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CURSO DE PEDAGOGIA PROJETOS E PRÁTICAS DE AÇÃO PEDAGÓGICA – SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL POSTAGEM 2: ATIVIDADE 2 PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA O PAPEL DO SUPERVISOR NA IMPLEMENTAÇÃO DE UMA METODOLOGIA INTERDISCIPLINAR Thiago Marcório Fernandes Camargo RA-1992274 Polo de Trindade Goiás – 2021 ÍNDICE 1. Tema 2. Situação-problema 3. Justificativa e embasamento teórico 4. Público-alvo 5. Objetivos 6. Percurso metodológico 7. Recursos 8. Cronograma 9. Avaliação e produto final 10. Referências 3 1.Tema O projeto tem como proposta de intervenção pedagógica o papel do supervisor no auxílio para que os docentes coloquem em prática um modelo de ensino interdisciplinar. Com isso o tema do projeto ficou definido como: A interdisciplinaridade enquanto metodologia de ensino. 4 2.Situação-Problema De que forma o supervisor escolar poderá conscientizar e preparar os professores para aderirem a uma pedagogia interdisciplinar? É possível aos educadores superarem modelos tradicionais de ensino e se abrirem para novas metodologias, conseguindo trabalhar em conjunto com outros professores? 5 3.Justificativa e Embasamento Teórico No período de realização do estágio observamos que os alunos demonstravam um interesse e aprendizado significativo em determinadas disciplinas, porém em outras (principalmente português e matemática), o desempenho já não era tão satisfatório. Percebemos também o distanciamento entre o ensino dos conteúdos curriculares com a realidade social dos estudantes, sendo trabalhados de forma isolada dentro de cada disciplina. Evidenciando a falta de trabalho conjunto entre toda a equipe pedagógica. As disciplinas são produtos do desenvolvimento histórico, que se encontra em uma transição contínua e submetida a forças exteriores em constantes mudanças, como valores culturais, condições econômicas e ideologias políticas. É, portanto, preciso reavaliar a questão de como elas vem sendo produzidas e mantidas. (THOMAZI, 2013). Segundo a autora acima, as disciplinas são resultado de transformações históricas, com o conhecimento abrangido por elas passando por grandes mudanças, e sofrendo influência de diversos aspectos, sendo políticos, econômicos ou culturais. Portanto, elas não podem ficar estagnadas, é preciso pensar em novas práticas de ensino que criem ambientes de aprendizagem significativos para os estudantes, se adequando a realidade vivenciada por eles. Neste contexto, de educação integral de qualidade, evidencia-se a necessidade de romper com a escola que fragmenta os conhecimentos e os distancia da realidade dos educandos, criando no ambiente escolar a perspectiva de que a vida do aluno e a escola estão distante no tempo e no espaço, tornando os conhecimentos acadêmicos sem significado para aplicação prática na vida cotidiana. (BARROS, p.3). Conforme exposto pelo autor acima, muitas escolas ainda seguem metodologias de ensino que trabalham os conteúdos de forma desagregada das demais disciplinas, e também do cotidiano social vivenciado pelos estudantes. Portanto, é preciso discutir novas formas de se produzir o processo de ensino e aprendizagem, adequando o que se trabalha nas escolas às necessidades dos estudantes em sua época histórica, ajudando-os a torna-los cidadãos que possam 6 atuar de maneira crítica e significativa em suas práticas sociais, transformando-a em prol dos interesses da coletividade. O educador interdisciplinar olha para o conhecimento de forma global, sem desmerecer as particularidades de cada disciplina, pois ele deve conhecer a fundo sua própria disciplina, para que assim possa conhecer as demais e desenvolver um trabalho de diálogo entre elas. (UMBELINO E ZABINI, 2014, p.7). Conforme a citação acima, não se trata de desmerecer a contribuição de uma disciplina específica, mas de valorizar cada tipo de conhecimento em um contexto globalizado, travando um diálogo interdisciplinar. Afinal, o conhecimento não existe de forma separada, cada matéria escolar se relaciona com a outra na prática social desempenhada pelos estudantes. A interdisciplinaridade tem como objetivo englobar o máximo de disciplinas que possam contribuir com o conteúdo a ser desenvolvido com determinada turma, além de despertar na comunidade escolar – professores, equipe pedagógica e alunos – um trabalho conjunto, possibilitando uma visão holística dos conteúdos partindo do conhecimento prévio do aluno. (UMBELINO E ZABINI, 2014, p.6). Assim reforçado pelos aurores, torna-se importante o trabalho interdisciplinar na busca pela garantia de uma aprendizagem global do aluno, que possibilite uma visão mais abrangente sobre aquilo que é ensinado pelos professores e apreendido pelos estudantes. Há também que se partir da realidade do estudante, daquilo que ele conhece, que faz parte de seu mundo, o que é possível através da busca dos conhecimentos prévios dos alunos. O supervisor escolar tem o papel de atuar junto ao corpo pedagógico na busca de integralizar os conteúdos trabalhados no ambiente escolar. Segundo Giancaterino (c2021) “ o supervisor possui uma função globalizadora do conhecimento através da integração dos diferentes componentes curriculares. Sem esta ação integradora, o aluno recebe informações soltas, sem relação uma das outras, muitas vezes inócua.” Conforme deixa claro o autor, é de extrema importância a atuação do supervisor no sentido de organizar relações entre os professores e suas disciplinas para que realizem trabalhos conjuntos. Afim de estabelecer sentido para os alunos os conteúdos ensinados em sala de aula. Para alcançar os objetivos propostos, o supervisor precisa elaborar ações de aperfeiçoamento teórico e prático dos profissionais de ensino, propiciando momentos 7 de formação continuada, com estudos, rodas de conversa, palestras, entre outras ações a serem lideradas pelo supervisor. A contribuição da ação supervisora para uma pratica pedagógica interdisciplinar deve ocorrer no sentido de uma provocação quanto a orientação no fazer pedagógico, exigindo um aprofundamento teórico, priorizando a reflexão da pratica e a construção do espaço do dialogo e troca de experiências no âmbito escolar. (THOMAZI, 2013). A autora acima reafirma a importância de momentos de estudo e reflexão teórica para a transformação da prática de ensino. O supervisor pode indicar autores que discutem e propõem metodologias de ensino e pela troca de conhecimentos com seus colegas, os docentes podem se abrir para novas práticas e avançar em seu trabalho. Segundo Thomazi (2013), “A presença e o dialogo do supervisor criam um vínculo de compromisso mediando o processo do currículo pela ação conjunta professor-supervisor.” Portanto, o supervisor precisa estar perto e estabelecer um diálogo constante com os educadores, afim de também aproximá-los um dos outros, se tornando um parceiro na organização de uma nova prática de ensino. Segundo Giancaterino(c2021), ‘não cabe ao supervisor impor critérios ou soluções, cabe-lhe sem dúvida, ajudar na construção da conscientização necessária da luta para uma educação libertadora.” Ou seja, o supervisor não pode simplesmente impor uma nova metodologia de ensino aos professores, e sim, através de ferramentas de conscientização, levá-los a aperfeiçoamento de suas práticas, em prol de uma educação que sirva a formação integral dos estudantes, que lhes dê os instrumentos necessários para terem vez na sociedade. O Supervisor Educacional deverá sercapaz de desenvolver e criar métodos de análise para detectar a realidade e daí gerar estratégias para a ação; deverá ser capaz de desenvolver e adotar esquemas conceituais autônomos e não dependentes, diversos de muitos daqueles que vem sendo empregados como modelo, pois um modelo de Supervisão não serve a todas as realidades. (GIANCATERINO, c2021). Conforme exposto pelo autor, não se pode copiar um modelo que deu certo em uma escola, para outra unidade de ensino. Cada instituição possui uma realidade específica, com problemáticas, oportunidades e desafios próprios para serem superados, cabendo ao supervisor estudar sobre a realidade da escola onde atua, 8 ouvindo os educadores, os estudantes, conhecendo a comunidade onde a escola está inserida. Só assim conseguirá construir com sua equipe um modelo que realmente ajude na construção de uma educação para a cidadania, que sirva aos alunos daquele estabelecimento, formando estudantes que saibam atuar de forma criativa, crítica e transformadora, no contexto em que vivem. Assim, acredita-se que uma das funções específicas do Supervisor Escolar é a socialização do saber docente, na medida em que há ela cabe estimular a troca de experiências entre os professores, a discussão e a sistematização de práticas pedagógicas, função complementada pelos órgãos de classe que contribuirá para a construção, não só de uma teoria mais compatível à realidade brasileira, mas também do educador coletivo. (GIANCATERINO, c2021). Como coloca o autor, cabe ao supervisor educacional garantir a troca de aprendizagem e o compartilhamento dos saberes curriculares, trabalhando com a comunidade escolar uma visão global dos conteúdos, impulsionando o diálogo e o desejo de construir uma prática de ensino e aprendizagem voltadas a realidade do contexto social ali estabelecido. Para tanto, é preciso superar modelos tradicionais que fragmentam os conhecimentos e os distanciam da vida prática de quem os recebe. 9 4.Público-Alvo Professores/as e estudantes que atuam no ciclo 1 do ensino fundamental; Supervisor/coordenador. 5.Objetivos O projeto tem como objetivo geral propiciar uma metodologia de ensino interdisciplinar, através da intervenção do supervisor pedagógico. Com isso, valorizar a importância de cada disciplina, interligando-a com as demais. Com o intuito de globalizar o conhecimento e trazer os conteúdos curriculares para a vida real dos estudantes, propiciando uma aprendizagem significativa. Os objetivos específicos são: • Estabelecer relações que favoreçam o trabalho conjunto entre os professores/as, sem ferir a autonomia docente e a importância de cada disciplina; • Propiciar estudos que possibilitem um aporte teórico para sustentar a mudança para o método interdisciplinar; • Integrar e globalizar os conhecimentos trabalhados na escola; • Estabelecer relação entre o currículo com a prática social; • Fortalecer o envolvimento e a colaboração do supervisor na prática docente. 10 6.Percurso Metodológico No período de realização do estágio observamos o distanciamento entre o supervisor e a equipe pedagógica, que se refletia no isolamento entre os conteúdos trabalhados nas aulas com a vida real dos estudantes, e também com as outras disciplinas curriculares, acarretando em problemas de aprendizagem. Com isso, foi proposto um trabalho que aproximasse o supervisor escolar e toda a equipe pedagógica, buscando alterar a metodologia de ensino adotada na escola. No primeiro momento foi realizada a abertura de espaços de diálogo entre o supervisor e os professores, através de reuniões semanais, onde se buscou realizar um diagnóstico da escola, da comunidade ao redor, trazer depoimentos de estudantes sobre a percepção que possuíam sobre as conteúdos curriculares e a forma que eram trabalhados. Através da liderança do supervisor, se buscou uma conscientização dos educadores sobre a importância de adequar a prática de ensino para metodologias que atendessem a necessidade daquela escola . Com a proposta de mudança aceita, se intensificou o estudo de autores que trabalhavam a temática da interdisciplinaridade, da didática e da construção do conhecimento. Com o andamento dos estudos, ficou definido que a abordagem teórica a ser trabalhada no processo de ensino aprendizagem seria a teoria sociointeracionista, aplicada sobre uma abordagem interdisciplinar. Por fim, se deu a construção coletiva de propostas de projetos interdisciplinares a serem trabalhados na escola e que atendessem as necessidades daquela comunidade. Nesse momento se possibilitou também a escuta dos alunos. 11 7.Recursos Para a realização do projeto foi utilizada uma sala de reunião, data-show, livros, cadernos e canetas. A sala de aula, laboratórios e outros ambientes de aprendizagem. Equipamentos eletrônicos para acessar artigos em sites da internet e documentários. Além dos recursos humanos que englobam a comunidade escolar. 12 8.Cronograma Não foi estipulado um tempo de duração para o projeto, pois a intenção é que a prática de diálogo, de formação continuada, de ação e reflexão se torne uma rotina, e que a metodologia interdisciplinar seja duradoura nessa escola. Para o semestre em que se deu início o projeto foram realizadas 3 reuniões semanais de duração de uma hora. No mês de agosto, as duas primeiras semanas foram utilizadas para a reflexão sobre a prática de ensino que os educadores seguiam na escola, e posteriormente se fez um diagnóstico sobre os problemas que ela poderia estar causando no processo de ensino e aprendizagem. Nas semanas seguintes, se partiu para o estudo de referenciais teóricos e a percepção dos docentes sobre as dificuldades que poderiam se apresentar na implementação de uma nova metodologia. Em setembro, as primeiras reuniões tiveram como intuito a proposição de projetos que englobavam a metodologia interdisciplinar. E da metade desse mês em diante, foram feitas reuniões para a discussão e reflexão sobre como a metodologia estava sendo trabalhada. Nessas reuniões eram realizadas a escuta de alunos, discussão sobre o avanço do aprendizado dos estudantes, estudos de referenciais teóricos etc.. 13 9.Produto final e avaliação Para o produto final, foi feito a busca de depoimentos de professores e alunos relatando o aprendizado que obtiveram nessa passagem para uma metodologia interdisciplinar, além das dificuldades enfrentadas e as conquistas obtidas. Também foi organizado um portfólio contendo fotos, vídeos e relatos do desenvolvimento dos projetos trabalhados seguindo a nova metodologia. Já a avaliação se deu através das reuniões periódicas, realizada por 3 vezes na semana. Abrindo espaço para o debate a respeito se a implementação do método estava sendo seguida da melhor maneira, se os objetivos estavam sendo alcançados, no intuito de incentivar os professores a refletirem sobre suas ações de ensino. E também conversando com os estudantes sobre a percepção que estavam tendo a respeito da nova metodologia. Durante e depois da produção de projetos interdisciplinares, eram realizadas rodas de conversa entre os professores e os alunos envolvidos, onde os estudantes colocaram suas percepções sobre os conteúdos apreendidos e as aprendizagens construídas no desenvolvimento desse processo, sugeriram ideias etc.. Os alunos também produziram redações ou gravaram depoimentos sobre suas aprendizagens conquistadas e construídas. 14 10.Referências Bibliográficas Barros, Fabiano. A Interdisciplinaridade como um caminhopossível para uma educação integral. Disponível em: <https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/117528/000966816.pdf?sequence=1&i sAllowed=y>. Acesso em: 08/10/2021. Giancaterino, Roberto. A Supervisão Educacional: mudanças sob olhar de uma educação libertadora. Brasil Escola. C2021. Disponível em: <https://m.meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-supervisao-educacional- mudancas-sob-olhar-uma-educacao-.htm>. Acesso em: 08/10/2021. Thomazi, C. P. S. A ação supervisora e a sua relação com a interdisciplinaridade. Central da Inteligência Acadêmica. 2013. Disponível em: <http://centraldeinteligenciaacademica.blogspot.com/2013/03/a-acao-supervisora-e- sua-relacao-com.html?m=1>. Acesso em: 08/10/2021. Umbelino, Moacir. Zabini, Franciele Oliveira. A Importância da Interdisciplinaridade na Formação Docente. 2014. Disponível em: <https://unisos.uniso.br/publicacoes/anais_eletronicos/2014/1_es_formacao_de_prof essores/44.pdf>. Acesso em: 08/10/2021.