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Ciências FÍSICA unidade 4 Movimentos e forças C A R LO S L U V IZ A R I 9 1 • 2 • 3 • 4 Ciencias9_mod4_fisica.indd 1 12/7/15 10:07 AM R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Professor: As páginas de abertura promovem a verificação e a explo- ração dos conhecimen- tos prévios dos alunos. São um convite à dis- cussão e à leitura de imagens. As questões elencadas permitem avaliar o grau de co- nhecimento da classe e podem orientar a con- dução mais adequada dos assuntos que serão abordados. Deixe que os alunos respondam às perguntas livremente. A relação entre as forças e os movimentos presentes no cotidiano Alguns carros, como os de Fórmula 1, saem tão bruscamente do repouso que desgastam os pneus. Esse desgaste se deve ao atrito, uma força que dificulta ao corpo sair do lugar, pois é contrária ao movimento. Andar de bicicleta, pilotar um avião ou dirigir um carro são ações nas quais estão presentes leis físicas descobertas entre os séculos XVII e XVIII por Galileu Galilei e por seu sucessor, Isaac Newton, entre outros cientistas. Essas leis explicam como e por que os corpos se movimentam. M IC H A EL B LA N N /R IS ER /G ET TY IM A G ES Observe as imagens. Em seguida, responda oralmente. 1 Na foto acima, o garoto está parado ou em movimento? 2 O que acontece com a velocidade da bicicleta durante a descida? 3 Se há atrito, por que o carro da imagem ao lado consegue sair do repouso? Professor: O encaminhamento de todas as respostas e discussões desta abertura está no Plano de Aulas. 2 Ciencias9_mod4_fisica.indd 2 12/7/15 10:08 AM R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 3 Reúna-se com alguns colegas, conversem sobre o exercício anterior e respondam às seguintes questões no caderno. 1 O que é movimento? Como determinar se um corpo está em movimento ou em repouso? 2 O que é força de atrito? 3 Como é possível calcular a velocidade de um corpo? Quais dados são necessários? JA YW A R R EN 79 /S H U TT ER ST O C K Ciencias9_mod4_fisica.indd 3 12/7/15 10:08 AM Os movimentos REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA TRAJETÓRIA E DO DESLOCAMENTO REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE UM DESLOCAMENTO NULO A trajetória é o conjunto das posições sucessivas ocupadas pela ponta do lápis, e o deslocamento é a distância entre A e B, representada pela seta. Nesse exemplo, o deslocamento é nulo, ou seja, o ponto de partida A coincide com o ponto de chegada B. 1 TRAJETÓRIA E DESLOCAMENTO 2 DESLOCAMENTO NULO Trajetória Deslocamento A A = B B O deslocamento é nulo. Trajetória 1CAPÍTULO R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 4 Referencial e trajetória Um bebê dorme no carrinho que sua mãe empurra pelas calçadas de uma rua. O bebê está em movimento ou em repouso? Para responder a essa ques- tão, é preciso considerar um referencial, isto é, outro corpo (ou corpos) em relação ao(s) qual(is) se analisa a condição de movimento ou de repouso. Nesse caso, o bebê está em movimento em relação à calçada e em repouso em relação ao carrinho. Pode-se considerar que um corpo está em movimento se, em relação a um referencial, sua posição muda com o passar do tempo; e está em repouso se, em relação a outro referencial, sua posição não muda com o passar do tempo. Trajetória de um corpo é o conjunto de posições sucessivas ocupadas por esse corpo durante o seu movimento (figura 1). Por exemplo, a linha imagi- nária que une as pegadas de uma pessoa que caminha em uma praia descreve uma trajetória. A trajetória de um corpo é diferente de seu deslocamento. O deslocamento é a distância entre duas posições ocupadas pelo mesmo corpo em instantes diferentes (figura 2). Dependendo da trajetória do corpo, os movimentos classificam-se em dois tipos: retilíneo e curvilíneo. Movimento retilíneo O movimento retilíneo se dá quando a trajetória do corpo é um segmento de reta. Por exemplo, o movimento de um elevador. Movimento curvilíneo O movimento curvilíneo se dá quando a trajetória do corpo tem forma de circunferência, parábola ou elipse. O movimento das cadeiras de uma roda-gigante é circular; o movimento da Terra em torno do Sol também é praticamente circular. Ciencias9_mod4_fisica.indd 4 12/7/15 10:08 AM 3 R O B W IL S O N / S H U TT E R S TO C K R O B W IL S O N / S H U TT E R S TO C K R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 5 Posição Para descrever o movimento de um corpo, deve-se conhecer, além de sua trajetória, a posição que ele ocupa em cada instante dela. Denomina-se posição a localização do corpo na trajetória, em um determinado instante, em relação a uma determinada origem. No Sistema Internacional de Unida- des (SI), utiliza-se como unidade de medida de comprimento o metro (m). O múltiplo do metro, o quilômetro (km), é utilizado para distâncias maio- res. Deslocamento de um corpo é a diferença entre sua posição inicial e sua posição final. Intervalo de tempo No estudo do movimento, deve-se saber também o intervalo de tempo que o corpo emprega para percorrer certo espaço, ou para efetuar determi- nado deslocamento. Pode-se medir intervalos de tempo usando relógios ou cronômetros, dependendo da unidade mais adequada para cada medição. No SI, o intervalo de tempo é medido em segundos (s). Pode-se medir o interva- lo de tempo também em minutos (min) e em horas (h). Representa-se o intervalo, seja ele de posição ou de tempo, com a letra grega delta maiúscula (∆) seguida da grandeza que está variando (s para es- paço ou t para tempo). Assim, o deslocamento é representado por: ∆s = sf – si Em que: sf é a posição final ocupada pelo corpo; si é a posição inicial do corpo. Assim, se um corpo se move da posição si = 100 m até a posição sf = 500 m, seu deslocamento é de 400 m. Do mesmo modo, o intervalo de tempo de ocorrência de certo desloca- mento será: ∆t = tf – ti Em que: tf é o tempo final; ti é o tempo inicial. Suponha que o corpo em questão saiu da posição si = 100 m às 16h e chegou à posição sf = 500 m no instante 16h15min; o intervalo de tempo foi de 15 min ou, ainda, de 900 s (figura 3). Nesse exemplo, o intervalo de tempo foi de 15 minutos. Ciencias9_mod4_fisica.indd 5 12/7/15 10:08 AM 6 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Professor: Nesse item, o conceito e a representação de velocidade referem-se apenas à natureza esca- lar dessa grandeza. Optou-se por essa abordagem para manter o enfoque na construção qualitativa dos conceitos e para evitar alguns dos aspectos teóricos necessários ao desenvolvimento do con- ceito de grandezas vetoriais, que será abordado no Ensino Médio. Cidade B s2 = 160 km Cidade A s1 = 0 km ∆s = s2 – s1 = 160 km – 0 km = 160 km ∆t = t2 – t1 = 12 h – 10 h = 2 h t2 = instante da chegada (12 h)t1 = instante da partida (10 h) Vm = ∆s ∆t = s2 – s1 t2 – t1 = 160 km 2 h ➞ Vm = 80 km/h 5 CÁLCULO DA VELOCIDADE MÉDIA Y U R I T U C H K O V /S H U TT E R S TO C K A velocidade Velocidade de um corpo é seu deslocamento medido em determinada uni- dade de tempo. É possível afirmar que velocidade é a medida da rapidez com que um corpo muda de posição. Quando um motorista olha para o velocí- metro (figura 4) de um carro, ele lê o valor da velocidade instantânea, isto é, da velocidade do carro naquele exato momento. Em geral, a velocidade não é sempre a mesma em uma viagem: ora aumenta, ora diminui, e pode até tornar-se nula dependendo das situações e dos obstáculos encontrados. É possível calcular a velocidade média com a qual o corpo se move. Por exemplo, se um veículo se desloca da cidade A (posição inicial s 1 ) para a cidade B (posição final s 2 ), conhecendo a distância entre as duas cidades (∆s = s 2 – s 1 ) e o tempo total da viagem (∆t = t 2 – t 1 ), calcula-se a velo- cidade média (v m ) (figura 5) com que esse veículo se desloca da seguinte maneira: vm = ∆s ∆t ∆s = s2 – s1 ∆t = t2 – t1 A unidade de medida de velocidade, no SI, é o metro por segundo (m/s). Na prática, utiliza-se também o quilômetro por hora (km/h) e o quilômetro por segundo (km/s). O velocímetro da imagem mostra a velocidade ins- tantânea de 59 km/h. Professor: Oriente os alunos a refletir sobre a seguin- te questão: quando viajam de carro, eles conseguem avaliar a velocidade do veículo em que estão sem olhar para o velocímetro? E a velocidade de um carro que corre no sentido contrário? Oriente-os a discutir sobre a dificuldade de avaliar a velocidade dos veículos, com base apenas na percepção, principalmente quando é alta, e sobre a importância do velocímetro, que deve estar em posição central no painel do automóvel e sempre iluminado à noite. É uma oportunidade para mostrar a importância de instrumentos de medida, usando o exemplo do velocímetro. Professor: Mostre para os alunos a regra prática que ajuda na conversão entre as unidades km/h e m/s. ∶ 3,6 km/h m/s × 3,6 4 O movimento uniforme Você já andou de bicicleta, em uma rua ou estrada plana, sem acelerar nem frear? Nesse caso, talvez por alguns instantes você tenha se mantido em movimento uniforme. No movimento uniforme, o deslocamento ocorrido em um segundo ini- cial é igual aos deslocamentos ocorridos nos segundos subsequentes. As- sim, um corpo está em movimento uniforme quando a velocidade é cons- tante e diferente de zero. Considere, por exemplo, o movimento de um trem, correndo em um trilho com velocidade constante, como um movi- mento uniforme. Então, se a velocidade do trem for de 110 km/h, em uma hora ele percorrerá 110 km; em duas horas, irá percorrer 220 km; e assim por diante. Ciencias9_mod4_fisica.indd 6 12/7/15 10:08 AM 7 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Professor: O conceito e a representação da acele- ração são apresentados referindo-se apenas à na- tureza escalar pelo mesmo motivo exposto no caso da velocidade. 6 8 CÁLCULO DA ACELERAÇÃO MÉDIA v = 10 m/s v = 20 m/s v = 30 m/s v = 40 m/s 0,0 s 1,0 s 2,0 s 3,0 s MOVIMENTO ACELERADO No movimento acelerado, a velocidade do automóvel aumenta com o passar do tempo. 7 MOVIMENTO ACELERADO MOVIMENTO RETARDADO Professor: Ressalte a importância de expressar as variáveis na mesma unidade de medida. Oriente os alunos a prestar atenção nas unidades de medida apresentadas e na necessidade de calcular a con- versão delas, em certos casos. O movimento variado Os movimentos uniformes são raros; os mais comuns são os movimentos nos quais a velocidade varia a cada instante. A rapidez com que a veloci- dade muda pode ser muito grande – carros de Fórmula 1 podem passar de uma velocidade de 190 km/h para outra de 290 km/h em apenas 5 s – ou a velocidade pode variar lentamente, como no caso de um caminhão cujo motorista, percebendo a presença de uma lombada, passa de 60 km/h para 10 km/h em 30 s. A variação da velocidade de um corpo por unidade de tempo é a sua ace- leração. Calcula-se a aceleração média (a m ) (figura 6) dividindo a variação da velocidade pelo intervalo de tempo em que essa variação ocorre. am = ∆v ∆t ∆v = v2 – v1 ∆t = t2 – t1 A unidade de aceleração, no SI, é o metro por segundo ao quadrado (m/s2). Por exemplo, se uma motocicleta passa da velocidade de 10 m/s à velocidade de 30 m/s em 10 s, sua aceleração média é de 2 m/s2. v1 = 10 m/s v2 = 30 m/s t1 t2 �v = v2 – v1 = 30 m/s – 10 m/s = 20 m/s �t = t2 – t1 = 10 s am = 2 m/s2 am = = 20 m/sv2 – v1 t2 – t1 10 s EXEMPLO DE CÁLCULO DA ACELERAÇÃO MÉDIA ➞ v = 20 m/s v = 15 m/s v = 10 m/s v = 5 m/s v = 0 m/s 0,0 s 1,0 s 2,0 s 4,0 s 3,0 s MOVIMENTO RETARDADO No movimento retardado, a velocidade do automóvel diminui com o passar do tempo. Quando a velocidade de um objeto móvel, como um automóvel, au- menta, o movimento é acelerado (figura 7); quando a velocidade diminui, o movimento é retardado (figura 8). Se, em um movimento, a variação de velocidade for a mesma em cada unidade de tempo, isto é, se a aceleração for constante, o movimento é chamado movimento uniformemente variado. Ciencias9_mod4_fisica.indd 7 12/7/15 10:08 AM Leitura de texto e imagem 8 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . O circuito de Fórmula 1 No circuito de Fórmula 1 de Barcelona, Espanha, apresentado a seguir, estão indicadas algumas posições, numeradas de 1 a 22. No gráfico, é possível verificar a velocidade de um carro nessas posições durante uma volta completa na pista. A posição 1 corresponde à largada e à chegada da competição. Elaborado com base em: <www.fia.com>. Acesso em: jan. 2015. GRÁFICO DAS VELOCIDADES v (km/h) 300 1 200 100 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 t (s) 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 1234 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 G O O G LE E A R TH IM A G E S Localize a informação 1 Quais números indicam trechos retilíneos da pista e quais indicam trechos de curvas pronunciadas? Trechos retilíneos: 2, 3, 9, 12, 14, 17, 18. Trechos de curvas: 4, 5, 6, 7, 8, 10, 11, 13, 15, 16, 19, 20, 21, 22. Ciencias9_mod4_fisica.indd 8 12/7/15 10:08 AM 9 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Professor: Os alunos devem perceber que nas curvas as velocidades são menores que nos trechos retilíneos. 2 Que grandeza é representada no eixo vertical do gráfico? E no eixo horizontal? No eixo vertical, é representada a velocidade (em km/h), e no eixo horizontal, o tempo (em s). Analise e interprete 1 Quanto tempo o carro leva, aproximadamente, para chegar ao ponto 12? Aproximadamente 1 min. 2 Após 1,5 min da largada, em que posição o carro se encontra? Entre as posições 19 e 20. 3 Quais são os quatro pontos em que o carro atinge as maiores velocidades? Qual é o formato da pista nesses pontos? O carro atinge maior velocidade nos pontos 3, 9, 12 e 18. Nesses pontos, a pista é retilínea. 4 Quais são os quatro pontosem que o carro atinge as menores velocidades? Qual é o formato da pista nesses pontos? O carro atinge as menores velocidades nos pontos 4, 10, 11 e 19. Nesses pontos, a pista é curvilínea. 5 Entre os trechos da pista relacionados a seguir, em quais o carro tem movimento acelerado e em quais tem movimento retardado? a) Entre 1 e 2: Movimento acelerado . b) Entre 3 e 4: Movimento retardado . c) Entre 12 e 13: Movimento retardado . Opine Proponha uma explicação para o fato de a velocidade do carro ser tão variável ao longo do percurso. Resposta pessoal. Ciencias9_mod4_fisica.indd 9 12/7/15 10:08 AM 10 Atividades • capítulo 1 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Organize o conhecimento 1 Dê a definição dos conceitos a seguir. a) Velocidade. Deslocamento de um corpo medido em determinada unidade de tempo. b) Aceleração. Variação da velocidade de um corpo por unidade de tempo. 2 Leia as afirmações abaixo e assinale aquela(s) que for(em) falsa(s). a) No movimento uniforme, o corpo percorre distâncias iguais em intervalos de tempo iguais. b) A variação da velocidade é característica do movimento uniforme. c) No movimento uniformemente variado, a aceleração é constante em qualquer intervalo de tempo. 3 Reescreva a(s) afirmação(ões) assinalada(s) como falsa(s) na questão anterior, corrigindo-a(s). A velocidade constante é característica do movimento uniforme. 4 Correlacione a grandeza física com sua unidade de medida, de acordo com o SI, e, quando possí- vel, com um instrumento de medida que possa mensurá-la. ( a ) Tempo ( c ) Velocímetro ( d ) m/s2 ( b ) Deslocamento ( d ) Acelerômetro ( a ) s ( c ) Velocidade ( a ) Cronômetro ( b ) m ( d ) Aceleração ( b ) Hodômetro ( c ) m/s 5 Expresse em m/s (SI) as seguintes velocidades. a) 18 km/h: 5 m/s . b) 108 km/h: 30 m/s . c) 360 km/h: 100 m/s . Aplique o que você aprendeu 1 Um garoto está dentro de um carro parado em um estacionamento. Ele olha fixamente para um ônibus estacionado ao lado. De repente, ele tem a sensação de seu carro estar andando lenta- mente para a frente. O carro, entretanto, continua desligado e parado. Como você explica essa situação? O motorista do ônibus está dando ré lentamente no veículo e o garoto, sem outra referência visual, tem a impressão de que é o seu carro que está se movimentando para a frente. 2 Um automóvel parte de uma cidade do interior rumo ao litoral, em uma viagem de 320 km. O primeiro trecho da viagem tem duração de duas horas e 200 km de extensão. Após a parada para o lanche, o segundo trecho é realizado com velocidade média de 80 km/h, inferior à adota- da no primeiro trecho da viagem, devido à presença de uma serra sinuosa em parte da estrada. Responda. Hodômetro. Instrumento que indica distâncias percorridas por pedestres ou veículos. Professor: Para questões adicionais, consulte o Banco de Questões na Plataforma UNO. Professor: As acepções dos termos do glossário foram, sempre que possível, pesqui- sadas no Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Para fins didáticos, foram fei- tas as adaptações necessárias. Ciencias9_mod4_fisica.indd 10 12/7/15 10:08 AM 11 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . a) Qual é o tempo total da viagem? A viagem durou 3,5 horas. b) Qual é a velocidade média no primeiro trecho? A velocidade média no primeiro trecho foi de 100 km/h (200 km em 2 horas). c) Qual é a velocidade média em todo o percurso (excluindo-se o tempo de parada para o lanche)? A velocidade média em todo o percurso foi de 91,4 km/h (320 km em 3,5 horas). d) É correto considerar que o carro desceu o trecho da serra a 80 km/h? Explique. Não, segundo o texto a serra é apenas uma parte do segundo trecho do caminho. Nela, o automóvel deve ter ido mais lentamente e, em outros trechos, deve ter alcançado velocidade superior a 80 km/h. 3 Um maratonista amador percorre 4 km em 15 minutos. a) Determine a velocidade média do maratonista em m/s e em km/h. 4,44 m/s ou 16 km/h. b) Sabendo que a maratona tem 42 km, quanto tempo ele leva para completá-la? (Considere que o atleta mantém a velocidade constante em todo o percurso.) 157,5 minutos ou 2 horas, 37 minutos e 30 segundos. Ciencias9_mod4_fisica.indd 11 12/7/15 10:08 AM 12 Atividades • capítulo 1 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 4 Um trem de metrô parte do repouso em uma estação, acelera uniformemente até atingir a ve- locidade de 60 km/h, mantém-se nessa velocidade e, próximo da estação seguinte, desacelera uniformemente. Esboce um gráfico que represente a variação da velocidade do trem em função de sua posição. GRÁFICO v (km/h) x t (h) v (km/h) 60 0 s (km) Professor: A velocidade au- menta linearmente, mantém- -se por um curto espaço de tempo e depois diminui li- nearmente. Dessa forma, os alunos devem representar uma semirreta crescendo de 0 até 60 km/h; neste ponto, ela deve se unir a outra semirreta horizontal (manutenção da velocidade por um curto tem- po) e, em seguida, representar uma semirreta decrescendo até atingir 0 km/h. As estações estão nos pontos em que as velocidades são nulas. 5 Um carro esportivo acelera do repouso a 108 km/h em 5 segundos. Determine a aceleração do carro em m/s2. 6 m/s2. 6 Os carros A, B, C, D e E percorrem diferentes distâncias em diferentes intervalos de tempo, confor- me a tabela a seguir. Carro Distância percorrida (km) Intervalo de tempo (h) A 90 3 B 250 5 C 480 6 D 180 2 E 240 4 a) Qual é o carro mais rápido? O carro D (com 90 km/h). b) Qual é o carro mais lento? O carro A (com 30 km/h). Ciencias9_mod4_fisica.indd 12 12/7/15 10:08 AM 13 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Placa indicando velocidades máximas permitidas para automóveis, utilitários, caminhões e ônibus. c) Quem é mais rápido, B ou C? O carro C, com 80 km/h, é mais rápido que o carro B, com 50 km/h. d) Qual é a ordem crescente de velocidades médias desses carros? A (30 km/h), B (50 km/h), E (60 km/h), C (80 km/h) e D (90 km/h). 7 Se um corpo A está em movimento em relação a um corpo B, e se B está em movimento em rela- ção a um corpo C, pode-se afirmar que A está em movimento em relação a C? Dê um exemplo. Não. Por exemplo, pode-se supor que os corpos A e C estão em repouso um em relação ao outro, e que o corpo B está em movimento em relação a A e a C. Desse modo, A está em movimento em relação a B e B está em movimento em relação a C, mas A não está em movimento em relação a C. 8 Um veleiro, durante uma viagem marítima, navega com velocidade constante de 40 km/h entre 9h e 19h. Qual é a distância que ele percorre entre 14h e 16h30min? 40 km/h ∙ 2,5 h = 100 km Analise o que você viu Leia o texto e responda às questões. Vale a pena correr? Prudência e sinalização Ao dirigir um veículo automotor, o motorista deve ter prudência e respeitar a sinalização que há nas estra- das e nas ruas. Um dos fundamentos técnicos para uma boa sinalização de trânsito é, sem dúvida, o estudo dos movimentos. Em particular, as placas que indicam a velocidade máximapermitida em cada trecho de uma via pública, quando bem planejadas pelos técnicos de trânsito, têm por objetivo evitar acidentes, que podem resultar em danos a veículos, em ferimentos e até em mortes de passageiros e pedestres. Por que, em al- gumas rodovias principais, existem placas indicando velocidades máximas permitidas para caminhões, ônibus e automóveis? Isso acontece porque a probabilidade de ocorrer um acidente, se um veículo transitar em um trecho desses com velocidade superior à indicada, é muito alta. R U B E N S C H AV E S /P U LS A R IM A G E N S Placa indicando velocidades máximas permitidas para veículos leves e pesados. Ciencias9_mod4_fisica.indd 13 12/7/15 10:08 AM 14 Atividades • capítulo 1 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . DISTÂNCIAS DE FRENAGEM Velocidade (km/h) 10 50 90 130 0 50 100 150 200 Espaço (m) Espaço total de frenagem Espaço percorrido durante o tempo de reação Espaço de frenagem com o asfalto seco Espaço de frenagem com o asfalto molhado 2,8 0,6 1,1 15 28 25 36 49 88 102 183 14 A energia dos choques Os veículos em movimento têm energia cinética, que é tanto maior quanto maiores forem a massa e a velocidade do veículo. É essa energia que produz as deformações mecânicas e os prejuízos à vida humana, no caso de um choque. A tabela a seguir apresenta a correspondência do impacto de um carro que se choca com um obstáculo, em diferentes velocidades, com o impacto que o mesmo carro teria ao chocar-se com o solo, caindo de diferentes alturas. CORRESPONDÊNCIA DE IMPACTOS COM DIFERENTES VELOCIDADES Velocidade (km/h) Altura da queda livre 20 Meio andar 30 1o andar 40 2o andar 50 3o andar 60 4o/5o andar 80 8o andar 100 13o andar 130 22o andar 160 33o andar Fonte: Projeto Moto Perpétuo (MEC & Fiat para a Escola). O tempo para frear Um motorista trafega em uma rodovia e visualiza um obstáculo à sua frente. O intervalo de tempo decorrido entre a visualização do obstáculo e o acionamento do freio é chamado tempo de reação. Durante esse tempo, o veículo continua em movimento. O tempo de frenagem é o intervalo de tempo decorrido entre o acionamento do freio e a parada do veículo. Esse tempo depende de fatores associados ao veículo e das condições da pista, como pneus gastos e pista molhada ou com óleo. O quadro abaixo mostra o espaço total de frenagem de um carro, em diferentes velocidades, considerando o tempo de reação e o tempo de frenagem em asfalto seco e em asfalto molhado. Professor: Chame a atenção dos alunos para o fato de que, em velocidades baixas, o valor da energia cinética de um car- ro aumenta em menor propor- ção que em velocidades altas. Por exemplo, à velocidade de 50 km/h, a energia cinética de um carro de aproximadamente 1.000 kg é de 100 kJ; mas, se a sua velocidade é de 100 km/h, sua energia cinética aumenta para aproximadamente 400 kJ. Portanto, quanto maior a ve- locidade, maior a deformação produzida nos choques. Essa ideia pode ser reforçada quan- do forem discutidas as respos- tas das questões 1 e 2. Diante de um obstáculo, para evitar uma batida ou um atropelamento, é necessário que a frenagem consiga baixar praticamente até zero a energia cinética do carro. Para isso, um carro a 100 km/h precisa de pelo menos 5 segundos. Antes desse tempo, o carro ainda tem velocidade diferente de zero e, portanto, energia cinética capaz de causar danos. Fo nt e: P ro je to M ot o Pe rp ét uo ( M E C & F ia t pa ra a E sc ol a) . Ciencias9_mod4_fisica.indd 14 12/7/15 10:08 AM 15 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . As curvas As curvas exigem um cuidado especial ao dirigir. Para cada curva, dependendo se é mais aberta ou mais fechada, há um limite de velocidade para que o carro permaneça com as rodas em contato com o asfalto, isto é, para que continue havendo aderência do carro à pista. As placas de sinalização advertem o motorista sobre as condições da estrada e aju- dam a evitar acidentes. O quadro mostra a velocidade-limite para curvas com diferentes raios de curvatura. 1 Bater com um carro a 100 km/h corresponde a cair de que andar de um prédio? E a 130 km/h? Bater a 100 km/h corresponde a cair do 13o andar, e a 130 km/h corresponde à queda do 22o andar. 2 É possível afirmar que, se a velocidade de um carro dobra, sua energia cinética também dobra? Justifique sua resposta. Não, a energia cinética não aumenta proporcionalmente à velocidade. A tabela mostra que, se isso acontecesse, a velocidade de 130 km/h seria correspondente a uma queda, aproximadamente, do 6o andar; no entanto, essa velocidade corresponde à queda do 22o andar. Como foi visto na unidade 1, Ecinética = mv 2 2 , ou seja, se a velocidade dobra, a energia cinética quadruplica. 3 Muitas pessoas acreditam que viajar sem manter distância de segurança em relação ao carro da frente não representa perigo, com a seguinte explicação: se o carro da frente freia, o de trás per- cebe e freia também; então, a distância entre os dois carros é mantida, mesmo que seja pequena. Por que esse raciocínio não é válido? Justifique sua resposta. Resposta pessoal. 4 Por que, em dias de chuva, é prudente dirigir em velocidade reduzida? Porque, no asfalto molhado, o tempo de frenagem é maior que no asfalto seco. 5 Qual das curvas pode ser feita em maior velocidade: uma com 40 m ou uma com 140 m de curva- tura? Por quê? Aquela com 140 m de curvatura, porque, quanto mais aberta a curva, mais facilmente as rodas se mantêm aderidas ao chão. Professor: Aproveite para dis- cutir com os alunos algumas questões como: não há se- gurança de que o motorista tenha uma previsão do tempo de frenagem; o tempo médio de reação é estimado em 1 se- gundo para motoristas que es- tejam em condições normais; e a lei proíbe que se dirija sob o efeito de álcool e drogas. Assim, não respeitar a distân- cia de segurança pode causar acidentes graves e engaveta- mentos. (Texto elaborado para fins didáticos.) Fo nt e: P ro je to M ot o Pe rp ét uo ( M E C & F ia t pa ra a E sc ol a) . VELOCIDADE-LIMITE EM CURVAS Raio de curvatura-limite (m) Velocidade (km/h) 120 140 120 100 80 60 40 20 0160 114 107 96 85 74 60 43 Ciencias9_mod4_fisica.indd 15 12/7/15 10:08 AM 1 3 F &1 F &2 F &3 F &4 F &1 = F &2 16 CA PÍ TU LO R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 2 Forças e trabalho Definição de força Força é toda ação exercida sobre um corpo, capaz de mudar seu estado de movimento ou de repouso ou capaz de produzir deformações nesse corpo (figura 1). As forças podem ser classificadas em forças de contato, quando surgem durante o contato de corpos, e forças de campo, quando atuam entre os cor- pos mesmo que eles não estejam em contato. Colisões, puxões e empurrões são exemplos de forças de contato; as forças elétrica, magnética e gravitacio- nal são exemplos de forças de campo, pois podem agir a distância. Para saber o efeito de uma força (figura 2), é preciso conhecer suas ca- racterísticas: intensidade, direção e sentido. Representam-se graficamenteas características de uma força por meio de vetores, que são segmentos de reta orientados. Para indicar o vetor que representa uma força, adiciona-se uma seta sobre a letra que a representa: F &. O estado de movimento de um corpo é alterado pela aplicação de uma força sobre ele. No caso, o veículo está passando do estado de repouso para o de movimento. Em A, as forças F &1 e F &2 têm a mesma intensidade e direções e sentidos diferentes. Em B, as forças F &3 e F &4 têm intensidades diferentes (o segmento de reta é maior para F &4), mesma direção (horizontal) e sentidos dife- rentes (F &3 para a esquerda; F &4 para a direita). 2 REPRESENTAÇÃO DE FORÇAS E D U A R D O S A N TA LI E S TR A Quanto maior a massa pendurada na mola, maior a força que atua nela e maior sua deformação. 1 3 O comprimento do vetor representa a intensidade da força. Por exemplo, nas forças F& 1 e F& 2 , representadas a seguir, a intensidade de F& 2 é maior que a de F& 1 : F& 1 F& 2 No SI, a unidade de medida de força é o newton (N). Como medir uma força Uma mola deforma-se quando está submetida à ação de uma força. A deformação e a força aplicada são proporcionais (figura 3). Essa proporcio- nalidade permitiu criar um instrumento para medir forças chamado dinamô- metro (figura 4) – termo derivado das palavras gregas dynamis, que significa “força”, e métron, que significa “medida”. F &3 e F &4 representam forças com intensidades diferentes, com mesma direção e com sentidos opostos. F &1 e F &2 representam forças com mesma intensidade e com direções diferentes. A B R E N AT A G O N G O R R A /T R Y P IC Ciencias9_mod4_fisica.indd 16 12/7/15 10:08 AM 4 17 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . S E R G IO D O TT A J R /T H E N E XT O dinamômetro mais comum é constituído de uma mola de aço contida em um tubo com escala. COMPOSIÇÃO DE FORÇA5 4 COMPOSIÇÃO DE FORÇAS Composição de forças Em um mesmo corpo, é comum a ação simultânea de diferentes forças; elas são chamadas forças componentes. O resultado dessa ação é a força resultante (F & R ), que é representada por um vetor, cujas características de- pendem da intensidade, da direção e do sentido de cada uma das forças componentes. No jogo do cabo de guerra, vence a equipe que exercer a força de maior intensidade. Tudo se passa como se uma única força agisse no ponto cen- tral da corda. Na figura 5, como a força F & 1 é maior que a força F & 2 , a força resultante tem o mesmo sentido e direção de F& 1 e o grupo com boné vence o jogo. A força que equivale à ação do conjunto de forças é a força resul- tante ( F & R ). F &1 F &2 F &R Calcula-se a força resultante desse cabo de guerra somando as forças da esquerda e subtraindo o resultado do valor das forças somadas da direita. A Primeira Lei de Newton A força aplicada pelo motor de um automóvel faz com que ele se mo- vimente. A força do vento movimenta um barco à vela. Se essas forças deixarem de agir, o movimento desaparecerá? Analise o fato descrito a seguir. Um automóvel está com velocidade de 100 km/h quando, acabando o combustível, seu motor deixa de funcionar. O automóvel não para imedia- tamente: percorre certa distância enquanto sua velocidade diminui gradati- vamente, até tornar-se nula. A força do motor deixa de agir, mas continua existindo movimento. A velocidade do automóvel diminui devido à força entre os eixos do carro e seus pontos de apoio e por causa da força de re- sistência exercida pelo ar, ambas com sentido contrário ao do movimento. Se fosse possível eliminar todas as forças que agem sobre esse automóvel, ele se moveria indefinidamente, sempre em linha reta e com velocidade constante de 100 km/h. Ciencias9_mod4_fisica.indd 17 12/7/15 10:08 AM 18 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Inércia O fato descrito no parágrafo anterior deve-se a uma propriedade funda- mental da matéria chamada inércia. Essa propriedade foi estudada por Isaac Newton, que chamou o fenômeno de Princípio da Inércia, também conheci- do como Primeiro Princípio da Dinâmica ou Primeira Lei de Newton. Primeiro Princípio da Dinâmica Todo corpo permanece em repouso ou em movimento retilíneo uniforme, a menos que uma força resultante não nula atue sobre ele. Quando um automóvel para de repente, os passageiros são arremessados para a frente porque, devido à inércia, tendem a manter a velocidade em que o veí- culo se movia (figuras 6A, 6B, 6C e 6D). Se um ônibus está parado e começa a mover-se, os passageiros que estão em pé se desequilibram porque sua tendência é permanecer em repouso enquanto o piso do ônibus sob seus pés avança. TR L LT D /S P L/ LA TI N S TO C K TR L LT D /S P L/ LA TI N S TO C K 6A 6B Pelo Primeiro Princípio da Dinâmica, que se refere à inércia, é justificada a importância do uso de cinto de segurança pelo motorista e pelos passageiros (dos bancos dianteiro e traseiro) de um veículo. As imagens mostram um teste de impacto, em que um dos bonecos, que estava sem cinto de segurança, atravessa o para-brisa do carro e é arremessado para fora do veículo. TR L LT D /S P L/ LA TI N S TO C K TR L LT D /S P L/ LA TI N S TO C K 6C 6D A Segunda Lei de Newton Para mover um carrinho no supermercado, é necessário aplicar uma força. Se o carrinho está cheio, é preciso empurrá-lo com uma força maior que a usada para movê-lo quando está vazio (figura 7). Se for dado um empurrão no carrinho cheio, apenas para movê-lo, soltando-o logo em seguida, ele vai adquirir maior velocidade se o empurrão for forte ou se for fraco? Isaac Newton estudou a relação entre a massa de um corpo, sua aceleração e as forças aplicadas sobre ele. Dos resultados desse estudo, surgiu o Segundo Princípio da Dinâmica, conhecido como Segunda Lei de Newton. Segundo Princípio da Dinâmica A aceleração produzida em um corpo por uma força é diretamente propor- cional à intensidade da força e inversamente proporcional à massa do corpo. Ciencias9_mod4_fisica.indd 18 12/7/15 10:08 AM 19 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 7 SEGUNDA LEI DE NEWTON F1 F2 F3 REPRESENTAÇÃO DA SEGUNDA LEI DE NEWTON F1 F2 F3 REPRESENTAÇÃO DA SEGUNDA LEI DE NEWTON F1 F2 F3 REPRESENTAÇÃO DA SEGUNDA LEI DE NEWTON No carrinho vazio, uma força de maior intensidade (F &2) imprime uma aceleração maior. Se o carrinho estiver cheio, para imprimir a mesma aceleração é preciso aumentar a intensidade da força (F &3). 8 Força exercida pela mesa no vaso. Força exercida pelo gás no foguete. Força exercida pelo foguete no gás. Força exercida pelo vaso na mesa. 9 Com base nesse princípio, conhecendo duas das três variáveis – força resultante (F& R ), massa (m) e aceleração (a) –, é possível calcular a terceira, utilizando-se a fórmula: a = FR m ou FR = m ⋅ a Suponha que um carro de Fórmula 1, com massa de 500 kg, arranca com aceleração de 8 m/s2. A intensidade da força (F) exercida pelo motor do carro pode ser calculada da seguinte forma: FR = m ⋅ a ⇒ FR = 500⋅ 8 ⇒ FR = 4.000 N Pelo resultado, o motor do carro exerce uma força de 4.000 N. A Terceira Lei de Newton Considere um martelo e um prego. O martelo exerce força sobre o prego, mas o prego também exerce uma força sobre o martelo, de igual intensidade, mesma direção e sentido contrário. Em toda interação, sempre existe um par de forças que atua nos diferentes corpos que interagem entre si. Uma das forças, que atua no primeiro corpo, é chamada ação, e a outra, que atua no segundo corpo que interage com o primeiro, reação (figura 8). Isaac Newton também estudou a existência das forças de ação e reação, enunciando o princípio da ação e reação, conhecido como Terceiro Princípio da Dinâmica ou Terceira Lei de Newton. Terceiro Princípio da Dinâmica A toda força de ação corresponde uma força de reação de mesma intensidade e de mesma direção, mas de sentido contrário. O Terceiro Princípio da Dinâmica explica o lançamento de foguetes (figura 9) que transportam os satélites artificiais e as naves espaciais. No mo- mento do lançamento, o combustível entra em contato com o oxigênio puro, liberando uma grande quantidade de gases e de energia. A exaustão desses gases produz uma força para trás e, como consequência, uma reação igual que impulsiona o foguete para a frente. O vaso de flores exerce força sobre a mesa e a mesa exerce uma força de mesma intensidade, mas de sen- tido contrário à do vaso. Professor: Chame a atenção dos alunos para o fato de a força de ação e a de reação serem aplicadas em corpos diferentes. Assim, a força que o vaso exerce na mesa está aplicada sobre a mesa, e a força que a mesa exerce sobre o vaso está aplicada no vaso. A propulsão do foguete se dá pela liberação de to- neladas de gases provenientes da combustão do hidrogênio e do oxigênio armazenados em tanques. a a a JA S O N G R O W E R /S H U TT E R S TO C K IV O N N E W IE R IN K /S H U TT E R S TO C K Ciencias9_mod4_fisica.indd 19 12/7/15 10:08 AM 20 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Força de atração gravitacional No Universo, todos os corpos se atraem mutuamente. Essa força de atra- ção é chamada força de atração gravitacional. Ela depende das massas dos corpos e da distância entre eles. Quanto maior a massa dos corpos, maior a força de atração gravitacional entre eles, e quanto maior a distância entre os corpos, menor a força de atração gravitacional entre eles. Essas afirma- ções têm por base a Lei da Gravitação Universal, também formulada por Isaac Newton. Ela é responsável, por exemplo, pelo equilíbrio entre os cor- pos celestes no Sistema Solar. DISTÂNCIAS MÉDIAS EM RELAÇÃO AO SOL E MASSA APROXIMADA DOS PLANETAS DO SISTEMA SOLAR Mercúrio Vênus Terra Marte Júpiter Saturno Urano Netuno Distância média 57,9 108,2 149,6 227,9 778,4 1.423,6 2.867 4.488 Massa (kg) 3,30 ⋅ 1023 4,87 ⋅ 1024 5,97 ⋅ 1024 6,42 ⋅ 1023 1,90 ⋅ 1027 5,69 ⋅ 1026 8,70 ⋅ 1025 1,03 ⋅ 1026 Fonte: Astronomia e Astrofísica. Disponível em: <http://astro.if.ufrgs.br/ssolar.htm>. Acesso em: nov. 2014. (Adaptado.) Pela tabela, pode-se verificar, por exemplo, que o planeta Netuno, cuja massa é 1,03 ∙ 1026 kg, sofre a ação da atração gravitacional solar, apesar de estar localizado a aproximadamente 4,5 bilhões de quilômetros do Sol. A força peso A força de atração gravitacional é uma força de campo. Todos os corpos que têm massa são envolvidos por um campo gravitacional. Os planetas e as estrelas, por terem massas enormes, apresentam campos gra- vitacionais muito intensos, capazes de atrair os corpos próximos na direção do seu centro. A Terra, por exemplo, atrai para seu centro todos os corpos que estão sobre a sua superfície ou mesmo aqueles que se encontram em grande altitude. A força de atração gravitacional exercida pela Terra sobre os corpos que estão em seu campo gravitacional é denominada força peso (P &). É essa força que faz os corpos caírem ou se manterem sobre as superfícies que os apoiam. Nesse caso, aceleração corresponde à aceleração da gravidade (g) e a ex- pressão matemática que representa essa força é dada por: P = m ⋅ g Na qual: P = peso; m = massa; g = aceleração da gravidade. A aceleração da gravidade (g) é diferente na superfície dos diversos planetas do Sistema Solar, uma vez que suas massas e seus tamanhos são diferentes. VALORES DA ACELERAÇÃO DA GRAVIDADE Mercúrio Vênus Terra Marte Júpiter Saturno Urano Netuno g (m/s2) 3,78 8,60 9,80 3,72 24,80 10,50 8,50 10,80 Elaborada com base em: Observatório Nacional. Disponível em: <www.on.br>. Acesso em: nov. 2014. Professor: Lembre aos alunos que também no pla- neta Terra, em consequência de seu formato geoi- de, o valor de g não é constante: nos polos, em que há um achatamento, g é menor que no Equador. Ciencias9_mod4_fisica.indd 20 12/7/15 10:08 AM 21 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . A força de atrito A Primeira Lei de Newton postula que um corpo em movimento tende a permanecer em movimento. Mas uma bola que rola pela grama, por exem- plo, diminui sua velocidade até parar. Por que a bola para? Essa situação não contraria o Primeiro Princípio da Dinâmica. A bola para devido à existência da força de atrito (figura 10). Essa força opõe-se ao movimento dos corpos que deslizam sobre a superfície de outros. Se a força de atrito e a força da resistência do ar não existissem, um corpo prosseguiria indefinidamente com velocidade constante. O atrito existe porque nas superfícies há arestas e reentrâncias que, por menores que se- jam, dificultam o deslizamento de uma superfície sobre a outra, retardando o movimento. A intensidade do atrito depende de vários fatores, entre os quais o tipo de superfície e o tipo de movimento. O atrito não surge apenas entre as superfí- cies sólidas. Existe atrito também quando um corpo se move em gases e em líquidos (figura 11). Quando um corpo se desloca no ar, existe atrito entre sua superfície e o ar. Para diminuir esse atrito, os carros de Fórmula 1, aviões e foguetes, por exemplo, são construídos com formas especiais, chamadas aerodinâmicas. O atrito pode, além de opor-se ao movimento, provocar desgaste das su- perfícies (figura 12). Outro efeito é o aquecimento das superfícies que se deslocam umas em relação às outras (verifique isso esfregando as mãos). É para diminuir o desgaste e o aquecimento das peças que as partes móveis dos motores devem ser lubrificadas. F& at F& A força de atrito (Fat) opõe-se ao deslizamento ou ao rolamento de uma superfície sobre a outra. 10 A forma hidrodinâmica do corpo dos golfinhos e sua pele lisa, flexível e sem pelos proporcionam menor atrito com a água. 11 Muitos materiais do cotidiano apresentam desgas- te em razão do atrito. Na imagem, pneus gastos em virtude do atrito constante com o solo. t = 0 s v = 0 m/s t = 1 s v = 10 m/s t = 2 s v = 20 m/s t = 3 s v = 30 m/s Movimento de queda livre Um copo escapa das mãos e cai. A atração gravitacional age sobre ele ao longo de toda a queda e, à medida que cai, sua velocidade aumenta. Seu movimento é uniformemente variado. A aceleração é constante e dada pela aceleração gravitacional. Considere que, nas proximidades da superfície ter- restre, o valor de g é de aproximadamente 10 m/s2. O movimento de um corpo que cai, sob a ação da atração gravitacional, com trajetória vertical e sem sofrer ação da resistência do ar, é chamado mo- vimento dequeda livre (figura 13). No caso de um corpo que é atirado para cima, sua velocidade diminui até que o corpo pare na altura máxima, quando, então, retorna em direção ao solo, sendo o tempo de descida igual ao de subida. Ao analisarmos a ve- locidade do corpo nessa trajetória, verifica-se que, em uma mesma altura, a velocidade tem o mesmo valor numérico na subida e na descida. Nesse exemplo, a velocidade de um corpo em queda livre aumenta de tal modo que, após três segundos, a velocidade é três vezes maior que no primeiro segundo de queda. 12 Professor: Ressalte para os alunos que, no mo- vimento de queda livre, a resistência do ar não é considerada, ou seja, o corpo cai verticalmente no vácuo. Ressalte também que um corpo que cai, no ar, atinge, após um intervalo de tempo, uma veloci- dade que se mantém constante (velocidade-limite). 13 QUEDA LIVRE S TE V E N O A K E S /S H U TT E R S TO C K LJ U B A N O V IC M A R IN A /S H U TT E R S TO C K Ciencias9_mod4_fisica.indd 21 12/7/15 10:08 AM 22 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . A resistência do ar Deixe cair, de uma mesma altura, uma bolinha de gude e uma pena de passarinho. Qual chega primeiro ao chão? Os corpos que se movimentam no ar submetem-se à ação da resistência do ar (figura 14). Essa ação não depende da massa dos corpos, mas sim de sua velocidade e de seu formato. Quanto maior a velocidade do corpo e quanto maior a área de contato entre o corpo e o ar, maior é a resistência oferecida pelo ar ao movimento. Onde não existe ar, isto é, no vácuo, aban- donando da mesma altura dois corpos de massas diferentes, eles chegam ao chão ao mesmo tempo. Isso ocorre pelo fato de os corpos estarem submeti- dos à mesma aceleração gravitacional, g. David Scott, astronauta da missão Apollo 15, fez um experimento na su- perfície da Lua, em 31 de julho de 1972: ele deixou cair, simultaneamente e da mesma altura, um martelo e uma pluma. Como praticamente não há atmosfera na Lua, os dois corpos atingiram o solo ao mesmo tempo. Para diminuir a velocidade durante a queda, os paraquedistas abrem os braços com a finalidade de aumen- tar a resistência do ar. Corpos em equilíbrio Um corpo está em equilíbrio quando a resultante das forças que agem sobre ele é igual a zero (figura 15). Por exemplo, um vaso sobre uma mesa estará em equilíbrio enquanto seu peso for sustentado pela mesa. Chama-se centro de gravidade de um corpo o ponto onde é aplicada a força peso que age sobre ele. A localização desse ponto depende da forma e de como está distribuída a massa do corpo. Um corpo não tomba se a direção de sua força peso passar por sua base de sustentação; caso contrário, ele cairá. REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO CENTRO DE GRAVIDADE Centro de gravidadeBase de sustentação Centro de gravidade Base de sustentação A pilha de moedas cairá. Centro de gravidade As moedas em A e em B não tombam. Já em C, as moedas cairão porque a direção da força peso não passa pela base de sustentação da pilha de moedas. 15 REPRESENTAÇÃO DO CENTRO DE GRAVIDADE 14 A B C JO G G IE B O TM A /S H U TT E R S TO C K Ciencias9_mod4_fisica.indd 22 12/7/15 10:08 AM 23 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . A força F aplicada pela pessoa, ao suspender a mala, realiza trabalho. Condição de equilíbrio O equilíbrio de um corpo pode ser estável, instável ou indiferente. Se um corpo está em equilíbrio estável, ele retorna à sua posição de equilíbrio após um pequeno deslocamento (figura 16). Se ele está em equilíbrio instável, com qualquer pequeno deslocamento o corpo perde sua posição de equilí- brio (figura 17). Já se o corpo apresenta equilíbrio indiferente, os desloca- mentos não mudam a estabilidade do corpo. E D U A R D O S A N TA LI E S TR A Centro de gravidade Centro de gravidade O brinquedo conhecido por joão-bobo tem centro de gravidade baixo e apresenta equilíbrio estável, em virtude de sua massa estar praticamente toda localizada próxima ao solo. Os carros de corrida ficam estáveis, mesmo em pistas muito inclinadas, porque seu centro de gravidade é bai- xo. Caminhões carregados, no entanto, têm centro de gravidade alto e podem tombar. Professor: Comente com os alunos que o centro de gravidade de um corpo pode estar em um ponto em que não exista massa; por exemplo, em um anel, o centro de gravidade se localiza no centro do círculo formado pela tira metálica que o constitui. 16 17 MUDANÇA DO CENTRO DE GRAVIDADE F Sentido do movimento �s F Nesse caso, não há trabalho, pois o deslocamento se dá perpendicularmente à força F. 18 19 Trabalho de uma força Uma pessoa quer deslocar uma mala. Para isso, não basta que ela aplique uma força sobre a mala: essa força deve produzir o seu movimento (figura 18). Assim, se a pessoa fizer um grande esforço, mas a força que aplicar não for suficiente para mover a mala, do ponto de vista físico, não haverá traba- lho (figura 19). A realização de trabalho ocorre quando uma força produz o deslocamento de um corpo. Para isso, usa-se certa quantidade de energia, que é transferi- da para o corpo. O valor do trabalho é igual à energia transferida para realizá-lo. Quando a força (F) aplicada a um corpo e o deslocamento (∆s) que ela produz estão na mesma direção e no mesmo sentido, o trabalho, simbolizado pela letra grega τ (lê-se tau), pode ser calculado multiplicando-se a força pelo deslocamento. τ = F ⋅ ∆s Na qual: τ = trabalho; F = força aplicada no corpo; ∆s = deslocamento (s2 – s1). A unidade de medida de trabalho, no SI, é o joule (J), obtido quando a medida da força é em newtons (N) e a do deslocamento é em metros (m). Ciencias9_mod4_fisica.indd 23 12/7/15 10:09 AM 24 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Potência Subindo uma escada lenta ou apressadamente, a força aplicada realiza o mesmo trabalho? Nos dois casos, seu corpo é deslocado até a altura corres- pondente à altura dos degraus; a força é a mesma e o deslocamento também; portanto, o trabalho realizado é o mesmo, com gasto de mesma quantidade de energia. Então, por que é mais cansativo subir a escada correndo? Ao subir a escada, a rapidez influi em seu cansaço, e o que determina essa rapidez é a potência dos músculos. Quanto maior a potência, menor é o tempo gasto para realizar um trabalho. A potência (Pot) é calculada dividindo-se o trabalho (τ) pelo tempo (∆t) gasto em sua realização. No Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade de medida de po- tência é o watt (W), equivalente ao joule por segundo ( J/s). O horse-power (hp) foi a primeira unidade de medida de potência, defi- nida pelo inventor e engenheiro escocês James Watt (1736-1819). Essa uni- dade foi usada para comparar a potência desenvolvida por uma máquina a vapor com a de um cavalo (horse, em inglês). Um horse-power é equivalente a 746 W. Máquinas Levantar, empurrar, cortar, quebrar, abaixar, mudar de lugar, tudo isso é realizar trabalho. Para aumentar a eficiência desses processos, o ser humano criou aparatos denominados máquinas, cuja finalidade é diminuir o esforço necessário para a realização de trabalho.As máquinas são dispositivos por meio dos quais uma força, denomina- da potente, é usada para vencer outra força, chamada resistente. As duas têm intensidade, direção e sentido diferentes. Alguns tipos de máquinas simples são alavancas, planos inclinados, polias e engrenagens. A alavanca As alavancas (figuras 20 e 21) são barras rígidas que podem se mover sobre um ponto de apoio. Nas alavancas mostradas, são destacadas a força potente, a força resistente e o apoio. O plano inclinado O plano inclinado (figura 22) é uma das máquinas simples mais antigas desenvolvidas pelo ser humano. É constituído por uma superfície plana e inclinada, que forma um ângulo menor que 90º com a superfície horizontal sobre a qual se apoia. Ele é utilizado para alterar a energia potencial gravitacional dos cor- pos, ou seja, elevá-los ou descê-los em relação a um referencial, com maior facilidade. A abertura de uma lata com tampa metálica sob pressão, usando o cabo de uma colher, é um exem- plo de aplicação da alavanca. Nesse processo, o cabo da colher é posicionado entre a lata e a borda da tampa, que acaba sendo levantada quando a co- lher é forçada para baixo. C A R LO S L U V IZ A R I 20 Pot = τ ∆t Na qual: Pot = potência; τ = trabalho; ∆t = intervalo de tempo. Força resistente Força potente Ponto de apoio Ciencias9_mod4_fisica.indd 24 12/7/15 10:09 AM 25 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . D E F A B C Gangorra. Abridor de garrafas. Vassoura.Pedal de acelerador. Carrinho de mão. Força resistente Força resistente Força resistente Força resistente Força resistente Força potente Força potente Força potente Força potente Força potente Apoio Apoio Apoio Apoio Apoio Martelo. Força potente Apoio Observe que as figuras A e B têm os apoios localizados entre a força potente e a resistente. Já nas figuras C e D, o apoio está em uma extremidade da alavanca, e a força resistente, entre o apoio e a força potente. Nas figuras E e F, o apoio está em uma das extremidades, e a força potente, entre o apoio e a força resistente. 21 EXEMPLOS DE ALAVANCA Fo nt e: P E N T E A D O , P au lo C és ar M . F ís ic a: c on ce ito s e ap lic aç õe s. S ão P au lo : M od er na , 1 99 9. Professor: Recorde com os alunos que a energia potencial gravitacional de um corpo é proporcio- nal à altura em que esse corpo se encontra e à sua massa. Os planos inclinados são acessos mais longos, mas apresentam vantagens para subir e descer objetos. S TE V E C O LE /G E TT Y IM A G E S 22 τvertical = τplano inclinado, como ∆splano inclinado > ∆svertical, tem-se: Fvertical > Fplano inclinado. Quanto menor a inclinação, menor deverá ser a força aplicada. O plano inclinado aumenta a distância percorrida, mas diminui a força que deve ser aplicada para realizar a tarefa desejada. Como o deslocamento com o plano inclinado será maior que o desloca- mento para elevar um corpo verticalmente, a força necessária para realizar o trabalho no plano inclinado é menor que no movimento vertical, pois o trabalho é o mesmo. Força resistente Ciencias9_mod4_fisica.indd 25 12/7/15 10:09 AM 26 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . F = R 4 F = R 8 O sistema de polias O sistema de polias, assim como o plano inclinado, é um dispositivo uti- lizado para facilitar a alteração da energia potencial gravitacional dos corpos (elevação ou descida dos corpos). Ele é preferível ao plano inclinado quando as distâncias verticais são mais extensas. Com a ajuda de dispositivos que têm polias, é possível vencer a força resis- tente aplicando uma força potente de menor intensidade. Uma característica da polia móvel é que, quando aplicada, reduz a força potente necessária para o deslocamento de um corpo pela metade e, à medida que mais polias são acres- centadas, a força potente é sucessivamente reduzida pela metade (figura 23). A cada polia móvel, entretanto, é necessário puxar o dobro de corda para erguer o objeto à mesma altura. Ao final, o trabalho realizado para erguer a caixa é o mesmo (força menos intensa realizada com maior deslocamento). F = R 4 F = R 8 23 POLIAS SIMPLES E CONJUGADAS A cada polia móvel adicionada, a força necessária para manter o corpo em equilíbrio se reduz pela metade. Sistemas de transmissão A transmissão do movimento circular de uma roda (ou polia) para ou- tra pode mover uma série de máquinas mais complexas, como a bicicleta (figura 24), a motocicleta, o automóvel, a máquina de lavar roupas, o liqui- dificador, o trem e o relógio mecânico, entre muitas outras. C A R LO S L U V IZ A R I 24 A bicicleta apresenta uma corrente ligando o pedal à roda traseira. Conjugar. Unir, ligar. R R R R Polia fi xa R = Força resistente Polia fi xa Polia fi xa Polia fi xa F = R F = R 2 Ciencias9_mod4_fisica.indd 26 12/7/15 10:09 AM 27 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Os automóveis têm um conjunto de engrenagens cuja função é transmitir a força do motor para as rodas, transformando o mo- vimento circular de rotação do motor em deslocamento do veículo e de sua respectiva carga. Esse conjunto de engrenagens é a caixa de câmbio ou caixa de transmissão. Sentidos opostos ESQUEMA DE ENGRENAGENS EM CONTATO DIRETOESQUEMA DE ENGRENAGENS UNIDAS POR CORREIA Mesmo sentido Engrenagens Planetários e satélites Coroa Pinhão Semieixo Volante do motor Embreagem Eixo primário Alavanca (seletor de mudanças) Semieixo 2726 ENGRENAGENS EM CONTATO DIRETOENGRENAGENS UNIDAS POR CORREIA As engrenagens encontram-se em contato direto uma com a outra. Nesse caso, o sentido dos movimentos das duas engrenagens é oposto. Quando as engrenagens são unidas por correias denta- das ou por correntes, o sentido dos movimentos de am- bas é o mesmo. 25 ENGRENAGENS PRESENTES EM UM AUTOMÓVEL Quando se utilizam engrenagens, a correia é substituída por uma corrente ou por uma correia dentada. Desse modo, os dentes das engrenagens se en- caixam nos espaços existentes nos elos da corrente ou nos dentes da correia dentada (figura 26). No contato direto entre duas engrenagens, os dentes de uma devem se encaixar perfeitamente nos espaços existentes entre os dentes da outra (figura 27). Essa transmissão de movimento pode ser feita com uma correia lisa li- gando duas polias. Para diminuir a perda do movimento por patinação ou escorregamento, as polias podem ter dentes, sendo, nesse caso, chamadas engrenagens (figura 25). Ciencias9_mod4_fisica.indd 27 12/7/15 10:09 AM 28 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . ExperimentoExperimento Estudando a dinâmica Objetivo Verificar os princípios da dinâmica. Material • 2 carrinhos de brinquedo de massa próxima a 0,5 kg e rodas livres, que não apresentem proble- mas de rodagem • 2 elásticos que possam ser esticados até aproximadamente 1 m de comprimento• balança Procedimento 1. Amarre um dos elásticos na frente de um carrinho. Faça o mesmo com o segundo carrinho. Procure prender os elásticos o mais próximo possível de um eixo central dos carrinhos para que eles sejam puxados apenas para a frente e não para os lados. 2. Afaste os carrinhos até aproximadamente um metro de distância um do outro e coloque-os em sentidos contrários. Solte-os simultaneamente. Determine a posição de encontro dos car- rinhos. Repita o procedimento algumas vezes para melhorar a precisão da sua medida. 3. Amarre um corpo a um dos carrinhos aumentando sua massa e determine o ponto de encon- tro. Repita o experimento até obter uma boa precisão na medida. Elaborado com base em: Ciência Hoje na Escola. Rio de Janeiro: SBPC, 1998. v. 5. Interpretação 1 Compare as forças que impulsionam os carrinhos. Justifique. As forças aplicadas nos carrinhos devem ser iguais, segundo o princípio de ação e reação. 2 Qual foi a posição de encontro dos carrinhos com a mesma massa? Como você interpreta esse resultado? Os carrinhos devem ter se encontrado exatamente no meio do trajeto, pois a mesma força aplicada em massas iguais produz a mesma aceleração. 3 Qual foi a posição de encontro dos carrinhos no caso em que a massa de um deles é maior que a do outro? Como você interpreta esse resultado? O carrinho mais pesado deve ter percorrido um espaço menor, pois a mesma força aplicada em uma massa maior resulta em uma menor aceleração; logo, o carrinho mais leve foi mais veloz e percorreu um espaço maior. 4 Quais princípios da dinâmica estão envolvidos nesse experimento? Explique. Esse experimento envolve o princípio da ação e reação. Os carrinhos devem estar sob a ação da mesma força, a tração que sofrem do elástico. FR = m ∙ a, afinal, a aceleração do carrinho depende da força resultante que atua sobre ele e sua massa. Se o atrito sofrido pelos carrinhos for o mesmo, seu deslocamento relativo só dependerá da relação de massa entre eles. Ciencias9_mod4_fisica.indd 28 12/7/15 10:09 AM Atividades • 29 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . capítulos 1-2 Cap. 2 Cap. 2 Cap. 2 Cap. 2 Organize o conhecimento 1 Classifique as situações em relação ao tipo de força envolvida: força de campo ou força de contato. a) Os elétrons se movimentando ao redor do núcleo de um átomo. Força de campo (atração entre cargas elétricas). b) Um jogador chutando uma bola. Força de contato do pé com a bola. c) O movimento da agulha magnética de uma bússola. Força de campo (campo magnético da Terra). d) A presença de atmosfera na Terra. Força de campo (as moléculas do ar são atraídas gravitacionalmente pela Terra). e) O movimento dos moinhos de vento. Força de contato (choque das moléculas que compõem o ar e as pás do moinho). 2 Classifique as situações a seguir em relação às forças nelas atuantes: forças que produzem movi- mento ou forças que causam deformação. a) Atirar uma flecha em uma árvore utilizando um arco. Deformação do arco, movimento da flecha, deformação da árvore. b) Conduzir a bola de basquete, quicando-a pela quadra. Movimento e deformação da bola. 3 Observe a representação das forças no diagrama e responda. a) Quais têm a mesma intensidade? A, B, C e G; D, E e F. b) Quais têm a mesma direção? B, C e E; A, F e G. c) Quais têm o mesmo sentido? B e E; F e G. 4 Busque a definição para os conceitos abaixo. a) Barras rígidas que podem se mover sobre um ponto de apoio. Alavanca. b) Máquina simples constituída por uma superfície plana e inclinada, que forma um ângulo me- nor que 90° com a superfície horizontal sobre a qual se apoia. Plano inclinado. c) Dispositivo utilizado para facilitar a alteração da energia potencial gravitacional dos corpos (elevação ou descida dos corpos) quando as distâncias verticais são mais extensas. Sistema de polia. Professor: Para questões adicionais, consulte o Banco de Questões na Plataforma UNO. Ciencias9_mod4_fisica.indd 29 12/7/15 10:09 AM 30 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Atividades • capítulos 1-2 Cap. 2 Cap. 2 Cap. 2 Cap. 2 Cap. 2 Cap. 1 5 O que é inércia? É a tendência de todo corpo permanecer em repouso ou em movimento retilíneo uniforme até que uma força resultante não nula atue sobre ele. 6 Correlacione a grandeza física com sua unidade de medida de acordo com o SI. ( a ) Trabalho ( c ) N (newton) ( b ) Potência ( b ) W (watt) ( c ) Peso ( a ) J (joule) ( d ) Força ( d ) N (newton) 7 Classifique as afirmações a seguir em verdadeiras (V) ou falsas (F). ( V ) Para que um corpo exerça uma força sobre outro, não é necessário que os dois corpos este- jam em contato. ( F ) Para que uma força produza trabalho, basta que ela exerça alguma força. ( F ) A força de atração gravitacional que a Terra exerce sobre um corpo é sua massa. 8 Reescreva a(s) frase(s) falsa(s) da questão anterior, corrigindo-a(s). Para que uma força produza trabalho, basta que ela exerça alguma força que provoque deslocamento. A força de atração gravitacional que a Terra exerce sobre um corpo é seu peso. Aplique o que você aprendeu 1 Na Terra, um corpo em queda de uma grande altura apresenta, após certo tempo, uma velocidade constante e não acelera indefinidamente. Por quê? Por causa da resistência do ar. O corpo só aceleraria constantemente se estivesse em queda livre, ou seja, sem a presença do ar. 2 Observe a figura. D A C B 70 km/h 80 km/h 100 km/h 60 km/h Ciencias9_mod4_fisica.indd 30 12/7/15 10:09 AM 31 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Cap. 2 Cap. 2 Cap. 1 e 2 Determine as velocidades relativas percebidas em relação a cada carro por um observador que se encontra no carro A. Não esqueça de indicar se os carros estão se afastando ou se aproximando. O carro B aproxima-se com velocidade de 10 km/h, o carro D aproxima-se a 150 km/h e o carro C afasta-se a 30 km/h. 3 Determine a direção, a intensidade e o sentido da força resultante no bloco. 80 N 20 N 40 N A força resultante terá 20 N na direção e no sentido da força de 80 N. 4 Observe as figuras e responda às questões. a) Mantendo os calcanhares encostados na parede (I), a pessoa curva o corpo tentando tocar os pés com as mãos (II). O que acontece? Proponha uma explicação. A pessoa cai porque, quando curva o corpo, a direção da força peso, aplicada em seu centro de gravidade, passa fora de sua base de sustentação. b) A pessoa faz a mesma tentativa, mas sem estar encostada na parede. O que acontece nesse caso? Explique. Nesse caso, a pessoa não cai, porque, ao curvar o corpo sem estar encostada na parede, pode ir para trás, de maneira que a direção da força peso passe por sua base de sustentação. 5 Uma bola de boliche de 5 kg inicialmente em repouso adquire velocidade de 4 m/s em 2 s. Deter- mine a força resultante sobre a bola. I II a = 4 2 = 2 m/s2; FR = 5 ∙ 2 = 10 N. Ciencias9_mod4_fisica.indd 31 12/7/15 10:09 AM 32 Atividades • R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . capítulos 1-2 Cap. 2 Cap. 2 Cap.2 6 Determine. a) O trabalho realizado por João para erguer um caixote de 30 kg de massa do solo até uma altura de 2 m. Considere a aceleração da gravidade igual a 10 m/s2. P = m ⋅ g, logo, o peso do caixote é de 300 N. Assim, o trabalho realizado será: τ = 300 ⋅ 2 ⇒ τ = 600 J. b) Considere que Maria ergueu o mesmo caixote, só que utilizou uma polia móvel. O que mudou em relação ao esforço realizado por João? O trabalho foi o mesmo, pois o peso e o deslocamento do caixote não se alteraram. Maria, entretanto, aplicou metade da força empregada por João, além de ter tido mais conforto ao realizar o trabalho. 7 Um elevador, de massa total de 1.000 kg, sobe do térreo até o 18o andar de um prédio em 50 s. a) Determine o trabalho realizado pela máquina do elevador, considerando que a distância per- corrida é de 60 m. P = m ⋅ g ⇒ P = 10.000 N; τ = F ⋅ d ⇒ τ = 600.000 J ou 600 kJ. b) Determine a potência da máquina nessas condições. 8 Assista à animação Uma questão de gravidade, do Laboratório Virtual da USP (Labvirt), por meio do link <www.labvirt.fe.usp.br/simulacoes/fisica/sim_fis_questaogravidade.htm>. Durante a si- mulação, faça os cálculos da força peso do astronauta em cada planeta do Sistema Solar. Embo- ra Plutão não seja mais considerado planeta, ele ainda consta na simulação. Então, para chegar até o fim da atividade, será preciso fazer o cálculo considerando Plutão também. Depois, faça o que se pede. a) Ordene os planetas em ordem crescente da força peso encontrada em cada um. Plutão (embora não seja mais considerado planeta), Mercúrio, Marte, Vênus, Terra, Saturno, Urano, Netuno e Júpiter. Se o trabalho foi realizado em 50 s, então Pot ∙ 600 50 ⇒ Pot ∙ 12 kW ou 12.000 W. Professor: A animação indi- cada é sugerida para alunos da 1a série do Ensino Médio; porém, os alunos do 9o ano já têm conhecimentos sufi- cientes para compreender os assuntos tratados aqui. Professor: Os valores da força peso (em N) são, respectivamente: 88, 296, 304, 704, 800, 920, 936, 944, 2.112. Ciencias9_mod4_fisica.indd 32 12/7/15 10:09 AM 33 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Cap. 2 Cap. 2 Cap. 1 e 2 b) Qual relação pode ser estabelecida entre a gravidade e a velocidade de queda da maçã? Quanto maior a gravidade, maior a velocidade de queda da maçã. 9 Alguns atletas optam por raspar os pelos do corpo antes de competições importantes de na- tação. Algumas empresas de material esportivo desenvolveram roupas especiais prometendo aos atletas melhor desempenho. Explique o que os atletas buscam depilando o corpo ou utilizando tais roupas. Ambas as ações procuram diminuir o atrito do corpo do nadador com a água. No caso da depilação, elimina-se o atrito com os pelos, que é significativo em provas de alto desempenho. Já no caso das roupas, além de eliminarem o contato dos pelos com a água, o tecido de que são feitas apresenta menor resistência à passagem da água que a pele. 10 Considere um corpo de massa 100 kg. Consultando a tabela de aceleração da gravidade fornecida na página 20, determine o peso desse corpo na superfície dos planetas Terra e Marte. Terra: P = m ∙ g ⇒ P = 100 ∙ 9,80 ⇒ P = 980 N – Marte: P = m ∙ g ⇒ P = 100 ∙ 3,72 ⇒ P = 372 N Analise o que você viu 1 Leia o texto e responda às questões. Resistência do ar O ar e outros gases resistem a movimentos realizados “dentro” deles. É devido a isso que o paraquedas funciona: quando o paraquedista salta, ele é submetido a uma força de resistên- cia exercida pelo ar. Ela se manifesta como um vento forte para cima que vai aumentando à medida que o paraquedista cai. A velocidade de queda também aumenta até atingir um valor- -limite. Sabe-se que um paraquedista em queda livre atinge uma velocidade máxima em tor- no de 200 km/h. Porém, sem a força de resistência do ar ele atingiria velocidade muito maior: saltando de uma altura de 1.000 metros, chegaria ao chão com uma velocidade de 508 km/h. Quando o paraquedista abre o paraquedas, a força de resistência se torna muito maior devi- do ao formato e à área do paraquedas. Com isso, sua velocidade cai rapidamente, atingindo valores menores que 10 km/h, seguros o suficiente para uma aterrissagem tranquila. Se, nesse caso, a força de resistência é útil, há outras situações em que procuramos evitá-la. É o caso do projeto de carrocerias de automóveis. Talvez você já tenha ouvido frases do tipo “tal automóvel é mais aerodinâmico”. O que quer dizer isso? Quer dizer que, dependendo do formato que um veículo tiver, ele sofre uma força de resistência do ar maior ou menor. Professor: Aproveite a ques- tão para explicar aos alunos que a massa de um corpo não muda, pois se relaciona com a quantidade de matéria que forma esse corpo. Porém, o peso (que é a força de atração gravitacional sobre os corpos) depende do lugar onde o cor- po se encontra. Ciencias9_mod4_fisica.indd 33 12/7/15 10:09 AM 34 Atividades • R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . capítulos 1-2 Porém, a força de resistência não depende apenas do formato do objeto. Vários ou- tros fatores influem. Um deles é a área do objeto voltada para o movimento. Ela está relacionada ao tamanho do objeto: um paraquedas grande, por exemplo, sofrerá uma resistência maior que um pequeno. Um guarda-chuva, se usado como paraquedas, tem um efeito desastroso, porque sua área é muito pequena e a força de resistência será insuficiente para diminuir a velocidade de queda de uma pessoa até um valor seguro. (...) A velocidade relativa entre o fluido e o corpo também influi. Quanto maior for a velocidade do carro, maior é a força de resistência que ele sofre. Se um passageiro co- loca o braço para fora, sente um pequeno vento na mão quando a velocidade é baixa. Mas quando ela é alta, o vento empurra fortemente sua mão para trás. Essa é a força de resistência do ar, que aumenta com a velocidade. Evidentemente, se, além disso, houver um vento contrário, a velocidade relativa será maior. Por outro lado, um vento Os veículos mais modernos têm um formato mais aerodinâmico, ou seja, são capazes de “cortar” o ar de uma maneira mais eficaz, diminuindo sua resistência. Isso melhora o de- sempenho do veículo (velocidade final atingida) e economiza combustível, pois o motor não precisa de tanta força para manter a velocidade. O formato do carro é caracterizado por um número chamado coeficiente de arrasto aerodinâmico, indicado por Cx. Quanto menor o coeficiente, melhor a “aerodinâmica”. Normalmente, o Cx dos veículos varia entre 0,3 e 0,9. A tabela a seguir mostra o valor de Cx para vários formatos diferentes. * Valores médios de referência; o valor de Cx pode variar bas- tante em virtude de pequenas alterações no formato. VALOR DO COEFICIENTE DE ARRASTO AERODINÂMICO PARA ALGUNS FORMATOS Formato Descrição Cx* Formato Descrição Cx* Formato mais aerodinâmico 0,08 Caminhão 0,90 Carro esporte 0,25 Ciclista em competição 0,90 Semiesfera 0,38 Cubo 1,05 Carro de passeio 0,40 Placa quadrada 1,2 Esfera 0,47 Semiesfera (face plana frontal) 1,42 Ônibus 0,70 Motociclista 1,8 Cilindro vertical 0,90 Secção em C 2,3 Ciencias9_mod4_fisica.indd 34 12/7/15 10:09 AM 35 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Cap. 2 a) O texto afirma que a velocidade máxima atingidapor um paraquedista é de aproximadamente 200 km/h em queda livre. Como o paraquedista deveria posicionar seu corpo para atingir essa velocidade? E se ele quisesse que a velocidade máxima fosse a menor possível: como ele de- veria posicionar seu corpo? Explique. Para atingir a velocidade de 200 km/h, o paraquedista deveria posicionar-se verticalmente. A menor velocidade máxima ocorreria deitando-se horizontalmente com os braços abertos e as pernas afastadas. No primeiro caso, a resistência do ar seria mínima, devido à menor área na direção do movimento. No segundo, procura-se opor a máxima área ao movimento, maximizando a resistência. b) Quais são os fatores que interferem na força de resistência? O formato do objeto, a área do objeto voltada para o movimento, a velocidade relativa entre o fluido (ar) e o corpo e a densidade do próprio ar. c) Compare um caminhão, um ônibus e um carro de passeio, em função da força de resistência do ar, ao passarem pela mesma estrada com a mesma velocidade. Como as condições de densidade do ar e da velocidade são as mesmas, resta comparar os coeficientes de arrasto aerodinâmico e a área voltada ao movimento. Considerando a área seccional de um caminhão, de grande porte e carregado, maior que a de um ônibus, pode-se prever, pelos dados da tabela, que a força de resistência ao movimento de um carro será bem menor que a de um ônibus, que, por sua vez, será menor que a de um caminhão. 2 A Lei da Gravitação Universal foi formulada por Newton com base nos trabalhos de Galileu e Kepler. Siga as orientações do professor para realizar a atividade "Gravitação Universal". Professor: Lembre-se de que essa atividade exige conexão com a internet. favorável deverá ter descontada a sua velocidade no cálculo. Na verdade, um carro a 100 km/h movendo-se em um dia sem vento ou a 70 km/h contra um vento de 30 km/h estará submetido à mesma força. O mesmo vale para um carro em repouso sujeito a um vento frontal a 100 km/h. Finalmente, há um último fator que influi na intensidade da resistência do ar: a densidade do próprio ar (ou de outro fluido). A densidade do ar depende da tem- peratura e da pressão ambiente. Em locais de menor altitude, a pressão atmosférica é maior e o ar é mais denso e, portanto, oferece mais resistência ao movimento. O mesmo vale para locais onde a temperatura é menor: o ar se torna mais denso, di- ficultando mais o movimento através dele. Para o caso do ar na superfície da Terra, essas variações não são tão grandes quanto os outros fatores envolvidos na resis- tência do ar. Em outros casos, no entanto, a densidade do fluido irá desempenhar um papel fundamental. (...) Disponível em: <clickeaprenda.uol.com.br/portal/mostrarConteudo.php?idPagina=2578>. (Adaptado.) Acesso em: fev. 2015. TED Ciencias9_mod4_fisica.indd 35 12/7/15 10:09 AM R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 36 PROGRAMA Iniciação ao pensamento científico A queda dos “graves” A descoberta por Galileu Galilei da lei que rege a queda dos corpos foi importante para a física moderna. Para Aristóteles, uma força constante determinava um movimen- to uniforme, isto é, a ação de uma força motora produzia uma simples velocidade. Para muitos sábios antigos, entretanto, a queda dos corpos ocorria segundo um movimento acelerado. Galileu queria obter verificações experimentais das teorias físicas, mesmo que fossem as de Aristóteles. Galileu procurou medir a aceleração durante a queda dos corpos. A observação e a medida diretas do movimento de corpos em queda livre eram difíceis de realizar. Apesar do mito do experimento de lançar grandes objetos do alto da torre de Pisa, o experimento relatado por Galileu em seu “Discurso relativo a duas novas ciências” incluía uma esfera de bronze e um plano inclinado de madeira contendo um canal cuidadosamente escavado. Dessa maneira, Galileu pôde estudar o movimento dos corpos ao sofrerem uma aceleração mais gradual que a gravidade, faci- litando as medidas de tempo. Uma vez o plano instalado, Galileu fez o globo de bronze rolar sobre o canal e mediu o tempo gasto nesse percurso: enquanto o globo descia todo o comprimento; até a metade do comprimento; até um quarto do comprimento; até dois terços do comprimento, en- tre outras distâncias. Repetindo exaustivamente as medidas, pôde constatar que, ao contrário do que se acreditava até então, a queda dos corpos não se fazia segundo um movimento acelerado, mas sim segundo um movimento uniformemente acelerado, ou seja, a aceleração do corpo era constante. Os experimentos foram repetidos variando-se a inclinação do plano, observando-se um aumento da aceleração com o aumento da inclinação, mas sempre uma aceleração constante para cada inclinação. Conforme enunciado por Galileu: “Um móvel, partindo do repouso, cai em mo- vimento uniformemente acelerado, ou seja, os espaços percorridos pelo corpo guardam proporção com o quadrado dos tempos decorridos nas quedas”. Com esse experimento, aparentemente muito simples, Galileu fundou a metodologia científica moderna. Substituiu a abordagem qualitativa de Aristóteles por uma abordagem quantitativa e descritiva dos fenômenos naturais. RIVAL, Michel. Os grandes experimentos científicos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997. p. 15-17. Responda às questões. 1 Discuta quais eram as dificuldades em verificar a lei da queda dos corpos a partir da queda livre de um corpo. Quais foram as vantagens em realizar o experimento utilizando um plano inclinado? O tempo de queda é muito curto, acarretando erro de medidas; além disso, a resistência do ar influenciaria os resultados. Após determinado tempo de queda, devido à resistência do ar, a velocidade passa a ser constante. Com o plano inclinado, pode-se aumentar o tempo de queda, pois a aceleração imprimida ao corpo é relativamente pequena. Com velocidades menores, a ação da resistência do ar é menor, podendo ser desprezada. 2 Qual é o resultado esperado para o experimento proposto e executado por Galileu caso a queda de um corpo ocorresse em velocidade constante? Assim que o corpo atingisse a velocidade máxima, o tempo de queda seria diretamente proporcional à distância percorrida. Haveria, entretanto, um momento de aceleração entre o estado de repouso e a velocidade máxima atingida. 3 Qual é o resultado esperado para o experimento proposto e executado por Galileu caso a queda de um corpo ocorresse com aceleração sempre crescente? Não seria verificada uma razão de proporcionalidade entre o tempo de queda e a distância percorrida pela esfera. Galileu Galilei (1564-1642). LI B R A R Y O F C O N G R E S S Ciencias9_mod4_fisica.indd 36 12/7/15 10:09 AM R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 3737 4 Suponha que, em determinada inclinação, Galileu tenha verificado que a esfera de bronze percor- reu 12 m da rampa em 2 s de queda. Determine a distância percorrida caso o tempo de queda, para a mesma inclinação, fosse de: a) 1 s. Se 12 = 1 e 22 = 4, a distância será quatro vezes menor, ou seja, d = 3 m. b) 4 s. Se 42 = 16 e 22 = 4, a distância será quatro vezes maior, ou seja, d = 12 ∙ 4 ⇒ d = 48 m. 5 Suponha que, em determinada inclinação, Galileu tenha verificado que a esfera de bronze percor- reu 4 m da rampa em 1 s de queda. Determine o tempo de queda caso a distância percorrida, para a mesma inclinação, fosse de: a) 16 m. Se a distância aumentou quatro vezes, o tempo aumentará duas vezes (raiz quadrada de 4), ou seja, t = 2 s. b)1 m. Se a distância diminuiu quatro vezes, o tempo diminuirá duas vezes (raiz quadrada de 4), ou seja, t = 0,5 s. 6 Seria possível, com o experimento proposto por Galileu, verificar que a lei do movimento de que- da de um corpo independe de sua massa? Elabore a descrição desse experimento, ressaltando os cuidados experimentais necessários. Professor: Utilize esferas de mesmo tamanho feitas de materiais diferentes, com den- sidades e, portanto, massas diferentes. O atrito das esferas com a calha deve ser mínimo, podendo ser desprezado. Ciencias9_mod4_fisica.indd 37 12/7/15 10:09 AM 38 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . H27 H2 H9 PROGRAMA Trabalhando habilidades Professor: Trabalhe os ci- clos biogeoquímicos e sua importância para os seres vivos, os polímeros natu- rais (macromoléculas) e o fato de o nitrogênio ser o gás em maior quantidade na atmosfera, abordan- d o t a m b é m a s a p l i c a - ções econômicas desse elemento: produção de atmosfera inerte para pre- servar metais, eletrônicos e alimentos (como agente congelante) e produção de amônia. Professor: Trabalhe a defi- nição de polímero. Comen- te a existência de polímeros naturais (DNA, proteínas, carboidratos, borracha na- tural e âmbar) e polímeros artificiais (PVC, goma-laca, raiom, viscose, PET, Teflon e silicone); o significado da palavra “plástico”, adjetivo que indica “a capacidade de ser moldado”; e as im- plicações ambientais do uso indiscriminado desses materiais. QUÍMICA 1 Durante o desenvolvimento das civilizações aconteceram inúmeras descobertas que mudaram o rumo da História. Algumas dessas descobertas ocorreram quando os seres humanos aprenderam a produzir objetos usando metais. No século XX, também houve uma importante descoberta que mudou muito o modo de produção das sociedades industriais: o plástico. a) Explique como o plástico mudou nossa vida. Os plásticos fazem parte da maioria dos objetos do cotidiano da vida moderna. Hoje, quase tudo que nos rodeia tem pelo menos um componente plástico, do computador à roupa que vestimos. Os plásticos são versáteis, práticos, leves e econômicos. b) Quais são os problemas causados ao meio ambiente pelos plásticos? A elevada produção de lixo, porque a grande maioria dos objetos plásticos é descartável (embalagens, utensílios domésticos e outros). Além disso, os plásticos demoram em média 500 anos para se decompor e sua queima libera materiais tóxicos. c) O plástico é um polímero derivado do petróleo. É correto utilizarmos o petróleo, recurso não reno- vável, para a produção de plásticos sabendo que o destino final deste material é o lixo? O plástico só pode ser considerado lixo se não houver a preocupação com a reciclagem; portanto, podemos utilizá-lo desde que a sociedade seja conscientizada sobre o uso desse material. 2 Observe o esquema ao lado e responda às questões. a) O esquema mostra de maneira simplificada o ciclo de que elemento químico? O esquema mostra o ciclo do elemento químico nitrogênio (N). b) Que informação, dada pelo esquema, permite identificar esse elemento químico? O elemento químico nitrogênio é fixado biologicamente por bactérias e cianobactérias. c) Cite duas classes de macromoléculas presentes nos seres vivos que contenham esse elemento químico. Proteínas e ácidos nucleicos (DNA e RNA) são macromoléculas orgânicas que contêm nitrogênio em sua composição química. 3 Leia o texto e responda.H9 É certo que a maior parte do gás carbônico lançado na atmosfera se deve ao uso de com- bustíveis fósseis. Uma boa parcela, porém, é causada pela queima das florestas tropicais. As árvores têm carbono, que vai para o ar quando elas são queimadas. Todos os anos, o Nestas páginas, você vai trabalhar as habilidades 2, 9, 12 e 27 da Matriz de Referência de Ciências da Natureza e suas Tecnologias do Enem. Para saber mais sobre elas, consulte a Matriz Geral de Habilidades na Plataforma UNO. atmosfera vegetais animais Bactérias Ciencias9_mod4_fisica.indd 38 12/7/15 10:09 AM 3939 H12 Por que a queima de combustíveis fósseis e de árvores produz o aumento de gás carbônico (CO 2 ) na atmosfera? De onde vêm os átomos de carbono (C) que formam as moléculas de CO 2 ? Os combustíveis fósseis são o carvão e o petróleo. O carvão é formado de átomos de carbono (C) e o petróleo de hidrocarbonetos, que são moléculas contendo átomos de carbono (C) e de hidrogênio (H). Na queima desses combustíveis, suas moléculas reagem com o oxigênio do ar (O2); os átomos de carbono (C) formam gás carbônico (CO2), que vai para o ar. A madeira das árvores é formada principalmente por celulose, cujas moléculas têm muitos átomos de carbono (C). Na queima da madeira, esses átomos de carbono vão para o ar, na forma de gás carbônico (CO2). 4 O aumento da produtividade agrícola e o desejo de toda a sociedade não podem ameaçar a saúde das pessoas e do meio ambiente. Isso tem sido uma preocupação da chamada agricultura orgânica. Essa agricultura difere enormemente da convencional porque: a) os produtos obtidos são menores e mais caros que os da agricultura convencional, o que não motiva o consumo dos primeiros, mesmo sendo melhores para a saúde. b) essa agricultura envolve o emprego de técnicas integradas que preservam o ambiente, aprovei- tando os recursos da propriedade rural e interferindo o mínimo no equilíbrio ecológico. c) sem o uso dos agrotóxicos os agricultores ficam menos expostos à contaminação, mas, em con- trapartida, o solo fica mais empobrecido. d) utiliza o rodízio de culturas e a engenharia genética, técnicas não usadas na agricultura convencional. Autoavaliação Reúnam-se em grupos e façam as atividades a seguir. 1 Busquem na Matriz Geral de Habilidades o texto das habilidades trabalhadas nas questões. Em segui- da, identifiquem quais habilidades são trabalhadas em cada questão. 2 Vocês consideram importante trabalhar essas habilidades? Por quê? Resposta pessoal. 3 Compartilhem as estratégias de resolução das questões e como cada um resolveu a(s) dificudade(s) que encontrou. Resposta pessoal. Professor: Explore com os alunos a importância de cada questão. Questão 1 – Caracterizar materiais, como o plástico, e as consequên- cias ambientais de seu uso, e associar o desenvolvimento tecnológico à solução de problemas, como ocorreu a partir do uso do plástico. Questão 2 – Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos e as implicações da queima de combustíveis fósseis no ciclo do car- bono. Questão 3 – Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos e as implicações da queima de combustíveis fósseis no ciclo do carbono. Questão 4 – Avaliar os impactos ambientais decorrentes de atividades agrícolas que apresentam interesses contraditórios. Professor: Ressalte que muitas pessoas desconhe- cem o perigo dos agrotó- xicos usados na agricultura convencional e que, embo- ra o seu uso faça com que o solo seja mais produtivo, os agrotóxicos são menos indi- cados; além disso, diga que os pesquisadores têm tra- balhado para encontrar téc- nicas que ao mesmo tempo sejam eficientes e não agri- dam o meio ambiente e a saúde das pessoas. ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios; H2 – Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico. Questão 2, H9 – Compreendera importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações nesses processos. Questão 3, H9 – Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações nesses processos. Questão 4, H12 – Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios. Professor: Trabalhe o ciclo do carbono, a fotossíntese e questões ambientais. As últimas provas do Enem têm dado grande ênfase à questão ambiental, princi- palmente às implicações decorrentes da queima de combustíveis fósseis. planeta perde uma área de floresta do tamanho do Ceará. Se essa destruição continuar, em 40 anos não haverá mais florestas tropicais sobre a Terra. E o desaparecimento de uma grande quantidade de árvores significa mais gás carbônico na atmosfera e, consequente- mente, menos oxigênio. BENNET, Paul. Uma incrível máquina de reciclagem. São Paulo: Moderna, 1995. (Coleção Desafios.) Professor: Explique aos alu- nos as habilidades trabalha- das. Questão 1, H27 – Avaliar propostas de intervenção no meio Ciencias9_mod4_fisica.indd 39 12/7/15 10:09 AM 40 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . FÍSICA 1 Um motorista de massa m = 60 kg, dirigindo seu automóvel numa via pública, inesperadamente perde o controle do carro, colidindo frontalmente com um poste. Na hora da colisão, o carro estava a 90 km/h e, com o impacto, o carro para bruscamente em 1 segundo. Se o motorista estiver com o cinto de segu- rança, este, amortecendo o impacto, faz com que o corpo do motorista pare em 5 segundos. Calcule a força média que atua no motorista nas duas situações: sem o uso do cinto e usando o cinto. Compare os resultados nos dois casos. Quantas vezes a força do impacto diminui com o uso do cinto? Dado : F 3 t = mv f – mv i ; F = força (N), t = tempo (s), m = massa do corpo (kg), v = velocidade (m/s) vi = 90 km/h = 25 m/s F 3 t = mvf – mvi; vf = 0. O veículo para no final da colisão e F tem sinal negativo, sentido oposto ao movi- mento. Sem o cinto: F 3 1 = 0 – 60.25; Em módulo: F = 1.500 N. Com o cinto: F 3 5 = 0 – 60.25; Em módulo F = 300 N. A força diminui 5 vezes, exatamente o tempo que demora para o impacto. 2 Para suspender um peso de 30 kg até uma plataforma a 10 m do solo, Felipe tem duas opções: erguer o peso com auxílio de uma rolda- na, ou empurrá-lo por uma rampa, conforme o esquema. (Considere g = 10 m/s2.) a) Determine o trabalho necessário para erguer o peso até a plataforma. P = 300 N, logo, τ = 3.000 J ou 3 kJ. 5 m 10 m 30 kg 13 m 13 m 12 m Professor: Neste exercício, embora o aluno não conhe- ça a fórmula para o cálculo, ele não terá dificuldade em aplicá-la. Você poderá trabalhar a transformação de unidades, importantes na Física, e a lei de inércia (Primeira Lei de Newton). Enfatize a importância do uso do cinto de segurança, hoje já obrigatório por lei, para os ocupantes dos ban- cos dianteiros e traseiros dos automóveis, além de outros equipamentos de segurança, como as cadeiri- nhas e bancos de elevação para crianças. Professor: Neste exercício, são trabalhados os concei- tos de força peso, força de atrito, trabalho e velocida- de, assim como o uso da roldana, uma máquina que diminui o esforço na realiza- ção de uma tarefa como er- guer ou transportar objetos. H17 H17 H2 H20 Nestas páginas, você vai trabalhar as habilidades 2, 3, 17 e 20 da Matriz de Referência de Ciências da Natureza e suas Tecnologias do Enem. Para saber mais sobre elas, consulte a Matriz Geral de Habilidades na Plataforma UNO. PROGRAMA Trabalhando habilidades Ciencias9_mod4_fisica.indd 40 12/7/15 10:09 AM 4141 Professor: Explore com os alunos a importância de cada questão. Questão 1 – Interpretar a linguagem simbólica e, principalmente, caracterizar as causas e os efeitos das colisões de veículos, valorizando o uso dos equipamentos de segurança. Questão 2 – Relacio- nar informações físicas representadas simbolicamente, como o uso de roldanas sugerido na imagem, e associá-las com a solução de problemas de transporte, por exemplo. Questão 3 – Confrontar a interpretação do senso comum, como a utilizada na música, com a interpretação científica de ano-luz. Professor: Explique aos alunos as habilidades trabalhadas. Questão 1, H17 – Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, química ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, noções matemáticas ou linguagem simbólica; H20 – Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes. Questão 2, H17 – Relacionar informações apre- sentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, química ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, noções matemáticas ou linguagem simbólica; H2 – Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico. Questão 3, H3 – Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas. b) Considere a possibilidade de Felipe levar o peso arrastando-o pela rampa. Explique por que essa condição resultaria em uma aplicação de trabalho superior ao calculado no item a. Proponha um método para utilizar a rampa de maneira mais eficiente. Se for arrastar o peso, além do esforço de levá-lo para cima, Felipe terá de vencer a força de atrito do peso com o solo. Ele pode utilizar um carrinho. Se o atrito para as rodas girarem for desprezível, o trabalho será um pouco superior a 3 kJ, dependendo da massa do carrinho. 3 Leia o trecho da música abaixo e, depois, responda à questão. Seu olhar (Gilberto Gil, 1984) Na eternidade Eu quisera ter Tantos anos-luz Quantos fosse precisar Pra cruzar o túnel Do tempo do seu olhar Professor: Trabalhe as uni- dades de medida na Física e sua importância. Relacione-as com os instrumentos usados hoje para localização, como o GPS. H3 Gilberto Gil usa na letra da música a palavra composta anos-luz. O sentido prático, em geral, não é obrigatoriamente o mesmo que na ciência. Na física, um ano-luz é uma medida que relaciona a veloci- dade da luz e o tempo de um ano e que, portanto, se refere a: a) tempo. b) aceleração. c) distância. d) velocidade. e) gravidade. Autoavaliação Reúnam-se em grupos e façam as atividades a seguir. 1 Busquem na Matriz Geral de Habilidades o texto das habilidades trabalhadas nas questões. Em segui- da, identifiquem quais habilidades são trabalhadas em cada questão. 2 Vocês consideram importante trabalhar essas habilidades? Por quê? Resposta pessoal. 3 Compartilhem as estratégias de resolução das questões e como cada um resolveu a(s) dificudade(s) que encontrou. Resposta pessoal. Ciencias9_mod4_fisica.indd 41 12/7/15 10:09 AM 42 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Ciencias9_mod4_fisica.indd 42 12/7/15 10:09 AM 43 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Ciencias9_mod4_fisica.indd 43 12/7/15 10:09 AM 44 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Ciencias9_mod4_fisica.indd 44 12/7/15 10:09 AM 45 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Ciencias9_mod4_fisica.indd 45 12/7/15 10:09 AM 46 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Ciencias9_mod4_fisica.indd 46 12/7/15 10:09 AM 47 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Ciencias9_mod4_fisica.indd 47 12/7/15 10:09 AM 48 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Para saber mais R E P R O D U Ç Ã O R E P R O D U Ç Ã O Para ler • A atmosfera terrestre, de Mario Tolentino, Romeu C. Rocha-Filho e Roberto Ribeiro da Silva. São Paulo: Moderna, 2004. (Coleção Polêmica.) Os autores procuram analisar a estrutura e a composição da atmosfera para a vida na Terra e também destacar seu valor. • Plástico: bem supérfluo ou mal necessário?, de Eduardo Leite do Canto. São Paulo: Moderna, 2004. (Coleção Polêmica.) Nesse livro, o autor relata a história dos plásticos, distingue os materiais, os tipos de indústria e as inúmeras formas pelas quais são produzidos. • A ciência no cotidiano: como aproveitar a ciência nas atividades do dia a dia, de Len Fisher. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. Em meio a casos engraçados e explicações precisas, o autor propõe uma forma divertida e acessível de compreender como as leis da ciência tornam possíveis pequenos atos do dia a dia. • Newton e a gravitação, de Steve Parker. São Paulo: Scipione, 1998. Esse livro contém a biografia de Newton, um dos personagens mais importan- tes da história das ciências naturais, e suas descobertas mais importantes. Para navegar • Revista eletrônica do Departamento de Química (UFSC) (http://qmc.ufsc.br) O link “era dos plásticos” conta o que são e como são produzidos os polí- meros mais comuns. • Química, vida e ambiente – SBQ-Ensino (http://qnint.sbq.org.br/qni) Nesse endereço, é possível encontrar diversos textos e estudos sobre Química. • Simulações de mecânica (www.walter-fendt.de/ph14br) Nesse endereço, há diversos simuladores sobre alavanca, polia, ação de forças, entre outros estudos afins. • Ensino de Física on-line – e-física (http://efisica.if.usp.br/mecanica) Esse endereço permite um estudo da Física on-line, com diversos conceitos e simulações de mecânica. 978-85-8247-433-4 49016978 Ciencias9_mod4_fisica.indd 48 12/7/15 10:09 AM