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UNIVERSIDADE ESTÁCIO (POLO JOÃO PESSOA-PB)
LETRAS/LIBRAS – LÍNGUA PORTUGUESA
EDUCAÇÃO ESPECIAL
Prof.º Gabriela Maffei Moreira Malagolli
 
PESQUISA E ANÁLISE DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA ESCOLA INCLUSIVA
DENISE VIRGILIO DA SILVA
Matr. 201907102981
JOÃO PESSOA, 19 DE NOVEMBRO DE 2019
INTRODUÇÃO: 
Lopes (2007) nos alerta que a inclusão chega à escola como uma metanarrativa revolucionária, pretensiosa sendo necessário examiná-la detida e cuidadosamente o que “(...) não significa lutar para inviabilizá-la, mas significa uma tentativa de pensá-la para além do binômio reducionista do incluído ou do caráter salvacionista que a inclusão parece carregar” (LOPES, 2007, p. 1). Ou seja, no momento de inserirmos crianças com NEE não devemos fazê-lo como uma medida assistencialista, muito menos estacionarmos apenas nas discussões de oposições binárias entre inclusão e exclusão. Muito antes pelo contrário, devemos analisá-la como direito garantido de todos à educação que “(...) pretende não impor para tais alunos facilidades ou dificuldades diferentes dos demais, apenas pensar em estratégias diferentes de planos de ações” (LOPES, 2007, p. 1).
Diante do que Lopes nos alerta, o presente relatório visa apresentar a prática de ensino como componente curricular através de uma pesquisa de campo, a qual foi realizada na Escola Municipal General Rodrigo Otávio, situada à Rua Mato Grosso, 988 – Bairro dos Estados – Joao Pessoa- PB. A escola atende alunos do nível fundamental I. A escola conhecida, principalmente, por admitir alunos com necessidades especiais. 
Entrevistei a professora Marilete do 3º ano, tem ensino superior em pedagogia e pós-graduação em Educação Especial, em sua sala com 20 alunos, há um com TEA – Transtorno do Espectro Autista e outro com cegueira.
Para poder transcorrer esse relatório de maneira satisfatória e com propriedade foi observado todo o espaço físico da escola, levando em consideração sua acessibilidade e recursos físicos e metodológicos para atender tais alunos.
OBJETIVOS: 
 Relacionar conteúdos trabalhados ao longo da disciplina com o cotidiano escolar;
 Analisar o fazer do professor que atua no contexto de uma escola inclusiva;
 Refletir sobre as barreiras físicas, atitudinais e comportamentais que impedem ou dificultam o processo de inclusão. 
DESCRIÇÃO DA OBSERVAÇÃO: 
	Com a companhia de um funcionário da escola, no primeiro momento, fui conhecer as instalações da mesma.
	A escola possui apenas instalações no térreo, justamente para estar apta a “atender” os alunos com necessidades especiais. Há banheiros adaptados para cadeirantes, porém não há nenhum tipo de adaptação para alunos com deficiência visual. Ela possui uma Sala de Recursos multifuncionais para Atendimento Educacional Especializado (AEE), e os alunos têm atividades no contra turno de suas aulas, como reforço do conteúdo apresentado na sala de aula. 
	Durante a aula observei que o aluno com TEA senta-se sempre na frente da professora, enquanto o aluno com cegueira se senta mais ao meio e conta com o auxílio dos colegas de sala. A professora não conseguia atendê-los de forma individual, levando em consideração suas particularidades, mas percebi sua preocupação e vontade em fazê-lo.
ENTREVISTA COM A PROFESSORA MARILETE: 
 
01. Qual a sua formação? 
Sou formada em Pedagogia e possuo pós-graduação em Educação Especial. 
 
02. Quais são as características e necessidades que os alunos incluídos na turma apresentam? 
Um dos alunos, apresenta quadro de deficiência física, não enxerga absolutamente nada, utiliza bengala e óculos, ele ainda não sabe Braile, o que dificulta um pouco o meu trabalho, porém ele é bastante independente e muito inteligente. O outro necessita um pouco mais da minha atenção.
03. Como são feitas as adaptações das atividades no planejamento de aula? 
São feitas de acordo com cada necessidade e habilidades apresentadas por eles.
04. Quanto as necessidades pedagógicas do aluno, a escola atende aos recursos pedagógicos? 
Atende sim, a escola fornece materiais especializados para atendê-los, além de que contamos com uma profissional para dar todo o suporte necessários. O aluno X, por exemplo, nós temos vários recursos em Braile para oferecê-lo, porém ele ainda está aprendendo e alguns desses recursos ainda não pode usar por esse motivo.
05. A escola possui e disponibiliza os recursos para que o professor possa adaptar as atividades? 
Sim, a nossa escola é muito procurada por pais de crianças especiais, justamente por oferecer ensino de inclusão e disponibilizar recursos para que nós, professores juntamente com os outros colegas de classe trabalhemos em conjunto, podendo assim fazer com que todos, sem exceção sejam protagonistas na sala de aula. 
 
06. Consegue realizar todas as atividades com a participação de toda a turma? 
Se eu disser que são todas, estaria mentindo, até mesmo porque isso raramente é possível, e não é só porque temos alunos especiais em sala de aula. Algumas crianças têm um comportamento bastante complicado. Porém, em sua maioria todos participam e ajudam os que possuem mais dificuldade.
 
07. Ocorrem às parcerias entre a família, professor, aluno e escola? 
Quando se trata de inclusão, aqui na escola, essa parceria funciona positivamente.
 
08. Qual o maior desafio do professor quanto a inclusão nas escolas? 
Poderia citar vários, mas quero enumerar apenas dois. Primeiro, é a falta de compreensão dos amigos da turma, o aluno com TEA tem muita dificuldade em relação ao barulho, e infelizmente, não há cooperação dos colegas. Segundo, mesmo a escola possuindo muitos recursos pedagógicos, percebo a dificuldade em conseguir novos recursos, há sempre uma burocracia muito grande para conseguir alguns “benefícios” para nossos alunos especiais.
SUGESTÕES: 
	A relação professor/aluno deve ir além da pedagogia, ou melhor, do cronograma escolar, para obter um resultado satisfatório, dentro e fora de sala de aula, é necessário usar recursos humanos e materiais possíveis para que gere interesse e motivação nos alunos.
	Sempre digo que quem faz a turma é o professor, um professor motivado, decidido, que ama o que faz pode mudar histórias. De nada adianta a escola possuir recursos se não houver professores motivados e interessados a usá-los com maestria. Porém, diante do desinteresse público com seus professores, muitos perdem a motivação. É uma via de mão dupla.
	Diante do que presenciei, a minha sugestão é que tenha um ajudante ou até mesmo outro professor para dar melhor suporte aos alunos especiais, pois apenas para uma professora “dar conta” de 18 alunos e mais 2 com necessidades especiais não é possível conseguir oferecer um ensino de qualidade.
Ademais, só quero ressaltar que a escola observada está de parabéns, desde a coordenação até as merendeiras se mostraram pessoas resilientes e empáticas, respeitando as diferenças e ensinando a todos o respeito às diversidades e além disso a ajuda mutua. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
LOPES, Maura Corcini. (Im) possibilidades de pensar a inclusão. Trabalho apresentado na 30º Reunião da ANPED. Programa e textos www.anped.org.br/. Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED), 2007.

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