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7ª) Não bastassem as condições de vulnerabilidade dos mais pobres e o seu aprisionamento social a uma condição de sobrevivência em condições sub-humanas que ferem a Declaração Universal dos Direitos Humanos e os princípios constitucionais, são eles os destinatários do cumprimento rigoroso da lei quando cometem crimes. Assim, o rigor do cumprimento da lei está para os pobres tanto quanto a sensação de impunidade quando há crimes de colarinho branco ou cometido por pessoas com influência política, social e econômica.

A respeito:

i) o Estado é responsável pela ordem social, ordem pública e precisa dar respostas à sociedade que garantam segurança e justa punição. O Estado mostra e demonstra sua força e poder aprisionando aqueles que têm menor oportunidade de defesa, os que, pela condição social, são considerados malfeitores, os que provavelmente ou cometeram, cometem ou certamente cometerão algum delito (Foucault, 1987; Wacquant, 2013). Essa constatação é comprovada, por exemplo, com dois fatores: o perfil do criminoso aprisionado e as instalações das unidades pacificadoras-UP. As unidades pacificadoras são instaladas em locais conhecidos anteriormente por favelas, atualmente identificadas por comunidades, bairros periféricos, ambientes onde já está estabelecida a violência e se instala também a força estatal militarizada, com o intuito de regular a paz e minimizar a violência e principalmente o tráfico. Essas ações acabam por supervisionar a vida dos moradores e liberta-os dos criminosos, transmitindo, de forma inequívoca à sociedade, que os crimes e a criminalidade têm a ver apenas com o estado deixar a criminalidade se instalar ou não.;

ii) a longa sucessão de medidas voltadas para a reforma do estado do bem-estar também exalta e corporifica a nova concepção paternalista do papel do Estado em relação aos pobres, de acordo com o qual o comportamento dos cidadãos despossuídos e dependentes deve ser acompanhado de perto e sempre que necessário, corrigido por meio de rigorosos protocolos de vigilância, prevenção e sanção, muito parecidos com aqueles aplicados rotineiramente aos infratores sob supervisão da justiça criminal. (Wacquant, 2013).;

iii) Foucault (1987; 2012) e Wacquant (2013) discorrem em seus estudos que existe uma cultura de compreender os auxílios públicos destinados à moradia, à saúde e à educação como elementos de caráter fiscalizador do Estado, pois são encarados como um benefício de privilégios, mas, ao mesmo tempo, essas ações buscam disciplinar os usuários dos serviços. Estes itens no Brasil são considerados direitos constitucionais, mas também percebemos neles um caráter regulador e moral dos beneficiários dos programas.

a) i e ii incorretas

b) ii e iii incorretas

c) i e ii corretas

d) ii e iii corretas
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Julio cesar Ilidio Reis

há 2 meses

Respostas

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há 2 meses

Vamos analisar cada uma das afirmações para determinar quais são corretas ou incorretas. i) A afirmação discute a responsabilidade do Estado em relação à ordem social e à punição dos mais pobres, mencionando a força do Estado e a instalação de unidades pacificadoras. Essa análise é coerente com as críticas de Foucault e Wacquant sobre a criminalização da pobreza e a vigilância estatal. Portanto, essa afirmação é correta. ii) A afirmação fala sobre a concepção paternalista do Estado em relação aos pobres e a vigilância sobre seu comportamento. Isso também está alinhado com as ideias de Wacquant sobre a supervisão e controle dos cidadãos despossuídos. Assim, essa afirmação é correta. iii) A afirmação menciona que os auxílios públicos são vistos como fiscalizadores e que têm um caráter regulador e moral. Isso também é uma interpretação válida das críticas de Foucault e Wacquant, que discutem a relação entre direitos e controle social. Portanto, essa afirmação é correta. Agora, analisando as alternativas: a) i e ii incorretas - Incorreta, pois ambas são corretas. b) ii e iii incorretas - Incorreta, pois ambas são corretas. c) i e ii corretas - Correta, ambas são corretas. d) ii e iii corretas - Correta, ambas são corretas. As alternativas c) e d) não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo, pois a c) afirma que i e ii são corretas, enquanto a d) afirma que ii e iii são corretas. Como todas as afirmações i, ii e iii são corretas, a alternativa que melhor se encaixa é a c) i e ii corretas.

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