Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

METODOLOGIA DO 
ENSINO DA FILOSOFIA
PADRÃO-
RESPOSTA
2
CAPÍTULO I
Atividades de Estudo
1 Por que a filosofia também possui um caráter prático?
R.: Porque ela não se ocupa somente com o levantamento de problemas relativos 
ao mundo e à existência, mas por querer resolver esses problemas. Sendo que 
a busca dessas respostas também implica em uma ação: o ato de filosofar. As 
motivações filosóficas partem de questões ou problemas reais. O que evidencia 
o caráter prático da Filosofia, em que as teorias surgem das necessidades de 
cada filósofo, ao mesmo tempo que as concepções teóricas podem voltar à 
realidade e orientar a ação dos homens, seja na política, na educação, na ação 
moral entre outras.
2 Como podemos caracterizar a reflexão filosófica?
R.: Uma reflexão filosófica se caracteriza por ser um pensar mais profundo, 
mais racional, mais sistemático. Um pensar que procura colocar os atributos 
da racionalidade em seu mais pleno funcionamento. Um pensar que se propõe 
a dar mais clareza às explicações acerca do mundo, a partir do uso da razão. 
Assim, a reflexão filosófica se caracteriza por ser um pensar qualificado, racional 
ao extremo, que envolve tanto o aprofundamento quanto a máxima visão de 
conjunto possível sobre uma determinada questão.
3 Quem está apto a fazer uma reflexão filosófica?
R.: Qualquer pessoa disposta a fazer uma reflexão, independentemente do 
nível de conhecimento e do grau de profundidade da resposta. Qualquer pessoa 
pode se fazer certos tipos de perguntas filosóficas e tentar, em alguma medida, 
respondê-las. 
4 Como o docente pode despertar o desejo de filosofar em seus alunos?
R.: Por meio de perguntas, pois elas devem constituir a essência da aula. 
Instigar os alunos com perguntas ajuda tanto a ensinar a questionar a realidade 
e despertar a dúvida e a curiosidade como os ensina a formular suas próprias 
questões, abrindo um novo horizonte a ser desvelado. Esse perguntar-se 
constante pode despertar nos alunos problemas filosóficos, ou seja, questões 
que os impulsionem a uma reflexão filosófica.
3
5 Quais os dois caminhos metodológicos no ensino de filosofia e como 
podemos estabelecer uma relação entre eles?
R.: A questão do aprender filosofia e do aprender a filosofar. Tratar da história da 
filosofia se torna necessário para que o estudante no aprendizado do filosofar 
situe essa área do conhecimento no espaço e no tempo, e não apenas pense 
como algo em si. 
O conhecimento da história da filosofia mostrará ao estudante que a forma 
de conhecimento filosófico é uma construção humana e histórica que surgiu 
em determinada época e lugar. Ou, por outra via, que a filosofia surgiu em 
diferentes épocas e lugares, e que é impossível fixar a sua origem a apenas 
um tempo e lugar na história.
Uma metodologia do ensino de Filosofia, que tenha a história da filosofia como 
centro e referencial, deverá considerar a necessidade de organizar um trabalho 
com a história da filosofia não como simples transmissão de conhecimentos 
do passado, mas estabelecer estratégias didático-filosóficas, as quais devem 
favorecer as apropriações críticas e criativas por parte dos discentes do cabedal 
filosófico já existentes, para que possam refletir sobre “os problemas com os 
quais eles se defrontam”, tendo em vista transformá-los.
Atividades de estudo
1 O que significa uma formação filosófica libertadora?
R.: É o ensino de Filosofia que caminha na direção do livre exercício do 
pensamento e, portanto, para o exercício da liberdade.
A educação filosófica libertadora coloca o aluno no centro do processo da 
reflexão, faz ele vislumbrar a possibilidade de assumir as rédeas da própria 
realidade de forma consciente e crítica. Possibilita a formação de sujeitos 
autônomos, livres a partir do exercício da racionalidade. É uma formação humana 
que procura desenvolver a capacidade do aluno de se autogerir, de se pôr no 
mundo de modo crítico. Assim, a formação filosófica libertadora cria espaço para 
que o indivíduo possa se perceber como “Ser” dotado de existência.
A educação libertadora faz com que o homem se veja como parte viva da 
realidade, e não separado dela. Homem e mundo se fundem, pois um está 
contido no outro. Essa percepção integrada é que permite o exercício pleno da 
liberdade, tendo em vista que devolve ao homem a compreensão de que ele 
também é sujeito participante.
4
2 Como o estudo da história da Filosofia auxilia na formação humana 
crítica?
R.: O estudo da história da Filosofia ajuda a saber pensar a própria realidade, 
porquanto proporciona uma fabulosa visão de conjunto sobre como a 
humanidade caminha, e com isso instiga a busca de novas interpretações, 
na medida em que encontramos problemas conceituais históricos, os quais, 
podemos romper. Desse modo, permite poder criar algo de verdadeiramente 
novo, por tomarmos consciência da construção histórica do conhecimento 
humano.
Então, o ensino de Filosofia não deve se esgotar em saber pensar filosoficamente 
os problemas atuais, mas consiste em dar ao aluno a possibilidade de pensar 
criticamente os diversos paradigmas construídos ao longo da história, e que 
ainda estão presentes em nossa sociedade.
3 O que significa a instrumentalização da razão e qual o seu impacto 
no professor de Filosofia?
R.: A especialização instrumentalizou a razão, retirou dela a sua roupagem 
crítica, e a razão passou a ser usada na expansão da produção, foi usurpada 
pela necessidade de reprodução do capital. É dentro desse contexto que se 
insere hoje o professor de Filosofia, em meio a todo esse conflito, entre um 
saber especializado, instrumentalizado para o mercado, e um saber crítico, 
que abrange a necessidade de compreensão da totalidade da sociedade, que 
abrange a ideia de um sujeito que se percebe e atua no mundo.
4 Como a sociedade voltada para a produção e o consumo em massa 
trata a educação e a formação humana?
R.: Nessa sociedade, voltada para a produção e o consumo em massa, a 
superficialidade ganha espaço, e a formação reflexiva não é mais adequada. A 
educação não precisa formar indivíduos críticos e conscientes. Essa sociedade 
fundada no efêmero não necessita de sujeitos ativos, criadores de sua realidade. 
Atividades de estudo
1 Quais as dificuldades enfrentadas atualmente pelo ensino de 
Filosofia?
R.: O descaso pela educação e pela formação filosófica ficam evidentes numa 
sociedade marcada pelo consumo e pela produção em massa. Assim, o grau 
5
de dificuldade encontrado para se ensinar Filosofia aumenta, pois vivemos em 
uma sociedade em que o apreço por um conhecimento mais aprofundado da 
realidade soa como uma perda de tempo diante da ideia de que tudo precisa ter 
uma utilidade imediata. É evidente que a Filosofia é extremamente útil para a 
vida nessa sociedade, porém, para que se perceba essa utilidade, é necessário 
que se pare para pensar, atitude muito rara atualmente.
2 Qual a contradição existente entre o significado mais singelo de 
Filosofia e a tradição?
R.: O seu significado mais singelo é o amor à sabedoria. O problema é no fato 
de que o amor talvez não esteja no campo da razão. Ao longo de dois milênios, 
o conhecimento se colocou como algo divergente aos sentimentos, mas, na 
prática, o conhecimento talvez nunca pôde se separar efetivamente deles, e 
essa é a contradição. Entender essas questões aparentemente contraditórias 
nos remete ao pensar dialeticamente, em que o conhecimento do mundo 
não pode ser separado dele mesmo, como nos fez pensar a razão e a ciência 
ocidental até então.
3 Em que consiste o método de abstração científica do real usado pela 
tradição ocidental, quais suas limitações e como superá-lo?
R.: A abstração científica é um processo do conhecimento de análise do 
mundo, porém, o processo de sua compreensão não se esgota na abstração, 
na separação da parte do todo para análise aprofundada. Ele precisa retornar 
para o real, num processo chamado de síntese, em que o que havia sido 
subtraído retorna, volta à totalidade doreal, volta ao seu contexto, às suas 
mais diversas relações. Esse retorno, depois da análise, é um retorno mais claro 
que o anterior, daí se faz uma outra abstração, esclarece-se outros aspectos, 
e se retorna ao real, mais acessível. Esse movimento se repete até que o caos 
do começo desapareça, e apareça aos olhos críticos do homem uma realidade 
mais conhecida, mais compreensível do que a do início do movimento.
4 O que significa pensar uma educação humanizadora e como ela pode 
mudar a concepção de ensino de Filosofia?
R.: Significa ter uma visão mais ampla do ser humano e de sua relação com o 
conhecimento. É necessário entender que ser humano não é só pensamento, 
e que o pensamento tem uma ligação direta com o sentir, pois pensar desperta 
sentimentos e sentir desperta pensamentos. É evidente que a sala de aula trata 
do aspecto cognitivo do ser humano, porém, isso não significa dizer que o aluno 
está desprovido de sentimentos, emoções, desejos, angústias, entre outros, 
6
em sala de aula. Tanto professor como alunos carregam consigo a totalidade do 
seu ser. Pensar envolve sentir, sentir envolve pensar. E no ensino de Filosofia 
o pensar precisa carregar consigo o desejo de saber, as angústias devem se 
transformar em motivações para conhecer e assim sucessivamente.
Enquanto professor, que se propõe a ensinar Filosofia, é necessário ter 
consciência da relação afetiva, do amor ao conhecimento que carece despertar 
nos alunos. Talvez não se possa ensinar a amar, mas seja possível ajudar a 
despertar o amor ao conhecimento. Talvez possa ajudar eles a sentirem o 
prazer da descoberta. E se conseguir, todo o resto estará certamente mais 
favorável a acontecer.
5 Quais as dificuldades de se fazer a síntese e a diferença entre dialética 
e a teoria da complexidade?
R.: A dificuldade de fazer a síntese está na dificuldade de retornar ao todo a 
parte abstraída do real, pois o todo traz consigo a complexidade do real. É preciso 
enfrentar a complexidade do conhecimento e da vida, e o antagônico não se 
apresenta como excludente, pelo contrário, como destaca Morin (2013, p. 108): 
“Trata-se de três imperativos. Como tudo que é complexo, são antagônicos e, 
ao mesmo tempo, complementares uns aos outros.” Na abordagem dialética, 
trata-se do processo de mudança como um momento negativo. Já a teoria da 
complexidade vai entender que os contrários se complementam, criando algo 
novo. O que a dialética entende como síntese dos contrários, a unidade do 
múltiplo, a teoria da complexidade, entende como complementariedade.
Atividades de estudo
1 Quais os argumentos de Adorno sobre o porquê de nossa sociedade 
gerar pessoas capazes de se tornarem algozes?
R.: Semelhante aos prisioneiros de Caverna de Platão, atualmente somos 
prisioneiros da “sociedade administrada”. A noção de “sociedade administrada” 
de Adorno funciona como a Caverna de Platão. Em tal sociedade, que é a nossa 
sociedade industrial, há um véu ideológico (produzido, como explica o marxismo, 
pela reificação e pelo fetichismo) que cobre os rostos de todos nós. Esse véu, 
como as sombras na Caverna de Platão, faz com que enxerguemos o que não 
é o real como sendo o real. Estamos em uma situação na qual nos imaginamos 
como sujeitos quando na verdade somos objetos. Porém, diferentemente da 
situação do prisioneiro de Caverna de Platão, estamos envolvidos por algo bem 
pior. Se fugimos da Caverna encontramos a luz, e ficamos mais cegos ainda, pois 
a luz é muito forte: a luz natural da razão, ela própria, é mais que uma aliada 
do mundo moderno no que ele tem de dominador e opressor, ela é a própria 
7
mãe do mundo moderno e, sendo uma luz forte, cega-nos. O Iluminismo cega. 
Contra os fenômenos ideológicos de nossa sociedade atual — o capitalismo 
em sua fase monopolista e/ou a “sociedade administrada”, que nos faz ficar 
prisioneiros de nossa ciência e de nossa tecnologia.
2 Quais as características da razão instrumental?
R.: Vivemos a época da técnica, da ciência, do pragmatismo, do utilitarismo, 
a qual valida verdades práticas, objetivas, comprováveis experimentalmente. 
Essa razão extremamente aplicada é a que foi chamada de razão instrumental, 
resultado do pensamento linear desenvolvido durante a modernidade. A 
extrema especialização das mentes humanas produtoras de super tecnologias 
perdeu a capacidade perceber a totalidade da vida.
3 Quais os problemas gerados por uma visão apenas linear do 
conhecimento e como superá-los?
R.: O problema não é a linearidade do conhecimento, mas que esse tipo 
de conhecimento sozinho não bastar para a humanidade. Essa extrema 
especialização das mentes humanas produtoras de super tecnologias perdeu 
a capacidade perceber a totalidade da vida. A racionalidade do homem o levou 
para outros caminhos. É necessário fazer o caminho de volta, terminar a lição 
de casa, retornar ao real, reconhecer a complexidade do mundo para assim 
desvendá-lo.
Para tanto, existem duas abordagens importantes, as quais consideram o real 
em sua totalidade: a abordagem dialética e a teoria da complexidade. Ambas 
entendem que os antagonismos e as contradições fazem parte da dinâmica 
da realidade, daí o seu caráter complexo. A dialética estuda a realidade em seu 
movimento, não a cristaliza. Já a teoria da complexidade aborda o real como 
um emaranhado de relações que articulam as partes, em que o conhecimento 
sobre o real também inclui essas relações, não existindo um único caminho a 
ser seguido, ou seja, pode-se chegar ao conhecimento por caminhos diversos 
nesse emaranhado de relações. Desse modo, verifica-se que o caminho para o 
conhecimento não precisa ser necessariamente linear.
4 Explique como se caracteriza o aspecto temporal da complexidade:
R.: Se o conhecimento quiser apreender o real em seu movimento, a 
temporalidade precisa estar presente, e, portanto, a irreversibilidade inerente 
ao mundo se apresenta, ou seja, os momentos não se repetem, pois, as 
relações se modificam e as partes também. Inserir o aspecto temporal na 
8
compreensão de mundo significa pensar a realidade em sua complexidade 
real, significa captar o real em seu movimento, percebendo as peculiaridades 
de cada momento, das variáveis que ao se transformarem, transformam as 
relações e consequentemente o todo.
CAPÍTULO II
Atividades de estudo
1 Como a educação se mostrou fundamental para o homem ao longo 
da história?
R.: A educação se mostrou fundamental para o homem no sentido de permitir 
que ele não perdesse, de uma geração para a outra, seu modo de viver. 
Serviu para manter o que já se havia conquistado e permitir a atualização e 
a descoberta de novos modos de se relacionar, realizar tarefas, interpretar o 
mundo entre outras coisas. Isso envolve a forma como a sociedade lida com 
a natureza em busca de recursos necessários à sua existência, na busca de 
segurança, de conforto etc. e na forma como os homens se relacionam entre si.
 2 Como a educação possibilita a vida em sociedade?
R.: A educação faz parte do modus operandi da vida em sociedade, sem ela não 
seria possível se chegar ao modo de vida que se tem hoje. Viver em sociedade 
pressupõe a relação de ensino e aprendizagem entre os seus membros. Sem 
essa relação, a humanidade necessitaria redescobrir a cada geração, os modos 
de fazer e de ser, isso implicaria em um constante retroceder no tempo. Daí a 
grande importância da educação para a humanidade, ela caracteriza o homem 
enquanto homem, sendo capaz de contribuir para o desenvolvimento da 
linguagem e da memória e possibilitando a humanidade chegar ao patamar 
de desenvolvimento que se tem hoje.
3 Por que a educação passou a ser uma preocupação do Estado?
R.: O processo de industrialização e automatização do trabalho junto com o alto 
grau de especialização, aprimorou os meios de produção, e a educação que antes 
estava restrita às classes privilegiadas, precisou adentrar as classes populares
9
Para que a produção pudesse se manter, ela necessita não só de uma constante 
atualizaçãodos conhecimentos mínimos indispensáveis para o trabalho, 
como também necessita atualizar constantemente a forma como esses 
conhecimentos devem ser transmitidos.
O Estado é acionado pela esfera econômica, no intuito de que se responsabilize 
em promover a formação básica necessária para que esses trabalhadores, sejam 
capazes de adentrarem a esfera produtiva. E é deste modo, pressionado pelas 
elites econômicas, que o Estado assume algumas demandas educacionais, pelo 
menos o de capacitar seus cidadãos para o exercício das funções produtivas 
básicas.
4 Explique por que o desenvolvimento da capacidade crítica do homem 
atualmente vem na contramão do desenvolvimento das forças 
produtivas?
R.: Porque numa uma sociedade em que a produção está voltada para a 
acumulação de capital e não para a realização efetiva dos bens de consumo, 
os valores estão invertidos, ou seja, as necessidades humanas são deixadas de 
lado e o valor passa a ser a acumulação de capital. Deste modo, uma educação 
que priorize o humano não é adequada para esse tipo de sociedade. 
5 Explique a relação entre a necessidade do ensino de Filosofia e a vida 
em uma sociedade democrática?
R.: Numa sociedade democrática, em que todos são considerados cidadãos, livres 
para fazerem suas escolhas políticas, para se manifestarem e não livres para 
desconhecerem as leis sobre as quais vivem, faz-se necessário poder exercer 
de modo crítico e consciente seus direitos e deveres. E é sobre esse aspecto 
da vida em uma sociedade política e democrática que entra a necessidade do 
ensino de Filosofia.
As competências que a Filosofia é capaz de desenvolver nos homens se coloca 
além das habilidades e conhecimentos específicos da esfera produtiva, e das 
exigências básicas do mero saber fazer para o mercado de trabalho. Ela se 
configura tanto no desejo de querer saber sempre mais, como de se procurar 
em compreender os contextos não só em suas especificidades, mas abarcando 
a sua totalidade, pois só deste modo é possível ao homem se colocar enquanto 
parte ativa e construtora da sociedade em que vive.
10
Atividades de estudo
1 Quais o fatores em torno da ausência e presença do ensino de Filosofia 
na educação básica brasileira?
R.: Verifica-se que o ensino de Filosofia nas escolas brasileiras sofre momentos 
de inclusões e exclusões ao longo da história da educação. Em momentos de 
maior repressão política, como no período da ditadura militar, há a sua exclusão 
e em momentos de mais liberdade democrática, a inclusão. A política está 
diretamente alinhada aos interesses das elites econômicas, nos momentos 
de crise, ocorre um enrijecimento do poder e o cerceamento da liberdade de 
expressão e manifestação. Já nos momentos de maior fartura, a liberdade se 
amplia, e com ela também a possibilidade de manifestações críticas. Pode-se 
dizer que o ensino de Filosofia está relacionado diretamente com o pleno 
exercício da cidadania, numa sociedade que restringe a liberdade de sua 
população o ensino de Filosofia não é bem-vindo.
2 Qual o espaço do ensino de Filosofia na atual legislação brasileira?
R.: Atualmente, no ano de 2019, não existe obrigatoriedade para o ensino 
de Filosofia nas escolas, só a necessidade de se desenvolver no educando 
certas competências que o ensino de Filosofia promove. Porém, sem essa 
obrigatoriedade, o desenvolvimento dessas competências acaba sendo diluído 
em outras disciplinas da área das Ciências Humanas.
Embora a Filosofia não tenha mais o estatuto de uma disciplina obrigatória, 
não se extingue do currículo, é verdade também que sua função foi diluída 
na composição curricular por áreas, em um difícil espaço a ser dividido com as 
disciplinas de História, Geografia e Sociologia.
Atividade de estudo
1 Quais consequências podem ser atribuídas ao afastamento do ensino 
de Filosofia dos bancos escolares?
R.: Um argumento mais genérico em torno dessas consequências aponta para 
as lacunas causadas na formação dos jovens e adolescentes, não só pela 
ausência da filosofia, assim como das demais disciplinas “humanistas” ceifadas 
pela ditadura.
Esta situação vem ocorrendo no cotidiano escolar, em decorrência da pouca 
reflexão e consequente dificuldade de pensar dos estudantes, pois diversas 
11
gerações foram privadas de todo um conjunto de conhecimentos fundamentais 
à sua existência.
Desarma os futuros alunos de curso superior daquele espírito crítico 
indispensável ao desenvolvimento das aptidões intelectuais para o exercício 
de comportamentos mentais, sadios e também desarma os futuros cidadãos 
de uma plena consciência da condição humana.
 
2 Qual o impacto no ensino de Filosofia ser tratado apenas como 
competência a ser desenvolvida nos alunos sem a obrigatoriedade 
da disciplina?
R.: Em estudos estatísticos realizados em 1988, no âmbito das escolas 
mineiras, pertencentes à rede particular, estadual e municipal, por um grupo 
de professores do Departamento de Filosofia e Teologia da PUC-MG constatou 
que, apenas 5% dos professores que se encontravam lecionando filosofia, eram 
habilitados com curso superior em Filosofia. 
Esse dado que, de forma geral, elucida a realidade, aponta para uma confirmação 
de que a qualidade do ensino de Filosofia tem deixado a desejar, agravada 
pelo fato de que, profissionais de outras áreas estão lecionando a disciplina 
no ensino médio.
3 Qual a consequência da má qualidade do ensino de Filosofia por 
profissionais não habilitados para tal tarefa?
R.: Cria-se um preconceito em torno da filosofia como conhecimento: ou a 
Filosofia é confundida com alguma opinião vaga, fantasiosa ou pretensamente 
teórica, ou é tomada como perspectiva teórica geral de alguma instituição, 
(filosofia do governo), ou ainda como aprendizado inútil (a filosofia não serve 
para nada) e utopista, valendo, apenas, como denunciadora dos problemas. 
Seja como inutilidade frente aos problemas cotidianos, seja como forma de 
um conhecimento ultrapassado e desconectado da realidade, o núcleo regional 
da SEAF-RS assim se pronunciou: “[...] a filosofia tornou-se completamente 
desconhecida pelas novas gerações e considerada como uma forma de 
conhecimento ultrapassada, antiga, irreal, sem ter nada a ver com o ensino 
moderno, atual, pragmático, produtivo etc [...]”. (SEAF, 1978, p. 12). 
Assim, filosofar tornou-se pejorativamente sinônimo de falar de coisas distantes 
da vida das pessoas, como coisa de quem vive nas nuvens, coisa de desligados, 
ou então, segundo um dizer italiano “a filosofia é uma ciência com a qual ou 
sem a qual tudo continua tal e qual” e ainda: “Eu penso na filosofia como se 
esta fosse um homem, num quarto escuro, procurando um chapéu preto que 
12
não está dentro do quarto.” Isto é, a filosofia é uma loucura elegante, algo 
completamente sem utilidade, podendo ser compreendida como ornamento.
Atividades de estudo
1 Por que o campo educacional se constitui um campo de disputa social, 
e quais interesses prevalecem?
R.: A educação se apresenta como um campo de disputa entre os interesses 
das classes que compõe a sociedade porque além de ser uma prática social, é 
usada como instrumento de ideológico para a manutenção da estrutura social 
existente. Nesse campo de disputa, prevalece os interesses da classe detentora 
do capital, a qual acaba por determinar os rumos tanto da sociedade como da 
educação. Deste modo, a população, é preparada para a reprodução do capital, 
ou seja, receber o tanto de instrução necessário para manter a produção de 
bens e serviços imprescindíveis à acumulação de capital, e claro, à manutenção 
da riqueza da classe dominante.
2 Qual é o papel da educação enquanto reprodutora do capital?
R.: Além de contribuir com a formação técnica dos trabalhadores, a educação 
também contribui com a formação ideológica, responsável pelo adestramento 
social, difundindo verdades que mantêm os trabalhadores incapazes de 
perceber e contestar as condições sociais que lhes são impostas pelo sistema.
Assim, esses trabalhadores, sem uma formaçãointelectual consistente, tomam 
como verdadeiro a imediaticidade fenomênica da sociedade capitalista, ou 
seja, a necessidade crescente de acumulação de capital traz consigo um 
aceleramento da produção e do consumo, que aparecem como necessidades 
reais do homem, mas na verdade são necessidades da acumulação. Não sendo 
capazes de perceber a real origem da opressão que sofrem e com a construção 
de falsos discursos sobre o real, tomam como verdade ideias que distorcem a 
realidade visando a manutenção das relações de exploração.
3 Quais são as implicações de uma formação meramente técnico, que 
despreza o pensamento crítico?
R.: A não formação crítica implica em criar uma sociedade de pessoas repetidoras 
dos discursos dominantes, perpetuando as relações de subjugação.
4 Como a educação pode ajudar a superar a sociedade de classes?
13
R.: Por promover uma formação humana crítica e libertadora. Uma educação que 
busque a superação dessa sociedade pautada na exploração do homem sobre 
o homem, onde a educação é restrita e precária e que leve em consideração 
a autonomia e a emancipação do homem como um todo, com o fim se libertar 
da condição de exploração e subjugação.
Para tanto, faz-se necessário também a superação da visão de sociedade 
fragmentada entre dominantes e dominados, a partir da efetivação do conceito 
de universalização e a democratização da educação.
Atividades de estudo
1 Quais os fatores estudados são dificultadores do ensino de Filosofia?
R. O que se observa é um crescente descaso com a formação crítica e intelectual 
e a desvalorização do ensino de Filosofia enquanto disciplina necessária para 
a formação humana. Essa forma de tratar a Filosofia dificulta muito a tarefa 
do professor em sala de aula, visto que os alunos chegam desinteressados e 
considerando um aprendizado menos importante que as outras disciplinas. 
E, sem que haja interesse por parte do aprendiz, o processo aprendizagem é 
dificultado e acaba não se efetivando.
2 Como a superficialidade do consumo interferem a sociedade como 
um todo?
R. A superficialidade do consumo mexe na cognição dos consumidores, 
essa volatização das mercadorias liquidifica as relações sociais. A lógica 
dessa sociedade de mercado acaba por contaminar todas as esferas sociais, 
difundindo assim a efemeridade inerente ao sistema governado pela lógica 
da acumulação. Ou seja, numa sociedade em que a produção de bens tem 
como fim a acumulação, quanto mais se produz, mais se cria a necessidade de 
se consumir para a acumulação se consolidar. Deste modo, faz-se necessário 
que a mercadoria seja comprada para que o dono do capital possa obter lucro, 
caso isso não ocorra, logicamente, o produtor terá prejuízo. Se o comprador vai 
efetivamente usufruir das características físicas da mercadoria, pouco importa 
para ao capitalista. Esse movimento, produtor de lucros, acaba por se dar 
freneticamente, o efeito da necessidade de se produzir mais para lucrar mais, é 
responsável pela rapidez com que se consome. Deste modo, as relações sociais 
também acabam seguindo a mesma lógica, tornam-se voláteis e superficiais, 
assim como as relações de mercado.
14
3 Como o pensamento meramente técnico é capaz de criar alienação?
R. Reduzimos problemas de ideias, de objetivos, de qualidade, a problemas de 
tecnicidade. Admite-se a existência de uma teoria pura, e de uma tecnologia 
pura, em economia, em educação, em ciência política etc., assim como a 
existência de uma categoria de especialistas numa política de meios, desligada 
de uma política de fins. Uma prova de que não é possível isolar a política dos 
meios da política dos fins, sob o argumento da pura tecnicidade dos meios, está 
em que os técnicos - nacionais ou estrangeiros - quando não trazem presos 
organicamente à estrutura de seu pensamento os fins de sua sociedade e de 
sua cultura, aplicam os seus instrumentos ao status quo do país com o qual 
colaboram, sem discuti-lo, o que vale como uma homologação pura e simples 
dos fins que esse status quo já representa.
CAPÍTULO III
Atividades de estudo
1 O que são paradigmas e como eles se relacionam à metodologia de 
ensino?
R. Os paradigmas são modos de pensar que determinam a percepção de 
mundo dos sujeitos. São formas de ver o mundo e de pensar a realidade, 
sejam conscientes ou não, essas formas moldam e direcionam o olhar, atuando 
como lentes que o direcionam para o que considera mais importante. Como os 
paradigmas reforçam um determinado olhar sobre a realidade, no contexto 
da sala de aula eles direcionam o tipo de metodologia a ser empregada pelo 
professor. Ou seja, as concepções teóricas do docente, o modo como enxerga 
e entende a realidade e o conhecimento acerca dela serão decisivos quanto a 
seu modo de ensinar.
2 Por que a epistemologia do professor está diretamente relacionada 
à metodologia de ensino?
R.: Porque a ação pedagógica por ser pensada e planejada sofre interferência 
direta da epistemologia do professor. Quer dizer, a metodologia de ensino 
aplicada pelo professor de Filosofia é resultado direto da lente que ele escolheu 
para olhar a realidade. O modo como o professor dá aula, reflete o modo como 
15
ele enxerga e interpreta o real, por isso, é preciso estar atento aos modelos e 
concepções teóricas próprias, pois elas darão o tom da metodologia aplicada 
em sala de aula. Por mais que se queira aplicar este ou aquele método, vale 
checar se realmente ele está coerente e em sintonia com a lente escolhida 
para olhar o mundo.
3 Qual a relação entre teoria e prática pedagógica?
R.: O processo metodológico do ensino consiste num constante movimento 
entre teoria e prática, a cada ação dada por um modo de pensar, o educador, 
reflete sobre sua prática, a questiona, a avalia, e refaz a teoria que uma vez 
modificada, levará a uma nova prática. A reflexão sobre a prática pedagógica, 
onde os objetivos traçados anteriormente são confrontados com os resultados 
alcançados, leva a uma constante atualização tanto teórica como prática.
Atividades de estudo
1 Por que, segundo Saviani, quando menos se falou em democracia na 
escola foi quando mais ela esteve presente?
R.: Pois, nesse período da educação tradicional, a formação clássica se fazia 
presente para todas as classes sociais, inclusive as classes populares, dando 
acesso a uma formação mais sólida a nível científico e humanístico. Neste 
momento, o ensino era unitário e o mesmo para todas as classes sociais.
2 Quais os problemas do modelo tradicional de ensino?
R.: O problema consiste em o modelo tradicional de ensino trata todos do mesmo 
modo, não considerando as diferenças sociais, e por isso acabou por classificar 
os alunos de acordo com a própria estrutura social. Evidenciando assim a 
dificuldade de as classes populares aprenderem, visto que, ao adentrarem 
à escola não possuem conhecimentos prévios necessários para acompanhar 
os conteúdos escolares propostos. Por esse motivo, a educação tradicional 
também foi criticada e considerada autoritária, pelo fato de não possuir uma 
reflexão acerca do processo de exclusão daqueles que não tinham um bom 
rendimento escolar.
3 Qual a proposta metodológica da Escola Nova e quais foram os 
problemas por ela gerados?
R.: Na Escola Nova o ensino passou a ser centrado no aluno, os conteúdos e o 
16
ritmo com o qual se trabalhava passaram a ser determinados pelas demandas 
dos alunos, fazendo o professor perder seu papel diretivo no processo de 
ensino-aprendizagem. O problema desse método mais democrático de ensino 
é o fato de destituir às classes populares de um conhecimento mais sólido, 
mais teórico, mais abstrato, que permita o desenvolvimento do pensamento 
crítico e autônomo. Esse modo de ensino acabou por esvaziar a formação das 
classes populares.
4 Aonde se encontra o real problema da dificuldade das classes 
populares acompanharem o sistema de ensino e quais os resultados 
dos encaminhamentos que foram dados no que diz respeito a essa 
questão?
R.: Na estrutura social vigente,pois uns possuíam mais acesso à cultura letrada 
e outros quase nenhum acesso, deste modo o resultado escolar acabava por 
diferenciar uma classe da outra. A classificação em sala de aula ocorrida devido 
a um problema estrutural, aonde a solução neste caso deveria ser resolvê-lo, 
e não alterar os conteúdos e o ritmo do ensino para as classes populares, 
tendo como resultado o aprofundamento da estrutura social desigual. Foi 
justamente quando se reconheceu que as classes populares precisavam de uma 
atenção diferenciada que elas sofreram a mutilação conteudista de acesso ao 
conhecimentos reflexivos e críticos.
5 Quais os problemas que o movimento da Escola Nova trouxe no âmbito 
educacional posterior?
R.: A partir de então a educação começa a caminhar em direção a uma escola 
dualista, onde se tem uma educação para as elites e outra para as classes 
populares. Esse dualismo se dava num primeiro momento com os diferentes 
níveis de ensino, onde as classes populares só ascenderiam no máximo ao 
ensino secundário não alcançando o nível superior, com ênfase na formação 
profissional, meramente técnica. O movimento da Escola Nova que pretendia 
a inclusão das classes populares na estrutura de ensino, teve como resultado 
o sucateamento do ensino para essas classes, diferenciando-o do ensino das 
elites. 
Atividades de estudo
1 O que Bourdieu entende como capital cultural e como ele pode 
interferir no desempenho escolar do aluno?
17
R.: Segundo Bourdieu, capital cultural é o conjunto de recursos, competências 
e predisposições herdadas do meio, ou seja, a cultura que o aluno traz da sua 
experiência familiar, social, entre outras. No que diz respeito ao desempenho 
na escola, o capital cultural impõe-se “como uma hipótese indispensável para 
dar conta da desigualdade de desempenho escolar de crianças provenientes das 
diferentes classes sociais”, o rendimento escolar da ação escolar depende do 
capital cultural previamente investido pela família”, das disposições e interações 
individuais. O trabalho escolar, por si só, não é garantia de que a aprendizagem 
escolar necessariamente ocorrerá. Ela depende de muitos fatores. Assim, não se 
trata de pensar que alguns alunos têm aptidão, dom para os estudos, enquanto 
outros não os têm. Mas de considerar que “[...] a aptidão ou o dom, são, também, 
produtos de um investimento em tempo e em capital cultural.
2 O que envolve uma formação integral que contemple a totalidade do 
homem, e que impacto ela pode causar no mesmo?
R.: A formação integral, que contempla a totalidade do ser humano envolve 
compreender o homem para além das necessidades de subsistência, incluindo 
aspectos referentes a sua existência histórica e social, sendo de fundamental 
importância para despertar o sentimento de autonomia no mesmo pois o estudo 
e a compreensão de que o hoje é um resultado da ação do homem ao longo do 
tempo, proporciona a percepção de que se essa realidade foi construída pelos 
homens, deste modo, sendo homem, logo, o educando se reconhece enquanto 
construtor da mesma.
Essa abordagem coloca o educando no centro do processo histórico, devolvendo 
a ele a possibilidade de se pôr como sujeito ativo e não passivo de sua realidade. 
Pois, ao se perceber como construtor de sua própria realidade, recupera o que 
lhe foi perdido ao longo do tempo, a sua liberdade.
3 Em que consiste o método dialógico na pedagogia de Paulo Freire e 
como ele pode contribuir para a superação da relação de opressão?
R.: O método dialógico de Paulo Freire consiste na valorização da cultura 
do educando a partir da comunicação, do diálogo, entre educador e 
educando, recobrando assim a sua autoestima e contribuindo também para o 
desenvolvimento do senso crítico. Pois, para Paulo Freire, é a partir do diálogo 
que os homens ganham significação entre eles, se não há possibilidade de 
diálogo é porque há relação de opressão, de subjugação. Sendo o diálogo uma 
exigência existencial, a educação não pode ter um caráter autoritário, nem ser 
um depósito de ideias nos educandos, não pode ser descomprometida com o 
mundo, nem um processo de imposição de verdades.
18
4 Como o método dialógico pode ser usado na sala de aula de filosofia?
R.: A capacidade de problematização sobre o ensino de filosofia é uma das 
competências essenciais que um professor de filosofia pode utilizar para 
despertar o desejo dos alunos rumo a uma tentativa de elaboração de uma 
resposta, estimulando, dessa forma, o pensamento crítico do aluno. A filosofia 
não surgiu do nada como uma simples abstração ou devaneio desvinculado da 
realidade vigente dos primeiros pensadores, ela nasceu a partir de problemas 
concretos que foram constatados pelos filósofos e que se esforçaram tentando 
responder essas mesmas questões à luz de seu tempo. Desse modo, os 
professores podem incitar os seus alunos à medida que conseguem fazer em 
sua prática docente com que um determinado conteúdo de filosofia apresente-
se como um problema que pode e deve ser pensado pelos alunos, fazendo com 
que eles se sintam inquietos e busquem dar algum tipo de solução, estimulando 
assim uma reflexão crítica e a capacidade de filosofar por parte dos educandos.
Atividades de estudo
1 Por que para Bourdieu e Passeron a escola não é um espaço neutro?
R.: Conforme Bourdieu e Passeron, a escola não é um espaço neutro, pois sendo 
um espaço de convencimento, de imposição de ideias, em que as pessoas 
são levadas a agir e a pensar de uma determinada maneira imposta, sem se 
darem conta de que agem e pensam sobre coação, ela acaba dissimulando uma 
verdadeira violência simbólica.
2 Qual a relação entre as classes sociais e a escola segundo Baudelot 
e Establet e como isso ocorre na sociedade capitalista?
R.: Baudelot e Establet apresentam a tese da teoria dualista da escola, pois 
entendem que em uma sociedade dividida em classes não seria possível se ter 
uma escola unitária. Desse modo, se faz necessário duas escolas radicalmente 
diferentes, opostas, heterogêneas e antagonistas. “As duas grandes redes 
de escolaridade são a SS (secundária superior) e a PP (primária profissional), 
que corresponderiam à divisão da sociedade em burguesia e proletariado” 
Assim, a escola, reafirma a diferença entre as classes sociais separando o 
trabalho intelectual (SS) do trabalho manual (PP), e assegura a manutenção 
da estrutura capitalista de produção. “A divisão em redes não se dá no final 
da escolarização, como se poderia supor, pois desde o começo os filhos dos 
proletários estão destinados a não atingir níveis superiores, encaminhando-se 
para as atividades manuais.
19
3 Por que segundo Saviani o Brasil não possui um sistema educacional?
R.: Para Saviani o Brasil não possui um sistema educacional pois sua 
organização encontra-se desprovida de planejamento e intencionalidade 
claras, apresentando incoerências internas e externas. Devido ao fato de os 
professores não participarem ativamente do processo decisório não ocorre a 
construção de uma educação voltada para a realidade em que vivem. Recebem 
ordens de cima, desconexas entre si e baseadas em teorias produzidas fora 
do contexto brasileiro. Tem-se como resultado uma estrutura educacional 
incoerente tanto internamente, pelas decisões desencontradas, como 
externamente, pois ao trazerem de fora teorias pedagógicas que não dizem 
respeito a realidade brasileira acabam não atingindo os resultados desejados. 
Assim, Saviani, irá propor uma teoria educacional que abarque essa realidade.
4 Com a teoria histórico-crítica entende a educação?
R.: A Pedagogia Histórico-Crítica entende que a escola deve ser um lugar de 
socialização por meio da apropriação do conhecimento produzido histórica e 
socialmente, sendo capaz de formar cidadãos críticos e ativos socialmente, “... 
o ponto de partida e o de chegada do processo educativo é sempre a prática 
social”.
Atividades de estudo
1 Qual método a pedagogia histórico-crítica utiliza em sua prática 
educacional e como ele funciona?
R.: Como práticapedagógica Saviani propõe o método científico dialético da 
economia e política utilizado por Marx. O que pretende é partir de uma visão 
caótica do todo a uma visão da totalidade do real rica em determinações 
e relações numerosas, pela mediação da análise, ou seja, das abstrações e 
determinações mais simples. Assim, o método de ensino se constituiria em 
partir de uma visão caótica da sociedade, fazendo abstrações simples, e retornar 
à realidade social, até que ela apareça com clareza aos olhos do educando. 
Fazendo esse movimento de análise e síntese se chegaria a uma visão da 
totalidade viva, ou seja, da compreensão da própria realidade, esse seria o 
papel da educação, desvendar o real.
2 Quais transformações Saviani propõe que a educação possibilite como 
prática social, e qual a condição que não valeria a pena desencadear 
a ação pedagógica?
20
R.: Saviani entende que o processo educativo deve possibilitar a passagem 
da desigualdade à igualdade. Portanto, só é possível considerar o processo 
educativo em seu conjunto como democrático sob a condição de se distinguir 
a democracia como possibilidade no ponto de partida e a democracia como 
realidade no ponto de chegada. Para ele democracia é uma conquista, não um 
dado. Parte-se de uma afirmação das condições de igualdade para ter como 
ponto de chegada a igualdade enquanto uma realidade. A negação dessas 
condições como uma possibilidade no ponto de chegada inviabiliza o trabalho 
pedagógico. “Isto porque, se eu não admito que a desigualdade é uma igualdade 
possível, ou seja, se não acredito que a desigualdade pode ser convertida em 
igualdade pela mediação da educação, obviamente não em termos isolados, 
mas articulada com as demais modalidades que configuram a prática global, 
então, não vale a pena desencadear a ação pedagógica” (SAVIANI, 2003, p. 78).
3 Em que consiste o método dialógico de Paulo Freire e a que prática 
educativa ele se contrapõe?
R.: O método dialógico consiste não só em ajudar na condução do pensamento 
do aluno para a reflexão sobre a própria realidade, mas em fazer esse aluno se 
perceber enquanto ser, na medida em que ele é posto numa relação horizontal, 
pois para que o diálogo aconteça, não pode haver relação de opressão. Assim, o 
educando se percebe enquanto sujeito. Ele se contrapõe à educação bancária, 
na qual os conteúdos são depositados nos educandos de modo arbitrário a eles. 
Esse tipo de método educacional parte do pressuposto que os alunos são seres 
passivos, vazios de conhecimento, e que a escola é responsável em depositar 
neles os conhecimentos necessários para a vida em sociedade.
4 Como o método dialógico pode contribuir no ensino de Filosofia?
R.: O método dialógico de Freire ajuda o professor de Filosofia a se aproximar não 
só da linguagem dos alunos como também dos seus conceitos e significações 
acerca do mundo. Pois a partir deles será possível pensar numa abordagem 
capaz de atingir os alunos cognitivamente e despertar neles o desejo de 
conhecer. É preciso conhecer o universo cognitivo dos alunos para poder junto 
com eles construir novas significações assim, a aprendizagem deixa de ser 
mecânica, voltada apenas para a memorização.
5 Qual o papel dos organizadores prévios para uma aprendizagem 
significativa e como eles podem ser aplicados na sala de aula de 
Filosofia?
R.: Ausubel destaca a importância dos organizadores prévios para que a 
21
aprendizagem deixe de ser mecânica e passe a ser significativa. Esses 
organizadores prévios precisam levar em conta o conhecimento prévio que 
os alunos trazem para a sala de aula, para a partir deles construir pontes 
cognitivas capazes de conduzir o conhecimento do aluno até o conhecimento 
que se pretende que ele alcance.
Os organizadores prévios consistem na ambientação necessária para se 
introduzir um novo conhecimento, essa ambientação ou preparação cognitiva 
dos alunos parte dos conhecimentos já consolidados nos alunos em direção à 
construção de novos significados. No que diz respeito ao ensino de Filosofia, 
trata-se de partir da visão de mundo dos alunos, do conhecimento do dia a dia 
deles, em direção a um conhecimento mais profundo e mais reflexivo.
6 Qual a contribuição do método dialético para a educação?
R.: Ao aplicar a dialética como método de ensino, verifica-se a necessidade de 
um constante movimento de reperspectivação das abordagens de ensino, na 
medida em que o professor procura melhorar suas abordagens para melhor 
atingir os alunos. Outro aspecto importante é considerar o movimento do real 
como fator preponderante na sala de aula. À medida que a escola reflete a 
sociedade e ela se encontra sempre em movimento, logo a dinâmica da sala de 
aula precisa acompanhar o movimento do real, de modo que a forma ou o modo 
como os conteúdos são trabalhados também seguem esse fluxo de mudança.
Assim, tratar a dialética enquanto método de ensino, inclui considerar o 
movimento no processo de construção do conhecimento acerca da realidade 
em movimento. Esse método parte de uma realidade que se apresenta como 
caótica para a compreensão humana, a uma realidade mais clara, não mais 
caótica. Para isso utiliza-se de mais dois métodos: análise e síntese.
O método dialético aplicado à educação consiste em educar o homem para 
a transformação, para o amanhã, trazendo a percepção do homem enquanto 
um ser coletivo, social e histórico, que compreende o movimento inerente à 
realidade social, e se reconhece como capaz de fazer a contradição histórica 
necessária para o movimento de transformação social.
Atividades de estudo
1 Segundo Gadotti, qual a perspectiva de classe que método dialético 
traz para a educação?
R.: Trata-se de pôr a pedagogia sobre outros trilhos, uma pedagogia que não 
se comprometa com os interesses burgueses, reacionários, mas se comprometa 
com os interesses das classes subalternas, com os interesses revolucionários 
22
das classes populares. Essa perspectiva nos permite evitar a utopia da 
consciência, que entende por solucionar o conflito entre a pedagogia idealista 
e a pedagogia da existência através da formação da consciência.
2 Quais os problemas da avaliação quantitativa?
R.: Quando se estabelece um critério quantitativo para expressar qualidade, 
alguns equívocos acabam ocorrendo. A necessidade de se gerar uma média 
numérica camufla os conhecimentos que o aluno deixou de aprender, 
dificultando o processo diagnóstico da avaliação para encaminhamentos 
necessários à aprendizagem dos conteúdos não aprendidos.
Segundo Luckesi, O contrabando entre qualidade e quantidade é uma forma pela 
qual os alunos podem ser aprovados sem deter os conhecimentos necessários 
numa unidade de ensino.
Essa transformação indevida de qualidade em quantidade impossibilita ao 
professor diagnosticar a real situação do aluno e, consequentemente, ao 
aluno de tomar consciência de sua situação em termos de aprendizagem. 
Fatos esses que dificultam o avanço do aluno, uma vez que não estão sendo 
utilizados instrumentos para que ele possa progredir na apropriação ativa dos 
conhecimentos.
3 Por que a avaliação quantitativa acaba se transformando em um 
instrumento autoritário?
R.: Pois, a avaliação acaba se transformando em um instrumento classificatório, 
tornando a relação entre aluno e professor autoritária, onde o professor avalia, 
não para diagnosticar pontos que precisam ser melhorados, mas para situar o 
aluno numa escala de conhecimento. Deste modo, o momento da avaliação se 
transforma em um acerto de contas entre professor e aluno.
4 Como a avaliação deve ser concebida dentro de uma relação 
democrática entre professor e aluno?
R.: Quando o seu objetivo é promover o homem, quando ela procura servir à 
real aprendizagem do aluno e não a uma mera classificação. Por isso ela precisa 
estar presente durante todo processo de ensino, e não como uma forma de 
matematizar a aprendizagem no final do processo, onde já não há mais tempo 
hábil de se dar os encaminhamentos necessários.
Deste modo deveser usada para verificar se o processo de ensino e 
aprendizagem está acontecendo. Se os alunos não aprendem, a metodologia 
de ensino deve ser modificada, ou os conteúdos anteriores, necessários para 
a aquisição de determinado conhecimento, precisam ser revistos. Ou seja, 
23
a avaliação deverá ser assumida como um instrumento de compreensão do 
estágio de aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em vista tomar 
decisões suficientes e satisfatórias para que possa avançar no seu processo 
de aprendizagem.

Mais conteúdos dessa disciplina