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7 A INCLUSÃO NA ESCOLA Lindomar Basílio Silva¹ Celonilde Silva Costa Alencar² RESUMO O Brasil obteve um avanço importante no processo de educação inclusiva com a criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, que em consonância com a Constituição Federal garante a todos os mesmos direitos. Sendo a educação especial uma área de estudo relativamente nova no campo da pedagogia, muitos professores encontram-se desestabilizados frente às concepções e estruturais sociais no que diz respeito às pessoas consideradas “diferentes”. Dessa forma, a partir do século XVI, a educação busca teorias e práticas focadas ao ensino de qualidade, com profissionais comprometidos em dar aos seus alunos um ensino de qualidade, independentemente de suas diferenças individuais. Sem dúvidas houve grandes avanços na educação inclusiva escolar, mais ainda há muito o que se fazer em termos de garantias para uma educação de qualidade aos alunos Portadores de Necessidades Especiais, e como todos ser humano tem o direito em uma educação qualidade, ainda tem-se muito a fazer, mais o que se percebe é que apesar dos investimentos na área é muito pouco para se alcançar uma educação com qualidade. A inclusão para acontecer verdadeiramente tem que se investir na infraestrutura da escola, curso especializado para o professor, redimensionamento financeiro dos sistemas e instituições na implementação de serviços e recursos de apoio complementar tanto para os professores quanto para os alunos. Palavras-chaves: Educação inclusiva. O papel do professor na escola. INTRODUÇÃO Nos últimos 50 anos a inclusão social contribuiu para a elaboração de políticas e leis na criação de programas e serviços focados no atendimento de pessoas com necessidades educacionais especiais (JÚNIOR, 2012), criando novas condições de adaptações aos indivíduos em sistemas sociais comuns, dando-lhes a mesma oportunidade dentro da sociedade que são excluídos. “Entender a diferença não como algo fixo e incapacitante, mas reconhecê-la como própria da condição humana ainda é distante e complexo para a maioria dos professores que trabalha com a ideia de que todos alunos são iguais e as turmas, homogêneas”. O Brasil obteve um avanço importante no processo de educação inclusiva com a criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, que em consonância com a Constituição Federal garante a todos os mesmos direitos. Quanto mais conhecemos determinado fato ou assunto, mais nos sentimos seguros diante dele. O novo gera insegurança e instabilidade, exigindo reorganização, mudança. É comum sermos resistentes ao que nos desestabiliza. Sem dúvida, as ideias inclusivas causaram muita desestabilidade e resistência (MINETTO, 2008, p.17). O processo de integração “refere-se especificamente aos modelos de inserção escolar de alunos com deficiências, que compreendem um continuo de possibilidades, desde as classes comuns até locais específicos, como classes e escolas especiais”. Para que as escolas atendam ao processo de inclusão, os alunos com necessidades educacionais especiais devem ser incluídos no ensino regular e o ensino precisa de uma revisão, a fim de atender as demanda individuais de cada aluno, independentemente de suas particularidades e diferenças, de modo a adequar e organizar o currículo e o Projeto Político Pedagógico da instituição, contemplando a diversidade de sua comunidade escolar, formando um equilíbrio entre o desenvolvimento dos conteúdos previstos e a socialização de todos os envolvidos (MANTOAN, 2003, p, 09). FUNDAMENTAÇÃO TEORICA A história da inclusão no século XX, sobre a questão educacional foi se configurando, mais pela concepção médico-pedagógica, sendo mais centrada nas causas biológicas da deficiência. Com o avanço da psicologia, novas teorias de aprendizagem começam a influenciar a educação e configuram a concepção na linha psicopedagógico, que ressalta a importância da escola e enfatiza os métodos e as técnicas de ensino. Por volta da década de 1990 e início do século XXI, avançam os estudos em Educação Especial no Brasil (MAZZOTTA, 2005). Para Mazzotta (2005), é possível destacar três atitudes sociais que marcaram o desenvolvimento da Educação Especial no tratamento dado às pessoas com necessidades especiais especialmente no que diz respeito às pessoas com deficiência: marginalização, assistencialismo e educação/reabilitação. Marginalização – atitudes de total descrença na capacidade de pessoas com deficiência, o que gera uma completa omissão da sociedade na organização de serviços para esse grupo da população. Assistencialismo – atitudes marcadas por um sentido filantrópico, paternalista e humanitário, que buscavam apenas dar proteção às pessoas com deficiência, permanecendo a descrença no potencial destes indivíduos. Educação/reabilitação – atitudes de crença nas possibilidades de mudança e desenvolvimento das pessoas com deficiência e em decorrência disso, a preocupação com a organização de serviços educacionais. Segundo Jannuzzi (2004), no Brasil por volta do século XVIII, o atendimento aos deficientes restringia-se aos sistemas de abrigos e à distribuição de alimentos, nas Santas Casas, salvo algumas exceções de crianças que até participavam de algumas instruções com outras crianças ditas normais. Sendo a educação especial uma área de estudo relativamente nova no campo da pedagogia, muitos professores encontram-se desestabilizados frente às concepções e estruturais sociais no que diz respeito às pessoas consideradas “diferentes”. Dessa forma, a partir do século XVI, a educação busca teorias e práticas focadas ao ensino de qualidade, com profissionais comprometidos em dar aos seus alunos um ensino de qualidade, independentemente de suas diferenças individuais. O ideal é que na experiência educativa, educandos, educadoras e educadores, juntos ‘convivam’ de tal maneira com os saberes que eles vão virando sabedoria. Algo que não é estranho a educadores e educadoras. (FREIRE, 2005, p. 58). Atualmente, para construir uma escola que atenda adequadamente a alunos com características, potencialidades e ritmos diferentes de aprendizagem, não basta apenas que tenham professores e demais profissionais que uma escola normal apresenta. Faz-se necessário que os profissionais e principalmente os professores estejam capacitados para exercer essa função, atendendo a real necessidade de cada educando. Frente a isso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/1996, artigo 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal. Para Stainback e Stainback (1999) afirmam que boas escolas são aquelas que se preocupam com a satisfação e aprendizagem de todas as pessoas, ou seja, dos profissionais da educação, dos alunos, da comunidade escolar e dos funcionários, dentro do ambiente escolar. Segundo a história sobre o movimento de inclusão das pessoas com deficiência é algo novo. Historicamente, a existência exclusiva da escola e de toda sociedade limita-se à escolarização de um grupo seleto e homogêneo de pessoas. Os que não pertenciam a esse grupo ficavam excluídos dessa sociedade. Com a democratização da escola surge a contradição inclusão / exclusão. Inicia-se, então, o acesso das pessoas com deficiência às escolas, mas, num processo de integrar e não de incluir. Toda essa modificação, ainda que lenta e pouco significativa, fomenta futuras e importantes mudanças no cenário para tentativas de uma educação inclusiva (BRASIL, 2007). Segundo Carvalho (2000), ao final do século XX muitos conflitos e transformações aconteceram, principalmente, no contexto da educação especial presente no Brasil desde o período imperial. Surgem, então, as expressões “Educação para todos”, “Todos na escola”,“Escola para todos”. Porém, a autora ressalta que a ideologia da educação inclusiva vem sendo difundida desde o século XVIII por Pestalozzi e Froebel quando eles afirmavam a importância do “respeito à individualidade de cada criança” (CARVALHO, 2000, p.145). A Lei n° 4.024 de 1961 – Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDBEN) garantia o direito à educação em escolas regulares para as crianças portadoras de alguma deficiência ou superdotadas. Entretanto, na década de 70, houve um retrocesso na caminhada da política inclusiva com a lei n° 5.692/71 que defendia o tratamento especializado para os alunos com necessidades especiais, reforçando, assim, a segregação desses alunos em salas especiais. Nesse período cria-se o Centro Nacional de Educação Especial (CENESP) responsável pela educação especial no Brasil difundindo o movimento da integração escolar dos indivíduos com restrições físicas ou mentais. MATERIAIS E METODOS Esse trabalho foi desenvolvido com pesquisas em sites, estudos em artigos, e após ser feita a coleta e organização dos dados, foi realizado análise e interpretação dos estudos feitos. https://www.google.com/search?q=imagem+de+inclus%C3%A3o+escolar&sxsrf=ACYBGNRi3ba-0NiVCxa; 21-11-2019. RESULTADOS E DISCUSSÕES Para Carvalho (2000), houve muitas mudanças na educação inclusiva, muitos conflitos e transformações aconteceram, principalmente, no contexto da educação especial presente no Brasil desde o período imperial. Surgem, então, as expressões “Educação para todos”, “Todos na escola”, “Escola para todos”. Para Stainback e Stainback (1999) afirmam que boas escolas são aquelas que se preocupam com a satisfação e aprendizagem de todas as pessoas, ou seja, dos profissionais da educação, dos alunos, da comunidade escolar e dos funcionários, dentro do ambiente escolar. Para Mazzotta (2005), é possível destacar três atitudes sociais que marcaram o desenvolvimento da Educação Especial no tratamento dado às pessoas com necessidades especiais especialmente no que diz respeito às pessoas com deficiência: marginalização, assistencialismo e educação/reabilitação. Carvalho (2000), fala das transformações que houve na educação inclusiva ao longo dos tempos e que ainda há muito a ser feito. Stainback (1999), afirmar que para termos boas escolas e que efetivamente seja inclusiva temos que acolher com igualdade e humanidades a todos sem olhar com diferença as peculiaridades de cada um. Mazzotta (2005), chama a atenção para as três atitudes que marcaram a educação inclusiva, que são elas Marginalização, assistencialismo e educação de reabilitação, o certo é que os autores chamam a atenção para as transformações, investimento e inclusão de todos na escola. CONCLUSÃO Com essa pesquisa foi possível observar que houve grandes avanços na educação inclusiva escolar, mais ainda há o que se fazer em termos de garantias para uma educação de qualidade aos alunos Portadores de Necessidades Especiais, e como todos ser humano tem o direito em uma educação qualidade, mais o que se percebe é que apesar dos investimentos na área é muito pouco para se alcançar uma educação com qualidade. A inclusão para acontecer verdadeiramente tem que se investir na infraestrutura da escola, curso especializado para o professor, redimensionamento financeiro dos sistemas e instituições na implementação de serviços e recursos de apoio complementar tanto para os professores quanto para os alunos. O discurso da maioria dos participantes evidenciou uma posição favorável à inclusão dos alunos com necessidades na educação comum, talvez pelo fato de entenderem que é pela interação que o indivíduo aprende e se desenvolve (VYGOSTKY, 1991). REFERENCIAS BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996. BRASIL. Lei nº. 8.069, de 13 de Julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2006. CARVALHO, R. E. Temas em educação especial. 2. ed. Rio de Janeiro: WVA, 2000. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 13. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2005. JANNUZZI, G. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI. Campinas, SP: Autores Associados, 2004. JÚNIOR, E. M. 50 anos de Políticas de Educação Especial no Brasil: movimentos, avanços e retrocessos. 2012. Disponível em <http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/1464/670>.Acesso em 20 set. 2017. MINETTO, M.F. O currículo na educação inclusiva: entendendo esse desafio. 2ª ed. Curitiba: IBPEX, 2008. MANTOAN, M. T. E. A hora da virada. Inclusão: Revista da Educação Especial, Brasília, v. 1, n. 1, p. 24-28. 2005. MAZZOTTA, M. J.S. Educação Especial no Brasil: História e políticas públicas. 5ª ed. São Paulo: Cortez Editora, 2005. VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.