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Doença de Sandhoff Anderson Araujo, Daryane Brandão, Eneas Afonso, Hengel Cavalcanti e Vinicius Albuquerque O que é? É uma doença lisossomal do grupo da gangliosidoses GM2, em que existe uma deficiência na atividade das hexosaminidases A e B, causada por mutações no gene HEXB que codifica a subunidade β, que ambas as enzimas partilham. O que são as gangliosidoses GM2? As gangliosidoses GM2 são um grupo de doenças lisossomais em que ocorre uma acumulação dos gangliosídios GM2 produzidos que não são corretamente metabolizados, devido a uma deficiência de umas enzimas chamadas de hexosaminidase A e hexosaminidase B, ou a uma deficiência na proteína ativadora da GM2. O que é o lisossoma? É uma organela celular que contém normalmente enzimas capazes de lisar moléculas grandes, como os gangliosídios. O que são gangliosídios? ● São lipídios complexos formados pela ligação de uma ceramida, diversos açúcares e ácido siálico. ● Localizam-se especialmente no cérebro. ● São essenciais para a mielinização (substância “gordurosa” que isola a membrana celular do neurônio), para a integridade dos axônios neuronais e para a transmissão dos impulsos nervosos. ● Existem diversos gangliosídios, entre eles GM1, GM2 e GM3, que se diferenciam pela sua composição em açúcares. ● A degradação requer enzimas diferentes, cuja atividade deficiente causa a acumulação de composto parcialmente degradados que se acumulam no sistema nervoso, causando Gangliosidose. Como se degrada o gangliosídio GM2? O glangliosídeo GM2 necessita da enzima Hexosaminidase A e uma proteína ativadora para ser degradado. A Hexosaminidase A é formada por duas subunidades (α e β), enquanto que a hexosaminidase B é formada apenas por subunidades β. Se ocorrerem mutações no gene que codifica a subunidade β, ocorre uma deficiência na atividade de ambas as hexosaminidases A e B, que partilham a mesma subunidade referida. O que acontece se ocorrer uma deficiência em ambas as hexosaminidases? “na hexosaminidase A” Quando existe uma deficiência enzimática na hexosaminidase A, os glangliosídeos não são degradados e ocorre uma acumulação no lisossoma da célula formando um corpúsculo que além de conterem colesterol e fosfolípidos, acabam por danificar gravemente os neurónios (células do sistema nervoso). Como tal, esta acumulação leva a lesões especialmente no sistema nervoso central. O que acontece se ocorrer uma deficiência em ambas as hexosaminidases? “na hexosaminidase B” A hexosaminidase B intervém na degradação de mucopolissacáridos, oligossacáridos e globosídios. A deficiência na subunidade β da hexosaminidase impede, assim, não só a degradação da GM2, como também, interfere com a degradação de outros glicolípidos com o mesmo açúcar terminal dos glangliosídeos (globosídios), que se acumulam nos tecidos, especialmente rins, fígado e baço. Porque é que existe a doença de SANDHOFF? No caso da Doença de Sandhoff, as mutações no gene HEXB, que codifica a subunidade β das hexosaminidases A e B, causam uma deficiência na atividade destas enzimas. Porque é que existe a doença de SANDHOFF? Trata-se de uma doença metabólica lisossomal de hereditariedade autossómica recessiva, ou seja, se ambos os pais foram portadores de uma mutação no gene HEXB, que codifica a subunidade β de ambas as hexosaminidases e transmitirem esta mutação ao seu filho, este sofrerá da doença de Sandhoff.