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Teorias Aplicadas em 
Contabilidade - Parte 2
Núcleo de Educação a Distância 
www.unigranrio.com.br
Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 
25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ
Reitor
Arody Cordeiro Herdy
Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação
Nara Pires
Pró-Reitoria de Programas de Graduação
Lívia Maria Figueiredo Lacerda
Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Nathália Helena Fernandes 
Laffin
1ª Edição
Copyright © 2020, Unigranrio
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por 
fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio.
Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária
Carlos de Oliveira Varella
Núcleo de Educação a Distância (NEAD)
Márcia Loch
Sumário
Teorias Aplicadas em Contabilidade - Parte 2
Para início de conversa… .................................................................. 04
Objetivo .......................................................................................... 05
1. Teoria da Divulgação (Disclosure): Aplicação na Prática Contábil . 06
2. Evidenciação da Informação .................................................. 08
3. Formas de Evidenciação ....................................................... 11
Referências ....................................................................................... 25
4 Teorias da Contabilidade
Para início de conversa…
Fornecer informações úteis que auxiliem na tomada de decisão. Você, 
certamente, já se deparou com essa frase inúmeras vezes. Isso porque ela 
ilustra o objetivo da Ciência Contábil. 
Para que a contabilidade possa atingir seu objetivo e, dessa forma, 
fornecer informações aos seus usuários, é necessário observar as diferentes 
normas e discutir as diversas teorias, e uma delas diz respeito à divulgação. 
Divulgar é mostrar aos outros aquilo que você tem e, no campo contábil, 
a divulgação é um tema bastante discutido, pois é preciso acompanhar a 
quantidade e a qualidade da informação fornecida.
Além disso, deve-se atentar também para a evidenciação, que é a 
forma como essa divulgação é realizada. As demonstrações contábeis são a 
melhor forma de evidenciação, pois elas fornecem, aos usuários informações 
acerca do patrimônio, do desempenho e da gestão das empresas. 
 Para tanto, existem várias teorias envolvidas. é isso que vamos estudar 
a partir de agora.
5Teorias da Contabilidade
Objetivo 
Compreender as teorias aplicadas em Contabilidade - Parte 2.
6 Teorias da Contabilidade
1. Teoria da Divulgação (Disclosure): Aplicação na 
Prática Contábil
A teoria da divulgação é um estudo que fortalece e incentiva a prática 
da divulgação das informações financeiras de uma organização. Seu principal 
objetivo está pautado em observar as variações que ocorrem na relação entre 
investidor e empresa, além disso, ela identifica o volume de negociação de 
ativos em relação ao valor de mercado.
Lima (2007) aponta que a teoria da divulgação deve apresentar uma 
contextualização não apenas no que diz respeito à divulgação da informação, 
tendo como base os precedentes legais, mas ela deve servir como instrumento 
para tomada de decisão por parte daqueles que administram a empresa.
A teoria da divulgação preocupa-se em explicar os fenômenos que 
cercam a divulgação das informações e quais fatores podem influenciar na 
determinação de quais informações serão divulgadas.
Nesse contexto, é necessário refletir como as empresas podem melhorar 
o seu processo de divulgação das informações financeiras e os benefícios 
acarretados aos usuários dessa informação. Em contrapartida, é notório que 
as empresas ainda não se conscientizaram sobre a importância de manter suas 
informações acessíveis e compreensíveis. 
Na Figura 1, são apresentados os benefícios do disclosure para o usuário 
da informação.
Figura 1: Benefícios da divulgação da informação. Fonte: Elaborado pela autora.
Maior 
transparência
Maior 
confiabilidade 
do investidor
Redução de custo de 
reapresentação
Permite clareza 
nas decisões
Permite a 
compatibilidade com 
outros períodos
Redução dos 
riscos
7Teorias da Contabilidade
A Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório 
Contábil Financeiro – CPC 00 apresenta uma série de orientações para 
divulgação das informações contábeis financeiras e sua padronização.
A comunicação efetiva de informações nas demonstrações 
contábeis torna essas informações mais relevantes e contribui 
para uma representação fidedigna de ativos, passivos, patrimônio 
líquido, receitas e despesas da entidade. Também aprimora a 
compreensibilidade e comparabilidade das informações nas 
demonstrações contábeis. A comunicação efetiva de informações nas 
demonstrações contábeis requer: (a) concentrar-se em princípios 
e objetivos de divulgação e apresentação em vez de concentrar-se 
em regras; (b) classificar informações de maneira a agrupar itens 
similares e separar itens diferentes; e (c) agregar informações de tal 
modo que não sejam obscurecidas por detalhes desnecessários ou 
por agregação excessiva. (CPC 00 (R2) 2019, item 7.2)
 
Dessa forma, o CPC 00 (R2), aponta as principais características 
da divulgação das informações e suas finalidades. Assim, as empresas, ao 
elaborarem seus relatórios, precisam fornecer o máximo de informações que 
possam ser úteis aos seus usuários.
Veja, no Quadro 1, os princípios e objetivos da apresentação e 
divulgação das informações.
Princípios e Objetivos para Divulgação das Informações
Dar às empresas a flexibilidade para fornecer informações relevantes que representem fidedignamente os 
ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas da entidade.
Exigir informações que sejam comparáveis, tanto de período a período para a empresa que reporta a 
informação como em um único período de relatório para diferentes empresas.
As informações específicas da empresa são mais úteis do que descrições padronizadas, algumas vezes 
referidas como “padrão”.
A duplicação de informações em diferentes partes das demonstrações contábeis geralmente é 
desnecessária e pode tornar as demonstrações contábeis menos compreensíveis.
Quadro 1: Objetivos para divulgação das informações. Fonte: Elaborado pela autora.
8 Teorias da Contabilidade
Seguir uma padronização na hora de elaborar as informações contábeis 
financeiras pode ser uma alternativa para que não haja omissão de informação 
nem a divulgação incompleta ou equivocada.
Nessa perspectiva, descrever os fatos contábeis ocorridos dentro do 
período social da empresa ampara os usuários da informação no que diz 
respeito à natureza da movimentação das contas contábeis.
Em resumo, a teoria da divulgação deve ser aplicada na rotina diária 
da contabilidade, e o princípio da competência deve ser respeitado como 
indicador da origem da informação em relação ao momento em que ela foi 
gerada. 
Por exemplo, a empresa realiza uma venda e aufere uma receita, mesmo 
que essa venda seja a prazo, ou seja, não há realização de valor em caixa, essa 
operação deve ser contabilizada no momento em que ocorreu, para que no ato 
da divulgação da informação, o usuário tenha ciência da sua origem.
De fato, há uma série de particularidades as quais a teoria da divulgação 
dispõe, porém, a mais importante refere-se à forma como as informações são 
divulgadas e influenciam a tomada de decisão.
2. Evidenciação da Informação
A evidenciação da informação serve como um suporte explicativo das 
demonstrações contábeis, aquilo que os números não conseguem explicar por 
si só, precisam de um auxílio mais didático e detalhado que descreve além das 
informações numéricas contidas nas demonstrações.
Um bom exemplo de evidenciação da informação são as notas 
explicativas. Elas são um complemento das demonstrações contábeis e 
auxiliam o usuário da informação a compreender os fatos além dos números. 
Ponte e Oliveira (2004) complementam que, além das notas explicativas,existe o relatório da administração, este serve como material de apoio para 
compreender a evolução ou variação patrimonial.
9Teorias da Contabilidade
Dessa forma, as notas explicativas têm a função de evidenciar dados 
qualitativos de eventos que ocorreram na empresa durante o exercício social, e 
o nível de evidenciação desses eventos indica a cautela de quem está elaborando 
as informações. 
Pires e Silveira (2008, p.8) apresentam o conceito mais direto da 
função das notas explicativas.
[...] as notas explicativas fazem parte das informações contábeis e 
têm como finalidade divulgar informações de natureza patrimonial, 
econômica, financeira, legal, física e social, além dos critérios 
utilizados na sua elaboração e eventos subsequentes ao balanço, que 
não foram suficientemente evidenciados ou que não constam nas 
demonstrações contábeis propriamente ditas [...].
 
Em função do exposto, as notas explicativas abarcam uma série de 
esclarecimentos que as de demonstrações contábeis sozinhas não podem 
fornecer. Assim sendo, o responsável por elaborar o relatório complementar 
de informação deve se ater a esclarecer ao máximo todas as questões que 
possam vir a ser levantadas quando analisadas as demonstrações contábeis.
Diante da importância das notas explicativas, deve-se refletir sobre 
quem a elabora. Como se trata de um relatório complementar, no qual 
se discorre sobre os eventos contábeis mais importantes e que possuem 
materialidade elevada, as informações produzidas devem ser claras e objetivas.
De acordo com a Lei da Sociedade por Ações, as notas explicativas são 
identificadas como sendo:
§ 5o  As notas explicativas devem:  (Redação dada pela Lei nº 
11.941, de 2009)
I – apresentar informações sobre a base de preparação 
das demonstrações financeiras e das práticas contábeis 
específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos 
significativos; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis 
10 Teorias da Contabilidade
adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra 
parte das demonstrações financeiras; (Incluído pela Lei nº 11.941, 
de 2009)
III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias 
demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma 
apresentação adequada; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
IV – indicar: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, 
especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e 
exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos 
ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos 
do ativo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 
247, parágrafo único); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas 
avaliações (art. 182, § 3o ); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias 
prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou 
contingentes; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações 
a longo prazo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
f ) o número, espécies e classes das ações do capital social; (Incluído 
pela Lei nº 11.941, de 2009)
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no 
exercício; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e (Incluído 
pela Lei nº 11.941, de 2009)
i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício 
que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação 
financeira e os resultados futuros da companhia. (Incluído pela Lei 
nº 11.941, de 2009), (BRASIL, 1976, art. 176, § 5º, incisos I-V).
Desse modo, as notas explicativas servem como conteúdo informativo 
com a finalidade de esclarecer, de forma mais acurada, as informações que não 
estão claras dentro das demonstrações, entretanto, as notas explicativas não 
podem substituir a elaboração e a divulgação das demonstrações contábeis, 
estas continuam sendo obrigatórias. 
11Teorias da Contabilidade
Na Figura 2, é possível compreender as vantagens e desvantagens 
das notas explicativas, apenas como exemplo ilustrativo do que precisa ser 
melhorado.
Figura 2: Vantagens e desvantagens da nota explicativa. Fonte: Elaborado pela autora.
É evidente que as notas explicativas, alinhadas à elaboração das 
demonstrações contábeis, servirão de apoio para análise dos usuários da 
informação e decisões serão tomadas com base no que foi exposto nos 
relatórios. Contudo, deve-se destacar o papel da contabilidade nesse processo, 
pois o contador é a figura responsável por produzir todo esse aparato de 
informação, e a contabilidade passa a ser instrumento direto da gestão da 
empresa.
3. Formas de Evidenciação
Quando se fala em formas de evidenciação, essa pronuncia está 
diretamente relacionada às demonstrações financeiras elaboradas pela empresa 
ao final de cada exercício social.
Apresenta maior detalhamento 
das informações qualitativas.
Gera segurança na 
interpretação das 
demonstrações financeiras.
Descreve as origens de 
mudanças de políticas 
contábeis.
Desestímulo à leitura de 
relatórios contábeis.
Tomada de decisão com 
base apenas no textual (sem 
analisar as DFCs).
Falta de informações materiais 
relevantes.
Va
nta
ge
m
Desvantagens
12 Teorias da Contabilidade
A Lei da Sociedade por Ações determina quais demonstrações 
financeiras são obrigatórias:
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, 
com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes 
demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a 
situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no 
exercício:
I - balanço patrimonial;
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III - demonstração do resultado do exercício; e
IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei 
nº 11.638,de 2007)
V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído 
pela Lei nº 11.638,de 2007), (BRASIL, 1976, art. 176, incisos 
I-V).
De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) – 
Apresentação das Demonstrações Contábeis, empresas de capital aberto são 
obrigadas a elaborar e publicar as seguintes demonstrações:
 ▪ Balanço Patrimonial.
 ▪ Demonstração do Resultado.
 ▪ Demonstração do Resultado Abrangente.
 ▪ Demonstração do Fluxo de Caixa.
 ▪ Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
 ▪ Demonstração do Valor Adicionado.
A seguir, vamos falar sobre cada uma dessas demonstrações e como 
elas geram informações pertinentes sobre cada evento ocorrido dentro da 
empresa em um certo período.
Balanço Patrimonial
O balanço patrimonial é uma demonstração contábil/financeira que 
13Teorias da Contabilidade
busca evidenciar a situação patrimonial de uma empresa, ele apresenta em 
determinada data as variações financeiras e econômicas do patrimônio. A 
seguir, você pode conferir um exemplo de balanço patrimonial.
Balanço Patrimonial Ativo - (Reais Mil) - 31/12/20xx
 Conta 
 Ativo Total 
 Ativo Circulante 
Caixa e Equivalentes de Caixa 
Aplicações Financeiras 
Títulos para Negociação 
Contas a Receber 
Clientes 
Estoques 
Tributos a Recuperar 
Despesas Antecipadas 
Ativos de Operações Descontinuadas 
Instrumentos financeiros derivativos 
 Ativo Não Circulante 
Ativo Realizável a Longo Prazo 
Contas a Receber 
Clientes 
Estoques 
Tributos Diferidos 
Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos 
Despesas Antecipadas 
14 Teorias da Contabilidade
Instrumentos financeiros derivativos 
Investimentos 
Participações Societárias 
Participações em Coligadas 
Participações em Controladas em Conjunto 
Outros Investimentos 
Propriedades para Investimento 
Imobilizado 
Imobilizado em Operação 
Imobilizado em AndamentoIntangível 
Goodwill 
 Passivo Total 
 Passivo Circulante 
Obrigações Sociais e Trabalhistas 
Fornecedores 
Obrigações Fiscais 
Imposto de Renda e Contribuição Social a Pagar 
Empréstimos e Financiamentos 
Debêntures 
Passivos com Partes Relacionadas 
Débitos com Coligadas 
Débitos com Controladores 
Débitos com Outras Partes Relacionadas 
Dividendos 
Instrumentos financeiros derivativos 
15Teorias da Contabilidade
Provisões 
Passivos relacionados a participação em coligadas e joint ventures 
 Passivo Não Circulante 
 Empréstimos e Financiamentos 
 Debêntures 
 Financiamento por Arrendamento 
 Débitos com Coligadas 
 Débitos com Controladores 
 Débitos com Outras Partes Relacionadas 
 Adiantamento para Futuro Aumento de Capital 
 Instrumentos Financeiros Derivativos 
 Tributos Diferidos 
 Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos 
 Provisões 
 Contratos onerosos 
 Passivos Relacionados à Participação em Coligadas e Joint Ventures 
 Lucros e Receitas a Apropriar 
 Lucros a Apropriar 
 Receitas a Apropriar 
 Subvenções de Investimento a Apropriar 
 Patrimônio Líquido Consolidado 
 Capital Social Realizado 
 Reservas de Capital 
 Ágio na Emissão de Ações 
 Reserva Especial de Ágio na Incorporação 
 Alienação de Bônus de Subscrição 
16 Teorias da Contabilidade
 Ações em Tesouraria 
 Adiantamento para Futuro Aumento de Capital 
 Reservas de Reavaliação 
 Reservas de Lucros 
 Reserva Legal 
 Reserva Estatutária 
 Reserva para Contingências 
 Reserva de Lucros a Realizar 
 Reserva de Retenção de Lucros 
 Reserva Especial para Dividendos não Distribuídos 
 Reserva de Incentivos Fiscais 
 Dividendo Adicional Proposto 
 Ações em Tesouraria 
 Lucros/Prejuízos Acumulados 
 Ajustes de Avaliação Patrimonial 
 Ajustes Acumulados de Conversão 
 Outros Resultados Abrangentes 
 Participação dos Acionistas não Controladores 
Quadro 2: Balanço Patrimonial. Fonte: Elaborado pela autora. 
Geralmente, as empresas elaboram o balanço patrimonial em 31 de 
dezembro de cada ano, e o apresenta no primeiro trimestre do ano seguinte.
Dessa forma, o investidor consegue analisar os fatos ocorridos durante 
o exercício social e verificar as alterações nas contas patrimoniais. 
17Teorias da Contabilidade
Demonstração do Resultado do Exercício
A demonstração do resultado do exercício é tem a finalidade de 
apresentar a formação do resultado líquido do período, essa evidenciação do 
resultado é feita por meio da confrontação das receitas e despesas.
 
Demonstração do Resultado - (Reais Mil) - 31/12/20xx
Conta 
 Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 
 Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos 
 Resultado Bruto 
 Despesas/Receitas Operacionais 
 Despesas com Vendas 
 Despesas Gerais e Administrativas 
 Perdas pela não Recuperabilidade de Ativos 
 Outras Receitas Operacionais 
 Outras Despesas Operacionais 
 Resultado de Equivalência Patrimonial 
 Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos 
 Resultado Financeiro 
 Receitas Financeiras 
 Despesas Financeiras 
 Despesas Financeiras 
 Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro 
 Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro 
 Corrente 
 Diferido 
18 Teorias da Contabilidade
 Resultado Líquido das Operações Continuadas 
 Resultado Líquido de Operações Descontinuadas 
 Lucro/Prejuízo Líquido das Operações Descontinuadas 
 Ganhos/Perdas Líquidas sobre Ativos de Operações Descontinuadas 
 Lucro/Prejuízo Consolidado do Período 
Quadro 3: Modelo de DRE. Fonte: Elaborado pela autora.
Nesse sentido, como é possível perceber, o investidor consegue analisar 
as transações operacionais, as receitas e despesas ocorridas durante o exercício 
social e verificar se houve lucro ou prejuízo no período. Veja, a seguir, um 
exemplo de demonstração do resultado.
Demonstração do Resultado Abrangente
A demonstração de resultado abrangente dá suporte direto à análise 
gerencial, pois ela está direcionada a avaliar as variações do exercício com base 
na competência. Suas alterações são feitas direto no PL e não no resultado 
do exercício.
 
Demonstração do Resultado Abrangente - (Reais Mil) - 31/12/20xx
Conta 
 Lucro Líquido Consolidado do Período 
 Outros Resultados Abrangentes 
 Ajustes Acumulados de Conversão de Moedas 
 Ajuste ao Valor Justo de Investimentos em Ações 
 Hedge Fluxo de Caixa 
 Hedge de Investimentos Líquidos 
 Transferência de Resultados Realizados para o Lucro Líquido, Líquido de Tributos 
19Teorias da Contabilidade
 Resultado de Participações em Coligadas e Joint Ventures, Líquido de Tributos 
 Transferência para Reserva 
 Resultado Abrangente Consolidado do Período 
 Atribuído a Sócios da Empresa Controladora 
 Atribuído a Sócios não Controladores 
Quadro 4: Demonstração do Resultado Abrangente. Fonte: Elaborado pela autora. 
Como é possível perceber, por meio do resultado abrangente, o 
investidor consegue analisar os investimentos de longo prazo que foram 
realizados durante o exercício. Veja, a seguir, um exemplo de demonstração 
do resultado abrangente.
Demonstração dos Fluxos de Caixa
A demonstração dos fluxos de caixa indica as entradas e saídas de caixa 
em um dado período. A seguir, trazemos um exemplo dessa demonstração 
contábil:
Demonstração do Fluxo de Caixa - (Reais Mil) - Método Indireto - 31/12/20xx
Conta 
 Caixa Líquido Atividades Operacionais 
 Caixa Gerado nas Operações 
 Lucro líquido antes dos Tributos sobre o Lucro 
 Resultado de Equivalência Patrimonial 
 Resultado na Mensuração ou Venda de Ativos não Circulantes 
 Depreciação, Amortização e Exaustão 
 Resultado Financeiro, Líquido 
 Variações nos Ativos e Passivos 
20 Teorias da Contabilidade
 Contas a Receber 
 Estoques 
 Contas a Pagar a Fornecedores 
 Salários e Encargos Sociais 
 Receita Diferida 
 Outros Ativos e Passivos, Líquidos 
 Dividendos e Juros sobre Capital Próprio Recebidos de Controladas 
 Juros de Empréstimos e Financiamentos Pagos 
 Remunerações Pagas às Debêntures Participativas 
 Tributos sobre o Lucro 
 Caixa Líquido Atividades de Investimento 
 Investimentos a Curto Prazo 
 Empréstimos e Adiantamentos concedidos 
 Adições em Investimentos 
 Adições ao Imobilizado 
 Recursos Provenientes na Alienação de Ativos 
 Dividendos
 Aquisição de Subsidiária 
 
 Caixa Líquido Atividades de Financiamento 
 Empréstimos e Financiamentos - Adições 
 Empréstimos e Financiamentos - Baixas 
 Transações com Acionistas não Controladores 
Juros sobre Capital Próprio Pagos a Acionistas 
 Arrendamentos - Pagamentos 
 Variação Cambial s/ Caixa e Equivalentes 
21Teorias da Contabilidade
 Aumento (Redução) de Caixa e Equivalentes 
 Saldo Inicial de Caixa e Equivalentes 
 Saldo Final de Caixa e Equivalentes 
Quadro 5: Demonstração dos Fluxos de Caixa. Fonte: Elaborado pela autora.
Com a demonstração dos fluxos de caixa, o investidor consegue 
analisar as movimentações do dinheiro, em caixa e equivalentes de caixa, 
durante um exercício. Ela é fundamental para analisar a saúde financeira das 
organizações, pois mostra a capacidade de honrar com seus compromissos de 
curto prazo.
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
A demonstração das mutações do patrimônio líquido evidencia as 
alterações ocorridas no Patrimônio Líquido durante o exercício social, além 
de apresentar a formação das reservas. A seguir, vamos conferir um exemplo 
de demonstração das mutações do patrimônio líquido.
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - (Reais Mil) - 31/12/20xx
Conta 
 Saldos Iniciais 
 Ajustes de Exercícios Anteriores 
 Saldos Iniciais Ajustados 
 Transações de Capital com os Sócios 
 Aumentos de Capital 
 Gastos com Emissão de Ações 
 Opções Outorgadas Reconhecidas 
 Ações em Tesouraria Adquiridas 
 Ações em Tesouraria Vendidas 
 Dividendos 
22 Teorias da Contabilidade
 Juros sobre Capital Próprio 
 Cessão e transferência de ações 
 Aquisições e Baixas de Participações de Acionistas não ControladoresResultado Abrangente Total 
 Lucro Líquido do Período 
 Outros Resultados Abrangentes 
 Ajustes de Instrumentos Financeiros 
 Tributos s/ Ajustes Instrumentos Financeiros 
 Equiv. Patrim. s/Result. Abrang. Coligadas 
 Ajustes de Conversão do Período 
 Tributos s/ Ajustes de Conversão do Período 
 Hedge de Investimento Líquido 
 Ajuste a Valor Justo de Investimento em Ações 
 Hedge de Fluxo de Caixa 
 Reclassificações para o Resultado 
 Ajustes de Instrumentos Financeiros 
 Mutações Internas do Patrimônio Líquido 
 Constituição de Reservas 
 Realização da Reserva Reavaliação 
 Tributos sobre a Realização da Reserva de Reavaliação 
 Realização de Reservas de Lucro 
 Saldos Finais 
Quadro 6: Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. Fonte: Elaborado pela autora.
Observe que a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 
mostra ao investidor as movimentações ocorridas dentro do Patrimônio 
Líquido, o que gera dados acerca do capital dos sócios - do qual os investidores 
fazem parte.
23Teorias da Contabilidade
Demonstração do Valor Adicionado
A demonstração do valor adicionado evidencia os valores equivalentes 
a constituição de riqueza gerada pela empresa em um dado período de 
tempo e a sua distribuição. Portanto, o investidor consegue analisar todos 
os valores agregados à empresa. A seguir, mostramos a você um exemplo de 
demonstração de valor adicionado.
Demonstração de Valor Adicionado - (Reais Mil) - 31/12/20xx
Conta 
 Receitas 
 Vendas de Mercadorias, Produtos e Serviços 
 Outras Receitas 
 Resultado na realização de ativos 
 Receitas refs. à Construção de Ativos Próprios 
 Provisão/Reversão de Créds. Liquidação Duvidosa 
 Insumos Adquiridos de Terceiros 
 Custos Prods., Mercs. e Servs. Vendidos 
 Materiais, Energia, Servs. de Terceiros e Outros 
 Perda/Recuperação de Valores Ativos 
 Valor Adicionado Bruto 
 Retenções 
 Depreciação, Amortização e Exaustão 
 Valor Adicionado Líquido Produzido 
 Vlr Adicionado Recebido em Transferência 
 Resultado de Equivalência Patrimonial 
 Receitas Financeiras 
24 Teorias da Contabilidade
 Valor Adicionado Total a Distribuir 
 Distribuição do Valor Adicionado 
 Pessoal 
 Remuneração Direta 
 Benefícios 
 F.G.T.S. 
 Outros 
 Impostos, Taxas e Contribuições 
 Federais 
 Estaduais 
 Municipais 
 Remuneração de Capitais de Terceiros 
 Juros 
 Aluguéis 
 Remuneração de Capitais Próprios 
 Juros sobre o Capital Próprio 
 Dividendos 
 Lucros Retidos / Prejuízo do Período 
 Part. Não Controladores nos Lucros Retidos 
 
Quadro 7: Demonstração do Valor Adicionado. Fonte: Elaborado pela autora. 
Outras formas de evidenciação são as notas explicativas, já mencionadas 
neste capítulo, e o relatório da administração. Quanto mais informações 
divulgadas, mais compreensível é para usuário da informação.
Apresentamos a importância da divulgação da informação contábil 
(disclosure), sua evidenciação e as formas de evidenciação, e como elas são 
significativas para a tomada de decisão.
25Teorias da Contabilidade
Referências
BRASIL. Lei n.º 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as 
sociedades por ações. Brasília, 1976. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm. Acesso em: 07 mar. 2020.
CPC - COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. 
Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2), de 10 de dezembro de 2019. 
Estrutura conceitual para Relatório Financeiro: Correlação às Normas 
Internacionais de Contabilidade – Conceptual Framework. Brasília, DF: 
CPC. Disponível em:
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf. Acesso em: 
07 mar. 2020.
CPC - COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. 
Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1), de 15 de dezembro de 2011. 
Apresentação das demonstrações contábeis: Correlação às Normas 
Internacionais de Contabilidade – IAS 1 (IASB – BV 2011). Brasília, DF: 
CPC. Disponível em:
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/312_CPC_26_R1_rev%2014.
pdf. Acesso em: 07 mar. 2020.
LIMA, G. A. S. F.  Utilização da Teoria de Divulgação para avaliação 
da relação do nível de disclosure com o custo da dívida das empresas 
brasileiras.  2007. 108 fLS. Tese (Doutorado) - Curso de Economia, 
Administração e Contabilidade, Departamento de Contabilidade e Atuária, 
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.
26 Teorias da Contabilidade
PIRES, C. B; SILVEIRA, F. C. S. A evolução da evidenciação das informações 
ambientais de empresas do setor de celulose e papel: uma análise de conteúdo 
das notas explicativas e relatórios de administração. Revista Contexto, Porto 
Alegre, v. 8, n.13, p.1-32, 2008. 
PONTE, V. M. R; OLIVEIRA, M. C. A prática da evidenciação de 
informações avançadas e não obrigatórias nas demonstrações contábeis das 
empresas brasileiras. Revista Contabilidade & Finanças, v.15, n.36, p.7-20, 
dez., 2004.
	Teorias Aplicadas em Contabilidade - Parte 2
	Para início de conversa…
	Objetivo 
	1.	Teoria da Divulgação (Disclosure): Aplicação na Prática Contábil
	2.	Evidenciação da Informação
	3.	Formas de Evidenciação
	Referências

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