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02/06/2019 União dos Escritores Angolanos - A Dinâmica e o Estatuto Dos Jornalistas em Angola No Período da Imprensa Livre (1866-1923)
https://www.ueangola.com/criticas-e-ensaios/item/170-a-dinâmica-e-o-estatuto-dos-jornalistas-em-angola-no-período-da-imprensa-livre-1866-19… 1/8
A Dinâmica e o Estatuto Dos Jornalistas em Angola No Período da
Imprensa Livre (1866-1923)
Escrito por João Pedro Da Cunha Lourenço
«João, leia, estude e serás gente.»
Gabriela Antunes
 
«João, leia, estude e serás gente.»
Gabriela Antunes
Introdução
Primeiramente, gostaríamos de agradecer o convite feito pela União dos Escritores Angolanos, para que
pudéssemos estar aqui, nesta ocasião, e partilharmos alguns dos conhecimentos que temos adquirido ao longo
dos últimos três anos em que decidimos nos dedicar à investigação da actividade jornalística em Angola, mais
concretamente a partir do último quartel do séc. XIX e princípio do séc. XX.
Em seguida gostaríamos de prestar aqui a nossa homenagem e manifestar os nossos agradecimentos à nossa
querida Profª. Gabriela Antunes, por tudo que fez e por o que ela representa para nós. Pois, foi por seu
intermédio que muitos de nós que estivemos no Curso Médio de Jornalismo começámos a frequentar a União
e a participar nas «Makas».
A problemática que pretendemos levantar nesta comunicação é: será que é coerente classificar o jornalismo da
fase da imprensa livre como «episódico» e todos os jornalistas como «amadores»? È uma temática que tem
sido marginalizada na historiografia existente sobre o assunto, por isso, interessa discutirmos para não parecer
acabado, até porque é um assunto actual, numa altura em que está em preparação uma nova lei de imprensa
para o nosso país, em que, certamente, interrogações de como quem deve ser considerado jornalista
profissional serão levantadas. Nos nossos dias, são várias as pessoas que exercem a actividade jornalística em
paralelo com outras, estando assim por definir, à luz dos critérios actuais de classificação, os seus estatutos
profissionais.
Nos últimos anos, tem crescido o volume dos dados historiográficos sobre a História de Angola, na qual se
procura analisar a evolução social, política, económica e cultural do país, a partir da segunda metade do séc.
XIX. Dentre as temáticas abordadas, a imprensa e o papel que ela desempenhou também têm merecido
tratamento. A obra mais antiga que até agora conhecemos, em que há referência sobre a imprensa em Angola,
é Subsídios para a história do jornalismo nas províncias ultramarinas, de Brito Aranha, editada em Lisboa,
pela Imprensa Nacional, em 1885, na qual se faz uma descrição quantitativa e analítica sobre a imprensa nos
então territórios sob domínio colonial português. A base para qualquer estudo nessa área tem sido a obra de
Castro Lopo, Jornalismo de Angola. Subsídios para a sua história; depois seguiram-se outros autores, tais
como Teófilo José da Costa, Carlos Ervedosa, Sebastião Coelho, Rosa Cruz e Silva, Alexandra Aparício,
Fernando Gamboa, Marcelo Bittencourt e Aida Freudenthal. Na abordagem, têm sido tratados temas como a
relação entre a imprensa e a literatura, imprensa e o nacionalismo, imprensa e a educação. No que se refere à
situação organizacional e profissional dos jornalistas pouco tem sido discutido, prevalecendo a ideia do
«amadorismo» avançada por Castro Lopo.
Esta comunicação tem como objectivo analisar a questão da estruturação, dinâmica e situação profissional dos
jornalistas em Angola no período atrás referenciado. Para tal, faremos uma abordagem que consistirá em
analisar o conceito de «profissional» e de alguns textos publicados pelos próprios sujeitos da história, ou seja,
aqueles depoimentos em que eles tratam de verificar o seu desempenho como jornalistas.
O período «Imprensa Livre»
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O território, na altura, uma colónia portuguesa, apresentava uma sociedade estratificada em «civilizados» e
«não civilizados». «Civilizados» eram os brancos, independentemente da sua condição social, económica e
académica, mestiços e negros escolarizados e que tivessem hábitos e costumes europeus e tivessem
abandonado o modo de vida dos africanos. «Não civilizados» eram os negros que mantinham o modelo de
vida autóctone, quer dizer, os «indígenas», «aqueles que nascidos no ultramar, de pai e mãe indígenas não se
distinguissem pela sua instrução e costumes do comum da sua raça», como ficou estabelecido a partir do
Decreto de 1894. Este facto criava várias fricções devido às discriminações de ordem social e racial
prevalecentes. Esses problemas foram levantados a nível da imprensa, por um lado, pelos colonos que
defendiam a manutenção do status quo, criticando as autoridades por permitirem a intervenção na vida pública
dos mestiços e negros, por outro lado, pelos africanos («filhos da terra», como se autodenominavam, ou
«crioulos» como também eram/são conhecidos), protestando contra as injustiças sociais e reclamando a sua
emancipação social. Pelas referências sobre a independência do território, podemos verificar que o discurso
contestatário dos africanos assumiu carácter proto-nacionalista.
Dois estudiosos da história do jornalismo em Angola, nomeadamente Júlio de Castro Lopo, com a obra
Jornalismo de Angola. Subsídios para a sua história, e Sebastião Coelho, com a obra Angola: história e
estórias da informação, se propuseram elaborar uma periodização desta actividade ao longo da sua existência
em Angola. O primeiro exclui a possibilidade de uma periodização da imprensa angolense a partir de
elementos de ordem legislativa ou de contexto político (liberal ou anti-liberal), e aponta o aumento da
colonização europeia, do desenvolvimento do comércio interno e do comércio exportador como factores
responsáveis pelo surgimento das seguintes fases: Primeiros Passos, iniciada com o Boletim Official em 1845;
Imprensa Livre, a partir de 6 de Dezembro de 1866 com a publicação do periódico A Civilisação da Africa
Portugueza, fundado por António Urbano Monteiro de Castro e Alfredo Júlio Cortês Mântua; Jornalismo
Industrial e Profissional, com o surgimento em 16 de Agosto de 1923 do jornal A Província de Angola,
fundado por Adolfo Pina. Esta divisão é retomada integralmente por Carlos Ervedosa.
O Boletim Oficial foi durante duas décadas a única publicação regular, já que o periódico A Aurora, surgido
em 1856, fundado por Ernesto Marecos, F. Teixeira da Silva, Alexandre Balduíno e Alfredo Sarmento , com
característica essencialmente literária e recreativa, conheceu apenas alguns números; a publicação da
Civilisação da Africa Portugueza em 6 de Dezembro de 1866 e de outros periódicos a partir de tipografias
particulares levou os leitores da época a chamá-los de imprensa livre, o que logicamente não significa,
necessariamente, liberdade para escrever e publicar aquilo que eventualmente quisessem, mas sim uma
diferenciação entre o órgão oficial publicado sob tutela económica e política das autoridades e aqueles que
estavam fora, pelo menos economicamente, desta dependência.
O segundo (Sebastião Coelho) retoma com algumas reticências a periodização do primeiro, e acrescenta as
fases relacionadas com o período pós-colonial. As dúvidas de Sebastião Coelho estão ligadas ao início da fase
denominada Jornalismo Industrial e Profissional. Para ele, esta etapa teve início em 1912 com o surgimento do
Jornal de Benguela, na cidade com o mesmo nome, fundado por Manuel Mesquita, e aponta como
fundamentos da sua tese o facto de o jornal ser proprietário de uma tipografia, de ser considerado pelos
colonos da época e de usar como subtítulo a frase «decano dos jornais de Angola» e pelo facto de poder se
considerar o seu proprietário um jornalista profissional, já que «vivia do jornal e para o jornal», e pelo facto
deste ter abandonadoo seu emprego nas Alfândegas, embora nunca tenha solicitado oficialmente a sua
demissão. Além disso, faz do jornal A Província de Angola como o marco do início da referida fase, devido
àquilo que chama de «acendrado espírito luandense» de Castro Lopo e de Carlos Ervedosa (para este último
acrescenta o facto de ser filho de um dos proprietários e por ter trabalhado neste periódico) .
Sebastião Coelho acrescenta as informações relativas ao surgimento e evolução da rádio e da televisão, no
período de jornalismo profissional, estendendo-o até 1974; depois, propõe outros períodos, nomeadamente:
Época de Transição: 1974-1975; Época Pós-Independência: Monopólio do Estado, 1975-1992; Imprensa
Livre, 1992 aos nossos dias, dentro da qual encontramos a Imprensa Regional e a Imprensa Electrónica.
Para Castro Lopo, a terceira fase inicia-se em 1923 com a publicação do jornal A Província de Angola, porque
o seu fundador e director, Adolfo Pina, vivia unicamente da actividade jornalística sendo, de acordo com os
seus critérios, um jornalista profissional, ao contrário do que tinha acontecido até a essa fase em que os
indivíduos que dirigiam ou colaboravam na imprensa exerciam outras actividades ligadas ao funcionalismo
público, ao exército, à igreja, ao comércio, ao exercício da advocacia ou outra qualquer e não exclusivamente
a profissão de jornalista em full time (tempo integral). De acordo com estes critérios, o jornalista Manuel
Mesquita não era um jornalista profissional, porque exercia outra actividade. Sebastião Coelho não discorda
dos critérios de classificação, apenas apresenta o argumento de que o jornalista benguelense tinha deixado o
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seu emprego nas Alfândegas há muito tempo e que o problema residia no facto desta demissão não ter sido
oficializada, e que os luandenses, entre os quais Castro Lopo e Carlos Ervedosa, se recusavam a aceitar, com
objectivo de manter tal proeza na capital.
Os argumentos de Sebastião Coelho parecem-nos carregados de um «acendrado espírito anti-luandense» não
só em relação a este assunto, mas também àquele ligado à transferência da capital da então Província de
Angola de Luanda para o Huambo, perspectivada pelo Alto Comissário da República, Vicente Ferreira, e que
não se efectivou por causa da «oposição» dos «‘Caluandas’ empedernidos» Mesmo que tal abandono se
confirme, Manuel Mesquita não pode ser considerado um jornalista profissional, de acordo com os critérios de
Castro Lopo, porque encontramos no periódico Independente uma nota oficial, publicada em 1913, em que
este é referenciado como sendo Presidente da Câmara de Benguela, portanto, um cargo público pelo qual era
remunerado, o que significa que ele não vivia exclusivamente da e para actividade jornalística.
Simplesmente amadores?
Nos interessa agora levantar a questão do amadorismo ou profissionalismo. Para Castro Lopo, o
profissionalismo juntamente com a industrialização são os elementos que considera essenciais para o início da
terceira fase (1923-1974) da imprensa em Angola, nos apresentando a fase por nós escolhida para este
trabalho, como dominada por um «jornalismo episódico e de amadores» , na qual participaram:
«criaturas das mais variadas condições sociais, tais como: empregados comerciais, agricultores, negociantes e
lojistas, magistrados judiciais, médicos, professores, missionários e clérigos, veteranos e oficiais de marinha
mercante e de guerra, militares até indivíduos que permaneciam em Angola na situação de degredados»
Em termos da temática «industrialização», é preciso recordar que na área da indústria gráfica sempre houve a
preocupação de se melhorar as condições em termos de maquinaria, ao contrário dos outros sectores, que só
depois de 1961, devido à própria política colonial portuguesa que assentava no Pacto Colonial, no qual as
colónias estavam sujeitas a servirem a metrópole como fornecedoras de matérias-primas e receptoras
(mercados) dos produtos vindos das indústrias metropolitanas. A Imprensa Nacional e as outras tipografias
preocuparam-se sempre em possuir meios técnicos que lhe permitissem melhorar a qualidade dos seus
trabalhos. O desenvolvimento do sector gráfico foi assinalável, permitiu a ascensão dos funcionários
tipógrafos, que se constituíram num grupo com destaque na sociedade colonial. Por exemplo, em 1910, os
periódicos Independente e O Progresso preocuparam-se em adquirir máquinas que permitiam a impressão de
fotografias.
Quanto à temática «profissionalismo», outras questões surgem porque entendemos que classificar,
simplesmente, como «jornalismo episódico e de amadores» uma actividade que se exerceu durante mais de
cinco décadas (concretamente 56 anos é quanto durou a segunda fase, segundo as propostas já apresentadas) é
uma atitude que mostra pouca profundidade na sua análise e que parece partir de critérios estabelecidos de um
modo bastante radical: o vínculo laboral. Compreendemos que Castro Lopo escreveu o seu trabalho na
segunda metade do século XX, portanto, período pós II Guerra Mundial, evento que alterou as relações
humanas e todos outros aspectos inseridos na vida dos estados, estando, logicamente, incluído o
relacionamento entre o patronato e os empregados. É preciso notar que tal critério não pode ser aplicado de
forma rígida para um contexto que apresenta um espaço territorial que é uma colónia e numa época (final do
século XIX dado de um pequeno núcleo de africanos, de afro-europeus e europeus que a dominavam), de
degredados e colonos europeus analfabetos ou semi-escolarizados, tínhamos um quadro em que era difícil o
desenvolvimento de um mercado de consumo de uma produção eminentemente intelectual como, por
exemplo, o jornalismo ou a literatura. Mesmo a nível mundial, o jornalismo só começou a dar os primeiros
passos no sentido da formação na segunda metade do século XIX. Portanto, os primeiros quadros que a
abraçaram esta profissão vieram das mais variadas áreas, principalmente das letras; aliás, a actividade foi
inicialmente uma carreira literária e depois uma carreira política.
É normal que se estabeleça o ano de 1923 como o marco inicial da fase do jornalismo profissional em Angola,
atendendo à nova dinâmica registada com o surgimento do jornal A Província de Angola, mas achamos
excessivo classificar todos aqueles que trabalharam nesta área na fase anterior (1866-1923) como «amadores»,
porque exerciam outras actividades, para além de serem jornalistas. O vínculo laboral não pode ser, neste
caso, condição sine qua non para definição do estatuto de profissional, pois, já vimos que em Angola não
havia condições para que alguém vivesse exclusivamente como jornalista, tendo em conta os elementos que
foram referenciados. É lógico que fossem as outras áreas a alimentar em termos de pessoal essa profissão que
dava os primeiros passos. Por isso, entendemos que algumas personagens da época merecem o atributo de
jornalista profissional.
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Dois outros aspectos podem ser acrescidos a esta discussão. O primeiro é o facto de que o jornalismo em
Angola não se exerceu sem regulamentação, muito pelo contrário, sempre houve uma legislação para
regulamentar a actividade, o que significa que os jornalistas estavam conscientes que tinham limites na sua
actuação, embora reconhecessem que havia situações em que tais linhas de delimitação foram ultrapassadas,
pois, em determinados períodos, a legislação vigente na metrópole foi alargada às colónias, enquanto que
noutros casos se verificou a publicação de legislaçãovigente simplesmente nas colónias. Ainda há aquelas
situações em que os dirigentes a nível de Angola publicaram portarias em relação à imprensa.
O segundo é o que se define como profissional, porque acreditamos que não pode ser exclusivamente na ideia
de um indivíduo que trabalha em tempo integral numa determinada área da qual recebe uma remuneração.
Outros elementos podem ser usados, de acordo com as circunstâncias, para definição, tais como o tempo em
que se trabalha ou até mesmo a forma como se trabalha, afinal «o jornal é mais que um negócio, comércio ou
profissão: é uma maneira de vida… o que adianta é o conceito que a própria pessoa tem de suas obrigações» .
E, profissionalização, como reclamava Fernando de Sousa aos jornalistas brasileiros na década de 1950, exige
responsabilidade, não é uma questão de salário mas «exige conhecimento, exige saber […]. Para ser
profissional é mister, antes de tudo conhecer a profissão.»
Como podemos verificar neste caso, o critério não é a ligação que o jornalista tem com o patronato, mas sim o
seu grau de conhecimento e que para Fernando de Sousa, nesta altura, só é alcançável com uma formação num
curso especializado. Na época que estamos a analisar neste trabalho, logicamente não existia um curso de
jornalismo em Angola, por isso, a forma como os jornalistas tinham de conhecer a profissão era a prática e a
experiência diária; costuma dizer-se que «a prática é a mãe da verdade». Eles mesmos se consideravam
membros de uma classe: «Folha do Sul. Por motivos de vária ordem administrativa, suspende
temporariamente a sua publicação este nosso colega de Novo Redondo.» Outros exemplos certamente não
faltam para elucidar este posicionamento: «o nosso colega Imparcial publica um brilhante artigo que intitula
Unificação da Imprensa.»
Artigos esses em que eles mostravam o seu sentimento de pertença a uma classe, que tinha inúmeras
dificuldades de ordem material, que congregava no seu seio as várias tendências ideológicas e sociais
existentes na sociedade de então. Em 1907, o periódico O Benguella publicou um artigo intitulado «A vida do
jornalista», que achamos enquadrar-se bem na discussão levantada por esta comunicação. Nas primeiras
linhas, podemos identificar o espírito de sacrifício que era exigido a quem se dedicava à actividade
jornalística. A descrição do quotidiano é feita nas seguintes palavras:
«Na vida jornalística um ano mais quer dizer 365 dias de apoquentações a menos. Nem o triunfo dos
combates, nem o êxito das campanhas, compensa os dissabores que sofre o jornalista ou os sacrifícios dos
que, por abnegação esgotam dinheiro e saúde na conservação de um jornal. Só quem vive portas a dentro de
uma dessas empresas, sabe as horas de desânimo, as horas de amargura porque passam os que, devotados
servidores de uma causa, se expõem à inveja de uns, à malquerença de muitos, à calúnia de muitos outros.»
Nas citações expostas, é importante termos em atenção as expressões «abnegação» e «devotados servidores»,
que nos ajudaram a compreender a forma como encaravam o jornalismo. Muitas vezes, na actualidade fazem
parte do profissionalismo a abnegação e a devoção. Nas linhas seguintes, o articulista chama a atenção para as
críticas que são dirigidas sem conhecimento de causa ou mínimo de experiência necessária para saber o que
significava (significa) a produção de um jornal:
«Os alheios às lutas jornalísticas, os que nunca tiveram de intervir na feitura duma folha, não podem fazer a
mais pequena ideia das agruras que constituem os espinhos dessa obra. É facto, os leigos no ofício não sabem,
não calculam o quanto custam meia dúzia de colunas que diária, bissemanal, semanalmente, etc. se
apresentam ao público; se soubessem, nem um desses leigos na matéria abriria a boca para fazer a menor
crítica ao que se acha espalhado nessas folhas volantes, críticas sem critério nem fundamento até mesmo sobre
assuntos em que se advogam os seus interesses ainda que indirectamente.»
Problema como a objectividade da informação levada ao público, que continua a ser levantado no jornalismo
actual, já fazia parte das suas preocupações. Vejamos o seguinte exemplo: «No nosso n.º 42 apenas demos aos
nossos leitores uma notícia sucinta, mais exacta, sobre os acontecimentos do Ambriz, como nos permitiu a
falta de tempo e o recomendava a prudência para não sermos falsos noticiadores» . Àquela preocupação pode-
se acrescentar uma outra ligada ao sentido de responsabilidade no modo de actuar dos jornalistas no seu dia-a-
dia, quando o Sul d’Angola reclamava a criação duma associação dos profissionais da imprensa onde só seria
admitido «quem tivesse responsabilidade de carácter», que afastaria os desonrados, que obrigaria «todos os
associados a assinar os seus escritos» para que pudessem ser responsabilizados, que criaria «um jornal da
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classe que publicasse permanentemente os nomes dos associados» e que isolaria os jornais que «não fossem
dignos de pertencer à associação».
Apesar de ser um texto de 1894, contém elementos que fazem parte de muitos códigos de ética das
associações jornalísticas modernas, definindo critérios de admissão, conduta profissional, sentido de
responsabilidade e outros instrumentos necessários para o jornalista profissional. Este texto é mais um
exemplo de que havia neles a consciência de uma classe profissional e para perceber isto é necessário nos
contextualizarmos, se não continuar-se-á agarrado ao adjectivo «amador», atributo que eles, certamente, não
faziam uso para caracterizar a sua participação na imprensa. Embora reconheçamos que o jornalismo no seu
conjunto ainda não tinha atingido altos níveis, e que periódicos como Folha do Sul servem para ilustrar esta
situação com a sua publicação altamente irregular, é necessário identificar casos que nos indiquem um sentido
contrário àquele que tem vindo a ser seguido pelos estudiosos.
Outros exemplos podem ser encontrados no próprio livro de Castro Lopo. É o caso de José de Macedo,
jornalista e publicista em Portugal, que recebeu um convite do Grémio Português de Luanda para dirigir o
periódico A Defeza de Angola, ou os casos de Júlio Lobato, director do Voz de Angola, e de Francisco Pereira
Batalha, proprietário, director e redactor do periódico A Província, que trabalharam, primeiramente em
Portugal como jornalistas . Por isso, não nos devemos admirar que José Pinto da Silva Rocha, proprietário e
redactor principal do jornal O Mercantil foi considerado o «primeiro jornalista profissional de Angola», pois a
isto se devem certamente os 27 anos de existência da sua publicação.
A essa lista de eleitos para o estatuto de «jornalistas profissionais» poderíamos acrescentar os nomes de José
de Fontes Pereira, Urbano de Castro, Alfredo Mântua, Mamede Sant’Ana e Palma, Lino de Sousa Araújo,
Arantes Braga, Júlio Lobato, pelos anos que dedicaram a esta actividade e também pela forma como a
exerceram, que passa pelo esforço de manterem as suas publicações, embora muitas vezes não conseguissem.
Mas a luta resultava num novo título, na maneira como conseguiam gerir a questão do relacionamento entre o
poder e a imprensa que, em muitas ocasiões, se mostrava extremamente difícil e até perigosa, nos temas que
eram trazidos para a discussão reflectindo, assim, as preocupações vividas e levantadas pelos membros da
sociedade colonial e também por aquilo que fizeram ao terem sido participantes activos na existência do
fenómeno jornalismo em Angola, porque «[…] parecendo coisa trivial, ser jornalista exige predicados e impõe
compromissos de tal ordem que bem pode dizer-se que não é jornalista quem quer […]» .
Será coerente chamar a fase imprensa livre como sendo de um jornalismo «episódico», quando se reconhece
que foi nela em que se lançaram as basespara a edificação daquilo que hoje chamamos de literatura angolana?
Quando se reconhece que foi neste período que se produziu um discurso com características proto-
nacionalistas? Certamente que não. Porque ao reconhecermos esses dois elementos, implicitamente estamos a
valorizar a sua produção, e quando, ao lermos os jornalistas e escritores dos períodos subsequentes,
encontramos vastas referências aos membros da imprensa livre, significa que a sua foi continuada.
Obrigado. Luanda, aos 14 de Abril de 2004.
Cronologia sumária de alguns factos ligados à imprensa em Angola até 1923
1836 - Sá da Bandeira manda, no artigo 13.º do Decreto de 7 de Dezembro, criar nas possessões ultramarinas
portuguesas publicações que pudessem transmitir as informações (legais, comerciais e gerais) necessárias ao
público residente na colónia.
1842 - As máquinas para a montagem de uma tipografia em Luanda que Joaquim António de Carvalho
Menezes, um filho do país, trazia afundam no Atlântico, segundo José de Fontes Pereira por orientação das
autoridades metropolitanas.
1845 - Por iniciativa do Governador Geral, Pedro Alexandrino da Cunha, sai a 13 de Setembro o primeiro
número do Boletim do Governo Geral da Província de Angola. É o início da imprensa em Angola (Primeiros
Passos).
1847 - A partir do n.º 95 de 3 de Julho, o Boletim do Governo Geral da Província de Angola passou a
designar-se Boletim Official do Governo Geral da Província de Angola.
1856 - Surge Aurora, o primeiro jornal de carácter literário e recreativo, fundado por Ernesto Marecos,
F.Teixeira da Silva, Alexandre Balduíno e Alfredo Sarmento.
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1866 - O Decreto de 1 de Outubro tornava extensiva às províncias ultramarinas o Decreto de 17 de Maio de
1866 sobre a lei de liberdade de imprensa em vigor na metrópole. - A 6 de Dezembro, sai a edição n.º 1 do
periódico A Civilisação da Africa Portugueza, fundado por António Urbano Monteiro de Castro e Alfredo
Júlio (Imprensa Livre).
1867 - Em Setembro, António Urbano Monteiro de Castro, Alfredo Mântua e Francisco Pereira Dutra são
condenados por crime de abuso de liberdade de imprensa. Situação que se repetiu em Novembro, tendo
Francisco Pereira Dutra morrido na prisão.
1870 - A 9 de Julho, sai o primeiro número do jornal O Mercantil, que teve uma duração de 27 anos, sob
liderança de José Pinto da Silva Rocha.
1873 - A 25 de Janeiro, sob mandato do Administrador do concelho de Luanda e aprovação do Governador
Geral, são encerradas as oficinas d’O Mercantil e apreendidos os seus meios. Esta medida foi suspensa por
decreto do Ministro e Secretário dos Negócios da Marinha e Ultramar, Andrade Corvo. - A 16 de Junho,
publica-se o n.º 1 do periódico O Cruzeiro do Sul, fundado por Lino Maria de Sousa Araújo (um mestiço que
era igualmente editor) e Francisco António Pinheiro Bayão (europeu, capitão do exército português). Neste
periódico, colaboraram o Padre António Castanheira Nunes, Urbano de Castro, José de Fontes Pereira, o
Cónego António José do Nascimento.
1881 - José da Ressurreição Arantes Braga é condenado a 40 dias de prisão acusado de injúrias. - A 12 de
Novembro, publica-se a edição n.º 1 do jornal O Echo de Angola, o primeiro periódico da chamada imprensa
africana, sendo as responsabilidades económicas e de redacção dos africanos. O seu proprietário e redactor
principal era Inocencio Mattozo da Câmara.
1886 - José de Fontes Pereira publica no periódico O Futuro de Angola uma série de artigos com a temática
«A Independência de Angola» em que aborda o chamado «tempo de ouro» da comunidade angolense, critica a
política colonial portuguesa e perspectiva uma autodeterminação de Angola
1890 - Em Janeiro, José de Fontes Pereira publica um artigo em que aconselhava os Ingleses a negociarem
com os africanos na qualidade de «donos da terra» e não com os Portugueses, tendo provocado uma reacção
violenta por parte dos colonos. Como consequência, o periódico O Arauto Africano passou a designar-se O
Polícia Africano com alterações na sua política editorial.
1891 - Publica-se a edição única e anónima do jornal O Tomate, em Fevereiro, onde consta um artigo
intitulado «Independência d’Angola», no qual se pretende mostrar a teia de relações existentes entre os filhos
do país no litoral e os soberanos africanos no interior; os protagonistas da resistência à penetração portuguesa
são saudados como heróis e se simula um acto de proclamação da independência de Angola.
1896 - O Decreto de 26 de Novembro estabelece a punição como crime de abuso de liberdade de imprensa
todos os que se cometerem com publicidade, por qualquer meio de impressão, ou estampagem, periódica ou
não periódica, independentemente do tamanho.
1898 - O Decreto de 11 de Agosto estabelece que todos os crimes de abuso de liberdade de imprensa seriam
julgados em processo de polícia correccional, qualquer que fosse a pena aplicável.
1901 - Publica-se a obra Voz d’Angola Clamando no Deserto, um conjunto de artigos originais e transcritos,
em resposta a um artigo publicado no jornal Gazeta de Loanda intitulado «Contra lei, pela grei», em que o
autor estigmatiza o homem negro. Na resposta, os angolenses fazem uso das estatísticas oficiais para mostrar a
eficiência do trabalhador africano, criticam a política colonial e a discriminação social e racial a que estavam
sujeitos.
1902 - Em Janeiro, inicia-se a publicação da revista literária Luz e Crença sob direcção de Pedro da Paixão
Franco com a participação de Silvério Ferreira e Francisco Castelbranco.
1909 - Fim do jornal O Angolense, devido aos desentendimentos entre os seus membros (Francisco das
Necessidades Castelbranco, director, Augusto Silvério Ferreira e Pedro da Paixão Franco, redactores, Eusébio
Velasco Galiano, editor), provocado por um processo judicial a que o jornal foi sujeito.
1913 - Os jornais Independente e A Verdade são suspensos por ordem de Norton de Matos, Governador Geral,
por considerar que colocavam em «perigo» a ordem na colónia. A suspensão durou dois meses, foi discutida
02/06/2019 União dos Escritores Angolanos - A Dinâmica e o Estatuto Dos Jornalistas em Angola No Período da Imprensa Livre (1866-1923)
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nas Cortes na metrópole.
1916 - O Decreto de 31 de Julho estabelece a censura preventiva aos periódicos e outras publicações, que seria
exercida por comissões a nível dos distritos e concelhos.
1919 - Portaria n.º 149, de 8 de Maio, na qual se revogava a Portaria nº 291, abolindo, neste caso, a censura
preventiva.
1922 - Acusados de incitarem as populações «indígenas» a revoltarem-se contra as autoridades coloniais, foi
dissolvida a Liga Angolana, encerrado o jornal Angolense e foram detidos muitos «nativos», entre os quais
António de Assis Júnior e Narciso do Espírito Santo. Facto conhecido com a «Revolta de Catete».
1923 - A 16 de Agosto, sai o n.º 1 do jornal A Província de Angola, fundado por Adolfo Pina. (Jornalismo
Industrial e Profissional).
Alguma bibliografia para o estudo da imprensa em Angola:
ANDRADE, Mário Pinto de, Origens do nacionalismo africano: continuidade e ruptura nos movimentos
unitários emergentes da luta contra a dominação portuguesa: 1911-1961, Lisboa, Dom Quixote, 1997.
BITTENCOURT, Marcelo, Dos jornais às armas. Trajectórias da contestação angolana, Lisboa, Vega, 1999.
CASTRO LOPO, Júlio de, Para a história do jornalismo de Angola, Luanda, Imprensa Nacional, 1952.
_____, Jornalismo de Angola. Subsídios para a sua história, Luanda, CITA, 1964.
COELHO, Sebastião, Angola: história e estórias da informação, Luanda, Executive Center, 1999.
LOURENÇO, João Pedro da Cunha, A imprensa e a problemática da liberdade de imprensaem Angola: 1866-
1923 (dissertação de licenciatura em Ciências da Educação, especialidade História, apresentada ao
Departamento de Ciências Sociais do Instituto Superior de Ciências da Educação ISCED/Luanda – da
Universidade Agostinho Neto), Luanda, 2003.
MELO, João, Jornalismo e política, Luanda, UEA, 1991.
OLIVEIRA, Mário António Fernandes de, Alguns aspectos sociais de Luanda inferidos dos anúncios
publicados na sua imprensa Análise preliminar ao ano de 1891, Separata do Boletim do Instituto de
Investigação Científica de Angola, Luanda, n.º 7 (1), [1970].
_____, Reler África, Coimbra, Instituto de Antropologia/Universidade de Coimbra, 1990.
_____, A formação da literatura angolana (1851-1950), Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1997.
Os periódicos como fonte de pesquisa histórica. A imprensa escrita de Angola do séc. XIX, Luanda, AHN,
1993
SILVA, Rosa Cruz e, «O nacionalismo angolano. Um projecto em construção no século XIX? Através de três
periódicos da época: O Pharol do Povo, O Tomate e O Desastre”, in Actas do II Seminário sobre a História de
Angola «Construindo o passado angolano: as fontes e a sua interpretação», CNCDP, Lisboa, 2000, pp. 741-
802.
Voz de Angola clamando no Deserto, 2.ª ed., Luanda, UEA, 1984.
Notas
Esta comunicação deriva da nossa dissertação A imprensa e a problemática da liberdade de imprensa em
Angola: 1866-1923, apresentada ao Departamento de Ciências Sociais do Instituto Superior de Ciências da
Educação (ISCED - Luanda) da Universidade Agostinho Neto, em 2003, para obtenção do grau de
Licenciatura em Ciências da Educação, opção História, sob orientação do Prof. Doutor. Boubacar Namory
Keita e co-orientação da Profª. Maria da Conceição Neto, pessoas a quem mais uma vez agradeço pela leitura
atenta e sugestões feitas ao presente texto.
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2 CASTRO LOPO, Júlio de, Jornalismo de Angola. Subsídios para a sua história, Luanda, CITA, 1964, pp.
19-20.
3 CASTELBRANCO, F., História de Angola. Desde o descobrimento até a implantação da República (1482-
1910), Luanda, Edição do Autor, 1932, p. 56.
4 COELHO, Sebastião, Angola: história e estórias da informação, Luanda, Executive Center, 1999, pp. 105-
113.
5 Ibidem, p. 104.
6 Ibidem, p. 133.
7 Cf. «Correspondência de Benguela», in Independente, Ano II, n.º 32 (136), 18 de Agosto de 1913, p. 2.
8 CASTRO LOPO, J. de, op. cit., pp. 26-27.
9 Ibidem.
10 Em 1869, o General Robert Lee, comandante dos exércitos do Sul na guerra civil dos Estados Unidos,,
concedeu 50 bolsas para o Lexington College aos jovens que desejassem ser jornalistas, depois, ainda nos
EUA, Pulitzer fundou a primeira escola de jornalismo universitário, exemplo que foi seguido no resto da
América do Norte e na Europa. Cf. SOUSA, Fernando Tude de, Jornalismo e Educação, Rio de Janeiro, 1955,
p. 16.
11 Ibidem, p. 21.
12 Ibidem.
13 «Notícias», in Voz de Angola, Ano 1.º, n.º 16, 19 de Abril de 1908, p. 3.
14 «A situação da imprensa», in Independente, Ano 8.º, n.º 380, 10 de Março de 1922, p. 1.
15 «A vida do jornalista», in O Benguella, Ano 1.º, n.º 17, 9 de Março de 1907, pp. 1-2. 16 Ibidem.
17 In O Mercantil, 2.º Ano, n.º 44, 4 de Maio de 1871, p. 1.
18 «Associação de Jornalistas», in Sul d’Angola, Ano 3.º, n.º 44, 20 de Agosto de 1894, p. 3.
19 CASTRO LOPO, J. de, op. cit.,
20 LEMOS, A. de, Nótulas Históricas, Luanda, Fundo do Turismo e Publicidade, 1969, p. 227.
21 «Júlio Lobato», in A Reforma, Ano 1.º, n.º 26, 27 de Maio de 1911, p. 1.
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