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PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Apresentar os principais aspectos funcionais do sistema 
digestório, bem como suas subdivisões.
• Estudar, do ponto de vista morfológico e funcional, as 
estruturas anatômicas que formam o tubo digestório e 
os órgãos anexos.
Função geral e divisão 
do sistema digestório
Órgãos do 
sistema digestório
Órgãos anexos
Dra. Carmem Patrícia Barbos
Sistema Digestório
Função Geral e Divisão 
do Sistema Digestório
Prezado(a) aluno(a), você há de concordar comi-
go que comer é muito bom! Quem não aprecia 
aquele sanduíche com batatas fritas? Ou quem 
sabe, você prefere aquela salada ou mesmo aquele 
churrasco? De qualquer forma e independente de 
suas preferências, comer é essencial à vida.
O que acontece com os alimentos que ingeri-
mos? Por que a saciedade que sentimos quando 
comemos macarrão é diferente daquela quando 
comemos feijoada? Por que alguns alimentos en-
gordam e outros são tão adequados à saúde? Além 
disso, qual o trajeto dos alimentos ao adentrar 
nosso sistema digestório e como cada estrutura 
que o forma age?
A fim de responder essas e outras pergun-
tas, estudaremos esse sistema. Isto é importante, 
pois, enquanto profissional da saúde, você pre-
cisa estar atento porque muitos distúrbios ali-
mentares (anorexia e bulimia) podem aparecer 
nos pacientes, podendo interferir no protocolo 
de tratamento eleito pelo terapeuta.
139UNIDADE 3
Para o alimento ser útil, deve percorrer o sis-
tema digestório, permanecer tempo suficiente em 
cada estrutura e ser submetido a secreções. Assim, 
os órgãos deste sistema são adaptados à preensão 
do alimento, mastigação, deglutição, digestão, ab-
sorção dos nutrientes e expulsão de resíduos.
O texto, a seguir, será fundamentado em au-
tores como Dangelo e Fattini (2011), Moore et al. 
(2014), Miranda Neto e Chopard (2014) e outros. 
A nomenclatura está atualizada (CFTA, 2001), 
mas é necessário que você utilize um atlas de ana-
tomia como Narciso (2012), Rohen, Yokochi e 
Lütjen-Drecoll (2002) e outros.
Nosso objetivo é descrever aspectos relevantes 
deste sistema e suas relações com os outros. Não 
se esqueça de que o profissional da saúde precisa 
conhecê-lo, pois, ele garante o fornecimento de 
energia para os músculos. 
Função do Sistema Digestório
Como o próprio nome já diz, o sistema digestório 
tem como principal função realizar a digestão 
suprindo os seres vivos de nutrientes e realizando 
a eliminação de substâncias não úteis ao orga-
nismo (como os restos do metabolismo celular) 
(DANGELO; FATTINI, 2011).
Não se esqueça de que, para isso, suas estru-
turas devem ser capazes de realizar apreensão do 
alimento (ou seja, colocar o alimento em contato 
com a primeira porção desse sistema - a boca), a 
mastigação (totalmente dependente dos dentes 
superiores e inferiores), a deglutição (da qual par-
ticipam várias estruturas como a língua que im-
pulsiona o alimento e a faringe que inicia os movi-
mentos peristálticos), a digestão propriamente dita 
(que ocorre principalmente na boca, no estômago 
e duodeno), a absorção dos nutrientes e da água 
dos alimentos (da qual participa o intestino delga-
do e grosso) e a expulsão dos resíduos eliminados 
sob a forma de fezes (função do intestino grosso). 
140 Sistema Digestório
Divisão do Sistema Digestório
O sistema digestório divide-se em duas porções 
principais: o canal alimentar e os órgãos ane-
xos. O canal alimentar é constituído por órgãos 
situados na cabeça, no pescoço, no tórax, no 
abdome e na pelve. Por ele o alimento transita e 
sofre o processo de digestão propriamente dito. 
Inicia na cavidade oral, inclui a faringe, o esôfa-
go, o estômago, o intestino delgado e o intestino 
grosso (o qual se abre para o meio externo por 
meio do ânus). Por isso, alguns autores como 
Dangelo e Fattini (2011) salientam que o canal 
alimentar é aberto em suas duas extremidades 
(boca e ânus) de forma que a luz pela qual o 
alimento transita pode ser considerada parte 
do meio externo.
Já os órgãos anexos são estruturas nas quais 
o alimento não transita, mas que são essenciais 
ao processo de digestão uma vez que produzem 
secreções com caráter digestivo. Eles incluem as 
glândulas salivares (que produzem saliva rica em 
amilase salivar, uma enzima que degrada amido), 
o fígado (que produz bile para degradação da 
gordura) e o pâncreas (que produz o suco pan-
creático para degradar gordura).
Boca
Glândulas salivares
Esôfago
Estômago
Pâncreas
Intestino
grosso
ÂnusReto
Apêndice
vermiforme
Intestino
delgado
Vesícula
biliar
Fígado
Figura 1 - Órgãos do sistema digestório
141UNIDADE 3
Órgãos do 
Sistema Digestório
Boca
A boca é a primeira porção do canal alimentar. 
Suas funções incluem apreensão do alimento, a 
mastigação, a deglutição, a percepção dos sabores 
dos alimentos, a digestão e a fonação. Apreensão 
é de fato responsabilidade da boca por meio dos 
lábios superiores e inferiores. Já as outras funções, 
são exercidas indiretamente por ela. Por exemplo, 
a mastigação, embora ocorra na boca, depende da 
atuação dos dentes, os quais, a partir de ação me-
cânica, modificam fisicamente os alimentos para 
diminuir seu tamanho e aumentar sua superfície 
para que os alimentos fiquem expostos aos agen-
tes da digestão química (as enzimas). 
De igual modo, embora a deglutição ocorra 
a partir da boca, ela depende da ação da língua; 
a percepção dos sabores dos alimentos também 
depende das papilas da língua e a digestão só 
ocorre a partir da atuação da amilase salivar. 
Além disso, a boca é essencial à emissão da voz 
uma vez que faz parte do aparelho fonador (MI-
RANDA NETO; CHOPARD, 2014).
A boca comunica-se com o meio externo por 
meio da rima da boca (uma fenda anterior for-
142 Sistema Digestório
mada pela junção dos lábios superior e inferior). Posteriormente, 
ela se comunica com a parte oral da faringe por meio de istmo da 
garganta. Assim, enquanto os lábios representam seu limite anterior, 
o istmo da garganta representa seu limite posterior. Além disso, as 
bochechas representam seu limite lateral, o palato duro e mole seu 
limite superior e os músculos do assoalho da boca seu limite inferior.
Ela é dividida em duas porções, o vestíbulo da boca e a cavi-
dade própria da boca ou cavidade oral. O vestíbulo da boca é o 
espaço anterior da boca no qual você pode passar sua língua. Ele 
fica entre lábios e bochechas (anteriormente), e gengiva e dentes 
(posteriormente). Nessa região é possível visualizar a face externa 
da gengiva e dos dentes e, se você puxar os lábios, também dá para 
ver o freio do lábio superior, o freio do lábio inferior e os freios 
laterais (estes freios servem para restringir a mobilidade dos lábios; 
algumas pessoas colocam piercing neles).
Já a cavidade oral é constituída pelo restante da cavidade da 
boca, ou seja, é o espaço interno ocupado pela língua. Nesta região, 
além da língua, é possível visualizar a face interna da gengiva e dos 
dentes. Nela as glândulas salivares lançam a saliva.
Lábios
Os lábios são duas pregas mus-
culofibrosas compostas pelo 
músculo orbicular da boca 
e cobertas por uma pele fina 
e sensível. Embora apresen-
tem os freios (como vimos a 
pouco), eles têm mobilidade. 
Apresentam glândulas saliva-
res labiais e são muito irrigados 
(por isso, qualquer corte, por 
menor que seja, pode sangrar) 
(WATANABE, 2000).
Como visto anteriormente, 
os lábios superior e inferior se 
unem formando uma fenda an-
terior chamada rima da boca 
e nos lados direito e esquerdo 
(nos “cantinhos” da boca) estão 
as comissuras labiais ou ângu-
los da boca.
Bochechas
As bochechas têm estrutura 
quase igual à dos lábios. Na 
verdade, são contínuas a eles e 
representam a parede móvel da 
cavidade oral (FREITAS, 2004).Sua composição é cutâneo-
-músculo-mucosa, ou seja, de 
fora para dentro apresenta pele, 
músculo e mucosa. Seu princi-
pal músculo é o bucinador e 
entre este músculo e a mucosa, 
existem várias pequenas glân-
dulas bucais.
Lábio superior
Palato mole
Lábio inferior
Figura 2 - Boca
143UNIDADE 3
Acima do músculo bucinador existe um tecido 
gorduroso chamado corpo adiposo da bochecha. 
Esse corpo é maior em crianças (isso explica o fato 
da maioria das crianças serem “bochechudas” e, 
por isso, sentimos uma vontade quase incontro-
lável de apertá-las).
reito e esquerdo). Esses quatro ossos se unem por 
meio de suturas (a sutura palatina mediana une 
as maxilas e a sutura palatina transversa une as 
maxilas aos ossos palatinos).
Essa região tem coloração rósea devido à vas-
cularização menos intensa do que a do palato 
mole (o qual é mais avermelhado). Além disso, 
a mucosa que reveste o palato duro fica intima-
mente em contato com o periósteo que reveste 
seus ossos, podendo inclusive ser chamada de 
mucoperiósteo.
No palato duro, além dos processos alveolares 
que alojam os dentes da maxila, localizam-se 
importantes forames pelos quais artérias, veias 
e nervos passam. O forame incisivo, por exem-
plo, fica atrás dos incisivos centrais e permite 
a passagem do nervo nasopalatino que inerva 
a região anterior do palato. Esse forame ímpar 
é recoberto pela papila incisiva (uma saliência 
bem perceptível ao passar a língua sobre ele). 
Outros forames do palato duro incluem o 
forame palatino maior (por onde passa o ner-
vo palatino maior que inerva a região posterior 
do palato duro) e os forames palatinos menores 
(por onde passam os nervos palatinos menores 
que inervam o palato mole). Além disso, a região 
anterior do palato duro apresenta as pregas pa-
latinas transversas que servem como ponto de 
apoio à língua e para a fixação do alimento du-
rante a mastigação em indivíduos desdentados.
Já o palato mole é constituído por cinco mús-
culos principais (músculo da úvula, músculo 
palatoglosso, músculo palatofaríngeo, músculo 
tensor do véu palatino e músculo levantador do 
véu palatino). Não se preocupe em memorizar 
esses músculos porque eles atuam na deglutição 
(elevando o palato para que o alimento não re-
flua em direção à cavidade nasal) e, por isso, são 
estudados, principalmente, pelos fonoaudiólogos 
e otorrinolaringologistas.
Palato
O palato é uma região composta, principalmente 
de osso, músculo e mucosa que fica interposta 
entre a cavidade nasal e a cavidade oral. Assim, 
pode-se afirmar que o palato representa o assoa-
lho da cavidade nasal e o teto da cavidade oral. 
Por isso, sua face superior (voltada ao nariz) é 
recoberta por mucosa respiratória e sua face infe-
rior (voltada à boca) é recoberta por mucosa oral 
repleta de glândulas palatinas (MADEIRA, 2001).
Sua região anterior é predominantemente ós-
sea e imóvel sendo por isso chamada de palato 
duro. Ao contrário, sua região posterior é predo-
minantemente muscular e com relativo movi-
mento sendo assim chamada de palato mole. O 
palato duro é formado pela junção das maxilas 
(direita e esquerda) com os ossos palatinos (di-
O M. Bucinador é o principal 
músculo na constituição da 
bochecha
Figura 3 - Bochecha
144 Sistema Digestório
Vale ressaltar que na região 
mediana do palato mole pro-
jeta-se uma saliência chamada 
úvula palatina (popularmente 
conhecida como “campainha” 
ou “sininho”) lateralmente à qual 
saem duas pregas (o arco palato-
glosso e o arco palatofaríngeo). 
Entre esses arcos há um espaço 
chamado fossa tonsilar o qual 
é ocupado pela tonsila palatina 
(popularmente conhecida como 
“amídala” ou “amígdala”).
Palato duro
Palato mole
Istmo das Fauces
Representa o limite posterior da boca, ou seja, onde acaba a boca e começa a faringe (MADEIRA, 2001). 
O istmo das fauces é um espaço compreendido entre a úvula palatina (superiormente), os arcos palato-
glossos (lateralmente) e o dorso da língua e a cartilagem epiglótica da laringe (inferiormente).
Tonsila faríngea
Tonsila
palatina
Tonsila
lingual
Figura 5 - Istmo das fauces
Figura 4 - Palato duro e mole
145UNIDADE 3
Língua
A língua é um órgão muscular, móvel, revestido por 
mucosa, com importante função na mastigação, na 
deglutição, como órgão gustativo e fonador. Sua 
extremidade mais afilada e anterior é chamada de 
ápice, suas regiões laterais são as margens laterais 
e sua região inferior é a face inferior (MADEIRA, 
2001).
Ela se situa parcialmente na cavidade oral e par-
cialmente na faringe (na porção oral da faringe). 
Assim, a língua estende-se até a epiglote e com ela 
apresenta três pregas mucosas: prega glossoepi-
glótica mediana, prega glossoepiglótica lateral di-
reita e prega glossoepiglótica esquerda. Tais pregas 
formam entre si espaços chamados de valéculas 
epiglóticas.
Sua face superior é chamada de dorso da língua, 
o qual é sulcado em sua região mediana pelo sulco 
mediano da língua. Esse sulco divide a língua em 
metade direita e esquerda, mas embora seja bem 
identificável no vivo, não é facilmente visível no 
cadáver. Além do sulco mediano, a língua também 
apresenta o sulco terminal, o qual se posiciona na 
junção dos dois terços anteriores com o terço pos-
terior da língua. Este sulco a divide em duas por-
ções, o corpo (anterior ao sulco) e a raiz (posterior 
ao sulco). Na raiz da língua existem importantes 
estruturas do sistema linfático chamadas tonsilas 
linguais.
A mucosa que reveste o dorso apresenta recep-
tores gustativos, as papilas linguais as quais dão um 
aspecto rugoso à língua. As papilas circunvaladas 
são maiores, facilmente identificáveis em forma de 
“V” ou “Y” adiante do sulco terminal e estão rela-
cionadas à percepção do azedo (motivo pela qual 
alimentos ou líquidos que não parecem amargos 
inicialmente, tornam-se durante a deglutição). As 
papilas folhadas, localizadas no terço médio da 
margem lateral da língua, relacionam-se à percep-
ção do sabor ácido (azedo). Em contrapartida, as 
filiformes permitem a percepção do doce e do sal-
gado e são sensíveis ao toque. Elas estão em grande 
número no dorso da língua e são alongadas. Já as 
papilas fungiformes, mais numerosas no ápice e nas 
margens, tem formato arredondado e são sensíveis 
à percepção de doce e salgado.
Em corte transversal, é possível identificar o 
septo da língua (que divide sua estrutura em parte 
direita e esquerda, e onde normalmente as pessoas 
furam piercing ou cortam a língua para que ela fi-
que septada). Os músculos que a formam podem 
ser intrínsecos ou extrínsecos. Os intrínsecos dão 
sua forma e os extrínsecos seus movimentos. São 
eles o longitudinal superior, o longitudinal inferior, 
o transverso e o vertical (como intrínsecos), e o hio-
glosso, o estiloglosso, o palatoglosso e o genioglosso 
(como extrínsecos).
Abaixo da língua estão importantes acidentes 
anatômicos como o freio da língua (que limita sua 
mobilidade), a carúncula sublingual (onde a glân-
dula submandibular desemboca), a prega sublin-
gual (que protege o ducto da glândula submandibu-
lar), a prega franjada (que recobre a veia profunda 
da língua) e vasos sublinguais os quais possibilitam 
a rápida absorção de medicamentos (isso ocorre 
porque o sangue que é drenado pela veia sublingual 
é transportado para a veia jugular interna e não 
passa pelo fígado, ou seja, não é metabolizado neste 
órgão; se o medicamento for administrado por via 
oral, ele é absorvido pelo intestino, é metabolizado 
pelo fígado e isto poderá fazer com que os efeitos 
demorem a se manifestar).
Por fim, é importante mencionar que a língua 
é bastante inervada (tanto em relação ao tato, dor, 
temperatura, pressão, propriocepção e gustação, 
quanto em relação à sua capacidade contrátil). As-
sim, de forma geral, o nervo hipoglosso(XII par de 
nervos cranianos) possibilita sua inervação motora, 
e os nervos vago (X par), glossofaríngeo (IX par), 
trigêmeo (V par) e facial (VII par) permitem sua 
inervação sensitiva. 
146 Sistema Digestório
Gengiva
A gengiva é formada por tecido fibroso cober-
to por mucosa. Enquanto a gengiva alveolar (ou 
gengiva livre) é vermelha, a gengiva propriamente 
dita (ou gengiva aderida) é fixa aos processos al-
veolares da mandíbula e da maxila e tem colora-
ção rósea. Pode ser chamada de gengiva lingual 
superior, gengiva lingual inferior, gengiva labial 
maxilar e labial mandibular (MADEIRA, 2001).
Dentes
Os dentes são estruturas rígidas, esbranquiçadas, 
implantadas em cavidades da maxila e da man-
díbula (denominadas alvéolos dentais). Em cada 
dente, distinguem-se três partes: raiz (implantada 
no alvéolo), coroa (parte mais evidente) e colo 
(região entre a raiz e a coroa circundada pela gen-
giva). Eles são abundantemente vascularizados e 
inervados (por isso, as anestesias são necessárias 
para os procedimentos odontológicos) (MADEI-
RA et. al., 2014).
No homem há duas dentições, a primária 
(ou decídua) e a permanente. A primária (que 
o povo chama de “dentes de leite”) apresenta 20 
dentes (sendo 8 incisivos, 4 caninos e 8 mola-
res). A permanente tem 32 dentes (sendo 8 in-
cisivos, 4 caninos, 8 pré-molares e 12 molares). 
A substituição da primária pela permanente 
começa a partir dos 6 ou 7 anos e pode durar 
até os 25 anos de idade. Esse fato é interessante, 
pois faz com que os mamíferos sejam os únicos 
com heterodontia (ou seja, apresentam dentes 
morfologicamente diferentes entre si).
Em relação às funções, enquanto, os incisivos 
cortam o alimento e os caninos o rasgam, os pré-
-molares e os molares fazem sua trituração. Tal 
fato é importante, pois a ação mecânica dos dentes 
é responsável pela exposição do alimento à ação 
enzimática facilitando a digestão.
Assoalho da Boca
O assoalho da boca representa o limite inferior da 
boca. Ele é constituído, principalmente, pelo mús-
culo platisma e pelos músculos supra-hióideos 
(como o ventre anterior do digástrico, o músculo 
milo-hióideo, o gênio-hióideo e o estilo-hióideo) 
(MADEIRA, 2001). 
 Figura 6 - Língua
Epiglote
Tonsila palatina
Tonsila linguais Forame cego
Sulco terminal
Sulco mediano
Papilas liguais
fugiforme
Papilas liguais
�liformes
Papilas liguais
circunvaladas
Corpo
Ápice
Figura 7 - Gengiva
147UNIDADE 3
Anel Linfático
Embora já tenhamos mencionado o anel linfático 
na Unidade 2 quando estudamos o sistema vascular 
linfático, é importante lembrar que na parte pos-
terior da cavidade oral e na porção oral da faringe 
existem as tonsilas palatinas, as tonsilas linguais, 
as tonsilas faríngeas e as tonsilas tubárias, as quais, 
enquanto estruturas linfáticas, minimizam a con-
taminação dos alimentos ingeridos a partir da pro-
dução de células imunológicas (MADEIRA, 2001).
ferior, tem função respiratória e dá continuida-
de ao esôfago. Assim, a faringe é uma estrutura 
associada tanto ao sistema respiratório quanto 
ao digestório, atuando como um canal comum 
à passagem do ar e do alimento (DI DIO, 2002).
Ela inicia na base do crânio e termina ao nível 
da sexta vértebra cervical relacionando-se poste-
riormente à coluna vertebral. É constituída por 
três camadas sendo a mais externa chamada ad-
ventícia, a média formada por músculos estriados 
esqueléticos e a interna mucosa. Seus músculos 
estriados podem ser externos ou internos e estão 
relacionados aos movimentos peristálticos da fa-
ringe. Os externos são os constritores (superior, 
médio e inferior) e os internos são o palatofarín-
geo, estilofaríngeo e salpingofaríngeo.
Na porção nasal da faringe existe um impor-
tante acidente anatômico chamado óstio faríngeo 
da tuba auditiva, o qual é protegido pelo toro tubá-
rio. Este óstio é uma abertura em forma de fenda 
que marca a desembocadura da tuba auditiva, ou 
seja, a tuba auditiva comunica a parte nasal da fa-
ringe com a cavidade timpânica da orelha média. 
Esta comunicação serve para igualar a pressão do 
ar externo à pressão daquele contido na própria 
cavidade timpânica (percebemos claramente isso 
quando descemos a serra do mar e sentimos a 
pressão externa como um incômodo). 
Todavia, devido esta comunicação, uma infec-
ção da faringe pode se propagar à orelha média 
(isso é muito comum em criança onde um quadro 
de tonsilite acaba evoluindo para um quadro de 
otite). Além disso, o óstio também drena muco e 
perilinfa que existem nos canais semicirculares.
Nas bordas do óstio faríngeo da tuba auditiva 
existem aglomerações linfáticas chamadas, em 
conjunto, de tonsila tubária. Além da tonsila tu-
bária, nesta parte da faringe existe ainda a tonsila 
faríngea, a qual se aumentada passa a ser chamada 
de adenoide (como já visto no capítulo anterior).
Figura 8 - Anel linfático
Faringe
A faringe já foi estudada na Unidade 2 quando 
aprendemos sobre o sistema respiratório. No en-
tanto, vamos rever seus principais aspectos. Ela é 
uma estrutura músculo-membranosa localizada 
posteriormente à cavidade nasal, à cavidade oral 
e à laringe. Por isso, apresenta três porções sem 
limites precisos entre elas, chamadas de porção 
nasal da faringe, porção oral da faringe e porção 
laríngea da faringe. A porção nasal é superior e 
tem função respiratória. A porção oral é média 
e tem função digestória. A porção laríngea é in-
148 Sistema Digestório
Esôfago
É um tubo fibromuscular de aproximadamente 25 
cm de comprimento e 2 cm de diâmetro. Superior-
mente, ele é constituído por músculo estriado es-
quelético (com controle voluntário), inferiormente 
por músculo liso (com controle involuntário) e 
em sua região média há os dois tipos de músculos 
(MOORE et al., 2014).
Esse tubo é a continuação da faringe e dá conti-
nuidade ao estômago. Assim, no tórax está situado 
anteriormente à coluna vertebral e passa posterior-
mente à traqueia. Para atingir o abdome, ele atra-
vessa o músculo diafragma (pelo hiato esofágico) 
e desemboca no estômago. Portanto, apresenta três 
porções: cervical, torácica (maior) e abdominal.
É formado por lâminas musculares circulares 
(internamente) e lâminas musculares longitudinais 
(externamente). As contrações destes músculos al-
Parte nasal 
da faringe
Parte oral 
da faringe
Parte laríngea 
da faringe
Figura 9 - Faringe
Faringe
Língua
Traqueia
Esôfago
Esfíncter
O esôfago apresenta estreitamentos em sua parede que são essenciais ao desempenho do nosso 
organismo. O não funcionamento do estreitamento cardíaco pode causar refluxo gastroesofágico, 
irritação do esôfago e azia.
teram sua luz vascular a fim de permitir a passa-
gem do bolo alimentar, impulsionando-o durante 
o peristaltismo (também chamado de movimento 
peristáltico ou peristalse; esse movimento é próprio 
de todo o canal alimentar e não depende da gravi-
dade, pois ocorre inclusive de cabeça para baixo).
Figura 10 - Esôfago
149UNIDADE 3
Peritônio e Cavidade Peritoneal
pâncreas) são fixos. Outros se destacam da parede abdominal sendo 
acompanhados pelo peritônio que os reveste e se salientam na cavidade 
abdominal de modo que entre eles e a parede do abdome forma-se uma 
lâmina peritoneal dupla chamada de mesentério, meso ou ligamento 
(por meio dela, vasos e nervos chegam aos órgãos peritonizados). Às 
vezes, estas pregas se estendem entre dois órgãos por uma lâmina do 
peritônio chamada omento (o omento maior sai como um avental do 
estômago, recobre os intestinos e se fixa ao colo transverso do intestino 
grosso; o omento menor vai do estômago ao fígado). Por fim, alguns 
órgãos são intraperitoneais.
Voltando à “barriga d’água”, o peritônio pode ser acometido por 
um processo inflamatório chamado peritonite, o qual pode ser loca-lizado ou generalizado. Nesse caso é comum ocorrer ascite, ou seja, 
pode haver acúmulo de enormes quantidades de líquido seroso na 
cavidade peritoneal, fazendo com que o indivíduo sinta dor e, muitas 
vezes, precise até drená-lo.
Estômago
Colo transverso
Artéria mesentérica
superior
Duodeno
Omento menor
Omento maior
Pelve
Cavidade
peritoneal
supracólica
infracólica
Figura 11 - Peritônio e cavidade peritoneal
Você já ouviu falar em peritônio 
ou cavidade peritoneal? Talvez 
nunca. Todavia, você já pode 
ter ouvido falar em pessoas que 
tiveram “barriga d’água” e acu-
mularam líquido na cavidade 
peritoneal. Então, o que é peritô-
nio, o que é cavidade peritoneal 
e como é possível ter “água na 
barriga”? Vamos entender como 
tudo funciona.
O peritônio é uma membra-
na serosa transparente e brilhante 
que reveste a cavidade abdomi-
nal, a cavidade pélvica e as vísce-
ras destas cavidades. Ele é forma-
do por duas lâminas contínuas, o 
peritônio visceral (que envolve 
as vísceras) e o peritônio parie-
tal (que reveste as paredes destas 
cavidades). Enquanto, o peritônio 
parietal é sensível à pressão, calor, 
frio, laceração e dor, o peritônio 
visceral é insensível ao toque, 
calor, frio e laceração, mas é esti-
mulado por distensão e irritação 
química. Existe uma cavidade 
entre estas duas lâminas (a cavi-
dade peritoneal), a qual contém 
uma fina película de líquido peri-
toneal (TORTORA; DERRICK-
SON; WERNECK, 2010).
Alguns órgãos abdominais fi-
cam aderidos à parede posterior 
do abdome e o peritônio passa a 
frente deles. Por isso, são chama-
dos de órgãos retroperitoneais. 
Tais órgãos (como os rins e o 
150 Sistema Digestório
Estômago
Enquanto, a faringe e o esôfago apresentam es-
trutura tubular, o estômago é considerado uma 
dilatação do canal alimentar. Ele segue o esôfago, dá 
continuidade ao intestino e está situado logo abai-
xo do músculo diafragma com sua maior porção 
à esquerda do plano mediano. Assim, o estômago 
está unido ao músculo diafragma, ao baço e ao 
colo transverso e é quase totalmente coberto pelo 
peritônio (DI DIO, 2002).
Sua principal função é realizar a digestão quími-
ca (por meio das enzimas do suco gástrico secretado 
por suas glândulas) e mecânica dos alimentos (já que 
apresenta movimentos circulares e peristálticos). No 
entanto, ele pode conter até três litros de alimento 
(funcionando como um reservatório) e é capaz de 
absorver algumas substâncias (como álcool e alguns 
medicamentos). Suas funções dependem, principal-
mente, dos neurônios do plexo entérico e de neurô-
nios extrínsecos do sistema nervoso autônomo.
Na superfície mucosa interna do estômago exis-
tem muitas pregas gástricas as quais se distendem ao 
receber o alimento e desaparecem com a distensão 
do órgão. Além disso, embora sua forma e posição 
possam variar com a idade, o tipo constitucional do 
indivíduo, a alimentação, a posição do indivíduo e o 
estado fisiológico do órgão, seu estudo é feito con-
siderando quatro partes principais: parte cárdica, 
fundo, corpo e parte pilórica.
A parte cárdica é sua porção proximal que se 
comunica com o esôfago. O fundo é uma região su-
perior, acima da sua junção com o esôfago. O corpo, 
a maior parte do órgão, apresenta face anterior e pos-
terior unidas por duas margens, a curvatura gástrica 
maior (à esquerda) e a curvatura gástrica menor (à 
direita). A parte pilórica é sua porção terminal que se 
comunica com o duodeno. Ela apresenta uma região 
mais alargada chamada de antro pilórico o qual se 
estreita originando o canal pilórico que termina no 
piloro (região esfincteriana distal).
Tanto na parte cárdica quanto no piloro loca-
lizam-se orifícios chamados óstio cárdico e óstio 
pilórico onde há uma condensação de feixes muscu-
lares que constituem um mecanismo de abertura e 
fechamento para regular o trânsito do bolo alimentar. 
Normalmente, o piloro fica em contração tônica e só 
se abre para dar passagem ao quimo (bolo alimentar 
misturado às secreções gástricas) quando o duode-
no está vazio e pronto para digerir mais conteúdo 
gástrico. Assim, estômago e duodeno agem coorde-
nadamente de forma que, quando o duodeno está 
cheio, o músculo esfíncter do piloro se contrai para 
impedir que mais quimo seja lançado no duodeno.
151UNIDADE 3
Esôfago
FUNDO
CORPO
Curvatura gástrica
maior
PILORO
Duodeno
Óstio
pilórico
Esfíncter
pilórico
Curvatura gástrica
menor
CÁRDIA
O estômago pode apresentar algumas disfunções, por exemplo, gastrite e úlcera péptica. Na úlcera, 
surgem lesões na camada mais superficial da mucosa que reveste o estômago. Todavia, ela pode se 
manifestar também no duodeno (a porção do intestino delgado). Quando a úlcera surge no estômago, 
ela é denominada úlcera gástrica; quando surge no duodeno, ela é chamada úlcera duodenal.
Fonte: Pinheiro (2016, on-line)1.
Figura 12 – Estômago
152 Sistema Digestório152 Sistema Digestório
Intestinos
Os intestinos seguem o estômago e se dividem pelo calibre em 
intestino delgado e intestino grosso.
Reto
Colo transverso
Intestino 
delgado
Colo ascendente.
Observe como o intestino 
grosso “emoldura” o 
intestino delgado
Ceco
Colo
descendente
Colo 
sigmoide
Figura 13 - Intestino delgado e grosso
Intestino Delgado
O intestino delgado tem de 4 a 6 metros de comprimento uma vez 
que se estende do piloro até o ceco (primeira porção do intesti-
no grosso). É subdividido em 3 segmentos: duodeno, jejuno e íleo. 
Embora represente o principal local de absorção dos alimentos, ele 
também participa da digestão (DANGELO; FATTINI, 2011).
Desta forma, à semelhança do estômago, o intestino delgado exer-
ce dois tipos de atividades sobre o alimento: mecânica (pois mistura 
e propulsiona o quimo por meio de movimentos estimulados pelos 
plexos nervosos do sistema nervoso entérico) e química (por meio 
das enzimas entéricas, pancreáticas e da bile). Assim, vale ressaltar 
que a ação das secreções do próprio intestino (suco entérico), do 
pâncreas (suco pancreático) e do fígado (bile) sobre o quimo for-
ma o quilo na fase final da digestão quando já existem substâncias 
prontas para serem absorvidas. O ducto do fígado (ducto colédoco) 
e o ducto pancreático desembocam na mucosa do duodeno pela pa-
pila maior do duodeno; o ducto 
pancreático acessório desembo-
ca na mucosa do duodeno pela 
papila menor do duodeno.
O duodeno é a primeira 
porção do intestino delgado 
com aproximadamente 25 cm 
de comprimento sendo por isso 
considerado sua menor parte. É 
um órgão em forma de “U” aber-
to para a esquerda que começa 
no óstio pilórico e termina na 
flexura duodeno-jejunal. Ele 
“abraça” a cabeça do pâncreas 
e é aderido à parede posterior 
do abdome sendo quase todo 
retroperitoneal (portanto, bas-
tante fixo).
A segunda porção do intes-
tino delgado é o jejuno (com 
aproximadamente 2,5 metros) 
e a terceira é o íleo (com apro-
ximadamente 3,5 metros). Tais 
porções são contínuas entre si, 
pois não há uma divisão ana-
tômica nítida entre elas. Assim, 
o termo jejuno-íleo é comum. 
Ao contrário do duodeno que 
é fixo, o jejuno-íleo representa 
a parte móvel do intestino del-
gado (pois apesar de estarem 
presos à parte posterior do ab-
dome pelo mesentério, esta pre-
ga peritoneal é longa e permite 
ampla movimentação). O íleo 
termina no ceco (como já foi 
mencionado).
153UNIDADE 3
Intestino Grosso
O intestino grosso representa a porção terminal 
do canal alimentar que “emoldura” o intestino 
delgado. Ele absorve água e eletrólitos do quilo, 
determinando a consistência do bolo fecal. Além 
disso, atua na formação, transporte e expulsão das 
fezes (as quais são resíduos sólidos da alimentação 
cuja eliminação ocorre por meio da defecação) 
(MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
Ele é mais calibrosoe curto do que o intestino 
delgado (mede aproximadamente 1,5 metros de 
comprimento) e se difere do delgado por apresen-
tar faixas espessas de músculo liso longitudinal (as 
tênias do colo) gordura na serosa (os apêndices 
omentais do colo), e dilatações limitadas por sul-
cos transversais (as saculações do colo).
É subdividido em ceco, colo ascendente, colo 
transverso, colo descendente, colo sigmoide e reto. 
O ceco é o segmento inicial, em fundo cego, que 
se continua como colo ascendente. Tem aproxi-
madamente 7,5 cm de comprimento e largura e se 
localiza na fossa ilíaca esquerda. Dele destaca-se o 
apêndice vermiforme - um prolongamento cilin-
droide alongado (de 6 a 10 cm de comprimento) 
que se forma no ponto de encontro das tênias. O 
apêndice é rico em folículos linfáticos.
• O colo ascendente segue em direção cra-
nial, à direita da cavidade abdominal. Ele 
alcança o fígado e se curva para continuar 
como colo transverso. É retroperitoneal.
• O colo transverso é a parte mais longa e 
móvel do intestino grosso, pois atravessa da 
direita para a esquerda toda a parte superior 
da cavidade abdominal.
• O colo descendente inicia à esquerda da 
cavidade abdominal e termina na altura da 
crista ilíaca esquerda onde dá continuidade 
ao colo sigmoide. Está fixo à parede posterior 
do abdome (é retroperitoneal, portanto, fixo).
• O colo sigmoide tem trajeto sinuoso (em 
forma de “S”), dirige-se para o plano media-
no da pelve e termina na altura da terceira 
vértebra sacral onde dá continuação ao reto.
• O reto e o canal anal representam a parte ter-
minal e fixa do intestino grosso. O reto tem 
aproximadamente 15 cm de comprimento e 
possui uma parte dilatada (a ampola do reto) 
que armazena temporariamente as fezes. O 
canal anal é uma parte estreita, com cerca de 
três cm de comprimento, que atravessa o pe-
ríneo e se abre no exterior por meio do ânus. 
No canal anal se notam as colunas anais em 
cuja base há uma densa rede venosa que for-
ma a zona hemorroidária. É drenado por 
três conjuntos principais de veias (veia retal 
superior, média e inferior). 
Você sabia que a inflamação do apêndice vermi-
forme é conhecida como apendicite?
Embora as causas da apendicite não sejam total-
mente conhecidas, existe relação com a obstrução 
por gordura ou por fezes e infecção por vírus. É co-
mum o aparecimento de fortes dores abdominais 
e até febre. Se a apendicite não for prontamente 
tratada, pode ocorrer o rompimento do apêndice 
vermiforme levando o indivíduo à morte.
Fonte: Minha Vida ([2018]on-line)2.
A defecação depende de receptores nervosos 
da parede do reto, a constipação intestinal pode 
ser desencadeada pela falta de peristaltismo e a 
diarreia é um mecanismo de defesa.
154 Sistema Digestório
Órgãos 
Anexos
Fígado
O fígado está localizado imediatamente abai-
xo do diafragma e apresenta certa mobilidade 
durante os movimentos diafragmáticos e, em 
posição ereta, fica mais baixo devido à gravidade 
(WATANABE, 2000).
É considerado a maior glândula do corpo e, 
depois da pele, o maior órgão (pesando aproxi-
madamente 1,5 kg). Ele está unido à parede ab-
dominal anterior, ao estômago e ao duodeno. É 
considerado plástico, pois se adapta aos órgãos 
vizinhos os quais lhe causam impressões.
Esse órgão desempenha importante papel 
nas atividades vitais uma vez que interfere no 
metabolismo de carboidrato, gordura e pro-
teína, armazena glicogênio, sintetiza vários 
compostos orgânicos, metaboliza e excreta 
substâncias tóxicas endógenas ou exógenas 
(como medicamentos e alimentos), participa 
dos mecanismos de defesa do corpo e secreta 
a bile (atuando como glândula exócrina).
155UNIDADE 3
A bile é um líquido esverdeado, de gosto amargo, que vomita-
mos quando não temos nada no estômago (ela é popularmente 
conhecida como fel). É produzida de forma contínua pelo fígado 
e armazenada na vesícula biliar (um órgão em forma de saco que 
fica embaixo do fígado). Tem ação detergente (emulsificante) 
sobre gorduras e favorece a absorção de ácidos e vitaminas lipos-
solúveis (sem bile, cerca de 40% da gordura seriam excretadas pelas 
fezes assim como as vitaminas A, D, E e K). A bile é drenada pelos 
ductos hepáticos (direito e esquerdo) os quais se unem para for-
mar o ducto hepático comum. Esse ducto se une ao ducto cístico 
(que vem da vesícula biliar) formando o ducto colédoco o qual 
se abre no duodeno.
O fígado apresenta duas faces, a diafragmática e a visceral. A 
diafragmática é convexa, lisa e fica em contato com o músculo 
diagrama. A visceral fica em contato com as vísceras abdominais 
(estômago, duodeno, omento menor, vesícula biliar, flexura di-
reita do colo, colo transverso, rim direito e glândula suprarrenal 
direita). Nessa face está a vesícula biliar, o sulco da veia cava in-
ferior e a porta do fígado. Além disso, nessa face estão dois lobos 
anatômicos (o direito e o esquerdo) e dois lobos acessórios (o 
quadrado e o caudado).
Figura 14 - Fígado
Pâncreas
O pâncreas está situado profun-
damente na cavidade abdomi-
nal, atrás do estômago e é fixo 
à parede posterior do abdome 
(ou seja, é retroperitoneal e 
com pequena mobilidade). É 
considerado a segunda maior 
glândula anexa do sistema di-
gestório (depois do fígado) e 
é classificado como glândula 
mista uma vez que secreta in-
sulina e glucagon (de maneira 
endócrina) e suco pancreático 
(de maneira exócrina) (FREI-
TAS, 2004).
É dividido em cabeça (extre-
midade dilatada à direita emol-
durada pelo duodeno), colo 
(entre a cabeça e o corpo, com 
cerca de 2 cm), corpo (em po-
sição transversal sobre as duas 
primeiras vértebras lombares) e 
cauda (extremidade afilada à es-
querda situada perto do baço).
O suco pancreático é recolhi-
do por dúctulos que formam o 
ducto pancreático principal e o 
ducto pancreático acessório (in-
constante). O ducto pancreático 
principal começa na cauda e ter-
mina na cabeça do pâncreas. Na 
maioria das vezes, esse ducto se 
une ao ducto colédoco e se abre 
no duodeno (como já visto).
156 Sistema Digestório
Glândulas Salivares
Como o próprio nome sugere, as glândulas sali-
vares são responsáveis por produzir a saliva. Esta, 
por sua vez, é um líquido viscoso, transparente, 
insípido e inodoro que previne contra as cáries, 
lubrifica o bolo alimentar, facilita seu transporte 
sem irritar as paredes do tubo digestório e inicia 
a digestão do amido. Além disso, a saliva mantém 
a cavidade oral limpa, permite que se possa sentir 
o sabor da maior parte dos alimentos, excreta 
algumas substâncias como metais pesados e me-
dicamentos, mantém o pH da cavidade própria 
da boca, dentre outras (MADEIRA, 2001).
Não sei se você já usou a expressão “dá água 
na boca só de ouvir falar” quando se pensa em 
Figura 15 - Pâncreas
Fígado
Vesícula 
biliar
Pâncreas
Duodeno
um alimento que você aprecia? Pois é! Este ter-
mo é correto, pois considera que a salivação é 
antecipada à ingestão do alimento e começa a ser 
produzida antes da digestão (chamamos de fase 
cefálica da salivação, o mesmo se aplica quando 
se sente o cheiro ou vê o tal alimento).
Existem dois subgrupos de glândulas saliva-
res, as maiores e as menores. As glândulas sali-
vares menores estão localizadas nas bochechas, 
lábios, palato e mucosa da língua. As glândulas 
salivares maiores são três pares: as glândulas pa-
rótidas, submandibulares e sublinguais.
• A glândula parótida fica lateralmente na 
face, anterior à orelha externa. Ela apre-
senta um canal excretor, chamado ducto 
parotídeo, o qual perfura o músculo buci-
nador e se abre na cavidade oral, ao nível 
do segundo molar superior. Ela pode ser 
infectada por vírus causando parotidite 
(popularmente conhecida como caxumba).
• A glândula submandibular localiza-se 
abaixo da mandíbula. Seu ducto (o ducto 
submandibular) se abrena cavidade oral 
abaixo da língua, na carúncula sublingual 
(umas “bolinhas” que temos embaixo da 
língua).
• A glândula sublingual é a menor e a 
mais profunda delas. Situa-se lateral e 
inferiormente à língua. Apresenta mui-
tos pequenos ductos sublinguais que se 
abrem no assoalho da boca.
157UNIDADE 3
A obtenção de energia para o metabolismo celular 
depende do funcionamento do sistema digestório. 
De igual modo, a contração muscular, o pensa-
mento, o aprendizado e tantas outras funções, não 
ocorreriam sem o suprimento energético essen-
cial. Por isso, o sistema digestório é vital.
Certamente, você consegue, agora, responder 
algumas perguntas feitas anteriormente. Assim, 
creio que você já conhece os princípios funda-
mentais da digestão e a atuação de cada estrutura 
anatômica que forma o sistema digestório. Toda-
via, é importante destacar que muitas doenças 
são comuns a este sistema, por exemplo, gastrite, 
esofagite, acalasia, doença de Crohn, colite ulce-
rativa e muitas outras. Tais doenças comprome-
tem seu funcionamento debilitando o indivíduo 
e causando diversas deficiências físicas e mentais.
No entanto, algumas delas podem ser evitadas 
por meio do desenvolvimento de hábitos alimen-
tares saudáveis (como a ingestão adequada diária 
de líquidos, bem como de alimentos prebióticos e 
probióticos). Tais condutas garantem o funciona-
mento ideal das estruturas anatômicas que com-
põe o sistema em questão.
Além disso, vale ressaltar que o pleno conheci-
mento anatômico e fisiológico de tais estruturas é 
relevante ao aspecto preventivo de tais doenças. Por 
isso, o estudo pormenorizado desse sistema é essen-
cial a profissionais da saúde, como você. Lembre-se 
de que o profissional da saúde comumente respon-
de a questionamentos referentes ao corpo humano 
e seu funcionamento de forma holística. Além disso, 
lembre-se de que, na clínica, enquanto profissional 
da saúde, você poderá contribuir para minimizar 
muitos distúrbios alimentares (como anorexia ou 
bulimia), ou até mesmo auxiliar pacientes diabéti-
cos. Assim, boa capacitação para você!
Ducto parotídeo
Glândula parótida
Glândula parótida
Glândula submandibular
Ducto submandibular
Glândula sublingual
Ductos sublinguais
Figura 16 - Glândulas salivares
158
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. Em relação ao sistema digestório, é correto afirmar:
a) O fígado produz a bile e a vesícula biliar a armazena.
b) A bile é produzida pela vesícula biliar e armazenada no fígado.
c) O duodeno produz a bile e a vesícula biliar a armazena.
d) A bile é produzida pela vesícula biliar e armazenada no duodeno.
e) Quem produz e armazena a bile são, respectivamente, o fígado e o duodeno.
2. Os órgãos do sistema digestório considerados supradiafragmáticos são:
a) Boca, faringe, laringe, esôfago e glândulas salivares.
b) Boca, faringe, esôfago (porção cervical e torácica) e glândulas salivares.
c) Boca, faringe, esôfago (porção cervical, torácica e abdominal) e glândulas sa-
livares.
d) Boca, faringe, laringe, esôfago (porção cervical, torácica e abdominal) e glân-
dulas salivares.
e) Boca, faringe, estômago e glândulas salivares.
3. Os órgãos do sistema digestório considerados infradiafragmáticos são:
a) Esôfago (porção cervical, torácica e abdominal), estômago, intestino delgado, 
intestino grosso, fígado e pâncreas. 
b) Esôfago (porção torácica e abdominal), estômago, intestino delgado, intestino 
grosso, fígado e pâncreas.
c) Esôfago (porção abdominal), estômago, intestino delgado, intestino grosso, 
fígado e pâncreas.
d) Esôfago (porção abdominal), estômago, intestino delgado, intestino grosso, 
fígado, pâncreas e glândulas salivares.
e) Nenhuma das alternativas acima estão corretas.
159
4. Considere que um aluno ingeriu, na hora do lanche, um sanduíche de pão, car-
ne e bacon. Assinale dentre as alternativas abaixo aquela que contém o local 
correto onde tais alimentos serão digeridos:
a) O pão no duodeno (pois é composto principalmente por proteína), a carne 
no estômago (pois é composta principalmente por carboidrato) e o bacon no 
duodeno (pois é composto principalmente de gordura).
b) O pão na faringe e no esôfago (pois é composto principalmente por carboidrato), 
a carne no estômago (pois é composta principalmente por proteína) e o bacon 
no duodeno (pois é composto principalmente de gordura).
c) O pão na boca e no esôfago (pois é composto principalmente por carboidrato), 
a carne no duodeno e no colo transverso (pois é composta principalmente 
por proteína) e o bacon no colo ascendente e transverso (pois é composto 
principalmente de gordura).
d) O pão na boca e no duodeno (pois é composto principalmente por carboidra-
to), a carne no estômago e no duodeno (pois é composta principalmente por 
proteína) e o bacon no duodeno (pois é composto principalmente de gordura).
e) O pão na boca e no estômago (pois é composto principalmente por carboi-
drato), a carne no estômago e no fígado (pois é composta principalmente por 
gordura) e o bacon no duodeno e no pâncreas (pois é composto principalmente 
de gordura).
5. O sistema digestório apresenta como principais órgãos anexos:
a) Baço, fígado e glândulas salivares
b) Pâncreas, timo e glândulas salivares.
c) Pâncreas, fígado e reto.
d) Ceco, fígado e glândulas salivares.
e) Pâncreas, fígado e glândulas salivares.
160
Este vídeo da “Super Interessante Coleções” apresenta os principais eventos 
associados à digestão e ao sistema digestório. Ele retrata, por meio de exemplos 
práticos, todo o trajeto que o alimento percorre desde sua ingestão até sua eli-
minação, bem como as estruturas anatômicas pelas quais ele passa. Demonstra 
a ação das secreções digestivas e correlaciona à vida diária.
Para acessar, use seu leitor de QR Code.
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A página da ABC Saúde traz informações relevantes sobre a doença do refluxo 
gastroesofágico. Através do site você descobrirá o que é, quais os principais 
sintomas e o que causa esta doença.
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WEB
161
CFTA - COMISSÃO FEDERATIVA DA TERMINOLOGIA ANATÔMICA. Terminologia Anatômica: 
terminologia anatômica internacional. São Paulo: Manole, 2001.
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Humana sistêmica e segmentar. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2011.
DI DIO, L. J. A. Tratado de Anatomia Sistêmica Aplicada: princípios básicos e sistêmicos, esquelético, articular 
e muscular. 2. ed. Atheneu: São Paulo, 2002.
FREITAS, V. Anatomia conceitos e fundamentos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
GRABINER, M. D.; GREGOR, R. J.; VASCONCELOS, M. M. Cinesiologia e anatomia aplicada. 7. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 1991.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
MADEIRA, M. C. Anatomia da face: bases anátomo-funcionais para a prática odontológica. 3. ed. São Paulo: 
Sarvier, 2001.
MADEIRA, M. C.; RIZZOLO, R. J. C.; CARIA, P. H. F.; CRUZ, R. S. M.; LEITE, H. F.; OLIVEIRA, J. A. Anatomia 
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MIRANDA NETO, M. H.; CHOPARD, R. P. Anatomia humana: aprendizagem dinâmica. Maringá: Gráfica 
Editora Clichetec, 2014.
MOORE, K .L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R.; ARAÚJO, C. L. C. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
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