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1 
 
 
 
 
RODRIGO CASARES ESTIGARRIBIA 
 
 
 
ASPECTOS RELEVANTES NA INICIAÇÃO AO FUTSAL 
 
 
 
ORIENTADOR: 
Prof. Me. Rogério da Cunha Voser 
 
 
 
 
 
 
Porto Alegre 
2005 
 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
ASPECTOS RELEVANTES NA INICIAÇÃO AO FUTSAL 
 
 
 
 
 
 
RODRIGO CASARES ESTIGARRIBIA 
ORIENTADOR: Prof. Me. Rogério da Cunha Voser 
 
 
 
 
 
Porto Alegre 
2005 
 
 
 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho discorre sobre alguns aspectos relevantes no processo de iniciação esportiva, 
mais precisamente no futsal, que é um dos esportes mais praticados pelas crianças, destaca 
também a importância de ter um profissional com conhecimento teórico sobre desenvolvimento e 
crescimento humano, pois a iniciação esportiva normalmente acontece com crianças da faixa 
etária dos 6 aos 12 anos, e o professor precisa ter conhecimento de diversos temas que envolvem 
essas crianças, para poder realizar um trabalho que se preocupe com a sua formação global. O 
papel dos pais e do professor é mencionado no trabalho, da mesma forma que os métodos de 
ensino, pois esses fatores, influenciam nesse processo de ensino/aprendizagem, e o professor tem 
que estar pronto para lidar tanto com esses pais como com os alunos. Essa revisão literária busca 
mostrar a opinião de diversos autores sobre esses assuntos citados, com o objetivo de melhorar a 
qualidade do ensino em relação à participação da criança no futsal ao esporte. 
 
Palavras chave: Iniciação Esportiva – Pedagogia - Futsal 
 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 7 
 1.1 Objetivos .............................................................................................................................................. 8 
1.1.1 Objetivo Geral ........................................................................................................... 8 
1.1.2 Objetivo Específico ................................................................................................... 8 
1.2 Definição de termos ...................................................................................................... 9 
 
2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA .............................................................................. 11 
2.1 Justificativa ................................................................................................................. 11 
2.2 Delimitação da Investigação........................................................................................ 11 
 
3 METODOLOGIA ........................................................................................................ 13 
3.1 Caracterização da Investigação ................................................................................... 13 
3.2 Plano de coleta de dados ............................................................................................. 13 
3.2.1 Identificação das fontes ........................................................................................... 13 
3.2.2 Localização das fontes ............................................................................................. 14 
3.2.3 Compilação ...............................................................................................................14 
3.2.4 Fichamento ...............................................................................................................14 
3.2.5 Análise e interpretação .............................................................................................14 
3.2.6 Redação ....................................................................................................................15 
 
4 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 16 
4.1 Histórico do futsal ...................................................................................................... 16 
4.2 Crescimento e desenvolvimento motor no esporte .................................................... 19 
4.3 A iniciação esportiva e o futsal .................................................................................. 26 
4.4 O papel e o papel dos pais na iniciação esportiva ..................................................... 35 
 5 
4.5 A importância do professor e o papel dele na iniciação esportiva ............................ 40 
4.6 Metodologias utilizadas na aprendizagem do futsal .................................................. 45 
4.7 A competição na iniciação esportiva ......................................................................... 49 
 
5 DISCUSSÕES E ENCAMINHAMENTOS ............................................................. 54 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 56 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 58 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O esporte em si provoca várias situações onde as crianças não têm o próprio controle de 
suas atitudes, nem das suas vontades, e principalmente das suas aptidões, pois muitas crianças são 
obrigadas a fazerem atividades onde não há interesse, mas os pais acham que a criança deve fazer 
e ponto final. 
O fenômeno esportivo infantil tem sido neste início de século, motivo de muitos estudos e 
questionamentos, tanto no que diz respeito as suas idéias, como em relação à sua função 
pedagógica. 
Neste contexto, é possível observar a influência e a participação da escola no processo de 
adesão do jovem à prática do esporte e da atividade física. 
O futsal por ser uma das modalidades esportivas mais praticadas pela população no Brasil, 
principalmente por jovens no período de iniciação, nos remete a refletir sobre o real papel dos 
educadores na relação ensino-aprendizagem neste período importante da formação. 
 6 
No país, há indícios de ser crescente o número de crianças com idade de 7 á 12 anos que 
optam pela prática do futsal (MUTTI, 2003), modalidade oferecida na maioria das escolas, 
clubes, escolinhas desportivas e organizações (SANTANA, 1996). 
Esse fenômeno do futsal está se espalhando pelo mundo todo, principalmente na Espanha, 
onde o país já se tornou um dos grandes rivais do Brasil. Com isso o volume de crianças nas mais 
tenras idades participando de programas de movimento orientado e esporte organizado aumenta 
com uma velocidade impressionante (OLIVEIRA, 1993). 
Pensando nesse aumento do interesse pelo esporte pelas crianças, o processo de iniciação 
passa a ser muito importante para que as crianças saibam o porquê que o futsal será salutar para 
elas, é nesse ponto que o professor da escolinha vai ser importante para possibilitar um 
aprendizado melhor para as crianças. 
Diante do que foi dito antes, esse estudo bibliográfico terá como ponto principal à 
iniciação esportiva, e particularmente o futsal, através das idéias de vários autores sobre a 
iniciação no futsal, principalmente no âmbito das escolinhas desportivas que no momento atual 
são as mais procuradas. 
Para melhor entendermos esse processo, serão levantadas algumas questões de pesquisa: 
Qual o papel do professor e dos pais nesse processo de iniciação esportiva? 
Que metodologia usar nesse processo de iniciação? 
Que exigências temos que ter com as crianças nesse processo de iniciação, em relação ao 
desenvolvimento motor, cognitivo e sócio-afetivo? 
Devemos trabalhar a competição na iniciação esportiva? 
 
1.1 Objetivos 
 7 
 
1.1.1 Objetivo geral 
• Analisar na literatura as idéias dos principais autores sobre a iniciação esportiva, e 
seus aspectos relevantes especificamente sobre o futsal. 
 
1.1.2 Objetivo especifico 
• Analisar quais os conteúdos mais indicados para trabalharmos com um processo 
de iniciação esportiva, no futsal. 
 
• Verificar o papel do futsal nessainiciação esportiva, segundo alguns autores da 
área. 
 
• Identificar quais os melhores métodos de ensino segundo a literatura 
 
1.2 Definição de Termos 
 
Esporte: Conjunto de exercícios físicos, praticados com método, individualmente ou por 
equipes. (FERREIRA, 1986) 
 
Conteúdos: É toda atividade realizada pelos alunos que tem em mira atingir os objetivos 
propostos. A maneira como o professor seleciona seus conteúdos, dependendo dos objetivos 
traçados, os conteúdos são escolhidos, revistos e modificados de tal forma que facilitem o alcance 
dos objetivos.(MUTTI, 2003) 
 
Metodologia: A metodologia seria a forma como é desenvolvida uma aula, o modo como 
o professor passa as informações que ele quer que os seus alunos, ou atletas entendam aquilo que 
 8 
foi passado. A metodologia só é definida depois que o professor elabora seus objetivos, e 
conteúdos para um melhor aprendizado. 
Tudo isso tem necessariamente que estar ligado para haver um melhor entendimento do 
aluno, e possibilita ao professor uma melhor organização, quanto mais consistentes forem esses 
métodos, o aprendizado será mais bem entendido. Temos que levar em conta que cada professor 
tem sua metodologia de como vai passar seu conteúdo, isso se torna importante nesse processo de 
ensino-aprendizado, tudo isso ligado ao futsal pode tornar uma iniciação esportiva mais 
adequada, e de melhor entendimento.(MUTTI, 2003) 
 
Iniciação esportiva: É um processo de ensino-aprendizagem mediante o qual o individuo 
adquire e desenvolve as técnicas básicas para o desporto. A infância é a melhor fase para a 
aprendizagem motora, na qual devem ser trabalhados os fundamentos da técnica, mas com a 
devida moderação, respeitando as fases do desenvolvimento da criança.(VOSER, 1999) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA 
 
2.1 Justificativa 
 
Pelo fato de já ter trabalhado na área de iniciação esportiva na escolinha de futsal do 
Lindóia Tênis Clube, e também por querer saber mais a respeito de iniciação esportiva em geral, 
pois é uma área que está crescendo, por vários fatores. Agora um motivo importante foi que fui 
atleta de futsal em algumas equipes, e não sei se minha iniciação foi de uma forma adequada, por 
isso que despertou minha curiosidade. 
 
2.2 Delimitação da investigação 
 
Este estudo refere-se a uma revisão de literatura onde os autores que servirão de apoio 
para o estudo, privilegiam a iniciação esportiva, em particular o futsal, que é o tema principal 
para a revisão literária, e grande conteúdo da pesquisa. 
 10 
A partir da escolha de um esporte temos a iniciação a esse esporte, temos também o 
professor como parte desse aprendizado a esse esporte. Relacionando todos esses itens acima, 
consultaremos vários autores para saber mais sobre esses itens. 
Autores como, Becker Jr (2000), Canfield (1981), Carrazato (1995), De Rose (1994), 
Figueiredo (1996), Fonseca (1997), Gomes e Machado (2001), Hahn (1988), Junior (1998), 
Lakatos e Marconi (1991), Lucena (2000), Marques (2003), Mutti (2003), Oliveira (1998), Saad 
(1997), Santana (1996), Santos Filho (2000), Scalon (2004), Teixeira Júnior (1996), Tenroller 
(2004), Voser e Giusti (2002), Voser (1999), e outros autores participarão desse estudo através de 
opiniões, de relatos e vivências na área de pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 METODOLOGIA 
 
3.1 Caracterização da Investigação 
 
Este estudo é caracterizado por ser uma revisão bibliográfica, que tem como meta, fazer 
uma avaliação crítica na literatura existente sobre futsal, particularmente sobre o processo de 
iniciação esportiva com futsal, buscando um maior conhecimento sobre esse tema, e justificando 
a importância do assunto citado. (LAKATOS e MARCONI, 1991) 
 
3.2 Plano de coleta de dados 
 
Para realizar a seguinte pesquisa seguiremos alguns procedimentos citados abaixo: 
 
3.2.1 Identificação das fontes 
 
 12 
Através de bibliografias citadas em livros referentes à iniciação esportiva, ou futsal, em 
revistas cientificas, realizando contatos com outros profissionais da área, e através de procura na 
Internet. 
 
 
 
 
3.2.2 Localização das fontes 
 
Na Internet através de sites sobre o assunto, através dos fichários das bibliotecas 
pesquisadas para a obtenção dos livros e revistas referenciais, e também em livrarias pesquisando 
sobre o que há de mais recente sobre o estudo em questão. 
 
3.2.3 Compilação 
 
A compilação seria a leitura do material conseguido, a fim de identificar as informações, 
estabelecer um paralelo das informações que o material diz respeito com as de sua necessidade, 
analisando sua consistência e veracidade. 
A leitura desse material seguirá uma seqüência determinada que será: 
Leitura exploratória, Leitura seletiva, Leitura analítica, e Leitura interpretativa. 
 
3.2.4 Fichamento 
 
 13 
É o procedimento que se faz após a leitura do material coletado, confeccionando-as 
através de fichas de identificação dessas obras consultadas, do registro do conteúdo das obras, do 
registro do comentário, colocando na ordem os registros e classificando as fichas. 
 
 
 
 
 3.2.5 Análise e Interpretação 
 
Foi realizado a critica do material bibliográfico consultado, e considerando um juízo de 
valor sobre o determinado material cientifico. 
 
3.2.6 Redação 
 
Esta etapa significa o final da pesquisa, na qual foi redigido dentro das normas exigidas 
pelo Curso de Educação Física e Ciências do Desporto da Pontifícia Universidade Católica do 
Rio Grande do Sul, PUCRS. 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 REVISÃO DE LITERATURA 
 
Inicialmente será discorrido sobre a história do futsal que é o esporte tema do trabalho, 
depois veremos características e mudanças no desenvolvimento das crianças em fase de iniciação 
esportiva, a importância dos pais e dos professores durante essa iniciação, e por ultimo as 
metodologias que os professores podem utilizar, e como é tratada a competição na fase da 
iniciação esportiva. 
 
4.1 Histórico do futsal 
 
Segundo Voser (1999) o futebol de salão nasceu nos anos 30 e foi criado na Associação 
Cristã de Moços de Montevidéu, no Uruguai, pelo então diretor de seu departamento de menores, 
professor Juan Carlos Ceriani. 
 15 
Já autores como Teixeira Junior (1996) e Figueiredo (1996) defendem que o futsal surgiu 
no Brasil. Eles têm essa opinião, baseados em informações de brasileiros e também na tradição 
do Brasil no futebol. 
Mas essas informações não são confirmadas, pois alguns autores têm referencias que o 
futsal teve origem no Uruguai. 
Segundo Tenroller (2004) o motivo que leva essa dúvida ocorre porque no Brasil a 
difusão do futsal ocorreu de forma rápida, principalmente a partir da ACM de São Paulo. Quando 
alguns brasileiros fizeram-se presentes na ACM do Uruguai, eles retornaram para trazer as 
primeiras regras lá organizadas por Ceriani. 
Voser (2001) complementa ainda que as inúmeras conquistas que o Uruguai obteve na 
época, fizeram do futebol o esporte mais praticado naquele país; tanto por crianças como por 
adultos. Conseqüentemente, faltavam espaços e campos para a pratica do futebol. A solução 
encontrada foi a de improvisar locais menores como quadras de basquete e salões de baile. 
Contudo, já que tal espaço era muito menor do que um campo de futebol, foi necessário algumas 
modificações no modo de jogar. 
Segundo Voser e Giusti (2002) a diminuição da bola, da goleira e do número de jogadores 
foram algumas das modificações, as primeiras regras redigidas foram baseadas em alguns outros 
esportes como o futebol, jogado com os pés, do basquete foi aproveitado o tamanho da quadra, do 
pólo aquático foi o tamanho da goleira e a regulamentação do goleiro, e do handebol foi 
aproveitado a trave e a área. 
As bolas utilizadas no futebol de salão eram de tiposdiferentes de material, como a crina 
vegetal, a serragem e até de cortiça granulada, mas eram muito leves e quicavam demais, 
prejudicando o andamento do esporte, daí tiveram seu tamanho diminuído e o peso aumentado 
para daí se tornar o esporte da "bola pesada" como era chamado o esporte até pouco tempo atrás, 
 16 
pois o seu peso foi diminuído com o passar dos tempos, e como vamos ver na cronologia do 
futsal a seguir. 
No Brasil, a prática do futsal tem início no final da década de 30, normas e regulamentos 
do futebol de salão escritos por Roger Grain em 1936. 
 Tenroller (2004, p.20) cita que; 
"a prática dessa modalidade em nosso país começou a partir de meados de 1940 e não 
mais parou de crescer. Há estudos mencionados que em 1942 o futebol de salão que 
antes era praticado pelas crianças, já contavam com muitos adeptos entre os adultos". 
 
 
Já na década de 50, há textos que identificam a ACM de São Paulo como a principal 
divulgadora do esporte no país, mas a primeira federação a ser criada em 1954 foi a do Rio de 
Janeiro, nesse mesmo ano só que alguns meses depois a Federação Mineira foi fundada. 
Em 1955 foi fundada a Federação Paulista de futebol de salão, em 1956 foram lançadas 
varias federações como a Cearense, a Paranaense, a Baiana e a nossa Federação Gaúcha de 
futebol de salão. Em 1957 foram fundadas as Federações Catarinense e Potiguar, em 1959 a 
Sergipana, já na década de 60 foram fundadas as Federações Pernambucana, Brasiliense e 
Paraibana. Já na década de 70 a Sul-mato-grossense, a Mato-Grossense, a Acreana, a Piauiense, 
a Goiana e a Maranhense foram fundadas. 
Na década de 80, a Amazonense, a de Rondônia, a do Pará, a Alagoana, a Capixaba, e a 
Amapaense foram criadas nessa década. 
As últimas federações filiadas a Confederação Brasileira foram as federações do 
Tocantins e de Roraima já na década de 90 foi realizada essa filiações, e completou a 
Confederação Brasileira de Futebol de Salão que foi fundada em 1979 tendo como presidente 
Aécio de Borba Vasconcelos que por sinal preside a CBFS até hoje, onde a confederação possui 
 17 
27 federações, mais de 5.000 clubes filiados, com mais de 210.000 atletas inscritos em todas as 
federações. 
O futsal é um esporte que está tão desenvolvido no país que todos pensam que sua origem 
foi o Brasil, e todo trabalho que a Confederação Brasileira tem feito para desenvolver o esporte, 
sua evolução em termos de regras, passa basicamente pelo objetivo de tornar o esporte olímpico, 
sendo que até hoje não é olímpico e esse é o grande desafio dos amantes do futsal. 
O grande aliado das confederações é que o esporte se vinculou a FIFA, dando um grande 
passo para se tornar olímpico, isso pode ajudar também a divulgar mais o esporte popular não só 
no Brasil, como em todo mundo. 
 Para Lucena (2000), a década de 90 representa a grande mudança na trajetória do futebol 
de salão, pois a partir da fusão com o futebol cinco (prática reconhecida pela FIFA) surge então o 
"futsal", terminologia adotada para identificar esta fusão no contexto esportivo internacional. 
Com sua vinculação a FIFA o futsal dá um grande passo para se tornar olímpico, tendo na 
olimpíada de Sidney, o momento mais marcante nesse sentido. Aliado ao que foi escrito 
anteriormente, observa-se um crescimento da modalidade em relação ao número de adeptos, 
principalmente crianças. 
 
4.2 Crescimento e Desenvolvimento Motor no esporte 
 
Já é sabido que a atividade física desenvolvida na infância é muito importante, porque tem 
efeitos diretos no seu desenvolvimento e crescimento, claro podendo ser positivos ou negativos, 
dependendo do nível de atividade que a criança esta fazendo e a forma como é feita essa 
atividade. 
 18 
 Segundo Vargas Neto e Voser (2001), os estudiosos dos temas que envolvem a criança e 
o esporte são unânimes ao reafirmar a necessidade de movimento, ou seja, a prática esportiva nas 
idades infantis. Porém, a maioria destaca também a exigência de "altos rendimentos" nessas fases 
da vida pode vir a ser muito mais prejudicial do que positiva. Portanto, podemos confirmar que a 
tese de que as atividades desportivas com caráter lúdico sem excluir o rendimento e a 
competição, podem ser a forma ideal de esporte para a criança. 
A técnica como movimento esportivo essencial, não pode ser treinada e não será 
claramente aprendida se a criança não apresentar um desenvolvimento de suas capacidades 
motoras desejável para realizar um movimento ou um gesto especifico de um esporte, e é durante 
o período de crescimento que a criança desenvolve a maioria dos seus movimentos básicos, que 
servirão de base para a aprendizagem dos movimentos técnicos específicos de cada esporte. 
Falamos em crescimento e desenvolvimento, mas o que seria isso? Segundo Vargas Neto 
e Voser (2001) crescimento é a atividade biológica dominante durante as duas primeiras décadas 
da vida humana e supõe um incremento do tamanho global do corpo, ou de suas partes, como 
conseqüência de três processos: 
• Hiperplasia – o aumento do numero de células; 
• Hipertrofia – o aumento do tamanho das células; 
• Acrescimento – consiste na proliferação de substancias intercelulares; 
Em geral, o crescimento se inter-relaciona com os componentes morfológicos ou 
somáticos, ou seja, o aumento nas diferentes dimensões do corpo da criança como por exemplo: 
estatura, peso, medidas corporais. 
Vargas Neto e Voser (2001) entendem que desenvolvimento é a referência do conjunto de 
mudanças que o ser humano experimenta ao longo de sua vida, que são frutos do 
 19 
amadurecimento de todas as estruturas orgânicas e da interação em duplo sentido de adaptação ao 
meio e a intervenção nele. 
O desenvolvimento biológico refere-se à diferenciação celular dirigida à função e fruto 
da ativação e repressão genética. Enquanto que o desenvolvimento condutal supõe a adaptação do 
individuo ao meio cultural no qual se inscreve. 
Já Gomes e Machado (2001) dizem que o conceito de crescimento é subordinado ao 
conceito de desenvolvimento sendo de fundamental importância o conhecimento das fases de 
desenvolvimento, que são os períodos de desenvolvimento uniforme que podem ser nitidamente 
distinguidos uns dos outros através de suas características claramente distintas. 
Desenvolver então significa construir um movimento qualitativo, isso seria a base do 
domínio motor, às vezes chamado de psicomotor, pois envolve o componente mental ou 
cognitivo, com as bases motoras. 
Segundo Lucena (2000, p.3) educação psicomotora, seria todo o conjunto de ações 
pedagógicas e psicológicas, distribuídas ordenadamente, utilizando os meios da educação física, 
com o objetivo de equilibrar e melhorar o comportamento motor da criança em relação ao seu 
universo. 
 É a base da ação educativa e do processo de aprendizagem, através dos quais a criança 
possa vir a exercer bom domínio sobre seus comandos-motores, sensório-motores e perceptivos-
motores, utilizando-os como instrumento de facilitação para o desenvolvimento de hábitos 
motores, sobre os quais se estruturam as ações mais complexas futuramente usadas, não podemos 
é exigir ações motoras sem dar a oportunidade da criança experimentar determinada ação motora. 
Em relação ao desenvolvimento motor temos alguns aspectos que estão diretamente 
relacionados. 
Segundo Voser e Giusti (2002, p.36) 
 20 
 
O ser humano, ao nascer, apresenta muitas de suas estruturas ainda não totalmente 
desenvolvidas, seja em nível cerebral, neural, ou motor. O processo de maturação 
dessas estruturas ocorre de forma lenta e progressiva, e seu gestual vai se diversificando 
e tornando-se complexo com o passar do tempo. Para cada etapa do período de 
desenvolvimento infantil existem aspectos relevantes acerca do comportamento 
psíquico e motor. 
 
 É preciso entender que o desenvolvimento humano se dá desde a concepção, passando 
pelo nascimento, até a morte. 
Santana (1996) falano desenvolvimento infantil em quatro estágios, esses estágios 
estariam de acordo com o que pensava Piaget, e seriam os seguintes estágios: sensório-motor (0 a 
2 anos), pré-operatório (2 a 7 anos), operatório-concreto (7 a 12 anos), e operatório-formal 
(adolescência). 
Esta classificação dá-nos uma breve idéia do que será adequado administrar fisicamente 
para o individuo, preocupando-se essencialmente com a qualidade do gesto motor e com sua 
capacidade neural. 
Dentro desses estágios de desenvolvimento, Lucena (2000) fala que é importante 
fortalecer na criança a capacidade de executar de forma plena, a combinação de todos os 
movimentos possíveis específicos ou não do desporto, pois através da aquisição de bons hábitos 
motores, e do domínio de técnicas elementares, é que se fundamenta progressivamente o 
desenvolvimento técnico da criança. 
Segundo Vargas Neto e Voser (2001) temos algumas etapas de crescimento e 
desenvolvimento que são compreendidas desde o nascimento, até a adolescência que é a fase 
onde se dá a iniciação esportiva, e onde vemos os primeiros períodos da vida da criança, e esses 
períodos seriam: 
• Período neonatal – Compreende as duas primeiras semanas de vida extra-uterina; 
 
 21 
• Período da primeira infância – compreende os dois primeiros anos de vida; o 
primeiro ano como período de lactância e o segundo como desmame; 
 
• Período da segunda infância – compreende dos dois aos seis anos; é o período 
pré-escolar; 
 
• Período da terceira infância – compreende dos seis até o início da puberdade; 
Como a entrada da puberdade é variável, vai de acordo com o desenvolvimento de 
cada criança e de alguns fatores, o limite dessa fase não é fixo, sendo que a 
maioria dos autores coloca como o início entre 10 e 11 anos para meninos e 11 e 
12 anos para meninas; 
 
• Período da puberdade – compreende o período entre os 12 anos tendo algumas 
fases dentro desse período como; pré-puberal, crise puberal e pós-puberal, o fim 
desses períodos costuma-se dar pelos 14 anos e isso pode variar de acordo com o 
nível de desenvolvimento. 
 
Existem ainda outros períodos de crescimento humano, mas esses períodos não têm muito 
a ver com a fase de iniciação esportiva, pois a pessoa com uma idade acima dos 18 anos tem uma 
dificuldade maior para desenvolver algumas valências, e prejudicariam seu aprendizado. 
Já Voser e Giusti (2002) apud Carrazato (1995) falam em fases para o início da prática 
esportiva, essas fases são as seguintes: 
 
• Primeira fase (0 a 1 ano) – É a fase do conhecimento, em que surgem os quatro 
padrões neurológicos. São eles: o primeiro padrão flexor, que vai até o terceiro 
mês de vida, quando ocorre uma flexão natural dos quadris e dos joelhos; 
seguinte é o primeiro padrão extensor, que é uma atitude reflexiva que vai dos 3 
até os 5 meses; posteriormente, o segundo padrão flexor, é quando o 
funcionamento adequado do quadril e dos joelhos permite sentar; e por fim o 
segundo padrão extensor, que ocorre entre os 10 e 14 meses e é quando a criança 
fica na posição ereta e caminha. 
 
• Segunda fase (1 a 6 anos) – complementa o desenvolvimento neuropsicomotor 
da criança, proporcionando a coordenação motora de andar, correr, saltar, cair, 
arremessar e pegar objetos. 
 22 
 
• Terceira fase (6 a 12 anos) – ocorre em conjunto o crescimento ósseo e o 
muscular, o desenvolvimento geral do organismo, o psíquico e mental 
respectivamente. 
 
• Quarta fase (12 a 18 anos) – É o momento do desenvolvimento final dos 
padrões motores do ser humano, proporcionando o completo domínio dos 
movimentos. 
 
Isso acarreta uma modificação das proporções corporais nas características de cada um 
dos períodos de desenvolvimento, e conclui se que até os 8 anos o peso e a altura apresentam um 
crescimento paralelo, a partir dessa idade é alternado e progressivo. 
Mutti (2003) ainda fala sobre as curvas de crescimento da cabeça e do cérebro que tem 
uma evolução muito diferente e rápida, aos 6 anos ele atinge de 90 a 95% do desenvolvimento do 
cérebro de um adulto, mas em compensação o crescimento do corpo não chegou nem na metade 
do corpo de um adulto. Sobre desenvolvimento Oliveira (1998, p.40) cita que: 
 
O ser humano, ao nascer apresenta muitas de suas estruturas ainda não totalmente 
desenvolvidas, seja em nível cerebral, neural ou motor. O processo de maturação dessas 
estruturas ocorre de forma lenta e progressiva, e seu gestual vai se diversificando e 
tornando-se complexo com o passar do tempo. 
Para cada etapa do período de desenvolvimento infantil existem aspectos relevantes 
acerca do comportamento psíquico e motor que determinam a mecânica e a plástica do 
movimento executado. 
 
Mutti (2003) relata que os órgãos e sistemas orgânicos também não se desenvolvem 
harmoniosamente, mas sim através de etapas e alternâncias. O alongamento dos ossos se alterna 
com o aumento da musculatura esquelética, o crescimento do tórax com maior desenvolvimento 
cardíaco e dos outros órgãos nele contidos, o desenvolvimento da bacia e dos órgãos genitais. 
Ele ainda diz que a criança está mais exposta a lesões porque a sensibilidade dos tecidos 
é proporcional à velocidade do seu crescimento. 
 23 
Gomes e Machado (2001) relatam sobre o crescimento e desenvolvimento que as 
informações motoras recebidas pelas crianças ficam armazenadas, sendo que com o decorrer do 
aprendizado a criança já vai saber o que fazer, poupando movimentos desnecessários. Isso parece 
óbvio mas as crianças com mais experiência motora, tem um maior nível de desenvolvimento de 
suas qualidades físicas básicas, e um aprendizado motor com mais qualidade. 
Ainda Gomes e Machado (2001, p.49) citam: 
 
Para realizar o treinamento com crianças, visando o desenvolvimento em muitos anos, 
temos que tomar como ponto de partida, a idéia de que é necessário desenvolver 
satisfatoriamente as qualidades físicas essenciais, para que o atleta em formação possua 
conhecimentos motores suficientes para a realização das tarefas técnicas ou somente de 
caráter motor. 
 
Acho importante saber as características, e em que níveis de desenvolvimento os alunos 
chegam para a iniciação esportiva, por isso temos que conhecer os níveis e características do 
crescimento e desenvolvimento em geral no esporte, pois o gesto motor é fundamental na prática 
esportiva, seja ela qual for ainda mais no futsal. 
Assim Júnior (1998, p.52) salienta bem o espírito do desenvolvimento através da prática 
esportiva: 
 
Não existe melhor lição de crescimento sadio, do que aquela que é transmitida pela 
própria criança, através de suas atitudes, vontades e criatividades com coerência e 
equilíbrio. Para mostrar toda felicidade que a criança fica quando está praticando um 
esporte, é necessário que todas brinquem, principalmente sem cobrança. 
 
Finalizando o desenvolvimento motor Mutti (2003) diz que o desenvolvimento motor da 
criança está diretamente ligado a sua bagagem motora adquirida nos primeiros anos de vida, e de 
que há um longo processo para a criança chegar ao domínio das habilidades complexas e de que 
 24 
todas suas experiências com os movimentos fundamentais são de grande importância para as 
etapas seguintes do desenvolvimento. 
 
 
4.3 A Iniciação esportiva e o futsal 
 
Muitas crianças buscam a participação em algumas modalidades esportivas com o intuito 
de se espelhar nos grandes jogadores que todos os dias estão na mídia, onde o assedio pelos os 
ídolos é mais comum e os fãs costumam copiar seus astros. 
Diferentemente do passado, quando o brincar era mais importante, hoje participar de 
jogos nas ruas é muito difícil, brincar se tornou coisa rara, esses espaços na rua foram 
desaparecendo, as casas sendo trocadas pelos condomínios fechados, e as ruas foram trocadas 
pelas escolinhas esportivas. 
E é nessas escolinhas desportivas que o processo de iniciação esportiva está se tornando 
mais freqüente, o jogo foi deixando de ser brincadeira,a iniciação esportiva se tornando séria, 
pois a pressão em cima de crianças na fase de aprendizagem está se tornando muito séria, e 
muitas pessoas não sabem o que é iniciação. 
Então vamos ver o que alguns autores entendem por iniciação, e ver como devemos lidar 
nesse processo tão importante na vida de uma criança, pois um esporte não só vai fazer bem a 
saúde, mas também como vimos anteriormente ele desenvolve a criança nos aspectos motores e 
que levam para a vida toda. 
Segundo Voser (1999), iniciação é o ato de iniciar ou o momento de receber as primeiras 
noções de coisas da qual não conhecemos. 
 25 
Já Lucena (2000), fala que iniciação é aprender um desporto, adequar algumas regras a 
esse esporte e também se adequar a algumas técnicas especificas de cada esporte. 
Enquanto que Mutti (2003) se refere à iniciação como a pratica de qualquer modalidade 
esportiva que requer determinadas condições motoras que permitem a execução de movimentos 
específicos e ainda um grau de habilidade para alcançar a eficiência do gesto técnico pertinente á 
modalidade. 
O que os autores citados querem dizer, é que a iniciação esportiva nada mais é do que o 
aprendizado de uma modalidade esportiva, e que cada modalidade tem sua característica motora 
utilizada, como também o desenvolvimento de varias valências físicas especificas de cada 
modalidade. 
Para as crianças terem um melhor aprendizado sobre o esporte, e particularmente sobre o 
futsal que é o esporte tema do trabalho, devemos fundamentar nosso trabalho de professor em 
estimular e desenvolver alguns componentes como: 
Equilíbrio, ritmo, coordenação motora em geral e noções de espaço e tempo. 
Lucena (2000, p.7) fala da importância desses componentes: 
 
fortalecer na criança a capacidade de executar de forma plena, a combinação de todos 
os movimentos possíveis, específicos ou não do desporto, pois através da aquisição de 
bons hábitos motores, e do domínio de técnicas elementares, é que se fundamenta 
progressivamente o desenvolvimento técnico da criança. 
 
Voser (1999), ainda fala sobre desenvolvimento concordando com Lucena, dizendo que o 
professor deve desenvolver os aspectos do esquema corporal, equilíbrio, lateralidade, organização 
do corpo no espaço e no tempo, coordenação motora grossa e fina, não esquecendo o que é 
característico da idade, principalmente a escolar, como: correr, saltar, lançar, transportar, trepar, 
rastejar e rolar. 
 26 
Além disso também precisamos nos preocupar com o que vamos passar para os alunos, 
principalmente se essa iniciação for a faixa etária trabalhada, dos 6 aos 12 anos, pois é nessa fase 
que as crianças estão no ápice do desenvolvimento motor, sendo a fase escolar, a fase onde as 
crianças querem fazer tudo sem se preocupar com lesão ou fadiga, só que o futsal é um esporte de 
contato físico, e esse contato exagerado pode acarretar lesões, principalmente em crianças. 
Esse trabalho de iniciação requer alguns cuidados especiais, porque tudo que acontecer 
com essas crianças, pode marcá-las pelo resto da vida, consciente ou inconscientemente. Quem 
não se lembra das suas primeiras partidas de futsal? Das frustrações e alegrias, derrotas e 
vitórias? Essa realidade aumenta a responsabilidade do profissional que irá desenvolver esse 
trabalho com as crianças, e esse conteúdo será visto mais adiante no trabalho; o papel do 
professor na iniciação. 
Agora não podemos falar em iniciação esportiva e não citarmos o papel da escola na 
iniciação esportiva, pois a educação física faz parte do currículo obrigatório nas escolas, e o futsal 
é um dos conteúdos mais usados na educação física. 
Segundo Voser e Giusti (2002) algumas escolas da rede publica e da rede particular 
preocupam-se com o ensino da educação física desde a educação infantil e reconhecem a 
importância do esporte para as crianças como meio de educação e saúde. 
Mas não é só isso, pois com o desenvolvimento da tecnologia, a criança tem perdido um 
pouco o lado sócio-afetivo, porque ela tem ficado muita em casa na frente da televisão, do 
videogame, e mais recentemente do computador e não interagi com outras crianças, e a escola, e 
principalmente o futsal podem estimular essa criança a praticar um esporte. 
Voser e Giusti (2002, p.15) citam um trecho de seu livro que fala bem sobre esse assunto; 
 
 27 
Hoje no mundo globalizado, as várias tecnologias proporcionam um aprendizado rápido 
e dinâmico, sendo imprescindível cuidar dos aspectos físico, psíquico e social, seja de 
forma lúdica, por meio de jogos e brincadeiras, seja pela prática de algum esporte ou de 
qualquer tipo de atividade física. 
 
No período escolar, podemos realizar um trabalho de interdisciplinaridade com as demais 
disciplinas da escola, porque toda atividade em forma de recreação é mais atrativa para as 
crianças. O lúdico, o brincar são muito importantes para a criança. 
Já na iniciação ao futsal ou em outra modalidade esportiva se requer determinadas 
condições motoras que permitem a execução de movimentos específicos e ainda um grau de 
habilidade para alcançar a eficiência do gesto técnico exigido na modalidade esportiva, sendo que 
esse grau de habilidade esta diretamente ligado ao seu desenvolvimento motor. 
Segundo Mutti (2003) quanto maior for a variedade de experiências motoras que a criança 
vivenciar, maior será o desenvolvimento motor, e o que não se adquiriu no tempo hábil do 
desenvolvimento motor jamais será recuperado totalmente. 
Pois a iniciação ao futsal deve ser uma continuidade do trabalho desenvolvimento motor, 
quando são aplicados diversos movimentos e experiências que proporcionam o aumento do 
acervo motor dessa criança. 
Mutti (2003, p.21) cita a importância dessa continuidade no desenvolvimento motor; 
 
Gradativamente, através da combinação de exercícios com bola e pequenos jogos, que 
se tornarão cada vez mais complexos, tanto em regras como em movimentos, o futsal 
irá se incorporando ao acervo motor da criança. Tudo isso deve ser uma continuidade 
do trabalho de desenvolvimento motor. 
 
Já Lucena (2000) concorda com Mutti (2003) a respeito da progressividade, ele fala que 
para que ocorra um aprendizado progressivo e bem fundamentado, é importante que a criança 
obtenha níveis mínimos de desenvolvimento de suas qualidades físicas, psíquicas e motoras, 
 28 
sendo capaz de exercer total domínio sobre técnicas corporais básicas, para então iniciar os 
elementos das diferentes técnicas do futsal. 
Lucena (2000, p.6) fala diretamente sobre esse aprendizado gradativo; 
 
No início do aprendizado é comum que os gestos motores sejam executados de forma 
insegura, descoordenados e imprecisos, passando a adquirir maior plasticidade em sua 
execução, a partir de uma prática sistemática de atividades adequadamente planejadas, 
orientadas no sentido de que os gestos motores tornem-se gradualmente mais 
consistentes, possibilitando a execução das técnicas com mais dinamismo, precisão, 
eficácia e economia de função. 
 
Ainda sobre esse assunto, Voser (1999) fala que devemos incentivar principalmente os 
alunos com maior dificuldade, elogiando-os a cada conquista, a cada gesto motor bem feito, e 
deixando para aqueles que possuem mais facilidade o compromisso de auxiliar na transmissão da 
sua experiência. 
Oliveira (1998) concorda com Voser e ainda complementa o pensamento dele dizendo 
que o fato de a criança não possuir certas habilidades especificas relativas ao esporte num 
determinado momento não significa que não as terá num próximo, e que não sejam aptas para a 
prática, e também há o contra ponto, que ele relata também que uma criança que apresenta alto 
grau de desenvolvimento no seu movimento não será necessariamente um atleta de alto nível. 
Estou falando nisso, e concordando com os autores porque quando uma criança é levada 
para uma escolinha de futsal, ela vai atraída pela vontade de jogar bola, sem ter o domínio de 
lateralidade,equilíbrio, ritmo, coordenação, por isso que Lucena (2000) falava dos componentes 
da aprendizagem, e as crianças não entendem muito esse processo de aprendizagem, e já querem 
logo jogar, sem saber da importância que esses fundamentos tem na sua performance mais 
adiante, mas temos também que dar o jogo em si para a criança, se não ela sai frustrada da aula, 
pois a razão maior nada mais é que o jogo. 
 29 
Isso quer dizer que nós professores temos que estar atentos a esses detalhes que muito 
importantes na nossa aula, principalmente em si tratando de iniciação, e normalmente com 
crianças na faixa etária de 6 a 12 anos. 
Agora, sabendo desses detalhes todos precisamos também conhecer nossos alunos, e 
também algumas características físicas e psicológicas, isso seria saber o perfil do aluno que 
estamos trabalhando nessa iniciação. 
Lucena (2000, p.7) salienta bem esse tema do conhecimento do aluno; 
 
O conhecimento do perfil do aluno, possibilita a maior interação professor-aluno, pois 
conhecendo suas características de comportamento, limites e possibilidades, torna-se 
possível estabelecer uma linha de ensino adequada ás possibilidades de realização da 
criança. 
 
Agora Santana (1996) fala que para uma iniciação mais adequada nós professores 
devíamos nos preocupar com aspectos menos técnicos e mais lúdicos para melhorar essa 
aprendizagem, ele diz que a ausência de posicionamento definido na quadra seria importante, 
pois muitas informações podem atrapalhar a criança. 
A valorização das atividades lúdicas, a aquisição e desenvolvimento de múltiplas formas 
de movimentos e a aprendizagem dos fundamentos do esporte seria importante, e 
principalmente ele fala que a preocupação de formar o aluno socialmente, intelectualmente, 
esportivamente e motoramente seria o ideal da iniciação ao futsal 
Já Mutti (2003, p.23) concorda com Santana, mas salienta um problema nessa iniciação 
de hoje em dia; 
 
O trabalho de iniciação no futsal está um pouco distante desse ideal, principalmente nos 
clubes, visto que por ser uma modalidade esportiva de grande penetração na camada 
infantil, têm despertado o interesse das federações, que por sua vez, tem regulamentado e 
organizado competições para faixas etárias cada vez mais baixas. 
 30 
 
Isso prejudica muito a iniciação, porque a pressão sobre as crianças em fase de iniciação é 
muito grande, não podendo nem desenvolver sua técnica, que os dirigentes, pais e treinadores já 
cobram dessa criança, pois muitas dessas pessoas consideram o resultado mais importante do que 
o aprendizado da criança, nem mesmo possibilitar a segunda fase da aprendizagem que seria a 
fixação da aprendizagem e o ensino da técnica do esporte. 
Mas o que seria essa fixação de aprendizagem? 
 Mutti (2003) fala que fixação de aprendizagem seria a segunda etapa no processo de 
aprendizagem do futsal, a primeira seria o desenvolvimento motor e o ensino dos movimentos do 
esporte. Já a segunda etapa seria a possibilidade de conseguir realizar um determinado 
movimento com relativa facilidade, entrando na fase de consolidação da prática de um 
determinado movimento, onde o aluno deixa de dizer que é capaz de fazer, para dizer que pode 
repetir com facilidade e segurança os movimentos necessários. 
Nessa segunda etapa da aprendizagem começamos a introduzir alguns fatores que são 
fundamentais para um melhor desempenho do futsal, como a introdução da técnica e dos 
fundamentos do futsal. 
A técnica do futsal é todo gesto ou movimento realizado pelo aluno, e que lhe permite dar 
continuidade ao jogo. 
Voser (1999) descreve a técnica como uma infindável série de movimentos realizados 
durante uma partida, tendo como base os fundamentos do futsal. 
Para aplicarmos o desenvolvimento da técnica, devemos conhecer bem o aluno, as suas 
necessidades físicas, psíquicas e sociais e o seu nível de capacidade motora em que ela se 
encontra, essa preocupação toda com o aluno é para não causar um mal-estar com o aluno, de 
 31 
pedir para o aluno realizar um movimento que ele não conseguirá fazer, ou que não se está tão 
desenvolvido ainda. 
Para Saad (1997) o profissional que atua com iniciação deve seguir alguns princípios 
pedagógicos para estabelecer uma relação entre o ensino e a aprendizagem, assim como ter 
alguns procedimentos básicos para propiciar um suporte didático e pedagógico as aulas/treinos e 
a todo método de ensino a ser passado aos alunos. 
Saad (1997, p.13) ainda cita que: 
 
Muitas vezes a teoria tem nos mostrado que para o ensino de um esporte, 
principalmente o desporto coletivo, basta que a criança saiba executar a técnica correta, 
mas não é isto que percebemos na prática. 
O ensino da técnica em algumas situações não correspondem aquelas enfrentadas pela 
criança no jogo. Assim, somente com o ensino da técnica poderemos oportunizar a 
criança a uma prática consolidada do futsal. 
 
Voser (1999) fala que o trabalho da técnica é dividido em alguns fundamentos, esses 
fundamentos seriam: condução, passe, chute, domínio ou recepção, drible e finta, marcação e 
cabeceio, sendo esses fundamentos podendo ser usados por todos os atletas. 
Já Lucena (2000) ainda lembra que temos as técnicas do goleiro que incluiríamos ainda 
alguns fundamentos específicos do goleiro, como; a empunhadura, a defesa alta, a defesa baixa, o 
arremesso e a saída de gol. 
Voser (1999) ainda explica o que seriam esses fundamentos como; 
Condução – É a ação de andar ou correr com a bola próxima ao pé por todos os espaços 
possíveis do jogo. 
Passe – É o ato de entregar a bola diretamente ao companheiro ou lançá-la a um espaço 
vazio da quadra. 
Chute – É a impulsão dada á bola comum dos pés, tendo como objetivo o gol adversário. 
 32 
Domínio ou Recepção – Ação de receber a bola e deixá-la sob controle. 
Drible ou finta – drible é ação de ultrapassar o adversário conduzindo a bola, já a finta é a 
ação exercida sem a bola, a fim de enganar o adversário. 
Marcação – É a ação de impedir que o adversário receba a bola ou que o mesmo progrida 
pelo espaço do jogo. 
Cabeceio – É o ato de golpear a bola com a cabeça. 
Agora Lucena (2000) explica o que seriam as técnicas especificas do goleiro como: 
Empunhadura – Posicionamento básico do goleiro das mãos, para exercer as ações de 
defesa da bola, quando chutada, nos diferentes planos. 
Defesa baixa – Ações de defesas exercidas abaixo da cintura, com utilização das mãos ou 
qualquer parte do corpo. 
Defesa alta – Ações de defesa exercidas com as mãos ou peito acima da linha da cintura. 
Arremessos – Ação de com as mãos colocar a bola em jogo, visando um companheiro ou 
espaço livre na quadra. 
Saída de gol – Intervenções do goleiro fora da sua área de meta, objetivando impedir as 
finalizações ou ações de ataque do adversário, são as ações onde o goleiro utiliza qualquer parte 
do corpo para tentar interceptar a bola ou o seu oponente. 
Agora para desenvolvermos essas técnicas com as crianças, temos que utilizar alguns 
meios que ajudam a criança a adquirir um melhor domínio dessas técnicas. 
Segundo Saad (1997) a aprendizagem de um fundamento do jogo é adequar gestos ou 
movimentos básicos, as características da modalidade esportiva (a técnica especifica do 
desporto). A educação psicomotora é a base do processo de aprendizagem de uma técnica 
esportiva, mas para isso a criança precisa dominar seus movimentos básicos. 
 33 
Na teoria, as técnicas são pré-requisito para que a criança desenvolva o jogo, mas na 
prática a forma de ensino é a decomposição do jogo até chegar nas técnicas, sendo assim o aluno 
tem dificuldade na hora do jogo, pois não depara com as situações de jogo durante os treinos, isso 
prejudica um pouco o aprendizado. 
Ainda Saad (1997) cita sobre a técnica do futsal que; 
 
Para o ensino-aprendizagem da técnica, requer do professor/treinador transformar 
situações de jogo mais freqüentes em atividades em grupos. Devemos oportunizara 
criança atividades semelhantes às situações reais de jogo, de maneira que a criança 
desenvolva também a sua capacidade tática. 
 
Agora para desenvolvermos um trabalho de qualidade na iniciação esportiva, precisamos 
muito da cooperação dos pais dessas crianças, pois eles têm um papel muito importante nesse 
processo de ensino-aprendizagem. 
 
4.4 A influência e o papel dos pais na iniciação esportiva 
 
Pode-se considerar que os pais têm um papel muito importante na escolha do esporte por 
parte de seus filhos, mais importante que seus colegas e a própria escola. O envolvimento dos 
pais na vida da criança pode contribuir para consolidar e enriquecer o ambiente familiar e elevar 
o valor da experiência vivida no esporte. 
 Em muitos casos, os pais contribuem de forma significativa para o sucesso da iniciação 
esportiva dos seus filhos, só que também é verdade que alguns pais causam situações não tão 
agradáveis para seus filhos. 
 34 
Segundo Voser (1999) ele relata que á vontade de satisfazer seus próprios desejos de 
infância, ao projetar em seu filho um futuro promissor dentro do esporte, poderá resultar em 
enormes prejuízos a criança. 
Quando isso acontece, os pais começam a valorizar-se a si próprios dos resultados, dando 
muito valor a resultados, e exercendo grande pressão nesse processo de iniciação. 
Santana (1996) ainda salienta que se você é pai, e craque no esporte, seu filho pode não 
ser necessariamente um, e os pais têm que ter essa consciência de que não podem passar essa 
pressão para os seus filhos. 
Tenroller (2004) fala exatamente sobre isso, de que se espera que o pai, quando opta por 
colocar seu filho em uma escolinha desportiva, tenha em mente algum objetivo, que poderá ser 
voltado para ao lazer, á recreação, a aspectos ligados à saúde, mas na maioria dos casos, esse 
objetivo visa que seu filho se torne um jogador, um futuro craque que esse pai não foi, é 
exatamente por terem esse projeto para seus filhos que alguns pais adotam comportamentos não 
adequados. 
Santana (1996) ainda fala que esses pais têm que preservar o direito dos filhos escolherem 
o esporte de sua preferência, e não obrigar a criança a fazer algo que não gosta, passar suas 
frustrações para essa criança. 
 Os pais sempre têm as melhores intenções com seus filhos, mas nem sempre agem da 
melhor forma, por melhor que seja a intenção, pois amam seus filhos e querem seus filhos 
satisfeitos e realizados, sendo assim, eles têm que cuidar para não prejudicar e se intrometer em 
todo processo de aprendizagem. 
Já Marques (2003) fala que os pais têm papel fundamental no bem-estar do filho, esse 
bem-estar se refere ao esporte. O jovem terá ou não prazer no esporte conforme o apoio que 
receber dos pais, pois acontece muitas vezes que os pais se tornam exaltados torcedores que, ao 
 35 
invés de incentivar seu filho, prejudicam-no, propondo táticas mirabolantes, fazendo com que a 
criança fique confusa sem saber em quem confiar, ou no pai ou no professor. 
Ai se estabelece um conflito que pode ser extremamente prejudicial para a aprendizagem 
da criança. 
 
Santana (1996, p.80) cita bem esse conflito: 
 
Um equívoco muito comum acontece quando não há um entendimento entre pais e 
técnico. Este torna-se extremamente negativo, atinge diretamente a criança e demonstra 
imaturidade, ignorância e egoísmo de ambas as partes. Imaturidade, porque a criança 
precisa de orientação e de um clima positivo para construir seu desenvolvimento, e não 
de um campo de batalha. 
Ignorância, à medida que ignora o dialogo, a aceitação de pontos de vista diferentes. E 
egoísmo, pois pensam em si mesmos, nas suas aspirações pessoais, esquecendo-se da 
criança . 
 
Particularmente acho extremamente desnecessário esse conflito que existe entre 
professores e pais, já trabalhei em escolinhas esportivas e esse conflito existe, mas o professor 
tem que ter psicologia, e muito diálogo com esses pais para evitar prejuízos para as crianças no 
seu desenvolvimento, que é o mais importante; as crianças. 
Agora também existe o contrário, que também não deixa de ser prejudicial às crianças, 
que são os pais omissos, aqueles que não se interessam pelas atividades. dos filhos. 
De Rose jr.(1994) fala bem sobre isso, onde os pais omissos podem exercer uma 
influência negativa sobre ele, por não prestigiá-lo ou protegê-lo. Isso lhe provoca baixa auto-
estima e baixa confiança, aumentando-lhe a ansiedade e interferindo em seu desempenho. 
Agora quando identificamos pais que não são omissos e também não são de se intrometer 
no trabalho dos professores, devemos elogiá-los. 
Tenroller (2004, p.29) fala bem desses pais; 
 36 
 
É salutar enaltecer o comportamento daqueles pais, que por certo também estão dando 
grande exemplo a seus filhos se comportando educadamente perante estes, pois trata-se 
de uma partida de integração e que faz parte do processo de ensino e de aprendizagem. 
 
 Esse é o verdadeiro papel dos pais, ajudar os professores no processo de iniciação 
esportiva, confiando nesse professor, e deixando ele trabalhar da forma que ele achar mais 
adequado, com o tipo de alunos que ele disponibilizar. 
Agora temos que lembrar que os pais nunca acham que estão errados, e esse conceito me 
leva a acreditar que diante de qualquer problema, desde o mais simples até o mais complexo, o 
professor deve ser hábil ao lidar com esses pais, e deixar entender que está sempre interessado em 
estabelecer uma relação amigável e relatá-los os fatos ocorridos não importando a gravidade que 
for. 
Segundo Tenroller (2004) a maneira de agir do professor em relação aos pais, deve ser a 
mais honesta possível, pois acredito que assim passará a existir uma confiança maior por parte 
dos pais em relação ao trabalho deste. 
Tenroller (2004) ainda lembra que a maioria dos problemas podem ser resolvidos a partir 
de um contrato em que estejam previstos nesse contrato todos aspectos relacionados as atividades 
da iniciação como; objetivos, conteúdos, pedagogia e metodologias. Mas essa pode ser uma 
maneira fria de lidar com os problemas e causar constrangimentos com os pais. 
Santana (1996) já sugere que os pais, antes de iniciarem seus filhos no esporte, informem-
se e analisem o profissional responsável, participem do processo de desenvolvimento de seu 
filho, equilibrados e cúmplices do trabalho desenvolvido, como isso não ocorrerá com todos os 
pais, é necessário que os professores informem aos pais qual será a linha de trabalho adotada, 
seus objetivos e possibilidades. 
 37 
Agora no sentido de características de pais em relação aos seus filhos em escolinhas ou na 
iniciação esportiva, Smith e Smoll (1988) têm alguns conceitos sobre essas características que as 
achei interessantes e seriam divididas em 5; 
• Pais desinteressados – Caracterizam-se pela ausência permanente nas atividades 
desportivas dos filhos, Tenroller (2004) fala dos pais omissos, que se 
enquadrariam nesse conceito. 
• Pais supercríticos – Esses pais estão sempre criticando e censurando, parece que 
nunca estão satisfeitos com o rendimento dos seus filhos. 
 
• Pais nervosos – Tratam-se daqueles pais que vivem gritando contra todos e contra 
tudo, não deixando que se ouça ninguém, inclusive o professor/treinador. 
 
• Pais treinadores – É muito comum esse tipo de pai, essas ordens e orientações que 
esses pais dão, muitas vezes são contrárias a que os professores dão, essa situação 
provoca confusão nas crianças, e prejudica o aprendizado da criança. Santana 
(1996) que fala bem sobre esse tipo de pai. 
 
• Pais superprotetores - É mais comum encontrar esta situação entre as mães das 
crianças, é freqüente ouvi-las falar que vão retirar o filho do desporto, pelos 
perigos que ele envolve, ou porque os filhos não estão jogando o tempo que as 
mães queriam que eles jogassem 
 
 38 
Segundo Tenroller (2004) é de vital importância o significado de o professor estarpreparado para lidar com os pais, tendo embasamento cientifico e principalmente habilidade para 
abordar os problemas procurando lidar de modo individual com cada pai. 
Pois devemos lembrar antes de qualquer coisa, que o esporte é apaixonante, mas é preciso 
saber que este está a serviço da criança, e não o contrário. Por isso temos que lembrar que a 
criança é a protagonista, e não a paixão, e muito menos o esporte. 
Tendo como idéia, aproveitar o potencial formativo que o esporte tem e explorá-lo ao 
máximo, para o bem da criança. 
 
4.5 A importância do professor e o papel dele na iniciação esportiva 
 
O profissional que trabalhar com a iniciação esportiva deve estar a par de alguns aspectos 
que normalmente estão presentes neste tipo de trabalho, e principalmente com que tipo de alunos 
vai trabalhar, pois podem acarretar alguns problemas indesejáveis. 
Segundo Tenroller (2004) estresse, ansiedade, desmotivação ou motivação em demasia, 
problemas psicológicos, rejeição ao esporte, abandono precoce e pressão dos pais, isso sem falar 
em psicologia, anatomia, fisiologia, pedagogia entre outros elementos estão presentes no longo 
processo de ensino do futsal . 
Tenroller (2004) ainda salienta que todo profissional que trabalhar na área do futsal, 
precisa dominar esses elementos, e de tantos outros que fazem parte do aprendizado do aluno, a 
fim de prestar um auxilio mais qualificado, quando for necessário, saber esses elementos, o 
profissional deve saber o que está se passando, e resolver o problema. 
 39 
O treinador esportivo desempenha um papel central e decisivo no desenvolvimento 
esportivo da criança, esta função a ser desempenhada é das mais difíceis, mas também pode ser 
das mais gratificantes. 
Agora quem realmente esta trabalhando nessa área tão importante do desenvolvimento 
dessas crianças? 
Segundo Becker jr (2000, p.84) é importante sabermos quem está trabalhando nas 
escolinhas esportivas e de iniciação esportiva, e podemos encontrar várias respostas como; 
 
Grande número de atletas, quando sentem que se aproxima o fim da carreira, pensam na 
possibilidade de seguir no esporte, na condição de treinador. 
O aluno de educação física também busca uma posição em escolas esportivas, alguns 
alugam quadras e criam sua própria escolinha desportiva. 
Agora vários professores formados em educação física atuam nas escolas esportivas, no 
entanto pelo fator econômico, dirigentes de nosso esporte preferem muitas vezes ex-
atletas ou estagiários em educação física para realizar as atividades, pois estes o salário 
é menor. 
 
Santana (1996) ainda fala sobre quem trabalha com essas escolinhas, ele pergunta quem é 
esse homem ou mulher que interage com essas crianças? e por que optou em fazê-lo? E quais são 
os seus objetivos? 
Santana (1996, p.73) completa bem essas questões que ele próprio levantou; 
 
Independente de qualquer questão legal, sabe-se que na prática, o que predomina entre 
grande parte dos dirigentes dos clubes ou donos de escolinhas, a atitude de contratar 
alguém graduado em educação física pra atuar nesse período. Sendo assim, qualquer 
pessoa pode atuar, basta ser contratado. O processo de contratar alguém esta submetido 
ao bom senso dos dirigentes. 
A oposição que fazemos nesse sentido não é por preconceito aos muitos homens e 
mulheres sem formação acadêmica que trabalham com crianças, pois muitos fazem com 
abnegação, amor, e desprendimento. Acreditamos apenas que aquelas pessoas que 
freqüentam a universidade tendem a ser mais bem preparado para exercer o trabalho, 
pois adquiriram maior número de informações, e continuam adquirindo informações 
necessárias para atuar profissionalmente. 
 
 40 
O relacionamento entre professor e aluno é um dos pontos mais importantes no processo 
de formação do atleta, pois toda criança que prática um esporte se torna um atleta, e muito 
provavelmente um professor se tornará um treinador. 
Sendo assim, os treinadores, neste processo de relação, muitas vezes desempenham o 
papel de pai, amigo e conselheiro, sendo ainda para muitos, ídolo e exemplo de vida. Para tanto 
temos que ser um exemplo dentro e fora da quadra. 
Falando nesse assunto de professor e treinador, na minha opinião todo treinador tem que 
ser um professor, mas todo professor não necessariamente precisa ser um treinador. 
Porque o treinador que não ensina aos seus atletas, algumas regras de disciplina, 
comportamento, e educação, só ensinando táticas, técnica e preparação física, não está fazendo o 
seu papel direito, por que além de ser treinador , ele é um professor. 
Já o professor, pode até passar instruções de tática e técnica aos seus alunos, mas o seu 
papel principal é o de educador, pois exercemos a ação educativa como foco principal. 
Mutti (2003, p.17) fala muito bem o que é ser professor no seu ponto de vista; 
 
Um homem cujo espírito e vontade saibam resistir às alterações do animo e às perigosas 
parcialidades da idade; que, como homem adulto, tenha profundamente arraigada a 
convicção da fé cristã e da sua salvação e que, partindo daí, contemple com amplitude 
de vistas o mundo e a vida; que se sinta impelido por uma inclinação natural a 
comunicar aos outros, e em particular à criança, os frutos do seu saber e de sua 
experiência; o homem cuja superioridade pessoal seja imediatamente sentida pelas 
crianças, não porem como um fardo que as oprime, mas como uma força pura, sincera, 
estimulante; um homem que una um santo amor pela juventude a capacidade especial 
de descer até ela para conduzi-la pelo caminho que lhe foi assinalado por Deus; o 
grande professor. 
 
 
Mutti (2003) relata que ser um professor requer alguns conhecimentos científicos 
importantes que devem ser adquiridos durante sua formação acadêmica, visto que lidam com 
crianças no seu delicado período da infância e da adolescência, sendo isso uma condição 
indispensável, porem não suficiente. Agora ensinar quer dizer estimular uma nova forma de 
 41 
conduta ou modificar uma conduta, e aprender é adquirir hábitos, pois o aluno aprende muito 
rápido, e temos que ter noção dessa rapidez para não ficarmos defasados. 
Gomes e Machado (2001) salientam que o professor tem um papel importante junto aos 
pais, pois cabe a esses profissionais, reeducar o pensamento desses pais, que pensam no trabalho 
de formação, como apenas competitiva, sugerindo meios de competição, onde o mais importante 
não sejam os troféus, e sim as crianças. 
Os autores ainda afirmam, que este profissional necessita buscar conhecimentos sobre 
fisiologia e anatomia da criança, para que entenda o processo de desenvolvimento fisico/orgânico 
pelo qual está passando seu aluno, e em cima desse conhecimento, aprimorar e desenvolver seus 
métodos e sistemas de ensino, proporcionando uma ampla possibilidade de desenvolvimento do 
seu aluno. 
Já Santos Filho (2000) se refere ao professor, e treinador também, como o maestro de uma 
orquestra, na qual sob sua responsabilidade a regência de diferentes músicos, os quais tocam 
instrumentos diferentes, e são regidos e comandados pelo maestro, que lhes indica o momento 
certo de participarem, na qual todos atendem seu comando, e dele dependem e confiam para 
realizar seu trabalho da melhor forma . 
Usando o exemplo de Santos Filho, e relacionando-o com o futsal, em nada será diferente 
o posicionamento do professor, pois ele deve conhecer seus alunos, saber identificar seus defeitos 
e virtudes para poder fazer intervenções quando necessário, para melhor atender as crianças, e 
atingir seus objetivos na iniciação. 
Agora, falando em esporte, obrigatoriamente temos que falar nos treinadores, que são 
quem comandam as equipes, e são os professores responsáveis pelas atividades, tanto em 
escolinhas esportivas, clubes ou equipes. 
 42 
Alguns autores têm algumas definições sobre treinadores; Mutti (1994) tem uma boa 
definição sobre treinador, da qual minha experiência com o futsal permite concordar,ele diz que 
treinador é o individuo que, a par da preparação física, técnica e tática dos seus jogadores, 
conhece profundamente cada um deles, participa dos seus problemas particulares e tenta 
solucioná-los, estimula a amizade entre todos, aconselha e dá bons exemplos de conduta, orienta, 
aplaude e censura com bom senso. 
Mutti (1994) ainda diz que o treinador necessita ter as qualidades de comando, ou seja, a 
capacidade de liderar, ele reforça a questão de que o treinador precisa ser um bom professor e 
grande educador, tendo a capacidade de motivar seus alunos a aprender e desempenhar o esporte 
da melhor maneira possível. 
Para Hahn (1988) o treinador é o elo da união entre a criança e o esporte, sendo sua 
responsabilidade pedagógica mais importante, do que seu papel na direção do treinamento, ao 
basear-se no principio de que as falhas elementares nunca se superam totalmente durante os 
primeiros processos do treinamento. 
Para Júnior (1998) os treinadores são os afinadores de seus atletas, traduzindo em ótimo 
relacionamento de ambas as partes, fazendo com isso um caminho para o sucesso nas futuras 
competições e objetivos desejados. 
Santana (1996) fala bem o que a sociedade espera do profissional de educação física que 
trabalha com a iniciação esportiva, não importando o local de trabalho, se é em clubes, escolinhas 
esportivas ou na própria escola, ele cita que; 
 
O que se espera de um profissional que atue como professor ou técnico de futsal na 
iniciação é que o mesmo tenha bem claro e definido em sua metodologia, e demonstre 
em suas atitudes, uma postura de orientador. É preciso saber que esse período é de 
aprendizagem para criança, tudo que acontecer nesse tempo dos 6 aos 12 anos, é 
aprendizagem. Importante para que a criança aprenda a conhecer a si mesma, o seu 
corpo, a conviver em grupo, a ter uma postura madura frente às adversidades, a sentir o 
 43 
gosto da vitória, da derrota, de jogar, a viver um dia de cada vez, num processo de 
incorporação de valores morais constantes. 
 
 Santana (1996) fala que o professor tem que saber lidar com a criança, tendo uma postura 
de orientador, e ainda acrescento que até o professor muitas vezes tem que ter a sensibilidade 
para perceber alguns problemas e se tornar um psicólogo, pos essa postura faz parte do processo. 
Enfim, o professor é extremamente relevante no desenvolvimento e no futuro do jovem 
como atleta e como pessoa, é necessário que ele esteja bem estruturado, para que possa ajudar seu 
aluno a crescer e evoluir dentro e fora da quadra esportiva. 
 
4.6 Metodologias utilizadas na aprendizagem do futsal 
 
Para o professor atingir os seus objetivos propostos com seus alunos, sendo eles da escola, 
escolinha desportiva ou clube, deve estabelecer alguns métodos, e principalmente se basear 
nesses métodos de ensino existentes para desenvolver um melhor desenvolvimento desses alunos. 
Mas o que seriam métodos? Vários autores têm sua definição sobre o que seria método, e 
que tipo de métodos são esses. 
Para Mutti (2003), método é o caminho pelo qual se chega a um fim, é o modo de 
proceder, é um processo ou técnica de ensino. E metodologia seria o estudo dos métodos e de um 
conjunto de meios dispostos para dirigir a aprendizagem. 
Já Fonseca (1997) diz que método é a maneira unitária de organizar e empregar os meios 
selecionados com o fim de realizar os objetivos de uma concepção ou sistema. Para ele, todos os 
métodos de ensino são operacionais e nenhum deles pode ser considerado desprezível e sem 
utilização prática. 
 44 
Agora, para mim a melhor definição seria a de Canfield (1981) onde métodos de ensino 
sugerem formas organizadas e sistemáticas de, cientificamente criar ambientes de aprendizagem 
que eficientemente conduzem a resultados favoráveis. 
Dentro do futsal nós temos três métodos básicos de ensino: parcial, global, misto; só que 
alguns autores ainda falam em outros métodos, como; de confrontação, em série de jogos, 
recreativo, transfert e da cooperação-oposição. 
Esses métodos são definidos por alguns autores, eis algumas definições conforme os 
autores: 
Método parcial: Segundo Fonseca (1997) método parcial é o ensino do jogo de futsal por 
partes, através do desenvolvimento dos fundamentos que compõem o jogo, para ao final da 
aprendizagem agrupá-los no todo, que será o próprio jogo de futsal. 
Já Saad (1997) fala em método parcial como o processo pedagógico em que decompomos 
o movimento, dividindo exercício em partes e ensinando cada uma das partes sempre seguindo 
uma seqüência lógica. Este processo é geralmente utilizado para ensinarmos as manobras 
ensaiadas. 
O que os autores falam é que o método parcial é a divisão do ensino em partes 
especificas, e que a aprendizagem normalmente é feita separando os fundamentos do futsal. 
 
Método global: Segundo Gomes e Machado (2001) o método global se expressa por uma 
visão globalizada do movimento técnico. A aprendizagem dá-se na totalidade do gesto, cria uma 
compreensão mais plena da técnica que se cria. É o método próprio e adequado para 
desenvolvimentos motores simples e de estrutura pouco complexa. 
Já para Fonseca (1997) o método global do ensino do futsal consiste em desenvolver e 
proporcionar a aprendizagem do jogo através do próprio jogo, esse método é apropriado para 
 45 
iniciantes, onde o movimento é ensinado na totalidade e o aluno irá repetir inúmeras vezes, 
sempre corrigindo detalhes até chegar à execução correta do gesto técnico. 
Tenroller (2004) ainda complementa que através do método global é possível acontecer 
um jogo em que poderão ser observados os fundamentos técnicos do futsal de forma complexa, e 
através de pesquisas foi comprovado que o método global é o mais apropriado para crianças de 7 
e 8 anos, isso para os fundamentos de passe, drible e chute. 
 
Método misto: Segundo Fonseca (1997) método misto seria a junção dos métodos global 
e parcial, na qual é chamado de método misto de ensino, esse método possibilita a prática de 
exercícios isolados, bem como a iniciação ao jogo através das formas jogadas de futsal, trata-se 
de uma metodologia bastante rica, sob o ponto de vista didático, com mais fatores positivos do 
que negativos. 
Já Tenroller (2004) entende o método misto, como o método que sincroniza os métodos 
global-parcial, onde primeiramente acontece a execução do gesto completo, depois se procede as 
correções do movimento ou dos movimentos. No segundo momento volta-se para a prática 
completa dos movimentos, desse modo, a segunda parte servirá, baseado no que foi observado na 
primeira parte, e corrigido pode-se passar para a terceira parte que é o movimento completo, 
sendo bem didático. 
 
Método de confrontação: Tenroller (2004) fala que para entendermos esse método, basta 
que haja a prática do desporto ou da modalidade como um todo, em que acontecem todos os 
fundamentos. Isto é, parte-se do principio de que se aprende um desporto através do próprio jogo, 
esse método ocorre sob o lema de "jogar, jogar, jogar!!!", sendo sua metodologia mais livre, sem 
 46 
se preocupar em dividir o esporte em diversas partes, porque na opinião dele essa divisão 
diminuiria o jogo em si. 
Saad (1997) fala no método de confrontação como o método que a aprendizagem se dá 
através de jogadas ou exercícios combinados, que geralmente envolve competições entre as 
partes, sendo que no calor da disputa, a técnica poderá ficar em segundo plano, dificultando a 
aprendizagem por parte dos alunos. Por exemplo em um jogo adaptado, onde as equipes só 
podem fazer gol depois de dar alguns toques na bola, assim sendo, o jogo em si fica prejudicado, 
e a técnica fica um pouco esquecida, mas os fundamentos são liberados. 
 
Método em série de jogos: Tenroller (2004) diz que este método é muito parecido com o 
de confrontação, porem se diferencia por apresentar pequenos jogos com o objetivo de trabalhar 
somente um fundamentopor jogo (atividade). 
Esse método é muito indicado para professores que tem a árdua missão de fazer o 
chamado "peneirão", mas na prática muitas vezes é complicado utilizá-lo, pois os candidatos são 
muitos, não tendo espaço de tempo ou espaço físico para por em prática. 
Mas ao executá-lo, o professor deverá ter fichas de registro dos desempenhos técnicos 
observados, designando assim alguns minutos para observar individualmente cada fundamento 
técnico, que é o objetivo do método. 
 
Método recreativo: Tenroller (2004) fala que esse método usado com bastante eficiência 
na iniciação do futsal, proporcionando ao aluno um aprendizado de modo lúdico sem que o 
professor deixe de lado elementos técnicos e táticos da modalidade de futsal. 
 47 
Esse método também é usado não só na iniciação, mas no alto nível também, porque ele 
pode ser utilizado como aquecimento, ou como relaxamento, e é muito bem quisto esse método 
entre os atletas, mas com uma quantidade bem menor. 
 
Método transfert: Tenroller (2004) se refere ao método transfert como um excelente meio 
para estimular nos alunos as percepções de espaço, a inteligência para outros elementos presentes 
num contexto durante o jogo, ele é muito utilizado para convencer alunos a praticarem o futsal. 
Mesmo crianças que gostam de outros esportes, você mescla o futsal, com o esporte da 
preferência da criança, e toda vez que você elogia os movimentos certos dessa criança, ela pode 
pegar gosto pelo esporte, pegando confiança através desses elogios e comece a praticar o esporte. 
 
Método da cooperação-oposição: Ainda Tenroller (2004) onde ele fala sobre o método 
cooperação-oposição que é o método que tem como objetivo a cooperação com o colega que 
venha a ter dificuldade de realizar alguma atividade durante a aula. 
O valor da cooperação deve ser estimulado no aluno desde o inicio das aulas de futsal, 
sendo assim a criança no momento do jogo verá seu companheiro como um cooperador e não 
como um adversário. 
Com esse método o professor pode ganhar ou perder muitos alunos tudo por causa da 
oposição, do fato de ver o adversário como inimigo, e isso pode causar varias complicações no 
grupo de alunos. 
Finalizando, depois de mostrar todas essas variedades de métodos de ensino que os 
professores tem para montar sua aula, basta-o saber com que tipo de alunos ele trabalhará, para 
escolher o caminho a ser seguido, e o método mais adequado, para o estágio que a turma se 
 48 
encontra, e por em prática esse método, sendo que com o decorrer da evolução da turma, ele pode 
mudar o método utilizado. 
 
4.7 A competição na iniciação esportiva 
 
O esporte provavelmente é o fenômeno social mais influente, e mais importante do século 
XXI, ele influencia muito na vida das pessoas, sejam, treinadores, diretores, torcedores, pais e 
principalmente atletas, e como cresce o número de atletas a cada ano, a disputa começa mais cedo 
até na própria iniciação esportiva. 
O futsal quando foi criado na década de 30, era praticado exclusivamente por adultos, 
com a criação das federações que regulamentaram as regras do esporte, ele foi gradativamente 
sendo praticado pelas crianças, mas sempre com as mesmas regras dos adultos, devido ao grande 
número de adeptos crianças, os clubes e escolinhas começaram a ver com outros olhos esse 
crescimento, e passaram a organizar competições para essas faixas etárias, mas nos mesmos 
moldes dos adultos, inclusive na iniciação esportiva. 
E é nessa iniciação esportiva que se discute muito se a competição é importante ou no 
início da vida esportiva das crianças. 
Santana (1996) caracteriza a competição na iniciação do futsal, como essencialmente 
formativa, voltada para a construção e incorporação de valores e idéias, num clima lúdico e 
prazeroso e, por excelência participativo. 
Ele ainda fala que a participação de todos é muito importante, pois o professor é que deve 
levar a criança a pensar a competição dessa forma saudável, sendo o aliado da criança nesse 
processo, e procurando criar novas formas de trabalho, usando alguns dos métodos de ensino 
mais apropriado para esses alunos. 
 49 
Scalon (2004) fala que na iniciação esportiva, as competições constituem uma forma de 
treino com uma carga altamente motivadora, por isso devem servir de ferramenta educadora para 
o professor. 
Mas com alguns cuidados, Mutti (2003, p.279) cita que: 
 
Se fazem necessários alguns ajustes e adaptações, alicerçados em bases cientificas, para 
enquadrar esse esporte aos padrões de crescimento e desenvolvimento das crianças, não 
só pelos esforços desmedidos de ordem física, respeitando suas características físicas e 
psicológicas, necessidades e interesses. 
 
Mutti (2003) ainda explica que os moldes das competições atuais se encaixam 
perfeitamente aos adultos, porém são contra-indicados para crianças, não só pelos esforços de 
ordem física, mas também pela profunda solicitação emocional, que podem causar sérias 
perturbações na formação da personalidade das crianças. 
 Mutti (2003) ainda fala a respeito das competições, pois as crianças não têm a capacidade 
psicológica de absorver uma derrota, ou de não participar dos jogos, se muitos adultos não se 
conformam com as derrotas ou com o fato de não jogar, imaginem crianças de 6 á 12 anos, onde 
muitas não entendem o porquê das situações. 
Já Santana (1996) tem a opinião de que os profissionais que trabalham com essas crianças 
é que deveriam conscientizar elas que o imediatismo não é importante, que o resultado não é o 
mais importante, e sim o aprendizado que o esporte nos proporciona, saber lidar com as emoções, 
com a derrota e a vitória. 
Santana (1996, p.54) cita ainda que; 
 
Muitos profissionais que trabalham em categorias menores, em escolinhas esportivas ou 
com equipes competitivas, reportam á mentalidade imediatista e de cobrança dos pais e 
dirigentes, o fator principal para que busquem fundamentalmente o resultado nas 
competições. Não podemos admitir isso como uma verdade absoluta e nos 
 50 
acomodarmos. Onde está a convicção de que devemos caminhar em outra direção? O 
profissional precisa fundamentar-se, e mediante argumentos, propor alternativas. Na 
competição entre crianças não é o resultado o que importa, e sim a formação, a 
construção de idéias e valores, a interação entre crianças, o prazer pela atividade. 
 
 Marques (2003) concorda com Mutti (2003) e salienta que em uma prática esportiva, o 
jovem vive experiências concretas de cooperação e de convívio social, desenvolvendo o respeito 
pelos outros, a competitividade sadia, o espírito de equipe, disciplina e a persistência. Desse 
modo, o esporte não só proporciona formação social e educacional, como também contribui para 
a formação do caráter. 
Marques (2003) completa ainda, que o esporte é muito mais que competir, que ganhar e 
perder, é ter motivação para melhorar as habilidades, passar bem, fazer amigos, viver emoções, 
desenvolver o físico, o bem-estar. Para ele, o que interessa não é a vitória contra um adversário, 
mas sim o progresso pessoal. 
Na minha opinião, a competição é muito benéfica para o atleta, independente de ele 
ganhar ou perder, concordando com Marques (2003), e ainda acho que os jogos ensinam a 
criança a ter mais força de vontade, determinação, coragem. No entanto é importante respeitar os 
estágios que os alunos se encontram, e nós, adultos envolvidos com essas crianças devemos ter 
uma visão da competição sob o ponto de vista da alegria e da satisfação. 
Agora, a discussão sobre a participação de crianças em competições continua, e não deve 
terminar tão cedo, pois as opiniões são divergentes, tendo sempre o lado negativo da competição, 
e isso é bastante explorado. 
Dos pontos negativos, Mutti (2003) fala de alguns, como: 
As regras, a mentalidade competitiva dos adultos, a influência dos pais, a cobrança de 
resultados, estresse e auto estima deformada, elitização precoce,não participação na partida, 
competições de longa duração e formula do campeonato. 
 51 
Esses, são os fatores na opinião de Mutti (2003) que influenciam negativamente no 
processo das competições infantis, e prejudica seu desenvolvimento e crescimento relacionado ao 
esporte, tirando totalmente o prazer e a vontade da criança participar do processo de iniciação, 
fazendo-a desistir muitas vezes de praticar o esporte. 
Marques (2003) entende que a verdadeira competição é aquela que proporciona o bem-
estar físico e psicológico, se algum desses dois aspectos é afetado, a competição não está sendo 
orientada de forma correta. Quando as crianças conseguem se preocupar apenas em desenvolver 
suas habilidades motoras, físicas e psicológicas, sem se importar com os fatores externos, tem seu 
desempenho bem melhores. Acrescente a esse desempenho, um fator determinante para essa 
melhora, o fato de não visar à vitória a qualquer custo. 
Scalon (2004, p.93 e 94) fala muito bem sobre esse detalhe da vitória; 
 
"Muitos treinadores trocam os resultados do futuro, pelos ilusórios sucessos do 
presente, os pequenos títulos de hoje por aqueles que verdadeiramente importam no 
desporto de rendimento, as vitórias das crianças e adolescentes serão importantes para 
os jovens atletas, mas não para os treinadores". 
 
Portanto, a fim de que a criança seja, acima de tudo, beneficiária do esporte, se faz 
necessário que os professores das escolinhas e dos clubes, façam uma revisão nos seus métodos, 
para que a criança se motive a praticar esse esporte que é maravilhoso, e que chama tanto a 
atenção da criança de hoje, é necessário que façamos uma revisão nesses programas de iniciação 
e motive essas crianças. 
 
 
 
 
 52 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. DISCUSSÕES E ENCAMINHAMENTOS 
 
Gostaria de propor um assunto para discussão, que na minha opinião é muito importante 
na iniciação esportiva, principalmente no futsal, pois, as regras para as crianças que praticam o 
esporte, e para os adultos são as mesmas, sendo o nível de compreensão das crianças menor do 
que a de um adulto. 
Acho que devemos até mostrar as regras certas para elas, mas acho que deveríamos ser 
flexíveis a respeito de cumpri-las ao pé da letra na iniciação esportiva, e muitos professores das 
escolinhas esportivas estão mais preocupados com o cumprimento das regras do que com o 
aprendizado e com o desenvolvimento motor dessa criança. Será que esses professores estão 
certos de agirem assim? 
Acho que devemos ter como objetivo principal que os alunos desenvolvam suas 
capacidades motoras, e estimulem sua técnica através do futsal, e que isso sirva, não só para o 
futsal, mas que ele leve para a vida toda. 
Outro ponto que acho importante de discutir, é quais são os motivos que levam as 
crianças a escolherem o futsal como esporte de iniciação, as bibliografias não falam muito desse 
 53 
assunto, falam apenas na pressão dos pais, mas sabemos que com o nível que o futsal brasileiro 
está atualmente, tendo a visibilidade que está nos meios de comunicação, imagino que não seja só 
a pressão dos pais esses motivos. 
Gostaria de propor uma pesquisa nas escolinhas esportivas particulares, que seriam as 
escolinhas onde são pagas, de clubes sociais, e as escolinhas públicas, onde não se paga para 
praticar o esporte, e que normalmente são em comunidades carentes, para crianças sem condições 
financeiras, para saber se tem muita diferença nos motivos que levaram essas crianças a 
escolherem o futsal como esporte para praticarem, pois imagino que vamos ter muitas respostas, 
levando em conta a classe social que as crianças estarão, as respostas tendem a ser diferentes, 
mas com apenas uma ressalva, a de que os sonhos não têm classe social, nem cor e muito menos 
preço, só por isso que algumas respostas podem coincidir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Minhas considerações, são de que o futsal tomou uma proporção muito grande na sua 
procura, principalmente através das crianças na faixa etária do 6 aos 12 anos, e de que nós 
professores que trabalhamos com esse esporte, ou os que pretendem vir a trabalhar, tem uma 
enorme responsabilidade. 
Pois os pais dessas crianças que procuram a iniciação no esporte, procuram que seus 
filhos sejam bem orientados, e que a prática do esporte sirva não só como esporte, mas também 
como aprendizado para a vida toda, como o saber ganhar e perder, saber se relacionar com outras 
pessoas, e também adquirir o habito de praticar algum esporte, pois no mundo globalizado e 
tecnologicamente desenvolvido de hoje, as crianças tem preferido ficar em casa na frente da 
televisão, do computador ou do videogame, do que praticar um esporte, e isso é muito grave. 
Pois essa falta do hábito de praticar algum esporte, ou fazer alguma atividade física, pode 
ter algumas conseqüências no futuro que podem não ser das melhores, pois podem acarretar em 
 55 
algumas doenças diretamente relacionadas a falta de uma prática esportiva regular, e nós 
professores temos que estar a par de tudo isso. 
Além do professor, uma figura muito importante na iniciação esportiva são os pais, eles 
que tem muita influência sobre seus filhos, e podem ajudar e prejudicar muito o aprendizado dos 
seus filhos. 
Os pais podem prejudicar o aprendizado dos seus filhos, na medida que eles, ao invés de 
querer que seus filhos aprendam o esporte, desenvolvam a técnica do futsal e ampliem sua 
bagagem motora, eles querem que seus filhos vençam a qualquer preço, atuem o tempo todo, e 
não pensem nos colegas. 
Mas não são só esses pais que existem, certamente tem aqueles pais que estão 
preocupados com o bem estar do seu filho, com o bem estar do filho dos outros e também com o 
relacionamento com os professores, tanto o seu relacionamento como o do seu filho. 
Essa harmonia é fundamental para um melhor aprendizado por parte das crianças, e 
também por parte dos professores, pois podem se dedicar a desenvolver um trabalho com mais 
qualidade, sem se preocupar com pais mal educados e prejudiciais a todos, podendo achar a 
metodologia mais adequada para trabalhar com as crianças, e deixar a criança feliz, praticando 
um esporte e se desenvolvendo, que é o mais importante, sendo essa criança a protagonista do 
processo e não terceiros, como, pais e professores. 
Enfim, acredito que o esporte para a criança é extremamente salutar, desde que a 
preocupação esteja na formação, no processo, e não somente no resultado, na medalha, no ser 
campeão. 
Espero que este estudo de revisão de literatura, venha a contribuir como um ponto de 
reflexão para aqueles que militam no trabalho com escolinhas de iniciação e formação esportiva, 
principalmente no futsal. 
 56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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