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ANÁLISE DE 
DEMONSTRATIVOS 
FINANCEIROS E ÍNDICES
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Prof. Dr. Fernando Eduardo Cardoso
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Cristiane Lisandra Danna
Norberto Siegel
Camila Roczanski
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Bárbara Pricila Franz
Marcelo Bucci
Revisão de Conteúdo: Bárbara Pricila Franz
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2018
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
C268a
Cardoso, Fernando Eduardo
Análise de demonstrativos financeiros e índices. / Fernando 
Eduardo Cardoso. – Indaial: UNIASSELVI, 2018.
110 p.; il.
ISBN 978-85-7141-284-2
1. Administração Financeira. – Brasil. 2.Contabilidade. – Bra-
sil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 658.1
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO ..........................................................................05
CAPÍTULO 1
Demonstrativos Financeiros .................................................7
CAPÍTULO 2
Uso Dos Demonstrativos Financeiros ...............................31
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
Padronização dos Demonstrativos Financeiros ..............53
Índices Financeiros: Usos e Tipos de Índices ....................63
Usando Índices Para Analisar o Desempenho 
Riscos e Retorno da Análise dos Índices ..........................87
e a Qualidade dos Lucros ....................................................73
APRESENTAÇÃO
Este caderno de Análise de demonstrativos financeiros e índices aborda um 
tema muito importante para se analisar a saúde financeira de uma organização. 
A análise das demonstrações financeiras, bem como seus índices, proporciona e 
revela o desempenho organizacional diante do mercado e do cenário econômico 
nos quais a organização está inserida. A análise das demonstrações financeiras 
proporciona medir a saúde financeira da organização, bem como contribuir com 
a tomada de decisões dos gestores diante do cenário econômico e do ambiente 
dinâmico organizacional.
Neste contexto, o caderno foi escrito em seis capítulos:
O primeiro capítulo trata sobre balanço patrimonial, posteriormente, trata da 
demonstração das mutações patrimoniais. Na sequência, aborda a demonstração 
dos resultados do exercício e a demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados. 
Também apresenta a demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL), 
a demonstração dos fluxos de caixa e, por fim, versa sobre a demonstração do 
valor adicionado.
O Capítulo 2 aborda as questões sobre análise vertical e horizontal. Na 
sequência, descreveremos a análise horizontal e vertical relacionada ao balanço 
patrimonial, demonstração do resultado do exercício, demonstração dos fluxos de 
caixa, demonstração do valor adicionado. Por fim, abordaremos a análise através 
de índices ou quocientes e analisaremos outras metodologias complementares.
No Capítulo 3, abordaremos, inicialmente, padronizações das demonstrações 
contábeis. Em seguida, trataremos da consolidação das demonstrações contábeis 
e, por fim, a qualidade das informações contábeis.
No Capítulo 4, abordaremos os diagramas de indicadores de desempenho e 
estudaremos a análise discriminante.
O Capítulo 5 aborda os indicadores econômico-financeiros de análise, no 
qual verificaremos todos os indicadores classificados nas quatro categorias: 
liquidez e atividade, endividamento e estrutura, rentabilidade e análise de ações.
O Capítulo 6 aborda, primeiramente, os diagramas de indicadores de 
desempenho. Na sequência, o cálculo de retornos esperados de projetos 
arriscados e, posteriormente, como medir risco e retorno. Por fim, estudaremos a 
linha de mercado de títulos.
CAPÍTULO 1
Demonstrativos Financeiros
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Conhecer os demonstrativos financeiros.
� Interpretar os indicadores no dia a dia das organizações.
8
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
9
Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 
1 Contextualização
Hoje as sociedades por ações precisam elaborar e publicar os seus 
demonstrativos financeiros, isso é obrigatório. Abaixo segue a lista dos 
sinônimos e expressões de “demonstrações financeiras” e “demonstrações 
contábeis”.
• Balanço Patrimonial.
• Demonstração das Mutações Patrimoniais ou Demonstração dos Lucros e 
Prejuízos Acumulados.
• Demonstração do Resultado do Exercício.
• Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.
Segundo Assaf Neto (2012, p. 84), além dessas quatro demonstrações, 
existe a complementação obrigatória por meio de Notas Explicativas e, se for o 
caso, de “outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessárias 
para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício”.
Para casos excepcionais, não é obrigatório fazer e publicar a 
Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (companhia fechada com 
patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a determinado valor fixado). 
Caso a empresa seja uma companhia fechada inferior a 20 acionistas, com 
ações nominativas não conversíveis ao portador e que atenda aos requisitos 
do artigo 294 dessa mesma Lei das S.A., não é obrigada a publicar nenhuma 
dessas demonstrações, mas precisa elaborá-las e colocar à disposição de 
seus acionistas.
As sociedades não anônimas são obrigadas a publicar suas demonstrações 
financeiras. Precisam elaborar as mesmas demonstrações citadas, menos a 
de Origens e Aplicações de recursos.
Já no caso de uma sociedade líder de grupo, é obrigatória a publicação 
de demonstrações completas, mesmo não sendo uma sociedade de ações.
Segundo Assaf Neto (2012, p. 84), “essas demonstrações devem conter 
os valores respectivos do exercício anterior”. A legislação não fala em valores 
do exercício passado corrigidos, por isso, praticamente a totalidade das 
empresas publica os valores do exercício anterior pelos valores representados 
naquela época.
10
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
2 Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial é composto por bens, direitos e obrigações. 
Devendo representar a posição financeira da empresa de forma qualitativa 
e quantitativa. Na sua elaboração, as contas são classificadas como: Ativo, 
Passivo e Patrimônio Líquido.
De acordo com Assaf Neto (2012), o Ativo é dividido em três 
grupos: circulante, realizável a longo prazo e permanente, este último, 
por sua vez, é subdividido em: investimentos, imobilizado e diferido. 
O Passivo é também subdividido, em dois grupos: circulante e exigível a longo 
prazo. E o Patrimônio líquido aparece composto por cinco grupos: capital social, 
reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros ou prejuízos 
acumulados.
Conforme abordado, segue o modelo de Balanço Patrimonial:
QUADRO 1 – BALANÇO PATRIMONIAL
QUADRO 2 – MODELO DE BALANÇO
FONTE: Assaf Neto (2012)
O Balanço 
Patrimonial é 
composto por bens, 
direitos e obrigações. 
Devendo representar 
a posição financeira 
da empresa de 
forma qualitativa e 
quantitativa.
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante
Ativo Realizável a Longo Prazo
Ativo Permanente
 Investimentos
 Imobilizado
 Diferido
Passivo Circulante
Passivo Exigível a Longo Prazo
Resultados de Exercícios Futuros
Patrimônio LíquidoCapital
Reservas de Capital
Reservas de Reavaliação
Reservas de Lucros
Prejuízos Acumulados
No quadro a seguir é possível pormenorizar cada grupo. Conforme a 
legislação, não é obrigatória esta classificação, a descrição pode variar, mas 
geralmente engloba a maioria das situações (ASSAF NETO, 2012).
Ativo Circulante 
Disponibilidades
Caixa
Depósitos bancários à vista
Aplicações financeiras
Passivo Circulante 
Empréstimos e financiamentos
Estrangeiros
Nacionais indexados
Nacionais prefixados
11
Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 
FONTE: Assaf Neto (2012)
Aplicações financeiras
Clientes 
(-) Duplicatas descontadas
Outros créditos
(-) Prov. para crédito de liquidação duvidosa
Estoques
Mercadorias e produtos acabados
Produtos em elaboração
Matérias-primas e embalagens
Materiais de consumo e almoxarifados
Despesas antecipadas
Ativo Realizável a Longo Prazo
Créditos
Empréstimos compulsórios
Depósitos para incentivos fiscais
(-) Provisão para perdas
Despesas antecipadas
Ativo Permanente
Investimentos
Em controladas e coligadas
Outras participações
Outros investimentos
(-) Provisão para perdas
Imobilizado
Terrenos e edificações
Máquinas e equipamentos
Veículos, móveis e máquinas de es-
critório
Marcas e patentes
Florestamento e reflorestamento
(-) Depreciação, amortização e exaustão
Imobilizado em construção
Diferido
Despesas pré-operacionais
Outros diferidos
(-) Amortizações acumuladas
(-) Encargos a apropriar
Debêntures
Fornecedores
Impostos e valores a recolher
Outras obrigações a pagar
Provisões
Imposto de Renda
Dividendos propostos
Férias
Décimo terceiro salário
Contingências
Passivo Exigível a Longo Prazo
Empréstimos e financiamentos
Estrangeiros
Nacionais
Debêntures
Outras obrigações e provisões
Resultados de Exercícios Futuros
Receitas líquidas antecipadas
Patrimônio Líquido
Capital social integralizado
Reservas de capital
Reserva de ágio
Doações
Subvenções para investimento
Reservas de reavaliação
De ativos próprios
De ativos de controladas e coligadas
Reservas de lucros
Reserva legal
Reservas estatutárias
Reservas para contingências
Reservas de lucros a realizar
Reservas para expansão
Prejuízos acumulados
(-) Ações em tesouraria
2.1 Ativo
É um recurso que a companhia usa para classificar seus eventos passados, 
esperando que eles resultem em futuros benefícios econômicos para a empresa.
12
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
As contas são classificadas em ordem decrescente de grau de liquidez dos 
componentes que estão registrados.
2.1.1 Ativo Circulante
O ativo deve ser classificado como circulante quando satisfazer qualquer dos 
seguintes critérios (CPC 26, itens 66 e 68) (SILVA, 2012):
• espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido 
no decurso normal do ciclo operacional da entidade;
• está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado;
• espera-se que seja realizado até 12 meses após a data do balanço; ou
• é caixa ou equivalente de caixa, a menos que sua troca ou uso para liquidação 
de passivo se encontre vedada durante pelo menos 12 meses após a data do 
balanço.
O ativo inclui itens que são vendidos, consumidos ou realizados como parte 
de um ciclo operacional normal. Por exemplo: estoque e contas a receber.
2.1.2 Ativo não circulante
É composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e 
intangível. Apesar de não constar no novo texto da Lei das Sociedades por Ações - 
LSA, para efeito didático, agrupamos “investimentos, imobilizado e intangível” como 
ativo permanente, inclusive por ainda estar sendo utilizado na publicação de balanços 
por algumas companhias de capital aberto e no envio de informações financeiras 
para publicação no site da CVM. Alguns autores ainda mantêm este agrupamento em 
suas obras (ASSAF NETO, 2010; IUDÍCIBUS, 2009). (SILVA, 2012).
2.1.3 Ativo realizável a longo prazo
São os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte. Não 
constituem negócios usuais na exploração do objeto da companhia, tais como: 
derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou 
controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia.
13
Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 
2.1.4 Investimentos (Ativo Permanente)
É considerado permanente quando é dirigido para produzir benefícios à 
investidora mediante sua participação nos resultados das investidas, ou para 
obter bons relacionamentos com fornecedores e clientes, ou para investigação 
pura e simples sem nenhum prazo definido (como terrenos, obras de arte etc. 
que não são destinados à atividade da empresa). Ou seja, que não se destinem à 
manutenção da atividade da companhia ou empresa.
2.1.5 Imobilizado (Ativo Permanente)
Segundo Assaf Neto (2012), o Imobilizado é avaliado pelo custo de aquisição. 
Os sujeitos a perda de valor por causa do tempo, do obsoletismo, do uso, da 
legislação, do consumo etc., são periodicamente baixados (e isso abrange 
quase todos eles). Conforme os bens a que se refiram, essas baixas recebem 
nomes diferentes: depreciações, amortizações ou exaustões, mas significam 
uma só coisa. Representam partes do valor de aquisição consideradas “perdidas” 
(consumidas) e que, portanto, transformam-se em custos ou despesas (serão 
custos, se referirem-se a bens usados na produção).
Saliente-se que essas depreciações, exaustões e amortizações não são 
contabilmente feitas para criar “fundos” para a empresa readquirir esses bens, 
mas para se considerarem pedaços do imobilizado como consumidos e jogá-los 
na apuração do resultado. Isso representa, se as receitas os cobrirem, que os 
valores investidos estão sendo recuperados. Essas depreciações, amortizações e 
exaustões são recuperações do passado, e não necessariamente constituição de 
fundos para reimobilização. 
Da mesma forma que o recebimento em devolução do principal que se 
empresta a terceiros não é receita, também a recuperação do valor originalmente 
aplicado no imobilizado não é lucro. O fato de se efetuar a depreciação não 
significa automaticamente que a empresa possui disponibilidades ou que terá 
recursos suficientes quando da baixa dos bens depreciados.
2.1.6 Intangível (Ativo permanente)
São classificados os bens incorpóreos destinados à manutenção da empresa 
ou que tenham essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido (goodwill). 
Para ser considerado nesse subgrupo, é necessário que, além de incorpóreo, 
14
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
seja reparável, ou seja, que possa ser vendido, transferido, licenciado, alugado, 
trocado, em conjunto ou individual.
2.1.7 Diferido (Ativo Permanente)
Nesse subgrupo eram classificados as despesas pré-operacionais e os 
gastos de reestruturação que contribuiriam, efetivamente, para o aumento do 
resultado de mais de um exercício social e que não configuravam tão somente uma 
redução de custos ou acréscimo na eficiência operacional. O subgrupo diferido foi 
extinto pela Lei nº 11.941/09 (MP nº 449/08), dessa forma, a partir de 5/12/2008 
não é mais admitido que os gastos das entidades em sua fase pré-operacional 
sejam registrados em contas desse subgrupo patrimonial, devendo eles serem 
registrados diretamente no resultado como despesa do período (SILVA, 2012).
2.2 Passivo
Passivo é uma obrigação financeira, resultante de eventos que já ocorreram, 
cuja liquidação espera-se que gere benefícios econômicos. As contas são 
classificadas em ordem decrescente do grau de exigibilidade dos elementos nela 
registrados.
2.2.1 Passivo circulante
O Passivo só pode ser classificado como circulante se encaixar-se nos 
seguintescritérios (CPC 26, itens 69 e 70):
• estima-se que seja liquidado dentro do ciclo operacional normal da empresa;
• tem a finalidade de ser negociado;
• precisa ser liquidado em até 12 meses após a data do balanço; ou
• a entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo 
durante pelo menos 12 meses após a data do balanço (SILVA, 2012).
Alguns passivos circulantes, como contas a pagar, gastos com empregados e 
outros custos operacionais, são classificados como passivos circulantes, mesmo 
que estejam para ser liquidados no prazo de 12 meses após a data do balanço.
15
Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 
2.2.2 Passivo não circulante
Todos os outros passivos devem ser classificados como não circulantes. 
Lembrando que na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver 
duração maior que o exercício social, a classificação terá por base o prazo desse 
ciclo (SILVA, 2012).
2.2.3 Resultados de exercícios futuros
São classificados como valores recebidos líquidos, em que a companhia não 
tem obrigação. Por exemplo: aluguéis recebidos antecipadamente. Neste grupo 
não podem estar contidos adiantamentos de mercadorias ou serviços, porque 
são valores recebidos que representam obrigação da empresa, pois podem vir a 
representar gastos, e não devem constar em exercícios futuros.
2.3 Patrimônio Líquido
Representa os valores aplicados no empreendimento, que constitui o valor 
residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.
2.3.1 Capital social
Discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não 
realizada (SILVA, 2012).
2.3.2 Reservas de Capital
É formada por valores recebidos pela empresa, dos sócios ou de terceiros. 
Esses resultados não transitarão pelo seu resultado, porque não se referem a 
prestação de serviços ou a venda de produtos pela companhia. Assim, são 
classificados como “ágio”, pois são valores recebidos para aumento de capital. 
Também são incluídos nesse grupo os incentivos fiscais do Governo, como: 
devolução de impostos para reflorestamento, importâncias recebidas que se 
destinam ao aumento de capacidade produtiva, como no caso de alguns estados 
onde o ICMS é devolvido para esta finalidade. Ou em alguns casos quando a 
prefeitura doa terrenos para fixar empresas em seus municípios.
16
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
2.3.3 Reservas de reavaliação
A reserva de reavaliação é usada quando algum ativo da empresa, por função do 
comportamento do mercado/inflação, fica defasado de seu valor. Para esses casos, 
a legislação permite que esses ativos tenham seus custos atualizados para chegar 
ao valor de mercado. Essa atribuição de valor é considerada reserva de reavaliação.
2.3.4 Reservas de lucros
São os lucros gerados pela empresa, transitados pelos seus resultados e 
retidos por vários motivos. Para Assaf Neto (2012), a reserva legal é a parcela 
que a legislação impede que seja distribuída. As reservas estatutárias são criadas 
pelos estatutos das companhias, para destinação de uma parcela dos lucros 
para alguma finalidade definida no estatuto. As reservas para contingências 
dizem respeito a lucros retidos para fazer face a possíveis perdas que podem 
ocorrer no futuro, em função de fatos geradores ainda não acontecidos, como 
eventuais perdas de safras por problemas climáticos, perda de estoques por 
possíveis enchentes ou saques ou perdas de contrato em vigor; se essas perdas 
efetivamente ocorrerem, serão consideradas prejuízos no exercício em que se 
efetivarem, e essas reservas retornarão a lucros ou prejuízos acumulados para a 
compensação com tais prejuízos.
Reservas de lucro a realizar significa transformar em dinheiro. Por não 
terem sido transformados em dinheiro ainda, podendo ficar retidos até a sua 
monetarização. As reservas de expansão, segundo Assaf Neto (2012), são 
retenções não legais nem estatutárias, definidas por decisão em assembleia ou 
deliberação do órgão próprio se não sociedade anônima. 
2.3.5 Lucros ou Prejuízos acumulados
São parte das reservas de lucro que ainda não tiveram seu destino final 
determinado. A legislação obriga as sociedades anônimas a darem destinação ao 
seu resultado e a contabilizá-lo no final de cada exercício. É obrigatório que já 
esteja registrado no balanço o que se pretende reter e o que se pretende distribuir.
17
Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 
3 Demonstração das Mutações 
Patrimoniais
Esta demonstração não é obrigatória, somente a demonstração de 
lucros e prejuízos acumulados é obrigatória legalmente. Conforme Assaf 
Neto (2012, p. 92), compõe-se basicamente dos seguintes dados:
Demonstração não é 
obrigatória, somente 
a demonstração de 
lucros e prejuízos 
acumulados 
é obrigatória 
legalmente.
QUADRO 3 – DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS
Saldo Anterior
(+-) Ajustes de Exercícios Anteriores
(-) Dividendos Extraordinários
(-) Incorporação ao Capital
Lucro Líquido do Exercício
(-) Transferência para Reserva Legal
(-) Idem para Outras Reservas de Lucros
(-) Dividendos Propostos
Saldo Final
FONTE: Assaf Neto (2012)
A demonstração das mutações patrimoniais é uma concordância entre os 
saldos iniciais e finais de todas as contas que compõem o patrimônio líquido.
3.1 Ajustes de Exercícios 
Anteriores
De acordo com nossa legislação, cabe um pequeno comentário sobre certos 
ajustes que não afetam o lucro ou prejuízo do exercício. Podendo ser resumidos 
em duas hipóteses:
A. Erros cometidos no passado
 São considerados os erros que de forma alguma deveriam ter acontecido. Por 
exemplo: erro na contagem de estoque, erro na provisão de imposto de renda 
etc. Resultando no ativo circulante, e, em contrapartida, diretamente em lucros 
ou prejuízos acumulados sob a denominação de ajustes de exercícios anteriores.
B. Mudanças de critérios contábeis
 A empresa pode mudar o critério contábil, por exemplo: alterar a forma de 
avaliar seus estoques do Peps para o Preço Médio. Se essa mudança for de 
exclusiva vontade da empresa, o acerto relativo ao estoque inicial devido à 
mudança de critério é considerado ajuste de exercício anterior.
18
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
3.2 Dividendos Extraordinários
São aqueles que a empresa, deliberadamente, decide distribuir a seus 
acionistas. São relativos a lucros obtidos no passado ou durante o próprio 
exercício social. Podem ser chamados de “bonificações em dinheiro”.
3.2.1 Destinação do lucro líquido
Toda sociedade por ações é obrigada a apresentar em suas demonstrações 
a destinação do seu lucro líquido, informando as parcelas que ficarem retidas em 
lucros acumulados ou reservas de lucros, e também as que devem ser pagas em 
dividendos. 
Caso haja prejuízo no exercício, deve ser jogado contra lucros e prejuízos 
acumulados.
QUADRO 4 – ESTRUTURA DE DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO
Demonstração do Resultado do Exercício
RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS
(-) Impostos, devoluções e descontos sobre vendas e serviços.
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS E SERVIÇOS
(-) Custo das mercadorias vendidas e serviços prestados.
LUCRO BRUTO
RECEITAS DESPESAS OPERACIONAIS
(-) Com vendas
(-) Gerais e administrativas
(-) Honorários dos administradores
(-) Depreciação e amortização
4 Demonstração dos 
Resultados do Exercício
Segundo Silva (2012), a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 
deverá evidenciar a composição do resultado formado num determinado período 
de operações da entidade. Sua apresentação é a seguinte:
19
Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 
FONTE: Silva (2012, p. 51)
(+/-) Participação em controladas e controlada em conjunto
(+/-) Outras receitas despesas operacionais
LUCRO OPERACIONAL ANTES DO RESULTADOFINANCEIRO
RESULTADO FINANCEIRO
(+) Receitas financeiras
(-) Despesas financeiras
Lucro do exercício antes do imposto de renda, contribuição social e das participações
Imposto de renda e contribuição social
(-) Corrente
(-) Diferido
Lucro do exercício antes das participações
(-) Participação de acionistas não controladores
Lucro do exercício antes das participações minoritárias
(-) Participações minoritárias
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Lucro líquido do exercício por ação do capital social em circulação no final do exercício
Quantidade de ações do capital social em circulação no final do exercício
4.1 Receita Líquida
Representa a receita da empresa pela venda de seus produtos e serviços. 
4.2 Custos dos Produtos 
e Serviços Vendidos
O custo de produtos e serviços vendidos para empresas comerciais representa 
o custo histórico de aquisição desses bens. Nesses custos são incluídos os gastos 
com colocação de mercadorias à venda, transporte, seguros etc.
20
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
Para as indústrias, o custo de produtos vendidos é obtido da seguinte forma: 
soma-se os estoques iniciais com os custos de produção do período, e em seguida 
diminui-se os estoques finais.
Nas empresas de serviço, as regras são as mesmas, mas, teoricamente, é comum 
encontrar empresas que não apuram o custo dos serviços prestados, e tratam esses 
gastos como despesas de exercícios, misturando-se com despesas administrativas. 
Isso, porém, não é tão grave, porque não se tem como estocar serviços. 
4.3 Lucro Bruto – um Caso Especial 
na Construção e Nos Serviços a 
Longo Prazo
É a diferença entre receita líquida e custos dos itens vendidos. Para execução 
de bens e serviços que duram mais de 12 meses, as condições são diferentes.
Nestas, os bens elaborados são estocados, com a agregação no ativo circulante 
dos custos relativos à sua produção, e a receita de venda e, consequentemente, o 
lucro bruto são registrados na entrega ao cliente. Quanto aos bens de fabricação de 
longo prazo (para que não ocorra a apuração exclusiva na entrega após decorridos, 
por exemplo, três anos de fabricação de uma turbina de energia elétrica, para 
então se reconhecer, ao término, o lucro que na realidade foi gerado durante os 
três anos), faz-se algo distinto. À medida que se executa a encomenda, os custos 
são transformados em custos dos produtos elaborados e de forma proporcional é 
apropriada a receita de venda. Assim, não há figura dos produtos em elaboração 
nesse caso, e valores eventualmente recebidos dos clientes a mais do que a 
receita apropriada aparecem como adiantamento no passivo exigível. Já os valores 
apropriados como receita, a mais do que efetivamente recebidos, surgem no ativo 
como a receber dos clientes (ASSAF NETO, 2012).
4.4 LUCRO OPERACIONAL
Lucro operacional, entende-se que é tudo o que é principal ou acessório ao 
principal, em relação às atividades que constituem a empresa. Na prática, tudo 
é considerado operacional. São enquadrados como outras receitas ou despesas 
operacionais os resultados em participações societárias, todas as receitas e 
despesas de natureza financeira.
21
Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 
Uma despesa financeira líquida é calculada pelas despesas financeiras 
menos as receitas financeiras. Por exemplo, supomos que tenho uma despesa 
financeira de $130.000,00, e uma receita financeira de $25.000,00. Abaixo 
segue o cálculo no qual obtemos uma despesa financeira líquida de $105.000,00 
(130.000,00 – 25.000,00):
Despesas financeiras líquidas:
Despesas financeiras
Receitas financeiras
$130.000,00
$25.000,00
$105.000,00
Se as receitas excederem as despesas, as receitas financeiras tornam-se 
líquidas, classificadas como operacionais.
4.5 Receitas e Despesas Não 
Operacionais
Somente são considerados não operacionais as perdas e ganhos de capital. 
Por exemplo: lucro na venda de um investimento ou prejuízo por um equipamento 
depreciado.
4.6 Provisão Para o Imposto de 
Renda
É obrigatório que o imposto de renda incidente sobre o lucro do exercício 
já esteja diminuído no resultado desse mesmo exercício. É assim que surge a 
provisão de imposto de renda no resultado e no passivo circulante.
4.7 Lucro Real
Segundo Assaf Neto (2012, p. 98), exceto para as pequenas sociedades 
enquadradas em determinadas circunstâncias e valores, o imposto é calculável 
sobre o lucro tributável que recebe o nome de “lucro real”, que é igual ao lucro 
contábil antes do Imposto de Renda, exatamente como mensurado até aqui, 
segundo o Regime de Competência e a legislação vigente, mas com certos 
ajustes. Esses ajustes são feitos em um livro fiscal denominado Livro de apuração 
do Lucro Real (Lalur), que acaba por conciliar o lucro contábil antes do imposto de 
22
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
renda, com a finalidade tributável. Esses ajustes principais são os seguintes, já na 
forma como são tratados nesse mesmo Lalur:
Lucro Contábil antes da provisão para o Imposto de Renda
 (+) Despesas Fiscais não Dedutíveis Fiscalmente
 Despesas com Equivalência Patrimonial
 Exceto de Remuneração dos Administradores
 Despesas de Propaganda Não Pagas
 Amortização de Ágio
 Exceto de Depreciação sobre os Limites de Dados
 Exceto de Despesa com Formação de Provisão para Créditos de 
Liquidação Duvidosa
 Despesas com Provisões não Dedutíveis, como de Garantias, de 
Royalties Não Autorizados etc.
 (-) Receitas Contábeis não Tributáveis:
 Receitas de Equivalência Patrimonial
 Receita de Dividendos
 Amortização de Deságio
 Lucro na Venda Incentivada de Determinados Imóveis etc.
(-) Deduções Relativas a Itens não Tratados como Despesas Contábeis, ou 
Dedutíveis por Valor Superior:
 Incentivo ao Treinamento da Mão de Obra
 Incentivo à Alimentação do Trabalhador
 Incentivo Devido à Exportação etc.
(+) Acréscimos Relativos a Itens não Contábeis:
 Reservas de Reavaliação Realizadas Contra Lucros Acumulados etc.
(-) Deduções Especiais por Diferimento:
 Lucro na Venda a Longo Prazo de Ativo Permanente
(-) Compensação com Prejuízos de Exercícios Anteriores (últimos quatro 
anos, corrigidos)
(=) Lucro Real do Exercício
Pelos exemplos apresentados, vê-se que muitas vezes os ajustes são em 
grande quantidade. E o imposto incide sobre esse valor final de lucro real (ASSAF 
NETO, 2012).
4.8 Lucro Líquido do Exercício
Resulta na diminuição do lucro após o Imposto de Renda, de participações 
devidas a empregados, a debenturistas, a administradores etc., ou seja, direitos 
que certas pessoas têm de receber participações no lucro, mesmo não sendo 
acionistas. A legislação determina que seja transferido para a conta de lucros ou 
prejuízos acumulados o Resultado Líquido.
23
Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 
5 Demonstração Dos Lucros ou 
Prejuízos Acumulados
A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) 
permite mostrar claramente o resultado do período, sendo sua 
movimentação e distribuição classificadas no saldo da conta de Lucros e 
Prejuízos Acumulados.
Conforme o artigo 274 do RIR/99, a DLPA é obrigatória para 
empresas limitadas e outros tipos de sociedade, que apurem o Imposto 
de Renda pelo Lucro Real. As Demonstrações de Lucros e Prejuízos 
deverão conter:
•	o saldo no início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção 
monetária do saldo inicial;
•	as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
•	as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros 
incorporada ao capital e o saldo ao fim do período (SILVA, 2012).
De acordo com a lei das Sociedades por Ações – LSA, a Demonstração de 
Lucros ou Prejuízos Acumulados ao final de cada exercício socialnão poderá 
apresentar saldo positivo.
6 Demonstração Das Mutações do 
Patrimônio Líquido (Dmpl)
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) tem por 
objetivo trazer informações que ajudem a complementar os demais dados 
constantes no Balanço Patrimonial e na Demonstração de Resultado de 
Exercício. Tais informações ajudam a detalhar as modificações ocorridas 
durante um exercício social, como no Capital Social, Reservas e Lucros ou 
Prejuízos Acumulados.
A publicação é obrigatória para companhias abertas, porém muitas 
empresas, mesmo não obrigadas, têm optado por substituir a DLPA pela 
DMPL, pois ela possibilita uma melhor compreensão dos fatos ocorridos, 
indicando claramente a formação e utilização de todas as reservas. 
A Demonstração dos 
Lucros ou Prejuízos 
Acumulados 
(DLPA) permite 
mostrar claramente 
o resultado do 
período, sendo 
sua movimentação 
e distribuição 
classificadas no 
saldo da conta de 
Lucros e Prejuízos 
Acumulados.
24
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
7 Demonstração Dos 
Fluxos de Caixa
No Brasil, a partir de 2008, a Demonstração de Fluxo de Caixa 
passou a ser obrigatória para as empresas de grande porte e 
sociedades anônimas. 
De acordo com Silva (2012), as companhias fechadas com patrimônio 
líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de 
reais), não serão obrigadas à elaboração e publicação da DFC.
A Demonstração do Fluxo de Caixa deve segregar as alterações ocorridas no 
exercício em, no mínimo, três fluxos de atividade:
• Atividades Operacionais – É a principal atividade que gera receita na empresa 
e atividades diferentes de financiamento e investimento.
• Atividades de Investimento – É referente à venda e aquisição de ativos a longo 
prazo e de outros investimentos que não constam no equivalente de caixa.
• Atividades de Financiamento – São classificadas como atividade operacional, 
que resultam em mudança no tamanho e na composição do capital próprio e 
no endividamento da entidade.
7.1 A Necessidade Da DFC
O que tem levado muitas empresas ao processo de falência é a falta de 
geração de caixa em quantidade suficiente para financiar suas operações. Isso 
quer dizer que nem sempre uma empresa consegue gerar caixa suficiente, 
mesmo sendo lucrativa.
A empresa que mantém continuamente atualizado o seu fluxo de caixa 
ajuda em uma melhor elaboração do planejamento financeiro, propiciando que no 
momento certo a organização possa contrair empréstimos para cobrir a falta de 
fundos ou aplicar no mercado financeiro o excesso de dinheiro, proporcionando 
maior rendimento à empresa.
Informações históricas dos fluxos de caixa são frequentemente usadas como 
indicador do valor, época e grau de segurança dos fluxos de caixa futuros. Também 
“são úteis para verificar a exatidão das avaliações feitas no passado, dos fluxos de 
caixa futuros, assim como para examinar a relação entre a lucratividade e os fluxos 
de caixa líquidos e o impacto de variações de preço” (SILVA, 2012, p. 56).
Demonstração de 
Fluxo de Caixa 
passou a ser 
obrigatória para 
as empresas 
de grande porte 
e sociedades 
anônimas.
25
Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 
7.2 Métodos de Elaboração 
da DFC
É o único demonstrativo elaborado com base em regime de caixa, os outros 
são de acordo com o Princípio da Competência de Exercício.
A Demonstração de Fluxo de Caixa deve apresentar o fluxo de caixa e 
equivalentes de caixa, de financiamento e de investimentos e seu efeito líquido 
sobre os saldos de caixa, em determinado período. Podendo ser obtida de forma 
direta ou indireta. 
7.2.1 Método Direto
São apresentados os fluxos por seus valores brutos, facilitando a visualização 
e compreensão do fluxo financeiro, apresentando os pagamentos e recebimentos 
resultantes das atividades operacionais, ajudando na avaliação do comportamento 
do seu nível de solvência.
7.2.2 Método Indireto
A demonstração dos recursos gerados pela empresa é feita através da 
concordância do Resultado Líquido do Exercício com a variação do caixa. Para 
compor esta relação, são aplicados os seguintes ajustes: 
- Expurgo dos efeitos das transações incluídas na 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) que não 
afetaram o caixa, por exemplo, Depreciação, Resultados de 
Equivalência Patrimonial e Imposto de Renda Diferido; e
- Expurgo das variações dos ativos e passivos por representarem 
valores relativos às transações de caixa decorridas antes ou 
após o período de apuração do resultado (SILVA, 2012, p. 57).
7.3 Modelos de DFC
Os modelos de Demonstração de Fluxo de Caixa a seguir são demonstrações 
de uma empresa que não é uma instituição financeira.
26
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
QUADRO 5 – MODELO DE DFC - MÉTODO DIRETO
QUADRO 6 – MODELO DE DFC - MÉTODO INDIRETO
Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Direto 20X2
Fluxos de caixa das atividades operacionais
Recebimento de clientes
Pagamentos a fornecedores e empregados
Caixa gerado pelas operações
Juros pagos
Imposto de renda e contribuição social pagos
Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos
Caixa líquido proveniente das atividades operacionais
Fluxos de caixa das atividades de investimento
Aquisição da controlada X líquido do caixa incluído na aquisição
Compra de ativo imobilizado 
Recebido pela venda de equipamento
Juros recebidos
Dividendos recebidos
Caixa líquido usado nas atividades de investimento
Fluxos de caixa das atividades de financiamento
Recebido pela emissão de ações
Recebido por empréstimo a longo prazo
Pagamento de passivo por arrendamento
Dividendos pagos
Caixa líquido usado nas atividades de financiamento
Aumento líquido de caixa e equivalente de caixa
Caixa e equivalente de caixa no início do período
Caixa e equivalente de caixa no fim do período
30.150
_____(27.600)
2.550
(270)
(800)
_______(100)
1.380
(550)
(350)
20
200
________200
(480)
250
250
(90)
______(1.200)
(790)
110
120
230
FONTE: Silva (2012, p. 51)
Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Indireto 20X2
Fluxos de caixa das atividades operacionais
Lucro líquido antes do imposto de renda e contribuição social
Ajustes por:
Depreciação
Perda cambial
Renda de Investimentos
Despesas de Juros
Aumentos nas contas a receber de clientes e outros
Diminuição nos estoques
Diminuição nas contas a pagar – fornecedores
3.350
450
40
(500)
_________400
_______3.740
(500)
1.050
______(1.740)
27
Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 
FONTE: Silva (2012, p. 51)
Caixa proveniente das operações
Juros pagos
Imposto de renda e contribuição social pagos
Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos
Caixa líquido proveniente das atividades operacionais
Fluxos de caixa das atividades de investimento
Aquisição de controlada X menos caixa líquido incluído na aquisição
Compra de ativo imobilizado
Recebimento pela venda de equipamento
Juros recebidos
Dividendos recebidos
Caixa líquido usado nas atividades de investimento
Fluxos de caixa das atividades de financiamento
Recebimento pela emissão de ações
Recebimento por empréstimos a longo prazo
Pagamento de obrigações por arrendamento
Dividendos pagos
Caixa líquido usado nas atividades de financiamento
Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa
Caixa e equivalentes de caixa no início do período
Caixa e equivalentes de caixa no fim do período
2.550
(270)
(800)
_______(100)
(1.380)
(550)
(350)
20
200
________200
(480)
250
250
(90)
______(1.200)
(790)
110
120
230
8 Demonstração do Valor 
Adicionado
A partir de 2008, a Demonstração de Valor Adicionado passa a ser obrigatória 
para as empresas anônimas de capital aberto,devendo declarar o capital gerado 
pela companhia e sua distribuição entre acionistas, financiadores, empregados, 
governo e outros, que contribuíram para gerar esse capital.
A LSA não detalha os itens que deverão compor este novo demonstrativo 
contábil. Por sua vez, o CPC 09 determina que a distribuição da riqueza criada deve 
ser detalhada, minimamente, da seguinte forma, conforme Silva (2012, p. 62):
a) Pessoal e encargos.
b) Impostos, taxas e contribuições.
c) Juros e aluguéis.
d) Juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos.
e) Lucros retidos/prejuízos do exercício.
28
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
Atividade de Estudos:
 1) Conceitue Lucro Operacional.
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
 2) Conceitue passivo e comente sobre qual é a sua ordem de 
classificação.
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
9 Algumas Considerações
O cenário atual das organizações é competitivo e exige respostas rápidas e 
eficazes. A análise de demonstrativos é um dos mais importantes instrumentos 
para o empresário, por antecipar as necessidades das empresas. Através desse 
instrumento podemos perceber como as decisões refletem nos resultados das 
empresas e, consequentemente, no seu caixa. Essas análises facilitam a tomada 
de decisões pelo empresário, através do planejamento e controle dos recursos 
financeiros, aumento ou queda nas entradas e saídas de caixa, visualizar as 
necessidades de capital de giro.
A maioria das empresas possui algum tipo de controle, como balanço 
patrimonial e demonstrativos de resultado. Todavia, apesar de ter seu uso 
incentivado, ainda é pouco utilizado nas empresas como instrumento de 
planejamento e orçamento.
29
Demonstrativos Financeiros Capítulo 1 
Através dessas demonstrações financeiras, qualquer organização pode 
planejar seu futuro, elaborar seu orçamento, rever as finanças e ajustá-las quando 
necessário, podendo rever seus orçamentos conforme forem acontecendo.
Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. 6. ed. São Paulo: 
Atlas, 2012. 762 p., il.
GROPPELLI, Angelico A.; NIKBAKHT, Ehsan. Administração financeira. 2. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2002. xv, 496 p, il. (Essencial).
MAGALHÃES, Antonio de Deus Farias; LUNKES, Irtes Cristina; MÜLLER, Aderbal 
Nicolas. Auditoria das organizações: metodologias alternativas ao planejamento 
e a operacionalização dos métodos e das técnicas. São Paulo: Atlas, 2001.
MATARAZZO, Dante C. (Dante Carmine). Análise financeira de balanços: 
abordagem básica e gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MATARAZZO, Dante C. (Dante Carmine). Análise financeira de balanços: 
abordagem gerencial. 7. ed. de acordo com as Leis n. 11.638 e 11.941. São 
Paulo: Atlas, 2010.
MORANTE, Antonio Salvador. Contabilidade: noções para análise de resultados 
e balanço patrimonial da empresa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
MÜLLER, Aderbal Nicolas. Contabilidade básica: fundamentos essenciais. São 
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
SILVA, Alexandre Alcântara da. Estrutura, análise e interpretação das 
demonstrações contábeis. 3. ed. ampl. e atual conforme Lei nº 11.638/07 e Lei 
nº 11.941/09 e pronunciamentos do CPC. São Paulo: Atlas, 2012.
30
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
CAPÍTULO 2
Uso Dos Demonstrativos 
Financeiros
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Conhecer as características de cada um dos indicadores das demonstrações 
financeiras.
� Usar os demonstrativos financeiros no processo decisório das organizações.
32
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
33
Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 
1 Contextualização
A análise das demonstrações financeiras desperta enorme interesse tanto 
para os administradores internos de empresa (contabilidade, financeiro), como 
para outros segmentos (setor agrícola ou de mineração, com suas commodities), 
por ser um dos estudos mais importantes da administração financeira.
A seguir será apresentado todo o instrumento básico para análise de 
desempenho geral, identificar resultados retrospectivos e prospectivos, avaliação 
interna e indicadores.
Neste capítulo serão evidenciadas as características legais e econômicas 
brasileiras e sua atuação sobre o processo de análise.
2 Diferenças Absolutas
A diferença absoluta é uma análise que normalmente é a primeira a ser 
feita, através do uso de planilhas eletrônicas, não necessariamente para todas as 
contas ou grupo de contas (SILVA, 2012). Através da análise vertical e horizontal, 
é possível identificar o desempenho da empresa, fazendo comparações de 
períodos diferentes (análise horizontal), quando comparamos um ano com outro. 
No entanto, também podem ocorrer comparações dentro do mesmo período 
(análise vertical), quando comparamos uma conta com outra (por exemplo, 
quando comparamos o valor da conta do passivo com a do ativo).
3 Análise Horizontal
Na análise horizontal é possível acompanhar a evolução de uma conta ou 
de um grupo de contas em períodos consecutivos. Esta análise é importante 
para se construir uma série histórica, pois essencialmente trabalha com efeitos 
e dificilmente revela as causas das mudanças, e fundamentalmente ajuda no 
estudo de tendências. Através dela é possível a avaliação de vários itens de cada 
demonstração financeira em intervalos consecutivos de tempo. Por exemplo, a 
venda de um determinado produto nos últimos três anos é facilmente avaliada e 
interpretada mediante o estudo da análise horizontal.
Como exemplo, veja abaixo a evolução de vendas e lucro bruto de uma 
companhia de bebidas e refrigerantes, conforme demonstrações nos exercícios.
34
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DAS VENDAS
QUADRO 2 – VENDAS DA EMPRESA
FONTE: Assaf Neto (2012)
FONTE: Assaf Neto (2012)
31-1-X0 ($ MIL) 31-1-X1 ($ MIL) 31-1-X2 ($ MIL)
Vendas Líquidas 8.087 9.865 11.572
Lucro Bruto 2.512 2.982 3.612
Relacionando cada resultado obtido em determinada data com o analisado 
em data anterior, escolhido como data-base e multiplicando por 100. Considerando 
31-1-X0 como data-base, temos o seguinte progresso dos resultados.
Para Assaf Neto (2012, p.105), tomando-se como base a data de 31-1-X0, as 
vendas da empresa apresentaram número-índice de 122,0 [($ 9.865/$ 8.087)] em 
31-1-X1, e de 143,1 [($ 11.572/$ 8.087) x 100] em 31-1-X2.
31-1-X0
($ MIL)
AH (Nº
ÍNDICE
31-1-X1
($ MIL)
AH (Nº
ÍNDICE
31-1-X2
($ MIL)
AH (Nº
ÍNDICE
Vendas Líquidas 8.087 100,0(Base) 9.865 122,0 11.572 143,1
Lucro Bruto 2.512 100,0(Base) 2.982 118,7 3.612 143,8
As receitas operacionais líquidas cresceram 1,22 vez e 1,43 vez em 31-1-X1 
e 31-1-X2, respectivamente, tomando como base os valores de 31-1-X0.
Analisando os valores indicados, vemos que o desempenho da empresa 
em 31-1-X1 esteve aquém do apresentado em 31-1-X2. O crescimento do custo 
de produção foi maior que suas receitas e o lucro bruto absorvendo parte dessa 
diferença. A situação se inverte em 31-1-X2, observa-se a evoluçãomaior do lucro 
bruto em relação às receitas operacionais.
Tomando-se como base 31-1-X1, o crescimento desses valores ratifica essa 
colocação, tendo as vendas líquidas crescido 1,17 vez e o lucro bruto 1,21 vez.
Importante salientar que os valores estejam convertidos em moedas de igual 
capacidade de compra, para que sejam apuradas as evoluções reais.
4 Análise Vertical
A análise vertical verifica a estrutura das demonstrações, 
permitindo a identificação de uma conta dentro do conjunto no Balanço 
Patrimonial ou na Demonstração do Resultado.
A análise vertical 
verifica a estrutura 
das demonstrações, 
permitindo a 
identificação de uma 
conta dentro do conjunto 
no Balanço Patrimonial 
ou na Demonstração do 
Resultado.
35
Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 
FONTE: Assaf Neto (2012)
Por exemplo, tomando como base os valores dos ativos e passivos de cada 
final de exercício social de X0, X1 e X2 da S.A. Siderúrgica, nesta análise vertical, 
verifica-se facilmente o ativo e passivo da empresa, complementando a análise 
horizontal vista anteriormente.
QUADRO 3 – ANÁLISE VERTICAL
31-12-X0
($)
AV
(%)
31-12-X1
($)
AV
(%)
31-12-X2
($)
AV
(%)
Ativo Circulante 4.585 50 3.922 46 3.732 44
Realizável a Longo Prazo 739 8 872 10 952 11
Ativo Permanente 3.936 42 3.783 44 3.826 45
Ativo/Passivo Total 9.260 100 8.577 100 8.510 100
Passivo Circulante 4.012 43 3.624 42 3.917 46
Exigível a Longo Prazo 2.102 23 2.031 24 1.629 19
Patrimônio Líquido 3.147 34 2.923 34 2.964 35
Verificando o ativo total da empresa, podemos observar que houve um 
decréscimo dos investimentos de curto prazo, iniciando com 50% em X0, passando 
para 46% em X1 e depois para 44% em X2. De acordo com Assaf Neto (2012, p. 
111), “evidencia-se mediante esses resultados, maior preferência (ou necessidade) 
da empresa por ativos a longo prazo em detrimento dos de curto prazo”.
A análise vertical permite visualizar, dando mais ênfase em recursos próprios 
(patrimônio líquido) em relação aos recursos de terceiros (exigível a longo prazo).
Levando em conta a diferença de índices de inflação, é preciso tomar grande 
cuidado na análise vertical, tendo em vista que a inflação tende a prejudicar a 
comparação dos balanços sucessivos.
5 Análise Horizontal e Vertical do 
Balanço Patrimonial
A seguir veremos alguns aspectos que podemos observar na análise 
horizontal e vertical dos grupos patrimoniais e principais grupos de contas. A partir 
dessa análise, poderão ser avaliados os demais indicadores, ciclo operacional ou 
atividade, liquidez, estrutura de capital e rentabilidade.
Apresentaremos a extração dos percentuais que comporão a análise 
horizontal e vertical das contas do Ativo (SILVA, 2012).
Análise horizontal e vertical do Balanço Patrimonial (Ativo) da Cia. Lucro 
Certo (SILVA, 2012):
36
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
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37
Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 
5.1 Ativo Circulante (AC)
Deve ser comparado com os percentuais de variação (horizontal) do Ativo 
não Circulante/Realizável a Longo Prazo (RLP) com as variações identificadas 
no Ativo Circulante (AC).
Uma companhia que tem a RLP superior ao AC pode ter problemas com 
liquidez. Também é importante verificar o circulante e o realizável a longo 
prazo (análise vertical), porque se houver aumento nas contas a receber e nos 
estoques, pode comprometer a liquidez imediata e seca.
• Contas a receber a curto prazo: Deve ser observada a evolução dessas 
contas, comparando-as com as de períodos anteriores. Qualquer mudança 
pode revelar, por exemplo, mudança na política de vendas a prazo. Também 
deve ser observado se o saldo de contas a receber acompanha a taxa de 
crescimento de vendas (DRE), podendo identificar mudanças na política de 
prazos concedidos.
• Estoques: Ao analisar os estoques, é preciso estar atento aos seguintes 
itens: Giro de Estoques e Índice de liquidez Seca. Se uma empresa tem 
boa Liquidez Corrente e tiver uma baixa rotação do estoque, pode ter sérios 
problemas, por isso é importante analisar a Liquidez Seca, para se garantir 
que não há algum desvio no indicador da empresa em relação a seu índice 
de liquidez seca. Se uma empresa apresenta o estoque muito alto comparado 
com as outras contas, isso pode significar excesso de compra ou produção 
ou estoque de itens obsoletos.
5.2 Ativo Não Circulante – 
Realizável a Longo Prazo (RLP)
Para Silva (2012, p. 122), “quando o saldo das contas que compõem este 
grupo patrimonial aumenta de um exercício para outro, pode estar apresentando a 
transferência de recursos do curto prazo, e, quando diminui, representa remessas 
para o curto prazo”. Seu aumento pode decorrer também do aumento das vendas 
a prazo, do aumento dos prazos concedidos ou do baixo giro (ineficácia) da 
carteira de cobrança. Na redução, raciocina-se de forma inversa.
38
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
5.3 Ativo Não Circulante – 
Permanente (AP)
Deve ser verificado junto com o Passivo Não circulante/Exigível a Longo 
Prazo e o Patrimônio Líquido, por meio da análise da estrutura de capital. É 
possível também identificar quanto dos recursos não correntes da empresa será 
aplicado no AP, por meio da análise do grau de imobilização. Se uma empresa 
investe muito no AP, mais ela fica dependente do capital de terceiros para o seu 
capital de giro.
5.4 Passivo Circulante (PC)
As modificações encontradas no PC devem ser comparadas com os 
percentuais de variação (horizontal e vertical) do Passivo não Circulante/Exigível 
a Longo Prazo (ELP).
5.5 Passivo Não Circulante – 
Exigível A Longo Prazo (ELP)
Caso o ELP apresente aumento no saldo das contas de um exercício para 
outro, pode ser derivado de novos recursos de longo prazo e sua diminuição 
na reclassificação de valores para o curto prazo. Uma empresa que tem o ELP 
alto, significa que obtém financiamentos de longo prazo, os quais deverão ser 
identificados como: aquisição de máquinas ou equipamento ou renovação da frota, 
projeto de ampliação das instalações, ou seja, imobilizações (Ativo Permanente). 
Para conhecer a natureza das dívidas, o analista deverá ser criterioso, e procurar 
identificar as contas que compõem este grupo através da análise vertical.
5.6 Patrimônio Líquido (PL)
O PL pode ser identificado na evolução de seus saldos de Contas (PL), e 
também no referido grupo patrimonial, através da Demonstração das Mutações 
do Patrimônio Líquido (DMPL), na qual podem ser identificadas alterações dentro 
do exercício social nas contas do PL. A DMPL é indispensável na análise da 
evolução do PL, por trazer informações que complementam a Demonstração de 
Resultado e no Balanço Patrimonial. O crescimento do PL de um exercício para 
39
Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 
outro é um indicativo positivo na análise econômica. Quanto maior a participação 
do PL for nas fontes de recursos, menos a empresa será dependente de capital 
de terceiros.
6 Análise Horizontal e Vertical da 
Demonstração do Resultado do 
Exercício
A análise deve iniciar com a observação do progresso do comportamento 
das principais contas da Demonstração de Resultado e também dos indicadores a 
ela relacionados. Devem ser considerados, na análise vertical da DRE, o aumento 
das receitas e o controle sobre custos e despesas, descontando a inflação do 
período.
Para Silva (2012, p. 124), o analista deve estar bastante atento ao nível de 
variação horizontal no volume de faturamento bruto, pois é necessária extrema 
cautela para extrair conclusões quando ocorrer uma variação brusca das vendas 
e não houver proporcionalidade com a evolução dos custos e despesas.
Veja a seguir a Análise horizontal e vertical da Demonstração do Resultado 
do Exercício da Cia. Lucro Certo (SILVA, 2012):
40
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
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41
Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 
6.1 Receita Bruta
Busca identificar os motivos que determinam seu crescimento ou queda, 
através da análise da receita bruta ao longo dos períodos e a sua evolução. 
Podendo identificar, por exemplo, novos produtos, novos mercados, aumento 
considerável no volume de vendas ou dos preços das mercadorias, perda de 
grandes clientes, fechamentos de filiais, sinistros, etc.
6.2 Custo Dos Produtos Vendidos
Busca verificar se a empresa se manteve no mesmo nível dos custos em 
relação à sua receita bruta (análise vertical). Caso haja variações, o analista deve 
identificar quais as possíveis causas determinantes, por exemplo, uma empresa que 
tenha um faturamento aumentado e custos reduzidos significa que está sendo bem 
administrada, significando ainda que na aquisição de matéria-prima, mercadorias 
para revenda e demais custos foram devidamente considerados pela boa gestão.
6.3 Lucro Bruto
Através das ocorrências verificadas na Receita Bruta e Custos dos Produtos 
Vendidos, poderá ser analisado o lucro bruto.
6.4 Despesas Operacionais
O analista deve verificar as variações ocorridas nas principais contas 
demonstradas, pois as despesas operacionais revelam de forma direta a 
preocupação da empresa em lidar com a gestão dos negócios. Normalmente é 
nesse grupo de contas que verificamos a capacidade dos administradores em 
promover os saneamentos porventura necessários.
6.5 Lucro Operacional
O Lucro operacional, segundo Silva (2012, p. 126), “é o resultado das políticas 
de vendas, de custos e de controle das despesas, demonstrados nos itens 
anteriores”. É interessante a análise do Lucro Operacional expurgando os efeitos 
das Receitas e Despesas Financeiras, já que uma empresa pode possuir uma 
42
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
forte lucratividade operacional e, ao finalizar a apuração do resultado, apresentar 
uma forte redução no seu lucro líquido, ou até mesmo findar o exercício com 
prejuízos em decorrência da má gestão dos seus custos operacionais, inclusive 
dos encargos financeiros. Junto com a análise do Lucro Operacional, o analista 
deve avaliar também a capacidade da empresa em gerar caixa, através da análise 
EBITDA, cuja apuração será abordada mais à frente. Além dessa providência, 
poderá proceder à reclassificação das contas que compõem a DRE, de forma a 
melhor identificar os elementos acima descritos.
O acrônimo EBITDA significa Lucros antes de Juros, Impostos, 
Depreciação e Amortização, que é a tradução da expressão em 
inglês Earnings before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization.
O cálculo do EBITDA permite conhecer quanto a companhia 
está gerando de caixa com base exclusivamente em suas atividades 
operacionais, desconsiderando os impactos financeiros e dos 
impostos.
Fonte: Disponível em: <https://www.dicionariofinanceiro.
com/ebitda/>. Acesso em: 13 ago. 2018.
6.6 Receitas e Despesas Financeiras
É bastante acentuada nas empresas com problemas de capital de giro 
próprio, por refletir a política de captação de recursos junto a terceiros. 
6.7 Lucro Líquido
Aqui se encontra o principal elemento para avaliar o nível de rentabilidade 
da companhia, realizando comparações entre o Ativo Total, Patrimônio Líquido e 
Vendas Líquidas. Por exemplo, analisar a rentabilidade de uma empresa, sendo a 
rentabilidade adequada e a liquidez não, precisarão ser verificados os quocientes 
de rotatividade, como contas a receber, giro de estoque e fornecedores, e também 
os quocientes de endividamento.
43
Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 
6.8 Lucros Distribuídos
É opcional, mas também é obrigatória por determinação legal ou estatutária. 
Uma empresa que enfrente dificuldades com seu capital de giro não deveria 
promover distribuição de lucros.
7 Análise Horizontal e Vertical 
da Demonstração dos Fluxos de 
Caixa
Análise horizontal e vertical da demonstração dos fluxos de caixa, 
segundo Silva (2012, p. 127), “evidenciaas alterações ocorridas, durante 
o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, estruturando 
a informação em três fluxos de atividades: atividades operacionais, 
atividades de investimento e atividades de financiamento”.
Através dessa análise será possível:
Horizontalmente
• Verificar o crescimento ao longo do tempo dos componentes que contribuíram 
na geração e desembolsos dos recursos que percorreram na empresa, sejam 
eles consequência de atividade financeira, operacional ou de investimento.
Verticalmente
• Distinguir a participação de cada aplicação de recursos e fonte na estrutura da 
demonstração.
• Identificar a participação de cada elemento em termos percentuais do fluxo 
de geração e aplicação de recursos dentro da estrutura de investimento, 
operacional ou de financiamento.
• Entender as principais variações acontecidas dentro do fluxo de caixa ao longo 
dos exercícios analisados.
Análise horizontal 
e vertical da 
demonstração dos 
fluxos de caixa, 
evidencia as 
alterações ocorridas, 
durante o exercício, 
no saldo de caixa 
e equivalentes de 
caixa.
44
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
8 Análise Horizontal e Vertical 
da Demonstração do Valor 
Adicionado
A demonstração do valor adicionado comprova o valor da riqueza gerada pela 
empresa e sua distribuição entre os elementos responsáveis por tais riquezas, 
como: financiadores, acionistas, empregados, governo e outros.
 
A análise dessa demonstração permitirá identificar:
Horizontalmente
• O desenvolvimento dos elementos geradores de riqueza e sua destinação ao 
longo do tempo.
Verticalmente
• A participação de cada fonte de geração de receita no total de cada exercício.
• A participação dos gastos na compra de insumos de terceiros.
• A participação de outras fontes de recursos, por exemplo, receitas financeiras.
• Os gastos com amortização, depreciação e exaustão.
• O percentual de distribuição do valor adicionado com: impostos, pessoal, taxas 
e contribuições, remuneração de capitais próprios e remuneração de capital de 
terceiros.
9 Análise Através de Índices ou 
Quocientes
Conforme Silva (2012, p. 110), além da análise horizontal e vertical, “faz-se 
necessária apuração de quocientes ou índices que forneçam uma ampla visão 
da situação econômica, financeira e patrimonial da empresa”. A análise deve ser 
realizada através da construção de série histórica de índices, apurados através 
da relação entre contas ou grupos de contas que integram as demonstrações 
contábeis.
 
Na prática, os rendimentos das informações obtidas não são proporcionais à 
quantidade de índices analisados, por isso, o analista deverá ser cuidadoso, não 
se estendendo na análise de muitos índices.
45
Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 
10 Outras Metodologias 
Complementares
O analista deverá proceder análises sobre a situação financeira através das 
seguintes metodologias:
• Análise da alavancagem.
• Determinação do grau de insolvência, através de modelos estatísticos.
• Análise das necessidades de capital de giro.
• Análise da Demonstração dos Fluxos de Caixa.
• Análise da Demonstração do Valor Adicionado.
• Análise da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
• Análise fundamentalista.
• Análise do Balanço Social.
• Análise de EBITDA.
10.1 Análise Da Alavancagem
De acordo com Silva (2012), através dessa análise é possível determinar o 
resultado do uso de ativos ou fundos a custo fixo para ampliar os retornos dos 
investimentos pelos proprietários e acionistas da empresa, medindo os graus de 
alavancagem operacional, financeira e total.
10.2 Análise Das Necessidades de 
Capital de Giro (Ncg)
Esta análise busca identificar o montante de recursos que a empresa precisa em 
função do seu ciclo financeiro. Permite também identificar a situação financeira da 
empresa, expondo o nível de recursos necessários para manter o giro de negócios.
10.3 Determinação de Grau de 
Insolvência Através de Modelos 
Estatísticos
O estado de insolvência de uma empresa pode ser definido quando os seus 
ativos forem inferiores ao valor dos seus passivos (Passivo a Descoberto), resultando 
na incapacidade de pagar as suas obrigações financeiras na data de seu vencimento.
46
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
10.4 Análise da Demonstração Dos 
Fluxos de Caixa (DFC)
Esta análise permite mostrar a capacidade da empresa em gerar caixa por 
meio de suas atividades operacionais, identificando também como a organização 
está financiando os seus investimentos e necessidades de capital de giro. O 
analista conseguirá perceber, através dos fluxos de caixa financeiros, operacionais 
e de investimento, a competência da empresa no uso dos recursos gerados 
decorrentes das atividades operacionais.
10.5 Análise da Demonstração Das 
Mutações do Patrimônio Líquido 
(DMPL)
Essa análise favorece a compreensão do crescimento do capital próprio 
em determinado período, do status das reservas obrigatórias, da distribuição do 
resultado do exercício, bem como a rentabilidade efetiva dos acionistas, por meio 
de análises vertical e horizontal dos saldos das contas e do total das mutações.
10.6 Análise da Demonstração do 
Valor Adicionado (DVA)
Através da análise da demonstração do valor adicionado, é possível 
determinar a capacidade da empresa em gerar riqueza. Silva (2012) destaca que 
através da análise da DVA é possível obter:
• O nível de contribuição de uma empresa para a riqueza regional ou setorial.
• Conferir a contribuição da empresa à sociedade em geral por meio de 
pagamento de impostos ao governo. 
• Permitir às empresas determinarem o grau de participação da mão de obra na 
geração de sua riqueza.
As possibilidades de utilização de indicadores são variadas, em que 
destacamos, conforme Silva (2012):
• Utilização do valor adicionado como medida de profundidade (Valor adicionado/
Número de empregados).
47
Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 
• Quociente entre mão de obra e valor adicionado ou vice-versa.
• Quociente entre valor adicionado e faturamento.
• Quociente entre valor adicionado e ativo total.
• Quociente entre a remuneração do capital e o financiamento do ativo total.
• Quociente entre gastos com pesquisa e desenvolvimento e valor adicionado.
• Quociente entre valor adicionado do ano e do ano anterior.
• Quociente entre gastos com pessoal e valor adicionado.
• Quociente entre gastos com impostos e valor adicionado.
• Quocientes entre gastos com juros e aluguéis e valor adicionado.
• Quocientes de lucros retidos e dividendos e valor adicionado.
10.7 Análise do Balanço Social
Neste relatório são armazenados dados obtidos a partir das demonstrações 
contábeis, um exemplo é a própria DVA.
10.8 Análise Fundamentalista
É um método no qual os alvos são os indicadores de rentabilidade e a 
performance de suas ações no mercado de capitais, é principalmente usada 
pelos analistas do mercado de capitais. A partir da análise histórica é possível 
fazer projeções quanto ao comportamento de preços de ações, estudando as 
particularidades de cada empresa.
O objetivo do analista é dar suporte à tomada de decisão de investidores 
em relação às ações que devem ser vendidas ou compradas, com isso, deverá 
utilizar as demonstrações contábeis da companhia e reunir ao máximo dados 
macroeconômicos e informações setoriais.
Normalmente esta análise é chamada de “Análise Técnica” ou “Análise 
Gráfica”, ou seja, é realizada por meio do estudo de gráficos referentes às 
tendências no volume de ações negociadas e cotação de preços, facilitando ao 
analista determinar, mediante a observação das curvas, suas provisões sobre o 
comportamento futuro dos volumes e preços.
A Teoria de Dow é a principal teoriausada pelos “grafistas” na interpretação 
destes gráficos. Esta teoria foi baseada em dois pressupostos:
• As alterações diárias que ocorrem nos índices consideram o julgamento de todos 
os investidores. Portanto, essas alterações descontam tudo o que pode afetar a 
oferta e a demanda de ações. “Os preços descontam tudo” (SILVA, 2012, p. 113).
48
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
• O mercado apresenta movimentos oscilatórios de três amplitudes distintas: longo 
prazo, compreendendo períodos de um ano ou mais; médio prazo, com duração 
de três semanas a alguns meses, e curto prazo, com duração de seis dias a três 
semanas (SILVA, 2012).
Esta análise trabalha basicamente o estudo de tendências de vários 
indicadores, dentre os quais, destacamos os principais:
a) P/L (Preço/Lucro): Este indicador demonstra o prazo de retorno do investimento. 
É apurado mediante a divisão do valor da cotação de um determinado papel, 
em certo momento, pelo lucro líquido por ação proporcionado pela empresa. 
Por exemplo, quanto mais baixo for o P/L, mais aconselhável será realizar 
aquisições das ações verificadas, e vice-versa.
P/L = 
Valor de cotação da ação 
Lucro por Ação
b) Lucro por Ação (LPA): Demonstra a rentabilidade das ações em relação ao 
seu preço de mercado, revelando assim a rentabilidade anual do investidor 
(SILVA, 2012, p. 144).
c) Dividend Yield (LPA): Esta é uma medida para determinar o ganho real, pois 
confirma qual o percentual de rentabilidade que o acionista conseguiria na sua 
parte de capital da empresa. Através desta é possível conhecer quantas ações 
seria possível comprar, em determinado tempo, pela sua cotação corrente, 
com o valor total da remuneração paga aos acionistas.
LPA = 
Lucro Líquido
 x 100
Número de ações
DY = 
Dividendo por Ação
x 100
Valor de cotação da ação
c) Valor Patrimonial por Ação (VPA): Demonstra o vínculo entre o número de 
ações do capital e o PL. É chamado também de valor nominal da ação.
VPA = 
Patrimônio Líquido
Número de ações
49
Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 
d) Pay-out: Possibilita verificar a eficácia da empresa em gerar lucros suficientes 
para os pagamentos de dividendos. Também representa o quanto a empresa 
distribuiu de dividendos em relação ao lucro gerado.
Pay-out = 
Dividendo pago por Ação
Lucro por Ação
10.9 Análise de Ebitda
A EBITDA corresponde em inglês, Earnings Before Interest, Taxes, 
Depreciation and Amortization, significa lucros antes de juros, impostos, 
depreciação e amortização, conhecido como LAJIDA.
No Brasil é conhecido como LAJIDA e LAJIR. O LAJIR (Lucro antes dos Juros 
e Impostos sobre a renda incluindo contribuição Social sobre o Lucro Líquido) e 
LAJIDA (Lucro antes de Juros, Impostos sobre a Renda incluindo Contribuição 
Social sobre o Lucro Líquido, Depreciação e Amortização).
A divulgação no Brasil vem sendo feita pela maioria das empresas de capital 
aberto, mesmo não sendo obrigatória.
O EBITDA, para Silva (2012), não representa o volume monetário efetivo 
que ingressou no caixa da empresa, já que pelo regime de competência nem 
todas as despesas podem estar efetivamente pagas quando da apuração do 
resultado. O EBITDA deve ser visto como um indicador do potencial de geração 
de caixa proveniente de ativos operacionais. O que se quer com o EBITDA é o 
valor do caixa, ou melhor, do potencial de geração de caixa (portanto, valores 
antes de se considerarem as depreciações) produzido pelos ativos genuinamente 
operacionais (excluindo-se então as receitas financeiras que, neste caso, não são 
o objetivo da empresa), sem os efeitos decorrentes da forma de financiamento da 
empresa (portanto, excluindo-se também as despesas financeiras) e antes dos 
efeitos dos tributos sobre o resultado (Imposto de Renda e Contribuição Social 
sobre o Lucro, no caso brasileiro).
Muito se tem comentado sobre a utilização, por consideração quanto à visão 
deste indicador como uma medida confiável. Isso se deve porque em seu valor 
não estão computados os impactos do endividamento da empresa e as despesas 
financeiras a ele agregados, isto pode levar a uma falsa ideia de crescimento 
e potencial de geração de caixa, quando houver casos em que os valores de 
financiamento sejam consideráveis em relação ao volume total de capital de 
terceiros à disposição da empresa.
50
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
A análise deve ser feita, assim, como qualquer outro indicador, considerando 
uma série histórica, associando-se com outras medidas de desempenho.
Caso a empresa esteja com ocorrência prolongada do EBITDA negativo, 
pode-se dizer que ela esteja consumindo caixa ao invés de gerá-lo de forma 
capaz para manter suas atividades.
O EBITDA gerado deveria ser capaz o suficiente para o pagamento das 
despesas com juros e impostos sobre os lucros, e ainda sobrar para pagar os 
sócios com a distribuição de dividendos.
Atividade de Estudos:
 1) Conceitue análise vertical e horizontal.
 ____________________________________________________
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 2) Qual é o significado de EBITDA, e que tipo de análise ele 
proporciona para gestão.
 ____________________________________________________
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____________________________________________________
11 Algumas Considerações
O uso da análise vertical e horizontal é recomendado para todas as empresas, 
pois é um método que torna possível estabelecer as proporções entre cada 
elemento de um exercício social ou análise, através do crescimento percentual 
que concede a comparação por tendências positivas e negativas.
51
Uso Dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 2 
É um dos métodos mais simples de aplicação e também um dos mais 
importantes para avaliação do desempenho empresarial no que se refere à 
riqueza. 
Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. 6. ed. São Paulo: 
Atlas, 2012. 762 p., il.
GROPPELLI, Angelico A.; NIKBAKHT, Ehsan. Administração financeira. 2. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2002. xv, 496 p, il. (Essencial).
MAGALHÃES, Antonio de Deus Farias; LUNKES, Irtes Cristina; MÜLLER, 
Aderbal Nicolas. Auditoria das organizações: metodologias alternativas ao 
planejamento e a operacionalização dos métodos e das técnicas. São Paulo: 
Atlas, 2001.
MATARAZZO, Dante C. (Dante Carmine). Análise financeira de balanços: 
abordagem básica e gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MORANTE, Antonio Salvador. Contabilidade: noções para análise de resultados 
e balanço patrimonial da empresa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
SILVA, Alexandre Alcântara da. Estrutura, análise e interpretação das 
demonstrações contábeis. 3. ed. ampl. e atual. conforme Lei nº 11.638/07 e Lei 
nº 11.941/09 e pronunciamentos do CPC. São Paulo: Atlas, 2012.
52
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
CAPÍTULO 3
Padronização dos Demonstrativos 
Financeiros
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Analisar as padronizações dos demonstrativos financeiros.
� Aplicar as padronizações dos demonstrativos financeiros.
54
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
55Padronização dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 3 
1 Contextualização
O objetivo desse capítulo é analisar e aplicar as padronizações dos 
demonstrativos financeiros. As demonstrações financeiras precisam ser 
preparadas para análise para terem um formato padronizado previamente 
determinado. Ou seja, consiste em uma crítica (análise) às contas das 
demonstrações financeiras e também a transcrição delas quando necessário para 
um modelo.
2 Padronizações Das 
Demonstrações Contábeis
A LSA (Lei das S.A.) estabelece diretrizes, conforme Lei 6.404/ 76, os 
seus artigos 176 e 177 (PLANALTO, 2018), sobre a elaboração e publicação de 
demonstrações contábeis, conforme a seguir:
• Periodicidade: São formuladas no final de cada exercício social.
• Objeto: Deverá expressar com transparência a situação do patrimônio da 
empresa mediante as mutações acontecidas no exercício.
• Comparabilidade: Serão publicadas as demonstrações de cada exercício 
com a indicação dos valores referentes ao exercício anterior.
• Agrupamento de contas: As contas semelhantes poderão ser agrupadas nas 
demonstrações, os pequenos saldos poderão ser agregados, desde que não 
ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas e desde 
que indicada a sua natureza. Não será possível usar designações genéricas, 
como “contas correntes” ou “diversas contas”.
• Indicação da destinação dos lucros: Segundo a proposta dos órgãos da 
administração, no propósito de sua aprovação pela assembleia geral, as 
demonstrações financeiras precisarão registrar a destinação dos lucros. A 
Comissão de Valores Mobiliários poderá, sob avaliação, disciplinar de modo 
diverso esta forma de registro.
• Registros contábeis: A escrituração da empresa deverá ser mantida em 
registros permanentes, em conformidade aos preceitos da LSA, da legislação 
comercial e aos conceitos de contabilidade geralmente aceitos, devendo 
verificar critérios ou métodos contábeis iguais no tempo e registrar as mutações 
patrimoniais segundo o regime de competência.
• Registros extracontábeis: A empresa analisará unicamente em livros ou 
registros auxiliares, sem qualquer alteração na escrituração mercantil das 
demonstrações reguladas nesta Lei.
56
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
• Observância de normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM): 
Conforme o autor Silva (2012, p. 82), as demonstrações financeiras das 
companhias de capital aberto observarão, ainda, as normas expedidas pela 
CVM. A CVM, especialmente através dos Pareceres de Orientação nº 15/87 
e 18/90, estabelece procedimentos a serem observados pelas sociedades 
anônimas de capital aberto quanto à elaboração e publicação de demonstrações 
financeiras, notas explicativas, relatório da administração e pareceres de 
auditoria. A LSA, após alteração introduzida pela Lei nº 11.638/07, determina 
que as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários deverão ser 
elaboradas em consonância com os padrões internacionais de contabilidade 
adotados nos principais mercados de valores mobiliários.
• Responsáveis pela divulgação: As demonstrações financeiras deverão ser 
assinadas por contabilistas legalmente habilitados e pelos administradores.
• Crivo de Auditoria: Serão obrigatoriamente submetidas à auditoria por 
auditores independentes nelas registrados, todas as demonstrações contábeis 
das companhias de capital aberto.
• Companhias fechadas: Fica a critério das companhias fechadas querer ou 
não observar as normas sobre demonstrações financeiras expedidas pela 
Comissão de Valores Mobiliários para as companhias abertas.
3 Consolidação Das 
Demonstrações Contábeis
A companhia aberta que tiver mais de 30% (trinta por cento) do valor do seu 
patrimônio líquido representado por investimentos em sociedades controladas, 
conforme Lei 6.404/76, artigo 249 da LSA (PLANALTO, 2018), deverá elaborar 
e divulgar, juntamente com suas demonstrações financeiras, as demonstrações 
consolidadas, estabelecendo as regras a serem analisadas quando de sua 
elaboração.
A Lei 6.404/76 LSA (art. 243 – nova redação dada pela Lei nº 11.941/09) 
determina como controlada a sociedade na qual a controladora, expressamente 
ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe proporcionem, 
de modo duradouro, predominância nas deliberações sociais e o poder de nomear 
a maioria dos administradores. E no caso das coligadas, sociedades nas quais a 
investidora tenha influência significativa.
É caracterizada influência quando a investidora for titular de 20% (vinte por 
cento) ou mais do capital votante da empresa, sem controlá-la. Ou seja, considera-
se que há influência significativa quando a investidora detém ou exerce o poder 
de participar dos pareceres das políticas financeira ou operacional da investida, 
sem controlá-la.
57
Padronização dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 3 
Se forem exigidas pela Comissão de Valores Mobiliários, as companhias de 
capital aberto precisarão divulgar as informações adicionais sobre coligadas e 
controladas.
4 Qualidade Das Informações 
Contábeis
O processo de análise de demonstrações contábeis e dos relatórios 
e pareceres que as acompanham só alcançará bons resultados se estas 
informações tiverem boa qualidade. Por boa qualidade entende-se que 
expressem, conforme Silva (2012):
• Confiabilidade: com relatórios precisos e auditados.
• Abrangência: com a informação de todo o movimento da empresa.
• Objetividade: com destaque nos pontos mais importantes.
• Oportunidade: com dados atuais.
As demonstrações contábeis e demais unidades que lhe acompanham devem 
ser mostradas com o intuito de atender a duas exigências básicas, refletindo 
uma boa governança corporativa: dever de prestar contas (accountability) e 
transparência (disclosure).
Um dos meios para o atendimento destes requisitos de transparência e 
dever de prestar contas é o Relatório de administração e as Notas explicativas. A 
legislação ainda não impõe como obrigatório, mas muitas empresas apresentam 
informações e demonstrativos.
Para as companhias de capital aberto, já se tornou comum manter um 
departamento de atendimento direto aos investidores, denominado de RI 
(Relações com Investidores), fornecendo informações detalhadas e favoráveis 
quanto aos seus negócios.
Com a importância dada aos investidores, foi criado um IBRI (Instituto 
Brasileiro de Relações com Investidores). A missão do IBRI é incentivar e 
promover atividades de Relações com Investidores (RI) junto com as empresas e 
os profissionais ligados ao mercado de capitais no Brasil e no exterior, por meio da 
promoção de intercâmbio voluntário de experiências, informações e ideias sobre 
técnicas e métodos de RI entre os membros do Instituto, e estimular a adoção 
de padrões profissionais e éticos de conduta e trabalho dos membros ligados às 
atividades de RI.
O processo 
de análise de 
demonstrações 
contábeis e 
dos relatórios e 
pareceres que as 
acompanham só 
alcançará bons 
resultados se estas 
informações tiverem 
boa qualidade.
58
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
A Comissão de Valores Mobiliários pode estabelecer às companhias abertas 
que publiquem, com adiantamentos ou correções, demonstrações financeiras, 
informações ou relatórios divulgados. Essas determinações também são 
divulgadas no site da CVM.
Hoje, existem várias instituições com o intuito de premiar as melhores 
empresas que apresentarem seus relatórios anuais, atentando-se rigorosamente 
aos critérios de transparência. As principais premiações são:
• Troféu Transparência ANEFAC – FIPECAFI – SERASA EXPERIAN.
• Prêmio ABRASCA – Relatório Anual.
4.1 Troféu Transparência Anefac – 
Fipecafi – Serasa Experian
As empresas que poderão concorrer ao TroféuTransparência ANEFAC – 
FIPECAFI – SERASA EXPERIAN são aquelas com sede em território nacional, 
selecionadas entre as melhores e maiores organizações do Brasil, nas áreas 
de serviço, indústria e comércio, exceto serviços financeiros. Não há imposição 
quanto ao formato jurídico, podendo ser Ltda, S.A. etc. 
Para participarem, as empresas precisam ter divulgado as seguintes 
demonstrações e informações complementares:
• Demonstração do Resultado do Exercício.
• Balanço Patrimonial.
• Demonstração dos Fluxos de Caixa.
• Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
• Notas Explicativas.
A página da internet do Instituto Brasileiro de Relações com 
Investidores é <www.ibri.org.br>.
Para informações na página da internet da Comissão de Valores 
Mobiliários, acesse: <www.cvm.gov.br>.
59
Padronização dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 3 
• Relatório da Administração.
• Demonstrações Comparativas.
• Parecer dos Auditores Independentes.
Para as empresas ganharem o prêmio, são levados em conta alguns critérios 
relacionados à qualidade e grau de informações inclusas nas demonstrações e 
notas explicativas:
• Transparência nas informações prestadas.
• Qualidade e grau de informações inclusas nas demonstrações e notas 
explicativas.
• Aderência aos Princípios Contábeis.
• Qualidade do relatório da administração e sua consistência com as informações 
divulgadas.
• Apresentação da divulgação quanto a layout, legibilidade, concisão, clareza etc.
• Divulgação de aspectos relevantes, não exigidos legalmente, mas importantes 
para o negócio.
• Ressalvas no parecer dos auditores independentes, levando-se em conta suas 
naturezas.
4.2 Prêmio Abrasca – Relatório 
Anual
Poderão concorrer ao Prêmio ABRASCA – Relatório Anual as empresas de 
capital aberto ou fechado que tenham publicado seus relatórios anuais impressos 
ou on-line. Empresas que tenham divulgado relatórios unicamente em jornais não 
poderão concorrer.
De acordo com os organizadores e apoio da ABERJE, da ABVCAP, da 
ANBIMA, da AMEC, da ANEFAC, da ANDIMA, da APIMEC SÃO PAULO, da 
APIMEC NACIONAL, da BM&FBOVESPA, do IBEF SÃO PAULO, do IBGC, do 
IBRI, do IBRACON e do INI, o intuito do prêmio é incentivar o aperfeiçoamento 
da elaboração de relatórios com maior transparência, clareza, qualidade e 
quantidade de informações e caráter empreendedor, tanto no projeto gráfico 
quanto na apresentação expositiva.
Além das empresas com capital aberto e fechado, também existe uma 
categoria para organizações não empresariais, como fundações, associações de 
classe, instituições de ensino, igrejas, clubes, filantrópicas e similares.
Conforme a comissão julgadora, os prêmios são outorgados às empresas 
que melhor apresentarem os seus relatórios anuais, referente aos seguintes 
aspectos:
60
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
• Apresentação de informações não obrigatórias.
• Clareza e conteúdo das informações.
• Impressão geral do relatório.
• Caráter educativo do documento.
As empresas de qualquer categoria (abertas ou fechadas) poderão ser 
desclassificadas caso falte qualquer informação ou demonstração obrigatória por 
lei, ou, por instrução da CVM, do parecer da Auditoria Externa, a existência de 
“negativa de opinião” ou de “parecer adverso” da Auditoria Externa.
A Comissão Julgadora valorizará as empresas com relação às informações 
espontâneas, como:
• Análise do custo de capital total.
• Análise comparativa do DVA.
• Análise dos aspectos econômico-financeiros (MD&A).
• Aspectos socioambientais.
• Exposição sobre a estratégia global da organização/empresa.
• Ativos intangíveis.
• Gestão de risco.
• Fluxo de caixa.
• Informações sobre os mercados em que a empresa/organização atua; 
segmentação das vendas por áreas/ ou produtos/ ou serviços.
• Governança corporativa (práticas já adotadas ou em vias de adoção).
• Investimentos.
• Perfil da empresa (ou grupo) /organização.
• Mensagem de abertura do presidente do Conselho e / ou do presidente 
executivo.
• Quadro-resumo dos principais indicadores de desempenho operacional e 
financeiro, inclusive medidas de produtividade, nos últimos exercícios.
A Comissão Julgadora levará em conta, no caso das organizações não 
empresariais, os seguintes aspectos:
• Demonstrações financeiras.
• Desempenho da entidade na defesa dos interesses de seus associados.
• Atuação do setor e da entidade no campo socioambiental.
• Fluxo de caixa.
• Indicadores das atividades operacionais e financeiras.
• Relevância do setor em que atua para o desenvolvimento do país.
• Grau de representatividade da entidade em seu setor.
61
Padronização dos Demonstrativos Financeiros Capítulo 3 
Atividade de Estudos:
 1) Cite quais são as diretrizes da LSA (Lei das S.A.) sobre a 
elaboração e publicação de demonstrações contábeis. 
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
 2) Quais os requisitos esperados de uma qualidade de 
informações contábeis?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
5 Algumas Considerações
Quando alguma companhia publica suas demonstrações financeiras, mesmo 
estando expressas em moeda, essas demonstrações precisam ser padronizadas, 
isso quer dizer que sejam condensadas e reclassificadas para fins de análise. 
A padronização é feita pelos seguintes motivos: simplificação, comparabilidade, 
adequação aos objetos da análise, precisão nas classificações de contas, 
descoberta de erros.
Com a padronização, o analista determina cada conta do demonstrativo, 
decide sobre sua consistência com outras contas, decide qual classificação deve 
dar a ela e depois transcrevê-la para o modelo de padronização pretendido. 
Com isso, o analista poderá enxergar detalhes que antes, de outra forma, não 
poderia ver.
62
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
Referências
GROPPELLI, Angelico A.; NIKBAKHT, Ehsan. Administração financeira. 2. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2002. xv, 496 p, il. (Essencial).
MAGALHÃES, Antonio de Deus Farias; LUNKES, Irtes Cristina; MÜLLER, 
Aderbal Nicolas. Auditoria das organizações: metodologias alternativas ao 
planejamento e a operacionalização dos métodos e das técnicas. São Paulo: 
Atlas, 2001.
MATARAZZO, Dante C. (Dante Carmine). Análise financeira de balanços: 
abordagem gerencial. 7. ed. de acordo com as Leis n. 11.638 e 11.941. São 
Paulo: Atlas, 2010.
MÜLLER, Aderbal Nicolas. Contabilidade básica: fundamentos essenciais. São 
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
PLANATO. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.
htm> Acesso em 02.10.2018.
SILVA, Alexandre Alcântara da. Estrutura, análise e interpretação das 
demonstrações contábeis. 3. ed. ampl. e atual. conforme Lei nº 11.638/07 e Lei 
nº 11.941/09 e pronunciamentos do CPC. São Paulo: Atlas, 2012.
CAPÍTULO 4
Índices Financeiros: Usos e 
Tipos de Índices
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Conhecer os índices financeiros e seus diversos tipos de índices.
� Escolher os indicadores adequados para os objetivos organizacionais.
64
 Análise de DemonstrativosFinanceiros e Índices
65
Índices Financeiros: Usos e Tipos de Índices Capítulo 4 
1 Contextualização
Os indicadores financeiros fornecem uma ampla visão da situação 
econômica, financeira e patrimonial da empresa. São diversos os instrumentos de 
análise, proporcionando obter as causas que determinam as variações ocorridas e 
o melhor detalhamento a nível de compreensão dos motivos pelos quais a análise 
está sendo feita.
Estes indicadores ajudam a trazer informações suficientes, para os analistas 
e interessados que queiram conhecer a situação econômica, financeira e 
patrimonial da empresa, projetando, desta forma, uma opinião sobre a real 
situação em que a organização se encontra.
2 Diagramas de Indicadores de 
Desempenho
O Diagrama de índices é um dos mais importantes instrumentos de análise, 
colocado em sequência para que se obtenha as causas que determinam as 
eventuais variações ocorridas e melhor detalhamento e nível de compreensão 
dos motivos que influíram no crescimento apresentado nos indicadores finais de 
rentabilidade. Visando explicar melhor a construção e o uso desses diagramas, 
utilizamos os valores transcritos a seguir:
QUADRO 1 - DIAGRAMA DE ÍNDICES
Ativo/passivo total médio =R$ 574.200
Patrimônio líquido médio =R$ 320.300
Lucro líquido (após o IR) =R$ 35.000
Lucro líquido gerado pelos ativos (lucro operacional depois do Imposto de Renda) =R$ 73.428
Vendas líquidas =R$ 2.276.000
(Tudo corrigido para mesma moeda pela correção integral) 
FONTE: Assaf Neto (2012, p. 122)
66
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
2.1 Decomposição do Retorno Sobre 
o Patrimônio Líquido (ROE)
A rentabilidade sobre o capital próprio investido em uma empresa é definida 
pela verificação entre o patrimônio líquido (total dos recursos próprios investidos) 
e o lucro líquido (após o Imposto de Renda).
Assim, conforme Assaf Neto (2012), utilizando-se dos valores do exemplo 
apresentado, tem- se:
ROE =
R$ 35.000
= 10,93%
 R$ 320.300
Podemos verificar que os acionistas conseguiram um retorno de 10,93% 
sobre o seu capital aplicado, ou melhor dizendo, para cada R$ 1,00 empregado, 
lucraram R$ 0,1093 de retorno.
Comparando este resultado com os de datas anteriores e com os 
representativos do setor de atividade da empresa, pode-se notar se o exercício foi 
ou não satisfatório. No entanto, não é possível apontar as causas que determinam 
a rentabilidade calculada.
O comportamento deste indicador, na realidade, é função do giro do 
patrimônio líquido e da rentabilidade das vendas (margem líquida). O cálculo 
é obtido através do relacionamento das vendas líquidas com o valor total do 
patrimônio líquido.
Conforme exposto, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido pode ser 
decomposta da maneira seguinte:
Retorno sobre o
=
Rentabilidade das vendas
x
Giro do
Patrimônio 
Líquido (ROE)
(Margem Líquida) Patrimônio Líquido
Ou seja:
 Lucro Líquido 
=
 Lucro Líquido 
x
 Vendas Líquidas 
 Patrimônio Líquido Vendas Líquidas Patrimônio Líquido 
67
Índices Financeiros: Usos e Tipos de Índices Capítulo 4 
Substituindo os valores ilustrativos, tem-se:
 R$ 35.000
=
R$ 35.000
x
R$ 2.276.000 
 R$ 320.300 R$ 2.276.000 R$ 320.300 
 10,93% = 1,54% x 7,10 vezes 
A ROE de 10,93% foi devida, basicamente, ao giro dos recursos próprios 
(7,10 vezes), mesmo apesar da pequena margem líquida (1,54%). Caso 
ocorram alterações ao longo do tempo nesse índice de rentabilidade, podem ser 
explicados mediante o cálculo de seus índices associados, sendo a melhor forma 
de identificação das causas.
2.2 Decomposição do Retorno Sobre 
o Ativo (ROA)
É um dos mais importantes indicadores de rentabilidade de uma empresa. 
O cálculo é feito pela relação entre o lucro líquido gerado pelo ativo (lucro 
operacional) e o ativo total, os valores precisam estar expressos em moeda da 
mesma data.
Conforme Assaf Neto (2012), pelos dados do exemplo considerado, tem-se:
ROA
 
=
R$ 73.428
= 12,79%
 R$ 574.200
Na realidade, este indicador é o reflexo do desempenho de duas medidas: 
giro do ativo total e margem operacional. O giro do ativo total identifica o grau 
de eficácia com que os ativos são usados para a consumação das vendas da 
empresa. Ou seja, mostra quantas vezes as vendas cobriram os ativos totais de 
uma empresa em determinado ano. O cálculo é feito por meio da relação entre as 
vendas líquidas e os ativos totais.
Tendo-se expresso o exemplo ilustrativo em valores corrigidos, o ROA pode 
ser desmembrado, de acordo com o proposto, da forma seguinte:
Retorno sobre o
=
Margem 
x
Giro do
Ativo (ROA) Operacional Ativo Total
68
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
 Lucro Operacional 
=
 Lucro Operacional 
x
 
 (Após IR) (Após IR) Vendas Líquidas 
 Ativo Total Médio Vendas Líquidas Ativo Total Médio 
 R$ 735.428 
=
 R$ 73.428 
x
 R$ 2.276.000 
 R$ 574.200 R$ 2.276.000 R$ 574.200 
 12,79% = 3,23% x 3,96 vezes 
Pelo detalhamento efetuado, o analista pode verificar com mais detalhes 
as razões que determinam o retorno alcançado. Se este retorno estiver além 
do esperado, as correções poderão ser acionadas diretamente sobre as causas 
(margem de lucro ou giro de investimento). Para produzir um aumento no retorno, 
por exemplo, mesmo que não haja alteração no lucro operacional e nas vendas, 
basta fazer uma elevação no giro do ativo, pela redução ou eliminação de itens 
mais ociosos.
2.3 Modelo Geral de Avaliação de 
Desempenho
As decomposições de indicadores sugerem maior aprofundamento na análise 
do desempenho da empresa.
Visando elevar suas medidas de rentabilidade, a administração da empresa 
poderá aplicar várias estratégias em função do comportamento verificado nos 
indicadores do diagrama geral do ROA.
Podem ser manejados diversos componentes de lucros, com relação 
ao desempenho da margem, de modo que se reduzam os custos e despesas 
e se maximize o resultado. É claro, mantendo as vendas constantes, declínios 
verificados nos custos e despesas resultarão em margem maior. Por exemplo, 
estratégias de marketing que objetivam incrementar as receitas de vendas 
também podem estipular maiores margens à empresa.
Uma análise nas aplicações de ativo, verificando os itens menos rentáveis, 
pode gerar mais rapidez em seu giro, com ganhos positivos sobre o retorno.
69
Índices Financeiros: Usos e Tipos de Índices Capítulo 4 
Uma análise da estrutura de capital da empresa, por meio de rigorosa 
seleção de fontes de financiamento menos dispendiosas, também produz nítidas 
influências sobre o retorno de seus proprietários. Comentou-se anteriormente que 
o retorno sobre o ativo constitui-se também em critério de decisão com relação ao 
custo máximo que a empresa deve assumir em suas captações. Evidentemente, 
se o custo do endividamento for inferior ao retorno produzido por esses recursos 
passivos, torna-se interessante manter a relação capital próprio/ativo total a mais 
baixa possível. 
No entanto, não devem ser ignorados os limites de endividamento de uma 
empresa que determinam, a partir de determinado ponto, acréscimos em seu 
risco financeiro (e, consequentemente, nas taxas de juros cobradas) e problemas 
de liquidez. Em suma, o estudo do desempenho de uma empresa, por meio de 
um diagrama completo de indicadores de giro e margem, relacionados de forma 
sequencial, é de grande importância para a identificação das efetivas causas do 
comportamento verificado, permitindo-se ainda que se identifiquem objetivamente 
as medidas mais carentes de atenção por parte da gerência da empresa (ASSAF 
NETO, 2012, p. 125).
3 Análise Discriminante
 
Conforme analisadoanteriormente, a análise de desempenho 
é baseada em índices econômico-financeiros, contudo seu uso 
amplamente generalizado e as associações de indicadores são feitos por 
meio de diagramas de índices. Quando avaliada por diferentes analistas, 
é natural a ocorrência de conclusões distintas sobre a performance 
de uma empresa. Para Lima Neto (2011), os indicadores econômico-
financeiros são voltados para a análise de Liquidez, da Lucratividade, da 
Eficiência de Ativos e da Estrutura de Capital. As dimensões na análise 
de demonstrações são agrupadas em quatro: horizontal e vertical, 
liquidez, endividamento e lucratividade. Os indicadores econômico-
financeiros são focados na análise da situação econômico-financeira 
das organizações. (SILVA, 2013)
Existem técnicas estatísticas de provisão sobre imprevistos em situações de 
insolvência de uma empresa, destacando-se a análise discriminante. O objetivo 
dessa técnica é identificar se uma empresa se enquadra na categoria solvente 
ou não solvente, através de determinados resultados alcançados. A análise 
discriminante constitui-se em um processo estatístico que afasta as principais 
observações típicas colhidas de um ou mais grupos de empresas selecionados 
previamente. Conforme essas observações, a empresa é analisada e depois 
A análise de 
desempenho 
é baseada em 
índices econômico-
financeiros, contudo 
seu uso amplamente 
generalizado e as 
associações de 
indicadores são 
feitos por meio 
de diagramas de 
índices.
70
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
enquadrada nas características apresentadas dentro do grupo de maior afinidade 
de comportamento e, em função do desempenho apresentado pelo grupo de 
empresas, conclui-se sua situação. Por exemplo, se na análise uma empresa 
apresenta características parecidas às de um grupo de empresas insolventes 
recentemente, conclui-se, pela forte probabilidade estatística, que essa empresa 
seguirá pelo mesmo caminho.
A análise discriminante por meio de frequentes aplicações do modelo 
desenvolvido pode constituir-se num importante instrumento de controle interno 
nas empresas, pois a empresa poderá antecipar-se aos problemas e acionar 
medidas corretivas antes de seu aparecimento. Hoje em dia, é mais aplicada no 
processo de concessão de crédito para prever falências (insolvências).
Para Assaf Neto (2012, p. 126), os modelos de análise discriminante 
admitem implicitamente que um estado de insolvência pode ser perfeitamente 
identificado nas demonstrações contábeis, conforme publicadas pelas empresas. 
A análise estatística efetuada nessas demonstrações permite que se identifiquem, 
claramente, as principais características de um estado de insolvência ou de 
solvência.
Atividade de Estudos:
 1) Conceitue diagramas de indicadores de desempenho. 
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
 2) Como são calculados o ROE e o ROA?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
71
Índices Financeiros: Usos e Tipos de Índices Capítulo 4 
4 Algumas Considerações
Os indicadores financeiros são de extrema importância para a tomada de 
decisões gerenciais. Estes indicadores são formados através de informações 
extraídas do balanço patrimonial e demonstrativos de resultados, podendo assim 
ser analisados os períodos anteriores e também comparar o desempenho das 
organizações.
Feita a análise através dos indicadores, pode-se ter uma visão ampla da 
real situação financeira e econômica, gerando informações que contribuem com 
o bom planejamento estratégico, conseguindo prever e evitar futuros problemas. 
Resultando em melhores resultados e no aumento da rentabilidade e do lucro.
Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. 6. ed. São Paulo: 
Atlas, 2012. 762 p., il.
LIMA NETO, Lucas de. Análise da situação econômico-financeira de hospitais. O 
mundo da saúde, São Paulo, v. 35, n. 3, p. 270-277, 2011.
MAGALHÃES, Antonio de Deus Farias; LUNKES, Irtes Cristina; MÜLLER, 
Aderbal Nicolas. Auditoria das organizações: metodologias alternativas ao 
planejamento e a operacionalização dos métodos e das técnicas. São Paulo: 
Atlas, 2001.
MATARAZZO, Dante C. (Dante Carmine). Análise financeira de balanços: 
abordagem básica e gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MATARAZZO, Dante C. (Dante Carmine). Análise financeira de balanços: 
abordagem gerencial. 7. ed. de acordo com as Leis n. 11.638 e 11.941. São 
Paulo: Atlas, 2010.
MORANTE, Antonio Salvador. Contabilidade: noções para análise de resultados 
e balanço patrimonial da empresa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011. 
SILVA, Alexandre Alcântara da. Estrutura, análise e interpretação das 
demonstrações contábeis. 3. ed. ampl. e atual. conforme Lei nº 11.638/07 e Lei 
nº 11.941/09 e pronunciamentos do CPC. São Paulo: Atlas, 2012.
72
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
SILVA, Simão Souza da. Avaliação do desempenho econômico-financeiro das 
empresas de economia mista do Estado do Amazonas. CAP accounting and 
management, v. 7, n. 7, p.151-164, Jan./Dez., 2013.
CAPÍTULO 5
Usando Índices Para Analisar 
o Desempenho e a Qualidade 
dos Lucros
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Utilizar os índices para análise do desempenho organizacional.
� Calcular e analisar cada um dos índices financeiros.
74
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
75
Usando Índices Para Analisar o Desempenho e a Qualidade dos LucrosCapítulo 5 
1 Contextualização
Hoje as empresas vivem em um ambiente competitivo, no qual precisam se 
apoiar em planejamento e na capacidade de antecipar os acontecimentos. Para 
realizar esta previsão, precisa-se fazer uma análise rigorosa das demonstrações 
contábeis, para determinar os pontos mais graves e em seguida apresentar um 
planejamento das prioridades.
Através dessas análises pode-se perceber a situação econômica e financeira 
de qualquer empresa, permitindo assim verificar a lucratividade ou se está à beira 
da falência, e também outras conclusões. Os cálculos contábeis podem ser feitos 
através dos indicadores que veremos a seguir.
2 Indicadores Econômico-
Financeiros de Análise
A apuração de índices econômico-financeiros que são retirados 
das demonstrações financeiras levantadas pelas empresas é a técnica 
de análise mais comumente empregada. Os indicadores econômico-
financeiros estão classificados em quatro grupos: liquidez e atividade, 
endividamento e estrutura, rentabilidade e análise de ações.
2.1 Indicadores de Liquidez
 
Os indicadores de liquidez visam determinar a habilidade que uma empresa 
tem em cumprir corretamente as obrigações passivas assumidas, ou seja, mede a 
capacidade de pagamento (folga financeira) de uma empresa.
A liquidez estática dos indicadores não reflete a magnitude e a época em que 
ocorrerão as diversas entradas e saídas circulantes. Os indicadores tradicionais 
de liquidez revelam uma posição financeira em dado momento de tempo, e os 
valores examinados são incessantemente alterados em função da dinamicidade 
natural dos negócios da empresa.
A apuraçãode 
índices econômico-
financeiros que 
são retirados das 
demonstrações 
financeiras 
levantadas pelas 
empresas é a 
técnica de análise 
mais comumente 
empregada.
76
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
2.1.1 Liquidez corrente
É a relação existente entre o passivo circulante e o ativo circulante, melhor 
dizendo, a cada $ 1,00 aplicado em direitos e haveres circulantes (valores a 
receber de estoques, disponível, fundamentalmente), e quanto a empresa tem de 
obrigações a curto prazo (dividendos, duplicatas a pagar, empréstimos a curto 
prazo, impostos e contribuições sociais etc.).
Liquidez Corrente = 
Ativo Circulante 
Passivo Circulante 
Se a liquidez corrente for igual a 1, pressupõe sua inexistência, se for superior 
a 1, indica a existência de um capital circulante líquido positivo, e se for inferior a 
1, a existência de um capital de giro negativo.
2.1.2 Liquidez seca
A realização dos estoques, na maioria das vezes, é mais demorada e difícil 
do que os demais elementos, isso porque, apesar de serem classificados como 
itens circulantes (curto prazo), não apresentam, na maioria das vezes, liquidez 
compatível com o grupo patrimonial. As despesas pagas antecipadamente 
representam serviços, utilidades e benefícios a receber e não valores a receber. 
Dessa maneira, são eliminadas para esse cálculo.
O índice de liquidez seca foi criado para a extração da análise de curto prazo 
da empresa a baixa liquidez dos estoques e das despesas antecipadas, é obtido 
por meio do relacionamento dos ativos circulantes de maior liquidez com o total do 
passivo circulante total:
Indica o percentual das dívidas de curto prazo, que mediante o uso de ativos 
circulantes de maior liquidez podem ser resgatadas.
2.1.3 Liquidez imediata
É obtido da relação entre o passivo circulante e o disponível, ou seja:
Liquidez Seca = 
Ativo Circulante (-) Estoques (-) Despesas Antecipadas
Passivo Circulante
77
Usando Índices Para Analisar o Desempenho e a Qualidade dos LucrosCapítulo 5 
Liquidez Imediata = 
Disponível
Passivo Circulante
Este índice transmite a porcentagem das dívidas (obrigações) de 
curto prazo, caso a empresa disponha de caixa, a dívida pode ser saldada 
imediatamente. Quanto maior este índice se apresentar, maiores são os 
recursos que a empresa dispõe.
2.1.4 Liquidez geral
Este índice é determinado da seguinte maneira:
Liquidez Imediata = 
Ativo Circulante +
Realizável a Longo Prazo
Passivo Circulante +
Exigível a Longo Prazo
Este indicador expõe a longo prazo a saúde financeira da empresa. Caso os 
prazos dos ativos e passivos, em seu cálculo, forem muito diferentes, a análise de 
folga financeira pode ser prejudicada.
2.2 Indicadores de Atividade
Os indicadores de atividades determinam as diversas durações de um 
ciclo operacional, envolvendo todas as fases operacionais da empresa, como 
aquisição de insumos básicos ou mercadorias até o recebimento das vendas 
realizadas. As empresas utilizam de prazos para pagamentos de estoques 
adquiridos, desconto de duplicatas etc., justamente para a redução desse período 
e, consequentemente, das necessidades de investimentos. Aqui serão abordados 
os cálculos e interpretações das principais medidas de atividade, permitindo assim 
uma análise do desempenho da empresa.
2.2.1 Prazo médio de estocagem
Aponta a média de tempo necessária para a renovação de estoque. Obtém-
se mediante demonstrações financeiras anuais, da seguinte forma:
78
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
Prazo Médio de Estocagem = 
Estoque Médio
x 360
3
Custo dos Produtos Vendidos 
Este indicador verifica a eficiência com que os estoques são administrados 
e a influência que exercem. Quanto maior for este índice, maior será o prazo em 
que os produtos ficarão estocados, em consequência, maiores as necessidades 
de investimento em estoques. Ou seja, quanto maior o prazo de estocagem, maior 
a necessidade de investimentos no ativo, em consequência, uma causa redutora 
do seu retorno.
 
Ao se dividir 360 dias (ou 12 meses, se o prazo de estocagem vier expresso 
em meses) pelo prazo de estocagem, tem-se o giro (rotação) dos estoques, o que 
identifica o número de vezes que os estoques giraram (renovaram-se) no ano 
considerado (ASSAF NETO, 2012).
2.2.2 Prazo médio de pagamento a 
fornecedores
Apresenta o tempo médio (expresso em meses ou dias) que a empresa leva 
para pagar suas dívidas (compras a prazo) de fornecedores. O cálculo é feito da 
seguinte maneira:
Prazo Médio de Pagamento 
a Fornecedores
=
Contas a Pagar a Fornecedores 
(Média) Compras Anuais a Prazo
x 360
Dividindo 360 ou 12 se for o caso, obtém-se o giro (rotação) das contas a pagar.
2.2.3 Prazo médio de cobrança
 
Ao contrário do anterior, o prazo médio de cobrança mostra o tempo médio 
(dias ou meses) que a empresa espera em receber suas vendas a prazo. É obtido 
da seguinte forma:
Prazo Médio 
de Cobrança
=
Valores a Receber Provenientes de
x 360Vendas a Prazo (Média)
Vendas Anuais a Prazo
79
Usando Índices Para Analisar o Desempenho e a Qualidade dos LucrosCapítulo 5 
É importante que a empresa abrevie, sempre que possível, o prazo de 
recebimento de suas vendas. Através disto terá recursos disponíveis para aplicar 
em outras áreas, e aumentar o giro de seus ativos, levando a um maior nível de 
rentabilidade.
Da mesma forma é feito com as outras medidas, obtém-se o giro dos valores 
a receber, dividindo-se 360 dias pelo prazo médio de cobrança.
ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE VALORES MÉDIOS
Nesses métodos anteriores de avaliação (uso de média dos 
estoques, dos valores a pagar e a receber) deve-se evitar o uso 
da média aritmética em períodos maiores, quando envolver dois 
valores extremos (saldo inicial mais saldo final dividido por 2). Nesse 
critério o analista baseia seus estudos nas demonstrações de final de 
exercício das empresas. O ideal é usar um número maior de valores 
para o cálculo da média. Para esse critério mais aconselhável, gera-
se a necessidade de ter acesso a balancetes mensais de verificação, 
o que na prática nem sempre é possível.
3 Indicadores de Endividamento e 
Estrutura
Estes indicadores são usados para verificar a estrutura das fontes passivas 
de recursos de uma empresa. Demonstram como os recursos de terceiros são 
usados pela empresa e sua parcela relativa ao capital próprio. A seguir estão as 
principais medidas de endividamento e estrutura.
 
3.1 Relação Capital de Terceiros/
Capital Próprio
 
Esta medida mostra o nível de endividamento da empresa e o seu vínculo por 
meio de financiamentos de recursos próprios. O cálculo é formado desta maneira:
80
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
Relação Capital de Ter-
ceiros/Capital Próprio =
Exigível Total (Passivo Circulante +
Exigível a Longo Prazo)
Patrimônio Líquido
Para Assaf Neto (2012), a comparação do endividamento poderá ser 
efetuada pelo exigível total, conforme sugerido, ou por uma das partes desse item 
(passivo circulante; patrimônio líquido e exigível a longo prazo/patrimônio líquido). 
A relação indica, para cada uma das formas de cálculo, quanto a empresa possui 
de recursos de terceiros (a curto prazo, a longo prazo ou total) para cada unidade 
monetária aplicada de capital próprio. Em princípio, um resultado superior 
a 1 denota maior grau de dependência financeira da empresa em relação aos 
recursos de terceiros.
3.2 Relação Capital de Terceiros/
Passivo Total
Esta medida revela a porcentagem dos recursos totais da empresa que 
estão financiados por capital de terceiros. Melhor dizendo, para cada unidade 
de recursos conseguido pela empresa, revela quanto provém de fontes de 
financiamentos não próprias, da seguinteforma:
Relação Capital de 
=
Exigível Total
Terceiros/Passivo Total Passivo Total (Exigível Total + Patrimônio Líquido)
O passivo total incorpora todos os recursos conquistados pela empresa e 
que suas aplicações estão no ativo, isto ilustra a proporção dos ativos totais (total 
do investimento da empresa) financiados por meio de capital de terceiros.
É importante analisar o custo do endividamento, pelo retorno feito pelas 
aplicações desses recursos no ativo. O retorno da empresa é função da margem 
operacional e do giro dos ativos. Pode ser interessante à empresa elevar este 
índice, aproveitando assim uma alavancagem financeira favorável, desde que 
o retorno enunciado pelo giro dos ativos suplante o custo do endividamento. 
Essas colocações dependem ainda da liquidez da empresa em sustentar um 
endividamento mais elevado e com taxa de risco financeiro mais alta.
81
Usando Índices Para Analisar o Desempenho e a Qualidade dos LucrosCapítulo 5 
3.3 Imobilização de Recursos 
Permanentes
 
Esta medida revela o nível de porcentagem dos recursos passivos a longo 
prazo (permanente) que estão imobilizados em itens ativos, melhor dizendo, 
aplicados no ativo permanente. É determinado pela seguinte expressão:
Imobilização de
=
Ativo Permanente
Recursos Permanentes Exigível a Longo Prazo + Patrimônio Líquido
Se o índice for superior a 1 (100%), indica que os recursos permanentes da 
empresa não são capazes para financiar suas aplicações de permanentes, nesse 
caso, sendo utilizados fundos do passivo circulante, com reflexos negativos sobre 
o capital de giro.
4 Indicadores de Rentabilidade 
Esses indicadores avaliam os resultados alcançados por uma empresa em 
relação a parâmetros definidos que melhor revelem suas dimensões.
O ativo total, o patrimônio líquido e as receitas de vendas são as principais 
bases de comparação adotadas para o estudo dos resultados empresariais. Os 
resultados geralmente utilizados são o lucro líquido (após o Imposto de Renda) 
e o lucro operacional (lucro gerado pelos ativos). Estes valores precisam estar 
expressos em moeda de mesmo poder de compra.
Os indicadores de rentabilidade costumam exercer significante influência 
sobre as decisões que envolvem a empresa em análise, tomadas tanto no 
mercado de crédito como no mercado acionário. Os analistas em geral dispensam 
grandes atenções aos indicadores de rentabilidade. 
4.1 Retorno Sobre o Ativo (ROA)
 
Esta medida mensura o retorno produzido pelo total de aplicações feitas por 
uma empresa em seus ativos. É calculada da seguinte maneira:
Retorno sobre o Ativo 
(ROA) =
Lucro Gerado pelos Ativos (Operacional)
Ativo Total Médio
82
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
O lucro operacional representa o resultado da empresa antes das despesas 
financeiras, definido por suas decisões de investimento. Se uma empresa obtiver 
empréstimos e taxas de juros superiores ao retorno gerado por seus ativos, os 
resultados gerados pela aplicação desses fundos serão inferiores à remuneração 
do credor, onerando-se, desta forma, a rentabilidade dos proprietários. O retorno 
sobre o ativo pode ser esclarecido como o custo financeiro máximo que uma 
empresa é capaz de incorrer em suas captações de fundos.
 Lucro Gerado pelos
Retorno Sobre o Investimento (ROI) =
Ativos (Operacional)
Investimento Médio
4.2 Retorno Sobre o 
Investimento (ROI)
 
Uma alternativa ao uso do ROA, para Assaf Neto (2012), serve para avaliar o 
retorno produzido pelo total dos recursos aplicados por acionistas e credores nos 
negócios, é a medida do Retorno Sobre o Investimento (ROI). Enquanto os ativos 
incorporam todos os bens e direitos mantidos por uma empresa, o investimento 
equivale aos recursos deliberadamente levantados pela empresa e aplicados em 
seus negócios. O investimento é composto pelos recursos (passivos) onerosos 
captados por uma empresa (empréstimos e financiamentos, basicamente) e os 
recursos próprios aplicados por seus proprietários (acionistas), cujos valores são 
registrados em contas do patrimônio líquido. Os passivos geralmente sem ônus, 
entendidos como inerentes à atividade da empresa (salários, encargos sociais, 
fornecedores, impostos, tarifas públicas, dividendos etc.), não são recursos 
efetivamente investidos na empresa por seus credores e acionistas. São mais 
bem classificados como “passivos de funcionamento” (não onerosos). Assim, o 
investimento pode ser apurado da maneira seguinte:
•	 Investimento = Ativo Total – Passivo de Funcionamento
ou
•	 Investimento = Passivo Oneroso + Patrimônio Líquido
O cálculo do ROI é feito de acordo com a seguinte expressão:
83
Usando Índices Para Analisar o Desempenho e a Qualidade dos LucrosCapítulo 5 
4.3 Retorno Sobre o Patrimônio 
Líquido (ROE)
O retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) mede o retorno dos recursos 
aplicados na empresa por seus proprietários, ou seja, para cada unidade 
monetária de recursos investida na empresa, mensura-se quanto os proprietários 
obtiveram de lucro. O cálculo é feito pela relação entre o lucro líquido (após o 
Imposto de Renda) e o patrimônio líquido (médio, corrigido de acordo com os 
comentários feitos anteriormente):
Retorno sobre o Patrimônio 
Líquido (ROE)
=
Lucro Líquido
Patrimônio Líquido Médio
4.4 Rentabilidade Das Vendas
Este índice afere a eficiência de uma empresa em produzir lucro por 
intermédio de suas vendas. É denominado margem operacional e margem líquida, 
ou seja:
Margem Operacional =
Lucro Operacional
Vendas Líquidas
Margem Líquida =
Lucro Líquido
Vendas Líquidas
O índice de rentabilidade das vendas verifica a margem operacional e 
margem líquida, analisando o desenvolvimento histórico destes indicadores como 
forma de tomada de decisões.
5 Indicadores de Análise de Ações
São muito importantes para os acionistas e analistas de mercado, como 
padrão para suas decisões de investimentos. Este indicador visa avaliar as 
reações do desempenho da empresa sobre suas ações.
84
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
5.1 Lucro Por Ação (LPA)
O índice mostra o lucro líquido (após o Imposto de Renda) obtido em 
determinado período, quanto compete a cada ação, ou seja, expõe o benefício 
(lucro) recebido por cada ação emitida pela empresa. É determinado pela 
expressão:
LPA =
Lucro Líquido
Número de Ações Emitidas
Este indicador não exibe quanto cada acionista irá receber pelo retorno 
produzido na aplicação de seus capitais, mas, na verdade, mostra a parcela do 
lucro líquido que pertence a cada ação, sendo que sua distribuição é estipulada 
pela política de dividendos adotada pela empresa. Esta solução somente é válida 
quando os dividendos forem iguais para todos os acionistas.
5.2 Índice Preço/Lucro (P/L)
É calculado pela relação entre o preço de aquisição do título e seu lucro 
anual. É um dos quocientes mais utilizados pelos investidores e também um dos 
mais tradicionais no processo de análise de ações. É obtido da forma seguinte:
P/L =
Preço de Mercado (Aquisição) da Ação
Lucro por Ação (LPA)
Na teoria, o P/L indica quantos anos (exercícios) que um investidor levaria 
para recuperar o capital aplicado.
ALGUNS CUIDADOS NO MANUSEIO DOS INDICADORES
Observou-se que a análise de empresas é um processo 
essencialmente comparativo, pouco representando, em termos de 
conclusões mais acuradas, o estudo de índices (ou grupos de índices) 
de forma isolada de uma tendência temporal ou interempresarial. Em 
outras palavras, para um estudo mais eficiente sobre o desempenho 
de uma empresa, é importante que os indicadores sejam comparados 
historicamente (com os obtidos, da mesma empresa, em períodos 
85
Usando Índices Para Analisar o Desempenho e a Qualidade dos LucrosCapítulo 5 
anteriores)com os padrões estabelecidos pela gerência (e também 
com os elaborados segundo metas estabelecidas pela empresa) e 
com índices de empresas do mesmo ramo e padrões do setor de 
atividade e da economia em geral (ASSAF NETO, 2005).
O analista deve trabalhar, sempre que possível, com valores 
apurados da inflação, como forma de analisar, em bases reais, o 
desempenho econômico-financeiro da empresa.
Atividade de Estudos:
 1) Conceitue indicadores de liquidez.
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
 2) Quais indicadores compõem o indicador de liquidez? 
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
 3) Conceitue indicadores de atividades.
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
 4) Quais indicadores compõem o indicador de atividades? 
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
86
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
6 Algumas Considerações
Neste capítulo você viu como é importante o uso da avaliação dos indicadores 
financeiros para a tomada de decisões gerenciais. As empresas devem ser 
gerenciadas quanto ao seu aspecto econômico e financeiro, por intermédio de 
indicadores do desempenho relacionado aos atributos que causam impacto na 
sustentabilidade ou que garantam a saúde do negócio.
Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. 6. ed. São Paulo: 
Atlas, 2012. 762 p., il.
GROPPELLI, Angelico A.; NIKBAKHT, Ehsan. Administração financeira. 2. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2002. xv, 496 p, il. (Essencial).
MAGALHÃES, Antonio de Deus Farias; LUNKES, Irtes Cristina; MÜLLER, 
Aderbal Nicolas. Auditoria das organizações: metodologias alternativas ao 
planejamento e a operacionalização dos métodos e das técnicas. São Paulo: 
Atlas, 2001.
MATARAZZO, Dante C. (Dante Carmine). Análise financeira de balanços: 
abordagem básica e gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MATARAZZO, Dante C. (Dante Carmine). Análise financeira de balanços: 
abordagem gerencial. 7. ed. de acordo com as Leis n. 11.638 e 11.941. São 
Paulo: Atlas, 2010.
MORANTE, Antonio Salvador. Contabilidade: noções para análise de resultados 
e balanço patrimonial da empresa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
MÜLLER, Aderbal Nicolas. Contabilidade básica: fundamentos essenciais. São 
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
SILVA, Alexandre Alcântara da. Estrutura, análise e interpretação das 
demonstrações contábeis. 3. ed. ampl. e atual. conforme Lei nº 11.638/07 e Lei 
nº 11.941/09 e pronunciamentos do CPC. São Paulo: Atlas, 2012.
CAPÍTULO 6
Riscos e Retorno da Análise 
dos Índices
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Identificar os riscos e retornos relacionados a limitações da análise dos índices.
� Mensurar os riscos e retornos envolvidos nos processos decisórios.
88
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
89
Riscos e Retorno da Análise dos Índices Capítulo 6 
1 Contextualização
Retornos são receitas esperadas ou fluxos de caixa previstos de qualquer 
investimento, e risco é uma medida da volatilidade ou incerteza dos retornos, 
ou seja, risco e retorno são a base sobre a qual se tomam decisões racionais e 
inteligentes sobre investimentos.
Quando dois investimentos rendem o mesmo retorno, a escolha será baseada 
no risco de cada projeto, ao final, o projeto que apresentar menos riscos será o 
escolhido. Por exemplo, depositar numa caderneta de poupança é mais seguro e 
rende um juro constante e baixo e é garantida pelo governo; por outro lado, é mais 
seguro do que apostar em cavalos. Os retornos de uma caderneta de poupança 
não aumentam muito e por isso são considerados seguros e têm baixo risco. 
Agora, nas apostas, as pessoas não sabem o que irá acontecer. Podem ganhar 
muito, mas também podem perder tudo. Retornos sobre apostas são altamente 
incertos, muito inconstantes e sujeitos a um alto grau de risco.
2 Diagramas de Indicadores de 
Desempenho
Os indicadores de desempenho apresentam diversos diagramas que 
contribuem para análise dos riscos e retorno dos investimentos. A mensuração 
dos riscos é tão importante quanto a mensuração do retorno, neste sentido, 
passaremos a analisar a relação entre riscos e retorno, bem como podemos 
mensurá-los de forma a contribuir com a análise do desempenho organizacional. 
2.1 Relação Entre Risco e Retorno
Alguns investimentos pagam um baixo retorno e outros um alto retorno. 
Porém, não se pode esperar um alto retorno de um “negócio seguro”. Ao se 
investir dinheiro num negócio arriscado ou especulativo, é razoável exigir um 
retorno elevado, ou seja, os investidores devem ser adequadamente retribuídos 
por assumirem os riscos.
Para Groppelli e Nikbakht (2010), o retorno sobre o dinheiro deve 
ser proporcional ao risco envolvido. Risco é uma medida da volatilidade 
dos retornos e da incerteza dos resultados futuros.
O retorno sobre o 
dinheiro deve ser 
proporcional ao risco 
envolvido.
90
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
Grau é o nível de insegurança associado a um investimento. Quando dois 
projetos têm o mesmo resultado esperado, aquele que tem o menor risco é 
escolhido. Quanto maior a volatilidade (grandeza) do resultado de um projeto, 
maior será o risco.
Riscos grandes estão associados a retornos altos e riscos pequenos a 
retornos baixos. Está ilustrada na figura a seguir a relação entre risco e retorno 
esperados. No nível 0 os investidores terão retorno de y1, no x1 terão retorno y2 
e no x2 terão retorno y3.
Para as finanças, o risco é calculado pelo grau de volatilidade agregado aos 
retornos esperados. Volatilidade é a quantidade de mudanças de ocorrer com uma 
série de números ao se afastarem de uma média representativa. Por exemplo, a 
média da série 11,12,13 é 12 e a média da série 11,13,15 é 13. A segunda série 
é mais volátil do que a outra. Quanto mais alta a volatilidade, mais alto é o risco.
O dinheiro hoje vale mais para os investidores do que no futuro, por isso, o 
fator que aumenta o risco é o prazo. Quando um investidor empresta dinheiro, 
sempre há uma incerteza ou um risco de que o empréstimo não irá ser pago. Por 
isso, os investidores devem ser bem recompensados, pois assumem um risco de 
emprestar (aplicar) um dinheiro que têm em caixa.
2.1.1 Mensurando o Retorno
A decisão de investir é para gerar lucros, por exemplo, quando uma 
companhia investe os fundos para gerar um retorno. Podemos traduzir esses 
lucros da seguinte forma:
91
Riscos e Retorno da Análise dos Índices Capítulo 6 
1. Aumento no preço das ações da companhia;
2. O pagamento dos dividendos torna-se possível por causa desses lucros.
Muitas vezes, ao investir em um projeto, não é possível determinar os futuros 
retornos. Teoricamente, em finanças, podemos usar aproximações. Para calcular 
a aproximação de um projeto, os dados são obtidos da seguinte maneira:
Retornoesperado
=
dividendo + valorização do capital
=
Dt + (Pt - P(t - 1)
valor da ação no período (t - 1) Pt - 1
Dt = dividendos no ano corrente
Pt = preço da ação no ano corrente
Pt – 1 = preço da ação no ano anterior
t = período de tempo
Através desta fórmula podemos obter o ganho de capital da ação e uma 
série de retorno dos dividendos. Por exemplo, considerando que o dividendo (Dt) 
é igual a $1, o preço da ação no período anterior (Pt – 1) era $10, e o preço atual 
(Pt) é $11.
Taxa de 
Retorno
=
$1
+
($11 - $10)
= 20%
$10 $10
Suponha que calculamos as taxas de retorno para vários anos e 
encontramos que, em tempos de recessão econômica, a média seja 10%, em 
tempos normais, 20% e, em tempos de crescimento, 30%. A probabilidade é de 
que esses retornos se situem em 10% e 30%, porém a média real dependerá das 
condições econômicas. Se pudermos estabelecer a provável situação econômica 
futura, podemos obter um valor esperado. Após perguntar a alguns economistas e 
outros especialistas, concluiu-se que há 30% de chances de ocorrer uma situação 
econômica recessiva, 40% de ocorrer uma situação econômica normal e 30% de 
ocorrer uma expansão na economia (GROPPELLI; NIKBAKHT, 2010).
Para calcular o retorno esperado e a amplitude dos retornos, basta seguir 
esta fórmula:
92
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
 
K
 N 
 
= Σ K1P1 
 t = 1 
Conforme visto anteriormente, (recessão (r), normalidade (n) e expansão (e), 
a equação anterior pode ser feita desta forma:
 
 K = KrPr + KnPn + KePe 
 
Em que:
K = retornos esperados
K1 ou (Kr, Kn, Ke) = Retornos em períodos de recessão (Kr)
 Retornos em períodos de normalidade (Kn)
 Retornos em períodos de expansão (Ke)
P1 ou (Pr, Pn, Pe) = Probabilidade do período de recessão (Pr)
 Probabilidade do período normal (Pn)
 Probabilidade do período de expansão (Pe)
 
Na tabela a seguir encontra-se o retorno esperado dos três retornos 
prováveis. 
 
Para os autores Groppelli e Nikbakht (2010), esse provável retorno esperado 
de 0,20 torna-se o ponto de referência para o cálculo dos valores efetivos em 
relação ao valor esperado e, portanto, da determinação do risco do projeto.
Condições econô-
micas esperadas
Retornos efetivos (K) Probabilidade (P) K x P
Recessão 10% 0,3 0,03
Normal 20% 0,4 0,08
Expansão 30% 0,3 0,09
Retorno esperado K = 0,20
93
Riscos e Retorno da Análise dos Índices Capítulo 6 
2.1.2 Mensurando o Risco
É definido como um desvio de resultado esperado por um valor ou uma média 
esperada. Uma empresa que investe em um projeto tem chances de obter lucros 
ou prejuízos, dependendo do nível de risco associado a um dado investimento. 
O risco é dividido em dois componentes: o nível do risco e o risco do prazo.
O nível do Risco
O nível de risco pode ser definido quando feita a comparação com outro projeto. 
Por exemplo, uma empresa grande chamada de X tem um risco menor comparado 
com empresas pequenas. Ou seja, algumas empresas trabalham com baixo nível 
e outras com alto nível de risco. Ou seja, as empresas com baixo risco têm mais 
privilégios, pois podem tomar fundos emprestados mais baratos do que os de alto 
risco. O mercado avalia melhor o retorno de uma empresa de baixo risco do que uma 
de alto risco. As chances de recuperar um investimento da empresa X são maiores do 
que em pequenas empresas desconhecidas. Geralmente é mais fácil prever o retorno 
de uma empresa com baixo risco do que uma empresa de alto risco.
Por quê? Porque a volatilidade dos retornos da companhia de baixo risco 
é, geralmente, baixa, enquanto os retornos de companhias de alto risco estão 
sujeitos a elevada volatilidade (GROPPELLI; NIKBAKHT, 2010).
O Risco do Prazo
Quanto maior o tempo que os fundos permanecem aplicados, maior é o risco 
envolvido, pois o risco é a função crescente do prazo. Se o investimento foi feito 
em um período curto e não tem chance de perda, ele é considerado livre de risco. 
Mas se for por um período mais longo, os credores precisam ser premiados, por 
assumirem um prazo mais arriscado. Portanto o método é dividir o risco total em 
taxa livre de risco e prêmio pelo risco.
Risco total = Taxa livre de risco + Prêmio pelo risco
O prêmio de risco é a parte da taxa de retorno cobrada de uma taxa livre de 
risco. Por isso que os títulos de longo prazo que vencerão daqui a alguns anos pagam 
uma taxa de risco mais elevada do que os títulos de um ano. A taxa livre de risco é 
o juro pago aos ativos (investidores) que asseguram o retorno prometido. Essa taxa 
fornece o ponto de referência para determinar o grau de risco de outros ativos.
Para medir o risco de um projeto, basta medir a volatilidade dos seus retornos 
esperados. Se o retorno esperado for muito volátil, as chances de descobrir o 
resultado são menores comparando com retornos pouco voláteis. Nos gráficos a 
94
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
seguir, por exemplo, vemos claramente que a Companhia X apresenta retornos 
mais voláteis do que da Companhia Y. O investidor que avaliar os resultados 
obtidos de ambas se sentirá mais confiante avaliando a Companhia Y do que a 
Companhia X.
GRÁFICO 1 – COMPARATIVO DO RISCO DE UM PROJETO
FONTE: Groppelli e Nikbakht (2010)
A ilustração que vem a seguir ajudará a explicar porque a análise do risco 
é tão importante. Por exemplo, um grupo de investidores está avaliando duas 
empresas (X e Y), uma é de alto risco (Y) e a outra é de baixo risco (X). Os 
investidores avaliam que ao final dos próximos dois anos, ambas as empresas 
irão gerar retornos de $1,00 e $1,50 por ação. Para a empresa X é atribuída uma 
taxa de desconto de 10% e para a outra, que é de alto risco, uma taxa de 20%. Os 
valores descontados dessas duas companhias são os seguintes:
VPx =
1,00 
+
1,50 
= $2,15
(1,00) 1 (1,10) 2
 
 
VPy =
1,00 
+
1,50 
= $1,87
(1,20) 1 (1,20) 2
Os investidores julgarão os lucros da empresa X mais atraentes do que da 
empresa Y, isso se todos os outros fatores forem iguais.
Sabendo que a taxa livre de risco fornece um ponto de referência, podemos 
mensurar os prêmios dos ativos mais arriscados como a diferença entre o risco 
total dos diferentes ativos e a taxa livre de risco. A tabela a seguir mostra a 
mensuração com diferentes prazos de resgate para títulos governamentais.
95
Riscos e Retorno da Análise dos Índices Capítulo 6 
TABELA 1 - RESGATE PARA TÍTULOS GOVERNAMENTAIS
Prazo de 
Resgate
Taxa livre de 
risco (%)
Prêmio pelo risco 
(%)
Risco total 
(%)
Letras do Tesouro 90 dias 5 0 5
Notas do governo 1 ano 5 2 7
Obrigações do 
Tesouro
20 anos 5 4 9
Títulos das empresas 20 anos 5 5 10
Essa categorização dos níveis de risco ajuda a avaliar os méritos relativos 
dos ativos. Uma análise feita sobre o retorno desses ativos mostraria que os 
preços dos títulos de curto prazo são menos voláteis do que os de longo prazo. 
Para os títulos de curto prazo as chances de inadimplência são menores que para 
os de longo prazo. O risco atribuído aos títulos de curto prazo, consequentemente, 
é menor que o atribuído aos títulos de prazos mais longos e incertos.
FONTE: Groppelli e Nikbakht (2010)
Algumas 
probabilidades 
podem ser obtidas 
por meio de 
observações diretas.
3 Cálculo de Retornos 
Esperados de Projetos 
Arriscados
As probabilidades ajudam-nos a determinar as chances ou 
promessas de sucesso de um evento ocorrer. Algumas probabilidades 
podem ser obtidas por meio de observações diretas. Por exemplo, a 
chance de se obter cara ou coroa de uma moeda pode ser prontamente 
mensurada arremessando-a para o ar várias vezes e anotando-se os 
resultados obtidos. Mas existem situações – como a introdução deum 
novo produto – em que o resultado é altamente incerto. 
Nesses casos, geralmente não existem experiências anteriores que possam ser 
tomadas como referência. O administrador recorre, então, a uma avaliação subjetiva 
para estabelecer a probabilidade do resultado. Pelo fato de os retornos futuros do 
novo produto serem altamente incertos, o administrador trabalhará com a hipótese de 
que os retornos provavelmente estejam situados num determinado intervalo. 
Quanto maior a incerteza do resultado, maior o intervalo. Como é difícil 
interpretar os retornos a partir de um intervalo, os administradores atribuem pesos 
96
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
ou probabilidades aos valores no intervalo, a fim de reduzir a amplitude, tornando, 
assim, os dados mais simples e administráveis. Uma forma de fazermos isso é 
aplicando a fórmula que já conhecemos:
 
 K = KrPr + KnPn + KePe 
 
Na Tabela 2 podemos ver as diferenças do retorno do projeto A com os do 
projeto B. O projeto A varia os retornos dentro de um intervalo menor do que os 
retornos do projeto B. Considera-se então que o resultado mais presumível deve 
receber um peso de 50%, enquanto do outro extremo, devem receber um peso de 
25% cada um. Quando multiplicados os retornos por esses pesos (probabilidades) 
e soma-se os produtos resultantes, obtivemos um resultado conhecido como valor 
esperado (ER).
TABELA 2 - DIFERENÇAS DO RETORNO DE PROJETOS
Situação provável Retorno projetado 
(K)
Peso ou probabili-
dade (p)
Retorno provável (Kxp)
Projeto A
Pessimista 100 0,20 20
Mais provável 333 0,60 200
Otimista 500 0,20 100
1,00 320 (ER)
Projeto B
Pessimista 80 0,25 20
Mais provável 300 0,50 150
Otimista 600 0,25 150
1,00 320 (ER)
FONTE: Groppelli e Nikbakht (2010)
Os retornos esperados (ER) dos projetos são iguais, ou seja, 320. Cada 
projeto tem dispersões diferentes a partir desse valor esperado. A amplitude do 
projeto B varia de 80 a 600 e do projeto A de 100 a 500. Isso porque a volatilidade 
do valor esperado é menor para o projeto A que para o projeto B, ou seja, o seu 
risco é menor. É assim que é mensurado o risco específico de cada projeto. 
97
Riscos e Retorno da Análise dos Índices Capítulo 6 
3.1 O Desvio Padrão Como 
Medida de Risco
 N 
 
σ
 = Σ (K - K)Pi 
 t = 1 
Em que:
N = número de observações
t = períodos de tempo
K = retornos esperados
Pi = probabilidades dos retornos
K = retornos reais
A seguir é mostrado como o desvio padrão do projeto A é calculado.
TABELA 3 - DESVIO PADRÃO DO PROJETO A 
I K K (K – K) (K –K)² Pi (probabilidades) (K – K)² Pi
1 100 320 -220 48.400 0,20 9.680
2 333 320 +13 169 0,60 101
3 500 320 +180 32.400 0,20 6.480
Variância = 16.261
FONTE: Groppelli e Nikbakht (2010)
Para medir um risco de um ativo, basta calcular os desvios dos retornos em 
relação a um retorno médio ou esperado.
Supondo que todos os valores tenham uma distribuição normal – que 
os retornos se distribuam igualmente quanto ao retorno esperado -, é possível 
mensurar a volatilidade dos retornos para cada projeto, tornando, assim, 
seus riscos comparáveis. Para o projeto A, isso pode ser feito subtraindo cada 
retorno projetado (100, 333 e 500) de sua média (K) de 320: (K – K [SG3]). Os 
valores derivados desses cálculos não estão elevados ao quadrado para 
eliminar o problema do sinal negativo. Num contexto de incertezas, atribuem-
se probabilidades a cada desvio para se obter um único valor representativo, 
chamado variância. Ao extrairmos a raiz quadrada da variância, encontramos o 
desvio padrão (GROPPELLI; NIKBAKHT, 2010, p. 81).
98
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
Considerando que a distribuição de probabilidades seja normal, ou seja, a 
metade dos valores abaixo da média encontra-se do lado esquerdo da distribuição, 
e a outra metade, acima da média, do lado direito, quando mais a distribuição 
estiver próxima da média, mais chances de que os resultados verdadeiros estejam 
próximos do valor esperado ou da média. A probabilidade de que os resultados 
estejam próximos do valor esperado em uma distribuição estreita é maior que 
numa distribuição mais ampla.
No gráfico a seguir, os projetos A e B estão com distribuição de probabilidade 
normal, mas o B tem uma dispersão maior em torno do valor esperado. Por 
consequência, B é mais arriscado do que a distribuição de A. No quadro, as 
probabilidades têm o mesmo valor esperado, porém, A é menos disperso em sua 
distribuição, o que indica menor volatilidade em relação ao valor esperado e, por 
consequência, menor risco.
GRÁFICO 2 – DISTRIBUIÇÃO DOS PROJETOS A E B
FONTE: Groppelli e Nikbakht (2010)
No mercado financeiro, as formas de sino são estatisticamente aceitáveis, 
porque tal hipótese facilita o cálculo dos resultados esperados.
3.2 Prova Histórica – R/R é Positivo
Os títulos de renda fixa foram calculados como a soma do juro mais os ganhos 
de capital, enquanto os retornos de ações foram definidos como dividendos mais 
99
Riscos e Retorno da Análise dos Índices Capítulo 6 
ganhos de capital. Com o retorno desses títulos obtidos, podemos calcular os 
respectivos desvios-padrão e analisar os resultados. Em seguida, os resultados 
históricos:
QUADRO 1 – RETORNO ANUAL E DESVIO PADRÃO 
Retorno anual médio % Desvios padrão
Ações pequenas 17,8 35,6
Ações ordinárias 12,1 20,0
Títulos empresariais de longo prazo 5,3 8,4
Títulos governamentais de longo prazo 4,7 8,5
Obrigações do Tesouro dos Estados Unidos 3,6 4,7
FONTE: Groppelli e Nikbakht (2010)
As companhias pequenas/recentes, e também por ações ordinárias, são as 
que registraram os mais altos riscos (desvio padrão) e retornos. As oscilações 
nos ganhos de ações sem as garantias de reembolso do principal, no caso de 
omissão, refletem claramente este resultado. De acordo com a comparação de 
seus desvios-padrão, os títulos são menos arriscados que as ações, mas seus 
retornos são também menores. As Obrigações do Tesouro do Estados Unidos, 
por serem de curto prazo, constituem um fator adicional responsável pelos 
baixos riscos e retornos desses títulos governamentais. Foram fornecidas provas 
suficientes, com base nessa evidência histórica, para apoiar o conceito de que a 
relação entre risco e retorno é positiva e direta.
4 Coeficiente de Variação: o 
Balanceamento Entre Risco e 
Retorno
O que aconteceria se o retorno esperado de um projeto diferisse do retorno 
esperado de outro projeto? Nesse caso, ficaria difícil comparar medidas absolutas 
de dispersão como as fornecidas pelos desvios-padrão. A forma de enfrentar 
esse problema é determinar o risco de um projeto em relação ao seu retorno 
esperado. Essa medida é chamada de coeficiente de variação ou índice de 
balanceamento entre risco e retorno. É calculado da seguinte forma: 
Coeficiente de variação (CV) = 
desvio padrão dos retornos
=
σ
retornos esperados K
100
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
4.1 Risco de Carteira
Até agora foi visto como o risco e o retorno são analisados em projetos 
individuais. Presume-se que os investimentos de uma empresa sejam feitos com 
o objetivo de aumentar os retornos e diminuir os riscos. Por isso é importante 
levarmos em consideração as características de risco/retorno dos ativos 
individuais e também suas combinações específicas ao risco e ao retorno de 
uma carteira (a soma total dos ativos). Para mensurar o risco e o retorno de uma 
carteira, começa-se com os cálculos do retorno esperado e do desvio padrão 
de cada título de carteira. O objetivo é reduzir o risco total, como fazemos isso? 
Dividindo o risco entre vários ativos ou títulos.
Existem duas formas de fazer. Uma é procurar títulos cujos retornosmovimentem-se diferentemente dos retornos dos títulos (ativo) já existentes na 
carteira, e a outra é a diversificação pela adição de mais títulos na carteira. Pode-
se, até certo ponto, reduzir o risco numa carteira adicionando mais ativos e títulos. 
Qual o risco? O risco diversificável. O risco total é dividido em dois elementos:
Risco total = Risco diversificável + Risco não diversificável
No gráfico a seguir, podemos ver que quando se adicionam mais ativos a uma 
carteira, somente o risco diversificável se reduz. Entretanto, existe um bloqueio. 
Ao serem adicionados títulos com os mesmos padrões de dispersão e o mesmo 
movimento de títulos que já existem na carteira, permanece inalterado o risco. O 
foco é encontrar títulos que se movimentem de maneira diferente.
FONTE: Groppelli e Nikbakht (2010)
GRÁFICO 3 – RISCO X NÚMERO DE ATIVOS
101
Riscos e Retorno da Análise dos Índices Capítulo 6 
4.2 Princípio da Covariância
Usando-se a chamada medida de covariância, a procura por títulos com 
movimentação diferente se torna mais fácil. É um procedimento estatístico utilizado 
para comparar o movimento de duas variáveis ou retorno dos projetos de uma carteira.
Para os autores Groppelli e Nikbakht (2010), um substituto para a covariância, 
que limita os valores num intervalo que vai de +1,0 e -1,0, é chamado de coeficiente 
de correlação (R). Ele nos diz qual a correlação em os retornos de dois ativos, ou 
como um se movimenta em relação ao outro. Se se movimentarem exatamente 
da mesma maneira, o (R) tem um valor de +1,0. Se eles se movimentarem em 
direções opostas, o (R) tem um valor de -1,0. Quando os retornos dos ativos não 
se correlacionam entre si, o (R) é igual a zero. A fórmula matemática do coeficiente 
de correlação envolvendo dois ativos é:
 N 
 Σ 
=
(Ka - Ka)(Kb - Kb)/N
=
 
Pa,b t = 1 Covariância (a,b)
 σaσb σaσb
Essa fórmula mensura a volatilidade (K – K) do ativo A em relação ao ativo B, 
a covariância é padronizada entre os dois ativos pelo produto dos desvios-padrão 
dos dois ativos.
De forma visual, os gráficos abaixo representam este princípio. O gráfico da 
direita indica que os retornos do título B flutuam inversamente aos retornos da carteira. 
Por esse motivo, ele tem um valor R = +1,0. Reduz sua volatilidade adicionando títulos 
semelhantes ao B à carteira, por esse motivo seu risco diminui. O gráfico da esquerda 
mostra que os retornos operados do título A movem-se da mesma forma que os 
retornos da carteira. Por isso que R = +1,0. Não se altera a volatilidade adicionando o 
título A à carteira, mantendo assim o risco de carteira inalterado.
GRÁFICO 4 – RETORNO ESPERADO X TEMPO
FONTE: Groppelli e Nikbakht (2010)
102
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
A teoria da carteira ajuda o administrador a melhorar o seu desempenho. 
Porventura é mais fácil aplicar essa concepção usando títulos do que os ativos da 
empresa. A teoria atual de carteiras ajuda a determinar a fronteira (curva) eficiente 
que propicia retornos ótimos em níveis diferentes de risco, através de modelos 
matemáticos sofisticados que os investidores podem aplicar. Quanto maior o risco, 
maior o retorno, esse é o princípio aplicado à teoria de carteira. O gráfico a seguir 
revela o resultado dos cálculos matemáticos que determinam a fronteira eficiente.
GRÁFICO 5 – RETORNO ESPERADO X RISCO
FONTE: Groppelli e Nikbakht (2010)
O ponto de risco A tem um correspondente retorno X ótimo. O ponto B deve 
render um retorno igual a Y. Pelo ponto B ser > que risco de A, o retorno de X < 
retorno de Y. Por essas alternativas de risco/retorno, o investidor decidirá quanto 
de risco irá assumir, e depois prosseguir para a elaboração da carteira que renderá 
um ótimo retorno esperado.
5 Como Medir Risco e Retorno
Medir o risco não é uma tarefa simples, devido a muitos fatores a serem 
considerados. Para simplificar a mensuração do risco, algumas tentativas foram 
feitas e um dos esforços mais bem-sucedidos foi o desenvolvimento do Modelo 
de Precificação de Ativos Financeiros (CAPM - Capital Asset Pricing Model). 
Este modelo relaciona os riscos não diversificáveis previstos aos retornos 
esperados de um projeto. O CAPM pode ser aplicado para avaliar os méritos de 
risco/retorno de investimentos e ativos no meio corporativo, embora seja mais 
prontamente aplicável à análise de títulos.
103
Riscos e Retorno da Análise dos Índices Capítulo 6 
O CAPM, para Groppelli e Nikbakht (2010), começa por dividir o risco em 
duas partes principais: risco diversificável e risco não diversificável. A premissa é 
que existe um relacionamento estreito entre os retornos dos títulos individuais e 
os retornos do mercado. Esses retornos, para uma determinada ação ou para o 
mercado, consistem em ganhos de capital mais o retorno dos dividendos. 
A comunidade acadêmica estabeleceu que o mercado de ações é um veículo 
altamente eficiente, devido à rápida assimilação de toda a informação disponível. 
Neste caso, a volatilidade do mercado fornece um denominador comum para a 
avaliação dos graus de risco dos ativos e títulos individuais. Esse grau de risco é 
determinado pela descoberta do grau de sensibilidade dos retornos de uma ação 
aos retornos do mercado. Dessa maneira, empregamos um índice comum que 
mede a sensibilidade de cada ação frente a um índice comum – ou seja, o mercado. 
Se os retornos de uma ação sobem ou descem mais que os retornos do mercado, 
diz-se que tal ação é mais arriscada que o mercado. Quando os retornos de uma 
ação sobem ou descem menos que o mercado, diz-se que tal ação é menos 
arriscada que o mercado. Portanto, é possível classificar os riscos de diferentes 
títulos, bastando para isso relacioná-los ao índice comum do mercado.
Como descobrir a sensibilidade de um mercado?
Exemplo: A volatilidade dos retornos do mercado (σm) foi, em média, de 5% 
ao ano durante os últimos dez anos, conforme o investidor calculou. O investidor 
encontrou os desvios-padrão da ação A igual a 10%, B igual a 5% e C igual a 
3%, quando a volatilidade dos retornos (σs) dessas ações foi calculada. Compare 
esses desvios-padrão com o do mercado e determine a sensibilidade de risco de 
cada ação, usando o mercado como um denominador comum.
Solução: Empregando a seguinte fórmula, poderemos calcular a sensibilidade 
dessas ações ao mercado:
Sensibilidade = Volatilidade dos retornos da ação (σs) 
/ Volatilidade dos retornos do mercado (σm)
Ação A = 0,10 = 2,000,05
 
Ação B = 0,05 = 1,000,05
 
Ação C = 0,03 = 0,600,05
Como vemos no resultado, a ação A é mais sensível (por isso, é mais arriscada) 
que o mercado, a ação B tem a mesma sensibilidade (por isso, é tão arriscada quanto 
o mercado), a ação C é menos sensível (por isso, menos arriscada) que o mercado.
104
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
5.1 Coeficiente Beta
As três linhas características da imagem a seguir representam apenas a 
relação entre os retornos da ação e os retornos do mercado, porém, podem ser 
calculadas matematicamente. É chamada de Beta (β) a inclinação ou declividade 
de cada linha, e é esse beta que mede a sensibilidade ou o risco de uma ação 
(Rs) comparada ao retorno médio do mercado. (Rm).
A equação é:
Rs = a + βRm + e
Em que:
β = coeficiente beta (inclinação)
Rm = retorno médio do mercado
Rs = retorno da ação
a = constante
e = erro
GRÁFICO 6 – % RETORNOS DAS AÇÕES X % RETORNOS MÉDIOS DO MERCADO
FONTE: Groppelli e Nikbakht (2010)
105
Riscos e Retorno da Análise dos Índices Capítulo 6 
Admitindo, como hipótese, que os retornos mensais da ação A estivessem 
correlacionados com os retornos mensais de um indicador de mercado como o 
índice composto da Standard & Poor’s 500. Usando a equação padrãoRs = a+ 
β (Rm) + e, as linhas das três ações (A, B e C) serão as seguintes: (conforme a 
CAPM a e e = 0).
Ra = 0 + 2,0 (Rm) + 0
Rb = 0 + 1,0 (Rm) + 0
Rc = 0 + 0,6 (Rm) + 0
Os valores de beta (2,0, 1,0 e 0,6) de cada equação são fatores cruciais, 
conforme mostra na imagem anterior. Betas, para Groppelli e Nikbakht (2010), 
são medidas relativas do risco não diversificado associado aos retornos de uma 
ação em relação aos retornos do índice do mercado. Suponha que calculemos 
Ra, Rb e Rc, estimando um retorno de 10%. Os retornos esperados de cada ação 
poderiam ser:
Ra = 20%
Rb = 10%
Rc = 6%
Esse valor de risco pode ser calculado da seguinte forma, ao invés de usar a 
linha característica para calcular o beta:
 Beta = σa Pa, m
 σm
Depois de determinados os desvios-padrão das ações A, B e C e do 
mercado (σm) mostrados abaixo. O Beta, mais um coeficiente de correlação 
(Pa, m), pode ser determinado dessa forma (suponhamos que o coeficiente de 
correlação seja 1,0.)
σa = 0,10
σb = 0,05
σc = 0,03
σm = 0,05
Cada ação, o beta é correspondente a:
Beta da ação A = 0,10 x 1,0 = 2,00,05
 
106
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
Esses betas são os mesmos que aqueles provenientes do uso da equação 
da linha característica. O coeficiente de correlação é o único fator que devemos 
considerar. Quanto menor for o coeficiente, menor o risco não diversificável ou beta.
É irrefutável que a CAPM proporciona um meio fácil para comparar os vários 
níveis de risco de cada ação. 
Beta da ação B = 0,05 x 1,0 = 1,00,05
 
Beta da ação C = 0,03 x 1,0 = 0,60,05
6 A Linha de Mercado 
de Títulos
É uma ferramenta para empreender a análise de risco/retorno de um título, 
quando o mercado for o parâmetro para medir tal risco. Ou seja, conhecendo o 
mercado, podemos calcular as taxas de retorno correspondentes de uma ação, 
usando a seguinte equação da linha de mercado de título (SML):
RRRs = RF ÷ (Rm – RF) βs
Em que:
RRRs = taxa de retorno requerida de um título
RF = taxa livre de risco
Rm = retorno médio no mercado
βs = beta ou risco não diversificável
A taxa de retorno requerida é facilmente encontrada, com os dados 
precedentes:
RRRS = 0,05 + (0,10 – 0,05) 1,2 = 11%
Qualquer ação com um risco, ou beta de 1,2 terá um retorno de 11%. Caso o 
retorno seja inferior a 11%, a ação se torna sem atrativo e deve ser vendida. Mas 
se o retorno for superior a 11%, significa que a ação deve ser adquirida, pois está 
subavaliada. Essa relação é apresentada na imagem abaixo, na forma de uma 
linha de mercado de títulos (SML), ou seja, a representação gráfica de CAPM.
107
Riscos e Retorno da Análise dos Índices Capítulo 6 
GRÁFICO 7 – REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE CAPM 
FONTE: Groppelli e Nikbakht (2010)
Se forem conhecidos os betas dos diferentes títulos e a SML, as várias taxas 
de retorno requeridas podem ser encontradas. Uma ação com um beta de 0,8 
teria uma RRRs igual a 9% e uma ação com beta de 1,2 teria uma RRRs de 11%.
Fica evidente que a CAPM é uma ferramenta extremamente útil para avaliar 
títulos, porque proporciona a taxa de retorno requerida que pode ser utilizada para 
determinar o valor dos títulos.
O modelo de crescimento do dividendo demonstra que o preço de uma ação 
é determinado pela fórmula:
 
Ps =
D1 
 K - G 
Em que:
Ps = preço por ação
D1 = dividendo do período, acrescido de taxa de crescimento anual
K = taxa de crescimento ou grau de risco
G = taxa de crescimento dos retornos da ação
108
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
O CAPM pode ser utilizado para fornecer o fator de risco desconhecido para, 
assim, encontrarmos o preço da ação, isso, considerando que conhecemos todos 
os termos da equação exceto o K.
 
Ps =
D1 
 TRRs - G 
TRRs, é a taxa de retorno requerida que prova o beta de uma ação ou projeto 
[TRRs = RF + (Rm – RF) βs].
Como é mostrado a seguir, as equações de CAPM e SML podem ser usadas 
também para adequar o fluxo de caixa de projetos para determinar seus valores 
presentes e suas rentabilidades:
VPL =
N
FCt
 
- IΣ 
(1 + TRRs)
t
t = 1 
Em que:
VLP = valor presente líquido
FCt = receitas brutas do projeto
I = custo original do produto
TRRs = taxa de desconto
A primeira parte da equação, ao lado direito, representa o cálculo do valor 
presente dos fluxos de caixa futuros usando a taxa de desconto (TRRs), ou taxa 
de retorno requerida derivada do CAPM. Podemos observar que o CAPM nos 
fornece a taxa de retorno requerida que serve como a taxa de desconto para 
ajustar os retornos futuros pelo risco (GROPPELLI; NIKBAKHT, 2010).
Atividade de Estudos:
 1) O risco é dividido em dois componentes, quais são estes 
componentes?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
109
Riscos e Retorno da Análise dos Índices Capítulo 6 
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
 2) Por que geralmente é mais fácil prever o retorno de uma 
empresa com baixo risco do que uma empresa de alto risco?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
 3) Conceitue Modelo de Precificação de Ativos Financeiros 
(CAPM - Capital Asset Pricing Model).
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
7 Algumas Considerações
A relação entre risco e retorno é característica a qualquer decisão, seja 
relacionado às empresas ou não. O analista, ao se deparar com situações 
(aumento de produtividade, redução/elevação de preços, investimentos em 
imobilizados e pessoal, entre outras) que possuem diversas alternativas como 
opção, deve juntar o maior número de informações possível e atentar-se que os 
resultados projetados devem considerar não apenas o curto prazo, mas também 
os impactos futuros que poderão ocasionar à empresa. Portanto, é de extrema 
necessidade a importância da informação que proporcione maior assertividade 
com relação aos negócios da empresa.
110
 Análise de Demonstrativos Financeiros e Índices
Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. 6. ed. São Paulo: 
Atlas, 2012. 762 p., il.
GROPPELLI, Angelico A.; NIKBAKHT, Ehsan. Administração financeira. 2. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2002. xv, 496 p, il. (Essencial).
GROPPELLI, A. A.; NIKBAKHT, E. Administração Financeira. [Tradução Célio 
Knipel Moreira; revisão técnica João Carlos Douat; colaboração especial Arthur 
Ridolfo]. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
MAGALHÃES, Antonio de Deus Farias; LUNKES, Irtes Cristina; MÜLLER, 
Aderbal Nicolas. Auditoria das organizações: metodologias alternativas ao 
planejamento e a operacionalização dos métodos e das técnicas. São Paulo: 
Atlas, 2001.
MATARAZZO, Dante C. (Dante Carmine). Análise financeira de balanços: 
abordagem básica e gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MATARAZZO, Dante C. (Dante Carmine). Análise financeira de balanços: 
abordagem gerencial. 7. ed. deacordo com as Leis n. 11.638 e 11.941. São 
Paulo: Atlas, 2010.
SILVA, Alexandre Alcântara da. Estrutura, análise e interpretação das 
demonstrações contábeis. 3. ed. ampl. e atual. conforme Lei nº 11.638/07 e Lei 
nº 11.941/09 e pronunciamentos do CPC. São Paulo: Atlas, 2012.

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