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Teorias Aplicadas em Contabilidade - Parte 2 Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação Nara Pires Pró-Reitoria de Programas de Graduação Lívia Maria Figueiredo Lacerda Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Nathália Helena Fernandes Laffin 1ª Edição Copyright © 2020, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária Carlos de Oliveira Varella Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Márcia Loch Sumário Teorias Aplicadas em Contabilidade - Parte 2 Para início de conversa… .................................................................. 04 Objetivo .......................................................................................... 05 1. Teoria da Divulgação (Disclosure): Aplicação na Prática Contábil . 06 2. Evidenciação da Informação .................................................. 08 3. Formas de Evidenciação ....................................................... 11 Referências ....................................................................................... 25 4 Teorias da Contabilidade Para início de conversa… Fornecer informações úteis que auxiliem na tomada de decisão. Você, certamente, já se deparou com essa frase inúmeras vezes. Isso porque ela ilustra o objetivo da Ciência Contábil. Para que a contabilidade possa atingir seu objetivo e, dessa forma, fornecer informações aos seus usuários, é necessário observar as diferentes normas e discutir as diversas teorias, e uma delas diz respeito à divulgação. Divulgar é mostrar aos outros aquilo que você tem e, no campo contábil, a divulgação é um tema bastante discutido, pois é preciso acompanhar a quantidade e a qualidade da informação fornecida. Além disso, deve-se atentar também para a evidenciação, que é a forma como essa divulgação é realizada. As demonstrações contábeis são a melhor forma de evidenciação, pois elas fornecem, aos usuários informações acerca do patrimônio, do desempenho e da gestão das empresas. Para tanto, existem várias teorias envolvidas. é isso que vamos estudar a partir de agora. 5Teorias da Contabilidade Objetivo Compreender as teorias aplicadas em Contabilidade - Parte 2. 6 Teorias da Contabilidade 1. Teoria da Divulgação (Disclosure): Aplicação na Prática Contábil A teoria da divulgação é um estudo que fortalece e incentiva a prática da divulgação das informações financeiras de uma organização. Seu principal objetivo está pautado em observar as variações que ocorrem na relação entre investidor e empresa, além disso, ela identifica o volume de negociação de ativos em relação ao valor de mercado. Lima (2007) aponta que a teoria da divulgação deve apresentar uma contextualização não apenas no que diz respeito à divulgação da informação, tendo como base os precedentes legais, mas ela deve servir como instrumento para tomada de decisão por parte daqueles que administram a empresa. A teoria da divulgação preocupa-se em explicar os fenômenos que cercam a divulgação das informações e quais fatores podem influenciar na determinação de quais informações serão divulgadas. Nesse contexto, é necessário refletir como as empresas podem melhorar o seu processo de divulgação das informações financeiras e os benefícios acarretados aos usuários dessa informação. Em contrapartida, é notório que as empresas ainda não se conscientizaram sobre a importância de manter suas informações acessíveis e compreensíveis. Na Figura 1, são apresentados os benefícios do disclosure para o usuário da informação. Figura 1: Benefícios da divulgação da informação. Fonte: Elaborado pela autora. Maior transparência Maior confiabilidade do investidor Redução de custo de reapresentação Permite clareza nas decisões Permite a compatibilidade com outros períodos Redução dos riscos 7Teorias da Contabilidade A Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil Financeiro – CPC 00 apresenta uma série de orientações para divulgação das informações contábeis financeiras e sua padronização. A comunicação efetiva de informações nas demonstrações contábeis torna essas informações mais relevantes e contribui para uma representação fidedigna de ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas da entidade. Também aprimora a compreensibilidade e comparabilidade das informações nas demonstrações contábeis. A comunicação efetiva de informações nas demonstrações contábeis requer: (a) concentrar-se em princípios e objetivos de divulgação e apresentação em vez de concentrar-se em regras; (b) classificar informações de maneira a agrupar itens similares e separar itens diferentes; e (c) agregar informações de tal modo que não sejam obscurecidas por detalhes desnecessários ou por agregação excessiva. (CPC 00 (R2) 2019, item 7.2) Dessa forma, o CPC 00 (R2), aponta as principais características da divulgação das informações e suas finalidades. Assim, as empresas, ao elaborarem seus relatórios, precisam fornecer o máximo de informações que possam ser úteis aos seus usuários. Veja, no Quadro 1, os princípios e objetivos da apresentação e divulgação das informações. Princípios e Objetivos para Divulgação das Informações Dar às empresas a flexibilidade para fornecer informações relevantes que representem fidedignamente os ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas da entidade. Exigir informações que sejam comparáveis, tanto de período a período para a empresa que reporta a informação como em um único período de relatório para diferentes empresas. As informações específicas da empresa são mais úteis do que descrições padronizadas, algumas vezes referidas como “padrão”. A duplicação de informações em diferentes partes das demonstrações contábeis geralmente é desnecessária e pode tornar as demonstrações contábeis menos compreensíveis. Quadro 1: Objetivos para divulgação das informações. Fonte: Elaborado pela autora. 8 Teorias da Contabilidade Seguir uma padronização na hora de elaborar as informações contábeis financeiras pode ser uma alternativa para que não haja omissão de informação nem a divulgação incompleta ou equivocada. Nessa perspectiva, descrever os fatos contábeis ocorridos dentro do período social da empresa ampara os usuários da informação no que diz respeito à natureza da movimentação das contas contábeis. Em resumo, a teoria da divulgação deve ser aplicada na rotina diária da contabilidade, e o princípio da competência deve ser respeitado como indicador da origem da informação em relação ao momento em que ela foi gerada. Por exemplo, a empresa realiza uma venda e aufere uma receita, mesmo que essa venda seja a prazo, ou seja, não há realização de valor em caixa, essa operação deve ser contabilizada no momento em que ocorreu, para que no ato da divulgação da informação, o usuário tenha ciência da sua origem. De fato, há uma série de particularidades as quais a teoria da divulgação dispõe, porém, a mais importante refere-se à forma como as informações são divulgadas e influenciam a tomada de decisão. 2. Evidenciação da Informação A evidenciação da informação serve como um suporte explicativo das demonstrações contábeis, aquilo que os números não conseguem explicar por si só, precisam de um auxílio mais didático e detalhado que descreve além das informações numéricas contidas nas demonstrações. Um bom exemplo de evidenciação da informação são as notas explicativas. Elas são um complemento das demonstrações contábeis e auxiliam o usuário da informação a compreender os fatos além dos números. Ponte e Oliveira (2004) complementam que, além das notas explicativas,existe o relatório da administração, este serve como material de apoio para compreender a evolução ou variação patrimonial. 9Teorias da Contabilidade Dessa forma, as notas explicativas têm a função de evidenciar dados qualitativos de eventos que ocorreram na empresa durante o exercício social, e o nível de evidenciação desses eventos indica a cautela de quem está elaborando as informações. Pires e Silveira (2008, p.8) apresentam o conceito mais direto da função das notas explicativas. [...] as notas explicativas fazem parte das informações contábeis e têm como finalidade divulgar informações de natureza patrimonial, econômica, financeira, legal, física e social, além dos critérios utilizados na sua elaboração e eventos subsequentes ao balanço, que não foram suficientemente evidenciados ou que não constam nas demonstrações contábeis propriamente ditas [...]. Em função do exposto, as notas explicativas abarcam uma série de esclarecimentos que as de demonstrações contábeis sozinhas não podem fornecer. Assim sendo, o responsável por elaborar o relatório complementar de informação deve se ater a esclarecer ao máximo todas as questões que possam vir a ser levantadas quando analisadas as demonstrações contábeis. Diante da importância das notas explicativas, deve-se refletir sobre quem a elabora. Como se trata de um relatório complementar, no qual se discorre sobre os eventos contábeis mais importantes e que possuem materialidade elevada, as informações produzidas devem ser claras e objetivas. De acordo com a Lei da Sociedade por Ações, as notas explicativas são identificadas como sendo: § 5o As notas explicativas devem: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis 10 Teorias da Contabilidade adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) IV – indicar: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, parágrafo único); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (art. 182, § 3o ); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) f ) o número, espécies e classes das ações do capital social; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009), (BRASIL, 1976, art. 176, § 5º, incisos I-V). Desse modo, as notas explicativas servem como conteúdo informativo com a finalidade de esclarecer, de forma mais acurada, as informações que não estão claras dentro das demonstrações, entretanto, as notas explicativas não podem substituir a elaboração e a divulgação das demonstrações contábeis, estas continuam sendo obrigatórias. 11Teorias da Contabilidade Na Figura 2, é possível compreender as vantagens e desvantagens das notas explicativas, apenas como exemplo ilustrativo do que precisa ser melhorado. Figura 2: Vantagens e desvantagens da nota explicativa. Fonte: Elaborado pela autora. É evidente que as notas explicativas, alinhadas à elaboração das demonstrações contábeis, servirão de apoio para análise dos usuários da informação e decisões serão tomadas com base no que foi exposto nos relatórios. Contudo, deve-se destacar o papel da contabilidade nesse processo, pois o contador é a figura responsável por produzir todo esse aparato de informação, e a contabilidade passa a ser instrumento direto da gestão da empresa. 3. Formas de Evidenciação Quando se fala em formas de evidenciação, essa pronuncia está diretamente relacionada às demonstrações financeiras elaboradas pela empresa ao final de cada exercício social. Apresenta maior detalhamento das informações qualitativas. Gera segurança na interpretação das demonstrações financeiras. Descreve as origens de mudanças de políticas contábeis. Desestímulo à leitura de relatórios contábeis. Tomada de decisão com base apenas no textual (sem analisar as DFCs). Falta de informações materiais relevantes. Va nta ge m Desvantagens 12 Teorias da Contabilidade A Lei da Sociedade por Ações determina quais demonstrações financeiras são obrigatórias: Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: I - balanço patrimonial; II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; III - demonstração do resultado do exercício; e IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007), (BRASIL, 1976, art. 176, incisos I-V). De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis, empresas de capital aberto são obrigadas a elaborar e publicar as seguintes demonstrações: ▪ Balanço Patrimonial. ▪ Demonstração do Resultado. ▪ Demonstração do Resultado Abrangente. ▪ Demonstração do Fluxo de Caixa. ▪ Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. ▪ Demonstração do Valor Adicionado. A seguir, vamos falar sobre cada uma dessas demonstrações e como elas geram informações pertinentes sobre cada evento ocorrido dentro da empresa em um certo período. Balanço Patrimonial O balanço patrimonial é uma demonstração contábil/financeira que 13Teorias da Contabilidade busca evidenciar a situação patrimonial de uma empresa, ele apresenta em determinada data as variações financeiras e econômicas do patrimônio. A seguir, você pode conferir um exemplo de balanço patrimonial. Balanço Patrimonial Ativo - (Reais Mil) - 31/12/20xx Conta Ativo Total Ativo Circulante Caixa e Equivalentes de Caixa Aplicações Financeiras Títulos para Negociação Contas a Receber Clientes Estoques Tributos a Recuperar Despesas Antecipadas Ativos de Operações Descontinuadas Instrumentos financeiros derivativos Ativo Não Circulante Ativo Realizável a Longo Prazo Contas a Receber Clientes Estoques Tributos Diferidos Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos Despesas Antecipadas 14 Teorias da Contabilidade Instrumentos financeiros derivativos Investimentos Participações Societárias Participações em Coligadas Participações em Controladas em Conjunto Outros Investimentos Propriedades para Investimento Imobilizado Imobilizado em Operação Imobilizado em AndamentoIntangível Goodwill Passivo Total Passivo Circulante Obrigações Sociais e Trabalhistas Fornecedores Obrigações Fiscais Imposto de Renda e Contribuição Social a Pagar Empréstimos e Financiamentos Debêntures Passivos com Partes Relacionadas Débitos com Coligadas Débitos com Controladores Débitos com Outras Partes Relacionadas Dividendos Instrumentos financeiros derivativos 15Teorias da Contabilidade Provisões Passivos relacionados a participação em coligadas e joint ventures Passivo Não Circulante Empréstimos e Financiamentos Debêntures Financiamento por Arrendamento Débitos com Coligadas Débitos com Controladores Débitos com Outras Partes Relacionadas Adiantamento para Futuro Aumento de Capital Instrumentos Financeiros Derivativos Tributos Diferidos Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos Provisões Contratos onerosos Passivos Relacionados à Participação em Coligadas e Joint Ventures Lucros e Receitas a Apropriar Lucros a Apropriar Receitas a Apropriar Subvenções de Investimento a Apropriar Patrimônio Líquido Consolidado Capital Social Realizado Reservas de Capital Ágio na Emissão de Ações Reserva Especial de Ágio na Incorporação Alienação de Bônus de Subscrição 16 Teorias da Contabilidade Ações em Tesouraria Adiantamento para Futuro Aumento de Capital Reservas de Reavaliação Reservas de Lucros Reserva Legal Reserva Estatutária Reserva para Contingências Reserva de Lucros a Realizar Reserva de Retenção de Lucros Reserva Especial para Dividendos não Distribuídos Reserva de Incentivos Fiscais Dividendo Adicional Proposto Ações em Tesouraria Lucros/Prejuízos Acumulados Ajustes de Avaliação Patrimonial Ajustes Acumulados de Conversão Outros Resultados Abrangentes Participação dos Acionistas não Controladores Quadro 2: Balanço Patrimonial. Fonte: Elaborado pela autora. Geralmente, as empresas elaboram o balanço patrimonial em 31 de dezembro de cada ano, e o apresenta no primeiro trimestre do ano seguinte. Dessa forma, o investidor consegue analisar os fatos ocorridos durante o exercício social e verificar as alterações nas contas patrimoniais. 17Teorias da Contabilidade Demonstração do Resultado do Exercício A demonstração do resultado do exercício é tem a finalidade de apresentar a formação do resultado líquido do período, essa evidenciação do resultado é feita por meio da confrontação das receitas e despesas. Demonstração do Resultado - (Reais Mil) - 31/12/20xx Conta Receita de Venda de Bens e/ou Serviços Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos Resultado Bruto Despesas/Receitas Operacionais Despesas com Vendas Despesas Gerais e Administrativas Perdas pela não Recuperabilidade de Ativos Outras Receitas Operacionais Outras Despesas Operacionais Resultado de Equivalência Patrimonial Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos Resultado Financeiro Receitas Financeiras Despesas Financeiras Despesas Financeiras Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Corrente Diferido 18 Teorias da Contabilidade Resultado Líquido das Operações Continuadas Resultado Líquido de Operações Descontinuadas Lucro/Prejuízo Líquido das Operações Descontinuadas Ganhos/Perdas Líquidas sobre Ativos de Operações Descontinuadas Lucro/Prejuízo Consolidado do Período Quadro 3: Modelo de DRE. Fonte: Elaborado pela autora. Nesse sentido, como é possível perceber, o investidor consegue analisar as transações operacionais, as receitas e despesas ocorridas durante o exercício social e verificar se houve lucro ou prejuízo no período. Veja, a seguir, um exemplo de demonstração do resultado. Demonstração do Resultado Abrangente A demonstração de resultado abrangente dá suporte direto à análise gerencial, pois ela está direcionada a avaliar as variações do exercício com base na competência. Suas alterações são feitas direto no PL e não no resultado do exercício. Demonstração do Resultado Abrangente - (Reais Mil) - 31/12/20xx Conta Lucro Líquido Consolidado do Período Outros Resultados Abrangentes Ajustes Acumulados de Conversão de Moedas Ajuste ao Valor Justo de Investimentos em Ações Hedge Fluxo de Caixa Hedge de Investimentos Líquidos Transferência de Resultados Realizados para o Lucro Líquido, Líquido de Tributos 19Teorias da Contabilidade Resultado de Participações em Coligadas e Joint Ventures, Líquido de Tributos Transferência para Reserva Resultado Abrangente Consolidado do Período Atribuído a Sócios da Empresa Controladora Atribuído a Sócios não Controladores Quadro 4: Demonstração do Resultado Abrangente. Fonte: Elaborado pela autora. Como é possível perceber, por meio do resultado abrangente, o investidor consegue analisar os investimentos de longo prazo que foram realizados durante o exercício. Veja, a seguir, um exemplo de demonstração do resultado abrangente. Demonstração dos Fluxos de Caixa A demonstração dos fluxos de caixa indica as entradas e saídas de caixa em um dado período. A seguir, trazemos um exemplo dessa demonstração contábil: Demonstração do Fluxo de Caixa - (Reais Mil) - Método Indireto - 31/12/20xx Conta Caixa Líquido Atividades Operacionais Caixa Gerado nas Operações Lucro líquido antes dos Tributos sobre o Lucro Resultado de Equivalência Patrimonial Resultado na Mensuração ou Venda de Ativos não Circulantes Depreciação, Amortização e Exaustão Resultado Financeiro, Líquido Variações nos Ativos e Passivos 20 Teorias da Contabilidade Contas a Receber Estoques Contas a Pagar a Fornecedores Salários e Encargos Sociais Receita Diferida Outros Ativos e Passivos, Líquidos Dividendos e Juros sobre Capital Próprio Recebidos de Controladas Juros de Empréstimos e Financiamentos Pagos Remunerações Pagas às Debêntures Participativas Tributos sobre o Lucro Caixa Líquido Atividades de Investimento Investimentos a Curto Prazo Empréstimos e Adiantamentos concedidos Adições em Investimentos Adições ao Imobilizado Recursos Provenientes na Alienação de Ativos Dividendos Aquisição de Subsidiária Caixa Líquido Atividades de Financiamento Empréstimos e Financiamentos - Adições Empréstimos e Financiamentos - Baixas Transações com Acionistas não Controladores Juros sobre Capital Próprio Pagos a Acionistas Arrendamentos - Pagamentos Variação Cambial s/ Caixa e Equivalentes 21Teorias da Contabilidade Aumento (Redução) de Caixa e Equivalentes Saldo Inicial de Caixa e Equivalentes Saldo Final de Caixa e Equivalentes Quadro 5: Demonstração dos Fluxos de Caixa. Fonte: Elaborado pela autora. Com a demonstração dos fluxos de caixa, o investidor consegue analisar as movimentações do dinheiro, em caixa e equivalentes de caixa, durante um exercício. Ela é fundamental para analisar a saúde financeira das organizações, pois mostra a capacidade de honrar com seus compromissos de curto prazo. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido A demonstração das mutações do patrimônio líquido evidencia as alterações ocorridas no Patrimônio Líquido durante o exercício social, além de apresentar a formação das reservas. A seguir, vamos conferir um exemplo de demonstração das mutações do patrimônio líquido. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - (Reais Mil) - 31/12/20xx Conta Saldos Iniciais Ajustes de Exercícios Anteriores Saldos Iniciais Ajustados Transações de Capital com os Sócios Aumentos de Capital Gastos com Emissão de Ações Opções Outorgadas Reconhecidas Ações em Tesouraria Adquiridas Ações em Tesouraria Vendidas Dividendos 22 Teorias da Contabilidade Juros sobre Capital Próprio Cessão e transferência de ações Aquisições e Baixas de Participações de Acionistas não ControladoresResultado Abrangente Total Lucro Líquido do Período Outros Resultados Abrangentes Ajustes de Instrumentos Financeiros Tributos s/ Ajustes Instrumentos Financeiros Equiv. Patrim. s/Result. Abrang. Coligadas Ajustes de Conversão do Período Tributos s/ Ajustes de Conversão do Período Hedge de Investimento Líquido Ajuste a Valor Justo de Investimento em Ações Hedge de Fluxo de Caixa Reclassificações para o Resultado Ajustes de Instrumentos Financeiros Mutações Internas do Patrimônio Líquido Constituição de Reservas Realização da Reserva Reavaliação Tributos sobre a Realização da Reserva de Reavaliação Realização de Reservas de Lucro Saldos Finais Quadro 6: Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. Fonte: Elaborado pela autora. Observe que a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido mostra ao investidor as movimentações ocorridas dentro do Patrimônio Líquido, o que gera dados acerca do capital dos sócios - do qual os investidores fazem parte. 23Teorias da Contabilidade Demonstração do Valor Adicionado A demonstração do valor adicionado evidencia os valores equivalentes a constituição de riqueza gerada pela empresa em um dado período de tempo e a sua distribuição. Portanto, o investidor consegue analisar todos os valores agregados à empresa. A seguir, mostramos a você um exemplo de demonstração de valor adicionado. Demonstração de Valor Adicionado - (Reais Mil) - 31/12/20xx Conta Receitas Vendas de Mercadorias, Produtos e Serviços Outras Receitas Resultado na realização de ativos Receitas refs. à Construção de Ativos Próprios Provisão/Reversão de Créds. Liquidação Duvidosa Insumos Adquiridos de Terceiros Custos Prods., Mercs. e Servs. Vendidos Materiais, Energia, Servs. de Terceiros e Outros Perda/Recuperação de Valores Ativos Valor Adicionado Bruto Retenções Depreciação, Amortização e Exaustão Valor Adicionado Líquido Produzido Vlr Adicionado Recebido em Transferência Resultado de Equivalência Patrimonial Receitas Financeiras 24 Teorias da Contabilidade Valor Adicionado Total a Distribuir Distribuição do Valor Adicionado Pessoal Remuneração Direta Benefícios F.G.T.S. Outros Impostos, Taxas e Contribuições Federais Estaduais Municipais Remuneração de Capitais de Terceiros Juros Aluguéis Remuneração de Capitais Próprios Juros sobre o Capital Próprio Dividendos Lucros Retidos / Prejuízo do Período Part. Não Controladores nos Lucros Retidos Quadro 7: Demonstração do Valor Adicionado. Fonte: Elaborado pela autora. Outras formas de evidenciação são as notas explicativas, já mencionadas neste capítulo, e o relatório da administração. Quanto mais informações divulgadas, mais compreensível é para usuário da informação. Apresentamos a importância da divulgação da informação contábil (disclosure), sua evidenciação e as formas de evidenciação, e como elas são significativas para a tomada de decisão. 25Teorias da Contabilidade Referências BRASIL. Lei n.º 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades por ações. Brasília, 1976. Disponível em: http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm. Acesso em: 07 mar. 2020. CPC - COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2), de 10 de dezembro de 2019. Estrutura conceitual para Relatório Financeiro: Correlação às Normas Internacionais de Contabilidade – Conceptual Framework. Brasília, DF: CPC. Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf. Acesso em: 07 mar. 2020. CPC - COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1), de 15 de dezembro de 2011. Apresentação das demonstrações contábeis: Correlação às Normas Internacionais de Contabilidade – IAS 1 (IASB – BV 2011). Brasília, DF: CPC. Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/312_CPC_26_R1_rev%2014. pdf. Acesso em: 07 mar. 2020. LIMA, G. A. S. F. Utilização da Teoria de Divulgação para avaliação da relação do nível de disclosure com o custo da dívida das empresas brasileiras. 2007. 108 fLS. Tese (Doutorado) - Curso de Economia, Administração e Contabilidade, Departamento de Contabilidade e Atuária, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. 26 Teorias da Contabilidade PIRES, C. B; SILVEIRA, F. C. S. A evolução da evidenciação das informações ambientais de empresas do setor de celulose e papel: uma análise de conteúdo das notas explicativas e relatórios de administração. Revista Contexto, Porto Alegre, v. 8, n.13, p.1-32, 2008. PONTE, V. M. R; OLIVEIRA, M. C. A prática da evidenciação de informações avançadas e não obrigatórias nas demonstrações contábeis das empresas brasileiras. Revista Contabilidade & Finanças, v.15, n.36, p.7-20, dez., 2004. Teorias Aplicadas em Contabilidade - Parte 2 Para início de conversa… Objetivo 1. Teoria da Divulgação (Disclosure): Aplicação na Prática Contábil 2. Evidenciação da Informação 3. Formas de Evidenciação Referências