Prévia do material em texto
DIDÁTICA, ENSINO E APRENDIZAGEM: CONCEITOS E CONEXÕES Prof.: Ms. Henrique Dias Sobral Silva O QUE DIDÁTICA QUER DIZER? “A didática é o principal ramo de estudos da Pedagogia. Investiga os fundamentos, condições e modos de realização da instrução e do ensino. Segundo essa ideia, a ela cabe converter objetivos sociopolíticos e pedagógicos em objetivos de ensino, selecionar conteúdos e métodos em função desses objetivos, estabelecendo os vínculos entre o ensino e a aprendizagem.” (LIBÂNEO, 1992, p. 26). O QUE DIDÁTICA QUER DIZER? “[...] didática é uma disciplina obrigatória no currículo dos cursos de licenciatura no Brasil desde o início do século XX [...]. A disciplina [...] investiga, [...] os fundamentos, as condições e os modos de realização da instrução e do ensino. Assim, busca-se revelar, no decorrer da história, elementos e características que marcaram formas de pensar o ensino e a aprendizagem [...], principalmente no que se refere às questões relacionadas a como ensinar e ao trabalho docente.” (FERREIRA et al, 2018, p. 20). O QUE DIDÁTICA QUER DIZER? “A Didática não é um receituário que deve informar a prática de ensino, mas uma área de conhecimento para a compreensão dessa prática, valendo-se da teoria como hipóteses de análise e compreensão. Trata-se de compreender as situações de ensino, não para prescrever a prática, mas para ampliar o domínio sobre ela, e assim contribuir nos processos de formação dos professores em todos os âmbitos.” (MARIN, et al, 2012, p. 15). O QUE É ENSINO? “[...] o ensino e a aprendizagem são tão antigos quanto a própria humanidade.” (PILETTI, 2010, p. 23). “[...] segundo o conceito etimológico, ensinar (do latim signare) é ‘colocar dentro, gravar no espírito’. De acordo com esse conceito, ensinar é gravar ideias na cabeça do aluno. Nesse caso, o método de ensino é o de marcar e tomar a lição.” (PILETTI, 2010, p. 26). O QUE É APRENDIZAGEM? “[...] a aprendizagem não é em si mesma desenvolvimento, mas uma correta organização da aprendizagem da criança conduz ao desenvolvimento mental, ativa todo um grupo de processos de desenvolvimento, e esta ativação não poderia produzir-se sem a aprendizagem. Por isso, a aprendizagem é um momento intrinsecamente necessário e universal para que se desenvolvam na criança essas características humanas não naturais, mas formadas historicamente.” (VYGOTSKY, 1977, p. 47). A didática está diretamente associada com o processo de ensino-aprendizagem e essas noções precisam ser conhecidas e analisadas de forma crítica e orgânica constantemente por quem estuda pedagogia. Os postulados aqui registrados são considerações úteis e oportunas à prática do pedagogo e, por isso, merecem atenção nas leituras, mas também no pensar sobre o fazer enquanto profissional da área. CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FERREIRA, V. de S. et al. Didática. Porto Alegre: SAGAH, 2018. LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1992. MARIN, A. J.; PENNA, M. G. O.; RODRIGUES, A. C. C. A Didática e a Formação de Professores. In: Rev. Diálogo Educacional, Curitiba, v. 12, n. 35, p. 51-76, 2012. PILETTI, C. Didática geral. 24. ed. São Paulo: Ática, 2010. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS VYGOTSKY, L. S. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar. In: LURIA, A. R. et al. Psicologia e pedagogia I: bases psicológicas da aprendizagem e do desenvolvimento. Lisboa: Estampa, 1977. DIDÁTICA E TRABALHO DOCENTE Prof.: Ms. Henrique Dias Sobral Silva A ESCOLA E A DIDÁTICA A escola é a instituição formal da sociedade moderna na qual se desenvolve um processo educacional sistematizado, tendo dentre seus objetivos o educar e ensinar. Em contato com a didática, a ação educativa da escola encontra estrutura, métodos e técnicas. Em associação, a escola e a didática promovem a transformação do sujeito, instrumentalizando mudanças pessoais e em suas perspectivas de mundo. OS DOCENTES E A DIDÁTICA “Ser professor implica saber quem sou, as razões pelas quais faço o que faço e consciencializar-me do lugar que ocupo na sociedade. Numa perspectiva de promoção do estatuto da profissão docente, os professores têm de ser agentes ativos do seu próprio desenvolvimento e do funcionamento das escolas como organização ao serviço do grande projeto social que é a formação dos educandos.” (ALARCÃO, 1996, p. 177). OS DOCENTES E A DIDÁTICA “[...] o trabalho docente é uma das modalidades específicas da prática educativa mais ampla que ocorre na sociedade. Para compreendermos a importância do ensino na formação humana é preciso considerá-lo no conjunto das tarefas educativas exigidas pela vida em sociedade” (LIBÂNEO, 1994, p. 15). A DIDÁTICA E OS ESTUDANTES “[...] Os alunos não contam exclusivamente com o contexto escolar para a construção de conhecimento sobre conteúdos considerados escolares.” (BRASIL, 1997, p. 39) “A mídia, a família, a escola, a igreja, os amigos, são também fontes de influência educativa que incidem sobre o processo de construção de significado desses conteúdos.” (BRASIL, 1997, p. 39) “Essas influências sociais normalmente somam-se ao processo de aprendizagem escolar, contribuindo para consolidá-lo; por isso é importante que a escola as considere e as integre ao trabalho.” (BRASIL, 1997, p. 39) Pensar a escola, professores e estudantes a partir de uma perspectiva didática, é promover um encontro entre saberes, práticas e experiências que se integram na construção do processo de ensino-aprendizagem. Quando a relação professor e aluno é bem fundamentada, os vínculos se fortalecem e as possibilidades de uma aprendizagem significativa crescem e, para isso, a didática se apresenta como suporte e embasamento teórico e prático. CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALARCÃO, I. Ser professor reflexivo. In: ALARCÃO, M. I. (Org.). Formação reflexiva de professores: estratégias de supervisão. Porto: Porto, 1996. p. 171-189. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília, DF: MEC/SEF, 1997. LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. OS ASPECTOS GERAIS DA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO Prof.: Ms. Henrique Dias Sobral Silva DIÁLOGO NA ESCOLA “Paulo Freire (1996) defendia que, para substituir o pensamento ingênuo pelo pensamento crítico, seria necessário o diálogo problematizador em sala de aula. [...] Para isso, o professor precisa atuar em uma realidade escolar que favoreça o diálogo com o aluno e com a comunidade a que ele pertence” (FERREIRA, 2018, p. 139). “É possível afirmar que os conhecimentos são construídos a partir do momento em que há o diálogo entre os conteúdos formais e as vivências, histórias e individualidades que cada estudante possui” (FERREIRA, 2018, p. 88). (IN)DISCIPLINA “Professores, funcionários e gestores precisam desenvolver habilidades para a mediação de diferentes tipos de conflito. Para contornar situações de transgressões e indisciplina, são necessários processos de transformação.” (BLES et al, 2019, p. 216). Todavia “[...] mudar hábitos e atitudes não é nada fácil; exige determinação, disciplina, conhecimento e apoio. Portanto, é importante saber se colocar no lugar do outro, saber ouvir e identificar os valores alheios, sempre por meio de diálogos coerentes e respeitando as diferenças.” (BLES et al, 2019, p. 216). (IN)DISCIPLINA “A mediação de conflitos faz parte da ação de todos os profissionais que compõem a escola. [...] o conflito é inerente às relações humanas, mas a forma de resolvê-lo ou encaminhá-lo na escola precisa estar pautada em um processo educativo, jamais punitivo” (BLES et al, 2019, p. 216). “É necessário desenvolver nos alunos mais do que a relação causa- consequência; é importante que os estudantes aprendam a entender e respeitar o outro e o lugar dele. Afinal, a escola é um dos lugares mais propícios para o desenvolvimento da humanidade daspessoas” (BLES et al, 2019, p. 216). (IN)DISCIPLINA “Práticas preventivas ajudam na manutenção de um bom clima na escola. [...] Entre essas práticas, destaca-se a construção das habilidades socioemocionais.” (BLES et al, 2019, p. 217). “A ideia é que os estudantes aprendam a lidar com as próprias emoções, desenvolvendo o autoconhecimento e o conhecimento do outro. [...] Na escola, em síntese, o aluno deve aprender a conhecer, a fazer e a conviver. É nesses pilares que se fundamentam as competências socioemocionais que a escola precisa desenvolver junto aos alunos.” (BLES et al, 2019, p. 217). DIREÇÃO DE TURMA “[...] é o termo usado por diversos educadores para definir o conjunto de ações desenvolvidas pelo professor no momento de planejar, organizar e apresentar aos alunos as situações de ensino. Em outras palavras, o educador seleciona conteúdos e métodos de ensino, sistematiza-os e leva os educandos a vivenciá-los no sentido de construir um novo conhecimento.” (MALHEIROS; RAMAL, 2000, p. 69). “Portanto, o professor, ao se propor a ensinar, precisa ter como objetivo-fim que o aluno aprenda. Afinal, é para isso que ele vai à escola. Portanto, direcionar a aprendizagem é a atividade-fim do professor.” (MALHEIROS; RAMAL, 2000, p. 69). Os temas aqui tratados são próprios da experiência do docente em sala de aula com seus estudantes e, por isso, precisam ser entendidos a um só tempo como experiências teóricas e práticas. Os modos como o professor irá se pronunciar em termos dialógicos, acerca da (in)disciplina e da direção de turma precisam ser construídos por meio de pesquisas, leituras e do contato com seus colegas de profissão. A partir de uma perspectiva crítica, esse sujeito poderá executar uma prática mais rica e pedagogicamente referenciada. CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BLES, et al. Gestão Educacional da Educação Básica. Porto Alegre: SAGAH, 2019. FERREIRA, V. de S. et al. Didática. Porto Alegre: SAGAH, 2018. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. MALHEIROS, B. T.; RAMAL, A. Didática geral. Grupo Gen-LTC, 2000. A SALA DE AULA E AS ATIVIDADES PEDAGÓGICAS Prof.: Ms. Henrique Dias Sobral Silva MÉTODOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM “A metodologia pode ser geral (por ex., métodos tradicionais, métodos ativos, método da descoberta, método de resolução de problemas, etc.) ou específica, seja a que se refere aos procedimentos de ensino e estudo das disciplinas do currículo (alfabetização, matemática, história, etc.), seja a que se refere a setores da educação escolar ou extraescolar (educação de adultos, educação especial, educação sindical, etc.).” (LIBÂNEO, 2012, p. 54). MÉTODOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM “Os métodos de ensino não se reduzem a quaisquer medidas, procedimentos e técnicas. Eles decorrem de uma concepção de sociedade, da natureza da atividade prática humana no mundo, do processo de conhecimento e, particularmente, da compreensão da prática educativa numa determinada sociedade.” (LIBÂNEO, 2012, p. 166). MÉTODO EXPOSITIVO “[...] este método é centrado na ação do professor, que explica e demonstra, em geral, de forma verbal os conhecimentos. No método expositivo, o aluno assume uma postura mais receptiva, que não significa necessariamente ser passiva.” (FERREIRA, 2018, p.173). “É importante salientar que, embora este método receba críticas por presumir pouca participação do aluno, a exposição verbal e sistemática dos conhecimentos é um recurso importante e valioso para a assimilação e compreensão de alguns conteúdos.” (FERREIRA, 2018, p.173). MÉTODO DE TRABALHO INDIVIDUAL “[...] a estratégia central neste método é que o aluno realize de maneira individual e independente algumas tarefas, que podem se apresentam de inúmeras formas, mobilizando diferentes aprendizagens.” (FERREIRA, 2018, p.173). “Podem ser tarefas de aplicação de conteúdos,estudos dirigidos, resolução de problemas, leituras, produção escrita individual, etc.” (FERREIRA, 2018, p.173-174). MÉTODO DE TRABALHO COLETIVO “[...] Pressupõe-se a interação e participação de professores e alunos na elaboração dos conhecimentos e realização das tarefas. O funcionamento deste método se dá, sobretudo, por meio de perguntas, instigações e provocações que o professor faz à turma.” (FERREIRA, 2018, p.174). “O trabalho em grupo pode assumir inúmeros formatos: um projeto de pesquisa, um debate, a simulação de um júri, organização de um teatro ou apresentação de trabalhos.” (FERREIRA, 2018, p.174). MÉTODO DE ATIVIDADES ESPECIAIS “[...] envolvem, de maneira geral, uma estrutura ou recursos especiais que não são comumente encontrados no espaço limitado de uma sala de aula. Envolvem desde recursos diferenciados (vídeos, materiais, etc.) a espaços que ultrapassam, em alguns casos, os muros da escola, como, por exemplo, as atividades exploratórias extraclasse, experimentos em laboratórios, visitas a museus, cinemas, entre outros espaços.” (FERREIRA, 2018, p.174). RECURSOS PEDAGÓGICOS DIGITAIS E METODOLOGIAS ATIVAS “A aprendizagem é ativa e significativa quando avançamos em espiral, de níveis mais simples para mais complexos de conhecimento e competência em todas as dimensões da vida. Esses avanços realizam- se por diversas trilhas com movimentos, tempos e desenhos diferentes, que se integram como mosaicos dinâmicos, com diversas ênfases, cores e sínteses, frutos das interações pessoais, sociais e culturais em que estamos inseridos.”(BACICH; MORAN, 2018, p. 03). RECURSOS PEDAGÓGICOS DIGITAIS E METODOLOGIAS ATIVAS “Nesta concepção há um deslocamento da perspectiva do docente para o estudante, que passa a ocupar o centro do processo de ensino- aprendizagem, contrapondo-se à abordagem tradicional, centrada no professor.”(FERREIRA, 2018, p.175). “As metodologias ativas buscam estimular a autoaprendizagem, envolvendo os estudantes em pesquisas, reflexões, tomadas de decisão e outras estratégias que promovam o seu desenvolvimento autônomo.” (FERREIRA, 2018, p.175). EXEMPLOS DE METODOLOGIAS ATIVAS “Sala de aula invertida (ou flipped classroom): este método pressupõe que os alunos sejam responsáveis por realizar um estudo prévio, fora do espaço escolar, sobre um tema específico.” (FERREIRA, 2018, p.176). “Assim, os alunos estudarão sozinhos em um primeiro momento, por meio de indicações de materiais de estudo do professor e, somente depois desse processo, é que o professor entrará em ação para tratar dúvidas e aprofundar questões.” (FERREIRA, 2018, p.176). EXEMPLOS DE METODOLOGIAS ATIVAS “Aprendizagem baseada em problemas (Problems-Based Learning): consiste em organizar o estudo, possuindo como eixo central a pesquisa para o levantamento de causas possíveis ou geradoras de um “problema” ou fenômeno. Além de encontrar apenas uma solução, a ideia é buscar entender os processos que geraram um determinado fato ou situação.” (FERREIRA, 2018, p.176). EXEMPLOS DE METODOLOGIAS ATIVAS “Gamificação e aprendizagem por jogos e histórias (Storytelling): técnicas envolvem, desde uma versão mais simplificada, que prevê o simples uso mais recorrente e potente desses recursos nas aulas, até experiências mais complexas, como por exemplo, elaborar um game com a turma que represente/ sintetize alguma unidade de aprendizagem estudada. Ouvir, contar e compartilhar histórias também pode mobilizar muitas aprendizagens.” (FERREIRA, 2018, p.176). METODOLOGIA DE PROJETO “Já mais conhecida pelos educadores, a metodologias de projetos, tem sido reconhecida amplamente como uma importante prática ativa. Nesta metodologia de ensino-aprendizagem os alunos se envolvem com tarefas e desafios para resolver um problema ou aprofundar um assunto de interesse dos estudantes.” (FERREIRA, 2018, p.176). “Na metodologia de projetos e nas demais estratégias apresentadas, o aluno é corresponsável e protagonista do processo de construção do conhecimento, porém,em todas elas, o papel do professor segue sendo primordial.” (FERREIRA, 2018, p.176). OBJETIVOS PEDAGÓGICOS Tratam-se de metas elaboradas para alcançar contextos formativos significativos. Tais objetivos devem ser construídos com os devidos recortes temporais e operacionais para que se tornem exequíveis e proporcionem os avanços desejados. Espera-se que a partir desses objetivos seja possível ao docente realizar uma escolha consciente das metodologias tratadas anteriormente. O conjunto de metodologias expostas são um grande leque de possibilidades para o processo de ensino-aprendizagem e, por isso, devem ser selecionados respeitando os objetivos pedagógicos e considerando a realidade dos estudantes. Nesse contexto, professores bem formados, aptos ao exercício da leitura, pesquisa e escrita tendem a preparar melhores objetivos e a construírem atividades significativas para suas aulas. CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BACICH, L.; MORAN, J. (Org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. FERREIRA, V. de S. et al. Didática. Porto Alegre: SAGAH, 2018. LIBÂNEO, J. C. Didática. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2012. DIDÁTICA E PLANEJAMENTO Prof.: Ms. Henrique Dias Sobral Silva PLANEJAMENTO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO: ENTRE PLANOS E PROJETOS “As ações voltadas para o planejamento educacional são amplas e abrangentes. Elas envolvem variados âmbitos, entre eles os sistemas de ensino - legislações e políticas educacionais de responsabilidade do Estado em diferentes esferas (federal, estadual, municipal). Essas ações também dizem respeito a um planejamento educacional local, por meio da construção de projetos político-pedagógicos, planos de trabalho, regimentos, planos de aula e currículos, elementos que você vai estudar a seguir” (FERREIRA et al, 2018, p. 20). PLANEJAMENTO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO: ENTRE PLANOS E PROJETOS “[...] planejar o currículo para seu desenvolvimento em práticas pedagógicas concretas não só exige ordenar seus componentes para serem aprendidos pelos alunos, mas também prever as próprias condições do ensino no contexto escolar ou fora dele. A função mais imediata que os professores devem realizar é a de planejar ou prever a prática do ensino” (SACRISTÁN, 2000, p. 282). O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DA ESCOLA “O PPP, nesse sentido, é um plano contínuo que tem a intenção de organizar o trabalho na escola e de considerar as necessidades e anseios da comunidade escolar. É um processo de planejamento participativo que se aperfeiçoa e se define com base no tipo de ação educativa que realiza. Ele se dá a partir de um posicionamento diante da leitura da realidade e do embasamento estrutural e legal.” (FERREIRA et al, 2018, p. 224). O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DA ESCOLA “O PPP só tem significado se é construído por todos os integrantes da instituição, valorizando as opiniões e buscando respostas às indagações da comunidade. Essa construção abre espaços para que todos os segmentos escolares tenham papel fundamental no processo decisório e as pessoas possam expressar suas opiniões e aflorar o que têm de mais profundo, original e criador.” (FERREIRA et al, 2018, p. 224). O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DA ESCOLA “A construção do projeto pedagógico é uma oportunidade para a tomada de consciência dos principais problemas da escola e das possibilidades de solução. É também oportunidade para definição das responsabilidades coletivas e pessoais, na eliminação ou abrandamento dos problemas detectados.” (CALDIERARO, 2016, p. 18). O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DA ESCOLA Isto posto, em termos formais, um PPP deve conter alguns elementos básicos, tais como: Identificação da escola; missão da unidade; contexto socioeconômico do público discente; dados de ensino-aprendizagem; recursos pedagógicos disponíveis; diretrizes pedagógicas e plano de ação. Assim, pode-se notar que é um documento com muitos elementos e que todos eles pretendem dar subsídios ao desenvolvimento da escola e de seus sujeitos. PLANOS: DE CURSO E DE AULA O plano de curso “trata-se, assim, de um tipo de planejamento que visa à previsão global das atividades de dada disciplina ao longo do período do curso.” (FERREIRA et al, 2018, p. 213). “Quanto mais objetivo e preciso for o plano, mais possibilidades de alcançar o resultado esperado. Além disso, espera-se que a prática docente esteja cada vez mais integrada às construções coletivas.” (FERREIRA et al, 2018, p. 214). PLANOS: DE CURSO E DE AULA “Essa construção deve abrigar conteúdos curriculares, objetivos gerais e específicos, metodologia, recursos didáticos, avaliação e bibliografia.” (FERREIRA et al, 2018, p. 213). “Desse modo, o professor tem condições de prever de modo coerente e organizado todas as etapas relacionadas à sua prática, evitando que as ações planejadas percam sua essência e provoquem um desvio que comprometa os objetivos almejados.” (FERREIRA et al, 2018, p. 214). PLANOS: DE CURSO E DE AULA “O plano de aula pode ser desenvolvido da forma que a instituição de ensino achar mais adequada. Contudo, a ausência de um planejamento pode resultar em desperdício de oportunidades e do tempo que poderia ser aproveitado de melhor maneira.” (FERREIRA et al, 2018, p. 217). Confira um modelo de plano de aula em seu livro de Didática, ele será muito útil para suas futuras elaborações pedagógicas. PLANOS: DE CURSO E DE AULA No limite, “[...] o plano de aula é um desdobramento do plano curso, sistematizando suas unidades em sequências didáticas concretas por meio das aulas. Tanto um quanto o outro são fundamentais para facilitar o trabalho docente.” (FERREIRA et al, 2018, p. 217). “Por isso, eles devem ser construídos levando em consideração os demais níveis de planejamento, em especial o projeto político-pedagógico, os parâmetros curriculares dos sistemas de ensino e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).” (FERREIRA et al, 2018, p. 217). Diante do exposto, somos levados a conhecer as especificidades dos planos e planejamentos e a observar a sua potência organizativa e pedagógica para a escola, a disciplina e os estudantes. Ao final, é importante situarmos que, muito longe de serem exercícios burocráticos, estamos diante de tarefas ético-políticas que pretendem aperfeiçoar a relação da escola com seus objetivos e metas educacionais. CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FERREIRA, V. de S. et al. Didática. Porto Alegre: SAGAH, 2018. SACRISTÁN, J. G. O Currículo: uma reflexão sobre a prática. Tradução de Ernani F. da F. Rosa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM: CONCEPÇÕES, FUNÇÕES E PRÁTICAS Prof.: Ms. Henrique Dias Sobral Silva AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM: HISTÓRICO E IMPRESSÕES GERAIS “É fundamental que você considere que avaliar é um ato produtivo em uma via de mão dupla: é útil tanto para que o aluno conheça seu desempenho e suas dificuldades quanto para que o docente verifique a aprendizagem dos estudantes e o resultado de seu trabalho, apontando o que pode ser aprimorado, transformado e o que de fato funcionou do modo previsto.” (FERREIRA et al, 2018, p. 183). AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM: HISTÓRICO E IMPRESSÕES GERAIS “[...] a avaliação é uma ação ampla que abrange o cotidiano do fazer pedagógico e cuja energia faz pulsar o planejamento, a proposta pedagógica e a relação entre todos os elementos da ação educativa. Basta pensar que avaliar é agir com base na compreensão do outro [...].” (HOFFMANN, 2009, p.17). AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM: HISTÓRICO E IMPRESSÕES GERAIS “Quando falamos de avaliação não estamos falando de um fato pontual ou de um ato singular, mas de um conjunto de fases que se condicionam mutuamente. Esse conjunto de fases ordena-se sequencialmente (num processo) e atua integradamente (num sistema). Por sua vez, a avaliação não é (não deveria ser) algo separado do processo de ensino-aprendizagem,não é um apêndice independente do referido processo (está nesse processo) e joga um papel específico em relação ao conjunto de componentes que integram o ensino como um todo (está num sistema).” (ZABALZA, 1995, p.239). AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA “A [...] avaliação [...] inicial ou diagnóstica. É utilizada no início do período letivo ou em algum momento que marque a abordagem de um novo conteúdo. Ela oportuniza a coleta de informações a respeito do conhecimento prévio dos alunos e a demonstração de algumas de suas habilidades e competências” (FERREIRA et al, 2018, p. 184). “[...] você também pode considerar como propriedade da avaliação diagnóstica a possibilidade de ajuste dos conhecimentos dos educandos aos programas curriculares e vice-versa.” (FERREIRA et al, 2018, p. 184). AVALIAÇÃO FORMATIVA “[...] avaliação formativa ou contínua, que oportuniza ao professor acompanhar o modo como está ocorrendo a aprendizagem, verificando erros e acertos e conferindo quais ações são necessárias para avançar rumo aos objetivos propostos.” (FERREIRA et al, 2018, p. 184). “[...] O aluno, por sua vez, percebe seu desenvolvimento, consciente de suas dificuldades, sendo capaz de superá-las. É essa continuidade avaliativa que favorece uma articulação entre os atores envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.” (FERREIRA et al, 2018, p. 185). AVALIAÇÃO CLASSIFICATÓRIA OU SOMATIVA “[...] Ela demonstra o desempenho final dos alunos e professores. Para isso, reúne o somatório de diversos instrumentos avaliativos utilizados ao longo do período letivo (bimestre, semestre e ano, por exemplo).” (FERREIRA et al, 2018, p. 185-186). “[...] Espera-se que nesse tipo avaliativo os resultados alcançados representem uma síntese do que foi aprendido pelo aluno. O professor deve utilizar o resultado [...] para concluir, classificar, refletir, situar e informar os alunos sobre o que apreenderam dos conteúdos abordados ao longo do período.”(FERREIRA et al, 2018, p. 186). AVALIAÇÃO EMANCIPATÓRIA “A avaliação emancipatória caracteriza-se como um processo de descrição, análise e crítica de uma dada realidade, visando transformá- la. [...]”(SAUL, 1995, p. 61). “O compromisso primordial desta avaliação é o de fazer com que as pessoas direta ou indiretamente envolvidas em uma ação educacional escrevam a sua “própria história” e gerem suas próprias alternativas de ação.” (SAUL, 1995, p. 61). Diante do que foi estudado, entende-se que a busca por uma educação significativa, qualitativa e democrática requer uma ação crítica por parte do docente, dentre outros aspectos, no que tange às avaliações. Nesse contexto, vale reforçar a necessidade de uma concepção didática que acolha as individualidades dos alunos. Por isso, ela deve ser capaz de forjar avaliações que, de fato, colaborem com as representações dos avanços dos estudantes em termos de aprendizagem. CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FERREIRA, V. de S. et al. Didática. Porto Alegre: SAGAH, 2018. HOFFMANN, J. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré- escola à universidade. Porto Alegre: Mediação, 2009. SAUL, A. M. Avaliação emancipatória: desafio a teoria e a prática da avaliação e reformulação de currículo. São Paulo: Cortez, 2000. ZABALZA, M. Diseño y desarrollo curricular. 6. ed. Madrid: Narcea, 1995.