Prévia do material em texto
Teoria dos Números Capítulo 2 (Exercícios)
1. Mostrar que 47 | 223 1.
Para mostrar que 47 | 2
23
1, devemos mostrar que 2
23
≡ 1 (mod 47).
Notemos que 2
10
= 1024 = 37 + 47 21. Ou seja, 2
10
≡ 37 (mod 47) ⇒ 210 ≡ 10 (mod 47).
Então, [2
10
]
2
≡ (10)
2
(mod 47) ⇒ 220 ≡ 100 (mod 47) ⇒ 220 ≡ 6 (mod 47) (I)
Vejamos, agora, que 2
3
= 8 = 47 39, ou seja, 2
3
≡ 39 (mod 47) (II).
De (I) e (II), (2
20
2
3
) ≡ 6 (39) (mod 47) ⇒ 223 ≡ 234 (mod 47).
Mas, 234 = 1 47 5, então 2
23
≡ 1 (mod 47).
∎
2. Encontrar o resto da divisão de 734 por 51 e o resto da divisão de 563 por 29.
i) Vejamos que 7
2
≡ 2 (mod 51). Então, (7
2
)
17
≡ (2)
17
(mod 51) ⇒ 734 ≡ 217 (mod 51). (I)
Porém,
≡
≡
} ⇒ 210 27 ≡ 4 26 (mod 51) ⇒ 217 ≡ 104 (mod 51) ⇒ 217 ≡ 2 (mod 51).
Dessa forma, 2
17
≡ 2 (mod 51) ⇒ 217 ≡ 49 (mod 51). (II)
De (I) e (II), temos que 7
34
≡ 49 (mod 51), o que indica que o resto da divisão de 7
34
por 51 é 49.
ii) Notemos que 5
3
≡ 9 (mod 29), o que nos dá: 5
63
≡ 9
21
(mod 29). Como 9 = 3
2
, 5
63
≡ 3
42
(mod 29) (I)
Mas, 3
3
≡ 2 (mod 29) ⇒ 342 ≡ (2)16 (mod 29) ⇒ 342 ≡ 216 (mod 29) (II)
No entanto, 2
8
≡ 13 (mod 29) ⇒ (28)2 ≡ 132 (mod 29) ⇒ 216 ≡ 169 (mod 29) ⇒ 216 ≡ 24 (mod 29) (III).
De (I), (II) e (III), temos que 5
63
≡ 24 (mod 29), ou seja, o resto da divisão de 5
63
por 29 é 24.
3. Mostrar que se p é um ímpar e a2 + 2b2 = 2p, então “a” é par e “b” é ímpar.
Teremos 4 casos:
1º Caso: “a” par e “b” par
Dessa forma, teremos: a = 2x e b = 2y (x e y inteiros).
Então, a
2
+ 2b
2
= 4x
2
+ 8y
2
= 4(x
2
+ 2y
2
).
Já que a
2
+ 2b
2
= 2p, temos que 4(x
2
+ 2y
2
) = 2p ⇒ p = 2(x2 + 2y2), o que é um absurdo, pois p é ímpar.
2º Caso: “a” ímpar e “b” par
Dessa forma, teremos: a = 2x + 1 e b = 2y (x e y inteiros).
Então, a
2
+ 2b
2
= (2x + 1)
2
+ 2(2y)
2
= 4(x
2
+ 4x + y
2
) + 1, o que é absurdo, pois a
2
+ 2b
2
= 2p.
3º Caso: “a” ímpar e “b” ímpar
Dessa forma, teremos a = 2x + 1 e b = 2y + 1 (x e y inteiros)
Então, a
2
+ 2b
2
= (2x + 1)
2
+ 2(2y + 1)
2
= 2(2x
2
+ 2x + 4y
2
+ 4y + 1) + 1, o que é absurdo, analogamente ao caso 2.
4º Caso: “a” par e “b” ímpar
Dessa forma, teremos a = 2x e b = 2y + 1 (x e y inteiros).
Então, a
2
+ 2b
2
= (2x)
2
+ 2(2y + 1)
2
= 2(2x
2
+ 4y
2
+ 4y + 1).
Dessa forma, teríamos que p = 2x
2
+ 4y
2
+ 4y + 1, verificando o fato de p ser ímpar.
D s cas s , , 3 e , tere s que, para “p” í par, a
2
+ 2b
2
= 2p somente para “a” par e “b” í par.
∎
4. Provar que para p primo (p 1)! ≡ p 1 (mod 1 + 2 + ... + (p 1)).
Notemos que:
(p 1) ≡ 1 (mod p) e (p 1)! ≡ 1 (mod p) (Teorema de Wilson).
Pela transitividade, teremos que: (p 1)! ≡ p 1 (mod p).
Isso nos mostra que p | (p 1)! (p 1).
Temos, também, que (p 1)! (p 1) = (p 1) [(p 2)! 1], ou seja, p 1 | (p 1)! (p 1).
Disso, segue que
p
| (p 1)! (p 1).
Como p e
p
são primos entre si, temos que p
p
| (p 1)! (p 1), ou seja, (p 1)! ≡ p 1 ( p
p
).
Notando, porém, que 1 + 2 + ... + (p 1) = p
p
, tem-se provado o resultado.
∎
5. Encontrar o máximo divisor comum de (p 1)! 1 e p! (primo).
Se p = 2, teremos que (p 1)! 1 = 0 e p! = 2, ou seja, mdc((p 1)! 1, p!) = mdc(0, 2) = 2.
Se p = 3, teremos que (p 1)! 1 = 1, ou seja, mdc((p 1)! 1) = 1. Suponhamos, então, p 2.
Seja d um divisor comum de (p 1)! 1 e de p!.
Notemos que, se d = p, então d (p 1)! 1. Consideremos, portanto, d p.
Como d | p! = p (p 1)! e d p, então d | (p 1)!.
Mas d | (p 1)! 1, por hipótese. Se d | (p 1)! e d | (p 1)! 1, então d | 1, logo d = 1.
Então, mdc((p 1)! 1, p!) = 1, se |p| 2 e mdc((p 1)! 1, p!) = 2, se |p| = 2.
Nota: Do Teorema de Wilson, p | (p 1)! + 1. Dessa forma, se p | (p 1)! 1 = (p 1)! + 1 2, então p divide a 2, ou seja,
p = 2.
6. Mostrar que para n 4 o resto da divisão por 12 de 1! + 2! + ... + n! é 9.
Queremos provar que, para n 4, o resto da divisão de 1! + 2! + ... + n! por 12 é 9. Ou seja, se N = 1! + 2! + ... + n!,
queremos mostrar que N ≡ 9 (mod 12).
Notemos que 1! + 2! + 3! = 9, e que 4! = 24.
Então, 1! + 2! + 3! + 4! + ... + n! = 9 + (4! + 5! + ... + n!) = 9 + 4!(1 + 5 + 6 5 + ... + n (n 1) ... 6 5).
Então, para n 4, teremos que 1! + 2! + 3! + ... + n! = 9 + 4! . k. Porém, 4! = 24 = 12 2. Então, 12 | 4! k (k inteiro).
Sendo assim, podemos escrever: 1! + 2! + 3! + ... + n! = 9 + 12 m (m ∈ ℤ), para n 4.
Logo, se N = 1! + 2! + 3! + ... + n! = 9 + 12 m, então N ≡ 9 (mod 12), tendo provado o resultado.
∎
7. Mostrar que para n inteiro 3n2 1 nunca é um quadrado.
Notemos que 3n
2
1 = 3n
2
3 + 2 = 3(n 1)(n + 1) + 2 = 3k + 2.
Basta mostrarmos que nenhum quadrado é da forma 3k + 2.
Um número t, qualquer, pode ser das formas: t = 3k, t = 3k + 1 ou t = 3k + 2. Então,
(I) t = 3k ⇒ t2 = 9k2 = 3 (3k2) = 3k1
(II) t = 3k + 1⇒ t2 = (3k + 1)2 = 9k2 + 6k + 1 = 3k2 + 1
(III) t = 3k + 2 ⇒ t2 = (3k + 2)2 = 9k2 + 12k + 4 = 3k2 + 1.
Dessa forma, temos provado que um quadrado nunca é da forma 3k + 2 e, consequentemente, que 3n
2
1 nunca é um
quadrado.
8. Resolver as seguintes congruências.
(a) 5x ≡ 3 (mod 24)
Vejamos que, existe y inteiro tal que: 5x = 3 + 24y, ou seja, 5x 24y = 3.
Procuramos, portanto, soluções para essa Equação Diofantina.
Vejamos que: 5 5 24 = 1 ⇒ (3 5) 5 3 24 = 3 ⇒ x = 15 e y = 3 é uma solução particular.
Dessa forma, 5 (x 15) 24 (y 3) = 0 ⇒ x = 15 +
3
⇒ y = 3 + 5 k ⇒ x = 15 + 24 k ⇒ x ≡ 15 (mod 24)
Vejamos, porém, que, dada a equação ax + by = c, com d = mdc(a, b), se d | c, então para uma solução particular x = x0,
teremos que: x = x0 + (
b
) k (k ∈ ℤ).
Para a nossa equação 5x 24y = 3, teremos que d = mdc(5, 24) = 1. Para x0 = 15, teremos: x = 15 + (
) k = 15 24 k.
Isso nos dá a solução x ≡ 15 (mod 24).
(b) 3x ≡ 1 (mod 10)
Queremos encontrar a solução da equação 3x 10y = 1. Notemos que mdc(3, 10) = 1 | 1.
Vejamos que x = 3 e y = 1 é uma solução particular. Dessa forma,
3 (x + 3) 10 (y + 1) = 1 ⇒ x = 3 +
3
⇒ x = 3 + 10 k (k inteiro) ⇒ x ≡ 3 (mod 10) ⇒ x ≡ 7 (mod 10).
(c) 23x ≡ 7 (mod 19)
Queremos encontrar a solução da equação 23x 19y = 7. Vejamos que mdc(23, 19) = 1 | 7. Isso garante a existência da
solução.
Notemos que, 23 = 19 + 4, que 19 = 3 4 + 7, então, multiplicando a primeira igualdade por 3, teremos:
3 23 = 3 19 + 3 4 = 3 19 + (19 7) ⇒ 3 23 + 4 19 = 7, dessa forma x = 3 e y = 4 é uma solução particular.
Teremos, então, que 23(x + 3) 19(y + 4) = 0, o que nos dá: x = 3 +
3
⇒ x = 3 + 19 k (k inteiro).
O que nos dá, como solução, a classe de congruências: x ≡ 3 (mod 19), ou seja, x ≡ 16 (mod 19).
(d) 7x ≡ 5 (mod 18)
Vejamos que mdc(7, 18) = 1 | 5, então existe solução. Dessa forma, queremos a solução da equação 7x 18y = 5.
Temos que: 18 2 7 = 4, ou seja, 3 18 6 7 = 3 4 = 12 = (7 + 5). Então, 3 18 7 7 = 5. Assim, uma solução particular
para a equação é x = 7 e y = 3.
Então, 7 (x + 7) 18 (y + 3) = 0, ou seja, x = 7 + 18 k (k inteiro).
As soluções são tais que x≡ 7 (mod 18) ≡ 11 (mod 18) ⇒ x ≡ 11 (mod 18).
(e) 25x ≡ 15 (mod 120)
Vejamos que mdc(25, 18) = 5 | 15. Dessa forma, existem 5 soluções.
Notemos que 25x 120y = 15 é tal que 5x 24y = 3 e, do item (a), temos que x = 15 (e y = 3) é uma solução particular.
Dessa forma, x = 15 +
k, para k inteiro. Serão, então, mais 4 soluções. Ou seja,
x1 = 15 +
1 = 39, x2 = 15 +
2 = 63, x3 = 15 +
3 = 87 e x4 = 15 +
4 = 111.
Dessa forma, teremos as soluções:
x ≡ 15 (mod 120), x ≡ 39 (mod 120), x ≡ 63 (mod 120), x ≡ 87 (mod 120) e x ≡ 111 (mod 120).
9. Mostrar que 5n3 + 7n5 ≡ 0 (mod 12) para todo inteiro n.
Notemos, inicialmente, que: 5 ≡ 7 (mod 12) e 7 ≡ 5 (mod 12). Teremos, então:
(I) Se n ≡ 0 (mod 12) ⇒ {
3 ≡
≡
⇒ {
3 ≡
≡
⇒ 5n3 + 7n5 ≡ 0 (mod 12)
(II) Se n ≡ 1 (mod 12) ⇒ {
3 ≡
≡
⇒ {
3 ≡
≡
⇒ 5n3 + 7n5 ≡ 12 (mod 12) ⇒ 5n3 + 7n5 ≡ 0 (mod 12)
(III) Se n ≡ 2 (mod 12) ⇒ {
3 ≡
≡ 3 ≡
⇒ {
3≡ ≡
≡ ≡
⇒ 5n3 + 7n5 ≡ 0 (mod 12)
(IV) Se n ≡ 3 (mod 12) ⇒ {
3 ≡ ≡ 3
≡ 3 ≡ 3
⇒ {
3≡ ≡ 3
≡ ≡ 3
⇒ 5n3 + 7n5 ≡ 0 (mod 12)
(V) Se n ≡ 4 (mod 12) ⇒ {
3 ≡ ≡
≡ ≡
⇒ {
3≡ ≡
≡ ≡
⇒ 5n3 + 7n5 ≡ 0 (mod 12)
(VI) Se n ≡ 5 (mod 12) ⇒ {
3 ≡ ≡
≡ 3 ≡
⇒ {
3≡ 3 ≡
≡ ≡
(Basta continuar a verificação para n ≡ 6 (mod 12), n ≡ 7 (mod 12), n ≡ 8 (mod 12), n ≡ 9 (mod 12), n ≡ 10 (mod 12) e
n ≡ 11 (mod 12))
∎
Uma outra forma de pensar, é notar que 5 = 12 7. Ou seja, 5n
3
+ 7n
5
= (12 7)n
3
+ 7n
5
= 12n
3
+ 7 (n
5
n
3
).
Dessa forma, como 7 é primo, devemos mostrar que n
5
n
3
é divisível por 12.
Para tanto, basta mostrarmos que n
5
n
3
é divisível por 3 e por 4.
Se 3 | n, nada temos a provar. Suponhamos, então, que 3 n. Então n ≡ 1 (mod 3) ou n ≡ 2 (mod 3).
Se n ≡ 1 (mod 3), então n
5
≡ 1 (mod 3) e n
3
≡ 1 (mod 3). Dessa forma, n
5
n
3
≡ 0 (mod 3), ou seja, 3 | n
5
n
3
.
Se n ≡ 2 (mod 3), então n
5
≡ 2 (mod 3) e n
3
≡ 2 (mod 3). Dessa forma, n
5
n
3
≡ 0 (mod 3).
Provemos agora que 4 | n
5
n
3
. Ora, n
5
n
3
= n
2
(n
3
n). Ou seja, se n é par, 4 | n
2
e, portanto, 4 | n
5
n
3
.
Suponhamos, então, n ímpar. Então, n ≡ 1 (mod 4) ou n ≡ 3 (mod 4).
Se n ≡ 1 (mod 4), então n
5
n
3
≡ 0 (mod 4).
Se n ≡ 3 (mod 4), então n
5
≡ 243 (mod 4) ≡ 3 (mod 4) e n
3
≡ 27 (mod 4) ≡ 3 (mod 4). Então n
5
n
3
≡ 0 (mod 4).
Dessa forma, n
5
n
3
é divisível por 4.
Se 3 | n
5
n
3
e 4 | n
5
n
3
, então 12 | n
5
n
3
, logo 12 | 5n
3
+ 7n
5
e, portanto, 5n
3
+ 7n
5
≡ 0 (mod 12).
∎
10. Seja f(x) = a0 + a1x + ... + anx
n um polinômio com coeficientes inteiros onde an > 0 e n 1. Mostrar
que f(x) é composto para infinitos valores da variável x.
11. Mostrar que se p1 e p2 são primos tais que p2 = p1 + 2 e p1 > 3, então p1 + p2 ≡ 0 (mod 12).
Vejamos que, dividindo um número por, obtemos números da forma 6k, 6k + 1, 6k + 2, 6k + 3, 6k + 4 e 6k + 5. Notemos,
também, que 6k, 6k + 2, 6k + 3 e 6k + 4 não são primos. Dessa forma, os números primos são da forma 6k + 1 ou 6k + 5.
Como p1 > 3, então p1 5, ou seja, p2 7. Então:
Se p1 = 6k + 5, então p2 = 6k + 7, ou seja, p1 + p2 = 12k + 12 = 12(k + 1). Então, p1 + p2 ≡ 0 (mod 12).
Se p2 = 6k + 1, então p1 = 6k 1, ou seja, p1 + p2 = 12k. Então, p1 + p2 ≡ 0 (mod 12).
∎
Observação: Notemos que:
Se p1 = 6k + 1, então p2 = 6k + 3 (Absurdo, pois p2 é primo).
Se p2 = 6k + 5, então p1 = 6k + 3 (Absurdo, pois p1 é primo).
12. Mostrar que para a e b inteiros temos que 3 | (a2 + b2) ⇒ 3 | a e 3 | b.
Suponhamos que 3 não divida a pelo menos um entre a e b (suponhamos que 3 a, sem perda de generalidade). Teremos,
assim, 6 casos para analisar:
(I) a ≡ 1 (mod 3) e b ≡ 0 (mod 3).
Dessa forma, {
a ≡ 3
b ≡ 3
⇒ a2 + b2 ≡ 0 (mod 3) ⇒ 3 a2 + b2 (Absurdo!).
(II) a ≡ 1 (mod 3) e b ≡ 1 (mod 3).
Dessa forma, {
a ≡ 3
b ≡ 3
⇒ a2 + b2 ≡ 2 (mod 3) ⇒ 3 a2 + b2 (Absurdo!).
(III) a ≡ 1 (mod 3) e b ≡ 2 (mod 3).
Dessa forma, {
a ≡ 3
b ≡ 3 ≡ 3
⇒ a2 + b2 ≡ 2 (mod 3) ⇒ 3 a2 + b2 (Absurdo!).
(IV) a ≡ 2 (mod 3) e b ≡ 0 (mod 3).
Dessa forma, {
a ≡ 3 ≡ 3
b ≡ 3
⇒ a2 + b2 ≡ 1 (mod 3) ⇒ 3 a2 + b2 (Absurdo!).
(V) a ≡ 2 (mod 3) e b ≡ 1 (mod 3).
Dessa forma, {
a ≡ 3 ≡ 3
b ≡ 3
⇒ a2 + b2 ≡ 2 (mod 3) ⇒ 3 a2 + b2 (Absurdo!).
(VI) a ≡ 2 (mod 3) e b ≡ 2 (mod 3).
Dessa forma, {
a ≡ 3 ≡ 3
b ≡ 3 ≡ 3
⇒ a2 + b2 ≡ 2 (mod 3) ⇒ 3 a2 + b2 (Absurdo!).
É, então, absurdo supor que 3 a ou 3 b, então 3 | a e 3 | b.
∎
13. Sejam p1, p2 e p3 primos tais que p = (p1)
2 + (p2)
2 + (p3)
2 é primo. Mostrar que algum dos pi’s é igual a
3.
Suponhamos que nenhum dos pi’s seja igual a 3. Ist é, pi ≡ 1 (mod 3) ou pi ≡ 2 (mod 3).
Notemos que, se x ≡ 1 (mod 3), então x
2
≡ 1 (mod 3). Se x ≡ 2 (mod 3), então x
2
≡ 4 (mod 3) ≡ 1 (mod 3).
Dessa forma, (pi)
2
≡ 1 (mod 3).
Então, (p1)
2
+ (p2)
2
+ (p3)
2
= 1 + 1 + 1 (mod 3) ⇒ p ≡ 3 (mod 3) ⇒ p ≡ 0 (mod 3).
Vejamos que pi 2, então p 6. Sendo p primo, temos que p ≡ 0 (mod 3) implica em p = 3, o que é absurdo, pois p 6.
Dessa forma, ao menos um dos pi’s eve ser congruente a 0 módulo 3. Sendo que os pi’s sã pri s, e tã a e s u
deles deve ser igual a 3.
∎
14. Mostrar que 3x2 + 4x2 ≡ 3 (mod 5) é equivalente a 3x2 x2 + 2 ≡ 0 (mod 5).
Vejamos que: {
≡
3 ≡
Dessa forma, 3x
2
+ 4x
2
≡ 3 (mod 5) é equivalente a 3x
2
x
2
≡ 2 (mod 5), ou melhor, 3x
2
x
2
+ 2 ≡ 0 (mod 5).
15. Mostrar que p | (
p
) , onde 0 < k < p .
Notemos que, (
p
) =
p
p
=
p p
p
= p
p
p
p
3 p
= p m (m ∈ ℤ).
Então, claramente p | p m = p p
1 m, dessa forma, p | (
p
).
∎
18. Mostrar que 310 ≡ 1 (mod 112).
Vejamos que 3
5
≡ 1 (mod 242), isto é, 3
5
≡ 1 (mod 11
2
). Dessa forma, tem-se imediatamente, que 3
10
≡ 1 (mod 11
2
).
∎
19. Resolver os seguintes sistemas.
a) {
≡ 1 mo 2
≡ 2 mo 3
≡ 5 mo
Inicialmente, notemos que m = 2 3 7 = 42
(I) Temos que: y1 =
= 21
Além disso, ̅ é solução particular de y1 x ≡ 1 (mod 2), ou seja, 21x ≡ 1 (mod 2), ou seja, ̅ = 1.
(II) Temos que: y2 =
3
= 14
Além disso, ̅ é solução particular de y2 x ≡ 1 (mod 3), ou seja, 14x ≡ 1 (mod 3), ou seja, ̅ = 2.
(III) Temos que: y3 =
= 6
Além disso, 3̅ é solução particular de y3 x ≡ 1 (mod 7), ou seja, 6x ≡ 1 (mod 7), ou seja, 3̅ = 6.
ssa s lu ã é, p rta t , ≡ ∑ bi i i̅
3
i
Então, x ≡ 257 (mod 42), ou seja, x ≡ 5 (mod 42).Os outros sistemas são análogos. Lembrar que, por exemplo, a congruência 2x ≡ 1 (mod 5) equivale a x ≡ 3 (mod 5).
21. Mostrar que a7 ≡ a (mod 21) para todo inteiro a.
Basta mostrarmos que a
7
a é divisível por 7 e por 3.
Mostremos, inicialmente, que 7 | a
7
a.
Notemos que a
7
a = a (a
6
1). Se 7 | a, nada temos a provar. Suponhamos, então, que 7 a. Dessa forma, do Pequeno
Teorema de Fermat, temos que a
7 1 ≡ 1 (mod 7), ou seja, 7 | a
6
1, o que prova que 7 | a
7
a.
Vejamos, também, que a
7
a = a (a
6
1) = a (a
3
1) (a
3
+ 1) = (a 1) a (a + 1) (a
2
a + 1) (a
2
+ a + 1). É claro que um
dos fatores (a 1), a ou (a + 1) é divisível por 3, dessa forma, a
7
a é divisível por 3.
Conclui-se, então, que 7 | a
7
a e 3 | a
7
a, ou seja, 21 | a
7
a, e, portanto, a
7
≡ a (mod 21).
∎
22. Mostrar que para a e b inteiros, com mdc(a, b) = 1 temos:
a(b) + b(a) ≡ 1 (mod ab).
Vejamos que, como mdc(a, b) = 1, temos, do Teorema de Euler, que a
(b)
≡ 1 (mod b) e b
(a)
≡ 1 (mod a).
Ou seja, temos que b | a
(b)
1 e a | b
(a)
1.
Assim, ab | (a
(b)
1) (b
(a)
1) = a
(b)
b
(a)
a
(b)
b
(a)
+ 1.
Porém, ab | a
(b)
b
(a)
. Dessa forma, deveremos que ter que ab | a
(b)
b
(a)
+ 1 ou melhor, ab | a
(b)
+ b
(a)
1.
Isso implica que a
(b)
+ b
(a)
≡ 1 (mod ab).
∎
23. Provar ou dar um contra exemplo: “Se a e m são inteiros, mdc(a, m) = 1, então
m | (1 + a + a2 + ... + a(m) 1) “
Como mdc(a, m) = 1, o Teorema de Euler nos garante que a
(m)
≡ 1 (mod m). Ou seja, m | a
(m)
1.
Mas, a
(m)
1 = (a 1) (a
(m) 1 + ... + a
2
+ a + 1).
Ou seja, mdc(a, m) = 1 ⇒ m | (a 1) (1 + a + a2 + ... + a(m) 1).
Assim, se m | a 1, não podemos afirmar que m | (1 + a
2
+ ... + a
(m) 1).
Para um contra exemplo, é necessário tomarmos a e m tais que a ≡ 1 (mod m). Tomemos, por exemplo, a = 3 e m = 2.
Dessa forma, (2) = 1, ou seja, teremos que 2 3(2) 1) = 1, contrariando a afirmação inicial.
24. Mostrar que se p e q são primos, p q 5, então p2 q2 ≡ 0 (mod 24).
Devemos verificar que 3 | p
2
q
2
e 8 | p
2
q
2
.
Como p e q são maiores que ou iguais a 5, então ambos são ímpares. Vejamos que, se p = 2k + 1, então p
2
= 4k
2
+ 4k + 1, ou
melhor, p
2
= 4k (k + 1) + 1. Porém, k (k + 1) = 2k1, ou seja, p
2
= 8k1 + 1. O que nos leva a atribuir q
2
= 8k2 + 1.
Então, p
2
q
2
= 8 (k1 k2), ou seja, 8 | p
2
q
2
.
Basta verificarmos, agora, que 3 | p
2
q
2
. Ora, nas condições dadas, temos que p e q não são múltiplos de 3. Então, temos,
por exemplo, p ≡ 1 (mod 3) ou p ≡ 2 (mod 3).
Já verificamos anteriormente, que se x ≡ 1 (mod 3), então x
2
≡ 1 (mod 3) e que se x ≡ 2 (mod 3), então x
2
≡ 1 (mod 3).
Dessa forma, teremos que p
2
≡ 1 (mod 3) e, consequentemente, q
2
≡ 1 (mod 3).
Assim, p
2
q
2
≡ 0 (mod 3), ou seja, 3 | p
2
q
2
. Isso implica, portanto, que 24 | p
2
q
2
, ou melhor, p
2
q
2
≡ 0 (mod 24).
∎
Capitulo 1: Mostrar que 2n + 1 nunca é um cubo.
Para tanto, suponhamos 2
n
+ 1 = k
3
.
Dessa forma, 2
n
= k
3
1 = (k 1)(k
2
+ k + 1).
Vejamos que k
2
+ k + 1 = k (k + 1) + 1
Necessariamente, k (k + 1) é par, o que faz com que k (k + 1) + 1 seja ímpar.
Isso é um absurdo, pois 2
n
= (k 1) (k
2
+ k + 1), ou seja, k
2
+ k + 1 é um dos fatores de 2
n
e 2
n
(por ser uma potência de 2)
apresenta apenas fatores iguais a 2.
Então, 2
n
+ 1 k
3
, para todo inteiro k, isto é, 2
n
+ 1 não pode ser um cubo.
∎