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CADERNO DE TEXTOS Componente: Educação Especial Na Perspectiva Inclusiva PROFª ITACIANE MENDES DA ROCHA CAMPOS UNIDADE II: O PROCESSO DE INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA EM SALA DE AULA. 2.1 Estratégias de inclusão do aluno com Deficiência Visual Texto Referencial: Processo de Inclusão de Alunos Deficientes Visuais na Rede Regular de Ensino: Confecção e Utilização de Recursos Didáticos Adaptados Fátima Inês Wolf de Oliveira Vanessa Aparecida Biz Maisa Freire A educação de pessoas com deficiência visual exige alguns recursos específicos que viabilizam seu acesso ao mundo cultural e científico. É importante que estes recursos possam estar associados à educação destas na escola comum e que envolvam, desde aspectos cotidianos das relações interpessoais, até o uso do computador como ferramenta indispensável. O material didático, para os alunos cegos, deve ser em Braille e em relevo e cores contrastantes, para os alunos com baixa visão, em tipos ampliados. Muitos materiais pedagógicos adaptados às pessoas cegas podem ser adquiridos em lojas especializadas, não necessitado ser produzidos pelos professores. Alguns destes devem ser adaptados: uma bola deve conter um guizo interno; deve ser usadas ilustrações em relevo para auxiliar a compreensão de um tema; mapas em relevo para auxiliar o ensino da Geografia, bem como tabelas periódicas e livros em Braille ou digitalizados. Todo material apresentado visualmente, independente da disciplina, deve ser acompanhado de explicações verbais para auxiliar a compreensão de quem não vê. (...) Para o aluno com deficiência visual, há necessidade de contato e estimulação por meio dos sentidos remanescentes, evitando o sentimento de isolamento. É preciso falar com ele, mostrar- lhe os objetos através do toque, dizer qual é a sua cor, falar de cheiros. A utilização de recursos pedagógicos diversificados para cada tipo de aluno é fundamental, considerando que as formas de aprendizagem e desenvolvimento diferem- se conforme as necessidades especiais de cada criança. Quanto ao mundo virtual, o acesso às novas tecnologias facilita os estudos das pessoas cegas e seu acesso ao mundo “virtual”, principalmente com o surgimento dos leitores de tela que instalados no computador, auxiliam na escrita e leitura de texto, bem como o acesso ao correio eletrônico e a todos os recursos disponíveis através da internet. (...) Almeida (2007) descreve alguns materiais de utilização possível para construção de representações gráficas em relevo. Dentre esses materiais constam vários tipos de tecido, papel, isopor, cortiça, lixas de madeira e ferro, fios e linhas, miçangas, pedrinhas, areia, palitos de sorvete, folhas secas, bucha vegetal, espuma, gesso, massa corrida, papel machê, canetas sem tinta, pranchetas de borracha e de tela, espátulas de bambu, madeira, entre outros e ainda materiais mais especializados, sendo em sua maioria importados, como é o caso da maquina Perkins para escrita em braile, reglete e punção, gabarito para braile, bússola em braile, aparelho de rotex em braile, alumínio, instrumentos de dentista, plástico Thermoform transparentes e opacos(...). Há algumas diferenças entre as matrizes que serão submetidas à técnica de thermoform e aquelas que não serão. (...) As matrizes para thermoform normalmente são mais bem trabalhadas, devem obedecer vários critérios, margens, tamanhos, tipo de materiais utilizados, tipo de colagem e demandam mais tempo para a produção, já que, são feitas para durar mais tempo e serem reproduzidas para muitas pessoas diversas vezes. O outro tipo pode ser feito com qualquer material, de forma mais rápida, atendendo mais prontamente uma necessidade individual. Além disso, o segundo pode ser feito por qualquer pessoa, pois não precisa da máquina e de técnicos que manuseiam a mesma. Referências ALMEIDA, M. G. Alfabetização: uma reflexão necessária. Revista Benjamin Constant. Rio de Janeiro, n. 6, março, 1997. Disponível em:<http://www.ibc.gov.br/.>. Acesso em: 04-082009. MASINI, E. A. F. S. Intervenção Educacional Junto à Pessoa Deficiente Visual. In: MASINI, E. A. F. S.; BECKER, E.; PINTO, E. B.; AMARAL, L. A.; KOVACS, M. J.; AMIRALIAN, M. L. T. M. (Org.). Deficiências: alternativas de intervenção. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997. (Texto com recortes por Itaciane Mendes da Rocha./ Versão Completa Disponível em: https://docplayer.com.br/19570507-A-inclusao-de-alunos-deficientes-visuais-na-rede- publica-de-ensino-de-marilia-educacao-infantil-e-ensino-fundamental.html). https://docplayer.com.br/19570507-A-inclusao-de-alunos-deficientes-visuais-na-rede-publica-de-ensino-de-marilia-educacao-infantil-e-ensino-fundamental.html https://docplayer.com.br/19570507-A-inclusao-de-alunos-deficientes-visuais-na-rede-publica-de-ensino-de-marilia-educacao-infantil-e-ensino-fundamental.html 2.2 Estratégias de inclusão do aluno com Deficiência Auditiva Texto Referencial: O Aluno com Deficiência Auditiva e a Escola Inclusiva Charles castro da Rosa A deficiência auditiva consiste na perda parcial da audição, podendo em alguns casos atingir a sua totalidade. Essa deficiência pode ter origem genética em consequência de algum tipo de má formação de estrutura auditiva; lesões na orelha ou em alguns componentes do aparelho auditivo, comprometendo a funcionalidade da audição. Conforme Ricardo Ampudia: "A deficiência auditiva moderada é a incapacidade de ouvir sons com intensidade menor que 50 decibéis e costuma ser compensada com a ajuda de aparelhos e acompanhamento terapêutico. Em graus mais avançados, como na perda auditiva severa (quando a pessoa não consegue ouvir sons abaixo dos 80 decibéis, em média) e profunda (quando não escuta sons emitidos com intensidade menor que 91 decibéis), aparelhos e órteses ajudam parcialmente, mas o aprendizado de Libras e da leitura orofacial, sempre que possível, é recomendado." (AMPUDIA, Ricardo. O que é deficiência auditiva? Revista Nova Escola. Edição de Agosto de 2011. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/deficiencia- auditivainclusao-636393.shtml. Acesso em 06 de agosto de 2015). Considera-se surdez total aqueles casos nos quais a pessoa não escuta sons emitidos com intensidade maior que 91 decibéis. A deficiência auditiva e a aprendizagem da língua falada estão intimamente relacionadas e, quanto maior a deficiência auditiva, maior é a dificuldade da aprendizagem da língua falada. Somente o médico especialista ou o fonoaudiólogo poderá diagnosticar qualquer anomalia relacionada com o sistema auditivo. Atendimento Educacional Especializado (AEE) definido pelo Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011, deverá ser oferecido de maneira preferencial na rede regular de ensino, em todos os níveis, etapas e modalidades, de forma gratuita para aqueles alunos com deficiência; para aqueles que apresentam transtorno global do desenvolvimento e para aqueles que possuem altas habilidades ou superdotação. O Decreto refere-se ao Atendimento Educacional Especializado (AEE) como um grupo de quantidade de ações e recursos, ordenados de forma institucional e contínua, destinados a serem prestados complementarmente ao processo de desenvolvimento escolar daqueles alunos com deficiência e daqueles que apresentam transtornos globais do desenvolvimento e, suplementarmente, ao processo de desenvolvimento escolar daqueles alunos com altas habilidades ou superdotação. A interpretação do Decreto nº 7.611 de 17 de novembro de 2011, leva-nos ao entendimento de que as escolas classificadas como regular, que possuem em seu quadro de alunos matriculados estudantes com deficiência auditiva, faz jus a um profissional com conhecimento em Libras, bem como ao material de apoio específico para esse fim, para compor os recursos humanos e de apoio da sala onde se ministra o Atendimento Educacional Especializado(AEE), bastando para isso que a direção do estabelecimento de ensino contate e cientifique do fato a Secretaria de Educação a quem está subordinada. Diversas práticas muito simples se adotadas pelo professor da turma podem facilitar a aprendizagem do aluno com surdez. Por exemplo, convidar esse aluno a ocupar as primeiras filas de carteiras da sala de aula. Outra medida a ser adotada pelo professor da turma é quando for explanar o assunto, pronunciar as palavras de forma clara e de frente para o aluno, evitando-se explicar o assunto de costas ou utilizando qualquer mecanismo ou objeto que oculte a boca do educador que, nesse caso, impediria a leitura labial por parte daqueles alunos surdos que dominam esse tipo de língua. Outra sugestão é explorar a utilização de, principalmente, recursos visuais durante as aulas, tais como o uso de projetores, desenhos, animações e recursos computacionais. Para aqueles casos de estudantes com perda auditiva grave ou mesmo surdez total, o domínio da Língua Brasileira de Sinais por parte do professor é requisito essencial para se estabelecer comunicação com o aluno deficiente, ao mesmo tempo para instaurar o processo de alfabetização. O processo de aprendizagem de libras por parte do aluno deficiente deverá efetivar-se no contra turno e na sala onde se ministra o Atendimento Educacional Especializado (AEE). A língua Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (art. 3° do Decreto n° 5.626/05, que regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002). Recomenda-se que aqueles profissionais que não possuem o domínio da língua Libras solicitem treinamento específico para esse fim junto à direção da escola que fará gestão à Secretaria de Educação responsável. Uma outra alternativa, é que esses profissionais que não possuem conhecimento de língua Libras e que lidam com alunos surdos solicitem o auxílio de um profissional com domínio na língua de sinais para prestar o devido acompanhamento garantindo, assim, a inclusão escolar desses estudantes com surdez. O SISTEMA LIBRAS A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) utiliza como meio ou forma de comunicação, movimentos gestuais e expressões faciais compreendidos pela visão, que é a maneira de expressão da pessoa com deficiência auditiva e sua língua natural. O sistema Libras é uma língua completa, reconhecida mundialmente como um sistema linguístico independente das línguas oral-auditivas, possui regras morfológicas, sintáticas, semânticas e pragmáticas próprias, possibilitando, se empregada de maneira correta, o desenvolvimento cognitivo do aluno surdo. O Decreto no 5.626, de 22 de dezembro de 2005, dispõe sobre a inclusão da Libras como disciplina curricular, a formação e a certificação de professor, instrutor e tradutor/intérprete de Libras. Referências ALMEIDA, M. G. Alfabetização: uma reflexão necessária. Revista Benjamin Constant. Rio de Janeiro, n. 6, março, 1997. Disponível em:<http://www.ibc.gov.br/.>. Acesso em: 04-082009. BRASIL, Decreto no 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. BRASIL, Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. AMPUDIA, Ricardo. O que é deficiência auditiva? Revista Nova Escola. Edição de Agosto de 2011. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/deficiencia- auditivainclusao-636393.shtml. Acesso em 06 de agosto de 2015. (Texto com recortes por Itaciane Mendes da Rocha, da dissertação: O Ensino da Matemática Através da Libras para o Ensino Médio./ Versão Completa Disponível em: https://www2.unifap.br/matematica/files/2017/07/O-ENSINO-DA- MATEM%c3%81TICA-ATRAV%c3%89S-DA-LIBRAS-PARA-O-ENSINO- M%c3%89DIO.pdf). https://www2.unifap.br/matematica/files/2017/07/O-ENSINO-DA-MATEM%c3%81TICA-ATRAV%c3%89S-DA-LIBRAS-PARA-O-ENSINO-M%c3%89DIO.pdf https://www2.unifap.br/matematica/files/2017/07/O-ENSINO-DA-MATEM%c3%81TICA-ATRAV%c3%89S-DA-LIBRAS-PARA-O-ENSINO-M%c3%89DIO.pdf https://www2.unifap.br/matematica/files/2017/07/O-ENSINO-DA-MATEM%c3%81TICA-ATRAV%c3%89S-DA-LIBRAS-PARA-O-ENSINO-M%c3%89DIO.pdf 2.3 Estratégias de inclusão do aluno com Deficiência Física Texto Referencial: A Psicopedagogia e a Inclusão do Aluno com Paralisia Cerebral Tamiris Aparecida Fachinetti 1 Adriana Garcia Gonçalves 2 Gerusa Ferreira Lourenço 3 O aluno com deficiência física apresenta uma gama variada de condições singulares, uma vez que os acometimentos motores são muito distintos, o que impede um atendimento uniforme e padronizado para esses alunos. É possível constatar o fato por meio da definição da deficiência física estabelecida no Decreto nº 5296/04 (BRASIL, 2004): Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções (BRASIL, 2004, p. 2). Desta forma, o aluno com deficiência física pode apresentar dificuldades nos membros superiores e/ou inferiores, bem como dificuldade de manter-se em posição estática como, por exemplo, ficar sentado devido à falta de controle de cabeça e tronco e de realizar atividades da dinâmica como, mudar de postura, andar, correr. Para a realização das atividades acadêmicas, os movimentos de alcançar, manusear e apreender objetos, são essenciais para a interação do aluno no ambiente, bem como garantir a autonomia para locomoção e acessibilidade física são essenciais para promoção da independência e o direito de ir e vir do aluno. A partir da limitação física é necessário utilizar recursos didáticos e equipamentos especiais para viabilizar a participação do aluno nas situações vivenciadas no cotidiano escolar, para que o mesmo, com autonomia, possa otimizar suas potencialidades e transformar o ambiente em busca de uma melhor qualidade de vida 1 Licenciada em Educação Especial pela Universidade Federal de São Carlos - UFSCAR, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar da Faculdade de Ciências e Letras – UNESP – Araraquara. E-mail: tamiris_fachinette@hotmail.com. 2 Docente do Departamento de Psicologia-DPsi, curso de Licenciatura em Educação Especial e do Programa de Pós-Graduação em Educação Especial - PPGEEs da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. E-mail: adrigarcia@ufscar.br. 3 Docente do Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Email: gerusalourenco@gmail.com. (SILVA; CASTRO; BRANCO, 2006). De acordo com o Decreto nº 5296/04, a acessibilidade é definida como: Condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida (BRASIL, 2004, p. 4546). Especificamente no caso do aluno com deficiência física, a acessibilidade acontece, principalmente com a disponibilidade e implementação da Tecnologia Assistiva (TA)na tentativa de trazer componentes para equiparação de oportunidades de aprendizagem. A TA, como área de conhecimento e de característica interdisciplinar, tem como propósito promover funcionalidade pautada na atividade e participação da pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida, com o uso de recursos, metodologias, produtos, estratégias, práticas e serviços com vistas à autonomia, independência e inclusão social (CAT, 2007). (...) Pensando nas adequações arquitetônicas para mobilidade, o professor de AEE, tem como função participar da elaboração do Projeto Político Pedagógico e orientar a equipe no que diz respeito à acessibilidade sendo, condição ambiental, que disponibilize acesso com possibilidades de locomoção, permitindo a todos os alunos com limitações motoras, participação no interior da escola de forma coletiva e interação com os demais alunos e comunidade escolar. As parcerias por meio da consultoria colaborativa devem acontecer e o professor do AEE é o profissional da escola mais indicado para fazer a mediação entre este consultor (engenheiro civil e/ou arquiteto) e a equipe escolar. O objetivo principal é minimizar as barreiras arquitetônicas e de edificação. Os espaços físicos como, pátio, quadra, salas de aula, secretaria, bem como as rotas de trajeto entre um espaço e outro como, corredores devem permitir independência para todos que convivem mutuamente no espaço escolar. Outro recurso de TA refere-se à comunicação alternativa e suplementar que possibilita as trocas de comunicação expressiva e receptiva de alunos com severos comprometimentos da fala. Utiliza-se de instrumentos alternativos como miniaturas, figuras, fotografias, símbolos pictográficos, gestos manuais, expressões faciais e corporais. Cabe ao professor do AEE verificar as formas mais adequadas para que o aluno não falante possa se expressar, entender e ser entendido por todos na escola e fora dela. (...) De acordo com Galvão Filho e Damasceno (2008), é possível classificar os recursos de acessibilidade computacional em três elementos: adaptações físicas ou órteses, adaptações de hardware e softwares especiais de acessibilidade. O uso dos elementos computacionais, bem como os recursos de multimídia é extremamente importante para processamento de informações e conteúdos escolares, tornando um agente facilitador para a aprendizagem dos alunos público alvo da Educação Especial. O professor do AEE precisa conhecer, manipular, experimentar os elementos computacionais e inserir tais elementos em seu planejamento, pois Atendimento educacional especializado (AEE) e a oferta para alunos com deficiência física como indicado nas atribuições do professor, este deve elaborar, executar e avaliar o plano de AEE do aluno. (...) É possível observar uma multiplicidade de atribuições e tarefas que este profissional deve exercer e, ainda, apresentar habilidades diversificadas para o trabalho com todos os procedimentos de ensino utilizados para os alunos público alvo da Educação Especial. Por isso, a importância da formação do professor é essencial, pois ele é responsável em avaliar o aluno e verificar as necessidades individuais e utilizar os recursos específicos para garantir qualidade no ensino (LINO; GONÇALVES; LOURENÇO, 2015). Referências BERSCH, R.; MACHADO, R. Atendimento Educacional Especializado para a Deficiência Física. In: SCHIRMER, C. R. et al. Atendimento educacional especializado: deficiência física. São Paulo: MEC/SESSP, 2007. p. 27-28. BRACCIALLI, L.M.P.; OLIVEIRA, F.T. Tecnologia assistiva na inclusão escolar: adequação do mobiliário para aluno com disfunção física. In: OLIVEIRA, A.A.S.; OMOTE, S.; GIROTO, C.R.M. Inclusão escolar: as contribuições da educação especial. São Paulo: Cultura acadêmica editora, Marília: Fundepe Editora, 2008. p. 251-265. BRASIL. Decreto nº 5296, de 2/12/2004. Regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que específica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. 2004. Disponível em: Acesso em: 21 jan. 2015. CAT. Ata da Reunião VII, de dezembro de 2007. Comitê de Ajudas Técnicas. Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (CORDE/SEDH/PR)Disponívelem: Acesso em 20 jan. 2015. DELIBERATO, D. Sistemas suplementares e alternativos de comunicação nas habilidades expressivas de um aluno com paralisia cerebral. Revista Brasileira de Educação Especial, v. 17, p. 225-244, 2011. GALVÃO FILHO, T.A; DAMASCENO, L.L. Tecnologia assistiva em ambiente computacional: recursos para a autonomia e inclusão sócio-digital da pessoa com deficiência. In: INSTITUTO DE TECNOLOGIA SOCIAL. Tecnologia assistiva nas escolas: recursos básicos de acessibilidade sócio digital para pessoas com deficiência. São Paulo: Instituto de Tecnologia Social (ITS Brasil), Microsoft/ Educação, 2008. p. 25-45. LINO, C. C. A.; GONÇALVES, A. G.; LOURENÇO, G. F. O uso de recursos de Tecnologia Assistiva no Atendimento Educacional Especializado: considerações sobre a sala de recursos multifuncionais e escolas especializadas. Temas sobre desenvolvimento, São Paulo, v. 20, n. 110/111, p. 98-108, jan-jun, 2015. MANZINI, E.J.; DELIBERATO, D. Portal de ajudas técnicas: equipamento e material pedagógico especial para educação, capacitação e recreação da pessoa com deficiência física - recursos pedagógicos adaptados II. vol 1, 1. ed. Brasília: ABPEE/MEC/SEESP, 2007. PELOSI, M.B. Por uma escola que ensine e não apenas acolha: recursos e estratégias para inclusão escolar. In: MANZINI, E.J. (org.). Inclusão e acessibilidade. Marília: ABPEE, 2006, p. 121-132. SILVA, A.F.; CASTRO, A.L.B.; BRANCO, M.C.M.C. A inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais: Deficiência física. Brasília: Ministério de Educação, Secretaria de Educação Especial, 2006. (Texto com recortes por Itaciane Mendes da Rocha. Versão completa disponível em: https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:q-AIgOtUNmEJ:https: //periodicos.unifap.br/index.php/estacao/article/download/1451/claudovilv4n2.pdf+&cd=1&h l=pt-BR&ct=clnk&gl=br). 2.4 Estratégias de inclusão de alunos com Deficiência Intelectual e alunos com Transtorno do Espectro Autista Texto Referencial: Aportes conceituais sobre a deficiência intelectual Patricia Braun Há algumas décadas, a priori, falar de deficiência intelectual era se colocar em um espaço diferenciado, se reportar a um espaço reservado somente à educação especial. No entanto, com o aumento de estudos e debates sobre as propostas de inserção desse aluno no universo da escola e da sala de aula comum, ter conhecimentos sobre como ele aprende, passou a ser não só de interesse da educação em âmbito geral. Baptista (2006, p.87) abre nossa discussão em relação à identificação desses alunos, ao afirmar que há uma grande porcentagem de crianças, no quantitativo do diagnóstico de deficiência intelectual, que ainda são classificados como “deficientes https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:q-AIgOtUNmEJ:https:%20//periodicos.unifap.br/index.php/estacao/article/download/1451/claudovilv4n2.pdf+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:q-AIgOtUNmEJ:https:%20//periodicos.unifap.br/index.php/estacao/article/download/1451/claudovilv4n2.pdf+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:q-AIgOtUNmEJ:https:%20//periodicos.unifap.br/index.php/estacao/article/download/1451/claudovilv4n2.pdf+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br leves”. Esse diagnóstico, segundo esse mesmo autor, se “reveste de um mistério pelo seu caráter limítrofe com as dificuldades de aprendizagem”. (...) Segundo Baptista (2006, p. 87),[...] a categoria da deficiência mental foi uma “invenção” do processo de ampliação de acesso à escola. Essa ampliação gerou a “necessidade” de identificar aqueles que estavam mais “aptos” para a empreitada do aprendizado escolar. O trabalho de Binet e Simon fez o movimento inicial. A história da psicologia e da educação mostra a transposição de uma avaliação de “prontidão” para a suposta avaliação da inteligência. Mas em que sentido a deficiência intelectual é uma invenção? Historicamente, nos primórdios da constituição da sociedade ela não existia? Pessoti (1984), Mendes (1995) e Januzzi (2006) mostram em seus estudos que essa categoria é observada desde épocas medievais, com termos diversos e, muitas vezes, calcada na percepção social sobre esse indivíduo. Não obstante, o que Baptista (2006) parece querer marcar é um momento histórico, social e político; quando, a partir de um contexto vivido pela escola, mecanismos de seleção procuram indicar aspectos sobre o aluno como a “prontidão” para a alfabetização, tornando-o, ou não, elegível à escola. (...) Ao observarmos documentos oficiais nacionais (BRASIL 2005a, 2005b), constatamos que a definição de deficiência intelectual já passou, ao longo dessa última década, por algumas reformulações, além das apontadas por Mendes (1995). De acordo com Fontes et al. (2007, p. 82) a definição divulgada nos instrumentos balizadores das políticas públicas nacionais, nessa área, é a que tem como base o sistema de definição, classificação e sistemas de apoios sobre a deficiência mental da American Association on Intellectual and Developmental Disabilities - AAIDD30, desde 2002, na qual a deficiência intelectual é descrita como uma “incapacidade caracterizada por importantes limitações, tanto no funcionamento intelectual quanto no comportamento adaptativo, expresso nas habilidades adaptativas, conceituais, sociais e práticas. Essa deficiência tem início antes dos 18 anos” (AAIDD, 2011, p. 33). Na ocasião da publicação da 10ª edição do manual em 2002, o termo usado era “Retardo Mental”, mas em 2007 foi modificado e o termo deficiência intelectual mantido para sua 11ª edição em 2010. A substituição de um termo pelo outro foi considerado, tendo em conta que o termo deficiência intelectual: a) reflete melhor o constructo modificado de deficiência, descrito a partir do enfoque multidimensional, b) relaciona-se melhor com as práticas profissionais atuais, centradas em condutas funcionais e fatores contextuais, c) é menos ofensivo para as pessoas com deficiência, d) é mais coerente com a terminologia internacional (AAIDD, 2011, p. 29). (AAIDD Associação Americana sobre Deficiência Intelectual e Desenvolvimento – AAIDD, fundada em 1876, originariamente denominada Associação Americana de Retardo Mental – AAMR. Essa associação, até o momento, lançou 11 edições do manual sobre a definição e classificação de deficiência intelectual, 2011). O avanço observado em relação à definição de deficiência intelectual, ao considerarmos versões anteriores a 2002, refere-se à importância dada aos fatores socioambientais que antes não eram considerados. Assim os fatores biológicos, embora considerados, passaram a ser um dos aspectos que, aliados a outras premissas, compõem o contexto em que se dá a definição de deficiência intelectual e indicam de que forma esta se aplica. (...) Notamos a relevância de aspectos que devem ser considerados como o ambiente, a diversidade cultural, a coexistência de potencialidades e dificuldades que podem ser favorecidas (ou não) dependendo dos apoios oferecidos e, principalmente, a possibilidade de desenvolvimento e de melhora dessa condição. A abordagem dessa definição caracteriza-se como multidimensional e está organizada em dimensões com aspectos que compõem e atravessam o desenvolvimento humano quanto às habilidades intelectuais, ao comportamento, participação social, ambiente em que vive, saúde e apoios de que dispõem. Desse modo a condição do aluno que apresenta deficiência intelectual pode variar conforme os apoios recebidos pelo indivíduo. Consequentemente, na abordagem multidimensional, a deficiência intelectual é compreendida como um aspecto tanto relacionado ao desenvolvimento da pessoa quanto às interações e apoios sociais que recebe. Assim, não se respalda mais, exclusivamente, em critérios com base em escalas ou graus de inteligência (QI abaixo de 70) e de classificação em níveis (leve, moderado, severo e profundo), utilizados em tempos de outrora, como apontam Baptista (2006) e Pletsch (2010). (...) Conforme Ferreira e Cruz (2005), apesar de o déficit intelectual ser uma característica da deficiência intelectual, não podemos nos ater, somente, a esse aspecto como o principal responsável pela qualidade das aprendizagens desse sujeito, como explicado a partir do referencial proposto por Vigotski. Em outros termos, não negamos o aspecto orgânico ao mesmo tempo em que salientamos a influência de aspectos psicológicos e sociais na condição do sujeito com deficiência. E, portanto, [...] para adotarmos uma conceituação mais ampla do que é a deficiência mental [leia-se deficiência intelectual], é preciso conhecer o sujeito em sua singularidade e avaliarmos todas as suas potencialidades, levando em consideração não só o indivíduo com o funcionamento intelectual limitado, mas também a interação que ele estabelece com o seu ambiente e ainda os suportes ou apoios que o mesmo oferece a esta pessoa (idem, p.49, adendo nosso). A definição do que é a deficiência intelectual passa, ainda, pelo significado do termo, socialmente validado em cada época, sociedade e referencial teórico. Se ponderarmos, por exemplo, sobre os termos usados para nomear a deficiência intelectual, nos depararemos com nomenclaturas como déficit cognitivo, deficiência mental, deficiência intelectual e outros, ainda mais remotos, como débil, retardo mental e excepcional (MENDES, 1995). (...) Particularmente, Sassaki (2005, p. 02) defende essa terminologia baseando-se em dois argumentos: o primeiro teria relação com “o fenômeno propriamente dito. Ou seja, é mais apropriado o termo intelectual por referir-se ao funcionamento do intelecto especificamente e não ao funcionamento da mente, como um todo.” E o segundo argumento “consiste em podermos melhor distinguir entre deficiência mental e doença mental”, dois termos comumente confundidos. (...) Desse modo é necessária cautela na organização e uso do Sistema de apoios, tendo em vista que estes devem partir da contextualização tanto no que se refere às singularidades do sujeito quanto do ambiente social e cultural que o cerca, das “condições inter-relacionadas, nas quais as pessoas vivem seu cotidiano” (AAMR, 2006, p.144). Nesse modelo, a abordagem usada para organizar o contexto/meio onde a pessoa vive apresenta uma perspectiva que pressupõe apoios naturais que compreendem recursos e estratégias organizadas por pessoas do seu convívio direto ou equipamentos disponíveis no seu cotidiano e de serviços, compostos por recursos e estratégias em espaços e profissionais especializados. A organização dos apoios, nesse contexto, prevê três níveis sobre o contexto e quatro níveis de intensidade. Os níveis sobre o contexto se dividem em microssistema – compreende o ambiente social, incluindo a pessoa e sua família e/ou defensores, mesossitema – compreende a educação, a sociedade ou as organizações que proporcionam educação e serviços ou apoios de habilitação e macrossistema – compreende padrões de proteção à cultura, da sociedade, das populações, do país ou influências sociopolíticas. Quanto aos níveis de intensidade, há apoios intermitentes – usados em momentos de transição, de curto prazo, em um momento específico da vida do individuo como crises de saúde, ingresso na escola, limitados – restritos quanto ao tempo, podem requerer umnúmero de envolvidos menor como em situações de treinamentos para o trabalho e apoios transitórios durante o período escolar, extensivos – que têm uma regularidade maior, sem tempo limitado em pelo menos um ambiente do seu cotidiano, na vida doméstica, escolar, social ou trabalho e pervasivos (O termo de origem anglicana, utilizado para esse nível de apoio, de acordo com a publicação da AAMR (2006), tem referência no dicionário online de português, como adjetivo e significa “algo que se espalha”. Disponível em http://www.dicio.com.br) – usados em todos os ambientes, sistematicamente, com equipe de profissionais específicos, são casos que demandam atenção à manutenção da vida. Deste modo, o modelo de apoios apresentado tende a nos encaminhar à abordagem que considera: a) o contexto do indivíduo com deficiência intelectual para além do seu “ambiente imediato”, b) o “ambiente cultural e histórico mais amplo que permite ou convida à ocorrência de um evento e o torna socialmente aceitável e oportuno”, c) sua “natureza dinâmica e em constante transformação por seus membros, que são por sua vez transformados pelo ambiente”. Carneiro (2007), ao analisar a dimensão desde no Sistema 2002 e sua menção ao referencial histórico-cultural, entende que esta é abordada de forma simplificada, principalmente, em relação à definição e uso do conceito de ZDP (Zona de Desenvolvimento Proximal). Conforme a autora, quando o Sistema proposto AAIDD afirma que “psicologicamente, o conceito dos apoios está em harmonia com a noção de zona de desenvolvimento proximal, definida como a distância entre os níveis de resolução de problemas de forma independente e assistida” (idem, p. 142), Carneiro entende que dessa forma o conceito de ZDP é reduzido: [...] à distância entre os níveis de resolução de problemas, bem como a compreensão de que sua aplicação seria na melhora do funcionamento do sujeito [...] Mostra uma concepção de sujeito que se constitui a partir de suas condições individuais, como se estas estivessem separadas do contexto histórico-cultural onde ele está inserido (idem, p. 28). O planejamento de apoios, de modo que satisfaça as necessidades individuais de uma pessoa com deficiência intelectual para participar da vida em sociedade, precisa ter em seu cerne informações sobre as principais diferenças entre esta pessoa e as demais que participam do mesmo contexto social e cultural. Torna-se, desse modo, fundamental o conhecimento sobre as diferenças que se fazem presentes nas dimensões do seu funcionamento humano, em sua conduta e habilidades adaptativas, conceituais, sociais e práticas, em relação aos seus pares, às outras pessoas que compartilham do mesmo espaço social. Sobre o estabelecimento dessas diferenças e das dimensões dos apoios para suprir as necessidades que se façam presentes é que encontramos o desafio de pensar estratégias para o desenvolvimento de quem apresenta a deficiência intelectual. Na continuidade dos esforços que buscam a garantia e a valorização de concepções e práticas que promovam o desenvolvimento do aluno com deficiência intelectual, pesquisas sobre esse enfoque tornam-se essenciais a fim de serem verificadas as formas como são implementados modelos, sistemas, conceitos e percepções que se originam destes. No cenário nacional, essa demanda é ainda mais contundente, uma vez que as políticas educacionais adotam o conceito de deficiência intelectual proposto pela AAIDD, mas em nenhum momento tomam como referência o Sistema de apoio ou congregam as orientações desse modelo às diretrizes educacionais (PLETSCH, 2010). Referências AAIDD. Asociación Americana de Discapacidades Intelectuales y del Desarrollo. Discapacidad Intelectual: definición, clasificación y sistemas de apoyo. 11ª Edición. Traducción: Miguel Ángel V. Alonso. Editorial Alianza, S.A., Madrid, 2011. AAMR. American Association on Mental Retardition. 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(Texto com recortes por Itaciane Mendes da Rocha, da dissertação: Uma intervenção colaborativa sobre os processos de ensino e aprendizagem do aluno com deficiência intelectual/Versão Completa Disponível em: http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo. php?codArquivo=5308). http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=5308 http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=5308 Texto Referencial: O processo de inclusão do aluno com Transtorno do Espectro Autista(TEA) Itaciane Mendes da Rocha Campos 4 Scheivla Suanne de Andrade Rodrigues 5 A inclusão de alunos com deficiência é um direito constituído e inquestionável, todavia, é um processo que tem sido prejudicado pelas limitações enfrentadas no cotidiano escolar, como atitudes de resistência por parte dos profissionais da Escola ou pelo despreparo dos profissionais, que precisam ter saberes e habilidades para que através da sua prática contribua para o aluno autista se desenvolver nos aspectos físico, afetivo, social e cognitivo. A realidade é que o processo de inclusão já foi instituído mediante os preceitos legais, e o caminho mais desfavorável é a negação ou omissão pela escola. A expectativa de que a escola precisa estar pronta para depois receber o aluno com deficiência é ilusória. A realidade é que a escola precisa se dispor a construir o processo histórico de inclusão, de todos e indistintamente. Após vários estudos e definições, o DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais Volume V) define que: O transtorno do espectro autista engloba o transtorno autista (autismo), o transtorno de Asperger, o transtorno desintegrativo da infância, o transtorno de Rett e o transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação. (DSM-V, 2014, p. 809) De acordo com o Manual o Transtorno pode ser classificado como leve, moderado e grave. As características de cada grupo se assemelham, porém diante das situações podem apresentar reações adversas conforme suas particularidades, o que justifica a definição de espectro. Conforme DEE (2016) existem as seguintes definições: O autismo refere-se a um grupo de transtornos caracterizados por uma tríade de prejuízos qualitativos, quanto à interação social, à comunicação e a comportamentos, que poderão variar em menor ou maior agravo para a criança que apresente comportamentos restritivos, repetitivos e estereotipados. (DEE, p.6). 4 Mestra em Gestão de Empresas (ULHT); Graduada em Pedagogia (UNIFAP); Especialista na Área da Deficiência da Visão (IBC-RJ), Pós-graduada em Educação Especial (FSF-AP), Pós-graduada em Tecnologia em Educação (PUC-RJ); Pós-graduada em Gestão (FACIMAB); Professora do Quadro Efetivo do Governo do Estado do Amapá. E-mail: itaciane.rocha@yahoo.com.br 5 Graduada em Pedagogia (UNIFAP); Pós-graduada em Educação Especial (FSF-AP), Pós-graduada em Tecnologia em Educação (PUC-RJ); Professora do Quadro Efetivo do Governo do Estado do Amapá. E- mail: scheivla@gmail.com A Síndrome de Asperger é classificada como um transtorno invasivo de desenvolvimento. Crianças com esta síndrome podem ter inteligência normal e tipicamente apresentarem inteligência verbal maior que a não verbal (...) dificuldades sociais e de semântica. É inflexível, ou seja, tem dificuldades de lidar com mudanças. (...) Frequentemente apresenta interesses peculiares, em determinadas áreas do conhecimento. (DEE, p.11). O Transtorno Desintegrativo da Infância é também conhecido como Síndrome de Heller, demência infantil ou psicose desintegrativa. Assim, a psicose pode ser definida como uma desordem mental na qual ocorre um comprometimento do pensamento, da capacidade de perceber a realidade sem distorções e do relacionamento interpessoal. (DEE, p.12). Os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento são um grupo de transtornos caracterizados por importante atraso no desenvolvimento, em diferentes áreas de funcionamento, incluindo a socialização, comunicação e relacionamento interpessoal. (DEE, p.13). Para o atendimento aos alunos com TEA, a primeira ação necessária e essencial é a escola receber/ e ou reconhecer que tem alunos com deficiência. A partir de então, imediatamente iniciar todo o trabalho de conhecer as especificidades, preferências, e necessidades educacionais individuais do aluno, durante as vivências e interações conhecerá sua rotina. Com base na empatia e sensibilidade conseguirá perceber quais saberes serão necessários. Durante todo o processo a busca por conhecimentos por parte da Escola é imprescindível, semelhantemente o planejamento individualizado e adaptações curriculares para corresponder ao contexto da Educação Inclusiva. Em contrapartida, para que o processo de inclusão educacional dos alunos com TEA aconteça, a família precisa assumir sua responsabilidade, estar participando desde o início, buscar orientações e as garantias e aplicação dos direitos. Ambas em sintonia, família e escola, devem caminhar com a consciência de que o objetivo principal é tornar possível o desenvolvimento do aluno, buscando suporte dentro do contexto escolar e quando necessários nos demais órgãos competentes. É também importante que a escola possibilite que o aluno conheça o espaço que ele irá estudar. Assim sendo, as estratégias de inclusão escolar precisam ser definidas de acordo com este aluno, pois pessoas com transtorno do espectro do autismo (TEA) altamente funcionais, na escola serão alunos que não irão precisar de tantas estratégias para a habilidade educacional, todavia existem aqueles que requerem uma atenção maior, necessitando de um mediador escolar, e atendimento educacional especializado, além destes existe ainda aqueles, que a inclusão se torna bem mais complexa, e a escola deverá prover o apoio de outros profissionais. Cada segmento da escola tem sua importância no processo de inclusão do aluno, pois a educação inclusiva é um processo contínuo, dinâmico, e de fato todos devem participar e estar totalmente envolvidos. Contudo a função da coordenação pedagógica e principalmente os professores é de suma importância para efetivação dos resultados. A verificação das dificuldades e potencialidades do aluno, o olhar para suas características específicas, favorecerá na elaboração de melhores estratégias de ensino. Segundo Mantoan (2006, p.17): “tratar as pessoas diferentemente pode enfatizar suas diferenças, assim como tratar igualmente os diferentes pode esconder as suas especificidades e excluí-los do mesmo modo; portanto, ser gente é correr sempre o risco de ser diferente”. O planejamento e organização devem ser priorizados, sobretudo para sala de aula, espaço onde o aluno com TEA irá passar por experiências, que poderão lhe causar incomodo, seja pela socialização, pelo barulho, ou pelo excesso de informações considerado por suas reações peculiares. Ao professor é fundamental criar rotinas para levar o aluno a se auto regular, e também oferecer momentos de atividades em lugares onde estiverem outras pessoas, todavia primando sempre pelo respeito às reações do aluno. Conforme Fernandes (2016): “A inclusão de alunos com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas escolas de ensino regular requer a superação de vários desafios, dentre os quais a preparação dos docentes, já que o processo de inclusão não se limita à mera matrícula do aluno na escola regular. (FERNANDES, 2016, p.1) Atento a forma como se dará o convívio e socialização do aluno, o professor planejará trabalhos e atividades para executar na sala aula, que sejam de fácil entendimento, de curta duração. Dentre as características do Transtorno do Espectro Autista, até mesmo os casos mais leves, apresenta-se a dificuldade de abstração, de compreender o faz de conta, de imaginar. Proporcionar atividades com figuras tornará a aprendizagem mais acessível. As atividades adaptadas serão parte de todo o processo quando houver déficit cognitivo. A inserção de imagens é muito importante para haver uma comunicação entre professor aluno, no momento de atribuir uma dinâmica ou dar um comando. Para CUNHA (2014. P. 101) “não há como falar em inclusão sem mencionar o papel do professor. É necessário que o professor tenha condições de trabalhar com a inclusão na inclusão”. Para tanto, faz parte do processo de inclusãoconsiderar individualidades do aluno como ser único, reinventar práticas cotidianamente, detectar as potencialidades no que tange à comunicação, interação social, cognição e também ao desenvolvimento sensorial, para prover estratégias que melhor se encaixam na vida escolar do aluno com o TEA (Transtorno do Espectro Autismo), não focando a atenção nas dificuldades, sim vislumbrando as possibilidades do aluno alcançar seu desempenho potencial. Referências CUNHA, E. Autismo e inclusão: psicopedagogia e práticas educativas na escola e na família. 5.ed. Rio de Janeiro: Wak Ed.,2014. DEE – Departamento de Educação Especial; SANTOS, S. A. dos. Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) – Procedimentos e Encaminhamentos. 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TAREFA (avaliativa) Leia os Textos da Unidade II, e assista aos vídeos. Construa um jogo adaptado para ser usado em alguma disciplina que você escolher, e na área de deficiência que você tenha achado mais acessível. (Você poderá usar a criatividade ou pesquisar ideias de jogos na internet!). 1- Compartilhe através de vídeo ou de fotos o jogo produzido. 2- Informe em qual área de deficiência o jogo que você produziu pode ser utilizado. 3- informe em qual disciplina e conteúdo ele pode ser utilizado.