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Livro Logistica Reversa e sustentabilidade

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Unidade 1
Livro Didático Digital
Carolina Galvão Sarzedas
Logística Reversa
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autora
CAROLINA GALVÃO SARZEDAS
A AUTORA
Carolina Galvão Sarzedas
Olá. Meu nome é Profª Drª Carolina Galvão Sarzedas. Sou formada 
em Ciências Biológicas, com mestrado e doutorado em Ciências e com 
experiência técnico-profissional na área de meio ambiente há mais 
de 18 anos. Minha formação acadêmica começou na UFRJ, onde me 
apaixonei pela Ciência e pela Educação. Tenho experiência tanto na área 
de orientação acadêmica quanto na produção de material didático para 
grandes empresas de Educação. Pelos motivos citados, fui convidada 
pela Editora Telesapiens a integrar o seu time de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) ............................. 10
Resíduos Sólidos ............................................................................................................................. 10
Classificação dos Resíduos Sólidos ................................................................................... 12
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) .......................................................... 14
Logística Reversa ........................................................................................20
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) ......................................................... 20
Sistema de Logística Reversa (SLR) .................................................................................. 21
Motivações para Implantação da LR ................................................................................24
Sociedade Responsável e a Importância dos Canais de Comunicação 27
Questões Ambientais Ligadas às Operações Logísticas ............30
Logística ................................................................................................................................................ 30
Logística Reversa ............................................................................................................................ 31
Dificuldades na Disseminação da Logística Reversa ............................................34
Governo ...............................................................................................................................35
Sociedade ......................................................................................................................... 36
Organizações .................................................................................................................. 36
Canais de Distribuição Reversos ..........................................................38
Classificação da Logística Reversa ................................................................................... 38
Canais de Distribuição ................................................................................................................ 39
Canais de Distribuição Reversos ..................................................................... 39
Logística Reversa 7
LIVRO DIDÁTICO DIGITAL
UNIDADE
01
Logística Reversa8
INTRODUÇÃO
Você sabia que as áreas de Desenvolvimento Sustentável e Logística 
Reversa são de grande influência para as empresas atualmente? Esta 
demanda tende a crescer com o aumento das legislações que controlam 
os impactos ambientais negativos gerados pelos empreendimentos e 
pela conscientização da sociedade, que cada vez mais prioriza produtos 
que possam ser reciclados ou são biodegradáveis. Portanto, entender o 
que é Logística Reversa, e como desenvolvê-la dentro das empresas, 
se tornou um grande atrativo de mercado. Entendeu? Ao longo desta 
unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
Logística Reversa 9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso propósito é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o 
término desta etapa de estudos:
1. Apresentar a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
2. Entender o conceito de Logística Reversa e suas vertentes.
3. Definir a logística do ponto de vista ambiental.
4. Descrever os canais de distribuição diretos e reversos.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! 
Logística Reversa10
Política Nacional dos Resíduos Sólidos 
(PNRS)
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender 
como a PNRS instituiu a Logística Reversa e passou a ditar 
regras e responsabilidades acerca dos resíduos sólidos. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá!
Resíduos Sólidos
Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei no 12.305/10), 
resíduos sólidos são definidos como todo material, toda substância, 
todo objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em 
sociedade. 
Figura 1 – Ciclo de reaproveitamento de resíduos
Fonte: @pixabay
https://pixabay.com/pt/vectors/sincronizar-sincroniza%C3%A7%C3%A3o-setas-150123/
Logística Reversa 11
Os resíduos podem ser encontrados em estados sólidos ou 
semissólido, ou ainda, na forma de gases contidos em recipientes, e 
líquidos com características que tornem inviável o seu lançamento na 
rede pública de esgotos ou em corpos d’água.
Geralmente, os resíduos gerados nas mais diversas atividades não 
são úteis para quem os gera, porém, podem ser reaproveitados em outros 
processos produtivos, como uma matéria-prima secundária. Por isso, 
resíduos diferem-se de rejeito ou lixo. 
O termo rejeito, na PNRS, é definido como:
resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as 
possibilidades de tratamento e recuperação por processos 
tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não 
apresentem outra possibilidade que não a disposição final 
ambientalmente adequada. (BRASIL, 2010)
Comumente, denominamos tudo o que “jogamos fora”, como 
lixo, porém, lixo ou rejeito é tudo que não é passível de tratamento ou 
reutilização. 
Com o desenvolvimento e o uso do petróleo como meio não 
energético, mas para produção de polímeros sintéticos, fez surgir uma 
nova classe de resíduos sólidos. Essa mudança cultural passou a aceitar 
como “normal” a não reparabilidade dos objetos, tornando-os cada vez 
mais descartáveis e aumentando ainda mais a geração de resíduos 
sólidos. 
Biologicamente, podemos dizer que não existe lixo. Todas as 
substâncias produzidas pelos seres vivos e que são prejudiciais ou inúteis 
para o organismo (como fezes, urina ou restos de organismos mortos), 
são reciclados por seres decompositores. Os substratos dos vegetais 
nada mais são do que substâncias mineraisexcretadas por estes mesmos 
seres decompositores. 
Até mesmo o oxigênio, essencial para a sobrevivência dos 
organismos aeróbicos é um resíduo produzido pelos seres fotossintéticos.
Logística Reversa12
Classificação dos Resíduos Sólidos
Estamos falando de resíduos sólidos, entretanto, precisamos 
entendê-los e classificá-los segundo a PNRS: 
I - Quanto à origem: 
a. Resíduos domiciliares – os originários de atividades domésticas em 
residências urbanas.
b. Resíduos de limpeza urbana – os originários da varrição, limpeza de 
logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana. 
c. Resíduos sólidos urbanos. 
d. Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços 
– os gerados nessas atividades. 
e. Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico.
f. Resíduos industriais – os gerados nos processos produtivos e 
instalações industriais. 
g. Resíduos de serviços de saúde – os gerados nos serviços de saúde, 
conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas 
pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e do 
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. 
h. Resíduos da construção civil – os gerados em construções, reformas, 
reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os 
resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis. 
i. Resíduos agrossilvopastoris – os gerados nas atividades agropecuárias 
e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas 
atividades. 
j. Resíduos de serviços de transportes – os originários de portos, 
aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e 
passagens de fronteira.
k. Resíduos de mineração – os gerados na atividade de pesquisa, 
extração ou beneficiamento de minérios. 
Logística Reversa 13
II - Quanto à periculosidade:
a. Perigosos – inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos, patogênicos, 
carcinogênicos, teratogênicos e mutagênicos (apresentam 
significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental).
b. Não perigosos – não se enquadram na descrição acima.
A composição dos resíduos gerados por uma sociedade varia 
de acordo com os hábitos de vida de cada um dentro da sua situação 
socioeconômica. Esses resíduos podem ser classificados das seguintes 
maneiras:
 • Plásticos – garrafas, garrafões, frascos, embalagens.
 • Matéria orgânica – restos de comida.
 • Metais – latas.
 • Papel e papelão – jornais, revistas, caixas e embalagens.
 • Vidro – garrafas, frascos, copos.
 • Outros – roupas, óleos de motor, resíduos de eletrodomésticos.
Alguns dos resíduos gerados por nós são altamente perigosos e 
danosos para o meio ambiente (exemplo: pilhas, baterias de telefones e 
equipamentos eletrônicos). A contaminação pode ser restrita ao local de 
despejo ou pode entrar em contato com riachos ou algum lençol freático, 
contaminando assim grandes áreas. 
IMPORTANTE:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender 
como a PNRS instituiu a Logística Reversa e passou a ditar 
regras e responsabilidades acerca dos resíduos sólidos. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá!
Logística Reversa14
Para este tipo de material, é necessário um sistema de coleta 
apropriado, em que empresas especializadas possam depois classificar, 
tratar e descartar em local seguro e adequado.
Nos centros urbanos, os resíduos sólidos podem ser coletados de 
duas formas:
Indiferenciada – quando não ocorre nenhum tipo de seleção 
durante a coleta.
Seletiva – quando os resíduos são recolhidos e separados de 
acordo com o tipo e a destinação. 
E como veremos mais adiante, a PNRS passa a compartilhar a 
responsabilidade do descarte, não somente com a indústria e o comércio, 
mas também com todos que despejam resíduos de maneira pouco 
ecológica, causando degradação do meio ambiente e colocando em 
risco a vida de outros seres vivos. 
Política Nacional de Resíduos Sólidos 
(PNRS)
Não podemos começar a discutir sobre Logística Reversa (LR) sem 
antes saber como surgiu essa atividade. A LR é um instrumento para 
aplicação da responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos, por isso, 
está intimamente relacionada com a PNRS.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente:
a busca por soluções na área de resíduos reflete a demanda 
da sociedade que pressiona por mudanças motivadas pelos 
elevados custos socioeconômicos e ambientais. Se manejados 
adequadamente, os resíduos sólidos adquirem valor comercial 
e podem ser utilizados em forma de novas matérias-primas ou 
novos insumos. A implantação de um Plano de Gestão trouxe 
reflexos positivos no âmbito social, ambiental e econômico, 
pois não só tem diminuído o consumo dos recursos naturais, 
como vem proporcionando a abertura de novos mercados, 
gerando trabalho, emprego e renda, conduzindo à inclusão 
Logística Reversa 15
social e diminuindo os impactos ambientais provocados pela 
disposição inadequada dos resíduos. (MMA, on-line).
Por tudo isso, a PNRS é considerada um marco regulatório 
para o gerenciamento correto de resíduos sólidos no Brasil, por dar 
direcionamento a todos os materiais que podem ser reciclados e àqueles 
que não podem mais ser reaproveitados. Este gerenciamento incentiva o 
descarte correto de forma compartilhada. 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos integra poder público, 
iniciativa privada e sociedade civil e possui alguns objetivos que merecem 
ser destacados como:
 • Proteção da saúde pública e da qualidade ambiental.
 • Não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos 
resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente 
adequada dos rejeitos.
 • Estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo 
de bens e serviços.
 • Adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas 
como forma de minimizar impactos ambientais.
 • Redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos.
 • Incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso 
de matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e 
reciclados.
 • Gestão integrada de resíduos sólidos.
 • Capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos.
 • Integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas 
ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de 
vida dos produtos.
 • Incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e 
empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao 
reaproveitamento dos resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o 
aproveitamento energético.
Logística Reversa16
 • Estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.
Percebemos com o que foi exposto anteriormente, que a lei propõe o 
incentivo ao reaproveitamento e à reciclagem, tendo como consequência 
direta a redução dos resíduos gerados. Enquanto que os rejeitos precisam 
ser destinados a locais onde não causem danos ambientais e nem gerem 
risco à saúde humana. 
A PNRS mostrou uma responsabilidade que ninguém sabia de 
quem era, o descarte de um produto em um local inadequado. O dever 
compartilhado passou a dividir entre todos os participantes da cadeia 
(produtor, fornecedor e consumidor), a responsabilidade pelo ciclo de 
vida dos produtos. 
EXPLICANDO MELHOR:
Ciclo de vida de um produto – engloba o processo desde 
a extração da matéria-prima, produção, consumo, até o 
descarte final de um produto. Com isso, a responsabilidade 
recai sobre fabricantes, comerciantes, importadores, 
sociedade e responsáveis pelo manejo dos resíduos 
sólidos urbanos.
A PNRS em seu Art. 6º coloca os seguintes princípios: 
I - A prevenção e a precaução.
II - O poluidor-pagador e o protetor-recebedor.
III - A visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere 
as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde 
pública.
IV - O desenvolvimento sustentável.
V - A ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o 
fornecimento, a preços competitivos,de bens e serviços qualificados 
que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida e 
a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um 
Logística Reversa 17
nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada do 
planeta.
VI - A cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o 
setor empresarial e demais segmentos da sociedade.
VII - A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos 
produtos.
VIII - O reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável 
como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda 
e promotor de cidadania.
IX - O respeito às diversidades locais e regionais.
X - O direito da sociedade à informação e ao controle social.
XI - A razoabilidade e a proporcionalidade.
E a PNRS ainda institui a seguinte ordem de prioridade na 
gestão e no gerenciamento de resíduos sólidos: não geração, redução, 
reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição 
final ambientalmente adequada dos rejeitos. 
Figura 2 – Ordem de prioridade de geração de resíduos
Fonte: Elaborada pela autora.
Logística Reversa18
A PNRS criou metas importantes para a extinção dos lixões e 
propôs instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual, 
intermunicipal, microrregional, intermunicipal metropolitano e municipal, 
estabelecendo, também, que particulares se preocupem com seus 
planos de gerenciamento de resíduos sólidos. 
Porém, podemos perceber que nas grandes cidades que os lixões 
ainda existem e que nem todos possuem um plano de gerenciamento.
Podemos concluir que a PNRS vem como uma grande importância 
acima de todas, que é mostrar que somente com o comprometimento de 
todos será possível a implementação de tais ações e mudanças para um 
mundo melhor e sustentável.
NOTA:
Um projeto de lei está sendo analisado para uma 
prorrogação no prazo para substituir os lixões por aterros 
sanitários até 2024.
SAIBA MAIS:
Quer saber um pouco mais sobre a Lei no 12.305/10 
(PNRS)? Recomendamos a seguinte leitura: Fonte: https://
bit.ly/2RLUWRl
https://bit.ly/2RLUWRl
https://bit.ly/2RLUWRl
Logística Reversa 19
RESUMINDO:
E então? Gostou do que foi apresentado? Aprendeu tudo? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos 
resumir tudo o que vimos. A Política Nacional de Resíduos 
Sólidos (PNRS, Lei nº 12.305/10) é considerada um marco 
regulatório para o gerenciamento correto dos resíduos no 
país. Diante de um quadro de falta de controle e destinação 
inadequados dos resíduos sólidos, foi fundamental definir 
e implementar políticas públicas adequadas para garantir 
a destinação adequada dos resíduos sólidos. Porém, além 
do poder público, a lei passa a compartilhar a cadeia 
de resíduos sólidos com os fabricantes, os produtores 
e os consumidores. Os resíduos sólidos passam a ser 
considerados um bem econômico e de valor social, 
gerador de renda, trabalho e promotor de cidadania, devido 
ao seu reconhecimento como bem reutilizável e reciclável. 
Na gestão e no gerenciamento é importante observar 
a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, 
reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos. 
A lei passou a ter como objetivo o incentivo à indústria de 
reciclagem, ao desenvolvimento e ao aprimoramento de 
tecnologias limpas, ao estímulo do consumo sustentável 
e à integração dos catadores de materiais reutilizáveis e 
recicláveis.
Logística Reversa20
Logística Reversa
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funciona o processo de Logística Reversa. Vamos 
entender a importância da Política Nacional de Resíduos 
Sólidos para a sociedade, e como a reciclagem vem 
mudando a vida das pessoas. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá!
Política Nacional de Resíduos Sólidos 
(PNRS)
Vamos começar recordando a PNRS. A Lei nº 12.305/10 instituiu a 
PNRS, e nela estão dispostas regras de prevenção e redução na geração 
de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo mais 
sustentáveis, a partir de um conjunto de instrumentos que auxiliam na 
reutilização de resíduos, aumento da taxa de reciclagem e a destinação 
adequada dos rejeitos.
Precisamos deixar bem claro, que até 2010, a gestão dos produtos 
pós-consumo não contava com instrumentos legais no Brasil. Não 
havia nenhuma lei que uniformizasse ou até mesmo, disciplinasse os 
procedimentos a serem adotados. 
A PNRS passou a atribuir aos fabricantes, importadores, 
comerciantes, distribuidores, entre outros, a responsabilidade 
compartilhada pela geração de resíduos. E ainda, define responsabilidade 
compartilhada como sendo o “conjunto de atribuições individualizadas e 
encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, 
dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana 
e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos 
sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados 
Logística Reversa 21
à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos 
produtos, nos termos desta Lei” (BRASIL, 2010).
A PNRS passa a estruturar a LR por meio do retorno dos produtos 
após o consumo, de maneira independente do serviço público de limpeza 
e manejo de resíduos sólidos urbanos. 
O termo LR, na PNRS, é definido como um “instrumento de 
desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de 
ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição 
dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, 
em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final 
ambientalmente adequada” (PNRS, Lei nº 12.305/10). 
A lei ainda estabelece que a LR deve ser estendida aos produtos 
que são comercializados em todos os tipos de produtos e de embalagens, 
isto é, de vidro, plástico ou metal, levando em consideração a extensão 
e o grau de impacto ao meio ambiente e à saúde pública dos resíduos 
gerados.
Podemos sugerir, então, que com a legislação existente para a 
LR os setores produtivos passaram a rever os ciclos de vida dos seus 
produtos e a estruturar seu próprio Sistema de Logística Reversa. Com 
isso, diferentes elos da cadeia produtiva passaram a trabalhar de maneira 
cooperativa.
Sistema de Logística Reversa (SLR)
O desenvolvimento da PNRS e do seu instrumento LR veio da 
crescente preocupação com o meio ambiente e com a necessidade de 
reuso. Ao invés de um fluxo direto e único dos materiais, faz-se um fluxo 
circular, abrangendo o fluxo direto e o reverso. 
Logística Reversa22
Figura 3 – Representação da Logística Reversa
Fonte: @freepik
 As atividades realizadas pela LR variam de acordo com o tipo de 
material e, também, por qual motivo este material entrou no sistema, 
podendo ser divididas e dois grandes grupos: produtos e embalagens. 
Sendo assim, a LR abrange a responsabilidade em promover o retorno 
dos produtos e embalagens pós-consumo, de maneira a direcioná-las 
para diversos destinos diferentes.
Figura 4 – Processo de Logística Reversa
Fonte: Lacerda, 2003.
Logística Reversa 23
O fluxo da LR para as embalagens ocorre a partir da sua reutilização 
parou como no caso da Alemanha, por uma motivação legal. 
NOTA:
na Alemanha, a legislação não permite o descarte de 
embalagens no meio ambiente, por isso, seus produtores 
são obrigados a reinseri-las no sistema de produção após 
sua utilização pelo consumidor final.
Contudo, a reciclagem e o reparo dos produtos, dão origem ao 
fluxo da LR. 
Percebemos como o conceito de LR é amplo, pois cuida desde 
o planejamento e gerenciamento do produto fabricado e entregue ao 
consumidor, e seu caminho reverso, quando sai das mãos do consumidor 
e volta até à fábrica. No momento em que volta para o fabricante, o 
material pode ser reutilizado, reciclado, remanufaturado, coprocessado, 
entre outrosdestinos, porém de maneira isolada, não é possível garantir a 
eficiência do processo. 
Figura 5 – Algumas maneiras de utilizar o material que volta para a fábrica
Fonte: Lacerda, 2003.
Logística Reversa24
Motivações para Implantação da LR
As empresas adotam o SLR por motivos específicos, dentre 
eles, podemos citar as questões ambientais, a redução de custo e a 
concorrência (diferenciação do produto). A empresa que adota a LR acaba 
por agregar valor ao seu produto.
SAIBA MAIS:
O valor agregado ao produto pode ser de natureza 
econômica, ecológica, logística, de imagem, corporativa, 
legal, entre outras.
Percebemos até bem pouco tempo atrás como era crescente 
a descartabilidade dos produtos logo após o primeiro uso, sendo eles 
jogados em aterros sanitários, locais abandonados, ou até mesmo em rios 
e lagos, tornando tudo visível aos olhos da sociedade e contaminando o 
meio ambiente. A vigência da legislação vem tornando as empresas cada 
vez mais responsáveis pelo ciclo de vida dos seus produtos, e dando 
consciência de que o seu descarte está causando prejuízos ao meio 
ambiente. 
O fator econômico também está relacionado ao ambiental, 
pois ações de recuperação de produtos ou parte deles geram lucro, 
proporcionando redução de custos, economia de peças de reposição e o 
decréscimo no uso de materiais. 
Exemplo: Um equipamento pode voltar a uma empresa no 
final de sua vida útil, suas peças podem ser usadas tanto como peças 
sobressalentes ou podem ser vendidas em mercados secundários.
Outros exemplos: O reuso de pallets evita a derrubada de novas 
árvores, a devolução de embalagens aos fornecedores, evita que elas 
sejam descartadas no meio ambiente, entre outros.
Não podemos deixar de falar da vantagem competitiva em relação 
ao desenvolvimento de uma imagem de empresa verde por meio da 
Logística Reversa 25
criação de produtos e serviços que reduzam o impacto ambiental. Nesse 
sentido, alguns produtores mantêm a linha verde no seu processo, a fim 
de satisfazer a expectativa dos clientes, que esperam cada vez mais que 
as empresas reduzam o impacto ambiental de suas atividades e de seus 
produtos. Portanto, a imagem “verde” tornou-se um importante elemento 
de marketing.
A PNRS também surge com uma questão muito importante, a 
responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos passa a ser compartilhada, 
com direitos e deveres individualizados e encadeados entre todos os 
elos do sistema produtivo, dividindo ainda a responsabilidade com o 
consumidor e o poder público. Pois no Brasil, são de responsabilidade 
pública, os serviços de saneamento básico que incluem o manejo de 
resíduos sólidos urbanos e a limpeza urbana, além do abastecimento de 
água, da coleta e do tratamento de esgoto e da drenagem urbana. Deste 
modo, o poder público está estreitamente ligado com o desenvolvimento, 
a educação, a saúde, o meio ambiente, os recursos hídricos e a produção 
de bens e o consumo.
NOTA:
As embalagens em geral e os medicamentos que não 
têm utilidade, também são tratados pelo Governo Federal 
como prioritários para a implantação dos SLR por meio de 
acordos setoriais.
Atualmente, a logística das empresas vem sofrendo grandes 
mudanças, com o desenvolvimento de sistemas, os procedimentos e as 
soluções para lidar com a devolução de materiais e produtos. Fato este 
que requer algo grau de coordenação da gestão e ainda, uma cooperação 
entre empresas de tratamento e disposição final de resíduos. 
No Brasil, em resposta à PNRS, as empresas vêm aderindo de 
forma associativa, reunindo diferentes elos das cadeias produtivas, 
principalmente fabricantes e importadores, reunindo uma entidade 
gestora com o setor público, que atua como fiscalizador e regulamentador. 
Logística Reversa26
No aspecto social, precisamos falar que na maior parte das cidades 
brasileiras, as atividades de coleta de resíduos sólidos urbanos são 
realizadas de maneira totalmente desconectadas dos sistemas públicos. 
Geralmente, são realizadas por catadores de recicláveis ou sucateiros, que 
garimpam nas lixeiras das cidades latinhas de alumínio, papel, papelão, 
embalagens de garrafas PET e outros materiais que tenham valor para a 
venda. 
As operações de coleta feitas pelas grandes empresas acontecem 
diretamente na fonte dos geradores dos resíduos ou em pontos de 
concentração destes (podendo ser cooperativas ou depósitos) que são 
alimentados pelos catadores informais. 
É muito difícil para o poder público acompanhar a dimensão da 
atividade dos catadores, principalmente por não haver fiscalização 
e controle por parte das prefeituras. Porém, temos como um dos 
objetivos da PNRS, a integração dos catadores nas ações que envolvam 
a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. Sua 
participação é fundamental para a reciclagem de materiais de alto valor 
agregado, como latinhas de alumínio. 
IMPORTANTE:
Apenas uma pequena parte dos resíduos sólidos urbanos 
produzidos no país é seletivamente coletada; a maior parte 
da coleta é feita por catadores, autônomos ou associados 
em cooperativas, que retiram do lixo os materiais de mais 
alto valor, em condições de trabalho precárias e com baixa 
remuneração.
Logística Reversa 27
Sociedade Responsável e a Importância 
dos Canais de Comunicação
Fatores de extrema importância para que a LR funcione são a 
participação da população e a criação de canais de comunicação, de 
maneira que os SLR possam operar de forma eficiente durante todo o 
processo logístico. O consumidor precisa ser responsável por realizar a 
separação dos produtos pós-consumo e entregá-los para o sistema, pois 
só a adesão popular fará com que o sistema tenha quantidade suficiente 
de material para gerar economia de escala. 
Figura 6 – Separação correta dos resíduos
Fonte: @freepik
A participação do consumidor precisa ser estimulada, seja pela 
facilidade do descarte, seja pela confiança no endereçamento final do 
produto pós-consumo por parte das empresas. Além de se preocuparem 
com o tamanho dos resíduos descartados: equipamentos de tamanhos 
diferentes precisam de sistemas diferenciados de descarte. Grandes 
equipamentos, quando descartados, precisam ser retirados das casas 
dos consumidores e, pequenos equipamentos, precisam de postos de 
entrega voluntária localizados em pontos estratégicos da cidade. 
https://br.freepik.com/vetores-gratis/colecao-de-reciclagem-de-pessoas_7941703.htm
Logística Reversa28
Exemplo: Um consumidor só irá descartar sua geladeira usada 
quando a nova já estiver funcionando, e se tiver alguém que faça o 
transporte do equipamento usado.
A confiança na manutenção da privacidade também influencia no 
descarte de equipamentos como computadores, telefones e tablets, pois 
o consumidor precisa ter assegurado que o SLR utilizado pela empresa 
não fará uso dos dados gravados nestes equipamentos. Havendo dúvida, 
o usuário evitará o descarte.
A logística das empresas precisa entender que o SLR precisa da 
adesão popular e para isso, é necessário que desenvolvam canais de 
comunicação confiáveis e que estimulem a participação contínua. O 
consumidor precisa ter acesso às informações do SLR, assim como, 
a localização dos postos de coleta e o destino final dos produtos 
descartados. 
SAIBA MAIS:
Quer saber um pouco mais sobre a PNRS e os fundamentos 
da LR? Recomendamos a leitura do artigo a seguir. Fonte: 
https://bit.ly/360vsI3
https://bit.ly/360vsI3
Logística Reversa 29
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu tudo? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. Começamos vendo que a LR é um 
instrumento para aplicação da responsabilidade pelo 
ciclo de vida dos produtos, por isso, está intimamente 
relacionada com a Lei no 12.305/10 que instituiu a Política 
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Nessa lei estão 
dispostas regras de prevenção e reduçãona geração de 
resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de 
consumos mais sustentáveis. A PNRS estrutura a LR por 
meio do retorno dos produtos após o consumo, de maneira 
independente do serviço público de limpeza e manejo de 
resíduos sólidos urbanos e ainda estabelece que a LR deve 
ser estendida aos produtos que são comercializados em 
todos os tipos de produtos e de embalagens. As empresas 
adotam o SLR por questões ambientais, a redução de custo 
e a concorrência (diferenciação do produto). A empresa 
que adota a LR acaba por agregar valor ao seu produto. 
Fatores de extrema importância para que a LR funcione 
são a participação da população e a criação de canais de 
comunicação, de maneira que os SLR possam operar de 
forma eficiente durante todo o processo logístico.
Logística Reversa30
Questões Ambientais Ligadas às 
Operações Logísticas
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funciona a Logística Reversa do ponto de vista 
empresarial. Inserir a LR dentro de uma organização 
demanda muito estudo e análises de perdas e ganhos. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá. 
Logística
Vocês já se perguntaram o que vem a ser um processo logístico? 
É um processo sistêmico de otimização do fluxo de informações, 
materiais ou de recursos de uma organização, de modo a integrar duas 
ou mais atividades operacionais ou gerenciais desde o ponto de partida 
até o destino de tais informações, materiais ou recursos. O objetivo da 
logística é sempre se adequar às necessidades dos consumidores e dos 
fornecedores. 
Por meio do planejamento, da implementação e do controle, a 
logística torna mais eficiente o fluxo direto e o fluxo inverso dos bens de 
consumo e de informações.
Figura 7 – Processo de Logística
 
Fonte: @freepik
Logística Reversa 31
Atualmente, é comum dizer que a chave do sucesso empresarial 
pode estar na logística e na sua capacidade para diminuir custos e tempo 
de resposta nas solicitações dos clientes. Em um mundo comercial tão 
competitivo como o nosso, quem chegar primeiro ao cliente, oferecendo 
melhores condições e serviços, tem maiores probabilidades de ganhar da 
concorrência.
NOTA:
Dentre as atividades logísticas, podemos citar as principais 
como – transporte e gestão do transporte, gestão de 
matéria-prima e embalagem, manuseio de materiais, 
controle e gestão de estoques, e ainda, atendimento ao 
cliente, pesquisa, seleção e negociação com fornecedores 
e gestão dos sistemas de informação e comunicação.
No contexto “meio ambiente”, o aumento das preocupações 
ambientais, aliado à necessidade de implementar soluções mais exigentes 
tem sido um desafio e uma oportunidade para as empresas apresentarem 
soluções alternativas, usando menos quantidade de matéria-prima e 
causando menor dano ambiental possível.
Logística Reversa
A LR entra no mundo corporativo com o objetivo de agregar 
valor às operações de modo a ser um diferencial competitivo entre as 
concorrentes, de modo que se tenha melhor aproveitamento dos materiais 
que são descartados fazendo com que eles voltem à utilização.
A LR tem sua importância dimensionada pelos custos logísticos, 
comerciais e econômicos totais e pelas questões ambientais agregadas, 
fazendo com que as empresas invistam na diferenciação dos seus 
serviços. Valores ligados à responsabilidade socioambiental têm sido 
considerados diferenciais competitivos, fazendo com o departamento 
Logística Reversa32
logístico invista em projetos estratégicos alinhados à empresa, em busca 
de suprir esta necessidade.
Acredita-se ainda que a LR deixou de ser apenas um diferencial de 
mercado para se tornar uma necessidade nas empresas. Cada vez mais 
as empresas devem estar atentas para este novo fenômeno, e implantar 
em sua cadeia logística o processo reverso, não somente para satisfazer a 
questão ecológica, mas por sobrevivência. 
Nos últimos anos, as atividades de reciclagem e reaproveitamento 
de produtos e embalagens vêm aumentando expressivamente dentro 
das empresas. 
Exemplo: Fabricantes de bebidas têm que gerenciar o retorno das 
garrafas, siderúrgicas que utilizam como insumo de produção a sucata 
gerada por clientes, indústrias de latas de alumínio que fazem uso de 
matéria-prima reciclada.
Como já falamos anteriormente, algumas empresas passaram a ter 
que gerenciar o fluxo desde o ponto de origem até o de consumo, e o 
caminho reverso. Hoje, indústrias de eletrônicos, automóveis e de varejo 
lidam com o retorno de embalagens, de peças e com o reaproveitamento 
de materiais para produção. 
O planejamento reverso agrega valor econômico, ecológico, 
legal e de localização à LR e as respectivas informações, de maneira a 
operacionalizar o fluxo desde a coleta dos bens de pós-consumo ou de 
pós-venda. Isso se dá por meio dos processos logísticos de consolidação, 
separação e seleção, até a reintegração ao ciclo. 
Podemos, então, sugerir que as empresas precisam estar atentas 
a esse novo nicho, pois a responsabilidade ambiental está presente em 
todos os espaços do mercado. 
Lembrando que, sustentabilidade ambiental diz respeito à 
manutenção dos componentes e das funções dos ecossistemas de modo 
a assegurar que continuem viáveis, com capacidade de se autorreproduzir 
e se adaptar a alterações, para manter sua variedade biológica. 
Logística Reversa 33
Podemos dizer que o resultado da entrada da LR no mercado 
foi o começo do desenvolvimento do chamado “produto verde”, um 
novo conceito para os produtos que são mais duráveis, não tóxicos, 
biodegradáveis, recicláveis ou reutilizáveis, que não tenham excesso de 
embalagem ou que sejam elaborados a partir da reciclagem de materiais. 
Figura 8 – Selo de produto verde (ecologicamente correto)
Fonte: @freepik
Essa nova percepção tem levado os governos e as empresas a 
focarem suas pesquisas nestes aspectos, em que a inovação precisa 
estar intimamente relacionada com os sistemas naturais e com o 
desenvolvimento sustentável. 
Logística Reversa34
Dificuldades na Disseminação da Logística 
Reversa
Porém, a LR não é uma vertente do mercado, ela precisa estar 
inserida na natureza da empresa e não basta desenvolver uma equipe de 
logística e ter boas ideias para adotar a LR. Em meio a algumas dificuldades 
de adoção podemos citar pelo menos duas mais significativas: 
1. Impossibilidade de algumas organizações em atingir escala, 
isto é, alcançar um volume que torne economicamente viável a 
implementação do fluxo reverso.
2. Desconhecimento quanto à importância da adoção de práticas de 
Logística Reversa para a sustentabilidade ambiental do planeta tanto 
por parte de alguns gestores quanto de uma parcela da sociedade.
Figura 9 – Dúvidas relacionadas com a LR
Fonte: @freepik
 Assim, aos poucos, quando as empresas forem conseguindo 
resolver as questões citadas anteriormente, as boas práticas de LR vão 
ser cada vez mais disseminadas no Brasil, com a consequente redução de 
https://br.freepik.com/vetores-gratis/pessoas-triagem-de-lixo-para-reciclagem_3425205.htm
Logística Reversa 35
efeitos ambientais negativos e o alcance da sustentabilidade econômica 
das empresas. 
Para que este ideal seja alcançado, emerge a importância da 
atuação do governo, da sociedade e das organizações. 
Governo
O governo é quem possui a capacidade de subsidiar, estimular 
e implementar alguns tipos de programas de LR, assim como realizar 
campanhas de alcance nacional para evidenciar os benefícios ambientais, 
financeiros e sociais das práticas de LR.
O Estado passa a ter um papel de suma importância no que se refere 
à adoção de práticas sustentáveis, seja por meio da adoção de instrumentos 
econômicos ou por meio da regulação formal. O comando destinado ao 
Estado compreende o estabelecimento de regulamentações governamentais 
relacionadas ao uso dos recursos ambientais, entre elas o cumprimento da 
legislação e a aplicação de sanções aoseventuais infratores. 
NOTA:
A decisão de uma empresa em diminuir ou não a 
contaminação, infelizmente, ainda está diretamente 
relacionada à diferença entre os custos que poderão ser 
abatidos e a intensidade das sanções.
As interferências governamentais que incitam investimentos de 
controle ou de prevenção da contaminação serão bem-sucedidas na 
medida em que gerarem tanto benefícios ambientais, como privados, 
de modo a ampliar o bem-estar social e melhorar as condições de 
competitividade das organizações.
O Estado, com seu poder regulador, não tem que ser o único incentivo 
para as empresas melhorarem seu desempenho ambiental. A pressão por 
uma regulação formal e a consequente diminuição da contaminação ou 
do impacto ambiental gerado por diferentes fatores precisa ser motivada 
Logística Reversa36
pelas pressões da sociedade, dos grupos organizados ou das ONGs, do 
próprio mercado, dos consumidores e fornecedores, entre outros. 
Sociedade
Nos dias de hoje, a ampliação dos resultados das práticas 
sustentáveis, vem da conscientização e do interesse da sociedade em 
participar de programas de LR. 
Os consumidores têm condenado práticas e abolido a compra de 
produtos de empresas irresponsáveis ambientalmente, o que força o 
mercado a se adaptar ou perder consumidores. Por outro lado, alguns 
investidores buscam a aproximação com empresas adeptas aos princípios 
da responsabilidade socioambiental. 
Organizações
Para que os programas de LR sejam implantados e operacionalizados, 
é imprescindível que as empresas tenham responsabilidade ambiental e 
social. As organizações devem assumir a tarefa de concentrar esforços 
para a formação e estruturação das cadeias setoriais de LR.
A responsabilidade ambiental funciona como um fator de 
diferenciação competitiva, porque dá às organizações participantes 
o status de empresas cidadãs ou “verdes”. São empresas com maiores 
percepções e sensibilidades quanto à importância em conciliar suas 
atividades operacionais à sustentabilidade do meio ambiente de modo a 
incluir a gestão ambiental em suas estratégias empresariais.
Contudo, nas empresas, a LR precisa estar em equilíbrio entre o 
que é ambientalmente correto, o que tem menor custo e o que gera 
mais lucro. Para que esta conta seja economicamente viável, algumas 
condições precisam ser atendidas: 
 • Mercado para produtos reciclados – as partes quantitativas e 
qualitativas do mercado reverso precisam ser analisadas, e somente 
depois, a operacionalidade e o retorno financeiro do novo produto 
podem ser medidos. 
 • Qualidade dos materiais reciclados – a qualidade do produto advindo 
da LR está diretamente relacionada às matérias-primas originais, 
Logística Reversa 37
que dependem das condições, do tipo de coleta e da forma de 
reprocessamento do fluxo reverso.
 • Remuneração em todas as etapas reversas – o retorno financeiro 
obtido em cada fase reversa deverá satisfazer aos interesses 
econômicos dos inúmeros agentes envolvidos no processo.
 • Escala econômica de atividade – o retorno gerado deve estar em um 
nível suficiente e ser constante para garantir o alcance de uma escala 
econômica e empresarial. As cadeias reversas apresentam como 
dificuldades gerais a obtenção de regularidade de fornecimento e de 
quantidades satisfatórias.
SAIBA MAIS:
Para entender um pouco melhor das vantagens e 
desvantagens operacionais da LR recomendamos a leitura 
do artigo a seguir. Fonte:https://bit.ly/3cj2fJw
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu tudo? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. A logística é definida como um processo 
sistêmico de otimização do fluxo de informações, materiais 
ou de recursos de uma organização, integrando duas 
ou mais atividades operacionais ou gerenciais desde o 
ponto de partida até o destino destas informações, destes 
materiais ou destes recursos. Por meio do planejamento, da 
implementação e do controle, a logística torna mais eficiente 
o fluxo direto e o fluxo inverso dos bens de consumo 
e de informações. Com o aumento das preocupações 
ambientais, tem sido um desafio a busca por meios de usar 
menos quantidade de matéria-prima e causar menor dano 
ambiental possível. O planejamento reverso agrega valor 
econômico, ecológico, legal e de localização à LR, mas 
para que este ideal seja alcançado, emerge a importância 
da atuação do governo, da sociedade e das organizações.
https://bit.ly/3cj2fJw
Logística Reversa38
Canais de Distribuição Reversos
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funcionam os canais de distribuição diretos e 
reversos. Após entender a classificação da LR, você 
conseguirá distinguir reciclagem, reuso e remanufatura. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá!
Classificação da Logística Reversa
Todos os produtos que consumimos possuem um tempo de uso 
variável, que depende do seu ciclo de vida útil. Após seu vencimento, 
são descartados de formas diferentes, resultando em resíduos sólidos em 
geral. A maior parte destes resíduos é de embalagens ou de produtos que 
podem ter peças reaproveitadas ou produtos defeituosos e com pouco 
uso. 
Para melhor entendimento da Logística Reversa (LR), ela pode 
ser dividida e classificada em três tipos: LR de pós-venda, LR de pós-
consumo e LR de embalagem.
 • LR de pós-venda – é aquela que controla o fluxo logístico 
correspondente aos bens de pós-venda. Produtos sem uso ou com 
pouco uso quando são devolvidos, entram nesta categoria. Pode-se 
incluir: produtos com falhas no funcionamento, erros nos pedidos, 
liquidação de vendas, entre outros. São produtos que podem ter 
valor comercial agregado e podem ser enviados à reciclagem ou 
reaproveitados. 
 • LR de pós-consumo – é aquela que controla o fluxo físico correspondente 
aos bens de pós-consumo, ou seja, produtos que são descartados 
pelo consumidor. Ainda possuem vida útil e possibilidades de 
reutilização. Quando um produto é desmontado e seus componentes 
ainda podem ser aproveitados ou remanufaturados, são enquadrados 
Logística Reversa 39
nesta categoria. Por exemplo: resíduos industriais que voltam ao ciclo 
produtivo. No caso de não haver reaproveitamento, esses produtos 
serão destinados para lixões ou serão incinerados.
 • LR de embalagem: este tipo de logística pode estar incluído em pós-
venda e pós-consumo. Podemos notar que existe uma tendência 
mundial de reaproveitamento das embalagens retornáveis ou de 
múltiplas viagens devido à grande quantidade de resíduos gerados 
despejados no meio ambiente. 
Canais de Distribuição
Primeiramente precisamos definir o que vem a ser um Canal 
de distribuição, depois um Canal de distribuição direto, e só assim 
entenderemos qual é o caminho reverso. Bom, canais de distribuição, 
nada mais são, do que os caminhos que levam os produtos das empresas 
até seus respectivos consumidores. Os canais de distribuição podem ser 
exclusivos, seletivos ou intensivos.
Nos canais exclusivos, o próprio fabricante escolhe seus 
revendedores, e os autorizam de forma exclusiva, a distribuir seus 
produtos. Exemplo: concessionárias de veículos autorizadas, onde os 
intermediários levam os produtos a um ponto de venda ou rede de lojas 
exclusivo da marca.
Nos canais seletivos, o fabricante vende por meio de um grupo 
selecionado de intermediários, que possui boa reputação, localização, 
carteira de clientes, entre outras qualidades. Assim, o fabricante consegue 
boa cobertura do mercado, tem controle e menos custos. 
A cobertura intensiva possui a lógica de “quanto mais, melhor”. 
O fabricante vende por meio de tantos intermediários quanto forem 
possíveis. É muito usado para produtos de alto consumo e pouco valor 
agregado. Exemplo: produtos de higiene e alimentícios. 
Canais de Distribuição Reversos
A logística de retorno ou LR tem seu início no consumidor finale 
termina no fornecedor (local de origem da matéria-prima). Em um conceito 
Logística Reversa40
mais amplo a LR pode ser dividida em cinco canais de distribuição: 
disposição final, retornos comerciais, retornos de garantia, sucatas de 
produção e/ou rejeitados e embalagens.
Os canais de distribuição reversos apresentam objetivos e 
características distintas, que envolvem relações entre entidades 
diferentes, embora guardem forte interação e peculiaridade logísticas em 
alguns casos.
NOTA:
É importante lembrar que o fluxo de distribuição direto 
é caracterizado por meio de diversas possibilidades 
conhecidas como etapas de atacadistas ou distribuidores, 
chegando ao varejo e ao consumidor final.
Figura 10 – Canais de distribuição diretos e reversos
Fonte: Leite, 2003 (Adaptado).
A redução do ciclo de vida útil dos produtos está intimamente 
associada ao aumento do número de bens e serviços fornecidos à 
sociedade. O que, como consequência, amplia a quantidade de resíduos 
gerados e nos encaminha para o esgotamento da capacidade dos 
Logística Reversa 41
sistemas tradicionais de disposição de resíduos (aterros sanitários, lixões, 
entre outros). 
É imprescindível que sejam elaboradas estratégias para a 
destinação final dos bens pós-consumo com a finalidade de reduzir o 
impacto ambiental gerado por eles. Essa realidade, como já foi explicado 
anteriormente, vem despertando nas empresas a consciência quanto à 
importância de um planejamento estratégico que inclua programas e 
regras de gestão de resíduos sólidos para “melhorar” os canais reversos, 
de modo a diminuir os impactos negativos que os produtos e processos 
industriais causam ao meio ambiente.
Os canais de distribuição reversos assumem a forma de pós-venda 
ou pós-consumo. Por meio de atividades de reciclagem, desmanche ou 
reuso, podem dar origem a novos produtos que serão disponibilizados no 
mercado. Em geral, os canais reversos de pós-venda constituem-se dos 
mesmos agentes da cadeia direta.
Os bens industriais de pós-venda retornam à cadeia de suprimentos 
(ao estoque da fábrica) quando:
 • Terminam seu prazo de validade.
 • Existe estoque em excesso no canal de distribuição. 
 • Comprovados defeitos de fabricação.
 • Não atingem o nível de qualidade exigido.
 • Consignados são devolvidos.
 • Há avarias no transporte.
 • Entre outros.
Todos esses motivos mencionados destinam alguns bens ainda 
em bom estado ou sem uso, para mercados secundários por meio de 
reformas, desmanches, reciclagem, dispostos em aterros ou, ainda, 
incinerados.
Boa parte dos produtos vendidos por meio de canal de distribuição 
direto acaba retornando ao ciclo produtivo através de canais reversos. 
Logística Reversa42
Os bens de pós-venda, com pouco ou nenhum uso, fazem parte 
dos canais reversos de pós-venda. 
Os bens de pós-consumo, usados, porém descartados, voltam 
pelos canais reversos de pós-consumo.
Os canais de distribuição reversos pós-consumo compreendem as 
distintas formas de processamento e de comercialização dos produtos de 
pós-consumo e de seus materiais constituintes, que se inicia na coleta e 
termina na reintegração do bem ao ciclo produtivo como matéria-prima 
secundária.
Os canais reversos de pós-consumo são subdivididos em:
 • Canais reversos de reuso de bens duráveis e semiduráveis. 
 • De remanufatura de bens duráveis.
 • De reciclagem de produtos e materiais constituintes. 
Caso os bens pós-consumo não se encaixem nestas revalorizações 
acima, terão sua disposição final em aterros sanitários ou serão incinerados.
O reuso é considerado uma forma de reparo, reciclagem ou 
remanufatura que se caracteriza pela preservação da identidade principal 
do produto. Um exemplo de remanufatura é o que ocorre com motores 
de aeronaves e peças de máquinas, que por meio da desmontagem, 
montagem e do reparo de peças, produz-se um novo produto, só que 
remanufaturado. 
VOCÊ SABIA?
A aquisição dos bens de pós-consumo durável é 
realizada normalmente por comerciantes estabelecidos, 
empresários de remanufatura, especializados por tipo de 
produto, ou seja, automóveis, computadores, máquinas 
operatrizes etc., ou por intermediários negociadores de 
lotes que arrematam a totalidade dos bens em empresas 
para posterior negociação.
Logística Reversa 43
Já o desmanche, é o processo de desmontagem de um produto 
durável pós-consumo, e tem como objetivo a separação de componentes 
em condições de uso para reprocessamento e colocação no mercado de 
peças usadas. 
A reciclagem é o mais conhecido meio de se extrair componentes 
aproveitáveis de produtos descartados e transformá-los em matérias-
primas recicladas ou secundárias, que poderão ser usadas na fabricação 
de novos produtos. Não tem como obrigação a preservação da estrutura 
do produto de origem. 
Exemplo: Entre os materiais largamente reciclados estão as 
embalagens de alumínio, os vidros, os papéis e os pneus. A reciclagem 
é justificada quando a recuperação do produto é mais vantajosa 
economicamente do que a disposição final.
Hoje em dia, o mercado secundário de bens usados ou 
remanufaturados representam uma quantia importante no valor total 
da economia reversa, embora, os valores estimados sejam pouco 
documentados. 
Com o objetivo de amenizar o impacto ambiental negativo 
causado pelo esgotamento de recursos naturais, pela contaminação 
do meio ambiente e pela poluição, as legislações ambientais buscam 
responsabilizar as empresas ou as cadeias industriais pelo equacionamento 
dos fluxos reversos dos produtos de pós-consumo, contribuindo para a 
adoção da LR. 
Percebemos o aumento das exigências das legislações ambientais, 
no sentido de responsabilizar cada vez mais as empresas pelo ciclo 
de vida de seus produtos. Com isso, em um breve período de tempo, 
as empresas se tornarão totalmente responsáveis pelo destino de seus 
produtos desde a produção até a entrega aos seus clientes, incluindo 
a preocupação com o impacto que esses produtos causam ao meio 
ambiente. 
Sociedade e empresas precisam ter em mente que há a necessidade 
da integração da LR com a cadeia de suprimentos. O fluxo reverso de 
produtos deve ser considerado pela coordenação logística das empresas 
Logística Reversa44
como uma forma de gerar economia, mostrando que a implantação deste 
sistema irá refletir em vantagens competitivas para as empresas, com 
menores custos e melhoria de serviço ao consumidor.
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar no assunto de Canais de Distribuição? 
Recomendamos a leitura do artigo a seguir. Fonte: https://
bit.ly/3kH9Ynx
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu tudo? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. Vamos começar com a definição de 
canal de distribuição direto, que são os caminhos que 
levam os produtos das empresas até seus respectivos 
consumidores. Os canais de distribuição diretos podem 
ser exclusivos, seletivos ou intensivos e vão depender 
de cada empresa. A redução do ciclo de vida útil dos 
produtos está associada ao aumento do número de bens 
e serviços fornecidos à sociedade. Sabendo que todos os 
produtos que consumimos possuem um tempo de uso 
variável e que muitas vezes esses produtos descartados 
podem ser reutilizados de diferentes maneiras, a LR é 
um interessante caminho para diminuir a quantidade de 
resíduos produzidos. A LR tem seu início no consumidor 
final e termina no fornecedor, e os seus canais reversos de 
pós-consumo podem ser divididos em de reuso de bens 
duráveis e semiduráveis, de remanufatura de bens duráveis 
e de reciclagem de produtos e materiais constituintes, e 
caso não encaixem em nenhum desses, serão depositados 
em aterros sanitários ou serão incinerados.
https://bit.ly/3kH9Ynx
https://bit.ly/3kH9Ynx
Logística Reversa 45
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional 
de ResíduosSólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; 
e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm. Acesso em: 27 ago. 2020.
 LACERDA, L. Logística reversa: uma visão sobre os conceitos básicos 
e as práticas operacionais. Rio de Janeiro: CEL - Centro de Estudos em 
Logística–COPPEAD, UFRJ, 2003.
LEITE, P. R. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2003.
MATTOS, W. C. ; SANTOS, S. S. A Logística reversa como ferramenta 
competitiva e de sustentabilidade ambiental. Revista Ensaios & Diálogos. 
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SEBRAE. Como fazer seu produto chegar na quantidade, horário e local 
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https://docplayer.com.br/19982555-Logistica-reversa-uma-abordagem-
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https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-definir-os-canais-de-distribuicao-do-seu-produto,bfbe7e0805b1a410VgnVCM1000003b74010aRCRD
https://docplayer.com.br/19982555-Logistica-reversa-uma-abordagem-acerca-das-vantagens-e-desvantagens-de-sua-implantacao-e-utilizacao-como-diferencial-competitivo-no-mercado.html
https://docplayer.com.br/19982555-Logistica-reversa-uma-abordagem-acerca-das-vantagens-e-desvantagens-de-sua-implantacao-e-utilizacao-como-diferencial-competitivo-no-mercado.html
https://docplayer.com.br/19982555-Logistica-reversa-uma-abordagem-acerca-das-vantagens-e-desvantagens-de-sua-implantacao-e-utilizacao-como-diferencial-competitivo-no-mercado.html
Carolina Galvão Sarzedas
Livro Didático Digital
Unidade 2
Livro Didático Digital
Carolina Galvão Sarzedas
Logística Reversa
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autora
CAROLINA GALVÃO SARZEDAS
A AUTORA
Carolina Galvão Sarzedas
Olá. Meu nome é Profª Drª Carolina Galvão Sarzedas. Sou formada 
em Ciências Biológicas, com mestrado e doutorado em Ciências e com 
experiência técnico-profissional na área de meio ambiente há mais 
de 18 anos. Minha formação acadêmica começou na UFRJ, onde me 
apaixonei pela Ciência e pela Educação. Tenho experiência tanto na área 
de orientação acadêmica quanto na produção de material didático para 
grandes empresas de Educação. Pelos motivos citados, fui convidada 
pela Editora Telesapiens a integrar o seu time de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Responsabilidade Social .......................................................................... 12
Definição ................................................................................................................................................ 12
Origem ..................................................................................................................................................... 13
Princípios da RS ................................................................................................................................ 14
Tipos de RS ........................................................................................................................................ 15
Responsabilidade Social Individual (RSI) .................................................... 15
Responsabilidade Socioambiental ................................................................ 15
Responsabilidade Social Corporativa (RSC) ............................................ 16
Responsabilidade Social Empresarial (RSE) ............................................ 16
Responsabilidade Social na prática ................................................................................. 17
Ferramentas de Avaliação de Desenvolvimento Sustentável .20
Definição de Desenvolvimento Sustentável ............................................................... 20
Sistemas Indicadores de Sustentabilidade .................................................................. 21
Dashborad of Sustentability (Painel de Sustentabilidade) .............22
Ecological Footprint Method (Pegada Ecológica) ................................23
System of Assessment Method-SAM (Barômetro da 
Sustentabilidade) ..........................................................................................................25
Adaptação do Método de Análise de Processo (MAP) ....................28
Certificações Ambientais ......................................................................... 31
Selos ambientais ............................................................................................................................ 31
International Organization of Standardization ou Organização 
Internacional para Padronização (ISO) .........................................................32
Rótulo Ecológico ..........................................................................................................33
Programa Carbon Free ou Carbono Livre ..................................................34
Conselho Brasileiro de Manejo Florestal ....................................................34
Selo Verde do CNDA ................................................................................................ 36
ECOCERT........................................................................................................................... 38
IBD .......................................................................................................................................... 39
Selo Orgânico ................................................................................................................ 40
Selo PROCEL ................................................................................................................... 41
Selo EURECICLO de Logística Reversa .......................................................41
Logística Reversa como Estratégia Competitiva ..........................44
Responsabilidade Social e Logística Reversa nas Empresas .......................44
Área Financeira ............................................................................................................ 46
Área de Vendas e Marketing ..............................................................................47
Área de Operações .................................................................................................. 48
Área de Desenvolvimento ................................................................................... 48
Área de Recursos Humanos .............................................................................. 48
Vantagens Competitivas Alcançadas com o uso da LR .................................... 49
O Futuro da LR no Brasil ........................................................................................................... 50
Logística Reversa 9
LIVRO DIDÁTICO DIGITAL
UNIDADE
02
Logística Reversa10
INTRODUÇÃO
Você sabia que a Logística Reversa tem desempenhado um 
importante papel na indústria do consumo? Porém, grande parte da 
conscientização da sociedade e das empresas resulta do desenvolvimento 
da responsabilidade social, um processo que vem gerando resultados 
positivos e aumentando a parcela da população e das empresas 
interessadas em pensar no próximo e no desenvolvimento sustentável. 
Mas, como sabermos se estamos no caminho certo para garantir a 
manutenção dos recursos naturais para o suprimento das gerações 
futuras? Devido à dificuldade de se medir o desenvolvimento sustentável, 
ao longo dos anos, ferramentas de avaliação vêm sendo aprimoradas. 
Uma boa maneira de avaliar a preocupação com a sobrevivência do 
planeta é o interesse cada vez maior das empresas em conseguir 
certificações ambientais, de modo a provar aos consumidores suas ações 
ambientais além do lucro. Entendeu? Ao longo desta Unidade letiva você 
vai mergulhar neste universo! 
Logística Reversa 11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso propósito é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o 
término desta etapa de estudos:
1. Definir responsabilidade social e seu papel nas instituições.
2. Apresentar algumas ferramentas de avaliação de desenvolvimento 
sustentável.
3. Descrever as certificações ambientais mais significativas.
4. Mostrar o uso da Logística Reversa como estratégia competitiva.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! 
Logística Reversa12
Responsabilidade Social
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funciona a responsabilidade social. Isto será 
fundamental para que você entenda seu papel dentro das 
empresas e porque tem sido um importante diferencial 
de mercado. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá!
Definição
Vamos iniciar entendendo o que é Responsabilidade Social 
(RS) e porque seu papel tem sido tão importante dentro das empresas 
atualmente. 
Podemos conceituar RS como quando uma empresa assume, 
voluntariamente, seu papel na contribuição para um meio ambiente mais 
limpo e uma sociedade mais justa. RS pode ser compreendida em dois 
níveis: 
 • Interno – está relacionado com todas as partes afetadas dentro da 
empresa, em especial, os funcionários.
 • Externo – está relacionado com as consequências das ações da 
empresa sobre a sociedade e o meio ambiente. 
Para uma empresa, ser socialmente responsável significa assumir 
que tudo que se faz pela organização atinge funcionários, consumidores, 
sociedade e meio ambiente, com geração de impactos internos e 
externos, diretos e indiretos. Por isso, a política da empresa e os seus 
objetivos devem ser elaborados de acordo com estes impactos gerados. 
O objetivo da RS vai além da geração de lucro e de benefícios 
para as pessoas internamente envolvidas, e deve ser expandido para o 
Logística Reversa 13
meio em que a empresa está inserida, de maneira a envolver medidas de 
melhoria de condições para a sociedade.
Então, percebemos que RS não tem a ver com leis e normas, e sim 
com padrões éticos de conduta que se preocupam efetivamente com 
questões sociais e ambientais. 
Figura 1 – Responsabilidade social e desenvolvimento sustentável
Fonte: @freepik
Origem
As primeiras manifestações acerca da RS surgiram em 1906, 
porém, foram consideradas de cunho socialista e não tiveram muito 
apoio. Somente a partir das décadas de 1950 e 1960, que EUA e Europa, 
respectivamente, iniciaram seu interesse pelo tema, criando associações 
de profissionais e abrindo um novo campo de estudo. 
A expansão da RS se deu a partir da mudança industrial e da 
globalização. Porque a partir daí, investidores, sociedade e empresas 
começaram a condenar os danos ambientais causados pelas atividades 
https://br.freepik.com/fotos-gratis/homem-mao-segurando-pequeno-globo_3143170.htm
Logística Reversa14
econômicas e a cobrar dos governantes e dos empresários medidas de 
controle e vigilância apropriadas.
Princípios da RS
Um dos enfoques da RS é a visão socioeconômica, que defende a 
responsabilidade das empresas na promoção do bem-estar social, sem 
ignorar a geração de empregos e a obtenção de lucros. 
Entre os seus princípios podemos citar:
 • Foco nos lucros de longo prazo.
 • Melhor imagem da empresa perante a sociedade.
 • Menor controle governamental para o negócio.
 • Promoção de melhor ambiente de trabalho para todos.
 • Incorporação de maiores obrigações sociais.
O que vem incorporado nestes princípios é a preocupação com 
o bem-estar tanto de funcionários, de colaboradores, quanto de outras 
empresas que contratam seus serviços ou compram seus produtos. 
Porém, é importante ressaltar que o valor incorporado tem que ser 
voluntário e genuíno, com o único interesse de causar impacto positivo 
na sociedade como um todo e lembrando sempre que uma empresa é 
uma comunidade constituída por pessoas, aquelas que trabalham, que 
fornecem outros insumos e as que consomem. 
Logística Reversa 15
Tipos de RS 
Responsabilidade Social Individual (RSI)
É definida como a responsabilidade que todos, enquanto indivíduos, 
devem assumir, agindo de forma a preservar o bem-estar da comunidade 
na qual estão inseridos. Pode ser expressa na forma de interesse com 
os acontecimentos da sociedade e a busca por tentar solucionar alguns 
problemas locais. 
A RSI não se caracteriza apenas pela execução de trabalhos 
voluntários e doações às causas sociais, ser cordial com os vizinhos, fazer 
o descarte correto do seu lixo, de forma a agir e pensar no seu bem-estar 
e do outro, também é ter responsabilidade social.
 Exemplos: não consumir mais sacolas plásticas, deixar o carro 
na garagem alguns dias na semana, pesquisar melhor os candidatos 
das próximas eleições ou doar um pouco do seu tempo para atividades 
voluntárias.
Responsabilidade Socioambiental 
Está relacionada com práticas de preservação ambiental. Portanto, 
uma empresa responsável socioambientalmente precisa ter como um 
dos seus objetivos principais, a criação de políticas voltadas para o meio 
ambiente. 
Exemplo: uso de papel reciclado nas empresas, plantio de mudas 
e árvores.
Empresas de grande porte utilizam com mais frequência o conceito 
de Responsabilidade Social Corporativa, pois engloba ações voltadas 
para as questões internas e o meio ambiente.
Logística Reversa16
Responsabilidade Social Corporativa (RSC) 
É o conjunto de ações internas realizadas pelas empresas com o 
objetivo de beneficiar a educação, a economia, a saúde, a moradia e o 
transporte dos seus funcionários. 
A RSC precisa ser executada como parte da filosofia da empresa, 
e deve guiar o princípio das suas operações, partindo do pressuposto de 
que a empresa é responsável pelas consequências sociais de suas ações. 
É uma RS que preza pelaqualidade de vida dos funcionários e 
oferece um ambiente onde todos possam se desenvolver de maneira 
igual.
Exemplo: garantia dos direitos trabalhistas, manutenção do 
bem-estar no ambiente de trabalho, oportunidade de crescimento e 
aprimoramento profissional e programas de treinamento.
Alguns benefícios para a empresa são vistos por meio dos 
resultados de programas sociais criados, pois proporcionam uma melhora 
da qualidade de vida dos funcionários e da sociedade, porém RSC não 
pode ser confundida com Responsabilidade Social Empresarial.
Responsabilidade Social Empresarial (RSE) 
A RSE visa tanto o ambiente interno da empresa quanto se preocupa 
com os impactos negativos gerados por ela na comunidade. Possui forte 
ligação com gestão transparente, que valoriza a ética na relação com os 
funcionários e demais colaboradores. E ainda tenta minimizar os impactos 
ambientais negativos gerados pelas suas atividades. 
Exemplo: uma empresa com gestão transparente e ética, preocupada 
com a conservação da natureza, a diminuição das desigualdades sociais e 
o desenvolvimento sustentável.
A sociedade vem se interessando cada vez mais por consumir 
serviços e produtos de empresas que se preocupam com o bem-estar 
de seus funcionários e com o meio ambiente. Estas ações mostram que 
a empresa está comprometida em causar impactos positivos dentro e 
Logística Reversa 17
fora da empresa, que refletem segurança e confiança para consumidores, 
fornecedores e sociedade em geral. 
Então, podemos constatar que é bem vantajoso ser uma empresa 
socialmente responsável. Há um aumento do reconhecimento e da 
reputação, pois as chances de atrair os melhores talentos do mercado 
tende a crescer, tornando a empresa cada vez mais competitiva e mais 
lucrativa.
Responsabilidade Social na prática 
Vimos até o momento as definições dos diferentes tipos de 
responsabilidade social, porém, na prática, como ser uma empresa 
socialmente responsável? 
Os consumidores querem ver atitudes responsáveis, como:
1. Uso de estratégias para redução do impacto ambiental: este tipo de 
estudo tem sido muito utilizado pelas empresas.
Exemplo: a Amanco (empresa que fabrica tubos e conexões) trocou 
o solvente à base de tolueno para usar outras matérias-primas menos 
poluentes.
2. Promover a educação do seu público-alvo: promover educação 
financeira para a população. 
Exemplo: o Banco Bradesco tem um projeto de educação financeira 
para pessoas carentes e ainda atua em parceria com a Fundação Amazônia 
Sustentável em ações socioambientais.
3. Desenvolver líderes ambientais: treinar seus próprios funcionários 
e colaboradores a se engajarem na mudança de atitude quanto às 
alterações climáticas no mundo. 
Exemplo: o banco HSBC criou em 2007, em parceria com a WWF-
Brasil, um programa chamado Climate Partnership focado em quatro 
pontos estratégicos: pesquisa de biodiversidade em florestas tropicais, 
defesa dos recursos hídricos, mitigação dos impactos causados pelo CO2 
Logística Reversa18
nas grandes metrópoles e engajamento das pessoas para a mudança de 
atitude dos indivíduos em todo o mundo.
SAIBA MAIS:
HSBC, WWF-Brasil, água e mudanças climáticas: novos 
desafios, novas propostas. Quer saber mais sobre este 
tema? Recomendamos a leitura do artigo a seguir: Fonte: 
https://bit.ly/3clktu7
4. Uso de produtos naturais: quanto menos processos e produtos 
químicos usados por nós, melhor será a nossa saúde e o meio ambiente. 
A Natura, por exemplo, está sempre investindo na capacitação de 
seus funcionários e na extração de produtos de forma cada vez mais 
natural e com o mínimo de dano ao meio ambiente possível.
Exemplo: a extração de Murumuru (óleo extraído de uma planta 
nativa da Amazônia) era feita por famílias da região a partir de queimadas 
de áreas da floresta. A Natura passou a orientar essas famílias a não 
extrair óleo desta maneira, buscando a extração da matéria-prima sem 
necessidade de queimada. Esta ação preservou mais de três mil palmeiras 
de onde o produto é extraído. 
5. Voluntariado: incentivar funcionários a fazer visitas a crianças e idosos 
em casas de acolhimento, pois o desenvolvimento deste tipo de 
consciência nos funcionários promove bem-estar destes indivíduos 
que, muitas vezes, necessitam de assistência. 
6. Promover doações para instituições sociais: ajudar financeiramente 
alguma instituição pode desenvolver projetos de educação, saúde e 
bem-estar para comunidades carentes. Se a empresa não sabe como 
escolher uma instituição de confiança e credibilidade, pode procurar 
ONGs já engajadas na comunidade. Antes de doar, marque uma visita 
presencial ao local, pesquise seu histórico e suas ações na internet, 
de maneira a garantir a credibilidade da instituição e o destino das 
doações. 
https://bit.ly/3clktu7
Logística Reversa 19
Como dito anteriormente, a Responsabilidade Social deve fazer 
parte da filosofia das empresas e das pessoas, e não deve ser vista como 
uma ação obrigatória que gera mais lucros e isenção de impostos. É 
necessário que os atos sejam verdadeiros, com a vontade real de ajudar a 
sociedade e o meio ambiente. 
SAIBA MAIS:
Para saber um pouco mais sobre Responsabilidade Social. 
Quer saber mais sobre esse tema? Recomendamos a 
leitura do artigo a seguir. Você é socialmente responsável? 
Saiba o que é responsabilidade social. Fonte: https://bit.
ly/32Q9K7v
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu tudo? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos 
resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que 
Responsabilidade Social pode ser definida como o papel 
que uma empresa assume na contribuição para um meio 
ambiente mais limpo e uma sociedade mais justa. Pode 
ser dividida em dois níveis: Interno (afeta principalmente os 
funcionários de uma empresa) e Externo (relacionado com 
a sociedade e o meio ambiente). Uma empresa socialmente 
responsável é aquela que assume as consequências de 
suas ações e dos impactos gerados interna e externamente. 
O objetivo tem que ser pautado em melhorias para a 
sociedade. Tipos de responsabilidade social: individual, 
socioambiental, corporativo e empresarial. Na prática, RS 
significa: usar estratégias para reduzir o impacto ambiental, 
promover educação, desenvolver líderes ambientais, usar 
produtos naturais, fazer trabalho voluntário, promover 
doações, entre outros.
https://bit.ly/32Q9K7v
https://bit.ly/32Q9K7v
Logística Reversa20
Ferramentas de Avaliação de 
Desenvolvimento Sustentável
INTRODUÇÃO:
para o início do desenvolvimento de uma nova competência. 
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funcionam algumas ferramentas de avaliação de 
desenvolvimento sustentável. Você irá perceber que não há 
unanimidade entre especialistas sobre o melhor método, 
porém cada um, com sua particularidade, consegue 
analisar o nível de DS de uma empresa ou população. E 
então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá!
Definição de Desenvolvimento Sustentável
Primeiramente precisamos entender que desenvolvimento 
sustentável não é uma meta, mas sim um processo social que tem efeitos 
ambientais. A definição mais aceita e difundida é a de um sistema capaz 
de suprir as necessidades da geração atual, porém sem comprometer o 
suprimento de recursos naturais das gerações futuras.
Um sistema para ser sustentável precisa considerar o equilíbrio 
entre as esferas econômica, social, ambiental e institucional. Nada mais é 
do que um desenvolvimento econômico, que planeja e reconhece que os 
recursos naturais são finitos. 
Porém, não podemos confundir desenvolvimento com crescimento 
econômico, pois este último depende do consumo crescente de energia 
Logística Reversa 21
e de recursos naturais, se tornando insustentável em longo prazo devido 
ao esgotamento dos recursos naturais. 
O desenvolvimento sustentável tem como fundamento a reduçãodo uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reciclagem e da 
reutilização, sugerindo qualidade no lugar de quantidade. 
Alguns sistemas e algumas ferramentas têm sido desenvolvidos com 
o intuito de avaliar o grau de sustentabilidade do desenvolvimento, porém 
algumas características teóricas e práticas ainda são desconhecidas.
Sistemas Indicadores de Sustentabilidade
Um dos grandes desafios da construção de um sistema de 
desenvolvimento sustentável é conseguir criar sistemas capazes de 
medi-lo. A partir da estruturação de um método, é possível avaliar o 
desempenho e viabilizar uma gestão mais atualizada e responsável dos 
processos de serviços.
A ideia de medir um desempenho sustentável se baseia na coleta 
de dados mensuráveis e rastreáveis das empresas que possam refletir 
seus principais aspectos. O maior desafio é compilar estes dados e 
transformá-los em informações acuradas, relevantes, robustas e viáveis 
em termos de custos. 
Nas últimas décadas foram desenvolvidas uma variedade de 
métodos e iniciativas, que podemos citar: medidas de princípios de 
sustentabilidade, contabilidade sustentável, relatório de sustentabilidade, 
entre outras. Porém, alguns pontos precisam ser destacados em relação 
aos métodos mencionados: 
 • A falta de métodos para identificar aspectos relacionados aos 
processos de produção.
 • A falta de um método que analise de forma integrada os diferentes 
indicadores de desempenho para medir a sustentabilidade de 
maneira agregada. 
Logística Reversa22
IMPORTANTE:
A maior parte dos especialistas da área de meio ambiente 
afirma que, uma ferramenta de avaliação pode ajudar a 
transformar a preocupação com sustentabilidade em uma 
solução pública consistente.
 A seguir, vamos dar exemplos de algumas ferramentas e sua 
utilização: 
Dashborad of Sustentability (Painel de 
Sustentabilidade)
Segundo especialistas, o Painel é uma ferramenta que pode ser 
utilizada para medir o grau de sustentabilidade do desenvolvimento 
de um local, a partir da análise de uma região específica levando em 
consideração sua realidade ambiental e socioeconômica.
Sua apresentação visual são três conjuntos de indicadores de 
desenvolvimento sustentável mostrando as dimensões primárias da 
sustentabilidade, levando em consideração a combinação das tendências 
econômicas, ambientais e sociais, fornecendo informações quantitativas 
e qualitativas sobre o processo em direção à sustentabilidade.
Grande parte dos indicadores trata de maneira separada as 
dimensões ambiental, social e econômica, enquanto que o Painel de 
Sustentabilidade trata da interação entre eles, trazendo termos mais 
próximos da realidade como resultado. 
Para os especialistas do International Institute for Sustainable 
Development que desenvolveram o sistema, os indicadores são 
apresentações de medidas que compilam as características de um 
sistema ou que destacam seus pontos fracos e fortes. A simplificação de 
fenômenos complexos em várias esferas como social, médica, econômica 
e de organizações, oferece objetivos compatíveis com o desenvolvimento 
Logística Reversa 23
local. Estes indicadores facilitam as medidas e as transformam em dados 
numéricos indicativos de sustentabilidade. 
O Dashboard of Sustainability é um índice agregado de vários 
indicadores dentro de cada uma de suas dimensões (sócio, econômica, 
ambiental e institucional). Esta característica de agregação é necessária 
para que o sistema tenha credibilidade junto aos principais atores 
envolvidos no processo de tomada de decisão, desde a opinião pública 
até os especialistas da área. A partir do cálculo destes índices, deve-
se obter o resultado de cada mostrador das dimensões. Uma função 
adicional calcula a média destes mostradores para que se possa chegar 
a um índice de sustentabilidade global (SDI). Se o objetivo for avaliar o 
processo decisório, calcula-se um índice de performance política (PPI).
Ecological Footprint Method (Pegada Ecológica)
A Pegada Ecológica é um processo de avaliação que reforça a 
visão de dependência entre a sociedade humana e o ecossistema. É 
uma técnica tanto analítica quanto educacional, que analisa não só a 
sustentabilidade das atividades humanas como também contribui para a 
conscientização da sociedade a respeito dos problemas ambientais.
Figura 2 – Pegada Ecológica
Fonte: @freepik
https://br.freepik.com/fotos-gratis/vista-superior-de-livro-flores-e-oculos_4881638.htm
Logística Reversa24
Segundo seus desenvolvedores, a Pegada Ecológica é 
uma ferramenta que transforma o consumo de matéria-prima e o 
aproveitamento de dejetos de uma população, ou de um sistema 
econômico, em área correspondente de terra ou água produtiva, tendo 
como resultado a medida de uma área de ecossistema necessária para a 
sobrevivência de um sistema ou população.
NOTA:
a Pegada Ecológica representa a apropriação de uma 
determinada população sobre a capacidade de carga do 
sistema total.
O método não define a quantidade de pessoas que uma 
determinada área suporta, mas faz o inverso, calcula a área necessária 
para que a referida população ou um sistema econômico sobreviva sem 
prazo definido, com essa área fornecendo energia e recursos naturais 
e tendo a capacidade de absorver os resíduos ou dejetos do sistema. 
No entanto, precisamos nos ater a um detalhe: a espécie humana tem 
a capacidade de aumentar sua ocupação, uma vez que utiliza métodos 
tecnológicos, elimina espécies concorrentes, importa os recursos que 
faltam, entre outros. 
Segundo especialistas da ferramenta, se nosso objetivo for 
realmente viver de maneira sustentável, precisamos assegurar que os 
produtos e processos da natureza sejam usados de modo que tenham 
tempo de se regenerar, porém, estes mesmos profissionais admitem que 
a abrangência do método é limitada, uma vez que se faz uso de somente 
uma parcela da realidade. 
Logística Reversa 25
Figura 3 – Viver de maneira sustentável
Fonte: @freepik
System of Assessment Method-SAM (Barômetro da 
Sustentabilidade)
O SAM é um método que avalia as condições humanas e ambientais 
e o seu progresso em direção ao desenvolvimento sustentável, uma vez 
que é uma combinação do bem-estar humano com o ecossistema.
Seu uso é destinado a agências do governo, ONGs, e pessoas em 
geral envolvidas em questões relativas ao desenvolvimento sustentável. 
O uso desta ferramenta se inicia com a definição do sistema e da 
meta, e então, é feita a escolha de indicadores por meio de um método 
hierarquizado para chegar aos indicadores mensuráveis e seus critérios 
de performance.
https://br.freepik.com/vetores-gratis/pessoas-com-conceito-de-sustentabilidade-ambiental_3425178.htm
Logística Reversa26
EXPLICANDO MELHOR:
A informação, então, é organizada nos subsistemas: 
humano e ecossistema, podendo ser ambientais, sociais, 
econômicos e institucionais. 
Primeiro é decidido quais serão os objetivos para os subsistemas 
e para os elementos, assim como, os critérios de desempenho para os 
indicadores, depois elementos-chave de cada dimensão são identificados. 
Parece vago, mas é uma metodologia flexível por não possuir um 
número fixo de indicadores na sua composição. A escolha é feita por 
analistas de acordo com a possibilidade de construção de escalas de 
desempenho, da área de estudo e da disponibilidade de informações.
Sua aplicação é ampla, podendo variar desde uma escala local até 
uma escala global, de maneira a permitir comparar diferentes locais. 
IMPORTANTE:
Indicadores podem ser; número de carros por habitantes, 
produção de pescado, consumo industrial de substâncias 
destruidoras da camada de ozônio, porcentagem de áreas 
protegidas, porcentagem do lixo urbano coletado e muitos 
outros.
Por se tratar de uma combinação de indicadores, o Barômetro 
mostra seus resultados mediante índices representados em um gráfico. 
Quanto maior o número de indicadores, maior será o número de sinais 
observados.A escala de desempenho para cada indicador é dividida em cinco 
intervalos que representam condições que variam de sustentável a 
insustentável. 
O Barômetro de Sustentabilidade corresponde a uma escala de 
cinco faixas que marca a medida do indicador. A hierarquia do sistema 
Logística Reversa 27
assegura que um grupo de indicadores confiáveis retrate de forma 
adequada o estado do meio ambiente e da sociedade. 
NOTA:
Um indicador isolado não fornece um retrato da situação 
como um todo, e é preciso uma combinação de indicadores 
para se obter uma visão geral do estado, da sociedade e do 
meio ambiente.
Figura 4 – Exemplo de gráfico do Barômetro da Sustentabilidade
Fonte: Kronemberger, 2013.
É uma maneira lógica de transformar conceitos gerais de bem-
estar, progresso e desenvolvimento sustentável, em um grupo concreto 
de condições humanas e ecológicas. 
Logística Reversa28
Adaptação do Método de Análise de Processo 
(MAP)
O MAP foi desenvolvido para produzir um conjunto de indicadores 
de sustentabilidade que sejam objetivos, compreensivos e relevantes 
para o alvo da operação do negócio (uma empresa, um empreendimento 
ou uma atividade), além de possuir uma metodologia baseada na análise 
de processos que compreende a operação de negócios a ser avaliada 
expondo relações de “causa e efeito”.
Como assim?
Primeiro, o método começa com uma grande e profunda revisão 
da operação do negócio, em que se identificam prioridades como 
desenvolvimento econômico, proteção e melhoria do meio ambiente, 
desenvolvimento social, bem-estar humano, entre outros. No próximo 
passo se define a fronteira do sistema, regido por escalas temporais 
(período sobre o qual os impactos das operações de negócios são 
considerados) e espaciais (tamanho físico do sistema). 
A empresa gera efeitos em domínios de sustentabilidade que 
podem ser identificados como social, ambiental e econômico e podem 
ser vistos como uma reserva de valor (capital). 
Uma avaliação dos efeitos das atividades de negócio em cada tipo 
de capital será o segundo elemento do Quadro de Sustentabilidade. 
NOTA:
Efeitos são “questões” significativas para o processo de 
negócio.
 Os problemas que serão descritos pelos indicadores precisam, de 
fato, cobrir a extensão e a natureza do impacto que será gerado. 
O elemento final no Quadro de Sustentabilidade será a escolha das 
métricas (medem a magnitude do impacto causado) que darão um valor 
para cada indicador. 
Logística Reversa 29
Figura 5 – Esquema do MAP
Fonte: Chee Tahir et Darton, 2010.
O que percebemos por meio deste método é que ele é simples e 
bem estruturado, podendo ser adaptado para diversas atividades, como 
um bom avaliador de desempenho em sustentabilidade, permitindo a 
produção de relatórios mais precisos e periódicos. 
Muitos outros métodos e muitas outras ferramentas de avaliação 
podem ser usados para calcular o desenvolvimento sustentável, porém 
os citados aqui possuem grande abrangência e possibilidades de 
adaptações para diversos sistemas de negócios.
Logística Reversa30
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos a 
leitura do artigo que mostra, na prática, como usar 
avaliadores de sustentabilidade: Análise dos indicadores 
de sustentabilidade do brasil segundo o painel de 
sustentabilidade do IISD e IBGE. Fonte: https://bit.
ly/32TbTQ9
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu tudo? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. Primeiro, precisamos entender que 
desenvolvimento sustentável não pode ser considerado 
uma meta, mas sim um processo social que tem efeitos 
ambientais, e para sua avaliação e análise, alguns sistemas 
e algumas ferramentas têm sido desenvolvidos ao longo do 
tempo com o intuito de avaliar o grau de sustentabilidade do 
desenvolvimento. Algumas ferramentas e seu uso: 1) Painel 
de Sustentabilidade: é uma ferramenta utilizada para medir 
o grau de sustentabilidade do desenvolvimento de um local 
a partir da análise de uma região específica, levando em 
consideração sua realidade ambiental e socioeconômica. 
2) Pegada Ecológica: é uma técnica tanto analítica quanto 
educacional, que analisa não só a sustentabilidade das 
atividades humanas, como também contribui para a 
conscientização da sociedade a respeito dos problemas 
ambientais. 3) Barômetro da Sustentabilidade (SAM): é um 
método que avalia as condições humanas e ambientais e o 
seu progresso em direção ao desenvolvimento sustentável, 
uma vez que é uma combinação do bem-estar humano 
com o ecossistema. 4) MAP: possui metodologia baseada 
na análise de processos que compreende a operação de 
negócios a ser avaliada expondo relações de “causa e 
efeito”.
https://bit.ly/32TbTQ9
https://bit.ly/32TbTQ9
Logística Reversa 31
Certificações Ambientais
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de identificar 
os principais certificados ambientais. Estes selos garantem 
que determinado produto está de acordo com as normas 
ambientais. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá!
Selos ambientais 
Os selos ambientais são uma garantia de que certo produto está 
em conformidade com o meio ambiente e foi produzido de maneira 
sustentável. Estes selos, de certa forma, garantem aos consumidores 
que o referido produto ou serviço possua maior responsabilidade 
socioambiental e minimize os impactos ambientais. 
Figura 6 – Ferramenta visual
Fonte: @freepik
Logística Reversa32
A presença do selo serve como ferramenta visual de comunicação 
entre consumidores, vendedores e produtores, pois passa importantes 
informações sobre critérios de produção e aumenta a confiança de quem 
se preocupa com a sustentabilidade.
Há inúmeros selos e certificações no mercado, e cada um deles diz 
respeito a um público diferente. A seguir vamos conhecer alguns: 
International Organization of Standardization ou 
Organização Internacional para Padronização 
(ISO) 
A ISO é uma entidade cujo objetivo é aprovar normas internacionais 
em todos os campos técnicos, como: classificação de países, normas 
de procedimentos e processos, e normas técnicas. No Brasil, a ISO é 
representada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
A ISO 14.000 é a “família” de certificações ambientais mais difundidas 
e conhecidas, pois abordam vários aspectos de gestão ambiental. 
Exemplo: ISO 14001:2004 fornece requisitos para um Sistema de 
Gestão Ambiental (SGA) e ISO 14004:2004 fornece orientações gerais para 
um SGA.
As demais normas e orientações da família 14000 direcionam 
aspectos como: avaliação de desempenho, rotulagem, análise de ciclo 
de vida, de comunicação e de auditoria. 
A ISO 14001:2004 pode ser implementada por uma grande variedade 
de organizações independente do seu nível de maturidade de gestão 
ambiental, pois a referida norma não estabelece níveis de desempenho 
ambiental que já são implementados por outra ISO.
Logística Reversa 33
Figura 7 – Símbolo da Organização Internacional para Padronização (ISO)
Fonte: @pixabay
Rótulo Ecológico
Restabelecido pela ABNT, o programa Selo Verde é uma certificação 
colocada no produto que atesta quais os produtos e serviços são mais 
“amigos” do meio ambiente.
É uma metodologia voluntária de rotulagem e certificação de 
desempenho cujo objetivo é dar informações sobre quais produtos são 
menos agressivos ao meio ambiente. 
As empresas interessadas devem solicitar o selo por meio do 
preenchimento de um formulário próprio e encaminhá-lo por e-mail.
Figura 8 – Selo Rótulo Ecológico ABNT
Fonte: https://bit.ly/3iVhr1S
https://pixabay.com/pt/vectors/iso-padr%C3%A3o-s%C3%ADmbolo-global-154533/
https://bit.ly/3iVhr1S
Logística Reversa34
Programa Carbon Free ou Carbono Livre
É um selo que serve para empresas que contabilizam e compensam 
suas emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) por meio da Iniciativa 
Verde. 
A ONG responsávelcalcula qual é o seu potencial de emissão de 
carbono e indica uma maneira compensatória de neutralizar a emissão. 
Exemplo: uma maneira compensatória é o plantio de árvores nativas da 
Mata Atlântica em Áreas de Preservação Permanente (APP).
Figura 9 – Selo da ONG Carbon Free
Fonte: https://bit.ly/3iVhr1S
SAIBA MAIS:
Iniciativa Verde. Quer saber mais sobre este tema? 
Recomendamos a consulta ao site a seguir. Fonte: http://
www.iniciativaverde.org.br. Acesso em: 27 ago. 2020.
Conselho Brasileiro de Manejo Florestal
O selo desta certificação com certeza já foi visto por você em 
pacotes de papéis para impressão.
Esta certificação também é voluntária e seu processo começa com 
uma organização independente (certificadora) realizando uma vistoria em 
https://bit.ly/3iVhr1S
http://www.iniciativaverde.org.br
http://www.iniciativaverde.org.br
Logística Reversa 35
um empreendimento florestal, de maneira a atestar o cumprimento das 
questões ambientais, econômicas e sociais pertencentes aos Princípios 
e Critérios do Conselho de Manejo Florestal (FSC). Depois, podemos 
resumir o processo em macroetapas: 
Contato inicial: a operação florestal entra em contato com a 
certificadora.
Avaliação – Análise geral do manejo, da documentação e da 
avaliação de campo com o objetivo de preparar a operação para receber 
a certificação. Nessa fase são realizadas as consultas públicas quando os 
grupos de interesse podem se manifestar.
Adequação – Após a etapa de avaliação, a operação florestal deve 
adequar as não conformidades (se houver).
Certificação da operação – A operação florestal recebe a certificação. 
Nessa etapa, a certificadora elabora e disponibiliza um resumo público.
Monitoramento anual – Após a certificação, a certificadora realiza 
pelo menos um monitoramento da operação ao ano. 
IMPORTANTE:
O FSC Brasileiro não emite certificado, quem faz é 
responsável por essa função são as certificadoras, que 
avaliam as operações de manejo florestal para conceder 
ou não o direito de usar o selo FSC nos produtos. Também 
cabe a elas a auditoria nas operações certificadas e a 
precificação e cobrança por seu serviço.
Figura 10 – Selo do Conselho Brasileiro de Manejo Florestal
Fonte: https://bit.ly/3iVhr1S
https://bit.ly/3iVhr1S
Logística Reversa36
O uso do selo do Conselho Brasileiro de Manejo Florestal requer a 
obediência de 10 critérios e princípios:
1. Obediência às Leis e aos Princípios do FSC
2. Responsabilidades e direitos de posse e uso da terra.
3. Direitos dos povos indígenas.
4. Relações comunitárias e direitos dos trabalhadores.
5. Benefícios da floresta.
6. Impacto ambiental.
7. Plano de Manejo.
8. Monitoramento e avaliação.
9. Manutenção de florestas de alto valor de conservação.
10. Plantações.
Selo Verde do CNDA
O Conselho Nacional de Defesa Ambiental (CNDA) oferece uma 
“ecoetiqueta” que atesta a qualidade ecológica e socioambiental do 
produto ou serviço que tenha o apoio da sociedade civil. 
Para obter o selo, as empresas precisam comprovar periodicamente 
por meio de laudos técnicos, que o ciclo de vida de seus produtos é 
sustentável e estes também são “amigáveis” para todos os seres vivos do 
planeta. 
Os produtos oferecidos pelas empresas que desejam o selo 
não podem prejudicar a vida e nem utilizar recursos naturais de forma 
desenfreada, obedecendo às exigências e normas internacionais de 
proteção ambiental.
As ecoetiquetas do CNDA são instrumentos importantes do mercado 
verde e servem para premiar esforços de ajustamento de conduta e 
participações em campanhas de apoio a movimentos socioambientais.
Algumas variações do selo verde são: Selo de empresa amiga 
Logística Reversa 37
do meio ambiente ou Selo amigo do paciente, porém estes possuem 
requisitos mais brandos do que os necessários para a outorga do selo 
verde, uma vez que é apenas a vontade do ajustamento de conduta ou a 
influência benéfica sobre terceiros. 
 Os selos CNDA são conhecidos como: Green label, Green Seal, 
entre outros nomes. 
Figura 11 – Selo verde do CNDA
Fonte: https://bit.ly/3iVhr1S
https://bit.ly/3iVhr1S
Logística Reversa38
ECOCERT
É uma cerificação para produtos orgânicos.
A ECOCERT possui reputação internacional e possui a confiança 
da indústria e dos consumidores de produtos orgânicos, além de possuir 
muitas acreditações e por isso ser aceita na maior parte dos mercados.
Parte da confiança vem do apoio que a ECOCERT dá aos seus 
clientes quanto às regras da agricultura orgânica. 
NOTA:
A União Europeia a ECOCERT apoia a obtenção da 
permissão de importação pelos importadores.
Para se obter a certificação, a ECOCERT dispõe de procedimentos 
claros e de fácil compreensão, que são executados por inspetores e 
administradores qualificados. 
Os orçamentos para a certificação são avaliados pelo tempo gasto 
com o projeto e com os custos, como análises de laboratório. A ECOCERT 
não cobra porcentagem em cima dos produtos comercializados e nem 
pelo uso do logotipo. 
A ECOCERT emite algumas certificações diferentes como: 
 • Certificação de produtos orgânicos.
 • Ecoprodutos.
 • Cosméticos orgânicos e naturais.
 • Comércio Justo (ESR Brasil).
 • Selos Vegetarianos (SVB).
 • Bem-estar animal (Humane Certified Brasil).
 • Certificação sócio ambiental.
 • Atestado de insumo.
Logística Reversa 39
Figura 12 – Selo ECOCERT
Fonte: https://bit.ly/3iVhr1S
IBD
Também é um selo para produtos orgânicos que atua no Brasil e na 
América do Sul. 
Está fundamentada em princípios humanistas, de maneira a 
incentivar o comprometimento social dos projetos certificados e a 
legislação ambiental, para promover a recuperação e a conservação do 
meio ambiente. 
O IBD possui quatro acreditações internacionais: 
 • IFOAM: Federação Internacional de Movimentos de Agricultura 
Orgânica, acreditação da maior rigidez para certificadoras de produtos 
orgânicos.
 • DAR: Deutsche Akkreditierungsrat, órgão com alta competência de 
credenciamento de certificadoras da Alemanha, que garante aos 
produtos certificados IBD acesso a todos os países da Comunidade 
Europeia. O DAR verifica se o IBD aplica as Normas ISO 65 para 
certificadoras no âmbito do regulamento orgânico CE 834/2007. 
 • USDA: United States Department of Agriculture, que garante aos 
produtos certificados IBD acesso ao mercado norte-americano.
https://bit.ly/3iVhr1S
Logística Reversa40
 • Demeter International: garante a certificação de produtos biodinâmicos 
com a marca DEMETER. 
Para conseguir a certificação IBD é necessário: 
 • Desintoxicar o solo.
 • Não utilizar adubos químicos e agrotóxicos.
 • Atender às normas ambientais do Código Florestal Brasileiro.
 • Recompor matas ciliares, preservar espécies nativas e mananciais.
 • Respeitar as normas sociais baseadas nos acordos internacionais do 
trabalho.
 • Respeitar o bem-estar animal. 
 • Desenvolver projetos sociais e de preservação ambiental.
Figura 13 – Selo de certificações IBD
Fonte: https://bit.ly/300SniO
Selo Orgânico
O selo da IBD é específico para a agricultura, e, para obtê-lo, o 
agricultor precisa seguir uma série de pré-requisitos na sua forma de 
produção, garantindo que o produto não possua nenhuma intervenção 
química, como o uso de agrotóxicos e fertilizantes artificiais.
Figura 14 – Selo IBD para agricultura
Fonte: https://bit.ly/300SniO
https://bit.ly/300SniO
https://bit.ly/300SniO
Logística Reversa 41
Selo PROCEL
Diferente dos outros apresentados até agora, o selo PROCEL 
promove o uso racional de energia elétrica e eficiente dos recursos 
naturais nas edificações para a redução dos impactos negativos ao meio 
ambiente e redução do desperdício.
IMPORTANTE:
estima-se um potencial de redução do consumo de 
energia elétrica em 50% para novas edificações, e de 30% 
para aquelas que promoverem reformas que contemplem 
os conceitos de eficiência energética em edificações.
Figura 15 – Selo PROCEL de eficiência energética
Fonte: https://bit.ly/3iVhr1SSelo EURECICLO de Logística Reversa
Além de ser uma exigência da legislação, as certificações 
relacionadas com a Logística Reversa funcionam como um instrumento 
ambiental. 
O objetivo do Selo EURECICLO é a promoção de reciclagem com 
responsabilidade social, pois mediante compensação ambiental, conecta 
marcas de bens de consumo com recicladores. 
Como funciona: 
 • Realiza-se a ponte entre as cooperativas de reciclagem e as empresas, 
o que permite a venda de créditos de reciclagem.
 • Créditos de reciclagem comprovam que a empresa está pagando pela 
reciclagem da mesma quantidade de resíduos colocada no mercado.
 • A comprovação é realizada pela apresentação de Notas Fiscais que 
são verificadas na Receita Federal.
https://bit.ly/3iVhr1S
Logística Reversa42
 • A confiabilidade do sistema é dada pela plataforma tecnológica de 
rastreio das Notas Fiscais, pelos relatórios de compensação ambiental 
gerados e pela proteção jurídica em relação à PNRS.
 • Assim, as empresas recebem o selo, que é inserido em suas 
embalagens para informar ao consumidor o engajamento com a 
reciclagem e o certificado que comprova sua adequação à PNRS. 
Dessa forma, busca-se alcançar a missão de levar a sustentabilidade 
financeira e o desenvolvimento para o setor de reciclagem do Brasil.
Figura 16 – Selo EURECICLO
Fonte: https://bit.ly/3iVonw3
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso 
ao site a seguir. Fonte: https://bit.ly/3iVonw3
https://bit.ly/3iVonw3
https://bit.ly/3iVonw3
Logística Reversa 43
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu tudo? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. Vimos que os selos ambientais são uma 
garantia de que certo produto está em conformidade com 
o meio ambiente e foi produzido de maneira sustentável, o 
que garante aos consumidores que o referido produto ou 
serviço possui maior responsabilidade socioambiental e 
que busca minimizar os impactos ambientais. Há inúmeros 
selos e certificações no mercado como: Organização 
Internacional de Padronização (ISO), Rótulo Ecológico, 
Programa Carbono Livre, Conselho Brasileiro de Manejo 
Florestal (FSC), Selo verde do Conselho Nacional de Defesa 
Ambiental (CNDA), ECOCERT, IBD, Selo ORGÂNICO, Selo 
PROCEL e EURECICLO. Todos eles possuem a missão 
de informar ao consumidor o compromisso da empresa 
ou do produtor com a responsabilidade social e o 
desenvolvimento sustentável.
Logística Reversa44
Logística Reversa como Estratégia 
Competitiva 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
que a Logística Reversa pode ser uma grande 
aliada à competitividade entre as empresas. Ser 
socioambientalmente responsável, além de melhorar a 
sociedade como um todo, atrai consumidores interessados 
em produtos ou serviços de empresas preocupadas com o 
meio ambiente. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá!
Responsabilidade Social e Logística 
Reversa nas Empresas 
Geralmente, é descrita como a integração voluntária de preocupações 
ambientais e sociais em suas operações. Este comportamento tem 
importante conotação se levarmos em conta o ambiente altamente 
competitivo das empresas, que precisam satisfazer interesses diferentes 
advindos de funcionários, consumidores, fornecedores, Governo, entre 
outros. 
No panorama atual vemos um aumento da competição entre 
as empresas. E o que fazer para ser mais competitivo e sair na frente? 
Podemos citar os seguintes fatores responsáveis por diferenciar uma 
empresa: 
 • A aplicação da LR proporciona benefícios ambientais que contribuem 
para o ganho de competitividade das empresas, passando a imagem 
de serem socialmente responsáveis.
 • A rentabilidade da empresa é refletida na redução de custos e na 
política liberal de retorno.
Logística Reversa 45
 • A utilização da LR oferece uma diferenciação estratégica na imagem 
corporativa e mostra um posicionamento como empresa cidadã e 
aumenta o valor da sua marca e dos seus produtos no mercado. 
O diferencial competitivo vai acontecer com a inclusão de variáveis 
ambientais, associadas a econômicas e sociais. O desenvolvimento da 
responsabilidade social nas empresas vem colaborando para que elas 
alcancem um desempenho sustentável, e tornando este, um importante 
avaliador da proatividade. 
Figura 17 – Área de atuação da LR
Fonte: @pixabay
Dentro da logística empresarial, a LR é responsável por planejar, 
operar e controlar os fluxos reversos de matérias-primas, produtos 
acabados e estoque, de modo a gerar valor ou destinar corretamente seus 
resíduos. O objetivo neste caso é satisfazer os interesses estratégicos da 
empresa e atender todos os agentes envolvidos no processo de LR.
A seguir vamos resumir os principais indicadores de sucesso 
encontrados nos programas de LR das empresas:
https://pixabay.com/pt/illustrations/mundo-pacotes-transporte-importa%C3%A7%C3%A3o-4292933/
Logística Reversa46
Área Financeira 
 • Indicadores econômico-financeiros (liquidez, atividade, lucratividade 
e endividamento):
A LR pode ser uma atividade atrativa para muitas empresas, não 
só pelo valor ambiental, mas também pelo retorno de algum recurso 
financeiro a partir dos produtos e resíduos que voltam para a empresa. 
 • Acionista:
As vantagens concretas para os acionistas vêm da confiabilidade 
de instituições financeiras em conceder empréstimos para empresas 
que geram valor social e ambiental. Práticas de responsabilidade social 
elevam o valor da empresa no mercado, tornando-as mais atrativas. 
O valor do acionista ainda pode ser analisado pelo resultado 
agregado de uma série de fatores, entre eles: 
Eficiência operacional.
Eficiência financeira.
Crescimento rentável.
Racionalização do capital.
 • Acesso ao capital: 
O uso da LR como meio de melhorar a imagem de uma empresa é 
uma prática comum e gera aumento do valor da marca e de sua reputação, 
colocando-a no mercado das empresas socialmente responsáveis. 
Instituições financeiras, no momento de conceder empréstimos ou 
realizar investimentos, fazem uso de listas de verificação de caráter social 
e ambiental.
IMPORTANTE:
A Bovespa criou um Índice de Sustentabilidade Empresarial 
(ISE) que integra as dimensões econômica, social e ambiental 
e que pode ser utilizado para avaliar investimentos.
Logística Reversa 47
Com isso, as empresas conscientizam-se que investir em RS traz 
impactos econômicos que podem ser traduzidos em efeitos:
Diretos: relacionados com aspectos internos como proteção ao 
meio ambiente, aumento de produtividade, aproveitamento adequado de 
recursos naturais, melhor organização do trabalho, entre outros.
Indiretos: aumento de investimentos e possibilidades de 
financiamento e grande atenção dos consumidores na marca, aumentando 
a possibilidade de mercado.
Área de Vendas e Marketing 
 • Atração de retenção de clientes:
Também chamado de Fidelização de Clientes, é um indicador fácil 
de ser medido mediante pesquisas de satisfação e estatísticas. Realizar 
atividades de qualidade no sentido ambiental e social é uma vantagem 
competitiva que resulta em estabelecimento de relações mais fortes e 
duradouras com os clientes.
A LR se destaca como atividade competitiva, pois agrega valor ao 
produto e fornece ao consumidor informações que vão além da compra, 
como o destino dos resíduos gerados.
 • Valor da marca e reputação: 
Este indicador está diretamente relacionado com a valorização da 
imagem e da reputação da empresa.
Atualmente há muita semelhança entre os produtos vendidos no 
mercado, o que gera no marketing a responsabilidade de estabelecer 
uma posição única para seus produtos, seja em ações diretas vinculadas 
aos produtos ou indireta por meio de associações positivas vinculadas a 
eles, aonde o aspecto ambiental vem sendo muito valorizado na hora do 
consumidor concretizar sua compra. 
LogísticaReversa48
Área de Operações 
 • Eficiência operacional:
Podemos definir eficiência operacional como sendo a capacidade 
de produzir resultados (produtividade) com o mínimo de esforço e recurso 
(custos). 
O uso da LR gera ganhos na competitividade e na economia, a partir 
do uso de componentes e materiais reciclados.
 • Licença para operar: 
Refere-se ao nível de aceitação da companhia pelas partes 
interessadas como governos, políticos, comunidade local, público em 
geral (pode incluir a licença obrigatória por legislação).
Área de Desenvolvimento 
 • Inovação: 
O investimento em inovação é muito importante para a estruturação 
dos canais reversos, trazendo a possibilidade de aproveitar melhor os 
recursos a serem reciclados. 
IMPORTANTE:
A tecnologia é um fator necessário para garantir as 
condições essenciais no estabelecimento dos fluxos 
reversos de pós-consumo.
Área de Recursos Humanos 
 • Capital intelectual e humano:
Talvez o capital humano seja o fator mais importante para a 
sobrevivência e a renovação da empresa em todos os níveis de atividade. 
O investimento em capital humano inclui:
 • Participação nos lucros e no capital da empresa.
Logística Reversa 49
 • Possibilidade de crescimento profissional.
 • Oferecimento de cursos e capacitações.
 • Respeito à empregabilidade.
 • Entre outros.
NOTA:
Na Europa, o investimento no capital intelectual e humano 
rende benefícios econômicos e sociais.
Vantagens Competitivas Alcançadas com o 
uso da LR
Diferenciação da Imagem Corporativa:
A empresa se posiciona como empresa cidadã, de forma a agregar 
valor à sua marca e a seus produtos. 
Razões Competitivas:
Uso de estratégias que diminuam as barreiras no momento da troca 
dos produtos e no retorno dos resíduos, desenvolvendo um atendimento 
diferenciado e fidelizando seus clientes. 
Restrições Ambientais:
Avanço das legislações ambientais no sentido de responsabilizar as 
empresas por todo o ciclo de vida dos seus produtos de forma a colaborar 
com o desenvolvimento sustentável.
Redução de Custos:
As empresas têm obtido ganhos consideráveis com a produção 
de matérias-primas a partir de produtos reciclados e com o retorno de 
embalagens retornáveis, o que melhora os processos da LR e reduz 
custos.
Logística Reversa50
A Logística Reversa deve ser concebida como uma ferramenta de 
uma proposta de produção e consumo sustentáveis. Em muitas empresas, 
o uso da LR se transformou em um meio de recuperar produtos que antes 
seriam jogados na natureza, agregando um valor próprio a eles ou criando 
um novo produto.
E, ainda, muitas empresas têm feito a recuperação de produtos 
pós-consumo distribuindo pontos de coleta pelas cidades e cooperando 
com organizações que geram emprego e renda com a venda de sucata 
e material reciclado. Esta ação tem finalidade financeira, econômica e 
também reduz o impacto ambiental. 
NOTA:
No mundo atual, praticar a responsabilidade social é 
tão importante na diferenciação de uma marca quanto 
a qualidade do produto ou serviço oferecido. Marcas 
socialmente responsáveis e que aplicam a LR criam 
uma imagem positiva para os indicadores de sucesso 
empresarial. 
O Futuro da LR no Brasil
Assim como na Europa, as empresas brasileiras vêm se engajando 
cada vez mais na luta contra a geração de resíduos, estimulando a 
adoção de práticas mais conscientes, desde o momento da criação de 
embalagens menos poluidoras até ações desenvolvidas pelo setor de 
marketing com objetivo de conscientizar o público-alvo. 
Com o aumento do compromisso das empresas na LR de 
embalagens em geral, se tornou importante a apresentação de 
certificados com base em notas fiscais para comprovar que a empresa 
realmente reciclou os materiais que compõem seus produtos. 
Podemos tomar como exemplo o Selo EURECICLO, que adequa 
as empresas dentro da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e 
certifica todo o processo descrito acima, funcionando como um facilitador. 
Logística Reversa 51
O selo foi idealizado para solucionar problemas com a destinação final 
de embalagens geradas pelas empresas e a com a marginalização dos 
catadores de material reciclado. 
Segundo informações do Blog EURECICLO: 
A plataforma rastreia a reciclagem da cadeia pós-consumo. 
Esse serviço é vendido para as empresas em forma de 
um certificado de logística reversa, comprovando que 
elas atingiram a meta de 22% das embalagens recicladas. 
(EURECICLO, on-line)
O selo foi criado para informar aos consumidores que as empresas 
das quais eles consomes estão regularizadas, gerando movimento e 
conscientização sobre a questão ambiental. 
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre o selo EURECICLO. Quer saber mais 
sobre este tema? Recomendamos consultar o site seguir. 
Fonte: https://bit.ly/3iVonw3
https://bit.ly/3iVonw3
Logística Reversa52
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu tudo? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos sobre responsabilidade social e Logística 
Reversa, usadas para aumentar a competitividade entre 
as empresas. Podemos definir as duas como sendo a 
integração voluntária de preocupações ambientais e 
sociais em suas operações. Fatores responsáveis por 
diferenciar uma empresa: 1) A aplicação da LR proporciona 
benefícios ambientais que contribuem para o ganho 
de competitividade das empresas. 2) A rentabilidade da 
empresa é refletida na redução de custos e na política liberal 
de retorno. 3) A utilização da LR oferece uma diferenciação 
estratégica na imagem corporativa, mostrando que um 
posicionamento como empresa cidadã e aumenta o valor 
da sua marca e dos seus produtos no mercado. Dentro 
da logística empresarial, a LR é responsável por planejar, 
operar e controlar os fluxos reversos de matérias-primas, 
produtos acabados e estoque, de modo a gerar valor ou 
destinar corretamente seus resíduos. Principais indicadores 
de sucesso em empresas que adotaram a LR: indicadores 
econômico-financeiros tradicionais, aumento de valor do 
acionista, acesso ao capital, atenção e retenção do cliente, 
aumento do valor da marca e da reputação, eficiência 
operacional, licença para operar, inovação e capital humano 
e intelectual.
Logística Reversa 53
REFERÊNCIAS
CAIADO, R. G. G.; QUELHASA, O. L. G.; LIMA, G. B. A. Avaliação de 
desempenho em sustentabilidade organizacional: proposta de adaptação 
do método de análise de processo. Sistema & Gestão, 10, 270-285, 2015.
CAMPOS, C. A.; RIBEIRO, F. L. Aplicação da ferramenta dashboard of 
sustainability no processo de avaliação do desenvolvimento sustentável 
na agricultura familiar. XLV Congresso da Sociedade Brasileira de 
Economia, Agricultura e Sociologia Rural. 2007. Disponível em: https://pdfs.
semanticscholar.org/fb78/2abd1171a7e55f64c41661da860ffdc30dd2.pdf . 
Acesso em: 28 ago. 2020.
CUNHA, F. H.; OLIVEIRA, S. M.; VIO, R. C. A importância da logística 
reversa na construção da responsabilidade social agregadora de 
vantagens competitivas. Disponível em: http://www.aems.edu.br/
conexao/edicaoanterior/Sumario/2014/downloads/2014/A%20
import%C3%A2ncia%20da%20log%C3%ADstica%20reversa.pdf. Acesso 
em: 28 ago. 2020.
HERNÁNDEZ, C. T. et al. A logística reversa e a responsabilidade social 
corporativa: um estudo de caso num consócio de gestão de resíduos 
industriais. Disponível em: https://www.aedb.br/seget/arquivos/
artigos07/1354_SEGET%20evento.pdf. Acesso em: 28 ago.2020.
KRONEMBERGER, D. M. P.; JUNIOR, J. C. Aplicação do barômetro da 
sustentabilidade na análise comparativa do desenvolvimento brasileiro 
Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/
liv94508_cap5.pdf. Acesso em: 7 set. 2020.
LEITE, P. R. Logística reversa: sustentabilidade e competitividade. 3. ed. 
São Paulo: Editora Saraiva, 2006.
SERPA, D. A. F.; FOURNEU, L. F. Responsabilidade social corporativa: uma 
investigação sobre a percepção do consumidor. RAC, 11(3), 83-103,2007.
MARQUES, M.; TEIXEIRA, C. A responsabilidade social das empresas e o 
desempenho organizacional. Polytechnical Studies Review, VI (10), 149-
164, 2008.
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http://www.aems.edu.br/conexao/edicaoanterior/Sumario/2014/downloads/2014/A%20import%C3%A2ncia%20da%20log%C3%ADstica%20reversa.pdf
http://www.aems.edu.br/conexao/edicaoanterior/Sumario/2014/downloads/2014/A%20import%C3%A2ncia%20da%20log%C3%ADstica%20reversa.pdf
http://www.aems.edu.br/conexao/edicaoanterior/Sumario/2014/downloads/2014/A%20import%C3%A2ncia%20da%20log%C3%ADstica%20reversa.pdf
https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos07/1354_SEGET%20evento.pdf
https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos07/1354_SEGET%20evento.pdf
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv94508_cap5.pdf
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv94508_cap5.pdf
Carolina Galvão Sarzedas
Livro Didático Digital
Unidade 3
Livro Didático Digital
Carolina Galvão Sarzedas
Logística Reversa
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autora
CAROLINA GALVÃO SARZEDAS
A AUTORA
Carolina Galvão Sarzedas
Olá. Meu nome é Profª Drª Carolina Galvão Sarzedas. Sou formada 
em Ciências Biológicas, com mestrado e doutorado em Ciências e com 
experiência técnico-profissional na área de meio ambiente há mais 
de 18 anos. Minha formação acadêmica começou na UFRJ, onde me 
apaixonei pela Ciência e pela Educação. Tenho experiência tanto na área 
de orientação acadêmica quanto na produção de material didático para 
grandes empresas de Educação. Pelos motivos citados, fui convidada 
pela Editora Telesapiens a integrar o seu time de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Logística Reversa: Conceitos Básicos e Práticas 
Operacionais ................................................................................................. 12
Introdução ............................................................................................................................................. 12
Logística e Meio Ambiente ....................................................................................................... 13
Logística e Cadeia de Suprimentos ................................................................................... 14
Práticas Operacionais ................................................................................................................... 15
Fatores que Influenciam a Eficiência da LR ................................................................. 18
Modelos de Gerenciamento de LR ...................................................... 21
Introdução ............................................................................................................................................. 21
Gerenciamento..................................................................................................................................22
Exemplo dos Correios..................................................................................................................26
Exemplos de Gerenciamento em LR ...................................................29
Introdução .............................................................................................................................................29
McDonald’s ...................................................................................................................... 30
Grupo Pão de Açúcar ............................................................................................... 30
NOKIA ................................................................................................................................... 31
HP ............................................................................................................................................32
Setor de Cosméticos .................................................................................................33
Pneus Bridgestone ..................................................................................................... 36
Suzano Papel e Celulose ...................................................................................... 36
Philips ....................................................................................................................................37
Coca-Cola ..........................................................................................................................37
Coprocessamento .......................................................................................40
Introdução ............................................................................................................................................ 40
Definição ................................................................................................................................................ 41
Fabricação Convencional de Cimento .............................................................................42
Danos Ambientais ........................................................................................................43
Coprocessamento ..........................................................................................................................45
Vantagens do Coprocessamento .....................................................................47
Coprocessamento de Pneus ..................................................................................................47
Estatísticas ........................................................................................................................................... 48
Logística Reversa 9
LIVRO DIDÁTICO DIGITAL
UNIDADE
03
Logística Reversa10
INTRODUÇÃO
Você sabia que a área de Logística Reversa é definida como um 
processo que percorre o fluxo reverso da logística? Isto é, começa em 
você, consumidor, e termina no fornecedor. O objetivo desse sistema 
é recuperar uma parte do valor do produto e ainda fazer a disposição 
adequada do resíduo gerado. Para um sistema eficiente é necessário que 
as empresas adotem gerenciamento e logística de resíduos integrados 
com os outros processos da empresa, de maneira a manter o desempenho 
e ainda diminuir os danos ambientais. A implantação de Sistemas de 
Logística Reversa não é um tema tão atual, diversas empresas no Brasil 
e no mundo já vêm integrando a reciclagem em seus processos, e 
podemos citar, por exemplo, a Coca-Cola, a Natura, a HP, entre muitas 
outras. Para o caso de algunsrejeitos, a solução é o direcionamento para 
o coprocessamento, no qual poderão ser transformados em cimento e 
combustível para o maquinário. Conseguiu entender? Ao longo desta 
unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
Logística Reversa 11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso propósito é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o 
término desta etapa de estudos:
1. Compreender como funciona a prática operacional da LR.
2. Entender o passo a passo para o Gerenciamento da LR. 
3. Exemplificar SLR usados por empresas.
4. Definir Coprocessamento e suas vantagens.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! 
Logística Reversa12
Logística Reversa: Conceitos Básicos e 
Práticas Operacionais
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender como 
funciona a logística reversa e suas práticas operacionais, o 
que será fundamental para o entendimento da aplicação 
do sistema. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá!
A Logística Reversa (LR) é um processo de planejamento, 
implementação e controle de fluxos de matérias-primas, produtos e 
informações que percorrem o fluxo inverso da logística, isto é, começa no 
consumidor e termina no fornecedor, de modo a recuperar parte do valor 
daquele produto ou fazer uma disposição apropriada do seu resíduo no 
meio ambiente.
O aumento da preocupação da sociedade com a degradação 
ambiental e a instituição de legislações ambientais cada vez mais rígidas, 
vem fazendo com que empresas desenvolvam estudos de produção 
e descarte de matérias de modo a impactar o mínimo possível o meio 
ambiente. 
Segundo a legislação ambiental, as empresas são responsáveis 
pelo destino final dos produtos pós-consumo e também pelos 
impactos que eles provocam no meio ambiente. Associado a isso, tem 
a consciência ecológica dos consumidores, que preferem consumir de 
empresas “ecologicamente corretas” e que estão realmente engajadas 
em desenvolver um sistema eficiente de LR.
Logística Reversa 13
Logística e Meio Ambiente
A logística tradicional, baseada no fluxo direto do produto, ou seja, 
do fornecedor para o consumidor, precisa ter em seu planejamento a 
preocupação com o meio ambiente e com os produtos pós-consumo. A 
logística precisa ter um conhecimento técnico profundo de cada produto, 
os seus processos produtivos e os resultados econômicos e financeiros 
que cada um deles traz para a empresa, precisa ainda, saber como o 
serviço está sendo prestado e o tipo de relação existente com os clientes.
E o meio ambiente, onde entra na logística?
O meio ambiente não pode ser tratado isoladamente, precisa estar 
inserido como parte do processo econômico e logístico. O gerenciamento 
do processo precisa valorizar o meio ambiente, seja no momento da 
escolha da matéria-prima, no processo de desenvolvimento, na produção, 
até no transporte e no recolhimento dos resíduos para reciclagem. 
A logística tradicional funciona como uma vantagem competitiva 
para as empresas, pois é capaz de otimizar os recursos utilizados na cadeia 
de suprimentos com uma visão holística de modo a atender à otimização 
global, se tornando facilitadora no atendimento da visão sistêmica. 
DEFINIÇÃO:
A visão holística significa observar ou analisar algo ou 
alguma área da vida de forma global, ou seja, como um 
todo e não de maneira fragmentada. Ao usar a abordagem 
holística para administrar um negócio, a organização 
garante que a empresa esteja em pleno potencial ao invés 
de simplesmente ter áreas fortes e frágeis.
Logística Reversa14
Logística e Cadeia de Suprimentos
O que seria uma cadeia de suprimentos, você já parou para pensar?
Cadeia de suprimentos é o conjunto de atividades que integram 
canais de aquisição, produção, armazenamento e distribuição. Cada uma 
das etapas precisa ser planejada e controlada para que aconteçam sem 
danos às atividades subsequentes, com redução de custos e agregação 
de valor para os clientes finais sem perder a eficiência.
Políticas básicas da Cadeia de Suprimentos: 
 • O foco é a satisfação dos consumidores.
 • As estratégias são voltadas para conquistar a fidelidade dos 
consumidores finais.
 • Todas as atividades ligadas à continuidade do fluxo, desde o 
processamento de pedidos até a entrega precisam ser gerenciados 
de maneira eficiente e eficaz. 
Figura 1 – Cadeia de suprimentos
Fonte: @freepik
https://br.freepik.com/vetores-gratis/pacote-de-avatares-e-suprimentos-de-pessoas-de-negocios_5720549.htm
Logística Reversa 15
 Todas as partes envolvidas na cadeia de suprimento precisam ser 
acompanhadas por uma equipe de gestão bem desenvolvida. 
Porém, não podemos confundir cadeia de suprimentos com logística, 
ambas são atividades conectadas e dependentes entre si, porém a cadeia 
de suprimentos se responsabiliza por sistemas operacionais e métodos 
relacionados ao produto de forma direta ou indireta. Enquanto a logística, 
está preocupada com o deslocamento do produto desde a empresa até o 
cliente, sendo então, uma das etapas da cadeia de suprimentos. 
O que podemos concluir com estas informações?
Que a Logística Reversa nada mais é do que uma parte da cadeia 
de suprimentos, com uma relevância que só aumenta nos últimos 
anos. A LR flui contra a corrente dos fluxos diretos, isto é, da ponta do 
consumo em direção ao fornecedor, pela cadeia de suprimentos, para 
que sejam reutilizados, reciclados ou reincorporados às mesmas cadeias 
de suprimentos ou a outras cadeias.
Exemplificando: Resíduos reincorporados à mesma cadeia de 
suprimentos: latas de alumínio são coletadas após o uso e enviadas 
para virarem novas latas. Resíduos incorporados a outras cadeias de 
suprimentos: garrafas PET são recicladas e podem ser utilizadas, por 
exemplo, na produção de fibras têxteis.
Práticas Operacionais
Precisamos deixar claro que o conceito de sustentabilidade dentro 
das organizações produtivas começou a ser inserido pela obrigação legal 
em mitigar os impactos ambientais gerados e, posteriormente, de forma 
mais organizada e eficiente para redução de perdas e reaproveitamento 
de resíduos. 
Durante a fase de produção, a LR pode ser inserida como método de 
reaproveitamento de coprodutos e subprodutos. Após o consumo, a LR já 
funciona por meio do processamento de produtos usados com potencial 
de reuso como matéria-prima secundária. A partir daí, os departamentos 
Logística Reversa16
de gestão da produção e logística passaram a incorporar aspectos de 
sustentabilidade aos processos operacionais tradicionais. 
As técnicas usadas na gestão variam de acordo com o mercado 
de atuação, porém sempre com o objetivo de minimizar problemas entre 
fornecedores e consumidores. O desenvolvimento de novos sistemas 
e procedimentos para adequação da LR, assim como a diversidade de 
produtos e materiais, tem exigido um alto grau de coordenação na gestão, 
de maneira a formar uma rede com a participação de diversas empresas 
com funções desde o tratamento até a disposição final dos resíduos. 
Podemos apresentar as possíveis interações existentes entre os 
aspectos de gestão da LR da seguinte forma:
Motivação 
 • Externa: atendendo à Política Nacional de Resíduos Sólidos e a 
demanda dos consumidores.
 • Interna: financeira e ambiental.
Tipo
 • Individual: só um setor participa.
 • Associativa: reunindo elos diferentes da cadeia produtiva.
Gestão
 • Setor empresarial: reunido em uma unidade gestora.
 • Setor público: atuando na regulamentação e na fiscalização.
Gerenciamento (compartilhado)
 • Fabricantes. 
 • Importadores.
 • Governo. 
Relação com o mercado
 • Monopolista.
 • Competitivo.
Logística Reversa 17
Dos desafios operacionais envolvidos para a implantação de 
Sistemas de Logística Reversa no Brasil podemos citar: 
1. Modelo operacional: 
 • Estabelecer parcerias com associações e cooperativas para suporteoperacional aos SLR.
 • Estabelecer um comitê de acompanhamento da implantação do 
sistema, de forma a implementar os ajustes necessários para a 
eficácia do modelo. 
 • Detalhar o fluxo de informações e interfaces com o SINIR. 
 • Detalhar as condições e o processo de formalização e cadastro das 
organizações gestoras.
NOTA:
SINIR – Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão 
dos Resíduos Sólidos.
2. Incentivo à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I):
 • Fomentar a pesquisa para o desenvolvimento de novas técnicas de 
reciclagem.
 • Aplicações das matérias-primas recicladas e ecodesign.
 • Estabelecimento de taxas de reciclabilidade para as embalagens.
 • Definição de critérios de qualidade para produtos elaborados com 
matéria-prima secundária.
 • Criação de banco de dados para acesso às informações sobre o 
mercado de matéria-prima.
 • Promoção do mercado de matéria-prima secundária, com 
especificações técnicas e ambientais.
Logística Reversa18
3. Infraestrutura:
 • Especificações técnicas para infraestruturas de descarte/recebimento 
e triagem.
 • Construção de um fluxo de LR sólido.
 • Necessidade de conhecimento sobre a capacidade do parque 
reciclador nacional.
 • Localização e qualificação das infraestruturas existentes, com reforço 
às capacidades instaladas para alguns setores.
4. Legislação Ambiental:
 • Definir condições técnicas para a certificação de recicladoras que 
comporão o sistema.
 • Definir critérios técnicos para o licenciamento ambiental dos pontos 
de recebimento/triagens e veículo dos SLR.
Fatores que Influenciam a Eficiência da LR
A eficiência do processo de LR vai depender do planejamento 
e do controle das áreas de gestão e logística, porém, alguns fatores 
podem ser identificados como sendo críticos na contribuição positiva no 
desempenho da LR, são eles:
Controle de entrada: o estado dos materiais que retornam precisa 
ser identificado corretamente para, posteriormente, seguir o fluxo 
reverso ou não. Se o controle de entrada não for bem executado pode 
dificultar o processo subsequente, podendo ainda ser fonte de atrito 
entre consumidores e fornecedores. A chave para esta questão está no 
treinamento de pessoal.
Exemplo: O controle de entrada identifica os produtos que podem 
ser revendidos, recondicionados ou totalmente reciclados.
Padronização e mapeamento de processos: a LR precisa ter 
procedimentos e processos corretamente mapeados, formalizados e 
tratados como um processo regular para a empresa, pois só assim se 
obtém controle e melhoria contínua.
Logística Reversa 19
Tempo de ciclos reduzidos: quanto maior o tempo do ciclo do 
produto, maior serão os custos desnecessários, pois ocorre atraso na 
entrada de capital em decorrência da venda do resíduo e ainda ocupa 
espaço na empresa. 
DEFINIÇÃO:
Tempo de ciclo se refere ao tempo entre a identificação da 
necessidade de reciclagem, da disposição ou do retorno 
de produtos e seu efetivo processamento.
Sistemas de informação: a aquisição ou o desenvolvimento 
de sistemas de informação é um grande desafio, porém passa a ser 
uma ferramenta fundamental para medir o tempo de ciclo, rastrear o 
retorno, medir o desempenho de fornecedores, obter informações para 
negociações e melhoria de desempenho. Os sistemas de LR exigem 
flexibilidade e níveis de variação que são difíceis de se obter no mercado.
Rede logística planejada: é preciso implementar uma infraestrutura 
logística adequada para lidar com os fluxos de entrada de materiais 
usados e saída de materiais processados. Uma boa solução é a instalação 
de centrais dedicadas ao recebimento, à separação, ao armazenamento, 
ao processamento, à embalagem e à expedição de materiais retornados. 
Colaboração entre clientes e fornecedores: os conflitos relacionados 
à responsabilidade pelos danos do produto costumam ser comuns entre 
varejistas e indústrias. Varejistas culpam o transporte e a fabricação 
pelos defeitos, em contrapartida, os fornecedores suspeitam de abusos 
por parte dos varejistas, de modo a causar problemas de confiança em 
casos de devoluções. Para que o fluxo reverso seja eficiente e avance, é 
necessária uma relação colaborativa entre as partes envolvidas. 
SAIBA MAIS:
tQuer saber mais sobre Logística Reversa? Recomendamos 
a leitura sobre algumas práticas operacionais. Fonte: https://
bit.ly/2RPwyOu
https://bit.ly/2RPwyOu
https://bit.ly/2RPwyOu
Logística Reversa20
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu tudo? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que LR é um 
processo de planejamento, implementação e controle de 
fluxos de matérias-primas, produtos e informações, que 
percorre o fluxo inverso da logística. Segundo a legislação 
ambiental, as empresas são responsáveis pelo destino final 
dos produtos pós-consumo e também pelos impactos que 
o mesmo provoca no meio ambiente. Podemos concluir que 
a LR flui da ponta do consumo em direção ao fornecedor, 
pela cadeia de suprimentos, para que os resíduos sejam 
reutilizados, reciclados ou reincorporados às mesmas 
cadeias de suprimentos ou a outras cadeias. Dentre desafios 
operacionais envolvidos para a implantação de Sistemas 
de Logística Reversa no Brasil, podemos citar: 1) modelo 
operacional. 2) Incentivo à Pesquisa, Desenvolvimento e 
Inovação (PD&I). 3) Infraestrutura. 4) Legislação Ambiental.
Logística Reversa 21
Modelos de Gerenciamento de LR
INTRODUÇÃO:
 Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funcionam alguns modelos de gerenciamento em 
LR. Por meio destes modelos, as empresas são capazes de 
planejar e implantar sistemas adequados à sua atividade. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá!.
Ter um negócio ambientalmente sustentável exige não só educação 
ambiental e boa vontade, mas também exige que o seu mercado de 
atuação seja competitivo e gere vantagens financeiras com a sua “marca 
verde”. 
Por que estou dizendo isso? Porque desenvolver um gerenciamento 
ambiental e colocá-lo em prática, requer custos adicionais para a 
empresa, desde maquinário, até a logística e a mão de obra especializada. 
Ser competitivo, neste caso, significa acima de tudo, gerenciar a cadeia de 
suprimentos e a logística de forma a manter em equilíbrio a manutenção 
dos padrões de desempenho ambiental e a necessidade de redução de 
custos. 
Para que o gerenciamento sustentável seja possível, é preciso que 
todos os envolvidos, fabricantes, transportadores e consumidores apoiem 
e adotem práticas mais eficientes. Em contrapartida, o poder público 
cobra por meio da criação de leis e normas ambientais, uma destinação 
correta dos resíduos com potencial para danos ambientais.
O conceito cadeia de suprimentos foi desenvolvido nos anos de 
1990, de maneira a ampliar a compreensão sobre as interações dos 
sistemas produtivos. Algumas interações ganharam mais espaço entre 
os consumidores e fornecedores (dentro do sistema produtivo) e entre o 
sistema produtivo e o meio ambiente (fora do sistema produtivo). Porém, a 
entrada do meio ambiente no sistema é de difícil contabilização, pela falta 
de mecanismos contábeis adequados a esta valoração. 
Logística Reversa22
NOTA:
Assim como aspectos sociais e culturais, o meio ambiente 
é intangível.
 No intuito de aumentar a estruturação e diminuir as incertezas, 
novas variáveis passaram a ser desenvolvidas e incluídas na análise, e 
os limites foram expandidos para que as “externalidades” incorporadas 
possam ser componentes do sistema. Em relação à gestão ambiental, 
nem sempre é fácil a análise dos dados.
Gerenciamento
Cada setor produtivo deve desenvolver algumas ou todas as 
operações elencadas a seguir, dependendo da necessidade, da 
especialidade e da capacitação dos recursos humanos envolvidos:
1. Planejamento do processo – definição do escopo do processocom a definição dos produtos e materiais pós-consumo a serem 
processados.
2. Planejamento da cadeia – na logística reversa os consumidores e 
fornecedores ainda não se encontram estabelecidos ou atuando 
de forma colaborativa. Com isso, a identificação, contratação e 
capacitação de parceiros passam a ser etapas preliminares do 
processo.
3. Projeto de Logística Reversa: esta etapa requer algumas atividades:
a. Identificação ou estimativa da frequência de descarte e dos volumes 
gerados por tipo de produto.
b. Definição de rotas e meios de transporte para o recolhimento do 
produto ou material pós-consumo.
c. Definição dos volumes mínimos a serem coletados e a frequência de 
coleta.
Logística Reversa 23
d. Definição de etapas de pré-processamento como triagem ou 
desmontagem (total ou parcial).
e. Definição sobre a necessidade de pontos de transbordo.
f. Estabelecimento de parcerias para redução dos custos ou da redução 
do tempo de processamento.
g. Definição dos procedimentos de destinação.
IMPORTANTE:
Os modos e as rotas de transportes precisam ser 
estabelecidos de forma eficiente, de modo a não impactar 
a viabilidade econômica do sistema.
4. Coleta: inicialmente, se pressupõe que seja a identificação das fontes 
geradoras, dos tipos de materiais e volumes gerados. Em seguida, vem 
a assistência técnica, devolução diretamente pelo consumidor ou por 
meio de cooperativas, associações e catadores independentes. De 
acordo com a cadeia produtiva, a coleta pode ser realizada a partir de 
Postos de Entrega Voluntária (PEV), ou com parcerias com empresas 
que já possuem grande conhecimento em operações de Logística 
Reversa, como os Correios. 
5. Triagem: é a seleção manual ou mecânica de materiais, componentes 
e produtos, para que seja identificada sua aptidão ao reuso ou revenda 
imediata.
6. Teste: em caso de componentes e produtos aptos ao reuso e à revenda 
após o recondicionamento. Para dar continuidade ao processo, é 
preciso que o produto tenha as condições mínimas de funcionalidade 
e verificação dos critérios de segurança.
7. Armazenagem: às vezes é necessária a armazenagem para se atingirem 
os volumes mínimos viáveis economicamente para os processos de 
transporte e reciclagem. Para os demais processos, essa atividade 
pode ser suprimida.
Logística Reversa24
8. Recondicionamento: é o processo de limpeza e reparo com o 
objetivo de restaurar as funcionalidades de componentes ou 
produtos danificados. Componentes recondicionados atuam como 
componentes no recondicionamento de outros produtos pós-
consumo. Em alguns casos, esta etapa já faz parte da etapa de 
remanufatura.
9. Remanufatura: é o reparo e a manutenção dos equipamentos, das 
peças ou das partes, com o objetivo de restaurar as especificações do 
produtor, do fabricante ou do montador do produto final. Geralmente, 
são serviços prestados por terceiros e os produtos chegam a ser 
comercializados com garantias dos próprios fabricantes ou de 
terceiros.
10. Manufatura reversa: consiste no conjunto de processos constituídos, 
algumas ou todas das seguintes etapas: recebimento de produtos 
e materiais pós-consumo, armazenagem, pré-processamento, 
processamento, desmontagem, descaracterização, rastreabilidade, 
balanço de massa, gestão de estoque e venda.
11. Revenda: pode ocorrer a partir de quatro canais:
 • Pós-consumo a partir do fabricante – empresas atuantes em 
modalidades de aluguel ou comodato de seus equipamentos realizam 
a revenda destes após manutenção ou reparos.
Exemplificando: empresa Xerox e suas copiadoras.
 • Pós-consumo a partir do consumidor – é um mecanismo ainda pouco 
utilizado em função da grande variação dos preços praticados e do 
custo do transporte, pois o consumidor anuncia o produto ou material 
por meio de bolsas de resíduos. 
 • Pós-venda – ocorre quando os produtos são devolvidos aos fabricantes 
(por diversos motivos) e esses realizam a triagem, a destinação e 
a revenda com ou sem a desmontagem do produto. A assistência 
técnica nada mais é do que um segmento produtivo credenciado 
para a revenda de produtos remanufaturados. Essa alternativa está 
em crescimento no setor de equipamentos eletroeletrônicos. O 
Logística Reversa 25
credenciamento, em alguns casos, inclui a emissão de Nota Fiscal e 
concessão de garantia na revenda para produtos que passaram por 
reparos ou foram remanufaturados.
12. Destinação: quando ocorre confirmação da impossibilidade de reuso 
direto ou indireto (mediante testes e recondicionamento), o produto, 
os seus componentes ou os materiais seguem para destinação, que 
de acordo com a PNRS, pode ser reuso, reciclagem, incineração e 
disposição final em aterro. A forma da destinação vai depender da 
composição, do volume, da condição e da proximidade de unidades 
de reprocessamento. 
As métricas de avaliação de desempenho são importantes para o 
gerenciamento de processos logísticos. A seguir, temos alguns exemplos 
das métricas mais comuns:
 • Nível de emissões, efluentes e volume de resíduos sólidos gerados 
pelos processos logísticos.
 • Custos logísticos.
 • Nível de utilização e eficiência dos recursos logísticos.
 • Disponibilidade e demanda sobre os recursos logísticos.
 • Nível de serviço logístico, com o objetivo de avaliar o desempenho 
logístico como, disponibilidade de materiais nos pontos de uso, tempo 
de resposta a solicitações dos clientes, capacidade de customização 
de serviços, serviços agregados, entre outros. 
Podemos dizer, então, que para uma gestão logística eficaz dos 
recursos, das operações e dos processos, o gestor precisa ter não apenas 
o conhecimento técnico, mas também o conhecimento dos mecanismos 
legais e normativos relacionados ao setor produtivo em questão e do uso 
de sistemas de registro e processamento de informações. 
Logística Reversa26
Exemplo dos Correios
Correios é uma empresa pública federal fundada em 1969, que 
tem como atividade principal o serviço de remessa de documentos e 
mercadorias. 
NOTA:
É a única empresa brasileira presente em todos os 
municípios do país.
Podemos dizer que a empresa possui uma estratégia de negócios 
focada na Logística Reversa, pois a capilaridade da cobertura logística e 
a confiabilidade dos seus serviços representam um grande diferencial no 
gerenciamento de canais. 
O Correios Log, como é chamado, funciona desde 2002 oferecendo 
soluções de logística integrada e por meio de contratos customizados, é 
possível fazer uso de serviços de recolha de produtos, principalmente, de 
pós-venda. 
Outro serviço disponível desde 2006 é a Logística Reversa em 
Agência (LRA), que faz remessas de um determinado produto para sua 
unidade processadora. Outro produto oferecido é o de coletar o produto 
de retorno simultaneamente à entrega do substituto, sem ônus para o 
remetente, este serviço é chamado Logística Reversa Simultânea, e pode 
ser domiciliar (LRSD) ou na agência (LRSA).
Com essa forma inovadora, a empresa Correios usou toda sua 
experiência na logística direta para adequar seus processos à Logística 
Reversa. Em linhas gerais, os procedimentos são os mesmos, porém com 
o diferencial tecnológico propiciado pelo Sistema de Coleta – SCOL, que 
permite a identificação, o monitoramento e o rastreamento das remessas 
nos canais reversos. É uma maneira de atender não somente ao cliente, 
Logística Reversa 27
mas principalmente às exigências legais e normativas no que tange à 
responsabilidade compartilhada nos fluxos reversos.
Os pedidos para a prestação do serviço podem ser realizados via 
internet, em qualquer dia e horário, pelos próprios clientes de contrato. 
O prazo para a coleta é definido de acordo com o porte dos municípios. 
D+1 para municípios com mais de 50.000 habitantes e D+2 para municípios 
com menos de 50.000 habitantes.
Um diferencial interessante iniciado pelos Correios foi a possibilidade 
de rastrear os itens postados, agregando valorpara qualquer Sistema 
de Logística Reversa, uma vez que identifica de maneira eficiente a 
responsabilidade em caso de infração ou irregularidades ao longo do 
Sistema. 
Figura 2 – Correios
Fonte: @freepik
Os Correios conquistaram, ao longo do tempo, credibilidade por 
parte de outras empresas de diferentes portes e segmentos. Entre os 
principais clientes que contrataram o serviço de logística reversa pós-
venda e pós-consumo, podemos citar: 
 • Natura – devolução de produtos recusados por clientes, com retorno 
via consultora ou diretamente para a empresa.
Logística Reversa28
 • Multibrás – processo que prevê a coleta, conforme padrão estabelecido, 
de eletrodomésticos e peças defeituosas comercializadas pela 
Consul e Brastemp.
 • Empresas de e-commerce – contrato para o retorno de produtos 
comercializados pela Submarino, Americanas.com, Mercado Livre, 
entre outros.
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos a leitura 
do artigo a seguir. Modelo de Gerenciamento da Logística 
Reversa acessível. Fonte: https://bit.ly/32T4EHY
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu tudo? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. Você deve ter percebido que desenvolver 
um sistema de gerenciamento ambiental e colocá-lo em 
prática requer custos adicionais para a empresa, desde 
maquinário, até a logística e a mão-de-obra especializada. 
Para que seja possível, é preciso que todos os envolvidos, 
fabricantes, transportadores e consumidores apoiem e 
adotem práticas mais eficientes. Cada setor produtivo 
deve desenvolver alguma das seguintes operações: 
Planejamento do Processo, Planejamento da cadeia, Projeto 
de Logística Reversa, Coleta, Triagem, Teste, Armazenagem, 
Recondicionamento, Remanufatura, Manufatura Reversa, 
Revenda (pós-consumo a partir do fabricante, pós-consumo 
a partir do consumidor, pós-venda) e Destinação. Podemos 
concluir que para uma gestão logística eficaz dos recursos, 
operações e processos, o gestor precisa ter, não apenas 
o conhecimento técnico, mas também o conhecimento 
dos mecanismos legais e normativos relacionados ao setor 
produtivo em questão e do uso de sistemas de registro e 
processamento de informações.
https://bit.ly/32T4EHY
Logística Reversa 29
Exemplos de Gerenciamento em LR
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funciona na prática o gerenciamento de LR em 
algumas empresas. Você vai perceber que cada empresa 
adota o sistema que mais se adapta aos seus custos e à 
sua logística. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá!.
Durante muito tempo, todos nós jogamos no lixo bilhões de dólares, 
segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em recursos 
que deixamos de ganhar com o reaproveitamento de resíduos ou com a 
venda de insumos para a reciclagem (plásticos, alumínio e vidro).
EXPLICANDO MELHOR:
Percebemos que esta postura, além dos prejuízos 
financeiros, sempre agravou problemas e tragédias 
relacionadas ao meio ambiente. Por exemplo: as garrafas 
PET e as sacolas plásticas, em dias de chuva, causam 
grandes estragos nas nossas cidades.
Para uma empresa e para a sociedade, o desenvolvimento de 
Sistemas de Logística Reversa, vem sendo um meio sustentável e 
rentável de se trabalhar com a redução, reutilização e reciclagem, e 
ainda, uma maneira de se adequar às leis ambientais e conquistar novos 
consumidores. Pensando nisso, muitas empresas já têm em pleno 
funcionamento Sistemas eficientes. A seguir, listaremos algumas:
Logística Reversa30
McDonald’s
O óleo de soja é um elemento essencial para o funcionamento de 
um dos fast-foods mais conhecidos no mundo. E, pensando nisso, a rede 
teve uma ideia interessante quanto à sua reutilização aqui no Brasil. Fez 
um convênio com a empresa Martin-Brower e desenvolveu uma técnica 
de Logística Reversa que funciona da seguinte maneira: os caminhões 
que abastecem as filiais com alimentos recolhem todo o óleo usado para 
análise, depois o óleo é encaminhado para uma usina que os transforma 
em biocombustível, que é utilizado para reabastecer os próprios 
caminhões da empresa. 
Figura 3 – Reciclagem do óleo usado na rede
Fonte: @freepik
Grupo Pão de Açúcar
Podemos dizer que o Grupo Pão de Açúcar foi um dos pioneiros 
em ações de sustentabilidade e atualmente conta com o maior programa 
privado de reciclagem do país. Em 2001, o grupo criou estações de 
recebimento de materiais recicláveis (metal, papel vidro, óleo de cozinha, 
plástico e papel), e receberam desde o seu lançamento, mais de 30 mil 
toneladas de resíduos, que são destinadas a cooperativas, destes 50% 
Logística Reversa 31
em papel, 22% em plástico, 22% em vidro, além de alumínio, metal e óleo 
usado. 
Em 2008 foi criado um programa de reciclagem pré-consumo, 
chamado “Caixa verde”, no qual os clientes podem depositar as 
embalagens de produtos adquiridos nas lojas antes de levá-los para casa. 
Exemplificando: Você compra uma pasta de dentes, e então pode 
descartar a caixinha para reciclagem já na saída do caixa, levando para 
casa apenas a bisnaga.
Em parceria com a NOKIA, foi criado em 2010 o “Alô Recicle”, para 
recolhimento de celulares, baterias e acessórios, encaminhados para 
reciclagem. 
Figura 4 – Estação de coleta de material reciclável
Fonte:https://bit.ly/3hRqC2i
NOKIA
O programa da NOKIA para reciclagem se chama “we:recycle” e 
funciona no mundo inteiro sendo responsável pela coleta de aparelhos 
de qualquer marca, estando presente em 85 países. O projeto não possui 
dados recentes, mas foi responsável pelo recolhimento de mais de 4 
milhões de aparelhos em todo o mundo, porém calcula-se que apenas 2% 
dos usuários de celular no Brasil façam uso da reciclagem de aparelhos.
https://bit.ly/3hRqC2i
Logística Reversa32
IMPORTANTE:
80% de um celular pode ser reciclado, e entre os materiais 
podemos citar metais, cobre, platina, prata e plásticos.
Figura 5 – Reciclagem de celular
Fonte: @pixabay
HP
A HP criou um programa chamado HP Planet Partners Brasil para os 
clientes que quiserem enviar seus cartuchos e toners usados, de forma a 
devolvê-los para a empresa ao invés de descartar em lixos comuns. Há 50 
pontos de coleta no Brasil. 
Após a coleta, todo o material é enviado para o centro de reciclagem 
da empresa, para que haja o processamento do material. Tampas, 
componentes eletrônicos e espuma são separadas.
Os cartuchos e as peças plásticas são triturados até virarem pó, 
para então serem enviadas ao Canadá e usados na fabricação de novos 
https://pixabay.com/pt/photos/reciclagem-telefone-celular-2978601/
Logística Reversa 33
cartuchos. No Brasil, hoje em dia, algumas impressoras já possuem 50% 
de plástico reciclado em sua composição. 
Figura 6 – Sistema de reciclagem eletrônico
Fonte: @pixabay
Setor de Cosméticos
Boticário
A LR dos seus produtos é feita por meio do Programa de Reciclagem 
de Embalagens, no qual as embalagens pós-consumo podem ser 
devolvidas em qualquer loja do grupo, e enviadas para 21 cooperativas 
credenciadas em todo o país, em que os resíduos se tornam matérias-
primas para outros processos. A empresa possui mais de 4 mil pontos de 
coleta em todo o Brasil e o resultado do sucesso se deve à parceria e ao 
engajamento dos franqueados e das suas transportadoras. 
Natura
O programa Elos existe desde 2007 e possui a responsabilidade 
compartilhada entre os fornecedores de embalagem e a Natura, que além 
https://pixabay.com/pt/vectors/lixo-eletr%C3%B4nica-bin-reciclar-296550/
Logística Reversa34
de recolher as embalagens pós-consumo, realiza estudos de rastreamento 
e monitoramento do ciclo de vida das embalagens recicláveis.
Além disso, a Natura aponta alguns temas prioritários em 
sustentabilidade associados à sua estratégia: 
Biodiversidade – o uso sustentável da biodiversidade é a principal 
plataforma tecnológicada Natura, e esse objetivo tornou-se mais evidente 
a partir do ano de 2000, com o lançamento da linha Ekos. O aprendizado 
e os resultados associados à gestão da linha Ekos têm consolidado na 
empresa uma especial atenção à região amazônica. Embora ativos da 
biodiversidade encontrados em outras regiões do país sejam utilizados 
nessa e em outras linhas de produtos, a região amazônica desempenha 
um papel relevante no portfólio de ativos.
Amazônia: Programa Amazônia, “[...] um plano que busca incentivar 
a criação de cadeias sustentáveis e de novos negócios a partir da ciência, 
da inovação e do empreendedorismo, além do patrimônio natural e 
cultural da região”.
Gases do Efeito Estufa (GEE) – em 2007, a empresa criou o Programa 
Carbono Neutro, por meio do qual concentra seus compromissos em 
relação à gestão das emissões de GEE que decorrem do negócio. A 
compensação/neutralização de emissões de GEE se dá mediante o 
apoio a projetos socioambientais, cuja implantação resulta em redução 
de emissões em atividades não relacionadas à operação da empresa.
Em 2008, o resultado do inventário aponta para pouco mais de 188 
mil toneladas de CO2 e de emissões absolutas (ou 3,57 kg de CO2 e/kg 
produto), considerando-se não apenas as operações da empresa em suas 
unidades (17% das emissões), mas também etapas à montante e à jusante 
de sua posição na cadeia: 
1. Extração e transporte de matérias-primas e embalagens (38%).
2. Processos internos de beneficiamento e manufatura que se dão nos 
fornecedores e transporte até a Natura (9%).
3. Transporte de mercadorias desde a Natura até as CN, e então, até os 
consumidores (16%).
4. Descarte final de produtos e embalagens (20%). 
Logística Reversa 35
Impacto dos produtos – quanto ao impacto dos seus produtos, a 
abordagem da Natura considera todo o ciclo de vida do produto: busca-
se a redução de impactos causados ao longo da produção, distribuição 
e consumo das mercadorias da empresa, sendo prioridades: a gestão de 
resíduos sólidos e o consumo de água.
Avon
O programa adotado pela Avon é denominado Dê a Mão para o 
Futuro: Reciclagem, Trabalho e Renda (DAMF) e já encaminhou mais de 110 
mil toneladas de resíduos de cosméticos para a reciclagem, colaborando 
com mais de 128 cooperativas. 
Unilever
A Unilever é uma empresa que fabrica produtos das marcas 
como Seda, Clear, Rexona, Lux, entre outros, e seu Sistema de Logística 
Reversa consiste em coletar as embalagens pós-consumo e enviar para 
reciclagem.
Figura 7 – Logística Reversa de embalagens
Fonte: @freepik
Logística Reversa36
Pneus Bridgestone
A empresa recebe pneus em final de sua vida útil e aplica o conceito 
de LR. A borracha dos pneus passa por um processo de trituração e 
picotagem, sendo de baixa qualidade para fabricação de novos pneus, 
porém pode ser usada em solados de sapatos, borracha para vedação, 
peças para reposição, asfalto e indústria automobilística. 
Figura 8 – Sistema de LR de pneus
Fonte: @pixabay
Suzano Papel e Celulose
A Suzano foi a primeira empresa brasileira a produzir papel reciclado 
em escala industrial e, possui desde 2007, o Programa Investimento 
Reciclável e conta com diversas cooperativas de catadores. Em 2011 a 
empresa comercializou 1,3 milhões de toneladas de papel e lançou 
um material feito com pelo menos 30% de aparas pós-consumo de 
embalagem longa vida em parceria com a Tetra Pak. A Ciclo, uma empresa 
do segmento de telhas para a construção civil, é parceira neste projeto, e 
com associações e cooperativas de catadores. Estima-se que o polietileno 
e o alumínio recuperados das embalagens longa vida Tetra Pak sejam da 
ordem de 250 toneladas por mês e são utilizadas na fabricação de telhas.
https://pixabay.com/pt/photos/pneus-pneus-usados-pfu-lixo-1846674/
Logística Reversa 37
Philips
Há mais de 30 anos, a Philips vem trabalhando em um programa 
para reduzir o descarte inadequado de lixo eletrônico. A empresa tem 
postos de coleta em vários lugares credenciados espalhados pelo 
Brasil, em que é possível descartar lâmpadas, aparelhos e pilhas. Após 
o recolhimento, a empresa analisa os resíduos para decidir se serão 
reutilizados ou descartados. 
Coca-Cola
A Coca-Cola é uma empresa que possui seu SLR muito bem 
estabelecido. As garrafas PET começaram a ser vendidas a partir de 1978 
e se tornaram muito populares, porém, devido ao volume que ocupam 
em aterros e sua destinação inadequada, acabaram se tornando um 
produto muito criticado. 
Nas últimas décadas, a Coca-Cola experimentou três tipos principais 
de embalagem para o envase e a comercialização do refrigerante. As 
embalagens PET, de vidro, e as de alumínio.
As garrafas PET são vantajosas porque acarretam economia de 
combustível e emissões reduzidas pelo transporte mais “leve” de um 
mesmo volume da bebida transportada em garrafas de vidro. Em 2007, a 
ANVISA, autorizou a produção de novas embalagens PET a partir de resina 
de PET reciclada, o que significou em um aumento em 15% na reciclagem 
de garrafas no país, disseminando a atuação de catadores.
As embalagens de vidro apresentam vantagens e desvantagens em 
relação à garrafa em PET, em que as embalagens de vidro representam 
mais alto custo logístico em função do peso, mais alto consumo de 
combustível e maior ocorrência de quebras, com perdas de embalagem, e 
ainda tendem a ser banidas de grande parte dos eventos e áreas públicas 
por conta do risco de quebra e acidentes com o vidro. Como vantagem 
tem-se a preservação do gás da bebida e a possibilidade de reuso. 
No ano de 2000 a Coca-Cola lançou uma garrafa de vidro com 
especificações melhoradas (40% mais resistente e 20% mais leve) com o 
objetivo de atender a critérios de sustentabilidade e, com isso, conquistar 
um público diferenciado.
Logística Reversa38
Por fim, as embalagens em alumínio possuem baixo peso (um 
pouco superior ao da embalagem em PET), são facilmente compactadas 
e apresentam maior potencial de reciclabilidade que a embalagem PET, 
considerando-se aspectos técnicos e mercadológicos. 
Em relação à LR dessas embalagens, as embalagens em alumínio 
parecem apresentar a maior vantagem. Em segundo lugar estariam as 
embalagens de vidro, apesar do impacto negativo em processos da 
logística reversa e em terceiro lugar, as embalagens em PET em razão do 
volume que ocupam e de restrições quanto à reciclagem da resina.
IMPORTANTE:
Não são apenas os fatores logísticos que norteiam o 
processo decisório. O mercado asiático, por exemplo, 
prefere embalagens de vidro a outros tipos de materiais, 
enquanto nos Estados Unidos, o consumo de plástico é 
bastante expressivo e corresponde mundialmente a um 
mercado de mais de US$ 23 bilhões em 2010.
Figura 9 – Variedade de garrafas plásticas
Fonte: @freepik
Logística Reversa 39
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar sobre o tema LR nas empresas 
brasileiras? Recomendamos a leitura do artigo: As 50 
empresas do Bem. Fonte: https://bit.ly/3kHmQu9
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu tudo? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que para uma 
empresa e para a sociedade o desenvolvimento de Sistemas 
de Logística Reversa vem sendo um meio sustentável 
e rentável de se trabalhar com a redução, reutilização e 
reciclagem, e ainda, uma maneira de se adequar às leis 
ambientais e conquistar novos consumidores. Vamos citar 
alguns exemplos: McDonald’s – desenvolveu uma técnica 
de logística reversa para transformar o óleo de soja usado 
em biocombustível para seus próprios caminhões. Grupo 
Pão de Açúcar – grupo criou estações de recebimento 
de materiais recicláveis, programa de reciclagem pré-
consumo e “Alô Recicle. NOKIA – programa “we:recycle”. HP 
– coleta de cartuchos e toners usados, Setor de Cosméticos 
– reciclagem de embalagens e maquiagens pós-consumo, 
diminuição de GEE e cuidados com a Amazônia, Pneus 
Bridgestone – LR com a borrachados pneus usados. 
Suzano Papel e Celulose – reciclagem de papel e 
embalagens Tetra Pak. Philips – reciclagem de lâmpadas, 
aparelhos e pilhas usadas. Coca-Cola – desenvolvimento 
de embalagens menos danosas ao meio ambiente. 
https://bit.ly/3kHmQu9
Logística Reversa40
Coprocessamento
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funciona o coprocessamento. Isto será fundamental 
para entender as opções existentes para o descarte 
de rejeitos. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá!
Percebemos com o andamento do nosso estudo que a produção e 
o descarte de resíduos sólidos são grandes desafios da nossa sociedade 
atual. O crescimento populacional associado ao crescimento econômico e 
aos avanços tecnológicos vem levando a uma maior produção industrial, 
maior geração de resíduos e com maior uso dos nossos escassos recursos 
naturais. 
Graças à facilidade de comprar e descartar, muitos produtos são 
jogados fora antes do fim de sua vida útil, aumentando ainda mais a carga 
de resíduos sólidos. 
A PNRS é uma lei que vem colaborando com o desenvolvimento 
de novas metodologias para o descarte e reaproveitamento dos resíduos, 
pois passou a responsabilizar as empresas pelo impacto ambiental 
provocado pelos resíduos gerados durante o seu processo produtivo. 
A busca por soluções e inovações para o manejo e para a destinação 
final de resíduos não pode parar, pois o crescimento populacional continua 
constante e o desenvolvimento dos setores industriais também. Uma 
excelente saída tem sido reutilizar os resíduos de matéria-prima, seja na 
própria indústria ou em colaboração com outras, com o intuito de diminuir 
custos e reduzir os impactos ambientais. 
Logística Reversa 41
Figura 10 – Esquema de coprocessamento em forno de cimento
Fonte: @freepik
Definição
O coprocessamento pode ser definido como a integração de dois 
processos: 
1. Queima de resíduos sólidos industriais que seriam descartados em 
aterros sanitários.
2. Fabricação de itens que precisam de altas temperaturas em seus 
processos produtivos. 
Podemos citar como exemplo a destruição sustentável de resíduos 
urbanos e provenientes do agronegócio em fornos de cimento. Uma 
vez que substitui matérias-primas e combustíveis tradicionais usados 
na fabricação do cimento, e dá uma destinação adequada para resíduos 
perigosos, contribuindo para a preservação do planeta e dos seus 
recursos naturais. 
Logística Reversa42
Pelos pontos de vista econômico, ambiental e de saúde humana, 
o coprocessamento surge como uma alternativa realmente interessante. 
Fabricação Convencional de Cimento
Antes de avançarmos na técnica de coprocessamento, vamos 
dar uma pequena revisada no processo convencional de produção de 
cimento e o porquê de provocar tantos impactos ambientais negativos?
O cimento é um material fundamental para as cidades e suas 
construções, porém sua fabricação não é simples e requer muita energia 
e o uso de diferentes mecanismos. Suas principais matérias-primas são: 
calcário e argila, ambos extraídos da natureza.
NOTA:
A argila e o calcário, embora extraídos da natureza, ainda 
podem ser encontrados em abundância.
A produção do cimento na maioria das indústrias brasileiras é 
conhecida como via seca, e segue as seguintes etapas:
 • Moagem e homogeneização das matérias-primas como calcário 
(94%), a argila (4%) e quantidades menores de óxidos de ferro e 
alumínio (2%) até a obtenção de um pó fino, chamado de farinha crua.
 • A farinha fina é introduzida em forno rotativo onde é aquecido até uma 
temperatura de 1500 °C para clinquerização.
 • Resfriamento do clínquer.
 • Moagem do clínquer para adição de gesso (gipsita) e outras adições 
(calcário, pozolana ou escória) para a obtenção do cimento.
 • Ensacamento e expedição do produto final para comercialização.
Logística Reversa 43
DEFINIÇÃO:
O clínquer é definido como o cimento numa fase básica de 
fabrico, a partir do qual se fabrica o cimento, habitualmente 
com a adição de sulfato de cálcio, calcário e/ou escória 
siderúrgica.
Figura 11 – Fabricação de cimento
Fonte: @freepik
Danos Ambientais
Vamos começar listando os danos ambientais que podem ser 
causados durante a primeira etapa do processo, a extração das matérias-
primas nas pedreiras.
Há risco de impactos físicos como desmoronamentos das pedreiras 
e erosões devido às vibrações do terreno. 
Logística Reversa44
Pode acontecer aprofundamento de cursos d’água nos rios onde 
ocorre a extração da argila, levando a diminuição da quantidade de água 
nos leitos e causando danos aos habitats naturais existentes, diminuindo 
a biodiversidade das regiões. 
Os fornos que produzem o clínquer são alimentados por 
combustíveis provenientes de fontes não renováveis, como carvão e o 
coque de petróleo, muito usados pelo alto poder calorífico e baixo custo 
de aquisição. 
NOTA:
Coque de petróleo é um material negro granular brilhante 
constituído por carbono (90 a 95%) e enxofre (5%).
A produção de clínquer não gera resíduos sólidos diretamente, pois 
as cinzas provenientes da queima são incorporadas no próprio clínquer, 
porém há uma grande emissão de poluentes gasosos, como óxido de 
enxofre, óxido de nitrogênio, monóxido de carbono e, principalmente 
CO2, e ainda material particulado composto de chumbo, sendo todos eles 
poluentes.
 Estima-se que a indústria cimenteira contribua com 5% das 
emissões globais de CO2. Um grande estudo realizado mostrou que a 
produção de uma tonelada de clínquer seja a responsável pela emissão 
de uma tonelada de CO2. 
Com todos esses danos ambientais causados, o desenvolvimento 
do coprocessamento de resíduos na indústria cimenteira é uma solução 
social e ambientalmente adequada para resíduos provenientes de 
diversos processos industriais, além de reduzir o custo da produção com 
o reaproveitamento de matéria-prima. 
Logística Reversa 45
Coprocessamento
A Resolução do CONAMA no 264/1999 estabelece duas classes 
de resíduos que podem ser coprocessados em processos industriais: 
resíduos que possam substituir matérias-primas e resíduos altamente 
energéticos que possam ser usados como combustíveis alternativos. 
Os materiais utilizados precisam possuir alto poder calorífico e total 
eliminação após a queima, e precisam ser rejeitos ou não possuir outro 
aproveitamento econômico.
Existe uma grande variedade de resíduos que podem ser usados 
como substitutos de combustível e matérias-primas, entre eles: 
Combustíveis
 • Solventes, resíduos oleosos e resíduos têxteis.
 • Óleos usados (de carro e fábricas).
 • Pneus usados e resíduos de picagem de veículos.
 • Graxas, lamas de processos químicos e de destilação.
 • Resíduos de empacotamento e de borracha.
 • Resíduos plásticos de serragem e de papel.
 • Lama de esgoto, ossos de animais e grãos vencidos.
 • Resíduos do agronegócio.
 • Combustíveis derivados de resíduos urbanos.
Matéria-prima
 • Lama com alumina (alumínio).
 • Lamas siderúrgicas (ferro).
 • Areia de fundição (sílica).
 • Terras de filtragem (sílica).
 • Refratários usados (alumínio).
 • Resíduos da fabricação de vidros (flúor).
Logística Reversa46
 • Gesso, cinzas e escórias.
 • Resíduos da perfuração de poços de petróleo.
 • Solos contaminados dos postos de combustíveis.
Figura 12 – Exemplos de materiais que podem participar do processo de coprocessamento
 
Fonte: @freepik
Quando falamos em segurança, também podemos citar o 
coprocessamento como uma atividade mais segura para o trabalhador e 
para toda a comunidade. Entre as vantagens, podemos citar: 
 • Atendimento à legislação ambiental existente.
 • Procedimento de aceitação e controle de resíduos.
 • Garantia da qualidade do clínquer coprocessado.
 • Garantia do processo produtivo.
 • Controle e proteção da saúde do trabalhador.
https://br.freepik.com/vetores-gratis/conjunto-de-pilhas-de-material-de-construcao_5585200.htm
Logística Reversa47
 • Sistemas de proteção ambiental como filtros de alta eficiência 
controlam a emissão de material particulado na atmosfera, 
além do monitoramento das emissões de outros poluentes que 
garantem proteção à comunidade e aos trabalhadores das áreas de 
processamento.
Vantagens do Coprocessamento
Vantagens Ambientais
 • Preservação dos recursos naturais.
 • Redução das emissões dos gases que causam efeito estufa.
 • Diminuição do passivo ambiental.
 • Possibilidade de crescimento de outras tecnologias adequadas de 
destinação.
Vantagens sociais
 • Geração de empregos diretos e indiretos.
 • Contribuição para a erradicação dos lixões e melhoria da saúde.
Vantagens econômicas 
 • Aumento da vida útil de aterros sanitários.
 • Diminuição dos custos de energia térmica.
Coprocessamento de Pneus
Atualmente, os pneus inservíveis são os principais resíduos 
utilizados no Brasil para o coprocessamento. É um tipo de iniciativa que 
vem amenizando problemas de saúde pública e ambientais.
DEFINIÇÃO:
Pneus inservíveis são pneus cuja vida útil terminou e que 
precisam ser descartados em um ambiente correto de 
modo que não cause o desequilíbrio ecológico e ambiental.
Logística Reversa48
Os pneus demoram até 100 anos para se degradar, e por isso, são 
considerados além de um grande problema ambiental, um problema de 
saúde pública, pois são capazes de acumular água e desenvolver larvas 
de mosquitos causadores de doenças. 
A técnica de coprocessamento é, então, a melhor alternativa para 
a destruição definitiva de pneus sem condições de uso. Um único forno, 
com capacidade de produção diária de duas mil toneladas de clínquer 
pode consumir até quarenta mil pneus por dia. 
Figura 13 – Exemplo de coprocessamento com pneus
Fonte: @freepik
Estatísticas
Entre os anos de 2000 e 2017 houve um aumento em cinco vezes 
na destruição de resíduos com uso de fornos de cimento, o que nos leva 
a constatar a importante evolução no coprocessamento, em 2017 foi o 
alcance de um patamar de 1.172 toneladas de resíduos coprocessados. 
https://br.freepik.com/fotos-gratis/feche-a-linha-de-pneus_5752344.htm
Logística Reversa 49
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos a leitura 
do artigo: O que é coprocessamento e quais suas vantagens 
ambientais? Fonte:https://bit.ly/2ROp3HK
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu tudo? 
Você deve ter aprendido que a busca por soluções e 
inovações para o manejo e destinação final de resíduos não 
pode parar, e uma excelente saída tem sido reutilizar os 
resíduos de matéria-prima. O coprocessamento pode ser 
definido como a integração de dois processos: 1) Queima 
de resíduos sólidos industriais que seriam descartados 
em aterros sanitários. 2) Fabricação de itens que precisam 
de altas temperaturas em seus processos produtivos. A 
produção do cimento é conhecida como: via seca, e segue 
as seguintes etapas: moagem e homogeneização das 
matérias-primas, clinquerização, resfriamento do clínquer, 
moagem do clínquer para adição de gesso e ensacamento. 
O coprocessamento de resíduos na indústria cimenteira 
é uma solução social e ambientalmente adequada, 
entre suas vantagens podemos citar: preservação dos 
recursos naturais, redução das emissões dos gases que 
causam efeito estufa, diminuição do passivo ambiental, 
possibilidade de crescimento de outras tecnologias 
adequadas de destinação, geração de empregos diretos 
e indiretos, contribuição para a erradicação dos lixões e 
melhoria da saúde, aumento da vida útil de aterros sanitários 
e diminuição dos custos de energia térmica.
https://bit.ly/2ROp3HK
Logística Reversa50
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Panorama do 
Coprocessamento 2019, 2017.
COUTO, M. C. L.; LANGE, L. C. Análise dos sistemas de logística reversa no 
Brasil. Engenharia Sanitária Ambiental, 22 (5), 889-898, 2017. DOI: 10.1590/
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E-CYCLE. O que é coprocessamento e quais suas vantagens ambientais? 
Disponível em: https://www.ecycle.com.br/5918-coprocessamento.html. 
Acesso em: 28 ago. 2020.
HERNÁNDEZ, C. T.; MARINS, F. A. S.; CASTRO, R. C. Modelo de 
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LACERDA, L. Logística reversa: uma visão sobre os conceitos básicos e 
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Acesso em: 28 ago. 2020.
XAVIER, L. H.; CORRÊA, H. L. Sistemas de logística reversa: criando 
cadeias de suprimento sustentáveis. 2013. Disponível em: https://www.
scribd.com/document/416225139/SistemasdeLogisticaReversa2013-pdf. 
Acesso em: 28 ago. 2020. 
https://www.ecycle.com.br/5918-coprocessamento.html
http://www.ecodesenvolvimento.org/biblioteca/artigos/logistica-reversa-uma-visao-sobre-os-conceitos
http://www.ecodesenvolvimento.org/biblioteca/artigos/logistica-reversa-uma-visao-sobre-os-conceitos
https://www.scribd.com/document/416225139/SistemasdeLogisticaReversa2013-pdf
https://www.scribd.com/document/416225139/SistemasdeLogisticaReversa2013-pdf
Carolina Galvão Sarzedas
Livro Didático Digital
Unidade 4
Livro Didático Digital
Carolina Galvão Sarzedas
Logística Reversa
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autora
CAROLINA GALVÃO SARZEDAS
A AUTORA
Carolina Galvão Sarzedas
Olá. Meu nome é Profª Drª Carolina Galvão Sarzedas. Sou formada 
em Ciências Biológicas, com mestrado e doutorado em Ciências e com 
experiência técnico-profissional na área de meio ambiente há mais 
de 18 anos. Minha formação acadêmica começou na UFRJ, onde me 
apaixonei pela Ciência e pela Educação. Tenho experiência tanto na área 
de orientação acadêmica quanto na produção de material didático para 
grandes empresas de Educação. Pelos motivos citados, fui convidada 
pela Editora Telesapiens a integrar o seu time de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Economia Circular ....................................................................................... 12
Economia Linear .............................................................................................................................. 12
Economia Circular ........................................................................................................................... 14
“Do Berço ao Berço” ................................................................................................... 16
Implantação da Economia Circular ................................................................................... 17
Modelos de Negócios Circulares ..........................................................21
Transição ................................................................................................................................................ 21
Produto como Serviço ..............................................................................................22
Compartilhamento ......................................................................................................23
Insumos Circulares ......................................................................................................24
Recuperação de Recursos ....................................................................................26
Virtualização ....................................................................................................................28
Ecologia Industrial .....................................................................................30
Introdução ............................................................................................................................................ 30
Ecossistemas Naturais................................................................................................................. 31
Ecossistemas Industriais ............................................................................................................ 31
Funcionamento de Ecossistemas Industriais .............................................................33
Mecanismos de Implementação ......................................................................34
Pesquisa ..............................................................................................................................35
Educação .......................................................................................................................... 36
Comunicação ................................................................................................................. 36
Políticas .............................................................................................................................. 36
Financiamento ................................................................................................................37
Exemplos de Ecoparque Industrial Kalundborg (Dinamarca) .........................37
TI Verde ...........................................................................................................42
Introdução .............................................................................................................................................42
Práticas de TI Verde .......................................................................................................................43
Vantagens na Área de TI Verde ............................................................................................45
Estratégias para Criar uma Empresa TI Verde .......................................................... 46
Sociedade Responsável ............................................................................................................ 48
Exemplos de Empresas de TI Verde ................................................................................ 49
Logística Reversa 9
LIVRO DIDÁTICO DIGITAL
UNIDADE
04
Logística Reversa10
INTRODUÇÃO
Você sabia que a área de Economia Circular possui um conceito 
dinâmico que se constrói com a prática, nas quais as atividades econômicas 
têm como função gerar e recuperar os valores dos produtos e serviços 
oferecidos, pensando em longo prazo? Alguns países do mundo, incluindo 
o Brasil, já começaram a trilhar mudanças no sentido de implantar a 
Economia Circular. A União Europeia vem discutindo a implantação, 
por meio de estudos, sobre a questão do desperdício alimentar e do 
desenvolvimento de indicadores específicos, como a produtividade dos 
recursos finitos, para acompanhamento da Economia Circular. A Ecologia 
Industrial introduz um conceito de trabalhar com a inversão de critérios 
e priorizar a produção de bens e serviços com objetivos ambientais e 
sociais, e o TI verde é um dos ramos que quando bem empregado traz 
vantagens às empresas no que diz respeito à diminuição de custos, ao 
aumento de produtividade e à melhora da qualidade dos seus serviços. 
Conseguiu entender? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar 
neste universo!
Logística Reversa 11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso propósito é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o 
término desta etapa de estudos:
1. Compreender a Economia Circular.
2. Exemplificar negócios circulares.
3. Definir Ecologia Industrial.
4. Entender a importância do TI verde.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! 
Logística Reversa12
Economia Circular
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funciona a Economia Circular e sua importância para 
o desenvolvimento de uma indústria mais sustentável que 
cause menos impactos ambientais. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá!.
Economia Linear
A Economia Linear teve origem na Revolução Industrial, no século 
XVIII em um modelo conhecido como “take-make-use-dispose”. A 
obsolescência era planejada de modo que a substituição de bens fosse 
estimulada para incentivar o mercado e aumentar os lucros das empresas.
Este sistema ainda segue sendo praticado em alguns equipamentos 
eletrônicos que não possuem peças de reparo ou de substituição e são 
difíceis de desmontar sem danificar o produto. 
O meio ambiente foi sendo degradado à medida que recursos 
naturais foram sendo retirados em grandes quantidades, e resíduos 
foram sendo gerados e enviados para aterros. Enquanto as indústrias, 
os fornecedores de energia e os produtores de matéria-prima, seguiam 
sendo beneficiados pelo modelo linear de economia. 
De acordo com Bonciu (2014):
até 2010, o planeta Terra precisava de um ano e meio para 
produzir e absorver o que é consumido como matéria-prima 
e eliminado como lixo em um ano. Ainda, de acordo com 
as estimativas das Nações Unidas, se as tendências atuais 
continuarem até 2030, a humanidade precisaria de duas Terras 
para funcionar e em 2050 três Terras.
A economia linear baseada em produção-consumo-descarte está 
chegando ao limite. É preciso que haja a conscientização e o interesse da 
Logística Reversa 13
sociedade em desenvolver um modelo econômico que proporciona os 
bens e serviços necessários para a sobrevivência, porém sem aumentar 
o consumo de matéria-prima e a quantidade de resíduos gerados e 
descartados no meio ambiente.
Figura 1 – Economia linear 
Fonte: elaborada pela autora.
Atualmente, os desafios da sociedade contemporânea mudaram 
e a economia linear vem se tornando ineficaz para enfrentar situações 
como a redução da pobreza e das desigualdades sociais, as mudanças 
climáticas, a perda da biodiversidade, a escassez de água e a exaustão 
dos recursos naturais. 
A economia linear tem visão de curto prazo, baseada na redução 
de custos sem privilegiar o valor do seu produto no mercado e sem a 
preocupação de oferecer produtos e serviços de melhor qualidade e mais 
duráveis. 
Uma das soluções possíveis é o desenvolvimento de uma economia 
que consiga separar crescimento econômico, de consumo de recursos 
naturais. O novo modelo precisar associar crescimento econômico com 
a regeneração do meio ambiente, de maneira a gerar impactos sociais 
e econômicos positivos. Sob esta perspectiva, tem sido desenvolvida a 
Economia Circular.
Esta nova percepção preza a projeção da produção em um modelo 
circular, em que inicialmente, os recursos são obtidos do meio ambiente, 
entretanto, o que seria resíduo é novamente inserido no processo 
econômico, tornando-se um novo recurso. É um ciclo de desenvolvimento 
positivo contínuo, que preserva e valoriza o capital natural, otimizando a 
produção de recursos e diminuindo os riscosdo processo. 
Logística Reversa14
NOTA:
As práticas de reparo, reutilização e reciclagem eram 
comuns em toda a sociedade durante e imediatamente 
após a Segunda Guerra Mundial, uma vez que os recursos 
eram racionados ou direcionados para o chamado esforço 
de guerra. Terminado o racionamento, no entanto, os 
produtos foram novamente descartados ao final da vida.
Economia Circular
De acordo com a definição da Fundação Ellen Macarthur: “uma 
Economia Circular é regenerativa e restaurativa por princípio, seu objetivo 
é manter produtos, componentes e materiais em seu mais alto nível de 
utilidade e valor o tempo todo”
Com isso, podemos entender a Economia Circular como sendo 
uma proposta de modelo econômico que integra: Ecologia Industrial, 
Engenharia do Ciclo de Vida, Gestão do Ciclo de Vida, Economia de 
Performance, entre outros. 
O conceito é baseado na filosofia do “ganho-ganho”, originário do 
pensamento do desenvolvimento ecoindustrial, no qual uma economia e 
um ambiente saudável podem coexistir. 
Figura 2 – Economia linear e circular
Fonte: @freepik
Logística Reversa 15
A repercussão em torno da Economia Circular ganhou força no 
mundo dos negócios em 2014, com o lançamento do relatório “Towards 
the Circular Economy: Accelerating the scale-up across global supply 
chains”, elaborado em colaboração com a Fundação Ellen MacArthur.
A Economia Circular possui um conceito dinâmico em construção 
a partir da prática, em que as atividades econômicas têm como função 
gerar e recuperar os valores dos produtos e serviços oferecidos, com um 
pensamento em longo prazo e que envolva todas as partes do sistema 
econômico. 
A Economia Circular trabalha com três princípios básicos: 
1. Preservação e aprimoramento do capital natural, de maneira a 
controlar os estoques finitos e equilibrar os fluxos de recursos 
renováveis.
2. Maximização do rendimento dos recursos, reduzindo seu desperdício, 
e fazendo circular os produtos e seus componentes com projetos 
elaborados visando a remanufatura, reforma e reciclagem dos 
materiais. 
3. Estímulo à eficácia do sistema, excluindo dos projetos as externalidades 
negativas, reduzindo danos e desperdícios e focando em aumentar 
os impactos positivos para todas as partes interessadas. 
O que devemos achar muito interessante na Economia Circular é o 
fato dela englobar todas as fases das atividades, desde:
 Design dos processos, serviços e produtos – passa a prezar 
o desenvolvimento mais durável, reparável e atualizável, de modo a 
permitir que sejam remanufaturados e reciclados. Nesta fase, deve-se 
levar em conta que ao final do ciclo de vida do produto, ele poderá ser 
transformado em insumos para outras indústrias.
Menor uso de energia e matéria-prima – a implementação da 
reutilização, remanufatura e reciclagem de produtos e materiais tenderá 
a diminuir a necessidade de matérias-primas, reduzindo o uso de 
energia para a produção. Este aspecto muda a educação, os valores e o 
comportamento de consumidores e produtores.
Logística Reversa16
Leis e normas técnicas – para funcionar é preciso implantar leis 
específicas que alcancem todos os aspectos das atividades sociais e 
econômicas. 
“Do Berço ao Berço”
O conceito do berço ao berço, do inglês “cradle to cradle”, nada 
mais é que a circulação de todos os materiais como nutrientes em ciclos 
técnicos ou biológicos. É um processo baseado nos sistemas naturais que 
se alimentam do que outros organismos “desperdiçam”.
O pensamento dentro da Economia Circular precisa ser o de 
aproveitar os resíduos principais como “alimentos”, para serem usados 
novamente em produtos novos e de alta qualidade. 
Dentro deste sistema, o conceito de resíduo é eliminado porque 
projeta produtos e materiais com ciclos de vida seguros para os seres vivos 
e o meio ambiente. Estes produtos podem ser reutilizados constantemente 
por meio de técnicas e metabolismos biológicos que maximizem o uso de 
energias renováveis e de água, respeitando os impactos e mantendo os 
ecossistemas saudáveis. 
IMPORTANTE:
A gestão de resíduos convencional é conduzida pela 
minimização dos custos de recolha e eliminação. Em uma 
Economia Circular, o objetivo é maximizar o valor em cada 
ponto da vida de um produto.
Logística Reversa 17
Implantação da Economia Circular 
Podemos categorizar a Economia Circular inicialmente em três 
níveis:
Micro (empresa ou individual)
Neste nível, podemos inserir as estratégias e ações de 
desenvolvimento ecológico e de produção mais limpa. É quando as 
empresas passam a ser encorajadas a realizar um design ecológico de 
seus produtos e acompanhar auditorias de produção mais limpa, tornando 
públicas as informações sobre seu desempenho ambiental. O fechamento 
do circuito para os fluxos de energia e material, com a incorporação de 
políticas e estratégias mais eficientes, tem como foco a sustentabilidade a 
longo prazo, com a emissão de menos resíduos no meio ambiente.
Meso (parque industrial ou ecoindustrial)
O objetivo deste nível é incentivar o desenvolvimento de parques 
e redes ecoindustriais, geradores de benefícios para a economia regional 
e para o meio ambiente natural. Alguns indicadores de desempenho 
desenvolvidos para análise destas regiões e parques industriais usam 
metodologias conhecidas como análise de fluxo de material e energia, 
análise do ciclo de vida, emissões de CO2 e, claro, retorno econômico. 
Macro (ecocidades)
O nível macro tem como objetivo promover atividades de produção 
e consumo sustentáveis, visando desenvolver uma sociedade orientada 
para a Economia Circular. 
Porém, a transição de uma economia linear para uma circular 
não é fácil e nem rápida por está associada a inovações nos sistemas 
de negócios cujos objetivos passam a ser alcançar maior efetividade 
sistêmica e impactos positivos. 
Além disso, sua implementação em larga escala envolve 
uma mudança de paradigma, que inclui todos os aspectos sociais e 
econômicos e não apenas as tentativas de reciclagem ou aumento da 
eficiência energética. 
Logística Reversa18
Figura 3 – Modelo de Economia Circular
 
Fonte: @pixabay
Para a transição na economia, além das diversas escalas do 
sistema econômico, é necessária a transformação do modelo mental da 
sociedade ou mindset. Será por meio da incorporação dos elementos do 
mundo circular que haverá a grande mudança cultural necessária. 
Alguns elementos de mindset precisam ser modificados como:
Escopo – inclui visão ampla, além das melhorias de eficiência do 
processo, de modo a considerar os sistemas como uma fonte de ganho.
Premissa – é preciso considerar as consequências das atividades 
(efetividade) e não apenas a eficiência (fazer mais com menos).
Proposta de valor – a Economia Circular é baseada no valor agregado 
nos recursos, prezando por mantê-los no mais alto nível e por mais tempo.
Foco – o lucro é importante, porém é obtido por meio de inovação 
e geração de novos valores.
https://pixabay.com/pt/photos/casa-ver%C3%A3o-fam%C3%ADlia-flor-cor-3097046/
Logística Reversa 19
Personas – a sociedade, os consumidores e os fornecedores 
precisam sem considerados como parte integrante do negócio por 
intermédio dos valores que agregam informações importantes sobre 
design de produtos inovadores e circulares, e por fazerem parte da cadeia 
reversa de produtos. 
Ética – colaborar passa a ser mais importante do que competir.
Papel – objetivo de aproximar mais os clientes e criar certa 
fidelidade, pois a experiência e o acesso passam a ser mais importantes 
do que a propriedade do produto.
O conceito de Economia Circular é dinâmico e tem sido aperfeiçoado 
a partir das seguintes escolas de pensamento: 
 • Design Regenerativo.
 • Economia de Performance.
 • Cradle to Cradle – Do berço ao berço.
 • Ecologia Industrial.
 • Biomimética.
 • Blue Economy.
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos a leitura 
do artigo: A fundação, de EllenMacArthur. Fonte: https://bit.
ly/3cwamCR
https://bit.ly/3cwamCR
https://bit.ly/3cwamCR
Logística Reversa20
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu tudo? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a economia 
linear baseada em produção-consumo-descarte está 
chegando ao limite e que a Economia Circular baseada 
na filosofia do “ganho-ganho”, originário do pensamento 
do desenvolvimento ecoindustrial, vem com um conceito 
atual no qual uma economia e um ambiente saudável 
podem coexistir. O que devemos achar muito interessante 
na Economia Circular é o fato dela englobar todas as 
fases das atividades: design dos processos, serviços e 
produtos, menor uso de energia e matéria-prima e leis e 
normas técnicas. Podemos categorizar a Economia Circular 
inicialmente em três níveis: Micro (empresa ou individual), 
Meso (parque industrial ou ecoindustrial) e Macro 
(ecocidades).
Logística Reversa 21
Modelos de Negócios Circulares
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funcionam os negócios desenvolvidos a partir de 
modelos circulares. E então? Motivado para desenvolver 
esta competência? Então vamos lá!.
Transição
Alguns países do mundo já começaram a trilhar mudanças no 
sentido de implantar a Economia Circular. A União Europeia vem discutindo 
a implantação por meio de estudos sobre a questão do desperdício 
alimentar e do desenvolvimento de indicadores específicos, como a 
produtividade dos recursos finitos, para acompanhamento da Economia 
Circular. 
A transição de um modelo linear para um modelo circular impacta 
tanto as atividades da organização quanto sua cadeia de valor, portanto é 
uma decisão estratégica. A empresa precisa redefinir seu papel frente às 
outras organizações e analisar as oportunidades de inovação para criação 
de processos, produtos e serviços melhores. 
Figura 4 – Negócios circulares
Fonte: @freepik
https://br.freepik.com/vetores-gratis/ecologia-linear-e-elementos-vetores-de-energia-renovavel_1105985.htm
Logística Reversa22
Podemos descrever alguns modelos de negócios que apresentam 
elementos da Economia Circular:
Produto como Serviço
É um modelo de negócio que foca na função e nos serviços 
fornecidos por meio do uso dos produtos. Como assim?
Você compra um produto e nele estão incluídos serviços, 
manutenção do produto e a devolução ao final da vida útil. O objetivo é 
aumentar a durabilidade, a capacidade de reuso e o compartilhamento do 
produto, pois para a empresa passa a ser mais interessante que sua vida 
útil seja estendida e que a logística reversa o traga de volta para que a 
empresa, mediante a remanufatura possa oferecer a outros clientes. 
EXPLICANDO MELHOR:
Os fatores mencionados anteriormente determinam uma 
maior lucratividade, além de manter um relacionamento 
mais próximo e fiel com o cliente que dará mais preferência 
à qualidade do que à quantidade e à formação de sistemas 
circulares, focados no menor consumo de recursos e 
matérias-primas e em desempenho. 
Porém este modelo de negócio acaba sendo mais vantajoso e 
atraente para empresas com custos de operação de produtos elevados e 
que possuem meios de oferecer suporte e manutenção.
Citamos por exemplo a empresa Philips Lighting que oferece 
serviços de iluminação. Há dois anos, a empresa começou a implantar no 
Brasil um sistema de oferecimento de serviços de iluminação, além de 
somente a venda de lâmpadas. Começou pela capacitação e estruturação 
da equipe de projetos e vendas, transformando fornecedores em 
parceiros. Atualmente a empresa possui seis projetos implantados no 
Brasil, representando 20% do seu faturamento total. 
A Philips Lighting passou a oferecer muito mais do que produtos 
de iluminação com qualidade, passou a oferecer serviços e soluções 
Logística Reversa 23
completos, como projetos com maior eficiência energética e de acordo 
com as necessidades dos clientes, sensores regulados em função da 
luminosidade do ambiente que diminuem de 70 a 80% dos custos de uso 
e aumento da vida útil das lâmpadas. Entre os serviços oferecidos está a 
instalação e a manutenção dos sistemas de iluminação, com operação e 
monitoramento remoto, gerenciando o fim de vida ou fim de um ciclo de 
utilização por parte dos clientes.
IMPORTANTE:
O novo modelo de negócio da Philips Lighting gera valor 
adicional ao seu próprio negócio em cima dos ativos físicos 
que instalam e cuja propriedade é retida pela empresa, por 
meio de uma gama diversa de serviços.
Compartilhamento
Neste tipo de negócio gera-se valor pelo compartilhamento do uso, 
do acesso ou da propriedade. Podemos identificar dois casos específicos 
de negócio:
1. Compartilhamento não monetizado – sem transação financeira, 
ocorre de cliente para cliente, ou seja, sua existência depende da 
participação e generosidade dos membros da comunidade em 
compartilhar bens e serviços. Entre as vantagens está a redução da 
necessidade de propriedade e armazenamento de bens.
2. Compartilhamento monetizado – ocorre algum acordo financeiro entre 
organizações e usuários. Muito comum em centros urbanos o aluguel 
de espaços em estacionamentos privados ou compartilhamento de 
espaço e logística (espaços de coworking).
Um exemplo de compartilhamento não monetizado é o aplicativo 
“Tem Açúcar”, que, por um cadastro, é possível o compartilhamento na 
forma de empréstimo de qualquer objeto. Mais de 150 mil pessoas já estão 
compartilhando seus objetos via aplicativo, em mais de 10 mil bairros em 
todos os estados brasileiros.
Logística Reversa24
Segundo cálculos baseados no preço médio de cada objeto 
emprestado, os usuários juntos já economizaram mais de 7,8 milhões de 
reais desde o lançamento da plataforma. 
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre o “Tem Açúcar”, recomendamos a 
leitura do artigo: Tem açúcar? Fonte: https://bit.ly/2FHnIQJ
Exemplo: Para exemplificar um modelo de negócio monetizado, 
temos o projeto VAMO (Veículos Alternativos para Mobilidade), com o 
objetivo de promover a mobilidade urbana e sustentável por meio do 
compartilhamento de veículos elétricos na cidade de Fortaleza. 
O serviço é uma parceria entre a prefeitura de Fortaleza e a empresa 
Serttel. Para usuários com Bilhete Único nos primeiros 30 minutos de 
utilização, a tarifa é de 15 reais, e sem Bilhete Único, 20 reais. O projeto já 
possui 10 estações, onde os usuários podem encontrar os carros elétricos 
e solicitar o serviço pelo aplicativo.
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre o VAMO, recomendamos a leitura do 
artigo, que se encontra no site da Serttel. Fonte: https://bit.
ly/33Juptk
Insumos Circulares
São modelos de negócios que fazem uso de materiais que podem 
ou que já foram restaurados (reciclados, renovados, recondicionados, 
remanufaturados ou não contaminados). Podem acontecer em ciclos 
biológicos ou ciclos técnicos. 
A pureza é um item fundamental para este tipo de negócio, pois o 
https://bit.ly/2FHnIQJ
https://bit.ly/33Juptk
https://bit.ly/33Juptk
Logística Reversa 25
uso de insumos não tóxicos viabiliza seu retorno seguro à biosfera ao fim 
do uso, tornando-se nutriente para a regeneração do capital natural no 
ciclo biológico. 
O ciclo técnico recupera materiais por meio da capacidade de 
desmontar, coletar e recuperar os ativos e os usa como insumos circulares. 
O objetivo é aumentar a longevidade das cadeias de valor e 
reduzir a dependência dos recursos finitos, fazendo deles negócios mais 
resilientes. 
Exemplo: Um bom exemplo de insumos circulares é a empresa 
ArcelorMittal. É a maior fornecedora de aço para o mercado de 
automóveis, construção, embalagens e eletroeletrônicos, e está em 
busca da circularidade em seus processos. 
Para isso, a empresa tem produzido aço com pegada de carbono 
positiva usando carvão vegetal, que é proveniente dos seus 109 mil 
hectares de florestas comcertificação Forest Stewardship Council (FSC).
A empresa do grupo ArcelorMittal, que gerencia as florestas de 
eucalipto, é conhecida como BioFlorestas e já restaurou cerca de 135 
mil hectares de áreas degradadas (incluindo reservas permanentes), 
produzindo aço com balanço positivo de emissões de carbono, reduzindo 
custos de gestão da floresta, e regenerando o ecossistema natural 
e gerando externalidades positivas para o ecossistema por meio de 
programas como a apicultura ou a reintrodução da fauna na região das 
florestas.
A CBPak vem inovando como alternativa para o uso de embalagens. 
Ela usa fécula de mandioca como matéria-prima para seus produtos, de 
modo a torná-los 100% compostáveis. E ainda opera com um sistema 
de serviço que retém a propriedade da embalagem e cuida da logística 
reversa por meio de parceiros comerciais em locais próximos ao uso dos 
produtos para garantir que seja direcionada à compostagem.
Logística Reversa26
IMPORTANTE:
Um copo produzido pela CBPak absorve 3,7 g de gases de 
efeito estufa e consome 62% menos água do que um copo 
de plástico, que ainda gera 16,69 g de GEE. Além de não 
ocupar espaço nos aterros e possibilitar a regeneração do 
solo.
Recuperação de Recursos
Tem como principal objetivo a recuperação de valor e função de 
produtos, componentes e materiais, incluindo remanufatura e reciclagem 
(ciclo reverso) em ciclos abertos e fechados. 
É uma maneira de reduzir a demanda de capital natural e o 
desperdício de componentes e materiais, porque o uso em cascata de 
materiais e subprodutos recupera o valor para o que seria descartado. 
Para cadeias que envolvem consumidores finais, eles são peça-
chave na hora de devolver os produtos usados ou indesejados, facilitando 
a recuperação do valor. 
Podemos tomar como exemplo as Lojas Renner, que estão 
implementando fundamentos de Economia Circular na forma de 
desenvolver seus produtos e na sua cadeia produtiva. A empresa vem 
estruturando um ciclo reverso junto aos seus fornecedores, recuperando 
cortes de tecidos que seriam destinados para aterros ou vendidos por 
baixo valor agregado. 
Com a USP, foi feita uma parceria para o desenvolvimento de 
protótipos de tecidos de malhas e jeans produzidos com fios reciclados, 
assim como, a reestruturação econômica e técnica de toda a cadeia 
reversa. 
Logística Reversa 27
NOTA:
quando forem necessários observações ou 
complementações para o seu conhecimento.
Um outro exemplo importante é a empresa carioca Rede Asta, que 
une circularidade, inclusão social e de gênero. São artesãs espalhadas por 
10 estados brasileiros que transformam resíduos pós-industriais em arte.
A Rede ainda possui uma plataforma virtual na qual é possível obter 
treinamentos de empreendedorismo e reaproveitamento de materiais. 
Entre seus projetos estão estojos para computador e bolsas a partir de 
sacos de cimento, além de ecobags e mochilas produzidas a partir de 
banners, capas de poltronas e uniformes. 
Um dos seus diferenciais é a inclusão de trabalhadoras de 
baixa renda, as tirando da informalidade e transformando-as em 
empreendedoras.
 Extensão da vida do produto
O objetivo deste modelo de negócio é aumentar a vida útil de um 
produto fazendo com que ele permaneça mais tempo com o usuário, 
não só recuperando o valor de componentes e materiais, mas também 
gerando receita mediante oferta de serviços adicionais como manutenção.
É um modelo apropriado para setores como os de máquinas e 
equipamentos industriais, ou onde novas versões de produtos geram 
benefícios de desempenho para os consumidores. 
A eStoks viu nesse nicho uma oportunidade de negócio. A empresa 
coleta produtos eletrônicos com defeitos no pré-consumo de grandes 
redes de varejo ou produtores parceiros e aplica um algoritmo para avaliar 
o status e a qualidade do produto e se vale a pena a reforma. 
De todos os produtos devolvidos por defeito de fábrica, 55% são 
reformados, 25% são reparados e vendidos a preços mais acessíveis nas 
lojas eStoks, e os outros 20% por não poderem ser recuperados, são 
desmontados e têm seus componentes reaproveitados. 
Logística Reversa28
Virtualização
Muitas atividades que sempre foram entregues por meio físico, 
vêm sendo feitas por meio da forma digital. Com a ajuda de componentes 
eletrônicos, a computação em nuvem e redes de inteligência artificial está 
sendo possível entregar valor por meio virtual, através de serviços digitais. 
É um modelo de negócio que oferece oportunidades de desmaterialização 
de produtos físicos, reduzindo o uso de recursos naturais e se adequando 
ao mundo digital. 
A fornecedora de streaming Netflix praticamente substituiu as 
locadoras de vídeo. Até o final de 2017 já contava com 109,25 milhões de 
assinaturas em 190 países. 
O Spotify é uma plataforma streaming de músicas e podcast, que 
oferece conteúdo protegido por gerenciamento de direitos digitais de 
gravadoras e empresas de mídia. São oferecidas mais de 30 milhões de 
músicas para mais de 140 milhões de usuários mensais e mais de 60 
milhões de assinantes pagantes.
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre o potencial brasileiro em Economia 
Circular, recomendamos a leitura do artigo: do Programa 
Circular Economy 100 Brasil. Fonte: https://bit.ly/3mIKRCU
https://bit.ly/3mIKRCU
Logística Reversa 29
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu tudo? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a transição 
de um modelo linear para um modelo circular impacta tanto 
as atividades da organização quanto sua cadeia de valor, 
portanto, é uma decisão estratégica. Entre alguns elementos 
que compõem empresas com Economia Circular, podemos 
citar: produto como serviço; compartilhamento do uso, do 
acesso ou da propriedade; insumos circulares, em que 
as empresas fazem uso de materiais que podem ou que 
já foram restaurados; recuperação de recursos, que é a 
recuperação de valor e função de produtos, componentes 
e materiais, incluindo remanufatura e reciclagem (ciclo 
reverso) em ciclos abertos e fechado; extensão da vida útil 
do produto e virtualização.
Logística Reversa30
Ecologia Industrial 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
os conceitos, as propostas e as aplicações da Ecologia 
Industrial. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá!
Podemos conceituar Ecologia Industrial como sendo um conjunto 
de propostas que possuem o objetivo de revolucionar os sistemas 
industriais, usando como base a estrutura e o funcionamento dos 
ecossistemas naturais.
Na década de 1950 já se falava em metabolismo industrial, mas 
somente a partir dos anos de 1970 o conceito atual começou a ser 
difundido. Os dois conceitos são parecidos, porém a Ecologia Industrial 
evoluiu a partir do metabolismo industrial. Ambos têm como proposta 
maximizar a eficiência do uso de matérias-primas, reutilizando-as como 
materiais secundários de processos produtivos ao invés de simplesmente 
depositar no ambiente.
Figura 5 – Ecologia Industrial
Fonte: @freepik
https://br.freepik.com/vetores-gratis/infografico-ecologia_799397.htm
Logística Reversa 31
Ecossistemas Naturais
Vamos começar relembrando o conceito de ecossistema, como 
sendo um conjunto formado pelas interações entre componentes bióticos 
(plantas, animais e micróbios) e abióticos (ar, água, solo e minerais). Em 
um ecossistema todos estes componentes interagem entre si e com os 
demais elementos de seu ambiente através da transferência de energia. 
Em um ecossistema natural, a natureza é a responsável pela 
criação do ambiente e pela evolução da comunidade, assim como 
pelas interações entre os organismos e fluxos de energia. Originalmente 
formada sem interferência humana, a natureza controla as interações 
entre as espécies ao longo de milênios de transformações.
EcossistemasIndustriais
Quando falamos de ecossistemas industriais, nos referimos ao 
fluxo de material e de energia entre diferentes empresas que podem ser 
comparadas a organismos capazes de metabolizar insumos. 
Os objetivos da Ecologia Industrial e da Logística Reversa são 
semelhantes, pois os dois se baseiam na maximização da eficiência dos 
processos industriais, com objetivos semelhantes aos da logística reversa, 
como redução, reutilização e reciclagem.
Grande parte dos autores da área define três elementos essenciais 
para à perspectiva da Ecologia Industrial: 
1. Ela é uma visão sistêmica, abrangente e integrada de todos os 
componentes da economia industrial e sua relação com a Biosfera. 
2. Ela ressalta o fundamento biofísico das atividades humanas, isto é, os 
complexos padrões de fluxos de materiais e energia que existem tanto 
dentro quanto fora do sistema industrial, o que contrasta totalmente 
com os enfoques atuais que tendem a considerar a economia em 
termos de unidades monetárias abstratas. 
3. Para ela, a dinâmica tecnológica (a evolução no longo prazo de 
conjuntos de tecnologias-chave) é um elemento essencial, mas 
Logística Reversa32
não único para uma transição do insustentável sistema industrial da 
atualidade para um ecossistema industrial viável.
A Ecologia Industrial necessita da participação de toda a sociedade 
no que diz respeito ao “que produzir” e “para que produzir”, sendo 
responsável pela orientação das mudanças no mundo. A viabilidade 
econômica precisa acompanhar a viabilidade da vida em sociedade de 
forma digna e ética. Concluindo, não é suficiente só melhorar os padrões 
de produção com critérios de eficiência econômica e sustentabilidade 
ambiental.
A Ecologia Industrial precisa trabalhar com a inversão de critérios 
e priorizar a produção de bens e serviços com objetivos ambientais e 
sociais. Sua implantação requer a transição de uma economia de fluxos 
lineares para um sistema de fluxos circulares.
Economicamente falando, a aplicação de conceitos de Ecologia 
Industrial possivelmente aumenta a competitividade das empresas, 
porque acarreta a redução do impacto ambiental tornando-se mais 
atraente para os consumidores.
Como consequência deste processo, espera-se que haja geração 
de empregos, pois novas empresas vão surgindo com o propósito de 
atender as demandas ambientais das empresas de maior porte.
NOTA:
A palavra “industrial” inclui todas as atividades humanas 
que têm lugar na moderna sociedade tecnológica. Turismo, 
habitação, serviços de saúde, transporte e agricultura 
também fazem parte do sistema industrial.
Alguns aspectos-chave precisam ser considerados no que diz 
respeito à Ecologia Industrial: 
 • Planejamento de produtos, processos e unidades produtivas, serviços 
e sistemas de tecnologia de modo a possibilitar sua adaptação a 
inovações sustentáveis com geração mínima de resíduos.
Logística Reversa 33
 • Minimização da produção de resíduos e consumo de recursos em 
todas as atividades.
 • Uso de alternativas o menos tóxicas possíveis, particularmente 
quando os materiais serão dispersos no meio ambiente. 
 • Planejamento de produtos, processos e unidades produtivas para 
preservar a utilidade dos materiais e energia utilizados na manufatura 
inicial.
 • Planejamento de produtos físicos não apenas para realizar a sua 
função pretendida, mas também para serem reutilizados na criação 
de outros produtos no final da sua vida útil atual.
O campo de atuação da Ecologia Industrial compreende algumas 
áreas, segundo a Sociedade Internacional para a Ecologia Industrial (ISIE), 
entre elas:
 • Estudos do fluxo de energia e materiais (metabolismo industrial).
 • Desmaterialização e descarbonização.
 • Inovações tecnológicas e meio ambiente.
 • Ecodesign (planejamento, design e avaliação do ciclo de vida).
 • Design para o meio ambiente.
 • Product stewardship (responsabilidade ampliada do produtor).
 • Simbiose industrial. 
 • Parques ecoindustriais.
 • Políticas ambientais orientadas ao produto.
 • Ecoeficiência.
Funcionamento de Ecossistemas 
Industriais
Para que haja uma relação simbiótica industrial, e uma redução 
nos custos de produção e de tratamento de resíduos, é importante uma 
Logística Reversa34
conexão física entre as empresas para que a troca de água, resíduos ou 
energia seja permitida. 
O processo se torna mais eficiente com uma logística plena em 
relação ao fluxo de matéria e energia e a proximidade entre as instalações 
viabiliza os custos de transporte necessários. 
Alguns autores recomendam uma distância máxima de três 
quilômetros entre as empresas envolvidas. Contudo, a proximidade física 
é uma limitação, pois não é fácil aproximar espacialmente indústrias já 
existentes e estabelecidas. 
Para que os diferentes anseios de desenvolvimento sustentável 
sejam compatíveis e reais, muitas variáveis precisam ser equacionadas. 
Gerir resíduos, por exemplo, passa a ser uma disciplina de grande 
importância para a gestão ecoeficientes dos recursos naturais. Além da 
otimização dos sistemas produtivos, que passam a ser mais complexos, 
exigindo ferramentas versáteis e precisas apoiadas pelas esferas 
organizacionais, governamentais e na própria sociedade. 
Para iniciar a implantação da Ecologia Industrial é necessária 
a combinação do conhecimento de diversos especialistas técnicos 
formando equipes específicas. Portanto, o primeiro passo rumo ao 
ecodesenvolvimento industrial é a o desenvolvimento de uma rede de 
especialistas na área.
Mecanismos de Implementação
As atividades industriais precisam passar por grandes modificações 
para serem implementadas em um sistema de Ecologia Industrial. Entre 
alguns elementos essenciais, podemos citar: 
Otimização do uso de recursos – se o objetivo é sustentar o 
desenvolvimento humano em uma escala mundial, é necessária a 
otimização do uso de recursos que entram e que saem.
Fechamento de ciclos de materiais e minimização de emissões – 
os novos produtos projetados precisam prezar por minimizar a dispersão 
de materiais, tanto durante a fabricação quanto na utilização. Ao final da 
Logística Reversa 35
vida útil do produto, a recuperação de materiais deve prezar pela sua 
reutilização em aplicações de alto valor. 
Desmaterialização das atividades – é minimizar a quantidade de 
recursos necessários para conseguir serviços equivalentes. 
NOTA:
Desmaterialização relativa – é a obtenção de mais serviços 
e bens a partir de uma determinada quantidade de matéria. 
Desmaterialização absoluta – é a redução da necessidade 
de recursos no sistema industrial como um todo.
Redução ou eliminação da dependência de fontes não renováveis 
de energia – é preciso melhorar a eficiência dos processos energéticos e 
adotar o uso de fontes de energia renováveis. 
Pesquisa
O enfoque para as pesquisas de base em Ecologia Industrial 
precisa ser o gerenciamento de resíduos e o processamento de materiais. 
Os projetos precisam iniciar com a criação de novos materiais (Química 
Verde), incluindo desenvolvimento de novos produtos (Design for 
Environment) e sua fabricação, e culminando com uma tecnologia que 
permita a recuperação de matérias-primas, fechando o ciclo de materiais. 
É necessária uma profunda análise em casos na qual a Ecologia Industrial 
já esteja sendo aplicada e monitorada. 
Métodos já usados pelas empresas como produção mais limpa, 
ecoeficiência, sistemas de gerenciamento ambiental, entre outros, 
precisam servir como ponto de contato com a Ecologia Industrial, pois é 
muito importante usar ferramentas que já existem para implantar um novo 
sistema. 
Logística Reversa36
Educação
Os conceitos básicos de Ecologia Industrial deveriam fazer parte 
dos currículos universitários das carreiras de economia, administração de 
empresas e ciências políticas.
É preciso fazer com as pessoas compreendam e valorizem a ideia 
de que todas as atividades humanas têm uma base materiale que precisa 
ser preservada. 
Para os estudantes em idade escolar seria interessante a introdução 
de conceitos de ecologia científica. Para profissionais já formados é preciso 
fomentar cursos de extensão sobre Ecologia Industrial.
IMPORTANTE:
Não podemos deixar que a Ecologia Industrial seja uma 
disciplina para a próxima geração.
Comunicação
A Ecologia Industrial precisa ser difundida como uma prática que 
tem por objetivo o desenvolvimento sustentável. Deve-se criar e apoiar 
seminários e cursos intensivos de treinamento para ajudar os setores da 
economia a colocarem em prática a abordagem da Ecologia Industrial.
Políticas
As atuais políticas, leis ambientais e industriais precisam ser 
reavaliadas pelos países, levando em consideração a Ecologia Industrial 
no planejamento do desenvolvimento sustentável.
A Ecologia Industrial precisa ter abordagem nas leis e políticas, e 
ao mesmo tempo garantir à sociedade que ela não ficará exposta a riscos 
ambientais e sanitários. 
A política de desenvolvimento econômico precisa ter como base o 
conhecimento dos fluxos de recursos dentro de uma área, para que possa 
Logística Reversa 37
ser feito um planejamento espacial, industrial e comercial que utilize os 
recursos disponíveis da forma mais eficiente possível. 
Financiamento
O financiamento das atividades industriais focadas na Ecologia 
Industrial precisa ser avaliado sob uma perspectiva de longo prazo. 
A exigência atual de máxima lucratividade em curto prazo não 
é compatível com a Ecologia Industrial, e o equilíbrio entre lucro e 
sustentabilidade é um grande desafio no qual empresas e financeiras 
precisam se adequar. 
Exemplos de Ecoparque Industrial 
Kalundborg (Dinamarca)
É o primeiro e mais difundido exemplo de parque ecoindustrial. Foi 
implantado em 1975 na Dinamarca. 
Dentro do sistema, podemos evidenciar alguns exemplos de 
reaproveitamento como: 
O fluxo de água aquecida (antes descartado) passou a ser 
reaproveitado na piscicultura e no aquecimento de 3,5 mil casas locais. 
Os dejetos da criação de peixes são reaproveitados como adubo 
na agricultura.
O gás produzido (resíduo em refinarias) é reincorporado na geração 
de energia elétrica.
O resíduo do processo de geração de energia termoelétrica é 
utilizado na pavimentação. 
Uma rede de simbiose industrial liga uma usina termoelétrica a 
carvão de 1500 MW com a comunidade e outras empresas.
Há processos, ainda, com objetivos de reciclar materiais e energia 
de forma ecoeficientes. 
Logística Reversa38
O vapor da usina é vendido para a empresa farmacêutica e fabricante 
de enzimas Novo Nordisk, além de uma unidade da empresa petroleira e 
de energia Statoil ASA.
NOTA:
O conceito ecológico de cooperação ou simbiose é 
considerado um dos conceitos formadores da logística 
reversa.
Figura 6 – Simbiose industrial 
Fonte: @freepik
Burnside Park, (Halifax, Canadá)
Mais de 1500 empresas vêm melhorando seu desempenho 
ambiental por meio de desenvolvimento de parcerias lucrativas.
https://www.freepik.com/free-vector/lovely-ecosystem-concept-with-flat-design_2673502.htm
Logística Reversa 39
Figura 7 – Burnside Park
Fonte: https://bit.ly/3hNpXi5
EcoPark de Tuen Mun, (Hong Kong)
É semelhante a um parque industrial, exclusivamente para 
reciclagem de resíduos e engenharia ambiental. 
Figura 8 – EcoPark de Tuen Mun, Hong Kong, imagem de computador
Fonte:https://bit.ly/343SjjB
https://bit.ly/3hNpXi5
https://bit.ly/343SjjB
Logística Reversa40
No Brasil:
MUAIs (Mini Usinas de Álcool Integradas, São Paulo)
A interação ocorre na horticultura e na fruticultura, na produção 
de ração contendo levedura seca, na criação de gado e na produção de 
energia elétrica. 
O vinhoto, resultante da produção de álcool, biodigerido, transforma-
se em fertilizante e gás. 
Pontas da cana e do sorgo, chamadas de ponteiros, normalmente 
descartados, passam a ser utilizados na alimentação do gado. Bagaço, 
palha seca, e resíduos orgânicos produzidos pelo gado, são queimados, 
assim como o biogás, e utilizados na produção de energia elétrica. 
Da levedura, parte é utilizada na produção de ração animal e parte 
é transformada em outros elementos, utilizados em produtos alimentícios.
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar em exemplos de Ecologia Industrial? 
Recomendamos a leitura do artigo: Parques ecoindustriais. 
Fonte: https://bit.ly/343SjjB
https://bit.ly/343SjjB
Logística Reversa 41
 
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu tudo? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos 
resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que 
Ecologia Industrial é um conjunto de propostas que 
possuem o objetivo de revolucionar os sistemas industriais, 
usando como base a estrutura e o funcionamento dos 
ecossistemas naturais, onde o objetivo é estimular o 
fluxo de material e de energia entre diferentes empresas, 
que podem ser comparadas a organismos capazes de 
metabolizar insumos. Os objetivos da Ecologia Industrial e 
da logística reversa são semelhantes, os dois se baseiam 
na maximização da eficiência dos processos industriais, 
com objetivos semelhantes aos da logística reversa, como 
redução, reutilização e reciclagem.
Logística Reversa42
TI Verde
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funciona o TI verde e como um sistema simples pode 
fazer a diferença no uso de energia. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá!.
A Tecnologia da Informação (TI) passou a fazer parte das empresas 
quando elas perceberam que a implementação informacional poderia 
moldar todas as suas atividades. O TI quando bem empregado traz 
vantagens às empresas no que diz respeito à diminuição de custos, 
aumento de produtividade e melhora da qualidade dos seus serviços.
Figura 9 – TI verde
Fonte: @pixabay
https://pixabay.com/pt/vectors/%C3%ADcone-internet-computador-tela-364248/
Logística Reversa 43
Engana-se quem pensa de TI não provoca impactos no meio 
ambiente. A demanda de energia elétrica e os componentes utilizados na 
fabricação do hardware são grandes vilões ambientais. 
Por este motivo, algumas empresas vêm adotando ações de TI 
verde, para melhorar seus negócios e oferecer soluções. 
EXPLICANDO MELHOR:
Tecnologia da Informação verde ou simplesmente TI verde 
apresenta-se como uma tendência mundial voltada para a 
redução dos recursos tecnológicos no meio ambiente. 
É uma maneira de desenvolver práticas que tornem o uso da 
tecnologia mais sustentáveis e menos prejudiciais, propondo meios 
de compatibilizar o uso dos recursos naturais às políticas sustentáveis 
existentes nas empresas. 
Os próprios executivos acreditam que o TI verde atualmente já faz 
parte do planejamento das empresas, principalmente no que diz respeito 
à redução do consumo energético e aos custos de resfriamento de 
equipamento. 
Práticas de TI Verde
As práticas de TI verde podem ser divididas em três níveis: 
Abordagem incremental
Não há modificações na infraestrutura nem nas políticas externas 
e sua função é apenas incorporar medidas de contenção de gastos. 
São medidas simples e que praticamente não geram custos na sua 
implantação. Com apenas o desligamento dos monitores em desuso, 
nota-se uma redução de consumo energético de 50% para monitores de 
CRT e 30% quando de LCD. 
Logística Reversa44
Exemplificando: 
 • Uso de monitoramento automático de energia disponível nos 
equipamentos.
 • Desligamento de equipamentos em momentos de não uso.
 • Utilização de lâmpadas fluorescentes.
 • Otimização da temperatura das salas.
Abordagem estratégica
Convoca-se uma auditoria sobre a infraestrutura do setor de TI e 
sua relação com o meio ambiente. Discute-se o desenvolvimento e a 
implementação de novos meios viáveis de produção de bens ou serviços 
de forma ecológica.
Exemplificando: 
 • Criação de uma nova infraestrutura na rede elétrica visando 
maioreficiência.
 • Criação de sistemas computacionais de menor consumo elétrico (com 
novas políticas internas e medidas de controle dos seus descartes).
 • Preocupação com os gastos elétricos.
 • Leva-se em consideração o marketing gerado pelas medidas 
adotadas pela marca.
Deep TI (TI fundo) ou radical
Tem esse nome porque é mais amplo que os anteriores, incorpora 
e implementa na sua estrutura a visão de parque tecnológico, com 
maximização do desempenho com gasto elétrico mínimo.
Exemplificando:
 • Projetos de sistemas de refrigeração.
 • Iluminação e disposição de equipamentos no local com base nas 
estruturas citadas anteriormente.
O Google e o Yahoo possuem práticas que vão desde o planejamento 
de seu centro de dados de acordo com as normas e exigências ambientais, 
Logística Reversa 45
à locomoção de seus funcionários em veículos híbridos, uso de fontes 
alternativas de energia, virtualização dos servidores, até a gestão do 
consumo elétrico gerado pelo resfriamento de seus equipamentos. 
Figura 10 – Sustentabilidade
Fonte: @freepik
Vantagens na Área de TI Verde
Quando pensamos em sustentabilidade, dificilmente associamos 
à área de sistemas e tecnologia de uma empresa, porém as vantagens 
ao desenvolver uma infraestrutura sustentável precisam ser tão fortes 
quanto os princípios éticos. 
Entre as vantagens podemos citar: 
Redução do custo energético: servidores e computadores 
consomem muita energia elétrica porque são usados de maneira contínua 
e precisam de resfriamento constante. Por meio da anotação na placa de 
dados sobre a potência em watts é possível analisar quais computadores 
e servidores são menos eficientes e quais podem ser melhorados. 
Logística Reversa46
Habilitação para tornar-se parceira de outras empresas sustentáveis 
– como as empresas são consumidoras e fornecedoras de produtos e 
serviços, o TI verde pode ser um diferencial para parcerias de negócios. 
NOTA:
Empresas que possuem projetos sustentáveis zelam 
pelo conceito verde em todo o seu processo produtivo e 
tendem consumir e fazer parcerias com empresas com a 
mesma filosofia.
Construção de uma imagem positiva para a empresa – a imagem 
de uma empresa e a valorização de processos e tecnologias sustentáveis 
é bem-vista por clientes por seu caráter inovador e responsável. 
Sustentabilidade e inovação andam juntas, e para que a primeira aconteça, 
é preciso aplicar ideias modernas na concepção do projeto. 
Estratégias para Criar uma Empresa TI 
Verde
O primeiro passo é definir uma estratégia e estudar o nível de 
sustentabilidade desejado de acordo com seu porte. Com pouco 
investimento é possível fazer ajustes e obter resultados perceptíveis. 
Para uma abordagem mais ampla, é preciso contratar uma auditoria 
técnica, de modo a realizar avaliações individuais nos equipamentos e 
definir quais substituições ou melhorias vão gerar mais economia. 
Se houver um interesse ainda maior por parte da empresa, outras 
medidas podem ser adotadas, como o aproveitamento da água da chuva, 
o plantio de árvores, a compra de créditos de carbono, entre outros 
métodos. 
As ações podem ser agrupadas com relação aos resultados citados 
a seguir:
Redução do consumo de energia e das emissões de carbono:
 • Atualização de sistema operacional e hardware – o desenvolvimento 
Logística Reversa 47
de projetos de hardware como software são os principais pontos de 
atuação que visam tanto a redução do consumo energético quanto a 
redução das emissões de carbono.
 • Virtualização de servidores – utilização de software que “emula” 
uma máquina virtual como um servidor físico, criando deste modo, 
um ambiente isolado e independente da máquina “real”, assim uma 
máquina física, dentro de sua capacidade de desempenho pode 
“hospedar” diversas máquinas virtuais independentes. Em termos 
de descarte de equipamentos, a virtualização auxilia na redução da 
contaminação ambiental ao substituir os equipamentos físicos com 
máquinas lógicas.
 • Implantação de Sistemas de Gestão Empresarial (ERP): por meio 
deste sistema é possível integrar todos os dados de uma empresa, 
possibilitando a automação de todas as informações. Os ERP 
diminuem custos, aperfeiçoam o fluxo de informações e o processo 
de gerenciamento, e ainda, reduzem os riscos e oferecem recursos 
para reduzir desperdícios.
NOTA:
A Microsoft lançou um produto que mede o impacto 
ambiental que as atividades de uma empresa causam, 
focando em especial o consumo de energia. Com estas 
informações, a empresa pode atuar nos pontos específicos 
e consequentemente reduzir tanto o consumo de energia 
como a emissão de gases de efeito estufa.
Infraestrutura e conservação energética
A infraestrutura empresarial precisa trabalhar em conjunto com os 
profissionais de TI com o foco voltado para a redução do consumo de 
energia e otimização da tecnologia. 
Para que um centro de dados tenha eficiência financeira e seja 
sustentável, os seguintes passos são considerados: 
1. Avaliar o consumo e a eficiência energética.
Logística Reversa48
2. Redesenhar o sistema de resfriamento.
3. Reconsiderar redundâncias.
4. Utilizar equipamentos ajustáveis em espaço e energia.
5. Virtualizar “storage” e servidores.
6. Utilizar dispositivos “Energy Star” ou com outros “selos Verdes”.
7. Doar ou reciclar servidores em desuso.
8. Verificar a infraestrutura predial.
9. Pesquisar fontes alternativas de energia.
10. Envolver a gerência no processo.
Sociedade Responsável
A sociedade pode adotar algumas ações a fim de colaborar com 
a sustentabilidade e o TI verde. Algumas são muito simples, como a 
aquisição de produtos desenvolvidos com materiais sustentáveis ou que 
sejam produzidos dentro de padrões verdes.
Os produtos eletrônicos possuem metal em sua estrutura e possuem 
compostos químicos (mercúrio, chumbo e cádmio) que podem afetar os 
seres vivos e causar problemas de saúde como anemia, problema nos 
rins, nos pulmões e no sistemas reprodutor e nervoso. 
Para minimizar os problemas de contaminação do lixo eletrônico, 
algumas práticas podem ser realizadas, como o descarte correto de 
peças para que instituições e organizações possam tratá-lo sem causar 
impactos significativos ao meio ambiente, doação de equipamentos ainda 
em bom estado e redução do consumo de equipamentos supérfluos. 
A compra consciente de um produto também pode ser considerada 
uma atitude sustentável. Quando você compra um computador com a 
dimensão e as configurações corretas para o seu uso (doméstico, jogos, 
tratamento de imagens, entre outros) está contribuindo para a economia 
da energia e consequentemente, ajudando na conservação dos recursos 
naturais do planeta.
Logística Reversa 49
E ainda, o consumidor ao adquirir um computador, pode configurar 
seu equipamento quanto à energia, de modo a equilibrar a relação entre 
consumo de energia e o desempenho do equipamento.
Exemplos de Empresas de TI Verde
A empresa Itautec, foi a primeira empresa do Brasil no ramo de TI 
a fabricar equipamentos livres de chumbo e ainda, possui um Centro de 
Reciclagem localizado em Jundiaí, em São Paulo. 
A Cemig (geradora e distribuidora de energia) começou suas 
iniciativas na área ambiental com a instalação de milhares de placas 
de energia solar, levando energia elétrica para vilarejos distantes e sem 
custos para o consumidor. Na iluminação pública, 58 mil pontos foram 
substituídos por sódio e contabilizaram a economia de 18 mil MW/h em 
um ano.
Na Unilever, empresa que investe em sustentabilidade há muitos 
anos, o programa de consolidação do parque de impressoras reduziu o 
número de equipamentos em 60%.
Figura 11 – Sustentabilidade
Fonte: https://bit.ly/3hRXdoz
https://bit.ly/3hRXdoz
Logística Reversa50
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos a leitura 
da do artigo: de empresas especializadas em implantar TI 
verde. Fonte: https://bit.ly/33JcZgs
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos?Aprendeu tudo? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que TI verde 
é uma maneira de desenvolver práticas que tornem o 
uso da tecnologia mais sustentáveis e menos prejudiciais, 
propondo meios de compatibilizar o uso dos recursos 
naturais às políticas sustentáveis existentes nas empresas. 
O TI verde já faz parte do planejamento das empresas, 
principalmente no que diz respeito à redução do consumo 
energético e aos custos de resfriamento de equipamento. 
Pode ter as seguintes abordagens: incremental, estratégica 
ou radical. Entre as vantagens podemos citar: redução 
do custo energético, habilitação para tornar-se parceira 
de outras empresas sustentáveis e construção de uma 
imagem positiva para a empresa. A sociedade também 
pode colaborar adotando ações a fim de colaborar 
com a sustentabilidade como a aquisição de produtos 
desenvolvidos com materiais sustentáveis ou que sejam 
produzidos dentro de padrões verdes.
https://bit.ly/33JcZgs
Logística Reversa 51
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, T. D.; QUEIROZ, A. A. F. S. L. Economia Circular: breve panorama 
da produção científica entre 2007 e 2017. XIX Engema. 2017 ISSN: 2359-
1048. Disponível em : http://engemausp.submissao.com.br/19/anais/
arquivos/417.pdf. Acesso em: 1 set. 2020.
BONCIU, F. The European economy: From a linear to a circular economy. 
Romanian Journal of European Affairs. 14, 78-91, 2014.
ERKMAN, S.; FRANCIS, C.; RAMESH, R. Ecologia industrial: uma agenda 
para a evolução no longo prazo do sistema industrial. São Paulo, Instituto 
Pólis, 2005. (Cadernos de Proposições para o Século XXI). 
Confederação Nacional da Indústria. Economia circular: oportunidades e 
desafios para a indústria brasileira /Confederação Nacional da Indústria. – 
Brasília: CNI, 2018. ISBN 978-85-7957-166-4.
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ellenmacarthurfoundation.org/pt/fundacao-ellen-macarthur/a-
fundacao. Acesso em: 1 set. 2020. 
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Acesso em: 1 set. 2020.
SAUVÉ, S.; BERNARD, S.; SLOAN, P. Environmental sciences, sustainable 
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Carolina Galvão Sarzedas
Livro Didático Digital
	_Hlk26629517
	_Hlk26630356
	Logística Reversa: Conceitos Básicos e Práticas Operacionais
	Introdução
	Logística e Meio Ambiente
	Logística e Cadeia de Suprimentos
	Práticas Operacionais
	Fatores que Influenciam a Eficiência da LR
	Modelos de Gerenciamento de LR
	Introdução
	Gerenciamento
	Exemplo dos Correios
	Exemplos de Gerenciamento em LR
	Introdução
	McDonald’s
	Grupo Pão de Açúcar
	NOKIA
	HP
	Setor de Cosméticos
	Pneus Bridgestone
	Suzano Papel e Celulose
	Philips
	Coca-Cola
	Coprocessamento
	Introdução
	Definição
	Fabricação Convencional de Cimento
	Danos Ambientais
	Coprocessamento
	Vantagens do Coprocessamento
	Coprocessamento de Pneus
	Estatísticas
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