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EDUCAÇÃO ESPECIAL: SUPERANDO BARREIRAS PARA O APRENDIZADO
SPECIAL EDUCATION: OVERCOMING BARRIERS TO LEARNING
					Rosilene Gontijo do Amaral
E-mail: rose.gontijo@yahoo.com.br
Curso
RESUMO
As discussões sobre os obstáculos encontrados na Educação Especiale Inclusiva são muitos frequentes nos dias atuais. A cada ano, novos estudos são publicados sobre o tema e várias mudanças são propostas na busca por um melhor atendimento que se adéque às características e às particularidades dos alunos com necessidades educacionais especiais (ANEEs). Apesar disso, ainda registram-se muitas práticas desenvolvidas na escola e na sociedade que sinalizam para a existência do preconceito, da discriminação e da estigmatização daqueles que se convencionou chamar de deficientes. Muitos pesquisadores adotaram o termo barreiras para se referir a todas essas práticas e situações que se traduzem em impedimentos para que os ANEEs tenham assegurados os seus direitos à escolarização, à inserção em classes regulares e ao atendimento adequado às suas especificidades. Pretendeu-se com este estudo averiguarem-se os obstáculos enfrentados pelos alunos da educação especial Este trabalho foi desenvolvido através de uma revisão bibliográfica de autores reconhecidos da área educacional, de documentos oficiais da Legislação, Decretos, Portarias como a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, o Plano Nacional de Educação – PNE. Os estudos apontaram para a existência de várias barreiras à Educação Especial e a Inclusão dos ANEEs. 
Palavras-chave: Barreiras, Educação Especial, Educação Inclusiva.
	
ABSTRACT
Discussions about the obstacles encountered in Special and Inclusive Education are often frequent today. Each year, new studies are published on the subject and several changes are proposed in the search for better care that adheres to the characteristics and particularities of students with special educational needs (ANEEs). Nevertheless, there are still many practices developed in school and society that signal to the existence of prejudice, discrimination and stigmatization of those who have called themselves disabled. Many researchers have adopted the term barriers to refer to all these practices and situations that translate into impediments so that ANEEs have ensured their rights to schooling, insertion into regular classes and adequate care to specificities. The aim of this study was to investigate the obstacles faced by students of special education This work was developed through a bibliographic review of recognized authors in the educational area, of official documents of the Legislation, Decrees, Ordinances such as the National Special Education Policy in the Perspective of Inclusive Education, the National Education Plan - PNE. The studies pointed to the existence of several barriers to Special Education and the Inclusion of ANEEs.
Keywords: Barriers,Special Education, Inclusive Education.
INTRODUÇÃO
Constata-se que, cada vez mais, a Educação Especial assume importância na perspectiva de atender às exigências apontadas no debate sobre Inclusão e Diversidade que vem sendo realizado em muitas das instâncias da sociedade brasileira, principalmente nas últimas décadas. 
 Educação Especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o Atendimento Educacional Especializado (AEE), disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular (BRASIL, 2008, p. 10). 
Prieto (2008, p. 31)ressalta que a desigualdade tem raízes para além do alcance da intervenção da instituição escolar e chama a atenção para “[...] a noção de educação inclusiva disseminada por sua associação à igualdade de direitos e à aceitação da diferença”. Prossegue essa autora afirmando ainda que essa ideia “[...] é capciosa porque pode reforçar a desigualdade. A relação de oposição que se espera estabelecer não é entre igualdade e diferença, mas entre igualdade e desigualdade”. 
Para haver legitimidade dos documentos legais dentro das escolas, é preciso que o processo de inclusão escolar dos alunos com deficiência e Transtorno Global de Desenvolvimento (TGD) esteja embasado em mudanças concretas na organização curricular, no planejamento dos professores e na adoção de medidas pedagógicas no intuito de atender às necessidades desses alunos, valorizando os avanços que conseguem realizar de acordo com suas limitações, considerando-os como sujeitos que compõem a diversidade presente no contexto escolar. 
Uma proposta de Educação Especial com vistas à educação Inclusiva exige, portanto, a revisão do Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola na tentativa de adaptá-lo para atender às diferentes atividades, avaliações e eventos envolvendo toda a comunidade escolar em novas formas de ensinar e aprender. Dessa forma, é necessário refletir acerca da formação dos professores principalmente na dimensão curricular, para que lhes sejam significativas as práticas e ações que possibilitem aos alunos, independentemente de suas necessidades, participarem das atividades cotidianas da classe regular e terem acesso ao conhecimento historicamente acumulado pela humanidade. 
A evolução da educação especial no Brasil
Educação Especial e Educação Inclusiva: análise histórica e política
A cada dia pessoas portadoras de necessidades especiais enfrentam situações que deixam marcas como o sofrimento, a exclusão social, o preconceito, o abandono e até mesmo a eliminação da pessoa doente. 
Durante décadas as necessidades especiais sejam física, mental, ou intelectual, sempre foram questionadas e não aceitadas, foram vítimas históricas dos massacres, das barbáries da sociedade civil, da discriminação, do abandono cruel e da morte. Diante deste exposto percebe-se que perante a maior parte da sociedade as pessoas especiais eram vistas como um mal contagioso não podendo exercer nenhuma atividade.
Nesta época, a sociedade, possuía uma mentalidade distorcida da realidade, onde focava na perfeição da pessoa humana e não acreditava na capacidade de regeneração e desenvolvimento da pessoa deficiente, receando-se que tal deficiência contaminaria a população em geral, não aceitando jamais as diferenças, ou o ser humano não normal.
Analisando-se a história da evolução humana, conclui-se que somos diferentes, ninguém é igual a ninguém, a diferença faz parte de nossa cultura, etnia, gênero, religiões e raça. Muitas pessoas não compreendem as diferenças, e condenam as pessoas deficientes, seja ela, física, intelectual ou mental, pois todo o processo de exclusão social deriva de mentes contaminadas pelo idealismo do Corpo Perfeito, do Ser Normal, do Belo, do Saudável Forte para a Guerra, o que não é real.
Dessa forma, séculos passados, todas as crianças que nasciam com alguma deficiência visível, por exemplo, a falta ou a deformação de membros ou a incapacidade de andar, falar ouvir ou enxergar era de fato condenada à morte por apresentarem riscos à sociedade e custos sociais à população. O período histórico da Antiguidade Clássica é um período no qual se verifica ás primeiras formas de tratamento desumano ás pessoas com deficiência. Nessa ocasião aconteceram práticas de abandonos sendo comuns essas práticas na época, e pessoas com algum tipo de deficiência não recebiam qualquer tipo de atendimentos, as mesmas eram negligenciadas e condenadas ao abandono. 
No final do século XVIII e inicio do século XIX, no Brasil,as idéias liberais influenciaram o surgimento da educação das crianças com deficiência, se deu inicialmente, em instituições, (JANNUZZI, 2004). A história da educação especial, no Brasil, começou no inicio da segunda metade do século XIX, em um primeiro momento, acontecia em escolas anexas aos hospitais psiquiátricos, em asilos e também em instituições especializadas. O primeiro período da educação no Brasil foi caracterizado pela segregação. Na década de 1960 houve um grande número de instituições especializadas e a prática daeducação segregada nas instituições começou há ser questionada, pois os portadores de necessidades educativas eram isolados de suas famílias e do convívio social.
No final do século XVIII, em relatos do teórico Jannuzzi (2004, p. 38), a educação especial, atende a dois interesses contraditórios: o de oferecer escolaridade a crianças anormais, ao mesmo tempo em que serve de instrumento básico para a segregação do individuo deficiente.
Em 1970, as escolas regulares começaram a aceitar matriculas de alunos com deficiência em classes comuns e em classes especiais das escolas regulares, tendo início à conquista pelo espaço e pelo direito da escolarização para as pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais.
A Declaração de Salamanca (1994, p. 43), ressalta que o princípio fundamental de uma escola inclusiva está em que todos devem aprender juntos. Cabe á escola 
“Reconhecer e responder ás necessidades diversas de seus alunos acomodando ambos os estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de um currículo apropriado.”
A Constituição Federal de 1988 em seu art.5 garante a todas as crianças o direito a igualdade, inclusive a educação inclusiva que visa inserir as crianças com necessidades educacionais especiais no ensino regular. Todos os seres humanos devem ser protegidos e respeitados com base na Declaração Universal dos Direitos Humanos. A violação desses direitos afeta a dignidade ética de muitos outros direitos.
O artigo 8º da Lei 7.853/89 específica que “recusar a inscrição de um aluno em qualquer escola, seja pública ou privada, por motivos relacionados a qualquer deficiência, é crime.” Não se nega a ninguém o direito a aprender e desenvolver suas capacidades/potencialidades, os direitos humanos são para todos independentemente de raça, classe social, gênero, etnia, religião entre outros.
Em conformidade com tal Constituição, o Congresso Nacional, por meio do Decreto Legislativo n° 198 de 13 de junho do ano 2001, aprovou a lei baseada no disposto da Convenção de Guatemala, que trata da eliminação de todas as formas de discriminação contra a pessoa portadora de deficiências e deixa clara a impossibilidade de tratamento desigual aos deficientes.
Inclusão escolar: o que é?
A inclusão implica na mudança do atual paradigma educacional, para que se encaixe no mapa da educação escolar que está sendo implantado atualmente.
Entende-se por educação inclusiva como uma concepção de ensino contemporâneo que objetiva garantir o direito de todos à educação. A educação inclusiva pressupõe a igualdade de oportunidades e a valorização das diferenças humanas, contemplando, as diversidades étnicas, sociais, culturais, intelectuais, físicas, sensoriais e de gênero dos seres humanos. Implicando na transformação da cultura, das práticas e das políticas vigentes na escola e nos sistemas de ensino, de forma que garanta o acesso, a participação e a aprendizagem de todos, sem exceção.
Os princípios da educação inclusiva
Os princípios da educação inclusiva frequentemente devem ser revistos, porque podem ajudar educadores experientes e comprometidos com a inclusão a não perderem o rumo. Os cinco princípios da educação inclusiva são:
- Toda pessoa tem o direito de acesso à educação.
- Toda pessoa aprende.
- O processo de aprendizagem de cada pessoa é singular.
- O convívio no ambiente escolar comum beneficia todos.
- A educação inclusiva diz respeito a todos.
O foco principal é nas pessoas e/ou alunos portadores de deficiência, tendo em vista a privação da participação desse público nas redes de ensino, eo conceito amplo de diversidade humana para pensar a educação inclusiva, tendo como principal alvo todas as crianças. Desta forma, o quinto princípio norteia os demais e orienta as relações humanas para a construção de uma sociedade mais justa e participativa.
Diferenças entre a educação especial e a educação especial na perspectiva inclusiva
O quadro abaixo sintetiza algumas das diferenças entre a educação especial e a educação especial na perspectiva inclusiva:
	Educação especial
	Educação especial na perspectiva inclusiva
	Sistema separado, paralelo ao regular.
	Faz parte da proposta pedagógica da escola. Perpassa todos os níveis, etapas e modalidades de ensino. Por isso, é tida como transversal.
	Substitui o ensino regular.
	Complementa ou suplementa ao processo de escolarização em sala de aula.
	Dinâmica independente, total ou parcialmente dissociada do ensino regular.
	Dinâmica dependente, totalmente articulada com o trabalho realizado em sala.
	Restritiva e condicional. Somente os alunos considerados aptos para o ensino regular podem frequentá-lo.
	Incondicional e irrestrita. Garante o direito de todos à educação, ou seja, à plena participação e aprendizagem.
	O referencial é o que se convenciona julgar como “normal” ou estatisticamente mais frequente.
	Parte do pressuposto de que a diferença é uma característica humana.
	Baseia-se no modelo médico de deficiência. Foca nos aspectos clínicos, ou seja, no diagnóstico.
	Baseia-se no modelo social de deficiência. Foca na articulação entre as características da pessoa e as barreiras a sua participação presentes no ambiente.
	Nem todos os estudantes conseguem se adaptar à escola. Nem todos correspondem ao padrão estabelecido por ela
	A escola deve responder às necessidades e interesses de todos os alunos, sem exceção, partindo do pressuposto de que todas as pessoas aprendem.
	Estratégias pedagógicas diferentes para somente alguns estudantes.
	Diversificação de estratégias pedagógicas para todos.
 Fonte da autora. (2019)
Barreiras a serem enfrentadas
Muitos desafios enfrentados pelos alunos nas escolas podem ser amenizados ou eliminados se as barreiras à aprendizagem e à participação forem identificadas e minimizadas.
Para Booth e Ainscow (2002), o estabelecimento físico, as culturas, as políticas, o currículo, o método de ensino, o lugar em que os alunos se sentam e a forma de interação são alguns exemplos de barreiras que podem dificultar a vida escolar de qualquer aluno, não só dos que têm alguma deficiência, transtorno global do desenvolvimento, altas habilidades ou superdotação. A minimização dessas barreiras, conforme apontam os autores, implica a mobilização de recursos – físicos, humanos, políticos etc. – nas escolas e comunidades. Frequentemente, as escolas detêm mais recursos do que utilizam. 
Conforme Booth e Ainscow (2002):
Recursos não se referem apenas a dinheiro. Tal como as barreiras, eles podem ser encontrados em qualquer aspecto de uma escola; nos estudantes, pais e responsáveis, comunidades e professores; nas mudanças nas culturas, políticas e práticas. Os recursos nos estudantes, em suas capacidades de dirigir sua própria aprendizagem e apoiar a aprendizagem uns dos outros, podem ser particularmente subutilizados, assim como também pode o potencial do Pessoal em apoiar o desenvolvimento uns dos outros. (p. 9) 
As barreiras à aprendizagem fazem parte do cotidiano escolar dos alunos, deficientes ou normais, e se manifestam em qualquer etapa da escolarização. As pessoas com deficiência e necessidades educacionais especiais encontram diversos obstáculos no dia a dia, que vão muito além do espaço físico, da comunicação e das atitudes praticadas por todos.  
 “O que se constata é que os obstáculos à aprendizagem não são exclusividade dos alunos com deficiências visuais, auditivas, mentais, dos que têm paralisia cerebral, dos autistas, entre outros. Barreiras à aprendizagem fazem parte do cotidiano escolar de quase todos os alunos, sejam eles deficientes, com altas habilidades ou os ditos normais. (CARVALHO, 2006, p. 60-61)”
Mais importante que conceber a escola como mera transmissora de conteúdos é concebê-la como o espaço privilegiado de formação e de exercício da cidadania, consciente de suas funções sociopolíticas, pedagógicas, uma escola sintonizada com os valores democráticos, ou seja, uma escola aberta. Como a escola também é o espaço dos escritos, é preciso registrar nela as experiênciasde alunos e professores. E a pesquisa na educação é outra das formas de remover barreiras à aprendizagem. (CARVALHO, 2006, p. 64-65)
As barreiras arquitetônicas
 Garantir acesso, e mobilidade às crianças é um dever da sociedade e da escola, com o objetivo de fazer com que elas tenham facilidade para agir, independente de sua condição física. Facilitar o acesso, adaptar estruturas, como rampas, banheiros, corredores, retirar as barreiras para se tornar o mais fácil possível para a convivência de todos.
A temática “acessibilidade” tem sido discutido em produções acadêmicas (dissertações, teses, revistas científicas e capítulos de livros) de diversas áreas do conhecimento, bem como em inúmeros encontros nacionais e internacionais. 
Mas, o que se entende por acessibilidade? Como definir acessibilidade física?
Segundo o dicionário Michaelis, o termo acessibilidade deriva-se do latim acessibilite, e significa: facilidade de acesso, de obtenção. Facilidade no trato. O conceito de acessibilidade é entendido por Fortuna (2009, p. 15) como
“A resposta física que passa pelas seguintes questões Como posso chegar até o prédio X? Como entrar e me movimentar dentro daquele prédio Y? Como me movimentar entre os pisos e entrar nos cômodos? Como utilizar as instalações do banheiro? Como sentar no ônibus, sem a observância da lei dos obesos? Como pagar os impostos no banco em fila única, mesmo sendo paraplégico? Sou cego, como me locomover neste quarteirão? Entre outras.”
Na perspectiva tratada pelo mencionado autor, a promoção do acesso a instalações físicas, reporta a situações do cotidiano que ofereçam benefícios a todos que utilizam principalmente as pessoas com deficiências, cadeirantes, pessoas com mobilidades reduzidas e todos aqueles que por alguma razão, definitiva ou temporariamente, veem limitadas suas capacidades de acesso e deslocamento. 
Sassaki (2010) trata a acessibilidade em diferentes dimensões: 
“Arquitetônica: sem barreiras em ambientes físicos, residenciais, edifícios, espaços urbanos;”
“Comunicacional: à acessibilidade que se dá sem barreira na comunicação interpessoal, língua de sinais, escrita incluindo texto em braile;”
“Atitudinal: acessibilidade sem preconceitos em relação a pessoal em geral.”
A esse respeito, Dischinger, Padaratz e Ely (2005, p. 4) assinalam que acessibilidade significa poder chegar a algum lugar de forma independente, segura e com um mínimo de conforto, utilizando os equipamentos disponíveis nessas organizações. Nesse aspecto, Mazzoni (2003, p. 94-95) em estudo realizado sobre pessoas com limitações de locomoção observa que as barreiras arquitetônicas e urbanísticas são os principais obstáculos a serem superados no espaço físico e se defrontam também com situações de acessibilidade nas quais, aparentemente, tentou-se resolver o problema, mas de forma insatisfatória. 
O autor alerta que ao se buscar eliminar barreiras físicas para o acesso de pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida, as construções/reformas não podem dificultar a vida dos demais usuários.
Vemos pelas deficiências das crianças, que para facilitar o andamento, diminuir as dificuldades nas ruas, deve-se melhorar o espaço para as pessoas com necessidade especial, como rampas, rebaixamento de calçadas, largura de calçadas. Fazendo com que as crianças se sintam independentes mesmo com sua deficiência, quando uma criança com deficiência não pode fazer algo por sua limitação, é preciso parar, pensar e agir no que é preciso para ajudá-la. Quando a criança é impossibilitada de se locomover por causa da estrutura, é preciso ajudar, e ao mesmo tempo pensar no que pode ser mudado, pois qualquer um de nós poderia estar no lugar daquela criança, tendo dificuldades e precisando sempre de uma pessoa responsável por perto.
As barreiras comunicacionais
Visivelmente, percebe-se que as barreiras comunicacionais, é outro aspecto que complica a vida das pessoas com deficiência a comunicação. É uma barreira que se nota a indisponibilidade das informações para todos, porque não existem ou porque não são apresentadas de forma acessível. Basicamente as barreiras comunicacionais acontecem de três formas:
“Na comunicação interpessoal: quando, por exemplo, busca-se uma interlocução com um surdo e não tem conhecimento em Libras, a comunicação fica comprometida de uma forma bem óbvia.”
“Na comunicação escrita: quando informações importantes não estão disponíveis em Libras ou em Braile –  o que acontece bastante em bibliotecas, placas de sinalização e até mesmo em sites!”
“Nos espaços virtuais: quando não há acessibilidade digital, ou seja, quando os sites não permitem que certas pessoas acessem suas informações. Também entra aqui a falta de tradução automática, de áudio descrição e de textos alternativos nas imagens. Muita gente acha que deixar um site acessível é um trabalho difícil e que não vale à pena de se realizar. Mas, seguindo algumas dicas simples o processo fica fácil e traz resultados incríveis.”
As barreiras atitudinais
As barreiras mais difíceis de perceber-se são praticamente criadas e originadas por nós mesmos. Mas, as mais fáceis de derrubar, e as que trazem certos impactos para a vida das pessoas. Algumas das nossas atitudes com as pessoas com deficiência podem reforçar as barreiras comunicacionais e arquitetônicas. São os nossos preconceitos e os estereótipos. E, todo mundo tem preconceitos, e não tem nada de ruim em querer acabar com eles. Mas, para isso, é preciso buscar-se informações e estar disposto a conhecer mais sobre o outro, independente de cor, raça e credo.
A Convenção Interamericana para a Eliminação de todas as formas de discriminação contra as pessoas com deficiência, de 1999 diz que: 
"As pessoas portadoras de deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdade fundamental que as outras pessoas e que estes direitos, inclusive o direito de não serem submetidas à discriminação com base na deficiência, emanam da igualdade e dignidade que são inerentes a todo ser humano". 
A Discriminação é definida como: 
Toda diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência, antecedente de deficiência, consequência de deficiência anterior ou percepção de deficiência presente ou passada, que tenha o efeito ou propósito de impedir ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício por parte das pessoas portadoras de deficiência de seus direitos humanos e sua liberdade fundamental.
As barreiras de atitudes não são removidas com determinações superiores. Dependem de reestruturações perceptivas e afetivo-emocionais que interfiram nas predisposições de cada um de nós, em relação ao próximo com necessidades especiais.
As barreiras pedagógicas
A prática pedagógica deve ser examinada sempre sob a ótica da remoção das barreiras à aprendizagem é um desafio a todos, nós educadores, que, até então, temos examinado a questão sob a ótica das características do aprendiz. Suas condições orgânicas e psicossociais é que têm sido responsabilizadas pelo seu insucesso na escola. Pensar em remover as barreiras à aprendizagem não exclui esse ângulo da questão; ao contrário, acrescenta a ele outras influências e participações, como o educador, a escola, o sistema educacional e as influências
que nele exercem os aspectos ideológicos, cuja responsabilidade é dos modelos econômicos e políticos que têm sido adotados.
Quando pensar-se em todos os alunos como seres em processo de crescimento e desenvolvimento, que vivenciam o processo de ensino-aprendizagem de maneiras diversas dever-se-á incluir a remoção das barreiras à aprendizagem. 
A remoção das barreiras à aprendizagem é:
“Remover as barreiras à aprendizagem pressupõe conhecer as características do processo de aprender, bem como as características do aprendiz Com esse olhar, os professores precisam conseguir identificar a si mesmos como profissionais da aprendizagem e não mais como profissionais do ensino (DEMO, 1997).”
Dentre as inúmeras mudanças que se espera sejam adotadas para a remoção das barreiras à aprendizagem, a preleção deve ser substituída por estratégiasmais participativas como os trabalhos em grupo, que favorecem as trocas de experiências e a cooperação. Com propriedade Ainscow (1997, p. 16) afirma que o mais importante recurso em sala de aula é o próprio aluno.
Tornar a aprendizagem interessante e útil é uma das formas de remover obstáculos. O professor como mediador e detentor do conhecimento, precisa conhecer seus alunos, treinando a sua escuta e criando, diariamente, um tempo para essa escuta, que deve ser coletiva. Isto serve como motivação, o que facilita a aprendizagem dos conteúdos do programa.
Vencendo as barreiras para aprendizagem
As barreiras que podem impedir o acesso de alguns alunos ao ensino e à convivência estão relacionadas a diversos componentes e dimensões da escolarização.Barreiras e dificuldades existem para todos, mas alguns requerem ajuda para que possam enfrentar e superar, o que não nos autoriza a rotulá-los como alunos defeituosos.
A falta de estrutura das instituições de ensino e a falta de preparo dos professores para lidar com as diferenças são, de fato, as grandes barreiras enfrentadas por esses alunos com necessidades educacionais especiais. São obstáculos já conhecidos, existentes não apenas em escolas públicas, como também em muitas escolas particulares do país.
Geralmente essas dificuldades se transformam em problemas na medida em que não se sabe, não quer ou não se dispõe de meios para enfrentá-las. Na sociedade em geral e nas comunidades escolares, acredita-se que as mais significativas são as barreiras de atitudes.
Não basta que a escola receba a matrícula de alunos com necessidades educacionais especiais, é preciso que ofereça condições para a operacionalização desse projeto pedagógico inclusivo. A inclusão deve garantir a todas as crianças e jovens o acesso à aprendizagem por meio de todas as possibilidades de desenvolvimento que a escolarização oferece.
A remoção de barreiras, tratando-se de educação especial, tem sido considerada sob o enfoque de acesso físico, com ênfase as barreiras arquitetônicas ambientais que na escola, se manifestam como superfícies irregulares, instáveis, com desníveis e derrapantes, nos pisos da escola; nas áreas de circulação livre de barreiras para a movimentação de cadeiras de rodas; sanitários inadequados e inadaptados, entre outras.
Esses e outros obstáculos têm representado sérios obstáculos para o acesso, ingresso e permanência de pessoas portadoras de deficiência nas escolas, infringindo-se seus direitos de ir e vir e criando-se empecilhos para sua aprendizagem e para sua participação.
Reconhecer-se o direito de acessibilidade é de fundamental importância, embora não signifique que serão concretizados e respeitados. É fundamental respeitar a necessidade de cada um, pensar no aluno, no indivíduo como ser singular. E essa semente reflexiva deve ser plantada em toda a comunidade escolar, desde o porteiro, na entrada da instituição, até diretores e professores em sala de aula, de forma que eles ecoem para todos os estudantes. Todos precisam estar alinhados às necessidades de cada educando, respeitando o limite de cada um.
Remover as barreiras para a aprendizagem e para a participação de todos engloba todos os alunos como seres em processo de crescimento e desenvolvimento, que vivenciam o ensino-aprendizagem segundo suas diferenças individuais.
Qualquer aluno achará a aprendizagem escolar desagradável, como uma verdadeira barreira, se estiver desmotivado, se não encontrar sentido e significado para o que lhe é transmitido na escola.
Na sala de aula, muitos obstáculos podem ser enfrentados e superados graças à criatividade e a vontade do professor que assume a postura de profissional de aprendizagem, em vez do tradicional profissional de ensino.
Educadores verdadeiros, ao assumirem essa postura, transformam suas salas de aulas em espaços prazerosos onde, tanto eles como os alunos, são cúmplices de uma aventura que é o aprender, o aprender a aprender e o aprender a pensar. Tornar-se a aprendizagem interessante e útil é uma das formas de remover as barreiras.
A criatividade do professor somada à sua convicção de que a aprendizagem é possível para todos os alunos e que ninguém pode estabelecer os limites do outro, certamente contribuirão para se remover os obstáculos que tantos e tantos alunos têm enfrentado no seu processo de aprendizagem.
A flexibilidade é outro fator que contribui para a remoção das barreiras. Traduz-se pela capacidade do professor de modificar planos, metodologia e atividades à medida que as reações dos alunos vão oferecendo novos rumos.
Para remover as barreiras para a aprendizagem é preciso sacudir-se as estruturas tradicionais sobre as quais a escola está assentada, trabalhando-se em equipe, sintonizados com valores democráticos. Uma escola aberta à diversidade, consciente de suas funções sociais e políticas. 
Porém, mais importante que conceber-se a escola como transmissora de conteúdos é arquitetá-la como espaço privilegiado da formação e do exercício da cidadania, pois ela é capaz de provocar profundas e intensas mudanças sociais, desde que esteja alicerçada em princípios que visem uma educação digna, igualitária e de qualidade para todos.
Não vai ser fácil fazer que isso aconteça, mas não se pode desistir. É nosso dever fazer com que ela aconteça de fato.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante os estudos realizados foram percebidos várias são as oportunidades para grandes aprendizagens de pais e de educadores, nas famílias e nas escolas sobre a Educação Inclusiva e sua vertente mais imediata que é a Educação Especial.
Consideramos que a Educação Inclusiva não é uma situação comum na escola e principalmente na sociedade, em se tratando da aceitação, mas, que pode ser adquirido de forma adequada e pedagógica através da escola e se refletir positivamente na sociedade e na família.
O ambiente familiar constitui-se em um dos principais fatores para a conscientização da importância da inclusão, pois a mesma consiste na primeira forma de educação e é onde se inicia o desenvolvimento da aquisição de transformar exclusão em inclusão.
A escola é considerada como um espaço necessário à transformação da sociedade, da família e do próprio portador de necessidades especiais no processo de educação e aceitação, pois a própria pessoa, muitas vezes necessita de apoio para enfrentar as diferenças comuns ocasionadas pela exclusão. O ambiente escolar também é importante pelo fato da relação aluno-aluno e professor-aluno, que funciona como uma terapia através da amizade, das boas relações, da auto-estima e da própria identidade pessoal. O professor e a gestão escolar, por sua vez, acabam sendo os principais responsáveis pelo trabalho e pela melhoria da aplicação de métodos e a busca de objetivos relativos à aceitação e a inclusão de seus alunos portadores de necessidades especiais.
Os princípios de inclusão abordados devem ser aplicados na escola e são referências para a família e a sociedade, pois o atrelamento de tais princípios, constrói alunos portadores de necessidades especiais em pessoas autônomas, capazes de reconhecer e buscar suas oportunidades através de possibilidades justas e educacionais oferecidas pela escola. Identificamos que a escola trabalha com atividades conjuntas, valorizando a relação entre as pessoas, diminuindo a possibilidade de isolamento e preconceito em relação às pessoas especiais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AINSCOW, Mel; PORTER, Gordon; WANG, Margaret. Caminhos para as escolas inclusivas. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional, 1997, p.16.
BOOTH, T., & AINSCOW, M. (2002, p. 9). Índex para inclusão: desenvolvendo a aprendizagem e a participação na escola.New Redland, United Kingdom: SCIE – Centro de Estudos sobre Educação Inclusiva.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988.
_______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
_________.Lei n. 7.853, de 24 de outubro de 1989. (1989). Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência,sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7853.htm. Acessado em 11 out. 2019.
CARVALHO, RositaEdler. Removendo barreiras a aprendizagem – Educação Inclusiva. Porto Alegre, Ed. Mediação.2007, p. 60-77.
________.DECRETO Nº 3.956, DE 8 DE OUTUBRO DE 2001. Convenção Interamericana para a eliminação de todas as formas de discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência (Aprovado pelo Conselho Permanente na sessão realizada em 26 de maio de 1999). Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/guatemala.pdf>Acessado em 13 out. 2019.
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