais padronizados (POP). Isto é,“instruções sequenciais das operações e a frequência de execução, especificando nome, cargo e função dos responsáveis” por cada atividade desenvolvida no estabelecimento de alimentação. Para que não haja dúvida, recomendo uma consulta à Resolução diretamente no site da Anvisa (www.anvisa.gov.br). O manual de Boas Práticas, obrigatório por legislação recentemente aprovada, pode ser utilizado simultaneamente ao manual de A&B, auxiliando no desenvolvimento seguro e responsável das atividades nas diversas áreas do restaurante. Balanço negativo, desperdício e desvio que de mais grave pode acontecer a um restaurante é apresentar balanço negativo. É claro que todo novo empreendimento precisa de um certo tempo para garantir o retorno de todo o capital investido. Mas não é disso que estamos falando agora. Refiro- me simplesmente aos casos em que os gastos mensais da casa superam o faturamento. Isso é inadmissível em qualquer negócio, mas pode acontecer eventualmente. Para que o desfecho não seja o mais trágico – o fechamento das portas –, o que infelizmente é muito frequente, é preciso identificar com rapidez as causas dos maus resultados e atacá-las de frente. Como gerente de A&B, algumas vezes fui convocado para apagar incêndios desse tipo. E constatei que os maiores vilões, os que verdadeiramente empurram o negócio para o precipício, são o desperdício e o desvio. Nem sempre é fácil combatê-los, especialmente quando o mal está enraizado. Nesse caso, só uma completa reformulação no quadro de funcionários e na gestão do empreendimento pode salvá-lo ******ebook converter DEMO Watermarks******* http://www.anvisa.gov.br do pior. A autonomia do gerente não chega a tanto, mas cabe a ele criar meios para evitar o desperdício e o desvio. O primeiro passo é o controle do lixo. Só assim é possível descobrir quanto dos alimentos está sendo jogado fora. Quando os funcionários não são bem-treinados ou estão insatisfeitos, boa parte das carnes e dos frangos são desperdiçadas durante o ato da limpeza. Muitos desconhecem também a importância do reaproveitamento de alimentos e/ou não foram orientados neste sentido. Problema maior – e bem mais complicado de se lidar – é o desvio. Palavra amena para um ato previsto no código penal e praticado com indesejável frequência em muitos restaurantes. Há dois tipos de desvios:aquele em que o funcionário leva o produto para fora do estabelecimento e aquele em que um dos integrantes da equipe consome o produto no próprio restaurante. Nos dois casos, só um rígido controle pode inibir a ação dos maus funcionários. No caso de flagrante, na maioria dos casos, a solução menos constrangedora é uma advertência formal e a demissão (por justa causa), em caso de reincidência. Poucas vezes o desvio é tratado como caso de polícia. Mas, de vez em quando, deveria. Um bom exemplo disso foi a minha tentativa de controlar com rigor o acesso ao ******ebook converter DEMO Watermarks******* almoxarifado de um determinado restaurante pelo qual fui contratado, que apontava um alto percentual de desvio e, naturalmente, maus resultados financeiros. Encontrei tantas dificuldades e resistência para implantar uma nova forma de controle que achei melhor pedir demissão. Moral da história: às vezes é preciso reconhecer quando se perde uma guerra. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Montagem, operação e equipe Utensílios A alma da cozinha Muito mais gente ******ebook converter DEMO Watermarks******* Montagem, operação e equipe s cozinhas, independentemente de seu porte, são um mundo fascinante de cores,cheiros,sons, sabores… São como orquestras em que o maestro é o chef e todos têm que estar afinados em torno de um objetivo comum. O chef é um virtuoso – solista e principal responsável pela medida certa de criatividade que está na receita de sucesso de todos os bons restaurantes do mundo. Mas pouco conseguiria se não tivesse na retaguarda uma equipe que trabalha unida e tem na cabeça a exata noção de negócio, de lucratividade. Neste sentido,o chef sabe também que uma boa parceria com a gerência de alimentos e bebidas é fundamental para o bom funcionamento de qualquer cozinha. A soma destes fatores tem como resultado as grandes orquestras culinárias. Neste capítulo, pretendo mostrar a estrutura e o funcionamento das cozinhas de grandes hotéis. Para isso, é preciso descrever detalhadamente as funções de cada um, os equipamentos e utensílios essenciais, os procedimentos relacionados à compra, armazenamento e preparo dos alimentos, e a rotina dos chefs, especialmente no que diz respeito à elaboração e às mudanças periódicas no cardápio. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Uma cozinha é composta por profissionais com competências e responsabilidades diferentes. O conjunto desses funcionários é chamado de brigada. Houve um tempo em que as cozinhas ocupavam grandes espaços físicos e a norma era a superespecialização: cada profissional dominava exclusivamente a sua atividade. Hoje, é diferente. As cozinhas são mais compactas e a tendência é a opção por generalistas, que atuam em quatro grandes áreas: cozinha (pratos quentes), cozinha fria (saladas e pratos frios - também conhecida como garde manger), confeitaria e padaria. Em suas respectivas áreas, todos fazem de tudo. São tempos de racionalização de espaços, equipamentos e mão de obra. Um exemplo ilustra bem essa mudança de tendência: antigamente, todas as cozinhas tinham açougue. Era a equipe desse setor que recebia as carnes (incluindo frangos e peixes) e, em seguida, limpava as peças antes de serem porcionadas e encaminhadas para os cozinheiros. Hoje, pelo menos nas grandes casas, todas as carnes são compradas já porcionadas, com peso e corte determinados pelo chef. Inicialmente, o custo parece ser mais elevado. Mas o controle muito maior compensa, com larga vantagem, essa opção. Como a porção é padronizada, o aproveitamento da peça é total – evita-se o desperdício na hora da limpeza e também o desvio. Quando a carne é preparada na cozinha do restaurante, uma peça de 10 Kg, depois de limpa, pode ficar com 7 ou 8 Kg. Como controlar se a limpeza foi adequada, se houve desperdício ou desvio? Algumas casas preparam uma tabela de perdas para carnes, aves, peixes e até legumes e frutas. Realiza-se um teste com uma certa quantidade de cada item e, a partir daí, se estabelece um padrão de perdas aceitáveis. Não há um padrão predeterminado, ele varia de acordo com o tipo de produto. Características especiais Eventualmente, além das áreas básicas relacionadas acima, o planejamento físico de uma cozinha leva em consideração as características da produção culinária, existindo para cada realidade uma solução específica. Há casos em que se justifica, por exemplo, uma peixaria, quando no cardápio há ênfase para frutos do mar. Mas, em geral, vigora o conceito de “cozinha limpa”. Em relação aos legumes, por exemplo, o setor de legumeria que existia em algumas cozinhas foi substituído por um pequeno espaço junto à área de recebimento de mercadorias em que os legumes são recebidos, controlados, higienizados, datados e depois armazenados em recipientes da casa (nunca podem ser de madeira, devem ser de fibra, polipropileno e similares), muitas vezes de cores diferentes para auxiliar a identificação. As embalagens dos fornecedores nem entram no estabelecimento. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Os estabelecimentos que não dispõem dessa área de recebimento muitas vezes costumam optar por armazenar a mercadoria em suas embalagens originais, mas essa definitivamente não é a forma adequada de trabalho. O tamanho da cozinha e o númerode câmaras frigoríficas, claro, vão variar em função da estrutura do hotel e do número de pessoas que se pretende atender nos restaurantes, bares e eventos. Há casos em que uma cozinha central dá suporte a uma, duas ou mais cozinhas satélites. Para ilustrar, vale a comparação entre dois grandes hotéis do Rio de Janeiro, ambos com restaurantes de alto nível: um tem 22 funcionários na cozinha e outro conta com mais de 40. Mas, independentemente do espaço físico e do número de funcionários, todas as cozinhas ******ebook converter DEMO Watermarks******* têm um almoxarifado do dia, uma área de lavagem de panelas e a sala do chef, da qual se deve ter uma ampla visão de toda a área de trabalho. Outras instalações, que dão apoio à cozinha, não precisam necessariamente estar anexadas a ela. A área de recepção de mercadorias, a câmara para lixo (de preferência refrigeradas) e o refeitório e vestiário dos funcionários, preferencialmente, devem manter alguma distância em relação à cozinha, de modo a evitar riscos de contaminação e descumprimento das determinações do sistema APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (ver página 148). Como as cozinhas estão sempre ligadas ao restaurante, é importante que existam ainda duas copas (uma limpa, com o que vai para as mesas; e uma suja, com o que volta), um bar de serviço e uma área destinada à máquina de lavar louça, suficientemente grande para receber todo o material usado nos restaurantes e nos eventos. Em alguns hotéis, há uma despensa do dia exclusiva para o restaurante e um vestiário só para garçons. Detalhe: conforme a legislação (ABNT NBR 14900), os funcionários de cozinha devem ter seu vestiário próprio, separado do vestiário dos demais. Estrutura física, equipamentos e o case do Sofitel No projeto da área física de uma cozinha, vários fatores devem ser levados em conta. O local deve ter boa ventilação, se possível iluminação natural, os pisos têm que ser antiderrapantes e o fluxo de pessoal, mercadorias e lixo deve ser cuidadosamente planejado, de modo a evitar a contaminação cruzada, isto é, aquela que ocorre quando os micro-organismos são transferidos de um local para outro por meio de utensílios, equipamentos, mãos, panos etc. No Rio de Janeiro, uma cozinha referência é a do hotel Sofitel, comandada pelo chef francês Roland Villard. Foi ele mesmo quem fez o desenho da reforma da cozinha, que hoje está entre as mais caras e bem-equipadas do Rio de Janeiro. Antes, ela servia aos restaurantes do hotel Rio Palace. “Como passamos muito tempo aqui dentro, adotei o conceito de cozinha aberta, que gera menor estresse e maior facilidade para o trabalho. E 95% do que sugeri foi respeitado pelos engenheiros e arquitetos”, orgulha-se Villard. Como todos os bons chefs, ele sabe que muitas vezes pequenos detalhes fazem grande diferença. Bancadas de madeira, por exemplo, são proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pois acumulam bactérias. Mesmo as de mármore devem ser trocadas periodicamente, já que pequenas rachaduras também podem pôr em risco a saúde dos clientes. O inox é hoje o material mais utilizado em qualquer tipo de bancada. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Os equipamentos básicos de uma cozinha são câmaras frigoríficas, freezers, refrigeradores, fogões, coifas, fornos de convecção, salamandra e lavadora de louça industriais. Mas há muitos outros, de menor porte, que são indispensáveis numa cozinha. Isso sem falar nas máquinas específicas para as áreas de confeitaria e padaria. Esses equipamentos devem ser distribuídos de forma funcional e seguir padronizações físicas e técnicas. No caso de grandes hotéis e mesmo de restaurantes, as compras são para toda a rede, o que garante melhores preços. Mas, muitas vezes, o gerente de A&B e o chef sugerem marcas. As importadas ainda são as melhores, mas a manutenção é difícil (quesito fundamental) e muitas vezes faltam peças de reposição. A indústria nacional tem feito pesados investimentos no sentido de garantir a oferta de utensílios modernos, duráveis, de grande qualidade. O atendimento ao cliente também tem sido aperfeiçoado. Deve-se considerar sempre todas essas variantes e o critério economia de custos, optando por equipamentos com menor consumo de energia. Outro aspecto importante: no mundo ideal, os equipamentos deveriam ser comprados apenas depois da definição da linha gastronômica do restaurante e da elaboração do cardápio. É mais fácil saber o que se precisa de equipamento quando se sabe o que se vai fazer ou oferecer. Mas, muito comumente, acontece o contrário. Vamos ver, então, a função e a descrição de cada equipamento. Equipamentos Função e descrição Assador giratório Prepara carnes e aves assadas à la broche. Garras de aço prendem as peças de carnes e são instaladas em suportes. Estes, por sua vez, giram lentamente sobre seu próprio eixo. O assador fica separado do bloco de cozinha. Balança Usada para controle das mercadorias e preparação de receitas. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Há vários tipos de balanças e estas devem ser sempre ajustadas para garantir o registro exato do peso. Banho-maria Mantém quente os alimentos, que devem ser depositados em recipientes mais altos e estreitos. A fonte de calor pode vir de queimadores a gás, serpentinas elétricas ou vapor. Batedeira Mistura ou amassa alimentos, prepara molhos, massas, cremes, pastas etc. Possui três tipos de braços: o batedor de arames cruzados; o misturador em forma de pá aberta; e o amassador em forma de gancho. Bloco de cozinha ou Unidade de cocção Geralmente se localiza no centro da área de trabalho. Quase todos os equipamentos de cocção podem ser incorporados ao bloco de cozinha. São eles: fogão central, grelhas e chapas, forno, banho-maria, fritadeira, frigideira basculante, caldeirão autoclave, salamandra, panela basculante, assador giratório. Leia as informações sobre cada equipamento. Caldeirão autoclave ou caldeira Prepara grandes quantidades de alimento, cozinhando-os em líquido ou vapor. Em geral é colocado paralelamente ao bloco de cozinha. Câmaras frias Servem para armazenar alimentos a baixas temperaturas. Nas câmaras refrigeradoras, a temperatura varia de 1 a 8ºC. Nas câmaras congeladoras, a temperatura fica abaixo de 0ºC. As câmaras frias devem ficar o mais longe possível das fontes de calor. É recomendável também que sejam constituídas em conjunto, mas divididas em seções isoladas. É comum a presença de uma antecâmara. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Congelador horizontal Serve para armazenar por muito tempo diferentes produtos congelados. Cortador de legumes Corta legumes em fatias finas, grossas, à juliana, em pedaços etc., conforme a lâmina usada. Há discos próprios para ralar. Cortador de frios Corta alimentos em fatias uniformes. Há máquinas automáticas e outras que devem ser acionadas manualmente. Descascador de batatas Descasca tubérculos e raízes. Convém controlar o tempo de funcionamento da máquina para não descascar demais os alimentos. Mexilhões também podem ser limpos por essa máquina. Espremedor de frutas Extrai o suco de frutas cítricas. Existem os elétricos e os manuais. Exaustor ou coifa Aspira a fumaça da cozinha. Fogão central Geralmente se localiza no centro da área de cocção e é elemento básico do bloco de cozinha. Pode ser aberto (a gás) ou coberto por chapas lisas de aço. A regulagem da temperatura nas zonas de calor é feita por chaves, termostatos ou interruptores É importante que os recipientes usados sobre o fogão sejam resistentes à chama direta do fogo ******ebook converter DEMO Watermarks******* Forno de cozinha Assa, estufa, guisa e cozinha em banho-maria. Nos fogões a gás o calor é produzido embaixo e lateralmente. Nos fogões elétricos, embaixo e em cima. Frigideira basculante Processa alimentos nas mais diversas formas: assados, fritos, estufados etc. O mecanismo basculante facilita o seu esvaziamento. Em geral, a frigideira basculante é elétrica. FritadeiraUsada para fritar alimentos em banho de óleo. As serpentinas funcionam a gás ou eletricidade como unidades de calor. Existe a fritadeira de pressão (à la broaster) que possui uma tampa hermética, mecanismo de relógio e dispositivo para expulsar o alimento automaticamente. Geladeira Menor que as câmaras frias, a geladeira pode se classificar em refrigerador (de 1a 8ºC) e congelador vertical (abaixo de 0ºC). Em geral fica próxima à área de conservação. Grelha e chapa Servem para assar e frigir. Geralmente são a gás ou elétricas. Lavadora de louça Construída em aço inoxidável em vários tamanhos. A lavagem é feita com jatos de água quente e detergente espalhados pelos braços giratórios. Liquidificador Usado para triturar os alimentos em diferentes espessuras ou para deixá-los liquefeitos. Cada praça da cozinha deve ter o seu liquidificador. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Moedor de carne Serve para triturar e moer alimentos moles. Utilizam-se discos de furos maiores ou menores, conforme a necessidade de corte. Panelas basculantes São instaladas em baterias de duas a quatro panelas com mecanismo basculante. Servem para preparar alimentos cozidos. Normalmente ficam paralelas ao bloco central ou num dos lados da cozinha. Refrigerador do tipo balcão Em geral é dotado de vidros para a exposição dos alimentos. Salamandra Gratina alimentos. Pode ser a gás ou eletricidade e sua radiação vem unicamente da parte superior. Pode ser incorporada ao bloco de cozinha ou ficar junto ao balcão de despacho. Serra mecânica Permite um corte reto e uniforme em peças com osso e em carne congelada. Tostador de pão Tosta fatias de pão. É elétrico. Triturador (cutter) Transforma em pasta qualquer alimento cru, exceto os duros. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Utensílios m relação aos utensílios, a qualidade quase sempre está relacionada à marca, geralmente às mais tradicionais. Boas panelas duram muito mais do que panelas de má qualidade. Idem para talheres, pratos, travessas, copos etc. Dependendo do tamanho da cozinha, os gastos com os utensílios são muito altos. Normalmente, é feito um inventário mensal e estima-se um percentual em torno de 2% de reposição do estoque fixo. A preocupação com alguns detalhes pode evitar que esse percentual aumente. Exemplo: antes de entrarem na lavadora de louça, os copos são acondicionados em um rack plástico. Se ele não estiver posicionado de forma a facilitar a colocação cuidadosa dos copos sujos nos espaços respectivos, os funcionários tendem a lançá-los, o que causa muitas quebras. Vamos conhecer agora os utensílios que não podem faltar numa cozinha e suas funções. Utensílios Função e descrição Abridor de lata Há vários tipos. Os maiores são presos à mesa ou à parede. Agulha para costurar Metálica e de ponta fina, possui um orifício como as agulhas comuns por onde se introduz o barbante. Serve para armar aves e costurar carnes recheadas. Agulha para Usada para introduzir tiras de toucinho e outros alimentos em carnes. ******ebook converter DEMO Watermarks******* lardear Amolador e afiador Servem para amolar facas. Amolador é uma pedra que pode ter a forma de um disco ou de uma pedra simples. Afiador é uma peça de aço delgada e arredondada. Assadeira Peça de alumínio grosso ou ferro cuja base pode ser retangular, redonda ou oval, com borda de 5 a 10 cm de altura. Serve para assar no forno carnes, aves e pescados, bem como fritar e tostar ingredientes. Há de vários tamanhos. Bandeja Tabuleiro de feitio variado usado para serviço de mesa. Batedor de arame Os arames flexíveis do batedor permitem bater ovos, cremes, molhos e massas espumosas. Batedor de bifes Usado para achatar carnes cruas previamente cortadas. Caçarola Encontrada em aço inoxidável, alumínio, cobre, ferro fundido e esmaltado, a caçarola é usada para a cocção dos alimentos. Há dois tipos: uma com duas asas e outra cônica com cabo. Caldeirão Recipiente de forma cilíndrica, dotado de duas asas, e geralmente de alumínio. Também é usado para a cocção dos alimentos, mas tem uma capacidade muito maior do que a caçarola, variando de 5 a 100 litros. Cesta Serve para armazenar no congelador alimentos frescos que precisam de boa circulação de ar, como vegetais e frutas. É fabricada em diversos tamanhos em aço inoxidável. Coador chinoir Usado para passar sopas, cremes e molhos. Geralmente é de aço ou arame fino. Coador em forma de caçarola Separa produtos fervidos de água e caldo, além de escorrer certos alimentos após sua lavagem. Colheres de arame Muito parecidas com as escumadeiras, servem para retirar alimentos de líquidos e frituras. Há várias formas e tamanhos em arame trançado. Conchas Usadas para transportar e tirar porções de caldos, molhos e fundos. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Existem de diversos tamanhos. As ovaladas servem para cobrir de molho os alimentos. Cortador de batatas Permite o corte rápido e uniforme de batatas, dando-lhes a forma de palito, quadrado e alongado. Há vários tipos e modelos desse utensílio. Cortador de ovos Há dois tipos: o que corta ovos cozidos e descascados em rodelas e outro que corta em meias-luas. Escumadeiras Retiram espuma e ingredientes dos caldos de cozinha. A concha é ligeiramente côncava e contém furinhos. Espátulas Facas sem fio utilizadas para virar panquecas e fritadas, e desprender alimentos de frigideiras e recipientes. Espátulas e colheres de madeira Ajudam a misturar alimentos. As espátulas são planas e as colheres côncavas. Existem em vários tamanhos. Estreladeira Pequeno recipiente de aço inoxidável ou louça refratária onde são servidos ovos estrelados ou alimentos flambados. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Faca grande Tem cerca de 35 cm, com o dorso reforçado até o cabo. Possui lâmina larga e termina em ponta fina. Serve para reduzir a pequenas porções carnes, aves e peixes preparados com osso. Faca grande e média para carne São facas de açougue exclusivamente usadas para cortar e limpar carnes cruas. Têm lâmina lisa e rígida e dorso reforçado. Algumas possuem lâminas flexíveis e curvas. Faca para cortar pão É comprida e larga, semiflexível e com dorso estreito. A lâmina possui serrilhas. Faca para cortes ornamentais As lâminas reta, curva ou circular dão forma decorativa às guarnições e adornos de pratos. Há ainda as que são usadas para obter formas esféricas e amendoadas. Os conhecidos rolinhos de manteiga são feitos com a lâmina em forma de um ponto de interrogação. Faca para desossar De lâmina lisa e dura, é um tipo pequeno de faca de açougue. Deve-se segurá-la como um punhal. Faca para descascar frutas cítricas e tomates Possui lâmina em forma de serra. Faca para descascar legumes Possui lâmina fina e aberta no meio em sentido longitudinal. Há um tipo com lâmina pontiaguda e afilada para retirar os “olhos” dos legumes. Faca para filetar Varia de 15 a 35 cm. A maior é a do tipo francês, com ponta arredondada. A menor tem ponta muita fina e serve para cortar rosbife, carnes-assadas, frios e filés de peixe. Faca para frutas e legumes Grande, média ou pequena, tem a lâmina semiflexível e lisa e o dorso estreito. Varia de 8 a 35 cm. Serve para cortar e tornear frutas e legumes. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Faca para retirar polpas É uma faca pequena, estreita, curva e inoxidável, própria para retirar polpa de frutas cítricas. Faca para trinchar Possui cerca de 40 cm e a lâmina é fina e dura. Serve para cortar peças grandes de carne-assada com osso e para trinchar aves. Frigideira De aço ou de alumínio grosso ou cobre, de base redonda com borda baixa, a frigideira é usada para saltear alimentos e preparar fritadas e omeletes. Uma cozinha deve ter frigideiras de diversos tamanhos e cada uma deve ser usada para trabalhos específicos. Isso evita que os sabores dos alimentos se misturem. As frigideiras não devem ser lavadas, mas somente limpas com pano seco e sal. Garfo de cozinha É utilizado para virar carnesdurante o preparo e para ajudar a trinchar alimentos. Garfos com pontas curvas, curtas e grossas não são recomendáveis por ferir demais as carnes. Machadinha Serve para picar ossos e separar costelas. Possui lâmina larga e dura com dorso reforçado. Há um tipo mais pesado com lâmina grossa e corte reto e outro mais leve com cabo arredondado. Este último dá mais segurança ao movimento. Mandolim Usado para cortar legumes. É de madeira atravessado no centro por duas aberturas (ou uma) nas quais estão instaladas as lâminas. Tem um dispositivo de regulagem para cortes mais finos ou mais grossos. Meia-lua Usada para picar alguns legumes e misturar condimentos e vegetais. Pode ter até três lâminas curvas e duras. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Molheira Utensílio de forma côncava e alongada, onde se apresentam os molhos de acompanhamento de pratos frios e quentes. Panela de barro Usada para o serviço de líquidos ou sólidos, particularmente pratos típicos regionais. Possui orelhas para facilitar o transporte e, em geral, é colocada sobre pratos. Panela de tipo braseiro Recipiente de base retangular, alta, de aço inoxidável, cobre ou alumínio. Essa panela é usada na preparação de carnes e aves, quando se requer calor estável durante o cozimento, com o mínimo de evaporação. Pás Quadradas ou retangulares, servem para virar alimentos na chapa ou frigideira. Passador de purê Existem vários tipos e tamanhos de prensas para purês. Peneira Serve para passar farinhas, legumes e carnes cozidas. Prato fundo É um prato côncavo, com capacidade aproximada de 1/4 de litro. Usado para o serviço de sopas e similares. Prato raso (grande) Geralmente em cerâmica ou porcelana, é usado para servir pratos principais. Prato de salada Para servir saladas, podem ser usados pratos de sobremesa ou taças de cristal, assim como pratos especiais em forma de meia-lua. Prato de sobremesa Parecido com o prato raso, mas de tamanho menor. Recipiente refratário De várias formas e tamanhos, em vidro ou louça refratária ao calor, é utilizado para servir à mesa pratos gratinados e suflês. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Serra Utensílio usado para cortar ossos e carnes congeladas, graças à sua lâmina de aço dentada. Em alguns casos, para conseguir um corte reto e exato, deve-se dar preferência à serra. Socador O mais usado é o do tipo champignon. Há socadores para purês, feijão e alho. Sopeira De prata, aço inoxidável ou louça, serve para apresentar as sopas antes de servi-las nos pratos. Taça Alimentos líquidos, quentes ou frios podem ser servidos em taça. Ela é colacada sobre pires e possui duas asas. Em geral, é fabricada em porcelana. Taça para coquetel É composta de duas partes: a base que armazena o gelo picado e o recipiente que contém o alimento. Encontrada em cristal ou prata, serve alimentos frios. Tesoura Geralmente é de aço inoxidável. As tesouras usadas para trinchar frango possuem molas entre os dois braços. As usadas para peixes e crustáceos são do tipo comum. Travessa Usada para servir alimentos à mesa. Possui formas variadas: oval, redonda, retangular, com divisórias. Pode ser em aço inoxidável, prata ou louça; esta última é pouco usada. Travessa para conservação Há dois tipos, a rasa e a funda. A primeira tem a forma de uma bandeja e é feita de metal, plástico ou vidro refratário. É usada para a refrigeração de alimentos. A travessa funda serve para armazenar e conservar peças grandes de carnes, frangos e alimentos líquidos. É fabricada em vários tamanhos, geralmente em ferro esmaltado, alumínio ou aço inoxidável. É importante lembrar que lucros e prejuízos também estão diretamente associados à utilização de equipamentos e utensílios adequados. Por isso, as grandes cozinhas devem estar equipadas de forma que possam aumentar a produtividade sem prejudicar a qualidade. Uma de nossas principais atividades é a transformação de matéria-prima. Consequentemente, devemos também agir como industriais, investindo no equilíbrio mão de obra/equipamentos. Vejamos os ganhos com a utilização de equipamentos e utensílios adequados: Economia – Vamos tomar como exemplo o cortador de frios: se ele estiver devidamente amolado, corta fatias mais finas e aproveita o corte até o limite do produto manipulado. Se estiver com o fio cego, o operador é forçado a aumentar a espessura do corte para obter o mesmo resultado. Analise o consumo de presunto em um bufê de café da manhã de um hotel. Os hóspedes se servem por fatias, não por peso. Consequentemente, se a fatia está mais grossa, você tem prejuízo. Segurança – Quanto mais afiada a faca, menores as chances de acidentes.Com o fio da faca bem-afiado,o operador pode efetuar os cortes necessários com maior precisão e com menor pressão e esforço, diminuindo sensivelmente as chances de acidentes. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Higiene – Toda matéria-prima deve estar acondicionada em embalagens apropriadas, preferencialmente de policarbonato transparente, com tampa, etiqueta com o nome do produto, data de manipulação, nome do manipulador e validade. Isso proporciona economia e tranquilidade. Somos todos responsáveis pela qualidade dos produtos oferecidos aos clientes. Rapidez e eficiência – Preocupando-se em utilizar equipamentos adequados, a velocidade de atendimento é aumentada. Consequentemente, a rotatividade será maior. Um exemplo: se a chama do fogão estiver desregulada, dobra o tempo necessário para preparar o produto. Com isso, o atendimento atrasa, gerando irritação nos clientes, e os custos sobem. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Nas grandes cozinhas, quase sempre trabalha-se 24 horas por dia. Nos turnos da noite, a brigada fica reduzida a um ou dois cozinheiros, que atendem aos pedidos dos quartos (room service) e, na falta de pedidos, adiantam o trabalho do dia seguinte. O normal é que durante a madrugada apenas pratos de fácil preparo sejam servidos. Como veremos mais detalhadamente ainda neste capítulo, um bom planejamento é fundamental. O trabalho de uma cozinha pode ser dividido em fases. Depois do planejamento, cuidase da mise-en-place, que é a preparação de tudo o que vai ser necessário para a produção dos pratos, e, em seguida, das preparações culinárias propriamente ditas. A fase seguinte é o atendimento (no salão e nos quartos, feito por garçons) e, por último, é feito o fechamento, que controla tudo o que a cozinha produziu durante o dia. ******ebook converter DEMO Watermarks******* A cozinha deve estar em constante sintonia com a gerência do hotel e os outros setores. A comunicação e a troca de ideias melhoram sensivelmente o atendimento aos clientes. Além da parceria com o gerente de A&B, o chef mantém contato rotineiro com o maître executivo, ******ebook converter DEMO Watermarks******* com o chef steward, com o setor de compras (ligado à gerência administrativa), com a gerência de recursos humanos e com a gerência de hospedagem. ******ebook converter DEMO Watermarks******* A alma da cozinha s cozinheiros são a alma de qualquer cozinha, mas no Brasil são poucos os que tiveram uma educação formal ou dirigida para o seu ofício. Eles ganham experiência na prática, suprindo as lacunas com intuição e improvisação. O profissional brasileiro é reconhecidamente talentoso, autodidata e polivalente. Mas poderia atingir um nível bem melhor se houvesse uma maior profissionalização do setor. A cozinha hoje não é apenas um local de produção de alimentos. Para se tornar um bom chef, é preciso ser também um bom administrador. O chef deve ter a visão do gestor que busca lucros. Isso se reflete na elaboração do cardápio e na promoção de eventos e semanas gastronômicas que atraiam clientes e receita. Nessas horas, a criatividade é o grande diferencial. Que os chefs devem ser sempre criativos, não se discute. Eu defendo a tese de que os chefs deveriam exercitar mais a transmissão de conhecimentos e a troca de ideias, através de reuniões periódicas com suas equipes. Já estive em encontrosque se transformaram num rico laboratório de criação, em que novas receitas eram testadas sob a supervisão do chef e conversava-se animadamente sobre as múltiplas possibilidades que o mundo da gastronomia oferece. De todos os muitos chefs que conheci, só os inesquecíveis se transformaram em ******ebook converter DEMO Watermarks******* professores de seus subordinados. Basicamente, a função deles é supervisionar e coordenar as operações da cozinha do hotel, garantindo uma alimentação da melhor qualidade dentro do orçamento estabelecido. Mas por trás desse resumo da atividade há uma quantidade tão grande de saberes, procedimentos e tarefas que para se ter uma noção do que ela representa é importante traduzi- la em tópicos, desenvolvendo depois os mais importantes. Vejamos então quais são as atribuições do cargo de chef: Chef Objetivos principais Supervisionar as condições de higiene e limpeza das instalações nas cozinhas e nos lugares de armazenamento. Administrar os setores subordinados, através da utilização racional das mercadorias, assim como o aproveitamento ideal do quadro de funcionários. Treinar continuamente funcionários e colaboradores, baseando-se nas descrições de cargo, fluxogramas, normas e procedimentos estabelecidos. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Responsabilidades principais Administrar, conduzir e coordenar todos os setores da cozinha, segundo as diretrizes principais acordadas com o gerente de A&B e conforme o conceito de exploração do restaurante, zelando para que: – Os produtos oferecidos sejam de excelente qualidade. – A lucratividade de seu setor seja assegurada. – Os custos sempre sejam considerados e controlados. Controlar os funcionários de todos os setores da cozinha e delegar tarefas de supervisão segundo as necessidades. Elaborar em conjunto com o gerente de A&B as ofertas de venda dos restaurantes e bares, zelando para que a competitividade com a concorrência seja assegurada e mantendo um alto padrão de qualidade. Supervisionar a qualidade dos produtos finais. Tarefas principais ******ebook converter DEMO Watermarks******* Coordenar, juntamente com as gerências de compras e de A&B, a organização logística das aquisições de mercadorias e o armazenamento de artigos de sua competência: – Definição das compras de mercadorias de grande volume, isto é, não perecíveis. – Definição das compras diárias das mercadorias perecíveis. – Determinação de estoques mínimo e máximo para produtos perecíveis. – Eventual recebimento desses produtos e controle de qualidade e quantidade dos mesmos. – Checagem da organização e limpeza no processo de armazenamento da mercadoria estocada nos diferentes setores da cozinha. Quanto ao planejamento: – Definir o porcionamento e a apresentação dos pratos. – Elaborar fichas técnicas (ver página 86). – Elaborar escalas de serviços, folgas e férias. – Estabelecer programas de produção culinária. – Planejar a mise-en-place de todos os setores da cozinha. ******ebook converter DEMO Watermarks******* – Entrevistar todos os funcionários a serem contratados para o seu setor. Quanto ao controle: – Supervisionar a mise-en-place de todos os setores da cozinha. – Controlar o fluxo da saída dos pratos pedidos e coordenar o serviço com os responsáveis dos restaurantes. – Controlar a qualidade dos produtos finais e o aproveitamento da sobras. – Averiguar a higiene pessoal dos funcionários, a limpeza e a arrumação dos ambientes. Organizar e supervisionar o treinamento contínuo dos funcionários subordinados. Organizar e executar a avaliação dos funcionários subordinados. Participar e opinar no âmbito de suas responsabilidades e competências nas reuniões do departamento e da gerência. Como se viu, os chefs têm grandes responsabilidades. E também, depois de alguns bons anos de exercício da profissão, bons salários. Os ganhos nessa carreira variam muito de país para país, mas o que se pode dizer é que nos EUA e na Europa alguns profissionais mais veteranos ganham como os grandes executivos das maiores corporações do mundo. O valor do salário costuma ser ainda mais alto para chefs corporativos, um cargo restrito às grandes redes hoteleiras. Nesse caso, é função desses profissionais supervisionar a operação da cozinha de vários hotéis numa determinada região. Roland Villard, por exemplo, é chef executivo do grupo Sofitel, que tem 160 estabelecimentos espalhados pelo mundo. Ele é responsável pela cozinha de 12 hotéis na América do Sul, que visita regularmente. Todos têm seus próprios chefs – “excelentes chefs”, acrescenta Villard num português cheio de sotaque recheado de algumas expressões em francês. Cabe também aos chefs executivos cuidar da abertura de novos hotéis, participando desde o projeto da cozinha até a compra de equipamentos e utensílios. A base de Roland Villard é o hotel que domina a paisagem do Posto 6, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. É ali que Villard mora e cumpre uma rotina diária que começa às nove da manhã e se estende até uma da manhã do dia seguinte. Villard é responsável direto pelo sucesso de um dos restaurantes mais sofisticados e conceituados do Rio, o Le Pre Catalan, que funciona no primeiro andar do Hotel Sofitel. A cozinha principal do hotel dá suporte também ao restaurante Atlantis e ao bar da piscina, além de preparar os alimentos que vão para os quartos. Villard comanda uma equipe de 50 pessoas, que prepara aproximadamente 250 refeições por dia. O dia a dia do chef francês é agitado. Mas ele é adepto do trabalho participativo e gosta de dividir decisões.“Sempre dou abertura para que cozinheiros sugiram pratos. Isso os motiva”, diz Villard, sempre às voltas também com receitas de outra natureza – aquelas que ******ebook converter DEMO Watermarks******* passam pela busca do lucro. Ele explica que trabalha com base em orçamentos anuais que devem girar em torno de 30% da receita do hotel. “Quando a meta é atingida, os funcionários recebem o 14º salário”, afirma o chef. Villard sabe muito bem que para atingir metas, é preciso gerar receita. E que para gerar receita, é preciso manter e atrair clientes. E que para atrair clientes, é preciso ter qualidade e se diferenciar da concorrência. Voltamos ao ponto crucial: o principal ingrediente desse círculo lógico é a criatividade. A capacidade de inventar novidades para os meses mais fracos, de apostar no diferente mesmo nos eventos tradicionalmente fortes (como o réveillon, por exemplo), e de surpreender sempre um público ávido por tendências e experiências. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Muito mais gente presentado o maestro,vamos aos músicos da orquestra e seus instrumentos. Depois do chef, a maior autoridade numa cozinha é o subchef. Como homem de confiança do chef, a quem substitui em eventuais ausências, ele funciona como um executivo, supervisionando de perto todas as atividades. Nos pequenos hotéis e na maioria dos restaurantes, a figura do subchef não existe. Nos grandes, é de fundamental importância, já que o chef dificilmente poderia dar conta sozinho de todas as suas atribuições. No hotel Sheraton Barra Hotel & Suítes na Barra da Tijuca, o subchef executivo Rogério Siqueira é o braço direito do chef Hernán Viva. Formado por chefs do Culinary Institute of America (CIA), ele, orientado pelo chef, supervisiona o trabalho de 22 funcionários que trabalham 24 horas por dia para suprir a demanda do restaurante, dos bares e dos eventos que movimentam os amplos salões do hotel. Completam a hierarquia superior o chefe-confeiteiro e o chefe do garde manger. Sobre cada uma dessas funções falaremos detalhadamente a seguir. Mais uma vez, para facilitar o entendimento da rotina de atividades numa grande cozinha, recorrerei ao uso de tópicos para descrever os profissionais e suas respectivas responsabilidades. Nem todos os cargos abaixo relacionados existem necessariamente em todas as cozinhas. Dependendo do tamanho da estrutura e do tipo de serviço que ela oferece, alguns profissionaissão dispensáveis ou têm suas funções acumuladas por outro profissional. Supervisor de Cozinha Objetivo principal Ser o braço direito do chef e do subchef no sentido de organizar a rotina da cozinha e as atividades dos cozinheiros A, B e C ou I, II e III e também os ajudantes de cozinha. Responsabilidades principais Organizar e distribuir as tarefas no seu setor. Controlar a entrada e o fluxo da mercadoria do seu setor. Organizar o armazenamento dos produtos. Verificar o porcionamento adequado dos pratos, segundo as instruções do chef. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Administrar o fluxo das mercadorias refrigeradas e congeladas sob sua responsabilidade. Elaborar e executar a produção junto com seus colaboradores. Colaborar com os outros setores da cozinha, sempre que for solicitado. Tarefas principais Organizar a rotina dos cozinheiros A, B e C e ajudantes de cozinha. Supervisionar a arrumação e limpeza nos lugares de trabalho de seu setor, assim como a apresentação dos funcionários. Zelar pela limpeza e arrumação das geladeiras e câmaras frigoríficas de seu setor. Preparar as requisições de seu setor ao almoxarifado para o dia seguinte e entregá-las ao chef. Cozinheiro Reporta-se diretamente ao supervisor de cozinha e, na ausência dele, ao chef ou subchef. Os cozinheiros são figuras-chave na cozinha e normalmente se encaixam em três categorias:A, B e C ou I,II e III.Essa diferenciação permite que se possa promover os melhores e mais experientes funcionários. Objetivo principal Proporcionar serviços de qualidade superior segundo o alto padrão estabelecido pela casa e de acordo com as técnicas consagradas da culinária internacional. Responsabilidades principais Tomar conhecimento da organização do seu setor, dos horários dos restaurantes e dos cardápios dos mesmos, a fim de assegurar colaboração eficiente entre os funcionários. Auxiliar e colaborar com o supervisor de cozinha do seu setor no que se refere à organização das tarefas, assegurando o alto padrão e a qualidade do serviço. Colaborar com os funcionários do seu setor, ajudando na execução de todas as tarefas. Colaborar com os funcionários dos outros setores da cozinha, sempre que for solicitado. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Tarefas principais Fazer todos os molhos quentes, frios e consommes. Executar os diferentes preparos das diversas carnes e seus respectivos caldos. Preparar sopas, legumes, verduras e outras guarnições. Solicitar a limpeza e arrumação dos lugares de trabalho e de armazenamento do seu setor, assim como das geladeiras e câmaras frigoríficas de seu setor. Ajudante de Cozinha Reporta-se diretamente ao cozinheiro ou ao supervisor de cozinha e, na ausência dele, ao chef ou subchef. Responsabilidade principal Dar apoio a todos os cozinheiros e ao supervisor da cozinha, assim como auxiliar na execução das tarefas diárias e extraordinárias desses funcionários, segundo instruções previamente dadas. Tarefa principal De acordo com orientações do supervisor de cozinha, o ajudante de cozinha apoia os seus colegas nas tarefas anteriormente descritas para o cozinheiro. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Chefe da cozinha fria (garde manger) Reporta-se diretamente ao chef e ao subchef e chefia todos os funcionários do setor de garde manger. Como já vimos no início deste capítulo, é o setor onde são preparados todos os pratos frios e saladas. Objetivos principais Manutenção e supervisão das condições de higiene e limpeza das instalações do setor e locais de armazenamento. Administração do setor subordinado, através da utilização racional de todos os produtos. Responsabilidades principais ******ebook converter DEMO Watermarks******* Colaborar com o chef na coordenação da produção e na supervisão dos funcionários do setor de garde manger, segundo as diretrizes e tarefas principais estabelecidas para esse setor. Supervisionar a qualidade de produção do garde manger segundo os parâmetros determinados pelo chef. Tarefas principais Elaborar sopas frias. Conduzir e supervisionar a produção de saladas, terrinas e pastéis. Elaborar e supervisionar a apresentação dos pratos frios, bandejas etc. Coordenar as tarefas de corte, preparação e armazenamento de carnes, aves e peixes. Colaborar na montagem de bufês, assegurando uma apresentação impecável dos pratos frios. Controlar todas as geladeiras e câmaras frigoríficas sob sua responsabilidade, zelando pela arrumação, limpeza e fluxo dos produtos estocados. Controlar a higiene pessoal dos funcionários subordinados, assim como a limpeza e arrumação dos ambientes do garde manger. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Chefe-confeiteiro Reporta-se diretamente ao chef e, na sua ausência, ao gerente de A&B. Chefia todos os funcionários da padaria e confeitaria do hotel ou do restaurante (normalmente somente os grandes estabelecimentos têm esses setores). Em toda a minha vida profissional, o melhor chefe-confeiteiro que conheci foi o francês Dominique Guerin. Depois de mostrar o seu talento em alguns dos melhores hotéis do mundo, ele trabalha agora com o conterrâneo Roland Villard, no Hotel Sofitel Rio. Sua capacidade para criar receitas com frutas da época e regionais é inesgotável, resultando em mesas de sobremesa capazes de encher os olhos (e a boca) do mais enfastiado dos seres humanos.É de fato uma festa para os sentidos aquela profusão de doces, tortas e sorvetes, das mais variadas cores e sabores, atentando contra o desejo universal de manutenção da boa forma. Dominique se orgulha ao dizer que absolutamente todos os pães e sobremesas servidos no Sofitel são feitos na cozinha do hotel. Mas as funções de um chefe-confeiteiro vão muito além… ******ebook converter DEMO Watermarks******* Objetivos principais Supervisão das condições de higiene e limpeza das instalações do setor. Administração do setor, através da utilização racional das mercadorias, assim como o aproveitamento ideal do quadro de funcionários. Treinamento contínuo dos funcionários, baseando-se nas descrições de cargo, fluxogramas, normas e procedimentos estabelecidos no manual de Alimentos e Bebidas e no manual de Boas Práticas para serviços de alimentação (ver página 29). Responsabilidades principais Ajudar o chef a administrar, conduzir e coordenar todos os setores da cozinha, segundo as diretrizes principais acordadas com o gerente de A&B e conforme o conceito de exploração do hotel, zelando para que: – Os produtos oferecidos sejam de uma excelente qualidade. ******ebook converter DEMO Watermarks******* – A lucratividade de seu setor seja assegurada. – Os custos sempre sejam considerados e controlados. Controlar os funcionários de todos os setores da cozinha e delegar tarefas de supervisão segundo as necessidades. Elaborar em conjunto com o gerente de A&B as ofertas de venda dos restaurantes e bares do hotel, zelando para que a competitividade com a concorrência seja assegurada pelo alto padrão de qualidade. Supervisionar constantemente a qualidade da produção de seu setor segundo os parâmetros estabelecidos para esse departamento e assegurar as devidas correções. Organizar e controlar a produção da padaria/confeitaria conforme o conceito e os programas desenvolvidos. Tarefas principais Definir toda a oferta de pães, tortas, petit fours, salgadinhos, sobremesas, sorvetes, assim como peças de decoração para todos os restaurantes, bares e eventos do hotel. Elaborar os produtos de massa doce e salgada. Organizar e supervisionar o treinamento contínuo dos funcionários do setor padaria/confeitaria. Colaborar com o chef na avaliação dos funcionários. Participar e opinar no âmbito de suas responsabilidades e competências nas ******ebook converter DEMO Watermarks******* reuniões do departamento de A&B. Quanto ao planejamento: – Colaborar junto com o chef na organização logística das compras e no armazenamento de artigos de sua competência. – Definir com o chef e o subchefe-confeiteiro o porcionamentoe a apresentação das sobremesas, tortas, peças de decoração etc. – Elaborar junto com o chef as fichas técnicas. – Elaborar escalas de serviço, folgas e férias do seu setor. – Colaborar na programação de produção culinária. – Planejar a mise-en-place de todos os setores da cozinha. – Entrevistar todos os funcionários a serem contratados para o seu setor. Quanto ao controle: – Supervisionar a mise-en-place de todos os setores da cozinha. – Checar a quantidade e a qualidade dos produtos finais, assim como o aproveitamento das sobras. – Checar a higiene pessoal dos funcionários, a limpeza e a arrumação dos ambientes de trabalho e dos lugares de armazenamento de seu setor. Subchefe-confeiteiro Reporta-se diretamente ao chefe-confeiteiro e, na ausência dele, ao chef. Tem comando sobre todos os funcionários da padaria/confeitaria e substitui o chefe-confeiteiro quando necessário. Objetivos principais Supervisão das condições de higiene e limpeza das instalações do setor. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Administração do setor, através da utilização racional das mercadorias, assim como o aproveitamento ideal do quadro de funcionários. Treinamento contínuo dos funcionários, baseando-se nas descrições de cargo, fluxogramas, normas e procedimentos estabelecidos no manual de Alimentos e Bebidas e no manual de Boas Práticas para serviços de alimentação. Responsabilidades principais Ajudar o chef a administrar, conduzir e coordenar todos os setores da cozinha, segundo as diretrizes principais acordadas com o gerente de A&B e conforme o conceito de exploração do hotel, zelando para que: – Os produtos oferecidos sejam de uma excelente qualidade. – A lucratividade de seu setor seja assegurada. – Os custos sempre sejam considerados e controlados. Elaborar em conjunto com o gerente de A&B as ofertas de venda dos restaurantes e bares do hotel, zelando para que a competitividade com a concorrência seja assegurada pelo alto padrão de qualidade. Supervisionar constantemente a qualidade da produção de seu setor segundo os parâmetros estabelecidos para esse departamento e assegurar as devidas correções. Organizar e controlar a produção da padaria/confeitaria conforme o conceito e os programas desenvolvidos. Tarefas principais Ajudar a definir, de acordo com orientações do chefe-confeiteiro, toda a oferta de pães, tortas, petit fours, salgadinhos, sobremesas, sorvetes, assim como peças de decoração para todos os restaurantes, bares e eventos do hotel. Elaborar os produtos de massa doce e salgada. Supervisionar o treinamento contínuo dos funcionários do setor padaria/confeitaria. Colaborar com o chefe-confeiteiro na avaliação dos funcionários. Na ausência do chefe-confeiteiro, participar e opinar no âmbito de suas responsabilidades e competências nas reuniões do departamento de A&B. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Quanto ao planejamento: – Colaborar com o chefe-confeiteiro na organização logística das compras e no armazenamento de artigos de sua competência. – Definir com o chefe-confeiteiro o porcionamento e a apresentação das sobremesas, tortas, peças de decoração etc. – Auxiliar na confecção das fichas técnicas das receitas. Ajudar a montar escalas de serviço, folga e férias do seu setor. Colaborar na programação de produção culinária. Planejar a mise-en-place de todos os setores da cozinha. Quanto ao controle: – Supervisionar a mise-en-place de todos os setores da cozinha. – Checar a quantidade e a qualidade dos produtos finais, assim como o aproveitamento das sobras. – Checar a higiene pessoal dos funcionários, a limpeza e a arrumação dos ambientes de trabalho e dos lugares de armazenamento de seu setor. Ajudante de padaria / Ajudante de confeitaria Ambos têm atribuições bem semelhantes. Como hoje não é comum haver padarias nos restaurantes, o ajudante de padaria é um profissional raro em hotéis e outros estabelecimentos que vendem serviços de alimentação. Os ajudantes de confeitaria são encontrados mais frequentemente. Reportam-se diretamente ao chefe-confeiteiro e ou subchefe-confeiteiro. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Responsabilidade principal Dar apoio e ajudar a todos os colegas do setor na execução de tarefas rotineiras. Tarefa principal A partir de instruções e explicações obtidas junto ao chefe-confeiteiro, o ajudante de padaria/confeitaria deve auxiliar em todas as tarefas desempenhadas pelo confeiteiro. Padeiro Essa função só existe em estabelecimentos hoteleiros que possuem padaria. Na maioria dos restaurantes não há esse profissional. Quando ele integra o grupo profissional de um hotel, reporta-se diretamente ao chefe-confeiteiro e, na ausência dele, ao subchefe-confeiteiro. Objetivo principal Proporcionar uma oferta de produtos de qualidade superior, diferenciados, segundo o padrão de serviço estabelecido pela gerência de A&B e a tradição da casa. Responsabilidades principais Ter conhecimento da organização de seu setor e dos horários e ofertas dos restaurantes, a fim de assegurar colaboração e coordenação eficientes entre todos os funcionários dos vários setores envolvidos. Colaborar com o chef e com o chefe-confeiteiro no que for necessário. Ajudar e colaborar com os outros funcionários de seu setor na execução de todas as tarefas diárias e extraordinárias. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Colaborar com os funcionários dos outros setores da cozinha, sempre que for solicitado e segundo as necessidades. Tarefas principais Preparação da mise-en-place, assim como elaboração e confecção de todos os tipos de pães para o bufê do café da manhã. Preparação da mise-en-place dos petit fours. Preparação das cestas de pães e colaboração na montagem do bufê do café da manhã. Preparação da mise-en-place, assim como elaboração e confecção da oferta para os coffee-breaks. Arrumação e limpeza das geladeiras e locais de trabalho na padaria/confeitaria. Confeiteiro Reporta-se diretamente ao chefe-confeiteiro ou subchefe-confeiteiro. Assim como os cozinheiros, os confeiteiros estão divididos em três categorias: A, B e C ou I, II e III. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Objetivo principal Proporcionar serviço de qualidade superior segundo as normas e o padrão estabelecidos pela casa e de acordo com as técnicas tradicionais de confeitaria. Responsabilidades principais Tomar conhecimento da organização do seu setor, dos horários dos restaurantes e dos cardápios dos mesmos, a fim de assegurar uma colaboração eficiente entre todos os funcionários dos vários setores envolvidos. Auxiliar e colaborar com o chefe-confeiteiro. Colaborar com funcionários do seu setor, na execução de todas as tarefas. Colaborar com funcionários dos outros setores da cozinha, sempre que for solicitado e segundo as necessidades do restaurante. Tarefas principais Preparar iguarias para os coffee-breaks e bufês. Preparação da mise-en-place, elaboração e confecção da sobremesa do dia e ******ebook converter DEMO Watermarks******* da oferta no bufê de sobremesas do restaurante. Preparação da mise-en-place, elaboração e confecção e/ou recepção dos diferentes tipos de pães e sobremesas. Preparação da mise-en-place para banquetes. Arrumação e limpeza das geladeiras e lugares de trabalho na padaria/confeitaria. Chefe steward Como já relatei anteriormente, esse é um cargo com o qual tenho grande intimidade, pois já o ocupei em diversos hotéis, e durante muitos anos. O chefe steward reporta-se diretamente ao gerente de A&B e chefia os supervisores steward e demais stewards. Objetivos principais Estabelecer e manter as condições de higiene e arrumação impecáveis das áreas de serviço, segundo os padrões estabelecidos pela gerência de A&B e normas fixadas no manual de Boas Práticas para serviços de alimentação. Administração do setor subordinado através da utilização racional dos produtos de limpeza e do aproveitamento ideal do quadro de funcionários. Coordenação das tarefas e treinamentocontínuo dos funcionários, baseando- se nas descrições de cargo, fluxogramas, normas e procedimentos estabelecidos no manual de Alimentos e Bebidas e no manual de Boas Práticas para serviços de alimentação. Responsabilidades principais Planejamento do quadro de funcionários para os três turnos (esse é o caso dos hotéis; os restaurantes costumam ter apenas dois turnos). Planejamento da faxina geral das áreas de serviço sob sua responsabilidade. Planejamento do consumo mensal/semestral dos produtos de limpeza. O chefe steward deve zelar para que: – Os trabalhos de limpeza sejam executados de forma impecável, coordenada e contínua. – Os equipamentos e instalações sejam tratados de forma a preservar os seus valores. – Os produtos de lavagem e limpeza sejam adequados e empregados economicamente. – Os aparelhos e maquinários disponíveis sejam mantidos em condições perfeitas de funcionamento e sua utilização seja otimizada. – Os novos funcionários recebam uma introdução abrangente no seu campo de trabalho. Tarefas principais Planejar e supervisionar as tarefas dos supervisores steward, cujo ******ebook converter DEMO Watermarks******* treinamento também é de sua responsabilidade. Garantir a execulção da mise-en-place para banquetes e eventos conforme as ordens de serviço da gerência de eventos. Entrevistar todos os candidatos a serem contratados para o setor. Colaborar com o gerente de A&B na elaboração e análise das qualificações semestrais de todos os seus funcionários. Elaborar os planos de revezamento, férias e folgas para os funcionários de seu setor. Colaborar ativamente no levantamento periódico do inventário operacional, segundo as instruções e o planejamento do departamento financeiro. Controlar os estoques fixos (par stocks) de louça, talheres, copos, prataria etc. dos restaurantes, bares, cozinha e eventos. Fazer as requisições semanais do material de limpeza e outros. Participar das reuniões semanais do departamento de A&B. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Supervisor steward Reporta-se diretamente ao chefe steward e, na ausência dele, ao gerente de A&B. Coordena os colegas stewards. Objetivos principais Supervisionar e manter impecáveis as condições de higiene, limpeza e arrumação das áreas de serviço, assim como das instalações e do material sob a responsabilidade do setor de stewarding, segundo as instruções previstas nos manuais (de A&B e de Boas Práticas para serviços de alimentação) e os padrões estabelecidos pelo chefe steward. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Supervisão e coordenação das tarefas dos funcionários subordinados, com base nas descrições de cargo, fluxogramas, normas e procedimentos estabelecidos no manual de Alimentos e Bebidas e no manual de Boas Práticas para serviços de alimentação. Responsabilidades principais Colaborar com o chefe steward na coordenação do setor de stewarding, comprometendo-se para que: – Sejam cumpridos os padrões de higiene e arrumação estabelecidos no seu âmbito de trabalho. – As instalações, os equipamentos, aparelhos e outros materiais sob sua responsabilidade sejam tratados com cuidado para preservar os seus valores. Tarefas principais Passar todas as tarefas e normas recebidas do chefe steward para os seus funcionários. Supervisionar e controlar todas as tarefas diárias e extraordinárias de seus funcionários, conforme os fluxogramas dos diferentes turnos. Preparar e fornecer toda a mise-en-place para eventos/banquetes, segundo as ******ebook converter DEMO Watermarks******* ordens de serviço da gerência de eventos. Controlar a limpeza e a arrumação no armazenamento do material e dos equipamentos sob a responsabilidade do setor de stewarding. Supervisionar o uso correto das lavadoras de louça, seguindo as instruções do fornecedor. Zelar pela utilização correta e econômica de todos os produtos de limpeza, quanto às suas dosagens e aplicações devidas. Sempre que necessário, auxiliar funcionários subordinados no desempenho de suas tarefas. No âmbito de sua competência, resolver problemas com funcionários subordinados. Steward Reporta-se diretamente ao supervisor steward e, na ausência dele, ao chefe steward. Objetivo principal Manter todas as áreas, os equipamentos, instalações e material sob a responsabilidade do setor de stewarding limpos e arrumados. Responsabilidades principais Limpeza e arrumação das áreas de serviço conforme descrito nos fluxogramas. Limpeza e armazenamento correto dos equipamentos e materiais sob a responsabilidade do setor de stewarding. Tarefas principais Limpeza e conservação do chão, das paredes, prateleiras e instalações nas cozinhas e copas do restaurante. Limpeza e conservação do refeitório. Lavagem do material usado nos restaurantes e bares (e também em casos de realização de eventos): louça, talheres, copos, prataria etc. Lavagem do material usado nas cozinhas: panelas, recipientes etc. Executar todas as tarefas estabelecidas nos fluxogramas, assim como aquelas ditas especiais, segundo as instruções do seu superior. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Almoxarife de cozinha Reporta-se diretamente ao chef ou ao subchef. Só são encontrados em grandes restaurantes e hotéis. Objetivo principal Assegurar perfeitas condições de arrumação e limpeza dos lugares de armazenamento de mercadoria, segundo as diretrizes e instruções estabelecidas pela gerência do hotel. Responsabilidades principais Organização dos processos de limpeza, arrumação e conservação das câmaras frigoríficas do almoxarifado. Recebimento e estocagem da mercadoria proveniente da lista de mercado da cozinha, incluindo padaria e confeitaria. Tarefas principais ******ebook converter DEMO Watermarks******* Retirar toda a mercadoria das câmaras frigoríficas. Limpar a parte interna (parede, chão, prateleiras) das câmaras frigoríficas. Organizar a lavagem das caixas plásticas de armazenamento. Colocar as caixas plásticas de armazenamento limpas no local previsto (área de recebimento de mercadorias). Receber a mercadoria não perecível em caixas ou embalagens originais, organizando os produtos. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Chamar o chef ou seu substituto para o controle da qualidade e quantidade dos produtos adquiridos. Numa espécie de inspeção, são verificadas as condições dos itens comprados. Só depois de um OK do chef ou de seu substituto são liberadas as notas e os comprovantes de entrega. Transferir toda a mercadoria para as caixas plásticas de armazenamento, próprias do estabelecimento. Transportar toda a mercadoria para as câmaras frigoríficas. Estocar a mercadoria recebida nas geladeiras e câmaras frigoríficas previstas. Distribuir a mercadoria mais antiga para utilização no dia. Organizar e arrumar as câmaras frigoríficas para o turno da tarde e da noite. Limpar a área de recebimento de mercadoria. Receber mercadoria de última hora. Limpar as caixas plásticas restantes e guardá-las. ******ebook converter DEMO Watermarks******* ******ebook converter DEMO Watermarks******* Produção culinária e definição de pratos Tendências da cozinha Cozinha clássica e moderna Produção de alimentos Pré-preparo Almoço e jantar Congelar e descongelar ******ebook converter DEMO Watermarks******* Produção culinária e definição de pratos epois de apresentar em detalhes todas as tarefas do maestro (chef) e dos componentes da orquestra culinária dos grandes estabelecimentos que oferecem serviços de alimentação, é hora de falar do mais importante: a música – ou seja, os alimentos. A definição dos pratos que a cozinha vai produzir surge a partir de um conceito básico: que público pretendemos atender? Queremos clientes seletos ou um lugar aberto a todos? A partir daí, o trabalho é de pesquisa. A pergunta seguinte é:o que oferecer a esse público? O estudo do mercado deve ser detalhado, pois as opções são muitas e a concorrência é forte. Alguns fatores fundamentais relacionados à demanda, ao ponto, aos preços praticados,às tendências de mercado, ao formato e às ofertas do cardápio não podem deixar de ser considerados. No que diz respeito ao produto que vai ser ofertado, a escolha mais comum é a cozinha internacional, mas ******ebook converter DEMO Watermarks******* também há os casos de empresários que preferem criar um diferencial, trabalhando opções como a cozinha italiana, ou francesa, ou japonesa ou até tailandesa. É preciso não cair nas armadilhas da falta de ousadia e criatividade: se já existem 500 pizzarias, por que abrir outra? Será que apostar no novo é mais arriscado do que repetir uma fórmula e ser mais um? Eu, particularmente, prefiro sempre a novidade, o diferente. Mas, é lógico que a escolha deve vir amparada por uma avaliação detalhada do que a cidade (ou bairro) oferece, do que falta oferecer. Para isso, é importante visitar outros hotéis, outros restaurantes, estar sempre sintonizado com o que acontece em outras cidades ou eixos gastronômicos e até mesmo em outros países. O cardápio é a ferramenta básica para a operação da área de alimentos e bebidas.Por isso,embora a opinião do chef tenha grande peso,o gerente de A&B deve estar envolvido diretamente em todas as fases de sua elaboração. Já na fase de criação, é importante obter os nomes das principais editoras de livros de cozinha, de modo a explorar ao máximo as informações gastronômicas. É possível iniciar uma biblioteca de A&B com uma seleção de quatro ou cinco livros que contenham ideias para menus,ou cinco ou seis livros de receitas caseiras. Dessas publicações também é possível tirar inspiração para guarnições, saladas, preparo de legumes e vegetais e até sobremesas. Também é interessante manter sempre um arquivo de menus previamente usados. Itens que já fizeram sucesso em outros tempos podem voltar a fazer. O foco principal do trabalho de levantamento que leva à montagem do cardápio deverá ser, sempre, o cliente que, primeiramente, come com os olhos e só depois, com base naquilo que julga mais atraente e interessante, faz o seu pedido. Sugiro a leitura do capítulo “A estratégia do cardápio”, do livro Festas e Recepções – Gastronomia, organização e cerimonial (Editora Senac Nacional, 2002) para obter um maior número de preciosas informações a respeito da confecção do cardápio. Mas, já posso assegurar que os diferentes cardápios devem conjugar pelo menos quatro atributos básicos: – Boa relação custo-benefício, ou seja, excelente qualidade sem extravagância de custos. – Estética impecável quanto às texturas e cores, isto é, apresentação primorosa. – Sabor excepcional, da entrada até a sobremesa. – Caráter saudável, com balanceamento de calorias. – Serviço eficiente e irretocável. O tipo de alimentação oferecido poderá variar em função da idade, poder aquisitivo, ******ebook converter DEMO Watermarks******* sexo, tempo disponível e outros fatores. Para jovens e estudantes, o cardápio deve ser simples, rápido, farto e acessível em termos financeiros. Já o homem de negócios, ainda que jovem, exige um cardápio mais elaborado, mas em que a rapidez no atendimento é fundamental. Quando o público predominante é formado por mulheres, que são mais observadoras, o colorido e a variedade dos alimentos são pontos-chave do cardápio. Se a clientela for muito variada, a melhor opção é a diversificação, procurando atingir principalmente o público-alvo. As preferências regionais também não podem ser esquecidas. Cada cidade tem seus hábitos alimentares bem-definidos e é preciso respeitálos, mas isso não invalida as tentativas frequentes de inovação. O fato é que nas cozinhas regionais, seus alimentos típicos, temperos específicos, muitas vezes não têm aceitação duradoura quando servidos longe de seus locais de origem. A melhor receita, quando os restaurantes têm público flutuante, talvez seja oferecer eventualmente pratos característicos de outras regiões. Isso não vale, claro, para as casas com cozinhas típicas – chinesa, alemã, italiana etc. Quem vai a essas casas sabe exatamente o que quer comer. O quadro abaixo, baseado na minha experiência, sugere de forma esquemática os melhores cardápios para cada público específico: Destinação do menu Características Gourmets Cozinha de alto nível • Pratos requintados Homens de negócios Cozinha tradicional e charmosa • Pratos simples,leves • Forte apelo para novidades Famílias Cardápios infantis • Preços moderados Turistas Cozinha regional • Preços adequados ao restaurante Clientela local Cozinha com opções fixas (grelhados, saladas) e pouca variação de pratos Passantes Cozinha com opções renovadas com grande frequência • Especialidades da região Clientela jovem Pratos simples • Cozinha rápida • Preços razoáveis Clientela mais idosa Cozinha leve, balanceada Escolhido o tipo de cozinha, parte-se para a seleção de pratos, em longas reuniões com o chef e sessões de degustação. O ideal é que se planeje com antecedência o cardápio de todo o ano, mudando alguns itens de acordo com as estações e a sazonalidade de fornecimento de ******ebook converter DEMO Watermarks******* determinados produtos. Todos os novos pratos devem ser testados, com os respectivos molhos e acompanhamentos. Levam-se em conta cor, tamanho, porção, aparência, apresentação e adequação da louça (veja mais informações no capítulo “Custos e preços”). Outros aspectos que devem ser considerados no planejamento e na composição de um cardápio são os mercados abastecedores, a capacidade de produção (em termos de equipamentos e mão de obra) e a disponibilidade financeira. O conhecimento desses mercados é fundamental para que possa ter uma boa variedade de produtos de qualidade que possam ser repostos com rapidez, respeitando os critérios de sazonalidade. Esse levantamento também contribui consideravelmente para a diminuição de custos. Quando os pratos são aprovados, parte-se, então, para a montagem da ficha técnica (veja exemplo na página 86), um instrumento fundamental em qualquer cozinha que se preze. Esse instrumento, quase um“documento” de trabalho da cozinha tem por principais objetivos estipular um padrão de preparação das produções culinárias, atender à necessidade de definir com precisão as quantidades de ingredientes para cada prato e determinar custos, com especificação da participação percentual de cada ingrediente na composição do valor de um prato. Quanto maior o grau de precisão de uma ficha técnica, mais fácil tende a ficar a administração de um negócio no setor de A&B. Até a apresentação visual da receita é estudada minuciosamente, dos tons e combinação de cores dos alimentos à disposição destes no prato, passando pela escolha do material e modelo do utensílio. Finalizada a obra de arte culinária, uma foto colorida do prato é colada na ficha técnica, que é copiada e depois exposta em diferentes áreas, para servir como referência para a equipe ou, como é mais conhecida, a brigada de cozinha. Vejamos então um modelo possível de ficha técnica: Espelho de ficha técnica para consulta de custos ******ebook converter DEMO Watermarks******* Menu engineering Antes de iniciar o processo de preparo de um novo prato, muitos grandes chefs têm o hábito de fazer uma pré-ficha técnica, para analisar previamente como seria a receita e se certificar de que a casa dispõe de toda a mise-en-place necessária para a sua execução. Produzidos os pratos e as respectivas fichas técnicas, uma estratégia de marketing que costuma dar bons resultados é apresentar o novo cardápio para a imprensa e os melhores clientes antes de adotá-lo no dia a dia do restaurante. Dessa forma, é possível colher opiniões, sugestões e críticas que podem levar ao aperfeiçoamento dos pratos. Além disso, quando se tem confiança na qualidade do que se produz, a mídia atrai muitos novos clientes, que se reproduzem boca a boca. Formado por diferentes pratos, o cardápio pode reunir combinações infinitas, com resultados em vendas igualmente variáveis. Um processo conhecido como menu engineering permite que se saiba quais são os itens mais populares e rentáveise os de margem de lucro baixa, importantes porque representam um chamariz para o restaurante. Mas, muitas vezes os pratos de alta rentabilidade têm pouca demanda e isso faz com que os pratos não populares tenham a margem de lucro aumentada ou sejam eliminados do cardápio. A busca da lucratividade exige estratégias e planejamento e é exatamente essa a função ******ebook converter DEMO Watermarks******* do menu engineering, tema que voltaremos a abordar mais detalhadamente no capítulo sobre custos e formação de preços. Quando ele é implantado, podemos mudar nosso cardápio de forma mais consistente e precisa. Em primeiro lugar, devemos analisar o número de pratos que gostaríamos de apresentar (o ideal é de 30 a 35). O passo seguinte é planejar quantos pratos teremos em cada item (por exemplo: sete entradas – três sopas, quatro saladas etc.). Feita a divisão, daremos nomes aos pratos, buscando sempre a correspondência com o que será servido. De tempos em tempos, normalmente a cada seis meses, o cardápio deve ser revisto, para que alguns pratos sejam substituídos. Um retrato da popularidade dos pratos do restaurante, feito a partir de estatísticas e análise de vendas, ajuda na decisão de quais pratos devem permanecer no cardápio, quais devem sair e quais merecem atenção especial em termos de promoção e vendas. Um dos segredos do bom cardápio é a limitação do número de itens e o trabalho com opções denominadas sugestões do chef. Estas podem servir para o aproveitamento de matéria-prima estocada em maior quantidade, para motivar a execução de receitas cujos ingredientes são encontrados a preços convidativos no mercado e até ajudar no fortalecimento da marca do restaurante. Se as alternativas forem adequadas e de qualidade, a operação será certamente lucrativa. A tendência dos menus variados, com muitos aperitivos, sopas, frios, saladas, entradas e sobremesas, saiu de moda, já está ultrapassada. A exceção são alguns restaurantes classe AA e de hotéis. Por trás dessa mudança estão justificativas importantes como o alto custo de mão de obra e as mudanças de hábitos alimentares dos clientes. Sinal dos tempos, as redes de fast- food demonstraram claramente as vantagens e a lucratividade de um menu limitado. São elas: Redução do inventário. Maior controle do estoque. Redução da burocracia. Redução de requerimentos na produção dos alimentos. Menor necessidade de espaço e equipamentos. Treinamento mais curto. Mais tempo para a gerência controlar a qualidade e a eficiência. Cardápio: apresentação do seu business Escolhidos os pratos e o número de itens a serem oferecidos, é hora de botar as ideias no ******ebook converter DEMO Watermarks******* papel – ou melhor, no cardápio propriamente dito. É uma tarefa muito importante e complexa, que exige pesquisa e um profissional especializado, o designer gráfico. O menu é uma ferramenta de vendas e deve ter, desde a capa, um layout atraente e adequado ao ambiente do restaurante. De nada vale uma bela seleção de pratos requintados, se eles forem apresentados em um cardápio pobre e sem criatividade. Para começar, os nomes dos pratos devem estar escritos corretamente e apresentados em sequência lógica e racional. As letras devem ser bem legíveis e os itens espaçados, para que não se sobreponham. A leitura deve ser autoexplicativa, motivando o consumo. É importante dar toda atenção à ortografia e considerar o seguinte: pratos com nomes estrangeiros podem ser apresentados com sua denominação original desde que logo a seguir sejam descritos resumidamente e em bom português os ingredientes e o modo de preparo. A redação do cardápio deve ser feita essencialmente em língua portuguesa e a utilização de dois ou três outros idiomas é bem-vinda. É preciso ser criativo na escolha dos nomes dos itens, procurando sofisticar os termos e induzir o cliente à escolha, ao consumo. ******ebook converter DEMO Watermarks******* A criatividade também entra em cena quando se quer oferecer um diferencial, um algo mais em relação a outros cardápios. Alguns, por exemplo, sugerem harmonizações – os vinhos mais adequados para cada prato. Outra boa ideia que dá um charme especial é incluir historinhas curtas sobre a origem dos chás, vinhos e champanhes oferecidos. Enfim, as possibilidades são ilimitadas. A disposição dos itens nos cardápios também tem seus mistérios. É possível aumentar consideravelmente o número de pedidos de determinado prato posicionando-o em locais estratégicos. Pelo princípio do ponto focal, o olhar normalmente se dirige para o centro da página observada. É exatamente ali que deve estar o prato que, prioritariamente, se pretende vender. Detalhe: estatisticamente está comprovado que o ser humano, ao olhar uma página, fixa sua atenção no que está situado no lado direito e ao centro. Ou seja: devemos sempre colocar nessa posição os itens para os quais desejamos chamar maior atenção. Como num livro ou filme, uma refeição tem início, meio e fim. Essa é a chave da correta montagem de um cardápio. Esses aspectos, frequentemente negligenciados, são de suma importância, pois a posição do prato no cardápio reflete seu nível de vendas. Se o layout do cardápio seguir a sequência da refeição, naturalmente teremos feito a coisa certa. Minha larga experiência no ramo me trouxe a certeza de que, ao entrar em um restaurante, todo cliente espera, inconscientemente, satisfazer desejos de ordem física e emocional. E o cardápio deve ir ao encontro desses desejos. Para isso, é importante que desperte a atenção do cliente, apresentando uma variedade de pratos compatíveis com seus gostos, uma forma gráfica original e fácil manuseio. A apresentação do cardápio, a começar pela capa, é o primeiro contato com o cliente e representa a imagem do restaurante. Funciona como um cartão de visita. Um cardápio com boa aparência, atrativo e prático é uma indicação da qualidade do restaurante. Ele jamais deve ser patrocinado por firmas com propósito publicitário ou produtos de marca registrada. Eu recomendo que os pratos sejam explicados brevemente para facilitar a escolha dos clientes. Muitas vezes eles não fazem perguntas com receio de demonstrar ignorância. Em muitos restaurantes, a tarefa de explicar a composição do prato cabe ao maître ou ao garçom. Essa opção deve ser bem-avaliada, pois exige um bom treinamento e prende o profissional junto à mesa durante muito tempo. Alguns restaurantes sofisticados oferecem o menu degustação, em que o cliente é servido com várias especialidades da casa. Um charme extra, nesses casos, é servir taças de vinhos de diferentes países para acompanhar os pratos. Outros apresentam o menu surpresa do chef, em que o pedido do cliente é feito às cegas mas dificilmente decepciona. Também ******ebook converter DEMO Watermarks******* nesse caso, o prato costuma ser acompanhado de um bom vinho sugerido pelo chef. O menu surpresa fez sucesso no passado, mas hoje em dia poucos restaurantes o adotam. Na minha opinião, o cardápio deverá fornecer ao cliente todas as informações necessárias para que ele saiba exatamente o que vai comer e quanto vai pagar, inclusive em relação ao couvert. Isso evita mal-entendidos na hora de fechar a conta. É fundamental também que seja servido ao cliente exatamente o prato pedido. Se por falta de um ou mais ingredientes o restaurante não puder apresentar um prato de acordo com o especificado no cardápio, o ideal é que ele não seja servido – ou, pelo menos, que o cliente seja previamente informado sobre a alteração. Existem vários tipos de cardápios, dependendo do tipo de estabelecimento. Coffee shops e salões de chá, por exemplo, requerem cardápios bem específicos. Mesmo nos restaurantes, muitas vezes as cartas de bebidas ou de vinhos são independentes do cardápio. Há ainda os cardápios específicos para eventos e para bufês. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Tendências da cozinha omo já vimos, a escolha dos pratos e do layout do cardápio é reflexo direto de uma avaliação detalhada do público-alvo a quem se dirige.Nessa avaliação, devemos ter sempre em mente que o paladar das pessoas, como quase tudo na vida, se modifica, evolui com o tempo (veja “Cultura alimentar”, na página 152). O cliente ficou mais exigente. E os diferentes tipos de cozinha não só se tornaram viáveis, como têm encontrado demanda, fazendo com que a variedade de pratos oferecidos se expanda muitíssimo. Paralelamente, a maior circulação de informações sobre nutrição provocou mudanças nos cardápios. A carne vermelha, por exemplo, perdeu espaço para o frango. Preparações gordurosas e pesadas foram sendo aos poucos substituídas por comidas mais leves, com baixo teor de gordura. Além disso, novas técnicas de cocção para pratos tradicionais estão sendo desenvolvidas, diminuindo o tempo gasto no preparo. A introdução de novos grãos e um maior uso de legumes tornaram a cozinha inovadora e mais saudável. Além disso, cresce a tendência de incorporar ingredientes frescos em alimentos processados ou parcialmente processados para torná-los mais nutritivos e saborosos. A satisfação do cliente é a principal meta, mas para satisfazê-lo completamente é preciso estar sempre atento também à questão do preço, como veremos detalhadamente mais adiante. Voltando às novas tendências na cozinha, vale destacar uma delas que vem se espalhando nos principais restaurantes industriais e comerciais: a utilização de gêneros pré- elaborados, deixando apenas a finalização para os estabelecimentos. A novidade tem basicamente duas causas, escassez e despreparo da mão de obra e necessidade de racionalização do espaço físico. E garante muitas vantagens: Racionalização dos métodos de produção de alimentos. Redução dos custos operacionais e de investimentos para a instalação da cozinha. Melhor controle da qualidade dos alimentos produzidos. Redução do tempo para o processamento dos alimentos. Redução das áreas de produção. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Ampliação das áreas de sala (áreas destinadas aos clientes). Procura cada vez maior de alimentos de boa qualidade (frescos ou pré- preparados). Melhor qualidade de apresentação dos alimentos. Aumento das preparações à vista dos clientes, em cozinhas arquitetonicamente planejadas para serem envidraçadas. Aumento da produtividade e flexibilidade do serviço. Maior preservação das características dos alimentos. Diminuição dos investimentos em equipamentos e custos operacionais. Redução em aproximadamente: – 50% das áreas de produção; – 30% do pessoal necessário; – 25% do equipamento; – 25% do consumo de energia. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Cozinha clássica e moderna cozinha clássica, durante muitos anos associada à cozinha francesa, continua sendo o baluarte da cozinha tradicional. Restrita a alguns restaurantes, sua tendência é de uma modernização mais lenta, sempre atrelada aos princípios da culinária, mesmo quando apresenta inovações. A cozinha moderna pode ser dividida basicamente em duas vertentes: a nouvelle cuisine e a fusion food (ou cuisine du marché, traduzida como cozinha do mercado, indicando a utilização de produtos da época). A nouvelle cuisine foi um movimento surgido nos anos 60 como uma reação contra a tradicional cozinha francesa. Ele preconizava a substituição dos ingredientes em busca de uma cozinha mais saudável e menos pesada. Nessa época surgiram os grandes nomes contemporâneos da culinária francesa: Paul Bocuse, Roger Vergé, Claude Troisgros, Michel Guérard, entre outros. O movimento se alastrou por vários países e provocou uma revolução no mundo da cozinha. Hoje, a situação é diferente. Na Europa, a nouvelle cuisine está em extinção, por causa dos preços elevados. Na América do Sul, as pequenas porções características desse tipo de comida nunca fizeram muito sucesso. Já o movimento conhecido como fusion food, surgido na virada dos anos 80 para os 90, é uma tentativa de unir cozinhas típicas de vários países ou tendências. Ele está mais associado às culinárias orientais (tailandesa, chinesa, vietnamita, principalmente), que possuem traços bastante comuns. E não se pode deixar de falar nas cozinhas regionais, que passam por uma fase de grande valorização. Elas têm um apelo emocional muito forte, pois além de enfocar tradições, buscam a valorização dos ingredientes locais e produtos naturais. Um exemplo típico, para falarmos especificamente do Brasil, é a chamada cozinha de fazenda ou cozinha caseira. Mas ******ebook converter DEMO Watermarks******* há muitas outras riquezas culinárias distribuídas pelas cinco regiões do País e infinitas possibilidades pelo mundo afora. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Produção de alimentos os bastidores da cozinha, são muitos os segredos e as manhas para que os pratos agradem sempre aos clientes e – fundamental – não demorem demais. Uma delas é a utilização da ficha técnica (ver página 86), que uniformiza a quantidade e a qualidade dos ingredientes usados. Além de garantir o controle dos custos, esse procedimento assegura que os clientes recebam um produto sempre de alto nível, tanto em termos de qualidade quanto de fidelidade à receita proposta. As fichas técnicas necessitam dos seguintes dados: Número da receita. Categoria. Padronização da forma de preparar: – tipos de panelas. – porções nas panelas. – tamanho das porções. – tipos de utensílios. – variações de temperaturas. Lista de ingredientes, com as quantidades. O conceito de padronização não está restrito às receitas. Vale também para os produtos utilizados nelas, o que facilita muito a rotina da cozinha. Com uma lista de produtos padronizados, o chef poderá desenvolver especificações para cada item, reduzir o excesso de gêneros a serem comprados e estabelecer uma nomenclatura e um número para cada produto alimentício. Essa lista deve ser modificada a cada seis meses ou quando for necessário, dando espaço a novos produtos e eliminando os que não serão mais comprados. Essa lista pode ser, por exemplo: 1. Laticínios 2. Carnes 3. Peixes 4. Aves 5. Frutas em conserva 6. Legumes frescos ou congelados 7. Conservas em geral 8. Sucos ******ebook converter DEMO Watermarks******* Cada prato do cardápio deve ter seu peso e tamanho porcionados. O tamanho da porção deve estar incluído na padronização da receita. Confira agora algumas dicas: – As porções dos itens líquidos, como sopas, são medidas pelos utensílios nos quais são servidos, em mililitros ou litros. – As porções de leite, café e outras bebidas são controladas pelo tamanho do recipiente no qual serão servidas. – As porções da maioria das carnes, servidas diretamente nos pratos, são controladas pelo peso, em gramas ou quilos. O mesmo vale para legumes ensopados e outros itens. – O controle das porções de saladas e sobremesas está baseado na descrição da receita padronizada ou no padrão das tortas (tortas com diâmetro de 23 cm, por exemplo, serão fatiadas em oito pedaços). Só haverá mudanças nas porções padronizadas com a aprovação do gerente. Todas as porções padronizadas devem ser checadas em relação ao seu preço de venda para que haja certeza de que estão gerando lucro. Um controle rigoroso do número e tipo de porções servidas em cada refeição é fundamental. Além de indicar quais são os itens mais populares, facilita muito o planejamento, pois é possível saber com razoável precisão quantos pratos serão servidos. A causa mais comum do alto custo dos alimentos é a produção em excesso dos itens a serem consumidos. A primeira medida para o controle de custos é a contagem das porções, que possibilita a preparação da quantidade exata dos alimentos. Se esse método não for usado, haverá roubo, desperdício e sobras. Existem atualmente dois tipos de contagem de porções: de porções preparadas; de porções vendidas. A gerência deve comparar diariamente essas contagens e avaliar as causas de eventuais discrepâncias. Nos restaurantes que têm um menu limitado, a contagem das porções pode ser feita pelo caixa. A cada final de turno de serviço, ele informaa quantidade de porções que foram vendidas. No final do mês, tem-se o total das porções vendidas e um retrato bem fiel do gosto da clientela. Mas uma simples contagem do número de porções servidas não é a única forma de controle – é preciso avaliar também a qualidade do que é servido. Para isso, os melhores restaurantes utilizam um documento conhecido como relatório de ocorrências das refeições. Na ausência do gerente de A&B e de seu assistente, esse relatório é feito pelo gerente de ******ebook converter DEMO Watermarks******* plantão (nos hotéis, também identificado como MOD, ou manager on duty) ou por uma pessoa especialmente indicada para a função. O livro onde são registradas essas ocorrências é conhecido como log book. Tomando conhecimento de todos os fatos e eventuais reclamações de clientes, certamente estaremos nos preparando para antecipar soluções para futuros problemas. Cada gerente tem o seu método de supervisionar e administrar a área de A&B. Alguns têm um relacionamento direto com os funcionários, enquanto outros delegam essa função, mantendo pouco contato com os mesmos. Nos dois casos, podem ocorrer falhas, decorrentes de uma supervisão excessivamente rígida, ou relaxada demais. A melhor política talvez seja aquela na qual o gerente entra em contato com os funcionários, mas os deixa realizar suas tarefas com prazer e responsabilidade. A rotina de supervisão começa logo cedo, no café da manhã, naqueles restaurantes que oferecem esse tipo de serviço. A primeira atividade do gerente de A&B é rever o relatório de produção e o menu, para tomar conhecimento dos procedimentos do dia. O relatório de ocorrências das refeições também deve ser revisto, para a checagem de eventuais problemas na noite anterior. Em seguida, o gerente deve percorrer a cozinha e verificar com o chef e todo o pessoal as necessidades e problemas do setor. Esse é um procedimento preventivo de revisão do menu e sua importância consiste em descobrir falhas na produção antes que estas ocorram.Serve,também,para que os funcionários notem que o gerente está atento à produção dos alimentos. Essa visita à cozinha se repete algumas vezes ao longo do dia. Só assim é possível perceber se há um bom clima de equipe, fundamental para o sucesso de um restaurante. Neste sentido, é importante que os funcionários que chegam de manhã encontrem sua área de serviço limpa e organizada. Da mesma forma, a equipe que entra cedo deixará essa mesma área limpa para o turno seguinte. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Pré-preparo m todas as refeições, o pré-preparo é fundamental, pela economia de tempo e, como veremos mais detalhadamente no capítulo sobre “Custos e formação” (página 187), de dinheiro. Voltemos então ao café da manhã. O cozinheiro responsável já conta com itens semipreparados ou preparados no dia anterior. Diariamente, ele deve checar se já estão prontos e disponíveis no bufê os seguintes itens: Sucos e frutas Sucos de laranja, caju, uva etc. Frutas frescas Salada de frutas Bebidas Leite Café Jarras de leite e chocolate frio Água mineral Cereais Em seus devidos recipientes ******ebook converter DEMO Watermarks******* Ovos, carnes e outros itens quentes Devem estar preparados e postos no réchaud: Ovos mexidos ou pochés 1. Batata-americana 2. Banana-assada 3. Carne-seca 4. Salsicha com ketchup 5. Salsicha com cebola 6. Canjica 7. Waffles 8. Outros itens Outros frios Tábua de presunto Tábua de queijos diversos Tábua de salame ******ebook converter DEMO Watermarks******* Pães Pão francês Brioches Croissants Torradas Croissants recheados Folheado doce Outros itens ******ebook converter DEMO Watermarks******* Condimentos Mel Geleias sortidas Manteiga Iogurte ******ebook converter DEMO Watermarks******* Almoço e jantar preparação do almoço e jantar começa normalmente nas primeiras horas da manhã. Quando se trata de banquetes, o planejamento e o preparo devem começar no dia anterior. Mas, de um modo geral, há um consenso em torno do seguinte ponto: a preparação dos alimentos deve acontecer no momento mais próximo da hora de servir e é a melhor receita para garantir a qualidade da comida e a satisfação do cliente. Esse procedimento gera algum estresse. Os funcionários da copa e da cozinha não gostam de ficar superatarefados na preparação de alimentos, por receio de deixarem os clientes esperando ou de serem repreendidos pelo supervisor. Portanto,é preciso achar um ponto de equilíbrio. E ele passa pela quantidade de comida a ser pré-preparada: nem tanta que possa ser desperdiçada, nem tão pouca que exija correria na cozinha. O melhor caminho para atingir esse ponto de equilíbrio é a experiência no serviço da cozinha, combinada com as informações do relatório de produção ou de pré-custo, que indicam a previsão de clientes. As informações que se seguem no livro ajudarão a tomar decisões corretas quanto às quantidades de alimentos a serem pré-preparados. Se a contagem de clientes oscila muito, é preciso descobrir o motivo. Cozinhando por lotes Amaioria dos alimentos perde qualidade depois de serem cozidos. Quando os alimentos são preparados e servidos em um curto período de tempo, seu conteúdo nutricional é mantido. Por isso, o padrão internacional de qualidade determina que a comida quente deve ser servida o mais rapidamente possível. Assim, nos melhores restaurantes, adota-se de maneira geral o ******ebook converter DEMO Watermarks******* procedimento de cozinhar por lotes – ou seja, cozinhar pequenas quantidades. É também uma questão de economia, pois, assim, evitam-se as sobras. O cozinheiro prepara apenas o que vai ser consumido nos próximos minutos. Não é tão complicado: o arroz é feito para consumo naquela refeição e mantido em banho-maria, a maioria dos legumes (mesmo estando congelados) pode ser cozida em três ou quatro minutos, usando-se o forno de alta pressão a vapor. Um forno moderno pode preparar 1.800 porções de legumes por hora (porções de 75 g). Se o cozinheiro for preparando somente a quantidade necessária, de acordo com os pedidos, haverá poucas sobras. Alimentos fritos podem ser preparados em pequenos lotes nas fritadeiras de 15 ou 20 litros. Panelas de pressão pequenas também são excelentes para se preparar pequenos lotes de guarnições. Os fornos convencionais são ótimos para a técnica de cozinhar por lotes, pois são rápidos e podem ser usados para mais de um alimento. O uso do micro-ondas Viva a tecnologia! Para todos os cozinheiros do planeta, a invenção dos fornos de micro- ******ebook converter DEMO Watermarks******* ondas foi genial. É sinônimo de agilidade e economia. O uso básico do forno de micro-ondas é descongelar, esquentar ou requentar os alimentos. Para peixes e frutos do mar, os resultados são excelentes. O micro-ondas permite preparar e cozinhar previamente muitos itens do menu, já que é possível refrigerá-los e esquentá-los novamente, em porções individuais, à medida que forem pedidos. O uso de porções individuais, preparadas quando solicitadas, reduz as sobras e equivale ao sistema de cozinhar por lotes. A economia é ainda maior porque o gasto de energia nesse tipo de equipamento é bem inferior ao dos fornos convencionais. Relacionadas as vantagens, vamos a uma rápida explicação sobre o funcionamento desse tipo de forno. A energia do micro-ondas é gerada pelo magnétron e conduzida por um tubo de vácuo. Movendo-se com a rapidez da luz, as micro-ondas são emitidas e absorvidas pelos objetos que estão em seu caminho. Enquanto o metal reflete a energia das micro-ondas, os vidros, cerâmicas, papéis e a maioria dos plásticos deixam que essas ondas atravessem seu corpo. Os alimentos que contêm umidade absorvem bem essa energia. As moléculas de água respondem às micro-ondas mudando de direção rapidamente e causando a fricção que vai gerar o calor. Quanto mais longa for a exposição às micro-ondas, mais quente o alimento ficará, porém sua umidade pode evaporar, fazendo com que se torne seco. Logo, o controle rigoroso do tempo eda porção ideal é um fator importante para uma operação de sucesso. Para evitar possíveis exposições à energia das micro-ondas deve-se tomar as seguintes precauções: Não tentar operar o forno com as portas abertas, o que pode gerar uma grande exposição à energia das micro-ondas. Não colocar nada entre a porta da frente do micro-ondas e o marco dessa porta. Não tentar solucionar eventuais problemas com ferramentas caseiras. Chamar sempre técnicos qualificados para consertar e fazer a manutenção do seu micro-ondas. Além do micro-ondas, os fornos denominados combinados também são uma alternativa eficiente para as cozinhas modernas. Esse tipo de equipamento surgiu no mercado há pouco mais de dez anos e permite que vários alimentos sejam preparados simultaneamente sem transferência de odores de um prato para outro. A vantagem dos grelhados As chapas de grelhar são equipamentos essenciais, extremamente versáteis e recebem prioridade na composição e no layout da cozinha. Com elas pode-se preparar quase todos os ******ebook converter DEMO Watermarks******* itens quentes do café da manhã e também todos os alimentos grelhados do almoço e jantar. Os cozinheiros dizem que as grelhas dão um sabor mais apurado às carnes e explicam que esse sabor vem da fumaça criada por esse método de cocção. As chapas de grelhar modernas têm a vantagem de esquentar com rapidez e transmitir um calor uniforme, sem deixar pontos frios em sua superfície. As chapas maiores podem ser reguladas por zonas, o que possibilita preparar diferentes alimentos ao mesmo tempo. Um exemplo: no café da manhã, com uma chapa de 1,20 m é possível preparar ovos mexidos na parte superior e panquecas na inferior. As chapas de grelhar demoram de 15 a 20 minutos para esquentar. Para economizar energia não se deve deixar a chapa ligada sem estar em uso. A superfície da chapa de grelhar deve ser mantida sempre limpa e livre de partículas de alimentos queimados. O ideal é limpá- la quando estiver morna e não quente. Nessa operação, deve-se espalhar um pouco de óleo ou gordura na chapa e utilizar uma espátula para raspar sua superfície. Em seguida, esfrega-se bem com uma escova de arame ou um bombril. Depois, é só passar um pano úmido e secar. Ao ser desligada, a chapa de grelhar deve ser coberta com uma fina camada de óleo. Carnes Atualmente, as carnes só entram nos grandes estabelecimentos de duas formas: fatiadas e padronizadas ou por peças. No primeiro caso, como já vimos antes, o custo é inicialmente maior, mas o controle é total e evita-se o desperdício. Além disso, as porções padronizadas facilitam o processo de estocagem. No caso da compra por peças (carnes, aves ou peixes), o ideal é que se tenha uma planilha de perdas no momento da limpeza. Um exemplo: um peixe de 3 kg, depois de retirados cabeça, rabo e peles, fica com apenas 1,2 kg. Ou seja, há uma perda de 60%, que pode variar dependendo do tipo de peixe. Isso vale também para aves, outras carnes e frutos do mar. Essas informações são passadas para o setor de custos, para que se tenha um padrão de perdas aceitáveis para cada produto. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Depois de limpas, as peças são porcionadas em função dos cardápios de cada restaurante. Teremos possivelmente porções menores para entradas e outras maiores para o prato principal. O corte e o tamanho das porções para o serviço à la carte também poderão ser diferentes daqueles para bufês. O passo seguinte é entregar as porções aos respectivos setores (no caso dos eventos, deve-se preparar a mise-en-place, dispondo a carne em tabuleiros) ou estocá-las no freezer, cobertas por filme plástico e com etiqueta identificando o produto e a data. Alimentos frios Amaneira correta de manusear, limpar e estocar os alimentos frios, como cenoura, alface, aipo, repolho e outros ingredientes para as saladas, é extremamente importante para que os produtos se mantenham frescos, viçosos e atraentes. Eis a melhor forma de manusear alguns alimentos: Alface As folhas verdes que ficam na parte mais externa e o coração da alface devem ser removidos. Deve-se lavar cuidadosamente folha a folha para garantir a eliminação de impurezas e sujeiras e, em seguida, fazer a imersão das folhas em solução clorada (com concentração de 100 a 200 ppm) durante 15 minutos. Depois as folhas são enxaguadas em água corrente. A seguir, pode-se utilizar uma solução com 2% de vinagre (duas colheres de sopa de vinagre para um litro de água) para remover os últimos resíduos. As folhas são, então, escorridas e guardadas em utensílio com tampa ou coberto com filme plástico. Quando guardadas em sacos plásticos, esses devem ser etiquetados e imediatamente postas na câmara fria. Aquelas estocadas por períodos maiores que um dia devem ser examinadas diariamente, para que ******ebook converter DEMO Watermarks******* sejam removidas as folhas velhas e/ou amareladas. Aipo Requer um tempo maior de lavagem para remover a sujeira que se acumula nas canaletas dos talos durante o período de crescimento. Deve-se cortar as folhas dos talos e o coração duro e descartá-los. Em seguida, repetir o procedimento de higienização mencionado para a alface. Cenoura e rabanete Devem ser lavados com uma escova especial de legumes, depois que os talos e as folhas tiverem sido removidos. Depois de limpos, passados em solução clorada e enxaguados, são levados para secagem e guardados em caixas ou sacos plásticos com etiquetas que indiquem a data da embalagem. Repolho e outros ingredientes para saladas Devem ser colocados na pia ou em um recipiente com água fria, onde possam ser bem-lavados. Depois de limpos, esses produtos também devem ser higienizados antes de serem embalados e guardados nos sacos plásticos com etiquetas que indiquem a data da embalagem. Depois de higienizados duram 24 horas. Frutas frescas Se mantidas em uma refrigeração adequadamente baixa (o mais próximo possível de 0º C e nunca superior a 7º C), podem durar várias semanas. Mas, assim que são retiradas da câmara fria, devem ser usadas logo, porque se deterioram rapidamente. Uma vez cortadas e descascadas, as frutas tendem a ficar com uma coloração escura, quase preta, o que pode ser corrigido se as mergulharmos numa solução de limão e água (uma porção de limão para 10 de água). Esse procedimento devolve às frutas o seu frescor. As frutas cobertas com filme plástico permanecem frescas apenas por 24 horas. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Em muitos casos pode-se usar as sobras de legumes cozidos em sopas, canjas e cassoulets. As sobras dos legumes que são estocadas devem ficar em um recipiente de aço inoxidável, coberto com filme plástico. Essas sobras não devem ser guardadas por mais de dois dias em refrigeração normal. As sobras de legumes que forem usadas em saladas ou sopas devem estar na temperatura ambiente antes de serem misturadas com os outros ingredientes mais quentes. Batatas cozidas ou massas (talharim, lasanha, espaguete etc.) podem perfeitamente, ser acondicionadas em recipientes de aço inoxidável ou de plástico, mas devem estar cobertas com filme plástico, para evitar que desbotem ou ressequem. Não devem ser guardadas por mais de três dias. Se a batata for preparada com ovos ou leite não é recomendável guardá-la por mais de 24 horas. A batata deve ser guardada em recipientes pequenos e rasos para que o calor se dissipe rapidamente quando refrigerada. Sobremesas: manuseio e estocagem ******ebook converter DEMO Watermarks******* Tortas, bolos, pudins e outras sobremesas devem preferencialmente ser servidos no dia em que são preparados. Mas a venda incerta desses produtos muitas vezes origina sobras. As tortas e bolos que não foram fatiados manterão por mais tempo suas qualidades, no refrigerador. As tortas e bolos fatiados devem ser envoltos em filme plástico sem furos ou aberturas e também guardados no refrigerador. Bolos de chocolate ou outros que tenham cobertura tendem a perder o seu frescor com a mudança de temperatura. Para consumo no mesmo dia, o idealé mantê-los em temperatura ambiente. Caso não sejam consumidos, o melhor é descartá-los. As tortas, bolos e bombas de chocolate com recheio de creme devem ficar guardados no refrigerador até serem servidos. As sobras dessas sobremesas que ficaram expostas em temperatura ambiente devem ser descartadas. A importância da refrigeração e do consumo em 24 horas se explica pelo fato de que as sobremesas que levam recheio de creme são muito mais vulneráveis à contaminação por bactérias. Pudins e musses são produtos perecíveis e também devem ser refrigerados até o momento do consumo. As sobras desses produtos devem ser guardadas em pequenos pratos ou potes, cobertas com filme plástico e etiquetadas antes de irem para o refrigerador ou câmara fria. Depois de 24 horas devem ser descartadas. A gelatina não se deteriora rapidamente, a não ser que esteja misturada com frutas ou creme. Deve ser coberta com filme plástico e etiquetada, com indicação da data de preparo, antes de ir para a câmara fria. A melhor política para as sobras ainda é esta: na dúvida, jogue fora. A pequena economia que se tem com a utilização de sobras pode ocasionar consequências desastrosas ******ebook converter DEMO Watermarks******* A caso ocorra uma intoxicação ou envenenamento. Nesse caso, o restaurante será o maior prejudicado e o gerente de A&B e o chef perderão seus cargos. Refrigeração cima de 4º C , os micro-organismos perigosos já começam a se reproduzir, sendo mais rápida a multiplicação quando a temperatura passa de 10º C . Sendo assim, o processo de refrigeração tem que ser rapidamente efetuado em relação aos alimentos pré-preparados, para que se evite uma possível multiplicação. Para isso, deve-se: • Colocar os alimentos pré-preparados em recipientes rasos, no máximo com 10 cm de altura. • Distribuir os recipientes na geladeira ou câmara frigorífica de forma que permita a circulação do ar frio. • Manter os produtos sob refrigeração identificados e com prazo de validade informado, além do nome do fornecedor/fabricante, quando necessário. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Importante: Nas geladeiras ou câmaras frigoríficas, os produtos prontos para consumo ou industrializados devem ocupar as partes superiores. Nas partes mais baixas devem ficar os produtos crus (muito propensos à contaminação), para não haver contaminação cruzada. Fonte: SÉRIE QUALIDADE E SEGURANÇA ALIMENTAR Cartilha 3 – As Boas Práticas II SENAC – Departamento Nacional ******ebook converter DEMO Watermarks******* ******ebook converter DEMO Watermarks******* Congelar e descongelar s câmaras frias guardam alguns dos maiores tesouros da cozinha. Mas guardam também segredos, pois a arte de congelar e descongelar alimentos exige uma série de técnicas e conhecimentos que variam de alimento para alimento. Congelar é um excelente método para preservar os alimentos por longos períodos. Esse tempo, porém, não deve exceder os limites de cada gênero. Isto é, cada produto tem um tempo máximo para permanecer congelado. O produto deve estar perfeitamente acondicionado e a temperatura deve ser constante: – 24ºC. Vamos às técnicas de congelamento e descongelamento dos principais alimentos: Ovos Difíceis de descongelar, por serem extremamente compactos e perecíveis. Se os deixarmos no refrigerador em uma temperatura de 3 a 9º C descongelarão vagarosamente e a gema ficará bastante dura. Se descongelados em uma temperatura mais alta, de 10 a 15º C, ficarão expostos às bactérias em sua casca. Ovos não devem jamais ser descongelados em temperatura ambiente. O primeiro passo é pôr o recipiente com os ovos congelados em uma pia cheia de água fria. A água deve estar no nível do recipiente, sem cobri-lo. Se a pia tiver suspiro, deve-se deixar a água escorrer durante o tempo do descongelamento. Carnes e peixes As carnes porcionadas que não tenham mais de 1,5 cm de espessura, macias e que normalmente requerem pouco tempo de descongelamento, podem ser preparadas ainda congeladas. Hambúrgueres, filés até 170 g e bifes à milanesa são exemplos para esse tipo de procedimento. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Carnes com mais de 1,5 cm de espessura e que requerem um período mais longo de cozimento devem entrar no processo de descongelamento antes de serem preparadas. Os pedaços grandes de carne de boi – como peças inteiras de filé-mignon, maminha, alcatra e picanha – devem ser descongelados antes de irem para o forno. Geralmente as carnes são retiradas da câmara fria e descongeladas na geladeira. O filme plástico que protege a carne armazenada na câmara fria não deve ser retirado quando a carne for posta na geladeira. Em temperaturas normais (0 a 4ºC), a carne pode ser descongelada e usada em até cinco dias. Muitos restaurantes guardam a carne por períodos longos, controlando cuidadosamente sua temperatura e umidade, para evitar o envelhecimento. Carnes envelhecidas permitem a ação das enzimas dentro de suas fibras e tecidos, gerando mudanças no gosto, aparência e textura. Carnes e peixes devem ser congelados até no máximo 24 horas depois de serem manipulados. Exceção à regra é a carne de boi, que tem uma vida útil bem maior e pode ser guardada na geladeira por mais tempo. A carne de boi fresca dura até dois dias na geladeira. Costelas e steaks, até cinco. Pedaços pequenos de carne e de fígado de galinha devem ser colocados em plásticos hermeticamente fechados e em seguida congelados. O peixe pode ser guardado em recipientes plásticos ou sacos plásticos hermeticamente fechados, etiquetados e postos no freezer. O filé de peixe pode ser guardado empilhado em várias camadas, intercaladas por papel encerado, para que possam ser separadas na quantidade necessária na hora de descongelar. A mesma técnica vale para os bifes de carne bovina ou suína. Legumes Alguns legumes contêm muita água. Nesse caso, devem ser descongelados antes de serem cozidos. Quando os legumes não têm muita água, são cozidos congelados. De maneira geral, os legumes congelados se separam facilmente quando retirados dos sacos plásticos e a maior parte pode ser cozida sem ter que passar pelo processo de descongelamento, indicado mesmo só quando os legumes estão grudados e duros. Bolos e tortas Devem permanecer congelados até serem usados. Uma vez descongelados, não podem voltar a ser congelados. Os bolos e tortas que serão servidos frios devem ser removidos do freezer ou da câmara fria três ou quatro horas antes de serem consumidos, devendo ser ******ebook converter DEMO Watermarks******* A descongelados na geladeira. Os bolos que serão consumidos à temperatura ambiente devem ser deixados fora da geladeira ou do freezer por duas ou três horas antes de serem servidos. O produto deve permanecer no recipiente original o maior tempo possível, para não ressecar. Ao servir bolos e tortas frios, deve-se fatiar apenas as porções que serão consumidas. As porções fatiadas devem ser guardadas na geladeira até o momento de serem servidas. As tortas que são esquentadas ou assadas antes de serem servidas devem ser tiradas do freezer e colocadas diretamente no forno. Essas tortas nunca devem ser descongeladas na temperatura ambiente. Para saber mais seguir transcrevo trechos retirados de cartilhas produzidas pelo Senac (Departamento Nacional), com apoio do Senai, Sesi, Sebrae, Sesc e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, para orientar os processos de congelamento e descongelamento seguros, dentro do que prevê o sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC). Congelamento O congelamento evita a multiplicação dos micro-organismos. Entretanto, se o mesmo for demorado, os micro-organismos ou bactérias podem se multiplicar, especialmente no interior do produto. Para que o congelamento de matérias-primas ou de alimentos prontos seja mais rápido, devem ser adotados os seguintes procedimentos: – Colocar os produtos em recipientes rasos com altura máxima de 10 cm. Não se deve colocar volumes maiores que o recipiente porque o centro do alimento demoraa congelar e os micro-organismos podem se multiplicar. – Distribuir os recipientes para congelar, não colocando um sobre o outro, de forma que o frio circule em toda a volta dos mesmos. Em caso de necessidade, faz-se sobreposição em cruz, desde que o recipiente seja retangular e que permita espaço mínimo de 5 cm entre o alimento e o fundo do recipiente sobreposto. Descongelamento ******ebook converter DEMO Watermarks******* No descongelamento, acontece o inverso do congelamento. A temperatura fica logo mais alta na superfície (por isso os micro-organismos podem se multiplicar), enquanto no interior o produto ainda está congelado. Para a etapa de descongelamento, é importante verificar alguns pontos: – O descongelamento deve ser feito em ambiente refrigerado com temperatura ao redor dos 4ºC, com tolerância para até 10ºC (em câmara frigorífica ou geladeira). É o procedimento mais indicado e seguro, pois mantém as características próprias do produto. – O descongelamento pode ser iniciado à temperatura ambiente ou sob água corrente, mantendo-se o alimento fechado em uma embalagem plástica. Em qualquer um desses processos, a temperatura de superfície do produto deve ser acompanhada para que, ao atingir entre 3 e 5ºC, o alimento seja colocado sob refrigeração (em torno de 4ºC), para que o descongelamento se complete. – Sempre que possível, utilizar o forno de micro-ondas para o descongelamento ser mais rápido. – Pedaços (ou peças) com até 1,5 kg podem sofrer cocção direta sem ter que passar pelo descongelamento. Atenção: – Em relação aos pescados, o preparo deve ocorrer após o término do descongelamento. – Já no caso de carnes, o preparo pode ocorrer até três dias depois, desde que estejam mantidas em temperatura de 4ºC, com tolerância para até 10ºC. ******ebook converter DEMO Watermarks******* ******ebook converter DEMO Watermarks******* ******ebook converter DEMO Watermarks******* O espaço, os profissionais e suas funções Rotina e operação de restaurante Utensílios e equipamentos Tipos de serviços A importância de um bom ambiente Mobiliário Iluminação Som e temperatura Princípios de excelência Princípios gerais de higiene Talento para gerenciar a qualidade Em busca da fidelização Cultura alimentar Mais algumas informações sobre restaurantes ******ebook converter DEMO Watermarks******* O espaço, os profissionais e suas funções uando uma pessoa decide ir a um restaurante, não está pensando somente em se alimentar. O cliente também está em busca de um bom ambiente, prestígio e atenção – o que inclui serviço impecável, limpeza e, claro, excelente comida. É o efeito combinado de todos esses elementos que vai influenciar a satisfação do cliente. Comer fora é uma experiência total, que passa não só pelo paladar, mas por todos os outros sentidos. E cabe ao gerente de Alimentos e Bebidas satisfazer plenamente os desejos dos clientes sem perder de vista as metas de venda e rentabilidade. Para isso, além de dominar bem as ferramentas de marketing, ele deve utilizar eficientemente as habilidades de liderança e gerenciais. Também cabe ao gerente de A&B coordenar e distribuir todo o pessoal envolvido no atendimento ao cliente. Depois de abordar os aspectos relacionados ao funcionamento da cozinha e sua respectiva equipe, passamos ******ebook converter DEMO Watermarks******* agora para o detalhamento de toda a estrutura de sala e bar. O ideal é apresentar os cargos relacionados a esses setores, com suas respectivas funções. O ponto de partida é o organograma, que pode variar de restaurante para restaurante, de hotel para hotel, mas que, de maneira geral, se apresenta da seguinte forma: Apresentado o organograma básico, vamos à descrição dos cargos. Maître executivo Reporta-se diretamente ao gerente de Alimentos e Bebidas e chefia todos os funcionários do ******ebook converter DEMO Watermarks******* setor de restaurante. Normalmente, o maître executivo responde pelo restaurante principal do hotel. Ele pode ou não supervisionar os maîtres de outros restaurantes. Objetivos principais Supervisão das condições de higiene e limpeza das instalações dos restaurantes e locais de armazenamento, proporcionando sempre um ambiente limpo e agradável aos clientes. Administração econômica do setor subordinado, através da utilização racional dos suprimentos, controle rigoroso dos par stocks (estoques fixos) de louças, pratarias, copos, roupa etc., e aproveitamento ideal do quadro de funcionários. Formação e treinamento contínuo dos funcionários subordinados, baseando- se nas descrições de cargos, fluxogramas, normas e procedimentos estabelecidos no manual de A&B e no manual de Boas Práticas para serviços de alimentação. Responsabilidades principais Administrar, conduzir e coordenar todo o serviço do setor de restaurantes, segundo as diretrizes acordadas com o gerente de A&B e conforme o conceito de exploração do hotel, zelando para que: – O atendimento aos clientes seja cortês e eficiente. – A lucratividade do setor seja assegurada, através de vendas sempre crescentes. – Os custos sejam considerados e controlados. – As instalações e os aparelhos sejam tratados cuidadosamente, a fim de preservar o seu valor. Controlar o desempenho dos funcionários do setor e delegar tarefas de supervisão segundo as necessidades. Analisar em conjunto com o gerente de A&B e o chef as ofertas da concorrência e opinar no âmbito de suas responsabilidades, no planejamento da oferta do setor de restaurantes. Organizar e controlar em conjunto com um funcionário do departamento financeiro o levantamento mensal do inventário operacional, segundo as instruções e os procedimentos estabelecidos pelo gerente-financeiro. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Tarefas principais Preparação Informar-se junto ao chef sobre as sugestões do dia e a oferta que deve ser vendida com mais ênfase. Preparar um estoque de vinhos adequado, conforme a relação de oferta e demanda do restaurante. Reunir todos os funcionários do restaurante antes do início do serviço para dar informações sobre a oferta variável, sua preparação e composição. Controlar a apresentação das mesas, a arrumação do ambiente e a preparação adequada da mise-en-place. Controlar a aparência e a higiene pessoal dos funcionários do setor. Atendimento Receber,cumprimentar e acompanhar os clientes que chegam. Anotar os pedidos de comidas e bebidas dos clientes, dando sugestões e as informações necessárias. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Coordenar o atendimento dos garçons e cumins desde o serviço de couvert, até o serviço de café. Supervisionar os procedimentos de cobrança, a fim de evitar qualquer erro. Agradecer a visita e acompanhar os clientes até a saída do restaurante. Atender a todas as queixas dos clientes, tomando as providências necessárias no âmbito de sua competência. Controle Supervisionar o atendimento e o desempenho de todos os funcionários do setor. Verificar a apresentação e o porcionamento dos pratos, providenciando, em conjunto com o chef, as devidas correções. Controlar a apresentação da oferta preparada pelo barman. Controlar e reportar à gerência diariamente as vendas de comidas e bebidas e o número de couverts servidos. Anotar no log book (livro de ocorrências) qualquer queixa dos clientes e/ou ocorrências com clientes e/ou funcionários que precisem de uma intervenção da gerência. Planejamento Entrevistar todos os funcionários a serem contratados para o seu setor. Avaliar o desempenho dos seus funcionários. Elaborar escalas de serviço, folgas e férias dos seus funcionários. Planejar e executar o treinamento contínuo da sua equipe. Fazer as requisições de reposição de suprimentos e utensílios para o dia seguinte, de acordo com os par stocks estipulados. Participar das reuniões semanais do setor de A&B. Sommelier Participa de todo o processo relacionado ao serviço de vinho no restaurante. É um cargo geralmente encontrado nos restaurantes principais dos hotéisde grande porte e em restaurantes finos. Junto ao cliente, ele atua logo após o maître ter anotado o pedido. Cabe ao sommelier sugerir o consumo de vinhos, indicando o que melhor acompanha a refeição solicitada. Após a indicação e a aceitação por parte do cliente, ele leva a garrafa até a mesa, faz a apresentação e inicia o processo de abrir e servir o vinho. Muitos sommeliers utilizam um pequeno provador de prata, normalmente num colar de prata. Antes de oferecer ao cliente ******ebook converter DEMO Watermarks******* para a prova do vinho, faz a degustação. Se ficar satisfeito, passa então ao cliente para provar. Responsabilidades Orientar a compra e a organização dos estoques de vinhos. Elaborar a carta de vinhos. Dar orientação aos clientes. Servir vinhos aos clientes. Atender às reclamações dos clientes. Controlar o inventário de vinhos. Controlar os materiais permanentes, equipamentos e utensílios relacionados ao serviço de vinho. Zelar pela conservação e manutenção dos equipamentos e materiais do seu departamento. Substituir o maître quando necessário. Orientar seus funcionários. Chefe de fila de restaurante Reporta-se diretamente ao maître executivo e chefia garçons e cumins. Objetivos principais Oferecer um atendimento cortês e eficiente aos clientes, cumprindo o alto padrão de serviço estabelecido pela gerência do hotel. Cumprir as normas,os procedimentos e as tarefas estabelecidos no manual de A&B e no manual de Boas Práticas para serviços de alimentação. Responsabilidades principais Supervisionar o atendimento e o desempenho dos garçons e cumins da casa. Coordenar as tarefas no âmbito de suas responsabilidades. Substituir o maître de restaurante durante sua ausência. Colaborar com toda a equipe da casa, a fim de satisfazer os clientes e ******ebook converter DEMO Watermarks******* cumprir as diretrizes estabelecidas para o setor. Tratar as instalações e os aparelhos cuidadosamente, a fim de preservar seus valores. Tarefas principais As mesmas do maître, a quem substitui, em caso de ausência, e com quem colabora, quando necessário. Hostess Reporta-se diretamente ao maître executivo e tem como principal objetivo oferecer um atendimento eficiente e cortês aos clientes. No Brasil, essa função é exercida de forma incompleta, pois a hostess se limita a receber os clientes na porta do restaurante, quando deveria assumir todas as tarefas relacionadas abaixo: Responsabilidades principais Recepção aos clientes. Criação de um arquivo de clientes habituais e VIPs. Supervisão e coordenação de atendimento aos clientes em relação à solicitação de reservas. Criação de um ambiente aconchegante, conforme o conceito elaborado pela gerência de Alimentos e Bebidas. Tarefas principais Receber, cumprimentar e acompanhar os clientes do restaurante. Atender às solicitações de reservas durante o seu expediente. Coordenar as solicitações de reservas em relação a horários e ocupação de mesas. Colaborar com o maître e os funcionários do restaurante. Auxiliar no levantamento mensal do inventário operacional. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Garçom/garçonete Reporta-se diretamente ao maître e tem como principal missão oferecer um serviço rápido, eficiente e atencioso aos clientes do restaurante. Para isso, deve preencher alguns requisitos básicos e cumprir as normas, os procedimentos e as tarefas estabelecidos nos manuais de A&B e de Boas Práticas para serviços de alimentação. Responsabilidades principais Atendimento aos clientes do restaurante e/ou bar no que se refere ao serviço de comidas e bebidas. Arrumação impecável das mesas e do ambiente do restaurante e/ou bar. Preparação da mise-en-place e montagem das mesas e bufês, segundo as instruções de seu superior. Tratar as instalações, os aparelhos e equipamentos do setor com a maior cautela, a fim de preservar os seus valores. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Tarefas principais Apresentar-se ao maître no horário estipulado, já uniformizado(a). Preparar as diferentes mise-en-places e montar as mesas segundo as instruções do seu superior. Preparar os utensílios de trabalho da cozinha e copa e organizar o seu local de trabalho. Conservar a praça de serviço, mantendo-a sempre limpa e livre de objetos desnecessários. Praça, em um restaurante, significa o conjunto de mesas sob a responsabilidade de um garçom ou garçonete. Servir o couvert. Anotar o pedido de alimentos. Fazer e retirar todos os pedidos (cozinha e bar). Servir os alimentos e as bebidas. Transmitir qualquer reclamação ou comentário dos clientes a seu superior, a fim de que sejam tomadas as providências necessárias. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Participar das reuniões do setor. Auxiliar no levantamento mensal do inventário operacional do restaurante e/ou bar. Limpar equipamentos e utensílios de trabalho. Preparar aparadores e mesas auxiliares. Organizar carrinhos de bebidas, frios e sobremesas. Conferir a nota, apresentá-la ao cliente e cobrar. Executar qualquer outra tarefa, segundo as instruções de seu superior. Pré-requisitos para a função Para exercer de forma eficiente sua função, é recomendável que os garçons/garçonetes tenham boa apresentação e higiene e razoável conhecimento sobre os seguintes tópicos: História do restaurante e/ou bar. Organograma dos departamentos do restaurante e do setor de A&B, com seus respectivos cargos e tarefas. Organização física do restaurante, do bar e da copa. Aparelhos e utensílios do salão. As bebidas do bar. A carta de vinhos. Os pratos do cardápio e suas possíveis alterações. Os ingredientes e a montagem de cada prato do cardápio. Segurança no trabalho e prevenção de incêndio. Língua portuguesa (escrita e falada). Os principais condimentos e produtos alimentares. As principais técnicas de produção de alimentos. Organização da cozinha. Operações e controles do caixa. Normas de conduta do estabelecimento. Cumim Ésubordinado ao maître e ao supervisor do restaurante. Assim como o garçom, tem como principal missão oferecer um serviço rápido, eficiente e atencioso aos clientes da casa. Responsabilidades principais ******ebook converter DEMO Watermarks******* Auxiliar os garçons a servir a oferta de comidas e bebidas aos clientes do restaurante e bar, de acordo com as normas e os procedimentos estabelecidos nos manuais de A&B e de Boas Práticas para serviços de alimentação. Tratar as instalações, os aparelhos e utensílios do setor com a maior cautela, a fim de preservar os seus valores. Tarefas principais Apresentar-se ao maître ou supervisor do restaurante no horário estipulado, já uniformizado. Auxiliar na preparação das diferentes mise-en-places e na arrumação das mesas, segundo as instruções de seu superior. Preparar os utensílios de trabalho da cozinha e copa e organizar o seu local de trabalho. Ajudar aos garçons a: – Servir os diferentes pratos, desde o couvert até o café. – Servir as bebidas. – Limpar as mesas entre os diferentes serviços de pratos (couvert, entrada, prato principal, sobremesa e café). – Montar a mise-en-place das mesas durante o serviço. – Conservar as praças de serviço sempre limpas e arrumadas. – Participar das reuniões do setor. – Auxiliar no levantamento mensal do inventário operacional do restaurante. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Rotina e operação uando se trata de encantar o cliente, todos os detalhes devem ser levados em conta. O que significa dizer que o trabalho no restaurante começa muito antes do primeiro cliente sentar-se à mesa e fazer seu pedido. Tudo deve ser planejado e arrumado minuciosamente, para evitar (ou pelo menos minimizar) o risco de imprevistos. Como no teatro, existe um script que deve ser seguido à risca desde o momento em que o cliente entra no restaurante até o momento em que ele sai. A chamada mise-en-place é uma etapa vital nesse processo, pois inclui todas as tarefas relacionadas à preparação dos utensílios, equipamentos e produtosque vão atender às necessidades do cliente. São muitas as providências. E os menores detalhes, se esquecidos, podem comprometer seriamente o atendimento. Exemplo: o garçom tira o pedido de um crepe suzette, uma sobremesa flambada à frente do cliente em um réchaud. Depois de montar o réchaud, o garçom percebe, ao tentar acender a espiriteira (recipiente onde se coloca o álcool para queimar e formar uma chama capaz aquecer a preparação), que não há álcool. Ele sorri amarelo para o cliente, pede desculpas e sai para buscar álcool. Chega ao aparador e percebe que não tem álcool. Entra na copa desesperado e pede álcool. O copeiro diz que o que restava na última garrafa foi usado para limpar os talheres. O garçom volta à mesa, com um sorriso agora amarelíssimo, pede desculpas novamente, e diz que não poderá fazer a sobremesa ali pois não tem álcool para flambar, mas pode prepará-la somente na cozinha. Com isso, não só deixamos de encantar o cliente, como também o decepcionamos. Outro exemplo: um cliente entra no restaurante e pede uma mesa para duas pessoas. O maître indica uma mesa aconchegante e discreta, para preservar ao máximo sua privacidade. Puxa a cadeira da senhora, traz o cardápio e… quando ele é aberto, cai um pedaço de alface no colo da cliente, que estreava um vestido. Para evitar constrangimentos desse tipo, existe um recurso muito simples, conhecido como checklist. O ideal é que cada restaurante desenvolva um (ou vários) checklist, baseado em suas especificações e peculiaridades. E ele deve ser dinâmico, pois estamos sempre acrescentando ou excluindo detalhes. Para facilitar a checagem de todos os itens, cada setor deve também desenvolver checklists específicos, pois a cozinha, o bar, o salão, a caixa e outros setores têm diferentes rotinas. Há duas formas de usar o checklist:você pode utilizá-lo durante a montagem da mise-en- place, para ir lembrando dos itens; ou pode executar a montagem e depois usá-lo somente ******ebook converter DEMO Watermarks******* como uma verificação de que nenhum detalhe foi esquecido. Melhor ainda é misturar as duas opções, para que seu trabalho seja o mais profissional possível. Checklist básico de salão Mesas limpas e alinhadas. Moletom limpo e esticado (usado sob a toalha, para amortizar ruídos). Toalha limpa, centralizada, sem manchas ou furos, e/ou jogos americanos limpos, sem manchas e secos. Guardanapos dobrados e limpos nas mesas. Cadeiras limpas e alinhadas. Almofadas das cadeiras limpas e sem manchas. Piso limpo, seco e encerado ou com carpete limpo e sem manchas. Paredes limpas e sem marcas de mão ou gordura ou outras manchas. Quadros alinhados e limpos. Talheres alinhados, limpos e sem manchas. Cardápios limpos e em ótimo estado. Copos alinhados, limpos e sem manchas. Cinzeiros limpos (na área de fumantes). Pratos-base (show plate) limpos e alinhados. Decoração da mesa centralizada e em perfeito estado. Aparadores limpos e completos, com: – Ménage (conjunto de saleiro e pimenteiro) montada. – Talheres limpos e sem manchas. – Pratos limpos e sem manchas ou quebras. – Copos limpos e sem manchas. – Guardanapos dobrados. – Toalhas limpas. – Panos de serviço limpos. – Panos de copa limpos. – Álcool. – Talco para retirar gordura da roupa. – Comandas. – Canetas com carga e em bom estado. De preferência, com a marca do estabelecimento. Não há nada pior do que solicitar ao cliente que assine a nota usando uma caneta da concorrência. – Cardápios limpos e atualizados. – Bandejas limpas e com forro. – Escova (feiticeira) para migalhas de comida. – Lixeira em local reservado, com pedal e saco de lixo novo. – E muitos outros itens, como pegadores de gelo, moedores de pimenta, baldes para vinho, jarras de água, galheteiros, cafeteiras, bules de café, espátulas para bolo, bules de chá, bandejas, suporte para as bandejas, baldes para uso variado, números para as mesas etc. ******ebook converter DEMO Watermarks******* ******ebook converter DEMO Watermarks******* Utensílios e equipamentos qualidade dos suprimentos, dos utensílios e dos equipamentos certamente vai influir no produto oferecido ao cliente e no nível de serviços do restaurante. Por isso, comprar é muito mais do que pegar o telefone e fazer um pedido. Além do preço e da qualidade, é preciso levar em conta muitos outros fatores. A manutenção é um deles. No caso de copos, por exemplo, devemos nos perguntar antes como vamos lavá-los (temos racks apropriados?) e onde vamos estocá-los. São preocupações simples, mas que podem evitar grandes prejuízos. É também uma questão de coerência: assim como pratos e copos caros não são usados em um restaurante fast-food, não se pode usar pratos e copos comuns em um restaurante de categoria ou cinco estrelas. Além de facilitar o inventário e a reposição, uma padronização ajuda os funcionários a não se confundirem com a louça e os copos a serem usados nos diferentes serviços. Sob a supervisão do gerente de A&B e do maître, os funcionários do restaurante devem criar hábitos para que haja uma limpeza eficiente e manutenção constante de todos os itens, garantindo a satisfação dos usuários. Nada pior que garfos tortos, talheres mal-lavados e louça quebrada ou lascada. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Uma preocupação importante são as quantidades necessárias de utensílios como pratos rasos e fundos, talheres, copos, xícaras, pires, açucareiros, toalhas, guardanapos etc.É lógico que isso pode variar de casa para casa, mas o ideal é que o número de peças corresponda a uma vez e meia o número de lugares (ou mesas, no caso do açucareiro) no restaurante, além de 10% de reposição, que fica no almoxarifado. Ou seja: se um restaurante tem 100 lugares, deve ter 150 pratos prontos para o uso e mais 15 no almoxarifado. À medida que o inventário das peças for indicando as perdas, elas vão sendo repostas. Normalmente, a perda mensal aceitável gira em torno de 2% da receita do setor. O percentual de perda é um termômetro eficaz para se medir o nível de satisfação dos funcionários. Se eles estão insatisfeitos, as perdas tendem a aumentar consideravelmente. Essas perdas de utensílios e equipamentos são medidas a partir do par stock (estoque fixo), que é uma lista contendo todos os itens do setor e o número de itens existentes. A partir dessa lista são feitos os inventários, que mensalmente são checados para que as peças que faltam sejam repostas e as excedentes devolvidas. Você pode estranhar: peças excedentes? ******ebook converter DEMO Watermarks******* Sim, elas existem. Podem vir de outro restaurante, ou do bar, ou do serviço de quarto, e devem voltar ao local de origem. Em alguns estabelecimentos vamos encontrar um tipo de louça para cada restaurante. Isso facilita muitíssimo o controle, mas há, nesses casos, um custo operacional muito mais alto. A padronização das louças torna bem mais econômico o processo de reposição. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Tipos de serviços xistem vários tipos de serviços para atendimento aos clientes de um restaurante ou banquete. A terminologia muda de tempos em tempos e atualmente os serviços mais utilizados são os seguintes: Empratado (ou à americana) O prato é montado na cozinha e servido na mesa do cliente. É um serviço simples e rápido, que está se tornando bastante popular nos banquetes, pois facilita muito a tarefa dos garçons. À francesa O garçom serve o cliente diretamente da bandeja. As bandejas são preparadas na cozinha, considerando o número de pessoas em cada mesa. Todos os itens são dispostos separadamente, com base nas quantidades estipuladas antecipadamente pelo chef. Nesse tipo de serviço, o ideal é que os garçons formem duplas – o primeiro serve a carne e o segundo, a guarnição. Bufê A mesa é montada com pratos quentes e frios. O sucesso desse tipo de serviço depende da apresentação dos diversos pratos. Em banquetes é uma boa opção, pois satisfaz grande parte dos convidados, seja pela variedade de pratos, seja pela possibilidadede se servirem várias vezes com discrição. À inglesa indireto É um serviço mais elegante, elaborado para eventos de até 30 pessoas. O maître monta os pratos diante dos convidados, depois de ter apresentado a bandeja. Para esse tipo de serviço, é fundamental que se tenha um carrinho, guéridon ou cavalete móvel que possa ser colocado diante da mesa a ser servida. À inglesa direto As bandejas são apresentadas aos clientes e em seguida postas sobre a mesa. Os clientes montam seus próprios pratos, passando as bandejas entre si. À diplomata ******ebook converter DEMO Watermarks******* E O alimento é posto na bandeja e apresentado aos clientes pelo garçom. A diferença em relação ao serviço à inglesa é que as bandejas não vão para a mesa. Os garçons as seguram, de forma a auxiliar a pessoa que está se servindo. À russa (ou serviço de cocktail) Os alimentos são colocados em bandejas e servidos em seguida aos clientes, que estão em pé. Técnicas de réchaud m bom português, réchaud é traduzido como fogareiro ou aquecedor. Expressões que não combinam muito com um equipamento artesanal de origem francesa, geralmente em prata ou aço inox, composto por duas peças: uma base e uma frigideira. Ele é usado na preparação de pratos à frente dos clientes, em restaurantes finos do mundo inteiro. Do réchaud podem sair preparações culinárias como massas, crustáceos, aves, peixes, carnes, omeletes e sobremesas. E, quando se opta pelo uso desse tipo de equipamento, a mise-en-place é fundamental. Depois da perfeita higienização dos equipamentos e utensílios, o procedimento é o seguinte: – Forra-se o guéridon (mesa de apoio) com uma toalha ou napperon (guardanapo grande). – Põe-se o réchaud na parte central superior do guéridon. – Os talheres,garfos e colheres de mesa (que vão fazer os alicates) são postos sobre um prato, no canto direito superior do guéridon. – Abaixo dos talheres (alicates) depositam-se os pratos que serão utilizados para servir os alimentos preparados. – Na parte central inferior do guéridon (prateleira) fica o alimento a ser preparado. – No canto superior esquerdo do guéridon localizam-se os condimentos. – Abaixo ou junto dos condimentos ficam as guarnições ou os ingredientes que entram na composição dos pratos. – As bebidas a serem utilizadas são colocadas no canto inferior esquerdo do guéridon, para que se evite o contato com o fogo e com os efeitos do calor. Antes de iniciar a preparação de determinado prato no réchaud, o garçom deve checar a mise-en-place, a receita e a existência dos ingredientes que fazem parte dela, verificando se todos os utensílios e condimentos estão nos devidos lugares. Desse ******ebook converter DEMO Watermarks******* trabalho de checagem depende o bom desenvolvimento do serviço, pois o responsável por ele não poderá se ausentar após ter iniciado a execução da receita. O profissional deve executar todo o serviço mantendo o corpo ereto, movimentando as mãos de maneira coordenada e precisa. A colocação dos ingredientes na frigideira e a dosagem dos temperos exigem muita atenção, já que o garçom não pode provar o alimento. Diversos pratos preparados no réchaud devem ser flambados. A técnica de flambar consiste em aquecer inicialmente a borda da frigideira, pondo em seguida a bebida para flambar (mais comumente se usa conhaque, rum, vodca, uísque ou licor) e voltando a frigideira à posição original, lentamente, para que a chama do réchaud efetue a flambagem desejada. Existem pratos que são servidos logo após a flambagem. Nesse caso, é aconselhável servi-los com a chama, o que dará maior beleza ao prato e maior requinte ao serviço. Por suas características, o trabalho com o réchaud deve ser feito sob rígidas normas de segurança. Um pequeno descuido poderá provocar acidentes bastante sérios. O profissional precisa conhecer muito bem o funcionamento e a utilização de todos os utensílios e equipamentos, que devem estar em perfeito estado. Nos réchauds, utiliza-se geralmente o álcool como combustível, mas existem também equipamentos ******ebook converter DEMO Watermarks******* que funcionam a gás. Alguns procedimentos básicos garantem a segurança: – Desobstruir a válvula de segurança do réchaud na ocasião do reabastecimento, para haver passagem livre dos vapores que são formados quando do aquecimento do combustível. – Ao reabastecer o equipamento, evitar que o combustível transborde. – Verificar a firmeza na colocação do pavio, bem como no encaixe do tubo que liga o combustível ao pavio. – Ajustar e firmar a trempe ou peça de apoio para as frigideiras, nos encaixes da unidade-base. – Nos carrinhos com fogareiro a gás, tomar o máximo cuidado quanto a possíveis vazamentos de gás durante o manuseio. Verificar os encaixes das mangueiras no registro do botijão e no fogareiro, bem como o ajuste das braçadeiras. – Ao usar álcool ou bebidas alcoólicas durante o trabalho, colocá-lo em local distante do calor e do fogo. – Evitar sair do local durante o preparo de um prato em réchaud. – Manter-se permanentemente atento ao serviço. – Ao preparar um prato em réchaud, o profissional não deve se abaixar. Se, por acaso, algum utensílio cair no chão durante a preparação, outro profissional deverá apanhá-lo. – Se, apesar de todos os procedimentos citados, algum tipo de incêndio ocorrer durante o trabalho de réchaud, deve-se procurar manter a calma e utilizar um pano ou uma toalha molhada para abafar a chama. Em casos de maior proporção, usar extintores e outros equipamentos adequados. ******ebook converter DEMO Watermarks******* A importância de um bom ambiente omo já foi dito na abertura deste capítulo, um bom ambiente é fundamental para o sucesso de um restaurante. E a criação desse ambiente muitas vezes também depende do gerente de A&B, especialmente quando se trata da abertura de hotéis e restaurantes. Nesse caso, as suas opiniões são muito valiosas para o setor de compras no momento da escolha dos equipamentos e elementos que vão compor a cozinha, os restaurantes e os bares. Todo cliente gosta de estar e ser visto em ambientes bonitos e aconchegantes. Uma decoração correta é sempre importante para criar esse cenário e satisfazer o público-alvo. A preocupação com a ambientação é ainda maior em estabelecimentos que adotam cozinhas ou ******ebook converter DEMO Watermarks******* serviços típicos de outros países ou regiões. Uma cantina italiana, um restaurante francês, um pub londrino ou uma cervejaria com pretensão de citar o clima da Alemanha devem ter mobiliário, quadros, uniformes dos garçons, objetos decorativos, cores e outros itens ajustados à proposta do ambiente. Há cantinas típicas do sul da Itália que se caracterizam pela exposição exagerada de fotos, quadros, objetos, bandeiras e outros itens. Em algumas delas, até o teto é usado para pendurar provolones, mortadelas, garrafas de vinho e camisas de clubes de futebol. Tudo isso cria um clima alegre, informal, descontraído, folclórico – e os resultados são excelentes. Já os restaurantes que investem nos pratos do norte da Itália têm uma decoração mais discreta. Os franceses se dividem, mais comumente, entre os bistrôs, cuja decoração é mais intensa, quente e informal, e os restaurantes mais sofisticados, com decoração refinada. Quanto mais clássico o estabelecimento, mais requintada deve ser a decoração. Não é o caso dos típicos cafés parisienses, onde é comum o toldo externo e portas ou aberturas que integram o ambiente interno ao externo, onde ficam mesinhas e cadeiras estilizadas para quem quer apenas tomar um café. Da França vamos até a Inglaterra, com uma de suas marcas registradas: os pubs. Em seus ambientes fechados, recomendam-se muita madeira escura, balcões grandes, quadros típicos, miniaturas ou objetos pendurados nas paredes, torneiras com back light para tirar chope e prateleiras com grande variedade de marcas de uísque. Os mais luxuosos usam emblemas heráldicos e poltronas de couro. Outros elementos, como jogos de dardos e caixas demúsica movidas a fichas, podem ajudar a criar o clima. Dos Estados Unidos vem um tipo de decoração que está conquistando adeptos em todo o mundo. É a que privilegia o visual clean, o preferido dos estabelecimentos que se dizem modernos. Trata-se de uma estética mais típica de Nova Iorque, que inclui entre as principais características o uso de balcões de mármore, toalhas de linho brancas, corrimões de latões e quadros despojados e abstratos. Mas, para muitos brasileiros, esses ambientes parecem frios e não transmitem intimidade, como os de origem europeia. A maior parte da clientela brasileira prefere os ambientes que seguem as tendências da Itália e as da França e prioriza ambientes quentes e tradicionais. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Nos casos de restaurantes que não têm serviço ou cozinha típicos de outros países, valem o bom-senso, o bom gosto e, claro, o bom conhecimento do público-alvo. Muitas vezes, cabem adaptações em função das características do local onde se situa o estabelecimento. É o caso de cidades históricas, de regiões com forte apelo cultural, pontos turísticos, vilas à beira-mar. Desde a construção ou reforma do restaurante até a decoração, cada casa deve procurar se integrar e se identificar com essas características. Isso pode ser feito a partir de quadros e objetos que lembrem a região, sua cultura, seu povo, sua produção e seu modo de vida. Um exemplo: restaurantes de frutos do mar, quase sempre localizados em cidades litorâneas, fazem mais sucesso quando têm nas paredes objetos relacionados ao mar, à pesca, à navegação. Da mesma forma, em cidades mais procuradas no inverno, como Campos do Jordão, Petrópolis ou Gramado, a decoração deve ter relação com o clima frio das montanhas. E em cidades históricas como Parati, Ouro Preto e Salvador, sempre que possível devem ser incluídos elementos e objetos que remetam ao casario, à cultura, aos tempos do Brasil Colônia. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Mas, é bom deixar claro que não existem regras rígidas e que mesmo um restaurante que não siga nenhuma das orientações citadas pode ter uma excelente clientela. A partir de minha longa experiência na área posso garantir que esses casos serão sempre exceções. A mensagem mais importante, aqui, é que o sucesso de um restaurante vai depender não apenas da qualidade de seus pratos e serviço, mas também de seu ambiente, que deve ser acolhedor, passar calor humano. É o ambiente que ajuda a criar a identidade do estabelecimento junto ao cliente. E, como veremos a seguir, nem só de uma decoração adequada são feitos os melhores ambientes. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Mobiliário escolha do mobiliário de um restaurante exige muitos cuidados. Vários itens devem ser levados em conta: custo, estilo, conforto, durabilidade, facilidade de limpeza, manutenção e dimensões. Móveis baratos e pouco resistentes podem precisar de reposição em pouco tempo, o que, no final das contas, acaba saindo mais caro. Eles devem ter o mesmo estilo e estar harmoniosamente integrados à decoração. Se o assunto é conforto, todos os detalhes devem ser observados. A altura da mesa e da cadeira é o primeiro deles. A distância entre elas deve ser adequada e não se pode esquecer que as pessoas têm diferentes tamanhos. Há cadeiras cujas pernas dificultam a movimentação do cliente ou funcionário, comprometendo também o equilíbrio e a segurança do serviço oferecido ao cliente. Outras estragam as meias das mulheres, levando-as a amaldiçoar o local. Devem ser evitadas as madeiras frágeis, que vergam, soltam lascas e desbotam, causando péssima impressão ao cliente. O mogno e a imbuia são as mais indicadas, mas estão em ******ebook converter DEMO Watermarks******* extinção e custam caro. Boa alternativa é o freijó, que vem sendo usado satisfatoriamente. No processo de escolha, é sempre bom ver projetos, amostras e até maquetes para teste. Conhecer o trabalho do fornecedor em outros locais também é útil. Tomada a decisão, o contrato, além do preço e forma de pagamento, deve especificar tipo de madeira, forma, estofado, dimensões, garantia de durabilidade, possibilidades de reposição e manutenção. Os assentos devem ser laváveis e feitos de material contra incêndio. Importante: a data de entrega deve ser fixada bem antes da data de inauguração, para evitar surpresas com os atrasos. Na escolha do fornecedor, um pré-requisito muito importante é a capacidade de repor ou reformar peças que vão se desgastando. Se um móvel normal pode durar de dez a quinze anos numa residência, num restaurante sua vida útil dificilmente vai ultrapassar quatro anos. As cadeiras, especialmente, terão vida curta se não forem resistentes. Mas devem também ser leves, pois são movidas e transportadas constantemente. Nos locais mais simples, cadeiras e mesas de plástico são uma boa opção, pela possibilidade de guardá-las empilhadas e por sua resistência a intempéries, o que as torna recomendáveis para uso em partes externas. Atualmente, existem no mercado móveis de plástico, fibra ou materiais similares com um design bastante razoável. Esse tipo de mobiliário, além de prático, barato, também pode ser muito útil em ocasiões especiais, de excesso inesperado de público. Mas não se deve esquecer nunca que o mobiliário precisa estar em sintonia com o ambiente que se quer criar. Se for do tipo sofisticado, nem pensar em mesas e cadeiras de material plástico ou similar. Nos fast-foods, para dar um exemplo oposto, é comum a utilização de monoblocos fixos, de materiais resistentes, como a fibra de vidro. As mesas muitas vezes têm tampo de madeira e revestimento em fórmica, de fácil limpeza e capazes de enfrentar a grande movimentação. O tamanho da mesa também é importante. Mesas quadradas com cerca de 70 cm (laterais) são desconfortáveis e só servem para duas pessoas que vão bebericar e comer petiscos. Esse tipo de mobiliário dificulta o atendimento quando uma das pessoas decide fazer uma refeição ou um terceiro cliente quer se sentar. Essas mesas só se justificam em bares de menor sofisticação, em ambientes muito pequenos ou para clientes solitários. São mesas comuns, que facilitam adaptações e os mais diversos desenhos quando é preciso armar o salão com mesas grandes. As mesas quadradas de 90 cm ou as redondas com 1,20 m de diâmetro, tamanho-padrão em muitos países, são mais confortáveis e, caso necessário, podem acomodar quatro clientes. Mais uma vez cabe ressaltar que regras fixas não devem prevalecer sobre o bom-senso. Há ******ebook converter DEMO Watermarks******* restaurantes que utilizam diferentes tamanhos de mesa, misturando as maiores com as menores. Seja qual for o tamanho da mesa, deve-se estar atento a um detalhe:a altura dos pés, para permitir uma boa adaptação ao piso e evitar que a mesa fique balançando. Os estofamentos, que também precisam estar integrados à decoração, devem ser fáceis de limpar, lavar e repor. Nos desenhos multicoloridos ou em xadrez, o desgaste não aparece tanto, nem a sujeira adere com tanta facilidade como nos tecidos lisos. E é claro que as cores escuras também apresentam essa vantagem sobre as claras. Nos móveis que não ficam visíveis, como os da cozinha, do almoxarifado ou do escritório, a funcionalidade, a durabilidade e o aproveitamento racional do espaço têm prioridade sobre a estética. Os móveis podem ser padronizados ou feitos sob medida, exclusivamente para o estabelecimento. Estes têm a vantagem da originalidade e de uma melhor adaptação ao projeto, mas costumam ser mais caros – e mais difíceis de serem repostos. Outra vantagem dos móveis padronizados é o fato de estarem quase sempre disponíveis para pronta-entrega. Uma opção válida pode ser o uso de móveis usados. Com um pouco de trabalho e alguma paciência, é possível adquirir peças de ótima qualidade. Um bom caminho para ******ebook converter DEMO Watermarks******* descobrir esses móveis são os estabelecimentos que abrem suas portas para fechá-las poucos meses depois. Também em demolições elojas de antiguidades é possível encontrar móveis e objetos antigos, e até mesmo portas e janelas, que dão um charme especial à decoração e podem ser adaptados ao projeto. Além de mesas e cadeiras, muitos outros elementos compõem a decoração de um restaurante. Dão a ele charme e personalidade. Alguns desses materiais e objetos – como obras de arte, couro, madeiras nobres e algumas antiguidades – são caros. Outros têm preços acessíveis: aquarelas, gravuras, pôsteres, plantas, flores, louça, vasos, sofás, tapetes etc. A combinação desses elementos e o bom gosto de quem os seleciona podem influir bastante no desempenho do negócio. Como já vimos, limpeza é fundamental para o sucesso de um restaurante. Lucro também. E para garantir um ambiente limpo e evitar prejuízos, é importante levar em conta, na hora de escolher as peças e os materiais usados na decoração, a facilidade de manuseio e a resistência. Isso vale para carpetes, revestimentos, cortinas, quadros, pratos, vasinhos de flores etc. É quase certo que um objeto delicado não sobreviverá muito tempo e que os difíceis de serem deslocados não serão limpos de forma adequada. Além disso, resistência é sinônimo de durabilidade e, consequentemente, de melhor aproveitamento do investimento. Há itens de decoração que são baratos, mas exigem trabalho diário e devem ser bem- cuidados. É o caso de vasos de flores, uma boa opção em qualquer casa, ou de um jardim, quando houver espaço, ou, ainda, de um aquário. Quadros, antiguidades e outros objetos interessantes muitas vezes são obtidos por permutas. O dono do hotel ou restaurante pode adquirir, por exemplo, uma obra de um artista plástico de renome e abrir crédito de igual valor para que ele possa gastar em almoços ou jantares. Tem assim a vantagem extra de ter uma pessoa famosa entre seus clientes, o que é sempre um motivo de atração. O artista, por sua vez, ganha também ao expor sua obra a um público selecionado. As cores, especialmente as das paredes, dão a personalidade da casa e são determinantes para a aceitação do ambiente pelo público-alvo. Se ele é jovem, os tons berrantes podem agradar, embora não sejam os mais propícios ao apetite e a uma boa refeição O público mais maduro prefere tons mais sóbrios, discretos, suaves, tais como o creme e o salmão e atualmente cores mais claras, em tons pastéis. Alguns decoradores defendem uma combinação entre cores suaves e quentes. Mas a escolha das cores também passa pela eventual necessidade de ampliar espaços. Quando o teto é muito rebaixado, por exemplo, cores claras funcionam melhor que as ******ebook converter DEMO Watermarks******* escuras. As cores servem também para estimular o giro rápido de clientes, o que acontece quando elas são fortes, luminosas e vibrantes, ou para retê-los, quando são mais suaves, claras ou em tons pastéis. As primeiras provocam giro rápido e menos consumo individual. As segundas, mais aconchegantes, estimulam a permanência e um maior consumo. O giro rápido é mais comum no almoço. A noite exige ambiente romântico e suave. A exceção fica com os estabelecimentos muito procurados, nos quais a relatividade proporciona maior faturamento, porque sempre há clientes esperando por mesas. As cores da fachada merecem o mesmo cuidado. Podem atrair a atenção de um cliente em potencial ou afugentá-lo de vez. A fachada, com suas cores, letreiros, estilo e decoração de portas e janelas, revela a identidade da casa, a qualidade do ambiente e até dos produtos e serviços que podem ser encontrados no seu interior. Experiências recentes demonstram que também na montagem e pintura da cozinha deve haver uma preocupação estética, pois isso propiciaria um melhor ambiente de trabalho e, consequentemente, melhores resultados. A decoração deve levar em conta ainda o bairro, a região, ou a cidade onde se localiza o restaurante. Há metais, por exemplo, que se oxidam facilmente nas praias. E com certeza alguns detalhes de sofisticação não ficam bem no ambiente rústico do campo. A mise-en-place do salão complementa a decoração: toalhas de linho ou algodão de cor compatível com o ambiente e de tamanho suficiente para sobrar nas bordas da mesa, um vasinho de flores ou uma vela, pratos e copos de estilo e qualidade, guardanapos impecavelmente dobrados e higienizados, e os utensílios que serão usados para almoço ou jantar. Restaurantes mais sofisticados usam sous-plats (pratos-base), talheres de prata, copos de cristal de pés longos, toalhas de linho, pratos largos com o logotipo do restaurante em relevo, castiçais, louça branca etc. Como a decoração e o mobiliário, esses componentes devem estar de acordo com o ambiente. Ficariam deslocados numa cantina italiana ou num bistrô francês. O rebuscamento em excesso pode revelar mau gosto, pedantismo e até ignorância. Todos os componentes que criam o universo visual do estabelecimento devem estar em harmonia, formando um conjunto coerente. Sofisticado ou simples, o importante é que a casa revele bom gosto. Há projetos que conseguem integrar o sofisticado e o simples. É comum, por exemplo, encontrar restaurantes arrojados em termos de arquitetura e decoração que servem os pratos sobre mesas de mármore ou madeira, com simples jogos americanos. Dependendo das características do restaurante, a decoração pode custar de 3% a 5% do investimento. Em locais mais sofisticados, esse percentual pode chegar a 10%. ******ebook converter DEMO Watermarks******* ******ebook converter DEMO Watermarks******* Iluminação projeto de iluminação é fundamental para criar o clima do restaurante e cativar o cliente. Mas deve ser desenvolvido de forma a facilitar também o trabalho dos funcionários. Até bem pouco tempo, quase não se dava atenção a esse aspecto. A luz era usada simplesmente para iluminar o ambiente. Hoje, nos melhores restaurantes, ela integra a decoração, valoriza o projeto arquitetônico e contribui para criar um ambiente acolhedor, ressaltando detalhes e a beleza dos pratos. Deve-se preferir o uso da luz natural, que em nosso país é farta em todas as épocas do ano. Além disso, ela é mais saudável, eficiente e econômica. Um bom projeto deve prever, sempre que possível, grandes áreas envidraçadas, claraboias, telhas transparentes. Os efeitos negativos do excesso de sol podem ser evitados com coberturas, toldos, telhados, vidros foscos. O material utilizado no projeto de iluminação deve ser escolhido levando-se em conta beleza, funcionalidade, durabilidade, facilidade de manuseio, limpeza, manutenção e reposição, conforto, eficiência etc. A existência de timers e outros aparelhos permite que as lâmpadas sejam ligadas e desligadas automaticamente, com grande economia de energia, e que a quantidade de luz seja regulada, de modo que a mesma lâmpada possa ser usada à noite em intensidade suave e durante o dia mais forte, facilitando o trabalho de limpeza. Essa versatilidade gera economia, evitando a multiplicação de lâmpadas pelo ambiente. Mesmo nas horas de funcionamento, há ambientes que exigem luz direta e iluminação intensa – seja para valorizá-lo, seja para facilitar a localização e a movimentação do cliente. Outros, ao contrário, são valorizados pela luz indireta, mais suave e aconchegante. Também o tipo de evento determina a quantidade e a intensidade da luz. Um aniversário de criança exige muita iluminação, até por uma questão de segurança. Gente jovem em geral também gosta de ambientes claros, com bastante luz. À medida que vão ficando mais idosas e sofisticadas, as pessoas preferem uma iluminação mais suave e indireta. Outro fator determinante na escolha da iluminação é o horário. No almoço, as pessoas estão com maior disposição, geralmente interessadas em conversar e voltar ao trabalho. Nesse horário, a luz deve ser mais forte que à noite ou no happy hour, quando o corpo e a cabeça já reclamam por descanso, um ambiente mais tranquilo. O projeto de iluminação deve considerar todos os ambientes. Luzes diretas podem ******ebook converter DEMO Watermarks******* valorizar a fachada, a entrada, corredores,jardins, obras de arte. A luz também pode ser usada como objeto de decoração, como no caso dos néons com nomes ou desenhos. Essa sofisticação toda não precisa se estender às áreas de serviço, tais como refeitório, vestiário, administração, estoque, etc. Nesses locais, pode-se optar por lâmpadas fluorescentes, que cansam menos os funcionários, aquecem menos o ambiente, economizam energia e iluminam melhor. A cozinha exige cuidados especiais, pois nesse espaço é necessário ver bem a cor dos alimentos e a luz fluorescente muito intensa pode gerar deformações. O ideal é uma iluminação forte, mas não fluorescente. Outro local que exige atenção e boa luminosidade é a caixa, onde se lida com valores. Nesse caso, uma boa opção é o uso de lâmpadas dicroicas, de pequeno tamanho e luz intensa. São mais caras, mas compensam também pelo belo efeito que produzem sobre o balcão e as garrafas do bar, placas de sinalização e outros aspectos mais importantes da decoração. Nos lavabos e toaletes, a iluminação também deve ser intensa. É ali que os clientes recompõem sua imagem ou retocam a maquiagem. Por isso, as luzes próximas dos espelhos devem ser intensas. Uma boa dica são as lâmpadas dicroicas halógenas incandescentes. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Som e temperatura sonorização é outro fator determinante para o sucesso de um empreendimento. Se bem-utilizada, se confunde com a decoração e outros elementos, criando um clima acolhedor, um fundo musical para a conversação, o namoro e momentos agradáveis. A altura do som e a adequação do repertório à clientela são itens tão importantes quanto a temperatura do ambiente, que deve variar entre 20 e 26ºC. Nos dois casos, é fundamental uma vigilância estreita do maître, que na medida do possível deve atender a pedidos das mesas para que a temperatura e/ou o volume sejam regulados. Ele deve estar atento também a eventuais defeitos no aparelho ou em uma caixa e evitar a repetição cansativa das mesmas músicas. Na seleção de CDs, uma pequena pesquisa entre os frequentadores ou público-alvo pode ajudar muito. Acredite: a escolha da trilha é bem mais importante que a do equipamento. Sofisticados aparelhos de nada servem se o volume do som e o tipo de música escolhido não agradarem à clientela. Especialmente nos bares e restaurantes frequentados por quem tem mais de 30 anos, a qualidade do repertório tem prioridade sobre a qualidade do som ou a potência. O equipamento deve ser de uma boa marca, com caixas pequenas, de preferência ocultas mas em local de fácil acesso, para limpeza e conservação. A boa distribuição das caixas também é importante para evitar que o som fique alto demais em algum ponto e baixo demais em outros. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Princípios de excelência alamos aqui de vários aspectos ligados à estrutura de um bom restaurante. Partindo da descrição de cargos, passamos pela rotina do estabelecimento, pelos tipos de serviços, pelos utensílios e equipamentos necessários, pelo mobiliário e elementos de decoração, pela iluminação e pela sonorização. Tudo isso, com seus múltiplos desdobramentos, pode fazer o sucesso ou o fracasso de um restaurante. Mas há algo que falta mencionar. Ou pelo menos reforçar, sublinhar, ressaltar – o aspecto humano. São os funcionários que fazem a diferença. O negócio só vai para a frente se eles tiverem a real preocupação de fazer o que humanamente for possível para satisfazer as necessidades e vontades dos clientes, se os tratarem como gostariam de ser tratados. Isso só acontece quando os funcionários se sentem valorizados e motivados. E é esse o maior desafio do gerente de A&B. Fazer com que seus subordinados cumpram, satisfeitos e corteses, os princípios de excelência: Conhecer a operação do restaurante. Saber executar todas as tarefas exigidas. Receber os clientes sempre com um sorriso, uma frase acolhedora de boas- vindas. Estar apto a responder a todas as perguntas feitas pelos clientes. Estar arrumado, limpo e com o cabelo cortado e penteado. Ser capaz de contornar todos os conflitos em potencial, com tato e educação. Ficar alerta para qualquer coisa que o cliente necessite. Antecipar os desejos do cliente. Superar as expectativas do cliente. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Princípios gerais de higiene á se foi o tempo em que a negligência com a higiene e o pouco caso com a saúde dos clientes era uma questão menor. Os tempos são outros e exigem um bocado nesse quesito. Mais do que uma questão de respeito ao próximo, cuidar da higiene é hoje questão de sobrevivência empresarial, de segurança. Sai muito mais barato, em todos os sentidos, prevenir do que remediar. Muitas casas famosas sofreram danos irremediáveis em sua imagem depois de receberem uma notificação e multa da fiscalização sanitária. E se você não quer que o seu restaurante engrosse o obituário de empresas vítimas da falta de higiene, o melhor é conhecer a legislação sobre o assunto e os normativos que envolvem o tema. Entre eles estão os baixados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A ABNT atua desde a década de 1940 como órgão responsável pela normalização técnica no País, é a representante brasileira exclusiva de entidades de classificação de qualidade como ISO – International Organization for Standardization; IEC – International Electrotechnical Comission; e das entidades de normalização regional:COPANT – Comissão Pan-americana de Normas Técnicas; e AMN – Associação Mercosul de Normalização. A ABNT está organizada em diversos comitês cujo trabalho visa facilitar e especializar seu campo de ação. O Comitê Brasileiro do Turismo responde, como o próprio nome já indica, pela “normalização no campo do turismo (hotelaria, restaurantes e refeições coletivas, agenciamento e operação e demais funções do setor de turismo), compreendendo a normalização de serviços específicos do setor e de operações e competências de pessoal, no ******ebook converter DEMO Watermarks******* que concerne a terminologia, requisitos e generalidades”. No primeiro semestre de 2004, novas normas foram publicadas, a partir de recomendações e estudos desse comitê, envolvendo diretamente o setor de A&B. Duas delas, as de números 15033/2004 e 15048/2004, descrevem respectivamente: – A competência segurança de alimentos para profissionais que manuseiam alimentos e bebidas em estabelecimentos de serviços de alimentação e indica os elementos que determinam o seu desempenho. – A competência segurança de alimentos para profissionais com cargo de supervisão de atividades operacionais em estabelecimentos de serviços de alimentação e indica os elementos que determinam o seu desempenho. E, no trecho onde são citadas outras referências normativas, ambas recomendam consulta a uma terceira norma, mais antiga, 14900/2002 que trata do “Sistema de gestão de análise de perigos e pontos críticos de controle (APPCC) – Segurança de alimentos.” Sobre o APPCC já falamos anteriormente. A leitura de todas essas determinações é obrigatória, assim como a posterior adoção das recomendações e práticas determinadas. As boas condutas no campo da segurança de alimentos são o caminho mais promissor e mais curto para o que convencionamos chamar de bom negócio. A contaminação dos alimentos e bebidas pode ocorrer através de agentes biológicos, tais como bactérias, vírus e fungos; agentes químicos, como metais pesados tóxicos; e agentes físicos, que podem ser representados por pedaços de vidro, unha, fios de cabelo, entre outros. Em qualquer etapa da manipulação pode ocorrer a contaminação, inclusive a cruzada, que se caracteriza pela transferência de micro-organismos ou substâncias prejudiciais à saúde humana para alimentos já higienizados ou prontos para o consumo. Na fabricação, preparação, empacotamento, armazenamento, manipulação, distribuição ou na venda de alimentos e bebidas, o APPCC, que é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização Mundial do Comércio (OMC) e pelo Mercosul, é a mais eficiente e atualizadaferramenta à disposição de quem quer garantir bons ventos nos negócios que envolvem A&B. Para mais informações consulte www.abnt.org.br ou www.anvisa.gov.br. Higiene pessoal Nunca é demais falar sobre a importância que os profissionais que lidam com alimentos devem ter com a higiene pessoal. Além do indispensável banho diário (que, por incrível que ******ebook converter DEMO Watermarks******* http://www.abnt.org.br http://www.anvisa.gov.br pareça, não é rotina na Europa), é fundamental manter as unhas limpas e curtas, os cabelos curtos e limpos e totalmente acomodados dentro de toucas, redes ou gorros, e os dentes escovados após cada refeição. O mesmo princípio também é válido para roupas e calçados. A limpeza das mãos deve ser uma rotina. Ela é obrigatória nas seguintes situações: Antes de vestir o uniforme ou calçar as luvas. Quando mudar a manipulação de um alimento para outro. Quando passar de um trabalho que não lide com alimentos para outro que utilize alimentos. Após limpar mesas, raspar ou lavar pratos e utensílios e tocar em equipamento ou algo que possa contaminar as mãos. Após atividades anti-higiênicas como ir ao banheiro, fumar, assoar o nariz, espirrar, tossir, roer unha, tocar o cabelo, rosto, corpo ou outra pessoa, e manusear lixo, dinheiro, substâncias químicas ou alimentos crus (especialmente carne, aves e ovos). ******ebook converter DEMO Watermarks******* Talento para gerenciar a qualidade plicado à rotina de um restaurante,o conceito de qualidade se refere a uma plena satisfação da expectativa do cliente. É quando,por exemplo,ele entra no estabelecimento pensando em comer um filé-mignon macio e saboroso, uma batata-frita crocante e tomar uma cerveja gelada e consegue ter todos os seus desejos atendidos. Se o filé estiver esturricado,ou as batatas encharcadas,ou a cerveja quente, dificilmente ele volta. E certamente vai comentar com algum amigo sobre o serviço oferecido.A propaganda boca a boca,que é a chave do sucesso de qualquer empreendimento, nesse caso específico, pode ser a chave do fracasso. Por isso, o gerente de A&B deve estar permanentemente preocupado em gerenciar a qualidade do restaurante. É dele essa responsabilidade – até porque, no ramo de alimentação, a mão de obra dificilmente passou por um curso ou alguma etapa de treinamento caprichado. Mas, como, exatamente, gerenciar a qualidade? As dicas que relaciono a seguir podem ser uma boa resposta: Determine um padrão de qualidade a ser seguido Cada estabelecimento deve criar um roteiro da qualidade pretendida e transformar esse roteiro em um manual de procedimentos, por menor que seja o estabelecimento e por mais simples que seja o produto. Lembre-se: qualidade não é um item de elite, e sim um padrão de conduta. Treine seus funcionários periodicamente Proporcione a seus funcionários treinamento constante, com foco no padrão de qualidade pretendido. A base desse padrão de qualidade pode ser a seguinte pergunta: o que eu faria se o negócio fosse meu? O gerente deve saber fazer com que os funcionários se sintam donos do negócio. Verificação constante Verifique sempre se o padrão de qualidade está sendo aplicado, com fichas de avaliação para cada funcionário. Descubra os porquês Se um prato retorna quase intacto, experimente diretamente do prato para saber por que foi devolvido. Duvide sempre da frase “o cliente disse que não estava com fome”. São raros os casos de um cliente que vai a um restaurante ******ebook converter DEMO Watermarks******* sem fome. Procure ouvir a opinião do cliente sobre o prato. Compre sempre a melhor matéria-prima Algumas vezes, economia na compra resulta em prejuízo na qualidade – e consequentemente aumenta a possibilidade de perder um cliente. Ensine a seus funcionários o que é a qualidade de um produto. Treine seu pessoal de compras, almoxarifado e cozinha para identificar um bom produto. Na dúvida, devolva ao fornecedor. Regularidade é o segredo da qualidade Procure ter uma regularidade na oferta de seus produtos e serviços. Isso aumenta as chances de se ter maior qualidade. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Em busca da fidelização maior desafio proposto a um estabelecimento prestador de serviços é o de garantir a volta do cliente pelo maior número de vezes possível. Isso só acontecerá se diversos fatores estiverem conjugados e agirem simultaneamente, atendendo às expectativas do consumidor. Um dos pontos que mais influencia o cliente em sua escolha de se tornar “freguês” de determinado hotel ou restaurante é a relação entre a proposta do local, o produto oferecido e o preço praticado. Um outro ponto – espírito de equipe – é fundamental: o trabalho impecável dos cozinheiros e garçons pode ser arruinado por um porteiro antipático ou por um manobrista irresponsável. Alguns restaurantes tentaram adotar um cartão de fidelidade para manter seus clientes, mas pelo menos nos estabelecimentos mais caros os resultados definitivamente não corresponderam às expectativas. Esses cartões quase sempre oferecem descontos – e, creio, está aí, justo nesse aspecto, o grande erro. Quem vai a um restaurante caro não está preocupado com descontos. Quer ser bem-atendido e, se possível, garantir um algo mais. Para que o trabalho de fidelização seja eficiente, o foco deve ser sempre o cliente, a partir de uma pespectiva de personalização do atendimento. É ele que traz o lucro e os recursos para operarmos o negócio. Por isso, devemos sempre fazer com que se sinta importante. Este é o primeiro dos muitos princípios que sempre procurei passar aos meus funcionários e colaboradores ao longo de minha carreira na área de Alimentos e Bebidas. Veja os outros: O cliente não é um cifrão. É uma pessoa com expectativas a serem satisfeitas. Tratar o cliente como um número é esquecer do futuro de seu negócio. Ser profissional é a palavra de ordem do setor de alimentação. Nossas ações devem ser analisadas o tempo todo com rigoroso senso profissional. Regularidade rima com fidelidade. Enquanto as expectativas do cliente forem correspondidas, ele continuará como cliente. Não cobre por aquilo que seu estabelecimento não pode oferecer. Avalie seu custo-benefício constantemente. Pense em algo mais, um plus. Se o restaurante consegue oferecer ao cliente algo a mais que o esperado, ele certamente retornará. Algo a mais pode ser o sorriso simpático de um garçom. Todo profissional deve ter um olho no futuro, analisar tendências, avaliar modismos, investir no cliente como seu patrimônio. Cumpra sempre as promessas feitas. Nunca engane o cliente. Se disser que a ******ebook converter DEMO Watermarks******* cerveja está gelada, certifique-se antes de que está realmente gelada. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Cultura alimentar uitos dizem que somos o que comemos. Se for mesmo assim, fica difícil saber quem somos nós, os brasileiros. O caldo étnico e cultural vivido por aqui desde os tempos do descobrimento gerou uma culinária variadíssima. E a um povo tão misturado aprendemos desde muito cedo a relacionar uma cozinha onde se encontra de tudo um pouco. Do que se vê por aqui em termos de comida, mesmo os pratos à primeira vista tidos como os mais genuinamente brasileiros, sob uma lente mais poderosa, revelam origens distantes. Às tradições indígenas somaram-se as influências que chegaram aqui pelas caravelas. E, temperada pela mistura das culturas trazidas primeiramente por navegadores ibéricos e negros africanos, a cozinha brasileira foi despontando como uma seara especialmente rica e curiosa. Apenas para citar algumas das influências mais marcantes, além dos portugueses e africanos, pioneiros na transmissão de receitas e modas culinárias,pode-se falar da Itália,maior exportadora gastronômica do planeta, que nos fez incorporar mais do que as tradicionalíssimas macarronadas de domingo. Descobrimos o prazer quase tribal de uma pizza, a energia (e as calorias) das massas, as virtudes dos molhos. Depois, vieram os franceses e sua cozinha chique. Mais recentemente,a reboque do american way of life, surgiram a linha Escofier, os fast-foods, deliveries e serviços de refeição a quilo. A invasão de restaurantes seguidores dessas tendências revolucionou a maneira de encarar as refeições quotidianas. Mais do que comer variado, misturando pratos raramente reunidos, o brasileiro descobriu que nem sempre o apressado come cru, mesmo quando se trata de um self service de sushis e sashimis. E, afinal, o que somos em termos alimentares? Dizer que somos versáteis é tão óbvio quanto essencialmente incorreto. Gostamos de experimentar, mas temos limites. Em geral, o brasileiro médio tem um paladar mais afeito às comidas ditas populares, como filé com fritas. Principalmente quando se alimenta fora de casa. Há, contudo, aqueles que têm gostos mais requintados, são mais abertos às experimentações, com seus inevitáveis riscos e acertos. São uma minoria. O que pode ser dito com relativa segurança sobre os hábitos dos brasileiros à mesa é que exigimos fartura, somos excessivamente carnívoros, desperdiçamos muito e nos abstemos perigosamente de verduras, legumes e frutas. Ainda assim, diante desse perfil mais ou menos comum, as segmentações por faixa ******ebook converter DEMO Watermarks******* etária, classe social e poder aquisitivo devem ser sempre levadas em conta no momento de definir um cardápio. Abaixo, temos uma classificação, baseada em critérios estatísticos, que permite uma identificação básica dos hábitos alimentares dos brasileiros por faixa etária: Mais de 60 anos Receitas caseiras, com origens étnicas e cozinha internacional na linha Ecofier. De 40 a 60 Cozinha internacional na linha Ecofier,mais aberto às novidades e uma cozinha mais leve no preparo.Aceita, com restrições gustativas, o fast- food.Preocupado com o aspecto gourmet. De 20 a 40 Cozinha mais natural, receitas mais saudáveis, cozinha oriental, fast-food e delivery, preocupação com o impacto dos alimentos sobre a estética pessoal. A alimentação deve refletir também seu estilo de vida e posição social. Até 20 anos Fast-food, cozinha oriental, cozinha americana, sabores mais marcantes e repetitivos. Total indiferença ao aspecto gourmet da refeição. Fortes influências do marketing da indústria de alimentos e do contexto ******ebook converter DEMO Watermarks******* social em que vive. A frequência do local é importante; sua ambientação, nem tanto. Cinco dicas sobre o cardápio Capacidade para a execução dos produtos Só ofereça aquilo que sua equipe é capaz de preparar. Lembre-se de que são eles que executam suas ideias. Não tente improvisos ou jeitinhos de última hora. Abastecimento Procure ter no cardápio produtos de fácil abastecimento, preferencialmente regionais, para garantir maior qualidade no produto final. Armazenagem Procedimentos inadequados de estocagem prejudicam a qualidade final. Rotatividade da matéria-prima Mantenha estoques mínimos. Quanto maior a rotatividade de matéria-prima,maiores as chances de oferecer produtos frescos e com qualidade superior.Lembre-se de que a matéria-prima de seus menus é perecível e deteriorável. Variedade dos produtos oferecidos O excesso de produtos oferecidos em um cardápio normalmente gera uma queda da qualidade, em razão do número de itens em estoque, baixa rotatividade dos produtos e pouco treino, exercício mesmo, na execução dos pratos oferecidos. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Mais algumas informações sobre restaurantes foco principal deste livro é o funcionamento do setor de A&B, especialmente em hotéis. Mas, você deve estar se perguntando aí: e quando os restaurantes não estão vinculados a hotéis ou localizados dentro deles? Na verdade, a forma de administração não vai mudar tanto. Deve apenas ser adaptada a um contexto diferente. Nas próximas linhas, pretendo facilitar um pouco a vida de quem planeja dirigir um restaurante autônomo. Está tudo definido? Já foram escolhidos os sócios, as fontes de capital? O próximo passo então é definir o local, que, é lógico, deve levar em consideração o público- alvo a que se destina o empreendimento. Alguma intuição sobre qual seja o bairro ideal? Ótimo, o seu conhecimento é sempre bem-vindo, mas, dependendo do tamanho do que pretende fazer, sugiro que considere com carinho a possibilidade de contratar uma empresa especializada em pesquisa de mercado e opinião. Se você tem à disposição os recursos para tal, que não são assim tão altos, não titubeie: contrate. Os dados levantados serão um patrimônio valiosíssimo para o seu negócio, verdadeira bússola a nortear seu emprendimento. Verifique o zoneamento,a infraestrutura do bairro e a frequência e qualidade dos serviços públicos disponíveis. Evite, assim, aborrecimentos com vizinhos, clientes e autoridades municipais. Como são considerados locais de reunião, os restaurantes são regidos por normas rígidas de segurança e higiene.Se o ponto exige obras para adequação, o melhor é contratar um profissional especializado e consultar o departamento relacionado, geralmente localizado na região administrativa do bairro. Um aspecto fundamental a ser observado na escolha do bairro a sediar seu restaurante é o perfil do negócio que você pretende realizar. Se a intenção é atrair grandes aglomerações, dê preferência a locais tranquilos, porém situados em regiões de fácil acesso. Para evitar transtornos com a vizinhança, que, em locais com as características mencionadas anteriormente, tende a ser bastante rigorosa na fiscalização, o ideal é verificar a possibilidade de destinar uma área para estacionamento ou, se não for possível, identificar um estacionamento próximo e firmar uma parceria com este, a fim de conseguir preços e condições de pagamento diferenciadas. Um ponto que você deve definir com muita clareza é o perfil do negócio que pretende conduzir. Bairros de grande aglomeração e rotatividade alta, como as regiões centrais das ******ebook converter DEMO Watermarks******* grandes cidades, não costumam abrigar, com sucesso, restaurantes destinados a um público mais requintado. Quem procura um restaurante sofisticado, em geral, vai em busca de uma profunda experiência sensorial, coisa que, sabemos, não dá para vivenciar entre um compromisso e outro de trabalho. A segmentação temática e por idade também é um critério interessante de norteamento das ações. Por exemplo, em locais de grande aglomeração de jovens, como um shopping center, será que um restaurante francês obteria sucesso? E nos pontos mais frequentados por pessoas na faixa etária dos 40 anos de idade e nível superior, será que é uma boa ideia abrir uma franquia do Mc Donald’s? Cada público tem o seu lugar, cada lugar atrai ou repele um tipo de público. Em relação à segmentação temática, duas experiências interessantes são as do bairro da Liberdade, em São Paulo, região que se destaca pela concentração de imigrantes orientais e seus descendentes, e Guaratiba, zona oeste do Rio de Janeiro. No primeiro, como não poderia deixar de ser, o número de restaurantes de cozinha oriental é proporcional aos desejos de quem vive lá e para lá se desloca para experimentar os ares do Oriente. Guaratiba, por sua vez, é uma região conhecida como o paraíso das “tias”. Lá, quase todos os restaurantes levam tia no nome e quem quer saborear pratos feitos à base de frutos do mar, a um preço justo, sem luxo, mas com qualidade, tem 100% de chance de encontrar o que estava procurando. No marketing dos restaurantes, os conceitos fundamentais estão reunidos no grupo dos P’s. Além do preço, ponto, promoção e produto, deve-se acrescentar o pê de projeto, que consome de 2 a 7% do custo final do empreendimento e é pré-requisito básico quando a proposta é atender de forma diferenciada. O projeto arquitetônico parte de discussões entre o empresário e o arquiteto ou construtor. Mesmo os mais elementares esboços e estudos preliminares só podem ser feitos após o conhecimento do espaço já existente, dos objetivos, da qualidade e quantidade de pessoas que se pretende atender, do público-alvo, do montantedisponível para investimento, das restrições do local, da integração entre o aspecto estrutural e o estético, e deste com o projeto empresarial. O projeto deve prever também custos, prazos e alternativas para acréscimos, reduções, alterações, assim como a forma e as etapas pelas quais se vai executá-lo e aprová-lo junto aos órgãos públicos. Para ser aprovado pelos departamentos municipais de uso e controle de solo, Corpo de ******ebook converter DEMO Watermarks******* Bombeiros etc., o projeto tem de evitar áreas maldimensionadas, falta de rotas de saídas adequadas, bar malocalizado, ambientes escuros, cozinha pouco funcional, problemas com a rede elétrica e hidráulica. Algumas características são muito típicas e imprescindíveis a imóveis do setor: tanques de reserva para o caso de faltar água ou para uso dos bombeiros, uma exigência legal em casas de maior porte; paredes, tetos e pisos de fácil limpeza, impermeáveis, resistentes e de cor clara; ladrilhos de formato, cor e padrão fáceis de serem encontrados e substituídos. O piso deve ser de material antiderrapante. Carpete no salão, só se for de fácil limpeza e higienização. A canalização para a rede de eletricidade ou de água não precisa ser necessariamente embutida; ao contrário, se a tubulação for externa, sobre as paredes, facilitará o acesso em caso de manutenção. Os banheiros agrupados são mais econômicos na hora de construir ou reformar e mais fáceis de limpar e manter. Os espaços e a montagem dos equipamentos da cozinha, quando operados racionalmente, podem facilitar tremendamente o serviço. A caixa de gordura é outro aspecto que merece atenção. Deve ser colocada no lugar certo, ter dimensões apropriadas para a atividade prevista e ser fácil de limpar. A construção de duas ou três caixas interligadas pode facilitar a decantação da gordura e facilitar a limpeza. Estes são segredos cuja utilidade os restauranteiros experientes reconhecem. Outra coisa que todo experiente dono de restaurante sabe é que é preciso reservar uma área do emprendimento para as dependências dos funcionários e administração. Não se trata apenas de cumprir a lei. Destinar áreas para atender essas funções é uma questão de inteligência. Um acesso independente até a rua, além de servir aos funcionários, será útil para a entrada de mercadorias, vendedores, prestadores de serviços e fornecedores. O vestiário, que é obrigatório, sempre que possível, deve vir acompanhado de um lavabo e de um refeitório, que também pode servir de área de descanso. Em relação à administração, uma sala exclusiva da gerência, destinada para reuniões entre os sócios e conversas reservadas com funcionários, fiscais e fornecedores, pode também abrigar, desde que a chave fique em poder apenas de pessoas de absoluta confiança, documentos contábeis, trabalhistas e societários e um cofre,para guardar valores que não possam ser removidos para lugares mais seguros imediatamente. Infelizmente, uma sala de estoque é imprescindível. Considerando que cerca de 5% das despesas totais são decorrentes de atos ilícitos perpetrados por funcionários, fornecedores e até clientes, para não chorar o leite derramado (ou subtraído, talvez), o melhor é prevenir. ******ebook converter DEMO Watermarks******* O Apenas um único funcionário deve ter a chave dessa sala. Ninguém mais. A decoração dos ambientes é importantíssima. Afinal, quem é que não gosta de estar e ser visto em um lugar bonito? Se a ideia é criar um restaurante temático, a decoração passa a ser a alma do lugar. Para cuidar de algo tão essencial, o ideal é contratar um arquiteto de interiores, que vai pensar em todos os detalhes: cores, iluminação, texturas, mobiliário e sonorização e até, por que não, o figurino dos garçons. Outro aspecto que torna a contratação de um profissional mais interessante é o custo. Mesmo atento a todos os gastos, pesquisando muito, procurando os melhores fornecedores e mão de obra, a tendência é que a sua obra saia mais cara (de nada adianta economizar ou, pior, gastar demais, se, no final das contas, a clientela indicar que a sua vocação não é a decoração de interiores) do que a realizada por alguém que vive disso. Interaja o quanto quiser na hora de elaborar o projeto de decoração e acompanhe o cronograma de execução. Harmonização valor de um cardápio passa pela criatividade do chef, mas também por um amplo conhecimento do seu conteúdo por parte do gerente de A&B, maître e garçons. Como já vimos anteriormente, todos os que lidam diretamente com os clientes devem estar preparados para responder prontamente a qualquer pergunta sobre os pratos oferecidos.Mas, todos podem ir além. Mesmo que o restaurante tenha um sommelier, é importante que os garçons e/ou o maître sejam capazes de dar orientações sobre os melhores vinhos para cada tipo de refeição. É o que se chama de harmonização.Ela não deve ser rígida, pois pode variar em função do paladar do cliente. Mas há alguns princípios básicos que fazem com que ******ebook converter DEMO Watermarks******* um prato ou um vinho sejam valorizados se forem consumidos com o acompanhamento correto. Eu pessoalmente acho até que essa combinação pode ser sugerida nos cardápios e cartas de vinhos.Sempre gostei da fazer isso: no cardápio,junto aos pratos,costumo incluir duas sugestões de vinhos, um mais simples e outro mais sofisticado; nas cartas de vinhos, relaciono os pratos que melhor combinam com aquela bebida. Na lista abaixo estão citados os principais alimentos consumidos em restaurantes e as respectivas indicações de tipos de vinhos.É uma boa referência. Caviar, salmão e patê foie gras Vinho branco seco ou champanhe brut Frios Vinho branco ou tinto ligeiro seco Caldos clarificados e cremes Vinho do Porto seco, madeira ou xerez Sopas Vinho tinto jovem ou rosé Ostras e crustáceos Vinho branco seco ou champanhe brut Peixes fritos ou cozidos Vinho branco seco Bacalhau e haddock Vinho tinto ligeiro ou verde tinto ou branco Ovos (pratos frios) Vinho branco seco Ovos (pratos quentes) Vinho tinto ou branco Frango ou galinha com molho Vinho tinto ligeiro e fresco ou branco Frango ou galinha assada Vinho tinto ligeiro ******ebook converter DEMO Watermarks******* Peru ou pato assado Vinho tinto encorpado e envelhecido Faisão assado Vinho tinto encorpado e rico em buquê Vitela de confecção simples Vinho tinto ligeiro e macio ou rosé Vaca ou porco de confecção simples Vinho tinto ligeiro e macio Vaca ou porco de confecção complexa Vinho tinto encorpado envelhecido Massas compostas Vinho tinto com buquê Doces Vinhos doces ou licorosos Biscoitos e petit-fours Champanhe meio doce e vinhos licorosos Melão Vinho do Porto Queijos Vinho tinto ou branco seco ******ebook converter DEMO Watermarks******* ******ebook converter DEMO Watermarks******* Cartão de visita Os profissionais e suas funções ******ebook converter DEMO Watermarks******* Cartão de visita o século XVII,dois americanos voltaram para a Califórnia, depois de uma viagem pela Europa, e decidiram abrir um estabelecimento semelhante a uma das muitas tabernas que tinham conhecido na França. Deram ao lugar o nome de “The Bar”, pelo fato de que a grande novidade era uma grande barra onde os clientes podiam se encostar e apoiar suas bebidas. Surgiu ali o conceito de bar (barra, em inglês) tal qual é conhecido hoje em todo o mundo. Para um hotel e até mesmo para os grandes restaurantes, o bar é como um cartão de visita. É ali que os clientes marcam encontros, fecham negócios e passam horas descontraídas. Basicamente, são quatro os tipos de bar: Cocktail bar É o bar principal do hotel. O preferido para drinques e coquetéis a qualquer ******ebook converter DEMO Watermarks******* hora do dia. Snack bar É um tipo de bar onde se pode fazer refeições rápidas. Normalmente, só tem um balcão. Em hotéis, quase sempre fica junto à piscina. Restaurant bar Tem a finalidade de possibilitar que o cliente tome um drinque ou aperitivo enquanto aguarda a mesa. Normalmente, serve também como barde apoio para o restaurante. É ali que são preparadas todas as bebidas servidas nas mesas. Dancing bar Como o nome indica, é um bar onde o cliente pode ouvir música e dançar, além de tomar o seu drinque. Conceitualmente falando, administrar bares não é muito diferente de administrar restaurantes. Na prática, é mais simples, pelo número menor de opções a serem servidas e pela maior previsibilidade da operação. Especialmente depois da mudança no perfil da clientela, que hoje dificilmente deixa de pedir cerveja, caipirinha, caipiríssima, uísque, champanhe ou vinho. ******ebook converter DEMO Watermarks******* A maioria, na verdade, até ignora a composição de bebidas consagradas como Manhattan, Alexander, Bloody Mary etc. Mesmo assim, defendo a teoria de que os bares devem estar prontos ou aptos para preparar, de modo competente, qualquer pedido. Vou além: acho que novos drinques devem ser permanentemente criados. Se bem divulgados, podem se transformar em chamariz para o bar. Mais uma vez cabe ressaltar a importância de movimentar o negócio, de estimular o consumo. E mais uma vez entra em cena o gerente de A&B, trazendo ideias para que esse objetivo seja atingido. Muitos bares de hotéis promovem eventos, como“Semana da cachaça”, com destaque para drinques feitos com a bebida, ou outros relacionados a datas ou acontecimentos especiais. Exemplo: durante os Jogos Olímpicos em Atenas, uma “Semana da Grécia”, em que seriam servidos drinques e petiscos típicos daquele país. E há várias outras alternativas possíveis. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Eu, por exemplo, sempre gostei de promover concursos internos entre os barmen para a escolha da “bebida do mês”. Outras ideias:“vinho do mês” ou “vinho da semana”, com descontos especiais. Esses eventos, que podem ou não estar associados a um ou mais restaurantes, devem ser divulgados em banners no lobby, no caso dos hotéis, ou em tend cards nas mesas ou nos quartos dos hóspedes. Também é importante criar formas interessantes de oferecer a bebida. A decoração (cereja, rodelas de limão etc.) e o tipo de copo usado podem fazer a diferença. Cada bebida, seja simples ou composta, exige um copo que realce todas as suas qualidades aos nossos sentidos da visão, do olfato e do paladar. Vinhos mais caros – um Borgonha, por exemplo – são valorizados quando servidos em taças maiores, mais imponentes. Veja os tipos de copos mais conhecidos: Old fashioned Copo médio sem pé, com altura variável entre 8 e 10 cm, sendo a boca levemente mais larga do que o fundo. High ball Copo sem pé, com altura variando entre 12 e 14 cm. Long drink Semelhante ao high ball, diferindo apenas em capacidade. Sua altura varia entre 15 e 17 cm. Conhaque Copo esférico, com pé de 3 a 4 cm de altura. Champanhe (flûte) Sobre um pé de 3 a 4 cm, tem o formato de um cone alongado, com altura variando entre 21 e 22 cm. Cocktail Taça cuja altura do pé varia entre 4 e 6 cm. Vermute Sobre um pé de 3 a 5 cm, o copo tem a forma de um balão e o seu complemento assemelha-se a uma taça tipo cocktail. Taça Tem o formato arredondado sobre um pé de 6 a 7 cm de altura. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Sour Copo médio sem pé, com altura variável entre 7 e 9 cm. Jerez Tem o formato de um ovo. O diâmetro da boca é levemente inferior ao do corpo. O pé tem altura variando entre 2 e 3 cm. Pousse café Semelhante a um sino, com um pé de 4 a 5 cm de altura. Licor Tem a forma de um sino. É pequeno e tem um pé de 3 a 4 cm. Porto Tem o formato de um ovo, sendo o diâmetro da boca levemente inferior ao do corpo. O pé tem de 5 a 7 cm de altura. Flip Idêntico ao flûte, mas um pouco menor. Irish coffee Tem o formato de um ovo. O diâmetro da boca é levemente superior ao do corpo e o pé tem altura de 3 a 4 cm. Cobblers Tem o formato semelhante ao da taça tipo cocktail, com capacidade maior. O pé varia entre 6 e 7 cm. Juleps Tem o formato de um ovo, sobre um pé de 4 a 6 cm de altura. Misturas Copo tipo high ball, do qual se diferencia apenas pelo bico existente para facilitar a saída do líquido. Sua altura varia entre 20 e 22 cm. Pimm’s Copo de vidro grosso, com altura entre 15 e 17 cm, sem pé e com asa. A boca é ligeiramente mais larga do que o corpo. Tipo “prova” ******ebook converter DEMO Watermarks******* Semelhante a uma “manga de castiçal”, sobre um pé de 2 a 3 cm de altura. A escolha dos tipos de bebida a serem oferecidos vai depender de um estudo do mercado. Deve-se levar em conta as condições oferecidas pelo fornecedor, mas também o público-alvo. É preciso descobrir as marcas preferidas, o que é mais atual, o que pode funcionar como um diferencial. Definidas as bebidas a serem oferecidas, o passo seguinte é saber o número ideal de garrafas de cada uma delas no estoque fixo dos bares. Só o movimento vai dar essa resposta. Faz-se o pedido inicial e o ajuste é feito de acordo com os pedidos da clientela. Quando se chega a um número ideal, a reposição deve ser diária, para que esse número seja sempre mantido em estoque. Geralmente, a reposição de garrafas alcoólicas é feita com a entrega da garrafa vazia – portanto, devemos ter no setor, no mínimo, duas garrafas das bebidas que apresentam maior consumo. ******ebook converter DEMO Watermarks******* ******ebook converter DEMO Watermarks******* Nas bebidas de baixo consumo, uma unidade no estoque é suficiente, mas deve-se tomar cuidado, pois elas perdem suas qualidades originais se a garrafa não for consumida em menos de seis meses. No caso de vinhos servidos em taças, a durabilidade é muito menor – não passa de três dias. A não ser que as garrafas estejam acopladas a um equipamento conhecido como dispenser, que dá um charme todo especial ao bar. Deixando a bebida à mostra do cliente, ele é dotado de um sistema de bombeamento que serve as taças e mantém inalteradas as características dos vinhos. No que diz respeito à armazenagem, os vinhos brancos, rosés, champanhes e espumantes devem ser mantidos sempre refrigerados. O ideal é consultar o produtor ou importador para certificar-se da temperatura adequada à bebida. As garrafas podem ficar de pé ou deitadas. As demais bebidas alcoólicas (uísque e gim, por exemplo) precisam ser mantidas de pé, classificadas sempre por idade e procedência. Os vinhos tintos, por sua vez, precisam ficar inclinados de modo que a bebida toque a rolha, mantendo-a sempre úmida. Sobre o cálculo que deve ser feito para se obter o valor de uma dose de determinada bebida ou de um drinque falaremos um pouco mais adiante. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Os profissionais e suas funções ssim como na cozinha e nos restaurantes, o trabalho nos bares é feito com base numa rotina preestabelecida e numa estrutura hierárquica. Vejamos então os cargos relacionados ao serviço de bar e suas respectivas funções. Chefe de bares Reporta-se diretamente ao gerente de Alimentos e Bebidas e chefia todos os funcionários dos bares. Objetivos principais Supervisão das condições de higiene e limpeza das instalações dos bares e lugares de armazenamento,proporcionando sempre um ambiente limpo e agradável aos clientes. Administração econômica do setor, através da utilização racional dos suprimentos, controle rigoroso dos par stocks (estoques fixos) de louça, prataria, copos, roupa etc., e aproveitamento ideal do quadro de funcionários. Formação e treinamento contínuo dos funcionários subordinados,baseando- se nas descrições de cargos, fluxogramas,normas e procedimentos estabelecidos nos manuais de A&B e de Boas Práticas para serviços de alimentação. Participação na elaboração da carta de bebidas e vinhos, inclusive sugerindo receitas. Responsabilidades principais Administrar, conduzir e coordenar todo o setor de serviço dos bares, segundo as diretrizes principais acordadas com o gerente de Alimentos e Bebidas e conforme o conceito de exploração do estabelecimento, zelando para que: – O atendimento aos clientes seja cortês e eficiente. – A lucratividade de seu setor sejaassegurada através de vendas sempre crescentes. – Os custos sejam sempre considerados e controlados. – As instalações e os aparelhos sejam tratados cuidadosamente, a fim de preservar os seus valores. – Controlar o desempenho dos funcionários do bar e delegar tarefas de supervisão segundo as necessidades. ******ebook converter DEMO Watermarks******* – Analisar em conjunto com o gerente de Alimentos e Bebidas as ofertas da concorrência e opinar no âmbito de suas responsabilidades no planejamento da oferta do bar. – Organizar e controlar em conjunto com um funcionário do departamento financeiro o levantamento mensal do inventário operacional, segundo as instruções e os procedimentos estabelecidos pelo gerente financeiro. Tarefas principais Antes do serviço Reunir todos os funcionários do restaurante antes do início do serviço para dar informações sobre a oferta variável, sua preparação e composição. Controlar a apresentação das mesas, a arrumação do ambiente dos bares e a preparação adequada da mise-en-place. Controlar a aparência e a higiene pessoal dos funcionários do setor. Atendimento aos clientes Receber, cumprimentar e acompanhar os clientes que chegam. Anotar os pedidos de bebidas dos clientes, dando sugestões e as informações necessárias. Coordenar o atendimento dos garçons e barman. Supervisionar os procedimentos de cobrança, a fim de evitar qualquer erro. Atender a todas as queixas dos clientes, tomando as providências necessárias no âmbito de sua competência. Controle Supervisionar o atendimento e desempenho de todos os funcionários do setor. Verificar a apresentação e o porcionamento dos drinques e providenciar, se for o caso, as devidas correções. Controlar e reportar diariamente as vendas das bebidas servidas. Anotar no log book qualquer queixa dos clientes e/ou ocorrências com clientes e/ou funcionários que precisem de intervenção da gerência. Planejamento Entrevistar todos os funcionários a serem contratados para o setor. Avaliar o desempenho dos funcionários subordinados. Elaborar escalas de serviço, folgas e férias dos funcionários subordinados. Planejar e executar o treinamento contínuo dos funcionários subordinados. Fazer as requisições de reposição para o dia seguinte (com base no número de garrafas vazias), de acordo com os par stocks estipulados. Fazer as requisições de reposição dos utensílios e suprimentos necessários. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Participar das reuniões semanais do departamento de Alimentos e Bebidas. Barman Reporta-se diretamente ao chefe de bares. Como muitos clientes se dirigem ao bar para conversar com o barman, ele deve ser simpático, bom ouvinte e bem-informado, além de ter um profundo conhecimento de bebidas em geral. Objetivos principais Oferecer um atendimento eficiente e cortês aos clientes, cumprindo o alto padrão de serviço estabelecido pela gerência da casa. Cumprir as normas,os procedimentos e tarefas estabelecidos nos manuais de A&B e de Boas Práticas para serviços de alimentação. Cooperar com os outros funcionários do bar, a fim de assegurar um serviço rápido, eficiente e atencioso para os clientes. Responsabilidades principais Atendimento dos clientes sentados no balcão do bar. Preparação das bebidas pedidas no balcão e nas mesas. Supervisão e manutenção do par stock de todas as bebidas do bar. Supervisão e controle dos suprimentos, a fim de evitar custos desnecessários. Manter o bar e as prateleiras sempre limpos e arrumados. Manter as geladeiras sempre limpas e estocadas devidamente. Manusear os copos de maneira adequada. Tarefas principais Preparar a mise-en-place e montar o balcão do bar. Limpar e secar todas as garrafas antes de armazená-las e quando for servi- las. Usar os medidores corretos para as diferentes bebidas, seguindo as instruções e normas da casa. Usar os copos adequados para cada bebida ou drinque, seguindo as instruções e normas da casa. Conhecer as diferentes receitas das bebidas e dos drinques oferecido no cardápio. Preparar e servir os acompanhamentos. Cooperar no planejamento de novas ofertas e promoções de bebidas e ******ebook converter DEMO Watermarks******* drinques. Preparar as requisições de reposição para o dia seguinte,com base nas garrafas vazias e de acordo com o par stock estipulado. Certificar-se de que toda a área esteja limpa, e de que todas as bebidas estejam devidamente estocadas e os armários trancados antes de sair do bar. Tratar as instalações e os aparelhos cuidadosamente, a fim de preservar os seus valores. Auxiliar no levantamento mensal do inventário operacional. Garçom / garçonete Tem as mesmas funções do garçom/garçonete de restaurante. A diferença é que lida com ******ebook converter DEMO Watermarks******* bebidas, petiscos e lanches. É recomendável que tenha um bom conhecimento das bebidas servidas, para tirar dúvidas dos clientes e, eventualmente, fazer sugestões. Cumim de bar Reporta-se diretamente ao barman, a quem auxilia em suas funções básicas, principalmente no que se refere ao preparo da mise-en-place. O cumim é também o responsável por buscar bebidas no almoxarifado e ajuda o garçom no atendimento aos clientes, limpando as mesas entre um cliente e outro. No fechamento, ajuda na arrumação e limpeza da casa. Caixa Reporta-se ao chefe de bares. Cabe ao caixa receber as comandas dos garçons e ordená-las de forma adequada. Deve verificar se a comanda foi corretamente escrita e só então lançá-la no sistema. Cabe também ao caixa fechar a conta que deverá ser apresentada e paga ou assinada pelo cliente. Muitas vezes a função é exercida pelo próprio barman. Mise-en-place de bar ******ebook converter DEMO Watermarks******* Essa é uma operação de vital importância para o bom funcionamento do bar. Ao contrário do que muita gente pensa, ela começa no fechamento e não na abertura do bar. Quando o barman da noite fecha o estabelecimento, ele tem uma série de tarefas a cumprir. Elas são fundamentais para um bom atendimento: – Deixar todo o mobiliário do bar arrumado. – O local de trabalho deverá ficar totalmente livre. – Todas as prateleiras devem ser limpas e arrumadas. – As geladeiras devem ficar limpas, descongeladas e arrumadas. – Checar se há latas abertas nas geladeiras e retirá-las, se for o caso. – Dar especial atenção às frutas e aos sucos, para saber se poderão ser aproveitados no dia seguinte. – Nenhum material sujo deverá permanecer no bar. – As requisições devem ser feitas conforme o consumo, para manter o estoque fixo. – Os controles devem ser realizados conforme a política da casa. Cumpridas todas essas tarefas, a mise-en-place é concluída na manhã seguinte pelo barman que trabalha no turno diurno. Cabe a ele: – Limpar o bar. ******ebook converter DEMO Watermarks******* – Verificar se as geladeiras estão estocadas de acordo com o par stock. – Conferir as requisições. – Providenciar gelo e itens de decoração para as bebidas, copos, sucos etc. – Checar se as garrafas de bebidas estão fitadas (isso deve ser feito no almoxarifado, assim que elas chegam). – Providenciar os dry snacks (aperitivos). – Providenciar guardanapos, mexedores, fósforos etc. – Montar as prateleiras (da mesma forma todos os dias). – Verificar se os móveis estão limpos e prontos para uso. – Entregar todos os itens quebrados ou com defeito ao departamento de manutenção, para reparo imediato. – Verificar as condições de limpeza e conservação dos cardápios e dos porta-notas. ******ebook converter DEMO Watermarks******* ******ebook converter DEMO Watermarks******* ******ebook converter DEMO Watermarks******* A responsabilidade de receber bem Porte e opções gastronômicas Outside catering ******ebook converter DEMO Watermarks******* A responsabilidade de receber bem uem promove eventos não pode se dar ao luxo de conviver com a imprevisibilidade. Eventos – sejam congressos, coquetéis, ou banquetes diplomáticos – envolvem grandes expectativas,custos muito altos e representam uma significativa fonte de renda para os hotéis. Por tudo isso, se as coisas dão errado, os resultados podem ser desastrosos. Tanto os clientes que encomendam o evento quanto os proprietários de hotéis não toleram incompetência. Minha larga experiência como gerente de eventos me ensinou: não adianta ter um auditório provido com o que há de mais moderno em termos de tecnologia da informação, ou um salão de festas climatizado, recheado de avançados e caríssimos recursos audiovisuais, ou uma cozinha de alto padrão, se o serviço não funciona, se os convidados não ficam felizes, se o objetivo do evento não é plenamente alcançado. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Em proporção direta, cresce o nível de exigências sobre aqueles que fazem da promoção de eventos sua profissão.Não é para menos: a diversidade de modalidades de eventos é tão grande quanto as expectativas de quem os encomenda e de quem os sedia. E não pensem vocês que as responsabilidades do gerente de eventos de um hotel (que se reporta ao gerente de A&B ou, na ausência dele, ao gerente-geral do hotel) estão limitadas ao já imenso universo de preocupações em torno da realização de uma festa ou congresso ou outro tipo de evento. Estar com tudo à altura (e, sempre que possível,além) daquilo que foi solicitado pelo cliente e esperado pela direção do hotel é só parte das suas atribuições. Para promover – com qualidade! – um evento é preciso saber ouvir. E falar. Não basta anotar pedidos. O bom gerente de eventos é aquele que sabe do que o cliente precisa, mesmo que ele, o cliente, sequer imagine. Tem que interagir, sugerir, participar: provocar. A fim de influenciar escolhas e decisões comerciais, um acessório indispensável ao promotor de eventos, além de apresentação, fluência verbal e marketing pessoal impecáveis, é um bom currículo. Demonstrações em meios multimídia, fotos e vídeos de eventos anteriormente promovidos são poderosos argumentos. A participação de um conceituado chef é outro item que pode fazer a diferença na hora da venda do serviço. Afinal, é ele quem vai montar o cardápio ideal para o tipo de evento e perfil dos convidados, dentro de um orçamento que garanta a lucratividade. Para bem coordenar as áreas envolvidas (planejamento, organização e realização), o gerente de eventos precisa conhecer detalhadamente as preferências, prioridades e expectativas do cliente, bem como obter o maior número possível de informações sobre os convidados (sexo, idade média, poder aquisitivo,sofisticação culinária) e o evento em si,que pode ser festivo, formal, de negócios, ou um misto de cada uma dessas três opções. Um bom gerente de eventos é um profissional criativo.No entanto, a sua criatividade deve sempre considerar os limites e normas estabelecidos pelo hotel ou pela empresa que organiza o evento. Além dessa fronteira, o evento excede o limite do responsável. Definidos todos os aspectos relacionados ao evento, anotados todos os detalhes em um minucioso e detalhado check list, o próximo passo é efetuar a reserva provisória. Se a data não estiver disponível, deve-se checar a mais próxima e oferecê-la como alternativa. Fechada a data e registrada no livro de reservas, que, atualmente, caiu em desuso diante da abundância de softwares existentes no mercado, preparar a carta-proposta é o próximo passo. Nela devem estar registrados todos os dados importantes relacionados ao evento: características, mapa e localização do salão escolhido, horário de início e término do evento, número de convidados, tipo de montagem, comidas e bebidas escolhidos, formas de pagamento e demais informações ******ebook converter DEMO Watermarks******* pertinentes. Um kit de banquete em anexo, com sugestões adicionais de comidas e bebidas, é recomendável. Outro item essencial na comunicação é a fixação de uma data-limite, contida em uma ficha especial, para confirmação, alteração ou cancelamento do evento. Na fase de preparação, deve-se levar em conta a força da lei de Murphy, segundo a qual se alguma coisa tiver chance de falhar, ela vai falhar. Exemplo: se o evento é ao ar livre e houver alguma possibilidade de chuva, certamente vai chover. Assim, é sempre fundamental ter um “plano B” na manga para cada eventualidade ou contratempo. Tanto na cozinha quanto na montagem do salão, é praxe que se acrescente 10% sobre o número total de convidados. Desse modo, previne-se o que pode ser uma das piores gafes em um evento: a escassez de comes e bebes e a falta de mesas e cadeiras. O cliente deve ser informado sobre essa prática e também estar ciente de que o pagamento tem como base um determinado número de pessoas, venham elas ou não, sendo cobrado por fora o custo dos convidados excedentes. Quando as portas do salão se abrem e os convidados começam a chegar, tudo o que foi minuciosamente planejado vai ser submetido ao mais duro dos testes: o da realidade. É lógico que o descanso do gerente de eventos e de todos os seus subordinados ainda está muito longe de chegar.Ao longo do evento, como uma equipe médica operando em um centro cirúrgico, todos os acontecimentos, por mais desprezíveis que aparentem ser, devem ser cuidadosamente monitorados e ajustados constantemente. O gerente ou seu assistente direto devem verificar se as mesas estão corretamente montadas, se a limpeza está sendo mantida,se os convidados estão sendo bem-atendidos. Até que o último convidado deixe o salão, é preciso manter o foco. Quando tudo dá certo, uma carta de agradecimento benfeita tem efeito poderoso:aumenta o share of mind (fixação espontânea da marca,elevação do nível de conhecimento do estabelecimento) do cliente e, por que não dizer,deixa aquele gostinho de quero mais.É bom lembrar que,por indicação de quem já usufruiu as instalações e serviços do hotel, novos contratos de eventos são celebrados todos os dias. Estatísticas do setor hoteleiro confirmam que os eventos de negócios são responsáveis pela maior parte dos contratos,contribuindo também para que sejam atingidas as metas de ocupação de apartamentos. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Porte e opções gastronômicas porte do evento tem uma relação direta com a infraestrutura oferecida pelo hotel e sua localização. No entanto, a maioria dos eventos contratados, independentemente desses fatores que citei, consiste em reuniões de trabalho de pequenos grupos constituídos por 10 a 35 participantes. A predominância de pessoas do sexo masculino, entre 30 e 45 anos com formação superior e domínio de outros idiomas é a característica mais frequente. É evidente que estamos nos referindo a pessoas exigentes, com olhos bem-treinados. Gente que não costuma tolerar improvisos nem amadorismo. Em eventos dessa natureza, o coffee break (um pequeno lanche servido durante os intervalos) é sempre uma boa opção. É lógico que se o evento tiver uma duração maior, há que se pensar em algo mais do que lanches. Se vamos ter almoços e jantares,há certas regras básicas que não podem ser ignoradas: não servir comidas pesadas, nada de excesso de bebidas alcoólicas e muita atenção em relação aos horários e locais onde serão servidas as ******ebook converter DEMO Watermarks******* refeições. Na hora de definir os horários e locais das refeições, lembre-se: há outros hóspedes no hotel. O monitoramento constante da limpeza dos salões e higiene dos restaurantes é essencial. Assim como uma mise-en-place adequada, que significa bem mais que o cumprimento de regras formais – é uma questão de custo e benefício para clientes, organizadores e para o hotel. E por falar em custo e benefício, os cardápios também merecem toda a atenção. Qualquer que seja o evento, a escolha do que vai ser servido deve ser criteriosa. Um chef tarimbado faz toda a diferença aqui. É responsabilidade dele selecionar os fornecedores e colaboradores, monitorar os serviços e avaliar custos sob a perspectiva da receita a ser alcançada – enfim, garantir a satisfação dos convidados, de quem os convidou e da direção do hotel. ******ebookconverter DEMO Watermarks******* Outside catering m dos braços da área de eventos é o outside catering, que pode ser traduzido como um serviço de atendimento e produção de eventos fora dos limites do hotel. Pode ser um almoço, um jantar ou um coquetel. Os custos para o cliente, naturalmente, são bem mais altos. Mas o investimento do hotel também não custa pouco. Para que se possa oferecer o outside catering, deve ser previamente montada uma infraestrutura específica que inclui transporte, utensílios e equipamentos os mais variados. É um trabalho de estratégia. Muitas vezes é necessário montar no local indicado pelo cliente uma pequena cozinha. As necessidades básicas do espaço são levantadas com antecedência pelo gerente de A&B,que deve visitar o local do evento até mais de uma vez, se julgar necessário. De forma geral, quase tudo sai pronto da cozinha do hotel. O transporte dos alimentos e, especialmente, dos utensílios exige atenção especial.Os copos e pratos devem ser acondicionados adequadamente, para que não se quebrem no caminho. Um detalhado checklist também é fundamental, pois o esquecimento de uma peça importante pode comprometer todo o trabalho. Os mesmos cuidados devem ser tomados na viagem de volta dos equipamentos e utensílios. E existe a preocupação de deixar o local do evento nas mesmíssimas condições ( principalmente de limpeza) em que estava antes da realização do evento. Não são muitos os hotéis que oferecem o serviço de outside catering. Além da indispensável estrutura, ele exige uma série de cuidados que muitas vezes podem comprometer o foco principal da área de A&B (restaurantes e bares do estabelecimento). Por isso, em muitos hotéis da Europa e dos Estados Unidos existe a figura do gerente de catering. Mas, aqui no Brasil, de forma geral, o serviço é oferecido por empresas especializadas, que não têm qualquer vínculo com hotéis. Por toda a logística e preparação que envolve, o serviço de outside catering, muito mais do que os eventos realizados no hotel, exige respeito máximo à já citada Lei de Murphy. E para que não dê errado, é preciso uma constante e minuciosa checagem. ******ebook converter DEMO Watermarks******* ******ebook converter DEMO Watermarks******* Cálculos de compra e venda Preços ao consumidor No bar ******ebook converter DEMO Watermarks******* Cálculos de compra e venda esta altura do livro,quando a parte do dinheiro vai finalmente entrar na história, não custa nada repetir que nosso principal produto de venda é o serviço. Muito mais que alimentos e bebidas, vendemos competência e profissionalismo, calor humano e cordialidade. Algo um tanto subjetivo, algo aparentemente sem parâmetro de medida, mas que é perfeitamente mensurável, especialmente pelo cliente. A probabilidade de encontrar um belo prato, um drinque perfeito, uma criação gastronômica originalíssima ou um vinho de safra especial não é de fato enorme, mas costumo dizer que não é única. Há sempre muita gente tentando (e conseguindo!!) se diferenciar somente pelo produto. Já o serviço, em função de características bem particulares, pode ser único, incomparável e fazer toda a diferença para garantir o cumprimento de metas financeiras. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Antes de focar os clientes, é preciso“vender”essa filosofia para todos os funcionários do setor. Para tanto, é papel do gerente de A&B desenvolver um programa de marketing interno que ajude a transmitir planos e ideias à equipe, permitindo que todos participem das decisões operacionais. A lucratividade do negócio, muito mais do que da matemática financeira pura e simples, pode depender da equação que inclua como variáveis o envolvimento da equipe e seu desempenho. Portanto,antes de detalhar a rotina e a estrutura financeira do setor, acho importante dar quatro dicas básicas sobre a arte de vender bem no mundo dos bares e restaurantes: Quem é quem A maioria da clientela de um restaurante tem mais desejo de ser reconhecida do que de se alimentar. Devemos sempre que possível tentar reconhecer o cliente habitual pelo nome. Quando um consumidor se faz conhecido pelo nome, a primeira recompensa será o retorno ao estabelecimento. Conhecer o que se vende Como se pode vender aquilo que não se conhece? Todos os funcionários de atendimento devem saber exatamente o que vendem, desde os produtos até os serviços. Treinamento Cada funcionário deve estar treinado para a sua função de acordo com o estilo do estabelecimento. Quando os funcionários correspondem ao treinamento e o estabelecimento atinge bons resultados, podem ser estudadas formas de recompensá-los através de comissões e promoções. O cliente é rei Antecipe-se ao cliente, oferecendo pratos e sugestões. Crie a tentação de experimentar determinados produtos. Ofereça sempre. Nem só de um bom serviço depende o sucesso de um empreendimento. O caminho que leva ao lucro passa também pela qualidade dos pratos e pelo bom entrosamento entre a gerência de Alimentos e Bebidas e os departamentos de custos e de compras. Em geral, comprar bem significa ter um custo final mais baixo – mas nem sempre. Até o mais inexperiente dos chefs sabe que o mais barato nem sempre é o melhor. E é o chef quem faz o controle de qualidade dos produtos. Na prática, a coisa funciona assim: o chef relaciona os alimentos de que precisa para ******ebook converter DEMO Watermarks******* montar os pratos e o departamento de compras pesquisa preços antes de fazer o pedido. Eventualmente, tanto o chef quanto o gerente indicam fornecedores. Que podem ou não ser aceitos pelo chefe do departamento de compras (ou simplesmente chefe de compras), depois de uma tomada de preços em três ou quatro empresas. A variação é grande, e ganha o fornecedor que apresentar a melhor média, de acordo com o número de itens orçados e dentro da qualidade solicitada. Mas, se o chef não gostar do produto, a mercadoria volta. Muitas vezes, o gerente de A&B também participa do processo de compras. Recomenda-se que ele visite regularmente grandes centrais de abastecimento (Ceasa, por exemplo) e faça relatórios comparando tanto os preços quanto a qualidade dos produtos. No caso de peixes, carnes e aves, o gerente de A&B, juntamente com o chef e o comprador, deve fazer uma visita ao fornecedor, para ver as condições de higiene do local e da equipe,especialmente da área onde são feitos os trabalhos de porcionamento e embalagem, e também as formas de transporte dos produtos. O controle sobre a qualidade do que é comprado deve se estender ainda à checagem do prazo de validade. Uma vez vencido, não existe a menor possibilidade de aproveitamento do produto. Todas as compras de materiais devem estar previstas no orçamento anual (e/ou mensal) do setor, que prevê também a margem de lucro. No caso do setor de Alimentos e Bebidas, esse planejamento é feito conjuntamente pelo gerente e pelo chef, cabendo ao departamento de compras zelar para que as metas preestabelecidas sejam cumpridas. Quando há estouro na previsão, o controller, isto é, o principal responsável pela área financeira, entra em cena para apurar causas e responsabilidades. De forma geral, o setor de Alimentos e Bebidas, principalmente em hotéis, garante uma boa margem de lucro. Independentemente da moeda ou do país, o padrão prestabelecido internacionalmente é de faturar: 100 para cada 30 gastos nos restaurantes; 100 para cada 20 gastos nos bares. Ou seja,os custos são de 30% e 20%,respectivamente.Um simples exercício de matemática prova que, no caso dos restaurantes, o resultado operacional chega a 233% e nos bares, a 400%.Vejamos exemplos concretos: Exemplo 1: Se o total de requisições do dia foi R$ 1.530,00 e a receita bruta de alimentos foi de R$ 5.100,00, teremos um custo de 30% e um resultado operacional de 233,33%. ******ebook converter DEMO Watermarks******* F As operações são as seguintes: – Total de requisições do dia / receita bruta = custo. R$ 1.530,00 / R$5.100,00 = 0,3. Ou seja, da receita total obtida, 30% estão comprometidoscom a cobertura das requisições do dia. Exemplo 2: Se o total de requisições do dia foi R$ 250,00 e a receita de bebidas foi R$ 1.250,00, teremos um custo de 20% e um resultado operacional de 400%. – Total de requisições do dia / receita bruta = custo. R$ 250,00 / R$1.250,00 = 0,2. Ou seja, da receita total obtida, 20% estão comprometidos com a cobertura das requisições do dia. Atenção ora da hotelaria, a matemática muda um pouco e o mais comum é trabalhar com custos de 22% para alimentos e 18% para bebidas. Na hotelaria, os grandes custos fixos são rateados pelos demais (muitos) setores juntamente com o de A&B, coisa que não acontece nos restaurantes e acaba por sobrecarregá-los em seus resultados operacionais. Você pode estar estranhando os altos resultados obtidos nas operações acima,mas é preciso entender que essa margem elevada terá que ser suficiente não só para cobrir a despesa dita variável, isto é, aquela feita com as requisições do dia, com os insumos necessários à preparação dos pratos. Além desses custos, cujo cálculo será explicado mais adiante, existem os custos fixos a serem computados: mão de obra, energia elétrica, manutenção, gás, depreciação etc. E é preciso ressaltar ainda que no caso dos custos e resultados citados acima, estamos falando de metas. Muitos não conseguem superar a margem de 100% e, justo por isso, mais cedo ou mais tarde, acabam fechando as portas. A boa gestão financeira de um restaurante ou bar começa no planejamento, mas jamais será alcançada se não houver organização e um rígido controle interno. Esse controle começa pelo correto preenchimento de inventários e comandas de serviço. Os inventários, como já vimos anteriormente, são fundamentais para o trabalho de checagem periódica de todo os produtos, material e equipamentos do restaurante e bar. Eles indicam a necessidade de reposição e também eventuais desvios. O ideal é que as comandas, pré-numeradas, tenham no mínimo quatro vias. Nesse caso, normalmente o maître entrega três vias da comanda ao garçom responsável pela mesa e a quarta via fica no bloco de comandas. A duas primeiras vias, depois de preenchidas, são entregues pelo garçom ao caixa. A primeira fica em poder do caixa, a segunda é carimbada e repassada à cozinha central,para atendimento.Depois é encaminhada para a urna de comandas, para controle do departamento ******ebook converter DEMO Watermarks******* de custos. A terceira via fica com o garçom, que pode deixá-la no aparador próximo à mesa para acompanhamento dos pedidos. Para as bebidas,bastam três vias:a primeira é entregue ao caixa; a segunda é carimbada pelo caixa, entregue ao barman para atendimento, e depois é colocada na urna de comandas, para controle do departamento de custos; e a terceira fica com o garçom, possibilitando ao mesmo servir as bebidas na ordem correta dos pedidos. É importante conscientizar os garçons de que as comandas são como talões de cheques – não devem ser emprestadas a ninguém e cada um é responsavel pelo seu bloco. Nenhuma comanda poderá ser cancelada ou rasurada sem o visto do maître. Diariamente, as comandas devem ser casadas, para que se possa verificar se todos os pratos elaborados na cozinha foram devidamente cobrados pelo caixa. A comanda-padrão deve conter os seguintes itens: Data. Número da mesa. Número do garçom responsável pela mesa. Número de pessoas. Número do apartamento (caso o cliente seja hóspede). Entradas e pratos principais (se possível, identificados ou marcados com código). No caso de bebidas, quantidade e tipo. Outro importante instrumento de controle e medição do bom funcionamento da gerência de Alimentos e Bebidas são as requisições ao almoxarifado. Elas representam o consumo e devem traduzir com fidelidade os custos do setor. O acompanhamento diário desses gastos pode representar uma oportunidade de economia, pois é por meio desse acompanhamento que é possível identificar eventuais exageros de consumo. Estoques desnecessários devem sempre ser evitados. No caso dos hotéis, a partir das informações contidas nas comandas, inventários e requisições, o departamento de custos pode elaborar seu relatório sobre a situação do setor de Alimentos e Bebidas. É exatamente essa a principal responsabilidade do departamento de custos: acompanhar e controlar todos os gastos,incluindo restaurantes e bares,e abastecer os respectivos departamentos com informações que venham a facilitar a tomada de decisões.No caso de restaurantes, o gerente de A e B é que cumpre essa função. O preço de custo de cada mercadoria é calculado no momento em que o produto chega ******ebook converter DEMO Watermarks******* ao almoxarifado. Há três diferentes métodos para fazer esse cálculo. Vejamos: Método PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair) Significa que o primeiro material a dar entrada no estoque é o primeiro a sair. Mesmo que os materiais não sejam fisicamente retirados na sequência em que foram adquiridos, escrituralmente as saídas devem obedecer ao custo de entrada no estoque. Esse método, de origem estrangeira, é amplamente conhecido por FIFO, que é a sigla para first in first out. Exemplo: – O restaurante faz a compra de dez latas de refrigerante e estoca todas elas. Cada uma das latas foi comprada por R$ 0,50. Desse total, três são vendidas e há, então, necessidade de pedir reposição. Quando chega essa reposição, o estoque é recomposto com três novas latas. Independentemente do valor unitário de cada lata adquirida nessa última compra (mais cara, preço idêntico ou mais barata), pelo método PEPS, elas são acrescentadas ao estoque por último. O item que vai ser retirado do estoque no próximo pedido de cliente é sempre aquele que foi comprado antes e que, portanto, será baixado pelo preço de entrada. Método UEPS (último a entrar, primeiro a sair ) Significa que o último preço de material a entrar no almoxarifado deve ser utilizado nas primeiras saídas, até que a quantidade adquirida por aquele valor (preço) unitário se esgote ou haja nova entrada. Caso a quantidade de produtos comprados por esse último valor unitário se esgote sem que a requisição de reposição seja atendida, passa-se a utilizar os itens com o valor unitário da penúltima entrada, em seguida aqueles com o valor da antepenúltima,e assim sucessivamente, até que se efetue nova entrada de mercadoria, ou até que a requisição seja completada. É internacionalmente conhecido como método LIFO, que significa last in first out. Exemplo: – O restaurante faz a compra de dez latas de refrigerante e estoca todas elas. Cada uma das latas foi comprada por R$0,50. Desse total, três são vendidas e há, então, necessidade de pedir reposição. Quando chega essa reposição, o estoque é recomposto com três novas latas, a R$ 0,55 cada.E são justamente essas latas que,pelo método UEPS, sairão primeiramente para atender a um pedido de cliente. Importante ter em mente que não se trata de uma questão física e sim contábil, isto é, as últimas latas que chegam ao estoque, por esse método, são sempre as primeiras a serem baixadas do estoque. Método do PREÇO MÉDIO (média ponderada móvel) Como o próprio nome indica, significa valor médio unitário de cada produto existente no almoxarifado. Chega-se a esse resultado da seguinte forma: divisão do total (R$) pago pela mercadoria pelo número referente à quantidade estocada, após cada entrada do material, já que as saídas não alteram o valor médio do estoque. A cada entrada de produto com um novo valor altera-se o preço da mercadoria estocada. As saídas são sempre feitas ******ebook converter DEMO Watermarks******* pelo valor médio. Exemplo: – O restaurante tem dez latas de refrigerante estocadas. Metade delas foi comprada a R$ 0,50; duas a R$ 0,60; e outras três a R$ 0,70. Mais cinco latas, a R$ 0,50 cada, acabam de entrar no almoxarifado. Para calcular o valor de cada lata para o cliente, toma-se o total gasto na compra da mercadoria (8,30) e divide-se pela quantidade total de latas em estoque, contando inclusive a entrada mais recente de refrigerante(10 + 5 = 15). O resultado obtido (0,55) é o preço de custo de cada lata estocada. As saídas serão feitas sempre por esse valor médio, até que um novo lote de mercadoria chegue ao estoque e a operação tenha que ser toda feita novamente. Devolução As devoluções de material requisitado em excesso e não utilizado precisam ser feitas ordenadamente. Entram no estoque da seguinte maneira: cada item volta pelo mesmo valor unitário da saída, na data em que se efetuar a devolução, qualquer que seja o método utilizado. As devoluções de materiais efetuadas pelo departamento requisitante ao almoxarifado devem funcionar como se fossem saídas negativas da empresa e, como consequência, devem ser registradas nas colunas de saída da ficha de controle de estoque com sinal negativo ou entre parênteses, nas datas das devoluções, ou seja, nas datas do retorno ao almoxarifado. Na produção dos inventários, deve-se ter atenção especial com alguns alimentos que sofrem considerável perda de peso depois de limpos. Um exemplo: 1 kg de peixe é requisitado. Depois de limpo e porcionado, ele se transforma em 400 g – ou seja, houve uma perda de 60%. Se esse fator de perda em alguns alimentos não for considerado nos inventários, poderá haver a suposição de que o restaurante está sendo lesado, mesmo não tendo havido qualquer tipo de desvio. No caso de perdas na cozinha geradas por alimentos estragados, o procedimento correto é fazer o devolução do produto ao almoxarifado e contabilizar determinada quantidade do mesmo item como crédito da cozinha.Por exemplo: se foram recebidos pela equipe de cozinha 50 kg de camarão e, por alguma razão, o produto não apresentou condições de uso, todo ele deve ser encaminhado de volta ao almoxarifado, ficando a cozinha, então, com um crédito daquela mercadoria. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Preços ao consumidor cálculo correto do preço que vai constar no cardápio é de fundamental importância para a saúde financeira do restaurante. Ele vai depender de alguns fatores, como veremos a seguir, e deve ter como principal base a ficha técnica, onde todos os componentes do prato são relacionados, com as respectivas quantidades e os custos. A partir do custo do prato, calcula-se seu preço. Vejamos o exemplo de um prato simples de frango com batatas. Tabela 1 Item Quantidade Unidade Preço (R$) Total Frango 0,200 kg 2,00 0,40 Batata 0,100 kg 1,00 0,10 Óleo 0,100 litro 2,00 0,20 Total 0,70 O custo real do prato é R$ 0,70. Se usarmos o percentual de custo internacional, que é de 30% (como vimos há pouco), teríamos um preço teórico de venda de R$ 2,33. Isto é, se R$ 0,70 equivalem a 30% do valor final do prato, isso significa que esse dito valor final será de, no mínimo, R$ 2,33. Para a composição do preço do prato ainda deverão ser acrescidas as margens de remuneração dos custos fixos. Mas o preço final só poderá ser fechado de fato depois de uma pesquisa junto aos principais concorrentes e definidos o espaço que o restaurante quer ocupar no mercado e público que quer atingir. De nada adianta ter um cardápio com o custo ideal, se o preço de venda está muito abaixo ou muito acima da concorrência. Na elaboração do custo do prato, deve-se tomar cuidado com alguns alimentos perecíveis como frios sortidos, frutas, legumes, laticínios etc. Eles têm alto índice de perda e devem estar sempre armazenados adequadamente e em local apropriado, como câmaras frigoríficas e geladeiras. É preciso ficar claro o seguinte: o fato de determinado produto ser perecível não impacta o custo diretamente. O risco de perda, na verdade, leva a um aumento da margem e obriga o profissional de A&B a considerar mais um dado na relação das ******ebook converter DEMO Watermarks******* despesas fixas. Uma vez definido o preço de venda de um determinado prato, surgem outras questões: os critérios que determinaram a elaboração do preço desse prato vão ser os mesmos para outros pratos? E, afinal, quantos pratos um menu deve oferecer? São perguntas pertinentes e para as quais não existem respostas definitivas. Tudo passa pelo bom-senso e pela análise do desempenho de vendas de cada um dos pratos isoladamente e do restaurante como um todo. Particularmente, eu não acredito que um restaurante que ofereça 100 itens ou mais aos seus clientes possa manter uma alta qualidade de preparo em todos eles. Logicamente, isso vai depender da estrutura da casa, mas acredito que um total de 30 pratos seja um número muito próximo do ideal. Nem todos terão a mesma margem de lucro, nem todos exercerão a mesma atração sobre os clientes. Mas, juntos, formarão um leque de opções capaz de atender – e agradar – a diferentes paladares. Voltamos, então, à expressão menu engineering, já citada anteriormente quando falei sobre cardápios. É através desse exercício de engenharia gastronômica que se atinge o equilíbrio desejável na composição de um cardápio. O menu engineering tem como base as quatro categorias em que se dividem os itens oferecidos por um restaurante: pratos estrela, pratos cavalo de arado, pratos quebra-cabeça e pratos cachorro. Essa denominação não chega a ser uma convenção, mas é internacionalmente conhecida e utilizada em muitos países. Originária do inglês, quando traduzida pode soar estranha e nada interessante para o mundo dos restaurantes. Mas, ironicamente, são expressões de franco uso, traduzidas livremente para o português. Vejamos suas principais características: Pratos estrela São os mais populares e os mais rentáveis. Dificilmente mudam suas especificações. Permitem que se teste a flexibilidade do preço de venda. Ficam nos pontos mais visíveis do cardápio. Pratos cavalo de arado São populares, mas a margem de lucro é pequena. Seus preços tendem a aumentar. Suas porções tendem a ser reduzidas. Quando são muito trabalhosos, duram pouco tempo no cardápio. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Pratos quebra-cabeça Têm alta rentabilidade, mas pouca demanda. Duram pouco tempo no cardápio quando não são o prato principal. Ganham novos nomes para estimular a saída. Sofrem reduções no preço, também para estimular a saída, sem perder rentabilidade. Têm boa posição no cardápio. São em número limitado no cardápio. Pratos cachorro Têm pouca demanda e margem de lucro baixa. Tendem a ter preço aumentado. Devem ser eliminados do cardápio. Na tabela abaixo, um resumo dos quatro tipos de pratos, de acordo com o seu desempenho de vendas. Vale lembrar que margem de contribuição significa lucratividade e que o percentual de menu mix indica o nível da demanda do prato entre os itens oferecidos no cardápio. Tabela 2 Classificação %de menu mix Margem de contribuição Estrela Alta Alta Cavalo arado Alta Baixa Quebra-cabeça Baixa Alta Cachorro Baixa Baixa A tabela seguinte propõe um exercício de menu engineering. Ela retrata uma situação real e serve para ilustrar a importância de um bom planejamento do menu e explicar algumas expressões que fazem parte do dia a dia financeiro de um restaurante. O objeto de trabalho é um restaurante que oferece apenas nove itens. O pequeno número de opções vai facilitar todos os tipos de cálculos e avaliações, levando em conta variáveis diversas. A partir da leitura das tabelas abaixo, vai ser possível saber rapidamente o que deve ser mantido no cardápio e o que não vale a pena oferecer. Os números podem indicar também ******ebook converter DEMO Watermarks******* quais itens deve ter uma localização melhor no menu. Tabela 3 Menu mix (1) % de menu mix (2) Preço de custo (3) Preço de venda Margem de contribuição por prato Total de custo Total de venda Total de margem de contribuição Prato 1. Feijoada 396 16 5,74 30 24,26 2.273,04 11.880 9.606,96 2. Bufê gourmet 429 17 5,7 24 18,3 2.445,3 10.296 7.850,7 3. Frutos do mar 302 12 8,5 25 16,5 2.567 7.550 4.983 4. Sopa do dia 591 24 0,7 5 4,3 413,7 2.955 2.541,3 5. Caesar salada 50 2 2,31 9 6,69 115,5 450 334,5 6. Salada russa 41 2 1.66 9 7,34 68,06 369 300,94 7. Salada chefe231 9 5.83 9 3,17 1.346,73 2.079 732,27 8. Omeletes 142 6 1 8 7 142 1.136 994333 9. Massas diversas 289 12 1,5 12 10,5 433,5 3.468 3.034,53 Total 2.471 9.804,83 40.183 30.378,17 Resumo de desempenho do restaurante (4.) custo % 24% (5.) margem de contribuição R$12,29 ******ebook converter DEMO Watermarks******* (lucro médio por prato) (6.) % geral de menu mix 7,78% (7.) couvert médio R$ 16,26 Para entender as tabelas é importante saber que: 1. Menu mix Corresponde ao número de pratos vendidos no dia. 2.% do menu mix É o percentual de pedidos do prato entre todos os itens. 3. Preço de custo de cada prato Chega-se a ele através da ficha técnica. 4. Custo% Valor total de venda dividido pelo total de custos. 5. Margem de contribuição Resultado operacional dividido pelo total de pratos vendidos. É o lucro médio por prato. 6.% geral de menu mix Média percentual geral de pedidos de cada prato. Serve como parâmetro para saber se um prato está sendo bem-aceito ou não. Para que se chegue a esse percentual, parte-se de uma fórmula preestabelecida: 70 dividido pelo número de itens. No caso: 70 / 9 = 7,78%. Ou seja, os seis pratos que têm percentual de menu mix acima desse total têm margem de contribuição alta e os três pratos que estão abaixo têm margem de contribuição baixa. Convencionou-se usar o numeral 70 como forma de tomar a parte mais importante do cardápio. Como se esse valor representasse em torno de 70% da carta. 7. Com base no total financeiro geral de venda e no total de pratos vendidos, chega-se ao couvert médio (denominação técnica utilizada em restaurantes), que é o valor médio de venda de cada prato. No caso, R$ 40.183,00 / 2.471 =R$ 16,26. ******ebook converter DEMO Watermarks******* ******ebook converter DEMO Watermarks******* No bar cálculo do preço de venda das bebidas é bem mais simples do que o do preço de venda dos alimentos. Da mesma forma, o controle em relação a desvio e desperdício é muito mais eficiente. Esse controle é feito através das fitas que são cola das nas garrafas assim que elas são recebidas pelo almoxarifado. Antes, claro, é preciso saber ao certo a dosagem de cada bebida, como veremos a seguir. As fitas são fundamentais para um inventário eficiente, pois indicam com exatidão quantas doses restam na garrafa. Se uma garrafa tem 20 doses e 16 forem servidas, esse mesmo número de doses vendidas deve constar no controle das comandas. Atenção: não deve haver o famoso ″choro″. Na medida em que determinado estabelecimento concorda com esse tipo de procedimento, indiretamente confirma que não é justa a relação custo x quantidade da bebida oferecida ao cliente. Normalmente, o custo da bebida varia de 18 a 22% do total faturado, podendo ser um pouco maior no caso de bebidas mais caras como uísque ou champanhe. Vejamos um exemplo: uma garrafa de uísque de um litro custa R$ 50. Vendendo cada uma das 25 doses da garrafa a R$ 8, o total faturado é de R$ 200. No caso, o custo da garrafa corresponde a 25% do total faturado. No caso da cachaça, usada na caipirinha, o percentual é bem menor, pois a garrafa é, claro, bem mais barata que a de uísque. Com base num padrão de lucratividade de 20% em relação ao total faturado, deve-se fazer o seguinte cálculo para se chegar ao preço ideal de venda de determinada bebida: dividir o custo da garrafa pelo número de doses e depois multiplicar por cinco. Exemplo: o preço de custo da dose de um conhaque que custa R$ 30 e cuja garrafa tem 20 doses é R$ 1,50. Assim, o preço de venda deve ser R$ 7,50. Mas, assim como acontece com os pratos, deve haver um estudo de mercado, junto à concorrência, para saber se o preço é adequado. Tradicionalmente, nas bebidas dosadas, são utilizadas doses: de 50 ml para aperitivos em geral; de 40 ml para destilados em geral; de 25 ml para licores. Mas, hoje em dia, muitos estabelecimentos estão adotando a dose de 50 ml para todas as bebidas, exceto licores, para os quais é mantida a dose de 25 ml, e conhaques, cuja dose- ******ebook converter DEMO Watermarks******* U padrão é de 40 ml. Mark up ma outra forma de fixar preços para bebidas é denominada mark up. Define-se a partir de um determinado preço de custo, descontados impostos e taxas, uma margem de ganho fechada para cada tipo de bebida. Por exemplo: se a garrafa, descontados os impostos, custa R$ 20 para o bar, fica então acordado que ela será comercializada a R$ 42. Esse método é mais frequentemente utilizado para a definição de preços de vinhos e champanhes. E, é claro que a tendência nesse caso é a seguinte: quanto mais cara a bebida, maior a margem de ganho com o preço final oferecido ao consumidor. ******ebook converter DEMO Watermarks******* Os finalmentes A atividade gerencial no setor de A&B é uma história sem fim. Diariamente, uma série de rotinas é repetida e tudo sempre começa de novo. Comprar, contratar, vender, preparar, atender, controlar… Todos os passos apresentados no livro são praticados quase diariamente e precisam ser certeiros, de precisão cada vez mais acurada para garantir o sucesso da empreitada: da preparação dos pratos à definição de preços; da compra de um utensílio à confecção do cardápio; da escolha de um móvel à adoção de práticas corretas de higiene e segurança. Depois de todos esses anos de trabalho dedicado e da passagem por algumas das mais importantes casas hoteleiras do mundo, posso afirmar com segurança que a qualificação técnica para executar com sucesso cada uma dessas rotinas só garante resultados quando combinada com um tripé de conceitos que rege todos os passos no segmento de Alimentos e Bebidas. O primeiro vértice do tripé é a organização e formação de equipes, incluindo motivação e treinamento; o segundo é o respeito irrestrito ao cliente; e o último, cada vez mais fortalecido, está relacionado à visão de business que precisa estar impregnada em cada uma das ações do setor. Durante todo o tempo de preparação desta publicação, fiz questão de frisar o lado comercial que envolve a gerência de A&B e espero ter conseguido despertar o leitor, leigo ou profissional dos setores de hotelaria e restaurantes, para esse ponto primordial. O setor de ******ebook converter DEMO Watermarks******* A&B é essencialmente venda e seu desempenho será tanto melhor quanto mais sua equipe estiver envolvida com metas de produção e consciente da necessidade de alcançar a excelência na comercialização de produtos e serviços. O desafio está em promover o potencial dos negócios no dia a dia, agregando diferenciais, lançando moda, novidades. A tarefa, eu admito, é das mais difíceis e os riscos são imensos. Mas, é importante ousar, não ter medo de errar e manter uma constante disposição para aprender com os erros, se eles ocorrerem. Com o livro, espero auxiliar e tornar o caminho menos árduo, permitindo aos leitores lançar mão da minha experiência para tornar sua prática gerencial mais eficiente e atual. Boa sorte! ******ebook converter DEMO Watermarks******* Referências CANDIDO, Indio; VIEIRA, Elenara Viera de. Gestão de hotéis : técnicas, operações e serviços. Caxias do Sul : EDUCS, 2003. CARTILHA 1 : controle de perigos. 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Salgado Superintendente Universitário e de Desenvolvimento: Luiz Carlos Dourado EDITORA SENAC SÃO PAULO Conselho Editorial: Luiz Francisco de A. Salgado Luiz Carlos Dourado Darcio Sayad Maia Lucila Mara Sbrana Sciotti Jeane Passos de Souza Gerente/Publisher: Jeane Passos de Souza Coordenação Editorial/Prospecção: Luís Américo Tousi Botelho Márcia Cavalheiro Rodrigues de Almeida Administrativo: João Almeida Santos Comercial: Marcos Telmo da Costa Preparação de Originais e Pesquisa: Armando Freitas Acompanhamento Pedagógico: Andrea Estrella Projeto Gráfico, Diagramação e Capa: Luciana Mello, Monika Mayer Fotografia: Zeca Guimarães, Monika Mayer Revisão: Tereza da Rocha Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Jeane Passos de Souza – CRB 8ª/6189) Freund, Francisco Tommy Alimentos e bebidas: uma visão gerencial / Francisco Tommy Freund. – São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2017. ISBN 978-85-396-1250-5 (impresso) eISBN 978-85-396-2816-2 (ePub) 1. Alimentos e bebidas: Hotelaria 2. Restaurante (Serviços) 3. Alimentos (Preparação) I. Título. 17-525s CDD-647.95 BISAC TRV013000 Índice para catálogo sistemático: 1. Alimentos e bebidas: Hotelaria 647.95 ******ebook converter DEMO Watermarks******* Proibida a reprodução sem autorização expressa. Todos os direitos desta edição reservados à EDITORA SENAC SÃO PAULO Rua 24 de Maio, 208 – 3º andar – Centro – CEP 01041-000 Caixa Postal 1120 – CEP 01032-970 – São Paulo – SP Tel. (11) 2187-4450 – Fax (11) 2187-4486 E-mail: editora@sp.senac.br Home page: http://www.editorasenacsp.com.br © Editora Senac São Paulo, 2017 © Editora Senac São Paulo, 2019 ******ebook converter DEMO Watermarks******* mailto:editora@sp.senac.br http://www.editorasenacsp.com.br Siga a Editora Senac nas redes sociais. Gostou? 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O livro é dividido em 30 capítulos, cada um dedicado a um alimento da abóbora ao tomate, passando pela cebola, escarola, milho, repolho, entre outros. E você vai aprender os melhores cortes, técnicas de cozimento e combinações de sabor para esses alimentos. Além das preparações com hortaliças, raízes e legumes, o livro apresenta também opções de receitas com carnes para compor o cardápio. Tem filé de pescada frita, tagine de peixe, coxa de frango assada, peito de frango grelhado, bisteca grelhada, lombo de porco, costelinha, kafta de carne, bife de contrafilé e muito mais. Nas mais de 200 receitas, bem variadas, você encontra opções de entradas, pratos principais, muitos acompanhamentos e até alguns bolos, como o de cenoura, de mandioca, de pamonha, e sobremesas, como o doce de abóbora, o curau e um incrível sorvete de cenoura indiano, o kulfi. Para Rita Lobo, cozinhar é como ler e escrever: todo mundo deveria saber. Mas ninguém nasce sabendo! Este livro vai dar uma mãozinha nesse processo de aprendizagem. Compre agora e leia ******ebook converter DEMO Watermarks******* http://www.mynextread.de/redirect/Amazon+%28BR%29/3036000/9788539628162/9788539626205/255528611fd253a81a2003b929d2beef http://www.mynextread.de/redirect/Amazon+%28BR%29/3036000/9788539628162/9788539626205/255528611fd253a81a2003b929d2beef ******ebook converter DEMO Watermarks******* Pão nosso Camargo, Luiz Américo9788539626212 178 páginas Compre agora e leia Imagine assar em casa um pão melhor que o da padaria. É isso que você vai aprender em Pão nosso. Além de ensinar os segredos do levain, o fermento natural, Luiz Américo Camargo ainda propõe receitas caseiras que passaram pelo seu rigor de crítico de gastronomia. São dezenas de pães: integral, de nozes, de azeitona, de mandioca, baguete, até panetone tem. E você também vai encontrar refeições inteiras em torno das fornadas. Da irresistível salada panzanella, passando pela surpreendente rabanada salgada até um ragu de linguiça que é de limpar o prato, com pão, naturalmente. Compre agora e leia ******ebook converter DEMO Watermarks******* http://www.mynextread.de/redirect/Amazon+%28BR%29/3036000/9788539628162/9788539626212/8fa43c5f42425439ef12cad2a635de1c http://www.mynextread.de/redirect/Amazon+%28BR%29/3036000/9788539628162/9788539626212/8fa43c5f42425439ef12cad2a635de1c ******ebook converter DEMO Watermarks******* Cozinha prática Lobo, Rita 9788539625277 304 páginas Compre agora e leia Neste novo livro, Rita Lobo apresenta 60 receitas e todas as dicas, técnicas culinárias e truques de economia doméstica da temporada de b ásicos do programa Cozinha Prática, do GNT. Um curso de culinária em 13 capítulos muit o bem explicados e ilustrados. Conhece alguém que ainda foge do fogão? Essa pessoa é você? Este livro pode mudar a sua vida. #Desgourmetiza, bem! Compre agora e leia ******ebook converter DEMO Watermarks******* http://www.mynextread.de/redirect/Amazon+%28BR%29/3036000/9788539628162/9788539625277/f65d0a70d69e9f15a7e2e4c2e589e1ad http://www.mynextread.de/redirect/Amazon+%28BR%29/3036000/9788539628162/9788539625277/f65d0a70d69e9f15a7e2e4c2e589e1ad Introdução CAPÍTULO um Primeiras Definições Potencial dos negócios e perfil profissional Equipe e motivação Manual do departamento de A&B CAPÍTULO dois A Cozinha Montagem, operação e equipe Utensílios A alma da cozinha Muito mais gente CAPÍTULO três Mão na Massa Produção culinária e definição de pratos Tendências da cozinha Cozinha clássica e moderna Produção de alimentos Pré-preparo Almoço e jantar Congelar e descongelar CAPÍTULO quatro O Serviço no Restaurante O espaço, os profissionais e suas funções Rotina e operação Utensílios e equipamentos Tipos de serviços A importância de um bom ambiente Mobiliário Iluminação Som e temperatura Princípios de excelência Princípios gerais de higiene Talento para gerenciar a qualidade Em busca da fidelização Cultura alimentar Mais algumas informações sobre restaurantes CAPÍTULO cinco O Bar Cartão de visita Os profissionais e suas funções CAPÍTULO seis Eventos e Cia. A responsabilidade de receber bem Porte e opções gastronômicas Outside catering CAPÍTULO sete Custos e Formação de Preços Cálculos de compra e venda Preços ao consumidor No bar Os Finalmentes Referências