As categorias “cultura erudita” e “cultura popular”, antropologicamente falando, nos ajudam a compreender – na sua oposição ou fusão – como as classes dominantes existem em relação às classes dominadas, e como essas classes passam a partilhar de um processo social comum, mas do qual as elites continuam a exercer um controle importante. Assim, toda a produção cultural é resultado dessa existência comum, da história coletiva, por mais que seus benefícios e suas formas de controle sejam desiguais. Considerando essas categorias, é correto afirmar que:
I. Haveria uma oposição entre o que é erudito e o que é popular, oposição esta que se faz quando consideramos os diferentes interesses, visões de mundo e manifestações das classes sociais. II. A existência de classes dominadas demonstra a existência das desigualdades sociais e a “obrigação” de superá-las, e por isso a cultura popular pode ser vista como contendo um conteúdo transformador; ao passo que a cultura erudita pode ser compreendida por meio de sua expansão colonizadora. III. Há um abismo intransponível entre cultura popular e cultura erudita, isto é, entre cultura do povo e cultura de elite. O que é própria da cultura erudita jamais será popular, assim como o inverso também se aplica. a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) I e II, apenas. e) II e III, apenas.
No artigo “Folclore e sociologia em Florestan Fernandes”, Sylvia Garcia (2001, p. 149-150) apresenta a análise desse grande intelectual brasileiro acerca dos folguedos – festas populares de espírito lúdico que se realizam em diversas regiões do Brasil – e da função social do grupo infantil nesse contexto: “É a opinião pública tradicional que fala nos folguedos, ensinando ludicamente às crianças como se vive em certa sociedade, o que se deve fazer, como se deve fazer e o que é proibido e castigado. Desse modo, revela-se a função que o grupo infantil exerce para a continuidade cultural. Ainda que de modo sucinto, Florestan aponta [...] que o grupo [infantil] incorpora antigos elementos transferidos da cultura adulta do passado para a cultura lúdica do presente [...]”. Nesse sentido, é correto dizer que:
Se a função social dos folguedos é a de ensinar ludicamente às crianças como se vive em sociedade, a função que o grupo infantil exerce tem a ver com a continuidade cultural e a manutenção de uma certa identidade coletiva. a. Se a função social dos folguedos é a de ensinar ludicamente às crianças como se vive em sociedade, a função que o grupo infantil exerce tem a ver com a continuidade cultural e a manutenção de uma certa identidade coletiva.
À luz desse tipo de interpretação crítica da indústria cultural, é correto afirmar que:
a. A indústria cultural fixa de maneira exemplar a derrocada da cultura, ou seja, sua queda na condição de mercadoria e a alienação das massas. b. A produção industrial permite a livre expressão do papel filosófico-existencial da cultura. c. O modo industrial de produção da cultura não corre o risco de padronização com fins de rentabilidade econômica e controle social. d. A indústria cultural fixa de maneira exemplar que há um interesse difuso na reflexão e no pensamento. e. A indústria cultural é um conceito que sugere que as massas passaram a produzir uma cultura das massas e para as massas.
I. A comunicação midiática é criticada na tirinha a partir da metáfora da comunicação como controle. Fica evidente a diferença entre os papéis dos participantes no processo comunicativo; de um lado o personagem em posição de submissão e, de outro lado, o “poderoso da mídia de massa”.