Carlos da Silva nasceu em Paiçandu, uma cidade do interior do estado do Paraná, e sempre estudou em escolas públicas com professores voltados ao ensino tradicional, onde as aulas eram expositivas e com professores como centro de todo o aprendizado. Em poucos momentos, os alunos, inclusive Carlos, tinham a oportunidade de debater com os professores sobre os assuntos abordados em sala. Era o esquema do aceitar e reproduzir o que o professor “ensinava”. Muitos professores de disciplinas nas áreas de humanas, por exemplo, entregavam textos enormes para resumir e responder questões muitas vezes sem entendimento. E algumas dessas questões eram respondidas quando o professor mostrava em qual parágrafo estava à resposta, então todos conseguiam copiar e tirar dez naquela atividade. O professor de Matemática, o senhor Mauro, era o mais temido da escola, por ser exigente e enérgico. Ninguém brincava nas aulas dele, nem mesmo ele. Suas aulas se resumiam a copiar conteúdos, que muitas vezes eram até bem explicados, e depois fazer uma lista enorme de exercícios repetitivos em busca de reproduzir os modelos apresentados pelo professor Mauro. Quem não conseguia fazer era posto de castigo, lhe tiravam sarro, e tínhamos apenas que copiar a conta que o professor