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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO JUCIEDA VIANA DA SILVA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: a percepção dos servidores quanto ao uso dos sistemas da informação na gestão do Cadastro Único do município do Natal/RN NATAL/RN 2019 JUCIDA VIANA DA SILVA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: a percepção dos servidores quanto ao uso dos sistemas da informação na gestão do Cadastro Único do município do Natal/RN Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do curso de graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientador: Professor Thiago Ferreira Dias, Dr NATAL/RN 2019 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA Silva, Jucieda Viana da. Tecnologia da informação na administração pública: a percepção dos servidores quanto ao uso dos sistemas da informação na gestão do Cadastro Único do município do Natal/RN / Jucieda Viana da Silva. - 2019. 84f.: il. Monografia (Graduação em Administração) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Departamento de Ciências Administrativas, Natal, RN, 2019. Orientador: Prof. Dr. Thiago Ferreira Dias. 1. Tecnologia da Informação - Monografia. 2. Administração Pública - Monografia. 3. Sistema da Informação - Monografia. 4. Políticas Públicas - Monografia. I. Dias, Thiago Ferreira. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/UF/Biblioteca Setorial do CCSA CDU 35:004 JUCIEDA VIANA DA SILVA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: a percepção dos servidores quanto ao uso dos sistemas da informação na gestão do Cadastro Único do município do Natal/RN Monografia apresentada e aprovada em ____/____/____ pela Banca Examinadora composta pelos seguintes membros: Prof. Dr. Thiago Ferreira Dias Orientador Prof. Dr. Hironobu Sano Examinador – UFRN Prof. Dr. Marcos Fernando Machado de Medeiros Examinador - UFRN NATAL/RN 2019 Ao meu avô José Viana Silva (in memorian), exemplo de caráter e dignidade. AGRADECIMENTOS À Deus, por iluminar todos os dias meu caminho, pelo dom da vida e por me dar a sabedoria e a força necessária para realizar mais um sonho. Agradeço imensamente à Deus por ter oportunizado mais essa conquista em minha vida. À minha mãe, pelo exemplo de determinação, pelo incentivo, amor e dedicação que sempre me destinou. Às minhas irmãs pelo apoio e carinho e aos meus preciosos sobrinhos Igor e Iago, por me proporcionar momentos de grandes alegrias. Ao corpo docente do DEPAD/UFRN e DAPGS/UFRN, pela competência intelectual e pelo compromisso que dedica aos discentes do curso de Administração. A todos minha sincera admiração. Ao professor e orientador, Dr. Thiago Ferreira Dias, pela disponibilidade em me orientar, pela competência, dedicação e fundamental contribuição na realização deste trabalho. Aos estimados colegas servidores do Setor de Cadastro Único/SEMTAS, pela competência profissional com que realizam suas funções na instituição e por contribuírem com sua valorosa participação nesta pesquisa. Aos colegas de profissão Aline, Jemima, Joelza, Juscyelle, Laura e Michael pela amizade de todos os dias, pelas reflexões e conhecimentos compartilhados durante o nosso fazer profissional e ainda pelas discussões sobre meu objeto de estudo. Aos servidores da UFRN pela atenção, disponibilidade e serviços prestados. À todos os familiares e amigos pelo apoio e confiança na minha formação profissional. À todos que contribuíram com sua solidariedade e apoio para a realização desse trabalho. Por fim, agradeço à UFRN pela excelência na prestação dos serviços a sociedade e por me proporcionar um ensino público de qualidade. RESUMO O uso das tecnologias da informação pelo setor público é um fator essencial para o processo de modernização da gestão pública brasileira e se constitui como elemento central para um novo modelo de gestão, que contribui para o aumento da efetividade das ações governamentais e confere os meios necessários para gerir as políticas públicas de modo mais eficiente. O presente trabalho se propõe a estudar o uso da tecnologia da informação na administração pública e tem como objetivo geral analisar a percepção dos servidores, a partir de diferentes dimensões, quanto ao uso das Tecnologias da Informação na gestão do Cadastro Único, operacionalizado pela Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social no município do Natal/RN. Os sistemas da informação (Sistema de Cadastro Único V7, Sibec, SigPBF e Sicon) utilizados no Cadastro Único são desenvolvidos e disponibilizados pela gestão federal e têm como objetivos principais cadastrar as famílias de baixa renda, acompanhar as condicionalidades da saúde e educação, realizar a gestão dos benefícios e apoiar a gestão do município. Esta pesquisa é classificada como exploratória e descritiva e o método utilizado é o estudo de caso. Quanto aos procedimentos metodológicos, utilizou-se a pesquisa bibliográfica e documental, sendo adotada uma abordagem quantitativa. Para tanto, foi aplicado questionários com os servidores que operam os sistemas da informação utilizados no Setor de Cadastro Único do município do Natal/RN. A análise dos resultados demonstra que os sistemas da informação utilizados na organização são imprescindíveis ao seu funcionamento e se constituem como instrumentos de trabalho de grande relevância para os servidores no exercício das suas funções. Assim sendo, a percepção dos técnicos do Setor do Cadastro Único, em relação as tecnologias da informação utilizadas para desenvolver suas funções na organização é bastante positiva, no que diz respeito às dimensões de análise elencadas no escopo da pesquisa. Contudo, a dimensão “Capacitação, Suporte e Segurança” apresentou um resultado inferior às demais dimensões, por conter variáveis que foram mal avaliadas pelos técnicos do serviço. Dessa forma, embora a dimensão não tenha sido mal avaliada completamente, requer uma atenção maior dos gestores, no sentido de sanar alguns problemas de ordem gerenciais. Palavras-Chave: Tecnologia da Informação. Administração Pública. Sistema da Informação. Políticas Públicas. ABSTRACT The use of information technology by the public sector is an essential factor for the process of modernization of Brazilian public management and constitutes a central element for a new management model that contributes to the increase of the effectiveness of governmental actions and provides the necessary means to manage public policies more efficiently. The present work intends to study the use of information technology in public administration and its general objective is to analyze the perception of the servers, from different dimensions, regarding the use of Information Technologies in the management of the Cadastro Único, operationalized by the Municipal Secretary of Work and Social Assistance in the municipality of Natal/RN. The information systems (Systems de Cadastro Único V7, Sibec, SigPBF and Sicon) used in theCadastro Único are developed and made available by federal management and have the main objectives of registering low income families, monitoring health and education conditionalities, management of benefits and support the management of the municipality. This research is classified as exploratory and descriptive and the method used is the case study. As for the methodological procedures, the bibliographical and documentary research was used, being adopted a quantitative approach. For that, questionnaires were applied with the servers that operate the information systems used in the Sector of Cadastro Único of the municipality of Natal/RN. The analysis of the results shows that the information systems used in the organization are essential to its functioning and constitute working tools of great relevance for the employees in the performance of their duties. Thus, the perception of the Technicians of the Single Cadet Sector in relation to the information technologies used to develop their functions in the organization is very positive, regarding the dimensions of analysis listed in the scope of the research. However, the dimension "Training, Support and Security" presented a result inferior to the other dimensions, since it contains variables that were poorly evaluated by the technicians of the service. Thus, although the dimension has not been completely badly evaluated, it requires greater attention from managers, in order to remedy some managerial problems. Key-words: Information Technology. Public administration. Information system. Public policy. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1: Esquematização da Rede SUAS.......................................................................... 28 FIGURA 2: Organograma da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social........... 42 FIGURA 3: Tela inicial do Sistema de Cadastro Único V7.................................................... 48 FIGURA 4: Tela inicial do Sistema de Benefícios ao Cidadão............................................... 50 FIGURA 5: Tela inicial do Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família........................... 51 FIGURA 6: Tela inicial do Sistema de Condicionalidades..................................................... 53 LISTA DE QUADROS QUADRO 1: Categorias de Interação do Governo................................................................. 22 QUADRO 2: Dimensões do Governo Eletrônico................................................................... 23 QUADRO 3: Catálogo de Ferramentas Informacionais da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação........................................................................................ 31 QUADRO 4: Dimensões e perguntas constitutivas do questionário de pesquisa................... 39 QUADRO 5: Esquematização do grau de concordância adotado no questionário................. 40 QUADRO 6: Síntese das características dos quatro sistemas informacionais........................ 46 QUADRO 7: Síntese das ações realizadas nos sistemas informacionais da gestão do Setor do Cadastro Único............................................................................................. 55 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1: Distribuição por Gênero.................................................................................. 57 GRÁFICO 2: Média das Variáveis da Dimensão Funcionalidade e Usabilidade................. 58 GRÁFICO 3: Utiliza rotineiramente os sistemas no desenvolvimento do seu trabalho....... 59 GRÁFICO 4: O uso dos sistemas possibilita maior agilidade na execução do seu trabalho........................................................................................................... 60 GRÁFICO 5: A indisponibilidade de um dos sistemas interfere no desenvolvimento das atividades da organização............................................................................. 60 GRÁFICO 6: A interface (comunicação) entre os sistemas funciona adequadamente........ 61 GRÁFICO 7: Gostaria de ter novas funcionalidades, ou fazer algumas alterações na estrutura de algum dos sistemas...................................................................... 62 GRÁFICO 8: Média das Variáveis da Dimensão Capacitação, Suporte e Segurança.......... 63 GRÁFICO 9: Obteve capacitação para o uso dos sistemas................................................... 64 GRÁFICO 10: É disponibilizado suporte técnico de TI para a manutenção e apoio aos sistemas......................................................................................................... 65 GRÁFICO 11: Além dos sistemas, você utiliza outras fontes de informação para realiza seu trabalho................................................................................................... 66 GRÁFICO 12: A oferta de serviços públicos por meio digital poderia ser uma alternativa para melhorar os serviços do Cadastro Único............................................... 67 GRÁFICO 13: Média das Variáveis da Dimensão Satisfação, Qualidade e Desempenho..... 69 GRÁFICO 14: A utilização dos sistemas torna o seu trabalho mais produtivo..................... 70 GRÁFICO 15: Os sistemas utilizados atendem com eficiência os requisitos dos principais programas sociais demandados....................................................................... 70 GRÁFICO 16: Considera que o Sistema Cadastro Único V7 tem um potencial estratégico para a condução das políticas públicas sociais............................................... 71 GRÁFICO 17: Você considera que o Sibec é uma ferramenta eficiente na gestão dos benefícios do Programa Bolsa Família.......................................................... 72 GRÁFICO 18: Considera que o Sicon atende adequadamente a função de acompanhamento das condicionalidades do Programa Bolsa Família........... 73 GRÁFICO 19: O SigPBF, enquanto ferramenta de poio à gestão, torna mais eficiente o processo de comunicação da gestão municipal com o Gestor Federal........... 74 GRÁFICO 20: Média por Dimensão de Análise..................................................................... 75 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS BPC CadÚnico CECAD CAIXA CEGE CRAS CREAS Dataprev DEPAD DAPGS FHC GM GTTI ID Jovem LOAS MDS NOB PBF PETI PNAS PMCMV Rede SUAS SAGI SEMTAS Senarc Sibec Sicon SigPBF Simac SLTI SUAS TIC TI TSEE – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – Benefício de Prestação Continuada Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal Consulta, Seleção e Extração de Informações do CadÚnico; Caixa Econômica Federal Comitê Executivo de Governo Eletrônico Centro de Referência da Assistência Social Centro de Referência Especializado da Assistência Social Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social Departamento de Administração Departamento de Administração Pública e Gestão Social Fernando Henrique Cardoso Gabinete Ministerial Grupo de Trabalho Interministerial de Tecnologia da Informação Identidade Jovem Lei Orgânica da Assistência Social Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Norma Operacional Básica Programa Bolsa Família Programa de Erradicação do Trabalho Infantil Política Nacional de Assistência Social Programa Minha Casa Minha Vida Sistema Nacional de Informação da Assistência Social Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social Secretaria Nacional de Renda e Cidadania Sistema de Benefícios ao Cidadão Sistemas de Condicionalidades Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família Sistemade Monitoramento das Atualizações Cadastrais Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação Sistema Único de Assistência Social Tecnologia da Informação e Comunicação Tecnologia da Informação Tarifa Social de Energia Elétrica SUMÁRIO 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................................... 13 1.1 CONTEXTUALIAZAÇÃO E PROBLEMA .................................................................... 13 1.2 PRESSUPOSTOS/HIPÓTESES ....................................................................................... 16 1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA ........................................................................................... 17 1.4 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 17 2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 19 2.1 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E A GESTÃO PÚBLICA .................................... 19 2.2 GOVERNO ELETRÔNICO NA GESTÃO PÚBLICA.................................................... 20 2.2.1 Governo Eletrônico no Brasil ....................................................................................... 24 2.3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E A POLITICA PÚBLICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL .................................................................................................................................... 25 2.4 ESTUDOS EMPÍRICOS SOBRE DESEMPENHO DE TICS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................................................................................................. 34 3 METODOLOGIA DA PESQUISA .................................................................................... 37 3.1 TIPO DE ESTUDO ............................................................................................................ 37 3.2 ABRANGÊNCIA DO ESTUDO ....................................................................................... 38 3.3 COLETA E TRATAMENTO DOS DADOS ..................................................................... 38 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .............................................................. 41 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ................................................................ 41 4.2 CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS DA INFORMAÇÃO ..................................... 45 4.2.1 Sistema de Cadastro Único V7 ..................................................................................... 46 4.2.2 Sistema de Benefícios ao Cidadão ................................................................................ 49 4.2.3 Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família .......................................................... 51 4.2.4 Sistema de Condicionalidades ...................................................................................... 52 4.3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ........................................................................ 56 4.3.1 Caracterização do Perfil dos Respondentes ................................................................ 56 4.3.2 Análise da Dimensão Funcionalidade e Usabilidade .................................................. 57 4.3.3 Análise da Dimensão Capacitação, Suporte e Segurança .......................................... 63 4.3.4 Análise da Dimensão Satisfação, Qualidade e Desempenho ...................................... 68 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 77 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 80 APÊNDICE ............................................................................................................................. 84 13 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA A administração pública brasileira, ao longo das últimas décadas, passou por grandes transformações em sua estruturação, funcionamento, processos e finalidades. Tal modernização se fundamenta no processo de inovação tecnológica e no movimento denominado “Nova Gestão Pública”. Sob esta lógica da modernização da gestão pública, a inovação tecnológica tem papel fundamental nesse processo, pois a partir do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) há uma mudança notória no padrão de relacionamento entre o poder público e a sociedade, justamente pela abrangência e facilidades de acesso a serviços públicos ofertados de forma online. Assim sendo, é possível perceber as contribuições da utilização das TICs na Administração Pública, uma vez que tem como objetivos um maior alcance da população, melhorar a qualidade dos serviços prestados, aumentar a transparência e fiscalização das ações governamentais, bem como a eficácia e eficiência dos atos administrativos, além de permitir o exercício da cidadania, através da participação popular (PEREIRA; SILVA, 2010). Com o advento da era da informação, o uso das ferramentas tecnológicas tornou-se indispensável também na administração pública, com destaque especial para a internet, a qual é essencial na disseminação de informações e oferta de serviços públicos (MELLO, 2009). Diante disso, atendendo a uma tendência emergente da sociedade, surge o conceito e idealização do que se denomina Governo Eletrônico. A concepção do governo eletrônico ganhou uma maior projeção na agenda pública brasileira a partir do ano 2000 com a criação do Comitê Executivo de Governo Eletrônico (CEGE), o qual visava propor políticas voltadas para a prestação de serviços e informações ao cidadão (BRASIL, 2018). Na literatura sobre o assunto não há uma definição única para o e-governo, assim sendo, por governo eletrônico entende-se, de modo geral, o uso de Tecnologias da Informação e Comunicação pela administração pública. Barbosa (2008) explicita que governo eletrônico é um termo abrangente e concerne à adoção de tecnologia – infraestrutura, sistemas de informação, serviços digitais e etc. – pelo setor público, objetivando o aumento do desempenho e eficiência da prestação dos serviços públicos. 14 Ademais, é importante salientar que a sua aplicação vai além das questões tecnológicas, envolve aspectos de grande relevância para a democracia e cidadania e compreende uma verdadeira mudança na forma de prestação dos serviços públicos à sociedade. De acordo com Sanchez (2003), o governo eletrônico objetiva também, implementar valores democráticos, como a participação, a transparência e um maior controle dos agentes públicos. Dessa forma, o e-governo contribui para a melhoria dos processos e aumento da eficiência da máquina pública, visando uma melhor governança e elaboração de políticas públicas. Neste sentido, com o e-governo o Estado tem a possibilidade de estabelecer uma nova maneira de interagir com a sociedade e conduzir as políticas públicas, construindo um novo conceito de prestação de serviços públicos e de atendimento às necessidades do cidadão. Por meio do e-governo aumenta-se as possibilidades de elaboração, implementação, monitoramento e avaliação das políticas públicas, bem como facilita a informação, o acesso e a participação da sociedade no desenvolvimento e controle dessas políticas. Dada a relevância das tecnologias da informação para o desenvolvimento da sociedade, é mister ratificar que, no contexto atual, o uso dos recursos tecnológicos torna-se essencial também no âmbito governamental, haja vista, a sua preponderância na condução e desenvolvimento das políticas públicas, como saúde, habitação, educação, assistência social, entre outras. É exatamente nesse ponto de análise, onde se tem a conjugação das políticas públicas e tecnologias da informação, que se insere a discussão desse trabalhode pesquisa. É possível observar que essa conjugação ainda é um fenômeno recente na história da gestão pública e mais recente ainda nas políticas de Assistência Social, todavia é uma realidade e vem acarretando uma série de impactos e proporcionando alterações significativas nos seus processos de gestão (VELOSO, 2014). Em outras palavras, pode-se colocar que a tecnologia confere os meios para gerir as políticas públicas de modo mais eficiente. Desse modo, considerando a grande proeminência da tecnologia nos processos de construção e operacionalização das políticas sociais, é analisado no presente estudo os sistemas da informação de apoio à gestão do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e Programa Bolsa Família (PBF), ambos operacionalizados pelo Setor do Cadastro Único da Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social (SEMTAS) no município do Natal/RN. O CadÚnico é uma base de dados, um instrumento de identificação e uma ferramenta online que visa caracterizar as famílias de baixa renda, permitindo que o governo conheça 15 melhor a realidade socioeconômica dessa população. Trata-se de um sistema que reúne informações socioeconômicas das famílias pobres e extremamente pobres brasileiras. Esse cadastro é o primeiro passo para se ter acesso aos programas sociais do governo (federal, estadual e municipal). Já o Programa Bolsa Família é uma política de transferência direta de renda para a população mais pobre do país. Atua na perspectiva da superação da pobreza e da fome, promovendo o apoio às famílias mais pobres, a partir de três dimensões: alívio imediato da pobreza, por meio do repasse financeiro; contribuição para a redução da pobreza intergeracional, através do acesso aos serviços de saúde e educação; e articulação com programas complementares, como forma de desenvolver as capacidades das famílias beneficiárias. O Setor do Cadastro Único compõe a estrutura organizacional do Departamento de Proteção Social Básica (DPSB) da secretaria. É responsável por operacionalizar o CadÚnico e gerir o PBF nas suas unidades de atendimento. Para realizar a gestão desses serviços utiliza, basicamente, quatro sistemas operacionais – Sistema de Cadastro Único V7; Sibec; Sicon; e SigPBF –, os quais são necessários à realização dos serviços prestados pela organização. Esses sistemas são desenvolvidos e disponibilizados pela gestão federal (MDS e Caixa Econômica Federal) e têm como objetivos principais apoiar a gestão do Cadastro Único e Programa Bolsa Família nos três níveis de governo. O Sistema Cadastro Único V7 é uma ferramenta online que visa cadastrar as famílias de baixa renda para sua inserção em programas sociais do governo federal. O Sibec é um sistema online que permite realizar a gestão dos benefícios do Programa Bolsa Família, dando mais transparência a sua distribuição. O SigPBF é um sistema de gestão que objetiva apoiar e integrar as ações de gestão relativas ao CadÚnico e PBF, além de facilitar a comunicação entre a gestão federal com a gestão estadual e municipal. O Sicon é uma ferramenta de apoio à gestão intersetorial que integra as informações do acompanhamento de condicionalidades das politicas de Saúde, Educação e Assistência Social. Sob este contexto, a pesquisa “Tecnologia da Informação na Administração Pública: a percepção dos servidores quanto ao uso dos sistemas da informação na gestão do Cadastro Único do município do Natal/RN”, explora a percepção dos técnicos (assistentes sociais) que operam os sistemas informacionais de apoio à gestão do Setor do Cadastro Único, a partir de dimensões preestabelecidas: Funcionalidade e Usabilidade; Capacitação, Suporte e Segurança; e Satisfação, Qualidade e Desempenho. O estudo visa realizar uma análise que possibilite uma melhor compreensão sobre o uso das tecnologias da informação na gestão das 16 políticas públicas, especialmente na área da assistência social e identificar os limites e potencialidades do uso das tecnologias da informação para uma melhor gestão dos serviços prestados à população. Diante disso, o presente estudo busca responder o seguinte problema de pesquisa: Qual a percepção dos servidores, a partir de diferentes dimensões, quanto ao uso das Tecnologias da Informação na gestão do Cadastro Único, operacionalizado pela Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social do município de Natal/RN? O estudo se desenvolveu tendo por referência a incorporação das TICs na administração pública e se dimensionou sob o questionamento acerca da percepção dos servidores (técnicos) quanto ao uso das tecnologias da informação (sistemas informacionais) no setor, sob diferentes dimensões. Assim sendo, em uma primeira parte da pesquisa apresenta-se um esboço do tema Tecnologia da Informação na administração pública, tendo por base o contexto brasileiro e também uma apreensão das TICs no desenvolvimento das políticas públicas de assistência social. Posteriormente segue o detalhamento da metodologia com os procedimentos e técnicas adotados para alcançar o objetivo proposto pela pesquisa. Na terceira parte é apresentada a organização lócus da pesquisa e os sistemas operacionais utilizados pelo setor. Em seguida é realizada a análise dos dados coletados junto aos técnicos do serviço. E por fim, nas considerações finais são apresentadas reflexões deste trabalho, construída a partir da apreciação do objeto de estudo. 1.2 PRESSUPOSTOS/HIPÓTESES Pressupõe-se que as tecnologias da informação e comunicação são essenciais para a eficiência da administração pública na prestação de serviços públicos aos cidadãos. Destaca- se ainda que os sistemas da informação são indispensáveis para a operacionalização do Cadastro Único, no município de Natal/RN, uma vez que permite uma gestão dos processos mais eficiente, contudo ainda há um caminho a ser trilhado rumo a efetivação dos princípios do governo eletrônico. 17 1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA a) Objetivo Geral Analisar a percepção dos servidores, a partir de diferentes dimensões, quanto ao uso das Tecnologias da Informação na gestão do Cadastro Único operacionalizado pela Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social no município do Natal/RN. b) Objetivos Específicos: Apresentar os sistemas da informação utilizados na gestão do Cadastro Único e suas finalidades; Analisar a percepção dos servidores quanto a Funcionalidade e Usabilidade; Capacitação, Suporte e Segurança; e Satisfação, Qualidade e Desempenho dos sistemas da informação utilizados na gestão do Cadastro Único; Identificar os limites e potencialidades das tecnologias da informação na política pública de Assistência Social no município do Natal/RN. 1.4 JUSTIFICATIVA O assunto proposto para ser alvo de análise no decorrer do trabalho de conclusão do curso de Administração, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), refere-se ao governo eletrônico, isto é, ao uso das tecnologias da informação pelo setor público, mais precisamente, no desenvolvimento e gestão das políticas públicas. Na atualidade, há uma maior exigência da sociedade por um Estado mais eficiente na condução das políticas públicas, mais dinâmico e efetivo. Dessa forma, a utilização de tecnologias da informação e comunicação na gestão pública é condição fundamental para um bom desenvolvimento das atividades do Estado, contudo, vale considerar que a inovação tecnológica sozinha não é suficiente para determinar a eficiência das políticas públicas. Na realidade, se faz necessário uma imbricação de vários elementos para atingir os objetivos 18 determinados pela concepção do e-governo, que se traduz na utilização das TICs pela administração pública, visando uma maior efetividade dos serviços públicos e dos valores democráticos (fiscalização, transparência, participação) naconstrução das políticas públicas. O assunto proposto ainda é relativamente novo na esfera de produção científica da administração pública, fato que particularmente desperta o interesse em estudá-lo e problematizá-lo nessa área de conhecimento. Todavia, há diversos estudos e pesquisas sobre o tema, principalmente, nas áreas da administração pública e tecnologia da informação. De acordo com Barbosa (2017), há um importante arcabouço teórico sobre o constructo governo eletrônico, onde a maior parte da produção científica se concentra em análises bibliográficas e estudos de casos. Muitos sãos os autores que se dedicam à temática do governo eletrônico. Entre estes se destacam Chahin, 2004; Diniz, 2009; Ferrer; Santos, 2004. As pesquisas sobre a temática, em sua maior parte, destacam o histórico, evolução, conceituação e características do governo eletrônico brasileiro. O termo também é abordado nos estudos como uma evolução da gestão pública e associado a aspectos como governo aberto e transparência na administração pública (BARBOSA, 2017). Ao que tange aos estudos sobre a adoção das tecnologias da informação na gestão da política de assistência social, especificamente, cabe relatar que há pouca produção científica sobre o tema em questão. Nestes termos, destaca-se a relevância do objeto de estudo, uma vez que a pesquisa proposta possibilita projetar uma reflexão sobre o uso das tecnologias da informação na gestão das políticas públicas. A aproximação com o assunto foi se formando no transcorrer das disciplinas da área de gestão pública durante o curso. Contudo, pode-se estabelecer a disciplina “Novas Tecnologias na Gestão Pública” como o primeiro contato e fonte de conhecimento sobre o tema. Vale ressaltar que a experiência profissional na Secretaria Municipal de Assistência Social, mais precisamente no Setor do Cadastro Único foi preponderante para a delimitação do objeto da pesquisa. Ademais, como forma de justificar tal estudo tem-se a expectativa de contribuir com a gestão pública municipal, uma vez considerando que os resultados da pesquisa possibilite a identificação de possíveis lacunas e potencialidades do serviço, objetivando, sobretudo, a proposição de ações estratégicas que colaborem para a efetivação dos princípios do governo eletrônico na gestão e operacionalização do Cadastro Único no município do Natal/RN. Sumariamente, o presente estudo legitima-se pela capacidade de fortalecer as bases de produção científica da academia, conferindo, portanto, visibilidade científica para a área da gestão pública e das políticas públicas em nossa sociedade. 19 2 REFERENCIAL TEÓRICO Por gestão pública entende-se, de modo bastante simplificado, o poder do Estado em gerir e conduzir a “coisa pública”, ou seja, as ações voltadas para o bem comum e o interesse público. A história da gestão pública está envolta a constantes avanços e retrocessos, haja vista, as especificidades da formação sócio-histórica e política do país. O movimento de reforma gerencial no Brasil ocorreu em 1995 e é um marco na gestão pública nacional, pois traz em seu âmago a emergência de temas importantes como eficiência no setor público, o accountability e a transparência na utilização dos recursos públicos. Em meio a este processo de modernização do aparelho estatal, o governo eletrônico se destaca como um dos mais importantes elementos no processo de reforma da máquina pública, e na busca pela flexibilização e transparência da gestão pública (MAZZEI; CASTRO, 2016). 2.1 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E A GESTÃO PÚBLICA O avanço da inovação tecnológica trouxe consigo uma série de transformações sociais e a emergência de uma nova era, onde a informação é produzida e propagada numa velocidade sem precedentes na história. As mudanças provocadas pela evolução da tecnologia não se restringem aos campos da informação e comunicação. Na verdade, atingem diversas áreas do conhecimento e da vida cotidiana das pessoas, causando uma verdadeira revolução no comportamento da sociedade. Este fenômeno, denominado Sociedade da Informação é responsável por novos hábitos e condutas sociais (consumo, comunicação, interação social, lazer, enfim costumes). E apresenta um grande potencial de transformação também para a administração pública, a partir da utilização crescente das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) nas funções do Estado (PEREIRA; SILVA, 2010; JARDIM, 2000). A era da informação, por meio da informática e internet, estabelece novos parâmetros de atuação do Estado, criando uma tendência “natural” de modernização das atividades governamentais. Com efeito, tem-se uma nova face, uma redefinição do funcionamento do governo, no que diz respeito ao planejamento, processos e entrega dos serviços públicos aos cidadãos. Conforme aponta Leite e Rezende (2015) a partir das TICs há uma efetiva reestruturação no modus operandis da administração pública. Com efeito, as tecnologias da informação no âmbito governamental representa um avanço exponencial na condução e manejo das atividades estatais. Trata-se de um ponto chave 20 para o desenvolvimento do atendimento público às necessidades da população, haja vista possibilitar o tratamento de um número maior de informações, de forma mais ágil e precisa, bem como atingir uma quantidade maior de pessoas. Segundo Leite e Rezende (2015), as TICs representam um caminho para a melhoria do desempenho administrativo do governo. As TICs são ferramentas operacionais que possibilitam ainda uma expansão das atividades governamentais, à medida que fomenta uma maior interação dos cidadãos e maior participação no desenvolvimento e condução das políticas públicas. Permite também a redução dos custos das ações e diminuição das ineficiências causadas por questões políticas ou burocráticas. De fato, “[...] a tecnologia facilita, acelera, alavanca e melhora processos, mas raramente os determina. Tanto a implementação como o desenvolvimento de tecnologia resultam de decisões políticas, organizacionais ou científicas” (FERRER, SANTOS; SOLA, 2004, p.115). De acordo com Diniz et al. (2009) entre as causas que fomentaram e determinaram o uso das TICs pelos governos estão: o intensivo uso da tecnologia pela sociedade (cidadãos, setor privado e organizações não governamentais); a migração da informação baseada em papel para mídias eletrônicas e serviços online e o avanço e universalização da infraestrutura pública de telecomunicações e da internet. 2.2 GOVERNO ELETRÔNICO NA GESTÃO PÚBLICA É nesse contexto posto pelo avanço das tecnologias e pela sociedade da informação que emerge o constructo de governo eletrônico, o qual se apresenta por várias nomenclaturas, termos e conceitos. Todavia diz respeito, basicamente, à aplicação das TICs na administração pública. O governo eletrônico incorpora princípios preconizados pelo governo aberto (open government), como a transparência, accountability, participação e inovação tecnológica. Em síntese, o governo aberto promove a abertura do governo para os cidadãos, com foco em tecnologias que possam intensificar essa relação. O governo eletrônico como um movimento mundial se apresenta no final da década de 90 e rapidamente ganha destaque nas agendas de governos em todo o mundo. Foi nesse período que surgiu a terminologia e as conceituações iniciais do e-government (LEITE; REZENDE, 2015). 21 Em uma perspectiva histórica pode-se dizer que a expressão governo eletrônico passou a ser utilizada com uma maior frequência após a consolidação da ideia de comércio eletrônico (e-commerce) no cenário público (DINIZ et al., 2009). Do ponto de vista teórico o termo governo eletrônico ainda é relativamente novo no contexto das discussões sobre gestão pública. Apesar dos inúmeros estudos sobre o tema ainda não é possível confirmar a existência de um domínio epistemológico sobre oassunto (MARTINS, 2004), ou seja, ainda não se tem um conhecimento teórico concluso. Para Jardim (2004) constata-se uma frágil densidade conceitual em torno do governo eletrônico. Já de acordo com Leite e Resende (2015), o termo governo eletrônico ainda passa por um processo de construção. É possível verificar na literatura acadêmica, diversas definições e também uma evolução da sua concepção ao longo do tempo, onde a simples disponibilização de serviços públicos através da rede evolui para algo mais complexo (LEITE; REZENDE, 2015). O termo governo eletrônico é um dos mais utilizados por estudiosos nas discussões sobre o tema, contudo existem outros termos com o mesmo significado, como: e-gov, electronic government, e-government, e-governo, wired-government, governo digital, governo virtual, Estado virtual, governança eletrônica (DINIZ et al., 2009). Em relação às conceituações apontadas na literatura sobre o e-governo Rover (2009, p.95) coloca que Governo eletrônico é uma infraestrutura única de comunicação compartilhada por diferentes órgãos públicos a partir da qual a tecnologia da informação e da comunicação é usada de forma intensiva para melhorar a gestão pública e o atendimento ao cidadão. Assim, o seu objetivo é colocar o governo ao alcance de todos, ampliando a transparência das suas ações e incrementando a participação cidadã. Já de acordo com Jardim (2000, p.4) [...] o governo eletrônico expressa uma estratégia pela qual o aparelho de Estado faz uso das novas tecnologias para oferecer à sociedade melhores condições de acesso à informação e serviços governamentais, ampliando a qualidade desses serviços e garantindo maiores oportunidade de participação social no processo democrático. Para Diniz et al. (2009, p. 27) governo eletrônico se traduz no “uso estratégico das TICs como elemento viabilizador de um novo modelo de gestão pública.” 22 Diante do exposto coloca-se que governo eletrônico não se restringe ao uso de tecnologias de forma automática pelo poder público, mas também envolve uma mudança na maneira como o governo presta serviço à população. Isso inclui a melhoria dos processos, aumento da eficiência, melhor governança, elaboração e monitoramento de políticas públicas. Cabe considerar que embora o cidadão seja o foco principal do e-gov, não está restrito a ele, isto é, a política de governo eletrônico também tem uma relação com o mercado, com o próprio governo e até com os servidores, o que ratifica a ideia de participação cidadã, de melhoria do gerenciamento interno administrativo do Estado e de integração com parceiros e fornecedores. Na literatura sobre o e-governo os tipos de interações que o governo estabelece no âmbito virtual para a prestação de informações e serviços púbicos se apresentam sob quatro categorias, as quais estão expostas no quadro 1: Quadro 1: Categorias de Interação do Governo Categorias de Relacionamento do Governo no Ambiente Virtual G2C Relação entre Governo e Cidadãos Caracteriza-se pela interação do governo, de forma ampla e completa, com o cidadão, provendo a ele informações e serviços públicos que atendam às suas necessidades de contribuinte, controlador das ações de governo, beneficiário e usuário dos serviços públicos ao longo do ciclo de vida. G2G Relação entre Governos Caracteriza-se pela interação do governo com as diferentes agencias governamentais e com outros governos nas diferentes esferas (municipal, estadual, e federal), provendo informações, prestação de serviços e processamento de transações para o desenvolvimento de suas atividades. G2B Relação entre Governo e Empresas Caracteriza-se pela interação do governo com as empresas do setor privado na troca de informações e processamento de transações eletrônicas, buscando reduzir ao máximo as barreiras para se fazer negócios com o governo. G2E Relação entre Governo e Servidores Públicos Caracteriza-se pela interação do governo com os funcionários do serviço público, provendo informações e prestação de serviços necessários para o desenvolvimento de suas atividades profissionais e benefícios decorrentes da sua relação com o governo. Fonte: Barbosa (2008) apud Barbosa et al.; Heeks (2002); Holmes (2002) É importante salientar que a entrega de serviços e informações pelo poder público, sob o contexto do e-gov, realiza-se para essas quatro categorias (G2C, G2G, G2B, G2E), utilizando-se de diversos canais, sejam eles virtuais ou presenciais. Os canais digitais mais usados são: internet, computadores, dispositivos móveis, celulares e TV digital. Já os canais presenciais são os pontos físicos, como agências governamentais, instituições públicas, enfim 23 órgãos públicos tradicionais, contudo estão amparados pela mesma infraestrutura tecnológica que concretiza a ideia do governo eletrônico no ambiente virtual (BARBOSA, 2008). Para Barbosa (2008 apud Holmes 2002) os pontos físicos de atendimento do governo devem estar equipados de todo o aparato tecnológico igualmente disponível para criar o governo digital. Esse entendimento visa possibilitar ao cidadão a opção por um atendimento presencial ou por meio de plataformas digitais. E leva em consideração as grandes taxas de analfabetismo e exclusão digital existente no país. Assim sendo, se faz necessário criar meios para a prestação de serviços de modo virtual, mas sem “desprezar” os espaços físicos da infraestrutura tecnológica necessária à prestação dos serviços públicos, de modo eficiente, vislumbrando e fomentando a integração entre os canais de atendimento para a população. Adentrando as particularidades do governo eletrônico, deve-se considerar que este abarca três dimensões: e-administração (refere-se à melhoria dos processos internos), e- serviços (concerne à melhoria na prestação dos serviços públicos aos cidadãos) e e- democracia (corresponde à utilização das tecnologias para ampliar e fomentar uma participação mais ativa dos cidadãos nas decisões do governo). O Quadro 2 apresenta uma sucinta explanação de cada categoria. Quadro 2: Dimensões do Governo Eletrônico Dimensões do Governo Eletrônico e-Serviços Relaciona-se à melhoria na prestação de serviços ao cidadão, principalmente por meio de canais digitais de acesso e entrega de soluções eletrônicas, como portais de serviços em websites de governo. e-Administração Relaciona-se à melhoria dos processos governamentais e do trabalho interno do setor público pela utilização das tecnologias de informação e comunicação. e-Democracia Relaciona-se a utilização das tecnologias de informação e comunicação à maior possibilidade de participação do cidadão nos processos democráticos e de tomada de decisão do governo. Fonte: Adaptado de Barbosa (2008, p. 28) Estas dimensões refletem a atuação do e-gov na realidade concreta da gestão pública. Barbosa (2008) explica que a divisão é conceitual e que é difícil estabelecer uma delimitação para essas dimensões, pois embora possuam um foco, se inter-relacionam e se integram na prática. 24 Um dos objetivos da política de e-gov é a universalização de serviços públicos; o combate a exclusão digital e a busca por soluções para o acesso coletivo e compartilhado das TICs. Deve se preocupar também com a alfabetização digital, barateamento dos custos de aquisição e manutenção de computadores e acesso à internet através de pontos de acesso públicos. (ROVER, 2009). Já é possível verificar alguns benefícios trazidos pelo e-governo, segundo estudos de Rover (2009) como a diminuição da burocracia, através da simplificação dos processos e integração das informações; integração dos órgãos do governo em todos os seus níveis de governo; accountability e transparência, através da otimização das ações do governo e dos recursos disponíveis; desenvolvimento do profissional do serviço público;avanço da cidadania e da democracia com a promoção do ensino; alfabetização e educação digital. Em termos simples Jardim (2004) coloca que instituição do governo eletrônico não pode ser vista apenas como um canal capaz de minimizar as lacunas informacionais do governo, mas como um projeto que tem como premissas a revisão, reestruturação, supressão e criação de novos procedimentos de gestão da informação. 2.2.1 Governo Eletrônico no Brasil No contexto brasileiro, o uso das TICs pelos órgãos públicos ocorre em meados da década de 90, quando as organizações públicas passam a criar páginas na web (sites) com a finalidade de disponibilizar informações aos cidadãos (CHAHIN et al., 2004). Segundo Ferrer e Santos (2004) em 1996 a expressão governo eletrônico foi utilizada para demonstrar os serviços, em meio virtual, disponíveis pelo governo federal. Contudo, Chahin et al. (2004) coloca que a noção de e-governo enquanto política sistemática teve um processo amplo e visionário. Esse processo teve como marco fundamental a publicação do documento denominado de Livro Verde, resultado do projeto Sociedade da Informação (SocInfo) do Ministério da Ciência e Tecnologia. Durante o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso foi instituída a Política de Governo Eletrônico com a criação do Grupo de Trabalho Interministerial, estabelecido pelo Decreto Presidencial de 3 de abril de 2000, o qual tinha como objetivo examinar e propor políticas, diretrizes e normas relacionadas às novas formas eletrônicas de interação. As ações do Grupo de Trabalho Interministerial de Tecnologia da Informação (GTTI) concentraram esforços em três linhas de ação: universalização de serviços; governo ao 25 alcance de todos; infraestrutura avançada. Tais ações foram aliadas às metas do Programa Sociedade da Informação, um dos programas mais relevantes “que reuniu as estratégias de governo eletrônico e os aspectos sociais de inclusão digital [...] à tecnologia da informação no país” (FERRER; SANTOS, 2004, p. XIII). Ainda em 2000, após o lançamento do documento "Proposta de Política de Governo Eletrônico para o Poder Executivo Federal” foi criado o Comitê Executivo de Governo Eletrônico (CEGE), através do Decreto de 18 de outubro de 2000, que visava formular políticas, estabelecer diretrizes, coordenar e articular as ações de implantação do Governo Eletrônico. Posteriormente, o Ministério do Planeamento, por meio da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI), buscando garantir apoio técnico administrativo, passou a ser responsável pelas ações do CEGE. Em 2002, foi publicado um documento de avaliação das atividades do e-governo no Brasil, intitulado “Dois anos de Governo Eletrônico: balanço de realizações e desafios futuros”, no qual apresenta uma análise crítica dos resultados obtidos com a política de governo eletrônico e explana os principais avanços, os limites e desafios futuros para a continuidade do programa (CHAHIN et al., 2004). Como pode ser observado, foi necessária a integração de diversas ações para a implantação de serviços eletrônicos na administração pública brasileira. Tais esforços foram imprescindíveis para lançar as bases fundamentais para um governo mais acessível e mais “compatível” à nova sociedade digital. No Brasil o governo eletrônico se consolidou como um projeto político no campo da informação com proporções monumentais, em termos de políticas públicas. E apesar de ainda estar em fase de implantação produz impactos consideráveis em vários campos do setor público e da sociedade (JARDIM, 2004), como por exemplo, a declaração de imposto de renda pela internet, sistema eletrônico de votação eleitoral, compras eletrônicas, entre outros exemplos de sucesso da realidade brasileira. 2.3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E A POLÍTICA PÚBLICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL A inserção das tecnologias da informação e comunicação no âmbito do setor público promoveu intensas mudanças no modo de prestação dos serviços governamentais à população. De modo geral, as primeiras iniciativas de governo eletrônico no Brasil estiveram 26 voltadas para áreas de grande visibilidade nacional, como a fiscal e tributária (Imposto de Renda), as compras governamentais (Bolsa Eletrônica) e o processo eleitoral (urnas eletrônicas). Realidade que se convém chamar de “ilhas de excelência” do governo eletrônico. No que concerne à área das políticas públicas (educação, saúde, assistência social, etc.) a adoção de ferramentas tecnológicas se deu posteriormente. Em relação à política de Assistência Social, de forma particular, sua consolidação no rol das políticas públicas brasileiras se deu tardiamente e com a grande missão de superar a informalidade e o assistencialismo que a moldaram ao longo da sua trajetória (GARCIA, 2013). Ademais a atenção às necessidades sociais na sociedade brasileira, historicamente, esteve marcado pelo descompromisso do Estado e por políticas descontínuas e focalistas, balizadas por uma cultura de benemerência, aspectos que favoreceram a não concretização de um estado de bem estar social no Brasil. Contudo, a partir da promulgação da Constituição de 1988, as políticas sociais e, especificamente, a Assistência Social é imersa em um novo contexto de atendimento público às necessidades sociais. Isto é, recebe o status de política e passa a integrar a Seguridade Social. Nesta perspectiva, ganha respaldo legal e é assumida no campo das responsabilidades do Estado. Nesses termos foram criados diversos mecanismos legais fundamentais para a operacionalização da assistência social no contexto da sociedade. Entre os instrumentos normativos destaca-se a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) que regulamenta os artigos 203 e 204 sinalizados no texto constitucional; o Sistema Único de Assistência Social (SUAS); a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e a Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social (NOB/SUAS), os quais emergem para efetivar os pressupostos inscritos na Constituição Federal de 1988. Sendo o SUAS o dispositivo de maior expressão na atualidade, justamente, por propor um novo projeto de desenvolvimento, a nível nacional, que visa regular, ordenar, sistematizar e implantar uma política efetiva de assistência social que atenda as reais necessidades da população vitimadas pelas expressões da questão social. Foi nesse momento que ocorreu o processo de descentralização das políticas públicas (decorrente da Constituição de 1988), o que demandou a utilização dos recursos tecnológicos para apoiar esse novo modelo de gestão, onde as responsabilidades são compartilhadas nos três níveis de governo. Essa nova conjuntura de participação dos governos locais na gestão e execução das políticas sociais impulsionou a utilização dos sistemas da informação, como forma de controle da implantação dessas políticas no nível local (CASTRO, 2014; OLIVEIRA; FALEIROS; DINIZ, 2015). 27 Isto posto, o desafio é buscar iniciativas que proporcionem transformações no âmbito operacional da assistência e fomentem o rompimento de práticas caracterizadas como assistencialistas, emergenciais e ineficazes. Projetando, desta forma, ações voltadas para a real concretização do Sistema Único de Assistência Social. É sob esta lógica de busca pela eficiência das políticas públicas e de modernização das ações voltadas para a assistência social que o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS 1 vem utilizando desde 2004 as chamadas TICs para o tratamento de grandes volumes de informações gerados pelos diversos projetos e programas voltados para área social. Nesta perspectiva, conforme aponta Rodrigues (2007) foram implantadas diversos sistemas de informação e ferramentas computacionais na operacionalização da política, visando a produção de informações estratégicas que subsidiem a tomadade decisões, bem como uma maior efetividade das suas ações. A incorporação de novas tecnologias pelo MDS atende as prerrogativas da política de governo eletrônico do governo federal e tem por finalidade atender a crescente necessidade de uma comunicação mais rápida e eficiente entre Estado (nos seus diferentes níveis de governo) e sociedade. Assim sendo, foi buscando atender essas prerrogativas que emergiu a Rede SUAS (Sistema Nacional de Informação da Assistência Social), um sistema de informação que organiza a produção, o armazenamento, o processamento e a disseminação dos dados. Conforme Tapajós (2007), a Rede SUAS converge em um instrumento de suporte essencial para a gestão da Política de Assistência Social em todo o território nacional. Para Garcia (2013, p.77), [...] a Tecnologia da Informação torna-se um instrumento de suma importância na gestão do SUAS, por ser um recurso organizacional estratégico que atua como suporte para o desenvolvimento do Sistema de Informação do Sistema Único de Assistência Social. Por meio de ferramentas tecnológicas, consideradas como uma mediação lógica, indispensável e estratégica no contexto das políticas governamentais, assim como de outras organizações, visando a agilizar seus processos, ao acompanhamento e ao monitoramento de suas ações. Com efeito, a utilização de tecnologias inovadoras na gestão da assistência social, reflete o interesse em construir esta política pública sob novas perspectivas, reconhecendo a sua face gerencial e possibilitando, sobretudo, um maior e melhor desempenho dos seus processos de trabalho e resultados (BRASIL, 2008). 1 O MDS foi extinto pela Medida Provisória nº 870, de 1º de janeiro de 2019. A sua estrutura foi incorporada ao Ministério da Cidadania, sob a denominação de Secretaria Especial do Desenvolvimento Social. 28 Nesta perspectiva, a Rede SUAS foi uma ferramenta tecnológica projetada para apoiar a operação, financiamento, controle social, monitoramento e avaliação dos serviços socioassistenciais. Trata-se de um sistema de grande porte, alimentado por subsistemas e aplicativos que se inter-relacionam em uma única base de dados corporativa (BRASIL, 2008). A Rede SUAS está organizada, conforme a Figura 1: Figura 1: Esquematização da Rede SUAS Fonte: Tapajós, 2007 Os aplicativos que compõe a Rede SUAS são: SUASweb: é um sistema de funcionalidades específico de gestão do SUAS, disponibiliza o plano de ação (planejamento das ações co-financiadas) e o Demonstrativo Sintético Físico Financeiro (prestação de contas por meio eletrônico), além informações essenciais para gestores como saldos, contas corrente, repasses e base cadastral dos beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC), entre outros; SigSUAS: é o sistema de gestão do SUAS e visa a coleta, junto aos Estados e municípios, de dados detalhados sobre a execução física e financeira praticada por esses. Nesse sistema, os gestores municipais e estaduais poderão administrar e informar as diferentes modalidades de execução direta e transferências para a rede executora do SUAS, com dados vinculados ao atendimento da rede prestadora de serviços socioassistenciais. Esses dados subsidiarão a emissão de relatórios consolidados anuais para aprovação junto aos conselhos municipais, CNAS e o MDS e resultará no Relatório de Gestão; CadSUAS: o Cadastro Nacional do Sistema Único de Assistência Social é o sistema que comporta todas as informações cadastrais de prefeituras, órgãos gestores, fundos 29 e conselhos de assistência social, rede de entidades executoras de serviços socioassistenciais , além de informações cadastrais dos trabalhadores do SUAS em todo o território nacional. SICNASweb: o Sistema de Informação do Conselho Nacional de Assistência Social é responsável por processar as operações referentes ao CNAS. Permite o acompanhamento da tramitação dos processos de registro e certificação de entidades e impressão de certidões para interessados. GeoSUAS: o Sistema de Georreferenciamento e Geoprocessamento do SUAS é um sistema aberto à sociedade, desenvolvido com o objetivo de subsidiar a tomada de decisões no processo de gestão da política nacional de assistência social e resulta da integração de dados e mapas, servindo de base para a construção de indicadores. Aborda os aspectos de recuperação e cruzamento de informações a respeito das ações e programas mantidos pelo MDS e variáveis socioeconômicas; InfoSUAS: o Sistema de Informações de Repasses de Recursos é um sistema com acesso livre que disponibiliza informações sobre os valores transferidos para os municípios, bem como sobre a previsão de atendimento dos serviços. É um sistema-espelho das operações do SUASweb e dos sistemas de gestão financeira. Esse aplicativo tem se demonstrado fundamental para a ação de controle social e para assegurar visibilidade e transparência à gestão da política. SISCON: o Sistema de Gestão de Convênios é sistema responsável pelo gerenciamento de convênios, acompanhando todo o processo, desde o preenchimento dos planos de trabalho, formalização do convênio e prestação de contas. SISFAF: o Sistema de Transferências Fundo a Fundo é o sistema que agiliza e moderniza os procedimentos de repasses de recursos do Fundo Nacional de Assistência Social para os fundos municipais e estaduais. Tem como objetivo operacionalizar os repasses por intermédio de transferências automatizadas de arquivos para o SIAFI. SIAORC: o Sistema de Acompanhamento Orçamentário do SUAS é um sistema específico para gestão orçamentária do recurso gerido pelo Fundo Nacional de Assistência Social. A variedade de ferramentas tecnológica desenvolvidas na Rede SUAS confere certa robustez para a gestão da política de assistência social. Permite um novo modo de tratar, gerir, e perceber essa política pública, a qual foi tão negligenciada ao longo da história. Nesta perspectiva, a utilização da tecnologia da informação de forma consistente e sistematizada possibilita não só o redimensionamento de práticas e processos, mas compreende também uma nova cultura de gestão que conduz a política de assistência social para um novo patamar, 30 onde a eficiência, a participação cidadã e a transparência são imperativos. Sobre isso Tapajós (2007, p. 86) coloca que [...] o uso das Tecnologias da Informação como esteio para a gestão e para a realização da atividade socioassistencial proporciona um extraordinário incremento nos níveis da qualidade de oferta deste direito social, além de favorecer a identificação das novas competências essenciais para que a gestão da política possa atingir seus objetivos e para o enfrentamento dos desafios no campo das questões sociais. De fato, a utilização de tecnologias da informação na área social traz um avanço considerável para a política de assistência social, haja vista estreitar a distância entre os usuários e as ações governamentais, se configurando como um veículo de promoção da cidadania. Um importante propulsor e administrador das ferramentas informacionais na gestão da política de assistência social é a SAGI (Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação). Ela é responsável por desenvolver sistemas e aplicações para apoiar as atividades de gestão, monitoramento e avaliação de programas do atual Ministério da Cidadania, além da capacitação de agentes públicos. Uma de suas principais atribuições é oferecer soluções inovadoras na área de gestão da informação, por meio de sistemas informacionais e cruzamentos de dados. Atualmente, conforme decreto nº 9.674, de 2 de janeiro de 2019 também passou a conduzir a maior base de dados de políticas sociais, isto é, o Cadastro Único. Desse modo, a SAGI dispõe de uma série de outros sistemas e aplicações relevantes que atendem os diversoscampos de atuação da área social, os quais são essenciais para o monitoramento, controle e avaliação da política, tanto no âmbito federal, como nos níveis estadual e municipal. O Quadro 3 apresenta o catálogo de ferramentas informacionais da SAGI: 31 Quadro 3: Catálogo de Ferramentas Informacionais da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação FERRAMENTAS INFORMACIONAIS DESENVOLVIDOS PELA SAGI Ferramentas para Coleta, Integração e Visualização de Dados CECAD - Consulta, Seleção e Extração de Informações do CadÚnico; Consulta Cidadão; DICI-VIP; Gestão SUAS; MAPA SAN; MOPS - Mapa Estratégicos para Políticas de Cidadania; PAA Data; Prontuário Eletrônico Simplicificado do SUAS; Registro Mensal de Atendimentos em CRAS e CREAS; Registro Mensal de Mobilizações (RMM); RI Social; SISC - Sistema de Informações do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos; SISPLANSAN Tab Social - Tabulador de Microdados VIS Data Instrumentos e Indicadores de Monitoramento Portal Bolsa Família no seu Município Avaliação, Capacitação e Disseminação Cadernos de Estudos Estudos Técnicos SAGI Pesquisas e estudos Portal Capacitação Cidadania SIMA- Sistema de Monitoramento e Avaliação das Capacitações do MDS Ferramenta de Gestão Interna da SAGI Gerenciador de Conteúdo Fonte: Portal do Ministério da Cidadania, 2019. As ferramentas apresentadas estão classificadas em: Ferramentas para coleta, integração e visualização de dados; Instrumento e indicadores de monitoramento; Avaliação, capacitação e disseminação; e Ferramenta de gestão interna da SAGI. Tais mecanismos traduz o esforço da SAGI em aprimorar os instrumentos informacionais para sustentar as ações da área social. De acordo com Garcia (2013) a criação de processos organizacionais e tecnológicos pauta-se na conjugação entre tecnologia da informação e uma melhor gestão da política pública. 32 Dentre as ferramentas apresentadas acima, cabe destaque para o CECAD (Consulta, Seleção e Extração de Informações do CadÚnico). Trata-se de uma tecnologia da informação desenvolvida para apoiar ações de gestores estaduais e municipais no planejamento, implementação e gestão de políticas públicas voltadas para as famílias pobres. Para tanto, o CECAD possibilita a identificação das demandas sociais das famílias inscritas no Cadastro Único e, assim, planejar a implementação de serviços de saúde, educação, assistência social, habitação, entre outros, com base em um dinâmico diagnóstico socioterritorial (MDS, 2017). Além desses órgãos da estrutura organizacional do próprio ministério, outros parceiros também desenvolvem e disponibilizam ferramentas tecnológicas para atender as demandas das políticas públicas, como por exemplo, a CAIXA e Dataprev. A Caixa Econômica Federal (CAIXA) detém o papel de parceiro estratégico do Governo Federal no desenvolvimento dessas políticas sociais. Para tanto, a CAIXA é responsável por criar e operar tecnologias da informação (ferramentas, sistemas, aplicativos) de programas e serviços de grande relevância nacional, como é o caso do Programa Bolsa Família (PBF) e Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Tais tecnologias serão mais bem detalhadas ao longo desse estudo. Substancialmente, vale considerar que a integração entre tecnologia da informação e a gestão da assistência social vem sendo utilizada de forma expressiva no âmbito da gestão pública, trazendo impactos significativos na sua operacionalização e gerando, por sua vez, novas demandas para a política social. A ferramenta Cadastro Único para Programas Sociais é um dos exemplos mais significativos dessa conjugação. De acordo com Veloso (2014, p.88) o CadÚnico é entendido “[...] como uma expressão da incorporação das novas tecnologias da informação e comunicação ao processo de condução das políticas públicas, em especial a de assistência social”. Ainda segundo o referido autor, ele está imbuído de um potencial estratégico que deve ser desvelado e apropriado pelos seus agentes. O CadÚnico se configura como uma tecnologia social que visa ser o elo entre as ações governamentais e os cidadãos usuários da política de assistência social. O software do CadÚnico foi desenvolvido pela CAIXA que é o agente operador do sistema e responsável pelo processamento dos dados. Esta ferramenta tecnológica, apesar de ter sua emergência atrelada ao Programa Bolsa Família, sua atuação vai além deste, constituindo-se como uma poderosa fonte de informações para diversos programas focalizados, tanto na esfera federal, quanto estadual e municipal (VELOSO, 2014). O mais recente usuário do sistema CadÚnico é o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que juntamente com o PBF são considerados as iniciativas mais 33 abrangentes no rol das políticas de assistência social a adotarem a base de dados do Cadastro Único. Seguindo essa lógica, Farias (2016) coloca que os programas sociais que utilizam o CadÚnico dependem dele para fluírem e efetivar-se. Por outro lado, a ferramenta assume um estado de “invisibilidade”, ficando no plano de fundo desses programas e seus sistemas de gestão associados. De fato, o Sistema Cadastro Único consegue se articular e harmonizar com seus programas usuários, de tal modo, que gera uma identificação única, ou seja, uma associação entre a ferramenta tecnológica e o escopo de cada programa que o requisita. Nesses termos, Veloso (2014) observa certa centralidade do CadÚnico na gestão das políticas sociais, justamente pelo seu caráter integrador, e o seu potencial para a geração de informação estratégica. Seguramente, esse é o objetivo do Cadastro Único, ser uma tecnologia social capaz de facilitar o atendimento das necessidades sociais e prover as funções necessárias para a prestação de serviços de assistência social, de modo mais eficaz e eficiente. Outra ferramenta de grande projeção na política de assistência social é o Sistema de Benefícios ao Cidadão (Sibec), criado também pela CAIXA. O Sibec também é uma tecnologia da informação que tem por finalidade a gestão dos benefícios dos programas do governo federal. Na verdade é a principal ferramenta na operacionalização da administração de benefícios do Programa Bolsa Família. O Sibec simplifica a gestão dos benefícios. Reúne informações sobre famílias aprovadas pelos programas e valores pagos. É alimentado pelos dados do Sistema de Cadastro Único. E dispõe também de funções que podem ser acessadas por qualquer beneficiário, para realizar consultas públicas dos benefícios, o que contribui para a transparência na gestão dos programas sociais. Há ainda uma série de outras aplicações e sistemas da informação que auxilia a gestão de vários serviços e programas da área social, tais como: Carteira do Idoso, Prontuário eletrônico SUAS, BPC na escola, entre outros. No quesito disponibilização de informação ao público usuário dos programas sociais por meio digital, é importante ressaltar as iniciativas que possibilitam o acesso às informações de uma forma descomplicada e eficaz. Nesta perspectiva, foram desenvolvidas diversas ferramentas que dão visibilidade a esses dados e confere praticidade ao acesso de serviços, tornando o objetivo do governo eletrônico mais palpável e efetivo na realidade dos cidadãos, principalmente, àqueles mais vulneráveis da nossa sociedade. Entre esses sistemas estão: 34 Consulta Cidadão: é um site que possibilita verificar a situação do cadastro no Sistema Cadastro Único. A ferramenta possibilita ao usuário acessar informações do cadastro e gerar comprovante de inscrição para impressão. Meu CadÚnico: é um aplicativo que facilita o acesso a informações do Cadastro Único para Programas Sociais. A ferramenta é a versão mobile do Consulta Cidadão e permite verificara situação cadastral dos beneficiários e obter o Número de Identificação Social (NIS) de todos os componentes da família. Disponibiliza ainda, o comprovante de cadastramento e informações sobre os principais programas sociais do governo federal. Aplicativo Bolsa Família: é um aplicativo que permite o acompanhamento de informações sobre o Bolsa Família. A ferramenta confere rapidez e praticidade para os beneficiários do programa, pois permite o acesso a situação do benefício, calendário de pagamento, bem como consultar as últimas parcelas liberadas. Id Jovem: é uma ferramenta disponibilizada tanto via internet (site), quanto por aplicativo que emite a Identidade Jovem. Trata-se de um cartão virtual que deve ser apresentado na tela do celular (smartphone) ou impresso através da internet. O Id Jovem é um documento que possibilita o acesso aos benefícios de meia-entrada para jovens de 15 a 29 anos. Estas tecnologias podem ser vista como uma expressão do governo eletrônico ou, conforme aponta Hanada (2015) uma evolução que foi propiciada pela inserção das tecnologias móveis. As ferramentas apresentadas inauguram um formato de atendimento público inovador, pelo menos na área da assistência social e viabiliza serviços de um modo mais prático, acessível e conveniente para os cidadãos, além de contribuir para a melhora da capacidade operacional governamental e para a redução de custos, já que o atendimento digital, conforme aponta Hanada (2015) custa menos do que o atendimento via telefone ou presencial. Sumariamente, tais aplicações tornam o Estado e as ações governamentais ainda mais próximas do cidadão. 2.4 ESTUDOS EMPÍRICOS SOBRE DESEMPENHO DAS TICs NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA As tecnologias da informação que compõe a gestão da política de assistência social ainda é algo recente, porém se consolida a cada dia, a cada nova conquista, a cada avanço da 35 tecnologia. O seu papel na gestão da informação, como adverte Tapajós (2007) é condição necessária, e não acessória, aos processos de gestão das políticas sociais. Em razão disso, o monitoramento, avaliação e acompanhamento dessa estrutura tecnológica é condição indispensável na construção da política social. A análise de sistemas de informações é um objeto de estudo que vem sendo explorado pelos estudiosos, tanto da área da tecnologia da informação, quanto da área da gestão pública. É importante salientar também que os sistemas da informação, de um modo geral, não são ferramentas puramente técnicas, elas refletem escolhas políticas e são determinadas por uma série de fatores externos (FARIAS, 2016). A presente pesquisa utilizou como base os estudos de alguns autores para construir as dimensões a serem analisadas na pesquisa de campo, bem como na estruturação do questionário a ser aplicado. Barbosa (2008) em seu estudo explica que a avaliação dos impactos das TICs conduz a um processo complexo que se baseia em modelos de medição de desempenho que deveriam ser definidos, considerando o cidadão como elemento principal. Identificando, assim uma lacuna nos modelos que definem as dimensões de desempenho a partir da perspectiva do cidadão. Para tanto, Barbosa (2008) identifica os grupos sociais relevantes no processo de construção do governo eletrônico e as dimensões de desempenho, tendo como resultado o “Modelo (7+2)”, que consolida nove dimensões (Entendimento das necessidades do cidadão; Qualidade dos serviços no portal; Qualidade dos serviços presenciais; Conveniência para o cidadão; Confiança no portal; Canal de comunicação do portal; Eficiência da máquina pública; Relacionamento cidadão-prefeitura; Transparência da gestão) de desempenho da análise referente a percepção dos componentes tecnológicos do e-gov pelos grupos sociais relevantes. A tese de Alvear (2014) objetiva responder como um sistema de informação voltado para movimentos sociais e processos de desenvolvimento local pode contribuir para a construção de propostas coletivas entre seus diversos participantes. Nesta perspectiva, a partir da reflexão teórica de diversos conceitos pré-estabelecidos e dois estudos de caso, Alvear (2014) propõe sete diretrizes (Orientação por objetivos dos usuários; Administração Coletiva; Moderação Ativa; Flexibilidade; Avaliação da participação; Transparência; e Processo emancipatório) para sistemas de informação voltados para coletivos que tenham, como principais valores, a solidariedade, a cooperação, a participação, a autogestão e a democracia de alta intensidade. 36 O estudo de Lopes (2005) apresenta uma proposta de mecanismo independente de ferramenta de modelagem (MAIS), que realiza a coleta implícita e não intrusiva de informações para percepção de mudança em espaço de trabalho compartilhado. Nesta perspectiva, visando obter indícios relativos a utilidade do mecanismo referente a satisfação dos usuários na utilização e aplicabilidade na tarefa, o estudo de Lopes (2005) concluiu que o protótipo se mostrou restrito quanto à configuração do ambiente de execução e treinamento. Contudo, foi possível identificar a utilidade do protótipo MAIS, devido ao nível de detalhe de informações de mudanças relatadas, na realização da tarefa proposta pelo estudo com a utilização deste protótipo. As contribuições dos estudos em questão serviram de parâmetros para a estruturação das dimensões que nortearam a análise dos sistemas informacionais utilizados na gestão do Cadastro Único, no município do Natal/RN. As similaridades dos estudos com a presente pesquisa se dá pela apreensão do governo eletrônico no contexto das organizações públicas, pelo impacto das ferramentas informacionais na operacionalização dos serviços públicos voltados para os cidadãos e pela ideia da otimização dos processos realizados através dos sistemas informacionais. 37 3 METODOLOGIA DA PESQUISA A metodologia refere-se ao estudo dos métodos científicos, dos procedimentos e técnicas adotados para realizar uma pesquisa. Diante disso, neste capítulo são descritos os procedimentos metodológicos para alcançar o objetivo proposto pela presente pesquisa, a qual tem como objeto de estudo o uso da tecnologia da informação no contexto da administração pública. A metodologia que orienta esta pesquisa se constitui de fases, que inclui, necessariamente, tipo de pesquisa, delineamento da pesquisa, etapas de desenvolvimento da pesquisa, coleta de dados, técnicas utilizadas para análise e interpretação de dados. 3.1 TIPO DE ESTUDO De acordo com as definições apresentadas por Gil (2002) este estudo se classifica como sendo exploratório e descritivo. O caráter exploratório da pesquisa evidencia-se na busca de dados e informações que possibilitem a contextualização do problema e possíveis recomendações para o aprimoramento dos serviços prestados. Já a perspectiva descritiva prevê a caracterização dos fenômenos, ou seja, a descrição das tecnologias informacionais em uso na gestão do Cadastro Único. O método utilizado para o desenvolvimento da pesquisa baseia-se na estratégia de estudo de caso (GIL, 2002), o qual visa aproximar-se do objeto de estudo de modo mais detalhado e aprofundado. Quanto aos procedimentos técnicos, se configura como uma pesquisa bibliográfica e documental. Utiliza-se na revisão da literatura livros, trabalhos e artigos científicos, o que a caracteriza como pesquisa bibliográfica, bem como faz uso de documentos, relatórios, informações e dados institucionais, o que a caracteriza como pesquisa documental (GIL, 2002). No tocante à parte prática da pesquisa, foi adotada uma abordagem analítica quantitativa, isto é, foi realizada uma pesquisa quantitativa (VIEIRA, 2009), através de questionários com os técnicos que operam os sistemas informacionais do Setor de Cadastro Único do município do Natal/RN. 38 3.2 ABRANGÊNCIADO ESTUDO O estudo realiza-se no âmbito do Setor de Cadastro Único da Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social (SEMTAS) e o universo da pesquisa compreende os servidores públicos do município (técnicos e coordenadores) envolvidos na operacionalização do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e Programa Bolsa Família, no município do Natal/RN. É relevante destacar que esses servidores são Assistentes Sociais e atuam na política de Proteção Social Básica da SEMTAS. Correspondem a 39 profissionais que estão lotados nas três unidades e coordenação do Setor do Cadastro Único. A amostra da pesquisa se constituiu de 33 profissionais, ou seja, 84% do seu universo. 3.3 COLETA E TRATAMENTO DOS DADOS O percurso metodológico para a coleta de dados compreendeu ações que possibilitaram um conhecimento mais fecundo sobre o uso das tecnologias da informação na gestão do Cadastro Único e contribuíram para a apreensão de determinantes imprescindíveis à pesquisa. Nesta perspectiva, em uma primeira fase dos procedimentos metodológicos foi realizada a revisão de literatura sobre o uso das tecnologias na gestão pública, na perspectiva de apresentar os seus conceitos e principais abordagens. Posteriormente foi realizada a pesquisa documental (leis, decretos, relatórios, manuais, etc.), visando apreender informações e caracterizar as tecnologias da informação (sistemas) utilizadas na gestão do Cadastro Único, bem como suas funcionalidades. A segunda fase da coleta de dados se inicia com a estruturação do questionário, que se configura como o principal instrumento de coleta de dados utilizado nesta pesquisa. A elaboração do questionário foi norteada por categorias de análise, denominadas dimensões, que pautaram a construção das questões. Desse modo, estudos já consolidados provenientes de teses e dissertações (BARBOSA, 2008; ALVEAR, 2014; LOPES, 2005) referenciaram a estruturação das dimensões e perguntas do questionário. O quadro 4 apresenta as dimensões apreendidas como categorias de análise e os respectivos conjuntos de questões que dão forma ao questionário desta pesquisa. 39 Quadro 4: Dimensões e perguntas constitutivas do questionário de pesquisa DIMENSÕES QUESTÕES Funcionalidade e Usabilidade 1. Utiliza rotineiramente os sistemas no desenvolvimento do seu trabalho. 2. Os sistemas utilizados são de fácil compreensão e manuseio. 3. Há facilidade em encontrar as informações necessárias para realizar sua atividade profissional. 4. A interface (comunicação) entre os sistemas funciona adequadamente. 5. Os sistemas possibilitam maior agilidade na execução do trabalho. 6. A indisponibilidade de um dos sistemas interfere no desenvolvimento das atividades da organização. 7. A falta dos sistemas inviabiliza a realização do seu trabalho. 8. Tem acesso a todas as funcionalidades dos sistemas. 9. Gostaria de ter novas funcionalidades, ou fazer algumas alterações na estrutura de algum dos sistemas. Capacitação, Suporte e Segurança 10. Obteve capacitação para o uso dos sistemas. 11. Considera que o treinamento aplicado para o uso dos sistemas foi suficiente para sua utilização. 12. É disponibilizado suporte técnico de TI para a manutenção e apoio aos sistemas. 13. As informações disponibilizadas sobre o sistema (ajuda on-line, mensagens na tela, manuais ou outros tipos de documentação) são claras e eficientes. 14. Os sistemas têm padrões tecnológicos e ferramentas adequados para garantir a segurança dos dados. 15. Considera que os níveis de acesso no sistema estão adequados para os usuários (cadastradores, administrativos, técnicos, gestão). 16. As informações obtidas através das ferramentas são plenamente confiáveis. 17. Além dos sistemas, você utiliza outras fontes de informação para realizar seu trabalho. 18. A oferta de serviços públicos por meio digital poderia ser uma alternativa para melhorar os serviços do Cadastro Único. Satisfação, Qualidade e Desempenho 19. Considerando as ferramentas como um todo, estou satisfeito(a) com o seu desempenho. 20. Os recursos disponíveis nos sistemas são suficientes para realizar seu trabalho. 21. A utilização dos sistemas torna o seu trabalho mais produtivo. 22. Os sistemas utilizados no Setor de Cadastro Único atendem com eficiência os requisitos dos principais programas sociais demandados (PBF, BPC, TSEE e etc.) 23. Considera que Sistema Cadastro Único V7 tem um potencial estratégico para a condução das políticas públicas sociais. 24. Você considera que o Sibec é uma ferramenta eficiente na gestão dos benefícios do Programa Bolsa Família. 25. Considera que o Sicon atende adequadame nte a função de acompanhamento das condicionalidades do Programa Bolsa Família 26. O SigPBF, enquanto ferramenta de apoio à gestão, torna mais eficiente o processo de comunicação da gestão municipal com o Gestor Federal. Fonte: Adaptado de Barbosa (2008), Alvear (2014) e Lopes (2005). Na construção do instrumental foi considerada uma escala do tipo Likert (VIEIRA, 2009) no escalonamento das opções de resposta. Basicamente a escala consiste em uma graduação em que o respondente deve expressar seu grau de concordância ou discordância de 40 cada afirmação, sendo que cada posição representa um valor numérico. Assim sendo o número 1 indica o requisito de discordância e o número 5 representa o requisito de maior concordância, conforme esquematização do quadro 5: Quadro 5: Esquematização do grau de concordância adotado no questionário Discordo plenamente Discordo parcialmente Nem discordo, nem concordo Concordo parcialmente Concordo plenamente 1 2 3 4 5 A aplicação dos questionários (apêndice I) ocorreu entre os dias 25 e 29 de abril de 2019 com os assistentes sociais do Setor de Cadastro Único da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (SEMTAS). A forma de aplicação utilizada na pesquisa foi a de autoaplicação (VIEIRA, 2009). Assim sendo, das 39 assistentes sociais que compõe o quadro de profissionais do setor, 33 responderam aos formulários da pesquisa. Diante disso, não foi possível atingir a integralidade do seu universo, pois as demais servidoras estavam afastadas das suas atividades profissionais nos dias de aplicação dos questionários, devido a questões médicas e pessoais. Após a aplicação dos questionários os dados coletados foram tabulados com o auxílio da ferramenta do Excel e transformados em gráficos que subsidiaram a análise e interpretação dos resultados. O processo de análise dos dados (GIL, 2002) perpassa por um processo de ordenação, categorização e interpretações dos dados coletados. Esse fluxo confere significados aos dados e gera novas informações. No processo de análise dos dados deste trabalho foram empregadas as técnicas de análise exploratória de dados. Esta técnica contribui para aumentar a eficácia da análise estatística, possibilitando resumir as principais características de um conjunto de dados por meio de tabelas, gráficos e resumos numéricos (GUIMARÃES, 2008). 41 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Este capítulo apresenta o processo de análise dos resultados quantitativos obtidos na pesquisa de campo. A análise foi balizada por reflexões que gerou interpretações, conferiu significados e produziu informações que retratam a realidade investigada. Para tanto, utilizou- se da análise estatística descritiva, visando ordenar, resumir e apresentar os dados adequadamente. A análise sobre os sistemas da informação, utilizados na gestão do Cadastro Único, se formou a partir das respostas dos servidores (técnicos) do setor sobre a percepção destes em relação ao uso das ferramentas tecnológicas no desenvolvimento das suas atividades profissionais. Considerando tais aspectos, o processo de apresentação e análisedos resultados foi realizado em algumas etapas. Primeiramente, foi realizada a apresentação e caracterização da organização lócus da pesquisa, em seguida apresentaram-se as principais características dos sistemas informacionais em uso no setor, finalizando com a apresentação dos resultados e aplicação teórica desenhada para a pesquisa. 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO A organização escolhida para ser alvo de análise no presente estudo é o Setor de Cadastro Único, que integra o Departamento de Proteção Social Básica da Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social (SEMTAS). Esta secretaria se apresenta como órgão da administração pública municipal responsável por efetivar de forma articulada, políticas sociais de Trabalho, Segurança Alimentar e Assistência Social, tendo por finalidade enfrentar a pobreza, garantir os mínimos sociais e universalizar os direitos, visando, sobretudo, a efetivação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). A adesão do município ao Cadastro Único para Programas Sociais e Programa Bolsa Família foi formalizada junto ao MDS em 21 de outubro de 2005, conforme Portaria 246 de 20 de maio de 2005, através do Termo de Adesão n° 2.476, publicado no Diário Oficial da União em 25/10/2005 e desde então compõe a estrutura organizacional da secretaria. De acordo com o regimento interno da SEMTAS (Decreto 11.012 de maio de 2016) o Setor de Gestão de Benefícios e do Cadastro Único está subordinado ao Departamento de Proteção 42 Social Básica (DPSB), o qual é responsável pelo desenvolvimento e implementação de serviços que visem a prevenção e a proteção das situações de vulnerabilidades e riscos sociais das famílias (PREFEITURA MUNICIPAL DE NATAL, 2016). Na Figura 2 é apresentada a estrutura organizacional da SEMTAS, com seus departamentos e setores. Figura 2: Organograma da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social Fonte: Portal da Prefeitura do Natal/SEMTAS O Setor de Cadastro Único operacionaliza o serviço de Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), bem como realiza a gestão do Programa Bolsa Família (programa de maior demanda para o setor) e demais programas que utilizam a base de dados do CadÚnico, no município do Natal/RN, conforme as determinações da atual Secretaria Especial do Desenvolvimento Social. O referido setor dispõe de duas unidades de atendimento descentralizadas, localizadas nas zonas sul (unidade I) e norte (unidade II) da cidade. Conta ainda com uma unidade móvel 43 (ônibus) que atende todas as localidades do município. Além dessas unidades, há também os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), distribuídos nas quatro regiões da cidade, que disponibiliza o serviço de cadastramento à população. Quanto a estrutura de funcionamento, cabe destacar que o setor em questão atende aos requisitos recomendados pelo gestor federal do Cadastro Único. De acordo com o Manual de Gestão do Cadastro Único (MDS, 2017), a equipe mínima necessária para realizar o serviço na gestão municipal tem a seguinte composição: Gestor/Coordenador: responsável por coordenar as atividades e a equipe do Cadastro Único; planejar; monitorar e avaliar as ações de cadastramento; elaborar relatórios; articular e implementar parcerias, e etc. Técnico de nível superior: responsável por realizar as visitas domiciliares para averiguação cadastral e fiscalização, emitir parecer, atender e encaminhar as famílias para outros serviços e tratar denúncias de irregularidades. Também deve prestar assessoria técnica à equipe do Cadastro Único e apoiar o trabalho do gestor; Entrevistador: responsável por entrevistar (nos postos de atendimento e na residência da família, em casos de visita domiciliar) e, idealmente, digitar os dados coletados no Sistema de Cadastro Único. O entrevistador deve ter, preferencialmente, ensino médio completo, conhecimento básico em informática e receber a Capacitação de Preenchimento de Formulários; Digitador: responsável por digitar os dados coletados no Sistema de Cadastro Único e que, idealmente, também fez a entrevista com a família. Esse profissional também organiza os arquivos e confere os formulários. O digitador deve ter, preferencialmente, ensino médio completo, conhecimento básico em informática e ser capacitado pela CAIXA em relação ao Sistema de Cadastro Único; Por se tratar de um município de grande porte, além da equipe mínima recomendada, outros profissionais também fazem parte da estrutura municipal, entre eles recepcionista, auxiliar administrativo e supervisor de cadastro. O Setor de Cadastro Único dispõe atualmente de 135 servidores, sendo 45 servidores estatutários, 82 estagiários, 04 cargos comissionados, 03 terceirizados e 01 servidor cedido. Estes servidores estão distribuídos nas unidades descentralizadas (I e II), na unidade móvel, nos CRASs, nas unidades de saúde, na secretaria de educação e na coordenação do setor (situada na sede da secretaria). A equipe técnica de cada unidade descentralizada, especificamente, é formada por técnicos de nível superior (assistentes sociais) e uma subcoordenadora (técnica de referência), 44 a qual é subordinada à coordenação do Setor de Cadastro Único. Além da equipe técnica as unidades também contam com estagiários (entrevistador social, digitador), assistentes administrativos, recepcionista e ASG. Nas unidades descentralizadas do Cadastro Único são realizados todos os procedimentos necessários para o cadastramento e inserção das famílias nos programas sociais dos três níveis de governo. Os programas que geram mais demandas para a organização são: Programa Bolsa Família (considerado o maior programa de transferência de renda do país); Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE); Benefício de Prestação Continuada (BPC); Isenção de taxa para Carteira de Estudante; Isenção de taxa de concursos públicos; Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV); Carteira do Idoso e Programa do Leite. As principais atividades realizadas nas unidades são: inclusão e atualização cadastral das famílias, consulta de benefícios, atendimento socioassistencial (escuta qualificada, encaminhamentos e etc.), visita domiciliar e institucional, gestão de benefícios e recursos referentes ao acompanhamento de condicionalidades. O público alvo do Setor do Cadastro Único são famílias de baixa renda. Ou seja, àquelas que possuem renda mensal por pessoa de até meio salário mínimo ou ainda aquelas com renda familiar total de até três salários mínimos. Famílias com renda maior também constitui público das unidades, desde que estejam vinculadas a algum programa social que utilize a base de dados do Cadastro Único. Vale salientar que os usuários em situação de pobreza e extrema pobreza constituem público prioritário da organização. Atualmente na base de dados do Cadastro Único existem 81.298 famílias inscritas no município do Natal/RN (dados referentes a março de 2019) e 45.931 famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família, dados de abril de 2019 (MINISTÉRIO DA CIDADANIA, 2019a). Esses números constituem a demanda do Setor de Cadastro Único no município. Para a operacionalização do Cadastro Único para Programas Sociais e gestão do Programa Bolsa Família, o Setor do Cadastro Único conta com quatro sistemas informacionais: Sistema de Cadastro Único V7; Sistema de Benefícios ao Cidadão (Sibec); Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família (SigPBF) e Sistema de Condicionalidades (Sicon). Nas próximas seções estas ferramentas serão analisadas de forma mais detalhada. 45 4.2 CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS DA INFORMAÇÃO Os sistemas de informações são modelos, ferramentas e recursos tecnológicos ou manuais utilizados para coletar, processar, transmitir e armazenar dados e informações importantes para o desenvolvimento dos processos e atividadesna organização (FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE, 2008). Segundo Oliveira, Faleiros e Diniz (2015), eles agregam os fatores humanos e organizacionais à tecnologia da informação, e referem-se aos recursos tecnológicos, responsáveis pela captura, armazenamento, transmissão e manipulação de informação, geralmente no formato digital. Isto é, são instrumentos tecnológicos, aptos a gerar informações e subsidiar os processos organizacionais e de gestão. Analisando o uso dos sistemas da informação no setor público Oliveira, Faleiros e Diniz (2015), coloca que estes têm sido considerados como ferramenta estratégica para melhorar a eficiência dos serviços públicos, gerando maior economia, maior nível de transparência e mais qualidade no atendimento das demandas dos cidadãos. Neste sentido, os sistemas analisados neste estudo – Sistema de Cadastro Único V7; Sibec; SigPBF e Sicon – exemplificam um modelo de gestão que ainda é recente na administração pública. É parte integrante de um projeto maior que visa a integração entre as TICs e a gestão das políticas públicas. Os sistemas utilizados no Setor de Cadastro Único são de adesão obrigatória, isto é, só é possível ofertar os serviços por meio dessas ferramentas específicas. Portanto, se faz necessário aderir aos sistemas para realizar os serviços e programas operacionalizados pelo órgão. Estes sistemas foram desenvolvidos pela gestão federal (MDS e Caixa Econômica Federal), contudo o seu funcionamento se concretiza na esfera local, pois os municípios são os responsáveis pela alimentação dos sistemas. O quadro 6 apresenta uma síntese das características dos quatro sistemas analisados neste estudo, possibilitando uma comparação das suas principais funções no contexto da organização. 46 Quadro 6: Síntese das características dos quatro sistemas informacionais Síntese comparativa das principais características dos sistemas Sistema Cadastro Único V7 Sibec SigPBF Sicon Objetivo Identificar a população pobre e extremamente pobre para a sua inserção em programas sociais Facilitar a gestão dos benefícios financeiros do PBF Apoiar e integrar as ações de gestão do PBF Operacionalizar a gestão de condicionalidades do PBF Ano de criação 2011 2005 2010 2008 Órgão responsável CAIXA CAIXA MDS MDS Legislação Decreto nº 6.135/2007) e Portaria MDS nº 177/2011 Portaria GM/MDS nº 555, de 11 de novembro de 2005 Informe nº 241 de 04 de novembro de 2010 Portaria GM/MDS Nº 321, de 29 de setembro de 2008 Mecanismo de apoio Manual disponibilizado no site; capacitação técnica pelo MDS, CAIXA e pelo governo estadual. Manual disponibilizado no site; capacitação técnica pelo MDS, CAIXA e pelo governo estadual. Guia de Navegação do SIGPBF Manual disponibilizado no site; Capacitação pelo governo municipal. Fonte: Elaboração própria com base em pesquisa documental Tais sistemas operacionais são fundamentais para o funcionamento da organização e possuem uma interdependência mútua, ou seja, a ação de um depende de dados ou informação de outro. A seguir apresenta-se o escopo desses sistemas, visando uma melhor apreensão das suas principais características e funcionalidades. 4.2.1 Sistema de Cadastro Único V7 (Sistema V7) O Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) é um sistema de informação de larga escala (FARIAS, 2016), uma ferramenta de gestão que visa identificar a população pobre e extremamente pobre para a sua inserção em programas sociais. Ou seja, o público alvo da ferramenta são famílias com renda mensal igual ou inferior a meio salário mínimo per capita ou renda familiar mensal de até três salários mínimos. As famílias com renda superior a estes valores também podem está cadastradas, desde que seja público prioritário de programas sociais que utilizam a base do Cadastro Único (CAIXA ECONOMICA FEDERAL, 2018). É através do CadÚnico que o governo obtém dados que mostram a realidade socioeconômica dessas famílias, trazendo informações de todo o núcleo familiar, das características do domicílio, das formas de acesso a serviços públicos essenciais (água, saneamento, energia elétrica), das despesas mensais, da vinculação a programas sociais e, 47 também, dados de cada um dos componentes da família, como documentação civil, informação do nível escolar, trabalho e rendimentos. As informações do Cadastro Único contribuem para a identificação deste público alvo e o mapeamento de suas necessidades (CAIXA ECONOMICA FEDERAL, 2018). De acordo com Farias (2016) essas informações é o substrato que alimenta o cadastro e que criam as condições sobre as quais os programas sociais operam. É a partir desses dados captados que o Governo Federal avalia os impactos das políticas sociais em execução, bem como formula novas políticas para melhorar as condições em que se encontram estas famílias. O CadÚnico foi criado em 2001, durante o Governo Lula. Segundo Farias (2016), ele nasce com o propósito de criar um cadastro social nacional que evitasse duplicações de cadastros do mesmo público alvo. É regulamentado pelo Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007 (que revogou o Decreto nº 3.877, de 24 de julho de 2001) e tem a sua gestão disciplinada pela Portaria MDS nº 177, de 16 de junho de 2011 (que substituiu a Portaria MDS nº 376, de 26 de junho de 2007). A CAIXA é o agente operador do Cadastro Único, responsável pelo desenvolvimento e operacionalização do software. Também compete à CAIXA a função de atribuir o Número de Identificação Social (NIS) para os beneficiários, prestar apoio operacional aos municípios, estados e união, capacitar os municípios para a utilização do sistema, assim como a impressão e a logística de entrega dos formulários aos municípios e o processamento da base de dados. É importante destacar que o Sistema V7 é a ferramenta mais utilizada no setor, tanto pelos técnicos, alvo da pesquisa, quanto pelos entrevistadores, digitadores (estagiários) e administrativos. É através dessa ferramenta que se atende a principal demanda da organização em análise: inclusão e atualização cadastral. A figura 3 apresenta a tela inicial do sistema. 48 Figura 3. Tela inicial do Sistema de Cadastro Único V7 Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social O Sistema de Cadastro Único V7 (versão 7.16) é a versão mais recente do sistema de cadastramento para programas sociais do governo federal. O MDS iniciou em 2008 o projeto da versão 7 que tinha por objetivo a revisão dos formulários do Cadastro Único e o desenvolvimento de um novo sistema operacional para aperfeiçoar as funcionalidades de cadastramento, manutenção dos dados, entre outros. Em 2009, após amplo debate, a nova versão (denominada de Formulário Verde) foi finalizada e em 2011, nacionalmente implantada (MDS, 2017). O Sistema V7 é uma ferramenta online que visa realizar a manutenção (inclusão, alteração e/ou exclusão) dos dados das famílias diretamente na Base Nacional do Cadastro Único, tornando, esses processos mais dinâmicos, eliminando a ocorrência de multiplicidade e divergências cadastrais. De acordo com Farias (2016, p. 18) [...] o Cadastro Único é mais do que uma ferramenta. [...] é compreendido como uma tecnologia viva e em constante construção, ao mesmo tempo produto e gerador de novos marcos legais e institucionais das políticas sociais, e fruto do comprometimento e trabalho dos cadastradores e gestores municipais que atuam na ponta dos programas sociais. 49 De fato, o Sistema V7 é uma ferramenta de gestão de alcance nacional e que serve para vários programas sociais, muitos deles com objetivos complementares. Atualmente o Cadastro Único é utilizado por diversos órgãos e atende mais de 20 programas sociais, entre os quaisse destacam: o Benefício de Prestação Continuada (BPC); Carteira do Idoso; Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI); Programa Minha Casa Minha Vida; Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE); Identidade Jovem (ID Jovem); Aposentadoria para Pessoas de Baixa Renda; Isenção de Taxas para Concursos Públicos; Passe Livre para pessoas com deficiência; e o mais expressivo deles, o Programa Bolsa Família. Com efeito, o Sistema V7 constitui-se como uma importante ferramenta de planejamento para políticas públicas voltadas às famílias de baixa renda, tendo um amplo potencial de uso por diversas políticas da área social (VELOSO, 2014). Isso demonstra, nas palavras de Farias (2016) que o Cadastro Único tem status infraestrutural, que significa ser uma ferramenta fundamental para que os programas sociais do governo federal funcionem. Na visão da autora, o sistema do Cadastro Único ganha status infraestrutural por diversas características que possui e uma delas é a “invisibilidade”, que o coloca como um plano de fundo de diversas políticas e sistemas integrados, tornando-se “visível” sempre e quando há falhas e/ou inoperância. Nesta perspectiva, é importante destacar que a sua utilização por vários órgãos representa a legitimação dessa ferramenta como um registro-base, apto a responder as demandas das mais diversas áreas. 4.2.2 Sistema de Benefícios ao Cidadão (Sibec) O Sibec é um sistema online, disponibilizado no site da Caixa Econômica Federal, que permite a administração dos benefícios financeiros do Programa Bolsa Família. Foi criado em 2005, na perspectiva de simplificar a operacionalização do PBF e facilitar a atuação dos gestores dos programas sociais, dando mais transparência aos seus processos. A CAIXA, agente operador do PBF, é o órgão responsável pela implantação e manutenção do sistema, originalmente denominado Sistema de Gestão de Benefícios. Os principais procedimentos executados no Sibec são disciplinados pela Portaria GM/MDS nº 555, de 11 de novembro de 200, que estabelece as normas e procedimentos para a gestão de benefícios do Programa Bolsa Família. Com efeito, trata-se de uma ferramenta fundamental na gestão do PBF. Através do Sibec são realizados bloqueios, desbloqueios, cancelamentos e reversões nos benefícios das http://www.caixa.gov.br/programas-sociais/id-jovem/Paginas/default.aspx http://mds.gov.br/assuntos/cadastro-unico/o-que-e-e-para-que-serve/aposentadoria-para-pessoas-de-baixa-renda http://mds.gov.br/assuntos/cadastro-unico/o-que-e-e-para-que-serve/aposentadoria-para-pessoas-de-baixa-renda 50 famílias, além de consultas e extração de relatórios gerenciais. Desse modo, permite que o gestor municipal realize de forma descentralizada e ágil, as ações de manutenção dos benefícios do PBF (CAIXA ECONOMICA FEDERAL, 2016). A figura 4 apresenta a tela inicial do sistema. Figura 4. Tela inicial do Sistema de Benefícios ao Cidadão Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social O acesso ao sistema é dividido por módulos (Infraestrutura, Consulta, Manutenção e Relatórios) que permitem ao usuário visualizar calendários e manuais operacionais, consultar e comandar ações sobre benefícios e, também, gerar relatórios. O Sibec é alimentado a partir dos dados inseridos no Sistema de Cadastro Único V7 e reflete informações correspondentes a esses dados. Na realidade, o Sibec opera mediante essa conexão com o Cadastro Único. Vale ressaltar que o Sibec é a segunda ferramenta mais utilizada pelos técnicos. Diferentemente do Sistema V7, tem o uso mais restrito entre os profissionais que compõe a organização. A ferramenta em questão possibilita ainda realizar consultas públicas tanto dos benefícios sociais, quanto dos beneficiários. A consulta pública pode ser realizada por Unidade da Federação, por município ou por família (através do NIS). Contudo, as informações disponibilizadas são básicas e preservam a segurança das informações dos beneficiários. A consulta pública contribui para a transparência dos recursos públicos dos programas sociais. https://bolsafamilia.me/cadastro-unico/ 51 4.2.3 Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família (SigPBF) O SigPBF é um sistema de gestão destinado, especificamente, aos gestores (municipal), coordenadores (estadual) e técnicos que trabalham na gestão do PBF. Este sistema é uma aplicação online, disponível no portal do MDS, que permite o acompanhamento de todas as ações de gestão relativas ao Programa Bolsa Família e ao Cadastro Único. O SigPBF possibilita a disponibilização de dados atualizados para as equipes que participam da gestão do PBF e torna mais ágil o processo de comunicação dos gestores e coordenadores com o Gestor Federal (MDS, 2011). De acordo com o Informe nº 241/2010, a ferramenta em questão foi desenvolvida em 2010 pelo MDS, através da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (Senarc) em conjunto com o Departamento de Tecnologia do ministério. Considerando a necessidade de melhorias, foi implantado o sistema de gestão integrado, ou seja, o SigPBF, substituindo os sistemas: Central de Sistemas; Sistema de Gestão Integrada (SGI) e o Sistema de Autorização e Solicitação de Formulários (Sasf). Na realidade, teve por objetivo aperfeiçoar e integrar a gestão dos principais processos desses sistemas. A figura 5 apresenta a tela inicial do SigPBF. Figura 5. Tela inicial do Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social 52 No SigPBF ficam armazenadas as principais informações gerenciais do PBF, como por exemplo, os dados atualizados das equipes da gestão do programa, as listas das famílias que estão em processo de Averiguação e Revisão Cadastral. Possibilita também que outros atores acessem suas informações, tais como os órgãos de controle, beneficiários e cidadão que buscam obter informações sobre a gestão local (MDS, 2011). O SigPBF é composto por vários aplicativos de gestão, que desempenham funcionalidades específicas e contribuem para a otimização e melhoria dos processos de gestão do PBF. Entre esses aplicativos destacam-se: o Aplicativo Controle de Acesso – Login e senha; Aplicativo de Adesão Municipal; Aplicativo de Adesão Estadual; Aplicativo Upload/download de Arquivos; Aplicativo de Formulários (Sasf); Aplicativo de integração com o Cecad (Consulta, Seleção e Extração de Informações do CadÚnico); e Aplicativo de integração com o Sistema de Condicionalidades – Sicon . A partir dos aplicativos é possível realizar o controle de acesso ao sistema; manter atualizados os dados da gestão do municipal e estadual; obter e enviar arquivos com informações entre a gestão federal e local; solicitar e acompanhar a solicitação de formulários de cadastramento do Cadastro Único; consultar e extrair informações do Cadastro Único (por meio do Cecad) para subsidiar pesquisas ou ações de planejamento de políticas públicas e fazer o acompanhamento das condicionalidades do PBF (MDS, 2011). Isto posto, vale ressaltar que é por meio do SigPBF que são realizadas as concessões para o acesso aos demais sistemas que o integram, como por exemplo, o Cecad, Simac, Sicon e etc. Cabe destacar que o uso do SigPBF é mais intenso entre os técnicos que atuam na coordenação do setor, portanto, algumas dessas aplicações são de uso mais restrito da coordenação. 4.2.4 Sistema de Condicionalidades (Sicon) O Sicon é uma ferramenta de apoio à gestão intersetorial que integra as informações do acompanhamento de condicionalidades das políticas de Saúde, Educação e Assistência Social, no contexto de atuação do Programa Bolsa Família. Foi desenvolvido pelo MDS para operacionalizar a gestão de condicionalidades do PBF. Em 2008 tornou-se, de fato, um sistema (de 2006 a 2007 executava alguns processos de forma não automatizada) e foi apresentado na estrutura de aplicação web com a única funcionalidadede registrar as contestações das famílias identificadas em descumprimentos de condicionalidades. Já em 2009 sua estrutura foi incrementada com a incorporação de novas funcionalidades 53 (ALCANTARA; NETO; NASCIMENTO, 2013). As ações executadas no Sicon são disciplinadas pela portaria nº 321, publicada em 29 de setembro de 2008. Este sistema de informação promove a interoperabilidade a partir da integração e consolidação das informações de frequência escolar, do calendário de vacinação e das consultas pré-natais, oriundas dos sistemas específicos desenvolvidos e gerenciados pelos Ministérios da Educação (Sistema Presença) e da Saúde (Sistema de Gestão do PBF na Saúde), e das informações de atendimento/acompanhamento familiar da área da Assistência Social, de forma a auxiliar no acesso aos serviços sociais e monitoramento das famílias beneficiárias do PBF, visando, sobretudo, uma gestão mais eficiente do PBF (MDS, 2014). A figura 6 ilustra a tela inicial do Sicon. Figura 6. Tela inicial do Sistema de Condicionalidades Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social Atualmente, o Sicon se configura como um sistema multiusuário para gestores e técnicos federais, estaduais e municipais, responsáveis pelo acompanhamento das condicionalidades do PBF, bem como para as instâncias de Controle Social. O sistema, enquanto ferramenta do cotidiano desses agentes públicos, disponibiliza diversas funcionalidades que garantem a efetivação da gestão das condicionalidades, entre as quais se destaca: Módulo de Acompanhamento Familiar; Pesquisas de Pessoas (básica e avançada); 54 Consulta aos dados do Cadastro Único (composição familiar, endereço, idade e etc.); Relatório Recursos; e Consulta Acompanhamento familiar. Através dessas funções é possível consultar famílias com descumprimentos das condicionalidades; registrar e avaliar recursos das famílias que estão sob os efeitos dos descumprimentos, quando ocorrerem erros, falhas ou problemas que ocasionem repercussão indevida, bem como suspender os efeitos do descumprimento e realizar o acompanhamento familiar, quando necessário (ALCANTARA; NETO; NASCIMENTO, 2013). Ressalta-se que o Sicon utiliza o controle de acesso do SigPBF para autenticar seus usuários. Assim sendo, o usuário deve estar cadastrado no SigPBF e possuir perfil de acesso ao Sicon. Vale destacar também que o Sicon reúne em uma única plataforma informações de diversos sistemas, como o Cadastro Único, Sibec, Sistema Presença (Ministério da Educação) e Sistema de Gestão do PBF na Saúde (Ministério da Saúde). Essa articulação entre os sistemas facilita a avaliação das famílias e contribui para consolidação do processo de acompanhamento das condicionalidades do Programa Bolsa Família. Em última análise, conforme explicita Alcantara, Neto e Nascimento (2013), o Sicon se constitui como um instrumento de gestão que identifica, sistematiza e dá visibilidade a situações relacionadas à inadequação na oferta e acesso aos serviços públicos básicos (saúde e educação), dessa forma, se estabelece como um sistema de monitoramento e avaliação de resultado das condicionalidades do PBF. O Sistema de Condicionalidades não é restrito aos técnicos do Setor de Cadastro Único, também é operado pelos técnicos do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). Estes órgãos são responsáveis pelo registro do acompanhamento das famílias do Programa Bolsa Família em descumprimento de condicionalidades no Sicon. A ferramenta é utilizada mais intensivamente nos meses em que ocorrem as repercussões nos benefícios das famílias, em virtude do descumprimento das condicionalidades com educação e saúde. As ferramentas tecnológicas descritas acima constituem a base operativa do Setor do Cadastro Único e tem o papel de subsidiar os seus processos organizacionais. Nesta perspectiva, a equipe técnica da organização tem a prerrogativa de operacionalizar os quatros sistemas (Sistema de Cadastro Único V7; Sibec; SigPBF e Sicon), fazendo com que as funcionalidades técnicas dessas ferramentas contribuam para um atendimento especializado e de qualidade aos usuários demandantes do serviço. O quadro 7 sintetiza as principais ações realizadas pelos servidores (técnicos) nos sistemas de apoio à gestão da organização. 55 Quandro 7: Síntese das ações realizadas nos sistemas informacionais da gestão do Setor do Cadastro Único Principais ações realizadas pelos servidores nos sistemas de apoio à gestão Sistema V7 Supervisão de inclusão e atualização cadastral das famílias Supervisão da exclusão de pessoa ou família Supervisão de transferência de município/estado Consulta aos dados da família Emissão de Folha Resumo Sibec Consulta de benefícios Gestão de benefícios (bloqueio, desbloqueio, reversão do cancelamento) Consulta aos relatórios analítico e sintético Consulta ao calendário operacional SigPBF Consulta Permissionamento de usuários Solicitação de Formulários Solicitação de reversão de beneficio por meio de formulário Upload/Download de arquivos Sicon Consulta aos dados das famílias em descumprimento de condicionalidades Localizar famílias Cadastramento e avaliação de recursos Fonte: Elaboração própria, com base em informações obtidas na organização. Considerando que esses sistemas formam a base tecnológica de atuação da organização analisada, é importante salientar que o município não dispõe de ferramentas tecnológicas próprias que complemente suas funções, fato que é uma realidade da maioria dos municípios brasileiros. Assim sendo, outras demandas administrativas, necessárias ao desenvolvimento das atividades cotidianas do setor são atendidas por meio de sistemas manuais, não automatizados (listas, tabelas e planilhas), como por exemplo, os registros de atendimento diário dos usuários; as planilhas de solicitação de gestão de benefícios e controle de visita domiciliar; as listas de agendamento e etc. A partir da formatação dos sistemas informacionais relacionados é possível apreender que o atual Ministério da Cidadania está integrado à ideia do governo eletrônico, para tanto, vem incorporando nos seus processos de gestão recursos das tecnologias da informação, que apoia a gestão descentralizada (estados e municípios) e viabiliza a entrega de serviços de assistência social para milhões de brasileiros. Segundo Veloso (2014) as tecnologias da informação se adequadamente utilizadas, contribuem para uma intervenção mais qualificada e eficaz e podem corroborar para significativas mudanças nos níveis de efetivação dos direitos sociais. 56 Com efeito, o ministério conta com importantes sistemas informacionais, seja de acesso público ou restrito aos órgãos governamentais. Porém, são sistemas idealizados e estruturados na esfera federal, já que ainda é o maior responsável pelo planejamento das políticas públicas da área social. Segundo Castro (2014) isso implica na necessidade de grandes esforços, por parte do governo federal, em termos de padronização de procedimentos, bem como de investimento em tecnologia e capacitação. Todavia, conforme aponta Oliveira, Faleiros e Diniz (2015), o uso desses sistemas podem enrijecer o processo de implementação dessas políticas, que de forma geral é realizado pelos municípios. Ainda de acordo com Oliveira, Faleiros e Diniz (2015) o ideal seria que os sistemas gerenciais fossem desenvolvidos com a participação de todos os níveis de governo e houvesse espaços permanentes de diálogos entre os atores envolvidos na implementação e uso dos sistemas. 4.3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS 4.3.1 Caracterização do Perfil dos Respondentes Os dados concernentes ao perfil dos servidores foram estruturados mediante conhecimento prévio, via observação direta, uma vez que a pesquisadoraestá inserida no ambiente de trabalho destes e a partir de variáveis, como gênero, idade e tempo de serviço, contidos no questionário da pesquisa. A caracterização do perfil é imprescindível para uma melhor compreensão do universo amostral pesquisado e para identificar padrões de respostas aos questionamentos da pesquisa. Assim sendo, considerando as características comuns a todos os respondentes da pesquisa, é importante destacar que todos são assistentes sociais, com a função de técnico de nível superior, conforme especificação do MDS e todos possuem vínculo efetivo com a administração municipal, ou seja, todos são servidores estatutários, com exceção de uma servidora, que está cedida por outro município. Em relação aos dados obtidos por meio das variáveis pesquisadas, o gráfico 1 representa a distribuição por gênero. 57 Gráfico 1: Distribuição por Gênero Fonte: Dados da pesquisa (2019) A pesquisa aponta que 94% dos respondentes são do sexo feminino, o que demonstra a predominância das mulheres no ambiente de trabalho do Cadastro Único. Ao que concerne a variável idade e tempo de serviço. A pesquisa aponta que a média de idade entre os servidores é de 33,3 anos e a média do tempo de serviço no setor do Cadastro Único é de dois anos e quatro meses. O pouco tempo se deve ao fato dos servidores terem sido admitidos no último concurso público realizado em 2016 pela secretaria. Isto posto, observou-se que se trata de uma equipe ainda jovem e com um tempo de atuação na gestão do Cadastro Único relativamente pequeno, porém com experiência suficiente para discutir e avaliar aspectos relativos ao serviço. 4.3.2 Análise da Dimensão Funcionalidade e Usabilidade A partir deste tópico serão analisadas as dimensões e suas respectivas variáveis avaliadas por meio de escala Likert, buscando conhecer a percepção dos servidores quanto às dimensões levantadas. Tal análise contempla o segundo objetivo específico desse estudo. A primeira dimensão a ser analisada refere-se à funcionalidade e usabilidade dos sistemas operacionais de apoio à gestão do Cadastro Único. Essa dimensão abrange nove variáveis que se relacionam ao acesso, manuseio e funcionamento das ferramentas operacionais. O Gráfico 2 apresenta as médias de cada variável relacionada. Masculino 6% Feminino 94% 58 Gráfico 2: Média das Variáveis da Dimensão Funcionalidade e Usabilidade Fonte: Dados da pesquisa (2019) Na análise dessa dimensão é possível perceber que a maioria das variáveis apresenta um nível considerável de concordância dos respondentes. As médias apontam para uma percepção positiva em relação à funcionalidade e usabilidade dos sistemas utilizados. Concentram médias entre 4,09 e 4,91. Vale destacar que as médias obtidas nesta dimensão não indicam níveis de discordância em relação às variáveis, haja vista as menores médias estarem entre 3,33 e 3,52. Assim sendo, a menor média dessa dimensão foi obtida na variável acesso as funcionalidades dos sistemas. Deve-se ao fato de algumas funções disponíveis nos sistemas serem de uso restrito do gestor municipal ou de tarefas especificas, como por exemplo, o permissionamento dos acessos, gestão dos benefícios e etc. A partir desses dados é possível inferir que os sistemas utilizados são ferramentas constantes e indispensáveis no fazer profissional dos servidores. São de fácil utilização e contribuem para a agilidade e viabilidade dos serviços ofertados no setor, enfim são de grande relevância para o desenvolvimento das atividades na organização. A importância dessas tecnologias para a organização em questão coaduna com a proposta de governo eletrônico de Jardim (2000), a qual expressa que o poder público utiliza as tecnologias da informação para oferecer à sociedade melhores serviços governamentais. O uso das tecnologias também propicia uma maior eficácia do uso da força de trabalho, simplifica os processos, diminui as tarefas e gera informações mais precisas que subsidiam a tomada de decisão. Dessa forma, a tecnologia utilizada na organização, além de trazer eficiência à prestação do serviço público otimiza o trabalho do servidor. 4,91 4,21 4,09 3,45 4,70 4,88 4,48 3,33 3,52 Utiliza rotineiramente os sistemas no… Os sistemas utilizados são de fácil… Há facilidade em obter as informações… A interface (comunicação) entre os sistemas… O uso dos sistemas possibilita maior agilidade… A indisponibilidade de um dos sistemas… A falta dos sistemas inviabiliza a realização do… Tem acesso a todas as funcionalidades dos… Gostaria de ter novas funcionalidades, ou… 59 Os gráficos a seguir pretendem apresentar as variáveis alinhadas à dimensão “Funcionalidade e Usabilidade” de forma mais detalhada, buscando analisar àquelas com maior expressividade. Gráfico 3: Utiliza rotineiramente os sistemas no desenvolvimento do seu trabalho Fonte: Dados da pesquisa (2019) O Gráfico 3 traz os dados da primeira variável dessa dimensão e diz respeito ao uso das ferramentas tecnológicas. Nessa variável 90,9% da amostra respondeu que utiliza os sistemas informacionais rotineiramente nas suas atividades profissionais. Isso demonstra que os sistemas utilizados são ferramentas de uso constante e indispensável no fazer profissional dos servidores. A preponderância do uso dos recursos tecnológicos na organização, reforça a posição de Diniz et al. (2009) que entende o governo eletrônico como o uso estratégico das TICs e como um fator que viabiliza um novo modelo de gestão pública. Assim sendo, o uso das ferramentas na organização proporciona uma maior efetividade das ações governamentais, uma vez que padroniza, desburocratiza e otimiza a gestão dos processos internos. 9,1% 90,9% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0% Discordo plenamente Discordo parcialmente Nem discordo, nem concordo Concordo parcialmente Concordo plenamente 60 Gráfico 4: O uso dos sistemas possibilita maior agilidade na execução do seu trabalho Fonte: Dados da pesquisa (2019). O Gráfico 4 expõe os dados referente a agilidade proporcionada pelos sistemas. Neste quesito 75,8% dos respondentes declaram concordar plenamente que o uso dos sistemas possibilita uma maior agilidade na execução do seu trabalho. Isso denota que as ferramentas são funcionais, possuem atribuições que proporcionam maior rapidez na entrega dos serviços da instituição. Tal resultado corrobora com Garcia (2013, p.77) ao colocar que as “[...] ferramentas tecnológicas, consideradas como uma mediação lógica, indispensável e estratégica no contexto das políticas governamentais, assim como de outras organizações, visando a agilizar seus processos, ao acompanhamento e ao monitoramento de suas ações”. Gráfico 5: A indisponibilidade de um dos sistemas interfere no desenvolvimento das atividades da organização Fonte: Dados da pesquisa (2019). Considerando a relação entre disponibilidade dos sistemas e desenvolvimento das atividades, o Gráfico 5 mostra que 90,9% dos respondentes concordam plenamente que a indisponibilidades de algum dos sistemas operados na organização interfere diretamente nas 3,0% 0,0% 21,2% 75,8% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% Discordo plenamente Discordo parcialmente Nem discordo, nem concordo Concordo parcialmente Concordo plenamente 3,0% 6,1% 90,9% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0% Discordo plenamente Discordo parcialmente Nem discordo, nem concordo Concordo parcialmente Concordo plenamente 61 suas funções. Assim sendo, é possível constatar a grande relevância dessas ferramentaspara a organização, pois os números revelam uma dependência desses recursos tecnológicos para operacionalizar os serviços ofertados à sociedade. Isso reflete o entendimento de Garcia (2013), quanto à conjugação dos processos organizacionais e tecnologia da informação, enquanto pressuposto para uma melhor gestão das políticas públicas. Gráfico 6: A interface (comunicação) entre os sistemas funciona adequadamente Fonte: Dados da pesquisa (2019). De acordo com o Gráfico 6, a percepção dos técnicos quanto a interface entre os sistemas, revela que a maioria, 60,6% da amostra concorda parcialmente e 9,1% concorda plenamente que a comunicação entre os sistemas funciona de forma adequada. Esta variável obteve média de 3,45, o que indica que não há um consenso absoluto, talvez por haver algumas falhas no processo, contudo, conforme apurado na pesquisa a interface satisfaz a maior parte dos servidores. É importante ressalvar que os sistemas tem um funcionamento integrado, isto é, possuem uma interdependência mútua e necessária à sua operação. Portanto, a interface é um fator importante na operacionalização das ferramentas, tendo em vista, que o processo de tomada de decisão depende dessa comunicação, além de contribuir para a eficiência gerencial e controle das políticas. Nesta perspectiva, a integração e interatividade dos sistemas aqui analisadas estão em conformidade com a forma de funcionamento da Rede SUAS, a qual tem uma perspectiva de rede e uma condição interativa, em função da dependência recíproca entre partes ou órgãos componentes dos sistemas, isto é, subsistemas dinamicamente inter-relacionados (TAPAJÓS, 2007). 9,1% 15,2% 6,1% 60,6% 9,1% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% Discordo plenamente Discordo parcialmente Nem discordo, nem concordo Concordo parcialmente Concordo plenamente 62 Gráfico 7: Gostaria de ter novas funcionalidades, ou fazer algumas alterações na estrutura de algum dos sistemas Fonte: Dados da pesquisa (2019). Outra variável que merece destaque está representada pelo Gráfico 7 e refere-se às funcionalidades presentes nos sistemas. As respostas dos servidores quanto a essa variável são um pouco assimétricas. Na percepção destes, a maioria (33,3%) gostaria de ter novas funcionalidades ou fazer alguma mudança na estrutura de pelo menos um dos sistemas analisados, contudo, não foi uma maioria expressiva. Ressalta-se que 18,2% declararam a sua discordância total em relação a novas funcionalidades e 27,3% se mantiveram neutros. A análise dessa variável aponta para os limites postos a estes sistemas, em termos de software, qualidade das informações geradas, segurança dos dados, funcionalidades disponíveis, entre outras. Porém também aponta para as suas potencialidades, fazendo emergir a necessidade de discutir a aplicabilidade das suas funções e mecanismos também no nível local, já que se trata de uma política pública descentralizada, com responsabilidades compartilhadas por todos os entes federativos, conforme apontado nas legislações que regem as referidas políticas. Assim sendo, o resultado obtido apesar de positivo se mostrou pouco homogêneo, o que indica que uma parte considerável dos servidores não questiona a utilidade das funções ou a estrutura das ferramentas, por considerá-las adequadas ou suficientes. No entanto, deve-se ressaltar que a maioria desses servidores está atenta às potencialidades das novas tecnologias da informação e o quanto elas podem contribuir para o aprimoramento dos sistemas utilizados, possibilitando novas funções que deem o suporte necessário aos processos internos 18,2% 0,0% 27,3% 21,2% 33,3% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% Discordo plenamente Discordo parcialmente Nem discordo, nem concordo Concordo parcialmente Concordo plenamente 63 da organização e auxiliem os técnicos na sua atuação profissional, visando, sobretudo, uma melhor gestão dos serviços ofertados. 4.3.3 Análise da Dimensão Capacitação, Suporte e Segurança A dimensão em análise está representada pelo Gráfico 8, constitui-se de nove variáveis, que tratam de aspectos relacionados à capacitação, suporte e segurança dos sistemas informacionais. Gráfico 8: Média das Variáveis da Dimensão Capacitação, Suporte e Segurança Fonte: Dados da pesquisa (2019). As médias da dimensão “Capacitação, Suporte e Segurança” obtiveram pontuações que oscilaram entre 2,21 e 4,76. Nesta dimensão as respostas se mostraram menos uniformes, dificultando uma análise única sobre os fatores avaliados pela dimensão. Porém é relevante destacar que esta dimensão possui a variável (suporte de TI) com a pior avaliação da pesquisa, com média de 2,21 que é significativamente inferior às demais. No tocante às variáveis “Obteve capacitação para o uso dos sistemas” e “O treinamento aplicado para o uso dos sistemas foi suficiente para sua utilização”, tiveram médias de 4,09 e 3,67, respectivamente. A análise de ambas as médias permite visualizar que o fator capacitação foi bem avaliado pela equipe do serviço, embora haja uma diferença entre a capacitação ofertada e sua efetividade. Contudo, mesmo diante da diferença existente nas 4,09 3,67 2,21 3,42 3,85 3,79 3,42 4,76 4,18 Obteve capacitação para o uso dos sistemas. Considera que o treinamento aplicado para o… É disponibilizado suporte técnico de TI para a… As informações disponibilizadas sobre o… Os sistemas têm padrões tecnológicos e… Considera que os níveis de acesso no sistema… As informações obtidas através das… Além dos sistemas, você utiliza outras fontes… A oferta de serviços públicos por meio digital… 64 médias, a capacitação ofertada é efetiva para a utilização dos sistemas no dia-a-dia de atuação dos profissionais. Em relação aos níveis de acesso ao sistema, considerou-se adequado aos usuários das ferramentas, apresentando uma média de 3,79. No quesito suporte fornecido pelos sistemas, as respostas se apresentaram um poucos dispersas, considerando a média obtida de 3,42. Todavia, é avaliada como satisfatória por concentrar a maioria das respostas no patamar de concordo parcialmente. Na variável confiabilidade das informações fornecidas pelos sistemas, a pesquisa também apontou uma média de 3,42, que apesar de satisfatória não é uma média confortável para esse item. A confiança nos sistemas é algo fundamental na operacionalização dos serviços disponibilizados pela organização. A informação gerada pelos sistemas é a base de todo atendimento (orientação, encaminhamentos, solicitações) realizado na organização, portanto, é um fator que deve ser monitorado pela gestão, no sentido de melhorar a sua avaliação. Outra questão de grande relevância para a tecnologia da informação é a segurança dos dados. Diante disso, a variável que avalia os padrões de segurança das ferramentas apontou uma média de 3,85, ou seja, a maioria das respostas se concentra nos níveis de concordo parcialmente e concordo plenamente. Os gráficos a seguir permitem especificar melhor as variáveis da dimensão “Capacitação, Suporte e Segurança” que mais se destacaram. Gráfico 9: Obteve capacitação para o uso dos sistemas. Fonte: Dados da pesquisa (2019). O Gráfico 9 retrata os dados detalhados da variável concernente à capacitação dos servidores para o uso dos sistemas. Assim sendo, 45,5% concordam plenamente com a 3,0% 9,1% 9,1% 33,3% 45,5% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% 45,0% 50,0% Discordo plenamente Discordo parcialmente Nem discordo, nem concordo Concordo parcialmente Concordo plenamente 65 afirmativa e 33,3% concordam parcialmente. Tais números são bastante positivos, haja a vista, a importância da capacitaçãopara uma melhor utilização e apreensão dos recursos disponíveis nos sistemas, além de demonstrar que a gestão do setor está atenta às necessidades de capacitação dos seus servidores, no sentido, de oferecer um serviço de melhor qualidade aos seus usuários. Gráfico 10: É disponibilizado suporte técnico de TI para a manutenção e apoio aos sistemas Fonte: Dados da pesquisa (2019). A respeito da variável que avalia o suporte de TI na organização, avalia-se que o resultado apresentado no Gráfico 10, demonstra, de forma mais específica, que os servidores têm uma percepção negativa em relação à variável, onde 45,5% discordaram plenamente e 18,2% discordaram parcialmente de que é disponibilizado suporte técnico de TI para a manutenção e apoio aos sistemas. A má avaliação desse item na percepção dos profissionais se deve, principalmente, à ausência de um profissional de TI que atue diretamente nas unidades descentralizadas do Cadastro Único, nas quais se concentra o maior número de técnicos e realiza o maior número de atendimentos. É relevante salientar que existe o setor de informática na estrutura organizacional da SEMTAS e este realiza o suporte técnico de TI para todas as unidades descentralizadas da secretaria, entretanto, a demanda por este serviço é maior que sua capacidade de atendimento. Ressalta-se ainda que a coordenação do setor conta com o suporte técnico de TI, por está localizada na sede da secretaria e poder usufruir da sua estrutura. A unidade móvel também dispõe desse profissional em sua equipe, em virtude da natureza do seu serviço, que o torna indispensável. Desse modo, há diversas dificuldades enfrentadas pelos servidores, devido à falta desse profissional nas unidades, tendo em vista, a necessidade diária pelo suporte técnico, 45,5% 18,2% 12,1% 18,2% 6,1% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% 45,0% 50,0% Discordo plenamente Discordo parcialmente Nem discordo, nem concordo Concordo parcialmente Concordo plenamente 66 tanto em relação aos equipamentos eletrônicos (computador, impressora, telefone), quanto aos sistemas informacionais (automatizados ou não) utilizados na operacionalização do serviço. Conforme aponta o Manual de Gestão do Cadastro Único para realizar a gestão local do serviço de forma adequada se faz necessário dispor e manter a estrutura mínima (equipe de trabalho e infraestrutura) recomendada para o seu funcionamento, seja nos pontos fixos ou itinerantes (MDS, 2017). Assim sendo, é imprescindível a atuação do profissional de TI (Técnico de análise de dados) nas unidades, conforme demonstra o resultado da pesquisa. Gráfico 11: Além dos sistemas, você utiliza outras fontes de informação para realizar seu trabalho Fonte: Dados da pesquisa (2019). Com referência a outras fontes de informações utilizadas pelos técnicos, é importante frisar que os sistemas (Sistema de Cadastro Único V7; Sibec; SigPBF e Sicon) mesmo que fundamentais, não são a única fonte de informação dos profissionais do setor do Cadastro Único. Conforme demonstra o Gráfico 11, 78,8% dos servidores responderam concordar plenamente e 18,2% concordam parcialmente com a afirmativa. Nota-se, portanto, uma homogeneidade nas opiniões, que representa uma maioria significativa dos servidores. Cabe situar que os profissionais em questão não operam simplesmente ferramentas computacionais, eles operam políticas públicas, o que requer outras fontes de informações – legislações inerentes à área social, instruções normativas e operacionais do MDS, relatórios sociais, sites do governo e entre outras – para prestar um atendimento mais qualificado perante as demandas dos usuários dos serviços. Conforme aponta o Manual de Gestão, os gestores juntamente com os técnicos tem a responsabilidade de gerenciar e executar as atividades necessárias ao bom funcionamento do Cadastro Único na sua área de competência. Para tanto, devem definir estratégias de ação que contribuam para a consolidação de uma efetiva rede de proteção e promoção social (MDS, 2017). 3,0% 18,2% 78,8% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% Discordo plenamente Discordo parcialmente Nem discordo, nem concordo Concordo parcialmente Concordo plenamente 67 Diante disso, os sistemas operacionais não são os únicos instrumentos de trabalho dos assistentes sociais do setor, justamente por se tratar de uma categoria profissional que atua na garantia dos direitos sociais e ampliação da cidadania. Gráfico 12: A oferta de serviços públicos por meio digital poderia ser uma alternativa para melhorar os serviços do Cadastro Único Fonte: Dados da pesquisa (2019). Sobre a variável que visa analisar a percepção dos servidores quanto às iniciativas voltadas ao governo eletrônico, cabe destacar que as respostas obtidas foram bastante positivas. O Gráfico 12 mostra que 51,5% dos servidores responderam concordar plenamente e 24,2% responderam concordar parcialmente que oferecer serviços públicos por meio digital pode ser uma alternativa para melhorar os serviços do Cadastro Único. O Setor do Cadastro Único é um dos setores da SEMTAS com a maior demanda de serviços. Diante disso, se faz necessário iniciativas, tecnológicas ou não, que proporcionem a melhoria dos serviços prestados por este órgão. A utilização de recursos tecnológicos, atualmente, é uma tendência “natural” na administração pública e vem sendo aplicada em vários setores da sociedade, sob a concepção de governo eletrônico que visa, conforme exposto por Jardim (2004) promover maior eficiência e efetividade governamental, facilitar o acesso aos serviços públicos e às informações, tornando o governo mais responsável para o cidadão. Sob esta perspectiva, a disponibilização de serviços por meio eletrônico na execução dos serviços de Cadastro Único e Bolsa Família, assim como em diversas políticas da assistência social se coloca como uma alternativa que vem sendo implantada, mesmo que a passos lentos, pelo governo federal, como por exemplo, a Consulta Cidadão, onde o usuário pode acessar suas informações e obter declaração da sua inscrição no Cadastro Único; os 0,0% 9,1% 15,2% 24,2% 51,5% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% Discordo plenamente Discordo parcialmente Nem discordo, nem concordo Concordo parcialmente Concordo plenamente 68 aplicativos Meu CadÚnico e Bolsa Família que permite aos usuários acessar informações sobre os programas por meio do smartphone. De acordo com Hanada (2015) o uso de aplicativos para dispositivos móveis podem reduzir custos, por serem menos onerosos do que o atendimento via telefone ou presencial. Todavia, a organização em análise não utiliza o suporte desses recursos, os quais se estrategicamente utilizado podem contribuir para o controle da demanda na instituição, reduzir custos, além de tornar a informação mais acessível aos usuários. Assim sendo, este é um ponto que deve ser avaliado e incentivado pela gestão. Neste contexto, Jardim (2000) aponta que a ideia é ir além da simples utilização da tecnologia, é mudar a cultura da burocracia, é visualizar objetivos maiores, como a transparência, é manter o diálogo constante com a sociedade e promover a ampliação da cidadania. Logo, por em prática os princípios do governo eletrônico não é tarefa fácil, há uma série de desafios a serem superados, especialmente, no campo das políticas de assistência social. Ademais, é importante considerar que as necessidades dos cidadãos deve ser o principal fator para promover os serviços digitais, buscando soluções inovadoras que resultem na melhoria dos serviços públicos e promovam o acesso à informação, a participação social e a prestação de contas. Nesses termos, a tecnologia é tida comoo insumo principal para a formulação e desenvolvimento de políticas que contemple as diretrizes do governo eletrônico e que estejam alinhadas aos valores democráticos e a boa governança na gestão pública. 4.3.4 Análise da Dimensão Satisfação, Qualidade e Desempenho A última dimensão da pesquisa abrange oito variáveis concernentes à satisfação, qualidade, e desempenho dos sistemas operacionais do Cadastro Único. O Gráfico 13 apresenta as médias dessas variáveis. 69 Gráfico 13: Média das Variáveis da Dimensão Satisfação, Qualidade e Desempenho Fonte: Dados da pesquisa (2019). De modo geral, a análise da dimensão indica uma percepção positiva dos servidores em relação à satisfação proporcionada, bem como a qualidade e desempenho das ferramentas de apoio à gestão do Cadastro Único. A primeira variável diz respeito à satisfação do servidor em relação ao desempenho dos sistemas. Para este quesito foi atribuída média de 3,97, a qual é considerada boa, representando uma concentração das respostas em concordo parcialmente. Ao que tange a variável que versa sobre se os recursos disponibilizados nos sistemas são suficientes para a realização do trabalho, a questão obteve média de 3,91, a qual permite ratificar a relevância das ferramentas para as atividades profissionais dos servidores. A maior média atribuída nessa dimensão refere-se à produtividade que as ferramentas proporcionam para a organização, com média de 4,79. O resultado auferido nessa variável corrobora com Leite e Rezende (2015), que consideram as TICs como um caminho para a melhoria do desempenho administrativo do governo. Já em relação às variáveis que avaliam cada sistema informacional, especificamente, o que obteve maior média foi o Sistema Cadastro Único V7, com pontuação de 4,45, seguido do SigPBF com média de 3,88, ao Sibec foi atribuída a média 3,70 e ao Sicon foi conferida a menor média, com 3,67. Nota-se que a percepção isolada de cada ferramenta se diferencia uma da outra, especialmente ao que concerne ao Sistema V7, que obteve a melhor avaliação. Esse resultado pode ser justificado por ser o sistema com a maior incidência de uso na organização e também pelo fato das ferramentas possuírem funções e objetivos diferentes, o que por sua vez, incide no trabalho dos profissionais também de modo diverso. 3,97 3,91 4,79 3,97 4,45 3,70 3,67 3,88 Considerando as ferramentas como um todo,… Os recursos disponíveis nos sistemas são… A utilização dos sistemas torna o seu trabalho… Os sistemas utilizados no Setor do Cadastro… Considera que o Sistema Cadastro Único V7… Você considera que o Sibec é uma ferramenta… Considera que o Sicon atende adequadamente… O SigPBF, enquanto ferramenta de poio à… 70 Gráfico 14: A utilização dos sistemas torna o seu trabalho mais produtivo Fonte: Dados da pesquisa (2019). A variável, representada pelo Gráfico 14, tem por finalidade verificar se os sistemas operacionais aqui analisados tornam o trabalho dos técnicos do Cadastro Único mais produtivo. Diante disso, os dados apresentados mostram que 78,8% dos respondentes declararam concordar plenamente e 21,2% declararam concordar parcialmente com a afirmativa. Como pode ser visto, uma expressiva maioria concorda que as ferramentas efetivamente contribuem para a produtividade das suas atividades laborais. É fato que a tecnologia da informação, nos tempos atuais, torna-se indissociável ao desenvolvimento social e às organizações de um modo geral. Dessa forma, os sistemas informacionais em uso no Cadastro Único materializam essa tecnologia que contribui para a qualidade e produtividade dos serviços prestados e até mesmo para um melhor desempenho dos profissionais que ali estão, haja vista, a quantidade de informação à sua disposição para um processo de tomada de decisão mais efetivo e eficaz. Gráfico 15: Os sistemas utilizados atendem com eficiência os requisitos dos principais programas sociais demandados Fonte: Dados da pesquisa (2019). 21,2% 78,8% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% Discordo plenamente Discordo parcialmente Nem discordo, nem concordo Concordo parcialmente Concordo plenamente 0,0% 9,1% 3,0% 69,7% 18,2% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% Discordo plenamente Discordo parcialmente Nem discordo, nem concordo Concordo parcialmente Concordo plenamente 71 Outra variável que requer destaque refere-se à eficiência dos sistemas para atender os requisitos dos principais programas sociais. O Gráfico 15 expõe que 69,7% dos servidores concordam parcialmente e 18,2% concordam plenamente com a afirmação. De fato, a percepção de grande parte dos servidores é positiva no que concerne à eficiência dos sistemas para atender as demandas dos programas sociais. Sobre isso, Tapajós (2007) expõe que a utilização da tecnologia da informação como base para a gestão e para as atividades socioassistenciais proporciona um extraordinário incremento nos níveis da qualidade de oferta deste direito social. O resultado desta variável reflete este entendimento, uma vez, que os sistemas em uso pela organização corroboram para um melhor atendimento às demandas da população usuária. Do ponto de vista do Sistema de Cadastro Único V7, em particular, cabe ressaltar que este não foi projetado para atender nenhum programa, específico, diferentemente das demais ferramentas aqui analisadas. De acordo com Farias (2016), ele nasce com o propósito de criar um cadastro social nacional que evitasse duplicações de cadastros do mesmo público alvo. Dessa forma, não tem como foco atender as especificidades dos programas-usuários, pois seria inviável, já que são mais de vinte políticas que utilizam seus dados. Sua proposta é registrar e identificar o público alvo para que estes acessem os serviços necessários à sua condição social e, conforme resultado da pesquisa vem se mostrando eficiente neste propósito. Gráfico 16: Considera que o Sistema Cadastro Único V7 tem um potencial estratégico para a condução das políticas públicas sociais Fonte: Dados da pesquisa (2019). 0,0% 3,0% 3,0% 39,4% 54,5% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% Discordo plenamente Discordo parcialmente Nem discordo, nem concordo Concordo parcialmente Concordo plenamente 72 O Gráfico 16 evidencia o resultado da percepção que os técnicos têm sobre o Sistema de Cadastro Único V7, especificamente. Os dados mostram uma concentração das respostas em concordo plenamente e/ou parcialmente, onde 54,5% dos respondentes relataram concordar plenamente e 39,4% explanaram concordar parcialmente com a afirmativa. Assim sendo, uma expressiva maioria respondeu que este sistema tem um potencial estratégico para a condução das políticas públicas sociais. Sobre essa variável Veloso (2014) destaca a centralidade do CadÚnico para a integração e gestão das políticas sociais, bem como enfatiza o seu potencial estratégico que deve ser apropriado e revertido em políticas públicas eficazes. Na visão de Farias (2016) o Cadastro Único ganha status infraestrutural por ser uma ferramenta fundamental para que os programas sociais do governo federal funcionem. Dentre os sistemas aqui analisados, o Sistema V7 é o de maior expressão, por vários aspectos técnicos e estruturais. Possui relevância singular no contexto das políticas sociais, por ser um sistema de larga escala, por ser um registro nacional único, por abranger um contingente populacional significativo, e pelo seu potencial estratégico. Substancialmente, conforme adverte Veloso (2014) se constitui no maior exemplo da incorporação da tecnologia da informação aos processos de gestão das políticas públicas. Gráfico 17: Você consideraque o Sibec é uma ferramenta eficiente na gestão dos benefícios do Programa Bolsa Família Fonte: Dados da pesquisa (2019). Ao que concerne ao Sibec, a pesquisa apontou uma dispersão maior nas respostas, diferentemente do Sistema V7. De acordo com o Gráfico 17, a maior parte dos servidores, ou seja, 36,4% concordaram parcialmente, 30,3% concordaram plenamente que a ferramenta seja eficiente na gestão dos benefícios do Programa Bolsa Família, entretanto, 27,3% discordaram 0,0% 27,3% 6,1% 36,4% 30,3% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% Discordo plenamente Discordo parcialmente Nem discordo, nem concordo Concordo parcialmente Concordo plenamente 73 parcialmente dessa afirmativa, possivelmente devido às falhas operacionais identificadas na geração das informações, as quais tem um peso maior em relação às falhas dos outros sistemas, pois incidem diretamente no beneficio das famílias. Na análise do resultado é possível observar uma pequena divergência na percepção dos servidores em relação a essa variável, embora a maioria considere o Sibec uma ferramenta eficiente na execução do seu objetivo. É relevante destacar que o Sibec é responsável por gerir o beneficio de mais de 14 milhões de família brasileiras, considerando os dados de abril de 2019 (MINISTÉRIO DA CIDADANIA, 2019b). Gráfico 18: Considera que o Sicon atende adequadamente a função de acompanhamento das condicionalidades do Programa Bolsa Família Fonte: Dados da pesquisa (2019). Na variável que avalia se o Sicon atende adequadamente a função de acompanhar as condicionalidades do PBF, 66.7% dos servidores responderam concordar parcialmente com a questão, enquanto 9,1% disseram concordar plenamente, conforme mostra o Gráfico 18. Diante disso, é possível depreender que a percepção dos técnicos perante o Sicon é bastante positiva. A gestão das condicionalidades é um desafio constante para os gestores municipais, devido ineficiência dos serviços sociais básicos de saúde e educação. Diante desse cenário, o Sicon desempenha um papel essencial nesse processo de monitoramento das condicionalidades. Segundo Alcantara, Neto e Nascimento (2013), o Sicon se estabelece como um instrumento que identifica, sistematiza, monitora e dá visibilidade a situações relacionadas à inadequação na oferta e acesso aos serviços sociais básicos. Assim sendo, cabe frisar que o município do Natal/RN atinge uma cobertura de acompanhamento na educação de 97,04%, superior a média nacional que é de 93,81%, contudo ao que se refere à saúde essa 3,0% 12,1% 9,1% 66,7% 9,1% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% Discordo plenamente Discordo parcialmente Nem discordo, nem concordo Concordo parcialmente Concordo plenamente 74 taxa de cobertura decai bastante atingindo apenas 39,24%, quando a média nacional é de 77,15%, considerando dados de janeiro/2019 (MINISTÉRIO DA CIDADANIA, 2019a). Com efeito, a percepção dos servidores em relação à ferramenta certamente foi influenciada pelos índices positivos do acompanhamento realizado na educação. Gráfico 19: O SigPBF, enquanto ferramenta de poio à gestão, torna mais eficiente o processo de comunicação da gestão municipal com o Gestor Federal Fonte: Dados da pesquisa (2019). A última variável da pesquisa diz respeito ao SigPBF, a ferramenta de apoio à gestão. De acordo com o Gráfico 19, as respostas se mostram menos concentradas, onde 36,4% responderam concordar parcialmente e 30,3% concordaram plenamente que a ferramenta torna mais eficiente o processo de comunicação entre a gestão municipal e a federal. Por outro lado, é possível observar também que 24,2% dos servidores apontaram nem discordar, nem concordar com a afirmativa, ou seja, optaram por um ponto de neutralidade na escala. A análise do resultado dessa variável indica uma percepção satisfatória da ferramenta, do ponto de vista dos servidores, uma vez que facilita e torna o processo de comunicação entre os entes federados mais ágil e prático. As principais informações em relação à operacionalização do Cadastro Único e Programa Bolsa Família fazem parte das demandas desse sistema. É importante destacar que a ferramenta se constitui de diversas aplicações e funcionalidades, as quais têm concessões de acessos diferenciados, o que pode ter influenciado no resultado obtido. 0,0% 9,1% 24,2% 36,4% 30,3% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% Discordo plenamente Discordo parcialmente Nem discordo, nem concordo Concordo parcialmente Concordo plenamente 75 Gráfico 20: Média por Dimensão de Análise Fonte: Dados da pesquisa (2019). Para finalizar, a análise por cada dimensão avaliada na pesquisa permite inferir, conforme Gráfico 20 que a percepção dos técnicos do setor do Cadastro Único, de forma geral, é positiva em relação aos sistemas – Sistema V7, Sibec, SigPBF e Sicon – utilizados na operacionalização dos serviços da organização. A primeira dimensão, “funcionalidade e usabilidade”, obteve média de 4,18, a maior média entre as dimensões analisadas. O resultado permite concluir que a percepção dos servidores é bastante satisfatória em relação às funções e usabilidade dos sistemas. Já a dimensão, “capacitação, suporte e segurança”, com média de 3,71, obteve a menor média entre as dimensões analisadas. Nesta dimensão é possível concluir, a partir da percepção dos servidores, que estes foram capacitados para o uso dos sistemas, mas as consideram insuficientes e que os sistemas operacionais, embora tenham um papel central na organização, não é a única fonte de informação utilizada pelos servidores no exercício da sua profissão. Consideram que os sistemas geram informações confiáveis, são seguros e com níveis de acesso adequados entre os diferentes cargos que atuam no setor. Dessa forma, o único ponto com avaliação negativa da pesquisa concerne ao suporte técnico de TI, o que revela a falta de uma gestão de TI adequada no setor, principalmente nas unidades descentralizadas. E por último, a dimensão “satisfação, qualidade e desempenho”, teve média de 4,04, a qual é avaliada como positiva, na percepção dos servidores. Assim sendo, a análise dessa dimensão permite concluir que os servidores estão satisfeitos com a qualidade e desempenho das ferramentas. Consideram que os sistemas em análise atendem eficientemente os requisitos dos principais programas sociais demandados. Os sistemas da informação em análise nesse estudo são ferramentas que tem grande visibilidade e relevância na área da assistência social, pois compõe a base operativa da referida política pública. É importante ressaltar que foram muito bem avaliados, na maioria 4,18 3,71 4,04 3,4 3,5 3,6 3,7 3,8 3,9 4 4,1 4,2 4,3 Funcionalidade e Usabilidade Capacitação, Suporte e Segurança Satisfação, Qualidade e Desempenho 76 das variáveis questionadas na pesquisa. Isso denota o bom desempenho dos sistemas, enquanto instrumentos para operacionalizar políticas públicas que viabilizam direitos sociais para a população em situação de vulnerabilidades socioeconômicas. Diante disso, é possível inferir que os sistemas analisados no presente estudo configuram-se como tecnologias eminentemente sociais, pois são demandados a partir das necessidades dos cidadãos. Estes sistemas também vêm evoluindo cada vez mais, sob o contexto do governo eletrônico, tenho em vista as novas funcionalidades atribuídas e disponibilizadas para os cidadãos, através de meios virtuais, possibilitando o acesso aos serviços e informações de forma mais prática, menos burocrática e efetiva. Neste sentido, a partir da análise dos sistemas informacionais na presente pesquisa é possível verificar alguns dos benefícios elencadospor Rover (2009) em seus estudos, como a diminuição da burocracia, através da simplificação dos processos e integração das informações; integração dos órgãos do governo em todos os seus níveis de governo, maior transparência, desenvolvimento do profissional do serviço público; avanço da cidadania, entre outros. 77 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A discussão em torno do uso das tecnologias da informação na administração pública vem se constituindo em tema recorrente nos estudos sobre a eficiência da gestão pública. A incorporação das TICs pelo Estado proporciona uma redefinição das suas funções e lhe atribui uma nova face, que é mais ágil, efetiva e eficiente, além de estabelecer uma nova maneira de interagir com a sociedade e conduzir as políticas públicas. Essa conjugação, ao longo dos últimos anos, vem provocando transformações significativas na gestão das políticas públicas, especialmente na gestão das políticas sociais. O presente estudo teve como objetivo analisar o uso das tecnologias da informação na gestão das políticas pública de assistência social, isto é, se propôs a analisar os sistemas da informação (Sistema de Cadastro Único V7; Sibec; SigPBF e Sicon) utilizados na gestão do Cadastro Único, a partir da percepção dos servidores (técnicos) que operacionalizam o CadÚnico e o PBF na Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social no município do Natal/RN. As considerações sobre os resultados alcançados com a pesquisa permite inferir que os sistemas da informação utilizados na organização são imprescindíveis ao seu funcionamento e se constituem como instrumentos de trabalho de grande relevância para esta categoria profissional no exercício da sua função na organização. É possível concluir ainda que são ferramentas de destaque no âmbito da assistência, por subsidiar a operacionalização de políticas e serviços que geram impactos significativos para a sociedade. Assim sendo, a percepção dos servidores, técnicos do Setor do Cadastro Único, em relação às tecnologias da informação utilizadas para desenvolver suas funções na organização é bastante positiva, no que diz respeito às dimensões de análise elencadas no escopo da pesquisa. As dimensões, de modo geral, foram muito bem avaliadas na percepção dos servidores. Com destaque para a dimensão “Funcionalidade e Usabilidade”, a qual obteve o melhor resultado da pesquisa (média 4,18), o que permite constatar que os servidores consideram os sistemas indispensáveis à realização do seu trabalho na organização, fáceis de operar e que proporcionam maior agilidade na execução do seu trabalho. A dimensão “Capacitação, Suporte e Segurança”, obteve a menor média entre as dimensões analisadas (3,71). Isto posto, cabe considerar que a percepção dos servidores em relação a essa dimensão não foi negativa, mas apresentou variável com avaliação ruim e 78 outras com médias no patamar da neutralidade. Dessa forma, embora a dimensão não tenha sido mal avaliada completamente, requer uma atenção maior dos gestores em relação, principalmente, ao suporte técnico de TI, no sentido de sanar alguns problemas de ordem gerencial. Com referência à dimensão “Satisfação, Qualidade e Desempenho”, com média de 4,04, é possível depreender que os servidores, de modo geral, estão satisfeitos com a qualidade e desempenho das ferramentas de apoio à gestão do Cadastro Único. Para estes, os recursos disponibilizados pelos sistemas são suficientes para desempenhar suas funções no setor, além de tornar o seu trabalho mais produtivo. Analisando as ferramentas de forma isolada, é possível verificar que a percepção dos técnicos em relação a cada sistema, individualmente, é satisfatória. Contudo, constata-se que são percepções diferentes, devido ao fato de cada sistema possuir funções, objetivos e demandas diferenciadas e, em razão disso, incidem no fazer profissional de modo diverso. O Sistema V7 é a ferramenta melhor avaliada na percepção dos servidores. É o principal sistema da organização, se constituindo como base para os demais sistemas utilizados, bem como para outras políticas públicas. Para os servidores, o Sistema V7 tem de fato um potencial estratégico para a condução das políticas sociais. O Sibec, na percepção dos técnicos, é eficiente no seu propósito de gerir os benefícios do PBF, contudo não é uma percepção unânime entre os servidores. A avaliação tem um caráter mais criterioso em virtude da importância desse sistema no atendimento dos usuários, já que as informações geradas incidem diretamente na realidade das famílias beneficiárias. O Sicon também foi bem avaliado e na percepção dos servidores atende adequadamente a função de acompanhar as condicionalidades do PBF, embora se reconheça os problemas em decorrência da ineficiência dos serviços sociais básicos de saúde e educação. Por fim, o SigPBF é avaliado positivamente na percepção dos servidores. Estes consideram que o sistema facilita e torna o processo de comunicação entre os entes federados mais ágil e prático. A pesquisa contribui com o estudo da utilização das Tecnologias da Informação na administração pública e, em particular, dos sistemas da informação utilizados na gestão das políticas públicas de assistência social. E permite um maior conhecimento das ferramentas operacionais utilizadas na gestão do CadÚnico e PBF, não só ao que se refere às suas características principais, mas especialmente pelo seu potencial estratégico, na condução das políticas sociais. Todavia, os limites das ferramentas também se fazem presentes. Podem ser percebidos nas falhas operacionais dos sistemas, seja decorrente de erros humano ou da falta da 79 infraestrutura adequada – segurança dos dados, ausência de uma gestão de TI adequada, entre outros –, ou ainda por serem ferramentas muito rígidas e padronizadas, onde os servidores locais não têm a possibilidade de sugerir ou requisitar adaptações dos sistemas, conforme as necessidades que surgem no dia-a-dia. Não obstante as contribuições da pesquisa para a gestão do Cadastro Único, algumas limitações foram observadas na realização desse estudo. A primeira limitação corresponde a não inclusão dos aplicativos para dispositivos móveis no rol das ferramentas analisadas neste estudo, haja vista, serem parte integrante das tecnologias da informação à disposição dos cidadãos e da gestão do Cadastro Único. Outra limitação diz respeito ao fato da pesquisa se restringir aos técnicos (assistentes sociais), e não considerar a percepção dos entrevistadores sociais e dos administrativos na análise, os quais também usam os sistemas, porém com objetivos diferentes. Recomenda-se para futuros estudos a realização de uma análise comparativa entre as secretarias de assistência social dos municípios adjacentes, na perspectiva de avaliar se há discrepâncias na avaliação dos servidores em relação aos sistemas operacionais utilizados. Sugere-se também a replicação do estudo para outros setores e serviços da secretaria que utilizam sistemas da informação voltados para atendimento das necessidades sociais. Em última análise, é possível apreender que o uso da tecnologia da informação na operacionalização da política de assistência social, embora seja um reflexo da incorporação das TICs na gestão pública, representa um avanço exponencial na condução e efetivação dessa política, pois possibilita uma gestão mais eficiente dos seus processos, melhora a qualidade dos serviços prestados a população e otimiza o tempo de trabalho e as atividades desempenhadas pelos profissionais da área, tornando sua atuação muito mais eficiente 80 REFERÊNCIAS ALCANTARA, Janio Souza; NETO, Florentino Gonçalves Chaves; NASCIMENTO, Kyara Micheline França. Sistema de Informação das Condicionalidades do Programa Bolsa Família. In: RevistaBrasileira de Monitoramento e Avaliação. – nº. 6, jul-dez/2013. Brasília, DF: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação, 2013. ALVEAR, Celso Alexandre Souza de. 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Assinale o seu grau de concordância com as seguintes afirmações: Discordo plenamente Discordo parcialmente Nem discordo, nem concordo Concordo parcialmente Concordo plenamente 1 2 3 4 5 QUESTÕES Perfil Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino Idade: _________________ Tempo de Serviço no Setor do Cadastro Único:______________________ Funcionalidade e Usabilidade 1 2 3 4 5 1. Utiliza rotineiramente os sistemas no desenvolvimento do seu trabalho. 2. Os sistemas utilizados são de fácil compreensão e manuseio. 3. Há facilidade em obter as informações necessárias para realizar sua atividade profissional. 4. A interface (comunicação) entre os sistemas funciona adequadamente. 5. O uso dos sistemas possibilita maior agilidade na execução do seu trabalho 6. A indisponibilidade de um dos sistemas interfere no desenvolvimento das atividades da organização. 7. A falta dos sistemas inviabiliza a realização do seu trabalho. 8. Tem acesso a todas as funcionalidades dos sistemas. 9. Gostaria de ter novas funcionalidades, ou fazer algumas alterações na estrutura de algum dos sistemas. Quais Funcionalidades? 85 Capacitação, Suporte e Segurança 1 2 3 4 5 10. Obteve capacitação para o uso dos sistemas. 11. Considera que o treinamento aplicado para o uso dos sistemas foi suficiente para sua utilização. 12. É disponibilizado suporte técnico de TI para a manutenção e apoio aos sistemas. 13. As informações disponibilizadas sobre o sistema (ajuda on-line, mensagens na tela, manuais ou outros tipos de documentação) são claras e eficientes. 14. Os sistemas têm padrões tecnológicos e ferramentas adequados para garantir a segurança dos dados. 15. Considera que os níveis de acesso no sistema estão adequados para os usuários (cadastradores, administrativos, técnicos, gestão). 16. As informações obtidas através das ferramentas são plenamente confiáveis. 17. Além dos sistemas, você utiliza outras fontes de informação para realizar seu trabalho. 18. A oferta de serviços públicos por meio digital poderia ser uma alternativa para melhorar os serviços do Cadastro Único. Satisfação, Qualidade e Desempenho 1 2 3 4 5 19. Considerando as ferramentas como um todo, estou satisfeito(a) com o seu desempenho. 20. Os recursos disponíveis nos sistemas são suficientes para realizar sua atividade profissional. 21. A utilização dos sistemas torna o seu trabalho mais produtivo. 22. Os sistemas utilizados no Setor do Cadastro Único atendem com eficiência os requisitos dos principais programas sociais demandados (PBF, BPC, TSEE e etc.) 23. Considera que o Sistema Cadastro Único V7 tem um potencial estratégico para a condução das políticas públicas sociais. 24. Você considera que o Sibec é uma ferramenta eficiente na gestão dos benefícios do Programa Bolsa Família. 25. Considera que o Sicon atende adequadamente a função de acompanhamento das condicionalidades do Programa Bolsa Família 26. O SigPBF, enquanto ferramenta de apoio à gestão, torna mais eficiente o processo de comunicação da gestão municipal com o Gestor Federal.