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Noções de 
Direito
Curso
Profissionalizante
Autor
Danielle Boppré de Athayde Abram
Indaial – 2022
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2022
Elaboração:
Danielle Boppré de Athayde Abram
Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
A161c
 Abram, Danielle Boppré de Athayde
Curso profissionalizante - Noções de direito. / Danielle Boppré 
de Athayde Abram. – Indaial: UNIASSELVI, 2022.
126 p.; il.
 ISBN Digital 978-65-5646-541-8
1. Direito. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 340
Apresentação
Olá, aluno!
Desde que o homem passou a viver em sociedade, tornou-se necessário 
estabelecer regras que regulassem as relações humanas, a fim de garantir a paz 
social. Essas normas de conduta procuram impedir que a força prevaleça sobre o 
direito, ou a razão. Por isso, na atividade profissional buscada, seja qual for a área, é 
importante ter conhecimentos jurídicos básicos.
Na Unidade 1, teremos uma visão geral do Direito, apresentando seu concei-
to e seus princípios. 
Na Unidade 2, conheceremos as diferentes áreas do Direito em seus aspec-
tos mais importantes. Estudaremos os direitos e as garantias fundamentais, identi-
ficaremos os direitos sociais e, em uma breve análise, aprenderemos o Direito Admi-
nistrativo e suas diretrizes. Abordaremos, ainda, o Direito Processual e Penal e suas 
normas jurídicas. Encerraremos a unidade com a apresentação das características 
do Direito Tributário, Direito Eleitoral e Direito Militar.
Por fim, na Unidade 3, abordaremos os ramos especiais do Direito, com ênfa-
se no Direito do Trabalho, no Direito do Consumidor e no Direito Ambiental.
Desejamos a você uma feliz trajetória. Bons estudos!
Prof.ª Ana Paula Tabosa dos Santos Sanches
SUMÁRIO
UNIDADE 1 -NOÇÕES GERAIS DE DIREITO ........................................................... 9
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11
2 CONCEITO DE DIREITO .......................................................................................... 11
TÓPICO 1 - COMPREENSÃO DO DIREITO ............................................................. 11
2.1 INTERAÇÃO SOCIAL ............................................................................................12
2.2 DIREITO, ÉTICA E MORAL ..................................................................................14
RESUMO DO TÓPICO 1 ..............................................................................................16
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................ 18
TÓPICO 2 - DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO ...................................................19 
1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................19
2 DEFINIÇÃO DE DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO .........................................19
3 FONTE PRINCIPAL DO DIREITO ..........................................................................20
3.1 OUTRAS FONTES DO DIREITO ..........................................................................21
RESUMO DO TÓPICO 2 ............................................................................................24
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................25
TÓPICO 3 - NORMA JURÍDICA E RELAÇÃO JURÍDICA .................................... 27
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 27
2 SIGNIFICADO E CARACTERÍSTICAS DAS NORMAS JURÍDICAS ................ 27
3 RELAÇÃO JURÍDICA E SUAS ESPÉCIES ..........................................................29
RESUMO DO TÓPICO 3 .............................................................................................31
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................32
REFERÊNCIAS ...........................................................................................................33
UNIDADE 2 - DIREITO CONSTITUCIONAL ...........................................................35
TÓPICO 1 - AS CONTAS CONTÁBEIS .................................................................... 37 
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 37
2 DIREITO CONSTITUCIONAL E CONSTITUIÇÃO FEDERAL ............................. 37
3 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 .40
3.1 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS ........................................................................42
RESUMO DO TÓPICO 1 .............................................................................................44
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................45
TÓPICO 2 - DIREITO ADMINISTRATIVO, DIREITO
PROCESSUAL E DIREITO PENAL........................................................................... 47
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 47
2 CONCEITOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO .................................................... 47
2.1 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .................................................48
3 CONCEITOS DO DIREITO PROCESSUAL............................................................51
4 CONCEITOS DO DIREITO PENAL ........................................................................53
4.1 PENAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA .............................................................55
RESUMO DO TÓPICO 1 ............................................................................................. 57
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................58
TÓPICO 3 - DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ELEITORAL E DIREITO MILITAR .... 59
1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................................59
2 CONCEITOS DO DIREITO TRIBUTÁRIO ..............................................................59
3 CONCEITOS DO DIREITO ELEITORAL .................................................................61
4 CONCEITOS DO DIREITO MILITAR .....................................................................62
RESUMO DO TÓPICO 3 ............................................................................................63
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................64
REFERÊNCIAS ...........................................................................................................65
UNIDADE 3 - RAMOS ESPECIAIS DO DIREITO: DIREITO
DO TRABALHO, DIREITO DO CONSUMIDOR, DIREITO
AMBIENTAL E DIREITO PRIVADO ..........................................................................69
TÓPICO 1 - RAMOS ESPECIAIS DO DIREITO ........................................................ 71
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 71
2 CONCEITOS DO DIREITO DO TRABALHO .......................................................... 71
2.1 FUNÇÕES DO DIREITO DO TRABALHO .......................................................... 73
2.2 PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO ...................................................... 74
3 CONCEITOS DO DIREITO DO CONSUMIDOR.................................................... 76
3.1 CONCEITOS DE CONSUMIDOR E FORNECEDOR ......................................... 76
4 CONCEITOS DO DIREITO AMBIENTAL ...............................................................80
RESUMO DO TÓPICO 1 .............................................................................................82AUTOATIVIDADE ........................................................................................................83
TÓPICO 2 - DIREITO CIVIL: NOÇÕES E ESTRUTURAS .....................................85 
1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................................85
2 NOÇÕES E ESTRUTURA DO DIREITO CIVIL .....................................................85
2.1 PARTE GERAL DO CÓDIGO CIVIL – LIVRO I: DAS PESSOAS .....................86
2.1.1 Pessoa física ...................................................................................................... 87
2.1.2 Pessoa jurídica ..................................................................................................91
2.2 PARTE GERAL – LIVRO II: DOS BENS ............................................................94
2.2.1 Conceito de bem ............................................................................................94
2.2.2 Classificação dos bens ..................................................................................96
2.3 PARTE GERAL – LIVRO III: DOS FATOS JURÍDICOS .................................100
2.3.1 Conceito de fato jurídico .............................................................................100
2.3.2 Classificação dos fatos jurídicos ...............................................................101
2.3.3 Negócio jurídico ............................................................................................ 103
2.4 CÓDIGO CIVIL – PARTE ESPECIAL ............................................................... 104
2.4.1 Direito das Obrigações ................................................................................. 104
2.4.2 Direito empresarial ....................................................................................... 105
2.4.3 Direito das Coisas ......................................................................................... 107
2.4.3.1 Propriedade ................................................................................................. 107
2.4.4 Direito de Família .......................................................................................... 107
2.4.5 Direito das Sucessões .................................................................................108
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................... 109
AUTOATIVIDADE .......................................................................................................110
TÓPICO 3 - DIREITO PÚBLICO EXTERNO: DIREITO
INTERNACIONAL PÚBLICO E DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO .............113
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................113
2 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO ................................................................114
2.1 PRINCÍPIOS DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO ................................114
2.2 SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO .................................. 115
3 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO ................................................................118
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................... 120
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................... 122
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 123
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você deverá ser capaz de:
• apresentar uma visão geral da ciência do Direito;
• compreender o Direito e sua relação com a ética e a moral;
• diferenciar os conceitos de Direito Objetivo e Direito Subjetivo;
• identificar as fontes do Direito; 
• entender o conceito das Relações Jurídicas.
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – COMPREENSÃO DO DIREITO
TÓPICO 2 – DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO
TÓPICO 3 – NORMA JURÍDICA E RELAÇÃO JURÍDICA
NOÇÕES GERAIS 
DE DIREITO
11
TÓPICO 1
COMPREENSÃO 
DO DIREITO
1 INTRODUÇÃO 
O Direito é a ciência que estuda as normas de conduta que conduzem a vida 
em sociedade. Por isso, neste tópico, traremos conhecimentos básicos sobre a ci-
ência do Direito. Para tanto, temos que conhecer o seu significado.
O termo Direito tem muitos significados e não é possível resumi-lo em um só 
conceito. Pensando nisso, trataremos do problema relativo ao conceito de Direito, 
partindo da indicação da origem e do significado da própria palavra, passando pela 
exposição das principais ideias do pensamento filosófico-jurídico sobre o assunto e 
pelo registro de algumas considerações necessárias para a sua compreensão, para, 
afinal, ser concluído com a indicação de uma postura que se afigura como satisfatória.
Um bom estudo a você!
2 CONCEITO DE DIREITO
Não é uma tarefa fácil definir o conceito de Direito. Vejamos:
De modo geral, o Direito, como método, procura melhorar as condições so-
ciais ao estabelecer regras justas de conduta.
De modo muito amplo, pode-se dizer que a palavra “direito” tem três sentidos:
1. como direito objetivo, é a regra de conduta obrigatória;
2. como direito subjetivo, entende-se a faculdade ou os poderes que uma pessoa 
tem sobre a outra;
3. como ciência do direito, pode ser visto como o sistema de conhecimentos jurídicos. 
12
Assim, sob o aspecto formal, o Direito é uma regra de conduta imposta coa-
tivamente aos homens. Sob o aspecto material, é a norma nascida da necessidade 
de disciplinar a convivência social (GOMES, 2019).
É importante, também, mencionar as características da sociedade para uma 
melhor visão do conceito de Direito. São três as características de qualquer socie-
dade: multiplicidade de indivíduos, interação e previsão de comportamentos (BER-
TIOLI, 2015):
• Multiplicidade de indivíduos: trata-se de um conjunto ou agrupamento de in-
divíduos.
• Interação: é fundamental que, além da existência de diversos indivíduos, haja 
também interação e ações recíprocas entre eles.
• Previsão de comportamento: configura-se no fato de que cada indivíduo age 
se orientando pelo provável comportamento do outro.
Nesse contexto, a organização da sociedade é, segundo Bertioli (2015), es-
sencial para a sua existência. Em geral, toda sociedade se organiza com os meios 
necessários para obter seus fins. 
Na interação social, as pessoas e os grupos sociais se relacionam estreita-
mente na busca dos seus propósitos. 
2.1 INTERAÇÃO SOCIAL
Em qualquer lugar que se observe o homem, seja qual for a época e por mais 
selvagem que possa ser na sua origem, ele sempre é encontrado em estado de con-
vivência com os outros. Ele surge em grupos sociais, inicialmente pequenos, como 
família ou tribo, e depois maiores, como aldeia, cidade e Estado. Vamos conhecer 
melhor a dinâmica da interação social com a figura a seguir:
13
FIGURA 1 – QUADRO EXPLICATIVO SOBRE INTERAÇÃO SOCIAL
FONTE: Adaptada de Nader (2019)
De acordo com a figura, segundo valores de convivência que a própria so-
ciedade seleciona, o ordenamento jurídico torna possível a cooperação, a disciplina 
e a competição, estabelecendo as limitações necessárias ao equilíbrio e à equidade 
nas relações. Através da figura a seguir, exemplificaremos as três situações apre-
sentadas anteriormente:
FIGURA 2 – COOPERAÇÃO, COMPETIÇÃO E CONFLITO
FONTE: <https://bit.ly/3M09nLq>; < https://bit.ly/3uyCqQn >; <https://bit.ly/3uy0GC6>. Acesso em: 15 mar. 2022.
Desse modo, o direito é usado como instrumento de controle social, buscando 
regulamentar as relações sociais na busca da paz social. Ante um conflito de interes-
ses entre indivíduos, o Direito atua de duas formas e em dois momentos distintos:
Relação entre 
pessoas e grupos 
sociais
INTERAÇÃO 
SOCIAL
Cooperação: as pessoas estão movidas por 
um mesmo objetivo e valor, somandoassim 
seus esforços.
Competição: há uma disputa, uma con-
corrência em que uma das partes procura 
obter seu objetivo visando a exclusão da 
outra parte.
Conflito: faz-se presente a partir do im-
passe, quando não resolvido pelo diálogo, 
recorrendo à luta, moral ou física, na busca 
da mediação da justiça.
14
• Preventivamente: de forma a evitar o desentendimento quanto aos direitos 
que cada parte julga ser portadora.
• Concretamente: o direito apresenta solução de acordo com a natureza do caso.
Como vimos, a vida em sociedade é regulamentada por normas, que valem 
para todos, sendo seu conhecimento e cumprimento obrigatórios, de acordo com o 
Artigo 3º da Lei de Introdução do Código Civil: “Ninguém se escusa de cumprir a lei, 
alegando que não a conhece” (BRASIL, 1942). 
Nesse sentido, entende-se que, depois de publicada, uma lei passa a ser 
obrigatória para toda a sociedade, e ninguém poderá omitir-se de seu cumprimento 
mesmo sob a alegação de desconhecimento da lei.
Importante saber também que a política e a religião desempenham impor-
tante papel no sentido de minimizar os conflitos na sociedade.
Entenderemos melhor a seguir. 
2.2 DIREITO, ÉTICA E MORAL
É importante saber diferenciar os conceitos de Ética, Moral e Direito. Estas 
três áreas de conhecimento se diferenciam, porém, possuem grandes vínculos e 
interligações. 
O homem é um ser social, que vive necessariamente em conjunto, necessi-
tando, portanto, de regras de comportamento. Está condicionado, então, a regras 
sociais éticas, morais, religiosas e jurídicas. 
Assim como a palavra “moral” vem do latim (mos, moris), a palavra “ética” 
vem do grego (ethos) e ambas se referem a costumes, indicando as regras do com-
portamento, as diretrizes de conduta a serem seguidas.
O direito está em função da vida social e sua finalidade é favorecer o 
amplo relacionamento entre as pessoas e os grupos sociais, que é uma das 
bases do progresso da sociedade (NADER, 2016).
NOTA
15
As normas morais podem ser entendidas como espécies de normas éticas, 
uma vez que a moral possui um sentido amplo e outro restrito. 
Num sentido amplo, a moral abrange todas as ciências normativas do agir 
humano; e a palavra ética ficaria reservada para essa acepção ampla. Logo, temos 
as seguintes definições:
• Ética: assim entendida como a ordenação dos comportamentos em geral, na 
medida em que se destinam à realização de um bem.
• Moral social: cuida dos deveres do indivíduo, como indivíduo com o todo, para a 
coletividade em que atua; ela visa o bem enquanto social.
A moral restringe-se ao plano íntimo, à consciência e sua pena máxima, re-
sume-se no remorso, no arrependimento. A moral impõe que a pessoa se abstenha 
de cometer atos errados e a que pratique atos positivos dirigidos para o bem. Já o 
direito dirige-se a evitar que se lese ou prejudique a outrem (RIZZARDO, 2015).
Para Rizzardo (2015), a ética é um conjunto de conhecimentos e princípios 
dirigidos a imprimir um comportamento humano moral em diversos campos das 
atividades humanas, como na medicina, na advocacia, na engenharia etc., sem 
ofender os que atuam no mesmo ramo e sem desrespeitar as pessoas para as quais 
presta serviço. Seu conceito constitui os valores morais e princípios que norteiam 
a conduta humana na sociedade. Por sua vez, o direito, por meio da norma contida 
no ordenamento jurídico, orienta como a pessoa deve proceder ou determina cami-
nhos a serem obedecidos. 
Desse modo, acredita-se que há o direito a partir do momento em que se 
declara o dever ou a obrigatoriedade das normas éticas, que se inspiram em princí-
pios da moral (RIZZARDO, 2015). Analise a figura a seguir para identificar a atuação 
da ética, da moral e do Direito.
FIGURA 3 – ATUAÇÃO DA ÉTICA, DA MORAL E DO DIREITO
FONTE: <https://bit.ly/3jy4U6s>. Acesso em: 15 mar. 2022.
16
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O Direito é resultado da vida em sociedade.
• Direito é a ciência que estuda as normas que regulamentam a vida em sociedade.
• Para a diminuição e a resolução dos conflitos, também são utilizadas a política, a 
moral e a religião.
• Direito, ética e moral não se confundem, porém estão interligados.
• O Direito sofre influência da moral.
RESUMO DO TÓPICO 1
17
1 A sociedade possui três características, a saber: a multiplicidade de indiví-
duos, a interação e a previsão de comportamentos. Com base nos conceitos 
e suas características, associe os itens, utilizando o código a seguir: 
(1) Multiplicidade 
de indivíduos.
(2) Interação.
(3) Previsão de 
comportamentos.
( ) Trata-se de um conjunto ou agrupamento de indiví-
duos; na definição de Tomás de Aquino: “a reunião de 
homens para fazer algo em comum”.
( ) A interação, por seu turno, pressupõe uma previsão 
de comportamento ou de reações ao comportamento 
de outros.
( ) Não basta, porém, para a existência de uma so-
ciedade, que indivíduos, em número maior ou menor, 
unam-se.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) (1), (3), (2).
b) ( ) (1), (2), (3).
c) ( ) (2), (1), (3).
d) ( ) (3), (2), (1).
2 Ter uma noção de moral bem definida é muito importante, porque dela de-
pende a convivência de uma sociedade, ou seja, a moral deve ser respeitada, 
porque ela garante a segurança de todos. Com base no exposto, assinale a 
alternativa CORRETA que apresenta o significado de moral:
a) ( ) Os processos de mútua influência, de relações interindividuais e inter-
grupais, que se formam sob a força de variados interesses.
b) ( ) Norma contida no ordenamento jurídico, orienta como a pessoa deve 
proceder, ou determina caminhos a serem obedecidos.
c) ( ) Estabelece as limitações necessárias para o equilíbrio e a justiça nas 
relações.
d) ( ) A moral restringe-se unicamente ao plano íntimo, à consciência e sua 
pena máxima, restringe-se no campo do remorso, do arrependimento, do 
desgosto e do pesar.
AUTOATIVIDADE
18
3 A ciência do direito é um ramo das ciências sociais que estuda as normas 
obrigatórias que controlam as relações dos indivíduos em uma sociedade. 
Com base no exposto, assinale a alternativa CORRETA que apresenta o con-
ceito de Direito:
a) ( ) É a ciência que estuda as normas de conduta que regem a vida em 
sociedade; trata-se de uma ciência ampla, com aplicação em todas as áreas 
do conhecimento.
b) ( ) Restringe-se unicamente ao plano íntimo, do remorso, do arrependi-
mento, do desgosto e do pesar.
c) ( ) É usado como instrumento de controle social, buscando regulamentar 
as relações sociais na busca da paz social apenas no campo da moral, sem o 
uso de regras.
d) ( ) É usado como instrumento de controle social, buscando regulamentar 
as relações sociais na busca da paz social apenas no campo da ética, sem o 
uso de regras. 
AUTOATIVIDADE
19
1 INTRODUÇÃO
Já aprendemos que o direito traz o conjunto de normas aplicáveis às rela-
ções sociais, que devem ser conhecidas e cumpridas por todos, qual seja o direito 
objetivo. Por sua vez, quando mencionarmos as fontes do direito, destacaremos o 
papel relevante que elas possuem no ordenamento jurídico, sendo elas escritas ou 
não, materiais ou formais, são necessárias a qualquer sistema jurídico.
TÓPICO 2
DIREITO OBJETIVO 
E SUBJETIVO
Lembre-se: o direito objetivo é obrigatório, enquanto o subjetivo é uma facul-
dade (você exerce esta possibilidade se quiser).
IMPORTANTE
Vamos lá!?
2 DEFINIÇÃO DE DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO
O direito objetivo é a norma; a lei que vigora em determinado Estado; tem por 
escopo regular a sociedade em busca do ordenamento das relações jurídicas e da 
paz social (VENOSA, 2018).
São exemplos de direito objetivo: o Código Civil, o Código Penal, entre outros.
Quanto ao direito subjetivo, temos uma faculdade que o titular deste tem de 
usá-lo ou não na proteção do bem jurídico garantido pela norma jurídica, podendo 
até mesmo dispô-lo.
20
3 FONTE PRINCIPAL DO DIREITO
De início, temos que entender o significado do termo “fonte”, o qual podemosdefinir como a procedência de alguma coisa. A “fonte” indica a origem de algo. As-
sim, a principal fonte do Direito é a lei. É o que se vê no Art. 4º da Lei de Introdução 
do Código Civil: “Art. 4º. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com 
a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito” (BRASIL, 1942). 
Além da Lei, também são fontes do Direito: a Doutrina, a Jurisprudência, a 
Equidade, a Analogia e os Princípios Gerais de Direito. De forma geral, pode-se clas-
sificar em fontes materiais e fontes formais. Vejamos, a seguir, de forma resumida, 
como se caracteriza cada uma dessas fontes:
FIGURA 4 – FONTES FORMAIS E MATERIAIS
FONTE: Adaptada de Bertioli (2015)
Para entendermos melhor a matéria, identificaremos algumas fontes do Di-
reito, apontando suas principais características.
21
O Estado tem a função principal de elaboração das leis, e a lei formal é a 
formulada pela Assembleia Legislativa e promulgada por seu presidente, enunciada 
em um texto e publicada no órgão oficial (GUSMÃO, 2018).
Traremos, a seguir, algumas noções gerais de cada uma delas:
• Lei complementar: é complementar da Constituição, a ela submetendo-se.
• Lei ordinária: é elaborada pelo Poder Legislativo, não tratando de matéria cons-
titucional.
• Leis delegadas: o Presidente da República pode solicitar delegação ao Con-
gresso Nacional para legislar sobre determinada matéria.
• Decreto legislativo: enquadra-se no gênero de normas, mas trata dos assun-
tos de exclusiva competência do Congresso Nacional.
• Decreto regulamentar: constitui os atos do Poder Executivo, revelando dupla 
finalidade: de um lado, como ato de governo, ou a execução das funções e da 
administração; de outro lado, constitui os atos que regulamentam ou completam 
as leis.
• Resoluções: são definidas como atos dos Poderes Executivo, Legislativo e Ju-
diciário sobre matéria de ordem mais interna, concernente à administração.
Além das resoluções, temos as ‘Portarias’, os ‘avisos’, as ‘ordens de serviços’, 
as ‘instruções’, todos produzindo atos de administração, de esclarecimentos ou de 
imposições, dirigidos aos órgãos internos dos ministérios e das repartições, ineren-
tes aos funcionários e ao funcionamento dos serviços que prestam ao público. 
3.1 OUTRAS FONTES DO DIREITO
Conheceremos agora o costume, reconhecido como uma importante fon-
te do Direito. A necessidade e a conveniência em sociedade determinam o cum-
primento de certas regras, modo de agir e/ou posturas, que passam a se repetir 
Legislação é o conjunto das normas jurídicas emanadas do Estado através 
de seus vários órgãos, dentre os quais se realça, com relevo, nesse tema, o 
Poder Legislativo. “Geralmente, lei e legislação são tomadas como sinônimos. 
No entanto, é preciso entender que legislação corresponde ao conjunto de 
leis” (NUNES, 2018, p. 116).
NOTA
22
como se fossem obrigatórios, formando, assim, o costume. Nesse sentido, “[...] os 
elementos do costume são: repetição habitual, uniforme e ininterrupta, por longo 
tempo, em um meio social, de um ato ou conduta de forma semelhante, da qual se 
deduz a sua obrigatoriedade e necessidade” (GUSMÃO, 2018, p. 120).
Desse modo, o costume pode ser definido como “um conjunto de normas 
de conduta social, criadas espontaneamente pelo povo, através do uso reiterado, 
uniforme e que gera a certeza de obrigatoriedade, reconhecidas e impostas pelo 
Estado” (NADER, 2019, p. 148).
Outra importante fonte é a Jurisprudência. Vejamos:
A Jurisprudência é considerada um conjunto de decisões sobre interpre-
tações de leis, feita pelos tribunais de determinada jurisdição. De forma simples e 
clara, temos o seguinte conceito:
• Jurisprudência: conjunto das decisões dos Tribunais no exercício da apli-
cação da Lei.
Abordaremos agora a doutrina, também considerada fonte de Direito.
A doutrina é considerada como um conjunto de indagações, pesquisas e pa-
receres dos estudiosos do Direito; nesse sentido, a doutrina é apreciada como fonte 
por sua contribuição para a aplicação e preparação à evolução do direito.
Vale notar que os estudos doutrinários se localizam “nos tratados, mono-
grafias e sentenças prolatados pelos mais sábios juízes” (NADER, 2019, p. 172).
Quanto à definição, temos que:
• Doutrina: é a teoria desenvolvida pelos estudiosos do Direito e doutrina-
dores, materializada em livros, artigos, pareceres, congressos, entre outros.
Chegamos a uma das fontes mais antigas e frequentes usadas como fonte 
do direito: a equidade, assim compreendida como a justiça que se funda na boa 
razão, na ética, no bom senso e no direito natural, visando suprir a imperfeição da 
https://www.infoescola.com/direito/jurisdicao/
23
lei ou amenizar os rigores de seus comandos (RIZZARDO, 2015). É uma forma de se 
aplicar o Direito, mas sendo o mais próximo possível do justo para as duas partes. 
Entende-se assim:
• Equidade: a busca pela justiça que trate cada indivíduo segundo sua na-
tureza particular.
Temos, também, como fonte de Direito, a analogia, ou seja, uma forma en-
contrada para suprir as brechas existentes na lei. Ocorre a analogia quando é reali-
zada uma comparação entre casos diferentes, mas com um conflito parecido para 
seguir a mesma resposta. Baseada na igualdade jurídica, pressupõe-se que deve 
ocorrer a mesma solução para a mesma infração. Como definição, temos:
• Analogia: recurso técnico que consiste em se aplicar, a uma hipótese não 
prevista pelo legislador, a solução por ele apresentada para uma outra hi-
pótese fundamentalmente semelhante à não prevista (NADER, 2019).
Por fim, temos como fonte os Princípios Gerais do Direito, que também são 
utilizados como critério de julgamento, ou seja, na ausência da lei, de analogia e 
costume, o preceito orientador há de ser descoberto mediante os Princípios Gerais 
do Direito (NADER, 2019). Basicamente, temos o seguinte conceito:
• Princípios Gerais do Direito: ideias ou juízos fundamentais, de caráter 
geral, que servem de base dentro de cada área de atuação do Direito.
24
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O Direito é desmembrado em direito objetivo e subjetivo. 
• O direito objetivo representa as normas impostas, de cumprimento obrigatório, 
enquanto o direito subjetivo representa a permissão de agir prevista em lei.
• As ‘fontes do direito’ podem ser entendidas como as origens do Direito.
• A principal fonte do Direito é a Lei.
• Além da Lei, são também fontes do Direito: Doutrina, Equidade, Jurisprudência, 
Analogia, Costumes e os Princípios Gerais de Direito.
RESUMO DO TÓPICO 2
25
1 O direito objetivo consiste nas previsões gerais e abstratas presentes no or-
denamento jurídico. Assinale a alternativa CORRETA que apresenta o conceito 
de Direito Objetivo:
a) ( ) É a lei que vigora em determinado Estado; tem por escopo regular a 
sociedade em busca do ordenamento das relações jurídicas e da paz social.
b) ( ) Consiste, assim, na possibilidade de agir e de exigir aquilo que as nor-
mas de Direito atribuem a alguém como próprio.
c) ( ) Decorre da incidência de normas jurídicas sobre fatos sociais, depen-
dendo da vontade do indivíduo.
d) ( ) Decorre da incidência da moral jurídica sobre fatos sociais, dependen-
do da vontade do indivíduo.
2 As fontes do direito, de modo geral, podem ser classificadas em fontes ma-
teriais e fontes formais. Com base nessa afirmação, assinale a alternativa 
CORRETA que apresenta a definição de fonte formal:
a) ( ) São as normas jurídicas gerais, mediante as quais se estabelecem 
obrigações, emanadas de autoridade competente, incluindo as normas de in-
ferior hierarquia.
b) ( ) Promanam do direito natural, da oficialização do direito natural, das 
concentrações de ideias comuns, de adaptações das condutas a padrões fi-
xos e constantes.
c) ( ) Todas as autoridades, pessoas, grupos e situações que influenciam a 
criação do direito em determinada sociedade.
d) ( ) Está inerente na elaboração de uma lei, ao valor que possui o fato so-
cial.3 A necessidade e a conveniência em sociedade determinam o entendimento 
do cumprimento de certas regras, que passam a formar o costume. Com base 
nessa informação, defina, de forma resumida, o costume.
R.:
AUTOATIVIDADE
26
27
TÓPICO 3
NORMA JURÍDICA E 
RELAÇÃO JURÍDICA
1 INTRODUÇÃO
Como já estudamos, o Direito traça normas de conduta que permitem às 
pessoas e aos grupos sociais viverem em harmonia, agindo preventivamente, para 
evitar o conflito, ou após sua ocorrência, garantir a paz social. Este tópico objetiva 
estudar a teoria da norma jurídica, fundamental para o conhecimento e entendi-
mento do Direito em si.
Além da norma jurídica, estudaremos a relação jurídica, de forma simples e 
de fácil entendimento.
Bons estudos!
2 SIGNIFICADO E CARACTERÍSTICAS DAS 
NORMAS JURÍDICAS
A norma jurídica é o instrumento que o Direito utiliza para atingir seu ob-
jetivo. É através da norma jurídica que o Direito revela à sociedade os padrões de 
comportamento exigidos pelo Estado.
Podemos afirmar que a norma ou regra jurídica é um padrão de conduta im-
posto pelo Estado para que seja possível a convivência dos homens em sociedade. 
Ela esclarece ao agente como e quando agir (NADER, 2019). 
Cabe às normas jurídicas disciplinar o comportamento da sociedade. O conceito 
de norma jurídica possui três características, conforme ilustrado na figura a seguir:
28
FIGURA 5 – CARACTERÍSTICAS DA NORMA JURÍDICA
FONTE: Adaptada de Bertioli (2015)
“No direito brasileiro, as normas podem ser federais, estaduais e municipais, 
de acordo com os entes da federação e a repartição de competências previstas pela 
Constituição Federal de 1988” (MASCARO, 2015, p. 90).
As expressões ‘normas’ e ‘regras jurídicas’ são sinônimas, apesar de alguns 
autores reservarem a denominação para o setor da técnica e, outros, para o 
mundo natural. “Distinção há entre norma jurídica e lei. Esta é apenas uma 
das formas de expressão das normas, que se manifestam também pelo Direi-
to costumeiro e, em alguns países, pela jurisprudência” (NADER, 2019, p. 79).
IMPORTANTE
Conforme ensina Hans Kelsen (2003), a norma jurídica deve ser analisada 
sob diversos planos de estudo, e passa a discorrer de forma sintética. Acompanhe 
o quadro a seguir:
29
QUADRO 1 – ANÁLISE DA NORMA JURÍDICA
Existência: trata-se da verificação se a norma ingressou no ordenamento jurí-
dico, adquirindo vigência, mediante a obediência do devido processo legislativo 
para tanto.
Validade: verifica se a norma foi criada de acordo com os requisitos do processo 
de formação e produção do ordenamento jurídico (análise formal) e com conteú-
do consonante (análise material). 
Eficácia: é a capacidade da norma para a produção de seus regulares efeitos ju-
rídicos, gerando direitos e deveres entre estes.
Efetividade: trata-se da aceitação da norma no meio social em que ela produzirá 
seus regulares efeitos jurídicos, ou seja, seu acolhimento entre os indivíduos.
Aplicabilidade: é a delimitação do campo de incidência da norma jurídica.
Revogação: é a retirada da norma do ordenamento jurídico. Somente uma norma 
de igual hierarquia é capaz de revogar outra, retirando-lhe do campo de existência.
Declaração de inconstitucionalidade: uma vez declarada inconstitucional a nor-
ma, constata-se que ela não possui validade para produzir efeitos jurídicos.
FONTE: Adaptado de Figueiredo (2016)
3 RELAÇÃO JURÍDICA E SUAS ESPÉCIES
As relações entre as pessoas geram vínculos que estão previstos nas nor-
mas jurídicas, acarretando inúmeros direitos e obrigações que interessam ao Direi-
to. O casamento é um exemplo de relação jurídica.
Inicialmente, conheceremos o conceito de relação jurídica.
A relação jurídica é o vínculo que une uma ou mais pessoas, decorrente de 
um fato ou de um ato previsto em norma jurídica, que produz efeitos jurí-
dicos, de modo que, uma delas pode exigir da outra determinada obrigação 
(GUSMÃO, 2018).
NOTA
30
Essas relações são chamadas “jurídicas”, pois seu objeto é um interesse juri-
dicamente protegido, ou seja, que interessa ao Direito, como o patrimônio, a vida etc.
São várias as espécies de relação jurídica, das quais destacamos as seguin-
tes modalidades:
• Relações jurídicas pessoais: quando envolvem a relação de pessoas entre si. 
Como exemplo, temos os contratos, o casamento, entre outros.
• Relações jurídicas reais: quando envolvem a relação de pessoas com as coi-
sas. O direito de propriedade de um imóvel é um exemplo.
• Relações jurídicas de Direito Privado: disciplinadas por normas de ordem pri-
vada, abrangem relações entre particulares, nas quais predomina o interesse de 
ordem privada. São exemplos: o contrato de compra e venda, o casamento e o 
empréstimo. 
• Relações jurídicas de Direito Público: disciplinadas por normas de ordem pú-
blica, imperativa. Abrangem a relação entre o Estado com particulares e as ações 
dos próprios cidadãos dentro da esfera pública da sociedade. Defendem o interes-
se público, soberano ao interesse privado. A participação de licitação e a realização 
de serviços por particulares em órgãos públicos são exemplos dessa relação.
Nas relações jurídicas de Direito Público, o Estado figura como polo ativo, 
exercendo seu poder de superioridade, numa relação de subordinação em re-
lação ao polo passivo. Por sua vez, as relações jurídicas de Direito Privado são 
formadas por indivíduos, que nos dois polos, ativo ou passivo, exercem seus 
direitos e deveres numa relação de igualdade.
NOTA
• Relações jurídicas solenes: possuem uma forma especial, imposta por lei. Ne-
cessitam de formalidade para que tenham validade. É o caso do casamento e da 
compra e venda de imóveis.
• Relações jurídicas não solenes: toda relação cuja sua existência a lei não de-
termina um ato especial. Dispensam formalidades. A venda de um bem móvel, 
por exemplo, uma bicicleta, torna-se perfeita e acabada com a entrega do bem, 
mediante o recebimento do valor.
31
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A relação jurídica é um vínculo que une pessoas entre si ou pessoas e coisas.
• Esse vínculo nasce de uma norma jurídica que impõe direitos e deveres a cada 
um dos participantes.
• Temos diferentes espécies de relações jurídicas.
• São sujeitos da relação jurídica: o sujeito ativo, ou titular de um direito, e o passi-
vo, que deve cumprir uma obrigação. 
RESUMO DO TÓPICO 3
32
1 Podemos afirmar que as normas ou regras jurídicas estão para o Direito, assim 
como as células estão para um organismo vivo. Com base nessa informação, 
assinale a alternativa CORRETA que apresenta o conceito de Norma Jurídica:
a) ( ) É a expressão de um dever-ser de organização ou de conduta; são 
padrões obrigatórios de conduta e de organização social.
b) ( ) É um padrão de conduta imposto pela sociedade, para que seja possí-
vel a convivência dos homens em sociedade.
c) ( ) É a expressão de um dever-ser de organização ou de conduta; são 
padrões optativos de conduta e de organização social.
d) ( ) É a expressão de um dever-ser de organização ou de conduta; são 
padrões facultativos de conduta e de organização social.
2 A norma jurídica é considerada um conjunto de regras que integra o ordenamen-
to jurídico e tem a responsabilidade de regular a conduta dos indivíduos. Assinale a 
alternativa CORRETA que apresenta as características das normas jurídicas:
a) ( ) Bilateralidade; especificidade; abstratividade; imperatividade; coercibilidade.
b) ( ) Bilateralidade; generalidade; concreto; imperatividade; coercibilidade.
c) ( ) Bilateralidade; generalidade; abstratividade; imperatividade; coercibilidade.
d) ( ) Uniformidade; generalidade; abstratividade; imperatividade; facultatividade.
3 As relações jurídicas são entendidas como o vínculo que une duas ou mais 
pessoas, decorrente de um fato ou de um ato previsto em norma jurídica, que 
produz efeitos jurídicos. Com base nessa informação, assinale a alternativa 
CORRETA que apresenta as espécies de relações jurídicas:
a) ( ) Relações jurídicascoletivas; relações jurídicas informais; relações jurí-
dicas de direito privado; relações jurídicas de direito público; relações jurídicas 
solenes; relações jurídicas não solenes.
b) ( ) Relações jurídicas pessoais; relações jurídicas reais; relações jurídicas 
de direito privado; relações jurídicas de direito público; relações jurídicas sole-
nes; relações jurídicas não solenes.
c) ( ) Relações jurídicas coletivas; relações jurídicas irreais; relações jurídi-
cas de direito privado; relações jurídicas de direito público; relações jurídicas 
solenes; relações jurídicas não solenes.
d) ( ) Relações jurídicas unilaterais; relações jurídicas reais; relações jurídi-
cas de direito privado; relações jurídicas de direito público; relações jurídicas 
solenes; relações jurídicas não solenes.
AUTOATIVIDADE
33
BERTIOLI, A. B. Introdução ao direito: lições de propedêutica jurídica tridimen-
sional. 14. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2015.
BRASIL. Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942. Lei de Introdução às 
normas do Direito Brasileiro. Rio de Janeiro: Diário Oficial [da] União, 9 set. 1942. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del4657.htm. 
Acesso em: 15 mar. 2022.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Bra-
sil de 1988. Brasília, DF: Senado Federal, 5 out. 1988. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 15 mar. 2022.
FIGUEIREDO, L. V. Teoria da norma jurídica: princípios e regras – distinções e inter-
seções. Gen Jurídico, 2016. Disponível em: http://genjuridico.com.br/2016/12/06/
teoria-da-norma-juridica-principios-e-regras-distincoes-e-intersecoes/. Acesso 
em: 17 jan. 2022.
GAGLIANO, P. S. Manual de Direito Civil. 2. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 
2018.
GOMES, O. Introdução ao Direito Civil. 22. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019.
GUSMÃO, P. D. de. Introdução ao estudo do direito. 49. ed. rev. e atual. Rio de 
Janeiro: Forense, 2018.
KELSEN, H. Teoria pura do direito. 3. ed. Tradução de José Cretella Junior e Ag-
nes Cretella. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003.
MASCARO, A. L. Introdução ao estudo do direito. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
NADER, P. Introdução ao estudo do direito. 41. ed. Rio de Janeiro: Forense, 
2019.
NUNES, R. Manual de introdução ao estudo do direito: com exercícios para 
sala de aula e lições de casa. 15. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
RIZZARDO, A. Introdução ao direito e parte geral do Código Civil. 8. ed. Rio de 
Janeiro: Forense, 2015.
REFERÊNCIAS
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del4657.htm
34
TELLES JUNIOR, G. Iniciação na ciência do direito. São Paulo: Saraiva, 2006.
VENOSA, S. de S. Direito Civil: parte geral. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
VENOSA, S. de S. Introdução ao estudo do direito. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender o conceito de Direito Público;
• identificar os ramos do Direito Público;
• conhecer os princípios que regem o Direito Público;
• estudar os principais assuntos do Direito Tributário, Eleitoral e Militar.
PLANO DE ESTUDOS
O conteúdo desta unidade está dividido em três tópicos. No decorrer da 
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o 
conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – DIREITO CONSTITUCIONAL
TÓPICO 2 – DIREITO ADMINISTRATIVO, DIREITO PROCESSUAL E DIREITO PENAL
TÓPICO 3 – DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ELEITORAL E DIREITO MILITAR
DIREITO 
CONSTITUCIONAL
36
37
TÓPICO 1
AS CONTAS 
CONTÁBEIS
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos o Direito Constitucional. Apresentaremos seu 
conceito para então analisarmos a Constituição da República de 1988.
Serão abordados conteúdos referentes à natureza do direito constitucional, 
que pode ser entendido como um conjunto de normas que regulam o Estado. 
Conheceremos, ainda, os principais direitos e garantias fundamentais, bem 
como quais são os direitos sociais. 
2 DIREITO CONSTITUCIONAL E CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL
O Direito Constitucional é um ramo do Direito Público que tem por objeto 
principal de estudo a Constituição do país, também conhecida como “Carta Magna”.
Segundo Moraes (2019), o Direito Constitucional destaca-se por ser funda-
mental à organização e funcionamento do Estado e ao estabelecimento das bases 
da estrutura política. 
Não podemos estudar esse ramo do Direito sem conhecermos a definição de 
Constituição, assim entendida como lei suprema de um Estado.
A respeito do assunto, Canotilho e Moreira (1991) ensinam que a Constitui-
ção deve ser entendida como a lei fundamental de um Estado, que contém normas 
38
referentes à estruturação do Estado, à formação dos poderes públicos, à forma de 
governo, à aquisição do poder de governar e à distribuição de competências, direi-
tos, garantias e deveres dos cidadãos.
 
A Constituição, como regra maior, determina normas e estabelece critérios 
que devem ser respeitados por todos e de forma indiscriminada, de tal forma que 
nenhuma lei poderá ser contrária à Constituição, sob pena de ser considerada in-
constitucional e retirada do ordenamento jurídico.
Podemos ilustrar a supremacia da Constituição como norma de validade de 
todo o sistema legal através da figura a seguir, que apresenta a ‘pirâmide de Kelsen’:
FIGURA 1 – PIRÂMIDE DE KELSEN
FONTE: Lenza (2019, p. 96)
No Estado Brasileiro, a atual Constituição foi promulgada em 1988 e já foi 
modificada por algumas Emendas. 
Importante observar que a Constituição Federal de 1988 é dotada de um 
preâmbulo, que deve ser utilizado como instrumento de interpretação da Constitu-
ição, por trazer em seu texto princípios que devem ser seguidos.
39
Para Moraes (2019), o Estado Constitucional configura-se como uma das 
grandes conquistas da humanidade. Para ser considerado um verdadeiro Estado de-
mocrático de direito, deve possuir duas grandes qualidades do Estado Constitucional:
• Estado de direito e Estado democrático. 
No Estado de Direito, podemos destacar as seguintes premissas:
1. Primazia da lei.
2. Sistema hierárquico de normas.
3. Presença da legalidade na Administração Pública.
4. Separação dos poderes.
5. Reconhecimento da personalidade jurídica do Estado.
6. Garantias dos direitos fundamentais previstos na Constituição.
7. Possibilidade do controle de constitucionalidade das Leis.
Nossa Constituição de 1988 é democrática e liberal, apresentando maior le-
gitimidade popular, podendo ser destacadas as seguintes características, de acordo 
com o quadro a seguir:
QUADRO 1 – CARACTERÍSTICAS DA CONSTITUIÇÃO DE 1988
Forma de Governo República.
Sistema de Governo Presidencialista.
Forma de Estado Federação.
Capital Federal Brasília.
Inexistência de religião oficial Um país leigo.
Organização dos “Poderes” Legislativo; Judiciário e Executivo.
Constituição rígida Exige procedimento solene para sua alteração.
FONTE: Adaptado de Lenza (2019)
A Constituição Federal é considerada uma norma hierarquicamente superior 
às demais normas em nosso sistema jurídico. A Constituição Federal pode ser clas-
sificada de forma prática:
• Escrita: texto único.
• Formal: além de interesses constitucionais, cuida de outros interesses também.
• Dogmática: sistematiza o direito dominante.
• Rígida: necessita de processo solene para sua alteração.
40
3 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS NA 
CONSTITUIÇÃO DE 1988
A Constituição Federal classifica os direitos e as garantias fundamentais em 
importantes grupos, conforme mostra a figura a seguir:
FIGURA 2 – DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
FONTE: Adaptada de Lenza (2019)
Apesar de referir-se, de modo expresso, apenas aos direitos e deveres indi-
viduais e coletivos, a Constituição também consagrou as garantias fundamentais. 
Vamos diferenciá-los: 
• Direitos fundamentais: são bens protegidos pela Constituição, como a vida, a 
liberdade e a propriedade.
• Garantias: são as formas de proteger os bens. São os instrumentos Constitucio-nais, como o Habeas Corpus.
Os Direitos individuais e coletivos são entendidos como direitos básicos, ga-
rantidos pela Constituição Federal. Podem ser invocados a qualquer momento pelo 
indivíduo. De maneira didática, listaremos tais direitos:
• Direito à vida.
• Direito à intimidade.
• Direito à igualdade.
• Direito à liberdade.
• Direito à propriedade.
Os Direitos sociais possuem a finalidade de melhorar as condições de vida 
dos menos favorecidos, visando à concretização da igualdade social.
41
São direitos sociais: a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a mora-
dia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternida-
de e à infância e a assistência aos desamparados.
Para garantir maior efetividade aos direitos sociais, a Constituição menciona 
um dos objetivos fundamentais da República – erradicar a pobreza e a marginaliza-
ção e reduzir as desigualdades sociais e regionais.
Podemos considerar, também, os direitos sociais previstos no Art. 7º da 
Constituição Federal, que têm por objetivo principal a proteção dos direitos do tra-
balhador.
Antes de estudarmos o Direito da Nacionalidade, temos que conhecer seu 
conceito. Vamos lá.
A nacionalidade pode ser definida como o vínculo jurídico-político que liga 
um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que essa pessoa passe a agre-
gar o povo desse Estado e, por consequência, desfrute de direitos e submeta-se a 
obrigações.
A par desse conceito, temos que definir em que consiste o povo, a população 
e a nação.
• Povo: conjunto de pessoas que fazem parte do Estado. São os nacionais.
• População: expressão numérica, quantitativa. São os nacionais e os estrangeiros.
• Nação: agrupamento humano, ligado por laços históricos, culturais e étnicos.
A nacionalidade pode ser adquirida com o nascimento (ex.: brasileiro nato), 
chamada “originária”, ou posteriormente, através de um pedido de naturalização 
(ex.: o estrangeiro que pede naturalização e se torna brasileiro naturalizado), que se 
chama nacionalidade “adquirida”.
A Constituição proíbe que a lei faça diferença entre brasileiros natos e natu-
ralizados, a não ser em casos previstos na própria Carta Magna. Assim, ape-
sar de se tornar brasileiro pela naturalização, o estrangeiro naturalizado não 
adquire os mesmos direitos que os brasileiros natos. Por exemplo, existem 
cargos públicos privativos de brasileiros natos, tais como o de Presidente da 
República e Ministro do Supremo Tribunal Federal.
IMPORTANTE
42
Sobre o reconhecimento da nacionalidade, nossa Constituição adota como 
regra geral o critério da origem territorial, ou seja, a princípio, quem nascer em ter-
ritório nacional, será considerado brasileiro, porém, há exceções previstas no Artigo 
12 da CF/1988.
Da mesma forma, regulamenta o cancelamento da naturalização, no caso de 
brasileiros naturalizados, que somente será decretado em caso de atividade nociva 
ao interesse nacional após decisão transitada em julgado. 
Já os Direitos Políticos, também conhecidos como direitos de cidadania, são 
o conjunto dos direitos atribuídos ao cidadão que lhe permitem – por meio do voto, 
do exercício de cargos públicos ou da utilização de outros instrumentos constitu-
cionais e legais – ter efetiva participação e influência nas atividades do governo, 
segundo o Glossário Eleitoral elaborado pelo TSE.
São Direitos Políticos:
• Direito ao sufrágio.
• Alistamento.
• Elegibilidade.
• Iniciativa popular de lei.
• Ação popular.
• Participação de partidos políticos.
3.1 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
Os remédios constitucionais “são instrumentos destinados a assegurar o 
gozo dos direitos violados ou em vias de serem violados ou simplesmente não aten-
didos” (PADILHA, 2020, p. 277). As garantias constitucionais, que recebem o nome 
de remédios constitucionais, são:
• Habeas corpus: “uma garantia individual ao direito de locomoção, consubstan-
ciada em uma ordem dada pelo Juiz ou Tribunal ao coator, fazendo cessar a 
ameaça ou coação à liberdade de locomoção em sentido amplo – o direito do 
indivíduo de ir, vir e ficar” (MORAES, 2019, p. 151). 
Não é necessário ser advogado para impetrar habeas corpus, podendo até 
ser impetrado pelo próprio paciente (vítima). O habeas corpus pode ser preventivo 
ou repressivo.
43
• Habeas data: objetiva fazer com que todos tenham acesso às informações que 
o Poder Público ou entidades de caráter público possuam a seu respeito. É a Lei 
nº 9.507/1997 que estabelece as regras referentes ao habeas data.
Tem cabimento quando houver negativa de fornecimento destas informa-
ções, que também poderão ser retificadas (MORAES, 2019). 
• Mandado de segurança: caberá mandado de segurança quando houver um ato 
ilegal e coator de uma autoridade contra direito líquido e certo e contra este ato 
não for cabível habeas corpus e habeas data. Considera-se direito líquido e certo 
aquele que pode ser comprovado já no ajuizamento do mandado de segurança 
por documentos, sem a possibilidade de produção de provas. 
Pode ser impetrado (ajuizado) por pessoa física ou jurídica, que é chama-
do “impetrante”. Pode ser individual (quando uma só pessoa impetra) ou coletivo, 
quando é impetrado em nome de uma coletividade (ex.: sindicato representando os 
sindicalizados).
O mandado de segurança pode ser impetrado de duas formas: preventiva 
(para evitar a ofensa ao direito) e repressiva (quando há ofensa ao direito).
Mandado de injunção: “está previsto sempre que a falta de norma regulamen-
tadora torne inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais e das prerroga-
tivas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania” (MORAES, 2019, p. 198).
Ação popular: basicamente, podemos afirmar que, só poderá ajuizar ação 
popular o cidadão, pessoa física, ou seja, quem estiver “no gozo de seus direitos 
políticos” (MORAES, 2019, p. 193). 
Quanto à natureza do “ato ou omissão” do Poder Público a ser impugnado, 
esta deve ser obrigatoriamente lesiva ao patrimônio público, seja por ilegalidade ou 
por imoralidade (MORAES, 2019). 
44
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O Direito Público é o Direito em que o Estado participa como parte na relação 
jurídica. 
• O Direito Público é dividido em Direito Público interno e externo.
• O Direito Constitucional tem como objeto de estudo a Constituição Federal, que 
é a Lei Magna de um país.
• A Constituição Federal de 1988 traz vários direitos e garantias fundamentais pre-
vistos no Art. 5º.
• Há várias Ações Constitucionais, ou Remédios Constitucionais, que tutelam o 
Direito dos cidadãos.
• Os direitos políticos e os relativos à organização e ao funcionamento dos partidos 
políticos.
RESUMO DO TÓPICO 1
45
1 A Constituição é a lei suprema que está no topo da pirâmide da legislação 
pátria. A respeito da classificação da Constituição de 1988, assinale a alterna-
tiva CORRETA:
a) ( ) Escrita; dogmática; informal; sintética; legal; costumeira e promulgada.
b) ( ) Escrita; dogmática; formal; analítica; legal e promulgada.
c) ( ) Escrita; pragmática; formal; sintética; legal e promulgada.
d) ( ) Substancial; dogmática; formal; flexível; legal e promulgada.
2 Tal como apresentado no preâmbulo da CF/1988, o Estado Democrático é 
destinado a assegurar uma sociedade fraterna, fundada na harmonia social. 
De acordo com essa afirmação, a respeito dos Direitos Sociais, assinale a al-
ternativa CORRETA:
a) ( ) O exercício dos direitos sociais e individuais; o desenvolvimento; o 
bem-estar; a segurança; a liberdade; a justiça e a igualdade.
b) ( ) O exercício dos direitos próprios e individuais; o subdesenvolvimento; 
o bem-estar; a segurança; a liberdade; a justiça e a igualdade.
c) ( ) O exercício dos direitos sociais e individuais; o desenvolvimento; o 
bem-estar; a insegurança; a liberdade; a injustiça e a desigualdade.
d) ( ) O exercício dos direitos coletivos; o desenvolvimento; o bem-estar; a 
segurança; a liberdade; a justiça e a igualdade.
3 O Direito Constitucional é um ramo doDireito Público, destacado por ser 
fundamental à organização e ao funcionamento do Estado. Com base nessa 
afirmação, a respeito do sistema de governo do Brasil, assinale a alternativa 
CORRETA:
a) ( ) Absolutista.
b) ( ) Presidencialista.
c) ( ) Comunista.
d) ( ) Parlamentarista.
4 De acordo com o que você aprendeu no livro de estudos acerca do Direito 
de Nacionalidade, aponte qual o critério de nacionalidade adotado pela atual 
Constituição brasileira.
 R.: 
AUTOATIVIDADE
46
47
1 INTRODUÇÃO
Estudaremos agora o Direito Administrativo, que traz as regras que discipli-
nam a Administração Pública. Traremos o seu conceito para então estudarmos os 
atos administrativos. 
Listaremos os princípios que regem a Administração Pública e conhecere-
mos as características dos contratos administrativos. 
Abordaremos o Direito Processual como um ramo do Direito Público, bem 
como veremos o Direito Penal, o Direito Tributário, o Direito Eleitoral e o Direito militar.
2 CONCEITOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
De forma simplificada, pode-se dizer que o direito administrativo é um ramo 
do direito público, cuja finalidade é a busca pela satisfação do interesse público.
Em outras palavras, o Direito Administrativo é um conjunto de princípios jurídi-
cos voltado para as questões que dizem respeito à Administração Pública, regulamen-
tando funções administrativas de responsabilidade de interesse público e coletivo. 
TÓPICO 2
DIREITO 
ADMINISTRATIVO, 
DIREITO PROCESSUAL 
E DIREITO PENAL
48
As normas e os princípios que regem o Direito Administrativo têm a finalida-
de de limitar a atuação administrativa e oferecer também prerrogativas ao agente 
público para que este desempenhe seu papel em benefício da coletividade em total 
harmonia com o ordenamento jurídico.
Importante lembrar que estas normas são de cumprimento obrigatório e 
nem por acordo entre a Administração e o particular podem ser modificadas.
2.1 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Os limites a essa atuação da administração pública são apresentados por 
princípios previstos no Art. 37 da Constituição Federal.
Dispõe a Constituição que “a Administração Pública direta e indireta de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência” (BRASIL, 1988).
Para ilustrar a matéria, observe a figura a seguir, com uma ótima dica de 
memorização:
FIGURA 3 – PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
FONTE: Campos (2019, p. 26)
49
Apesar de os princípios se destinarem à Administração Pública, os outros 
poderes, Legislativo e Judiciário, também ficam obrigados a cumpri-los quando 
praticarem atos administrativos.
Aprenderemos agora um pouco mais sobre cada princípio da Administração 
Pública. Vejamos:
Princípio da legalidade
Para se formar um Estado de Direito, faz-se necessária a existência de nor-
mas, que devem ser obedecidas tanto pela população quanto pelo próprio Estado.
O Poder Público, em virtude principalmente dos princípios da indisponibili-
dade do interesse público e da legalidade, deverá agir de acordo com a vontade da 
coletividade, evitando excessos por parte dos administradores (CAMPOS, 2019).
Assim, para o particular, vigora o princípio da autonomia da vontade, já que 
este poderá fazer tudo que a lei não proíba, de acordo com o Art. 5º, II, CF/1988, que 
assim reza: ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão 
em virtude de lei (CAMPOS, 2019).
Por sua vez, o administrador é subordinado aos termos da lei, apenas po-
dendo agir se existir uma permissão legal para a sua atuação. Só pode o adminis-
trador fazer o que a lei autoriza.
Princípio da impessoalidade
Campos (2019) ensina que a impessoalidade deve ser analisada sob duas 
óticas diferentes. Vejamos:
• Impessoalidade do administrador em relação ao povo: o agente público deve ser 
neutro e imparcial em suas atuações, não devendo beneficiar ou prejudicar pessoas 
por amizade ou inimizade. Sua atuação pública deve ser objetiva e não subjetiva.
• Impessoalidade do administrador em relação a sua atuação: o agente público é 
considerado instrumento da vontade estatal. Não poderá o administrador prati-
car atos que caracterizem alguma forma de promoção pessoal.
Por esse princípio, impõe-se uma igualdade de tratamento entre os parti-
culares (administrados), focando os atos administrativos no interesse público, não 
sendo possível o favorecimento de uns em detrimento dos outros. 
50
Princípio da moralidade
Os atos administrativos devem ser realizados com base na moral, ou seja, na 
probidade.
A inobservância desse princípio gera a invalidade do ato administrativo. 
Vale lembrar que, além da observância dos ditames legais (princípio da lega-
lidade), a prática dos atos administrativos deve estar de acordo com a moralidade 
administrativa e suas regras de conduta ética.
Esse princípio está relacionado ao dever de honestidade, probidade, ética e 
boa-fé do administrador. É em decorrência da necessidade de uma boa administra-
ção que surge o princípio da moralidade, que visa forçar condutas não corruptas por 
parte dos administradores (CAMPOS, 2019).
Princípio da publicidade
Por esse princípio, torna-se necessário que os atos administrativos sejam 
praticados com transparência, permitindo que a sociedade conheça os atos que 
estão sendo praticados pela Administração Pública. Por exemplo, através de publi-
cação no Diário Oficial.
As finalidades desse princípio são, de acordo com Campos (2019):
• Exteriorizar a vontade da administração.
• Dar transparência, sendo os atos públicos.
• Dar eficácia aos atos através da divulgação.
• Dar início à contagem de prazos, pois, após a notificação, pode-se até recorrer de 
certos atos.
• Facilitar o controle, ou seja, a fiscalização dos atos estatais pela sociedade, evi-
tando práticas administrativas sigilosas.
Importante observar que a Constituição Federal, em seu Art. 5º, dispõe que 
são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, as-
segurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua 
violação (BRASIL, 1988).
Reza ainda a lei maior que todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão 
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo 
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
51
Por fim, a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando 
a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.
Logo, temos que a publicidade é a regra e o sigilo a exceção.
Princípio da eficiência
Esse princípio estabelece que não basta o administrador praticar o ato ape-
nas de acordo com os princípios anteriores, mas deve praticá-lo com eficiência, ou 
seja, com resultados mais eficazes e econômicos para os cofres públicos, atenden-
do às necessidades dos administrados.
Podemos melhor entender esse princípio através da figura a seguir:
FIGURA 4 – PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
FONTE: Campos (2019, p. 40)
3 CONCEITOS DO DIREITO PROCESSUAL
O Direito Processual é o ramo do Direito Público que contém as regras que 
devem ser aplicadas nos procedimentos judiciais de resolução de conflitos.
Traz as regras que chamamos de “direito formal”, enquanto o Direito Civil, por 
exemplo, traz as regras de “direito material”. 
52
Podemos afirmar que, quando um direito material é disputado por uma parte 
em face de outra, forma-se a chamada lide, que deve ser conduzida através de um 
sistema de normas previamente definidas. Esse sistema é precisamente o direito 
processual, que dita todas as regras de ação e de processo necessárias para resol-
ver esse conflito de interesses.
Assim, tomemos como exemplo o direito de propriedade. Enquanto o Direito 
Civil estabelece como se origina e se extingue este direito, o Direito Processual Civil 
determinará como se deve proceder pararetomá-lo.
O Direito Processual é dividido em três grandes ramos:
• Direito Processual Civil.
• Direito Processual Penal.
• Direito Processual do Trabalho.
No desempenho das funções do Estado, podemos observar que não bas-
ta apenas o Estado elaborar normas para regular a sociedade, ele deve oferecer 
também condições para que elas sejam aplicadas de forma justa e respeitando as 
particularidades presentes em cada meio social. 
Através do exercício da função legislativa, o Estado estabelece as normas 
que devem regular as mais variadas relações. As normas estabelecem o que é lícito 
e ilícito, atribuem direitos, poderes e deveres.
As normas possuem caráter abstrato e genérico, ou seja, são aplicáveis a 
todas as pessoas e a todos os fatos que se enquadrem nas previsões.
A concretização das normas se dá através da atividade jurisdicional. Signifi-
ca dizer que, quando uma norma que rege a vida em sociedade é violada e o lesado 
se socorre da atividade jurisdicional, o Estado-Juiz, no exercício da função, aplicará 
a norma ao caso concreto para restaurar a situação anterior à violação da norma, 
com a finalidade de fazer prevalecer o direito.
Tanto o Direito Material quanto o Direito Processual decorrem de leis que 
emanam do Poder Legislativo, porém existem importantes diferenças entre eles. 
Vamos identificá-las:
• Direito material: é o conjunto de normas que regulam a vida entre as pessoas 
em sociedade. Traduz-se no Direito Civil, Direito Penal, Direito do Trabalho, Direito 
Empresarial e Direito Tributário.
53
• Direito Processual: composto das normas e princípios que regerão a forma e o 
método de trabalho pelo qual a jurisdição será exercida. Regula a atuação do Es-
tado-Juiz em um processo. Temos o Direito Processual Civil, o Direito Processual 
Penal e o Direito Processual do Trabalho.
No desempenho das suas funções, o Estado regula as relações entre as 
pessoas através de dois papéis diferentes, mas que possuem íntima relação: a le-
gislação e a jurisdição.
Através da função legislativa, o Estado estabelece as normas que devem 
regular as mais variadas relações. Por sua vez, na atividade jurisdicional, o Estado 
visa à concretização das normas elaboradas pela legislação, aplicando a norma ao 
caso concreto.
4 CONCEITOS DO DIREITO PENAL
O Direito Penal é definido como o ramo do Direito Público composto por um 
conjunto de normas jurídicas que regulam o poder punitivo do Estado. É destinado 
a proteger e a garantir os valores fundamentais que servem de base para a convi-
vência social, através da imposição de penas e medidas de segurança.
Corresponde ao conjunto de normas disciplinadoras da vida em sociedade, 
tutelando os bens jurídicos mais relevantes, sob ameaça de aplicação da pena. Ser-
ve, ainda, para limitar o poder punitivo estatal por meio da fixação de tipos penais e 
do princípio da legalidade (NUCCI, 2019a).
O direito penal busca a proteção dos bens, como a vida, o patrimônio, os cos-
tumes, a paz social etc. Uma vez atingidos esses bens jurídicos, o infrator ficará sujei-
to às sanções previstas na própria legislação penal (penas ou medidas de segurança). 
O Código de Processo Civil (Lei nº 5.869/1973) é a lei que serve de instrumento 
para o direito processual civil, assim como o Código de Processo Penal (De-
creto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941) traz as disposições relativas ao 
processo penal. Por sua vez, as regras de direito processual do trabalho estão 
na Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 
1943), conhecida como “CLT”.
ATENÇÃO
54
Assim, tutela valores que interessam à coletividade e são indisponíveis. Por-
tanto, não pode o sujeito particular ofendido dispor da ação penal, desistindo ou 
mesmo perdoando o autor de um delito. É valorativo e imperativo, ou seja, valora 
condutas e impõe ao agente a obrigação de fazer ou deixar de fazer algo.
Por fim, é sancionatório, porque reage com uma sanção ou pena, àquele que 
violou um preceito legal.
Importante aprender que o Código Penal (Decreto-Lei nº 2.848/1940) regula 
o Direito Penal e é composto de uma parte geral (Art. 1º ao 121) e de uma parte espe-
cial (Art. 121 ao 361). A parte especial traz os crimes divididos de acordo com o bem 
jurídico tutelado (ex.: crimes contra a vida, crimes contra o patrimônio etc.). 
Pertence ao Direito Penal a legislação extravagante, como a Lei de Entorpe-
centes, a Lei Maria da Penha, a Lei de Execução Penal, entre outras.
O direito penal estabelece uma diferença entre crime e contravenção penal, 
espécies de infração penal. Vejamos:
• Crimes: sujeitam seus autores às penas de reclusão ou detenção. 
• Contravenções: no máximo, implicam prisão simples. 
Para melhor entender a matéria, listaremos algumas definições importantes 
no Direito Penal:
QUADRO 2 – CONCEITOS NO DIREITO PENAL
Crime É a conduta ilícita que a sociedade considera mais grave, 
merecendo, pois, a aplicação da pena, devidamente prevista 
em lei, constituindo um fato típico, antijurídico e culpável.
Sujeito ativo É a pessoa que pratica a conduta típica.
Sujeito passivo É o titular do bem diretamente lesado pelo delito ou o titular 
do direito de punir, que é o Estado.
Objeto material É a coisa, pessoa ou interesse que sofre diretamente a con-
duta criminosa.
Objeto jurídico É o interesse protegido pela norma penal incriminadora.
Classificação dos 
crimes
É a organização dos delitos em diversas categorias. 
FONTE: Adaptado de Nucci (2019a)
55
Fato típico é a conduta humana que se “molda” perfeitamente aos elemen-
tos previstos na lei penal. Portanto, a característica de um crime é ser um fato típico. 
É a ação ou omissão descrita na lei penal.
Como regra geral, os crimes são sempre dolosos. O conceito de dolo é ne-
cessário para a definição de crime doloso. Para Capez (2001, p. 153), dolo “é a von-
tade e a consciência de realizar os elementos constantes do tipo legal, é a vonta-
de manifestada pela pessoa humana de realizar a conduta”. O agente deve ter a 
vontade livre de realizar esse fato e a consciência ou conhecimento de que o fato 
constitui a ação típica.
Resta esclarecer que o Código Penal também abrange os crimes culposos, 
assim entendidos por aqueles praticados pelo agente de forma voluntária, porém 
descuidada, que causa uma dano involuntário, previsível a outrem.
A ação culposa ocorre em três tipos de conduta: negligência, imprudência e 
imperícia. Veja o conceito de cada uma das modalidades no quadro a seguir:
QUADRO 3 – TIPOS DE CONDUTA
Imprudência É a prática de um fato perigoso, agir sem precaução.
Negligência É o ato de se omitir, não fazer. Agir de forma desleixada, desa-
tenciosa.
Imperícia Agir com ignorância, falta de qualificação, técnica, teórica ou 
prática.
FONTE: A autora
4.1 PENAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA
Pena é a sanção do Estado, valendo-se do devido processo legal, cuja finali-
dade é a repressão ao crime perpetrado e a prevenção a novos delitos, objetivando 
reeducar o delinquente, retirá-lo do convívio social enquanto for necessário, bem 
como reafirmar os valores protegidos pelo Direito Penal e intimidar a sociedade para 
que o crime seja evitado (NUCCI, 2019b).
Uma vez praticado o delito, terá lugar a aplicação da penalidade respectiva. 
De uma forma didática, podemos dizer que são três as espécies de penas, que serão 
aplicadas conforme a gravidade do crime: 
56
• Penas privativas de liberdade: reclusão, detenção e prisão simples.
• Penas restritivas de direitos: prestação de serviços à comunidade ou a en-
tidades públicas, interdição temporária de direitos, limitação de fim de semana, 
prestação pecuniária e perda de bens e valores.
• Pena de multa: pecuniária.
A pena de prisão simples é a destinada às contravenções penais, signifi-
cando que não pode ser cumprida em regime fechado, comportando apenas os 
regimes semiaberto e aberto.
Por fim, temos a medida de segurança, que também é uma sanção imposta 
pelo Estado, porém, ao agente inimputável ou semi-imputável que pratica um fato 
típicoe ilícito, com base no seu grau de periculosidade.
Atualmente, a lei penal brasileira estabelece no Art. 26,  caput, do Código 
Penal, a definição de inimputabilidade e, no seu parágrafo único, define a semi-im-
putabilidade. 
A finalidade da medida de segurança é a reintegração social de um indivíduo 
considerado perigoso para a sociedade.
57
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O Direito Penal corresponde ao conjunto de normas jurídicas que regulam os 
crimes e as contravenções penais.
• O crime pode ser definido como fato típico e antijurídico.
• O crime pode ser doloso (intencional) ou culposo (não intencional).
• As penas são de três espécies: privativa de liberdade, restritiva de direitos e mul-
ta. Existem ainda as medidas de segurança.
RESUMO DO TÓPICO 1
58
1 De acordo com o livro de estudos, acerca do conceito de direito administra-
tivo, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) É um conjunto de princípios jurídicos voltado para as questões que 
concernem à Administração Pública, regulamentando funções administrati-
vas de responsabilidade de interesse público e coletivo. 
b) ( ) É um conjunto de normas jurídicas voltado para as questões que con-
cernem à Administração Privada, regulamentando funções administrativas de 
responsabilidade de interesse público e coletivo. 
c) ( ) É um conjunto de princípios jurídicos voltado para as questões que 
concernem à Administração Pública, regulamentando funções administrati-
vas de responsabilidade de interesse privado apenas. 
d) ( ) É um conjunto de princípios jurídicos voltado para as questões que 
concernem à Administração Privada, regulamentando funções administrati-
vas de responsabilidade de interesse público e internacional. 
2 A Constituição de 1988 prevê os limites para a atuação Estatal, estabeleci-
dos por princípios. Com base nessa afirmação, a respeito do princípio admi-
nistrativo da legalidade, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Quando aplicado ao Direito Administrativo, impõe certos limites à atu-
ação da Administração Pública, que, assim, não poderá agir em desconformi-
dade com a lei, sob pena de configuração de ato abusivo.
b) ( ) Deverá o agente público ser neutro, imparcial em suas atuações, não 
devendo beneficiar ou prejudicar pessoas por uma simples relação de amiza-
de ou inimizade, até porque a atuação pública deve ser objetiva e não subje-
tiva.
c) ( ) Torna-se necessário que os atos administrativos sejam praticados 
com transparência, permitindo o conhecimento por todos (pela publicação, 
por exemplo, no Diário Oficial, ou comunicação) dos atos que estão sendo 
praticados pela Administração Pública.
d) ( ) Estabelece que não basta o administrador praticar o ato de acordo 
com os princípios antes estudados, mas deve praticá-lo com eficiência, o que 
significa dizer economia do dinheiro público e resultados mais efetivos.
3 O Direito Penal é definido como o ramo do Direito Público composto por 
um conjunto de normas jurídicas que regulam o poder punitivo do Estado. De 
acordo com o apresentado, defina Direito Penal.
R.: 
AUTOATIVIDADE
59
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, apresentaremos, de forma geral, o que é o Direito Tributário e 
quais são os seus princípios e aplicações na sociedade e no Estado.
Estudaremos o Direito Eleitoral como ramo do Direito Público. Por estar di-
retamente ligado ao conceito de democracia, pode ser visto como um tema de in-
teresse geral, direcionado à escolha dos ocupantes de cargos públicos, mediante o 
exercício do sufrágio.
Por fim, abordaremos o Direito Militar, área responsável pela legislação e nor-
matização da atuação das forças armadas, como o Exército, a Polícia Militar, a Força 
Aérea, a Marinha e o Corpo de Bombeiros.
2 CONCEITOS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
O Direito Tributário estuda todas as normas que dizem respeito à arrecada-
ção de tributos. Existem diferentes formas de tributo, podemos destacar os impos-
tos, as contribuições de melhoria e as taxas.
O conceito de tributo encontra-se descrito no Artigo 3º do Código Tributário 
Nacional (Lei nº 5.172/1966). 
A figura a seguir ilustra de forma simples a definição de tributos:
TÓPICO 3
DIREITO TRIBUTÁRIO, 
DIREITO ELEITORAL E 
DIREITO MILITAR
60
FIGURA 5 – TRIBUTOS
FONTE: Adaptada de Brasil (1966)
O que determina a incidência do tributo é a ocorrência do fato gerador. As-
sim, por exemplo, obtendo renda, o contribuinte pagará imposto de renda, adquirin-
do um carro, terá que pagar o IPVA e assim por diante.
O Direito Tributário estudará tudo que se refere aos tributos, desde sua ori-
gem, fato gerador, o responsável pelo seu pagamento, qual a alíquota correspon-
dente, a base de incidência e como se faz o recolhimento, especificando, ainda, 
quem ficará isento do pagamento de tributos.
As regras do Direito Tributário estão especialmente previstas na Constituição 
da República e no Código Tributário Nacional. Também encontramos suas regras em 
diversas leis esparsas, como a Lei nº 6.830/1980, que trata da Execução Fiscal.
61
Por fim, podemos observar que o direito tributário é o ramo do direito público 
que estuda princípios e normas disciplinadoras do exercício das atividades de cria-
ção, cobrança e fiscalização de tributos. Assim, quando o dinheiro do contribuinte 
ingressa nos cofres públicos, termina o direito tributário e começa o direito finan-
ceiro (MAZZA, 2018).
3 CONCEITOS DO DIREITO ELEITORAL
O Direito Eleitoral está diretamente ligado aos mecanismos que visam ga-
rantir a legitimidade do processo eleitoral, permitindo que as eleições ocorram nor-
malmente, em todas as suas fases, viabilizando, dessa forma, o exercício da demo-
cracia. Para melhor conhecer esse Direito, apresentaremos alguns conceitos. 
Direito Eleitoral é o ramo do Direito Público cujos objetos são: os institutos, 
as normas e os procedimentos que regulam o exercício do direito fundamental de 
sufrágio com vistas à concretização da soberania popular, à validação da ocupação 
de cargos políticos e à legitimação do exercício do poder estatal (GOMES, 2019).
Resumidamente, podemos afirmar que o Direito Eleitoral é o ramo do Direito 
que estuda o “processo eleitoral” à luz das normas jurídicas que o disciplinam. Em 
sentido amplo, o “processo eleitoral” representa os procedimentos. Corresponde, 
assim, ao conjunto de atos, métodos e relações jurídicas que vai desde o alista-
mento eleitoral, com o ingresso dos cidadãos no corpo de eleitores, até a fase da 
diplomação, momento em que os candidatos eleitos recebem da Justiça Eleitoral o 
diploma para a posse e o exercício no cargo (MACHADO, 2018).
Importante notar que o processo eleitoral é essencial para a concretização 
da soberania popular e do direito fundamental de sufrágio (GOMES, 2018). Assim, 
esse processo é composto por várias etapas:
• alistamento eleitoral;
• convenção partidária;
• registro de candidaturas;
• propagandas políticas;
• votação;
• apuração; 
• diplomação.
62
Como vimos, o Direito Eleitoral está diretamente ligado ao poder do sufrágio 
popular, mas o que significa “sufrágio”?
• Sufrágio: é o poder ou o direito público subjetivo de participar da regência e da 
condução das escolhas e do preenchimento das estruturas estatais, ou seja, vo-
tando (capacidade eleitoral ativa) ou sendo votado (capacidade eleitoral passiva) 
(MACHADO, 2018).
4 CONCEITOS DO DIREITO MILITAR
De maneira simples, podemos afirmar que o Direito Militar regulamenta a 
atividade dos militares.
Pode ser definido como o conjunto de princípios e normas jurídicas que re-
gulam matéria de natureza militar, podendo ser de caráter constitucional, penal ou 
administrativo (MARTINS, 2003).
 
São diretrizes do Direito Militar: a Constituição Federal, o Código Penal Mili-
tar (Decreto-Lei nº 1.001/1969) e o Código Processual Penal Militar (Decreto-Lei nº 
1.002/1969).
O Direito Penal Militar ocupa lugar de destaque nesse ramo. No entanto, me-
recem realce o Direito Processual Penal Militar, o Direito Administrativo Militar, o 
DireitoDisciplinar Militar e o Direito Previdenciário Militar. Temos também o Direito 
Internacional dos Conflitos Armados, composto por normas internacionais adota-
das pelo Brasil e que são do interesse da classe militar.
A Constituição da República, em seu Art. 124, caput, estabelece que “à Jus-
tiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei” (BRASIL, 
1988). Portanto, os crimes militares, definidos como tais pelo Código Penal Militar e 
não pelo Código Penal comum, são julgados pela Justiça Militar e não pela Justiça 
comum (ALVES-MARREIROS; ROCHA, 2015).
Para Alves-Marreiros e Rocha (2015), o Direito Penal Militar também possui 
conteúdo político, tal conteúdo é bastante proferido por se relacionar à garantia da 
liberdade e da segurança individuais.
63
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O Direito Tributário é o ramo do Direito Público que tem por objeto o estudo das 
obrigações entre o contribuinte e o fisco.
• O Direito Eleitoral é o que regulamenta as eleições.
• O Direito Militar traz as regras aplicáveis aos militares.
RESUMO DO TÓPICO 3
64
1 O Direito Militar pode ser definido como o conjunto harmônico de princípios e 
normas jurídicas que regulam a matéria de natureza militar. Com base nessa 
afirmação, a respeito dos deveres especiais do militar, assinale a alternativa 
CORRETA:
a) Alguns comportamentos são considerados de extrema gravidade quando 
cometidos por militares, particularmente aqueles que se atentam contra a 
hierarquia e a disciplina.
b) Alguns comportamentos são considerados de pequena gravidade quando 
cometidos por militares, particularmente aqueles que se atentam contra a 
hierarquia e a disciplina.
c) Alguns comportamentos são tolerados quando cometidos por militares, 
particularmente aqueles que se atentam contra a hierarquia e a disciplina.
d) Alguns comportamentos são considerados de extrema gravidade quando 
cometidos por civis, particularmente aqueles que se atentam contra a hie-
rarquia e a disciplina.
2 O Direito Tributário estuda todas as normas que dizem respeito à arrecada-
ção de tributos. Com base nessa informação, a respeito das formas de tribu-
tos, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Impostos, doações imobiliárias e taxas.
b) ( ) Impostos, doações individuais e taxas.
c) ( ) Impostos, contribuições de melhoria e taxas.
d) ( ) Impostos, contribuições de ajuda mútua e taxas.
3 O processo eleitoral é essencial para a concretização da soberania popular e 
do direito fundamental de sufrágio. De acordo com o livro de estudos, liste as 
etapas do processo de sufrágio.
R.: 
AUTOATIVIDADE
65
ALVES-MARREIROS, A.; ROCHA, R. F. Direito penal militar. Rio de Janeiro: Foren-
se; São Paulo: Método, 2015.
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da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Adminis-
REFERÊNCIAS
66
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68
UNIDADE 3OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender o conceito de Direito do Trabalho e que ele regulamenta as 
relações trabalhistas, ou seja, entre empregado e empregador (patrão);
• observar que as relações trabalhistas são objeto do Direito do Trabalho, 
sejam elas individuais (entre empregado e empregador) ou coletivas;
• entender que o CDC traz diversas disposições sobre proteção contra-
tual, publicidade e ainda as hipóteses em que se permite a desconsi-
deração da pessoa jurídica;
• compreender que o Direito Ambiental traz as regras que regem a pro-
teção do meio ambiente, sendo um direito multidisciplinar;
• conhecer os institutos regulados pelo Direito Público e o Direito Civil.
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apre-
sentado. 
TÓPICO 1 – RAMOS ESPECIAIS DO DIREITO
TÓPICO 2 – DIREITO CIVIL: NOÇÕES E ESTRUTURAS
TÓPICO 3 – DIREITO PÚBLICO EXTERNO: DIREITO INTERNACIONAL PÚ-
BLICO E DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
RAMOS ESPECIAIS DO DIREITO: 
DIREITO DO TRABALHO, DIREITO 
DO CONSUMIDOR, DIREITO 
AMBIENTAL E DIREITO PRIVADO
70
71
TÓPICO 1
RAMOS ESPECIAIS 
DO DIREITO
1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste tópico é levar informações a respeito do Direito do Trabalho, 
ampliando conhecimentos que, certamente, serão úteis no seu dia a dia.
Assim, compreenderemos que o Direito do Trabalho é um ramo jurídico que 
trata das relações de trabalho e é composto por normas, princípios, entre outras 
fontes do Direito, buscando entender o equilíbrio da relação entre empregado e 
empregador.
Neste tópico, traremos uma breve noção do Direito do Trabalho e suas parti-
cularidades com um ramo especial do Direito.
2 CONCEITOS DO DIREITO DO TRABALHO
O Direito do Trabalho tem a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) como 
sua principal norma, mas também a Constituição da República e a legislação espar-
sa, que tem por objeto tratar das normas e princípios que regulam as relações de 
trabalho, com o intuito de corrigir a relação de desigualdade que existe entre em-
presário e trabalhador, promovendo os fins sociais almejados pela sociedade.
Romar (2019) considera que trabalho é uma expressão ampla que atinge 
toda e qualquer forma de prestação de serviço de uma pessoa física a outrem (tra-
balho autônomo, trabalho eventual, trabalho voluntário etc.). Nesse sentido, afirma 
que nem toda atividade é considerada como trabalho e regulada pelo Direito do 
Trabalho, como podemos observar na Figura 1.
72
FIGURA 1 – RELAÇÕES DE TRABALHO
FONTE: Romar (2019, p. 26)
Para Romar (2019), existem várias formas de trabalho, sendo certo que so-
mente uma forma compõe o objeto do Direito do Trabalho e é por ele regulada. 
Trata- se da relação de trabalho subordinado, que tem características específicas 
que o diferenciam das demais formas de trabalho e que estudaremos mais adiante. 
Por tanto, o objeto do Direito do Trabalho é a relação de trabalho subordinado, tam-
bém denominado de relação de emprego.
“Os sujeitos dessa relação são o empregado e o empregador, que se relacio-
nam não só no âmbito individual, mas também de forma coletiva, por intermédio de 
grupos organizados (categorias) e dos seus órgãos de representação (sindicatos)” 
(ROMAR, 2019, p. 27).
O fundamento do Direito do Trabalho é a proteção do trabalhador, parte eco-
nomicamente mais fraca da relação jurídica. Sem a proteção jurídica do traba lhador, 
sua relação com o empregador se revela desequilibrada e, portanto, injusta. 
Assim, de maneira objetiva, podemos conceituar o Direito do Trabalho 
como o ramo da Ciência do Direito composto pelo conjunto de normas 
que regu lam, no âmbito individual e coletivo, a relação de trabalho subor-
dinado, que determinam seus sujeitos (empregado e empregador) e que 
estruturam as orga nizações destinadas à proteção do trabalhador (RO-
MAR, 2019, p. 27).
73
FIGURA 2 – SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO
FONTE: Romar (2019, p. 27)
De acordo com Romar (2019), o Direito do Trabalho, como um conjunto de 
normas jurídi cas de proteção do trabalhador, é bastante recente no Brasil. Do surgi-
mento das primeiras leis trabalhistas até os dias de hoje ainda não se passaram cem 
anos, o que, em termos da Ciência do Direito, é considerado pouco tempo.
2.1 FUNÇÕES DO DIREITO DO TRABALHO
Para Romar (2019), quando falamos em funções, significa referir- se ao sis-
tema de valores que o Direito do Trabalho se propõe a realizar, aos objetivos ou 
propósitos do ordenamento trabalhis ta e ao papel que esse ramo da ciência do 
Direito desempenha na sociedade. Assim, entende-se que “a doutrina aponta as 
seguintes funções do Direito do Trabalho: a) função social; b) função econômica; c) 
função tutelar; d) função integradora ou de coor denação; e) função conservadora 
ou opressora do Estado” (ROMAR, 2019, p. 39).
QUADRO 1 – FUNÇÕES DO DIREITO DO TRABALHO
FONTE: Romar (2019, p. 40)
74
Desse modo, nós podemos entender que o Direito do Trabalho determina os 
seus sujeitos e as organizações destinadas à proteção desse trabalho em sua es-
trutura e atividade, baseando-se em valores, como a dignidade da pessoa humana. 
De acordo com Romar (2019), existem várias teorias desenvolvidas pela doutrina da 
natureza do Direito do Trabalho.
2.2 PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO
Os princípios servem de pilares e são fundamentais para o desenvolvimento 
do ramo do Direito em que estão inseridos. Como todas as áreas do Direito, o Direito 
do Trabalho é norteado por princípios que definem as normas e regras aplicáveis 
dentro do Direito do Trabalho. Nesse sentido, Romar (2019, p. 48) entende que “os 
princípios são os preceitos fundamentais de uma determinada discipli na e, como 
tal, servem de fundamento para seus institutos e sua evolução. Constituem o nú-
cleo inicial do próprio Direito, em torno dos quais vai tomando forma toda a estrutu-
ra científica da disciplina em questão”.
Veja na figura a seguir os principais princípios do Direito do Trabalho:
FIGURA 3 – PRINCÍPIOS
FONTE: Romar (2019, p. 52)
QUADRO 2 – PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO
Princípio protetor Tem por fundamento a proteção do trabalhador en-
quanto parte economicamente mais fraca da relação 
de trabalho e visa assegurar uma igualdade jurídica 
entre os sujeitos da relação, permitindo que se atinja 
uma iso nomia substancial e verdadeira entre eles.
75
Princípio da 
irrenunciabilidade
A irrenunciabilidade, que está vinculada à ideia de 
imperativida de, isto é, de indisponibilidade de direi-
tos, diz respeito à impossibilidade de que o trabalha-
dor prive- se voluntariamente, em caráter amplo e por 
antecipação, de direitos que lhe são garantidos pela 
legislação trabalhista.
Princípio da 
continuidade da relação 
de emprego
Consiste no objetivo que as normas trabalhistas têm 
de dar ao contrato individual de trabalho a maior du-
ração possível e tem por fundamento o fato de ser o 
contrato de trabalho um contrato de trato sucessivo, 
que não se esgota com a execução de um único e de-
terminado ato, mas, ao contrário, perdura no tempo, 
regulando obrigações que se renovam.
Princípio da primazia da 
realidade
Derivado da ideia de proteção, tem por objetivo fa-
zer com que a realidade verificada na relação entre o 
traba lhador e o empregador prevaleça sobre qualquer 
documento que disponha em sentido contrário.
Princípio da 
razoabilidade
Consiste na afirmação essencial de que o ser huma-
no, em suas relações trabalhistas, procede e deve 
proceder conforme a razão, ou seja, nas relações de 
trabalho, as partes e os operadores do Direito devem 
sempre buscar a solução mais razoável para os con-
flitos dela advindos.
Princípio da boa-fé Este princípio abrange tanto o empregado como o 
empregador. No primei ro caso, baseia- se na suposi-
ção de que o trabalhador deve cumprir seu contrato 
de boa-fé, que tem, entre suas exigências, a de que 
coloque todo o seu empenho no cumprimentode 
suas tarefas. Com relação ao empregador, supõe que 
deva cumprir lealmente suas obrigações com o tra-
balhador.
FONTE: Adaptado de Romar (2019)
Assim, considerando -se que o Direito do Trabalho é um ramo jurídico autô-
nomo, torna- se evidente que possui princípios próprios diferentes dos que inspiram 
os outros ramos da ciência jurídica (ROMAR, 2019).
76
3 CONCEITOS DO DIREITO DO CONSUMIDOR
As relações entre fornecedor e consumidor são estudadas por este impor-
tante ramo do Direito, que está concentrado no Código de Defesa do Consumi-
dor (CDC, Lei nº 8.078/1990). É esse diploma legal que prevê a responsabilidade 
objetiva (independente de culpa) do fornecedor e as consequências do descumpri-
mento desta responsabilidade. Prevê, também, os crimes nas relações de consumo 
e suas penas.
FIGURA 4 – CONSUMIDOR
FONTE: <https://i0.wp.com/onlinesites.com.br/wp-content/uploads/2017/01/saiba-usar-o-compor-
tamento-do-consumidor-estrategicamente-com-private-label.jpg>. Acesso em: 8 mar. 2022.
Veja o Artigo 1º do CDC:
Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.
Art. 1º  O presente código estabelece normas de proteção e defesa do 
consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos Arts. 5º, 
inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e Art. 48 de suas Dispo-
sições Transitórias (BRASIL, 1990a).
3.1 CONCEITOS DE CONSUMIDOR E FORNECEDOR
Para o estudo do Direito do Consumidor, é necessário conhecermos os con-
ceitos de consumidor e fornecedor, trazidos pelo próprio Código: “Consumidor é 
toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza serviços como consumidor final” 
(BRASIL, 1990a).
https://onlinesites.com.br/blog/por-que-entender-o-comportamento-do-consumidor-e-tao-importante/
77
FIGURA 5 – TIPOS DE CONSUMIDOR
FONTE: <https://www.savarejo.com.br/detalhe/reportagens/conheca-10-tipos-de-consumidor-que-
-frequentam-sua-loja>. Acesso em: 8 mar. 2022.
De acordo com Almeida (2019), é necessário agregarmos mais um elemento 
na definição de consumidor destinatário final: a vulnerabilidade. 
FIGURA 6 – CARACTERÍSTICAS DE CONSUMIDOR
FONTE: Almeida (2019, p. 75)
“Art. 2º. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que in-
determináveis, que haja intervindo nas relações de consumo” (BRASIL, 1990a). Ain-
da segundo o CDC, Art. 29, são consumidores todas as vítimas de evento danoso, 
bem como todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas comerciais 
(BRASIL, 1990a).
O conceito de fornecedor também é trazido pelo CDC em seu Art. 3º:
Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional 
ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem 
atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, 
importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou 
prestação de serviços (BRASIL, 1990a).
https://onlinesites.com.br/blog/por-que-entender-o-comportamento-do-consumidor-e-tao-importante/
78
Nesse conceito, certamente se enquadra o conceito de empresário. 
Dos parágrafos 1º e 2º do citado artigo, extraímos os conceitos de produto e serviço:
§ 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, me-
diante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de cré-
dito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista 
(BRASIL, 1990a).
Segundo Nunes (2019), a leitura pura e simples desse caput já é capaz de 
nos dar uma visão da extensão das pessoas enumeradas como fornecedoras. Na 
realidade, são todas as pessoas capazes, físicas ou jurídicas, além dos entes des-
providos de personalidade.
FIGURA 7 – REQUISITOS PARA SER PESSOA FÍSICA FORNECEDORA
FONTE: Adaptada de Almeida (2019)
Para Almeida (2019), os requisitos que devemos identificar na pessoa física 
para enquadrá-la na definição de fornecedor são: 
• Habitualidade: qualquer pessoa que, a título singular, mediante desempenho 
de atividade mercantil ou civil e de forma habitual, ofereça no mercado produtos 
ou serviços.
79
• Atividade eventual: qualquer pessoa, como no caso do estudante que vende 
joias a colegas para pagar a mensalidade escolar.
• Finalidade de lucro: qualquer pessoa que, de forma habitual, em uma atividade 
eventual, tenha o intuito de ganho financeiro.
Pessoa jurídica fornecedora: o Código de Defesa do Consumidor especi-
ficou como pessoa jurídica fornecedora do mercado de consumo:
FIGURA 8 – TIPOS DE PESSOA JURÍDICA
FONTE: Almeida (2019, p. 121)
Entes despersonalizados como fornecedores, segundo Almeida (2019), são 
aqueles que não possuem personalidade jurídica (no âmbito mercantil, nem no civil), 
mas que o Diploma Consumerista considerou sujeitos de obrigações na qualidade 
de fornecedores, quando exercerem atividades produtivas no mercado de consumo.
Um exemplo de ente despersonalizado é o de uma massa falida que é auto-
rizada a continuar as atividades comerciais da empresa sob regime de quebra, para 
que se realizem ativos mais celeremente, fazendo frente ao concurso de credores 
(ALMEIDA, 2019).
O Código do Consumidor reconhece, na relação de consumo, o consumidor 
como a parte mais fraca, mais vulnerável, tanto no aspecto econômico como no 
técnico. Essa vulnerabilidade é expressamente reconhecida pelo Art. 4º, I, do CDC. 
Por isso, diz-se que ele é hipossuficiente em relação ao fornecedor (SILVA, 2005).
Ao tratar da hipossuficiência do consumidor, Silva (2005, p. 35) ensina:
A partir desse reconhecimento de vulnerabilidade, o Código disponibiliza 
vários outros instrumentos que possibilitam a busca da igualdade, dentre 
os quais, citam-se:
80
a) possibilidade de inversão do ônus da prova em benefício do consumidor 
quando verossímil a alegação ou diante de sua hipossuficiência percebida 
segundo as regras de experiências (Art. 6°, VIII);
b) a interpretação de cláusulas contratuais de maneira mais favorável ao 
consumidor em todo e qualquer contrato de consumo (Art. 47);
c) manutenção de assistência jurídica integral e gratuita ao consumidor 
carente e instituição de Promotorias, Varas e Delegacias especializadas 
em matéria de consumo (Art.5º, I, II, III e IV);
d) concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações 
de Defesa do Consumidor (Art. 5º, V);
e) proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais 
coercitivos ou desleais, bem como contra práticas abusivas ou impostas 
no fornecimento de produtos e serviços (Art. 6°, IV).
A igualdade a que nos referimos é aquela entre consumidor e fornecedor.
IMPORTANTE
4 CONCEITOS DO DIREITO AMBIENTAL
O Direito Ambiental “é composto das normas jurídicas que cuidam do meio 
ambiente em geral, tais como a proteção de matas, florestas e animais a serem pre-
servados, o controle de poluição e do lixo urbano” (NUNES, 2003, p. 132).
Na legislação ambiental, encontramos não só disposições de proteção ao 
meio ambiente, mas também penalidades e outras sanções para quem descumprir 
suas regras. Sobre essa “multidisciplinaridade”, de acordo com Abram (2013, p. 96):
É um dos mais modernos ramos do direito. É multidisciplinar, pois se utili-
za de institutos de direito penal, civil e administrativo para tornar efetivas 
suas normas, visando regular a relação do homem e seus meios de pro-
dução com a natureza, como forma de permitir o equilíbrio dessa relação, 
dando sustentabilidade ao desenvolvimento e minimizando os efeitos de-
gradantes sobre o meio ambiente. Pode-se dizer que é um direito indutor 
de um novo paradigma de relação entre o homem e o meio ambiente.
Além da Constituição Federal, há outras normas de direito ambiental na le-
gislação esparsa, como o conceito de meio ambiente de acordo com o Art. 3º, I, da 
Lei nº 6.938/1981: “Art. 3º. Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: I – meio 
ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, 
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.Conforme a CF/1988, no caput de seu Art. 225: “todos têm direito a um meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à 
81
sadia qualidade de vida” (BRASIL, 1988). Assim, o legislador constituinte afirma que 
o direito de todos recai sobre um meio ambiente ecologicamente equilibrado. Por-
tanto, o equilíbrio ecológico é exatamente o bem jurídico (imaterial) que constitui o 
objeto de direito a que alude o texto constitucional.
FIGURA 9 – MEIO AMBIENTE
FONTE: Rodrigues (2019, p. 77)
Essa denominação do meio ambiente ecologicamente equilibrado como o 
bem a ser protegido pelo direito ambiental é fundamental, porque, em última aná-
lise, qualquer dano ao meio ambiente agride o equilíbrio ecológico e, assim, uma 
eventual reparação deve ter em conta a recuperação, exatamente, desse mesmo 
equilíbrio (RODRIGUES, 2019).
82
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O Direito do Trabalho regulamenta as relações trabalhistas, ou seja, entre empre-
gado e empregador (patrão).
• As relações trabalhistas são objeto do Direito do Trabalho, sejam elas individuais 
(entre empregado e empregador) ou coletivas.
• As relações entre fornecedor e consumidor são objeto do Direito do Consumidor.
• O CDC traz diversas disposições sobre proteção contratual, publicidade e ainda 
as hipóteses em que se permite a desconsideração da pessoa jurídica.
• O Direito Ambiental traz as regras que regem a proteção do meio ambiente, sen-
do um direito multidisciplinar.
RESUMO DO TÓPICO 1
83
1 O Direito do Trabalho tem por objeto tratar das normas e princípios que regu-
lam as relações de trabalho, com o intuito de corrigir a relação de desigualdade 
que existe entre empresário e trabalhador. Com base nessa informação, assina-
le a alternativa CORRETA que trata do fundamento do Direito do Trabalho.
a) ( ) É a proteção do trabalhador, parte economicamente mais fraca da re-
lação jurídica.
b) ( ) É a proteção do empregador, parte economicamente mais fraca da 
relação jurídica.
c) ( ) É a proteção do trabalhador, parte economicamente mais forte da re-
lação jurídica.
d) ( ) É a proteção do empregador, parte economicamente mais forte e justa 
da relação jurídica.
2 Na legislação ambiental, encontramos não só disposições de proteção ao 
meio ambiente, mas também penalidades e outras sanções para quem des-
cumprir suas regras. Com base nessa informação, sobre o conceito de meio 
ambiente, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) É o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, 
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.
b) ( ) É o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem es-
piritual, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as 
suas formas.
c) ( ) É o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, 
privada e matemática, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.
d) ( ) É o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem jurídica, 
privada e biológica, que permite, abriga e rege a vida em poucas de suas formas.
3 As relações entre fornecedor e consumidor são estudadas por este impor-
tante ramo do Direito, que está concentrado no Código de Defesa do Consu-
midor. Com base nessa informação, assinale a alternativa CORRETA que trata 
dos requisitos de identificação da pessoa física para enquadrá‐la na definição 
de fornecedor.
a) ( ) Habitualidade; atividade permanente e finalidade de lazer. 
AUTOATIVIDADE
84
b) ( ) Habitualidade; atividade eventual e finalidade de lucro. 
c) ( ) Esporadicamente; atividade complexa e finalidade sem lucro. 
d) ( ) Confiabilidade; atividade diversa e finalidade sem fins lucrativos. 
4 O Direito do Trabalho se propõe a realizar, aos objetivos ou propósitos do orde-
namento trabalhista, o papel que este ramo da ciência do Direito desempenha 
na sociedade. Com base nessa informação, disserte sobre as funções do Direito 
do Trabalho.
R.:
5 Os princípios servem de pilares e são fundamentais para o desenvolvimento 
do ramo do direito em que estão inseridos. Com base nessa informação, dis-
corra sobre os princípios do Direito do Trabalho.
R.:
AUTOATIVIDADE
85
1 INTRODUÇÃO
Agora que você já conhece a estrutura do Direito Civil, estudaremos sepa-
radamente cada uma das suas partes. Como você já viu, a parte geral do Código 
Civil trata das pessoas, dos bens e dos fatos jurídicos. Importante ressaltar que esta 
parte geral do Código Civil traz regras que se aplicam a todos os ramos do Direito 
que compõem a parte Especial do Código e que também será aplicável nas organi-
zações empresariais. 
O Código Civil é o principal instrumento do Direito Civil, que também tem 
como instrumentos a legislação esparsa, tais como a Lei do Divórcio, a Lei das Lo-
cações Urbanas, dos Registros Públicos etc. Contudo, para compreender o Direito 
Civil, precisamos conhecer bem o Código Civil. Você ainda estudará os requisitos 
para a constituição de uma pessoa jurídica, bem como o início da sua personalida-
de, o fim da personalidade da pessoa jurídica e também a parte especial do Direito 
Civil, como o direito das obrigações, o direito das coisas, o direito comercial, o direito 
de família e as sucessões.
2 NOÇÕES E ESTRUTURA DO DIREITO CIVIL
Para iniciarmos o estudo do Direito Civil, traremos um conceito da doutrina 
de Gonçalves (2018, p. 44): “Direito Civil é o direito comum, que rege as relações 
entre os particulares”.
TÓPICO 2
DIREITO CIVIL: 
NOÇÕES E 
ESTRUTURAS
86
As normas de Direito Civil estão reunidas no Código Civil, Lei nº 10.406/2002, 
que entrou em vigor em 2003, e também em outras leis, como a Lei de Locações 
Urbanas, de Registros Públicos, de Divórcio, entre outras.
Neste momento de nosso estudo, concentrar-nos-emos no Código Civil. Ele 
inicia com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Lei de Introdução ao 
Código Civil Brasileiro – LICC), que traz importantes normas jurídicas sobre a aplica-
ção da lei no tempo e no espaço, entre outras. Após a LICC, o Código Civil é dividido 
em duas partes, a parte geral e a parte especial.
Podemos dizer, então, que o Código Civil é dividido em duas grandes partes: 
l, a parte geral (Arts. 1º ao 232) e; lI, a parte especial (Arts. 233 ao 2046).
QUADRO 3 – DIVISÃO DO DIREITO CIVIL
FONTE: Gonçalves (2018, p. 48)
Como sugestão, entre no site http://www4.planalto.gov.br/legislacao/, baixe 
uma versão atualizada do Código Civil e dê uma “olhada” na divisão que tra-
tamos anteriormente. 
DICA
2.1 PARTE GERAL DO CÓDIGO CIVIL – LIVRO I: DAS 
PESSOAS
O Código Civil de 2002, no Livro I (Parte Geral), é concernente às pessoas, 
em três títulos, como veremos a seguir:
87
FIGURA 10 – PARTE GERAL
FONTE: Gonçalves (2018, p. 108)
2.1.1 Pessoa física
O Código Civil trata das pessoas no Livro I. Quando falamos em “pessoas”, 
podemos nos referir às pessoas físicas (naturais) ou às pessoas jurídicas, como na 
figura a seguir:
A pessoa física, também chamada de pessoa natural, é o ser humano. Diz-
-se natural porque sua existência legal se inicia por um fato natural (o nascimento).
Na definição de Gonçalves (2018, p. 115), “pessoa natural é, portanto, o ser 
humano, considerado como sujeito de direitos e deveres. Para qualquer pessoa ser 
assim designada, basta nascer com vida e, desse modo, adquirir personalidade”.
Quando tratamos da prática desses atos jurídicos, precisamos entender que 
as pessoas físicas têm personalidade jurídica e capacidade jurídica, porém, 
personalidade jurídica e capacidade jurídica não se confundem. De uma forma 
simplificada, podemos dizer que a personalidade jurídica é a aptidão para ser ti-
tular de direitos e obrigações civis.
Nesse sentido, para Gonçalves (2018, p. 111):
[...] personalidade está umbilicalmente ligada à pessoa. Todo aquele que 
nasce com vida torna-se uma pessoa, ou seja, adquire personalidade. Esta 
é, portanto, qualidade ou atributo do ser humano.Pode ser definida como 
aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações ou deveres na 
ordem civil. É pressuposto para a inserção e atuação da pessoa na ordem 
jurídica. A personalidade é, portanto, o conceito básico da ordem jurídica, 
que a estende a todos os homens, consagrando-a na legislação civil e nos 
direitos constitucionais de vida, liberdade e igualdade. 
88
Toda pessoa natural tem personalidade jurídica, desde que nasça com vida, 
porém o Código Civil protege o nascituro (bebê em gestação) desde a concepção. 
Da personalidade decorrem vários direitos, tais como ao nome, ao corpo, à honra etc.
A capacidade jurídica, por sua vez, de acordo com o Art. 1º do novo Código, 
aproxima o conceito de capacidade com o de personalidade, ao declarar que toda 
“pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil” (GONÇALVES, 2018, p. 112). 
Afirmar que o homem tem personalidade é o mesmo que dizer que ele tem capaci-
dade para ser titular de direitos.
Todavia, embora estejam tão próximos, tais atributos não se confundem, 
uma vez que a capacidade pode sofrer limitação. “Enquanto a personalidade é 
um valor, a capacidade é a projeção desse valor que se traduz em um quantum. 
Pode-se ser mais ou menos capaz, mas não se pode ser mais ou menos pessoa” 
(GONÇALVES, 2018, p. 112).
QUADRO 4 – CARACTERÍSTICAS DA PERSONALIDADE E CAPACIDADE JURÍDICA
FONTE: Gonçalves (2018, p. 114)
Uma pessoa física pode ter personalidade jurídica para praticar um determi-
nado ato da vida civil, porém ser incapaz para praticá-lo por si só, ou “pessoalmen-
te”, conforme afirma o Código Civil. A capacidade é a regra, como nos ensina Coelho 
(2006, p. 160):
As pessoas são, por princípio, capazes e podem, assim, praticar os atos 
e negócios por si mesmas. A incapacidade é uma situação excepcional 
prevista expressamente em lei com o objetivo de proteger determinadas 
pessoas. Os incapazes são considerados, pela lei, não inteiramente pre-
parados para dispor e administrar seus bens e interesses sem a mediação 
de outra pessoa (representante ou assistente). Quando falamos em capa-
cidade, é necessário, ainda, que se diferencie a incapacidade absoluta da 
incapacidade relativa.
89
Os absolutamente incapazes de exercerem pessoalmente (por si) os atos da 
vida civil são entendidos pelo Direito como pessoas que não têm a mínima condição de 
decidir sobre seus direitos e interesses. Por isso, terão que ser representados.
Já os relativamente incapazes, segundo o Direito, já têm algum discer-
nimento e podem expressar sua vontade, que é levada em consideração. Por isso, 
diz-se que serão assistidos (ou seja, auxiliados). 
FIGURA 11 – INCAPACIDADE 
FONTE: Gonçalves (2018, p. 122)
Nesse sentido, para Gonçalves (2018, p. 113):
Nem todas as pessoas têm, contudo, a capacidade de fato, também de-
nominada capacidade de exercício ou de ação, que é a aptidão para exer-
cer, por si só, os atos da vida civil. Por faltarem a certas pessoas alguns re-
quisitos materiais, como maioridade, saúde, desenvolvimento mental etc., 
a lei, com o intuito de protegê-las, malgrado não lhes negue a capacidade 
de adquirir direitos, sonega-lhes o de se autodeterminarem, de os exercer 
pessoal e diretamente, exigindo sempre a participação de outra pessoa, 
que as representa ou assiste.
FIGURA 12 – ESPÉCIES DE CAPACIDADE
FONTE: Gonçalves (2018, p. 113)
90
“Capacidade não se confunde com legitimação. Esta é a aptidão para a 
prática de determinados atos jurídicos, uma espécie de capacidade especial exigi-
da em certas situações” (GONÇALVES, 2018, p. 113). Para facilitar seu entendimento, 
elaboramos o Quadro 5.
Assim, por exemplo, o ascendente é genericamente capaz, mas só esta-
rá legitimado a vender a um descendente se o seu cônjuge e os demais 
descendentes expressamente consentirem (CC, Art. 496). A falta de legi-
timação alcança pessoas impedidas de praticar certos atos jurídicos sem 
serem incapazes, por exemplo, o tutor, proibido de adquirir bens do tute-
lado (CC, Art. 1.749, I); o casado, exceto no regime de separação absoluta 
de bens, de alienar imóveis sem a outorga do outro cônjuge (Art. 1.647); os 
tutores ou curadores, de dar em comodato os bens confiados a sua guar-
da sem autorização especial (Art. 580) etc. (GONÇALVES, 2018, p. 113).
Podemos ilustrar o que acabamos de ver através do seguinte exemplo: João, 
que é menor, com quinze anos de idade, recebeu um imóvel de herança de seu avô. 
Pode-se afirmar que João tem personalidade jurídica, porém o Código Civil dispõe 
que os menores de 16 anos são absolutamente incapazes de exercerem atos da 
vida civil. Assim, não poderá vender “sozinho” o imóvel de que é titular, porque, ape-
sar de ter personalidade jurídica, lhe falta “capacidade civil” para tal, sendo neces-
sário, para que o negócio se concretize, que seja representado por seu pai, mãe ou 
por seu representante legal, na falta deles.
QUADRO 5 – RELATIVAMENTE INCAPAZES
FONTE: Gonçalves (2018, p. 125)
Para Gonçalves (2018), a incapacidade civil em razão da menoridade cessa 
aos 18 anos, porém, esta incapacidade poderá terminar antes, caso ocorram os ca-
sos previstos no Código Civil: a emancipação, que é concedida pelos pais ou pelo 
91
juiz nas condições previstas em lei; pelo exercício de emprego público efetivo; pela 
colação de grau em curso superior; pelo estabelecimento civil ou comercial que 
garanta economia própria.
• Extinção da pessoa natural
Como já dissemos anteriormente, o nascimento com vida é o início da per-
sonalidade civil. Já a extinção da pessoa natural ocorre com a morte. Desse modo, 
“a morte real é apontada no Art. 6º do Código Civil como responsável pelo término 
da existência da pessoa natural” (GONÇALVES, 2018, p. 142).
QUADRO 6 – MODOS DE EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE NATURAL
FONTE: Gonçalves (2018, p. 145)
2.1.2 Pessoa jurídica
A pessoa jurídica, por sua vez, “consiste num conjunto de pessoas ou de 
bens dotado de personalidade jurídica própria e constituído na forma da lei para a 
consecução de fins comuns” (GONÇALVES, 2018, p. 205). É constituída pelo homem, 
e nasce da junção da vontade destas pessoas. Segundo o dicionário jurídico:
A expressão é utilizada para designar as instituições, corporações, asso-
ciações e sociedades que, por força ou determinação da lei, personali-
zam-se, tomam individualidade própria, para constituir uma entidade 
jurídica, distinta das pessoas que a formam ou que a compõem. Diz-se 
jurídica porque se mostra uma encarnação da lei [...] (SILVA, 1991, p. 368).
92
Para a constituição da pessoa jurídica, o acordo de vontades de seus consti-
tuintes (que serão seus representantes legais) será materializado em um documen-
to próprio, chamado estatuto ou contrato social, dependendo do tipo de sociedade.
Esse documento deverá ser redigido de acordo com o que dispõe a lei. Para 
que a pessoa jurídica exista juridicamente, passando assim a ser sujeito de direito, 
é necessário o registro desse documento no órgão competente (Junta Comercial 
ou Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas ou Títulos e Documentos, conforme 
denominação em cada Estado), que também dependerá do tipo de sociedade.
Nesse órgão, deverão ser também registradas todas as alterações e modifi-
cações do contrato social ou do estatuto.
FIGURA 13 – CONSTITUIÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
FONTE: Gonçalves (2018, p. 209)
Uma vez constituída de acordo com o que determina a legislação, a pessoa 
jurídica passa a ter vida própria, sendo, portanto, sujeito de direito e, assim, titular de 
direitos e obrigações. Segundo Gonçalves (2018), apenas a pessoa jurídica respon-
de por suas obrigações como regra geral, tendo existência e patrimônio próprios. 
Pode, contudo, ocorrer a desconsideração da pessoa jurídica, nos casos previstos 
em lei, tanto no Código Civil como no Código do Consumidor, em caso de abuso por 
parte dos seus componentes, a exemplo do que ocorre quando usam a pessoa jurí-
dica para cometer fraudes. Quando houver a desconsideração da pessoa jurídica, os 
bens particularesde seus integrantes poderão responder por dívidas da empresa.
• Extinção da pessoa jurídica
A extinção da pessoa jurídica pode ser chamada de dissolução ou liquida-
ção, dependendo do tipo de sociedade. De forma simplificada, podemos afirmar que 
93
a dissolução da pessoa jurídica pode ocorrer por vontade dos sócios (convencional), 
por determinação legal ou administrativa e, ainda, por decisão judicial.
Conforme Gonçalves (2018, p. 237), o ato de dissolução pode assumir quatro 
formas distintas:
Convencional – por deliberação de seus membros, conforme quorum 
previsto nos estatutos ou na lei. A vontade humana criadora, hábil a gerar 
uma entidade com personalidade distinta da de seus membros, é também 
capaz de extingui-la. Dispõe o Art. 1.033 do Código Civil que a sociedade 
se dissolve quando ocorre a “deliberação dos sócios, por maioria absoluta, 
na sociedade de prazo indeterminado” (inc. III). Na de prazo determinado, 
quando há “consenso unânime dos sócios” (inc. II).
Legal – em razão de motivo determinante na lei (Arts. 1.028, II, 1.033 
e 1.034), como, verbi gratia, a decretação da falência (Lei nº 11.101, de 
9.2.2005), a morte dos sócios (CC, Art. 1.028) ou desaparecimento do ca-
pital nas sociedades de fins lucrativos. As associações que não os têm 
não se extinguem pelo desaparecimento do capital, que não é requisito 
de sua existência.
Administrativa – quando as pessoas jurídicas dependem de autoriza-
ção do Poder Público e esta é cassada (CC, Art. 1.033), seja por infração a 
disposição de ordem pública ou prática de atos contrários aos fins decla-
rados no seu estatuto (Art. 1.125), seja por se tornar ilícita, impossível ou 
inútil a sua finalidade (Art. 69, primeira parte). Pode, nesses casos, haver 
provocação de qualquer do povo ou do Ministério Público (CPC de 1939, 
Art. 676, que continua em vigor, juntamente a todo o procedimento para 
a dissolução e liquidação da sociedade, por força do disposto no Art. 1.218 
do Código de Processo Civil de 1973 e no Art. 1.046, § 3º, do atual diploma 
processual).
Judicial – quando se configura algum dos casos de dissolução previs-
tos em lei ou no estatuto, especialmente quando a entidade se desvia 
dos fins para os quais se constituiu, mas continua a existir, obrigando um 
dos sócios a ingressar em juízo. Dispõe o Art. 1.034 do Código Civil que a 
sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a requerimento de qualquer 
dos sócios, quando: “I – anulada a sua constituição; II – exaurido o fim 
social, ou verificada a sua inexequibilidade”. O rol é meramente exemplifi-
cativo, pois pode ser dissolvida por sentença, se necessário, em qualquer 
das hipóteses previstas nos Arts. 69, primeira parte, 1.028, II, 1.033 e 1.035.
QUADRO 7 – EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
FONTE: Gonçalves (2018, p. 240)
94
O processo de extinção da pessoa jurídica, de acordo com Gonçalves (2018), 
realiza-se pela dissolução e pela liquidação que se refere ao patrimônio, ao paga-
mento das dívidas e à partilha entre os sócios. Se o destino dos bens não estiver 
previsto no ato constitutivo, a divisão e a partilha serão feitas de acordo com os 
princípios que regem a partilha dos bens da herança.
2.2 PARTE GERAL – LIVRO II: DOS BENS
No vocabulário jurídico, o conceito de bem pode ser considerado o conceito 
de coisa, entretanto, nem sempre esses conceitos caminham juntos. Para o conflito 
de conceitos, o Código Civil excluiu o vocabulário coisa de seus artigos, referindo-se 
apenas aos bens.
 
2.2.1 Conceito de bem 
Como estudamos anteriormente, a Parte Geral do Código Civil trata das 
pessoas, naturais e jurídicas, como sujeitos de direito e dos bens como objeto das 
relações jurídicas que se formam entre os referidos sujeitos. Nesse sentido, para 
Gonçalves (2018, p. 249):
Todo direito tem o seu objeto, como o direito subjetivo é poder outorgado 
a um titular, requer um objeto. Sobre o objeto, desenvolve-se o poder de 
fruição da pessoa. Objeto da relação jurídica é tudo o que se pode sub-
meter ao poder dos sujeitos de direito, como instrumento de realização de 
suas finalidades jurídicas. Em sentido estrito, esse conjunto compreende 
os bens, objeto dos direitos reais, e também as ações humanas, denomi-
nadas prestações. 
Para entendermos o conceito de bem, precisamos primeiro entender que, 
para o Direito, “bem” e “coisa” não se confundem. São bens apenas as coisas que 
têm valor econômico e que podem ser apropriados pelo homem.
Para Gonçalves (2018), de uma forma específica, esse conjunto compreende 
os bens, objeto dos direitos reais, e também as ações humanas, denominadas pres-
tações. Em sentido amplo, o objeto pode consistir:
95
FIGURA 14 – CARACTERÍSTICAS DE OBJETO
FONTE: Gonçalves (2018, p. 249)
Podemos, pois, chamar de “bem” “tudo aquilo que satisfaz uma obriga-
ção” (GONÇALVES, 2006, p. 238-239), podendo também ser considerados 
bens as coisas materiais, concretas, úteis aos homens e de expressão 
econômica, suscetíveis de apreciação, bem como as de existência imate-
rial economicamente apreciáveis (ABRAM, 2013, p. 125).
FIGURA 15 – CLASSIFICAÇÃO DOS BENS
FONTE: Gonçalves (2018, p. 253)
96
Existem várias espécies de bens, previstas no Código Civil: bens considera-
dos em si mesmos (imóveis, móveis, fungíveis, consumíveis, divisíveis e bens sin-
gulares e coletivos), bens reciprocamente considerados, bens públicos etc.
Para a nossa disciplina, será suficiente conhecermos as principais divisões. 
Vamos ver cada conceito separadamente?
2.2.2 Classificação dos bens
• Bens móveis e imóveis
Inicialmente, estudaremos a clássica divisão entre bens móveis ou imóveis. 
O conceito de bens móveis é trazido pelo próprio Código Civil, em seu Art. 82. “São 
móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, 
sem alteração da substância ou da destinação econômico-social” (BRASIL, 2002).
FIGURA 16 – BENS MÓVEIS
FONTE: Gonçalves (2018, p. 258)
Os animais, chamados semoventes (porque se movem por si sós), são con-
siderados pelo direito como bens móveis. São considerados, também, bens móveis 
97
perante o direito civil as ações das sociedades, os papéis do mercado de valores, 
entre outros.
Os imóveis, como regra geral, são os bens “que não podem ser transporta-
dos, sem destruição, de um lugar para o outro” (BEVILÁCQUA, 1927 apud GONÇAL-
VES, 2019a, p. 254). Assim, podemos considerar como bens imóveis o solo e seus 
componentes, o subsolo e o espaço aéreo. Segundo o Código Civil, em seu Art. 79, 
“são bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente” 
(BRASIL, 2002). Assim, são imóveis as construções, as plantações, as árvores e os 
frutos etc.
Essa distinção é fundamental por diversos motivos. Por exemplo, a aquisição 
da propriedade de bens móveis se dá pela simples tradição (entrega), enquanto a 
dos bens imóveis só ocorre depois do registro da escritura pública no cartório de re-
gistro de imóveis. Para as pessoas casadas entregarem bens imóveis como garantia 
(ex.: hipoteca), dependem da autorização do cônjuge, o que não acontece nos bens 
móveis, entre outros.
• Bens fungíveis e infungíveis
Outra classificação divide os bens em fungíveis ou infungíveis. Os bens 
fungíveis, conforme o Art. 85 do Código Civil, são “os móveis que podem substituir-
-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade” (BRASIL, 2002), a exem-
plo do dinheiro e de alimentos. Ao contrário, os infungíveis são os que não têm as 
características anteriores, porém, é interessante como um bem fungível pode se 
tornar infungível, como nos exemplos trazidos por Gonçalves (2019a), quando uma 
pessoa empresta à outra uma moeda rara de colecionador, ou um boi que, empres-
tado para serviços de lavoura, é infungível, enquanto o mesmo boi, se destinado ao 
corte, torna-se fungível.
Exemplo da importância desa distinção se dá no estudo dos contratos, pois 
é ela que vai determinar a espécie de contrato cabível. Por exemplo, no mútuo, o 
objeto deve ser coisa fungível, enquanto no comodato o bemserá necessariamente 
infungível.
• Bens consumíveis ou inconsumíveis
Os bens também podem ser classificados em consumíveis ou inconsumí-
veis, sendo que os bens consumíveis, segundo o Art. 86 do Código Civil, são “os 
móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também 
considerados tais os destinados à alienação” (BRASIL, 2002). 
98
FIGURA 17 – CLASSIFICAÇÃO DE BENS
FONTE: Gonçalves (2018, p. 261)
Os bens inconsumíveis são os que podem ser utilizados sem que haja destru-
ição de sua substância. Nesse sentido, para Gonçalves (2018, p. 262), “inconsumíveis 
são os bens que podem ser usados continuadamente, ou seja, os que permitem uti-
lização contínua, sem destruição da substância. A rigor, a utilização mais ou menos 
prolongada acaba por consumir qualquer objeto, ainda que leve bastante tempo”.
• Bens divisíveis e indivisíveis
Quanto à divisibilidade, os bens classificam-se em:
FIGURA 18 – DIVISIBILIDADE DOS BENS
FONTE: Gonçalves (2018, p. 264)
O conceito de bens divisíveis também consta do Código Civil, em seu Art. 87, 
que afirma que bens divisíveis “são os que se podem fracionar sem alteração de sua 
substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam” 
(BRASIL, 2002).
Os bens indivisíveis são aqueles que não possuem essa qualidade, como 
uma máquina, uma vez que se tirarmos uma peça, ela deixa de funcionar.
99
Dispõe o Art. 88 do Código Civil que os “bens naturalmente divisíveis podem tor-
nar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes” (BRASIL, 2002). 
• Bens singulares e coletivos
Conforme o Art. 89 do Código Civil, “são singulares os bens que, embora reu-
nidos, se consideram de per si, (por si só) independentemente dos demais” (BRASIL, 
2002). Assim, um carro é um bem singular quando considerado individualmente, 
como a maioria dos bens. Segundo Gonçalves (2018, p. 265): 
 
A doutrina classifica os bens singulares em:
• simples, quando suas partes, da mesma espécie, estão ligadas pela 
própria natureza, como um cavalo, uma árvore;
• compostos, quando as suas partes se acham ligadas pela indústria hu-
mana, como um edifício. As coisas simples que formam a coisa composta, 
mantendo sua identidade, denominam-se partes integrantes. Se perdem 
a identidade, chamam-se partes componentes. As partes integrantes, 
como as peças de máquinas, podem ser separadas do todo, as compo-
nentes, como o cimento de uma parede, não.
Os bens coletivos, também chamados de universalidades, são os que, “sen-
do compostos por várias coisas singulares, consideram-se em conjunto” (GONÇAL-
VES, 2018, p. 265). Assim, o mesmo carro, que é um bem singular, pode integrar um 
conjunto e assim formar um bem coletivo, como uma frota.
• Bens principais e acessórios
Os bens podem ser ainda principais ou acessórios.
Os bens acessórios são assim chamados porque dependem da existência 
de outro, o principal, para existirem. “Assim, o solo é bem principal, porque existe 
sobre si, concretamente, sem qualquer dependência” (GONÇALVES, 2018, p. 267), 
enquanto a árvore é bem acessório, pois depende do solo onde está plantada para 
existir. Apesar dessa relação de dependência, o Código Civil permite que os bens 
acessórios (frutos e produtos) sejam objeto de negócio jurídico.
Os bens acessórios são subdivididos em frutos, produtos, pertenças e 
benfeitorias.
Os produtos se distinguem dos frutos porque não podem ser colhidos perio-
dicamente, “como as pedras e os metais, que se extraem das pedreiras e das minas” 
(BEVILÁCQUA, 1927 apud GONÇALVES, 2018, p. 268). Já os frutos “são utilidades 
que uma coisa periodicamente produz. Nascem e renascem da coisa, sem acarre-
tar-lhe a destruição no todo ou em parte [...]” (GONÇALVES, 2018, p. 269).
100
FIGURA 19 – CARACTERÍSTICAS DE BENS
FONTE: Gonçalves (2018, p. 269)
As pertenças, segundo o Art. 93, não são partes integrantes do bem, como 
os produtos e os frutos, mas se destinam, de modo duradouro, ao uso, serviço ou 
amorfoseamento de outro. Como exemplo, podem-se citar os “objetos de decora-
ção de uma residência” (GONÇALVES, 2018, p. 270). Por fim, as benfeitorias “são 
os melhoramentos que podem ser inseridos na coisa” (GONÇALVES, 2018, p. 271). 
O tipo de melhoramento que for inserido na coisa determinará o tipo de ben-
feitoria, qual seja, necessárias, úteis ou voluptuárias.
A distinção entre os tipos de benfeitoria é encontrada no Código Civil, em seu 
Art. 96. Assim, de forma resumida, são necessárias aquelas destinadas à conserva-
ção do bem (ex.: manutenção de um telhado de uma casa), enquanto as necessá-
rias são as que aumentam ou facilitam o seu uso (ex.: instalação de um ar-condi-
cionado) e, por fim, as voluptuárias, que são aquelas de mero deleite ou recreio, mas 
que não aumentam nem facilitam o uso do bem (como um jardim). 
2.3 PARTE GERAL – LIVRO III: DOS FATOS JURÍDICOS
No Livro III do Código Civil, encontraremos a legislação referente aos fatos 
jurídicos. O entendimento desse conceito é também fundamental no estudo das 
relações entre o Direito e as atividades empresariais.
2.3.1 Conceito de fato jurídico
Primeiramente, precisamos entender o que é um fato jurídico. É qualquer 
acontecimento que tenha consequências no mundo jurídico, ou seja, todo acon-
tecimento que produz efeito jurídico. Em outras palavras, fatos que “interessem” 
(sejam importantes) para o Direito.
101
QUADRO 8 – FATO JURÍDICO
Fato Jurídico: uma ocorrência que interessa ao Direito, ou seja, que tenha relevân-
cia jurídica. O fato jurídico lato sensu pode ser natural, denominado fato jurídico 
stricto sensu. Esse pode ser um fato ordinário ou extraordinário. Pode o fato ser 
ainda humano, surgindo o conceito de fato jurígeno.
FÓRMULA. Fato jurídico = Fato + Direito.
FONTE: Tartuce (2019, p. 197)
Concluindo que:
Só é fato jurídico o acontecimento que produz efeitos no mundo jurídico.
Dessa forma:
Não é todo acontecimento que será um fato jurídico.
Para entendermos bem essa afirmação, podemos imaginar que o nascimen-
to de uma pessoa é um fato jurídico, pois produz efeitos no mundo jurídico. Você se 
lembra de que o nascimento com vida é o início da personalidade jurídica? Então, o 
nascimento é um fato que tem relevância para o Direito e, por isso, é considerado 
um fato jurídico.
2.3.2 Classificação dos fatos jurídicos
Os fatos jurídicos podem ser naturais, porque vêm da natureza (ex.: nasci-
mento, morte, terremoto, raios etc.), e, assim, independem da vontade humana para 
ocorrerem; ou humanos, que dependem da vontade humana para ocorrerem, que 
também são chamados atos jurídicos. Para o nosso estudo, é preciso entendermos 
bem o conceito de ato jurídico, mas antes, vamos visualizar de forma esquematiza-
da o que vimos até agora?
102
FIGURA 20 – FATOS JURÍDICOS
FONTE: A autora
Os atos jurídicos são divididos em lícitos, quando seus efeitos são voluntá-
rios, e ilícitos, quando os efeitos são involuntários.
FIGURA 21 – ATOS LÍCITOS E ILÍCITOS
FONTE: Gonçalves (2018, p. 413)
Dessa forma, um contrato de compra e venda, que seja firmado dentro do 
que dispõe a lei, será um ato jurídico lícito, pois seu efeito será aquele esperado, 
ou seja, o pagamento do preço resultará na transferência da propriedade. Já um 
acidente de trânsito será um ato ilícito, pois gerará efeitos não pretendidos pelas 
partes envolvidas.
103
2.3.3 Negócio jurídico
Dentre a classificação dos atos jurídicos, temos o Negócio Jurídico, como 
você pôde ver na Figura 20, tendo como característica principal a junção da vontade 
dos agentes (particulares), que produzirá os efeitos pretendidos, ou seja, criar, mo-
dificar, transferir ou extinguir direitos. Por isso se diz que o contrato é o seu símbolo 
(AMARAL, 2002 apud GONÇALVES, 2019a).
CONTRATO = NEGÓCIO JURÍDICO
Você entendeu por que esse conceito é tão importante? Porque as transações 
empresariais geralmente envolvem contratos, que são as principais espécies 
de negócio jurídico.
IMPORTANTE
• Requisitos de validade do negóciojurídico
Para que o negócio jurídico seja válido, ou seja, para que possa produzir os 
efeitos de criar, modificar, transferir ou extinguir direitos, é necessário que estejam 
presentes seus requisitos de validade, previstos no Art. 104 do Código Civil.
FIGURA 22 – VALIDADE DO NEGÓCIO
FONTE: A autora
Para que o agente seja capaz, é preciso que tenha capacidade civil, que é 
a aptidão para praticar por si os atos da vida civil. A incapacidade pode ser absoluta 
ou relativa, como vimos anteriormente. Em caso de incapacidade absoluta do agente 
104
(por exemplo, menores de 16 anos), ele será representado e, em caso de incapacidade 
relativa (por exemplo, maior de 16 e menor de 18 anos), o agente será assistido.
O objeto lícito é “o que não atenta contra a lei, a moral ou os bons costu-
mes” (GONÇALVES, 2019a, p. 311). Assim, como você já viu, os bens públicos não 
podem ser objeto de compra e venda, pois sua alienação não é permitida por lei.
A forma é a maneira pela qual o negócio jurídico se exterioriza. Segundo o 
Código Civil, a forma deve ser a prescrita (prevista) ou não defesa (proibida) em lei 
(BRASIL, 2002). Por exemplo, falando em transações imobiliárias, podemos dizer 
que a compra e a venda de um bem imóvel, para serem válidas, devem necessa-
riamente ser realizadas por escritura pública, e não apenas por contrato, pois 
assim exige o Código Civil.
2.4 CÓDIGO CIVIL – PARTE ESPECIAL
Agora, podemos conhecer os ramos do Direito Civil que compõem a par-
te especial do Código Civil: Direito das Obrigações, Direito da Empresa, Direito das 
Coisas, Direito de Família e Direito das Sucessões. Cada um dos ramos específicos 
desta parte especial disciplina uma espécie de relação jurídica, como veremos nos 
próximos itens.
2.4.1 Direito das Obrigações
O Direito das Obrigações consiste em normas que regem relações jurí-
dicas de ordem patrimonial, as quais têm por objeto prestações de um sujeito em 
proveito de outro (GONÇALVES, 2018).
Do conceito de Direito das Obrigações que estudamos anteriormente, pode-
mos extrair o conceito de obrigação que, como o próprio nome diz, é uma relação 
jurídica de natureza pessoal (você se lembra do conceito de relação jurídica pessoal 
que vimos na Unidade 1?), de natureza patrimonial, em que o credor, de um lado, 
tem o direito de exigir do devedor, e, de outro, uma prestação de dar, fazer ou não 
fazer. Diniz (2008, p. 3) fornece como exemplos dessa relação o locador, que “tem 
o direito de exigir o preço do aluguel, e o do vendedor, que tem o direito de exigir do 
comprador o preço”. Veja a figura:
105
FIGURA 23 – TIPOS DE OBRIGAÇÕES
FONTE: A autora
Analisando esse conceito, podemos ver que alguém se obriga a uma pres-
tação que pode ter três modalidades, que correspondem ao tipo de obrigação: obri-
gação de dar, fazer ou não fazer.
A obrigação de dar (entregar) uma coisa quando este é o seu objeto, como no 
contrato de compra e venda. A obrigação de dar pode ser de dar coisa certa (especí-
fica, o carro X, o imóvel Y) ou incerta (ex.: a venda de uma safra). Já a obrigação de 
fazer, como a que envolve um contrato de prestação de serviços, e de não fazer, 
quando as partes se obrigam a deixar de fazer alguma coisa, como quando um vizi-
nho se obriga a não construir um muro. Nas obrigações há três elementos: o sujeito 
ativo, o sujeito passivo e o objeto. O sujeito ativo, ou o credor, é aquele que pode 
exigir a prestação; o sujeito passivo, ou devedor, é o que deve cumprir a obrigação; e 
o objeto, a obrigação de dar, fazer ou não fazer, conforme vimos anteriormente.
2.4.2 Direito empresarial
O Código Civil de 2002 revogou a primeira parte do Código Comercial (Lei nº 
566/1850), passando então a regular vários institutos que eram do Direito Comer-
cial (BRASIL, 2002). Por isso, alguns autores entendem que não há mais por que se 
distinguir o Direito Comercial, que passou a se denominar Direito Empresarial.
O atual Código Civil brasileiro de 2002 teve inspiração no Código Civil italia-
no, trazendo tanto a base legislativa do direito civil quanto empresarial. No entanto, 
o direito empresarial possui sua autonomia, com princípios próprios, representando 
a atividade profissional, em que a empresa se constitui como principal objeto na 
construção da economia. A evolução da teoria da empresa e do direito empresarial 
no Brasil trouxe um dinamismo e uma maior importância a essa atividade econômi-
106
ca. Assim, convencionou-se que todos aqueles que através de sociedades se orga-
nizam economicamente sejam chamados de sociedades empresárias (ao contrário 
das sociedades cooperativas, que são sociedades simples).
Os requisitos referentes à empresa como atividade econômica organizada são:
• Profissionalidade: exercício habitual e frequente da atividade empresarial pra-
ticada em nome próprio, direta ou indiretamente, pelo empresário (individual ou 
organização societária), respondendo por seus atos. Essa responsabilidade é tra-
tada pela doutrina por pessoalidade.
• Atividade econômica: dinâmica que visa ao lucro através da produção, presta-
ção e comércio de bens e serviços.
• Organização: trata-se da junção de dois importantes elementos: mão de obra 
e capital. Trata-se do principal elemento que caracteriza a empresa, sendo seu 
caráter organizacional necessário para articular o capital, os trabalhadores e a 
matéria-prima, gerando eficiência produtiva e lucro (SANCHEZ, 2017).
FIGURA 24 – CARACTERÍSTICAS DE EMPRESA
FONTE: Abram e Dorow (2009, p. 118)
Prezado aluno, diante da importância que o Direito Empresarial representa 
em sua futura atividade, seus conteúdos serão estudados em uma disciplina 
específica, chamada Direito Empresarial e Direito Tributário, que você cursará 
mais adiante.
ESTUDOS FUTUROS
107
2.4.3 Direito das Coisas
O Direito das Coisas, por sua vez, resume-se em “regular o poder dos ho-
mens, no aspecto jurídico, sobre os bens e os modos de sua utilização econômica” 
(GONÇALVES, 2019a, p. 357). Para nosso estudo, será suficiente conhecermos seus 
principais institutos. Iniciaremos pela posse e propriedade, que são direitos reais.
O direito real é o direito que uma pessoa exerce sobre uma coisa, tendo o 
direito de buscar (através de uma ação judicial) esta coisa das mãos de quem quer 
que se encontre. A este poder chama-se “direito de sequela”, que cria um vínculo 
jurídico entre a pessoa e o bem e permite, por exemplo, que a pessoa entre na jus-
tiça para pedir uma reintegração de posse de suas terras invadidas. Além disso, tem 
efeito erga omnes, o que significa dizer que, estando devidamente registrado no 
Registro de Imóveis, tem validade contra todos, sem que se possa alegar desconhe-
cimento da titularidade deste direito.
Existem os direitos reais sobre as coisas próprias, como a propriedade, e os 
direitos reais sobre as coisas alheias, tais como a hipoteca, o usufruto e o penhor. 
Iniciaremos pelo estudo da propriedade, principal objeto do Direito das Coisas.
2.4.3.1 Propriedade
Segundo o Art. 1.228 do Código Civil, a propriedade ou domínio é o direito 
que seu titular possui de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la de 
quem injustamente a possua ou detenha (BRASIL, 2002). É garantida pela Cons-
tituição Federal, em seu Art. 5º, XXII, que, porém, afirma que a propriedade deve 
atender a sua função social (BRASIL, 1988). Essa limitação também está expressa 
no parágrafo primeiro do referido Art. 1.228 do Código Civil.
2.4.4 Direito de Família
O Direito de Família, segundo Gonçalves (2019b, p. 321), é “de todos os ramos 
do direito, o mais intimamente ligado à própria vida, uma vez que, de modo geral, as 
pessoas provêm de um organismo familiar e a ele conservam-se vinculadas durante 
a sua existência, mesmo que venham a constituir nova família pelo casamento ou 
pela união estável”.
Para Gonçalves (2019b), a palavra família abrange todas as pessoas ligadas 
por vínculo de sangue e que procedem, portanto, de um tronco ancestral comum, 
108
bem como as unidas pela afinidadee pela adoção. Compreende os cônjuges e os 
companheiros, os parentes e os afins.
Dentre os institutos do Direito de Família, destacamos: o casamento e seus 
regimes de bens, filiação, união estável, tutela e curatela. 
2.4.5 Direito das Sucessões
Por fim, o Direito das Sucessões, “em sentido amplo, significa o ato pelo qual 
uma pessoa assume o lugar de outra, substituindo-a na titularidade de determi-
nados bens” (GONÇALVES, 2020, p. 877). Nesse sentido, Gonçalves (2020, p. 878) 
afirma que:
A herança é um somatório, em que se incluem os bens e as dívidas, os 
créditos e os débitos, os direitos e as obrigações, as pretensões e ações 
de que era titular o falecido, e as que contra ele foram propostas, desde 
que transmissíveis. Compreende, portanto, o ativo e o passivo (CC, Arts. 
1.792 e 1.997).
Segundo o Artigo 1.829 do CC, a ordem de vocação hereditária, ou seja, a 
preferência no recebimento da herança será o seguinte: primeiro os filhos, os pais, 
o cônjuge e, por último, os colaterais (ex.: irmãos). Nesse sentido:
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo 
se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no 
da separação obrigatória de bens (Art. 1.640, parágrafo único); ou se, no 
regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens 
particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente; 
IV - aos colaterais (BRASIL, 2002).
Interessante observar que o cônjuge, nas hipóteses do inciso I do Art. 1.829, 
além de meeiro (dependendo do regime de bens) será herdeiro, quando então con-
correrá com os filhos, inovação trazida pelo Código Civil. Dispõe o Art. 1.784 do Có-
digo Civil: “Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros 
legítimos e testamentários” (BRASIL, 2002).
109
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como: 
• O Direito Civil trata das relações entre particulares, sem que o Estado participe 
desta relação.
• O Direito Civil é composto de uma Parte Geral e uma Especial. A Parte Geral é 
precedida da LICC (Lei de Introdução do Código Civil).
• O Livro I da Parte Geral do Código Civil trata das pessoas físicas e jurídicas.
• Personalidade e capacidade jurídica não se confundem.
• Existem os relativamente incapazes, que serão assistidos pelo seu representante 
legal, e os totalmente incapazes, que serão representados.
• As pessoas físicas e jurídicas nascem e se extinguem.
• Bens e coisas não se confundem.
• São diversas as classificações de bens e essa classificação é importante.
• O contrato é o principal símbolo do negócio jurídico que, para sua validade, de-
pende da existência de agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não proi-
bida em lei.
RESUMO DO TÓPICO 2
110
1 Quando falamos em “pessoas”, podemos nos referir às pessoas físicas (na-
turais), ou às pessoas jurídicas. Com base nessa informação, assinale a alter-
nativa CORRETA que trata do conceito de Pessoa Física.
a) ( ) Pode ser chamada de pessoa natural, é o ser humano. Diz-se natural, 
porque sua existência legal se inicia por um fato natural (o nascimento).
b) ( ) Pode ser chamada de pessoa artificial, é o ser humano. Diz-se natural, 
porque sua existência legal se inicia por um fato natural (o nascimento).
c) ( ) Pode ser chamada de pessoa natural, é o ser humano. Diz-se natural, 
porque sua existência legal se inicia por um fato artificial (o nascimento).
d) ( ) Pode ser chamada de pessoa eletrônica, é o ser humano artificializa-
do. Diz-se natural, porque sua existência legal se inicia por um fato natural (o 
nascimento).
2 Como já vimos, o nascimento com vida é o início da personalidade civil. Com 
base nessa informação, assinale a alternativa CORRETA que trata da extinção 
da Pessoa Física.
a) ( ) Morte.
b) ( ) Invalidez.
c) ( ) Velhice.
d) ( ) Incapacidade.
3 Para entendermos o conceito de bem, precisamos primeiro entender que, 
para o Direito, “bem” e “coisa” não se confundem. São bens apenas as coisas 
que têm valor econômico e que podem ser apropriadas pelo homem. Com 
base nessa informação, assinale a alternativa CORRETA que trata da classifi-
cação dos bens considerados em si mesmos.
a) ( ) Bens móveis; imóveis; públicos; consumíveis; divisíveis; singulares e 
coletivos.
b) ( ) Bens móveis; imóveis; fungíveis; consumíveis; divisíveis; singulares e 
coletivos.
c) ( ) Bens móveis; imóveis; privados; consumíveis; indivisíveis; singulares e 
coletivos.
d) ( ) Bens móveis; acessórios; fungíveis; consumíveis; benfeitorias; singu-
lares e coletivos.
AUTOATIVIDADE
111
4 O negócio jurídico é um ato que tem por finalidade a aquisição, a modifica-
ção ou a extinção do direito. Ele forma um autorregramento de conduta das 
partes, com a intenção de satisfazer seus interesses. Com base nessa infor-
mação, disserte sobre os requisitos de validade do negócio jurídico. 
R.: 
5 A palavra família abrange todas as pessoas ligadas por vínculo de sangue e 
que procedem, portanto, de um tronco ancestral comum, bem como as uni-
das pela afinidade e pela adoção. Com base nessa informação, disserte sobre 
os institutos do direito de família.
R.: 
AUTOATIVIDADE
112
113
TÓPICO 3
DIREITO PÚBLICO 
EXTERNO: DIREITO 
INTERNACIONAL 
PÚBLICO E DIREITO 
INTERNACIONAL 
PRIVADO
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, traremos noções gerais de Direito Internacional Público e Pri-
vado.
O Direito Internacional pode ser considerado como um instrumento das re-
lações entre os Estados, entre si e entre seus integrantes, que são constituídos em 
acordos (tratados e convenções) que são respeitados por aqueles que o firmaram.
São fontes do Direito Internacional Público: as convenções internacionais; 
o costume internacional; os princípios gerais de direito, as decisões judiciárias, a 
doutrina dos publicistas, os tratados e as convenções internacionais.
Vamos compreender quais são os conceitos e abrangência do Direito Inter-
nacional Público.
114
2 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
O Direito Internacional Público é o ramo do direito que regula as rela-
ções entre os Estados, Organizações Internacionais e indivíduos dentro da ordem 
mundial estabelecida. A elaboração das normas internacionais se dá por meio dos 
apontamentos realizados pelas nações. Essas normas precisam ser ratificadas pe-
los Estados para terem validade jurídica interna.
De acordo com Campos e Távora (2018, p. 19), “o Direito Internacional Público 
(DIP), na visão clássica, tem por objetivo disciplinar as atividades dos sujeitos in-
contestes do Direito Internacional (Estados e Organizações Internacionais). A visão 
mais contemporânea, seguida por boa parte da doutrina nacional, admite os indiví-
duos como sujeitos de DIP”.
QUADRO 9 – CARACTERÍSTICAS DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
FONTE: Campos e Távora (2018, p. 24)
Para definir o Direito Internacional Público, é necessário compreender o que 
é a sociedade internacional. Podemos afirmar que o Direito Internacional é um con-
junto de regras que regula a sociedade internacional e suas peculiaridades. Tal so-
ciedade é formada pelos Estados, pelas organizações internacionais e pelos indiví-
duos (HUSEK, 2006).
2.1 PRINCÍPIOS DO DIREITO INTERNACIONAL 
PÚBLICO
Conforme Cadore (2020), os princípios do Direito Internacional Público têm 
como papel a instituição de uma norma jurídica internacional, que atinja a sobe-
rania dos Estados, os indivíduos e as suas especificidades. Em razão disso, várias 
convenções e tratados são feitos; tais princípios servem como fundamento das re-
lações entre os sujeitos de Direito Internacional Público:
115
• Princípio do consentimento: em regra, todos os Estados não se submetem 
a regras que não tenham sido criadas e reconhecidas pelo seu legislativo. Des-
sa forma, é preciso que os Estados tenham reconhecido determinada regra de 
direito internacional para que se submetam a ela e que se necessário sofram 
futura sanção por desobedecê-la(CASELLA; ACCIOLY; SILVA, 2012).
• Princípio pacta sunt servanda: esse princípio quer dizer que o que foi esta-
belecido e pactuado deve ser cumprido (CASELLA; ACCIOLY; SILVA, 2012). Esse 
princípio foi estabelecido na Convenção de Viena, em 1969, em seu artigo 26: 
“Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa-fé” 
(CONVENÇÃO DE VIENA, 1969, p. 10).
• Princípio jus cogens internacional: o conceito deste princípio diz respeito à 
norma de direito internacional geral peremptória, imperativa e irrevogável, que 
não pode ser derrogada e que só pode ser alterada por norma da mesma natu-
reza (CASELLA; ACCIOLY; SILVA, 2012). Esse princípio também foi instituído pela 
Convenção de Viena, em 1969, em seu artigo 53 (CONVENÇÃO DE VIENA, 1969).
• Princípio da boa-fé: princípio também instituído pela Convenção de Viena, em 
1969, no artigo18:
Obrigação de não frustrar o objeto e a finalidade de um tratado antes de 
sua entrada em vigor. Um Estado é obrigado a abster-se da prática de 
atos que frustrariam o objeto e a finalidade de um tratado, quando: a) tiver 
assinado ou trocado instrumentos constitutivos do tratado, sob reserva 
de ratificação, aceitação ou aprovação, enquanto não tiver manifestado 
sua intenção de não se tornar parte no tratado; ou b) tiver expressado 
seu consentimento em obrigar-se pelo tratado no período que precede a 
entrada em vigor do tratado e com a condição de esta não ser indevida-
mente retardada (CONVENÇÃO DE VIENA, 1969, p. 6-7).
Princípio da responsabilização por atos ilícitos: todo Estado que come-
ter ato considerado ilícito, de acordo com as regras de Direito Internacional, e causar 
dano algum a outro Estado, terá o dever de reparação proporcional. Atualmente, 
esse princípio tem se estendido também às organizações internacionais (CASELLA; 
ACCIOLY; SILVA, 2012).
2.2 SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Quando falamos dos sujeitos do Direito Internacional Público, estamos tra-
tando dos destinatários das regras jurídicas internacionais, as quais regem e delimi-
tam as competências desses sujeitos. Os sujeitos são a comprovação da existência 
de uma sociedade internacional e das regras que a regem (HUSEK, 2006).
116
Estados: os Estados também são nomeados de coletividades estatais e 
constituem o rol de sujeitos internacionais, sendo eles sujeitos primários constitu-
ídos de soberania:
Os Estados, à unanimidade das opiniões, são sujeitos de Direito Interna-
cional, inexistindo dúvida quanto ao seu papel no mundo, com a compro-
vação fática e histórica de sua participação em vários eventos, propor-
cionando-lhes os diversos autores quase que exclusividade de existência 
como ser jurídico internacional (HUSEK, 2006, p. 38).
As coletividades estatais se iniciaram em 1919 quando foi criada a Liga das 
Nações a partir do Tratado de Versalhes, que culminou com o término da Primeira 
Guerra Mundial e foi anterior à criação da Organização das Nações Unidas (ONU). 
Esse tratado foi uma grande inovação da diplomacia da época, porém o término 
dessa Liga das Nações ocorreu por falta de cumprimento das suas próprias deter-
minações (FERNANDES; SILVEIRA, 2018). 
De forma bem conceitual, os Estados também podem ser denominados 
como sujeitos compostos de territórios e comunidades de indivíduos humanos, que 
são administrados pelo Estado soberano. Além disso, o surgimento e a manuten-
ção da sociedade internacional dependem de cada Estado soberano e sua conso-
lidação. As coletividades estatais são responsáveis pela criação de boa parte das 
normas internacionais. Geralmente, a criação dessas normas ocorre por meio dos 
tratados internacionais (PORTELA, 2017).
Organizações internacionais: as organizações internacionais também 
podem ser chamadas de organismos internacionais ou de organizações interes-
tatais. Em razão de existirem diversos interesses em comum entre os Estados so-
beranos, foram criados projetos e estruturas de colaboração. Nesse sentido, os Es-
tados optaram pela criação de entidades que pudessem auxiliar nos esforços para 
alcançar os objetivos estatais.
Organismos não estatais ou outras coletividades: esses sujeitos se ca-
racterizam como entes, não são organismos internacionais. Alguns exemplos mais 
conhecidos de organismos não estatais são:
QUADRO 10 – ENTIDADES NÃO ESTATAIS
Santa Sé Este é um ente que possui fundamentos e vínculos ligados à 
Igreja Católica, mas se distingue do Vaticano. Além disso, ex-
istem divergências em relação a sua personalidade jurídica.
117
Este ente é responsável por gerenciar a Igreja Católica 
Apostólica Romana, sendo o seu líder maior o Papa. O ob-
jetivo desse ente é o de administrar os fiéis da Igreja Católi-
ca em suas demandas espirituais. A Santa Sé é constituída 
com órgãos de acessoria (Cúria Romana) do Sumo Pontí-
fice. A sua sede se encontra na Cidade do Vaticano, e seu 
poder não pode ser restringido pelos Estados.
Cidade do Vaticano Este ente possui a característica de Estado, portanto, possui 
personalidade jurídica de direito internacional reconhecida. 
É possuidor de um vasto território, sendo o papa a sua au-
toridade maior. O maior objetivo desse ente é dar amparo de 
cunho material à Santa Sé, para que possa cumprir com as 
suas funções. É importante mencionar que parte da doutrina 
não considera a Cidade do Vaticano como Estado, a justifica-
tiva dessa corrente é de que os objetivos do ente são incom-
patíveis com os requisitos básicos de um ente estatal.
Soberana Ordem da 
Cruz de Malta
É importante iniciar mencionando que a Soberana Ordem da 
Cruz de Malta é um ente que está ligado à assistência médi-
ca e humanitária, sediado em Roma, na Itália, por isso, é con-
siderada uma organização humanitária internacional. Possui 
diversos profissionais da saúde, incluindo voluntários, médi-
cos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e paramédicos. 
O público-alvo deste ente são pessoas vulneráveis, como re-
fugiadas, idosas, crianças e moradores de rua.
FONTE: Adaptado de Cadore (2020)
É importante mencionar que outros organismos e coletividades podem se 
originar no cenário internacional e se estabelecer como sujeitos de direito inter-
nacional. As necessidades da sociedade podem mudar e os entes podem variar 
através do tempo.
A Organização das Nações Unidas (ONU), há algum tempo, tem tentado insti-
tuir um regramento internacional para empresas transnacionais. Por meio da 
Resolução nº 1.721, procura criar e aplicar um código de conduta internacional, 
porém muitos são os obstáculos. De qualquer forma, é inegável a contribuição 
das empresas para o direito internacional (TEXEIRA, 2009).
ATENÇÃO
118
Indivíduos: por muitos anos a doutrina não considerou os indivíduos como 
sujeitos de direito internacional, pois partia da justificativa de que o direito inter-
nacional era constituído apenas por sujeitos interestatais. Nesse caso, apenas os 
Estados soberanos poderiam instituir normas de direito internacional, ficando a 
pessoa natural, ou seja, os indivíduos, em um segundo plano, no qual apenas rece-
beriam normas internacionais (PORTELA, 2017).
3 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Conforme Campos e Távora (2018, p. 213), o Direito Internacional Privado:
Pode ser definido como o direito que determina qual norma será aplicada 
em um caso concreto com conexão internacional, ou seja, a existência 
de um elemento estrangeiro. Em tese, cada Estado poderia determinar a 
simples aplicação de suas normas (Direito Interno) em todos os casos em 
que ocorressem em seu território ou neste tivesse alguma repercussão de 
forma ilimitada (Poder de Jurisdição).
Assim, seu principal campo de atuação é o conflito de leis no espaço, ou 
seja, ele determinará qual lei é aplicável em uma situação em que haja conflito.
A legislação brasileira sobre o Direito Internacional Privado é ampla e encon-
tra-se em vários dispositivos legais em nosso ordenamento, com destaque para a 
Constituição Federal, os Códigos de Processo Civil (CPC) de 1973 e de 2015, a Lei de 
Introdução às Normasdo Direito Brasileiro (LINDB), a Lei de Introdução ao Código 
Civil (LICC) e o Estatuto do Estrangeiro.
Além das fontes internas, o Direito Internacional Privado é baseado também 
em fontes internacionais, como os Tratados e Convenções e a Jurisprudência Inter-
nacional, e também – como no Direito Internacional Público – pelos princípios gerais 
de Direito aceitos pelas nações civilizadas (CADORE, 2020). 
O tratado internacional, no Brasil, depende de promulgação e publicação 
para a sua vigência. Para que todos os tratados de Direito Internacional 
Privado passem a ter força de lei, é indispensável a aprovação do Con-
gresso Nacional, e os tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, 
em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, se-
rão equivalentes às emendas constitucionais (Art. 5º § 3º - Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004). O mesmo procedimento abrange 
as emendas e a revisão ou reforma de tratado em vigor no país. O Brasil 
pode excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições mediante 
uma declaração unilateral, que é a reserva, se o próprio tratado a tolerar. 
Reservas, no entanto, só são possíveis em tratados multilaterais ou con-
venções, podendo ser feitos por ocasião do término das negociações de 
119
um tratado, quando o texto já é definitivo e está assinado pelos negocia-
dores ou, ainda, durante o processo de aprovação legislativa (CADORE, 
2020, p. 137).
O tratado internacional não é, ainda, uma fonte jurídica muito significativa 
no Direito Internacional Privado brasileiro. O país ratificou, até a presente data, por 
exemplo, apenas cinco das convenções elaboradas pela Conferência Especializada 
Interamericana de Direito Internacional Privado.
Recomendamos a leitura dos Arts. 4º, 12 e 222 da Constituição Federal.
DICAS
120
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como: 
• Podemos conceituar o Direito Internacional Público como uma área do direito 
que busca regulamentar e tutelar as relações internacionais e os temas de inte-
resse da sociedade internacional e, consecutivamente, seus membros.
• No Direito Internacional Público, o foco é o relacionamento entre os sujeitos do 
Direito Internacional.
• Os sujeitos do Direito Internacional Público possuem atribuições.
RESUMO DO TÓPICO 3
121
1 O Direito Internacional pode ser considerado um instrumento das relações 
entre os Estados, entre si e entre seus integrantes, que são constituídos em 
acordos, tratados e convenções. Com base nessa informação, assinale a al-
ternativa CORRETA que trata dos sujeitos do Direito Internacional Público.
a) ( ) Estado; Organizações Internacionais; Organismos não Estatais ou ou-
tras Coletividades; e Indivíduos.
b) ( ) Municípios; Organizações Internacionais; Organismos não Estatais ou 
outras Coletividades; e Indivíduos.
c) ( ) Estado; Organizações Municipais; Organismos não Estatais ou outras 
Coletividades; e Indivíduos.
d) ( ) Lagradouros; Organizações Internacionais; Organismos não Estatais 
ou outras Coletividades; e Indivíduos.
2 Este Direito regula as relações entre os Estados, Organizações Internacio-
nais e indivíduos dentro da ordem mundial estabelecida. A elaboração das 
normas internacionais se dá por meio dos apontamentos realizados pelas na-
ções. Essas normas precisam ser ratificadas pelos Estados para terem valida-
de jurídica interna. Com base nessa informação, assinale a alternativa COR-
RETA que trata deste Direito específico.
a) ( ) Direito Internacional Tributário.
b) ( ) Direito Internacional Público.
c) ( ) Direito Internacional Multinacional.
d) ( ) Direito Internacional Interdisciplinar.
3 Os organismos não estatais ou outras coletividades são sujeitos que se ca-
racterizam como entes, não são organismos internacionais. Com base nessa 
informação, assinale a alternativa CORRETA que trata da função da Santa Sé.
a) ( ) É um ente que possui fundamentos e vínculos ligados à Igreja Católi-
ca, mas se distingue do Vaticano.
b) ( ) É um ente que está ligado à assistência médica e humanitária, sediado 
em Roma, na Itália. 
c) ( ) É um ente que está ligado à assistência médica e humanitária dos re-
fugiados.
AUTOATIVIDADE
122
d) ( ) É um ente que possui fundamentos e vínculos ligados à Igreja Católi-
ca, não se distingue do Vaticano e possui as mesmas características.
4 Os princípios do Direito Internacional Público têm como papel a instituição 
de uma norma jurídica internacional que atinja a soberania dos Estados, os 
indivíduos e as suas especificidades. Com base nessa informação, discorra 
sobre o Princípio Jus Cogens Internacional.
R.:
5 Além das fontes internas, o Direito Internacional Privado é baseado também 
em fontes internacionais, como os Tratados e Convenções e a Jurisprudência 
Internacional, e pelos princípios gerais de Direito aceitos pelas nações civili-
zadas. Com base nessa informação, discorra sobre o Tratado Internacional no 
Brasil.
R.:
5 Além das fontes internas, o Direito Internacional Privado é baseado também 
em fontes internacionais, como os Tratados e Convenções e a Jurisprudência 
Internacional, e pelos princípios gerais de Direito aceitos pelas nações civili-
zadas. Com base nessa informação, discorra sobre o Tratado Internacional no 
Brasil.
R.:
AUTOATIVIDADE
123
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