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( Chando Elias Brito Gestão de Recursos Humanos 1º Ano pós-laboral TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO (As fontes do Direito, hierarquia das fontes de Direito, relação jurídica, os tribunais, o ministério publico, os advogados, o costume como fonte de direito, os ramos de direito e o Estado de Direito). Universidade Licungo Maio 2020 ) Índice INTRODUÇÃO 3 FONTES DO DIREITO 4 ESPÉCIES DE FONTES 4 FONTES FORMAIS – CARACTERÍSTICAS 4 FONTES FORMAIS – CLASSIFICAÇÃO 4 HIERARQUIA DAS FONTES DO DIREITO 5 A RELAÇÃO JURÍDICA 7 O TRIBUNAL 7 RAMOS DO DIREITO: 8 Direito público e Direito privado 8 DIREITO PÚBLICO INTERNO 8 DIREITO PÚBLICO INTERNO 9 DIREITO PÚBLICO EXTERNO 10 DIREITO PRIVADO 10 ESTADO DE DIREITO 10 CONCLUSÃO 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 13 INTRODUÇÃO O presente trabalho, surge no âmbito da cadeira de Introdução ao Estudo do Direito, do curso de Licenciatura Gestão de Recursos Humanos, pela Universidade Licungo, do período pós-laboral. O trabalho em referência debruça sobre as fontes do direito, onde de uma forma exaustiva nos da a perceber como se processam as leis, isto é desde o momento em que surge a proposta de lei. No mesmo trabalho ainda, vamo-nos debruçar em torno das fontes do direito, ou seja, a maneira como se formam e como se revelam as normas jurídicas. FONTES DO DIREITO Conceito (sentido da expressão) Desde a Grécia Antiga ( Cicero) a palavra fonte significava nascedouro, nascente, origem, causa, motivação para várias manifestações do Direito. ESPÉCIES DE FONTES Fontes formais: São os meios pelos quais o Direito se manifesta em um ordenamento jurídico, ou seja, os modos, meios, instrumentos ou formas pelos quais o direito se manifesta perante a sociedade. Tradicionalmente, são fontes formais a Lei, os costumes, a doutrina e a jurisprudência. Fontes materiais: São as instituições ou grupos sociais que possuem capacidade de editar normas, como o Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas, e o Poder Executivo em determinadas hipóteses. FONTES FORMAIS – CARACTERÍSTICAS · Dão forma ao direito; · Formulam normas válidas; · Podem ser ESCRITAS ou ORAIS (actualmente as fontes são quase sempre escritas e acessíveis a todos, porque são públicas). FONTES FORMAIS – CLASSIFICAÇÃO · Próprias e Impróprias; · Estatais e Não-Estatais; · Principais e Acessórias As fontes directas (próprias, puras ou imediatas) são aquelas cuja natureza jurídica é exclusiva de fonte/nascedouro (lei, costumes e princípios gerais de direito). Essa espécie de fonte tem como como única finalidade servir como modo de produção do direito para a concretização do justo. Fontes Indiretas (Impróprias ou impuras) são as que assumem a função de fontes de direito por excepcionalidade, como a doutrina, a jurisprudência e os costumes. Saliente-se que tal característica não exclui sua finalidade de servir como método de interpretação legal. Estatais - como o próprio nome já orienta, são emanadas por determinação e poder do Estado, como as leis em geral, a jurisprudência e os princípios gerais de direito. Não-Estatais - por conseguinte, têm sua origem do particular ou da sociedade em geral (costumes e a doutrina). Fontes Principais – caracterizam-se como lei em sentido geral e amplo, não deixando espaço para o juiz julgar com base em qualquer outra fonte. A lei é a expressão máxima do direito. Fontes Acessórias - somente em caso de expressa omissão legal é que o juiz poderá decidir com base nas fontes acessórias, quais seja, os costumes, a doutrina, a jurisprudência e os princípios gerais de direito. HIERARQUIA DAS FONTES DO DIREITO 1 – Lei 2- Costumes 3 – Doutrina 4 – Jurisprudência A Lei: Para dirimir uma questão submetida à apreciação do Poder Judicial, a primeira fonte de que se lança mão é a lei. Em países como o nosso, em que o Direito é escrito, a lei assume papel de suma importância, figurando como a principal fonte do Direito. Lei é uma regra geral, que, emanando de autoridade (estadual) competente, é imposta, coactivamente, à obediência de todos. Com efeito, ela caracteriza-se por ser um conjunto de normas dotadas de generalidade, isto é, que se dirigem a todos os membros da colectividade, sem exclusão de ninguém. A lei é ainda provida de coacção, com o objectivo tornar induzir os indivíduos a não violar os seus preceitos. Regra jurídica sem coacção, disse Jhering, é uma contradição em si, um fogo que não queima, uma luz que não ilumina. O Costume: Norma não escrita que resulta de prática reiterada e habitual, acompanhada da consciência ou convicção colectiva acerca do seu carácter obrigatório. Na verdade, as leis escritas não compreendem todo o Direito. Há normas costumeiras, também chamadas consuetudinárias, que obrigam, igualmente, ainda que não constem de preceitos votados por órgãos competentes. Realmente, havendo lacuna na lei, não se segue que a ordem jurídica seja lacunar, e então a questão será resolvida mediante recursos aos costumes, a segunda fonte imediata do Direito. A obediência a uma conduta por parte de uma colectividade configura um uso. A reiteração desse uso forma o costume, que, na lição de Vicente Ráo, vem a ser a regra de conduta criada espontaneamente pela consciência comum do povo, que a observa por modo constante e uniforme, e sob a convicção de corresponder a uma necessidade jurídica. Ou, como observa João Franzen de Lima, é o produto de uma elaboração entre os homens. O emprego de uma determinada regra para regular determinada situação, desde que se repita reiteradamente, quando igual situação se apresente de novo, constitui uma prática, um uso, cuja generalização através do tempo leva a todos os espíritos a convicção de que se trata de uma regra de Direito. Esse hábito que adquire os homens de empregar a mesma regra sempre que se repete a mesma situação, e de segui-la como legítima e obrigatória, é que constitui o costume. A Doutrina: Conjunto de opiniões, estudos e pareceres jurídicos elaborados por professores e técnicos de Direito de reconhecida competência sobre a forma adequada e correcta de aplicar, articular e interpretar as normas jurídicas. Não possui carácter vinculativo; Esta fonte indirecta do Direito resulta de investigações e reflexões teóricas e de princípios metodicamente expostos, analisados e sustentados pelos autores, tratadistas, jurisconsultos, no estudo das leis. Como salienta Caio Mário da Silva Pereira, "em determinadas fases da cultura jurídica sobressaem escritores, a cujos trabalhos todos recorrem de tal forma que as suas opiniões se convertem em preceitos “obrigatórios”... Com efeito, é de grande valor o trabalho dos doutrinadores na elaboração e na aplicação do direito objectivo, já que, analisando criticamente as diferentes opções jurídicas, apontando as falhas, os inconvenientes e defeitos da lei vigente, ajuda o legislador na feitura de lei mais perfeita e o aplicador do direito na procura das soluções mais adequadas aos casos em apreço. A Jurisprudência: Fonte indirecta do Direito, a Jurisprudência é o resultado da actividade jurisdicional, atribuída aos magistrados por força da jurisdição ( juris + diccio - dizer o direito = poder legal dos magistrados de conhecer e julgar os litígios). A Jurisprudência evidencia-se, pois, através de regras gerais que se extraem das reiteradas decisões de tribunais (em geral, de maior hierarquia) num mesmo sentido, numa mesma direcção interpretativa. Sempre que uma questão é decidida reiteradamente no mesmo modo surge a jurisprudência. Como fonte indirecta do Direito, não vincula o juiz, mas costuma dar a este importantes subsídios na solução de cada caso. Com efeito, as sentenças ou acórdãos dos tribunais superiores sobre determinados casos servem de referência no julgamento de casos idênticos, contribuindo para uma interpretação e aplicação uniformes (ou tendencialmente uniformes) das normas jurídicas. A RELAÇÃO JURÍDICA Tal como vimos acima, quando se fala em relação jurídica tem-se em vista, uma relação entre, pelo menos, dois sujeitos com personalidade jurídica,tendo um deles o poder jurídico de exigir do outro determinada conduta e este o dever jurídico de sujeitar-se a essa conduta. É o que acontece, por exemplo, no contrato de compra e venda de um carro: o comprador fica com o direito à propriedade da coisa que adquiriu (o carro) e com o dever de pagar o preço convencionado; por seu turno, o vendedor fica com o direito de receber o preço acordado e o dever de entregar a coisa que vendeu (o dito carro). Utilizando o exemplo dado, identificamos, assim, os seguintes elementos da relação jurídica: a) Os sujeitos (os entes que entram na relação jurídica de compra e venda, a saber: o comprador e o vendedor); b) O objecto (a coisa sobre a qual vai recair o contrato: o carro); c) O facto (aquilo que dá origem à relação jurídica, neste caso, o contrato); d) A garantia (a faculdade que cada um dos sujeitos da relação jurídica têm de recorrer aos meios coercivos para satisfação do seu direito em caso de violação do mesmo (Ex: recurso ao Tribunal). Referiu-se que numa relação jurídica, os sujeitos produzem factos ou actos voluntários que têm determinado efeitos jurídicos. Esses actos ou factos tomam a denominação de actos jurídicos. O TRIBUNAL É um órgão de soberania, é um órgão independente, que tem como função administrar a justiça em nome do povo. Como característica dos Tribunais tem-se a independência, os tribunais, como órgãos de soberania que são, têm que ser independentes. Concede-se por conseguinte plena liberdade aos Tribunais para decidir em plena liberdade, sem que estejam submetidos a quaisquer ordens da Assembleia da República, do Governo ou do Presidente da República. Independência também perante a organização hierárquica judicial. Isto é, o juiz não está obrigado a aceitar ordens ou instruções de outros juízes a que deve obediência hierárquica. Esta hierarquia apenas é relevante em matéria de organização judiciária, o juiz é independente, não está obrigado a aceitar ordens ou instrução de outros juízes. Relacionado com esta independência tem-se o carácter inamovível dos juízes. Juntamente com a inamovibilidade, tem-se a irresponsabilidade judicial, querendo isto dizer, que os juízes não respondem pelos seus julgamentos, pelas suas decisões. RAMOS DO DIREITO: Direito público e Direito privado Toda ciência, para ser bem estudada, precisa ser dividida, ter as suas partes claramente discriminadas. As primeiras divisão que encontramos na história da Ciência do Direito são a feita pelos romanos, entre Direito Público e Privado, segundo o critério da utilidade pública ou particular da relação: o primeiro diria respeito às coisas do Estado, enquanto o segundo seria pertinente ao interesse de cada um. Poderá prevalecer, hoje em dia, uma distinção fundada na contraposição entre a utilidade privada e a pública? Entre Direito Público e Privado? A resposta e sim. Além desses dois ramos do Direito, temos um outro, Direitos Colectivos que discutiremos mais à frente. Direito público – o Direito público divide-se em interno e externo. No Direito Público Interno encontra-se a União, os Estados, os municípios, as empresas públicas, as autarquias, as sociedades de economia mista. De outro Norte, no Direito externo estão os governos estrangeiros, as organizações estrangeiras de qualquer natureza que tenham constituído, dirijam ou tenham investido em funções públicas. DIREITO PÚBLICO INTERNO Direito Constitucional - é o Direito fundamental e tem por objeto organizar politicamente disciplina a organização do Estado e a sociedade; estabelecer a competência dos poderes constitucionais (Executivo, Legislativo e Judiciário); estipular os princípios para todo o Direito Nacional e assegurar as liberdades e os direitos individuais. Bastante entrelaçado ao Direito Constitucional, põe-se o Direito Administrativo. O Estado Moderno distingue-se pela discriminação de três poderes, que não são rigorosamente independentes, mas autônomos, embora mantendo entre si relações íntimas de necessária cooperação. Dos três poderes, um existe, cuja função primordial é executar serviços públicos em benefício da coletividade: é o poder que outros autores propõem se denomine "Poder Administrativo", mas que é mais próprio denominar Executivo. Direito Tributário – ramo do Direito Público que ocupa-se das relações entre o fisco e as pessoas sujeitas à imposição tributária de qualquer espécie, limitando o poder de tributar e protegendo a sociedade contra os abusos desse poder. Direito Financeiro - é o Direito que organiza as finanças do Estado, do qual deriva o Direito Tributário. Direito processual – Denomina-se de Direito processual o complexo de normas e princípios que regem tal método de trabalho, ou seja, o exercício conjugado da jurisdição pelo Estado-juiz, da acção pelo demandante e da defesa pelo demandado. DIREITO PÚBLICO INTERNO Direito penal – As regras jurídicas estão sujeitas a ser violadas. Pode-se mesmo dizer que é da natureza do Direito essa possibilidade de infração, a qual, quando se reveste de gravidade, por atentar a valores considerados necessários à ordem social, provoca uma reação por parte do Poder Público, que prevê sanções penais aos transgressores. Mas, o Direito Penal, no sentido próprio do termo, é o sistema de princípios e regras mediante os quais se tipificam as formas de conduta consideradas criminosas, e para as quais são cominadas, de maneira precisa e prévia, penas ou medidas de segurança, visando a objectivos determinados. Direito eleitoral – consiste no conjunto de normas que disciplinam a escolha dos membros dos poderes Executivo e legislativo. Direito militar – regula as normas que afetam os militares. Obs: No tempo do regime militar, julgava também civis. DIREITO PÚBLICO EXTERNO Direito internacional público – consiste em um conjunto de normas que regem as relações dos direitos e deveres quanto aos tratados, acordos e convenções entre as nações DIREITO PRIVADO No amplo domínio do Direito Privado destaca-se o Direito Civil como Direito fundamental ou "Direito comum" a todos os homens, no sentido de disciplinar o modo de ser e de agir das pessoas, com abstracção de sua condição social, muito embora exercendo funções ou actividades diferençadas. Desse tronco comum abrem-se ramos, com características próprias, como o Direito Comercial ou o Agrário. Direito Civil: consiste na regulamentação de “direitos e deveres” de todos os indivíduos, enquanto tais, contendo normas sobre o estado e capacidade das pessoas e sobre as relações atinentes à família, às coisas, às obrigações e sucessões, bem como as actividades empresariais (Direito Empresarial) ESTADO DE DIREITO O Estado de Direito Democrático é aquele em que o Poder Político reside no Povo (princípio da soberania popular) e é exercido pelo Povo directamente (especialmente por sufrágio e referendo) e indirectamente (através dos seus representantes eleitos), na base da estrita observância da Constituição e das Leis e no respeito pelos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos. De entre os mais importantes princípios do Estado de Direito Democrático, destacam-se: a) a soberania popular; b) a constitucionalidade; c) a legalidade; d) a vinculação do Poder Político aos direitos, liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos; e) a separação e a limitação recíproca de poderes. Fala-se de constitucionalidade quando existe conformidade da actuação das autoridades, dos poderes públicos e dos cidadãos com norma(s) constante(s) da Constituição da República. Nos termos da nossa Lei Fundamental, “são inconstitucionais as normas e resoluções de conteúdo normativo ou individual e concreto que infrinjam o disposto na Constituição ou os princípios nela consignados”. Quando se actua em sintonia com a lei e demais normas jurídicas infraconstitucionais, diz-se que se observou a legalidade. A violação dos princípios da Constitucionalidade e da Legalidade acarreta consequências que o Ordenamento Jurídico prevê e regula, de modo a garantir a normalidade social.CONCLUSÃO Após a realização do trabalho, pude constatar que no que concerne as formas como o direito surge, importa salientar que o costume também pode ser entendido em três vertentes fundamentais: · O costume que acompanha a lei, «secundum legem»; · O costume que regula matérias não previstas pela lei, «practier legem» e · O costume que opõem-se a lei, «contra legem». Noutro ponto de vista, no que tange ao processamento das leis, importa aqui fazer menção a: Elaboração, Aprovação, Promulgação, Publicação, e Entrada em vigor. Posto isso, espero que o trabalho sofra uma profunda avaliação e que futuramente sirva de material de investigação por parte dos colegas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: · AMARAL. Diogo Freitas (1999), Introdução ao Estudo do Direito, 2ª edição, Lisboa. · MENDES, João de Castro (1994). Introdução ao Estudo do Direito. Edição revista pelo Prof. Miguel Teixeira de Sousa (Prof. Da Faculdade de Direito de Lisboa), Edição Pedro Ferreira, Rio de Mouro, Lisboa.