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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOS CAMPOS GERAIS 
DIREITO 
 
 
 
 
 
VITOR HUGO MARIANO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE DIREITO PENAL 
TEORIAS DA PENA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ponta Grossa 
2016 
1. TEORIA ABSOLUTA DA PENA 
 
As teorias absolutas ou retributivas da pena consistem na premissa de que 
o indivíduo autor do crime deve ser punido pelo Estado com uma repreensão 
pura ao sujeito, não objetivando sua ressocialização ou mesmo sua correção 
comportamental. O objeto da pena nesta teoria é única e exclusivamente o de 
punir o agente pelo ato lesivo praticado. Nas palavras de Cezar Roberto 
Bittencourt: 
 
“A característica essencial das teorias 
absolutas consiste em conceber a pena como um 
mal, um castigo, como retribuição ao mal causado 
através do delito, de modo que sua imposição 
estaria justificada, não como meio para o alcance 
de fins futuros, mas pelo valor axiológico intrínseco 
de punir o fato passado: quia peccatum”. 
 
Pode-se entender a concepção desta teoria ao analisarmos sua raízes 
históricas nos Estados absolutistas. Naquele tempo, o Estado era representado e 
incorporado pelo governante supremo, o rei ou imperador, e este, segundo as 
crenças da época, era creditado como tal por escolha divina. Portanto, o agente 
do crime ao ferir uma lei, não desrespeitava somente o Estado ou o governante, 
mas o próprio Deus que teria escolhido o indivíduo a governar. Por conseguinte 
se fazia necessária a punição eficiente do sujeito criminoso: uma retribuição pelo 
mau causado à sociedade e pela petulância dirigida à divindade. Atendendo a 
esta demanda, o Estado criou maneiras de penitenciar que visavam a sintonia 
entre o crime e a retribuição, não se importando em educar ou civilizar o 
condenado. Mais à frente na linha do tempo dois dos principais idealistas 
alemães defendiam a teoria absluta da pena: Hegel e Kant. 
Para Hegel, a pena absoluta se justifica pela esfera jurídica, onde a 
retribuição é dada pelo fato de o criminoso ter negado à sociedade adequar-se 
às leis por esta redigidas, onde se busca reparar o mau causado ao promover 
prejuízo equivalente para o condenado. Aqui, a pena busca restabelecer o status 
legal anterior ao comentimento do crime. Hegel ilustra seu pensamento com sua 
célebre frase: “a pena é a negação da negação do Direito”, onde, por ter negado 
obediência à vontade geral, explicitada pela lei, o delinquente terá negada por 
esta a aprovabilidade da sua conduta, aplicando-se a ele a pena na medida de 
sua delinquência. 
Kant considera justificada a pena do ponto de vista ético, analisando-se o 
cunho moral da lei infringida. Poderia se chegar ao ponto de desqualificar o 
sujeito ao direito de cidadania, cabendo ao soberano a implacabilidade na 
aplicação da pena. Kant entendia as leis como imperativos categóricos, onde 
estes “encontram sua expressão no “dever-ser”, manifestando dessa forma essa 
relação de uma lei objetiva da razão com uma vontade que, por sua configuração 
subjetiva, não é determinada forçosamente por tal lei. Os imperativos, sejam 
categóricos ou hipotéticos, indicam aquilo que resulte bom fazer ou omitir, não 
obstante se diga “que nem sempre se faz algo só porque representa ser bom 
fazê- lo”. Kant com sua teroia retributiva contribuiu de diversas notáveis formas 
ao direito atual, para citar uma, o pensador qualificou o homem como um fim em 
si prório, não podendo ser este uma ferramenta para um fim, elencando assim 
um dos principais princípios do direito penal: o da culpabilidade. 
 
 
2. TEORIA RELATIVA DA PENA 
 
A teoria relativa da pena contrasta com a absoluta ao procurar impedir a 
ocorrência de novas infrações. Enquanto a Teoria da Pena Absoluta prega que a 
punição do crime deve ter aspecto puramente retributivo pelo fato de o autor ter 
delinquido, a Teoria Relativa tem como escopo a busca pela intimidação a não 
delinquir, assim a pena passa a ter fins futuros: a prevenção de delitos. Esta 
teoria dá ensejo ao caráter preventivo do Direito Penal, ao mesmo tempo em que 
dá luz à sua função de “orientador social” já que este ramo do direito é capaz de 
direcionar o comportamento social baseando-se nas leis. 
Ao se aplicar a Teoria Relativa o Estado está buscando, sobretudo, 
alcançar três propósitos práticos: o primeiro é o de reeducar o criminoso, 
adequando-o à sociedade que prejudicou e mostrando-lhe quais as condutas 
aceitaveis e reprováveis que alguém deve ter para que se conviva 
harmoniosamente com os demais; outro fim desejado é o de dissuadir à pratica 
de delito, posto que se mostre eficiente a aplicação de sanções àqueles que o 
fazem; por último há o esperável efeito de pacificação social que ocorre pela 
tomada de atitudes por parte do Estado visando ao retorno das condições 
pacatas anteriores ao comentimento do crime. Este objetivo pode ser 
considerado uma clara consequência do anterior. 
A prevenção objetivada pela pena pode ser dividida em Prevenção Geral e 
Especial – ambas subdivididas em positiva e negativa – sendo a primeira 
direcionada à sociedade como um todo e a segunda ao indivíduo infrator. 
A Prevenção Geral negativa assume o papel de desincentivar possíveis 
infratores à pratica de um delito, usando como ferramenta para tal a ameaça da 
aplicação de uma pena eficaz, por isso esse ramo da Teoria Relativa pode 
também ser chamado de prevenção intimidatória. Entende-se por Prevenção 
Geral positiva aquela que procura conformar o cidadão aos limites sociais 
estabelecidos, passando a ideia de que esses indivíduos devem ser sempre fiéis 
às normas sociais. 
Trata-se da Prevenção Especial quando a aplicação se dirige ao sujeito 
que já praticou a ação típica, o objetivo desta prevenção é de que o agente não 
venha a cometer novos atos criminosos. Assim como na Prevenção Geral, a 
Especial tem seus ramos positivo e negativo. A divisão negativa desta prevenção 
é compreendida como a neutralização ou incapacitação do criminoso, retirando-o 
do convívio social por uma restrição perpétua de sua liberdade ou pela retirada 
de seu direito à vida. Já o ramo positivo, aplicado na maior parte dos sistemas 
penais do mundo – por vezes sozinho e, eventualmente, acompanhado do 
negativo – se refere à reeducação e readequação do delinquente à sociedade da 
qual foi “retirado”, como exemplo se pode citar as penas de privação de liberdade 
de caráter não perpétuo. 
3. TEORIA MISTA OU UNIFICADORA 
 
Desenvolvida por Adolf Merkel, a Teoria Mista é a utilizada no sistema 
jurídico penal brasileiro (art. 59, caput, CP), justamente por ser a união dos 
melhores aspectos de cada uma das teorias anteriores, já que procura alcançar, 
na aplicação da pena, tanto o resultado retributivo quanto o preventivo. Assim, a 
pena cumpre as funções de retribuição pelos atos criminosos cometidos e a de 
ressocialização do indivíduo ao mesmo tempo em que tenta evitar delitos futuros 
pela mesma pessoa. Desse modo entende Bittencourt: “As teorias mistas ou 
unificadoras tentam agrupar em um conceito único os fins da pena. Esta corrente 
tenta recolher os aspectos mais destacados das teorias absolutas e relativas.” 
Consoante está João José Leal ao destacar ainda o caráter moral da pena que a 
Teoria Mista introduz: 
 
“Modernamente, teorias mistas ou ecléticas 
procuram justificar a aplicação da pena com 
fundamento de ordem moral (retribuição pelo mal 
praticado) e de ordem utilitária (ressocialização do 
condenado e prevenção de novos crimes). A pena 
guarda inegavelmente seu caráter retributivo: por mais 
branda que seja, continua sendo um castigo, uma 
reprimenda aplicável ao infrator da lei positiva. Ao 
mesmo tempo, busca-se com ela alcançar metas 
utilitaristas, como a de evitar novos crimes e a de 
recuperação social do condenado.” 
 
 
Ao se analisara Teoria Mista se constata que é a que tem melhores 
chances de garantir a justiça por meio do melhor dos dois mundos, deixando 
claras ao mesmo tempo as naturezas punitiva e educadora que retribuem o 
mau causado pelo delinquente, o adequa à sociedade, e ainda intimida 
possíveis criminosos a não sucumbir a atividades desviantes. 
 
 
4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
 
BITENCOURT, Cezar Roberto, Tratado de Direito Penal, Parte Geral, volume 
1, 17ª edição, São Paulo: Saraiva, 2012. 
 
LEAL, João José, Direito Penal Parte Geral, 3º edição, Florianópolis: Editora 
OAB/SC, 2004. 
 
PRADO, Luiz Regis. Teoria dos fins da pena: breves reflexões. Revista de 
Ciências Penais, São Paulo, v. 0, p. 143-158, 2004.

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