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AQUICULTURA CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA PROFa.: MSc. Maria Fernanda Palanch DOENÇAS EM AQUICULTURA: INTRODUÇÃO De maneira geral, o ambiente aquático apresenta uma série de características bióticas e abióticas que interferem na sanidade do cultivo. Dentre essas características, pode-se dizer que as doenças estão mais relacionadas à: Densidade dos tanques Temperatura Salinidade Oxigênio dissolvido pH Quantidade de nutrientes (excretas e alimentação) Tipo de alimento ofertado Microbiologia dos tanques DOENÇAS BACTERIANAS A presença de microrganismos patogênicos no cultivo pode passar despercebida, pois muitas vezes as infecções são assintomáticas. Em ambientes marinhos e estuarinos, as principais doenças bacterianas são as vibrioses e as photobacterioses, causadas por Vibrio anguillarum, Vibrio salmonicida (Doença de Hitra), Vibrio vulnificus, Photobacterium damselae subsp damselae e Photobacterium damselae subsp piscicida ,respectivamente. DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES Sintomas das vibrioses: letargia, a lentidão do crescimento, necrose tecidual, opacidade muscular , septicemia com presença de hemorragia na base das nadadeiras exoftalmia e opacidade da córnea. DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES Sintomas da Photobacteriose: Septicemia interna, principalmente rins e baço Provoca formação de material purulento no abdomen Morte rápida DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES Em ambiente dulciaquícola, as principais infecções bacterianas são: Aeromonas: Aeromonas hidrophila, Aeromonas salmonicida (furunculose); Pseudomonas fluorescens (septicemia hemorrágica) Flexbacter columnaris (columnariose) Renibacterium salmoninarum (corinebacteriose, uma enfermidade bacteriana renal) Mycobacterium marinum, M. fortuitum e M. chelonei. (micobacteriose) Streptococcus (estreptococoses: lesão de pele, olhos saltados, escurecimento do corpo, lesões hemorrágicas) http://www.crmvsp.gov.br/arquivo_eventos/Palestras_Comissao_Aquicultura_2012/Sanidade_em_aquicultura.pdf DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES http://www.crmvsp.gov.br/arquivo_eventos/Palestras_Comissao_Aquicultura_2012/Sanidade_em_aquicultura.pdf DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES http://www.crmvsp.gov.br/arquivo_eventos/Palestras_Comissao_Aquicultura_2012/Sanidade_em_aquicultura.pdf DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES http://www.crmvsp.gov.br/arquivo_eventos/Palestras_Comissao_Aquicultura_2012/Sanidade_em_aquicultura.pdf DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES http://www.crmvsp.gov.br/arquivo_eventos/Palestras_Comissao_Aquicultura_2012/Sanidade_em_aquicultura.pdf DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES http://www.crmvsp.gov.br/arquivo_eventos/Palestras_Comissao_Aquicultura_2012/Sanidade_em_aquicultura.pdf DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES http://www.agricultura.gov.br/assuntos/pesca-e-aquicultura/publicacoes-aquicultura-e-pesca/manual-de-criacao-de-peixes-em-viveiros-reimpressao-ilovepdf-compressed.pdf DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES DOENÇAS FÚNGICAS: As dermatomicoses são enfermidades provocadas por diversas espécies de fungos, sejam eles aquáticos ou não. Estão relacionadas a fatores externos estressantes, por exemplo, alteração da temperatura, pH, alimento de má qualidade. Saprolegniose é o nome dado as infecções em ovos, larvas, alevinos e peixes adultos causados por fungos da família Saprolegniaceae, destacando-se os do gênero Saprolegnia, Achlya e Dictyuchus. A doença se manifesta clinicamente em diferentes formas, que vão desde um foco cotonoso localizado na cauda, até um processo dérmico ulceroso, com comprometimento de vísceras e ossos (fungemia). DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES Saprolegnia https://i0.wp.com/www.trutas.com.pt/noticias/wp-content/uploads/Saprolegnia-trutas.jpg DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES Saprolegnia http://fishparasite.fs.a.u-tokyo.ac.jp/Saprolegnia/Saprolegniasis2.jpg Doenças parasitológicas Os parasitas são agentes causadores de doenças que podem infectar os animais externamente, ectoparasitas, ou internamente, endoparasitas, tornando-os susceptíveis a infecções secundárias, como fungos e bactérias Protozoário: Icthyophthirius multifilis (doença Ictio, em brânquias e pele) Tricodina (lesões de pele, brânquias) Quilodenelose (superfície do corpo, nadadeiras, córneas e brânquias. Causa descamação e feridas) Monogenea (brânquias, nadadeiras, superfície do corpo e cavidade nasal) Lerneose (corpo do peixe, principalmente na base das nadadeiras. Causa manchas vermelhas) Branquiúros (piolho-de-peixe. São encontrados nasuperfície dos peixes, onde causam feridas que provocam hipersecreção de muco) DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES Ichthyophthirius multifilis https://statig1.akamaized.net/bancodeimagens/cx/1s/2g/cx1s2gkvgxnj5wgosnskboek6.jpg DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES https://statig1.akamaized.net/bancodeimagens/9t/oy/hn/9toyhnvwnnp4fz12gaug1eqh1.jpg Ichthyophthirius multifilis http://www.agricultura.gov.br/assuntos/pesca-e-aquicultura/publicacoes-aquicultura-e-pesca/manual-de-criacao-de-peixes-em-viveiros-reimpressao-ilovepdf-compressed.pdf DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES http://www.agricultura.gov.br/assuntos/pesca-e-aquicultura/publicacoes-aquicultura-e-pesca/manual-de-criacao-de-peixes-em-viveiros-reimpressao-ilovepdf-compressed.pdf DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES DOENÇAS VIRAIS Mais difíceis de serem diagnosticadas, as doenças virais afetam principalmente as primeiras fases de vida dos peixes e, portanto, ovos, larvas e alevinos são mais susceptíveis. Os ovos infectados podem produzir peixes, recém-eclodidos, com sinais clínicos da enfermidade, enquanto os peixes adultos ao se infectarem podem ou não apresentar qualquer sintoma. Nas regiões de águas quentes, os vírus não constituem os principais patógenos, a não ser o herpesvírus do peixe gato e o vírus da bronquionefrite das enguias, que provocam alterações clínicas graves. DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES As infecções gerais podem ser causadas por rabdovírus, herpesvirus e iridovirus. Os rabdovírus abrigam os principais vírus, que podem causar: viremia primaveral da carpa (VPC); septicemia hemorrágica viral (SHV); necrose hematopoiética infecciosa (NHI). Os herpesvirus destaca-se: herpesvírus do papiloma dos ciprínideos herpesvírus do peixe gato herpesvírus dos salmonídeos DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES Viremia Primaveril da carpa http://www.biologico.sp.gov.br/artigos_ok.php?id_artigo=156# DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES Herpesvirus ciprinídeos http://www.biologico.sp.gov.br/artigos_ok.php?id_artigo=156# DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES Vírus do papiloma do salmão do atlantico http://www.biologico.sp.gov.br/artigos_ok.php?id_artigo=156# DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES DOENÇAS NÃO INFECCIOSAS (DOENÇAS AMBIENTAIS): Relacionadas a alterações ambientais que promovem desde retardo no crescimento até acúmulo de poluentes em tecidos O estresse provocado pela presença de agentes tóxicos, como amônia, pode comprometer o metabolismo dos animais e promover crescimento alterado, mal formação da coluna e comprometimento dos olhos. A baixa concentração de oxigênio dissolvido em um tanque pode provocar hipóxia e alterar tecidos, podendo chegar a causar necroses (em geral, em brânquias) A presença de contaminantes carcinogênicos nostanques, quer por contaminação da água, quer pelo uso inadequado de substâncias químicas no cultivo, pode provocar neoplasias. DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES Tumor de boca provocado pela presença de agentes carcinogênicos no ambiente DOENÇAS EM AQUICULTURA: PEIXES Quadro clínico: Infecções por bactérias (Bac), fungos (Fun), vírus (Vir), parasitas (Par) e por deficiência nutricionais (Nut): http://www.snatural.com.br/doencas-peixes-tratamentos/ http://www.snatural.com.br/doencas-peixes-tratamentos/ DOENÇA DA MANCHA BRANCA (WHITE SPOT SYNDROME VIRUS): Provocada por vírus da família Nimaviridae. Esses vírus possuem um tipo de flagelo e seu material genético é DNA (sendo geneticamente mais estável), o que o fazem ser mais resistentes e de boa sobrevivencia. A infecção viral acomete todos os estágios de vida, sendo as principais fases as pós-larva e jovens. A muda, mudanças de pH e alterações de salinidade causam elevados níveis de estresse em crustáceos, podendo desencadear a infecção Manifestações clínicas: letargia, coloração de rósea a marrom, queda no consumo de alimento e alteração de comportamento de se aproximar nas margens e na superfície da água. DOENÇAS EM AQUICULTURA: CRUSTÁCEOS http://gcrl.usm.edu/research/images/clip_image008.jpg http://www.infoyu.net/uploadfile/2016/0607/20160607050230921.jpg SINDROME DE TAURA: Provocada por um Nodavirus, acomete somente juvenis de camarões. O animal apresenta enfraquecimento e desorientação, além de manchas escuras na cutícula (cuticle black spots), provocadas pela expansão dos cromatófaros e melanização. Outra característica dessa doença é a apresentação de manchas vermelhas na cauda e nos pleópodos de camarões. DOENÇAS EM AQUICULTURA: CRUSTÁCEOS http://library.enaca.org/Health/FieldGuide/html/cv025tau.htm# DOENÇAS EM AQUICULTURA: CRUSTÁCEOS https://gia.org.br/portal/doencas-que-afetam-camaroes-marinhos-e-sao-de-notificacao-obrigatoria/ DOENÇA DA CABEÇA AMARELA (YELLOWHEAD DISEASE): Provocada por vírus das famílias Rhabdoviridae e Coronaviridae, acomete principalmente juvenis de camarões A doença é caracterizada por diminuição da coloração corpórea, decorrente da ausência de alimentação, e apresentação de cefalotórax amarelado, o que dá o nome à doença. http://library.enaca.org/Health/FieldGuide/images/yhd.jpg DOENÇAS EM AQUICULTURA: CRUSTÁCEOS BLACK SPOTS DISEASES: Doença provocada em resposta ao estresse provocado por diferentes agentes, na superfície corpórea de camarões. Em geral, a localização das manchas indica o possível agente estressante . Por exemplo: lesões na superfície dorsal do terceiro segmento abdominal, indica trauma por contato com as paredes do tanque. Lesões aleatórias podem ser causadas por situações de anóxia, condições sanitárias inadequadas ou elevada densidade populacional. DOENÇAS EM AQUICULTURA: CRUSTÁCEOS http://aquavietnam.org/upload/tin-tuc/BENH-DOM-DEN-TREN-TOM.jpg DOENÇAS EM AQUICULTURA: CRUSTÁCEOS QUITRIDIOMICOSE: Doença infecciosa que acomete os anfíbios, que tem como agente etiológico o fungo Batrachochytrium dendrobatidis. A doença afeta a queratina da epiderme, dificultando as trocas gasosas pela pele, levando os animais à morte por parada cardíaca. Em girinos, a doença também degrada a queratina dos dentículos, prejudicando sua alimentação e, assim, seu crescimento. Pouca ocorrência em cultivos. https://www.researchgate.net/profile/Frank_Mutschmann/publication/282600479/figure/fig6/AS:293853183262726@14 47071466858/FIGURE-6-Chytridiomycosis-in-an-European-Natterjack-toad-Epidalea-calamita-Note-the.png http://www.fgcsic.es/lychnos/uploadFCK/sapo-partero.jpg DOENÇAS EM AQUICULTURA: ANFÍBIOS RANAVIRUS: Doença provocada pelo vírus Ranavirus, da família Iridioviridae. As principais características da doença são: Pulmões e abdome inflados e com hemorragia Fígado com lesões Hepatoesplenomegalia Eritemas na pele, podendo aparecer ulcerações Alterações oculares DOENÇAS EM AQUICULTURA: ANFÍBIOS http://www.natuurbericht.nl/images1/adult_ranavirus_dickwillems_dsc01359.jpg DOENÇAS EM AQUICULTURA: ANFÍBIOS https://c1.staticflickr.com/5/4106/4959341926_363a9c0a33_b.jpg DOENÇAS EM AQUICULTURA: ANFÍBIOS DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA OIE – Office International des Epizooties (World Organization for Animal Health) http://www.oie.int/animal-health-in-the-world/oie-listed-diseases-2017/ DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA DOENÇAS DE INTERESSE PARA A AQUICULTURA BRASILEIRA Essas doenças não exigem notificação obrigatória SANIDADE EM AQUICULTURA NO BRASIL Programa Aquicultura com Sanidade Tem o objetivo de garantir a sustentabilidade dos sistemas de produção de animais aquáticos e a sanidade da matéria-prima obtida a partir dos cultivos nacionais A legislação que instituiu o Programa entrará em vigor em setembro em 2017 e é composta pelos seguintes atos normativos: Instrução Normativa MPA n° 04, de 04/02/15, Portaria MPA n° 19, de 09/02/15 Instrução Normativa MPA n° 10, de 24/09/15. Plano Forma Jovem Segura visa garantir animais de melhor qualidade sanitária dos estabelecimentos produtores de formas jovens de animais aquáticos tais como alevinos (peixes), pós larvas (camarão), sementes (ostras) e imagos (rãs). A legislação que implementou o Plano Forma Jovem Segura é: Instrução Normativa MPA n° 22, de 11/09/15 Portaria MPA n° 411, de 13/11/14. SANIDADE EM AQUICULTURA NO BRASIL SANIDADE EM AQUICULTURA NO BRASIL SANIDADE EM AQUICULTURA NO BRASIL SANIDADE EM AQUICULTURA NO BRASIL