Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
FLÁVIO DOS REIS LEONEL 
 
 
 
 
PRODUÇÃO DE TEXTOS 
ATIVIDADE PARA AVALIAÇÃO - SEMANA 06 
 
 
 
 
 
 
PORTO FERREIRA- SÃO PAULO 
2018 
 FLÁVIO DOS REIS LEONEL 
 
 
 
 
 
PRODUÇÃO DE TEXTOS 
ATIVIDADE PARA AVALIAÇÃO - SEMANA 06 
 
 
 
 
 
Trabalho desenvolvido para a 
disciplina “Produção de textos” 
do curso de Engenharia de 
Produção da Universidade 
Virtual do Estado de São Paulo 
 
 
 
 
 
PORTO FERREIRA- SÃO PAULO 
2018
 
SUMÁRIO 
1 Princípios 4 
1.1 Princípio da coesão 4 
1.1.1 Mecanismos de coesão 4 
1.1.2 Algumas regras que garantem a coesão textual 4 
1.1.3 Substituição 4 
1.1.4 Elipse 5 
1.1.5 Conjunção 5 
1.1.6 Coesão Lexical 5 
1.2 Princípio da intertextualidade; 5 
1.2.1Tipos de Intertextualidade 6 
1.2.2 A intertextualidade explícita 7 
1.2.3 A intertextualidade implícita 7 
1.3 Princípio da intencionalidade 11 
1.4 Princípio da informatividade 12 
1.5 Metarregras 14 
1.5.1 Metarregra de repetição 14 
1.5.2 Metagrama de progressão 17 
1.5.3 Metarregra da relação. 18 
2 Textualidade 21 
2.1 Princípios linguísticos 22 
2.2 Princípios extralinguísticos 23 
3 Língua portuguesa de expressão brasileira 27 
4 Conclusão 28 
5 Referências bibliográficas 29
4 
 
1 Princípios 
1.1 Princípio da coesão 
A coesão é resultado da disposição e da correta utilização das palavras que 
propiciam a ligação entre frases, períodos e parágrafos de um texto. Ela colabora com 
sua organização e ocorre por meio de palavras chamadas de conectivos. 
1.1.1 Mecanismos de Coesão 
A coesão pode ser obtida através de alguns mecanismos: anáfora e catáfora 
são pronomes demonstrativos e são utilizados para fazer referência a algum termo 
que já foi dito no texto (anáfora) ou que ainda será apresentado (catáfora). 
A anáfora e a catáfora se referem à informação expressa no texto e, por esse 
motivo, são qualificadas como endofóricas. 
Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora o antecipa, 
contribuindo com a ligação e a harmonia textual. 
1.1.2 Algumas regras que garantem a coesão textual: 
• Referência Pessoal: utilização de pronomes pessoais e possessivos. Exemplo: 
João e Maria casaram. Eles são pais de Ana e Beto. (Referência pessoal 
anafórica) 
• Demonstrativa: utilização de pronomes demonstrativos e advérbios. Exemplo: 
Fiz todas as tarefas, com exceção desta: arquivar a correspondência. 
(Referência demonstrativa catafórica) 
• Comparativa: utilização de comparações através de semelhanças. Exemplo: 
Mais um dia igual aos outros… (Referência comparativa endofórica) 
1.1.3 Substituição 
Substituir um elemento (nominal, verbal, frasal) por outro é uma forma de 
evitar as repetições. Exemplo: Vamos à prefeitura amanhã, eles irão na próxima 
semana. 
5 
 
Observe que a diferença entre a referência e a substituição está expressa 
especialmente no fato de que a substituição acrescenta uma informação nova ao 
texto. 
No caso de “João e Maria casaram. Eles são pais de Ana e Beto”, o pronome 
pessoal referencia as pessoas João e Maria, não acrescentando informação adicional 
ao texto. 
1.1.4 Elipse 
Um componente textual quer seja um nome, um verbo ou uma frase, pode ser 
omitido através da elipse. Exemplo: Temos ingressos a mais para o concerto. Você os 
quer? 
(A segunda oração é perceptível mediante o contexto. Assim, sabemos que o 
que está sendo oferecido são ingressos para o concerto.) 
1.1.5 Conjunção 
A conjunção liga orações estabelecendo relação entre elas. Exemplo: Nós 
não sabemos quem é o culpado, mas ele sabe. (adversativa) 
1.1.6 Coesão Lexical 
A coesão lexical consiste na utilização de palavras que possuem sentido 
aproximado ou que pertencem a um mesmo campo lexical. São elas: sinônimos, 
hiperônimos, nomes genéricos, entre outros. Exemplo: Aquela escola não oferece as 
condições mínimas de trabalho. A instituição está literalmente caindo aos pedaços. 
1.2 Princípio da intertextualidade 
A intertextualidade é um recurso realizado entre textos, ou seja, é a influência 
e relação que um estabelece sobre o outro. 
Assim, determina o fenômeno relacionado ao processo de produção de textos 
que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos existentes em outro texto, seja 
em nível de conteúdo, forma ou de ambos: forma e conteúdo. 
Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de forma que essa 
relação pode ser estabelecida entre as produções textuais que apresentem diversas 
6 
 
linguagens (visual, auditiva, escrita), sendo expressas nas artes (literatura, pintura, 
escultura, música, dança, cinema), propagandas publicitárias, programas televisivos, 
provérbios, charges, dentre outros. 
1.2.1Tipos de Intertextualidade 
Há muitas maneiras de realizar a intertextualidade sendo que os tipos de 
intertextualidade mais comuns são: 
a. Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmente, em forma de 
crítica irônica de caráter humorístico. Do grego (parodès) a palavra “paródia” é 
formada pelos termos “para” (semelhante) e “odes” (canto), ou seja, “um canto 
(poesia) semelhante à outra”. Esse recurso é muito utilizado pelos programas 
humorísticos. 
b. Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a mesma ideia contida 
no texto original, entretanto, com a utilização de outras palavras. O vocábulo 
“paráfrase”, do grego (paraphrasis), significa a “repetição de uma sentença”. 
c. Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras, textos científicos, desde artigos, 
resenhas, monografias, uma vez que consiste no acréscimo de uma frase ou 
parágrafo que tenha alguma relação com o que será discutido no texto. Do 
grego, o termo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e 
“graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre Patrimônio 
Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): "A cultura é o 
melhor conforto para a velhice". 
d. Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção textual, de forma 
que dialoga com ele; geralmente vem expressa entre aspas e itálico, já que se 
trata da enunciação de outro autor. Esse recurso é importante haja vista que 
sua apresentação sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do 
Latim, o termo “citação” (citare) significa convocar. 
e. Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros textos. Do Latim, o 
vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois termos: “ad” (a, para) e “ludere” 
(brincar). 
7 
 
Outras formas de intertextualidade são o pastiche, o sample, a tradução e a 
bricolagem. 
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece entre dois textos, 
quando um texto já criado exerce influência na criação de um novo texto. 
Diversos autores utilizam textos já existentes e reconhecidos, chamados de textos 
fontes, para servir de base às suas novas criações. Contribuem assim para o 
enriquecimento da exploração de um determinado tema, da exaltação de uma 
personalidade, da comemoração de um acontecimento, da valorização da cultura de 
um povo,... 
A intertextualidade pode ocorrer de várias formas, nos diversos gêneros: na prosa, 
na poesia, nas letras de música, na publicidade, nas imagens, na pintura,... 
Embora possa ocorrer de forma acidental, sendo uma mera coincidência, a 
intertextualidade é maioritariamente planejada,apresentando vestígios mais ou menos 
diretos do texto original, que permitem aos leitores reconhecer a influência exercida 
pelo texto fonte. 
Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita 
 A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou implícita, de acordo 
com a relação estabelecida com o texto fonte, ou seja, se mais direta ou se mais 
subentendida. 
1.2.2 A intertextualidade explícita 
• É facilmente identificada pelos leitores; 
• Estabelece uma relação direta com o texto fonte; 
• Apresenta elementos que identificam o texto fonte; 
• Não exige que haja dedução por parte do leitor; 
• Apenas apela à compreensão dos conteúdos. 
1.2.3 A intertextualidade implícita 
• Não é facilmente identificada pelos leitores; 
8 
 
• Não estabelece uma relação direta com o texto fonte; 
• Não apresenta elementos que identificam o texto fonte; 
• Exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por parte dos leitores; 
• Exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para a compreensão 
do conteúdo. 
Exemplos de intertextualidade 
Dos diversos exemplos de intertextualidade existentes na literatura brasileira, um 
dos mais conhecidos é o poema Canto de Regresso à Pátria, de Oswaldo de Andrade, 
cujo texto fonte é o poema Canção de Exílio, de Gonçalves Dias. 
Canção do Exílio (texto fonte) 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. 
Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores. 
Em cismar, sozinho, à noite, 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
Minha terra tem primores, 
Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar - sozinho, à noite - 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
Não permita Deus que eu morra, 
Sem que eu volte para lá; 
Sem que desfrute os primores 
Que não encontro por cá; 
Sem qu'inda aviste as palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
(Gonçalves Dias) 
9 
 
Canto de Regresso à Pátria (intertextualidade) 
Minha terra tem palmares 
Onde gorjeia o mar 
Os passarinhos daqui 
Não cantam como os de lá 
Minha terra tem mais rosas 
E quase que mais amores 
Minha terra tem mais ouro 
Minha terra tem mais terra 
Ouro terra amor e rosas 
Eu quero tudo de lá 
Não permita Deus que eu morra 
Sem que volte para lá 
Não permita Deus que eu morra 
Sem que volte pra São Paulo 
Sem que veja a Rua 15 
E o progresso de São Paulo. 
(Oswald de Andrade) 
Tipos de intertextualidade 
A intertextualidade pode assumir diversas formas e ser feita de diversas 
maneiras, apresentando assim diferentes tipos. Destacamos os seguintes como os 
principais: 
✓ Paráfrase 
Na paráfrase, a intertextualidade incide na temática. Há uma reafirmação das 
ideias do texto fonte. É utilizado um tema previamente explorado por outro autor na 
criação de um novo texto com estrutura e estilo próprios. 
Exemplo de paráfrase: 
"Minha terra tem palmeiras / onde canta o sabiá..." (Canção do exílio, Gonçalves 
Dias) 
"Moro num país tropical / abençoado por Deus / e bonito por natureza..." (País 
Tropical, Jorge Ben Jor) 
10 
 
✓ Paródia 
Na paródia, ocorre a subversão da temática do texto fonte, alterando e 
contrariando o que foi expresso anteriormente de forma irônica e satírica. Visa a 
crítica e a reflexão, promovidas através de um momento de fruição e jocosidade. 
Exemplo de paródia 
Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé. (ditado popular) 
Se Maomé não vai à montanha, a montanha vaia Maomé. (paródia) 
✓ Referência ou alusão 
Na referência ou alusão, é feita a sugestão ou insinuação de um acontecimento, 
personalidade, personagem, local, obra,... Não é apresentada a intertextualidade de 
forma direta, mas sim através da apresentação de características simbólicas. 
Exemplo de referência ou alusão: 
A mais bonita de todas era sem dúvida Helena - a minha filha e não a outra. 
(Alusão a Helena de Troia, a mulher mais bonita do mundo) 
✓ Citação 
Na citação, ocorre uma intertextualidade direta, havendo a reprodução de parte 
do texto fonte. Há uma transcrição das palavras de outro autor, devidamente 
destacada com aspas e com a identificação desse autor. A citação visa conferir 
credibilidade ao novo texto. 
Exemplo de citação: 
Segundo Bechara (2015, p.276), "o verbo se diz pronominal quando o pronome 
oblíquo se refere ao pronome reto". 
✓ Epígrafe 
Na epígrafe, um autor utiliza uma passagem de um texto fonte para iniciar um 
novo texto, estabelecendo uma relação com essa passagem na criação da nova 
11 
 
criação. É muito utilizada em trabalhos acadêmicos, atuando como um pensamento 
que serve de base à obra. 
Exemplo de epígrafe: 
"Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua 
própria produção ou a sua construção." (Paulo Freire) 
✓ Pastiche 
No pastiche, há a imitação direta do estilo de outros autores, mesclando esses 
diversos estilos numa única obra. Aparece como uma criação independente, sem o 
intuito de criticar ou satirizar. O pastiche é muito utilizado em músicas e imagens. 
Exemplo de pastiche: 
"Quis gravar “amor” 
no tronco de um velho freixo: 
“Marília”, escrevi." 
(Manuel Bandeira) 
✓ Tradução 
A tradução é a passagem de um texto de uma língua estrangeira para a língua 
nativa de um determinado país. É considerada uma intertextualidade por haver 
diferentes interpretações e pela possibilidade de uso de diferentes expressões na 
adequação à realidade da nova língua. 
Exemplos de tradução: 
Nós amamos com um amor que era mais do que amor. 
"We loved with a love that was more than love." (Edgar Allan Poe) 
1.3 Princípio da intencionalidade 
O processo de conhecimento tem sido objeto de estudo da epistemologia. 
Alguns pensadores como Tomás de Aquino refletem sobre a intencionalidade como 
uma das características essenciais do conhecimento. As imagens mentais 
12 
 
diferentemente do universo material são imateriais. O significado destes conceitos 
mentais tem um seu significado em relação aos objetos materiais. 
Deste modo, o conhecimento deve ser analisado de forma constante sua 
conexão com o mundo, uma vez que o ser humano está integrado ao meio. Assim, 
existe certo grau de identificação entre a ideia e o objeto. Tomás de Aquino explica 
que o conhecimento apreende um elemento através do processo de abstração. O 
elemento, ou seja, as coisas têm por sua vez uma composição de matéria e forma: a 
essência é a forma que potencializa o ato de ser. 
A partir deste ponto de vista, na teoria descrita por Tomás de Aquino, o 
conhecimento humano compreende a forma das coisas (a forma é universal), mas não 
da matéria. A forma é a que concretiza a matéria. O homem é um ser universal que 
possui capacidades (sentidos) nas quais pode observar o mundo que o rodeia e obter 
informação. O conhecimento recebe a informação procedente de cada um dos 
sentidos. 
O conhecimento é intencional, ou seja, a essência do conhecimento é 
alcançar a verdade da mesma forma que a essência da vontade é alcançar o bem. 
Desta maneira, a busca pela verdade leva o homem a refletir sobre si mesmo e sobre 
o mundo que o rodeia em uma chamada realização pessoal. Na teoria de Tomás de 
Aquino, a relação entre o conhecimento e objeto é constante. 
Entretanto, com a chegada do racionalismo cartesiano próprio de Descartes, 
esta noção mudou de forma notável e focou sua atenção na consciência como ficou 
refletido na mensagem: “Penso, logo existo”. 
 
1.4 Princípio da informatividade 
A informatividade, ora representada pelaqualidade das informações contidas num 
texto, pode se caracterizar em maior ou menor grau. 
Um texto cuja modalidade se define pela natureza argumentativa representa, 
sobretudo, aquele texto em que se atesta a capacidade de o emissor discorrer, 
defender seu ponto de vista acerca deste ou daquele assunto. 
13 
 
Espera-se, dessa forma, que o discurso nele abordado faça com que o interlocutor, a 
depender dos argumentos firmados, deposite toda credibilidade a ele indispensável, 
buscando com isso ampliar os conhecimentos e, consequentemente, manter-se 
informado acerca de assuntos diversos. Assim entendido, cumpre ressaltar que essa 
diversidade de informações contidas tanto no discurso oral quanto no escrito se 
caracterizam tão somente pela informatividade, como bem nos retrata o próprio nome: 
Informatividade ↔Informações 
Partindo desse pressuposto, existem textos com menor ou maior grau de 
informatividade, fato esse que depende daqueles fatores básicos que norteiam a 
finalidade da escrita: por que, para quê e para quem escrevemos, cujos aspectos, uma 
vez cumpridos, tendem a fazer com que a interlocução se materialize de forma 
significativa. Assim, o grau de informatividade, ora dito em outras palavras, define-se 
pelo nível de conhecimento de que dispõem as pessoas de uma forma geral. 
De forma a ilustrarmos na prática como se dão esses aspectos, basta tomarmos 
alguns exemplos, tais como: 
Suponhamos que num texto contenha a presença de um cartum, de uma charge, 
enfim, e que o discurso contido nesses gêneros aluda a uma situação que faz parte 
do conhecimento da maioria dos interlocutores. Diante de tal realidade, afirmamos 
que se trata de um baixo grau de informatividade, visto que mediante a interação 
verbal não houve nada assim de tão importante a acrescentar ao conhecimento do 
leitor/ouvinte. 
Outro exemplo, agora demarcado por um grau médio de informatividade, figura-se 
nos textos de circulação social, sobretudo aqueles veiculados pela mídia, jornais e 
revistas, haja vista que as informações neles prestadas, além de mobilizar o repertório 
cultural do leitor, ainda lhe acrescentam informações novas. 
Aqueles textos, ora demarcados por um alto grau de informatividade, costumam 
destinar-se a um público mais específico, pois se constituem de assuntos voltados 
para um repertório cultural mais bem elaborado, como é o caso dos textos científicos 
de uma forma geral. 
14 
 
Conclusões nos fazem inferir que, a depender do grau de informatividade expresso 
num determinado texto, esse tende a despertar maior ou menor interesse por parte 
dos interlocutores, tendo em vista as informações nele retratadas. 
1.5 Metarregras 
O que se faz de um texto um texto? 
Michel Charolles foi um importante teórico francês,cujo a teoria surgiu de um texto 
muito conhecido,que se tornou clássico datado em 1978,é um texto voltado para os 
professores. 
Charolles notou que os professores ao corrigir os textos,faziam anotações de sentido 
sobre esses textos,ele percebeu que quando os professores faziam criticas ou até 
mesmo cesuras sobre esses textos, os professores tinha um olhar critico em relação a 
formulação de um texto. Charrolles não faz uma distinção entre coerência e coesão. 
Charolles propõe metarregras para que os professores avaliem melhor seus alunos. 
1.5.1 Metarregra de repetição 
Para que um texto seja considerado (Microestruturalmente e Macroestruturalmente) 
coerente é preciso que contenha, no seu desenvolvimento linear,elementos de 
recorrência estrita. Microestruturalmente pensamos em uma frase ou uma oração. 
Macroestruturalmente pensamos no texto inteiro. 
Pronominalizações: são os usos de pronomes ou seja palavras que substituem o 
nome substantivos. 
Exemplos: 
 
O pronome este substitui a palavra texto técnico. 
15 
 
Outro exemplo: 
O estado do Mato grosso é lindo. Lá existem muitos animais silvestres. 
Para não repetimos as palavras Mato grosso, usamos a palavra Lá que se refere ao 
estado do Mato grosso. 
O Lá é um advérbio prenominal. 
A repetição de uma palavra muitas vezes acontece por falta de um sinônimo ou por 
estratégia, quanto queremos enfatizar o significado dessa palavra. 
Para Charolles ele não faz distinção de coerência e coesão,mas outros teóricos 
afirmam que cada uma tem propriedades diferentes. 
 
Para vários teóricos isso é um tipo de coesão sequencial. 
Em vermelho temos exemplo dos verbos estão no infinitivo. 
Substituições lexicais: 
16 
 
 
Neste exemplo foi substituída a palavra demanda por procura. 
Para alguns teóricos esse é um exemplo de coesão,para Charolles ele considerava 
coerência. 
 
Em termos de coesão pode chamar de qualidade ou seja substituição do nome por 
uma qualidade que o individuo possui. 
Recuperação de pressuposicionais e as retomadas de inferência: 
 
17 
 
Em [ela] se refere a empresa e [eles] aos irmãos fundadores da empresa. Estamos 
diante de uma elipse aquilo que fica subentendido,isso reforça a ideia de pressuposto 
aquilo que não está claro é apenas inferido. 
1.5.2 Metagrama de Progressão. 
"Para que um texto seja Microestruturalmente e Macroestruturalmente coerente é 
preciso que haja no seu desenvolvimento uma contribuição semântica constantemente 
renovada" 
 
Este era uma proposta de dissertação Utilização da mesma palavra varias vezes,que 
estão em vermelho; 
A ultima linha e o primeiro parágrafo correspondem a ideia , os mesmos conceitos. 
Segundo os conceitos de Charolles esse texto não tem contribuição semântica ,ele 
não progrediu. 
A intenção de Charolles é que o Professor,ajude o aluno nas questões de produção de 
um texto. 
Veja outro exemplo: 
18 
 
 
O pensamento do primeiro paragrafo é retomado como resumo na frase: a luta contra 
a desigualdade social. 
Na frase uma das frentes, corresponde a batalha pela descolonização social. 
Neste caso ocorreu a contribuição semântica. 
Para os teóricos o não apenas é um exemplo de coesão, mas para Charolles é 
coerência.. 
 
A letra E que está em vermelho ela faz a adição ao texto Como podemos ver segundo 
a teoria de Charolles o texto progrediu. 
1.5.3 Metarregra da relação 
“Para que uma sequência ou texto sejam coerentes, é preciso que os fatos que se 
denotam no mundo representado estejam relacionados”. 
19 
 
Mas o que signica isso? O texto precisa ter a capacidade de representar os tais fatos 
referidos nesse enunciado. Que fatos são esses? Quaisquer, os fatos do cotidiano, 
fatos históricos, os seus objetos e suas situações. 
O mundo do texto não é exatamente igual ao mundo concreto, é sim um mundo 
recriado. Mesmo assim, segundo o que se defende aqui nessa metarregra, é preciso 
que o texto seja capaz de representar esses fatos, essas situações, objetos e 
personagens. 
Por exemplo: “Reunidos antes por um gracejo – o acrônimo remete à palavra inglesa 
‘brick’ ou tijolo – Brasil, Rússia, Índia e China, e mais tarde África do Sul, têm 
expressivas diferenças econômicas, culturais e políticas entre si. Em uníssono, no 
entanto, postulam maior inuência em entidades globais, como o FMI”. 
Este é um trecho de um editorial da Folha de São Paulo no qual já se percebia 
referência a esse acrônimo. De que modo essa metarregra de relação teria sido 
obedecida pelo redator desse editorial? Veja que nomes de países como Brasil, 
Rússia, Índia e China, depois África do Sul, são entidades, situações externas ao 
texto, mas representadas no texto. 
Somos capazes de dizer exatamente a quê esse redator se reporta. Assim como 
expressões como o FMI, Fundo Monetário Internacional, essa outra sendo umaentidade bancária, é também uma realidade que está fora do texto, mas trazida para o 
interior dele, se colocando assim como uma espécie de marca, percebida e entendida 
pelo leitor. 
20 
 
 
21 
 
2 Textualidade 
Por que se diz que a textualidade é construída com princípios 
linguísticos e extralinguísticos? Para cada um desses aspectos, cite pelo menos 
o nome de um princípio. 
Textualidade é o conjunto de características provenientes de um texto que faz com 
que ele seja considerado um texto. Sendo o texto um “evento comunicativo em que 
convergem ações linguísticas sociais e cognitivas”. Sua compreensão se dá não só 
pela linguística, mas é muito mais uma forma de inserção e um modo de agir sobre o 
mundo na relação com o outro. 
Textualidade é um conjunto de características que fazem com que um texto seja 
considerado como tal, e não como um amontoado de palavras e frases. Uma definição 
alternativa apontaria textualidade como uma premissa adotada pelo interlocutor (nessa 
instância o termo não é ligado ao texto, mas aos agentes do processo comunicativo), 
baseada em seus prévios conhecimentos estruturais e funcionais de texto, que permite 
através da consideração de vários fatores realizar a textualização de uma mensagem 
em determinada situação comunicativa. 
É importante ressaltar que ao escrever um texto bem estruturado é necessário que 
ele possua elementos indispensáveis à sua construção. Primeiramente, é preciso que o 
aluno possua conhecimento sobre o tema, para ser capaz de estruturar ideias por meio 
de uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão, sempre lembrando que há 
um encadeamento lógico entre elas. 
Costa Val (2016) ainda ressalta que para que um texto seja considerado texto, é 
necessário que possua uma relação sociocomunicativa, semântica e formal. Assim, um 
texto será bem compreendido quando ele atingir os seguintes aspectos: 
a) O pragmático tem a ver com seu funcionamento enquanto atuação 
informacional e comunicativa; 
b) O semântico-conceitual é a base da coerência do texto; 
c) O formal refere-se à sua coesão. 
Sendo assim, a textualidade é construída a partir de características que fazem um 
texto ser um texto e não um amontoado de frases, como já ressaltado anteriormente. 
Um texto bem construído e, naturalmente, bem interpretado, vai apresentar aquilo que 
22 
 
Beaugrande e Dressier (1981) chamam de textualidade, ou seja, um conjunto de 
características que torna-o um texto e não uma sequência de frases. Conceber a 
produção textual a partir de concepções sobre a textualidade requer a aceitação de que 
o texto não é um produto e sim um processo composto por etapas interdependentes e 
intercomplementares que vão do planejamento à reescrita (Cf. BRASIL, 1998/2000). 
Os recursos do domínio textual são os fatores responsáveis pela organização 
estrutural do texto. De modo que, cada elemento da textualidade é peça fundamental 
para a atividade escrita numa perspectiva sociodiscursiva e interativa da linguagem. 
Para tanto, Beugrande e Dresser (1981) apontam sete critérios de textualidade, a 
saber: coerência, coesão, situacionalidade, informatividade, intertextualidade, 
intencionalidade e aceitabilidade. 
2.1 Princípios linguísticos 
A coerência e a coesão são elementos textuais, a primeira é responsável pelo 
sentido do texto, que envolve fatores lógico-semânticos e cognitivos, pois depende do 
conhecimento partilhado entre os interlocutores. Assim, um texto é considerado 
coerente quando compatível com o conhecimento de mundo do receptor que deve 
dispor de conhecimentos necessários à sua interpretação. É conveniente o trabalho 
com a coerência, porque permite perceber que um texto não existe em si mesmo, mas 
sim constrói-se na relação emissor-receptor-mundo. 
Já a coesão diz respeito à manifestação linguística da coerência. Ela provém da 
forma como as relações lógico-semânticas do texto são expressas na superfície 
textual. Assim, pode-se conferir a coesão de um texto mediante a análise de seus 
mecanismos lexicais e gramaticais de construção. São os elementos de coesão que 
também proporcionam ao texto a progressão do fluxo informacional, levando adiante o 
discurso. 
Costa Val (2016) compara 
o que ambas tem em comum é a característica de promover a inter-
relação semântica entre os elementos do discurso, respondendo pelo 
que se pode chamar de conectividade textual. A coerência diz 
respeito ao nexo entre os conceitos e a coesão, à expressão desse 
nexo no plano linguístico. É importante registrar que o nexo é 
indispensável para que uma sequência de frases possa ser 
reconhecida como texto. (VAL, 2016, p. 7) 
23 
 
2.2 Princípios extralinguísticos 
 
Por conseguinte, os outros cinco elementos são extratextuais, ou seja, relacionam-
se a questões que ultrapassam os limites do texto. A situacionalidade está relacionada 
à adequação do texto a uma determinada situação comunicativa que orienta o sentido 
do texto, tanto em sua produção, como em sua interpretação. Esse aspecto textual 
trata-se, portanto, “do conjunto de fatores que tornam um texto relevante na situação 
comunicativa em curso ou passível de ser reconstruída” (KOCH, 2009, p. 40). 
Sobre a informatividade, destacamos a medida na qual as ocorrências de um texto 
são esperadas ou não pelo receptor. Se as informações do texto forem previsíveis, ou 
seja, de acordo com as expectativas do leitor, esse texto será avaliado como de baixa 
informatividade. Já um discurso menos previsível tem mais informatividade. O que se 
espera é que o texto mantenha um nível mediano de informatividade, que fale de 
informações novas, mas que venham ligadas a dados conhecidos. 
No que tange à intertextualidade pode-se salientar a interpretação de um texto 
dependente da interpretação de outros. Para que possa haver uma construção de 
sentidos, o receptor do texto deve ter conhecimento proveniente de outros textos, já 
que este não é construído isoladamente, mas a partir daquilo que já foi apreendido em 
outros. Beaugrande e Dressler (apud ELIAS, 1994, p. 150) consideram esse processo 
como “uma mediação entre textos e a justificam quando no momento da situação 
comunicativa são introduzidos crenças e propósitos dos participantes”. 
A intencionalidade funda-se fortemente da intenção do produtor em construir uma 
comunicação compatível com suas intenções comunicativas. E quanto à aceitabilidade 
compreende o modo como receptor reage ao texto: o primeiro fator refere-se à intenção 
do produtor, ao modo como produz o seu texto para alcançar seus objetivos. Já o 
segundo fator, se efetivará se o receptor entender o texto como um todo coerente e 
significativo. Para isso, é preciso, em muitas situações, que o interlocutor utilize seu 
conhecimento de mundo, estabelecendo entre ele e o produtor um princípio de 
cooperação. 
24 
 
Embasando-se nas reflexões de Beugrande e Dressler, Marcuschi (2010) afirma que 
os critérios da textualidade poderiam ser observados partindo por quatro instâncias, 
sendo a coesão e coerência orientadas pelos aspectos textuais; a intencionalidade e 
aceitabilidade pelos aspectos interacionais; a informatividade pelo aspecto 
computacional e a situacionalidade e a intertextualidade pelo aspecto sócio discursivo 
(MARCUSCHI 2010). 
Contudo, as concepções de texto se consolidam como recursos fundamentais dentro 
da perspectiva sociodiscursiva da linguística textual. Segundo Marcuschi (2008 p. 61), 
nos últimos anos, desenvolveu-se então “uma postura textual discursiva em uma 
perspectiva sociodiscursiva”. 
A coerência é o que faz um texto ser lógico. Ela não está pronta no texto deve ser 
construída pelos interlocutores. Essa construçãodepende dos fatores pragmáticos. 
Da mesma forma, a coesão também passa por um processo de co-construção, na 
medida em que o interlocutor relaciona os elementos linguísticos para dar significado 
ao texto. Coesão está mais ligada aos elementos linguísticos e coerência às ideias. 
Fatores pragmáticos 
• A intencionalidade de um texto é aquilo a que ele se propõe: qual o objetivo 
do que o autor está escrevendo? 
• Em contrapartida existe a aceitabilidade: o leitor aceitará, ou seja, entenderá 
(ou não) aquilo que o autor pretendia comunicar por meio de seu texto? 
• A situacionalidade é o contexto em que o texto é escrito e em que será 
veiculado. O autor precisa considerar as particularidades de época e de lugar 
para escrever seu texto, de modo que ele fique adequado a determinada 
situação. Esse fator é um exemplo de como todos os outros fatores estão 
relacionados: o texto só terá aceitabilidade, caso ele esteja adequado à 
situação para a qual foi escrito. 
• A informatividade consiste no grau de novidade que o texto apresenta. É 
preciso que o texto seja escrito por um motivo, ou seja, para transmitir algum 
tipo de informação. 
25 
 
• O leitor terá tanto mais interesse no texto e, assim, irá aceitá-lo melhor - à 
medida que ele lhe fornecer informações novas. Por outro lado, se o índice de 
informatividade de um texto é muito alto, corre-se o risco de que haja uma 
rejeição por parte do leitor, que poderá não conseguir processar todas as 
informações colocadas ali. 
• A intertextualidade consiste em textos conversarem entre si: são as 
referências, explícitas ou não, que o autor faz em seu texto. É preciso que o 
leitor entenda as referências que o autor faz em seu texto. 
Os aspectos extralinguísticos estão externos a língua, como a pragmática. 
Pragmática trata-se do ramo da linguística que analisa o uso concreto da linguagem 
pelos falantes da língua em seus variados contextos. A Pragmática extrapola a 
significação dada às palavras pela semântica e pela sintaxe, observando o contexto 
extralinguístico em que estão inscritas; ou seja, ocupa-se da observação dos atos de 
fala e suas implicações culturais e sociais. 
Segundo a Pragmática, o sentido de tudo está na utilidade, no efeito prático que 
os atos de fala podem gerar. Para ela, o que realmente importa é a comunicação e o 
funcionamento da linguagem entre os usuários, concentrando-se nos processos de 
inferência pelos quais compreendemos o que está implícito. Observe alguns exemplos: 
Falante 1: - Nossa, as janelas estão todas abertas! Como está frio aqui! 
Falante 2: - Só um momento, irei fechá-las. 
Embora o falante 1 não tenha solicitado expressamente que as janelas fossem 
fechadas, o falante 2 inferiu, através da análise do que foi dito por seu interlocutor, que, 
para eliminar o frio, deveria fechar as janelas, intenção implícita no discurso do falante 
1. 
Falante 1: - O ambiente ficou muito escuro depois que as persianas foram 
fechadas. 
Falante 2: - Vou abri-las novamente. 
26 
 
Conforme você viu, mesmo que o falante 1 não tenha expressado formalmente 
que gostaria que as persianas fossem abertas, o falante 2 inferiu, através da análise do 
contexto comunicacional, que, para eliminar a escuridão do ambiente, as persianas 
deveriam ser abertas, intenção pretendida implicitamente pelo falante 1. 
Segundo a Pragmática, o contexto no qual a comunicação está inscrita é 
essencial para a compreensão do enunciado emitido. Claro que, quanto maior o 
domínio da linguagem, maior será a capacidade do falante de compreender enunciados 
implícitos. Nos exemplos utilizados acima, houve pedidos por parte de dois dos 
falantes, e, como regra constitutiva, os ouvintes disponibilizaram-se a executar aquilo 
que foi solicitado. 
Embora existam muitas definições para a palavra pragmática, linguisticamente, a 
que mais nos interessa diz respeito ao estudo da linguagem do ponto de vista de seus 
usuários, analisando as escolhas lexicais feitas, as restrições encontradas no uso da 
linguagem em determinadas interações sociais e, principalmente, os efeitos que o uso 
da linguagem tem sobre os outros participantes no ato da comunicação. Sendo assim, 
a Pragmática pode ser considerada o ponto de convergência entre o uso linguístico e o 
uso comunicativo, comprovando a intrínseca relação entre a linguagem e a situação 
comunicativa em que ela está sendo empregada. 
27 
 
3 Língua Portuguesa de expressão brasileira 
Considerando a polêmica sobre a existência da língua brasileira, explique o 
significado da expressão “Língua portuguesa de expressão brasileira”. 
 “Língua Portuguesa de expressão brasileira” é utilizado para explicar que os 
modos de se falar no Brasil e em Portugal (ou em diferentes outros países de língua 
portuguesa) são estruturalmente os mesmos já que se trata da mesma língua, mas que 
as manifestações linguísticas no Brasil (como em outros países) são afetadas por 
valores e interferências próprias da história, razão pela ela sofreu várias adaptações e 
influências de outras línguas, não compreendemos expressões básicas de uma 
determinada região, mas ainda que sejam dialetos próprios, outro fator que influencia é 
a questão da cultura pertencente a língua brasileira, .dificultando sua compreensão, 
pois nem sempre os portugueses entendem os brasileiros e vice versa. O termo “língua 
portuguesa de expressão brasileira”, defendido por muitos teóricos, é o modo de dizer 
que a língua falada no Brasil não pode ser confundida com o Português falado em 
Portugal, porque, apesar da semelhança entre elas, cada uma tem a sua própria 
estrutura. 
28 
 
4 CONCLUSÃO 
De um modo geral o trabalho desenvolvido em toda a sequência didática concebe a 
produção do texto como uma atividade processual, desse modo o conjunto de 
atividades desenvolvidas contemplou momentos de estudo da temática, de 
planejamento da escrita, de textualização, de revisão do que foi escrito. No que se 
refere as discussões realizadas acerca do ensino de escrita, torna-se necessário 
conhecer os conceitos de texto e textualidade, para que seja possível formar leitores e 
escritores competentes e capazes de produzir textos claros e objetivos. Um dos 
caminhos para isso, é trabalhar os elementos da textualidade. A partir do uso desses 
elementos o escritor será capaz de planejar o discurso e elaborar o seu texto, 
observando o seu objetivo, o seu leitor e a tipologia apropriada. 
29 
 
5 Referências bibliográficas 
BEAUGRANDE, R. -A. de e DRESSLER, W. V. Introduction to text linguistics. 
London/New York: Longman, 1981. 
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais – Ensino 
Fundamental – Língua Portuguesa. Brasília: SEF/MEC, 1998. 
COSTA VAL, M. G. Redação e textualidade. 4ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 
2016. 
KOCH, I. G. V.. Introdução à Linguística Textual. 2 o ed. São Paulo; Martins 
Fontes. 2009b. 
MARCUSCHI, L. A. Gêneros Textuais; definição e funcionalidade, In: DIONÍSIO. A. 
P., MACHADO, A. R.; BEZERRA M. A. Gêneros textuais e ensino. São Paulo: 
parábola Editorial, 2010. 
http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/textualidade acesso em 
30.09.2018 
https://portugues.uol.com.br/redacao/informatividade-uma-caracteristica-textual.html 
acesso em 29.09.2018 
https://portugues.uol.com.br/redacao/pragmatica.html acesso em 29.09.2018 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Textualidade acesso em 30.09.2018 
https://queconceito.com.br/intencionalidade acesso em 29.09.2018 
http://revisaja.com.br/conheca-as-metarregras-de-coerencia/ acesso em 29.09.2018 
http://schionattoengenharia.blogspot.com/2014/09/portugues-metarregras-de-
repeticao-e.htmlacesso em 30.09.2018 
https://www.editorarealize.com.br/revistas/eniduepb/trabalhos/TRABALHO_EV100_
MD1_SA9_ID107_29112017112113.pdf acesso em 30.09.2018 
https://www.normaculta.com.br/intertextualidade-o-que-e-quais-os-tipos-de-
intertextualidade/ acesso em 29.09.2018 
https://www.todamateria.com.br/coesao-e-coerencia/ acesso em 28.09.2018 
https://www.todamateria.com.br/intertextualidade/ acesso em 28.09.2018

Mais conteúdos dessa disciplina