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Prof. Ma. Celina Martins Decol Engenharia Bioquímica – 2018/1 Conversão de uma substância em outra, através de metabolismo microbiano, ou seja, através de uma sequência de reações catalisadas por enzimas. Catalisador biológico de natureza proteica, elaborado por seres vivos, de altíssima especificidade e estável em faixas restritas de pH controle rigoroso A presença das enzimas, ou seja, o catalisador sendo produzido in loco pelo ser vivo é o que difere a Engenharia Bioquímica da Engenharia Química. Metabolismo reações degradativas assimilativas energia produtos menores, de estrutura mais simples que o substrato original produtos de estrutura mais complexa do que o substratooriginal NUTRIENTES crescimento e reprodução do micro- organismo absorvidos pelo micro- organismo por diferença de concentração Meio de cultura EXCRETA Produto final ou intermediário que se acumula no interior da célula e depois é excretado para o meio Extracelulares: Produtos de catabolismo (etanol e o ácido lático) intracelulares: macromoléculas, Produtos de anabolismo (pigmentos carotenóides e invertase) Substrato principal fonte de carbono NUTRIÇÃO HOLOFÍTICA nutriente só é absorvido se for previamente dissolvido em água característica dos microrganismos de interesse industrial Processo Fermentativo Genérico inoculação de um micro-organismo num meio adequado para o seu crescimento e/ou formação do produto desejado, submetido a condições ambientais propícias agente da fermentação cultura pura, é adaptada às condições do processo Preparo do Inóculo suspensão de micro- organismos suficientemente concentrada para garantir a fermentação de um dado volume de meio de cultivo Fase laboratorial Fase industrial Preparo do Inóculo obtenção do inóculo ideal tanto em volume, concentração e idade (fase logarítmica) Bactérias e leveduras: contagem em placas ou por densidade ótica Bolores e actinomicetos: peso seco Controle do Inóculo Recuperação do Inóculo Processos Fermentativos /Bioprocessos agentes biológicos tratamento da matéria-prima/ resíduo preparo dos meios esterilização transformação do substrato em produto(s) separação e purificação de produto(s) estágios à montante (upstream) transformação propriamente dita à jusante (downstream) Tratamento da matéria-prima Preparo de meio; Esterilização ‘upstream process’ Separação de células Separação/purificação de produto ‘downstream process’ [Fenômenos físicos] [Fenômenos químicos] [Fenômenos biológicos] [Condições ambientais ótimas] [Meio de cultivo] [Agente de fermentação] (A) processo de metabolismo anaeróbico de produção de energia em que os microrganismos oxidam parcialmente o substrato, atuando sobre um ou mais componentes, gerando produtos modificados. (B) processo metabólico onde o substrato orgânico atua como doador e como receptor final de elétrons, mas sem a utilização de uma cadeia respiratória. Fermentação qualquer processo de cultivo microbiológico que ocorre com ou sem ar (*) forma de reoxidar as coenzimas reduzidas NADH e NADPH formados durante a glicólise, mantendo o balanço de redução-oxidação dentro da célula. Os elétrons são transferidos para um composto orgânico, fornecendo NAD+ e NADP+ suficientes para a continuação da glicólise. (**) Durante a fermentação, um mesmo composto orgânico pode sofrer uma oxidação ou redução dependendo do micro-organismo. ácido pirúvico ácido acético ácido Lático bi o q u ím ic a processo de metabolismo anaeróbico de produção de energia em que os microrganismos oxidam parcialmente o substrato, atuando sobre um ou mais componentes, gerando produtos modificados. conduzido por micro-organismos de múltiplas habilidades metabólicas que podem alterar a estequiometria da fermentação em resposta a alterações do meio, com grande impacto no rendimento do processo. leveduras são os microrganismos mais importantes na fermentação industrial No processo fermentativo, as condições do meio sofrem “n” influências e precauções devem ser tomadas para preservar o caldo nas melhores condições físicas e químicas possíveis, para que favoreçam os microrganismos, resultando em conversões elevadas de substrato em produto. Saccharomyces - ampla aplicação na indústria de biotecnologia). quebra do substrato (glicose) “glicólise” ou via de Embden-Meyerhof Metabolismo microbiano durante o processo fermentativo glicose piruvato ATP NADH fase preparatória quebra do substrato (glicose) “glicólise” ou via de Embden-Meyerhof Metabolismo microbiano durante o processo fermentativo glicose piruvato ATP NADH fase de pagamento quebra do substrato (glicose) “glicólise” ou via de Embden-Meyerhof Metabolismo microbiano durante o processo fermentativo glicose piruvato ATP NADH Chave para o metabolismo ácido lático, etanol, acetona, butanol e ácido acético CO2 e NADH aero biose anaero biose * Reações em que há reoxidação de NADH Fermentações em larga escala Tanque: fermentador, biorreator, dorna Qualquer processo microbiano em larga escala A aeração em fermentadores nos processos aeróbicos é fundamental para o desempenho do processo. Implantação de serpentinas em dornas de grande volume para garantir a distribuição homogênea da temperatura. Fermentações em larga escala Controle e monitoramento Produção do composto de interesse Parâmetros ambientais Crescimento microbiano Temperatura Ph [ o2 ] Massa celular Teor de nutrientes essenciais Tempo real Fermentação etanólica et a n o l (a) via destilatória (b) via sintética (hidrocarbonetos não saturados e de gases de petróleo) (c) via fermentativa. C6H12O6 2 CH3CH2OH + 2 CO2 ΔG=-56000 cal/mol (A) natureza microbiana fermentação em condições anaeróbias (B) presença de O2 no meio Lu is Pa st eu r (i) culturas quimioestáticas (ii) quando a concentração de substrato limita o crescimento, OU (iii) quando o cultivo é feito na ausência de fontes de nitrogênio (1) INIBIÇÃO DA formação de etanol (2) DIMINUIÇÃO DOconsumo de açúcar pela levedura (3) AUMENTO Do crescimento celular Efeito Pa steu r As leveduras podem consumir além da glucose outros açúcares, como manose e galactose MANOSE MANOSE 6 FOSFATO FRUTOSE 6 FOSFATO GALACTOSE GALACTOSE-1-FOSFATO podem ser utilizados açúcares exógenos (maltose e sacarose), e endógenos (glicogênio e trealose) formação de produtos secundários através de outras vias metabólicas realizadas para a o crescimento celular e produção de biomassa. 95% dos açúcares metabolizados etanol e CO2. 5% glicerol, ácidos orgânicos (succínico, acético e pirúvico), álcoois superiores, acetaldeído, acetoína, butilenoglicol, entre outros Saccharomyces cerevisiae, S. ellipsoideus, S. carlbergensis , S. warum (Leveduras) e Zymomonas mobilis (bactérias) Fermentação etanólica Fermentação lática produto principal : ácido láctico Produtos secundários: ácido butírico, álcool e manitol, em proporções variáveis bactérias homofermentativos (Lactobacillus delbrueckii, L. bulgaricus, L. pentosus, L. casei, L. leichmannii, Streptococcus lactis), leveduras, ficomicetos, e também algumas algas. A fermentação ocorre em temperaturas relativamente altas e dependerá do micro-0rganismo (A) Lactobacillus delbrueckii 45ºC; (B) L. bulgaricus 45-50ºC; (C) L. pentosus, L. casei, e Streptococcus lactis 30ºC