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Análise e Demonstrações Contábeis Análise e Demonstrações Contábeis Luidg Quitete 2ª e di çã o Análise e Demonstrações Contábeis DIREÇÃO SUPERIOR Chanceler Joaquim de Oliveira Reitora Marlene Salgado de Oliveira Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA Assessora Andrea Jardim FICHA TÉCNICA Texto: Luidg Quitete Revisão Ortográfica: Tatiane Rodrigues de Souza Projeto Gráfico e Editoração: Andreza Nacif, Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos, Marcos Antonio Lima da Silva e Ruan Carlos Vieira Fausto Supervisão de Materiais Instrucionais: Janaina Gonçalves de Jesus Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos COORDENAÇÃO GERAL: Departamento de Ensino a Distância Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói Bibliotecária: ELIZABETH FRANCO MARTINS – CRB 7/4990 Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC pelo conteúdo do texto formulado. © Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). Q8a Quitete, Luidg. Análise e demonstrações contábeis / Luidg Quitete ; revisão de Walter P. Valverde Junior. 2. ed. – Niterói, RJ: EAD/UNIVERSO, 2011. 185p. : il. 1. Balanço (Contabilidade). 2. Contabilidade. 3. Administração financeira. 4. Educação à distância. I. Valverde Junior, Walter P. II. Título. DD 657.3 Análise e Demonstrações Contábeis Informações sobre a disciplina Carga Horária: 75 h Créditos: 05 Ementa: Estudos sobre a composição e interpretação das demonstrações contábeis, reconhecimento dos métodos e técnicas utilizados na realização da análise financeira. Objetivos: Possibilitar aos alunos condições básicas para realizar análise e interpretação das demonstrações, através da transformação de linguagem técnica contábil em linguagem de usuário, a fim de verificar as situações econômica, financeira e patrimonial atuais da entidade bem como suas tendências. Conteúdo Programático: Unidade 1– Introdução a Análise das Demonstrações Contábeis Evolução Da Contabilidade. Objetivos Da Análise Das Demonstrações Contábeis. Usuários Da Análise Das Demosntrações Contábeis. Análise e Demonstrações Contábeis Unidade 2 - Demonstrações Contábeis Balanço Patrimonial - BP Demonstração do Resultado do Exercício - DRE Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido - DMPL Demonstração de Fluxo de Caixa - DFC Demonstração do Valor Agregado – DVA Unidade 3 – Padronização Das Demonstrações Contábeis Conceito e Objetivo da Padronização. Balanço Patrimonial Padronizado. Demonstração de Resultado do Exercício Padronizada. Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido Padronizada. Demonstração de Fluxo de Caixa Padronizada. Demonstração do Valor Adicionado Padronizada. Unidade 4 – Análise Vertical e Horizontal Análise Vertical. Análise Horizontal. Gráficos. Análise e Demonstrações Contábeis Unidade 5 – Análise Através de Índices Índices De Estrutura De Capital. Índices De Liquidez. Índices De Rentabilidade. Índices De Atividade. Tabelas Auxiliares. Caso Prático. Bibliografia Básica: MATARAZZO, Dante C. Análise – financeira de balanços: Abordagem Básica e Gerencial. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2003. NETO, Alexandre Assaf. Estrutura e análise de balanços – Um enfoque econômico-financeiro. São Paulo: Atlas, 2002. RIBEIRO, Osni Moura. Estrutura e Análise de Balanços. São Paulo: Saraiva, 1.997. Análise e Demonstrações Contábeis Bibliografia Complementar : IUDÍCIBUS, Sérgio; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. 6ª Edição. FIPECAFI; Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. São Paulo, Atlas - 2003,. MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 7º edição. São Paulo: Atlas, 2004. PEREZ Jr, José Hernandez. Elaboração das Demonstrações Contábeis. 2º ed. São Paulo-SP: Atlas, 1999. REIS, Arnaldo. Demonstrações Contábeis – estrutura e análise. São Paulo, Editora Saraiva, 2003. SCHRICKEL, Wolfgang Kurt. Demonstrações Financeiras – Abrindo a Caixa Preta. 2 ed. São Paulo-SP: Atlas, 1999. Análise e Demonstrações Contábeis Palavra da Reitora Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas mundialmente. São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável pela própria aprendizagem. O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa plataforma. Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem- sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, graduação ou pós-graduação. Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! Professora Marlene Salgado de Oliveira Reitora Análise e Demonstrações Contábeis Análise e Demonstrações Contábeis Sumário Apresentação da disciplina ................................................................................................ 11 Plano da disciplina .............................................................................................................. 13 Unidade 1 – Introdução as Demonstrações Contábeis.................................................. 17 Unidade 2 – Demonstrações Contábeis ........................................................................... 31 Unidade 3 – Padronização das Demonstrações Contábeis ........................................... 77 Unidade 4 – Análise Vertical e Horizontal ........................................................................ 103 Unidade 5 – Análise através de Índices ........................................................................... 133 Considerações finais ...........................................................................................................161 Conhecendo as autoras ...................................................................................................... 163 Referências ........................................................................................................................... 165 Anexos ................................................................................................................................. 167 Análise e Demonstrações Contábeis 10 Análise e Demonstrações Contábeis 11 Apresentação da Disciplina Caro aluno, A análise das demonstrações contábeis visa obter informações financeiras e econômicas, tendo como objetivo a tomada de decisão dentro de uma organização. Nesta disciplina iremos conhecer as principais técnicas de análise das demonstrações contábeis. Na medida em que os nossos estudos forem evoluindo, vamos perceber que o objetivo da Análise das Demonstrações Contábeis é transformar os dados fornecidos em informações que permitirão ao analista concluir se a empresa vem sendo bem administrada, se tem condição de pagar suas dívidas, se merece ou não crédito. Estaremos sempre à disposição para prestar o auxílio necessário à realização de suas tarefas. Bons estudos! Análise e Demonstrações Contábeis 12 Análise e Demonstrações Contábeis 13 Plano da Disciplina Plano da Disciplina A disciplina de Análise das Demonstrações Contábeis vai possibilitar a você condições básicas para realizar análise e interpretação das demonstrações, a fim de verificar as situações econômica, financeira e patrimonial atuais da entidade bem como suas tendências. A disciplina foi dividida em cinco unidades, que estão subdivididas em tópicos, com o objetivo de facilitar a compreensão dos conteúdos bem como o universo das análises e demonstrações contábeis. Assim, faremos um pequeno resumo de cada unidade, enfatizando seus objetivos para que você tenha uma visão generalizada daquilo que irá estudar. Unidade 1 – Introdução As Demonstrações Contábeis Em nossa primeira unidade você conhecerá quem são os usuários da análise das demonstrações contábeis e qual objetivo a ser alcançado com este tipo de análise. Objetivos: identificar os objetivos da análise das demonstrações contábeis; definir quais os principais usuários da análise das demonstrações contábeis. Análise e Demonstrações Contábeis 14 Unidade 2 - Demonstrações Contábeis Em nossa segunda unidade você conhecerá os tipos de demonstrações contábeis e a finalidade de cada uma delas, assim como sua estrutura. Objetivos: reconhecer as demonstrações contábeis; identificar os elementos de cada demonstração contábil; entender o objetivo de cada demonstração contábil. Unidade 3– Padronização das Demonstrações Contábeis Na terceira unidade estudaremos a forma como podemos padronizar as demonstrações contábeis de diversas empresas a fim de conseguirmos realizar uma análise comparativa. Objetivos: compreender a importância de se trabalhar com demonstrações contábeis padronizadas. Unidade 4 – Análise Vertical E Horizontal Em nossa quarta e penúltima unidade estudaremos o método mais tradicional de análise das demonstrações contábeis, visualizando a evolução destas demonstrações através do tempo. Objetivos: verificar, através da análise vertical, a relevância de cada elemento dentro do patrimônio da empresa e, através da análise horizontal, verificar a evolução dos elementos que compõem o patrimônio da empresa através do tempo. Análise e Demonstrações Contábeis 15 Unidade 5 – Análise Através De Índices Em nossa última unidade você aprenderá como utilizar índices para realizar uma análise de demonstrações contábeis e quais os índices mais utilizados. Objetivos: Compreender como os índices financeiros fornecem informações relevantes sobre cada item das demonstrações contábeis, evidenciando-se aspectos da situação econômico-financeira da empresa. Bons Estudos Análise e Demonstrações Contábeis 16 Análise e Demonstrações Contábeis 17 Introdução a Análise das Demonstrações Contábeis Evolução da Contabilidade. Objetivos da Análise das Demonstrações Contábeis. Usuários dsa Análise das Demosntrações Contábeis. 1 Análise e Demonstrações Contábeis 18 Em nossa primeira unidade, abordaremos como quais os objetivos da análise das demonstrações contábeis e como ela pode fornecer aos diversos usuários dessas informações embasamento para tomadas de decisões. Objetivos da Unidade: Identificar os objetivos da análise das demonstrações contábeis; Definir quais os principais usuários da análise das demonstrações contábeis. Plano da Unidade: Evolução da Contabilidade. Objetivos da Análise das Demonstrações Contábeis. Usuários dsa Análise das Demosntrações Contábeis. Bem-vindo à primeira Unidade de Estudo. Sucesso! Análise e Demonstrações Contábeis 19 Evolução da Contabilidade A História da Contabilidade é tão antiga quanto a própria História da Civilização. Está presa às primeiras manifestações humanas da necessidade social de proteção a posse e de perpetuação e interpretação dos fatos ocorridos com o objeto material de que o homem sempre dispôs para alcançar os fins propostos. Com o surgimento das primeiras administrações particulares aparecia a necessitada de controle, que não poderia ser feito sem o devido registro, a fim de que se pudesse prestar conta da coisa administrada. À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores, preocupava-lhe saber quanto poderiam render e qual a forma mais simples de aumentar as suas posses; tais informações não eram de fácil memorização quando já em maior volume requerendo registros. Tais registros variavam entre os povos, como o uso de pedaços de madeira, de ossos de animais, de fios de juta ou algodão, de sinais nas pedras ou em pequenas tábuas de madeira. Formas rudimentares de medida e registro de operações comerciais que resistiram ao tempo até surgir a escrita e os algarismos. Verifica-se que, mesmo rudimentar, a anotação e, posteriormente, a escrituração já priorizavam as Partidas Dobradas, valendo indicar o século XIV como verdadeiro marco de início de sua utilização com a obra de Paciolo, em 1494 (MELIS, 1950, in FRANCO, 1998) que, ao dedicar um capítulo ao uso das partidas dobradas na Escrituração, proporcionou à Contabilidade tornar-se um ramo do conhecimento humano. A partir de Paciolo, surge a fase literária com a publicação de obras teórico- práticas, sobre o método de partidas dobradas. Precursora da Contabilidade moderna, esta fase terminou em século XVII, quando uma crise econômica na Península Itálica provocou a decadência da Contabilidade, reforçando a tese de que "a Contabilidade é causa e efeito do desenvolvimento econômico" (MELIS, 1950, in FRANCO, 1998). Análise e Demonstrações Contábeis 20 Na Inglaterra de 1776, com a Revolução Industrial, responsável pelo desenvolvimento econômico deste e de outros países, firmou-se a Contabilidade com seu objetivo, que permanece até os dias atuais, de oferecer informações e orientação aos usuários das demonstrações contábeis, para tomada de decisões e a torna "A linguagem universal dos negócios e das atividades econômicas". A Contabilidade, em princípios do século passado, já era reconhecida como ciência, pela maior Academia de intelectuais do mundo, na época, a Academia de Ciências da França; por todo aquele século e até hoje, continuaram e continuam progredindo os estudos da riqueza das células sociais, como conhecimentos científicos. No início do século XIX, surgem trabalhos de doutrinadores como Villa, Marchi, Cerboni, Besta e outros, passando a ter, a Contabilidade, uma estrutura teórico- científica. HilárioFranco (1998), que divulga os autores europeus da contabilidade como sendo os italianos, os franceses e os alemães, afirma que estes autores definiram de forma magistral a natureza, os conceitos, a finalidade e o objeto da ciência contábil e seu campo de aplicação sem, entretanto, em momento algum, especularem sobre os postulados, princípios, normas ou convenções. Estes temas poderiam vir a estabelecer parâmetros para os registros contábeis e suas demonstrações. A partir das primeiras décadas do século XX, ocorreram definitivamente a decadência da escola europeia e o pragmatismo dos Estados Unidos da América, ou seja, a evidência crescente nos métodos e condução dos assuntos contábeis e econômicos pelos norte-americanos, aliados ao seu desenvolvimento econômico e cultural, o que levou a servirem de parâmetro para o mundo e este foi um dos principais motivos da decadência europeia. Hoje, a influência dos Estados Unidos na Contabilidade mundial tornou-se nítida em vários países, inclusive na Itália, antiga líder na escola europeia. No Brasil, atualmente caracterizado como líder do MERCOSUL, as práticas contábeis exigidas pela Lei de S/A e os princípios contábeis estão em conformidade com os princípios e normas norte-americanas. Análise e Demonstrações Contábeis 21 É de se notar, ainda, que nos Estados Unidos, devido ao extraordinário desenvolvimento econômico após a Primeira Grande Guerra Mundial, da qual esse país saiu como o grande vencedor, a Contabilidade e a profissão de Contador ganharam notoriedade. Mas, em 1929, o desastre da Bolsa de Nova Iorque atingiu a profissão, tomando-a por responsável devido a registros mal-elaborados. Contadores, então, decidiram conveniar-se à Bolsa de Valores de Nova Iorque e com ela fixarem regras de procedimento técnico-extensivas e obrigatórias a todos os Contadores, para que se evitassem critérios subjetivos na elaboração dos balanços. Enquanto no campo internacional, no momento, busca-se a harmonização dos princípios e normas contábeis, de forma a permitir e facilitar o fluxo de capitais entre países, a internacionalização das empresas brasileiras e a necessidade de o mercado acionário obter informações confiáveis está provocando várias mudanças nos aspctos contábeis. Atualmente, a criação de grandes empresas, inclusive multinacionais, que envolvem grandes capitais e muitos acionistas, deu margem à criação de normas contábeis, para interpretação das informações, por esses acionistas, em qualquer parte do mundo. A linguagem financeira universal cresce em importância para os negócios mundiais na exata medida e que o comércio externo cresce exponencialmente, assim como os fluxos mundiais de capital. Ao mesmo tempo, no entanto, credores e investidores têm dificuldades em obter informações financeiras confiáveis e oportunas para conciliar diferenças nacionais no tratamento contábil de itens indispensáveis, assim como é difícil comparar com precisão as contas de empresas de um mesmo setor. Análise e Demonstrações Contábeis 22 Objetivos da Análise das Demonstrações Contábeis Dados históricos Segundo o Profº Padoveze, "Análise financeira é importante para o conhecimento econômico-financeiro de outras empresas, notadamente concorrentes e fornecedores. O mais importante do instrumento de análise, porém, é sua utilização internamente pela empresa". Já para o Profº Matarazzo, [..] "a Análise de Balanços objetiva extrair informações das Demonstrações Financeiras para a tomada de decisões". As informações obtidas através da contabilidade não fornecem informações suficientes para a tomada de decisões relativas a todas as áreas da organização. Desta forma a Análise Financeira completa a contabilidade fornecendo informações necessárias para determinada situação dentro de uma organização. Portanto a análise financeira de balanços ou análise das demonstrações contábeis propicia avaliações do patrimônio da empresa e das decisões tomadas, tanto em relação ao passado (retratado nas demonstrações contábeis) como em relação ao futuro (orçamento financeiro). A análise das demonstrações contábeis é uma ferramenta poderosa à disposição de várias interessados na empresa, como acionistas dirigentes, bancos, fornecedores, clientes e outros. A partir da Revolução Industrial houve um progresso e uma evolução muito significativa e relevante não só das indústrias, mas também na contabilidade. Devido a esta revolução, as indústrias de modo geral tiveram um aumento exagerado em suas produções demandando maior número de mão-de-obra, consequentemente veio a necessidade de maior controle de seus custos, estoques, patrimônios e relatórios mais eficientes para geração de informações gerenciais e financeiras. Com o passar dos tempos a contabilidade vem se aperfeiçoando cada vez mais com seus controles e relatórios por ela gerados. Análise e Demonstrações Contábeis 23 Outro fato que fortaleceu a importância da Análise das Demonstrações Contábeis, segundo o Profº Marion, foi a abertura do Capital por parte das empresas, o que fez com que pequenos e grandes investidores utilizassem deste instrumento para escolher as empresas mais bem-sucedidas. A análise das demonstrações contábeis se preocupa com os aspectos estáticos e dinâmicos dentro da entidade. O aspecto estático se preocupa com a situação da empresa em determinado período sem se preocupar com o futuro e com o ocorrido no passado, já o aspecto dinâmico se preocupa com a evolução da empresa, comparando com resultados anteriores e verificando fatores que possibilitem a evolução futura. Objetivo Com a comparação realizada através das demonstrações contábeis, analisando de uma forma estática e dinâmica, o objetivo principal da análise financeira é verificar a situação econômica e a situação financeira, ponderando as tendências, os pontos positivos e negativos de modo a propiciar uma melhor visão da evolução da empresa analisada. Desta forma, o objetivo da Análise das Demonstrações Contábeis é transformar os dados fornecidos em informações, que permitirão ao analista concluir se a empresa vem sendo bem administrada, se tem condição de pagar suas dívidas, se merece ou não crédito. Para se realizar a análise financeira em uma entidade, é necessário obter alguns dados que encontrados nas Demonstrações Contábeis gerados pela própria entidade. Na verdade o que interessa para análise é a empresa de modo geral, mas as demonstrações contábeis têm a função de fornecer as informações obtidas no período propiciando uma melhor tomada de decisão. Análise e Demonstrações Contábeis 24 Dentre os demonstrativos contábeis que servem para o auxílio na análise estão: o Balanço Patrimonial em que demonstra, em determinado período, os valores que compõem o patrimônio da empresa; a Demonstração do Resultado (DRE) que revela o resultado do período e os fatores geradores desse resultado; a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) que revela a variação ocorrida no grupo do Patrimônio Líquido; a Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) que evidencia a variação das disponibilidades de um exercício para o outro; demonstração do Valor Adicionado (DVA) que retrata o quanto a empresa agregou de riqueza ao seu produto e como essa riqueza foi distribuída. As Demonstrações Contábeis são peças fundamentais para este estudo e serão vista mais profundamente na próxima unidade. Usuários das Análises das Demonstrações Contábeis A análise financeira é uma ferramenta aos investidores e acionistas saberem se é vantajoso investir ou não na empresa, podendo avaliar a remuneração e a confiabilidade do seu investimento. Outros usuários da análise são que os fornecedores, que também podem se utilizar dela para tomar a decisão de fornecer ou não seu serviço para seu cliente, podendo avaliaro retorno de seu crédito nos prazos estabelecidos e as garantias dos serviços emprestados. Os bancos e instituições financeiras, para que possam conceder créditos às empresas com segurança, necessitam da Análise das Demonstrações Contábeis, visto que esta apresenta a situação econômico-financeira da empresa e suas tendências futuras, para os clientes, para que estes analisem seus fornecedores e seus concorrentes, a fim de conhecer sua posição no mercado. Análise e Demonstrações Contábeis 25 Nesta unidade, você aprendeu qual o objetivo de analisarmos as demonstrações contábeis e quais são as pessoas interessadas nos dados obtidos nesta análise. Na próxima unidade, conheceremos a estrutura das demonstrações contábeis. LEITURA COMPLEMENTAR Aprofunde seus conhecimentos lendo: ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços – Um Enfoque Econômico-financeiro. 4 ed. São Paulo-SP: Atlas, 1998 MATARAZZO, Dante Cármino. Análise Financeira de Balanços – Abordagem Básica e Gerencial. São Paulo, Atlas, 6ª Edição. MARION, José Carlos. Análise das demonstrações contábeis. 2a edição. São Paulo: Atlas, 2002. PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial – Um enfoque em sistema de informação contábil. 4ª Edição. São Paulo: Atlas, 2002. É HORA DE SE AVALIAR! Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo, elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino- aprendizagem. Em caso de dúvidas, ou questionamentos diversos, entre em contato com o seu tutor virtual, através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco! Análise e Demonstrações Contábeis 26 Análise e Demonstrações Contábeis 27 Exercícios – Unidade 1 1) Foi um dos fatos históricos que aumentou a importância da análise das demonstrações contábeis : a) Invenção da escrita b) Revolução Francesa c) Revolução Industrial d) Criação do método das partidas dobradas e) Feudalismo 2) De acordo com a lei 11638, qual alternativa abaixo não é considerada uma demonstração contábil obrigatória? a) DOAR b) DLPA c) DRE d) DFC e) DVA 3) Para uma Instituição Financeira a análise das Demonstrações Contábeis de um determinado cliente será importante para: a) Cobrança de juros b) Aumento da produção c) Cálculo do PIB d) Fechamento do balanço de pagamentos e) Concessão de crédito Análise e Demonstrações Contábeis 28 4) Podemos dizer que um dos usuários internos da análise das demonstrações contábeis é: a) a instituição de credito b) o governo c) a gerência d) os fornecedores e) os clientes 5) Um momento histórico para que analise das demonstrações contábeis se tornasse fundamental para a concessão de crédito nas instituições norte americanas foi: a) A crise da bolsa de 1929 b) A II Guerra Mundial c) A criação do Mercosul d) A decadência da escola contábil européia e) A criação da CVM 6) Podemos dizer que a fase científica da contabilidade surgiu a partir da publicação da obra de: a) Luca Pacioli b) Eliseu Martins c) Leonardo Pisano d) Antônio Lopes Sá e) Clóvis Padovezze Análise e Demonstrações Contábeis 29 7) A decadência da Escola Contábil Européia deu-se a partir: a) Da revolução industrial b) Da revolução francesa c) Do início das grandes navegações d) Do início do século XIX e) Do início do século XX 8) Conforme o professor Marion um fato que fortaleceu a importância da análise das demonstrações contábeis foi: a) A abertura comercial brasileira b) A abertura do capital das empresas c) A criação da CVM d) A criação do MERCOSUL e) A criação do EURO Análise e Demonstrações Contábeis 30 9) De que forma a crise americana de 1929 influenciou na informação contábil das empresas Norte Americanas? 10) Cite alguns objetivos da análise das demonstrações contábeis. Análise e Demonstrações Contábeis 31 Demonstrações Contábeis Balanço Patrimonial - BP Demonstração do Resultado do Exercício - DRE Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido - DMPL Demonstração de Fluxo de Caixa - DFC Demonstração do Valor Agregado – DVA 2 Análise e Demonstrações Contábeis 32 Caro aluno, nesta unidade estudaremos, a estrutura das demonstrações contábeis. Objetivos da Unidade: Reconhecer as demonstrações contábeis; Identificar os elementos de cada demonstração contábil; Entender o objetivo de cada demonstração contábil. Plano da Unidade: Balanço Patrimonial - BP Demonstração do Resultado do Exercício - DRE Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido - DMPL Demonstração de Fluxo de Caixa - DFC Demonstração do Valor Agregado – DVA Bem-vindo à segunda Unidade de Estudo. Bons estudos! Análise e Demonstrações Contábeis 33 As demonstrações contábeis constituem um grupo de relatórios elaborado pelas empresas a fim de dar aos usuários interessados nessas empresas as mais diversas informações. A elaboração de algumas dessas demonstrações são feitas de forma padronizada conforme uma legislação específica. As demonstrações que estudaremos neste capítulo são: o Balanço Patrimonial onde demonstra em determinado período, os valores que compõem o patrimônio da empresa; a Demonstração do Resultado (DRE) que revela o resultado do período e os fatores geradores desse resultado; a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) que revela a variação ocorrida no grupo do Patrimônio Líquido; a Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) que evidencia a variação das disponibilidades de um exercício para o outro; Demonstração do Valor Adicionado (DVA) que retrata o quanto a empresa agregou de riqueza ao seu produto e como essa riqueza foi distribuída. Fundamentação legal (lei 6404/76) Demonstrações Financeiras Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: I - balanço patrimonial; II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; III - demonstração do resultado do exercício; e IV – demonstração dos fluxos de caixa; e Análise e Demonstrações Contábeis 34 V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. § 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior. § 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações genéricas, como "diversas contas" ou "contas-correntes". § 3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua aprovação pela assembléia-geral. § 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. § 5o As notas explicativas devem: I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos; II – divulgar as informações exigidas pelaspráticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras; III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada; Análise e Demonstrações Contábeis 35 IV – indicar: a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo; b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, parágrafo único); c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (art. 182, § 3o ); d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; f) o número, espécies e classes das ações do capital social; g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia. § 6o A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa § 7o A Comissão de Valores Mobiliários poderá, a seu critério, disciplinar de forma diversa o registro de que trata o § 3o deste artigo. Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência. Análise e Demonstrações Contábeis 36 § 1º As demonstrações financeiras do exercício em que houver modificação de métodos ou critérios contábeis, de efeitos relevantes, deverão indicá-la em nota e ressaltar esses efeitos. § 2o A companhia observará exclusivamente em livros ou registros auxiliares, sem qualquer modificação da escrituração mercantil e das demonstrações reguladas nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de legislação especial sobre a atividade que constitui seu objeto, que prescrevam, conduzam ou incentivem a utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes ou determinem registros, lançamentos ou ajustes ou a elaboração de outras demonstrações financeiras. § 3o As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão, ainda, as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários e serão obrigatoriamente submetidas a auditoria por auditores independentes nela registrados. § 4º As demonstrações financeiras serão assinadas pelos administradores e por contabilistas legalmente habilitados. § 5o As normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários a que se refere o § 3o deste artigo deverão ser elaboradas em consonância com os padrões internacionais de contabilidade adotados nos principais mercados de valores mobiliários. § 6o As companhias fechadas poderão optar por observar as normas sobre demonstrações financeiras expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários para as companhias Análise e Demonstrações Contábeis 37 Balanço Patrimonial – BP O Balanço é a demonstração contábil que tem por finalidade apresentar a situação patrimonial da empresa em dado momento. O Balanço Patrimonial é considerado uma demonstração estática, pois apresenta a situação do patrimônio da empresa em determinado momento. Segundo Marion (2004, p. 52) "O Balanço Patrimonial é o mais importante relatório gerado pela contabilidade. Através dele pode-se identificar a saúde financeira e econômica da empresa no fim do ano ou em qualquer data prefixada". Iudícibus (1998, p. 40) concorda, afirmando que o Balanço Patrimonial "reflete a posição das contas patrimoniais em determinado momento, normalmente no fim do ano ou de um período prefixado". Esta demonstração apresenta os bens e direitos (Ativo), as obrigações (Passivo) e a diferença entre eles (Patrimônio Líquido), que representa o capital investido pelos proprietários da empresa. O balanço resume de forma adequada, saldo em determinado momento dos registros patrimoniais de uma empresa que permitem às pessoas interessadas conhecer a situação patrimonial da empresa e as variações ocorridas durante certo período de tempo. O balanço nos dá a visão das aplicações de recursos feitas pela empresa e quantos desses recursos são devidos a terceiros. Com isto podemos identificar o nível de endividamento, a liquidez da empresa, a proporção do capital próprio e outras análises que veremos no decorrer da disciplina. Análise e Demonstrações Contábeis 38 Estrutura do balanço A apresentação dos elementos patrimoniais tem que seguir determinados padrões, pois se trata de peça fundamental utilizada para revisão e análise dos negócios. O Ativo fica do lado esquerdo ou na parte superior. O Passivo no lado direito ou na inferior. O Patrimônio Líquido, que é a diferença entre o ativo e o passivo ficará no lado direito ou inferior, somado ou subtraído do Passivo, conforme seja positivo ou negativo. No Brasil, a legislação determina os grandes grupos de contas do balanço existente no Ativo e no Passivo, podendo dentro destes as empresas utilizarem as contas que mais se adéquam à sua realidade. Ativo: são todos os bens e direitos de propriedade da empresa, que são avaliáveis em dinheiro e que representam benefícios presentes ou futuros para a empresa. Bens: máquinas, terrenos, estoques, dinheiro (moeda), ferramentas, veículos, instalações, etc. Direitos: contas a receber, duplicatas a receber, títulos a receber, ações, depósitos em contas bancárias, títulos de crédito, etc. Passivo: são as dívidas que a empresa tem com terceiros: contas a pagar, impostos a pagar, financiamentos, empréstimos, etc. Patrimônio Líquido: é a diferença entre o ativo e passivo e representa os valores pertencentes aos proprietários da empresa. Análise e Demonstrações Contábeis 39 De acordo com a Lei nº 11.638/08 e a Lei 11.491/09, o modelo Balanço Patrimonial é o seguinte: ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE ATIVO NÃO CIRCULANTE Ativo Realizável à Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível PASSIVO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE Obrigações de Longo Prazo Receitas Diferidas PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social Reservas de Capital Ajustes de Avaliação Patrimonial Reservas de Lucros Ações em Tesouraria Prejuízos Acumulados Fundamentação legal (lei 6404/76) Balanço Patrimonial Grupo de Contas Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. § 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: I – ativo circulante; e II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. Análise e Demonstrações Contábeis 40 § 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: I – passivo circulante; II – passivo não circulante; III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliaçãopatrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. § 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão classificados separadamente. Ativo Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte; II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia; III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa; Análise e Demonstrações Contábeis 41 IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; V – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. Passivo Exigível Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo. Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo único do art. 179 desta Lei. Patrimônio Líquido Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada. § 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem: a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; Análise e Demonstrações Contábeis 42 b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; § 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado. § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177 desta Lei § 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia. § 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição. Critérios de Avaliação do Ativo Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo: a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda; e b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito; Análise e Demonstrações Contábeis 43 II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior; III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas; IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para atender às perdas prováveis na realização do seu valor, ou para redução do custo de aquisição ao valor de mercado, quando este for inferior; V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão; VI – os direitos classificados no intangível, pelo custo incorrido na aquisição deduzido do saldo da respectiva conta de amortização; VII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. § 1o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo: a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser repostos, mediante compra no mercado; b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a margem de lucro; c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a terceiros. Análise e Demonstrações Contábeis 44 d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um mercado ativo, decorrente de transação não compulsória realizada entre partes independentes; e, na ausência de um mercado ativo para um determinado instrumento financeiro: 1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e risco similares; 2) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou 3) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de precificação de instrumentos financeiros § 2o A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada periodicamente nas contas de: a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência; b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado; c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.Análise e Demonstrações Contábeis 45 § 3o A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado e no intangível, a fim de que sejam: I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para recuperação desse valor; ou II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização. § 4° Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica contábil. Critérios de Avaliação do Passivo Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os seguintes critérios: I - as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive Imposto sobre a Renda a pagar com base no resultado do exercício, serão computados pelo valor atualizado até a data do balanço; II - as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço; III – as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. Análise e Demonstrações Contábeis 46 Patrimônio Líquido Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto sobre a Renda. Parágrafo único. o prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem. Participações Art. 190. As participações estatutárias de empregados, administradores e partes beneficiárias serão determinadas, sucessivamente e nessa ordem, com base nos lucros que remanescerem depois de deduzida a participação anteriormente calculada. Parágrafo único. Aplica-se ao pagamento das participações dos administradores e das partes beneficiárias o disposto nos parágrafos do artigo 201. Art. 191. Lucro líquido do exercício é o resultado do exercício que remanescer depois de deduzidas as participações de que trata o artigo 190. Art. 192. Juntamente com as demonstrações financeiras do exercício, os órgãos da administração da companhia apresentarão à assembléia-geral ordinária, observado o disposto nos artigos 193 a 203 e no estatuto, proposta sobre a destinação a ser dada ao lucro líquido do exercício. Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição da reserva legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social. § 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo dessa reserva, acrescido do montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder de 30% (trinta por cento) do capital social. § 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital. Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma: I - indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade; Análise e Demonstrações Contábeis 47 II - fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que serão destinados à sua constituição; e III - estabeleça o limite máximo da reserva. Art. 195. A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar parte do lucro líquido à formação de reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado. § 1º A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa da perda prevista e justificar, com as razões de prudência que a recomendem, a constituição da reserva. § 2º A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a perda. Art. 195-A. A assembléia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório (inciso I do caput do art. 202 desta Lei). Art. 196. A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, deliberar reter parcela do lucro líquido do exercício prevista em orçamento de capital por ela previamente aprovado. § 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da administração com a justificação da retenção de lucros proposta, deverá compreender todas as fontes de recursos e aplicações de capital, fixo ou circulante, e poderá ter a duração de até 5 (cinco) exercícios, salvo no caso de execução, por prazo maior, de projeto de investimento. § 2º O orçamento poderá ser aprovado na assembléia-geral ordinária que deliberar sobre o balanço do exercício. § 2o O orçamento poderá ser aprovado pela assembléia-geral ordinária que deliberar sobre o balanço do exercício e revisado anualmente, quando tiver duração superior a um exercício social. Análise e Demonstrações Contábeis 48 Art. 197. No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos do estatuto ou do art. 202, ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar o excesso à constituição de reserva de lucros a realizar. § 1o Para os efeitos deste artigo, considera-se realizada a parcela do lucro líquido do exercício que exceder da soma dos seguintes valores: I - o resultado líquido positivo da equivalência patrimonial (art. 248); e II – o lucro, rendimento ou ganho líquidos em operações ou contabilização de ativo e passivo pelo valor de mercado, cujo prazo de realização financeira ocorra após o término do exercício social seguinte. § 2o A reserva de lucros a realizar somente poderá ser utilizada para pagamento do dividendo obrigatório e, para efeito do inciso III do art. 202, serão considerados como integrantes da reserva os lucros a realizar de cada exercício que forem os primeiros a serem realizados em dinheiro. Art. 198. A destinação dos lucros para constituição das reservas de que trata o artigo 194 e a retenção nos termos do artigo 196 não poderão ser aprovadas, em cada exercício, em prejuízo da distribuição do dividendo obrigatório (artigo 202). Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite, a assembléia deliberará sobre aplicação do excesso na integralização ou no aumento do capital social ou na distribuição de dividendos. Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para: I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros (artigo 189, parágrafo único); II - resgate, reembolso ou compra de ações; III - resgate de partes beneficiárias; IV - incorporação ao capital social; V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada (artigo 17, § 5º). Análise e Demonstrações Contábeis 49 Parágrafo único. A reserva constituídacom o produto da venda de partes beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos. Art. 201. A companhia somente pode pagar dividendos à conta de lucro líquido do exercício, de lucros acumulados e de reserva de lucros; e à conta de reserva de capital, no caso das ações preferenciais de que trata o § 5º do artigo 17. § 1º A distribuição de dividendos com inobservância do disposto neste artigo implica responsabilidade solidária dos administradores e fiscais, que deverão repor à caixa social a importância distribuída, sem prejuízo da ação penal que no caso couber. § 2º Os acionistas não são obrigados a restituir os dividendos que em boa-fé tenham recebido. Presume-se a má-fé quando os dividendos forem distribuídos sem o levantamento do balanço ou em desacordo com os resultados deste. Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto ou, se este for omisso, a importância determinada de acordo com as seguintes normas: I - metade do lucro líquido do exercício diminuído ou acrescido dos seguintes valores: a) importância destinada à constituição da reserva legal (art. 193); e b) importância destinada à formação da reserva para contingências (art. 195) e reversão da mesma reserva formada em exercícios anteriores; II - o pagamento do dividendo determinado nos termos do inciso I poderá ser limitado ao montante do lucro líquido do exercício que tiver sido realizado, desde que a diferença seja registrada como reserva de lucros a realizar (art. 197); III - os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando realizados e se não tiverem sido absorvidos por prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão ser acrescidos ao primeiro dividendo declarado após a realização. § 1º O estatuto poderá estabelecer o dividendo como porcentagem do lucro ou do capital social, ou fixar outros critérios para determiná-lo, desde que sejam regulados com precisão e minúcia e não sujeitem os acionistas minoritários ao arbítrio dos órgãos. Análise e Demonstrações Contábeis 50 § 2o Quando o estatuto for omisso e a assembléia-geral deliberar alterá-lo para introduzir norma sobre a matéria, o dividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido ajustado nos termos do inciso I deste artigo. § 3o A assembléia-geral pode, desde que não haja oposição de qualquer acionista presente, deliberar a distribuição de dividendo inferior ao obrigatório, nos termos deste artigo, ou a retenção de todo o lucro líquido, nas seguintes sociedades I - companhias abertas exclusivamente para a captação de recursos por debêntures não conversíveis em ações; II - companhias fechadas, exceto nas controladas por companhias abertas que não se enquadrem na condição prevista no inciso I. § 4º O dividendo previsto neste artigo não será obrigatório no exercício social em que os órgãos da administração informarem à assembléia-geral ordinária ser ele incompatível com a situação financeira da companhia. O conselho fiscal, se em funcionamento, deverá dar parecer sobre essa informação e, na companhia aberta, seus administradores encaminharão à Comissão de Valores Mobiliários, dentro de 5 (cinco) dias da realização da assembléia-geral, exposição justificativa da informação transmitida à assembléia. § 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos do § 4º serão registrados como reserva especial e, se não absorvidos por prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão ser pagos como dividendo assim que o permitir a situação financeira da companhia. § 6o Os lucros não destinados nos termos dos arts. 193 a 197 deverão ser distribuídos como dividendos. Art. 203. O disposto nos artigos 194 a 197, e 202, não prejudicará o direito dos acionistas preferenciais de receber os dividendos fixos ou mínimos a que tenham prioridade, inclusive os atrasados, se cumulativos. Análise e Demonstrações Contábeis 51 Art. 204. A companhia que, por força de lei ou de disposição estatutária, levantar balanço semestral, poderá declarar, por deliberação dos órgãos de administração, se autorizados pelo estatuto, dividendo à conta do lucro apurado nesse balanço. § 1º A companhia poderá, nos termos de disposição estatutária, levantar balanço e distribuir dividendos em períodos menores, desde que o total dos dividendos pagos em cada semestre do exercício social não exceda o montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182. § 2º O estatuto poderá autorizar os órgãos de administração a declarar dividendos intermediários, à conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros existentes no último balanço anual ou semestral. Art. 205. A companhia pagará o dividendo de ações nominativas à pessoa que, na data do ato de declaração do dividendo, estiver inscrita como proprietária ou usufrutuária da ação. § 1º Os dividendos poderão ser pagos por cheque nominativo remetido por via postal para o endereço comunicado pelo acionista à companhia, ou mediante crédito em conta-corrente bancária aberta em nome do acionista. § 2º Os dividendos das ações em custódia bancária ou em depósito nos termos dos artigos 41 e 43 serão pagos pela companhia à instituição financeira depositária, que será responsável pela sua entrega aos titulares das ações depositadas. § 3º O dividendo deverá ser pago, salvo deliberação em contrário da assembléia-geral, no prazo de 60 (sessenta dias) Análise e Demonstrações Contábeis 52 Demonstração do Resultado Do Exercício – DRE A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é uma demonstração que apresenta todas as receitas e despesas que a empresa obteve em determinado período, com o objetivo de demonstrar o resultado do período seja ele lucro ou prejuízo. Segundo Assaf Neto (1998, p.76) define, "A demonstração de resultados do exercício visa fornecer, de maneira esquematizada, os resultados (lucro ou prejuízo) auferidos pela empresa em determinado exercício social, os quais são transferidos para contas do patrimônio líquido". Segundo, Iudícibus (1998, p. 48) a DRE "é apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo)". De acordo com Perez Jr (1999, p.109), sobre o conteúdo da DRE: Todas as receitas e despesas são apresentadas na DRE, ordenadas conforme a natureza de cada uma, fornecendo informações importantes para a empresa. Através desta demonstração também é possível evidenciar o que acarretou o resultado final das operações da empresa, pois ela representa em sua estrutura as receitas, despesas, custos relativos ao período em questão. O objetivo da demonstração do resultado do exercício é discriminar como foi formado o resultado gerado no exercício, mediante a evidenciação das receitas, custos e despesas, até o resultado líquido final, denominado lucro ou prejuízo. Análise e Demonstrações Contábeis 53 Se o resultado final for lucro, representará o ganho obtido pela empresa e deverá remunerar os sócios ou acionistas e manter a empresa. Caso o resultado obtido for prejuízo, esta parcela representará o desgaste sofrido pelo patrimônio deixando claro, que as receitas foram insuficientes para cobrir os custos e despesas do período. Estrutura Receitas Operacionais As Receitas Operacionais são provenientes da exploração das atividades operacionais, principais e acessórias, desenvolvidas pela empresa. São as receitas de vendas de mercadorias, produtos ou serviços, obtidas pela participação em sociedades controladas e coligadas. Estas receitas devem ser demonstradaspor seu montante bruto, de modo que fique consistente com o valor faturado a clientes, contendo as deduções das receitas e a receita operacional líquida. A Receita Operacional Bruta, segundo Assaf Neto (1998, p.76), "refere-se ao valor nominal total das vendas de bens ou dos serviços prestados pela empresa, no exercício social considerado, antes de qualquer dedução". Deduções da Receita Operacional Bruta As Deduções da Receita Bruta são os valores subtraídos da Receita Operacional Bruta. Segundo Assaf Neto (1998, p.76), "Da receita bruta devem ser deduzidos diversos valores que efetivamente não pertencem à empresa, tais como impostos indiretos (ICMS, IPI, etc.), descontos e abatimentos, devoluções de mercadorias etc.". As Deduções da Receita Bruta representam os valores que estão diretamente ligados ao da empresa. Exemplo: os impostos, descontos, devoluções, abatimentos, etc. Análise e Demonstrações Contábeis 54 Custos Operacionais das Receitas Todos os custos de uma empresa comercial, gerados durante as de vendas de determinado produto ou da prestação de serviços, tem que ser considerados na Demonstração do Resultado do Exercício como Custo dos Produtos Vendidos ou dos Serviços Prestados. Os custos operacionais das receitas são representados pelos custos gerados na produção dos bens ou serviços vendidos, ou os custos de aquisição das mercadorias vendidas. De acordo com FIPECAFI (2003, p. 343), "o item II do art. 187 da Lei nº 6.404/76, deve ser computado na Demonstração do Resultado do Exercício o custo das mercadorias e serviços vendidos no exercício, o qual, deduzido das receitas correspondentes, gera o lucro bruto". Lucro ou Prejuízo Bruto O Lucro ou prejuízo Bruto é o resultado bruto das operações depois de deduzidos os custos dos produtos vendidos ou serviços prestados, é a diferença entre a receita operacional líquida e os custos operacionais da receita. Despesas Operacionais As Despesas Operacionais são as despesas relacionadas com a atividade da empresa. São os gastos com as áreas comercial, administrativa e financeira para obtenção das receitas operacionais do período. Englobam as despesas com vendas, despesas administrativas, despesas financeiras e demais despesas necessárias às operações da empresa. As despesas operacionais são despesas geradas, a fim de manter a atividade operacional da empresa. Análise e Demonstrações Contábeis 55 Conforme o Profº Marion (2004, p. 96), "As despesas operacionais são as necessárias para vender os produtos, administrar a empresa e financiar as operações. Enfim, são todas as despesas sacrificadas para manutenção da atividade operacional da empresa". Lucro ou Prejuízo Operacional O Lucro ou Prejuízo Operacional é representado pela diferença entre o lucro ou prejuízo bruto e as despesas operacionais. Se o lucro bruto for superior ao montante das despesas operacionais, haverá lucro operacional, caso as despesas superem o lucro bruto a empresa apresentará um prejuízo operacional. Outras receitas e outras despesas São receitas e despesas que não fazem parte do cotidiano da empresa. Sua origem não se dá através da atividade operacional. Temos como exemplos: venda de imobilizado, prejuízo na venda de um imobilizado, etc. Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício O Resultado Líquido do Exercício Depois do Imposto de Renda é o resultado apresentado após deduzida a provisão para o imposto de renda. Na hipótese de não restar lucro para a constituição da provisão para o imposto de renda, esta será constituída, e o lucro em questão será o lucro líquido do exercício, que será levado para a conta que registra os prejuízos acumulados, para fins de compensação total ou parcial. Este resultado é conhecido como lucro ou prejuízo do exercício. Análise e Demonstrações Contábeis 56 O Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício é o resultado final do exercício. Sendo o resultado do exercício negativo antes das participações, ocorrerá um prejuízo líquido, que deverá ser compensado com lucros acumulados, reserva de lucros e reserva legal, respectivamente. O Lucro líquido do Exercício é o resultado das vendas da empresa deduzido de seus abatimentos e custos, diminuindo também as despesas operacionais junto com os impostos e assim chegando ao resultado líquido positivo ou negativo, ou seja, lucro ou prejuízo. Conforme a legislação vigente a DRE deverá ter a seguinte estrutura: Demonstração do Resultado Do Exercício RECEITA OPERACIONAL BRUTA (-) Vendas canceladas (-) Abatimentos sobre vendas (-) Impostos sobre vendas (=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (-) Custo dos produtos, mercadorias ou serviços (=) LUCRO BRUTO (-) Despesas com vendas (-) Despesas administrativas (-) Despesas financeiras (-) Outras receitas e despesas operacionais (=) LUCRO OPERACIONAL (+) Outras receitas (-) Outras despesas (=) LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (-) Provisão para Imposto de Renda (-) Provisão para contribuição social sobre o lucro (=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO Análise e Demonstrações Contábeis 57 Fundamentação legal (lei 6404/76) Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social. § 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados: a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; e b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. Análise e Demonstrações Contábeis 58 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPA Segundo Assaf Neto (1998, p.89), "A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados retrata as movimentações ocorridas na conta de lucros acumulados do patrimônio líquido, fornecendo explicações sobre seu comportamento ao longo do exercício social". A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) evidencia as variações ocorridas na conta de lucros ou prejuízos acumulados, demonstrando o que causou essas mudanças. Com esta demonstração, a empresa verifica o lucro ou prejuízo do período e as movimentações da conta de lucros ou prejuízos acumulados, pois apresenta o saldo inicial com os ajustes de exercícios anteriores, acrescentando o resultado do período e excluindo as transferências para reservas, obtendo-se o saldo no final do período. Com relação à estrutura desta demonstração, FIPECAFI (2003, p. 323) comenta: O art. 186 da Lei das Sociedades por Ações estabelece: A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará: I – o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial; II – as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; III – as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao final do período. Análise e DemonstraçõesContábeis 59 Segundo a Lei nº 6.404/76, no § 2º do art. 186, a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados pode ser substituída pela Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, se ela for elabora e divulgada pela companhia. Porém, de acordo com Favero et al (1997, p.87), "deve-se tomar o cuidado para escolher o relatório que melhor evidencie o reflexo das operações ocorridas no período sobre a situação líquida da empresa". O lucro líquido do exercício pertence aos proprietários da empresa, sócios ou acionistas, sob a forma de apropriação de lucros ou mediante a sua distribuição. A apropriação de lucros configura-se em sua utilização para aumento de capital e na constituição de reservas. O objetivo da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados é de apresentar o saldo residual de lucros ou prejuízos, suas alterações durante o exercício e a destinação dada ao lucro ao final de cada exercício social ou em períodos intermediários. A distribuição dos lucros pode apresentar duas destinações principais: a distribuição direta aos sócios e acionistas; e a distribuição indireta, na qual o lucro fica retido na empresa. A destinação do lucro deve oferecer aos sócios e acionistas uma remuneração acima das taxas demais investimentos existentes no mercado e preservar a estrutura econômico-financeira da empresa. Análise e Demonstrações Contábeis 60 Estrutura Saldo do Início do Período É o saldo acumulado proveniente do exercício ou período imediatamente anterior. Ajustes de Exercícios Anteriores São decorrentes da mudança de crédito contábil ou de correção de erros relacionados a determinado exercício anterior Os ajustes serão debitados ou creditados na conta de lucros ou prejuízos acumulados. Incorporação ao Capital São os valores decorrentes de aumento de capital em função de novas integralizações ou com reservas e até mesmo incorporação de lucros acumulados. Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício É o resultado final de cada exercício transferido para a conta de lucros ou prejuízos. Transferência para reservas São as destinações do lucro, legais ou até mesmo estatutárias, que visam assegurar que partes dos lucros ficarão retidos na continuidade da empresa. Análise e Demonstrações Contábeis 61 Dividendos propostos. São os valores da remuneração dos sócios em função do investimento que ele realizou na empresa. Ao final de cada exercício, caso a empresa apresente lucros, parte deste será destinado aos sócios. Saldo Final do Período É o saldo dos que passará de um exercício para o outro. Caso esse saldo seja de lucro este deverá ser retido um uma conta de reserva específica. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados Exercícios findos em 31 de dezembro EXERCÍCIO X1 EXERCÍCIO X2 Saldos Iniciais Ajustes de Exercícios Anteriores Incorporação ao Capital Lucro Líquido do Exercício Transferência para Reserva Legal Transferência para Reservas Estatutárias Dividendos Propostos Saldos Finais Fonte: Favero et al (1997, p.81). Fundamentação legal (lei 6404/76) Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará: I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial; II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; III - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período. Análise e Demonstrações Contábeis 62 § 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes. § 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia. Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido – DMPL A empresa poderá elaborar e publicar a demonstração das mutações do patrimônio líquido em substituição à demonstração de lucros ou prejuízos acumulados, pois a conta de lucros ou prejuízos acumulados está contida nesta demonstração. Porém as empresas que estão sujeitas as normas da CVM estão obrigadas à apresentação desta demonstração.. O seu objetivo é facilitar a análise das variações que aconteceram no patrimônio líquido, no decorrer do exercício social, permitindo do que ocorreu com os capitais próprios da empresa. A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, de acordo com Favero et al (1997, p.88), "é um relatório que demonstra a composição do Patrimônio Líquido e as alterações ocorridas durante determinado período de tempo". FIPECAFI (2003, p.376) confirma quando afirma que a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido "é de muita utilidade, pois fornece a movimentação ocorrida durante o exercício nas diversas contas componentes do Patrimônio Líquido". Análise e Demonstrações Contábeis 63 Também Favero et al (1997, p.88) afirmam que esta demonstração "trata-se de uma peça contábil que facilita o trabalho daqueles que irão analisar e interpretar as variações do Patrimônio Líquido". Para os analistas, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido também é de grande importância, pois facilita a análise das movimentações de todas as contas pertencentes ao Patrimônio Líquido. As modificações nos componentes do patrimônio líquido podem se dar em decorrência dos seguintes acontecimentos: aumento de capital por subscrição; aumento de capital por incorporação de reservas de lucro; aumento de capital por incorporação de reservas de capital; aumento de capital por incorporação de lucros acumulados; redução do capital por prejuízos não absorvidos por lucros ou reservas; ajuste de exercícios anteriores; reversões de reservas de lucros; transferência do lucro ou prejuízo líquido do exercício; destinação do lucro líquido do exercício; dividendos a acionistas. Estrutura A estrutura da Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido é semelhante à estrutura da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados. O que difere esta estrutura é que a DMPL englobará todas as contas do Patrimônio Líquido e não somente a conta de Lucros ou prejuízos acumulados. Análise e Demonstrações Contábeis 64 Exercícios findos em 31 de dezembro Análise e Demonstrações Contábeis 65 A DFC demonstra os recebimento e pagamentos segregados em três grupos distintos: Operacional Investimento Financiamento De acordo com a lei 11.638 a DFC deve ser publicada anualmente pelas empresas como parte das demonstrações financeiras em substituição da DOAR. De acordo com o Professor Eliseu Martins (222, p.1) “a conexão entre as demonstrações contábeis é íntima e fundamental. O balanço e a demonstração do resultado, se elaborados à luz do custo histórico puro e na ausência de inflação, são a distribuição lógica e racional ao longo do tempo do fluxo de caixa da empresa. Um ativo possui, além das disponibilidades e das aplicações de caixa efetuadas, direito que serão transformados em caixa e, além disso, possui bens que estão representando o montante de caixa desembolsado ou a ser desembolsado em função de sua aquisição. O passivo representa valores a desembolsar futuramente, logo o balanço inteiro, sem exceção, tem ligação com o fluxo de caixa”. Para Sérgio de Iudícibus (2003, p.399) a DFC, em conjunto com outras informações contidas nas demonstrações contábeis, tem como objetivo principal permitir aos investidores, credores e outros usuários das demonstrações financeiras: Avaliar a capacidade da companhia para gerar fluxos de caixa positivos para: (a) atender suas obrigações financeiras, (b) pagar dividendos e (c) sua necessidade de financiamento externo. Identificar as razões para a diferença entre o lucro líquido e a evolução do caixa líquido. Análise e Demonstrações Contábeis 66 Avaliar o efeito, sobre a situação financeira da companhia, das atividades de financiamento e investimento que não geraram entradas e saídas de caixas. Facilitar a análise e o cálculo na seleção de linhas de crédito a serem obtidas junto a instituições financeiras. Programar os ingressos e desembolsos de caixa, de forma criteriosa, permitindo determinar o período em que deverá ocorrer carência de recursos e o montante, havendo tempo suficiente para as medidas necessárias. A DFC pode ser elaborada de acordo com dois métodos: o Direto e o Indireto. Análise e Demonstrações Contábeis 67 Estrutura Demonstração de Fluxo de Caixa Método Direto Atividades Operacionais Recebimento de clientes Pagamento de fornecedores Pagamento de Impostos Pagamento de despesas antecipadas Pagamento de despesas gerais Caixa Líquido Atividades de Investimentos Aquisição de Part. Societárias Aumento do Realizável a LP (empréstimos) Aquisição de Móveis e Utensílios Caixa Líquido Atividades de Financiamentos Empréstimos Capital de Giro Líquido Empréstimos obtidos (LP) Aumento de capital Dividendos pagos Caixa Líquido Aumento de Caixa no Período Caixa no Início do Período Caixa no Final do Período Análise e Demonstrações Contábeis 68 Demonstração de Fluxo de Caixa Método Indireto Atividades Operacionais Lucro do Exercício Depreciação Ganho em equivalência patrimonial Resultado da correção monetária Aumento do Contas a pagar Aumento dos Estoques Aumento despesas exercício Seguinte Aumento do Contas a Receber Diminuição de Impostos a pagar Caixa Líquido Atividades de Investimentos Aquisição de Part. Societárias Aumento do Realizável a LP (empréstimos) Aquisição de Móveis e Utensílios Caixa Líquido Atividades de Financiamentos Empréstimos Capital de Giro Líquido Empréstimos obtidos (LP) Aumento de capital Dividendos pagos Caixa Líquido Aumento de Caixa no Período Caixa no Início do Período Caixa no Final do Período Análise e Demonstrações Contábeis 69 Fundamentação legal (lei 6404/76) Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 desta Lei indicarão, no mínimo: I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: a) das operações; b) dos financiamentos; e c) dos investimentos; Demonstração do Valor Agregado – DVA A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) apresenta a riqueza gerada pela empresa e de que forma ela foi distribuída. Segundo a lei 11.638 de 28/12/2007, a companhia aberta deverá elaborar a DVA. Análise e Demonstrações Contábeis 70 Estrutura DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO I Geração do Valor Adicionado R$ (=) Receita de Vendas (-) Custo da Mercadoria Vendida (=) Valor Adicionado Bruto (-) Depreciação (=) Valor Adicionado Líquido (+) Transferência de riquezas geradas por terceiros (=) Valor Adicionado à Disposição da Empresa II Distribuição do Valor Adicionado (+) Remuneração do Trabalho Salários Férias (+) Encargos Sociais INSS FGTS (+) Remuneração do Capital de Terceiros Aluguéis (+) Remuneração do Governo Federal Estadual (+) Remuneração do Capital Próprio Lucros Retidos (=) Total do valor distribuido Análise e Demonstrações Contábeis 71 Fundamentação legal (lei 6404/76) Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 desta Lei indicarão, no mínimo: II – demonstração do valor adicionado – o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. Nesta unidade, você aprendeu quais são as demonstrações contábeis exigidas pela lei 11.638/07 que alterou a lei 6.404/76 (Lei das sociedades por ações). Cada vez temos a necessidade de demonstrações que nos forneça informações mais precisas das empresas. Na próxima unidade, estudaremos como padronizar as demonstrações contábeis para elaboração das análises. DICA Consulte o site www.cfc.org.br Análise e Demonstrações Contábeis 72 Leitura Complementar Aprofunde seus conhecimentos lendo: ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços – Um Enfoque Econômico-financeiro. 4 ed. São Paulo-SP: Atlas, 1998. FRANCO, Hilário. Contabilidade Geral. Editora Atlas: São Paulo (SP), 1998. GOLÇALVES, Eugênio Celso; BAPTISTA, Antônio Eustáquio. Contabilidade Geral. 4ª Edição. São Paulo: Atlas, 1998. É HORA DE SE AVALIAR! Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo, elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino- aprendizagem. Em caso de dúvidas, ou questionamentos diversos, entre em contato com o seu tutor virtual, através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco! Análise e Demonstrações Contábeis 73 Exercícios – Unidade 2 1) As contas do ATIVO são classificadas por ordem de: a) Valor b) Exigibilidade c) Liquidez d) Importância e) Tempo 2) As contas do PASSIVO são classificadas por ordem de: a) Valor b) Exigibilidade c) Liquidez d) Importância e) Tempo 3) A Demonstração de RESULTADO DO EXERCÍCIO procura evidenciar: a) Quanto a empresa gerou de riqueza e como ele está distribuído b) Como foi formado o lucro ou prejuízo da empresa. c) A variação das disponibilidades da empresa. d) A variação do capital próprio da empresa c) A variação do capital circulante líquido da empresa Análise e Demonstrações Contábeis 74 4) A Demonstração de FLUXO DE CAIXA procura evidenciar: a) Quanto a empresa gerou de riqueza e como ele está distribuído b) Como foi formado o lucro ou prejuízo da empresa. c) A variação das disponibilidades da empresa. d) A variação do capital próprio da empresa c) A variação do capital circulante líquido da empresa 5) A Demonstração de MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO procura evidenciar: a) Quanto a empresa gerou de riqueza e como ele está distribuído b) Como foi formado o lucro ou prejuízo da empresa. c) A variação das disponibilidades da empresa. d) A variação do capital próprio da empresa c) A variação do capital circulante líquido da empresa 6) A Demonstração do VALOR ADICIONADO procura evidenciar: a) Quanto a empresa gerou de riqueza e como ele está distribuído b) Como foi formado o lucro ou prejuízo da empresa. c) A variação das disponibilidades da empresa. d) A variação do capital próprio da empresa c) A variação do capital circulante líquido da empresa Análise e Demonstrações Contábeis 75 7) A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados (DLPA), pode ser substituída pela seguinte demonstração: a) Balanço patrimonial (BP) b) Demonstração de resultado do exercício (DRE) c) Demonstração de mutação do patrimônio líquido (DMPL) d) Demonstração de fluxo de caixa (DFC) e) Demonstração do valor adicionado (DVA) 8) A demonstração de origens e aplicações de recursos (DOAR), foi substituída pela demonstração: a) Balanço patrimonial (BP) b) Demonstraçãode resultado do exercício (DRE) c) Demonstração de mutação do patrimônio líquido (DMPL) d) Demonstração de fluxo de caixa (DFC) e) Demonstração do valor adicionado (DVA) 9) Quais são as demonstrações contábeis obrigatórias de acordo com a lei 11.638/2007? Análise e Demonstrações Contábeis 76 10) De acordo com a lei 11.638/2007, como estão divididos os grupos de contas do Ativo e do Passivo? Análise e Demonstrações Contábeis 77 Padronização das Demonstrações Contábeis Conceito e Objetivo da Padronização. Balanço Patrimonial Padronizado. Demonstração de Resultado do Exercício Padronizada. Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido Padronizada. Demonstração de Fluxo de Caixa Padronizada. Demonstração do Valor Adicionado Padronizada. 3 Análise e Demonstrações Contábeis 78 Caro aluno, nesta unidade estudaremos a padronização das demonstrações contábeis. Objetivos da Unidade: Compreender a importância de se trabalhar com demonstrações contábeis padronizadas. Plano da Unidade: Conceito e Objetivo da Padronização. Balanço Patrimonial Padronizado. Demonstração de Resultado do Exercício Padronizada. Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido Padronizada. Demonstração de Fluxo de Caixa Padronizada. Demonstração do Valor Adicionado Padronizada. Bem-vindo à terceira Unidade de Estudo. Sucesso! Análise e Demonstrações Contábeis 79 Conceito e Objetivo da Padronização Um dos objetivos da reclassificação ou padronização das demonstrações contábeis é procurar simplificar a ordenação de modo que as informações contidas sejam facilmente encontradas e interpretadas. Outro objetivo é adequar as demonstrações contábeis às necessidades da empresa que está realizando a análise. É muito importante que a pessoa que irá realizar a padronização domine a área contábil, saiba interpretar a nomenclatura utilizada pelas empresas e consiga padronizar estes demonstrativos através de planilhas. Também outro ponto importante na padronização é a leitura do relatório da diretoria, das notas explicativas e do parecer da auditoria no processo de análise das demonstrações contábeis. Apesar de existir uma estrutura legal para a apresentação das demonstrações contábeis, cada empresa possui particularidades, conforme o ramo de atividade ou critério interno da organização. Desta forma existe a necessidade de que façamos essa padronização das demonstrações contábeis. Devemos nos atentar para alguns detalhes que podem influenciar de forma muito relevante a análise das demonstrações contábeis: o fechamento correto do Balanço Patrimonial; análise da evolução do Patrimônio Líquido. Quando as demonstrações financeiras da empresa analisada não forem publicadas, será necessário verificar a compatibilidade do Patrimônio Líquido em relação ao período, o capital proveniente dos sócios, reavaliação de ativos e outros fatores relevantes para entendimento da empresa; o detalhamento do endividamento bancário e das participações acionárias, bem como informações sobre contratos de leasing, devem fazer parte das análise; Análise e Demonstrações Contábeis 80 cálculo dos índices financeiros e a sua comparação com os de outras empresas atuantes no mesmo setor e de preferência que sejam do mesmo porte e da mesma região geográfica, podem fazer parte do processo de análise. A análise do fluxo de caixa, do investimento operacional em giro e a aplicação de modelos de previsão de insolvência são alguns dos instrumentos de análise que reforçará a avaliação de risco da empresa. Cabe destacar que é de fundamental importância que o analista dê seu parecer sobre o risco da empresa e caracterize suas potencialidades e suas fraquezas. Existem vários critérios para padronizar as demonstrações contábeis. Apresentaremos a sugestão didática de padronização para o Balanço Patrimonial e para a Demonstração de Resultado do Exercício. Logo a seguir apresentaremos a padronização das demonstrações contábeis segundo a CVM — Comissão de Valores Mobiliários. Análise e Demonstrações Contábeis 81 Balanço Patrimonial Padronizado CONTAS VALOR 1 ATIVO 1.1 CIRCULANTE 1.1.1 FINANCEIRO 1.1.1.1 Disponível 1.1.1.2 Aplicações Financeiras SOMA FINANCEIRO 1.1.2 OPERACIONAL 1.1.2.1 Clientes 1.1.2.2 Estoques 1.1.2.3 Outros créditos SOMA OPERACIONAL TOTAL DO CIRCULANTE 1.2 NÃO CIRCULANTE 1.2.1 Relizável a longo prazo 1.2.2 Investimentos 1.2.3 Imobilizado 1.2.4 Intagível TOTAL DO NÃO CIRCULANTE Análise e Demonstrações Contábeis 82 TOTAL DO ATIVO 2 PASSIVO 2.1 CIRCULANTE 2.1.1 FINANCEIRO 2.1.1.1 Empréstimos Bancários 2.1.1.2 Duplicatas Descontadas SOMA FINANEIRO 2.1.2 OPERACIONAL 2.1.2.1 Fornecedores 2.1.2.2 Outras Obrigações SOMA OPERACIONAL TOTAL DO CIRCULANTE 2.2 NÃO CIRCULANTE 2.2.1 Empréstimos 2.2.2 Financiamentos TOTAL DO NÃO CRICULANTE TOTAL DO CAPITAL DE TERCEIROS 2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2.3.1 Capital e Reservas 2.3.2 Prejuízos Acumulados TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO TOTAL DO PASSIVO Fonte: Matarazzo (2003, p.138) Análise e Demonstrações Contábeis 83 Demonstração de Resultado do Exercício Padronizada CONTAS VALOR RECEITA LÍQUIDA (-) Custo dos Produtos Vendidos (=) Lucro Bruto (-) Despesas Operacionais (+/-) Outras Rec./Desp. Op. (=)Lucro OPERACIONAL(antes dos Resultados Financeiros) (+) Receitas Financeiras (-) Despesas Financeiras (=)Lucro OPERACIONAL (+/-) Resultado não Operacional LUCRO ANTES I.R PROV. P/ I.R LUCRO LÍQUIDO Fonte: Matarazzo (2003, p.138) Balanço Patrimonial Padronizado - CVM Análise e Demonstrações Contábeis 84 ATIVO Conta Valor Código Descrição 1 Ativo Total 1.01 Ativo Circulante 1.01.01 Disponibilidades 1.01.01.01 Caixa e Bancos 1.01.01.02 Aplicações Financeiras 1.01.02 Créditos 1.01.02.01 Clientes 1.01.02.02 Créditos Diversos 1.01.03 Estoques 1.01.04 Outros 1.01.04.01 Impostos a recuperar 1.01.04.02 Imp.Renda e Contrib.Social Diferido 1.01.04.03 Despesas Antecipadas 1.01.04.04 Demais contas a receber 1.02 Ativo Não Circulante 1.02.01 Ativo Realizável a Longo Prazo 1.02.01.01 Créditos Diversos 1.02.01.02 Créditos com Pessoas Ligadas 1.02.01.02.01 Com Coligadas e Equiparadas 1.02.01.02.02 Com Controladas 1.02.01.02.03 Com Outras Pessoas Ligadas 1.02.01.03 Outros 1.02.01.03.01 Aplicações Financeiras 1.02.01.03.02 Imp.Renda e Contrib. Social Diferidos Análise e Demonstrações Contábeis 85 1.02.01.03.03 Depósitos Judiciais 1.02.01.03.04 Despesas Antecipadas 1.02.01.03.05 Demais Contas a Receber 1.02.01.03.06 Imp. a recup. e demais contas a receber 1.02.02 Ativo Permanente 1.02.02.01 Investimentos 1.02.02.01.01 Participações Coligadas/Equiparadas 1.02.02.01.02 Participações em Controladas 1.02.02.01.03 Outros Investimentos 1.02.02.02 Imobilizado 1.02.02.03 Intangível 1.02.02.04 Diferido Análise e Demonstrações Contábeis 86 PASSIVO Conta Valor Código Descrição 2 Passivo Total 2.01 Passivo Circulante 2.01.01 Empréstimos e Financiamentos 2.01.02 Debêntures 2.01.03 Fornecedores 2.01.04 Impostos, Taxas e Contribuições 2.01.05 Dividendos a Pagar 2.01.06 Provisões 2.01.06.01 Salários e Encargos Trabalhista 2.01.06.02 Participação Estatutária - Empregados 2.01.06.03 Provisão para Contingências 2.01.06.04 Contas a Pagar Resgate de Ações Prefer. 2.01.07 Dívidas com Pessoas Ligadas2.01.08 Outros 2.01.08.01 Honorários Profissionais de Terceiros 2.01.08.02 Demais Contas a Pagar 2.02 Passivo Não Circulante 2.02.01 Passivo Exigível a Longo Prazo 2.02.01.01 Empréstimos e Financiamentos 2.02.01.02 Debêntures 2.02.01.03 Provisões 2.02.01.03.01 Provisão para Contingência 2.02.01.03.02 Impostos, Taxas e Contribuições 2.02.01.04 Dívidas com Pessoas Ligadas Análise e Demonstrações Contábeis 87 2.02.01.05 Adiantamento para Futuro Aumento Capital 2.02.01.06 Outros 2.02.01.06.01 Outros 2.02.01.06.02 Adto por Cessão de Direito Uso de Lavra 2.03 Resultados de Exercícios Futuros 2.04 Part. de Acionistas Não Controladores 2.05 Patrimônio Líquido 2.05.01 Capital Social Realizado 2.05.01.01 Capital Social Realizado 2.05.01.02 Ações em Tesouraria 2.05.02 Reservas de Capital 2.05.03 Reservas de Reavaliação 2.05.03.01 Ativos Próprios 2.05.03.02 Controladas/Coligadas e Equiparadas 2.05.04 Reservas de Lucro 2.05.04.01 Legal 2.05.04.02 Estatutária 2.05.04.03 Para Contingências 2.05.04.04 De Lucros a Realizar 2.05.04.05 Retenção de Lucros 2.05.04.06 Especial p/ Dividendos Não Distribuídos 2.05.04.07 Outras Reservas de Lucro 2.05.04.07.01 Reserva para Novos Empreendimentos 2.05.05 Ajustes de Avaliação Patrimonial 2.05.05.01 Ajustes de Títulos e Valores Mobiliários 2.05.05.02 Ajustes Acumulados de Conversão 2.05.05.03 Ajustes de Combinação de Negócios 2.05.06 Lucros/Prejuízos Acumulados 2.05.07 Adiantamento para Futuro Aumento Capital Análise e Demonstrações Contábeis 88 Demonstração de Resultado do Exercício Padronizada – CVM Conta Valor Código Descrição 3.01 Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços 3.02 Deduções da Receita Bruta 3.03 Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 3.04 Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos 3.05 Resultado Bruto 3.06 Despesas/Receitas Operacionais 3.06.01 Com Vendas 3.06.02 Gerais e Administrativas 3.06.02.01 Honorários dos Administradores 3.06.02.02 Outros 3.06.03 Financeiras 3.06.03.01 Receitas Financeiras 3.06.03.02 Despesas Financeiras 3.06.04 Outras Receitas Operacionais 3.06.05 Outras Despesas Operacionais 3.06.05.01 Depreciação e Amortização 3.06.05.02 Outras 3.06.06 Resultado da Equivalência Patrimonial 3.07 Resultado Operacional 3.08 Resultado Não Operacional 3.08.01 Receitas 3.08.01.01 Ganho de Capital Análise e Demonstrações Contábeis 89 3.08.02 Despesas 3.09 Resultado Antes Tributação/Participações 3.10 Provisão para IR e Contribuição Social 3.11 IR Diferido 3.12 Participações/Contribuições Estatutárias 3.12.01 Participações 3.12.01.01 Empregados 3.12.02 Contribuições 3.13 Reversão dos Juros sobre Capital Próprio 3.14 Part. de Acionistas Não Controladores 3.15 Lucro/Prejuízo do Período Análise e Demonstrações Contábeis 90 Demonstração de Mutações Do Patrimônio Líquido Padronizada – CVM Análise e Demonstrações Contábeis 91 Análise e Demonstrações Contábeis 92 Análise e Demonstrações Contábeis 93 Demonstração de Fluxo de Caixa Padronizada - CVM Análise e Demonstrações Contábeis 94 Análise e Demonstrações Contábeis 95 Análise e Demonstrações Contábeis 96 Demonstração do Valor Adicionado Padronizada – CVM Conta Valor Código Descrição 6.01 Receitas 6.01.01 Vendas Mercadorias, Produtos e Serviços 6.01.02 Outras Receitas 6.01.03 Receitas refs. à Constr. Ativos Próprios 6.01.04 Provisão/Rev. Créds. Liquidação Duvidosa 6.02 Insumos Adquiridos de Terceiros 6.02.01 Custos Prods., Mercs. e Servs. Vendidos 6.02.02 Materiais-Energia-Servs Terceiros-Outros 6.02.03 Perda/Recuperação de Valores Ativos 6.02.04 Outros 6.03 Valor Adicionado Bruto 6.04 Retenções 6.04.01 Depreciação, Amortização e Exaustão 6.04.02 Outras 6.05 Valor Adicionado Líquido Produzido 6.06 Vlr Adicionado Recebido em Transferência 6.06.01 Resultado de Equivalência Patrimonial 6.06.02 Receitas Financeiras 6.06.03 Outros 6.07 Valor Adicionado Total a Distribuir 6.08 Distribuição do Valor Adicionado 6.08.01 Pessoal 6.08.01.01 Remuneração Direta Análise e Demonstrações Contábeis 97 6.08.01.02 Benefícios 6.08.01.03 F.G.T.S. 6.08.01.04 Outros 6.08.02 Impostos, Taxas e Contribuições 6.08.02.01 Federais 6.08.02.02 Estaduais 6.08.02.03 Municipais 6.08.03 Remuneração de Capitais de Terceiros 6.08.03.01 Juros 6.08.03.02 Aluguéis 6.08.03.03 Outras 6.08.04 Remuneração de Capitais Próprios 6.08.04.01 Juros sobre o Capital Próprio 6.08.04.02 Dividendos 6.08.04.03 Lucros Retidos / Prejuízo do Exercício 6.08.04.04 Part. Não Controladores Lucros Retidos 6.08.05 Outros 6.08.05.01 Lucros Retidos 6.08.05.02 Ajuste de Ex Anteriores Lei 11.638 Nesta unidade você aprendeu que a padronização das demonstrações contábeis tem papel fundamental na comparabilidade de diversas análises. Na próxima unidade, estudaremos os métodos de análise horizontal e vertical. Análise e Demonstrações Contábeis 98 LEITURA COMPLEMENTAR Aprofunde seus conhecimentos lendo: ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços – Um Enfoque Econômico-financeiro. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 1998. FRANCO, Hilário. Contabilidade Geral. São Paulo: Editora Atlas, 1998. GOLÇALVES, Eugênio Celso; BAPTISTA, Antônio Eustáquio. Contabilidade Geral. 4ª Edição. São Paulo: Atlas, 1998. É HORA DE SE AVALIAR! Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo, elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino- aprendizagem. Em caso de dúvidas, ou questionamentos diversos, entre em contato com o seu tutor virtual, através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco! Análise e Demonstrações Contábeis 99 Exercícios – Unidade 3 1) Um dos objetivos da padronização das demonstrações contábeis é: a) facilitar a digitação dos dados b) facilitar a comparabilidade dos dados de diversas empresas e exercícios c) facilitar a fiscalização efetuada pelos órgãos governamentais d) evidenciar o lucro da empresa e) tornar a escrituração contábil mais rápida 2) A padronização das demonstrações contábeis pode ser realizada por empresas: a) Em geral b) Somente por empresas privadas c) Somente por empresas públicas d) Somente por empresas de capital aberto e) Somente por empresas multinacionais 3) Um modelo de padronização das demonstrações contábeis que é utilizado por várias empresas de capital aberto é o modelo da: a) Lei 6404 b) Lei 11.638 c) CVM d) IFRS e) IBRACON Análise e Demonstrações Contábeis 100 4) As obrigações com vencimento após o exercício seguinte ao exercício subseqüente ao que a empresa se encontra, deverão ser classificadas no: a) Ativo circulante b) Ativo não circulante c) Passivo circulante d) Passivo não circulante e) Patrimônio líquido 5) Os bens que não possuem corpo deverão ser classificados no grupo do: a) Ativo investimento b) Ativo circulante c) Ativo intangível d) Ativo realizável a longo prazo e) Ativo imobilizado 6) Os bens ou direitos cujo o objetivo seja obter lucros, porém diferente da atividade da empresa deverão ser classificados no: a) Ativo investimento b) Ativo circulante c) Ativo intangível d) Ativo realizável a longo prazo. e) Ativo imobilizado Análise e Demonstrações Contábeis 101 7) A lei 11.638/2007 criou o grupo de contas chamado: a) Ativo investimento b) Ativo circulante c) Ativo intangível d) Ativo realizável a longo prazo. e) Ativoimobilizado 8) O capital próprio da empresa está classifica no grupo: a) Ativo circulante b) Ativo não circulante c) Passivo circulante d) Passivo não circulante e) Patrimônio líquido 9) Considerando o raciocínio lógico da contabilidade, por que a conta de duplicata descontada deve figurar no passivo após a padronização para efeito de análise contábil? 10-A estrutura das demonstrações contábeis das empresas são iguais? Justifique a sua resposta. Análise e Demonstrações Contábeis 102 Análise e Demonstrações Contábeis 103 Análise Vertical e Horizontal Análise Vertical. Análise Horizontal. Gráficos. 4 Análise e Demonstrações Contábeis 104 Caro aluno, nesta unidade estudaremos duas formas muito utilizadas para analisar a evolução do patrimônio das empresas e a representatividade dos diversos elementos dentro do patrimônio total. Objetivos da Unidade: Verificar, através da análise vertical, a relevância de cada elemento dentro do patrimônio da empresa e, através da análise horizontal, Verificar a evolução dos elementos que compõem o patrimônio da empresa através do tempo. Plano da Unidade: Análise Vertical. Análise Horizontal. Gráficos. Bem-vindo à quarta Unidade de Estudo. Sucesso! Análise e Demonstrações Contábeis 105 Análise Vertical Através da análise vertical, compara-se determinada conta ou grupo de contas, de forma percentual, com algum valor representado na mesma demonstração. Perez Jr. (1999, p.199), comenta que "A análise vertical das contas das demonstrações contábeis mostra sua composição percentual e a participação de cada conta em relação a um valor adotado como base (100%)". No processo de análise vertical, adota-se um determinado valor como base. Podemos comparar todas as contas até mesmo os subgrupos com o total do ativo ou as contas analíticas com os subgrupos correspondentes. Exemplo: Caixa em relação ao Ativo Disponível. Ativo Permanente em relação ao Ativo Total. A forma que se dará a análise vertical será determinada em função da necessidade do analista. A análise vertical demonstra a relevância de cada conta dentro da demonstração contábil Caso prático Por razões didáticas, consideramos nesta estrutura de análise o padrão do balanço e da DRE antes das alterações introduzidas pela lei 11.638/2007. Primeiramente vamos apresentar os dados originais do Balanço Patrimonial e da Demonstração de resultado do exercício e diversas possibilidades de análise vertical. Análise e Demonstrações Contábeis 106 Balanço Patrimonial ATIVO Análise e Demonstrações Contábeis 107 PASSIVO Análise e Demonstrações Contábeis 108 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Utilizaremos para efeito de análise a seguinte padronização dos níveis de contas: Nível 1: Ativo Nivel 2: Ativo Circulante Nivel 3: Ativo Disponível Nível 4: Caixa Notem que as contas de nível 1 a 3 são contas sintéticas e as de nível 4 são contas analíticas. Este raciocínio seguirá para todas as contas do balanço, inclusive as de passivo. Análise e Demonstrações Contábeis 109 ANÁLISE DO GRUPO 4 EM RELAÇÃO AO GRUPO 3 Análise e Demonstrações Contábeis 110 Podemos notar que as contas relativas a empréstimos, fornecedores e impostos, taxas e contribuições não contemplam nenhum percentual, pois o grupo 3 é formado somente pela conta do grupo 4, então não podemos fazer a relação de percentual, pois a composição do grupo é a própria conta. Análise e Demonstrações Contábeis 111 ANÁLISE DO GRUPO 3 e 4 EM RELAÇÃO AO GRUPO 2 Análise e Demonstrações Contábeis 112 Análise e Demonstrações Contábeis 113 ANÁLISE DO GRUPO 3, 4 e 2 EM RELAÇÃO AO GRUPO 1 Análise e Demonstrações Contábeis 114 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Na demonstração de resultado do exercício, não precisamos fazer uma análise detalhada por nível, pois esta demonstração contém menos grupo do que o balanço patrimonial. Análise e Demonstrações Contábeis 115 Após a análise dos dados anteriores, podemos chegar a várias conclusões como: a) o caixa e o banco em 1996 representavam 3,5% do ativo total e representavam também 16% do total das disponibilidades; b) com os dados parametrizados desta forma o analista pode realizar várias verificações e apontá-las em seu relatório final. Análise Horizontal A análise horizontal demonstra a evolução das contas através do tempo de forma percentual. Matarazzo (1985, p. 283) diz que o objetivo da análise horizontal é "mostrar a evolução de cada conta das demonstrações financeiras e, pela comparação entre si, permitir tirar conclusões sobre a evolução da empresa". Na análise horizontal, temos que tomar cuidado com os períodos de inflação e desconsiderá-la para efeitos de análise. Caso uma conta sofra uma variação muito grande, é dever do analista investigar o porquê desta variação a fim de saber a sua influência nas demonstrações contábeis. Para realizar a análise horizontal, consideraremos o primeiro ano de análise como a base para a variação dos anos posteriores. Diminuímos o valor do ano que pretendemos saber a variação do valor do ano base. Após encontramos o valor em Reais, dividimos este valor pelo valor em Reis do ano base e multiplicamos por 100 (cem) assim teremos o percentual de variação da conta com relação, ao ano base. Caso tenhamos mais de dois anos para fazer a análise horizontal, sempre verificaremos a variação com relação, ao ano base e não ao ano anterior. Ex.: caso estejamos analisando aos anos de 2000 / 2001 / 2002 /2003, a variação sempre se dará com comparação entre 2001 e 2000, 2002 e 2000, 2003 e 2000. Análise e Demonstrações Contábeis 116 Caso Prático BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO Análise e Demonstrações Contábeis 117 PASSIVO Análise e Demonstrações Contábeis 118 Análise e Demonstrações Contábeis 119 ANÁLISE HORIZONTAL BALANÇO PATRIMONIAL Análise e Demonstrações Contábeis 120 Análise e Demonstrações Contábeis 121 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO Análise e Demonstrações Contábeis 122 GRÁFICOS Ainda sobre as análises vertical e horizontal, podemos explorar várias ferramentas que estão ao nosso alcance como os gráficos. A partir dos dados da análise horizontal realizada anteriormente, elaboramos alguns gráficos com as variações de algumas contas ao longo do tempo. GRÁFICOS DO ATIVO Variação das Disponibilidades (100) (80) (60) (40) (20) - 20 1997 1998 1999 2000 2001 Anos (% ) Análise e Demonstrações Contábeis 123 Variação do Ativo Circulante (60) (40) (20) - 1997 1998 1999 2000 2001 Anos (% ) Variação do Realizável a Longo Prazo - 200 400 600 1997 1998 1999 2000 2001 Anos (% ) Análise e Demonstrações Contábeis 124 Variação do Ativo Permanente (30) (20) (10) - 1 2 3 4 5 Anos (% ) Variação Patrimonial (30) (20) (10) - 1997 1998 1999 2000 2001 Anos (% ) Análise e Demonstrações Contábeis 125 GRÁFICOS DO PASSIVO Variação do Passivo Circulante (40) (20) - 20 1997 1998 1999 2000 2001 Anos (% ) Variação do Exigível a Longo Prazo - 50 100 1997 1998 1999 2000 2001 Anos (% ) Análise e Demonstrações Contábeis 126 GRÁFICOS DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO Variação do Patrimônio Líquido (100) (50) - 50 1997 1998 1999 2000 2001 Anos (% ) Variação das Vendas Brutas (40) (30) (20) (10) - 1997 1998 1999 2000 2001 ANos (% ) Análise e Demonstrações Contábeis 127 DICA Para aprimorar as suas análises você pode usar os recursos de planilhas eletrônicas. Nesta unidade, você aprendeu como realizar a análise horizontal e vertical e de que forma os gráficos podem nos ajudar na apresentação dosresultados da análise. Na próxima unidade estudaremos os métodos de análises através de índices. Variação do Resultado do Exercício (1.000) (500) - 500 1997 1998 1999 2000 2001 Anos (% ) Análise e Demonstrações Contábeis 128 LEITURA COMPLEMENTAR Aprofunde seus conhecimentos lendo: ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços – Um Enfoque Econômico-financeiro. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 1998 FRANCO, Hilário. Contabilidade Geral. São Paulo: Editora Atlas, 1998. GOLÇALVES, Eugênio Celso; BAPTISTA, Antônio Eustáquio. Contabilidade Geral. 4ª edição. São Paulo: Atlas, 1998. É HORA DE SE AVALIAR! Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo, elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino- aprendizagem. Em caso de dúvidas, ou questionamentos diversos, entre em contato com o seu tutor virtual, através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco! Análise e Demonstrações Contábeis 129 Exercícios – Unidade 4 1) Na análise vertical do balanço patrimonial, qual grupo de contas podemos tomar como base? a) Qualquer um. b) O total do ativo. c) O total do passivo. d) A receita bruta. e) A receita líquida. 2) Na analise horizontal qual o exercício devemos tomar como base? a) O primeiro. b) O subseqüente c) O último d) O que tiver menos variação e) O que apresentar lucro Análise e Demonstrações Contábeis 130 3) Um dos fatores que podem prejudicar a análise horizontal é: a) A lucratividade da empresa b) A inflação c) A taxa de câmbio d) A estrutura do balaço de cada empresa e) A variação dos juros de mercado 4) Na análise vertical da demonstração de resultado do exercício, qual grupo de contas podemos tomar como base? a) Qualquer um. b) O total do ativo. c) O total do passivo. d) A receita bruta. e) A receita líquida. 5) A análise vertical é apresentada em: a) Índices b) Porcentagens c) Valores d) Somas e) Quartis Análise e Demonstrações Contábeis 131 6) Qual é a análise que procura evidenciar a evolução das contas através do tempo ? a) A análise Liquidez seca b) A análise Padronização c) A análise Horizontal d) A análise Vertical e) A análise Estrutural 7) Qual é a análise que procura evidenciar a participação de uma conta dentro de um determinado grupo de contas ? a) A análise Liquidez seca b) A análise Padronização c) A análise Horizontal d) A análise Vertical e) A análise Estrutural 8) A análise horizontal é apresentada em: a) Índices b) Porcentagens c) Valores d) Somas e) Quartis Análise e Demonstrações Contábeis 132 9) O que a análise vertical procura evidenciar? 10) O que a análise horizontal procura evidenciar? Análise e Demonstrações Contábeis 133 Análise Através de Índices Índices de Estrutura de Capital. Índices de Liquidez. Índices de Rentabilidade. Índices de Atividade. Tabelas Auxiliares. Caso Prático. 5 Análise e Demonstrações Contábeis 134 Caro aluno, nesta unidade nós estudaremos como podemos analisar a situação econômica financeira de uma empresa através de diversos índices. Objetivos da Unidade: Compreender como os índices financeiros fornecem informações relevantes sobre cada item das demonstrações contábeis, evidenciando-se aspectos da situação econômico-financeira da empresa. Plano da Unidade: Índices de Estrutura de Capital. Índices de Liquidez. Índices de Rentabilidade. Índices de Atividade. Tabelas Auxiliares. Caso Prático. Bem vindo à quinta Unidade de Estudo. Sucesso! Análise e Demonstrações Contábeis 135 Os índices financeiros visam fornecer informações relevantes, relacionando-se as contas ou grupos de contas das demonstrações contábeis e evidenciando-se aspectos da situação econômico-financeira da empresa. Segundo Padoveze (2000, p.147), "O objetivo básico dos indicadores econômico-financeiros é evidenciar a posição atual da empresa, ao mesmo tempo em que tentam inferir o que pode acontecer no futuro, com a empresa, caso aquela situação detectada pelos indicadores tenha sequência". Os índices financeiros têm por objetivo evidenciar a situação da empresa, porém o analista deve tomar muito cuidado quando interpretar esses índices, pois podem fazer algumas conclusões distorcidas, prejudicando sua conclusão. Para realizar o trabalho de análise, pode utilizar-se de diversos índices, os quais são classificados em alguns grupos, ou seja, índices de liquidez, índice de estrutura, índice de atividade e índice de retorno ou rentabilidade. A seguir estudaremos alguns destes índices. Lembramos que para não perdemos a comparabilidade com as demonstrações contábeis com relação aos exercícios anteriores ao de 2008, desprezamos as alterações introduzidas pela lei 11.638, no que diz respeito à nomenclatura dos grupos de contas do balanço patrimonial. Índices de Estrutura de Capital Os Índices de Estrutura demonstra para o analista o quanto à empresa possui de capitais próprios e de terceiros sendo de grande importância para avaliar o grau de endividamento que a empresa está e sua tendência. Esses índices de estrutura também são chamados como índices de endividamento. Os Índices de Endividamento, segundo Marion (2002, p.104), "nos informam se a empresa se utiliza mais de recursos de terceiros ou de recursos dos proprietários". Análise e Demonstrações Contábeis 136 Esses índices de endividamento não só informam para empresa o quanto se utiliza de capitais de terceiros, mas também auxiliam na tomada de decisão para seus investimentos. Silva (1999, p.254) concorda, afirmando que "Os índices de estrutura e endividamento decorrem das decisões estratégicas da empresa, relacionadas às decisões financeiras de investimento, financiamento e distribuição de dividendos". A empresa se utiliza desses índices para tomar suas decisões financeiras, a fim de obter e aplicar recursos, investir, financiar e distribuir os dividendos. Participação do Capital de Terceiros (CT/PL) O Índice de Participação do Capital de Terceiros, segundo Silva (1999, p.256), "indica o percentual de capital de terceiros em relação ao patrimônio líquido, retratando a dependência da empresa em relação aos recursos externos". Através deste índice, o analista avalia o quanto a empresa depende de recursos de terceiros, a partir da porcentagem de capital de terceiros em relação ao patrimônio líquido. Conforme Marion (2002, p.107), "O endividamento pode ser medido pelo Grau da Dívida, que é o capital de terceiros dividido pelo Patrimônio Líquido". Capital de Terceiros = PC + ELP Patrimônio Líquido PL De acordo com Silva (1999; p.258), "A interpretação do índice de participação de capitais de terceiros isoladamente, para o analista financeiro, cujo objetivo é avaliar o risco da empresa, é no sentido de que ‘quanto maior, pior’, mantidos constantes os demais fatores". Para o analista, a interpretação desse índice é de que quanto maior for o percentual, pior para a empresa, pois essa análise é feita para saber o quanto a empresa depende de capitais de terceiros, o que não é favorável se esse índice for relevante. Análise e Demonstrações Contábeis 137 Composição do Endividamento (PC/CT) Este índice avalia o quanto à empresa possui de dívida a ser paga em curto prazo, comparando as obrigações em curto prazo com as obrigações totais (a curto e a longo prazo). Segundo Silva (1999, p.259), o Índice Composição do Endividamento "indica quanto da dívida total da empresa deverá ser pago a curto prazo, isto é, as obrigações a curto prazo comparadas com asobrigações totais". CE = PC X 100 PC + ELP Conforme Silva (1999, p.261), "O índice composição do endividamento mostra as características do endividamento da empresa quanto ao vencimento das dívidas". Desta forma, o índice composição do endividamento evidencia o endividamento da empresa conforme seus vencimentos, demonstrando o percentual de curto prazo e os de longo prazo. Sendo assim, quanto maior for o índice, a tendência pode ser piorar financeiramente a empresa. Imobilização do Patrimônio Líquido (AP/PL) O índice de imobilização do Patrimônio Líquido, segundo Silva (1999, p.254), "indica quanto do patrimônio líquido da empresa está aplicado no ativo permanente". Através deste índice o analista avalia o quanto do patrimônio líquido da empresa esta sendo aplicado no ativo permanente. IPL = Ativo Permanente x 100 Patrimônio Líquido Conforme Silva (1999, p.255), "A interpretação do índice de imobilização do patrimônio líquido é no sentido de que ‘quanto maior, pior’, mantidos constantes os demais fatores". Análise e Demonstrações Contábeis 138 Os recursos do Patrimônio Líquido são chamados de recursos próprios, ou seja, são recursos dos próprios sócios juntamente com os lucros acumulados da empresa (se houver). Esses recursos não têm custo nenhum para empresa, já os capitais de terceiros geram despesas para empresa. Sendo assim, quanto maior for a utilização do patrimônio líquido no ativo permanente, pior para ela, pois os recursos aplicados somente no ativo permanente não irão gerar riqueza para empresa. Imobilização de Recursos não Correntes (AP/PL+ELP) Este índice demonstra o quanto a empresa está investindo no seu ativo permanente com seus recursos não correntes. Os recursos não correntes, segundo Matarazzo (2003, p.160): "são compostos pelo Exigível a Longo Prazo e o Patrimônio Líquido". Matarazzo (2003, p.160) destaca: "é possível utilizar recursos de longo prazo para financiar o imobilizado. Deve sempre existir um pequeno excesso de Recursos não Correntes, em relação às imobilizações, destinado ao Ativo Circulante". Esse índice tem como interpretação que "quanto menor, melhor", ou seja, quanto menor esse índice para empresa melhor será seu capital circulante líquido, melhorando as operações da empresa com recursos próprios. Índices de Liquidez Os Índices de Liquidez, segundo Marion (2002, p.83), "São utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, isto é, constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade para saldar seus compromissos". Para Matarazzo (2003, p.163), os Índices de Liquidez "São índices que, a partir do confronto dos Ativos Circulantes com as Dívidas, procuraram medir quão sólida é a base financeira da empresa". Análise e Demonstrações Contábeis 139 O analista, para avaliar a situação financeira da empresa em relação à capacidade de pagamento, ou seja, verificar se a empresa conseguirá honrar seus compromissos com terceiros, utiliza-se dos índices de liquidez. Os Índices de Liquidez têm a finalidade de avaliar, de forma percentual, a capacidade de a empresa pagar suas obrigações. De acordo com Assaf Neto (1998, p.173), "Os indicadores de liquidez evidenciam a situação financeira de uma empresa frente a seus diversos compromissos financeiros". Silva (1999, p.266) afirma que "Os índices de liquidez visam fornecer um indicador da capacidade da empresa de pagar suas dívidas, a partir da comparação entre os direitos realizáveis e as exigibilidades". Através dos índices de liquidez o analista compara os direitos realizáveis da empresa com as suas exigibilidades, podendo assim evidenciar a capacidade de a empresa pagar suas dívidas. Portanto, os índices de liquidez são de grande importância e utilidade para o analista, pois através deles, podem-se tirar conclusões sobre a situação financeira da empresa, em relação a sua capacidade de pagamento de suas obrigações. Índice de Liquidez Geral (LG) O Índice de Liquidez Geral, conforme Marion (2002, p.89), "Mostra a capacidade de pagamento da empresa a Longo Prazo, considerando tudo o que ela converterá em dinheiro (a Curto e Longo Prazo), relacionando-se com tudo o que já assumiu como dívida (a Curto e Longo Prazo)". Através do Índice de Liquidez Geral, pode-se avaliar a capacidade da empresa pagar suas dívidas a longo prazo, ou seja, quanto a empresa possui de recursos de curto e longo prazo para pagar suas dívidas de curto e longo prazo. Análise e Demonstrações Contábeis 140 LG = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo Segundo Assaf Neto (1998, p.174), "A liquidez geral é utilizada também como uma medida de segurança financeira da empresa a longo prazo, revelando sua capacidade de saldar todos seus compromissos". Para a empresa, o índice de liquidez geral é importante no sentido de que é útil como medida de segurança, pois mostra sua capacidade de pagamento a longo prazo. Por isso, sua interpretação, conforme Silva (1999, p.267), "é no sentido de ‘quanto maior, melhor’, mantidos constantes os demais fatores". Silva (1999, p.267) também comenta que o Índice de Liquidez Geral "indica quanto a empresa possui em dinheiro, bens e direitos realizáveis a curto e longo prazo, para fazer face às suas dívidas totais". O Índice de Liquidez Geral determina a capacidade da empresa de pagar todas as suas obrigações. Índice de Liquidez Corrente (LC) O Índice de Liquidez Corrente, conforme Marion (2002, p.83), "mostra a capacidade de pagamento da empresa a Curto Prazo". Através do Índice de Liquidez Corrente, o analista avalia a capacidade da empresa para pagar suas dívidas a curto prazo, usando-se a fórmula: LC = Ativo Circulante Passivo Circulante Para Silva (1999, p.270) o Índice de Liquidez Corrente "indica quanto a empresa possui em dinheiro mais bens e direitos realizáveis no curto prazo (próximo exercício), comparado com suas dívidas a serem pagas no mesmo período". Análise e Demonstrações Contábeis 141 O índice de liquidez corrente compara os bens e direitos da empresa, realizáveis a curto prazo, com as dívidas que possui também no curto prazo, evidenciando sua capacidade de pagamento. Assaf Neto (1998, p.174), "A liquidez corrente indica o quanto existe de ativo circulante para cada $1 de dívida a curto prazo". Conforme Marion (2002, p.86), "A Liquidez Corrente é o indicador mais importante da situação financeira da empresa. Por isso, há uma preocupação por parte dos responsáveis pelas finanças da empresa em melhorar esse índice". Silva (1999, p.271) concorda quando afirma que "o índice de liquidez corrente é certamente o mais famoso dos índices, sendo utilizado por algumas pessoas como medidor da saúde financeira das empresas". Através do índice de liquidez corrente avalia-se a situação financeira da empresa. Por esse motivo, a empresa procura sempre melhorar esse índice, afinal, quanto maior o índice, melhor para a empresa. Índice de Liquidez Seca (LS) O Índice de Liquidez Seca, segundo Assaf Neto (1998, p.173), "demonstra a porcentagem das dívidas a curto prazo em condições de serem saldadas mediante a utilização de itens monetários de maior liquidez do ativo circulante". Silva (1999, p.272) também afirma que este índice "indica quanto a empresa possui em disponibilidades (dinheiro, depósitos bancários a vista e aplicações financeiras de liquidez imediata), aplicações financeiras a curto prazo e duplicatas a receber, para fazer face ao seu passivo circulante". Através do Índice de Liquidez Seca, o analista avalia o quanto a empresa possui de itens monetários de maior liquidez, ou seja, suas disponibilidades e créditos a receber, para saldar as obrigações de curto prazo. Análise e Demonstrações Contábeis142 Da mesma forma, Assaf Neto (1998, p.173) afirma que "a liquidez seca determina a capacidade de curto prazo de pagamento da empresa mediante a utilização das contas do disponível e valores a receber". Assim podemos verificar na fórmula abaixo. LS = Ativo Circulante - Estoque Passivo Circulante Padoveze (2000, p.151) diz que "este é um indicador de liquidez mais duro que o corrente, no sentido de que a exclusão dos estoques do ativo circulante transforma essa parcela do ativo apenas em valores recebíveis, jogando contra os valores a pagar". O Índice de Liquidez Seca trabalha com recebíveis e os disponíveis da empresa contra os valores a pagar, excluindo as contas de estoque do ativo circulante, evidenciando assim a capacidade de pagamento da empresa a curto prazo de uma forma mais rígida mais ao mesmo tempo segura. Marion (2002, p.88) alerta que "Nem sempre um índice de Liquidez Seca baixo é sintoma de situação financeira apertada". Apesar de a interpretação deste índice ser de quanto maior, melhor para a empresa, como os demais índices, não pode ser analisado isoladamente, pois às vezes a empresa está com o Índice de Liquidez Seca baixo, mas sua situação financeira não é ruim. Por isso, o analista deve tomar muito cuidado ao analisá-lo. Índices de Rentabilidade O Índice de Retorno ou Rentabilidade tem por objetivo demonstrar a porcentagem de retorno do capital investido, ou seja, o retorno dos investimentos. Por isso, pode ser chamado também de índice de lucratividade ou rentabilidade. Análise e Demonstrações Contábeis 143 De acordo com Silva (1999; p.232), "Os índices de retorno, também conhecidos por índices de lucratividade ou mesmo de rentabilidade, indicam qual o retorno que o empreendimento está propiciando". Segundo Matarazzo (2003, p.419), com índices de retorno "é possível não só a relação entre o balanço e a demonstração do resultado, mas também a relação entre cada conta dessas duas demonstrações e o seu efeito na taxa de retorno". Os índices de retorno demonstram através das relações entre as contas do balanço juntamente com as da demonstração do resultado, o retorno que a empresa teve após seus investimentos. Giro do Ativo (GA) O Giro do Ativo, segundo Silva (1999, p.233), "é um dos principais indicadores da atividade da empresa. Estabelece relação entre as vendas do período e os investimentos totais efetuados na empresa, que estão representados pelo ativo total médio". GA = Receita Líquida Ativo Total Este índice demonstra a relação entre a receita e os investimentos totais, chegando ao percentual de quanto o ativo girou propiciando um melhor retorno de seus ativos investidos. Análise e Demonstrações Contábeis 144 Retorno sobre as Vendas (RSV) O índice de retorno sobre as vendas indica quanto a empresa está obtendo de lucro em relação às suas vendas realizadas e aos serviços prestados. Segundo Silva (1999, p.235), "O índice de retorno sobre as vendas compara o lucro líquido em relação às vendas líquidas do período, fornecendo o percentual de lucro que a empresa está obtendo em relação ao seu faturamento". RSV = Lucro Líquido x 100 ou Lucro Líquido x 100 Vendas Líquidas Receita Líquida Conforme Padoveze (2000, p.158), "Estes indicadores são reproduzidos da análise vertical da demonstração de resultados. Representam o quanto se obtém de lucro por cada unidade vendida". Este índice também está diretamente relacionado com as despesas da empresa, ou seja, quanto menor a despesa maior será o lucro. De acordo com Silva (1999, p.236), "a interpretação do índice de retorno sobre as vendas é no sentido de que ‘quanto maior, melhor’". Portanto é de muita importância a análise desse índice, pois a empresa além de visualizar o quanto ela está obtendo de retorno sobre seu faturamento, também poderá controlar suas despesas. Retorno sobre o Ativo (RSA) O Retorno sobre o Ativo indica qual o percentual de quanto a empresa ganhou em relação aos ativos investidos. Segundo Matarazzo (2003, p.420), "A taxa de retorno sobre o ativo líquido é um dos indicadores mais importantes da eficiência dos negócios de uma empresa: mostra quanto a empresa de lucro para cada dólar investido". Análise e Demonstrações Contábeis 145 RSA = Lucro líquido x 100 Ativo Total Para Silva (1999, p.237), "O índice de retorno sobre o ativo indica a lucratividade que a empresa propicia em relação aos investimentos totais representados pelo ativo total médio". Para a empresa, quanto maior for este índice, melhor, pois indica que mais lucro ela obtém sobre os investimentos em seu ativo. Retorno sobre o Patrimônio Líquido – (RSPL) Matarazzo (2003, p.181) conceitua: "o papel do índice de Rentabilidade do Patrimônio Líquido é mostrar qual a taxa de rendimento do Capital Próprio". Segundo Assaf Neto (1998, p.214), "O retorno sobre o patrimônio líquido – RSPL representa a taxa de rentabilidade auferida pelo capital próprio da empresa, sendo dimensionado pela relação entre o lucro líquido e o patrimônio líquido". RSPL = LL x 100 PL Este índice mostra a rentabilidade obtida pelo capital próprio da empresa, relacionando-se o lucro líquido com o patrimônio líquido. De acordo com Silva (1999, p.241), "a interpretação do índice de retorno sobre o patrimônio líquido é no sentido de ‘quanto maior, melhor’". Para a empresa esse índice é muito importante, pois revela que o seu investimento na empresa é mais rentável, ou não, que qualquer tipo de aplicação em investimentos. Análise e Demonstrações Contábeis 146 Ínidices de Atividade Através dos Índices de Atividade, conforme Marion (2002, p.120), estuda-se "quantos dias a empresa demora, em média, para receber suas vendas, para pagar suas compras e para renovar seu estoque". Marion (2002, p.120) também afirma que "Para fins de análise, quanto maior for a velocidade de recebimento de vendas e renovação de estoque, melhor. Por outro lado, quanto mais lento for o pagamento das compras, desde que não corresponda a atrasos, melhor". Os Índices de Atividade fazem com que o analista visualize o ciclo operacional e financeiro da empresa. Esses ciclos consistem no prazo em que a empresa demora para receber suas vendas, pagar suas compras e renovar seu estoque, sendo que quanto mais rápido for o recebimento das vendas e a renovação do estoque e quanto mais tempo tiver para pagar suas compras, melhor para a empresa. O ciclo operacional é vantajoso para empresa, pois é o prazo que a empresa obteve de seus fornecedores após sua compra onde ela não precisa utilizar seus recursos para financiar suas operações. Já o ciclo financeiro é o período que a empresa terá que financiar suas operações até o momento do recebimento de suas vendas. Assaf Neto (1998, p.181) afirma que "Os indicadores da atividade operacional são mais dinâmicos e permitem que sejam analisados o desempenho operacional da empresa e suas necessidades de investimento em giro". Através destes indicadores, o analista pode avaliar com mais facilidade a situação financeira da empresa, assim como visualizar se esses prazos estão em desacordo, acarretando em prejuízos financeiros para empresa. Análise e Demonstrações Contábeis 147 Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE) O Prazo Médio de Renovação de Estoques indica, segundo Assaf Neto (1998, p.181), "o tempo médio que a mercadoria permanece em estoque à espera de ser vendida". PMRE = 360 dias X Estoques Custo das Vendas Silva (1999, p.245) também afirma que "O prazo médio de rotação dos estoques indica quantos dias, em média, os produtos ficam armazenados na empresa antes de serem vendidos". Através deste índice é avaliado quanto tempo a empresa demora para renovar seusestoques, ou seja, a quantidade de dias em que os produtos ficam estocados na empresa antes deles serem comercializados. De acordo com Silva (1999, p.247), "do ponto de vista da análise de risco, prazo médio de rotação dos estoques é um índice do tipo ‘quanto maior, pior’. Por outro lado, convém analisá-lo também juntamente com os prazos de recebimento e pagamento, para termos a idéia do ciclo financeiro da empresa". Por isso quanto maior for o tempo que o produto permanece em estoque, pior para a empresa, pois ela terá despesas para estocar esses produtos se não renová-los com rapidez. Deve-se analisar este índice juntamente com os índices de pagamento e recebimento, a fim de conhecer o ciclo financeiro da empresa. Análise e Demonstrações Contábeis 148 Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV) Através do Prazo Médio de Recebimento de Vendas, o analista avalia quanto tempo a empresa demora para receber suas vendas realizadas, ou seja, quantos dias a empresa espera para receber o montante de suas vendas. Esse período é contado do dia em que a empresa realiza a venda até o dia em que ela recebe. O Prazo Médio de Recebimento de Vendas, segundo Assaf Neto (1998, p.182), "calcula o tempo médio em receber o produto vendido, ou seja, quanto tempo a empresa espera para receber as vendas realizadas". Silva (1999, p.247) também afirma que "o prazo médio de recebimento de vendas indica quantos dias, em média, a empresa leva para receber suas vendas". PMRV = 360 dias X Duplicatas a Receber Vendas Brutas Para calcular o Prazo Médio de Recebimento de Vendas, deve-se considerar o total das vendas realizadas, não somente as vendas a prazo. O objetivo deste índice é indicar quantos dias, em média, a empresa demora para receber os valores dos produtos vendidos. De acordo com Marion (2002, p.121), "quando falamos em Prazo Médio de recebimento de Vendas (PMRV), não estamos considerando apenas as vendas a prazo, mas o total de vendas". Com relação à interpretação deste índice, concluímos que quanto maior for seu resultado, pior para a empresa, pois ela terá que esperar mais tempo para receber suas vendas, tendo o risco de precisar pagar suas compras antes de ter recebido. Silva (1999, p.247) afirma que "do ponto de vista de análise de risco, o prazo médio de recebimento das vendas é um indicador do tipo ‘quanto maior, pior’. Por outro lado, convém analisá-lo juntamente com os prazos de rotação de estoques e de pagamento das compras". Análise e Demonstrações Contábeis 149 Prazo Médio de Pagamento das Compras (PMPC) O prazo médio de pagamento das compras demonstra quanto tempo a empresa demora para pagar suas compras, ou seja, quantos dias ela terá de prazo para pagar aos seus fornecedores. Esse índice é favorável para empresa quando o prazo de recebimento das vendas for inferior ao prazo de pagamento das compras. PMPC = 360 dias X Fornecedores Compras De acordo com Silva (1999, p.252), "o prazo médio de pagamento de compras é um índice do tipo ‘quanto maior, melhor’, desde que o seu volume de fornecedores não se mantenha alto por atraso nos pagamentos". Análise e Demonstrações Contábeis 150 Análise e Demonstrações Contábeis 151 Análise e Demonstrações Contábeis 152 Análise e Demonstrações Contábeis 153 Análise e Demonstrações Contábeis 154 Análise e Demonstrações Contábeis 155 Análise e Demonstrações Contábeis 156 Análise e Demonstrações Contábeis 157 Exercícios – Unidade 5 1) São os índices que demonstram para o analista o quanto à empresa possui de capitais próprios e de terceiros sendo de grande importância para avaliar o grau de endividamento que a empresa está e a sua tendência. a) Endividamento ou estrutura b) Rentabilidade c) Liquidez d) Atividade e) Patrimônio 2) O ativo circulante dividido pelo passivo circulante evidencia: a) Liquidez seca b) Liquidez corrente c) Liquidez geral d) Liquidez do balanço e) Liquidez do resultado Análise e Demonstrações Contábeis 158 3) Este índice estuda "quantos dias a empresa demora, em média, para receber suas vendas, para pagar suas compras e para renovar seu estoque”. a) Endividamento ou estrutura b) Rentabilidade c) Liquidez d) Atividade e) Patrimônio 4) O índice de liquidez seca nada mais é que o índice de liquidez corrente desconsiderando: a) As disponibilidades b) Os fornecedores c) Os estoques d) Os impostos e) As vendas Análise e Demonstrações Contábeis 159 5) Índice que estabelece relação entre as vendas do período e os investimentos totais efetuados na empresa : a) Liquidez corrente b) Giro do ativo c) Imobilização do capital próprio d) Prazo médio e) Retorno sobre capital 6) São utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, isto é, constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade para saldar seus compromissos: a) Endividamento ou estrutura b) Rentabilidade c) Liquidez d) Atividade e) Patrimônio 7) Este índice mostra a capacidade de pagamento da empresa à Curto Prazo. a) Liquidez corrente b) Giro do ativo c) Imobilização do capital próprio d) Prazo médio e) Retorno sobre capital Análise e Demonstrações Contábeis 160 8) É o índice de retorno que tem por objetivo demonstrar a porcentagem de retorno do capital investido: a) Endividamento ou estrutura b) Rentabilidade c) Liquidez d) Atividade e) Patrimônio 9) O que o índice de retorno sobre o capital próprio procura evidenciar? 10) O que o índice de composição do endividamento procura evidenciar? Análise e Demonstrações Contábeis 161 Considerações Finais Após o estudo de todas as nossas unidades, você com certeza percebeu que a análise das demonstrações contábeis é de extrema importância para diversos tipos de usuários. O tipo de análise pode variar de acordo com a necessidade dos entes interessados nessas informações. Desta forma, o analista deverá ter conhecimento para utilizar os índices certos para cada situação, ter conhecimento para criar novos índices e acima de tudo saber interpretá-los. A Universo Virtual o parabeniza pela conclusão de seus estudos, agregando informações, conhecimentos e experiências que serão de grande valia ao longo de sua jornada acadêmica e mais além. Mas o processo de aprendizagem não se encerra aqui. Mantenha sempre o hábito de ler, atualize-se sempre que possível e procure praticar o que foi aprendido até aqui. Sucesso! Equipe Universo Virtual. Análise e Demonstrações Contábeis 162 Análise e Demonstrações Contábeis 163 Conhecendo o autor O professor Luidg Quitete é contador, graduado pela Universidade Salgado de Oliveira, especialista em Contabilidade e Auditoria pela Universidade Federal Fluminense e Mestrando em Economia Empresarial pela Universidade Cândido Mendes. Já foi assessor do departamento de contabilidade da Rede Cenecista de Ensino. Atualmente leciona na Universidade Salgado de Oliveira as disciplinas de Contabilidade Introdutória, Contabilidade de Custos e Gestão Tributária nos cursos de Administração e Ciências Contábeis e realiza consultorias na área contábil e tributária. Análise e Demonstrações Contábeis 164 Análise e Demonstrações Contábeis 165 Referências ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços – Um Enfoque Econômico-financeiro. 4 ed. São Paulo-SP: Atlas, 1998. ___________. Estrutura e análise de balanços – Um enfoque econômico- financeiro. São Paulo: Atlas, 2002. BRASIL.Leis e Decretos. Resolução nº 803 do Conselho Federal de Contabilidade. Código de ÉticaProfissional do Contabilista. FAVERO, Hamilton Luiz, LONARDONI, Mário, SOUZA, Clóvis de, TAKAKURA, Massakazu. Contabilidade: Teoria e Prática. Volume 1. 2.ed. São Paulo : Atlas, 1997. FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras. Ética Geral e Profissional em Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2003. FRANCO, Hilário. Contabilidade Geral. São Paulo: Editora Atlas, 1998. IUDÍCIBUS, Sérgio; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. 6ª Edição. FIPECAFI; Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. São Paulo, Atlas – 2003. Lei n° 6.404, de 15 de Dezembro de 1976 Lei nº 11.638, de 28 de Dezembro de 2007. Lei nº 11.941, de 27 de Maio de 2009. MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 7º edição. São Paulo: Atlas, 2004. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 2003. MATARAZZO, Dante C. Análise financeira de balanços: Abordagem Básica e Gerencial. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2003. Análise e Demonstrações Contábeis 166 PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial: Um Enfoque em Sistema da Informação Contábil. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 2000. PEREZ Jr, José Hernandez. Elaboração das Demonstrações Contábeis. 2º ed. São Paulo-SP: Atlas, 1999. RIBEIRO, Osni Moura. Estrutura e Análise de Balanços. São Paulo: Saraiva, 1.997. REIS, Arnaldo. Demonstrações Contábeis – estrutura e análise. São Paulo, Editora Saraiva, 2003. SCHRICKEL, Wolfgang Kurt. Demonstrações Financeiras – Abrindo a Caixa Preta. 2 ed. São Paulo-SP: Atlas, 1999. SILVA, Ermes Medeiros da. & al. Estatística para os cursos de Economia, Administração e Ciências Contábeis. São Paulo: Atlas, 1999. Análise e Demonstrações Contábeis 167 nexos A Análise e Demonstrações Contábeis 168 Gabarito Exercício -Unidade 1 1-c 2-a 3-e 4-c 5-a 6-a 7-e 8-b 9) A crise financeira Norte America fez com que o Governo cobrasse mais transparência das empresas no que diz respeito às Demonstrações Contábeis, pois as Instituições Financeiras estavam muito alavancadas, ou seja, concedendo empréstimos sem garantias reais e desta forma se todos decidissem não pagar esses empréstimos ao mesmo tempo, não haveria dinheiro no mercado. O Governo decidiu que informações sobre as empresa fossem vinculadas a órgãos públicos para que assim a sua veracidade ficasse comprovada. 10) Saber se a empresa vem sendo bem administrada, Se tem condições de pagar suas dívidas e se merece ou não crédito. Análise e Demonstrações Contábeis 169 Exercício -Unidade 2 1-c 2-b 3-b 4-c 5-d 6-a 7-c 8-d 9) Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: balanço patrimonial; demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; demonstração do resultado do exercício; demonstração dos fluxos de caixa; e se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. 10) ATIVO : ATIVO CIRCULANTE ATIVO NÃO CIRCULANTE Ativo Realizável à Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível PASSIVO: PASSIVO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE Obrigações de Longo Prazo Receitas Diferidas PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social Reservas de Capital Ajustes de Avaliação Patrimonial Reservas de Lucros Ações em Tesouraria Prejuízos Acumulados Análise e Demonstrações Contábeis 170 Exercício -Unidade 3 1-b 2-a 3-c 4-d 5-c 6-a 7-c 8-e 9) A conta duplicata descontada nada mais é que um empréstimo com a garantia da duplicata a receber, por isso que após a padronização ela deve figurar no passivo. 10) Cada empresa deve ter flexibilidade na criação de seu plano de contas porém a estrutura das contas deve seguir a legislação vigente. Exercício -Unidade 4 1-a 2-a 3-b 4-d 5-b 6-c 7-d 8-b 9) A análise vertical procura evidenciar a variação de determinada conta dentro de um grupo de contas. 10) A análise horizontal procura evidenciar a variação de determinada conta dentro de um determinado período. Análise e Demonstrações Contábeis 171 Exercício -Unidade 5 1-a 2-b 3-d 4-c 5-b 6-c 7-a 8-b 9) Os índices de retorno, também conhecidos por índices de lucratividade ou mesmo de rentabilidade, indicam qual o retorno que o empreendimento está propiciando".Os índices de retorno demonstram através das relações entre as contas do balanço juntamente com as da demonstração do resultado, o retorno que a empresa teve após seus investimentos. 10) Os Índices de Estrutura demonstra para o analista o quanto à empresa possui de capitais próprios e de terceiros sendo de grande importância para avaliar o grau de endividamento que a empresa está e sua tendência. Esses índices de estrutura também são chamados como índices de endividamento. Os Índices de Endividamento, segundo Marion (2002, p.104), "nos informam se a empresa se utiliza mais de recursos de terceiros ou de recursos dos proprietários”. Esses índices de endividamento não só informam para empresa o quanto se utiliza de capitais de terceiros mas também auxilia na tomada de decisão para seus investimentos.