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Resumo segunda prova de farmaco !
Antimicrobianos !!
Antibiose é o processo natural de seleção pelo qual um ser vivo destrói um outro para assegurar sua 
sobrevivência (vuillemin, 1889). Antibiótico é uma substancia elaborada por seres vivos, geralmente 
microscópicos, capazes de agir como tóxicos seletivos, em pequenas concentrações, sobre os 
microorganismos (Walksman, 1942).!
A descoberta da penicilina se deu por Alexander Fleming, em 1928, então diretor do departamento de 
bacteriologia em St. Mary’s, Londres. Fleming retornou de uma viagem para seu laboratório bagunçado e 
desordenado. Enquanto limpava uma pilha de placas de petri que se acumulavam sobre o rastro do lysol, ele 
reparou, em uma das placas de petri que não tinha sido tocada pelo lysol, um estranho fenômeno. Nessa 
placa de petri haviam colônias de staphylococcus e perto da borda da placa havia uma mancha. Nessa 
mancha não haviam staphylococcus visíveis, ou em alguns lugares, havia apenas um pequeno grupo 
semitransparente, descritos como “fantasmas”. Fleming denominou a pequena mancha de penicilina, um 
termo que usou para explicar que a substancia “penicilina” tinha sido derivada de uma planta do gênero 
penicilium. Como essa substância tinha sido produzida pela penicilium, ele foi muito criterioso no nome da 
substancia, chamando-a de penicilina. !
Essa cultura em que havia semeado estafilococos, ocorreu contaminação por um fungo, causando a lise 
das bactérias ao seu redor. A substancia produzida pelo fungo foi a penicilina. !!
Como são obtidos os antibióticos !
Os antibióticos foram descobertos ao acaso como uma substancia produzida por um organismo vivo. Uma 
outra situação é que o antibiótico é produzido industrialmente, não devendo ser chamado de antibiótico, pois 
não temos organismos vivos produzindo, deveria ser chamado de quimioterápico (sintético). !
Antibióticos biossintéticos (microrganismos): são aqueles obtidos a partir de cultura de !
microrganismos, a qual acrescentam-se substâncias químicas capazes de alterar a estrutura molecular do 
antibiótico que está sendo produzido. Podem ser produzidos por fungos, por bactérias (ex. bacillus, 
streptomyces, penicillium, cephalosporium). !
Antibióticos semissintéticos: são obtidos em laboratório acrescentando-se radicais químicos ao !
núcleo ativo de um antibiótico isolado de um meio de cultura no qual cresce um microrganismo. Os semi-
sintéticos foram metade produzidos por microorganismos e uma parte foi adicionada quimicamente. Ex: 
derivados da penicilina, cefalosporina. !
Antibióticos sintéticos: antibióticos obtidos exclusivamente por síntese laboratorial, tanto parcial !
como total, porém a partir do estudo dos precursores obtidos de microrganismos. Ex: cloranfenicol, que 
atualmente tornou-se mais barato por ser possível produzi-lo por síntese laboratorial. !!
Classificações: !
Há várias maneiras de classificar determinado antibiótico pelo grupo farmacológico, pelo grupo que ele 
possui, por sua estrutura química: !
Ação da bactéria: o primeiro exemplo do antibiótico é o resultado de sua ação sobre a bactéria.!
O antibiótico pode ser bactericida (mata a bactéria) ou bacteriostático (impede o crescimento da bactéria). É 
preferível a ação bactericida sobre a bactéria. !
Modo de ação: é o modo como o antibiótico atua sobre a célula bacteriana. Existem várias formas de !
atuação do antibiótico. !
O antibiótico não vai atuar no hospedeiro e sim na bactéria. Na célula bacteriana temos alguns alvos que 
ao serem ligados aos fármacos irão ser inibidos. Os antibióticos podem atuar de diferentes maneiras: inibindo 
a síntese do DNA ou RNA (ex. quinolonas); inibindo a síntese de proteínas (ex. aminoglicosídeos); inibindo a 
síntese da parede celular (ex. beta-lactâmicos); inibindo a síntese do folato (sulfas); e despolarizando a 
membrana (daptomicina). !
A grande massa dos antibióticos atua na parede (membrana). O inibidor de síntese protéica em particular o 
aminoglicosídeo, atua bem em sinergismo com o inibidor da parede (se liga a estreptomicina). Não se escolhe 
o fármaco pelo mecanismo de ação na bactéria. !!
Outras classificações:!
Segundo o grupo farmacológico: em beta-lactâmicos, aminoglicosídeos, tetraciclinas, etc.!
Segundo as aplicações: em penicilinas antiestafilocócicas, antianaeróbicos, antibiótico que atua na !
parede celular, etc. !!
BETA-LACTÂMICOS!
São antibióticos que apresentam o anel b-lactâmico em sua estrutura química. A principio todos os 
antibióticos são b-lactâmicos, por isso sua denominação. Dentro dos b-lactâmicos temos 4 grandes grupos: 
penicilina, cefalosporina, monobactâmicos, carbapenêmicos. !
A parede celular é uma estrutura que recobre a membrana citoplasmática encontrada apenas nas 
bactérias, sendo responsáveis pelas funções de proteção, sustentação e manutenção da forma da bactéria. 
Como a parede celular é uma estrutura fundamental para a manutenção da vida da bactéria, a supressão da 
sua síntese conduz a desintegração da célula. Portanto, os antimicrobianos que inibem a síntese da parede 
celular são bactericidas.!
O envoltório do gram-positivo é diferente do gram-negativo. Tanto o gram positivo quanto o gram negativo 
possuem naturalmente membrana plasmática, mas possuem um envoltório ao redor, evitando a lise osmótica 
bacteriana. O gram negativo tem a camada mais espessa, em contraposição aos gram positivos. Nas 
bactérias gram-positivas existe apenas uma camada homogênea e espessa de petidoglicanos. Nas bactérias 
gram-negativas (coram em vermelho) a camada de peptidoglicano (folheto interno) é mais delgada e sobre 
esta existe uma camada constituída de lipopolissacarídeos e lipoproteínas. Alguns microrganismos tem ainda 
uma cápsula envolvendo a parede celular. !
Entre essas duas membranas plasmáticas das bactérias gram-negativas há um espaço, o periplasma 
(importante para algumas enzimas que degradam antibiótico). Existe no periplasma uma determinada 
proteína próxima a membrana plasmática importante para a síntese do peptideoglicano. Se a bactéria não 
conseguir produzir o peptideoglicano ela vai explodir. !
Os antibióticos betalactâmicos (penicilinas e cefalosporinas) inibem as transpeptidases que estão 
envolvidas na ligação cruzada do peptidoglicano. !!
PENICILINAS!
O principal mecanismo de ação da penicilina é principalmente a atuação na parede da bactéria, e não há 
formação de peptideoglicano. As penicilinas são divididas em dois grandes grupos: o primeiro grupo é de 
penicilinas naturais e o segundo de penicilinas semi-sintéticas. !!
Naturais: dividida em penicilina G ou V. !!
Penicilina G: a penicilina G foi produzida pelo fleming em 1929. Ela foi o primeiro antibiótico descoberto. É 
obtida a partir da fermentação do fungo penicillium notatum. Uma outra característica é a busca de uma meia 
vida maior (pouco se diz respeito da meia vida), e outra característica é a dor que ela causa (bem dolorosa). 
Para as penicilinas naturais a dose é expressa em unidade internacional. !
Este fungo teve um baixo rendimento inicial, havendo busca por outras espécies de fungo Penicillium, 
como o P. chrysogenumm. As penicilinas foram formuladas como ésteres na forma de penicilina G associada 
à procaína ou benzatina para reduzir a dor e aumentar o tempo de meia-vida.!
Possui dificuldade em ser absorvida por via oral, pois é inativada pelo pH ácido do estômago, razão pela 
qual é usada exclusivamente por vias parenterais. Sua biodisponibilidade oral é de 15 a 30% se administrada 
com estômago vazio. Geralmente as vias utilizadas são IM, IV e devem ser feitas por veículo oleoso (por isso 
não pode ser feito por via endovenosa). Somente em casos graves, usa-se penicilina G potássica e sódica. !
A distribuição é ampla, exceto no líquido céfalo raquidiano (se meninges não-inflamadas), articulações e 
leite. Se liga a proteínas plasmáticas (60% fica ligada). Compete por esta ligação com fenilbutazonae 
antiinflamatórios não esteroidais. !
As penicilinas se difundem pelo líquido extracelular e se distribuem por vários tecidos, tendo dificuldade de 
atravessar a barreira cérebro-sangue íntegra; não são biotransformados no organismo, sendo eliminadas 
pelos rins, geralmente em sua forma inalterada. O processo de secreção tubular pode ser inibido pela 
probenecida. !
A penicilina é excretada por via renal. A penicilina não deve ser usada em bovinos com mastite por 
exemplo, pois não pode haver resíduos no leite. Outro empecilho é o uso em iogurtes e etc pois ele mata os 
lactobacilos mudando o gosto. A penicilina benzatina pode requerer até 30 dias para ser excretada da carne/
leite, é o chamado período de carência. !
Período de retirada (carência): para penicilina G procaína, no leite ela é de 2 dias, e no gado de corte em 
não-ruminantes (7 dias), suínos (6 dias), ruminantes (4 dias bovino, 8 dias ovino). No caso da penicilina G 
benzatina, no gado de corte é cerca de 30 dias.!
A penicilina G é utilizada em cães, gatos, ruminantes, equinos, suínos e pássaros. Ela é um medicamento 
extremamente útil para tratamento de gram-positivos (estreptococos). Damos dois enfoques as bactérias 
gram-positivas: o staphylo e o streptococcus. Para as infecções estreptocócicas em geral, temos a penicilina 
G ainda como a principal escolha. Começaram a aparecer mais na área médica resistência dos streptococcus 
pneumônicos para a penicilina G. Em geral as infecções estreptocócicas são bem controladas pela penicilina 
G. As infecções staphylcocicas por outro lado já são uma situação a parte, pois já temos bastante resistência. !
Penicilina G é útil também na infecção por alguns anaeróbicos, em particular pelos clostridiums. A 
penicilina também é interessante para alguns coccus negativos (para bacillus não), a listeria é um exemplo de 
coccus negativo que responde bem a penicilina. Leptospira causa infecções importantes nos felinos. A 
penicilina G também não resolve todos os problemas, as infecções pelos bacilos gram-negativos não são 
tratadas com a penicilina G, também não se trata erliquiose, não se trata tuberculose nem micoplasma, e 
vírus muito menos. !
Os intervalos posológicos variam, pois a meia vida do sódio também varia. A unidade internacional é 0,6 
miligramas (10 na menos 3). Em equinos também usamos penicilina para infecções respiratórias, infecções 
estreptocócicas, as clostridioses também, no tétano, no botulismo. !
Indicações clínicas: bactérias gram positivas (estreptococos), anaeróbios (clostrídios), Cocos gram 
negativos (Neisseria spp), espiroquetas (leptospira, treponema). Sem efetividade: bacilos gram-
negativos como salmonela e E. coli, riquéttsias, micobactérias, micoplasmas, fungos e vírus.!
A unidade internacional de penicilina (UI) é a atividade específica de penicilina contida em 0,6 ug do sal 
sódico de penicilina G.!!
1 UI -> 0,6 microg penicilina G !
“X” UI -> 1000,0 microgr (1 mg) penicilina G !
= 1 mg penicilina G sódica contém 1.670 UI!!
Penicilina V: a única diferença que temos é que a penicilina V tem uma biodisponibilidade maior que a 
penicilina G (60%). O espectro e o mecanismo de ação são semelhantes à penicilina G. É relativamente 
menos ativa que a penicilina G. A vantagem da penicilina V é seu uso via oral em monogástricos (cães, gatos, 
equinos), pois é resistente a hidrólise ácida. A distribuição é semelhante a penicilina G; possui 80% de ligação 
a proteínas plasmáticas. Sua excreção é predominantemente renal. !
Esses medicamentos por via oral são melhores feitos quando o animal está com o estômago vazio (até 
administrado junto com um petisco, 1h ou 2h após as refeições). Deve-se evitar colocar o antibiótico junto 
com a refeição do animal pois ele estará ingerindo uma grande quantidade de comida podendo ocasionar a 
perda do efeito do medicamento. Algumas penicilinas seguem o padrão de mg/kg e outras seguem o padrão 
internacional.!!
Semi-sintéticas: tiveram uma modificação para trazer algum ganho terapêutico. São muito utilizadas !
na veterinária. Existem os métodos fermentativos e a introdução de radicais para obtenção dessas 
penicilinas. !
Essas penicilinas são derivadas do ácido 6-aminopenicilânico, presente em todas penicilinas (não precisa 
decorar o nome). Nessas penicilinas semi-sintéticas adicionamos outros compostos para obtenção da 
penicilina desejada. Temos as penicilinas de espectro ampliado que é a ampicilina e a amoxicilina, e as anti-
pseudomônicas.!
São três principais grupos, as aminopenicilinas (ampicilina, amoxicilina), as lenicilinase-resistentes ou 
“antiestafilococicas” (meticilina, oxacilina); e as penicilinas “antipseudomonas” (carbenicilina, ticarcilina); e 
outras (azlocilina, mezlocilina, piperacilina e mecilinam). !!
Ampicilina: as penicilinas de largo aspecto de ação surgiram na busca de medicamentos cada vez mais 
eficientes, visando atingir a grande maioria dos agentes infecciosos. Todos são sensíveis a penicilinase. Por 
esse motivo, os inibidores das betalactamases podem ser associados a essas penicilinas, a fim de se obter 
efeito sidérico sobre bactérias produtoras de betalactamases. !
Faz parte do grupo das aminopenicilinas (ampicilina, amoxicilina, congêneres). Penicilinas com espectro 
ampliado: E. coli, Klebsiella, Haemophilus spp. Sem atividade: Pseudomonas aeruginosa, Proteus, 
Enterobacter, Critrobacter, Acinetobacter, riquéttsias, micobactérias, micoplasmas, vírus e fungos.!
A ampicilina trouxe uma vantagem de espectro basicamente, isso é importante quando não sabemos qual 
é a bactéria, se ela é gram-positiva ou gram-negativa, necessitando de um medicamento com um espectro 
maior. A infecção urinária é um exemplo. Essas penicilinas conseguem pegar bactérias gram-negativas 
também, e essa é uma característica que ajuda muito na antibioticoterapia. Só que essas penicilinas não 
conseguem controlar infecções microbianas se a bactéria produz uma enzima que quebra o anel beta-
lactâmico, chamada de beta lactamase. As vezes podemos conjugar a penicilina com algum outro 
medicamento que iniba a lactamase, ai sim o tratamento da certo.!
Só podemos usar por via parenteral, subcutâneo, intramuscular e endovenoso, isso ajuda mas também 
atrapalha no tratamento crônico. Ela não atravessa bem o trato digestório (a mucosa do intestino delgado), 
por isso apresenta uma biodisponibilidade baixa. Ela se distribui bem. Pode ser utilizada para diferentes tipos 
de infecções. Ela não ultrapassa a barreira hematoencefálica. Sua distribuição é ampla (10 a 60% do nível 
sérico é atingido no LCR se as meninges estiverem inflamadas). !
As vias recomendadas são as vias parenterais, subcutâneas, endovenosa, e a via oral não deve ser 
utilizada e se for utilizada a dose deve ser maior. Deve-se tomar o cuidado com o medicamento via oral para 
que o animal não esteja com o estômago vazio (1h antes ou 2h após a refeição). Sua metabolização é 
hepática e sua excreção é renal. A meia vida dura de 45 a 80 minutos no cão e gato e 60 minutos em suínos. 
É usado em cães, gatos, bovinos, equinos, suínos, coelhos, aves e répteis.!
Um antimicrobiano de amplo espectro geralmente é bom que seja prolongado por alguns dias, para 
prevenir a resistência, pelo menos dois dias, mas varia de acordo com o grupo. !
A ampicilina é uma das penicilinas de espectro aumentado que nos trouxe uma vantagem de pegar um 
espectro maior de bactérias e uma boa farmacocinética, apenas sua absorção que é ruim. A amoxicilina é 
bastante utilizada pois ela superou esse problema da ampicilina. Ela pode ser usada por via oral. !!
Amoxicilina: nos da a disponibilidade de via oral (70%), porém deve-se separar do alimento. A distribuição 
da amoxi é igual a da ampicilina, tem um bom espectro de ação. Tem um bom Vd. A amoxicilina é semelhante 
a ampicilina quanto a estrutura química e o espectro de ação. A característica mais marcante é a sua 
absorçãomais efetiva no TGI, podendo alcançar até 90% da dose administrada. O fármaco não é degradado 
no suco gástrico. !
O alimento retarda a velocidade de absorção (não a extensão), porém se o animal possui problemas 
gástricos concomitante, devemos administrar o medicamento junto com o alimento. Sua distribuição é ampla 
(músculo, fluidos sinovial, ascético e pleural, e fígado). Atinge 10 a 60% da concentração plasmática no LCR 
se as meninges estiverem inflamadas. Liga-se até 13% das proteínas plasmáticas (albumina) em cães. As 
vias de administração são PO, SC, IM, e IV. As espécies que podem ser tratadas com amoxicilina são os 
cães, gatos, bovinos, equinos, aves e répteis.!
O ácido clavulâmico é uma molécula que pode ser usada em adição ao beta-lactâmico, ela é usada 
quando sabemos que temos uma bactéria resistente. Ela promove inibição das beta-lactamases. Ele não é 
usado separadamente, pois seu uso isolado é fraco. Geralmente é usado com as amoxicilinas. O ácido 
clavulâmico tem um anel beta-lactâmico, ele é usado como falso substrato, ele vai sendo digerido enquanto 
poupa o antibiótico essencial que á a amoxicilina. Funciona muito bem com a amoxicilina. É um fármaco um 
pouco mais caro que antibióticos da mesma linha de ação e há uma certa possibilidade de oxidação. 
Funcionam muito bem para vários tipos de situações. !
A via de administração do ácido clavulâmico é oral. Pode ser usado em cães e gatos. Usado em distúrbios 
do trato urinário, pele, tecidos moles e doenças periodontais. Ele é estável no suco gástrico, possui 
distribuição ampla, e excreção renal (34-53%).!!
Penicilinas penicilinase-resistentes (antiestafilocócicas - meticilina, oxacilina): são as oxacilinas, 
cloxacilinas e dicloxacilinas (espectro de ação e uso terapêutico equivalente). Possuem menor atividade 
antimicrobiana contra microorganismos sensíveis a penicilina G, mas efetiva contra S.aureus produtor de 
penicilinase. Seu uso terapêutico é para infecções nos ossos, pele e tecidos moles por S. aureus produtor de 
penicilinase e no tratamento de mastite. !
O grupo das penicilinas que atuam com o staphylococcus aureus, não devem ser usados para outros 
grupos bacterianos, apenas em fortes suspeitas de infecção por staphylococcus, um exemplo típico são as 
piodermas ou as infecções mamárias em bovinos, infecções de tecidos moles. Pode ser usada por várias 
vias, em bovinos por via intramamária. As vias recomendadas são oral, IV e IM. As espécies tratadas são 
cães, gatos, bovinos (infecções mamárias). !
Sua biodisponibilidade oral é de 37 - 60%. Possui distribuição ampla, exceto no líquido cefalorraquidiano. 
Possui relato de casos de resistência em veterinária.!!
Penicilinas “antipseudomonas” - carbenicilina, ticarcilina: possuem espectro para E.coli, klebsiella, 
haemophilus, Pseudomonas, Acinetobacter. São inativadas pelas beta-lactamases. Utilizadas no tratamento 
de infecções por pseudomonas e devem ser associadas a aminoglicosídeos. Seu uso é feito em cães, gatos e 
pássaros.!!
CEFALOSPORINAS!
As cefalosporinas provêm do fungo Cephalosporium acremonium. O núcleo básico destes antibióticos é o 
ácido 7-amino-cetfalosporânico, que é bastante semelhante aquele das penicilinas. O isolamento deste 
núcleo foi fundamental para a obtenção dos derivados semissintéticos das cefalosporinas atualmente 
disponíveis no comércio. O mecanismo de ação das cefalosporinas e cefamicinas é semelhante ao das 
penicilinas, isto é, impedem a síntese da parede do microrganismo; portanto, são antibióticos bactericidas. E 
são tempo-dependentes. !
Estava-se em busca por um antibiótico com amplo espectro, resistente às beta-lactamases, com absorção 
por via oral e parenteral e com baixa toxicidade. Neste cenário, foi descoberta a cefalosporina, a partir do 
fungo Cephalosporium acremonium, nas águas marítimas da sardenha, em 1945, na Itália. !!
Classificação: !
As cefalosporinas são classificadas em gerações, segundo certas características e ordem cronológica de 
sua síntese. Atualmente, são quatro as gerações de cefalosporinas. Uma cefalosporina de primeira geração 
não é melhor que uma de terceira, depende da situação. De modo geral, as cefalosporinas tem 
características semelhantes aquelas das penicilinas. São antibióticos muito pouco tóxicos. !!
1 geração: cefalotina, cefalexina, outras (cefapirina, cefacetrila, cefazolina, cefradine, cefadroxil). Tem 
efeito bactericida para gram negativos e positivos, possui um anel beta-lactâmico, são resistentes as beta-
lactamases, tem um espectro melhor. Não atuam bem em grans negativos produtores de b-lactamase. Tem 
espectro de ação em estafilococos, estreptococos, bactérias anaeróbias e corinebactérias, dentre outros. !
Não é usada para enterococus, MRSA, proteus indol-positivos (ex. p vulgaris); bacterioides fragilis; 
pseudomonas, enterobacter, serraria, citrobacter. !
Absorvidas por via parenteral: Cefalotina, Cefapirina, Cefacetril. Absorvidas por via oral: Cefalexina, 
Cefadroxil.!
Cefalotina: a cefalotina foi a primeira cefalosporina semi-sintética a ser produzida, em 1962. Apresenta 
forma de sal sódico. Sua via de administração pode ser IM (porém causa muita dor) e por EV. Ela não é 
absorvida de via oral (deve ser usada por via parenteral). Pode ser usada em várias espécies (cães, gatos, 
bovinos, equinos, pássaros, répteis). É excretada por via renal sem biotransformação (maior parte não é 
metabolizada). A meia vida em cães é de 42 - 51 minutos e de equinos 49 minutos. Geralmente a dose do 
gato é bem menor. !
A resistência a esses antibióticos pode ocorrer de duas formas: natural, em que a parede celular se torna 
impermeável ao antibiótico e à ação de enzimas; adquirida, de forma vertical, em que há mutação 
cromossômica; ou horizontal em que há transdução ou conjugação plasmidial com transferência de 
transposons capazes de quebrar a cefalosporina (cefalosporinases).!
Cefapirina: seu espectro de ação é semelhante à cefalotina. É usada em cães, gatos, equinos (IM e IV) e 
bovinos. Pode ser usada por via intramamária em bovinos no tratamento da mastite. No período seco da vaca 
há a possibilidade de haver mastite, é sempre um período de estresse no veterinário e no fazendeiro se ela 
tem a mastite. O uso intramamário é uma prática que tem acontecido, no início do período seco, evitando que 
a vaca tenha uma mastite antes do próximo parto. Durante a lactação usa-se a cefapirina sódica; e no início 
do período seco usa-se a cefapirina benzatina. O uso intra-uterino é indicado no tratamento da metrite.!
Cefalexina: uso oral, todas as recomendações são idênticas. As doses variam de acordo com o tipo de 
doença e o tipo de animal. Usado em cães, gatos, equinos, pássaros (oral), bovinos (uso intramamário no 
caso de mastites). O tratamento deve ser prolongado em até 5 - 7 dias após a resolução da doenca, ou 
preferivelmente, até resultados negativos de cultura. !!
2 geração: cefuroxina, cefaclor, cefamandole, cefonicida, ceforanida, cefoxitina. Não nos interessa, tem 
pouco espaço terapêutico e um risco de seleção de resistência. Seu uso é muito limitado em veterinária. 
Possuem uma pequena vantagem que é atuar sobre o bacterioides fragilis. Seu espectro de ação para gram-
positivos é semelhante às cefalosporinas de primeira geração e para gram-negativos possui um maior 
espectro, que atinge os bacterioides fragilis. !
Cefoxitina: tem atividade além do fragilis, contra a klebsiela, proteus (resistentes a cefalosporinas de 
primeira geração), e.coli. E contra microrganismos anaeróbicos (bacterioides fragilis). Possui baixa absorção 
por via oral, devendo ser feito o uso parenteral. Possui excreção renal. Usado em cães, gatos e equinos. !!
3 geração: cefoperazona, ceftiofur, ceftazidima, ceftriaxona, cefotaxima, moxalactam, ceftiozoxima, 
cefixima. Não tem nenhum protótipo. Tem um espectro semelhante as cefalosporinas de primeira e segunda 
geração,mas tem um espectro ampliado para enterobacteriaceae (salmonela). As ceftazidima e cefoperazona 
tem ação sobre P. aeruginosa. Também pode ser usada para infecção por pseudomonas. !
Cefotaxima: para gram-positivas é menos ativa que as cefalosporinas de primeira geração sobre o S. 
aureus. E para gram-negativos possui espectro ampliado sobre a família enterobacteriaceae (klebsiella, E. 
coli, Salmonella, Serratia marcescens, Proteus e Enterobacter), sobre anaeróbios (bacterioides fragilis, 
clostridium, fusobacterium, peptococcus, peptoestreptococcus). Geralmente não possuem efetividade sobre P. 
aeruginosa. !
É ruim por via oral (baixa absorção), é melhor por via parenteral. É difícil de ser absorvida pelo TGI mas 
quando absorvida atua muito bem. Sua distribuição é ampla em ossos, humor aquoso, bile, fluidos pleural e 
peritoneal. Cruza a barreira hematoencefálica se as meninges estiverem inflamadas. Sua eliminação é feita 
por metabolização hepática e excreção renal. Usado em cães, gatos, equinos, pássaros e répteis. !
Ceftiofur: é semelhante a cefotaxima. Sua atividade é contra pasteurela, salmonela, estreptococos, 
estafilococos, e. coli. Contra microrganismos atua sobre a pasteurella haemolytica e P. multocida (doenças 
respiratórias bovinas), haemophilus, streptococcus zooepidemicus (doença respiratória equina). Afeta 
bovinos, equinos, cães e répteis. !!
4 geração: cefepime. (não falou nada a respeito)!!
Efeitos colaterais: podem acontecer por qualquer geração. Os efeitos adversos são de baixa freqüência e 
baixa gravidade. Pode ocorrer em reações de hipersensibilidade (pacientes alérgicos - reações cruzadas com 
outros beta-lactâmicos). Seu uso oral possui efeitos no TGI, como anorexia, vomito, diarréia associada ao 
antibiótico (alteração da microbiota). Deve ser usado com cautela em pacientes medicados com 
anticoagulantes orais (cefalosporinas podem causar sangramento). Em altas doses e usos prolongados 
podem causar neurotoxicidade, distúrbios hematológicos, hepáticos e renais. Porém em linhas gerais são 
antibióticos seguros. !
Antimicrobianos - continuação !!
ANTIMICROBIANOS NÃO BETA LACTÂMICOS!!
Aminoglicosídeos!
Em 1939, Walksman e cols., New Jersey, EUA, começaram estudos sobre antimicrobianos obtidos de 
microrganismos do solo. Eram substâncias com ação antimicrobiana porém muito tóxicas. Em 1943 a partir 
da analise de cepas de Streptomyces griseus, obteve-se um antibiótico ativo contra bactérias Gram-positivas 
e Gram-negativas e de baixa toxicidade para o homem, chamado de estreptomicina. O seu reconhecimento 
cientifico foi em 1944 e foi usado no tratamento da tuberculose.!
São antibióticos constituídos por um núcleo de hexose (2-desoxiestreptamina) unido a aminoaçúcares 
mediante ligações glicosídicas; por isso são chamados também de aminociclitois. No caso da estreptomicina, 
o anel base é a Streptidine. A maioria dos antibióticos deste grupo é produzida por microrganismos; contudo, 
há também aqueles semissintéticos. !!
Espectro de ação: varia em função do aminoglicosídeo. No geral são: gram-negativos aeróbios como 
Enterobacteriacea (E. coli, Klebsiella, Proteus, Pseudomonas, Salmonella, Enterobacter, Serratia, Shigella); 
Micoplasma; Estafilococos (gentamicina e netilmicina – se combinadas com β-lactâmicos). !
Os aminoglicosídeos não apresentam efeito antimicrobiano (contra fungos, vírus e bactérias anaeróbias), 
então, se usarmos apenas aminoglicosídeos, os estafilococos não serão erradicados. Já se combinar com 
beta-lactâmicos, ele prejudica a síntese da parede celular, criando fissuras, e o aminoglicosídeo entra por 
essas fissuras. !!
Mecanismo de ação: os aminoglicosídeos são antibióticos bactericidas que interferem na síntese proteica 
ligando-se a subunidade 30 S do ribossomo (atravancando a tradução do RNA mensageiro), e para 
exercerem esse efeito há necessidade de penetrarem na célula bacteriana. É por isso que antimicrobianos 
que interferem na síntese da parede celular, com os antibióticos betalactâmicos, são associados aos 
aminoglicosídeos para obter efeito sinérgico, uma vez que facilitam a entrada desses últimos no interior da 
bactéria. !
A passagem dos aminoglicosídeos para o interior da bactéria se dá por meio de um mecanismo ativo de 
transporte (depende de energia e oxigênio), associado a diferença de potencial elétrico existente entre os 
meios exterior e interior da bactéria. Inicialmente, os aminoglicosídeos se difundem no folheto externo da 
parede celular das bactérias gram-negativas por meio de canais aquosos formados pela porina. Uma vez no 
espaço periplasmático, um processo de transporte dependente de oxigênio carreia os aminoglicosídeos para 
o interior da célula bacteriana, atravessando a membrana celular. Esse transporte dependente de oxigênio 
está acoplado a um sistema de transporte de elétrons que torna o citoplasma da bactéria negativo em relação 
ao meio exterior, o que faz com que os aminoglicosídeos sejam atraídos para o citoplasma, pelo fato de terem 
carga elétrica positiva.!
Uma vez no interior da bactéria, os aminoglicosídeos se ligam irreversivelmente a um ou mais receptores 
de proteínas da subunidade 30 S do ribossomo bacteriano, interferindo em vários mecanismos no processo 
de translação do RNA mensageiro. Pode então haver a incorporação de aminoácidos incorretos na cadeia 
polipeptídica que está sendo formada no ribossomo, dando origem a proteínas defeituosas. Essas proteínas 
participam de estruturas essenciais da célula, alteram o funcionamento da membrana celular e provocam a 
saída de sódio, potássio, aminoácidos e outros constituintes celulares, resultando em morte do 
microrganismo. !!
Gentamicina: é obtida a partir do micromonaspora purpúrea. Apresenta-se na forma de sal (sulfato de 
gentamicina). Suas vias de administração são IM, IV, oral (só se for infecção na mucosa intestinal), colírio e 
soluções otológicas, e subcutânea em cães e gatos. !
Pode haver desenvolvimento de resistência. A resistência adquirida aos aminoglicosídeos pode ser 
cromossoma ou carreada por plasmídios, sendo essa última mais frequente e conferindo resistência múltipla, 
envolvendo simultaneamente vários antimicrobianos. Existem três mecanismos reconhecidos de resistência 
bacteriana aos aminoglicosídeos: alteração dos locais de ligação no ribossomo; redução da penetração do 
antibiótico no interior da bactéria; e modificação enzimática do antibiótico. !
As espécies tratadas são: cães, gatos, roedores, bovinos (IM e intra-mamário), equinos, suínos, pássaros 
e repteis. A absorção é baixa por via oral (exceto em enterites) ou intra-uterina. Pode ser usada por via tópica, 
exceto pele. Também utilizamos a via parenteral para o tratamento de infecções sistêmicas. Demora de 30 a 
60 minutos para agir após injeção IM em cães e gatos. Possui uma boa distribuição, bastante ampla. Em 
níveis terapêuticos, vai pro osso, coração, bexiga urinaria e pulmões.!
Tem pouca penetração na BHE, mas cruza a barreira placentária. Seu Vd é relativamente baixo, porém, a 
ligação seletiva aos tecidos pode ocorrer, como, por exemplo, nos rins, onde os resíduos podem permanecer 
por períodos prolongados podendo gerar nefrotoxicidade. O acúmulo também ocorre nos ouvidos internos, 
podendo gerar surdez. !
Esses antibióticos não são biotransformados de maneira significativa no organismo animal. A eliminação 
renal, na sua forma inalterada ocorre por filtração glomerular. Seu tempo de meia vida varia de 0,15 a 3 horas 
nas diferentes espécies.!!
Precauções e efeitos colaterais: dois efeitos colaterais clássicos, que são a nefrotoxicidade e a 
ototoxicidade, podem causar sinais auditivos e sinais vestibulares em cães e gatos. Ao ser usado, é 
necessário monitorar a função renal a partir de exame de urina, verificar a micção, monitorar audição e função 
vestibular. Pode causar reações de hipersensibilidade.!
Outros possíveis efeitoscolaterais são o bloqueio neuromuscular, edema facial, dor, e inflamação no sítio 
de injeção, neuropatias, hipersensibilidade. O uso cauteloso é feito no caso de doentes renais (avaliar 
dosagens), idosos, neonatos, gestação (toxicidade fetal), desidratados, septicemia, febre, pacientes com 
distúrbios neuromusculares.!!
Fluoroquinolonas!
Na década de 1980, intensas pesquisas realizadas a partir destas primeira quinolonas originaram as 
denominadas quinolonas de segunda geração, a partir de enato denominadas fluoroquinolonas.São 
antimicrobianos bactericidas sintéticos. Logo, são quimioterápicos e não antibióticos (na teoria, mas podemos 
chamá-los de antibióticos na vida real). Os principais representantes são a ciprofloxacina e enrofloxacina. A 
base estrutural das quinolonas é o anel 4-quinolona. Este anel vem sendo bastante modificado, com o 
objetivo de obter quinolonas com espectro de ação aumentado. !
Possuem amplo espectro de ação, alta potência, excelentes propriedades farmacocinéticas, como alta 
biodisponibilidade oral, ampla distribuição, tempo de meia-vida possibilitando a administração uma vez por 
dia, e pode ser usado por diferentes vias, além de ter baixa toxicidade.!!
Mecanismo de ação: as quinolonas são antimicrobianos bactericidas, e sua atividade antimicrobiana se 
relaciona com a inibição das topoisomerases do tipo II, também conhecidas como DNA girase. Também 
inibem a topoisomerase IV da bactéria, gerando prejuízo na replicação e na transcrição do DNA bacteriano, o 
que gera lise celular e morte da bactéria. As topoisomerases são enzimas que catalisam a direção e a 
extensão do espiralamento das cadeias de DNA. As quinolonas inibem a DNA girase, impedindo o 
enrolamento da hélice de DNA em uma forma superespiralada. !!
Espectro de ação: Gram-negativas (ativa na maioria das bactérias aeróbias): Enterobacteriacea 
(Escherichia coli, Klebsiella spp., Proteus spp., Salmonella spp. e Enterobacter spp.); Actinobacillus 
pleuropneumoniae, Haemophilus somnus, Pasteurella haemolytica e P. multocida, Bordetella bronchiseptica; 
Brucella spp., Clamydia spp., Mycoplasma spp. e Ureaplasma. A sensibilidade de Pseudomonas aeruginosa e 
variável (ciprofloxacina é mais ativa).!
As gram positivas (atividade é variável): S. aureus* e S. intermedius* são sensíveis (há relatos de 
resistência). * Alternativa para resistência aos beta-lactâmicos (MRSA); Estreptococos e anaeróbios são 
resistentes!!!
Resistência: ao contrário das quinolonas de primeira geração, a administração clínica das 
fluoroquinolonas produz mutantes resistentes em uma freqüência ainda relativamente pequena. Por outro 
lado, deve-se considerar que há uma grande preocupação quanto ao uso indiscriminado de fluoroquinolonas; 
para se ter uma idéia, o ciprofloxacino foi o antibacteriano mais consumido no mundo nestes anos iniciais da 
primeira década do século XXI. Este fato, sem dúvidas, propicia a promoção de rápido desenvolvimento de 
resistência bacteriana as fluoroquinolonas de maneira geral. !
A resistência a estes quimioterápicos é atribuída a modificações na DNA girase; por bombas de efluxo que 
mandam o antibiótico para fora da célula; ou alteração de permeabilidade na parede da célula bacteriana. Os 
mutantes isolados mostram reação cruzada com as diferentes quinolonas.!!
Efeitos colaterais: problemas na cartilagem em filhotes. Algumas infecções são bem resolvidas, como as 
infecções urinárias. Não atua em estreptococos. Para Estafilococos, não usar como primeira escolha, apenas 
contra estafilos que são resistentes aos beta-lactâmicos.!!
Metronidazol!
O metronidazol é um compostos nitroimidazólico heterocíclico, com estrutura química semelhante a dos 
nitrofuranos. É utilizado no controle de protozoários como a Giardia. São agentes bactericidas, que interferem 
nas funções do DNA bacteriano. Seu mecanismo de ação ainda não está perfeitamente esclarecido, 
sugerindo-se entretanto, que tenha mecanismo semelhante ao dos derivados nitrofurâmicos. !
Espectro de ação: agem contra a maioria dos anaeróbios, tanto gram-negativos (Bacterioides spp., 
incluindo B. fragilis); quanto Gram-positivos (Clostridium difficile, C. perfringens, C. septicum); Helicobacter; 
ação antiprotozoárica (Giardia, Entamoeba histolytica).!
É usado para cães e gatos. Altas doses podem gerar intoxicação causando problemas no SNC, como 
letargia, depressão, ataxia, vômitos e convulsão. Causa a inibição da ação do GABA. O tratamento é feito 
com benzodiazepínicos, como o Diazepam.!!
Vancomicina!
Os glicopeptídeos de maior interesse são a vancomicina, a teicoplanina e a avorpacina. São antibióticos 
com atividade contra bactérias gram-positivas, em particular, os cocos. Os glicopeptídeos interferem na 
síntese da parede celular ligando-se a D-alanina D-alanina e com isso inibem a transpeptidação. São 
antibióticos bactericidas, com peso molecular relativamente alto. !
A vancomicina foi isolada do Streptomyces orientalis em 1956. As penicilinas e cefalosporinas eram muito 
ativas contra a maioria das bactérias gram-positivas nas décadas de 60 e 70, então a vancomicina quase não 
foi utilizada. Porém, com o surgimento de infecções causadas por estafilococos e enterococos resistentes, o 
uso de vancomicina se tornou relevante em seres humanos. !
A via de administração é a endovenosa, que deve ser lenta, diluída em soro glicosado ou fisiológico. Deve-
se evitar as vias IM ou SC pois estas geram dor intensa. Não é absorvida por via oral, mas atua sobre gram-
positivos do TGI no caso de enterites. !
Atua sobre gram-positivos. Suas indicações de uso são em infecções por estafilococos resistentes aos 
beta-lactâmicos como é o caso do S. aureus; e em infecções por enterococos resistentes à ampicilina.!!
Tetraciclinas!
São antimicrobianos bacteriostáticos obtidos a partir de espécies de Streptomyces (tetraciclina, 
oxitetraciclina e clortetraciclina). Amplo espectro e pouco efeito colateral. Os derivados semi-sintéticos são a 
doxiciclina e minociclina (diferenças na farmacocinética e espectro). As tetraciclinas são assim denominadas 
por causa de sua estrutura química, formada por quatro anéis. !
Apresentam amplo espectro de ação: bactérias gram positivas e gram negativas, aeróbios e anaeróbios e 
também protozoários. Também atua sobre microrganismos intracelulares, a exemplo do micoplasma, clamídia 
e riquétsia. Geralmente usada para microrganismos intracelulares.!!
Mecanismo de ação: as tetraciclinas são antibióticos bacteriostáticos que inibem a síntese proteica dos 
microrganismos sensíveis, ligando-se aos ribossomos. Estes antibióticos, após penetrarem no interior da 
bactéria por um processo mediado por carreador, ligam-se reversivelmente a subunidade 30 S do ribossomo 
do microrganismo, impedindo que o RNA-transportador se fixe ao ribossomo e, com isto, a síntese proteica 
seja inibida.!!
Doxiciclina: suas diferenças em relação a tetraciclina é a doxiciclina possui alta lipossolubilidade, portanto 
possui maior penetração em tecidos e células, aumentando sua ação sob patógenos intracelulares. Possui 
excreção fecal, na forma de conjugado ou quelato. Tem pouca interferência na microbiota intestinal e não 
necessita de ajustes de dosagem em pacientes nefropatas pois a excreção é fecal. Possui alto tempo de 
meia-vida (7-10 horas). Tem biodisponibilidade oral ampla, e o alimento não interfere.!
As tetraciclinas são uma classe segura quanto aos efeitos colaterais. O que pode ocorrer são problemas 
no TGI, fígado e rins. O uso em fêmeas gestantes e filhotes é contra-indicado pois pode gerar alterações de 
coloração dentária e problemas no crescimento ósseo.!!
USO DE ANTIBIÓTICOS!
A terapêutica é feita com foco no paciente e no antibiótico. As seguintes perguntas devem ser feitas pelo 
medico na hora de prescrever um antibiótico ao paciente: 1. O uso do antimicrobiano foi embasado em 
achados clínicos? 2. As amostras clinicasforam analisadas? 3. Quais microrganismos estão associados a 
doenca infecciosa? 4. Qual o melhor antimicrobiano para tratamento da infecção? 5. É necessário usar 
associações? 6. Há limitantes para o uso do antibiótico? 7. Qual a via de administração? 8. Qual dose deve 
ser administrada? 9. É necessário mudar a antibioticoterapia após a cultura e antibiograma? 10. Qual a 
duração do tratamento?!!
RESISTÊNCIA MICROBIANA!
A resistência bacteriana é o fenômeno biológico que possibilita aos microorganismos a capacidade de 
multiplicação ou persistência na presença de níveis terapêuticos do antimicrobiano em questão. 
“Provavelmente não há nenhuma droga terapêutica que uma bactéria não possa reagir de alguma forma 
adquirindo resistência” Alexander Fleming, 1946. !
Em uma visão molecular: a bactéria resistente apresenta genes que codificam proteínas envolvidas em 
mecanismos moleculares que prejudicam a ação dos antimicrobianos. !
Visão farmacológica: o antimicrobiano, mesmo atingindo níveis adequados nos diversos compartimentos 
orgânicos, não será efetivo pois seu mecanismo de ação está prejudicado.!
Visão evolutiva: a bactéria resistente apresenta material genético que lhe confere vantagem competitiva e 
que garante sua sobrevivência e proliferação de linhagem na presença do antimicrobiano.!
Visão clínica: a infecção não será mais controlada pois a bactéria sobreviverá à antibioticoterapia.!
E visão microbiológica: linhagens de bactérias resistentes apresentam um MIC superior àquele 
normalmente encontrada em sua espécie.!
A resistência pode ocorrer pela aquisição de genes de resistência (normalmente situados em elementos 
transmissíveis, plasmídios ou transposons), por recombinação de DNA exógeno no cromossoma da bactéria 
ou ainda por mutação. Assim, caso a bactéria adquira resistência, poderá multiplicar-se na presença do 
antimicrobiano em questão e, ao ocupar o nicho deixado pela população de bactérias sensíveis, tornar-se a 
variante dominante da espécie.!!
Tipos de resistência: resistência natural: estável, codificada no cromossomo; compartilhada por todos 
indivíduos da espécie microbiana. Ex. bacilos Gram-negativos (E. coli, Proteus) resistentes à penicilina G. 
Resistência adquirida: mudança no genoma bacteriano (mec. genéticos) → fenótipo de resistência; fenótipo 
incomum na população microbiana daquela espécie. Ex. S. aureus resistentes à penicilina G.!!
Mecanismos de resistência:!
1) Inativação enzimática do antibiótico;!
2) Alteração do alvo do antibiótico;!
3) Menor acesso do antibiótico à célula bacteriana;!
4) Efluxo do antibiótico.!!
Uso veterinário de antibióticos e resistência!
Uso terapêutico/profilático: deve-se considerar o paciente, o antibiótico e o perfil de sensibilidade.!
Para uso como promotor de crescimento, como melhorador de desempenho.!!
Resistência cruzada: um único mecanismo de resistência confere resistência a todos os membros de 
determinada classe de antimicrobianos. Deve-se ser feito controle da resistência bacteriana: uso prudente 
dos antimicrobianos; vigilância da resistência; análise de risco; pesquisa científica.!!!!
Farmaco - Antiparasitários!!
A parasitologia sempre foi uma área importante da veterinária. A parasitologia leva a prejuízos a saúde dos 
animais (diarréia, perda de peso, diminuição do desenvolvimento do animal, perfurações/obstrução intestinal, 
problemas em outros órgãos com pele, pulmão e coração - dirofilaria immitis); disseminação de outras 
doenças (carrapato: ehrlichiose canina - carrapato marrom, babesiose canina); prejuízos econômicos 
(animais de produção como bovinos, frangos, suínos). !
As helmintoses constituem um problema socioeconômico pela alta prevalência entre os animais 
domésticos e silvestres e por algumas delas serem classificadas como zoonoses. O controle de helmintos 
baseia-se, quase totalmente, na utilização de anti-
helmínticos. A finalidade do tratamento é liminar a 
eliminação de ovos e larvas nas fezes e, 
consequentemente, reduzir o número de estágios 
infectantes no meio onde vivem os hospedeiros. !
O maior grupo de vendas é de antiparasitários. Os 
fármacos de controle de parasitos são os anti-
helmínticos e os ectoparasiticidas. Os helmintos são 
divididos em duas grandes categorias, que são os 
Platyhelminthes (cestódeos e trematódeos) e os 
nemathelmintes (nematódeos). Quando pensamos em 
uma medicação antiparasitária pensamos em controle de cestódeos ou nematódeos. !!
Cestódeos: Os cestódeos tem o corpo plano (“achatado”) caracterizando a morfologia do cestódeo, e 
segmentados (forma de fita). Temos poucos vermífugos para controle de cestódeos, não tanto quanto de 
nematódeos. Nos animais os cestódeos não causam grandes lesões, eles impactam mais na questão da 
saúdas pública, pois o homem adquire a larva ou o verme pela ingestão da carne (geralmente crua). O 
parasito completa o ciclo dentro do hospedeiro (homem) que libera posteriormente os ovos para o meio, os 
animais ingerem os ovos e o parasito fica alojado na carne do animal (cisticerco). Posteriormente, o homem 
ingere a carne e se infecta. !
A transmissão dos animais ao homem se da pela teníase, cisticercose ou hidatidose. A teníase é um dos 
mais famosos cestódeos. Pode ser a taenia saginata (bovinos) ou a taenia solium (suínos). O homem ingere 
a cisticercose através da ingestão de água ou alimento contaminado com os ovos. O mais preocupante é a 
neurocisticercose. Outros exemplos de cestódeos são: dipylidium caninum, echinococcus, moniezia. !
Além do controle do parasita, com praziquantel ou niclosamida, usamos glicocorticóides, 
anticonvulsivantes e até mesmo a cirurgia para remoção do cisticerco ou do parasito. !!
Trematódeos: são parasitos de corpo achatado, não segmentado, e alguns tem aspecto de uma folha, 
como o gênero fasciola, sendo este de maior interesse para a medicina veterinária. !!
Nematódeos: os nematódeos possuem corpo cilíndrico, não segmentado e alongado. Constituem a classe 
de maior destaque entre os helmintos, por sua patogenicidade e ampla distribuição geográfica 
(epidemiologia). Tem grande importância dentro da medicina veterinária. Temos vários antiparasitários e 
vermífugos relacionados a esses parasitos. Exemplos de nematódeos são o ancylostoma, ascaris e 
haemonchus. !!
Temos uma certa especificidade de determinados parasitos com determinados hospedeiros. É o caso dos 
parasitos de cães e gatos. Exemplos são: nematódeos ascarídeos (toxocara canis, T. leonina e T. cati), 
ancilóstomos (ancylostoma caninum), estrongilóides (strongyloides stercolaris), tênias (dipylidium caninum, 
echinococcus granulosus). A pulga é HI do D. caninum. O controle de pulgas é feito pelo controle do animal e 
do ambiente. Temos também parasitos específicos de bovinos, equinos, etc.!!
ANTI-HELMÍNTICOS!
Os controle de helmintos sempre foi fundamentado na aplicação de medicamentos anti-helmínticos em 
esquemas curativos, táticos, estratégicos e seletivos. Os medicamentos classificados como anti-helmínticos 
são usados no controle dos endoparasitos nematódeos, cestódeos e trematódeos, localizados nos órgãos e 
tecidos dos animais, principalmente no TGI. !
Os anti helmínticos são medicamentos empregados para eliminar helmintos adultos ou suas formas em 
desenvolvimento, que invadem órgãos e tecidos. Geralmente os anti-helmínticos só atuam em formas 
adultas, tendo que tomar uma segunda dose posteriormente. Não temos um anti-helmíntico ideal, tentamos 
usar o anti-helmíntico mais adequado. !
Um anti-helmíntico “ideal" possui estabilidade na composição química; possui efetividade em diferentes 
espécies, atuam em linhagens com resistência a outros grupos de fármacos; um fármaco que permita 
associações com outros fármacos; não prejudique a imunidade dos pacientes tratados, atuação nos estágios 
de parasita adulto e em desenvolvimento, e a questão do manejo. !
O veterinário deve pensar na administraçãoa vários números de animais (rebanhos), e a forma de 
aplicação, assim como a palatabilidade. De preferencia doses únicas com esquemas de curta duração. 
Também buscamos uma diminuição na toxicidade com uma maior margem de segurança e um período de 
retirada curto, para que não haja formação de resíduos. !
Após a administração do fármaco, temos duas formas de chegada até os anti-helmínticos: (1) se o parasito 
estiver no TGI, a fração não absorvida chegará no parasito após administração oral. (2) se o parasito estiver 
no TGI ou outros tecidos, o fármaco chegará pelo sangue após ser absorvido, então, chegará em sua fração 
absorvível. !
O veterinário deverá escolher o melhor tipo de administração que pode ser por: preparação oral (absorção 
no estômago e intestino), preparações injetáveis (absorção pelo subcutâneo e intramuscular) e preparações 
por pour-on (absorção pela pele). Após absorção, o fármaco será distribuído pelo organismo animal e sofrerá 
biotransformação, na maioria no fígado, sendo excretado pela urina (maioria) ou fezes. Os fatores que afetam 
a metabolização e excreção são a espécie e o produto veterinário (dose, preparação e via de administração).!!
CLASSIFICAÇÕES DOS ANTI-HELMÍNTICOS!
Os anti-helmínticos são classificados em endoparasiticidas e ectoparasiticidas, de acordo com o tipo de 
parasita (interno ou externo) ao organismo animal. A classificação também se baseia na interferência sobre as 
funções do parasito e o mecanismo de ação do anti-helmíntico. !
Os endoparasiticidas focam em nematódeos e cestódeos. Já os ectoparasiticidas são os 
anticolinesterásicos (organofosforados e carbamatos), piretróides (crisântemo), formamidinas (amitraz), 
avermectinas (endectocidas) e pulicidas. !
Outra classificação é entre a interferência nas funções do parasito e no mecanismo do ação do anti-
helmíntico. Temos os anti-helmínticos que atuam no metabolismo energético e os que atuam na função 
neuromuscular. !!
Metabolismo energético: é o grupo dos benzimidazóis (albendazol, fembendazol, mebendazol, 
tiabendazol, etc.). Os princípios ativos do grupo dos benzimidazóis são usados, principalmente, como 
medicamentos antinematódeos. Outros compostos benzimidazóis agem com eficácia sobre trematódeos e 
cestódeos, mas requerem doses mais altas. !
O efeito que esses anti-helmínticos causam é de bloqueio da polimerização da tubulina, com paralisia, 
morte por inanição e efeito ovicida (morte dos ovos). !
Outros grupos que atuam no metabolismo energético são os substitutos fenólicos (disofenol, bitionol) e os 
salicilanilidas (niclosamida, closantel) que são desacopladores da fosforilação oxidativa, causando inanição 
do parasito. !
Ainda um terceiro grupo são as sulfonamidas (clorsulon) que causam a inibição da glicólise, com inanição 
do parasito. São eficazes no controle de estágios adultos e imaturos de fasciola hepática. O medicamento é 
absorvido no TGI. !!
Função neuromuscular: temos vários grupos, como imidazotiazóis (levamisol, tetramisol), pirimidinas 
(morantel, pirantel). Atuam como agonista colinérgico que causa paralisia espástica. !
Também temos o grupo de organofosforados (coumafós, diclorvos, fention), que atuam como inibidores da 
acetilcolinesterase causando paralisia espástica do parasito. São absorvidos no TGI, porém apresentam um 
grau de instabilidade variável em meio alcalino, de modo que podem ser parcialmente hidrolisados nas áreas 
alcalinas do ID. São medicamentos lipossolúveis, facilmente absorvidos através da pele. !
Também temos o grupo pirazinoisoquinolona (praziquantel), que atuam na inibição da bomba de sódio e 
potássio, com aumento da permeabilidade da membrana a cátions (ex. Ca 2+) causando paralisia espástica 
do parasito. !
Temos a piperazina (dietilcarbamazina e piperazina) que causam potencialização do GABA com paralisia 
flácida do parasito. !
E por último temos as avermectinas (ivermectina, abamectina, doramecina) e as milbemicinas 
(milbemicina, moxidecina) que aumentam a afinidade de agonistas sobre os canais de cloreto do parasito, 
causando sua paralisia flácida. !!
GRUPOS FARMACOLÓGICOS DE ENDOPARASITICIDAS!!
Febantel: anti-helmíntico, anti nematódeo. Consegue atuar nas duas fases, nas quais os parasitos são 
larvas e nas quais eles são adultos. Possui uma ação sobre o parasita relacionado na interferência com o seu 
metabolismo de carboidratos (há diminuição das reações mitocondriais e diminuição da fumarato redutase, 
interferindo no transporte da glicose). !
Depois que é metabolizado a benzimidazol ele liga-se a tubulina (proteína estrutural) e previne a 
polimerização dos microtúbulos, com redução da absorção de nutrientes. Tem um espectro amplo, em 
equinos, cães e gatos, bovinos, ovinos e caprinos. Normalmente os anti-parasitários que contém febantel 
contém também um anti-cestódeo. !
É usado em equinos (strongylus vulgaris, S. edentatus, S. equinus, parascaris equorum, oxyuris equi), em 
cães e gatos (ancylostoma caninum, uncinaria stenocephala, toxocara canis, T. leonina, Trichuris vulpis), e em 
bovinos, ovinos e caprinos. Em cães usamos o febantel associado ao praziquantel para combate de a. 
caninum, u. stenocephala, t. vulpis, t. canis, t. leonina, dipylidium caninum, taenia psiformis. Em gatos usamos 
o febantel associado ao praziquantel para combate de a. tubaeforme, t. cati, d. caninum, taenia taeniaeformis. !!
Praziquantel: associado ao febantel, ivermectina e as vezes pirantel, com a tentativa de aumentar o 
controle nas espécies e sobrepor a resistência já existente. É um anti-cestódeo, anti-helmíntico. Geralmente 
atua em indivíduos adultos, muito relacionado ao mecanismo de ação (libera o cálcio, interferindo no parasito 
adulto). É amplamente utilizado e possui uma maior segurança. Usado pelas vias PO, IM, SC. Em altas 
doses, atua sobre estágios imaturos no hospedeiro intermediário. !
Sua ação sobre o parasito está relacionada a toxicidade neuromuscular e paralisia por alteração da 
permeabilidade de cálcio. É indicado para cestódeos como dipylidium caninum, taenia pisiformis, 
echinococcus granulosos, e. multilocularis (cães), dilipidium caninum (gatos), taenia taeniaeformis (gatos), 
anoplocephala perfoliata (equinos). É associado ao febantel que controla os nematódeos. !!
Fembendazol: é um anti-helmíntico, antinematódeo, controla nematódeos gastrointestinais e pulmonares 
em grandes animais, pequenos, aves e suínos. É mais seguro, apresentando eventualmente diarréias e 
vômitos. Tem uma ação sobre os microtúbulos do parasito (captação da glicose), evita a polimerização dos 
túbulos do citoesqueleto. Atua sobre o estágio adulto e imaturo, além de ser um ovicida. Indicado para várias 
espécies. Funciona muito bem. Causa um bloqueio irreversível da captação de glicose, com isso há 
diminuição do estoque de energia que pode causar morte ao parasita. !
As indicações são para toxocara, toxascaris, ancylostoma, trichuris. As espécies tratadas são cães, gatos, 
equinos, bovinos, ovinos e caprinos. !!
Pirantel: é um anti-helmíntico para nematódeos gastrintestinais. É bastante seguro. É um vermífugo que 
atua sobre a função neuromuscular do parasito. É um agonista pro receptor nicotínico, afeta a transmissão 
ganglionar levando a uma paralisia do parasito, que é expulso via peristaltismo intestinal e eliminado pelas 
fezes. Atua sobre estágio adulto e imaturo. Pode ser usado para equinos, suínos, cães e gatos e em diversas 
espécies parasitárias. !!
Ivermectina: vermífugo introduzido recentemente, uma das ultimas classes de vermífugos lançados. Faz 
parte das lactonas macrocíclicas. Possui um mecanismo de ação mais fácil de ser entendido. Tem um 
espectro muito amplo. Potencializam os canais de cloreto controlados por glutamato (efeito neurotóxico), com 
isso há aumento da permeabilidade do cloreto com hiperpolarização da célula nervosa, levando a paralisia e 
morte do parasita. A ivermectina potencializaos canais de cloreto controlados por GABA. !
Atua em equinos, bovinos (controla os ectoparasitos que causam sarna), suínos, cães e gatos 
(procuramos evitar seu uso, pois seu uso isolado é feito com muita cautela, podendo causar toxicidade). Tem 
um maior padrão de toxicidade em cães com focinho mais comprido. O uso em cães e gatos é mais restrito 
ou feito em baixas doses na combinação de anti-helmínticos para parasitos externos, dirofilariose, infecções 
intestinais muito graves. !
Os mamíferos não apresentam canais de cloreto controlados por glutamato, e sim canais mediados por 
GABA, mas a barreira hemato encefálica impede a penetração da ivermectina. O efeito é seletivo para o 
parasito. Cruzam com dificuldade a barreira hematoencefálica. !
Porém, em raças de focinho comprido sua barreira hematoencefálica é mais permeável, devendo-se evitar 
a ivermectina. Geralmente tem o quadro neurotóxico. Isso é causado devido a uma mutação de glicoproteínas 
P, que codificam a bomba de efluo do medicamento no SNC. Os problemas neurológicos são depressão, 
ataxia, problema de visão e coma. !!
MECANISMO DE AÇÃO!!
Polimerização da tubulina: os microtúbulos são organelas intracelulares presentes no reino animal, 
vegetal e nos fungos. Sua função é no esqueleto estrutural das células; movimento dos cromossomos durante 
a divisão celular (quando os cromossomos se dividem, caminham de uma célula a outra em direção aos fusos 
mitóticos pelo microtúbulo); movimento de partículas intracelulares, como metabólitos energéticos; e 
exocitose. !
O microtúbulo se forma a partir da polimerização da alfa e beta-tubulina. As unidades alfa e beta vão se 
ligando e formando esse microtúbulo. Cada proteína possui 450 aminoácidos. A célula forma um canudo 
progressivamente e pode se desfazer. Tem um polo negativo (onde ocorre a despolimerização) e um positivo 
(onde ocorre a polimerização), o que permite a plasticidade celular. Os fatores que favorecem a polimerização 
são o aumento da temperatura (a 37 graus), GTP e MG2+. E os fatores que favorecem a despolimerização 
são a diminuição da temperatura (a 4 graus), presença de cálcio ou calmodulina.!
Os fármacos com esse mecanismo de ação impedirão a formação do microtúbulo pela extremidade 
positiva. Substâncias se ligam ao polo positivo, o chamado capeamento, e inibem a formação dos 
microtúbulos. Ex. colchicina, vimblastina, vincristina, inibidores mitóticos, e benzimidazóis. Outros fármacos 
que atuam na gota única também atuam sobre o microtúbulo. O mecanismo de ação dos benzimidazóis é a 
ligação seletiva às moléculas de beta-tubulina do nematódeo causando um efeito de inibição da formação dos 
microtúbulos. !
Os fármacos que inibem a polimerização dos microtúbulos são os benzimidazóis ( tiabendazol, 
cambendazol, mebendazol, fembendazol, oxibendazol, oxfendazol, albendazol, parbendazol, flubendazol, 
tricabendazol) e as pró drogas (netobimina, febantel, tiofanato). !!
Desacoplamento da fosforilação oxidativa: no nível celular temos uma organela muito importante na 
produção de energia (ATP). Essa organela é a mitocôndria. Se não temos formação de ATP a célula entra em 
falência energética. !
A produção de ATP está acoplada ao gradiente de prótons através da membrana interna mitocondrial. A 
fosforilação oxidativa promove o carregamento de elétrons do NADH e FADH através de complexos protéicos 
da membrana int. mitocondrial. Os prótons são bombeados para fora da matriz mitocondrial, devido a uma 
força para movimento de prótons causada pelo gradiente de pH e potencial elétrico transmembrana. O ATP é 
produzido por complexo enzimático, quando os prótons voltam para a matriz mitocondrial. A fosforilação 
oxidativa ocorre nos animais parasitados e nos helmintos.!
Os ionóforos de prótons (closantel e nitroxinil) são anti-helmínticos cujas moléculas contém próton 
detectável. São moléculas lipofílicas e podem introduzir os prótons na membrana interna da mitocôndria. Com 
isso retira o gradiente de prótons da membrana mitocondrial e “desacopla” a fosforilação oxidativa. Assim, a 
oxidação do NADH e FADH não ficará ligada à produção de ATP. !
O mecanismo de ação é pelo desacoplamento da fosforilação oxidativa mitocondrial com efeito sobre a 
biotransformação energética do parasito. Os fármacos que atuam por desacoplamento da fosforilação 
oxidativa são as salicilanilidas (closantel, rafoxanida, oxiclozanida, brotianida); substitutos fenólicos (nitroxinil, 
niclofolan, hexaclorofeno dibromsalam, niclosamida) e antitrematódeos e anticestódeos.!!
Canais iônicos: atuam na função neuromuscular. Não vai ser bloqueados do cálcio, vai favorecer sua 
entrada, levando a contração muscular do parasita.!
O cálcio é importante para a contração muscular do parasita. O Praziquantel atua aumentando o influxo 
de cálcio, causando efeito na contração muscular do parasita. Ocorre a abertura dos canais de cálcio e a 
liberação do cálcio presente no interior dos retículos sarcoplasmáticos. Os alvos do medicamento são os 
canais iônicos de cálcio na membrana do parasito, no tegumento e na célula muscular.!
Os agonistas nicotínicos são seletivos de receptores colinérgicos nicotínicos das células musculares dos 
nematódeos. O efeito do fármaco é de aumentar a condutância ao Na+ causando contração e paralisia 
espástica do parasito. A eliminação do parasito é feita pelo pulmão, pelo muco brônquico ou do TGI pela 
fezes.!
Os agonistas nicotínicos são os Imidazotiazoles (levamisol, butamisol); Tetrahidropirimidinas (pirantel, 
morantel, oxantel); Sais de amônio quaternário (befenium, teniun); Pirimidinas (metiridina). !
Os agonistas de canais iônicos gabaérgicos e glutamatérgicos são agonistas GABA (piperazinas), e 
potenciadores do receptor de cloreto ativado por glutamato (avermectinas), que possuem sítios de ligação do 
anti-helmíntico (subunidades alfa) e sítios de li’ação do glutamato (subunidades beta). !!
Antiinflamatórios não esteroidais - DAINE!!
Temos um conjunto de alterações biológicas relacionadas ao estresse. O diálogo é de célula para célula, 
leucócito para leucócito, etc, chamadas mediações químicas. Em um indivíduo saudável, o organismo 
encontra-se preparado e capaz de proteger-se contra agressões, através de mecanismos fisiológicos, tais 
como reações imunes e anti-inflamatórias. !
Qualquer estímulo, seja ele de natureza química, física ou mecânica, capaz de iniciar um processo 
inflamatório no organismo detonará, de forma mais ou menos extensa, a produção de uma série de 
mediadores químicos, que terão sua ação centrada principalmente sobre eventos vasculares ou celulares. !
Vários são os mediadores químicos envolvidos no desenvolvimento do processo inflamatório, podendo ser 
de origem tissular, como: aminas vasoativas, fator de ativação plaquetária, eicosanoides, citocinas, radicais 
livres superóxidos, óxido nítrico e neuropeptídeos, ou d’ origem plasmática, como: sistema de coagulação, 
sistema complemento e sistema das cininas. !!
AUTACÓIDES!
Os mediadores químicos endógenos que cuidam da nossa vida, do nosso organismo são medicamentos 
que o corpo produz. Autacóides são substancias que o organis’o produz em resposta a estímulos específico, 
como a dor. Atuam comumente no próprio local da síntese permanecendo ativos por curto período. Um 
exemplo é a histamina, bradicinina, prostaglandinas. Os autacóides são os anti-histamínicos, DAINEs, 
corticosteróides. !
Os DAINES surgiram a partir da religião. O reverendo Edward Stone descobriu o composto a partir da 
casca do salgueiro. Esses chás que ele fazia com a casca do salgueiro eram muito bons para tirar a dor, a 
febre. O salgueiro crescia em regiões onde havia malária, sendo muito útil no tratamento da malária. Alguns 
anos depois Leroux (1829) conseguiu isolar a salicina (efeito antipirético). E mais pra frente foi criado o 
salicilato de sódio, sendo usado na febre reumática e como antipirético(1875).!
A descoberta ganhou o mercado farmacêutico depois do Dr. Felix Hoffman que conseguiu fazer a síntese 
do ácido acetilsalicílico transformando-o em aspirina. A aspirina como o próprio nome diz, teve seu nome 
cunhado a partir da planta que o produzia. Aspirina é o protótipo dos antiinflamatórios não esteroidais, ela 
representa um grande grupo de fármacos chamado de drogas antiinflamatórias não esteroidais (DAINE), 
antipiréticos, antiinflamatórios, analgésicos. Mas isso não significa que ela seja o melhor fármaco. !
A maioria dos antiinflamatórios é bem diferente da aspirina, seu efeito que é comum. O grupo de 
compostos é quimicamente heterogêneos. Em linhas gerais, os DAINES compartilham o mecanismo de ação, 
os efeitos terapêuticos e muitos dos efeitos colaterais. São também denominados de analgésicos, 
antipiréticos e antiinflamatórios. !
Os DAINES tem três efeitos clássicos: analgésico, antipirético e anti-inflamatório. Varia muito a intensidade 
desses efeitos de acordo com os grupos farmacológicos. Por exemplo: o paracetamol é bom para a dor, mas 
não é bom como anti-inflamatório. !
O efeito analgésico é o controle de alguns tipos de dor (dores inflamatórias e dores dos músculos 
esqueléticos), dores de intensidade fraca a moderada. O efeito antipirético diminui a temperatura se elevada. 
O efeito inflamatório causa redução da resposta inflamatória, coisa que o opióide não faz.!!
INFLAMAÇÃO!
Pode ser causada por uma resposta infecciosa (acompanhada por resposta inflamatória) e por algum tipo 
de trauma (sem ser de natureza infecciosa). É o conjunto de eventos de tecidos, eventos de células, que 
ocorrem em resposta a um patógeno invasor ou a um trauma. A pesar de não gostarmos da inflamação ela 
nos protege. São reações protetoras, importantes para a sobrevivência, mas se impróprias são prejudiciais ao 
organismo.!
Temos os sinais cardiais da inflamação, que são: calor (aumento de temperatura no local inflamado), rubor 
(eritema), tumor (edema), dor (hipersensibilidade) e disfunção. A inflamação é muito complexa. Os 
mediadores que atuam na inflamação são os eicosanóides. O representante é o ácido araquidônico. !!
Mediadores da inflamação !
O termo eicosanóide refere-se aos lipídios insaturados, derivados da cisão do ácido araquidônico a partir 
de enzimas específicas. Ao contrário da histamina, os eicosanóides não são pré-formados no tecido, sendo a 
sua produção vinculada a uma série de estímulos. Assim, uma lesão qualquer que danifique a membrana das 
diferentes células do organismo será capaz de liberar frações de fosfolipídeos, denominados ácidos 
araquidônicos, através da ação enzimática da fosfolipase A2 (FLA2). O ácido araquidônico, quando liberado, 
não tem ação inflamatória; entretanto, os produtos de sua degradação, formados através da ação de enzimas 
denominadas ciclo-oxigenase (COX) e lipo-oxigenase (LO), são mediadores químicos fundamentais para o 
desenvolvimento do processo inflamatório. !
A quebra do ácido araquidônico pelas COX origina as prostaglandinas (PG), prostaciclinas (PGI2) e 
tromboxanas (TX). Por sua vez, as LO dão origem aos leucotrienos (LT). Durante este processo, as diferentes 
vias enzimáticas podem gerar radicais livres. !
O ácido araquidônico é o precursor dos mediadores da inflamação, é formado por fosfolipídeos que sofrem 
ação da fosfolipase PA2 (fosfolipase 2), que é ativada em respostas de estresse. Essa enzima atua sobre os 
fosfolipídeos plasmáticos da célula, gerando o ácido araquidônico (precursor). Outra enzima importante 
também é a COX (ciclooxigenase). Sobre o ácido 
araquidônico atuam a COX-1 e COX-2. !!
Como são formados os eicosanoides !
Os eicosanóides são formados em situações de 
estresse, onde forma-se também as prostaglandinas (PGs). 
As prostaglandinas formadas pela cascata do ácido 
araquidônico possuem composição parecida ao ácido 
araquidônico. Temos diferentes prostaglandinas, 
prostaciclinas e tromboxanos. As prostaglandinas atuam em 
receptores próprios a cada uma delas, ligados a proteína G, 
que vão alterar mensageiros celulares das células que 
forem responder as prostaglandinas. Dessa maneira a 
prostaglandina modula o processo inflamatório, os sinais 
cardiais da inflamação. !!
PROSTAGLANDINAS!
A célula endotelial próximo ao vaso, próximo ao músculo 
liso (responsivos ao cálcio, aumento do cálcio causa 
contração e diminuição do cálcio causa relaxamento), é 
controlada por prostaglandinas. O tromboxano promove uma contração nos vasos, relacionado ao aumento 
do cálcio. O tromboxano e a prostaglandina causam a mesma excitação. O controle da perfusão dos órgãos é 
feita pelo SN simpático, porém as prostaglandinas também atuam nesse controle. !
PGD2: Causa vasodilatação arteriolar;!
PGE2: É a principal PG relacionada com o processo inflamatório agudo, produzindo vasodilatação 
arteriolar e potencializando a dor e a permeabilidade vascular produzida por outros mediadores químicos;!
PGF2α: Luteólise.!
PGI2 (prostaciclina): Inibe a agregação plaquetária e causa vasodilatação arteriolar.!
As prostaglandinas também fazem controles como aumento do fluxo sanguíneo renal, a proteção da 
mucosa gástrica e atua em músculo liso dos vasos sanguíneos fazendo “sintonia fina” da irrigação tecidual.!!
Prostaglandinas e a dor!
Além das prostaglandinas participarem do controle da irrigação sanguínea elas também tem importância 
na dor. Elas não causam dor, mas modulam ela. A dor é uma percepção desagradável originária de uma 
região específica do corpo; ela incomoda, é uma sensação dominante, e não conseguimos sentir prazer em 
outras coisas se a dor for muito intensa. A dor é considerada um adjunto psíquico das respostas de proteção 
do corpo, funciona como um alarme, e sua função é proteger o organismo de uma lesão. Ela é um sinal de 
injúria e pessoas que não sentem dor morrem cedo. !
A dor é percebida por receptores neuronais presentes nos órgãos em geral, por exemplo na pele. O 
neurônio é chamado de bipolar e possui dois axônios. Quando esse neurônio é ativado ele libera alguns 
mediadores que causam ou vasodilatação ou aumento de permeabilidade, processos de início de inflamação. 
A prostaglandina não é um mediador que vai causar dor, ela mobiliza o neurônio a estímulos subliminares. !
A dor periférica é iniciada por bradicinina e histamina e amplificada pela ação das prostaglandinas, 
principalmente a PGE2 e a PGI2, através de sua ligação a receptores nociceptivos, verificando-se a 
diminuição do limiar doloroso e a promoção de descargas elétricas, através da variação no potencial de 
repouso dos nociceptores. Esta ação resulta em estímulos dolorosos, em função da estimulação de regiões 
talâmicas. A PGi2 está relacionada com a hiperalgia imediata e de curta duração, enquanto a PGE2 se 
relaciona com a hiperalgia longa e que pode persistir por um período de até 6h. !
Temos agentes que sensibilizam o nociceptor, diminuindo o limiar. Antes aquele estímulo que não 
provocava dor, se houver uma lesão nesse lugar vai haver uma hipersensibilidade. Temos substancias que 
são liberadas durante a inflamação que ativam o nociceptor e causam dor. !!
Prostaglandinas e a febre!
A história da prostaglandina na febre está diretamente relacionada a regulação da temperatura que 
realizamos em todo momento. Cada organismo tem seu metabolismo e vai se regulando. Quem faz o controle 
da temperatura é uma região hipotalâmica que recebe informação térmica dos receptores profundos e não 
profundos, e leva essa informação ao hipotálamo para tomar a decisão. O gato faz lambedura quando está 
muito quente. !
O caminho é diferente para o aumento da temperatura e para a diminuição. Tem gatos que procuram locais 
de calor quando estão com frio. Os animais de produção tendem a se agrupar para reunir calor. !
O processo febril ocorre quando os leucócitos, que estão fagocitando partículas estranhas, liberampirógenos endógenos (citocinas), que após liberados, ligam0se a receptores endoteliais cerebrais ou 
interagem com células da micróglia, ativando a formação de ácido araquidônico, via fosfolipase A2. Então, a 
COX cerebral produz PGE2, que por sua vez, aumenta a temperatura corporal, por desregular o 
funcionamento hipotalâmico. !
O desequilíbrio dos mecanismos que controlam a temperatura corporal faz com que o organismo reaja 
como se a temperatura externa estivesse baixa, produzindo vasoconstrição periférica, piloereção e tremores. 
A temperatura continuará elevada até que não existam mais patógenos e PGE2. !!
Hipertermia: é a temperatura corporal acima do normal para aquela espécie. É um termo utilizado para 
descrever qualquer aumento da temperatu’a central do corpo acima do normal para a espécie em questão. A 
hipertermia tem várias causas, costumeiramente olhamos para a hipertermia como sinal de uma infecção 
bacteriana ou viral (febre verdadeira com produção de pirógenos endógenos), mas também temos outras 
doenças que geram aumento da temperatura. !
A dissipação inadequada ou intermação (ex: animais que ficam 
em um local fechado sem ventilação), nesse caso pode ocorrer 
um caso de CID levando a morte. Também temos hipertermia do 
exercício (por exercício normal, tetania hipocalcêmica e distúrbios 
convulsivos); hipocalcemia (animal pós-parto); e patológicas ou 
farmacológicas (lesões no hipotálamo anterior, hipertermia 
maligna, distúrbios hipermetabólicos, distúrbios do metabolismo 
de monoamina). !
A febre verdadeira é causada por agentes infecciosos. Temos 
uma resposta de pirógenos exógenos que são capazes de 
mobilizar células imunes que ativam a interleucina 1. A IL1 
chegando ao hipotálamo causa um aumento de prostaglandina. O 
aumento do conteúdo de prostaglandinas no hipotálamo prejudica 
o termostático hipotalâmico; exemplo: o hipotálamo observa a 
temperatura de 37 e interpreta como se tivéssemos hipotermia, 
aumentando a temperatura. O hipotálamo faz isso pois quando 
aumentamos a temperatura há um benefício para as infecções 
microbianas (um aumento d’ temperatura impede a reprodução da 
bactéria). E também o aumento de temperatura ativa o sistema 
imune, sendo uma indicação que está ocorrendo um processo 
infeccioso. !!!
ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (ASPIRINA)!
Dentre os AINE, o ácido acetil-salicílico é o anti-inflamatório padrão. Ele é muito utilizado, apesar de haver 
vários novos compostos novos no mercado. Ele é o padrão de comparação com outros fármacos do grupo. 
Sua estrutura química está relacionada ao ácido salicílico (ácido ortohidroxibenzóico), que é muito irritante 
(uso apenas externo). Isso fez com que houvesse a busca de derivados do ácido salicílico para uso sistêmico, 
chegando ao ácido acetil salicílico (AAS). !
Cumpre bem a função de controlar a febre, e os sinais da inflamação. Possui propriedades analgésicas, 
anti-inflamatórias e antipiréticas, além de também promover a inibição da agregação plaquetária, e não possui 
ação sobre a produção de superóxidos, atuando somente sobre a dor induzida pela liberação de PG. !
Funciona também para remoção de queratina. Como o próprio nome diz ele é um ácido, seu pKa é 3,5. 
Causa um efeito erosivo (pirose - estômago doi). Ele é bem absorvido no TGI (absorção rápida), pois se 
apresenta na forma não ionizada no estômago. Seu grande sítio de absorção é o ID. Embora os AINE 
encontrem0se, em sua maior parte, ligados às proteínas plasmáticas, o ácido acetilsalicílico constitui uma 
exceção a regra, pois somente cerca de 50 a 70% deste composto fazem este tipo de ligação. !
O ácido acetilsalicílico é metabolizado no fígado, conjugado com ácido glicurônico (glicuronil transferase) e 
glicina. Os gatos tem deficiência da glicuronil transferase, e sua meia vida é de 38h nestes animais, 
considerada muito longa, pois há um acúmulo da droga no organismo. A excreção é renal e temos filtração e 
secreção tubular. !!
Mecanismo de ação: seu mecanismo de ação é de 
diminuir as prostaglandinas. Ele inibe enzimas que ativam 
a prostaglandina, as ciclooxigenases. Consegue inibir tanto 
a COX 1 quanto a COX 2 (inibição por ligação covalente 
irreversível). Inibindo essas enzimas ele produz efeitos 
analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios e é um 
inibidor da agregação plaquetária, impedindo a formação 
de trombos. Faz com que haja baixa biossíntese protéica 
resultando em baixa regeneração da enzima e 
consequentemente inibição da agregação plaquetária. !
Na medida que há remoção da prostaglandina (que 
causa vasodilatação), temos uma redução da hiperemia, 
diminuição do calor, ambos gerados pela dilatação do vaso. Também temos uma diminuição do edema 
(prostaglandina aumenta a permeabilidade) e também diminui a hiperalgesia (menos prostaglandinas 
formadas e menos sensação de dor). Além disso temos o efeito antipirético; com a remoção das 
prostaglandinas que atuam no hipotálamo temos a diminuição da hipertermia. !!
Uso clínico: a aspirina desempenha bem suas funções nas diferentes espécies, e também ajuda a 
reverter a CID. É usada como analgésico, antipirético e anti inflamatório em cães, gatos, bovinos, equinos, 
suínos e aves. A CID que relatamos precisa ser enfrentada e nem sempre é reversível. O animal deve perder 
a temperatura o mais rápido possível, com uso de bolsas de gelo combinado a fármacos. As doses de 
aspirina podem ser aumentadas em caso de CID. O tratamento da CID e a redução da agregação plaquetária 
(agente antitrombótico) são feitos geralmente em cães. !
Os gatos não conjugam bem o ácido glicurônico devido a falta da enzima. Ele pode receber até a mesma 
dose do cão, mas o intervalo posológico é aumentado. Em gatos usamos como tratamento coadjuvante da 
cardiomiopatia felina (agente antitrombótico). !!
Contra indicações e efeitos adversos: o ácido acetilsalicílico é contra-indicado em pacientes com 
hipersensibilidade ao fármaco; portadores de úlcera gastrintestinal (com sangramentos); uso muito cauteloso/
contra indicado em pacientes com desordens hemorrágicas, asma, insuficiência renal; deve ser feito o ajuste 
de dose para hipoalbunemia, doenca renal ou hepática; uso de ser suspenso (se possível) uma semana antes 
de cirurgias; evitar uso no último estágio de gestação (atrasa o parto); uso cauteloso em gatos e neonatos. !
Os efeitos adversos podem ser irritação gástrica/ intestinal (perda de sangue oculto nas fezes - informar ao 
proprietário); vômitos, anorexia e se grave, anemia, hipoproteine’ia. O animal pode chegar até a morrer. Em 
cães é preferível as preparações tamponadas ou de liberação intestinal. !
Esses efeitos colaterais que os antiinflamatórios causam tem uma relação direta com a fisiologia do ácido 
clorídrico. O ácido clorídrico é um componente do estômago, da digestão. O cloro vai para a luz estomacal 
junto com os prótons que vão controlar o HCL. Os prótons vão para a luz através da bomba de prótons. Essa 
bomba de prótons que joga o ácido no estômago durante o processo digestivo é normalmente ativada por 
proteínas quinases. !
O ácido clorídrico deve ser produzido quando necessário, não precisamos produzi-lo se o estômago estiver 
vazio. Os estímulos que levam ao aumento da atividade das quinases ativando a bomba, são três: histamina 
(importantíssima para a digestão, atua em um receptor histaminérgico H2); receptor muscarínico controlado 
por um nervo; e a gastrina (hormônio da digestão). Esses estímulos vão levar a produção de ácido gástrico 
para a digestão. !
As prostaglandinas possuem efeitos protetores sobre a mucosa gástrica. Elas diminuem a produção de 
HCL, aumento da produção do muco e bicarbonato, aumento da irrigação sanguínea da mucosa gástrica e 
aumento da proliferação celular. Atuam em receptores de prostaglandina inibindo a produção de AMPc. 
Geram benefícios a mucosa gástrica. !
A administração de AINE faz com que haja diminuiçãodas prostaglandinas, podendo levar a erosão 
gástrica. Os efeitos sistêmicos são os seguintes: administração de AINE com inibição da ciclo-oxigenase, com 
consequente diminuição das prostaglandinas e aumento da secreção gástrica de ácido, diminuição de 
bicarbonato/muco e diminuição do fluxo sanguíneo. Por outro lado, há aumento da expressão de moléculas 
de adesão intercelular do endotélio vascular gástrico, com aumento da aderência dos neutrófilos às células 
endoteliais vasculares com lesão da mucosa devido a radicais livres e proteases derivados dos neutrófilos. 
Os efeitos tópicos são lesão da célula epitelial gástrica. !
Os felinos, por possuírem pequena concentração de glicuroniltransferase, uma enzima que realiza a 
conjugação do ácido glicurônico presente na metabolização do ácido acetilsalicílico e compostos afins, 
acabam apresentando sintomas de intoxicação quando recebem doses preconizadas para terapia humana ou 
de cães. !
Outros efeitos colaterais clássicos são a diminuição da agregação plaquetária; diminuição da motilidade 
uterina; diminuição da função renal por prostaglandinas e reações de hipersensibilidade. !
A intoxicação por ácido acetilsalicílico pode levar o animal até a convulsão. Cães e gatos apresentam 
depressão, vomito (com sangue), anorexia, hipertermia, aumento da freqüência respiratória (primeiro alcalose 
respiratória, depois acidose metabólica). Se não há tratamento o animal apresenta fraqueza muscular, edema 
pulmonar e cerebral, hipernatremia, hipocalemia, ataxia, convulsões, coma e morte. O tratamento é feito nas 
12 primeiras horas, por carvão ativado, catártico, diazepam, lavagem gástrica (bicarbonato), fluido 
endovenoso (dextrose 5%), e diurese alcalina (manitol, bicarbonato).!
!
CLASSES DE DAINES!!
Flunixina meglumina: durante muito tempo utilizada em grandes animais. É uma substancia aprovada 
para uso veterinário pela FDA, podendo ser administrada por via oral (biodisponibilidade de 80%) ou na forma 
injetável. Possui grande ação analgésica e anti0inflamatória em cavalos, sendo o AINE de escolha nos casos 
de cólica e distúrbios músculo-esqueléticos. Seu nome comercial é banamine. !
É um inibidor das COX, causando efeitos analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios. Sua resposta é 
rápida. Usada em animais com distúrbios de vísceras ocas (ex: cólica) ou em caso de exercícios intensos. 
Usado para dores espasmódicas. Por mais que seja primariamente indicado para dores inflamatórias e 
músculo-esqueléticas também pode ser usada na dor de vísceras ocas.!
Ela é uma droga erosiva e usada em casos agudos em pequenos dias, tanto pela via parenteral como pela 
via oral. Também pode ser usado em equinos em casos de laminite. Em bovinos varia e é usada até 3 dias 
para o tratamento de doenças respiratórias (efeito antipirético), endotoxemia (efeito antiinflamatório). É usada 
também em cães, gatos, pássaros, coelhos e roedores. A injeção intra-arterial por engano pode causar uma 
excitação com ataxia, muito perigoso.!
Os efeitos adversos em equinos são: processo inflamatório localizado após injeção IM; injeção intra-arterial 
por engano causando excitação, ataxia (sinais transitórios, não requerendo tratamento); intolerância do TGI, 
hipoproteinemia e distúrbios hematológicos; reações anafiláticas (raro). Em cães são: distúrbios do TGI, com 
vomito e diarréia. Em casos de altas doses ou tratamento prolongado pode causar ulceração da mucosa 
gástrica.!
As contra-indicações são no caso de animais com história de hipersensibilidade; uso cauteloso em animais 
com úlcera gastrointestinal, doenças hepáticas, renais ou hematológicas; na terapêutica da cólica - cuidado: 
flunixina mascara sinais associados com endotoxemia ou com problemas intestinais (alterações de 
comportamento, distúrbio cardiopulmonar); uso cauteloso em animais em gestação; e em gatos evitar o uso 
ou utilizar por curto período. !!
DIVISÃO QUANTO A ISOFORMA DA COX!
Temos fármacos que da mesma forma que a aspirina inibem as duas isoformas da enzima COX 1 e COX 
2. E temos outro grupo de fármacos mais recentemente descobertos que inibem seletivamente uma das duas 
formas, a COX 2. !
A COX-1 é basicamente constitutiva, ou seja, está sempre presente em níveis constantes no organismo e 
os produtos da fragmentação do ácido araquidônico pela COX-1 levam a formações das PGs relacionadas a 
reações fisiológicas renais, gastrointestinais e vasculares. Desta forma, os efeitos colaterais dos DAINEs 
devem-se à inibição da COX-1.!
 A COX2 é uma outra isoforma da COX. Tem o mesmo papel de atuar na prostaglandina. Ela possui uma 
valina no local da isoleucina, que possui um “bolso” maior. A valina forma uma enzima com uma estrutura 
química diferente, uma morfologia diferente, possui um “bolso lateral” grande. Um fármaco maior com vários 
anéis tem uma seletividade maior, não se encaixa em qualquer receptor. Temos inibidores de COX não 
seletivos, inibidores seletivos de COX 2 e inibidores seletivos de COX 3. !
Com o aparecimento de fármacos que inibem especificamente a COX-2, foi possível constatar uma quase 
completa redução dos efeitos colaterais a nível gastro-intestinal. Contudo, alguns estudos vieram colocar em 
causa o fundamento desta abordagem, ao demonstrar que a COX-2 também desempenhava um papel 
fisiológico (protetor) importante tanto no estômago como no rim. A COX-2 é intensamente induzida por 
condições inflamatórias e de dor, sendo que aos produtos originados pela fragmentação ácido araquidônico 
pela COX-2 levam a formação de PGs que participam dos eventos inflamatórios.!
A inibição destas enzimas pelos AINE na redução da febre ou efeito antipirético é causada pela inibição da 
formação de prostaglandina E2 pela COX-2. Esta prostaglandina é um mediador importante para a ativação 
do centro nervoso (no hipotálamo), regulador da temperatura corporal. Altos níveis de prostaglandina E2 em 
estados inflamatórios (como infecções) elevam a temperatura. O efeito analgésico é devido à inibição da 
produção local de prostaglandinas quando tem inflamação.!
Estas prostaglandinas, se forem produzidas, vão sensibilizar as terminações nervosas locais da dor, que 
será iniciada por outros mediadores inflamatórios como a bradicinina. Os efeitos anti-inflamatórios também 
estão largamente dependentes da inibição da produção de prostanóides, já que estes mediadores são 
importantes em quase todos os fenômenos associados à inflamação, como vasodilatação, dor e atração de 
mais leucócitos ao local. A COX-3 é uma isoforma encontrada principalmente no sistema nervoso central e 
seu papel é ainda desconhecido.!!
Meloxicam: é um inibidor seletivo de COX 2. É bem absorvido por via oral. Controla os três eventos (dor, 
inflamação e febre). Controla afecções músculo-esqueléticas e até a dor pós-cirúrgica. Mesmo sendo seletivo 
de COX 2 causa um efeito gástrico. Em cães a meia vida é de 23h em gatos de 15h e equinos de 8,5h. 
Possui alta ligação a proteínas plasmáticas e boa biodisponibilidade oral. Pode ser usada no controle da dor 
crônica (osteoartrite) e aguda (dor pós-cirúrgica) em cães e gatos. É um analgésico para suínos e equinos. 
Possui uma boa margem de segurança e eficácia. !
Os efeitos colaterais são vomito, diarréia e úlceras (apesar da seletividade para COX-2), e problemas 
renais em animais desidratados ou nefropatas. !
Tinha-se uma visão muito positiva sobre os inibidores de COX 2, descobrimos também que além de ser 
usada no sentido pós-inflamatório ela é disposta em tumores. A célula tumoral expressa muito COX 2, 
predispondo a formação de tumores. Para o tratamento de tumores então usamos um inibidor de COX 2. !
Os inibidores seletivos de COX 2 a principal via inibida é da prostaciclina. A inibição da via da prostaciclina 
(inibe trombos) faz com que aumente a outra via que é da formação de tromboxano. !
Prostaglandinas como mediadores do processo inflamatório,são boas para inflamações agudas e não 
muito para inflamações crônicas. A “face de janus” é uma metáfora de que tudo tem seu lado negativo e 
positivo. Regula a função de diversos órgãos, da resposta inflamatória mas pode causar efeitos negativos em 
respostas inflamatórias crônicas. !!
Surgimento dos problemas dos inibidores seletivos de COX-2!
Várias pesquisas têm relacionado estes medicamentos a toxicidade cardiovascular no uso de celecoxib ou 
referocoxib para prevenir a recorrência do pólipo de colo de útero (de 2 a 4% dos pacientes após 3 anos de 
uso), devido a ação pró-trombótica, possivelmente por inibir a prostaciclinas (PGI2) e com isso afetar o 
equilíbrio prostaciclinas Tromboxano. Assim, os inibidores preferenciais de COX-2 favoreceriam a agregação 
plaquetária, evento normalmente inibido por esta prostaglandina.!!
A recomendação de uso terapêutico dos DAINEs é como antipirético, analgésicos de intensidade 
moderada a baixa, e para dores altas usar opióides. E como anti-inflamatórios usamos para inflamação. !!
Anti-inflamatórios esteroidais!!
São hormônios de ocorrência natural, ou seja, são moléculas de esteróides sintetizadas e liberadas pelo 
córtex adrenal, essas moléculas são chamadas de corticóides ou corticosteróides. São produzidos pelo córtex 
da adrenal, por isso se chamam corticosteróides. Isso diferencia a produção da adrenal de adrenalina e a de 
corticosteróides. Temos dois tipos de corticóides, os glicocorticóides (representante biológico é o cortisol) que 
possuem uma estrutura derivada do colesterol e afetam marcadamente o metabolismo de carboidratos e 
proteínas; e os mineralocorticóides (representante principal é a aldosterona). !
Os mineralocorticóides estão relacionados ao equilíbrio hidroeletrolítico (retenção de sal). Já os 
glicocorticóides estão relacionados ao metabolismo intermediário do organismo. Os glicocorticóides são 
controlados pelo eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. Já o eixo de síntese dos mineralocorticóides não envolve 
um componente nervoso, ou seja, não envolve a participação do cérebro, envolve muito mais a liberação de 
hormônios e a participação do rim, que é o complexo renina-angiotensina-aldosterona. !
A síntese dos glicocorticóides e dos mineralocorticóides ocorre no córtex da adrenal. O ACTH (hormônio 
adrenocorticotrófico) induz a produção de glicocorticóides e é produzido lá na adeno-hipófise. O fator de 
liberação da corticotrofina (CRF ou CRH - hormônio liberador de corticotrofina) atua nesse processo. O 
mecanismo de controle da síntese do nível de cortisol depende de vários fatores e é regulado por um feed-
back inibitório. O feed-back inibitório é na hipófise na própria glândula adrenal. Os hormônios sintéticos 
interferem na produção natural do corpo, por isso deve ser usado com muito cuidado. !!
BIOSSÍNTESE DOS CORTICOSTERÓIDES!
Possuem uma estrutura muito parecida entre eles. Todos eles derivam do colesterol. A zona glomerulosa 
produz o mineralocorticóide. A zona fasciculada ou reticulada produzem os glicocorticóides. Não se sabe 
ainda com detalhes de que maneira o hormônio adrenocorticotrópico atua no córtex da adrenal liberando o 
corticóide. O que se tem conhecimento é que nessa região fasciculada, reticulada, onde o ACTH atua e que 
resulta na liberação do cortisol é uma região que possui os receptores de melanocortina. O ACTH se liga 
nesses receptores (receptores acoplados a proteína G) e causam um aumento do AMPc nessa região, e no 
final desse processo temos ativação de enzimas de síntese e o cortisol aumenta em resposta a chegada do 
ACTH. !
O cortisol pode ter uma variação circadiana de espécie para espécie. O homo sapiens tem uma produção 
de cortisol quando já está quase amanhecendo o dia. Observamos que o nível de cortisol começa a aumentar 
depois da meia noite e lá para 4h da manhã é seu horário de pico de produção e depois ele reduz sua 
produção. A corticoterapia é indicada a ser feita logo de manhã, quando o nível de cortisol ainda está alto, não 
interferindo tanto na produção do corpo. !
Em equinos, segue mais ou menos o que aconteceria no ser humano, animais com doença de síndrome 
de cushing não apresentam essa variação circadiana. Não sabemos direito se o cão apresenta essa variação 
circadiana, sabemos que ele possui dois picos ao dia. !!
GLICOCORTICÓIDES SINTÉTICOS!
 Possuem uma estrutura muito semelhante a do cortisol, esse núcleo chamado de núcleo 
cicloperidrofenantreno e a partir desse núcleo inicial temos várias moléculas de corticóides. Os 
glicocorticóides esteróides podem ser divididos de acordo com a duração de seus efeitos (efeitos rápido, 
intermediário e prolongado) e de acordo com as suas potências, glicocorticóide e mineralocorticóides. !
Ação rápida: hidrocortisona e a cortisona, apresentam potência menor que os de ação mais prolongada.!
Ação intermediária: prednisona, metilprednisolona e triancinolona, se mostram extremamente adequados 
às terapias crônicas.!
Ação prolongada: betametasona e dexametasona (extremamente potentes) possuem suas características 
graças à sua ligação reduzida com proteínas plasmáticas, menor velocidade de excreção e (provavelmente) 
maior afinidade com os receptores.!
Quadros de ansiedade, estresse crônico apresentam níveis de cortisol alto. O cortisol é produzido em 
resposta ao estresse. O cortisol aumenta a glicemia e isso favorece a resposta ao estresse. !!
Mecanismo de ação: possuímos quatro ou cinco tipos de receptores. Os receptores como enzimas, 
acoplados a proteína G, canais iônicos, receptor liberador de cálcio (não vai cobrar), e os receptores 
nucleares ou receptores que regulam a expressão de outros gens. !
Temos uma proteína específica que se liga ao cortisol. O cortisol atravessa muito facilmente a bicamada 
lipídica em direção a um receptor próprio. No citoplasma da célula o receptor está inibido pois não teremos 
uma atividade do cortisol a menos que o nível de cortisol esteja aumentado. Esse receptor só irá funcionar 
com a ligação do cortisol. Ao se ligar ao cortisol o receptor irá mudar de conformação, e irá ler seqüências de 
nucleotídeos e irá inibir ou ativar a transcrição do gen. Quando esse gen for transcrito em RNAm, essas 
células estimuladas pelo cortisol vão ter uma função alterada a medida que tiverem a ligação do cortisol. !
Os estudos mais recentes mostram que esses efeitos genômicos são importantes para a terapia. O 
glicocorticóide geralmente da respostas quase imediatas depois de tomado. Há efeitos que são não 
genômicos (não dependem da transcrição de um gen). Um efeito genômico do cortisol demora de 30min a 
18h para agir; já os efeitos não-genômicos levam de segundos a minutos para ocorrer. !!
GLICOCORTICÓIDE ATUANDO SOBRE O SISTEMA IMUNE!
A primeira resposta observada é uma ação intensa sobre células inflamatórias e mensageiros que essas 
células costumam produzir no mensageiro. Temos uma redução de todos os tipos de leucócitos. Naturalmente 
essa redução dos leucócitos é acompanhada também pela diminuição das citocinas e interleucinas que 
também atuam sobre respostas imunes e sobre o processo inflamatório. O controle dos glicocorticóides se 
direciona para as interleucinas. Um leucócito conversa com outro a partir das interleucinas. !
Com relação a inflamação propriamente dita, foi estudado como um glicocorticóide atua. Eles produzem 
mediadores anti-inflamatórios, causando um aumento da anexina 1 (interleucina 10). A anexina 1 atua na 
cascata do ácido araquidônico. Ela diminui a PLA2 (fosfolipase A-2), COX2 (ciclo-oxigenase 2), iNOS (NO 
sintase induzida); e aumenta a IL-10 (ação antiinflamatória). !
Vale destacar, que os glicocorticóides também inibem a síntese de histaminas.!
Nós utilizamos os glicocorticóides sempre que precisamos regular uma resposta anti-inflamatória, uma 
alergia. É um fármaco extremamente importante para controlar doenças auto-imunes (ex: lúpus). Estágiosmais avançados de doença auto-imune não conseguem ser controlados por glicocorticóides e ai começam a 
atuar os imunossupressores. O glicocorticóide não controla uma doença auto-imune, mas ele controla os 
sintomas, sendo um tratamento paliativo. !
O glicocorticóide tem um efeito terapêutico, ele ajuda a repor um hormônio quando a glândula adrenal foi 
eliminada por conta de um tumor, por exemplo. Entramos então com um glicocorticóide para a reposição 
hormonal. Outra curiosidade é que é um dos poucos fármacos que usamos para fim de diagnóstico, ele 
permite o diagnóstico de síndrome de cushing (hiperadrenocorticismo). Conseguimos identificar se aquele 
aumento de cortisol é por um tumor, entre outros.!
Tirando os usos clássicos, ele pode ser utilizado no tratamento de doenças hematológicas. Ele é útil em 
muitas doenças. !!
FARMACOLOGIA DOS GLICOCORTICÓIDES SINTÉTICOS!!
Prednisolona: derivada da estrutura do cortisol endógeno. Temos também prednisolona e metil-
prednisolona. A prednisona é convertida em prednisolona (forma ativa) para que possa atuar em seus 
receptores e produzir uma resposta terapêutica. !
Pode ser usada no tratamento de uma doenca endócrina, no caso de um animal que perdeu a glândula 
adrenal, animais com insuficiência adrenal (aguda, crônica e iatrogênica). Nesse caso começa a terapia de 
reposição por uso diário. Também utilizado na retirada de tumores de adrenal, no caso do animal ter perdido a 
glândula. Nos dois casos é por uma terapia de reposição. !
O glicocorticóide é um antiinflamatório importante para uso clínico. É usado na cascata do ácido 
araquidônico. A prednisolona administrada aumenta a anexina 1 que bloqueia a fosfolipase A2. O anti-
inflamatório não esteroidal inibe a cascata na via das ciclooxigenases, enquanto os anti-inflamatórios 
esteroidais atuam ainda na fosfolipase A2. Com a inibição da fosfolipase A2 já temos uma diminuição do 
ácido araquidônico com diminuição das prostaglandinas, controlando a reação alérgica. !
Temos o tratamento na broncoconstrição, pois bloqueia a via das lipoxigenases com diminuição dos 
leucotrienos (LTE4). No caso dos antiinflamatórios não-esteroidais temos um bloqueio da via das 
ciclooxigenases, com sobra do ácido araquidônico, a via da lipoxigenase fica livre, portanto temos formação 
de litorinas e leucotrienos. Isso não ocorre nos antiinflamatórios esteroidais pois temos a prednisolona 
ativando anexina 1 que bloqueia a fosfolipase A2. !
O emprego da prednisolona e da prednisona é em doenças alérgicas, bronquite alérgica, urticária, 
angioedema (pode ser provocado em vários tecidos, e o preocupante é o edema de glote), atopia, D.A.P.P, 
terapia coadjuvante do pioderma, alergia alimentar e intolerância. Essas doenças são tratadas com 
glicocorticóides. O corticóide além de reduzir os leucotrienos, ele inibe o receptor que causa broncodilatação. !
Pode ser utilizado para tratamento de doenças neoplásicas, hematológicas malignas (como tumores 
cerebrais e linfomas); doenças no TGI (colites e enterites eosinofílicas); distúrbios no SNC 
(meningoencefalites, hidrocefalia e discopatias).!
Outro uso importante é nas doenças auto-imunes crônicas, como o lúpus; o pênfigo; anemia hemolítica 
auto-imune (se não houver resultado, avaliar o uso de azatioprina, ciclofosfamida); trombocitopenia 
imunomediada. É uma situação na qual o animal pode tomar corticóide durante a vida inteira. !
Em gatos atua em doenças alérgicas (bronquite respiratória, asma, alergia, pulgas); agente 
imunossupressivo; terapêutica de neoplasias (leucemias, linfossarcomas). Os grandes animais e animais 
silvestres também são tratados. !
Pode ser usada em várias vias. A dose com imunossupressores deve ser usada 5x maior, para um maior 
controle. !
O cortisol tem potência anti-inflamatória 1. Os glicocorticóides como prednisona, prednisolona possuem um 
efeito bem maior que o do cortisol, de 4. A betametasona e a dexametasona possuem potência de 25, e não 
causam retenção de sódio. A duração da prednisona e prednisolona tem ação intermediária, um pouco maior 
que a do cortisol mas não tão grande quanto a da betametasona e dexametasona. A dexametasona é de fato 
um antiinflamatório muito interessante para a clínica, porém para condições agudas. Em condições crônicas 
ela não é interessante. !
 !
Dexametasona: Tem efeito 30 vezes mais potente do que o cortisol. O efeito anti-inflamatório ocorre 
primariamente pela inibição das células inflamatórias e pela supressão da expressão de mediadores 
inflamatórios. !
Sempre pensamos na dexametasona em processos antiinflamatórios agudos. Em distúrbios do SNC no 
caso de hidrocefalia, trauma crânio-cerebral, espinhal, edema e aumento de pressão intra-cerebral, 
neoplasias. As doenças endócrinas como distúrbios da adrenal, insuficiência adrenal aguda e teste de 
supressão por dexametasona. Ela é indicada como diagnóstico (teste de supressão da dexametasona). !
Em gatos é utilizada para realizar o teste de supressão da dexametasona (diagnostico), no tratamento de 
neoplasias como leucemias e linfossarcomas, asma emergencial, bronquite alérgica e processos 
inflamatórios.m!
Em bovinos usa-se para tratamento de picadas de inseto, edema cerebral, distúrbios neurológicos como a 
paralisia, laminites, na reprodução pode provocar indução do parto pelo aumento do cortisol ou aborto 
associado a prostaglandina 2alfa.!
Em equinos usa-se para teste de supressão e processos inflamatórios diversos.!
Uma questão no glicocorticóide super interessante é a capacidade que ele tem de causar aborto. Pode 
causar aborto pois aumenta o nível de cortisol da mãe de acordo com que o aumento do cortisol pelo feto. 
Esse aborto é causado pelo aumento do cortisol do feto. Se o cortisol é um indutor do parto, se 
administrarmos um cortisol exógeno esse cortisol irá funcionar do mesmo jeito que o cortisol endógeno do 
feto. !!
CUIDADOS A SEREM TOMADOS COM A ADMINISTRAÇÃO DE GLICOCORTICÓIDES!
Os glicocorticóides podem ser utilizados para diagnostico e tratamento das doenças da adrenal, como anti-
inflamatórios e imunossupressores e para o “tratamento” do outras doenças (neoplasias).!
Um dos efeitos colaterais observados com a utilização prolongada de glicocorticóides é o 
hiperadrenocorticismo (Cushing). !
O hiperadrenocorticismo iatrogênico é uma ocorrência mórbida relativamente comum nas situações de uso 
repetido de corticosteroides de deposito, embora, possa se dar durante a administração de qualquer 
preparação com glicocorticóides; isto inclui as vias de aplicações orais, tópicas, oftálmicas e óticas. Os 
animais com hiperadreno iatrogênico apresentam, em maior ou menor grau, poliúria, polidipsia, polifagia, 
abdome abaulado, apatia, estridor respiratório, atrofia muscular, lesões cutâneas variadas, hiperpigmentação 
e atrofia cutânea. !
Os gatos são extremamente resistentes à corticoterapia, necessitando de cerca de 2 vezes a dose usual 
do cão para se obter os mesmos efeitos, benéficos ou colaterais. Esta resistência pode estar relacionada com 
um numero menor de receptores para glicocorticóides, quando comparados aos cães.!!
EFEITO DOS GLICOCORTICÓIDES!
Os glicorticóides atuam no metabolismo intermediário de carboidratos diminuindo a captação e utilização 
da glicose e aumentando a gliconeogênese, no metabolismo de proteínas aumentando o catabolismo e 
diminuendo o anabolismo, no metabolismo de lipídios provocando efeito permissivo sobre hormônios 
lipolíticos e causando redistribuição do tecido adiposo. !
Os efeitos mineralocorticóides dos glicocorticóides são a retenção de sódio e a excreção de potássio. 
Outro efeito é o balanço negativo do cálcio no TGI e nos rins.!!
IMUNOSSUPRESSORES!
São fármacos que diminuem a resposta imunitária, principalmente as que ocorrem devido a transplante de 
órgãos e doenças auto-imunes. São compostos por três grupos farmacológicos, os glicocorticóides, os 
inibidoresde calcineurin e os agentes antiproliferativos/antimetabólicos.!!
Ciclosporina: é uma molécula obtida a partir do fungo Beuveria nivea, que inibe a resposta humoral, 
porém é mais efetiva na inibição da resposta imunitária dependente de linfócitos T. Inibe a transdução do sinal 
disparado por antígenos nos linfócitos T, reduzindo a expressão de linfocinas (IL-2).!
Aumenta a expressão do TGF-beta (fator beta transformador de crescimento), que inibe a ativação dos 
linfócitos T por IL-2.!
Mecanismo de ação: A ciclosporina forma um complexo receptor citoplasmático-ciclofilina que se liga ao 
calcineurin e provoca a inibição da defosforilação cálcio-dependente de NFAT (nuclear fator of activated T 
cells). O NFAT regula a expressão de IL-2 e outras linfocinas importantes para resposta imunitária.!
A ciclosporina é um medicamento imunossupressor que liga-se a receptores celulares específicos da 
calcineurina e inibe a via de transdução de sinal do receptor ativador de linfócitos T. Seus efeitos na 
supressão da liberação de interleucina 2 e outras citocinas e no bloqueio da proliferação de linfócitos T 
ativados são bastante importantes. A ação da ciclosporina é mais específica para linfócitos T do que para 
linfócitos B. A ciclosporina também inibe os poros de transição de permeabilidade mitocondrial, o que pode 
atenuar a ocorrência de lesões miocárdicas durante reperfusões. Tem absorção oral baixa.!
O uso da ciclosporina no tratamento de ceratoconjuntivite seca é limitado à administração tópica. Os usos 
sistêmicos (geralmente por via oral) da ciclosporina incluem o tratamento da anemia hemolítica 
imunomediada, atopia canina e fístulas perianais. !!!
Diuréticos!!
Não são fármacos que podem por o paciente em grande risco mas deve-se ter alguns cuidados. Uma vez 
perdido, o néfron não tem recuperação. Temos alguns medicamentos nefrotóxicos, um exemplo são os 
antineoplásicos e os antiinflamatórios não esteroidais. Os corticóides causam alguma alteração renal, porém 
não toxicidade. A anfotericina B (antifúngico) pode também causar lesão renal. !
O rim exerce função no clearence renal que é a excreção de produtos de degradação (uréia, ácido úrico, 
creatinina). Além dessa função de depuração, o equilíbrio hídrico depende do rim (equilíbrio hidro-eletrolítico). 
O equilíbrio ácido-básico também depende da função renal. Os rins também são responsáveis pela síntese 
de hormônios que interferem no mecanismo endócrino e metabólico, como a eritropoietina que atua na 
maturação de eritrócitos e a renina que ativa o sistema angiotensina-aldosterona. !
Os rins trabalham da mesma forma que o cérebro trabalha, por meio de células. A unidade funcional do rim 
é o néfron que é razoavelmente complexa (não se trata de um neurônio). O néfron é uma estrutura complexa, 
mas fácil de ser entendida. !
OBS: o néfron é o local de ação dos diuréticos.!
Dividimos os néfrons em dois setores: um setor que é responsável por filtrar o sangue e um outro conjunto 
de estruturas que vão realizar trocas entre o filtrado glomerular e o interstício, que são os túbulos. O sangue 
chega para ser filtrado pela arteríola aferente (o sangue é empurrado por uma forca hidrodinâmica por um 
filtro), esse filtro é a cápsula de bowman e o glomérulo. A partir dai, o filtrado glomerular se distribui pelos 
diferentes seguimentos tubulares. Parte do sangue é filtrada e uma parte não é. Os constituintes sanguíneos 
que não são filtrados no glomérulo + cápsula de bowman que são geralmente proteínas, vão para os 
capilares peritubulares. !!
Filtração: a estrutura que vai filtrar o rim é o glomérulo + cápsula de bowman. A cápsula de bowman forma 
um verdadeiro filtro. Essa estrutura é composta pelas várias células presentes nesse tufo de capilares que é o 
glomérulo ou a cápsula de bowman. Os solutos que passam são pequenos (pequenos sais, água), já 
substancias ou fármacos ligados a proteínas e substancias maiores não são peneirados ali e se dirigem aos 
capilares peritubulares. !!
Secreção e reabsorção: formado pelo túbulo proximal. O organismo se empenha em tentar recuperar o 
cloreto de sódio (sal) que seria perdido na urina. Existe uma reabsorção no túbulo proximal de sódio, e 
sempre que temos presença do sal a água acompanha. Essa região do túbulo proximal se situa mais próxima 
ao córtex. Há recuperação do sódio por transporte ativo. Recuperamos o sódio e a água. Essa reabsorção de 
água é movida pelo gradiente osmótico salino, e é movido também pelo gradiente oncótico (temos aumento 
de pressão oncótica pelas proteínas que não foram filtradas). !
O seguimento seguinte para continuidade para reabsorção do sódio é a alça de henle. Ela possui duas 
porções: ascendente e descendente. Na região ascendente temos recaptação de sódio e ela é impermeável a 
água, ela faz gerar um gradiente osmótico muito intenso nessa região (região medular), temos então uma 
região hipertônica. A porção descendente é permeável. !
O próximo seguimento do néfron que também é importante para a ação de fármacos é o túbulo distal. 
Temos um transporte ativo, com gradiente hipertônico. É uma região impermeável a água. !
O túbulo coletor também absorve sódio e é uma porção sensível a hormônios. Essa região do túbulo 
coletor é sensível a aldosterona que uma vez chegando a região do túbulo coletor determina reabsorção do 
sódio. !!
SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA!
A ECA é uma enzima conversora de angiotensina. Converte a Angiotensina I em Angiotensina II. !
!
DIURÉTICOS!
O conceito de um fármaco diurético é de que ele aumenta a taxa de formação de urina pela excreção de 
sódio ou pelo aumento da excreção de CL-. A medida que temos medicamentos que causam uma perda 
salina, por conseqüência teremos perda hídrica e consequentemente aumenta a taxa de produção de urina. 
Isso pode levar a uma falsa visão de que o fármaco é usado para fazer o animal urinar, isso não é verdade, é 
apenas uma conseqüência. Geralmente usamos os diuréticos para tratar dos edemas.!
Temos classes diferentes de diuréticos: os mais potentes são os que trabalham no seguimento espesso da 
alça de Henle (diuréticos da alça). Temos também os diuréticos osmóticos (não atuam em receptor); os 
inibidores da anidrase carbônica; inibidores dos importadores de sódio e cloreto; e os fármacos que inibem a 
ação da aldosterona, chamados de “antagonistas da aldosterona”.!!
Diuréticos da alça: temos três moléculas, a molécula que será colocada como protótipo é a furosemida. 
Os diuréticos da alça como o próprio nome diz atuam no seguimento descendente da alça de henle, que é 
permeável a água. Temos a célula do seguimento espesso da alça de Henle que fazem a recuperação do sal 
e a água, ao mesmo tempo que faz a filtragem de sangue. Isso é feito por meio de um transportador que leva 
o sódio que está no filtrado glomerular, o cloro e o potássio para dentro dessa célula epitelial e posteriormente 
para o sangue. !
As moléculas que tem ação diurética da alça são capazes de inibir o transportador de sódio, potássio e 
cloro. A urina é mantida hipertônica, e isso será um empecilho para que a água seja captada. !
A farmacocinética dos diuréticos é pouco conhecida em animais. Sua biodisponibilidade oral é de 77% 
(cães). Ele oferecem um medicamento de ação rápida, e o animal em minutos começa a ter um alivio. Se 
ligam intensamente a proteínas plasmáticas. Temos vários produtos de efeito veterinário e de uso humano. 
Muito antigamente se falava do Lasix, e em medicina veterinária ele foi chamado de Zalix. !
O uso mais importante dos diuréticos é na prevenção do edema e do ICC. O edema que põe a vida do 
animal em risco é o edema pulmonar, mas também podemos ter ascite. No ICC temos edema de câmara 
direita sendo o mais perigoso e o de câmara esquerda. É importante sempre manter o animal hidratado, 
cuidando de seu equilíbrio hídrico. !
Os efeitos adversos são anormalidadeshidroeletrolíticas (monitorar hidratação e balanço eletrolítico de 
sódio, potássio, cálcio e magnésio). O animal não pode perder esses eletrólitos. Outros efeitos tirando as 
anormalidades hidroeletrolíticas podemos ter citotoxicidade em gatos, outros problemas (fraqueza, problemas 
no TGI, agitação, problemas hematológicos). !
Os diuréticos da alça são os mais potentes, não tem nenhum diurético mais potente que a furosemida. Ele 
pode ser usado em casos de edema cerebral, entre outros, que precisamos de um efeito rápido. O aumento 
da produção de urina é acompanhado por uma perda salina, o animal estará sendo depletado, não só de sal, 
mas principalmente de sal. Ela não é a terapia em relação a causa na ICC, mas é uma terapia coadjuvante 
que pode ser necessária na IC, principalmente de câmara esquerda. !!
Inibidores do importador de sódio e cloro (tiazídicos): um exemplo é a hidroclorotiazida. Os tiazídicos 
irão causar uma diurese urinária tal qual a furosemida, porém eles atuam em uma porção mais distal da alça 
de henle. Não é um diurético de todo como a furosemida, mas pode ser interessante em algumas situações. !
São responsáveis por diminuir a reabsorção luminal ativa de sódio e cloro (co-transportador) das células 
epiteliais do túbulo contorcido distal, levando à diurese. !
Atuam no túbulo distal, por um mecanismo muito parecido ao da furosemida que é o transporte iônico, 
transporte de sódio. Na medida que temos um bloqueio desse transportador temos um acúmulo de água. Os 
tiazídicos tem um uso estabelecido em um conjunto de doenças na qual é necessária a eliminação de líquidos 
mas que não necessita de um tratamento tão emergencial. !
É usado nos casos que o animal tem índices refratários a furosemida isolada. Nos quadros de edemas 
cavitários como é o caso da ascite que surgem no caso de uma IC de câmara direita. Em casos de 
hipertensão na associação a espironolactona. E na urolitíase ele causa uma diminuição da excreção de 
cálcio, diminuindo a formação de urólitos. !
Em cães é indicado para o tratamento da ascite, hipertensão, urolitíase, como diurético, e em gatos, para a 
hipertensão sistêmica.!
O cuidado é o mesmo ao da furosemida, no distúrbio hidroeletrolítico ocorre a mesma coisa. Monitorar a 
hidratação em pacientes, ter cuidado ao manusear em pacientes com desequilíbrio eletrolítico (hipocalcemia), 
gestantes, animais com hipersensibilidade.!
!
Antagonistas da aldosterona: a espirolonalactona é um representante desse grupo farmacológico. São 
fármacos que chegando ao túbulo distal vão atrapalhar a função do hormônio, que é a aldosterona. Eles 
atuam basicamente no túbulo distal na porção mais final, na porção sensível a atuação de hormônios, e tem 
como função, evitar a perda de potássio no túbulo contorcido distal. !
A espirolonalactona é um antagonista da aldosterona, que compete pelos receptores intracelulares da 
aldosterona nas células do túbulo distal. Vale destacar que fisiologicamente, essa porção do tubo é 
impermeável a água na ausência de hormônio antidiurético (ADH) e ao sódio na ausência de aldosterona. 
Sendo que a reabsorção de NaCl é controlada por esses dois hormônios nessa porção do tubo. !
Eles regulam a função da expressão genica. Os fármacos que atrapalham a ação da aldosterona regulam 
essa função do sódio. Os antagonistas atuam em células do túbulo distal. A aldosterona chega a essa célula 
do túbulo distal pelo sangue, chegando na célula ela vai ser reconhecida e se ligar a um receptor 
mineralocorticóide. Seu núcleo irá regular a expressão de vários genes, inibindo a ação de várias proteínas 
ligadas a aldosterona. Na verdade eles são antagonistas do receptor de mineralocorticóides. !
Esses antagonistas compõem um grupo farmacológico que apelidamos de diuréticos poupadores de 
potássio. Usados para manter a questão hidroeletrolítica preservada no paciente. É usado em pacientes com 
hipocalemia e contra indicado em pacientes com hipercalemia. Seu uso prolongado pode causar hipercalemia 
e até acidose metabólica.!!
IMPORTÂNCIA DO DIURÉTICO PARA FINS TERAPÊUTICOS!
O seu principal uso é basicamente na terapia do edema, assim como inflamação, dor, febre. O edema é 
uma condição naturalmente de retenção de sal e de água que acontece no organismo, pode até acontecer 
em conseqüência de uma terapia. É decorrente da retenção de sal e água que normalmente acontece em 
casos de distúrbios cardíacos, nefropatias, anormalidades de pressão oncótica, e também pode ocorrer por 
trauma. !
Esses problemas causam no organismo a impressão de que ele está hipovolêmico (em casos do coração 
batendo mais devagar, que não é uma hipovolemia, mas o corpo interpreta assim). A pouca chegada de 
sangue no rim faz com que haja diminuição da perfusão sanguínea renal. O sistema renina-angiotensina-
aldosterona, faz com que haja formação de edema. Os diuréticos vão depletar aquele sódio que começa a se 
acumular por causa da aldosterona. !
O edema pulmonar causa um estado de angústia no animal pela dificuldade em respirar. É a principal 
preocupação que temos em doenças cardíacas. É a chegada de líquidos, fluídos no pulmão e a saída é muito 
menor. Os fluídos se acumulam no pulmão causando esse extravasamento de fluído no interstício e nas vias 
aéreas, causando essa sensação de sufocação. O clínico observa o animal nessa questão de hipóxia, e o 
estresse. !
Edema pulmonar: se estabelece por duas causas basicamente. A primeira questão é a questão vascular 
(pressão dos vasos) e a segunda questão é o sistema renina-angiotensina-aldosterona. Nessa questão do 
edema pulmonar relacionado a pressão vascular ascendente temos IC relacionada a câmara esquerda. A 
câmara direita está relacionada ao derrame cavitário. Quando não há eliminação do sangue pelas câmaras 
cardíacas a pressão sanguínea esquerda aumenta. Essa pressão aumentada no ventrículo esquerdo se 
derrama para o átrio esquerdo, para as veias pulmonares, vênulas, arteríolas e capilares pulmonares 
provocando um extravasamento de líquidos para o pulmão (devido a pressão da microvasculatura). !
A outra forma do edema se estabelecer é pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona. A participação 
desse sistema depende de uma leitura que é feita por uma célula renal. Esse Segundo tipo de formação do 
edema também ocorre devido a uma insuficiência cardíaca esquerda que leva a diminuição na perfusão renal, 
logo, chegará menos oxigenação aos rins. As células granulares da macula densa vão perceber essa 
hipovolemia no organismo e vão liberar renina no intuito de combater essa hipovolemia. A renina leva a 
liberação de angiotensina (causa vasoconstrição) que leva a liberação de aldosterona que é responsável em 
reter o NaCl e água, causando edema. !!
O DIURÉTICO NA INSUFICIÊNCIA RENAL!
Na insuficiência renal aguda, o sinal mais importante é que o animal para de urinar. É uma síndrome 
caracterizada pelo aparecimento súbito de insuficiência hemodinâmica, da filtração renal e excreção, que tem 
como efeito o acúmulo de toxinas metabólicas (uréia, ácido úrico, creatinina) e falta de regulação do equilíbrio 
hídrico, eletrolítico e ácido-básico. As vezes o hálito do animal se altera, assim como outros sinais clínicos 
como animal desidratado, prostrado, com oligúria ou anúria. O que se coloca da IR aguda e os diuréticos é 
que os diuréticos são um paliativo, que se assemelham ao glicocorticóide. !
É importante buscar a causa dessa IR, pode acontecer em casos de antiinflamatórios não esteroidais, ou 
animal foi exposto a um fármaco nefrotóxico, ou ele tem alguma doenca infecciosa que precisa ser tratada, 
como por exemplo a leptospirose.. Os exames físicos acompanham a manifestação da IR aguda e o diurético 
vai ser importante depois que tivermos feito a recuperação desse quadro. Geralmente o nefrologista fica 
angustiado até o animal voltar a urinar, pois é um quadro muito grave a falta de micção (anúria).!
Restabelecidos os parâmetros (volemia, taxa de filtração glomerular, fluxo sanguínea renal, nível sérico de 
potássio, etc), corrigida a causa inicial do problema, o diurético pode ser utilizado para levar o animal do 
estado oligúrico para o estado não-oligúrico, reduzindo a gravidade da doença e permitindo a melhora do 
equilíbrio hidro-eletrolítico.!
A furosemida pode ser utilizada em associação com a dopamina para ter maior eficiência na diurese e na 
hemodinâmica renal. !
O manitol pode causar rápida expansão do volume intravascular, pode ter o risco de provocar edema 
pulmonar, principalmente quando já existe uma disfunção cardíaca. !
Os diuréticos são indicados também para tratar a hemorragia pulmonar durante o exercício em equinos, 
hipercalcemia, síndrome nefrótica, glaucoma e diabetes insípidus.!
Concluindo, os diuréticos atuam em diferentes regiões dos néfrons, sendo que a maioria inibe os 
transportadores de íons. São poderosos para tratar o edema e hipertensão. Deve-se estar atento aos usos 
clínicos, as vias de administração (tratamento agudo ou crônico) e aos efeitos colaterais. !!!