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DOENÇA DE NEWCASTLE -É uma doença viral altamente contagiosa, que afeta todas as aves, principalmente galinhas e perus. -A doença de Newcastle é considerada uma doença de distribuição mundial, com áreas onde é endêmica, ou com áreas/países considerados livres da doença. -Provoca infecção do sistema respiratório e/ou nervoso, com elevada morbidade e mortalidade dependendo da virulência. -Sinônimos: pseudo peste aviária, pneumoencefalite aviária, desordem respiratória-nervosa. -Devido ao grande impacto econômico, é a principal doença no Plano nacional de sanidade avícola (PNSA) -As poedeiras têm queda da postura, deterioração da qualidade do ovo. - Ocorre redução da fertilidade e eclodibilidade, comprometimento dos índices zootécnicos, restrição à exportação de produtos contaminados. -São sensíveis a luz solar e detergentes, mas podem sobreviver por muito tempo em carcaças congeladas. Etiologia -Paramyxovirus, família Avulavirus. Têm 9 sorogrupos, sendo o mais importante o PMV-1. É um RNA de fita simples que codifica proteínas HN (hemaglutinina e neuraminidase) e F. Classificação -Lentogênicas: baixa patogenicidade, matam embrião em 130 horas pós-inoculação. -Mesogênicas: média patogenicidade, podem matar embrião em 70 horas. -Velogênicas: alta patogenicidade, matam embrião em 45 horas. Transmissão -Penetração ocular, nasal e oral, geram problemas respiratórios. -Penetração venosa, IM e intracerebral, geram problemas nervosos. -A imunidade residual reduz a gravidade do processo. -A principal via é a aerógena, dois dias após exposição o vírus já pode ser eliminado pelo ar. -O período de incubação do vírus é de 21 dias. -Não há comprovação científica de transmissão vertical, mas roedores, insetos e artrópodes podem transmitir mecanicamente. Calçados, roupas de funcionários podem ser fonte de infecção indireta. Subprodutos de aves infectadas utilizados como matéria prima de rações e pombos são fontes de infecções. Sinais clínicos -Não existem lesões patognomônicas e as lesões microscópicas têm pouco valor diagnóstico. -Velogênica: alta morbidade e alta mortalidade, lesões concentradas nas vísceras. Causa 100% de mortalidade em 3-4 dias, aves de qualquer idade podem ser afetadas. Repentinamente o animal apresenta debilidade, anorexia, diarréia (pode ser com sangue), desidratação acentuada e morte. Na necropsia é observado úlceras e hemorragias no proventrículo, metade posterior do duodeno, jejuno-íleo e tonsilas cecais. -Velogênica pneumotropica ou pneumo-encefálica: lesões concentradas no sistema respiratório ou nervoso central. Mortalidade de 90% em jovens e 10-50% em aves adultas. Aparecimento repentino com alteração respiratória acentuada, espirros, tosse, estertores traqueais, conjuntivite, anorexia, edema de cabeça e queda na postura dos ovos. Pode haver espasmos, tremores musculares, torcicolo, opistótono e paralisia de pernas e asas. Na necropsia é visto exsudato seroso/catarral no conduto nasal, laringe ou traquéia. Traqueia congesta ou hemorrágica, pulmões e sacos aéreos podem ter exsudatos, e ausência de lesões macroscópicas do sistema nervoso. -Mesogênica: possui alta morbidade em aves jovens e adultas e alta mortalidade em aves jovens. Infectam o sistema respiratório e o nervoso, distúrbio agudo, espirros, tosse, dispnéia. Sinais nervosos nas aves jovens, anorexia, edema de cabeça, torcicolo e opistótono. Nas aves adultas têm sinais clínicos discretos e queda na postura, fêmeas com oforites ou salpingite. -Lentogênica: alta morbidade em aves jovens e adultas, sem mortalidade. São essas as cepas empregadas na produção de vacina. -Entérico assintomático: não causa sintomas ou lesões nas aves e é utilizada como cepa vacinal. Necrópsia -Edema da cabeça, região do pescoço, peritraqueal e entrada do tórax. -Hemorragias e ulcerações na laringe, turvação dos sacos aéreos e inflamação da traquéia. Destruição do epitélio traqueal e hemorragia. -Pode ter hemorragias no coração e aumento do volume do saco pericárdio. -No trato digestivo, hemorragias petequiais na mucosa do proventrículo e no intestino. Diagnóstico -Através do isolamento em ovos embrionados, sorologia ELISA e inibição da hemaglutinação (diagnóstico de rotina ou monitoramento de programas vacinais, títulos elevados de Ac indicam infecção aguda). Diagnóstico diferencial -Bronquite infecciosa, pneumovirose, laringotraqueíte, influenza aviária, encefalomielite, doença de marek, DCR, coriza aviária, cólera. Controle -Vacinação. Pode ser vacina atenuada de cepa lentogênica (respiratória ou intestinal) ou inativada de cepas mesogênicas. –Primovacinação: ocular ou nasal 0,03 ml Protocolo para frangos de corte: 1 dia: aspersão (gota grossa) → 7-10 dias gota ocular ou nasal → 28-30 dias água de bebida. Protocolo para reprodutores e poedeiras primeira dose aos 10 dias, ocular → segunda dose aos 28 dias água de bebida → terceira dose 10-12 semanas, água de bebida. Vacina oleosa: 18-20 semanas e reforço com 40 semanas se precisar. Poedeiras 17-18 semanas. A suspeita da doença implica na adoção de medidas sanitárias para o seu controle, devendo ser investigada a epidemiologia e colheita de material para o laboratório. -Na confirmação, é realizado abate imediato no local de todas as aves, destruição ou tratamento de todos os resíduos e detritos suspeitos de estarem contaminados como cama, fezes, destruição da carne de aves abatidas durante o período de incubação, destruição dos ovos e vazio sanitário por pelo menos 21 dias. Erradicação A zona de proteção é de 3 km de raio. Todas as granjas dentro desta zona deverão ser identificadas e mantidas sob vigilância com controle de movimentação das aves, ovos, veículos e pessoas. Após 21 dias, a zona de proteção passará a fazer parte da zona de vigilância. -A zona de vigilância consiste em uma área de 10 km de raio. Durante 15 dias serão adotados os mesmo procedimentos, limpeza e desinfecção deverão ser efetuadas necessariamente sob vigilância oficial. -Vacinação obrigatória em granjas de reprodutores e comerciais produtoras de ovos, nas áreas sob programa. Controle de trânsito -Animais procedentes de estabelecimentos avícolas, no qual, 90 dias antes não se tenha constatado nenhum foco da doença e nem suas proximidades num raio de 10 km nos últimos 30 dias. -Comprovante de vacinação 30 dias antes -Animais susceptíveis serão impedidos de transitar sem certificado sanitário -Os veículos deverão ser lavados e desinfetados conforme as normas. -É uma zoonose de pouca importância, gera apenas conjuntivite.