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Objetivos Módulo 1 Princípios e responsabilidades da governança corporativa Identificar os princípios e as responsabilidades da governança corporativa. Governança corporativa e governança de TI Profa. Priscila Granato da Silva Castro Fleischhauer Descrição Você vai estudar a governança corporativa e governança de tecnologia da informação (TI). Propósito É importante que o profissional da área compreenda os fundamentos da governança corporativa e governança de tecnologia da informação, as respectivas responsabilidades e sua importância em âmbito organizacional. Além disso, é preciso que entenda a importância de alinhar a governança de TI com a governança corporativa e as respectivas estratégias, e ainda conhecer os processos de tomada de decisão realizados pela governança de TI. Por fim, é preciso que esse profissional tenha claro o papel dessas áreas para os resultados e o crescimento adequado de uma organização. 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Em 2019, foi divulgada a Portaria nº 778 sobre a implantação da governança de tecnologia da informação e comunicação em órgãos e entidades pertencentes ao Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia do Poder Executivo Federal. A necessidade de profissionais de governança em TI com alto nível de conhecimento é de fundamental importância. Entretanto, há uma carência de profissionais que conheçam os modelos e as técnicas de governança corporativa nos diversos segmentos em que a TI é aplicada. A governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo relacionamento entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas. Ela tem como principais responsabilidades o fortalecimento e a disseminação dos princípios e dos valores da organização. A importância estratégica da TI nas organizações reflete a necessidade de informações e sinergia exigidas em uma sociedade dinâmica. Nesse contexto, a governança de TI é um conjunto de práticas, padrões, processos e técnicas que envolve relacionamentos estruturados entre gestores, técnicos e usuários de TI, visando assim minimizar riscos e custos no suporte dos recursos tecnológicos alinhados com os princípios de governança corporativa e com as estratégias e objetivos de negócio. O conteúdo visa compreender os princípios e as responsabilidades da governança de TI e da governança corporativa, bem como a extrema importância de alinhamento entre essas áreas, no que tange às estratégias, aos processos e aos resultados efetivos para uma organização. Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material javascript:CriaPDF() O que você achou do conteúdo? Relatar problema 1 Princípios e responsabilidades da governança corporativa Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os princípios e as responsabilidades da governança corporativa. Ligando os pontos As empresas estão, sempre, procurando meios de se manterem bem- sucedidas e lucrativas. Com isso, costumam adotar boas práticas que ajudem a atingir esses objetivos. Nesse sentido a governança corporativa tende ser uma excelente alternativa e, muitas vezes, uma exigência legal para a administração de empresas. Para entendermos o conceito de governança corporativa na prática, vamos analisar o caso da empresa Americanas. Ser uma loja popular e que comercializasse vários tipos de produtos em um só lugar. Essa proposta, apesar de parecer muito explorada atualmente, foi considerada bastante inovadora e tornou-se a premissa de negócio estabelecida por John Lee, Glen Matson, James Marshall e Batson Borger, fundadores das Lojas Americanas, em maio de 1929. Outra inovação implementada pela marca em sua primeira loja, mesmo contrariando o senso comum da época, foi a contratação de mulheres. O objetivo era atrair mais clientes, principalmente as donas de casa, e, assim, alavancar as vendas. Ao final do primeiro ano, os quatro americanos, que partiram de Nova York com um sonho, já haviam conquistado quatro lojas, sendo três no Rio de Janeiro e uma em São Paulo. Anos depois, na década de 1940, a empresa deu início a mais uma expansão, abrindo seu capital na Bolsa de Valores e transformando-se em uma sociedade anônima. Em 2015, a marca alcançou a sua milésima loja e, nos anos seguintes, partiu rumo ao comércio eletrônico, tornando-se, mais tarde, uma das principais lojas de varejo multicanal do Brasil. Entre 2020 e 2021, a empresa realizou dez operações entre fusões e aquisições, totalizando 29 operações desse tipo em sua história. Já em 2022, por conta de sua reestruturação societária, passou a ser listada no Novo Mercado da B3, no segmento de maior nível de governança corporativa do país. Desde seu lançamento em 2000, o Novo Mercado é reconhecido por estabelecer um padrão de governança corporativa altamente diferenciado. Desde a primeira empresa listada em 2002, tornou-se um benchmark para transparência e governança, sendo especialmente procurado por empresas que planejam realizar ofertas públicas significativas e direcionadas a diversos tipos de investidores, conforme indicado pela B3. Apesar da trajetória de sucesso, a empresa acabou por protagonizar, em 2023, o maior escândalo brasileiro no âmbito contábil, pela ineficácia das auditorias independentes e a negligência sumária da governança corporativa. Em janeiro de 2023, a Americanas anunciou que havia encontrado inconsistências contábeis no valor de R$ 20 bilhões, sendo impossível determinar o impacto dessas inconsistências nos balanços da companhia. O valor de mercado da Americanas caiu de R$ 10,83 bilhões para R$ 2,51 bilhões em apenas um dia. A fraude ocorreu ao longo da gestão do ex-presidente-executivo Miguel Gutierrez, que comandou a varejista por vinte anos. Em novembro de 2023, quase um ano depois do escândalo ser divulgado, a Americanas veio a público para corrigir suas informações contábeis. A Americanas teve um prejuízo de R$ 6 bilhões no ano de 2021 e de R$ 12,9 bilhões no ano de 2022. Sua dívida líquida, já na condição de recuperação judicial, chegou a R$ 26,2 bilhões em 2023. Mas os impactos não se resumiram apenas às quantias citadas. No período próximo a descoberta da fraude, os investimentos sofreram uma enorme redução e o canal digital não recebeu nenhum investimento. Foram fechadas 97 lojas em oito meses, 5 mil trabalhadores foram desligados dos quadros da empresa e, principalmente, o número de cliente ativos diminui em quase 7 milhões no pós-fraude. A apuração dos detalhes, legais e administrativos, que levaram ao rombo bilionário da Americanas continua em progresso. Contudo, é fato que os agentes de governança que deveriam zelar pela empresa, mesmo investidos de responsabilidade corporativa, falharam ao reduzir as externalidades negativas do negócio, descumprindo os princípios da governança corporativa ao desconsiderarem a transparência necessáriaque devem ser observados dentro da TI. Na matriz de arranjo de governança de TI, as decisões (colunas) são cruzadas com arquétipos (linhas) que descrevem combinações de pessoas que possuem os direitos decisórios ou contribuem para a tomada de decisão de TI. Para descrever os grupos de pessoas, Weill e Ross (2006) utilizaram os grupos de pessoas, arquétipos políticos, tais como: monarquia, feudalismo, federalismo, duopólio e anarquia. Os arquétipos foram divididos em seis grupos. Vamos conferi-los! Monarquia de negócio Os altos executivos de negócio tomadores de decisões de TI que afetam toda a organização são representados por essa monarquia. Normalmente, ti d i it t ib i õ d esse tipo de monarquia aceita contribuições de muitas fontes para as decisões-chave. Os principais participantes do arquétipo monarquia de negócio são os gestores de nível estratégico. Monarquia de TI Os profissionais de TI, principalmente o CIO, tomam as decisões da TI. Normalmente, as organizações implementam as monarquias de TI de diversas formas; com frequência, envolvem profissionais de TI tanto de equipes corporativas como de unidades de negócios. Os principais participantes do arquétipo monarquia de TI são profissionais da área de TI (da organização inteira) ou da TI das unidades de negócio. Feudalismo As diretorias, os órgãos mais centrais e as unidades de negócio são os responsáveis pelas decisões sobre a TI. As unidades de negócios maiores e mais poderosas com frequência recebem maior atenção e têm maior influência sobre as decisões. Duopólio de TI O consenso bilateral entre os executivos de TI e outros executivos de negócio representam o duopólio de TI. Ele envolve o grupo principal de TI e a equipe de alta gerência, os executivos e líderes das unidades de negócio. É possível que haja duas variações na participação, os gestores de nível estratégico e a equipe de TI, ou a equipe de TI e os líderes das unidades de negócio. Anarquia Os indivíduos de pequenos grupos são os tomadores decisões sobre a TI. As anarquias são id d í d it d TI i Os arquétipos demonstram os grupos decisórios que são encontrados em muitas organizações, públicas ou privadas, e servem para indicar quem deve ser responsabilizado por tomar determinados tipos de decisões. O que você achou do conteúdo? Relatar problema Capacidade da governança de TI A governança de TI ultrapassa as abordagens de controle de risco e alcança a estratégia e todo o modelo de gestão empresa. Ela se envolve nos processos e nas estruturas organizacionais que devem viabilizar avanços em direção à eficiência, à transparência e à competitividade, integrando a tecnologia e o fluxo de informações ao objetivo de negócio da organização. Equipe empresarial trabalhando com o auxílio da tecnologia. Para atuar em toda extensão da empresa, a governança de TI necessita estabelecer os mecanismos do processo de decisão e o alinhamento estratégico com o negócio. Para isso, Grembergen, Haes e Guidentops consideradas a ruína de muitos grupos de TI, pois são caras de sustentar e preservar. Na anarquia, não há participação dos gestores de nível estratégico da organização, bem como da equipe de TI e de líderes das unidades de negócio. (2004), citados por Albertin e Albertin (2010), definem algumas capacidades necessárias. Vamos conferi-las! A norma NBR ISO/IEC 38500 (2009), que trata da governança corporativa de tecnologia da informação, tem como objetivo fornecer uma estrutura de princípios para os dirigentes usarem na avaliação, no gerenciamento e monitoramento do uso da tecnologia da informação em suas organizações. A norma oferece uma estrutura para orientar os dirigentes das organizações sobre o uso eficaz, eficiente e aceitável da tecnologia da informação em suas empresas. Também ajuda a alta administração das organizações a entender e cumprir suas obrigações legais, regulamentares e éticas com relação ao uso da tecnologia da informação. Desse modo, estabelece seis princípios de governança de TI. Veja! De acordo com o modelo apresentado na norma, existe uma sugestão para que os dirigentes governem TI com o tripé, a fim de avaliar o uso atual e futuro da TI, orientar a preparação e a implementação de planos e políticas para assegurar que o uso da TI atenda aos objetivos do negócio e monitore o cumprimento de políticas e o desempenho em relação ao planejado. Estruturas formais de integração Processos formais de integração Integração Responsabilidade Os indivíduos e grupos dentro da organização compreendem e aceitam seus papéis e suas responsabilidades com referência ao fornecimento e demanda de tecnologia da informação. Fica estabelecido que responsáveis pelas ações também têm autoridade para desempenhá-las. Estratégia O desenvolvimento da estratégia do negócio considera as capacidades atuais e futuras de TI. O planejamento estratégico de TI busca atender às necessidades atuais e contínuas da estratégia de negócio da organização. Contextualizar o processo de decisão na governança de TI Assista ao vídeo e confira o papel de decisão da governança da tecnologia da informação, quem são os atores no processo decisório e o alinhamento entre negócio e TI. O que você achou do conteúdo? Relatar problema Vamos praticar alguns conceitos? Falta pouco para atingir seus objetivos. Questão 1 Qual dos arquétipos a seguir relacionados não faz parte de uma matriz de arranjos de governança? Questão 2 Sobre o processo de decisão na governança em TI, assinale a alternativa correta. A Monarquia B Presidencialismo C Anarquia D Federalismo E Feudalismo Responder A A governança em TI vai além das questões relativas a controle de risco, abrangendo todos os processos e as estruturas organizacionais. B Não é necessário que a governança em TI estabeleça mecanismo relativos ao processo decisório. C Somente empresas de grande porte requerem governança em TI. D A governança em TI só deve ser usada em organizações cujo negócio é TI. E A governança em TI deve ter como foco as decisões técnicas da sua área. O que você achou do conteúdo? Relatar problema Considerações finais Neste conteúdo, você viu que, com o aumento da importância da TI nas organizações, cria-se a necessidade de refletir e dar maior atenção a questões vinculadas ao crescimento de investimentos na área da TI e considerar o valor que ela agrega à organização e a seus produtos e serviços prestados. Desse modo, é relevante a preocupação com o alinhamento da estratégia de negócio com a TI e as decisões que são tomadas por ela. É importante finalizar entendendo que a governança de TI tem como objetivo o alinhamento entre as estratégias da organização com a TI, além de deixar mais transparentes as questões vinculadas a riscos, investimentos e, sobretudo, à tomada de decisão em aspectos que envolvem a TI. Podcast Ouça um bate-papo sobre governança corporativa e governança da TI, assim como suas boas práticas e objetivos. 00:00 12:22 1x Responder Explore + https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/46646/index.html?brand=estacio https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/46646/index.html?brand=estacio Para saber mais sobre os assuntos explorados neste conteúdo, indicamos os seguintes livros: Governança Corporativa, do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBCG). Governança Corporativa: Fundamentos, Desenvolvimento e Tendências, de José Rossetti e Adriana Andrade. Governança Corporativa no Brasil e no Mundo, de Alexandre Silveira Governança corporativa – O Poder de Transformação das Empresas, de Roberto Gonzalez. A Caixa-Preta da Governança, de Sandra Guerra. Governança Corporativa e Gestão Estratégica, de Patrícia Campos Baptista. Estratégia Competitiva, de Michael E. Porter. Marketing de Guerrilha, de Jay Conrad Levinson. A Quinta Disciplina, de Peter Senge. Marketing 3.0, de Philip Kotler. Para Onde nos Levaa Tecnologia, de Kevin Kelly. Steve Jobs: a biografia, de Walter Isaacson. Implantando a Governança de TI, de Aguinaldo Aragon Fernandes e Vladimir Ferraz de Abreu. Governança de TI – Tecnologia da Informação, de Jeanne W. Ross. T.I.: mudar e inovar, de Marcelo Gaspar, Thierry Gomez e outros autores. Referências DRUCKER, P. F Administrando para o Futuro: Os Anos 90 e a Virada do Século. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1992. EELLS, R. The Meaning of Modern Business: An Introduction to the Philosophy of Large Corporate Enterprise. Nova York: Columbia University Press, 1960. IBGC. Código das melhores práticas de governança corporativa. São Paulo: IBGC, 2015. IBGC. Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa / Instituto Brasileiro de Governança Corporativa - 6. ed. São Paulo: IBGC. 2023. MURITIBA, Sérgio Nunes (coord.). Série Histórias que Inspiram: Casos de abertura de capital no Brasil - Volume 2. Sérgio Nunes Muritiba, Patricia Morilha Muritiba e Tiago Isaac. 1. ed. São Paulo: B3, 2019. Consultado na internet em: 28 dez. 2023. SWAIM, R. A Estratégia Segundo Drucker - Estratégias de Cresc. e Insights de Mark. Extraídos da Obra Peter Drucker. Rio de Janeiro: LTC, 2011. WEILL, P.; ROSS, W. J. Governança de TI – Como as empresas com melhor desempenho administram os direitos decisórios de TI na busca por resultados superiores. São Paulo: M. Books do Brasil, 2006. YU, A. S. O.; CAMARGO JR, A. S. C.; LIMA, A. C. Tomada de Decisão nas Organizações - Uma Visão Multidisciplinar. São Paulo: Saraiva, 2011. Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material O que você achou do conteúdo? Relatar problema javascript:CriaPDF()e a prestação de contas. Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? Questão 1 Ao refletir sobre o estudo de caso apresentado, podemos considerar que uma importante ferramenta da governança corporativa não funcionou adequadamente. Qual das alternativas apresenta a ferramenta em questão? A Auditoria independente. B Análise crítica. C Auditoria da qualidade. D Checklist. E Matriz de Eisenhower. Questão 2 No case, foram apresentados alguns impactos que aconteceram após a descoberta da fraude da Americanas. Um deles diz respeito à diminuição dos clientes ativos da empresa. Qual foi o motivo para que essa diminuição ocorresse? Questão 3 A governança corporativa permite que as organizações sejam mais valorizadas em seu mercado e que o seu desempenho econômico cresça. Com a administração realizada pela Americanas, nenhum desses benefícios foi alcançado. Além disso, os princípios da governança corporativa foram sumariamente negligenciados. Um desses princípios é a responsabilização. Explique por que esse princípio foi deixado de lado no caso da fraude da Americanas. Digite sua resposta aqui Chave de resposta Responder A Centralização da tomada das decisões estratégicas. B Alteração do ambiente de confiança e bom relacionamento de todas as partes interessadas. C Desprezo pela longevidade econômica e pela garantia do fluxo de caixa da empresa. D Ingratidão dos clientes; E Deslealdade do mercado que se aproveitou do momento difícil da Americanas. Responder O que você achou do conteúdo? Relatar problema Governança corporativa Origem da palavra governança Tem origem grega e significa dirigir. O primeiro uso desse termo em conexão com estruturas institucionais foi efetuado em 1885, no livro de John Fortescue The Governance of England, tradução inglesa de uma obra latina do século XV conhecida como A Diferença entre um Absoluto e uma Monarquia Limitada. No entanto, o sentido atual e mais amplo de governança, abrangendo as atividades de uma gama de instituições públicas e privadas, iniciou-se na década de 1990, quando o termo foi renomeado por economistas e cientistas políticos e disseminado por instituições como a Organização das Nações Unidas (ONU), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, sendo amplamente utilizado desde então. A governança é um conceito teórico referente às ações e aos processos pelos quais práticas e organizações estáveis surgem e persistem. Tais ações e processos podem operar em organizações formais e informais de qualquer tamanho. Veja a distinção entre os conceitos de política e governança! Política Envolve processos pelos quais um grupo de pessoas chega a decisões coletivas, geralmente, consideradas vinculativas para o grupo e aplicadas como políticas comuns. Governança Transmite os elementos administrativos e processuais do governo. As organizações corporativas costumam usar a palavra governança para descrever a maneira pela qual os conselhos ou seus afins dirigem uma corporação e as leis e os costumes (regras) aplicáveis a essa direção. Conceito de governança corporativa Consiste no conjunto de processos, costumes, políticas, leis e instituições que afetam o modo como as pessoas dirigem, administram ou controlam uma corporação. A governança corporativa também inclui as relações entre os diversos atores envolvidos e as metas corporativas. Confira os principais atores! Acionistas Administração Conselho de administração Outras partes interessadas incluem funcionários, fornecedores, clientes, bancos, outros credores, reguladores, meio ambiente e comunidade em geral. O primeiro uso documentado de governança corporativa é de Richard Eells (1960, p. 108) para denotar a estrutura e o funcionamento da política corporativa. Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), é possível definir governança corporativa como o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas. As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum. A governança corporativa pode ser definida como um conjunto de boas práticas para aumentar a confiança das partes interessadas (investidores, acionistas, fornecedores, colaboradores etc.) perante os administradores de uma empresa. Por meio de princípios, como a transparência, e de mecanismos que proporcionem um melhor desempenho econômico, muitas instituições estão mudando a maneira de gerir e controlar o seu negócio e, claro, melhorando continuamente os seus resultados financeiros (e os intangíveis) com a aplicação das melhores práticas de governança corporativa. Gerentes corporativos trabalhando na sala de monitoramento. A primeira condição para que uma pessoa faça parte de um jogo é conhecer as suas regras. A governança corporativa funciona de modo semelhante. São estabelecidas diversas regras, que somadas dão sentido à rotina do negócio, gerando mais agilidade, transparência e autonomia às atividades da empresa, independentemente de seu tamanho. Crescer com governança corporativa significa, entre outras coisas, aprimorar os processos de administração da empresa e as tomadas de decisão estratégicas, como iniciar um novo projeto, ter conhecimento do(s) responsáveis por aprovar o(s) orçamento (s) e dos integrantes do conselho. A governança é a forma como as regras, normas e ações são estruturadas, sustentadas, reguladas e responsabilizadas. O grau de formalidade depende tanto das regras internas de determinada organização quanto de fatores externos, por exemplo, seus parceiros de negócios. A governança pode assumir muitas formas, impulsionada por muitas motivações, com muitos resultados diferentes. Importância da governança corporativa para as organizações Até o final dos anos 90, governança era uma palavra pouco usual no dicionário das corporações que, a partir de uma necessidade de maior transparência causada pelo aumento da complexidade de seus negócios e das inter-relações com seus stakeholders, obrigou as empresas a seguir esse conjunto de práticas. Outro fator importante para a sua adoção foi a explosão de empresas que passaram a abrir capital para financiar seus investimentos. Nesse contexto, as empresas descobriram que, para atrair novos investidores, era necessária maior transparência do seu negócio, assim seus atuais acionistas saberiam o resultado de seus investimentos. Acompanhe a seguir o caso da empresa Enron Corporation, que foi um exemplo marcante de má conduta empresarial que resultou em uma das maiores falências corporativas da história dos Estados Unidos. O ano de 2001 foi um marco para a aceleração da adoção de práticas de governança corporativa no mundo. Escândalos financeiros, como o da empresa norte-americana Enron, que fraudava demonstrativos financeiros para cobrir prejuízos, destruíram a confiança de muitos investidores que perderam todos os seus investimentos. Após esses escândalos, uma lei com o nome de Sarbanes-Oxley foi aprovada pelo congresso americano. A SOX responsabilizava criminalmente os executivos das empresas com ações na bolsa de valores de Nova York que fraudassem as demonstrações financeiras. Na imagem, veja o senador Paul Sarbanes, que assinou a lei, com o presidente George W. Bush durante a cerimônia da assinatura da lei, em 2002. Princípios fundamentais da governança corporativa Permeiam, em maior ou menor grau, as práticas que resultam em um clima de confiança tanto internamente como nas relações com terceiros. Por trataremdas melhores práticas para administrar um negócio, os métodos de governança tornaram-se fundamentais para avaliar os riscos e o retorno de um investimento. Inclusive, esse é um dos principais motivos que tem dado bastante evidência ao tema quando se fala em eficiência e transparência na gestão empresarial. As punições afetavam os executivos, mesmo que eles não tivessem participação nas fraudes, exigindo a criação de processos de controle para evitar esse tipo de crime e para mostrar maior transparência da empresa com todos os seus stakeholders. A punição ia desde multas até a prisão dos executivos. O ambiente de descrédito das grandes corporações fortaleceu a governança corporativa, baseada nos princípios da transparência, independência e prestação de contas, como mecanismos para atrair novos investimentos. Empresas que colocam a governança corporativa em prática são mais valorizadas e têm mais facilidade para captar recursos. Ao mesmo tempo, ao aplicar bem esses recursos, constroem boa reputação e se consolidam no mercado, em um processo contínuo de criação de valor. Confira os quatro princípios fundamentais da governança corporativa! Transparência Consiste no desejo de disponibilizar para as partes interessadas as informações que sejam de seu interesse, e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos. Não se deve restringir ao desempenho econômico-financeiro, e sim também contemplar os demais fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação gerencial e conduzem à preservação e à otimização do valor da organização. 1 de 4 Para colocar em prática os princípios da governança corporativa, as organizações dispõem de várias ferramentas, como auditorias independentes, documentações, estatutos etc. Uma empresa com governança corporativa implantada tem maior credibilidade perante investidores. Outros dispositivos possíveis para começar essa organização são: Criação de diretorias (finanças, comercial, fiscal etc.). Instauração de um conselho administrativo ou consultivo. Entregas de relatórios periódicos. Implantação de ferramentas de gestão. Essas ferramentas são imprescindíveis a empresas de capital aberto e recomendáveis a qualquer outra companhia que busque melhorar seus resultados por meio da excelência na gestão empresarial. Papel do Conselho de Administração na governança O Conselho de Administração é o órgão colegiado encarregado do processo de decisão de uma organização em relação ao seu direcionamento estratégico. Ele exerce o papel de guardião de princípios, valores, objeto social e sistema de governança da organização, sendo seu principal componente. Além de decidir os rumos estratégicos do negócio, compete ao Conselho de Administração, conforme o melhor interesse da organização, monitorar a diretoria, atuando como elo entre ela e os sócios. Os membros do Conselho de Administração são eleitos pelos sócios. Na qualidade de administradores, os conselheiros possuem deveres fiduciários para com a organização e prestam contas aos sócios nas assembleias. De forma mais ampla e periódica, também prestam contas aos sócios e às demais partes interessadas por meio de relatórios periódicos. Membros do Conselho de Administração de uma empresa. O conselheiro tem seus deveres perante a organização. O conceito de representação, pelo conselheiro, de qualquer parte interessada, é inadequado. Representação do conceito de rede de comunicação global. O desempenho do Conselho de Administração depende do respeito e da compreensão das características de cada um de seus membros, sem que isso implique ausência de debates de ideias. A diversidade de perfis é fundamental, pois permite que a organização se beneficie da pluralidade de argumentos e de um processo de tomada de decisão com maior qualidade e segurança. Todos os conselheiros, uma vez eleitos, têm responsabilidade para com a organização, independentemente de sócio, grupo acionário, administrador ou parte interessada que o tenha indicado para o cargo. Também devem criar e preservar valor para a organização como um todo, observados os aspectos legais e éticos envolvidos. Pilares e benefícios da governança corporativa Os pilares da governança corporativa são os agentes e os procedimentos que devem sustentar suas boas práticas. Vamos conhecê-los! Os benefícios da governança corporativa são inúmeros. Fique por dentro de alguns deles! Converter princípios, missões, valores e outros conceitos abstratos em ações concretas e efetivas. Alinhar os interesses de diversos stakeholders, como acionistas e executivos, para que se definam os melhores objetivos estratégicos Propriedade (representada pelos sócios) Conselho de Administração Gestão, auditoria independente Conselho fiscal Conduta e conflito de interesses para a organização. Descentralização da tomada das decisões estratégicas e mais transparência em sua motivação. Preservar o valor da organização em longo prazo, garantindo sua longevidade econômica de forma sustentável. Promover uma gestão organizacional de qualidade e que facilite o acesso aos recursos e às fontes de financiamento necessários para seu crescimento. Melhoria da imagem da empresa e valorização de sua marca. Promover, em empresas familiares, a capacitação e a escolha de herdeiros e administradores adequados. Princípios e responsabilidades da governança corporativa Assista ao vídeo e veja mais sobre o conceito de governança corporativa, sua importância nas organizações e seus principais fundamentos. O que você achou do conteúdo? Relatar problema Vamos praticar alguns conceitos? Falta pouco para atingir seus objetivos. Questão 1 A discussão sobre governança corporativa envolve a criação de mecanismos internos e externos que assegurem Questão 2 Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), governança corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, Conselho de Administração, diretoria e órgãos de controle. Nesse contexto, quais dos itens listados a seguir são princípios básicos de governança corporativa? I. Equidade e transparência II. Responsabilidade corporativa III. Legalidade e legitimidade IV. Prestação de contas (accountability) A prioridade da instituição na remuneração dos conselheiros. B prática de atividades de responsabilidade social que promovam comunidades. C adoção de monitoramento bancário por meio de indicadores de desempenho contábil. D tomada de decisões pela organização no melhor interesse dos investidores. E direitos e interesses corporativistas dos colaboradores da instituição. Responder A II, III e IV. B II e IV. O que você achou do conteúdo? Relatar problema 2 Estratégia de TI e estratégia corporativa Ao final deste módulo, você será capaz de relacionar a estratégia de tecnologia da informação (TI) com a estratégia corporativa. C I, II e IV. D III e IV. E I, III e IV. Responder Ligando os pontos Imagine administrar uma empresa globalizada em um contexto repleto de adversidades. Pandemia, transição energética, eletrificação da frota, obsolescência tecnológica, recessão da economia, conflitos geopolíticos e, até mesmo, a combinação de todos esses fatores faz da indústria automobilística um setor desafiador. Uma empresa inserida ou não no setor automobilístico precisa formular estratégias que consigam alavancar os seus negócios para transpor esses e outros desafios. Entenda melhor como a estratégia se insere em um cenário empresarial. Confira também as suas possibilidades com o estudo de caso a seguir, no qual abordamos a retomada internacional da Nissan Motor Corporation. A estratégia empresarial, ou simplesmente estratégia, em uma visão holística, vai além de um conjunto de ações para obter os resultados desejados. A estratégia deve ser encarada como o mantra que permeia todos os níveis da organizaçãoe chega a todos os funcionários com a clareza necessária para transformar a empresa. Com toda tradição, disciplina e tecnologia japonesa, a Nissan buscou transformar o seu parque industrial, em crise desde 2018, dando um basta nos problemas reputacionais trazidos pela prisão de seu presidente e pelos impactos da pandemia do Covid-19. Para lograr êxito nesse grande desafio e regressar a uma condição sustentável e de lucratividade, a empresa investiu em um planejamento estratégico escalonável conhecido como "Nissan Next". Nesse plano de transformação, a Nissan optou por garantir um crescimento estável ao invés de buscar uma expansão excessiva de vendas. A empresa decidiu concentrar-se nas suas competências-chave e aprimorar a qualidade do seu negócio, mantendo uma forte disciplina financeira. O objetivo é focar na receita líquida por unidade para conseguir maior rentabilidade. Paralelamente, a Nissan buscou reestabelecer uma cultura corporativa que reflete os valores e a essência da marca, um movimento que a empresa considera ser o início de uma nova era, conforme declarado em 2020. O plano estratégico formulado foi baseado em duas áreas estratégicas. A primeira era relacionada à racionalização, ou seja, ações estruturantes com foco na redução de custos e no aumento da eficiência. A segunda área priorizou os principais mercados e produtos da montadora. O plano concentrou-se também no aumento da inovação, das habilidades empresariais, no foco no cliente e na qualidade, juntamente a uma transformação cultural contínua. Algumas das iniciativas estratégicas contidas no plano incluíram a construção de alianças com parceiros estratégicos para o compartilhamento de recursos, incluindo produção, modelos e tecnologias; e a apresentação do sistema avançado de assistência ao motorista – ProPilot Assist – em diversos modelos em vinte mercados, visando mais de 1,5 milhão de unidades equipadas com o sistema por ano até o fim do ano fiscal de 2023. Essa última iniciativa, em particular, representa o rigoroso desafio da integração com a tecnologia, não exatamente pelas questões mais práticas que a tecnologia nos proporciona, mas pelo desafio de conjugar os aspectos da governança de TI ao orquestrar, de forma estratégica, o desenvolvimento, a implantação, os testes e, eventualmente, a correção de todos os problemas existentes. Além disso, a Nissan busca se manter na vanguarda tecnológica e em sintonia com as expectativas traçadas no planejamento estratégico da empresa. O sistema ProPilot Assist, essencial para o programa de mobilidade inteligente da Nissan, é fundamental na sua iniciativa de reestruturação empresarial. Ciente do grande desafio apresentado, a Nissan deu início, por meio de seu Centro de Pesquisa do Vale do Silício, a uma parceria tecnológica com o Centro de Pesquisa Ames da NASA, em Moffett Field, Califórnia. O foco nos anos de pesquisa conjunta foi o desenvolvimento de sistemas de acionamento autônomo, contendo hardware e software sofisticados e usados em aplicações rodoviárias e espaciais. Segundo a Nissan, em 2018, 75 mil veículos foram vendidos com a tecnologia ProPilot Assist no mundo. Em 2019, esse número saltou para mais de 350 mil veículos. Em 2023, a montadora ultrapassou 1 milhão de veículos, sendo um terço das vendas atribuídas ao mercado europeu. Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? Questão 1 É possível identificar que a Nissan buscou colher alguns benefícios ao formular o seu planejamento estratégico. Marque a alternativa que identifica um desses benefícios. A Comunicação assertiva. Questão 2 O Sistema ProPilot Assist é essencial para o programa de mobilidade inteligente da Nissan e para sua reestruturação empresarial. O sucesso do sistema é fruto da integração entre a estratégia e a governança de TI da empresa ao Questão 3 Considerando que a formulação de estratégias em uma organização serve como um guia para todos os níveis hierárquicos, refletindo diretamente no desempenho e nas metas da empresa, discuta qual é o B Agilidade de negócio. C Crescimento empresarial. D Segurança da Informação. E Terceirização de serviços. Responder A desprezar o planejamento estratégico. B orquestrar, de forma estratégica, o desenvolvimento do sistema em conjunto com a NASA. C formular, de forma estratégica, a publicidade do novo sistema. D terceirizar, de forma estratégica, o desenvolvimento do sistema. E contratar, de forma estratégica, profissionais de desenvolvimento de sistemas. Responder principal objetivo de desenvolver estratégias claras e bem definidas nas organizações. Além disso, explique a importância da comunicação eficaz no processo de disseminação dessas estratégias para todos os funcionários. Como essa comunicação contribui para a transformação e o sucesso da organização? Digite sua resposta aqui Chave de resposta O que você achou do conteúdo? Relatar problema Estratégia É uma palavra de origem grega que significa “a arte de liderar uma tropa; comandar”. Normalmente, estipula-se uma estratégia para superar algum problema, indicando assim habilidade, astúcia ou esperteza. Pessoa jogando xadrez. Tanto no âmbito profissional quanto no pessoal, o pensamento estratégico é essencial para o ser humano, podendo ser estimulado até mesmo por meio de jogos. O xadrez, por exemplo, requer que os jogadores desenvolvam estratégias, pois ambos os jogadores devem pensar com antecedência no movimento de suas peças. Estratégia empresarial É a definição de um conjunto de ações a serem tomadas com base no estudo do passado, presente e das perspectivas futuras, visando alcançar os resultados desejados. Essas ações envolvem planejamento, execução, coordenação e ajustes constantes com o objetivo de se adaptar a um ambiente em constantes mudanças, em busca de determinados objetivos. Em um mundo cada vez mais competitivo, é essencial que as empresas tenham uma boa estratégia competitiva e corporativa. O que você achou do conteúdo? Relatar problema Planejamento estratégico É o processo de elaborar a estratégia de uma organização e definir como alcançar seus objetivos. Em outras palavras, a empresa reconhece a sua situação atual e faz uma projeção de futuro, ou seja, como deseja estar daqui a alguns anos. Essa visão de longo prazo prevê mudanças que ajudem na diferenciação de negócio. Esse processo permeia toda a organização, logo, a responsabilidade por ele deve recair sobre todas as pessoas. Líderes e gerentes são condutores e articuladores dessa jornada, mas sozinhos não conseguem fazer as mudanças necessárias para atingir a visão de futuro definida pela empresa. É necessário trabalho conjunto, colaboração e compartilhamento. Sem divisão de tarefas, o planejamento estratégico não funciona! Exemplo Uma empresa pode se distinguir de outra por meio de estratégia de marketing, com o objetivo de melhorar o seu posicionamento no mercado onde atua. Equipe de trabalho interagindo em escritório. Periodicamente, o planejamento precisa ser reajustado. À medida que o ambiente externo sofre mudanças, a empresa deve se adaptar a essas transformações. Assim, ocorre a evolução no mercado. O planejamento estratégico estabelece pontos fortes e fracos da organização e identifica as oportunidades e ameaças do cenário de atuação da empresa. Dessa maneira, torna-se viável estabelecer objetivos e ações estratégicas que aumentem a competitividade da organização no mercado de trabalho. Durante o planejamento estratégico, são definidas as estratégias, tendo como foco o curto, médio e longo prazo da empresa, geralmente, abrangendo um período de 5 a 10 anos. Nessa etapa, é importante considerar os fatores internos e externos à organização, os quais ajudam a mapear todas as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, fornecendo uma ótima base para a estruturação dos demais planos estratégicos. Uma excelente ferramenta é a análise SWOT(strengths and weaknesses / opportunities and threats), conhecida no Brasil como FOFA (forças e fraquezas / oportunidades e ameaças). A análise de ambiente é dividida em duas partes: Ambiente interno Forças e fraquezas. Ambiente externo Oportunidades e ameaças. A Análise SWOT é um sistema simples para posicionar ou verificar a posição estratégica da empresa no ambiente em questão. Apesar de ter surgido na década de 1960, nos Estados Unidos, hoje, essa metodologia é uma das mais utilizadas e eficazes no mundo administrativo. Além de diagnosticar a atual fase do negócio, ela também auxilia nas ações de projeção e ascensão, ou seja, ajuda a planejar os próximos passos e a reparar algumas lacunas que interferem na lucratividade da sua empresa. Missão, visão e valores Envolvem o tripé que confere identidade e propósito para uma empresa. Sem esse tripé, é praticamente impossível construir um planejamento estratégico e guiar as decisões feitas dentro da companhia, de modo a atingir os resultados esperados. Vamos entender melhor cada um desses elementos! Define uma empresa, de acordo com Peter Drucker. Ela deve refletir aquilo que a organização tem de especial e a diferencia das demais. O principal papel da missão é inspirar e engajar todos os funcionários em direção ao sucesso da organização. Quando a equipe sabe que há objetivos maiores por trás de cada decisão, considera a missão em suas atividades diárias e contribui para o crescimento da empresa naturalmente. Por esse motivo, é importante comunicar a missão efetivamente por toda a empresa, redigindo-a de maneira clara e compreensível por qualquer pessoa. Por exemplo, a missão do Mcdonald’s é servir alimentos de qualidade, com rapidez e simpatia, em um ambiente limpo e agradável. Objetivos estratégicos Missão Visão Valores São as metas globais e amplas da organização, e devem estar diretamente relacionados à missão da empresa. A cada objetivo estratégico alcançado, a empresa deve caminhar para mais perto de alcançar a sua visão de futuro. Depois de definir seus objetivos estratégicos, a organização os subdivide em dois tipos. Confira! A próxima etapa é transformar tudo em números com a ajuda do orçamento empresarial. A empresa possuirá um plano completo que abrange: Quanto precisa faturar. Quais são os limites de custos e despesas que precisa respeitar. Quais investimentos precisa realizar. Além disso, pode acompanhar os números ao longo do ano, verificando se está caminhando para alcançar sua visão ou se precisa de algum ajuste na operação. O que você achou do conteúdo? Relatar problema Exemplo Aumento da satisfação dos clientes em 30%, redução dos custos administrativos em 10%, aumento do nível de capacitação dos funcionários em 20%. Planejamento tático Planejamento operacional Planejamento estratégico de TI Atualmente, empresas dependem fortemente dos serviços de tecnologia, os quais devem estar alinhados aos objetivos do negócio como premissa para a performance e sobrevivência no mercado. O objetivo do planejamento estratégico de TI é alinhar objetivos de tecnologia da informação aos objetivos do negócio. Planos Estratégicos de TI (PETI) e Planos Diretores de TI (PDTI), portanto, são instrumentos que devem ser desenvolvidos e mantidos de maneira integrada a planejamentos estratégicos corporativos, assim como respectivos. Veja duas definições para o planejamento estratégico de TI! É o processo de elaborar uma estratégia para uso da tecnologia da informação em uma organização. Por meio dele, a estratégia de tecnologia da informação é estruturada, organizada e sistematizada. Contar com um planejamento estratégico de TI garante que a tecnologia da informação está sendo usada a favor do negócio e ajuda a criar valor para os clientes. 1 de 2 O planejamento estratégico deve considerar ainda alguns elementos importantes. Vamos conhecê-los! Análise de ambiente interno e externo da TI Envolve verificar o que a área de tecnologia pode fazer de diferente no futuro, visando gerar novos resultados para a organização. Ao analisar as condições externas, é preciso averiguar o que os concorrentes estão fazendo e o que o mercado precisa. Importância do planejamento estratégico de TI Muitas áreas de TI apenas atendem ao que as áreas de negócio pedem, sem se preocupar se realmente haverá resultados. Os orçamentos das empresas, em sua maioria, são utilizados para a manutenção dos serviços essenciais de TI, sendo destinada uma pequena parte para o crescimento dos negócios. Iniciativas estratégicas Referem-se a projetos e programas executados para alcançar os objetivos estratégicos, podendo atender à estrutura interna da TI ou beneficiar toda a organização. Como exemplo de iniciativas, existe a padronização de processos e implantação de modelo de governança de TI. Indicadores estratégicos Não basta apenas fazer um ótimo planejamento estratégico de TI. É preciso monitorar a execução desse plano e ficar de olho nos indicadores das iniciativas e dos próprios objetivos estratégicos. Com o acompanhamento constante, indicadores que não estiverem performando bem terão uma chance de se recuperarem. Para que o monitoramento seja completo, é interessante associar papéis e responsabilidades aos indicadores, isto é, estabelecer um responsável pelo indicador e por fornecer informações para apuração deste. Para isso, será necessário fechar acordos entre as partes, com informações necessárias e prazos, visando atender ao monitoramento do planejamento estratégico. Por isso, ele pode sofrer ajustes, dependendo de como está a execução da estratégia. Esses ajustes decorrem de uma análise profunda do desempenho da estratégia. Assim, o planejamento não pode ser muito engessado nem muito volátil. É preciso encontrar um equilíbrio entre esses dois extremos. Programadora refletindo sobre o planejamento estratégico de TI em seu escritório. O planejamento estratégico de TI surge justamente para explorar todo o potencial que a área de TI de uma organização oferece. Isso porque o processo de planejamento exige uma reflexão profunda acerca das competências e habilidades da TI. A área de TI pode ser potencial parceira estratégica do negócio. A TI pode atuar como agente de mudanças e transformar o negócio, pois conhece a organização como nenhuma outra área. Com o aumento na disponibilidade de informações, hoje, é possível entender com mais facilidade os desejos e as necessidades dos consumidores. Assim, as empresas conseguem se aproximar mais do cliente por meio de uma estratégia conduzida pelo valor e pelas informações. A importância da TI se dá à medida que ela proporciona a transformação digital. Nesse sentido, pode-se considerar o aumento das soluções de TI e o surgimento de novos modelos de negócio. Por isso, ela deve participar ativamente das discussões estratégicas, de forma que tenha mais condições de colaborar com a empresa. Benefícios do planejamento estratégico de TI Comunicação transparente Com o planejamento estratégico de TI, a equipe da área entenderá melhor o seu papel dentro da empresa. Assim, os colaboradores serão motivados a trabalhar em prol do negócio, o que também contribui para a percepção da empresa sobre os resultados da TI. Portanto, o planejamento estratégico de TI ajuda a levar visibilidade para a área. Serve também como ferramenta para comunicação com a direção da empresa e para apresentar os resultados esperados com a TI. Assim, é possível melhorar a governança como um todo. Agilidade de negócio O planejamento estratégico de TI traz agilidade organizacional, que é a capacidade de as empresas responderem rapidamente às mudanças, considerando que as tecnologias facilitam a execução de processos e projetos. Crescimento organizacional O planejamento estratégico de TI proporciona crescimento organizacional, isto é, aumenta a competitividade da empresa e favorece a continuidade donegócio. Uso correto de recursos O planejamento estratégico de TI ajuda a priorizar projetos e outras ações, auxiliando na tomada de decisões. O uso correto de recursos é algo natural e vem como consequência do planejamento estratégico de TI. Alinhando o negócio com a TI As empresas precisam de uma maneira de ter todas as partes trabalhando em conjunto. Não adianta permitir que cada departamento busque a própria otimização pensando que, assim, terá um conjunto otimizado. Otimizar todas as partes é algo bom, porém não otimiza o todo. Devemos olhar além dos processos e das funções departamentais e desenhar o negócio como um todo para observar tanto as relações entre as partes quanto a necessidade de trabalhem em conjunto. Equipe em demonstração de trabalho conjunto. Para alinhar as áreas de negócio e consequentemente as áreas de apoio que incluem a TI, é preciso começar pela estratégia, considerando a missão, a visão, os valores e os objetivos do negócio como um todo. É importante visualizar o negócio com seus elementos e suas relações e, muitas vezes, redesenhá-los. Além disso, é preciso considerar o ambiente externo e os processos de negócio. Com isso, a TI poderá atuar fortemente para ajudar na execução desse conjunto, ou seja, poderá se alinhar ao negócio. Como disse Peter Ducker, “Planejamento não diz respeito às decisões futuras, mas às implicações futuras de decisões presentes”. Importância do alinhamento entre a estratégia de tecnologia da informação e a estratégia corporativa Confira, neste vídeo, a relevância da estratégia empresarial e o planejamento estratégico de TI, assim como sua importância e respectivos benefícios. O que você achou do conteúdo? Relatar problema Questão 1 O planejamento estratégico é uma ferramenta indispensável a uma organização, uma vez que previne as incertezas por meio de técnicas e processos administrativos, os quais permitem o planejamento, a elaboração de objetivos e as necessárias estratégias. Dito isso, analise as afirmativas a seguir. I. O planejamento estratégico significa o ponto de partida na administração estratégica das organizações, independentemente de seu tamanho e tipo. II. A partir do processo de planejamento estratégico, a organização identificará as oportunidades e as ameaças em um mercado globalizado e competitivo como o atual. III. O planejamento está relacionado ao alto nível da organização, é o responsável por estabelecer a melhor direção a ser seguida. IV. O principal auxílio para a alta administração é o planejamento estratégico, que orienta as decisões tomadas sem levar em conta a alta margem de erro do planejamento. Estão corretas as afirmativas Vamos praticar alguns conceitos? Falta pouco para atingir seus objetivos. A I e III. B II e IV. Questão 2 O planejamento formal nas organizações prevê a formulação de objetivos que especifiquem os estágios de visão e missão organizacional. Os objetivos podem ser classificados de acordo com os níveis organizacionais. Dito isso, assinale a opção em que esses níveis estão listados corretamente. O que você achou do conteúdo? Relatar problema C I, II e III. D I, II, III e IV. E II e III. Responder A Executivo, estratégico e tático. B Estratégicos, táticos e operacionais. C Tático, operacional e logístico. D Logístico, tecnológico e estratégico. E Executivo, estratégico e tático. Responder 3 Princípios e responsabilidades da governança de TI Ao final deste módulo, você será capaz de descrever os princípios e as responsabilidades da governança de tecnologia da informação (TI) Ligando os pontos Alcançar a vantagem competitiva é um esforço de todas as áreas de uma empresa. No entanto, a governança de TI tem sido crucial no desdobramento das estratégias formuladas pela alta administração. Veja nesse caso como a governança de TI pode apoiar, significativamente, a estratégia empresarial ao ponto de revolucionar não somente uma empresa, mas todo o setor de varejo brasileiro. Conheça em detalhes como o Magazine Luiza tornou-se a empresa líder em seu mercado e, por muito tempo, foi a preferida do mercado de ações. A transformação digital é um movimento considerado inevitável para as empresas que pretendem se manter competitivas no mercado e é indissociável da estratégia empresarial e, sobretudo, da governança de TI. Tendo clareza sobre essa tendência, o Magazine Luiza estabeleceu uma complexa estratégia corporativa que revolucionou a empresa e o varejo brasileiro em busca de uma vantagem competitiva que a tornasse líder em seu segmento de mercado. A empresa, que iniciou suas atividades em 1957 com a razão social A Cristaleira, consolidou-se em 2022 como a maior plataforma de varejo multicanal do Brasil, com 23 centros de distribuição e 246 cross- dockings estrategicamente localizados, e 1.339 lojas distribuídas em 21 estados do país. Esse salto deveu-se à sua capacidade de estabelecer quatro ciclos estratégicos, liderados pela família Trajano, a forte adoção de tecnologia em sua estratégia e no cotidiano de sua operação, em um esforço permanente de governança. O primeiro ciclo estratégico iniciou-se em 1957 com a sua fundação, e o fato relevante à época foi a revitalização da marca, quando nasceu o nome Magazine Luiza através de uma campanha na rádio local, em Franca, interior do estado de São Paulo. Em 1991 e 2009, foram realizados outros dois outros ciclos estratégicos marcados pelo crescimento empresarial e a consolidação da marca, respectivamente. Em 2016, a empresa digitalizou seus processos e deu início à construção de uma nova empresa. De fato, a tecnologia esteve presente no Magazine Luiza em boa parte de sua trajetória, e sua estrutura de governança de TI foi responsável por uma das iniciativas de transformação digital mais bem-sucedidas do Brasil. Inicialmente, a presença online não parecia ser algo fácil; contudo, o CEO Fred Trajano promoveu uma agressiva mudança cultural. O comércio eletrônico veio a ser a prioridade da empresa. Um dos marcos empresariais, nesse contexto de mudança, foi, em 2014, a criação do Luizalabs, o laboratório de Tecnologia e Inovação do grupo empresarial. O Luizalabs, que é a área de desenvolvimento de tecnologia da Magazine Luiza, conta atualmente com mais de 2.000 desenvolvedores e especialistas. Eles estão organizados em pequenos grupos com missões específicas, conhecidos como squads. Essa equipe desenvolve ferramentas para diversas áreas da companhia, como atendimento, logística, financeiro e gestão de estoque. O objetivo dessas ferramentas é aprimorar a eficiência do processo de varejo, melhorando a rentabilidade, os prazos de entrega e a experiência do cliente. A cultura corporativa é a base para o sucesso do Luizalabs, sendo essencial para o posicionamento da Magazine Luiza como uma empresa de tecnologia. Com a criação do Luizalabs em 2012, a Magazine Luiza passou de compradora a desenvolvedora de sua própria tecnologia, e agora se vê pronta para ser fornecedora de tecnologia para os vendedores em seu marketplace e para milhares de varejistas tradicionais. Em dezembro de 2018, a Magazine Luiza expandiu ainda mais suas capacidades com a aquisição da Softbox, uma empresa focada em soluções digitais para o varejo. Outros três aspectos da trajetória do Magazine Luiza reforçam a relevância da governança de TI a serviço da estratégia empresarial e explicam a assertividade das decisões tomadas no âmbito da governança corporativa. O primeiro está relacionado à abertura de capital na bolsa de valores em 2011, fazendo com que os níveis de governança, em todas as suas dimensões, fossem intensificados. Segundo Muritiba (2019), foram captados mais de R$ 920 milhões, com uma demanda por ações superior a 50% da oferta na época. O segundo vai ao encontro do seu marketplace Magalu. O que poderia ser mais um caso relativamente comum de implantação de uma plataforma digital, tornou-se um grande desafio em função da inclusão,em 2017, de pequenos empreendedores expondo as suas mercadorias para venda direta no Magalu. Em 2022, a empresa alcançou a marca de 200 mil vendedores parceiros (sellers), que utilizam regularmente o seu marketplace e sua infraestrutura logística, perfazendo 36% das vendas online da empresa. O terceiro aspecto representou mais um divisor de água para o seu crescimento. Segundo a plataforma de dados Sling Hub, especialista em informações para fusões e aquisições de startups, o Magazine Luiza foi a corporação que mais comprou esse tipo de empresa até novembro de 2021 na América Latina. Foram 23 startups, entre elas e-commerces, como: Época Cosméticos, Netshoes e KaBuM!, e startups que atuam com delivery, mídia e serviços financeiros, como Canaltech, Inloco, Aiqfome, Hub Fintech, Steal the Look e Jovem Nerd. Esses três aspectos indicam o tom da estratégia e da cultura da empresa. O Magazine Luiza pretende transformar o seu aplicativo, o SuperApp Magalu, em um super aplicativo nos padrões das grandes empresas chinesas do e-commerce. Os números consolidados de 2022 mostram que o ecossistema Magalu obteve R$60 bilhões de vendas totais, R$43 bilhões no e-commerce, correspondendo a 52% de crescimento médio em três anos, e mantendo uma operação com 37 milhões de clientes ativos. Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? Questão 1 O caso aborda a trajetória do Magazine Luiza, empresa líder do segmento de varejo que vem se posicionando também como uma empresa de tecnologia. Qual foi, segundo a própria empresa, a base para essa mudança estratégica? Questão 2 Alinhado à estratégia corporativa, o Magazine Luiza instituiu o LuizaLabs como a área de desenvolvimento de tecnologia da empresa. Por meio de uma forte abordagem tecnológica, a empresa buscou melhorar três aspectos. Assinale a alternativa que apresenta os aspectos corretos. A Comunicação corporativa. B Cultura corporativa. C Rigidez corporativa. D Visão corporativa. E Miopia corporativa. Responder A Rentabilidade, prazos de entrega e experiência do cliente. B Lucratividade, prazos de entrega e experiência do cliente. C Rentabilidade, prazos de análise e experiência do cliente. D Rentabilidade, prazos de entrega e experiência de mercado. E Materialidade, prazos de devolução e experiência do cliente. Questão 3 O caso demonstra o salto que o Magazine Luiza realizou através de ciclos estratégicos para se tornar uma empresa líder em seu mercado. Explique por que os ciclos estratégicos são tão relevantes para as empresas que desejam mudar seu estado. Digite sua resposta aqui Chave de resposta O que você achou do conteúdo? Relatar problema Governança de TI Visando à proteção do mercado de capitais e de seus investidores, foi promulgada em 2002 a Lei Sarbanes-Oxley, estabelecendo o conceito atual de governança corporativa. Em consequência da participação e importância da informática nas operações das organizações, surgiu também a governança de TI, visando exclusivamente estabelecer mecanismos de proteção, segurança, confiabilidade nas empresas e, com isso, evitar a ocorrência de fraudes, viabilizar meios para a sua identificação e proteger o mercado investidor. A governança em TI, portanto, é a responsável por garantir que as informações estejam disponíveis para dar suporte ao processo de governança corporativa, integrando os setores e proporcionando o embasamento para a tomada de decisões da alta cúpula da organização. Responder Princípios da governança de TI A governança é feita com base em um conjunto de políticas e processos internos que garantem a transparência e eficiência das informações. Essa área fornece suporte aos membros da alta administração para que tenham base de informações no processo de tomada de decisões, sempre com o objetivo estabelecido no planejamento estratégico. Confira, a seguir, princípios e estruturas utilizados pela governança de TI. Gestão de riscos O risco é inerente a qualquer atividade realizada pelas empresas. No entanto, ele precisa ser constantemente monitorado para que os membros da organização possam agir a tempo de corrigir os eventuais problemas. Entrega de valor A TI precisa garantir que seus benefícios sejam entregues devidamente executados em todos os setores da organização. Alinhamento estratégico As soluções e práticas de TI devem estar alinhadas a todos os objetivos estratégicos da empresa. Caso contrário, a governança de TI torna-se ineficiente. Curiosidade Em 4 de abril de 2019, foi divulgada a Portaria nº 778, que dispõe sobre a implantação da governança de tecnologia e comunicação em órgãos e entidades pertencentes ao Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação do Poder Executivo Federal. Gestão de recursos Os recursos necessários para que a TI preste seus serviços devem ser geridos da forma mais eficaz. Isso vale tanto para os recursos tecnológicos quanto para os recursos humanos, que operacionalizam os sistemas. Mensuração de desempenho Todos os projetos e processos devem ser mensurados para que seus objetivos sejam alcançados. Benefícios da governança de TI para o negócio Confira, na sequência, quais benefícios uma governança de TI bem- sucedida pode proporcionar ao negócio. As inovações tecnológicas tornaram-se fortes aliadas dos negócios e são definidas pelo resultado da exploração de novas ideias, levando à criação de um produto, processo ou serviço totalmente novo ou melhorado. Portanto, é muito importante manter o foco em inovações tecnológicas, pois são elas que contribuirão para uma maior probabilidade de resultados positivos para a organização. Importância da governança de TI Uma empresa precisa de governança de TI, pois falhas na tecnologia da informação podem colocar em risco a credibilidade da empresa com os consumidores. Inovação Produtividade Qualidade Redução de Representação de rede de segurança cibernética. Além disso, um acidente ou erro em TI pode afetar a segurança da informação e a confidencialidade de processos. Diferentes projetos de TI que não possuam alinhamento estratégico e procedimentos podem acarretar prejuízos financeiros para um negócio. Esses são aepnas alguns exemplos de uma gama de erros que podem ocorrer em uma organização sem uma governança de TI consolidada. A governança de TI tem a responsabilidade de solucionar problemas de alinhamento organizacional em relação à TI e às estratégias do negócio. Ela atua por meio da identificação de áreas interessadas em iniciativas de TI, mapeamento dos graus de tomada de decisão de cada setor e criação de modelos e padrões de governança para que todas as áreas façam o uso adequado de TI e tenham um bom retorno sobre os investimentos. Uma governança de TI com padrões e processos definidos garante a segurança de sistemas e processos, a integridade de dados e mitiga os riscos do negócio. O primeiro aspecto mais relevante das organizações que têm sucesso usando a estratégia é o alinhamento com todas as áreas do negócio. Todas as iniciativas de TI precisam ter interdependência com o planejamento estratégico e devem ser avaliadas constantemente. Para garantir um modelo de governança de TI eficaz, é necessário ter o envolvimento e apoio da alta gestão, com padrões estabelecidos e responsabilidades definidas para aplicação em toda a organização. Também vale ressaltar a importância de gerenciar os riscos aos quais o negócio está exposto e de direcionar a tomada de decisões de maneira assertiva. Frameworks da governança de TI Para implantar a governança de TI em sua empresa, é importante que você conheça todos os frameworks – em outras palavras, modelos de trabalho – que lhe fornecem as métricas e o que deve ser feito para garantir a eficácia dessa prática. Conheça os principais frameworks da governança de TI! Relação da COBIT e da ISO 38500 com a governança em TI A ISO/IEC 38500 estipula um modelo para a governançacorporativa de TI, além de definir esse termo como o sistema pelo qual a utilização futura e atual da tecnologia da informação é dirigida e controlada. A governança corporativa de TI engloba a análise e a orientação do emprego da TI para fornecer suporte à empresa a fim de alcançar seus objetivos estratégicos. Também envolve o monitoramento da utilização da TI para se executar os planos traçados, ou seja, suas políticas de uso dentro da empresa. Para entender melhor, é importante que gestores gerenciem a TI por meio dessas três tarefas principais, confira! COBIT (Control Objectives for Information and Related Technology) ITIL (Information Technology Infrastructure Library) PMBOK (Project Management Body of Knowledge). Avaliar o emprego atual e futuro da TI, levando em consideração as pressões internas e externas que influenciam o negócio — tendências socioeconômicas, mudanças tecnológicas e influências políticas. Considerar as necessidades futuras e atuais do empreendimento. Gerenciar a preparação e a implantação de políticas e planos para assegurar que a utilização da TI consiga atender aos objetivos da empresa; it f l ã l As três atividades apresentadas englobam diferentes tipos de processos, necessitam e exigem distintas estruturas organizacionais, além de servirem a propósitos diferentes. Da perspectiva do COBIT, a governança de TI assegura que as necessidades, as opções e as condições das partes interessadas sejam analisadas de modo a determinar os objetivos corporativos acordados. Ela estabelece a direção por meio de priorização e de tomada de decisão, bem como provê monitoramento de performance e conformidade com relação aos propósitos definidos. Na governança, são debatidos e aprovados políticas e planos de alinhamento estratégico, a implantação de processos e os instrumentos de controle/monitoramento que orientarão a gestão da TI. Em grande parte das empresas, a governança de TI está sob responsabilidade do conselho de administração, tendo como liderança o presidente. No entanto, determinadas responsabilidades de governança podem ser delegadas a estruturas empresariais especiais em um nível adequado, com atenção especial para companhias maiores e mais complexas. Estratégia de gestão de TI e de governança Para a boa aplicação da governança em TI na empresa, é preciso ter um correto entendimento sobre quais as suas diferenças em relação à gestão de TI convencional. Primeiramente, é necessário deixar claro que a governança compreende todas as práticas e técnicas relacionadas a avaliar, direcionar e monitorar fluxos de trabalho, processos e atividades da área de tecnologia da informação. Vejamos! Governança Corresponde à camada em que se discute e se aprova os direitos de decisão, as normas e demais políticas de gestão. Esses serão utilizados para o alinhamento Gestão de TI Compreende metodologias que têm relação com planejar, desenvolver, executar e controlar/monitorar atividades, processos e fluxos de trabalho de TI. Elas estão em monitorar a performance em relação aos planos e o cumprimento das políticas. Por sua vez, o COBIT realiza uma clara distinção entre gestão e governança em TI em seu quinto princípio: distinguir a governança de gestão. estratégico, a implantação de processos e os mecanismos de controle que orientarão o gerenciamento de TI, que, por sua vez, correspondem à camada de execução da TI. constante sintonia com o direcionamento estratégico entregue pela governança em TI. Na visão do COBIT, quando falamos das necessidades do negócio, a governança tem a ver com avaliar, dirigir e monitorar processos, enquanto a gestão de TI é vinculada a planejar, construir, entregar e monitorar. Princípios e responsabilidades da governança de TI Entenda melhor, neste vídeo, o conceito e os princípios da governança de tecnologia da informação, bem como seus respectivos frameworks. O que você achou do conteúdo? Relatar problema Questão 1 Em termos de governança, gestão e controle, o CobiT 5 cobre todo o conjunto de atividades de TI, concentrando-se mais em “o que” deve ser atingido do que em “como” atingir. Assim, o Cobit pode ser utilizado em uma organização Vamos praticar alguns conceitos? Falta pouco para atingir seus objetivos. A somente no nível mais alto da gestão e governança que permite uma visão corporativa que trate, por exemplo, de questões legais e/ou de compliance. B para avaliar os riscos operacionais de TI, observando- se os habilitadores sempre de forma isolada, a fim de analisar se há discrepâncias em relação às boas práticas e avaliar a probabilidade de ocorrência e a severidade do impacto dos riscos no negócio. C para implementar a governança de uma única vez com práticas relativas às áreas de processos, sendo mapeados para os habilitadores do modelo de forma a criar uma estrutura específica de governança que não utilize padrões já existentes. Questão 2 Assinale a alternativa correta sobre a definição de ITIL. O que você achou do conteúdo? D como um checklist para avaliar os pontos fortes e fracos de todos os habilitadores de TI, servindo como subsídio para a proposição de ações de melhoria, visando a uma estruturação eficaz da governança e do gerenciamento. E apenas para definir políticas internas de segurança da informação, desconsiderando qualquer outro aspecto da governança de TI, como gestão de riscos, alinhamento estratégico e gerenciamento de recursos. Responder A É um fórum de gerenciamento de serviços de tecnologia da informação. B É um sistema de certificação para profissionais de tecnologia da informação. C É uma biblioteca de melhores práticas para a gestão de serviços em tecnologia da informação. D É um ambiente corporativo para a gestão da estratégia de serviços em tecnologia da informação. E É uma base de dados para profissionais de tecnologia da informação. Responder Relatar problema 4 Processo de decisão na governança de TI Ao final deste módulo, você será capaz de identificar o processo de decisão na governança de tecnologia da informação (TI). Ligando os pontos A tomada de decisão está presente em todo o tipo de empresa e em todos os níveis de administração, sendo um fator crítico de sucesso a sistemática utilizada ao longo do processo decisório. Apesar dessa máxima ser de conhecimento de muitos executivos, as decisões continuam sendo fundamentadas através da percepção pessoal do decisor, trazendo consigo inúmeros riscos e prejuízos para as empresas. Conheça a Épsilon, empresa líder na prestação de serviços de arquitetura e paisagismo, que, depois de um grande prejuízo, reconfigurou a sua governança de TI e o seu processo decisório. A Épsilon é uma prestadora de serviços fundada na década de 1980, que tem, desde o seu início, um posicionamento de mercado bastante claro ao dedicar-se a planejar, projetar, gerenciar e preservar os espaços abertos, urbanos ou não, de forma a criar paisagens, de acordo com critérios estéticos e sustentáveis para clientes de alto padrão. Um dos processos mais significativos da Épsilon está vinculado à execução de projetos arquitetônicos. É um processo em que se concentra a maior parcela do capital intelectual da empresa, sendo vital para seu faturamento. É com as plantas arquitetônicas impressas em grandes dimensões e, principalmente, com maquetes em 3D que os clientes visualizam, com precisão, a proposta de valor idealizada pela Épsilon. A impressão na Épsilon não é apenas a entrega formal de um produto vendido, é o momento de encantar o cliente e a oportunidade de ampliar o vínculo comercial entre as partes proporcionando, eventualmente, um aumento do escopo contratado. No passado, a Épsilon havia decidido não manter um profissional dedicado à governança de TI, utilizando consultores específicos para cada demanda tecnológica. Essa decisão custou à empresa 350 impressoras paradas por falta de peças de reposição, a paralisaçãototal das impressoras 3D e um custo com impressão terceirizada da ordem de meio milhão de reais nos quatro escritórios regionais no período. Consciente de que a decisão não foi acertada, a alta administração da empresa revisitou a sua decisão e, no último planejamento estratégico, optou pela contratação de um profissional dedicado à governança da TI. Tão logo assumiu a nova área, o profissional começou a promover breves encontros com os mais variados públicos dentro da empresa, buscando coletar as suas percepções sobre o problema. Conhecer o contexto na qual as decisões foram tomadas e tentar reconstruir os cenários de decisão poderia contribuir para que os erros do passado não se repetissem. Nas semanas seguintes, a sua orientação voltou-se à coleta e à análise de toda a documentação disponível: atas de reunião, especificações de compra e relatórios de manutenção. Isso tornou o momento próprio para o questionamento e o entendimento do problema de forma estruturada. E buscando não alongar, em demasia, o processo decisório, sua experiência o conduzia, progressivamente, a construir possíveis alternativas e a estimar as respectivas consequências. Foram elencados quatro aspectos que demandariam decisões de máxima relevância para a empresa: 1. O que fazer com as impressoras, os suprimentos e as peças de reposição existentes e alocadas nos quatro escritórios regionais? 2. Como gerenciar os suprimentos e a manutenção de cada impressora nova nos quatro escritórios regionais? 3. Como manter o serviço em linha com os avanços tecnológicos da área? 4. Como alcançar um custo para o serviço de impressão que seja adequado mesmo contando com alguma terceirização? Após alguns ciclos de reuniões com a equipe de governança, tendo o objetivo claro de avaliar as alternativas viáveis quanto a custos, resultados, riscos e outros fatores ligados à estratégia da empresa, a decisão final foi apresentada à alta administração. As recomendações da área de governança de TI que vieram a se mostrar muito assertivas ao ponto de se tornarem políticas de governança foram: Criação de um padrão comum para todas as regionais da empresa constituído por “ilhas de impressão” posicionadas, de forma estratégica em cada setor. Criação de duas ilhas de impressão padronizadas: uma para a impressão de grandes formatos de toda a regional; e outra, em número suficiente, para suprir o uso cotidiano, sendo composta por impressoras multifuncionais novas e impressoras existentes atuando como backup, posicionadas em todos os andares das regionais. Definição de que as novas impressoras e suas respectivas manutenções serão objeto de outsourcing de impressão e os suprimentos serão fornecidos pela Épsilon. Terceirização de todas as impressões 3D. Suas utilizações deverão ser autorizadas exclusivamente pelos supervisores. Após dois semestres de acompanhamento da nova política de impressão e alguns pequenos ajustes ao longo do percurso, constatou- se a redução de 27% do custo de impressões, 73% do custo de terceirização e a melhoria significativa na continuidade do serviço, que passou a ter um tempo médio entre falhas de apenas 20 minutos. Novos contratos foram obtidos através da apresentação das maquetes 3D e a relevância da área de governança de TI para o sucesso da estratégia empresarial tornou-se clara para toda a alta administração. Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? Questão 1 A tomada de decisão está presente em todo o tipo de empresa e em todos os níveis de administração. Qual é o fator crítico de sucesso relacionado à tomada de decisão? Questão 2 Por que conhecer o contexto no qual as decisões foram tomadas e tentar reconstruir os cenários de decisão é importante? A Estabelecer uma sistemática para o processo decisório. B Estabelecer uma quantidade máxima de decisões por ano na empresa. C Estabelecer um número mínimo de pessoas para participar do processo decisório. D Estabelecer um prazo máximo para o processo decisório. E Estabelecer uma quantidade mínima de decisões por ano na empresa. Responder A Para criar problemas e novas soluções. B Para tentar evitar que os erros do passado se repitam. C Para responsabilizar os culpados pelos erros. D Para se proteger caso algo saia do rumo. E Para cavar uma promoção depois de resolver o problema. Responder Questão 3 O caso demonstra que a alta administração da Épsilon constatou que sua decisão sobre a governança de TI foi equivocada e acabou por revogar a decisão e reposicionar a sua estratégia. O que fez a alta administração da Épsilon entender que tomou uma decisão errada? O que se mostrou decisivo para corrigir os problemas encontrados e quais foram os ganhos colhidos? Digite sua resposta aqui Chave de resposta O que você achou do conteúdo? Relatar problema Principais decisões na governança de TI A área de tecnologia da informação (TI) vem a cada dia desempenhando um papel mais importante nas organizações, especialmente pelo fato de que grande parte das transações é registrada em ambientes informatizados, além de proporcionar agilidade, mobilidade e suporte à tomada de decisão. O aumento da importância da TI resulta na reflexão e em uma maior atenção em questões vinculadas ao crescimento de investimentos em TI, valor que a área agrega à organização e a seus produtos e serviços. Essas questões fazem com que os temas de tomada de decisão na área de tecnologia e governança de TI sejam mais frequentes. Como consequência, torna-se essencial o alinhamento entre o negócio e a TI, principalmente, devido aos altos investimentos, à dificuldade de mensurá-los e à definição de como e quem são os atores do processo decisório. Pessoa utilizando a tecnologia em prol dos negócios. A TI pode contribuir significativamente para que as organizações alcancem seus objetivos, mas, para isso, é preciso que a governança de TI seja implantada em uma área clara, forte, especialmente nos quesitos de riscos, controle dos custos, de pessoas, de contratos, fornecimento de serviços de terceiros, além de ficar claro como são tomadas as decisões e os respectivos responsáveis. Entretanto, devido à complexidade da TI, existe uma dificuldade de obtenção de respostas claras a questionamentos sobre quem são os tomadores de decisões na área de TI das organizações. A governança de TI é uma ferramenta capaz de permitir o alinhamento entre as estratégias de negócio e da TI, além de favorecer maior profissionalismo aos processos decisórios da TI. O que você achou do conteúdo? Relatar problema Matriz de arranjo da governança de TI De acordo com Weill e Ross (2006), uma governança de TI eficaz deve tratar de três questões referentes à tomada de decisão: 1. Quais decisões devem ser tomadas para garantir a gestão e o uso eficazes de TI? 2. Quem deve tomar essas decisões? 3. Como essas decisões serão tomadas e monitoradas? Weill e Ross (2006) implementaram a matriz de arranjo de governança de TI, que aborda as questões que envolvem quais são as decisões que devem ser tomadas e quem deve tomá-las. A matriz permite a relação entre cinco decisões-chave que se relacionam com um conjunto de arquétipos que permitem especificar os direitos decisórios na TI. Com relação às principais decisões sobre a governança de TI, os autores sugerem que toda organização precisa tomar cinco grandes decisões inter-relacionadas sobre a TI. Confira! Decisões sobre os princípios de TI São declarações de alto nível sobre como a TI é utilizada no negócio. Tornam-se parte do ambiente organizacional e podem ser discutidas, debatidas, apoiadas, recusadas e aprimoradas. Além disso, definem o comportamento desejável tanto para os profissionais de TI como para os usuários da tecnologia da informação. 1 de 5 As cinco decisões apresentadas sobre a governança de TI inter- relacionam-se para resultar em uma governança de TI eficaz, pois cada uma representa aspectos importantes