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01. DESENVOLVIMENTO O sistema nervoso se origina da ectoderme, partindo do espessamento desse folheto acima da notocorda originando a placa neural entorno do 20° dia, esse de forma progressiva cresce formando um sulco longitudinal, o sulco neural, que se aprofunda/invagina e forma a goteira neural, da qual ocorre a neurulação o processo para a formação do tubo neural. A partir desse encontro das extremidades ocorre o desenvolvimento de células que forma uma lâmina longitudinal nomeada como crista neural, assim localizada dorsalmente ao tubo neural. Sendo que o tubo neural originará o SNC e a crista neural SNP. CRISTA NEURAL Após a formação, que se dá no sentido craniocaudal, ocorre a fragmentação das cristas que originaram os gânglios espinhais onde haverá a diferenciação dos neurônios sensitivos,/pseudounipolares, ou seja, sistema nervoso periférico. A partir desse tem-se derivando os gânglios do sistema nervoso autônomo, sensitivos, melanócitos, células de schawann, anficitos, odontoblastos, dura-máter e aracnoide, porção medular da glândula suprarrenal. TUBO NEURAL Origina-se, então, do fechamento da goteira neural e a fusão com a ectordema não diferenciada. Onde nas extremidades há dois orifícios (neuroporo rostral e neuróporo caudal. Células neuroectodérmicas primitivas do tubo neural vão proliferar e diferenciar-se nos neurônios, astrócitos, oligodendrócitos e células ependimárias O tubo neural apresenta a parede dividida pelo sulco limitante separando as lâminas alares das lâminas basais. Entre as lâminas alares tem-se a lâmina do teto, assim como entre as basais tem a lâmina do assoalho que forma o sulco mediano do assoalho do IV ventrículo. A lâmina do teto origina o epêndima da tela corioide e dos plexos coriodes Os neurônios das alares iriam dar origem as estruturas sensitivas que formam vias aferentes e basais às estruturas motoras e vias eferentes. No seu desenvolvimento a parte inferior apresenta diferenciação menor, já na superior ocorre aumento irregular formando vesículas primitivas, que seriam o prosencéfalo, mesencéfalo (único que não se divide) e rombencéfalo. A partir do prosencéfalo origina-se o telencéfalo e diencéfalo, já do rombecéfalo origina o metencéfalo e mielencéfalo. O Telencéfalo se desenvolve e envolve-se com o diencéfalo, de modo a formar os hemisférios cerebrais, lâmina terminal e comissuras. O diencéfalo permanece nas paredes do terceiro ventrículo, dando origem às vias ópticas, ao hipotálamo, ao tálamo, ao subtálamo e ao epitálamo. O mesencéfalo, parte do tronco do encéfalo, forma os pedúnculos cerebrais, o tegmento com o núcleo rubro e a substância negra, assim como o teto com os colículos. O metencéfalo é responsável pelo desenvolvimento da ponte e do cerebelo, incluindo suas estruturas internas. Da mesma forma, o mielencéfalo origina o bulbo, ou medula oblonga. CAVIDADE CENTRAL Essa apresenta um revestimento interno de epêndima que se modifica com o desenvolvimento, com exceção do canal central da medula que contêm o liquor. Sendo que a porção na porção alta do bulbo e ponta e na parte anterior ao cerebelo, a cavidade origina quatro ventrículos. No mesencéfalo forma-se o aqueduto cerebral que comunica o quarto e terceiro ventrículo – cavidade do diencéfalo e então os ventrículos laterais se encontram formados no telencéfalo. A cavidade dilatada do rombencéfalo forma o IV ventriculo, as do diencéfalo e parte mediana do telencéfalo formam o IIII ventriculo DIFERENCIAÇÃO E ORGANIZAÇÃO NEURONAL Em um embrião de 4 meses as principais estruturas já estão formadas, mas não completas. O córtex cerebral e cerebelar são lisos, e os giros e sulcos são formados pela alta taxa de expansão da superfície cortical. 1. Proliferação e migração neuronal: A proliferação se intensifica depois que o tubo neural é formado; e as células precursoras de neurônios começam a se dividir assimetricamente, formando outra cél percursora e um neurônio jovem que migra pra região mais externa com ajuda das células da glia radial, que são precursoras dos astrócitos; estas formam prolongamentos como “trilhos” para o deslizamento dos neurônios. 2. Diferenciação neuronal Depois de migrarem, os neurônios adquirem características morfológicas e bioquímicas especiais da função que eles vão exercer, de acordo com a secreção dos fatores que influenciam a expressão ou desligamento de certos genes. Emitem seu axônio para que sua extremidade – o cone de crescimento – alcance o alvo correto através do reconhecimento de pistas químicas no ambiente neural; quando se aproximam, o axônio se ramifica e começa a criação de sinapses. 3. Sinaptogênese e formação de circuitos: Na embriogênese ocorre uma maior produção de neurônios que o usual, e para regular isso ocorre a morte neuronal programada, que depende da quantidade de tecido-alvo. Esse tecido-alvo produz fatores que atuam no DNA neural pra impedir a morte celular por apoptose; esses fatores são captados pelos neurônios como em uma competição, de modo que precisem estabilizar suas sinapses para sobreviver; e os não que não captam fatores são eliminados por apoptose conforme o envelhecimento. - Plasticidade cerebral: é responsabilidade da “reserva” neuronal que existe pelo excesso da produção dos neurônios. 4. Mielinização: Final da maturação do SN. Se completa em tempos diferentes em áreas diferentes do SNC, sendo que a última área é o córtex da região anterior do lobo frontal do cérebro, responsável pelas funções psíquicas superiores (perto dos 30 anos). 02. MORFOLOGIA DO SN SNC - Encéfalo: parte localizada no crânio, apresentando cérebro, cerebelo e tronco encefálico. O tronco é divido em mesenvéfalo, ponte e bulbo. - Medula: localizada dentro do canal vertebral SNP Localizado fora do esqueleto axial, com penetração dos nervos e raízes nervosas no crânio e canal vertebral para que ocorra a conexão com o SNC. Os nervos são os cordões comunicantes entre o SNC e os órgãos periféricos. o Cranianos: união com encéfalo o Espinhas: se a união for com a medula Além disso em suas extremidades tem as terminações nervosas que podem ser tanto sensitivas quanto motoras Tem os gânglios que são dilatações nervosas dos corpos neurais que podem ser, também, tanto sensitivos quanto motores viscerais (SN autônomo) O sistema nervoso pode ser classificado em sistema nervoso da vida de relação (somático) que se relacionado com o meio ambiente tento componentes aferente que encaminha as percepções/impulsos dos receptores periféricos e o componente eferente conduz aos músculos estriados os comandos dos centros nervosos. E o sistema nervoso visceral (vegetativo) é o que se relaciona com a inervação e controle dos órgãos, importante para a manutenção da constância interna, onde os componentes aferentes encaminho impulsos recebidos para as vísceras, já o eferente é denominado como sistema nervoso autônomo sendo subdividido em simpático e parassimpático Além disso podesse classificar o SN em segmentar e suprassegmentar a partir das segmentações da conexão com os nervos. - Segmentar é composto pelo sistema nervoso periférico mais medula espinhal e tronco encefálico., não apresentam córtex. E a substancia cinzenta é localizada interiormenta à branca - Supressegmentar é composto pelo cérebro e cerebelo, esses apresentam uma camada dina com substancia cinzenta fora da substancia branca – córtex HISTOLOGIA O SN é constituído pelos neurônios que são responsáveis pela recepção, transmissão e processamento de estímulos., e por células de suporte as células da glia NEURÔNIOS - Componentes: Corpo celular, dendritos, axônio - Classificados tanto pela questão estrutural quanto pela funcional. CORPO CELULAR – centro trófico e intregradordos estímulos Contém o núcleo e citoplasma nomeado como pericárdio, envolta do núcleo, que é pouco corado e nucléolo grande e central. O citoplasma apresenta RER (corpúsculos de Nissl), aparelho de golgi, mitocôndria, neurofilamentos, pigmentos (neuromelanina e lipofuscina) DENDRITOS – responsáveis pela recepção integração dos impulsos aferentes, são numerosos aumentando a superfície celular e tornando-se mais finos a medida que se ramificam Espinhas/gêmulas, expansões membranosas com características especificas que possuem um elemento globoso ligado À superfície dos dendrito por uma haste formando sinapses axodendriticas. As alterações morfológicas destes estão associados ao processo de aprendizagem e memoria quanto a patologias como deficiência intelectual e doenças neurodegenerativas AXÔNIO – ele é responsável pela transmissão dos impulsos nervosos, projeção cilíndrica única originada da região nomeada como cone de implantação, possuem diâmetro constante e não se ramificam abundantemente (colaterais) apenas uma pequena ramificação no final nomeado como Telodendro. Tem na sua terminação botões terminar que fazem parte da sinapse ATIVIDADE ELÉTRICA na maioria o PR está em torno de -60 a -70mV. Íons só atravessam a membrana através de canais iônicos obedecendo o gradiente eletroquímico, de forma seletiva. Existem canais que conseguem abrir e fechar, e são regulados por voltagem, neurotransmissores, fosforilação de porção citoplasmática ou por estímulos mecânicos. Os dendritos quando traduzem os estímulos em alterações do PR, fazem isso por meio da entrada e saída de íons. Meio IC: tem mais negativo e K+, e no meio EC: tem mais Na+ e Cl-. - Despolarização: excitatória. Redução da carga negativa do lado citoplasmático da M. - Hiperpolarização: inibitória. Aumento da carga - do lado citoplasmático da M ou aumento da + fora. - Potenciais graduáveis: distúrbios elétricos que ocorrem nos dendritos e no corpo podem se somar. Tem pequena amplitude, são eletrotônicos e percorrem pequenas distâncias (1 a 2mm). Corpo → cone de implantação do axônio → zona de disparo/gatilho com canais de NaK sensíveis à voltagem. - Abertura dos canais: de Na → gera alteração chamada de PA ou de impulso nervoso → despolarização da M de grande amplitude, tipo tudo ou nada, podendo se repetir pelo axônio mantendo sua amplitude até chegar na terminação axônica. - Sequência: entra Na → D (de 70 a 110mV) → saída de K → R (mais lenta) → bomba NaK retorna PM ao PR CLASSIFICAÇÃO DOS NEURÔNIOS 1) Mulltipolar: São a maioria dos neurônios, possuindo vários dendritos e um axônio 2) Bipolar: Possuem dois prolongamentos que deixam o corpo celular, sendo um dendrito e um axônio. Como por exemplo os neurônios da retina 3) Pseudounipolar: Os corpos celulares se localizam nos gânglios sensitivos, apenas um prolongamento deixa o corpo celular, dividindo-se na forma de um T, que forma dois ramos, um periférico, que forma as terminações nervosas sensitiva; E outro central, que estabelece contatos com outros neurônios. OBS: Na neurogênese, os neurônios pseudounipolares possuem dois prolongamentos que posteriormente se fundem na porção inicial. 4) Anaxônico: não possuem axônio identificável, mas possuem inúmeros dendritos ramificados. Classificação quanto à função 1) Sensoriais/aferentes: conduzem informação sobre temperatura, pressão, luz e outros estímulos dos receptores sensoriais para o SNC. Os periféricos são pseudounipolares, com corpos próximos ao SNC e longos processos que vão até receptores nos membros e órgãos internos. Os do nariz e dos olhos são bipolares e muito pequenos. 2) Interneurônios: apenas dentro do SNC – interconectores. Geralmente tem ramificação bem complexa, permitindo que se comuniquem com muitos outros neurônios. 3) Eferentes: axônios podem se dividir várias vezes em ramos colaterais. Possuem terminações espessas: terminal axonal. Muitos possuem regiões espessas ao longo do axônio: varicosidades. Armazenamento e liberação de neurotransmissores nessas duas estruturas citadas. FLUXO AXOPLASMÁTICO: Como os axônios não tem ribossomos, eles não sintetizam proteínas, então estas derivam do corpo celular. Entretanto, terminações axônicas precisam de mitocôndrias e de RE, então é necessário que ocorra um fluxo contínuo de organelas e substâncias solúveis do pericário à terminação. Além disso, precisa de fluxo para o pericário, de modo a renovar os componentes das terminações. Os neurônios utilizam microtúbulos estacionários como trilhos, ao longo dos quais vesículas e mitocôndrias “caminham” com a ajuda de proteínas motoras semelhantes a “pés”; estas proteínas alternadamente se ligam e desligam dos microtúbulos com ajuda do ATP, transportando as organelas ao longo do axônio passo a passo. - Fluxo anterógrado: em direção da terminação. Transporte de vesículas e mitocôndrias. - Fluxo retrógrado: em direção ao pericário. Transporte de componentes celulares velhos para reciclagem. - Endocitose: as terminações axônicas tem capacidade endocítica para captação e transporte de substâncias tróficas até o corpo celular. É dessa forma que vírus e toxinas também podem atingir o SNC após captação pelas terminações axônicas periféricas. - Via corticoespinhal: formada por neurônios cujos pericários estão no córtex e os axônios terminam na medula. NEURÓGLIA Os neurônios se relacionam com gliócitos coletivamente → glia. Temos basicamente a mesma quantidade de neurônios e células da glia, embora estas consigam se multiplicar por mitose, mesmo em adultos. SNC: céls da glia derivam do neuroectoderma. Compreende: astrócitos, oligodendrócitos, microgliócitos e as células ependimárias. Macróglia: astrócitos e oligodendrócitos. Micróglia: microgliócitos. Colocam-se entre os neurônios. - Astrócitos: forma de estrela. Abundantes, inúmeros prolongamentos, pouco citoplasma. Possuem pés vasculares que se apoiam nos capilares; além disso, seus processos encontram os corpos neuronais e dendritos em locais sem sinapses, bem como axônios e envolvendo sinapses para isolar. Plasticidade astrocitária. As extremidades de alguns cercam os vasos sanguíneos e fazem parte da BHE, que regula transporte entre sangue e LEC. Astrócitos fibrosos – na substância branca Astrócitos protoplasmáticos – substância cinza - Protoplasmáticos: na substância cinzenta. Prolongamentos espessos, curtos, ramificados profusamente. - Fibrosos: na substância branca. Prolongamentos finos, longos e pouco ramificados. Possui mais filamento intermediário. - Funções: sustentação, isolamento neuronal. Função neuronal: controle dos níveis de K+ extraneuronal através da captação desse íon; recaptação de neurotransmissores (glutamato); sítio de armazenagem de glicogênio no SNC, podendo liberar glicose. Lesões: aumentam localmente por mitoses para ocupar as áreas lesadas como uma cicatriz. Degeneração axônica: função fagocítica nas sinapses. Secreção: fatores neurotróficos essenciais para a sobrevivência e manutenção dos neurônios. - Oligodendrócitos: menores, poucos prolongamentos, pés vasculares. - Satélite ou perineuronal: junto do pericário e dendritos. - Fascicular: junto às fibras nervosas. Formação da bainha de mielina. - Microgliócitos: pequenas, alongadas, núcleo alongado e contorno irregular, poucos prolongamentos partindo das extremidades. Estão na substância branca e cinzenta. Funções fagocíticas. Parecem ser de origem mesodérmica – dos monócitos, como um macrófago. Reagem a mudanças em seu microambiente, adquirindo forma ameboide a passando para o estado ativo, que dessa forma podem migrar para os locais de lesão e proliferar. Apresentam antígenos, tendo papel central na resposta imune no SNC. As vezes quando ativadas elas liberam espécies reativasde oxigênio (ERO) que são danosas por formarem radicais livres → relação com doenças neurodegenerativas. - Células ependimárias: vem do neuroepitélio embrionário. Células cuboidais ou prismáticas que forram as paredes dos ventrículos cerebrais, do arqueduto cerebral e do canal central da medula espinhal. É uma fonte de células-tronco neurais. - Ventrículos: uma célula ependimária modificada recobre tufos de tc conj, rico em capilares que se projetam da pia-máter – os plexos corióideos → formação do líquido cérebro-espinhal. SNP: células derivadas da cristaneural que podem expressar dois fenótipos dependendo da parte do neurônio com quem se relaciona. São circundadas por membrana basal. - Células satélite: envolvem pericários dos neurônios, dos gânglios sensitivos e do SN autônomo. Lamelares ou achatadas. Célula de Schwann não mielinizadora. - Células de Schwann: circunda os axônios formando a bainha de mielina e o neurilema. Núcleos ovoides ou alongados com nucléolos evidentes. Importante papel na regeneração de fibras nervosas. Capacidade fagocítica, podendo secretar fatores tróficos. Mielina: substância composta por camadas concêntricas de fosfolipídios de M; ela se forma quando a célula da glia se enrola no axônio e espreme o citoplasma glial pra fora da célula, de modo que cada local enrolado se transforme em duas camadas de membrana. As junções comunicantes conectam as camadas da M e permitem o fluxo de nutrientes e de informações de uma camada à outra. 1 cél Schwann – 1 axônio. Relação: células da glia se comunicam com os neurônios e umas com as outras por sinais químicos. Os fatores de crescimento e tróficos derivados da neuroglia auxiliam na manutenção dos neurônios e os guiam. As células da guia por sua vez respondem aos neurotransmissores e neuromoduladores secretados pelos neurônios. FIBRAS NERVOSAS: Uma fibra nervosa compreende um axônio e, quando presentes, seus envoltórios de origem glial, sendo o principal a bainha de mielina, que atua como um isolante elétrico, por ser formado por membrana plasmática composta basicamente de lipídeos e proteínas, sendo rica em fosfolipídeos .- SNC: a substância branca é uma área que contém fibras mielínicas e neuroglia; já a substância cinzenta é uma área em que se concentram os corpos neuronais, fibras amielínicas e neuroglia. No SNC as fibras estão em feixes: tratos ou fascículos. - SNP: fibras se agrupam em feixes, formando os nervos. - Fibras mielínicas: no SNP, cada axônio é circundado por várias células de Schwann, que se colocam em intervalos ao longo dele, formando duas bainhas – a de mielina e a de neurilema. Para isso, as céls formam um cilindro de mielina, dentro do qual fica o axônio, até a arborização terminal, onde a bainha desaparece. Apesar disso, a bainha de neurilema continua até as proximidades das terminações nervosas motoras ou sensitivas, sendo basicamente células de Schwann achatadas. - Nódulo de Ranvier: intervalo entre 2 células de Schwann; onde ocorrem as alterações do PE, que passa a ser transmitido em impulsos saltatórios que permitem um aumento de velocidade de condução. - Fibras amielínicas: no SNP autônomo, existem fibras pós- ganglionares e algumas sensitivas finas que são envolvidas por células de Schwann sem que forme mielina, de modo que os impulsos são transmitidos de forma mais lenta. NERVOS Logo após sair do tronco encefálico, da medula espinhal ou de gânglios sensitivos, as fibras nervosasmotoras e sensitivas se reúnem em feixes que se associam com estruturas conjuntivas, formando nervos espinhais e cranianos. Grandes nervos são, geralmente, mielínicos, apresentando um envoltório de tecido conjuntivo rico em vasos, denominado de epineuro, que no interior apresenta fibras nervosas organizadas em fascículos. Dentro de cada fascículo, delicadas fibrilas colágenas formam o endoneuro, que se envolve cada fibra nervosa. OBS: Dentro dos endoneuros são encontrados capilares sanguíneos semelhantes aos do sistema nervoso central, que são capazes de selecionar as moléculas que entram em contato com as fibras nervosas, impedindo a entrada de algumas e permitindo a de outras, conhecida como barreira hematoneural. 4. Líquor O líquor ou líquido cerebroespinhal é um fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnóideo e as cavidades ventriculares, que possui como função primordial a proteção mecânica do sistema nervoso central contra impactos contra os ossos, por meio do princípio de pascal, no qual a pressão é distribuída igualmente em todos os pontos do líquido. Dessa forma, o líquor atua como um verdadeiro amortecedor de impactos. CARACTERÍSTICAS CITOLÓGICAS E FÍSICO-QUÍMICAS DO LÍQUOR Através de punções lombares ou ventriculares é possível coletar certas quantidades de líquor e medir a pressão interna do líquido para estudo de suas características citológicas e fitoquímicas. Sendo um exame especialmente importante para o diagnóstico de diversos tipos de meningites. O líquor possui uma maior concentração de íons cloretos que o sangue, entretanto possui uma menor quantidade de proteínas que o plasma. OBS: O volume total do líquor é de 100 a 150 mL, que se renova completamente a cada oito horas. FORMAÇÃO, CIRCULAÇÃO E ABSORÇÃO DO LÍQUOR O líquor é formado 60% por meio dos plexos coróides, que são estruturas enoveladas formadas por dobras de pia-máter, vasos sanguíneos e células ependimárias modificadas; E 40% pelos epêndima das paredes ventriculares. A composição do líquido é realizada por meio de secreções ativas dos plexos corióides, determinadas por mecanismos de transportes específicos que envolvem o transporte ativo de Na+ Cl−, através das células ependimárias dos plexos corióides, além de certa quantidade de água que mantém o equilíbrio osmótico. A circulação do líquor inicia nos ventrículos laterais, por ter maior quantidade de plexos corióides, que passa ao III ventrículo pelos forames interventriculares e daí ao IV ventrículo que encaminha o líquor ao espaço subaracnóideo, para ser reabosrvido através das granulações aracnóideas que se projetam no interior dos seios da dura-máter, chegando a circulação sistêmica. OBS: A circulação do líquor é extremamente lenta, pois ela é impulsionada pela absorção e produção do líquido. OUTRAS FUNÇÕES DO LÍQUOR 1. Manutenção de um meio químico estável no sistema ventricular, mesmo quando a composição química do plasma sofre grandes alterações. 2. Excreção de produtos tóxicos do metabolismo das células do tecido nervoso que passam aos espaços intersticiais de onde são lançados no líquor e deste para o sangue. 3. Veículo de comunicação entre diferentes áreas do sistema nervoso central. Por exemplo, hormônios produzidos no hipotálamo são liberados no sangue, mas também no líquor podendo agir sobre regiões distantes do sistema ventricular.