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ATENDIMENTOATENDIMENTO 
PRÉ-HOSPITALARPRÉ-HOSPITALAR
ATENDIMENTOATENDIMENTO 
PRÉ-HOSPITALARPRÉ-HOSPITALAR
capitulo 1capitulo 1
Este manual de primeiros socorros, denominado deEste manual de primeiros socorros, denominado de
Fundamentos do Socorro Pré-hospitalar, é um livro de usoFundamentos do Socorro Pré-hospitalar, é um livro de uso
prático, ampliado e atualizado pelo autor, de acordo com asprático, ampliado e atualizado pelo autor, de acordo com as
mais modernas correntes da medicina. As técnicas demais modernas correntes da medicina. As técnicas de
reanimação aqui recomendadas seguem as normasreanimação aqui recomendadas seguem as normas
estabelecidas pela Associação Americana do Coraçãoestabelecidas pela Associação Americana do Coração
(American Heart Association). Foi dada uma atenção especial(American Heart Association). Foi dada uma atenção especial
às circunstâncias mais específicas da realidade brasileira,às circunstâncias mais específicas da realidade brasileira,
como nos casos de picadas de cobras, acidentes comcomo nos casos de picadas de cobras, acidentes com
escorpiões, aranhas e abelhas.escorpiões, aranhas e abelhas. Também foram incluídosTambém foram incluídos
capítulos sobre oxigenoterapia, emergências médicas ecapítulos sobre oxigenoterapia, emergências médicas e
procedimentos em incêndios. De um modo geral, todos osprocedimentos em incêndios. De um modo geral, todos os
textos foram revisados, pois a partir da primeira edição dotextos foram revisados, pois a partir da primeira edição do
manual, em 1996, alguns procedimentos acabaram sofrendomanual, em 1996, alguns procedimentos acabaram sofrendo
modificações, por conta da evolução das técnicas de socorro emodificações, por conta da evolução das técnicas de socorro e
pela necessidade apontada por estudiosos da área depela necessidade apontada por estudiosos da área de
emergência médica.emergência médica.
Em face de todas as circunstâncias, manter atualizada estaEm face de todas as circunstâncias, manter atualizada esta
obra é de suma importância e ao mesmo tempo de grandeobra é de suma importância e ao mesmo tempo de grande
responsabilidade, todavia, este pequeno manual não tem aresponsabilidade, todavia, este pequeno manual não tem a
pretensão de ser definitivo ou absoluto em suas informações epretensão de ser definitivo ou absoluto em suas informações e
conceitos, mas apenas ser um documento auxiliar em casos deconceitos, mas apenas ser um documento auxiliar em casos de
emergência. Seu objetivo é ser útil e acessível não apenasemergência. Seu objetivo é ser útil e acessível não apenas
àqueles que prestam socorro durante o exercício de suaàqueles que prestam socorro durante o exercício de sua
profissão, mas também a todas as pessoas interessadas.profissão, mas também a todas as pessoas interessadas. 
O foco da obra está centrado nos problemas mais comuns que
podem ocorrer no dia-a-dia, seja no lar, no ambiente de
trabalho, durante o lazer ou mesmo em viagens.
A experiência universal indica que um grande número de
pessoas que falecem em decorrência de traumatismo ou mal
súbito poderiam ser salvas. Para isso, seria suficiente que os
conhecimentos de suporte básico da vida e as técnicas,
atualmente disponíveis para o atendimento dessas condições,
fossem corretamente aplicados em seus portadores, desde o
local onde ocorreu o acidente, durante o transporte, até a
chegada da vítima nas unidades hospitalares.
As potencialidades de recuperação desses acidentados
crescem, em relação à rapidez com que essas emergências e
urgências são reconhecidas e adequadamente tratadas.
Medidas intempestivas podem resultar em óbito ou
incapacidade desnecessária. 
O ensino de técnicas de suporte básico da vida assume
relevada importância num país como o Brasil, onde os índices
de mortalidade e sequelas provocadas por acidentes são
elevados e onde a maioria da população é pouco preparada
para a prevenção de acidentes e para a prestação de socorro
ao nível pré-hospitalar. Acidentes podem acontecer a todos
nós, e se tivermos um atendimento correto e rápido,
poderemos salvar uma vida ou, pelo menos, minimizar dor e
problemas de saúde futuros.
Mas como poderemos prestar os primeiros socorros? Bem,
seguindo as orientações contidas neste manual, qualquer
pessoa poderá ajudar em uma emergência, mas é importante
lembrar que isso não a torna um socorrista profissional. Para
se profissionalizar é necessário adquirir muito mais
informações e habilidades, treinamento adequado e inclusive,
para muita das funções, diploma e registro profissional.
Para prestar primeiros socorros é preciso conhecimento,
treinamento e experiência. Como essa tarefa não é uma
ciência exata está sujeita a erros humanos e a circunstâncias
que fogem de nosso controle. Portanto, devemos aceitar que,
mesmo com o tratamento adequado, e por mais que
tentemos, uma vítima poderá não responder conforme o
previsto e vir a é a morrer.
Infelizmente, muitos dos que prestam os primeiros auxílios
têm medo de fazer algo errado, e das consequências legais de
sua atuação. É importante lembrarmos que no Brasil todos os
cidadãos são obrigados, por lei, a socorrer vítimas de
acidentes ou mal súbito. Se não o fizerem, configura-se a
omissão de socorro, que não é um encargo exclusivo do
pessoal médico ou de socorristas profissionais. Se você fizer o
que leu neste manual e não ultrapassar seus limites, não
atuando naquilo que não foi treinado para fazer, não terá
nada a temer do ponto de vista legal. O risco existe se você
não atender alguém podendo assim fazê-lo. Lembre-se
também que chamar por socorro especializado é algo tão
importante quanto cuidar da vítima.
No entanto, com o auxílio deste manual lido com atenção,
qualquer pessoa poderá enfrentar com segurança os
imprevistos e acidentes da vida.
capitulo 2capitulo 2
HISTÓRIA, LEGISLAÇÃO EHISTÓRIA, LEGISLAÇÃO E
COMPORTAMENTO.COMPORTAMENTO.
HISTÓRIA E LEGISLAÇÃOHISTÓRIA E LEGISLAÇÃO 
O atendimento médico no Brasil Colônia e no Brasil Império eraO atendimento médico no Brasil Colônia e no Brasil Império era
escasso. Em 1789, no Rio de Janeiro, havia somente quatroescasso. Em 1789, no Rio de Janeiro, havia somente quatro
médicos em atuação (Salles, 1971), o atendimento pré-médicos em atuação (Salles, 1971), o atendimento pré-
hospitalar (APH) era inexistente. Em 1808, foi fundada a Escolahospitalar (APH) era inexistente. Em 1808, foi fundada a Escola
de Anatomia, Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, quandode Anatomia, Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, quando
então se iniciou o transporte e atendimento de vítimasentão se iniciou o transporte e atendimento de vítimas
feridas. Desde já, o modelo pré-hospitalar adotado eraferidas. Desde já, o modelo pré-hospitalar adotado era
estrangeiro, realizado por carruagens.estrangeiro, realizado por carruagens.
Com a proclamação da república, o atendimento foi integradoCom a proclamação da república, o atendimento foi integrado
ao Estado e passou a ser coordenado ao longo do tempo porao Estado e passou a ser coordenado ao longo do tempo por
diversos serviços públicos: Serviço de Atendimento Médicodiversos serviços públicos: Serviço de Atendimento Médico
Domiciliar de Urgência (SAMDU); Instituto Nacional deDomiciliar de Urgência (SAMDU); Instituto Nacional de
Previdência Social (INPS); Instituto Nacional de AssistênciaPrevidência Social (INPS); Instituto Nacional de Assistência
Médica e Previdência Social (INAMPS) e, atualmente, peloMédica e Previdência Social (INAMPS) e, atualmente, pelo
Sistema Único de Saúde (SUS)Sistema Único de Saúde (SUS) , mediante as Secretarias de, mediante as Secretarias de
Saúde em cooperação com o Corpo de Bombeiros.Saúde em cooperação com o Corpo de Bombeiros.
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/LEI8080.pdf
Em 1981, em Brasília, o Corpo de Bombeiros criou um serviço
experimental de resgate de vítimas feridas, mas ainda
desprovido de um modelo concreto. Cinco anos mais tarde,
após um intercâmbio de Bombeiros brasileiros nos EUA
(Companheiros das Américas)foi proposta uma reestruturação
do sistema, com a criação de um serviço com ambulâncias
equipadas e recursos humanos com treinamento específico.
Em 1990, começa a funcionar, na grande São Paulo o Projeto
Resgate em 14 municípios com 38 unidades de salvamento.
Contudo, o Brasil ainda não dispunha de um modelo autêntico
de atendimento e legislação específica sobre APH.
Em 1981, em Brasília, o Corpo de Bombeiros criou um serviço
experimental de resgate de vítimas feridas, mas ainda
desprovido de um modelo concreto. Cinco anos mais tarde,
após um intercâmbio de Bombeiros brasileiros nos EUA
(Companheiros das Américas) foi proposta uma reestruturação
do sistema, com a criação de um serviço com ambulâncias
equipadas e recursos humanos com treinamento específico.
Em 1990, começa a funcionar, na grande São Paulo o Projeto
Resgate em 14 municípios com 38 unidades de salvamento.
Contudo, o Brasil ainda não dispunha de um modelo autêntico
de atendimento e legislação específica sobre APH.
Após duas arrastadas décadas de evolução legislativa na área
de urgência e emergência, principalmente, em sua fase pré-
hospitalar, o Brasil tem uma legislação ampla, contudo, longe
de ser completa. Adicionando-se a isso, não há uma
padronização de todos os serviços de atendimento pré-
hospitalar (APH) brasileiros, poucos se adequaram às normas
da Portaria n.º 2048/GM. Segundo Mir/2004, “Atualmente, as
estruturas dos serviços de atendimento pré-hospitalar do
Brasil são diferenciadas, com várias identificações, atuações,
atividades, competências, dificultando a implantação de um
método nacional”.
http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2002/Gm/GM-2048.htm
COMPORTAMENTO
A EMOÇÃO É COMUM EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA
Estudos realizados em acidentes em grande escala
identificaram as seguintes reações psicológicas:
Ansiedade – Após um acidente, é comum que pessoas
evolvidas exibam sinais de ansiedade, tais como tremores,
fraqueza, sudorese, respiração rápida, batimentos cardíacos
acelerados, náuseas, micção frequente e até diarreia. Na
maioria dos casos estes sintomas desaparecem
espontaneamente, mas vale a pena tranquilizar as pessoas e
até pedir-lhes para desempenhar alguma atividade, sob sua
supervisão, se seu estado geral o permitir.
Pânico – Uma pessoa em pânico pode correr em círculos e até
fugir do local do acidente sem tratamento. Acessos de choro
são frequentes e o pânico pode ser contagioso, por isso
afaste com delicadeza essas pessoas do local e tente acalmá-
las.
Depressão – Uma pessoa deprimida pode se mover sem
propósito, geralmente não fala e aparentemente não toma
conhecimento da situação ao seu redor. Tente restabelecer
contato gentilmente, não demonstre pena e também não seja
ríspido. Dê-lhe alguma tarefa, porém nada essencial, pois ela
não saberá realizá-la.
Hiperatividade – Indivíduos hiperativos querem ajudar, falam
muito e rapidamente, podem discutir e até fazer piadas, passa
de uma atividade a outra sem realizar nenhuma a contento, o
que pode interferir no atendimento de pacientes graves. Não
discuta com a pessoa hiperativa, deixe-as falar, deixe-as usar
sua energia em alguma atividade útil sob sua supervisão.
Disfunção orgânica – Indivíduos muito perturbados podem
converter sua ansiedade em sintomas físicos, tais como
vômitos incoercíveis, incapacidade de falar ou se mover.
Tais sintomas de ordem emocional devem ser
considerados, pois podem ser confundidos com sintomas
reais. Se for possível, inclua essa pessoa na assistência
a outra que necessite de maiores cuidados. Isso pode
desviar a atenção de seus problemas.
CAPITULO 3
PROTEÇÃO E FISIOLOGIA DA MORTE
PROTEÇÃO
O socorrista deverá inicialmente avaliar o ambiente onde
ocorreu o acidente, procurando identificar ameaças à sua
segurança ou à segurança da vítima, tais como, riscos de
atropelamento, colisão, explosão, eletrocussão, desabamento,
etc.
No caso de existirem condições de risco na cena do acidente,
remova a vítima para um local seguro e, em seguida, realize a
avaliação e os procedimentos de socorro pré-hospitalar
necessários.
Todas as precauções devem ser tomadas durante os exames e
manipulação da vítima, a fim de evitar a contaminação do
socorrista por agentes infecciosos, por produtos químicos
(tóxicos, corrosivos, radioativos) presentes na superfície do
corpo do acidentado, por seu sangue e/ou suas secreções. 
Recomenda-se o uso de luvas e, eventualmente, de máscaras
e óculos de proteção, durante todo o socorro ao vitimado. O
socorrista deverá ter o máximo cuidado no manuseio de
materiais de corte (tesouras, canivetes), vidros, objetos
pontiagudo, etc.
Confirmada a situação de emergência, o atendimento deverá
ser imediato e realizado de acordo com as peculiaridades de
cada caso. Entretanto, existem normas gerais de atendimento
que são úteis por fornecerem uma orientação em relação às
condições que precisam ser identificadas e tratadas de modo
prioritário.
Esta prioridade é determinada pela gravidade, em termos de
risco de vida imediato, que acompanha tais condições, pois o
objetivo inicial do atendimento é o da preservação da vida. Por
esse motivo, assim que vão sendo reconhecidas as lesões da
vítima, medidas de socorro destinadas a controlá-las deverão
ser instituídas.
O crescente número de vítimas que apresentam infecção pelo
vírus da imunodeficiência humana (HIV) aumenta o risco do
socorrista ao se expor a sangue e outras secreções orgânicas
procedentes de acidentados infectados. É pois, essencial, que
os socorristas considerem todas as vítimas de traumas como
potencialmente infectadas e empreguem durante todo o
socorro, as regras de segurança individual (precauções
universais) para minimizarem os riscos de exposição.
No socorro pré-hospitalar, definimos equipamento de proteção
individual (EPI) como um dispositivo destinado a proteção da
integridade física do socorrista, durante a realização de
atividades onde possam existir riscos potenciais a sua pessoa.
Os principais EPIs são as luvas de látex descartáveis, os óculos
e máscaras faciais de proteção e, as próprias roupas do
socorrista. Além dos EPIs, o socorrista deve preparar também
materiais básicos de atendimento, tais como: tesoura para
cortar roupas (ponta romba), esfignomanômetro, estetoscópio
e lanterna para o exame pupilar.
Recomenda-se no atendimento inicial ao traumatizado, que o
socorrista execute rotinas de segurança, dentre as quais
destacamos, o uso sempre EPIs.
Cheque constantemente as condições de funcionamento de
seus materiais de trabalho;
Higienize todos os EPIs e materiais básicos após seu uso
(contaminação);
Antes e após cada atendimento, lave bem as mãos com água
e sabão.
Lembre-se:
A segurança individual do socorrista vem sempre em primeiro
lugar. Nada justifica esquecer-se das precauções universais.
Nos crimes dolosos como homicídio ou lesões corporais
provocadas por agressões, o socorrista deverá preocupar-se
simultaneamente com o atendimento da vítima e a segurança
da equipe e, em seguida, tomar as devidas providências
policiais cabíveis. Se a vítima (em atendimento) for autora do
crime, deverá ser acionado o policiamento ostensivo para as
demais providências.
Solicitar apoio do policiamento sempre que a situação exigir,
visando a segurança do local, do socorrista ou da vítima.
Alterar o mínimo possível o local da ocorrência durante o
atendimento, preservando ao máximo as condições das
edificações, dos objetos e dos veículos encontrados.
Todo acidente pode gerar um local de crime, razão pela qual é
dever de todo socorrista preservá-lo para a devida apuração,
pela autoridade policial competente para adoção das
providências decorrentes. Para efeito de exame do local de
crime, não deverá ser alterado o estado das coisas, a não ser
que seja absolutamente necessário, dentre as causas que
justificam a alteração do local estão:
Necessidade de socorro imediato às vítimas;
Risco à vida para a(s) vítima(s);
Risco à vida para os socorristas;
Risco à vida para outras pessoas ou risco de novos
acidentes;
Impossibilidade física de acesso à(s) vítima(s);Impossibilidade de outra forma de salvamento.
Adotar as seguintes atitudes em situações especiais como:
Crimes de abuso sexual: devem ser tomadas as medidas
necessárias para evitar constrangimento à vítima, respeitando
sua intimidade e seu estado emocional;
Violência contra crianças: o socorrista deverá priorizar o
atendimento à vítima, e se houver identificação do
responsável pela violência, acionar a policia militar (190) para
providencias cabíveis, evitando envolvimento emocional que
essas situações acarretam.
De qualquer maneira, em casos como esses, o socorrista deve
evitar que o sentimento natural de justiça ou revolta
prejudique o atendimento às vítimas, mesmo nos casos em
que elas sejam também os próprios criminosos.
Vistoriar o local da ocorrência após o atendimento à(s)
vítima(s), procurando afastar as situações de risco: em
acidentes de trânsito com vítima(s), que geralmente são
crimes culposos, o socorrista deve atuar de maneira que haja
o mínimo de prejuízo para o local. 
FISIOLOGIA DA MORTE
Morte Clínica: Dá-se por uma parada cardio respiratória, por
exemplo, nessa caso a pessoa está clinicamente morta, tem
uma duração de 3 a 5 minutos.
Após este tempo a pessoa começa a ter perda de neurônios
(celular encefálicas), a morte destas células são irreversíveis.
Morte Biológica: Considerada quando todas as células
neurônios não apresenta mais reação.
Morte Óbvia: Quando é indiscutível que a vitima esta em óbito,
Exp. Afogado, Eletrocutado, Esmagamento de Crânio,
Esmagamento de tórax, Carbonizado, Sedimentação de tronco.
Livor Mort´s: Sedimentação de liquido, Parte do liquido
existente no corpo começa a sair pela boca, nariz, anus e
vagina. Tem um tempo de duração da 1° a 6° hora após a
morte.
Rigor Mort´s: Rigidez cadavérica, o corpo perde calor e fica
duro. Tem um tempo de duração da 1° a 24° horas pós-morte.
Pupilas Normais 
Pupilas Dilatadas (Midríase
Isocórica) indica possível overdose
por cocaína ou morte
Pupilas Contraídas (Miose Isocórica)
indica possível overdose por
depressivos
Pupilas Desiguais (Anisocoria) indica
possível trauma de crânio ou AVE
CAPITULO 4
EQUIPAMENTOS
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO 
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
 
Introdução
No atendimento a uma situação de emergência é essencial
que a viatura ou bolsa destinada a atender a ocorrência,
esteja equipada com todo o equipamento e material
indispensável a oferecer assistência pré-hospitalar a vítima
traumatizada. 
Além disso, os socorristas devem estar perfeitamente
treinada, com conhecimento profundo tanto quanto as
técnicas e na identificação rápida dos equipamentos e
materiais, só assim o atendimento ágil e eficiente.
Classificação dos Equipamentos e Materiais
Os equipamentos são classificando os equipamentos e
materiais da seguinte forma:
Equipamentos de comunicação móvel e portátil;
Equipamentos para segurança no local do acidente;
Equipamentos de reanimação e administração de oxigênio;
Equipamentos de imobilização e fixação de curativos;
Materiais utilizados em curativos;
Materiais de uso obstétrico;
Equipamentos para verificação de sinais vitais;
Macas Pranchas e acessórios;
Equipamentos de uso exclusivo do médico.
Material para Isolamento Sinalização e
Identificação
Equipamentos de reanimação e administração
de oxigênio
Equipamentos de imobilização e fixação de
curativos
Tala flex Tala aramada 
com espuma
Tala aramada em E.V.A
Cinto aranha
 Block de cabeça
Prancha longa 
Prancha longa em madeira
KED imobilizador
 lombo cervical 
Colar cervical Tesoura ponta romba
 Bandagem triangular 
 Bolsa de equipamentos
Manta aluminizada
Laringoscopio 
Canula orofaringea 
CAPITULO 5
SINAIS VITAIS URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
Emergência: situação na qual não podemos perder tempo, pois
o acidentado está em risco eminente de óbito.
Urgência: Situação onde há lesões, porem a vítima não
apresenta risco iminente de morte.
Sinal definição: Tudo aquilo em que o socorrista observa em
sua vitima. Exp. ( cianose, dilatação pupilar, pulsação etc)
Sintoma definição: Tudo aquilo que a vitima fala ao socorrista,
Exp. (reclama de dor, náuseas etc) 
Podemos definir como socorros de urgência, as medidas
iniciais e imediatas aplicadas a uma vítima fora do ambiente
hospitalar, executadas por pessoa treinada para realizar a
manutenção dos sinais vitais e evitar o agravamento das
lesões já existentes.
Os socorros de urgência ou primeiros socorros podem ser
também conceituados como o atendimento prestado às
vítimas de qualquer acidente ou mal súbito, antes da chegada
de qualquer profissional qualificado da área da saúde ou
equipe especializada em atendimento pré-hospitalar.
Suporte básico de vida é uma medida de emergência que
consiste no reconhecimento e na correção imediata da
falência dos sistemas respiratório e/ou cardiovascular, ou seja,
avaliar e manter a vítima respirando, com batimento cardíaco
e sem hemorragias graves.
A correta aplicação das etapas de reanimação cardiopulmonar
(abertura das vias aéreas e compressão torácica externa) e o
controle das hemorragias de uma vítima podem sustentar sua
vida até que ela possa recuperar-se o suficiente para ser
transportada para uma unidade hospitalar ou ainda, até que
possa receber melhor tratamento, através de um serviço de
socorro pré-hospitalar profissional.
Lembre-se, sempre que possível, realize um treinamento
prático de primeiros socorros com pessoal especializado, pois
somente a leitura deste manual não lhe dará todas as
condições necessárias para um pronto atendimento a uma
vítima, em caso de acidente ou mau súbito.
SINAIS VITAIS E SINAIS
DIAGNÓSTICOS
Toda lesão ou doença tem formas peculiares de se manifestar
e isso pode ajudá-lo no diagnóstico da vítima. Estes indícios
são divididos em dois grupos: os sinais e os sintomas. Alguns
são bastante óbvios, mas outros indícios importantes podem
passar despercebidos, a menos que você examine a vítima
cuidadosamente, da cabeça aos pés.
Os sinais são detalhes que você poderá descobrir fazendo o
uso dos sentidos. visão, tato, audição e olfato . Durante a
avaliação da vítima. Sinais comuns de lesão incluem
sangramento, inchaço (edema), aumenta de sensibilidade ou
deformação; já os sinais mais comuns de doenças são pele
pálida ou avermelhada, suor, temperatura elevada e pulso
rápido.
Sintomas são sensações que a vítima experimenta e é capaz
de descrever. Pode ser necessário que o socorrista faça
perguntas para definir a presença ou ausência de sintomas.
Pergunte à vítima consciente se sente dor e exatamente
onde. Examine a região indicada procurando descobrir
possíveis lesões por trauma, mas lembre-se de que a dor
intensa numa região pode mascarar outra enfermidade mais
séria, embora menos dolorosa. Além da dor, os outros sinais
que podem ajudá-lo no diagnóstico incluem náuseas,
vertigem, calor, frio, fraqueza e sensação de mal-estar.
A seguir, veremos as definições dos sinais vitais e dos sinais
diagnósticos mais comuns.
PULSO
Pulso é a onda provocada pela pressão do sangue contra a
parede arterial cada vez que o ventrículo esquerdo se contrai.
Em locais onde as artérias de grosso calibre se encontram
próximas à superfície cutânea, pode ser sentido à palpação.
Cada onda de pulso sentida é um reflexo do débito cardíaco,
pois a frequência de pulso equivale à frequência cardíaca.
Débito cardíaco é o volume de sangue bombeado por cada um
dos lados do coração em um minuto.
A determinação do pulso é parte integrante de uma avaliação
cardiovascular. Além da frequência cardíaca (número de
batimentos cardíacos por minuto), os pulsos também devem
ser avaliados em relação ao ritmo (regularidade dos intervalos
- regular ou irregular) e ao volume (intensidade com que o
sangue bate nas paredes arteriais - forte e cheio ou fraco e
fino). O pulso fraco e fino, também chamado filiforme,
geralmente está associado à diminuição do volume sanguíneo
(hipovolemia). O batimento cardíaco e propagado ao longo
das artérias. 
A frequência comum de pulso em adultos é de 60 a 80
batimentos por minuto, podendo chegar a 100sendo
considerado normal caso a pessoa tenha efetuado um esforço
físico recente, (acabado de subir uma escada, por exemplo). A
frequência de pulso nas crianças em geral é superior a 80
batimentos por minuto. O pulso é palpável em qualquer área
onde uma artéria passe sobre uma proeminência óssea ou se
localize próxima a pele. As alterações na frequência e volume
do pulso representam dados importantes no socorro pré-
hospitalar. Um pulso rápido, fraco, geralmente é resultado de
um estado de choque por perda sanguínea. A ausência de
pulso pode significar um vaso sanguíneo bloqueado ou lesado,
ou que o coração parou de funcionar (parada cardíaca).
Técnica
Pulso radial – Coloque as pontas de seus dedos indicador,
médio e anular sobre a superfície interna do antebraço do
acidentado logo acima do punho na direção do polegar. Exerça
uma leve compressão (não em demasia) para que perceba os
batimentos sem que se interrompa o pulso. Não utilize seu
polegar para tomar o pulso, porque este apresenta uma
pulsação que pode se confundir com o pulso do acidentado
Pulso carotídeo - Pescoço. Este é o pulso mais forte e evidente
do organismo, logo o mais conveniente para situações onde os
outros pulsos estão fracos, como durante a parada
respiratória.
Pulso braquial - Braço. Este é o pulso de palpação mais fácil
em bebês.
RESPIRAÇÃO
A respiração normal é fácil, sem esforço e sem dor. A
frequência pode variar bastante. Um adulto respira
normalmente entre 12 a 20 vezes por minuto. Respiração e
ventilação significam a mesma coisa, ou seja, o ato de inspirar
e expirar o ar.
Ocasionalmente, podem-se fazer deduções a partir do odor da
respiração, obviamente, a pessoa intoxicada pode cheirar a
álcool. No estado de choque observam-se respirações rápidas
e superficiais. Uma respiração profunda, difícil e com esforço
pode indicar uma obstrução nas vias aéreas, doença cardíaca
ou pulmonar.
PRESSÃO ARTERIAL
A pressão arterial é a pressão que o sangue circulante exerce
sobre as paredes internas das artérias. Uma vez que na
pessoa normal o sistema arterial é um sistema fechado, ligado
a uma bomba e completamente cheio com sangue, as
mudanças na pressão sanguínea indicam mudanças no volume
do sangue, na capacidade dos vasos ou ainda, na capacidade
do coração em funcionar como bomba.
A pressão arterial é registrada em níveis sistólico (alto) e
diastólico (baixo). A leitura da pressão é feita em milímetros
(mm) de mercúrio (Hg).
A pressão arterial é determinada por um aparelho conhecido
como esfignomanômetros, que é usado em conjunto com o
estetoscópio. 
A pressão arterial de um adulto é geralmente de 120 x 80 mm
Hg.
A pressão arterial pode cair acentuadamente nos estado de
choque, após uma hemorragia grave, após um infarto do
miocárdio.
TEMPERATURA
A temperatura normal do corpo é de 37º C. A pele é
responsável, em grande parte, pela regulação desta
temperatura, irradiando o calor através dos vasos sanguíneos
subcutâneos e evaporando água sob forma de suor.
Uma pele fria e úmida é indicativa de uma resposta do
sistema nervoso simpático a um traumatismo ou perda
sanguínea (estado de choque). A exposição ao frio geralmente
produz uma pele fria e seca. Uma pele quente e seca pode ser
causada por febre, em uma doença, ou ser o resultado de uma
exposição excessiva ao calor, como na insolação.
COLORAÇÃO DA PELE
A cor da pele depende primariamente da presença de sangue
circulante nos vasos sanguíneos subcutâneos.
Uma pele pálida, branca, indica circulação insuficiente e é
vista nas vítimas em choque ou com infarto do miocárdio. Uma
cor azulada (cianose) é observada na insuficiência cardíaca,
na obstrução de vias aéreas, e também em alguns casos de
envenenamento. Poderá haver uma cor vermelha em certos
estágios do envenenamento por monóxido de carbono (CO) e
na insolação.
PUPILAS
As pupilas quando normais são do mesmo diâmetro e possuem
contornos regulares.
Pupilas contraídas podem ser encontradas nas vítimas viciadas
em drogas. As pupilas indicam um estado de relaxamento ou
inconsciência, geralmente tal dilatação ocorre rapidamente
após uma parada cardíaca.
As pupilas desiguais são geralmente encontradas nas vítimas
com lesões de crânio ou acidente vascular cerebral. Na morte,
as pupilas estão totalmente dilatadas e não respondem à luz.
Pupilas Normais 
Pupilas Dilatadas (Midríase Isocórica) 
indica possível overdose por cocaína 
ou morte
Pupilas Contraídas (Miose Isocórica)
indica possível overdose por
depressivos
Pupilas Desiguais (Anisocoria)
 indica possível trauma de crânio
 ou AVE
ESTADO DE CONSCIÊNCIA
Qualquer alteração deste estado pode ser indicativa de
doença ou trauma.
O estado de consciência é provavelmente o sinal isolado mais
seguro na avaliação do sistema nervoso de uma pessoa. Uma
vítima poderá apresentar desde leve confusão mental por
embriaguez, até coma profundo, como resultado de uma lesão
craniana ou envenenamento.
CAPACIDADE DE MOVIMENTAÇÃO
A incapacidade de uma pessoa consciente em se mover é
conhecida como paralisia e pode ser o resultado de uma
doença ou traumatismo.
A incapacidade de mover os membros superiores e inferiores,
após um acidente, pode ser o indicativo de uma lesão da
medula espinhal, na altura do pescoço (coluna cervical). A
incapacidade de movimentar somente os membros inferiores
pode indicar uma lesão medular abaixo do pescoço. 
A paralisia de um lado do corpo, incluindo a face, pode ocorrer
como resultado de uma hemorragia ou coágulo intra-
encefálico (acidente vascular encefálico).
REAÇÃO A DOR
A perda do movimento voluntário das extremidades, após uma
lesão, geralmente é acompanhada também de perda da
sensibilidade. Entretanto, ocasionalmente o movimento é
mantido, e a vítima se queixa apenas de perda da
sensibilidade ou dormência nas extremidades. É extremamente
importante que este fato seja reconhecido como um sinal de
provável lesão da medula espinhal, de forma que a
manipulação do acidentado não agrave o trauma inicial.
CAPITULO 6
CINEMATICA DO TRAUMA
Introdução
Trauma: É uma lesão caracterizada por uma alteração
estrutural ou fisiológica resultante da ação de um agente
externo que resulta na exposição a uma energia (mecânica,
térmica, elétrica), esta energia pode ter origens bio-físico-
químicas.
As mortes ocasionadas por traumas ocupam entre a segunda
ou terceira posição geral na morbidade dos países, (perdendo
apenas para as doenças cardiovasculares e neoplasias). Porém
entre os indivíduos das faixas etárias inferiores a 40 anos é a
principal causa de morte.
No atendimento inicial do traumatizado devemos apreciar
criteriosamente os mecanismos que produziram os ferimentos.
Entendendo os mecanismos de trauma e mantendo um alto
grau de suspeita, o socorrista ganha em aptidão para
diagnosticar os ferimentos ocultos e um precioso tempo na
instituição do tratamento. Todo ferimento potencialmente
presente deve ser investigado, tendo em vista o mecanismo
de trauma em questão.
“Saber onde procurar lesões e tão importante quanto saber o
que fazer após encontra-las”
Embora existam vários mecanismos de trauma os mais comuns
relacionam-se com o movimento, respondendo pela maioria
das mortes por trauma.
Cinemática do Trauma: portanto o processo de análise e
avaliação da cena do acidente, com o escopo de se
estabelecer um diagnóstico o mais precoce possível das
lesões resultantes da energia, força e movimentos envolvidos.
Através da cinemática do trauma o socorrista pode informar ao
médico intervencionista e/ou regulador dados de suma
importância para o tratamento mais adequado a ser
dispensado na fase hospitalar, e também guiar seu próprio
atendimento pré-hospitalar. Esta ciência é baseada em
princípios fundamentais da física:
- Primeira Lei de Newton -"Todo corpo permanece em seu
estado de repouso ou de movimento uniforme em linha reta, a
menos que seja obrigado a mudar seu estado por forças
impressas a ele."
 - Princípio da Inércia - (Mesmo que um carro colida e pare, as
pessoas no seu interior continuam em movimento até
colidirem com o painel, direção,pararias etc.)
Mas, por que este repentino início ou parada de movimento
resulta em trauma ou lesões? Esta questão é respondida por
um segundo princípio da Física:
“A energia pode ser transformada de uma forma em outra em
um sistema isolado, mas não pode ser criada ou destruída; a
energia total do sistema sempre permanece constante”.
Considerando-se o movimento de um carro como uma forma
de energia (energia cinética), quando o carro colide, esta
forma de energia é transformada em outras (mecânica,
térmica, elétrica, química).
Conclui-se que quanto maior a velocidade, maior a troca de
energia resultando assim em maiores danos aos organismos
envolvidos.
Para que um objeto em movimento perca velocidade é
necessário que sua energia de movimento seja transmitida a
outro objeto. Esta transferência de energia ocorre quando, por
exemplo um objeto em movimento colide contra o corpo
humano ou quando o corpo humano em movimento é lançado
contra um objeto parado, os tecidos do corpo humano são
deslocados violentamente para longe do local do impacto pela
transmissão de energia, criando uma cavidade, este fenômeno
chama-se cavitação. A avaliação da extensão da lesão
tecidual é mais difícil quando não existe penetração cutânea
do que quando há uma lesão aberta. Por exemplo, um soco
desferido no abdome pode deformar.
Profundamente a parede abdominal sem deixar marcas visíveis
externamente, mas com lesão de órgãos abdominais internos.
Por isso é obrigatório pesquisar a história do evento
traumático. Uma cavidade com deformação visível após um
impacto é definida como permanente.
Já uma cavidade (ou deformidade) não visualizada quando o
socorrista ou médico examina a vítima é definida como
temporária, na qual o tecido retorna para a sua posição
normal. A diferença entre as duas está relacionada a
elasticidade dos tecidos.
Analisando o mecanismo de trauma é possível ao socorrista
estimar o tamanho da cavidade no momento do impacto,
assim como as demais lesões decorrentes do mesmo.
 
Fases da Cinemática do Trauma
Na avaliação da cinemática do evento que possa causar
traumatismos em um indivíduo podemos dividir sua evolução
em 3 fases:
A direção na qual a variação de energia ocorreu.
Quantidade de energia transmitida.
Forma com que estas forças afetaram o paciente.
(Exemplo: altura da queda, calibre da arma, tamanho da
lâmina).
Pré-colisão, Colisão e Pós-colisão.
(Consideremos a colisão não apenas como acidente
automobilístico, mas também colisão de qualquer objeto,
corpo ou forma de energia contra o corpo humano).
Pré-colisão: A história do incidente traumatizante começa com
a pré-colisão com dados como ingestão de álcool ou drogas,
doenças preexistentes, condições climáticas e ainda
tamanhas, peso, idade e sexo da vítima e/ou agressor.
Colisão: A segunda e talvez a mais importante fase na
anamnese do trauma é a “fase da colisão propriamente dita”,
fase esta que começa quando um objeto colide com outro e
ocorre uma transmissão de energia entre eles. Os objetos
podem estar em movimento ou um deles estacionado, e
qualquer um dos objetos ou ambos, pode ser um corpo
humano. Esta fase começa pelo início das trocas e
transformações
energéticas entre os corpos e termina quando a ação
energética se extingue ou deixa de atuar sobre o organismo
da vítima.
São considerações importantes para o atendimento:
Pós-colisão: As informações conseguidas nas fases anteriores
são usadas para melhor abordagem da vítima na fase pós-
colisão, fase esta que inicia tão logo a energia se extingua ou
deixe de atuar sobre o organismo da vítima
Trauma Contuso x Trauma
Penetrante
Está diretamente relacionado ao tamanho da superfície de
contato do objeto contra o corpo no momento do impacto.
Se toda a energia do objeto está concentrada numa pequena
área de contato com a superfície do corpo, se espera que a
pele se rompa e o objeto penetre no corpo (trauma
penetrante). Por outro corporal e a pele pode não ser rompida
(trauma contuso). Da mesma forma podemos concluir que o
trauma contuso cria uma cavidade temporária, já no trauma
penetrante a cavidade pode ser temporária ou definitiva. 
Por exemplo: um projétil de arma de fogo, rompe e penetra na
pele cavidade definitiva e no seu trajeto pelo corpo pode
provocar deslocamento de tecidos no sentido frontal e lateral 
cavidade temporária.
De acordo com o exposto, podemos deduzir que o efeito do
conjunto de forças que resulta em lesões corporais está
diretamente relacionado ao conhecimento da anatomiado
corpo humano e das diversas formas de energia.
Considerando-se, portanto, a relevância do movimento nos
mecanismos de trauma, é obrigatória a análise clínica da
vítima focada nos aspectos relacionados a cinemática dos
corpos envolvidos
na cena do acidente.
O conhecimento da ocorrência de permuta de energia e de
suas variáveis pela equipe de resgate, tem grande importância
prática. Isto pode ser evidenciado quando se compara duas
equipes que atendem um motorista que se chocou
violentamente contra o volante. A que conhece cinemática do
trauma, mesmo não reconhecendo lesões externas, saberá
que ocorreu uma cavitação temporária e uma grande
desaceleração suspeitando de lesões de órgãos intratorácicos.
Com isso, a conduta será mais agressiva, minimizando a
morbi-mortalidade dos pacientes. Já a que não tem estes
conhecimentos, não suspeitará
de lesões de órgãos intratorácicos, retardando o diagnóstico e
conduta das mesmas, influenciando diretamente na sobrevida
dos pacientes.
Mecanismos de Lesão
Acidente Automobilístico – Colisão Frontal
Cabeça e Pescoço: Quando a cabeça colide contra o para-brisa
geralmente ocorrem ferimentos corto-contusos em crânio e
face, com possíveis lesões nos olhos, o crânio pode ser ainda
comprimido e fraturado ocorrendo a penetração de fragmentos
ósseos no cérebro. A coluna cervical sofre uma violenta
compressão podendo ser angulada além de seus limites
anatômicos, podendo sofrer luxações e/ou rupturas de
vértebras com consequentes lesões aos tecidos moles do
pescoço e medula espinhal.
Tórax e Abdômen: Durante uma colisão, o movimento do corpo
é suspenso, mas os órgãos da cavidade torácica e abdominal
tendem a continuar o movimento para frente, estando sujeitos
a se romperem no ponto onde estão ligados à parede torácica
e abdominal, como no pedículo vascular de órgãos (aorta
ascendente, rins, baço, intestino delgado e grosso). Outra
situação em consequência da desaceleração é a laceração do
fígado, geralmente pela compressão do abdômen contra o
volante. Com o aumento de pressão no abdômen, pode haver
ruptura do diafragma. 
Quando o ocupante do veículo continua o movimento para a
frente e para baixo depois que o carro para, o impacto do
joelho contra o painel do veículo resulta em sua fratura ou
luxação, com lesão de vasos que, se não detectada, pode
levar até à amputação da perna.
A energia do impacto do joelho contra o painel, se transmitida,
causa fratura de fêmur e/ou fratura e luxação de quadril. Esse
tipo de fratura costuma provocar forte hemorragia, pondo em
risco a vida da vítima.
Acidente Automobilístico –
Colisão Traseira
Se o veículo parado ou que se desloca lentamente sofre
colisão na parte traseira, a energia do impacto provoca
aceleração rápida e o lança à frente, assim como tudo o que
está em contato com ela. Se não houver apoio para a cabeça,
pode acontecer a hiperextensão do pescoço e o risco de lesão
na medula espinhal.
Geralmente, após a aceleração rápida, o veículo é obrigado a
parar subitamente e seus ocupantes lançados para frente,
como no mecanismo de colisão frontal.
Como o veículo sofre dois tipos de impacto (frontal e traseiro),
o socorrista ficará atento a essa possibilidade e, na cena do
acidente, buscará as lesões relacionadas aos dois tipos de
situação.
Acidente Automobilístico –
Colisão Lateral
 
O veículo sofre colisão na sua lateral, causando deslocamento
no sentido do impacto. Toda a lataria do veículo é lançada
sobre o lado do ocupante, que sofrerá lesões por duas
maneiras:
Pelo movimento do carro – lesão bem-discretase o passageiro
estiver com o cinto de segurança.
Pela projeção da porta para o interior, comprimindo o
passageiro.
Recebendo o impacto no tórax, haveria fratura de costelas
pelo lado da colisão, além de contusão pulmonar, tórax
instável, ruptura de fígado ou baço. 
A compressão do ombro contra a clavícula causaria fratura
desse osso.
A força lateral aplicada pela porta do veículo sobre a cabeça
do fêmur, forçando-o medialmente, resultaria em sua fratura e
em fratura da pelve.
A coluna cervical está sujeita a flexão lateral e rotação pelo
impacto lateral, e a combinação desses dois movimentos é
responsável por lesões graves de coluna cervical.
O socorrista também deve estar atento à possibilidade de
colisão dos ocupantes do veículo entre si, principalmente
entre cabeças e ombros.
Acidente Automobilístico –
Capotamento
Num capotamento, o carro sofre uma série de impactos em
diferentes ângulos, assim como os ocupantes do veículo e
seus órgãos internos. Assim, todos os tipos de ferimentos
mencionados anteriormente podem ser esperados, além da
probabilidade de trauma de coluna vertebral. Se as vítimas
forem ejetadas do veículo (por estarem sem cinto de
segurança), a situação geralmente é grave.
Cinto de Segurança
A maior parte das vítimas com as lesões descritas
anteriormente não estava utilizando o cinto de segurança.
Vinte e sete por cento (27%) das mortes que ocorrem nos
acidentes de trânsito se devem ao fato de as vítimas serem
ejetadas do veículo.
Estas têm seis vezes mais chances de morrer. Entre as vítimas
que não vão a óbito, grande parte sofre trauma de coluna e
fica com sequelas graves.
As estatísticas comprovam que o cinto de segurança
realmente salva vidas, considerando-se mais adequado aquele
que cruza tórax e abdômen e atravessa a pelve (cinto de 3
pontos).
Nos acidentes automobilísticos cujas vítimas utilizam o cinto
de segurança, as lesões geralmente são poucas e de menor
gravidade.
Quando o cinto utilizado apóia somente a pelve, a energia do
impacto é absorvida pelos tecidos moles da cavidade
abdominal, em retroperitônio, predispondo a lesões de órgãos
abdominais internos.
Acidente Automobilístico –
Acidente de Motocicleta
Os acidentes de motocicleta são responsáveis por grande
número de mortes todos os anos. O mecanismo de trauma é o
mesmo da colisão de veículo e segue as leis da Física.
O uso do capacete previne lesões de face e crânio.
Numa colisão frontal contra um objeto, a moto inclina-se para
a frente e o motociclista é jogado contra o guidom,
esperando-se trauma de cabeça, tórax e abdômen. Caso pés e
pernas permaneçam fixos no pedal e a coxa colida contra o
guidom, pode ocorrer fratura bilateral de fêmur.
Na colisão lateral do motociclista, geralmente há compressão
de membros inferiores provocando fraturas de tíbia e fíbula.
Nos casos de colisão com ejeção do motociclista, o ponto de
impacto determina a lesão, irradiando-se a energia para o
resto do corpo. 
Impacto inicial nas pernas, às vezes atingindo coxa e
quadril;
Tronco lançado contra o capô do veículo;
Vítima caída no asfalto – geralmente o primeiro impacto
na cabeça, com possibilidade de trauma de coluna cervical.
Como nos automobilísticos, geralmente as lesões são muito
graves nesse tipo de acidente.
 
Acidente Automobilístico –
Atropelamento
Na abordagem de vítima de atropelamento, é importante
conhecer sua idade, pois existem mecanismos distintos de
trauma entre adultos e crianças. Quando o adulto percebe
estar prestes a ser atropelado, ele se vira de costas para o
veículo, na tentativa de se proteger; logo, as lesões se
localizam nas regiões posterior e lateral do corpo. Por outro
lado, as crianças encaram o veículo atropelador de frente.
Existem três fases no atropelamento:
Concluímos que se espera grande número de lesões em vítima
de atropelamento, conforme análise de cada fase: fraturas de
tíbia e fíbula, de pelve e terço superior de fêmur, trauma de
tórax, abdômen e coluna vertebral, traumatismo craniano.
Na avaliação da cena do acidente, o socorrista deve
determinar se, após o atropelamento a vítima não foi
atropelada uma segunda vez por veículo que trafegava
próximo.
Na criança, pelo fato de ser menor em altura, o fêmur ou pelve
pode sofrer o primeiro impacto e fraturar já na primeira fase. 
Altura da queda;
Tipo de superfície com que a vítima colidiu. Exemplos:
gramado, concreto etc.;
Parte do corpo que sofreu o primeiro impacto.
Lesões intratorácicas em crianças inicialmente seriam
assintomáticas, devendo o socorrista estar atento a essa
possibilidade.
Quedas
A queda se caracteriza por uma desaceleração vertical rápida.
No atendimento às vítimas de queda, o socorrista deve
conhecer:
Como a velocidade na queda aumenta com a altura, grandes
alturas predispõem a lesões mais graves.
Como referência, considera-se grave a queda de altura três
vezes maior que a altura da vítima.
Chamamos de "síndrome de Don Juan" a queda de altura com
aterrissagem pelos pés. Conforme a altura, acontece fratura
bilateral de calcâneos. Após os pés, as pernas são as próximas
partes a absorver a energia fratura de tornozelos, ossos
longos e quadril. No terceiro momento, verificar fratura com
compressão de coluna torácica e lombar.
Se a vítima apóia as mãos na queda, espera-se fratura de
punho. Assim, cabe-nos determinar a parte do corpo que
sofreu o primeiro impacto e, consequentemente, deduzir as
lesões relacionadas.
Causada pela onda de pressão proveniente da explosão,
atinge particularmente órgãos ocos ou contendo ar, como
pulmões e aparelho gastrointestinal. Podem ocorrer
sangramento pulmonar, pneumotórax, perfuração de
órgãos do aparelho digestivo. A onda de pressão rompe a
parede de pequenos vasos sanguíneos e também lesa o
sistema nervoso central. A vítima morre sem que se
observem lesões externas. O socorrista, sempre atento a
essas possibilidades, pesquisa sinais de queimadura nas
áreas descobertas do corpo;
Em vítima atingida por estilhaços e outros materiais
provenientes da explosão, é possível encontrar lace
rações, fraturas, queimaduras e perfurações;
Se a vítima é lançada contra um objeto, haverá lesões no
ponto do impacto e a força da explosão se transfere a
órgãos do corpo. Elas são aparentes e muito similares
àquelas das vítimas ejetadas de veículos ou que sofrem
queda de grandes alturas.
Lesões por Explosão
Essas lesões, antes relacionadas somente aos períodos de
guerra, estão tornando-se cada vez mais comuns no mundo
civilizado, visto acontecerem em refinarias, lojas de fogos de
artifício, estaleiros, indústrias, minas e também em domicílios,
pela explosão de botijões de gás.
A explosão tem três fases:
BooM!
Traumas Penetrantes
Ferimentos Por Arma Branca
A gravidade dos ferimentos por arma branca depende das
regiões anatômicas atingidas, da extensão da lâmina e do
ângulo de penetração, lembrando que o ferimento no
abdômen superior pode atingir o tórax, e ferimentos abaixo do
quarto espaço intercostal, podem penetrar o abdômen.
É fundamental, no atendimento pré-hospitalar de ferimentos
por arma branca, cuja lâmina ainda se encontre alojada no
corpo, não remover o objeto e, sim, imobiliário junto ao corpo e
transportar rapidamente a vítima ao hospital.
A lâmina pode estar promovendo compressão das
extremidades vasculares, o que contém hemorragias, só
devendo ser removida em ambiente hospitalar.
Ferimentos Por Arma de Fogo
No atendimento a vítimas de acidentes por arma de fogo, o
sococorrista tenta informar-se sobre o tipo da arma, seu
calibre e a distância de onde foi disparada.
Calibre - diâmetro interno do tambor, que corresponde ao
calibre da munição usada por aquela arma em particular.
Munição - usualmente projéteis construídos em liga de
chumbo sólido que apresentam ou não uma jaqueta parcial de
aço ou cobre; formato arredondado, chato, cônico ou
pontiagudo; extremidade anterior do projétil macio ou côncavo
para favorecer expansão e fragmentação.
Armas de alta e de baixa velocidade 
As que aceleram os projéteis a velocidades mais baixas são
menos letais, incluindo-seaqui todas as armas de mão e
alguns rifles. Ferimentos com essas armas são menos
destrutivos que os produzidos por projéteis que alcançam
altas velocidades, embora também causem ferimentos letais,
dependendo da área de impacto.
Rifles são altamente letais porque disparam projéteis em alta
velocidade, fatores que contribuem para o dano tecidual.
Tamanho do projétil - quanto maior o projétil, maior a
resistência oferecida pelos tecidos e maior a lesão produzida
por sua penetração.
Deformidade do projétil - projéteis de “extremidade anterior
macia achatam-se na ocasião do impacto, resultando no
comprometimento de superfície maior”.
Projétil com jaqueta - a jaqueta se expande e amplia a
superfície do projétil.
Giro - o giro do projétil amplia seu poder de destruição.
Desvio - o projétil pode oscilar vertical e horizontalmente ao
redor do seu eixo, ampliando a área de destruição.
Distância do tiro - quanto mais próximo o disparo, maior a
lesão produzida.
Densidade dos tecidos atingidos - o dano produzido é
proporcional à densidade do tecido.
Órgãos altamente densos, como ossos, músculos e fígado,
sofrem mais danos do que os menos densos, lembrando que,
ao percorrer o corpo, a trajetória da bala nem sempre será
retilínea, sofrendo desvios e atingindo órgãos insuspeitados,
considerando os orifícios de entrada e saída.
Feridas internas - Projéteis em baixa velocidade danificam
principalmente os tecidos com os quais entram em contato.
A alta velocidade produz prejuízos a distância, lesando tanto
os tecidos com que o projétil faz contato, como transferindo
energia cinética aos tecidos em redor. Nesse caso, a lesão é
produzida por ondas de choque e pela formação de uma
cavidade temporária ao redor da bala, com diâmetro trinta a
quarenta vezes maiores que o dela própria, criando imensa
pressão nos tecidos.
Com relação ao atendimento de paciente com ferimento por
arma de fogo, transportá-Io rapidamente ao hospital,
principalmente se o ferimento atingir cabeça, tórax e
abdômen. Mesmo pessoas atingidas enquanto usavam coletes
à prova de bala podem apresentar contusões orgânicas
graves, sendo mais sério a miocárdica e a pulmonar.
CAPITULO 7
 ATENDIMENTO INICIAL
 
AVALIAÇÃO INICIAL E CONDUTA
Durante o socorro de acidentados, deveremos antes de
qualquer outra atitude, obedecer a uma sequencia
padronizada e, corrigir de imediato, os problemas encontrados
que comprometam a vida do acidentado.
A avaliação da vítima é dividida em dois tempos principais. O
primeiro momento é denominado de avaliação primária.
A Avaliação Primária consiste numa análise de todas as
condições clínicas que impliquem em risco iminente de vida,
quais sejam, permeabilidade das vias respiratórias,
estabilização cervical, respiração eficaz, estabilidade
circulatória e controle de sangramentos externos de grande
monta. Esta fase da avaliação deverá ser completada no
máximo em 45 segundos. As medidas de suporte básico da
vida são iniciadas nesta fase. 
O objetivo do atendimento inicial à vítima de trauma é
identificar rapidamente situações que coloquem a vida em
risco e que demandem atenção imediata pela equipe de
socorro.
Deve ser rápido, organizado e eficiente de forma que permita
decisões quanto ao atendimento e ao transporte adequados,
assegurando à vítima maiores chances de sobrevida.
A segunda etapa (Analise Secundária), do exame consiste na
abordagem das lesões que não impliquem risco imediato à
vida. 
Situações climáticas extremas:
Geada, chuva, frio, calor, etc.;
Risco de explosão ou incêndio;
Risco de choque elétrico;
Risco de desabamento.
O atendimento inicial à vítima de trauma se divide em quatro
etapas sequenciais:
1) Controle de cena;
2) Abordagem primária;
3) Abordagem secundária;
4) Sinais vitais e escalas de coma e trauma.
 
Abordagem Primária
Visa identificar e manejar situações de ameaça à vida, A
abordagem inicial é realizada sem mobilizar a vítima de sua
posição inicial, salvo em situações especiais que possam
comprometer a segurança ou agravar o quadro da vítima, tais
como:
Obs.: Só se justifica mobilizar a vítima de sua posição inicial na
abordagem primária quando a situação de risco não possa ser
afastada. 
Por exemplo: Havendo risco de choque elétrico e sendo
possível a interrupção da passagem de energia, não há
necessidade de mobilizar a vítima.
Na abordagem p primária, havendo mais de uma vítima, o
atendimento deve ser priorizado conforme o risco, ou seja,
primeiro as que apresentem risco de morte, em seguida as que
apresentem risco de perda de membros e, por último todas as
demais. Esta recomendação não se aplica no caso de acidente
com múltiplas vítimas, onde os recursos para o atendimento
são insuficientes em relação ao número de vítimas e, por
tanto, o objetivo é identificar as vítimas com maiores chances
de sobrevida.
A abordagem primária é realizada em duas fases:
1) Abordagem primária rápida;
2) Abordagem primária completa.
Abordagem Primária Rápida
É a avaliação sucinta da respiração, circulação e nível de
consciência. Deve ser completada em no máximo 30 segundos.
Tem por finalidade a rápida identificação de condições de risco
de morte, o início precoce do suporte básico de vida (SBV) e o
desencadeamento de recursos de apoio, tais como médico no
local e aeronave para o transporte.
Na abordagem primária rápida devem ser seguidos os
seguintes passos:
1) Aproximar-se da vítima pelo lado para o qual a face da
mesma está volta, garantindo-lhe o controle cervical.
2) Observar se a vítima está consciente e respirando. Tocando
o ombro da vítima do lado oposto ao da abordagem,
apresente-se, acalme-a e pergunte o que aconteceu com ela:
“Eu sou o (nome do socorrista), e estou aqui para te ajudar. O
que aconteceu contigo?”. 
Uma resposta adequada permite esclarecer que a vítima está
consciente, que as vias aéreas estão permeáveis e que
respira. Caso não haja resposta, examinar a respiração. Se
ausente a respiração, iniciar as manobras de controle de vias
aéreas e a ventilação artificial.
3) Simultaneamente palpar pulso radial (em vítima
inconsciente palpar direto o pulso carotídeo) e definir se está
presente, muito rápido ou lento. Se ausente, palpar pulso de
artéria carótida ou femoral (maior calibre) e, caso confirmado
que a vítima está sem pulso, iniciar manobras de reanimação
cardiopulmonar (ver capítulo 9).
4) Verificar temperatura, umidade e coloração da pele e
enchimento capilar.
Palidez, pele fria e úmida e tempo de enchimento capilar
acima de dois segundos são sinais de comprometimento da
perfusão oxigenação dos tecidos (choque hipovolêmico por
hemorragia interna ou externa, por exemplo), que exigem
intervenção imediata.
5) Observar rapidamente da cabeça aos pés procurando por
hemorragias ou grandes deformidades.
6) Repassar as informações para a Central de Emergência
e/ou Equipe de Bombeiros ou Samu quando chegar ao local.
Abordagem Primária Completa
Na abordagem primária completa segue-se uma sequência fixa
de passos estabelecida cientificamente. Para facilitar a
memorização, convencionou-se o “ABCD do trauma” para
designar essa sequência fica de passos, utilizando-se as
primeiras letras das palavras (do inglês) que definem cada um
dos passos:
Passo “A” (Airway) – Vias aéreas com controle cervical;
Passo “B” (Breathing) – Respiração (existente e
qualidade);
Passo “C” (Circulation) – Circulação com controle de
hemorragias;
Passo “D” (Disability) – Estado neurológico;
Passo “E” (Exposure) – Exposição da vítima (para
abordagem secundária).
1.
2.
3.
4.
5.
Lembre-se de somente passar para próximo passo após ter
completado o passo imediatamente anterior. Durante toda a
abordagem da vítima o controle cervical deve ser mantido.
Suspeitar de lesão de coluna cervical em toda vítima de
trauma.
Passo “A” – Vias Aéreas com Controle Cervical
Após o controle cervical e a identificação, pergunte à vítima o
que aconteceu. Uma pessoa só consegue falar se tiver ar nos
pulmões e se ele passar pelas cordas vocais.
Portanto, se a vítima responder normalmente, é porque as vias
aéreas estão permeáveis(passo "A" resolvido) e respiração
espontânea (passo "B" resolvido). Seguir para o passo "C".
Se a vítima não responder normalmente, examinar as vias
aéreas. Desobstruir vias aéreas de sangue, vômito, corpos
estranhos ou queda da língua, garantindo imobilização da
coluna cervical. Para a manutenção da abertura das vias
aéreas pode ser utilizada cânula orofaríngea ou nasofaríngea.
Estando as vias aéreas desobstruídas, passar para o exame da
respiração (passo"B").
Passo “B” – Respiração
 
Checar se a respiração está presente e efetiva (ver, ouvir e
sentir). Se a respiração estiver ausente, iniciar respiração
artificial (passo "B" resolvido temporariamente). Estando
presente a respiração, analisar sua qualidade: lenta ou rápida,
superficial ou profunda, de ritmo regular ou irregular, silenciosa
ou ruidosa.
Se observar sinais de respiração difícil (rápida, profunda,
ruidosa), reavaliar vias aéreas (passo "A") e solicitar a
presença do médico no local. A necessidade de intervenção
médica é muito provável. Se observar sinais que antecedam
parada respiratória (respiração superficial, lenta ou irregular),
ficar atento para iniciar respiração artificial.
Iniciar a administração de oxigênio a 12 litros por minuto, sob
máscara de contorno facial bem-ajustado. Garantir que os
passos "A" e "B" não sejam interrompidos antes de passar ao
exame da circulação ("C").
Avaliação do pulso – palpação do pulso carotídeo.
Atendimento Inicial
Passo “C” – Circulação com Controle de Hemorragias
O objetivo principal do passo "C" é estimar as condições do
sistema circulatório e controlar grandes hemorragias. Para
tanto devem ser avaliados: pulso; perfusão periférica;
coloração, temperatura e umidade da pele. Neste passo
também devem ser controladas as hemorragias que levem a
risco de vida eminente.
Pulso
Em vítima consciente, verificar inicialmente o pulso radial; se
este não for percebido, tentar palpar o pulso carotídeo ou o
femoral; em vítima inconsciente, examinar o pulso carotídeo
do lado em que você se encontre.
A avaliação do pulso dá uma estimativa da pressão arterial. Se
o pulso radial não estiver palpável, possivelmente a vítima
apresenta um estado de choque hipovolêmico
descompensado, situação grave que demanda intervenção
imediata.
Se o pulso femoral ou carotídeo estiver ausente, iniciar
manobras de reanimação cardiopulmonar. Estando presente o
pulso, analisar sua qualidade: lento ou rápido, forte ou fraco,
regular ou irregular.
Perfusão Periférica
A perfusão periférica é avaliada através da técnica do
enchimento capilar. É realizada fazendo-se uma pressão na
base da unha ou nos lábios, de modo que a coloração passe
de rosada para pálida. Retirando-se a pressão a coloração
rosada deve retomar num tempo inferior a dois segundos. Se o
tempo ultrapassar dois segundos é sinal de que a perfusão
periférica está comprometida (oxigenação/perfusão
inadequadas). Lembre-se que à noite com frio essa avaliação
é prejudicada.
Coloração, Temperatura e Umidade da Pele
Cianose e palidez são sinais de comprometimento da
oxigenação/perfusão dos tecidos.
Pele fria e úmida
 indica choque hipovolêmico (hemorrágico).
Controle de Hemorragias
Se o socorrista verificar hemorragia externa, deve utilizar
métodos de controle. Observando sinais que sugerem
hemorragia interna, deve agilizar o atendimento.
A – Vítima acordada com resposta adequada ao ambiente.
V – Vítima adormecida. Os olhos se abrem mediante
estímulo verbal.
D – Vítima com os olhos fechados que só se abrem
mediante estímulo doloroso.
O estímulo doloroso deve ser aplicado sob a forma de
compressão intensa na borda do músculo trapézio, na
região póstero-lateral do pescoço.
I – Vítima não reage a qualquer estímulo.
Passo “D” – Estado Neurológico
Tomadas as medidas possíveis para garantir o “ABC”, importa
conhecer o estado neurológico da vítima (passo "D"), para
melhor avaliar a gravidade e a estabilidade do quadro.
O registro evolutivo do estado neurológico tem grande valor. A
vítima que não apresente alterações neurológicas num dado
momento, mas passe a apresentá-las progressivamente,
seguramente está em situação mais grave que outra cujo
exame inicial tenha mostrado algumas alterações que
permaneçam estáveis no tempo.
Na avaliação do estado neurológico o socorrista deve realizar
a avaliação do nível de consciência e o exame das pupilas.
Avaliação do Nível de Consciência
Deve sempre ser avaliado o nível de consciência porque, se
alterado, indica maior necessidade de vigilância da vítima no
que se refere às funções vitais, principalmente à respiração.
A análise do nível de consciência é feita pelo método “AVDI”,
de acordo com o nível de resposta que a vítima tem dá aos
estímulos:
Diminuição da oxigenação cerebral (hipóxia ou
hipoperfusão);
Traumatismo cranioencefálico (hipertensão intracraniana).
A alteração do nível de consciência pode ocorrer pelos
seguintes motivos:
Exame das Pupilas
Em condições normais as pupilas reagem à luz, aumentando
ou diminuindo seu diâmetro conforme a intensidade da
iluminação do ambiente. O aumento do diâmetro, ou midríase,
ocorre na presença de pouca luz, enquanto a diminuição, ou
miose, ocorre em presença de luz intensa.
Quanto à simetria, as pupilas são classificadas em isocóricas
(pupilas normais ou simétricas), que possuem diâmetros
iguais, e anisocóricas (pupilas anormais ou assimétricas), de
diâmetros desiguais.
O socorrista deve avaliar as pupilas da vítima em relação ao
tamanho, simetria e reação à luz. Pupilas anisocóricas sugerem
traumatismo ocular ou cranioencefálico. Neste caso a midríase
em uma das pupilas pode ser conseqüência da compressão do
nervo oculomotor no nível do tronco encefálico, sugerindo um
quadro de gravidade.
Pupilas normais se contraem quando submetidas à luz,
diminuindo seu diâmetro. Se a pupila permanece dilatada
quando submetida à luz, encontra-se em midríase paralítica,
normalmente observada em pessoas inconscientes ou em
óbito. Pupilas contraídas (miose) em presença de pouca luz
podem indicar intoxicação por drogas ou doença do sistema
nervoso central.
Se houver depressão do nível de consciência e anisocoria, ficar
alerta, pois existe o risco de parada respiratória. Manter-se
atento para o “ABC”.
Inspeção: cor da pele, sudorese, simetria, alinhamento,
deformidade e ferimento; 
Palpação: deformidade, crepitação, rigidez, flacidez,
temperatura e sudorese;
Ausculta: tórax (campos pleuropulmonares e precordial) –
procedimento exclusivo do médico.
Abordagem Secundária
Finalmente, no passo "E", expor a vítima, à procura de lesões.
Entretanto, em nível pré-hospitalar, as roupas da vítima só
serão removidas para expor lesões sugeridas por suas queixas
ou reveladas pelo exame segmentar, respeitando seu pudor no
ambiente público. No hospital, ao contrário, é imperdoável
deixar de despir completamente a vítima antes de iniciar a
abordagem secundária.
Exame segmentar da cabeça. Socorrista verifica se há
hematoma retroauricular.
Exame segmentar do pescoço.
Só iniciar a abordagem secundária depois de completada a
abordagem primária.
Examinar todos os segmentos do corpo, sempre na mesma
ordem (exame segmentar): crânio, face, pescoço, tórax,
abdômen, quadril, membros inferiores, membros superiores e
dorso. Nesta fase, realizar:
Durante todo o exame segmentar, manter-se atento a sinais
de dor ou a modificações das condições constatadas na
abordagem primária da vítima. Exame segmentar:
Cabeça: palpar o crânio com os polegares fixos na região
frontal, mantendo o controle cervical. Palpar as órbitas. 
Simultaneamente, inspecionar cor e integridade da pele da
face, hemorragia e liqüorragia pelo nariz e ouvidos, hematoma
retroauricular (sugestivo de fratura de coluna cervical alta ou
base de crânio), simetria da face, hemorragia e laceração dos
olhos e fotorreatividade pupilar (não a valorize em olho
traumatizado). Retirar corpos estranhos (lentes de contato e
próteses dentárias móveis) eventualmente remanescentes.
Pescoço: inspecionar o alinhamento da traqueia e a simetria
do pescoço.
Palpar a cartilagemtireoide e a musculatura bilateral.
Inspecionar as veias jugulares: se ingurgitadas.
Atendimento Inicial
Principalmente com piora na inspiração, preocupar-se com
lesão intratorácica grave (derrame de sangue no pericárdio,
impedindo os movimentos normais do coração: hemopericárdio
com tamponamento cardíaco). 
Palpar as artérias carótidas separadamente e a coluna
cervical, verificando alinhamento, aumento de volume,
crepitação e rigidez muscular.
Completado o exame, colocar o colar cervical.
Tórax: inspecionar a caixa torácica (face anterior), buscando
simetria anatômica e funcional, respiração paradoxal, áreas de
palidez, eritema ou hematoma (sinais de contusão) e
ferimentos. Palpar as clavículas separadamente, buscando dor
e crepitação. 
Palpar os arcos costais e esterno em busca de rigidez
muscular, flacidez e crepitação.
Examinar até a linha axilar posterior.
Realizar ausculta pulmonar e cardíaca (procedimento médico).
Abdômen: inspecionar sinais de contusão, distensão e
mobilidade. Palpar delicadamente, analisando sensibilidade e
rigidez de parede (abdômen em tábua).
Quadril: afastar e aproximar as asas ilíacas em relação à linha
média, analisando mobilidade anormal e produção de dor.
Palpar o púbis no sentido anteroposterior. 
Avaliação do enchimento capilar dos membros inferiores.
Membros inferiores: inspecionar e palpar da raiz das coxas até
os pés. Observar ferimento, alinhamento, deformidade,
flacidez, rigidez e crepitação. 
Cortar a roupa onde suspeitar de ferimento ou fratura. Retirar
calçados e meias. Examinar a mobilidade articular ativa e
passiva. Executar movimentos suaves e firmes de flexão,
extensão e rotação de todas as articulações. Palpar pulsos em
tornozelos e pés. Testar sensibilidade, motricidade e
enchimento capilar.
Membros inferiores: inspecionar e palpar da raiz das coxas até
os pés. Observar ferimento, alinhamento, deformidade,
flacidez, rigidez e crepitação. 
Cortar a roupa onde suspeitar de ferimento ou fratura. Retirar
calçados e meias. Examinar a mobilidade articular ativa e
passiva. Executar movimentos suaves e firmes de flexão,
extensão e rotação de todas as articulações. Palpar pulsos em
tornozelos e pés. Testar sensibilidade, motricidade e
enchimento capilar.
Membros superiores: inspecionar e palpar dos ombros às mãos.
Observar ferimento, alinhamento, deformidade, flacidez, rigidez
e crepitação. Cortar a roupa onde suspeitar de ferimento ou
fratura. Palpar os pulsos radiais. Testar a mobilidade ativa e
passiva. Executar movimentos suaves e firmes de flexão,
extensão e rotação de todas as articulações. Testar a simetria
da força muscular nas mãos. Verificar sensibilidade,
motricidade e enchimento capilar.
Dorso: realizar a manobra de rolamento a noventa graus para
examinar o dorso. Inspecionar alinhamento da coluna vertebral
e simetria das duas metades do dorso. Palpar a coluna
vertebral em toda a extensão, à procura de edema, hematoma
e crepitação. Terminado o exame do dorso, rolar a vítima sobre
a prancha de imobilização dorsal.
Após completar o exame segmentar, fazer curativos,
imobilizações e outros procedimentos necessários.
Fazem também parte da abordagem secundária os seguintes
procedimentos, que são realizados por médicos no ambiente
hospitalar: radiografias, sonda gástrica, toque retal,
cateterismo vesical e lavagem peritonial.
Durante a abordagem secundária, o socorrista deva reavaliar o
ABCD quantas vezes forem necessárias, principalmente em
vítimas inconscientes.
Após a abordagem secundária, realizar a verificação de dados
vitais e escalas de coma e trauma.
Escala de Coma
A Escala de Coma de Glasgow, é baseada na avaliação da
abertura dos olhos
(AO), da melhor resposta motora (MRM) e da melhor resposta
verbal (MRV). É uma escala prática para se avaliar a evolução
do nível de consciência da vítima. Para cada um dos três itens
avaliados é atribuído um número, conforme a resposta da
vítima, que somados irão nos mostrar o nível de consciência
da vítima no momento da avaliação.
DECORTIÇÃO
DESCEREBRAÇÃO
Cavidade nasal (nariz);
Cavidade oral (boca);
Faringe (Nasofaringe, orofaringe e laringofaringe ou
hipofaringe. Destas três, a nasofaringe é exclusivamente
via aérea, a laringofaringe é exclusivamente via digestiva e
a orofaringe é um caminho comum.
CAPITULO 8
VIAS AÉREAS - DESMAIO – EPILEPSIA
– OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS
 
As vias aéreas têm como função principal conduzir o ar entre o
meio ambiente e os pulmões (alvéolos pulmonares),
proporcionando a entrada de ar filtrado, aquecido e rico em
oxigênio, assim como a saída de ar rico em dióxido de carbono
do aparelho respiratório, participando assim do processo da
respiração.
Dividem-se em vias aéreas superiores e vias aéreas inferiores:
Vias Aéreas Superiores:
Laringe.
Traquéia;
Brônquios/bronquíolos;
Pulmões/alvéolos pulmonares.
Vias Aéreas Inferiores:
O acesso às vias aéreas superiores é direto e sua visualização
é quase completa, exceto pela nasofaringe (região posterior à
cavidade nasal e póstero-superior à úvula - "campainha”).
DESMAIO
 
O desmaio, também conhecido como síncope, pode ser
definido como uma momentânea perda da consciência, que
geralmente não dura mais que alguns minutos e é causada
pela diminuição temporária do fluxo sanguíneo que nutre o
encéfalo.
O desmaio pode ser uma reação à dor ou ao medo, ou
resultante de perturbação emocional, exaustão ou falta de
alimentação (hipoglicemia), entretanto, o restabelecimento da
vítima é normalmente rápido e completo.
Os sinais e sintomas mais comuns do desmaio são a palidez, o
pulso fraco e lento, a falta de equilíbrio e a inconsciência.
Diante de uma vítima que sofreu um desmaio, o socorrista
deverá buscar aumentar o fluxo sanguíneo no encefálico e
tranquilizar a vítima, mantendo-a numa posição confortável. O
socorro pré-hospitalar consiste em:
Deitar a vítima com as pernas elevadas e manter as vias
aéreas desobstruídas;
Desapertar quaisquer peças de roupa justas no pescoço, peito
e cintura, para auxiliar a ventilação e a circulação;
Examinar cuidadosamente e tratar qualquer lesão que a vítima
tenha sofrido ao cair;
Se a vítima não recuperar logo a consciência, procurar socorro
especializado ou transportá-la para um hospital.
Se a vítima encontrar-se de pé, aconselhe-a a exercitar a
musculatura das pernas para auxiliar a circulação. Se a vítima
sentir falta de equilíbrio, previna o desmaio, orientando-a a
respirar profundamente e ajudando-a a sentar-se e a inclinar-
se para a frente, conforme mostra o desenho abaixo.
CONVULSÕES
A convulsão pode ser conceituada como uma contração
violenta, ou uma série de contrações dos músculos
voluntários, com ou sem perda da consciência por parte da
vítima. Suas causas mais comuns são a epilepsia e a febre
alta.
Os sinais e os sintomas da convulsão são em geral a perda do
equilíbrio, a inconsciência, a palidez, a cianose dos lábios e a
presença de espasmos incontroláveis que sacodem o corpo da
vítima.
A epilepsia é uma doença do sistema nervoso central que
caracteriza-se em sua fase mais grave, por crises de
convulsão.
As vítimas que sofrem ataque epiléptico convulsivo podem
apresentar, perda de equilíbrio, queda abrupta, inconsciência,
contração de toda a musculatura corporal, aumento da
atividade glandular com abundante salivação, vômitos, e em
alguns casos, micção e evacuação involuntárias.
Ao atender uma vítima em crise convulsiva, o socorrista deverá
afastar os objetos próximos para que ela não se machuque
(batendo contra eles). Não impeça os movimentos
convulsivos, apenas posicione-se de joelhos atrás da cabeça
da vítima e segure-a, a fim de evitar traumatismos. Posicione
a vítima lateralmente para que ela não aspire vômitos e
outras secreções para os pulmões.
Quando os espasmos desaparecerem, acomode a vítima
confortavelmente e certifique-se de que ela está respirando
(ver, ouvir e sentir). Depois encaminhe-a para receber
assistência médica qualificada. Basicamente, podemos dizer
que o tratamento deste tipo de vítimas, resume-se em
proteger a vítima durante o ataque e encaminhá-lapara
atendimento especializado quando a consciência for
recuperada. Durante a crise, não use de força para conter a
vítima, nem ponha nada em sua boca.
O socorrista deve prevenir a convulsão febril em crianças,
promovendo banhos de imersão a uma temperatura igual a do
corpo. É recomendável manter compressas frias na região
frontal da cabeça. A criança deverá ser mantida neste banho
até a temperatura baixar a níveis próximos do normal. A
criança deverá vestir roupas leves e ser mantida em local
arejado e sem correntes de ar.
Uma vez ministrados esses cuidados, encaminhe-a para
receber assistência qualificada para detectar e tratar a causa
da febre.
Obstrução das Vias Aéreas
Superiores (OVAS) e (OVACE)
 
Entende-se por obstrução de vias aéreas toda situação que
impeça total ou parcialmente o trânsito do ar ambiente até os
alvéolos pulmonares. 
A restauração e manutenção da permeabilidade das vias
aéreas nas vítimas de trauma são essenciais e devem ser
feitas de maneira rápida e prioritária.
A vítima de trauma pode ter as vias aéreas comprometidas
direta ou indiretamente por mecanismos distintos, sendo os
principais os enumerados a seguir.
Inconsciência
A causa mais frequente de obstrução de vias aéreas em
vítimas de trauma é a inconsciência, provocando o
relaxamento da língua que se projeta contra a orofaringe
(fundo da garganta) da vítima em decúbito dorsal, impedindo
a passagem de ar das vias aéreas superiores para as
inferiores. Geralmente é causada por trauma cranioencefálico,
choque ou situações clínicas. A inconsciência também favorece
o refluxo do conteúdo gástrico seguido de bronca aspiração.
Trauma Direto Sobre Vias Aéreas
Trauma direto sobre as vias aéreas, causando sangramento
em seu interior, compressão externa por edema e/ou
hematomas e fraturas da árvore laringotraqueobrônquica, e/ou
broncoaspiração de dentes fraturados.
Queimaduras em Vias Aéreas
Queimaduras em vias aéreas podem produzir inflamação e
edema de glote e de vias aéreas inferiores.
Corpo Estranho em Vias Aéreas
Fragmentos de próteses dentárias, alimentos, balas, chicletes
e pequenos objetos podem causar obstrução de vias aéreas
em diferentes níveis.
Obstrução de Vias Aéreas por
Corpo Estranho (OVACE)
Causas de OVACE em Adultos
Embora a perda de consciência seja a causa mais frequente de
obstrução de vias aéreas, a obstrução por corpos estranhos
pode ser causa de perda de consciência e parada
cardiopulmonar. 
A eventualidade de corpos estranhos obstruírem vias aéreas
em pessoas conscientes ocorre mais frequentemente durante
as refeições, sendo a carne a causa mais comum. Outras
causas de obstrução: próteses dentárias deslocadas,
fragmentos dentários, chicletes e balas.
A obstrução de vias aéreas pelo conteúdo regurgitado do
estômago pode ocorrer durante a parada cardiopulmonar ou
nas manobras de reanimação cardiopulmonar. Pessoas com
nível de consciência alterado também correm risco de
obstrução de vias aéreas pela aspiração de material vomitado.
Causas de OVACE em Crianças
Em crianças as principais causas de obstrução de vias aéreas
é a aspiração de leite regurgitado ou de pequenos objetos.
Outras causas frequentes são alimentos (balas, chicletes,
etc.) e causas infecciosas (epiglote). Neste último caso, a
presença do médico ou o transporte imediato para o hospital
se fazem imperiosos. Os lactentes (até 1 ano de idade) são as
principais vítimas de morte por aspiração de corpo estranho na
faixa etária pediátrica.
Reconhecimento
O reconhecimento precoce da obstrução de vias aéreas é
indispensável para o sucesso no atendimento. O socorrista
deve estar atento, pois a obstrução de vias aéreas e
consequente parada respiratória rapidamente evolui para
parada cardiopulmonar.
A obstrução das vias aéreas pode ser parcial (leve) ou total
(grave). Na parcial, a vítima pode ser capaz de manter boa
troca gasosa, caso em que poderá tossir fortemente, apesar
dos sibilos entre as tossidas. 
Enquanto permanecer uma troca gasosa satisfatória, encorajar
a vítima a persistir na tosse espontânea e nos esforços
respiratórios, sem interferir nas tentativas para expelir o corpo
estranho.
A troca insuficiente de ar é indicada pela presença de tosse
ineficaz e fraca, ruídos respiratórios estridentes ou gementes,
dificuldade respiratória acentuada e, possivelmente, cianose.
Neste ponto, iniciar o manejo da obstrução parcial como se
houvesse obstrução total.
Em adultos, a obstrução por corpo estranho deve ser
suspeitada em toda vítima que subitamente pare de respirar,
tornando-se cianótica e inconsciente, sem razão aparente.
Deve-se tomar cuidado na diferenciação de
Em crianças a OVACE deve ser suspeitada nos seguintes casos:
dificuldade respiratória de início súbito acompanhada de
tosse, respiração ruidosa, chiado e náusea. Se essa obstrução
se tornar completa, ocorre agravamento da dificuldade
respiratória, cianose e perda de consciência.
Reconhecimento de OVACE em Vítima
Consciente
A obstrução total das vias aéreas é reconhecida quando a
vítima está se alimentando ou acabou de comer e,
repentinamente, fica incapaz de falar ou tossir. Pode
demonstrar sinais de asfixia, agarrando o pescoço,
apresentando cianose e esforço respiratório exagerado. O
movimento de ar pode estar ausente ou não ser detectável. A
pronta ação é urgente, preferencialmente enquanto a vítima
ainda está consciente.
Em pouco tempo o oxigênio disponível nos pulmões será
utilizado e, como a obstrução de vias aéreas impede a
renovação de ar, ocorrerá a perda de consciência e,
rapidamente, a morte.
Reconhecimento de OVACE em Vítima
Inconsciente
Quando um adulto for encontrado inconsciente por causa
desconhecida, suspeitar de parada cardiopulmonar por infarto,
acidente vascular ou hipóxia secundária à obstrução de via
aérea. Ele será avaliado pensando-se em parada
cardiopulmonar, deixando para fazer o manejo de
desobstrução de vias aéreas apenas se o fato se evidenciar.
Tratando-se de criança, devemos suspeitar imediatamente de
OVACE.
Desobstrução de Vias Aéreas
Os métodos de desobstrução de vias aéreas dividem-se em
dois tipos, conforme a natureza da obstrução: obstrução por
líquido (rolamento de 90º e aspiração) ou obstrução por
sólido (remoção manual e manobras de desobstrução).
Obstrução por Líquido Rolamento de 90º
Esta manobra consiste em lateralizar a vítima em monobloco,
trazendo-a do decúbito dorsal para o lateral, com o intuito de
remover secreções e sangue das vias aéreas superiores.
E
Estando a vítima na cena do acidente, ainda sem intervenção
do socorrista, ou seja, sem qualquer imobilização (colar
cervical e prancha), havendo a necessidade da manobra, esta
deverá ser realizada com controle cervical manual.
Estando a vítima já imobilizada em prancha, proceder a
manobra mediante a lateralização da própria prancha.
Aspiração
A aspiração de secreções e sangue pode ser realizada ainda na
cena do acidente, mediante uso de aspiradores portáteis, ou no
interior da ambulância, pelo uso de aspiradores fixos. Os
aspiradores devem promover vácuos e fluxo adequado para
sucção efetiva da faringe, através de sondas de aspiração de
vários diâmetros.
Obstrução por Sólida Remoção Manual
Durante a avaliação das vias aéreas, o socorrista pode
visualizar corpos estranhos, passíveis de remoção digital.
Somente remover o material que cause obstrução se for
visível.
É difícil o uso dos dedos para remover corpos estranhos das
vias aéreas. Em muitos casos é impossível abrir a boca da
vítima e inserir os dedos para esse propósito, a menos que a
vítima esteja inconsciente. Em alguns casos, especialmente
envolvendo crianças e lactentes, um dedo adulto pode
aprofundar o corpo estranho, causando a obstrução completa.
A técnica de remoção manual consiste em abrir a boca da
vítima utilizando a manobra de tração da mandíbula ou a de
elevação do mento (abordadas à frente) e retirar o corpo
estranho com o indicador “em gancho”, deslocar e retirar o
corpo estranho. Estando o corpo estranho mais aprofundado,
existe a alternativa de utilizar os dedos indicador e médio“em
pinça”. Em recém-nato e lactente, utilizar o dedo mínimo em
virtude das dimensões reduzidas das vias aéreas. Somente
tentar a remoção se o corpo estranho estiver visível; se não,
está contra-indicada a procura do material com os dedos.
Manobras de Desobstrução de Vias Aéreas em
Adultos
São manobras realizadas manualmente para desobstruir vias
aéreas de sólidos
Compressão Abdominal
Também chamada manobra de Heimlich, consiste numa série
de quatro compressões sobre a região superior do abdômen,
entre o apêndice xifóide e a cicatriz umbilical.
Vítima em pé:
1) Posicionar-se atrás da vítima, abraçando-a em torno do
abdômen;
2) Segurar o punho da sua outra mão e aplicar compressão
contra o abdômen, entre o apêndice xifóide e a cicatriz
umbilical no sentido superior (tórax), por quatro vezes;
3) Estando a vítima em pé, ampliar sua base de sustentação,
afastando as pernas, e posicionar uma entre as pernas da
vítima, para evitar-lhe a queda caso fique inconsciente.
Vítima deitada:
1) Posicionar a vítima em decúbito dorsal;
2) Ajoelhar-se ao lado da vítima, ou a cavaleiro sobre ela no
nível de suas coxas, com seus joelhos tocando-lhe
lateralmente o corpo;
3) Posicionar a palma da mão (região tenar) sobre o
abdômen da vítima, entre o apêndice xifóide e a cicatriz
umbilical, mantendo as mãos sobrepostas;
4) Aplicar quatro compressões abdominais no sentido do
tórax.
CAPITULO 9 
REANIMAÇÃO CARIDO PULMONAR
Histórico
A reanimação tem sido uma aspiração humana ha séculos. No
século passado a reanimação foi uma pratica comum na
Europa, pela técnica de rolar vitimas inconscientes sobre
barris, na tentativa de mover o ar para dentro e para fora dos
pulmões. Foles também foram usados com o mesmo intuito.
No inicio do século XX, a técnica mais usada era o método de
pressão prona de Schafer, segundo a qual se pressionava
clinicamente a região lombar para movimentar o ar entre os
pulmões e o ambiente. Essa técnica permitia a manutenção
das vias aéreas abertas pela ação da gravidade na base da
língua.
No entanto, essas e outras técnicas não eram eficientes pela
baixa ventilação alveolar que ofereciam.
Apesar da ventilação boca-a-boca estar descrita na Bíblia
(usada em recém-nascidos por parteiras) somente no inicio
dos anos 50 ela foi redescoberta pelos Dr. James Elam e Peter
Safar nos Estados Unidos.
Nos anos 60 Kouwenhoven, Jude e Knickerbocker
desenvolveram e apresentaram a técnica de compressão
torácica externa. O acoplamento dessa técnica com a
ventilação artificial boca-a-boca e, hoje, largamente utilizada
na reanimação cardiorrespiratória como suporte básico de
vida. A simplicidade dessa técnica, que requer apenas duas
mãos e ventilações na boca, tornou-a altamente popular.
Em 1993 foi formada uma Aliança Internacional dos Comitês
em Ressuscitação (ILCOR) pela Sociedade de Cardiologia
Americana (AHA), pelo Conselho Europeu em Ressuscitação
(ERC), e pelo Comitê Australiano em Ressuscitação com o
intuito de realizar estudos a partir de evidencias cientifica.
No ano de 2000, o ILCOR realizou a primeira Conferencia para
um Consenso em RCP e em conjunto com a AHA lançou uma
nova diretriz para RCP. Em 2005, apos uma nova Conferencia
de Consenso, a AHA lançou outra diretriz com diversas
mudanças para RCP baseadas em evidencias cientificas, dentre
as quais a principal e a mudança da taxa de compressão-
ventilação de 30:2, sendo que anteriormente era de 15:2.
A reanimação cardiopulmonar (RCP) e também uma aspiração
medica, porque a morte clinica não e seguida
instantaneamente da morte biológica. Ou seja, no momento
em que um paciente apresenta sinais de morte clinica
(inconsciência sem resposta a qualquer estimulo e ausência
de movimentos respiratórios e de pulso), ha ainda viabilidade
biológica dos órgãos internos. Dessa forma, se for possível
manter a oferta de oxigênio aos tecidos e recuperar a
respiração e a circulação espontâneas, antes da morte
biológica dos tecidos, a reanimação e conseguida com
sucesso.
A viabilidade do encéfalo e que define a vida humana. Na
ausência de intervenção terapêutica, a morte clinica e
rapidamente seguida de lesão biológica tecidual irreversível.
Essa sequencia e um processo que se estende de 5 a 20
minutos no encéfalo, de 20 a 30 minutos no coração e por
horas na pele. Devido a variação na longevidade dos
diferentes tecidos corporais, a morte encefálica tem sido
considerado indicador da morte biológica. Constatada a existê
ncia de parada cardiorrespiratória, solicitar apoio de Suporte
Avançado a Vida pelo 192(SAMU) ou 193 (Corpo de Bombeiros).
Posicionar a vítima em DDH (decúbito dorsal horizontal) sobre
uma superfície rígida, com a proteção manual da coluna
cervical;
Iniciar a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) conforme a
tabela de RCP abaixo;
Somente instalar o DEA quando ficar evidenciado que a causa
da parada foi clínica, precedendo o trauma e não decorrente
do trauma, sendo que, nos demais casos de trauma, não
deverá ser instalado o DEA, exceto por orientação de médico
do sistema;
Constatando tratar-se de parada cardiopulmonar de causa
clínica adotar o (RCP em casos clínicos);
Retornando a circulação espontânea (presença de pulso
carotídeo) sem sinais de respiração, deverá ser tratado como
(parada respiratória).
Transporte da vítima
Nos casos de (RCP) o ideal é manter o socorro no local caso
opte pelo deslocamento: manter manobras RCP, exceto nos
seguintes casos:
Se o local oferecer risco ao(s) socorrista(s);
Nos casos de PCR por hipoxemia como Trauma, Afogamento /
Asfixia, Crianças (com causa respiratória) e Overdose
(intoxicações), deve se aplicar 2 (dois) ciclos completos de
RCP, sem embarque da vítima.
Se não houver retorno da circulação espontânea, a vítima
deverá ser transportada sem interrupção da RCP;
Não interromper a RCP, exceto por determinação de médico do
sistema ou se o local do acidente passar a oferecer risco para
a guarnição e para a vítima; 
Não será iniciada a RCP nos casos em que forem constatados
sinais evidentes de morte.
Cuidados após retorno à circulação espontânea (presença de
pulso carotídeo):
Checar se a vitima respira de forma normal (movimentos e
frequência respiratórios adequados).
Não confundir com Gasping (respiração agônica);
Manter as vias aéreas pérvias, utilizando a cânula orofaríngea,
aspirando se necessário, e mantendo imobilização da coluna
cervical;
Se não houver movimentos respiratórios normais, deverá ser
realizada ventilação com ventilador manual enriquecido com
oxigênio, de preferência por 2 socorristas (4 mãos);
Inicie a oxigenoterapia para vítimas com saturação
desconhecida ou com saturação menorou igual 94%. Monitore
a vítima com oxímetro, com meta de 96 % de saturação;
Prevenir a hipotermia.
ATENÇÃO
Para uma RCP eficiente, executar compressões fortes e
rápidas no meio do osso esterno (entre as mamas), na
frequência mínima de 100 compressões por minuto.
O tempo de compressão e relaxamento do tórax deverá ser
igual, permitindo que o tórax retorne à posição normal para
ocorrer o enchimento cardíaco.
Após 5 ciclos (30:2) ou 2 minutos, o socorrista que estiver
efetuando as compressões, deverá ser substituído
obrigatoriamente, minimizando as interrupções.
Evitar ventilações excessivas, oferecendo oxigênio assim que
possível, através do ventilador manual.
Imobilizar a coluna (colar cervical, imobilizador lateral e
prancha longa) antes do embarque.
Transportar da vítima minimizando as interrupções das
compressões torácicas.
Manter a fonte de oxigênio distante das pás adesivas
durante o choque.
Em casos de gestantes nas quais o útero estiver acima da
cicatriz umbilical, empurrar manualmente o útero para o lado
esquerdo com o objetivo de melhorar o retorno venoso
durante todas as manobras de RCP.
CAPITULO 10
HEMORRAGIAS
Introdução
Para um melhor entendimento dos mecanismos (da
hemorragia e do choque) faz se necessário uma pequena
revisão de alguns aspectos conceituais de anatomia e
fisiologia do sistema cardiovascular. Vejamos:
Coração
É um órgão muscular oco que se contrai ritmicamente,
impulsionandoo sangue através de toda a rede vascular. Está
situado no centro do tórax, num espaço denominado
mediastino, que fica entre os dois pulmões (limites laterais),
por cima do diafragma (limite inferior), por diante da porção
torácica da coluna vertebral (limite posterior) e por trás do
osso esterno (limite anterior). É como uma bomba que
impulsiona o sangue. Para que trabalhe de forma apropriada,
necessita fundamentalmente de dois fatores: primeiro de
volume de sangue suficiente circulando dentro dos vasos,
dependendo também da pressão sistólica para impulsioná-lo.
Divide-se interiormente em quatro cavidades, sendo duas
superiores e duas inferiores.
As cavidades superiores denominam-se átrios e as cavidades
inferiores denomina ventrículos. Os átrios (direito e esquerdo),
não se comunicam entre si. Da mesma forma os ventrículos
(direito e esquerdo). 
Vasos Sanguíneos
Artérias
São os vasos que se afastam do coração levando o sangue
arterial para distribuí-lo a todos os órgãos do corpo. Desde a
sua origem, no coração, as artérias ramificam-se de modo
sucessivo ficando progressivamente mais finas, isto é,
diminuem de tamanho à medida que se afastam do coração.
As artérias se distribuem em dois circuitos, o primeiro, de
menor tamanho, que leva o sangue aos pulmões através do
tronco pulmonar (também chamado de pequena circulação); e
o outro, de tamanho maior, que conduz o sangue oxigenado a
todas as células do organismo (também chamado de grande
circulação). As principais artérias do corpo humano são: tronco
pulmonar (pequena circulação) e a artéria aorta (grande
circulação) responsável pela irrigação de todo o corpo.
As paredes das artérias são grossas para melhor suportarem a
pressão arterial; pulsam conforme a
sístole cardíaca. Quando lesadas, a hemorragia se faz por
jatos intermitentes.
Veias
O sangue que sai do coração, por intermédio das artérias,
retorna ao mesmo pelas veias. Portanto, veias são os vasos
sanguíneos que trazem o sangue venoso dos diversos órgãos
de volta ao coração.
Como as veias convergem, são mais finas quanto mais
distantes e mais calibrosas conforme se aproximam do
coração. As paredes das veias, finas e delgadas, não pulsam.
Capilares
São vasos muito finos que representam a transição entre
artérias e veias. É nos capilares que se dá a troca de oxigênio
e nutrientes por gás carbônico e detritos, para serem
eliminados pelo sistema venoso. Ao fluxo constante de sangue
pelos capilares chamamos de perfusão, sendo ele essencial à
manutenção de vida nos tecidos.
A diminuição do volume sanguíneo afeta a perfusão. Uma falha
na perfusão leva os tecidos à morte.
Sangue
O sangue é constituído por uma parte líquida (plasma) e por
elementos figurados (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e
plaquetas).
O sangue corresponde de 7 a 8% do peso corporal de uma
pessoa. Seu volume varia de uma pessoa para outra, conforme
a massa corporal. Por exemplo: uma pessoa de 75 kg tem um
volume de 5 a 6 litros de sangue. A perda de volume
sanguíneo é importante, principalmente pela perda de plasma.
Todas as pessoas necessitam de um volume de sangue
mínimo para manter o aparelho cardiovascular trabalhando de
modo eficiente à vida.
Hemorragia
É o extravasamento de sangue dos vasos sangüíneos através
de ruptura nas suas paredes.
Classificação
A hemorragia pode ser classificada em:
Hemorragia externa – visível porque extravasa para o meio
ambiente. Exemplos: ferimentos em geral, hemorragia das
fraturas expostas, epistaxe (hemorragia nasal).
Hemorragia interna – o sangue extravasa para o interior do
próprio corpo, dentro dos tecidos ou cavidades naturais.
Exemplos: trauma contuso, ruptura ou laceração de órgãos de
tórax e abdômen, hemorragia de músculo ao redor de partes
moles.
Tipos de hemorragia
Arterial
Ocorre quando há perda de sangue de uma artéria. O sangue
tem coloração viva, vermelho claro, derramado em jato,
conforme o batimento cardíaco, geralmente rápido e de difícil
controle.
Venosa
Ocorre quando há perda de sangue por uma veia.
Sangramento de coloração vermelho escuro, em fluxo
contínuo, sob baixa pressão. Pode ser considerada grave se a
veia comprometida for de grosso calibre.
Capilar
Ocorre quando há sangramento por um leito capilar. Flui de
diminutos vasos da ferida.
Possui coloração avermelhada, menos viva que a arterial, e
facilmente controlada.
Fatores determinantes da gravidade da
hemorragia
Volume de sangue perdido
A perda de pequeno volume em geral não produz efeitos
evidentes; já a perda de 1,5 litro em adulto ou 200 ml em
criança pode ser extremamente grave, inclusive colocando a
vida em risco.
Calibre do vaso rompido
O rompimento de vasos principais de pescoço, tórax, abdômen
e coxa provocam hemorragias severas, e a morte pode sobrevir
em 1 a 3 minutos.
Tipo do vaso lesado
O sangramento arterial é considerado de maior gravidade. As
veias geralmente estão mais próximas da superfície do corpo
do que as artérias, sendo de mais fácil acesso.
O sangramento capilar é lento e, via de regra, coagula
espontaneamente em 6 a 8 minutos.
Pulso fraco e rápido;
Pele fria e úmida (pegajosa);
Pupilas dilatadas com reação lenta à luz;
Queda da pressão arterial;
Paciente ansioso, inquieto e com sede;
Náusea e vômito;
Respiração rápida e profunda;
Perda de consciência e parada respiratória;
Choque
O processo de coagulação desencadeado em boa parte dos
pequenos e médios sangramentos pode ser suficiente para
controlar a hemorragia, e o coágulo formado age como uma
rolha, impedindo a saída de sangue.
Velocidade da perda de sangue
A perda rápida de 1 litro de sangue pode colocar o indivíduo
em risco de vida.
Quando a perda de sangue é lenta, o organismo desenvolve
mecanismos de compensação, suportando melhor a situação.
Sinais e sintomas da hemorragia
A hemorragia externa, por ser visualizada, é facilmente
reconhecida. A hemorragia interna pode desencadear choque
hipovolêmico, sem que o socorrista identifique o local da perda
de sangue. As evidências mais comuns de sangramento
interno são áreas extensas de contusão na superfície
corpórea. Alguém com fratura de fêmur perde facilmente até
um litro de sangue, que fica confinado nos tecidos moles da
coxa, ao redor da fratura.
Outros sinais que sugerem hemorragia severa:
Métodos de controle da
hemorragia externa
Pressão Direta
Quase todos os casos de hemorragia externa são controlados
pela aplicação de pressão direta na ferida, o que permite a
interrupção do fluxo de sangue e favorece a formação de
coágulo. Preferencialmente, utilizar uma compressa estéril,
pressionando-a firmemente por 10 a 30 minutos; a seguir,
promover a fixação da compressa com bandagem. Em
sangramento profuso, não perder tempo em localizar a
compressa (pressionar diretamente com a própria mão
enluvada).
Após controlar um sangramento de extremidade, certifique-se
de que existe pulso distal; em caso negativo, reajuste a
pressão da bandagem para restabelecer a circulação.
Elevação da área traumatizada
Quando uma extremidade é elevada, de forma que aárea
lesionada fique acima do nível do coração, a gravidade ajuda a
diminuir o fluxo de sangue. Aplicar este método
simultaneamente ao da pressão direta. Não o utilizar, porém,
em casos de fraturas, luxações ou de objetos empalados na
extremidade.
Pressão digital sobre o ponto de pulso
Utilizar a pressão sobre pulso de artéria quando os dois
métodos anteriores falharem ou não tiver acesso ao local do
sangramento (esmagamento, extremidades presas em
ferragens).
É a pressão aplicada com os dedos sobre os pontos de pulso
de uma artéria contra uma superfície óssea. É necessária
habilidade do socorrista e conhecimento dos pontos exatos de
pressão das artérias.
Principais pontos: artéria braquial para sangramento de
membros superiores artéria femoral para sangramento de
membros inferiores artéria temporal para sangramento de
couro cabeludo artéria radial sangramento da mão.
Aplicação de gelo
O uso de compressas de gelo diminui o sangramento interno
ou mesmo interrompe sangramento venosos e capilares.Nas
contusões, a aplicação de gelo previne a equimose (mancha
arroxeada). Deve-se observar o tempo de uso, evitando-se
uso demasiadamente prolongados, pois diminui a circulação,
podendo causar lesões de tecidos.
Torniquete
Deve ser considerado como o último recurso (praticamente em
desuso), o torniquete só será utilizado se todos os outros
métodos falharem, devendo ser considerado apenas nos casos
de destruição completa ou amputação de extremidades, com
sangramento severo.
Consiste numa bandagem constritora colocada em torno de
uma extremidade até que o fluxo sanguíneo pare por
completo. Podem ser utilizados tubos de borracha, gravatas,
etc.
Apertado demais pode lesar tecidos, músculos, nervos e vasos.
Deve ser colocado entre a ferida e o coração, observado
explicitamente o horário de aplicação. O membro abaixo do
torniquete deve tornar-se pálido, e o pulso arterial, abaixo do
torniquete, desaparecer. Caso não esteja apertado o
suficiente pode interromper o fluxo venoso sem interromper o
fluxo arterial, dando como resultado maior sangramento pela
ferida.
Métodos de controle da hemorragia interna
Para suspeitar que a vítima esteja com hemorragia interna, é
fundamental conhecer o mecanismo de lesão. Os traumas
contusos são as principais causas de hemorragias internas
(acidentes de trânsito, quedas, chutes e explosões). Alguns
sinais de alerta para suspeitar de hemorragia interna: fratura
da pelve ou ossos longos (braços ou coxa), rigidez abdominal,
área de equimose em tórax e abdômen, ferida penetrante em
crânio, tórax ou abdômen. O tratamento de hemorragia interna
é cirúrgico. O atendimento pré-hospitalar consiste em instalar
duas vias venosas após garantir a respiração da vítima e
transportá-la a um centro médico. 
Administrar oxigênio em altas concentrações durante o
transporte.
Para detectar hemorragia interna, conhecer o mecanismo de
lesão, observar lesões que possam provocar sangramento
interno e estar permanentemente atento aos sinais e
sintomas que a vítima apresentar.
Choque
Choque é a situação de falência do sistema cardiocirculatório
em manter suficiente sangue circulando para todos os órgãos
do corpo. Trata-se de uma condição de extrema gravidade,
cuja identificação e atendimento fazem parte da abordagem
primária da vítima. Uma vez que o estado de choque atinja
certo nível de severidade, o paciente não será salvo. Todo
esforço deverá ser feito pela equipe de socorro para identificar
o choque, tomando-se as medidas necessárias e
transportando a vítima rapidamente ao tratamento definitivo
no hospital.
Mecanismo do choque
Como já visto, o aparelho cardiovascular é responsável por
transportar oxigênio e nutrientes para todos os tecidos do
corpo e eliminar gás carbônico e resíduos resultantes do
processo de nutrição celular. Para realizar adequadamente
esse trabalho, o sistema circulatório retira oxigênio dos
pulmões, nutrientes do intestino e fígado e leva-os para todas
as células do organismo. Depois disso, retira o gás carbônico e
detritos celulares da intimidade dos tecidos, levando-os para
os órgãos responsáveis pela excreção (pulmões, rins, fígado
etc.). 
Perda direta de sangue: hemorragia interna e externa;
Perda de plasma: em caso de queimaduras, contusões e
lesões traumáticas;
Perda de líquido pelo trato gastrointestinal: provoca
desidratação (vômito ou diarreia).
A esse processo, que ocorre em nível de capilares, dá-se o
nome de perfusão tecidual.
Para que esse sistema funcione de forma eficiente e
adequada, é necessário que o coração se mantenha
bombeando o sangue, que o volume de sangue circulante seja
suficiente para encher os vasos e que o calibre dos vasos se
ajuste às condições normais. Uma falha em qualquer desses
fatores irá provocar falha na perfusão tecidual, levando a
vítima a desenvolver o estado de choque.
Com a diminuição de perfusão tecidual, os órgãos terão sua
função prejudicada basicamente pela falta de oxigênio,
nutrientes e acúmulo de resíduos. A falha na circulação
cerebral leva à diminuição do nível de consciência da vítima,
os rins diminuem o débito urinário e o coração aumenta a
frequência de batimentos, num esforço para manter o fluxo de
sangue para órgãos vitais; com o agravamento do choque, o
músculo cardíaco comprometido desenvolve bradicardia e
parada cardíaca.
Choque hipovolêmico
Tipo mais comum de choque que o socorrista vai encontrar no
atendimento pré hospitalar.
Sua característica básica é a diminuição acentuada do volume
de sangue.
Pode ser causado pelos seguintes fatores:
Ansiedade e inquietação;
Náusea e vômito;
Sede, secura na boca, língua e lábios;
Fraqueza, tontura e frio;
Queda acentuada de pressão arterial (PA menor que
90mm/Hg);
Respiração rápida e profunda - no agravamento do quadro,
a respiração torna-se superficial e irregular;
Pulso rápido e fraco em casos graves; quando há grande
perda de sangue, pulso difícil de sentir ou até ausente;
No caso de fratura de fêmur, estima-se a perda de
aproximadamente 1 litro de sangue circulante, parte devido ao
sangramento e parte à transudação (perda de plasma e
outros fluidos nos tecidos moles danificados pela fratura). Nas
queimaduras, quantidade considerável de plasma deixa a
circulação em direção aos tecidos adjacentes à área
queimada.
A redução no volume de sangue circulante causa diminuição
no débito cardíaco e reduz toda a circulação (perfusão
tecidual comprometida). O reconhecimento precoce e o
cuidado efetivo no atendimento do choque hipovolêmico
podem salvar a vida do paciente.
O tratamento definitivo do choque hipovolêmico é a reposição
de líquidos (soluções salinas ou sangue).
Sinais e sintomas
Sinais e sintomas do choque hipovolêmico podem variar e não
aparecer em todas as vítimas. O mais importante é suspeitar e
estabelecer os cuidados antes que se desenvolvam.
A vítima apresentaria os seguintes sinais e sintomas:
 Enchimento capilar acima de 2 segundos;
Inconsciência parcial ou total;
Pele fria e úmida (pegajosa);
Palidez ou cianose (pele e mucosas acinzentadas); e
Olhos vitrificados, sem brilho, e pupilas dilatadas
(sugerindo apreensão e medo). casos graves; quando há
grande perda de sangue, pulso difícil de sentir ou até
ausente;
Enchimento capilar acima de 2 segundos;
Inconsciência parcial ou total;
Pele fria e úmida (pegajosa);
Palidez ou cianose (pele e mucosas acinzentadas); e
Olhos vitrificados, sem brilho, e pupilas dilatadas
(sugerindo apreensão e medo).
Tratar a causa: interromper sangramento quando acessível
(usar o método da pressão direta, elevação do membro);
Assegurar via aérea permeável e manutenção da
respiração;
Administrar oxigênio em alta concentração (12 litros por
minuto sob máscara facial perfeitamente ajustada);
Imobilizar e alinhar fraturas - diminui a dor e o
sangramento;
Cuidados de emergência
O tratamento definitivo do choque hipovolêmico é a reposição
de líquidos (soluções salinas ou sangue).
O socorrista deve providenciar a chegada do profissional
médico à cena do atendimento ou o transporte rápido para o
hospital.
Aplicar as seguintes medidas às vítimas em choque:
Confortar o paciente - quanto mais calmo e colaborativo,
melhores chances de sobrevida;
Colocar a vítima em posição de choque: a melhor é em
decúbito dorsal, com as pernas elevadas mais ou menos
25 cm. O objetivo é concentrar o volume sanguíneo na
cabeça, no tórax e na parte alta do abdômen. Caso essa
posição não seja possível, isto é, se causar dor ou
desconforto ao paciente, mantenha-o no plano. Se estiver
vomitando e não houver qualquer contra- indicação,
transporte-o em decúbito lateral;
Não dar nenhum líquido ou alimento;
Monitorar o paciente durante o transporte; conferir os
sinais vitais a cada 5 minutos e comunicar qualquer
alteração; 
Manter o paciente aquecido; certificar-se de que esteja
coberto sob e sobre o corpo, remover a roupa úmida,
considerando a temperatura do meio ambiente para não
provocar sudorese.
Em resumo, a vítima de trauma em choque hipovolêmico deve
ter a via aérea permeável, oxigenação restaurada, ser rápida e
eficientemente imobilizadae transportada imediatamente ao
hospital para receber tratamento definitivo.
Choque hipovolêmico na criança
O trauma na infância geralmente resulta em perda
significativa de sangue. No entanto, as características
fisiológicas próprias da criança fazem com que, muitas vezes,
as alterações dos sinais vitais sejam pequenas e o choque
hipovolêmico em fase inicial passe despercebido. Daí resulta a
indicação para monitorar cuidadosamente a evolução dos
sinais vitais em crianças traumatizadas
Arritmias cardíacas (prejuízo da eficácia de contração); 
Tamponamento pericárdico (por restrição de expansão do
coração).
De modo geral, taquicardia com extremidades frias e PA
sistólica menor que 70 mmHg são indicadores de choque na
criança.
Os cuidados de emergência a serem dispensados pelo
socorrista são os mesmos descritos para adultos, ressaltando-
se que a perda de calor corporal numa criança hipotensa pode
ser letal.
Outros Tipos de Choque
Choque cardiogênico
Decorre de uma incapacidade do coração bombear o sangue
de forma efetiva. Este enfraquecimento do músculo cardíaco
pode ser consequência de infarto agudo do miocárdio,
situação frequente, sendo que a vítima, normalmente,
apresenta dor torácica antes de entrar em choque. Outras
situações que podem gerar choque cardiogênico:
Os sinais e sintomas são semelhantes aos do choque
hipovolêmico e o pulso pode estar irregular. Já com relação
aos cuidados de emergência, a vítima não necessita de
reposição de líquidos ou elevação de membros inferiores;
frequentemente respira melhor semi sentada. Administrar
oxigênio e, se necessário, manobras de reanimação.
Choque neurogênico
Causado por falha no sistema nervoso em controlar o diâmetro
dos vasos, em consequência de lesão na medula espinhal,
interrompendo a comunicação entre o cérebro e os vasos
sanguíneos. O resultado é a perda da resistência periférica e a
dilatação da rede vascular. Se o leito vascular estiver dilatado,
não existirá sangue suficiente para preencher a circulação,
havendo perfusão inadequada de órgãos.
Com exceção do pulso, os sinais e sintomas do choque
neurogênico são os mesmos do choque hipovolêmico. O
paciente apresenta bradicardia (pulso lento).
Choque psicogênico
De mecanismo semelhante ao choque neurogênico, aparece
em condições de dor intensa, desencadeado por estímulo do
nervo vago e tem como característica principal braquicardia
inicial seguida de taquicardia na fase de recuperação. O
paciente se recupera espontaneamente se colocado em
decúbito dorsal.
Choque anafilático
Resulta de uma reação de sensibilidade a algo a que o
paciente é extremamente alérgico; como picada de inseto
(abelhas, vespas), medicação, alimentos, inalantes ambientais
etc.
A reação anafilática ocorre em questão de segundos ou
minutos após o contato com a substância a que o paciente é
alérgico.
Pele avermelhada, com coceira ou queimação;
Edema de face e língua;
Respiração ruidosa e difícil devido ao edema de cordas
vocais; 
Finalmente queda da pressão arterial, pulso fraco, tontura,
palidez e cianose - coma.
Dar suporte básico de vida à vítima (manter vias aéreas e
oxigenação); e
Providenciar o transporte rápido ao hospital que deverá ser
comunicado antecipadamente.
Alguns sinais e sintomas são característicos:
O paciente em choque anafilático necessita de medicação de
urgência para combater
a reação, administrada por médico.
Ao socorrista cabe:
Choque séptico
Numa infecção severa, toxinas são liberadas na circulação,
provocando dilatação dos vasos sanguíneos e consequente
aumento da capacidade do sistema circulatório.
Além disso, ocorre perda de plasma pela parede dos vasos,
diminuindo o volume sanguíneo.
Esse tipo de choque ocorre em pacientes hospitalizados,
sendo excepcionalmente visto por socorrista no atendimento
pré-hospitalar.
CAPITULO 11
QUEIMADURA
Anatomia e Fisiologia da Pele
A pele não é simplesmente um tecido; vem a ser o maior órgão
do corpo humano, possuindo várias funções. Compõe-se de
duas camadas: epiderme e derme. Abaixo da pele situa-se o
tecido subcutâneo. A pele reveste toda a superfície externa do
organismo. Os orifícios corporais (boca, narinas, ânus, uretra e
vagina) são revestidos por membranas mucosas, semelhantes
à pele, que produzem uma secreção aquosa chamada muco.
As membranas mucosas também revestem internamente as
vias aéreas e o tubo digestivo.
Terminações nervosas livres
 Corpúsculo de Meissner
Corpúsculo de Ruffini
Terminações do
 folículo piloso
Corpúsculo de Paccini
 Bulbo de Krause
Discos de Merkel
Proteção contra elementos ambientais: funciona como
barreira protetora contra agentes físicos (calor, frio,
radiações), químicos (água e várias outras substâncias) e
biológicos (micro-organismos).
Epiderme
Camada mais externa, composta de várias camadas de células
destituídas de vasossanguíneos. Sua espessura varia de
acordo com a região do corpo, sendo mais espessa em áreas
sujeitas a pressão ou atrito, como a planta dos pés e palma
das mãos. Impermeável à água, funciona como uma barreira
protetora contra o meio ambiente. Esta camada é
constantemente renovada pela descamação das células mais
superficiais e geração de novas na sua camada mais profunda.
Derme
Camada mais interna contém os vasos sanguíneos, os folículos
pilosos, as glândulas sudoríparas, as glândulas sebáceas e as
terminações nervosas especializadas.
Tecido Subcutâneo
Camada situada logo abaixo da derme, uma combinação de
tecido fibroso, elástico e gorduroso. Sua espessura varia de
acordo com a região do corpo e de indivíduo para indivíduo.
Principais Funções da Pele
Regulação da temperatura corporal pela vasodilatação ou
vasoconstrição dos vasos da derme. Em ambientes frios, os
vasos se contraem para diminuir o fluxo sanguíneo
cutâneo e, consequentemente, a perda de calor, deixando
a pele pálida e fria; em ambientes quentes, os vasos se
dilatam para aumentar o fluxo cutâneo e a perda de calor
- a pele se torna avermelhada (corada) e quente. A
sudorese auxiliaa dissipação da temperatura corporal por
meio da evaporação.
Função sensitiva: as terminações nervosas especializadas
da derme captam e transmitem ao sistema nervoso central
informações, como a temperatura ambiental, as sensações
táteis e os estímulos dolorosos.
Queimaduras
As queimaduras são lesões frequentes e a quarta causa de
morte por trauma. Mesmo quando não levam a óbito, as
queimaduras severas produzem grande sofrimento físico e
requerem tratamento que dura meses, até anos. Sequelas
físicas e psicológicas são comuns. Pessoas de todas as faixas
etárias estão sujeitas a queimaduras, mas as crianças são
vítimas frequentes, muitas vezes por descuido dos pais ou
responsáveis. O atendimento definitivo aos grandes
queimados deve ser feito preferencialmente em centros
especializados.
Classificação das Queimaduras
As queimaduras se classificam de acordo com a causa,
profundidade, extensão, localização e gravidade.
Térmicas: causadas por gases, líquidos ou sólidos quentes,
revelam-se as queimaduras mais comuns.
Químicas: causadas por ácidos ou álcalis, podem ser
graves; necessitam de um correto atendimento pré-
hospitalar, pois o manejo inadequado pode agravar as
lesões.
Por eletricidade: geralmente as lesões internas, no trajeto
da corrente elétrica através do organismo, são extensas,
enquanto as lesões das áreas de entrada e saída da
corrente elétrica na superfície cutânea, pequenas. Essa
particularidade pode levar a erros na avaliação da
queimadura, que costuma ser grave.
Por radiação: causadas por raios ultravioleta (UV), por
raios-X ou por radiações ionizantes. As lesões por raios UV
são as bem-conhecidas queimaduras solares, geralmente
superficiais e de pouca gravidade. As queimaduras por
radiações ionizantes, como os raios gama, são lesões
raras.
Nesta situação, é importante saber que a segurança da
equipe pode estar em risco se houver exposição a
substâncias radioativas presentes no ambiente ou na
vítima. Atender às ocorrências que envolvam substâncias
radioativas sempre sob orientação adequada e coma
devida proteção; não hesitar em pedir informações e apoio
ao Samu ou Corpo de Bombeiros.
Quanto às Causas
Quanto à Profundidade
As queimaduras, principalmente as térmicas, classificam-se de
acordo com a profundidade da lesão: 
De primeiro, segundo e terceiro graus. Essa classificação é
importante porque direciona desde o atendimento pré-
hospitalar até o definitivo no centro de queimados.
Trata-se de conhecimento importante para a atividade do
socorrista. A avaliação da profundidade da lesão se faz apenas
por estimativa; muitas vezes, a real profundidade da lesão só
se revela depois de alguns dias.
1) Primeiro grau (espessura superficial): queimaduras que
atingem apenas a epiderme.
2) Segundo grau (espessura parcial): queimaduras que
atingem a epiderme e a derme, produzindo dor severa. A pele
se apresenta avermelhada e com bolhas; as lesões que
atingem a derme mais profunda revelam-se úmidas. São as
queimaduras que mais se beneficiam do curativo efetuado
corretamente.
3) Terceiro grau (espessura total): atingem toda a espessura
da pele e chegam ao tecido subcutâneo. As lesões são secas,
de cor esbranquiçada, com aspecto de couro, ou então preta,
de aspecto carbonizado. Geralmente não são dolorosas,
porque destroem as terminações nervosas; as áreas nos
bordos das lesões de terceiro grau podem apresentar
queimaduras menos profundas, de segundo grau, portanto
bastante dolorosas.
1° Grau 2° Grau 3° Grau
Quanto à Extensão
A extensão da queimadura, ou a porcentagem da área da
superfície corporal queimada, é um dado importante para
determinar a gravidade da lesão e o tratamento a
serinstituído, tanto no local do acidente quanto no hospital.
Utiliza-se para esse cálculo a "regra dos nove". O resultado
obtido é aproximado, mas suficiente para uso prático. No
adulto, cada membro superior corresponde a 9% da superfície
corporal; as partes ventral e dorsal do tronco correspondem a
18% cada; cada membro inferior a 18%, a cabeça a 9% e a
área genital a 1 %. As crianças pequenas apresentam,
proporcionalmente, cabeça maior que a dos adultos, assim
correspondendo a 18% da superfície corporal; cada membro
inferior a 13,5%. Para avaliar a extensão de queimaduras
menores, utilizar como medida a mão da vítima, que
corresponde a aproximadamente 1 % da área da superfície
corporal.
Profundidade;
Extensão (pela regra dos nove);
Envolvimento de áreas críticas (mãos, pés, face e
genitália);
Idade da vítima (crianças e idosos têm maior risco);
Presença de lesão pulmonar por inalação;
Presença de lesões associadas (outros traumatismos);
Doenças preexistentes (Diabetes mellitus, insuficiência
renal etc.).
Primeiro grau maiores que 75% da superfície corporal;
Segundo grau maiores que 25% da superfície corporal;
Terceiro grau maiores que 10% da superfície corporal;
Terceiro grau envolvendo face, mãos, pés ou genitais;
Queimaduras associadas a fraturas ou outras lesões de
partes moles 
Queimaduras das vias aéreas ou lesão respiratória por
inalação;
Queimaduras elétricas;
Vítimas idosas ou com doenças graves preexistentes.
Queimaduras variam de gravidade de acordo com a
localização. Certas áreas, como mãos, face, pés e genitais, são
consideradas críticas. Queimaduras que envolvam as vias
aéreas são também bastante graves.
Quanto à Gravidade
Sete fatores são usados para determinar a gravidade da
queimadura:
Queimaduras Críticas
 Primeiro grau de 50 a 75% da superfície corporal;
 Segundo grau de 15 a 25% da superfície corporal;
 Terceiro grau de 2 a 10% da superfície corporal.
Primeiro grau menores que 50 da superfície corporal;
Segundo grau menores que 15% da superfície corporal;
Terceiro grau com menos que 2% da superfície corporal.
Queimaduras Moderadas
Queimaduras Leves
Atendimento ao Queimado
O atendimento inicial de queimados segue a mesma sequencia
do atendimento vítima de outras formas de trauma. Considerar o
grande queimado como um politraumatizado, inclusive porque,
frequentemente, existem outras lesões associadas.
Particularidades no Atendimento
A primeira preocupação da equipe é com a sua própria
segurança, que se aplica a qualquer situação, mas devendo ser
reforçada ao atender vítimas de queimaduras em ambientes
hostis. Cuidar com as chamas, os gases tóxicos, a fumaça e o
risco de explosões e desabamentos.
O segundo passo no atendimento à vítima é a interrupção do
processo de queimadura, na seguinte sequencia:
Queimaduras faciais;
Queimadura das sobrancelhas e vibrissas nasais;
Depósito de fuligem na orofaringe;
Faringe avermelhada e edemaciada;
Escarro com resíduos carbonáceos;
História de confinamento em ambiente incendiário ou
explosivo.
1) Extinguir as chamas sobre a vítima ou suas roupas;
2) Remover a vítima do ambiente hostil;
3) Remover roupas que não estejam aderidas a seu corpo;
4) Promover o resfriamento da lesão e de fragmentos de
roupas ou substâncias, como asfalto, aderidos ao corpo do
queimado. 
Passo “A”
Queimaduras que envolvam vias aéreas são graves, podendo
levar à obstrução das vias aéreas superiores. Queimaduras por
vapores aquecidos podem atingir vias aéreas inferiores,
enquanto as produzidas por calor seco normalmente atingem
apenas as vias aéreas superiores, porque o ar não é bom
condutor de calor. A extensão e gravidade da queimadura das
vias aéreas podem ser subestimadas na avaliação inicial,
porque a obstrução das vias aéreas não se manifesta no
momento, mas se desenvolve gradualmente à medida que
aumenta o edema dos tecidos lesados. As vítimas podem
necessitar de incubação endotraqueal antes que uma
obstrução severa a impeça. Por isso, é importante
identificar os sinais de queimadura das vias aéreas antes que
se desenvolva a obstrução.
Sinais de alerta
Passo “B”
Além da queimadura das vias aéreas, outras lesões
potencialmente graves são as causadas por inalação de
fumaça e a intoxicação por monóxido de carbono. Suspeite
sempre que isso possa ter ocorrido se há história de
confinamento em ambientes incendiários, explosivos ou se a
vítima apresenta alteração do nível de consciência.
1) Inalação de fumaça e subprodutos da combustão: Partículas
inaladas com a fumaça e certos subprodutos resultantes da
combustão incompleta de combustíveis atingem as vias
aéreas inferiores e os pulmões, podendo causar lesão química
dos brônquios e alvéolos pulmonares. Os sintomas dessas
lesões muitas vezes só aparecem algumas horas após a
inalação, ao se desenvolver a inflamação dos brônquios ou do
pulmão. Lesões por inalação são responsáveis por significativa
parcela das mortes por queimaduras. O tratamento no
ambiente pré-hospitalar consiste em afastar a vítima do local
enfumaçado e administrar oxigênio.
2) Intoxicação por monóxido de carbono: O monóxido de
carbono é um gás incolor, inodoro. Ele não causa lesão direta
às vias aéreas ou ao pulmão, mas possui afinidade com a
hemoglobina 200 vezes maior que a do oxigênio. Isso significa
que ele se liga mais fácil e firmemente à hemoglobina que o
oxigênio. Quanto maior a quantidade de monóxido de carbono
inalada, maior a quantidade de hemoglobina ligada ao
monóxido(carboxiemoglobina) e, portanto, menor a
quantidade de hemoglobina ligada ao
oxigênio(oxiemoglobina). A diminuição da oxiemoglobina leva
à hipóxia tecidual que, severa, causa a morte.
Os sintomas variam de acordo com o grau da intoxicação, indo
desde náuseas e cefaléia intensa até confusão, inconsciência
e, finalmente, óbito. A pele se apresenta em tom vermelho
cereja, sinal nem sempre presente. É importante saber que a
oximetria de pulso nessa situação pode levar a conclusões
falsas. O oxímetro de pulso mede a porcentagem de
hemoglobina saturada, mas não diferencia a hemoglobina
saturada com oxigênio da saturada com monóxido de carbono;
conseqüentemente, o resultado obtido deve ser encarado com
reservas. Assim, o indivíduo pode estar com uma intoxicação
severa por monóxido de carbono, inconsciente, e a leitura da
saturação marcar 100% por causa
da grande quantidade de carboxiemoglobina.
O tratamento consiste na administração de oxigênio na maior
concentraçãopossível, de preferência a 100%, em vítimas
inconscientes, o que só se obtém com a incubação
endotraqueal.
Passo “C”
O grande queimado perde fluidos através das áreas
queimadas, devido à formação de edema. lsso pode levar a
choque hipovolêmico (não hemorrágico), que se desenvolve
gradualmente. O quadro de choque precoce, logo após a
queimadura, normalmente se deve a outras lesões associadas
com hemorragia, levando à hipovolemia. Não esquecer o
princípio de que o queimado é um politraumatizado e,
portanto, pode ter outras lesões além da queimadura,
considerando sempre o mecanismo do trauma.
Os queimados graves necessitam de reposição de fluidos
intravenosos, feita de acordo com o cálculo da extensão da
queimadura. 
Diminuir a dor;
Diminuir a contaminação;
Evitar a perda de calor.
 
Um detalhe importante é retirar anéis, pulseiras, relógios ou
quaisquer outros objetos da região atingida, porque o
desenvolvimento do edema traz risco de estrangulamento do
membro e consequente isquemia.
Passo “D”
Não se esquecer de que alterações da consciência podem ser
devidas à hipóxia ou à intoxicação por monóxido de carbono,
além, é claro, de lesões associadas.
Cuidados com a Queimadura - Curativos
Somente realizar os curativos após completar a abordagem
inicial da vítima pelo A-B-C-D-E.
Funções dos curativos nas queimaduras:
Frequentemente a dor causada pelas queimaduras é severa e
requer administração de analgésicos endovenosos para seu
alívio. Uma medida simples para o combate à dor, entretanto,
é um curativo corretamente realizado. Nas queimaduras de
pequena extensão, podem ser utilizados curativos úmidos,
frios, com soro fisiológico, para alívio da dor. 
O uso do soro fisiológico é recomendado para evitar a
contaminação da ferida; na sua ausência, usar água limpa. 
Nas queimaduras extensas, o uso de curativos úmidos, frios,
pode levar a hipotermia, porque a pele queimada perde a
capacidade de auxiliar na regulação da temperatura corporal,
ficando a vítima suscetível à perda de calor; quando usados,
não devem cobrir mais que 10% da superfície corporal. Quando
a extensão da queimadura for muito grande, é preferível
envolver ou cobrir a vítima com lençóis limpos, secos, em vez
de tentar aplicar grandes curativos. Quando houver
hemorragia associada, usar curativos compressivos habituais.
Não remover roupas firmemente aderidas nem romper bolhas.
Os curativos devem ser espessos e firmes, mas não apertados.
Queimaduras Químicas
As queimaduras químicas ocorrem por contato da pele com
substâncias cáusticas. Normalmente, as queimaduras por
álcalis são mais graves que as causadas por ácidos, porque
aqueles penetram mais profundamente nos tecidos. O
princípio básico do tratamento consiste em irrigar a área
queimada para retirada de toda substância cáustica, que
continua a reagir enquanto permanecer em contato com os
tecidos. Iniciar a irrigação copiosa imediatamente, somente
com água corrente ou soro fisiológico; não usar substâncias
neutralizantes. A simples utilização de compressas úmidas
pode agravar a lesão, porque a água em pequena quantidade
reage com certas substâncias e produz calor, o que aumenta a
severidade da lesão. Retirar roupas e sapatos da vítima
enquanto proceder à irrigação, porque pode haver acúmulo de
líquido com uma concentração de substância cáustica
suficiente para produzir queimaduras. Sempre que possível,
evitar que o líquido da irrigação escorra por áreas não
queimadas. 
Sempre que possível, evitar que o líquido da irrigação escorra
por áreas não queimadas. Proteja-se também durante o
procedimento. As substâncias cáusticas na forma de pó, como
soda cáustica, por exemplo, devem ser retiradas por
escovação. Só irrigar as queimaduras produzidas por pó se as
lesões já estiverem úmidas.
Lesões Localizadas
Temperaturas próximas ou abaixo do ponto de congelamento
podem produzir isquemia tecidual, congelamento e, assim,
lesões teciduais.
Áreas mais comumente afetadas: dedos, mãos, pés, face e
orelhas. A pele se apresenta acinzentada ou amarelada e fria;
a vítima se queixa de dor ou amortecimento local; as lesões
mais profundas deixam a pele com aspecto de cera; dor e
amortecimento desaparecem, porque as terminações nervosas
estarão lesadas. Lesões superficiais podem ser tratadas por
reaquecimento, colocando a região atingida em contato com
superfície corporal aquecida. Lesões profundas só devem ser
reaquecidas em ambiente
hospitalar. Estas são raras em nosso meio.
Hipotermia
Hipotermia é o resfriamento generalizado do organismo, que
ocorre pela exposição a temperaturas baixas mas acima do
ponto de congelamento. Ocorre rapidamente, sendo mais
comum seu desenvolvimento gradual. A transferência de calor
corporal é 25 vezes mais rápida em meio líquido que no ar; daí
a hipotermia se desenvolver mais rapidamente em vítimas
imersas em ambiente líquido, como um rio de água fria, por
exemplo. 
35 a 32 graus centígrados: vítima apresenta tremores
(calafrios), inicialmente discretos, depois violentos; isso
ocorre porque os músculos tremem para produzir calor e
tentar elevar a temperatura corporal. A vítima queixa-se
de frio e tenta combatê-lo com movimentos corporais;
pode apresentar respostas verbais e motoras lentas, falta
de coordenação motora e confusão mental quando a
temperatura se aproxima dos 32 graus; a pele fica pálida e
fria.
32 a 28 graus centígrados: cessam os tremores e diminui o
nível de consciência, a vítima deixa de "lutar" contra o frio.
Há queda da pressão arterial. 
A severidade da hipotermia é proporcional ao tempo de
exposição ao frio. Crianças, principalmente recém-nascidas, e
idosos são mais propensos a apresentar hipotermia. Outras
vítimas com facilidade de apresentar hipotermia são as
alcoolizadas, as desagasalhadas, as desnutridas, as
queimadas e as com alterações da consciência.
Avaliação
Para fazer o diagnóstico de hipotermia, sempre ter em mente
essa possibilidade, mesmo que as condições ambientais não
sejam altamente propícias. Os sinais e sintomas se tornam
mais severos com a progressão da hipotermia. Não esquecer
que os termômetros comuns de mercúrio só marcam a
temperatura até 35 graus centígrados e, portanto, abaixo
dessa temperatura não funcionam. Se o termômetro estiver
marcando 35 graus, significa que a temperatura pode estar
abaixo desse valor.
28 a 25 graus centígrados: queda ainda maior dos dados
vitais; pressão arterial bastante diminuída ou nem
mensurável, frequência respiratória diminuída para até um
ou dois movimentos por minuto. A vítima pode estar em
coma. Nessa fase, movimentações bruscas da vítima pela
equipe de socorristas podem desencadear fibrilação
ventricular e morte. A vítima pode estar "aparentemente
morta" .
Abaixo de 25 graus: geralmente sobrevêm a morte.
O pulso é lento, e frequentemente, irregular, devendo ser
palpados os pulsos centrais, porque os periféricos podem estar
ausentes, devido à vasoconstrição periférica. Diminui a
frequência respiratória; as pupilas se dilatam, podendo ficar
midriáticas e fixas.
Tratamento
Segue o A-B-C-D-E. O princípio do tratamento consiste em
prevenir perdas adicionais de calor, manusear cuidadosamente
a vítima e transportá-Ia sem demora ao hospital.
1) Manusear a vítima delicadamente devido ao risco de
desencadear fibrilação ventricular;
2) Colocar a vítima em ambiente aquecido;
3) Retirar roupas molhadas e agasalhá-Ia com roupas secas
ou cobertores;
4) Colocá-Ia em posição de choque se estiver hipotensa;
5) Infundir endovenosamente soluções aquecidas a 39 graus
centígrados e evitar soluções frias; 
6) Em caso de parada cardiopulmonar, manter a RCP por
tempo prolongado. A vítima hipotérmica suporta tempos
maiores em parada cardiorrespiratória, só devendo ser
declarada morta após reaquecida, principalmente a criança.
CAPITULO 12
ELETRICIDADE LESÕES PRODUZIDAS
POR ELETRICIDADE E RADIACÃO
IONIZANTE
Conceitos Básicos
A eletricidade é uma forma de energia (corrente elétrica) que
pode fluir entre dois pontos, desde que entre eles exista uma
diferença de potencial elétrico (voltagemou tensão), ou seja,
desde que um deles esteja mais carregado de energia elétrica
que o outro.
A corrente elétrica flui com maior facilidade através de
materiais específicos (condutores), se houver um caminho
completo para que se processe o fluxo (circuito). Se este é
interrompido em qualquer ponto por um material não condutor
(isolante), o fluxo da eletricidade não se processa. Por
exemplo: o fluxo de eletricidade que alimenta um aparelho
eletrodoméstico só se processa quando o aparelho é ligado,
com o que se completa o circuito. Se entre os dois pontos
considerados não existir um condutor adequado, a corrente
elétrica ainda assim poderá fluir, desde que a tensão ou
voltagem entre os dois pontos seja muito grande. Por
exemplo: o raio é uma descarga elétrica que cruza o ar
(embora este seja um isolante), quando se estabelece grande
diferença de carga elétrica entre duas nuvens ou entre uma
nuvem e a terra.
São condutores a água, a maioria dos metais e os seres vivos.
Nestes, a condutividade varia de tecido para tecido, sendo tão
maior quanto maior o teor de água tecidual. Em outras
palavras, é maior no sangue, nos músculos e nos nervos que
nos ossos e na pele. Entretanto, a pele úmida torna-se boa
condutora.
São isolantes o ar seco, a madeira seca, os plásticos. A terra
tem sempre carga elétrica nula em relação a qualquer fonte
de energia elétrica e, por isso, ela sempre funciona como um
enorme receptor de corrente elétrica. Qualquer fonte de
eletricidade tende a se descarregar na terra, desde que com
esta se estabeleça um circuito. Exemplo: uma pessoa pode
tocar um cabo energizado, sem sofrer qualquer descarga
elétrica, se estiver de pé sobre uma superfície isolante. Se
tocar o solo com o pé, estabelecerá com seu próprio corpo um
circuito entre a fonte de eletricidade e a terra e sofrerá a
corrente elétrica através de seu corpo.
A "afinidade" que a eletricidade tem pela terra explica o efeito
protetor do aterramento de fontes de eletricidade: o fluxo de
energia tende a se estabelecer pelo aterramento, poupando a
pessoa de uma descarga às vezes fatal.
A terra molhada funciona como um condutor. Assim, quando
várias pessoas estão trabalhando com uma fonte de energia
elétrica em região molhada pela chuva, um acidente
envolvendo uma delas pode transferir a corrente elétrica às
demais.
Eletroplessão é o termo técnico apropriado para designar a
morte ocorrida em consequência de descarga elétrica
acidental. A palavra eletrocução refere-se ao ato de matar
alguém, intencionalmente, por meio de choque elétrico,
geralmente como penalidade judiciária.
Alta tensão e baixa tensão são expressões usadas para
designar, respectivamente, voltagens acima de 220 V (alta
tensão) e igualou abaixo de 220 V (baixa tensão). Na
produção da corrente elétrica há dispositivos que geram
correntes que sempre fluem num mesmo sentido (corrente
contínua) e outros que produzem correntes que alternam seu
sentido (corrente alternada).
Não existe fonte de eletricidade absolutamente inócua.
Mesmo a baixa voltagem que alimenta as residências pode
provocar um acidente fatal numa pessoa cuja resistência à
eletricidade esteja diminuída, por exemplo, por estar com o
corpo molhado.
Efeitos da Corrente Elétrica Sobre o
Organismo
Os efeitos produzidos dependem de vários fatores:
Condutividade
Dos tecidos corporais. Exemplo: uma pessoa molhada está
sujeita a um acidente mais grave e até fatal, mesmo num
acidente com baixa voltagem, porque a resistência de seu
corpo diminui, o que permite a uma corrente mais intensa
circular por ela.
Intensidade da Corrente
Diretamente proporcional à voltagem ou tensão (quanto maior
a tensão, maior a corrente que circula no circuito) e
inversamente proporcional à resistência oferecida pelo circuito
(quanto maior a resistência, menor a corrente).
 Queimaduras
 Fibrilação ventricular (choque de baixa voltagem)
 Parada cardiopulmonar
 Fraturas.
Circuito Percorrido no Corpo
Exemplo: no circuito de um a outro dedo da mesma mão, a
lesão é limitada aos dedos envolvidos, embora possa chegar à
amputação. No circuito entre a mão esquerda e os pés, a
passagem da mesma corrente pelo coração pode determinar
gravíssima fibrilação ventricular.
Duração da Corrente
Quanto maior a duração, maior o efeito, ou seja, maior a lesão.
Natureza da corrente: a corrente alternada é mais danosa que
uma contínua de mesma intensidade, porque produz
contrações musculares tetânicas que impedem a vítima de
escapar do circuito e provocam sudorese; esta diminui a
resistência da pele e aumenta o fluxo da corrente pelo corpo.
Efeitos da Corrente Elétrica Sobre o Organismo:
Queimaduras por Arco Voltaico
Podem ser observadas na superfície corporal exposta a um
arco voltaico (quando um acidente estabelece uma voltagem
tão intensa que a corrente elétrica flui pelo próprio ar,
aquecendo-o e produzindo temperaturas de até dez mil graus
centígrados). Ocorre carbonização da pele e dos tecidos
subjacentes.
Por Chama
O aquecimento produzido pelo arco voltaico chega a incendiar
as roupas da vítima.
Por Carbonização Direta
A corrente percorrendo os tecidos corporais promove seu
aquecimento ao ponto de coagulação e necrose. Observam-se
áreas de queimadura nos pontos de entrada e saída da
corrente elétrica, que podem ser pouco impressionantes.
Entretanto, ao longo de todo o trajeto da corrente,
encontram-se tecidos necrosados, especialmente músculos e
vasos sanguíneos. A necrose de vasos leva a fenômenos
trombóticos nas áreas irrigadas pelos vasos necrosados
(necroses a distância do trajeto).
Fibrilação Ventricular
Por lesão cardíaca direta.
Parada Cardiopulmonar
Por lesão dos centros vitais do bulbo do tronco encefálico.
Fraturas
Produzidas por espasmos musculares severos, quedas e
colisões da vítima arremessada contra anteparos rígidos.
Atendimento
Garantir a própria segurança e dos demais presentes na cena:
não tocar na vítima antes de se certificar de que o circuito já
tenha sido interrompido. Desligar a chave geral nos ambientes
domiciliares e industriais. Chamar a companhia de energia
elétrica nos acidentes em via pública. Se as vítimas estiverem
dentro de veículo em contato com um cabo energizado,
orienta-Ias para que lá permaneçam até a chegada dos
técnicos da companhia de energia elétrica. Se há risco real de
incêndio, desabamento ou explosão, orienta-Ias para saltar do
veículo sem estabelecer contato simultâneo com a terra.
Abordagem Primária: 
Garantir via aérea com controle cervical, porque pode haver
fratura de coluna. Iniciar e manter a RCP se forem constatadas
parada cardíaca ou fibrilação ventricular (os sinais são os
mesmos: ausência de pulso arterial). Instituir duas vias
venosas, porque a vítima pode evoluir para choque
hipovolêmico decorrente da perda rápida de líquidos para as
áreas de necrose tecidual e pelas superfícies queimadas.
Abordagem Secundária: 
Curativos estéreis nas queimaduras, imobilização dos membros
com fraturas suspeitas ou diagnosticadas. Remoção para o
hospital apropriado: este, conforme o caso, deverá dispor de
Unidade
de Queimados e Unidade de Terapia Intensiva. A fibrilação
ventricular tem que ser tratada com desfibrilação, e a RCP
prolongada, porque, embora a recuperação ocorra em 30
minutos na maioria dos casos, há registros de recuperação
bem mais tardia, justificando a manutenção da RCP por pelo
menos quatro horas. 
A reposição volêmica com plasma deverá ser iniciada
precocemente, como prevenção da insuficiência renal aguda,
que tende a se estabelecer secundariamente à lesão do
próprio rim pela corrente elétrica, pela hipotensão e pela
eliminação urinária de substâncias produzidas pela destruição
de músculos (mioglobinúria) e sangue (hemoglobinúria). Os
tecidos necrosados poderão demandar debridamento cirúrgico
e as infecções diagnosticadas serão alvo de antibioticoterapia.
Atendimento de Vítimas Expostas à Radiação
Ionizante
A radiação ionizante é uma forma de energia existente na
natureza e produzida pelo homem com finalidades diversas,
especialmente industrial e bélica,em artefatos cuja
segurança, uma vez comprometida, permite seu acúmulo em
grande quantidade no ambiente. Dependendo da dose de
radiação a que fica exposto um ser vivo, lesões definitivas de
seus tecidos podem leva-Io à morte a curto ou médio prazo.
Os tecidos do organismo mais sujeitos às alterações
produzidas em curto prazo pela radiação ionizante são a
mucosa digestiva e a medula óssea (produtora dos elementos
do sangue).
Em longo prazo, a radiação eleva a incidência de neoplasia
(câncer).
Ingerido - Ex.: medicamentos, substâncias químicas
industriais, derivados de petróleo, agrotóxicos, raticidas,
formicidas, plantas, alimentos contaminados (toxinas).
Inalado - gases e poeiras tóxicas. Ex.: monóxido de
carbono, amônia, agrotóxicos, cola à base de tolueno (cola
de sapateiro), acetona, benzina, éter, GLP (gás de
cozinha), fluido de isqueiro e outras substâncias voláteis,
gases liberados durante a queima de diversos materiais
(plásticos, tintas, componentes eletrônicos) etc.
CAPITULO 13
INTOXICAÇÃO ENVENENAMENTO
ACIDENTES COM ANIMAIS
PEÇONHENTOS
Intoxicações Exógenas
Venenos são substâncias químicas que podem causar dano ao
organismo.
Os envenenamentos são, na sua maioria, acidentais, mas
resultam também de tentativas de suicídio e, mais raramente,
de homicídio. Não existem muitos antídotos (antagonistas
específicos dos venenos) eficazes, sendo muito importante
identificar a substância responsável pelo envenenamento o
mais breve possível. Caso isso não seja possível no início,
posteriormente devem ser feitas tentativas de obter
informações (e/ou amostras) da substância e das
circunstâncias em que ocorreu o envenenamento.
Um veneno pode penetrar no organismo por diversos meios ou
vias de administração, a saber:
AbsororvidO - inseticidas, agrotóxicos e outras substâncias
químicas que penetrem no organismo pela pele ou
mucosas.
Injetado - toxinas de diversas fontes, como aranhas,
escorpiões, ou drogas injetadas com seringa e agulha.
Abordagem e Primeiro Atendimento à Vítima de
Envenenamento
Verifique inicialmente se o local é seguro, procure identificar a
via de administração e o veneno em questão. Aborde a vítima
como de costume, identifique-se e faça o exame primário;
esteja preparado para intervir com manobras para liberação
das vias aéreas e de RCP, caso necessário. Proceda o exame
secundário e remova a vítima do local. Há situações em que a
vítima deva ser removida imediatamente, para diminuir a
exposição ao veneno e preservar a segurança da equipe.
Se o veneno for ingerido e a vítima estiver consciente e alerta,
dê-lhe dois ou três copos de água para beber, com a
finalidade de diluir o veneno. Se a ingestão ocorreu há menos
de quatro horas, induza o vômito. Cuidado: em alguns casos,
isso não deve ser feito, como na ingestão de derivados de
petróleo (gasolina, querosene etc.), de corrosivos, como soda
cáustica, e quando a vítima está sonolenta ou comatosa.
Nos casos indicados, a êmese (vômito) pode ser obtida pela
estimulação cuidadosa da retrofaringe com o dedo ou cabo
rombo de colher, após ingestão de um ou dois copos de água.
Existem medicamentos emetizantes, entre os quais o mais
comum é o Xarope de Ipeca, eficaz e praticamente atóxico,
embora não deva ser utilizado em crianças menores de 2 anos,
em gestantes e cardiopatas.
Adultos - 30 ml;
Crianças de 2 a 12 anos – 15 ml.
Queimaduras ou manchas ao redor da boca;
Odores característicos (respiração, roupa, ambiente);
Respiração anormal ( rápida, lenta ou com dificuldade);
Sudorese, salivação e lacrimejamento;
Alterações pupilares ( midríase ou miose);
Pulso (lento, rápido ou irregular);
Pele (pálida, "vermelha", ou cianótica);
Alterações da consciência;
Convulsões;
Choque;
Distensão abdominal;
Vômitos;
Cefaléia (dor de cabeça);
Dor abdominal;
Queimação nos olhos e mucosas;
Dificuldade para engolir.
Posologia para o Xarope de Ipeca:
Caso o vômito não ocorra em 30 minutos, repetir a dose; se
em duas horas não acontecer, realizar lavagem gástrica.
Administre oxigênio e transporte a vítima em decúbito lateral,
para prevenir a aspiração no caso de vômitos. Leve para o
hospital qualquer objeto que possa conter amostra do veneno
(frasco, roupas, vômito).
Esteja certo de que a vítima que você está atendendo é a
única intoxicada; no caso de crianças, verificar se estava só ou
brincava com outras, que também devem ser avaliadas.
Sinais e Sintomas mais Comuns
Álcool - o mais comum, freqüentemente associado a
intoxicações por outras drogas.
Existe em Curitiba o CENTRO DE INFORMAÇÕES TOXICOlOGICAS
- CIT -, que fornece informações 24 horas/dia, pelo telefone
148.
Monóxido de Carbono (CO)
Gás incolor, sem cheiro e potencialmente perigoso. Liga-se
fortemente à hemoglobina,( proteína que transporta O2 no
sangue para os tecidos), competindo com o oxigênio e
provocando HIPOXIA, podendo ocasionar lesão cerebral e
morte.
O monóxido de carbono pode ser emitido por diversas fontes,
como escapamento de veículos (perigo em lugares fechados,
como garagens), aquecedores a gás, fogões, aquecedores e
queima de praticamente qualquer substância em locais
fechados.
Sintomas
Inicialmente, dor de cabeça, náusea, vômitos, coriza.
Posteriormente, distúrbios visuais, confusão mental, síncope
(desmaio), tremores, coma, disfunção cardiopulmonar e morte.
Tratamento
Medidas de suporte e oxigênio a 100%, iniciados mesmo que
haja apenas suspeita de intoxicação por CO.
Depressores do Sistema Nervoso Central
Barbitúricos - Gardenal, Luminal, Nembutal, etc.
Sedativos - Dormonid, Rohipnol, Halcion, etc.
Tranqüilizantes menores - Valium e Diempax (diazepan),
Librium, Lorax, Lexotan, etc.
Sinais e Sintomas
A intoxicação por esse grupo de drogas revela sintomatologia
semelhante. A vítima apresenta-se sonolenta, confusa e
desorientada, agressiva ou comatosa; pulso lento, pressão
arterial baixa, reflexos diminuídos ou ausentes, pele em geral
pálida e seca e pupilas reagindo lentamente à luz.
Durante o atendimento, fale com a vítima, procure mantê-Ia
acordada, reavalie-a com frequência e esteja atento para a
hipoventilação e os vômitos, pois ela, por ter os reflexos
diminuídos, está mais propensa a fazer broncoaspiração.
Anfetaminas, cafeína e cocaína. Anfetaminas são utilizadas
como anorexígenos (para diminuição do apetite). As mais
comuns são: fenfluramina (MINIFAGE AP, MODEREX AP),
femproporex (DESOBESI
M, LlPOMAX AP), Mazindol (ABSTEN PLUS, DASTEN AFINAN,
FAGOLlPO, MODERAMINA).
Sinais e Sintomas
Distúrbios digestivos (náusea, dor abdominal e diarréia),
sudorese, hipertermia, rubor facial e taquipnéia. Seguem-se
distúrbios cardiovasculares, como palpitações, taquicardia,
hipertensão arterial e arritmias.
As manifestações neurológicas compreendem cefaléia,
tontura, nistagmo (movimentos oculares anormais), midríase,
tremores, rigidez muscular, hiper-reflexia, convulsões e coma.
Presença de fosseta loreal;
Presença de guizo ou chocalho no final da cauda;
Presença de anéis coloridos (vermelho, preto, branco ou
amarelo).
Acidente com Animais Peçonhentos
Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândula de
veneno que se comunicam com dentes ocos, ferrões ou
aguilhões, por onde o veneno passa ativamente. Ex.:
serpentes, aranhas, escorpiões e arraias.
Animais venenosos são aqueles que produzem veneno, mas
não possuem um aparelho inoculador (dentes, ferrões),
provocando envenenamento por contato (lagartas), por
compressão (sapo) ou por ingestão (peixe-baiacu).
Ofídios (serpentes)
Para sabermos se uma serpente é peçonhenta, observam-se
três características fundamentais:
A fosseta loreal é um órgão termossensorial situado entre o
olho e a narina, que permite à serpente detectar variações
mínimas de temperatura no ambiente.
 
Bothrops;
Crotalus; 
Micrurus.
Em geral existem três gêneros de importância toxicológica:
Gênero Bothrops
Jararaca, urutu, cruzeira, cotiara, jararacuçu etc.
Possuem fosseta loreal ou lacrimal e escamas na extremidade
da cauda; de cor geralmente parda, vivem em locais úmidos,
atingindo na idade adulta o tamanho de 40 cm a 2 m.Agressivas são responsáveis por 70% dos acidentes ofídicos
no estado. Seu veneno tem ação proteolítica, coagulante e
hemorrágicas.
Pode haver manifestações locais (edema, eritema, dor) de
instalação precoce e caráter evolutivo, com aparecimento de
equimose, bolhas, sangramento no local da picada necrose.
Nos acidentes causados por filhotes, as manifestações locais
podem estar ausentes. Como manifestações sistêmicas
(gerais) pode-se observar: náuseas, vômitos, sudorese,
hipotermia, hipotensão arterial, choque, hemorragias a
distância (epistaxes, sangramento gengival, digestivo,
hematúria) e insuficiência renal aguda.
 
Gênero Crotalus
Refere-se ao grupo das cascavéis. Sua característica mais
importante é a presença de guizo ou chocalho na ponta da
cauda. Possuem fosseta loreal, atingem na idade adulta 1,6 m
de comprimento, vivem em lugares secos, regiões pedregosas
e pastos, não sendo encontradas nas regiões litorâneas.
Menos agressivas que as jararacas, não responsáveis por 11 %
dos acidentes ofídicos no Estado, que costumam ser de maior
gravidade.
Seu veneno possui ação neurotóxica, miotóxica (lesão da
musculatura esquelética) e coagulante, causando
manifestações muitas vezes pouco intensas: edema e
parestesias (formigamentos) discretas, pouca dor.
Manifestações sistêmicas: cefaléia, náusea, prostração,
sonolência; DIPLOPIA (visão dupla), visão turva, MIDRíASE,
PTOSE PALPEBRAL ("queda da pálpebra"), dificuldade para
deglutir, MIALGIAS (dores musculares) e urina escura. O
tratamento consiste nas medidas gerais já citadas e na
soroterapia específica precoce com soro anticrotálico.
Gênero Micrurus
Refere-se ao grupo das corais verdadeiras.
São serpentes peçonhentas que não possuem fosseta loreal
(isto é uma exceção) nem um aparelho inoculador de veneno
tão eficiente quanto o de jararacas e cascavéis. O veneno é
inoculado através de dentes pequenos e fixos. Padrão de cor:
vermelho (ou alaranjado), branco (ou amarelo) e preto.
Habitam preferencialmente buracos, tornando os acidentes
raros, mas muito graves, pela característica de seu veneno de
provocar parada respiratória. O veneno deste gênero possui
elevada toxicidade neurotóxica e miotóxica. Os acidentes com
este gênero de ofídios geralmente não causam manifestações
locais significativas, porém são graves as sistêmicas: vômitos,
salivação, ptose palpebral, sonolência, perda de equilíbrio,
fraqueza muscular, midríase, paralisia fi ácida que pode evoluir,
comprometendo a musculatura respiratória, com apnéia e
insuficiência respiratória aguda. 
 Lave o local da picada com água e sabão;
 Manter a vítima o mais tranquila possível;
 Não deixe a vitima andar ou fazer esforço;
 Não garrotear nunca;
 Sempre que possível mantenha o local da picada elevado
acima do coração;
 Não faça cortes, perfurações, torniquetes, nem coloque
outros produtos sobre a lesão;
Transporte a vítima levando, se possível, o animal agressor,
mesmo morto, para facilitar o diagnóstico e a escolha do
soro mais adequado.
O único tratamento específico é a administração do soro, o
que deve acontecer com a maior brevidade, via
endovenosa, em dose única.
Todos os casos devem ser considerados graves. O tratamento,
além das medidas gerais já citadas, inclui o soro anti elapídeo
via endovenosa.
Medidas gerais:
Aranhas
Aranha Marrom (Loxosceles)
Pequena (4 cm), pouco agressiva, de hábitos noturnos;
encontrada em pilhas de tijolos, telhas e no interior das
residências, atrás de móveis, cortinas e eventualmente nas
roupas. 
A picada ocorre em geral quando a
aranha é comprimida contra o corpo (ao vestir- se ou ao
deitar-se), não produzindo dor imediata. A evolução é mais
frequente para a forma "cutânea", evoluindo para eritema
(vermelhidão), edema duro e dor local (6 a12 h); entre 24 h e
36 h aparece um ponto de necrose central (escuro)
circundado por um halo squêmico (claro) – Lesão em álvo;; até
72 h, febre, mal-estar e ulceração local.
Na forma "cutâneo-visceral" (mais grave), além do quadro
acima, entre 12h e 24h após a picada, surgem febre, cefaléia,
náuseas, vômitos, urina escura (cor de lavado de carne),
anúria e isuficiência renal aguda.
O tratamento consiste em anti-sepsia, curativo local,
compressas frias; medidas de suporte e soroterapia específica
A picada ocorre em geral quando a aranha é comprimida
contra o corpo (ao vestir- se ou ao deitar-se), não produzindo
dor imediata. A evolução é mais frequente para a forma
"cutânea", evoluindo para eritema (vermelhidão), edema duro
e dor local (6 a12 h); entre 24 h e 36 h aparece um ponto de
necrose central (escuro) circundado por um halo squêmico
(claro) – Lesão em álvo;; até 72 h, febre, mal-estar e
ulceração local.
Na forma "cutâneo-visceral" (mais grave), além do quadro
acima, entre 12h e 24h após a picada, surgem febre, cefaléia,
náuseas, vômitos, urina escura (cor de lavado de carne),
anúria e isuficiência renal aguda.
O tratamento consiste em anti-sepsia, curativo local,
compressas frias; medidas de suporte e soroterapia específica.
Aranha Armadeira (Phoneutria)
Muito agressiva, encontrada em bananeiras, folhagens, entre
madeiras e pedras empilhadas e no interior das residências.
Tem coloração marrom escura com manchas claras e atingem
12 cm de diâmetro.
Nos acidentes com as armadeiras, predominam as
manifestações locais. A dor é imediata e em geral intensa,
podendo irradiar para a raiz do membro acometido. Ocorrem
edema, eritema, parestesia e sudorese no local da picada,
onde podem ser encontradas duas marcas em forma de
pontos. Especialmente em crianças, registram-se sudorese,
náuseas, vômitos, hipotensão e choque. Tratamento suportivo
e sintomático; nos casos mais graves, está indicada a
soroterapia específica.
Tarântula (Scaptocosa Iycosa)
Causa acidentes leves sem necessidade de tratamento
específico. Aranha pouco agressiva, com hábitos
diurnos, encontrada à beira de barrancos, em gramados
Uardins) e residências. Não faz teia.
Sintomas: geralmente sem sintomas; pode haver pequena dor
local, com possibilidade de evoluir para necrose.
Tratamento: analgésico.
Tratamento específico: nenhum.
Caranguejeira (Mygalomorphae)
Aranha grande, peluda, agressiva e de hábitos noturnos;
encontrada em quintais, terrenos baldios e residências.
Quando ameaçada ou manipulada, esfrega suas patas
posteriores no abdômen e lança pêlos com farpas em grande
quantidade ao seu redor, provocando irritação da pele e
alergia. Não há tratamento específico. Acidentes pouco
frequentes. As aranhas atingem grandes dimensões e algumas
são muito agressivas; possuem ferrões grandes, responsáveis
por ferroadas dolorosas.
Tratamento: anti-histamínico via oral, se necessário.
Escorpiões
Pouco agressivos, os escorpiões têm hábitos noturnos.
Encontram-se em pilhas de madeira, cercas, sob pedras e nas
residências. Existem diversas espécies, mas somente o gênero
Tityus tem interesse médico. Os escorpiões picam com a
cauda, medem de 6 a 8 em, têm hábitos noturnos,
escondendo se durante o dia sob cascas de árvores, pedras,
troncos, dentro de residências etc. 
Escorpião amarelo (Tityus serrulatus).
A vítima apresenta dor local de intensidade variável (pode
chegar a insuportável),
em queimação ou agulhada e com irradiação; pode ocorrer
sudorese e piloereção no local. Manifestações sistêmicas:
lacrimejamento, sudorese, tremores, espasmos musculares,
priapismo, pulso lento e hipotensão. Podem ocorrer arritmias
cardíacas, edema agudo de pulmão e choque.
O tratamento inclui medidas gerais e soroterapia específica.
Insetos
As lagartas (Lonomia), também chamadas de taturanas, são
larvas de mariposas, medem de 6 a 7 em e possuem o corpo
revestido de espinhos urticantes que contêm poderosa toxina.
Sua cor é marrom-esverdeada ou marrom-amarelada, com
listras longitudinais castanho-escuras.
Também conhecidas como lagartas de fogo e oruga, vivem
durante o dia agrupadas nos troncos de árvores, onde causam
acidentes pelo contato com seus espinhos.
A vítima pode apresentar dor local em queimação, seguida de
vermelhidão e edema
A seguir surgem, cefaléia,náuseas e vômitos, artralgias. Após
8 a 72 horas, podem surgir manifestações hemorrágicas, como
manchas pelo corpo, sangramentos gengivais, pelo nariz, pela
urina e por ferimentos recentes; os casos mais graves podem
evoluir para insuficiência renal e morte.
O soro específico ainda não está disponível.
Tratamento suportivo e sintomático; no local, aplique
compressas frias de solução fisiológica.
CAPITULO 14
TRAUMA DE FACE
O trauma facial pode ser considerado uma das agressões mais
devastadoras encontradas em centros de trauma devido às
consequências emocionais e à possibilidade de deformidade e
também ao impacto econômico que tais traumas causam em
um sistema de saúde.
O diagnóstico e tratamento de lesões faciais obtiveram
grande progresso nas últimas décadas. Uma agressão
localizada na face não envolve apenas tecidos moles e ossos,
mas também, por extensão, pode acometer o cérebro, olhos,
seios e dentição. 
Quando o trauma ocorre por impacto de grande velocidade e
energia cinética, lesões concomitantes, que podem ser mais
letais do que o trauma facial por si só.
Estudos revelaram que os dois principais mecanismos de
trauma facial são violência interpessoal e queda.Três décadas
atrás, apontaram acidentes por veículos automotores como a
principal causa de fratura facial (65%). Estudos subsequentes
apoiaram esta informação, mas a tendência dos estudos mais
atuais é mostrar um aumento na incidência de violência
interpessoal e sugerem que esta seja a principal etiologia nos
traumas de face. Leis rigorosas de controle de velocidade, uso
obrigatório de capacete, cinto de segurança e uso de air bag,
quando disponível, são fatores que contribuem para o
decréscimo do número de fraturas faciais decorrentes
acidentes por veículos automotores.
Traumas dos 0 aos 19 anos
A principal causa de trauma facial é a queda. Nesta faixa
etária: a locomoção e equilíbrio são diretamente proporcionais
à idade; a consciência da aparência da face e sua importância
social aumentam com a idade (durante uma queda, crianças
maiores e adultos consideram proteger a face); crianças com
idade inferior aos 10 anos desconhecem o perigo e
consequências de seus atos. Estudos evidenciaram que
quedas dos 0 aos 14 anos resultaram na maioria das vezes em
fraturas isoladas, principalmente de dentes (45%) e nasal
(25%), na faixa etária dos 15 aos 19 anos, os padrões ficam
semelhantes aos adultos, com aproximadamente metade dos
traumas resultando em algum tipo de fratura. Este padrão tem
sido atribuído ao consumo precoce de álcool e envolvimento
em violência
interpessoal.
Traumas dos 20 aos 39 anos
Nesta faixa etária a principal causa é a violência interpessoal
(55,5%). Seguida de quedas em razão do uso de álcool e
drogas. Traumas decorrentes violência doméstica (vítima sexo
feminino), de acidente de automobilistico, motocicleta,
esporte e ferimento de arma de fogo tem maior incidência
nesta faixa etária. Isto representa um problema sócio
econômico pois se trata de uma população
predominantemente produtiva.
Traumas dos 40 anos ou mais
Esta é a faixa etária menos acometida pelo trauma geral e de
face, mas sua recuperação é mais demoradas e eventuais
complicações são mais frequentes. Queda é o principal
mecanismo de trauma nesta faixa etária e geralmente resulta
de múltiplas causas patológicas (por exemplo, osteoporose).
Os idosos acima de 70 anos são mais propensos a se envolver
em atropelamento.
Conclusão
O trauma facial é uma realidade presente no serviço de
emergência de um grande centro de referência de trauma, e
acomete todas as idades. As causas são diretamente
relacionadas com idade e tipo do trauma. A incidência de
trauma facial pode ser reduzida nos adultos jovens por
educação escolar, com ênfase no uso moderado de álcool e
orientação para lidar com situações hostis, evitando-se a
violência interpessoal. A otimização do design interno dos
domicílios e uma assistência constante de familiares ou
responsável são válidos principalmente para os idosos, cujo
principal mecanismo de trauma é a queda. Uma maior
utilização de cinto de segurança e uso de air bags por
motoristas e capacetes que cubram toda a face de
motociclistas e ciclistas são condutas de grande importância
que devem ser sempre seguidas para se evitar consequências
graves dos acidentes de trânsito.
Além de serem dramáticos pela sua aparência, não podemos
nos esquecer de que os traumas que atingem a face também
podem apresentar situações com risco de vida para as vítimas,
além de frequentemente apresentarem outras lesões
importantes associadas.
É comum a presença concomitante de obstrução das vias
aéreas, de hemorragia severa e de lesões intracranianas e da
coluna cervical. Todas as vítimas de trauma severo de face
devem ser consideradas como tendo lesão de coluna cervical
até realizarem exames radiológicos que eliminem esta
hipótese.
Saber o mecanismo de injúria é muito importante para a
equipe que vai atender a vítima. A anamnese deve focar dados
que facilitem o diagnóstico e a ação das equipes de
emergência, como queixas visuais, parestesia ou anestesia
facial e a capacidade para morder.
Cuidados de Emergência
Realizar a abordagem primária (ABC) e a abordagem
secundária, identificando e intervindo nas situações com risco
de vida para a vítima, liberando suas vias aéreas e fazendo o
controle das hemorragias. Pacientes com fraturas
mandibulares apresentam um alto risco de evoluir com
obstrução
das vias aéreas,pois sem o suporte ósseo a língua tende a se
deslocar ocluindo a passagem do ar. Tendo sido liberadas as
vias aéreas, a próxima prioridade passa a ser o controle da
hemorragia.
Traumatismo Ocular
Os traumas oculares acontecem no ambiente familiar, na
atividade profissional e no lazer.
No ambiente doméstico, são mais comuns os traumas em
crianças e provocados por objetos pontiagudos (faca, tesoura,
flecha, prego, etc.), substâncias químicas, brinquedos, etc.
Na atividade profissional, traumas mais comuns em jovens e
adultos ocorrem na indústria química, na construção civil, na
indústria de vidro, no trânsito, etc.
Estudos mostram que mais de 50% dos traumas oculares
acontecem com pessoas abaixo de 25 anos, e que, nas
crianças, são mais frequentes entre os meninos e, na maioria
das vezes, provocados por eles próprios. Entre os agentes
causadores, os objetos pontiagudos, as contusões e as
substâncias cáusticas são as causas mais comuns, em
crianças. Nos adultos temos traumas perfurantes bilaterais
que ocorrem, principalmente, nos acidentes automobilísticos.
Em oftalmologia, é pequeno o número de emergências que
necessita tratamento imediato. Aquele que dá o primeiro
socorro, entretanto, precisa conduzir o caso adequadamente,
minimizando os danos e agilizando para que o especialista
encontre o paciente em condições de prestar mais rápido seu
atendimento. Durante o exame, não fazer qualquer pressão
sobre o globo ocular, lembrando-se de que até a mais suave
pressão pode causar perda de líquidos vitais ao olho
traumatizado.
Diagnóstico
Exame Externo observar as condições da órbita, pálpebras e
do globo ocular. Palpar o rebordo orbitário à procura de
fraturas e verificar a presença de corpos estranhos e objetos
empalados, perfurações, hiperemia, perda de líquidos oculares
etc.
Acuidade Visual 
Verificar a visão de cada olho, ocluindo o outro, sem apertá-lo;
mesmo de modo rudimentar, é um dado importante a
investigar.
Mobilidade Ocular 
Avaliar os movimentos oculares, à procura de paralisia dos
músculos locais. A visão dupla é uma queixa
característica nesse caso.
Reação pupilar a pesquisa dos reflexos foto motores das
pupilas é importantíssima nos traumatismos cranianos.
Atendimento de Emergência
Costumeiramente os traumatismos são divididos em:
Mecânicos: (perfurantes e não-perfurantes);
Não mecânicos: como as queimaduras térmicas, elétricas,
químicas por, irradiação e ultra-som. 
Das queimaduras, as mais frequentes são as químicas,
produzidas pelos ácidos e pelas bases que provocam lesões
de intensidade variável, inclusive podendo causar anecrose
ocular. Além dos problemas imediatos, são frequentes
sequelas como: simbléfaro, úlcera de córnea, cicatrizes e
retrações com graves aspectos estéticos, glaucomas,
cataratas, etc. O melhor tratamento é a profilaxia, porém a
lavagem imediata e abundante do globo ocular pode minorar
as consequências do trauma.
Trauma Ocular Perfurante
Os traumatismos mecânicos perfurantes podem acometer as
regiões perioculares ou o globo ocular, causando
comprometimento de intensidade variável; devemos sempre,
na presença de perfuração, pensar na presença de um corpo
estranho intra-ocular e exigir exames complementares.
No caso de perfuração ocular, proteger o olho, evitando
manipulação excessiva. Havendo objeto penetrante no olho,
não removê-la. Se o corpo estranho estiver protuberante, usar
bandagens para apoiá-la cuidadosamente. Mantenha a vítima
em decúbito dorsal, o que ajuda a manter as estruturas vitais
do olho lesado.
Traumas do Olho e dos Tecidos Vizinhos 
Laceração das pálpebras - as pálpebras sofrem lacerações nos
traumas contusos ou cortocontusos.
Olho Roxo - traumas sobre o rebordo orbitário causam ruptura
de vasos, com equimoses no tecido subcutâneo, de coloração
avermelhada, sem limites nítidos. Colocar tampão metálico
sobre o olho lesado e cobrir o olho são, visando a imobilizar o
atingido.
Corpo Estranho Alojado no Globo Ocular
Corpos estranhos em córnea são facilmente observáveis,
porém, às vezes, difíceis de serem retirados. Não mobilizar o
corpo estranho, com risco de agravar a lesão. Ocluir o olho
com tampão e transportar o paciente.
Corpo Estranho sob Pálpebra
Expor a superfície interna da pálpebra superior, puxando os
cílios superiores entre o polegar e o indicador e invertendo a
pálpebra superior; dobrá-la contra a haste de cotonete,
posicionada com a outra mão; então remover cuidadosamente
a partícula com a ponta de gaze estéril ou cotonete úmido.
Queimaduras Químicas
Os acidentes de trabalho revelam-se causas constantes de
queimaduras oculares.
Dependendo do agente químico, a queimadura ocular leva até
à cegueira. Por isso, é importante administrar tratamento o
mais rápido possível. Geralmente, as queimaduras com ácidos
são instantâneas, cuja extensão depende da potência do
ácido e da duração do contato com os tecidos do olho. As
queimaduras por álcalis (bases fortes, como amônia, cal etc.)
tendem a ser mais profunda, penetrando nos tecidos dos
olhos e levando à necrose da córnea e conjuntiva.
O tratamento consiste em iniciar a lavagem do olho
imediatamente, de preferência ainda no local onde se deu o
acidente, com fino jato de água da torneira ou, se possível,
água estéril. A rapidez é de grande importância. Enxaguar os
olhos durante pelo menos 15 a 30 minutos, prestando atenção
especial à parte interna das pálpebras.
Queimaduras Térmicas
Os traumas térmicos (hipertermia ou hipotermia) elétricos,
barométricos e ultra-sônicos podem provocar perturbações
agudas e variáveis. Os traumas provocados por radiações,
como o infravermelho, podem provocar queimaduras graves
com opacificações da córnea e do cristalino. O raio
ultravioleta, comum nos aparelhos de solda, leva a erosões
coreanas extremamente dolorosas, porém
sem sequelas graves. Devido ao reflexo de piscar, as
queimaduras térmicas do olho geralmente se limitam às
pálpebras. As leves são tratadas com o fechamento dos olhos
e a colocação de curativo frouxo sobre eles; as queimaduras
graves provavelmente também atingirão face, corpo e as vias
respiratórias. Nesse caso, acionar o médico supervisar, pois
essa vítima é candidata a entubação de vias aéreas. Após
prevenir ou tratar as complicações citadas, enxaguar os olhos
para remover qualquer material estranho incrustado. Curativos
por tempo prolongado aumentam a possibilidade de infecção e
impedem a drenagem de secreções. Transportar a vítima ao
hospital de referência.
Traumatismo do Ouvido
O ouvido externo consiste da orelha e um canal de
aproximadamente 2 cm. A orelha serve para proteger o ouvido
médio e prevenir danos ao tímpano. A orelha também canaliza
as ondas que alcançam o ouvido para o canal e o tímpano no
meio do ouvido. Somente quando o som alcança o tímpano, na
separação do ouvido externo e médio, a energia da onda é
convertida em vibrações na estrutura óssea do ouvido. 
O ouvido médio é uma cavidade cheia de ar, consistindo na
bigorna e 3 pequenos ossos interconectados - o martelo, a
bigorna e o estribo. O tímpano é uma membrana muito durável
e bem esticada que vibra quando a onda a alcança. Logo, o
tímpano vibra com a mesma frequência da onda. Como ela
está conectada ao martelo, os movimento do tímpano coloca
o martelo, a bigorna, e o estribo em movimento com a mesma
frequência da onda. O estribo é conectado ao ouvido interno.
Assim, as vibrações do estribo são transmitidas ao fluido do
ouvido médio e criam uma onda de compressão dentro do
fluido. O ouvido interno consiste de uma cóclea, canais
semicirculares, e do nervo auditivo.
A cóclea e os canais semicirculares são cheios de um líquido.
O líquido e as células nervosas dos canais semicirculares não
têm função na audição; eles simplesmente servem como
acelerômetros para detectar movimentos acelerados e na
manutenção do equilíbrio do corpo. Quando a frequência da
onda de compressão casa com a frequência natural da célula
nervosa, a célula irá ressoar com uma grande amplitude de
vibração. Esta vibração ressonante induz a célula a liberar um
impulso elétrico que passa ao longo do nervo auditivo para o
cérebro.
ATrauma do Ouvido Médio e Osso Temporal
O ouvido médio e osso temporal são frequentemente
envolvidos em acidentes envolvendo trauma da cabeça. Os
acidentes mais frequentes são aqueles envolvendo veículos
motorizados; entretanto, acidentes industriais e de esporte
podem também causar lesões potenciais no osso temporal e
ouvido médio. O tipo de injúria visto com trauma na cabeça
pode ser classificado em duas categorias maiores: trauma
fechado do crânio e trauma penetrante do crânio.
Trauma Fechado de Crânio
Trauma fechado do crânio muito frequentemente ocorre como
resultado de um objeto sólido ou semi- sólido arremessado
contra a cabeça. A fratura mais comum do osso temporal que
ocorre em trauma fechado é a fratura longitudinal do osso
temporal.
Fraturas longitudinais
Fraturas longitudinais mais frequentemente atravessam algum
ponto através do ouvido médio e comumente pode ocorrer
desarticulação dos ossículos, criando uma perda auditiva
condutiva. Sangramento no ouvido médio apresenta
sangramento do canal auditivo externo em fratura longitudinal
em oposição ao sangue contido atrás do tímpano como é
frequentemente visto em fraturas transversas.
Otoliquorréia
Pode ocorrer em uma fratura longitudinal mas é menos comum
que na fratura transversa.
AFraturas transversas
Estas fraturas mais frequentemente ocorrem por um trauma
severo da porção occipital da calota; entretanto, elas podem
também ocorrer de um trauma frontal direto. A fratura
transversa requer um trauma muito mais intenso do crânio.
Otoliquorréia
É comum nesta fratura e muito frequente é detectada por
fluído claro drenando da conduto auditivo para a nasofaringe.
Trauma Penetrante
Trauma penetrante do ouvido médio e osso temporal podem
ser relativamente menor, tal como uma laceração do conduto
auditivo devido ao uso de cotonetes, ou severo, incluindo FAF
do ouvido e osso temporal. Se o tiro não causa morte
instantânea, pode haver comprometimento neurovascular
significativo do osso temporal e base do crânio. Lesões do
ouvido externo (orelhas) geralmente apresentam-se como
contusões, abrasões e lace rações, causadas por raspões ou
traumas diretos. As lesões do ouvido médio e interno são
frequentemente causados por explosões ou fraturas da base
do crânio. Costuma haver saída de líquor pelo conduto, junto
com sangue.
Fraturas transversas
Estas fraturas mais frequentemente ocorrem por um trauma
severo da porção occipital da calota; entretanto, elas podem
também ocorrer de um trauma frontal direto.
 A fratura transversarequer um trauma muito mais intenso do
crânio.
Otoliquorréia 
É comum nesta fratura e muito frequente é detectada por
fluído claro drenando do conduto auditivo para a nasofaringe.
Trauma Penetrante
Trauma penetrante do ouvido médio e osso temporal podem
ser relativamente menor, tal como uma laceração do conduto
auditivo devido ao uso de cotonetes, ou severo, incluindo FAF
do ouvido e osso temporal. Se o tiro não causa morte
instantânea, pode haver comprometimento neurovascular
significativo do osso temporal e base do crânio. Lesões do
ouvido externo (orelhas) geralmente apresentam-se como
contusões, abrasões e lace rações, causadas por raspões ou
traumas diretos. As lesões do ouvido médio e interno são
frequentemente causados por explosões ou fraturas da base
do crânio. Costuma haver saída de líquor pelo conduto, junto
com sangue.
Fraturas transversas
Estas fraturas mais frequentemente ocorrem por um trauma
severo da porção occipital da calota; entretanto, elas podem
também ocorrer de um trauma frontal direto. A fratura
transversa requer um trauma muito mais intenso do crânio.
Otoliquorréia
É comum nesta fratura e muito frequente é detectada por
fluído claro drenando do conduto auditivo para a nasofaringe.
Trauma Penetrante
Trauma penetrante do ouvido médio e osso temporal podem
ser relativamente menor, tal como uma laceração do conduto
auditivo devido ao uso de cotonetes, ou severo, incluindo FAF
do ouvido e osso temporal. Se o tiro não causa morte
instantânea, pode haver comprometimento neurovascular
significativo do osso temporal e base do crânio. Lesões do
ouvido externo (orelhas) geralmente apresentam-se como
contusões, abrasões e lace rações, causadas por raspões ou
traumas diretos. As lesões do ouvido médio e interno são
frequentemente causados por explosões ou fraturas da base
do crânio. Costuma haver saída de líquor pelo conduto, junto
com sangue.
Traumatismo do Nariz
A parte superior do nariz é constituída por osso e a inferior por
cartilagem. Em seu interior, existe uma cavidade oca (cavidade
nasal) dividida em duas passagens pelo septo nasal. 
Os ossos da face contêm seios, os quais são cavidades ocas
que se abrem na cavidade nasal.
Devido a sua posição proeminente, o nariz é particularmente
vulnerável a traumatismos. Além disso, distúrbios como
infecções, epistaxes e pólipos afetam o nariz. Os seios podem
infectar-se e causar uma inflamação (sinusite).
Fraturas do Nariz
Os ossos do nariz quebram (fraturam) mais frequentemente
que os demais ossos na face. Quando isto ocorre, a membrana
mucosa que reveste o nariz comumente é lacerada,
acarretando sangramento nasal. Como a membrana mucosa e
outros tecidos moles inflamam rapidamente, o diagnóstico da
fratura pode ser difícil. Mais comumente, a ponte nasal é
deslocada para um lado e os ossos nasais o são para o outro
lado.
Epistaxes
As epistaxes (sangramento nasal) têm diversas causas. Mais
frequentemente, o sangue provém da área de Kiesselbach,
localizada na parte anterior do septo nasal e que contém
muitos vasos sanguíneos. 
Habitualmente, a epistaxes pode ser controlada com a
compressão de ambos os lados do nariz. Quando esta técnica
não consegue interromper o sangramento, o médico busca a
sua origem. A epistaxe pode ser interrompida temporariamente
com a aplicação de pressão no interior do nariz com um
chumaço de algodão embebido com um medicamento que
provoca a constrição dos vasos (p.ex., fenilefrina) e um
anestésico local (p.ex., lidocaína). Quando o indivíduo
apresenta um distúrbio que causa tendência ao sangramento,
a fonte do sangramento não é cauterizada porque ela pode
voltar a sangrar.
A epistaxe é geralmente óbvia e varia de moderada a severa,
dependendo do tipo e local da lesão. Sintomas de fratura de
ossos do nariz incluem epistaxe, dor, edema e, geralmente,
algum grau de deformidade, mobilidade de ossos nasais e
equimoses de face.
Traumatismo na Boca (tecidos moles)
Feridas "Corto contusas" na Cavidade Bucal
Aspirar secreções e, se necessário, fazer compressão com
gaze.
Fratura do Maxilar
A fratura do maxilar causa dor e, geralmente, altera a forma
com que os dentes se encaixam entre si.
Frequentemente, a boca não pode ser totalmente aberta ou
ela apresenta um desvio lateral durante a abertura ou o
fechamento. As maiorias das fraturas do maxilar se produzem
no maxilar inferior (mandíbula).
Recuperar o dente o mais rápido possível e limpá-lo com
soro fisiológico;
Limpar o alvéolo dentário com soro fisiológico;
 As fraturas do maxilar superior podem causar visão dupla
(porque os músculos do olho inserem-se nas proximidades),
dormência abaixo do olho (devido a lesões nervosas) ou uma
irregularidade no osso da bochecha (malar), que pode ser
sentida ao se passar o dedo sobre a bochecha.
Qualquer traumatismo suficientemente forte para produzir
uma fratura do maxilar também pode produzir uma lesão da
coluna cervical. Por essa razão, antes do tratamento de uma
fratura de maxilar, frequentemente são realizadas radiografias
para se descartar a possibilidade de uma lesão medular. Um
golpe suficientemente forte para causar uma fratura do
maxilar também pode causar uma concussão cerebral ou um
sangramento intracraniano. No caso de suspeita de fratura do
maxilar, a mandíbula deve ser mantida no lugar, com os
dentes cerrados e imóveis.
A Mandíbula 
Pode ser sustentada com a mão ou, de preferência, com uma
faixa passada várias vezes sob o queixo e sobre o ápice da
cabeça. Quem realizar o enfeixamento, deve realizá-lo com
cuidado, evitando cortar a respiração do paciente. Os cuidados
médicos devem ser instituídos o mais breve possível, pois as
fraturas podem causar hemorragia interna e obstrução das
vias aéreas.
Fraturas do Alvéolo Dentário com Avulsão (arrancamento do
dente)
Recolocar o dente no alvéolo, na posição mais correta
possível;
Levar o paciente ao hospital e explicitar a informação de
dente reposicionado, a fim de ser feito atendimento
especializado com imobilização do dente.
Fratura do Alvéolo Dentário com Instrução
(penetração) do Dente na Arca da Óssea
Limpeza, curativo e encaminhamento ou transparente para
atendimento odontológico.
Obstetrícia – É a especialidade médica que cuida da
gestante desde a fecundação até o puerpério (pós-parto).
Envolve três fases:
Gravidez: da concepção ao trabalho de parto
Parto: período durante o qual a criança e a placenta são
expelidos do corpo da mãe para o mundo exterior.
Pós-parto (puerpério): período no qual os órgãos de
reprodução restauram suas condições e tamanhos
primitivos, durando aproximadamente seis semanas.
CAPITULO 15
 PARTO DE EMERGÊNCIA
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS E
TRAUMA NA GESTANTE
Emergência Obstétrica
No decurso da gravidez, algumas intercorrências podem
ameaçar a vida da mãe e/ou da criança, configurando
situações de emergência que exijam a intervenção do
socorrista.
Além disso, socorristas podem ser acionados para assistir ao
trabalho de parto normal, desencadeado na via pública. Isso
justifica prepará-Ios para atuar nas emergências obstétricas:
parto normal, parto prematuro e abortamento.
Definições
Proteger o feto contra pancadas;
Permitir liberdade de movimentos ao feto;
Manter a temperatura fetal (isolante térmico);
Ajudar a alargar o canal vaginal no trabalho de parto, de
modo a facilitar o nascimento;
Limpar o canal do parto (quando as membranas se
rompem), lavando-o e lubrificando-o.
Estruturas Próprias da Gravidez
São formadas somente na gestação, juntamente com o feto.
Âmnio (Bolsa D'água):
Saco fino e transparente que mantém o feto suspenso no
líquido amniótico. Este saco é limitado por uma membrana
macia, escorregadia e brilhante. O espaço preenchido pelo
líquido amniótico (bolsa amniótica) é frequentemente
chamado de bolsa d'água. Nela é que a criança fica, movendo-
se e flutuando. 
 
Funções mais Importantes do Líquido Amniótico:
Placenta
No terceiro mês de gestação, outra importante estrutura
estará formada: a placenta, que é uma estrutura carnosa, em
forma de prato. No final da gravidez, ela mede cercade 20 cm
de diâmetro e 2,5 cm de espessura. Assim como uma árvore
emite raízes que agregam entre si certa porção de terra, assim
também os ramos projetados pela estrutura destinada a nutrir
o feto se apropriam de fina camada do leito uterino, formando
a placenta, órgão que supre o feto de alimentos e oxigênio,
como as raízes e a terra nutrem a planta. A placenta a termo
pesa cerca de meio quilo. De superfície macia e brilhante,
deixa ver grande número de vasos sanguíneos.
Cordão Umbilical
A placenta e a criança estão conectadas por meio do cordão
umbilical. Ligado ao centro da placenta, o cordão vai até a
parede abdominal da criança, onde penetra (umbigo).
Ele tem mais ou menos 50 cm de comprimento e 2 cm de
diâmetro. Contém duas artérias e uma veia de grosso calibre,
enroladas uma sobre a outra e protegidas contra a pressão
por uma substância transparente, azul-esbranquiçada,
gelatinosa, denominada geléia de Wartton. 
Parto Normal
É O processo pelo qual a criança é expelida do útero,
compreendendo três períodos: dilatação, expulsão e
dequitação da placenta.
Período de Dilatação
Primeiro período do trabalho de parto, que começa com os
primeiros sintomas e termina coma completa dilatação do
canal vaginal. O sinal mais importante neste período de
dilatação são as contrações do útero, que fazem com que o
colo se dilate de O (zero) a 10 (dez) centímetros.
As contrações uterinas são reconhecidas pela dor tipo cólicas
referidas pela gestante e pelo endurecimento do útero,
perceptível à palpação do abdômen.
Cuidados de Emergência
Tranquilize a gestante. Demonstre uma atitude alegre,
simpática e encorajadora para com ela.
Observe e anote as características das contrações: frequência,
duração e intensidade.
A presença do "sinal" (tampão mucossanguinolento, sem
sangramento vivo em quantidade substancial) sugere estar
havendo rápido desenvolvimento para o parto, particularmente
se associado a frequentes e fortes contrações.
Insista para que a paciente não faça força e, em vez disso,
encoraje-a para que respire ofegantemente durante as
contrações (respiração de "cachorrinho cansado"). Durante o
primeiro período do trabalho, as contrações uterinas são
involuntárias e destinam-se a dilatar o colo uterino e não a
expulsar o feto. Fazer força, além de ser inútil, leva à exaustão
e pode rasgar (dilacerar) partes do canal do parto. Se você
reconhecer que a mãe está no primeiro período do trabalho de
parto, prepare-a para transporte ao hospital.
A paciente começa a fazer força espontaneamente.
Há repentino aumento nas descargas vaginais. Algumas
vezes os líquidos são claros, com leve sangramento. Isso
indica que a cabeça da criança está passando através do
canal do parto, já completamente dilatado.
A paciente tem a sensação de necessidade de evacuar,
sintoma decorrente da pressão exercida pela cabeça do
feto no períneo e, consequentemente, contra o reto.
As membranas rompem-se e extravasam líquido amniótico.
Embora a "bolsa" possa romper se a qualquer hora, é mais
frequente seu rompimento no começo do segundo período.
 A abertura vaginal começa a abaular-se e o orifício anal a
dilatar-se (fig. abaixo). Esses são sinais tardios e
anunciam que o aparecimento da criança poderá ser
observado a qualquer nova contração. Episódios de vômito
a essa altura são frequentes.
Caso haja vômito, cuide para não ocorrer aspiração e
obstrução da via aérea.
Coroamento: a abertura vaginal ficará abaulada e o pólo
cefálico da criança poderá ser visto. Isso é o coroamento,
o último sintoma antes que a cabeça e o resto da criança
nasçam.
Período de Expulsão
Limpeza das vias aéreas: limpe a boca por fora, com
compressas de gaze; enrole a gaze no dedo indicador para
limpar por dentro a boca do recém-nascido (RN), sempre
delicadamente, tentando retirar corpos estranhos e muco.
Para aspirar líquidos, utilizar uma seringa (sem agulha).
Certifique-se de retirar previamente todo o ar da seringa a
ser introduzida na boca ou no nariz do RN. Observe que o
RN respira primeiramente pelo nariz, daí ser sua
desobstrução tão importante quanto a da boca. As
manobras de desobstrução da via aérea devem ser feitas
sempre, independentemente de o RN conseguir respirar de
imediato ou não.
Estimule a criança, friccionando-a com a mão. Não bata na
criança. Pode fazer cócegas nas plantas dos pés, com o
dedo indicador. Manter a criança em decúbito lateral
esquerdo para as manobras de estimulação.
Quando a criança começar a respirar, volte sua atenção
para a mãe e o cordão umbilical. Caso as vias aéreas
tenham sido desobstruídas e o RN não tenha começado a
respirar, inicie manobras de ressuscitação.
Faça respiração artificial sem equipamentos: respiração
boca-a-boca ou boca-nariz- boca. Faça uma ou duas
aerações. Caso a criança consiga respirar sozinha, deixe
que o faça. Caso contrário, institua RCP. Continuar até que
a criança comece a respirar ou que um médico ateste o
óbito. Transporte a criança a um hospital o quanto antes.
10. Depois que a criança estiver respirando, concentre sua
atenção no cordão umbilical.
Deixe o bebê sobre o abdômen da mãe, em decúbito lateral,
com a cabeça rebaixada, para drenar fluidos contidos na via
aérea.
Clampeie (Amarre) o cordão (fio) estéril ou pinça
hemostática, a aproximadamente 15 a 20 cm do abdômen
do RN. A aproximadamente 2,5 cm do primeiro cordão,
amarre o segundo. Use nós de marinheiro (antideslizantes)
e ponha no final três nós de segurança.
Corte o cordão umbilical entre os dois clamps, usando
material estéril (tesoura ou bisturi). Envolva a criança em
lençol limpo e cobertores e passe-a ao cuidado de uma
passoa. A criança deve ser mantida em decúbito lateral,
com a cabeça levemente mais baixa que o resto do corpo.
Dequitação Placentária
O terceiro período estende-se desde a hora em que a criança
nasce até a eliminação da placenta, que normalmente
acontece em até 30 minutos. Junto com ela vem uma a duas
xícaras de sangue. Não se alarme, porque é normal. Não puxe
a placenta: aguarde sua expulsão natural. Retirada, guardar a
placenta numa cuba ou envolta em papel ou compressa, e
levá-Ia ao hospital, juntamente com a mãe e a criança, para
ser examinada quanto à possibilidade de algum pedaço ter
ficado na cavidade uterina. Uma compressa estéril pode ser
colocada na abertura vaginal após a saída da placenta.
Depois da dequitação placentária, palpe o útero pela parede
abdominal. Se ele estiver muito frouxo e relaxado e houver
sangramento vaginal, massageie suavemente o abdômen da
parturiente, comprimindo lhe o útero. Isso ocasionará sua
contração e retardará a saída de sangue. Continue a
massagear o útero até senti-lo firme como uma bola de
futebol.
Leve a mãe a um hospital pelas seguintes razões:
A criança deve passar por exame médico geral.
A mãe também deve ser examinada por médico, que se
encarregará de verificar possíveis lace rações no canal do
parto.
Os olhos do RN devem ser bem cuidados para prevenir
infecção. Colírio de nitrato de prata é aplicado pelo médico
costumeiramente.
O cordão umbilical deve ser examinado por especialista.
Mãe e filho devem ser observados por um período de
tempo
Passos Finais no Parto de Emergência
Partos com Dificuldades
Criança Invertida (sentada) – Diagnóstico
A criança apresenta-se "invertida", surgindo as nádegas antes
da cabeça. Em parto normal, a criança começa a respirar tão
logo o tórax nasça ou dentro de breve espaço de tempo. No
parto de nádegas, o tórax sai primeiro que a cabeça, sendo
impossível a inspiração, pois as vias aéreas estão bloqueadas
dentro do canal vaginal.
Cuidados de emergência
Imediatamente após perceber que se trata de parto em
posição "invertida", prepare- se para segurar a criança,
deixando-a descansar sobre sua mão e antebraço, de barriga
para baixo. Em determinado momento, pernas, quadril,
abdômen e tórax estarão fora da vagina, faltando apenas a
exteriorização da cabeça, o que pode ser, às vezes, demorado.
Se isso acontecer, não puxe a cabeça da criança. Para evitar
que ela seja asfixiada no canal do parto, crie passagemde ar
segurando o corpo do RN com uma das mãos e inserindo os
dedos indicador e médio da outra mão no canal vaginal da
mãe, de tal maneira que a palma da mão fique virada para a
criança. Corra os dedos indicador e médio ao redor do pescoço
da criança até encontrar o queixo. Introduza os dois dedos
abrindo espaço entre o queixo e a parede do canal vaginal.
Quando encontrar o nariz, separe os dedos suficientemente
para colocá-los um a cada lado do nariz e empurre a face,
criando espaço pelo qual o ar possa penetrar. Mantenha os
dedos nessa posição até a saída total da cabeça. Essa é a
única ocasião em que o socorrista deverá tocar a área vaginal,
naturalmente calçando luvas estéreis.
Apresentação Inicial de Pé ou Mão ou Cordão
Umbilical
Cordão umbilical (prolapso de cordão ou um pé ou uma mão
(prolapso de membro) saindo primeiro do canal de parto.
Cuidados de Emergência
Transporte rapidamente a mãe para um serviço de emergência,
tomando especial cuidado para não machucar a parte
exteriorizada (em prolapso). Não tente repor a parte em
prolapso para dentro do canal.
Se um pé, ou mão, ou o cordão estiver para fora, cubra com
material estéril (gaze, compressa ou toalha). No caso do
cordão fora, seja ágil: a criança pode estar em perigo, causada
pela compressão do cordão entre a cabeça e o canal de parto.
Enquanto o cordão estiver comprimido, a criança não receberá
quantidades adequadas de sangue e oxigênio. No caso de
prolapso do cordão, transporte a mãe em decúbito dorsal, com
os quadris elevados sobre dois ou três travesseiros ou
cobertores dobrados, e administre oxigênio.
Isso fará com que a criança escorregue um pouco para dentro
do útero e receba mais oxigênio. Se a mãe puder manter a
posição genupeitoral (ajudada pelo socorrista), o resultado
será ainda melhor. Essa posição é difícil de ser mantida
durante o transporte, porém.
Asfixia pela Bolsa D'água
Esta é outra condição incomum de que o socorrista deve ter
conhecimento: a criança pode ficar presa na bolsa d'água
quando começa o trabalho de parto. Romper a bolsa d'agua e
retirá-la da frente da boca e do nariz. Cuidado ao romper a
bolsa para não machucar o bebê. Puxe a superfície da bolsa
antes de furá-la.
Trabalho de Parto com Cesariana Anterior
Ao interrogar a mãe, se descobrir que o parto anterior foi
cesariana, prepare-se para a possibilidade de se romper a
cicatriz da parede do útero, ocasionando hemorragia interna,
que poderá ser grave. Transporte a mãe imediatamente ao
hospital, fazendo antes o parto se o coroamento estiver
presente.
Partos Múltiplos
O parto de gêmeos (dois ou mais bebês) não deve ser
considerado, em princípio, uma complicação; em partos
normais, será como fazer o de uma só criança a cada vez.
Os partos sucessivos podem ocorrer com alguns ou muitos
minutos de diferença. Depois que a primeira criança nasceu,
amarre o cordão como faria no parto simples. Faça o mesmo
na(s) outra(s) criança(s).
Nascimentos múltiplos acontecem frequentemente antes de a
gestação ir a termo. Por isso, gêmeos devem ser considerados
prematuros; lembre-se de mantê-los aquecidos.
Recém-Nascidos Prematuros
Considerar a criança prematura se nascer antes de 7 meses de
gestação ou com peso inferior a 2,5 Kg. Não perca tempo
tentando pesar a criança; baseie o julgamento no aspecto e
na história contada pela mãe. A criança prematura é bem
menor e mais magra do que a levada a termo. A cabeça é
maior comparada ao resto do corpo, mais avermelhada e
recoberta por uma "pasta" branca.
Cuidados de Emergência
Necessitam de cuidados especiais; mesmo pesando próximo
de um quilo têm maior chance de sobrevida se receber
cuidados apropriados. O parto normal prematuro é conduzido
como outro qualquer, mas os seguintes pontos são
importantes nos cuidados com o bebê.
Temperatura Corporal
Agasalhar em cobertor e mantê-la em ambiente à temperatura
de 37 graus centígrados.
Uma incubadora pode ser improvisada, enrolando a criança em
cobertor ou manta envolto(a) em uma folha de papel alumínio.
Mantenha a face da criança descoberta até chegar ao
hospital. Se o tempo estiver frio, ligue o aquecimento antes de
introduzir o nenê na ambulância.
Vias Aéreas Livres
Mantenha suas vias aéreas sem muco ou líquidos. Use gaze
esterilizada para limpar nariz e boca. Se usar seringa ou bulbo,
certifique-se de esvaziar todo o ar antes de introduzi-Ios na
boca ou nariz e aspire vagarosamente.
Hemorragias
Examine cuidadosamente o final do cordão umbilical,
certificando-se de que não há sangramento (mesmo discreto).
Caso haja, clampeie ou ligue novamente.
Oxigenação
Administre oxigênio, cuidadosamente. Uma ''tenda'' pode ser
improvisada sobre a cabeça da criança com o fluxo de oxigênio
dirigido para o topo da tenda e não diretamente para sua
face. Oxigênio pode ser perigoso para prematuros. Usado
doseadamente (15 a 20 minutos) trará mais benefícios que
prejuízos.
 Pulso rápido (taquiesfigmia)
 Transpiração (sudorese)
 Palidez
 Fraqueza
 Cólicas abdominais
 Sangramento vaginal moderado ou abundante
 Saída de partículas de pequeno ou grande tamanho pelo
canal vaginal.
 Em outras palavras, poderão estar presentes todos os
sintomas de choque somados ao sangramento vaginal ou,
o que é mais comum, somados a cólicas abdominais com
sangramento vaginal.
Contaminação
A criança prematura é muito suscetível a infecções. Não tussa,
espirre, fale ou respire diretamente sobre sua face e
mantenha afastadas as demais pessoas. Incubadoras
especiais para transporte de crianças prematuras estão
disponíveis em algumas áreas. O serviço de emergência
médica deve saber se esse equipamento está disponível, onde
obtê-lo e como usá-lo.
Abortamento
O abortamento é a expulsão das membranas e do feto antes
que ele tenha condições de sobrevivência por si só.
Geralmente isso ocorre antes de 28 semanas de gestação.
A gestação normal (ou a termo) dura 38 a 40 semanas.
Sinais e Sintomas
Coloque a paciente em posição de choque;
Conserve o corpo aquecido;
Molhe seus lábios se ela tiver sede, não permitindo que
tome água, pois poderá necessitar
De anestesia no hospital;
Não toque no conduto vaginal da paciente, para não
propiciar infecção;
Coloque compressas ou toalhas esterilizadas na abertura
vaginal;
Remova a parturiente para um hospital.
Cuidados de Emergência
Trauma na Gestação
A gestação apresenta modificações fisiológicas e anatômicas,
que podem interferir na avaliação da paciente acidentada,
necessitando os socorristas desse conhecimento para que
realizem avaliação e diagnóstico corretos.
As prioridades do tratamento da gestante traumatizada são
as mesmas que a da não-gestante. Entretanto, a
ressuscitação e estabilização com algumas modificações são
adaptadas às características anatômicas e funcionais das
pacientes grávidas.
Os socorristas devem lembrar que estão diante de duas
vítimas, devendo dispensar o melhor tratamento à mãe.
Alterações Anatômicas
Até a 12ª semana de gestação (3º mês), o útero encontra-se
confinado na bacia, estrutura óssea que protege o feto nesse
período.
A partir da 13ª semana, o útero começa a ficar palpável no
abdômen e, por volta de 20 (vinte) semanas, está ao nível da
cicatriz umbilical.
À medida que a gestação vai chegando ao final, o útero vai
ocupando praticamente todo o abdômen, chegando ao nível
dos arcos costais aí pela 36ª semana (9º mês).
O útero crescido fica mais evidente no abdômen e,
consequentemente, ele e o feto, mais expostos a traumas
diretos e possíveis lesões.
Alterações Hemodinâmicas
Débito cardíaco – a partir da 10ª semana de gestação, há
aumento do débito cardíaco (quantidade de sangue
bombeada pelo coração) de 1,0 a 1 ,5 litro por minuto.
Batimentos cardíacos – durante o 3º trimestre, há aumento
de 15 a 20 batimentos por minuto.
Pressão arterial – no 2º trimestre da gestação, há diminuição
de 5 a 15 mmHg, voltando aos níveis normais no final da
gravidez.
OBS.: A maioria das alterações é causada pela compressão do
útero sobre a veia cava inferior, deixando parte do sangue da
gestante "represada" na porção inferior doabdômene
membros inferiores.
Volume Sanguíneo
O volume de sangue aumenta de 40 a 50% do normal no
último trimestre de gestação.
Em função desse aumento, a gestante manifesta sinais de
choque mais tardiamente, podendo, porém, o feto estar
recebendo pouco sangue ("choque fetal").
Aparelho Gastrointestinal
No final da gestação, a mulher apresenta um retardo de
esvaziamento gástrico, considerada sempre com "estômago
cheio". Poderá ser necessário SNG (sonda nasogástrica)
precoce. As vísceras abdominais no 3º trimestre da gestação
ficam deslocadas e comprimidas, estando "parcialmente"
protegidas pelo útero, que toma praticamente toda a cavidade
abdominal.
Aparelho Respiratório
Frequência e dinâmica respiratórias não se alteram.
Diagnóstico e Conduta
Posição
Como no final da gestação o peso que o útero exerce sobre a
veia cava inferior promove redução de 30 a 40% do débito
cardíaco, a grávida deverá ser transportada em decúbito
lateral esquerdo sempre que possível, a menos que tenha
alguma contraindicação como, por exemplo, suspeita de
fratura de coluna ou bacia. Transportá-la, então, em decúbito
dorsal, mas empurrar manualmente o útero para o lado
esquerdo.
Esse cuidado no transporte é um dos detalhes mais
importantes no atendimento à gestante traumatizada.
Avaliação e Tratamento
S
Sempre oferecer oxigênio suplementar com máscara a 12
litros/min. Cuidar com choque fetal, elevando os membros
inferiores maternos, se necessário.
A reposição de volume (soro e sangue) deve ser precoce.
Situação de Útero e Feto
Avaliar sempre a sensibilidade uterina (dor), a altura e o tônus
(se está contraído ou não).
OBS.: Normalmente o útero não dói à palpação e está sem
contração (relaxado).
Verificar a presença de movimentos fetais, que indicam feto
vivo. A ausência pode significar comprometimento da saúde do
feto. Identificar sangramento ou perda de líquido vaginal, que
indicam descolamento da placenta (sangue vivo) ou rotura de
bolsa amniótica (líquido claro).
Nas roturas uterinas, temos verificado útero com deformidade
ou até palpação de silhueta fetal (feto solto na cavidade
abdominal). Hemorragia e choque são frequentes nesses
casos, sempre indicando grande trauma à gestante.
Descolamento prematuro de placenta - hemorragia via vaginal,
com dor e contração uterina, pode ser desencadeada pelo
trauma. 
OBS.: Em função da dilatação dos vasos pélvicos há maior
chance de sangramento e hemorragia retroperitonial.
Cesariana no Pré-Hospitalar
Realizá-la nos casos de mãe moribunda ou em óbito. O feto
deve ser viável (após a 26” semana), estando o útero entre a
metade da distância da cicatriz umbilical e o rebordo costa I.
 De 0 a 5 minutos – excelente.
 De 5 a 10 minutos – razoável.
 De 10 a 15 minutos – ruim.
 Acima de 15 minutos – péssimo.
Com a mãe mantida em RCP, realizar a incisão mediana, retirar
o feto o mais rápido possível, reanimá-lo e transportá-lo a
hospital que tenha UTI neonatal. O fator mais importante de
sobrevida fetal é o tempo entre o óbito materno e a
cesariana.
CAPITULO 16
 
TRAUMA DE CRANIO
 
TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO
(TCE) E TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR (TRM)
Traumatismo Cranioencefálico – TCE
TCE é o principal motivo de morte na população jovem, cujas
causas mais frequente compreendem acidentes
automobilísticos e agressões interpessoais. Estima-se que
ocorra um TCE a cada 15 segundos e que um paciente morra
devido ao TCE a cada doze minutos.
Aproximadamente 50% das mortes de causa traumática estão
associadas a TCE e mais de 60% de mortes por acidente
automobilístico se devem ao TCE.
Avaliação de Trauma Cranioencefállco
Cinemática 
É possível relacionar o mecanismo de trauma com
determinados tipos de TCE. Esta informação ajuda no
diagnóstico e na terapia corretos. As informações sobre a cena
do acidente e o mecanismo de trauma devem ser passadas ao
médico da sala de emergências.
Avaliação Inicial 
Muitos fatores influenciam na avaliação neurológica inicial; por
isso, a avaliação cardiopulmonar deve acompanhar o exame
neurológico. O controle e a manipulação das vias aéreas,
respiração e circulação são prioritários. O uso de álcool ou
drogas que deprimam o sistema nervoso ou ainda fatores
tóxicos podem influenciar na avaliação inicial do paciente.
Avaliação dos Sinais Vitais 
O TCE pode alterar os dados vitais, sendo muitas vezes difícil
saber se essas alterações se devem ao TCE ou a outros
fatores. Nunca atribuir a hipotensão ao TCE, embora,
eventualmente, laceração de escalpo leve ao choque
hipovolêmico, principalmente em crianças. O sangramento
intracraniano
não produz choque. Hipertensão, bradicardia e diminuição da
frequência respiratória (tríade cushing) são uma resposta
específica ao aumento agudo e potencialmente fatal à
hipertensão intracraniana, indicando necessidade de
intervenção imediata.
AVDI e Avaliação Neurológica 
O método mnemônico AVDI, conforme já explicado no Capítulo
VI, será realizado rapidamente na abordagem primária passo
“D” (nível de consciência), posteriormente mensurado na
abordagem secundária com a avaliação neurológica (função
pupilar e alteração de força muscular nas extremidades)
determinam a presença ou severidade da lesão neurológica.
Assimetria motora
Fratura de crânio com perda de liquor ou exposição do
tecido encefálico
Deterioração neurológica (queda de 2 ou mais pontos na
escala de Glasgow ou cefaléia intensa ou aumento do
diâmetro de uma pupila ou desenvolvimento de paresia
assimétrica)
Fratura com afundamento craniano
Avaliação da Reação Pupilar 
Avaliada por sua simetria e resposta igual à luz. A diferença de
mais de 1 mm no diâmetro das pupilas já é considerada
anormal; uma resposta lenta ao estímulo luminoso pode
indicar lesão intracraniana. 
Avaliação de Força Muscular 
Pesquisa de diminuição de força muscular. A vítima com
paresia ou paralisia de uma das extremidades, isto é, com
resposta motora não simétrica, indica lesão intracraniana.
O objetivo do exame neurológico é determinar a presença de
lesão cerebral, sua severidade e uma deterioração neurológica.
Lembrando-se que para avaliações da Escala de Coma de
Glasgow com índice igual ou inferior a 9 deve-se solicitar a
presença de médico no local da ocorrência.
Independente da escala de coma de Glasgow, o paciente é
considerado com TCE grave se apresentar qualquer das
situações seguintes:
 Assimetria de pupilas
 As lesões cerebrais são divididas em:
 Fratura de crânio
 Lesão cerebral difusa
 Lesão focal
 Ferimento de couro cabeludo
Tipos Específicos de Trauma Craniano
Após avaliação inicial e reanimação, estabelecer o diagnóstico
anatômico da lesão cerebral, assegurar suplemento
metabólico ao cérebro e prevenir lesão cerebral secundária
devida à hipóxia, isquemia e hipertemia.
As fraturas são comuns, mas nem sempre associadas à lesão
cerebral, apesar de muitas lesões cerebrais graves ocorrerem
sem fratura craniana. A identificação da fratura de crânio é
muito importante, pela possibilidade da presença ou do
desenvolvimento de hemorragia intracraniana, devendo esse
paciente ficar sob observação.
Fratura linear sem afundamento 
Não requer tratamento específico, somente observação se
houver suspeita de lesão cerebral. Atenção às fraturas que
cruzem leito vascular ou suturas cranianas, em virtude da
possibilidade de hematoma epidural.
Equimose periorbitária também conhecida como olhos de
guaxinim
Afundamento Craniano 
Pode não ser uma emergência cirúrgica, dependendo da lesão
cerebral, mas devido ao risco de sequelas graves e crises
convulsivas de difícil controle. Geralmente o tratamento é
cirúrgico, com retirada e elevação do fragmento ósseo.
Fratura de Crânio Aberta 
Havendo comunicação direta entre o escalpe lacerado e a
substância cerebral, essa condição é diagnosticada por tecido
cerebral visível ou perda de LCR (líquido cefaloraquidiano),
exigindo tratamento cirúrgico.
Fratura de Base de Crânio 
O diagnóstico clínico se baseia na perda de LCR pelo ouvido
(otoliquorréia) ou pelo nariz (rinoliquorréia), equimose na
região da mastóide (sinal deBattle), sangue na membrana
timpânica (hemotímpano) e equimose periorbitária (olhos de
guaxinim). Esse tipo de fratura muitas vezes não aparece na
radiografia convencional; indiretamente, a suspeita surge
devido à presença de ar intracraniano e opacificação do seio
esfenóide. O sinal de Battle e a equimose periorbitária são
sinais tardios de fratura de base diferente em cada grupo.
Lesão Cerebral Difusa
Geralmente produzida por rápidos movimentos da cabeça
(aceleração e desaceleração), leva à interrupção das funções
cerebrais. É importante tentar distinguir lesão cerebral difusa
da lesão focal, pois esta, via de regra, necessita de cirurgia de
emergência.
Concussão 
Distúrbio que não se associa à lesão anatomopatológica;
caracteriza-se por perda rápida das funções neurológicas, com
possível confusão ou amnésia temporária. Geralmente a
concussão causa perda temporária ou prolongada de
consciência. O paciente pode apresentar cefaléia, náusea e
vômitos, mas sem sinais de localização, devendo ficar em
observação até cessar a sintomatologia.
Lesão Axonal Difusa
Caracterizada por coma prolongado, é uma lesão de alta
velocidade com estiramento ou balançando do tecido cerebral,
com mortalidade de 33% e, nos casos mais severos, de 50%,
geralmente causada por aumento da pressão intracraniana
secundária ao edema cerebral, causado por mini-hemorragias
(petequias) em substancia branca. O diagnóstico é realizado
em pacientes em coma, com posturas de descerebração ou
decorticação.
Lesão Focal
As lesões focais consistem em contusões, hemorragias e
hematomas, normalmente exigindo tratamento cirúrgico.
Contusão 
Única ou múltipla, geralmente associada a uma concussão,
caracteriza-se por longo período de coma e confusão mental.
A contusão pode ocorrer na área de impacto ou em áreas
remotas (contragolpe). Lobos frontais e temporais revelam-se
os locais mais comuns desse tipo de lesão.
Se a contusão for grande e apresentar edema perilesional,
pode ocorrer compressão de tronco cerebral devida à
herniação causada pelo efeito massa da lesão. Somente nesta
situação é indicado o tratamento cirúrgico.
Hemorragia Intracraniana 
Classifica-se em meníngea e cerebral. Devido à grande
variação de local, tamanho e rapidez de sangramento, o
quadro clínico também é variável. Hemorragia meníngea se
subdivide conforme sua localização:
Hematoma Epidural Agudo 
O sangramento epidural ocorre geralmente por lesão de uma
artéria dural, principalmente da artéria meníngea média, e uma
pequena porcentagem devido à lesão de seios da dura. Sua
evolução é rapidamente fatal e, em geral, essa lesão está
associada a fraturas lineares temporais ou parietais. Ocasiona
geralmente perda de consciência seguida de períodos de
lucidez,
de depressão no nível de consciência e hemiparesia do lado
oposto. Pode se encontrar uma pupila fixa e dilatada no
mesmo lado da lesão ou, às vezes, alteração pupilar
contralateral ao hematoma.
Hematoma Subdural Agudo 
Muito mais comum que os hematomas epidurais, ocorre
geralmente por rotura de veias entre córtex e dura; a fratura
de crânio está ou não presente, e o prognóstico melhora
quanto mais precoce a A compressão cerebral lenta pela
expansão do hematoma causará sintomas dentro de poucas
horas ou dias, como cefaléia, irritabilidade, vômitos, alteração
do nível de consciência, anisocoria e alterações sensitivas e
motoras.
Hemorragia Sbaracnóide 
Esse tipo de hemorragia leva a um quadro de irritação
meníngea, e o paciente queixa-se de cefaléia e/ou fotofobia;
tratamento clínico.
Hemorragias e Lacerações
Cerebrais
Hematomas Intracerebrais 
As hemorragias intraparenquimatosas podem ter qualquer
localização; o déficit neurológico depende da área afetada e
do tamanho da hemorragia. As hemorragias intraventricular e
cerebral estão associadas a altas taxas de mortalidade.
Ferimentos Penetrantes 
Todo corpo intracraniano estranho só deve ser retirado em
centro cirúrgico. Fixá-Io se for o caso, para que ele não
produza lesões secundárias no transporte.
Ferimento por Arma de Fogo 
Quanto maior o calibre e a velocidade do projétil, maior a
probabilidade de lesões graves e até letais. Cobrir a entrada e
saída do projétil com compressa esterilizada até o tratamento
neurocirúrgico ser providenciado.
Ferimento de Couro Cabeludo
Apesar da aparência dramática, o escalpe geralmente causa
poucas complicações. A localização e o tipo de lesão nos dão
a noção de força e direção da energia transmitida.
Perda Sanguínea 
O sangramento por lesão de couro cabeludo pode ser extenso
e, especialmente em crianças, levar ao choque hipovolêmico;
em adultos, sempre procurar outra causa para o choque.
Localizar a lesão e parar o sangramento por compressão; a
grande maioria dos sangramentos é controlada com aplicação
de curativo compressivo.
Inspeção da lesão 
Avaliar a lesão para detectar fratura de crânio, presença de
material estranho abaixo da lesão de couro cabeludo e perda
de líquor.
Avaliação de Emergência
No atendimento a vítimas de TCE, permanecem válidas todas
as recomendações da abordagem primária, com ênfase
especial para a proteção da coluna cervical, pela possibilidade
de lesão cervical associada, e para a vigilância da respiração,
que pode ficar irregular e deficitária, pela compressão de
centros vitais. Se houver parada respiratória, iniciar
imediatamente manobras de RCR. Realizar avaliações
neurológicas sucessivas, pois podem demonstrar tendência à
estabilidade do quadro ou ao agravamento (TCE em evolução).
É prioridade determinar o nível de consciência baseado na
escala de coma de Glasgow. Se estiver igual ou menor que 8,
determinar imediatamente se as pupilas são simétricas ou não
e se há déficit motor localizado.
Tratamento de Emergência
As vítimas de TCE devem ser transportadas recebendo
oxigênio (a hipóxia agrava o edema cerebral) e com a cabeça
elevada em 30 graus, o que facilita o retorno venoso,
atenuando o edema. Havendo ferimento, enfaixe a cabeça,
porém sem exercer pressão no curativo, pois em caso de
fratura de crânio, a compressão poderia lesar o cérebro com
fragmentos ósseos, agravando o quadro.
À vítima desorientada e agitada, garanta-lhe proteção. Seja
gentil, porém firme.
ABC – Vias aéreas, respiração e circulação – Imobilização
da coluna cervical;
Realização de exame neurológico rápido.
AVDI: Alerta, resposta verbal, resposta à dor, sem resposta
Avaliação pupilar: simetria e reação à luz
Avaliação senso-motora: Simetria motora e sensitiva das
extremidades
Inspeção
Lacerações
Saída de LCR pelo nariz ou ouvido
Fraturas
Lacerações com fraturas
 Presença de tecido cerebral
 Afundamento craniano
 Perda de substância
 Perda de líquor
Protocolo de Atendimento da Vítima com TCE
Avaliação Primária
Avaliação Secundária
Palpação
Inspeção das Lacerações do Couro Cabeludo
 Resposta ocular
 Resposta verbal
 Resposta motora
 Determinação de extensão das lesões
 Reavaliação contínua, observando sinais de deterioração
 Frequência
 Parâmetros usados
Determinação da escala de coma de Glasgow
Palpação da Coluna Cervical para Descartar
Possibilidade de Fraturas
Traumatismo Raquimedular - TRM
O traumatismo da medula espinhal também é chamado de
traumatismo raquimedular TRM. A maioria dessas lesões é
causada por acidentes automobilísticos, quedas, acidentes
desportivos (principalmente mergulhos em águas rasas) e
ferimentos por arma de fogo. Lesões ósseas vertebrais podem
estar presentes sem que haja lesões de medula espinhal; por
isso, mobilizar a vítima quando há qualquer suspeita de lesão
medular, mantendo- a assim até ser radiologicamente
afastada qualquer suspeita de fraturas ou luxações.
“O socorrista e o médico devem estar conscientes de que
manipulação, movimentos e imobilização inadequados podem
causar dano adicional ao traumatismo de coluna vertebral e
piorar o prognóstico da lesão”
TRM Cervical – Lesão supraclavicular – qualquer vítima de
trauma que apresente lesões acima das clavículas
TCE – Qualquer vítima de traumatismo cranioencefálico
TRM Cervical, Torácicae Lombar Múltiplos traumas vítima
politraumatizada Acidente automobilístico.
cervical – Entre a quinta vértebra cervical (C5) e a primeira
torácica (T1), geralmente associado a TCE;
transição toracolombar – Entre a décima primeira ou
décima segunda vértebra torácica (T11) (T12) e primeira
lombar (L 1).
Imobilização de coluna para prevenir lesões neurológicas
adicionais. Nesta etapa, é essencial o atendimento pré-
hospitalar adequado às vítimas, incluindo avaliação clínica
e imobilização.
Suspeitar sempre de traumatismo
raquimedular nas seguintes situações:
Localizações mais Frequentes de TRM:
Sinais e Sintomas do TRM 
Dependem do nível da lesão, com comprometimento
neurológico abaixo desse nível, geralmente com alterações
motoras (paralisias ou apenas diminuição de força muscular -
paresia) e sensitivas (anestesia, diminuição da sensibilidade
parestesias - formigamento, amortecimento etc.).
São três os principais objetivos no
tratamento de paciente com TRM:
Cirurgia para redução de fraturas com descompressão
medular de raízes.
Realinhamento de coluna com fixação externa ou interna.
Para o diagnóstico de TRM, examinar a coluna vertebral
cuidadosamente, com a vítima em posição neutra; em
hipótese alguma fletir qualquer segmento da coluna,
verificando deformidades, dor, limitação de movimentos e
queixa de amortecimento de extremidades ou
impossibilidade de movimentação.
Na avaliação clínica de vítima com suspeita de TRM,
realizar avaliação da estrutura óssea e de lesões
medulares.
Examinar toda a coluna vertebral à procura de:
Dor localizada;
Deformidades ósseas;
Dor à palpação;
Edemas e equimoses;
Espasmo muscular;
Posição da cabeça e dificuldade ou dor ao tentar coloca-Ia
na posição neutra;
Desvio de traqueia.
Pesquisar alterações neurológicas, sempre comparando um
lado com o outro, avaliando: a de reflexos tendinosos;
As duas outras etapas estão relacionadas ao tratamento
hospitalar definitivo.
Avaliação Vertebral
Avaliação Medular
Déficit de força muscular, ou seja, diminuição de força ou
paralisia uni ou bilateral abaixo da lesão medular
Déficit de sensibilidade, ou seja, alteração sensitiva abaixo
do nível da lesão.
Diminuição ou ausência de reflexos tendinosos.
Disfunção autonômica em que o paciente perde a
capacidade de controlar esfíncteres.
Avaliação do TRM
Vítimas Conscientes
Solicitar que a vítima movimente suas extremidades-e testar
sua força muscular sempre comparando um lado com o outro.
Evitar movimento de membros fraturados. Testar a
sensibilidade sempre em sentido ascendente e comparando
um lado com o outro. Para o teste pode-se usar objeto
pontiagudo ou mesmo gaze, perguntando se a vítima está
sentindo o objeto; caso contrário, subir pelo corpo até o
momento em que ela comece a perceber o toque; dessa forma
se localiza o nível da lesão.
Vítimas inconscientes
Suspeitar sempre de traumatismo de coluna cervical se a
vítima estiver inconsciente devido a TCE por acidente
automobilístico, sendo essencial a imobilização cervical.
Principais sinais clínicos que sugerem TRM cervical em vítima
inconsciente:
 Ausência de reflexos;
 Respiração diafragmática;
 Flexão apenas de membros superiores;
 Resposta a estímulo doloroso somente acima da clavícula;
 Hipotensão com bradicardia, sem sinais de hopovolemia;
 Parada Cardiorespiratória – Lesões de coluna cervical alta
(C1 a C4) podem levar à parada respiratória devido à
paralisia de musculatura respiratória –diafragma.
Hipoventilação – Lesões de coluna cervical de C5 a T1
podem levar à paralisia de musculatura intercostal,
causando dificuldade respiratória e hipoventilação.
Lesões Mascaradas – Lesões medulares costumam
mascarar outras lesões, pois a ausência de sensibilidade
deixaria passar um abdômen agudo por inabilidade de
sentir dor.
Luxações cervicais altas podem ocasionar desvio cervical
com torcicolo, NÃO SE DEVENDO TENTAR CORRIGIR A
ROTAÇÃO.
Cuidados importantes na avaliação de vítimas
com TRM:

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