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. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prefeitura Municipal de Goiânia/GO 
Auditor de Tributos do Município de Goiânia 
 
1. O poder de tributar: competência tributária e capacidade tributária. ................................................. 1 
 
2. Tributo: conceito e espécies (taxas, impostos, contribuição de melhoria e contribuições 
sociais/especiais). .................................................................................................................................. 11 
 
3. Limitações ao poder de tributar: princípios e imunidades. .............................................................. 22 
 
4. Legislação tributária: fontes do Direito Tributário, vigência, aplicação, integração e interpretação. 28 
 
5. Obrigação tributária: conceito e espécies (principal e acessória). 6. Sujeitos ativos da obrigação 
tributária. 7. Sujeito passivo da obrigação tributária: contribuinte e responsável, solidariedade, 
responsabilidade por substituição, por sucessão, o terceiro responsável, responsabilidade por infrações. 
Repartição das Receitas Tributárias. ...................................................................................................... 37 
 
8. Lançamento: competência, regras e modalidades. 9. Crédito tributário: suspensão. 10.Crédito 
tributário: extinção. 11. Crédito tributário: exclusão. ............................................................................... 47 
 
12. Administração tributária: fiscalização. .......................................................................................... 70 
 
13. Simples Nacional – Lei Complementar nº 123/2006 e alterações. ............................................... 75 
 
14. Tributos Municipais: ISS, IPTU, ITBI (fato gerador, sujeito passivo e lançamento)..................... 121 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom desempenho 
na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em 
contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 1 
 
 
Competência tributária. 
 
Competência tributária é o poder constitucionalmente atribuído de editar leis que instituam tributos. 
Refere-se ao poder de criar tributos, sendo esse poder conferido pela Constituição Federal à União, aos 
Estados-membros, ao Distrito Federal e aos Municípios. O legislador constitucional determinou quais 
tributos cada ente político pode criar, bem como limitou esse poder de criação, impondo limites. 
 
O Código Tributário Nacional trata do tema nos artigos 6º a 8º: 
 
“Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência 
legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições 
dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto 
nesta Lei. 
Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas 
jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido 
atribuídos. 
 
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou 
fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria 
tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 
18 da Constituição. 
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa 
jurídica de direito público que a conferir. 
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de 
direito público que a tenha conferido. 
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do 
encargo ou da função de arrecadar tributos. 
 
Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito 
público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.” 
O exercício do poder atribuído é uma faculdade, não uma imposição constitucional. Cada ente decide, 
de acordo com seus critérios de oportunidade e conveniência política, sobre seu exercício. 
No entanto, importante ressaltar que constituem requisitos essenciais da responsabilidade fiscal a 
instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da 
federação (LRF, art. 11). Isso deve ser entendido com razoabilidade, já que se o tributo for antieconômico, 
não há como se entender pela obrigatoriedade de sua instituição. 
 
São características da competência tributária: 
 
- Indelegabilidade: a competência tributária é indelegável, conforme disposição expressa do artigo 7º 
do CTN; o ente político não pode delegar, conferir a outra pessoa de direito público a competência 
tributária que tenha recebido da Constituição Federal. O poder de tributar é exclusivo do ente político que 
o recebeu. 
 
- Irrenunciabilidade: o ente político pode até não exercer sua competência tributária, mas esta é 
irrenunciável, quem a possui não pode dela abrir mão. 
 
- Incaducabilidade: o poder de tributar é um poder-faculdade, o ente político o exerce quando lhe seja 
mais conveniente e oportuno, o fato de permanecer inerte e não criar o tributo não altera em nada sua 
competência tributária que permanece a mesma. O não exercício da competência não tem como 
consequência a perda da mesma. 
 
- Exclusividade: excetua esse princípio somente a possibilidade de instituição do imposto 
extraordinário de guerra; 
1. O poder de tributar: competência tributária e capacidade 
tributária. 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
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- Inalterabilidade: não pode ser alterada pela própria pessoa jurídica que a detém; se uma pessoa 
política pretender, por meio de norma legal ou infra legal, dilatar as raias de sua competência tributária, 
de duas, uma: ou esta norma invadirá seara imune à tributação ou vulnerará competência tributária alheia. 
Em ambos os casos será inconstitucional. 
 
Classificação. 
 
Há classificação doutrinária dividindo a competência em: 
 
Competência privativa 
 
Refere-se à competência para criar impostos atribuída com exclusividade a um ente político. Os 
impostos tiveram sua competência para instituição definida pela CF/88 de maneira privativa. Assim, cabe 
privativamente a instituição dos seguintes impostos: 
 
a) À União: IR, II, IE, IOF, IPI, IEG, IGF, ITR, impostos residuais. 
b) Aos Estados e DF: IPVA, ITCMD, ICMS. 
c) Aos Municípios e DF; ISS, IPTU, ITBI. 
 
A lista de impostos dos Estados, DF e Municípios é absolutamente exaustiva, não podendo eles 
instituírem quaisquer outros. Já a da União é exemplificativa, já que os impostos residuais permitem a 
criação de uma série de outros impostos por meio de lei complementar, inclusive permitindo a bitributação 
e o bis in idem. 
 
Competência Tributária Comum 
 
É comum a competência para instituir taxas e contribuições de melhoria, já que caberá ao ente 
instituidor do serviço a sua cobrança. Porém, não se pode afirmar que todos os entes podem cobrar 
quaisquer taxas e contribuições de melhoria, já que a Constituição repartiu, também, competências 
administrativas, cabendo ao ente a quem ela foi deferida criar a respectiva taxa. 
O fato de os Estados-membros deterem a denominada competência residual na divisão constitucional 
de competências administrativas atribui a estes a competência residual para a instituição de taxas e 
contribuições de melhoria.Competência Tributária Cumulativa 
 
Prevista no art. 147 da CF/88, refere-se à competência da União em instituir impostos estaduais nos 
Territórios e os Municipais, caso eles não sejam divididos em Municípios, e da competência do DF instituir 
os impostos municipais em seu território. Por exemplo, a União poderia instituir, por meio de lei federal, o 
IPVA em dado território. Assim, possuem competência cumulativa a União e o DF. 
 
Competência Tributária Plena 
 
A União poderá instituir e cobrar todos os tributos previstos na Constituição da República, em caso de 
criação de Território e não sendo o território subdividido em Municípios. Seria o único caso de 
competência tributária plena. Entretanto, ela pode também, no caso de guerra externa ou sua iminência, 
exercer a bitributação e o bis in idem. 
 
Exercício da competência tributária. 
 
Como dito anteriormente, o exercício do poder atribuído é uma faculdade, não uma imposição 
constitucional. Cada ente decide, de acordo com seus critérios de oportunidade e conveniência política, 
sobre seu exercício. 
No entanto, importante ressaltar que constituem requisitos essenciais da responsabilidade fiscal a 
instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da 
federação (LRF, art. 11). Isso deve ser entendido com razoabilidade, já que se o tributo for antieconômico, 
não há como se entender pela obrigatoriedade de sua instituição. 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 3 
Além disso, impôs a LRF a proibição de transferências voluntárias para os entes federados que deixem 
de instituir impostos de sua competência (art. 11, p. único). 
 
Dica! Em provas de concursos públicos, sugere-se seguir a literalidade da LRF, no sentido de 
que todos os tributos do ente devem ser instituídos e arrecadados, apesar de que, se na prática o 
tributo se revelar antieconômico, poderá o ente não instituí-lo. 
Porém, em provas que não se refiram direta ou indiretamente à LRF, deve-se entender que uma 
das características da competência tributária é a facultatividade do exercício. 
 
Capacidade tributária ativa. 
 
A competência tributária se distingue da capacidade tributária ativa. A primeira é o poder, a aptidão de 
criar tributos, é legislar instituindo tributos, já a segunda diz respeito à capacidade de ser sujeito ativo da 
relação jurídica tributária. 
 
A capacidade tributária ativa é a aptidão para ser colocado, por lei, na posição de sujeito ativo da 
relação tributária, ou seja, na posição de credor, com as prerrogativas que lhe são inerentes de fiscalizar 
o cumprimento das obrigações pelos contribuintes, lançar e cobrar os respectivos créditos tributários. 
Apenas as pessoas jurídicas de direito público é que têm capacidade tributária ativa, podendo, pois ser 
colocadas na posição de sujeito ativo de obrigações tributárias (art. 119 do CTN); aliás só as pessoas 
políticas de direito público desenvolvem atividade administrativa plenamente vinculada (art. 3º do CTN). 
 
Assim, sujeito ativo será o próprio ente político do qual a lei instituidora do tributo emana (posição esta 
que se presume) ou, se a lei expressamente designar, outras pessoa jurídica de direito público, ou seja, 
uma autarquia ou uma fundação. O INSS é uma autarquia federal colocada, por lei, na condição de sujeito 
ativo de diversas contribuições especiais.1 
 
A capacidade tributária ativa é o poder de cobrar e fiscalizar o tributo; esta, ao contrário da competência 
tributária, é delegável a outras pessoas jurídicas de direito público. A delegação da capacidade tributária 
compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público 
que a conferir. 
Importante o seguinte dispositivo do CTN: 
 
Art. 7º (...) 
(...) 
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do 
encargo ou da função de arrecadar tributos. 
 
Esse dispositivo trata do caso, por exemplo, do estabelecimento bancário ou responsável por recolher 
determinado tributo ou de particulares que têm que reter na fonte determinados valores. O mero 
arrecadador não detém a capacidade tributária ativa, logo, não possui privilégio processual ou 
direito de ir a juízo cobrar. 
 
Imunidade tributária. 
 
A imunidade ocorre quando a Constituição Federal impede os entes de tributar determinadas 
situações, isso ocorre quando da delimitação da competência. Em termos simples, pode-se dizer que a 
imunidade é o impedimento constitucional de se tributar pessoas, coisas ou situações. Trata-se de 
hipótese de não incidência. 
 
Distinção entre imunidade, isenção e não incidência. 
 
Difere da isenção porque essa é concedida por meio de lei e é exercício de competência, podendo ser 
definida como a dispensa legal do pagamento. Trata-se de hipótese de exclusão do crédito tributário, uma 
vez que impede a formação do mesmo. 
 
1 PAULSEN, Leandro. Direito tributário – Constituição e Código Tributário à Luz da Doutrina e da Jurisprudência. 6ª ed. rev. e atual. Porto 
Alegre: 2004. 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 4 
Perceba-se que na isenção há o fato gerador abstrato e concreto, porém não haverá o lançamento, 
uma vez que exclusão impede sua feitura. 
Já na imunidade sequer há fato gerador abstrato, portanto não poderá haver sua realização e 
tampouco lançamento, isso porque a imunidade é uma limitação constitucional ao poder de tributar. 
A isenção ocorre quando, o ente competente para instituir determinado tributo, resolve dispensar do 
pagamento certas pessoas e ou situações. É, portanto, uma faculdade daquele que detém a competência 
constitucional para instituir o tributo. 
 
 
IMUNIDADE 
 
 
ISENÇÃO 
 
Impedimento Constitucional à Tributação 
 
 
Causa de Exclusão do Crédito Tributário 
 
Delimitação de Competência/ Hipótese de Não 
Incidência 
 
 
Exercício da Competência 
 
Somente é Veiculada pela Constituição Federal 
 
 
Veiculada por meio de Lei 
 
Não há fato gerador 
 
Há fato gerador abstrato e concreto, porém não há 
lançamento. 
 
O rol de imunidades contidos nesse capítulo não é exaustivo, haja vista haver previsão de outras na 
Constituição Federal. Assim, sempre que a CF proibir a tributação de determinada situação ou pessoa, 
haverá imunidade. 
Atenção!!! Nem sempre a CF usa as expressões “imune”, “imunidade”. Muitas vezes as imunidades 
estão descritas com as seguintes expressões “não incidem”, “são isentos”. Ainda que se utilize a 
expressão isenção, em se tratando de impedimento constitucional à tributação, haverá imunidade. 
 
Vejamos o art. 5°, LXXIII que a um só tempo é exemplo de imunidade constante fora do rol do art. 150 
e exemplo de imunidade veiculada sob a expressão “isento”. 
 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo 
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao 
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, 
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; 
 
Imunidades em espécie. 
 
Imunidade Recíproca: contida no art. 150, IV, ‘a’, CF/88, é cláusula pétrea porque protege o pacto 
federativo. Proíbe que um ente tribute, por meio de imposto, a renda, o patrimônio e os serviço de outro. 
Como essa regra só é aplicável aos impostos, fica permitido a tributação por meio das demais espécies 
tributárias. 
Deve-se observar o disposto no § 2º do mesmo dispositivo legal que estende a imunidade para as 
autarquias e fundações públicas porém, diferentemente dos entes federados, esses órgãos somente terão 
imunidade se seu patrimônio, renda e serviços estiverem vinculados às suas finalidades essenciais. 
O § 3º veda a aplicação das imunidades ao patrimônio, à renda e aos serviços das empresas ou 
sociedades que, embora tenham capital público, sesujeitam às normas de direito privado ou que haja 
contraprestação ou pagamento pelo usuário. Isso se deve ao fato de a própria Constituição proibir a 
concorrência desleal. 
As pessoas jurídicas objeto de vedação são aquelas que atuam no mercado em concorrência com as 
pessoas jurídicas de direito privado. Ora, se essas recebem a imunidade, instala-se a concorrência 
desleal, visto que as demais continuarão a arcar com a carga tributária. 
Em que pese isso, o Supremo Tribunal Federal decidiu em 28 de fevereiro de 2013 pela extensão da 
imunidade recíproca aos Correios sob o fundamento de que a ECT realiza serviços essenciais e mesmo 
nas atividades em que há concorrência com a iniciativa privada, seu lucro é totalmente revertido para o 
cumprimento de suas finalidades institucionais. 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 5 
O Ministro Lewandowsk2 afirmou que a concessão da imunidade não constitui concorrência desleal, 
veja-se: “Não se pode equiparar os Correios a empresas comuns em termos de concorrência porque não 
concorre de forma igualitária com estas. Primeiro porque precisa contratar seus bens e serviços mediante 
a Lei 8.666/93, que engessa sobremaneira a administração pública”, afirmou o ministro ao destacar que 
“não há nenhuma disparidade de armas no que tange ao reconhecimento dessa imunidade fiscal 
relativamente aos Correios”. 
 
Ementa3 
 
Recurso extraordinário com repercussão geral. 2. Imunidade recíproca. Empresa Brasileira de Correios 
e Telégrafos. 3. Distinção, para fins de tratamento normativo, entre empresas públicas prestadoras de 
serviço público e empresas públicas exploradoras de atividade. Precedentes. 4. Exercício simultâneo de 
atividades em regime de exclusividade e em concorrência com a iniciativa privada. Irrelevância. Existência 
de peculiaridades no serviço postal. Incidência da imunidade prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição 
Federal. 5. Recurso extraordinário conhecido e provido. 
 
A Corte também entendeu ser estendível a imunidade às sociedades de economia mista. Ricardo 
Alexandre4 explica: “resumindo a tese esposada, o Supremo Tribunal Federal afirmou que, sem prejuízo 
da necessidade de cumprimento de outros requisitos constitucionais e legais, a aplicabilidade da 
imunidade deve observar os seguintes requisitos (denominados “estágios” pela Corte): a) restringir-se à 
propriedade, bens e serviços utilizados na satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente 
federado; b) não beneficiar atividades de exploração econômica, destinadas primordialmente a aumentar 
o patrimônio do Estado ou de particulares; c) não deve ter como efeito colateral a quebra dos princípios 
da livre concorrência e do exercício de atividade profissional ou econômica lícita.”. 
 
Veja-se outros julgados importantes5: 
 
“Recurso extraordinário interposto de acórdão que considerou tributável propriedade imóvel utilizada 
pela Petrobras para a instalação e operação de condutos de transporte de seus produtos. Alegada 
imunidade tributária recíproca, na medida em que a empresa agravante desempenha atividade sujeita a 
monopólio. É irrelevante para definição da aplicabilidade da imunidade tributária recíproca a circunstância 
de a atividade desempenhada estar ou não sujeita a monopólio estatal. O alcance da salvaguarda 
constitucional pressupõe o exame (i) da caracterização econômica da atividade (lucrativa ou não), (ii) do 
risco à concorrência e à livre -iniciativa e (iii) de riscos ao pacto federativo pela pressão política ou 
econômica. A imunidade tributária recíproca não se aplica à Petrobras, pois: trata -se de sociedade de 
economia mista destinada à exploração econômica em benefício de seus acionistas, pessoas de direito 
público e privado, e a salvaguarda não se presta a proteger aumento patrimonial dissociado de interesse 
público primário; a Petrobras visa à distribuição de lucros, e, portanto, tem capacidade contributiva para 
participar do apoio econômico aos entes federados; a tributação de atividade econômica lucrativa não 
implica risco ao pacto federativo.” (RE 285.716-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 2-3-
2010, Segunda Turma, DJE de 26-3-2010.). 
 
“A imunidade tributária gozada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é da espécie recíproca 
(art. 150, VI, a, da Constituição), na medida em que a OAB desempenha atividade própria de Estado 
(defesa da Constituição, da ordem jurídica do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos, da 
justiça social, bem como a seleção e o controle disciplinar dos advogados). A imunidade tributária 
recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da entidade protegida. O reconhecimento da 
imunidade tributária às operações financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do 
procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o 
poder -dever de constituir o crédito tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. Natureza 
plenamente vinculada do lançamento tributário, que não admite excesso de carga.” (RE 259.976-AgR, 
Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 23-3-2010, Segunda Turma, DJE de 30-4-2010.) Vide: 
 
2 Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=232199 
3 Disponível em: 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28RE%24%2ESCLA%2E+E+601392%2ENUME%2E%29+OU+%28RE
%2EACMS%2E+ADJ2+601392%2EACMS%2E%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/b96q46d 
4 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. São Paulo: Método, 2014. 
5 Julgados disponíveis em: http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/publicacaoLegislacaoAnotada/anexo/Completo.pdf. 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 6 
RE 233.843, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 1º-12-2009, Segunda Turma, DJE de 18-12-
2009. 
 
“As sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capital social seja 
majoritariamente estatal, gozam da imunidade tributária prevista na alínea a do inciso VI do art. 150 da 
CF.” (RE 580.264, Rel. p/ o ac. Min. Ayres Britto, julgamento em 16-12-2010, Plenário, DJE de 6-10-2011, 
com repercussão geral.). 
 
Imunidade Religiosa: como o Brasil é um estado laico, entendeu por bem o constituinte não permitir 
que fossem cobrados impostos das instituições religiosas, visto que esse poderia ser um meio utilizado 
para dificultar ou até mesmo impedir o exercício de determinada religião. Esse dispositivo deve ser 
interpretado em conjunto com o § 4º, de sorte que não somente o templo (prédio) seja imune mas, todo 
patrimônio, renda e serviços relacionados às atividades essenciais da instituição religiosa. 
Assim, se determinada igreja aluga a casa paroquial, a renda obtida é imune desde que empregada 
na manutenção das atividades essenciais. 
 
Nesse sentido, dois julgados do STF: 
 
“Recurso extraordinário. Constitucional. Imunidade Tributária. IPTU. Art. 150, VI, b, CF/1988. 
Cemitério. Extensão de entidade de cunho religioso. Os cemitérios que consubstanciam extensões de 
entidades de cunho religioso estão abrangidos pela garantia contemplada no art. 150 da Constituição do 
Brasil. Impossibilidade da incidência de IPTU em relação a eles. A imunidade aos tributos de que gozam 
os templos de qualquer culto é projetada a partir da interpretação da totalidade que o texto da Constituição 
é, sobretudo do disposto nos arts. 5º, VI, 19, I, e 150, VI, b. As áreas da incidência e da imunidade 
tributária são antípodas.” (RE 578.562, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 21-5-2008, Plenário, DJE de 
12-9-2008.)”. 
 
"Instituição religiosa. IPTU sobre imóveis de sua propriedade que se encontram alugados. A imunidade 
prevista no art. 150, VI, b, CF, deve abranger não somente os prédios destinados ao culto, mas, também, 
o patrimônio, a renda e os serviços ‘relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelasmencionadas’. O § 4º do dispositivo constitucional serve de vetor interpretativo das alíneas b e c do inciso 
VI do art. 150 da CF. Equiparação entre as hipóteses das alíneas referidas." (RE 325.822, Rel. p/ o ac. 
Min. Gilmar Mendes, julgamento em 18-12-2002, Plenário, DJ de 14-5-2004.) No mesmo sentido: ARE 
658.080-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 13-12-2011, Primeira Turma, DJE de 15-2-2012; AI 
690.712-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 23-6-2009, Primeira Turma, DJE de 14-
8-2009; AI 651.138-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 26-6-2007, Segunda Turma, DJ de 17-8-
2007.”. 
 
Imunidade dos Partidos Políticos, Sindicatos de Trabalhadores e Entidades Educacionais e 
Assistenciais sem fins lucrativos: 
 
Ao conferir imunidade aos partidos políticos, buscou o legislador constituinte proteger o pluralismo 
político, necessário para a manutenção da democracia. 
As entidades sindicais são imunes devido à necessidade de efetivar a liberdade de associação sindical, 
prevista constitucionalmente. 
Para que as entidades educacionais e assistenciais sem fins lucrativos gozem da imunidade precisam 
atender aos requisitos previstos em lei complementar, obedecendo ao disposto no art. 146, II, CF. Como 
essa lei não foi editada, utiliza-se o art. 14 do CTN, abaixo: 
 
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos 
seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: 
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; 
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos 
institucionais; 
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades 
capazes de assegurar sua exatidão. 
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade 
competente pode suspender a aplicação do benefício. 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 7 
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os 
diretamente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, 
previstos nos respectivos estatutos ou atos constitutivos. 
 
Os rendimentos obtidos por essas instituições, se aplicados em suas finalidades essenciais, também 
gozam de imunidade; ex: estacionamento, aluguel de imóvel, etc. Veja-se a Súmula 724 do STF: 
 
 
Súmula 724. Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente 
a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição, desde que o valor dos 
aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades”. 
 
 
Imunidade Cultural: tem por objetivo facilitar o acesso à cultura, promover a livre manifestação do 
pensamento, proporcionar a expressão artística, científica e intelectual bem como favorecer o acesso à 
informação. 
Por ser uma imunidade objetiva somente proíbe a cobrança de impostos sobre livros, jornais, 
periódicos e sobre o papel destinado a impressão desses. Logo, o estabelecimento comercial que os 
vende, por exemplo, não está imune. 
Sobre a possibilidade ou não de estender a imunidade aos demais materiais que são utilizados na 
confecção dos livros, jornais e periódicos, seguem alguns julgados do STF: 
 
 
Súmula 657 do STF - A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF, abrange os filmes e papéis 
fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos. 
 
 
“A imunidade tributária relativa a livros, jornais e periódicos é ampla, total, apanhando produto, 
maquinário e insumos. A referência, no preceito, a papel é exemplificativa, e não exaustiva.” (RE 202.149, 
Rel. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgamento em 26-4-2011, Primeira Turma, DJE de 11-10-2011.) Em 
sentido contrário: RE 324.600-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 3-9-2002, Primeira Turma, 
DJ de 25-10-2002. Vide: RE 178.863, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 25-3-1997, Segunda 
Turma, DJ de 30-5-1997. 
 
“A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, d, da CF não abrange os serviços prestados por 
empresas que fazem a distribuição, o transporte ou a entrega de livros, jornais, periódicos e do papel 
destinado a sua impressão. Precedentes. O STF possui entendimento no sentido de que a imunidade em 
discussão deve ser interpretada restritivamente.” (RE 530.121-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 
julgamento em 9-11-2010, Primeira Turma, DJE de 29-3-2011.) No mesmo sentido: RE 630.462-AgR, 
Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 7-2-2012, Segunda Turma, DJE de 7-3-2012; RE 206.774, Rel. 
Min. Ilmar Galvão, julgamento em 3-8-1999, Primeira Turma, DJ de 29-10-1999. 
 
Discute a doutrina acerca da possibilidade da imunidade ser aplicada aos livros e publicações que 
ocorrem por outro meio que não o impresso, como os softwares e os chamados e-books. Muitos se 
mostram favorável posto que estar-se-ia cumprindo com o objetivo para o qual a imunidade foi criada. 
Outros, discordam por não haver previsão legal, já que a CF utiliza o termo “papel”. Os Tribunais ainda 
não se posicionaram concretamente sobre a matéria, portanto, caso haja questão sobre a temática é 
aconselhável que se afirme que não é estendível. 
 
Imunidade da Música Nacional: essa limitação foi introduzida pela EC 75/2013 oriunda da aprovação 
da chamada PEC da Música e proíbe a tributação de fonogramas e videofonogramas musicais desde que 
produzidos no Brasil e que contenham obras de autores brasileiros ou interpretadas por artistas nacionais. 
A intenção do legislador foi combater à pirataria e facilitar o acesso à cultura. 
Perceba-se que a imunidade atinge todos os suportes materiais e digitais que contenham fonogramas 
e videofonogramas, exceto a replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. 
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. 8 
Ricardo Alexandre6 trata dos tributos que a imunidade abrange: “Da mesma forma que comentado 
para as demais imunidades constantes do art. 150, VI, da Constituição Federal, deve-se atentar para o 
fato de que a imunidade musical somente se aplica a impostos, não impedindo a cobrança de 
contribuições como PIS, COFINS, CSLL etc. Além disso, por incidir sobre a renda dos agentes envolvidos 
com a produção, gravação, replicação, distribuição e venda dos fonogramas e videofonogramas, e não 
sobre estes arquivos, a incidência do Imposto de Renda não foi impedida pela nova regra. De maneira 
semelhante, tendo em vista o entendimento do STF no sentido de que a imunidade cultural não impede 
a incidência do ISS sobre os serviços de composição gráfica voltada para a impressão de livros, jornais 
e periódicos (AgRg no AI 723.018), tem-se como bastante provável que a Corte entenda pela incidência 
do imposto sobre os serviços de contratação de estúdio, músico, mixagem, produção fonográfica e 
videofonográfica. Por conseguinte, somente estão abrangidos pela imunidade os impostos que incidiriam 
diretamente sobre os fonogramas e videofonogramas se não fora o impeditivo constitucional. Nesta 
situação estão o IPI e o ICMS, que incidiriam na etapa de “prensagem” (salvo na replicação industrial de 
mídias ópticas de leitura a laser), e o ICMS, que incidiria sobre a distribuição e a venda, seja da mídia 
física, seja dos arquivos disponibilizados on-line. Na hipótese de exportação, também a incidência do 
imposto de exportação estará impedida.” 
 
Questões 
 
01. (TCM/GO - Auditor Controle Externo – Jurídica – FCC/2015) A Constituição Federal atribui 
competência à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para instituir impostos, taxas e 
contribuições de melhoria. Essas pessoas jurídicas de direito público também têm competência para 
instituir contribuições. 
De acordo com a Constituição Federal, os Municípios podem instituir contribuições 
(A) 1. cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário 
estatutário e2. para o custeio do serviço de iluminação pública, na forma das respectivas leis. 
(B) 1. para o custeio do serviço de iluminação pública, na forma das respectivas leis, 2. sociais e 3. 
cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário estatutário. 
(C) 1. para o custeio do serviço de iluminação pública, na forma das respectivas leis, 2. cobrada de 
seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário estatutário e 3. de 
intervenção no domínio econômico. 
(D) 1. de intervenção no domínio econômico e 2. de interesse das categorias profissionais ou 
econômicas. 
(E) 1. de intervenção no domínio econômico, 2. sociais e 3. de interesse das categorias profissionais 
ou econômicas. 
 
02. (TCM/GO - Auditor Conselheiro Substituto – FCC/2015) De acordo com a Constituição Federal, 
os Municípios brasileiros podem 
(A) instituir imposto sobre a transmissão causa mortis de bens imóveis, por natureza ou acessão física, 
e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição. 
(B) em caráter excepcional, mediante lei complementar e prévia autorização do Senado Federal, 
instituir empréstimos compulsórios, no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante 
interesse social. 
(C) instituir imposto sobre a prestação de serviços de qualquer natureza, definidos em lei 
complementar, inclusive a prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de 
comunicação, definida na Lei Complementar n° 87/1996. 
(D) mediante prévia autorização do Congresso Nacional, e por meio de lei complementar, instituir 
empréstimos compulsórios para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública. 
(E) instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, 
observados os princípios da legalidade, anterioridade, anterioridade nonagesimal (noventena) e da 
irretroatividade. 
 
03. (PC/CE - Delegado de Polícia Civil de 1a Classe – VUNESP/2015) Cabe ao Distrito Federal o 
imposto sobre 
(A) exportação para o exterior de produtos nacionais ou nacionalizados (IE). 
(B) a importação de produtos estrangeiros (II). 
(C) a propriedade predial e territorial urbana (IPTU). 
 
6 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. São Paulo: Método, 2014. 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 9 
(D) produtos industrializados (IPI). 
(E) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF). 
 
04. (SEFAZ- MT - Auditor Fiscal Tributário da Receita Municipal - Prova 2 - FGV - 2014) Com 
relação ao Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), assinale a afirmativa correta. 
(A) Pode ser instituído pela União, pelos Estados e pelos Municípios, no exercício de competência 
concorrente. 
(B) Pode ser instituído pela União, mas, enquanto esta não o fizer, poderão instituí-lo os Estados, no 
exercício de competência supletiva. 
(C) Pode ser instituído pela União, mas, enquanto esta não o fizer, poderão instituí-lo os Municípios, 
no exercício de competência supletiva. 
(D) Pode ser instituído apenas pela União, por meio de lei complementar, inexistindo competência 
concorrente ou supletiva de qualquer outro ente público. 
(E) Pode ser instituído apenas pela União, por meio de lei ordinária, inexistindo competência 
concorrente ou supletiva de qualquer outro ente público. 
 
05. (PGM - Niterói - Procurador do Município, 3ª Categoria (P3) – FGV/2014) Para custear serviço 
de saúde em favor de seus servidores, o Município X institui, por lei ordinária, contribuição compulsória 
equivalente a um dia de remuneração dos funcionários públicos a seu serviço. 
A esse respeito, assinale a afirmativa correta. 
(A) A lei municipal é inconstitucional, porque tal contribuição só poderia ser instituída por lei 
complementar. 
(B) A lei municipal é constitucional, pois se insere no exercício da autonomia político-administrativa do 
Município. 
(C) A lei municipal é inconstitucional, por violação à vedação de exigência de tributo com efeito 
confiscatório. 
(D) A lei municipal é constitucional, pois compete ao Município instituir contribuição, cobrada de seus 
servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário próprio. 
(E) A lei municipal é inconstitucional, porque só à União compete instituir contribuições sociais para 
custeio da seguridade social, que abrange os serviços de saúde. 
 
06. (LIQUIGAS - Profissional Júnior - Ciências Contábeis – CESGRANRIO/2014) Na organização 
constitucional das competências tributárias, existem tributos exclusivos da União. 
Nessa categoria, encontra-se a(o) 
(A) contribuição social 
(B) taxa sobre serviços de água 
(C) contribuição de iluminação pública 
(D) imposto sobre doações 
(E) imposto sobre serviços 
 
07. (Prefeitura de Recife/PE - Auditor do Tesouro Municipal - Prova II – FGV/2014) Com relação à 
competência tributária, assinale a afirmativa correta. 
(A) Permite que uma pessoa jurídica de direito público delegue a outra a atribuição de executar leis 
em matéria tributária, conforme a legislação. 
(B) Significa que todos os entes políticos que compõem a Federação estão dotados de competência 
legislativa plena. 
(C) Representa o poder que é outorgado pela Constituição Federal para a criação de tributos a todos 
os entes administrativos de direito público. 
(D) Admite a delegação da administração dos tributos, porém não confere ao delegatário as garantias 
e privilégios do poder delegante. 
(E) Autoriza que pessoa jurídica de direito público possa exercer, em caráter residual, a competência 
conferida a outrem que, entretanto, não a exerce. 
 
08. (TJ/SP - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento – VUNESP/2014) Em 
relação à competência residual tributária da União Federal, outorgada pela Constituição, é correto afirmar 
que: 
(A) esse direito não está sujeito ao princípio de legalidade e somente pode ser utilizado em caso de 
guerra ou comoção interna grave. 
(B) é o direito de instituir taxas e contribuições de melhoria. 
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. 10 
(C) é direito de a União instituir impostos não previstos no artigo 154, I da Carta Magna, desde que 
eles sejam não cumulativos e não tenham base de cálculo própria dos demais impostos descritos na 
Constituição. 
(D) é o direto de a União instituir impostos e contribuições sociais por lei complementar, desde que 
não cumulativos. 
 
09. (DESENVOLVESP – Advogado – VUNESP/2014) A competência tributária para instituir imposto 
sobre a propriedade territorial rural pertence 
(A) exclusivamente à União. 
(B) privativamente aos municípios que optarem por fiscalizar e cobrar o imposto, na forma da lei, 
conforme determina a Constituição Federal. 
(C) concorrentemente à União e aos municípios que optarem por fiscalizar e cobrar o imposto, na 
forma da lei, conforme determina a Constituição Federal. 
(D) concorrentemente à União e ao Distrito Federal. 
(E) residualmente aos Estados e ao Distrito Federal, caso optem por fiscalizar e cobrar o imposto, na 
forma da lei, conforme determina a Constituição Federal. 
 
10. (Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor Legislativo Área III – CESPE/2014) 
O fato de o produto da arrecadação do imposto de renda retido na fonte ser destinado aos estados e ao 
Distrito Federal não retira a competência tributária ativa da União. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
Respostas 
 
01. Resposta: A 
A regra de competência para as contribuições está descrita nos arts. 149 e 149-A da Constituição. Em 
regra, a competência é da União, contudo, há duas exceções. A primeira refere-se às contribuições para 
custeio de regime previdenciário em que são competentes os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
(art. 149, § 1º). A segunda confere competência paraos Municípios e o Distrito Federal instituírem 
contribuições para o custeio do serviço de iluminação pública (art. 149-A). 
 
02. Resposta: E 
Essa alternativa está de acordo com o previsto no art. 149-A da Constituição Federal. 
 
03. Resposta: C 
O Distrito Federal é competente para estabelecer os impostos estaduais (art. 155, CF) e municipais 
(art. 156, CF). Logo, pode instituir o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana. 
 
04. Resposta: D 
Os impostos atribuídos aos entes da federação pela Constituição são de competência privativa, logo, 
somente o ente competente poderá instituí-lo. Como a competência é facultativa, cabe ao ente verificar a 
conveniência da instituição. Em não exercendo essa faculdade, não poderá outro fazê-lo. Logo, o IGF, 
imposto de competência privativa da União, só pode ser instituído por ela e por nenhum outro ente. 
 
05. Resposta: E 
De acordo com o art. 149 e 149-A da Constituição, os municípios são competentes para instituir 
contribuições para custeio de regime de previdência e para o custeio do serviço de iluminação pública. 
Dessa forma, lei que crie contribuição para outra finalidade é inconstitucional. 
 
06. Resposta: A 
De acordo com a Constituição Federal (art. 149) somente a União pode instituir contribuições sociais. 
As taxas podem ser instituídas pelo ente que exerce a contraprestação, ou seja, é um tributo de 
competência comum. A contribuição para custeio da iluminação pública é de competência dos municípios 
e do Distrito Federal. Os impostos sobre doação competem aos Estados e ao Distrito Federal e os 
impostos sobre serviços são de competência dos municípios. 
 
07. Resposta: A 
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. 11 
De acordo com o art. 7º do CTN, a competência tributária é indelegável mas, a capacidade tributária 
ativa pode ser delegada. Essa envolve as funções de arrecadar, fiscalizar e executar leis. 
 
08. Resposta: C 
A competência residual que somente a União possui está descrita no art. 154, I da CF e deve ser 
exercida por meio de lei complementar. Por meio da competência residual, a União fica autorizada a 
instituir impostos diferentes dos que estão previstos na Constituição, ou seja, que nela não estejam 
previstos e que não tenham o mesmo fato gerador e nem a mesma base de cálculo daqueles impostos 
já previstos. 
 
09. Resposta: A 
De acordo com a Constituição Federal (art. 153, VI) o ITR é imposto de competência exclusiva da 
União. 
 
10. Resposta: CERTO 
O fato de o produto da arrecadação do imposto de renda ser destinado aos estados e ao Distrito 
Federal nada tem que ver com a competência e sim com a repartição constitucional de rendas. 
Competência é a capacidade conferida pela Constituição a determinado ente para instituição de tributos. 
Nesse caso, a competência é exclusiva da União, de acordo com o art. 153, III. 
 
 
 
2 Tributo. 
 
2.1 Conceito. 
 
Tributo vem conceituado no art. 3º do CTN: 
 
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa 
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada. 
 
A primeira palavra utilizada para descrever tributo foi “prestação” e isso é da mais extrema importância, 
haja vista que toda obrigação jurídica tem por objeto uma prestação, seja ela de dar, de fazer, de não 
fazer, etc. Logo, vê-se que o tributo tem natureza jurídica obrigacional. 
Essa prestação é pecuniária, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir o que significa que 
é uma obrigação mensurável economicamente, que deve ser cumprida, em regra, em dinheiro, 
especificamente na moeda corrente no País, o que exclui o pagamento do tributo por meio do recebimento 
de coisas ou através da prestação de serviços. 
Existe, contudo, uma exceção que é a dação em pagamento, prevista no art. 156, IX, CTN. Por esse 
instituto é possível que o devedor entregue para a Fazenda Pública um bem imóvel a fim de extinguir o 
crédito tributário. 
O tributo é ainda uma prestação compulsória ou seja, na relação jurídico-tributária, diferentemente 
da relação contratual cível, não cabe manifestação de vontade das partes. Assim, a prestação é 
obrigatória porque decorrente da vontade da lei, não cabendo disposição de vontade das partes. O sujeito 
deve cumprir com a obrigação tributária não porque quer, mas porque realizou o fato gerador e, portanto, 
incidiu em hipótese que a lei determina o cumprimento de obrigação, qual seja, o pagamento. 
O tributo não deve constituir sanção de ato ilícito. Essa característica deve ser analisada sob dois 
ângulos. 
Primeiro, tributo não é sanção, não é penalidade, não é castigo, logo, ele não é instituído para punir o 
cidadão, ao contrário, o instrumento sancionatório é a multa. 
O segundo ângulo diz que não se pode tributar ato ilícito, ou seja, não se pode ter por fato gerador de 
um tributo um ato ilícito. Isso não significa que a renda e os bens que são obtidos por meios ilícitos não 
estejam sujeitos à tributação. 
Veja: não se pode ter um tributo cujo fato gerador seja o tráfico de substância entorpecentes (ato ilícito) 
mas, se determinado traficante compra uma casa, ela será tributada pelo IPTU. Isso porque para o Direito 
2. Tributo: conceito e espécies (taxas, impostos, contribuição 
de melhoria e contribuições sociais/especiais). 
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. 12 
Tributário não importa de onde veio o recurso, importa somente que o sujeito realizou o fato gerador. É o 
princípio segundo o qual o dinheiro não tem cheiro. 
Todo tributo é uma prestação instituída em lei, em decorrência do princípio da legalidade e do 
princípio democrático. Logo, somente a lei pode criar um tributo. 
De acordo com o princípio da legalidade previsto no art.5º, II da Constituição Federal, somente a lei 
pode obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Ora, se o tributo implica em obrigação, ele 
somente pode ser instituído mediante lei. 
Deve ainda o tributo ser cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada, o que 
significa que o agente público não exerce nenhum juízo de discricionariedade no que reporta à cobrança. 
Não se pode escolher entre cobrar ou não o tributo, ao contrário, deve-se total obediência à lei e se é a 
lei quem determina a cobrança, o agente obedece. 
Para ser considerado tributo se faz necessário a presença de todos esses cinco elementos. 
 
Aspecto Material 
 
O aspecto material do tributo, segundo ensinamento de Paulo de Barros Carvalho7 é o critério que faz 
referência a um comportamento seja ele de pessoas físicas ou jurídicas, de forma a designar o fazer, o 
não fazer, o dar e o ser. Logo, percebe-se que o critério material está sempre ligado a um verbo. Ex: 
circular mercadorias, ser proprietário de veículo automotor, etc. 
De acordo com Geraldo Ataliba8, o aspecto material é o mais complexo aspecto da hipótese de 
incidência, visto que contém a designação de todos os dados de ordem objetiva, que descreve os 
aspectos que lhe são substanciais, que lhe dão suporte, ou seja, é a própria consistência material do fato. 
A alíquota e a base de cálculo são dados que compõem o aspecto quantitativo do tributo, que é aquele 
que reporta ao valor, ao quantum será pago a título de tributo. São, portanto, os parâmetros utilizados 
para o cálculo do valor. 
A base de cálculo, como o próprio nome indica é o elemento sobre o qual a alíquota será aplicada para 
se descobrir o valor da obrigação tributária. Ex: valor venal do imóvel. 
A alíquota pode ser: 
Específica: é aquela em que o valor a ser pago se dá de acordo com unidade de quantificação, ex: 
Suponha-se que para determinada mercadoria a alíquota específica seja de trinta reais para cada cem 
unidades. Se o sujeito importou mil unidades, deverá pagar 300 reais a título de imposto de importação. 
Ad valorem: é aquele percentual que é aplicado sobrea base de cálculo para se saber qual o valor do 
tributo. Ex: imagine que a alíquota que incide sobre sua casa é de 2% e que a base de cálculo seja o 
valor venal do imóvel. Se sua casa possui o valor venal de R$ 200.000,00, você deverá pagar, a título de 
IPTU R$ 4.000,00. 
 
Os tributos são classificados em: 
 
- Quanto à Discriminação das Rendas por Competência: 
Federais: são os tributos de competência da União; 
Estaduais: os tributos de competência dos estados e Distrito Federal; 
Municipais: tributos de competência dos Municípios e Distrito Federal. 
Pelo fato de o Distrito Federal ter competência para instituir os tributos estaduais e municipais, a 
doutrina classifica sua competência como cumulativa. 
 
- Quanto ao Exercício da Competência Impositiva: 
Privativos: aqueles cuja competência a Constituição conferiu somente a determinado ente. Ex: IPVA, 
somente os estados podem instituí-lo, por isso é um tributo de competência privativa dos estados. 
Comuns: são aqueles que a Constituição disse ser de competência de todos os entes. Ex: taxas 
Residual: reportam à criação dos impostos previstos no art. 154, I, CF e das contribuições sociais para 
a seguridade social previstas no art. 195, § 4° também da Constituição. 
 
- Quanto à Finalidade: 
Fiscais: são aqueles cuja principal função é arrecadar recursos para os cofres públicos. 
Extrafiscais: a principal função é intervir no domínio econômico ou em uma situação social. Ex: Imposto 
de Importação e ITR. 
 
7 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2007 
8 ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributária. São Paulo: Malheiros, 1999. 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 13 
Parafiscais: são os tributos que se destinam a custear os serviços públicos de competência do Estado 
mas, que são desenvolvidos por outra pessoa jurídica. 
 
- Quanto à Hipótese de Incidência: 
Vinculados: são os tributos em que há uma contraprestação específica por conta do Estado. Ex: taxa 
de coleta de lixo. Ela é paga porque existe o serviço de coleta de lixo, logo o sujeito paga o tributo para 
receber ou após receber uma contraprestação específica. 
Não Vinculados: são aqueles tributos em que inexiste a contraprestação específica. Assim, o sujeito 
deve pagá-los porque realizou o fato gerador. É o caso dos impostos. O valor arrecadado com os impostos 
são aplicados nas mais diversas áreas de atuação do Estado, logo, o cidadão receberá uma 
contraprestação mas, em forma de serviços públicos, nada específico. 
 
-Quanto ao Destino da Arrecadação: 
Vinculada: quando todo o dinheiro arrecadado dever ser empregado em determinada(s) atividade(s). 
Ex: Empréstimo Compulsório, todo o valor arrecadado deve ser empregado na situação que deu origem 
à instituição do referido tributo. 
Não Vinculada: o Estado escolhe onde empregar o dinheiro arrecadado. Ex: impostos. 
 
-Quanto à Possibilidade de Repercussão do Encargo Econômico-Financeiro: 
Diretos: são os tributos em que o sujeito passivo da relação jurídico-tributária é quem deve suportar os 
encargos financeiros do tributo, não tendo possibilidade de repassar a outrem. 
Indiretos: são os tributos em que há um contribuinte de direito (aquele que realiza o fato gerador) e um 
contribuinte de fato (aquele que suporta o encargo econômico). Ex: ICMS: o contribuinte de direito é o 
estabelecimento que realiza a saída da mercadoria mas, quem suporta o encargo financeiro é o 
consumidor (contribuinte de fato). 
 
-Quanto aos Aspectos Objetivos e Subjetivos do Fato Gerador: 
 
Reais: são aqueles que incidem sobre bens, sobre coisas. Ex: IPVA: incide sobre o veículo automotor, 
sem se importar com a pessoa que é seu proprietário. 
Pessoais: levam em consideração as características pessoais do sujeito passivo. Ex: Imposto de 
Renda: preocupa-se com os dependentes, os gastos em determinadas áreas, etc. 
 
-Quanto às bases econômicas de incidência: 
 
Sobre o comércio exterior: Imposto de Importação e Imposto de Exportação. 
Sobre o patrimônio ou a renda: Imposto de Renda, ITR, IGV, IPVA, ITCMD, IPTU e ITBI. 
Impostos extraordinários: Imposto Extraordinário de Guerra. 
 
2.2 Natureza jurídica. 
 
A NATUREZA JURÍDICA dos tributos é regulamentada pelo art. 4º do Código Tributário Nacional: 
 
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva 
obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: 
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; 
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. 
 
Vê-se que o fato gerador é o elemento que define a natureza jurídica do tributo, não importando o 
nome que a ele foi atribuído e nem mesmo o destino da arrecadação. 
Para o estudo do fato gerador é preciso distinguir os tributos vinculados dos não vinculados. Os 
primeiros são aqueles em que há uma contraprestação específica por parte do Estado. Ex: taxa, toda vez 
que uma pessoa paga uma taxa, ela recebe algo do Estado. Paga-se a taxa de coleta de lixo e tem-se o 
serviço de coleta de lixo, ou seja, o contribuinte paga o tributo para receber algo em troca do Estado. 
Já nos tributos não vinculados, o contribuinte tem o dever de pagar o tributo porque realizou o fato 
gerador mas, não receberá nada específico por parte do Estado a exemplo dos impostos. 
Logo, para se saber a natureza jurídica do tributo deve-se analisar seus elementos e verificar em qual 
espécie tributária ele se enquadra. Conhecendo isso é possível descobrir a natureza jurídica do tributo. 
Em concursos públicos, em regra, é cobrada a literalidade do art. 4º, acima transcrito. 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 14 
O Código Tributário Nacional adotou a teoria tripartida, pela qual a natureza jurídica do tributo vinculado 
é de imposto e dos não vinculados de taxa ou contribuição de melhoria. 
 
2.3 Espécies. 
 
Existem três principais correntes sobre as espécies de tributos: 
a) Teoria dualista: são espécies tributárias apenas as taxas e os impostos; 
b) Teoria tripartida: adotada pelo CTN, são espécies as taxas, os impostos e as contribuições de 
melhoria; 
c) Teoria pentapartida ou quinquipartida: adotada pelo STF, são espécies os impostos, as taxas, os 
empréstimos compulsórios, as contribuições de melhoria e as contribuições especiais. 
 
2.4 Imposto. 
 
São tributos não vinculados que tem incidência sobre as manifestações de riqueza por isso, diz-se que 
os impostos promovem a solidariedade social, afinal, aquele que, de alguma forma manifesta riqueza se 
obriga a fornecer recursos para o Estado cumprir com suas obrigações e objetivos. 
Alguns doutrinadores preferem dizer que os impostos incidem sobre fatores econômicos como a renda, 
a produção e a propriedade. 
Ambas as posições são harmônicas, haja vista que os fatos econômicos nada mais são do que 
manifestações de riqueza. Veja-se a definição do art. 16 do CTN: 
 
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de 
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. 
 
Percebe-se que o próprio conceito de imposto afirma ser esse um tributo não vinculado. Suas 
receitas, em regra, também não são vinculadas, cabendo ao administrador público, utilizando os critérios 
de conveniência e oportunidade, decidir pela melhor destinação. 
Dizer que o imposto é um tributo não vinculado significa que o cidadão deve pagá-lo, mas não receberá 
do Estado nenhuma prestação específica. O dever de pagar o imposto decorre unicamente da lei. 
Embora não se receba contraprestação direta e específica, os contribuintes de todos os impostos são 
beneficiados pela renda arrecadada pelos mesmos, haja vista que essas financiam vários serviços 
públicos como segurança, saúde, educação. 
Imagine que uma pessoa compre um automóvel. Nesse ato ela realiza o fato gerador do IPVA e deverá 
pagá-lo, contudo, nãoirá e não terá o direito de receber, em contrapartida, estradas e vias melhores 
porque o IPVA é um imposto e, como tal, é não vinculado. 
O dinheiro arrecadado pelo IPVA poderá ser aplicado no financiamento de outros serviços públicos 
que não a manutenção e conservação de vias e estradas públicas. 
De acordo com o art. 145, § 1º da Constituição Federal sempre que for possível os impostos devem 
respeitar a capacidade contributiva, leia-se: 
 
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a 
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para 
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos 
da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. 
 
Impostos de caráter pessoal são aqueles que incidem de forma subjetiva, ou seja que considera os 
aspectos pessoais do contribuinte. Ex: Imposto de Renda: esse considera aspectos subjetivos como a 
quantidade de dependentes, os gastos com educação, saúde e previdência, etc. Já os impostos de 
caráter real são aqueles que desconsideram os aspectos subjetivos e incidem sobre uma determinada 
base econômica. 
Assim, pelo princípio da capacidade contributiva, o legislador deve considerar a possibilidade de 
instituir impostos de caráter pessoal e, se isso for possível, deve fazê-lo. 
 
2.5 Taxa. 
 
São tributos vinculados e de competência comum pois, podem ser instituídos por todos os entes da 
Federação, desde que prestem o serviço ou exerçam o poder de polícia. Sua definição está no art. 145, 
II da Constituição Federal e 77 do Código Tributário Nacional. 
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. 15 
 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes 
tributos: 
[...] 
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de 
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; 
 
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, 
no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de 
polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao 
contribuinte ou posto à sua disposição. 
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que 
correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. 
 
Dos dispositivos acima pode-se concluir que a taxa possui dois fatos geradores, quais sejam o 
exercício regular do poder de polícia e a prestação de serviço público específico e divisível, efetivo ou 
posto à disposição do contribuinte. 
 
Poder de Polícia: é uma atividade administrativa fundamentada no princípio da supremacia do 
interesse público. O art. 78 do CTN o define: 
 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou 
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão 
de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da 
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou 
autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos 
individuais ou coletivos. 
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado 
pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-
se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. 
 
Pelo poder de polícia os interesses individuais são restringidos de forma que o bem coletivo seja 
preservado. É exercido pela polícia administrativa. Ex: fiscalização. Imagine que João tenha um 
restaurante e que atenda diariamente uma média de 300 pessoas. Certo dia a vigilância sanitária bate às 
portas do estabelecimento comercial de João a fim de verificar se o mesmo segue todas as normas 
referentes à higiene. 
A fiscalização estará exercendo o poder de polícia e João deve submeter-se a esse procedimento, ou 
seja, o direito de propriedade e direito à livre iniciativa de João estão sendo restringidos em prol do bem 
comum: saúde dos consumidores. 
O mesmo ocorre com a inspeção veicular, com a expedição de alvarás, etc. 
 
Serviços Públicos Específicos e Divisíveis, Efetivos ou Potenciais: os serviços públicos são 
específicos quando o contribuinte sabe o que está pagando. Assim, se desejo retirar um passaporte, pago 
a taxa sabendo que é para a utilização do serviço de emissão desse documento. 
 
Para ser divisível é preciso que se possa identificar os usuários daquele serviço, que se possa 
mensurar quem e quanto cada um utilizou daquele serviço. Foi justamente por faltar a divisibilidade que 
o custeio do serviço de iluminação pública não pode ser cobrado mediante taxa, afinal, não é possível 
identificar todos os seus beneficiários. Veja-se Súmula a esse respeito: 
 
 
STF – Súmula 670 – O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. 
 
 
O serviço efetivo é aquele efetivamente prestado ao contribuinte, a exemplo do serviço de coleta de 
lixo. Já o serviço potencial é aquele posto à disposição do contribuinte, como o serviço de combate a 
incêndio. O contribuinte não o utiliza cotidianamente mas, se precisar, ele está disponível. 
 
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. 16 
As taxas não podem ter a mesma base de cálculo ou o mesmo fato gerador dos impostos, contudo, a 
adoção de um ou alguns elementos da base de cálculo é permitida. Esse é o entendimento do STF, 
esposado na Súmula Vinculante nº 29, veja-se: 
 
 
STF – Súmula Vinculante 29 – é constitucional a adoção no cálculo do valor de taxa de um ou 
mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral 
identidade entre uma base e outra. 
 
 
Sobre os serviços dispõe o CTN: 
 
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: 
I - utilizados pelo contribuinte: 
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; 
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição 
mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; 
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de 
utilidade, ou de necessidades públicas; 
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus 
usuários. 
 
Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito 
das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas que, 
segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito 
Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas 
pessoas de direito público. 
 
2.6 Contribuição de melhoria. 
 
A Contribuição de melhoria é um tributo de competência comum, assim, todo o ente que fizer a obra 
pública que valorizar imóveis, é competente para a sua cobrança. Está descrita no art. 145, III da 
Constituição Federal: 
 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes 
tributos: [...] 
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. 
 
O fato gerador da contribuição de melhoria é a valorização imobiliária decorrente de obra pública. 
Assim, se uma obra pública valorizar sua casa, você deve pagar esse tributo, haja vista ser proibido o 
enriquecimento sem causa no ordenamento jurídico brasileiro. 
Perceba-se então que, são dois os requisitos da contribuição de melhoria: obra pública e valorização 
imobiliária. 
A contribuição de melhoria possui dois limites, quais sejam: o individual(o contribuinte não pode pagar 
valor maior que o quantum da valorização experimentada) e geral (a soma das contribuições não pode 
ultrapassar o valor total da obra). 
Imagine que foi construída uma escola pública municipal no seu bairro. O custo total da escola foi de 
um milhão de reais. Antes da construção, sua casa valia R$ 100.000, 00. Após a obra passou a valer R$ 
150.00,00, ou seja, houve uma valorização de R$ 50.000,00. 
De acordo com esse exemplo, você poderá pagar até R$ 50.000,00 a título de contribuição de melhoria 
(limite individual) e o município não poderá receber mais de um milhão de reais, somando-se os valores 
pagos por todos os contribuintes (limite geral). 
 
Veja-se a regulamentação do Código Tributário: 
 
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou 
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo 
de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa 
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. 17 
realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel 
beneficiado. 
 
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos: 
I - publicação prévia dos seguintes elementos: 
a) memorial descritivo do projeto; 
b) orçamento do custo da obra; 
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição; 
d) delimitação da zona beneficiada; 
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada 
uma das áreas diferenciadas, nela contidas; 
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de 
qualquer dos elementos referidos no inciso anterior; 
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a 
que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial. 
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da 
obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função 
dos respectivos fatores individuais de valorização. 
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante 
da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o 
respectivo cálculo. 
 
2.7 Empréstimo compulsório. 
 
Nessa espécie tributária, o contribuinte é obrigado a emprestar dinheiro para o Estado sempre que 
realizar o fato gerador. Veja-se a definição constante do art. 148 da Constituição: 
 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra 
externa ou sua iminência; 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, 
observado o disposto no art. 150, III, "b". 
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será 
vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. 
 
A primeira consideração a se fazer é que os empréstimos compulsórios são tributos de competência 
privativa da União, portanto, somente ela pode instituí-los. Para fazer isso, deve utilizar de lei 
complementar, sob pena de inconstitucionalidade formal. 
O empréstimo compulsório somente pode ser instituído quando ocorrerem os motivos descritos nos 
incisos do artigo supra e todos os recursos angariados com essa espécie devem ser aplicados na situação 
que motivou sua instituição, logo, são classificados como tributos de receita vinculada. 
Assim, se a União institui empréstimo compulsório para atender a despesas extraordinárias na área 
da saúde, toda a receita deve ser destinada para a área da saúde. Qualquer desvio, implica em crime de 
responsabilidade. 
Importante notar que, em regra, o empréstimo compulsório é exceção ao princípio da anterioridade, 
seja do exercício financeiro seguinte, seja nonagesimal, porém, se o motivo que ensejou sua instituição 
for o descrito no inciso II deve-se obedecer o princípio da anterioridade do exercício financeiro seguinte. 
A lei que institui tal tributo deve conter especificações quanto à forma e o prazo para a devolução dos 
valores emprestados. 
 
2.8 Contribuições. 
 
Conforme disposto no texto Constitucional: 
 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no 
domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento 
de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem 
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
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§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus 
servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, 
cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da 
União. 
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste 
artigo: 
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; 
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; 
III - poderão ter alíquotas: 
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso 
de importação, o valor aduaneiro. 
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. 
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa 
jurídica, na forma da lei. 
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. 
 
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das 
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 
150, I e III. 
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de 
consumo de energia elétrica. 
 
Da leitura dos dispositivos supra, extrai-se que a União é a única competente para instituir as 
contribuições sociais, as contribuições de intervenção no domínio econômico e as contribuições de 
interesse de categorias profissionais ou econômicas. As únicas exceções constam do § 1º do mesmo 
artigo e no art. 149-A. 
O § 2º declara que as receitas decorrentes da exportação são imunes às contribuições sociais e às 
contribuições de intervenção no domínio econômico. Logo, os exportadores estão imunes ao pagamento 
do PIS, da COFINS e de qualquer outra contribuição que incida sobre a receita originária da exportação. 
As contribuições sociais dividem-se em contribuições de seguridade social, contribuições sociais 
gerais e outras contribuições sociais. 
As contribuições sociais para o financiamento da seguridade social são reguladas pelo art. 195 da 
Constituição, veja-se: 
 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, 
nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, 
à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; 
b) a receita ou o faturamento; 
c) o lucro; 
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição 
sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o 
art. 201; 
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
IV - do importador de bens ou serviçosdo exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. 
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade 
social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. 
§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos 
órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas 
e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de 
seus recursos. 
§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em 
lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais 
ou creditícios. 
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da 
seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. 
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§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou 
estendido sem a correspondente fonte de custeio total. 
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos 
noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes 
aplicando o disposto no art. 150, III, "b". 
§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de 
assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. 
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como 
os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem 
empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma 
alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos 
da lei. 
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas 
ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de 
mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. 
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e 
ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos 
Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. 
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os 
incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. 
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes 
na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. 
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, 
da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. 
 
Essas contribuições não se sujeitam ao princípio da anterioridade do exercício financeiro 
seguinte, assim podem ser cobradas no mesmo exercício financeiro em que foram instituídas ou 
majoradas. Contudo, devem respeitar ao princípio da anterioridade nonagesimal. 
 
O supremo Tribunal Federal classifica como contribuições sociais gerais aquelas que são destinadas 
para outras áreas de atuação da União, como por exemplo, o salário-educação. 
Ainda pertencem a essa categoria as contribuições para financiar os serviços sociais autônomos, como 
o SESI e o SENAI. 
As contribuições para intervenção no domínio econômico possuem natureza extrafiscal, pois sua 
principal função é a intervenção no domínio econômico por meio da destinação da arrecadação para uma 
determinada atividade, configurando assim, um incentivo. 
As contribuições corporativas tem natureza parafiscal, visto que sua função é a arrecadação de 
recursos para financiar atividades de interesses de instituições que representam e fiscalizam as 
categorias profissionais e econômicas. 
A contribuição sindical encontra amparo no art. 8º, IV da Constituição. É obrigatória para todos os 
aqueles que exercem atividade dentro de uma categoria econômica ou profissional, bem como para os 
profissionais liberais. É destinada aos sindicados ou às federações sindicais, na ausência dos primeiros. 
Somente estão dispensados do pagamento desse tributo os aposentados. 
A contribuição para o custeio da iluminação pública – COSIP – encontra previsão no art. 149-A da CF, 
o qual atribui competência para os Municípios e o Distrito Federal institui-la. 
A própria Constituição vinculou o valor arrecadado à sua finalidade, ou seja, ao custeio da iluminação 
pública, de sorte que é defeso ao administrador utilizar esse recurso para outra finalidade. 
 
Questões 
 
01. (TCM/GO - Auditor Controle Externo – Jurídica – FCC/2015) A Constituição Federal atribui 
competência à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para instituir impostos, taxas e 
contribuições de melhoria. Essas pessoas jurídicas de direito público também têm competência para 
instituir contribuições. 
De acordo com a Constituição Federal, os Municípios podem instituir contribuições: 
(A) 1. cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário 
estatutário; e 2. para o custeio do serviço de iluminação pública, na forma das respectivas leis. 
(B) 1. para o custeio do serviço de iluminação pública, na forma das respectivas leis,2. sociais e 3. 
cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário estatutário. 
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. 20 
(C) 1. para o custeio do serviço de iluminação pública, na forma das respectivas leis, 2. cobrada de 
seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário estatutário e 3. de 
intervenção no domínio econômico. 
(D) 1. de intervenção no domínio econômico e 2. de interesse das categorias profissionais ou 
econômicas. 
(E) 1. de intervenção no domínio econômico, 2. sociais e 3. de interesse das categorias profissionais 
ou econômicas. 
 
02. (SEFAZ/MT - AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO DA RECEITA MUNICIPAL – FGV/2014) Assinale 
a opção que apresenta elemento estranho ao conceito legal de tributo. 
(A) Prestação compulsória 
(B) Prestação pecuniária 
(C) Prestação com natureza de sanção 
(D) Prestação cobrada mediante atividade administrativa vinculada 
(E) Prestação instituída em lei 
 
03. (MANAUSPREV – Procurador Autárquico – FCC/2015) De acordo com o que estabelece o 
Código Tributário Nacional, a contribuição de melhoria é um tributo que pode ser cobrado 
(A) em decorrência da valorização de imóvel de propriedade da pessoa jurídica de direito público que 
nele realizou benfeitorias. 
(B) como consequência do aumento do faturamento dos estabelecimentos comerciais próximos ao 
local em que foi realizada a obra pública que atraiu a freguesia. 
(C) como resultado da melhoria do fluxo viário de determinada região, em razão de obra pública 
realizada em suas cercanias. 
(D) em decorrência da melhoria da qualidade de vida de uma região, com o consequente aumento do 
valor dos imóveis ali localizados, ocasionada pela remoção das indústrias poluentes daquela área. 
(E) de sujeito passivo que teve seu imóvel valorizado em decorrência da realização de obra pública. 
 
04. (SEFAZ/PI – Auditor Fiscal da Fazenda Estadual – FCC/2015) O caput do art. 77 do Código 
Tributário Nacional estabelece que as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou 
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular 
do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado 
ao contribuinte ou posto à sua disposição. 
Para fins de aplicação da norma acima transcrita, 
I. consideram-se serviços públicos divisíveis, osque podem ser prestados em parceria formada por 
duas ou mais pessoas jurídicas de direito público. 
II. consideram-se serviços públicos efetivamente utilizados pelo contribuinte, aqueles por ele 
usufruídos a qualquer título. 
III. consideram-se serviços públicos específicos, os que constam expressamente de contratos firmados 
entre a pessoa jurídica de direito público e o contribuinte utente do serviço. 
IV. consideram-se serviços públicos potencialmente utilizados pelo contribuinte, aqueles prestados por 
pessoa jurídica de direito público diversa da que instituiu a taxa. 
V. considera-se regular o exercício do poder de polícia, quando desempenhado pelo órgão 
competente, nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade 
que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. 
 
Está correto o que se afirma APENAS em 
(A) II e V. 
(B) IV e V. 
(C) I, II e V. 
(D) I, III e IV. 
(E) II, III e IV 
 
05. (SEFAZ/BA – Agente Fiscal de Tributos Estaduais – FCC/2014) Sobre as contribuições 
relacionadas na Constituição Federal, é correto afirmar que 
(A) as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas 
decorrentes de exportação. 
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(B) os recursos arrecadados com a contribuição de intervenção no domínio econômico serão 
destinados, exclusivamente, para ações e serviços públicos de saúde e para a manutenção e 
desenvolvimento do ensino. 
(C) a União tem competência privativa para instituir contribuição previdenciária dos servidores dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos 
servidores titulares de cargos efetivos da União. 
(D) às contribuições sociais aplicam-se os princípios constitucionais da anterioridade (ano-calendário) 
e da anterioridade nonagesimal (noventena), cumulativamente. 
(E) todas as contribuições relacionadas na Constituição Federal são denominadas “contribuições 
parafiscais”, porque ocorre o fenômeno denominado “parafiscalidade”. 
 
06. (SEFAZ/PE – Auditor Fiscal do Tesouro Estadual – FCC/2014) De acordo com a Constituição 
Federal, 
(A) a União poderá instituir, mediante lei ordinária, na iminência ou no caso de guerra externa, impostos 
extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, 
gradativamente, cessadas as causas de sua criação. 
(B) a União poderá instituir, mediante lei ordinária, impostos não compreendidos em sua competência 
tributária, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos 
discriminados na Constituição Federal. 
(C) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir contribuição de melhoria, 
decorrente de obra pública, ainda que não haja valorização imobiliária dela decorrente. 
(D) a União poderá instituir empréstimos compulsórios, mediante medida provisória, no caso de 
investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. 
(E) os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir contribuição, na forma das 
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública. 
 
07. (SEFAZ/PE – Auditor Fiscal do Tesouro Estadual – FCC/2014) O Município de Caruaru-PE, 
mediante a edição da Lei no 5.658/2014, instituiu a cobrança de TLP - Taxa de Limpeza Pública, que tem 
como fato gerador os serviços de conservação e limpeza de logradouros públicos pelo referido município. 
Na situação hipotética, a cobrança desse tributo é 
(A) ilegítima, pois a competência para estabelecer cobrança de taxa sobre serviços de conservação e 
limpeza de logradouros públicos é do Estado. 
(B) ilegítima, pois o fato gerador corresponde a serviço público universal e indivisível, que não 
possibilita a individualização dos respectivos usuários. 
(C) legítima, pois visa a custear a prestação de serviços públicos específicos e divisíveis, ostentando 
o caráter retributivo inerente às taxas. 
(D) legítima, pois o fato gerador corresponde a serviço público universal e indivisível, prescindindo da 
individualização dos respectivos usuários. 
(E) ilegítima, pois o fato gerador, próprio de imposto, deve ser custeado pelas receitas decorrentes de 
sua exigência. 
 
08. (LIQUIGAZ – Profissional Junior – CESGRANRIO/2014) Na organização constitucional das 
competências tributárias, existem tributos exclusivos da União. 
Nessa categoria, encontra-se a(o) 
(A) contribuição social 
(B) taxa sobre serviços de água 
(C) contribuição de iluminação pública 
(D) imposto sobre doações 
(E) imposto sobre serviços 
 
Respostas 
 
01. Resposta: A. De acordo com a Constituição Federal, especificamente no § 1º do art. 149, os 
municípios são competentes para instituir contribuição a ser cobrada de seus servidores, para custeio, 
em benefício destes, do regime previdenciário. Já o art. 149-A autoriza os municípios a instituírem 
contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública. Logo, somente essas são de competência 
do município. 
 
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. 22 
02. Resposta: C. O art. 3º do CTN traz a definição de tributo e dela é possível se extrair seus 
elementos, veja-se: 
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa 
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada. 
Logo, a única alternativa incorreta é a que afirma que o tributo é prestação com natureza de sanção. 
Em direito tributário, a multa tem natureza sancionatório, não o tributo, conforme já explicado 
anteriormente. 
 
03. Resposta: E. O fato gerador da contribuição de melhoria é a valorização imobiliária decorrente de 
obra pública. Assim, todo aquele que tem seu imóvel valorizado por causa de uma obra pública deve 
pagar o tributo. 
 
04. Resposta: A. Serviços públicos divisíveis são aqueles que se pode identificar o usuário portando, 
a assertiva I está incorreta. 
Serviços públicos específicos são aqueles que o contribuinte identifica, ou seja, sabe para que está 
pagando portanto, errada também a assertiva III. 
Os serviços públicos potenciais são aqueles postos à disposição do contribuinte, podendo ele usufruir 
dos mesmos a qualquer momento logo, a assertiva IV está errada. 
Assim, somente estão corretas as assertivas II e V. 
 
05. Resposta: A. Essa alternativa traz a imunidade prevista no art. 149, § 2º, I da Constituição Federal. 
 
06. Resposta: A. O art. 154, em seu inciso I, exige a utilização de lei complementar para a instituição 
dos chamados impostos residuais, contudo, no que reporta aos impostos extraordinários (II) não há 
nenhuma exigência, logo, pode a União valer-se de lei ordinária para institui-los. 
 
07. Resposta: B. O município de Caruaru não pode cobrar a taxa de limpeza pública pois, esse é um 
serviço não divisível uma vez que não se pode identificar os usuários. Taxa é tributo que tem como fato 
gerador a prestação de serviço público específico e divisível, potencial ou efetivo. Logo, a TLP é ilegítima. 
 
08. Resposta: A. De acordo com o art. 149 da Constituição Federal, as contribuições sociais são 
tributos de competência exclusiva da União. 
 
 
 
Limitações do poder de tributar. 
 
Os tributos são criados de acordo com a competência tributária que a Constituição Federal atribui à 
União, Estados, Distrito Federal e Município, de modo que é estabelecido parâmetros que tutelam os 
valores que ela considera relevantes, tais como os direitos e garantias individuais. Sabe-se, assim, que o 
poder de tributar do Estado não pode ser ilimitado para que não haja violação dos direitos humanos e 
fundamentais, por isto que a ordem constitucional impões certos limites ao Estado para a realização de 
tal atividade. Limitações ao poder de tributar é o conjunto dos princípios e normas quedisciplinam os 
balizamentos da competência tributária. 
Neste prisma, limitação ao poder de tributar consiste em instrumentos que limitam a competência 
tributária do fisco, isto é, a delimitação do poder tributário do Estado de criar e arrecadar tributos. 
Os limites ao poder de tributar, ou seja, o exercício da competência tributária desdobra-se nos 
princípios constitucionais tributários e nas imunidades. Diante dos princípios e das demais normas 
constantes do texto constitucional, pode-se afirmar que são duas as principais características do sistema 
tributário: 
I) a rigidez, isto é, a Constituição não fornece ao legislador ordinário a liberdade para desenhar-lhe 
qualquer traço fundamental, uma vez que ela própria determina o campo de cada uma dessas pessoas 
dotadas de competência tributária; 
 II) exaustão e complexidade, onde a Constituição estabelece todos os contornos do sistema, pouco 
relegando à legislação ordinária. 
3. Limitações ao poder de tributar: princípios e imunidades. 
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. 23 
 
Na mesma linha de pensamento Eduardo Sabbag aduz que: 
 
A Constituição Federal impõe limites ao poder de tributar, ou seja, limites à invasão patrimonial 
tendente à percepção estatal do tributo. Essas limitações advêm, basicamente, dos princípios e das 
imunidades constitucionais tributárias estão inseridas nos arts. 150, 151, e 152 da Carta Magna. 
 
É de se salientar ainda que o Estado não pode agir na seara tributária sem respeitar o contribuinte, de 
modo a reduzi-lhe a dignidade, a individualidade e a privacidade. O governo não pode, portanto, sob a 
justificativa da arrecadação violar a Constitucional, isto é, violar os princípios constitucionais, que são os 
instrumentos dos Direitos Humano. 
 
Conforme disposto na CF/88, o assunto é tratado em seção própria: 
Seção II 
DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, 
proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, 
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; 
III - cobrar tributos: 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver 
instituído ou aumentado; 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou 
aumentou, observado o disposto na alínea b; 
IV - utilizar tributo com efeito de confisco; 
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais 
ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo 
Poder Público; 
VI - instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
b) templos de qualquer culto; 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das 
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem 
fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou 
literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem 
como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação 
industrial de mídias ópticas de leitura a laser. 
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e 
V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, 
II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, 
I. 
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas 
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas 
finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 
§ 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda 
e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas 
aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços 
ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto 
relativamente ao bem imóvel. 
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, 
a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas 
mencionadas. 
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. 24 
§ 5º A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos 
impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. 
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito 
presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser 
concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as 
matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do 
disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. 
§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável 
pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, 
assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador 
presumido. 
 
Art. 151. É vedado à União: 
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção 
ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, 
admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do 
desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País; 
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis 
superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes; 
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos 
Municípios. 
 
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença 
tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. 
 
Princípios do Direito Tributário. 
 
Os princípios constitucionais tributários compõem a delimitação do poder tributário conferido aos entes 
públicos, prevalecendo sobre todas as normas jurídicas, as quais têm validade apenas quando os 
princípios constitucionais são obedecidos. Esses princípios visam à proteção do contribuinte e uma 
solução interpretativa para o legislador. 
Conforme art. 150 da Constituição Federal de 1988, “sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios”, além das vedações 
citadas, apresentam-se outros princípios constitucionais necessários ao adequado entendimento do 
Sistema Tributário Brasileiro: 
 
Princípio da legalidade: (é vedado) cobrar ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça, ou seja, o 
imposto será devido apenas quanto da existência de uma lei que determine sua cobrança ou majoração 
(CF, art. 150, inciso I); 
 
Princípio da isonomia tributária: (é vedado) aplicar tratamento desigual entre contribuintes que se 
encontrem em situação equivalente, ou seja, verifica-se a premissa de que todos são iguais perante a lei 
(CF, art. 150, inciso II);Princípio da irretroatividade tributária: (é vedado) exigir tributos em relação a fatos geradores 
ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. Assim, os fatos 
geradores serão tributados após a vigência da lei que tenha previsto a incidência do imposto (CF, art. 
150, inciso: III, alínea: a); 
 
Princípio da anterioridade da lei: (é vedado) exigir tributos no mesmo exercício financeiro em que 
haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou (CF, art. 150, inciso: III, alínea: b); 
 
Princípio da Uniformidade Geográfica: os tributos cobrados pela União devem ser iguais em todo o 
território nacional, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados à promoção do equilíbrio e 
desenvolvimento socioeconômico de determinadas regiões do País (CF, art. 151, inciso: I); 
 
Princípio da Capacidade Contributiva: considera a capacidade econômica individual do contribuinte, 
assim o tributo será graduado conforme a capacidade do contribuinte, com o objetivo de proceder à 
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. 25 
redistribuição de renda, exigindo mais dos contribuintes com maior capacidade econômica e reduzindo 
ou isentando os contribuintes com menor capacidade econômica (CF, art. 145, § 1º); 
 
Princípio da Vedação ao Confisco: o tributo cobrado deve ser justo, não podendo configurar-se em 
um ônus tão elevado que represente um confisco da renda ou bem do contribuinte. Constitui-se em um 
limite do poder de tributar concedido pela CF à União, Estado, Distrito Federal e Municípios (CF, art. 150, 
IV); 
 
Princípio da Imunidade Recíproca: a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não 
podem instituir impostos sobre: (a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; (b) templos de qualquer 
culto; (c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades 
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, 
atendidos os requisitos da lei; (d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. (CF, art. 
150, VI); 
 
Princípio da Imunidade de Tráfego: nenhuma lei tributária poderá restringir ou limitar o tráfego no 
território nacional de pessoas ou bens, exceto a cobrança de pedágio pela utilização de vias públicas (CF, 
art. 150, V; CTN, art. 9º, III); 
 
Princípio da Transparência: a lei cuidará para que os contribuintes obtenham esclarecimentos 
referentes aos impostos incidentes sobre mercadorias e serviços (CF, art. 150, § 5º); 
Os princípios constitucionais tributários, além de proteger os interesses dos contribuintes contra 
excessos de arrecadação dos entes públicos, servem de norte aos legisladores para que o Sistema 
Tributário Nacional promova sua função básica essencial de promover a distribuição de renda e o bem-
estar social. 
 
As imunidades foram tratadas no capítulo 1, ao qual remetemos o leitor. 
 
Questões 
 
01. (MPT - Procurador - MPT/2013) No que diz respeito à tributação, considerando-se o texto 
constitucional e a jurisprudência do STF, considere as seguintes afirmações: 
I. É constitucional a lei do município que reduz o imposto predial urbano sobre imóvel ocupado pela 
residência do proprietário, que não possua outro. 
II. As taxas cobradas em razão exclusivamente dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento 
ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, são constitucionais, ao passo que é 
inconstitucional a cobrança de valores tidos como taxa em razão de serviços de conservação e limpeza 
de logradouros e bens públicos. 
III. O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. 
IV. É inconstitucional a incidência do imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS) sobre 
operações de locação de bens móveis. 
Assinale a alternativa correta: 
(A) apenas as assertivas II e IV estão corretas. 
(B) apenas as assertivas I e III estão corretas. 
(C) apenas as assertivas III e IV estão corretas. 
(D) todas as assertivas estão corretas. 
(E) não respondida. 
 
02. (TJ/RR - Titular de Serviços de Notas e de Registros - CESPE/2013) Acerca do poder de tributar, 
assinale a opção correta: 
(A) se a lei institui imposto sem alíquota, pode a administração integrá-la. 
(B) os particulares são os destinatários dos princípios jurídicos da tributação. 
(C) a imediatidade das medidas provisórias é incompatível com as normas tributárias, de maneira que 
entende o STF que tal instrumento normativo não pode veicular quaisquer regulações tributárias 
colocadas sob a égide da reserva legal. 
(D) a imunidade tributária, no Brasil, pode alcançar os impostos, as taxas, as contribuições de melhoria, 
os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais. 
(E) do contribuinte só podem ser exigidos tributos quando se verificarem, no mundo fenomênico, os 
pressupostos de fato descritos em uma norma legal. 
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03. (TRF/2ª Região - Juiz Federal - CESPE/2013) Assinale a opção correta acerca do Sistema 
Tributário Nacional: 
(A) compete aos estados a instituição de imposto sobre transmissão inter vivos, a qualquer título, por 
ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física. 
(B) o produto da arrecadação do imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na 
fonte, pertence à União, mesmo que recaia sobre rendimentos pagos pelos estados. 
(C) os municípios e o DF poderão instituir taxa, na forma das respectivas leis, para custeio do serviço 
de iluminação pública. 
(D) o município pode atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual não superior ao índice oficial 
de correção monetária. 
(E) o aumento da alíquota do imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza deve obedecer 
aos princípios da anterioridade anual e nonagesimal. 
 
04. (AL/ES CESPE/2012) Acerca das limitações ao poder de tributar e dos impostos dos entes da 
Federação, assinale a opção CORRETA de acordo com a jurisprudência do STF: 
(A) a denominada imunidade tributária recíproca entre os entes da Federação se aplica em face de 
todas as espécies tributárias dispostas na CF. 
(B) é vedada pela CF a edição de lei municipal que estabeleça a incidência de alíquota progressiva ao 
imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana. 
(C) é vedado à União dispor sobre a isenção de impostos de competência estadual, ainda que em 
decorrência de sua atuação no âmbito internacional. 
(D) o estado-membro tem competência constitucional para instituir contribuição compulsória para 
custeio de serviços de assistência médica, hospitalar, odontológica e farmacêutica de seus servidores. 
(E) o estado-membro pode, no exercício da competência legislativa plena, dispor acerca de imposto 
sobre doação de bens móveis, considerando a ausência de lei complementar nacional que regule o tema. 
 
05. (TCE/SP - FCC/2012) É aplicação do princípio da igualdade sob o aspecto material, em âmbito 
tributário, a disposição constitucional segundo a qual: 
(A) os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do 
contribuinte. 
(B) o Governo poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir 
desequilíbrios da concorrência. 
(C) a União poderá instituir impostos para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de 
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência. 
(D) cabe à lei complementar estabelecer normas gerais sobre definição de tratamento diferenciado e 
favorecido para as microempresas e empresas de pequeno porte. 
(E) compete à União estabelecer normas gerais sobre a instituição de contribuições sociais, de 
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como 
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas. 
 
06. (TJ/CE - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS - IESES/2012) Leia atentamente 
as proposições abaixo e assinale a quese apresentar CORRETA: 
(A) consoante os ditames do sistema constitucional tributário, é aplicável a imunidade recíproca às 
autarquias e empresas públicas que prestam serviço público indireto, ainda que distribuam suas rendas 
e resultados, direta ou indiretamente, a particulares. 
(B) é vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre 
bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. 
(C) nos termos da Constituição da República, a imunidade tributária recíproca é integralmente aplicável 
às taxas. 
(D) a União ostenta competência constitucional concorrente para conceder isenções de tributos de 
competência dos Estados. 
 
07. (SEFAZ/RJ - AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – FGV/2012) Suponha que, em 
setembro de 2010, o Presidente da República tenha editado medida provisória majorando a alíquota de 
determinado imposto. Nesse caso, é correto afirmar que a medida provisória é: 
(A) constitucional, mas só produzirá efeito em 2011 se tiver sido convertida em lei em 2010. 
(B) inconstitucional, pois medida provisória não pode dispor sobre matéria reservada a lei 
complementar. 
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. 27 
(C) constitucional e produz efeito imediatamente após a sua edição. 
(D) inconstitucional, pois medida provisória não pode dispor sobre direito tributário. 
(E) inconstitucional, pois medida provisória pode instituir tributo, mas não pode alterar alíquota. 
 
Respostas: 
 
01. Resposta: “D”. Item “I” – correto. Súmula nº 539, do Supremo Tribunal Federal: é constitucional 
a lei do Município que reduz o imposto predial urbano sobre imóvel ocupado pela residência do 
proprietário, que não possua outro. 
Item “II” – certo. Súmula Vinculante nº 19 que a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços 
públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não 
viola o artigo 145, II, da Constituição Federal. 
Item “III” – certo. Súmula nº 670 do STF: serviço de iluminação pública não pode ser remunerado 
mediante taxa. 
Item “IV”- correto. Súmula Vinculante nº 31. 
Resposta: assinalada como correta é a letra “D”. 
 
02. Resposta: “E”. Letra “A” – incorreta. A fixação de alíquota deve ocorrer por meio de lei, e não por 
ato da administração pública (art. 97, IV, CTN). 
Letra “B” – incorreta. Princípios jurídicos da tributação previstos no art. 150, CF são aplicados ao Poder 
Público. Letra “C” – incorreta. Em matéria tributária temos normas que autorizam a cobrança imediata de 
um tributo instituído ou majorado (art. 150, §1º, CF). A imediatidade das medidas provisórias não é 
incompatível com as normas tributárias, o que torna a Resposta: errada (art. 62, §2º, CF). Letra “D” - 
incorreta. Certo é que a Lei Fundamental prevê imunidades a variadas espécies de tributos, e não apenas 
aos impostos (150, VI, CF), mas também para a taxa (art. 5º, XXXIV, LXXIII, LXXIV, LXXVI e LXXVII, CF), 
para a contribuição social e CIDE (art. 149, §2º, I, CF) e para a contribuição social (art. 195, §7º, CF). 
Todavia, não há previsão de imunidade para as contribuições de melhoria e para os empréstimos 
compulsórios. Letra “E” – correta. Conforme o art. 114 do Código Tributário Nacional que o fato gerador 
da obrigação principal, que é o pagamento, é a situação definida em lei como necessária e suficiente à 
sua ocorrência. No direito tributário a lei deve prever a hipótese de incidência do tributo, que representa 
a situação abstrata capaz de gerar a relação jurídico-tributária. 
 
03. Resposta: “D”. Resposta: “D” – correta – STJ pacificou entendimento de que é defeso, ao 
Município, atualizar IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção 
monetária (Súmula nº 160, STJ). Este posicionamento decorre da regra tributária de que somente por lei 
pode ser aumentado o valor do tributo. Dessa forma a atualização do IPTU em valor superior ao índice 
oficial de correção monetária não pode ser realizado por decreto, já que somente a lei pode realizar este 
aumento do tributo. Por outro lado, é possível a atualização do valor, mediante decreto, em percentual 
não superior ao índice oficial de correção monetária. 
 
04. Resposta: “E”. CORRETA a alternativa “E”, de modo que ao Estado compete instituir e cobrar 
imposto sobre doação de quaisquer bens ou direitos (art. 155, I, CF). 
 
05. Resposta: “D”. O Princípio da Igualdade, sob aspecto material, consiste em tratar desigualmente 
os desiguais. Assim, a alternativa CORRETA é a letra “D”, pois cabe à lei complementar estabelecer 
normas gerais sobre definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e 
empresas de pequeno porte (art. 146, III, “D”, CF). Aliás, esta lei existe, e é a Lei Complementar nº 123/06, 
que consagra o chamado “Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte”. 
 
06. Resposta: “B”. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença 
tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. Eis o 
teor do art. 152, da Lei Maior pátria. 
 
07. Resposta: “A”. Nos termos do art. 62, §2º, da Constituição Federal, medida provisória que 
implique instituição ou majoração de impostos (exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV e V, e art. 154, 
II), somente produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último 
dia daquele em que foi editada.Assim, se essa medida provisória foi convertida em lei no ano de 2010, 
somente poderá valer no exercício financeiro de 2011, o que torna CORRETA a letra “A”. 
 
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. 28 
 
 
Fontes e princípios 
 
A palavra fonte significa origem ou causa de alguma coisa. Quando tratamos de fonte do direito 
tributário nos referimos à origem do direito tributário, o ponto de onde provem a norma jurídica. Existem 
dois tipos de fontes do direito tributário: fontes reais ou materiais e as fontes formais. 
 
Fontes Reais Ou Materiais Do Direito Tributário 
 
Considera-se fonte material do direito tributário o substrato fático ao qual se atribui uma consequência 
jurídica. São fontes materiais todos os fatos da vida que sofrem a incidência da norma tributária, tornando-
se fatos jurídicos tributários (fato gerador). 
Os suportes fáticos do direito tributário, em regra, são fatos de natureza econômica, que revelam 
capacidade econômica, como por exemplo: auferir renda, ser proprietário de um imóvel ou de um 
automóvel, realizar uma prestação de serviço, industrializar produtos, importar e exportar mercadorias, 
pagar salário aos empregados, etc. 
Essas fontes reais, quando submetidas às fontes formais, ganham eficácia jurídica. As fontes formais 
agregam aos fatos da realidade (fontes materiais) consequências jurídicas, transformando meros fatos 
em fatos com relevância jurídica, que passam a produzir efeitos jurídicos. 
Como exemplo, temos que auferir renda é um fato da realidade que revela capacidade econômica, 
uma lei (fonte formal) institui o imposto de renda, determinando que quem aufere renda tem como 
obrigatório o seu pagamento. Ao fato real auferir renda, uma lei (fonte formal) atribuiu uma consequência 
jurídica: dever de pagar um tributo. Esse dever gera inúmeras consequências jurídicas à pessoa que 
aufere a renda. 
 
Fontes Formais 
 
As fontes formais do direito, consideradas o conjunto de normas que compõe esse ramo do Direito, 
dividem-se em dois grupos: 
 
- Fontes Formais Primárias: as fontes formais primárias inovam o sistema jurídico, introduzem 
normas inéditas na ordem jurídica, são os únicos veículos ejetores de normas inaugurais no ordenamento 
jurídico. Norma inédita é aquela que não existia, como por exemplo, a União tem competência para criar 
o imposto sobre grandes fortunas, ainda não criou, se resolver instituir o referido tributo, terá que criar 
uma norma que torneobrigatório o seu pagamento. Essa norma será introduzida no sistema jurídico 
tributário, por meio de uma fonte formal primária, no caso uma lei ordinária federal. 
 
1. São fontes formais primárias: 
 
- Texto Constitucional: instrumento primeiro e soberano da ordem normativa, todo o sistema 
infraconstitucional deve observar os dispositivos constitucionais. É veículo de introdução no sistema de 
normas de estrutura, de organização e de competência. No caso específico do direito tributário, abriga 
normas de competência (que conferem aos entes políticos o poder de criar tributos), bem como normas 
limitativas do poder de tributar. 
- Lei Complementar: tem matéria expressamente prevista na Constituição Federal e um quórum de 
aprovação de maioria absoluta. Em matéria tributária, a Constituição Federal determinou que essa 
espécie de fonte formal fosse o veículo introdutor de variadas normas no sistema, tais como normas 
gerais, limites, criação de tributos, dentre outras. 
- Lei Ordinária: pode tratar de qualquer matéria, exceto aquelas que devem ser veiculadas por lei 
complementar. Difere-se pelo seu quórum de aprovação, que é de maioria simples. É o veículo mais apto 
a introduzir no sistema jurídico tributário as normas de incidência dos tributos (aquelas que criam os 
tributos, determinando quem deve pagar, porque deve pagar, onde deve pagar, quando deve pagar e 
quanto deve pagar), é neste diploma legal que o tributo deve ser descrito em sua plenitude. Também 
veiculam, em matéria tributária, deveres instrumentais ou formais (obrigações acessórias). Não há 
4. Legislação tributária: fontes do Direito Tributário, vigência, 
aplicação, integração e interpretação. 
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. 29 
supremacia entre leis ordinárias federais, estaduais e municipais, todas desfrutam do mesmo status 
jurídico, diferindo apenas quanto ao âmbito de aplicação. 
- Lei Delegada: depois da criação das Medidas Provisórias, esse tipo de instrumento normativo caiu 
em desuso. Nesta espécie normativa o Congresso Nacional transfere competência legislativa para o 
Presidente da República (de ofício ou a pedido), e este dentro da delegação legislava. 
- Medida Provisória: prevista no art. 62 da Constituição Federal de 1988, é a espécie normativa de 
natureza infraconstitucional que possui força e eficácia de lei. O Presidente da República, em caso de 
relevância e urgência pode editá-la. Após sua criação pelo Chefe do Poder Executivo, deve passar pelo 
crivo do Poder Legislativo, que vai decidir se a medida provisória permanecerá no sistema (sendo 
convertida em lei) ou será dele excluída. Em matéria tributária, pode instituir e aumentar tributos. 
- Decretos Legislativos: espécie normativa de competência privativa do Congresso Nacional. 
Importante para o direito tributário por ser o veículo introdutor de normas de tratados e convenções 
internacionais. Quando o Presidente da República, assina um tratado internacional, suas regras só terão 
eficácia quando introduzidas no ordenamento jurídico nacional, essa introdução é realizada pelo decreto 
legislativo. Uma norma de tratado internacional quando entra no sistema normativo brasileiro, através de 
um decreto legislativo, tem status de lei ordinária. 
- Resoluções: são atos legislativos pelos quais os órgãos do Poder Legislativo (Congresso Nacional, 
Senado Federal e Câmara do Deputados) exercem suas competências privativas. Em matéria tributária 
é um exemplo a resolução do Senado Federal que fixa as alíquotas mínimas nas operações internas do 
ICMS (art. 155, § 2º, V, a da CF). 
- Tratado internacional: faz parte das atribuições do Presidente da República celebrar tratados, 
convenções e atos internacionais (CF, art. 84, VIII), sujeitos à competência exclusiva do Congresso 
Nacional para resolver definitivamente sobre eles, caso acarretem encargos ou compromissos gravosos 
ao patrimônio nacional (CF, art. 49, I). 
Segundo o art. 98 do CTN, “os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a 
legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha”. 
 
O art. 96 do Código Tributário Nacional, determina qual o alcance da expressão “legislação tributária”, 
como fontes principais: 
 
“Art. 96. A expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções 
internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre 
tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.” 
 
2. Fontes Formais Secundárias: 
 
São normas que não introduzem regras inéditas no sistema jurídico, não inovam a ordem jurídica. 
Acrescem normas ao sistema jurídico que se embasam em normas jurídicas já existentes. 
São elas: 
- Decreto Regulamentar ou Regulamento: é de competência privativa do chefe do Poder Executivo. 
Visa possibilitar a fiel execução da lei, não podendo ampliar ou reduzir a disposição da lei a que se refere. 
- Instrução ministerial: de competência dos Ministros de Estado, visa a execução de leis, decretos e 
regulamentos relativos a respectiva pasta. Tem vigência apenas no âmbito do Ministério. 
- Circular: é norma secundária que tem como objetivo a ordenação uniforme do serviço administrativo. 
- Portaria: regra geral ou individual que o superior edita para serem observadas por seus subalternos. 
- Ordem de Serviço: autorização concreta para que funcionários determinados, realizem um tipo de 
serviço específico. 
- Ato Normativo: ato expedido pela autoridade administrativa. 
- Decisão Administrativa: decisão de órgão singular ou coletivo de jurisdição administrativa, ao qual 
a lei atribua eficácia normativa. 
- Convênio: é ato normativo executivo infralegal, que expressa, em matéria tributária, ajuste de 
vontade entre entes federativos. A CF excepciona o princípio da legalidade, permitindo que certos 
convênios tenham força de lei, como é o caso da previsão encartada no art. 155, § 2º, XII, “g”, segundo 
o qual, cabe à lei complementar regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito 
Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. 
 
As fontes secundárias estão tratadas no art. 100 do CTN: 
 
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. 30 
“Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais 
e dos decretos: 
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; 
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei 
atribua eficácia normativa; 
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; 
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de 
penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo 
do tributo.” 
 
Questões 
 
01. (TJ/SP – Juiz - VUNESP/2014) Não podem ser considerados como fontes formais do Direito 
Tributário: 
(A) As leis delegadas, os decretos legislativos e as resoluções do Senado. 
(B) A jurisprudência e a doutrina. 
(C) Os tratados e as convenções internacionais. 
(D) As medidas provisórias. 
 
02. (TJ-MG – Juiz - FUNDEP/2014) Em relação ao conceito de fontes formais do direito tributário, 
assinale a alternativa CORRETA. 
(A) Fontes formais do direito tributário são apenas as leis especificamente votadas e sancionadas ou 
promulgadas. 
(B) As fontes formais do direito tributário compreendem as leis, os tratados e as convenções 
internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos 
e relações jurídicas a eles pertinentes. 
(C) As fontes formais não contemplam os tratados e as convenções internacionais. 
(D) As fontes formais não contemplam os decretos legislativos e as resoluções. 
 
03. (SEFAZ/RJ - Oficial de Fazenda - CEPERJ/2010) Dentre as fontesformais principais do Direito 
Tributário, não se incluem: 
(A) Resoluções do Senado Federal 
(B) Medidas Provisórias 
(C) Decretos Legislativos 
(D) Emendas Constitucionais 
(E) Ordens de Serviço 
 
04. (PRODEST/ES - Analista Organizacional - Ciências Jurídicas - VUNESP/2014) Assinale a 
alternativa correta no que respeita às fontes do direito tributário. 
(A) Somente a lei, como resultado do exercício do Poder Legislativo, pode estabelecer a definição do 
fato gerador da obrigação acessória 
(B) Somente a lei pode estabelecer a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo de 
um tributo, por constituir majoração do tributo. 
(C) Os tratados e as convenções internacionais não revogam e nem modificam a legislação interna 
(D) O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam 
expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas no Código 
Tributário Nacional 
(E) Cabe à lei ordinária federal dispor sobre o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo 
praticado pelas sociedades cooperativas. 
 
05. (SEFAZ/PI – Auditor Fiscal da Fazenda Estadual – FCC/2015) De acordo com o Código 
Tributário Nacional, a expressão legislação tributária compreende: 
I. o decreto publicado por determinado Estado, regulamentando a lei do IPVA por ele instituído. 
II. o convênio celebrado entre os Estados brasileiros, nos termos de lei complementar, para disciplinar 
matéria relacionada com a concessão de determinadas isenções no âmbito do ICMS. 
III. a decisão de órgão de jurisdição administrativa tributária, versando sobre matéria de ICMS, sendo 
que a lei do processo administrativo tributário deste Estado não atribui eficácia normativa a tais decisões. 
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. 31 
IV. a lei ordinária de um Município brasileiro, versando sobre remunerações e salários das autoridades 
fiscais daquela pessoa jurídica de direito público. 
 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) II e III. 
b) II, III e IV. 
c) I e II. 
d) I, III e IV. 
e) I e IV. 
 
06. (PROCEMPA – Analista Administrativo – Advogado – FGV/2014) Por meio de tratado 
internacional celebrado pela União e regularmente incorporado ao nosso ordenamento normativo interno, 
os serviços de recuperação de motores elétricos deixam de sofrer a incidência de qualquer tributo. 
Diante de tal cenário, assinale a afirmativa correta. 
a) O tratado internacional é válido, desde que tenha sido incorporado por lei complementar. 
b) O tratado internacional é inválido, pois não pode dispor sobre questões tributárias. 
c) O tratado internacional é inválido, pois seu efeito prático é afastar a incidência do Imposto sobre 
Serviços (ISS), que é de competência dos Estados, sendo vedado à União conceder isenção de tributos 
que não sejam de sua competência. 
d) O tratado internacional é inválido, pois seu efeito prático é afastar a incidência do Imposto sobre 
Serviços (ISS), que é de competência dos Municípios, sendo vedado à União conceder isenção de tributos 
que não sejam de sua competência. 
e) O tratado internacional é válido, qualquer que tenha sido a forma de sua incorporação. 
 
Respostas 
 
01. Resposta: B 
Destaca-se o posicionamento de Eduardo Sabbag: “As fontes formais correspondem ao conjunto das 
normas no Direito Tributário, estando inseridas no art. 96 do CTN, sob o rótulo de ‘legislação tributária’.” 
Art. 96. A expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções 
internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos 
e relações jurídicas a eles pertinentes. 
Desta forma, a jurisprudência e a doutrina não são consideradas fontes formais do Direito Tributário. 
 
02. Resposta: B 
A alternativa correta é a “B”, haja vista que encontra-se de acordo com o prevê o artigo 96 do CTN. 
 
03. Resposta: E 
Consoante o que dispõe a doutrina são fontes formais do Direito Tributário: Primárias: a Constituição 
Federal, a Lei Complementar, a Lei Ordinária, a Lei Delegada, a Medida Provisória, os Decretos 
Legislativos e as Resoluções. E secundárias: Decreto Regulamentar, a Instrução Ministerial, a Circular, 
a Portaria, a Ordem de Serviço, o Ato Normativo e a Decisão Administrativa. 
Assim, as Ordens de Serviço não se incluem entre as principais fontes do direito tributário. 
 
04. Resposta: D 
A alternativa correta é a “D”, tendo em vista que coaduna-se com o previsto no artigo 99 do CTN, 
vejamos: 
Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam 
expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei. 
 
05. Resposta: C 
A afirmativa III está incorreta haja vista somente ser considerada legislação tributária a decisão de 
órgão de jurisdição administrativa tributária que a lei atribua eficácia normativa. 
A afirmativa IV também não está correta posto que a matéria tratada na lei municipal não versa sobre 
tributos e suas relações jurídicas. 
 
06. Resposta: E 
Os Tratados Internacionais para ingressarem no ordenamento jurídico pátrio devem seguir um 
procedimento. 
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. 32 
A Constituição Federal, em seu art. 84 atribuiu competência privativa para o Presidente da República 
celebrar Tratados. Após a celebração, é preciso que o Congresso Nacional, utilizando de sua 
competência exclusiva, aprove-o (art. 49, CF). A aprovação se dá por meio de Decreto Legislativo. 
Superada essa etapa, o tratado deve ser ratificado pelo Presidente da República e, após, promulgado 
por meio de Decreto Presidencial. 
Cumprido esse procedimento, o tratado está recepcionado pelo ordenamento pátrio e, em regra, terá 
força de lei infraconstitucional. Contudo, em se tratando de tratados que versem sobre direitos humanos, 
o procedimento é diferente e vem descrito no art. 5º, § 3º da Constituição: 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada 
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão 
equivalentes às emendas constitucionais. 
Vê-se que, quando o tratado tem por matéria direitos humanos é preciso que seja votado em dois 
turnos na Câmara e no Senado Federal e que seja aprovado por quórum qualificado de três quintos. 
Nesse caso os Tratados terão força de norma constitucional. 
 
Vigência, aplicação, integração e interpretação. 
 
Em se tratando de vigência espacial, a regra é a territorialidade, assim, a lei de cada ente vigora em 
seu respectivo território. Essa regra tem exceção prevista no art. 102, CTN que são os convênios de 
cooperação e as normas gerais da União. 
A vigência temporal é determinada no próprio corpo da lei, assim, a lei deve conter previsão de 
quando entrará em vigor, contudo, em sua ausência aplica-se a regra contida na Lei de Introdução ao 
Código Civil que é de 45 dias. Há que se observar as regras específicas contidas no art. 103 e 104. 
Eis as normas do CTN sobre o assunto: 
 
CAPÍTULO II 
Vigência da Legislação Tributária 
 
Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições 
legais aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto neste Capítulo. 
 
Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no 
País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os 
convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais 
expedidas pela União. 
 
Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor: 
I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação; 
II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos normativos, 30 
(trinta) dias após a data da sua publicação; 
III - os convênios a que se refereo inciso IV do artigo 100, na data neles prevista. 
 
Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua 
publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: 
I - que instituem ou majoram tais impostos; 
II - que definem novas hipóteses de incidência; 
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao 
contribuinte, e observado o disposto no artigo 178. 
 
Aplicação da Norma Tributária 
 
A regra contida no art. 105 trata da irretroatividade da lei tributária, ou seja, a lei não se aplica a fatos 
passados, somente a fatos futuros (que ainda não aconteceram) e a fatos pendentes (ainda não 
concluídos). 
 
Ricardo Alexandre9 sintetiza: 
- Fatos Geradores não consumados: aplicação imediata 
 
9 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. São Paulo: Método, 2014. 
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. 33 
- Fatos Geradores pendentes: aplicação imediata 
- Fatos Geradores consumados: a lei nova não se aplica. 
 
O art. 106 traz exceções à regra do art. 105, ou seja, casos em que a lei tributária se aplica a fatos 
passados. Esse dispositivo deve ser interpretado em conjunto com o art. 105, III, “a” da Constituição10 
que veda a aplicação da lei tributária a fatos geradores ocorridos antes de sua vigência quando ela instituir 
ou aumentar tributo. 
 
Diz o CTN: 
 
CAPÍTULO III 
Aplicação da Legislação Tributária 
 
Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos 
pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa 
nos termos do artigo 116. 
 
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: 
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de 
penalidade à infração dos dispositivos interpretados; 
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: 
a) quando deixe de defini-lo como infração; 
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde 
que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; 
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua 
prática. 
 
Interpretação e Integração da Norma Tributária 
 
Eduardo Sabbag11 assim define interpretação: “a interpretação da lei é o trabalho investigativo que 
procura traduzir seu pensamento, sua dicção e seu sentido. É o ato intelectual de decifrar o 
pensamento do legislador, perquirindo a razão que animou suas ideias quando confeccionou 
aquele instrumento normativo. É mecanismo de tradução da mens legislatoris em palavras 
conclusivas de um raciocínio querido e, agora, a decifrar. Assim, interpretar a lei é compreendê--
la diante da pletora de significações possíveis que pressupõe, determinando, com exatidão, seu 
verdadeiro desígnio, ao demarcar os casos todos a que se estende sua aplicação.”. 
O art. 111 determina que alguns assuntos sejam interpretados literalmente, ou seja, sem ampliações. 
Já o art. 112 prega a interpretação mais favorável em caso de dúvida. Assim, em havendo dúvidas quanto 
à aplicação da lei, ela deve ser aplicada de forma mais benéfica para o contribuinte. 
A integração ocorre nos casos de lacunas da lei, quando o aplicador deverá preenchê-la utilizando-se 
dos elementos previstos no art. 108, CTN. 
 
Eis as normas do CTN sobre a matéria: 
 
CAPÍTULO IV 
Interpretação e Integração da Legislação Tributária 
 
Art. 107. A legislação tributária será interpretada conforme o disposto neste Capítulo. 
 
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação 
tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada: 
I - a analogia; 
II - os princípios gerais de direito tributário; 
III - os princípios gerais de direito público; 
 
10 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
[...] 
III - cobrar tributos: 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; 
11 SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2014. 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 34 
IV - a equidade. 
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. 
§ 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. 
 
Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do 
conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos 
respectivos efeitos tributários. 
 
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, 
conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição 
Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos 
Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. 
 
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: 
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; 
II - outorga de isenção; 
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. 
 
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da 
maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: 
I - à capitulação legal do fato; 
II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus 
efeitos; 
III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; 
IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. 
 
Questões 
 
01. (SEFAZ/RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - FGV/2011) Não pode(m) ser usado(a)(s) como 
técnica de interpretação e integração da legislação tributária 
(A) a equidade. 
(B) os princípios gerais de direito tributário. 
(C) os costumes. 
(D) os princípios gerais de direito público. 
(E) a analogia. 
 
02. (PC/DF - Delegado de Polícia - FUNIVERSA/2015) Com base no disposto no Código Tributário 
Nacional (CTN) acerca das normas gerais de direito tributário, assinale a alternativa correta. 
(A) A interpretação da lei tributária que defina infrações ou estabeleça penalidades deve proteger, em 
caso de dúvida quanto à capitulação legal do fato, o interesse da coletividade, de forma mais favorável 
ao fisco. 
(B) A lei tributária não poderá retroagir ou ser aplicada a ato pretérito que ainda não tenha sido 
definitivamente julgado, mesmo que o cometimento desse ato não seja mais definido como infração. 
(C) Os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas entram em vigor na data da sua 
publicação, salvo disposição em contrário. 
(D) A outorga de isenção, a suspensão ou exclusão do crédito tributário e a dispensa do cumprimento 
de obrigações tributárias acessórias devem ser interpretadas sistematicamente e, sempre que possível, 
de forma extensiva. 
(E) As decisões dos órgãos singulares ou coletivos no âmbito da jurisdição administrativa entrarão em 
vigor quarenta e cinco dias após a data da sua publicação quando a lei atribuir a elas eficácia normativa. 
 
03. (TCM-RJ – Procurador– FGV–2008) Assinale a afirmativa correta 
(A) A lei tributária que define infrações ou lhe comina penalidades interpreta-se da maneira mais 
favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto à capitulação legal do fato, bem como quanto à natureza 
ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos. 
(B) Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária 
utilizará sucessivamente, na ordem indicada: a analogia; os princípios gerais de direito tributário; os 
princípios gerais de direito e a equidade. 
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. 35 
(C) A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas 
de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições 
dos Estados, pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios ou pelas leis complementares, 
para definir ou limitar competências tributárias. 
(D) Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: suspensão, extinção ou 
exclusão do crédito tributário; outorga de isenção e dispensa do cumprimento de obrigações tributárias 
acessórias. 
(E) A definição legal do fato gerador é interpretada considerando-se a validade jurídica dos atos 
efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu 
objeto ou dos seus efeitos. 
 
04. (TJ-PA – Juiz– FGV–2007) Com base no CTN, em relação à legislação tributária, assinale a 
afirmativa incorreta. 
(A) O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. 
(B) O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa de pagamento de tributo devido. 
(C) A lei tributária se aplica a ato ou fato pretérito, quando o ato não definitivamente julgado cominar 
penalidade menos severa que a prevista na lei ao tempo da sua prática ou reduzir o valor do tributo 
devido. 
(D) Dentre as normas complementares das leis, dos tratados e convenções internacionais e dos 
decretos, encontram-se as práticas reiteradas observadas pelas autoridades administrativas. 
(E) A lei tributária que define infrações ou lhe comina penalidades, em caso de dúvida quanto à 
natureza da penalidade aplicável ou a sua graduação, deve ser interpretada de maneira mais favorável 
ao acusado. 
 
05. (AGU-PFN – Procurador– ESAF–2012) Sobre os tratados e as convenções internacionais em 
matéria tributária, a teor do disposto no Código Tributário Nacional, revogam a legislação tributária interna, 
e serão observados pela que lhes sobrevenha. Sobre o tema, é incorreto afirmar que: 
(A) consoante entendimento do STF, ainda quando fundados em tratados de integração, como no 
âmbito do Mercosul, os tratados e convenções internacionais só produzem efeito internamente após se 
completar o ciclo de aprovação interna previsto na Constituição Federal. 
(B) a expressão “revogam” não cuida, a rigor, de uma revogação, mas de uma suspensão da eficácia 
da norma tributária nacional, que readiquirá a sua aptidão para produzir efeitos se e quando o tratado for 
denunciado. 
(C) as normas classificadas pela doutrina como softlaw, que irradiam seus efeitos tanto no âmbito do 
direito internacional público como no privado, devem ser vistas apenas como fonte indireta de direito 
tributário. 
(D) o sistema constitucional brasileiro não consagra o princípio do efeito direto e nem o postulado da 
aplicabilidade imediata dos tratados e convenções internacionais. 
(E) internamente, os tratados internacionais são equivalentes às leis ordinárias nacionais, salvo nas 
exceções constitucionalmente previstas, em que as normas de tratados sobre direitos humanos são 
equiparados às normas constitucionais. Há, portanto, hierarquia entre os próprios tratados. 
 
06. (AGU-PFN – Procurador– ESAF–2006) Considerando os temas “vigência e aplicação da 
legislação tributária” e “interpretação e integração da legislação tributária” e as disposições do CTN, 
marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. 
( ) O emprego da analogia pode resultar na exigência de tributo. 
( ) A lei tributária aplica-se ao ato ou fato pretérito, quando for interpretativa, ressalvadas as hipóteses 
em que redundar na aplicação de penalidade. 
( ) Quando extinguir tributo, a lei tributária pode ser aplicada a fato anterior à sua vigência. 
( ) A lei que disponha sobre moratória e remissão do crédito tributário deve ser interpretada, segundo 
o Código Tributário Nacional, em benefício do contribuinte. 
 
(A) F, F, V, F 
(B) V, V, F, F 
(C) F, V, V, F 
(D) V, F, F, V 
(E) F, V, V, V 
 
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. 36 
07. (DPE-AM – Defensor– IC–2011) A respeito da vigência, aplicação e interpretação das normas 
tributárias indique a alternativa CORRETA: 
(A) Regra geral, a lei tributária começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de 
oficialmente publicada. No entanto, salvo disposição em contrário, os atos normativos expedidos pelas 
autoridades administrativas entram em vigor 30 (trinta) dias após a data da sua publicação. 
(B) Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária 
utilizará sucessivamente e em ordem preferencial a analogia, os princípios gerais do direito tributário, os 
princípios gerais do direito privado e a equidade. A utilização dos princípios gerais de direito privado 
restringe-se à pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, 
inclusive para definição dos respectivos efeitos tributários. 
(C) Excepciona o princípio da irretroatividade, aplicando-se a fato pretérito, a lei expressamente 
interpretativa, e, nas hipóteses de atos não submetidos à coisa julgada, a lei que mitigue determinada 
penalidade pecuniária aplicável para as situações de descumprimento da obrigação tributária principal. 
(D) Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre suspensão, extinção ou 
exclusão do crédito tributário, outorga de isenção e dispensa do cumprimento de obrigações tributárias 
acessórias. 
(E) O Código Tributário Nacional admite a interpretação benigna exclusivamente para a lei que 
disponha sobre infrações, anistia e comine penalidades, sendo necessária a existência de dúvida sobre 
a tipicidade do fato, a autoria, imputabilidade ou punibilidade. 
 
Resposta 
 
1. Resposta: C 
Nos termos do que dispõe o artigo 108 do CTN, os costumes não estão inseridos como técnica de 
interpretação e integração da legislação tributária. 
 
2. Resposta: C 
Segundo preleciona o artigo 103 do CTN, salvo disposição em contrário, entram em vigor: 
I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação. 
 
03. RESPOSTA Alternativa A. (A) Art. 112, I e II, CTN. (B) Art. 108, I, II, III e IV, CTN. (C) Art. 110, 
CTN. (D) Art. 111, I, II e III, CTN. (E) Art. 118, I, CTN. 
 
04. RESPOSTA Alternativa C. (A) Art. 108, § 1º, CTN. (B) Art. 108, § 2º, CTN. (C) Art. 106, II, c, CTN. 
(D) Art. 100, III, CTN. (E) Art. 112, IV, CTN. 
 
05. RESPOSTA Alternativa E. STF, ADI 1.480; e art. 5º, § 3º, CF. 
 
06. RESPOSTA Alternativa C. (1ª) Falsa. Art. 108, § 1º, CTN. (2ª) Verdadeira. Art. 106, I, CTN. (3ª) 
Verdadeira. Art. 150, III, a, CF, c/c art. 106, CTN. (4ª) Falsa. Art. 112, CTN. 
 
07. RESPOSTA Alternativa C. (A) Incorreta – art. 103, I, CTN. (B) Incorreta – art. 108, I a IV, CTN. 
(C) Correta – art. 106, I e II, c, CTN. (D) Incorreta – art. 111, I a III, CTN. (E) Incorreta – art. 112, I a IV, 
CTN. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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. 37 
 
 
5. Obrigação tributária. 
 
5.1 Definição e natureza jurídica. 
 
A obrigação tributária nasce com a ocorrência do fato gerador. Assim, quando o sujeito realiza o 
comportamento descrito na lei como fato gerador de um tributo, surge entre ele e o Estado um vínculo 
jurídico subjetivo que é chamado de obrigação tributária. 
Podemos conceituar obrigação como sendo “o vínculo jurídico pelo qual uma pessoa (sujeito ativo), 
com base na lei ou em contrato (causa), pode exigir de outra, ou de um grupo de pessoas (sujeito passivo), 
o cumprimento de uma prestação possível, determinável e possuindo expressão econômica (objeto)”.12 
A obrigação tributária se enquadra perfeitamente nos conceitos acima delineados, particularizado-se 
pelo seu objeto, o qual “será sempre uma prestação de natureza tributária,portanto um dar, fazer ou não 
fazer de conteúdo pertinente ao tributo. O objeto da obrigação tributária pode ser: dar uma soma 
pecuniária ao sujeito ativo, fazer algo (por exemplo, emitir nota fiscal, apresentar declaração de 
rendimentos) ou não fazer algo (por exemplo, não embaraçar a fiscalização). É pelo objeto que a 
obrigação revela sua natureza tributária”.13 
Como o direito tributário é ramo do direito público a obrigação tributária é uma obrigação de direito 
público, fato que a torna indisponível pelo administrador fiscal, pois este não é o credor da obrigação. O 
credor ou sujeito ativo da obrigação tributária será sempre o Estado ou outra pessoa jurídica de direito 
público a que a lei tenha atribuído essa condição. 
A obrigação tributária é uma obrigação ex lege, o que significa que a obrigação tributária nasce da lei. 
O direito do Fisco cobrar o tributo e o dever do contribuinte efetuar o pagamento decorrem da lei. É 
irrelevante para o nascimento da obrigação tributária a vontade do contribuinte, este querendo ou não, 
uma vez realizado o fato da realidade que tem como consequência a obrigação de pagar o tributo, tem o 
dever de efetivar o pagamento. 
 
5.2 Obrigação principal e acessória. 
 
Conforme previsto no CTN, pode ser concluído que a obrigação tributária pode ser principal ou 
acessória. 
A obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato da realidade previsto na norma como 
o fato que gera, que faz surgir, a obrigação do pagamento do tributo. A obrigação tributária principal é 
sempre uma obrigação de dar dinheiro (pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária), portanto 
sempre terá natureza patrimonial. 
A obrigação tributária acessória decorre da legislação tributária (art. 96 do CTN) e consiste em 
prestações positivas (fazer) ou negativas (não fazer, tolerar), impostas ao contribuinte para facilitar a 
administração e a fiscalização tributária. 
A obrigação acessória não tem caráter patrimonial, mas decorre da legislação tributária e tem por 
objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da 
fiscalização dos tributos. Ex.: entregar declaração anual, escriturar livro de apuração do lucro real, emitir 
nota fiscal, promover levantamentos físicos etc. 
 
12 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 16ª ed. São Paulo: Saraiva: 2004. 
13 MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 17ª ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Malheiros: 2000. 
5. Obrigação tributária: conceito e espécies 
(principal e acessória). 6. Sujeitos ativos da 
obrigação tributária. 7. Sujeito passivo da obrigação 
tributária: contribuinte e responsável, solidariedade, 
responsabilidade por substituição, por sucessão, o 
terceiro responsável, responsabilidade por 
infrações. Repartição das Receitas Tributárias. 
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Segundo o CTN, a obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em 
obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. Esse é o sentido do § 3º do artigo 113 do CTN. 
O descumprimento de uma obrigação de fazer ou não fazer (acessória) gera uma obrigação de dar 
(principal), consistente na multa tributária. Podem estar previstas na legislação tributária (as obrigações 
acessórias), não necessariamente em lei, embora a sanção tenha de estar prevista em lei 
 
5.3 Fato gerador. 
 
A lei prevê abstratamente determinadas situações que dão ensejo ao surgimento de obrigações 
tributárias. A previsão abstrata é conhecida como hipótese de incidência, enquanto sua concretização 
no plano fático denomina-se fato gerador, embora a legislação utilize os dois termos 
indiscriminadamente. Note-se que isto não é privativo do direito tributário, pois os direitos em geral têm 
fatos geradores: são os fatos jurídicos. A denominação fato gerador é preferida no Brasil, embora haja 
registro de muitas outras, como suporte fático, situação base de fato, fato imponível, fato tributário etc. 
Há também quem se utilize simplesmente dos termos fato gerador abstrato e fato gerador concreto. 
Incidência significa adequação, subsunção da situação fática (fato gerador) à previsão normativa 
(hipótese de incidência), enquanto a não-incidência é definida por exclusão. Não existe, assim, hipótese 
de não-incidência: a hipótese é sempre de incidência. 
Em direito tributário, o fato gerador deve ser definido em lei formal (CTN, art. 97, III). Isso, na verdade, 
é decorrência direta do art. 5º, II, da CF/88. Enquanto o art. 114 do CTN se refere ao fato gerador da 
obrigação principal (isto é, a que tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade – CTN, art. 113, § 
1º), o art. 115 do Código disciplina o fato gerador da obrigação acessória (de fazer ou não fazer, todas as 
demais – art. 113, § 2º), a qual não está sujeita à reserva de lei formal. Porém, ao se referir a fato gerador, 
a doutrina sempre tem em vista o fato gerador de tributo. 
Há ainda o fato gerador presumido, previsto diretamente na Constituição (art. 150, § 7º) para os casos 
de substituição tributária progressiva, para frente ou subsequente: “A lei poderá atribuir a sujeito 
passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou 
contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial 
restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido”. 
Caso o fato gerador consistir numa relação jurídica condicional, aplicam-se os arts. 116, II e 117 do 
CTN. Se a condição é suspensiva, o fato gerador somente ocorre quando do implemento da condição. 
Porém, se a condição é resolutiva, o fato gerador ocorre com a prática do ato ou celebração do negócio. 
 
Os fatos geradores podem ser classificados em: 
 
a) instantâneos, quando ocorrem em um momento plenamente identificável (ex.: saída do produto do 
estabelecimento); 
b) continuados, quando constituem situações jurídicas que se prolongam no tempo como um 
verdadeiro status jurídico (ex.: propriedade de um imóvel); e 
c) de período, períodicos ou complexivos, quando correspondem a situações compostas por diversos 
fatos considerados no seu conjunto (ex.: rendimentos anuais da pessoa física). 
 
A lei instituidora de um tributo define não apenas a hipótese de incidência (antecedente da norma) 
como prescreve a obrigação decorrente (consequente) em seus diversos aspectos. Quanto ao 
antecedente ou hipótese, a norma tributária impositiva prevê: 
a) um aspecto material (o que – fato gerador); 
b) um aspecto espacial (onde – território no qual a ocorrência do fato implica o surgimento da obrigação 
tributária); e 
c) um aspecto temporal (quando – momento em que ocorre o fato gerador). 
 
Quanto ao consequente ou prescrição, a norma prevê: 
 
a) um aspecto pessoal (quem – sujeitos ativo e passivo da obrigação) e 
b) um aspecto quantitativo (base de cálculo e alíquotas quanto – critérios de cálculo da prestação). 
 
Normalmente o aspecto espacial confunde-se com o território do ente tributante (princípio da 
territorialidade), o que comporta exceções (ex.: CTN, art. 43, § 2º). O aspecto temporal não deve ser 
confundido com o prazo de recolhimento do tributo, que sequer integra a norma tributária impositiva e não 
está sujeito à reserva de lei, nem à anterioridade. Repita-se, o aspecto temporal define apenas o momento 
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. 39 
da ocorrência do fato gerador, a partir de quando o tributo será devido. Isso é importantíssimo para fins 
de atualização monetária e termo inicial de incidência dos juros moratórios. 
No que tange ao aspecto quantitativo, a lei pode prever um valor fixo, o enquadramento em tabelas ou 
a aplicação de uma alíquota sobre uma base de cálculo. 
 
6. Sujeito ativo. 
 
Sujeito ativo é a pessoa jurídica de direito público, titular do direito subjetivo de exigir a prestaçãopecuniária (tributo ou penalidade) ou a prestação não-pecuniária positiva ou negativa. A sujeição ativa 
está relacionada à capacidade ativa, que pode ser delegada pelo ente que detém a competência tributária. 
Assim, não necessariamente será sujeito ativo o detentor da competência tributária, mas sim quem 
possui capacidade tributária ativa. Apenas pessoas jurídicas de direito público podem ser sujeitos ativos 
de obrigação tributária. Isso não significa, porém, que pessoa jurídica de direito privado não possa ser 
destinatária do produto da arrecadação ou mesmo responsável pela retenção. 
Segundo o CTN: 
 
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência 
para exigir o seu cumprimento. 
 
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se 
constituir pelo desmembramento territorial de outra, subroga-se nos direitos desta, cuja legislação 
tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria. 
 
7. Sujeito passivo. 
 
Sujeito passivo é a pessoa natural ou jurídica, privada ou pública, ou mesmo o ente despersonalizado, 
de quem se exige o cumprimento da prestação pecuniária (tributo ou penalidade) ou a prestação não-
pecuniária positiva ou negativa. Divide-se em: 
 
a) Contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato 
gerador; é ele quem realiza o fato gerador; 
 
b) Responsável, qualquer outra pessoa que esteja obrigada, POR FORÇA DE LEI, a pagar o tributo, 
seja em lugar do contribuinte ou junto a ele, direta, solidária ou subsidiariamente. 
 
Nesse sentido, confira-se o que dispõe o CTN: 
 
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo 
ou penalidade pecuniária. 
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: 
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo 
fato gerador; 
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de 
disposição expressa de lei. 
 
O responsável poderá ser um sucessor ou um terceiro, e poderá responder solidária ou 
subsidiariamente, ou, ainda, por substituição: 
 
Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que 
constituam o seu objeto. 
 
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à 
responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para 
modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. 
 
O critério adotado pelo CTN para distinguir contribuinte e responsável é denominado, pela doutrina, 
critério da proximidade: o contribuinte é quem tem a relação imediata, mais próxima, direta com o fato 
gerador; o responsável tem uma relação indireta, sua ligação com o fato é mais distante, mais remota. 
 
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Porém, é absolutamente ilegítima a definição de um responsável tributário que não tenha qualquer 
relação com o fato gerador. Ademais, somente lei poderá criar hipóteses de responsabilidade tributária. 
 
7.1 Solidariedade. 
 
A solidariedade tem contornos próprios no Direito Tributário. Difere da solidariedade do Direito Civil 
pois aqui somente cabe a solidariedade passiva e não existe a figura da solidariedade consensual, logo 
somente a lei pode determiná-la. Há dois casos de solidariedade previstas no CTN, abaixo: 
 
Art. 124. São solidariamente obrigadas: 
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da 
obrigação principal; 
II - as pessoas expressamente designadas por lei. 
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem. 
 
O primeiro caso é a chamada solidariedade natural e não precisa de lei específica para sua 
ocorrência. Ex: João e José são proprietários de uma casa, logo, ambos são devedores solidários do 
IPTU, porquanto possuem interesse comum na situação que constitui o fato gerador. 
Já no segundo caso a lei determina quem será solidário independente de esse ter ou não interesse 
comum na situação que constitui o fato gerador. Os efeitos da solidariedade vem descritos no art. 125 do 
CTN: 
 
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade: 
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; 
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada 
pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo; 
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica 
aos demais. 
 
Alguns benefícios fiscais podem ser concedidos de forma subjetiva, ou seja, considerando as 
características pessoais do sujeito. Nessa hipótese, a pessoa para se beneficiar deve comprovar 
satisfazer tais condições. É o que acontece, por exemplo, com as isenções para as pessoas portadoras 
de necessidades especiais. 
Em se tratando de efeito de solidariedade, se a isenção (dispensa legal do pagamento) ou a remissão 
(perdão) forem concedidas objetivamente, beneficia a todos os devedores solidários, porém se forem 
concedidas de forma subjetiva, somente beneficiará aquele devedor que comprovar o cumprimento dos 
requisitos legais. Sendo um dos devedores solidários beneficiado pela isenção ou pela remissão, a 
obrigação tributária subsistirá em relação aos demais, porém deve-se descontar a parte do isento ou 
remido. 
 
7.2 Capacidade tributária. 
 
Capacidade Tributária é a aptidão para realizar o fato gerador e ocupar o polo passivo da relação 
jurídico-tributária. Não guarda relação com a capacidade civil, sendo bem mais ampla, veja-se a norma 
do CTN a respeito: 
 
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe: 
I - da capacidade civil das pessoas naturais; 
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do 
exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens 
ou negócios; 
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade 
econômica ou profissional. 
 
Vê-se que, para o Direito Tributário não importa a idade da pessoa, nem sua condição mental ou 
regularidade jurídica, realizando o fato gerador, a pessoa física ou jurídica torna-se sujeito passivo da 
obrigação tributária. É por isso que uma criança, uma empresa juridicamente irregular e até mesmo os 
chamados loucos de todo gênero podem ser sujeitos passivos da obrigação tributária. 
 
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. 41 
7.3 Domicílio tributário. 
 
Domicílio Tributário é o local para onde o Fisco envia suas notificações, determina a repartição 
competente para o recolhimento do tributo e onde a pessoa será juridicamente demandada. 
O CTN traça as regras no art. 127, leia-se: 
 
Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma 
da legislação aplicável, considera-se como tal: 
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou 
desconhecida, o centro habitual de sua atividade; 
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, 
ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento; 
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da 
entidade tributante. 
§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo, 
considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos 
bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação. 
§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou 
dificulte a arrecadaçãoou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo 
anterior. 
 
A regra é que o contribuinte eleja seu domicílio tributário, caso não o faça aplicam-se as regras dos 
incisos acima. 
Não sendo possível a aplicação dessas regras ou sendo o domicílio eleito recusado pela autoridade 
administrativa, aplica-se a regra do § 1º. 
Assim: 
a) se o sujeito elegeu seu domicílio e esse não foi recusado: esse será seu domicílio. 
b) em não havendo eleição: aplica-se as regras dos incisos do art. 127; 
c) se as regras dos incisos não forem suficientes ou se a autoridade administrativa recusar o domicílio 
eleito: aplica-se o § 1°. 
 
7.4 Responsabilidade tributária. 
 
O polo passivo da obrigação tributária é composto pelo contribuinte ou pelo responsável. A 
responsabilidade decorre de lei mas, o responsável deve ter alguma relação com o fato gerador, desde 
que não seja pessoal e direta. 
 
O art. 128 do CTN traça as regras gerais sobre responsabilidade tributária: 
 
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a 
responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva 
obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter 
supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. 
 
Modalidades de Responsabilidade 
 
A doutrina classifica a responsabilidade tributária em por substituição e por transferência. Essa última 
é subdividida em por sucessão (arts. 130 a 133, CTN), por solidariedade (art. 124, CTN) e de terceiros 
(art. 134, CTN). 
 
O CTN divide as hipóteses de responsabilidade em: responsabilidade dos sucessores (arts. 129 a 
133), responsabilidade de terceiros (arts. 133 e 134) e responsabilidade por infrações (arts 136 a 138). 
Passemos ao estudo de cada modalidade. 
 
Responsabilidade por Transferência 
 
A obrigação tributária nasce com um determinado devedor no polo passivo mas, a ocorrência de fato 
determinado por lei faz com que haja a transferência da sujeição passiva. Ex: Imagine que um proprietário 
de imóvel venha a falecer. A sujeição passiva do IPTU será transferida para o espólio. 
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. 42 
 
Responsabilidade por Substituição 
 
Nesse caso não há mudança na sujeição passiva posto que a lei, desde o início determina que a 
sujeição passiva recaia sobre pessoa diferente do contribuinte. Ex: fonte pagadora. 
A substituição tributária pode ser regressiva quando as pessoas que ocupam posições anteriores nas 
cadeias de produção e circulação são substituídas por aquelas que ocupam posições posteriores, ou 
progressiva, hipótese em que as pessoas que ocupam posições posteriores nessas cadeias são 
substituídas por pessoas que ocupam posições anteriores. 
 
7.5 Responsabilidade dos sucessores. 
 
O art. 129 do CTN define regra quando ao marco temporal da transferência da responsabilidade: 
 
Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários definitivamente 
constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos constituídos 
posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a 
referida data. 
 
Percebe-se que o marco é a data da ocorrência dos eventos que a lei definiu como aptos a gerar a 
sucessão. 
O adquirente de bens imóveis é um sucessor e sua responsabilidade está disciplinada no art. 130, 
CTN: 
 
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o 
domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de 
serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos 
respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. 
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o 
respectivo preço. 
 
Por esse dispositivo o adquirente sucede ao alienante no polo passivo da obrigação tributária, portanto, 
é uma sub-rogação pessoal em que ocorrendo a mudança do sujeito passivo, o adquirente passa a ser 
responsável pelo montante devido. 
Somente não responderá pelos débitos anteriores quando houver no título de transferência de 
propriedade, prova da quitação dos tributos. 
Em se tratando de arrematação em hasta pública, a sub-rogação é real, posto que o valor pelo qual o 
bem é arrematado é que irá sub-rogar. 
 
Quando se trata de adquirente de bens móveis a responsabilidade é pessoal por força do disposto 
no art. 131, I, CTN. O mesmo art. 131 disciplina a responsabilidade pessoal, veja-se: 
 
Art. 131. São pessoalmente responsáveis: 
I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos; 
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a 
data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado 
ou da meação; 
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. 
 
Ocorre a remição quando o cônjuge, o ascendente ou o descendente, exercendo a ordem de 
preferência, resgata o bem que garante execução fiscal. 
Na sucessão causa mortis a responsabilidade tributária será do espólio no período entre a abertura 
da sucessão e a conclusão do processo de inventário, porquanto, até a morte o falecido era contribuinte. 
O espólio também será contribuinte dos fatos geradores realizados no período compreendido entre a 
morte e a formalização da partilha. Após essa serão contribuintes os sucessores a qualquer título e o 
cônjuge meeiro. 
Logo, o espólio somente será pessoalmente responsável pelos tributos que o falecido devia até a data 
da abertura da sucessão. 
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. 43 
Caso o espólio não pague os tributos que deve, seja como responsável, seja como contribuinte, o 
sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro serão pessoalmente responsáveis, até o limite de seus 
respectivos quinhões. 
 
Há também a sucessão empresarial disciplina nos arts 132 e 133 do CTN: 
 
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou 
incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas 
pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas 
de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer 
sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. 
 
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer 
título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a 
respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, 
responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do 
ato: 
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; 
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis 
meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, 
indústria ou profissão. 
§ 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial: 
I – em processo de falência; 
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial. 
§ 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for: 
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor 
falido ou em recuperação judicial; 
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do devedor 
falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios;ou 
III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo 
de fraudar a sucessão tributária. 
§ 3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade 
produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo 
de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de 
créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. 
 
7.6 Responsabilidade de terceiros. 
 
O CTN trata dessa temática em dois dispositivos que diferenciam-se pelo tipo de atuação do terceiro. 
No art. 134 a atuação foi regular, ou seja, sem afronta à lei, ao contrato social ou aos estatutos, já no art. 
135 a atuação foi irregular. Veja-se: 
 
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal 
pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas 
omissões de que forem responsáveis: 
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; 
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; 
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; 
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; 
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; 
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os 
atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; 
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter 
moratório. 
 
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. 44 
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações 
tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato 
social ou estatutos: 
I - as pessoas referidas no artigo anterior; 
II - os mandatários, prepostos e empregados; 
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. 
 
7.7 Responsabilidade por infrações. 
 
A responsabilidade por infrações em Direito Tributário independe da intenção do agente, é o que se 
chama de responsabilidade objetiva, porém, em alguns casos o dolo serve como agravador da punição. 
Frise-se: a responsabilidade objetiva é a regra, contudo, é possível que a lei imponha a 
responsabilidade subjetiva, basta que isso fique expresso. 
O termo responsável deve ser entendido em sentido amplo, visto que a pessoa responsável pela 
infração é aquela que a cometeu e que, portanto, deve sofrer a punição. 
A penalidade mais comum em Direito Tributário é a multa mas, nos casos de alguns tributos como o 
imposto de importação e o imposto de exportação, é possível a aplicação da pena de perdimento e a 
proibição de gozo de regimes especiais de tributação. 
Como se trata de infração aplica-se o princípio do “in dubio pro reo”, ou seja, em caso de dúvida sobre 
a caracterização ou não da sonegação, da fraude ou do conluio, o contribuinte deve ser punido com a 
multa mais amena. 
A regra básica é que as consequências do ato ilícito sejam suportadas por aquele que o praticou, logo, 
em regra, a punição deve atingir direta e exclusivamente a pessoa física ou jurídica que violou o 
ordenamento jurídico. 
Contudo, o art. 137 do CTN traz hipóteses que o agente que praticou o ato em nome da pessoa jurídica, 
seja responsabilizado. Assim, a pessoa jurídica ocupará o polo passivo na qualidade de contribuinte do 
tributo e não de responsável pelo ilícito. 
 
O inciso I do referido artigo trata dos crimes e contravenções, portanto, das infrações de ordem 
criminal. Assim, todo aquele que cometer um crime tributário será pessoalmente responsável, a não ser 
que tenha agido no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no 
cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito. 
 
Já o inciso II cuida das infrações administrativas que tenha o dolo como elementar, ou seja, são as 
infrações em que exige-se do sujeito passivo uma intenção específica, ex: “obter vantagem para si”. 
 
Por fim, o inciso III trata das infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico de 
determinadas pessoas contra aquelas em nome das quais praticam esses atos. Isso ocorre quando, tendo 
uma pessoa o dever de zelar por outra, não o faz e, pior, procura prejudica-la ao praticar um ilícito. 
 
Eis a regra do art. 136 do CTN: 
 
Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação 
tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e 
extensão dos efeitos do ato. 
O art. 137 trata da responsabilidade pessoal do agente. A regra é que aquele que cometeu o ato ilícito 
deverá suportar suas consequências de forma pessoal, veja-se: 
 
Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente: 
I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando 
praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no 
cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito; 
II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar; 
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico: 
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem; 
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou 
empregadores; 
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra 
estas. 
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. 45 
 
Denúncia Espontânea 
 
Esse instituto está regulamentado no art. 138 do Código Tributário Nacional: 
 
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, 
se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância 
arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. 
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de 
qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. 
 
A denúncia espontânea tem o poder de afastar a responsabilidade daquele que cometeu uma infração 
tributária, entretanto, para que isso ocorra é preciso que a pessoa confesse o ato antes que o Fisco realize 
qualquer providência tendente a lançar o tributo. 
Registre-se que para fins de estabelecer esse marco se faz necessária a comunicação formal ao 
sujeito passivo do início do procedimento. Essa comunicação deve conter ainda o período e os tributos 
que são objeto de apuração. 
Além da confissão em momento correto, é preciso que o sujeito recolha o valor devido a título de tributo 
acrescido dos juros de mora correspondente, porém, se não for possível a apuração de plano do valor do 
crédito tributário, deve o sujeito recolher o valor arbitrado pela autoridade fiscal. 
Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, o benefício da denúncia espontânea não se 
aplica às obrigações acessórias. 
Esse mesmo Tribunal entende ainda que o benefício não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento 
por homologação declarados e não pagos. É o diz a Súmula 360: 
 
 
SÚMULA N. 360 –STJ -O benefício da denúncia espontânea não se aplica 
aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente 
declarados, mas pagos a destempo. 
 
 
Questões 
 
01. (TCM/GO – Procurador do Ministério Público de Contas – FCC/2015) De acordo com o Código 
Tributário Nacional, a obrigação tributária 
(A) secundária não tem existência independentemente da obrigação tributária primária. 
(B) secundária, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação essencial de pagar 
penalidade pecuniária(C) acessória tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade. 
(D) acessória decorre necessariamente de decreto. 
(E) acessória tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, previstas na legislação tributária. 
 
02. (CODEBA –Advogado– FGV–2010) Assinale a alternativa correta acerca da obrigação tributária. 
(A) A suspensão da exigibilidade do crédito tributário não impede a execução fiscal. 
(B) Apesar da solidariedade das pessoas que tenham interesse comum na situação que constituiu o 
fato gerador da obrigação tributária, não há possibilidade de benefício de ordem, certo que o pagamento 
efetuado por um dos obrigados não exime a responsabilidade dos demais. 
(C) O contribuinte de direito pode reclamar a restituição do tributo indireto pago indevidamente, desde 
que, por sua natureza, comporte a transferência do respectivo encargo financeiro. 
(D) O sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou 
penalidade pecuniária. 
(E) A exigência de depósito prévio de parcela do tributo questionado como condição para interposição 
de recurso administrativo, no âmbito do contencioso fiscal, implica ofensa ao princípio constitucional da 
ampla defesa 
 
03. (TCM-RJ – Procurador– FGV–2008) Com base no CTN, assinale a alternativa correta. 
(A) Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou 
a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais 
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. 46 
bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando 
conste do título a prova de sua quitação. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação 
ocorrerá em relação ao adquirente. 
(B) A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra 
ou em outra é responsável pelos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas de direito 
privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. Contudo, tal hipótese não se aplica aos casos de 
extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja 
continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob 
firma individual. 
(C) A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de 
comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, 
sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao 
fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato: integralmente, se o alienante cessar a 
exploração do comércio, indústria ou atividade; e subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir 
na exploração ou iniciar, depois de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo 
ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. 
(D) Na visão do STJ, o mero inadimplemento de tributo constitui infração; por isso, os sócios, 
administradores ou não, são, em qualquer caso, pessoalmente responsáveis pelos créditos 
correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou 
infração de lei, contrato social ou estatutos 
(E) A responsabilidade tributária é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se 
for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada 
pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Não se considera 
espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de 
fiscalização, relacionados com a infração. 
 
04. (TJ-MS – Juiz– FGV–2008) De acordo com o Código Tributário Nacional, a pessoa jurídica de 
direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, 
industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob 
firma ou nome individual, responderá pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, 
devidos até a data do ato, de forma: 
(A) integral se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade. 
(B) integral, se este prosseguir na exploração ou iniciar, dentro de seis meses a contar da data da 
alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. 
(C) subsidiária com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar, após seis meses a contar 
da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. 
(D) subsidiária com o alienante, independentemente se este prosseguir ou na exploração ou iniciar, 
dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de 
comércio, indústria ou profissão. 
(E) exclusiva do alienante, não havendo responsabilidade do adquirente, já que as dívidas tributárias 
são daquele. 
 
05. (Curitiba-PR - Procurador– PUCPR– 2007) A expressão “fato gerador” é criticada por vários 
segmentos da doutrina em razão de que: 
(A) não importa, para a análise das obrigações tributárias, a investigação sobre os fatos que deram 
origem a elas. 
(B) o fato concreto, legalmente descrito, quando ocorrido, nenhum efeito gera. 
(C) as situações concretas relevantes para o Direito Tributário não são os fatos jurídicos, e sim os atos 
jurídicos. 
(D) alude, ao mesmo tempo, à previsão abstrata da norma e à situação concreta a que ela se refere. 
(E) a obrigação tributária principal não nasce, segundo o CTN, com a ocorrência do fato gerador. 
 
06. (TJ-MG – Juiz– VUNESP–2012) Assinale a alternativa que apresenta informação incorreta. 
(A) São solidariamente responsáveis tributários as pessoas que tenham interesse comum na situação 
que constitua o fato gerador da obrigação tributária. 
(B) A isenção ou a remissão de crédito tributário, na hipótese de solidariedade, exonera, sem 
ressalvas, todos os obrigados. 
(C) A responsabilidade é solidária quando tanto o contribuinte quanto o responsável respondem sem 
o benefício de ordem. 
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. 47 
(D) A lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade tributária à terceira pessoa, quando esta 
estiver vinculada ao fato gerador da exação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-
a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da mesma obrigação. 
 
Respostas: 
 
01. Resposta: E 
A obrigação acessória é aquela que derivada de lei, impõe ao sujeito passivo a obrigação de fazer, 
não fazer ou tolerar que se faça. A alternativa correta transcreve o disposto no art. 113, § 2º do CTN. 
 
02. RESPOSTA Alternativa D. (A) Incorreta – AgRg no AREsp 156.870/RJ. (B) Incorreta – art. 125, I, 
CTN. (C) Incorreta – art. 166, CTN. (D) Correta – art. 121, CTN. (E) O gabarito aponta esta assertiva 
como incorreta, mas a consideramos correta de acordo com a Súmula Vinculante 21. 
 
03. RESPOSTA Alternativa E. Art. 130, caput, c/c art. 130, parágrafo único, CTN. (B) Art. 132, caput, 
c/c art. 132, parágrafo único, CTN. (C) Art. 133, I e II, CTN. (D) Súmula 430, STJ; e art. 135, CTN. (E) Art. 
138, caput, c/c art. 138, parágrafo único, CTN. 
 
04. RESPOSTA Alternativa A. Art. 133, I e II, CTN. 
 
05. RESPOSTA Alternativa D. Art. 114, CTN; PAULSEN, Leandro. Direito tributário, p. 911-912. 
 
06. RESPOSTA Alternativa B. (A) Correta – art. 124, I, CTN. (B) Incorreta – art. 125, II, CTN. (C) 
Correta – art. 124, parágrafo único, CTN. (D) Correta – art. 128, CTN. 
 
 
 
8 Crédito tributário. 
 
Crédito tributário é a denominação dada pelo CTN à obrigação tributária, vista sob o ângulo do sujeito 
ativo, ou seja, o direito de crédito da Fazenda Pública, já apurado pelo lançamento e dotado de certeza, 
liquidez, e exigibilidade.Ele decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza dela. 
 
8.1 Constituição de crédito tributário. 
 
Uma vez realizado o fato gerador, surge a obrigação tributária. Essa obrigação para ser exigível precisa 
passar pelo lançamento que é o ato que faz nascer o crédito tributário. Assim, o crédito é decorrente 
do lançamento e pode ser traduzido como o direito que tem o Fisco de exigir, do sujeito passivo, 
o cumprimento da obrigação tributária. 
Diz o CTN: 
 
Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. 
 
Pela leitura depreende-se a natureza do crédito tributário que é a mesma da obrigação que lhe deu 
origem. Contudo, não se deve confundir obrigação tributária (vínculo jurídico que une o Fisco ao 
contribuinte) com o crédito tributário que é o direito de exigir o cumprimento daquela. 
Somente pode haver exigência da obrigação se houver crédito tributário. 
Tendo, ambos os institutos, uma mesma natureza, pode-se afirmar que o crédito tributário possui 
natureza de relação jurídica de direito público de caráter pessoal. 
8. Lançamento: competência, regras e modalidades. 
9. Crédito tributário: suspensão. 
10.Crédito tributário: extinção. 
11. Crédito tributário: exclusão. 
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. 48 
Sendo distintos os institutos, o crédito tributário possui autonomia em relação à obrigação, senão 
vejamos: 
 
Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou 
as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a 
obrigação tributária que lhe deu origem. 
 
Contudo, a extinção do crédito importa na extinção da obrigação tributária. Uma vez constituído o 
crédito tributário aplica-se a ele o princípio da indisponibilidade do patrimônio público, logo somente a lei 
pode dispensar seu pagamento ou garantias. Abaixo: 
 
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem 
sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem 
ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as 
respectivas garantias. 
 
8.2 Lançamento. 
 
Como dito, o crédito tributário é constituído por meio do lançamento, ato que se passa a estudar. 
Segundo o CTN: 
 
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo 
lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do 
fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do 
tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade 
cabível. 
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena 
de responsabilidade funcional. 
 
O lançamento possui dupla função: declarar a existência de uma obrigação tributária e constituir o 
crédito tributário. 
Verifica-se no dispositivo supra transcrito que o legislador adotou a privatividade do Fisco para 
proceder ao lançamento, assim, não há lançamento sem a participação do Fisco ainda que essa seja 
somente tácita, como se verá nas modalidades. 
É ainda uma atividade vinculada posto que não cabe ao agente público grau de discricionariedade, ao 
contrário, a Administração deve ater-se somente à lei. 
No ato do lançamento a autoridade administrativa descreve o fato gerador qualitativa e 
quantitativamente, identifica todos os elementos da obrigação tributária e, após tudo documentado, 
procede à notificação do sujeito passivo. 
Assim, só se considera devidamente concluído o lançamento após a ciência do devedor por meio da 
notificação que pode ser por edital. 
Caso o valor do tributo esteja em moeda estrangeira a conversão para moeda nacional é feita no 
lançamento. Essa é a regra do CTN: 
 
Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em 
moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia 
da ocorrência do fato gerador da obrigação. 
 
De acordo com o art. 144 do mesmo diploma legal, aplica-se no ato do lançamento a legislação vigente 
à época do fato gerador. Assim, se o fato gerador do Imposto de Importação foi realizado em março de 
2012 e, nessa data a alíquota do referido tributo era de 2% é essa que deve ser aplicada quando do 
lançamento, ainda que a legislação tenha sido modificada. 
 
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se 
pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. 
§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da 
obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado 
os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores 
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. 49 
garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade 
tributária a terceiros. 
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por períodos certos de tempo, 
desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido. 
 
O § 1º traz exceção à regra do caput porém, nesses casos não há prejuízo para o contribuinte, por 
isso é permitido a aplicação de lei diferente. Perceba-se que a lei nova a ser aplicada trata de regras 
procedimentais do Fisco e de garantias e privilégios do crédito, não afetando e nem surpreendendo o 
contribuinte. Já o § 2º trata dos fatos geradores continuados. 
 
8.3 Modalidades de lançamento. 
 
a) Por declaração: é aquele em que o sujeito passivo ou um terceiro deve prestar informações para 
que a autoridade administrativa possa calcular o montante do tributo, identificar os sujeitos da relação e 
proceder à notificação. É uma modalidade que exige a participação do Fisco e do particular. 
 
Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, 
quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa 
informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. 
§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a 
excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de 
notificado o lançamento. 
§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício 
pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela. 
 
Os parágrafos do dispositivo acima tratam da revisão dessa modalidade de lançamento. 
Caso o particular não preste as informações necessárias ou, em ocorrendo o disposto no § 2º, o Fisco 
está autorizado a arbitrar os valores, veja-se: 
 
Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o 
preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo 
regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as 
declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo 
ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, 
administrativa ou judicial. 
 
No caso de arbitramento é necessário que a autoridade administrativa fundamente. 
 
b) De ofício: é o tipo de lançamento em que a autoridade administrativa realiza a atividade na 
totalidade, cabendo ao contribuinte somente o pagamento. Um bom exemplo é o IPTU em que o Fisco 
realiza todos os passos descritos no art.142, CTN e envia o carnê para o contribuinte efetuar o 
pagamento. É aplicado nesses casos: 
 
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos 
seguintes casos:I - quando a lei assim o determine; 
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da 
legislação tributária; 
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do 
inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de 
esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste 
satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; 
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na 
legislação tributária como sendo de declaração obrigatória; 
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no 
exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte; 
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente 
obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 50 
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com 
dolo, fraude ou simulação; 
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento 
anterior; 
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da 
autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial. 
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito 
da Fazenda Pública. 
 
Percebe-se que o lançamento de ofício pode ser originário, quando a lei assim define ou subsidiário 
nos casos em que substitui uma outra modalidade de lançamento. 
 
d) Por Homologação: é a modalidade em que o contribuinte calcula e paga antecipadamente o tributo, 
cabendo ao Fisco homologar, ou seja, manifestar concordância. Caso discorde há o lançamento de ofício. 
Caso permaneça silente, após cinco anos, considera-se que houve homologação tácita. 
 
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua 
ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade 
administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da 
atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. 
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob 
condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. 
§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, 
praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. 
§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do 
saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. 
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do 
fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se 
homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência 
de dolo, fraude ou simulação. 
 
Em regra, não se pode alterar o lançamento após a notificação do contribuinte, porém, o art. 145 do 
CTN traz taxativas exceções: 
 
Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em 
virtude de: 
I - impugnação do sujeito passivo; 
II - recurso de ofício; 
III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149. 
 
Deve-se ainda analisar o art. 146 do mesmo diploma legal: 
 
Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão administrativa ou 
judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do 
lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato 
gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. 
 
A impugnação pelo sujeito passivo é a forma como ele resiste à pretensão do Estado. Por meio dela 
se instaura a chamada fase contenciosa do lançamento. Há também a fase oficiosa que se encerra com 
a notificação. 
O sujeito passivo usa a impugnação para tentar desconstituir ou alterar o lançamento. A ele é garantido 
a ampla defesa e o contraditório. Quando da decisão, seu pedido pode ser acatado total ou parcialmente, 
logo, o lançamento será alterado ou até mesmo anulado. 
Deve-se atentar para a possibilidade de a situação do contribuinte ser alterada para pior, uma vez que 
a reformatio in pejus é permitida. 
O recurso de ofício é também conhecido como duplo grau obrigatório ou recurso necessário e ocorre 
toda vez que a Fazenda sai vencida, total ou parcialmente, de um processo. 
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. 51 
A alteração por meio de iniciativa de ofício da autoridade administrativa ocorre devido ao fato de a 
própria Administração ser responsável por auferir a legalidade de seus atos e, em sendo verificado, sua 
ausência, o ato deve ser corrigido. A correção implica em alteração do lançamento. 
 
9. Suspensão do crédito tributário. 
 
Após constituído o crédito tributário, o fisco pode imediatamente promover sua execução, já que a 
constituição o torna líquido, certo e exigível. Entretanto, existem hipóteses em que a possibilidade de 
promoção de atos de cobrança fica suspensa. São elas as seguintes: 
 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
I - moratória; 
II - o depósito do seu montante integral; 
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário 
administrativo; 
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. 
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; 
VI – o parcelamento. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações 
assessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela 
consequentes. 
 
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue , ou tem 
sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta lei, fora dos quais não podem 
ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as 
respectivas garantias. 
Importante destacar que o rol do art. 151 é exaustivo, sendo a determinação do art. 141 reforçada 
ante a norma do art. 111, I14, que determina a interpretação literal da legislação que disponha sobre 
suspensão do crédito tributário 
 
A primeira modalidade é a moratória que é a dilação do prazo para o pagamento do tributo. Pode ser 
concedida em caráter geral ou individual, quando a lei prever condições para sua concessão. Nesse caso 
há a necessidade da avaliação de cada caso para verificar se há ou não a presença dessas condições. 
O mesmo não ocorre com a moratória geral. 
 
Importante destacar que a União pode conceder moratória para tributos de competência dos 
demais entes, mas, é preciso que também conceda aos seus tributos. Por ser exceção ao princípio 
da privatividade de competência tributária essa só pode ocorrer em casos de extrema gravidade, 
de comoção social como guerras, catástrofes, etc. 
 
Vejamos as normas que o CTN traça acerca desse instituto: 
 
Art. 152. A moratória somente pode ser concedida: 
I - em caráter geral: 
a) pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se refira; 
b) pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos 
Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e às 
obrigações de direito privado; 
II - em caráter individual, por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por 
lei nas condições do inciso anterior. 
Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente a sua 
aplicabilidade à determinada região do território da pessoajurídica de direito público que a 
expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos. 
 
Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua concessão em caráter 
individual especificará, sem prejuízo de outros requisitos: 
 
14 Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: 
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; 
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. 52 
I - o prazo de duração do favor; 
II - as condições da concessão do favor em caráter individual; 
III - sendo caso: 
a) os tributos a que se aplica; 
b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a que se refere o inciso I, 
podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada caso de 
concessão em caráter individual; 
c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de concessão em caráter 
individual. 
 
Art. 154. Salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange os créditos 
definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamento já 
tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo. 
Parágrafo único. A moratória não aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito 
passivo ou do terceiro em benefício daquele. 
 
Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será 
revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer 
as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, 
cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora: 
I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de 
terceiro em benefício daquele; 
II - sem imposição de penalidade, nos demais casos. 
Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o tempo decorrido entre a concessão da 
moratória e sua revogação não se computa para efeito da prescrição do direito à cobrança do 
crédito; no caso do inciso II deste artigo, a revogação só pode ocorrer antes de prescrito o referido 
direito. 
 
Atente-se para o disposto no art. 155, CTN que prega a revogação da moratória individual quando o 
beneficiário agir com dolo, fraude ou simulação. Nesse caso a consequência será o pagamento do crédito 
acrescido de juros e penalidades e o não cômputo do prazo entre a concessão e a revogação para fins 
de prescrição. 
Caso a revogação ocorra por simples erro, sem ter o beneficiário agido com dolo, fraude ou simulação, 
tem-se como consequência o dever de pagar o tributo com juros. Não há penalidades e a revogação 
somente poderá ocorrer antes do prazo prescricional. 
A segunda modalidade é o parcelamento que também é uma dilação do prazo para pagamento do 
tributo. Eis a regulamentação dada pelo CTN: 
 
Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei 
específica. 
§ 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a 
incidência de juros e multas. 
§ 2o Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta Lei, relativas à 
moratória. 
§ 3o Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do 
devedor em recuperação judicial. 
§ 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o deste artigo importa na aplicação das 
leis gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, não 
podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica. 
 
Importante: Embora muito parecidos, os institutos da moratória e do parcelamento distinguem-se. A 
moratória somente pode ser concedida em situações excepcionais, enquanto o parcelamento é uma 
medida corriqueira. A moratória exclui a incidência de juros e multa, enquanto o parcelamento não. 
 
O depósito integral do montante é utilizado toda vez que o sujeito passivo quer discutir judicialmente 
o crédito tributário sem o risco de sofrer uma ação executiva. Assim, ele realiza o depósito integral do 
montante e suspende a exigibilidade do crédito tributário. Note-se que esse somente é necessário nas 
discussões judiciais, uma vez que os recursos e reclamações administrativas, por si só suspendem a 
exigibilidade. 
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. 53 
O simples questionamento do crédito na via administrativa, por meio de reclamações e recursos 
configura causa suspensiva. Não há necessidade de realização de depósito integral, porém, se o 
contribuinte o realizar ficará a salvo da incidência de juros e multa. 
A concessão de medida liminar em Mandado de Segurança também suspende a exigibilidade do 
crédito. Deve-se atentar que não basta a mera impetração do mandado de segurança, é necessário a 
concessão da medida liminar dentro dessa ação constitucional. 
A concessão de medida liminar ou tutela antecipada em outras ações judiciais também é causa 
suspensiva. 
 
10. Extinção do crédito tributário. 
 
As hipóteses extintivas estão descritas no art. 156 do CTN e são taxativas, somente podendo ser 
ampliadas mediante Lei complementar, veja-se: 
 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
I - o pagamento; 
II - a compensação; 
III - a transação; 
IV - remissão; 
V - a prescrição e a decadência; 
VI - a conversão de depósito em renda; 
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 
150 e seus §§ 1º e 4º; 
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; 
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, 
que não mais possa ser objeto de ação anulatória; 
X - a decisão judicial passada em julgado. 
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei 
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre 
a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 
e 149. 
 
A extinção do crédito tributário importa, em regra, também na extinção da obrigação tributária a ele 
referente. 
Algumas situações fogem a essa regra. Nas palavras de Robinson Sakiyama Barreirinhas15: “de fato, 
mesmo que o sujeito passivo pague o tributo lançado pelo fisco, extinguindo, a princípio, o crédito e a 
correspondente obrigação, pode ocorrer de a administração tributária verificar, posteriormente, algum fato 
que permita a revisão do lançamento efetuado (art. 149 do CTN). Nessa hipótese, o fisco pode rever o 
lançamento e complementar o crédito anteriormente constituído. Apesar daquele pagamento realizado 
pelo sujeito passivo, a obrigação tributária subsistiu. 
Há ainda casos em que o lançamento efetuado é revogado ou anulado por decisão administrativa ou 
judicial. 
No caso de a decisão se basear em defeito formal (lançamento efetuado por autoridade incompetente, 
por exemplo, ou erro na identificação do sujeito passivo, como outro exemplo), a decisão extingue o 
crédito tributário constituído, sem extinguir a obrigação tributária. Se ainda não ocorreu a decadência, o 
fisco poderá voltar a lançar o tributo da forma que entender correta.”. 
Passemos a estudar as causas extintivas: 
 
A primeira causa é o pagamento que ocorre quando o sujeito passivo entrega ao sujeito ativo o 
montante correspondente ao crédito tributário. Deve ser feito em dinheiro e possui algumas regras 
específicas, como se passa a estudar. 
De acordo com o art. 156, CTN, a penalidade imposta por não ter sido cumprida obrigação tributária 
(multa) não desobriga do dever de pagar o crédito de forma integral. 
O pagamento de uma prestação não faz presumir o pagamento das anteriores. 
Em não havendo regra específica, o vencimento do tributo se dá 30 dias após a notificação do sujeito 
passivo.15 BARREIRINHAS, Robinson Sakiyama. Manual de Direito Tributário: doutrina e jurisprudência. Rio de Janeiro: Forense, 2009, p. 359. 
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. 54 
O atraso no pagamento gera a incidência de juros e multa de mora, sem prejuízo da aplicação de 
penalidades. Isso não acontece no caso de consulta, expediente utilizado pelo contribuinte para sanar 
dúvidas em relação ao pagamento do tributo. Já o pagamento antecipado pode ou não gerar desconto, a 
depender de previsão na legislação tributária. 
Quando um mesmo devedor tiver débitos para com o mesmo ente, relativos ao mesmo tributo, a 
tributos diferentes, a penalidades pecuniárias ou aos juros, a imputação deve ser feita na seguinte ordem: 
primeiro paga-se os débitos em que ele seja o contribuinte e, havendo saldo, o que ele figura como 
responsável. Caso ele figure como contribuinte ou responsável de espécies tributárias diferentes, paga-
se primeiro as contribuições de melhoria, depois as taxas e os impostos. 
Agora, imagine que um mesmo devedor figure como contribuinte de vários impostos, paga-se aquele 
que estiver mais próximo de prescrever e assim por diante. Em havendo mais de um imposto com mesma 
data de prescrição, prefere-se pagar aquele que tem maior valor. 
O art. 164, CTN prevê a ação de consignação em pagamento que é utilizada pelo sujeito passivo 
quando houver recusa no recebimento, subordinação desse ao pagamento de outro tributo ou penalidade, 
ao cumprimento de obrigação acessória, de exigências administrativas sem fundamento legal e, ainda 
quando mais de um ente exigir o cumprimento de tributo idêntico sobre o mesmo fato gerador. 
Segue as regras do CTN para o pagamento: 
 
Art. 157. A imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito tributário. 
 
Art. 158. O pagamento de um crédito não importa em presunção de pagamento: 
I - quando parcial, das prestações em que se decomponha; 
II - quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos. 
 
Art. 159. Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, o pagamento é efetuado na 
repartição competente do domicílio do sujeito passivo. 
 
Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do 
crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do 
lançamento. 
Parágrafo único. A legislação tributária pode conceder desconto pela antecipação do 
pagamento, nas condições que estabeleça. 
 
Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja 
qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da 
aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. 
§ 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por 
cento ao mês. 
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor 
dentro do prazo legal para pagamento do crédito. 
 
 Art. 162. O pagamento é efetuado: 
I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; 
II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico. 
§ 1º A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento por cheque 
ou vale postal, desde que não o torne impossível ou mais oneroso que o pagamento em moeda 
corrente. 
§ 2º O crédito pago por cheque somente se considera extinto com o resgate deste pelo sacado. 
§ 3º O crédito pagável em estampilha considera-se extinto com a inutilização regular daquela, 
ressalvado o disposto no artigo 150. 
§ 4º A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no pagamento por esta modalidade, não 
dão direito a restituição, salvo nos casos expressamente previstos na legislação tributária, ou 
naquelas em que o erro seja imputável à autoridade administrativa. 
§ 5º O pagamento em papel selado ou por processo mecânico equipara-se ao pagamento em 
estampilha. 
 
Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo 
para com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos 
ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 55 
competente para receber o pagamento determinará a respectiva imputação, obedecidas as 
seguintes regras, na ordem em que enumeradas: 
I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes 
de responsabilidade tributária; 
II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos; 
III - na ordem crescente dos prazos de prescrição; 
IV - na ordem decrescente dos montantes. 
 
Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito 
passivo, nos casos: 
I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de 
penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; 
II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem 
fundamento legal; 
III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre 
um mesmo fato gerador. 
§ 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar. 
§ 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância 
consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, 
cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis. 
 
A compensação ocorre quando duas pessoas são devedoras e credoras entre si, por isso é possível 
o abatimento de uma dívida com outra. Eis os dispositivos do CTN a esse respeito: 
 
Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em 
cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários 
com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda 
pública. 
Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos 
deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a 
correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da 
compensação e a do vencimento. 
 
Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de 
contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão 
judicial. 
 
A transação é uma espécie de acordo em que ambas as partes fazem concessões. Está disciplinada 
no art. 171 do CTN: 
 
Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da 
obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em 
determinação de litígio e consequente extinção de crédito tributário. 
 Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada 
caso. 
 
A remissão: é o perdão do crédito tributário. 
 
Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho 
fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: 
I - à situação econômica do sujeito passivo; 
II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato; 
III - à diminuta importância do crédito tributário; 
IV - a considerações de eqüidade, em relação com as características pessoais ou materiais do 
caso; 
V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante. 
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. 56 
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, 
quando cabível, o disposto no artigo 15516. 
 
A decadência é a perda do direito de promover o lançamento pela inércia e estáprevista no art. 173, 
CTN: 
 
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) 
anos, contados: 
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; 
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o 
lançamento anteriormente efetuado. 
Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso 
do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito 
tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao 
lançamento. 
 
O Fisco tem cinco anos para promover o lançamento. São quatro os termos iniciais, a saber: 
a) Regra Geral: contida no inciso I do art. 173 do CTN. O prazo para o lançamento extingue-se em 
cinco anos, contados do primeiro dia do exercício financeiro seguinte àquele em que o lançamento poderia 
ter sido efetuado; 
Ex: fato gerador realizado em agosto de 2013, nesse mesmo ano poderia ter sido realizado o 
lançamento, logo o termo inicial é dia 01 de janeiro de 2014. 
b) Regra da antecipação de contagem: contida no parágrafo único do art. 173 do CTN. A contagem 
inicia-se na data do ato tendente a lançar o tributo. Ex: fiscalização ou qualquer outra medida preparatória 
indispensável ao lançamento. Assim, se determinada empresa sofre fiscalização e, porventura, encontra-
se alguma irregularidade, o fiscal a notifica. Sendo assim, o prazo decadencial já passa a correr a partir 
dessa data. 
c) Regra de anulação de lançamento por vício formal: contida no inciso II do mesmo dispositivo legal. 
A data em que se tornar definitiva a decisão que anulou o lançamento é o termo inicial para a contagem 
da decadência; 
d) Regra do lançamento por homologação: conforme já estudado, o art. 150, § 4º determina que a 
partir da data da ocorrência do fato gerador, se transcorridos cinco anos sem que a Fazenda Pública 
tenha se manifestado no que reporta à homologação, essa ocorrerá de forma tácita. 
O STJ tem entendido que a regra acima não é aplicável quando o contribuinte não realiza o pagamento 
na data correta. Logo, aplicar-se-ia a regra geral. 
Caso o pagamento tenha sido realizado com dolo, fraude ou simulação também aplica-se a regra geral. 
 
A Prescrição ocorre pela inércia do Estado em propor a Ação de Execução Fiscal. De acordo com o 
CTN o prazo é de cinco anos contados da constituição definitiva do crédito tributário, veja-se: 
 
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da 
data da sua constituição definitiva. 
Parágrafo único. A prescrição se interrompe: 
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; 
II - pelo protesto judicial; 
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do 
débito pelo devedor. 
 
Prescrição é assunto expressamente reservado à Lei Complementar no art. 146, III, b, da CF/88. É 
uma norma geral de direito tributário reservada a essa espécie legislativa. Assim, não teriam validade 
quaisquer normas ordinárias que instituíssem termos, prazos, hipóteses de suspensão ou de interrupção. 
 
16 Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogado de ofício, sempre que se apure que o 
beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, 
cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora: 
I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele; 
II - sem imposição de penalidade, nos demais casos. 
Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o tempo decorrido entre a concessão da moratória e sua revogação não se computa para efeito 
da prescrição do direito à cobrança do crédito; no caso do inciso II deste artigo, a revogação só pode ocorrer antes de prescrito o referido direito. 
Importante recordar as consequências da revogação da moratória pois, essas também são aplicadas à remissão. 
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. 57 
Como se sabe, trata-se do prazo que tem a Fazenda para cobrar o crédito tributário, desaparecendo 
sua pretensão em 05 anos. O prazo deve ser contado a partir da constituição definitiva do crédito 
tributário. 
A prescrição não extingue apenas a pretensão, como ocorre no direito civil, extingue também o crédito 
tributário. 
No direito tributário não há renúncia à prescrição exatamente por isso, o pagamento feito a posteriori 
foi um pagamento sem causa, não havia vínculo. Essa que é a grande diferença da prescrição tributária 
para a prescrição de direito civil. No direito tributário a prescrição extingue a obrigação, pagamento de 
crédito prescrito é repetível, porque não há vínculo tributário, o pagamento é sem causa, diferentemente 
do direito civil, em que o pagamento seria de obrigação natural, logo, irrepetível. 
O crédito é cobrado a partir do momento em que não pode mais ser alterado, tendo se tornado 
definitivo. 
 
a) Lançamento de ofício: o prazo prescricional se inicia exatamente do primeiro dia após terminar 
o prazo dado ao contribuinte para pagar o tributo. Se houve impugnação, o prazo começa a contar a partir 
de quando se decide definitivamente sobre ela, sendo o contribuinte intimado da decisão final em desfavor 
da qual não caiba mais recurso. 
Logo, o prazo prescricional deve ser contado a partir de quando o tributo passa a ser exigível. 
 
b) Lançamento por homologação: no momento em que o contribuinte informa à Fazenda a 
constituição do crédito via DCTF, GFIP, GIA e outros documentos hábeis. A partir daí, ela terá os 05 anos 
para cobrar. Se o contribuinte entrega a declaração antes do vencimento do tributo, isso não terá o 
condão de adiantar a contagem do prazo prescricional. A contagem do prazo prescricional será 
contada, ainda, do vencimento. Muitas vezes o prazo prescricional tem seu termo inicial a partir da entrega 
do documento, data em que deverá ser feito o pagamento. Porém, outras vezes, quando se pode declarar, 
mas ainda se tem prazo para pagar, a obrigação somente se torna exigível findo o prazo. Logo, a data de 
início do prazo prescricional será aquela em que a fazenda pública pode legitimamente promover a 
inscrição em dívida ativa. 
 
Causas de Interrupção da Prescrição (art. 174, p. único) 
 
Interrupção são causas de reinício da contagem do prazo prescricional, desprezando-se os períodos 
já decorridos. 
a) Pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal: para as ações ajuizadas antes 
de 09/06/2005, que promoveu a modificação desse inciso, somente interromperia a prescrição a redação 
antiga, ou seja, a efetiva citação pessoal do devedor. Isso tornava problemático para a Fazenda Pública 
cobrar seus créditos, pois bastava aos devedores se esconderem para não serem citados. A alteração 
legislativa, com a redação atual, somente se aplica para as novas ações ajuizadas, pois o art. 174 do 
CTN deve ser interpretado em conjunto com o disposto no art. 219, § 1º, do CPC, de modo que o marco 
interruptivo atinente à prolação do despacho que ordena a citação do executado retroage à data do 
ajuizamento do feito executivo, a qual deve ser empreendida no prazo prescricional. Dessarte, a 
propositura da ação constitui o dies ad quem do prazo prescricional e, simultaneamente, o termo inicial 
para sua recontagem sujeita às causas interruptivas previstas no art. 174, parágrafo único, do CTN.17 
b) Pelo protesto judicial: o protesto judicial é aquele previsto nos artigos 867 e seguintes do CPC. 
c) Por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor: no caso da redação antiga da letra a, 
utilizava-se de citação por edital para interromper aprescrição em desfavor dos devedores. 
d) Por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito 
pelo devedor: é o caso, v.g., de adesão ao REFIS, oportunidade em que o prazo fica suspenso até o 
pagamento final ou até a exclusão; a confissão feita pelo contribuinte para fins de parcelamento; 
e) Constituição definitiva do crédito tributário: essa hipótese não se encontra no artigo, mas é 
evidente que interrompe. 
 
É cediço que a constituição definitiva do crédito tributário, sujeita à decadência, inaugura o decurso do 
prazo prescricional de cinco anos para o Fisco cobrá-lo judicialmente. Nos casos em que o Fisco constitui 
o crédito tributário mediante lançamento, inexistindo quaisquer causas de suspensão da exigibilidade ou 
de interrupção da prescrição, o prazo prescricional conta-se da data em que o contribuinte for 
regularmente notificado do lançamento tributário (arts. 145 e 174 do CTN). Entretanto, sobrevindo causa 
 
17 STJ. AgRg no REsp 1.293.997-SE, 2T, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 20/3/2012. 
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. 58 
de suspensão de exigibilidade antes do vencimento do prazo para pagamento do crédito tributário 
formalizado pelo contribuinte (em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação) ou 
lançado pelo Fisco, não tendo sido reiniciado o prazo ex vi do parágrafo único do art. 174 do CTN, o dies 
a quo da regra da prescrição desloca-se para a data do desaparecimento jurídico do obstáculo à 
exigibilidade (REsp 1.107.339-SP). 
 
Causas de Suspensão do Prazo Prescricional 
 
Suspendem a fluência do prazo prescricional: 
 
a) A concessão de moratória, parcelamento, anistia, remissão, isenção em caráter individual e 
mediante procedimento fraudulento do beneficiário, ficando o prazo suspendo até a anulação do favor; 
b) O depósito do montante integral, o parcelamento, a concessão de liminar ou tutela antecipada ao 
sujeito passivo, a concessão de liminar em mandado de segurança, a instauração de um PAF e a 
moratória, ficando a obrigação suspensa até que o crédito volte a ser exigível; 
c) A inscrição do débito tributário em dívida ativa, a suspensão durará 180 dias ou até a distribuição 
da execução fiscal, se esta ocorrer primeiro (LEF); 
d) Por ordem judicial. 
 
Repetição do Tributo Prescrito 
 
O tributo prescrito pago pode ser repetido, trata-se de um direito do contribuinte. 
Há o direito do contribuinte à repetição do indébito quando o montante pago foi em razão de um crédito 
tributário prescrito (STJ, REsp 646.328/RS). 
Conforme disposto nos arts. 168, I, e 156, I, do CTN, nos tributos sujeitos a lançamento de ofício, o 
prazo prescricional de cinco anos para pleitear a repetição tributária é contado da extinção do crédito 
tributário, do efetivo pagamento do tributo. O trânsito em julgado da declaração do STF relativa à 
inconstitucionalidade da Lei instituidora do tributo (controle concentrado) ou a publicação de resolução do 
Senado Federal que suspenda a execução da Lei (declaração da inconstitucionalidade em controle 
difuso) não têm influência na contagem do prazo prescricional referente aos tributos sujeitos ao 
lançamento de ofício ou por homologação (REsp 1.110.578-SP) 
. 
Prescrição Intercorrente 
 
Após constituído o crédito, o fisco tem 05 anos para propor a ação de execução fiscal, fundada na 
Certidão da Dívida Ativa. Porém, o art. 40 da LEF determina que caso na execução fiscal não seja 
encontrado o devedor, ou caso não tenham sido encontrados bens para a penhora, o processo seja 
suspenso por 1 ano. Se, ultrapassado esse prazo de 01 ano, não houvesse notícias do devedor ou de 
bens dele, era possível que fosse determinado o arquivamento dos autos. 
Porém, esse arquivamento não poderia ser por prazo indefinido. Caso o arquivamento se desse por 
um prazo superior a 05 anos, deveria ser decretada a prescrição intercorrente. Isso, entretanto, foi uma 
construção jurisprudencial. 
Porém, o artigo 40 foi posteriormente alterado, prevendo expressamente a prescrição intercorrente 
caso arquivado o processo por mais de 05 anos. 
Por que essa lei poderia tratar da prescrição, se não é Lei complementar? Pois a lei trata da prescrição 
no manejo do processo, e não da prescrição do crédito tributário. O que prescreve é o processo, já que a 
Fazenda foi omissa no manejo do processo executivo. 
Essa prescrição é aplicada, inclusive, para trás, ou seja, antes de ter entrado em vigor a lei que alterou 
a LEF. 
 
Prescrição Intercorrente em Procedimento Administrativo 
 
Não há se falar na existência de tal prescrição. Repita-se: inexiste prescrição no procedimento 
administrativo. Enquanto pendente o procedimento, enquanto não constituído definitivamente o crédito 
tributário, não corre o lapso prescricional, o que somente passa a acontecer com a ciência ao contribuinte 
acerca do encerramento do procedimento. 
 
A conversão do depósito em renda: é a modalidade que ocorre quando o depósito integral do 
montante foi realizado a fim de suspender a exigibilidade do crédito tributário enquanto a questão principal 
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. 59 
é discutida judicialmente. Tendo o contribuinte saído perdedor desse processo, o depósito efetuado será 
convertido em renda, ou seja, será levantado pela Fazenda Pública, extinguindo o crédito. 
Já o pagamento antecipado e homologação do pagamento ocorre nos tributos sujeitos a 
lançamento por homologação. O Fisco tem 5 anos para promover a homologação expressa. Caso não o 
faça, transcorrido esse prazo ocorre a homologação tácita. Em ambas as hipóteses a homologação 
extingue o crédito tributário. 
A consignação em pagamento julgada procedente como já estudamos é uma ação disciplinada 
pelo art. 164, CTN. Se julgada procedente, o pagamento reputa-se efetuado e a importância é convertida 
em renda, extinguindo o crédito tributário. Pela importância, transcreve-se o § 2º do art. 164, CTN: 
 
§ 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância 
consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, 
cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis. 
 
A decisão administrativa irreformável ocorre quando o sujeito passivo se insurje 
administrativamente contra a pretensão do Fisco. Então, instaura-se o processo administrativo fiscal que 
se encerra com uma decisão. Se essa for favorável ao contribuinte e não houver mais possibilidade de 
modificação, extingue-se o crédito tributário. 
Muito semelhante é a decisão judicial passada em julgado só que essa ocorre quando o sujeito 
passivo utiliza a via judicial para se insurgir contra a pretensão do Fisco. A decisão passada em julgado 
é aquela contra qual não cabe mais recursos, ou seja, não pode ser mais reformada. Se favorável ao 
contribuinte, extingue o crédito tributário. 
 
A dação em pagamento em bens imóveis é entrega de um bem imóvel como forma de cumprir com 
a obrigação tributária. 
 
11. Exclusão de crédito tributário. 
 
Excluir o crédito tributário significa impedir a sua constituição. Trata-se de situações em que, não 
obstante a ocorrência do fato gerador e o consequente nascimento da obrigação tributária, não pode 
haver lançamento, de forma que não surgirá o crédito tributário. 
Somente existem duas hipóteses de exclusão: a anistia e a isenção. A primeira exclui o crédito relativo 
à penalidade pecuniária, enquanto a segunda, a tributos. 
Em nenhuma das hipóteses ocorre a dispensa do cumprimento das obrigações acessórias 
dependentes da obrigação principal cujo crédito foi excluído. Diz o art. 175 do CTN: 
 
Art. 175. Excluem o crédito tributário: 
I - a isenção; 
II - a anistia. 
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações 
acessórias dependentes da obrigação principalcujo crédito seja excluído, ou dela consequente. 
 
Diferença entre isenção e anistia: 
 
 
Isenção 
 
 
Anistia 
 
Exclui o crédito relativo ao tributo 
 
 
Exclui o crédito relativo à penalidade pecuniária 
 
 
A isenção é a dispensa legal do pagamento do tributo e deve ser feita por meio de lei específica, 
segundo regra contida no art. 150, § 6º, CF: 
 
§ 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, 
anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei 
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. 60 
específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou 
o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. 
 
O CTN assim disciplina a isenção: 
 
Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que 
especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica 
e, sendo caso, o prazo de sua duração. 
Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade 
tributante, em função de condições a ela peculiares. 
 
Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: 
I - às taxas e às contribuições de melhoria; 
II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. 
 
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas 
condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no 
inciso III do art. 104. 
 
Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por 
despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do 
preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para 
sua concessão. 
§ 1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo, o despacho referido neste artigo 
será renovado antes da expiração de cada período, cessando automaticamente os seus efeitos a 
partir do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover a continuidade do 
reconhecimento da isenção. 
§ 2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, 
o disposto no artigo 155. 
No que reporta à revogação da isenção onerosa, importante a Súmula 544 do STF, abaixo: 
 
 
STF. Súmula 544. Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser 
livremente suprimidas. 
 
 
Quando a isenção é concedida em caráter individual pode ser anulada de ofício se for constatado que 
o sujeito não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições, ou que não cumpria ou deixou de cumprir 
os requisitos necessários para a concessão. Nesse caso, o tributo é cobrado com acréscimo de juros de 
mora. A anulação deve ocorrer antes do prazo prescricional. 
Cobra-se ainda penalidade pecuniária quando a isenção é obtida com dolo, fraude ou simulação, seja 
do beneficiário ou de terceiro em seu favor. 
Ainda nos casos de dolo, fraude ou simulação, não corre prazo prescricional entre a data da concessão 
e da anulação. 
 
A anistia é o perdão legal de infrações e está prevista no arts. 180 a 182 do CTN: 
 
Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da 
lei que a concede, não se aplicando: 
I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa 
qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro 
em benefício daquele; 
II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais 
pessoas naturais ou jurídicas. 
 
Art. 181. A anistia pode ser concedida: 
I - em caráter geral; 
II - limitadamente: 
a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo; 
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. 61 
b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas 
ou não com penalidades de outra natureza; 
c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela 
peculiares; 
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja 
fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa. 
 
Art. 182. A anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por 
despacho da autoridade administrativa, em requerimento com a qual o interessado faça prova do 
preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua 
concessão. 
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, 
quando cabível, o disposto no artigo 155. 
 
A anistia somente pode ser concedida para infrações ocorridas antes da vigência da lei concessiva, 
essa é a regra esposada no art. 180 supracitado. A concessão também somente pode ocorrer antes do 
lançamento da infração, visto tratar-se de causa de exclusão do crédito tributário. 
É proibido conceder anistia aos crime, contravenções e aos atos praticados com dolo, fraude ou 
simulação, seja pelo beneficiário ou por terceiro em seu favor. 
Também não é possível, salvo disposição em contrário, a concessão da anistia quando as infrações 
derivarem de conluio de duas ou mais pessoas físicas ou jurídicas. Conluio é assim definido pela Lei nº 
4.502/64: 
 
Art. 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando 
qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72. 
 
Pela importância, transcreve-se também os arts. 71 e 72 das referida Lei: 
 
Art. 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou 
parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: 
I - da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou 
circunstâncias materiais; 
II - das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal 
ou o crédito tributário correspondente. 
 
Art. 72. Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou 
parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou 
modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido a 
evitar ou diferir o seu pagamento. 
 
A anistia também pode ser concedida em caráter individual. Nesse caso, são aplicadas as mesmas 
regras da isenção no que reporta à anulação do benefício. 
 
Garantias e privilégios do crédito tributário. 
 
Garantias são regras que asseguram direitos. Em sede tributária, elas facultam a entrada do Estado 
no patrimônio particular para receber a prestação relativa a tributos. São os meios jurídicos assecuratórios 
que cercam o direito subjetivo do Estado de receber a prestação tributária. Privilégios são as regras que 
põem o crédito tributário numa posição de vantagem quanto aos demais. 
As garantias previstas no CTN não são taxativas, podendo outras virem a ser estipuladas em outras 
leis de acordo com as peculiaridades dos tributos a que se refiram. 
Garantias e privilégios são medidas que visam assegurar a satisfação do crédito tributário. Essas 
estão previstas em rol exemplificativo nesse capítulo do CTN. 
Segundo o art. 184, CTN, ainda que a obrigação tributária seja de natureza pessoal (responsabilidade 
pessoal) o patrimônio total do devedor responderá pela dívida, ainda que sobre o bem recaia cláusula de 
inalienabilidade ou impenhorabilidade, ainda que o bem esteja gravado por ônus real. 
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. 62 
Essa regra comporta somente duas exceções: os bens declarados por lei como absolutamente 
impenhoráveis (art. 649 do Código de Processo Civil)18 e os bens gravados por ônus real em processo 
falimentar. Essa última não é propriamente uma exceçãoe sim uma limitação, dado que o crédito tributário 
não prefere mais os créditos com garantias real, desde que no limite do bem gravado. 
 
CAPÍTULO VI 
Garantias e Privilégios do Crédito Tributário 
SEÇÃO I 
Disposições Gerais 
Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo ao crédito tributário não exclui 
outras que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das características 
do tributo a que se refiram. 
Parágrafo único. A natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário não altera a natureza 
deste nem a da obrigação tributária a que corresponda. 
 
Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos 
em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de 
qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os 
gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data 
da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare 
absolutamente impenhoráveis. 
 
Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, 
por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente 
inscrito como dívida ativa. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados, 
pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. 
 
A partir do momento da regular inscrição em dívida ativa do crédito, qualquer alienação ou 
oneração de bens ou rendas será presumida fraudulenta, desde que o sujeito passivo tenha sido 
formalmente comunicado do fato e não lhe restem bens para arcar com a dívida. 
Provada a comunicação, a presunção será absoluta, não se aceitando qualquer prova em 
contrário. 
Não é mais necessária, como antes se exigia, a prévia citação do devedor para essa presunção. Nesse 
sentido: 
Portanto, se o débito já está regularmente inscrito em dívida ativa, qualquer alienação ou oneração de 
bens ou rendas, ou seu começo pelo sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, será 
considerada fraudulenta. (SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2009, pg. 
892) 
A redação dada pela Lei complementar n. 118/2005 veio a ratificar o entendimento de que a mera 
inscrição em dívida ativa – ato de controle no âmbito administrativo da legalidade da conduta fazendária, 
no qual se apuram a liquidez e certeza do crédito tributário – e, não mais a efetiva propositura da ação 
de execução fiscal, já se mostra bastante para configurar a fraude na alienação ou na oneração de bens, 
o que espelha um aumento das garantias do crédito tributário. 
A presunção só não se aplica se o sujeito passivo provar que deixou bens ou rendas suficientes ao 
total pagamento da dívida inscrita. 
 
18 Art. 649. São absolutamente impenhoráveis: 
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; 
II - os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as 
necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; 
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; 
IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias 
recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários 
de profissional liberal, observado o disposto no § 3o deste artigo; 
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer 
profissão; 
VI - o seguro de vida; 
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; 
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; 
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; 
X - até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, a quantia depositada em caderneta de poupança. 
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos da lei, por partido político 
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. 63 
Então os requisitos são: a inscrição do crédito em dívida ativa previamente à alienação e a insolvência 
patrimonial do devedor por decorrência dessa alienação. 
Essa presunção de fraude doutrinariamente é considerada uma presunção iuris et de iuri (de direito e 
por direito), ou seja, absoluta, e o seu efeito é de tornar ineficaz, inoponível o negócio jurídico, a alienação, 
no caso, à Fazenda credora, que pode pedir que a penhora recaia sobre o bem alienado do devedor. 
 
Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar 
bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a 
indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio 
eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, 
especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário 
e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem 
judicial. 
§ 1o A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao valor total exigível, 
devendo o juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que 
excederem esse limite. 
§ 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput deste artigo 
enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade 
houverem promovido. 
 
Foi introduzida em sede tributária pela Lei complementar nº 118/05. Caso o devedor citado não pague 
e nem apresente bens à penhora no prazo legal, e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz 
utilizará meios eletrônicos para comunicar aos órgãos e entidades bancários, de mercados de capitais e 
de registros públicos a ordem de indisponibilidade dos bens, na exata quantia necessária para satisfazer 
o credor. 
Segundo entendimento do STJ, com a introdução do art. 655-A no CPC, basta o requerimento do 
exequente para realização da penhora, não sendo mais necessário que se esgotem as tentativas para a 
localização de bens do devedor penhoráveis. 
Nesse sentido, a interpretação das alterações efetuadas no CPC não pode resultar no absurdo lógico 
em colocar o credor privado em situação melhor que o credor público, especialmente no que diz respeito 
à cobrança do crédito tributário. Em interpretação sistemática do ordenamento jurídico na busca de uma 
eficácia maior do provimento jurisdicional, deve-se conjugar o art 185-A do CTN com o art 11 da LEF e 
os artigos 655 e 655-A do CPC para possibilitar a penhora de dinheiro e depósito em aplicação financeira, 
independentemente do esgotamento de diligências para encontrar outros bens penhoráveis”. (REsp 
1.074.228). 
Concluindo, o STJ já tem entendido que não é necessária essa demonstração de inexistência de outros 
bens pela Fazenda, podendo ser efetivada a penhora de dinheiro de imediato (REsp 1.097.895/BA). Isso 
porque dinheiro é o primeiro bem na lista de preferência da penhora (art. 655, CPC), não sendo correto 
impor esse ônus à Fazenda. 
 
SEÇÃO II 
Preferências 
 
Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de 
sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente 
de trabalho. 
 Parágrafo único. Na falência: 
I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveisde restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do 
valor do bem gravado; 
II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da 
legislação do trabalho; e 
III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. 
 
As regras sobre privilégios têm lugar quando o crédito está sujeito a concurso de credores, como no 
caso de falência, recuperação judicial, inventário, arrolamento e liquidação de empresas. O crédito 
tributário sempre preferirá a qualquer outro, salvo os decorrentes de relações de trabalho e de 
acidente de trabalho, ressalvados também outros pontos específicos que a lei determinar. 
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. 64 
O crédito tributário tem prioridade sobre os créditos chamados quirografários, comuns e também sobre 
os créditos com garantia real. Basicamente, como regra geral, o crédito tributário tem prioridade quase 
que absoluta, só perde prioridade para os créditos decorrentes da legislação do trabalho, chamados 
trabalhistas, e os de acidente de trabalho. 
 
Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou 
habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. 
 Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de 
direito público, na seguinte ordem: 
I - União; 
II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata; 
III - Municípios, conjuntamente e pró rata. 
 
O art. 187 não quer dizer que o crédito tributário seja prioritário em relação a qualquer outro. É preciso 
entender adequadamente o que ele dispõe. Quando o legislador no art. 187 do CTN estabeleceu que o 
crédito tributário não se submete a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, 
concordata, inventário ou arrolamento, ele quis dizer que o procedimento de cobrança do crédito tributário 
é sempre o da Lei nº 6.830/80, independentemente de estar deflagrado um concurso de credores em 
torno do patrimônio do devedor. O Fisco tem esse privilégio, ele não se submete a procedimentos de 
concurso de credores, a cobrança é feita na forma da Lei nº 6.830/80, LEF, salvo se optar expressamente 
pela habilitação, conforme visto no julgado do STJ acima (REsp 1.103.405/MG). 
O art. 187 do CTN trata de procedimento para exigir o crédito tributário. Dizer que o fisco não se 
submete ao procedimento do concurso de credores não é o mesmo que dizer que o fisco não se 
submeta à classificação de crédito. À classificação de crédito ele tem que se submeter, porque o crédito 
dele, embora prioritário, não tem prioridade absoluta. 
 
Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos 
no curso do processo de falência. 
 § 1º Contestado o crédito tributário, o juiz remeterá as partes ao processo competente, 
mandando reservar bens suficientes à extinção total do crédito e seus acrescidos, se a massa não 
puder efetuar a garantia da instância por outra forma, ouvido, quanto à natureza e valor dos bens 
reservados, o representante da Fazenda Pública interessada. 
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se aos processos de concordata. 
 
Art. 189. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou 
arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou vincendos, a 
cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ou 
arrolamento. 
Parágrafo único. Contestado o crédito tributário, proceder-se-á na forma do disposto no § 1º do 
artigo anterior. 
Art. 190. São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou 
vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntária, 
exigíveis no decurso da liquidação. 
 
Art. 191. A extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos os tributos. 
 
Art. 191-A. A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova de quitação 
de todos os tributos, observado o disposto nos arts. 151, 205 e 206 desta Lei. 
 
Exigir a quitação de tributos em determinadas situações é forma de exigir indiretamente seu 
adimplemento. De acordo com o art. 191, CTN, a extinção das obrigações do falido requer prova de 
quitação de todos os tributos dos quais for sujeito passivo, responsável ou contribuinte, mesmo que o fato 
gerador seja alheio à sua atividade mercantil. 
Também a recuperação judicial depende da apresentação da prova de quitação de todos os tributos, 
de acordo com o art. 191-A. 
Neste último caso, a suspensão da exigibilidade do crédito com o parcelamento, com a consequente 
obtenção de certidão que atesta o fato, é prova de quitação, autorizando o gozo legal da recuperação 
judicial. 
 
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. 65 
Art. 192. Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem prova 
da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas. 
 
Art. 193. Salvo quando expressamente autorizado por lei, nenhum departamento da 
administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, ou dos Municípios, ou sua 
autarquia, celebrará contrato ou aceitará proposta em concorrência pública sem que o contratante 
ou proponente faça prova da quitação de todos os tributos devidos à Fazenda Pública interessada, 
relativos à atividade em cujo exercício contrata ou concorre. 
 
Crédito Tributário na Falência 
 
O crédito tributário não está sujeito ao concurso de credores falimentar. Isso significa que ele não 
precisa ser habilitado no processo falimentar. Geralmente o que ocorre é uma penhora no rosto dos autos. 
Essa não sujeição, evidentemente, não significa que os valores devidos à Fazenda não serão pagos. 
O único concurso que ocorre é entre os próprios créditos tributários (da União, dos Estados e DF e dos 
Municípios). 
Apesar de a cobrança não estar sujeita à habilitação e falência, isso não significa que a habilitação 
está proibida, e sim que a Fazenda tem a prerrogativa de poder ou não se utilizar da LEF ou do concurso 
falimentar. Porém, a escolha de um rito importa na renúncia do outro. Não pode haver execução 
simultânea pelo mesmo crédito por dois ritos diferentes. 
 
Renúncia de receitas tributárias. 
 
A renúncia de receitas nada mais é do que a concessão de benefícios fiscais. O ente competente para 
a instituição do tributo também é competente para conceder os benefícios, contudo, por se tratar de 
dinheiro público, deve-se atentar para o princípio da indisponibilidade do patrimônio público. 
Esse princípio proíbe que o agente público conceda qualquer benefício fiscal, o que ele pode é aplicar 
o benefício previsto em lei no caso concreto. 
Logo, quem concede os benefícios é a lei e isso está em perfeita consonância com o princípio 
democrático. Ora, se a lei é expressão da vontade do povo, entende-se que o povo deseja a concessão 
do benefício. 
Os benefícios são concedidos pelos mais diversos motivos. Por vezes, concede-se o benefício para 
créditos tributários vencidos e não pagos, em outras a concessão impede que esses sejam lançados. 
Podem ainda ser concedidos para estimular o desenvolvimento de determinado setor econômico ou 
região geográfica. 
A renúncia de receitas é regulamentada pela Lei de Responsabilidade Fiscal – Lei Complementar 
101/2000 – que estabelece os requisitos para sua legalidade, vejamos: 
 
Da Renúncia de Receita 
 
Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual 
decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-
financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto 
na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições 
I - demonstração pelo proponentede que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da 
lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas 
no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias; 
II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por 
meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, 
majoração ou criação de tributo ou contribuição. 
§ 1o A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de 
isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que 
implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que 
correspondam a tratamento diferenciado. 
§ 2o Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de que trata o caput deste 
artigo decorrer da condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando 
implementadas as medidas referidas no mencionado inciso. 
§ 3o O disposto neste artigo não se aplica: 
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. 66 
I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da 
Constituição, na forma do seu § 1º; 
II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de 
cobrança. 
 
Por meio da concessão de benefícios se dá a renúncia de receitas, ou seja, o ente deixa de arrecadar, 
justamente por isso o dispositivo acima citado exige que haja previsão dos meios que serão utilizados 
para compensar o não ingresso dessa receita nos cofres públicos (estudo do impacto orçamentário-
financeiro). 
A lei que concede os benefícios deve estar em consonância com a lei de diretrizes orçamentárias do 
ente concedente, ou seja, referidas renúncias devem constar como diretrizes orçamentárias. 
Deve ainda haver a comprovação do atendimento de um dos requisitos dos incisos I e II do artigo em 
comento. 
 
Essas exigências do art. 14 não são aplicadas para o Imposto de Importação, Imposto de Exportação, 
IPI e IOF, justamente por serem esses tributos extrafiscais. Também não são aplicados para os créditos 
tributários abaixo de determinado valor, haja vista que o processo para seu recebimento é muito mais 
oneroso do que o próprio valor do crédito. 
Passemos ao estudo das formas de renúncia: 
 
Isenção 
 
A isenção é forma de exclusão do crédito tributário porque, embora seja realizado o fato gerador, não 
haverá lançamento, logo, o crédito não será constituído. 
Isso porque a isenção é uma dispensa legal do pagamento. Assim, se a pessoa que realizou o fato 
gerador está legalmente desobrigada do pagamento não há que se falar em lançamento. 
A isenção, por força do § 6º do art. 150 da Constituição somente pode ser concedida por meio de lei 
específica, ou seja de lei que somente verse sobre esse assunto ou sobre um tributo especificamente. 
Somente é permitida no ordenamento jurídico brasileiro a isenção autônoma, ou seja, aquela que é 
concedida pelo ente competente para a instituição do tributo. Essa regra é extraída do art. 151, II da CF 
que proíbe as isenções heterônomas, vejamos: 
 
Art. 151. É vedado à União: 
[...] 
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos 
Municípios. 
 
Contudo, uma exceção a essa regra existe, qual seja: no art. 156, § 3º, II da CF/88 existe previsão de 
que lei complementar federal pode isentar do ISS as exportações de serviços para o exterior. 
O instituto da isenção vem regulamentado no Código Tributário Nacional, vejamos: 
 
Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que 
especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica 
e, sendo caso, o prazo de sua duração. 
Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade 
tributante, em função de condições a ela peculiares. 
 
Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: 
I - às taxas e às contribuições de melhoria; 
II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. 
 
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas 
condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no 
inciso III do art. 104. 
 
Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por 
despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do 
preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para 
sua concessão. 
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. 67 
§ 1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo, o despacho referido neste artigo 
será renovado antes da expiração de cada período, cessando automaticamente os seus efeitos a 
partir do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover a continuidade do 
reconhecimento da isenção. 
§ 2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, 
o disposto no artigo 155. 
 
O art. 178 trata das isenções onerosas, ou seja, daquelas que são concedidas por prazo certo 
e mediante o cumprimento de determinadas condições. 
Essas não podem ser revogadas, a não ser que se comprove que a pessoa nunca cumpriu ou 
deixou de cumprir as condições. 
Caso o sujeito tenha conseguido beneficiar-se da isenção por meio da utilização de meios 
fraudulentos, além da revogação, o sujeito sofrerá a aplicação de penalidade. 
 
 
 
A isenção difere da imunidade porque essa é o impedimento 
constitucional para que se tribute determinada situação ou coisa. 
Logo, a imunidade é hipótese de não incidência, uma vez que 
impossível será a realização do fato gerador. 
Sendo assim, a imunidade não é renúncia de receita, dado que 
se, não se pode tributar, também não se pode ter receita e, portanto, 
não se pode renunciar. 
 
 
 
Anistia 
 
Também é causa de exclusão do crédito tributário e consiste no perdão das penalidades cometidas 
anteriormente à vigência da lei que a concede. 
Difere da remissão porque essa ocorre após o lançamento. A anistia somente exclui a penalidade e 
não o crédito tributário. 
Não se pode conceder anistia para os crimes e contravenções tributárias, ou seja, para as infrações 
que estão descritas no Código Penal e na Lei de Contravenções Penais. 
A anistia também não é concedida para as infrações cometidas com dolo, fraude ou simulação, exceto 
de trata-se de conluio e houver expressa previsão legal. 
 
Veja-se as regras do CTN sobre a temática: 
 
Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da 
lei que a concede, não se aplicando: 
I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa 
qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro 
em benefício daquele; 
II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais 
pessoas naturais ou jurídicas. 
 
Art. 181. A anistia pode ser concedida: 
I - em caráter geral; 
II - limitadamente: 
a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo; 
b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas 
ou não com penalidades de outra natureza; 
c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela 
peculiares; 
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja 
fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa. 
 
Art. 182. A anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por 
despacho da autoridade administrativa, em requerimento com a qual o interessado faça prova do 
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. 68 
preenchimentodas condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua 
concessão. 
 
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, 
quando cabível, o disposto no artigo 155. 
 
Subsídio 
 
Os subsídios são auxílios econômicos concedidos pelo Poder Público a pessoas físicas ou jurídicas 
com o objetivo de aumentar a renda das mesmas, estimular as exportações ou abaixar os preços de 
determinados produtos. Corresponde às subvenções. Revela todas as ações que buscam socorrer 
determinadas situações em que o Poder Público entende imprescindível ao cumprimento de seus 
desígnios constitucionais, que é da satisfação das necessidades públicas. 19 
 
Crédito presumido 
 
É instituto que assemelha-se à isenção parcial posto que dispensa do pagamento de impostos sobre 
o consumo que incidem em várias e diferentes fases dos processos de produção e comercialização. 
O objetivo é dispensar do pagamento uma dessas fases da produção sem, contudo, interferir na cadeia 
de arrecadação. A Lei de Responsabilidade Fiscal elenca ainda como formas de renúncia de receita a 
remissão, que já foi estudada no tópico referente à extinção do crédito tributário e a alteração ou 
modificação da alíquota ou base de cálculo, a exemplo da alíquota zero. 
 
Alíquota zero 
 
A alíquota zero ocorre quando o ente tributante atribui o percentual zero para a alíquota de determinado 
tributo, assim, quando a alíquota incide sobre a base de cálculo o valor do tributo é zero. 
A alíquota zero não é isenção ou não incidência e sim uma opção do ente tributante de zerar a 
tributação daquela situação e ou produto objetivando incentivar o consumo ou estimular determinado 
setor da economia. Trata-se de política provisória, por isso a revogação é possível, sem obediência ao 
princípio da anterioridade. 
Alguns doutrinadores afirmam que a alíquota zero é uma forma que o ente utiliza para fugir do princípio 
da legalidade, uma vez que, em regra, as hipóteses de renúncia de receita devem estar previstas em lei, 
face ao princípio da indisponibilidade do patrimônio público. 
 
Questões 
 
01. (Prefeitura de Florianópolis/SC - Auditor Fiscal de Tributos Municipais - FEPESE/2014) De 
acordo com o Código Tributário Nacional, assinale a alternativa que indica o tipo de lançamento que 
ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento 
sem prévio exame da autoridade administrativa, e, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, 
tomando conhecimento da atividade exercida pelo obrigado, constitui o crédito tributário. 
(A) Lançamento de ofício. 
(B) Lançamento antecipado. 
(C) Lançamento por declaração. 
(D) Lançamento por arbitragem. 
(E) Lançamento por homologação. 
 
02. (PGE/PE - Direito - IPAD/2013) Considerando o disposto no Código Tributário Nacional, assinale 
a alternativa que preenche CORRETAMENTE a lacuna. 
Se a lei não fixar prazo para a homologação do lançamento tributário, será ele de ________ anos, a 
contar da ocorrência do fato gerador. 
(A) 2 (dois) 
(B) 3 (três) 
(C) 4 (quatro) 
(D) 5 (cinco) 
(E) 8 (oito) 
 
19 Conceito extraído do Guia da Lei de Responsabilidade Fiscal, disponível em: http://www.tce.sc.gov.br/sites/default/files/guia_lrf_2ed.pdf. 
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. 69 
 
03. (BADESC – Advogado– FGV–2010) Com relação ao crédito tributário, assinale a afirmativa 
INCORRETA. 
(A) Deve ser inscrito na Dívida Ativa do Estado, se não pago no prazo legal. 
(B) Tem sua exigibilidade suspensa no caso de o contribuinte efetuar o depósito do seu montante 
integral. 
(C) Prefere a qualquer outro crédito, à exceção dos de origem trabalhista e de outros em processo de 
falência. 
(D) Extingue-se no prazo de 5 (cinco) anos contados da data da ocorrência do fato gerador. 
(E) Não se extingue com a morte do contribuinte devedor. 
 
04. (TJ-MS – Juiz– FGV–2008) Em relação às preferências do crédito tributário previstas no CTN, 
assinale a afirmativa incorreta. 
(A) São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do 
processo de falência. 
(B) Na falência, o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo da 
constituição deste, ressalvados os créditos decorrentes de acidente de trabalho ou da legislação do 
trabalho, independentemente do seu valor. 
(C) A cobrança judicial do crédito tributário não está sujeita a concurso de credores ou habilitação em 
falência, recuperação judicial, inventário ou arrolamento. 
(D) São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou arrolamento, ou a 
outros encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou vincendos a cargo do de cujus ou de seu 
espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento 
(E) São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou vincendos, a 
cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da 
liquidação. 
 
05. (TJ-PA – Juiz – FGV–2007) Em matéria de lançamento e crédito tributário, assinale a alternativa 
correta. 
(A) Em conformidade com o CTN, quando regularmente notificado o sujeito passivo, o lançamento 
somente pode ser alterado por impugnação do próprio sujeito passivo, recurso de ofício ou por iniciativa 
de ofício da autoridade administrativa. 
(B) A atividade administrativa do lançamento é obrigatória; contudo, será discricionária quando o CTN 
expressamente autorizar. 
(C) A “teoria dualista” do Direito Tributário determina a aplicação da legislação vigente à época do 
lançamento do tributo para a apuração do crédito tributário, em qualquer hipótese. 
(D) A moratória, parcelamento, conversão do depósito em renda, concessão de liminar em mandado 
de segurança, reclamações e recursos administrativos são exemplos de suspensão da exigibilidade do 
crédito tributário. 
(E) A isenção não pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, sob pena 
de violação do princípio constitucional da isonomia tributária. 
 
06. (BESC – Advogado– FGV–2004) Esgotado o prazo legal para lançamento do tributo, sem que a 
Fazenda Pública o tenha efetuado, ocorre a situação de: 
(A) exclusão 
(B) suspensão 
(C) prescrição 
(D) perdão 
(E) decadência 
 
07. (AGU-PFN – Procurador– ESAF–2012) Sobre a tributação no regime falimentar, assinale a opção 
correta. 
(A) A lei estabelecerá limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do 
trabalho em relação aos demais créditos, inclusive aos tributários. 
(B) Com as alterações havidas em relação ao regime falimentar, a alteração do Código Tributário 
Nacional deixa claro o propósito de preservar as empresas em dificuldades e consequentemente a oferta 
de empregos, pelo que se permite afirmar que o crédito tributário ganhou posições em relação à 
sistemática até então vigente. 
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. 70 
(C) Na falência, o crédito tributário prefere aos créditos extraconcursais e às importâncias passíveis de 
restituição. Todavia, não prefere aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado. 
(D) As multas contratuais e as penalidades pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, 
inclusive as multas tributárias, preferem aos credores quirografários. 
(E) O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em poder do devedor 
na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição. 
 
Respostas 
 
01. Resposta: E 
A resposta correta é a “E”, tendo em vista que o Lançamento por Homologação é aquele em que o 
contribuinte auxilia ostensivamente o Fisco na atividade do lançamento, recolhendo tributo, antes de 
qualquer providencia da Administração, com base em montante que ele própriomensura. Exemplos de 
tributos: ICMS, IPI, ITCMD. 
 
02. Resposta: D 
De acordo com o artigo 150, §4º do CTN, se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de 5 (cinco) 
anos, a contar da ocorrência do fato gerador. 
 
03. RESPOSTA Alternativa D. (A) Correta – art. 201, CTN. (B) Correta – art. 151, II, CTN. (C) Correta 
– art. 186, caput, c/c parágrafo único, CTN. (D) Incorreta – art. 173, I, CTN. (E) Correta – art. 131, II e III, 
CTN. 
 
04. RESPOSTA Alternativa B. (A) Art. 188, CTN. (B) Art. 186, CTN, c/c art. 83, Lei n. 11.101/2005. 
(C) Art. 187, CTN. (D) Art. 189, CTN. (E) Art. 190, CTN. 
 
05. RESPOSTA Alternativa A. (A) Art. 145, CTN. (B) Art. 3º, c/c art. 142, CTN. (C) J. F. REZEK, Direito 
internacional público, p. 4. (D) Art. 151, c/c art. 156, CTN. (E) Art. 176, parágrafo único, CTN. 
 
06. RESPOSTA Alternativa E. Art. 142, c/c art. 173, CTN. 
 
07. RESPOSTA Alternativa E. (A) Incorreta – art. 186, parágrafo único, II, CTN. (B) Incorreta – pela 
redação do parágrafo único, do art. 186, CTN, é possível verificar que o crédito tributário perde posições 
quando o assunto é preferência no regime falimentar. (C) Incorreta – art. 186, parágrafo único, I, CTN. 
(D) Incorreta – art. 186, parágrafo único, III, CTN. (E) Correta – art. 186, parágrafo único, I, CTN. 
 
 
 
12 Administração tributária. 
 
As regras sobre a administração tributária se referem às formalidades acerca dos órgãos e agentes 
responsáveis pela concretização das normas tributárias. 
A EC nº 42/03 previu expressamente na CF/88 que as administrações tributárias são atividades 
essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, tendo recursos 
prioritários para a realização de suas atividades, mediante, inclusive, vinculação de receitas de impostos 
para tais fins. Com a Lei nº 11.457/07 foi criada a SRFB, que passou a ser responsável por administrar e 
arrecadar todos os tributos federais, à exceção de algumas poucas contribuições e taxas. 
 
12.1 Fiscalização. 
 
A fiscalização é atividade indispensável à efetividade da tributação, estando a ela sujeitas todas as 
pessoas. Ela não se confunde com o resultado da fiscalização, que pode encerrar em lançamento de 
tributos e imposição de multas. 
Contra a fiscalização regularmente efetivada ninguém pode se opor, tendo, inclusive, o dever de 
facilitá-la. Contra eventuais lançamentos e aplicações de multas, diferentemente, há vários meios de 
impugnação, seja na esfera administrativa ou judicial. 
12. Administração tributária: fiscalização. 
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. 71 
 
Poderes das Autoridades Fiscais 
 
Os poderes são concedidos pelo legislador na exata medida para o eficiente exercício das atividades 
de fiscalização e arrecadação, levando em consideração a natureza específica de cada tributo ou em 
caráter geral. 
A legislação relativa à fiscalização aplica-se às pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, 
inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal. Nesse sentido, é o texto 
do CTN: 
 
Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará, em caráter geral, ou 
especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes 
das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação. 
Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às pessoas naturais ou 
jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de isenção de 
caráter pessoal. 
 
Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais 
excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, 
papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da 
obrigação destes de exibi-los. 
Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes 
dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos 
tributários decorrentes das operações a que se refiram. 
 
Havendo negativa ou mera obstaculização da pessoa fiscalizada à exibição de documentos, pode o 
Fisco buscar em juízo acesso aos mesmos. Esse acesso não está sujeito à existência e comprovação de 
qualquer suspeita de irregularidade, é um direito potestativo da Fazenda Pública. Como consequência à 
negativa, sujeita-se o fiscalizado a multa, lançamento por arbitramento, denuncia por desacato, sujeição 
à força policial, ação de busca e apreensão etc. 
A própria CF/88 autoriza a Administração Tributária a entrar na intimidade econômica dos particulares 
mediante a identificação de seus patrimônios, rendimentos e atividades econômicas. 
O caráter sigiloso da escrituração comercial e fiscal e seus documentos não poderão ser opostos ao 
fisco, devendo os sujeitos passivos mantê-los até que ocorra a prescrição dos créditos decorrentes (não 
é correto falar que devem preservar os documentos por 05 anos, já que a prescrição pode ser suspensa 
ou interrompida). Inclusive, a Lei nº 8.212/81 determina que os livros comprobatórios dos recolhimentos 
e débitos previdenciários devem ser arquivados por, no mínimo, 10 anos. 
Porém, não podem os agentes de fiscalização atuar de forma abusiva, violando direitos básicos do 
contribuinte, como adentrar em seu domicílio sem autorização etc. 
 
 
Súmula 439, STF: “Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros 
comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação”. 
 
 
Assim, caso o fiscalizado não escriture os livros opcionais, não será obrigado a exibi-los. Porém, se os 
escriturar, o será. 
O CTN listou um rol não taxativo de pessoas obrigadas a atender as requisições fiscais; apesar de não 
taxativo, esse rol somente poderá ser ampliado por lei (art. 197). 
Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade administrativa todas 
as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros: 
I - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício; 
II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras; 
III - as empresas de administração de bens; 
IV - os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais; 
V - os inventariantes; 
VI - os síndicos, comissários e liquidatários; 
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. 72 
VII - quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de seu cargo, ofício, 
função, ministério, atividade ou profissão. 
Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo não abrange a prestação de informações 
quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em 
razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão. 
 
No que diz respeito ao inciso II, cabe esclarecer que o STF declarou inconstitucional o art. 5º da LC nº 
105/01 que conferia às autoridades Fazendárias o direito de exigir diretamente das instituições financeiras 
informações bancárias. Nesse sentido: 
DECISÃO RECURSO EXTRAORDINÁRIO – SIGILO DE DADOS BANCÁRIOS – AFASTAMENTO – 
AUSÊNCIA DE ORDEM JUDICIAL – INVIABILIDADE – CONHECIMENTO E PROVIMENTO NOS 
AUTOS DE AGRAVO PROVIDO. 1. Discute-se, na espécie, a possibilidade de acesso do Fisco a 
informações bancárias do contribuinte sem autorização judicial, nos termos da Lei Complementar nº 
105/01 e da Lei nº 9.311/96. 2. O Tribunal, na sessão plenária de 15 de dezembro de 2010, julgando o 
Recurso Extraordinário nº 389.808/PR, da minha relatoria, concluiu conflitar com a Carta da República 
norma legal que atribua à Receita Federal o afastamento do sigilo de dados relativos ao contribuinte, SEM 
PRÉVIA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, considerados os princípios da dignidade humana, da segurança, da 
estabilidade e da não surpresa. 3. Ante o precedente, conheço deste agravo e o provejo, consignando oenquadramento do extraordinário no permissivo da alínea “a” do inciso III do artigo 102 da Constituição 
da República. Aciono o disposto nos artigos 544, § 3º e § 4º, e 557, § 1º-A, do Código de Processo Civil 
e examino, desde logo, o extraordinário, conhecendo-o e provendo-o para, reformando o acórdão de 
origem, ASSENTAR A ILEGITIMIDADE DO ACESSO DO FISCO A INFORMAÇÕES BANCÁRIAS DO 
CONTRIBUINTE SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. Custas pela recorrida, assim como os honorários 
advocatícios, que, presente a previsão do artigo 20 do Código de Processo Civil, fixo na base de 10% 
sobre o valor da causa devidamente corrigido. 4. Publiquem. Brasília, 30 de março de 2011. Ministro 
MARCO AURÉLIO Relator 
(STF, AI 737949, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 30/03/2011, publicado em DJe-068 
DIVULG 08/04/2011 PUBLIC 11/04/2011) 
 
As autoridades administrativas poderão requisitar o auxílio de forças públicas de quaisquer entes, que 
não poderá ser recusado pelas autoridades policiais, quando vítimas de embaraço ou desacato no 
exercício de suas funções, ou quando necessário para efetivar medidas previstas na legislação tributária. 
 
O poder de requisitar a força é da autoridade que preside a diligência. Tal força, entretanto, não poderá 
violar os direitos fundamentais, como a inviolabilidade do domicílio ou escritórios profissionais, de forma 
não autorizada, caso que dispensa mandado judicial. 
 
12.2 Dívida ativa. 
 
Podemos conceituar a Dívida Ativa da Fazenda Pública como o conjunto de créditos líquidos e certos 
que compõe o Ativo Permanente (após a Medida Provisória 449/2008, o Ativo Permanente passou a 
integrar o Ativo Não Circulante). 
 
Assim, constitui dívida ativa o valor originário de débito, tributário ou não, a favor dos governos em 
todas as esferas, registrado com essa chancela na Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, no caso da 
União, e nos Estados e Municípios em suas respectivas seccionais, pelo não pagamento de tributo 
juridicamente constituído e esgotadas as exigências de prazos e cobranças. 
 
A inscrição na dívida ativa se dá, por exemplo, na ocorrência de falta do pagamento do IPTU devido 
ao município (sujeito ativo da obrigação tributária). 
 
 
Em síntese: 
Dívida ativa tributária: é aquela que reúne os créditos relativos a tributos 
lançados e não arrecadados. É o crédito da Fazenda Pública proveniente da 
obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas. 
 
Eis o que dispõe o CTN sobre a matéria: 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 73 
CAPÍTULO II 
Dívida Ativa 
 
Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente 
inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para 
pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular. 
Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, para os efeitos deste artigo, a liquidez 
do crédito. 
 
Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará 
obrigatoriamente: 
I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos corresponsáveis, bem como, sempre que possível, 
o domicílio ou a residência de um e de outros; 
II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos; 
III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja 
fundado; 
IV - a data em que foi inscrita; 
V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito. 
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do livro e da 
folha da inscrição. 
 
Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a eles 
relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a 
nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão 
nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente 
poderá versar sobre a parte modificada. 
Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito 
de prova pré-constituída. 
Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova 
inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite. 
 
12.3 Certidões negativas. 
 
São documentos aptos a comprovar a inexistência de débito de determinado contribuinte, de 
determinado tributo ou relativo a determinado período. A inscrição do contribuinte na dívida ativa gera 
uma certidão positiva de débito do contribuinte (sujeito passivo da obrigação tributária) demonstrando sua 
inadimplência e determinando prazos e penalidades previstas na lei. 
 
Certidões Positivas com Efeitos de Negativa 
 
São certidões nas quais, apesar da existência de débitos perante o fisco, o sujeito passivo se encontra 
regular. Com ela, o sujeito poderá praticar quaisquer atos que dependam da apresentação de certidão 
negativa. Ocorre em três situações: 
a) Quando os créditos ainda não estiverem vencidos; 
b) Quando os créditos estão em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora; 
c) Quando os créditos estiverem com a exigibilidade suspensa. 
O servidor que emitir certidão errada por dolo ou fraude responderá pessoalmente pelo crédito 
tributário e juros de mora. Se emitir errada culposamente, não será responsabilizado. 
 
CAPÍTULO III 
Certidões Negativas 
 
 Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível, 
seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha 
todas as informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de 
negócio ou atividade e indique o período a que se refere o pedido. 
Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido 
requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento na 
repartição. 
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. 74 
 
Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a 
existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada 
a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa. 
 
Art. 207. Independentemente de disposição legal permissiva, será dispensada a prova de 
quitação de tributos, ou o seu suprimento, quando se tratar de prática de ato indispensável para 
evitar a caducidade de direito, respondendo, porém, todos os participantes no ato pelo tributo 
porventura devido, juros de mora e penalidades cabíveis, exceto as relativas a infrações cuja 
responsabilidade seja pessoal ao infrator. 
 
Art. 208. A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra a Fazenda 
Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e juros 
de mora acrescidos. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não exclui a responsabilidade criminal e funcional que 
no caso couber. 
 
Questões 
 
01. (CODEBA– Advogado –FGV– 2010) Com relação à dívida ativa tributária, é INCORRETO afirmar 
que 
(A) o controle da legalidade da inscrição em dívida ativa é a derradeira oportunidade que a 
Administração tem de rever os requisitos dos atos praticados no processo administrativo de cobrança, 
ocasião em que ainda pode modificá-los. 
(B) somente se admite a inscrição de débito em dívida ativa após o decurso do prazo fixado para 
pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo administrativo. 
(C) provém de crédito de igual natureza 
(D) as informações relativas a inscrições na dívida ativa da fazenda pública podem ser divulgadas, 
sem que isso configure violação ao sigilo fiscal. 
(E) uma vez inscrito o débito em dívida ativa, tem-se que o título representativo desta goza de 
presunção de liquidez e certeza. 
 
02. (TJ-PA–Juiz –FGV– 2009) Agentes do Fisco Estadual apreenderam notas e livros fiscais, durante 
determinada atividade fiscalizadora na empresa Beta, sem estarem munidos de mandado judicial para tal 
fim. Esse procedimento é considerado: 
(A) ilegal, pois qualquer apreensão de bem de empresa só pode ser feita através de mandado judicial. 
(B) abusivo, por representar excesso do exercício do poder de fiscalização. 
(C) inconstitucional, pois desta forma estariam quebrando o sigilo de dados da empresa. 
(D) legal, sendo os documentos de exibição obrigatória pelo contribuinte. 
(E) legal, se houver circunstância que o faça necessário, mas deve ser seguido do pedido ao Juiz que 
o convalide. 
 
03. (AGU-PFN– Procurador –ESAF– 2012) Sobre a Dívida Ativa da União, é incorreto afirmar que: 
(A) seu conceito abrange qualquer valor cuja cobrança seja atribuída por determinação legal às 
autarquias federais. 
(B) à Dívida Ativa da União, de qualquer natureza, aplicam-se as normas relativas à responsabilidade 
prevista na legislação tributária, civil e comercial. 
(C) a inscrição em Dívida Ativa da União suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de direito, 
pelo prazo previsto na lei, ou até a distribuição da respectiva execução fiscal, se esta ocorrer antes de 
findo aquele prazo 
(D) a Dívida Ativa da União, somente se for de natureza tributária, será apurada e inscrita na 
Procuradoria da Fazenda Nacional. 
(E) a inscrição em Dívida Ativa da União, que se constitui no ato de controle administrativo da 
legalidade, será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito. 
 
04. (AGU-PFN– Procurador –ESAF– 2012) Sobre o intercâmbio de informações protegidas pelo sigilo 
fiscal, entre as fazendas públicas dos entes federados, podemos afirmar, exceto, que: 
(A) não permite o compartilhamento de cadastros entre as administrações tributárias da União, dos 
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. 
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. 75 
(B) é menos rigoroso do que o envio de informações a autoridades não fazendárias, pois deve ser 
precedido de verificação acerca da regular instauração do processo administrativo e do objeto deste. 
(C) será executado ao amparo de forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por força de lei 
ou convênio. 
(D) dá amparo, consoante entendimento do STF, à chamada prova emprestada entre o fisco federal e 
o fisco estadual, sendo tal prova coligida mediante a garantia do contraditório. 
(E) prescinde de justificação e abrange tanto aspectos empresariais quanto bancários. 
 
05. (Curitiba-PR – Procurador– PUCPR–2007) Quanto à Administração Tributária, marque a 
alternativa INCORRETA: 
(A) A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios prestar-se-ão 
mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma 
estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio. 
(B) A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de fiscalização lavrará 
os termos necessários para que se documente o início do procedimento, na forma da legislação aplicável, 
que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas. 
(C) mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade administrativa todas as 
informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros os bancos, 
casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras. 
(D) Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes 
ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos 
comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los. 
(E) A legislação que rege a fiscalização tributária não se aplica às pessoas naturais ou jurídicas que 
gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal. 
 
Respostas: 
 
01. RESPOSTA Alternativa A. (A) Incorreta – art. 2º, § 3º, c/c § 8º, Lei n. 6.830/80. (B) Correta – art. 
201, CTN. (C) Correta – art. 201, CTN. (D) Correta – art. 198, § 3º, II, CTN. (E) Correta – art. 204, CTN. 
02. RESPOSTA Alternativa D. Art. 195, parágrafo único, CTN, e Súmula 439, STF. 
03. RESPOSTA Alternativa D. (A) Correta – art. 2º, § 1º, c/c art. 1º, Lei n. 6.830/80. (B) Correta – art. 
4º, § 2º, Lei n. 6.830/80. (C) Correta – art. 2º, § 3º, Lei n. 6.830/80. (D) Incorreta – art. 2º, § 4º, Lei n. 
6.830/80. (E) Correta – art. 2º, § 3º, Lei n. 6.830/80. 
04. RESPOSTA Alternativa A. Vide Art. 199, CTN. 
05. RESPOSTA Alternativa E. (A) Correta – art. 199, CTN. (B) Correta – art. 196, CTN. (C) Correta – 
art. 197, II, CTN. (D) Correta – art. 195, CTN. (E) Incorreta – art. 194, parágrafo único, CTN. 
 
 
 
A Lei Geral, também conhecida como Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno 
Porte, foi instituída pela Lei Complementar Federal n° 123/2006 para regulamentar o disposto na 
Constituição, que prevê o tratamento favorecido, simplificado e diferenciado a esse setor. 
Seu objetivo basilar é o de fomentar o desenvolvimento e a competitividade dos pequenos negócios, 
como estratégia de geração de emprego, distribuição de renda, inclusão social, redução da informalidade 
e fortalecimento da economia. 
Os benefícios criados pela Lei Geral, a exceção do tratamento tributário diferenciado, aplicam-se 
também ao produtor rural pessoa física e ao agricultor familiar. 
A síntese dos principais dispositivos da Lei Geral é apresentada a seguir. 
 
A LEI GERAL CLASSIFICA OS PEQUENOS NEGÓCIOS COM BASE NA RECEITA BRUTA ANUAL: 
 
- Microempreendedor Individual: até R$ 60.000,00; 
- Microempresa: até R$ 360.000,00; 
- Empresa de Pequeno Porte: de R$ 360.000,00 até R$ 3.600.000,00; 
 
13. Simples Nacional – Lei Complementar nº 123/2006 e 
alterações. 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 76 
A LEI GERAL ASSEGURA A OBRIGATORIEDADE DO TRATAMENTO DIFERENCIADO PARA OS 
PEQUENOS NEGÓCIOS: 
 
Toda nova obrigação que atingir os pequenos negócios deverá especificar, no instrumento que a 
instituiu, o tratamento diferenciado, sob pena de não ser aplicada às Micro e Pequenas Empresas. 
As instâncias gestoras do tratamento diferenciado para micro e pequenas empresas são o 
Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN), vinculado ao Ministério da Fazenda; o Fórum Permanente 
das Micro e Pequenas Empresas e o Comitê para Gestão da Rede Nacional para Simplificação do 
Registro e Legalização de Empresas e Negócios (CGSIM), vinculados à Secretaria da Micro e Pequena 
Empresa da Presidência da República. 
 
A LEI GERAL DESBUROCRATIZA A INSCRIÇÃO E BAIXA DAS EMPRESAS: 
 
O processo de registro e legalização de empresas deve ter trâmite simplificado e unificado, integrando 
todos os órgãos envolvidos por meio de sistema informatizado, e adotando o seguinte sequenciamento 
das etapas: consulta prévia do nome empresarial e viabilidade de localização, registro empresarial, 
inscrições fiscais e licenciamento de atividades. Fica instituída a entrada única de dados e documentos. 
O sistema informatizado deve permitir o compartilhamento de dados e a criação da base cadastral 
única de empresas. O CNPJ será a identificação nacional utilizada no cadastro único, dispensando-se as 
demais inscrições. Fica instituído o Alvará de Funcionamento Provisório, permitindo que empresas de 
baixo grau de risco iniciem suas atividades logo após o registro, inclusive em áreas ou edificação sem 
regulação fundiária ou imobiliária, inclusive habite-se, bem como na residência do empresário. 
A baixa de pequenos negócios é simplificada, transferindo-se para o titular da empresa os débitos 
porventura existentes. 
É vedada, aos órgãos participantes dos processos de registro, alteração e baixa de empresas, a 
criação de qualquer exigência não prevista em lei. 
A determinação do grau de risco dasatividades econômicas definida pelo CGSIM será aplicada no 
âmbito estadual ou municipal, caso não exista lei local específica. 
 
A LEI GERAL INSTITUI O REGIME TRIBUTÁRIO ESPECIAL E FACULTATIVO PARA OS 
PEQUENOS NEGÓCIOS – SIMPLES NACIONAL 
 
Todas as atividades econômicas, com exceção das especificamente vedadas, podem optar pelo 
Simples tendo como critério único o teto de faturamento (3,6 milhões). 
Para a micro e pequena empresa, o Simples Nacional engloba o recolhimento de oito impostos em 
uma única guia (Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ; Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – 
CSLL; PIS/PASEP; Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS; Imposto sobre 
Produtos Industrializados – IPI; Contribuição Patronal Previdenciária – CPP; Imposto sobre Circulação 
de Mercadorias e Serviços – ICMS; Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS). 
Para o Microempreendedor Individual, o Simples Nacional engloba três impostos em uma única guia, 
(Contribuição Patronal Previdenciária – CPP; Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – 
ICMS; Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS). Os pagamentos serão em valores mensais 
fixos, independentemente do valor da receita bruta. O MEI é isento dos outros impostos. 
Os Estados que contribuem com menos de 5% do PIB nacional podem adotar sublimites para fim de 
recolhimento do ICMS e do ISS. 
A aplicação da Substituição Tributária do ICMS para os optantes do Simples Nacional será 
regulamentada pela Lei Geral a partir de 2016. 
É vedada, aos entes federativos, a exigência de obrigações tributárias acessórias relativas aos tributos 
incluídos no Simples, além das estipuladas pelo Comitê Gestor do Simples Nacional. 
As multas aplicadas aos pequenos negócios, decorrentes do não cumprimento de suas obrigações 
tributárias acessórias, terão seus valores reduzidos. 
 
A LEI GERAL INSTITUI O MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL: 
 
Microempreendedor Individual (MEI) é o empresário individual legalizado que tenha receita bruta anual 
de até R$ 60.000,00 e optante pelo Simples Nacional, que não esteja impedido, pela Lei Geral, de optar 
por esta categoria – o MEI não pode possuir mais de um estabelecimento ou participar de outra empresa 
como sócio ou titular. Também não pode exercer atividades de serviços tributadas pelos Anexos V ou VI 
da Lei Geral. 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 77 
O MEI também pode ter um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria. 
O Microempreendedor Individual é dispensado do pagamento de todos os custos, taxas, emolumentos 
e outros, relativos a inscrição, licenciamento ou baixa de seu negócio. 
O MEI também é dispensado do pagamento de contribuições para órgãos sindicais, de 
regulamentação, de anotação de responsabilidade técnica, de vistoria e fiscalização do exercício de 
profissões regulamentadas. A cobrança destas contribuições somente poderá ser efetuada mediante 
prévia autorização do MEI. 
Fica vedado às concessionárias de serviços públicos o aumento das tarifas pagas pelo MEI por conta 
da modificação de sua condição de pessoa física para jurídica. 
 
A LEI GERAL DETERMINA A FISCALIZAÇÃO ORIENTADORA PARA OS PEQUENOS NEGÓCIOS: 
 
A fiscalização dos pequenos negócios, nos aspectos trabalhista, metrológico, sanitário, ambiental, de 
segurança e de uso e ocupação do solo, devem ser prioritariamente orientadora (educativa e não punitiva) 
e baseada no critério de dupla visita, salvo nos casos em que a atividade ou a situação não forem 
compatíveis com este procedimento. 
A inobservância do critério da dupla visita implica na nulidade dos autos de infração. 
Os órgãos e entidades da administração pública federal, estadual, distrital e municipal devem observar 
o princípio do tratamento diferenciado e favorecido para os pequenos negócios na ocasião da fixação dos 
valores das multas e das demais sanções administrativas. 
 
A LEI GERAL DETERMINA A OBRIGATORIEDADE DE TRATAMENTO DIFERENCIADO E 
SIMPLIFICADO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS NAS LICITAÇÕES PÚBLICAS: 
 
As licitações públicas realizadas no âmbito federal, estadual e municipal devem obrigatoriamente 
observar o tratamento diferenciado e favorecido para os pequenos negócios, objetivando a promoção do 
desenvolvimento econômico e social, a ampliação da eficiência das políticas públicas e o incentivo a 
inovação tecnológica. 
Caso não exista legislação estadual ou municipal regulamentando a participação dos pequenos 
negócios nas licitações públicas, deverá ser acatada a legislação federal. 
Para assegurar o tratamento diferenciado e favorecido para os pequenos negócios nas licitações, a 
administração pública deverá: 
- realizar licitações exclusivas para os pequenos negócios até o valor de R$ 80.000,00; 
- exigir dos licitantes a subcontratação de micro e pequena empresa; 
- estabelecer em certames para aquisição de bens de natureza divisível, cota de até 25% para a 
contratação de MPE; 
- assegurar em caso de empate, a possibilidade de negociação e a preferência para contratação de 
micro ou pequena empresa; 
- exigir a comprovação da regularidade fiscal apenas no ato da contratação, considerando prazo 
adicional para sanar restrições. 
 
A LEI GERAL ESTIMULA AS EXPORTAÇÕES DOS PEQUENOS NEGÓCIOS: 
 
- As micro e pequenas empresas optantes pelo Simples Nacional, usufruirão de regime diferenciado 
para a exportação de bens e serviços, com procedimentos simplificados para a habilitação, licenciamento, 
despacho aduaneiro e câmbio. 
- As micro e pequenas empresas poderão auferir receitas de exportações de bens e serviços até o teto 
de R$ 3.600.000,00, adicionais às receitas obtidas no mercado interno, sem que sejam excluídas do 
Simples Nacional. 
 
A LEI GERAL SIMPLIFICA AS RELAÇÕES DE TRABALHO: 
 
- O titular de micro ou pequena empresa pode ser representado perante a Justiça de Trabalho por 
terceiros que conheçam dos fatos, ainda que não possuam vínculo trabalhista ou societário. 
- Os pequenos negócios são liberados do cumprimento de uma série de obrigações trabalhistas, como 
a fixação do Quadro de Trabalho, de anotação de férias dos empregados nas fichas de registro, do 
emprego e matrícula de aprendizes nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem etc. 
- As micro e pequenas empresas podem formar consórcios para acesso aos serviços especializados 
em segurança e medicina do trabalho. 
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. 78 
 
A LEI GERAL ESTIMULA O ASSOCIATIVISMO: 
 
- As micro e pequenas empresas optantes pelo Simples Nacional podem se associar para realizar 
negócios de compras e vendas nos mercados nacionais e internacionais, por meio da constituição de 
Sociedades de Propósito Específico. 
 
A LEI GERAL ESTIMULA O CRÉDITO E A CAPTALIZAÇÃO: 
 
- Cabe aos bancos públicos manter linhas de crédito específicas para os pequenos negócios, bem 
como divulgar os montantes disponíveis e as condições de acesso, que devem prever o tratamento 
simplificado e ágil. 
- Possibilita a criação do Sistema nacional de Garantia de Crédito, com o objetivo de facilitar o acesso 
dos pequenos negócios ao crédito e a demais serviços financeiros. 
- Possibilita a disponibilidade dos recursos do FAT para cooperativas de microcrédito. 
 
A LEI GERAL ESTIMULA A INOVAÇÃO: 
 
- Cabe à União, Estados, Municípios e as respectivas agências de fomento, instituições científicas e 
tecnológicas, núcleos de inovação tecnológica e instituições de apoio manter programas específicos para 
as micro e pequenas empresas. 
- As instituições públicas de fomento à inovação e tecnologia terão como meta a alocação de um 
mínimo de 20% dos recursos federais, estaduais e municipais em pesquisa, desenvolvimento e 
capacitação tecnológica em programas voltados para os pequenos negócios. 
 
A LEI GERAL FACILITA O ACESSO À JUSTIÇA: 
 
- As micro e pequenas empresas devem ser estimuladas a procurar formas alternativas parao 
tratamento de seus conflitos, como os institutos de conciliação prévia, mediação e arbitragem. 
- Deverão ser criados juizados especiais para tratamento das causas relacionadas aos pequenos 
negócios. 
 
LEI COMPLEMENTAR Nº 123, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2006 
 
Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das 
Leis no 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, 
aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, da Lei no 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, 
da Lei Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis no 9.317, de 5 de dezembro de 
1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999. 
 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte Lei Complementar: 
 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
 
Art. 1o Esta Lei Complementar estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e 
favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, especialmente no que se refere: 
I - à apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, mediante regime único de arrecadação, inclusive obrigações acessórias; 
II - ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusive obrigações acessórias; 
III - ao acesso a crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência nas aquisições de bens e serviços 
pelos Poderes Públicos, à tecnologia, ao associativismo e às regras de inclusão. 
IV - ao cadastro nacional único de contribuintes a que se refere o inciso IV do parágrafo único do art. 
146, in fine, da Constituição Federal. 
§ 1o Cabe ao Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) apreciar a necessidade de revisão, a partir 
de 1o de janeiro de 2015, dos valores expressos em moeda nesta Lei Complementar. 
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. 79 
§ 2o (VETADO). 
§ 3o Ressalvado o disposto no Capítulo IV, toda nova obrigação que atinja as microempresas e 
empresas de pequeno porte deverá apresentar, no instrumento que a instituiu, especificação do 
tratamento diferenciado, simplificado e favorecido para cumprimento. 
§ 4o Na especificação do tratamento diferenciado, simplificado e favorecido de que trata o § 3o, deverá 
constar prazo máximo, quando forem necessários procedimentos adicionais, para que os órgãos 
fiscalizadores cumpram as medidas necessárias à emissão de documentos, realização de vistorias e 
atendimento das demandas realizadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte com o 
objetivo de cumprir a nova obrigação. 
§ 5o Caso o órgão fiscalizador descumpra os prazos estabelecidos na especificação do tratamento 
diferenciado e favorecido, conforme o disposto no § 4o, a nova obrigação será inexigível até que seja 
realizada visita para fiscalização orientadora e seja reiniciado o prazo para regularização. 
§ 6o A ausência de especificação do tratamento diferenciado, simplificado e favorecido ou da 
determinação de prazos máximos, de acordo com os §§ 3o e 4o, tornará a nova obrigação inexigível para 
as microempresas e empresas de pequeno porte. 
§ 7o A inobservância do disposto nos §§ 3o a 6o resultará em atentado aos direitos e garantias legais 
assegurados ao exercício profissional da atividade empresarial. 
 
Art. 2o O tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de 
pequeno porte de que trata o art. 1o desta Lei Complementar será gerido pelas instâncias a seguir 
especificadas: 
I - Comitê Gestor do Simples Nacional, vinculado ao Ministério da Fazenda, composto por 4 (quatro) 
representantes da Secretaria da Receita Federal do Brasil, como representantes da União, 2 (dois) dos 
Estados e do Distrito Federal e 2 (dois) dos Municípios, para tratar dos aspectos tributários; e 
II - Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, com a participação dos 
órgãos federais competentes e das entidades vinculadas ao setor, para tratar dos demais aspectos, 
ressalvado o disposto no inciso III do caput deste artigo; 
III - Comitê para Gestão da Rede Nacional para Simplificação do Registro e da Legalização de 
Empresas e Negócios - CGSIM, vinculado à Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da 
República, composto por representantes da União, dos Estados e do Distrito Federal, dos Municípios e 
demais órgãos de apoio e de registro empresarial, na forma definida pelo Poder Executivo, para tratar do 
processo de registro e de legalização de empresários e de pessoas jurídicas. 
§ 1º Os Comitês de que tratam os incisos I e III do caput deste artigo serão presididos e coordenados 
por representantes da União. 
§ 2º Os representantes dos Estados e do Distrito Federal nos Comitês referidos nos incisos I e III 
do caput deste artigo serão indicados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária - CONFAZ e os dos 
Municípios serão indicados, um pela entidade representativa das Secretarias de Finanças das Capitais e 
outro pelas entidades de representação nacional dos Municípios brasileiros. 
§ 3º As entidades de representação referidas no inciso III do caput e no § 2º deste artigo serão aquelas 
regularmente constituídas há pelo menos 1 (um) ano antes da publicação desta Lei Complementar. 
§ 4º Os Comitês de que tratam os incisos I e III do caput deste artigo elaborarão seus regimentos 
internos mediante resolução. 
§ 5o O Fórum referido no inciso II do caput deste artigo tem por finalidade orientar e assessorar a 
formulação e coordenação da política nacional de desenvolvimento das microempresas e empresas de 
pequeno porte, bem como acompanhar e avaliar a sua implantação, sendo presidido e coordenado pela 
Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República. 
§ 6º Ao Comitê de que trata o inciso I do caput deste artigo compete regulamentar a opção, exclusão, 
tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança, dívida ativa, recolhimento e demais itens relativos ao 
regime de que trata o art. 12 desta Lei Complementar, observadas as demais disposições desta Lei 
Complementar. 
§ 7º Ao Comitê de que trata o inciso III do caput deste artigo compete, na forma da lei, regulamentar 
a inscrição, cadastro, abertura, alvará, arquivamento, licenças, permissão, autorização, registros e demais 
itens relativos à abertura, legalização e funcionamento de empresários e de pessoas jurídicas de qualquer 
porte, atividade econômica ou composição societária. 
§ 8o Os membros dos Comitês de que tratam os incisos I e III do caput deste artigo serão designados, 
respectivamente, pelos Ministros de Estado da Fazenda e da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da 
Presidência da República, mediante indicação dos órgãos e entidades vinculados. 
§ 9o O CGSN poderá determinar, com relação à microempresa e à empresa de pequeno porte optante 
pelo Simples Nacional, a forma, a periodicidade e o prazo: 
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. 80 
I - de entrega à Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB de uma única declaração com dados 
relacionados a fatos geradores, base de cálculo e valores da contribuição para a Seguridade Social devida 
sobre a remuneração do trabalho, inclusive a descontada dos trabalhadores a serviço da empresa, do 
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS e outras informações de interesse do Ministério do 
Trabalho e Emprego - MTE, do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS e do Conselho Curador do 
FGTS, observado o disposto no § 7o deste artigo; 
II - do recolhimento das contribuições descritas no inciso I e do FGTS. 
§ 10. O recolhimento de que trata o inciso II do § 9o deste artigo poderá se dar de forma unificada 
relativamente aos tributos apurados na forma do Simples Nacional. 
§ 11. A entrega dadeclaração de que trata o inciso I do § 9o substituirá, na forma regulamentada pelo 
CGSN, a obrigatoriedade de entrega de todas as informações, formulários e declarações a que estão 
sujeitas as demais empresas ou equiparados que contratam trabalhadores, inclusive relativamente ao 
recolhimento do FGTS, à Relação Anual de Informações Sociais e ao Cadastro Geral de Empregados e 
Desempregados. 
§ 12. Na hipótese de recolhimento do FGTS na forma do inciso II do § 9o deste artigo, deve-se 
assegurar a transferência dos recursos e dos elementos identificadores do recolhimento ao gestor desse 
fundo para crédito na conta vinculada do trabalhador. 
§ 13. O documento de que trata o inciso I do § 9o tem caráter declaratório, constituindo instrumento 
hábil e suficiente para a exigência dos tributos, contribuições e dos débitos fundiários que não tenham 
sido recolhidos resultantes das informações nele prestadas. 
 
CAPÍTULO II 
DA DEFINIÇÃO DE MICROEMPRESA E DE EMPRESA DE PEQUENO PORTE 
 
Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de 
pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade 
limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código 
Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas 
Jurídicas, conforme o caso, desde que: 
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 
360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e 
II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 
360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos 
mil reais). 
§ 1º Considera-se receita bruta, para fins do disposto no caput deste artigo, o produto da venda de 
bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas 
operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais 
concedidos. 
§ 2º No caso de início de atividade no próprio ano-calendário, o limite a que se refere o caput deste 
artigo será proporcional ao número de meses em que a microempresa ou a empresa de pequeno porte 
houver exercido atividade, inclusive as frações de meses. 
§ 3º O enquadramento do empresário ou da sociedade simples ou empresária como microempresa ou 
empresa de pequeno porte bem como o seu desenquadramento não implicarão alteração, denúncia ou 
qualquer restrição em relação a contratos por elas anteriormente firmados. 
§ 4º Não poderá se beneficiar do tratamento jurídico diferenciado previsto nesta Lei Complementar, 
incluído o regime de que trata o art. 12 desta Lei Complementar, para nenhum efeito legal, a pessoa 
jurídica: 
I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica; 
II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede no exterior; 
III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra 
empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos desta Lei Complementar, desde que a 
receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; 
IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa não 
beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata 
o inciso II do caput deste artigo; 
V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, 
desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; 
VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo; 
VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica; 
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VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de caixa 
econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora 
ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de 
seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar; 
IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de pessoa 
jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores; 
X - constituída sob a forma de sociedade por ações. 
XI - cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o contratante do serviço, relação de 
pessoalidade, subordinação e habitualidade. 
§ 5o O disposto nos incisos IV e VII do § 4o deste artigo não se aplica à participação no capital de 
cooperativas de crédito, bem como em centrais de compras, bolsas de subcontratação, no consórcio 
referido no art. 50 desta Lei Complementar e na sociedade de propósito específico prevista no art. 56 
desta Lei Complementar, e em associações assemelhadas, sociedades de interesse econômico, 
sociedades de garantia solidária e outros tipos de sociedade, que tenham como objetivo social a defesa 
exclusiva dos interesses econômicos das microempresas e empresas de pequeno porte. 
§ 6º Na hipótese de a microempresa ou empresa de pequeno porte incorrer em alguma das situações 
previstas nos incisos do § 4o, será excluída do tratamento jurídico diferenciado previsto nesta Lei 
Complementar, bem como do regime de que trata o art. 12, com efeitos a partir do mês seguinte ao que 
incorrida a situação impeditiva. 
§ 7o Observado o disposto no § 2o deste artigo, no caso de início de atividades, a microempresa que, 
no ano-calendário, exceder o limite de receita bruta anual previsto no inciso I do caput deste artigo passa, 
no ano-calendário seguinte, à condição de empresa de pequeno porte. 
§ 8o Observado o disposto no § 2o deste artigo, no caso de início de atividades, a empresa de pequeno 
porte que, no ano-calendário, não ultrapassar o limite de receita bruta anual previsto no inciso I 
do caput deste artigo passa, no ano-calendário seguinte, à condição de microempresa. 
§ 9º A empresa de pequeno porte que, no ano-calendário, exceder o limite de receita bruta anual 
previsto no inciso II do caput deste artigo fica excluída, no mês subsequente à ocorrência do excesso, do 
tratamento jurídico diferenciado previsto nesta Lei Complementar, incluído o regime de que trata o art. 
12, para todos os efeitos legais, ressalvado o disposto nos §§ 9o-A, 10 e 12. 
§ 9o-A. Os efeitos da exclusão prevista no § 9o dar-se-ão no ano-calendário subsequente se o excesso 
verificado em relação à receita bruta não for superior a 20% (vinte por cento) do limite referido no inciso 
II do caput. 
§ 10. A empresa de pequeno porte que no decurso do ano-calendário de início de atividade ultrapassar 
o limite proporcional de receita bruta de que trata o § 2o estará excluída do tratamento jurídico diferenciado 
previsto nesta Lei Complementar, bem como do regime de que trata o art. 12 desta Lei Complementar, 
com efeitos retroativos ao início de suas atividades. 
§ 11. Na hipótese de o Distrito Federal, os Estados e os respectivos Municípios adotarem um dos 
limites previstos nos incisos I e II do caput do art. 19 e no art. 20, caso a receita bruta auferida pela 
empresa durante o ano-calendário de início de atividade ultrapasse 1/12 (um doze avos) do limite 
estabelecido multiplicado pelo número de meses de funcionamento nesse período, a empresa não poderá 
recolher o ICMS e o ISS na forma do Simples Nacional, relativos ao estabelecimento localizado na 
unidade da federação que os houver adotado, com efeitos retroativos ao início de suas atividades. 
§ 12. A exclusão de que trata o § 10 não retroagirá ao início das atividades se o excesso verificado 
em relação à receita bruta não for superior a 20% (vinte por cento) do respectivo limite referidonaquele 
parágrafo, hipótese em que os efeitos da exclusão dar-se-ão no ano-calendário subsequente. 
§ 13. O impedimento de que trata o § 11 não retroagirá ao início das atividades se o excesso verificado 
em relação à receita bruta não for superior a 20% (vinte por cento) dos respectivos limites referidos 
naquele parágrafo, hipótese em que os efeitos do impedimento ocorrerão no ano-calendário subsequente. 
§ 14. Para fins de enquadramento como microempresa ou empresa de pequeno porte, poderão ser 
auferidas receitas no mercado interno até o limite previsto no inciso II do caput ou no § 2o, conforme o 
caso, e, adicionalmente, receitas decorrentes da exportação de mercadorias ou serviços, inclusive 
quando realizada por meio de comercial exportadora ou da sociedade de propósito específico prevista no 
art. 56 desta Lei Complementar, desde que as receitas de exportação também não excedam os referidos 
limites de receita bruta anual. 
§ 15. Na hipótese do § 14, para fins de determinação da alíquota de que trata o § 1o do art. 18, da 
base de cálculo prevista em seu § 3o e das majorações de alíquotas previstas em seus §§ 16, 16-A, 17 e 
17-A, serão consideradas separadamente as receitas brutas auferidas no mercado interno e aquelas 
decorrentes da exportação. 
§ 16. O disposto neste artigo será regulamentado por resolução do CGSN. 
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Art. 3o-A. Aplica-se ao produtor rural pessoa física e ao agricultor familiar conceituado na Lei no 11.326, 
de 24 de julho de 2006, com situação regular na Previdência Social e no Município que tenham auferido 
receita bruta anual até o limite de que trata o inciso II do caput do art. 3o o disposto nos arts. 6o e 7o, nos 
Capítulos V a X, na Seção IV do Capítulo XI e no Capítulo XII desta Lei Complementar, ressalvadas as 
disposições da Lei no 11.718, de 20 de junho de 2008. 
Parágrafo único. A equiparação de que trata o caput não se aplica às disposições do Capítulo IV 
desta Lei Complementar. 
 
Art. 3o-B. Os dispositivos desta Lei Complementar, com exceção dos dispostos no Capítulo IV, são 
aplicáveis a todas as microempresas e empresas de pequeno porte, assim definidas pelos incisos I e II 
do caput e § 4o do art. 3o, ainda que não enquadradas no regime tributário do Simples Nacional, por 
vedação ou por opção. 
 
CAPÍTULO III 
DA INSCRIÇÃO E DA BAIXA 
 
Art. 4o Na elaboração de normas de sua competência, os órgãos e entidades envolvidos na abertura 
e fechamento de empresas, dos 3 (três) âmbitos de governo, deverão considerar a unicidade do processo 
de registro e de legalização de empresários e de pessoas jurídicas, para tanto devendo articular as 
competências próprias com aquelas dos demais membros, e buscar, em conjunto, compatibilizar e 
integrar procedimentos, de modo a evitar a duplicidade de exigências e garantir a linearidade do processo, 
da perspectiva do usuário. 
§ 1o O processo de abertura, registro, alteração e baixa da microempresa e empresa de pequeno porte, 
bem como qualquer exigência para o início de seu funcionamento, deverão ter trâmite especial e 
simplificado, preferencialmente eletrônico, opcional para o empreendedor, observado o seguinte: 
I - poderão ser dispensados o uso da firma, com a respectiva assinatura autógrafa, o capital, 
requerimentos, demais assinaturas, informações relativas ao estado civil e regime de bens, bem como 
remessa de documentos, na forma estabelecida pelo CGSIM; e 
II - (Revogado). 
§ 2º (REVOGADO) 
§ 3o Ressalvado o disposto nesta Lei Complementar, ficam reduzidos a 0 (zero) todos os custos, 
inclusive prévios, relativos à abertura, à inscrição, ao registro, ao funcionamento, ao alvará, à licença, ao 
cadastro, às alterações e procedimentos de baixa e encerramento e aos demais itens relativos ao 
Microempreendedor Individual, incluindo os valores referentes a taxas, a emolumentos e a demais 
contribuições relativas aos órgãos de registro, de licenciamento, sindicais, de regulamentação, de 
anotação de responsabilidade técnica, de vistoria e de fiscalização do exercício de profissões 
regulamentadas. 
§ 3o-A. O agricultor familiar, definido conforme a Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006, e identificado 
pela Declaração de Aptidão ao Pronaf - DAP física ou jurídica, bem como o MEI e o empreendedor de 
economia solidária ficam isentos de taxas e outros valores relativos à fiscalização da vigilância 
sanitária. 
§ 4o No caso do MEI, de que trata o art. 18-A desta Lei Complementar, a cobrança associativa ou 
oferta de serviços privados relativos aos atos de que trata o § 3o deste artigo somente poderá ser efetuada 
a partir de demanda prévia do próprio MEI, firmado por meio de contrato com assinatura autógrafa, 
observando-se que: 
I - para a emissão de boletos de cobrança, os bancos públicos e privados deverão exigir das 
instituições sindicais e associativas autorização prévia específica a ser emitida pelo CGSIM; 
II - o desrespeito ao disposto neste parágrafo configurará vantagem ilícita pelo induzimento ao erro em 
prejuízo do MEI, aplicando-se as sanções previstas em lei. 
§ 5o (VETADO). 
 
Art. 5o Os órgãos e entidades envolvidos na abertura e fechamento de empresas, dos 3 (três) âmbitos 
de governo, no âmbito de suas atribuições, deverão manter à disposição dos usuários, de forma 
presencial e pela rede mundial de computadores, informações, orientações e instrumentos, de forma 
integrada e consolidada, que permitam pesquisas prévias às etapas de registro ou inscrição, alteração e 
baixa de empresários e pessoas jurídicas, de modo a prover ao usuário certeza quanto à documentação 
exigível e quanto à viabilidade do registro ou inscrição. 
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. 83 
Parágrafo único. As pesquisas prévias à elaboração de ato constitutivo ou de sua alteração deverão 
bastar a que o usuário seja informado pelos órgãos e entidades competentes: 
I - da descrição oficial do endereço de seu interesse e da possibilidade de exercício da atividade 
desejada no local escolhido; 
II - de todos os requisitos a serem cumpridos para obtenção de licenças de autorização de 
funcionamento, segundo a atividade pretendida, o porte, o grau de risco e a localização; e 
III - da possibilidade de uso do nome empresarial de seu interesse. 
 
Art. 6o Os requisitos de segurança sanitária, metrologia, controle ambiental e prevenção contra 
incêndios, para os fins de registro e legalização de empresários e pessoas jurídicas, deverão ser 
simplificados, racionalizados e uniformizados pelos órgãos envolvidos na abertura e fechamento de 
empresas, no âmbito de suas competências. 
§ 1o Os órgãos e entidades envolvidos na abertura e fechamento de empresas que sejam responsáveis 
pela emissão de licenças e autorizações de funcionamento somente realizarão vistorias após o início de 
operação do estabelecimento, quando a atividade, por sua natureza, comportar grau de risco compatível 
com esse procedimento. 
§ 2o Os órgãos e entidades competentes definirão, em 6 (seis) meses, contados da publicação desta 
Lei Complementar, as atividades cujo grau de risco seja considerado alto e que exigirão vistoria prévia. 
§ 3o Na falta de legislação estadual, distrital ou municipal específica relativa à definição do grau de 
risco da atividade aplicar-se-á resolução do CGSIM. 
§ 4o A classificação de baixo grau de risco permite ao empresário ou à pessoa jurídica a obtenção do 
licenciamento de atividade mediante o simples fornecimento de dados e a substituição da comprovação 
prévia do cumprimento de exigências e restrições por declarações do titular ou responsável. 
§ 5o O disposto neste artigo não é impeditivo da inscrição fiscal. 
 
Art. 7o Exceto nos casos em que o grau de risco da atividade seja considerado alto, os Municípios 
emitirão Alvará de FuncionamentoProvisório, que permitirá o início de operação do estabelecimento 
imediatamente após o ato de registro. 
Parágrafo único. Nos casos referidos no caput deste artigo, poderá o Município conceder Alvará de 
Funcionamento Provisório para o microempreendedor individual, para microempresas e para empresas 
de pequeno porte: 
I - instaladas em área ou edificação desprovidas de regulação fundiária e imobiliária, inclusive habite-
se; ou 
II - em residência do microempreendedor individual ou do titular ou sócio da microempresa ou empresa 
de pequeno porte, na hipótese em que a atividade não gere grande circulação de pessoas. 
 
Art. 8o Será assegurado aos empresários e pessoas jurídicas: 
I - entrada única de dados e documentosII - processo de registro e legalização integrado entre os 
órgãos e entes envolvidos, por meio de sistema informatizado que garanta: 
a) sequenciamento das seguintes etapas: consulta prévia de nome empresarial e de viabilidade de 
localização, registro empresarial, inscrições fiscais e licenciamento de atividade; 
b) criação da base nacional cadastral única de empresas; 
III - identificação nacional cadastral única que corresponderá ao número de inscrição no Cadastro 
Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ. 
§ 1o O sistema de que trata o inciso II do caput deve garantir aos órgãos e entidades integrados: 
I - compartilhamento irrestrito dos dados da base nacional única de empresas; 
II - autonomia na definição das regras para comprovação do cumprimento de exigências nas 
respectivas etapas do processo. 
§ 2o A identificação nacional cadastral única substituirá para todos os efeitos as demais inscrições, 
sejam elas federais, estaduais ou municipais, após a implantação do sistema a que se refere o inciso II 
do caput, no prazo e na forma estabelecidos pelo CGSIM. 
§ 3o É vedado aos órgãos e entidades integrados ao sistema informatizado de que trata o inciso II 
do caput o estabelecimento de exigências não previstas em lei. 
§ 4o A coordenação do desenvolvimento e da implantação do sistema de que trata o inciso II 
do caput ficará a cargo do CGSIM. 
 
Art. 9o O registro dos atos constitutivos, de suas alterações e extinções (baixas), referentes a 
empresários e pessoas jurídicas em qualquer órgão dos 3 (três) âmbitos de governo ocorrerá 
independentemente da regularidade de obrigações tributárias, previdenciárias ou trabalhistas, principais 
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ou acessórias, do empresário, da sociedade, dos sócios, dos administradores ou de empresas de que 
participem, sem prejuízo das responsabilidades do empresário, dos titulares, dos sócios ou dos 
administradores por tais obrigações, apuradas antes ou após o ato de extinção. 
§ 1o O arquivamento, nos órgãos de registro, dos atos constitutivos de empresários, de sociedades 
empresárias e de demais equiparados que se enquadrarem como microempresa ou empresa de pequeno 
porte bem como o arquivamento de suas alterações são dispensados das seguintes exigências: 
I - certidão de inexistência de condenação criminal, que será substituída por declaração do titular ou 
administrador, firmada sob as penas da lei, de não estar impedido de exercer atividade mercantil ou a 
administração de sociedade, em virtude de condenação criminal; 
II - prova de quitação, regularidade ou inexistência de débito referente a tributo ou contribuição de 
qualquer natureza. 
§ 2o Não se aplica às microempresas e às empresas de pequeno porte o disposto no § 2o do art. 1o da 
Lei no 8.906, de 4 de julho de 1994. 
§ 3o (Revogado). 
§ 4o A baixa do empresário ou da pessoa jurídica não impede que, posteriormente, sejam lançados 
ou cobrados tributos, contribuições e respectivas penalidades, decorrentes da falta do cumprimento de 
obrigações ou da prática comprovada e apurada em processo administrativo ou judicial de outras 
irregularidades praticadas pelos empresários, pelas pessoas jurídicas ou por seus titulares, sócios ou 
administradores. 
§ 5o A solicitação de baixa do empresário ou da pessoa jurídica importa responsabilidade solidária dos 
empresários, dos titulares, dos sócios e dos administradores no período da ocorrência dos respectivos 
fatos geradores. 
§ 6º Os órgãos referidos no caput deste artigo terão o prazo de 60 (sessenta) dias para efetivar a baixa 
nos respectivos cadastros. 
§ 7º Ultrapassado o prazo previsto no § 6º deste artigo sem manifestação do órgão competente, 
presumir-se-á a baixa dos registros das microempresas e a das empresas de pequeno porte. 
§ 8o (Revogado). 
§ 9o (Revogado). 
§ 10. (Revogado). 
§ 11. (Revogado). 
 § 12. (Revogado). 
 
Art. 10. Não poderão ser exigidos pelos órgãos e entidades envolvidos na abertura e fechamento de 
empresas, dos 3 (três) âmbitos de governo: 
I - excetuados os casos de autorização prévia, quaisquer documentos adicionais aos requeridos pelos 
órgãos executores do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins e do Registro Civil de 
Pessoas Jurídicas; 
II - documento de propriedade ou contrato de locação do imóvel onde será instalada a sede, filial ou 
outro estabelecimento, salvo para comprovação do endereço indicado; 
III - comprovação de regularidade de prepostos dos empresários ou pessoas jurídicas com seus órgãos 
de classe, sob qualquer forma, como requisito para deferimento de ato de inscrição, alteração ou baixa 
de empresa, bem como para autenticação de instrumento de escrituração. 
 
Art. 11. Fica vedada a instituição de qualquer tipo de exigência de natureza documental ou formal, 
restritiva ou condicionante, pelos órgãos envolvidos na abertura e fechamento de empresas, dos 3 (três) 
âmbitos de governo, que exceda o estrito limite dos requisitos pertinentes à essência do ato de registro, 
alteração ou baixa da empresa. 
 
CAPÍTULO IV 
DOS TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES 
SeçãoI 
Da Instituição e Abrangência 
 
Art. 12. Fica instituído o Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições 
devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional. 
 
Art. 13. O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único de 
arrecadação, dos seguintes impostos e contribuições: 
I - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ; 
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. 85 
II - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, observado o disposto no inciso XII do § 1o deste 
artigo; 
III - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL; 
IV - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, observado o disposto no 
inciso XII do § 1o deste artigo; 
V - Contribuição para o PIS/Pasep, observado o disposto no inciso XII do § 1o deste artigo; 
VI - Contribuição Patronal Previdenciária - CPP para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, 
de que trata o art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no caso da microempresa e da 
empresa de pequeno porte que se dedique às atividades de prestação de serviços referidas no § 5º-C do 
art. 18 desta Lei Complementar; 
VII - Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços 
de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS; 
VIII - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS. 
§ 1o O recolhimento na forma deste artigo não exclui a incidência dos seguintes impostos ou 
contribuições, devidos na qualidade de contribuinte ou responsável, em relação aos quais será observada 
a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas: 
I - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários 
- IOF; 
II - Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros - II; 
III - Imposto sobre a Exportação, para o Exterior, de Produtos Nacionais ou Nacionalizados - IE;IV - Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR; 
V - Imposto de Renda, relativo aos rendimentos ou ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda 
fixa ou variável; 
VI - Imposto de Renda relativo aos ganhos de capital auferidos na alienação de bens do ativo 
permanente; 
VII - Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos 
de Natureza Financeira - CPMF; 
VIII - Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS; 
IX - Contribuição para manutenção da Seguridade Social, relativa ao trabalhador; 
X - Contribuição para a Seguridade Social, relativa à pessoa do empresário, na qualidade de 
contribuinte individual; 
XI - Imposto de Renda relativo aos pagamentos ou créditos efetuados pela pessoa jurídica a pessoas 
físicas; 
XII - Contribuição para o PIS/Pasep, Cofins e IPI incidentes na importação de bens e serviços; 
XIII - ICMS devido: 
a) nas operações sujeitas ao regime de substituição tributária, tributação concentrada em uma única 
etapa (monofásica) e sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do imposto com encerramento 
de tributação, envolvendo combustíveis e lubrificantes; energia elétrica; cigarros e outros produtos 
derivados do fumo; bebidas; óleos e azeites vegetais comestíveis; farinha de trigo e misturas de farinha 
de trigo; massas alimentícias; açúcares; produtos lácteos; carnes e suas preparações; preparações à 
base de cereais; chocolates; produtos de padaria e da indústria de bolachas e biscoitos; sorvetes e 
preparados para fabricação de sorvetes em máquinas; cafés e mates, seus extratos, essências e 
concentrados; preparações para molhos e molhos preparados; preparações de produtos vegetais; rações 
para animais domésticos; veículos automotivos e automotores, suas peças, componentes e acessórios; 
pneumáticos; câmaras de ar e protetores de borracha; medicamentos e outros produtos farmacêuticos 
para uso humano ou veterinário; cosméticos; produtos de perfumaria e de higiene pessoal; papéis; 
plásticos; canetas e malas; cimentos; cal e argamassas; produtos cerâmicos; vidros; obras de metal e 
plástico para construção; telhas e caixas d’água; tintas e vernizes; produtos eletrônicos, eletroeletrônicos 
e eletrodomésticos; fios; cabos e outros condutores; transformadores elétricos e reatores; disjuntores; 
interruptores e tomadas; isoladores; para-raios e lâmpadas; máquinas e aparelhos de ar-condicionado; 
centrifugadores de uso doméstico; aparelhos e instrumentos de pesagem de uso doméstico; extintores; 
aparelhos ou máquinas de barbear; máquinas de cortar o cabelo ou de tosquiar; aparelhos de depilar, 
com motor elétrico incorporado; aquecedores elétricos de água para uso doméstico e termômetros; 
ferramentas; álcool etílico; sabões em pó e líquidos para roupas; detergentes; alvejantes; esponjas; 
palhas de aço e amaciantes de roupas; venda de mercadorias pelo sistema porta a porta; nas operações 
sujeitas ao regime de substituição tributária pelas operações anteriores; e nas prestações de serviços 
sujeitas aos regimes de substituição tributária e de antecipação de recolhimento do imposto com 
encerramento de tributação; 
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. 86 
b) por terceiro, a que o contribuinte se ache obrigado, por força da legislação estadual ou distrital 
vigente; 
c) na entrada, no território do Estado ou do Distrito Federal, de petróleo, inclusive lubrificantes e 
combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, bem como energia elétrica, quando não destinados à 
comercialização ou industrialização; 
d) por ocasião do desembaraço aduaneiro; 
e) na aquisição ou manutenção em estoque de mercadoria desacobertada de documento fiscal; 
f) na operação ou prestação desacobertada de documento fiscal; 
g) nas operações com bens ou mercadorias sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do 
imposto, nas aquisições em outros Estados e Distrito Federal: 
1. com encerramento da tributação, observado o disposto no inciso IV do § 4º do art. 18 desta Lei 
Complementar; 
2. sem encerramento da tributação, hipótese em que será cobrada a diferença entre a alíquota interna 
e a interestadual, sendo vedada a agregação de qualquer valor; 
h) nas aquisições em outros Estados e no Distrito Federal de bens ou mercadorias, não sujeitas ao 
regime de antecipação do recolhimento do imposto, relativo à diferença entre a alíquota interna e a 
interestadual; 
XIV - ISS devido: 
a) em relação aos serviços sujeitos à substituição tributária ou retenção na fonte; 
b) na importação de serviços; 
XV - demais tributos de competência da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, 
não relacionados nos incisos anteriores. 
§ 2o Observada a legislação aplicável, a incidência do imposto de renda na fonte, na hipótese do inciso 
V do § 1o deste artigo, será definitiva. 
§ 3o As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional ficam 
dispensadas do pagamento das demais contribuições instituídas pela União, inclusive as contribuições 
para as entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical, 
de que trata o art. 240 da Constituição Federal, e demais entidades de serviço social autônomo. 
§ 4o (VETADO). 
§ 5º A diferença entre a alíquota interna e a interestadual de que tratam as alíneas g e h do inciso XIII 
do § 1º deste artigo será calculada tomando-se por base as alíquotas aplicáveis às pessoas jurídicas não 
optantes pelo Simples Nacional. 
§ 6º O Comitê Gestor do Simples Nacional: 
I - disciplinará a forma e as condições em que será atribuída à microempresa ou empresa de pequeno 
porte optante pelo Simples Nacional a qualidade de substituta tributária; e 
II - poderá disciplinar a forma e as condições em que será estabelecido o regime de antecipação do 
ICMS previsto na alínea g do inciso XIII do § 1º deste artigo. 
§ 7o O disposto na alínea a do inciso XIII do § 1o será disciplinado por convênio celebrado pelos Estados 
e pelo Distrito Federal, ouvidos o CGSN e os representantes dos segmentos econômicos envolvidos. 
§ 8o Em relação às bebidas não alcóolicas, massas alimentícias, produtos lácteos, carnes e suas 
preparações, preparações à base de cereais, chocolates, produtos de padaria e da indústria de bolachas 
e biscoitos, preparações para molhos e molhos preparados, preparações de produtos vegetais, telhas e 
outros produtos cerâmicos para construção e detergentes, aplica-se o disposto na alínea a do inciso XIII 
do § 1o aos fabricados em escala industrial relevante em cada segmento, observado o disposto no § 
7o. 
 
Art. 14. Consideram-se isentos do imposto de renda, na fonte e na declaração de ajuste do 
beneficiário, os valores efetivamente pagos ou distribuídos ao titular ou sócio da microempresa ou 
empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional, salvo os que corresponderem a pró-labore, 
aluguéis ou serviços prestados. 
§ 1o A isenção de que trata o caput deste artigo fica limitada ao valor resultante da aplicação dos 
percentuais de que trata o art. 15 da Lei no 9.249, de 26 de dezembro de 1995, sobre a receita bruta 
mensal, no caso de antecipação de fonte, ou da receita bruta total anual, tratando-se de declaração de 
ajuste, subtraído do valor devido na forma do Simples Nacional no período. 
§ 2o O disposto no § 1o deste artigo não se aplica na hipótese de a pessoa jurídica manter escrituração 
contábil e evidenciar lucro superior àquele limite. 
 
Art. 15. (VETADO). 
 
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. 87 
Art. 16. A opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica enquadrada na condição de microempresa 
e empresa de pequeno porte dar-se-á na forma a ser estabelecida em ato do Comitê Gestor, sendo 
irretratável para todo o ano-calendário. 
§ 1o Para efeito de enquadramento no Simples Nacional, considerar-se-á microempresa ou empresa 
de pequeno porte aquela cuja receitabruta no ano-calendário anterior ao da opção esteja compreendida 
dentro dos limites previstos no art. 3o desta Lei Complementar. 
§ 1º-A. A opção pelo Simples Nacional implica aceitação de sistema de comunicação eletrônica, 
destinado, dentre outras finalidades, a: 
I - cientificar o sujeito passivo de quaisquer tipos de atos administrativos, incluídos os relativos ao 
indeferimento de opção, à exclusão do regime e a ações fiscais; 
II - encaminhar notificações e intimações; e 
III - expedir avisos em geral. 
§ 1º-B. O sistema de comunicação eletrônica de que trata o § 1o-A será regulamentado pelo CGSN, 
observando-se o seguinte: 
I - as comunicações serão feitas, por meio eletrônico, em portal próprio, dispensando-se a sua 
publicação no Diário Oficial e o envio por via postal; 
II - a comunicação feita na forma prevista no caput será considerada pessoal para todos os efeitos 
legais; 
III - a ciência por meio do sistema de que trata o § 1o-A com utilização de certificação digital ou de 
código de acesso possuirá os requisitos de validade; 
IV - considerar-se-á realizada a comunicação no dia em que o sujeito passivo efetivar a consulta 
eletrônica ao teor da comunicação; e 
V - na hipótese do inciso IV, nos casos em que a consulta se dê em dia não útil, a comunicação será 
considerada como realizada no primeiro dia útil seguinte. 
§ 1º-C. A consulta referida nos incisos IV e V do § 1º-B deverá ser feita em até 45 (quarenta e cinco) 
dias contados da data da disponibilização da comunicação no portal a que se refere o inciso I do § 1º-B, 
ou em prazo superior estipulado pelo CGSN, sob pena de ser considerada automaticamente realizada na 
data do término desse prazo. 
§ 1º-D. Enquanto não editada a regulamentação de que trata o § 1o-B, os entes federativos poderão 
utilizar sistemas de comunicação eletrônica, com regras próprias, para as finalidades previstas no § 1º-A, 
podendo a referida regulamentação prever a adoção desses sistemas como meios complementares de 
comunicação. 
§ 2o A opção de que trata o caput deste artigo deverá ser realizada no mês de janeiro, até o seu último 
dia útil, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do ano-calendário da opção, ressalvado o disposto no 
§ 3o deste artigo. 
§ 3o A opção produzirá efeitos a partir da data do início de atividade, desde que exercida nos termos, 
prazo e condições a serem estabelecidos no ato do Comitê Gestor a que se refere o caput deste artigo. 
§ 4o Serão consideradas inscritas no Simples Nacional, em 1o de julho de 2007, as microempresas e 
empresas de pequeno porte regularmente optantes pelo regime tributário de que trata a Lei no 9.317, de 
5 de dezembro de 1996, salvo as que estiverem impedidas de optar por alguma vedação imposta por 
esta Lei Complementar. 
§ 5o O Comitê Gestor regulamentará a opção automática prevista no § 4o deste artigo. 
§ 6o O indeferimento da opção pelo Simples Nacional será formalizado mediante ato da Administração 
Tributária segundo regulamentação do Comitê Gestor. 
 
Seção II 
Das Vedações ao Ingresso no Simples Nacional 
 
Art. 17. Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a 
microempresa ou a empresa de pequeno porte: 
I - que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, 
gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos 
(asset management), compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de 
prestação de serviços (factoring); 
II - que tenha sócio domiciliado no exterior; 
III - de cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou 
municipal; 
IV - (REVOGADO) 
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V - que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou com as Fazendas Públicas 
Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa; 
VI - que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros, exceto quando na 
modalidade fluvial ou quando possuir características de transporte urbano ou metropolitano ou realizar-
se sob fretamento contínuo em área metropolitana para o transporte de estudantes ou trabalhadores; 
VII - que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia elétrica; 
VIII - que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e motocicletas; 
IX - que exerça atividade de importação de combustíveis; 
X - que exerça atividade de produção ou venda no atacado de: 
a) cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e pólvoras, explosivos 
e detonantes; 
b) bebidas a seguir descritas: 
1 - alcoólicas; 
2. (Revogado); 
3. (Revogado); 
4 - cervejas sem álcool; 
XI - (Revogado); 
XII - que realize cessão ou locação de mão-de-obra; 
XIII - (Revogado); 
XIV - que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis. 
XV - que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir a prestação de 
serviços tributados pelo ISS. 
XVI - com ausência de inscrição ou com irregularidade em cadastro fiscal federal, municipal ou 
estadual, quando exigível. 
§ 1º As vedações relativas a exercício de atividades previstas no caput deste artigo não se aplicam às 
pessoas jurídicas que se dediquem exclusivamente às atividades referidas nos §§ 5o-B a 5o-E do art. 18 
desta Lei Complementar, ou as exerçam em conjunto com outras atividades que não tenham sido objeto 
de vedação no caput deste artigo. 
I - (REVOGADO) 
II - (REVOGADO) 
III - (REVOGADO) 
IV - (REVOGADO) 
V - (REVOGADO) 
VI - (REVOGADO) 
VII - (REVOGADO) 
VIII - (REVOGADO) 
IX - (REVOGADO) 
X - (REVOGADO) 
XI - (REVOGADO) 
XII - (REVOGADO) 
XIII - (REVOGADO) 
XIV - (REVOGADO) 
XV - (REVOGADO) 
XVI - (REVOGADO) 
XVII - (REVOGADO) 
XVIII - (REVOGADO) 
XIX - (REVOGADO) 
XX - (REVOGADO) 
XXI - (REVOGADO) 
XXII - (VETADO); 
XXIII - (REVOGADO) 
XXIV - (REVOGADO) 
XXV - (REVOGADO) 
XXVI - (REVOGADO) 
XXVII - (REVOGADO) 
XXVIII - (VETADO). 
§ 2o Também poderá optar pelo Simples Nacional a microempresa ou empresa de pequeno porte que 
se dedique à prestação de outros serviços que não tenham sido objeto de vedação expressa neste artigo, 
desde que não incorra em nenhuma das hipóteses de vedação previstas nesta Lei Complementar. 
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§ 3o (VETADO). 
§ 4º Na hipótese do inciso XVI do caput, deverá ser observado, para o MEI, o disposto no art. 4o desta 
Lei Complementar. 
 
Seção III 
Das Alíquotas e Base de Cálculo 
 
Art. 18. O valor devido mensalmente pela microempresa ou empresa de pequeno porte, optante pelo 
Simples Nacional, será determinado mediante aplicação das alíquotas constantes das tabelas dos Anexos 
I a VI desta Lei Complementar sobre a base de cálculo de que trata o § 3o deste artigo, observado o 
disposto no § 15 do art. 3o. 
§ 1o Para efeito de determinação da alíquota, o sujeito passivo utilizará a receita bruta acumulada nos 
12 (doze) meses anteriores ao do período de apuração. 
§ 2o Em caso de início de atividade, os valores de receita bruta acumulada constantes das tabelas dos 
Anexos I a VI desta Lei Complementar devem ser proporcionalizados ao número de meses de atividade 
no período. 
§ 3o Sobre a receita bruta auferida no mês incidirá a alíquota determinada na forma do caput e dos §§ 
1o e 2o deste artigo, podendo tal incidência se dar, à opção do contribuinte, na forma regulamentada pelo 
Comitê Gestor, sobre a receita recebida no mês, sendo essa opção irretratável para todo o ano-
calendário. 
§ 4o O contribuinte deverá considerar, destacadamente, para fim de pagamento, as receitas 
decorrentes da: 
I - revenda de mercadorias, que serão tributadas na forma do Anexo I desta Lei Complementar; 
II - venda de mercadorias industrializadas pelo contribuinte, queserão tributadas na forma do Anexo II 
desta Lei Complementar; 
III - prestação de serviços de que trata o § 5o-B deste artigo e dos serviços vinculados à locação de 
bens imóveis e corretagem de imóveis desde que observado o disposto no inciso XV do art. 17, que serão 
tributados na forma do Anexo III desta Lei Complementar; 
IV - prestação de serviços de que tratam os §§ 5o-C a 5o-F e 5o-I deste artigo, que serão tributadas na 
forma prevista naqueles parágrafos; 
V - locação de bens móveis, que serão tributadas na forma do Anexo III desta Lei Complementar, 
deduzida a parcela correspondente ao ISS; 
VI - atividade com incidência simultânea de IPI e de ISS, que serão tributadas na forma do Anexo II 
desta Lei Complementar, deduzida a parcela correspondente ao ICMS e acrescida a parcela 
correspondente ao ISS prevista no Anexo III desta Lei Complementar; 
VII - comercialização de medicamentos e produtos magistrais produzidos por manipulação de 
fórmulas: a) sob encomenda para entrega posterior ao adquirente, em caráter pessoal, mediante 
prescrições de profissionais habilitados ou indicação pelo farmacêutico, produzidos no próprio 
estabelecimento após o atendimento inicial, que serão tributadas na forma do Anexo III desta Lei 
Complementar; 
b) nos demais casos, quando serão tributadas na forma do Anexo I desta Lei Complementar. 
§ 4o-A. O contribuinte deverá segregar, também, as receitas: 
I - decorrentes de operações ou prestações sujeitas à tributação concentrada em uma única etapa 
(monofásica), bem como, em relação ao ICMS, que o imposto já tenha sido recolhido por substituto 
tributário ou por antecipação tributária com encerramento de tributação; 
II - sobre as quais houve retenção de ISS na forma do § 6o deste artigo e § 4o do art. 21 desta Lei 
Complementar, ou, na hipótese do § 22-A deste artigo, seja devido em valor fixo ao respectivo 
município; 
III - sujeitas à tributação em valor fixo ou que tenham sido objeto de isenção ou redução de ISS ou de 
ICMS na forma prevista nesta Lei Complementar; 
IV - decorrentes da exportação para o exterior, inclusive as vendas realizadas por meio de comercial 
exportadora ou da sociedade de propósito específico prevista no art. 56 desta Lei Complementar; 
V - sobre as quais o ISS seja devido a Município diverso do estabelecimento prestador, quando será 
recolhido no Simples Nacional. 
 § 5º As atividades industriais serão tributadas na forma do Anexo II desta Lei Complementar.. 
I - (REVOGADO) 
II - (REVOGADO) 
III - (REVOGADO) 
IV - (REVOGADO) 
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V - (REVOGADO) 
VI - (REVOGADO) 
VII - (REVOGADO). 
§ 5o-A. (Revogado). 
§ 5º-B Sem prejuízo do disposto no § 1º do art. 17 desta Lei Complementar, serão tributadas na forma 
do Anexo III desta Lei Complementar as seguintes atividades de prestação de serviços: 
I - creche, pré-escola e estabelecimento de ensino fundamental, escolas técnicas, profissionais e de 
ensino médio, de línguas estrangeiras, de artes, cursos técnicos de pilotagem, preparatórios para 
concursos, gerenciais e escolas livres, exceto as previstas nos incisos II e III do § 5º-D deste artigo; 
II - agência terceirizada de correios; 
III - agência de viagem e turismo; 
IV - centro de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de passageiros 
e de carga; 
V - agência lotérica; 
VI - (REVOGADO) 
VII - (REVOGADO) 
VIII - (REVOGADO) 
IX - serviços de instalação, de reparos e de manutenção em geral, bem como de usinagem, solda, 
tratamento e revestimento em metais; 
XI - (REVOGADO) 
XI - (REVOGADO) 
XII - (REVOGADO) 
XIII - transporte municipal de passageiros; 
XIV - escritórios de serviços contábeis, observado o disposto nos §§ 22-B e 22-C deste artigo. 
XV - produções cinematográficas, audiovisuais, artísticas e culturais, sua exibição ou apresentação, 
inclusive no caso de música, literatura, artes cênicas, artes visuais, cinematográficas e audiovisuais. 
XVI - fisioterapia; 
XVII - corretagem de seguros. 
§ 5º-C Sem prejuízo do disposto no § 1º do art. 17 desta Lei Complementar, as atividades de prestação 
de serviços seguintes serão tributadas na forma do Anexo IV desta Lei Complementar, hipótese em que 
não estará incluída no Simples Nacional a contribuição prevista no inciso VI do caput do art. 13 desta Lei 
Complementar, devendo ela ser recolhida segundo a legislação prevista para os demais contribuintes ou 
responsáveis: 
I - construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de subempreitada, 
execução de projetos e serviços de paisagismo, bem como decoração de interiores; 
II - (REVOGADO) 
III - (REVOGADO) 
IV - (REVOGADO) 
V - (REVOGADO) 
VI - serviço de vigilância, limpeza ou conservação. 
VII - serviços advocatícios. 
§ 5º-D Sem prejuízo do disposto no § 1o do art. 17 desta Lei Complementar, as atividades de prestação 
de serviços seguintes serão tributadas na forma do Anexo V desta Lei Complementar: 
I - administração e locação de imóveis de terceiros; 
II - academias de dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais; 
III - academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de esportes; 
IV - elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, desde que desenvolvidos 
em estabelecimento do optante; 
V - licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação; 
VI - planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas, desde que realizados 
em estabelecimento do optante; 
VII - (REVOGADO) 
VIII - (REVOGADO) 
IX - empresas montadoras de estandes para feiras; 
X - (REVOGADO) 
XI - (REVOGADO) 
XII - laboratórios de análises clínicas ou de patologia clínica; 
XIII - serviços de tomografia, diagnósticos médicos por imagem, registros gráficos e métodos óticos, 
bem como ressonância magnética; 
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. 91 
XIV - serviços de prótese em geral. 
§ 5o-E. Sem prejuízo do disposto no § 1o do art. 17 desta Lei Complementar, as atividades de prestação 
de serviços de comunicação e de transportes interestadual e intermunicipal de cargas, e de transportes 
autorizados no inciso VI do caput do art. 17, inclusive na modalidade fluvial, serão tributadas na forma do 
Anexo III, deduzida a parcela correspondente ao ISS e acrescida a parcela correspondente ao ICMS 
prevista no Anexo I. 
§ 5o-F. As atividades de prestação de serviços referidas no § 2o do art. 17 desta Lei Complementar 
serão tributadas na forma do Anexo III desta Lei Complementar, salvo se, para alguma dessas atividades, 
houver previsão expressa de tributação na forma dos Anexos IV, V ou VI desta Lei Complementar. 
§ 5o-G. (Revogado). 
§ 5o-H. A vedação de que trata o inciso XII do caput do art. 17 desta Lei Complementar não se aplica 
às atividades referidas no § 5o-C deste artigo. 
§ 5o-I. Sem prejuízo do disposto no § 1o do art. 17 desta Lei Complementar, as seguintes atividades 
de prestação de serviços serão tributadas na forma do Anexo VI desta Lei Complementar: 
I - medicina, inclusive laboratorial e enfermagem; 
II - medicina veterinária; 
III - odontologia; 
IV - psicologia, psicanálise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, fonoaudiologia, clínicas de 
nutrição e de vacinação e bancos de leite; 
V - serviços de comissaria, de despachantes, de tradução e de interpretação; 
VI - arquitetura, engenharia, medição, cartografia, topografia, geologia, geodésia, testes, suporte e 
análises técnicas e tecnológicas, pesquisa, design, desenho e agronomia; 
VII - representação comercial e demais atividades de intermediação de negócios e serviços de 
terceiros; 
VIII - perícia, leilão e avaliação; 
IX- auditoria, economia, consultoria, gestão, organização, controle e administração; 
X - jornalismo e publicidade; 
XI - agenciamento, exceto de mão de obra; 
XII - outras atividades do setor de serviços que tenham por finalidade a prestação de serviços 
decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou 
cultural, que constitua profissão regulamentada ou não, desde que não sujeitas à tributação na forma dos 
Anexos III, IV ou V desta Lei Complementar. 
§ 6o No caso dos serviços previstos no § 2o do art. 6o da Lei Complementar no 116, de 31 de julho de 
2003, prestados pelas microempresas e pelas empresas de pequeno porte, o tomador do serviço deverá 
reter o montante correspondente na forma da legislação do município onde estiver localizado, observado 
o disposto no §4o do art. 21 desta Lei Complementar. 
§ 7o A sociedade de propósito específico de que trata o art. 56 desta Lei Complementar que houver 
adquirido mercadorias de microempresa ou empresa de pequeno porte que seja sua sócia, bem como a 
empresa comercial exportadora que houver adquirido mercadorias ou serviços de empresa optante pelo 
Simples Nacional, com o fim específico de exportação para o exterior, que, no prazo de 180 (cento e 
oitenta) dias, contado da data da emissão da nota fiscal pela vendedora, não comprovar o seu embarque 
para o exterior ficará sujeita ao pagamento de todos os impostos e contribuições que deixaram de ser 
pagos pela empresa vendedora, acrescidos de juros de mora e multa, de mora ou de ofício, calculados 
na forma da legislação relativa à cobrança do tributo não pago, aplicável à sociedade de propósito 
específico ou à própria comercial exportadora. 
§ 8o Para efeito do disposto no § 7o deste artigo, considera-se vencido o prazo para o pagamento na 
data em que a empresa vendedora deveria fazê-lo, caso a venda houvesse sido efetuada para o mercado 
interno. 
§ 9o Relativamente à contribuição patronal previdenciária, devida pela vendedora, a sociedade de 
propósito específico de que trata o art. 56 desta Lei Complementar ou a comercial exportadora deverão 
recolher, no prazo previsto no § 8o deste artigo, o valor correspondente a 11% (onze por cento) do valor 
das mercadorias não exportadas nos termos do § 7o deste artigo. 
§ 10. Na hipótese do § 7o deste artigo, a sociedade de propósito específico de que trata o art. 56 desta 
Lei Complementar ou a empresa comercial exportadora não poderão deduzir do montante devido 
qualquer valor a título de crédito de Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI da Contribuição para o 
PIS/PASEP ou da COFINS, decorrente da aquisição das mercadorias e serviços objeto da incidência. 
§ 11. Na hipótese do § 7o deste artigo, a sociedade de propósito específico ou a empresa comercial 
exportadora deverão pagar, também, os impostos e contribuições devidos nas vendas para o mercado 
interno, caso, por qualquer forma, tenham alienado ou utilizado as mercadorias. 
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. 92 
§ 12. Na apuração do montante devido no mês relativo a cada tributo, para o contribuinte que apure 
receitas mencionadas nos incisos I a III e V do § 4o-A deste artigo, serão consideradas as reduções 
relativas aos tributos já recolhidos, ou sobre os quais tenha havido tributação monofásica, isenção, 
redução ou, no caso do ISS, que o valor tenha sido objeto de retenção ou seja devido diretamente ao 
Município. 
§ 13. Para efeito de determinação da redução de que trata o § 12 deste artigo, as receitas serão 
discriminadas em comerciais, industriais ou de prestação de serviços na forma dos Anexos I, II, III, IV, V 
e VI desta Lei Complementar. 
§ 14. A redução no montante a ser recolhido no Simples Nacional relativo aos valores das receitas 
decorrentes da exportação de que trata o inciso IV do § 4o-A deste artigo corresponderá tão somente aos 
percentuais relativos à Cofins, à Contribuição para o PIS/Pasep, ao IPI, ao ICMS e ao ISS, constantes 
dos Anexos I a VI desta Lei Complementar. 
I - (Revogado); 
II - (Revogado). 
§ 15. Será disponibilizado sistema eletrônico para realização do cálculo simplificado do valor mensal 
devido referente ao Simples Nacional. 
§ 15-A. As informações prestadas no sistema eletrônico de cálculo de que trata o § 15: 
I - têm caráter declaratório, constituindo confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a 
exigência dos tributos e contribuições que não tenham sido recolhidos resultantes das informações nele 
prestadas; e 
II - deverão ser fornecidas à Secretaria da Receita Federal do Brasil até o vencimento do prazo para 
pagamento dos tributos devidos no Simples Nacional em cada mês, relativamente aos fatos geradores 
ocorridos no mês anterior. 
§ 16. Na hipótese do § 12 do art. 3o, a parcela de receita bruta que exceder o montante determinado 
no § 10 daquele artigo estará sujeita às alíquotas máximas previstas nos Anexos I a VI desta Lei 
Complementar, proporcionalmente conforme o caso, acrescidas de 20% (vinte por cento). 
§ 16-A. O disposto no § 16 aplica-se, ainda, às hipóteses de que trata o § 9o do art. 3o, a partir do mês 
em que ocorrer o excesso do limite da receita bruta anual e até o mês anterior aos efeitos da exclusão. 
§ 17. Na hipótese do § 13 do art. 3o, a parcela de receita bruta que exceder os montantes determinados 
no § 11 daquele artigo estará sujeita, em relação aos percentuais aplicáveis ao ICMS e ao ISS, às 
alíquotas máximas correspondentes a essas faixas previstas nos Anexos I a VI desta Lei Complementar, 
proporcionalmente conforme o caso, acrescidas de 20% (vinte por cento). 
§ 17-A. O disposto no § 17 aplica-se, ainda, à hipótese de que trata o § 1o do art. 20, a partir do mês 
em que ocorrer o excesso do limite da receita bruta anual e até o mês anterior aos efeitos do impedimento. 
§ 18. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no âmbito das respectivas competências, poderão 
estabelecer, na forma definida pelo Comitê Gestor, independentemente da receita bruta recebida no mês 
pelo contribuinte, valores fixos mensais para o recolhimento do ICMS e do ISS devido por microempresa 
que aufira receita bruta, no ano-calendário anterior, de até o limite máximo previsto na segunda faixa de 
receitas brutas anuais constantes dos Anexos I a VI, ficando a microempresa sujeita a esses valores 
durante todo o ano-calendário, ressalvado o disposto no § 18-A. 
§ 18-A. A microempresa que, no ano-calendário, exceder o limite de receita bruta previsto no § 18 fica 
impedida de recolher o ICMS ou o ISS pela sistemática de valor fixo, a partir do mês subsequente à 
ocorrência do excesso, sujeitando-se à apuração desses tributos na forma das demais empresas optantes 
pelo Simples Nacional. 
§ 19. Os valores estabelecidos no § 18 deste artigo não poderão exceder a 50% (cinquenta por cento) 
do maior recolhimento possível do tributo para a faixa de enquadramento prevista na tabela 
do caput deste artigo, respeitados os acréscimos decorrentes do tipo de atividade da empresa 
estabelecidos no § 5o deste artigo. 
§ 20. Na hipótese em que o Estado, o Município ou o Distrito Federal concedam isenção ou redução 
do ICMS ou do ISS devido por microempresa ou empresa de pequeno porte, ou ainda determine 
recolhimento de valor fixo para esses tributos, na forma do § 18 deste artigo, será realizada redução 
proporcional ou ajuste do valor a ser recolhido, na forma definida em resolução do Comitê Gestor. 
§ 20-A. A concessão dos benefícios de que trata o § 20 deste artigo poderá ser realizada: 
I - mediante deliberação exclusiva e unilateral do Estado, do Distrito Federal ou do Município 
concedente; 
II - de modo diferenciado para cada ramo de atividade. 
§ 20-B. A União, os Estados e o Distrito Federal poderão, em lei específica destinada à ME ou EPP 
optante pelo Simples Nacional,estabelecer isenção ou redução de COFINS, Contribuição para o 
PIS/PASEP e ICMS para produtos da cesta básica, discriminando a abrangência da sua concessão. 
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. 93 
§ 21. O valor a ser recolhido na forma do disposto no § 20 deste artigo, exclusivamente na hipótese 
de isenção, não integrará o montante a ser partilhado com o respectivo Município, Estado ou Distrito 
Federal. 
§ 22. (REVOGADO) 
§ 22-A. A atividade constante do inciso XIV do § 5º-B deste artigo recolherá o ISS em valor fixo, na 
forma da legislação municipal. 
§ 22-B. Os escritórios de serviços contábeis, individualmente ou por meio de suas entidades 
representativas de classe, deverão: 
I – promover atendimento gratuito relativo à inscrição, à opção de que trata o art. 18-A desta Lei 
Complementar e à primeira declaração anual simplificada da microempresa individual, podendo, para 
tanto, por meio de suas entidades representativas de classe, firmar convênios e acordos com a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por intermédio dos seus órgãos vinculados; 
II – fornecer, na forma estabelecida pelo Comitê Gestor, resultados de pesquisas quantitativas e 
qualitativas relativas às microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional 
por eles atendidas; 
III – promover eventos de orientação fiscal, contábil e tributária para as microempresas e empresas de 
pequeno porte optantes pelo Simples Nacional por eles atendidas. 
§ 22-C. Na hipótese de descumprimento das obrigações de que trata o § 22-B deste artigo, o escritório 
será excluído do Simples Nacional, com efeitos a partir do mês subsequente ao do descumprimento, na 
forma regulamentada pelo Comitê Gestor. 
§ 23. Da base de cálculo do ISS será abatido o material fornecido pelo prestador dos serviços previstos 
nos itens 7.02 e 7.05 da lista de serviços anexa à Lei Complementar no 116, de 31 de julho de 2003. 
§ 24. Para efeito de aplicação dos Anexos V e VI desta Lei Complementar, considera-se folha de 
salários, incluídos encargos, o montante pago, nos 12 (doze) meses anteriores ao do período de 
apuração, a título de remunerações a pessoas físicas decorrentes do trabalho, incluídas retiradas de pró-
labore, acrescidos do montante efetivamente recolhido a título de contribuição patronal previdenciária e 
para o FGTS. 
§ 25. Para efeito do disposto no § 24 deste artigo, deverão ser consideradas tão somente as 
remunerações informadas na forma prevista no inciso IV do caput do art. 32 da Lei no 8.212, de 24 de 
julho de 1991. 
§ 26. Não são considerados, para efeito do disposto no § 24, valores pagos a título de aluguéis e de 
distribuição de lucros, observado o disposto no § 1o do art. 14. 
 
Art. 18-A. O Microempreendedor Individual - MEI poderá optar pelo recolhimento dos impostos e 
contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais, independentemente da receita 
bruta por ele auferida no mês, na forma prevista neste artigo. 
§ 1o Para os efeitos desta Lei Complementar, considera-se MEI o empresário individual a que se refere 
o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), que tenha auferido receita bruta, no 
ano-calendário anterior, de até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), optante pelo Simples Nacional e que 
não esteja impedido de optar pela sistemática prevista neste artigo. 
§ 2º No caso de início de atividades, o limite de que trata o § 1o será de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) 
multiplicados pelo número de meses compreendido entre o início da atividade e o final do respectivo ano-
calendário, consideradas as frações de meses como um mês inteiro. 
§ 3º Na vigência da opção pela sistemática de recolhimento prevista no caput deste artigo: 
I – não se aplica o disposto no § 18 do art. 18 desta Lei Complementar; 
II – não se aplica a redução prevista no § 20 do art. 18 desta Lei Complementar ou qualquer dedução 
na base de cálculo; 
III - não se aplicam as isenções específicas para as microempresas e empresas de pequeno porte 
concedidas pelo Estado, Município ou Distrito Federal a partir de 1o de julho de 2007 que abranjam 
integralmente a faixa de receita bruta anual até o limite previsto no § 1º; 
IV – a opção pelo enquadramento como Microempreendedor Individual importa opção pelo 
recolhimento da contribuição referida no inciso X do § 1o do art. 13 desta Lei Complementar na forma 
prevista no § 2º do art. 21 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991; 
V – o Microempreendedor Individual recolherá, na forma regulamentada pelo Comitê Gestor, valor fixo 
mensal correspondente à soma das seguintes parcelas: 
a) R$ 45,65 (quarenta e cinco reais e sessenta e cinco centavos), a título da contribuição prevista no 
inciso IV deste parágrafo; 
b) R$ 1,00 (um real), a título do imposto referido no inciso VII do caput do art. 13 desta Lei 
Complementar, caso seja contribuinte do ICMS; e 
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c) R$ 5,00 (cinco reais), a título do imposto referido no inciso VIII do caput do art. 13 desta Lei 
Complementar, caso seja contribuinte do ISS; 
VI – sem prejuízo do disposto nos §§ 1o a 3o do art. 13, o MEI terá isenção dos tributos referidos nos 
incisos I a VI do caput daquele artigo, ressalvado o disposto no art. 18-C. 
§ 4o Não poderá optar pela sistemática de recolhimento prevista no caput deste artigo o MEI: 
I – cuja atividade seja tributada pelos Anexos IV ou V desta Lei Complementar, salvo autorização 
relativa a exercício de atividade isolada na forma regulamentada pelo Comitê Gestor; 
I - cuja atividade seja tributada na forma dos Anexos V ou VI desta Lei Complementar, salvo 
autorização relativa a exercício de atividade isolada na forma regulamentada pelo CGSN; 
II - que possua mais de um estabelecimento; 
III - que participe de outra empresa como titular, sócio ou administrador; ou 
IV - que contrate empregado. 
§ 4º-A. Observadas as demais condições deste artigo, poderá optar pela sistemática de recolhimento 
prevista no caput o empresário individual que exerça atividade de comercialização e processamento de 
produtos de natureza extrativista. 
§ 4º-B. O CGSN determinará as atividades autorizadas a optar pela sistemática de recolhimento de 
que trata este artigo, de forma a evitar a fragilização das relações de trabalho, bem como sobre a 
incidência do ICMS e do ISS. 
§ 5º A opção de que trata o caput deste artigo dar-se-á na forma a ser estabelecida em ato do Comitê 
Gestor, observando-se que: 
I - será irretratável para todo o ano-calendário; 
II - deverá ser realizada no início do ano-calendário, na forma disciplinada pelo Comitê Gestor, 
produzindo efeitos a partir do primeiro dia do ano-calendário da opção, ressalvado o disposto no inciso 
III; 
III - produzirá efeitos a partir da data do início de atividade desde que exercida nos termos, prazo e 
condições a serem estabelecidos em ato do Comitê Gestor a que se refere o caput deste parágrafo. 
§ 6º O desenquadramento da sistemática de que trata o caput deste artigo será realizado de ofício ou 
mediante comunicação do MEI. 
§ 7º O desenquadramento mediante comunicação do MEI à Secretaria da Receita Federal do Brasil - 
RFB dar-se-á: 
I - por opção, que deverá ser efetuada no início do ano-calendário, na forma disciplinada pelo Comitê 
Gestor, produzindo efeitos a partir de 1º de janeiro do ano-calendário da comunicação; 
II - obrigatoriamente, quando o MEI incorrer em alguma das situações previstas no § 4º deste artigo, 
devendo a comunicação ser efetuada até o último dia útil do mês subsequente àquele em que ocorrida a 
situação de vedação, produzindo efeitos a partir do mês subsequente ao da ocorrência da situação 
impeditiva; 
III - obrigatoriamente, quando o MEI exceder, no ano-calendário, o limite de receita bruta previsto no § 
1º deste artigo, devendo a comunicação ser efetuada até o último dia útildo mês subsequente àquele em 
que ocorrido o excesso, produzindo efeitos: 
a) a partir de 1º de janeiro do ano-calendário subsequente ao da ocorrência do excesso, na hipótese 
de não ter ultrapassado o referido limite em mais de 20% (vinte por cento); 
b) retroativamente a 1º de janeiro do ano-calendário da ocorrência do excesso, na hipótese de ter 
ultrapassado o referido limite em mais de 20% (vinte por cento); 
IV - obrigatoriamente, quando o MEI exceder o limite de receita bruta previsto no § 2º deste artigo, 
devendo a comunicação ser efetuada até o último dia útil do mês subsequente àquele em que ocorrido o 
excesso, produzindo efeitos: 
a) a partir de 1º de janeiro do ano-calendário subsequente ao da ocorrência do excesso, na hipótese 
de não ter ultrapassado o referido limite em mais de 20% (vinte por cento); 
b) retroativamente ao início de atividade, na hipótese de ter ultrapassado o referido limite em mais de 
20% (vinte por cento). 
§ 8º O desenquadramento de ofício dar-se-á quando verificada a falta de comunicação de que trata o 
§ 7º deste artigo. 
§ 9º O Empresário Individual desenquadrado da sistemática de recolhimento prevista no caput deste 
artigo passará a recolher os tributos devidos pela regra geral do Simples Nacional a partir da data de 
início dos efeitos do desenquadramento, ressalvado o disposto no § 10 deste artigo. 
§ 10. Nas hipóteses previstas nas alíneas a dos incisos III e IV do § 7º deste artigo, o MEI deverá 
recolher a diferença, sem acréscimos, em parcela única, juntamente com a da apuração do mês de janeiro 
do ano-calendário subsequente ao do excesso, na forma a ser estabelecida em ato do Comitê Gestor. 
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§ 11. O valor referido na alínea a do inciso V do § 3o deste artigo será reajustado, na forma prevista 
em lei ordinária, na mesma data de reajustamento dos benefícios de que trata a Lei no 8.213, de 24 de 
julho de 1991, de forma a manter equivalência com a contribuição de que trata o § 2º do art. 21 da Lei 
nº 8.212, de 24 de julho de 1991. 
§ 12. Aplica-se ao MEI que tenha optado pela contribuição na forma do § 1o deste artigo o disposto 
no § 4º do art. 55 e no § 2º do art. 94, ambos da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, exceto se optar 
pela complementação da contribuição previdenciária a que se refere o § 3o do art. 21 da Lei no 8.212, de 
24 de julho de 1991. 
§ 13. O MEI está dispensado, ressalvado o disposto no art. 18-C desta Lei Complementar, de: 
I - atender o disposto no inciso IV do caput do art. 32 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991; 
II - apresentar a Relação Anual de Informações Sociais (Rais); e 
III - declarar ausência de fato gerador para a Caixa Econômica Federal para emissão da Certidão de 
Regularidade Fiscal perante o FGTS. 
§ 14. O Comitê Gestor disciplinará o disposto neste artigo. 
§ 15. A inadimplência do recolhimento do valor previsto na alínea “a” do inciso V do § 3o tem como 
consequência a não contagem da competência em atraso para fins de carência para obtenção dos 
benefícios previdenciários respectivos. 
§ 15-A. Ficam autorizados os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a promover a remissão dos 
débitos decorrentes dos valores previstos nas alíneas b e c do inciso V do § 3o, inadimplidos isolada ou 
simultaneamente. § 15-B. O MEI poderá ter sua inscrição automaticamente cancelada após período 
de 12 (doze) meses consecutivos sem recolhimento ou declarações, independentemente de qualquer 
notificação, devendo a informação ser publicada no Portal do Empreendedor, na forma regulamentada 
pelo CGSIM. 
§ 16. O CGSN estabelecerá, para o MEI, critérios, procedimentos, prazos e efeitos diferenciados para 
desenquadramento da sistemática de que trata este artigo, cobrança, inscrição em dívida ativa e exclusão 
do Simples Nacional. 
§ 17. A alteração de dados no CNPJ informada pelo empresário à Secretaria da Receita Federal do 
Brasil equivalerá à comunicação obrigatória de desenquadramento da sistemática de recolhimento de 
que trata este artigo, nas seguintes hipóteses: 
I - alteração para natureza jurídica distinta de empresário individual a que se refere o art. 966 da Lei 
no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil); 
II - inclusão de atividade econômica não autorizada pelo CGSN; 
III - abertura de filial. 
§ 18. Os Municípios somente poderão realizar o cancelamento da inscrição do MEI caso tenham 
regulamentação própria de classificação de risco e o respectivo processo simplificado de inscrição e 
legalização, em conformidade com esta Lei Complementar e com as resoluções do CGSIM. 
§ 19. Fica vedada aos conselhos representativos de categorias econômicas a exigência de obrigações 
diversas das estipuladas nesta Lei Complementar para inscrição do MEI em seus quadros, sob pena de 
responsabilidade. 
§ 20. Os documentos fiscais das microempresas e empresas de pequeno porte poderão ser emitidos 
diretamente por sistema nacional informatizado e pela internet, sem custos para o empreendedor, na 
forma regulamentada pelo Comitê Gestor do Simples Nacional. 
§ 21. Assegurar-se-á o registro nos cadastros oficiais ao guia de turismo inscrito como MEI. 
§ 22. Fica vedado às concessionárias de serviço público o aumento das tarifas pagas pelo MEI por 
conta da modificação da sua condição de pessoa física para pessoa jurídica. 
§ 23. (VETADO). 
§ 24. Aplica-se ao MEI o disposto no inciso XI do § 4o do art. 3o. 
 
Art. 18-B. A empresa contratante de serviços executados por intermédio do MEI mantém, em relação 
a esta contratação, a obrigatoriedade de recolhimento da contribuição a que se refere o inciso III 
do caput e o § 1o do art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e o cumprimento das obrigações 
acessórias relativas à contratação de contribuinte individual. (Vide Lei Complementar nº 147, de 2014) 
§ 1º Aplica-se o disposto no caput em relação ao MEI que for contratado para prestar serviços de 
hidráulica, eletricidade, pintura, alvenaria, carpintaria e de manutenção ou reparo de veículos. 
§ 1o Aplica-se o disposto neste artigo exclusivamente em relação ao MEI que for contratado para 
prestar serviços de hidráulica, eletricidade, pintura, alvenaria, carpintaria e de manutenção ou reparo de 
veículos. 
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. 96 
§ 2º O disposto no caput e no § 1o não se aplica quando presentes os elementos da relação de 
emprego, ficando a contratante sujeita a todas as obrigações dela decorrentes, inclusive trabalhistas, 
tributárias e previdenciárias. 
 
Art. 18-C. Observado o disposto no art. 18-A, e seus parágrafos, desta Lei Complementar, poderá se 
enquadrar como MEI o empresário individual que possua um único empregado que receba 
exclusivamente 1 (um) salário mínimo ou o piso salarial da categoria profissional. 
§ 1º Na hipótese referida no caput, o MEI: 
I - deverá reter e recolher a contribuição previdenciária relativa ao segurado a seu serviço na forma da 
lei, observados prazo e condições estabelecidos pelo CGSN; 
II - é obrigado a prestar informações relativas ao segurado a seu serviço, na forma estabelecida pelo 
CGSN; e 
III - está sujeito ao recolhimento da contribuição de que trata o inciso VI do caput do art. 13, calculada 
à alíquota de 3% (três por cento) sobre o salário de contribuição previsto no caput, na forma e prazos 
estabelecidos pelo CGSN. 
§ 2º Para os casos de afastamento legal do único empregado do MEI, será permitida a contratação de 
outro empregado, inclusive por prazo determinado, até que cessem as condições do afastamento, na 
forma estabelecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego. 
§ 3º O CGSN poderá determinar, com relação ao MEI, a forma, a periodicidade e o prazo: 
I - de entrega à Secretaria da Receita Federal do Brasil de uma única declaração com dados 
relacionados a fatos geradores, basede cálculo e valores dos tributos previstos nos arts. 18-A e 18-C, da 
contribuição para a Seguridade Social descontada do empregado e do Fundo de Garantia do Tempo de 
Serviço (FGTS), e outras informações de interesse do Ministério do Trabalho e Emprego, do Instituto 
Nacional do Seguro Social (INSS) e do Conselho Curador do FGTS, observado o disposto no § 7o do art. 
26; 
II - do recolhimento dos tributos previstos nos arts. 18-A e 18-C, bem como do FGTS e da contribuição 
para a Seguridade Social descontada do empregado. 
§ 4o A entrega da declaração única de que trata o inciso I do § 3o substituirá, na forma regulamentada 
pelo CGSN, a obrigatoriedade de entrega de todas as informações, formulários e declarações a que estão 
sujeitas as demais empresas ou equiparados que contratam empregados, inclusive as relativas ao 
recolhimento do FGTS, à Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e ao Cadastro Geral de 
Empregados e Desempregados (Caged). 
§ 5o Na hipótese de recolhimento do FGTS na forma do inciso II do § 3o, deve-se assegurar a 
transferência dos recursos e dos elementos identificadores do recolhimento ao gestor desse fundo para 
crédito na conta vinculada do trabalhador. 
§ 6o O documento de que trata o inciso I do § 3o deste artigo tem caráter declaratório, constituindo 
instrumento hábil e suficiente para a exigência dos tributos e dos débitos fundiários que não tenham sido 
recolhidos resultantes das informações nele prestadas. 
 
Art. 18-D. A tributação municipal do imposto sobre imóveis prediais urbanos deverá assegurar 
tratamento mais favorecido ao MEI para realização de sua atividade no mesmo local em que residir, 
mediante aplicação da menor alíquota vigente para aquela localidade, seja residencial ou comercial, nos 
termos da lei, sem prejuízo de eventual isenção ou imunidade existente. 
 
Art. 18-E. O instituto do MEI é uma política pública que tem por objetivo a formalização de pequenos 
empreendimentos e a inclusão social e previdenciária. 
§ 1o A formalização de MEI não tem caráter eminentemente econômico ou fiscal. 
§ 2o Todo benefício previsto nesta Lei Complementar aplicável à microempresa estende-se ao MEI 
sempre que lhe for mais favorável. 
§ 3o O MEI é modalidade de microempresa. 
§ 4o É vedado impor restrições ao MEI relativamente ao exercício de profissão ou participação em 
licitações, em função da sua respectiva natureza jurídica. 
 
Art. 19. Sem prejuízo da possibilidade de adoção de todas as faixas de receita previstas nos Anexos 
I a VI desta Lei Complementar, os Estados poderão optar pela aplicação de sublimite para efeito de 
recolhimento do ICMS na forma do Simples Nacional em seus respectivos territórios, da seguinte 
forma: 
I - os Estados cuja participação no Produto Interno Bruto brasileiro seja de até 1% (um por cento) 
poderão optar pela aplicação, em seus respectivos territórios, das faixas de receita bruta anual até 35% 
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(trinta e cinco por cento), ou até 50% (cinquenta por cento), ou até 70% (setenta por cento) do limite 
previsto no inciso II do caput do art. 3o; 
II - os Estados cuja participação no Produto Interno Bruto brasileiro seja de mais de 1% (um por cento) 
e de menos de 5% (cinco por cento) poderão optar pela aplicação, em seus respectivos territórios, das 
faixas de receita bruta anual até 50% (cinquenta por cento) ou até 70% (setenta por cento) do limite 
previsto no inciso II do caput do art. 3o; e 
III - os Estados cuja participação no Produto Interno Bruto brasileiro seja igual ou superior a 5% (cinco 
por cento) ficam obrigados a adotar todas as faixas de receita bruta anual. 
§ 1o A participação no Produto Interno Bruto brasileiro será apurada levando em conta o último 
resultado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou outro órgão que o substitua. 
§ 2o A opção prevista nos incisos I e II do caput, bem como a obrigatoriedade prevista no inciso III 
do caput, surtirá efeitos somente para o ano-calendário subsequente, salvo deliberação do CGSN. 
§ 3o O disposto neste artigo aplica-se ao Distrito Federal. 
 
Art. 20. A opção feita na forma do art. 19 desta Lei Complementar pelos Estados importará adoção do 
mesmo limite de receita bruta anual para efeito de recolhimento na forma do ISS dos Municípios nele 
localizados, bem como para o do ISS devido no Distrito Federal. 
§ 1º A empresa de pequeno porte que ultrapassar os limites a que se referem os incisos I ou II 
do caput do art. 19 estará automaticamente impedida de recolher o ICMS e o ISS na forma do Simples 
Nacional, a partir do mês subsequente ao que tiver ocorrido o excesso, relativamente aos seus 
estabelecimentos localizados na unidade da Federação que os houver adotado, ressalvado o disposto 
nos §§ 11 e 13 do art. 3o. 
§ 1º-A. Os efeitos do impedimento previsto no § 1º ocorrerão no ano-calendário subsequente se o 
excesso verificado não for superior a 20% (vinte por cento) dos limites referidos. 
§ 2o O disposto no § 1o deste artigo não se aplica na hipótese de o Estado ou de o Distrito Federal 
adotarem, compulsoriamente ou por opção, a aplicação de faixa de receita bruta superior à que vinha 
sendo utilizada no ano-calendário em que ocorreu o excesso da receita bruta. 
§ 3o Na hipótese em que o recolhimento do ICMS ou do ISS não esteja sendo efetuado por meio do 
Simples Nacional por força do disposto neste artigo e no art. 19 desta Lei Complementar, as faixas de 
receita do Simples Nacional superiores àquela que tenha sido objeto de opção pelos Estados ou pelo 
Distrito Federal sofrerão, para efeito de recolhimento do Simples Nacional, redução na alíquota 
equivalente aos percentuais relativos a esses impostos constantes dos Anexos I a VI desta Lei 
Complementar, conforme o caso. 
§ 4o O Comitê Gestor regulamentará o disposto neste artigo e no art. 19 desta Lei Complementar. 
 
Seção IV 
Do Recolhimento dos Tributos Devidos 
 
Art. 21. Os tributos devidos, apurados na forma dos arts. 18 a 20 desta Lei Complementar, deverão 
ser pagos: 
I - por meio de documento único de arrecadação, instituído pelo Comitê Gestor; 
II - (REVOGADO) 
III - enquanto não regulamentado pelo Comitê Gestor, até o último dia útil da primeira quinzena do mês 
subsequente àquele a que se referir; 
IV - em banco integrante da rede arrecadadora do Simples Nacional, na forma regulamentada pelo 
Comitê Gestor. 
§ 1o Na hipótese de a microempresa ou a empresa de pequeno porte possuir filiais, o recolhimento dos 
tributos do Simples Nacional dar-se-á por intermédio da matriz. 
§ 2o Poderá ser adotado sistema simplificado de arrecadação do Simples Nacional, inclusive sem 
utilização da rede bancária, mediante requerimento do Estado, Distrito Federal ou Município ao Comitê 
Gestor. 
§ 3o O valor não pago até a data do vencimento sujeitar-se-á à incidência de encargos legais na forma 
prevista na legislação do imposto sobre a renda. 
§ 4º A retenção na fonte de ISS das microempresas ou das empresas de pequeno porte optantes pelo 
Simples Nacional somente será permitida se observado o disposto no art. 3o da Lei Complementar no 116, 
de 31 de julho de 2003, e deverá observar as seguintes normas: 
I - a alíquota aplicável na retenção na fonte deverá ser informada no documento fiscal e corresponderá 
ao percentual de ISS previsto nos Anexos III, IV, V ou VI desta Lei Complementar para a faixa de receita 
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. 98 
bruta a que a microempresa ou a empresa de pequeno porte estiver sujeita no mês anterior ao da 
prestação; 
II – na hipótese de o serviço sujeito à retenção ser prestado no mês de início de atividades da 
microempresa ou empresa de pequeno porte, deverá ser aplicada pelo tomador a alíquota 
correspondente ao percentual de ISS referente à menor alíquota prevista nos Anexos III, IV ou V desta 
Lei Complementar; 
II- na hipótese de o serviço sujeito à retenção ser prestado no mês de início de atividades da 
microempresa ou empresa de pequeno porte, deverá ser aplicada pelo tomador a alíquota 
correspondente ao percentual de ISS referente à menor alíquota prevista nos Anexos III, IV, V ou VI desta 
Lei Complementar; 
III – na hipótese do inciso II deste parágrafo, constatando-se que houve diferença entre a alíquota 
utilizada e a efetivamente apurada, caberá à microempresa ou empresa de pequeno porte prestadora dos 
serviços efetuar o recolhimento dessa diferença no mês subsequente ao do início de atividade em guia 
própria do Município; 
IV – na hipótese de a microempresa ou empresa de pequeno porte estar sujeita à tributação do ISS 
no Simples Nacional por valores fixos mensais, não caberá a retenção a que se refere o caput deste 
parágrafo; 
V – na hipótese de a microempresa ou empresa de pequeno porte não informar a alíquota de que 
tratam os incisos I e II deste parágrafo no documento fiscal, aplicar-se-á a alíquota correspondente ao 
percentual de ISS referente à maior alíquota prevista nos Anexos III, IV ou V desta Lei Complementar; 
V - na hipótese de a microempresa ou empresa de pequeno porte não informar a alíquota de que 
tratam os incisos I e II deste parágrafo no documento fiscal, aplicar-se-á a alíquota correspondente ao 
percentual de ISS referente à maior alíquota prevista nos Anexos III, IV, V ou VI desta Lei 
Complementar; 
VI – não será eximida a responsabilidade do prestador de serviços quando a alíquota do ISS informada 
no documento fiscal for inferior à devida, hipótese em que o recolhimento dessa diferença será realizado 
em guia própria do Município; 
VII – o valor retido, devidamente recolhido, será definitivo, não sendo objeto de partilha com os 
municípios, e sobre a receita de prestação de serviços que sofreu a retenção não haverá incidência de 
ISS a ser recolhido no Simples Nacional. 
§ 4o-A. Na hipótese de que tratam os incisos I e II do § 4o, a falsidade na prestação dessas informações 
sujeitará o responsável, o titular, os sócios ou os administradores da microempresa e da empresa de 
pequeno porte, juntamente com as demais pessoas que para ela concorrerem, às penalidades previstas 
na legislação criminal e tributária. 
§ 5o O CGSN regulará a compensação e a restituição dos valores do Simples Nacional recolhidos 
indevidamente ou em montante superior ao devido. 
§ 6o O valor a ser restituído ou compensado será acrescido de juros obtidos pela aplicação da taxa 
referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais, acumulada 
mensalmente, a partir do mês subsequente ao do pagamento indevido ou a maior que o devido até o mês 
anterior ao da compensação ou restituição, e de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que estiver 
sendo efetuada. 
§ 7o Os valores compensados indevidamente serão exigidos com os acréscimos moratórios de que 
trata o art. 35. 
§ 8o Na hipótese de compensação indevida, quando se comprove falsidade de declaração apresentada 
pelo sujeito passivo, o contribuinte estará sujeito à multa isolada aplicada no percentual previsto no inciso 
I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicado em dobro, e terá como base 
de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. 
§ 9o É vedado o aproveitamento de créditos não apurados no Simples Nacional, inclusive de natureza 
não tributária, para extinção de débitos do Simples Nacional. 
§ 10. Os créditos apurados no Simples Nacional não poderão ser utilizados para extinção de outros 
débitos para com as Fazendas Públicas, salvo por ocasião da compensação de ofício oriunda de 
deferimento em processo de restituição ou após a exclusão da empresa do Simples Nacional. 
§ 11. No Simples Nacional, é permitida a compensação tão somente de créditos para extinção de 
débitos para com o mesmo ente federado e relativos ao mesmo tributo. 
§ 12. Na restituição e compensação no Simples Nacional serão observados os prazos de decadência 
e prescrição previstos na Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional). 
§ 13. É vedada a cessão de créditos para extinção de débitos no Simples Nacional. 
§ 14. Aplica-se aos processos de restituição e de compensação o rito estabelecido pelo CGSN. 
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§ 15. Compete ao CGSN fixar critérios, condições para rescisão, prazos, valores mínimos de 
amortização e demais procedimentos para parcelamento dos recolhimentos em atraso dos débitos 
tributários apurados no Simples Nacional, observado o disposto no § 3º deste artigo e no art. 35 e 
ressalvado o disposto no § 19 deste artigo. 
§ 16. Os débitos de que trata o § 15 poderão ser parcelados em até 60 (sessenta) parcelas mensais, 
na forma e condições previstas pelo CGSN. 
§ 17. O valor de cada prestação mensal, por ocasião do pagamento, será acrescido de juros 
equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos 
federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do mês subsequente ao da consolidação até o mês 
anterior ao do pagamento, e de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que o pagamento estiver 
sendo efetuado, na forma regulamentada pelo CGSN. 
§ 18. Será admitido reparcelamento de débitos constantes de parcelamento em curso ou que tenha 
sido rescindido, podendo ser incluídos novos débitos, na forma regulamentada pelo CGSN. 
§ 19. Os débitos constituídos de forma isolada por parte de Estado, do Distrito Federal ou de Município, 
em face de ausência de aplicativo para lançamento unificado, relativo a tributo de sua competência, que 
não estiverem inscritos em Dívida Ativa da União, poderão ser parcelados pelo ente responsável pelo 
lançamento de acordo com a respectiva legislação, na forma regulamentada pelo CGSN. 
§ 20. O pedido de parcelamento deferido importa confissão irretratável do débito e configura confissão 
extrajudicial. 
§ 21. Serão aplicadas na consolidação as reduções das multas de lançamento de ofício previstas na 
legislação federal, conforme regulamentação do CGSN. 
§ 22. O repasse para os entes federados dos valores pagos e da amortização dos débitos parcelados 
será efetuado proporcionalmente ao valor de cada tributo na composição da dívida consolidada. 
§ 23. No caso de parcelamento de débito inscrito em dívida ativa, o devedor pagará custas, 
emolumentos e demais encargos legais. 
§ 24. Implicará imediata rescisão do parcelamento e remessa do débito para inscrição em dívida ativa 
ou prosseguimento da execução, conforme o caso, até deliberação do CGSN, a falta de pagamento: 
I - de 3 (três) parcelas, consecutivas ou não; ou 
II - de 1 (uma) parcela, estando pagas todas as demais. 
 
Art. 21-A. A inscrição de microempresa ou empresa de pequeno porte no Cadastro Informativo dos 
créditos não quitados do setor público federal - CADIN, somente ocorrerá mediante notificação prévia 
com prazo para contestação. 
 
Art. 21-B. Os Estados e o Distrito Federal deverão observar, em relação ao ICMS, o prazo mínimo de 
60 (sessenta) dias, contado a partir do primeiro dia do mês do fato gerador da obrigação tributária, para 
estabelecer a data de vencimento do imposto devido por substituição tributária, tributação concentrada 
em uma única etapa (monofásica) e por antecipação tributária com ou sem encerramento de tributação, 
nas hipóteses em que a responsabilidade recair sobre operações ou prestações subsequentes, na forma 
regulamentada pelo Comitê Gestor. (Incluído pele Lei Complementar nº 147, de 2014) 
 
Seção V 
Do Repasse do Produto da Arrecadação 
 
Art. 22. O Comitê Gestor definirá o sistema de repasses do total arrecadado, inclusive encargos legais, 
para o: 
I - Município ou Distrito Federal, do valor correspondente ao ISS; 
II - Estado ou Distrito Federal, do valor correspondente ao ICMS; 
III - Instituto Nacional

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