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1 AULA 1 – TEMA 1 POR QUE EMPREENDEDORISMO? Vive-se num mundo de competição empresarial cada vez mais acirrada e, em muitos casos, as micro e pequenas empresas, que são as grandes empregadoras do país, muitas vezes não têm acesso a informações e técnicas que poderiam mantê-las mais robustas e aptas a enfrentar a concorrência. Quando olhamos para o passado, que nos remonta à Revolução Industrial, lugar que predominavam trabalhos mecanizados, onde a geração de ideias era desestimulada por uma estrutura fabril que visava redução constante de tempo, e trabalhadores que eram sufocados e muitas vezes massacrados por longas jornadas de trabalho, pensar em colaboradores que poderiam ser empreendedores seria algo pouco provável. No entanto, o decorrer dos anos nos trouxe uma série de mudanças significativas no ambiente empresarial. Três forças contribuíram para a moldura da realidade atual, segundo Mello (1997) apud Macedo (2003, p.1): A. com a grande concorrência, ocasionando uma maior possibilidade de escolha por parte dos clientes, além da enorme facilidade de informações, os mesmos tornam-se mais exigentes demandando produtos customizados; B. a concorrência assume aspectos globais, e não se restringe a preços, mas a outros fatores como qualidade, confiabilidade, velocidade e capacidade de inovar; 2 C. a mudança é algo natural na conjuntura atual, visualizada inclusive no curto ciclo de vida dos produtos e constantes adaptações das empresas. Todo esse processo é caracterizado por profundas mudanças que assolam em especial o mercado de trabalho, pois exige pessoas com características inovadoras aptas a atuarem nesse cenário. Grandes empresas empregadoras do passado, nessa nova roupagem exigida pelo mercado, tiveram que se adaptar e não geram mais a quantidade de empregos de outrora. Essas transformações estão fazendo com que haja uma recondução da força de trabalho, onde muitos se inserem no mundo dos negócios e passam a ser gestores de seus próprios empreendimento. A ideia de que o empreendedor é unicamente aquele inato, não é verdade absoluta visto que uma série de habilidades podem ser desenvolvidas. Os empreendedores inatos continuarão a existir, mas é possível capacitar pessoas para criarem empresas de sucesso. Para isso, as empresas precisam cada vez mais de pessoas com habilidades empreendedoras, aptas a criar, inovar e se adaptar às constantes mudanças que o mercado globalizado as impõe. E mais ainda, conseguir tirar proveito de tais mudanças, abrindo o horizonte de possibilidades produtivas. Por isso desenvolver tais habilidades nos gestores das empresas, hoje é fator primordial que pode alavancar o crescimento econômico gerando mais empregos e renda para a nossa sociedade. 3 Nesse ambiente, o planejamento é palavra essencial e o plano de negócio o instrumento fundamental para aqueles que querem abrir um negócio próprio ou mesmo lançar um novo produto ou serviço no mercado. Figura 1 Quem é o empreendedor? “O empreendedor é aquele que faz acontecer, antecipa-se aos fatos e tem uma visão futura da organização” (Dornelas, 2016) “O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente através da introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização, ou pela exploração de novos recursos e materiais” Joseph Schumpeter (1949) Empreendedorismo, o que é? Muitas pessoas têm considerado o empreendedorismo como sendo sinônimo do ato de abrir empresas. Definições mais abrangentes mostram que o empreendedorismo vai além do ato de abrir novas empresas e que pode estar relacionado a vários tipos de organizações, em vários estágios de desenvolvimento. Detalhando um pouco mais… Planejamento Plano de Negócio 4 O ato de empreender está relacionado à identificação, análise e implementação de oportunidades de negócio, tendo como foco a inovação e a criação de valor. Isto pode ocorrer através da criação de novas empresas, mas também ocorre em empresas já estabelecidas, organizações com enfoque social (Empreendedorismo Social), entidades de natureza governamental etc. O Empreendedorismo Social está relacionado à criação de um negócio que gere grande impacto na sociedade. Imagine uma empresa que faça pequenas reformas voltadas para pessoas que moram em comunidades com parcelamento até 36 vezes. Muitas dessas pessoas não teriam como reformar suas casas pagando os custos da obra em poucas parcelas, mas com um parcelamento maior muitas famílias conseguem realizar o seu sonho. Segundo artigo da Harvard “O empreendedorismo social surgiu nas últimas décadas como uma forma de identificar e promover mudanças potencialmente transformadoras na sociedade. Um híbrido de intervenção governamental e puro empreendedorismo de negócios, o empreendimento social é capaz de tratar problemas cujo âmbito é estreito demais para instigar o ativismo legislativo ou para atrair capital privado. ” - http://hbrbr.uol.com.br/dois-fatores-chave- para-o-empreendedorismo-social-sustentavel/ - Observando os conceitos acima podemos identificar alguns termos interessantes como: inovação, visão futura, oportunidade e destruição da ordem econômica existente. Então esse empreendedor é aquele que possui uma visão futura, percebe algo que hoje não é notado pelos outros e que consegue alinhar essa visão a uma oportunidade identificada no ambiente, quebrando a ordem econômica atual com a introdução de novos produtos e serviços inovadores. Além disso, conforme pesquisa do GEM 2016 muitos brasileiros têm o sonho de abrir um negócio próprio. 5 Percentual da população segundo o sonho - Brasil - 2016 Figura 2 O PROCESSO EMPREENDEDOR Objetivo : Compreender a evolução e importância do empreendedorismo assim como os fatores importantes do processo empreendedor A evolução DO EMPREENDEDORISMO Segundo Dornelas (2016), o mundo tem passado por transformações principalmente no século XX que revolucionaram o estilo de vida das pessoas tais como : 1923 aparelho televisor; 1943 computador; 1945 bomba atômica; 1967 transplante do coração ; 1970 microcomputador; 6 1989 World Wide Web; 1993 Primeiro animal clonado – Ovelha Dolly; Aqui listamos apenas algumas delas, pois seria impossível reunir em único documento comum todas as inovações ocorridas ao longo dos anos em todo o mundo. Sem dúvida, por trás das invenções existiam pessoas/equipes com características especiais que puderam olhar além do que existia na própria realidade que os cercava. Por que o ensino e foco em empreendedorismo está se intensificando agora? Bem, inovação é fundamental para que se tenha constantemente produtos inovadores. Esse processo é que possibilita que muitas famílias hoje tenham acesso a produtos e serviços que seria difícil sem essa evolução. Ao comparar nossa vida hoje, considerando os produtos e serviços que consumimos, percebe-se que hoje o nosso padrão de consumo é maior que o de nossos avós. Mas por que isso ocorre? Hoje a CONCORRÊNCIA é bem mais acirrada que a de tempos passados. Outro aspecto importante é que a VELOCIDADE DA EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA é bem maior que antigamente. Se olharmos para os produtos, vamos perceber que se a empresa de celular A lançar um determinado produto, a empresa B (concorrente de A) lançará em seguida um novo produto, também com inovações, pois se assim não o fizer, em pouco tempo ficará fora do mercado. Com olançamento desses novos produtos o que ocorre com o preço do antigo? Todos sabem que cai quase que imediatamente. É nesse momento que pessoas com mais baixa renda conseguem ter acesso a tais produtos. Logo, o lançamento de novos produtos/serviços e consequentemente esse processo de inovação ocasionam acesso a produtos que não seria possível se os preços não tivessem caído. 7 Percebem como esse processo de inovação é favorável para o consumo e consequente bem-estar das famílias? E não só isso, mas também para a geração de emprego e renda dos países, daí a necessidade de incentivar o espírito empreendedor nas escolas para que cada vez mais esse processo de inovação ocorra, gerando emprego, renda e prosperidade para as famílias. O desejo por abrir negócio próprio nem sempre foi ocorreu, há 20/25 anos atrás era considerado loucura um jovem recém-formado querer a abrir um negócio próprio, isso porque os jovens eram educados para trabalhar numa grande empresa ou prestar um concurso público. Hoje essa realidade já mudou bastante, pois agora os jovens são preparados para também abrir um negócio próprio, criando empregos e renda. Por que empreendedorismo? Os países já perceberam que o empreendedorismo é o grande impulsionador de suas economias, gerando emprego e renda. Veja o exemplo dos Estados Unidos com uma cultura empreendedora, buscando incentivar o empreendedorismo desde as crianças até os mais velhos. Assim como exemplos de outros países (Dornelas, 2016): Israel I. Programa de Incubadoras Tecnológicas (+ de 500 negócios já foram criados nas 26 incubadoras do projeto) 8 II. Houve ainda uma avalanche de investimento de capital de risco nas empresas israelenses, sendo que mais de 100 empresas criadas em Israel se encontram com suas ações na NASDAQ (Bolsa de ações de empresas de tecnologia e Internet, nos EUA). França Iniciativas para promover o ensino de empreendedorismo nas universidades, particularmente para engajar os estudantes. Incubadoras baseadas nas universidades estão sendo criadas; uma competição nacional para novas empresas de tecnologia foi lançada; e uma fundação de ensino do empreendedorismo foi estabelecida. Conforme pesquisa da UCLA – Universidade da Califórnia, aos 5 anos as crianças fazem 98 tarefas criativas por dia, aos 44 os adultos fazem apenas 2. Cada vez mais os países percebem que precisam incentivar uma cultura empreendedora para fazer com que as crianças tão criativas aos 5 anos possam se tornar adultos também criativos. Figura 3 9 AULA 1 – TEMA 2 Já vimos que sempre houve inovação, mas alguns acontecimentos aqui, no Brasil, fizeram com que o empreendedorismo ganhasse maior destaque. A EXPERIÊNCIA BRASILEIRA O Conceito de empreendedorismo, no Brasil, difundiu-se com mais intensidade a partir de 1990. Isso porque nesse período houve a abertura comercial durante o governo Collor. Isso se deu com intuito de melhorar a competitividade da indústria nacional que possuía produtos caros e obsoletos. Quando os produtos estrangeiros começaram a entrar no mercado brasileiro, com produtos tecnologicamente melhores e mais baratos, a indústria local sentiu a perda de mercado e muitas não suportaram a concorrência vindo a fechar suas portas. Nesse momento, muitas pessoas que haviam perdido seus empregos começaram a usar o seu FGTS (fundo de garantia por tempo de serviço) para abrir um negócio. Porém, muitas pessoas não tinham a qualificação necessária. A consequência foi que muitos desses negócios também fecharam suas portas. Nesse momento o governo percebe que precisa criar mecanismos para ajudar esses empreendedores. Nos anos 90 começam a surgir os primeiros programas ligados aos cursos de tecnologia, via ação induzida de entidades como SEBRAE etc.) 10 Maior visibilidade acontece quando o foco na pequena empresa passa a ser prioridade governamental com vistas à geração de emprego e preocupação com a criação de empresas duradouras que diminuíssem as estatísticas de mortalidade Disciplinas de empreendedorismo foram criadas em todo o país, ligadas aos mais variados cursos superiores (administração, engenharia, computação, turismo…). Tudo isso possibilitou uma mudança de rumos na economia brasileira, o que incentivou: Criação de empresas voltadas para a internet; Movimento de incubação de empresas - ambiente que visa incentivar o empreendedorismo oferecendo assessoria, treinamento etc. para o negócio. A ideia da incubadora é similar a uma criança que nasce com algum problema e precisa ir para uma incubadora, onde receberá cuidados especiais para que enfim possa, depois de um certo tempo, viver sua vida tranquilamente. Com a incubadora de empresas a ideia é ajudar a empresa para que a mesma se torne mais robusta e possa então “sobreviver” no mercado gerando emprego e renda para a sociedade. VOCÊ SABE COMO SURGIRAM AS INCUBADORAS? O movimento de incubadoras surgiu na década de 50 na região que atualmente é conhecida como Vale do Silício, na Califórnia (EUA), a partir de iniciativas da Universidade de Stanford cujo objetivo era desencadear a transferência de tecnologia desenvolvida na Universidade às empresas, além da criação de novas organizações na área de tecnologia. 11 Com o decorrer dos anos, tais incubadoras passaram a ter o objetivo mais amplo de fomentar o desenvolvimento econômico, que é feito através de empreendedores que constituirão novas empresas que gerarão empregos, tributos etc. Para Drucker “empreender é um evento “meta-econômico”, algo que influencia profundamente, e, deveras, molda a economia, sem fazer parte dela”. Empreendedorimo por oportunidade x Empreendedorimo por necessidade Um outro conceito interessante é de Empreendedorismo por necessidade e oportunidade. Você sabe a diferença? Figura 4 No empreendedorismo por necessidade tem-se uma situação de uma pessoa que no geral perdeu seu emprego e não tem outra renda para que possa se manter. Então essa pessoa muitas vezes vai empreender por necessidade, vendendo por exemplo cachorro quente na frente de sua casa ou vendendo produtos por catálogo. Nesse tipo de empreendedorismo não há um planejamento prévio para identificar uma demanda reprimida. Já no empreendedorismo por oportunidade há a identificação de uma demanda reprimida ou de uma ideia inovadora para um dado mercado. Nesse tipo de empreendedorismo há um planejamento prévio avaliando as oportunidades e riscos envolvidos. Empreendedorismo Oportunidade Necessidade 12 Pesquisa – GEM (Monitoramento do Empreendedorismo Global) I. Pesquisa GEM iniciou-se em 1999 ; II. Surgiu da parceria entre a Babson College e London Business School e, atualmente, é a mais abrangente pesquisa anual sobre atividade empreendedora no mundo; III. Participam da pesquisa 65 países dos cinco continentes, que representam 70% da população e 83% do PIB mundial; IV. Anualmente é gerado um relatório com o resultado das pesquisas sobre empreendedorismo realizadas no mundo; Na figura a seguir, pode-se verificar que até 2002 o empreendedorismo por necessidade, no Brasil, era superior ao empreendedorismo por oportunidade. Porém a partir de 2003, essa realidade mudou e o empreendedorismo por oportunidade passou a ser superior ao empreendedorismo por necessidade. Isso é bem favorável pois indica que muitos brasileiros estão abrindo negócio próprio não porque perderam seus empregos, mas porque identificaramuma oportunidade de negócio. Figura 5 13 O relatório GEM de 2016, seguindo a classificação do Fórum Econômico Mundial – WEF, classificou os países em : • “Países impulsionados por fatores – são caracterizados pela predominância de atividades com forte dependência dos fatores trabalho e recursos naturais; • Países impulsionados pela eficiência – são caracterizados pelo avanço da industrialização e ganhos em escala, com predominância de organizações intensivas em capital; • Países impulsionados pela inovação – são caracterizados por empreendimentos intensivos em conhecimento e pela expansão e modernização do setor de serviços. ” O Brasil, conforme gráfico a seguir, integra o grupo de países impulsionados pela eficiência. Já países como Estados Unidos e Alemanha integram o grupo de países impulsionados pela inovação. Figura 6 14 Figura 7 Outro aspecto importante a ser analisado é a taxa de sobrevivência de empresas no Brasil. Segundo o SEBRAE (2016), entre 2010 e 2014, a taxa de sobrevivência das empresas com até 2 anos passou de cerca de 54% para algo em torno de 77%. Acredita-se que um maior nível de informação, além de muitos cursos na área de empreendedorismo, têm ajudado o empreendedor a se qualificar e a planejar melhor o negócio. TAXA DE SOBREVIVÊNCIA DE EMPRESAS DE 2 ANOS, EVOLUÇÃO NO BRASIL Figura 8 - Estudo SEBRAE – Sobrevivência das Empresas no Brasil- 2016 15 A taxa de mortalidade de empresas com até dois anos também vem caindo, passando de cerca de 45% para empresas que abriram seus negócios em 2008 para 23% para as que abriram em 2012. TAXA DE MORTALIDADE DE EMPRESAS DE 2 ANOS, EVOLUÇÃO NO BRASIL Figura 9 - Fonte : Estudo SEBRAE – Sobrevivência das Empresas no Brasil- 2016 Quando se analisa a taxa média de mortalidade de empresas no Brasil com 2 anos nota-se que a média nacional é cerca de 23%. Ao analisar o Amazonas, constata-se um percentual bem superior à média nacional, cerca de 33%. Esse dado é preocupante e políticas voltadas ao empreendedorismo local precisam ser incentivadas. Figura 10 - Estudo SEBRAE – Sobrevivência das Empresas no Brasil- 2016 16 Ao analisar as principais dificuldades encontradas por quem abre um negócio próprio no Brasil, segundo Sebrae/2016 encontra-se a falta de clientes, falta de capital, falta de conhecimento, carga tributária etc., conforme gráfico a seguir. Qual é a principal dificuldade enfrentada no primeiro ano de atividade de empresa? Fonte : Sebrae /2016 É possível ensinar Empreendedorismo ? Durante um certo tempo acreditou-se que somente os empreendedores natos é que deveriam abrir um negócio próprio, porém, hoje é consenso que todas as pessoas podem desenvolver habilidades e competências e consequentemente montar negócios de sucesso. Empreendedores natos continuam a existir, mas todos que desejam, podem desenvolver suas habilidades e concretizar o projeto de abrir sua própria empresa. 17 AULA 2 – TEMA 1 As empresas estão cada vez mais em busca de um tipo especial de profissional, chamados de intraempreendedores. O que os faz profissionais diferenciados? INTRAEMPREENDEDORISMO Tem-se ouvido falar constantemente do termo empreendedorismo nos diversos meios de comunicação nos dias atuais e muitos poderiam pensar que essa palavra não é tão antiga, porém o termo entrepreneur (empreendedor) tem origem francesa de cerca de 800 anos e quer dizer : fazer algo novo ou empreender. Quando se analisa a o termo Intraempreendedorismo percebe-se que ele é bem mais recente, foi esculpido na década de 80 por Gifford Pinchot III (intrapreneur) e designa a pessoa que, dentro de uma grande organização, assume a responsabilidade direta de transformar uma ideia ou projeto em produto lucrativo, assumindo os riscos que isso venha a implicar. Figura 11 Empreendedorismo Empreendedor que abre um negócio próprio Intraempreendedor que está inserido nas organizações 18 Intraempreendedorismo Algumas pessoas acreditam que empreendedor é somente aquele que abre um negócio próprio, porém o termo vai muito além. Existem pessoas nas organizações com características especiais, mas que não são as donas dos meios de produção, apenas trabalham para essa empresa. Dedicam seu tempo e esforço para ajudar a organização a alcançar melhores resultados, atingir metas e se adaptar constantemente às mudanças impostas pelo mercado. Mas.... Quais seriam essas características do intraempreendedor ? Características do intraempreendedor • Jamais se contentam em executar apenas os projetos propostos ou definidos por seus superiores - são pessoas que vão além, buscam fazer sempre mais, não somente o que foi especificado por sua chefia. • Oferecem sugestões sobre oportunidades que não foram consideradas por seus superiores – o chefe não pode estar em todo lugar ao mesmo tempo, logo não consegue visualizar todas as oportunidades do ambiente. O intraempreendedor busca conhecer a fundo a sua área de atuação e assim consegue fazer sugestões de melhoria, aprimoramento de processos, sugestões de novos produtos ou serviços, como atrair e fidelizar clientes etc. • Adoram desafios – muitas pessoas quando estão trabalhando em uma organização acabam preferindo fazer o que sempre fizeram, não gostam de mudanças, preferem ficar na sua própria zona de conforto. 19 Os intraempreendedores não! São movidos pelo desafio e se estiverem em um ambiente que não apresente esse requisito, muitas vezes se sentem desestimulados. Daí a importância das organizações criaram um ambiente propício para que o intraempreendedor possa desenvolver o seu potencial. • São criativos e comprometidos com a inovação - são pessoas que gostam de criar, inovar e para isso precisam que a empresa ofereça o ambiente que favoreça a inovação. Quando se fala em criatividade e inovação não podemos deixar de mencionar o Conceito de “destruição criativa” – conceito definido por um economista chamado Joseph Shumpeter. Em seu livro, em 1942, ele definiu o termo destruição criativa em que dizia que os novos produtos e serviços são fundamentais para a economia, quebrando paradigmas e em algumas situações criando novos mercados para as inovações. Veja por exemplo, o caso do celular. Há 30 anos será que as pessoas imaginariam que ficariam tão “dependentes” desse produto? Sem falar no imenso mercado de celular no Brasil e mundo. Segundo estudo divulgado em 2016 pela Fundação Getúlio Vargas – FGV de São Paulo, existem cerca de 168 milhões de smartphones no Brasil. Figura 12 Fonte : (Mota, 2016) 20 • São aqueles que desde cedo se apresentavam para organizar os bailes da escola – muitas características empreendedoras podem ser vistas em crianças que, por exemplo, tomam a liderança em uma atividade na escola, organizam pequenas festas, estão sempre dispostas a ajudar. O desafio é fazer com que as crianças que são tão criativas se tornem adultos também criativos. Outra característica intraempreendedora é que devem pautar-se pela busca da inovação, ainda que precisem compatibilizar os interesses gerais da corporação – toda organização possui suas metas, mesmo que de maneira informal, a serem perseguidas. O intraempreendedor deve buscar alinhar seus esforços para que estejam em compasso com os objetivos organizacionais. No ambiente interno deve mobilizar pessoas, aproveitar inteligentemente os recursos materiais e financeiros,potencializar e adaptar mecanismos produtivos, modificar hábitos e regularmente prestar contas de suas iniciativas Mas....nem sempre é fácil ser criativo e inovador nas organizações. Veja a situação abaixo. Figura 13 21 Muitas vezes o ambiente não favorece à inovação com atividades sem sentido e desmotivando cada vez mais os colaboradores. A empresa precisa se esforçar para mudar essa realidade senão a tendência é a perda de bons profissionais ocasionando piora nos indicadores de desempenho da organização. Outra característica intraempreendedora é a capacidade de se relacionar, favorecendo parcerias que ajudem a organização a ter um desempenho superior. Deve-se conhecer a organização, processos, área de atuação, mercado etc. Deve-se expandir o horizonte de conhecimento. Veja por exemplo a equipe que desenvolve produto, não basta entender muito bem de projeto, mas precisa estar alinhado com outras áreas para saber se realmente o produto projetado atende uma necessidade de mercado. As empresas estão buscando atrair cada vez mais intraempreendedores para que possam ter o “gás” dos negócios recém-criados, pois já perceberam que somente assim conseguirão sobreviver à concorrência cada vez maior. Figura 14 Fonte :Hashimoto, Marcos. Espírito empreendedor nas organizações 22 Espírito empreendedor na empresa Infelizmente ainda hoje existem muitas organizações presas a paradigmas do passado, que são lentas e repetitivas. Se não se reinventarem, logo perderão espaço para a concorrência. Precisam cada vez mais induzir um comportamento empreendedor. Para isso os líderes devem ser capazes de redirecionar e realinhar constantemente recursos e pessoas, reconhecer mínimas modificações nos cenários, corrigir rotas e reavaliar metas. O Líder não pode estar apenas no “topo”, mas deve estar mostrando a rota a ser seguida por seus subordinados. Sempre apto a fazer as mudanças, se o cenário assim exigir. Para difundir o espírito empreendedor, o líder deve permitir que seus colaboradores conheçam em maior profundidade os processos da organização para que assim possam tomar as melhores decisões. O bom líder é aquele que prepara sua equipe para que a mesma possa “tocar o serviço” mesmo na sua ausência. Para isso, a comunicação clara e aberta é primordial. Deve-se ter cuidado com a comunicação via aplicativos como WHATSAPP, pois às vezes ruídos na comunicação podem ocorrer e gerar conflitos nas organizações. O comportamento empreendedor deve buscar constantemente o conhecimento e evitar jogos políticos nas empresas. Deve ter habilidades multifuncionais e estar sempre apto a aprender Hoje pessoas de talento e visão estão cada vez mais dedicadas a PROJETOS, indo além de suas atividades rotineiras. Times de qualidade ou a formação de equipes específicas para resolver um problema são cada vez mais comuns e possibilitam contato com colaboradores de outras áreas facilitando a troca de experiências. 23 Espera-se que esse intraempreendedor vá além e tenha uma postura de dono do negócio, que se preocupe com o atingimento de metas e ajude a empresa a ampliar seus mercados e superar a concorrência. Intraempreendedorismo : Comportamento de dono Costuma-se dizer que o intraempreendedor tem comportamento de dono pois cuida do negócio como se fosse seu. Figura 15 Fonte :Hashimoto, Marcos. Espírito empreendedor nas organizações Deve ser um questionador acima de tudo. Não no sentido chato da palavra, mas aquele que não se acomoda, que está sempre buscando novas maneiras de fazer as coisas. Não aceita uma situação ou uma forma de fazer algo se percebe que pode ser feito melhor. 24 Figura 16 25 AULA 2 – TEMA 2 Empreendedores de sucesso que construíram grandes empresas possuem características especiais, você sabe quais são? CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS Num mundo cada vez mais competitivo as empresas para sobreviverem necessitam de pessoas não apenas com habilidades técnicas, mas sim profissionais que sejam capazes de criar, inovar e aperfeiçoar constantemente os processos das organizações. Salienta-se que comportamento não é algo isolado, mas um conjunto de aspectos inter-relacional, reconhecido pela sociedade da qual faz-se parte, o que inclui hábitos, atitudes e comportamento. Surge a figura do empreendedor que segundo Forte: “Empreendedor significa ter capacidade de iniciativa, imaginação fértil para conceber as ideias, flexibilidade para adaptá-las, criatividade para transformá-las em uma oportunidade de negócio, motivação para pensar conceptualmente e capacidade para ver, perceber as mudanças como uma oportunidade”¹. Para Bernardi, as características típicas do perfil empreendedor são: 26 “senso de oportunidade; dominância; agressividade e energia para realizar; autoconfiança; otimismo; dinamismo; independência; persistência; flexibilidade e resistência a frustrações; criatividade; propensão ao risco; liderança carismática; habilidade de equilibrar “sonho” e realização; habilidade de relacionamento”. Para Anita Roddick : “Há uma linha tênue entre a mente de um empreendedor e a de um louco. O sonho do empreendedor é quase uma loucura, e quase sempre isolado. Quando você vê algo novo, sua visão, geralmente, não é compartilhada pelos outros. A diferença entre um louco e um empreendedor bem-sucedido é que este pode convencer os outros a compartilhar da sua visão. Esta é a força fundamental para empreender” O que se percebe é que o termo empreendedor tem sido bastante utilizado nos dias atuais, o que poderia levar-se a acreditar que isso é um movimento dos “tempos modernos“, no entanto, há conhecimento de definições elaboradas no início do século XIX pelo economista Jean-Baptiste Say como sendo um movimento que transfere recursos econômicos de um setor de menor produtividade para um outro de maior. No passado houve vários homens empreendedores tais como os apóstolos Pedro e Paulo que tinham como missão pregar a palavra 27 de Jesus pelo mundo, que acabou originando a instituição da Igreja, outro exemplo seria a exploração do Novo Mundo, por Cristóvão Colombo. Pode-se ir mais longe com a descoberta do fogo, invenção da roda, sistematização da escrita e várias outras descobertas inovadoras que foram praticadas por pessoas que enxergaram além da maioria. O que se percebe é que empreendedores são pessoas inquietas, e que estão o tempo todo em busca de algo. No entanto, não podemos confundi-los com aventureiros, tais pessoas assumem riscos, mas riscos calculados. A maioria traz em suas biografias tais tendências desde cedo. Como afirma Angelo: “São aqueles que desde cedo se apresentavam para organizar bailes da escola ou vendiam pipas para os garotos do bairro”. O mexicano Carlos Slim, o homem mais rico da América Latina do setor de telecomunicações e construção, é um exemplo típico, com dez anos de idade já vendia doces aos domingos para amigos e parentes em uma banca improvisada na escada de sua casa. Receitas e despesas eram anotadas com muita organização e disciplina em um caderno. As biografias de muitas pessoas empreendedoras apresentam características fundamentais que segundo Angelo são : 28 “- Vontade e habilidade para criar algo absolutamente inédito e que possa melhorar as condições de vida da família, da empresa, da comunidade local ou raça humana. - Capacidade de encontrarnovas utilidades para velhas ideias. O objeto dessa ação de reciclagem deve resultar em benefício coletivo. - Talento para melhorar a eficiência de um sistema, processo ou produto, tornando-o mais econômico, acessível e tecnicamente superior”. Vive-se em um mundo onde a única certeza é a mudança, no entanto, criações e inovações não ocorrem de uma hora para outra. Por traz de grandes descobertas, na maioria das vezes, se tem muitas horas de trabalho duro e a capacidade de não se deixar abater diante de dificuldades e aparentes fracassos. Thomas Alva Edson, o inventor da lâmpada incandescente, cuja célebre frase “o gênio é 1% inspiração e 99% transpiração” , é exemplo de muito trabalho e dedicação, onde o mesmo chegava a trabalhar 20 horas diárias. Isso mostra que empreendedores são extremamente comprometidos com seus projetos e não se incomodam em colocar a mão na massa. Por outro lado, são também sensíveis em identificar algo que possa suprir uma necessidade imediata ou futura de uma sociedade, e por 29 serem inquietos, trabalharão, o quão necessário for em seus projetos para que os mesmos se tornem realidade. Se no passado o normal era o modelo T de Ford, na cor preta e sem maiores diferenças, atualmente preconizam os modelos personalizados comprados pela internet, assim como celulares que cada vez mais se assemelham a computadores. Segundo Angelo : “A boa ideia é resultado também de motivação, que pode ser originar de desejo ou necessidade. A criatividade é, portanto, resultado de uma combinação de motivação, de querer ou precisar fazer, e de preparação intelectual”. Há um dito que não se “constrói” um empreendedor, no entanto, isso não é uma verdade suprema, visto que é possível desenvolver uma série de habilidades capazes de dar origem a um empreendedor. Fato é que nos últimos anos o ensino do empreendedorismo passou a fazer parte da grade curricular de vários cursos de graduação e pós-graduação de várias faculdades no Brasil e no resto do mundo. Na visão do economista Schumpeter, os empreendedores são os “motores da economia, agentes de inovação e mudanças, capazes 30 de desencadear o crescimento econômico do país” 1 . Na visão do economista : “o empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente por meio da introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos materiais”. Ao estudar muitos empreendedores de sucesso, percebeu-se que muitos tinham características similares. Esses estudos possibilitaram o conhecimento das características presentes em empreendedores que construíram grandes empreendimentos de sucesso. Mas antes de detalhar mais essas características, vamos conhecer alguns mitos sobre os empreendedores. Mitos sobre o empreendedor Mito 1: Empreendedores são natos, nascem para o sucesso ◦ Realidade: Enquanto a maioria dos empreendedores nasce com um certo nível de inteligência, empreendedores de sucesso acumulam relevantes habilidades, experiências e contatos com o passar dos anos. A capacidade de ter visão e perseguir oportunidades aprimora-se com o tempo. 1 Apud UGGIONI, Natalino. Acompanhamento e avaliação de empresas residentes em incubadoras. 2002. 108f. Dissertação (Mestrado em de Engenharia de Produção) – Departamento de Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC. 31 Mito 2: Empreendedores são “jogadores” que assumem riscos altíssimos ◦ Realidade: assumem riscos calculados evitam riscos desnecessários compartilham o risco com outros dividem o risco em “partes menores” Mito 3: Os empreendedores são “lobos solitários” e não conseguem trabalhar em equipe ◦ Realidade: São ótimos líderes Criam times Desenvolvem excelente relacionamento no trabalho com colegas, parceiros, clientes, fornecedores e muitos outros Algumas características dos empreendedores segundo Dornelas (2016): São visionários ◦ Têm a visão de como será o futuro para o negócio e sua vida, e o mais importante, eles têm a habilidade de implementar seus sonhos. Sabem tomar decisões ◦ Não se sentem inseguros, sabem tomar as decisões corretas na hora certa, principalmente nos momentos de adversidade, sendo um fator chave para o seu sucesso. E mais, além de tomar decisões, implementam suas ações rapidamente. São indivíduos que fazem a diferença ◦ Os empreendedores transformam algo de difícil definição, uma ideia abstrata, em algo concreto, que funciona, transformando o que é possível em 32 realidade. Sabem agregar valor aos serviços e produtos que colocam no mercado. Sabem explorar ao máximo as oportunidades ◦ Para a maioria das pessoas, as boas ideias são daqueles que as veem primeiro, por sorte ou acaso. ◦ Para os visionários (os empreendedores), as boas ideias são geradas daquilo que todos conseguem ver, mas não identificaram algo prático para transformá-las em oportunidade, através de dados e informação. ◦ O empreendedor é um exímio identificador de oportunidades, sendo um indivíduo curioso, criativo, e atento a informações, pois sabe que suas chances melhoram quando seu conhecimento aumenta. São determinados e dinâmicos ◦ Eles implementam suas ações com total comprometimento. Atropelam as adversidades, ultrapassando os obstáculos, com uma vontade ímpar de "fazer acontecer". Cultivam um inconformismo diante da rotina. São dedicados ◦ Eles se dedicam 24h por dia, 7 dias por semana, ao negócio. São trabalhadores exemplares, encontrando energia para continuar, mesmo quando encontram problemas pela frente. São otimistas e apaixonados pelo que fazem ◦ Eles adoram o seu trabalho, sendo esse amor o principal combustível que os mantém cada vez mais animados e autodeterminados, tornando-os os melhores vendedores de seus produtos e serviços, pois sabem, como ninguém, como fazê-lo. São independentes e constroem seu próprio destino 33 ◦ Eles querem estar à frente das mudanças e ser donos do próprio destino. Querem criar algo novo e determinar seus próprios passos, abrir seus próprios caminhos... São líderes e formadores de equipes ◦ Têm um senso de liderança incomum. São respeitados e adorados por seus pares, pois sabem valorizá-los, estimulá-los e recompensá-los, formando um time em torno de si. ◦ São bem relacionados (networking) ◦ Sabem construir uma rede de contatos que os auxiliam nos ambientes interno e externo da empresa, junto a clientes, fornecedores e entidades de classe. São organizados ◦ Os empreendedores sabem obter e alocar os recursos materiais, humanos, tecnológicos, e financeiros, de forma racional, procurando o melhor desempenho para o negócio. Planejam, Planejam, Planejam ◦ Os empreendedores de sucesso planejam cada passo, desde o primeiro rascunho do plano de negócios, até a apresentação do plano a investidores e superiores, sempre tendo como base a forte visão de negócio que possuem. ◦ Possuem conhecimento ◦ São sedentos pelo saber e aprendem continuamente, pois sabem que quanto maior o domínio sobre um ramo de negócio, maior é sua chance de êxito. 34 Criam Valor para a sociedade - ao gerar emprego possibilitam que as pessoas tenham renda e possam consumir. Isso faz com que as empresas vendam ainda mais e, portanto, precisem expandir a produção- o que ocasionará a contratação de mais pessoas. Isso é o que gera prosperidade para os países, sem contar a própria arrecadação de impostos. Fonte : Dornelas – Empreendedorismo -transformando ideias em negócios. Ficar rico não é principal objetivo do empreendedor, mas sim uma consequência de seu trabalho. O que move o empreendedor é a crença de ter uma boa ideia de um produto ou serviço que tem chance de atender um certo mercado consumidor. O processo empreendedor Ter uma boa ideia é o passo inicial quando se deseja abrir um negócio próprio, porém somente a ideia não é suficiente para que se monte um negócio de sucesso. O empreendedor precisará transferir o que está apenas em seu pensamento em um planejamento mais estruturado. Hoje muitos estudiosos defendem que é interessante “testar” sua ideia de negócio com potencial cliente antes de passar para as demais etapas. Isso pode ser feito com a criação de protótipos com o objetivo de que o potencial cliente possa Ficar Rico é o principal objetivo dos empreendedores ?? 35 avaliar, fazer sugestões e críticas. Assim o empreendedor poderá melhorar a ideia de negócio. A internet criou novas oportunidade de se fazer testes com clientes potenciais, as redes sociais também podem ajudar. Tudo isso para saber se você tem MVP – Produto Minimamente Viável. Segundo a Endeavor : “É um conjunto de testes primários feitos para validar a viabilidade do negócio. São diversas experimentações práticas que serão desenvolvidas levando o produto a um seleto grupo de clientes… mas não é o produto final! Estamos falando em um produto com o mínimo de recursos possíveis, desde que (em sua totalidade) estes mantenham sua função de solução ao problema para o qual foi criado (não vale ser apenas funcionalidades soltas: juntas, elas devem configurar um produto, ainda que em forma de protótipo!). O empreendedor vai oferecer o mínimo de funcionalidades para conhecer na prática a reação do mercado, a compreensão do cliente sobre seu produto e se ele — de fato — soluciona o problema do consumidor.” https://endeavor.org.br/mvp/. Depois de validada a ideia de negócio, o empreendedor deverá estruturar o Plano de Negócios. E aqui serão definidos os elementos importantes que o empreendedor deve saber antes de abrir o negócio. Incluem : O conceito do negócio, Diferenciais de Produto ou Serviço, Marketing, Operação , Plano Financeiro etc. 36 Depois de feito o Plano de Negócios o empreendedor deverá buscar fontes para captar recursos, caso não os possua. Planos de Negócios bem estruturados já são um diferencial e podem ajudar nessa etapa. E por fim, o gerenciamento do negócio é outro aspecto importante, pois de nada adiantará fazer um bom planejamento, conseguir recursos para abrir o negócio se não proceder a implementação de forma adequada. Figura 17 Fonte : José Dornelas –Adaptado de Hisrich,1998) Quando da abertura de um negócio deve-se considerar os fatores ambientais e pessoais que também podem influenciar essa escolha, como por exemplo, a busca por realização pessoal, insatisfação com o emprego, oportunidade, competidores etc. 37 Figura 18 Fonte : José Dornelas –Adaptado de Moore,1986) Já o processo empreendedor segundo o modelo de Timmons, considera três elementos fundamentais : Oportunidade, Recursos e Equipe. O empreendedor deve avaliar se tem uma oportunidade de negócio, ou seja, há uma demanda reprimida que não está sendo atendida hoje ? Há a descoberta de um novo produto ou serviço que pode inovar a forma de consumir os produtos ou serviços ? Além disso, o empreendedor precisa avaliar os recursos necessários para abrir o negócio, assim como definir a sua equipe de trabalho. Quanto mais multidisciplinar a equipe, maiores as chances de sucesso. Todas essas variáveis devem ser pensadas considerando o ambiente a que a nova empresa estará inserido: Concorrência, incerteza, mercado etc. 38 Figura 19 39 AULA 3 – TEMA 1 Muitas vezes nos deparamos com alguma ideia, mas como saber se essa é uma oportunidade de negócio? Quais elementos devem ser considerados? IDENTIFICANDO OPORTUNIDADES Ideias surgem o tempo todo, o que importa é como o empreendedor utiliza a sua ideia, inédita ou não, de forma a transformá-la em um produto ou serviço que faça sua empresa crescer. Mas como ter novas ideias? Ideias surgem ... Observações do cotidiano Atenção aos hobbies Pesquisas de opinião e testes de mercado Franquias Revistas de negócios Viagens Conversas informais 40 Figura 20 http://www.ignicaodigital.com.br/7-ideias-de-negocios- inovadores-para-empreender-na-internet/ As ideias podem surgir inclusive quando menos se espera. Henry Ford teve a ideia da linha de montagem ao ir a um frigorífico. Importante é que o empreendedor tenha a mente sempre aberta. Informação é base para novas ideias – estar constantemente se atualizando e buscando conhecimento na área de atuação é fundamental. As chances de sucesso aumentam quanto maior o conhecimento da área. Uma forma interessante de gerar novas ideias é o Brainstorming. O temo consiste em uma tempestade de ideias. Um grupo de pessoas se reúnem para gerar ideias para resolver um problema, por exemplo, ou para criar novos produtos e serviços. O grupo não deve ser muito grande e no geral são feitas várias rodadas de brainstorming até se encontrar uma boa ideia. A regra básica do Brainstorming é que não se pode criticar a ideia de ninguém, pois não é desejável que um membro se sinta tímido ou desencorajado a dar novas ideias com medo de ser ridicularizado pelos colegas. 41 Figura 21 (Pinterest, 2017) A oportunidade Muitas pessoas deixam de aproveitar oportunidades pelo simples fato de não perceberem quando estão diante de uma! É comum as pessoas terem muitas ideias ao longo da vida, porém as oportunidades no geral são únicas. Por isso, quando o empreendedor tiver uma boa ideia é importante testar junto a cliente potencial. É importante que a ideia esteja “antenada” com as tendências. Hoje, por exemplo, muitas pessoas gostam de comprar através da internet. Então dependendo do produto, o empreendedor precisa considerar esse canal de venda. 42 Outro ponto importante a ser considerado é a experiência no ramo. Quando o empreendedor já trabalha ou trabalhou na área em que quer abrir o negócio, essa experiência torna-se um diferencial. Isso porque o empreendedor já vivenciou o dia a dia no ramo em que quer atuar, já conhece o modus operandi e isso pode fazer a diferença. E quem não tem experiência no ramo ? Para quem não tem experiência no ramo é importante estudar o mercado e fazer um planejamento ainda mais aprofundado. Como selecionar e identificar a melhor oportunidade? O estudo do mercado é fundamental, pois se não houver um mercado potencial consumidor, não há para quem vender. É importante avaliar também a concorrência para saber quais os pontos fortes e fracos, e assim buscar tirar vantagem dessa informação aprimorando sua ideia. Deve-se avaliar quais as vantagens competitivas de sua ideia, ou seja, como ela proporciona uma vantagem competitiva para o cliente. A equipe gerencial é outro aspecto a ser considerado pelo empreendedor e quanto mais multidisciplinar melhor.Isso é um diferencial também para se buscar investidores pois quem vai fazer o projeto virar realidade são as pessoas e por isso a importância de selecionar as melhores mentes para sua empresa. 43 Figura 22 (Coimbra, 2011) (Marketing Fitness, 2012) (ICETRAN, 2017) Não se pode deixar de considerar a análise econômica do projeto, o que envolve o investimento, receitas, custos, prazo para recuperar o capital investido etc. Importante que análise esteja em alinhamento com o ambiente econômico do país, assim como que as projeções não sejam excessivamente otimistas. O empreendedor precisa ainda avaliar os critérios pessoais quando da decisão de abrir um negócio, o que envolve em muitos casos o apoio da família. Deve considerar que durante um certo tempo não receberá um salário fixo todo mês. A família precisa se planejar para essa fase. As contas da casa como supermercado, escola, transporte, água, luz etc. continuarão a existir. Daí a importância de se fazer um planejamento familiar para que o negócio não venha a quebrar por não considerar, por exemplo, que o empreendedor pode ficar alguns meses sem fazer nenhuma retira de dinheiro da empresa. 44 Figura 23 (Terceira Idade Conectada, 2017) (Vasconcelos, 2015) Tendências Que hoje estamos na era da tecnologia e da informação, todos já sabem. Que as redes sociais são fatores importantes que podem ajudar ou prejudicar um negócio, isso também não é novidade. Mas o que é tendência para os próximos anos? Varejo híbrido Produtos de segmentos diferentes no mesmo espaço. Ex. Urban Outfitters Figura 24 Fonte : www.urbanooutfitters.com 45 Algumas empresas estão criando negócios, baseados em um perfil de consumidor, que buscam colocar no mesmo espaço físico produtos de segmentos diferentes como um espaço que seja uma cafeteria, mas também venda roupas, sapatos, etc. E aqui não estamos falando de lojas online, mas de lojas físicas! É claro que para criar esse tipo de ambiente precisa ser feito um estudo de mercado muito detalhado para se segmentar o público alvo. Esse tipo de negócio começou na Europa. Especialização Consumidores buscam cada vez mais serviços especializados Essa é uma tendência, pois as pessoas estão cada vez mais procurando serviços especializados. Ao invés, por exemplo, de ir ao salão de beleza fazer as unhas, muitas pessoas preferem ir a uma esmaltaria. Canais alinhados consumidor altamente seletivo, que usa bem a tecnologia para tomar a decisão de compra, que pode ser realizada por inúmeros canais Ex. Nike – canal digital dentro da loja física. Cada vez mais as empresas precisam considerar o alinhamento entre as vendas na loja física e na internet. Hoje o consumidor muitas vezes procura na internet antes de comprar. Você pode ter um consumidor dentro de uma loja, pesquisando o preço no concorrente para saber ser vale a pena comprar. Outros podem estar na loja física e pesquisarem se o site da loja não apresenta algum desconto. A Nike é um exemplo de empresa que está buscando alinhar seus canais de venda. Já existem lojas físicas em que o consumidor pode comprar online no dispositivo fornecido pela própria empresa. A ideia é que se o consumidor não encontrou na loja o modelo ou tamanho que queria, pode comprar pelo terminar na loja online da marca. 46 Mudanças no ponto de venda O ponto de venda está mudando de função para ser um ponto de relacionamento Ex. Consultoria Apple . A loja física passa a ser, cada vez mais, um ambiente de relacionamento entre o consumidor e a marca, onde esse consumidor pode conhecer novos produtos, funcionalidades etc. A Apple é um grande exemplo. Para isso, as empresas precisam se preparar, pois não basta terem vendedores, mas precisam de verdadeiros consultores de vendas. Pessoas que conheçam a fundo o que vendem para que possam inclusive transmitir essa confiança aos clientes. Vale lembrar que hoje o cliente busca pesquisar antes de comprar, e não é incomum encontrar cliente que saiba mais de um produto que o próprio vendedor. Sustentabilidade • Quem compra prefere opções ecológicas e socialmente sustentáveis A sustentabilidade continua sendo uma tendência, pois os consumidores cada vez mais querem saber se o que a empresa fala realmente condiz com a verdade. Não basta apenas falar que é sustentável, a empresa precisa de fato ser sustentável. Buscar cada vez mais a ecoeficiência para que possa produzir mais, mas usando menos recursos da natureza. 47 Figura 25 (SlideShare, 2009) Negócios Sociais Os negócios sociais estão cada vez mais ganhando adeptos no Brasil e no mundo pois visam ajudar a sociedade. Figura 26 (Endeavor, 2013) Negócios Sociais são empreendimentos que causem grande impacto social. Essa é outra tendência, criar negócios que gerem lucro, mas que tenham um impacto positivo na sociedade. 48 AULA 3 – TEMA 2 Muitas pessoas falam sobre o plano de negócio, mas será que realmente é necessário fazê-lo? PLANO DE NEGÓCIO Empreendedores precisam saber planejar suas ações e delinear as estratégias da empresa a ser criada ou em crescimento. Segundo estudo do Sebrae, as principais causas de dificuldades enfrentadas pelas empresas no primeiro ano de atividade da empresa são : Falta de clientes, falta de capital de giro, falta de conhecimento etc. Chama a atenção o próprio empreendedor declarar que falta mais conhecimento sobre o negócio, mercado etc. Por que planejar ?? 49 Um bom planejamento é essencial para que o empreendedor minimize as chances de fracasso do negócio. Fazer um plano de negócio é fundamental pois nele estão inseridos os vários pontos importantes que o empreendedor precisa refletir e conhecer antes de abrir a empresa. É claro que existem questões difíceis de prever, como por exemplo, uma crise econômica ou seu tempo de duração, mas um bom planejamento pode ajudar na decisão se esse é o momento certo para abrir o negócio. Tudo vai depender da ideia. Existem negócios que prosperam mesmo em momentos de crise. Lembram das dificuldades enfrentadas pelas empresas? Vamos relembrar os dados. Qual é a principal dificuldade enfrentada no primeiro ano de atividade de empresa? Figura 27 Fonte : Sebrae /2016 Ao analisar o gráfico abaixo Sebrae/2016, vemos que a taxa de mortalidade de empresas média no Brasil, para empresas com 2 anos de funcionamento, é de 23%. No Amazonas esse percentual é de 33%, número preocupante que mais uma vez reforça a importância do planejamento para que essa realidade possa mudar. 50 Figura 28 Fonte : Estudo SEBRAE – Sobrevivência das Empresas no Brasil- 2016 Plano de Negócios é uma ferramenta de gestão para o planejamento e desenvolvimento de negócios. Isso porque nele estão inseridas as variáveis relevantes que devem ser consideradas antes da abertura do negócio, assim como as metas e objetivos a serem alcançados. Figura 29 A explosão da internet no Brasil no final de 1999 e início de 2000 disseminou o conceito de “plano de negócios” - business plan Inicialmente era visto apenas como ferramenta para conseguir financiamento, pois quando o empreendedor se dirigia a instituições em busca de capital, sempre ouvia o mesmo pedido por parte dessas instituições – plano de negócios. Plano de Negócio Planejamento Desenvolvimento 51 O plano de negócio deve servir também para ajudara empresa a acompanhar a evolução de seu negócio, visto que são estabelecidas metas a serem atingidas, logo o plano não deve ser esquecido após o início das atividades. Com um bom projeto é mais fácil vender a ideia de negócio para potenciais investidores, por exemplo. Figura 30 Não. Se a empresa já existe e quer, por exemplo, lançar um novo produto ou serviço no mercado, é importante fazer o plano de negócio também. Alguns cuidados devem ser tomados ao se elaborar o projeto: • Não deve conter números recheados de entusiasmo e fora da realidade. Deve-se fazer um planejamento compatível com a realidade. Não adianta ser muito otimista se o cenário real foi de crise. O Plano de negócio deve ser feito apenas para novas empresas ?? 52 • Deve explorar as potencialidades do negócio, bem como os riscos – importante que o empreendedor ressalte as potencialidades do negócio, mas que também mostre que conhece os riscos envolvidos. O primeiro passo para se resolver um problema é antes admitir que ele existe. • Deve mostrar a viabilidade do projeto – mostrando como o empreendedor vai alcançar tais resultados. • Deve ser revisado e atualizado constantemente – o cenário muda e, portanto, o planejamento do negócio deve se adequar à nova realidade. O plano não deve ser esquecido logo após a abertura do negócio. • Para empresas existentes deve mostrar atuais indicadores de desempenho - se a empresa já está atuando no mercado, é importante mostrar o desempenho ao longo dos anos, quanto vem crescendo e o que já conquistou. A quem se destina o plano? O plano é um instrumento importante que ajuda o empreendedor tanto internamente, quando por exemplo, orienta os colaboradores com relação às metas a serem atingidas, quanto externamente, quando da solicitação de um empréstimo ou mesmo para entrar em uma incubadora de empresas. Incubadoras de empresas Parceiros Bancos Sócios A empresa internamente 53 O que contém o Plano de Negócios de uma empresa? Não existe uma estrutura fixa e que sirva para todo tipo de negócio. Na verdade, existem elementos importantes que devem ser considerados na hora do planejamento de qualquer negócio. Abaixo segue uma sugestão de estrutura. 1 - Capa 2 - Sumário 3 - Sumário Executivo 4 - Descrição da Empresa 5 - Produtos e Serviços/Operacional 6 – Mercado e Competidores 7 – Marketing e Vendas 8 -Análise Estratégica 9 - Plano Financeiro 10 - Anexos Todos os itens acima serão detalhados a seguir. CAPA A capa não deve conter informações desnecessárias ou estar visualmente poluída. Deve conter as informações básicas como: • nome da empresa • Endereço • e-mail • Logotipo • nomes e cargos dos diretores • mês e ano de elaboração etc. 54 Não esquecer que o logotipo deve ser pensado pelo empreendedor com cuidado, e ter algum significado para a empresa. Os consumidores vão reconhecer sua empresa ao ver a seu logotipo. Busque a simplicidade para não errar nesse momento. Figura 31 (PENNINGTON, 2016) Sumário Executivo Deve expressar uma síntese do que será apresentado na sequência, ou seja, um resumo do projeto. Investidores recebem diariamente muitos projetos de negócios para avaliarem e quem sabe possam investir em algum deles. Por isso, é comum lerem apenas o Sumário Executivo, caso se interessem pela ideia aí avaliarão todo o projeto com mais atenção. O grande desafio é justamente escrever um sumário executivo que consiga atrair a atenção do leitor em poucas laudas. Como é um resumo do projeto, deve ser a última parte a ser escrita e deve considerar : Qual o objetivo do plano ? Onde a empresa está localizada ? Onde está o mercado potencial? Como empregará o dinheiro solicitado ?Qual o retorno do capital investido ? Crescimento da empresa nos últimos anos ? 55 AULA 4 – TEMA 1 Quais itens devem ser detalhados sobre a descrição da empresa e sobre produtos e serviços? DESCRIÇÃO DA EMPRESA E PRODUTOS E SERVIÇOS A descrição da empresa deve descrever o seu modelo de negócio, já no item produtos/serviços devem ser especificados os diferenciais desses produtos e como vão gerar valor para o cliente. Descrição da Empresa Você tem um problema a ser resolvido? Muitas empresas nascem para resolver um certo problema observado no mundo real. Se esse for o caso é importante se certificar se realmente você tem um problema que impacta muitas pessoas a ponto de haver uma demanda reprimida. Lembre-se não basta que apenas você tenha esse problema ou a empresa onde você trabalha. 56 Figura 32 Fonte : https://blog.luz.vc/como-fazer/plano-de-negocios/ Deve-se descrever a empresa, seu histórico, crescimento dos últimos anos É importante mencionar por que razão você resolveu abrir esse negócio. Às vezes, a ideia pode já existir em outro lugar, mas para a região que você pretende abrir o negócio pode ser uma inovação. Claro que nesse caso deve-se ter o cuidado de considerar as peculiaridades locais. Caso a empresa já exista, é importante mencionar seu histórico, quais as recentes conquistas. Figura 33 Fonte : https://blog.luz.vc/como-fazer/plano-de-negocios/ 57 Enfatizar as características únicas de seu negócio e como pode promover um benefício para o cliente O seu produto ou serviço vai gerar valor para o seu cliente ? Como ? Quais são as características únicas do seu produto ? Lembre-se que para ter sucesso tem que fazer com que seu cliente perceba que seu produto ou serviço tem um valor superior quando comparado com a concorrência. Figura 34 (Fashion Bubbles, 2013) Figura 35 (Fashion Bubbles, 2013) Apresentar o organograma da empresa. É importante mostrar como você está pensando em estruturar a empresa, quais são as áreas a serem criadas. 58 Figura 36 (dartpanificadora.blogs, 2016) Quem é sua equipe ? Nesse ponto é interessante mostrar que a empresa tem uma equipe competente e multidisciplinar nos cargos de gestão, afinal quem vai fazer com que o projeto tenha sucesso ou não são as pessoas. Fale da experiência de sua equipe de gestão, assim como os resultados que conseguiram em outras organizações. Figura 37 (Estrategia e Resultado, 2010) 59 Outros pontos importantes a serem mencionados são : Figura 38 Lembre-se que seu projeto pode estar sendo avaliado por um investidor de outro estado ou país, daí a importância de mencionar a localidade e infraestrutura disponível. Informe por que o local foi escolhido. Mencione quais serviços serão terceirizados e quem são seus parceiros estratégicos. O parceiro estratégico é aquele que pode de alguma maneira colaborar para o crescimento do seu negócio. Pode ser, por exemplo, um fornecedor, um cliente importante etc. Pense qual a área de atuação do negócio.... local? Regional? Nacional? Aqui você pode mencionar não só a previsão inicial , mas também a projeção, por exemplo, para os próximos 3 ou 5 anos. Imagine que a empresa iniciará sua atuação no mercado local, mas que em 5 anos pretenda atuar em nível regional. Produtos e Serviços Descreva quais são os produtos e serviços de sua empresa, como são fornecidos, em quais aspectos seu produto ou serviço difere dos da concorrência Exponha as características únicas de seu produto/serviço (exponha as característicasx benefícios) Informe a localização do negócio e infraestrutura disponível (razão da escolha do local ) Informe quem são os terceirizados e qual a razão da escolha dos parceiros Área de atuação ? (local, nacional?) Existem parceiros estratégicos ? 60 As características no geral estão ligadas a aspectos físicos como tamanho, peso, dimensão. Já os benefícios estão ligados a conveniência, segurança, felicidade etc. Figura 39 Figura 40 (Pinterest, 2017) (moda culturamix, 2017) (heinzbrasil, 2017) Produtos e Serviços / Operacional Aqui é interessante mencionar como o produto ou serviço será produzido assim como quais os recursos serão necessários. Características: Tamanho Formato Peso Dimensão Cor Feito de... Usado para... Benefícios: Conveniência Segurança Garantia Traz felicidade Fácil de usar 61 Importante definir os fornecedores. Essa questão pode ser mais importante para determinados tipos de negócios em que a matéria-prima por exemplo não está disponível com facilidade. Imagine uma lanchonete que só venda o famoso xcaboquinho.... precisa se preocupar com o fornecedor do tucumã, não acha? Etapas do processo produtivo Quando se fala na questão operacional do negócio, é interessante mencionar as etapas do processo produtivo, quais máquina e equipamentos serão necessários etc. Figura 41 (VinumDay, 2016) Especifique o layout da empresa Caso você queira um maior nível de detalhamento, é interessante elaborar o layout da empresa, mostrando como está pensando estruturar a parte física do negócio. Um bom layout pode favorecer a empresa em certos aspectos como : - Melhora da produtividade; - Menos desperdício e retrabalho; 62 - Maior facilidade para os clientes encontrem os produtos na loja - Ajuda na comunicação entre as áreas e as pessoas. Figura 42 (Viva Bem Turismo, 2013) Tecnologia-> deve enfatizar se domina a tecnologia para a produção Se sua empresa trabalha com alta tecnologia e você tem o domínio dessa tecnologia, é interessante mencionar, pois isso é um diferencial. Caso não domine, deve ressaltar como pretende dominá-la. Figura 43 (Terra, 2012) 63 Impacto ambiental do negócio e meios de mitigá-lo Figura 44 (Ecod, 2014) Todo negócio gera algum resíduo ou impacto no meio ambiente, certo? O empreendedor deve mencionar o que fará para minimizar esses impactos. Cada vez mais o consumidor está preocupado em consumir produtos ou serviços que não agridam tanto o meio ambiente. Aí entra o conceito de ecoeficiência. Esse conceito está ligado ao ato de produzir mais e melhor usando menos recursos. Com isso todos ganham, a empresa que, em muitas situações, conseguirá reduzir custos(eliminado os desperdícios) e o consumidor que estará comprando um produto ecologicamente correto. Quando se fala em ecoeficiência deve-se avaliar o ciclo de vida do produto, o que deve contemplar desde a extração da matéria prima, produção, consumo até o descarte. 64 Figura 45 Fonte: Planeta Sustentável. Disponível: http://goo.gl/DuV1aS 65 AULA 4 – TEMA 2 MERCADO E COMPETIDORES A análise de mercado é uma das partes mais importantes do plano de negócios, pois se não houver um mercado a ser atendido, não haverá negócio. É por isso que se costuma dizer que a análise de mercado é o coração do projeto. Aqui é importante se perguntar se há um mercado potencial a ser atendido. O empreendedor deve demonstrar que conhece muito bem o mercado consumidor do produto/serviço, e para isso deve fazer pesquisas, avaliar o crescimento desse mercado nos últimos anos. Deve-se fazer uma análise macro da indústria, sua evolução nos últimos anos e quais as tendências. Isso é importante para o empreendedor perceber se o seu produto ou serviço está entrando em um mercado em crescimento ou se o mercado está em declínio. Vocês lembram da onda de negócios montados para vender paletas mexicanas? Os primeiros a se lançarem no mercado conseguiram ter sucesso e ganhar dinheiro, porém, depois de certo tempo, haviam muitos negócios vendendo a mesma coisa, e os últimos a entrarem no mercado já tiveram maiores dificuldades e muitos fecharam suas portas. Daí a importância de avaliar o crescimento do segmento que se quer atuar. 66 Figura 46 (Plástico, 2015) Após a análise macro deve-se partir para a análise particular do segmento de mercado da sua empresa, mostrando o que está acontecendo no setor e quais as perspectivas para a sua empresa nesse setor. Análise da Indústria / Setor Muitas vezes o empreendedor está tão apaixonado pela sua ideia que resiste em avaliar com maior cautela os dados de Mercado. Isso é um grande erro. O empreendedor deve se perguntar : • Por que o mercado se mostra promissor? • Qual o tamanho do mercado em R$, número de clientes e competidores? Como será o mercado nos próximos anos? • Quais são as oportunidades e riscos do mercado? • Como o mercado está estruturado e segmentado? Após responder essas questões o empreendedor estará melhor preparado para continuar o planejamento de seu negócio. 67 Definição do segmento de Mercado É o processo de dividir um mercado em grupos de compradores potenciais que tenham semelhantes necessidades e desejos , percepções de valores ou comportamento de compras. É também chamado de mercado-alvo, ou seja, o público que se quer atingir. Deve avaliar : Qual o perfil do comprador? O que ele está comprando atualmente? Por que ele está comprando? Quais fatores influenciam a compra? Quando, como e com que periodicidade é feita a compra? Onde ele se encontra? Como chegar até ele? Tipos de segmento de Mercado • Demográfica Deve-se considerar características da população tais como : sexo, idade, raça, nível de renda, ocupação, nível de instrução, tamanho da família etc. • Geográfica Deve-se considerar aspectos como localização , clima etc. • Psicográfica 68 Aqui é levado em conta o estilo de vida (atividades, interesses e opiniões). Imagine pessoas que andem de bicicleta pois têm uma preocupação com a sustentabilidade do planeta. Uma empresa pode ser criada, por exemplo, pensando exatamente nesse estilo de vida. • Benefícios Essa categoria é baseada em quais benefícios os clientes desejam ao comprarem os produtos ou serviços. Ex. Pastas de dente ( preço, dentes brancos, hálito refrescante). • Comportamento de compra Busca-se avaliar a frenquência de compra, lealdade à marca etc. Quem está comprando? •Geografia •Perfil •Estilo de Vida •Personalidade O que está comprando? •Recursos •Embalagem •Serviços •Preço •Entrega Por que está comprando? •Benefícios •Características especiais Seu Produto ou Serviço Figura 47 69 Quando analisa-se as linhas de perfume do boticário Zaad e Men vemos que são um exemplo de produtos pensados para homens diferentes. Enquanto o Zaad é voltado para homens mais maduros, profissionalmente estabilizados, com uma certa sofisticação, o Men é voltado para o homem do dia a dia, constantemente na correria e que não quer dizer por aí que se preocupa com sua aparência ou mesmo com o uso de perfume. É claro que o preço dos dois produtos também reflete seu público alvo. X Figura 48 Fonte : http://www.boticario.com.br Outroponto que não pode ser negligenciado é a análise da concorrência. É importante fazer um benchmarking ou seja uma comparação entre os atributos do seu negócio e os da concorrência. A ideia é avaliar o que a concorrência faz de melhor para que a empresa possa rever seus processos buscando alcançar melhores resultados. 70 Figura 49 Figura 50 (Minilua, 2015) Concorrência não se limita aos concorrentes diretos, mas deve-se considerar os indiretos. Muitos empreendedores acham que devem considerar apenas os concorrentes diretos, ou seja, aqueles que vendem um produto ou serviço similar ao seu, mas existem os concorrentes indiretos, que não vendem exatamente os mesmos produtos ou serviços, mas que atuam na indústria macro e podem de alguma maneira atrair os seus clientes para comprarem deles. Daí a importância de reconhecer esses concorrentes. Identificar as tendências ambientais ao redor do negócio: econômico, tecnológico etc. Análise dos principais competidores descrição de seus produtos/serviços práticas de marketing utilizadas, market share etc posicionamento de mercado, pontos fortes e fracos Benchmarkin g 71 O negócio ao ser montado, não estará isolado no mercado, na verdade as chances de ter muita concorrência são enormes. Além da concorrência deve-se avaliar os elementos ambientais ao redor do negócio como por exemplo a economia, nível tecnológico, política etc. Será que momento atual favorece a abertura de um negócio próprio? Será que a economia está crescendo, gerando muitos empregos e renda? Essas são indagações importantes. Conhecer a estrutura de mercado que se irá atuar pode ajudar na definição de preço, tipo de concorrência que se irá enfrentar etc. Abaixo as características das estruturas de mercado. Figura 51 (LinkedIn SlideShare, 2015) 72 O mercado de concorrência perfeita é um modelo mais hipotético e poderíamos pensar em uma feira com um número grande de compradores e vendedores. Imagine que existam várias barracas que vendem o mesmo produto, por exemplo, laranja. Os preços são praticamente os mesmos, assim como os produtos. Logo a entrada de mais uma barraca para vender laranja ou a saída não causará impacto nos preços. Já o Monopólio se caracteriza por apenas um ofertante do produto, ou seja, não há concorrência. Os governos buscam evitar o surgimento de monopólios visto que a falta de concorrência, no geral, acarreta preços maiores. No Oligopólio há um número reduzido de competidores, no geral são grandes empresas, que podem ter produtos diferenciados ou homogêneos. Há uma certa interdependência no estabelecimento do preço. Um exemplo seriam as empresas que comercializam eletrodomésticos, como geladeiras. E por fim a Concorrência Monopolista ou Concorrência Monopolística, que consiste em um mercado com elevado número de competidores, porém que conseguem se diferenciar no mercado. Como exemplo, imagine um salão de beleza que possui um excelente profissional especializado em tintura de cabelo. Esse profissional acaba sendo um diferencial para esse salão atraindo muitos clientes. Esse salão pode até ter um preço um pouco mais elevado, mas não muito visto a existência de muitos competidores. Análise da Concorrência Uma maneira interessante de fazer a análise da concorrência é através de um quadro comparativo, em que se pode observar os seus diferencias e os diferenciais da concorrência. 73 Figura 52 (LinkedIn SlideShare, 2014) A análise da concorrência deve buscar responder: Quem são seus concorrentes? Como os concorrentes podem ameaça-lo? De que maneira seu produto ou serviço pode ser comparado ao do concorrente? A concorrência é líder ou seguidor no mercado? Após essa análise o empreendedor estará melhor preparado para enfrentar a concorrência. 74 AULA 5 – TEMA 1 O marketing é elemento fundamental para que o potencial cliente conheça o seu produto. Mas quais elementos devem ser considerados? MARKETING E VENDAS O fato de ter uma ótima ideia e um bom planejamento não é suficiente para se ter um negócio de sucesso. Como visto anteriormente, é necessário saber operacionalizar o planejamento. Um aspecto importante é pensar em como a empresa pretende vender seu produto ou serviço e conquistar seus clientes. Aí entram em cena os famosos 4Ps de Marketing ou Composto de Marketing que iremos detalhar a seguir. Além disso, o Ciclo de vida do produto também vai influenciar os esforços de marketing. Figura 53 (Toccato, 2017) (4 P's of Marketing| Marketing Mix, 2011) (Cruz, 2014) Deve demonstrar como a empresa pretende vender seu produto/serviço e conquistar seus clientes Deve demostrar os elementos de marketing a serem usados Deve considerar o ciclo de vida do produto 75 O ciclo de vida do produto mostra as vendas em espaço de tempo. Quando o produto está na fase INTRODUÇÃO as vendas ainda são pequenas, o produto não deve estar no mercado há muito tempo, e o investimento em marketing se faz necessário para que o produto se torne conhecido. Na etapa de CRESCIMENTO as vendas já crescem com maior vigor. Aqui o produto já é conhecido e as vendas continuam a todo vapor. Nesse momento é comum a entrada no mercado de concorrentes. A MATURAÇÃO é o momento em que as vendas já estão estabilizadas e o cuidado é que os clientes queiram conhecer o produto da concorrência. Na fase de DECLÍNIO, as vendas já estão em queda e a empresa precisa agilizar inovações para que consiga se manter no mercado. Figura 54 (Concrete, 2017) Outra ferramenta interessante de análise é a Matriz BCG do Boston Consulting Group que possibilita que seja feita uma reflexão da carteira de produtos considerando o crescimento de mercado e a participação relativa de mercado. 76 Figura 55 (Periard, 2010) No Crescimento de Mercado é analisado como está o crescimento de determinada linha de produtos. Já a Participação relativa de mercado mostra a participação de mercado da empresa em relação à concorrência. O produto interrogação ou em questionamento, mostra um produto com baixa participação de mercado, mas em um mercado que está em crescimento. Um exemplo seriam as empresas novas no mercado, com produto que ainda não deslanchou no quesito vendas. O produto estrela se refere a elevada participação de mercado em mercados que também estão em crescimento. Esse é o sonho de todo empreendedor. São produtos que geram grande fluxo de vendas para a empresa. A vaca leiteira mostra uma elevada participação de mercado do produto, porém em um mercado de baixo crescimento. É importante nesse ponto a empresa destinar recursos para novos produtos e quem sabe criar um produto estrela. 77 E por fim o produto abacaxi mostra um produto com baixa participação de mercado em um mercado de baixo crescimento. O empreendedor deve avaliar se vale a pena continuar comercializando esse tipo de produto. Estratégia de Marketing e Vendas As análises anteriores devem subsidiar as estratégias de marketing a serem adotadas. O composto de marketing (4Ps de marketing) contempla os elementos importantes da estratégia de marketing : Produto, Preço, Praça e Promoção. Figura 56 (Maxi Educa, 2017) Produto Envolve o detalhamento do produto a ser comercializado. Esse produto deve atender a um desejo dos consumidores, daí a importância de conhecer o seu público alvo, afimde moldar o produto para atender a expectativa de seu consumidor potencial. - Posicionar produto no mercardo significa direcioná-lo para atender às expectativas e necessidades do cliente no segmento escolhido (ex. companhias aéreas de baixo custo). 78 - Em algumas situações deve-se avaliar a necessidade de : Figura 57 Um exemplo de marca que soube moldar seu produto para atender as expectativas de seus clientes foi a Havaianas. Quando lançada na década de 60 visava atender a população de baixa renda, porém, no decorrer dos anos, conseguiu se reinventar e a partir da década de 90 buscou diferenciar-se cada vez mais da concorrência com novos modelos levando a marca para os grandes desfiles de moda. Figura 58 (LinkedIn SlideShare, 2014) Figura 59 (designinnova, 2012) -Promover mudanças no portfólio de produto Retirar, adicionar ou modificar o produto -Mudar design, embalagem, qualidade, desempenho, características técnicas, tamanho 79 Preço - Pela política de preço, a empresa pode criar demanda para o produto, segmentar mercado, definir a lucratividade da empresa etc. - Deve considerar sempre o VALOR PERCEBIDO PELO CLIENTE ! Quanto maior o valor percebido pelo cliente mais propenso a comprar e pagar mais pelo produto ele estará. - Preço interfere na imagem do produto A estratégia de preço deve considerar : Figura 60 Praça (canais de distribuição) Refere-se às diferentes maneiras para levar o produto até o consumidor .Deve avaliar como o seu produto ou serviço chegará ao cliente. - Venda Direta, Indireta ou Intermediária (internet, catálogos etc.) -Definir preço, prazo e forma de pagamento Definir atuação em mercados seletivos -Defir políticas de penetração em determninado mercado -Definir políticas de descontos 80 Figura 61 (Erpflex, 2015) Crescimento de vendas on line Cada vez mais as empresas precisam atentar para o canal de vendas on line. Conforme dados a seguir, as compras pela internet vêm crescendo segundo a Ebit Informação passando de cerca de 18 bilhões de reais em 2011 para uma estimativa de mais de 49 bilhões em 2017. Figura 62 Em 2014, segundo a agência Modus, o ticket médio de compras on line era de R$247,00 em 2015 passou para R$ 260,00. 81 Figura 63 Fonte :Agencia modus 2016 https://agenciamodus.com.br/comercio-eletronico-deve-fechar-o- ano-com-crescimento-de-20-no-brasil/ Promoção São as estratégias de divulgação do produto. - Objetivo da propaganda é fazer com que uma mensagem atinja uma audiência selecionada, com o propósito de informar, convencer e reforçar o conceito do produto junto aos consumidores. - Deve considerar o público a ser atingido - Publicidade pode ser usada com intuito informativo. Figura 64 Resumindo outdoor Televisão/radio/pa nfletos brindes internet 82 Figura 65 (Maxi Educa, 2017) O quadro abaixo ilustra bem os 4ps de uma barraca que vende bebida na praia, por exemplo, em que estão definidos o preço da bebida, o local de venda ao cliente, a promoção e o próprio produto exposto. Figura 66 (Mesquita, 2017) 83 Projeção de Vendas A projeção de vendas é um aspecto importante e que requer um cuidado especial por parte do empreendedor, isso porque a paixão pela ideia pode fazer com que o mesmo seja muito otimista e acabe fazendo projeções fora da realidade de mercado. A projeção de vendas deve considerar a análise de mercado, ou seja, avaliar o público alvo, concorrentes, ambiente econômico etc. Deve atentar para o Market share, ou seja, a participação de mercado dos concorrentes e avaliar a parcela desse mercado que poderá considerar como potencial. Além disso, a capacidade produtiva é outro aspecto a ser considerado, pois imagine que você preveja na análise de mercado que seu mercado potencial tem capacidade para comprar 100 unidades de seu produto, no entanto, sua empresa só consegue produzir, com a estrutura disponível, 80 unidades, logo esse é um elemento que não pode ser desprezado. E por fim, deve-se considerar a estratégica de marketing a ser usada. Imagine que você foque todo o seu marketing para vendas, ou seja, com intuito de vender os produtos, e no final das contas não consiga atender a demanda dos consumidores que querem comprar o produto. Nessa situação, muitos clientes podem se sentir chateados e resolver comprar da concorrência. 84 Figura 67 A seguir um modelo de planilha de vendas em forma gráfica, facilitando a visualização e projeção de crescimento. Figura 68 (Consumo Social, 2016) Projeção de Vendas -ESTRATÉGIA DE MARKETING -ANÁLISE DE MERCADO -CAPACIDADE PRODUTIVA 85 Sazonalidade A sazonalidade é algo que é típico ou temporário de uma determinada época. Está ligado a oscilação de mercado. Imagine por exemplo a páscoa. Para a indústria do chocolate esse é um período sazonal pois as vendas aumentam muito. As empresas, que já conhecem o período sazonal, se preparam com antecedência para conseguir atender a demanda nesse período do ano. Conhecer a sazonalidade do negócio é fundamental para que o empreendedor possa se preparar e projetar suas ações com maior segurança. Figura 69 (C, 2015) 86 AULA 5 – TEMA 2 A análise estratégica deve servir para que o empreender trilhe o caminho que o levará ao seu objetivo. ANÁLISE ESTRATÉGICA E PLANO FINANCEIRO Aqui devem ser considerados os elementos importantes como pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças. Além disso, fazer um planejamento financeiro realista pode evitar maiores problemas no futuro. Análise Estratégica A análise estratégica deve ajudar a empresa a compreender o cenário externo, assim como o impacto no ambiente interno da empresa. É bom o empreendedor saber onde quer chegar, ou seja, a sua visão, assim como qual a razão de ser da sua empresa, ou seja, sua missão. Figura 70 • quais são as aspirações a atingir • Sonho a ser alcançadoVisão • refletir a razão de ser da organização • sintetiza a estratégia de atuação Missão 87 Exemplos de visão Vamos conhecer a seguir alguns exemplos de visão da Fiat e Microsoft. Fiat “Estar entre os principais players do mercado e ser referência de excelência em produtos e serviços automobilísticos”. 2 Figura 71 (Rafael Miotto, 2017) Microsoft “Disponibilizar às pessoas software de excelente qualidade – a qualquer momento, em qualquer local e em qualquer dispositivo.” 3 Figura 72 (By Sherif Saed, Thursday, , 2017) 2 Fonte : http://www.fiat.com.br/institucional/gestao.html 3 Fonte:https://www.microsoft.com/investor/reports/ar02/shareholder_letter/mission_por.ht m 88 Exemplos de missão Vamos conhecer a seguir alguns exemplos de missãoF da Fiat e Microsoft. Fiat “Desenvolver, produzir e comercializar carros e serviços que as pessoas prefiram comprar e tenham orgulho de possuir, garantindo a criação de valor e a sustentabilidade do negócio.” 4 Microsoft “Permitir às pessoas e empresas, em todo o mundo, a concretização do seu potencial.” 5 Análise Estratégica – SWOT A análise de SWOT é bastante usada no planejamento de negócios pois : 4 Fonte : http://www.fiat.com.br/institucional/gestao.html 5 Fonte :https://www.microsoft.com/investor/reports/ar02/shareholder_letter/mission_por.htm 89 Figura 73 O esquema a seguir mostra como a análise do ambiente interno (Análise Organizacional) e externo (Análise Ambiental) subsidiam a definição da estratégia. Missão Visão Objetivos Organizacionais Análise Ambiental Análise Organizacional O que há no ambiente? Estratégia Organizacional O que temos na empresa? Quais as oportunidades e ameaças que existem no ambiente? Quais as forças e fraquezas que temos na organização? O que devemos fazer? Para onde queremos ir? Figura 74 Fonte : Chiavenato. Gestão de Pessoas Análise de SWOT (strengths, weaknesses, opportunities, treats – forças, fraquezas, oportunidades e ameaças) é um modelo de análise do ambiente interno e externo do projeto. Consiste na elaboração de listagem dos pontos fortes e fracos, das oportunidades que o projeto oferece e as ameaças que pode enfrentar Deve auxiliar na: formulação de objetivos e metas 90 A seguir um modelo da análise de SWOT mostrando os pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças. Cabe chamar a atenção que os pontos fortes e fracos se referem ao ambiente interno, ou seja, variáveis que a empresa consegue manipular, já as oportunidades e ameaças referem-se a variáveis externas a empresa, ou seja, aquelas incontroláveis pela organização. Imagine, por exemplo a concorrência. Essa é uma variável que a empresa não consegue controlar diretamente, logo pode ser uma ameaça. SWOT Figura 75 (Ignição Digital, 2018) A seguir um modelo de análise de SWOT da empresa McDonald´s. No ambiente interno, uma força da empresa é a própria marca, já uma fraqueza pode ser o preço elevado dos produtos. Quando se olha para o ambiente externo, uma oportunidade pode ser a falta de tempo das famílias, fazendo com que comprem uma alimentação rápida, já a ameaça pode ser a busca cada vez maior por alimentação saudável. Essa análise deve fazer com que a empresa reflita suas estratégias a fim de adequar seus esforços com intuito de continuar consolidando seu negócio. 91 Figura 76 Outra análise a ser considerada é a matriz de Ansoff . criada por Igor Ansoff, a matriz busca avaliar oportunidades de crescimento de produtos em mercados existentes ou novos. Segundo Daniel Portillo Serrano* : “PENETRAÇÃO DE MERCADO Esta estratégia se refere ao crescimento de uma empresa atuando na venda de produtos existentes em mercados onde já atua. Visa Manter o domínio dos mercados atuais, manter a participação de mercado, crescer mais que os seus concorrentes ou eliminá-los e aumentar a utilização dos produtos atuais pelos clientes já existentes. DESENVOLVIMENTO DE MERCADO 92 É a estratégia onde a empresa visa atingir novos mercados, onde ainda não atua, com seus produtos atuais. Um exemplo é a exportação para uma empresa que só atuava no mercado interno de um país. Neste caso as mudanças do produto podem se resumir a embalagens ou manuais. A abertura de novos clientes, distribuidores ou revendedores na mesma região também são considerados por alguns autores como uma estratégia de Desenvolvimento de Mercado. DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS Se refere à estratégia de crescer lançando novos produtos ou novas linhas nos mercados existentes. Normalmente se utilizadas novas versões, novos produtos, em si, ou novas categorias de produtos. Inovação e desenvolvimento de linhas de produto são fundamentais nesta estratégia. DIVERSIFICAÇÃO A Diversificação prevê o lançamento de novos produtos ou linhas de produtos em novos mercados onde a organização ainda não atue. 93 É, talvez, a mais complicada e arriscada estratégia prevista na Matriz já que há duas variáveis não controladas pelas empresas: o desconhecimento dos novos mercados e o desconhecimento dos novos produtos.” 6 A seguir um modelo a matriz de Ansoff : Figura 77 (the business zoom, 2017) Plano Financeiro Deve refletir em números tudo o que foi dito no plano de negócios, incluindo investimentos, gastos com marketing, custos fixos, custos variáveis etc. 6 Fonte : http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Matriz_de_Ansoff_Produto_Mercado.htm 94 Figura 78 (Carvalho, 2017) Para isso alguns demonstrativos e indicadores são importantes, conforme a seguir : Fluxo de Caixa Ferramenta fundamental que projeta entradas e saídas de caixa no tempo. Abaixo a empresa deve fazer a projeção de receitas, considerando os parâmetros já estudados como análise de mercado, capacidade operacional e estratégia de marketing. Deve-se tomar cuidado para não ser otimista demais com projeções pouco prováveis que acontecem na realidade. Após a demonstração das planilhas, seguem as instruções para preenchimento.7 7 Adaptada do - MODELO PLANO DE NEGOCIO PARQUE TECNOLOGICO PARAIBA. www.paqtc.org.br/portal_novo/upload_documento/6259011363006604641.pdf 7.1 – Receitas operacionais Ano Total (R$) 1º Ano 95 Demonstrativo de Resultado É um relatório que oferece uma síntese econômica completa das atividades operacionais e não operacionais de uma empresa em um determinado período de tempo, demonstrando se há lucro ou prejuízo. 7.2 – Custo fixo anual (1º ano) Descrição Valor Anual 1. Salários e encargos 2. Pró-labore 3. Taxa de Incubação 4. Taxas Diversas (Telefone, aluguel de Equipamentos, etc.) 5. Materiais Diversos 6. Manutenção e Conservação 7. Seguros 8. Depreciação 9. Outros 10. Total 7.3 – Custo variável (1º ano) Descrição Valor Anual 1. Matéria Prima 2. Embalagem 3. Outros insumos 4. Frete 5. Outros ( comissões, impostos, etc) 6. Total 8) Demonstrativos simplificados de resultados (1º ano) Item Descrição Valores 1 Receita bruta (Quadro 7.1) 2 (-) Custos Fixos ( Quadro 7.2) 3 (-) Custos variáveis (Quadro 7.3) 4 Resultado Operacional (1 – 2 – 3) 5 (+) Receitas não operacional 6 (-) Despesas não operacionais 7 Lucro Bruto (4 + 5 – 6) 96 Ponto de Equilíbrio Mostra o quanto é necessário vender para que as receitas se igualem aos custos Exemplo :Uma empresa apresentou em 2017 os seguintes dados: Receita : R$ 364.000 / Custo Fixo : 132.000/ Custo Variável : 211.000. Qual o ponto de equilíbrio? Ponto de Equilíbrio = iiiiii132.000iiiiiiiiiiiii= 0,8634 364.000 – 211.000 Se esse indicador for calculado sobre o faturamento projetado, teremos o seguinte resultado: R$ 364.000,00 x 0,8634 = R$ 314.277,60. Ou seja, R$ 314.277,60 seria o valor mínimo que a empresa teria que vender no ano para não ter lucro e nem prejuízo. http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/ponto-de- equilibrio,67ca5415e6433410VgnVCM1000003b74010aRCRD Prazo de Payback Mede o tempo necessário para a recuperação do capital inicialmente investido, considerando o fluxo de caixa. Valor Presente Líquido Estimativa do valor atual para os futuros fluxos de caixa que estarão sendo gerados pelo projeto, e deduz-se o investimento feito inicialmente. 97 Figura 79 Taxa Interna de Retorno(TIR) Utilizada para calcular a taxa de desconto que teria um determinado fluxo de caixa para igualar a zero seu Valor Presente Líquido. i -> taxade juros 98 Figura 80 Instruções para elaboração do Plano de Negócio Este é um plano de negócio simplificado. Procure ser objetivo e coerente no preenchimento dos quadros, pois alguns estão relacionados entre eles. O planejamento e demonstrativo financeiro devem ser projetados prevendo-se o funcionamento da empresa após a comercialização dos produtos e serviços propostos. Os custos apropriados no período de desenvolvimento dos produtos e/ou serviços propostos deverão ser considerados como investimento próprio ou reinvestimento, apurando-se as receitas com prestação de serviços e/ou comercialização de produtos que não sejam do projeto a ser desenvolvido.8 1 - Natureza / Descrição do empreendimento. 8 Fonte : MODELO PLANO DE NEGOCIO PARQUE TECNOLOGICO PARAIBA. www.paqtc.org.br/portal_novo/upload_documento/6259011363006 604641.pdf i -> TIR 99 Destina-se ao fornecimento de dados da empresa responsável pelo desenvolvimento do projeto. Se a empresa já existe formalmente, preencher os campos solicitados. Caso não haja empresa constituída, informar apenas a forma jurídica da futura empresa e assinalar no campo “Razão Social” – Empresa a ser constituída. 2 – Nome dos sócios e respectiva participação na Empresa. Objetiva identificar a composição societária da empresa, quando existente, quanto a participação (%) de cada sócio no capital social. 3 - Plano estratégico 3.1 – Missão e objetivos estratégicos. Destina-se a definição da missão - a razão de ser – da empresa, existente ou a ser constituída. Os objetivos estratégicos representam um conjunto de objetivos de médio e longo prazos que devem ser perseguidos e estar em sintonia com a missão definida. 3.2 – Ameaças e oportunidades. O proponente deve indicar nesse campo os fatores externos à empresa (existente ou a ser constituída ) que possam afetar positivamente ( oportunidade ) ou negativamente ( ameaças) o desempenho da empresa. 3.3 – Pontos fortes. Destina-se a identificação de fatores internos ao empreendimento que representam vantagens comparativas da empresa. 3.4 – Pontos Fracos. Destina-se a identificação de fatores internos ao empreendimento que representam desvantagem ou carências da empresa. 4 - Produtos e serviços. 4.1 – Descrição do produto / serviço. Neste campo devem ser adequadamente detalhados os produtos e/ou serviços que resultarão do projeto proposto. Observar ser importante que cada um dos produtos e/ou serviços, resultante do projeto proposto, sejam identificados e descritos com toda clareza, destacando-se suas definições de utilidade e funcionalidade. 100 4.2 – Mercado e Competidores Este campo está destinado à explicitação dos mercados a serem explorados pela empresa existente ou a ser constituída, agregado às informações relativas aos principais clientes potenciais e ao nível de concorrência existente nos mercados mencionados. É desejável que, quando possível, o tamanho dos mercados sejam quantificados, mesmo que de forma aproximada e, os principais concorrentes sejam identificados. 5 - Comercialização (Vendas) 5.1 Estratégia de venda e assistência técnica. Neste campo deve ser mencionada a estratégia de vendas a ser adotada pela empresa (existente ou a ser criada), destacando-se as formas de comercialização ( Exemplo: vendedores próprios, telemarketing, vendas a varejo ou atacado, e-commerce, etc.), e as formas de assistência pós venda. 6 - Plano de investimentos. 6.1 Investimento inicial. Neste quadro devem ser mencionados os investimentos a serem realizados nos primeiros doze meses que sucederem a incubação do projeto. Assim, gastos com estudos de mercado, proteção intelectual (registro de marcas e patentes ou direitos de autor), honorários de advogados, contadores, despachantes, etc., e outros desembolsos necessários à constituição da empresa, devem ser aqui considerados. Dispêndios efetuados com a aquisição de máquinas, equipamentos, software, móveis e utensílios, devem também ser indicados neste quadro, nos campos correspondentes. Os desembolsos necessários para fazer frente aos custos que alavancam a operação da empresa, são investimentos circulantes que devem ser classificados como capital de giro. 6.2 – Origem dos recursos. Neste quadro, o valor total (1ª coluna), refere-se ao total dos investimentos iniciais, extraído da linha 9 do quadro 6.1. Nas colunas seguintes devem ser indicados (em termos percentuais) as frações de recursos provenientes dos próprios cotistas (recursos dos sócios, família, amigos), de terceiros (empréstimos bancários, financeiras e outros) e aqueles decorrentes de reinvestimentos feitos a partir de recursos gerados no próprio empreendimento, quando for o caso. 101 7 - Receitas e custos 7.1- Receitas operacionais Destina-se a previsão de receitas decorrentes da comercialização dos produtos/serviços gerados com a implementação do projeto proposto, ou seja, após sua incubação. As receitas relativas ao primeiro ano devem ser estimadas para cada um dos seus quatro trimestres e, as do segundo e terceiro anos, apenas em termos anuais. 7.2 Custos fixos anuais Este quadro destina-se a identificação dos custos fixos previstos para os doze meses subsequentes ao da incubação do projeto. Deve-se considerar valores a serem despendidos com salários e encargos de pessoal contratado, pró-labore dos sócios, taxa de incubação ( a ser informada ao proponente pela incubadora), pagamento de contas diversas ( telefone, aluguel de equipamentos etc..), aquisição de materiais de consumo, manutenção e conservação de máquinas e equipamentos, prêmios de seguro e depreciação de máquinas, equipamentos, instalações, veículos e outros investimentos em bens duráveis. 7.3 Custos variáveis Destina-se ao registro dos custos que são afetados pelo volume de produção ( produtos e/ou serviços) e vendas tais como aqueles relativos a aquisição de matérias primas e outros insumos de produção, materiais de embalagem, transporte ( fretes), bem como, de outras despesas que estejam diretamente relacionadas ao volume de produção e/ou vendas. 8 - Demonstrativo de resultados ( Primeiro ano) No quadro apresentado devem ser explicitados os valores relativos aos resultados operacionais previstos para os doze meses que se seguirem ao da incubação do projeto, ou seja: Receita bruta total no primeiro ano ( extraída do quadro 7.1 ) Custos fixos anuais ( extraído da linha 10 do quadro 7.2 ) Custos variáveis anuais ( extraído da linha 6 do quadro 7.3 ) 102 Devem também ser mencionados resultados não operacionais que possam ser previstos tais como rendimentos de aplicações financeiras, venda de ativos e outras receitas não diretamente ligadas a operação da empresa existente ou a ser criada.” 103 BIBLIOGRAFIA ANGELO, Eduardo Bom. 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