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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SOROCABA Projetos de máquinas Curso de Projetos Mecânicos Memorial de cálculos Mauricio Augusto Verduro da Silva MN111020 Professores: Iberê Luis Martins Fausto Correa de Lacerda 2 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Sumário 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 5 2. DADOS INICIAIS ................................................................................................................................. 6 3. RELAÇÃO DOS ESFORÇOS .................................................................................................................. 6 4. SELEÇÃO DO MOTOR ......................................................................................................................... 8 4.1 POTÊNCIA EFETIVA ............................................................................................................................ 8 4.2 POTÊNCIA NOMINAL .......................................................................................................................... 8 4.3 MOTOR SELECIONADO ........................................................................................................................ 9 4.4 CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS ............................................................................................................ 12 4.5 MONTAGEM DOS ELEMENTOS ............................................................................................................ 13 4.5.1 Acoplamento por meio de polias e correia............................................................................13 5. CABO DE AÇO .................................................................................................................................. 15 5.1 FATOR DE SEGURANÇA ..................................................................................................................... 15 5.2 TIPO DE CONSTRUÇÃO E DIÂMETRO DO CABO......................................................................................... 15 5.3 DIÂMETRO DO TAMBOR .................................................................................................................... 17 5.4 DIMENSIONAMENTO DO TAMBOR ....................................................................................................... 19 5.4.1 Comprimento de uma volta do cabo enrolado .................................................................... 19 5.4.2 Número de espiras úteis ..................................................................................................... 19 5.4.3 Número total de espiras ..................................................................................................... 20 5.4.4 Comprimento útil da ranhura do tambor ............................................................................ 20 5.4.5 Comprimento total do tambor ........................................................................................... 21 5.5 SISTEMA DE LINGAS E OLHAIS PARA FIXAÇÃO DA CARRETA...........................................................................22 6. SISTEMA DE CORREIAS .................................................................................................................... 23 6.1 POTÊNCIA PROJETADA E PERFIL ........................................................................................................... 23 6.2 POLIAS ......................................................................................................................................... 25 6.3 COMPRIMENTO EXPERIMENTAL DA CORREIA .......................................................................................... 26 6.3.1 Distância entre centros ...................................................................................................... 26 6.3.2 Comprimento experimental ................................................................................................ 27 6.3.3 Comprimento padronizado para correia ............................................................................. 27 6.4 RECÁLCULO DA DISTÂNCIA ENTRE CENTROS ........................................................................................... 28 6.4.1 Cálculo de "A" para recalcular a distância entre centros ..................................................... 28 6.5 NÚMERO NECESSÁRIO DE CORREIAS .................................................................................................... 29 6.5.1 Potência transmitida por correia ........................................................................................ 29 6.5.2 Número de correias ............................................................................................................ 31 6.6 VELOCIDADE PERIFÉRICA DO MOTOR ................................................................................................... 32 6.7 DADOS DAS POLIAS ......................................................................................................................... 32 6.7.1 Perfil dos canais ................................................................................................................. 32 6.7.2 Montagem e fabricação das polias..................................................................................... 33 7 REDUTOR .......................................................................................................................................... 34 7.1 ROTAÇÃO E RELAÇÃO DE TRANSMISSÃO ............................................................................................... 34 7.1.1 Redução total do sistema ................................................................................................... 34 7.1.2 Redução necessária no redutor .......................................................................................... 35 3 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 7.2 ROTAÇÃO DE ENTRADA E SAÍDA .......................................................................................................... 36 7.2.1 Rotação de entrada............................................................................................................ 36 7.2.2 Rotação de saída ................................................................................................................ 36 7.3 DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA EQUIVALENTE ......................................................................................... 37 7.4 CAPACIDADE MECÂNICA ................................................................................................................... 38 7.5 TORQUE DE SAÍDA NO REDUTOR ......................................................................................................... 39 7.6 REDUTOR SELECIONADO ................................................................................................................... 40 7.7 DETALHES TÉCNICOS DO REDUTOR ...................................................................................................... 41 8. SISTEMA DE CORRENTE ................................................................................................................... 42 8.1 CÁLCULO DA POTÊNCIA CORRIGIDA DO PROJETO ..................................................................................... 42 8.2 ROTAÇÃO DA RODA DENTADA MOTORA ................................................................................................ 44 8.3 DEFINIÇÃO DO PASSO DA CORRENTE .................................................................................................... 44 8.4 DISTÂNCIA ENTRE CENTROS DAS RODAS DENTADAS ................................................................................. 45 8.4.1 Diâmetro primitivo da roda motora ...................................................................................45 8.4.2 Diâmetro primitivo da roda movida ................................................................................... 46 8.4.3 Distância entre centros das rodas ...................................................................................... 46 8.4.4 Número de elos .................................................................................................................. 47 8.5 CÁLCULO DO PESO DA CORRENTE ........................................................................................................ 47 8.6 CÁLCULO DO PESO DAS RODAS DENTADAS ............................................................................................. 48 8.6.1 Peso da roda motora .......................................................................................................... 48 8.6.2 Peso da roda movida .......................................................................................................... 48 8.4.1 INFORMAÇÕES DO PERFIL DENTADO ................................................................................................. 50 9.CÁLCULO DO EIXO DO TAMBOR ....................................................................................................... 51 9.1 DADOS DO EIXO .............................................................................................................................. 51 9.2 DADOS PARA CÁLCULOS DO EIXO......................................................................................................... 51 9.2.1 Volume do tambor ............................................................................................................. 51 9.2.1 Peso do tambor .................................................................................................................. 52 9.2.3 Dados das flanges .............................................................................................................. 52 9.3 REAÇÃO NA CORRENTE..................................................................................................................... 53 9.4 CÁLCULO DOS ESFORÇOS NO PLANO VERTICAL ........................................................................................ 54 9.4.1 Reações no plano vertical ................................................................................................... 54 9.4.2 Momento fletor máximo no plano vertical ......................................................................... 55 9.4.3 Diagrama dos esforços ....................................................................................................... 56 9.5 CÁLCULO DOS ESFORÇOS NO PLANO HORIZONTAL ................................................................................... 57 9.5.1 Reações no plano horizontal .............................................................................................. 57 9.5.2 Momento fletor máximo no plano vertical ......................................................................... 58 9.5.3 Diagrama dos esforços ....................................................................................................... 59 9.6 MOMENTO FLETOR EQUIVALENTE ....................................................................................................... 60 9.7 DIÂMETRO DO EIXO ......................................................................................................................... 60 9.8 ROLAMENTOS E CAIXAS .................................................................................................................... 63 9.9 CÁLCULO DA CHAVETA ..................................................................................................................... 66 9.9.1 Material da chaveta ........................................................................................................... 66 9.9.2 Momento torsor ................................................................................................................. 66 9.9.3 Verificação por esmagamento ........................................................................................... 67 9.9.4 Verificação por cisalhamento ............................................................................................. 67 9.9.5 Definição da chaveta .......................................................................................................... 67 4 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 10. CÁLCULO DOS EIXOS DA CARRETA ................................................................................................ 68 10.1 ESFORÇOS NOS EIXOS .................................................................................................................... 68 10.2 CÁLCULO DOS ESFORÇOS NO PLANO VERTICAL ...................................................................................... 68 10.2.1 Reações no plano vertical ................................................................................................. 68 10.2.2 Momento fletor máximo no plano vertical ....................................................................... 69 10.2.3 Diagrama dos esforços ..................................................................................................... 70 10.3 CÁLCULO DOS ESFORÇOS NO PLANO HORIZONTAL ................................................................................. 71 10.3.1 Reações no plano horizontal ............................................................................................ 71 10.3.2 Momento fletor máximo no plano horizontal ................................................................... 72 10.3.3 Diagrama dos esforços ..................................................................................................... 72 10.4 MOMENTO FLETOR EQUIVALENTE ..................................................................................................... 73 10.5 DIÂMETRO DO EIXO ...................................................................................................................... 73 10.6 ROLAMENTOS E CAIXAS .................................................................................................................. 75 10.6.1 Vida útil ........................................................................................................................... 75 11. DEFINIÇÕES PARA AS VIGAS .......................................................................................................... 77 11.1 CLASSE DE UTILIZAÇÃO ................................................................................................................... 77 11.2 ESTADO DE CARGA ........................................................................................................................ 77 11.3 GRUPO DE ESTRUTURA ................................................................................................................... 78 11.4 CASO DE SOLICITAÇÃO .................................................................................................................... 79 11.5 ESCOLHA DO COEFICIENTE DE MAJORAÇÃO .......................................................................................... 79 11.6 TENSÃO ADMISSÍVEL ...................................................................................................................... 79 12. DIMENSIONAMENTO DA VIGA LATERAL ....................................................................................... 79 12.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS ESFORÇOS NA VIGA .................................................................................... 80 12.2 CÁLCULO DAS VIGAS ...................................................................................................................... 80 12.2.1 Comportamento da viga quanto a flexão ......................................................................... 80 12.2.2 Módulo de resistência a flexão .........................................................................................81 13. CHAVETAS ..................................................................................................................................... 83 13.1 CHAVETA DA RODA DENTADA MOTORA .............................................................................................. 83 13.1.1 Momento torsor ............................................................................................................... 83 13.1.2 Verificação por esmagamento.......................................................................................... 83 13.1.3 Verificação por cisalhamento .......................................................................................... 84 13.2 CHAVETA DA RODA DENTADA MOVIDA ............................................................................................... 84 13.2.1 Momento torsor ............................................................................................................... 84 13.2.2 Verificação por esmagamento.......................................................................................... 85 13.2.3 Verificação por cisalhamento .......................................................................................... 85 13.3 CHAVETA DA POLIA MOTORA ........................................................................................................... 86 13.3.1 Momento torsor ............................................................................................................... 86 13.3.2 Verificação por esmagamento.......................................................................................... 86 13.3.3 Verificação por cisalhamento .......................................................................................... 86 13.4 CHAVETA DA POLIA MOVIDA ............................................................................................................ 87 13.4.1 Momento torsor ............................................................................................................... 87 13.4.2 Verificação por esmagamento.......................................................................................... 87 13.4.3 Verificação por cisalhamento .......................................................................................... 87 5 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 1.Introdução Os cálculos a seguir são referentes ao projeto de um içador de carga proposto pelos professores do curso de projetos mecânicos aos alunos da disciplina de projetos de máquinas no 2º semestre de 2013. O projeto surgiu a partir de uma situação problema fictícia proposta pelos professores com a intenção de aplicar os conceitos adquiridos ao longo do curso em prática e desenvolver um projeto para um problema do dia-a-dia. A situação é a de um barco que, após ser utilizado para suas atividades, deve ser recolhido para dentro de um galpão, onde ficará guardado. Por ser um barco muito pesado, surge a necessidade de se desenvolver um dispositivo de içamento para o mesmo. O barco fica atracado a 30m do galpão, percurso onde existe uma leve inclinação, formando uma espécie de "rampa". No local do atracamento, existe uma carreta que irá ser utilizada para o transporte Surge então a necessidade de fazer o "guincho" nessa carreta, de modo que a mesma faça o percurso até o galpão, gerando a necessidade de uma força de tração que vença os esforços submetidos pela inclinação e pelo peso dos elementos. Assim, se dá inicio ao projeto. 6 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 2.Dados iniciais À seguir, os dados iniciais do projeto: 3. Relação dos esforços. À seguir, segue a relação dos esforços submetidos no sistema, de modo que após a análise da dinâmica do sistema e feita a relação dos esforços gerados no mesmo, podemos então, através dos conceitos da física, encontrar um valor para a força necessária do dispositivo. Onde: Peso da carreta: 1 TON Peso do barco: 7 TON Ângulo da rampa: 6° Altura da peça: 2,2m Velocidade da subida: 22m/min Coeficiente de atrito da roda: 0,4 7 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Força normal do sistema (kgf) Força de tração no cabo (kgf) Força de atrito (kgf) Cálculo da força total(kgf) Com os dados obtidos acima, chegamos a conclusão que o sistema precisará vencer uma esforço de 4018,7 kgf. Assim, podemos então prosseguir os cálculos para determinar a potência necessária do projeto. 8 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 4. Seleção do motor Após ter feito a relação das cargas envolvendo os elementos do sistema, daremos andamento aos cálculos com a seleção de um motor que seja suficiente para efetuar o trabalho. A esse ponto também já sabemos quais os elementos envolvidos para o movimento e como será o comportamento da máquina durante seu funcionamento. Assim, daremos andamento aos cálculos 4.1 Potência efetiva Onde: Sendo assim, para a potência efetiva temos: 4.2 Potência nominal Para encontrar a potência nominal do motor, é preciso pensar em todos os elementos mecânicos que estão relacionados no sistema sendo que cada elemento irá ter sua perda de potencia individual, ou seja, deve-se considerar o valor de seu rendimento. Abaixo, segue a sequência dos elementos e a potência equivalente na entrada e saída de cada sistema. 9 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Sendo assim, é descontado essa perda de potência do valor relativo para a potência efetiva. Onde: Sendo assim, temos para o valor real de potência que irá ser utilizado no sistema . 4.3 Motor selecionado Para a escolha do motor, foi considerado a utilização de um motor elétrico trifásico de 4 pólos. É importante lembrar também a classe de proteção escolhida para o motor como "IP55" devido ao ambiente de trabalho em que o mesmo se encontra (sujeito a poeira e jatos d água de todas direções). O catálogo do fabricante nos instrui a selecionar o grau de proteção da seguinte maneira: A norma NBR 9884 define os graus de proteção dos equipamentos elétricos por meio das letras características IP, seguidas por dois algarismos. 10 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 1º Algarismo: Indica o grau de proteção contra penetração de corpos sólidos estranhos e contato acidental. Segue a tabela com estes valores abaixo: 2º Algarismo: Indica o grau de proteção contra a penetração de água no interior do motor. 11 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Á seguir, os dados e especificações dadas pelo fabricante do motor selecionado através dos critérios acima. Fabricante: WEG; Pólos: 4 pólos; Frequência: 60 Hz; Potência: 25 cv ou 18,5Kw; Carcaça: 160L; RPM: 1755; Corrente nominal em 220V: 54,3 A Conjugado nominal: 10,2 kgfm Fator de serviço: 1,15; Momento de inércia J: 0,11542 kgm²; Tempo máx. com rotor bloqueado à quente: 15 s; Nível médio de pressão sonora: 69 dB; Classe de proteção: IP55 Peso: 128 kg12 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 4.4 Características mecânicas 13 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 4.5 Montagem dos elementos O motor irá transmitir sua rotação e potência através dos sistemas existentes no projeto. Esta transmissão irá ser feita através de um sistema de correia, onde os principais elementos para dar funcionabilidade ao sistema são polias. Sendo assim, irá ser necessário a montagem da mesma na ponta de eixo do motor, de modo que a transmissão seja feita. Para esta montagem e fabricação deste elemento, o manual de motores elétricos WEG nos fornece as informações abaixo: 4.5.1 Acoplamento por meio de polias e correias Quando uma relação de velocidade é necessária, a transmissão por correia é a mais frequentemente usada. Para esta transmissão será necessária a utilização de polias. Para a montagem das polias em pontas de eixo com rasgo de chaveta ou furo roscado na ponta, a polia deve ser encaixada até na metade do rasgo da chaveta com esforço manual do montador. Recomenda-se aquecer a polia cerca de 80ºC ou uso de dispositivos como mostrado abaixo Deve ser evitado o uso de martelos na montagem de polias e rolamentos para evitar marcas nas pistas dos rolamentos. Estas marcar, inicialmente são pequenas, crescem durante o funcionamento e podem evoluir até danificar totalmente. 14 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 O posicionamento correto da polia deve ser como mostrado na figura abaixo: Deve-se evitar esforços radiais desnecessários nos mancais, situando os eixos paralelos entre si e as polias perfeitamente alinhadas. Com as informações acima, é possível fazer a fabricação e a montas a disposição correta destes elementos dentro do sistema. 15 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 5. Cabo de aço Para começar os cálculos iniciais do projeto, temos de definir um dos elementos mais importantes para o trabalho: o cabo de aço. A partir do cálculo da carga e do fator de segurança, podemos fazer a primeira seleção do tipo e diâmetro necessário para nossa carga. 5.1 Fator de segurança Ao analisar o fator de segurança para a nossa operação de elevação, temos os seguintes valores dados pelo catálogo do fornecedor: Foi escolhido então o fator que mais se adéqua a nossa situação, que é uma tração no sentido horizontal porém em um terreno inclinado, sendo assim, utilizaremos o fator "5", fator também utilizado para dispositivos semelhantes, como guinchos. 5.2 Tipo do construção e diâmetro do cabo Para se determinar o tipo construtivo que melhor se encaixa à nossa aplicação, o fabricante nos dá diversão situações e suas aplicações. Como no catálogo do fornecedor não temos um tipo específico para a nossa aplicação, levaremos em conta um caso que seja parecido com o nosso, neste caso, uma máquina de mineração com uma carga em plano inclinado submetida à tração. 16 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Assim, para a nossa aplicação fica definido o tipo do cabo como o 6x25 Filler devido aos aspectos de flexibilidade e maior resistência à abrasão, com alma de fibra (AF), torção regular, polido, pré-formado, EIPS. Com esta informação, podemos determinar o diâmetro do cabo em função do seu tipo e de sua carga. Assim, segue os cálculos 17 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Assim, temos para o diâmetro do cabo de aço o valor de 19 mm ou 3/4". Sendo assim, fica definido que o diâmetro do cabo de aço é de 3/4" ou 19 mm. 5.3 Diâmetro do tambor O valor do diâmetro do cabo é de extrema importância. É através dele que iremos dimensionar elementos importantes do sistema, como por exemplo, o tambor. É de extrema importância também que o mesmo esteja adequado as normas e especificações, além de atender a solicitação de esforços submetidos ao mesmo. O catálogo do fornecedor nos dá alguns valores aproximados e recomendados para o diâmetro do tambor em função do cabo. Abaixo, segue estes valores e destacado a relação para o tipo de cabo que foi selecionado. 18 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Dessa maneira, temos os seguinte valores para os dois diâmetros: Levando em consideração os diâmetros padronizados dado por alguns fabricantes de tambores, podemos considerar o diâmetro do tambor conforme abaixo, ou seja, 560 mm para o diâmetro e 19 de espessura. 19 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 5.4 Dimensionamento do tambor Com as informações do cabo encontradas, é possível dimensionar as características do tambor em função dos dados anteriormente obtidos. Segue abaixo os dimensionamentos para o tambor: 5.4.1 Comprimento de uma volta do cabo enrolado O comprimento de uma volta do cabo se dá através da fórmula: Onde: Assim: 5.4.2 Número de espirar úteis. Para determinar o número de espirar úteis no tambor, é preciso considerar um comprimento total para o cabo. Levando em consideração a distância entre o galpão e a carreta (30m) mais o espaço definido dentro do galpão (15m) e da carreta na água (10m), consideraremos o comprimento total do cabo como 55m. Assim, segue o cálculo: Onde: Assim: 20 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 5.4.3 Número total de espiras Segue o cálculo para o número total de espiras. 5.4.4 Comprimento útil do ranhurado do tambor Para definir o comprimento útil ranhurado do tambor é necessário utilizar o valor do passo para o cabo. Através da tabela do fornecedor, podemos determinar este valor em função da carga. Segue abaixo. Assim, o valor em função da tração do cabo para o passo é de 25 mm. Com este valor definido, podemos seguir adiante com o cálculo para o comprimento do ranhurado do tambor. 21 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Segue o cálculo: onde: Assim: 5.4.5 Comprimento total do tambor Com os dados acima obtidos, podemos finalmente definir o comprimento total necessário para o tambor. Onde: 22 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 5.5 Sistema de linga e olhais para fixação na carreta. Para fixação do cabo de aço com a carreta, foi definido através da análise dos esforços que, para manter um sentido uniforme e dividir a força em dois pontos, será utilizado um sistema de lingas, gancho e olhais. A disposição do sistema deve ficar como no exemplo abaixo: Sendo assim, segue a seleção do perfil da linga através do valor da carga e do diâmetro do cabo de aço (3/4" ou 19 mm). Sendo assim, em função da designação AF, a linga dupla irá suportar os esforços submetidos pela carga, para qualquer angulação que seja definida para a disposição da mesma. 23 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 6.Sistema de correia Para o cálculo de todos os parâmetros da transmissão por correia, é necessário, o cálculo de vários fatores. Segue os cálculos para a correia. 6.1 Potência Projetada (HPP) e Perfil. Seleção do perfil – correia HI-POWER II (Gates) Para a seleção do perfil, antes calculamos a potência projetada, sendo o produto da potência do motor e o fator de serviço – expressando serviço contínuo24 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Deste modo, calcula-se a potência projetada. Onde: Assim: Através da potência projetada e da rotação do motor, determina-se o perfil da correia através do gráfico 2. Sendo assim, o perfil escolhido através do gráfico é o perfil "B" 25 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 6.2 Polias O diâmetro da polia menor (motora) é definido em função da potência do motor e do valor de rotação do eixo mais rápido. Utilizando a tabela 3, temos os seguintes valores: É definido então que o diâmetro da polia motora é de 5" ou Para melhoria de projeto e redução do número de correias necessárias no sistema, foi definido que o diâmetro da polia motora irá ser de 7 3/4" ou 196,85 mm. Essa alteração irá impactar na facilidade de manutenção do equipamento. Uma vez que é encontrado o diâmetro menor, é possível definir o valor para o diâmetro da polia maior. Onde: 26 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Para o valor de transmissão desse sistema, iniciamos os cálculos considerando uma redução de 1:3 no sistema. Porém, após verificação de redução considerando um redutor padronizado, a redução no sistema de correia foi definida para 1:2,8. Desta maneira temos: 6.3 Comprimento experimental da correia O comprimento experimental da correia é determinado através da distância entre centros e dos diâmetros das polias. 6.3.1 Distância entre centros Distância estimada entre centros: Onde: 27 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 6.3.2 Comprimento experimental Onde: 6.3.3 Comprimento padronizado para correia O comprimento normalizado para a correia é encontrado na tabela 5. Sendo assim, a distância padronizada para o comprimento efetivo tem o valor de 2410 mm e a referência selecionado é a: Perfil "B" Ref 92. 28 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 6.4 Recálculo da distância entre centros É necessário recalcular a distância entre centro das polias, levando em consideração o comprimento normalizado da correia, porém há alguns fatores que influenciam no recálculo, como segue: 6.4.1 Cálculo de A para recalcular a distância entre centros O cálculo de “A” está em função do comprimento normalizado da correia, do produto da soma das polias e do fator 1,57: Onde: 6.4.2 Cálculo de "h" (fator de correção da correia) Buscando esse valos na tabela 6, temos para "h" 29 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Com os valores necessários encontrados, segue o recálculo da distância entre centros. Onde: 6.5 Número necessário de correias Para a determinação do número necessário de correias, faz-se necessário calcularmos alguns parâmetros como segue: 6.5.1 Potência transmitida por correia. Para o cálculo da potência transmitida, levam-se em consideração alguns fatores de correção (fg, fc, hpa e hpb): 30 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Sendo assim: Sendo assim, temos o valor de: gora é preciso determinar os valores para hpa e hpb 31 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Ou seja: Encontrado os valores de correção, aplica-se a fórmula. 7.5.2 Número de correias Onde: 32 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 6.6 Velocidade periférica do motor É necessário fazer o cálculo da velocidade periférica do motor. Onde: 6.7 Dados das polias 6.7.1 Perfil dos canais O perfil dos canais das polias é determinado através do tipo de correia selecionada e do valor para os diâmetros primitivos , obtidos nos cálculos acima. Segue o exemplo de design dos canais das polias 33 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 6.7.2 Montagem e fabricação das polias Para definir os elementos atribuídos ao sistema de correia, devemos levar em consideração dois fatores essenciais para desenvolvimento e funcionabilidade do projeto, que são a fabricação e montagem das polias. Tanto para fabricação como para disposição e posicionamento dentro do sistema, as polias devem estar adequadas as exigências dos elementos relacionados a elas, no caso do nosso projeto, o motor e redutor. Essas especificações e normas estão contidas neste documento. 34 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 7.Redutor A seleção do redutor é feita através do das transmissões e reduções existentes ao longo do sistema. Parâmetros como rotações e transmissões são mandatórios para a definição do redutor. 7.1 Rotação e Relação de transmissão As relações de transmissões entre os elementos do sistema devem ser analisadas e definidas para que a rotação e torque finais sejam atingidos. 7.1.1 Redução total do sistema A redução total do sistema é determinada através do coeficiente rotacional do motor e da rotação de trabalho final do tambor. Inicialmente, precisamos definir a rotação do tambor através da verificação de sua velocidade de enrolamento: Onde: Ou seja, a rotação de trabalho de tambor será de 12,5 rpm. Com este valor definido, podemos seguir adiante nos cálculos para as relações de transmissão. Onde: 35 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Ou seja, esse é o valor rotacional a ser reduzido através de todos os elementos do sistema. 7.1.2 Redução necessária no redutor Para encontrar o valor de redução que irá ser produto do trabalho do redutor, é preciso pensar nas demais reduções envolvidas no sistema, no nosso caso corrente e correia. Ou seja: Onde: Para utilizarmos o valor do redutor normalizado, é preciso ajustar essa redução para outro elemento. Como já visto anteriormente, esta redução foi ajustada nas correias.36 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 7.2 Rotação de entrada e saída Com os valores acima definidos, podemos definir então qual irá ser a rotação de entrada e a rotação de saída do redutor. 7.2.1 Rotação de entrada Onde: 7.2.2 Rotação de saída Onde: 37 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 7.3 Determinação da potência equivalente A potência equivalente se dá pela potência de entrada do redutor, multiplicada pelo fator de serviço definido nas tabelas abaixo. Sendo assim, com os valores da tabela acima, o fator de segurança para o nosso redutor é de 1,0. Onde: 38 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 7.4 Capacidade mecânica para fazer a escolha do redutor, é necessário verificar alguns parâmetros importantes citados no catalogo do fornecedor. A capacidade mecânica normalmente é o parâmetro mais crítico para o redutor. Faremos a verificação de sua exigência: Onde: Assim, através dos estudos da potência mecânico realizados acima, fica definido inicialmente que o tamanho ideal para o redutor é o tamanho 16. 39 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 7.5 Torque de saída no redutor Além da capacidade mecânica do redutor, o seu tamanho também é definido pelo torque na saída do mesmo, ou seja, pelo momento torçor que irá existir no seu eixo de saída. Sendo assim, faremos a verificação deste valor a seguir. Onde: Sendo assim, o redutor escolhido deve suportar um momento torçor em seu eixo de saída de até 6035 Nm. Segue abaixo a tabela referência para o mesmo. Foi verificado que a partir do tamanho 16 o redutor já suporta mais que 6000 Nm em seu torque de saída. Sendo assim, utilizando mais este critério, fica definido o tamanho 16. 40 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 7.6 Redutor escolhido Modelo E – Helimax “E”; Tamanho – 16; 3 estágios – 3; Redução 1:25; Posição de montagem “P”; Execução 19; Sem contra recuo; Sem sistemas opcionais; Sem flange; Sem motor. 41 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 7.7 Detalhes técnicos do redutor Assim, fica definido o redutor que será utilizado para o projeto. 42 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 8.Sistema de corrente Para transmissão de rotação a partir do eixo de saída do redutor, utilizaremos um sistema de corrente que garantirá a redução do torque e a sincronia entre os elementos. Para se determinar os valores do sistema, é feito uma série de cálculos que irão ser detalhados abaixo. 8.1 Cálculo da potência corrigida do projeto. Para se calcular a potência corrigida, é necessário levar em consideração alguns valores: Ou seja, para os valores e parâmetros citados acima a respeito do grau de impulsividade, temos a classificação de características como "constante", sendo assim o valor de 1,0. Desta maneira, aplicamos a fórmula dada pelo fabricante. Onde: 43 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Cruzando os fatores acima, temos as seguintes características fornecidas para a primeiro roda dentada: O número de dentes da roda dentada é uma característica que pode ser redefinida no caso de otimização do projeto, porém, os padrões do fornecedor devem ser respeitados. Neste caso, como o ponto de cruzamento entre os dados passa um pouco da linha de 19 dentes, é necessário definir 23. 44 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 8.2 Rotação da roda dentada motora Onde: 8.3 Definição do passo da corrente Para determinar o passo da corrente, é fornecido através do catalogo os valores segundo o perfil da corrente, no nosso caso, D.I.D 160. Como na tabela acima, para o perfil 160 o valor correspondente do passo é de 2 " ou 50,80 mm. O tipo de roda dentada selecionado foi de dupla carreira, devido ao fato de se poder selecionar um perfil "DID" menor, reduzindo assim o tamanho da mesma e ganhando em custos e manutenção, tendo em vista que a roda dentada irá ser fabricada utilizando matérias primas padronizadas e de maneira que seu custo não fique alto. 45 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 8.4 Distância entre centro das rodas dentadas Para calcularmos a distância entre centro das rodas, primeiro é necessário fazermos os cálculos dos diâmetros primitivos para as mesmas, segue abaixo os cálculos. 8.4.1 Diâmetro primitivo da roda motora. Onde: assim: 46 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 8.4.2 Diâmetro primitivo da roda movida. Primeiramente, precisamos achar o número de dentes da roda movida. Onde: O número de dentes definido através dos cálculos foi de 46 dentes, porém, por razões de projeto e para garantir que a roda funcione de forma satisfatória, este valor foi alterado para 45. Assim, podemos calcular seu diâmetro primitivo. 8.4.3 Distância entre centro das rodas. A distância entre centros se dá pela seguinte relação: Para a distância entre centros das rodas, o mais comum é jogar a média entre esses dois valores encontrados, porém, utilizando esta dimensão no projeto, foi verificado que não há necessidade de ser um valor exatamente intermediário entre esses dois. Então em função de otimizar o projeto e deixar o sistema mais compacto, foi definido a distância entre centros de 1800 mm. 8.4.4 Número de elos 47 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 O número de elos é definido através da seguinte fórmula: Onde: Assim, temos para o número de elos o valor de: 8.5 Cálculo do peso da corrente Onde: 48 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 8.6 Cálculo do peso das rodas dentadas 8.6.1 Peso da roda motora. Para se encontrar o peso da roda, primeiramente se calcula seuvolume. Pensando nos alívios posteriores, consideremos 30% do seu volume total. Lembrando que o valor "h" é o valor da largura das rodas, dados que encontramos no catálogo do fornecedor. Agora, com o valor do volume, podemos calcular o peso. Onde: 8.6.2 Peso da roda motora 49 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 50 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 8.7 Informações do perfil dentado 51 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 9.Cálculo do eixo do tambor Dando sequência ao documento do projeto, faremos a seguir os cálculos referentes aos eixos. Os eixos são responsáveis pelo auxílio no movimento rotativo dentro do sistema, ou seja, os eixos tem por função transmitir o esforço de torção entre dois ou mais componentes. Em nosso projeto teremos 3 eixos, um que auxiliará na rotação de tambor e 2 que irão auxiliar a carreta. Começaremos pelo dimensionamento do eixo do tambor e, em seguida, os demais componentes que estão ligados ao mesmo. 9.1 Dados do eixo Primeiramente, determinamos os dados do eixo, tais como seu comprimento e os esforços submetidos ao mesmo. Para isso, é preciso analisar os componentes que irão influenciar o mesmo, que no caso são o tambor, roda dentada e o sistema de corrente. 9.2 Dados para os cálculos do eixo Para dar início ao dimensionamento, faremos os cálculos referentes ao volume e peso do tambor, considerando seu comprimento de 1165 mm e espessura de chapa de 3/4"pol (19,05mm). Também irá ser considerado o valor de sua flange. Segue os cálculos 9.2.1 Volume do tambor Onde: 52 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Volume da superfície externa volume interno Com os valores do volume externo e interno encontrados, fazendo a subtração de um em outro, temos o volume total do cilindro do tambor. 9.2.2 Peso do tambor Ou seja, com esse valor podemos encontrar o peso do tambor através da seguinte operação: 9.2.3 Dados das flanges A seguir, segue os cálculos dos dados das flanges do tambor. Para as flanges, foram considerados uma espessura também de 1" pol e uma altura considerável que seja possível alojar o cabo de 19mm. Sendo assim, temos os seguintes dados: 53 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 9.3 Reação nas correntes Outro esforços que estará presente nos eixos é a reação provocada pelo sistema de corrente. Essa reação causa uma força tangencial na direção da corrente através do seu torque transmitido pela roda dentada. Como na figura a seguir. Para tal esforço, deve-se levar em consideração alguns fatores para os cálculos. Como visto acima, podemos deduzir que o nosso caso é semelhante a reação R, dada através do fator f multiplicado por FT (força tangencial). Esses valores podem ser encontrados na tabela abaixo: 54 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Para a força tangencial, temos a seguinte relação: Sendo assim, temos os seguintes valores: Momento torsor no eixo de saída Força tangencial Sendo assim, temos o valor de 3258,31 kgf para a força tangencial que atua na ponta do eixo devido ao sistema de corrente. 9,5 Cálculo dos esforços no plano vertical 9.5.1 Reações no plano vertical Segue Abaixo os esforços no eixo no plano vertical. 55 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Onde: Realizamos então a somatório dos momentos, iniciando pelo mancal "A". Somatória dos esforços e momentos em "A" Somatório dos esforços e momentos em "B" Fazendo a somatória dos esforços no eixo e as reações nos mancais, temos o valor de 0. Assim, podemos afirmar que o corpo está em equilíbrio. 9.5.2 momento fletor máximo no plano vertical Considerando os pontos como abaixo, podemos fazer os cálculos para determinar o maior momento fletor no eixo. 56 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 9.5.3 Diagrama dos esforços Momento fletor: Cortante: Momento torsor: 57 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 9.6 Cálculo do plano horizontal 9.6.1 Reações no plano horizontal Assim como acima, seguem os cálculos referente ao plano horizontal. Onde: Somatória dos esforços e momentos em "A" Somatório dos esforços e momentos em "B" Sendo assim, fica definido os valores e reações nos mancais A e B no plano horizontal. 58 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 9.6.2 Momento fletor máximo no plano horizontal Assim, como visto acima, o maior valor se encontra no ponto "D" com o valor de 1120700,54 kgf*mm. 59 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 9.6.3 Diagrama dos esforços Momento fletor: Cortante: Momento torsor: 60 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 9.7 Momento fletor equivalente Depois de termos os valores para o momento fletor nos planos vertical e horizontal, podemos determinar o maior valor de tal esforço que irá atuar no eixo. Para isso, utilizaremos os conceitos aprendidos em resistência dos materiais e encontraremos o valor equivalente nos dois planos. Para determinar o momento fletor equivalente, utilizaremos o ponto de maior tensão, ou seja, o ponto "D". Segue o cálculo: Assim, foi definido o valor do maior momento fletor atuante no eixo. Desta forma, podemos determinar o diâmetro necessário da seção que irá suportar tão esforço. 9.8 Diâmetro do eixo Depois de ter definido todos os dados necessários, pode se fazer finalmente partir para o dimensionamento da seção crítica. Para determinar a seção crítica é preciso saber as especificações do material a ser utilizado. Para esta aplicação, fica definido que o material para o eixo será o SAE 1045 NORMALIZADO, conforme tabela em anexo. 61 Projetos de Máquinas2º semestre 2013 Fazendo a decomposição da tensão de ruptura, temos os seguintes valores: Assim, segue os cálculos utilizando o critério de dobrovolski conforme a apostila de dimensionamentos de eixos. Onde: 62 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 momento torsor Para este caso, foi considerado que na seção crítica do eixo em seu pior caso, até aproximadamente 135 mm irá resistir ao esforço combinado nos planos horizontais e verticais. Porém, levando em conta a altura da chaveta e a utilização de um tarugo padronizado, fica definido que na seção crítica o eixo terá, no mínimo 150 mm. 63 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 9.9 Rolamentos e caixas Analisando as reações que foram apresentados como necessárias nos mancais, podemos fazer a seleção dos rolamentos e caixas para os mesmos. Lembrando que os esforços projetados nos rolamentos são radiais. Sendo assim, analisaremos os maiores esforços nos mancais "A" e faremos a seleção a partir deste valor. Mancal “A”: Mancal “B” Com isso, usa-se como base para o dimensionamento o valore encontrado no mancal “A“. 9.9.1 Vida útil Com um recomendado pelo fabricante do rolamento, estima-se uma vida útil de 50.000 horas. 64 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Logo: Ou seja, através do estudo da carga submetida ao rolamento, podemos fazer a seleção do rolamento ideal para nossa aplicação. Através da tabela do fornecedor temos os valores para o rolamento e para as caixas utilizadas para os mesmos. Para o eixo do acionamento, foi definido que a caixa utilizada será do fabricante FAG devido ao tamanho da caixa ser mais compacto em relação aos outros fabricantes, possibilitando um maior alinhamento entre o eixo do tambor e o eixo de saída do redutor. Com isso, podemos definir a distância entre seus centros sem grandes problemas. 65 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 66 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 9.10 Cálculo da chaveta do eixo do tambor Segue os cálculos para o dimensionamento da chaveta do eixo do tambor. Neste caso, utilizaremos uma chaveta para transmitir o torque do eixo para o tambor. Para melhoria de viabilidade do projeto, essa chaveta será colocada o mais próximo possível do resto do sistema (roda dentada, corrente), garantindo assim o melhor funcionamento da mesma. 9.10.1 Material da chaveta Para o material da chaveta, foi selecionado o SAE 1040, conforme tabela abaixo, por conter uma maior tensão à ruptura. A tabela acima foi tirada da apostila de "União - Eixo e cubo" do professor Esquerdo. Na mesma apostila, indica-se um fator de segurança para cada caso em específico, sendo assim, para o nosso caso, utilizaremos o fator de segurança para cargas uniformes. Assim: 9.10.2 Momento torsor AÇO SAE sesc (Kgf/mm²) tesc (Kgf/mm²) 1020 21 12,5 1030 26 15,5 1040 31 18,5 67 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 9.10.3 Verificação por esmagamento Onde: Com o fator de segurança 2, temos o valor de 88 mm para a chaveta. 9.10.4 Verificação por cisalhamento Onde: 9.10.5 Definição da chaveta Utilizando os dados obtidos acima e o fator se segurança 2, temos então para o valor mínimo do comprimento da chaveta 88 mm. 68 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 10. Cálculo dos eixos da carreta Para tirar o barco da água e leva-lo ao galpão, o cabo de aço irá puxar uma carreta. Esta carreta será feita de diversos elementos. Como em um automóvel de uso comum (carros, ônibus), essa carreta irá conter eixos que permitirão o movimento das rodas. Assim, os cálculos abaixo são referentes a esses elementos essenciais em nosso sistema. 10.1 Esforços nos eixos Os eixos das carretas estarão submetidos a esforços vindos das rodas, carreta e da própria força de tração do sistema, distribuído igualmente em cada mancal, ou seja, serão utilizados 25% de cada esforço. Os esforços serão: Os esforços referentes ao peso do sistema estarão submetidos ao plano vertical e o esforço nas rodas da força de atrito estará no plano horizontal. Sendo assim, partiremos para os cálculos. 10.2 Cálculo dos esforços no plano vertical 10.2.1 Reações no plano vertical Onde: 69 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Somatória dos esforços e momentos em "A " Somatório dos esforços e momentos em "B" Sendo assim, fica definido os valores e reações nos mancais A e B no plano vertical. 10.2.2 Momento fletor máximo no plano vertical Considerando os pontos como a seguir, encontraremos os valores para o momento fletor máximo no plano vertical. Fica assim definido que ambos os pontos terão o mesmo valor para o momento fletor, sendo assim, ambos são os críticos. 70 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 10.2.3 Diagrama dos esforços Momento fletor: Cortante: Momento torsor: 71 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 10.3 Cálculo dos esforços no plano horizontal 10.3.1 Reações no plano horizontal Onde: Sendo assim: Somatória dos esforços e momentos em "A" Somatório dos esforços e momentos em "B" 72 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 10.3.2 Momento fletor máximo no plano horizontal Fica assim definido , assim como anteriormente para o plano vertical,que ambos os pontos terão o mesmo valor para o momento fletor. 10.3.3 Diagrama de esforços Momento fletor: Cortante Momento torsor: 73 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 10.4 Momento fletor equivalente Agora, com os valores definidos para os momentos fletores, faremos os cálculos para encontrar o momento fletor equivalente nos dois planos. Segue o cálculo: 10.5 Diâmetro do eixo Assim como no cálculo do eixo do tambor, o processo paraencontrar o diâmetro da seção crítica do eixo é o mesmo. Também utilizaremos o mesmo material para este, SAE 4340. Segue a tabela. 74 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Fazendo a decomposição da tensão de ruptura, temos os seguintes valores: Assim, segue os cálculos utilizando o critério de dobrovolski conforme a apostila de dimensionamentos de eixos. Onde: momento torsor Considerando a seção crítica do eixo com 97,9 mm, é adicionado um valor para padronização de tarugo para fabricação. Sendo assim, o eixo da carreta fica definido como 115 mm. 75 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 10.6 Rolamentos e caixas Segue a análise de esforços equivalentes nos mancais Mancal “A”: Mancal “B” Como os valores encontrados são iguais, podemos considerar qualquer um dos pontos para determinar a maior carga aplicada nos rolamentos 10.6.1 Vida útil Com um recomendado pelo fabricante do rolamento, estima-se uma vida útil de 50.000 horas. Logo: Segue abaixo a caixa selecionada em função desse valor. 76 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 OBS: foi selecionado uma caixa de um fabricante diferente do mancal do tambor. O motivo desta seleção, como já citado acima, é que para o acionamento, a caixa FAG proporcionava um melhor alinhamento entre os eixos do tambor e o eixo de saída do redutor. Este alinhamento é importante para garantir o funcionamento do sistema de correntes em condições favoráveis. Já para o eixo da carreta, foi selecionado um mancal SKF com vedações taconite. Tendo em mente que o elemento irá ficar submerso dentro do água, se faz necessário a utilização de uma vedação com maior isolamento dos elementos internos para que não haja o desgaste e deterioração dos mesmos. 77 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 11. Definições para as vigas Para o dimensionamento de todas as vigas estruturais utilizadas em nosso projeto, iremos seguir as especificações segundo a norma NBR8400-1984 que rege a parte estrutural de um equipamento com classificação de elevação e movimentação de carga. 11.1 Classe de utilização A classe de utilização caracteriza a frequência de utilização dos equipamento e é definida de acordo com a tabela 1 da norma. Estes números de ciclos constantes servem como base para a determinação do número de ciclos de variações de tensões na estrutura. Sendo assim, temos o valor acima para o número convencional de ciclos de levantamento. 11.2 Estado de carga O estado de carga caracteriza em qual condição o equipamento levanta sua carga máxima ao longo de sua vida útil. Segue a tabela 2. 78 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Classe de utilização C ciclos 11.3 Grupo de estrutura Agora, de acordo com os dados obtidos anteriormente, podemos definir o grupo de classificacao da estrutura, que depende do coeficiente de Majoracao Mx, caracterizando assim, o dimensionamento da estrutura. Definido então que a classificação da estrutura em função dos valores adquiridos anteriormente é de 4. Com este dados podemos seguir adiante com o dimensionamento da viga 79 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 11.4 Casos de solicitação. Para o caso de solicitação, como nossa carreta fica em um terreno aberto , levamos em consideração que o ambiente não é protegido e sofre interferência: 11.5 Escolha do coeficiente de majoração O valor do coeficiente de majoração é escolhido em função do grupo de equipamentos definido anteriormente. 11.6 Tensão admissível. Segue o valor fornecido para a tensão admissível em função do caso selecionado acima. 12. Dimensionamento da viga lateral da carreta A seguir, faremos os cálculos referentes ao dimensionamento das vigas laterais da carreta. Como visto em aula e ao longo do desenvolvimento do projeto, a carreta estará submetida a vários esforços. Ela estará carregada com barcos, berços para alocação dos mesmos e submetida ao peso do seu próprio sistema como por exemplo os mancais de seus eixos. Assim, considerando esses elementos em nosso projeto, faremos os cálculos. 80 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 12.1 Considerações sobre os esforços na viga Foi definido em sala de aula que o centro de gravidade da viga iria ser no centro da mesma. Também foi dada a relação de distâncias totais das vigas da carreta. Além disso, ficou definido também que o esforço seria 50% do peso do barco e mais o valor de sua estrutura, que nesse caro iremos considerar o peso dos mancais, também aplicados no seu centro de gravidade. Assim, com essas considerações e os dados obtidos no item anterior, podemos ir adiante e fazer o cálculo das vigas. 12.2 Cálculo das vigas O cálculo das vigas laterais será feito conforme NBR 8800. Sabendo que o comprimento total da viga é de 6m e que seu centro de gravidade ficará no meio, a carga será aplicada em 3m. 12.2.1 Comportamento da viga quanto a flexão Sabendo as dimensões e pontos de aplicação de esforços nas vigas, segue seu comportamento quanto à flexão. Fazendo as contas rápidas para as reações no apoio temos: 81 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 12.2.2 Módulo de resistência à flexão Para a seleção do perfil, deve-se verificar a resistência a flexão da viga com a fórmula matemática da tensão admissível: O momento fletor crítico é: 532860 kgf*cm A tensão admissível pode ser encontrada dividindo a tensão de escoamento do material selecionado pelo fator do tipo de carregamento. Para vigas, o material selecionado é o ASTM A572 Grau 50, com uma tensão de escoamento de 345 MPA (3518 kgf/cm²). 82 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Como visto acima, para nossa aplicação a tensão admissível se dá pela seguinte operação: Sendo assim: Como não foi definido ainda a deformação máxima para a viga, utilizaremos o valor de Wx. Assim, segue a seleção da viga perfil "H" Gerdau. 83 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 13. Chavetas Segue abaixo o dimensionamento das demais chavetas utilizadas no projeto. 13.1 Chaveta da roda dentada motora (SAE 1040) 13.1.1 Momento torsor 13.1.2 Verificação por esmagamento AÇO SAE sesc (Kgf/mm²) tesc (Kgf/mm²) 1020 21 12,5 1030 26 15,5 1040 31 18,5 84 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 Onde: Com o fator de segurança 2, temos o valor de 71,94 mm para a chaveta. 13.1.3 Verificação por cisalhamentoOnde: Com o fator de segurança, o valor vai para 33,4 mm. Fica definido então que a chaveta para a roda dentada motora é de 75 mm. 13.2 Chaveta da roda dentada movida (SAE 1040) 13.2.1 Momento torsor 85 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 13.2.2 Verificação por esmagamento Onde: Com o fator de segurança 2, temos o valor de 115 mm para a chaveta. 13.2.3 Verificação por cisalhamento Onde: Fica definido então que a chaveta para a roda dentada movida é de 115 mm. 86 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 13.3 Chaveta da polia motora (SAE 1020) 13.3.1 Momento torsor 1321.2 Verificação por esmagamento Onde: Com o fator de segurança 2, temos o valor de 12 mm para a chaveta. 13.3.3 Verificação por cisalhamento Onde: Com o fator de segurança, o valor vai para 6,5 mm. Fica definido então que a chaveta para a polia motora é de no mínimo 15 mm. 87 Projetos de Máquinas 2º semestre 2013 13.4 Chaveta da polia movida (SAE 1020) 13.4.1 Momento torsor 13.4.2 Verificação por esmagamento Onde: Com o fator de segurança 2, temos o valor de 30 mm para a chaveta. 13.4.3 Verificação por cisalhamento Onde: Com o fator de segurança, o valor vai para 17 mm. Fica definido então que a chaveta para a polia movida é de no mínimo 30 mm.