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Guia Terapêutico 
de Dermatopatias 
Veterinárias I 
Laura Nunes 
Izabelle Pereira de Lacerda 
João Pedro de Andrade Araújo 
Aline Milca da Silva 
Ioná Brito de Jesus da Silva 
Júlia Piedade Terra 
Fabiane Zanchin 
Mirian Alexandrino V. Pais 
 
 
 
 
2023 
 
 
SUMÁRIO 
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................. 4 
DERMATOPATIAS PARASITÁRIAS ...................................................................................... 5 
1. Sarna Sarcóptica ......................................................................................................... 5 
Sinais clínicos e diagnóstico ............................................................................................ 6 
Tratamento ...................................................................................................................... 6 
2. Sarna Notoédrica ......................................................................................................... 8 
3. Sarna Otodécica .......................................................................................................... 9 
4. Sarna Demodécica .................................................................................................... 12 
Sinais e classificação clínica ......................................................................................... 13 
Diagnostico e prognóstico ............................................................................................. 14 
Tratamento .................................................................................................................... 15 
DERMATOPATIAS SECUNDÁRIAS .................................................................................... 19 
1. Piodermites ................................................................................................................ 19 
 Intertrigo –– sinais clínicos e tratamento ................................................................ 20 
 Impetigo e Dermatite úmida aguda (DUA) .............................................................. 21 
 Foliculite Furunculose ............................................................................................ 22 
2. Malasseziose ............................................................................................................. 24 
DERMATOPATIAS BACTERIANAS ..................................................................................... 27 
1. Nocardiose ................................................................................................................ 27 
Sinais clínicos................................................................................................................ 28 
Diagnóstico e tratamento ............................................................................................... 28 
2. Micobacteriose .......................................................................................................... 29 
Sinais clínicos................................................................................................................ 29 
Diagnóstico e tratamento ............................................................................................... 30 
3. Actinomicose ............................................................................................................. 31 
 
 
DERMATOPATIAS FÚNGICAS ........................................................................................... 33 
1. Dermatofitose ............................................................................................................ 33 
Dermatite Miliar Felina................................................................................................... 38 
2. Esporotricose ............................................................................................................. 39 
3. Criptococose .............................................................................................................. 40 
ALOPECIAS EM CÃES E GATOS ....................................................................................... 46 
1. Alopecia Cíclica Flanco .............................................................................................. 47 
2. Alopecia por diluição da cor e displasia folicular dos pelos pretos ............................. 48 
3. Alopecia Areata ......................................................................................................... 51 
4. Displasia Epidérmica em West Highland White Terrier .............................................. 52 
MEDICAMENTOS ................................................................................................................ 54 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 58 
 
 
 
4 
APRESENTAÇÃO 
 
Caro leitor, 
 
É com grande prazer que apresentamos o "Guia Terapêutico de 
Dermatopatias Veterinárias". Este material foi elaborado especialmente 
para estudantes e profissionais de medicina veterinária que buscam 
aprimorar seus conhecimentos na área de dermatologia animal. 
A pele é o maior órgão do corpo animal, e as dermatopatias 
estão entre as doenças mais comuns em cães, gatos e outros animais de 
companhia. O diagnóstico e tratamento adequados dessas condições são 
essenciais para o bem-estar dos animais e para a tranquilidade de seus 
proprietários. 
Esperamos que este guia terapêutico seja uma ferramenta útil 
em sua prática clínica e que contribua para o aprimoramento de seus 
conhecimentos em dermatologia veterinária. 
 
Boa leitura! 
 
 
5 
DERMATOPATIAS PARASITÁRIAS 
 
Sarna Sarcóptica 
 
Também conhecida por escabiose, é altamente contagiosa, 
intensamente pruriginosa e potencialmente zoonótica. É causada pelo. 
Sarcoptes scabiei, um ácaro sarcoptídeo que se aloja na epiderme, onde 
permanece em movimentação constante escavando túneis. 
 
A escabiose deve ser considerada como diagnóstico diferencial 
em qualquer cão com prurido intenso e não estacional, especialmente 
quando o prurido não para com a administração de prednisona na dose 
de 1,1 miligrama por quilo. Uma ferramenta eficaz para auxiliar no 
diagnóstico é a observação da resposta imediata ao tratamento. Um teste 
clínico que pode ser útil, embora não seja específico, é o reflexo auricular-
podal. O teste consiste em estimular a borda da orelha do cão por fricção 
ou raspagem. O teste é positivo se houver resposta reflexa de coçar a 
região estimulada com a perna traseira. 
 
6 
Sinais clínicos e diagnóstico 
Como sinais da escabiose podemos citar: prurido intenso, 
pápulas eritematosas, hipotricose ou alopecia, escamas e, em casos de 
infecção bacteriana secundária, pústulas. Em casos crônicos, pode haver 
a liquenificação da pele, com hipertermia cutânea, emaciação, 
prostração, caquexia e linfonodomegalia satélite. Esses sinais clínicos 
podem levar o animal à desnutrição e perda de peso significativa. 
As distribuições iniciais das lesões tendem a ser nas margens 
das orelhas, cotovelos, esterno e tornozelos. 
A confirmação do diagnóstico necessita que algum estágio do 
ácaro ou suas fezes sejam observados nos raspados cutâneos. Devem-
se procurar locais da pele que não foram escoriados, observando as 
pápulas avermelhadas com crostas amareladas na superfície. É 
importante coletar material dessas regiões e examiná-lo ao microscópio 
em busca de ácaros, ovos ou paletes fecais ovais, que ratificam o 
diagnóstico. No entanto, é importante destacar que este exame é eficiente 
para confirmar o diagnóstico em apenas 50% dos casos. 
 
Tratamento 
Opção tópica 
O tratamento consiste em banhar o animal com um xampu 
queratolítico para remover as crostas e, em seguida, aplicar um 
escabicida tópico em todo o corpo, de sete a quinze dias consecutivos, 
seguidode uma aplicação semanal até completar um mês. Na revisão 
após um mês, avalia-se se ainda há prurido e se o pelo já cresceu 
novamente. Se este for o caso, o animal é liberado. Caso não seja, são 
necessários mais sete dias consecutivos de tratamento e depois uma 
aplicação semanal por mais um mês. Se não houver prurido, mas o pelo 
 
7 
não estiver totalmente crescido, o tratamento é mantido com uma 
aplicação semanal por mais um mês. 
 
Opções orais 
A Ivermectina é utilizada como tratamento sistêmico. A dose é 
de 0,2 a 0,4 miligramas por quilo por dia, administrada de três a sete dia 
consecutivos, seguida de uma aplicação a cada três dias até completar 
um mês. Na manutenção, uma aplicação é feita uma vez por semana, 
totalizando dois meses de tratamento. Também é possível utilizar o 
Fipronil ou o Advocate, mas nunca associar os medicamentos, pois 
podem se potencializar. A dose recomendada é de 0,2 a 0,4 miligramas 
por quilo a cada sete dias. A apresentação comercial se dá como 
comprimidos palatáveis de uso veterinário sob os nomes, Mectimax 3mg 
ou 12mg e Ivomec 1%, sendo a via de administração deste último a 
subcutânea. 
Os ácaros devem ser erradicados e o tratamento deve ser 
iniciado imediatamente após o diagnóstico ser feito ou suspeitado. 
Amitraz: um preparado tópico espumoso, que deve ser aplicado 
semanalmente por quinze a quarenta e cinco dias, atua inibindo a 
monoamina oxidase (MAO). A tosa dos animais de pelo longo é 
recomendada antes da aplicação do produto. 
Moxidectina (Advocate)e Fipronil (Effipro): são opções para 
Border Collie e animais de pelo longo que não devem tomar muitos 
banhos, com três aplicações com intervalos de quinze dias, disponível 
para animais com peso de quatro a sessenta quilos. O uso de Frontline 
não se mostra eficaz para este tratamento. 
 
 
8 
Milbemicina Oxima: No Brasil, o uso de parazilquantel é 
comumente associado a Milbemicina Oxima, o que limita o seu uso 
prolongado devido a probabilidade de causar intoxicação. No entanto, em 
outros países é possível encontrar o medicamento sem essa associação. 
É importante considerar essas diferenças para garantir a segurança e 
eficácia do tratamento. 
Em canis com muitos animais, todos os cães em contato com o 
animal doente devem ser tratados, mesmo que não apresentem sinais 
clínicos. A dedetização do ambiente é indica, pois o parasita pode 
sobreviver no ambiente por até 21 dias. Tutores que apresentam lesões 
após o início do tratamento dos cães indicam tratamento inadequado, 
infestação disseminada no ambiente ou escabiose humana verdadeira, 
sendo essa uma zooantroponose. 
 
Sarna Notoédrica 
Escabiose felina ou sarna notoédrica é causada pelo ácaro 
Notoedres cati e assola principalmente gatos, embora possa 
ocasionalmente acometer cães. 
 
Sinais clínicos 
As lesões são crostosas e pruriginosas, geralmente localizadas 
na face e na borda da orelha, contudo podem afetar áreas como o 
pescoço, as patas e o períneo. Sinais clínicos incluem alopecia parcial, 
pápulas, escoriações, eritema e eczema. 
 
 
 
 
9 
Transmissão 
A transmissão da doença ocorre por meio de fômites – objetos 
ou superfícies contaminados, e por contato direto com indivíduos 
infectados. 
 
Diagnóstico 
É recomendado realizar um raspado na região abaixo das 
crostas. Caso três raspados consecutivos apresentem resultado negativo 
para sarna, é importante considerar o diagnóstico diferencial com o 
pênfigo foliáceo, uma doença imunomediada que também apresenta 
lesões crostosas na orelha. 
 
Tratamento 
Ivermectina: administrada pela via subcutânea na dose de 0,2 
a 0,4 miligramas por quilo semanalmente, ou Fipronil: uma dose 
quinzenalmente por quarenta e cinco dias. Após a melhora, o banho com 
o uso de Cloresten é indicado para auxiliar na remoção de crostas. O uso 
de peróxido de benzoíla ou amitraz é contraindicado e o tratamento tópico 
deve ser utilizado com cautela devido ao risco de intoxicação em gatos 
devido a lambedura. 
 
Sarna Otodécica 
Sarna marcada por infestação da região dorsal e auricular de 
cães e gatos pelo espécime Otodectes cynotis, caracteriza-se por 
apresentar no canal auditivo cerúmen escuro, consistente e que exala 
odor semelhante a terra molhada. A terapia com acaricidas resulta na 
eliminação do agente etiológico. 
 
10 
Sinais clínicos 
O quadro clínico apresenta prurido de intensidade moderada, 
com potencial para induzir sangramento do pavilhão auricular e, 
consequentemente, gerar otohematoma em virtude do movimento brusco 
de balançar a cabeça. Além disso, observa-se hipotricose e alopecia na 
região, bem como escarificação decorrente do prurido contínuo. O ácaro, 
responsável pela patologia, pode se deslocar por todo o corpo do animal, 
levando-o a coçar o pescoço e outras áreas. A otite parasitária pode 
evoluir para o estágio misto. 
 
Diagnostico 
O diagnóstico requer a realização de exame direto para 
visualização do ácaro, bem como citologia para diferenciação de 
Malassezia, cocos ou bacilos, sendo indicado realizar cultura para 
confirmação diagnóstica. 
 
Tratamento 
Recomenda-se o uso de ceruminolíticos, como Dermogen Oto, 
Cerumin e Epiotic Spherulites, além de acaricidas, como Ivermectina, 
Advocate e Natalene. O tratamento da otopatia deve seguir a ordem de 
remoção do excesso de cera, eliminação do parasita e avaliação da 
presença de infecção secundária para tratá-la. De acordo com a literatura, 
a aplicação do ceruminolítico deve ser realizada duas vezes ao dia, 
durante sete dias consecutivos, antes do início do tratamento 
antiparasitário. No entanto, em situações urgentes, em que não é viável 
aguardar, é possível administrar o ceruminolítico pela manhã, aguardar 
duas horas e, em seguida, fornecer o antiparasitário. À noite, repete-se o 
mesmo protocolo. 
 
11 
Natalene 
É um medicamento que apresenta ação anti-inflamatória, 
antiparasitária, antifúngica e antibiótica por gentamicina. Sua utilização 
não é recomendada em casos que não apresente infecção secundária, 
visto que seu uso indevido pode contribuir para o desenvolvimento de 
resistência antimicrobiana. 
 
Posatex MSD 
É indicado para tratamento de otites externas agudas e nas 
exacerbações agudas de otite externa recorrente, associadas às 
bactérias sensíveis ao Orbifloxacino tais como Staphylococcus 
coagulase positivo, Streptococcus beta-hemolítico, Pseudomonas 
aeruginosa, Proteus mirabilis, Corynebacterium spp., e 
Enterococcus faecalis e fungos sensíveis ao posaconazol, em 
particular, à Malassezia pachydermatis. O canal do ouvido externo deve 
ser meticulosamente limpo e seco antes do tratamento. Pelos em excesso 
na área de tratamento devem ser cortados. 
A administração é tópica de dois gotas para cães com peso 
inferior a dois quilogramas, quatro gotas para pacientes com até quinze 
quilos, e oito gotas para animais com peso superior a este. O tratamento 
deve ser realizado uma vez ao dia durante sete dias consecutivos. Após 
a aplicação, indica-se massagear suavemente a base do ouvido para que 
o medicamento penetre na parte inferior do canal auditivo. 
O uso de Epiotic Spherulites também é indicado para o 
tratamento de otites com infecção secundária fúngica, pois sua ação 
acidificante do meio promove efeito terapêutico. 
 
12 
Sarna Demodécica 
A sarna demodécica, demodicose ou sarna negra como é 
conhecida, pode ser causada por diferentes espécies de ácaros 
Demodex, incluindo Demodex canis, Demodex injai e Demodex cornei. 
Estes são organismos saprófitas que podem se multiplicar e causar 
doenças em animais com baixa imunidade ou predisposição genética. O 
ciclo de vida desses ácaros é totalmente intradérmico, ocorrendo nos 
folículos pilosos e glândulas sebáceas do hospedeiro em um período de 
20 a 35 dias. 
 
 
Durante as primeiras 16 horas de vida, o filhote pode ser 
infectado com o ácaro pela mãe durantea amamentação. Inicialmente o 
filhote não possui imunidade específica para combatê-lo, porém recebe 
imunidade passiva da mãe através do leite. Posteriormente os linfócitos 
do cão reconhecem proteínas presentes no ácaro, e produzem anticorpos 
contra este. Entre três e seis mês de idade, quando a imunidade passiva 
cessa, o animal conta com seu próprio sistema imunológico para se 
proteger. No entanto, em situações em que a imunidade do animal 
encontra-se comprometida, o ácaro pode não ser reconhecido e se 
multiplicar, levando à doença. 
 
13 
Animais com hipotireoidismo ou hiperadrenocorticismo 
frequentemente apresentam demodicose. Além disso, deficiências imune 
hereditária, causadas por genes recessivos, impedem o reconhecimento 
da proteína do ácaro, resultando em uma resposta imunológica 
insuficiente. A retirada da reprodução e a castração são recomendadas 
para animais afetados pela doença. 
Algumas raças possuem predisposição para a doença, são elas: 
Boxer, Bulldog inglês, Cocker Spaniel, Collie, Dálmata, Doberman, Shar 
Pei, Pit Bull Terrier, e West Highland White Terrier. 
 
Sinais e classificação clínica 
As lesões de demodicose em cães são frequentemente ovais, 
com alopecia e descamação, e normalmente não são pruriginosas no 
início. A região abdominal é menos afetada, o que pode ser atribuído à 
menor densidade de pelos nessa área. A demodicose pode ser 
classificada como localizada ou generalizada. 
 
Demodicose localizada 
Segundo a literatura, a demodicose localizada é uma condição 
caracterizada pela presença de até cinco lesões em um único animal. 
Essas lesões geralmente ocorrem na região da face, especialmente na 
área perioral e periocular. Embora a demodicose localizada não cause 
prurido, pode haver o surgimento de infecções secundárias que levam a 
coceira. Quando as lesões se apresentam restritas às patas, denomina-
se pododemodicose. 
Surtos juvenis são comuns e autolimitantes. Possivelmente 
relacionados à janela imunológica, esses surtos podem se resolver 
 
14 
espontaneamente conforme o animal desenvolve resposta imune, o que 
leva à remissão dos sinais. 
 
Demodicose generalizada 
Se manifesta com mais de cinco lesões em um único animal, 
distribuídas em múltiplas áreas do corpo. Para animais na janela 
imunológica, a recomendação é observação, aguardando a evolução da 
doença, enquanto se suplementa a imunidade com vitaminas e 
vermifugação. 
Os sinais incluem máculas, pápulas, descamação, pústulas, 
crostas, alopecia, hipotricose, hiperqueratose, liquenificação, 
hiperpigmentação, escoriações, eritema, piodermite, foliculite e 
furunculose. O aumento da secreção sebácea pode induzir a formação de 
comedões e seborreia, os quais podem causar prurido. 
A forma generalizada com pioderma crônico pode levar à sepse 
e óbito. 
 
Diagnostico e prognóstico 
Estudos que utilizam técnicas de PCR demonstram que o ácaro 
Demodex é um comensal da pele. Em animais livres de demodicose, o 
ácaro é detectado apenas por histopatologia e não por raspado. Portanto, 
a presença de um só ácaro em raspados superficiais já é suficiente para 
confirmar a demodicose em animais. 
A subnutrição e o acometimento por outras enfermidades podem 
aumentar a predisposição à sarna, uma vez que comprometem o sistema 
imunológico. Essa conexão é evidente em filhotes errantes caquéticos, 
com helmintíase e lesões infecciosas da pele O prognóstico desses 
animais é reservado e depende da eliminação de doenças concomitantes. 
 
15 
No entanto, mesmo com uma boa alimentação, o prognóstico 
pode não ser favorável em doenças com suscetibilidade genética, como 
a demodicose. Filhotes que, apesar de bem cuidados, vacinados e 
vermifugados, desenvolvem demodicose são um exemplo disso. Nesses 
casos, é considerado o aspecto genético da doença, o que ratifica o 
prognóstico ruim. 
 
Tratamento 
Animais com predisposição genética, submetidos a tratamento 
por nove meses, podem apresentar controle do quadro clínico. No 
entanto, é possível ocorrer recidiva da condição durante o período de cio 
ou em presença de outras doenças concomitantes. O tratamento de 
alguns animais não pode ser interrompido. 
O tratamento com cortisona ocasiona o adelgaçamento da 
derme e a supressão da resposta imune, o que pode favorecer a 
colonização do ácaro e agravar o quadro dermatológico. É contraindicado 
o uso de amitraz por este ser cancerígeno e levar a intoxicação das 
feridas na pele. 
Existem alternativas menos agressivas à pele do que o 
Peroxydex (peróxido de benzoíla), tais como o Cloresten (clorexidina) e o 
Hexadene Spherulites. Ambos são agentes bactericidas e fungicidas 
eficazes contra infecções secundárias e possuem propriedades 
sebostáticas que reduzem a oleosidade da pele. Destes, o Hexadene 
Spherulites conta com princípios ativos encapsulados em microesferas. 
Desta forma, o produto permanece no pelame por até uma semana, 
permitindo um intervalo de tempo maior entre os banhos. 
 
 
16 
Os antiparasitários, Ivermectina, Moxidectina, Milbemicina, 
Fluralaner e Sarolaner, apresentam ação acaricida. Destes, o sarolaner 
é capaz de proteger por até cinco semanas,a milbemicina oxima, 
comumente utilizada na Europa, é segura para animais gestantes, e a 
moxidectina é mais concentrada no Cydectin do que no Advocate. 
 
Forma localizada 
Tratada apenas com xampu queratolítico não acaricida. 
 
Forma generalizada 
Deve ser tratada com o uso do agente acaricida associado com 
antibioticoterapia, em razão da piodermite, durante o período mínimo de 
21 dias para piodermite superficial, e 6 a 8 semanas para piodermite 
profunda. 
Na escolha do antibiótico, é importante levar em conta a 
gravidade da condição clínica e a presença ou ausência de microbianos 
resistentes. Para isso, existe uma ordem de preferência que deve ser 
seguida. 
1. Cefalexina: 20 a 30 mg/kg duas vezes ao dia por 21 dias. 
2. Amoxicilina com clavulanato de potássio: 20 a 30 mg/kg BID por 21 
dias. 
3. Clindamicina: 5 a 10 mg/kg duas vezes ao dia por 21 dias. 
4. Enrofloxacina: 2,5 mg/kg duas vezes ao dia ou 5 mg/kg uma vez ao 
dia. 
5. Marbofloxacina: 2,75 mg/kg uma vez ao dia. Em casos de 
resistência. 
6. Cefovecina: 8 mg/kg a cada 14 dias. 
 
 
17 
A enrofloxacina e a marbofloxacina são desaconselhadas para 
filhotes. A marbofloxacina é contraindica para filhotes de raças pequenas 
e médias até 8 meses de idade, para raças grandes até 12 meses, e para 
as gigantes até 18. 
 
Antiparasitários 
Ivermectina 
A dose diária recomendada é de 0,4 a 0,6 mg/kg, durante nove 
meses. Recomenda-se que a dose seja a cada dois dias com o objetivo 
de evitar a intoxicação, especialmente em animais obesos, nos quais a 
droga pode se depositar no tecido adiposo. Após a melhora clínica, o 
tratamento deve continuar em intervalos quinzenais. Quando três 
resultados negativos forem obtidos, o acaricida pode ser gradualmente 
descontinuado, reduzindo-se a frequência da administração até a 
conclusão do tratamento de nove meses. Se houver recidiva, o tratamento 
deve ser intensificado novamente. Além disso, a Ivermectina pode ser 
associada à Silimarina. Após nove meses de tratamento, se não houver 
recorrência, admite-se cura. Como alternativa à Ivermectina para 
manutenção após o tratamento, o Advocate pode ser administrado 
mensalmente. Todavia, o Advocate não é eficaz no tratamento da 
pododermatite. O Advocate está disponível em diferentes dosagens para 
cães de até 4kg, até 10kg, até 25kg e até 40kg. 
 
Moxidectina 
Por via oral, na dose de 0,05 ml/kg, a cada três dias, por nove 
meses, associada ao omeprazol, na dose de 0,7 a 1 mg/kg em jejum, uma 
vez ao dia, e a um gastroprotetor, devido ao seu potencial em causar 
gastrite. 
 
18 
 
Doramectina 
Indicada para administração em cães de focinhos longos com 
frequência semanal, utilizando uma dosagem calculada por alometria. 
É importanteobservar que a associação de medicamentos 
discorridos anteriormente não é recomendada, sendo necessário optar 
por apenas um deles. 
Uma nova abordagem terapêutica consiste na administração de 
NexGard mensalmente e de Bravecto ou Simparic a cada três meses, por 
nove meses. 
 
19 
DERMATOPATIAS SECUNDÁRIAS 
 
Piodermites 
A piodermite é uma infecção bacteriana causada por 
Staphylococcus pseudintermedius –– uma bactéria comensal da pele. 
Geralmente ocorre como uma condição secundária a diversas outras 
dermatopatias, e são raros os casos de piodermite idiopática. Entre todas 
as espécies domesticadas, os cães são os mais propensos a piodermite 
devido a características singulares da sua pele, como pH neutro, estrato 
córneo delgado, maior tamanho do óstio folicular e matriz extracelular 
pobre em lipídeos com propriedades antibacterianas. A piodermite 
caracteriza-se pela presença de pus, inflamação da pele e lesões que se 
manifestam em diferentes formas. As infecções geralmente envolvem os 
folículos pilosos da pele, e podem ser chamadas de foliculites 
bacterianas. Existem diversos tipos de piodermite, incluindo a piodermite 
de superfície, que é limitada ao estrato córneo da pele, e pode incluir 
condições como intertrigo (dermatite das dobras cutâneas) e dermatite 
piotraumática (dermatite úmida aguda), bem como algumas piodermites 
mucocutâneas. Sinais comuns observados nos diferentes tipos de 
piodermites incluem alopecia, aspecto eriçado do pelo, hiperpigmentação 
das lesões mais antigas e seborreia, o que pode causar prurido. 
 
Piodermite Superficial 
Compromete a epiderme e ou o infundíbulo folicular. Inclui o 
impetigo, foliculite superficial e algumas piodermites mucocutâneas. 
 
20 
• Intertrigo –– sinais clínicos e tratamento 
Também conhecida como piodermite das dobras cutâneas e 
piodermite de superfície, ocorre quando há inflamação ou infecção na 
pele devido ao atrito e à umidade em dobras cutâneas, causando irritação 
e desconforto no animal. Essa condição é mais comum em cães de raças 
com dobras da pele proeminentes (Shar Pei, Bulldog, Boxer), assim como 
pregas labiais, caudais e vulvares. Nas dobras, a pele fica quente e 
úmida, o que aumenta a proliferação de bactérias e a produção de 
oleosidade, tornando o local propenso à infecção. 
Há vermelhidão, inchaço, irritação e descamação da pele na 
região das dobras. Em casos graves, pode haver presença de lesões 
ulcerativas, pústulas ou crostas. 
A pele sensível e com prurido leva o animal a lambedura 
excessiva. Ainda, o odor fétido e o acúmulo de secreções nas dobras é 
característico nesta condição. 
O tratamento exige a limpeza diária da região, removendo a 
oleosidade presente na pele. Após, faz-se o uso tópico de clorexidina a 
2% em gel, assim como talco. 
O uso tópico de polvilho antisséptico Granado é uma opção 
baixo-custo e eficaz. 
Em casos graves, é necessário usar álcool iodado antes da 
clorexidina. Condições severas requerem pomadas antibióticas sem 
corticoides, como Nebacetin. 
A cirurgia, que envolve a remoção do excesso de pele, é 
considerada o último recurso terapêutico, sendo indicado em casos de 
ineficácia do tratamento. 
 
 
21 
 
• Impetigo e Dermatite úmida aguda (DUA) 
O Impetigo é uma condição comum em filhotes de cães e gatos, 
marcada por uma piodermite superficial com a presença de pústulas não 
foliculares. 
Afeta áreas com pouco pelo, como abdômen, axilas e virilha, e pode 
espalhar. 
Possíveis causas incluem imunossupressão, estresse, 
subnutrição e infecções. 
O tratamento de Impetigo envolve principalmente cuidados de 
higiene e terapia tópica com soluções antissépticas, como a clorexidina a 
2%. Em casos graves ou resistentes, necessita antibióticos tópicos ou 
orais, de acordo com a gravidade da infecção. É necessário tratar os 
fatores predisponentes. 
Dermatite Úmida Aguda é comum em cães de pelo longo e se 
progride rapidamente, em menos de 24 horas. É caracterizada por uma 
única lesão ulcerada, arredondada a oval, bem delimitada, dolorosa, 
pruriginosa, com exsudato seropurulento, e que são cercadas por um halo 
eritematoso. A pilosidade perilesional provoca oclusão da região, 
resultando em possível progressão da lesão ao longo do tempo. A DUA é 
 
22 
desencadeada por fatores como calor, umidade e irritantes químicos ou 
físicos no local, além de ocorrer frequentemente em casos de DAPP. 
A abordagem terapêutica em DUA consiste em identificar e tratar 
a causa base. O pelo ao redor da lesão deve ser tosado e a lesão limpa 
com soro fisiológico. Em seguida, podem ser usados corticoides e 
antibióticos sprays como Dermotrat, Terra Cortril e Neodexa. Em quadros 
clínicos graves, pode ser necessário uma dose diária de prednisona ou 
prednisolona a 0,5 mg/kg para animais acima de 15kg ou 1,0 mg/kg para 
animais abaixo de 15kg. A corticoterapia deve ser realizada por cinco dias 
e interrompida gradativamente. 
 
Piodermite Profunda 
Afeta todas as porções do folículo piloso, alcançando a derme. 
Inclui a foliculite, a furunculose e celulite e a dermatite piotraumática. 
 
Foliculite Furunculose 
Foliculite profunda é um quadro grave que pode alcançar até 
mesmo a hipoderme. Os animais acometidos apresentam febre e lesões 
exsudativas. É importante realizar um check-up completo, incluindo a 
avaliação da função renal e hepática, antes de iniciar o tratamento. A 
foliculite profunda pode evoluir para uma furunculose. Na furunculose 
ocorre a destruição completa do folículo piloso, resultando em secreção 
de pus e presença de células inflamatórias sob a pele. 
 
Diagnóstico 
É feito clinicamente, através da avaliação das lesões e da 
anamnese do animal, que pode incluir sinais de coceira intensa, no caso 
 
23 
de seborreia. A resposta ao tratamento também pode ser utilizada como 
critério diagnóstico. Em casos refratários à antibioticoterapia, a 
determinação do agente etiológico por meio de exame histológico pode 
ser indicada para orientar a terapia medicamentosa. 
 
Tratamento 
Consiste em antibioticoterapia sistêmica por um período mínimo 
de seis semanas, seguido de mais três semanas após a cura clínica, 
associado ao uso de corticoide na dose de 1,1 mg/kg uma vez ao dia, por 
cinco dias. Também é recomendado banho com Clorexidine para ajudar 
na higienização da pele. 
1. Cefalexina: 20 a 30 mg/kg duas vezes ao dia por 21 dias. 
2. Amoxicilina com clavulanato de potássio: 20 a 30 mg/kg BID por 21 
dias. 
3. Clindamicina: 5 a 10 mg/kg duas vezes ao dia por 21 dias. 
4. Enrofloxacina: 2,5 mg/kg duas vezes ao dia ou 5 mg/kg uma vez ao 
dia. 
5. Marbofloxacina: 2,75 mg/kg uma vez ao dia. Em casos de 
resistência. 
6. Cefovecina: 8 mg/kg a cada 14 dias. 
 
24 
Malasseziose 
 
 
Malassezia é um grupo de leveduras oportunistas e comensais 
da pele, do meato acústico externo de cães e gatos, bem como do reto, 
dos sacos anais e da vagina. A colonização e o crescimento do 
microrganismo nesses locais podem estar associados à 
imunossupressão e a outros fatores predisponentes. 
Existem atualmente sete espécies no gênero Malassezia: M. 
pachydermatis, M. furfur, M. sympodialis, M. globosa, M. obtusa, M. 
restricta e M. slooffiae. 
Estes organismos usam lipídeos como fonte de carbono para 
fermentação, sendo denominadas de leveduras lipofílicas-dependentes. 
 
Sinais clínicos 
Os sinais clínicos da malasseziose em cães são prurido 
moderado a intenso, alopecia local ou generalizada, escoriações, eritema, 
seborreia, odor corporal desagradável, rançoso e seborreico, pele 
espessada e áspera. Além disso, em casos crônicos, podem ser 
observadas lesões com hiperpigmentação, liquenificação e hiperceratose, 
que podem ocorrer nos espaços interdigitais, parte ventral do pescoço, 
 
25 
axilas, região perineal e dobras cutâneas. Nas otopatias fúngicas, há um 
acúmulo de cerúmen com odor característico e coloração castanha.Em 
cães, a malasseziose é associada a duas condições clínicas: otite externa 
e dermatite. 
 
Diagnóstico e prognóstico 
O diagnóstico de Malasseziose em casos suspeitos de dermatite 
por Malassezia pode ser feito por meio do exame citológico. Observar-se 
células arredondadas ou ovais com leveduriformes, que geralmente são 
vistas em grupos ou aderidas aos queratinócitos. Além disso, o 
diagnóstico também pode ser feito por meio da histopatologia da pele e 
da cultura fúngica, que é inicialmente cultivada em Ágar Sabouraud 
dextrose contendo uma camada fina de óleo de oliva como fonte de 
ácidos graxos e cloranfenicol. 
O diagnóstico diferencial é amplo e envolve outras doenças que 
apresentam sinais semelhantes, como foliculite bacteriana, acne felina, 
piodermite mucocutânea e superficial, dermatofitose, demodicose, 
escabiose canina e felina, ectoparasitas, atopia canina, hipersensibilidade 
alimentar e otite externa. 
O prognóstico é bom quando a causa é identificada e corrigida, 
e a doença não é considerada contagiosa para outros animais ou 
humanos. No entanto, é importante realizar o tratamento adequado para 
evitar recidivas e complicações. 
 
26 
Tratamento 
Medleau e Hnilica (2003) enfatizam a importância de identificar 
e controlar a causa primária da infecção por Malassezia no tratamento. 
Casos leves podem ser tratados com o uso tópico de xampus contendo 
2% de Cetoconazol 2% de Miconazol, 2-4% de Clorexidina ou 1% de 
Sulfeto de Selênio, em intervalos de 2 a 3 dias, o que é suficiente para 
manter o tratamento até que as lesões sejam curadas e não haja fungos 
no exame citológico. Já para casos moderados ou graves, é necessário 
associar a terapia com xampus a um tratamento sistêmico com drogas 
antifúngicas. O tratamento deve ser mantido até a cura das lesões e a 
ausência de fungos no exame citológico, que leva cerca de 2 a 4 semanas 
(COSTA; GÓRNIAK, 2006). 
O Itraconazol é um medicamento altamente lipofílico, o que 
significa que ele é facilmente absorvido após administração oral, 
especialmente se administrado junto com alimentos. A dose 
recomendada é de 5 a 10 mg/kg, com intervalos de 24 horas. A 
biodisponibilidade do medicamento aumenta de 40%, quando 
administrado em jejum, para 99,8%, quando administrado com refeição. 
 
Malasseziose felina 
Estudos relativos à frequência de detecção da levedura em 
felinos, são escassos. A malasseziose tegumentar em felinos é 
considerada uma doença rara e alguns autores afirmam que mesmo o 
isolamento ótico nesta espécie ocorre em menor número do que em cães. 
 
27 
DERMATOPATIAS BACTERIANAS 
 
 
Nocardiose 
A nocardiose é uma condição supurativa a piogranulomatosa, 
causada por agentes da família Nocardiaceae, a qual se compõe das 
seguintes espécies: Nocardia asteroides, N. farcinica, N. nova, N. 
brasiliensis, N. otitidiscaviarum e N. transvalensis. 
Os microrganismos deste gênero comportam-se habitualmente 
como saprófitas ambientais, vivendo no solo, na matéria orgânica em 
decomposição e na água, apesar dessa característica, esses 
microrganismos possuem a capacidade de manifestar mecanismos 
patogênicos e promovem enfermidades. 
A doença ocorre após penetração do agente na pele mediante a 
contaminação de feridas ou por inalação respiratória, causando as formas 
clínicas cutânea e respiratória, respectivamente. Em felinos a forma 
cutânea é mais comum (Edwards, 2006) e a imunocompetência do 
hospedeiro é importante para determinar o acesso e a disseminação da 
infecção. 
Acomete cães e gatos. 
 
 
28 
Sinais clínicos 
A nocardiose cutânea se manifesta inicialmente como nódulos 
que se desenvolvem até formarem abscessos crônicos localizados, com 
fístulas e úlceras necróticas que drenam uma secreção 
serossanguinolenta com aparência de “sopa de tomate” (GRACE, 2009; 
MEDLEAU; HNILICA, 2009). As lesões atingem os membros ou abdômen 
e a linfonodomegalia periférica é comum (MEDLEAU; HNILICA, 2009). 
 
 
Diagnóstico e tratamento 
O diagnóstico primário é realizado através do exame citológico 
a partir do exsudado da lesão corada pelo Gram, observando-se bactérias 
gram-positivas filamentosas, que se apresentam parcialmente ácido-
resistentes (GRACE, 2009). O diagnóstico definitivo é feito por meio de 
cultura bacteriana em meio aeróbico ou enriquecido com dióxido de 
carbono. 
O tratamento da nocardiose consiste na drenagem e 
desbridamento cirúrgico das áreas acometidas seguida de 
antibioticoterapia sistêmica de longa duração (semanas a meses), 
mantendo a medicação durante, no mínimo, quatro semanas após a cura 
clínica completa (MEDLEAU; HNILICA, 2009). O antibiótico de primeira 
escolha é o sulfametoxazol-trimetoprima, seguido das cefalosporinas, 
 
29 
amicacina, ampicilina, imipenem, minociclina e linezolida (Nelson e Couto, 
2006). No entanto, a escolha do antibiótico, quando possível, deve se 
basear em resultados de cultura e antibiograma (Medleau e Hnilica, 2009). 
 
Micobacteriose 
Micobactérias são microorganismos Gram-positivos que 
causam doença esporádica em humanos e animais (HILLIER; MUNDELL, 
2008). No Brasil, o estado com maior casuística em pequenos animais é 
São Paulo, afetando cães com idade média de cinco anos e de pelame 
curto. Esta dermatopatia ocorre com frequência em cães das raças Boxer, 
Dobermann Pinscher e Staffordshire Terrier. 
Acomete cães e gatos. Embora as micobactérias sejam 
citoquimicamente Gram-positivas, um alto conteúdo de ácido micólico e 
de lipídios na sua parede celular previnem a entrada dos corantes 
empregados na técnica de coloração de Gram. Os lipídios da parede 
celular ligam-se à fucsina carbólica que não é removida pelo descorante 
álcool-ácido usado no método de coloração de Ziehl-Neelsen (ZN). Os 
bacilos que se coram de vermelho por este método, são ditos ácido- 
resistentes. 
 
Sinais clínicos 
As lesões se caracterizam por nódulos alopécicos, ulcerados, 
que envolvem derme e subcutâneo e aparecem na porção dorsal da pina, 
na face e nos membros anteriores, podendo ocorrer uni ou bilateralmente. 
Segundo Malik et al., a doença nos gatos é caracterizada por infecção da 
pele crônica e geralmente refratária. As lesões iniciam-se na região 
inguinal, podendo disseminar-se ao tecido subcutâneo da região 
 
30 
abdominal ventral e perinealmente constituindo-se em máculas 
purpúricas, nódulos ou gomas, fístulas drenantes e com crostas. 
 
 
 
Micobacteriose atípica: máculas purpúricas, nódulos ou gomas, fístulas 
drenantes e cobertas por crostas. 
 
Diagnóstico e tratamento 
Confirmação do diagnóstico ocorre através do exame 
citopatológico, onde observa-se macrófagos, linfócitos, plasmócitos e 
bacilos e o exame histopatológico com evidência de inflamação 
piogranulomatosa (Malik et al., 2006), sendo a coloração de Ziehl-
Neelsen utilizada para pesquisa de bacilos álcool-ácido resistentes em 
macrófagos e granulomas. 
Para o tratamento pode ser utilizado a combinação de 
antibióticos, com o uso de claritromicina, doxiciclina e rifampicina. 
 
31 
 
 
Actinomicose 
A actinomicose é uma doença bacteriana, rara em cães e 
gatos, causada pelo Actinomyces spp. São microorganismos Gram-
positivos, cocobacilos ou bacilos filamentosos, oportunistas, anaeróbios 
ou microaerófilos, catalase positivos, não ácido-resistentes e habitantes 
comensais da cavidade oral e intestinos. Os animais infectados podem 
apresentar sinais clínicos diferentes, dependendo da localização da 
infecção. Os cães com actinomicose podem apresentar abscessos 
subcutâneos, piotórax, peritonite, artrite séptica e/ou osteomielite. As 
lesões subcutâneas são piogranulomatosas e podem conter grânulos 
amarelados (“grânulos de enxofre”), que na verdade, são colônias desses 
microorganismos. A infecção subcutânea geralmente ocorre após feridas 
penetrantes e podem levar de meses a dois anos para apresentar sinais 
clínicos. 
 
3233 
DERMATOPATIAS FÚNGICAS 
 
Dermatofitose 
 
 
 
As micoses são classificadas clinicamente em diferentes tipos, 
dependendo do grau de envolvimento do tecido e do local de instalação 
do agente infeccioso no hospedeiro. Existem as sistêmicas, subcutâneas 
e superficiais. 
As micoses sistêmicas afetam a pele, subcutâneo, órgãos ou 
músculos e incluem doenças como coccidiomicose, blastomicose, 
histoplasmose, esporotricose e criptococose. Já as micoses subcutâneas 
são causadas por fungos demáceos e também podem incluir a 
esporotricose e a criptococose. 
Superficiais estritas: As micoses superficiais estritas possuem a 
característica de acometerem a camada mais superficial do extrato 
córneo de humanos e animais, não induzindo nenhuma resposta 
inflamatória no hospedeiro. Dentre as micoses superficiais, a 
malasseziose tem sido relatada em animais domésticos causando 
dermatomicoses e otites. 
 
34 
Superficiais: 
As dermatofitoses são micoses superficiais das células 
queratinizadas do estrato córneo, unhas e pelo, causadas por 
dermatófitos –– fungos dos gêneros Microsporum, Trichophyton ou 
Epidermophyton, sendo os principais, o Microsporum canis, 
Microsporum gypseum e Trichophyton mentagrophytes. Esses seres 
pertencem ao grupo dos fungos filamentosos, hialinos, septados, 
queratinofílicos, sensíveis à griseofulvina, capazes de colonizar e causar 
lesões no extrato córneo do homem e animais. Por serem ricas em 
queratina, as regiões da pele, pelos e unhas são frequentemente 
acometidas por dermatófitos. 
A instalação do processo infeccioso primário clássico está 
relacionada ao fato de os dermatófitos produzirem enzimas queratolíticas 
e lipase, cuja ação favorece entrada e instalação da micose na pele e 
pelos Pode acometer animais de todas as idades, sexo e raça, mas os 
idosos, jovens e imunossuprimidos são os mais acometidos, assim como 
gatos da raça persa e Yorkshire Terrier. 
Comum em gatos e mais raro em cães. Podem ser carreadores 
assintomáticos, 8% dos cães e até 90% dos gatos. Eles não desenvolvem 
a doença, mas ajuda a disseminá-la. Comum em gatos persas e em cães 
Yorkshire. 
Dermatofitose não é pruriginoso a não ser que tenha uma 
infecção secundária. 
Quérion é reação alérgica à presença do dermatófito na pele 
principalmente dos cães e infecção bacteriana abaixo da infecção fúngica, 
ocasionando as lesões chamadas Quérion Dermatofítico, que são placas 
circunscritas, em relevo, úmidas e pruriginosas. 
 
 
35 
O Micetoma ou Pseudomicetoma Dermatofítico é a formação de 
um nódulo pelo fungo, sendo comum nos gatos persas. 
 
Transmissão: Os dermatófitos podem ser transmitidos diretamente pelo 
contato com o hospedeiro infectado, por fômites contaminados, ou por 
exposição a ambientes contaminados com hifas ou a partir de células da 
pele descamadas. 
 
Fatores predisponente 
Animais jovens, imunossuprimidos, hiperadrenocorticismo, 
neoplasia, estresse da lactação, infestação por pulga ou carrapato. 
 
Sinais clínicos 
A Dermatofitose é uma infecção fúngica que causa círculos de 
alopecia, descamação e lesões clássicas de anel. O fungo cresce de 
forma circulante, causando alopecia e descamação da epiderme e do 
tecido queratinizado, o que pode levar à formação de crostas, pápulas e 
pústulas. Embora a infecção seja geralmente pouco pruriginosa, ocorre 
prurido em algumas infecções secundárias. 
Os folículos pilosos são infestados, resultando em queda de 
cabelo. A infecção é limitada pelo sistema imunológico, que tenta isolar a 
área afetada e evitar que o fungo se torne sistêmico. A cura é geralmente 
indicada pela regeneração do pelo no centro da lesão de anel. 
Em gatos, há caspa, pelos sem brilho e desorganizados, 
hiperqueratose folicular, dermatite miliar e comedões. Os gatos adultos 
geralmente não apresentam lesões, mas se houver, é possível pensar em 
FIV, FELV ou imunossupressão. 
 
36 
Diagnóstico 
Pode ser feito a tricografia, mas o exame ouro de diagnóstico é 
a cultura fúngica que pode ser utilizada junto da lâmpada de Wood para 
coleta de material e a biópsia histopatológica. Na cultura fúngica a 
colônia dos microsporuns são algodonosas e esbranquiçadas, leva 30 
dias em média para o crescimento total em Sabouraud, ele cresce em 30 
°C a 35 °C. 
Tricograma: Retira-se uma porção de pelo da região próxima a 
injúria e analisa no microscópio, com a amostra banhada a hidróxido de 
potássio (KOH) a 10% descolorindo o pelo e demonstrando hifas e 
conídios dentro do folículo piloso. 
 
Tratamento 
O tratamento da Dermatofitose em cães pode ser complicado, 
pois a infecção pode contaminar o ambiente e as pessoas que convivem 
com o animal. O tratamento deve envolver o animal, a casa e os contatos 
do animal. A terapia antifúngica deve ser uma combinação de tratamento 
tópico e sistêmico, com duração mínima de dois meses. Se duas culturas 
consecutivas derem negativo, o tratamento pode ser interrompido. Caso 
contrário, o tratamento deve ser continuado e pode ser um sinal de que o 
animal está se reinfectando, é resistente à droga ou o proprietário não 
está administrando o medicamento corretamente. Deve-se tratar o 
ambiente, pois o fungo permanece no ambiente por 18 a 24 meses. 
No que se refere ao corte de pelos ao redor, pode-se utilizar 
xampu contendo clorexidina de 3% a 4% (Hexadene Spherulites ou 
Cloresten), ou enxofre durante o banho, aguardando 15 minutos e 
enxaguando. O uso de cremes, loções ou pomadas não é recomendado, 
pois o animal pode lamber o produto. 
 
37 
Quanto ao tratamento sistêmico, a griseofulvina é o 
medicamento de escolha para Dermatofitose, embora a dose necessária 
para cães seja muito alta. Sempre que prescrever um antifúngico, deve-
se associá-lo a protetores hepáticos, como a silimarina. O cetoconazol é 
menos recomendado, pois a dose necessária para matar o fungo é muito 
próxima da dose que causa intoxicação neurológica. O itraconazol é a 
droga de eleição no tratamento da Dermatofitose, pois é mais segura e 
eficaz. O tratamento com terramicina e fluconazol não é tão eficaz. 
No que diz respeito ao tratamento do ambiente, pode-se utilizar 
hipoclorito de sódio, lisoforme ou econazol/glindafarm. É importante 
desinfetar a casa diariamente com água sanitária diluída em uma 
proporção de 1ml para 10L ou lisoforme 1ml para 10L. Além disso, deve-
se destruir camas, tapetes, escovas e pentes, e aspirar e limpar o filtro do 
ar-condicionado semanalmente. Se o aspirador de pó for utilizado, deve-
se trocar o filtro toda vez que a casa for aspirada. O objetivo é eliminar o 
fungo do ambiente. O tratamento da casa deve ser mantido até que duas 
culturas consecutivas negativas sejam obtidas. É importante perguntar ao 
proprietário se ele possui lesões cutâneas. 
 
38 
Dermatite Miliar Felina 
 
 
 
Diagnóstico diferencial –– dermatite miliar felina: DAPP, foliculite 
bacteriana, dermatofitose, escabiose, atópica, alimentar e cheyletiose. 
 
 
CAUSA LOCAIS ACOMETIDOS DIAGNÓSTICO TRATAMENTO PROGNÓSTICO
DAPP
Região lombo- sacra; partes 
distais do tronco; disseminado
Controle de pulgas 
Glicocorticóides, 
anti-histamínicos, 
controle de pulgas 
Bom 
Dermatite atópica Regiões cervical e cefálica
Exclusão de demais alergias; 
histórico e exame físico; 
testes intra-dérmicos
Glicocorticóides, 
anti-histamínicos, 
imunoterapia, 
ácidos graxos 
essenciais
Bom, mas exige 
tratamento vitalício 
Alergia alimentar
Regiões cefálica e cervical; 
disseminado 
Dieta de eliminação
Glicocorticóides, 
anti-histamínicos, 
ácidos graxos 
Bom 
Escabiose
Orelhas, regiões cervical e 
cefálica; região caudal
Exame parastitológico de 
raspado cutâneo
Anti-parasitários Bom
Cheyletielose Região dorsal do tronco
Exame parastitológico de 
escamas
Anti-parasitários Bom
Dermatofitose Focais ou disseminadas
Tricograma; cultivo 
micológico de pelame; luz de 
Wood
Anti-fúngicos
Reservadoem 
animais de gatis e 
gatos Persa. Bom 
nos demais casos
Foliculite 
bacteriana
Pescoço e cabeça Citologia e biópsia Anti-bacterianos Bom
 
39 
Esporotricose 
A esporotricose é uma micose de implantação causada pelo 
complexo Sporothrix Schenckii. É um fungo geofílico, que está presente 
em solo, matéria orgânica e ambientes como cascas de árvores, palhas, 
madeiras e roseiras. Possui crescimento em clima subtropical e 
temperado. É considerada uma zoonose, tendo como principal fonte de 
contaminação os felinos, que está relacionado com a grande quantidade 
de elementos fúngicos presentes nas garras, cavidade oral e lesões, por 
este motivo estes animais se tornam mais importantes na transmissão da 
doença em relação aos outros animais. Antigamente pertenciam ao grupo 
de risco principalmente aqueles que tinham contato direto com espinhos, 
a terra, talos de plantas e palhas contaminadas. Hoje em dia o grupo de 
risco é composto pelos médicos veterinários, tosadores, acadêmicos, 
enfermeiros veterinários, pois estes têm maior contato com o animal 
infectado. A transmissão pode ocorrer através de mordedura, arranhões 
ou contato com secreções de lesões de animais acometidos. 
 
Sinais clínicos 
Os felinos podem sofrer de lesões cutâneas, cutanealinfática e 
generalizada 
As regiões de membros, cabeça e base da cauda são as que mais 
desenvolvem as lesões. Inicialmente tem aspecto nodular que podem 
ulcerar formando as crostas com exsudato purulento. 
 
Diagnóstico 
O diagnóstico deve estar relacionado com os hábitos de vida do 
paciente, as características das lesões e através dos exames citológicos, 
 
40 
onde podem ser encontrados as leveduras, a cultura fúngica e exame 
histopatológico. 
 
Tratamento 
O tratamento preconizado para felinos inclui os grupos dos 
azólicos e triazóis como o itraconazol, para os animais que 
desenvolverem efeitos colaterais o iodeto pode ser uma opção, mas deve 
ser observado devido o iodismo. O Itraconazol deve ser usada na dose 
20-30mg/kg SID. Após a cura clínica fazer mais 30 dias. Iodeto de 
potássio: 2,5mg/kg SID 
 
Criptococose 
Os fungos são causadores de grande parte destas afecções. O 
fungo do gênero Cryptococcus é mais comumente observado em felinos 
do que em cães, causando a doença chamada criptococose. Esta doença 
está intimamente ligada à imunidade do hospedeiro. A criptococose é 
uma infecção fúngica, sistêmica, cosmopolita, que pode acometer seres 
humanos, animais silvestres e mamíferos domésticos, principalmente o 
cão e o gato, sendo também conhecida como torulose ou blastomicose 
europeia. 
A doença pode afetar o trato respiratório, sistema nervoso 
central, olhos e pele. 
A doença no gato geralmente aparece de forma localizada, 
sendo que em caninos e humanos a doença tem apresentação 
generalizada. Não existe transmissão direta de animais para o homem. 
A doença se caracteriza como uma micose sistêmica e 
apresenta diversas formas, dentre elas a respiratória, tegumentar e 
 
41 
nervosa, o que faz derivar inúmeros sinais e sinais clínicos. As lesões 
mais características desta doença nos gatos são lesões granulomatosas 
localizadas na cavidade nasal, também chamadas popularmente como 
“nariz de palhaço”. 
 
 
Os pássaros raramente desenvolvem criptococose clínica, pois 
sua alta temperatura corporal inibe a replicação do fungo. 
 
Transmissão 
A infecção é adquirida a partir de inalação de microrganismos 
originários do solo ou, geralmente nas áreas urbanas, de inalação dos 
microrganismos encontrados nas excretas dos pombos. As leveduras 
e/ou basidiósporos do fungo são inalados pelos felinos e atingem 
preferencialmente o trato respiratório superior (SHERDING, 2008), onde 
as grandes partículas são aprisionadas e as menores podem atingir os 
alvéolos pulmonares. 
A principal porta de entrada das leveduras e basidiósporos do 
Cryptococcus neoformans nos gatos é o trato respiratório, mas há 
também a inoculação cutânea direta. A partir de sua entrada, o fungo 
pode disseminar-se para diversos órgãos, acometendo todo o organismo. 
 
42 
O organismo provavelmente se dissemina para sítios 
extrapulmonares via hematógena. O sistema nervoso central também 
pode estar infectado por extensão direta através da placa cribriforme da 
cavidade nasal. 
A disseminação da infecção e a apresentação do quadro clínico 
estão intimamente relacionadas ao grau de imunidade do hospedeiro 
(HONSHO et al., 2003; LAPPIN, 2006). Estados de má nutrição ou 
tratamentos com corticoides também são fatores de maior 
susceptibilidade. 
 
Sinais clínicos 
A doença se caracteriza como uma micose sistêmica e 
apresenta diversas formas, dentre elas a respiratória, tegumentar e 
nervosa, se caracterizando por uma diversidade de sinais clínicos 
(PETRAGLIA, 2008). A forma ocular também pode estar presente em 
alguns casos. 
A doença no gato geralmente aparece de forma localizada em 
comparação com caninos e humanos em que a doença é generalizada. 
O motivo para essa diferença é que os 14 seios nasais dos gatos possuem 
uma filtragem mais eficiente de pequenas partículas. 
Segundo Sherding (1998) e Kerl (2003), a infecção por 
Cryptococcus em felinos tem predileção pela cavidade nasal, onde os 
microrganismos aerógenos depositam-se inicialmente, sendo 
responsáveis pela rinite e sinusite granulomatosas crônicas observadas 
em pelo menos 50% dos gatos com a doença. 
 
 
43 
 
A criptococose pode apresentar lesões oronasais com presença 
de crostas, úlceras, espirros, descarga nasal, ruídos respiratórios ou 
massas subcutâneas. 
O corrimento nasal ocorre de forma variável. Outros apresentam 
a formação de massas firmes ou pólipos no tecido subcutâneo, 
principalmente sobre a região nasal, (citado anteriormente) conferindo um 
aspecto característico de “nariz de palhaço” 
Os linfonodos submandibulares podem aumentar. 
Linfadenopatia mandibular é detectada na maioria dos felinos com rinite 
(HAWKINS, 2004). Lesões pulmonares usualmente não resultam em 
sinais clínicos, embora possam ser detectadas através de radiografias 
torácicas, tomografias ou necropsia. 
 
Sinais neurológicos 
Com relação ao comprometimento orgânico, o sistema nervoso 
central e os olhos são os mais severamente afetados (QUEIROZ et al., 
2008). Nota-se o envolvimento do sistema nervoso central em 
aproximadamente 25% dos gatos afetados e comumente resultam de 
disseminação hematógena. Foram descritas lesões no cérebro e medula 
espinhal causando meningoencefalite ou mielite granulomatosa 
respectivamente. 
 
44 
Quando o sistema nervoso central é afetado, os sinais 
geralmente são crônicos e podem incluir convulsões, cegueira e 
alterações comportamentais. 
 
Sinais cutâneos 
A infecção da pele e tecido subcutâneo é considerada como uma 
manifestação de doença disseminada (GRACE, 2009). A forma cutânea 
ocorre principalmente no pescoço e cabeça e consistem em nódulos 
múltiplos, firmes, indolores, de crescimento rápido que tendem a ulcerar 
e drenar exsudato serossanguinolenta. 
 
Sinais oculares 
Segundo Queiroz et al., (2008), a síndrome ocular inclui achados 
de uveíte anterior, coriorretinite granulomatosa, hemorragia de retina, 
edema papilar, neurite óptica, midríase, fotofobia, blefarospasmo, 
opacidade de córnea, edema inflamatório da íris e/ou hifema, e cegueira. 
 
Em cães 
Em cães, a localização mais comum da criptococose é no 
sistema nervoso central, olhos e linfonodos, mas podem ocorrer casos de 
lesão cutânea sem envolvimento ocular e neurológico. 
A forma nasal, assim como a pulmonar, é pouco frequente em 
cães. Alguns cães podem apresentar febre e menos comumente 
claudicação, devido à lise óssea provocada por este patógeno e 
linfoadenopatia periférica 
A transmissão ocorre pela inalação do microrganismo em poeira 
contaminada, havendo infecção inicial no trato respiratório e, em seguida, 
disseminação por viahematógena ou por contiguidade para o sistema 
 
45 
nervoso central. A imunossupressão causada por drogas 
(glicocorticoides, quimioterápicos), vírus (da leucemia e da 
imunodeficiência felina) e doenças debilitantes como neoplasias e 
insuficiências orgânicas predispõem a infecção ou pode determinar maior 
gravidade ou pior prognóstico. 
 
Tratamento 
Administração de uma dose diária 10 mg/kg. 
 
46 
ALOPECIAS EM CÃES E GATOS 
 
A alopecia, considerada uma lesão primária ou secundária, pode 
ser definida como uma perda de pelo variando de parcial a total. São 
inúmeras as causas de alopecia e praticamente todas as dermatoses 
podem ter uma componente alopécica. 
Os pelos são estruturas delgadas e queratinizadas que se 
desenvolvem a partir de uma invaginação da epiderme designado por 
folículo piloso (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008), que durante a fase de 
crescimento ativo do pelo apresenta uma dilatação no seu extremo inferior 
denominado de bulbo piloso. Está recoberto por células germinais em 
proliferação ativa (raiz do pelo) que são as responsáveis pela formação 
do pelo. Anatomicamente o folículo piloso divide-se em 3 segmentos: 
porção superior ou infundíbulo, a porção média ou istmo e porção inferior. 
O pelo é uma estrutura que tem como principal função o 
isolamento térmico, a recepção sensorial e barreira protetora contra 
agentes químicos, físicos e microbianos. Está dividido em três camadas: 
cutícula, a camada mais externa constituída por queratina, córtex, a 
camada intermédia que possui células alongadas queratinizadas e por 
último, a camada interna designada de medula, constituída por células 
agrupadas densamente perto da raiz do pelo. 
O crescimento do pelo dá-se de forma cíclica, mas descontínua. 
Cada ciclo consta de uma fase de crescimento denominada de anágena, 
durante a qual os folículos apresentam uma intensa atividade mitótica, 
uma fase de repouso ou telógena, durante a qual o pelo está retido no 
folículo até que se desprende quando começa o crescimento de um 
 
47 
novo pelo, e uma fase de transição Cartagena, na qual a proliferação 
celular cessa (ARRIBAS; LANDERAS, 1998). 
Na maioria dos cães, o ciclo de crescimento do pelo caracteriza-
se por ter um ciclo predominantemente telogênico no qual a duração da 
fase anágena é curta, ficando o pelo em fase telogênico ou de repouso, 
durante a maioria do seu ciclo (ETTINGER; FELDEMAN, 2010). Contudo 
Scott et al. (2001), afirmam que a duração relativa das fases do ciclo varia 
com a idade do animal, a região do corpo, a raça e o sexo e pode ser 
modificada por uma variedade de fatores fisiológicos e patológicos. 
 
 
Alopecia Cíclica Flanco 
 
Perda de pelame (alopecia) na região lateral do flanco e no tórax, 
simétrica ou não, de natureza cíclica e redicivante (ocorre 
predominantemente na primavera e no verão), que acomete 
preferencialmente cães da raça Airedale Terrier, Bulldog inglês e Boxer. 
Em alguns animais ocorre a volta total da pelagem ou parcial 
após a época, em alguns animais não ocorre a volta do crescimento. 
É muito confundida com o hipotireoidismo. Porém, essa 
enfermidade é apenas estética. 
 
48 
Sinais clínicos 
Alopecia focal em região lateral do flanco, bilateral ou não, 
podendo estar acompanhada por descamação e foliculite, 
hiperpigmentação pode estar presente. Prurido só ocorre se houver 
piodermite secundária. 
 
Tratamento 
Melatonina 3 a 6 mg/kg a cada 8-12h por até dois meses. O 
tratamento é experimental. 
 
Alopecia por diluição da cor e displasia folicular dos 
pelos pretos 
As displasias foliculares ligadas à cor da pelagem, também 
descritas como displasias cutâneas neuroectodermais congênitas, são 
histopatologicamente e geneticamente semelhantes e tratam-se, 
provavelmente, da mesma doença, porém com apresentações clínicas 
distintas em cães: difusa na Alopecia por Diluição da Cor (ADC) e 
localizada na Displasia Folicular dos Pelos Pretos (DFPP). Estas 
displasias são caracterizadas por aglomerados de melanina nos pelos, 
acúmulo de melanossomas de estágio IV nos melanócitos e insuficiente 
transferência de melanina para os queratinócitos adjacentes, muito similar 
à Síndrome de Griscelli em humanos. Os pelos que apresentam acúmulo 
muito irregular de melanina são mais sensíveis a fraturas, inclusive dentro 
do folículo piloso. Nos cães as lesões são caracterizadas por alopecia, 
escamação, pelos ressequidos, quebradiços e opacos, diferentemente do 
que ocorre em humanos, nos quais a síndrome é restrita à pele, e não se 
observa alopecia ou pelos displásicos. 
 
49 
A ADC, também conhecida como Alopecia do Mutante da Cor 
afeta cães com coloração de pelos considerada “diluída”, uma vez que 
possuem sombreados de cinza e preto, caracterizando as cores “azuis”, 
“cinzas”, “castanhas” e “vermelhas”. A frequência da doença é variável 
conforme as raças, porém no Dobermann azul é de 93%. A DFPP afeta 
cães que apresentam pelagem com mais de uma cor, além da preta, e é 
confinada às áreas negras da cobertura pilosa. 
 
Sinais 
A sintomatologia de ambas as doenças é muito semelhante, 
embora se observe que na DFPP, além das alterações serem restritas às 
áreas de cobertura pilosas pretas (apesar de que algumas áreas negras 
se mantenham inalteradas) os sinais clínicos iniciam mais cedo, por volta 
de quatros semanas de idade, enquanto na ADC, entre quatro até doze 
meses, e, mais raramente, até três anos de idade. 
Nota-se inicialmente hipotricose progressiva que conduz à 
alopecia extensa nas zonas de cores diluídas ou pretas. Na ADC a área 
mais afetada é o tronco, podendo tardiamente e afetar também cabeça 
e membros, enquanto na DFPP as regiões mais afetadas são a cabeça, 
pina, pescoço e tronco. Em ambas, os pelos, da cobertura pilosa afetada, 
apresentam-se opacos, fraturados, retorcidos e desprendem-se 
facilmente ao menor toque. A pele pode se apresentar com excessiva 
descamação e frequentemente se observa foliculite bacteriana 
secundária, que pode provocar prurido. 
 
 
50 
Diagnóstico 
O diagnóstico é embasado na anamnese, sinais clínicos 
cutâneos, exame tricográfico e histopatologia. 
No exame tricográfico dos pêlos das áreas afetadas observam-
se lesões típicas, que são aglomerados de melanina de forma irregular na 
região cortical e medular, associados às deformações do pêlo (displasias) 
e a cutícula pode estar ausente ou fraturada. Estas alterações são mais 
acentuadas na DFPP. 
O exame histopatológico da biópsia cutânea, coletada de áreas 
afetadas, revela algumas características peculiares, porém podem ser 
semelhantes a algumas dermatoses endócrinas e, às vezes, difíceis de 
diferenciar da pele normal de cães de cor diluída ou preta. As lesões 
histopatológicas caracterizam-se por hiperacantose de intensidade 
variável, hiperqueratose ortoqueratósica epidérmica moderada e folicular 
importante, diversos graus de displasia folicular, predominância de 
folículos pilososos inativos em fase telogênica, atrofia folicular e 
distribuição de melanócitos epidérmicos repletos de melanina. Grandes 
quantidades de melanina são observadas no epitélio folicular, matriz, 
córtex e medula pilar. Observam-se também melanófagos peribulbares e 
perifoliculares. As hastes dos pêlos apresentam-se fraturadas com 
aglomeração de melanina livre. 
 
 
51 
Tratamento 
Ainda não existe tratamento específico para estas 
dermatopatias. Para o controle das alterações da queratinização 
preconiza-se a utilização de shampoos ceratomoduladores, antissépticos 
e emolientes. Ácidos graxos essenciais devem ser prescritos durante toda 
a vida, para manter a qualidade do filme lipídico da pele e terapia 
antimicrobiana nos casos de pioderma secundário. 
Melatonina, na dose de 3 a 6 mg/animal, tem sido preconizada 
com sucesso de reposição parcial dos pêlos em aproximadamente 50% 
dos casos, embora o seu modo de ação seja ainda desconhecidoObservações: Clínicas diferentes, é provável que tenham a mesma 
etiologia, embora ela ainda não ter sido totalmente elucidada. Estudos 
recentes levantaram a hipótese de que, tanto a ADC como a DFPP, 
originam-se de um defeito ectodérmico, muito provavelmente ligado ao 
gene que codifica a melatonina (MLPH). Embora que essa teoria seja a 
mais aceita até o presente momento, mais estudos devem ser realizados 
visando a elucidação definitiva da etiopatogenia. Ainda não foi descrito 
tratamento específico que comprove a cura 
 
Alopecia Areata 
É uma dermatopatia pouco frequente que acomete 
principalmente os cães da raça Teckel e se caracteriza por perda do 
pelame, estando a pele hígida (sem qualquer sinal de inflamação), 
ocasionada provavelmente por um ataque imunológico aos folículos 
pilosos. 
 
52 
Sinais clínicos principais 
Alopecia focal ou disseminada, porém, mais frequente na cabeça 
e pescoço, em áreas bem delimitadas, leucotríquia. 
 
Displasia Epidérmica em West Highland White Terrier 
 
Na Dermatologia Veterinária, o termo "displasia epidérmica" se 
refere a um desenvolvimento anormal dos queratinócitos da epiderme, 
acompanhado de hipersensibilidade exagerada à levedura Malassezia sp, 
microrganismos sapróbios da pele de cães e gatos. 
Acredita-se que este defeito na renovação epidérmica e na 
resposta exacerbada à Malassezia possa ter origem genética e 
hereditária, determinada por uma herança recessiva autossômica ainda 
não identificada. No entanto, alguns pesquisadores observaram que cães 
com diagnóstico de displasia epidérmica apresentaram melhora após 
tratamento com xampus desengordurastes e antifúngicos, bem como 
antifúngico e antibiótico orais. Isso sugere que a displasia epidérmica 
pode ser uma reação inflamatória de hipersensibilidade cutânea a 
antígenos da Malassezia sp, ou ainda resultado de um excessivo auto 
traumatismo, e não um distúrbio congênito de queratinização. 
 
 
53 
Os sinais clínicos da displasia epidérmica incluem pele oleosa 
(seborreia), descamação, perda de pelo (alopecia) e prurido intenso à 
medida em que a infecção fúngica se instala. A pele pode ficar espessa 
(hiperqueratótica), escura (hiperpigmentada) e com odor desagradável 
em casos crônicos. O quadro começa por volta dos 6 aos 12 meses de 
idade, inicialmente na região facial (cefálica), abdominal e das 
extremidades dos membros, se espalhando por todo o corpo. 
Normalmente, vem acompanhado de excessiva produção de cerume em 
orelhas (meatos acústicos), prurido ótico e piodermite secundária. 
O diagnóstico é realizado através do exame histopatológico de 
biópsia cutânea, associado aos sinais clínicos e lesões observados. O 
prognóstico desta afecção é reservado, uma vez que os casos crônicos 
respondem pobremente à terapia, sendo necessária a manutenção 
perpétua de medicamentos que aliviem os sinais clínicos, uma vez que 
não há cura definitiva. 
 
 
 
54 
MEDICAMENTOS 
 
 
 
55 
 
 
 
 
 
56 
 
 
57 
Shampoos, loções, hidratantes 
 
 
 
58 
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