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Objetivos Módulo 1 Desenvolvimento físico Reconhecer os conceitos teóricos e os aspectos do crescimento e do desenvolvimento físico, bem como as diferenças e similaridades da primeira, segunda e terceira infâncias. Acessar módulo Módulo 2 Desenvolvimento cognitivo Identificar os pensadores do desenvolvimento infantil e os fundamentos do desenvolvimento cognitivo na primeira, segunda e terceira infâncias. Acessar módulo Módulo 3 Desenvolvimento na infância Prof.ª Crismarie Hackenberg Descrição Definição e conceituação teórica dos fundamentos do desenvolvimento infantil, e das transformações físicas, cognitivas, emocionais e psicossociais envolvidas, com segmentação nos três períodos da infância e suas faixas etárias respectivas. Propósito O conhecimento sobre as teorias de desenvolvimento humano envolvidas no estudo da fase da infância amplia a visão do psicólogo em sua prática profissional clínica e institucional, tornando mais eficaz sua prática e pesquisa com profundidade. Marcos de desenvolvimento Reconhecer os marcos de desenvolvimento da infância e as características dos marcos motores, sociais e emocionais. Acessar módulo Introdução O campo do desenvolvimento humano é constituído por estudos científicos de avaliação sobre as mudanças nas pessoas, bem como a observação das características que permanecem relativamente estáveis durante toda a vida. Desde que os seres humanos existem, o interesse pelo desenvolvimento humano tem ocorrido. Contudo, o seu estudo científico formal é relativamente novo. Desde o início do século XIX, diversas tendências e especialidades acadêmicas, tanto da saúde como da educação, preparam o caminho para o estudo científico do desenvolvimento infantil. Platão, na Grécia Antiga, já mencionava os ciclos de 7 em 7 anos no desenvolvimento humano, mas foi no século XX que as mudanças puderam ser organizadas e estabelecidas em mudanças e marcos relacionados mais especificamente com o avanço da idade. Sobre a visão do ciclo da vida, Papalia, Olds e Feldman (2006) descrevem o ciclo vital em oito períodos: pré-natal; primeira infância; segunda infância; terceira infância; adolescência; jovem adulto; meia-idade; e terceira idade. De outra forma, muitos autores propuseram utilizar divisões um pouco diferentes, pensando as etapas do ciclo em forma de marcos etários distintos. O enfoque deste conteúdo será a abordagem da infância, especificamente da primeira, segunda e terceira infâncias, com a divisão etária proposta por Papalia, Olds e Feldman (2006). Essas fases serão explicadas e relacionadas dentro de três temas centrais: o desenvolvimento físico, o desenvolvimento cognitivo e a apresentação dos marcos de desenvolvimento na infância. Nosso olhar também abordará algumas considerações sobre o desenvolvimento dos repertórios emocional e social. 1 Desenvolvimento físico Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os conceitos teóricos e os aspectos do crescimento e do desenvolvimento físico, bem como as diferenças e similaridades da primeira, segunda e terceira infâncias. Ligando os pontos O conceito de infância passou por transformações ao longo do tempo, até chegar na compreensão que temos atualmente. Como será que se desenvolveram esses estudos? Só a Pedagogia estudou a questão ou outras áreas também? Vamos ver o caso de Lucas. Numa creche da rede pública do interior do Rio de Janeiro, estuda Lucas, uma criança de 3 anos que ingressa pela primeira vez no processo de escolarização. Lucas mora desde seu nascimento com sua mãe e sua avó materna, ambas viúvas que trabalham cerca de 8 horas por dia. Lucas ficava na casa da vizinha todos os dias, menos aos finais de semana, para que sua mãe e sua avó pudessem trabalhar. Durante todo o tempo que Lucas estava na casa da vizinha, ficava assistindo televisão ou brincando com poucos brinquedos, não voltados para sua faixa etária. A vizinha que ficava com Lucas pouco se dirigia a ele com conversas ou estímulos, até porque ela também trabalhava em sua residência. Lucas não tinha uma alimentação adequada para sua idade, diante das dificuldades socioeconômicas que sua família estava inserida. Sua residência também não tinha saneamento básico, o que propiciava a Lucas recorrentes adoecimentos. Neste ano, Lucas conseguiu uma vaga na creche pública próxima a sua residência em período integral, para que pudesse receber os estímulos necessários para seu desenvolvimento, bem como possibilitar que sua mãe e sua avó pudessem trabalhar com mais tranquilidade. Logo nos primeiros dias de adaptação de Lucas à creche, a professora observou que Lucas apresentava uma linguagem pouco desenvolvida para sua idade, baixa estatura e não compreendia bem os comandos simples que a professora direcionava a ele. A linguagem deficitária começou a impactar a interação com os colegas, bem como a adaptação aos espaços escolares no desenvolvimento pedagógico inicial. Por isso, Lucas foi encaminhado para a equipe multidisciplinar da unidade escolar, composta por psicólogo, psicopedagogo e fonoaudiólogo, para que juntos pudessem colaborar para o melhor desenvolvimento do aluno. A equipe, em uma breve avaliação do desenvolvimento do aluno e história de vida por meio de uma reunião com a mãe e a avó do aluno, pôde sugerir que Lucas estava com seus marcos do desenvolvimento em atraso e/ou defasagem em relação a sua idade cronológica, o que demandaria maiores estímulos e possíveis acompanhamentos. Após a leitura docaso, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar os pontos! Após a leitura do caso, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar os pontos! Questão 1 Os primeiros anos de vida assumem papel importantíssimo no desenvolvimento do ser humano. No caso apresentado, o aluno Lucas teve seus primeiros anos de vida marcado por desafios e vulnerabilidade de diversas ordens, ocasionando defasagens em seu desenvolvimento. Qual das afirmativas abaixo tem grande relação com os desafios que Lucas apresentava observados pela professora nos primeiros dias de aula? Questão 2 Sabemos que a criança com 3 anos, idade do aluno Lucas descrito no caso, vive em um mundo mágico e cheio de imaginação, permeado por suas relações e brincadeiras. Assim, sabemos que alguns recursos e experiências são importantes para esse desenvolvimento. Assinale a alternativa que, na sua opinião, corresponde à importância das brincadeiras e da fantasia nos primeiros anos de vida. A É na segunda infância que ocorre um período importante do desenvolvimento das estruturas e circuitos cerebrais e que também acontece a aquisição de capacidades fundamentais que permitirão o aprimoramento de habilidades futuras mais complexas e avançadas. B Crianças que se desenvolvem integralmente e de forma saudável durante a terceira infância têm maior facilidade de se adaptarem a diferentes ambientes. C Sabemos que os fatores biológicos e ambientais influenciam a aquisição e o desenvolvimento da linguagem. D As crianças normalmente crescem mais rapidamente durante a terceira infância, mais durante os primeiros meses do que em qualquer outro período da vida. E Quando a criança começa a adquirir a motricidade, ela entra em um mundo completamente novo de coisas a aprender e compreender, tornando-se capaz de liderar e já usando suas experiências e o meio ambiente de várias novas maneiras. Responder A Nessa fase, os jogos terão pouca relevância no seu desenvolvimento. B O jogo de faz de conta é um dos jogos menos vivenciados nessa etapa do desenvolvimento. C As atividades lúdicas, nessa etapa do desenvolvimento, são importantes apenas para a criança externalizar sua energia. Questão 3 Colocando-se em uma posição profissional como psicopedagogo dessa unidade escolar, como você descreveria os fatores extrínsecos que puderam colaborar para os desafios no desenvolvimento pontuados no caso sobre o aluno Lucas? Digite sua resposta aqui Exibir solução Conceito de infância O conceito da infância como um período especialde desenvolvimento, em que o indivíduo deverá ser protegido, cuidado e supervisionado é um evento bastante recente quando consideramos a história da ciência. Se pensarmos historicamente, até o século XVII, predominava um conceito de que a criança era um adulto em miniatura. Dessa forma, acreditava-se que tanto os sentimentos quanto o raciocínio, até mesmo as ações infantis, possuíam a mesma semelhança dos elementos básicos dos adultos. A ideia de uma criança ser um adulto em miniatura se refletiu na arte. Se olharmos as pinturas medievais, encontraremos crianças retratadas com as proporções corporais dos adultos (CARVALHO, 2015). Toda essa concepção influenciou profundamente o tratamento que a sociedade dispensou ao longo da civilização para crianças. Sabemos, por registros históricos, que as crianças recebiam cuidados especiais até os sete anos de idade. Depois dessa fase, um novo ciclo começava e elas ingressavam na comunidade dos adultos e participavam das mesmas atividades que eles. Existia uma diferença de classes sociais, e a vida das crianças também era impactada dependendo do nível social. Em classes menos privilegiadas, as crianças trabalhavam no campo, vendiam produtos nos mercados e irremediavelmente aprendiam um ofício. Elas não recebiam nenhum tratamento especial e, muito pelo contrário, eram alvo de todo tipo de atrocidade por parte dos adultos. Nos ambientes de famílias mais abastadas, também se fazia pouca distinção entre a infância e a idade adulta. A escolarização era mais comum nesse ambiente social, e as crianças começavam a estudar aos quatro ou cinco anos de idade. O ensino era quase sempre enciclopédico, e nessas tarefas de leituras acadêmicas eram desenvolvidas as faculdades mentais de atenção, memória e abstração. As classes escolares eram compostas por indivíduos de todas as idades, e ninguém se espantava ao encontrar meninos de sete anos ao lado de jovens de dezoito recitando juntos uma lição. D Nessa etapa do desenvolvimento, é cauteloso não expor a criança em brincadeiras competitivas. E É por meio das brincadeiras com as outras crianças e da fantasia que lhe serão ensinados os papéis sociais. Responder Gradativamente, o conceito de infância foi mudando a partir do século XVII. A educação familiar passou a separar as crianças dos assuntos dos adultos, e a presença delas em festas coletivas e populares passou a ser considerada como maléfica à formação do caráter e da moral. O ensino passou a ser oferecido de forma graduada, ou seja, com a formação das classes com crianças da mesma idade. Também vamos encontrar o surgimento de alguns pensadores que defenderão a ideia de que a mente da criança era diferente da mente do adulto (CARVALHO, 2015). Contudo, temos que destacar que todas essas mudanças foram exclusivamente encontradas em classes de aristocratas e de burgueses. Até o século XIX, a classe baixa continuou mantendo a visão secular da infância, fazendo pouca distinção entre crianças e adultos. Nas classes sociais mais baixas, as crianças eram colocadas pelos pais para aprender um ofício ou trabalhar no campo aos sete ou oito anos. Nesse período da “infância roubada”, as crianças se submetiam às mesmas faltas legais que os mais velhos e ainda se casavam no início da adolescência. Sobre esse período, muitas crianças não sobreviveram à infância, e foi necessária uma transformação ocasionada pela burguesia com seu crescimento e poder para promover as mudanças reais no tratamento que a sociedade dispensava a esse ciclo da vida. Ainda podemos destacar a influência social e cultural na infância. Todos nós sabemos que nascemos incompletos e, quando cresceremos, somos seres intrinsecamente biológicos nos primeiros anos. Teremos uma grande influência da forma com que seremos criados: nossa língua, nossos hábitos, os valores e os costumes serão norteadores de nossas individualidades junto das identidades biológicas. Assim, a infância será muito impactada pelo indivíduo, seu meio, sua família, incluindo sua nacionalidade. É importante esclarecermos que a Psicologia, a Medicina e o avanço das neurociências promoveram uma grande revolução na compreensão do desenvolvimento. Assim, com um avanço histórico exponencial, hoje podemos organizar o conhecimento sobre o desenvolvimento das crianças e estudá-las agrupando suas características e manifestações, olhando com interesse para o que há de igual nas etapas da infância (AMARAL, 2007). Conceito de crescimento e desenvolvimento Segundo Amaral (2007), os termos “crescimento” e “desenvolvimento” foram considerados, durante muito tempo, como dois conceitos separados. O termo “crescimento”, até hoje, abarca os aspectos físicos, e o termo “desenvolvimento” diz respeito aos aspectos mentais. Essa separação era mais uma demonstração do pensamento dicotômico que divide mente e corpo, uma ideia herdada de Descartes, pensador da era iluminista. Atualmente, os pensadores e cientistas tendem a considerar os aspectos do crescimento como parte do desenvolvimento, que abrangeria o crescimento orgânico e o desenvolvimento mental. O crescimento orgânico é um processo dinâmico que normalmente é expresso pelo aumento do tamanho corporal, que é uma forma mais visível. O potencial genético de crescimento poderá ser alcançado ou não, mas existe em todo ser humano. Entretanto, esse potencial dependerá das condições de vida às quais um indivíduo esteja exposto desde a sua concepção até a sua idade adulta. Dessa forma, o processo de crescimento será muito influenciado por dois fatores, veja a seguir: Fatores intrínsecos Ocorrem nos processos genéticos. Fatores extrínsecos Ocorrem nos processos ambientais. Nos extrínsecos, ainda destacam-se alguns fatores relevantes, como a saúde, a alimentação, a habitação, a higiene e os cuidados gerais com a criança, que suportam a curva de crescimento esperada na infância. Sobre a janela de oportunidade biológica na infância, o tema do desenvolvimento humano, no campo da Psicologia, tem tratado de formas diferentes a definição etária do ciclo da vida. Originalmente, pensava-se em duas fases na infância, uma primeira fase de 0 a 6 anos e outra de 6 a 11 anos ou de 7 aos 12 anos. Entretanto, com os avanços das neurociências e a observação da intensidade de crescimento e desenvolvimento dos primeiros anos de vida, muitos autores preferiram dividir a primeira infância em dois momentos: uma primeira infância (de 0 a 2/3 anos) e uma segunda infância (de 2/3 anos até 6 anos). Os primeiros anos ainda divergem entre autores, pois podemos encontrar na literatura de 0 até 2 anos e de 0 até 3 anos, mas a grande mudança estabelecida, segundo Amaral (2007), foi a conceituação de uma terceira infância, que ocorre dos 6 aos 11 anos, aproximadamente. Assim, com a divisão das três infâncias, a janela de oportunidade de crescimento e desenvolvimento pôde ser mais detalhada, e destacar a importância dos primeiros anos de vida no crescimento e desenvolvimento das crianças. Veja a imagem de novas sinapses e a janela de oportunidade: Importância dos primeiros anos de vida no desenvolvimento infantil. Optamos pelo entendimento da terminologia da primeira, segunda e terceira infância mencionada por Papalia, Olds e Feldman (2006), referência de leitura acadêmica na formação da Psicologia e Educação, em diversas universidades do Brasil e do mundo. Primeira infância Existem algumas divergências entre os autores sobre as faixas etárias do desenvolvimento da infância. Sobre a visão do ciclo da vida, Papalia, Olds e Feldman (2006) descrevem o ciclo vital em oito períodos. Vamos conferi-los! Pré-natal Da concepção ao nascimento. Primeira infância Do nascimento aos 3 anos de idade. Segunda infância De 3 a 6 anos. Terceira infância De 6 a 11 anos. A primeira infância está relacionada à fase de crescimento dos 0 aos 3 anos, período importante no qual ocorre o desenvolvimento das estruturas e circuitos cerebrais, em que também acontece a aquisição de capacidades fundamentaisque permitirão o aprimoramento de habilidades futuras mais complexas e avançadas. Crianças que se desenvolvem integralmente e de forma saudável durante os primeiros anos de vida têm maior facilidade de se adaptarem a diferentes ambientes. De acordo com Papalia, Olds e Feldman (2006), as crianças normalmente crescem mais rapidamente durante o período dos três primeiros anos de vida, especialmente mais durante os primeiros meses do que em qualquer outro período da vida. Durante o primeiro ano de vida, a altura aumenta em cerca de 25cm a 30cm fazendo com que um bebê de 1 ano de idade tenha cerca de 76cm de altura. Ele cresce cerca de 12,5cm durante o segundo ano e de 7,5cm a 10cm durante o terceiro ano. À medida que o bebê cresce, os aspectos do formato do corpo e as proporções também mudam. Normalmente, temos a impressão de que um bebê de 1 ano é gorducho e barrigudo comparado com uma criança de 3 anos, que achamos que é delgada. Depois desse período, ocorre um longo período (dos três aos onze anos, aproximadamente), em que o crescimento será um pouco mais lento, embora regular, segundo Carvalho (2015). Outro fator observado é que, de maneira geral, os meninos quando nascem são um pouco maiores do que as meninas se avaliarmos todas as dimensões corporais. Sobre o tipo corporal, os genes herdados por um bebê exercem forte influência e ajudam a determinar se uma criança será baixa ou alta, atarracada ou magra, ou um meio termo entre os dois. Essa influência genética interage em razão das influências ambientais, como a nutrição e o meio ambiente. Um exemplo interessante é avaliarmos como as crianças norte-americanas são mais altas e mais pesadas do que crianças de mesma idade no Japão, provavelmente em função de diferenças alimentares (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006). Sobre a dentição, geralmente, ela começa quando os bebês costumam pegar quase tudo que veem para pôr na boca, isso ocorre em torno dos 3 ou 4 meses. O primeiro dente aparece entre o quinto e o nono mês de vida. No primeiro ano, a criança já tem de 6 a 8 dentes e aos dois anos e meio já tem 20 dentes. Adolescência De 11 a 18 anos. Jovem adulto De 19 a 40 anos. Meia-idade De 41 a 65 anos. Terceira idade De 66 anos em diante. tem 20 dentes. Finalmente, uma característica dessa fase, segundo Carvalho (2015), é a aquisição da fala. Por volta dos dezoito meses, quando a criança começa a falar, ela usa as palavras em uma sequência adequada e segue uma regra gramatical. Quando o bebê de dezoito meses sente sede, ele dirá: “qué aca”, não “aca qué”. Existem teorias diferentes sobre a aquisição da linguagem, mas, até o momento, não há nada definido sobre essa competência produzida com a natureza dos mecanismos. No entanto, já sabemos que fatores biológicos e ambientais influenciam a aquisição e o desenvolvimento da linguagem. Segunda infância De acordo com Carvalho (2015), em torno dos 3 anos, uma mudança começa a ocorrer na silhueta das crianças, quando se destaca a aparência delgada e atlética da infância. O tronco, os braços e as pernas tornam-se mais compridos, e a cabeça, que ainda é relativamente grande, vai se harmonizando com as outras partes do corpo que continuam aumentando. Tanto meninas como meninos podem alcançar no crescimento cerca de 5cm a 13cm por ano durante a segunda infância e ainda adquirem de 1,8kg a 2,7kg ao ano. Existe uma pequena vantagem em altura e peso dos meninos, que continuará até o surto de crescimento da puberdade. Essas mudanças na aparência refletem um desenvolvimento paralelo no interior do corpo das crianças. O desenvolvimento muscular e esquelético vai continuar nessa fase, tornando as crianças mais fortes. As cartilagens transformam-se em ossos em uma velocidade mais acelerada do que antes, e os ossos podem se tornar mais duros, dando à criança uma forma mais firme, com mais composição muscular e que protegerá os órgãos internos. Essas mudanças são impactadas pelo amadurecimento do sistema nervoso, que promove o desenvolvimento de uma ampla gama de habilidades motoras. Entre os 3 e 6 anos, as também crianças conquistam grandes avanços nas habilidades motoras gerais. Um exemplo é que elas conseguem correr e pular, o que envolve grandes músculos. Os ossos e músculos são mais fortes, e sua capacidade aeróbica e respiratória é maior, tornando bem mais fácil realizar a vontade de correr, saltar e escalar maiores distâncias. A cada ano de vida, a criança ficará mais rápida e com uma capacidade melhor nessas atividades. As crianças com menos de 6 anos de idade, segundo Papalia, Olds e Feldman (2006), raramente estão com suas capacidades motoras preparadas para participar de qualquer esporte organizado. Somente 20% de crianças de 4 anos conseguem arremessar bem uma bola. Nessa etapa, o desenvolvimento físico floresce melhor com as brincadeiras ativas e não estruturadas, os jogos do “faz de conta”. As crianças, durante o período pré-escolar, conseguem fazer progressos significativos com suas habilidades motoras. À medida que se desenvolvem fisicamente, conseguem coordenar sua vontade com a capacidade de fazer, por exemplo: Andar de triciclo. Utilizar uma tesoura. Essas são conquistas dessa etapa por causa do desenvolvimento dos músculos maiores. Uma característica dessa etapa é a preferência no uso das mãos. Isso quer dizer que crianças entre 3 e 6 anos preferem usar a mão direita ou esquerda, o que geralmente se evidencia aos 3 anos. A preferência pelo uso das mãos nem sempre é definida e nem todo mundo prefere uma das mãos para todas as tarefas. Os meninos são mais propensos a serem canhotos do que as meninas. O mundo da criança dessa fase é baseado em um mundo mágico, e os jogos terão muita relevância no desenvolvimento. O jogo do “faz-de-conta” vai ser fundamental, pois vai dominar todas as suas atividades. Por meio das atividades lúdicas, a criança aprende a reconhecer algumas das diferenças corporais que existem entre meninas e meninos, tendo oportunidade de começar a usar as palavras e ainda reconhecer e descrever seus sentimentos. Terá ainda, a chance de competir com outras crianças e poderá demonstrar a força de suas aptidões e habilidades. O jogo do “faz-de-conta”, muito conhecido de todos nós, também ajudará a dar vazão aos seus desejos, temores, esperanças e impulsos agressivos. Nas suas brincadeiras com as outras crianças, é a fantasia que lhe ensinará os esperanças e impulsos agressivos. Nas suas brincadeiras com as outras crianças, é a fantasia que lhe ensinará os papéis sociais. A aquisição da linguagem, segundo Carvalho (2015), desde a fala com maior repertório de palavras e o início da leitura, será uma etapa importante dessa fase, pois é uma característica importante dos seres humanos. Quando a criança começa a adquirir a linguagem, ela entra em um mundo completamente novo de coisas a aprender e compreender, tornando-se capaz de liderar e já usando suas experiências e o meio ambiente de várias novas maneiras. Terceira infância As crianças, ao se aproximarem dos seis ou sete anos de idade, apresentam modificações consideráveis no seu comportamento, na linguagem e na forma como realizam suas interações com seus amigos, mostrando um avanço cognitivo na qualidade de raciocínio. Existe uma tendência ao egocentrismo nas crianças nessa fase. Observamos a diminuição da fantasia e uma forma de se relacionar com a realidade física e social mais objetiva. A partir dos 6 anos, de forma gradual, o pensamento vai se tornando mais objetivo e com uma visão menos centralizada, assim a criança consegue operar com as informações do ambiente. A criança de idade pré-escolar pode saber ir sozinha à escola e à casa de um amigo, mas não consegue dizer qual dos dois lugares fica mais perto de casa ou dizer qual é o caminho mais longo. Segundo Carvalho (2015), isso acontece porque ela ainda não tem o conceito de distância. De acordo com Carvalho (2015), nesse período, compreendido dos 6 aos 11 anos, além do conceito de distância, serão aprendidostambém os conceitos de tempo (aquele que marca as horas e aquele que nos coloca no mundo de um ser histórico), de classes, de relações e de número. A família continuará a desempenhar um papel importante na vida da criança na terceira infância, mas a escola surgirá como um elemento relevante para o seu desenvolvimento. Ao entrar na escola, ela poderá sentir receio quanto à sua habilidade para enfrentar novos desafios. Contudo, esse temor geralmente será superado pelo fato de que ir à escola será um marco de maturidade e uma fonte de orgulho para a criança. Nesse mesmo período, a criança terá uma maior receptividade à amizade de outras crianças, bem como ao conhecimento das coisas do seu mundo imediato. Se compararmos com o ritmo acelerado da segunda infância, realmente o crescimento medido em peso e em altura, durante a fase da terceira infância, é consideravelmente mais lento. Muitas mudanças não são óbvias, mas produzem uma surpreendente diferença entre crianças de 6 anos, que ainda são crianças pequenas, e crianças de 11 anos, muitas das quais já começam a parecer adultas. Segundo Papalia, Olds e Feldman (2006), em média, as crianças em idade escolar crescem cerca de 2,5cm a 7,6cm a cada ano e ganham 2,2kg a 3,6kg ou mais, quase alcançando o dobro do seu peso corporal. Nesse mesmo período, com quase 11 anos, as meninas podem iniciar um surto de crescimento, ganhando cerca de 4,5kg por ano. Na maioria das vezes, elas estarão mais altas e um pouco mais pesadas que os meninos de sua turma na escola, continuando assim até aproximadamente os 12 ou 13 anos. Os rapazes, depois dessa fase, iniciam seu surto de crescimento e superam as moças. As moças reterão um pouco mais de tecido gorduroso que os rapazes, sendo que essa característica persistirá durante a idade adulta. Durante a terceira infância, as crianças continuam aperfeiçoando as habilidades motoras. Nesse período, elas continuam tornando-se mais fortes, mais rápidas e mais bem coordenadas e se realizam com muito prazer ao testar seus corpos e adquirir novas habilidades. As brincadeiras ficam mais impetuosas e podemos ver garotos em idade escolar um sobre o outro, e poderemos ter dificuldade para saber se eles estão brigando ou brincando, não fosse pela expressão de seus rostos. Os recreios costumam ter brincadeiras nas primeiras séries da escola que basicamente consistem em jogos impetuosos, como um modo vigoroso de brincar que envolve rolar no chão, lutar, chutar, agarrar-se e, às vezes, perseguir, em geral acompanhado de risos e gritos. Esse modo de brincar atinge o auge na terceira infância. Segundo Papalia, Olds e Feldman (2006), os meninos brincam mais dessa forma do que as meninas em diversas culturas ao redor do mundo, e esse fato é geralmente atribuído a um misto de diferenças hormonais e à socialização. Existem poucas diferenças se compararmos as habilidades motoras de meninos e meninas na terceira infância, e elas se tornam maiores à medida que as crianças se aproximam da puberdade (CARVALHO, 2015). O desenvolvimento físico nas fases da infância Confira agora o desenvolvimento físico nas fases da infância, destacando as diferenças e similaridades em cada fase. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Vamos praticar alguns conceitos? Falta pouco para atingir seus objetivos. Questão 1 Considerando a proposta do ciclo da vida de Papalia, Olds e Feldman (2006), marque a única resposta certa: I. o ciclo vital é dividido em oito períodos abarcando períodos que seguem desde o pré-natal (da concepção ao nascimento) até a terceira idade. II. A fase adulta apresenta 3 fases: jovem adulto (de 19 a 40 anos); meia-idade (de 41 a 65 anos) e terceira idade (de 66 anos em diante). III. A infância será dividida em duas fases: primeira infância (de 0 a 6 anos) e segunda infância (de 6 a 11 anos). Marque a única resposta correta: Questão 2 Historicamente, sobre a concepção da infância, é correto afirmar que: I. Existia, antes do século XVII, uma diferença na concepção da infância muito impactada conforme as classes sociais às quais as crianças pertenciam. II. Antes do século XVII, as famílias ricas e mais abastadas já separavam as crianças dos hábitos dos adultos, sendo que os estudos escolares já eram organizados por turmas de idades semelhantes. III. A partir do século XVII, o conceito de infância foi se modificando, e a educação familiar passou a separar as crianças dos assuntos dos adultos, que ficavam preocupados com a formação do caráter e da moral na infância. Marque a resposta correta. A I e II estão corretas. B Apenas a I está correta. C Apenas a III está correta. D I e III estão corretas. E II e III estão corretas. Responder 2 A I e II estão corretas. B I e III estão corretas. C Apenas a I está correta. D Apenas a III está correta. E II e III estão corretas. Responder Desenvolvimento cognitivo Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os pensadores do desenvolvimento infantil e os fundamentos do desenvolvimento cognitivo na primeira, segunda e terceira infâncias. Ligando os pontos Você já parou para analisar, dentro do universo escolar no âmbito da educação infantil, quais comportamentos infantis são esperados ou não para cada faixa etária? Para compreendermos essa dinâmica do desenvolvimento infantil, vamos analisar o caso proposto a seguir. Em uma escola particular de educação infantil estudam crianças de 0 a 6 anos. Quinzenalmente a equipe multidisciplinar da escola, composta por profissionais da psicologia, da pedagogia e da psicopedagogia, é convocada a realizar encontros técnicos para discutirem e analisarem as demandas pontuadas pelos professores sobre os alunos e por suas observações pessoais durante a permanência na escola. Em uma dessas reuniões, uma professora chamou atenção para sua turma de jardim 2, composta por crianças com média de idade de 4 anos. João, aluno que estava em fase de adaptação escolar vindo transferido de outra escola, sempre chegava acompanhado por um cachorro de pelúcia, demostrando muito apego e afetividade. Conversava com a pelúcia como se este tivesse vida, recusando a interagir com os demais colegas ou mesmo emprestar seu “bichinho”. A professora pontuava ainda que João tinha um vocabulário amplo, gostava de narrar histórias e imaginar cenários que não correspondiam com a realidade presente. Certo dia, João esqueceu seu cachorro de pelúcia na escola e, chegando à casa, a mãe relatou para a professora que João chorava incessantemente, falando que o seu “cachorrinho” não iria conseguir dormir, porque estava sozinho na escola, sem comida e sem cobertor. A professora, por sua vez, compartilha esse relato com a equipe escolar de modo a buscar uma melhor forma de lidar com o aluno em questão. Alega estar muito preocupada com os comportamentos “atípicos”, segundo ela, apresentados por João. A equipe multidisciplinar acolheu todo o relato da professora e buscou primeiramente elucidar algumas peculiaridades que perpassam a faixa etária do aluno João, de 4 anos. A psicóloga frisou que João está em período de adaptação escolar, momento de muita insegurança para a criança. Afirmou que talvez por esse motivo João esteja tão apegado ao objeto que traz de casa (o cachorro de pelúcia), para manter-se seguro em um ambiente nada familiar em primeiro instante, a escola. Nesse momento de adaptação, o objeto que João traz para a escola oferece um apoio importante, como um elo entre sua casa e o espaço escolar. As profissionais de pedagogia e psicopedagogia pontuaram sobre a importância dos profissionais que atuam com educação conhecerem sobre o desenvolvimento humano, nesse caso sobre o desenvolvimento infantil. Assim, a equipe multidisciplinar da escola pôde, de certa forma, tranquilizar a professora ao explicar para ela as etapas do desenvolvimento infantil, aquilo que era destinado para cada fase, demonstrando que os comportamentosapresentados pelo aluno João eram esperados para sua idade; portanto, típicos de sua faixa etária. Após a leitura do caso, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar os pontos! Questão 1 Uma escola de educação infantil é um grande laboratório vivo para observamos de perto o desenvolvimento humano em sua gênese. Compreender as etapas do desenvolvimento infantil é um fator importante e obrigatório para aqueles que atuam nesse seguimento da educação. Conforme o relato da professora sobre o aluno João para a equipe multidisciplinar, identifique entre as alternativas abaixo a que f melhor descreve os comportamentos apresentados pelo aluno que eram típicos para sua faixa etária. Questão 2 O aluno João, citado no caso, apresenta comportamentos mencionados pela professora que se assimilam com três características fundamentais do desenvolvimento do raciocínio nessa faixa etária. Na sua opinião, que características são essas? A A faixa etária do aluno João corresponde à primeira infância dentro do desenvolvimento infantil, momento em que a criança começa a estabelecer intencionalidade com suas ações. B A faixa etária do aluno João corresponde à segunda infância do desenvolvimento infantil, em que se espera uma expansão da curiosidade intelectual, no que diz respeito aos aspectos cognitivos. C A faixa etária do aluno João corresponde à primeira infância do desenvolvimento infantil, em que o universo infantil é composto pelos espaços tátil, bucal, visual e auditivo. D A faixa etária do aluno João corresponde à primeira infância dentro do desenvolvimento infantil, na qual a criança começa a mostrar algum ressentimento quando alguma coisa que ela deseja lhe é tomada. E A faixa etária do aluno João corresponde à segunda infância dentro do desenvolvimento infantil, sendo seu interesse em contato com o mundo mediado pelas sensações. Responder A Classificação, seriação e animismo. B Egocentrismo, reversibilidade e classificação. C Irreversibilidade, classificação e seriação. D Egocentrismo, animismo e irreversibilidade. Questão 3 O caso apresentado configura-se como uma história real e muito comum nas instituições escolares de todos os âmbitos e seguimentos. Logo, para que o processo formativo e educacional se dê da melhor forma, profissionais da educação devem conhecer e compreender o desenvolvimento humano. O profissional da psicopedagogia é peça fundamental na equipe escolar e, no caso proposto, muito colaborou na reunião multiprofissional. Com base nos seus conhecimentos teóricos e práticos, colocando-se na posição profissional de psicopedagogo dentro de uma instituição escolar, como você relacionaria os comportamentos descritos pela professora sobre o aluno João com as três características fundamentais do raciocínio? Como você conduziria o caso do aluno João com a professora? Digite sua resposta aqui Exibir solução Pensadores sobre o desenvolvimento infantil Fröbel O modelo mecanicista-ambientalista pode representar a criança e todos os seus fenômenos e defende que o desenvolvimento infantil seria o resultado de uma programação biológica, de um manejo das forças externas do ambiente que condicionariam o ser humano em um comportamento modelado. O modelo organicista não considera a criança como uma máquina, mas sim como um “ser vivo”, ou seja, um organismo biológico, no qual a herança genética e a maturação do organismo comandam o processo de desenvolvimento. O conhecido pedagogo alemão que tinha fortes traços religiosos, Friedrich Fröbel (1782-1852), mais conhecido como o criador da ideia do “jardim de infância”, é um exemplo dessa forma de pensamento. Friedrich Wilhelm August Fröbel. Fröbel propunha que todas as crianças fossem educadas com atividades que respeitassem as suas naturezas. Para Fröbel, somente dessa forma seria possível o desenvolvimento de suas potencialidades, respeitando-se a sua condição de ser uma obra divina, um filho ou filha de Deus. Para ele, como Deus está presente na natureza, as crianças sempre seriam boas por natureza por serem obras divinas (AMARAL, 2007). Vygotsky M it t di i d tê d d l i t h d d d t i lid d i di id i i t d i t li ê i E Reversibilidade, animismo e egocentrismo. Responder Muitos estudiosos ainda mantêm a crença de que o desenvolvimento humano depende das potencialidades individuais inatas e de que a inteligência e os talentos são “dons” do próprio cérebro, determinados biologicamente e estimulados pelo ambiente. Em contraposição a esse modelo mecanicista e organicista, encontramos o modelo histórico-cultural, proposto por Vygotsky, que se fundamenta na compreensão de uma relação dialética entre o biológico e o social. Lev Vygotsky. Para Vygotsky, a criança não pode ser representada como uma máquina nem por um organismo vivo, mas como um ser que se constitui nas relações sociais. Esse pensador parte de um pressuposto de que o homem não é um ser passivo e inerte. Assim, a criança age sobre o mundo por meio das relações sociais e nelas é que serão buscadas as origens das formas superiores dos comportamentos Para Vygotsky, desde o seu nascimento, a criança estará em interação com os adultos que, por sua vez, buscarão incorporá-las às suas culturas. À medida que as crianças crescem, esses processos passam a ser internalizados, por meio de uma interiorização. Isso será fruto das relações com a cultura e com a história, dessa forma a natureza social das pessoas torna-se também sua natureza psicológica. Piaget Outro teórico fundamental do desenvolvimento infantil foi Jean Piaget, por seus estudos sobre razão e emoção. O grande trabalho de Piaget foi conseguir estabelecer as etapas do desenvolvimento a partir do aparecimento de novas qualidades do pensamento. Jean Piaget. Piaget definiu quatro períodos básicos visíveis na evolução do desenvolvimento infantil. Sobre esses períodos, podemos citar alguns aspectos (AMARAL, 2007), confira: Primeira infância Ao nascer, o bebê parece um pouco desamparado. Em contato com o mundo por meio da sucção, visão, audição e preensão, o recém-nascido exerce sua capacidade de pegar objetos, e já começa a agarrar todos que os adultos colocam em suas mãos. Os bebês podem levantar ligeiramente a cabeça para alcançar o seio, e param de chorar quando a mãe ou outras pessoas os acariciam. A criança, ao final do quarto mês de vida, já possui uma boa série de comportamentos adquiridos. O universo da criança, segundo Carvalho (2015), é composto pelo espaço bucal, espaço tátil, espaço visual e espaço auditivo. Aos poucos, a criança começa a demonstrar um interesse sistemático pelas consequências de seus atos. Assim, a criança pode começar a fazer ações como as seguintes: Jogar um objeto para agarrá-lo em seguida. Balançar o berço para agitar as coisas amarradas às grades. Período sensório-motor (do nascimento até os 2 anos de idade) Período pré-operatório (dos 2 aos 7 anos) Período das operações concretas (dos 7 aos 11 anos) Período das operações formais (dos 11 anos ou mais, até cerca de 19 anos) Agitar o chocalho para produzir seu som característico. Tudo isso corresponde ainda com um olhar do bebê hipnotizado com seus próprios movimentos de suas mãos ou dos pés. Essa intencionalidade das ações demonstra que a criança começa a estabelecer relações causais entre suas ações e os eventos do meio ambiente. A seguir, veremos algumas caracteristicas marcantes da criança até seus 2 anos. Segunda infância e cognição Durante a idade pré-escolar, há uma expansão da curiosidade intelectual. Nessa fase, ocorre o aparecimento da função simbólica, a linguagem, e ocorre a formação dos primeiros conceitos. As crianças poderão representar pessoas e objetos ausentes e imaginar situações que não estão em sua realidade imediata. Nessa fase, a ação dos pais será primordial ao darem atenção e responderem de forma adequada à curiosidade intelectual da criança. Com essas ações, eles possibilitarão que a criança modifique suas atitudes e expectativas corrigindoseus conceitos. O raciocínio da criança de 2 a 6 anos de idade apresenta três características fundamentais. Confira a seguir: Esse pensamento vai se tornando, pouco a pouco, reversível por volta dos 6 anos de idade. Será essa reversibilidade que tornará possível que a criança possa operar com classes e relações, que será característico do raciocínio da fase seguinte (CARVALHO, 2015). Terceira infância e cognição Nessa etapa, o pensamento e raciocínio da criança serão caracterizados pelo uso de sistemas logicamente organizados. Vamos citar dois aspectos relevantes sobre esse tema, a classificação e a seriação. Classi�cação Muitos teóricos do desenvolvimento humano destacam esse conceito em duas classes ou modos: unidades conceituais isoladas e um sistema lógico Veja a seguir um pouco mais sobre cada um deles: 9 meses Por volta dos 18 meses Por volta dos 2 anos Egocentrismo Animismo Irreversibilidade lógico. Veja a seguir um pouco mais sobre cada um deles: 1 de 2 A criança nessa fase ainda não consegue fazer conexões utilizando conclusões sobre hierarquia de classes ou qualidades abstratas. Conceitos como felicidade ou justiça ainda não são compreensíveis cognitivamente. Por isso, Piaget chamou esse período do desenvolvimento de estágio das operações concretas. Finalmente, por volta dos 11 anos, a criança já consegue conferir e confirmar as classes formadas utilizando o caráter hierárquico de um sistema de inclusão, assim como é capaz de realizar uma classificação com conceitos abstratos. É importante relevarmos que as orientações etárias não significam que necessariamente nessas faixas se consolidem esses domínios exatamente. As mudanças na qualidade das estruturas cognitivas ocorrem a partir da interação criança-meio. Seriação Com o amadurecimento ao final dessa fase, alcançamos a operação de seriação, que consiste em uma etapa mais elaborada cognitivamente. Ou seja, a ordenação de elementos, respeitando-se as grandezas crescentes ou decrescentes. Nessa etapa, tanto as diferenças como as semelhanças adquirem o valor de relações quantificáveis em termos positivos e negativos. Por exemplo, em uma série de bonecos com comprimentos diferentes, a criança torna-se capaz de deduzir o tamanho de qualquer elemento da série sabendo do comprimento de um dos elementos e as proporções de diferença entre cada um deles. Com esse domínio sobre as relações transitivas assimétricas, a criança pode compreender as noções de presente, passado e futuro. Assim, segundo Carvalho (2015), a sucessão de dias ganha outro significado para a criança. O desenvolvimento cognitivo infantil Confira agora o desenvolvimento cognitivo, destacando os principais autores do desenvolvimento na infância. Unidades conceituais Isoladas, fazem parte de uma classe que corresponde à representação mental. Ou seja, a partir de características gerais ou definidoras, são formados os pensamentos sobre grupos de objetos ou pessoas. Seria uma denominação para quase todos os objetos de nossa experiência utilizando nomes genéricos para organizar as categorias elaboradas de forma concreta, pois baseiam-se em características observáveis como: forma, cor, tamanho, posição, entre outros. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Questão 1 Existe um estágio no desenvolvimento em que as crianças transformam a realidade em função de suas fantasias e desejos. Os pais podem observar os filhos inventando diálogos com seus brinquedos. Em qual dos estágios cognitivos de Piaget esse modelo descrito ocorre, sendo ele marcado pelo aparecimento da linguagem que acelera a comunicação e o surgimento do pensamento? Marque a única resposta correta. Vamos praticar alguns conceitos? Falta pouco para atingir seus objetivos. A Estágio sensório-motor. B Estágio de operações concretas. C Estágio de operações formais. D Estágio pré-operatório. E Estágio pré-sensório. Responder Questão 2 Podemos encontrar algumas teorias sobre o desenvolvimento humano. Nesse caso, podemos analisar dois pensadores desse campo e suas ideias. O primeiro, _________________, postulava que o pensamento aparece antes da linguagem, e que apenas é uma das suas formas de expressão. A formação do pensamento depende, basicamente, da coordenação dos esquemas sensório-motores, e não da linguagem. Esta só pode ocorrer depois que a criança já alcançou um determinado nível de habilidades mentais. O segundo pensador, ________________, reconhecia que o pensamento e a linguagem são processos interdependentes, desde o início da vida. Este autor afirmava que a aquisição da linguagem pela criança modifica suas funções mentais superiores: ela dá uma forma definida ao pensamento, possibilita o aparecimento da imaginação, o uso da memória e o planejamento da ação. Nesse sentido, a linguagem, diferentemente daquilo que Piaget postula, sistematiza a experiência direta das crianças e por isso adquire uma função central no desenvolvimento cognitivo, reorganizando os processos que nele estão em andamento. A seguir, selecione a opção que completa as lacunas de forma correta com os nomes dos pensadores relacionados. 3 A Fröbel – Piaget B Vygotsky – Fröbel C Piaget – Vygotsky D Piaget – Fröbel E Fröbel – Vygotsky Responder Marcos de desenvolvimento Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os marcos de desenvolvimento da infância e as características dos marcos motores, sociais e emocionais. Ligando os pontos Até aqui compreendemos a importância de inúmeros fatores que impactam o desenvolvimento humano; contudo, a infância nos mostrou ser um alicerce para a construção da nossa base ao longo do nosso processo de desenvolvimento. Você já parou para pensar sobre os fatores que influenciaram você a ser quem é atualmente? De certa forma, foram muitos e significativos, por isso vamos ampliar essa reflexão ilustrando com o caso a seguir. Continuaremos adentrando o universo da educação na construção e desenvolvimento do ser humano e, para isso, daremos continuidade ao caso do aluno Lucas, de 3 anos. Diante das dificuldades socioeconômicas nas quais sua família estava inserida, Lucas apresentava uma linguagem pouco desenvolvida para sua idade, baixa estatura e não compreendia bem os comandos simples que a professora direcionava a ele. É importante salientar que esse caso faz parte de uma história real. Como observamos, Lucas, ao ingressar na vida escolar, tem a oportunidade de vivenciar estímulos que não eram oferecidos a ele até o momento, devido às suas condições socioeconômicas e aos aspectos de vulnerabilidade social já mencionados. Diante de todos os desafios apresentados por Lucas no seu primeiro ano escolar, a família era sempre convidada a ter reuniões com a equipe multidisciplinar da escola para que juntos pudessem pensar em estratégias para o seu melhor desenvolvimento. Em algumas das conversas com a mãe do aluno, ela relatou que Lucas tinha uma baixa estatura e baixo peso, e estava enquadrado em um caso de desnutrição, de acordo com o pediatra da criança. A mãe ainda relata à equipe multidisciplinar que Lucas foi encaminhado por seu médico para acompanhamento com fisioterapeuta, pois a criança só conseguiu manter-se sentada aos 11 meses e andou apenas com 1 ano e 4 meses, ainda com instabilidade, o que provocou atrasos em seu desenvolvimento motor até os dias atuais. Após a leitura do caso, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar os pontos! Q tã 1 Questão 1 Observando o caso do aluno Lucas, podemos compreender a importância dos fatores do desenvolvimento na infância, sobretudo nos primeiros anos de vida. Qual fator citado no caso pode ter colaborado para sua baixa estatura? Questão 2 Lucas apresenta atrasos no desenvolvimento motor, pontuados pela mãe em reunião com a equipe escolar, que podem e poderão colaborar para atrasos em outros marcos do seu desenvolvimento. Na sua opinião, qualdas alternativas abaixo apresenta a melhor definição acerca dos marcos de desenvolvimento? A Hereditariedade B Crescimento orgânico C Amadurecimento neurofisiológico D Desnutrição infantil E Meio ambiente Responder A Os marcos são capacidades que uma criança adquire após avançar para outras capacidades mais fácies. B Os marcos são etapas evolutivas e se desenvolvem de forma ocasional. C Cada capacidade adquirida nos marcos prepara o bebê e a criança para lidar apenas com a fase atual. D Os marcos são realizações pontuais, pois as etapas são evolutivas e se desenvolvem sistematicamente. O ã id d i d i d id d i l Questão 3 Uma dúvida que fica é como a questão do desenvolvimento pode impactar o dia a dia da escola. Imagine que uma professora de Matemática, ao comparar os marcos do desenvolvimento infantil em sua turma, chegou à conclusão de que ao menos 9 dos seus 19 alunos tinham problema de atraso no desenvolvimento. Como a psicopedagoga deve instruir a professora? Digite sua resposta aqui Exibir solução Marcos na infância O interesse pelo desenvolvimento humano e integral da criança tem crescido muito nas últimas décadas (BRASIL, 2002). Historicamente, podemos relembrar do início dos anos 1980, quando o UNICEF e a OMS lançaram um documento intitulado Revolução pela sobrevivência e desenvolvimento da criança (CSDR/Child Survival & Development Revolution). Apesar de ser um documento com o objetivo exploratório de diagnosticar e descrever o estado nutricional com uma avaliação do crescimento mundial, a proposta foi aceita com entusiasmo pelos países em vias de desenvolvimento, a exemplo do Brasil. Nosso país na época convivia com taxas de mortalidade infantil muito elevadas, que eram decorrentes de uma alta prevalência de doenças infecciosas, que eram associadas à desnutrição. Como reflexo dessa ação internacional, em 1984, foi publicada pelo Ministério da Saúde uma série de manuais sobre atenção básica à criança de 0 a 5 anos. Entre esses volumes que se referiam ao desenvolvimento infantil, foi incluído um que abordava o acompanhamento do crescimento. Na época, não foi dada muita importância à vigilância durante o desenvolvimento, mas o tema foi tratado de forma didática com a inclusão de uma ficha com alguns dos principais marcos do desenvolvimento das crianças e um método instrutivo para pais e cuidadores sobre como lidar com a situação diante de atrasos ou suspeitas de problemas do desenvolvimento. Posteriormente, alguns desses marcos foram incluídos no Cartão da Criança (BRASIL, 2002). Criação do Cartão da Criança Desde o início do século XX, a importância do acompanhamento durante o crescimento e no período de desenvolvimento da criança já era enfatizada como um eixo central da atenção, pois assim era possível identificar os grupos de maior risco para intervenções apropriadas, com o intuito de efetivamente diminuir a morbimortalidade infantil. Vamos então ler aqui alguns temas abordados em uma versão mais atual do manual de atenção básica. Nessa nova versão do Cartão da Criança, veremos que o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento já foi absorvido e é entendido como sendo uma ação básica primordial que deve permear toda a atenção à criança (BRASIL, 2002). E Os marcos são capacidades que uma criança adquire antes de avançar para outras capacidades mais complexas. Responder Se pensarmos sobre a criança, a sequência do desenvolvimento pode ser identificada por meio dos marcos tradicionais. Essas referências são possíveis com um olhar para uma abordagem sistemática, ou seja, para a observação dos avanços da criança no tempo. A aquisição de determinada habilidade vai se basear nas adquiridas previamente, e raramente pulam-se etapas. Esses marcos constituem a base dos instrumentos de avaliação (BRASIL, 2002). O manual do Cartão da Criança recomenda a escuta da queixa dos pais e considera a história clínica e o exame físico da criança, no contexto de um programa contínuo de acompanhamento do crescimento e desenvolvimento. Somente assim será possível formar-se um quadro completo do crescimento e desenvolvimento da criança e da real necessidade de intervenção. No caso de um exame neurológico completo ou a realização de uma avaliação psicológica, a criança deve ser encaminhada a um especialista ou serviço de referência. A ficha de acompanhamento de desenvolvimento serve como um roteiro de observação e identificação de crianças com prováveis problemas de desenvolvimento, incluindo alguns aspectos psíquicos (BRASIL, 2002). A tabela de avaliação é composta por 4 categorias. Vamos conferir! Maturativo Psicomotor Social Psíquico Marcos de desenvolvimento Fatores de desenvolvimento Segundo Amaral (2007), existem 6 fatores de desenvolvimento. Veja a seguir uma breve explicação sobre suas influências: Hereditariedade Crescimento orgânico Amadurecimento neurofisiológico Meio ambiente Marcos do desenvolvimento motor Uma etapa muito importante de observação no desenvolvimento infantil é o desenvolvimento motor, que é caracterizado por uma série de "marcos". Os marcos são capacidades que uma criança adquire antes de avançar para outras capacidades mais difíceis. Esses marcos não são realizações isoladas, pois as etapas são evolutivas e se desenvolvem sistematicamente. Cada capacidade adquirida prepara o bebê e a criança para lidar com as fases seguintes (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006). Seguem alguns aspectos sobre os marcos do desenvolvimento motor: Marcos do desenvolvimento motor. Marcos do desenvolvimento do Cartão da Criança Relação de marcos da primeira infância Agora, veremos um pouco os detalhes das crianças durante a primeira infância. Confira! 1 de 7 Relação de marcos da segunda e terceira infâncias Desnutrição infantil Doenças, estresse e hormônios 1 a 2 meses Neste período, o leite materno protege o bebê, que raramente adoece. Ele se sente seguro, acalentado e acolhido no colo da mãe. Gosta de olhar para objetos coloridos e ficar em várias posições, sobretudo gosta de olhar para o rosto da mãe, respondendo sempre com um sorriso. 2 a 3 anos 3 a 4 anos Marcos sociais e emocionais da infância Marco da aquisição da linguagem A fala inicial, a partir dos 14 meses de vida, não é apenas uma versão imatura da fala adulta, mas ela aos poucos vai ganhando um potencial de personalidade própria, qualquer que seja o idioma que a criança esteja falando (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006). Mas sabemos que as crianças simplificam e se utilizam de falas telegráficas para poder se comunicar e dizer o suficiente para enviar sua mensagem (exemplo: “Não tomar leite!”). A fala inicial também possui muitas outras características distintas. As crianças compreendem relações gramaticais que ainda não conseguem expressar e também não conseguem sequenciar palavras suficientes para expressar a ação completa. Aos 2 anos de idade, as crianças são capazes de reproduzir mais de 200 palavras, e aos 2 anos e 6 meses, mais de 500 palavras. Entre 2 e 2 anos e meio, as crianças apresentam frases de 3 a 4 palavras, com desvios de flexão nominal e verbal (exemplo: “Esse meu bola”; “Eu comeu tudo bolacha”). Marco da escola – o primeiro ano! Há expectativa de ingressar no primeiro ano – uma emoção aguardada com uma mistura de muita alegria e ansiedade, mesmo para as crianças que já frequentam a pré-escola. O primeiro dia na escola e as aulas na primeira série são um marco para todas as crianças – um sinal dos avanços internos que possibilitam essa nova condição. Esse efeito de ingressar no primeiro ano é uma experiência que prepara as bases para toda a carreira escolar de uma criança. O boletim do primeiro ano é um prognóstico do que está por vir – um prognóstico mais preciso do que os resultados em testes iniciais. Marco da idade escolar (terceira infância) e pré- adolescência Durante a idade escolar (considerada entre 6 e 11 anos), ocorre um significativo crescimento cognitivo. Esse evento promove na criançamaior compreensão sobre as emoções dos outros e as suas próprias, gerando os primeiros passos para maior controle emocional. O crescimento emocional se expressa, especialmente, com o autocontrole das emoções negativas (RODRIGUES; MELCHIORI, 2014). Segundo Papalia, Olds e Feldman (2006), serão fundamentais para o desenvolvimento do controle da emoção e da autoestima os ambientes familiar 4 a 6 anos 7 anos 8 anos 9 anos e escolar. Promover sentimentos positivos acerca da confiança em si mesmo, da visão sobre suas possibilidades, facilitando a vivência frente a desafios. As crianças, ao se relacionarem com seus pares da mesma idade cronológica, vivem uma oportunidade e um excelente aprendizado de comportamentos pró-sociais. Elas podem receber um senso de identidade, com habilidades de liderança, de comunicação, de cooperação e de papéis, além de regras. Esse é um início para o afastamento dos pais, já que um grupo social de amigos sempre abre novas perspectivas. Dessa forma, podemos concluir que a idade escolar será permeada por muitas conquistas e aquisições cognitivas importantes, pois elas impulsionarão o desenvolvimento psicossocial, mesmo que não sejam observadas mudanças físicas significativas. Ao contrário, na próxima etapa, a adolescência, além de mudanças físicas, muitas mudanças cognitivas e psicossociais bastante expressivas poderão ser observadas, e prepararão a pessoa para um período de autonomia e uma vida produtiva (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006). Marcos no desenvolvimento da criança Confira agora os marcos no desenvolvimento infantil, destacando as principais características nas diferentes fases da infância. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Questão 1 O interesse pelo desenvolvimento humano e integral da criança tem recebido atenção nas últimas décadas. O aumento constante dos níveis de sobrevivência infantil em todo o mundo tem sido reconhecido como um grande esforço internacional na prevenção de problemas ou de patologias com efeitos duradouros na constituição do ser humano desde a infância. Sobre esse tema, é recomendado nas cartilhas distribuídas pelo Ministério da Saúde o acompanhamento de diversas etapas no desenvolvimento, sobretudo aspectos motores na primeira infância. Essas etapas são conhecidas como Vamos praticar alguns conceitos? Falta pouco para atingir seus objetivos. A marcadores somáticos. B estágios piagetianos. C marcos de desenvolvimento. D etapas de identidade. Questão 2 Para Papalia, Olds e Feldman (2006), o processo de crescimento será influenciado por fatores intrínsecos e extrínsecos que suportam a curva de crescimento por faixas etárias esperadas na infância. Alguns fatores são acompanhados no desenvolvimento, pois explicam muitas manifestações no comportamento da criança e até mesmo nas suas dimensões físicas e habilidades cognitivas. É o caso do fator da hereditariedade. Sobre esse tema,assinale (V) ou (F) em cada afirmativa. I. ( ) A hereditariedade é um fator importante para o crescimento biológico. II. ( ) O potencial hereditário de cada criança é predeterminado e ele sempre se desenvolverá, independentemente de meio e estímulos. III. ( ) Os aspectos genéticos podem atuar como uma bagagem potencial em todos nós, podendo ocorrer ou não. IV. ( ) A inteligência é uma capacidade que pode ser transmitida geneticamente, porém é uma capacidade potencial e ela pode desenvolver-se além ou aquém desse potencial. V. ( ) O crescimento corporal é um dos aspectos do desenvolvimento que é bastante influenciado por fatores hereditários. Marque a resposta com a sequência correta. E etapas operacionais. Responder A V - V - F – F - V B V - F - F - V - V C V - V - V - F - V D V - V - F - F – V E V – F – V – V - V Responder Considerações �nais A infância é um período ímpar e tem um papel-chave em todo o desenvolvimento do ser humano. Os 6 primeiros anos de vida são os mais importantes no crescimento e desenvolvimento da criança. Vimos como é essencial o papel dos pais, dos cuidadores, dos professores e de todos que participam efetivamente da vida da criança. O acompanhamento dos marcos de desenvolvimento é uma garantia para que o crescimento orgânico seja atingido de forma satisfatória por meio de um acompanhamento atento e cuidadoso. É importante todas as pessoas de uma comunidade familiar se envolverem com o desenvolvimento saudável das crianças, além de se conscientizarem de seus papéis, tanto no desenvolvimento físico e cognitivo da criança quanto no social e no intelectual-emocional. Essa é uma responsabilidade dos adultos. Vimos que as crianças, desde bebês, participam ativamente do universo que as cerca e são impactadas pelos estímulos que recebem. Ou seja, se elas recebem amor, é amor que irão refletir e internalizar. Mas se elas viverem em um ambiente hostil e sem condições favoráveis para absorver emoções positivas, elas poderão ter o seu desenvolvimento prejudicado e até criar traumas que, para a vida adulta, serão refletidos no modo como enxergam e reagem ao mundo. Podcast Ouça agora um bate-papo sobre as diversas transformações que ocorrem na infância, por meio da descrição de mudanças físicas, cognitivas e psicossociais, com exemplos da atuação do psicólogo no desenvolvimento infantil. 00:00 08:26 1x Referências AMARAL, V. L. Psicologia da educação. Natal, RN: EDUFRN, 2007. 208 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2002. CARVALHO, N. M. C. Psicologia da Infância e da Adolescência. 1. ed. Ceará: EGUS, 2015. PAPALIA, D. E.; OLDS, S. W.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. Porto Alegre: Artmed, 2006. RODRIGUES, O. M.; MELCHIORI, L. E. Aspectos do desenvolvimento na idade escolar e na adolescência. UNESP, 2014. https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04851/index.html